escola estadual naira fellini – ensino de 1º grau
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escola estadual naira fellini – ensino de 1º grau
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO FOZ DO IGUAÇU – PARANÁ PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO MEDIANEIRA 2009 1 ESCOLA ESTADUAL NAIRA FELLINI ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO – CÓDIGO 00990 Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná Rua Onze, 312 – Jd. Irene – Fone/Fax (45)3264-3808 CEP 85884-000 – Medianeira – PR. e-mail:[email protected] PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO O Presente Projeto Político Pedagógico visa envolver todos os aspectos relacionados ao cotidiano da escola, no qual se envolve toda comunidade escolar: docente e discente, pais, conselho escolar, APMF, grêmio estudantil. MEDIANEIRA 2009 2 “A prática de pensar a prática é a melhor maneira de pensar certo. Paulo Freire. 3 SUMÁRIO SUMÁRIO...........................................................................................iv 1APRESENTAÇAO.................................................................................6 2 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA...............................................8 3 OBJETIVOS GERAIS DA ESCOLA .........................................................9 3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...................................................................................9 4 MARCO SITUACIONAL......................................................................11 4.1 DIAGNÓSTICO DA ESCOLA..............................................................................22 4.2 MAPEAMENTO DA ESCOLA..............................................................................31 4.3 ESCALONAMENTO POR ORDEM DE PRIORIDADE............................................32 4.4 DADOS HISTÓRICOS.......................................................................................33 4.5 ATO ADMINISTRATIVO DE RECONHECIMENTO................................................34 4.6 ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA............................................................................34 4.7 CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE.............................................................36 4.8 ORGANIZAÇÃO DA HORA ATIVIDADE..............................................................39 4.9 INCLUSÃO.......................................................................................................39 5.ATO CONCEITUAL............................................................................44 5.1 OBJETIVOS DO ENSINO FUNDAMENTAL..........................................................50 5.2 DIRETRIZES CURRICLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL.................................56 5.2.1 GRADE CURRICULAR – MATUTINO E VESPERTINO.......................................58 5.2.2 GRADE CURRICULAR NOTURNO..................................................................59 5.3 PRÁTICA DOCENTE: O QUE ENSINAR E COMO ENSINAR.................................60 5.4 FILOSOFIA DA ESCOLA....................................................................................66 5.5 PARTE DIVERSIFICADA E AÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS ...........................71 5.6 PROJETOS INTEGRADOS.................................................................................76 5.7 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO PARALELA..............................78 5.8 CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO.............................................................................81 5.9 ADAPTAÇÃO...................................................................................................81 5.10 CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO...........................................................82 6. ATO OPERACIONAL........................................................................84 6.1 EVASÃO ESCOLAR.........................................................................................87 4 6.2 NORMAS E DIRETRIZES DE GESTÃO DEMOCRÁTICA.....................................88 6.3 COORDENAÇÃO E SUPERVISÃO.....................................................................89 6.4 SISTEMATIZAÇÃO DE FORMAÇÃO CONTINUADA............................................91 6.5 A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA.......................................................................92 6.6 INSTÂNCIAS COLEGIADAS..............................................................................94 7 REFERÊNCIAS.................................................................................95 ANEXOS.............................................................................................................101 AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO..............................................102 RECURSOS FINANCEIROS E FÍSICOS..................................................................102 RELAÇÃO DO CORPO DOCENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO..............................103 CALENDÁRIO ESCOLAR.......................................................................................105 SISTEMA DE AVALIAÇÃO INTERNA E EXTENA.....................................................106 PLANO DE AÇÃO DO DIRETOR............................................................................105 5 1 APRESENTAÇÃO A Lei nº 9.394/96 que estabelece as diretrizes e bases para a educação nacional, além de criar mudanças significativas, caracteriza-se pela descentralização e flexibilidade. Dessa forma, remete aos estabelecimentos de ensino, observando a realidade em que estão inseridos, a incumbência da elaboração e execução de suas propostas pedagógicas. Ao mesmo tempo, em seu Artigo 14, a referida Lei defende o princípio da participação dos profissionais da educação na elaboração do Projeto Pedagógico da escola, assegurando a implementação de uma gestão democrática do ensino público. Os inúmeros problemas educacionais e o verdadeiro papel da educação formal são motivos de ampla discussão na sociedade moderna. É necessário um esforço coletivo para vencer as barreiras e entraves que inviabilizam a construção de uma escola pública que eduque de fato para o exercício pleno da cidadania e seja instrumento real de transformação social, espaço em que se aprenda a aprender, a conviver e a ser com e para os outros, contrapondo-se ao atual modelo gerador de desigualdades e exclusão social que impera nas políticas educacionais de inspiração neoliberal. A construção do projeto político-pedagógico contribui para estabelecer novos paradigmas de gestão e de práticas pedagógicas que levam a instituição escolar a transgredir a chamada "educação tradicional", cujo conteudismo de inspiração positivista está longe de corresponder às necessidades e aos anseios de todos os que participam do cotidiano escolar. O projeto político pedagógico ultrapassa a mera elaboração de planos, que só se prestam a cumprir exigências burocráticas: O projeto político-pedagógico busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sóciopolítico e com os interesses reais e coletivos da população majoritária. (...) Na dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de 6 se definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade. (VEIGA, 1995). O projeto político-pedagógico é o fruto da interação entre os objetivos e prioridades estabelecidas pela coletividade, que estabelece, através da reflexão, as ações necessárias à construção de uma nova realidade. É, antes de tudo, um trabalho que exige comprometimento de todos os envolvidos no processo educativo: professores, equipe pedagógica, administrativo, serviços gerais, alunos, seus pais e a comunidade como um todo. Essa prática de construção de um projeto deve estar amparada por concepções teóricas sólidas e supõe o aperfeiçoamento e a formação de seus agentes. Só assim serão rompidas as resistências em relação a novas práticas educativas. Os agentes educativos devem sentir-se atraídos por essa proposta, pois só assim terão uma postura comprometida e responsável. Trata-se, portanto, da conquista coletiva de um espaço para o exercício da autonomia. 7 2 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA A Escola Estadual Naira Fellini, Ensino Fundamental, código 00990, está localizada na Rua Onze nº 312, Bairro Jardim Irene , no Município de Medianeira, Paraná. Atua em prédio próprio e novo no qual foi entregue em abril de 2009; é mantida pelo poder público do Estado do Paraná e administrada pela Secretaria de Estado da Educação. Este estabelecimento tem por finalidade atender o disposto na Constituição Federal, na Estadual e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96); ministrar o Ensino Fundamental de 5ª a 8ª séries regular, e o Ensino Médio, a partir de 2008, observando a Legislação e as Normas especificamente aplicáveis. 8 3 OBJETIVOS GERAIS DA ESCOLA A Escola Estadual Naira Fellini tem como objetivos gerais conforme disposto no Art. 2º. da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: “A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. 3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Privilegiar o ensino enquanto construção do conhecimento, o desenvolvimento pleno das potencialidades do aluno e sua inserção no ambiente social utilizando, para isso, os conteúdos curriculares da base nacional comum e discussão de temas sociais contemporâneos contextualizados; • Fornecer ao aluno os meios para o progresso no trabalho e para o desenvolvimento escolar posterior; • Preparar culturalmente os educandos, numa perspectiva histórico-crítica, para uma melhor compreensão da sociedade em que vivem; • Promover a interação entre escola/comunidade nas atividades escolares extraclasses; • Integrar a comunidade através de reuniões, de cursos, de oficinas e de outros recursos que promovam o entendimento de que a escola é parte integrante da comunidade; • Promover situações que venham a desenvolver os princípios de respeito, de justiça e de solidariedade; • Concretizar intenções educativas em termos de capacidade de ordem cognitiva, física, afetiva, de relação interpessoal e inserção social, ética e estética, as quais devem ser desenvolvidas pelos educandos ao longo de 9 sua escolaridade, tendo em vista uma ampla formação que se expressará numa variedade de comportamentos conscientes; • Operacionalizar ações curriculares adequadas a fim de atender as demandas específicas da comunidade, propiciando, aos diferentes grupos sociais, o acesso ao saber e ao bem-estar social; • Implementar projetos educacionais que visem a melhoria da qualidade de ensino, o gosto pela pesquisa, tornando a escola mais atrativa e o aluno mais motivado; • Promover eventos de ordem recreativa e lúdica que envolvam todas as disciplinas ou áreas do conhecimento, fazendo com que a escola seja compreendida como um local de produção e aquisição do conhecimento científico transformando-os em situações agradáveis, contorno e minimizando a problemática da evasão escolar; • Criar propostas e metas inovadoras no trato da gestão escolar para a cidadania. 1 4 MARCO SITUACIONAL A reflexão sobre os impactos e as conseqüências da globalização e da política neoliberal na esfera da educação não é algo recente. Entretanto, parece que tais conseqüências e impactos foram gradativamente absorvidos de tal modo que passaram a ser vistos como algo “normal”. Esta suposta normalidade é justamente um dos fatores que influenciam o silêncio e o abandono do diálogo crítico sobre a realidade. Segundo Santos e Andrioli, o contexto atual, no Brasil e no mundo, é marcado pela abertura política e principalmente econômica. Crescem as corporações, as mega-fusões entre as indústrias nos mais variados setores em busca de “sobrevivência”, pois, do contrário, o destino é a bancarrota. De modo paradoxal, algumas “fronteiras” caem diante de um mercado mundial que se expande, outras se reforçam. Progressivamente, os países estão perdendo a autonomia econômica e, junto com ela, sua autonomia política. Essas transformações incidem tanto sobre a cultura como sobre a educação. Diante deste quadro não há como pensar a educação isolada do próprio contexto (macro) sócio-político e econômico. Esta questão já supõe duas faces da problemática na qual está envolvida a educação aspectos que não se excluem, necessariamente, mas a colocam numa situação, no mínimo delicada: autonomia ou submissão em relação ao contexto? Em outras palavras, em que medida a educação é afetada por este contexto e em que medida ela possui autonomia perante as transformações e oscilações políticas e sociais? Identificar os desafios que esta realidade coloca para o trabalho educativo é uma tarefa que continua em aberto. Na medida em que o mundo torna-se um grande mercado, as relações pautam-se pelos critérios do lucro e do consumo individualista. Como educar se, de acordo com essa lógica, a própria educação passa a ser uma mera mercadoria oferecida de modo semelhante a qualquer objeto de consumo, no mercado global? Apesar de todos os esforços teórico-práticos, o ideal de uma educação crítica e emancipadora continua sendo o grande desafio. Não menos importante que isso, a escola ainda está desafiada a enfrentar outras forças que também (des)“educam” como a internet, a televisão, o rádio, os jornais e revistas. 1 Como se pode perceber, são questões bastante complexas que se apresentam neste cenário. Se os efeitos de uma política e de uma economia orientadas pelos interesses de uma minoria continuam sendo sentidos nas suas conseqüências devastadoras, então faz-se não só importante, mas necessária a discussão da conjuntura atual para melhor compreendê-la e, a partir disso, as respostas nos levarão as mudanças no âmbito escolar e, conseqüentemente, no social. A globalização pode ser definida e discutida desde uma perspectiva geral ou a partir de um enfoque mais restrito. No segundo caso, por exemplo, pode-se optar pela discussão na área da economia, no âmbito político, no aspecto sociocultural, etc. Ainda assim, há sempre o risco de que sejamos parciais, taxativos ou apressados nas conclusões. Vamos enumerar aqui, resumidamente, algumas das suas características gerais, partindo do fato de que se trata de um fenômeno real, embora complexo, apontando de modo limitado para as implicações sócio-políticas e econômicas neste amplo espectro. Conforme o sociólogo alemão Ulrich Beck (1997), com o termo globalização são identificados processos que têm por conseqüência “a subjugação e a ligação transversal dos estados nacionais e sua soberania através de atores transnacionais, suas oportunidades de mercado, orientações, identidades e redes” (BECK, 1997, p.28-29). Por isso, ouvimos falar de defensores da globalização e de críticas à globalização, num conflito pelo qual diferentes organizações se tornam cada vez mais conhecidas. Neste sentido, não se trata de um conflito stricto sensu sobre a globalização, mas sobre a prepotência e a mundialização do capital. Esse processo, da forma como atualmente vem acontecendo, não deveria sequer ser chamado de globalização, já que atinge o globo de forma diferenciada e exclui a sua maior parte – se observamos a circulação mundial de capital, podemos constatar que a maioria da população mundial (na Ásia, na África e na América Latina) permanece excluída. Libâneo e Oliveira (1998, p. 606) afirmam que as transformações gerais da sociedade atual apontam a inevitabilidade de compreender o país no contexto da globalização, da revolução tecnológica e da ideologia do livre mercado. É importante salientar que não as concebemos (globalização e neoliberalismo) como fatos isolados; pelo contrário, entendemos que estão profundamente ligados um ao outro. 1 A globalização é uma tendência internacional do capitalismo que, juntamente com o projeto neoliberal, impõe aos países periféricos a economia de mercado global sem restrições, a competição ilimitada e a minimização do Estado na área econômica e social. Algumas das questões que aparecem em decorrência disso são a exclusão social, o desemprego e o aumento da miséria. Essa forma de globalização significa a predominância da economia de mercado e do livre mercado, uma situação em que o máximo possível é mercantilizado e privatizado, com o agravante do desmonte social. Concretamente, isso leva ao domínio mundial do sistema financeiro, à redução do espaço de ação para os governos – os países são obrigados a aderir ao neoliberalismo – ao aprofundamento da divisão internacional do trabalho e da concorrência e, não por último, à crise de endividamento dos estados nacionais. Condições para que essa globalização pudesse se desenvolver foram a interconexão mundial dos meios de comunicação e a equiparação da oferta de mercadorias, das moedas nacionais e das línguas, o que se deu de forma progressiva nas últimas décadas. A concentração do capital e o crescente abismo entre ricos e pobres (48 empresários possuem a mesma renda de 600 milhões de outras pessoas em conjunto) e o crescimento do desemprego (1,2 bilhões de pessoas no mundo) e da pobreza (800 milhões de pessoas passam fome) são os principais problemas sociais da globalização neoliberal e que vêm ganhando cada vez mais significado. O paradoxo, neste contexto, é que o avanço científico e tecnológico proporcionou (assim como proporciona progressivamente) ao ser humano a oportunidade de romper as fronteiras entre os países, entre os continentes e, também, entre os planetas. Ora, inegavelmente isto nos trouxe enormes benefícios, mas também muitas perdas. Nunca se produziu tanto e, ao mesmo tempo, nunca houve tanta gente faminta, desempregada, sem um lugar para morar. A máquina, o computador e o robô deslocaram o ser humano do centro da atividade produtiva e também da finalidade desta. Tais metamorfoses demonstram a extrema maleabilidade e complexificação permanente do modo de produção capitalista. O capitalismo, para manter sua hegemonia, reorganiza suas formas de produção e consumo e elimina fronteiras comerciais para integrar mundialmente a economia. Trata-se de mudanças no sentido de fortalecer o capitalismo, o que é dizer: fortalecer as nações ricas e colocar os países mais 1 pobres na dependência, como consumidores. Essas alterações nos rumos do capitalismo se dão, no entanto, no momento em que o cenário mundial em todos os aspectos é bastante diversificado. A onda da globalização e da Revolução Tecnológica encontra os países (centrais ou periféricos, desenvolvidos ou subdesenvolvidos) em diferentes realidades e desafios, dentre os quais o de implementar políticas econômicas e sociais que atendam aos interesses hegemônicos, industriais e comerciais de conglomerados financeiros e de países ou regiões ricas, tais como a América do Norte, Japão e União Européia. (LIBÂNEO e OLIVEIRA, 1998, p. 599-600). Com o aumento da distância entre os países pobres e os países ricos, aumentou também a dependência daqueles em relação a estes. Esta dependência significa não só uma debilidade econômica, mas, principalmente, política. Dita as regras quem tem maior poder econômico e este significa, cada vez mais, poder político. Nesse quadro, as políticas educacionais são projetadas e implantadas segundo as exigências da produção e do mercado, com o predomínio dos interesses dos países ricos, isto é, daqueles que dominam a economia. O exemplo mais nítido disso na educação são as políticas dos órgãos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. O discurso destes remete para a qualidade total na educação, na qual os investimentos e benefícios são projetados e calculados da mesma forma como se procede em uma empresa. Neste sentido, o mercado exige pessoas polivalentes, flexíveis, ágeis, com visão do todo, conhecimentos técnicos e um relativo domínio na área de informática, que falem, leiam e escrevam em vários idiomas, que possuam habilidades múltiplas, e assim por diante. Quem não estiver capacitado de acordo com as exigências do mercado é excluído do processo produtivo e isso significa desemprego, miséria, fome, doença e, em suas últimas conseqüências, a morte. Neste sentido, prosseguem Libâneo e Oliveira (1998, p. 598-599). A importância que adquirem, nessa nova realidade mundial, a ciência e a inovação tecnológica têm levado os estudiosos a denominarem a sociedade de hoje, sociedade do conhecimento, sociedade técnica informacional ou sociedade tecnológica. Isso significa que o conhecimento, o saber e a ciência adquirem um papel muito mais destacado que anteriormente. Hoje as pessoas aprendem na 1 fábrica, na televisão, na rua, nos centros de informação, nos vídeos, no computador e, cada vez mais, vão se ampliando os espaços de aprendizagem. Nesta sociedade marcada pela revolução tecnológico-científica, curiosamente, a centralidade do processo produtivo está no conhecimento e, portanto, também na educação. Essa centralidade se dá porque educação e conhecimento passam a ser, do ponto de vista do capitalismo globalizado, força motriz e eixos da transformação produtiva e do desenvolvimento econômico. São, portanto, bens econômicos necessários à transformação da produção, ao aumento do potencial científico e tecnológico e ao aumento do lucro e do poder de competição num mercado concorrencial que se quer livre e globalizado pelos defensores do neoliberalismo. Torna-se clara, portanto, a conexão estabelecida entre educação/conhecimento e desenvolvimento/desempenho econômico. A educação é, portanto, um problema econômico na visão neoliberal, já que é o elemento central desse novo padrão de desenvolvimento. (LIBÂNEO e OLIVEIRA, 1998, p. 602). No Brasil, as políticas sociais, econômicas e educacionais continuam se delineando de acordo com as propostas do mercado mundial. “É preciso fazer os ajustes necessários para que o país se desenvolva em sintonia com as outras nações!”, este é o tom dos discursos do governo. Modernização na educação (assim como na indústria), diversificação, produtividade, eficácia e competência são as palavras de ordem. De certo modo, esta mentalidade tende a se cristalizar, o que representa um grande perigo para o campo educacional: ao se regular segundo a lógica da competição, não estaria a escola esvaziando seu sentido, ou contradizendo seu papel? A educação é oferecida, atualmente, como uma mercadoria, e a escola tornou-se, na verdade, mais uma empresa à qual se paga pela obtenção de um serviço. Podemos perceber isto, nitidamente, se observarmos alguns aspectos interessantes que demonstram a transformação da escola em mais um negócio que se rege pela lógica do mercado conforme Libâneo e Oliveira (1998, p. 604): - adoção de mecanismos de flexibilização e diversificação dos sistemas de ensino nas escolas; - atenção à eficiência, à qualidade, ao desempenho e às necessidades básicas de aprendizagem; 1 - avaliação constante dos resultados/desempenho obtidos pelos alunos que comprovam a atuação eficaz e de qualidade do trabalho desenvolvida na escola; - o estabelecimento de rankings dos sistemas de ensino e das escolas públicas ou privadas que são classificadas ou desclassificadas; - criação de condições para que se possa aumentar a competição entre as escolas e encorajar os pais a participarem da vida escolar e fazer escolha entre escolas; - ênfase na gestão e na organização escolar mediante a adoção de programas gerenciais de qualidade total; - valorização de algumas disciplinas: matemática e ciências naturais, devido à competitividade tecnológica mundial que tende a privilegiar tais disciplinas; - estabelecimento de formas “inovadoras” de treinamento de professores como, por exemplo, educação à distância; - descentralização administrativa e do financiamento, bem como do repasse de recursos em conformidade com a avaliação do desempenho; - valorização da iniciativa privada e do estabelecimento de parcerias com o empresariado; - o repasse de funções do Estado para a comunidade (pais) e para as empresas. Como se percebe, há uma ambigüidade ou ambivalência nos aspectos apontados. Se, de um lado, trazem o desafio de manter uma educação atualizada e de qualidade, de outro, podem contribuir para a segregação e exclusão social, pois, afinal de contas, trata-se de um produto e nem todos conseguem arcar com os seus custos. O neoliberalismo, no que se refere à educação, defende a escola básica, universal, laica, gratuita e obrigatória a todos. A proposta no Brasil, por exemplo, é de uma formação geral e polivalente visando à qualificação de mãode-obra para o mercado. Essa idéia de preparação de mão-de-obra, obviamente, está voltada muito mais ao campo técnico do que propriamente humano. A preocupação com que o trabalhador aprenda a ler, escrever e contar não tem nada de edificante ou humanitário, muito menos filantrópico. Para citarmos alguns exemplos, o aprendizado da leitura pode ser para poder manusear qualquer manual de instruções; escrever, para poder emitir um relatório de 1 produção, e contar para não colocar uma unidade a mais do produto na embalagem. Esta mentalidade é o supra-sumo da exploração capitalista. Conforme Herbert Marcuse, “ a racionalidade está a serviço da rentabilidade, a qual está orientada pelo cálculo sistemático e metódico do capital” (1979, p. 111). Acertadamente, afirma o professor Gaudêncio Frigotto (1995) que, se lermos o Manifesto Comunista de Karl Marx, chegaremos à conclusão de que ele é hoje muito mais atual do que na época em que seu autor o escreveu. Previa Marx (1979, p. 29, 30), que “com a exploração do mercado mundial, a burguesia estruturou a produção e o consumo de forma cosmopolita (...) A antiga indústria nacional será destruída constantemente (...) No lugar do antigo isolamento e da auto-suficiência local e nacional passam a vigorar as relações múltiplas e a múltipla dependência de nações entre si, tanto no que se refere à produção material como espiritual.” É evidente que a preocupação do capital com a educação não é gratuita. Existe uma coerência do discurso liberal sobre a educação no sentido de entendê-la como “definidora da competitividade entre as nações” e por se constituir numa condição de empregabilidade em períodos de crise econômica. Como para os liberais está dado o fato de que todos não conseguirão “vencer”, importa então impregnar a cultura do povo com a ideologia da competição e valorizar os poucos que conseguem se adaptar à lógica excludente, o que é considerado um “incentivo à livre iniciativa e ao desenvolvimento da criatividade”. Como afirma André Gorz, para a reprodução da hierarquia nas relações sociais a “produção de perdedores” é tão importante como a promoção dos diplomados. Trata-se de convencer uma significativa parcela dos jovens de que eles são incapazes de ser algo mais do que um trabalhador desqualificado. Seu fracasso passa a ser assimilado não como o resultado de um sistema de ensino, mas de sua própria incapacidade pessoal e social. Por outro lado, trata-se de convencer os “vencedores” de que constituem uma elite, cujo sucesso seria fruto de muito esforço, dedicação e vontade de “vencer”. A elite passa a se justificar a si mesma como camada privilegiada e superior à classe trabalhadora. “As escolas são obrigadas a produzir um percentual de fracassados, para fornecer trabalhadores desqualificados dos quais a economia necessita” (GORZ, 1973, p. 113). 1 Mas, e o que fazer com os “perdedores”? Conforme o Prof. Roberto Lehrer (UFRJ), o próprio Banco Mundial tem declarado explicitamente que “as pessoas pobres precisam ser ajudadas, senão ficarão zangadas”. Essa interpretação é precisa com o que o próprio Banco têm apresentado oficialmente como preocupação nos países pobres: “a pobreza urbana será o problema mais importante e mais explosivo do próximo século do ponto de vista político”. Outra questão que merece ser estudada é a questão do Estado neoliberal. O Estado neoliberal é simultaneamente centralizado e descentralizado. Nascimento (1997, p. 63) nos apresenta as seguintes características: O Estado neoliberal, ao contrário do Estado social-liberal é, ao mesmo tempo, centralizado e descentralizado, sua função é limitada à intervenção, tem por papel induzir mudanças, estabelecer parcerias e coordenar iniciativas. É centralizado no que se refere à definição de um currículo mínimo e de um sistema unificado de avaliação; é descentralizado no que diz respeito às diferenças sociais, às desigualdades, e às necessidades específicas de cada região. Em suma, o Estado neoliberal coloca o indivíduo no centro da filosofia social e defende a propriedade privada como sendo direito fundamental do homem. Pela política social e educacional posta em prática no Brasil, podemos perceber que o que está se buscando é exatamente isto: menos Estado e mais mercado. O progressivo aumento das privatizações é a prova mais evidente disso e como se não bastasse, a educação, que já é em parte controlada pela iniciativa privada, está sendo entregue de uma vez por todas ao domínio do capital. O caso mais preocupante é o da tentativa de privatizar as universidades federais. Se isto acontecer, as chances já escassas do cidadão pobre estudar, mesmo com a universidade pública e gratuita, acabarão definitivamente. A iniciativa privada busca o lucro e, em tese, não está interessada na promoção do ser humano enquanto cidadão consciente, crítico e participante do próprio processo de construção da vida política e social do país. Em artigo publicado, o professor Euclides Mance (1999, p. 10) faz referência a esta questão, sobretudo, levando em conta a questão do ensino superior e da pesquisa. Comenta ele que: Com efeito, sob a lógica da disputa do mercado, trata-se de chegar à produção e comercialização de bens que permitam recuperar os investimentos feitos em pesquisa e desenvolvimento, alcançando um lucro considerável antes que outros produtos semelhantes, que atuam com 1 propriedades similares, sejam disponibilizados no mercado pelos concorrentes. Desse modo o conhecimento é produzido tendo-se como finalidade, basicamente o lucro e não a promoção da cidadania ou o progresso da ciência em suas múltiplas áreas. Inúmeras pesquisas extremamente prioritárias, do ponto de vista humanitário, não são desenvolvidas pelo conjunto dessas empresas, uma vez que os seus resultados não seriam fonte de lucro. Em função de tal conjuntura política, podemos afirmar que, em termos genéricos, as maiores alterações que ultimamente têm sido previstas estão chegando às escolas e, muitas vezes, são aceitas sem maiores discussões, impedindo uma efetiva contraposição. Por isso, apresentamos, em grandes eixos, o que mais claramente podemos apontar como consequências do neoliberalismo na educação: • Menos recursos, por dois motivos principais: diminuição da arrecadação (através de isenções, incentivos, sonegação...); • Não aplicação dos recursos e descumprimento de leis; • Prioridade no Ensino Fundamental, como responsabilidade dos Estados e Municípios (a educação Infantil é delegada aos municípios); • O rápido e barato é apresentado como critério de eficiência; • Formação menos abrangente e mais profissionalizante; • A maior marca da subordinação profissionalizante é a reforma do ensino médio e profissionalizante; • Privatização do ensino; • Municipalização e “escolarização” do ensino, com o Estado repassando adiante sua responsabilidade (os custos são repassados às prefeituras e às próprias escolas); • Aceleração da aprovação para desocupar vagas, tendo o agravante da menor qualidade; • Aumento de matrículas, como jogo de marketing (são feitas apenas mais inscrições, pois não há estrutura efetiva para novas vagas); • A sociedade civil deve adotar os “órfãos” do Estado. Se as pessoas não tiverem acesso à escola a culpa é colocada na sociedade que “não se organizou”, isentando, assim, o governo de sua responsabilidade com a educação; 1 • O Ensino Médio dividido entre educação regular e profissionalizante, com a tendência de priorizar este último: “mais ‘mão-de-obra’ e menos consciência crítica”; • A autonomia é apenas administrativa. As avaliações, livros didáticos, currículos, programas, conteúdos, cursos de formação, critérios de “controle” e fiscalização, continuam dirigidos e centralizados. Mas, no que se refere à parte financeira (como infra-estrutura, merenda, transporte), passa a ser descentralizada; • Produtividade e eficiência empresarial (máximo resultado com o menor custo): não interessa o conhecimento crítico; • Nova linguagem, com a utilização de termos com conotação política neoliberal na educação; • Modismo da qualidade total (no estilo das empresas privadas) na escola pública, a partir de 1980; • Mudança do termo “igualdade social” para “eqüidade social”, ou seja, não há mais a preocupação com a igualdade como direito de todos, mas somente com a “amenização” da desigualdade; • Privatização das Universidades; • Nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) determinando as competências da Federação, transferindo responsabilidades aos Estados e Municípios; • Parcerias com a sociedade civil (empresas privadas e organizações sociais). Diante da análise anterior, a atuação coerente e socialmente comprometida na educação parece cada vez mais difícil, tendo em vista que a causa dos problemas está longe e, ao mesmo tempo, dispersa em ações locais. A tarefa de educar, em nosso tempo, implica em conseguir pensar e agir localmente e globalmente, o que carece da interação coletiva dos educadores. Além disso, a produção teórica só tem sentido se for feita sobre a prática, com vistas a transformá-la. Portanto, para que haja condições efetivas de construir uma escola transformadora, numa sociedade transformadora, é necessária a predisposição dos educadores também pela transformação de sua ação 2 educativa e a prática reflexiva deve deixar de ser um mero discurso ou tema de seminário, ela objetiva a tomada de consciência e organização da prática. Os valores que a globalização apregoa são a eficiência como caminho para a competitividade e a produtividade e o lucro como recompensa e fins a serem auferidos; sendo a educação um bem de consumo e fonte de lucro, ela torna-se acessível somente a uma pequena parcela da sociedade. A tendência é a progressiva seletividade e elitização do conhecimento. As conseqüências disso são trágicas para a grande maioria da sociedade: a exclusão, o analfabetismo, o desemprego, a miséria e a violência; as possibilidades de reverter esse quadro passam pelo desafio de uma redistribuição da renda, de uma eqüidade tanto nos direitos e deveres, quanto nas oportunidades. Sem a efetivação de um projeto político que contemple as reais necessidades da maioria excluída, também é pouco provável que a situação atual mude; a educação não deve ficar de fora do contexto sócio-político, mas também não pode ser determinada por ele, pois deve, antes de tudo, interagir com a realidade, transformando-a; o papel da escola não deve ser o de reprodução da sociedade classista, mas antes o lugar da produção, apropriação e socialização do saber. Esta é a tarefa por excelência da escola. De acordo com Saviani “a escola tem uma função específica, educativa, propriamente pedagógica, ligada à questão do conhecimento; e é preciso, pois, resgatar a importância da escola, e reorganizar o trabalho educativo...” (SAVIANI, 1997, p. 101). Para que isto aconteça, é preciso levar em conta a questão dos conteúdos; sem dominar determinados conhecimentos como a classe dominada fará valer os seus direitos?; a educação de qualidade é aquela que promove a cidadania, visando a superação das desigualdades sociais e a democratização real do Estado. Além dos aspectos mencionados, podemos perceber que os reflexos diretos esperados pelo grande capital a partir de sua intervenção nas políticas educacionais dos países pobres, em linhas gerais, são os seguintes: • garantir governabilidade (condições para o desenvolvimento dos negócios) e segurança nos países “perdedores”; • quebrar a inércia que mantém o “atraso” nos países do chamado Terceiro Mundo; • construir um caráter internacionalista das políticas públicas com a ação direta e o controle através dos mecanismo internacionais; 2 • estabelecer um corte significativo na produção do conhecimento nesses países; • incentivar a exclusão de disciplinas científicas, priorizando o ensino elementar e profissionalizante. Sabemos que a educação é uma responsabilidade do governo, mas também dos seus protagonistas imediatos: professores, pais e alunos. Por isso, possibilidades de crítica e oposição ainda podem ser visualizadas. Um exemplo disso é constatado na decidida e corajosa resistência de estudantes, professores e diversos outros segmentos da sociedade ao processo em curso, pois, mesmo sendo um projeto perverso, não consegue a dominação total. O comprometimento dos profissionais da educação com a construção de uma sociedade pautada em valores promovedores de humanização e cidadania é fundamental para reverter a lógica das políticas educacionais que vem sendo progressivamente implementada pela maioria dos governos. Pois, se para construir uma nova educação é necessário construir uma nova sociedade, a estrutura social só é modificada na medida em que são transformadas as relações sociais que a sustentam. E nisso, a educação, sem dúvida, continua tendo uma grande influência e contribuição a dar à humanidade. Levando em conta os elementos para os quais apontamos anteriormente, observamos os impactos da globalização e do neoliberalismo sobre a educação, e esta, ao longo da história, como sempre esteve à margem de políticas de cunho econômico, sofre constantes crises e, mediante a novas teorias educacionais, tenta se reestruturar em todos os aspectos para que realmente realize o seu papel fundamental: formar cidadãos críticos com capacidade de discernir, de analisar, de questionar, de intervir no modelo de sociedade que lhes é apresentado atualmente. Se esses assuntos abordados fossem discutidos em uma instituição particular, os alunos compreenderiam a situação da mesma forma que os da escola pública, porém aqueles não a vivenciam como estes, pois são os que sofrem as conseqüências de forma mais agressiva e, portanto, merecem maior atenção e empreendimento da escola para que procurem soluções através da análise, do questionamento, da crítica, do trabalho, da participação nos direitos e nos deveres do cidadão, e para que também conquistem a sua dignidade. 2 Esta é a proposta da Escola Naira Fellini quanto à formação dos educandos cuja maioria pertence à classe baixa, a qual sofre com as injustiças de cunho social, político e econômico e é dever da comunidade escolar lhes mostrar outros caminhos para que, no futuro, sejam bem sucedidos como cidadãos e trabalhadores. 4.1 DIAGNÓSTICO DA ESCOLA SegundoTrinca (1984, p. 1), o termo diagnóstico origina-se do grego ‘diagnósticos’ e significa discernimento, faculdade de conhecer, de ver através de. Aspectos, características e as relações que compõem um todo que seria o conhecimento do fenômeno, utilizando para isso processos de observações, de avaliações e após procede-se às interpretações que se baseiam em nossas percepções, experiências, informações adquiridas e formas de pensamento. Portanto pode-se afirmar que é um processo no qual analisa-se a situação do aluno com dificuldades dentro do contexto da escola, da sala de aula, da família; ou seja, é uma exploração problemática do aluno frente à produção acadêmica. Os fundamentos de um diagnóstico também revelam um tempo, um lugar e um espaço que é dado para aquele que aprende e para aquele que ensina. Historicamente a prática educativa e a prática pedagógica são derivadas das distintas teorias de aprendizagens que sustentam as concepções diferentes em relação à tríade: professor, aluno e conhecimento. É inegável a influência das teorias de aprendizagem e das teorias do conhecimento em relação aos níveis sócio-político e pedagógico. Para diagnosticar a relação professor, aluno e conhecimento, seguem dados estatísticos referentes às séries, ao número de alunos e ao índice de aprovados, de reprovados, de desistentes e de transferidos entre 1996 a 2004. Cabe salientar que tais resultados não estão totalmente sob a responsabilidade deste estabelecimento de ensino, ou seja, há outros fatores externos que os determinam também. 2 A partir da análise desses dados, os profissionais da educação da Escola Estadual Naira Fellini, em conjunto, vão delimitar novos encaminhamentos didático-pedagógicos para que os problemas apresentados sejam sanados ou reduzidos de forma significativa. O que se almeja é que todos os educandos tenham acesso ao saber formal e informal sem perdas, ou seja, é necessário que todos cheguem ao mesmo nível de conhecimento. Para tanto, abordaremos nossas propostas didático-pedagógicas no decorrer do desenvolvimento desse Projeto Político Pedagógico. No ano de 1996, a Escola Estadual Naira Fellini contava com sete turmas, sendo três 5ª séries, duas 6ª séries, uma 7ª série e uma 8ª série, totalizando 254 alunos. No ano de 1997, havia oito turmas, sendo duas 5ª séries, duas 6ª séries, uma 7ª série, uma 8ª série e duas correções de fluxo, num total de 284 alunos. No ano 1998, havia oito turmas, duas 5ª séries, duas 6ª séries, uma 7ª série, uma 8ª série e duas correções de fluxo, totalizando 279 alunos. No ano de 1999, das seis turmas existentes, duas eram 5ª séries, duas 6ª séries, uma 7ª série e uma 8ª série, totalizando 240 alunos. Em 2000, eram sete turmas, sendo duas 5ª séries, duas 6ª séries, duas 7ª séries e uma 8ª série, num total de 283 alunos. Em 2001, eram 270 alunos, distribuídos em 7 turmas. No ano de 2002, eram atendidas sete turmas, num total de 269 alunos. No ano de 2003 eram oito turmas, sendo duas turmas de cada série do Ensino Fundamental, atendendo um total de 272 alunos. Em 2004, eram oito turmas, sendo três 5ª séries, duas 6ª séries, duas 7ª séries e uma 8ª série, num total 257 alunos atendidos. Conforme o que apresentam os dados, há um número elevado de alunos reprovados e de desistentes. Ainda que a escola se proponha a trabalhar para reduzir tais resultados, é importante salientar que, além do pedagógico, há outros fatores que implicam, de forma desfavorável, no processo ensinoaprendizagem. Além dos que foram abordados no Marco Situacional, há problemas de desestrutura familiar, de poder aquisitivo e econômico, de ordem psicológica dentre outros. De acordo com Prestes (2005, p. 69), as causas do fracasso escolar são inúmeras: algumas de ordem pessoal ligadas à própria estrutura do sujeito, à 2 historia pessoal; outras dependem das contingências as quais o aluno está submetido. Quanto à estrutura física da escola, esta se encontra numa situação delicada devido à falta de espaço para atender a demanda. Como são apenas quatro salas de aulas cedidas pela Escola Municipal João Paulo II, sob liberação da Prefeitura local, a escola, em 2006, começou a funcionar no período noturno para que os alunos dos bairros próximos não ficassem sem estudar. O aumento da demanda para 2007 já era previsto tanto para o ensino fundamental de 1ª a 4ª como para de 5ª a 8ª séries, devido à construção dos conjuntos habitacionais Pitangueiras I e Pitangueiras II próximos aos estabelecimentos de ensino, sendo que também ficou sob a responsabilidade da escola municipal atender alunos a partir de 04 (quatro) anos de idade. A Secretaria de Educação de Medianeira já comunicou à direção da Escola Naira Fellini a situação e esclareceu a necessidade de reaver as salas de aulas, pois nesse ano, devido à falta de espaço, tanto os alunos da rede municipal como os da estadual, residentes nas proximidades das referidas escolas, tiveram que procurar vagas em outras instituições de ensino. A falta de vagas, nesse sentido, acarreta superlotação nos estabelecimentos de ensino localizados no centro e mais gastos com o transporte escolar. A interação entre pais, alunos, professores e escola ainda não acontece de forma significativa. Há pais que desconhecem o desempenho e o comportamento do filho mesmo sendo convidados a comparecerem na escola; muitos estão alheios quanto ao problema do espaço físico, à importância da sua reivindicação para conquistar melhorias para a escola em todos os aspectos; como também, a sua contribuição para que a escola ofereça condições favoráveis para o desenvolvimento de um ensino de qualidade. 4.2 MAPEAMENTO DA ESCOLA A Escola dispõe de doze salas de aula, que são distribuídas e organizadas para atender cerca de 469 alunos, além de quatro turmas de Salas Apoio, duas do Celem, duas turmas projeto Viva Escola, e duas turmas do ProJovem do governo federal . Compõe, ainda, o espaço físico: oito salas na administração: 2 que abrigam a secretaria, a direção, a supervisão, sala dos professores, informática; em outro espaço estão a biblioteca e o laboratório de ciências. Em outro espaço, há a cozinha industrial, em anexo funciona uma despensa para estocar a merenda escolar, outra despensa para outros utensílios, um banheiro e área de serviço. O referido estabelecimento de ensino atende a comunidade residente nos bairros Jardim Irene, Jardim Laranjeiras, Vila Alegria, Bairro Frimesa e nos Conjuntos Habitacionais Pitangueiras I e Pitangueiras II. Se a Escola Naira Fellini não atendesse parte dessa comunidade, todos os alunos seriam obrigados a se deslocarem ao centro, ou ao Parque Independência ou ao Belo Horizonte , sendo necessária a utilização de transporte escolar e o tráfego pela BR 277, via de acesso dos bairros citados. Este ano, porém, com o aumento da demanda, temos vários alunos do Centro da cidade, pois as escolas estão lotadas e não possuem mais vagas para os alunos que ficaram fora do georreferenciamento, inclusive foi solicitado e atendido a abertura de mais uma turma de sexta série para o turno da manhã para atender os alunos de outros bairros. As aulas de Educação Física, quanto à prática esportiva, são desenvolvidas numa quadra coberta dentro do prédio escolar. A direção da escola está sob a responsabilidade da professora Patricia Maria Pilatti e a direção auxiliar, do professor Paulo Torres Acosta; quanto ao administrativo, há uma secretária e duas auxiliares neste ano. Auxilia no trabalho pedagógico, entre outros, duas pedagogas, no período da manhã, da tarde e da noite. Quanto aos serviços gerais, há duas merendeiras e três serventes, sendo que somente duas são efetivas. E como este ano temos o Projovem foi disponibilizado uma servente para atendê-los tanto na merenda como na limpeza. O quadro atual de professores é formado por quarenta e dois profissionais, todos possuem curso superior e atuam na sua respectiva área de formação, com exceção da disciplina Ensino da Arte que é ministrada por professoras formadas em Letras. 2 4.3 DADOS HISTÓRICOS No ano de 1995, a Escola Naira Fellini funcionava como extensão da Escola Estadual Tancredo Neves e responsável pela Direção era a Professora Edilce Erminia Antoniolli Pereira. O nome dado à escola foi uma homenagem à Professora Municipal já falecida Naira Mari Fellini, filha do casal Oliva e Osório Fellini, que foram um dos casais primeiros colonizadores de Medianeira. Após a criação da Escola Estadual Naira Fellini no ano de 1996, assume a Direção, por indicação do Núcleo Regional de Educação, o professor Célio Pinto de Oliveira. Em 1997, assume a direção, por indicação do N.R.E., a Professora Alice Pugslei Sobjak que permanece até o mês de outubro de 1997, quando ocorreram eleições diretas. Como a Professora Alice foi eleita, permaneceu na direção até final do ano de 2000. No ano de 2001, assume a direção da escola, por indicação do NRE, a professora Inês Tereza Menegazzo, porém devido ao porte da escola, a direção, a partir desse ano, passa a ser de apenas 20 horas, obrigando o diretor a permanecer as outras 20 horas como regente de sala de aula. No ano seguinte, assume a direção a professora Loiva Margarete Faust, após ser aprovada num teste proposto pela SEED e ser indicada pelo NRE. Em 2003, após uma eleição dita democrática, ainda que a comunidade escolar tivesse direito ao voto, o dos representantes do NRE contavam com um peso maior que o dos demais, tendo assim o poder de definir a eleição. Apesar disso, prevaleceu a vontade da comunidade escolar, e assumiu a direção o professor Paulo Torres Acosta, o qual permaneceu no cargo até início de 2004, quando, após uma eleição direta, assume a direção o professor Cláudio Binotto que foi re-eleito nas eleições de 2005. Devido ao aumento da demanda, em 2006, a escola passou a funcionar em três períodos: matutino, vespertino e noturno, tornando necessária a direção auxiliar já que houve um aumento da carga horária de 20 para 60 horas. Assumiu então o cargo, a professora Nilma Ondina Machado Moresco. No final de 2007, deveriam ocorrer as eleições para diretores das escolas estaduais, porém, foi prorrogado o mandato por mais um ano, ou seja, o 2 professor Cláudio Binotto ficaria na direção até final de 2008, porém o mesmo foi afastado, sob critérios da SEED de que o cargo somente poderá ser exercido por professor efetivo. Em casos em que o diretor era contratado pelo regime PSS, o diretor auxiliar efetivo, automaticamente, assume o cargo. Sendo aceito pela diretora-auxiliar e pela comunidade escolar, assume, então, a direção da Escola Estadual Naira Fellini a professora Nilma Ondina Machado Moresco. O Conselho Escolar, APMF, professores e demais funcionários, numa assembléia realizada no dia 08 de fevereiro de 2008, por aclamação, assumiu a direção auxiliar a Professora Patrícia Maria Pilatti. 4.5 ATO ADMINISTRATIVO DE RECONHECIMENTO Documentos de Legitimidade são: - Resolução n.º 529/96 – de 05 de fevereiro de 1996 - que Autoriza o Funcionamento da Escola Estadual Naira Fellini - Ensino Fundamental, com implantação simultânea de 5ª a 8ª série. − Resolução n.º 1004/03 – de 02 de abril de 2005 - que reconhece o Ensino Fundamental na Escola Estadual Naira Fellini. − Processo de autorização de funcionamento do Ensino Médio em andamento. 4.6 ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA 2 A organização da escola, indispensável para promover o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos, implica um compromisso dos membros da equipe escolar com a “clientela” que frequenta a escola. “É preciso que todos funcionem como uma orquestra: afinados em torno de uma partitura e regidos pela batuta de um maestro que aponta como cada um entra para obter um resultado harmônico. Esse maestro é o gestor. E a partitura, o projeto político pedagógico da escola, um arranjo sob medida para os alunos e que é referência para todos”. (Vieira, 2002, p.88). Segundo Ferreira (2003, p.46), trata-se de um trabalho compartilhado pela equipe escolar, uma construção coletiva. Assim concebido, o projeto pedagógico traduz valores do grupo, suas intenções, seus objetivos compartilhados. Estabelece prioridades, define caminhos. E, será um eixo condutor do trabalho da escola, esculpindo-lhe feição própria. Quanto à organização do trabalho pedagógico, que envolve toda a equipe escolar, será abordado de acordo com o encaminhamento sugerido pelo Núcleo Regional de Educação para a construção desse projeto político pedagógico. A Escola Estadual Naira Fellini – Ensino Fundamental - funciona em três turnos: manhã, tarde e noite: Manhã: das 7:30 às 11:50 horas, com intervalo de 15 minutos para o recreio após a terceira aula. São cinco aulas de 50 minutos e atendemos, neste período, 171 alunos distribuídos nas seguintes turmas: • 1 turma de 5ª série, com 29 alunos; • 2 turmas de 6ª séries, com 56 alunos; • 1 turma de 7ª série, com 34 alunos; • 1 turma de 8ª série, com 34 alunos; • 1 turma de 1º ano Ensino Médio, com 18 alunos; Além das séries normais, temos ainda os seguintes atendimentos: • 2 turmas de salas apoio (Português e Matemática), com 30 alunos; • 1 turma do CELEM (espanhol), com 31 alunos • 1 turma Projeto Viva Escola, com 30 alunos. 2 Tarde: das 13:30 às 17:50 horas, com intervalo de 15 minutos para o recreio após a 3ª aula. Neste período, são atendidos 117 alunos, distribuídos nas seguintes turmas: • 2 turmas de 5ª séries, com 62 alunos; • 1 turma de 6ª série, com 29 alunos; • 1 turma de 7ª série, com 26 alunos; Além das séries normais, temos ainda os seguintes atendimentos: • 2 turmas de sala apoio (Matemática e Português), com 30 alunos; • 1 turma do CELEM (espanhol), com 30 alunos; • 1 turma do Projeto Viva Escola, com 20 alunos. Noite: das 19:00 às 22:50 horas, com intervalo de 10 minutos para o recreio após a terceira aula. Neste período, são atendidos 93 alunos, distribuídos nas seguintes turmas: • 1 turma de 5ª série, com 16 alunos; • 1 turma de 6ª série, com 33 alunos; • 1 turma de 7ª série, com 19 alunos; • 1 turma de 8ª série, com 36 alunos; • 1 turma de 1º ano, do Ensino Médio, com 33 alunos; • 1 turma de 2º ano, do Ensino Médio, com 27 alunos. Além das séries normais, temos ainda o seguinte atendimento: • 2 turmas do Projovem (governo federal), com 20 alunos. Nos períodos da manhã e tarde, o uso do uniforme conforme decisão em assembléia com os pais e alunos, é utilizado, para que se possa identificar os alunos dentro e fora do estabelecimento, evitando assim que pessoas estranhas adentrem no referido estabelecimento e misturem-se com os alunos que vêm para estudar. O funcionamento da escola, os turnos, horários, estão amparados no Artigo 34 da LDB 9394/96, onde rege que “o ensino fundamental incluirá pelo menos 4 horas de trabalho efetivo em sala de aula”. Desta forma definimos os seguintes horários, totalizando 4:20 horas. 3 1ª AULA 2ª AULA 3ª AULA INTERVALO 4ª AULA 5ª AULA MANHÃ 07:30 às 08:20 08:20 às 09:10 09:10 às 10:00 10:00 às 10:15 10:15 às 11:00 11:00 às 11:50 TARDE 13:30 às 14:20 14:20 às 15:10 15:10 às 16:00 16:00 às 16:15 16:15 às 17:00 17:00 às 17:50 NOITE 19:00 às 19:45 19:45 às 20:30 20:30 às 21:15 21:15 às 21:30 21:30 às 22:10 22:10 às 22:50 4.7 CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE Conforme pesquisa sócio-econômica realizada com todos os alunos do estabelecimento de ensino, através de questionário objetivo, relacionamos uma série de perguntas que traçassem o perfil da comunidade, entre elas: o bairro em que mora, número de membros da família, com quem o aluno mora, se a casa é própria ou alugada, quantos cômodos possui a casa, onde pai e mãe trabalham, renda familiar, o grau de instrução do pai e da mãe, se o aluno já reprovou alguma vez. Constatamos o seguinte: Ao perguntarmos sobre a localidade onde mora: a maioria - 85% dos alunos - procede de bairros adjacentes, distante não mais de mil metros da escola, sendo dos bairros: FRIMESA, Vila Alegria, Jardim das Laranjeiras e Jardim Irene, onde se situa a escola. Os demais - 15% - vêm do centro, de outros bairros e ainda do interior do município. Ao citarmos com quem o aluno mora, constatamos que 71% deles residem com o pai e a mãe, 14% moram apenas com a mãe, 9% moram com a mãe e outros parentes, 5% moram somente com parentes e apenas 1% mora somente com o pai. Quanto à questão de quantas pessoas moram na mesma residência, constatamos o seguinte: 51% entre duas a quatro pessoas, 45% entre cinco a sete pessoas e 4% mais de oito pessoas. Se a casa onde mora é alugada ou própria, obtivemos as seguintes respostas: 88% dos alunos residem em casa própria e 12% moram em casa alugada. 3 Com relação aos cômodos da casa, nos baseamos no número de quartos, foram as seguintes respostas: 62% têm na casa 3 ou mais quartos, 26% têm 2 quartos e 12% das casas têm apenas 1 quarto. A respeito do trabalho do pai, encontramos 46% que trabalham em alguma firma; 7% são autônomos; 7% trabalham no Paraguai duas ou três vezes por semana, trazem mercadorias para comerciantes de outras cidades e de outros estados; 13% estão desempregados; 3% são aposentados e 24% trabalham em outras funções como, por exemplo, a agricultura. A respeito do trabalho da mãe, constatamos que 44% exercem as funções de cuidar da casa; 16% trabalham de empregadas domésticas; 15% trabalham no Paraguai e 25% em alguma firma. Ao tratarmos da renda familiar, obtivemos as seguintes respostas: 34% possui a renda igual ou superior a 3 salários mínimos; 38% recebe de 1 a 3 salários mínimos; 11% recebe 1 salário mínimo; 8% recebe menos que um salário mínimo e 8% não soube responder qual a renda mensal. Sobre o grau de instrução do pai, obtivemos as seguintes respostas: 10% são analfabetos; 50% possui de 1ª a 4ª série; 28% estudou de 5ª a 8ª série; 10% possui o antigo 2º Grau ou Ensino Médio; 1% está cursando o supletivo e 1% está cursando ou já possui um curso superior. Sobre o grau de instrução da mãe, obtivemos o seguinte: 5% são analfabetas; 50% possui de 1ª a 4ª série; 25% estudou de 5ª a 8ª série; 10% possui o antigo 2º Grau ou Ensino Médio; 5% está cursando o supletivo e 1% cursou ou está cursando algum curso superior e 4% não responderam. Perguntamos se o aluno já havia reprovado alguma vez. As respostas obtidas foram: 26% já reprovaram de 1ª a 4ª série; 10% reprovaram de 5ª a 8ª série; 61% nunca reprovaram e 3% reprovaram duas ou mais vezes. Prosseguimos a pesquisa com a comunidade escolar Naira Fellini, pais, professores, funcionários e alunos, na qual se trabalhou por amostragem, sendo que cinco pais de cada turma, escolhidos aleatoriamente, responderam ao questionário aberto enviado. Em relação à pergunta sobre os principais problemas sociais que interferem na educação do filho, percebemos que há um grande anseio de mudança social, principalmente pela falta de perspectiva de trabalho, incompreensão dos governantes, abandono da educação, incertezas e medo do 3 grande índice de violência em todos os aspectos, diferenças sociais, corrupção e a outros problemas que aparecem em menor escala. Questionamos também sobre como a escola poderia auxiliar a fim de minimizar esses problemas e obtivemos as seguintes respostas: conscientização dos alunos sobre os problemas sociais; participação e atuação da comunidade na escola a fim de que esta possa orientar também os pais e a comunidade, através de encontros, palestras e outros. Como terceira questão, solicitamos a opinião sobre que sociedade queremos construir através da educação e percebemos que há grande ansiedade que seja enfatizada a solidariedade, a cooperação, a igualdade, a justiça, a liberdade de ir e vir entre outros que aparecem em menor escala. Sobre as características que desejam que a escola deixe em seu filho, concluímos, através das respostas, que esperam que ele seja uma pessoa preparada e capacitada, conhecedora de seus direitos e de seus deveres, que saiba respeitar e ser respeitado, que tenha senso crítico para questionar, argumentar, analisar e tomar atitudes. Diante destes dados estatísticos, pretendemos que este Projeto venha de encontro às expectativas da comunidade em todos os aspectos. Que haja um trabalho comprometido no sentido de minimizar a problemática pertinente às questões educacionais. 4.8 ORGANIZAÇÃO DA HORA ATIVIDADE Como a Hora Atividade está incluída na carga horária do professor, este a realiza de acordo com o número de aulas que ministra no período. Apesar de recebermos instrução do Núcleo Regional de Educação para que fosse determinado o dia de acordo com a disciplina, a escola, devido ao fato de professores trabalharem em outros estabelecimentos, não conseguiu estabelecer tal forma da prática da Hora Atividade. 3 4.9 INCLUSÃO Segundo Rosa ( 2004, p. 10-20 ), a escola tem se mostrado uma instituição social ímpar no projeto de modernidade. Embora não sendo única, ela tem ocupado posição central na sociedade, assumindo uma centralidade que a tem levado, não ao exercício de funções subordinadas em relação a outras instituições, mas ao exercício de manter relações de reciprocidade com as outras instituições sociais, participando da formação dos novos valores da sociedade. A partir de uma cultura que é muito própria de cada unidade escolar, a escola tem sido responsável por contribuir para a criação de outro homem. Um homem novo para uma sociedade moderna. Uma sociedade em que a passagem pela escola torna-se uma das marcas de todo e qualquer indivíduo, acabando por tornar-se parte constituinte de sua identidade. Educação Especial como modalidade de educação escolar significa um tipo de educação que se dá na escola. Mas é preciso relembrar que antes da Lei 9394/96 não existia este tipo de atendimento. Educação Especial como “modalidade de educação escolar, é considerada como um conjunto de recursos educacionais e de estratégias de apoio que estejam à disposição de todos os alunos, oferecendo diferentes alternativas de atendimento”. (BRASIL/SEESP/MEC, 1996). Conjunto de recursos educacionais e de estratégias de apoio que podem facilitar não só aos alunos identificados com necessidades educacionais especiais, mas a todos os alunos que se sentirem favorecidos por “currículos, métodos, recursos educativos, e organizações específicas para atender as suas necessidades” (LDB 9394/96, Art. 59, I), assim como métodos, técnicas e recursos desenvolvidos com a finalidade de favorecer o acesso ao conhecimento. A Educação Especial como “modalidade de educação escolar perpassa transversamente todos os níveis de ensino, desde a educação infantil ao ensino superior”. (BRASIL/ SEESP/MEC, 1996). Isso significa que tanto os alunos da educação infantil como os universitários têm direito ao que assegura a legislação atual. Por exemplo, se uma criança da educação infantil tem direito aos currículos adaptados a fim de que ela acesse as aprendizagens ao nível de seu desenvolvimento, alunos universitários com dificuldade na escrita, com histórico de dislexia ou com paralisia cerebral, passam a ter direito ao uso de computador 3 pessoal para fins de trabalho e avaliação escolar, sem o qual não conseguirão superar as barreiras da língua escrita na academia. A Educação Inclusiva se caracteriza como uma política de justiça social que alcança alunos com necessidades educacionais especiais, tomando-se aqui o conceito mais amplo, que é o da Declaração de Salamanca (1994, p. 17-18). O princípio fundamental desta Linha de Ação é de que as escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas, crianças que vivem nas ruas e que trabalham, crianças de populações distantes ou nômades, crianças de minorias lingüísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidos ou marginalizados. No Brasil, existem muitas controvérsias quanto à lógica de implantação da Educação Inclusiva nas escolas de ensino público e particular. Uma diversidade social contraditória que tem evidenciado desinformação, preconceitos e a produção de novos tipos de exclusão. Na verdade, que a nova legislação brasileira propõe é uma educação especial com ênfase na inclusão, dando margem a que os sujeitos com necessidades educacionais especiais possam escolher entre serem encaminhados à escola regular ou às instituições especializadas, agora com a oferta de escolarização, conforme suas necessidades e desejos. A Educação Inclusiva é uma prática inovadora que está enfatizando a qualidade de ensino para todos os alunos, exigindo que a escola se modernize e que os professores aperfeiçoem suas práticas pedagógicas. É um novo paradigma que desafia o cotidiano escolar brasileiro. São barreiras a serem superadas por todos: profissionais da educação, comunidade, pais e alunos. E nós ainda precisamos aprender mais sobre a diversidade humana a fim de compreender os modos diferenciados de cada ser humano ser, sentir, agir e pensar. A escola, não tendo familiaridade com esse alunado, a primeira interpretação foi de que tinham que ser matriculados de qualquer jeito e entregues aos professores, que deveriam ser capazes de escolarizá-los, pois, afinal, eram profissionais da Educação. Ainda com mentalidade de que qualquer professor consegue educar qualquer aluno, pois todos os alunos são humanos e não se diferenciam, imaginou-se que os professores seriam capazes de 3 escolarizar alunos com perfis bastante diferenciados. Chegou-se a ter conhecimento de professores que tinham em turmas de quarenta e cinco alunos, um aluno com deficiência mental, um aluno surdo, um aluno cego, um aluno altista e um aluno com deficiência física. A realidade é que cada um destes alunos exige do professor práticas pedagógicas e tempo de relação interpessoal diferenciados, já que cada um deles tem uma demanda particular em termos de metodologia de ensino e de aprendizagem que exige do professor uma atenção especial. Então, não causa estranhamento a reação de alguns professores em relação à inclusão desses alunos nas escolas regulares. Se compararmos a situação de pais de crianças com necessidades educacionais especiais com a situação dos professores, talvez entendamos a complexa situação em que vivem as escolas, hoje. Segundo, Sommers, os pais passam pelos sentimentos de luto, negação, busca de ajuda, superproteção e aceitação e, nem todos conseguem vivenciar todos estes sentimentos. Existem pais que saem de casa porque consideram que as mães é que foram responsáveis pela geração de uma criança com má formação congênita. Quando um professor sem formação especial para lidar com alunos com necessidades educacionais especiais recebe um aluno em sua sala de aula nestas condições, regra geral, o recebe sob pressão social e sofre com seus sentimentos de impotência e desamparo, que em última análise retratam o luto de Sommers, pois o professor não “pode dizer que não atenderá aquele aluno”. Hoje, a escola “não pode deixar de matricular o aluno com necessidades educacionais especiais, sob acusação de prática de preconceito. Nem todas as leis têm sido cumpridas na sociedade brasileira, mas as contra o preconceito tem sido implacáveis. E o professor com medo, não tendo ou não sabendo a quem recorrer, chega a pedir demissão da escola, abrindo mão de seu sonho. Nestes casos, o professor tem de exigir o serviço de apoio especializado garantido na LDB e na Resolução do Conselho Nacional de Educação. (LDB 9394/96, Art. 58 § 1º , Resolução CNE/CEB Nº 2/2001, Parágrafo Único do Art. 1º, Art. 8º, IV, V, e Art. 13). Se, com a nova legislação, o professor passa ter novas obrigações profissionais, os governos também têm suas responsabilidades que não podem ser negligenciadas. É preciso sempre lembrá-las e cobrá-las. Mas, talvez, uma das principais obrigações dos governos federal, estadual e municipal é a 3 capacitação de professores para o trabalho educacional com alunos com necessidades educacionais especiais. Esta capacitação está prevista no Art. 59 da LDB, com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação de Docentes da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na modalidade Normal, e nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura de graduação plena. (Resolução CNE/CEB Nº 2/2001 Art. 18.º). Cabe à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios oferecerem oportunidades de formação continuada para os professores que já estão no exercício do magistério, inclusive em nível de Especialização. (Resolução CNE/CEB Nº 2/2001 Art. 18.º, § 3.º). Como se vê, esta não é uma obrigação apenas dos professores, em particular. Quem fez a reforma educacional foi o Governo Federal. Somos uma República Federativa; portanto, as responsabilidades são compartilhadas. Então, cabe aos sistemas de ensino correspondentes, responderem pela capacitação dos professores que estão em sala de aula antes de lhes enviar alunos com necessidades educacionais especiais. A história destes alunos é de exclusão e preconceito. Não podemos compactuar com a reprodução desses modelos sociais dentro das escolas. A escola é espaço de educação, de formação de valores, de caráter, de cidadãos. A formação de uma sociedade democrática e justa depende de nós. Solidarizamo-nos com os professores que se sentem oprimidos com as mudanças sociais em processo não basta. É preciso mais, e o mais que falta é tarefa que depende do empenho das estâncias responsáveis pela formação de professores. Professores que serão capazes não só de educar crianças com necessidades educacionais especiais como de formar novos professores com essa capacidade e com o desejo de se especializar nesta área. A Escola Estadual Naira Fellini, por visar uma educação de qualidade, para que todos tenham reais condições de aprendizagem, para que a inclusão tenha êxito, para que os alunos portadores de deficiências realmente se integrem, interajam e desenvolvam todo o seu potencial, necessita que toda a estrutura física da escola corresponda às necessidades de acordo com a deficiência apresentada pelo aluno. 3 Os recursos humanos, ou seja, a equipe de professores que integra hoje o atual quadro da Escola precisa ser capacitada para atender ao aluno com necessidades educacionais especiais quanto as suas expectativas em relação à aprendizagem, ao seu desempenho, à interação, à afetividade. De acordo com o que foi disposto, acreditamos que, para que a inclusão, com qualidade, realmente se concretize, serão necessários a viabilização de recursos materiais e o aperfeiçoamento dos recursos humanos. 5. ATO CONCEITUAL A escola, segundo Carvalho (2000, p. 180), é um espaço plural, extremamente complexo, impregnado de regras, de valores e de muitos sentimentos contraditórios quanto às funções políticas e sociais da escola. Inúmeras e diversas são as expectativas da sociedade, das famílias, dos alunos, de toda comunidade escolar, interferindo direta ou indiretamente no dia-a-dia das escolas. As tarefas relacionadas no processo de ensino-aprendizagem não são isoladas nem independentes; constituem uma atitude política. Fazem parte do cotidiano dos sujeitos na escola e, em momento algum, devem ser avaliadas isoladamente, muito menos desvinculadas da realidade, do contexto social em que estão inseridas. Há uma vasta literatura que aborda temas relacionados à educação e o que se presencia atualmente é aquela voltada para discussão das causas do alto índice de evasão e de reprovação que ocorrem nas escolas. Nesse caso, a maioria coloca o professor como responsável pelo fracasso do aluno ou de sua desistência quanto aos estudos. Não se pode negar a responsabilidade do educador nesse sentido quando se vê ainda marcas tradicionais na prática educativa, porém não se pode generalizar. Quando se aborda a importância da presença da família na escola é justamente para amenizar tais resultados, porque é imprescindível o acompanhamento do pai, da mãe ou do responsável para que o aluno seja bem sucedido. A família que está alheia quanto ao desempenho e ao desenvolvimento do menor na escola, este, ainda que a equipe de educadores o 3 estimule, se sentirá perdido, sem estímulo, pois a sua atuação e o que produz não transpassarão do ambiente escolar. No caso da Escola Naira Fellini, muitos pais alegam não poder acompanhar o filho porque não possuem nenhuma instrução. É evidente que tal fato implica no que diz respeito ao saber sistematizado, mas solicitar uma leitura de um texto produzido pelo mesmo, ou a leitura de pequenos textos literários, por exemplo, não é algo inacessível para qualquer pessoa que tenha boa audição. Determinar ou deixar que o próprio filho estipule um horário para estudar, é algo simples, mas, muitas vezes, o pai e a mãe já não possuem autoridade ou mesmo formas de negociação, através do diálogo, da afetividade, para que isso ocorra no ambiente familiar. Percebe-se que esse paradigma perpassa o âmbito cultural, o social e o econômico além da suposição de que os pais não estão sabendo educar seus filhos. Em relação à indisciplina, que gera conflitos na sala de aula entre professor e aluno e entre os próprios educandos, é certo afirmar que o educador tem de entrar na sala de aula com um objetivo, caso contrário, estará promovendo o caos. Em contrapartida, o que se pode dizer de dois ou três alunos que não interagem numa determinada situação de aprendizagem colocada pelo professor em sala de aula? E quando os demais pedem uma atitude mais rígida do professor em relação a esse aluno que está “atrapalhando”, “incomodando”? É uma situação bem delicada, mas o professor não desiste deste aluno, muito menos a escola, e isso é comprovado no conselho de classe, quando não se avalia o aluno pelas notas, pelo seu desempenho, mas pela sua capacidade, pelo seu poder cognitivo. Como a Secretaria de Educação exige notas, o professor não pode inventar valores, mas admiti-lo na série subseqüente através da aprovação do Conselho Escolar, quando se faz necessário. Mas o que se tornou agravante, nesses últimos anos, é a constatação da deficiência na alfabetização de alunos que ingressam na 5ª série. Estudos revelam que o índice de reprovação se dá, principalmente, nesse período de escolaridade. Sem aulas de apoio é difícil para o professor, numa sala de aula super lotada, lhes oferecer devida atenção. Quando há deficiência na leitura e na escrita, obviamente o aluno terá problemas quanto à compreensão de conteúdos elaborados, na produção escrita (não somente no que tange à ortografia, mas ao teor do conteúdo e da criatividade) e na interpretação. 3 Como a leitura é a porta para o conhecimento, a Escola Naira Fellini se propõe a enfatizar e a valorizar a prática da leitura através de projetos nos quais se envolverão os professores de diferentes disciplinas com o objetivo de diminuir o índice de reprovação. Estudar, analisar vidas e obras que traduzem os aspectos mais próximos da realidade é enriquecedor tanto para o educador como para o educando. E cabe àquele também enfatizar os personagens não considerando apenas as suas ações, as suas idéias e propostas, mas também mostrar ao aluno o quanto é gratificante o saber. A aquisição do conhecimento faz com que as pessoas se tornem especiais. Personagens históricas como Rosa Luxemburgo, Ernesto Guevara de la Serna, Thomas More, Vladimir Lênin, Flora Tristán, Karl Marx e tantos outros sentaram-se, por muitos anos, num banco de escola pública ou privada. Pergunte-se, então, como, ou quem os formou? Algo atraente tais pessoas viram na poesia, no teatro, na música, nos romances. Como? Com certeza por influência de pessoas com as quais conviveram, sejam estas da família, da comunidade ou da própria escola. Esta última, portanto, tem grande responsabilidade de interferir nessa formação cultural do indivíduo, não somente repassando-lhe conteúdos elaborados, mas abrindo-lhe também possibilidades de análise da realidade, por meio da leitura de bons textos. O domínio da capacidade de leitura gera maior mobilidade dos grupos humanos, aumento qualitativo da capacidade crítica e crescimento de seu potencial reivindicatório. A leitura, portanto, dá voz ao cidadão, no sentido de que sua interpretação pode gerar a transformação do mundo. O acesso democrático à leitura e à escrita é das conquistas mais poderosas que os povos de todos os países devem almejar neste final de século. Apropriar-se da arte de escrever e ler é garantia de autonomia e cidadania. Ser leitor, porém, não é resultado de um processo natural. É preciso, além da interferência educacional e cultural, contato permanente com o material escrito, variado, e de qualidade, desde cedo, fruto de uma ação consciente da sua importância e função social. Ora, a leitura e a escrita, ainda não são bens culturais, plenamente desejados e compreendidos pela sociedade brasileira que desconhece suas abrangências como instrumentos de cidadania e como direito individual. 4 Nessa perspectiva, é fundamental que todos os educadores - em especial os professores - estejam atentos para essa questão. Conhecer a natureza do processo de leitura, assim como o processo pelo qual os sentidos de um texto são construídos, é condição indispensável para uma aprendizagem efetiva, quando esta pressupõe leitura de textos escritos. Na escola contemporânea, as tarefas relacionadas no processo de ensinoaprendizagem não são isoladas nem independentes; constituem uma atitude política. Fazem parte do cotidiano dos sujeitos na escola e não são avaliadas isoladamente, muito menos desvinculadas da realidade, do contexto social em que estão inseridas. Segundo Silva (2004, p. 78 - 81), o professor é um ator social, pois é um elemento de ação política (efeito-causa) com base na possibilidade de transformação e interferência na sociedade e que não acontece no vazio, tem articulação na história, com o passado, com relações sociais, econômicas e políticas, inseridos num cenário. A democracia é qualificada como uma realidade na qual se congregam simultaneamente cinco princípios: liberdade, igualdade, solidariedade, participação e diversidade. Esses princípios têm de estar presentes em todos os tipos de relação e a educação é uma das referências para que isso se concretize, por meio da relação afetiva e compromissada do professor com todos os seus alunos, tirando-os do estado de passividade para o despertar da consciência, da interpretação do mundo, da descoberta do eu, da possibilidade da conquista, da construção da vida, do conhecimento da sua própria historia. A escola e o educador deveriam promover uma educação com o máximo de desenvolvimento das capacidades cognitivas e afetivas de todos os indivíduos, e este desenvolvimento pode se dar ricamente ou de maneira medíocre, dependendo das relações interpessoais que se estabelecem. A luta do sociólogo Betinho se mostra imprescindível ao entender que todo aluno tem o direito de ingressar na escola, mas também tem o direito de aprender, de receber uma educação significativa e prazerosa. A estrutura escolar e o trabalho do professor devem oportunizar o espaço para a prática da cidadania, existindo respeito à voz do educando e ao seu voto. Neste aspecto, a Escola Naira Fellini enfrenta um grande desafio quanto à falta de espaço físico adequado que possibilite uma prática docente de 4 qualidade que priorize as necessidades básicas responsáveis pela formação do cidadão. O aluno, como centro do processo educacional, deve apresentar avanços cognitivos que o capacitem a interagir na sociedade, compreendendo-a e refletindo sobre os acontecimentos da conjuntura nacional. Que passe a ser cidadão participante, tomando decisões refletidas e conscientes, contribuindo para a história de nosso país. O educador democrático, crítico e comprometido com sua prática docente deve forçar a capacidade de crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão. Para isso precisa ser um educador criador, instigador, inquieto, curioso, humilde e persistente. Freire acredita que a escola deve respeitar os saberes construídos pelos alunos na prática comunitária. Discutir com eles as implicações sociais, políticas e ideológicas da sociedade. Tudo isso deve permear o currículo para que a cultura historicamente acumulada tenha valor. Ensinar exige querer bem aos alunos e à própria prática educativa da qual participa-se, ou seja, significa que seriedade docente, afetividade e motivação não são incompatíveis. A educação, especificamente humana, é um ato de intervenção no mundo, tanto com intenções que aspiram mudanças radicais na sociedade, no campo da economia, das relações humanas, da propriedade, do direito ao trabalho, à terra, à educação, etc., quanto as que, pelo contrário, pretendem imobilizar a história e manter a ordem injusta, alunos passivos e esquecidos pelo professor no espaço de sala de aula. A educação não vira política por causa da decisão deste ou daquele educador. Ela é política e sua raiz se acha na própria educabilidade do ser humano, que se funde na sua natureza inacabada e da qual tornou-se consciente. O ser humano, assim, tornou-se um ser ético, um ser de opção, de decisão. O educador crítico pode mostrar que é possível mudar o país. E isso reforça a importância de sua tarefa político-pedagógica. Ele sabe o valor que tem para a modificação da realidade, a maneira consistente com que vive sua presença no mundo. Sabe que sua experiência na escola é um momento importante que precisa ser autenticamente vivido e socializado com seus alunos, acolhendo a todos num grande, afetuoso e intelectual abraço, no qual 4 esta afetividade seja concebida como direito político de todo aluno de ser respeitado e jamais excluído da sociedade. A educação inexiste se não for para ser socializada. De nada serve guardar arquivos com conhecimentos que não vão ser compartilhados com os alunos. Não há razão para manter em sigilo produções que vão enriquecer a vida cotidiana da existência humana. Nenhum sentido tem acumular verdades que não se transformam em contribuições para toda a sociedade. Conforme Soares (1995, p. 73), assim, o que a escola comprometida com a luta contra as desigualdades pode fazer é vitalizar e adequadamente as forças progressivas nela presentes e garantir populares a aquisição dos conhecimentos instrumentalizem para a participação no e habilidades direcionar às classes que as processo de transformação social. Uma escola transformadora é, pois, uma escola consciente de seu papel político na luta contra as desigualdades sociais e econômicas, e que, por isso, assume a função de proporcionar às camadas populares, através ensino eficiente, o instrumento que lhes condições de de permitam conquistar mais amplas participação cultural e política de reivindicação social. Ao socializar o conhecimento que cada membro da sala tem sobre determinado assunto, ao agir com diversas fontes de informações, sejam elas decorrentes da língua escrita ou a oral, da linguagem culta ou coloquial, está-se ampliando o universo cultural de cada um, levando-o a se transformar em um indivíduo competente, sabedor do que fazer com o conhecimento que construiu e de onde poderá buscar mais informações para clarear a idéia que não ficou tão evidente. A análise da oralidade, das manifestações que o aluno traz, é ponto crucial ao planejamento do próximo passo para o andamento do processo. O diálogo entre todos (alunos, pais, professores, direção) faz dos sujeitos aliados e parceiros, faz com que haja clareza da função de cada um em específico, do que é comum a todos no processo e de onde cada um deve chegar para facilitar o desenvolvimento da aprendizagem. A Escola Naira Fellini tem claro no seu Projeto Político Pedagógico que sociedade pretende construir, tem também definido com clareza o tipo de avaliação que deve ser adotado para atingir a filosofia proposta e os meios para aprimorar a apropriação desse conhecimento e avançar. Diante disso, pretende- 4 se, através de práticas pedagógicas diferenciadas, que seja reduzido o índice de reprovação e o de evasão. Além das propostas pedagógicas para assegurar a permanência do aluno na escola e seu sucesso, a escola tem o compromisso de promover oportunidades para que o professor esteja sempre bem informado, troque idéias com os colegas de trabalho, seja coerente com a prática, aceite a diversidade cultural, respeite os companheiros de trabalho pelo questionamento de sua prática e contribua para melhorá-la, podem ser atitudes que auxiliem na definição da proposta pedagógica. 5.1 OBJETIVOS DO ENSINO FUNDAMENTAL O Ensino Fundamental tem como proposta uma educação que contemple o desenvolvimento cognitivo, o físico, o afetivo, o social, o ético e o estético, tendo em vista uma formação ampla. Faz parte dessa longa etapa a construção de valores e de atitudes que norteiam as relações interpessoais e intermedeiam o contato do aluno com o objeto de conhecimento. É imprescindível, nesse processo que valoriza o aprender contínuo e a troca constante entre aluno-aluno e aluno-professor, uma postura de trabalho que considera a cooperação, o respeito mútuo, a tomada de consciência, a persistência, o empenho e a prontidão para superar desafios. Neste sentido, a Escola Estadual Naira Fellini propõe, conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394/96, os seguintes objetivos específicos em relação à formação do aluno: • Compreender a cidadania como participação social e política, assim como o exercício de direitos e de deveres políticos, civis e sociais, adotando, no diaa-dia, atitudes de solidariedade, de cooperação e de repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito. 4 • Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas; • Conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao país; • Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como os aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais; • Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente; • Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania; • Conhecer o próprio corpo e dele cuidar, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva; • Utilizar as diferentes linguagens – verbal, musical, matemática, gráfica, plástica e corporal – como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo as diferentes intenções e situações de comunicação; • Saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos; • Questionar a realidade formulando problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação. Para desenvolver os objetivos citados e garantir resultados positivos, a escola precisa estar atenta às grandes transformações ocorridas no mundo contemporâneo. 4 Segundo Libâneo (2004), as instituições escolares vêm sendo pressionadas a repensar seu papel diante das transformações que caracterizam o acelerado processo de integração e reestruturação capitalista mundial. Menciona que o novo paradigma econômico, os avanços científicos e tecnológicos, a reestruturação do sistema de produção e as mudanças no mundo do conhecimento são aspectos que afetam a organização do trabalho e o perfil dos trabalhadores, repercutindo na qualificação profissional e, por conseqüência, nos sistemas de ensino e nas escolas. Essas transformações, que ocorrem em escala mundial, decorrem da conjugação de um conjunto de acontecimentos e processos que acabam por caracterizar novas realidades sociais, políticas econômicas, culturais e geográficas. Dentre os aspectos mais visíveis desse fenômeno, Libâneo (2004, p. 45-46) destaca os seguintes: • Novos avanços tecnológicos na microeletrônica, na informática, nas telecomunicações, na automação industrial, na biotecnologia, na engenharia genética, entre outros setores, caracterizando uma revolução tecnológica sem precedentes. • Globalização da sociedade, internacionalização do capital e dos mercados, reestruturação do sistema de produção e do desenvolvimento econômico. • Difusão maciça da informação, produção de novas tecnologias da comunicação e da informação, afetando a produção, circulação e consumo da cultura. • Mudanças nos processos de produção, na organização do trabalho, nas formas de organização dos trabalhadores, nas qualificações profissionais. • Alteração nas concepções de Estado e das suas funções, prevalecendo o modelo neoliberal de diminuição do papel do Estado e fortalecimento das leis do mercado. • Mudanças nos paradigmas da ciência e do conhecimento, influindo na pesquisa, na produção de conhecimentos, nos processos de ensino e aprendizagem. • Agravamento da exclusão social, aumento da distância social e econômica entre incluídos e excluídos dos novos processos de produção e das novas formas de conhecimento. 4 Essa realidade é expressa em novas formas de produção, baseadas nas novas tecnologias e no capitalismo financeiro, que vem sendo chamado de globalização. O modelo econômico, conhecido por neoliberalismo, tem trazido conseqüências bastante prejudiciais às políticas sociais dos países e o empobrecimento da população. No aspecto individual, as pessoas são estimuladas a se preparar para competir, por si mesmas, no mercado de trabalho e a gerar seus meios de vida. Segundo Faleiros (1999), na ótica neoliberal, as garantias sociais e os direitos devem ser desmantelados para que o indivíduo sobreviva com seus recursos, sem a proteção social pública. Aqueles que não conseguirem competir formarão o segmento dos excluídos sociais. Por isso, cada vez mais, a discussão educacional deve estar fortalecida por uma visão crítica de conhecimento, que considere as especificidades culturais locais, sem a qual continuaremos a reproduzir ideologias e produzir exclusões sociais. É importante o entendimento de que a informação é necessária, mas por si só não propicia saber. A informação é um caminho de acesso ao conhecimento, mas ela precisa ser analisada e interpretada de forma crítica, de modo a não exercer o domínio sobre a consciência e a ação das pessoas (Libâneo, 2004). Essa postura crítica ante aos grandes problemas sociais que marcam os novos tempos e a dinâmica da inter-relação entre educação e sociedade convergem para um novo pensar pedagógico e, conseqüentemente, para a emergência de propostas curriculares mais abrangentes e complexas, que busquem a superação da visão hierárquica e fragmentada do saber. Como enfoca Morin apud Petraglia (1995): O currículo escolar é mínimo e fragmentado. Na maioria das vezes, peca tanto quantitativa como qualitativamente. Não oferece, através de suas disciplinas, a visão do todo, do curso e do conhecimento uno, nem favorece a comunicação e o diálogo entre os saberes; dito de outra forma, as disciplinas com seus programas e conteúdos não se integram ou complementam, dificultando a perspectiva de conjunto e de globalização, que favorece a aprendizagem. (MORIN apud PETRAGLIA, 1995, p. 69). Diferente desse tipo de currículo, espera-se que ele seja decorrente das novas necessidades geradas no processo educativo e social, incorporando críticas acerca de abordagens reducionistas de mundo que contribuíram para 4 adoção de tendências pedagógicas conservadoras, anti-dialógicas, lineares e estanques, e desconsideraram o sujeito enquanto tal, sócio-historicamente constituído. Por isso, um novo enfoque acerca do fazer pedagógico torna-se imprescindível. Um enfoque em que o currículo seja visto como uma construção social do conhecimento, pressupondo a produção, transmissão e assimilação como processos que compõem uma metodologia de construção coletiva do saber escolar. Veiga (1996) considera que o currículo expressa uma cultura. Por isso, salienta que na organização curricular é preciso considerar alguns pontos básicos. O primeiro ponto resgata a importância do currículo como o produto de uma análise interpretativa e crítica de conhecimento escolar, decorrente tanto da cultura dominante quanto da cultura popular. Segundo, um currículo historicamente situado e culturalmente determinado. O terceiro coloca o currículo como um todo organizado, visando aproximar as diferentes disciplinas curriculares. O quarto encontra-se relacionado à questão das discussões entre saberes e poderes presentes no currículo formal (conteúdos, metodologia e recursos, avaliação e relação pedagógica), uma vez que “as normas e os valores dominantes são passados aos alunos no ambiente escolar, no material didático e mais especificamente por intermédio dos livros didáticos, na relação pedagógica, nas rotinas escolares” (op. cit. 28). Pelo exposto, o currículo constitui o elemento nuclear do trabalho pedagógico, pois materializa intenções, em consonância com seu sentido etimológico (do latim, “ato de correr, percurso”). No linguajar comum ainda predomina a idéia de currículo como o conjunto das disciplinas que o aluno deve percorrer. Significados mais ampliados do termo surgem no início do século XX, identificando quase sempre o conjunto de saberes e/ou experiências que os alunos precisam adquirir e/ou vivenciar em função de sua formação. Desde os anos 70, os estudos sobre currículo tiveram um desenvolvimento considerável, originando novas tendências teóricas que introduziram referências de cunho crítico para a investigá-lo. Essa tendência é expressa na seguinte afirmação de Bernstein (apud Pedra, 1997): A maneira pela qual uma sociedade seleciona, classifica, distribui, transmite e avalia os saberes educacionais destinados ao ensino reflete a 4 distribuição do poder em seu interior e a maneira pela qual se encontra aí assegurado o controle social dos comportamentos individuais. (BERNSTEIN apud PEDRA, 1997, p. 50). Se essa afirmação é verdadeira no sentido de entender que o currículo quase sempre expressa interesses dos grupos sociais com mais poder econômico, social e político; segundo Libâneo (2004), é verdade, também, que ele pode concretizar objetivos e práticas que representam interesses sociais e políticos dos segmentos mais excluídos e explorados da sociedade. Desse modo, afirma Sacristán (1989, p.22) que o currículo: “é a ligação entre a cultura e a sociedade exterior à escola e à educação, entre o conhecimento e a cultura herdados e a aprendizagem dos alunos, entre a teoria (idéias suposições e aspirações) e a prática possível, dadas determinadas condições”. Ao se tomar o currículo nessa perspectiva, consideramos que ao pedagogo são requeridos conhecimentos, competências técnico-metodológicas (domínio do processo de trabalho) e competências subjetivas e comunicativas (capacidade de estabelecer relações humanas, sócio-comunicativas e participativas), que ampliem seu campo de atuação para além da sala de aula, exigindo dele um conhecimento da escola como um todo, em termos de organização e gestão. Nesse sentido, à tarefa de ensinar une-se a capacidade de contribuir para formar uma organização do trabalho escolar qualificante e participativa, assegurando a gestão democrática da escola. Para isso, é importante considerar a escola como uma unidade social formada por grupos humanos intencionalmente constituídos. Como afirma Forquin (1993, p. 167): “ a escola é, também um mundo social que tem suas características de vida próprias, seus ritmos e seus ritos, sua linguagem, seu imaginário, seus modos próprios de regulação e transgressão, seu regime próprio de produção e de gestão de símbolos”. É a partir do entendimento dessa realidade que se pode vislumbrar uma gestão escolar, em que a participação de todos no processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar se dê, assegurando uma gestão efetivamente democrática. Diante de tais considerações, é válido ressaltar que os atuais problemas do processo educativo não podem ser enfrentados com base em práticas, geradas por modelos que ignoram o diálogo e as interações entre os indivíduos, entre educação e sociedade, técnica e política, superando posturas dicotômicas, 4 que dirigiam um olhar sobre as práticas educativas fundamentado em valores cada vez mais individualizados, desconectados uns dos outros. No contexto sócio-cultural brasileiro, a maioria dos profissionais da educação incorporou uma visão de mundo individualista, que urge ser substituída por uma vivência democrática, em que haja a participação de todos os membros da comunidade escolar e o exercício da cidadania nesse ambiente. A construção dessa nova estrutura organizacional educativa impele à busca de relações intersubjetivas mais flexíveis, pautadas em atitudes de solidariedade, reciprocidade e participação coletiva; que favoreçam o diálogo, a comunicação horizontal entre os diferentes segmentos envolvidos no processo educativo. A partir dessa mudança de percepção pedagógica, o fazer pedagógico não mais será um pacote fechado, limitado à sala de aula, mas algo construído, que emerge da ação do sujeito em interação com os outros. Portanto, é um processo baseado no diálogo transformador e nas possibilidades e peculiaridades das situações locais. Respeita a capacidade do educando de planejar, executar, criar e recriar o conhecimento, podendo ser alterado com base nas possibilidades e na ação individual e coletiva. Entende-se que qualquer ação pedagógica desenvolvida nas escolas deve possibilitar aos envolvidos apreenderem-na e interpretarem-na em sua dimensão histórico-social, psicológica, ética e política. Nesse sentido, propostas inovadoras abrem espaço para as discussões coletivas e as realidades envolvidas, supondo que essas podem gerar respostas aos problemas da escola e contribuir para a construção de novos caminhos educacionais. Pelo exposto, acredita-se que seja possível abrir espaços para uma nova maneira de perceber a formação do educador direcionado ao Ensino Fundamental, a partir de experiências pontuais, mas sem perder de vista a totalidade do fenômeno social. 5 5.2 DIRETRIZES CURRICULARES DO ENSINO FUNDAMENTAL MÉDIO O currículo do Ensino Fundamental da Escola Estadual Naira Fellini terá uma base nacional comum e será complementada pelo sistema de ensino, por uma parte diversificada, de acordo com as características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos interesses e necessidades do educando. Na organização curricular para os anos finais do Ensino Fundamental consta: I. Base Nacional Comum constituída pelas disciplinas de Artes, Ciências, Educação Física, Ensino Religioso, Geografia, História, Matemática, Língua Portuguesa e na Parte Diversificada, a Língua Inglesa; II. Ensino Religioso, como disciplina integrante da Matriz Curricular do estabelecimento de ensino, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo; III. História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, Sexualidade Humana, Educação Ambiental, Educação Fiscal e Enfrentamento à Violência contra a Criança e o Adolescente, como temáticas trabalhadas ao longo do ano letivo, em todas as disciplinas; IV. Conteúdos de História do Paraná na disciplina de História. O estabelecimento de ensino ofertará o Ensino Médio, a partir de 2008, com duração de três anos, perfazendo um mínimo de 2.400 horas. Na organização curricular do Ensino Médio consta: I. Base Nacional Comum constituída pelas disciplinas de Arte, Biologia, Química, Física, História, Geografia, Educação Física, Filosofia, Sociologia, Língua Portuguesa, Matemática e de uma Parte Diversificada constituída por Língua Estrangeira Moderna, no caso, o Espanhol; II. História e Cultura Afro-brasileira e Africana, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, Sexualidade Humana, Educação Ambiental, Educação Fiscal e Enfrentamento à Violência contra a Criança e o Adolescente, como temáticas trabalhadas ao longo do ano letivo, em todas as disciplinas; III. conteúdos de História do Paraná na disciplina de História. 5 A disciplina de Ensino Religioso será ofertada as 5ª e as 6ª séries, com matrícula facultativa ao aluno conforme rege o Art. 33 da LDB 9394/96, podendo o responsável pelo aluno optar ou não pela sua freqüência nesta disciplina. O ponto de partida do processo ensino-aprendizagem será sempre o que o aluno já sabe, o que ele domina como conhecimento. Assim sendo, desconsiderar a linguagem empregada pelo aluno, os processos de cálculo que desenvolve em seu cotidiano ou as hipóteses dele a respeito dos fenômenos físicos, significaria dificultar ou mesmo impedir seu processo de inserção participativa no processo ensino-aprendizagem. Todas as vivências no interior da Escola serão consideradas currículo. Faz-se também necessário que a Escola traga para dentro de seu espaço o mundo real do qual educadores e educandos fazem parte, para que estes compreendam o tempo presente, seus problemas, necessidades, construindo formas de interferir e mudar a realidade. Optamos por uma ação pedagógica que possibilita ao aluno entrar em contato com suas idéias e hipóteses acerca dos fenômenos estudados para que estabeleça relações entre os saberes que já possui e os novos conhecimentos que virá a construir, criando assim, uma rede de significados consistente. Acreditamos em um processo de trabalho que enfatiza a curiosidade, o questionamento e a reflexão. 5 5.2.1 MATRIZ CURRICULAR PARA O ENSINO FUNDAMENTAL MATUTINO E VESPERTINO Disciplina 5ª série 6ª série 7ª série 8ª série Artes 2 2 2 2 Ciências 3 3 3 4 BASE Educação Física 3 3 3 3 NACIONAL Ensino Religioso 1 1 COMUM Geografia 3 3 3 3 História 3 3 4 3 Língua Portuguesa 4 4 4 4 Matemática 4 4 4 4 Subtotal 23 23 23 23 L.E.M. Inglês 2 2 2 2 Subtotal 2 2 2 2 Total 25 25 25 25 Parte Diversificada Nota: Matriz Curricular de acordo com a LDB N. 9394/96 MATRIZ CURRICULAR PARA O ENSINO MÉDIO MATUTINO Disciplinas BASE NACIONAL COMUM 1ª Série 2ª Série 3ª série Total H/A Arte 2 2 160 Biologia 2 2 3 280 Ed. Física 2 2 2 240 Filosofia 2 80 Física 2 2 2 240 Geografia 2 2 2 240 História 2 3 2 280 Língua Portuguesa 4 4 4 480 Matemática 3 4 4 440 Química 2 2 2 240 5 Sociologia 2 80 Subtotal 23 23 23 2760 2 2 2 240 2 2 2 240 25 25 Total Geral Nota: Matriz Curricular de acordo com a LDB Nº 9394/96 25 3000 Parte Diversificada L.E.M. Espanhol Subtotal MATRIZ CURRICULAR PARA O ENSINO FUNDAMENTAL NOTURNO Disciplina 5ª série 6ª série 7ª série 8ª série Artes 2 2 2 2 Ciências 3 3 3 4 BASE Educação Física 3 3 3 3 NACIONAL *Ensino Religioso 1 1 COMUM Geografia 3 3 3 3 História 4 4 4 3 Língua Portuguesa 4 4 4 4 Matemática 4 4 4 4 Subtotal 23 23 23 23 2 2 2 2 Subtotal 2 2 2 2 Total 25 25 25 25 Parte Diversificada L.E.M. Inglês Nota: Matriz Curricular de acordo com a LDB N. 9394/96 Obs. * Não computada na carga horária da Matriz por ser facultativa para o aluno. MATRIZ CURRICULAR PARA O ENSINO MÉDIO 5 NOTURNO Disciplinas 1ª Série 2ª Série 3ª série Total H/A Arte 2 2 160 Biologia 2 2 3 280 Ed. Física 2 2 2 240 Filosofia 2 80 Física 2 2 2 240 Geografia 2 2 2 240 História 2 3 2 280 Língua Portuguesa 4 4 4 480 Matemática 3 4 4 440 Química 2 2 2 240 Sociologia 2 80 Subtotal 23 23 23 2760 2 2 2 240 2 2 2 240 25 25 Total Geral Nota: Matriz Curricular de acordo com a LDB Nº 9394/96 25 3000 BASE NACIONAL COMUM Parte Diversificada L.E.M. Espanhol Subtotal 5.3 PRÁTICA DOCENTE: O QUE ENSINAR E COMO ENSINAR 5 Segundo Tunes, Traca e Júnior, a sala de aula é o espaço privilegiado de negociações e de produção de novos sentidos e significados a respeito, principalmente, dos diferentes conceitos escolares. Isso acontece em uma rede interativa complexa em que se tornam presentes e se atualizam a história de vida, as experiências e vivências de professores e alunos, além do próprio conhecimento formal. Do professor espera-se que conduza o seu grupo de alunos, buscando compreender e negociar os diferentes processos de significação que envolvem as situações de aprendizagem que planejou. Tem sido comum identificar o professor, nesse papel de mediador, atribuindo a idéia à abordagem históricocultural. As considerações encaminham-se para o entendimento de que os conteúdos escolares somente estarão a serviço do desenvolvimento dos alunos se forem operados na conjuntura dos seus processos de significação, tendo em conta que a função primordial da educação é a de nutrir possibilidades relacionais: professores – relações professor-aluno – papel do professor – sala de aula. No convívio social, a experiência interpessoal possibilita o processo de elaboração e reelaboração de sentidos que organizam e integram a atividade psíquica dos participantes da relação. O movimento relacional cria múltiplas possibilidades de significação, construídas no momento próprio da relação, com caráter intersubjetivo. Do ponto de vista psicológico, a dinâmica relacional não é simples nem linear. Ao contrário, é um acontecimento vivo, contraditório e multidimensional, que pode direcionar a constituição de diferentes configurações da personalidade, ainda que esta guarde sempre uma unidade interna, uma relativa estabilidade. Existe, assim, uma dinâmica complexa entre o pessoal e o social, que só pode ser compreendida no contexto de mútuas e contínuas influências, o que faz aparecer novas reorganizações a partir dos sentidos subjetivos que surgem em cada experiência intersubjetiva (González REY, 1997). Ancorados nessas idéias podemos antever a importância de conceber o processo de ensino-aprendizagem como espaço de relação e delinear perspectivas analíticas interessantes. Um grupo de alunos e seu professor estão mergulhados em diferentes possibilidades interativas. A despeito de desempenharem funções inerentes a papéis que lhes são reservados, e tidos 5 como esperados, na instituição escolar estão em processo contínuo de criação intersubjetiva de significados que, por sua vez, podem gerar novas possibilidades de relação. Nesse processo, integram-se histórias de vida com inúmeras experiências e vivências, tornando-se presentes e se atualizando sentidos subjetivos. Isso não quer dizer, contudo, que os que ensinam e os que aprendem percebam, a cada instante, o impacto que sofrem e causam um no outro. Há que se ter em conta, entretanto, que o professor planeja ações cujos objetivos realizam-se no aluno. Na esfera de ações do professor, existe um impacto no aluno que é intencional e esperado como realização, fato que não se pode afirmar que existia da parte do aluno. Assim, para o professor empenhado em promover a aprendizagem de seu aluno, há o imperativo de penetrar e interferir em sua atividade psíquica, notadamente seu pensamento. Essa necessidade antecede a tudo e, por isso mesmo, dirige a escolha dos modos de ensinar, pois sabe o professor que os métodos são eficazes somente quando estão, de alguma forma, coordenados com os modos de pensar do aluno. É nesse sentido, portanto, que podemos afirmar que o aluno dirige o seu próprio processo de aprender. Essa idéia é a que se apreende de Vigotski quando examina teoricamente as relações entre aprendizagem e desenvolvimento e formula o conceito de zona de desenvolvimento proximal (Vygotsky, 1987, 1991). Como esse conceito serve de reflexão a respeito do contexto educacional e da questão proposta sobre mediação pedagógica? Segundo essa ótica, o que podemos falar a respeito da relação professoraluno? Há muito tempo e para muitos, ao professor caberia o papel de jardineiro. Fertiliza-se o solo, semeia-se, mantém-se o solo úmido, protege-se o broto de pragas e ervas daninhas para que possa crescer saudável e mostrar seus frutos. Não se interfere na planta. É necessário apenas protegê-la das adversidades para que possa desenvolver em plenitude suas potencialidades naturais. Nada há o que deva limitar a semente. Essa é a metáfora que se pode fazer da educação permissiva, com excesso de relaxamento e indulgência. Uma outra visão, também compartilhada por muitos, admite o professor como uma espécie de escultor. A partir da pedra bruta, delinear e moldar formas reconhecíveis, estritamente conforme o plano gestado na imaginação do escultor. É claro que o material de que é feita a pedra bruta impõe algumas 5 condições de limites para a ação do escultor. Limites estes, contudo, muito mais circunscritos aos instrumentos a utilizar do que propriamente ao que se pretende esculpir. O que importa, pois, é o que foi planejado; o projeto que dirige e justifica todas as ações e os meios a serem empregados. Nada mais há que deva impor restrições ao plano do escultor. Essa é a metáfora que se pode fazer da educação autoritária que desliza nos eixos da restrição e da compulsão (Buber, apud Murphy, 1988). Sobre cada uma das visões, podemos dizer que “o educador jardineiro não tem confiança suficiente; o escultor tem-na em excesso” (Murphy, 1988, p. 90). À primeira vista, ambas as formas de educação – a das tendências à liberdade e a do hábito do autoritarismo – são individualistas. A primeira confere pleno exercício ao “individualismo dos alunos por não estabelecer um ideal comum que limite suas diferenças pessoais, enquanto a segunda permite o livre reinado do individualismo do educador, cuja teoria, aparentemente, dá-lhe o poder de moldar cada aluno à sua própria imagem.” Mas essa segunda suposição, de nenhum modo, corresponde à verdade. “Se cada professor pudesse confrontar seus alunos com um padrão particular a que ele quer que atendam, o resultado seria o caos, a desordem, e não o individualismo” (Buber, apud Murphy, 1988, p. 90-91) Uma das críticas tecidas por Buber (1988), diz respeito ao que se entende por potencialidade individual. Para ele, “o ser humano é o ente apto ao relacionamento pessoal com a alteridade, o ser-em-relação” (Bartholo Jr., 2001, p. 77). Daí porque condena a prática reducionista de identificar as potencialidades criativas em termos de habilidades e energias específicas e de caracterizar a criatividade, essencialmente, como uma expressão do eu individual. Diz ele: Os psicólogos modernos são inclinados a derivar a multiforme alma humana de um único elemento primevo – a “libido”, a “vontade de poder” e assim por diante. Mas isso é, na verdade, apenas a generalização de certos estados degenerados em que um único instinto não apenas domina como se espalha parasitariamente sobre os outros [...] Em oposição a essas doutrinas e métodos, que empobrecem a alma, precisamos continuamente indicar que a vida humana interna é, originalmente, uma polifonia em que nenhuma voz pode ser “reduzida” a uma outra e em que a unidade não é conseguida analiticamente, mas apenas ouvida na harmonia do presente. (Buber, apud MURPHY, 1988, p. 91-92). 5 Para Buber, potencialidade e vida interna enraízam-se firmemente na vida de relação. Logo, a principal função da educação não poderia ser a de prover oportunidades para o crescimento e expressão do eu, mas, essencialmente, a de nutrir possibilidades relacionais. Uma segunda crítica de Buber à visão moderna de educação diz respeito ao caráter e propósito da liberdade individual. Para ele, a educação moderna comete um equívoco e estabelece uma confusão quando escraviza a liberdade responsável, moralmente orientada, à liberdade de auto-desenvolvimento e crescimento: Há uma tendência a entender a liberdade, que poderia ser denominada de liberdade evolucionária, como o pólo oposto de compulsão, de estar dominado por uma compulsão. Mas no pólo oposto da compulsão não se encontra a liberdade, mas a vida em comunhão. A compulsão é uma realidade negativa; a vida em comunhão, a positiva; liberdade é uma possibilidade, possibilidade reconquistada [...] A liberdade na educação é a possibilidade de comunhão; não pode ser dispensada nem empregada em si mesma; sem ela nada acontece, mas também nada acontece por meio dela. (Buber apud Murphy, 1988, p. 93). Apartando-se das duas visões que critica, Buber (1988) vê o professor como alguém que demonstra uma visão dinâmica de afirmação da vida e realça o seu papel formativo, disciplinador e altamente intencional. O ensino é, fundamentalmente, diálogo: o importante, para o professor, não é falar do ou sobre o aluno, mas com o aluno, um diálogo verdadeiro que implica a aptidão daquele para o relacionamento pessoal com este, que é outro. Admitida como função primordial da educação o nutrir possibilidades relacionais, a relação professor-aluno deve, necessariamente, pautar-se na confiança mútua, na presença exemplar e na inteireza do professor, pela palavra, e na maneira com que o professor, efetivamente, promove métodos disciplinados, críticos e reflexivos de questionamento e indagação, que Buber considera essenciais para a aprendizagem e o conhecimento autênticos (Murphy, 1988). A psicologia histórico-cultural de Vigotski concebe o psiquismo como uma construção social e encontra na mediação semiótica um conceito importante, que corresponde à idéia de intervenção de um terceiro elemento que possibilita a interação entre outros dois termos de uma relação (SIRGADO, 1991). Assim, o termo mediação é utilizado, no trabalho de Vigotski, para se referir aos sistemas de signos e ao papel que estes desempenham nas relações dos homens com o 5 seu contexto social. Os seres humanos criam continuamente instrumentos e sistemas de signos, que lhes permitem conhecer e transformar o mundo, ao mesmo tempo em que estes os transformam, impelindo o desenvolvimento de novas funções psíquicas. A expressão mediação semiótica refere-se, portanto, a um elo que se realiza com um sistema de signos, e que possibilita “pensar o psiquismo humano como um processo permanente de produção que envolve o indivíduo e seu mundo social numa interação constante” (SIRGADO, 1991, p. 48), revelando-se a natureza semiótica da constituição de seu psiquismo. A promoção do desenvolvimento de funções psicológicas admite a anterioridade do processo de aprender, que acontece na relação com um parceiro mais capaz, que oferece a ajuda. Ajudar é possibilitar o fazer com; é dialogar, portanto. Se o ajudante for o professor, a ajuda é planejada e sistemática, pois o seu impacto no aluno é esperado como realização, conforme já citado. Logo, é preciso conhecer o que já há; novamente, o diálogo. Conhecer o que há para definir o que poderá ser. Nesse jogo assimétrico, professor e aluno ferem-se, atingem-se mutuamente. O aluno dirige o seu próprio processo de aprender, restringindo, ativamente, as possibilidades de ação do professor. Por seu turno, o professor é quem planeja e cria as condições de possibilidade de emergência das potencialidades do aluno, como querem, em acordo, Buber e Vigotski: criador que cria a criatura em liberdade. Liberdade não como meio ou como fim, mas como parte constitutiva do ato mesmo de criação. Por isso, pode-se deduzir que, também para Vigotski, educar é nutrir possibilidades relacionais. Nessa perspectiva, ensinar e aprender traduzem-se num encontro que revela e que compromete. “Se, do ponto de vista científico, negamos que o professor tenha precisamente a capacidade porque mística reconhecemos de ‘modelar que sua a alma alheia’, importância é é incomensuravelmente maior” (VYGOTSKY, 2003, p. 76). Encontramos, então, o momento de falar em mediação pedagógica. Tem sido comum atribuir a Vigotski a idéia de que o professor tem um papel mediador; um elo entre o conhecimento e o aluno. Quer-se trazer esse conceito para a discussão e contestar sua adequação ao pensar a atividade do professor na perspectiva histórico-cultural. Se, no processo do ensinar e do aprender, o aluno sempre se antecipa como oferta, na situação dialógica, interferindo 6 efetivamente com restrições nas possibilidades de ação do professor, este não passa “em brancas nuvens” pela relação. Logo, não pode ser concebido como um mero elo intermediário, um negociador que, em princípio, permaneceria o mesmo pós-negociação. Nem o aluno, nem o professor são os mesmos depois do diálogo. O processo de ensinar e aprender, visto como unidade, parece, de fato, constituir um desafio à permanência da mesmice. A função instrumental do professor como mediador do conhecimento para o aluno carrega, a nosso ver, as duas concepções de educação a que se aludiu anteriormente e que tanto Buber quanto Vigotski criticam. O conceito de internalização de funções psíquicas superiores, formulado por Vigotski e que se traduz na lei geral de desenvolvimento psíquico, reforça a nossa posição. A cultura e seus sistemas simbólicos, semióticos alcançam a condição de intrapsicológicos passando, necessariamente, por processos interpsicológicos. Assim, ganham relevância as ações sociais que permitem aos indivíduos compartilharem a complexa rede de significados socialmente produzidos. Portanto, é na situação interpsicológica que brota o significado da relação pedagógica. Estão aí circunscritas, a um espaço relacional, as ações do professor e do aluno. Ao se examinar o conceito de mediação fica evidente sua complicação e incompletude para se compreender o papel do professor. Ainda que seja possível admitir-se o professor como mediador do conhecimento para o aluno, isso não esgotaria sua função, nem daria conta do que lhe é primordial. O professor é uma pessoa vulnerável à alteridade do aluno. Assim, trabalho pedagógico e zona de desenvolvimento proximal não significam outra coisa que não ação conjunta. O desenvolvimento psicológico é resultado de algo que acontece no espaço da relação professor e aluno, como possibilidade de realização futura. “O que caracteriza o desenvolvimento proximal é a capacidade que emerge e cresce de modo partilhado” (GÓES, 1991, p. 20). Portanto são necessárias parcerias nos espaços pedagógicos para que haja a possibilidade de empreendimento de novas situações sociais de desenvolvimento. Em conclusão, podemos dizer que a compreensão que o professor tem do aluno e do que deve realizar com ele tem muitas implicações para o seu trabalho. Cabe-lhe permitir que o aluno revele-se por si, mostre-se naquilo que pede como ajuda. Para isto o que lhe compete fazer? A nosso ver, seu papel 6 desdobra-se em muitas funções que devem ser descobertas e assumidas conforme o fluxo do desenvolvimento do aluno. E o professor é o organizador do ambiente social (conforme escreveu Vygotsky, 2003), que é o fator educativo por excelência. É por isso que ele enfatiza a posição do aluno como aquele que dirige o seu próprio processo de aprendizagem. Assumir-se como professor requer a clareza de muitos aspectos constituintes da missão a ser realizada. É preciso, sim, ter metas e objetivos, saber sobre o que se vai ensinar, mas não se pode perder de vista, um segundo sequer, para quem se está ensinando e é disso que decorre o como realizar. Integrar tudo inclui dar conta de diversas facetas do processo ensinoaprendizagem, ou seja, a do aluno concreto, real, a do conhecimento, a das estratégias de ensino, e a do contexto cultural e histórico em que se situam (Tacca, 2000). Conjugar isso exige compromisso e responsabilidade com o aluno, o que permite avançar na exigência da compreensão da pessoa no processo de ensinar e aprender. 5.4 FILOSOFIA DA ESCOLA Todo trabalho pedagógico deve ser pautado nos fundamentos científicos que compreendem a organização prática. Deve-se considerar a organização pedagógica um processo necessário no qual todas as possibilidades são criadas e recriadas pela ação humana, partindo da visão dialética. O desafio, a problematização, a investigação, o prazer em aprender devem ser reconhecidos como elementos motivadores que assegurem a apropriação do conhecimento e o desenvolvimento pleno do educando. Ao definir o encaminhamento metodológico, é preciso garantir a interação entre os envolvidos no processo: professor/aluno/conhecimento/sociedade, compreender que a aprendizagem é um processo social e como tal deve levar em consideração o respeito pelas diferenças individuais, fazendo professor e aluno sujeitos ativos dessa transformação, capazes de superar as dificuldades eventualmente apresentadas. 6 A proposta curricular deve evitar a mera transmissão de conteúdos. É imprescindível tratá-los de forma em que sejam meios de compreensão do mundo, contextualizados, compreendidos historicamente nas diversas formas de comunicação para que fatos presentes sejam justificados. Para que isso ocorra, o professor, principal responsável nesse processo transformador de ensino-aprendizagem, deverá pautar sua postura num “fazer interdisciplinar” para que possa enfrentar melhor os desafios de uma educação libertadora e ser capaz de comprometer-se com ideais políticos e morais para ajudar a humanizar a sociedade atual, garantindo a formação de um cidadão com identidade democrática, crítica e criativa, favorecendo o exercício da cidadania. A metodologia deve permitir uma programação variada para as diversas etapas de aprendizagem, atualizada, que possibilite ao educador e ao educando o acesso aos meios de comunicação, livros, vídeos, televisão, redes de comunicação e jornais. A permanente atualização e comunicação com pessoas de diferentes níveis culturais, próximas ou distantes, capacita o aluno a pensar, a questionar o que ouve e vê e o remete à informação, à pesquisa e ao conhecimento. Essa metodologia deve priorizar projetos inovadores na construção de novos espaços de participação e na expressão de iniciativas que integrem escola-comunidade. O desenvolvimento metodológico se efetuará na própria escola, através de debates, de seminários, de palestras, de oficinas, de reuniões, que visem aperfeiçoar ou modificar a concepção pedagógica existente. Sendo a metodologia estimuladora e criativa, desenvolverá a capacidade de discernimento do aluno e tornará o trabalho mais dinâmico e atrativo, visando o desenvolvimento pleno do educando. Para que ocorra tal educação, a metodologia será o reflexo da filosofia da escola e da vida de seus integrantes. Para inovar, se faz necessário um trabalho coletivo, o diálogo, a pesquisa e a reflexão, os quais permearão esse processo contínuo, visando à transformação do conhecimento empírico em grau mais elevado, questionador e reflexivo. Para que haja efetivamente continuidade nesse processo são necessários profissionais atualizados, competentes e comprometidos em propiciar metodologias avançadas para a busca do desenvolvimento integral do educando. A educação, neste sentido, ocorrerá de fato quando houver uma unidade de práxis entre mantenedora e população, uma vez que EDUCAÇÃO é dever da 6 família e do Estado, como consta no artigo 2º. da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira. Sabe-se também que há uma grande distância entre as formulações legais e sua aplicação. Entendemos que ao estado cabe cumprir com seus deveres de proporcionar realmente uma educação de qualidade, e que os recursos destinados à educação são investimentos e não gastos. Esta mudança de paradigma é fundamental, porque o Estado que não investe em educação, fatalmente investirá muito mais em segurança. Vivemos numa sociedade injusta, excludente, moldada na reprodução do universo da classe dominante: valores, conceitos, padrões de comportamento e outros. O Estado, em sua forma de legislar, continua a perpetuar esse tipo de sociedade, embora se fale muito em democracia, mas como chamar de cidadão, uma pessoa que não tem minimamente a dignidade de um trabalho para suprir suas necessidades básicas? O que falar então das condições de moradia, saúde, lazer, e outros direitos garantidos pela Constituição Federal? E as condições de igualdade? Nesse contexto, a escola foi organizada para atender os objetivos da classe dominante, que se impôs ideologicamente através da instituição escolar. Daí então, a formação era voltada ao ensino profissionalizante de forma fragmentada cujo objetivo foi conduzir a noção ao progresso técnico, enaltecendo assim, a elite e garantindo lucros à minoria. Ainda que haja inovações e viva-se num país supostamente democrático, a escola assim não conseguiu se desvencilhar de tais princípios tradicionais. Essa situação, ocasionou a abertura de escolas particulares que atendessem aos critérios do saber sistematizado, ou seja, formação formal do educando visando prepará-lo para o sucesso profissional (concursos e outros), já a escola pública, com a intenção de atender a classe menos favorecida, deu maior ênfase ao saber informal com o intuito de torná-lo um ser crítico e talvez com alguma deficiência quanto ao saber científico. A maioria dos alunos da classe menos privilegiada desconhece o papel da escola em sua vida e vice-versa.O contexto social em que vive é responsável por tal situação, o aluno não almeja objetivos e torna-se um ser passivo, sem perspectivas de um futuro melhor, pois se acomoda às condições de sobrevida, consideradas como suficientes naquele momento. Aos alunos deve-se permitir o domínio do conhecimento efetivo nas diversas áreas sem excluir as suas experiências, a sua visão de mundo. Portanto, 6 é relevante partir de tais conhecimentos para se aprofundar, sistematizar e repassar os conteúdos formais como também os “informais” que são prescindíveis na formação crítica do educando de forma a garantir o seu papel na cidadania. Os professores possuem embasamento teórico, a maioria está bem informada, portanto, tem os instrumentos básicos para atender às necessidades educacionais propriamente dita, porém falta-lhes, às vezes, a escolha de métodos e estratégias adequadas ao conteúdo a ser trabalhado, como também usá-los de forma compartilhada para evitar conclusões, atitudes e comportamentos diferenciados dos alunos em relação aos educadores. Isso, no caso, evita conflitos, juízos e mal entendido. Todavia, os professores não devem diferenciar, separar os alunos levando em consideração sexo, classe social, domínio e outros. O professor precisa acreditar nas mudanças, embora estas ocorram lentamente. A banalização do ensino, a falta do esforço físico e do mental de muitos educandos “roubou” dos professores os sonhos, a crença de que é responsável, mesmo que de forma lenta, pelas mudanças sociais, ou seja, por essa busca constante de garantir a todos o exercício da cidadania que é discutida, repensada, questionada no ambiente escolar. Com relação aos funcionários, há pouco que começaram a interagir com mais freqüência com outros setores educacionais, os quais eram direcionados aos profissionais responsáveis diretamente pelo ensino aprendizagem: professores, diretores, pedagogos. As reuniões pedagógicas e de formação educacional raramente contavam com a participação dos funcionários, desta maneira, suas idéias, seu papel, enquanto profissionais da educação, mesmo que de forma indireta, jamais foi levado em consideração no processo ensino aprendizagem, ou seja, na formação formal e informal do educando. É importante salientar que sem a presença destes, a escola não teria estrutura para desempenhar o seu papel, por isso, devem ser respeitados e reconhecidos. É necessário se ampliar espaços de participação, de contribuição para os funcionários. Assim estar-se-á construindo uma sociedade mais democrática e mais humana, superando a dicotomia entre o técnico e o pedagógico, entre o manual e intelectual, entre o fazer e o saber. Neste contexto em que estamos inseridos, almejamos formar uma sociedade que diminua as desigualdades sociais, possibilitando assim as mesmas 6 oportunidades a todos, sem diferenciação de classe social, sexo, domínio do saber e outros. A educação deveria ser prioritária independente do sistema governamental vigente. A escola deve, nesse sentido, propiciar ferramentas necessárias, através dos conteúdos, que capacitem não somente os educandos, mas também os demais sujeitos escolares (comunidade, docentes e funcionários) a ler a realidade, interpretarem-na, se posicionar e influenciar sobre ela. A escola se propõe a: * Formar sujeitos ativos, participativos, aptos a inserir, interferir, discutir, buscando a transformação sociedade; a formação de indivíduos solidários, éticos, que sejam capazes de discernir o “certo e o errado” para que a partir disso, saibam julgar e tomar atitudes; que adquiram autonomia (liberdade de expressar-se e de agir de acordo com os seus anseios, sonhos e objetivos); * Priorizar os saberes historicamente acumulados para que o educando compreenda como funciona a sociedade, e assim poder interferir no meio em que vive e transformar a sociedade; * A valorizar o saber popular e o científico. Partindo do pressuposto que a escola seja de todos, é necessário que não seja discriminada a sua clientela em relação à classe social que pertence, ou seja, que a educação aconteça e esteja ao alcance de todos de forma igualitária; que se dê ênfase aos saberes que conduzam ao entendimento de como funciona o mundo e a partir disso, fazer conclusões, questionamentos, críticas e tomar decisões racionais para a melhoria da sociedade atual. Nesse sentido, a escola não deve somente avaliar o aluno de forma classificatória, pois ele faz parte do processo das relações sociais mais abrangentes. Todavia, é relevante que assimile os conhecimentos científicos, mas assim não ocorrendo, é necessário que lhe seja dado oportunidades para que o processo ensino-aprendizagem seja efetivo. Há também a importância de diversificar a avaliação para que o aluno tenha mais oportunidades de ser bem sucedido. Em relação à cultura, deve-se priorizar a brasileira: a diversidade cultural, as etnias, as crendices, as superstições, os ditados populares, as cantigas, os seres místicos e outros. Deve-se também alertar os alunos quanto à cultura de massa: determinados programas de televisão que se estendem por longos anos emitindo 6 conceitos, valores, intenções, padrões de comportamento distorcidos da sociedade. Em relação ao poder, busca-se igualdade entre o homem e a mulher. Assim, a escola deve atender e proceder com ambos da mesma forma. Em alguns casos discrimina-se certas atitudes dizendo que são próprias para as meninas ou para os meninos. Como vive-se numa sociedade, em que a mulher ainda luta pela igualdade em relação aos seus direitos, é importante que tal situação seja levada para a sala de aula para que tanto os meninos como as meninas fiquem informados e procurem amenizar as diferenças. Muitas vezes, a partir de uma prática, execução de uma tarefa ou de um projeto, o aluno acaba assimilando vários conhecimentos; por exemplo, o plantio de verduras em canteiros pode remetê-lo a conhecer a preparação do solo, como se dá o plantio, o tempo necessário, a época, os nutrientes que a verdura dispõe e outros. Tais reflexões apresentadas já definem a sociedade que queremos: justa, igualitária, não separatista, ou seja, que o ser humano vivencie a cidadania de fato conforme consta na Constituição Brasileira. Diante deste contexto, é indispensável que as atividades escolares sejam elaboradas de forma coletiva. Como ponto de partida desse processo, precisamos ter claro: Quem são os nossos alunos? O que se quer construir? A serviço de quem estamos trabalhando? É preciso estabelecer com clareza a proposta de trabalho e que nesta contenha metodologia e avaliação apropriada, projetos que respondam às expectativas dos alunos, que respeitem a sua cultura como, por exemplo, projetos ambientais que visam a reeducar o aluno com procedimentos e relacionamento com o meio em que vive. A partir disso, os educandos aprendem vários conceitos e valores úteis para a sua atuação enquanto sujeitos agentes na sociedade. 5.5 PARTE DIVERSIFICADA E AÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS A abordagem de questões sociais contemporâneas dar-se-á através da parte diversificada. É necessário que a escola trate de questões que interferem 6 na vida dos alunos e com as quais se vêem confrontados no seu dia-a-dia. Tal prática pressupõe um tratamento integrado das áreas e um compromisso com as relações interpessoais no âmbito da escola, pois os valores que se quer transmitir, os experimentados na vivência escolar e a coerência entre eles devem ser claros para desenvolver a capacidade dos alunos de intervir na realidade e transformá-la, tendo essa capacidade relação direta com o acesso ao conhecimento acumulado pela humanidade. Através dos diversos temas que a Escola Estadual Naira Fellini enumera para trabalhar na rotina de sua prática escolar extraclasse, consideram-se as atividades pedagógicas que complementem o conhecimento do aluno e, em contrapartida, não deixem de fazer crescer o próprio docente e técnicoadministrativo que com elas se envolvem, perpassando as questões éticas, saúde, orientação sexual, meio ambiente, trabalho e consumo e pluralidade cultural. A idéia envolve a questão central das preocupações éticas em que a análise dos diversos valores presentes na sociedade é o cerne, a problematização dos conflitos existentes nas relações humanas quando ambas as partes não dão conta de responder questões complexas que envolvem moral e a afirmação de princípios que organizam as condutas dos sujeitos sociais. Na escola, o tema ética se encontra nas relações entre os agentes que constituem esta instituição, alunos, professores e pais, e também nos currículos, uma vez que o conhecimento não é neutro, nem impermeável a valores de todo o tipo. O nível de saúde das pessoas reflete a maneira como vivem, ou seja, há uma relação entre potencialidades individuais e condições de vida. Não se pode compreender ou transformar a situação de um indivíduo ou de uma comunidade, sem levar em conta que ela é produzida nas relações com o meio físico, social e cultural. Falar de saúde implica levar em conta, por exemplo, a qualidade do ar que se respira, o consumismo desenfreado, a miséria, a degradação social, a desnutrição, as formas de inserção das diferentes parcelas da população no mundo do trabalho, os estilos de vida pessoal e outros fatores. Trabalho com o tema “sexualidade”, em diversas épocas no ano. Há participação de todas as disciplinas de forma a obter a cumplicidade de todos, dada a amplitude do assunto. Profissionais da área de medicina, de educação, de psicologia e outros meios relacionados promovem oficinas, palestras, vídeos e outras atividades. 6 Trabalho com o tema “gravidez precoce” e a importância de ter filhos na época em que se tem maturidade mental, psicológica, física e espiritual, utilizando-se a experiência de profissionais da área para o trabalho com oficinas, palestras, vídeos e outras atividades. Todos esses aspectos também são analisados e discutidos no Projeto “Adolescência Saudável” promovido pela UNIMED Medianeira. Dado que a Escola Estadual Naira Fellini tem sua “clientela” formada por adolescentes e pré-adolescentes, nada mais oportuno, do que, através das atividades propostas acima, entre outras, levar a esta faixa etária de alunos orientações agregadas às relações e emoções sobre sexo e sexualidade, adquiridas em casa, em suas vivências e em suas relações pessoais, além do que recebem pelos meios de comunicação. Promover atividades de conscientização, como, por exemplo, visitas a locais lindeiros, ao rio que abastece a cidade, plantio de árvores nas margens das nascentes do Rio Alegria. Trabalhar a compostagem do lixo, a preparação da terra, o plantio e a colheita, utilizando-se para isto o espaço da escola para horta e ajardinamento. Realizar a coleta e a separação de alguns tipos de lixo: visita à Usina de Separação de lixo em São Miguel do Iguaçu. Levar os alunos para conhecer o aterro sanitário municipal com o intuito de sensibilizá-los para a importância do acondicionamento do lixo público em local adequado. Desenvolver internamente oficinas e outras atividades que incluam o contato com o solo, o meio natural, a preservação e a economia de água, uma vez que é um recurso natural estanque. Tais atividades devem despertar o compromisso com a preservação ambiental. Como a UTFPR de Medianeira oferece o Curso de Tecnologia Ambiental, a escola conta com o apoio desta instituição que prioriza esta questão. Pretende-se com o tema Trabalho e Consumo, considerar questões que envolvem direitos já formulados em lei e que são objetos de mobilização social para se concretizarem. A erradicação do trabalho infantil, a mobilização contra as discriminações de gênero, de raça e idade nas relações de trabalho, a defesa dos portadores de deficiência e a defesa dos direitos dos consumidores. Envolvendo Pluralidade Cultural privilegiando temas diversos, bem como possibilidades interdisciplinares, como o Projeto Viva Escola, participação em 6 atividades culturais, como, por exemplo, Mostra de Folclore, concursos de garota estudantil, desfile cívico, visitas a exposições em escolas, bem como ao Centro Popular de Cultura. Festas juninas: enfatizando-se a tradição folclórica da festa, através de seus diversos jogos, danças e comidas típicas. a) Intercâmbio com outras realidades escolares: visitas ao Centro Federal de Educação Tecnológica, Unidade de Medianeira, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Uniguaçu. b) Visitas à Usina Hidrelétrica de Itaipu, bem como às Cataratas do Iguaçu, Parque das Aves e Escola Parque no município de Foz do Iguaçu. c) Visita ao Centro de Tradições Gaúchas Sentinela dos Pampas de Medianeira, quando da realização da Semana Farroupilha. d) Comemoração de efemérides como Dia do Estudante e Dia do Professor, através de atividades como gincanas culturais, mensagens, hora cultural e outras atividades de igual importância para o desenvolvimento sócio-cultural de toda a comunidade escolar. e) Participação em projetos como, por exemplo, “Amigos da Escola”, em que há a participação de voluntários da comunidade, no ensino de atividades como artesanato e outros trabalhos de cunho cultural e profissional. f) Visitas a locais de relevância histórica, como por exemplo, a Ponte Queimada onde passou a Coluna Prestes na década de 20 e ao Caminho do Colono, por onde passaram, nas décadas de 40, 50 e 60, os colonizadores da Região Oeste do Paraná. g) Concurso de tabuada, no qual, ao utilizar cartas do baralho, enfatiza-se o lúdico da disciplina de matemática e a importância do desenvolvimento desse tipo de raciocínio. h) Exposição científica cultural que enfatiza o cunho escolar e o científico das atividades desenvolvidas no meio escolar, sua trans, pluri, multi e interdisciplinaridade. Situada numa sociedade que se propõe democrática, a escola leva em conta as atividades acima referidas, considerando que é preciso respeitar e 7 valorizar a diversidade étnica e cultural que a constitui. Por sua formação histórica, a sociedade brasileira é marcada pela presença de diferentes etnias, grupos culturais, descendentes de imigrantes de diversas nacionalidades, religiões e línguas. 5.6 PROJETOS INTEGRADOS Como a Escola Estadual Naira Fellini tem o compromisso de estimular o educando a descobrir e a desenvolver suas aptidões direcionadas à música, à arte, à dramatização, à poesia entre outras, os nossos alunos têm sempre participado do Festival de Arte da Rede Estudantil – FERA, ainda que a classificação seja uma forma de exclusão que, no caso, não é condizente com as propostas pedagógicas do governo estadual. Quanto ao JOCOPS, os alunos sempre estiveram presentes nas diferentes modalidades esportivas, sendo que em 2005, a Escola Naira Fellini ficou em primeiro lugar no futsal, no município de Medianeira. Os alunos da Escola Naira Fellini ainda não tiveram oportunidade de participar do Projeto Educação Com Ciência. Há necessidade de que sejam planejadas e discutidas atividades de pesquisa atraentes e inovadoras para que se possa expor. Nesse caso, muitas vezes, o professor não dispõe de tempo para desenvolvê-las, mas com o apoio pedagógico e de todos os professores, independente da disciplina em que atua, os alunos participarão do referido projeto nos próximos anos letivos. Em relação à questão de saúde na adolescência, a UNIMED DO OESTE DO PARANÁ de Medianeira está desenvolvendo o Projeto Adolescência Saudável com o objetivo de oferecer, de forma continuada e organizada, educação sexual para conscientização e redução de riscos das DST/AIDS, gravidez precoce, câncer de mama, câncer de colo de útero, uso indevido de drogas licitas e ilícitas e violência e agravos às estudantes da rede de ensino. O desenvolvimento do projeto dar-se-á capacitando adolescentes das escolas estaduais para que elas ministrem palestras nas instituições de ensino 7 promovendo e disseminando a preparação e a prevenção juvenil relacionadas ao tema. Tal capacitação será realizada por médicos cooperados que, além de ministrarem aulas, desenvolverão dinâmica de grupo com as adolescentes, e estas produzirão textos e peças de teatro sobre os temas do projeto para incentivar a comunidade escolar e os familiares a apoiar o projeto. Após a capacitação, voluntários da Unimed abordarão os assuntos para toda comunidade escolar, através de palestras na escola. O referido projeto iniciou-se em setembro de 2006 e se estenderá até 2008. Em relação ao estudo dos aspectos culturais brasileiros, a escola, todos os anos, desenvolve Projetos que envolvem o Folclore Brasileiro. Em 2006, pesquisou-se e estudou-se as lendas e os mitos, as comidas típicas e as danças populares de algumas regiões, as quais foram apresentadas na II AMOSTRA DO FOLCLORE da Escola Naira Fellini. 5.7 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO PARALELA A avaliação merece um destaque à parte, pois diz respeito a um processo mais amplo e abrangente que abarca todas as ações desenvolvidas na ação pedagógica, assim como todos os sujeitos nele envolvidos. Portanto, deve estar claro para aquele que avalia que ele também é parte integrante do processo avaliativo uma vez que foi o responsável pela mediação no processo de ensinoaprendizagem. Logo, quando se lança o olhar para avaliar alguém ou alguma ação no âmbito da instituição escolar, lança-se também o olhar sobre si próprio. Ao avaliar, deve-se ter em mente o processo como um todo, bem como aquele a quem se está avaliando. Com a nova LDB 9394/96, que trouxe mudanças significativas para este novo olhar para a avaliação tanto no aspecto pedagógico como da legalidade, a escola tem proporcionado momentos de estudo e de discussão deste tema, o qual não se esgotou até o presente momento. Dentre as dificuldades que se coloca sobre a avaliação, estão presentes ainda muitas questões do passado, como: provas, trabalhos, recuperação, apropriação dos conceitos mínimos, o 7 empenho dos alunos no processo, as condições objetivas da prática docente em relação à correção, aos critérios, aos pareceres e à nota como prevê a Resolução 23/2000. Compreendemos que a avaliação deve permear todas as atividades da sala, principalmente na relação professor e aluno e no tratamento dos conhecimentos trabalhados nesse espaço. Portanto, a intervenção do professor ajuda a construir as mediações necessárias para a construção do conhecimento. A avaliação da aprendizagem deve estar a serviço de uma pedagogia transformadora, preocupada com a educação que visa à superação do autoritarismo, estabelecendo a autonomia e o crescimento do educando. Conforme Vasconcelos (1998, p. 82-85), numa abordagem sócio- interacionista é ajudar a escola a favorecer que os alunos possam aprender e se desenvolver, levando-se em conta o compromisso com a construção de uma sociedade mais justa e solidária. Avaliar é ser capaz de acompanhar o processo de construção de conhecimento do educando, para ajudar a superar obstáculos. É diferente de “ensinar” e cobrar o produto final, e ser apenas capaz de dizer se confere ou não com o certo, com o parâmetro. Sendo assim, a avaliação deverá ter uma finalidade ‘diagnóstica’, ou seja, constituir-se num momento dialético, voltada para o levantamento das dificuldades dos alunos e averiguação de aprendizagens anteriores que servem como pré-requisitos para novas propostas de aprendizagem. Segundo Bloom, Hastings e Madaus (1975), a função diagnóstica busca a determinação da presença ou da ausência de habilidades e pré-requisitos, bem como a identificação das causas de repetidas dificuldades na aprendizagem. Nesse sentido, direção, equipe pedagógica e professores, em conjunto, decidem que em 2008, far-se-á uma avaliação diagnóstica, com os alunos de 5ª séries, referente aos conteúdos básicos que deveriam dominar nesse período de escolaridade. Após análise de resultados, a escola encaminhará os alunos que não forem bem sucedidos à Sala Apoio para sanar as suas defasagens, em período diferenciado ao turno em que estudam. O objetivo é que esses alunos também tenham oportunidade de alcançar o mesmo nível de conhecimento dos demais e evitar, assim, a reprovação e as dificuldades na aprendizagem nos decorrentes anos. Como a escola não possui espaço físico específico, as aulas de apoio darse-ão na sala de catequese, no salão da comunidade Santa Luzia, próximo à 7 escola, em horários disponíveis. O que não se pode permitir é que os alunos não sejam beneficiados por falta de espaço. A avaliação das atividades discentes deverá contemplar ainda múltiplas formas e procedimentos, uma vez que sabemos, são muitas as formas através das quais os seres humanos, cada um na sua particularidade, aprendem e demonstram que aprenderam, assim como são infinitos os caminhos pelos quais o indivíduo se apropria do saber. Neste sentido dar-se-á relevância à atividade crítica, à capacidade de síntese e à elaboração pessoal sobre a memorização, e aos resultados ao longo do período sobre eventuais provas finais. A avaliação das disciplinas de Educação Física e Educação Artística deverá adotar procedimentos próprios, visando o desenvolvimento formativo e cultural do aluno, sempre levando em consideração a capacidade individual, o desempenho do aluno e sua participação nas atividades realizadas. Os alunos serão avaliados constantemente, através de provas escritas, trabalhos, pesquisas, observação direta e outros, sendo que a nota do trimestre será resultado da somatória dos valores das avaliações. Os resultados das avaliações serão traduzidos em notas de 0 a 10 (zero a dez) que identificando o rendimento dos alunos em cada um dos três trimestres. A recuperação paralela, prevista em lei, também ajuda a reelaborar um aprendizado diferenciado dos conteúdos formais ou não que, por ventura, não foram apropriados pelo aluno por alguma razão. Sendo assim, novas oportunidades de recuperação devem ser oferecidas, não restringindo apenas no sentido de realizar mais uma prova. Estas novas oportunidades deverão estar devidamente registradas no diário de classe e devem ser lembradas por todo educador que é um direito do aluno. Portanto o trabalho do professor é fundamental na condução do processo. É função docente estar atento a esta questão. A equipe da Escola Naira Fellini fez um levantamento dos problemas que afetam o aluno em relação à aprendizagem e, conseqüentemente, à avaliação: • Ausência das famílias na escola; • Distorção idade série; • Falta de motivação para os estudos; • Incertezas políticas, econômicas e sociais. Estudar para quê? • Falta de professores; 7 • Falta de condições materiais, humanas e físicas para garantir o bom funcionamento da unidade escolar; • Falta de formação e de capacitação dos diferentes profissionais da educação em saber trabalhar com este novo perfil de aluno. É importante que os professores criem novas situações, procurando tornar os temas abordados em sala aula mais atraentes e que consigam mobilizar os alunos para a aprendizagem. Com o intuito de reduzir os problemas de aprendizagem, a escola pretende atingir as seguintes metas: •Avaliação diagnóstica processual que leve em consideração todo o tempo de permanência e atuação do aluno em sala de aula; • Procurar conhecer o aluno; •Buscar o comprometimento e participação dos pais na educação escolar; •Apoio pedagógico aos professores através de supervisores em número suficiente; •Orientadores pedagógicos para realizar um trabalho de articulação entre os alunos visando melhoria na qualidade do ensino e da aprendizagem; •Articulação do trabalho pedagógico entre disciplina - interdisciplinaridade; •Área de estudo, laboratórios, oficinas (encaminhamento de projetos aos órgãos competentes); •Gerenciamento dos recursos financeiros de maneira mais participativa, visando também, e primordialmente, as questões pedagógicas. 5.8 CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO A promoção resultará da combinação do resultado da avaliação do aproveitamento escolar do aluno, expresso em forma de nota e da apuração da assiduidade. A aprovação ou a reprovação dos alunos dar-se-á após a apuração de resultados finais de aproveitamento e freqüência, sendo que o aluno será aprovado quando obtiver freqüência igual ou superior a 75% (setenta e cinco por 7 cento), do total da carga horária do período letivo e obtiver média igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero), resultante da média aritmética dos trimestres das respectivas disciplinas. Os alunos que apresentarem a freqüência exigida para a sua promoção, e média anual inferior a 6,0 (seis vírgula zero), mesmo após a recuperação paralela, serão submetidos à análise do Conselho de Classe que definirá sua aprovação ou não. 5.9 ADAPTAÇÃO A adaptação de estudos será exigida toda vez que a escola receber um aluno de outro estabelecimento de ensino, com matriz curricular diferente da ofertada por esta escola, a qual deverá ser concluída no mesmo ano letivo da transferência. O aluno, em adaptação, desenvolverá atividades didáticopedagógicas sem prejuízos às atividades normais da série em que está matriculado. No caso do aluno apresentar a necessidade de adaptação superior a cinco disciplinas, o mesmo permanecerá na série anterior, dispensado das disciplinas que já tenha obtido aprovação. 5.10 CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO A Classificação serve para posicionar o aluno na série compatível com sua idade, experiência ou desempenho adquiridos por meios formais ou informais. A Classificação em qualquer série será feita por: i. Promoção: Para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série anterior na própria escola. 7 ii. Transferência: Para candidatos procedentes de outras escolas do país ou do exterior, considerando a classificação da escola de origem. iii. Independente avaliação que da escolarização defina o grau anterior: de Mediante desenvolvimento e experiência do aluno e permita sua inscrição na série adequada. A Classificação tem caráter pedagógico centrado na aprendizagem, exigindo as seguintes medidas educativas: a) Proceder à avaliação diagnóstica documentada pelo professor ou pela equipe pedagógica. b) Comunicar ao aluno ou responsável a respeito do processo para obter o seu respectivo consentimento. c) Organizar comissão, formada por docentes, técnicos pedagógicos e direção, para efetuar o processo. d) Arquivar atas, trabalhos utilizados no processo. e) Registrar os resultados no histórico escolar do aluno. A reclassificação é o processo utilizado pela escola para avaliar o grau de desenvolvimento e de experiência do aluno matriculado, levando em conta as normas curriculares gerais podendo encaminhá-lo à série compatível, independente do que registre seu histórico escolar. Os alunos oriundos de outros países, que não possuírem documentação escolar para reclassificação, serão matriculados na série compatível com sua idade, desde que apresentem através competências para a mesma. 7 de uma aferição, habilidades e 6 ATO OPERACIONAL Segundo Carvalho, o ideal de educação voltada para o cultivo de valores identificados com o exercício da cidadania não é uma simples proposta de renovação didática. Trata-se de um ideal educativo e de luta que remonta a pensadores como Aristóteles. Desde então, essa luta coloca em campos opostos concepções e práticas que valorizam a educação por seu impacto na vida privada dos indivíduos e aquelas que a concebem como um "bem comum" e um valor social. Num país em que a educação escolar foi por séculos privilégio de uma minoria, afirmar seu valor social exige mudança de concepções há muito arraigadas. Um exemplo ilustra esse ponto. Ao ouvir reclamações sobre o "baixo nível" das escolas públicas, pergunta-se a o que se considera uma evidência desse fenômeno. A resposta é quase invariável: seus alunos não entram nos cursos mais disputados do ensino superior. Assim, mede-se a qualidade da escola pública pelo seu impacto econômico — ou pela ausência dele — na vida privada dos indivíduos. É desejável que esses estudantes possam competir em igualdade de condições com os das escolas de elite. O que espanta é jamais ouvir que a escolarização ampla hoje no Brasil pouco tem contribuído para a melhoria das instituições públicas, para uma cultura de respeito ao bem comum, para que os alunos tenham acesso às linguagens públicas (ciências, artes e saberes) que constituem nossa herança comum. O ideal da cidadania nasceu com as idéias gregas de isonomia (igualdade face à lei) e isegoria (igualdade no direito à opinião). Fiel a essa tradição, nossa Constituição o vincula ao compromisso com a promoção da igualdade, formal e material. Assim, uma educação para a cidadania só pode ter como objetivo promover a igualdade, e não estabelecer distinções sociais. Se a qualidade de seu produto deve ser mensurada, o melhor parâmetro não é o êxito privado e individual em certas competências, mas a relevância social de sua ação. Segundo a atual Constituição Federal (art. 205), a educação, como dever do Estado e da família, exercida em parceria com a sociedade, deve visar: (a) ao pleno desenvolvimento da pessoa; (b) o seu preparo para o exercício da cidadania; 7 (c) a sua qualificação para o trabalho. Esta diretriz é seguida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (art.53Lei n.º. 8069, de 13/7/90) e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (art. 2 - Lei nº. 9.393, de 20/12/96). As Constituições anteriores não fizeram referência ao tema educação e cidadania. Algumas, como a de 1946 e 1967, falavam em educação calcada nos princípios "de liberdade e nos ideais de solidariedade humana" contudo, especificamente, em relação ao termo cidadania, somente a atual faz referência. Justifica-se tal situação pelo fato de ser a primeira Constituição, pós-governo militar, alicerçada nos ideais de liberdade, dignidade da pessoa humana e cidadania (Cf., art. 1º.). Verifica-se, desta forma, uma ligação legal entre educação e cidadania. A Constituição, bem como o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei de diretrizes e Bases da Educação, também indicam aqueles que são os responsáveis pelo preparo ao exercício da cidadania, apontando para o Estado e para a família, em colaboração com a sociedade. Descrevem tal ação como um dever, mas que, na verdade, se caracteriza como uma verdadeira função, que deve ser desenvolvida coletivamente, num processo de descoberta e construção de princípios e valores. Entre os responsáveis apontados, não há como negar que o Estado exerce papel fundamental, posto ser o detentor de mecanismos e instrumentos, possuindo uma rede organizada e estruturada para desempenhar esse mister. E, neste caso, a ESCOLA é o centro de referência da questão, assumindo o PROFESSOR papel de extrema relevância dentro deste contexto. Não se trata de se recorrer a uma disciplina específica para ensinar cidadania, como se isso fosse possível e suficiente por si mesmo. Envolve um projeto maior, um programa completo e complexo, em que o Professor é o principal referencial. Nesse sentido, vale lembrar Selma Garrido Pimenta (Formação de professores: identidade e saberes da docência. (In: Saberes pedagógicos e atividade docente. 2ª. ed. São Paulo: Cortez, 2000, 23): "(a educação) enquanto prática social é realizada por todas as instituições da sociedade. Enquanto processo sistemático e intencional, ocorre em algumas, dentre as quais se destaca a escola. A educação escolar, por sua vez, está assentada fundamentalmente no trabalho dos professores e dos alunos, cuja finalidade é contribuir com o processo de humanização de ambos pelo trabalho coletivo e interdisciplinar destes com o conhecimento, numa perspectiva de inserção social crítica e transformadora". 7 A educação proporcionada pelo Estado não se constitui, por si só, suficiente para a constituição da cidadania dos alunos, mas a mesma oferece elementos necessários para o seu exercício. Recaindo sobre a educação este papel de formar o cidadão e, sendo os professores os executores do mandamento legal, podem-se fazer as seguintes indagações: b. Os professores estão preparados para essa tarefa? c. O sistema atual permite afirmar que os professores preparam seus alunos para exercerem a cidadania? Transmitem exemplos de cidadania? Estas questões sugerem uma reflexão maior sobre o tema. Contudo, apresentam, de plano, a necessidade de se voltar para a formação desses profissionais em face dos objetivos colocados na educação. Num país como o Brasil, que instituiu o serviço militar obrigatório antes mesmo de estabelecer a obrigatoriedade da educação básica, e que experimentou regimes políticos que tolhiam os direitos dos cidadãos, fica difícil pensar em educação como preparo para o exercício da cidadania. Mais difícil ainda seria negar este relevante papel da educação, e do professor em particular, como agente de transformação social. Trata-se de um processo que se iniciou há pouco tempo e que se encontra em fase de construção, mas que implica a efetivação de políticas públicas e na adequada formação do professor. Pois de nada adiantam preceitos legais, que vinculem educação e cidadania, se os responsáveis pela efetivação da educação não estiverem comprometidos e preparados para essa finalidade. Como lembra BOBBIO (A era do Direito. 11ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1992), de pouca valia será a lei que aponta um bom caminho, se os caminhantes "enxergam com clareza, mas têm os pés presos, ou poderiam ter os pés livres, mas têm os olhos vendados". Nesse sentido, quando se fala em educação e cidadania, é necessário voltar os olhos para os professores, em especial para a sua formação inicial e continuada, para que também se sintam cidadãos, a fim de cumprirem o que diz a lei. (Luiz Antonio Miguel Ferreira, Promotor de Justiça do Ministério Público do estado de São Paulo, é mestrando em educação pela Unesp). 8 6.1 EVASÃO ESCOLAR A evasão escolar, principalmente em segmentos populares, não é decorrente da prática da avaliação escolar, mas deve-se também à ausência de propostas pedagógicas que levem em conta os esquemas de pensamento dos alunos. Isto é, o professor precisa considerar, na sua prática didáticopedagógica, o processo de aprender dos seus alunos, segundo as diferentes áreas do conhecimento a que se dedica. O instrumento mais poderoso que se precisa ser colocado à disposição do professor é o "saber ensinar", e para que a "ensinagem" se processe, o professor precisa compreender, por um lado, que o ato de aprender consiste na elaboração de esquemas de pensamento e ação, e que este ato possui uma dinâmica tributária de reconhecimento e sustentação do lugar daquele que ensina. Por outro lado, o professor necessita compreender que a construção desses esquemas de pensamento se enraíza nos contextos sociais e culturais e na convivência com as representações simbólicas dos alunos, as quais exigem uma intervenção direta e especial do docente a partir dos conceitos científicos que serão transpostos no contexto dos procedimentos e situações em sala de aula. Os avanços na delimitação das fronteiras entre o construtivismo piagetiano e o construtivismo pós-piagetiano leva a uma afirmação contundente, fundamentada por todo um campo de pesquisas sobre ensinoaprendizagem: a base da produção do conhecimento no espaço escolar reside na compreensão do ensino como um caminho de duas mãos. Em uma delas, estão as atividades didáticas preparadas pelo professor. Na outra, estão os esquemas de pensamento dos alunos, ou seja, as hipóteses que eles fazem no rumo dos conceitos em pauta, sendo que tais hipóteses não são dadas para sempre, mas confirmadas às circunstâncias históricas. No coração do desdobramento de tais idéias do construtivismo póspiagetiano, a didática como um novo ramo do conhecimento, é capaz de dar conta do trânsito entre quem não sabe algo e passa a sabê-lo; um processo sutil e complexo. Por essas razões, a capacitação dos professores retorna-se o centro das atenções e intervenções, uma vez que nela reside a exigência basilar para que a escola venha a se tornar a sede do prazer de aprender e ensinar e, assim, um campo fértil do conhecimento. 8 Além do índice de reprovação, comprovado nos gráficos, há também a questão da evasão. Nesse caso, primeiramente, a escola sempre procura solucionar o problema recorrendo aos pais, e em casos mais sérios, ao Conselho Tutelar. Como a maioria dos casos não é resolvida, a escola se dispõe, no próximo ano letivo, a pôr em prática o que sugere o Programa FICA (Ficha de Comunicação de Aluno Ausente) do Governo do Estado. É uma tentativa de resolver a questão de evasão e de exclusão através de redes de apoio que vão contribuir com a escola para resgatar alunos inseridos nesse contexto. A escola, nesse sentido, fica com o compromisso de encontrar novas práticas didáticopedagógicas para assegurar a permanência desses alunos na instituição. 6.2 NORMAS E DIRETRIZES DE GESTÃO DEMOCRÁTICA No Brasil, o tema Gestão Democrática da Escola encontra suporte na própria Constituição, promulgada em 1988, que instituiu a “democracia participativa”, a qual possibilita o povo exercer o poder “diretamente” (Art. 1). No que se refere à educação, a Constituição de 1988 estabelece como princípios básicos: o “pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas” e a Gestão Democrática do Ensino Público” (Art. 206). Participar da gestão significa inteirar-se e opinar sobre os assuntos que dizem respeito a escola, isso exige um aprendizado que é, ao mesmo tempo, político e organizacional. Na Gestão Democrática, pais, alunos, professores e funcionários assumem sua parte de responsabilidade pelo projeto da escola. Segundo Gadotti (1994), há pelo menos duas razões que justificam a implantação de um processo de gestão democrática na escola pública: 1º porque a escola deve formar para a cidadania: (...) A gestão democrática da escola é passo importante no aprendizado da democracia. 2º porque a gestão democrática pode melhorar o que é especifico da escola: (...) A participação na gestão da escola proporcionará um melhor conhecimento do funcionamento da escola e de todos os seus atores; propiciará um contato permanente entre professor e alunos. 8 É preciso, contudo reconhecer que a gestão democrática é um processo sempre inacabado devido a isso podemos encontrar algumas dificuldades no decorrer do processo: a) a pouca experiência de democracia; b) a mentalidade de que o povo é incapaz de exercer o governo de qualquer coisa; c) no sistema educacional que é vertical; d) no autoritarismo e no tipo de liderança. A gestão democrática apóia-se em alguns princípios: a) desenvolvimento de uma consciência crítica; b) envolvimento das pessoas; c) participação e cooperação; d) autonomia. Definida a postura, a escola vai trabalhar no sentido de formar cidadãos conscientes, capazes de compreender e criticar a realidade, atuando na busca da superação das desigualdades e do respeito ao ser humano. Quando a escola assume a responsabilidade de atuar na transformação e na busca do desenvolvimento social, seus agentes devem empenhar-se na elaboração de uma proposta para a realização desse objetivo. Essa proposta ganha força na construção de um projeto político-pedagógico. 6.3 COORDENAÇÃO E SUPERVISÃO O pedagogo é um educador, com intenção política, onde deve fazer do espaço escolar um espaço de conquistas, de construções coletivas. Pode o pedagogo, através da apropriação/transmissão dos conhecimentos, desmistificar a escola, contribuindo para que seja um espaço de transformações, onde educandos e educadores possam partilhar saberes e construir efetivamente a prática pedagógica articulada aos anseios da sociedade. O pedagogo tem um papel importantíssimo no processo ensino aprendizagem, visto que é um especialista em educação, portanto deve ler, 8 estudar, escrever, articular teoria e prática fazendo e refazendo sua práxis pedagógica. Deve contribuir para que a escola seja um espaço em que a disciplina, a ética, a cidadania permeiem os conhecimentos necessários à formação humana. O profissional da Pedagogia/Orientação educacional, como qualquer outro profissional, atua dentro de um contexto sócio-politico e científico. Na busca de um senso crítico frente a sua atuação, está sempre presente a busca de reflexão a respeito de sua práxis para, assim, encontrar outros sentidos, outras formas de ação. Sua prática vem cada vez mais evidenciando a clareza de que a educação é um meio fundamental para o desenvolvimento da consciência social dos cidadãos, para o (re)conhecimento e a (re)definição de seus direitos e deveres. Assim como o saber do conhecimento sobre os direitos e os deveres dos indivíduos na sociedade possibilita uma tomada de consciência que o leva a se organizar em grupo nas lutas pelos direitos sociais. (Gohn, 1999). O conceito de pedagogia/orientação educacional e, portanto, de sua prática, modificou-se com o tempo, mas não se modificou a sua essência da Orientação, que é ajudar o outro no seu projeto de vir-a-ser. Esse outro não é um indivíduo qualquer, mas uma pessoa, um ser humano real, concreto, histórico que se move na teia de relações que o sujeito e o pedagogo orientador educacional estão contextualizados, ou seja, a orientação educacional colabora com o individual, mas não deixando, em momento algum, de olhar para o individual inserido no coletivo, no político e no social. O orientador educacional tem um compromisso explícito com os valores políticos da educação que buscam colocar o ser humano como centro de toda medida onde a pessoa humana é definida não só nos discursos políticos, mas também, na ação das políticas, como o valor fonte da educação. A Equipe de Ensino é formada pelo orientador, supervisor escolar e tem como função articular todo o trabalho em torno da proposta geral da escola. A supervisão de ensino deve existir na escola para prestar assistência aos professores em suas atividades docentes; promover e coordenar reuniões sistemáticas de estudo e trabalho para o aperfeiçoamento constante; sugerir leituras para aprofundamento dos professores, acompanhando e articulando o trabalho, superando a marca histórica de controle e burocracia. 8 6.4 SISTEMATIZAÇÃO DE FORMAÇÃO CONTINUADA Segundo Nogueira (2004, p. 70-72), quando falamos de educação continuada de professores, partimos de dois princípios fundamentais: •de que ela é indispensável, não pela antiga e inócua discussão da qualidade da formação inicial recebida, mas pela sua indispensabilidade em relação à adaptação ao universo profissional e ao acelerado surgimento de “novidades” teóricas e metodológicas no magistério; •de que esta formação é uma das missões a serem incluídas, com destaque, no planejamento estratégico da universidade. As abordagens da formação docente, feitas por Schön e Perrenoud, são atuais e influenciaram decisivamente o cenário da formação do educador, valorizando o enfoque de que o professor deve refletir na sua ação e tornar-se um pesquisador no contexto prático. Ele fala de quatro momentos neste processo: a) Conhecimento na ação – espontaneidade com que uma ação é desempenhada (é difícil para o profissional descrevê-la). b) Reflexão na ação – desenvolvida ao longo da prática, à medida que ela é executada. a) Reflexão sobre a ação – há a reconstrução mental da ação, para que ela seja analisada. b) Reflexão sobre a reflexão na ação – leva o profissional a progredir, a desenvolver-se, a construir a sua forma própria de aprender. O autor destaca, na formação docente, o primeiro momento, a reflexão na ação. E diz: “À medida que tentamos entender a natureza da reflexão – na ação, - bem como as condições que a encorajam ou a inibem, estudamos um processo cognitivo que é amplamente influenciado por ‘emoções cognitivas’ e pelo contexto social.” (SCHÖN, 1980, p. 12). A primeira dessas influências mencionadas por SCHÖN (op.cit.) associa dois termos díspares: emoção cognitiva. O teórico utiliza este termo para descrever os sentimentos do praticante sobre o seu próprio desempenho. Para ele, a ação e a reflexão sobre esta constroem um sentido de valor. As distinções entre os valores, conhecimento, crença e ação dos professores se 8 referem a um sistema pessoal de conhecimento, experiência e valores, o que é importante para a prática educacional. O segundo fator mencionado por Schön é externo. Trata-se do contexto social, que pode incluir o comportamento do aluno, o tamanho da turma, os recursos disponíveis, entre outros. Os professores serão incentivados a participarem de cursos de especialização profissional. Durante os encontros pedagógicos os professores da Escola Estadual Naira Fellini se reunirão por área e também em conjunto para iniciarem a elaboração do Planejamento Anual, o qual será revisto a cada trimestre, pois a proposta curricular é flexível e deve atender às necessidades, aos interesses dos alunos e a um tempo relativo para que se processe, e de projetos a serem desenvolvidos no decorrer do ano. Caberá à direção da escola a liberação dos profissionais para a participação de eventos de formação, adotando critérios de seleção, dando oportunidade a todos, desde que não prejudique o bom andamento da escola. Os professores liberados pela escola para participarem de cursos, palestras e seminários, ficarão comprometidos a socializarem os conhecimentos adquiridos durante os eventos. 6.5 A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA Segundo Prestes (2005, p. 36-40), no mundo moderno, está cada vez mais difícil encontrarmos um denominador comum entre o que é certo ou errado, e os pais, muitas vezes, questionam como impor limites, sem ser severos demais. O que podemos afirmar é que, com amor e confiança mútuas, a tarefa de “educar” terá maior sucesso. E é nesse sentido que procuramos encontrar subsídios para auxiliá-los nesta conduta. As crianças ficam à espera de afetividade, da possibilidade de compartilhar e, quando isso não acontece, acabam por querer chamar a atenção de alguma forma, às vezes negativa, exibindo problemas de aprendizagem, inibições e fracasso escolar. Demonstram agressividade, o que significa problemas no 8 ambiente escolar. Várias delas, quando não estão na escola, estão nas ruas, recebendo influências de padrões de conduta inadequados, conturbando suas relações sociais e a maneira que vêm e significam o mundo. Considera-se que, a criança procura um modelo de comportamento e, na ausência dos pais, absorve os padrões de atitudes das pessoas que a cercam. Educar é desenvolver nos filhos o senso crítico para saber o que é realmente importante para eles e, a partir daí, aprimorar a capacidade de realizar seus objetivos. Essa preocupação com a educação instala-se no seio da sociedade. Com as mudanças sócio-político-cultural ocorridas durante o século XX, as pessoas foram aprendendo a respeitar, a dar lugar, a dar voz às crianças, mas essa atitude não foi sempre vigente nas relações educativas com o infante; se pesquisarmos a história social da criança e seu contexto familiar. Em muitos casos, surgiram problemas em relação a essa nova forma de relacionamento familiar. Alguns têm dificuldades em colocar em prática essa forma de educar as crianças. Para isso, os pais (educadores) precisam ter certeza de que educar é importante. É preciso acreditar que transmitir limites, valores, desejo ao filho é iniciar um processo de compreensão do outro e de convivência com o outro. Os pais precisam aprender a compreender que as crianças só respeitarão seus semelhantes se aprenderem quais são seus limites (corporal e psíquico). E, são os pais que fornecem à criança os significados primordiais, sobre os quais o sujeito psíquico vai montar sua história. Segundo Prestes (2001, p. 186), o homem constrói conceitos que não traduzem um conhecimento da realidade e sim, uma articulação significante para o homem lidar com a realidade. Nós precisamos aprender que para satisfazer nosso desejo, devemos pensar no direito do outro, para não prejudicarmos ninguém, porque nem sempre o que queremos é útil e correto, socialmente. Portanto, a relação pais/filhos significa estar crescendo com o outro. Quanto à importância do laço família e escola, podemos dizer que, no contexto atual, discute-se a necessidade da escola em cumprir sua função social, trabalhar os valores mais gerais, envolvendo situações problemáticas atuais e urgentes, visando à emancipação do sujeito, do cidadão, no processo de escolarização. 8 Busca-se a união da Família com a Escola, pois o cidadão que formamos não é somente nosso aluno, mas é integrante de uma comunidade que precisa de orientação e assim, plantamos uma semente de mudança, evitando a violência, os vícios e os crimes. Para Vygotsky (1992), um dos principais defeitos da prática educativa é a separação dos aspectos intelectuais, de um lado e os afetivos de outro, pois o funcionamento psicológico tipicamente humano é intelectual e afetivo. Daí decorre a importância dos laços familiares e que antecedem os laços escolares. 6.5.1 INSTÂNCIAS COLEGIADAS CONSELHO ESCOLAR É um órgão colegiado de natureza construtiva, deliberativa e fiscal, tem por finalidade promover a articulação entre os vários segmentos organizados da sociedade e os setores da escola a fim de garantir a eficiência e a qualidade do seu funcionamento. APMFs È um órgão de representação dos pais, dos professores e dos funcionários, não tendo caráter político, religioso, racial e nem fins lucrativos, tem como objetivo colaborar na assistência ao educando, no aprimoramento do ensino e na integração familiar – escola – comunidade, mediante ação integrada ao Conselho Escolar e é regido por estatuto próprio. EQUIPE DE DIREÇÃO É composta pelo diretor e pela direção auxiliar, a eles cabe a gestão dos serviços escolares, no sentido de garantir o alcance dos objetivos educacionais do estabelecimento de ensino, definidos neste Projeto Político Pedagógico. 8 EQUIPE PEDAGÓGICA É responsável pela coordenação, implantação e implementação, no estabelecimento de ensino, das diretrizes pedagógicas emanadas da Secretaria do Estado da Educação. A equipe pedagógica é composta por supervisão de ensino, orientador educacional, e corpo docente. CONSELHO DE CLASSE É um órgão colegiado de natureza consultiva e deliberativa em assuntos didático-pedagógicos, com atuação restrita a cada classe do estabelecimento de ensino, tendo por objetivo avaliar o processo ensino-aprendizagem, a relação professor-aluno e os procedimentos adequados a cada caso. EQUIPE ADMINISTRATIVA É o departamento que serve de suporte ao funcionamento de todos os setores do estabelecimento do ensino, proporcionando condições para que os mesmos cumpram suas reais funções. É composta por secretaria e serviços gerais. 8 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDERLE, Salete Santos. Aspectos básicos do diagnóstico psicopedagógico na escola. Disponível em: http://www.artigos.com/artigos/educacao/aspectosbasicos-do-diagnostico-psicopedagogico-na-escola.-365/artigo/ Acesso em: 20/09/2006. BARROS, Célia Silva Guimarães. Pontos de Psicologia do Desenvolvimento. São Paulo: Ática, Série Educação, 1999. BARROS, Célia Silva Guimarães. Pontos de Psicologia Geral. São Paulo: Ática, Série Educação, 1997. BARROS, Célia Silva Guimarães. Psicologia e Construtivismo. São Paulo: Ática, Série Educação, 1996. BARROS, Célia Silva Guimarães.Pontos de Psicologia Escolar. São Paulo: Ática, Série Educação, 1995. BRAGATTO FILHO, Paulo. Pela Leitura Literária na Escola de 1º grau. 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São Paulo: Ática, Série Educação, 1991. PILETTI, Nelson. Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental. São Paulo: Ática, Série Educação, 1999. 9 PILETTI, Nelson. Estrutura e Funcionamento do Ensino Médio. São Paulo: Ática, Série Educação, 1999. PILETTI, Nelson. História da Educação no Brasil. São Paulo: Ática, Série Educação, 1990. PRESTES, Irene Carmem Piconi. Psicologia da educação. Curitiba: IESDE, 2005. RAPHAEL, Hélia Sônia. Avaliação Escolar: Em Busca De Sua Compreensão, Brasiliense, São Paulo, 1998. ROSA, Suely Pereira da Silva. Fundamentos Teóricos e metodológicos da Inclusão. Curitiba: IESDE, 2004. ROSSI, Vera Lúcia Sabongi de. Gestão do Projeto Político Pedagógico: Entre corações e mentes. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2004. SANTOS, Robinson dos e ANDRIOLI, Antônio. Educação, Globalização e Neoliberalismo: O debate precisa continuar! Disponível: http://www.rieoei.org/deloslectores/905Santos.pdf Acesso: 30/09/2006. SANTOS, Gláurea Basso dos e SIMÃO, Sueli Parada. 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São Paulo: Martins fontes, 1989. ZÓBOLI, Graziella. PRÁTICAS DE ENSINO: subsídios para a atividade docente. São Paulo: Ática, Série Educação, 1990. ZÓBOLI, Graziella. PRÁTICAS DE ENSINO: subsídios para a atividade docente. São Paulo: Ática, Série Educação, 1999. 9 ANEXOS 9 AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO A avaliação do Projeto Político Pedagógico dar-se-á semestralmente através de análise, de discussão e de resultados obtidos, os quais servirão para dar seqüência ou desenvolver novos planejamentos quando às práticas políticopedagógicas. RECURSOS HUMANOS E FINANCEIROS As dependências de funcionamento da Escola são cedidas pela Prefeitura Municipal, sendo quatro salas de aula e uma sala para as instalações administrativas, sendo que direção, secretaria e supervisão funcionam neste local. A cozinha foi construída num espaço ocioso entre duas alas de sala de aula, com recursos da APM da Escola Estadual Naira Fellini. O acervo bibliográfico possui atualmente 2300 volumes, contemplando todas as áreas de estudo mais livros de literatura, utilizados especificamente na disciplina de Língua Portuguesa. A videoteca da Escola possui 80 fitas, contemplando todas as áreas do conhecimento, sendo que dessas, 38 são filmes dos mais variados assuntos. Quanto aos recursos financeiros: Fundo Rotativo: verba estadual destinada à manutenção e a aquisição de material didático-pedagógico. Escola Cidadã: verba estadual para a complementação da merenda, ou seja, compra de alimentos in natura. PDDE: recurso financeiro proveniente do Governo Federal para aquisição de recursos didático-pedagógicos e reparos no estabelecimento de ensino. APMFs: busca recursos com a comunidade através de promoções e convênios com empresas. 9 Quanto aos recursos humanos: direção e direção auxiliar, uma pedagoga, uma secretária e dois auxiliares administrativos, vinte e dois professores, uma merendeira e três serviços gerais. 9 REGULAMENTO DA BIBLIOTECA DA ESCOLA ESTADUAL NAIRA FELLINI 1. DA NATUREZA A biblioteca é entidade pública e gratuita, sem fins lucrativos, aberta “a comunidade com serviços culturais e educativos, conforme dispõe o projeto político pedagógico. “A biblioteca pública escolar desempenhara a função de centro cultural da escola terá por atividade orientar, estimular e promover atividades culturais e artísticas de âmbito literário como mecanismo de melhoria do ensino publico de qualidade, sendo uma extensão da sala de aula.” 2. DOS OBJETIVOS A Biblioteca Naira Fellini da Escola Naira Fellini tem por finalidade proporcionar o desenvolvimento cultural a todos os alunos, professores e funcionários de forma igualitária através da informação em todos os níveis, da multiplicidade de seus recursos e do estimulo à leitura como forma de inclusão, participação e transformação social. São objetivos da biblioteca: 2.1 Possibilitar ao aluno, por meio dos livros e outros materiais, oportunidades de um estudo amplo e completo; 2.2 Proporcionar-lhe meios de adquirir conhecimentos e informações atualizadas, por meio de pesquisa e estudo comparado das diversas áreas do currículo; 2.3 Integrar o aluno nos processos ativos da aprendizagem, formando atitudes positivas e desenvolvendo-lhe habilidade de estudo, pesquisa e consulta; 2.4 Completar e orientar os estudos, continuando a tarefa do professor consolidando assim a aprendizagem; 2.5 Proporcionar elevação do nível sócio-cultural da comunidade escolar através do acesso aos recursos da biblioteca; 2.6 Criar e fortalecer o hábito de leitura e de pesquisa em crianças, jovens e funcionários/professores; 2.7 Apoiar tanto a educação individual e autodidata quanto à educação formal; 2.8 Proporcionar acesso às expressões culturais das artes em geral; 2.9 Preservar a memória literária e cultural da Escola Estadual Naira Fellini. 3. DOS SERVIÇOS PRESTADOS São normas de Serviços da Biblioteca: 3.1 Consulta Local A verificação da existência de obras no acervo da biblioteca, assim como a identificação das mesmas, deverá ser feita através de consulta à bibliotecária por não adotarmos o método de catálogos (autor, título e assunto), que posteriormente deverá ser realizado através de consulta à base de dados. 3.1.1 Para consultar as obras do acervo de literatura, o aluno usuário, nas aulas de Língua Portuguesa agendadas para leitura, após orientação do(a) professor(a), deverá dirigir-se diretamente as estantes indicadas. Para localização da obra, seguir a sinalização da biblioteca organizada conforme as 9 séries do Ensino Fundamental e Médio, em poesias, crônicas, romances, escritores nacionais e internacionais, literatura infantil e infanto-juvenil. 3.1.2 As obras devem ser manuseadas com cuidado. Não cortar, dobrar ou fazer qualquer tipo de marcação; 3.1.3 Os dicionários, enciclopédias, manuais, guias, catálogos, etc. são obras de referência e não podem ser emprestadas; 3.1.4 Após a consulta de qualquer obra do acervo, deixá-la sobre a mesa ou entregar ao funcionário responsável. 3.2 Atendimento ao usuário na recuperação da informação 3.2.1 O usuário poderá requerer informações pessoalmente dentro do horário de expediente da biblioteca. 3.3 Empréstimo Domiciliar 3.3.1 É aberto a qualquer pessoa que estude ou trabalhe na Escola Estadual Naira Fellini; 3.3.2 O usuário da Biblioteca só poderá retirar obras constantes no acervo se estiver cadastrado no sistema; 3.3.3 O leitor professor/funcionário poderá retirar duas obras de cada vez, excetuando-se as obras de referência e as que tenham sido retiradas do empréstimo. O leitor aluno poderá retirar uma obra de cada vez; 3.3.4 É concedido o prazo de 01(uma) semana para devolução da obra a partir do dia da retirada; 3.3.5 O prazo de empréstimo poderá ser renovado caso não haja reserva do livro (a renovação deverá ser feita pessoalmente, conforme determinação da chefia da Biblioteca); 3.3.6 A Biblioteca poderá retirar do empréstimo a obra que julgar conveniente; 3.3.7 Ao realizar o empréstimo, a bibliotecária anota e avisa ao usuário a data de devolução, que será conferida no ato, pelo servidor que o atender; 3.3.8 O usuário, em atraso, perde o direito à renovação e sofrerá penalidades; 3.3.9 Cabe à Biblioteca colocar em regime especial de consulta empréstimo as obras que apresentam um grande volume de consulta e pesquisa. 3.4 Empréstimo entre Bibliotecas 3.4.1 O empréstimo entre bibliotecas das Escolas Estaduais é livre, principalmente em se tratando dos livros didáticos enviados pelo Governo, e quando o SISCORT não resolve o problema da falta destes livros. Desde que as escolas arquivem e apresentem o memorando devidamente preenchido e assinado pela biblioteca solicitante, pra posterior devolução; 3.4.2 O empréstimo entre bibliotecas será realizado sempre que o material solicitado não fizer parte do acervo da biblioteca ou estiver indisponível; 3.4.3 Caberá a cada funcionário requisitante a inteira responsabilidade pela busca, integridade e devolução do material emprestado; 3.4.4 A Biblioteca fornecerá o memorando para que o usuário possa retirar o material na Biblioteca cedente. O memorando será em duas vias, uma das quais permanecerá na biblioteca solicitante para o controle; 3.4.5 Após a devolução, o funcionário deverá apresentar o comprovante na sua biblioteca de origem; 3.4.6 Em caso de perda ou extravio do material emprestado, o usuário deverá fazer a reposição da mesma, de acordo com as normas da biblioteca cedente; 3.4.7 A multa será cobrada pela biblioteca cedente à biblioteca de origem, será repassada ao usuário responsável pelo atraso na devolução da publicação. 9 3.5 Atividades Culturais e Educativas 3.5.1 Como entidade de fomento à cultura, através de seu espaço na videoteca, estará disponibilizando palestras, ciclos de leitura, debates, Oficinas de Artes, cursos livres, Hora do Conto, Lançamento de livros, mostras de vídeos e demais atividades que propiciem à comunidade uma ampla possibilidade de vivência cultural; 3.5.2 As atividades promovidas por qualquer professor ou funcionário da escola dentro do espaço da biblioteca serão asseguradas, ou terão de ser acompanhadas, pelo funcionário/a da biblioteca, quer por razões de segurança, quer por razões de responsabilidade dos serviços. 4. DO CADASTRO 4.1 O cadastro é aberto a toda e qualquer pessoa matriculada no estabelecimento ou nele trabalhar desde que cumpridos os regulamentos da biblioteca; 4.2 O cadastro terá validade de 01 (um) ano, sendo renovável a cada período através de nova prova de matrícula e desde que não haja nenhuma sanção ao usuário; 4.3 Em caso de transferência de escola (mudança de endereço ou de telefone), a biblioteca deverá ser imediatamente informada; 4.4 Exigir da Secretaria da Escola a lista de Matrículas dos alunos e a relação de professores e funcionários para efetuar o cadastro do usuário; 4.5 Preencher o cadastro integralmente; 4.6 O cadastro de alunos, professores e funcionários, como também, de todo o acervo é feito no computador através de um programa específico destinado à bibliotecas, fica registrado o livro ou a obra que o usuário retirou; 4.7 O cadastro dos usuários é feito em ordem alfabética; 4.8 Caso o usuário comunique o extravio do “livro emprestado” dar-se-á o prazo de 02 (dois) dias úteis para que se confirme a perda; 4.9 Decorrido o prazo acima mencionado, exigir do usuário a substituição da obra; 4.10 Ao se cadastrar, o usuário estará automaticamente aceitando o regulamento de funcionamento da Biblioteca da Escola Naira Fellini. 5. DA RESERVA 5.1 O usuário poderá pedir reserva de publicação que estiver emprestada; 5.2 A reserva obedecerá rigorosamente a ordem cronológica; 5.3 O usuário, ao fazer a reserva, fornecerá número de telefone mediante o qual será avisado; 5.4 A publicação reservada ficará à disposição por 48 (quarenta e oito) horas após sua devolução. Decorrido o prazo, caso o usuário não efetue o empréstimo, a reserva será anulada; 5.5 A Biblioteca não se responsabiliza por números desatualizados ou quando após três tentativas entrar em contato com o leitor. 1 6. DAS MULTAS E SANÇÕES 6.1 O leitor responde por danos e perda da publicação a ela confiada conforme compromisso firmado; 6.2 O usuário que não devolver as publicações dentro do prazo estabelecido sofrerá multa diária, por publicação, de 0,25 (vinte e cinco) centavos por dia. Não serão cobrados os dias em que o funcionário se ausentar para cursos, feriados, sábados e domingos; 6.3 No caso do usuário não poder pagar a multa, a penalidade será transformada em suspensão de retirada de obras pelo dobro do tempo de atraso e por publicação atrasada, ou em doação de obras, ou em prestação de serviços a biblioteca (encapar e consertar obras literárias); 6.4 Publicações perdidas ou danificadas devem ser indenizadas através de outro exemplar idêntico. Provada a impossibilidade de obter-se outro exemplar, a direção da biblioteca indicará outro título a partir de uma lista de sugestões dos leitores e dos professores e funcionários; 6.5 O usuário será afastado da biblioteca nos seguintes casos: 03(três) suspensões com prazos superiores a 02 (dois) meses; não devolução de obras, após o período de 01 (um) ano; falta de urbanidade; informações falsas; roubo; furto ou danificações de bens da biblioteca; 6.6 Conforme Lei Federal nº 9.294/1996 e Lei Estadual nº 14.743/05 e 15.492/07 fica terminantemente proibido, nas dependências do Estabelecimento de Ensino, que professores, funcionários, alunos e visitantes fumem no referido local; 6.7 Conforme Lei Federal nº 9.294/1996 e Lei Estadual nº 14.423/2004 e Resolução nº 1.870/2003 – SEED - fica terminantemente proibido, nas dependências do Estabelecimento de Ensino, que professores, funcionários, alunos e visitantes ingiram, manuseiem e comercializem bebidas alcoólicas no referido local. 7. DOS DEVERES E OBRIGAÇÕES DOS USUÁRIOS 7.1 Sendo a biblioteca um local de estudo, consulta e pesquisas, são consideradas impróprias para o local atividades tais como: lanche, fumo, chicletes/balas, uso de bonés e celulares que não estejam no modo silencioso; 7.2 O usuário deve observar o regulamento e acatar as ordens da biblioteca, podendo ser retirado da mesma caso apresente um comportamento inadequado; 7.3 É imprescindível o silencio e a fala discreta nas dependências da biblioteca; 7.4 O usuário deve apresentar-se convenientemente trajado com o uniforme escolar; é expressamente proibido o uso de traje de banho, boné e a ausência de camisa e de calçado; 7.5 Toda pessoa que entrar na biblioteca deve se apresentar ao balcão de atendimento para identificar-se; 7.6 O usuário deve deixar no balcão de atendimento, escaninho, pastas, bolsas, embrulhos, sacolas, livros, revistas, cadernos, só retirando na saída. Só será permitida a entrada nas dependências da biblioteca com folhas soltas e lápis; 7.7 O usuário que precisar utilizar o seu material deverá apresentá-lo ao funcionário na entrada e na saída; 7.8 O usuário só poderá permanecer nos recintos que lhe forem destinados; 7.9 É vetado ao usuário executar qualquer tarefa de competência exclusiva do funcionário. O usuário deverá dirigir-se ao funcionário de forma educada, 1 observando o Artigo 33 do Código Penal: “Desacato ao funcionário público no exercício de sua função ou em razão dela, com pena de 06 (seis) meses a 02 (dois) anos de reclusão ou multa...”; 7.10 Todo o material que for confiado ao usuário, através do empréstimo domiciliar, deverá ser devolvido em perfeito estado e na data prevista; 7.11 Os casos não previstos neste regulamento serão resolvidos pela direção da escola em conjunto com a equipe pedagógica. 8.NORMAS GERAIS DE FUNCIONAMENTO 8.1 Do Servidor 8.1.1 O servidor é obrigado a cumprir as determinações previstas no regimento escolar; 8.1.2 O servidor deverá observar, rigorosamente, o horário do seu expediente. Qualquer alteração só poderá ser efetuada com o consentimento da Direção do estabelecimento; 8.1.3 O servidor não poderá ausentar-se do trabalho sem o consentimento da direção; 8.1.4 O servidor deverá manter sempre um tom de voz baixo e evitar formação de grupos em conversas informais; 8.1.5 Não é permitido ao servidor refeições à vista do público, nem cafezinho, para evitar danos aos livros; 8.1.6 O servidor é obrigado a manter a ordem, a limpeza e a disciplina. 8.1.7 O servidor será responsabilizado por qualquer dano ou prejuízo que causar no seu horário e local de trabalho; 8.1.8 O servidor não poderá executar outras atividades durante seu expediente que não sejam inerentes ao seu serviço; 8.1.9 É vetado o uso de aparelhos sonoros e entretenimentos, tais como jogos, passatempos e leituras que possam desviar a atenção; 8.1.10 O servidor só poderá dar informações sobre o funcionamento da biblioteca, que tenham sido autorizadas, tais como: horário, acervo, direitos e deveres do usuário; 8.1.11 O servidor deverá apresentar à Direção sugestões, pedidos e reclamações do público para deliberação; 8.1.12 O servidor deverá apresentar à Direção sugestões, pedidos e reclamações do público, que não estiverem na sua alçada de resolver. 8.2 Da rotina dos serviços 8.2.1 Gestão: a) planejamento e administração das atividades que vai desenvolver durante o ano letivo; b) organizar atividades de animação cultural. 8.2.2 Aquisição e descarte: 8.2.2.1 Os professores e pedagogos devem escolher as obras literárias, paradidáticas e livros de apoio que serão comprados. Para isso o funcionário manterá uma lista na biblioteca onde os responsáveis poderão indicar as obras necessárias para o trabalho em sala. Os livros, com máxima prioridade, serão comprados com as multas da biblioteca e os demais serão adquiridos com verbas do Fundo Rotativo do Governo Federal e com o Programa de Dinheiro Direto na Escola (PDDE) do Governo Federal; 1 8.2.2.2 Direção, Professores e Pedagogos têm o compromisso de participarem de concurso ou projetos enviados a entidades parceiras como Petrobrás, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, e eventos como os do “Ano Ibero-Americano da leitura” entre outros que permitam, através de verbas, a aquisição de mais obras; 8.2.2.3 O descarte de obras dar-se-á por razões de deterioração, de desatualização ou índice de pertinência da informação pela/o funcionário/a da biblioteca com o acompanhamento de um/a pedagogo/a. 8.3 Da consulta local 8.3.1 Dar ciência ao usuário do regulamento e funcionamento da Biblioteca; 8.3.2 Atender a consultas e pedidos de informação, não sendo exigida do usuário a inscrição; 8.3.3 Exigir do usuário a entrega de pastas, bolsas, embrulhos, sacolas, livros, revistas, cadernos e devolvê-los na saída; 8.3.4 Se a biblioteca não tiver condições para atender algum pedido, encaminhar o usuário ao local conveniente; 8.3.5 Efetuar o levantamento diário de consulta local. 8.4 Do empréstimo domiciliar 8.4.1 Emprestar ao usuário para leitura domiciliar 01 (uma) publicação de cada vez, pelo prazo de 01 (uma) semana; 8.4.3 Só emprestar publicação ao usuário cadastrado; 8.4.4 Não emprestar obra de referência ou que tenha sido retirada do empréstimo; 8.4.5 Durante as aulas de leitura, na entrega do livro, o próprio aluno usuário fará a anotação da data de devolução, após comunicado pela bibliotecária; 8.4.6 Na devolução, verificar se o usuário está dentro do prazo e se danificou a publicação emprestada; 8.4.7 Caso o usuário tenha ultrapassado o prazo de empréstimo, calcular a multa devida e comunicar-lhe; 8.4.8 As dívidas poderão ser transformadas em doação no mesmo valor desde que a publicação conste na lista de sugestões da Biblioteca; 8.4.9 Se o usuário não puder saldar as dívidas, poder-se-á transformá-las em suspensão de retirada de livro; 8.4.10 Cobrar do usuário que tenha danificado a publicação, outro exemplar; 8.4.11 Se o usuário comunicar a perda da publicação emprestada, cobrar-lhe outro exemplar e dar-lhe um prazo de 30 (trinta) dias; 8.4.12 Se o usuário não encontrar outro exemplar, sugerir-lhe publicação semelhante, ou cobrar-lhe o preço correspondente; 8.4.13 Dar baixa na publicação devolvida, confrontando seu número de registro no cadastrado feito no computador e no Livro Tombo; 8.4.14 Só renovar o empréstimo que estiver dentro do prazo e sem reserva; 8.4.15 Se a publicação estiver com reserva, avisar imediatamente o usuário interessado; 8.4.16 O usuário terá 02 (dois) dias úteis para buscar a publicação reservada; expirado o prazo, ficará liberada, ou se possuir mais reservas, à disposição na ordem cronológica; 8.4.17 Se o usuário que reservou uma publicação não puder ser avisado, anotar na papeleta o prazo de dois dias úteis após a ultima devolução, durante o qual ficará à disposição do interessado; 1 8.4.18 Ao fazer reserva de uma publicação desejada e se a mesma estiver em poder de outro usuário, dar ciência em que dia deve ser devolvida; 8.4.19 Guardar as publicações devolvidas que estiverem em bom estado de conservação e as que tiverem em mau estado, encaminhar à chefia; 8.4.20 Manter em ordem as estantes; 8.4.21 Efetuar o levantamento diário de empréstimo. 8.5 Da reclamação 8.5.1 Em caso de atraso, fazer reclamação diretamente ao usuário, por telefone ou correspondência, anotando a data. 8.6 Do cancelamento do cadastro 8.6.1 Cancelar o cadastro do usuário anotando o motivo nos seguintes casos: - 03 (três) suspensões em prazos superiores a 02 (dois) meses; - Não devolução da publicação, após o período de 01(um) ano; - Falta de urbanidade; - Informações falsas; - Roubo, furto ou danificação de bens da biblioteca. 8.6.2 O usuário que tiver seu cadastro cancelado poderá fazer nova inscrição após o período de 01 (um) ano ou logo depois de resolvido seu problema. 8.7 Das doações 8.7.1 A direção e/ou funcionário que receber a doação deve anotar o nome do doador de livros e de qualquer outro material, para homenageá-lo no livro registro, bem como para evitar que os doadores retirem obras de uma biblioteca, retirem folhas onde constam o tombo e doem a outra, ocasionando danos ao Patrimônio Público e a possibilidade de que o próprio aluno perceba ilegalidade da biblioteca ao enriquecer o seu acervo com o de outra; 8.7.2 O servidor que receber a doação deve comunicar à pessoa que a Biblioteca se reserva o direito de selecioná-la; 8.7.3 A seleção visará: estado físico, atualização, conteúdo da publicação e interesse para a Biblioteca; 8.7.4 Se a Biblioteca receber alguma publicação que não lhe interesse, encaminhar a outro órgão. 9. DISPOSIÇÕES FINAIS 9.1 De acordo com a Lei do Direito autoral, Lei 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, é expressamente proibida a reprodução de documentos e fotocópias de livros do acervo de Bibliotecas Públicas; 9.2 Os casos omissos, obedecidas as diretrizes fixadas neste regulamento, serão resolvidos pela Diretoria do estabelecimento; 9.3 O presente regulamento já está em vigor, visto que já foi aprovado pelo Conselho Escolar da Escola Estadual Naira Fellini. 1 REGULAMENTO DO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA DA ESCOLA ESTADUAL NAIRA FELLINI 1. DA NATUREZA O laboratório de informática é entidade pública, gratuita e sem fins lucrativos, aberta a comunidade escolar com serviços de pesquisas educativas e de conhecimento. “O laboratório de informática escolar desempenhará a função de: pesquisas, informações, orientações e atividades propostas pelos professores sendo usada como mecanismo de melhoria do ensino público de qualidade, sendo uma extensão da sala de aula.” 2. DOS OBJETIVOS O laboratório de informática da Escola Naira Fellini tem por finalidade o desenvolvimento intelectual dos alunos, professores e funcionários de forma igualitária, através da informação em todos os níveis, da multiplicidade de seus recursos e do estímulo ao conhecimento como forma de inclusão, participação e transformação social. São os objetivos do laboratório de informática: 2.1 Possibilitar ao aluno, por meio do computador informações, pesquisa, oportunizando um estudo amplo e completo; 2.2 Proporcionar-lhe meios de adquirir conhecimentos e informações atualizadas, por meio de pesquisa e estudo comparando das diversas áreas do currículo; 2.3 Integrar o aluno nos processos ativos da aprendizagem, formando atitudes positivas desenvolvendo-lhe habilidade de estudo e pesquisa; 2.4 Completar e orientar os estudos, continuando a tarefa do professor consolidando assim a aprendizagem; 2.2 Proporcionar elevação do nível sócio-cultural da comunidade escolar através do acesso aos recursos do laboratório de informática; 2.3 Criar e fortalecer a pesquisa em crianças, adolescentes, jovens, funcionários e professores; 2.4 Apoiar a educação autodidata quanto a educação formal; 2.5 Proporcionar acesso as mais diversas áreas do conhecimento. 3. DOS SERVIÇOS PRESTADOS 3.1 São normas do laboratório de informática: 3.1.1 Para fazer uso do laboratório de informática, o usuário deverá agendar, com antecedência, com o responsável pelo mesmo, este registrará quem e como será desenvolvido o trabalho a ser executado. O laboratório de informática está direcionado ao atendimento de pesquisas educacionais e/ou culturais, execução de trabalhos; 3.1.2 O usuário poderá requerer informações pessoalmente dentro do horário de expediente do laboratório de informática; 3.1.3 Será aberto a qualquer pessoa que trabalhe ou estude na Escola Estadual Naira Fellini; 3.1.4 Cada usuário deverá obedecer rigorosamente o horário pré-estabelecido, que será de uma hora, previamente agendado; 1 3.1.5 O aluno só poderá usar o laboratório de informática acompanhado de seu professor em hora aula, onde o trabalho a ser desenvolvido será de inteira responsabilidade do professor, com horário previamente agendado; 3.1.6 Em sua hora atividade o professor poderá fazer uso do laboratório de informática para pesquisas, digitar provas, trabalhos e outros que venham enriquecer suas aulas; 3.1.7 Cada usuário terá inteira responsabilidade sobre o equipamento usado para suas atividades; 3.1.8 O usuário do laboratório de informática fica ciente e aceita de forma expressa. 4. DO USO DA INTERNET 4.1 Das Proibições 4.1.1 O laboratório de informática está direcionado ao atendimento de pesquisas educacionais e/ou culturais, execução de trabalhos, sendo proibido o acesso a sites que não tem nenhuma relação com a formação profissional técnica e/ou cultural do usuário, tais como : conteúdo erótico e/ou pornográfico, jogos, conversação. Serão proibidos os acessos a sites tais como: Invasão (Hacking), PROXI, Pirataria (WAREZ), agressivos, sobre drogas, áudio e vídeo, cassinos e loterias (GAMBLING), violentos, pessoais, e que contenham vírus maliciosos, ativos ou para download. Não serão permitidos transferências de arquivos (download) de música (mp3), filmes (avi), sons (rádio); 4.1.2 É proibido o uso do laboratório de informática sem autorização do funcionário responsável do mesmo. 4.1.3 O professor usuário deverá possuir conhecimentos prévios de acesso à INTERNET; 4.1.4 Cada professor usuário terá o prazo de 01(uma) hora para acesso, fazendo uma marcação de cada vez (após a utilização poderá fazer uma nova marcação). 4.1.5 É facultativo ao usuário gravar sua pesquisa, desde que em disquete virgem, previamente verificado pelo funcionário responsável; 4.1.6 Não será permitido o uso do laboratório de informática sem agendamento prévio de horário marcado (pessoalmente); 4.1.7 Caso não seja possível o comparecimento no horário agendado, o usuário deve informar com antecedência. Caso isto não ocorra, após a segunda falta, o usuário estará automaticamente impossibilitado de marcar outro horário por um período determinado pela chefia da Biblioteca; 4.1.8 O acesso é exclusivo para 01(um) professor e sua turma, por vez, sendo proibida a permanência de grupos e curiosos no local; 4.1.9 O atraso do professor usuário não lhe dará o direito a recuperar o horário, podendo utilizar somente o tempo restante de seu agendamento; 4.1.10 O professor/funcionário usuário fica ciente e aceita de forma expressa, que o laboratório de informática não possui a obrigação de prestar qualquer serviço de assistência, incluindo assistência ou atendimento ao usuário; 4.1.11 O professor/usuário usuário tem ciência, reconhece e isenta o laboratório de informática de qualquer responsabilidade por interrupções e/ou suspensões do serviço, que poderão ocorrer em virtude de manutenção do sistema, falhas no fornecimento de energia elétrica, ações administrativas, casos fortuitos, força maior ou em decorrência de ações de terceiros. Não haverá compensação de horário em tais eventualidades; 1 4.1.12 O não cumprimento das normas acima implicará na suspensão do uso do serviço. 5. DA RESERVA 5.1 Cada professor/funcionário usuário deverá agendar seu horário com antecipação com o funcionário responsável pelo laboratório; 5.2 A reserva obedecerá rigorosamente a ordem cronológica. 6. DAS MULTAS E SANÇÕES 6.1 O professor/funcionário usuário será responsável por danos materiais causados ao equipamento usado no laboratório de informática, em seu horário de uso do mesmo; 6.2 O professor/funcionário usuário irá se responsabilizar pelo conserto ou reposição do material danificado do laboratório de informática; 6.3 Em caso do professor/funcionário usuário não repor ou pagar o conserto do material danificado, o mesmo será suspenso do uso do laboratório até o momento em que fazer o conserto ou reposição do material danificado; 6.4 O aluno que estiver perturbando, atrapalhando o andamento da aula/pesquisa será retirado do laboratório de informática; 6.5 O aluno será retirado do laboratório nos seguintes casos: atrapalhando ou perturbando o ambiente, furto ou danificação de bens do laboratório de informática; 6.6 O aluno que for retirado do laboratório de informática por duas vezes consecutivas, não poderá mais participar das atividades propostas, como também não permanecer no local, por um período que será determinado pela direção. 6.7 Conforme Lei Federal nº 9.294/1996 e Lei Estadual nº 14.743/05 e 15.492/07 fica terminantemente proibido nas dependências do Estabelecimento de Ensino que professores, funcionários, alunos e visitantes fumem neste local; 6.8 Conforme Lei Federal nº 9.294/1996 e Lei Estadual nº 14.423/2004 e Resolução nº 1.870/2003 – SEED fica terminantemente proibido nas dependências do Estabelecimento de Ensino que professores, funcionários, alunos e visitantes ingiram, manuseiem e comercializem bebidas alcoólicas neste local. 7. DOS DEVERES E OBRIGAÇÕES DOS USUÁRIOS 7.1 Sendo o laboratório de informática um local de estudo, consulta e pesquisas, são consideradas impróprias para o local outras atividades, tais como: lanche, fumo, chicletes/balas, bonés e uso de celulares que não esteja em modo silencioso para professores/funcionários, para os alunos é extremamente proibido o uso de celulares no local; 7.2 O usuário deve observar o regulamento e acatar as ordens do laboratório de informática, podendo ser retirado do mesmo, caso apresente comportamento inadequado; 7.3 O usuário deve observar o regulamento e acatar as ordens da biblioteca, podendo ser retirado do mesmo, caso apresente um comportamento inadequado; 7.4 O usuário deve apresentar-se convenientemente trajado, sendo aluno estar trajando uniforme, ficando expressamente proibido o uso de traje de banho, boné e ausência de camisa e de calçado; 1 7.5 O usuário deve deixar no balcão de atendimento ou na sala de aula, quando aluno, pastas, bolsas, embrulhos, sacolas só retirando na saída; 7.6 O usuário só poderá permanecer nos recintos que lhe foram destinados; 7.7 É vetado ao usuário executar qualquer tarefa exclusiva do funcionário/professor. O usuário deverá dirigir-se ao funcionário de forma educada, observando o artigo 33 do Código Penal: “Desacato ao funcionário público no exercício de sua função ou em razão dela, com pena de 06 (seis) meses a 2 (dois) anos de reclusão ou multa...”; 7.11 Os casos não previstos neste regulamento serão resolvidos pela direção da escola em conjunto com a equipe pedagógica. 8. NORMAS GERAIS DE FUNCIONAMENTO 8.1 Do Servidor 8.1.1 O servidor é obrigado a cumprir as determinações previstas no regimento escolar; 8.1.2 O servidor deverá observar, rigorosamente, o horário do seu expediente. Qualquer alteração só poderá ser efetuada com o consentimento da Direção do estabelecimento; 8.1.3 O servidor não poderá ausentar-se do trabalho sem o consentimento da direção; 8.1.4 O servidor deverá manter sempre um tom de voz baixo e evitar formação de grupos em conversas informais; 8.1.5 Não é permitido ao servidor refeições à vista do público, nem cafezinho, para evitar danos aos equipamentos do laboratório de informática; 8.1.6 O servidor é obrigado a manter a ordem, a limpeza e a disciplina; 8.1.7 O servidor será responsabilizado por qualquer dano ou prejuízo que causar no seu horário e local de trabalho; 8.1.8 O servidor não poderá executar outras atividades durante seu expediente, que não sejam inerentes ao seu serviço; 8.1.9 É vetado o uso de aparelhos sonoros e entreterimentos, tais como: jogos, passatempos que possam desviar a atenção; 8.1.10 O servidor só poderá dar informações sobre o funcionamento do laboratório de informática que tenham sido autorizadas, tais como: horário, direitos e deveres do usuário; 8.1.11 O servidor deverá apresentar à Direção sugestões, pedidos e reclamações do público para deliberação; 8.1.12 O servidor deverá apresentar à Direção sugestões, pedidos e reclamações do público, que não estiverem na sua alçada de resolver; 8.2 Da rotina dos serviços 8.2.1Gestão: a) Planejamento e administração das atividades que irá desenvolver durante o ano letivo; 8.2 Aquisição e descarte: 8.2.1 Os professores, pedagogos e direção devem escolher as prioridades à ser adquiridas. Para isso o laboratorista manterá anualmente uma lista que indicará as necessidades para melhor desenvolver os trabalhos a serem executados. Os materiais serão adquiridos com verbas do Fundo Rotativo do Governo Federal e com o Programa de Dinheiro Direto na Escola (PDDE) do Governo Federal; 1 8.2.2 O descarte de peças dar-se-á por razões de deteriorização, de desatualização pelo/a funcionário/a do laboratório de informática com o acompanhamento da equipe pedagógica e administrativa. 8.3 Da consulta local 8.3.1 Dar ciência ao usuário do regulamento e funcionamento do laboratório de informática. 8.3.2 Atender a consultas e pedidos de informação ao usuário; 8.3.3 Exigir do usuário a entrega de pastas, bolsas, embrulhos, sacolas e devolvê-los na saída; 8.3.4 Efetuar o levantamento diário de consulta local. 9. DISPOSIÇÕES FINAIS 9.1 Os casos omissos, obedecidas as diretrizes fixadas neste regulamento, serão resolvidos pela diretoria do estabelecimento; 9.2 O presente regulamento entra em vigor no dia imediatamente a seguir à sua aprovação pelo Conselho Escolar. 1 RELAÇÃO DO CORPO DOCENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO QUADRO DOCENTE NOME RG VÍNCULO Adriano Dias da Silva Amâncio Dorne André Sandmann Camila Caleffi Pastro Carla Goerck Charlene Adriane Wayhs Mulhmann Débora Lorençon Edinéia da Silva Lucas Ildo Borsoi 6.787.043-3 1.403.439 6.912.203-5 8.132.383-6 5.985.068-7 6.802.885-0 REPR REPR REPR REPR QPM REPR DISCIPLINA DE ATUAÇÃO Ensino Religioso Matemática Matemática Língua Portuguesa Língua Portuguesa Educação Física 7.056.108-5 5.226.618-1 6.817.191-1 Jocieli Fernanda Rodrigues Marino Maria Delci da Rosa Gomes 7.798.943-9 REPR REPR QPM SC02 QPM Matemática Matemática História Ensino Religioso Espanhol 1.431.974-3 SC02 Inglês Patrícia Maria Pilatti Paulo Sérgio Torres Acosta Pedro Sausen Sérgio de Castilho Rodrigo Bogoni Roseli Aparecida Moreira Roseli das Graças Padre Rudy Nick Vencatto Solange Busato 6.691.816-5 7.744.317-7 6.022.664-4 5.862.175-7 6.517.972-5 7.301.247-3 8.391.734-2 7.596.467-6 5.183.782-7 Susiani Back Valéria Olivo Viviane Kenia Fachin 8.063.934-1 5.164.477-8 7.192.066-6 SC02 QPM REPR REPR REPR SC02 SC02 REPR QPM SC02 REPR QPM QPM Língua Portuguesa Ciências Geografia Geografia Educação Física Artes Matemática História Língua Portuguesa Inglês Matemática Ciências Língua Portuguesa Zaqueu Pereira 3.530.293-0 REPR Educação Física 1 GRADUAÇÃO História Matemática Matemática Arte Língua Portuguesa Educação Física Matemática Matemática Filosofia Língua Portuguesa e Espanhol Língua Portuguesa e Inglês Língua Portuguesa Ciências Geografia Geografia Educação Física Língua Portuguesa Química História Língua Portuguesa Inglês Matemática Ciências Língua Portuguesa e Espanhol Educação Física DIREÇÃO Nilma Ondina Machado Moresco 7.367.108-6 Patrícia Maria Pilatti 6.691.816-5 QPM Diretora Língua Portuguesa Espanhol QPM Diretora Auxiliar Língua Portuguesa EQUIPE PEDAGÓGICA Dinorá Teresinha da Costa 5.514.648-9 REPR Professora Pedagoga Pedagogia SECRETARIA Sônia da Silva 5.672.013-8 QPPE Secretária Cursando Ciências Contábeis APOIO TÉCNICO ADMINISTRATIVO Sandra Dinon 7.118.639-3 QPPE Técnico Admin. Marisa Bevilaqua 4.224.436-8 READ Técnico Admin. Cursando Tecnologia em Alimentos Ensino Médio AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS Milde Maffioletti 3.231.050-8 Paraná Serviços Maria Helena de Araújo 5.474.581-8 Educação REPR Gerais Serviços Rosane da Silva Padilha 5.694.717-5 QPPE Gerais Serviços Ensino Fundamental Sandra Aparecida Broco 7.121.595-4 REPR Gerais Serviços Cursando Ens. Médio Gerais 1 Ensino Fundamental Incompleto Ensino Fundamental CALENDÁRIO ESCOLAR O calendário escolar é elaborado anualmente e a carga horária mínima anual é de 800 (oitocentas) horas, num total de 200 (duzentos) dias letivos, destes 5% (cinco por cento) deverá ser destinado à formação continuada de professores e dos demais membros da escola. SISTEMA DE AVALIAÇÃO INTERNA E EXTENA A avaliação interna deste Projeto Político Pedagógico será realizada bimestralmente, tendo como principal objetivo verificar o posicionamento da comunidade escolar, para, se necessário, redirecionar as ações desta. PLANO DE AÇÃO DO DIRETOR Segundo John Dewey, a educação não é e nem prepara para a vida, ela já é a própria vida. Existem, porém dois tipos de educação: uma ensina como ganhar a vida e outra como viver a vida. Através de diversos conteúdos e temas, a Escola Estadual Naira Fellini enumera os que estão relacionados ao cotidiano do aluno, considerando as suas necessidades e de toda comunidade escolar. É indispensável o envolvimento de todos os membros para um melhor desempenho social e cultural. Os valores transmitidos, os experimentados na vivência escolar e a coerência entre eles devem ser claros para desenvolver a capacidade dos alunos de intervir na 1 realidade e transformá-la, tendo essa capacidade relação direta com o acesso ao conhecimento acumulado pela humanidade. A escola não substitui nem concorre com a família, mas possibilita a discussão de diferentes pontos de vista associados à sexualidade sem a imposição de valores. Em nenhuma situação cabe à escola julgar a educação que cada família oferece a seus filhos. Como um processo de intervenção pedagógica também tem por objetivo transmitir informações e problematizar questões relacionadas à sexualidade, incluindo posturas, crenças, tabus e valores a ela associados, não há invasão da intimidade nem direcionamento quanto ao comportamento dos alunos. A principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos a decidir e a atuar na realidade sócioambiental de modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um, da sociedade local e global. A escola se propõe a trabalhar com atitudes, com formação de valores, com o ensino e aprendizagem de habilidades e procedimentos. PLANO DE AÇÃO DO ESTABELECIMENTO – 2008 ESCOLA ESTADUAL NAIRA FELLINI TÓPICOS DISCUTIDOS PROBLEMAS LEVANTADOS Projeto Político Pedagógico Professores que não seguem a proposta pedagógica, da qual participou e planejou, prevista no PPP. Regimento Escolar APMFs AÇÕES DA ESCOLA EM 2008 PERÍODO RESPONSÁVEL Procurar executar, de forma mais Durante o abrangente, o que está proposto no PPP. ano letivo Comunidade Escolar Regulamento Interno em consonância Durante o com o Regimento Escolar para amparo ano letivo legal de decisões tomadas pelo Conselho Escolar entre outros. Comunidade Escolar Pouco envolvimento Valorização da presença e da Durante o dos membros. participação dos membros da APMFs ano letivo nas tomadas de decisões. Instâncias Colegiadas 1 Direção Direção Auxiliar Grêmio Estudantil Conselho Escolar Entidades Externas Planejamento Participativo Calendário Escolar Programa Paraná Alfabetizado Está sendo implementado. Participação do Grêmio Estudantil para Durante o defender os interesses dos alunos quanto ano letivo à cultura, ao esporte entre outros. Direção Grêmio Professores Alunos Mais reuniões para discussão de assuntos variados. Envolvimento de todos os membros Durante o acerca do que ocorre no ambiente escolar ano letivo e tomadas de decisão. Membros do Conselho Escolar Quanto à entidades privadas locais, a colaboração ainda está falha. Solicitação às instituições públicas de Durante o palestrantes para abordar temas ano letivo relacionados ao uso de drogas, gravidez na adolescência e outros. Direção APMFs Conselho Escolar APMFs e Conselho Escolar precisam opinar e participar também na tomada de decisões e da organização do planejamento como integrantes atuantes na comunidade escolar. Todas as medidas e discussões em que Durante o for necessária a presença dos membros ano letivo da APMFs e do Conselho Escolar, vai ser solicitada a presença dos mesmos. Comunidade Escolar Autonomia para organizar, distribuir os dias letivos conforme o calendário de 2008. Durante o ano letivo Comunidade Escolar Pais não alfabetizados e a falta de interesse. Levantamento de pais ou membros da Março comunidade não alfabetizados e encaminhá-los. Direção Pedagogo Acompanhamento do pedagogo quanto Durante o às Propostas Pedagógicas Curriculares ano letivo das diferentes disciplinas; revisão e replanejamento das mesmas. Pedagogo Professores A avaliação dar-se-á bimestralmente com Bimestral a participação de toda a comunidade escolar (direção, APMFs, professores e outros). Comunidade Escolar Problemas são levantados, são discutidas formas de solucioná-los, porém os resultados nem sempre são positivos. Pretende-se realizar um pré-conselho, o Bimestral qual possibilitará novas medidas didático-pedagógicas com o objetivo de sanar as dificuldades de aprendizagem antes do conselho. Direção Pedagogo Professores Não foi possível organizar a HoraAtividade dos professores de acordo com a disciplina e os dias sugestionados pela SEED. Incentivar os professores a utilizar a Durante o Hora-Atividade para planejar suas aulas ano letivo de forma mais criativa, tendo em vista os recursos disponíveis: sala de informática, TV Pendrive, entre outros. Direção Pedagogo Professores Mesmo com a A recuperação dos conteúdos dar-se-á de Durante o Professores Proposta Pedagógica Curricular Avaliação Escolar Conselho de Classe Hora-atividade 1 Recuperação de estudos Sala de Apoio Registro e acompanhamento de alunos incluídos recuperação concomitante, há casos em que o aluno não consegue assimilar os conteúdos. Direção Supervisão Professores Casos de não Aluno que não apresentar avanço, novas Durante o aproveitamento do medidas didático-pedagógicas deverão ano letivo aluno da Sala Apoio ser tomadas. mesmo com acompanhamento do pedagogo. Direção Pedagogo Professores Na escola em questão, o maior Enfrentamento à evasão índice de evasão ocorreu, no ano passado, no período noturno. Grupos de Estudo Simpósios /Seminários/ Encontros/Cursos PDE / GTR Projetos Específicos da Escola Pedagogo Abertura da Sala Solicitação da abertura da Sala Apoio e Março Apoio para atender acompanhamento da equipe pedagógica Durante o os alunos do período de forma mais assídua. ano letivo da manhã. Reuniões Pedagógicas Jornadas Pedagógicas forma concomitante, e em casos em que ano letivo ainda o aluno apresentar problemas de aprendizagem, pode-se desenvolver outras metodologias ou encaminhá-lo à sala de recurso ou à outras instituições que poderão auxiliá-lo. Segundo o calendário escolar, haverá 04 Durante o reuniões pedagógicas. ano letivo Comunidade Escolar Comunicação das faltas dos alunos, por Durante o parte do professor, para que a direção e o ano letivo pedagogo tomem providências para fazêlos retornar à escola. Em casos em que o aluno não comparecer, utilizar os procedimentos do Programa Fica. Direção Pedagogo Professores Muitos temas Os temas vistos, nos encontros, também Durante o discutidos num único serão discutidos com a comunidade ano letivo encontro e, nesse escolar quando houver necessidade. caso, alguns assuntos acabam ficando pendentes. Pedagogo Espera-se que os estudos auxiliem os Durante o professores a buscar novos ano letivo conhecimentos e práticas pedagógicas. Professores Dar-se-á incentivo aos professores e Durante o demais funcionários para que participem ano letivo dos cursos, seminários e/ou simpósios promovidos pela SEED. Direção Pedagogo Professores Funcionários em geral Desenvolvimento de atividades Durante o relacionadas ao Projeto do Professor ano letivo PDE Paulo Sérgio Acosta, na área de Ciências. Professores Pedagogo Horta na Escola – esse projeto é desenvolvido há anos pela EENF, o qual objetiva o contato do aluno com a meio ambiente; o uso do adubo orgânico, e a Durante o conscientização de uma alimentação ano letivo mais saudável. Leitura: Parada Obrigatória! - As aulas de leituras dar-se-ão de forma alternada, durante o ano letivo, envolvendo todos os professores e alunos. É uma forma de estimulá-los a Professores Alunos 1 ler. III Amostra do Folclore da EENF – É o momento para a pesquisa do folclore brasileiro (danças, culinária, mitos, lendas, entre outros). Apresentação para a comunidade escolar. Além da prática das modalidades esportivas, os alunos também participarão de campeonato de xadrez, de tabuada e de pipa; apresentarão palestras abordando temas voltados ao social, à cultura e à política; no desfile das equipes, apresentarão temas atuais utilizando recursos variados. Semana Cultural e Esportiva FERA Programas Institucionais da SEED Com Ciência JOCOP'S Desafios Educacionais Contemporâneos Materiais e Ambientes Didáticopedagógicos Drogas Direção Pedagogo Professores Alunos Limite de alunos para participar e o processo de seleção que acaba discriminando a capacidade e as condições de apresentação. Como o FERA é uma forma de expressar Segundo a cultura e o talento, a EENF sempre semestre incentivará os professores e os alunos para que participem. Direção Pedagogo Professores Alunos A escola ainda não tive participação do Com Ciência. Incentivar professores e alunos para que Segundo se organizem e participem do Com semestre Ciência. Professores Alunos Falta de oportunidades para treinamento, vestuário e calçado adequados / realização no período letivo. Criar e desenvolver projeto com o objetivo de que os alunos recebam treinamento das Outubro modalidades esportivas de estagiários que cursam Educação Física; verificar a possibilidade de doação de tênis e vestuários específicos. Professores Alunos Alunos usuários. Palestras, filmes e outras atividades Durante o relacionadas à prevenção ao uso de ano letivo drogas. Direção Pedagogo Professores Alunos Leitura e discussão de temas Segundo relacionados à cultura Afro em sala de semestre aula, atividades e apresentações na Hora Cívica. Professores Alunos Incentivo aos professores de demais Durante o funcionários para que utilizem os ano letivo recursos disponíveis no portal dia-a-dia educação dentre outros, conforme o interesse. Professores Funcionários Alunos História e Cultura Afrobrasileira Lab. de Informá tica Junho Agosto Outubro Novembro Dezembro Falta de funcionário específico para atender os professores e, principalmente, os alunos quando precisam pesquisar. 1 TV Pendrive Acervo da biblioteca Livro Didático Público Ainda não foram instaladas. Incentivo ao uso da TV Pendrive, pois é Durante o uma forma de dinamizar e inovar as ano letivo aulas. Professores pedagogo Direção Falta de livros para pesquisa das disciplinas que correspondem somente ao Ensino Médio. Busca de doações e solicitação aos Março órgãos específicos. Abril Direção Pedagogo Há falta de livros tanto para o Ensino Fundamental como para o Médio. Doação e ofícios já foram enviados Durante o solicitando os livros que faltam, todavia, ano letivo espera-se que sejam usados como apoio, pois há a sala de informática, a TV Pendrive, e outros recursos para planejamento e exposição de conteúdos em sala de aula. Direção Pedagogo Professores Fundo Rotativo Recurso insuficiente Direção, APMFs e o Conselho Escolar se organizarão para buscar formas de Ano Letivo como angariar fundos para auxiliar no pagamento das despesas. Direção APMFs PDDE Recurso insuficiente Direção, APMFs e o Conselho Escolar Ano Letivo se organizarão para buscar formas de como angariar fundos para a compra de material didático, caso seja necessário. Direção APMFs Conselho Escolar Convidar os pais para uma de roda de chimarrão com diversas atividades Ausência nas culturais apresentadas por alunos e assembléias e até convidados. No decorrer, faz-se a Ano Letivo mesmo na escola, exposição de assuntos relacionados à durante o ano letivo, escola para que os pais tenham para tomar conhecimento e procurem estar mais conhecimento sobre presente no espaço escolar. o rendimento, comportamento, entre outros, do seu filho. Toda a Comunidade Escolar. Ir às salas de aula, promover debates sobre o assunto. Indisciplina, Faltas e Enviar bilhetes aos pais convidando-os a Ano Letivo Evasão. vir à escola para conversar sobre os problemas que envolvem seu filho. Se necessário, acionar Conselho Tutelar, Patrulha Escolar. Toda a Comunidade Escolar. Entidades Sociais e outras cabíveis. Recursos Financeiros Pais Alunos Reivindicação de Construção de prédio próprio (que está sendo edificado). Espaço Físico Falta de espaço físico Ano Letivo 1 Toda a Comunidade Escolar. Entidades Sociais e outras cabíveis. (a construção está sob responsabilidade da SEED). Avaliação do Plano de Ação dar-se-á através de reuniões bimestrais com membros da Comunidade Escolar para averiguar se as ações já praticadas foram cumpridas valorizando a análise crítica de cada membro e melhor maneira de dar continuidade ou de corrigi-las. 1