Jornal_Ed.04_Out a Nov_2015.cdr - CRMV-PE

Transcrição

Jornal_Ed.04_Out a Nov_2015.cdr - CRMV-PE
Órgão Oficial do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Pernambuco - CRMV-PE - Ano XXXIV - Nº 04 - outubro a dezembro/2015
Outubro Pet Rosa teve apoio
do CRMV-PE
pág. 05
Limites Éticos e Legais no
uso da Propaganda na
Medicina Veterinária Pág 03
Notação de RT terá validade
de 12 meses Pág 04
Pernambuco participou
de inquérito nacional de
Influenza Aviária e doença
de NewCastle Pág 06
Mesmo em época de crise,
exposição Nordestina tem
saldo positivo Pág 07
Prêmio Erivânia Camelo Pág 08
Audiência na câmara debate
a importância do médico
veterinário na Saúde
Pública. Pág 08
O mosquito Aedes aegypti e as
doenças dengue, chikungunya
e zika Pág 09, 10
Rua Conselheiro Theodoro, 460
Zumbi - Recife - Pernambuco
CEP 50.711-030
Fones: (81) 3797.2517 e 3797.2506
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DIRETORIA EXECUTIVA
Erivânia Camelo de Almeida
Presidenta
Geraldo Vieira de Andrade Filho
Vice-Presidente
Késia Alcântara Queiroz Pontual
Secretária Geral
Maria Luiza de Melo C. da Costa
Tesoureira
CONSELHEIROS TITULARES
João Alves do Nascimento Júnior
Valderedes Mar ns da Silva
Paulo Ricardo Magnata da Fonte
Maria Claudia Ribeiro Agra
Jádson Queirós Alves Júnior
Mariana Gomes Siqueira
CONSELHEIROS SUPLENTES
João Ferreira Caldas
Élton Figueiroa Medeiros de Souza
Marcos André Fernandes
Francisco Hermano Cavalcan
Maria José de Sena
Em meio a gravíssima
epidemia causada por arboviroses (dengue, chikungunya e Zika) que tem
assolado o Brasil, especialmente
Pernambuco,
devemos ter em mente
que o Médico Veterinário
tem importante significado no enfrentamento destas enfermidades. Pois somos profissionais com
múltiplas habilidades e
podemos atuar de forma
incisiva junto à população.
Inúmeros casos de dengue e surtos de novas doenças, como zika vírus e
chikungunya têm ocorrido
diariamente e as ações de
combate ao vetor das três
enfermidades, Aedes aegypti, foram intensificados. Atualmente, a proliferação do mosquito é
considerada um dos principais problemas de Saúde
Pública no Brasil e, embora muitos esforços tenham sido empreendidos
no controle dos focos, a
dispersão do mosquito
tem ocorrido de modo extraordinário, resultado da
facilidade da sua repro-
dução e outros fatores
como urbanização, desequilíbrio ambiental, etc.
O fato é que a demanda
crescente ampliou a necessidade de profissionais
de saúde com conhecimento e raciocínio em
epidemiologia, capacidade
de trabalhar em equipe,
liderança e atitude para
atuar de forma estratégica
e preventiva, principalmente nas esferas municipal e estadual. Essa é
uma oportunidade histórica de demonstrar nosso
valor.
Fato é que, todos os
médicos veterinários e zootecnistas, servidores públicos ou autônomos podem colaborar adquirindo
conhecimento sobre a epidemiologia destas enfermidades e sobre a biodinâmica do Aedes aegypti ,
atuando como multiplicadores das informações
necessárias para controlar,
evitar a dispersão e o
aumento da densidade do
mosquito junto à população. Sabemos, por formação que a prevenção é
mais racional e envolve
muito menos custos.
Por fim, podemos praticar a lógica de uma Saúde
Única, que já vem sendo
apontada como diretriz
pela Organização Mundial
da Saúde Animal, no instante em que nos conscientizamos de que também
fazemos parte da população, com o diferencial
de podermos atuar exarando conhecimento profissional.
Reforçamos algumas recomendações como a eliminação de locais com
acúmulo de água e lixo
(vasos de plantas, garrafas pet e pneus); use repelentes, há informações
disponíveis sobre repelentes naturais de baixo custo, use mosquiteiros. Colocar telas em janelas e
portas é uma boa medida;
tenha a disposição o número de telefone da Secretaria Municipal de Saúde do local para informar
locais onde foi verificado
a existência de larvas. Estejamos prontos para sermos úteis, é necessária a
mobilização de todos, faça
parte desta luta.
Rápidas - Agenda de Eventos em 2016
ASCOM/CRMV
Revisão
Socorro Monteiro
(81) 97118.2213
Jônathas Souza
13 e 14
maio
200
25
28
2
Limites Éticos e Legais no uso da
Propaganda na Medicina Veterinária
Alberto Neves Costa, Méd. Vet., CRMV-PE nº 0382, MSc., PhD
Assessor Técnico do CRMV-PE e Acadêmico Titular da APMV
A globalização dos mercados
vem contribuindo de forma significativa para o acirramento na competição pela oferta de produtos e equipamentos. Neste cenário, percebe-se
que as profissões da área de saúde,
dentre as quais a Medicina Veterinária, despertam cada vez mais a cobiça de diferentes segmentos empresariais, com ênfase nas indústrias farmacêutica, de equipamentos médicos
e de produtos biotecnológicos.
Observa-se que os crescentes
avanços técnico-científicos nas especialidades médico-veterinárias passaram a oferecer serviços diferenciados, principalmente no mercado
pet – alimentos; medicamentos veterinários; serviços e cuidados com os
animais; equipamentos, acessórios e
produtos para higiene e beleza. Este
setor cresce de forma vertiginosa
apoiado em estratégias mercadológicas cada vez mais competitivas
que visam influenciar as escolhas
dos consumidores, as quais podem
gerar distorções sérias nas práticas
comerciais.
No tocante à cadeia de
distribuição de medicamentos, rações e equipamentos, o Médico Veterinário vem exercendo grande influência na aquisição destes produtos
pelos consumidores/clientes, fato
que o torna alvo de assédio preferencial por parte das empresas interessadas no uso de sua imagem em propagandas e no aumento da prescrição de seus produtos. Este tipo de
assédio se traduz na oferta de
brindes, auxílio financeiro para participação em feiras e congressos e recebimento de honorários. A questão
é que tais relações financeiras geram
conflitos de interesse entre médicos
veterinários e corporações. Deve ser
ressaltado que a integridade do profissional pode ser fragilizada por
ações de marketing empresarial e
pelas benesses ofertadas pela indústria veterinária, com reflexos em sua
atuação laboral.
Creio ser oportuno destacar
normativas do CFMV sobre publicidade na Medicina Veterinária, uma
vez que a auto-regulamentação profissional é uma delegação do Estado.
A Resolução CFMV nº 780, de
10/12/2004, define no seu Artigo 1º
que “Será entendido como publicidade a divulgação pública, veiculada
por qualquer forma ou meio de comunicação, de atividade profissional
resultante de iniciativa, participação
e/ou anuência do Médico Veterinário”. Deve ficar claro que a publicidade médico-veterinária obedece a
premissas éticas e legais de cunho
educativo, sendo assim não pode ser
comparada àquelas de viés comercial.
O Médico Veterinário deve ficar
atento para não incorrer em
infrações éticas quando do exercício
profissional, uma vez que a propaganda de medicamentos e outros
produtos veterinários podem influenciar sua prescrição e/ou recomendação aos clientes. A citada Resolução
enfatiza que “É vedado ao Médico
Veterinário: a) permitir a inclusão de
seu nome em propaganda enganosa
de qualquer natureza; b) fazer
publicidade de método ou técnica
desprovidos de comprovação científica e c) fazer consulta, diagnóstico
ou prescrição de tratamento através
de veículos de comunicação de
massa (Artigo 3º)”. Isto não impede
que ele se valha de diferentes meios
de divulgação para prestar informações, conceder entrevistas e publicar
artigos que tratem de temas médicoveterinários, desde que com fins
educativos e de interesse social (Art.
7º). Porém, o profissional não pode
veicular publicidade de produtos,
bem como logomarca e logotipo,
através de receituários, laudos, atestados e carteira de vacinação (Art.
11).
Como a relação com o segmento
empresarial se inicia no ambiente
acadêmico, durante visitas e/ou re-
alizações de seminários, demonstrações técnicas etc., é imprescindível
limitar a influência dos propagandistas nas universidades para não
comprometer a formação profissional dos alunos, com reflexos negativos na sua trajetória profissional
(conflitos de interesse). Cabe aos
professores zelar pela formação moral e ética dos seus alunos, contribuindo na melhoria do senso
crítico e na tomada de decisões no
âmbito profissional.
A Resolução CFMV nº 722/12,
(Código de Ética do Médico Veterinário), estabelece que a profissão
seja exercida evitando qualquer
forma de mercantilismo (inciso II do
Artigo 6º) e que é vedado ao Médico
Veterinário “Divulgar informações
sobre assuntos profissionais de forma sensacionalista, promocional, de
conteúdo inverídico, ou sem comprovação científica” (Art. 13) e “permitir que seus serviços sejam
divulgados como gratuitos” (Art.
22). Por fim, reitera que “Comete
falta ética o Médico Veterinário que
participar da divulgação, em qualquer veículo de comunicação de
massa, de assuntos que afetem a
dignidade da profissão” (Art. 33).
Cabe-nos alertar os colegas para
a necessidade de manter uma relação
transparente com a indústria de produtos e serviços veterinários, evitando, assim, possíveis conflitos de
interesse decorrentes da economia de
mercado, bem como atentar para a
legislação emanada do CFMV, que
no uso de suas atribuições legais
estabelece os critérios específicos e
norteadores da publicidade e da
propaganda veiculada por profissionais e empresas/estabelecimentos
que prestam serviços veterinários,
bem como para materiais impressos
e veículos de comunicação de massa
relacionadas com a atuação dos
profissionais inscritos no Sistema
CFMV/CRMVs.
3
Anotação de RT terá validade de
12 meses
O Conselho Federal
de Medicina Veterinária
publicou no Diário Oficial
da União, em outubro, a
Resolução
de
nº
1101/2015 que aborda as
regras sobre a vigência
das anotações de responsabilidade técnica. A publicação que também altera parcialmente a Resolução CFMV nº 1091/2015
torna obrigatória a renovação anual das Anotações de Reponsabilidade
Técnica (ART), fazendo
com que as mesmas sejam renovadas ao fim deste período de 12 meses,
senão serão canceladas
automaticamente.
Antes as notações de
RT tinham um prazo
indeterminado, com a nova resolução os contratos
firmados até o dia 13 de
outubro de 2015, terão a
seguinte validade:
- Contratos com prazo
indeterminado: terão validade até o dia 14 de outubro de 2016, desde que
homologada a anotação
de responsabilidade técnica (ART) pelo Conselho
Regional de Medicina
Veterinária de Pernambuco (CRMV-PE).
- Contratos com prazo
determinado superior a 12
meses: a vigência cons4
tante no contrato fica
mantida, desde que a
anotação de responsabilidade técnica (ART)
tenha sido homologada
pelo CRMV-PE até 13 de
outubro de 2015. Depois
de expirada a vigência
inicial, a ART poderá ser
prorrogada, desde que
observado o limite máximo de 12 meses.
- Contratos com prazo
determinado inferior a 12
meses: mantida a vigência
do contrato desde que a
anotação de responsabilidade técnica (ART)
tenha sido homologada
pelo CRMV-PE. Depois
de expirada a vigência
inicial, a ART pode ser
prorrogada, desde que observado o limite máximo
de 12 meses.
Os contratos firmados
após 14 de outubro de
2015, ou seja, após a publicação da Resolução
CFMV nº 1091/2015,
passam a seguir as seguintes regras:
- Contratos com prazo
indeterminado: vigência
de 12 meses, contados da
data de assinatura, desde
que homologada a anotação de responsabilidade
técnica
(ART)
pelo
CRMV-PE.
- Contratos com prazo
determinado superior a 12
meses: a vigência passa a
ser de 12 meses, contados
da data de assinatura,
desde que homologada a
ART pelo CRMV-PE.
prazo muito longo, mas
com a data limite de
validade o contrato obrigatoriamente será refeito
o que permite ao profissional negociar o salário e
as horas trabalhadas”, explicou o chefe da fiscali- Contratos com prazo zação do CRMV-PE, Ivadeterminado inferior a 12 nildo Porto.
meses: fica mantida a
vigência constante no
O Responsável Técnicontrato, desde que a ano- co é o profissional capacitação de responsabilidade tado, prestador de serviço
técnica (ART) tenha sido autônomo ou empregado
homologada pelo CRMV- que responde técnica,
PE. Depois de expirada a ética e legalmente pelos
vigência inicial, a ART seus atos profissionais e
poderá ser prorrogada, pelas atividades peculidesde que observado o ares à Medicina Veterilimite máximo de 12 nária ou Zootecnia, exermeses.
cidas pelas empresas nas
quais atua. Ele está preA Resolução CFMV sente, por exemplo, nas
nº 1101/2015 prevê que indústrias de carne, superconsultórios veterinários mercados, biotérios, zoonão constituídos sob a lógicos, pet shops, casas
forma de pessoa jurídica e agropecuárias, entre ouaqueles sob a forma de tros.
Empresa Individual de
Responsabilidade LimitaToda Anotação de
da ou Ilimitada estão dis- Responsabilidade Técnica
pensados do recolhimento (ART) firmada entre o
da taxa de renovação. profissional e o estabeleNestes casos, a Declara- cimento deve ser apreção de Responsabilidade sentada ao CRMV-PE paTécnica substitui a ART. ra que analise e homologue o contrato.
“ A nova resolução dá
uma maior segurança ao
profissional, pois muitas
vezes era feito um único
contrato e o profissional
ficava amarrado a ele por
Outubro Pet Rosa teve apoio do
CRMV-PE
No mês da campanha do Outubro Rosa, o
Conselho Regional de Medicina Veterinária de
Pernambuco – CRMV-PE apoiou o outubro pet rosa,
um evento realizado em parceria com o departamento
de medicina veterinária da UFRPE que tinha como
objetivo divulgar informações sobre tumores de
mama em cadelas e gatas aos tutores desses animais.
O lançamento do Outubro Pet Rosa ocorreu no
dia 14 de outubro no Campus Dois Irmãos da
UFRPE, em frente ao Hospital Veterinário Escola,
com instalação de posters e distribuição de panfletos
e brindes. Na ocasião, os tutores desses animais
foram orientados a realizar o exame de apalpação nas
mamas e, em caso de nódulos, as cadelas e gatas
foram submetidas a exames de citologia.
Muitos não sabem, mas a incidência da doença
pode ser alta em cães e gatos, principalmente nas
fêmeas. A prevenção da doença é fundamental, e
deve ser feita por meio da castração precoce, além da
observação constante de seu animal e consultas
frequentes ao médico veterinário. No dia do evento
33 animais foram submetidos à citologia e destes 32
tiveram tumores de mama.
O câncer é uma doença que atinge,
principalmente, animais de estimação e pode ser
desenvolvida por alguns fatores, como a idade
avançada, a exposição à poluição, entre outros.
Normalmente, a doença atinge animais mais velhos e
que não foram castrados ou que foram castrados após
diversos cios.
Cerca de 60% das cadelas e 25% das gatas
apresentam câncer de mama. Todavia nas gatas
quando há o tumor em 90% das ocorrências, é
maligno. Quando o animal é castrado antes do 1º cio,
só tem 0,5% de chance de desenvolver câncer de
mama, quando a castração é no 2º ou 3º cio o risco
aumenta para 8%. “Utilizar anticoncepcionais em
gata aumenta em quase 100% as chances de
desencadear a doença”, explicou a médica veterinária
Catarina Sepulveda.
De acordo com a coordenadora do projeto,
professora Márcia Pereira, os tumores mamários
representam a neoplasia mais frequente em cães e a
segunda em gatos. A professora afirma que diversos
fatores de risco associados à ocorrência de tumores
de mama são reconhecidos, incluindo idade, o uso de
progestágenos, a pseudociese e a obesidade.
A castração precoce é a forma mais indicada de
prevenir a proliferação de tumores mamários, e deve
ser feita preferencialmente antes do primeiro cio das
fêmeas. Deixar o animal cruzar ou ter uma ou mais
gestações, ao contrário do que muitos pensam, não
previne o câncer de mama. A importância dos exames
também é fundamental.
Atualmente já existem vários tipos de tratamento
contra a doença. Caso o animal seja identificado com o
câncer, o mais indicado é a cirurgia para extração dos
tumores ou das mamas. Em casos mais extremos, além
da cirurgia, pode ser feita a quimioterapia
antineoplásica.
Durante o evento ainda foram realizadas palestras
para médico veterinários e estudantes, tanto no
hospital veterinário da UFRPE como no CRMV-PE,
com o intuito de atualizar os conhecimentos a respeito
de tumores mamários em cães e gatos.
“ Nos questionários que aplicamos 73% dos
tutores não possuíam animais castrados e 68% não
conheciam nenhum fator que estivesse relacionado ao
aparecimento do câncer de mama nos animais”, relatou
Márcia Pereira
Outros eventos foram realizados em praças e
parques da cidade do Recife, com distribuição de
material informativo.
5
Pernambuco participou de inquérito
nacional de Influenza Aviária e doença
de NewCastle
Desde outubro, a Agência de Defesa e
Fiscalização Agropecuária de Pernambuco –
ADAGRO - realizou coletas de amostras nas granjas
do
Estado
para
compor
o
inquérito
soroepidemiológico, que tem por finalidade verificar
a circulação do vírus da Newcastle e da Influenza
Aviária em todos os estados brasileiros. O trabalho de
coleta foi finalizado em dezembro.
A sorologia é uma das etapas do Sistema de
Vigilância Brasileira para Avicultura e visa habilitar o
plantel avícola industrial do Brasil como livre dessas
doenças, possibilitando a abertura de novos mercados
que exigem a certificação de sanidade das aves.
“Foram oito semanas de um trabalho que contou
com a ação de 10 equipes e mais de 50 funcionários
da Adagro. Foram coletadas amostras em 276
granjas, num total de 500 visitas feitas a granjas de
todo o estado. Das 276 amostras, 200 foram do tipo
granjas de corte, 56 de poedeira comercial, 14 de
matrizes e 6 de codornas. No total, foram amostrados
324 núcleos, sendo 3270 soros de aves e 1308 suabes
(traqueia e cloaca)”, detalhou a coordenadora do
Inquérito e chefe da Unidade Estadual de Defesa
Animal, Elayne Gonçalves.
Todas as amostras coletadas foram enviadas ao
6
Lanagro, de Campinas-SP, laboratório oficial
responsável por analisar tais doenças.
O Estado de Pernambuco possui 882 granjas
cadastradas e capacidade de alojamento para 25
milhões de aves.
O estudo está sendo realizado em todo o
território nacional e os resultados serão apresentados
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento – Mapa. A influenza aviária nunca foi
detectada no Brasil, sendo considerada uma doença
exótica em todo o território nacional. Ela é uma
doença altamente contagiosa, transmitida por vírus,
que ocorre em aves e menos comumente nos
mamíferos, e causa diversos prejuízos relacionados à
mortalidade nos plantéis avícolas comerciais.
Já a doença de Newcastle foi registrada pela
última, vez no país, em 2006, no estado do Rio
Grande do Sul com focos isolados e em aves de
fundo de quintal. A doença é uma enfermidade viral,
aguda, altamente contagiosa, que acomete aves
silvestres e comerciais, com sinais respiratórios,
frequentemente seguidos por manifestações nervosas,
diarréia e edema da cabeça. A manifestação clínica e
a mortalidade variam segundo a patogenicidade da
amostra do vírus. Ela pode ser prevenida por meio de
vacina.
Novo manual de RT trará novidades
Acompanhando as novas demandas do mercado de
trabalho na área da medicina veterinária e da
zootecnia, o Conselho Regional de Medicina
Veterinária de Pernambuco (CRMV-PE) vai lançar a
segunda edição do Manual do Responsável Técnico –
Normas e procedimentos, com o objetivo de fornecer
novos subsídios e orientação técnica atualizada aos
profissionais que exercem a responsabilidade técnica
no Estado.
O manual traz uma série de informações úteis e
indispensáveis ao bom desempenho profissional de
médicos veterinários e zootecnistas, quer já estejam
exercendo a RT ou iniciando suas atividades
profissionais. “ Essa atualização é de extrema
importância e foi necessária, pois, hoje, temos 19
possibilidades de responsabilidade técnica”, explicou
o assessor técnico do CRMV-PE, Alberto Neves. Esta
edição atualizou conceitos e incluiu novas áreas da
responsabilidade técnica, tais como: laboratórios de
patologia, diagnóstico e análises clínicas; unidades de
vigilância de zoonoses; unidades móveis de
esterilização e educação em saúde; haras, jóqueisclubes e outras entidades hípicas; biotérios e centros
de criação de animais experimentais; e canis, gatis,
hotéis, escolas de adestramento e empresas locadoras
de cães de guarda e congêneres.
No novo manual também foram listados os
principais sítios de interesse para o Responsável
Técnico, siglas operacionais de vários processos e
normas e legislações específicas nas diferentes áreas.
O manual ainda traz como novidade o livro de
registro de ocorrências, que será disponibilizado a
todo RT no momento da homologação e/ou renovação
da ART junto ao CRMV-PE. No livro, que é de uso
exclusivo do RT, deverá ser registrada todas as visitas
ao estabelecimento, bem como as ocorrências que
estejam em desacordo com os dispositivos legais e as
recomendações que precisem ser regularizadas. Este
livro deverá ser mantido no estabelecimento à
disposição dos fiscais do CRMV-PE e de outros
órgãos de fiscalização. Tudo isso, para aperfeiçoar os
procedimentos administrativos e de fiscalização
exigidos no âmbito do sistema CFMV/CRMVs, bem
como contribuir para uma melhor formação técnica
dos profissionais.
Apenas o exercício competente e ético da
responsabilidade técnica traz a simpatia e a confiança
da sociedade, seja meio da prestação de bons serviços,
que se traduzem na qualidade dos produtos de origem
animal oferecidos ao consumo, tanto do ponto de vista
higiênico-sanitário, como da segurança alimentar,
assim como na garantia do bem-estar dos animais.
O CRMV-PE além de lançar uma atualização do
Manual do Responsável Técnico – Normas e
Procedimentos também irá promover uma série de
seminários específicos nas diversas áreas de atuação
profissional do médico veterinário e do zootecnista,
tanto no Recife, quanto no interior do Estado. Os
seminários serão gratuitos e a programação já está
disponível no site do CRMV-PE, no link Agenda de
eventos e será divulgada também por meio da nossa
fan page no facebook.
7
Erivânia Camelo recebe prêmio da Avipe
Durante o III Encontro da
Avicultura de Pernambuco, a
presidenta do Conselho Regional de
Medicina Veterinária de Pernambuco
– CRMV-PE, Erivânia Camelo
recebeu uma homenagem do setor
avícola pelos relevantes serviços
prestados a avicultura do nosso
Estado. O evento que foi realizado
pela Associação de Avicultura de
Pernambuco (Avipe) e tinha como
objetivo discutir as perspectivas do
setor no cenário nacional e
internacional, visto que o Brasil é o
maior exportador de carne de frango
e que Pernambuco é o maior
produtor de frango e ovos do
Nordeste. Estavam presentes no
encontro o Secretário de Agricultura
e Reforma Agrária, Nilton Mota, a
economista Tânia Bacelar, o exministro de Agricultura e presidente
da ABPA, Francisco Turra e o
presidente do IPA, Gabriel Maciel.
Para Erivânia a parceria do setor
público com o setor privado é de
extrema
importância
para
o
crescimento dos diversos setores
ligados a agricultura: “a fiscalização
não existe só para penalizar, afinal os problemas sanitários não tendem
a ser individuais, e é preciso proteger essa cadeia que é tão organizada
do ponto de vista tecnológico e que também assegura o emprego de
tantas famílias”, disse Camelo.
Em julho, todos os RTs que atuam na sanidade avícola foram
convocados pelo CRMV-PE para um encontro cujas discussões
visaram um melhor entendimento dos riscos da influenza aviária, que
chegou no EUA, e trabalhar preventivamente para que Pernambuco
não registre casos da doença.
Audiência na câmara debate a importância
do médico veterinário na Saúde Pública.
Em novembro foi promovida uma audiência
pública na Câmara de vereadores do Recife para
discutir a importância do médico veterinário na saúde
pública, sobretudo nas equipes do Núcleo de Apoio à
Saúde da Família (Nasf). O plenarinho ficou lotado de
representantes da classe que estavam vestidos de
verde, que trazia os seguintes dizeres “Médico
veterinário também cuida de gente, embora muita
gente não saiba disso”.
O debate foi conduzido pelo vereador Eurico
Freire, que convidou para fazer parte da mesa a
Presidente do Sindicato dos Médicos Veterinários
Elisa Araújo, a presidente do Conselho Regional de
Veterinária, Erivânia Camelo, a secretária executiva
de Gestão do Trabalho, Educação e Saúde, Kamila
Matos; e a secretária executiva de Vigilância e Saúde,
Cristiane Penaforte, ambas da prefeitura do Recife.
Elisa Araújo começou relatando a defasagem
profissional que há na vigilância do Recife, onde
existem cerca de 30 veterinários na Prefeitura da
cidade, quando seriam necessários pelo menos mais
80. Ela ainda acrescentou que as equipes do Núcleo
de Apoio à Saúde da Família (Nasf), do Recife, não
têm veterinários, a exemplo do que ocorre em equipes
semelhantes de outras grandes cidades.
8
Já para a presidente do CRMV-PE, Erivânia
Camelo, ressaltou a importância do Recife ter
médicos veterinários nas equipes do Nasf, visto que
muitos municípios se espelham nos modelos adotados
pela capital. Ela ainda ressaltou a importância da
criação do serviço de inspeção municipal. “ Muitos
mercados que estão na fila para registro na Adagro,
órgão estadual, poderiam estar realizando o registro
no órgão municipal, gerando assim mais receita para
o município”, finalizou.
A secretária executiva de Vigilância e Saúde,
Cristiane Penaforte disse que a prefeitura do Recife
tem 21 equipes do Nasf e que nelas não há a presença
do médico veterinário. “Quando a atual gestão
assumiu, havia um concurso público vigente e
tínhamos que realizar a contratação de dez.
Cumprimos nossa obrigação.
Ao fim da audiência foi criada uma comissão,
formada por médicos veterinários, representantes da
Prefeitura do Recife, e do vereador Eurico Freire,
para estudar a possibilidade de aumentar o número
desses profissionais no quadro de pessoal da
Prefeitura do Recife e também de encontrar formas de
divulgar a importância da categoria para a sociedade.
O mosquito Aedes aegypti e as doenças
dengue, chikungunya e zika
Autora: Denise S. C. de Oliveira S.
Veterinária especialista em Saúde Pública
O Aedes. aegypti é originário do Egito. A dispersão
pelo mundo ocorreu da África: primeiro da costa leste
do continente para as Américas, depois da costa oeste
para a Ásia. As teorias mais aceitas indicam que o A.
aegypti tenha se disseminado da África para o
continente americano por embarcações que aportaram
no Brasil com o tráfico de escravos ( MS 2016).
Para sobreviver na natureza a fêmea do mosquito
precisa de sangue para a produção de seus ovos. O
Aedes aegypti é um mosquito doméstico que se
adaptou bem aos centros urbanos, que tem hábitos
diurnos e alimenta-se de sangue humano
preferencialmente ao amanhecer e ao entardecer.
Porém se há uma infestação grande do mosquito, é
possível buscar o alimento em qualquer horário do
dia.
A fêmea adulta do Aedes vive cerca de 30 a 45 dias e,
nesse período, pode contaminar até 300 pessoas e
voar cerca de 300 metros (três quarteirões). O
mosquito produz em média 450 ovos e deposita seus
ovos em locais que possam acumular água. Os ovos
podem permanecer viáveis em local seco, sem água
até 1 ano. Para garantir a perpetuação de sua espécie,
as fêmeas distribuem os ovos por diversos criadouros
que possam vir ou contenham água de preferência
limpa e parada.
Se a fêmea estiver infectada pelo vírus da dengue ou
de chikungunya, quando realizar a postura de ovos, há
a possibilidade das larvas já nascerem com os vírus.
Quanto ao vírus da zika, ainda não se sabe se o
mosquito pode transmitir para os seus ovos.
O Aedes aegyti é um potencial transmissor de muitas
viroses, entre elas as Arboviroses, e no Brasil ele tem
sido responsável pela transmissão de 4 vírus da
dengue. Em 2014 foi detectada a entrada do vírus
chikungunya na Bahia e mais recentemente em abril
de 2015 foi detectada por pesquisadores baianos a
presença do vírus zika circulando no nordeste do
Brasil. Todas são arboviroses que tem provocado
grandes epidemias no nosso país.
Perguntas mais frequente sobre essas doenças:
Como podemos diferenciar dengue,
zika e
chikungunya? As três enfermidades são muito semelhantes e muitas vezes são difíceis de diferenciar no
início da doença. No entanto com dengue e chikun-
gunya observa-se febre alta, o que não é frequente
com a infecção pelo vírus da zika. Os sintomas da
Zika são mais brandos e a recuperação é muito
rápida.
Lembrando que as crianças e idosos devem ter um
olhar diferenciado referente a essas doenças valorizando a hidratação oral e repouso ao iniciar essas
doenças.
Quais são sintomas dessas doenças? É comum
aparecer nas três doenças sintomas como: cefaleia,
astenia, fadiga, mialgia, artralgia, lombalgia, alteração
no paladar, dor retro-orbitária, e o rash é mais
comum em chikungunya e zika, embora dengue
também possa apresentar esse sintoma.
Dengue: Podemos ser infectado 4 vezes por 4 vírus
diferentes da dengue, porque não existe imunidade
cruzada entre eles. A doença pode evoluir para forma
mais grave da doença sendo maior o número de
óbitos observado entre essas arboviroses. Os sinais
de gravidade
são: dor no abdômen, vômitos
persistentes, dispneia, extremidades frias ou cianose,
tontura ou desmaio, melena ou outro sangramento.
Qualquer um desses sintomas indica a necessidade de
um atendimento médico de urgência. A maneira mais
eficaz de prevenir formas graves é a hidratação oral
durante todo o período da doença. Beber grande
quantidade de água, sucos, chá e o repouso, são
medidas necessárias para evitar complicações dessas
enfermidades causadas pelas arboviroses.
Chikungunya: A maioria das pessoas se sente melhor
dentro de oito dias; chama atenção a artralgia intensa
nos membros inferiores e superiores. Estomatite e
úlceras orais podem aparecer. Em algumas pessoas, a
artralgia pode persistir por meses ou anos, pois há
possibilidade de desenvolver doença articular crônica,
sendo indicados a fisioterapia e acompanhamento
médico. Os sintomas podem ser graves e
incapacitantes. Pessoas em situação de risco para
doença mais grave incluem recém-nascidos infectados
em torno do momento do nascimento, idosos (≥65
anos) e pessoas com doenças pré-existentes como a
pressão arterial elevada, diabetes, doença cardíaca ou
renal. Uma vez que uma pessoa tenha sido infectada,
9
ela se torna protegida de novas infecções pelo virus
Chikungunya. Também tem sido observado sintomas
neurológicos como encefalites, meningoencefalites,
mielites .
Zika: A doença é geralmente leve com sintomas que
duram em torno de uma semana. Cerca de uma em
cada cinco pessoas infectadas com o vírus Zika
podem manifestar a doença.
A doença grave é
incomum e mortes são muito raras. A gravidade da
infecção por zika é possibilidade da gestante quando
doente, transmitir ao bebê que poderá ou não
desenvolver microcefalia.
Embora já estão sendo publicados artigos que
mostram a possibilidade da transmissão sexual, por
saliva do vírus da Zika, a transmissão por vetor ainda
é a mais relevante para a transmissão e expansão da
epidemia.
As enfermidades causadas por Arboviroses como
dengue, chikungunya , zika entre outras, assim como
bacterioses ou
outras enfermidades infecciosas,
podem levar a um quadro da síndrome de Guillain
Barré após o quadro infeccioso. Esse quadro da
síndrome é raro, contudo, após a infecção dessas
doenças, é bom ficarmos atentos para os sintomas
como forte fadiga, formigamento, fraqueza muscular
e às vezes sensação de aperto no tórax lembrando um
cinto apertado. Diante de esses sintomas, procurar
uma urgência para receber precocemente o tratamento
médico indicado evitando complicações mais graves.
Recomendações importantes:
Beber líquido durante o período da doença é
fundamental, principalmente durante os seis primeiros
dias do início dos sintomas. A hidratação oral pode
evitar formas mais graves da dengue e evitar a morte;
tomar medicamentos, como paracetamol ou dipirona
para aliviar a febre e dores; não tomar aspirina e
outros medicamentos anti-inflamatórios não esteróides
(AINE), como ibuprofeno e naproxeno, sem avaliação
médica; diabéticos e pessoas com doenças crônicas
devem ser avaliados pelo profissional médico.
Como podemos nos proteger do mosquito Aedes?
Usar vestimentas que não exponham muito o corpo;
10
usar repelentes e evitar fazer aplicação na face e
mãos; proteger-se principalmente durante o dia,
quando os mosquitos são mais ativos principalmente
do amanhecer ao anoitecer; aplicar protetor solar
primeiro e depois o repelente; gestantes devem dar
preferência aos repelentes à base de Icaridina, DEET,
IR3535. Mosquiteiros proporcionam boa proteção
para aqueles que dormem durante o dia (por exemplo:
bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos).
Para redução das picadas por mosquitos em ambientes
fechados, recomenda-se o uso de inseticidas
doméstico em aerossol, espiral ou vaporizador.
Instalação de estruturas de proteção no domicílio
como tela em janelas e portas também podem reduzir
as picadas.
Essas
recomendações
devem
ser
adotadas
principalmente por gestantes, idosos e crianças e
pessoas com doenças crônica grave ou acamadas.
Destruição de focos do mosquito Aedes. aegypti:
Mantenha bem vedados os recipientes que acumulam
água para uso doméstico ou comercial; retire do
imóvel qualquer depósito que possa acumular água e
se tornar um potencial foco do vetor; mantenha
fechadas lixeiras ou outros recipientes que possam
servir para focos do mosquito: observar e eliminar
estruturas físicas ou recipientes que acumulem água;
manter vasos sanitários fechados; os ralos devem ser
tratados com cloro e usar telas de proteção; manter
calhas limpas e verificar a tampa ou rachaduras em
caixa de água; manter quintais, jardins, áreas externas
limpas e livres de entulhos. Essas são algumas
recomendações que podemos adotar no nosso
cotidiano. Para denunciar focos do vetor na cidade do
Recife, faça um registro pela internet no formulário
que pode ser encontrado no site:
http://www2.recife.pe.gov.br/servico/ouvidoriamunicipal-da-saude ou através ouvidoria do Recife
0800 – 2811520. Se você reside em outras cidades do
estado de Pernambuco, deve buscar o site de sua
prefeitura ou o telefone do setor que compete o
combate ao vetor na Secretaria de Saúde Municipal.

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