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Uma Experiência de Projeto de Desenvolvimento de Ambiente de Educação
a Distância para a Divisão de Ensino da Escola de Administração do
Exército
Elvira Lucia da Silva Reis1, Marçal de Lima Hokama2
Resumo. O presente trabalho visa descrever o desenvolvimento do ambiente de ensino a
distância para a Divisão de Ensino da Escola de Administração do Exército e os resultados
obtidos.
Palavras-chave: educação a distância, Exército Brasileiro
Abstract: The present work aims to describe the development of distance education environment
to the Education Department Army of the Administration School and its results.
Keywords: distance education, Brazilian Army
1
Tenente – Aluna do Curso de Formação de Oficiais do Quadro Complementar de 2005. Graduada em
Administração. [email protected].
2
Capitão do Quadro Complementar de Oficiais. Bacharel em Ciências da Computação.
[email protected].
1. Introdução
O rápido desenvolvimento tecnológico –
através do avanço das redes de
computadores e, principalmente, do
aumento crescente da utilização da
Internet no meio educacional – e as
demandas do mercado, que incluem,
entre outros aspectos, a necessidade de
formação e aperfeiçoamento de recursos
humanos de maneira constante e com alta
qualidade dentro de restrições de tempo
e, conseqüentemente, de locomoção, vêm
incentivando e transformando a Educação
a Distância (EAD) em um meio moderno
e inovador de levar informação e
conhecimento a qualquer um, em
qualquer lugar.
Segundo (DRUCKER, 2002) a
educação na sociedade pós-capitalista
deve permear toda a sociedade.
Organizações empregadoras de todos os
tipos - empresas, órgãos do governo,
organizações sem fins lucrativos também precisam tornar-se instituições
de aprendizado e de ensino.
O Exército Brasileiro (EB), atento
às mudanças e aos desafios que se
impõem
na
atualidade,
vem
modernizando o ensino militar de modo a
atingir o objetivo de melhor formar seus
recursos humanos, empregando com
sucesso o EAD em cursos de idiomas,
cursos preparatórios da Escola de
Comando e Estado Maior do Exército ou
da Escola de Aperfeiçoamento de
Oficiais
(Cprep/ECEME
ou
Cprep/EsAO), no ensino voltado aos
filhos e dependentes dos militares que
servem em áreas pioneiras da Amazônia e
em missões no exterior, através do
Colégio Militar de Manaus, e outros.
Particularmente, no âmbito do Curso de
Formação de Oficiais do Quadro
Complementar (CFO/QC) da Escola de
Administração do Exército (EsAEx) é
fundamental contar com profissionais
bem formados e altamente capacitados, e
o ensino a distância pode contribuir
significativamente para a formação destes
oficiais, na medida em que possibilita
complementar o ensino das áreas
específicas, durante e após o curso.
Este
trabalho
descreve
a
experiência no desenvolvimento do
ambiente EAD para a Divisão de Ensino
da EsAEx. Serão tratados aspectos que
envolvem o trabalho com uma equipe
multidisciplinar, a escolha do “software”,
a elaboração da proposta pedagógica, o
design instrucional dos cursos, a
avaliação, os resultados atingidos e a
sugestão para trabalhos futuros. O
ambiente foi desenvolvido como Projeto
Interdisciplinar (PI) do CFO/QC – 2005
da Escola de Administração do Exército.
2. O que é EAD
De acordo com (BRASIL, 1998),
educação a distância é uma forma de
ensino
que
possibilita
a
autoaprendizagem, com a mediação de
recursos
didáticos sistematicamente
organizados, apresentados em diferentes
suportes de informação, utilizados
isoladamente
ou
combinados,
e
veiculados pelos diversos meios de
comunicação.
Mas segundo (VERGARA, 2000)
um olhar na história nos informará que o
conceito não é novo. Muitos, certamente,
se
lembrarão
do
"ensino
por
correspondência", bastante utilizado até
os anos 60. Resolvia muitas questões de
aprendizado, sobretudo o técnico, mas a
interação com os professores era pouca
ou nenhuma durante o processo, às vezes
limitando-se à avaliação final da
aprendizagem, sem um grande feedback.
No fim da década de 60, outros
meios começaram a ser utilizados: rádio,
televisão,
toca-fitas,
videocassetes,
telefone. Nos anos 70, a Informática
entrou no processo, dando-lhe mais
agilidade e permitindo maior interação
entre aluno e professor. Hoje, não são
poucos os recursos que a telemática põe à
disposição de quem se propõe à autoaprendizagem. A internet nos diz que o
céu é o limite.
Há modelos exclusivos de
instituições de educação a distância, que
só
oferecem
programas
nessa
modalidade, como a Open University da
Inglaterra ou a Universidade Nacional a
Distância da Espanha. A maior parte das
instituições que oferecem cursos a
distância também o faz no ensino
presencial. Esse é o modelo atual
predominante no Brasil.
A EAD apresenta características
de flexibilidade de espaço e tempo que
podem se adaptar às diversas demandas.
De acordo com (MOORE, 1996),
o grande diferencial da EAD está em
proporcionar ao aluno a opção de
escolher o próprio local e horário de
estudo. A possibilidade de se gerar
produtos customizados, ajustados e
adaptados às necessidades dos clientes,
possibilitam ganhos em tempo e
adequação no atendimento a demandas
específicas,
que
não
estejam
contempladas a contento em estruturas
educacionais
tradicionais
(BATES,
1997).
Segundo (ARETIO, 1997), a
grande vantagem da EAD em relação à
educação presencial está na economia.
Ao se deslocar um grande grupo de
funcionários para participar de aulas
presenciais em outras localidades, tem-se
na substituição destes profissionais, bem
como, no pagamento dos salários dos
mesmos sem que eles estejam
efetivamente
trabalhando,
um
considerável aumento de custos fixos.
Porém, as organizações que
desejarem implementar programas de
educação profissional a distância,
dependendo do tipo de curso e mídia a ser
utilizada, terão inicialmente custos
consideravelmente elevados em virtude
da aquisição de equipamentos e com o
desenvolvimento de metodologias e
materiais
que
irão
auxiliar
a
aprendizagem. Entretanto, tais custos
poderão ser diluídos à medida que a
quantidade de alunos aumentar, bem
como, a organização desejar oferecer
outros tipos de cursos.
WICK (1997) comenta que, no
atual mundo dos negócios, o foco do
aprendizado está se deslocando do ensino
em sala de aula para o aprendizado no
próprio local de trabalho e este é um dos
aspectos que têm se mostrado mais
atraentes para a iniciativa privada.
A possibilidade de se ministrar
conhecimentos próprios ou construídos
de acordo com a cultura organizacional,
voltados para o cenário vivenciado pelas
organizações, serve como atrativo para
elas criarem os seus próprios centros de
excelência.
3. Equipe multidisciplinar
Segundo
(SENGE,
2004),
as
organizações só aprendem por meio de
indivíduos
que
aprendem.
A
aprendizagem individual não garante a
aprendizagem organizacional. Entretanto,
sem ela, a aprendizagem organizacional
não ocorre.
Para
(PAIVA,
2001)
a
multidisciplinaridade é a essência e o
“segredo” de qualquer trabalho que se
pretende realmente coletivo, pois, por
meio dela, tem-se a oportunidade de
desenvolver não só o espírito de equipe, o
espírito
coletivo,
como
também
desenvolver
a
afetividade,
a
sensibilidade, a percepção, a amizade, a
troca de experiências, a solidariedade;
enfim, um bem-estar fundamental para
qualquer tipo de atividade pedagógica, a
ser desempenhada.
A equipe selecionada para
desenvolver esse projeto é composta de
15 oficiais-alunos do CFO/QC – 2005:
dois de administração, dois de ciências
contábeis e um de cada uma das seguintes
áreas: comunicação social, direito,
enfermagem, informática, magistério,
pedagogia, psicologia e veterinária.
Durante a fase de planejamento do
PI, as questões relacionadas à EAD foram
analisadas pelos oficiais-alunos, para
gerar a definição do “software” a ser
utilizado, do cronograma de execução do
projeto e dos tipos de cursos a ser
oferecidos. A equipe formada pelos
oficiais-alunos da área de informática foi
responsável pela avaliação, escolha e
instalação do “software Moodle”, pela
elaboração e manutenção do ambiente de
ensino, pela criação do Manual do
Moodle, pelo treinamento do restante da
equipe para operar o “software” e pela
inclusão de conteúdos da sua área
específica.
Os
demais
oficiais-alunos
contribuíram com os conhecimentos de
suas áreas específicas e também com o
desenvolvimento de cursos pilotos para o
teste de funcionamento do ambiente.
O conteúdo técnico de cada curso
foi elaborado pelos oficiais-alunos, a
partir de parâmetros sugeridos pelas
bibliografias de educação a distância. A
proposta pedagógica foi desenvolvida
pelo oficial-aluno da área de pedagogia
que definiu também o design instrucional
dos cursos.
4. A escolha do software
O desafio imposto pelo projeto foi o
desenvolvimento de uma solução de
aprendizado “on-line”, por intermédio de
Course Management System – Sistema
Gerenciador de Curso (CMS), em áreas
específicas para implantação e utilização
na EsAEx, baseado em plataforma livre
(Open Source). O CMS é um sistema que
possui todas as ferramentas necessárias
para criação e gerenciamento de conteúdo
de treinamento e ensino a distância, em
internet ou intranets, sem necessidade da
presença do instrutor e em horários que
sejam mais adequados aos instruendos.
Foram pesquisadas e avaliadas algumas
ferramentas CMS que atendessem às
necessidades do EB, previstas na Portaria
n° 004 – STI de 28 de março de 2003,
quanto ao uso de software Open Source
(sob a licença de Software Livre GNU
Public License).
Ao avaliarmos um programa de
educação a distância e/ou um “software”
educacional, é importante estabelecermos
parâmetros mínimos de avaliação, que
são características pedagógicas e aquelas
relacionadas ao aspecto técnico da
questão, que são:
Características Pedagógicas
As características pedagógicas formam
um conjunto de atributos que evidenciam
a conveniência e a viabilidade da
utilização do “software” em situações
educacionais.
As seguintes subcaracterísticas
facilitam a identificação de um
“software” de qualidade:
Ambiente educacional: o “software” deve
permitir a identificação do ambiente
educacional
e
do
modelo
de
aprendizagem que ele privilegia;
Pertinência em relação ao programa
curricular: o “software” deve ser
adequado e pertinente em relação ao
contexto educacional ou a uma disciplina
específica;
Aspectos didáticos: o “software” deve
contribuir para que o aluno alcance o
objetivo educacional; e, para isso, deve
ser amigável e de fácil utilização; deve
possuir aspectos motivacionais e respeitar
individualidades. É importante que inclua
atributos como: clareza e correção dos
conteúdos, recursos motivacionais, carga
informacional e tratamento de erros.
Facilidade de uso
A facilidade de uso é o conjunto de
atributos que evidenciam a facilidade de
uso
do
“software”.
Inclui
as
subcaracterísticas:
Facilidade de aprendizado: avalia a
facilidade dos usuários em aprender a
usar o “software”;
Facilidade de memorização: avalia a
facilidade dos usuários em memorizar
informações importantes para o uso do
“software”;
Robustez: avalia se o “software” mantém
o processamento corretamente a despeito
de ações inesperadas.
Características da interface
As características da interface configuram
atributos que evidenciam a existência de
um conjunto de meios e recursos que
facilitam a interação do usuário com o
“software”. Inclui as subcaracterísticas:
modelo e aos objetivos educacionais
adotados.
Documentação
Condução: avalia os meios disponíveis
para aconselhar, informar e conduzir o
usuário na interação com o computador.
Inclui
atributos
como:
presteza,
localização, “feedback” imediato e
legibilidade;
A documentação é o conjunto de
atributos que evidenciam que a
documentação para instalação e uso do
“software”
deve
ser
completa,
consistente, legível e organizada. Inclui
atributos como:
Afetividade: avalia se o “software”
proporciona uma relação agradável com o
aluno ao longo do processo de
aprendizado;
Help on-line: avalia a existência de
auxílio online;
Consistência: avalia se a concepção da
interface é conservada igual em contextos
idênticos e se ela se altera em contextos
diferentes;
Significado de códigos e denominações:
avalia a adequação entre objeto ou
informação apresentado ou pedido e sua
referência;
Gestão de erros: avalia os mecanismos
que permitem evitar ou reduzir a
ocorrência de erros, e que favoreçam a
correção quando eles ocorrem. Inclui os
atributos:
proteção
contra
erros,
qualidade das mensagens de erro e
correção dos erros e reversão fácil das
ações.
Adaptabilidade
A adaptabilidade é o conjunto de
atributos que evidenciam a capacidade do
“software” de se adaptar a necessidades e
preferências do usuário e ao ambiente
educacional selecionado. Inclui atributos
como:
Customização: avalia a facilidade da
adaptação da interface para o uso de
diferentes usuários;
Adequação ao ambiente: avalia a
facilidade de adequação do “software” ao
Documentação do usuário: avalia se a
documentação sobre o uso do sistema e
sua instalação é de fácil compreensão.
Para ambientes e sites apoiados na “Web”
é importante avaliar também a
característica qualidade da informação,
que
inclui
as
subcaracterísticas:
conteúdos corretos, fontes fidedignas,
carga
informacional
compatível,
pertinência, temas transversais, entre
outros.
Após
a
avaliação
das
características técnico-pedagógicas de
diversas ferramentas, a escolhida foi o
Moodle, que é um projeto em
desenvolvimento que visa criar a base
para um esquema educativo baseado no
construtivismo
social,
distribuído
livremente na forma de Open Source e
funciona sem modificação em Unix,
Linux, Windows, Mac OS X, Netware e
em qualquer outro sistema que suporte a
linguagem PHP, podendo, portanto ser
incluído na maioria dos provedores de
hospedagem. Os dados são armazenados
em um banco de dados preferencialmente
o MySQL ou PostgreSQL, mas também
pode ser usado com Oracle, Access,
Interbase, ODBC e outros. A equipe de
desenvolvedores optou pelo Moodle
como ferramenta de “e-learning” a ser
adotada para o desenvolvimento do
projeto após a avaliação de suas
características, concluindo que, sendo a
ferramenta um pacote de “software” para
produzir disciplinas baseadas na internet
e redes locais, atende plenamente as
necessidades para o desenvolvimento do
sistema proposto.
5. Elaboração da Proposta Pedagógica
Com o objetivo primordial de contribuir
eficazmente para a formação dos oficiais
do Quadro Complementar, a Proposta
Pedagógica do curso fundamenta-se nos
princípios básicos do Construtivismo, que
reconhece o indivíduo como agente ativo
de seu próprio conhecimento, construindo
significados e definindo sentidos e
representações da realidade de acordo
com suas experiências e vivências.
Segundo (PIAGET apud FURTH,
1974), a aprendizagem é uma construção
e se dá pela ação do indivíduo sobre seu
mundo. Sendo assim, o foco do ensino é
o aprendiz, construtor de seu próprio
conhecimento, e esse conhecimento se
constrói na interação entre sujeito e
objeto. Esta concepção centrada na
produção do saber pelo aluno, parte de
modelos e concepções existentes no
aluno e as coloca à prova para modificálas ou construir novas, com a mediação
do professor. O aluno não assimila
informações, conteúdos; ele analisa
criticamente o que lê, ouve, e produz
cultura, constrói conhecimentos.
O novo paradigma educacional,
apresentado diante da inserção de novas
tecnologias, traz um todo em movimento,
em interligação, em interdependência, no
qual o processo é mais importante que o
produto.
Assim,
uma
proposta
construtivista valoriza o processo de
construção do conhecimento. Nessa
perspectiva construtivista, o saber não é
acabado, pronto, finalizado,
pelo
contrário, está sempre em processo de
construção e reconstrução (MORAES,
2004). O papel do professor, portanto, é
de
mediador
da
aprendizagem,
problematizador da realidade, agente
social de mudanças, criador de situações
favorecedoras
de
aprendizagem,
incentivador do trabalho em equipe,
promovendo assim o desenvolvimento
intelectual
do
educando,
o
compartilhamento de idéias, informações,
responsabilidades (MORAN, 2003).
Nossa proposta tem como
perspectiva ajudar o aluno a controlar sua
própria aprendizagem, até mesmo em
relação ao tempo. Daí a preocupação em
criar ambientes de aprendizagem
adequados ao
perfil
do aluno,
considerando sua formação intelectual,
bagagem cultural, vivência profissional e
maturidade, haja vista uma das premissas
do EAD ser a autonomia do aprendiz, o
que exige grande responsabilidade e
dedicação, pois estando livre para decidir
quando e onde estudar, sobrevém a
responsabilidade de tomar essa decisão,
de planejar seus estudos. Não há
compromisso de freqüentar as aulas, mas,
por outro lado, não há como acompanhar
o curso sem dedicar-se aos estudos.
Considerando-se os aspectos
supracitados na construção de um
ambiente virtual de aprendizagem, fica
evidente o empenho que se deve ter em
não apenas reproduzir as aulas
convencionais de um ensino presencial e
sim, promover a criação de um sistema de
acompanhamento do aluno on-line, que
oriente a um estudo mais independente, e
que seja mais interativo, aproveitando o
potencial da internet para disponibilizar
variadas opções, promovendo a utilização
de ferramentas como e-mail, listas de
discussão, grupos de estudo, chats, entre
outros.
6. Design instrucional e assunto dos
cursos
(CAMPOS, 2001) define o design
instrucional como um ciclo de atividades,
um plano geral de curso, incluindo
seqüência e estrutura de unidades, os
principais métodos a serem usados em
cada aula, o grupo de estruturas e o
controle e a avaliação do sistema.
O conteúdo dos cursos foi
elaborado a partir dos Planos de
Disciplina (PLADIS) específicos de cada
área. O PLADIS contém as diversas
disciplinas
que
são
ministradas
presencialmente Os cursos oferecidos
neste ambiente, ainda que cursos-piloto,
são de áreas de interesse do Exército e
seguem os moldes de cursos oferecidos
aos alunos da instituição.
Após a definição da estrutura do
curso, foram escolhidos os seguintes
assuntos dentro de cada área, para o
desenvolvimento e implementação do
ambiente:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Administração – Sistema Integrado
de Administração Financeira
Ciências Contábeis – Licitações
Comunicação
Social
–
Relacionamento com a mídia
Direito – Direito Autoral
Enfermagem – Aperfeiçoamento do
profissional de enfermagem do QCO
Magistério (Espanhol e Inglês) –
Curso de idiomas preparatório TCL
para alunos do CFO/QC
Pedagogia – Mediação pedagógica
em EAD
Psicologia – Proposta de diretrizes
para elaboração dos cursos a
distância
Veterinária – Boas Práticas de
Fabricação para a Seção de
Aprovisionamento
O processo de inscrição para o
teste de funcionamento do ambiente de
EAD foi planejado para ser concretizado
pelos oficiais-alunos da área de
informática, responsáveis em receber o
pedido de inscrição, pessoalmente ou via
e-mail, e realizar o cadastramento no
curso, oferecendo um código individual
de usuário (login) e uma senha
(password) pré-definida.
7. Avaliação
Uma vez que nossa cultura educacional é
presencial os alunos que estudam a
distância têm uma série de dificuldades
que precisam ser cuidadosamente
trabalhadas. É necessário que todo apoio
seja dado para que o aprendizado não seja
prejudicado. Apoiar a motivação e o
interesse do aluno e buscar uma interação
eficaz entre professor/ aluno e
aluno/aluno; apoiar e facilitar a
aprendizagem do aluno, promovendo a
troca de comentários, explicações e
orientações; descobrir as deficiências do
curso que possam ser modificadas;
proporcionar ao aluno visualizar sua
situação
e
suas
necessidades
educacionais, através de feedback
contínuo; e oferecer um ambiente virtual
que realmente facilite sua interação com
os grupos de estudo de cada área,
procurando
sempre
atender
às
expectativas dos mesmos são propósitos
do curso visando não somente um melhor
desempenho do aluno, bem como o
aperfeiçoamento do processo ensinoaprendizagem.
Nesse sentido, a avaliação tem um
caráter importantíssimo, acontecendo,
portanto, durante todo o curso, nos
momentos à distância, sendo seu
principal objetivo contribuir para a
melhoria do processo educativo tanto dos
professores
quanto
dos
alunos,
possibilitando uma comunicação de "mão
dupla" e garantindo a interação, tão
necessária a essa modalidade de ensino.
Haverá ainda, um momento presencial,
onde será feita uma avaliação, em
obediência aos preceitos da atual filosofia
do Ensino a Distância no Exército
Brasileiro, a qual prevê que todos os
cursos ou estágios a distância devem ter
momentos
presenciais,
devido
à
imprescindibilidade de se estimular a
parte afetiva (Manual do Instrutor / T 21250).
8. Sugestão de Trabalhos Futuros
8.1 Tutoria
A tutoria é o método mais utilizado para
efetivar a interação pedagógica. É de
grande importância no processo de
avaliação do sistema de ensino a
distância. Os tutores comunicam-se com
seus alunos através de encontros
programados durante o planejamento do
curso e a eficiência de suas orientações
pode resolver o problema de evasão no
decorrer do processo. O contato com o
aluno começa pelo conhecimento de toda
a estrutura do curso e é preciso que seja
realizado com freqüência, de forma
rápida e eficaz.
A tutoria é necessária para
orientar, dirigir e supervisionar o
processo
ensino-aprendizagem.
Ao
estabelecer o contato com o aluno, o tutor
complementa sua tarefa
docente,
transmitida através de material didático,
grupos de discussão, listas, correio
eletrônico, chats e de outros mecanismos
de comunicação.
Assim, torna-se possível traçar um
perfil completo do aluno: através do
trabalho que ele desenvolve, do seu
interesse pelo curso e da aplicação do
conhecimento pós-curso. O apoio tutorial
realiza, portanto, a intercomunicação
entre os elementos (professor-tutoraluno) que intervêm no sistema e os
reúne em uma função tríplice: orientação,
docência e avaliação.
Todas as atividades, tarefas e
exercícios
propostos
devem
ser
cuidadosamente corrigidos o mais rápido
possível, para que o tutor tenha a
oportunidade de interferir no processo de
aprendizagem e fazer o acompanhamento
necessário.
O tutor, ao avaliar o processo de
ensino-aprendizagem, checa o grau de
satisfação do aluno com o curso através
de métodos estatísticos, fichas de
avaliação e de observação.
O desenvolvimento de uma tutoria
eficaz fica como sugestão para futuros
trabalhos no ambiente EAD.
9. Resultados
Como o Projeto Interdisciplinar ainda não
chegou ao seu final, a inclusão dos
conteúdos dos cursos no ambiente
desenvolvido, as questões relativas à
tutoria e à aplicação das avaliações
diagnóstica, formativa e somativa aos
cursos estão em fase de implementação.
O que fica como experiência é a
importância de se trabalhar com uma
equipe multidisciplinar em projetos de
EAD, de preferência, com um oficialaluno de cada área específica. Isso
contribui em muito para visões diferentes
sobre o mesmo assunto.
O Exército Brasileiro em geral e a
EsAEx, em particular, muito irão ganhar
com o desenvolvimento do ambiente
EAD, uma vez que o preparo dos seus
recursos humanos não será prejudicado
pelas dificuldades que o ensino presencial
apresenta
diante
das
constantes
movimentações dos militares pelo Brasil
e até pelo exterior.
Além disso, a EsAEx estará
atendendo às novas especificações de
uma
escola
da
sociedade
do
conhecimento que, de acordo com
(DRUCKER, 2002), são:
•
A escola de que precisamos deve
proporcionar instrução universal de
alto nível muito além do que
"instrução" significa hoje.
•
Ela deve imbuir os alunos de todos
os níveis e de todas as idades de
motivação para aprender e de
disciplina para o aprendizado
contínuo.
•
Ela deve ser um sistema aberto,
acessível às pessoas de elevado grau
de instrução e às pessoas que por
qualquer motivo não tiveram acesso
à instrução avançada quando jovens.
10. Referências
DRUCKER, Peter F. O melhor de Peter
Drucker: a sociedade.São Paulo: Nobel,
2002.
BRASIL. Decreto n° 2.494, 10 de
fevereiro de 1998. Diário oficial da
União.
VERGARA, Sylvia. Educação a
distância: limites e possibilidades.
Disponível em:
<http://www.timaster.com.br/revista/artig
os/main_artigo.asp?codigo=85>
MOORE, M. G., Kearsley, Greg.
Distance education: a systems view.
Belmont (USA): Wadsworth Publishing
Company,1996.
BATES,
T.
Restructuring
the
University for Technological change.
Palestra apresentada no Seminário "What
Kind of University?", the Carnegie
Foundation for the Advancement of
Teaching, Londres, 18-20 Junho,
1997.Disponível em:
<http://bates.cstudies.ubc.ca/carnegie/car
negie.html>
ARETIO, L. G. Actas y congresos. El
material impreso en la enseñanza a
distancia. UNED, 1997.
WICK, C. W; LEÓN, L. S. O Desafio do
Aprendizado. São Paulo: Nobel, 1997.
SENGE, Peter M. A quinta disciplina.
São Paulo: Best Seller, 2004.
PAIVA, Luiz Fernando Ribeiro de;
FERREIRA,
Marisa
Auxiliadora
Mayrink Santos; CUNHA, Valeska
Guimarães Rezende da. Os limites e as
possibilidades do trabalho e da
formação
de
uma
equipe
multidisciplinar em educação a
distância: relato de uma experiência.
Disponível em:
<http://www.abed.org.br/publique/cgi/cgi
lua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplat
e=4abed&infoid=132&sid=116>
CAMPOS, Gilda Helena B. de. Modelos
para design de projetos em EAD.
Disponível em:
<http://www.timaster.com.br/revista/colu
nistas/ler_colunas_emp.asp?codigo=359>
FURTH, Hans G. (org.). Piaget e o
conhecimento: fundamentos teóricos.
Rio de Janeiro: Forense Universitária,
1974.
MORAES,
Maria
Cândida.
O
Paradigma educacional emergente.
Campinas: Papirus, 2004.
MORAN, José Manuel; MASETTO,
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BEHRENS,
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Campinas:
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CAMPOS, Gilda Helena B. de. Como
avaliar um “software” educacional?
Disponível em:
<http://www.timaster.com.br/revista/artig
os/main_artigo.asp?codigo=331>

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