O que é? Por que se faz? Como se faz?

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O que é? Por que se faz? Como se faz?
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19º CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICODRAMA
“A Humanidade no século 21”
EDUCAÇÃO PSICODRAMÁTICA: O QUE É? POR QUE SE FAZ? COMO SE FAZ? E
PARA QUEM SE FAZ? (REFLETINDO SOBRE AS PRÁTICAS VIVENCIADAS NO
COLÉGIO BANDEIRANTES) – SÃO PAULO
ROSIANI CARLA BARON TELLES
RESUMO
Este trabalho descreve as experiências vivenciadas nos diferentes papéis de uma
professora. Mostrando como o psicodrama pode ser utilizado dentro de vários contextos.
Recoloca a responsabilidade pela co-criação do processo ensino-aprendizagem na
Instituição de Ensino, no educador-educando e no grupo de educadores, tornando-os
atores sociais de uma nova proposta educativa.
I. INTRODUÇÃO
Em 2009, na minha jornada profissional dentro do Colégio Bandeirantes,
participei de um grupo de professores que se reuniam durante alguns sábados para tratar
sobre temas que os professores vivenciaram dentro e fora da sala de aula. Neste grupo
foi vivenciado o psicodrama como método e teve na direção a psicóloga-psicodramatista
Stella Fava.
Minha experiência neste grupo possibilitou a melhora do meu relacionamento
com os meus alunos e com os funcionários do Colégio Bandeirantes, além do meu
crescimento pessoal. A importância e a responsabilidade das relações que foram coconstruídas por mim dentro e fora do Colégio aumentaram e pude experimentar novas
possibilidades nas tentativas de resoluções de conflitos. Estas novas possibilidades
surgiam a partir das minhas reflexões, que por sua vez, surgiam de como os outros
professores agiam conforme determinadas situações vivenciadas nos nossos encontros.
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Além disso, sendo tão significativa esta experiência pra mim e para outros
professores e trabalhando num local onde os alunos não possuem um espaço para falar
sobre os relacionamentos vividos dentro do colégio, principalmente os alunos do 3.o ano
do Ensino Médio que ocupam a maior parte do seu tempo para focar o vestibular, por que
não formar um grupo de alunos que queiram falar das relações compartilhadas,
coconstruídas, conflituosas, emotivas, rompidas etc. que estão presentes dentro e fora da
Instituição?
Assim como o Colégio forneceu um espaço para que nós professores
pudéssemos expor nossos relacionamentos dentro da Instituição, seria muito importante
fornecer um espaço também para os nossos alunos, para que eles tivessem a
possibilidade de expor seus relacionamentos, uma vez que a maior parte do seu dia
compreende as relações estabelecidas no Colégio.
E no meu entendimento, o
psicodrama poderia ser o método que melhor se encaixa para trabalhar estas relações.
Tendo isso em mente e à medida que os encontros aconteciam, eu me
interessava cada vez mais em participar e comecei a querer saber mais sobre o que é o
psicodrama, quem foi o criador deste método e qual a teoria e o conhecimento que estão
por trás de algo que foi tão mágico e fascinante para mim.
Foi então que descobri que havia um Curso de Formação em Psicodrama e
que qualquer pessoa que estivesse interessada poderia cursá-lo. Em 2010, iniciei minha
formação com total apoio dos meus coordenadores e do Colégio. Além de receber apoio
financeiro, fui incentivada a estudar sobre o método.
No decorrer do curso percebi que poderia vivenciar o psicodrama em outras
áreas que eu atuava, como professora de química e de CPG (Convivência em Processo
de Grupo). Fiz algumas propostas, dentre as quais foram abraçadas pelos meus dois
coordenadores e pelos professores que dividiam comigo as aulas.
No curso de química, trabalho com alunos do 1.o ano do Ensino Médio. São
três aulas semanais que duram 50 minutos cada uma. O curso tem um conteúdo denso
sobre química e, além disso, adotamos um livro paradidático – “Os Botões de Napoleão:
17 moléculas que mudaram a história”. Durante o curso, escolhemos um capítulo o qual
os alunos, em grupo, utilizando a criatividade e a espontaneidade, apresentariam o
conteúdo lido.
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Em CPG, trabalho com alunos do 9.o ano do Ensino Fundamental II. A
princípio, o trabalho estava pautado sobre os assuntos drogas e sexualidade. Mas, nós
professores, sentimos a necessidade de trabalhar o comportamento do grupo. E em uma
aula, foi pedido que os alunos dramatizassem uma cena que mostrasse as relações
intergrupais.
Nestes dois casos, pude vivenciar minha experiência como professorapsicodramatista.
No final de 2010, levei uma proposta que era de trabalhar com os alunos do
3.o ano do Ensino Médio, e mais uma vez minha coordenadora abraçou esta proposta e
me incentivou. Em 2011, iniciei o trabalho com um grupo de seis alunos do 3.o ano sobre
a escolha profissional. Foram oito encontros nos quais vivenciei meu papel de diretora
psicodramatista.
Minhas experiências, dentro do Colégio, não terminariam por aí. No segundo
semestre de 2011, voltei a participar do grupo de professores que se reuniam de sábado
e que era conduzido pela Coordenadora Estela Zanini e pela psicodramatista Stela Fava.
Só que agora, meu papel no grupo foi de ego-auxiliar.
DESENVOLVIMENTO DO TEMA
1. Professora de CPG para Professora – Psicodramatista – Bullying: do social
ao individual
Neste papel, trabalho com os alunos do 9.o ano do Ensino Fundamental II,
encontro-me com eles uma vez por semana, durante cinqüenta minutos. Nestes
encontros, foram trabalhados assuntos como drogas, sexualidade e convivência em
grupo. Foi pedido aos alunos que eles dramatizassem uma cena que mostrasse a
influência do grupo.
Numa cena, a aluna sofre bullying dos alunos da sala que estava na 8.a série.
A aluna representou seu próprio papel. Ao passar perto de um grupo de meninas, estas
começam a falar de sua maneira de vestir e agir, e começam a rir. Começam a maltratá-la
verbalmente. O fim da cena é a personagem se isolando da turma.
Depois do fim da cena, a professora-psicodramatista percebeu que a aluna
que dramatizou seu próprio papel tremia e ao perguntar por que, ela disse que foi ela que
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tinha passado por isso. Uma das alunas começou a falar o que faria se fosse ela. No
mesmo momento, pedi que esta aluna parasse de falar e que entrasse na cena, no lugar
da personagem. Esta aluna não conseguiu, ela travou quando começou a dramatizar.
Como professora-psicodramatista pedi uma sugestão do que ela poderia fazer
para se sentir melhor naquele momento. Uma aluna sugeriu que ela rasgasse e jogasse
fora o papel no qual ela tinha escrito toda esta história. A aluna concordou e num gesto
com muita emoção rasgou o papel e o jogou no lixo.
2. Professora de Química para Professora-Psicodramatista - fazendo e
compreendendo
Este trabalho foi realizado com todos os alunos da 1.a série do Ensino Médio.
Os objetivos do trabalho foram: fazer com que os alunos tivessem mais
conhecimentos sobre anticoncepcionais e anabolizantes, uma vez que eles estão numa
idade que estão despertando para a vida sexual. No caso dos anabolizantes, os meninos
estão consumindo para terem um visual que chame mais atenção das meninas; trabalhar
em conjunto com outra disciplina, CPG (Convívio em Processo de Grupo); conhecer o a
história, como foram obtidos os anticoncepcionais e o que causaram dentro de um
contexto social.
Para cada sala de 1.a série formou-se doze subgrupos, sendo que seis subgrupos
constituíram-se somente por meninas e os outros seis, por meninos.
Cena: subgrupo de três alunos que falaram sobre os anticoncepcionais orais,
eles representavam a comunidade das amigas .
Os alunos se vestiram de mulheres. Dois deles representaram duas moças
que foram num salão de beleza e, o outro aluno fez o papel da manicure.
Um dos alunos começou a falar que tinha ido a um ginecologista e que o
médico havia lhe explicado tudo sobre os anticoncepcionais, principalmente sobre as
pílulas e sobre a camisinha.
Conforme ele conversava com sua amiga, ele ia explicando os efeitos e o que
cada um prevenia. Ao mesmo tempo, sua amiga ia lhe perguntando, como se não tivesse
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nenhum conhecimento sobre o assunto, apenas o que ouvia ou lia sobre o assunto.
Nunca tinha ido ao médico e, portanto, mostrou-se muito curiosa.
A dramatização foi muito engraçada e passou informações importantíssimas
sobre anticoncepcionais. A platéia ficou em silêncio, mas não foi um silêncio apático, foi
um silêncio onde percebia-se que os alunos absorviam cada informação, como se
estivessem vivendo a cena com os personagens e, à medida que os personagens
falavam algo engraçado, a plateia se manifestava rindo. No final da apresentação, os
aplausos demonstraram a empolgação da platéia por ter sido contemplada com uma
dramatização rica em informações e cheia de criatividade e espontaneidade.
Ao compartilhar as cenas com os demais alunos das respectivas salas que
foram apresentadas, ouvimos algumas falas que foram registradas a seguir:
“Não sabia como a pílula funcionava e as contra indicações que poderia
causar.”
“Quando começar a ter uma vida sexual com minha namorada, vou me
preocupar em saber como ela está ao tomar as pílulas”
“Foi uma maneira divertida de aprender”
“Deveríamos ter mais trabalhos desse tipo.”
3. De Professora para Diretora Psicodramatista – A escolha profissional e os
pré-conceitos sócio-educacionais
Esta direção ocorreu com o grupo de seis alunos da 3.a série do Ensino Médio
e teve como tema a escolha profissional. Nossos encontros ocorreram quinzenalmente e
tiveram uma duração de duas horas e meia. Foram realizados numa sala do Colégio.
Os encontros seguiam as etapas do psicodrama: aquecimento, dramatização
e compartilhamento. A proposta como diretora era preparada segundo o último encontro.
No dia aqui recordado, percebeu-se na fala dos alunos que eles queriam falar sobre a
escolha da área feita, um dia antes, na inscrição do vestibular. O tema foi escolhido pelo
grupo: escolha da carreira.
No aquecimento começamos a conversar e durante a conversa, eles falaram
que naquela semana, tinham feito a inscrição para o vestibular e para fazê-la, eles tiveram
que escolher a área pretendida.
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Em cima das falas, a professora-diretora pediu para que eles relembrassem
como chegaram a decidir qual a área, se foi fácil ou difícil. Como foi a reação dos amigos
da sala quando souberam da escolha de cada um, como foi a reação dos familiares e
como foi decidir pela área. Eles tinham que dramatizar esse processo e utilizar os
materiais que estavam na sala.
1.a cena: O aluno que está numa turma de biológicas, onde quase todos os
alunos escolheram medicina e ele fez sua opção por farmácia -bioquímica.
O aluno está sentado na cadeira se relacionando com os colegas da sala, o
relacionamento parece harmonioso com os demais alunos. Ele sentado, começa a pensar
no que quer fazer, tenta uma coisa, tenta outra e parece não gostar de nada. Ele pega
sua cadeira e leva para frente da sala e passa a olhar sobre uma nova posição. Neste
momento parece que ele decide o que quer cursar na universidade. Volta para seu lugar
na sala de aula e tenta encaixar sua cadeira, esta não entra no lugar que estava.
2.a cena: A aluna, que está numa turma de humanas, decide cursar letras,
sendo que a maior parte da sua turma quer cursar direito ou administração.
A aluna segura um guarda-chuva fechado e começa a caminhar, no seu
caminho encontra com uma pessoa, depois outra, e mais outra. Até que parece que
alguém lhe diz algo que parece facilitar a sua escolha e ela abre o guarda-chuva.
No compartilhar, os alunos comentarem sobre suas cenas e disseram que foi
bom relembrar como aconteceu a escolha da área, isto só reforçou e confirmou o que
tinham escolhido.
Segundo fala dos alunos, ele sentiram que não estavam sendo julgados pelas
suas escolhas profissionais. Poder falar sobre o processo e falar da importância dessas
profissões, reforçou suas escolhas.
O aluno contou que estava com muita dúvida sobre o que queria cursar e num
encontro que ocorre no Colégio, onde os alunos conversam com profissionais de algumas
áreas, ele conversou com uma estudante de farmácia, e naquele instante percebeu-se
interessado pelo conteúdo do curso. Começou a pesquisar mais sobre o curso e decidiu
que esta seria sua área, farmácia e bioquímica.
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A aluna, por sua vez, estava confusa e não sabia se cursaria jornalismo. Foi
então que começou a ter aulas de inglês, num colégio especializado neste idioma, e criou
um vínculo afetivo com o professor desta disciplina, isto porque, segundo ela, ele além de
explicar muito bem, motivava os alunos para o aprendizado. Foi aí que ela pensou: “Por
que não ser professora? Mas professora do que?”. Tudo se esclareceu quando ela
conversou com uma professora de português que falou que todas as disciplinas se
comunicavam a partir de duas expressões: a escrita e a fala. Decidido, iria cursar letras.
4. De Professora Participante a Ego-Auxiliar – O ator dando voz ao conflito
grupal...
A professora estreou como ego-auxiliar no grupo de vinte professores de
várias disciplinas que se encontram em determinados sábados, no horário das oito horas
até as doze horas, no Colégio Bandeirantes. Estes encontros são oferecidos pelo Colégio
e teve como diretora Stella Fava.
No aquecimento, a Diretora pediu que os professores compartilhassem
sensações e os sentimentos que ficaram do último encontro. Uma delas foi compartilhada
por uma professora de biologia sobre uma aula que ministrou. A aula foi de laboratório e
os alunos iriam estudar os peixes, para isso, eles não podiam estressá-los e, portanto,
não podiam fazer nenhum barulho.
Os professores formaram grupos e a proposta do diretor foi que o grupo
escolhesse uma cena de sala de aula que os professores tiveram ou não uma boa
experiência.
1.a cena: Sala de aula
O professor entra e começa a dar sua aula e duas alunas estão interessadas
em conversar sobre a festa que ocorreu. Várias vezes o professor pede que elas fiquem
quietas até que então, sem conseguir o pedido, exclui uma e continua a dar sua aula
“sossegadamente”.
Intervenção da diretora:
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A diretora pede para que uma das alunas seja a professora e repete-se a
cena.
A professora age diferente, primeiro dá atenção aos alunos e consegue a
atenção deles.
2.a cena: Aula no laboratório
Os alunos estão extremamente cansados e a professora para chamar a
atenção deles pede que eles dêem uma volta no corredor, lavem o rosto. Ao voltarem, os
alunos começam a questionar o experimento. A diretora pede que os três professores
conversem entre si como se estivessem na sala dos professores. Eles começam a falar
como foram suas aulas, que tudo ocorreu bem e não tiveram nenhum problema.
A diretora pede que a ego-auxiliar possa fazer uma interpolação de
resistência, na medida em que conheceu mais o cotidiano do Colégio.
A ego-auxiliar começa a perguntar como eles se sentem em relação às ações
de algumas turmas, até que fala que uma turma não parava de falar sobre o “maldito
peixe”, desqualificando a aula da professora, pois sua aula deixou os alunos eufóricos e a
professora não conseguiu dar sua aula, portanto não foi uma boa aula. A professora de
biologia fica paralisada e diz que vai conversar com os alunos.
Depois de alguns depoimentos, a Diretora chamou a atenção para a cena que
a personagem de uma professora desqualifica o trabalho da professora de biologia e
pergunta a professora que fez o papel da professora de biologia como ela estava se
sentindo.
Neste momento, a professora de biologia ao começar a falar, não consegue e
chora, diz que passa por isso muitas vezes e que não sabe como se impor.
Alguns professores compartilham falando que também passaram por isso e
que é difícil se impor.
A diretora finaliza o encontro dizendo que nenhum professor tem o direito de
desqualificar o trabalho do outro e que isto não pode ser permitido por ninguém.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Quando pisei pela primeira vez dentro de uma sala de aula e me deparei com
alunos me olhando, fiquei imóvel. Por um segundo pensei que estava naquele local para
transmitir meu conhecimento em química, e era isto que eu iria fazer. Passados vintes
anos, muitas coisas aconteceram.
Lecionei dois anos no colégio público, parei porque me achava muito boa
para dar aula. Fui fazer mestrado e neste tempo descobri que eu gostava de dar aulas,
que queria trabalhar com adolescentes. Voltei para São Paulo e fui contratada pelo
Colégio Bandeirantes, nesta época não imaginava o quanto minha vida profissional
modificaria.
Aos poucos fui conhecendo e participando de outras atividades que
aconteciam no Colégio e, instantaneamente, apaixonei-me pelo grupo que capacitava
professores. A capacitação dentro da área de química ocorria, mas estou falando da
capacitação que me fez rever meu papel de professora, me fez rever minhas relações,
professora-aluno, professora-professor, professora- funcionário, professora-direção.
À medida que estes encontros ocorriam, ocorria um vendaval de sentimentos,
de reflexões, de desejos, de encontros, de desencontros, de raiva, de cuidado. A
sensação que eu tinha é que eu estava sendo desconstruída para que eu própria pudesse
me reconstruir como pessoa e como profissional.
Nem todos os encontros dessa capacitação foram alegres, em alguns
encontros tive que suportar a angústia de não saber lidar com certas situações, com
sentimentos que surgiam. Foram alguns anos de capacitação que não me deram um
diploma, mas me deram a chance de me encontrar por meio das minhas relações e,
principalmente, deram-me possibilidades de coconstruir novas relações. Relações nas
quais sou responsável e quero ter o cuidado de como vou construí-las, pois a formação
do meu aluno está diretamente ligada a estas relações.
Hoje, considero-me uma profissional muito melhor, mas não tenho a ilusão
que não tenho mais nada o que aprender e a construir dentro de mim, muito pelo
contrário, estou inacabada, e que bom que me encontro assim, pois desta forma tenho
possibilidades de sempre aprender mais e melhorar muito.
Dentro do Colégio Bandeirantes, tenho certeza, que estas mudanças não
ocorreram somente comigo, mas com outros professores, pois assim como percebo e
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demonstro minhas mudanças, também, percebo essas mudanças em outros professores,
funcionários.
Hoje, mais do que nunca, acredito que transmito muito mais do que
conhecimento para os meus alunos. Com minhas ações, postura e palavras, eu transmito
quem eu sou, mesmo num curto período de tempo de uma aula.
Todo esse processo me instigou a estudar mais e criar um espaço dentro do
colégio, onde pudêssemos trabalhar com alguns alunos, seja dentro ou fora da sala de
aula.
A realização desse trabalho gerou muito contentamento, pois pude perceber
que em alguns momentos, meus alunos tiveram a oportunidade que eu tive. Poder
trabalhar, numa sala com vintes alunos, uma cena de bullying onde o grupo coconstruiu
um encerramento para o sofrimento da aluna. Fornecer um espaço e oportunidade para
que alunos do 3.o ano do Ensino Médio pudessem falar das suas escolhas profissionais,
sem medo de serem julgados, defendendo com confiança suas escolhas, mostrando que
as carreiras escolhidas são tão importantes quanto as demais carreiras. Assistir um grupo
de alunos dramatizarem de maneira espontânea e criativa cenas com temas sobre drogas
e anticoncepcionais, assuntos tão atuais. Voltar ao grupo de formação de professores
como ego-auxiliar e poder construir em conjunto com esse novo grupo possibilidades de
nos tornarmos profissionais mais humanos.
Todos esses encontros, estes olhos nos olhos, ver partes minhas no outro, é
ter a felicidade de me encontrar.
É neste encontro com minha própria subjetividade, dando forma, dentro deste
espaço intersubjetivo, promovido pelas tantas relações vividas, é que aprendi a nomear o
que é ser um psicodramatista-pesquisador, guiado por um paradigma tão mais humano e
necessário nestes novos tempos.
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