Piloto RFID/EPC Brasil: A Cadeia de Suprimento do Futuro

Transcrição

Piloto RFID/EPC Brasil: A Cadeia de Suprimento do Futuro
Resultado: alta performance.
TM
EQUIPMENT POOLING SYSTEMS
Piloto RFID/EPC Brasil:
A Cadeia de Suprimento do Futuro
Agosto de 2005
Introdução
RFID/EPC. Sete letras que há pouco tempo nada significavam para o mercado brasileiro. Hoje, a Radio
Frequency Identification (RFID) com sistema de gerenciamento Eletronic Product Code ® (EPC)
começa a se tornar realidade. E não se trata mais de explicar que o conjunto de letras é sinônimo de
etiqueta eletrônica ou o quanto tem de potencial gerador de valor para a cadeia de suprimento de
uma empresa. O que se discute agora é quando ela estará disseminada nas indústrias, nos centros de
distribuição e nas embalagens dos produtos.
Para acompanhar os estudos em andamento nos centros de pesquisa ao redor do mundo, conhecer as
lições aprendidas pelos vários pilotos que estavam sendo efetuados e verificar o grau de adaptação e
desafios para a adoção desta tecnologia no Brasil, no fim de 2002 foi proposta pela CBD - Companhia
Brasileira de Distribuição - Grupo Pão de Açúcar a criação de um grupo de trabalho. O objetivo era
estudar a viabilidade da aplicação da tecnologia de etiquetas inteligentes à realidade brasileira,
multiempresa e multidisciplinar, com a participação de integrantes com diferentes formações e
conhecimentos sobre a tecnologia e de empresas que já tinham experiência internacional no assunto
- Accenture, CHEP, Procter & Gamble e Gillette.
A principal conclusão deste estudo foi a constatação de que a solução apresenta benefícios claros
para o Brasil, mas sua adoção deverá ser mais lenta do que em outros mercados (Estados Unidos e
Europa). Em comum com os países pioneiros, identificou-se que o benefício direto nos processos de
gestão da cadeia de suprimento é mais significativo do que sobre os ganhos de eficiência operacional.
O estudo também norteou a realização de um piloto para testar a aplicação da tecnologia que serviu
de base para o aprendizado dos participantes
Perfil dos Parceiros
CBD - Companhia Brasileira de
Distribuição - Grupo Pão de Açúcar
Fundada em 1948 pelo Sr. Valentim dos Santos Diniz,
a Companhia Brasileira de Distribuição - Grupo Pão
de Açúcar é a maior empresa de varejo do Brasil, com
faturamento bruto de R$ 15,3 bilhões em 2004.
A CBD opera hoje 560 lojas em 13 estados no país,
no conceito multiformato, destacando-se:
supermercados (Pão de Açúcar, Comprebem e
Sendas), hipermercados (Extra) e lojas de
eletroeletrônicos (Extra-Eletro), totalizando 1,2
milhão de metros quadrados em área de vendas. O
grupo conta com quatorze centros de distribuição,
localizados nas cidades de Brasília, Fortaleza,
Curitiba, Rio de Janeiro, Salvador e Recife
(multicategoria) e São Paulo (especializados),
totalizando uma área de armazenagem de mais de
350 mil metros quadrados, com 85% de índice de
centralização.
Um dos pilares que sustentam a razão de ser da CBD
é o domínio da tecnologia: “Atenção a tudo que
acontece no mundo, avaliando sua utilidade e
retorno para o nosso negócio, para extrair destas
tecnologias disponíveis o máximo aproveitamento.”
Seguindo esta orientação, a CBD participa de fóruns
internacionais sobre RFID desde o ano 2000.
Accenture
A Accenture é uma empresa global de consultoria
de gestão, serviços de tecnologia e outsourcing.
Comprometida com a inovação, a Accenture
colabora com seus clientes ajudando-os a
tornarem-se empresas ou governos de alto nível de
performance. O profundo conhecimento de
processos de negócios, seus amplos recursos globais
e sua trajetória de sucesso permitem à Accenture
mobilizar as pessoas certas, as habilidades e as
tecnologias adequadas para auxiliar seus clientes a
melhorarem suas performances. Com mais de 115
mil profissionais em 48 países, a companhia teve
receitas líquidas de US$ 13,67 bilhões no ano fiscal
encerrado em 31 de agosto de 2004. Sua página na
internet é www.accenture.com.
A Accenture tem estado na liderança da RFID e de
toda a tecnologia a ela relacionada, construindo
aplicações e montando protótipos, em associação
com as maiores redes varejistas nos EUA e Europa, e
rastreando o impacto dessa nova era no cotidiano
da indústria, transportes e lojas propriamente ditas.
1
Perfil dos Parceiros
Gillette do Brasil
CHEP
Fundada em 1901, The Gillette Company é líder
mundial no setor de higiene pessoal, fabricando
lâminas, sistemas e cremes para barbear. Sua
história se confunde com os avanços da lâmina de
barbear, inventada por King Camp Gillette. O
produto provocou uma revolução nos processos de
retirada de pêlos indesejáveis em todo o mundo e
transformou a marca Gillette em sinônimo de
lâmina de barbear.
Investindo permanentemente no desenvolvimento
de produtos de alta tecnologia e valor agregado, a
Gillette patenteou neste século todos os estágios da
evolução da história do barbear, desde o primeiro
aparelho com lâminas recarregáveis em 1901, o
primeiro projetado exclusivamente para o público
feminino, o Sensor for Women, em 1992 até o
revolucionário MACH3, com um sistema de três
lâminas e design avançado.
No Brasil desde 1926, a Gillette também é sinônimo
de liderança e de produtos de qualidade e
tecnologia de ponta nos setores onde atua. Sob essa
marca estão: Duracell (pilhas, baterias e lanternas)
e Oral-B (escovas de dentes, enxaguatórios e fios e
fitas dentais). A empresa tem uma fábrica
localizada em Manaus que atende o mercado local
e exporta para Américas, Europa e EUA.
Líder mundial na prestação de serviços de pooling
de paletes e contentores às indústrias, produtores,
distribuidores, redes de varejo, nas mais diversas
cadeias de suprimentos, em nível mundial. Atua nos
segmentos alimentício, higiene e beleza,
hortigranjeiro, materiais de construção, bebida,
farmacêutico, químico, petroquímico,
automobilístico entre outros.
A CHEP utiliza mais de 265 milhões de paletes e
contentores retornáveis para atender mais de 300
mil clientes em 42 países. Os serviços da CHEP
baseiam-se numa combinação de soluções
direcionada para os seus clientes, através da
utilização de paletes e contentores de elevada
qualidade, de sistemas de controle de
movimentação destes ativos e da gestão e operação
dos centros de serviços, onde são realizadas as
atividades de inspeção, condicionamento,
manutenção, limpeza, estocagem dos paletes e
contentores antes de serem novamente inseridos no
ciclo.
A CHEP estabelece parcerias e integra fornecedores
de matérias-primas e de ingredientes, indústrias,
produtores, transportadoras, distribuidores,
varejistas para movimentar os produtos pelas
cadeias de suprimentos, aumentando eficiências,
reduzindo custos e atendendo às necessidades dos
seus clientes.
Procter & Gamble (P&G)
Uma das maiores empresas de produtos de consumo
do mundo, presente em 80 países, a P&G é uma
empresa empenhada no desenvolvimento de
produtos e serviços que atendam às necessidades
dos consumidores. Com isso, comercializa mais de
300 marcas em todo o mundo.
Inovação é um dos mais importantes valores da
empresa, que investe fortemente em pesquisa de
novos produtos, qualidade e tecnologia voltada para
processos, produtos e serviços. Em 2004, a P&G
investiu, globalmente, cerca de US$ 1,8 bilhão em
pesquisa e desenvolvimento.
A empresa emprega 7.500 cientistas em 20 centros
de tecnologia e em parcerias com mais de 100
universidades espalhadas pelo mundo.
Com mais de 50 anos de operações na América
Latina, a P&G começou a atuar no Brasil há 17 anos
e, desde então, lançou diversos produtos nos
segmentos de higiene pessoal, limpeza e saúde. Vale
a pena destacar as fraldas Pampers, absorventes
Always, pomada Hipoglós, antigripais Vick, xampu e
condicionador Pantene e Pert Plus, a linha de
colorantes Wella, a linha de higiene bucal Crest e os
salgadinhos Pringles.
2
Grupo de Trabalho
!
!
!
!
!
Grupo Pão de Açúcar - Mário Duarte e Mitsuru
Sakaguchi;
CHEP - Pedro Moreira e Andrea Pinto;
Gillette do Brasil - Moacir Bernardino e Josué
Gomes;
Procter & Gamble - Marcel Konforti e Tarcísio
Fernandes
Accenture - Eduardo Santos
Piloto
RFID e EPC são consideradas, hoje, tecnologias
revolucionárias pela indústria e pelo varejo, e
deverão mudar completamente a forma como o
mundo vende, compra e transporta matériasprimas e produtos acabados na próxima década.
Por isso, líderes mundiais do setor estão
debruçados sobre suas aplicações e
potencialidades.
Descendente da tecnologia do transponder criado
pelos ingleses para identificar aviões durante a 2ª
Guerra Mundial, a RFID utiliza ondas de rádio para
passar informações de identificação entre um
produto etiquetado e um dispositivo de leitura.
As indústrias as utilizam há anos para rastrear
produtos de alto valor através nas linhas de
montagem, mas os altos custos e as tecnologias
proprietárias dificultaram a utilização em massa
da aplicação. Agora, novas técnicas de produção,
custos decrescentes das etiquetas e padrões
abertos da indústria estão levando a identificação
automática de objetos para um maior leque de
utilizações. No topo da lista de aplicações
prioritárias está o imenso fluxo entre a cadeia de
suprimento de produtos de bens de consumo e o
varejo.
Etiquetas RFID/EPC são formadas por microchips e
antenas de rádio integrados e aplicados a
produtos e caixas. Numa implementação
RFID/EPC, cada etiqueta (tag) armazena um único
código eletrônico de produtos (EPC) de 96 bits que
identifica o item por tipo e um número de série
único. Múltiplas etiquetas podem ser lidas
simultaneamente sem as restrições de visada dos
sistemas de “scaneamento” de códigos de barras.
Todo um contentor de carga, um palete, uma
caixa ou uma embalagem de venda podem ser
identificados em segundos por equipamentos de
leitura automática.
3
Piloto
Cadeia de Suprimento
Ilustração de uma típica
cadeia de suprimento
1. Fornecedor
2. Fabricante
3. Distribuidor
4. Varejista/Atacadista
5. Loja
6. Consumidor
Logística da área de varejo
1
2
3
4
5
6
Transporte
Estudos conduzidos nos EUA e Europa indicam que a adoção da solução RFID/EPC implica impactos diretos
sobre a cadeia de suprimento, trazendo melhorias operacionais consideráveis, como mostra o quadro abaixo.
Vetores
Melhorias
no
Resultado
Aumento
de Vendas
e Margem
Redução
de Custos
Acréscimo de
Valor para os
Acionistas
Redução no
Capital
Investido
Redução
de Estoques
Redução de
Ativos Fixos
Melhorias Operacionais

Aumento nas vendas por aumento na disponibilidade
de produtos e redução no nível de rupturas

Aumento na margem por melhorias nas
condições para negociação (fact based)


Aumento na eficiência da força de trabalho
Redução nos custos de armazenamento,
movimentação e transporte
Redução nas perdas de inventário
Redução nos custos de manutenção dos estoques
Redução nos custos de recall
e assistência técnica mais eficiente




Redução no nível dos estoques

Aumento da produtividade na utilização de
ativos (empilhadeiras, paletes etc)
Aumento de produtividade na utilização das
instalações

Criação de Valor
No entanto, essas melhorias indicadas serão capturadas de forma e em graus diferentes de benefícios para
cada fornecedor e varejista, ao longo da cadeia, como poderemos ver a seguir.
4
Metodologia
O piloto foi desenvolvido nas instalações
industriais e centros de distribuição das empresas
parceiras, instaladas na Via Anhangüera, em São
Paulo, e compreendeu a circulação e o
monitoramento de 1.000 paletes CHEP
etiquetados.
O objetivo maior do estudo e do piloto era testar a
aplicação da solução RFID/EPC no mercado
brasileiro, desvendando as oportunidades mais
relevantes, os desafios de implantação na cadeia
como um todo e em categorias específicas,
fazendo, ao mesmo tempo, um diagnóstico da
base tecnológica dos atores da cadeia. A meta era,
ao fim do projeto, relacionar custos e benefícios,
além de traçar um mapa de aplicação da
tecnologia no país.
Em dois meses foi possível provar um pouco dessa
nova tecnologia entre fábricas e centros de
distribuição.
Localização das instalações
Sumaré
Paulínia
Campinas
Indaiatuba
TM
Legenda
SP-348 Rodovia dos Bandeirantes
SP-330 Via Anhangüera
Valinhos
Louveira
Itupeva
Jundiaí
Campo Limpo Pta.
Cajamar
Osasco
São Paulo
A dinâmica adotada permitiu a utilização da solução RFID/EPC em escala, o que gerou experiências práticas
de situações e conceitos nunca testados previamente no Brasil. Assim, foi possível monitorar o
funcionamento da tecnologia nas condições brasileiras, avaliar os potenciais benefícios de sua aplicação,
identificar pontos focais de evolução nos processos e em tecnologia da informação.
Gerenciamento do Projeto
Confirmação
do Escopo
Desenvolvimento
da Experiência
Prática
Execução
da Experiência
Prática, Teste e
Refinamento
Apresentação
do Relatório
Final
Setembro a Dezembro/2004
O foco do projeto foi concentrado nos processos de recebimento e expedição de mercadorias, assim como
na troca de informações entre os parceiros por meio da nova solução. Para que o processo se desse por
inteiro, foi necessário sincronizar as informações dos produtos numa base de dados criada especificamente
para o piloto e de acordo com os parâmetros da EPCglobal.
5
Piloto
Os paletes CHEP foram etiquetados para a movimentação de produtos da Procter & Gamble e da Gillette até
o centro de distribuição da CBD.
Cadeia de Suprimento
CHEP
P&G
Gillette
P&G eeGillette
CD
CD
CD
Expedição
Recebimento
Recebimento
CBD
CBD
CD
Expedição
Recebimento
Expedição
Paletes Etiquetados
Durante o processo, houve a continuidade da utilização do código de barras em conjunto com as etiquetas
RFID/EPC. Não foram implementadas mudanças nos processos comerciais e logísticos vigentes nas quatro
empresas participantes, assim como não foram feitas integrações com os sistemas operacionais de cada elo
da cadeia de suprimento.
Os centros de distribuição foram dotados de portais de RFID, que realizavam as leituras com base em
aplicativos desenvolvidos pela Accenture em conjunto com os parceiros e também de acordo com os
parâmetros da EPCglobal.
Middleware
& Aplicativo
ETQ
Internet
RFID
CB
RFID
RFID
ETQ
ETQ
CHEP
P&G e Gillette
Middleware
& Aplicativo
ETQ
ETQ
Piloto EPC Brasil
Networking
RFID
CBD
ETQ
ETQ
CB
ETQ
ETQ
ETQ
ETQ
ETQ
ETQ
RFID
ETQ
Etiquetas RFID/EPC Classe 0
Portal RFID
RFID
Antenas / Leitoras
Palete Vazio
Leitora Código de Barras
Palete com Caixas
CB
RFID
ETQ
ETQ
Middleware
& Aplicativo
Os paletes CHEP etiquetados circularam, de maneira controlada, durante dois meses, entre os diversos centros de
distribuição de acordo com os processos tradicionais de cada empresa. Os mil paletes estavam misturados aos
convencionais, mas foram monitorados com índice de leitura de 97% pela rede de comunicação implantada, o
que está alinhado com a média dos resultados de outros pilotos realizados nos Estados Unidos e Europa, uma vez
que foram utilizados leitores e antenas de primeira geração. A infra-estrutura funcionou de maneira adequada,
de acordo com a expectativa inicial, não excluídos, entretanto, os ajustes específicos para cada ambiente.
O piloto também permitiu uma visão mais apurada dos benefícios provenientes dos ganhos no recebimento e na
expedição dos paletes CHEP. Ficou claro que os novos processos e controles estabelecidos geraram melhor
entendimento e percepção da maior produtividade e redução de perdas.
6
Resultados
Antes da análise propriamente dita dos resultados
obtidos no piloto, convém ressalvar que o mercado
brasileiro guarda especificidades que geram
impactos importantes no processo de adoção e
utilização da solução RFID/EPC. São elas:
- Escala de operação:
Pode ser considerada baixa porque o número de
caixas que circulam na operação é pequeno em
relação à infra-estrutura demandada quando
comparada à mesma relação em outros
mercados.
- Valor unitário médio dos produtos:
Também pode ser considerado baixo.
- Custo da tecnologia:
É alto, quando confrontado com as estimativas
para outros países.
- Custo da força de trabalho:
O custo da mão-de-obra é baixo em relação a
outros custos. No entanto, é importante estimar
os custos da não conformidade, o que reduz esta
vantagem, quando comparada a outros
mercados.
- Custo do capital:
É alto no Brasil, e tende a ser um fator inibidor,
mas, por outro lado, pode contribuir quando é
considerado o potencial de redução de estoques
e, portanto, o nível de capital imobilizado.
As melhorias operacionais estimadas pelo grupo,
ainda assim, tomaram como ponto de partida a
base de dados compilados a partir de pesquisas e
de business cases desenvolvidos pelo Auto-ID
Center, do Massachussets Institute of Technology.
Aumento de vendas e margem
! Redução de 10% nos índices de
ruptura nos centros de distribuição do varejo e
do fabricante
Redução de custos
! Aumento de 3% a 12% na produtividade da
força de trabalho
! Redução de 18% a 26% nas perdas de
inventário
! Redução de 10% no custo de manutenção
de estoques
! Redução de 2% a 5% nos retornos
Redução de estoques
! Redução de 10% no nível dos estoques
! Redução de 10% nos itens de baixo giro
Fontes
Auto-ID on Demand: The Value of Auto-ID Technology in Costumer
Package Goods Demand Planning
Auto-ID on Demand: The Value of Auto-ID Technology in the Retail
Supply Chain
Auto-ID on Demand: The Value of Auto-ID Technology in Manufacturing
7
Resultados
No caso brasileiro, a avaliação provou que, nas condições definidas, o resultado final do processo de adoção
da solução RFID/EPC pode variar por categoria.
Valor Presente Líquido (NPV)
Relativo por Categoria
(Caixas)
120%
Retorno sobre o Investimento (ROI)
Estimado por Categoria
(Caixas)
100.00%
80.00%
ROI Estimado
NPV base 100
100%
80%
60%
40%
20%
0%
60.00%
40.00%
20.00%
0.00%
-20.00%
-40.00%
-60.00%
Perfumaria*
100%
DPH*
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Perfumaria -28% -7% 14% 33% 48% 60% 70% 79% 86% 92%
Seca
-48% -41% -33% -25% -18% -12% -8% -3% 0% 3%
-50% -39% -28% -17% -8% -1% 5% 10% 14% 17%
DPH
Seca*
3%
19%
Categorias
Anos
Em função das considerações e estimativas feitas, os resultados obtidos devem ser considerados como indicativos de tendência
Por sua vez, o resultado de cada categoria que depende de fatores como escala de operação, valor unitário
médio do produto e índice geral de perdas de inventário, bem como do custo das etiquetas, pode variar para
cada participante da cadeia de suprimentos.
Composição dos Benefíicios para o Varejo
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Perfumaria
Seca
DPH
Perdas
33%
38%
35%
Inventário
33%
37%
36%
Rupturas
24%
17%
20%
Ítens de
baixo giro
5%
4%
4%
MDO
4%
4%
4%
Participação nos Benefícios Totais
Participação nos Benefícios Totais
A composição dos benefícios também varia para cada participante.
Composição dos Benefíicios para a Indústria
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Perfumaria
Seca
DPH
Ítens de
Perdas Inventário Rupturas baixo
giro
7%
32%
37%
8%
10%
43%
21%
5%
7%
32%
37%
7%
MDO
12%
16%
12%
Retornos
4%
5%
4%
Em resumo, ficou provado que no Brasil, assim como nos Estados Unidos e Europa, os benefícios da
utilização do RFID/EPC são mais significativos nos processos de gestão da cadeia de suprimento e na
geração de demanda do que nos ganhos de eficiência operacional. Constata-se, principalmente, que os
processos da gestão da cadeia de suprimento carecem ainda de um grande aprimoramento,
independentemente da adoção das etiquetas eletrônicas.
Outra conclusão importante sobre prazos é relativa às dificuldades para a adoção desta tecnologia no país
no curto prazo, uma vez que ainda convivemos com menor escala de operação, baixo valor unitário médio
dos produtos e alto custo de infra-estrutura.
8
Comentários Finais
O RFID/EPC se tornará viável no Brasil à medida que os grandes concentradores de mercadorias e
empresas exportadoras adotarem a solução. Cada um desses players merece abordagem diferenciada:
Grande varejo - Depende da decisão de cada empresa em função das oportunidades apresentadas e
das possibilidades de captura de benefícios, conjuntamente com as indústrias de bens de consumo.
Fornecedores - No relacionamento com grandes varejistas e indústrias de bens de consumo, a adoção
virá por demanda dos próprios clientes.
Médios e pequenos varejos - Adoção de acordo com a medida da percepção dos benefícios e
disseminação da solução ao longo das cadeias de suprimentos.
Muitos desafios, entretanto, estão no caminho até a tomada de decisão. Para o mercado, há que se
pesar o ainda pequeno número de pessoas qualificadas para implementação e operação do sistema, a
ausência de métricas, a sedimentação do relacionamento com parceiros, os custos de capital e de
oportunidade e os impactos na sua operação atual. Para a cadeia de suprimento, será preciso
incrementar a colaboração e a troca de informações entre os parceiros. Há ainda desafios externos
decorrentes dos padrões, tecnologias e fornecedores.
As expectativas são favoráveis uma vez que é crescente o número de iniciativas de grandes varejistas
internacionais que prevêem a utilização da tecnologia em escala já a partir de 2005.
No Brasil, grandes fornecedores de produtos de consumo já iniciaram testes internos com o EPC e
exportadores vêm recebendo demandas pela etiquetagem dos produtos que vendem para seus
clientes externos.
De modo prático, percebeu-se que a utilização da solução depende de um conjunto de ações focadas
no desenvolvimento do conhecimento, na identificação de oportunidades e no ambiente colaborativo
dentro da cadeia de suprimentos. Depois do mapeamento de oportunidades e demandas, o
desenvolvimento do projeto deve se dar a partir da identificação dos pré-requisitos e principais
desafios internos e externos de cada participante, requisitos estes que deverão ser submetidos a uma
rotina de desenvolvimento de novos pilotos.
Trata-se de uma tecnologia que vai mudar radicalmente a forma de fazer negócios dentro das cadeias
de suprimentos. Se os benefícios estão claros, evidentes também são os desafios a serem cumpridos,
que passam sempre pela análise da combinação ‘projeções, grau de desenvolvimento da tecnologia e
custos’.
A padronização da tecnologia RFID está em plena progressão. Duas entidades internacionais vêm desenvolvendo padrões
sobre vários elementos da tecnologia.
! EPCglobal é uma organização mundial, que define normas que possibilitarão o uso da tecnologia RFID entre fornecedores
e varejistas, usando a mesma nomenclatura e os mesmos padrões de leitura.
A EPCglobal Network é um sistema aberto de padrões que facilitará o compartilhamento de identificação única de
produtos e monitoramento entre parceiros nas cadeias de suprimentos.
a
! ISO, a organização internacional de padronização, definiu padrões e está no processo de estabelecer novas referências
para a tecnologia RFID. Os padrões ISO, essencialmente, cobrem os seguintes aspectos:
- características físicas das etiquetas e cartões RFID.
- potência da freqüência de rádio e interface do sinal (protocolos aéreos).
- protocolo anti-colisão e de transmissão.
- conjunto de comando estendido e elementos de segurança.
Agosto de 2005
© 2005 Accenture.
Todos os direitos reservados.
Accenture, seu logo e
“Resultado: alta performance.”
são marcas registradas da Accenture.