CAPACIDADE ANTIOXIDATIVA E TOXICIDADE DE ÓLEOS

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CAPACIDADE ANTIOXIDATIVA E TOXICIDADE DE ÓLEOS
CAPACIDADE ANTIOXIDATIVA E TOXICIDADE DE ÓLEOS ESSENCIAIS E
EXTRATOS METANÓLICOS DE Peperomia DA AMAZÔNIA
Lira, P. N. B. (1); Andrade, E. H. A. (1) & Maia, J. G. S. (2)
(1) Faculdade de Química, UFPA, Belém, PA. (2) Faculdade de Engenharia Química, UFPA, Belém, PA
([email protected]).
Piperaceae é constituída pôr 5 gêneros e 1400 espécies. O gênero Peperomia é o segundo maior da
família e consiste de cerca de 600 espécies amplamente distribuídas no Brasil. De um modo geral,
são ervas terrestres e aéreas, com folhas pecioladas, cordatas e suculentas que crescem
espontaneamente em diferentes árvores hospedeiras da floresta. Peperomia macrostachya (Vahl)
A. Dietr. é uma erva com ocorrência nas Américas Central e do Sul, usada pelos índios idosos da
tribo Taiwano em chá que cura enfermidades relacionadas à dificuldade de urinar. Também é
indicada como um excelente vermífugo. Peperomia pellucida (L.) Kunth é conhecida como ervade-jabuti na Amazônia e é descrita desde as Antilhas até o Sul do Brasil. É usada como emoliente,
antimicrobiana, para tratamento da tosse, dor de cabeça, coceiras, ferimentos, úlcera e arritmia
cardíaca. Peperomia rotundifolia (L.) Kunth é uma erva conhecida como carrapatinho e tem
também distribuição das Antilhas ao Sul do Brasil. A planta é considerada tônica e estomáquica.
Os principais constituintes voláteis identificados pelo grupo em P. macrostachya foram limoneno,
espatulenol e epi-α-bisabolol e em P. pellucida dilapiol, carotol e β-cariofileno. A literatura
descreve decanal e limoneno como os componentes majoritários do óleo de P. rotundifolia. Um
inventário da composição química e das propriedades de Piperaceae da Amazônia vem sendo
executado pelo grupo. Amostras de P. macrostachya, P. pellucida e P. rotundifolia foram colhidas
ao longo da Alça Viária da cidade de Belém e submetidas à hidrodestilação usando clevenger por
4 h, rendendo óleos com 1,1%, 1,4% e 1,4%, respectivamente. Os extratos metanólicos de P.
macrostachya (EPM) e P. pellucida ( EPP) foram obtidos com o uso de sohxlet. A avaliação da
capacidade antioxidativa foi realizada pelo método de seqüestro do radical livre DPPH. Os
constituintes principais do óleo de P. macrostachya foram óxido de cariofileno (16,5%), epi-αbisabolol (15,6%), apiol (5,8%) e limoneno (5,3%); no óleo de P. pellucida foram dilapiol
(55,1%), β-cariofileno (14,3%) e carotol (8,1); e no óleo de P. rotundifolia foram decanal (42,9%),
(E)-nerolidol (8,4%) e limoneno (7,6%). O seqüestro de radicais frente ao DPPH apresentou
percentuais de inibição variando de 35,20 a 72,89% para o EPM e de 25,56 a 77,08% para o EPP.
Os valores da CE50 foram 188,65 µg/mL e 138,97 µg/mL, respectivamente. Tanto os óleos
essenciais quanto os extratos metanólicos apresentaram valores de CL50 abaixo de 1000 µg/mL
indicando alta toxicidade. Dentre estes, os mais tóxicos foram o óleo essencial de P. rotundifolia,
com um valor para a CL50 de 1,93±0,08 µg/mL, ou seja, 4 vezes maior que os óleos de P.
pellucida e P. macrosthachya e o extrato metanólico de P. pellucida com um valor para a CL50 de
2,41±0,50 µg/mL, ou seja, cerca de 200 vezes maior que o extrato de P. macrostachya.
Agradecimentos: PPBio/MCT