Especial Cinema - Associação Portuguesa de Astrologia
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Especial Cinema - Associação Portuguesa de Astrologia
Nº 7 Julho a Setembro Verão 2013 outubro a dezembro 2012 Chega 2014 Especial JaneiroNº a Março 5 Inverno 2014 Cinema Ano dos Acontecimentos Astrológicos Especial: Siria - Um enigma por resolver Explorações Interdisciplinares: Astrologia e Geometria Sagrada A Astrologia e a Relação com o Tarot Visões de Prática Astrológica: Sou Astróloga e agora? - As primeiras consultas Astrologia Infantil - O mundo secreto da Crianças Entrevista com Maria José Costa Félix Secção Histórica: A II Dinastia à luz dos Ciclos Astrológicos História da Astrologia - última parte 1 Ficha Técnica de Propriedade da ASPAS Orgãos Sociais da ASPAS Diretora Isabel Guimarães Direção Isabel Guimarães (Presidente) Marta Castro (Secretária) Susana Oliveira (Tesoureira) Diretora Editorial Luiza Azancot Edição Isabel Guimarães Realização Gráfica Aspas Redação e Administração Av.da Republica-1114-sala 5 Mafamude - V.N. deGaia t. 221 450390 Email: [email protected] Website: http://www.associacaoportuguesadeastrologia.com Blog: http://associacaoportuguesastrologia.blogspot.pt Facebook: Assembleia Geral Tânia Pinto (Presidente) João Soares (Vogal) Inês Miranda (Secretária) Raul Américo Aguiar (Vogal) João Neto (Vogal) Conselho Fiscal Vânia Rodrigues (Presidente) Pedro Torres (Vogal) Maria Isabel Amorim (Tesoureira) Conselheiros Astrológicos Fábio Ludovina João Medeiros Luís Resina Luiza Azancot https://www.facebook.com/AspasAssociacaoPortuguesaD eAstrologia Periodicidade Trimestral Distribuição: Membros da ASPAS - Gratuita Não Membros; - edições anteriores à do lançamento, gratuitas no nosso site - edição de lançamento em formato digital tem um custo 5€ Direitos Este jornal em formato digital não pode ser reproduzido, no todo ou em parte, por qualquer processo mecânico, fotográfico ou electrónico, nem ser introduzido numa base de dados, difundido ou de qualquer forma copiado para uso público ou privado – além do uso legal como breve citação em artigos e críticas – sem prévia autorização dos autores. Decreto Lei nº 334/97 2 de Índice Editorial Comunicado da Diretora Editoral Conheça os novos colaboradores Especial - Siria - Enigma por decifrar- II Noticias 3 6 8 20 Artigos Astrologia e Geometria Sagrada 23 por Narciso Saramago Astrologia e a Relação com o Tarot 32 por Fábio Ludovina Sou Astróloga e agora? As primeiras Consultas 38 por Isabel Figueiras Astrologia Infantil - O Mundo Secreto das Crianças 45 por Isabel Guimarães A Experiência - Entrevista a Maria José Costa Félix 59 por Barbara Bonvalot e Jorge Lancinha Pergunte ao Astrólogo 65 por Paulo Alexandre Silva A II Dinastia à luz dos Ciclos Astrológicos 70 por Luis Resina História da Astrologia 82 por Vania Marinelli Efemérides Trimestrais por Inês Miranda Publicidade 91 96 3 de Editorial Luiza Azancot Editora Jornal 4 Estacoes, membro nº15 Chegou 2014, um ano bombástico em acontecimentos astrológicos. • O primeiro dia de 2014 apresenta logo uma Lua Nova em Capricórnio conjunta a Plutão, a potenciar a grande cruz cardinal que incluí Úrano, Júpiter e Marte. Que início! Esta grande cruz estará exacta com os quatro planetas no grau 13 no dia 22 de Abril mas durante todo o ano vão-se fazer sentir quadraturas e oposições entre estas quatro energias. 4 de Editorial • Mesmo antes, ainda em 2013, Vénus entrou num movimento retrógrado em pleno solstício de inverno. E em Capricórnio, signo sério, frio onde a deusa do Amor se sente um pouco incómoda e onde fica quatro meses. • Marte por seu lado terá que permanecer em Balança, signo oposto ao seu signo regente, durante mais de sete meses dado o seu movimento retrógrado que começará no princípio de Março. Veremos nascer outro Nelson Mandela, outro grande lutador pela igualdade entre os homens? • O eclipse lunar de 15 de Abril a 25 graus de Balança a menos de 10 graus do Marte da cruz cardinal pode trazer fortes emoções. • Em Maio algum alívio com o trígono em signos de água de Júpiter, Saturno e Chiron. • Mas Junho um mês explosivo: além da Copa do Mundo no Brasil temos Mercúrio retrógrado, Marte a fazer a última quadratura a Plutão no dia 14 e a última oposição a Úrano no dia 25. • Julho, Agosto e Setembro vão trazer três Luas Cheias espectaculares por coincidirem com o perigeu (ponto em que a Lua está mais próxima da Terra). Sobretudo a de 10 de Agosto promete ser uma verdadeira Super Lua. • Já a Lua Cheia de Outubro é diferente. Um eclipse conjunto a Úrano e que envolve quadraturas do Sol e da Lua a Plutão. • E acabamos o ano com a sexta quadratura de Úrano e Plutão a 15 de Dezembro. Um ano que pode ser catastrófico se nos fecharmos em medos, usarmos a agressão na sua forma mais primitiva mas temos oportunidade de caminhar para uma mudança positiva e mudar o paradigma do mundo político e financeiro. Depende de cada um de nós. Não só desejo a todos um Bom Ano de 2014 aos membros da ASPAS e outros leitores mas sobretudo que MEREÇA O ANO NOVO usando as palavras do grande poeta Carlos Drummond de Andrade: Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre. 5 de Editorial Diretora do Jornal - Isabel Guimarães - membro nº 1 Diretora Editorial - Luiza Azancot - membro nº 15 O Jornal 4 Estações com a edição de Janeiro, Fevereiro e Março é construido com artigos de visão abrangente e histórica, práticas de astrológia e explorações interdisciplinares. Fazemos um especial em memória ao amigo e colega Fernando Albuquerque que partiu em Novembro deste ano, deixando o seu artigo a nossa direção do jornal, que aqui publicamos referente ao seu estudo da Derivadas da Declinação, com a II parte da “Síria Um enigama Decifrar”. Seguimos na leitura deste jornal, com as respetivas noticias, e exploramos outras visões de astrologia que se tornam interdisciplinares, com o artigo de Narciso Saramago, “A Astrologia e a Geometria Sagrada”, numa viagem ao mundo dos números, do desenho, da mandala, do circulo da vida. Com o Fábio Ludovina, “A Astrologia e a relação com o Tarot”, um tema sempre aplelativo e que nos leva a uma questão, serão semlhantes? Onde se cruzam? Numa visão de prática astrológica, com Isabel Figueiras “Astrologia e agora? As primeiras consultas”, após tirar um cusro de astrologia, eis que nos deparamos como iremos fazer nossa consulta?, seguindo para o tema “Astrologia Infantil - O mundo secreto das crianças”, como utilizar a astrologia para melhor compreender o pequenino(a) que ainda se esta a desenvolver, com Isabel Guimarães, seguido da entrevista a Maria José Costa Félix, com os colegas Jorge Lancinha e Barbara Bonvalot. A habitual rubrica “Pergunte ao Astrólogo, com Paulo Alexandre Silva, e numa visão histórcia, Luis Resina, fala-nos. ”A II Dinastia à luz dos Ciclos Astrológicos” com breves notas para a compreensão da dinastia que criou a gesta marítima, “A ínclita Geração – A Dinastia de Avis e o messianismo português” e Vania Marinelli, fecha com a “III parte a História da Astrologia”. Com a primeira edição deste ano 2014, queremos levá-lo a outras leituras, explorando visões astrológicas, que serão com certeza do seu interesse. Deixamos aqui o NOSSO OBRIGADA, pela preferência ao nosso Jornal. 6 de Editorial C onheça os novos colaboradores O 4 Estações é o jornal dos membros da Aspas para todos os que nos seguem. Temos o prazer de apresentar aqui os novos colaboradores deste número convidando os que desejarem realizar os seus artigos e pretenderem que sejam publicados, a enviar as suas ideias para o email: [email protected], para a nossa editora Luiza Azancot. Isabel Guimarães - De 2003 - 2007 - Curso de Astrologia pela UNP, através dos cursos on-line de várias escolas no Brasil, faz especialidades nos ramos de: Astrologia Kármica, Vidas Passadas e Heranças Genéticas, Métodos Comportamentais, Revoluções Solares e Lunares, Calculo Astrológico, Astrologia Psicológica pelo Método Huber e regista-se em 2009 como membro da CNA - Central Nacional de Astrologia do Brasil. Em 2007 - faz a Certificação de aptidão profissional pela Escola ENA (Escola de Negócios e Administração) sendo Formadora Profissional Homolgada pelo IEFP. Começa a exercer a sua atividade como Consultora Astrológica em 2007, em vários locais pelo Pais, como Povoa do Varzim, Barcelos, Aveiro, Lisboa, Matosinhos e Porto. Em Maio de 2010, abre o seu próprio Gabinete em Vila Nova de Gaia, resgatando o seu nome de Isastros, que usava desde 2007, dedicando-se até hoje, com consultas de astrologia, cursos de formação profissional em Astrologia e Reiki, para além de vários encontros nas mesma áreas.O ano de 2011, tornar-se o ano de realizações de sonhos da Isabel Guimarães, começando com a sua 1ª viagem ao Brasil, para a realização da sua certificação profissional em "Consulting Skills" - Consultoria Astrológica-, pela ISAR (International Society for Astrological Research), sendo 1ª de 3 etapas para a seu CAP - como Astróloga reconhecida internacionalmente. Neste mesmo ano e em junho lança o seu primeiro livro, sendo a autora do Livro "Guia de Orientação Astrológica, para o Desenvolvimento da Compreensão Humana" – EdiumEditores, ainda faz a formação de Psicologia Multifocal pela Universidade do Futuro, do Brasil de Augusto Curry. Em dezembro fecha o ano criando a 1ªAssociação Portuguesa de Astrologia, em Portugal a Aspas, sendo a sua fundadora e Presidente, até hoje.Através do ensino e da pesquisa, tem vindo a criar vários seminários, palestras, workshops, consultas, procurando contribuir com maior clareza, responsabilidade, ética e profissionalismo a Astrologia e o Reiki e desde novembro de 2012 que participa no Programa diário "Grandes Manhãs" no Porto Canal -Rubrica Consultoria Astrológica. Ano 2013-Certificação Isar Ética-6ºSimpósio Internacional de Astrologia pelo Sinarj com o tema Astrologia Infantil. http://gabineteisastros.blogspot.pt/ 7 de Editorial Narciso Saramgo - Com 14 anos de idade comecei as minhas pesquisas sobre Vida Natural e Alimentação Racional. Mais tarde surgiu-me o interesse pela psicologia, parapsicologia e os mistérios da vida. Na sequência desses acontecimentos conheci uma pessoa com a qualidade de "medium de incorporação", motivo que me levou a aprofundar os estudos sobre ocultismo, na dimensão que é possível a um jovem inexperiente. Decorridos 35 anos da minha existência física comecei a prática de Artes Marciais, no Ginásio Club Português. No seguimento desta prática senti-me atraído pela cultura oriental, e iniciei estudos no Instituto Kushi de Portugal (hoje Instituto Macrobiótico de Portugal) sobre Alimentação Natural e Ordem do Universo, segundo a Filosofia Oriental. Na medida em que aprofundava esses conhecimentos nasceu-me um particular interesse pela Astrologia Oriental. A par com estes estudos desenvolvi a arte da consulta através da prátrica da Cartomância, baralho comum, segundo o método de Adés. Em 1989 fiz estudos sobre Tarot e, em 1991, aos 42 anos, comecei a aprendizagem sobre Astrologia Humanista, no “Quiron – Centro Português de Astrologia”, com os astrólogos Maria Flávia de Monsaraz, Luís Resina e Paula Chambel, onde permaneci por 4 anos. Entretanto, aperfeiçoei os meus estudos com o astrólogo José Luís Nascimento dos Santos, por mais 4 anos, e tomei parte em seminários de astrologia com o astrólogo americano Alan Oken. A par com essas actividades tomei conhecimentos em Terapias Energéticas com astróloga Maria Flávia de Monsaraz.. Desde Junho de 2006, e a par com a profissão de artista gráfico, efectuei, com regularidade, palestras sobre Ciências Esotéricas, na Galeria Matos Ferreira, ao Bairro Alto, na Quinta dos Lobos, em Sintra, no espaço particular de meu querido amigo Carlos Augusto Fernandes, na Ericeira, e pontualmente em locais como a Feira Alternativas de Lisboa, Greenlife Institute, Sociedade Portuguesa de Naturalogia, entre outros. Tive também, em 2006, o grato prazer de reencontrar o meu antigo (e actual) professor de Astrologia, Luís Resina, com quem estou a desenvolver alguns projectos relacionados com o saber astrológico e divulgação do conhecimento esotérico. Desde 1996, e até ao presente momento, tenho vindo a dsenvolver a prática da consulta astrológica. Em 2009 e 2010, durante o 1º semestre de cada ano, no "Espaço Salitre", de Luís Resina, levei a efeito um módulo de ensino com o nome de "Módulo Audiovisual de Astronomia, Astrologia, Cosmologia e Geometria Sagrada". www.astrovida.com 8 Especial de E special Prestamos homenagem ao nosso colega e amigo Fernando Albuquerque, que antes de partir, nos deixou este artigo,. Todo o texto foi escrito no fim de Setembro de 2013 inspirado pela votação no Senado dos EUA autorizando o envolvimento deste pais no conflito. Apesar da Siria já não estar nas primeiras páginas dos jornais a guerra civil continua e o especro de guerra internacional mantêm-se. Síria (um enigma por decifrar) por Feranando Albuquerque membro nº 68 2ª Parte Cenário em Plutão Directo 1. Olhando para trás – A Guerra do Iraque Há quem acredite numa certa ciclicidade da História, eu acredito que da História devemos tirar ilações, porque e demonstra-mo a prática astrológica, não havendo exatamente repetições no plano dos acontecimentos, há-os inequivocamente no plano das estruturas. Nesse sentido, irei iniciar este artigo, por dados que registei em circunstância idêntica em 2003, e que antecederam a Guerra do Iraque. 9 Especial de Atente-se aos seguintes dados, do movimento de Plutão no mês de Março de 2003: 13 Mar. 19º 55´ de Sagitário às 24:00 14 Mar. 19º 56´ 15 Mar. 19º 56´ 16 Mar. 19º 56´ 17 Mar. 19º 56´ 18 Mar. 19º 57´ 19 Mar. 19º 57´ 20 Mar. 19º 57´ 21 Mar. 19º 57´ 22 Mar. 19º 57´ 23 Mar. 19º 57´ Retrógrado 24 Mar. 19º 57´ 25 Mar. 19º 57´ 26 Mar. 19º 57´ 27 Mar. 19º 57´ 28 Mar. 19º 57´ 29 Mar . TMG 19º 56´ Plutão entrou em Processo de Desaceleração entre 13 e 17 de Março, em Estacionário entre 18 e 28 de Março. No dia 23 de Março, entrou em Retrógrado e a partir de 29 de Março em Aceleração Negativa ou Retrógrada. 10 Especial de Ao período de tempo, 10 dias, que vai de 18 a 28 de Março, chamarei de Período de Transição e ao intervalo entre o Período de Transição e ao grau atingido pelo Retrógrado (que será menor que o actual), chamarei Zona de Retrógrado. Pode-se dizer que em termos de apresentação do problema, que existe, nem que seja de forma simbólica, uma “concentração resumo de informação”, que antecede a inversão dos acontecimentos, logo que se entra em Período de Transição. O Período de Transição é nesse sentido fundamental para que se possa compreender o desenrolar da ação uma vez que termina o tempo de “não – ação”. Por isso pode-se dizer que após um “tempo de apresentação do problema, ou de “não – ação”, é iniciado um tempo de ação, com consciência total dos dados. Esta metodologia que no exemplo aplico a Plutão, é valida para qualquer outro Planeta. Em primeiro lugar, deveremos observar a Zona de Retrógrado e por isso se Plutão, no caso, vai atingir o próximo Directo em 29 de Agosto de 2003, no grau 17º 14´ de Sagitário, devemos levar em consideração, que este mesmo grau, tinha sido inicialmente atingido na primeira semana de Dezembro de 2002. Por sua vez poderemos calcular a Projeção da Zona de Retrógrado (19º 57´ de Sagitário), o que irá dar em termos de Efemérides a 17 de Dezembro de 2003. Que fenómenos astrológicos poderemos verificar neste intervalo de tempo, não considerando os Aspetos Planetários? Repare-se: • Em 05 de Abril Dezembro) Júpiter passou a Directo (R desde 5 • Em 27 de Abril Mercúrio passou a Retrógrado • Em 16 de Maio Neptuno passou a Retrógrado • Em 21 de Maio Mercúrio passou a Directo 11 Especial de . Em 04 Junho Saturno Ingressa em Caranguejo (Exílio) • Em 08 de Junho Úrano passou a Retrógrado • Em 16 de Setembro Úrano Re Ingressa em Aquário • Em 23 de Outubro Neptuno passou a Directo • Em 26 de Outubro Saturno passou a Retrógrado • Em 09 de Novembro Úrano • Em 17 Dezembro Projeção da Zona de Retrógrado de Plutão • Em 18 Dezembro Mercúrio passou a Directo passou a Retrógrado Vejamos agora a situação de Marte: • Em Capricórnio durante o mês de Março • Ingressa a 22 de Abril no Signo de Aquário • Ingressa a 18 de Junho no Signo de Peixes • Entrou em Retrógrado em 30 de Julho • Passou a Directo em 28 de Setembro Considere-se desde já a data de 24 de Junho em que a Conjunção de Úrano / Marte, devido ao actual Retrógrado de Úrano, tem um Duplo Impacto. Atento às evoluções de Plutão, no plano prático desde a ultima formação de Oposição entre aquele Planeta e Saturno, em 05 de Agosto de 2001(formação em Retrógrado de Plutão) aos 12º e 38´de Sagitário, tivemos os primeiros acontecimentos em 11 de Setembro de 2001, exactamente quando Plutão (na altura em Directo), passou exactamente ao grau 12º e 38´de Sagitário. Penso que esta questão passou um pouco desapercebida ou que no mínimo não lhe foi dada a devida atenção. 12 de Especial Após isso, e sempre em Movimento Directo, Plutão evoluiu até ao grau 17º 38´ de Sagitário, para que no dia 21 de Março de 2002, entrasse no seu Primeiro Retrógrado. Pode assim dizer-se que “os dados estavam lançados”, foi naturalmente um período de consciencialização a uma “divergência – Saturno / Plutão”, plasmada em acontecimentos físicos e simbólicos originados em 11 de Setembro de 2001 o que promoveu logo após Outubro os bombardeamentos do Afeganistão, visando a figura de Ossama Bin Laden. Estes acontecimentos são de alguma forma difíceis de perceber e possivelmente nunca serão credivelmente justificados, porque a ação e contra-reação ocorreram no mesmo tempo do Directo de Plutão, sugerindo uma premeditação que no fundo está de acordo com o desaparecimento de Ossama Bin Laden. É já em Março de 2002 que ocorre o primeiro Retrógrado, altura em que já se tinha ventilado a questão de no próximo ano (2003) os EUA irem invadir o Iraque. Justificado por um ataque directo ao seu território, os EUA responderam sem grandes envolvimentos mundiais, que fizessem travar o processo, quando do Afeganistão, situação justificadamente diferente do Iraque. Até 26 Agosto de 2002 Plutão Retrogradou até ao grau 14º 54´ de Sagitário. Oficialmente a questão do Iraque levanta-se depois desta data. A questão é que quer em 2 de Dezembro de 2001 (onde oficialmente se declarou a rendição dos Talibã), quer em 26 de Agosto de 2002 (onde oficialmente se inicia a questão do Iraque), há um ponto de ligação no tempo, seja Plutão no grau 14º 54´de Sagitário. Segue-se o envolvimento da ONU. Com títulos de “terrorismo” ou de “eixo do mal” o mundo foi-se gradualmente dividindo, como ficaram divididos os próprios países membros da Carta das Nações Unidas. 13 Especial de O que é curiosíssimo é o facto de uma forma incrivelmente bem calculada (para quem não está a olhar supostamente para o cálculo astrológico) é que, e em corroboração da tese “concentração resumo da informação” tenha sido escolhida a data de 16 de Março 2003, para a chamada “Cimeira dos Açores”, de modo a proclamar-se que o dia seguinte 17 de Março – o Dia da Verdade – seria o ultimo ponto diplomático antes da “Guerra à muito anunciada”. É que, exactamente em 17 de Março de 2003, iniciava-se o período de transição, como se poderá verificar na Efeméride apresentada. Transição de quê? Aqui só poderia ser “o final das diplomacias” e o “início de tempo de guerra”. 2. Situação actual Passando agora para actualidade, verifique-se de forma análoga o movimento de Plutão, desta vez no final do seu processo de Retrógrado. Movimento de Plutão no mês de Setembro de 2013: 09 Set. 09º 01´ de Capricórnio 10 Set. 09º 01´ 11 Set. 09º 01´ 12 Set. 09º 00´ 13 Set. 09º 00´ 14 Set. 09º 00´ 15 Set. 09º 00´ 16 Set. 09º 00´ 17 Set. 08º 59´ 18 Set. 08º 59´ 19 Set. 08º 59´ 20 Set. 08º 59´ às 24:00 TMG 14 Especial de 21 Set. 08º 59´ Directo 22 Set. 08º 59´ 23 Set. 08º 59´ 24 Set. 09º 00´ Plutão está em Processo de Desaceleração desde 09 de Setembro, em Estacionário entre 17 e 23 de Setembro. No dia 21 de Setembro, entra em Movimento Directo e a partir de 24 de Setembro em aceleração positiva. Se expandíssemos um pouco mais estas Efemérides, poderíamos concluir que em 03 de Setembro quando foi dada a primeira luz verde para a invasão da Síria (não implementada até à data), Plutão encontrava-se em 09º04´de Capricórnio, voltando a esta posição agora num outro cenário entre os dias 07 e 08 de Outubro, que aqui enquadraria a Projeção da Zona de Directo. Para já importante notar-se que no tempo de desaceleração podemos encontrar a “concentração resumo de informação”, que obviamente se projecta para o cenário seguinte. No fundo todo o tempo de Retrógrado equaciona um conjunto de problemas específicos e todo o tempo de Estacionário e Inversão, faz uma concentração sintética dos mesmos, equacionando já formas para a sua solução. Se tomarmos por válido as “concentrações de informação” e as “zonas de projeção” então licito se torna observá-las à luz de um novo elemento, ou seja “as Derivadas da Declinação”. Assim sendo registe-se a Declinação de Plutão em 03 de Setembro e em 08 de Outubro, respectivamente: 03 Setembro 20ºS04´ 08 Outubro 20ºS11´ Nota: repare-se que esta variação ocorre exatamente dentro do mesmo grau de Longitude Zodiacal, ou seja nos 09º04´de Capricórnio. 15 de Vejamos as respectivas Derivadas. 20ºS04´ Longitude equivalente: 29Sco34 e 00Aqu25 20ºS11´ Longitude equivalente: 00Sag08 e 29Cap51 Especial 16 de Especial Das quatro Derivadas apenas que a de 29Sco34 envolve a Vénus do Mapa Natal da Síria. Estando essa Vénus em Quadratura com Júpiter no Mapa Natal, poderemos notar “uma certa irregularidade de decisões”, que se prendem aos governos da titularidade dessa Carta. Não podemos perder de vista que Plutão Directo fez a sua última passagem sobre o Sol em 29 de Outubro de 2013. Esta questão é um subplano individual, duma outra realidade a ser levada em linha de conta, pois que colectivamente Plutão e Úrano estão em Quadratura. Voltando à Vénus, podemos verificar que em termos de Progressão Secundária que se encontra no Signo de Aquário, em Trígono com Saturno e Marte. 17 de Especial Por a Vénus ser neste mapa progredido regente da VI e da XI, podemos desde já concluir que em caso de guerra, a Síria contará com Países aliados, desde logo a Rússia e o Irão, o que iremos mais tarde verificar astrologicamente. Por essa informação ter repercussões a nível das Derivadas, também podemos concluir a existência de outros Países ou Entidades, que a nível de bastidores operam a favor da Síria. 3. Conclusões A questão de fundo é saber, se este processo Plutão Sol com todas as envolventes já conhecidas, levará ou não a Síria a um cenário de guerra internacional. Antes de entrarmos nessa consideração deveríamos recapitular quatro factores: 1. Toda a sequência de acontecimentos desta natureza, tiveram origem na Oposição Plutão / Saturno em 2001 (neste texto já foi referenciado o grau exacto quando do 11 de Setembro desse mesmo ano). 2. Plutão e Saturno estão desde 05 Outubro 2012 e até 18 de Setembro 2015 em Mútua Receção. 3. Plutão está na actualidade em Quadratura com Úrano, permanecendo até 17 Março 2015. 4. Plutão transitou Sol da Síria, até 29 Outubro 2013. Se da Oposição Saturno Plutão e até a uma conclusão da suas respectivas Mútuas Recepções, existe uma lógica de dinâmicas onde toda a aparência leva a crer os EUA dominarem uma inteligence de controle mundo e essa questão não andará por certo longe das tentativas de Governo Único Mundial (e EUA porque eles são um dos polos do problema Oposição Saturno / Plutão), então a Síria poderá ser na calendarização de etapas o próximo alvo, mas não o alvo final. 18 de Especial Se nos recordar-mos do termo “Eixo do mal”, isso poderia significar nesta concepção, Afeganistão, Irão, Iraque e Síria? Se fizermos a Astrocartografia da Progressão Secundária do Mapa dos EUA, logo verificaremos que a linha de Úrano (o que tem correlações entre a Carta da Revolução de Úrano dos EUA e a actual Quadratura Úrano Plutão), passa exactamente sobre a Síria. 19 de Especial Ora Úrano fará sextil ao Sol dessa Carta de Retorno em: Em 24 Novembro a Declinação de Úrano é de 02ºN51’ e as Derivadas correspondentes: 07Ari11 e 22Vir48. No Mapa Progredido da Síria vamos encontrar nessa data o Ponto Médio Neptuno / Quíron exactamente a 22Vir39. Este aspeto poderia levar-nos a duas novas questões: Neptuno é um Planeta de Água e um Regente Natural da Casa XII. Faria sentido levá-lo à conexão com a Guerra Química. Na verdade o que se passou (e nem se sabe muito bem a origem), foi um ataque com Gás Sarin, cuja conexão é mais explicita com Úrano (Planeta de Ar), embora alguns analistas prefiram ver Plutão mesmo no caso vertente como Planeta de destruição massiva. Então eu agarraria as palavras de Vladimir Putin e também diria: “A Justificação da utilização de Armas Químicas pelo Governo de Damasco é um perfeito disparate, e essas armas estão a servir de pretexto para uma invasão da parte dos EUA”. Dum ponto de vista mais literal tudo leva a crer que a motivação dos EUA (por informação das Derivadas) está muito mais ligado a questões ideológicas e colateralmente religiosas, essas sim do foro Neptuniano: Ponto Médio Neptuno / Quíron exactamente a 22Vir39 e que em resposta à questão se a Síria passará ou não por um cenário de guerra internacional, a resposta parece-me ser sim, inequivocamente. Notas: Mapa da Siria, Nicholas Campion, The Book of World Horoscopes A Aspas desconhece qual o mapa dos EUA utilizado pelo autor 20 de Noticias N oticias A finalizar o ano de 2013, a Aspas, juntou seus membros, e festejou o seu primeiro aniversário, marcando estemomento com a criação de um videopodendo ver este momento nas nossas redes sociais. 21 de Noticias Para comemorar nosso anivesário, foi com profunda alegria que apresentamos a edição do calendário gráfico de efemérides para o ano de 2014. A concretização deste projecto, iniciativa da ASPAS – Associação Portuguesa de Astrologia - para o ano de 2014, só foi possível devido à colaboração entre indivíduos e entidades que se concertaram dedicamente para que este pudesse chegar aos membros associados ASPAS e à comunidade de interessados, estudiosos e praticantes da Astrologia. Este Calendário 4 estações' resulta do convite e desafio que a Associação, na pessoa da sua Presidente Isabel Guimarães, lançou à autora, Patrícia Nazaré Barbosa – artista visual e astróloga - no sentido de criar um calendário gráfico de efemérides, baseando-se no seu projecto 'Mandala Astrológica 2013', produzido e divulgado no âmbito do 'raio de seda astrologia'. Pode consultar no nosso website 22 de Noticias Ao deixarmos 2013, ainda realizamos no dia 27 de dezembro, reunião da Assembleia Geral, para darmos seguimento ao plano de atividades de 2014, e outros assuntos de interesse da Associação. Ao começarmos o novo ano, teremos a 2ª WebConference, sobre Saturno, e outros temas ligados a este planeta, desde Lisboa no Espaço Salitre e no Porto na sede da Aspas. Ainda na sede da Aspas no mês de Janiero a presença de Titi Vidal, membro nº 21, como tema “Amor além de Venus e Marte” pelas 18h, no dia 17 de Janeiro. Neste trimeste, teremos muitas novidades vamos contar também com a vinda de Carlos Hollanda, membro nº 105, aqui no Porto e em Lisboa. Esteja atento as nossas redes sociais, onde iremos informar de todos os acontecimentos. 23 Artigos de Astrologia e Geometria Sagrada Um relacionamento “quase” perfeito por Narciso Saramgo - membro nº 83 Não fora os misteriosos e para nós desconcertantes “desvarios” da Natureza em sua diversificada expressão de vida, tudo no Universo se apresentaria justo e perfeito para a compreensão humana. Mas mesmo assim, face às nossas particulares imperfeições e incongruências, é como sendo, perfeito, que encaramos o Universo. Neste jogo de forças do TODO manifestado, a partir dos mundos de Luz Pura, sem formas, até às múltiplas variantes dos densos mundos das formas, muitas delas incompreensíveis para o nosso entendimento, todas essas belas criações são a expressão do Grande Espírito. Para nós, humanos, “Grande Espírito”, “Deus”, ou “Ponto Central da Mente Divina”, ou qualquer que seja o modo como “O” tentamos entender, de acordo com a ideologia, é esse Grande Poder Criativo com toda a SUA Força, que em tudo está presente manifestando uma fascinante diversidade de macro e micro universos inimagináveis. No entanto e curiosamente, subjacente a tamanha ordem e perfeição existe um detalhe aparentemente “imperfeito”, que gera uma estranha dinâmica impulsionando cada etapa de vida a experimentar os efeitos de uma ininterrupta alternância e instabilidade. Mas qual será o “imperfeito” detalhe que apesar de manter organizada qualquer estrutura de vida a conduz permanentemente à transcendência numa constante dinâmica irrepreensível? De acordo com a Matemática e a Geometria, esse detalhe assenta a sua aparente “imperfeição” em uma perfeita fórmula matemática que garante a não existência de “portas fechadas” no Universo, abrindo-se assim, e sempre, o caminho para novas possibilidades. Esse maravilhoso detalhe é conhecido pela expressão “PHI”, a fórmula algébrica que tem como grafia a letra grega Φ, representada em termos matemáticos pela cifra irracional 1,618033989…, e que é obtida a partir da seguinte equação: 24 de Artigos A cifra 1,618033989… é representativa da regra conhecida por “PROPORÇÃO ÁUREA” ou “PROPORÇÃO DIVINA” ou, ainda, a “REGRA DE OURO”, e está na base de toda a GEOMETRIA DO UNIVERSO. Mas aqui surge uma questão que nos coloca na interrogativa sobre o motivo pelo qual a “Ordem do Universo”, sendo perfeita, se serve de um número “imperfeito” para organizar sequências perfeitas. A solução para este enigma parece afinal ser simples. Do ponto de vista humano o conceito de perfeição refere-se, essencialmente, a algo que atingiu um certo nível de aperfeiçoamento considerado satisfatório, nível que é percebido sempre de acordo com o grau de consciência de quem procura entender. Mas o Universo em toda a sua ordem está muito para além das curtas perceções humanas. Deste modo e indo muito mais longe que o conceito humano de perfeição, toda a dinâmica energética da manifestação segue a sua ordem matemática e geométrica em constante metamorfose, impondo os seus ritmos próprios em perfeita ordem, não obstante a estrutura que a sustenta estar associada a um número “imperfeito”, irracional, que deixa sempre uma “porta aberta” para novas sequências na Criação. 25 de Artigos Podemos dizer assim que há uma Ordem que se segue ao Caos, retomando-se novamente a Ordem, que afinal nunca foi perdida, porque segue o “PROPÓSITO PRIMEIRO”, a referência do PONTO CENTRAL da Mente Divina. Podemos ainda dizer que “Caos” e “Ordem” são sequenciais e interagem entre si, em que uma parte garante a existência da outra. Este é o “modus operandi” da dinâmica da polaridade. Para irmos mais longe no entendimento desta Ordem Maior devemos tentar desenvolver a perceção para além da matriz que nos sujeita aos ciclos do tempo linear. Caso contrário, viveremos sempre agarrados à noção de um passado, um presente e um futuro, como “realidades” separadas, ficando nós vinculados à limitação do tempo horizontal (percepção mental inferior). Mas passado, presente e futuro é uma e a mesma realidade, e são eventos que coexistem em simultâneo. Entendendo desta maneira, a perceção desenvolve-se e alcança a possibilidade de integrar uma diferente noção do tempo – o tempo vertical, que nos coloca em contacto com outras dimensões em simultâneo (perceção mental superior, multidimensional). Conectados com estes altos níveis de vibração, torna-se assim possível percecionar a vida sentindo-a desdobrar-se nas suas várias dimensões ligando muitas realidades entre si, e interagir com o que modernamente chamamos de Universos Paralelos. Em termos matemáticos e geométricos da organização das energias, o tão famoso “Número de Ouro” ou “Proporção Divina”, que tem por base um número irracional, não fechado, infinito e transcendental, dá lugar a estes portais multidimensionais. De acordo com esta regra universal, o “Número de Ouro” surge como um indicador que na verdade não existe morte tal como a cultura ocidental a “entende”. O que de facto existe é uma estrutura matemática e geométrica organizando as formas, e pela qual se manifesta um único aspeto, este sim, permanente – a transformação marcada pela cadência dos ciclos produzindo eventos com impacto na consciência individual e coletiva, e alterando constantemente aqueles detalhes da existência que certa faceta da condição humana gostaria que fossem mais duradouros. 26 de Artigos Entretanto, acontece que o mundo das formas não se limita apenas aquelas que os nossos olhos físicos podem observar. Isto quer dizer que o plano emocional e o plano mental concreto também fazem parte dos mundos com forma. Assim, tanto o plano mental como o emocional, e mesmo o plano físico, todos em conjunto vibram em ressonância entre si, numa trilogia que marca o compasso nas diversas frequências vibratórias das energias, deixando para o ser humano a árdua tarefa do desenvolvimento da arte de lidar com todas essas variantes. E é aqui neste ponto que surge um outro detalhe de capitular importância e que se revela como uma eficaz ferramenta para integração das variantes – a Astrologia. Para nós, seres humanos em evolução da consciência, a Astrologia tem vindo a contribuir como uma forma, entre outras, para entendermos como lidar com as diferentes facetas da personalidade, porque contém em suas bases simbólicas as mesmas premissas matemáticas e geométricas da Ordem Universal, como não podia deixar de ser. Repare-se que até a nossa realidade interna se expressa obedecendo à mesma Ordem, mostrando que tudo em seu conjunto se constitui no “andaime” da vida, que é só um. O simbolismo astrológico expressa-se através duma grafia que fornece mensagens por intermédio de códigos que obedecem aos princípios matemáticos e geométricos. E mesmo que se imagine o entendimento humano em fase de cisão interna, não permitindo que a personalidade se alinhe com a Ordem Universal, as regras da matemática e da geometria continuam sempre a operar, mostrando através da mensagem simbólica que tudo segue em boa ordem mesmo à revelia da consciência pessoal. As ocorrências continuarão sempre a impor profundos processos de transformação, ainda que a pessoa não encontre significado para o que lhe está a acontecer. Entenda-se pela expressão – profundos processos – como uma alegoria linguística para ilustrar uma regra da Geometria que nos apela ao desafio para a integração da experiência da cruz. Ao conhecermos a relação com o mundo exterior tomamos consciência (linha horizontal), de que através das experiências vividas vamos integrar ou assimilar o resultado colhido (linha vertical). 27 de Artigos E por meio deste processo alcançamos a sabedoria, em geometria simbolizada pela interação entre as fases intermédias produzidas pelo pulsar entre o PONTO e o CÍRCULO. Esta analogia está também patente no “ponto central”, em nós, que procura estabelecer ligações com o ambiente, a periferia do “círculo de influências”, que se manifesta sempre na qualidade inerente ao nível pessoal da consciência. E a título de mais um exemplo, podemos dizer que para qualquer questão existe sempre um “ponto central”, que é o “ponto central da questão”, no qual subjaz a solução tão avidamente procurada. Se em última análise conseguirmos extrair a essência das várias possibilidades, no final tudo acaba por “convergir” para uma mesma “ideia central”. Entre muitas outras maneiras para se tentar entender estes mecanismos, este é um conceito base pelo qual podemos ilustrar, em termos filosóficos e metafísicos, a relação simbólica que opera entre um PONTO CENTRAL a um CÍRCULO. E veja-se a grafia do símbolo representativo da noção que temos sobre nós mesmos, indicado pelo signo do dia de nascimento, que é exatamente um círculo com um ponto ao centro. Podemos concluir que será de acordo com estas premissas que as sociedades futuras organizarão os seus métodos de vida, traçando assim as linhas de orientação com vista à tolerância e compreensão entre todos. Torna-se claro que o equilíbrio jamais será encontrado no caos da diversidade desorganizada, à revelia de um referencial central de interesse comum, quer se trate de uma sociedade ou de um único indivíduo. 28 de Artigos Tão pouco esse equilíbrio surgirá se subjugado a um comando central totalitário, paralisador e dominador. A energia só se torna criativa se fluir em intercâmbio e obedecer à 6ª Lei da Geometria Sagrada, a “Lei da Distribuição”, que põe em marcha as estruturas que surgem organizadas pela 5ª Lei, a “Lei da Contenção ou Acumulação”. Mas voltando à estrutura matemática e geométrica da Ordem Universal, de onde a Astrologia extrai os seus códigos e regras, no mapa astrológico, os números e as proporções geométricas desvelam os seus segredos. Se não, vejamos. Do número 1 ao 3 surgimos para o mundo e adquirimos a noção de pertença e adaptação a um ambiente. Do número 4 ao 6 firmamos a noção de existir e expressamos a criatividade desenvolvendo habilidades e competências. Do número 7 ao 9 aprendemos a arte do relacionamento e da cooperação em termos individuais, assim como o desapego e a ética. E do número 10 ao 12 desenvolvemos a arte da cooperação com o coletivo, integramos a noção de nós mesmos como parte de uma realidade social, e treinamos também a noção que somos parte integrante de uma realidade universal. É claro que no meio de todo este percurso está cada um de nós representado pelo número 13, a realidade interna pessoal como ponto central das experiências, tentando resolver e progredir através das tensões decorrentes das seis polaridades geradas pelas 12 energias, os signos. E assim temos a estrutura “MÃE” que sustenta a experiência na matéria, o verdadeiro mapa de uma Ordem Maior, que em Geometria Sagrada é conhecido como o “Fruto da Vida”, e é composto por 13 círculos. 29 de Artigos Esta simbologia dá lugar a vastos significados como aqueles extraídos dos contos do “Rei Artur (o ponto central) e os 12 Cavaleiros da Távola Redonda” (13), de “Jesus Cristo (o ponto central) e os 12 Apóstolos” (13), etc. Por conseguinte, no mapa astrológico, com a cintura dos doze signos, o número 13 é o próprio centro em cada indivíduo, em si mesmo, tentando fazer justiça ao significado da palavra (in)divíduo, isto é, o indivisível, o íntegro, o equilíbrio tão almejado em cada um de nós. O “PROPÓSITO CENTRAL”, vida após vida, é precisamente resolver as diferenças entre os conflitos internos diante dos desafios impostos pelo mundo exterior, “limando as arestas” provocadas pelos ângulos das faces da personalidade, em parte representados no mapa astrológico pelos relacionamentos angulares entre os corpos planetários. Enredada nas malhas da dividida 3ª Dimensão, a personalidade tem dificuldade em percecionar o potencial esférico que desde sempre a guiou. Simbolicamente e em termos de geometria plana, toda esta dinâmica tem por base a interação entre o PONTO CENTRAL ao CÍRCULO, seguindo a estrutura mestra indicada pelos eixos cartesianos observados em três dimensões. Para melhor entendermos os relacionamentos angulares entre os planetas, como referido anteriormente, abordemos a questão em termos bidimensionais e dividindo o círculo a partir dos 3 eixos cartesianos X, Y e Z. Em 3 dimensões, estes 3 eixos são representativos das seis direções (em cima/em baixo, à esquerda/à direita, atrás/á frente). Mas vistos a 2 dimensões obtemos as secções hexagonais que dão origem a dois triângulos equiláteros interpostos, que são a base da construção do Tetraedro Estrelado, a MER-KA-BA, a geometria das duas forças contrarrotativas que sustentam a vida – a força centrífuga e a centrípeta. 30 de Artigos Com a divisão hexagonal do círculo obtemos o conceito dos Trígonos e Sextis. Mas vista a 3 dimensões, esta estrutura já contém, ela mesma, os referenciais que dão lugar ao cubo, com seus ângulos de 90° e de 180°, este último gerado pelas diagonais. Naturalmente que em geometria plana não vemos um cubo contido num hexágono. Mas no cubo (geometria tridimensional) subjaz a forma hexagonal (geometria bidimensional), mostrando o entrosamento das várias manifestações dos mundos espirituais com os mundos da matéria. Dane Rudhyar já defendia uma Astrologia Tridimensional. Por conseguinte, se passarmos a ver de uma forma tridimensional os referenciais espaciais que dão lugar à construção de um mapa astrológico, podemos concluir com maior clareza que em termos conceptuais, até a relação mental e emocional que estabelecemos com as várias dimensões da existência assenta em uma base geométrica tridimensional. 31 Artigos de Isto indica-nos que qualquer conflito, visto à luz da Ordem Cósmica, é apenas parte integrante de um processo com propósitos corretivos e, por isso, educativos. Se atentarmos bem verificamos que até no mais difícil conflito de uma quadratura ou oposição planetária, em termos simbólicos da geometria tridimensional, residem as linhas mestras da forma hexagonal que colocam em harmonia a dinâmica entre o plano físico, o emocional, o mental e o espiritual. É um facto que todo o percurso é constituído por fases. E que nessa sequência de ocorrências se manifestam períodos em cuja cadência se sucedem fases de arranque, inércia, desobstrução e confronto, seguindo-se então o avanço para a aquisição da consciência de que sem a cooperação necessária todos os processos anteriores ficam seriamente comprometidos. Na experiência humana pela terceira dimensão há que não perder os referenciais que nos ligam a uma Ordem que supera as curtas vistas da personalidade. De outro modo como seria possível compreender e aceitar o propósito da existência? Nota: Para um entendimento mais profundo sobre estes mecanismos aconselho vivamente um estudo mais detalhado sobre a simbologia da Geometria Sagrada através de seminários na ASPAS – Associação Portuguesa de Astrologia. Consultar www.astrovida.com para conhecer o meu calendário de conferencias. Narciso Saramago Membro efectivo nº 83 www.astrovida.com 32 Artigos de A Astrologia e a relação com o Tarot por Fábio Ludovina- Membro Nº 10 A título de desafio foi-me pedido que escrevesse um artigo sobre a Astrologia e o Tarot, e onde estas duas práticas se aproximam ou se afastam. Pois bem, demorei algum tempo a pensar quais os pontos que existem, ou não, em comum e, imaginem, concluí que pouco ou nada incompatibiliza ou afasta uma prática da outra. Sendo eu Tarólogo e Astrólogo muito dificilmente conseguirei ser isento e não colocar tantos anos de experiência espelhados neste artigo. Existem, sobretudo, três coisas que podem distinguir uma prática da outra: 33 de Artigos a) A aprendizagem da Astrologia é mais consistente e mais clara. Um Marte em carneiro, por exemplo, é aprendido e transmitido sempre da mesma forma, enquanto a interpretação do Tarot depende muito da nossa própria vivência e da forma como assimilamos e sentimos as imagens da carta. Uma Imperatriz, por exemplo, pode mudar de significado quando se muda de tarólogo. Considero as bases de estudo da Astrologia mais sólidas e consistentes. A Astrologia vai crescendo com anos e anos de estudo, estatísticas, etc., e acaba por ser muito mais linear, visível e comprovável que o Tarot onde cada um pode reinventá-lo e transmiti-lo de forma completamente diferente daquela que aprendeu. Na Astrologia não, podemos enriquecer o conteúdo mas as bases são sempre as mesmas. b) A Astrologia ao longo dos anos tenta demarcar-se por ser mais científica e mais séria existindo até, atualmente, um certo incómodo em relacionar a Astrologia a algo superior ou espiritual, sendo já ensinada em universidades, como no caso do Brasil. No entanto, tendo em conta a minha experiência, quem acredita em Astrologia acredita no Tarot e vice-versa, acabando por ser o Tarot, muitas das vezes, a ponte para as consultas de Astrologia. c) O tempo previsto em Astrologia é muito mais certeiro, fiável e explicável quando relacionado com o Tarot. A partir daqui as semelhanças e compatibilidades são mais que muitas, eu diria até que a interação das duas é uma das ferramentas mais fascinantes que conheço. Quer a Astrologia quer o Tarot começaram por ser métodos de previsão do futuro e, com o passar do tempo e com a evolução natural, são hoje ambas usadas como ferramentas de auto ajuda, auto conhecimento, orientação, desenvolvimento das potencialidades de cada um, etc.. Quer a Astrologia quer o Tarot foram crescendo e criando diversas áreas cada vez mais específicas, como é o caso da Astrologia kármica ou Tarot kármico ou mitológico, por exemplo. 34 de Artigos No meu ponto de vista, a Astrologia e o Tarot complementam-se e muito. Quando dou uma consulta de Tarot em que tenha todos os dados de nascimento do cliente, opto por fazer o mapa natal e, assim, poder comparar as tiragens com o próprio mapa. Por exemplo, se o Tarot prevê uma altura menos boa em questões financeiras isso tem que estar refletido no mapa através dos trânsitos, por exemplo, ajudando-nos a decifrar em que altura ou intervalo de tempo isso é válido. Quando um não coincide com o outro algo está errado e, geralmente ou quase sempre, podemos verificar que a hora que foi dada para o cálculo do mapa está incorreta. Quando unimos as duas ferramentas chegamos muito mais longe e a informação é muito mais complexa e detalhada, pois o Tarot pode ajudar-nos a olhar para um mapa com outros olhos, sendo que o contrário também é válido. O que quer que se veja num mapa ou numa tiragem de Tarot tem que estar em consonância e isso, por vezes, faz-me procurar informações no mapa que, à priori, não seriam tão visíveis ou claras. Nos meus cursos de Tarot quando existem alunos com conhecimentos de Astrologia, faço sempre uma ponte entre ambos. Uma Imperatriz, por exemplo, tem muito a ver com a comunicação e raciocínio de mercúrio e a diplomacia, o bem receber e o charme que são características de vénus. É claro, então, que a imperatriz é uma mistura de qualidades de dois planetas à luz da Astrologia. Cada Arcano do Tarot tem um ou mais planetas que o podem representar. O Eremita faz-me sempre lembrar um Saturno, se dissonante tenho a imagem de um Eremita invertido. 35 de Artigos Mesmo a nivel visual o simbolo de Saturno com a linha vertical faz lembrar o bastão, a curvatura, as costas arrendondadas do personagem e o traço diagonal em direção ao céu a candeia que só ilumina se estiver ao alto. Quando no mapa existe um trânsito por exemplo de Plutão por uma 12ª casa ou dissonante, existe sempre uma tiragem com alguns arcanos representativos ou equivalentes a este trânsito que, neste caso, seria uma saída constante do Arcano a Morte a indicar mudanças e transformações. Um Neptuno em Peixes em trígono a um Júpiter, por exemplo, faz-me sempre pensar no Arcano a Estrela e vice-versa. Claro que, por vezes, não é assim tão linear e temos que olhar para um conjunto de Arcanos para espelhar o que o mapa diz. Como disse a relação ou compatibilidade entre a Astrologia e o Tarot é fascinante e muito rica. Como exercício fizemos um teste. A editora deste jornal fez a mesma pergunta concreta ao Tarot e em termos de astrologia horária. Aqui estão os resultados: Pergunta: como vai correr o processo de mudança de Roma para Portugal? 36 de Artigos A carta astrológica com Mercúrio em detrimento e Saturno sem nenhum elemento positivo indicam que o processo apresentará algumas dificuldades e instabilidades. Numa tiragem em livro, as cartas do Tarot confirmam as dificuldades e desapontamentos na parte inicial do processo com várias cartas invertidas, mas as duas últimas cartas, o Carroça com o seu Principe e a Estrela indicam que eventualmente a mudança terá elementos de sucesso e conta com proteção. 37 Artigos de Não quero com este exemplo unir necessariamente ambas as práticas, elas são independentes e não precisam uma da outra para funcionarem. São duas ferramentas distintas que nos fazem chegar ao mesmo lugar. Quando juntas talvez nos levem por uma estrada mais iluminada! Fábio Ludovina Conselheiro de Direção - Membro nº 10 ww.fabioastrologo.com 38 Artigos de Sou Astrólogo e agora? As primeiras consultas por Isabel Figueiras - Membro Nº 31 E, finalmente, chegou o dia em que temos de dar a nossa primeira consulta. E agora? Aprendemos algumas técnicas. No entanto, se somos pessoas responsáveis e confiáveis o mais natural é os nervos serem muitos. Surge como uma avalanche a insegurança, o medo de falha e a boca fica seca. Não temos experiência. Mas, para a obter, é preciso começar. Por onde? "Todo o poder é confiança." Benjamin Disraeli. A astrologia é fascinante, tão fascinante que nos pode cegar, deixar-nos sem discernimento e com o ego aos saltos. É como se o alcance da nossa visão não fosse para além do umbigo. Esse fascínio, essa lua-de-mel constante enche-nos de energia, achamos a vida fantástica e… STOP! Temos um poder nas mãos. Para lidar com o poder é preciso estar-se preparado: para não tirarmos vantagens em relação à fragilidade e/ou confiança que outras pessoas depositam em nós; e ter consciência que quanto maior o poder, maior a responsabilidade. Em geral, quem consulta um astrólogo pensa estar perante um ser que o vê quase como um RX. Algumas pessoas vão elas próprias muito nervosas a uma consulta, ou seja, num estado de vulnerabilidade, propício para que possam ser facilmente manipuladas. É OBRIGATÓRIO ter consciência deste facto e não tirar partido desse poder, «a troco de alguns prazeres imperfeitos.», como nos recomendou William Lilly. 39 de Artigos "Lastimável discípulo, que não ultrapassa o mestre." Leonardo da Vinci Ser astrólogo ou melhor, estudante de astrologia, como se auto-intitula William Lilly, astrólogo do séc. XVII, autor do livro «Astrologia Cristã», é ter um compromisso de estudo e pesquisa para toda a vida. Seja visto como assustador ou com um desafio apaixonante, para ser um astrólogo excelente é essencial ter e manter este espírito presente. Após o telefonema onde serão colocadas questões tais como data, hora, local de nascimento. É preciso questionar a fiabilidade da hora de nascimento, fazendo compreender a necessidade do rigor da mesma. A hora errada, como sabemos, pode comprometer a correspondência daquele mapa com aquela pessoa. 40 de Artigos Passando este passo e partindo do princípio de que a hora está correta, surge a oportunidade de perguntar se há algum assunto ou assuntos que queira tratar com mais atenção e profundidade. Depois, arregaçamos as mangas e pomos em ação todo o nosso conhecimento e concentração na tarefa da delineação do mapa. O estudo deve ser rigoroso e devemos ir aprofundando cada vez mais os nossos conhecimentos. Sempre que possível acrescentar algo, a partir da experiência, aos conhecimentos que nos foram transmitidos quer pelos livros que lemos e quer pelas aulas que tivemos. Tal como os homens que são retratados, ou melhor, por se tratar de homens em constante mudança, a astrologia terá de ela própria se «reinventar» para acompanhar essas mudanças. "Respeitar em cada homem o homem, se não for aquele que é, pelo menos o que ele poderia ser, que ele deveria ser." Henri Amiel A nossa mente deve ter sempre presente que temos um ser humano à nossa frente com um mapa e uma experiência de vida que o levou a fazer escolhas mais ou menos agradáveis e/ou úteis para si e interferindo de forma mais ou menos construtiva em relação aos outros. E tudo isto se resume a mais uma referência que temos de ter: não fazer juízos de valor. Cada um de nós tem um cérebro que tem tudo de semelhante e bastante de diferente. Recordo-me de um exercício especifico que fizemos numa aula de astrologia em que nos foram dadas algumas palavras para as quais, individualmente, teríamos de atribuir cores. Uma das palavras era Amor. Foi engraçado, depois, verificarmos que o Amor tem tantas cores diferentes. E ainda sendo a mesma cor que lhe tenha sido atribuída, ainda haveria com certeza um manancial de tonalidades diferentes. É pois, conveniente, ter consciência e aceitar essas diferenças e respeitá-las pois não estamos a analisar o nosso mapa e não estamos a tentar mudar ninguém, mas sim a promover o auto-conhecimento e uma escolha de caminhos mais conscientes. E ajuda termos presente que "nós, para os outros, apenas criamos pontos de partida." Simone de Beauvoir 41 de Artigos "Não devemos julgar os méritos de um homem pelas suas boas qualidades, e sim pelo uso que delas faz." François La Rochefoucauld Um mapa maravilhoso, com os planetas com aspetos fantásticos e com todos na sua essência e acidentalidade no seu melhor definirá por si só uma pessoa fantástica? E o contrário, um mapa debilitado, corresponderá a uma pessoa medíocre? Tive surpresas agradáveis e desagradáveis mas que, aos poucos, me ensinaram que o auto-conhecimento das nossas potencialidades e dificuldades – estas últimas, encaradas como situações a trabalhar – pode ser uma grande vantagem. Aprendemos a trabalhar com as duas e assim, em consciência, escolher a melhor forma para concretizar a nossa vida. "Aquele que se sabe profundo esforça-se por ser claro; aquele que gostaria de parecer profundo à multidão esforça-se por ser obscuro." A Gaia Ciência 42 de Artigos O nosso discurso deverá ser claro e adequado à pessoa que temos à nossa frente. É importante e muito útil, verificar se o que nós transmitimos chegou de forma «correta» ao cliente. Se tivermos estudado o mapa já temos informações que nos podem ajudar: ascendente, almútem, comportamento, temperamento e motivações daquela pessoa. Reunindo toda esta informação e cheios de vontade que as nossas palavras sejam compreendidas, é um bom ponto de partida para que a consulta corra bem. Ser claro não quer dizer que se tem de dar uma aula de astrologia. Esta também é uma tendência dos astrólogos principiantes. "Aquele que se analisou a si mesmo, está deveras adiantado no conhecimento dos outros." Denis Diderot O conhecimento do ser humano na sua essência, a auto e hetero-observação, o estudo da psicologia e de outras ciências humanas são companheiros essenciais na esficácia da astrologia. Saber fazer a delineação de um mapa com grande precisão, dominando as técnicas de análise é muito importante, mas uma verdade dita de forma descuidada pode comprometer toda a consulta e o trabalho do astrólogo. Tal como nos ensina Wiiliam Lilly «Não aflijas os miseráveis com o terror de um julgamento severo.» "O tempo é o único capital das pessoas que têm como fortuna apenas a sua inteligência." Honoré de Balzac Outra questão muito importante é a gestão do tempo e a sua delimitação. Defina o tempo de que precisa para a sua consulta. Para mim até 1 hora e meia é o razoável. Nos primeiros tempos, cheguei a dar consultas de 3 horas ou mais, ouvia deliciada as conversas circulares dos clientes; respondia às suas perguntas todas e queria mais e mais. Mas, com esta falta de organização prévia e a excitação de estar a dar uma consulta corria o risco de me precipitar nas respostas e errar, para além de fazer esperar as outras pessoas que me consultavam. O facto de se tratarem de pessoas amigas ou conhecidas atenuou o impacto e ajudou-me a crescer como astróloga sem danos maiores. 43 de Artigos Tinha muita vontade de mostrar que era rápida a responder. Por este motivo, é importante a delimitação do tempo e evitar as conversas longas, cingindo-nos ao mapa e às informações que dele podemos retirar. Estabelecer rapport com o nosso cliente, no fundo é estabelecer sintonia com o nosso cliente. E como se estabelece rapport? Há diversas técnicas mas posso dar algumas sugestões. Atente na sua linguagem não verbal, posição do corpo, das mãos, das pernas e faça de espelho. Se o cliente cruzar a perna, cruze-as também, se entrelaçar os dedos, entrelace os seus. 44 Artigos de Faça-o de forma subtil e delicada. Essa sintonia permite que este se sinta à vontade e crie confiança. Essa confiança tem várias utilidades: permite que o cliente esteja receptivo ao que vamos transmitir e que até nos dê algumas informações úteis que poderão ajudar-nos em análises de mapas futuros. William Lilly também já recomendava no seu tempo «Sê fiel, tenaz, não traindo os segredos de ninguém(…) nunca divulgues a confiança em ti depositada por amigos ou inimigos.» E… lembrem-se que cada consulta é uma oportunidade de aprendizagem. Tal como nos diz Antoine de Saint-Exupéry "Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós." Isabel Figueiras Membro nº 31 http://astrocoachingblog.wordpress.com 45 Artigos de Astrologia Infantil - O Mundo Secreto das Crianças por Isabel Guimarães - membro nº 1 Este ano de 2013, tive o privilégio de ser convidada pela atual diretoria da Sinarj – Sindicato dos Astrólogos do Rio de Janeiro, pela voz de Carlos Hollanda, no 6º Simpósio Internacional de Astrologia, com o tema “A Terceira Força – A Astrologia e suas Interseções com Outros Saberes” no Rio de Janeiro. O evento aconteceu nos dias 23 e 24 de novembro, no Hotel Mirador, em Copacabana, e foi antecedido por um Pré-Simpósio no dia 22 de novembro, na Universidade Cândido Mendes de Ipanema, com a participação de Carlos Hollanda, com “Astrologia, o Grande Elo: A convergência entre o Pensamento Mágico e Pensamento Cientifico”, e na mesa redonda, com “Astrologia, Simbolsimo e a Jornada da Alma”, junto com o Carlos Hollanda, Waldemar Falcão, Nei Naiff e Glauccio Costa. 46 de Artigos Esta atual diretoria da Sinarj representada por Marcia Mattos (presidente), Renato Chebar (vice-presidente), Carlos Hollanda (diretor técnico) e Fernanda Santa Roza (diretora de comunicação), (diretor social) – José Maria Gomes Neto, (diretora de RP) – Patricia Messina, (conselho fiscal) – Celisa Beranger e Maria Eugenia de Castro, foram os responsáveis pela organização do 15º Simpósio Nacional de Astrologia, e 6º Internancional de Astrologia no Rio de Janeiro. Creio que fui convidada pelo trabalho que tenho desenvolvido em Portugal, e o tema escolhido pela mesma razão, o que levou a esta minha experiência, como portuguesa, como palestrante com o tema “Astrologia Infantil - O Mundo Secreto das Crianças”. 47 de Artigos Com este artigo, pretendo resumir o conteúdo desta apresentação. Sabendo que a Astrologia Infantil é uma área ainda pouco explorada e com pouca prática, partilho agora convosco o “gatilho” que despoletou a minha dedicação crescente: o momento em que um jovem de 5 anos de idade, pede à mãe uma consulta comigo em 2010. Desta experiência marcante surge, este ano de 2013, um projeto com a colega, amiga e editora deste jornal, a astróloga Luiza Azancot, lançando a semente para o crescimento deste meu interesse em investigar e pesquisar esta vertente de apoio aos educadores da criança. Com o decorrer do projeto, surge um outro de igual interesse e dedicação, o lançamento do livro “Tomé Descobre Astrologia”, com o apoio crucial de Inês Miranda, estudante do 3º ano de astrologia e educadora de infância e Patricia Almeida professora primária e igualmente estudante de astrologia do 3º ano, ambas minhas alunas e amigas. Esta viagem pelo mundo dos pequeninos começou com o lançamento na Fnac do GaiaShooping do Projecto da ASPAS “Mapa Astrológico da Criança”em junho passado, onde foi contada uma história que visou explicar às crianças presentes o que é a Astrologia. O entusiasmo e interesse demonstrados foram a grande motivação para o lançamento deste livro, na Bibilioteca Florbela Espanca, da editora a SedaPublicações e a ilustração de Clara Almeida, com o padrinho do livro, o apresentador do Porto Canal Ricardo Couto. 48 de Artigos Sem este grupo de pessoas, nunca teria sido possível colocar em prática estes projetos, que nos levaram além fronteiras e que prometem a sua expansão no ano que se segue. Posto isto, irei de seguida focar-me numa pequena sintese desta visão sobre a Astrologia Infantil. Para podermos estudar o Mapa Astrológico de uma Criança, sabemos que a sua abordagem é diferente como fazemos num adulto, principalmente na utilização das técnicas. Então como auxiliar os País neste percurso através da Astrologia? 49 Artigos de Numa abordagem inicial, sabemos muitas vezes que os Pais tendem a colocar as suas expectativas nos filhos, a viver através deles a vida que não tiveram, e, muitas vezes, a ver o comportamento dos filhos atravês dos proprios padrões comportamentais. Tudo isto vai dificultar a aceitação do filho como ser independente e autónomo. E, aqui, tenho a certeza que a Astrologia AJUDA. Com esta primeira reflexão, direciono-me para a prática no ato de educar, sendo indiscutivelmente necessário coêrencia e clareza. Ao expor a minha experiência como Astróloga, será sempre como suporte ao processo educativo. Na verdade, posso usar palavras novas, mas os conceitos, tanto em astrologia quanto em educação, são muito antigos. Educar continua a ser a grande proposta e a grande necessidade da humanidade. Porque é que Astrologia Infantil não é mais utilizada? O que nos impede? Temos medo de ser “bruxos”? Sabemos pouco sobre Psicologia Infantil? Apresentei um exemplo, que foi colocado numa conferência por Donna Cunningham, relacionado à história do Rei Édipo. Não querendo aqui explica-la detalhadamente (sugiro consulta em vários locais) deixo apenas o fundamento de que, se os País desta criança tivessem consultado um astrólogo, e não o Oraculo de Delfos, provavelmente, a profecia não se tinha concretizado. Provavelmente o Astrólogo, os orientaria, reforçando que, dado o fascínio que ele tinha pela mãe, teria que lhe ser dado outro tipo de educação, com mais rigor, mais disicplina, propondo vários afazeres. E, como teriamos uma energia de confronto com o Paí (na história assassinado pelo filho) a educação prestada por este Pai, deveria ter sido mais centrada numa partilha de desportos, como jogar futebol ou esgrima, para, desde cedo, começar a lidar com o confronto e, com o tempo, libertá-lo. 50 de Artigos Claro que, para podermos educar e conseguir um bom trabalho, devemos admitir que temos que aceitar as características naturais da criança e ter extrema consideração pelo que ela é, como nasceu e as energias que possui, ou seja, a Astrologia Ajuda! A Astrologia ajuda como suporte à educação se soubermos compreender a veracidade dos seus fatos, sendo: • Aceitar a criança tal qual ela é, com a sua própria individualidade; • Estimular a sua criatividade, o seu talento, a sua sensibilidade, a sua coragem para que use toda a bagagem que trouxe para esta vida; • Ensinar o que ela não sabe. Olhar as dificuldades do mapa, a terceira casa, enfim, descobre-se pelo mapa astrológico o que ela tem que aprender. Há determinadas coisas que a criança terá que aprender. Viver é uma arte ou uma ciência que ela precisa aprender. O mapa astrológico deve ser considerado como um tratado e dele pode-se tirar o maior ensinamento: VIVER. Para se viver por esta arte de orientação, será preciso aplicar-se muitos conhecimentos para a realização e concepção de alguns métodos, habilidades e perícia. Também a vida pode ser vivida como uma ciência, pois precisamos de determinadas coisas, conhecimentos exatos e raciocinio. Considerei para meu estudo o fator idade como um elemento de importância para a assimilação dos conceitos no plano Terra embora, para a apreendizagem real, o ser humano utilize algo mais sensivel e maior - a própria alma. Mas, com formação em Hipnoterapia Clinica, pela LCCH (london college of clinical hypnosis), e em Psicologia Multifocal pela Universidade do Futuro de Augusto Curry, para além da formação em PNL – Programação Neurolinguistica, por Chunking Up, desenvolvi uma tabela, com base em alguns teóricos, nomeadamente Erikson, onde relacionei as idades com os planetas. 51 de Artigos Para além da posição dos planetas nos elementos e signos, seus aspetos planetários, a hereditariedade astral, e analise dos mapas dos pais correlacionados com os mapas dos filhos para verificar se há posições que se repetem de uma geração para outra, são usados, aqui nesta explanação usei métodos sistemáticos de comparação de fatores e não estatisticos. Claro que o explanado converte-se num meio de educação, onde todo o método é válido, mas o processo educacional deve ser continuo, determinado e voltado inteiramente para o educando. Os efeitos dessa educação vão-se sentindo, à medida que a vontade do mesmo se mostra, e ainda assim, os resultados só são alcançados a longo prazo. Precisamos de paciência, persistência, coragem, tempo e conhecimento para trabalhar a educação. 52 de Artigos O eixo do mapa astrológico, relação a casa 4 e 10, pois representa a mãe, o pai e, em consequência, os filhos, constituindo a familía. Logo, formalmente, a família são pessoas do mesmo sangue, vivendo ou não em comum. É no meio familiar, a casa 4 do mapa da criança, que se observa como começa o grande processo de evolução, da mesma maneira que a faz evoluir. Aqui o participante do grupo no desempenho das suas reais funções e do verdadeiro papel no formidável conjunto, família, dá-nos a noção dos primeiros relacionamentos entre pessoas. A criança, razão da determinação desta pesquisa, como elo dinâmico no conjunto-familia e dos seus entrosamentos, é o que nos servirá de parâmetro para estudar o relacionamento, o afeto e o amor entre os homens. Há um único e tênue instante, no planeta Terra, em que cada ser tem a oportunidade de viver para evoluir, amando, compreendendo e convivendo bem com os seus semelhantes. Dentro do eixo do mapa astrológico a criança cresce e, aqui, estudamos as diferentes etapas da evolução humana, em quatro fases e as correspondências com os eixos do mapa astrológico, sendo: • 1ª fase – serviço – casas 6 e 12 • 2ª fase – amor – casas 5 e 11 • 3ª fase – proteção – casas 4 e 10 • 4ª fase – ensino – casas 3 e 9 De seguida analisamos os planetas sendo que, aqui, o instinto orientado por cada um deles, terá enfase na casa astrológica e signo onde se coloca, assim: 53 de Artigos Com a importância dos Planetas Pessoais LUA - necessidades primárias, emoções naturais, Mãe, instinto, a natureza dos sentimentos, o inconsciente SOL – individualidade, força de vontade, vitalidade, Pai, o consciente MERCURIO – ligações, humor, irmãos, apreendizagem, lógica VENUS – Artistico, valores, senso no amor, partilha MARTE - competição, direção, raiva Na LUA olhamos para a Mãe, para os padrões do pensamento, para o nivel de instinto da criança. As figuras de nutrição e a demostração de emoções da criança. Com o SOL, vemos o perfil psicológico como individualidade ou, até mesmo, o ego da criança, mas também o verdadeiro poder e a primeira relação. Olhamos para o Pai e vemos a vitalidade da criança. O lado de MERCURIO são os 5 sentidos, a parte analitica, a forma como cria o seu sentido de humor, e a relação com a comunicação. Com o VENUS, como a criança se expressa da forma mais pura, as suas expressões artisticas, mas também o amor, o que faz sentir, o que ela considera belo e bonito. A relação da criança com os seus amigos. Com MARTE, o lado fisico, a forma como partilha esse lado fisico, as competições, o lado de conduzir as suas ações, o lado rebelde e a raiva (vista mais no sentido de competição). Planetas Sociais - idade mais significativa 6-12 anos JUPITER – confiança, generosidade, optimismo, esperança SATURNO – disciplina, foco, testes, limitações, regras, castigo, estabilidade 54 de Artigos Na análise dos Planetas Sociais, vemos JUPITER, como o abrir de possibilidades, generosidade, o optimismo a esperança, e o papel dos professores Com SATURNO, criamos a disciplina, o foco, os testes, as limitações, como os castigos em forma de educação, para a criança saber que existem limites, regras que advêm dos professores, dos pais, dos avós. Estas energias são activadas com o social, no contacto com os outros. Mas é claro que também usamos os transpessoais... Entre os 6 e 12 anos, encontramos a 1ª quadratura de Saturno – encontro com a restrição – o cair dos dentes. A 1ª oposição de Jupiter Natal – tudo é “um mar de rosas”. Planetas Transpessoais OS Planetas de efeitos geracionais são mais importantes na sua colocação na carta da criança em relação aos angulos e aos aspectos que fazem com planetas pessoais. Com URANO, vemos a individualidade, a manisfestação da rebeldia, os talentos e a insconstância. Em NEPTUNO, verificamos as paixões. Claro que toda esta visão analiza-se a um nivel psicológico sendo que, com Neptuno, verificamos também o lado da vitimização. PLUTÃO ajuda a ver as obsessões, o poder e a curiosidade Alguns exemplos foram colocados, deixando aqui apenas um deles: 55 de Artigos A criança chorava muito e a Mãe não dormia. Entra em pânico e consulta a Astróloga. Atravês da analise do desenvolvimento emocional é sugerido: Mãe queria que a filha andasse na escola Montessori, sistema livre de ensino A Lua em Aquário – necessidade de independência Marte em Carneiro – autonomia Mercurio em Capricórnio – idade 7 anos (mercurio) 56 de Artigos Resolução: A entendeu o Mercúrio em Capricórnio como uma necessidade de aprendizagem estruturada impossivel no sistema de ensino livre da escola Montessori. Paralelamente explicou á Mãe a necessidade de independência e autonomia em outros contextos (casa e desporto). A Mãe optou por transferir a filha para uma escola de ensino tradicional, permitindo-lhe desenvolver os seus potênciais num ambiente adequado às suas necessidades individuais. Foi-lhe permitido escolher o desporto que queria e ter grande autonomia sobre o seu tempo livre. Desta forma, o consultor astrológico, focando-se apenas no problema exposto pela Mãe, ajudou a encontrar a solução para os conflitos internos que estavam a ser vivenciados pela criança. 57 de Artigos Os planetas retrogados Apesar de não considerar oportuno aprofundar o tema, considero relevante salientar a importância da análise dos graus onde ocorrem, bem como o momento em que passam a diretos ou em que se tornam retrogrados. Além do já referido: Foram expostos, alguns exemplos práticos em que intervenção do Astrólogo foi de diagnóstico, prática, não se fizeram grandes analises Ajudou e resolveu o problema Ajudou a a criança a desenvolver –se como ela é Assim, fica uma pequena explanação do que me direcciona a um estudo cada vez mais profundo, e a uma maior pesquisa levando-o, neste próximo ano, ao seu aprofundamento e à criação de um grupo de astrólogos para o alargamento da investigação nesta àrea. Escrevo e dedico-me a Astrologia Infantil, porque precisamos alertar os pais e educadores sobre a grande necessidade de conhecermos os nossos filhos, alunos ou qualquer criança deste planeta Terra, mais profundamente, conviver com eles para os orientár na descoberta da capacidade em ser feliz, desde a infância até outras fases da vida. Com a experiência que tenho tido, com a viagem que tenho feito com o Tomé, verifico o quanto as crianças gostam da astrologia, o quanto já sabem dos seus signos, e o quanto admiram as estrelas. Precisamos fazer a nossa criança conhecer o que está diante dela, o céu que nos guia com as suas estrelas e com o seu movimento em torno da Terra. Acreditar que há um céu sob o qual vivemos é fundamental, embora elementar. Aprender a apreciar as coisas simples, a natureza, é também educativo e talvez juntos, pais, professores, pediatras e crianças, possamos perceber que é na simplicidade que encontramos as mais profundas mensagens. 58 Artigos de Aprofeito para deixar uma sugestão, que considero de maior importância, além dos processos de avaliação usados nas escolas de todo o mundo, que se inclua o estudo do mapa astrológico de todas as crianças. Pais e professores aprovarão a novidade uma vez que já é do conhecimento de grande parte do público o valor do mapa astrológico como indicador especifico de aptidão, talento, vontade, sentimentos e tantas outras riquezas de informação sobre os processos interiores de um individuo, independente da sua faixa étaria. É cada um, a seu tempo, evoluindo, caminhando e crescendo por um mundo mais unido. Afinal, o simples indicador do dedo da criança pode deixar de estar tanto na horizontal, com o toque nos iphones, nos ipads e, também, tornar-se vertical, apontando para o céu... Isabel Guimarães Presidente da Aspas Membro nº 1 http://gabineteisastros.blogspot.pt/ 59 Artigos de Entrevista a Maria José Costa Félix Por Bárbara Bonvalot e Jorge Lancinha Com uma vida bastante cheia, de trabalho e essencialmente de afectos, Maria José Costa Félix tem uma atitude de fascínio e de entusiasmo pela vida, dando consultas, escrevendo livros e aproveitando cada momento pela sua singularidade. Nas suas próprias palavras: “Eu acho graça às coisas com muita facilidade. Tenho um espírito adolescente nesse sentido e sou muito criativa.” Jorge Lancinha – A sua aproximação à Astrologia acontece enquanto estava no Brasil. Como é que isso aconteceu? Maria José Costa Félix – Eu nunca tinha pensado em Astrologia, não ligava nem deixava de ligar. Um dia estava num jantar e estavam umas pessoas a falar de uma astróloga brasileira, que era muito boa e eu senti vontade de ir lá, curiosidade. Telefonei, marquei consulta, disse logo ao telefone porque é que queria lá ir, para me conhecer melhor. Fui lá e gostei muito. Um ano ou dois depois da consulta com a astróloga no Brasil, tive vontade de aprender Astrologia com ela, que também dava aulas, e estive curiosamente nove meses, até eu voltar para Portugal, três vezes por semana, sozinha com ela. Foi uma coisa muito intensa. A certa altura eu senti que a minha vida ia por ali, senti que eu ia ser astróloga. Bárbara Bonvalot – E como é que começou a dar consultas? 60 de Artigos MJCF – Eu sou muito responsável e no final daqueles nove meses de aulas, comecei com pessoas minhas amigas, oferecia-lhes o horóscopo e elas se gostassem divulgavam.No princípio, quando voltei para Portugal, estava também a começar no jornalismo, e convidaram-me para ir à televisão. Uma primeira vez para ser entrevistada no Telejornal como astróloga, que era uma coisa meio esquisita nessa altura, há cerca de trinta anos e depois houve uma série de programas com o Júlio Isidro, que se chamavam O Rei da Festa. Nesse programa havia sempre alguém convidado e eu fazia o horóscopo dessa pessoa. Davam-me os dados antes, eu preparava e em cinco minutos descrevia a pessoa. Isto foi todas as semanas, durante bastante tempo. Evidentemente que essas coisas lançam imenso a pessoa, não há dúvida nenhuma. JL – Vê o astrólogo como um terapeuta? Que tipo de preparação acha que é necessária além da técnica? MJCF – Muitas vezes perguntam-me o que é que é preciso para ser astrólogo. Eu respondo que para lá daquilo que tem que se saber. Claro que a pessoa tem que estudar, eu estudei durante muito tempo e estudei cartesianamente, porque também tenho um lado racional muito forte, simplesmente hoje em dia eu não lhe dou a mais pequena das importâncias, nenhuma, nenhuma… Não me interessa nada o que é que eu sei de Astrologia. Se me perguntam se eu sei… sei, mas o que eu sei de Astrologia não é o importante, o importante é a intenção que eu tenho. A nossa atitude é fundamental, no sentido em que nós não somos mais do que canais através dos quais o espírito passa. Nós estudámos Astrologia, gostamos de Astrologia, sentimos que é importante e que esta linguagem é útil… e é por amor à humanidade, às pessoas. BB – Ainda no Brasil, teve a oportunidade de trabalhar no projecto “Museu de Imagens do Inconsciente”, no Centro Psiquiátrico de Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro. 61 de Artigos MJCF – No final da consulta com a tal astróloga, estivemos a conversar um bocado. Eu estava já há algum tempo no Brasil e dava-me com pessoas de um determinado tipo de social e económico, muito simpáticas, mas com quem eu não me identificava. Essa astróloga disse-me em conversa que conhecia um hospital psiquiátrico na zona norte, cujo director desenvolvia um trabalho muito interessante em termos de investigação psicológica que me pode interessar. Eu fui falar com ele e ele disse-me que aquilo era um trabalho de investigação e que se chamava “Museu das Imagens do Inconsciente”. Esse museu ainda existe e consiste no tratamento das doenças mentais através da arte, escultura, pintura, em vez dos electrochoques. Ele disse-me que não precisava de diploma nenhum, “você ou se aguenta ou não se aguenta”. No princípio fiquei um bocado inibida, eram todos psiquiatras e psicólogos. Depois correu tudo lindamente e foi uma abertura para um tipo de gente e de coisas completamente diferentes. BB – Essa experiência foi importante? MJCF – Foi profundíssimo. Por essa altura, no Brasil, eu tinha pensado tirar uma pós-graduação, mas só me interessava fazê-lo em Psicologia, mas não pude, porque só tinha o curso de Letras e Psicologia pertencia a Biomédicas. Mas este trabalho foi muito mais do que isso. Por isso, quando as pessoas me perguntam se sou psicóloga, sou… Não tenho diploma, mas sou mais psicóloga que alguns psicólogos diplomados. JL – Depois quando chegou a Portugal encontra outras pessoas com o mesmo interesse na Astrologia… MJCF – A Flávia [Maria Flávia de Monsaraz] entretanto tinha começado um pouco antes e tivémos imensas conversas… No meio disso tudo foi quando conheci o Paulo Cardoso, ele também já estava metido na Astrologia. E conheci também a única pessoa cá em Portugal que eu sabia que vivia da Astrologia, que era o Alberto Vaz da Silva. Vim a conhecer muito depois o Luís Resina. Havia muito poucas pessoas. JL – A Maria José também dá aulas de Astrologia. O que é que considera essencial no ensino da Astrologia? 62 de Artigos MJCF – A primeira atitude de quem ensina Astrologia, de quem dá cursos e de quem dá consultas também, é ter a noção de que o importante para mim não é o que eu sei de Astrologia. Eu acho que sei o suficiente, domino suficientemente esta linguagem, mas este conhecimento eu sinto que tem a ver com o facto de eu ter mergulhado na linguagem simbólica. O que importa é cada um descobrir o seu próprio método, porque não existe uma forma de ser o melhor astrólogo, o que importa é cada um descobrir a sua maneira. Importa que o professor seja uma espécie de iniciador, no sentido de levar a pessoa a estimular-se, a interessar-se por descobrir o seu próprio processo. BB – No seu caso a escrita faz parte desse processo… já escreveu muito sobre Astrologia para jornais e revistas… MJCF - Eu já escrevi por exemplo para a Marie Claire e para a Máxima coisas sérias sobre Astrologia, mas também já escrevi algumas brincadeiras. Coisas do género: “Como escolher o presente para o seu namorado” ou “Como conquistar o namorado segundo o signo”. É outra maneira de falar das características dos signos. Já cheguei a fazer um artigo sobre automóveis… claro que fui pesquisar sobre as características dos automóveis. Obviamente, isso não quer dizer que um Carneiro tenha que ter aquele automóvel… JL – É mais um exercício criativo… MJCF – Isso eu acho muito engraçado, tenho feito muitas vezes, como por exemplo a forma da pessoa se vestir. Uma vez, para uma revista de moda, escolhemos uma pessoa para cada elemento e eu defini as características da roupa de cada um e depois quatro costureiros conhecidos fizeram um fato a partir das indicações que eu tinha dado. Eu acho muita graça fazer estas coisas… BB – No seu discurso, a Maria José evita o “astrologuês” técnico. Sente necessidade de usar uma linguagem corrente, mais próxima das pessoas? 63 de Artigos MJCF – Eu tenho muita facilidade nisso, sempre tive e é instintivo, acho que isso tem a ver com o meu lado de jornalista… pois se as pessoas não sabem, par que é que vou falar do Saturno e do Júpiter… não vou! Nas consultas, por exemplo, a maior parte das pessoas não sabe nada de astrologia… Eu falo concretamente do Sol e da Lua e do Ascendente e explico o que é, falo inclusivamente na Cabeça do Dragão e na Cauda do Dragão, mas mais nada… Se as pessoas não sabem de Astrologia, traduzo tudo o resto. Se sabem, claro que incluo algum vocabulário mais técnico. JL – Para si é importante que a pessoa perceba…? MJCF - Acho que só isso é que interessa. A mim não me interessa para nada, e cada vez menos, o que é que eu sei de Astrologia. Interessa sim e muito, se isso puder ser útil para as pessoas. Eu tenho plena consciência que tenho uma grande capacidade para descodificar as coisas e dizê-las de forma inteligente. Mas isso não é o importante, o importante é eu ter a vontade e a intenção de querer ajudar as pessoas. A performance não interessa para nada…! Quando me apresentam como uma “estudiosa” da Astrologia eu gosto mais de dizer que sou uma “praticante” de Astrologia. JL – Começou a fazer Astrologia antes de haver computadores. Agora temos essa facilidade… MJCF – Eu fazia tudo à mão… e a sinastria era muito complicado… fazia muitas contas. Ainda me lembro das primeiras Efemérides que eu comprei… era uma por ano e depois passaram a ser 10 por ano. O primeiro computador que comprei, antes de ser para escrever, foi para a Astrologia. Mas o que importa é cada um descobrir o seu próprio método, porque não existe uma forma de ser o melhor astrólogo… O que importa é cada um descobrir a sua maneira. BB – Como é que a Maria José vê o papel da ASPAS na Astrologia em Portugal? 64 de Artigos MJCF – Acho que é um papel muito importante. Acho importante os astrólogos terem qualquer coisa em comum, em termos de solidariedade… uma plataforma. Acho que é importante e sobretudo acho que é um sinal dos tempos. É uma mesa redonda onde todos se encontram, porque falam todos a mesma linguagem, ainda que de maneiras diferentes. Também acho fundamental os sócios e as pessoas que estão a fazer a ASPAS terem uma atitude de coração… conseguirem perceber que o mais importante é aquilo que podem fazer para a ASPAS. Sobretudo aquilo a que a Astrologia nos convida é precisamente a olhar para lá do nosso umbigo, do que é que eu sou como astróloga. Para lá do que é importante para ser astrólogo, para lá do que nós temos que saber, é crescer em humildade. Nota: Apesar de publicar praticamente um livro por ano, “Conheça bem as Asas que tem”,“Morrer e Renascer”,“Atalhos do Amor” e em 2013 “Envelhecer Sem Ficar Velho”, Maria José Costa Félix dá consultas e aulas de astrologia em Lisboa. Pode ser contatada através do email [email protected] ou pelo telefone 21 390 69 22 . Jorge Lancinha membro nº 56 www.astrologia.jorgelancinha.com Barbara Bonvalot membro nº 64 www.barbarabonvalot.com 65 Rubrica de Pergunte ao Astrólogo - Astrologia Horária - Caso Nº 2 por Paulo Alexandre Silva - membro nº 57 Esta rubrica visa responder a questões reais usando técnicas de delineação astrológicas muito específicas, técnicas essas que se encontram num dos ramos da Astrologia - a Astrologia Horária. De salientar que as informações apresentadas ao longo destes casos têm a autorização prévia dos envolvidos, omitindo-se apenas os nomes reais. Pergunta colocada pela cliente, J.: Candidatei-me a um emprego, já fui chamada à primeira entrevista, vou ser aceite? Alguma clarificação sobre as circunstâncias que envolvem a pergunta: A cliente tinha-se candidatado a um emprego, já tinha sido chamada a uma primeira entrevista e estava a aguardar ser chamada para as restantes afim de saber se ia ficar com o emprego. Figura Horária: Sistema de Casas: Regiomontanus Dados: 21 de Outubro de 2013 AD GC 10:25:18 AM Amora / Portugal - GMT +00:00:00 9w07 00 / 38n37 00 66 de Rubrica Significador da querente/cliente: Júpiter; co-significador: Lua Significador do quesito/emprego: Mercúrio Regente da Hora: Marte 67 de Rubrica "O querente é aquele ou aquela que faz a pergunta e deseja uma resolução; o quesito é aquele ou aquela, ou a coisa procurada, ou sobre o que se pergunta. O significador é não mais do que aquele planeta que rege a casa que significa a coisa perguntada ... seja qual for o signo ascendente, o planeta que for regente desse signo será chamado senhor da casa ou significador da pessoa que pergunta ... De forma que, em primeiro lugar, quando qualquer pergunta é apresentada, o signo ascendente e o seu regente são sempre dados àquele ou àquela que faz a pergunta. Em segundo lugar, deve-se considerar o assunto apresentado e ver qual das doze casas ele pertence devidamente; quando se tiver encontrado a casa, considerar o signo e o regente desse signo ... Em todas as perguntas damos a Lua como co-significador do querente com o regente do ascendente ..." 1 Quanto à radicalidade da figura horária (conjunto de regras que nos diz se a figura pode ou não ser julgada): - A Lua está vazia de curso; - Marte, regente da hora, concorda com as qualidades primitivas, ou natureza humoral, do signo ascendente; Sagitário - ambos são quentes e secos. - Não ascendem nem os primeiros nem os últimos graus do Signo. - Declinei como testemunho a Lua vazia de curso como regra para não julgar a figura horária, uma vez que esta configuração descrevia e fundamentava de forma clara o tipo de acontecimentos mostrados Pode-se então dar início à delineação: De notar que a Lua, co-significadora da querente, encontra-se fora de curso, ou seja, a Lua não se aplica por nenhum aspecto ptolemaico a outro planeta durante a sua permanência no signo em que se encontra. 68 de Rubrica Esta configuração da Lua por si só já é um testemunho de que a querente não vai ser aceite para ocupar um lugar na empresa a que se candidatou, pois uma Lua fora de curso indica quase sempre que a situação actual irá manter-se - que nada de novo irá acontecer. É também de salientar que a Lua, co-significadora da querente, esteve em aspecto de oposição com Mercúrio, significador do emprego, o que nos mostra o contacto que houve aquando da primeira entrevista, contacto esse que não foi muito favorável à querente, uma vez que a oposição é um aspecto de carácter negativo. Um outro aspecto muito relevante para fundamentar ainda mais o meu julgamento é que; Mercúrio, significador do emprego, que se estava a aplicar por trígono a Júpiter, significador da querente, vai entrar em movimento retrógrado, não resultando então nenhuma ligação entre os significadores, logo, nada do que poderia ser significado pelo aspecto de trígono se efectivará. Esta configuração, ou tipo de movimento entre Mercúrio e Júpiter tem a designação mais comum de Refranação - ou mais correctamente de Revogação. 2 Refranação ou Revogação: "... Revogação é quando, com planetas preparados para aplicação, um deles não está disponível para a aplicação devido à sua retrogradação. Revogação acontece se um planeta se aplica a outro, mas antes de chegar a ele entra em retrogradação e a sua conjunção é anulada. Revogação acontece quando um planeta pretende unir-se a outro, mas, antes de completar a sua união, a retrogradação sucede, e dessa forma a união é destruída. Se o testemunho de um significador encontra-se na categoria de Revogação, ele denota circunstâncias acidentais, perturbando o assunto." 3 69 Rubrica de Concluí então que a querente não iria ser aceite para o emprego ao qual se candidatou, e assim se veio a verificar. Paulo Alexandre Silva, DMA Membro efectivo Nº 57 www.astrologiamedieval.com ________________________________________________ 1 Astrologia Cristã, William Lilly, págs. 123, 124. Tradução CMM, QHP - Edição Biblioteca Sadalsuud 2 Traduzindo "Revoking" por Revogação. 3 Introductions to Traditional Astrology: Abu Ma'shar & al-Qabisi, pág. 180. Traduzido e editado por Benjamin N.Dykes, PhD - The Cazimi Press, 2010 70 Artigos de A II Dinastia à luz dos Ciclos Astrológicos Breves notas para a compreensão da dinastia que criou a gesta marítima A ínclita Geração – A Dinastia de Avis e o messianismo português por Luis Resina - membro nº 22 É coisa rara ver e de pasmar como diria Camões, quando observamos a influência de Plutão (o regente esotérico de Peixes) em Carneiro a dar início aos grandes marcos da história de Portugal. O começo da dinastia de Borgonha com D. Henrique e o nascimento de Afonso Henriques estão sob a tutela desta posição anteriormente conectada como – “O ciclo dos Heróis”. No segundo ingresso de Plutão em Carneiro 1332 a 1361 deu-se na Europa a Guerra dos Cem Anos; em Portugal tivemos o romance épico entre D. Pedro e D. Inês de Castro, o nascimento de D. João I e de Nuno Álvares Pereira e a chegada dos portugueses às Canárias no reinado de D. Afonso IV… A Dinastia de Avis tem como pai D. João I, aquele que assume ao longo do seu reinado o papel de rei-sacerdote na linha da tradição arturiana e, é através das palavras de Fernão Lopes que ouvimos dizer que este rei instaurou a 7ª idade no Mundo! Comecemos primeiro por ver alguns aspectos do mapa natal deste rei 71 Artigos de D. João I - 11/4/1357 15:00 - Lisboa D. João I nasceu com o Sol em conjunção com Plutão em Carneiro, tendo Marte como regente desta conjunção na posição mais elevada do céu! Marte por sua vez encontra-se em trígono exacto com o Nó Lunar Norte da Lua em Aquário e em aspecto de sextil com o Nó Lunar Sul em Leão. O Mestre de Avis é aclamado rei nas cortes de Coimbra e guardião da tradição da nobreza ancestral lusitana (Nó Lunar sul em Leão). 72 Artigos de A cabeça do Dragão em Aquário na casa 5 denota a necessidade de deixar a sua marca individual no colectivo (a casa relacionada com os filhos). A posição de Vénus em Peixes na casa 7 liga-se ao seu casamento com D. Felipa de Lencastre (Vénus em exaltação e dignificada acidentalmente) e encontra-se em conjunção com o Sol e o Nó Lunar Sul do mapa da fundação do Convento de Cristo referido na parte II deste artigo publicado no número anterior do Jornal Aspas. Olhemos agora para o mapa do dia da aclamação de D. João I pelas cortes de Coimbra: Aclamação de D.João I 3/3/1385 - 12:00 Coimbra 73 de Artigos Marte em Carneiro conjunto com a casa 11 do tema, aquela que representa as cortes, está em conjunção com o Sol e Plutão de D. João I no signo de Carneiro; por sua vez, o Sol e o Mercúrio em Peixes deste mapa encontra-se em conjunção com a Vénus de D. João I e o Sol e o Nó Lunar Sul do mapa do Convento de Cristo. Estes são os sinais que a tradição esotérica portuguesa mantém-se viva através do 1º rei da dinastia de Avis. O propósito da alma portuguesa está bem patenteado nas energias duplas de Carneiro e Peixes que já se encontravam presentes no início da dinastia de Borgonha, agora com D. João I estas energias são reforçadas através do seu casamento com Dona Felipa de Lencastre criando um maior vínculo na aliança luso-britânica, a aliança mais antiga no continente europeu. Passemos agora a um breve comentário do horóscopo do Infante D. Henrique do qual temos algumas descrições na “Crónica da Guiné” de Gomes Eanes de Zurara. 74 Artigos de Infante D. Henrique 4/3/1394 - 7:40 - Porto No mapa do infante encontramos o Sol e Mercúrio a 21º e 22º de Peixes em perfeita conexão com os mapas de D. João I e com o Convento de Cristo! Os signos de maior importância neste mapa são Peixes (Sol, Mercúrio, Marte e Júpiter) e Carneiro (Ascendente e Lua). Carneiro – líder e pioneiro; Peixes – sentimentos universais e gesta marítima. Não deixa de ser curioso ver que os Nós Lunares no mapa do Infante são os mesmos por signo que o de D. João I, só que neste caso a realeza de Leão vai encontrar a sua expressão no seio do colectivo em Aquário (casa XI), nos grandes ideais de ligação entre povos e culturas. Saturno regente do Meio-do-Céu encontra-se exaltado em Balança mostrando equilíbrio, tacto e diplomacia na forma como este regeu e administrou a Ordem de Cristo. Júpiter, o regente da casa 9, a das viagens, está em Peixes na casa 12, esta posição acentua o fervor místico, a dedicação e o gosto pelo recolhimento. Assim, não é de estranhar que o seu comando além-mar seja feito mais nos bastidores do que pela presença directa e física. O Infante através da sua capacidade de gestão e inovação abriu o caminho de interligação marítima que veio a estar na base do cosmopolitismo do nosso mundo moderno. D. Afonso V e a diluição do projecto imperial tendo como base a unificação da Ibéria. D. Afonso V 15/1/1432 - 8:40 - Sintra 75 de Artigos O projecto universalista de D. Afonso V está simbolizado no tema natal pelo ascendente Peixes e pela conjunção do Sol e do Nó Lunar Norte em Aquário na 12ª casa, a do universalismo e das provações. Para realizar esse sonho D. Afonso necessitava de aliados e, se olharmos para a sua casa 7 esta é regida por Mercúrio que se encontra colocado no signo de Capricórnio na casa 11 em oposição à Lua e Plutão. Com estes aspectos, o mais natural é que este rei se tenha sentido desiludido e traído com os acordos e as promessas que esperava obter para assumir o trono de Castela, outra posição que reforça esta tese é a oposição de Vénus em Aquário a Neptuno em Leão. Com a pretensão de construir um império Ibérico juntando aos projectos expansionistas no norte de África, D. Afonso V prosseguia o sonho da realização imperial mais pela via terrestre do que pela via marítima. 76 Artigos de Para já fiquemos com um apontamento de mais duas posições a de Marte a 14º de Peixes e a de Úrano a 25º de Carneiro que voltarei a referir quando analisarmos o mapa de D. Sebastião. D. João II e o rompimento da tradição Iniciática. D. João II 3/5/1455 - 10:00 - Lisboa 77 Artigos de D. João II deu continuidade ao trabalho de expansão marítima já encetado pelo Infante e pelos seus percursores, para isso valeu-lhe as energias fortes dos signos fixos, Touro e Leão, no entanto, o espírito messiânico que estava por trás dos Descobrimentos foi-se perdendo em prol dos benefícios materiais daí resultantes. Este rei apresenta-nos o primeiro modelo do monarca absolutista: ascendente, Urano e Plutão estão posicionados em Leão na 1ª casa, o Sol regente do ascendente é o planeta mais elevado e está colocado em Touro na casa 10, em oposição a Saturno na casa 4. Um tanto ou quanto déspota e autoritário, D João II começa a fazer rolar cabeças de nobres da casa de Avis e de Bragança, mestres templários e todos aqueles que pudessem ameaçar a centralização do seu poder régio. Apesar da sua capacidade de materialização, nunca foi um rei apreciado pela maior parte da nobreza. Foi da sua autoria a mudança de direcção dos escudos no brasão nacional, alteração, que segundo o historiador Manuel Joaquim Gandra dá início à fase de declínio da missão espiritual portuguesa. O seu maior fracasso foi a perda do filho varão D. Afonso, e depois de alguns incidentes até ao final do mandato, teve que deixar o trono a seu contra gosto a seu primo e cunhado D. Manuel I. Saturno e o Nó Lunar Norte em Escorpião são alguns dos sinais que conduzem a perdas, rupturas e transformações ligados ao destino deste rei. D. Manuel I e a conversão dos Judeus em Cristãos Novos D. Manuel I 31/5/1469 - 18:22 - Lisboa 78 de Artigos D. Manuel herda a centralização régia do poder e um vasto território já conquistado sob o mando de D. João II (Nó Lunar Sul em Leão) mas é no seu reinado que este património vai ser expandido e desenvolvido (Júpiter em Leão) até que a expansão marítima se torne um Império português. Dada a falta de exactidão da hora de nascimento de D. Manuel I irei apenas realçar algumas posições planetárias marcantes no seu mapa. Comecemos então com a Cruz em T Fixa formada por Saturno em Touro em oposição a Neptuno em Escorpião, ambos em quadratura a Júpiter e ao Nó Lunar Sul em Leão que são a saída desta Cruz em T. 79 Artigos de Centralização, absolutismo e poder estão associados a estes signos pertencentes à Cruz Fixa, no entanto, a Lua e o Nó Lunar Norte em Aquário indicam uma necessidade de levar aos quatro cantos do mundo todo este poder régio. O aspecto sombra desta Cruz em T ficou assinalado na sua política ambígua e duvidosa como tratou com o poder de Roma. Devido ao seu casamento com Isabel de Aragão e para agradar aos reis católicos, D. Manuel a partir de 1496 começa uma política ruinosa encetada com diversas perseguições a Mouros e Judeus. As conversões forçadas dos Judeus em Cristãos Novos e o pedido secreto a Roma no ano de 1515 para que a Inquisição fosse instalada em Portugal no ano em que foi completada a famosa Janela Manuelina do Convento de Cristo em Tomar, foram sem dúvida os erros mais graves cometidos no seu mandato. Ano de 1496 Trânsito de Júpiter e Plutão em Escorpião pelo Neptuno natal de D. Manuel I activando toda a Cruz em T (Júpiter e Neptuno regentes do cristianismo e do catolicismo em oposição a Saturno o regente da autoridade temporal!) D. João III, a Inquisição o apogeu e o desmoronar do Império D. João III 7/6/1502 - 02:00 - Lisboa 80 de Artigos Se há algo em comum entre estes três últimos monarcas são os últimos graus do signo do Touro, D. João II e D. Manuel I têm Vénus em Touro em domicílio nestes graus. As Vénus domiciliadas em Touro são poderosas no sentido físico e material, e D. João III com Júpiter posicionado neste signo e nos mesmos graus que os seus antecessores, acaba por dilatar e expandir a riqueza herdada. Assim, o Império marítimo português chega ao auge neste reinado, mas ao mesmo tempo que culmina, começa a sofrer a influência da oposição de Plutão em Escorpião a Júpiter em Touro presente no mapa natal de D. João III. 81 Artigos de As consequências não tardam a manifestar-se, perdas de praças, crises económicas, adversidades e rupturas que se vão acentuando num Império cada vez mais espartilhado. Neptuno em Capricórnio é o planeta mais elevado deste tema, o que favorece a diluição do poder do Estado. Outras influências importantes que contribuíram para o desaire deste rei foi a demasiada dependência emocional que este monarca nutriu pela rainha Dona Catarina. Esta está representada no seu mapa pelos regentes da casa 7, Marte em Leão posicionado na casa 4 e Plutão Escorpião na casa 7. Sabemos que D. Catarina teve uma influência decisiva para a entrada da ordem dos Jesuítas em Portugal (oposição de Plutão na casa 7 a Júpiter na casa 1) e consequentemente, contribuiu para a instalação da Inquisição no ano de 1536 em Portugal (Plutão em Aquário em trânsito em oposição a Úrano em Leão – a perda da liberdade individual). 1552 – Ingresso de Plutão em Peixes. 1554 - Nascimento de D. Sebastião. Ainda com Plutão em Peixes é concluído e publicado os Lusíadas, a grande obra da epopeia lusa numa fase já decadente do Império português. Continua no próximo número… Luis Resina Conselheiro da Direção - Membro nº 22 http://luisresina.com/web/ 82 Artigos de A ASTROLOGIA NA LINHA DO TEMPO IV Sobre o surgimento e a história da astrologia por Vania L M Marinelli - membro nº 23 IV. ASTROLOGIA MODERNA / 2ª FASE Ao longo da descrição e referência às fases históricas da Astrologia, pudemos constatar que, de um modo ou de outro, todos os povos da Antiguidade utilizaram o céu como uma espécie de ‘relógio existencial’. Observar ritmos e ciclos de corpos celestes ajudou os primeiros seres humanos a erigir ‘sistemas de orientação’ no tempo e no espaço, assim como, intuitivamente, a buscar um sentido para suas próprias vidas, que tivesse identificação/correspondências com o restante do Universo. Assim, sabemos, não existe ‘uma’ astrologia só. Durante o desenvolvimento histórico dessa ciência, vimos contribuições advindas de localidades diversas do globo, do Oriente e do Ocidente, de modo que, talvez, seja lícito falar na Astrologia como um patrimônio do humano, como uma ferramenta cognitiva para a qual, de uma forma ou outra, as principais culturas da Antiguidade convergiram, a fim de mais produtivamente organizarem sua vida. Os períodos históricos aqui descritos referem-se mais estreitamente à Astrologia Ocidental - antes de mais nada, porque somos ocidentais. Neste sentido, ainda, devemos ter em mente que o que estaremos chamando de ‘2ª fase da Astrologia Moderna’ é, para nós, uma fase naturalmente ‘não finalizada’ - está em andamento, num desenvolvimento típico das coisas que transitam pelo tempo: as coisas vivas. Ressurgindo, mais uma vez 83 Artigos de Depois de ter passado por mais um período de obscurecimento na Europa (na maior parte do século XVIII, dito iluminista), a Astrologia voltaria a ressurgir, especialmente pela iniciativa dos irmãos Sibly (irmão e irmã), que publicariam, em 1784, um esplêndido trabalho de 1130 páginas, versando sobre ocultismo e astrologia - The complete illustration of the celestial art of Astrology. A obra correu os quatro cantos da Europa, que, gradativamente, reacendeu seu interesse pelos conhecimentos astrológicos. Assim, entre final do século XVIII e início do século XIX, temos um novo ressurgimento da Astrologia - tanto quanto a inauguração do que estamos chamando de ‘2ª fase’ da astrologia moderna, a mais contemporânea delas, no que nos diz respeito. Retrato de Ebenezer Sibly – autor desconhecido 84 de Artigos Ao ser ‘reativada’, essa astrologia viu-se diante de algumas questões técnicas merecedoras de especial atenção: • Efemérides pouco acuradas (a mais acurada já produzida até então ainda era a de J.Kepler, de 1627 - The rudolphine tables) precisavam de retificações e atualizações. • Problemas decorrentes da diferença entre calendários grandemente reduzido, ao final do século XVIII, quando a maior parte do continente europeu adotou o calendário gregoriano, tomando a data de 1º/janeiro como primeiro dia do ano (apenas uns poucos países do cristianismo ortodoxo, como Grécia, Rússia, continuaram a utilizar o antigo calendário juliano). • A questão dos fusos horários locais - no final dos 1830s, com o crescimento do número das estradas de ferro nas grandes cidades, a Europa viu-se diante da necessidade de padronizar os fusos horários operantes em seu território, e de abandonar o conhecido “LMT” (=local mean time, ‘tempo médio local’). No caminho de uma melhor resolução dessas questões, vê-se, sistematicamente, uma tendência à padronização, pelo menos ocidental, que facilitasse um uso mais uniformizado das referências espaciais e temporais de que se serve a prática astrológica - o que, certamente, ocorreu. A tecnologia do século XX Se a invenção do logarítimo revolucionara a confecção dos cálculos astrológicos em princípios do século XVII, não o faria em menor grau o surgimento do computador, no século XX, quando softwares os mais variados apareceriam para fornecer inúmeros dados astrológicos, interpretáveis pelos astrólogos competentes. A partir daí, nenhum cálculo para a obtenção de alguma ‘ferramenta’ astrológica colocar-se-ía como trabalhoso ou demorado demais para ser executado cotidianamente. Fazer pesquisa em astrologia se torna uma tarefa excitantemente mais ágil e rápida - ao menos no que se refere à obtenção de dados e material analisável. 85 de Artigos A tecnologia do século XX, ainda, marcada pela feição eletrônica de seu instrumental (em contraposição à feição mais puramente elétrica que a precedeu) revolucionaria também a capacidade de equipamentos de observação astronômica e astrofísica, alargando em muito as possibilidades de novas descobertas de corpos celestes, eventualmente relevantes para os estudos astrológicos. A descoberta do asteróide Chiron, em 1977, é um pequeno exemplo dessa facilidade maior de ‘rastreamento’ do espaço através de equipamentos sofisticados e, em sua maior parte, computadorizados em alguma medida. Estudo crítico do conhecimento astrológico Entre final do século XIX e o século XX, houve a reimpressão de muitos livros antigos de Astrologia; bibliotecas passaram a ser mantidas por associações de interessados na área, numa tentativa crescente de organizar e qualificar o conhecimento astrológico constituído até então; muitos foram, também, os novos textos surgidos, indicadores de novas abordagens, ou aperfeiçoadores de idéias já existentes. E, apesar de muitas ‘vozes astrológicas’ ostentarem certa tendência a se rebelar contra o ‘malfadado’ pensamento científico, que, segundo alguns, primaria por certa ‘estreiteza’ de visão, esta - a nossa - tem sido uma era extremamente livre para os questionamentos aos fundamentos astrológicos, feitos de fora ou de dentro da própria astrologia... - o que não deixa de ser um comportamento tipicamente científico, afinal. O que faz da ciência ciência é, pura e simplesmente, seu método, racional e empírico: por ‘racional’, entenda-se não haver contradições internas, =rasuras lógicas; por ‘empírico’, entenda-se poder o conhecimento gerado ser testado/verificado/posto sob crítica livremente (visto que nenhum conhecimento científico pode ser, por definição, dogmático, =imposto sem questionamento). Assim, o famigerado ‘método científico’, ao pedir de nossos pensamentos um mínimo de racionalidade (=não contradição) e disposição empírica (=para testar, checar, criticar e auto-criticar) está a nosso favor, porque nos defende de opiniões dogmáticas e, portanto, impositivas e sem fundamento - o método científico pede responsabilidade no dizer. 86 de Artigos Nossa astrologia contemporânea coloca-nos textos e autores à disposição; apresenta-nos softwares e equipamentos computadores de informação dos mais variados tipos, para que possamos pesquisar, e refletir à vontade sobre nossos temas preferenciais de estudo. É justo que tomemos ciência do que é ser responsável sob o ponto de vista intelectual, afinal, de modo que cada um de nós possa discriminar opiniões de fraco embasamento de afirmações consistentes com os dados em que se fundam. Quando astrólogos se esquivam dessa responsabilidade, ou quando cientistas depreciam uma astrologia que não conhecem, estão agindo, de ambos os lados, da exata e mesma maneira - que, por sinal, resulta não científica. Astrologia e Psicologia Um dos principais desenvolvimentos da astrologia moderna de nossa época foi a aproximação ocorrida entre psicologia e astrologia. Mais especificamente, da psicologia profunda, ou do inconsciente, com a astrologia. No início do século XX, dois médicos do cérebro humano (Sigmund Freud (1856-1939)/neurologista, Carl Jung (1875-1961)/psiquiatra) inauguraram formalmente um campo de pesquisa e tratamento, focado na vida psíquica inconsciente dos seres humanos, e nos reflexos desta sobre o comportamento consciente dos indivíduos. Embora fossem ambos bastante interessados na relação entre mitologia e disposições psíquicas do ser humano, coube a Jung levar o estudo dessa relação às raias da exaustão. Por esse motivo, e sem nenhum preconceito, lançou-se à pesquisa de diversas práticas simbólicas, operadas nos quatro cantos da Terra por indivíduos de diferentes culturas, tratando-as, antes de mais nada, como estratos mitológicos, que, como qualquer mito, buscavam explicar o mundo e os homens para estes últimos. Jung sabia que todo mito é uma teoria da vida para a cultura a que pertence; sabia também que todo mito se cria e difunde por vias simbólicas, e que a maneira mítica de explicar o mundo foi a primeira forma cognitiva posta em prática pelo ser humano. Entre as práticas simbólicas pesquisadas por Jung, está, certamente, a Astrologia. 87 Artigos de Jung não intenta ‘reinventar’ a astrologia, de forma alguma. Ele apenas percebe que, na simbologia utilizada, a astrologia conseguiu ‘descrever’ de maneira muito perspicaz alguns dos principais elementos da vida e do viver humano, em suas organizações arquetípicas. Se a linguagem astrológica não fosse simbólica, essa descrição arquetípica da vida/viver humanos seria impossível. Dane Rudhyar 1939 Fonte: http://www.khaldea.com/rudhyar/bio8.shtml Astrólogos importantes começaram a se sensibilizar para esta nova possibilidade de utilização da astrologia, entre os quais podemos ressaltar (a) Dane Rudhyar (1895-1985) - que, com sua astrologia humanista, fez brilhantes aproximações téoricas e práticas entre psicologia e astrologia (cf. obras como Astrologia da Personalidade, Um Estudo Astrológico dos Complexos Psicológicos, A astrologia e a psique moderna, A astrologia da transformação, todas publicadas em português pela Editora Pensamento); (b) Margaret Hone (1892-1969) e Jeff Mayo (1921-1998) -ambos presidiram a Faculty of Astrological Studies, inglesa, e se destacam pela concisão e pragmatismo com que conseguiram amalgamar conhecimentos astrológicos e psicológicos, a fim de fazê-los funcionarem como um organismo único; 88 de Artigos (c) Stephen Arroyo (1946-) – psicólogo de formação, também buscando integração entre a astrologia e a psicologia; correspondeu-se por muito tempo com Dane Rudhyar; (d) por fim, nos anos 1980s, a dupla Liz Greene (ainda viva) e Howard Sasportas (1948-1992), ambos astrólogos e psicólogos de formação junguiana, viria a liderar formalmente uma escola de astrologia psicológica, cuja sede ainda é no Reino Unido, e tem a coordenação principal de Liz Greene. A dupla realizou, e L. Greene ainda realiza, diversos seminários sobre o tema, sendo que a maioria deles se transformou em livro. Vertentes astrológicas da modernidade contemporânea Se quisermos traçar um perfil dos principais grupos de astrologia praticados no ocidente, levando em conta, já, a inserção da astrologia psicológica, poderíamos indicar o seguinte: Astrologia tradicional - interessada em delinear tendências factuais, utilizando técnicas e teorias astrológicas tradicionais, inclusive no que se refere à interpretação. Astrologia de orientação psicológica - utilizadora de técnicas de cálculos tradicionalmente astrológicos/astronômicos, mas interessada em delinear, não fatos, mas disposições psíquicas, internas, afinadas, ou, em ressonância com determinados tipos de fatos ou experiências de vida. Neste caso, importam menos os fatos específicos em si, e mais o que eles estão significando no caminho evolutivo do ser analisado. Astrologia kármica ou esotérica - congregando conhecimentos astrológicos a pensamentos mais assumidamente espiritualistas, místicos, esotéricos ou religiosos (cf. Alice Bailey, Max Heindel, Martin Shulman...). 89 Artigos de Alice Bailey Observemos que, independentemente do grupo referido, o material simbólico e as técnicas para o obter são sempre os mesmos - isto quer dizer que a astrologia-linguagem simbólica é basicamente a mesma nos três grupos; o que se diferencia é a linha da interpretação. Todos os usos linguísticos se alteram no decorrer do tempo e dos contextos culturais em que operam, justamente o fazendo para dar conta da mudança inexorável da realidade; a astrologia não é um sistema de definições fechadas de realidades fechadas - muito pelo contrário - é uma linguagem, também ela, que traduz o mundo, mas não o funda nem o define para a eternidade. Ainda aqui, ela se comporta como o fazem todas as outras linguagens. Por outro lado, os diversos nomes que compõem a fase atual em que se encontra a astrologia são, efetivamente, diversos, inúmeros. Com a facilidade de edição e publicação de textos de nossa época, as ‘vozes’ pelas quais a astrologia se expressa se multiplicaram bastante, de maneira a podermos contar com um número impressionantemente alto de bons autores, de diversos países do globo, a deixarem sua contribuição para o entendimento da prática astrológica. 90 de Artigos Em vista disso, nesta última seção de artigos, optei por não privilegiar o que seria um ‘elenco de autores’ importantes dos séculos XX e XXI em astrologia. A abertura de caminhos e a nossa consciência Imagino nossa pequena série de artigos como uma espécie de tour, uma ‘viagem’ aos lugares e fatos importantes que ajudaram a trazer a astrologia, pelo espaço e pelo tempo, até nós. Desejei mostrar que, ainda que não nos venha ‘em linha reta’, há uma linha discriminável, desde os sumérios e babilônios, carregando a astrologia e suas conquistas pelo mundo e para o mundo, de uma forma que, enfim, pôde manter sua coerência. Se soubermos compreender a essência da palavra universo (o uno no diverso), poderemos entender como tantos caminhos surgem de uma mesma matriz fundadora, e que isto, de forma alguma, aconteceu só com a astrologia. Não praticamos a mesma astrologia dos assírios, nem tampouco a praticada pelos alexandrinos...; podemos, até, experimentar suas aplicações, assim como muitas outras; mas o que há de mais incrível é que a astrologia tem sido um ‘bem humano’, sempre adaptada às culturas que a utilizaram e utilizam, sempre possibilitando novas aplicações, mas, ainda assim, nunca deixando de ser astrologia - astro logos - conhecimento/ linguagem/ significado (=logos) das estrelas. Podemos ter nossas predileções, nossas convicções, mas nenhum de nós, povo ou indivíduo, parece ter podido conter/parar/reter nas próprias mãos a liberdade de caminhos com que essa astrologia se desenvolveu ao longo de tão largo tempo de existência... Afinal, a história está sempre nos mostrando: se algo não morreu é porque soube se transformar. >> Fontes bibliográficas / convite (adicional) à leitura: Barton, T. (1994) - Ancient astrology Fagan, C. & Firebrace, R. C. (1971) - Primer of sideral astrology Holden, J. H. (1996) - A history of horoscopic astrology Marinelli, V. L. M. (2006) - A produção de significado na ciência Vania L M Marinelli Powell, R. & Treadgold, P. (1979) - The sideral zodiac Stuckrad, K. (2003) - História da astrologia Whitefield, P. (1995) - The mapping of the heavens Membro nº 23 http://www.arionbr.com 91 Efemérides de Efemérides Trimestrais por Inês Miranda - membro nº 6 Lunações, ingressos, estações e aspetos de interesse Janeiro Hora legal Dia 1 às 00:00 LISBOA RIO DE JANEIRO Lua 03° 47' Capricórnio 05° 04' Capricórnio Mercúrio 12° 04' Capricórnio 12° 13' Capricórnio Vénus 26° 53' Capricórnio Rx 26° 51' Escorpião Rx Sol 10° 28' Capricórnio 10° 33' Capricórnio Marte 11° 38' Balança 11° 40' Balança Júpiter 16° 07' Caranguejo Rx 16° 06' Caranguejo Rx Saturno 20° 21' Escorpião 20° 21' Escorpião Urano 08° 40' Carneiro 08° 40' Carneiro Neptuno 03° 13’ Peixes 03° 13' Peixes Plutão 11° 15' Capricórnio 11° 15' Capricórnio 92 Efemérides de 1 Lua Nova 10º 54’ Capricórnio 11:10 09:10 2 Sol Conjunção Plutão – Determinação e poder pessoal em destaque. Use a sua força interior e transforme! 3 Sol Quadratura Marte – Poderá sentir um forte desejo de conquista. Cuidado com possíveis atitudes impulsivas e ocorrência de acidentes. Mercúrio Oposição Júpiter – A mente estará extremamente ativa e com grande vontade de expansão. 6 Sol Oposição a Júpiter – Forte vontade de crescimento acompanhada por possível excesso de otimismo e confiança. Mercúrio Sextil Saturno – Aproveite este momento de maior capacidade de concentração e organize-se. 7 Mercúrio Conjunção Vénus – A propensão para conversas íntimas está em destaque. Utilize esta tendência esclarecendo mal entendidos. Marte Quadratura Júpiter – Possível falta de moderação. Evite tomar ações precipitadas. 11 Vénus Sextil Saturno – Destacam-se o bom senso e a capacidade diplomática. Dia propício para realizar acordos. Sol Conjunção Vénus – “O amor está no ar!” Expresse as suas emoções e relacione-se. Sol Sextil Saturno – A superação de dificuldades encontra-se favorecida. Ingresso de Mercúrio em Aquário 21:38 19:38 16 Vénus Quadratura Marte – Tendência a uma certa tensão sexual e a reações entusiastas e apqixonadas. Lua Cheia 25º 58’ Caranguejo 04:52 02:52 17 Mercúrio Sextil Urano – Dia favorável a ideias inventivas, originais e incomuns. Aproveite para criar! 20 Ingresso do Sol em Aquário 03:52 01:52 24 Mercúrio Trígono Marte – Utilize esta energia de determinação e assertividade para terminar alguns dos seus projetos. 25 Mercúrio Quadratura Saturno – Possíveis tensões na comunicação. Acautele-se quanto a possíveis atrasos, principalmente provocados pelos meios de transporte. 93 Efemérides de 29 Sol Sextil Urano – Use a sua mente inventiva para resolver os seus problemas vendo-os de uma diferente perspetiva, o que trará soluções originais. 30 Lua Nova 10º 55’ Aquário 21:38 19:38 31 Júpiter Oposição a Plutão – Poderá sentir uma forte vontade de mudar profundamente a sua vida. Trabalhe a prudência e a paciência necessárias para levar a cabo a sua intensa necessidade de transformação. Ingresso de Mercúrio em Peixes Estação Direta de Vénus 13º33’ Capricórnio Fevereiro 4 Hora legal 14:30 12:30 20:49 18:49 LISBOA Estação Retrógrada de Mercúrio 03º20’ Peixes RIO DE JANEIRO 21:44 19:44 11 Sol Quadratura Saturno – Dia propício para atrasos e aparecimento de obstáculos. Acredite mais em si e lute contra possíveis sentimentos de insegurança. 13 14 Ingresso de Mercúrio em Aquário Lua Cheia 26º 12’ Leão 03:30 01:30 23:52 21:50 15 Sol Trígono Marte – Poderá sentir uma acentuada energia física e mental. Aproveite para fazer exercício físico! Sol Conjunção Mercúrio – Bom dia para viagens curtas e para a comunicação oral e escrita. 16 Mercúrio Trígono Marte – A mente encontra-se favorecida e o raciocínio rápido e percetivo. 18 Ingresso do Sol em Peixes 18:00 15:00 19 Mercúrio Quadratura Saturno – Momento de alguma instabilidade e dificuldades na comunicação. Seja paciente e tolerante. 23 Sol Conjunção Neptuno – As emoções encontram-se à flor da pele. Canalize toda esta sensibilidade para a expressão artística. 25 Vénus Sextil Saturno – Encontra-se em evidência um forte sentido de sacrifício pelos outros e a expressão séria de emoções. 26 Júpiter Quadratura Urano – Dia marcado por uma forte vontade de liberdade. Cuidado com possíveis atos insensatos de rebeldia e irresponsabilidade. 94 Efemérides de 28 Março Estação Direta de Mercúrio 18º09’ Aquário Hora legal 14:01 LISBOA 11:01 RIO DE JANEIRO 1 Sol Trígono Júpiter - Tendência a sentir desejo de crescimento possivelmente através de viagens ou formação. Forte vontade de arriscar. Lua Nova 10º 39’ Peixes 07:59 04:59 Estação Retrógrada de Marte 27º31’ Balança 16:24 13:24 2 Vénus Quadratura Marte – Possíveis descontrolos emocionais e paixões desgovernadas. Evite confrontos e discussões de cariz emocional. Estação Retrógrada de Saturno 23º19’ Escorpião 16:20 13:20 3 Sol Sextil Plutão – Dia propício para processos de cura interior. Despeça-se das mágoas do passado e permita-se a novas experiências. 5 Ingresso de Vénus em Aquário 21:04 18:04 6 Estação Direta de Júpiter 10º26’ Caranguejo 10:43 07:43 11 Mercúrio Quadratura Saturno – Haverá uma propensão a pequenas crises. Aceite os seus limites e mantenha-se firme. 13 Sol Trígono Saturno – Excelente período para fazer planos a longo prazo que envolvam organização e atenção ao detalhe. 14 Mercúrio Trígono Marte – Encontram-se favorecidas a coordenação de ideias e a destreza manual. 16 Lua Cheia 26º 01’ Virgem 17:08 14:08 18 Vénus Sextil Urano – Poderão surgir inesperadamente oportunidades amorosas ou profissionais. Faça o inesperado e surpreenda-se! 20 Ingresso do Sol em Carneiro 16:58 13:58 22 Mercúrio Conjunção Neptuno – Tendência a distorcer a realidade dificultando a concentração. Evite assinar contratos. 26 Mercúrio Trígono Júpiter – O poder de persuasão encontra-se fortalecido favorecendo as atividades de foro comercial. Bom dia para se promover! 95 de Efemérides 28 Mercúrio Sextil Plutão – Esteja atento pois poderão chegar-lhe informações que ajudarão a clarificar alguma situação passada. 29 Vénus Trígono Marte – Os relacionamentos encontram-se favorecidos. Seduza e permita-se a ser seduzida! Vénus Quadratura Saturno – Os sentimentos de insegurança poderão dificultar a expressão das suas emoções. Inês Miranda Membro nº6 Secretária da Adminstração 96 Publicidade de Reserve o seu espaço de publicidade aqui na nossa página, pedindo informações para o nosso email - [email protected] O Jornal Astrológico 4 Estações, é distribuido de forma digital, estando acessivel gratuitamente para todo o mundo as edições anteriores às de lançamento. Os membros acedem á area reservada do site www.associacaoportuguesadeastrologi.com, e têm acesso gratuito aos números de lançamento. O nosso Jornal tem vindo a ter uma maior procura, contabilizando neste momento a ultima edição, 4850 downloads. A todos o NOSSO OBRIGADA! Este Jornal é feito para si! de Publicidade de Publicidade Consultoria Financeira, Fiscal e Endividamento Projectos de Investimentos - Seguros We add value to your business www.basepoint.pt Nº2 Juntos Fazemos a Diferença! Antes de tudo, a Associação Portuguesa de Astrologia é um atributo ao trabalho do Astrólogo. Tentamos aperfeiçoar os ensinamentos e principios, sabendo que nada é nosso, mas sim de Todos. Uma associação é feita por todos aqueles que a constituem, é isso que a honra e é isso que nos faz dizer “Juntos Fazemos a Diferença”