Análise De Obstáculos
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Análise De Obstáculos
ANÁLISE DE OBSTÁCULOS Rosa, Isac M., Prado, A. A. e Amorim A. E. A. FATEC-JAHU/ CEETEPS Email: [email protected] RESUMO Este trabalho apresenta uma proposta de um programa para identificar obstáculos e de uma estratégia de contorno, usando um sistema de visão baseado a laser. Este sistema é acoplado a um sistema de controle bang-bang com o intuito de verificar a funcionalidade do sistema. ABSTRACT This paper presents an approach to identify obstacles and a strategy to avoid them, using a laser vision system. Such system is connected to a bang-bang control system with the purpose to test the functionality of that system. 1. INTRODUÇÃO Veículos submersíveis desempenham ações de vital importância como suporte para as operações da indústria petrolífera, tais como exploração submarina ou inspeção de tubos e cabos. Estes veículos sofrem restrições de energia, navegação, visibilidade e o seu desempenho depende da qualidade e quantidade de sensores, especialmente os destinados à navegação. Em geral tais sistemas são compostos de sensores e uma central embarcada de processamento dos sinais de informações, que através de um sistema de controle, regula o sistema de propulsão, dosando a força dos propulsores. Na maioria dos veículos, os sensores são compostos de sonares, bússolas magnéticas, acelerômetros e do sistema de visão acoplado ou não com lasers. Cada um dos sensores acima mencionados, individualmente limita a capacidade de navegação do veículo. Por exemplo, o sonar pode mapear de forma satisfatória o leito do mar ou rio, mas pode ser incapaz de detectar pequenos tubos ou cabos. Além disto, a quantidade de ruídos ou ecos aumenta consideravelmente se o veículo trabalhar em áreas confinadas e pequenas. A bússola magnética e o acelerômetro oferecem uma qualidade razoável no sinal para identificar a inclinação do veículo, mas em vista da quantidade de ruídos contidos no sinal, há a necessidade de rotinas para filtrar o sinal, exigindo um certo esforço computacional para tal. Em regime de navegação em locais com turbulência, a qualidade do sinal de deteriora. Em todos estes sistemas a precisão do sinal acaba limitando o desempenho do veículo (WHITCOMB 1999). O sistema de visão dos submersíveis tem uma restrição decorrente da qualidade do sistema de iluminação do veículo, a iluminação do ambiente e do grau de turgidez da água. Efeitos de refração das partículas suspensas, reflexão e da luz direta são as componentes da luz que incidem na câmera e interferem na qualidade da imagem. Tais sistemas podem ser acoplados com um ou mais pares de lasers e fornecem informação adicional para o sistema de navegação (KARRAS 2006;KONDO 2004) . Há uma relação direta entre a distância do veículo a um obstáculo e a distância, em pixels, da imagem do laser na tela da câmera e o centro da tela. O acoplamento destes sensores ao centro de controle de navegação permite a elaboração de estratégias para que o veículo faça um mapeamento da região de trabalho e a elaboração de uma rota de trabalho, com a possibilidade de identificar obstáculos, medir a distância e contorná-los. A proposta deste trabalho é desenvolver uma abordagem para o sistema de visão computacional de um submersível para a identificação de obstáculos e de rotas de escapatória, usando as informações coletadas pela câmera e o dispositivo a laser acoplado à na câmera. A implementação do sistema será feita no MATLAB. Como estudo do sistema, o sistema será acoplado a um carro conectado a um computador. 2. DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS DO VEÍCULO O veículo é carro de dimensões reduzidas onde está acoplada uma câmera sem fio e um sistema eletrônico de recepção de sinais, conectado por um lado ao computador e, por outro lado ao sistema de tração e de direção do veículo. computador Sistema eletrônico de controle Sistema de aquisição de imagens Sistema de tração Figura 1 - Sistema envolvido para o modelo. A câmera utilizada no estudo é o modelo Sender nº XC10A, uma câmera de vídeo wireless que trabalha com imagens coloridas a uma freqüência de 2,46 GHz. A tensão de trabalho é de 12 V e consome 200 mA de corrente. O sistema eletrônico de recepção de sinal é montado em um veículo controlado remotamente por um computador. Figura 2 - Vista do veículo usado nos ensaios. A estrutura do modelo matemático desenvolvido para o controle do veículo consta das seguintes etapas: Dados do sistema Aquisição da imagem Leitura de pixel Sistema de controle bang-bang Figura 3 - Diagrama de blocos do sistema do veículo. No primeiro bloco são fornecidas as informações dinâmicas do veículo e de controle do sistema. No segundo bloco é realizada a programação para a aquisição de imagens. No terceiro bloco é feito o processamento de imagem para o reconhecimento da imagem dos lasers, a contagem dos pixels em relação à imagem central da câmera, a identificação de descontinuidade e a identificação de obstáculos. No último bloco é traçada uma estratégia de fuga pelas bordas usando o controle bang-bang e o envio deste sinal ao sistema de tração do veículo. 3. MODELO DE AQUISIÇÃO DE IMAGENS E IDENTIFICAÇÃO DE OBSTÁCULOS O sistema de aquisição de imagens é composto das seguintes partes: O primeiro bloco identifica o tipo de câmera que está sendo utilizado e ativa a câmera através do comando “videoinput”. O segundo bloco através do comando “getsnapshot” obtém uma imagem da câmera. O terceiro bloco converte a imagem para tons de cinza, com o intuito de processar a imagem com o menor esforço computacional. O quarto bloco filtra a imagem. Em uma primeira etapa utiliza o filtro da mediana e, em seguida realiza um aplica um limiar 3 x 3. Posteriormente é feito uma eliminação de pequenos pixels agrupados (30) e o preenchimento de pequenos vazios da imagem. No último bloco, a imagem é convertida para o formato binário e é feita a identificação dos contornos, através do comando “boundary”. Identificação da câmera fotografia Altera para tons de cinza filtro Detecta e desenha contornos Figura 4. Parte principal do sistema de aquisição de imagens. A seqüência de imagens durante o processamento de imagens pode ser vista na figura 5. Figura 5. Etapas do processamento da imagem. À esquerda conversão para tons de cinza, a direita, processo de conversão para binário e à direita a detecção e preenchimento do contorno. Ao centro marca do centro da câmera. Neste processamento, nota-se da Figura 5, à direita que tons de cinza indicam obstáculos enquanto tons azulados indicam vãos. Tons de cinza possuem os valores RGB (128;128;128) enquanto os tons azuis têm os valores (0;255;255). 4. MODELO MATEMÁTICO DE ESTRATÉGIA DE ROTA DE FUGA E DE CONTROLE BANG-BANG Uma vez feita a aquisição de imagens e o seu processamento, é possível para o sistema identificar a distância em relação ao obstáculo e elaborar uma estratégia para contornar o obstáculo. Para isto o sistema requer o uso de 2 lasers instalados ao lado da câmera e a distância em pixels da marca dos lasers em relação ao centro da câmera e a distância do veículo ao obstáculo é obtida por meio da técnica de triangulação. No entanto a imagem do laser, obtida pela câmera em geral não é puntiforme, mas trata-se de uma mancha. Neste caso é necessário encontrar o centro geométrico da figura. Desta forma aplica-se um filtro limiar de cor nas imagens dos lasers (i=1,2) de forma que para cada um há uma quantidade ni de pixels válidos representativos da imagem do laser. Para determinar o centro ri , usa-se a expressão ni ∑r ri = j =1 ji ni (1) onde ri é o valor da coordenada (x ou y) do pixel representativo do i-ésimo laser. Além disto, inerente as características da câmera é necessário corrigir a imagem devido ao efeito barril. Desta forma o fluxograma das etapas de programação é vista na figura 6: Centro geométrico dos lasers Correção efeito barril Medição das distâncias Controle bang bang Figura 6. Controle da dinâmica do veículo. Em seguida, ajusta-se a imagem eliminando a distorção gerada pelo efeito barril. Isto é feito regulando a câmera. Finalmente a distância do veículo ao obstáculo é obtida por meio da distância do centróide do laser ao centro da tela da câmera di = ( xc − xi )2 + ( yc − yi )2 (2) onde (xc,yc) são as coordenadas do centro da tela da câmera. Para determinar a relação entre di e a distância Di do laser ao obstáculo, inicialmente é feito uma calibragem para diversas posições e é aplicado o método dos mínimos quadrados para o ajuste. Em geral esta relação não é linear (KANRRAS 2006; HANAI 2003). Se o valor do pixel do centro da tela for menor que 200, o sistema identifica como sendo obstáculo. Caso contrário o sistema entende que é um vão e prossegue o caminho. Para o caso onde o sistema entende que há um obstáculo a frente, o sistema efetua a mensuração de distância, como já discutido anteriormente. Esta informação é encaminhada ao bloco do sistema de controle bang-bang, que se baseia nos valores de distância e velocidade do veículo. Como o sistema gera “frames”, a velocidade é obtida pela razão da diferença de distâncias obtidas em dois “frames” consecutivos e o tempo obtido no “clock” do computador. O impulso do carro é feito através das rodas. A princípio, a equação de movimento do veículo é determinado pela equação &= F mx& (3) O valor da força motora é F se a soma do valor da posição e da velocidade for negativa e –F se for o contrário. Uma vez que este sistema de controle demora um tempo razoável para convergir, adiciona-se um controle de forma que o sistema de controle interrompe o controle de posição quando a soma dos módulos de posição e velocidade for menor ou igual a um certo valor, por exemplo 0.05 x + x&≤ 0.05 (4) Uma vez atingido a distância de referência, o sistema pára de se mover e em função dos valores da matriz da imagem, identifica o valor de pixel = 255. Caso encontre o pixel com este valor, é feito uma comparação de suas coordenadas com a coordenada do centro da tela. Se o valor for menor, é dada instrução ao veículo para se mover à esquerda. Caso contrário o veículo se move para a direita. O movimento se dá de forma que o centro da tela se posicione no centróide dos pixels com o valor 255. Em seguida o veículo prossegue o seu movimento. 5. DESCRIÇÃO DO ENSAIO O sistema foi implantado em um computador Pentium. O sinal adquirido pela câmera “wireless” é transmitido para o computador, que processa a imagem. Uma vez que é feito a identificação dos obstáculos, o programa identifica o caminho de fuga e transmite o sinal para a porta paralela e que, por meio de fios, é enviado o sinal para o motor e o controle de direção do carro. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O programa foi escrito no aplicativo MATLAB, que interpreta os comandos e, desta forma, não trabalha em tempo real, o que pode gerar problemas, tais como lentidão de respostas, processamento paralelos, ou mesmo quando o aplicativo deixa de ser prioritário no sistema operacional WINDOWS. Além do mais, o controle bang-bang não é o controle mais indicado para submersíveis, que são sistemas complexos e requerem um controle robusto. Torna-se interessante assim estudar o comportamento deste sistema para o controlador PID. Cabe ressaltar que em fluidos, a absorção da luz do laser depende exponencialmente do valor do comprimento de onda. No entanto, a proposta deste trabalho foi elaborar um programa para reconhecer obstáculos e propor uma estratégia simples para contorná-los. BIBLIOGRAFIA HANAI, A. , CHOI, S.K., YUH, J., A New Approach to a Laser Ranger for Underwater Robots. Proceedings of the 2003 IEEE/RSJ. Int. Conference on intelligent Robots and Systems - Las Vegas, Nevada. October 2003. pp824-829. KARRAS, George C., PANAGOU, Dimitra J. and KYRIAKOPOULOS, Kostas J.. Targetreferenced Localization of an Underwater Vehicle using a Laser-based Vision System. IEEE, 2006. KONDO, Hayato and URA, Tamaki, Navigation of an AUV for investigation of underwater structures. Control Engineering Practice 12, (2004). Pp. 1551-1559. WHITCOMB, Louis, YOERGER, Dana, SINGH, Hanumant, and HOWLAND Jonathan, Advances in Underwater Robot Vehicles for Deep Ocean Exploration: Navigation, Control, and Survey Operations. Robotics Research 9: Proceedings of the Ninth International Symposium of Robotics Research (ISRR’99) 1999. Snowbird, Utah, USA.pp.1-9. AUTORES: Antonio Eduardo Assis Amorim, Professor e Diretor da Faculdade de Tecnologia de Jahu, doutor em Física Nuclear, Pós-Doutor em Engenharia da Produção, pesquisador na área naval (submersíveis), assessor ad-hoc da Fapesp. Isac Medeiros Rosa, Aluno de graduação do Curso Superior de Tecnologia em Construção e Manutenção de Sistemas de Navegação Fluvial da Faculdade de Tecnologia de Jahu/CEETEPS Alex de Almeida Prado, Auxiliar docente do Curso de Navegação Fluvial da Faculdade de Tecnologia de Jahu/CEETEPS
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