A imagem embaçada de um lugar em chamas apareceu. Com isso

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A imagem embaçada de um lugar em chamas apareceu. Com isso
A imagem embaçada de um lugar em chamas apareceu. Com isso, um choro de bebê e os
gritos desesperados de um homem.
Uma jovem acordou, assustada e suando, em seu quarto. Ela olhou pros dois lados do quarto,
respirando fortemente.
Era mais uma noite de pesadelos para a jovem Kira Koizumi. Desde que completou 16 anos,
por uma semana, aquele mesmo pesadelo não a deixava em paz.
Ela olhou ao redor de seu quarto: estava decorado com pôsteres de henshin heroes e super
sentais, além de ter bonecos de pelúcia dos seus herois favoritos espalhados pelo quarto.
“Kira?” Ela ouviu uma voz vinda da porta. Seu irmão mais velho entrou, preocupado. “Kira, tudo
bem aí?”
Kira olhou pra ele, esfregando os olhos e colocando seus óculos.
“Já sei… outro pesadelo, não é?” Ele concluiu.
"Outro pesadelo, Kichiro... já faz uma semana..." Kira lamentou. “Não entendo porquê...”
“Puxa, uma semana é dureza. Será que é essa cama?”
Kira levantou os ombros, com pouca certeza.
****
No dia seguinte, mesmo cansada, Kira dirigiu-se à escola. De repente, uma bicicleta passou
raspando por ela. A bike parou, e Sora, a melhor amiga de Kira desceu dela e tirou seu
capacete.
“Devia moderar essa velocidade. Qualquer dia você tromba num poste, aí não quero nem ver.”
Kira falou.
“Ah, você sabe que eu adoro andar na minha Rider Bike.” Sora apontou para sua bike: estava
cheia de símbolos de Kamen Riders da era Showa.
“Ai, você e essa mania de Kamen Rider. Seu quarto é Rider, sua bike é Rider… até seu
capacete é Rider!” Kira apontou para o capacete, reconhecendo um dos símbolos como o do
Kamen Rider 1.
“E ele é novinho. Você sabe que aqui na cidade, eu sou a maior fã de Kamen Rider.” Sora
falou. “Acabei de voltar da loja onde peguei o capacete e pintei o símbolo do Rider Amazon no
guidão da Bike.” Ela apontou pra um símbolo na bike. “Ei… que cara é essa?” Sora notou o
olhar cansado de Kira.
Kira bocejou. “Uma semana de noites mal-dormidas faz isso.”
“Esses pesadelos de novo?”
“Sim. Ainda não entendo porquê ele ficam aparecendo.” Sora abaixou o descanso de sua bike
e seguiu Kira até a entrada.
“Já vi coisas assim em filmes. Sonhos repetidos assim dão margem para fenômenos estranhos,
como uma espécie de premonição do futuro ou aviso de alguma grande mudança.” Sora
pensou.
“Será que tem algo a ver com meu aniversário? Foi há exatamente uma semana.” Kira
teorizava, até que trombou com alguém: uma menina estranha que ele nunca tinha visto antes.
“Ai, desculpa! Você está bem?”
A garota se levantou e olhou para ela seriamente, a agarrando pelo pulso.
“Ei!”
“Ei, pára!” Sora tentou defender sua amiga.
Kira sentiu então suas mãos formigando. “Que que é isso?” Ela pensou. Ela tentou se soltar.
“Ai, para com isso! Tá me machucando!!” Kira gritou, empurrando com sua outra mão a garota,
e atirando uma poderosa descarga elétrica, o que a surpreendeu.
“D-desde quando você faz isso?” Sora perguntou.
“A-acho que desde… agora...” Kira tremeu um pouco, vendo algumas faíscas saírem de suas
mãos. Então, ela olhou pra garota.
A imagem dela estava… dando tilt? Era um holograma, ou algo parecido. Então, a verdadeira
forma da garota se revelou: era um ser estranho de cor preta que parecia um réptil humanóide
de armadura.
As pessoas que observavam ao redor gritaram de pânico, quando o ser removeu a parte da
frente de seu capacete, revelando seus dentes.
Assustada com a situação, Kira fugiu seguida por Sora e pelas outras crianças. Outras crinças
se aproximaram, e seus hologramas também se dissolveram.
"Encontramos ela." O ser avisou, por meio de um comunicador.
****
Sora e Kira pararam pra descansar na esquina, respirando fortemente.
“O que era aquela coisa?!” Sora exasperou.
“Sei lá. Nunca vi bicho mais feio!” Kira falou. “E isso é só uma das minhas questões.” Ela olhos
pras suas mãos.
“Tem razão.” Sora falou. “Você nunca me disse que conseguia fazer aquilo.”
“Eu não sabia também.” Kira disse.
“Mas eu sabia.” As duas ouviram a voz de Kichiro. Olhando pra trás, elas viram Kichiro
andando em direção à elas. “Eu sei o que é aquele bicho.”
***
Em casa, Kira e Sora questionavam a mae de Kira e Kichiro a respeito da situação.
“Então… eu sou adotada?”
“Acho que ia acabar sabendo um dia...” A sra. Koizumi falou. “Um daqueles… seres… foi quem
matou meu marido anos atrás.”
“Mas como sabem sobre eles? Se sabem, devem saber porque eu...”
“Essa fita VHS estava no cesto onde achamos você.” Kichiro mostrou um VHS. “Tinha uma
mensagem com ela. Dizia para proteger você a qualquer custo.”
Kichiro colocou a fita pra tocar, enquanto Sora se empanturrava de Doritos sabor queijo nacho
e molho de cheddar.
A imagem de um homem apareceu. “Olá, Gamma.”
“Gamma?” Kira perguntou-se.
“Sou o Dr. Antunes. Se você estiver vendo essa fita, já deve ter tomado conhecimento de sua
habilidade. Eu darei todas as explicações que você quer aqui.
Para isso, temos que voltar algum tempo atrás… quando eu estava trabalhando nos projetos
de uma organização. Nossa missão era detectar qualquer atividade provinda do espaço sideral.
Recentemente, descobrimos atividade no ex-nono planeta do nosso sistema solar, Plutão. Não
sabíamos o que poderia ser.
Só viemos a descobrir quem eram os Raptors mais tarde… e a custo de muitas vidas perdidas
durante uma invasão. Especialmente… a vida da minha filha Amber.”
Fiquei desolado pela perda. Achei que não teria mais razão pra seguir em frente. Isso até
descobrirmos uma das naves dos seres e mandarmos nossos insetos-robôs para espionar e
absorver dados dos computadores.
Descobrimos coisas muito importantes sobre os seres. Vindos de Plutão, os Raptors são seres
reptilianos, com baixa tolerância ao calor. Mas ao que parece, eles possuem algum sistema de
proteção contra o calor do planeta que ainda desconhecemos.
Mas eu achei algo mais valioso: informações importantes para mais avanços na
nanotecnologia.
Isso me incentivou a criar um projeto de ser tecnorgânico: um ser que poderia crescer e
desenvolver-se como um ser humano normal, que tivesse contido em si nanobôs para defesa
pessoal. Para isso, usei além da nanotecnologia o pouco de DNA da Amber contido em alguns
fios de cabelo.
No sistema de defesa, programei também uma forma de alterar a aparência para
aprimoramento de habilidades.
Primeiro veio o projeto Alpha. Infelizmente, só parte de seu corpo foi construída; faltaram
partes. O projeto Beta tinha tudo pra funcionar, mas o azar de uma falta de energia acabou
vindo.
E finalmente, o triunfo: o projeto Gama funcionou. Dessa vez projetada em escala menor, na
forma de um recém-nascido.
O sucesso do projeto foi comemorado não só por mim, mas pelos meus superiores também.
Eles comemoravam o fato da nanotecnologia poder ser aproveitada… mas eu comemorei o
retorno da minha filha.
Infelizmente, nossa alegria durou pouco tempo. Os Raptors acabaram descobrindo um dos
nossos insetos-robôs e encontraram e destruíram meu laboratório.
Eu estou gravando essa fita numa sala secreta da organização. E acabei de deixar sua cadeia
de nanobôs em estado de dormência, até você atingir a maturidade. Eu diria seus 15 ou 16
anos.
Kira observava o homem. Sentiu que de alguma forma, ela devia confiar nas palavras dele.
“Eu queria não ter que te deixar, filha. Mas as circunstâncias são perigosas agora. Prefiro
que você sobreviva e encontre um bom lar. Mas espero vê-la de novo um dia. Sei que te
reconhecerei de alguma forma. Eu te amo, minha pequena Gamma.”
Quando o filme acabou, Kira ficou ainda mais surpresa. Tudo aquilo tinha acontecido e ela não
sabia de nada?
“Você deve estar chateada, filha, mas entenda que eu tive razões para esconder isso de você.”
A mãe de Kira tentou se defender.
“Não… eu entendi.” Kira acalmou-a. “E vocês disseram… que um desses… Raptors… foi quem
matou o papai?”
“Sim.” Kichiro confirmou. “Foi justamente na época em que estávamos nos mudando para uma
casa nova.”
Era uma casinha modesta, perto de um rio. Estava brincando no quintal, enquanto papai
e mamãe levavam as últimas caixas da mudança, até que ouvi um choro e vi algo sendo
carregado pela água.
Meus pais me ajudaram a tirar o cesto da água, e nós vimos… bem, você lá dentro.
“Um bebê… mas o que estaria fazendo aqui nesse cesto?”
Do momento em que te vimos, e especialmente após ver a fita, soubemos que devíamos te
proteger. Te chamamos de Kira e a acolhemos em nosso lar.
Quanto ao papai… bom, uma noite, estávamos voltando das compras na cidade, quando então
uma pessoa muito estranha nos abordou.
Pudemos ver que ele queria você, então papai tentou te defender.
“Fujam! E projetam nosso bebê!”
Nós fugimos, muito assustados. Sabíamos que aquele senhor era más notícias.
Papai não voltou. Então, decidimos voltar e ver o que tinha acontecido… mas o que vimos? Um
cadáver. Apenas um cadáver.
“Depois disso, nos mudamos para a cidade, mas ainda mantemos a casa como um possível
refúgio.” Kichiro terminou de contar.
Depois de algum tempo, Kira se levantou. “Temos que ir atrás daquele bicho!” Ela decidiu.
“O quê?”
“Acho que se pegarmos aquele Raptor, ele nos dará mais pistas. Tem que ter mais nesses
seres do que o Dr. Antunes descobriu. Por isso, vamos atrás dele!” Kira explicou, um pouco
agitada.
“Guenta aí, mocinha. Antes de tudo… temos que dar um jeito de controlar os seus… bem...”
Sora interviu.
Kira olhou pras suas mãos. Estavam formigando e emitindo faíscas de novo.
****
Enquanto isso, em algum lugar escuro, o ser que atacou a escola se ajoelhou em frente á
alguém: uma mulher de forma humana, com uma roupa escamosa e verde escura.
“Rainha Reptilia… achamos o projeto sobrevivente.” Ele disse. “É uma garota, e foi capaz de
destruir meu modo holográfico.”
“Então uma das invenções daquele verme sobreviveu... se ela conseguiu destruir seu modo
holográfico, deve ser muito poderosa. Ouviu isso, não é, Antunes?” A rainha olhou para o
calabouço.
O Dr. observou a rainha.
“Se é mesmo a minha invenção.... ou melhor, minha filha… foi construída com a sua
nanotecnologia. Sei que ela vai fazer sua raça em pedacinhos.”
“Calado!” Um Raptor de armadura maior ameaçou. “Nenhuma raça é mais poderosa que a dos
Raptors.”
“Calma, Comandante Tiberius.” Reptilia ordenou. “Felizmente, nesse tempo que passamos
no subterrâneos dessa cidadezinha, deu pra tirar algo desse verme. Ele fez outras invenções
antes desse… projeto Gamma.” Ela posicionou o cetro pela janela da cela. “E uma vez que nós
os encontremos, você vai fazê-los funcionar de novo.” Dr. Antunes engoliu em seco.
“Com a força desses androides, colocaremos o mundo na noite eterna e ergueremos a
bandeira da vitória para a raça Raptor!” Reptilia levantou o cetro, triunfante, e sendo aplaudida
pelos seus súditos.
Continua...

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