“Um crente morninho”,“Minha pequena luz”,“Um Pai amoroso e gentil”

Transcrição

“Um crente morninho”,“Minha pequena luz”,“Um Pai amoroso e gentil”
“A presença de Deus”
Eu havia passado a manhã inteira com meus pais numa consulta médica. Estávamos radiantes, pois o diagnóstico do médico para o meu pai fora excelente. Aproveitamos a
oportunidade para almoçar juntos e desfrutar daqueles momentos de alegria. Meu pai já
havia terminado sua refeição e começou a contar-me o testemunho de conversão de um
grande amigo seu. Eu intercalava a troca de olhares com ele e com o prato de comida.
De repente, enquanto cortava minha carne, percebi que ele parou de falar. Quando o olhei novamente, ele estava com as mãos juntas como quem faz uma prece e de cabeça
baixa. Estranhei. Achei que ele estava passando mal ou coisa parecida. Porém, quando
olhei minha mãe com um olhar questionador, ela estava sorrindo e com um ar diferente.
Meu pai levantou os olhos e, cheio de lágrimas, concluiu a história da conversão de seu
amigo.
Não há nada de errado com aqueles que almejam as experiências de nossos pais na fé,
que viam anjos, ouviam a voz de Deus em alto e bom som ou eram testemunhas oculares
de sinais e maravilhas. Contudo, creio que Deus dá um desafio à essa geração: perceber
Sua presença como uma brisa suave. “O vento sopra onde quer – disse Jesus a Nicodemos – você o escuta, mas não pode dizer de onde vem nem para onde vai.” (Jo. 3.8). Até
começar uma ventania, você realmente esquece que o ar está por ali, em todo lugar. É
essencial para a vida, mas quase sempre ignoramos sua presença.
Esse é o desafio! O Espírito Santo não vem nos visitar (embora muita gente, inocentemente, peça isso em oração). O Espírito de Deus habita em nós. Sua manifestação por
vezes é avassaladora. Deixa-nos sem forças, num êxtase maravilhoso que transcende o
entendimento. Mas essa percepção é ululante! O desafio é perceber Sua sutilidade e delicadeza como a brisa.
Talvez, neste exato momento, você esteja inquieto, esperando uma resposta de Deus e, mesmo sem querer, tenha preconcebido seu momento de glória em que um profeta lhe dá
vislumbres do futuro ou um anjo lhe aparece em sonhos.
Quem sabe você já abriu sua Bíblia diversas vezes, aleatoriamente, esperando um versículo mágico que lhe traga paz.
Enfim, pode até ser que algo assim lhe aconteça, porém, minha oração é que a graça do
Senhor invada sua alma de tal forma, que a paz que excede todo o entendimento seja a
sua resposta de oração. Que o objetivo de nossas orações não seja chegar a algum destino, mas deleitar-se com a viagem.
“Deleite-se no Senhor, e Ele atenderá aos desejos do seu coração.” Salmo 37.4
No amor do Pai,
Roger
“Cadê a graça da graça?”
Era para ser apenas mais um almoço entre colegas de trabalho, mas o Anderson me
disse: “Cara, eu admiro sua postura. Você tem a sua fé, mas não fica nos julgando, nem
condenando. Não suporto esses caras que querem me converter à força. Que ficam
dizendo que eu vou pro inferno…” Infelizmente, meu amigo teve contato com o pior
evangelismo que pode existir: aquele que julga, condena e convida para uma religião
que “dá certo”.
Não! Esse não é o evangelho da graça. Esse é um outro evangelho. Esse é o que te motiva a fugir do inferno, e não a caminhar para o Céu. Esse é o que te explica como o diabo
trabalha, e não como Jesus nos ama. Esse é o que não suporta as diferenças, não o que
abraça o esquisito. Quer saber? Esse é o evangelho chato! Imaginar 12 meninos reunidos dia e noite sem a “zueira” peculiar dos acampamentos de verão é coisa de gente ingênua. Olhar para alguém que se comparou ao noivo (o cara mais risonho da festa) e
imaginá-lo sisudo e isolado é coisa de quem realmente não conhece Jesus. Afinal, alguém que diz pra gente tirar a trave do olho antes de reparar no cisco do outro, só pode
ter um senso de humor sensacional.
Jesus foi amigo de gente como a gente. Mentirosos, trapaceiros, enrolados, ladrões, “primas”… Se alguém tinha a capacidade de atrair gente complicada, esse alguém era Jesus. A essa atração irresistível chamamos de graça. Sim! Jesus era cheio de graça. Vivia
curando quem não merecia. Vivia perdoando quem merecia morrer. Vivia libertando
quem merecia correntes. Jesus vivia… Me parece que é isso que nos falta: viver a vida
que Jesus viveu. Não apenas aquela de santidade, mas aquela que trazia vinho para a
festa quando todo mundo o chamava de bebum. Aquela que antes de se preocupar com
grandes realizações, chamava pro peixe na brasa. Aquela que não condenava a falta de
fé, mas gentilmente dizia: “Ei, se você não acredita, pode tocar a ferida”.
A verdade é que, um dia, todos daremos contas a Deus do
que fizemos, dissemos ou deixamos de dizer. A verdade é
que existe, sim, um inferno e um adversário esperando os inimigos da cruz de Cristo. A verdade é que todos precisam escolher um lado, porque o muro é mesmo do Capiroto. Mas a
verdade mais contundente de todas é que JESUS nos ama e
nos prova seu amor a cada dia. Retribuir esse amor é opcional. Ser amado, não. Mesmo que você não retribua, ELE continua te amando.
Onde está escrita essa verdade? Em mim. Fique à vontade para ler-me todos os dias. E
se alguma página estiver rasurada, não ligue, ELE ainda está escrevendo.
“Não adianta vender o sofá”
Dificilmente frequento a piscina do condomínio. Mas, dia desses, tomando sol, notei que
tiraram o bebedouro. Perguntei a um vizinho o porquê, e ele respondeu: “Cara, disseram que as crianças estavam fazendo bagunça com a água gelada. Aí, por conta disso,
ninguém bebe mais”. O cara deu uma pausa como quem reflete, e completou: “…é como
se você pegasse sua mulher te traindo no sofá de casa e vendesse o sofá pra ela não fazer mais isso.” É… a sabedoria popular ainda explica muita coisa. rs
Mas esqueça o sofá. O assunto aqui é outro! É que vez ou outra aparecem pregadores
ou gente que adora um discurso bonito condenando as redes sociais. E claro, o Facebook, por ser a mais popular das redes, é sempre a mais associada ao Capiroto. Mas
será que o problema é realmente o Facebook? Será que Mark Zuckerberg é realmente o
enviado do Tinhoso? Foi assim com a televisão, foi assim com o telefone, foi assim com a
web-cam e sempre será assim. O crente legalista sempre vai jogar a culpa em um intermediário. É como ver a Eva deixando o Jardim e praguejando: “Maldita maçã!”
O Facebook não é do diabo. É do Mark! A não ser que ele venda sua parte ao Pé Preto.
O mais impressionante é perceber como a rede reflete exatamente o que as pessoas são
na vida real. As mesmas pessoas que causam intrigas na igreja são as que aparecem por
aqui postando: “Podem me julgar, mas quem sabe da minha vida é Deus”, “Odeio indiretas no Facebook”, “Vão ter que aplaudir minha vitória de pé” e mais um monte de baboseiras gospel só pra causar. Isso para não falar nas fotinhos sensuais e nos palavrões.
“Ah, mas se você não estivesse no Facebook estaria orando
ou lendo a Bíblia.”
Amigo, quem ora já tem a sua hora reservada de oração.
Quem gosta de ler a Palavra já tem seu momento de estudo
agendado. Por outro lado, quem não ora e não lê, não faz isso nem com todo o tempo do mundo sobrando. Facebook é a
terceirização da culpa de muita gente.
Enfim… moral da história? Não importa onde estejam, no real ou no virtual, os falsos
sempre vão “curtir” seu jantar com amigos ou “compartilhar” a sua vida. O bom é que
cedo ou tarde a verdade vem à tona. E como tudo que se espalha na rede, vai ser difícil
deletar.
Roger