ecologia e conservação - Museu Paraense Emílio Goeldi

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ecologia e conservação - Museu Paraense Emílio Goeldi
dminSESSÃO: ECOLOGIA E SISTEMÁTICA
01 - Relationship between drosophilid (Insecta, Diptera) distribution and
microclimate in a gallery forest of the Brazilian savanna
Francisco Roque; Rosana Tidon
Universidade de Brasília
Microclimate is a component of the environmental heterogeneity that affects
the spatial and temporal distribution of the organisms. However, the importance of
this factor varies across different taxonomic groups, locations, environments and
seasons. In the Brazilian savanna, one heterogeneous and seasonal environment,
drosophilid assemblages vary in space and time, but the causes of these fluctuations
are unknown. Thus, we studied the importance of the microclimate on the spatial and
temporal distribution of drosophilids associated to a gallery forest of this biome
aiming to understand the role of such factor on the structuring of these insect
assemblages. We made monthly drosophilid collections between February and
October 2008 in a gallery forest of the IBGE Ecological Reserve, Federal District. In
each sampling, we exposed 30 drosophilid retention traps containing fermented
banana baits. We distributed and kept such traps for three consecutive days
throughout 10 vertical transects (0 m, 4 m and 8 m height) randomly distributed
among areas of edge, transition between edge and river and river of this forest. After
the identification of captured flies, we established the species richness and the
abundance of Neotropical (NEO) and exotic (EXO) drosophilids. Microclimate
measures (temperature (°C) and relative humidity (%)) were taken locally with one
thermohygrometer. The relationship between the observed variables was tested by
simple linear regression. We collected 61 drosophilid species representatives of
Amiota, Drosophila, Neotanygastrella, Rhinoleucophenga, Scaptodrosophila,
Zaprionus and Zygothrica, and two taxa of this family whose generic identification
was not possible. The richness, EXO and NEO varied over time, areas (edge,
transition and river) and heights (0 m, 4 m and 8 m) of the forest. Species richness
was higher in April, in the edge and transition areas, at 8 m hight. NEO was higher in
April, in the transition area at the ground level, and EXO in typical months of the dry
season, at 8 m hight of all areas, meanly of the edge. The microclimate varied over
time and space, and the most extreme conditions of humidity and temperature were
recorded in dry season months always at 8 m height of all areas. But, these variations
do not explain even 10% of the fluctuations in the flies richness and abundance. Thus,
we concluded that the spatial and temporal structuration of these drosophilid
assemblages is little related to the microclimatic parameters of this environment.
Nevertheless, the microclimate may indirectly have contributed to the observed
pattern, because this factor acts directly on several plant processes, such as production
and foliage distribution and resources for feeding and breeding of the flies. Finally, it
is reasonable to assume that the structuring of these assemblage be a reflection of the
interaction of many factors and not just of the abiotics.
Financial Support: CAPES, CNPq and FINATEC.
02 - Microclima, Estrutura do habitat e Comunidade de drosofilídeos.
Rosângela Amador; Marlucia Martins
Museu Paraense Emílio Goeldi –MPEG
A distribuição de Drosophilidae associadas a frutos foi testada em dois estratos
da vegetação e três perfis topográficos, relacionando a riqueza e abundância das
espécies aos dados micrometeorologicos (temperatura, umidade relativa do ar e
precipitação) e de estrutura do habitat (abertura de dossel e densidade do sub-bosque)
obtidos nos pontos de coleta. As coletas foram realizadas em março e junho de 2010
na Floresta Nacional de Caxiuanã. Foram identificados 49.139 indivíduos,
distribuídos em 29 espécies sendo duas morfoespécies, Drosophila B09007 e
Drosophila AC10001. Apesar do ano de 2010 ter correspondido ao do fenômeno
climático La Niña, que influencia principalmente regimes de chuvas e de temperatura
nas regiões norte e nordeste do Brasil e que também pode alterar percentuais de
umidade relativa do ar, devido a um resfriamento não usual nas águas do oceano
pacífico, em nenhum dos meses estudados a temperatura se comportou de maneira
atípica. Comparando os valores médios de temperatura entre as diferentes alturas e
perfil topográfico foi verificado que não houve diferenças significativas para essa
variável nas diferentes dimensões amostradas. A umidade relativa do ar variou
significativamente entre os diferentes perfis topográficos e altura. O estrato inferior
apresentou valores médios de umidade mais elevados que o estrato superior da
floresta e o perfil topográfico baixio foi mais úmido que o os demais, possivelmente
pela proximidade dos igarapés que cortam as trilhas aumentando os percentuais de
umidade. O perfil topográfico baixio apresenta maiores índices de densidade de subbosque seguidos do perfil intermediário e platô. Já os valores de abertura de dossel
não variaram entre os ambientes, assim como a precipitação pluviométrica acumulada
que não apresentou variação significativa entre os meses amostrados. As espécies
foram seletivas na ocupação de ambientes, sendo o componente vertical mais evidente
que os perfis topográficos. A espécie mais abundante foi D. sturtevanti (grupo
Saltans) que ocupou o estrato superior da floresta, seguida de D. fulvimacula (grupo
Repleta) que não apresentou variação na ocupação dos ambientes e D. willistoni
(subgrupo willistoni) capturada abundantemente a 1 metro do solo. As espécies mais
comuns no estrato inferior responderam negativamente a valores altos de precipitação,
temperatura e abertura de dossel, enquanto que as espécies mais comuns a 20 metros
do solo são menos sensíveis a esses fatores. As condições abióticas da floresta
influenciaram a distribuição das espécies e contribuíram efetivamente com
estruturação dessas comunidades. Efeitos globais que atuem sobre a estrutura da
floresta e a constituição do microclima podem alterar a distribuição e sobrevivência
dessas espécies no ambiente. APOIO: Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico – CNPq; Projeto Cenários - Biodiversidade e Clima;
Programa de Biodiversidade da Amazônia (PPBio)
03 - Abundância e riqueza de Drosophilidae (Diptera) em Floresta Tropical.
Rosângela Amador; Marlucia Martins
Museu Paraense Emílio Goeldi-MPEG
As espécies vivem em uma complexa rede de interações que podem explicar o
comportamento e a estrutura de uma comunidade natural no espaço e no tempo. A
distribuição das espécies da família Drosophilidae associadas a frutos, foi testada para
duas dimensões da floresta: estratos da vegetação e perfis topográficos. As coletas
foram realizadas em março e junho de 2010 no sítio do Programa de Pesquisa em
Biodiversidade da Amazônia (PPBio) na Floresta Nacional de Caxiuanã. A captura
dos insetos foi realizada com a utilização de armadilhas com isca de banana
fermentada em porções de 100g. Foram identificados 49.139 indivíduos da família
Drosophilidae, distribuídos em 29 espécies sendo duas morfoespécies: Drosophila
B09007 e Drosophila AC10001, a última em processo de descrição. As espécies mais
abundantes foram D. surtevanti, D. fulvimacula, D. willistoni, D. paulistorum e D.
malerkotliana. O padrão de distribuição geral das espécies e da maioria das frações de
habitat testadas seguiu o modelo log normal de abundância que caracteriza áreas mais
preservadas com comunidades interativas, relativamente ricas em espécies e com certa
homogeneidade na distribuição de abundância e é um indicativo de integridade
biológica e estabilidade dos ambientes naturais. O estrato inferior da floresta, a 1 m do
solo, apresentou riqueza estimada de 23 espécies e o estrato superior de 30 espécies.
A comparação entre as estimativas de riqueza pelo estimador Jackknife baseado nos
intervalos de confiança mostrou que essa diferença no número de espécies nos dois
estratos da vegetação amostrados foi significativa. Considerando os perfis
topográficos foi observado que o perfil intermediário apresentou a maior riqueza
estimada, com 30 espécies, seguida do baixio com 27 espécies e o platô com 20
espécies que pode ser traduzida pela proximidade de igarapés que cortam as trilhas
nas áreas de baixio e intermediário. Foi possível observar a contribuição de cada
fração do ambiente e o período das coletas para o aumento da riqueza total, com o
mês de junho na altura a 20 metros do solo e perfil intermediário apresentando a
maior riqueza estimada mostrando que diferentes ambientes podem influenciar na
estruturação da comunidade. APOIO: Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico – CNPq; Projeto Cenários - Biodiversidade e Clima;
Programa de Biodiversidade da Amazônia
04 - Estudo de diferenças na composição de uma assembléia de Drosophilidae
(Insecta; Diptera) com a mudança de altitude no Morro do Cambirela, PalhoçaSC, Brasil
Bombardelli, F., De Toni, D. C., Wildemann, B.
Laboratório de Drosophila, Universidade Federal de Santa Catarina. Contato:
[email protected]
Um meio de acompanhar a influência dos diferentes microhábitats restritos
espacialmente consiste na análise de uma comunidade ao longo de um transecto
vertical em uma montanha íngreme. Sabemos que ocorre, em média, uma queda de
1ºC para cada elevação de 100m em ar seco e 0,6º C no ar úmido, assim como
ocorrem também maior incidência de vento e geadas em áreas mais altas das
montanhas do Estado de Santa Catarina. Todos estes fatores têm correlação com a
distribuição de animais e vegetais, refletindo na composição biológica das
assembléias nos diferentes extratos de altitude. Poucos estudos buscam analisar a
influência destas variações em um táxon, dentro de um gradiente vertical, em uma
mesma montanha. Este estudo portanto é o pioneiro no litoral sul brasileiro, utilizando
drosofilídeos. Para tal foram realizadas coletas no Morro mais alto do litoral de Santa
Catarina (o Morro do Cambirela), que atinge 1.043 metros em seu cume, sendo um
dos maiores desníveis relativos do estado. Foram distribuídas 20 armadilhas em 3
pontos de diferentes altitudes, com intervalos verticais de aproximadamente 350
metros (150m – 500m – 850m), usando isca de banana e fermento biológico
(Saccharomyces cerevisiae), que foram mantidas em campo por 4 dias. Os indivíduos
coletados foram preliminarmente identificados e quantificados. No primeiro extrato
(150m) houve grande prevalência de indivíduos das espécies D. capricorni e D.
simulans (~70%). No extrato intermediário (500m), a abundância de espécies foi
menor, com dominância menos acentuada de D. capricorni e marcada por grande
queda na abundância relativa de D. simulans. No ponto mais alto (850m) a
abundância absoluta se manteve próxima à do ponto intermediário, com o
reaparecimento de grande quantidade de D. simulans (~ 40%). Outras espécies,
coletadas em menor densidade, nos diferentes gradientes altitudinais foram:
D.bandeirantorum, D. boraceia, D. busckii, D. carolinae, D. hydei, D. kikawai, D.
mediopicta, D. mediopunctata, D. mediosignata, D. ornatifrons, D. pallidipennis, D.
sturtevanti, D. willistoni, entre outras. A significância ecológica e evolutiva das
diferenças na composição específica das assembléias destes gradientes são discutidas
neste trabalho.
05 – Padrão aninhado na rede trófica de drosofilídeos e frutos do Cerrado
Henrique Valadão; Renata Alves da Mata; Rosana Tidon
Programa de Pós Graduação em Ecologia, UnB
A associação entre espécies de diferentes níveis tróficos sempre recebeu
atenção especial de pesquisadores, devido ao seu importante papel no entendimento
ecológico e evolutivo das comunidades. No Cerrado, os drosofilídeos utilizam
principalmente frutos como recurso de oviposição e alimentação larval. Entretanto, a
relação entre espécie-recurso ainda não é claramente entendida. O estudo das redes
tróficas pode nos dar valiosas pistas sobre a estabilidade das comunidades, propensão
a invasões por espécies exóticas e até indicar padrões na evolução de interações. O
objetivo deste estudo é descrever a topologia da rede trófica de drosofilídeos e frutos
do Cerrado, e extrair informações a respeito da estrutura dessa comunidade. Foram
coletados frutos caídos sobre o solo em quatro unidades de conservação do DF,
contemplando áreas de cerrado sentido restrito e de matas de galeria. As coletas,
mensais, foram realizadas em 16 pontos amostrais, ao longo de um ano. Em cada
coleta, dois coletores recolheram frutos simultaneamente, no mesmo ponto amostral,
durante duas horas. Os frutos foram separados individualmente, mantidos a 25°C, e os
adultos que emergiram foram removidos a cada dois dias e identificados. Para
determinar a estrutura da rede de interações, foi utilizado o programa Nestedness
Calculator, que determina a temperatura da rede (T, uma medida de aninhamento) e a
reorganiza para a visualização de aninhamento. Foram coletados 1956 frutos
pertencentes a 29 espécies vegetais. Estes frutos estavam colonizados por 3010
indivíduos de 20 espécies de drosofilídeos. As espécies mais abundantes foram
Drosophila nebulosa, Zapriounus indianus e D. wilistoni e os frutos mais coletados
foram Cariocar brasiliensis, Syagrus sp. e um fruto não identificado, encontrado em
áreas de mata. Foi encontrado um forte padrão aninhado (Tobs= 4,45°C, Tesp=35,7°C,
p<0,001), em que drosofilídeos especialistas tendem a compartilhar recursos com
várias espécies, enquanto que moscas generalistas usam recursos acessados por
poucas espécies. Neste estudo, as quatro espécies de drosofilídeos mais generalistas
foram D. nebulosa, Z. indianus, D. wilistoni e D. simulans. Todas elas são
amplamente distribuídas na Região neotropical e duas são exóticas, indicando um alto
potencial invasor destas espécies. Porém, a presença de espécies especialistas em
recursos compartilhados sugere que, mesmo com sobreposição de nicho alta nos
recursos, especialistas são mantidos. A maior parte das espécies especialistas foi
encontrada em frutos de apenas duas espécies vegetais, o pequi e um fruto não
identificado, as quais são os recursos com maior número de espécies de moscas. Desta
maneira, a rede trófica de drosofilídeos e fruto no Cerrado apresenta um padrão
aninhado com poucos os recursos realmente vitais para a comunidade, sendo que sua
remoção pode significar a extinção de várias espécies especialistas. Apoio: CAPES,
FAP-DF, UnB.
06 - Validação do status bioindicador de drosofilídeos em matas de galeria do
Cerrado
Sabrina Cassimiro Fonseca de Oliveira¹; Renata da Mata²,³; Rosana Tidon³
¹Doutoranda do PPG Biologia Animal, UNB; Bolsista do CNPq; ² Bolsista DTI-A,
CNPq;
³Departamento
de
Genética
e
Morfologia,
UNB.
Email:
[email protected]
Uma das etapas essenciais para o estabelecimento de organismos
bioindicadores é a validação, ou seja, a realização de reamostragens visando verificar
se o status indicador da espécie é estável em diferentes escalas temporais e espaciais.
Drosophila ornatifrons, Drosophila willistoni e Drosophila paraguayensis foram
apontadas como espécies bioindicadoras de preservação em matas de galeria do
Cerrado. Visando a validação dessas espécies, 10 coletas bimestrais foram realizadas
entre 2010 e 2011, em 12 matas de galeria do Distrito Federal, com diferentes graus
de perturbação (preservadas, perturbadas e degradadas). Em cada mata, cinco
armadilhas contendo iscas de banana fermentada foram dispostas a 1,5 m do solo e
distantes 10 m entre si. Das 66 espécies amostradas, somente 17 apresentaram o valor
mínimo de indivíduos para a avaliação pelo método do Valor Indicador (IndVal). D.
ornatifrons não atingiu este mínimo e foi excluída das análises. Nenhuma das 17
espécies analisadas obteve IndVal >70% para matas preservadas e degradadas. D.
willistoni apresentou IndVal=44% para matas preservadas e D. paraguayensis obteve
IndVal=79% para matas perturbadas. Na maioria dos estudos em que D. willistoni foi
considerada espécie indicadora de preservação, ela não foi identificada em nível
específico (não foi diferenciada das outras espécies crípticas do subgrupo willistoni).
Este fato certamente desvirtua as afirmações sobre seu status bioindicador, uma vez
que o IndVal de uma espécie críptica pode ser antagônico ao de outra. No presente
estudo, D. willistoni e D. paulistorum foram analisadas individualmente, mas
apresentaram valores indicadores similares e reduzidos para matas preservadas
(Indval=44% e 43%, respectivamente). Ambas foram bem amostradas em todas as
matas, sugerindo que elas são típicas de ambientes florestais, independente do grau de
perturbação. Em estudos anteriores, as matas de galeria do Cerrado foram
classificadas apenas como preservadas ou não preservadas, não tendo sido
considerado um grau intermediário de perturbação, como no presente estudo.
Consequentemente, é provável que D. paraguayensis tenha sido apontada como
espécie característica de preservação nesses estudos porque as matas perturbadas
foram agrupadas às matas preservadas. Diante dos resultados obtidos, D. willistoni
não pode ser validada como bioindicadora de preservação ambiental e um novo status
bioindicador está sendo proposto para D. paraguayensis, como espécie característica
de perturbação em matas de galeria do Cerrado. Apoio Financeiro: CNPq; FAP-DF;
UnB
07 – Efeito da mudança na paisagem sobre a estrutura de comunidadede
Drosophilidae em área agrícola na Amazônia brasileira
Furtado, I. S¹.; Soares, I².; Amador, R. B³.; Costa, J. C. E. ; Costa, A. L.; Praxedes, C.
B; Miranda, R. S.; Brasil, A. L.; Martins, M. B.
Museu Praense Emílio Goeldi, MPEG, PA
A partir da década de 60 a área total de terras cultivadas aumentou em mais de
20% no mundo em desenvolvimento. Agricultura é a maior ameaça de extinção para
as espécies silvestres, nos países em desenvolvimento. Devido a intensidade no uso da
terra, que vai mudando a paisagem florestal e influenciando na composição de
inúmeros taxóns, entre eles os drosofilideos. Estes insetos são diretamente afetados
pela variação da temperatura, umidade e luminosidade e isso pode ter efeito sobre a
ocorrência e abundância das espéceis em seu padrão de desenvolvimento, morfologia
e fisiologia. O conjunto de respostas das espécies às diferentes condições a que estão
submetidas reflete-se no padrão de riqueza especifica de cada local. O presente estudo
avaliou a riqueza de drosofilideos em diferentes sistemas de uso da terra, dentro da
Amazonia Brasileira no Estado do Pará, utilizando coletas padronizadas com
armadilhas suspensas contendo isca de banana, expostas por 48 horas em campo, em
135 pontos de coleta, distribuidos em 27 fazendas em três assentamentos agricolas na
região sudoete do estado do Pará: 9230 indivíduos machos foram analisados,
identificados em 70 espécies. A riqueza foi estimada em 75 espécies através do
estimador não paramétrico Jackknife de primeira ordem, utilizando o intervalo de
confiança de 95% para comparar os diferentes sistemas de uso da terra. Foi Observada
variação significativa na riqueza estimada entre as subjanelas, entre as fazendas e
entre os assentamentos com as maiores riquezas obtidas na subjanela BMBI, na
fazenda Dona Bela e o assentamento com maior riqueza foi Maçaranduba. Mostrando
que a atividade agroflorestal retém um maior número de organismos, proporcionando
assim um aumento na diversidade Beta.
08 - Flutuação populacional de drosofilídeos (Diptera) em área de floresta.
Ana Luisa Brasil de Carvalho1; Marlúcia Bonifácio Martins2
1 Centro Universitário do Estado do Pará; 2 Museu Paraense Emílio Goeldi
O estudo das comunidades tem buscado entender como se dá o agrupamento
distribuição das espécies e os fatores ambientais que as influenciam no contexto
espaço-temporal, produzindo os padrões emergentes que as caracterizam. Dentre os
organismos que vêm sendo estudados nestes aspectos estão os Drosophilidae (Diptera,
Insecta), que se apresentam como modelo biológico, devido à diversidade de hábitos e
habitats ocupados, utilizando como sítios de reprodução e criação uma grande
variedade de recursos que incluem matéria orgânica viva ou em decomposição. A
disponibilidade dos recursos e as variações destes no ambiente vão agir diretamente
sobre a distribuição e diversidade dos drosofilídeos, podendo determinar flutuações
tanto nas abundancias populacionais quanto na riqueza local de espécies. O objetivo
deste trabalho é testar se as populações de Drosofilídeos flutuam em abundância ao
longo do ano em área de floresta Amazônica e se estas flutuações estão
correlacionadas às variações meteorológicas e a disponibilidade de recursos. As
coletas de adultos foram feitas com armadilhas e pela emergencia recursos naturais
trazidos ao laboratório. As expedições quinzenais ocorreram de fevereriro de 2009 a
fevereiro de 2011, na Reserva do Mocambo, Belém, Pará. As 14 armadilhas utilizadas
foram dispostas em duas trilhas de 200m e uma de 160m , distantes 50m uma das
outras e permaneceram por um período de 48h. A coleta de recusos naturais (frutos
em decomposição) foi realizada nas mesmas trilhas em cada expedição. No total
foram identificados 15.422 drosofilídeos, distribuídos em 25 espécies, sendo que
14.269 provenientes das armadilhas e 1.153 emergidos dos frutos. Dos 283 frutos
coletados os que apresentaram maior número de emergentes foram de Parahancornia
amapa, Pouteria caimito e Anacardium giganteum. As espécies mais abundantes e
freqüentes, nas armadilhas e nas emergências, foram D.willistoni, D.tropicalis,
D.paulistorum, D.sturtevanti, D.malerkotliana. Os drosofilídeos foram mais
abundantes no período que se inicia no mês de novembro e se estende até abril.
Dentro deste período os meses de fevereiro de 2009 e janeiro de 2010 e 2011
apresentaram as maiores abundâncias e riquezas. Este período coincide com a maior
ocorrência de chuvas e a maior quantidade e riqueza de recursos disponíveis no solo.
09 - Dados preliminares de abundância de Zaprionus indianus (Diptera:
Drosophilidae) entre estações úmida e seca.
Cristiane Matavelli; Cláudio José Von Zuben
Programa de Pós Graduação em Ciências Biológicas – Zoologia; UNESP/SP
Desde seu primeiro registro no Brasil, Zaprionus indianus Gupta, 1970 vem
causando sérios danos à ficicultura brasileira, uma vez que suas fêmeas utilizam os
figos como sítios de alimentação e oviposição. No entanto, mesmo tendo se tornado
uma praga importante, poucos estudos sobre sua dinâmica foram desenvolvidos até o
momento. Atualmente, sabe-se que esta dinâmica sofre forte influência das condições
ambientais às quais os indivíduos estão submetidos, como temperatura ambiental,
umidade relativa e precipitação. Para verificar a influência dessas condições
ambientais na dinâmica de Z. indianus, armadilhas (N=40) foram colocadas em 8
figais da região de Valinhos (SP) durante o inicio da estação chuvosa (de setembro a
novembro de 2010) e o final da estação seca (de junho a agosto de 2011), a fim de se
quantificar a abundância desses indivíduos. Foram capturados um total de 4.462
indivíduos de Z. indianus distribuídos em: 2.780 durante a estação úmida (8 em
setembro, 105 em outubro e 2.667 em novembro) e 1.682 durante a estação seca
(1.529 em junho, 60 em julho, 93 em agosto). As médias para as estações úmida e
seca em relação à temperatura ambiental, umidade relativa e precipitação foram:
23,52oC e 19,75oC; 62,60% e 63,59%; 3,51mm e 0,88mm, respectivamente. Com
isso, pode-se verificar que com um aumento da temperatura ambiental e da
precipitação, houve também um aumento da abundância dessa espécie. Sabe-se que
em alguns drosofilídeos a temperatura ambiental é uma variável que provoca certas
alterações fisiológicas, capazes de influenciar seu comportamento e desenvolvimento.
Em Z. indianus tem sido observada uma certa sensibilidade ao frio, o qual provoca um
aumento no tempo de desenvolvimento dessa espécie. Assim, em épocas do ano na
quais a temperatura ambiental é mais amena, a abundância desses indivíduos tende a
diminuir. Com isso, esta variável pode ser uma das responsáveis pela diminuição da
abundância de Z. indianus durante a estação seca. Já em relação aos efeitos da
umidade relativa e da precipitação, pouquíssimos estudos vêm sendo realizados. No
entanto, observações de campo revelam que essas variáveis também podem
influenciar a dinâmica dessa espécie já que, após períodos de chuva e aumento da
umidade relativa, a abundância desses indivíduos aumenta consideravelmente.
Contudo, estudos mais detalhados se fazem necessários. Apoio: CNPq
10 - Caracterização ecofisiológica de drosofilídeos sob diferentes intensidades de
luminosidade
Isabela Soares da SILVA1; Marlúcia Bonifácio MARTINS2
1
Bolsista (PIBIC/CNPq); Museu Paraense Emilio Goeldi – MPEG; 2Pesquisadora da
Coordenação de Zoologia/MPEG. Contato: [email protected]
Como resultado das atividades de exploração, os habitats naturais sofrem
modificações que podem afetar as populações locais de animais e plantas, levando em
alguns casos à extinção local de espécies e à redução da biodiversidade. A medida
direta destes impactos sobre as populações algumas vezes exige um tempo longo de
monitoramento. Uma forma alternativa é utilizar organismos indicadores que podem
ser manipulados experimentalmente para identificar padrões gerais de resposta às
variações nas condições ambientais. A família Drosophilidae possui uma longa
tradição na biologia como organismo experimental. Estes dípteros possuem grande
sensibilidade a modificações no ambiente, respondendo rapidamente a variações de
luz, temperatura e umidade e por isso são considerados bons indicadores ecológicos.
Em laboratório foi realizado um experimento que teve como objetivo inferir como os
drosofilídeos reagem a determinadas alterações no ambiente. Neste caso específico a
diferentes intensidades de luz, que podem ser resultantes das modificações na
cobertura florestal. Os drosofilídeos utilizados neste estudo foram coletados em
armadilhas com iscas atrativas de banana fermentada em diversas localidades de
floresta na região amazônica. Foram realizados experimentos em laboratatório oito
espécies de drosofilídeos. Foram elas: D. willistoni, D.paulistorum, D. ananassae, D.
equinoxialis, D. malerkotliana, D.melanogaster, D. subsaltans e D. prosaltans. Estas
espécies foram submetidas à intensidade luminosas que corresponderam à
luminosidade baixa (109.625 lx) e luminosidade alta (16168.75 lx) respectivamente
equivalentes à luminosidade com e sem cobertura vegetal. As linhagens foram
mantidas sob estas intensidades luminosas, durante quinze dias, por em regime de 12h
de luz diária. Dos indivíduos emergidos sob estas condições foram selecionados seis
espécimens de cada linhagem sendo 3 machos e três fêmeas para serem analisados em
termos das medidas morfométricas. O tamanho das asas foi testado para as diferentes
intensidades de luz utilizadas nos experimentos. Observou-se que as espécies D.
equinoxialis e D. malerkotliana diminuiram o tamanho corporal em luminosidade
alta. Drosophila malerkotliana é uma espécie nativa da região afro-malásica que
ocupa ambientes variados, mas com preferência por floresta perturbada ou secundária.
Drosophila equinoxialis é uma espécie nativa da floresta amazônica com distribuição
restrita aos ambientes florestas mais prístinos. Apesar das especificidades, os
resultados indicam que as alterações nos regimes de luz equivalentes à situação de
perda de cobertura florestal podem contribuir para alterar os padrões morfológicos das
espécies, tanto das espécies estenotópicas quanto daquelas com maiores espectros de
utilização de habitat.
11 - Variação temporal na distribuição espacial de Drosophila simulans
Sturtevant e Zaprionus indianus Gupta em áreas de Cerrado
Jonas da Silva Döge1, Jéssica Carneiro Germano2 & Rosana Tidon1
1- Programa de Pós-Graduação em Ecologia – UnB; 2 - Bolsista PIC/CNPq. Contato:
[email protected]
A distribuição espacial dos organismos afeta a estrutura genética das
populações, as interações biológicas e a disponibilidade de recursos no ambiente e,
consequentemente, sua evolução. Drosofilídeos apresentam distribuição em manchas
e variações temporais e espaciais nesta distribuição são atribuídas a fatores físicos e
interações bióticas. Neste estudo, foi avaliada a variação temporal na distribuição
espacial de Drosophila simulans e Zaprionus indianus em áreas de Cerrado no
Distrito Federal. Com o uso de armadilhas, coletas de adultos foram realizadas
mensalmente entre março de 2010 e julho de 2011 em três sítios. Armadilhas
adicionais foram dispostas ao redor dos sítios para conter a migração de moscas para
seu interior. Para cada sítio e mês, foi calculado o índice de agregação de Morisita
(IM). Sempre que a abundância permitiu, 20 fêmeas por site e mês de cada espécie
foram mantidas individualmente em meios de cultura por dois dias para contagem do
número de ovos depositados. Estas moscas foram posteriormente dissecadas para
detecção de infecção por nematóides. Drosophila simulans e Z. indianus apresentaram
ampla variação temporal na densidade (0,5-197,4 ind/ha e 1,9-649,7 ind/ha,
respectivamente) e em todos os meses e sítios sua distribuição foi agregada (IM > 1).
Drosophila simulans apresentou maiores abundâncias entre novembro e fevereiro
(embora um pico menor tenha ocorrido em julho) enquanto Z. indianus apresentou
pico de densidade entre novembro e abril. Sendo assim, as maiores abundâncias
tendem a ser observadas na estação chuvosa. Por este motivo, seria esperada maior
variabilidade na fecundidade durante a estação seca (efeito Allee) e maior prevalência
de nematóides durante a estação chuvosa. Conforme previsto, a fecundidade foi mais
variável durante a estação seca tanto para D. simulans (CVseca= 0,97; CVchuv.= 0,82)
quanto para Z. indianus (CVseca= 2,11; CVchuv.= 1,08). A prevalência de nematóides
em Z. indianus, porém, não diferiu entre as estações. Quanto maior o tamanho
populacional, menor foi a agregação das espécies (D. simulans: Rho = -0,90, p < 2,2e16; e Z. indianus: Rho = -0,87, p = 1,4e-15). Esta relação pode resultar de uma maior
dispersão durante a estação chuvosa. Drosofilídeos se dispersam mais sob baixa
disponibilidade de recursos, o que acontece no Cerrado durante a estação seca. Porém,
se a competição for mais intensa na estação chuvosa, devido ao maior tamanho
populacional, a dispersão seria estimulada e este padrão temporal poderia emergir.
Adicionalmente, o padrão temporal na agregação das espécies estudadas poderia
resultar de uma variação temporal equivalente na agregação de seus recursos. Essa
última hipótese pressupõe que o princípio de equilíbrio população-recurso,
amplamente aceito por biólogos, seja verdadeiro. Independentemente da causa, este
padrão promove a homogeneidade genética e a perda da variabilidade durante a
estação chuvosa em virtude da coalescência entre as demes. Apoio: CAPES, CNPq e
FAP-DF.
12 – Análise da preservação ambiental de uma mata de restinga no município de
Arambaré, Rio Grande do Sul, Brasil, por meio da análise de assembléia de
drosofilídeos.
Da Silva, G. S.; Cordeiro, J.; Schmitz, H. J.; Valente, V. L. S.
Laboratório de Drosophila, Departamento de Genética, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul.
Algumas espécies de Drosophilidae apresentam fidelidade ao hábitat
possibilitando a distinção dos ambientes com base nas espécies presentes. Estas
distinções são úteis para considerar drosófilas como um grupo importante na análise
de áreas degradadas. A família Drosophilidae é conhecida por possuir alta diversidade
ecológica, apresentando mais de 3.900 espécies descritas para os mais diversos tipos
de ambientes e utilização de nichos. Reconhecidamente, esta família da ordem Diptera
se comporta como um excelente modelo para o estudo do impacto da heterogeneidade
ambiental sobre a diversidade de espécies. Com a proposta de analisar o nível de
degradação ambiental da mata de restinga do município de Arambaré/RS, foram
realizadas coletas sazonais de fevereiro de 2008 a fevereiro de 2009, utilizando-se
iscas de banana fermentada. Os resultados apresentados indicam que o grupo
melanogaster foi abundante em todas as coletas, representado por D. simulans,
espécie invasora e generalista, que atingiu 50% de representatividade em quase todas
as coletas realizadas. Drosophila wiilistoni, espécie nativa com preferência por
ambientes quentes e úmidos, representante do grupo willistoni, mostrou-se dominante
nas coletas realizadas nos verões de 2008 e 2009. A dominância de espécies foi
seguida por indivíduos pertencentes ao grupo repleta, entre os quais se destacam D.
hydei e D. buzzatii, que possuem preferência por ambientes secos e geralmente estão
associados à presença de cactos. A partir desses resultados notamos que há uma
mistura de espécies exóticas e nativas. A alta abundância de espécies do grupo
willistoni indica que a região de mata de restinga de Arambaré/RS ainda apresenta
características da fauna de drosofilídeos comparáveis com a composição faunística da
Mata Atlântica. Apoio: CAPES, CNPq, FAPERGS
13 – Diversidade da família Drosophilidae (Insecta, Diptera) em três manguezais
tropicais de Pernambuco, Nordeste do Brasil.
Geórgia Fernanda Oliveira1,2; Ana Cristina Lauer Garcia1; Hermes José Schmitz3;
Claudia Rohde1
1
Laboratório de Genética, Centro Acadêmico de Vitória, UFPE.
2
Programa de Pós-Graduação em Saúde Humana e Meio Ambiente, UFPE.
3
PPBIO - Programa de Pesquisa em Biodiversidade da Amazônia Oriental, Museu
Paraense Emílio Goeldi.
Levantamentos taxonômicos e observações sobre aspectos ecológicos da fauna
brasileira de drosofilídeos têm sido temas de um número cada vez maior de estudos.
Os manguezais são ambientes carentes deste tipo de investigação, mesmo o Brasil
sendo um dos países com maior área de manguezal no mundo. Aspectos taxonômicos
e ecológicos de espécies da família Drosophilidae foram estudados em três
manguezais de Pernambuco, em duas amostragens anuais. Seis gêneros e 31 espécies
foram reconhecidos entre 37.444 indivíduos coletados. Três espécies exóticas foram
predominantes: D. malerkotliana, D. simulans e Zaprionus indianus, as quais
responderam por 95,5% do total de indivíduos coletados. Índices de diversidade e
equitabilidade apontaram o manguezal urbano do Pina, em Recife, como o mais
diverso. A diversidade encontrada nos manguezais foi ainda comparada com outras
três áreas de Floresta Atlântica, localizadas nas suas proximidades. Apesar de
existirem diferenças quanto ao esforço amostral entre os manguezais e as florestas,
análises padronizadas por rarefação indicam que o manguezal urbano do Pina se
manteve também mais diverso em relação aos locais de Floresta Atlântica. Por outro
lado, os manguezais de Suape e Rio Formoso foram menos diversos que as florestas
próximas. Em todos os casos, a diversidade foi sempre maior na época das chuvas do
que na época da seca. Apoio: FACEPE, PROPESQ-UFPE, CNPq.
14 - Diversidade da Família Drosophilidae (Insecta, Diptera) em três ambientes
de Floresta Atlântica de Pernambuco
Rita D.C. da Silva1, Geórgia F. Oliveira2, Martín A. Montes3, Cláudia Rohde4 e Ana
C.L. Garcia4
1- Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Federal de
Pernambuco (CAV-UFPE). 2- PPG em Saúde Humana e Meio Ambiente do CAVUFPE. 3- Departamento de Biologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco
(UFRPE). 4- Núcleo de Biologia do CAV-UFPE.
A fragmentação das florestas tropicais é uma das principais causas de perda de
biodiversidade. No Brasil, a Floresta Atlântica tem sofrido 500 anos de destruição,
restando atualmente entre 5 e 10% de seu território original. Essa situação é ainda
mais alarmante no Nordeste brasileiro. No Centro de endemismo de Pernambuco, ao
norte do Rio São Francisco, resta apenas 2% de floresta, imersa em uma área
preenchida por uma matriz de cana-de-açúcar. Conhecer a diversidade de espécies
nesta região altamente impactada pela ação antrópica é uma das primeiras medidas
para ações conservacionistas. Dentro desta proposta as pequenas moscas da família
Drosophilidae mostram-se como excelentes modelos de estudo por serem insetos
pequenos, de fácil captura, com taxonomia bem conhecida e por responderem a
flutuações nas condições ambientais, sendo inclusive apontados como insetos
bioindicadores. Neste estudo avaliamos a abundância e a diversidade de drosofilídeos
em três fragmentos de Floresta Atlântica no estado de Pernambuco: a Estação
Ecológica de Tapacurá (TAP), no município de São Lourenço da Mata; a Estação
Experimental de Itapirema (GOI), no município de Goiana e o Refúgio Ecológico
Charles Darwin (DAR), no município de Igarassu. Em cada local foram realizadas
duas amostragens, uma em outubro de 2010, no final do período de maior
pluviosidade e outra em março de 2011, no final do período de maior estiagem. Os
drosofilídeos foram coletados com armadilhas com isca de banana, confeccionadas
com garrafas pet, seguindo o modelo proposto pela literatura. Em cada coleta foram
utilizadas 10 armadilhas, distanciadas 20 metros uma da outra. Foram coletados
22.646 drosofilídeos, os quais foram identificados ao nível de espécie através da
análise da morfologia externa e, em alguns casos, através da análise da terminália
masculina. Foram identificadas 29 espécies. O local com maior diversidade foi TAP
(25 espécies), seguido por DAR (20 espécies) e GOI (17 espécies). Dos locais
investigados, TAP com 382 ha é o maior fragmento de mata avaliado, os outros dois
locais, GOI e DAR, apresentam em torno de 60 ha cada um. Nas coletas realizadas no
período de maior estiagem foram capturados 80,79% dos drosofilídeos amostrados,
com maior abundância de espécies exóticas em comparação com o período mais
chuvoso. A composição da fauna de drosofilídeos também variou nos dois períodos de
amostragem. No final da época das chuvas, houve maior representatividade de
Drosophila willistoni em todos os locais de coleta. Já no final da época de maior
estiagem, D. malerkotliana foi a espécie predominante em todos os locais. A
diversidade e a abundância de drosofilídeos encontradas neste estudo foram
comparadas com os dados obtidos em outros levantamentos realizados no estado de
Pernambuco e também com os dados obtidos para outros locais de Floresta Atlântica
no Brasil. APOIO: FACEPE/CNPq
15 - Distribuição temporal da Família Drosophilidae (Insecta, Diptera) em uma
área de Brejo de Altitude em Pernambuco
Rafaela Aparecida da Costa Borba1, Wanessa Botelho Marques Cabral2, Martín
Alejandro Montes3, Cláudia Rohde4 e Ana Cristina Lauer Garcia4
1- Graduanda do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Centro Acadêmico
de Vitória, Universidade Federal de Pernambuco (CAV-UFPE). 2- Mestranda do
Programa de Pós-Graduação em Saúde Humana e Meio Ambiente do CAV-UFPE. 3Professor do Departamento de Biologia da Universidade Federal Rural de
Pernambuco (UFRPE). 4- Professora do Núcleo de Biologia do CAV-UFPE.
Parte da Floresta Atlântica Nordestina é composta pelos Brejos de Altitude,
caracterizados como “ilhas” de floresta úmida cercadas por vegetação de Caatinga.
Em comparação com as regiões semi-áridas que os cercam, os Brejos possuem
condições favorecidas quanto à umidade do solo e do ar, temperatura e cobertura
vegetal. Apesar da peculiaridade de sua fitofisionomia há poucos estudos focados na
avaliação da diversidade ecológica dos Brejos de Altitude e, ao mesmo tempo, esses
ambientes vêm sofrendo os efeitos da ação antrópica os quais têm contribuído para a
fragmentação e perda de habitats. Dados preliminares sobre a diversidade dos Brejos
Nordestinos indicam a presença de espécies ameaçadas, bem como o grau de
isolamento geográfico destes ecossistemas, levando diversos autores a apontar as
áreas de Brejos de Altitude como prioritárias para conservação da biodiversidade.
Neste estudo procuramos contribuir para o conhecimento da diversidade e da
abundância de espécies da Família Drosophilidae através de um levantamento ao
longo de um ano na Mata da Colônia, um Brejo de Altitude no Município de Bonito
em Pernambuco. Para cada amostragem foram utilizadas cinco armadilhas,
confeccionadas com garrafas pet, com isca de banana. Os drosofilídeos coletados
foram identificados ao nível de espécie, através da morfologia externa e, no caso das
espécies crípticas, através da análise da genitália masculina ou pela metodologia de
eletroforese com a enzima Fostatase ácida. Neste estudo são apresentados dados
preliminares de amostras bimestrais. Estas coletas resultaram na amostragem de
10.404 drosofilídeos, totalizando 55 espécies incluídas em quatro gêneros: Drosophila
com 52 espécies (N=9.787), Zaprionus com uma espécie (N=604), Scaptodrosophila
com uma espécie (N=12) e Zygothrica com uma espécie (N=1). Para alguns dos
indivíduos coletados não foi possível a identificação ao nível específico, sendo estes,
possivelmente novas espécies de drosofilídeos. Para caracterizar a estrutura geral das
assembléias de drosofilídeos coletados, a distribuição da abundância das espécies foi
organizada em um gráfico de curva de abundância. O número de espécies, estimados
por diferentes parâmetros, variou entre 75 e 95 espécies, alertando que a riqueza de
drosofilídeos pode ser ainda maior na Mata da Colônia. Também foi construído um
dendograma avaliando a similaridade entre os meses de coletas. Este estudo é, até o
momento, o mais rico em número de espécies registradas para um único ponto de
amostragem na região Nordeste do Brasil. APOIO: FACEPE/CNPq
16 - Drosophilidae assemblage from Pampa Biome.
Jean Lucas Poppe; Vera Lúcia da Silva Valente; Hermes José Schmitz.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
The Brazilian Pampa is currently a highly modified environment, in many
places only small parts of grasslands remain inside an agricultural landscape. Flies of
family Drosophilidae (Diptera) have been widely used as a potential bioindicator to
monitor the effects of anthropogenic changes in natural environments. However, the
fauna of Drosophilidae in the Pampa Biome still remains largely unknown. The
present study represents one of the first attempts to fill this gap, showing results from
monthly collections in the municipality of Sao Luiz Gonzaga (28° 24' 28" S; 54° 57'
39" O), in the Brazilian Pampa. A inventory was carried out in two contrasting
environments, an urban zone and a forest remnant (rural zone). In both areas bananabaited traps were used to capture adult drosophilids. The identification was done
through external morphology and male terminalia. It was analyzed 13,379
drosophilids in both zones (rural zone: N= 8,812 and Sobs= 25; urban zone: N= 4,567
and Sobs= 16). Between the Neotropical species, the most common were D.
mercatorum, D. hydei and D. buzzatii in urban zone and D. mercatorum, D.
polymorpha and D. willistoni in rural zone. Among the collected species, 16 (60%)
were found exclusively or preferentially in the forest. The period of highest richness
was between the months of June to November (roughly winter and spring), and the
period of lowest richness from December to May (roughly summer and autumn). In
our collections in rural zone, during June of 2008, autumn, we obtained the highest
diversity (H’= 1.921) and in urban zone, we found the highest diversity in October of
2007 (H’= 1.569), spring. The time component was a determinant factor in the
diversity of the assemblage. Through the Jaccard coefficient, we can notice that the
species composition is characterized by the separation between two periods of the
year with high (January, April and May of 2008) and low temperatures (June, July,
August and September of 2008). When we compare the samples from urban zone and
rural zone, it is during the spring that occur the highest similarity. By the Morisita
Index we noticed that when we consider the structure of the assemblage, there is a
strong seasonal effect. A strong reduction in diversity in the city was observed, when
compared with the forest remnant, what reinforces the importance of the natural
environments in maintaining the diversity in the Pampa Biome.
17-Conhecer para conservar: a fauna de drosofilídeos da Caatinga, o único
bioma exclusivamente brasileiro
Janaína Cristina Lopes de Araújo Jucá1, Martín Alejandro Montes2, Cláudia Rohde3 e
Ana Cristina Lauer Garcia3
1-Graduanda do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Centro Acadêmico
de Vitória, Universidade Federal de Pernambuco (CAV-UFPE). 2- Professor do
Departamento de Biologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
3- Professora do Núcleo de Biologia do CAV-UFPE.
Devido ao aumento da destruição dos habitats globais estudos sobre a
diversidade são de grande importância para a compreensão das comunidades
biológicas e para criação de medidas que visem suas conservações. Dentre os biomas
brasileiros, a Caatinga surge como um dos menos estudados, sendo, ao mesmo tempo,
o menos protegido pelas ações conservacionistas. Este cenário gera preocupação
quanto à perda de espécies únicas e de processos ecológicos chave neste que é o único
bioma exclusivamente brasileiro. No presente estudo, com a finalidade de contribuir
para o conhecimento da diversidade da Caatinga, caracterizamos a riqueza e a
abundância de espécies de drosofilídeos. Foram estudados sete municípios no estado
de Pernambuco: Sertânia, Jabitacá, São José do Egito, Itapetim, Brejinho, Serra
Talhada e Buíque. Na maioria dos locais foram avaliados períodos com diferentes
níveis de pluviosidade. Em cada amostragem foram utilizadas 10 armadilhas
confeccionadas com garrafas pet usando isca de banana. Foram amostrados 13.811
drosofilídeos, os quais foram identificados como pertencentes a 29 espécies. Somadas
as espécies já conhecidas, atualmente já foram registradas 35 espécies de
drosofilídeos para o bioma de Caatinga em Pernambuco. Houve diferença entre a
abundância de espécies registradas no período chuvoso e no período seco. No período
chuvoso Drosophila willistoni (39,85%), Zaprionus indianus (24,70%), D.
paulistorum (16,78%), D. malerkotliana (10,50%) e D. simulans (4%) representaram
a maior parte dos indivíduos amostrados. As demais espécies responderam por menos
de 5% dos drosofilídeos coletados. Já no período mais seco as espécies mais
abundantes foram: D. cardini (29,28%), D. serido (18%), D. zotti (17,16%), D.
melanogaster (14%) e D. mercatorum (4,45%). A maior abundância e diversidade de
drosofilídeos foram observadas no período de maior pluviosidade. Neste estudo
também apontamos a existência de espécies de drosofilídeos endêmicas para a
Caatinga, alertando para a necessidade urgente de medidas voltadas à conservação
deste bioma. APOIO: FACEPE/CNPq
18-Diversidade e distribuição temporal de uma assembleia de drosofilídeos
(Insecta, Diptera) de Mata Atlântica, na Caieira da Barra do Sul, Ilha de Santa
Catarina
Indjara Probst; Paulo Roberto Pertersen Hofmann; Daniela Cristina De Toni
Curso de Graduação em Ciências Biológicas; UFSC
As comunidades de drosofilídeos se agregam de forma variável nos ambientes.
Algumas características do próprio ambiente são capazes de favorecer a presença de
algumas espécies, como a pressão antrópica e o tipo de mata, propiciando o uso das
mesmas como bioindicadores. Diversos estudos já foram realizados na Ilha de Santa
Catarina, porém nada se sabia sobre a fauna de drosofilídeos do extremo sul da Ilha.
Neste trabalho foi realizado o reconhecimento da assembleia de drosofilídeos em uma
área de Mata Atlântica, através de cinco coletas trimestrais, que seguiram as estações
oficiais do ano, entre os meses de agosto de 2010 e agosto de 2011. Cada coleta foi
feita utilizando-se vinte e duas armadilhas, contendo cinco quilos de banana
fermentada com fermento biológico (Saccharomyces cerevisiae). Estas armadilhas
foram fixadas na vegetação local, onde permaneceram durante três dias. Em
laboratório, a identificação das espécies crípticas ou desconhecidas, foi realizada pela
dissecação das genitálias masculinas e pela análise das características morfológicas.
Dentre as espécies coletadas estão: Drosophila angustibucca, D. annulimana, D.
atrata, D. bandeirantorum, D. bocainensis, D. briegeri, D. calloptera, D. caponei, D.
capricorni, D. carolinae, D. coffeata, D. cuaso, D. dreyfusi, D. fumipennis, D.
griseolineata, D. guaru, D. immigrans, D. kikkawai, D. mediopicta, D.
mediopunctata, D. mediostriata, D. melanogaster, D. mercatorum, D. neocardini, D.
neoelliptica, D. neomorpha, D. onca, D. ornatifrons, D. pallidipennis, D.
paraguayensis, D. parthenogenetica, D. piratininga, D. polymorpha, D. quadrum, D.
roehrae, D. saltans, D. sampa, D. schineri, D. simulans, D. sturtevanti, D. willistoni,
Hirtodrosophila magnarcus, Zygothrica orbitalis, Z. poeyi e Z. ptilialis. APOIO:
CNPq
19-Inventário biológico: riqueza, diversidade local e regional de drosophilidae
(diptera) frugívoros, Flona Caxiuanã, Melgaço, Pará, Brasil
Praxedes, C. L. B. & Martins, M. B.
Museu Paraense Emílio Goeldi (MEPG)
O objetivo deste estudo foi descrever a riqueza e diversidade de Drosophilidae
(Diptera) frugívoros da Floresta Nacional de Caxiuanã, Melgaço, Pará, Brasil, através
da implementação de um protocolo estruturado. Entre 2003 e 2004 foram realizadas
duas expedições, onde se procederam coletas com armadilhas contendo isca de
banana fermentada, distribuídas em 12 transectos de 1km, sendo dois deles em cada
um dos seis interflúvios ao norte da baía de Caxiuanã. Resultou na coleta de 4.320
indivíduos de Drosophilidae, pertencentes a 35 taxa distribuídos em 31 espécies
determinadas e três morfoespécies, de dois subgêneros, Sophophora e Drosophila, e
uma morfoespécie representante do gênero Neotanygastrella. Considerando-se o total
de indivíduos coletados, sete espécies concentraram 95% das capturas: Drosophila
willistoni (34,0%), D. paulistorum (21,9%), D. sturtevanti (18,7%), D. tropicalis
(11,4%), D. equinoxialis (6,4%), D. neomorpha (1,3%) e D. dacunhai (1,0%).
Somados os indivíduos do subgrupo willistoni, (D. willistoni, D. paulistorum, D.
equinoxialis e D. tropicalis) representaram 60-84% das capturas nos sítios, o que o
define como dominante. A análise dos padrões de incidência e abundância de espécies
indicou estimativas de riqueza entre 40 a 53 espécies de Drosophilidae para a área.
Tais resultados produziram curvas de acumulação de espécies, mas somente o
estimador Chao2 chegou à assíntota. Os demais estimadores não demonstraram sinais
de estabilização ao término do esforço amostral empregado. Utilizando-se o método
de rarefação para comparar a riqueza entre os diferentes sítios foram observados dois
agrupamentos distintos. Os sítios Retiro, Curuá e Curuazinho, com aproximadamente
20 espécies estimadas formam o primeiro grupo e os sítios Tijucaquara, Puraquequara
e Araruá, o segundo com riqueza em torno de 15 espécies. Os maiores valores de
diversidade, avaliada pelo índice de Shannon, foram observados nos sítios Curuá e
Puraquequara. A menor diversidade foi obtida no Araruá. O percentual de
completitude do inventário (79%) indica que seriam necessárias somente 83 amostras
adicionais (21% de incremento de esforço, sem adição de singletons), para acessar a
diversidade total de Drosophilidae nos sítios de estudo. A partir da matriz de
similaridade binária de Jaccard, se observou um grau de similaridade entre os sítios na
ordem de 0,42 a 0,69. A similaridade quantitativa de Bray-Curtis indicou um grau de
similaridade entre os sítios de 0,62 a 0,86. O teste de Mantel para a associação entre a
distância entre os sítios, tanto com relação à composição taxonômica (Jaccard: r =
0,16; p = 0,32) ou a estrutura de abundância (Bray-Curtis; r = 0,19; p = 0,25) indicou
que as afinidades observadas não estão relacionadas à proximidade entre os sítios.
Estes resultados refletem bem a eficiência do método utilizado para estimar
diversidade de drosofilídeos de frutos. Este Inventário ampliou a distribuição
geográfica das espécies do grupo saltans para o Brasil e para a Região Amazônica.
Das 23 espécies do subgênero Sophophora, identificadas nesse estudo, foram
registradas quatro novas ocorrências para o Brasil (D. dacunhai, D. milleri, D. saltans
e D. aff. septentriosaltans) e oito para Amazônia brasileira (D. austrosaltans, D.
dacunhai, D. magalhaesi, D. milleri, D. neocordata, D. neoelliptica, D. saltans e D.
aff. septentriosaltans). Apoio: CNPQ/PNOPG-Inventario Multi- taxonômico de
Caxiuanã
20 - Espécies de Drosophilidae (Diptera) registradas no Centro de Endemismo
Belém
Rosângela Santa Brígida; Marlúcia Bonifácio Martins
Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém - PA
A velocidade com que a biodiversidade está sendo perdida em escala mundial
e o reconhecimento cada vez maior da importância de sua preservação têm
impulsionado iniciativas de inventário e monitoramento, visando à estimativa das
taxas reais e potenciais de perda de espécies, relacionadas aos principais vetores de
ameaça. Este projeto tem como objetivo avaliar a perda de biodiversidade nas regiões
mais ameaçadas do bioma amazônico, reconhecidas como o arco do desmatamento. O
Centro de Endemismo Belém corresponde à região mais desmatada da Amazônia,
com mais de 80% de perda florestal. No entanto sua biota é uma das menos
conhecidas da região, com exceção para alguns grupos de vertebrados como aves e
primatas. Entre os invertebrados Drosophilidae é uma das maiores famílias de Diptera
em número de espécies e possui no mundo inteiro mais de 4.000 espécies descritas,
com cerca de 200 delas registradas para a Amazônia. Para este estudo foi visitada a
coleção entomológica do MPEG visando o levantamento dos dados pretéritos sobre a
ocorrência de espécies de drosofilídeos no Centro de Endemismo Belém (CEB), que
está localizado no extremo leste do bioma amazônico, incorporando todas as florestas
e ecossistemas associados a leste do rio Tocantins e toda a Amazônia Maranhense. As
coleções visitadas foram o Museu de Zoologia da USP de São Paulo (MZUSP) e
Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG). Os dados da coleção de drosofilideos do
MPEG registram coletas em 14 municípios no período de 1974 a 2002: Belém,
Barcarena, Benevides, Castanhal, Igarapé-açu, Marituba, Imperatriz, Bragança, Acará,
Quatipuru, São João de Pirabás, Vigia, Viseu e Açailandia. Também foi realizado
levantamento dos registros de drosofilideos nas referências bibliográficas. Com
relação ao material depositado na coleção do MPEG parte do material foi coletado
esporadicamente por armadilhas gerais para insetos. Nos municípios de Belém,
Igarapé –Açu e Bragança o material foi obtido a partir de coletas com armadilhas
específicas para drosofilideos. Foram identificadas 81 espécies de drosofilídeos
ocorrendo no CEB. As espécies Drosophila aguape, Drosophila ananassae,
Drosophila annulimana, Drosophila arapuan, Drosophila austrosaltans, Drosophila
bipunctata, Drosophila caponei, Drosophila cuaso, Drosophila fasciola, Drosophila
flexa, Drosophila frotapessoai, Drosophila fulvimaculoides, Drosophila hydei,
Drosophila ivai, Drosophila kikawai, Drosophila magalhaesi, Drosophila
mangabeirai, Drosophila mapiriensis, Drosophila mediosignata, Drosophila
melanogaster, Drosophila mercatorum, Drosophila neocardini, Drosophila
neocordata, Drosophila neoguaramunu, Drosophila neosaltans, Drosophila
ornatipennis, Drosophila paraguayensis, Drosophila pseudosaltans, Drosophila
querubimae, Drosophila repleta, Rhinoleucophenga personata, Rhinoleucophenga
punctulata, Rhinoleucophenga stigma e Zygothrica vittinubila correspondem todas ao
primeiro registro em literatura para os municípios do Estado do Pará incluídos no
Centro de Endemismo Belém. Para o estado do Maranhão foram encontrados dois
novos registros de drosofilídeos: Drosophila malerkotliana e Drosophila willistoni; e
para o Brasil foram adicionados três novos registros de espécies, D. fasciola, D.
ornatipennis e Rhinoleucophenga stigma. A continuidade deste trabalho prevê a
análise das demais coleções nacionais e avaliações em campo que permitirão estimar
com maior acuidade os efeitos do desmatamento sobre a diversidade de drosofilídeos
nesta região. Apoio: INCT Biodiversidade e uso da terra na Amazônia.
21 - Utilization of characteristics of the male terminália evaluated by scanning
electronic microscopy in studies of the phylogeny of the saltans group of
Drosophila Souza, TAJ1 ; Noll, F.B.2; Madi-Ravazzi, L1
1
Departament of Biology, UNESP/IBILCE, São José do Rio Preto, SP
2 Departament of Zoology and Botany, UNESP/IBILCE, São José do Rio Preto, SP
[email protected]
The saltans group of Drosophila, one of the four largest species groups of
Sophophora subgenus has a wide geographical distribution with a large number of its
species occurring in South America. This group was subdivided according to
morphological characteristics into five subgroups: saltans, sturtevanti, parasaltans,
elliptica and cordata, and includes a total of 21 described species. Evolutionary
studies of genetic differentiation in this group have been based on morphological,
chromosomal, biochemical, molecular and reproductive isolation data. The results of
those studies support the monophyly of the group and subgroups, but provide different
topologies among the subgroups and even among species from the most sampled
subgroup, which is the saltans subgroup. In this study the structures of male
terminalia of 10 species (D. prosaltans, D. lusaltans, D. saltans, D. austrosaltans, D.
sturtevanti, D. dacunhai, D. milleri, D. parasaltans, D. neocordata and D.
emarginata) were analyzed by scanning electron microscopy (SEM). Nineteen
diagnostic characteristics were used for phylogenetic analysis. The most parsimonious
phylogenetic tree generated by this analysis agreed partially with the phylogenetic
relationships obtained for species of the saltans subgroup proposed on the basis of
reproductive isolation data, mitochondrial gene sequences and morphological data.
The phylogenetic tree produced was able to separate the five subgroups. In order to
reinforce the present analysis, other 35 characters of this group previously described
were included. This joining of data reinforced the monophyly characteristic of the
saltans group and also of their subgroups, indicating the subgroup sturtevanti as the
closest to the ancestor and the saltans subgroup as the most derived. The present data
corroborate the use of morphological features and of the male terminalia as genetic
markers in the study of speciation of the saltans group. Financial Support: FAPESP,
CAPES
22-Relações evolutivas do grupo bromeliae inferidas por genes nucleares.
Maríndia Deprá1, 2, Hermes J. Schmitz3, Lizandra J. Robe4 e Vera Lúcia da Silva
Valente1, 2.
1 – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, UFRGS; 2 –
Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, UFRGS; 3 – PPBIO Amazônia
Oriental, Museu Paraense Emílio Goeldi; 4 – Universidade Federal do Rio Grande.
A diversidade de drosofilídeos associados a flores na região neotropical ainda
é pouco conhecida. Estudos recentes do nosso grupo de pesquisa têm encontrado um
grande número de espécies que não são habitualmente detectadas pelos tradicionais
levantamentos com iscas de frutas, sendo o grupo bromeliae um dos táxons mais
representativos. Neste trabalho foram utilizados genes nucleares para o
aperfeiçoamento a respeito das relações filogenéticas dos principais táxons de
drosofilídeos antofílicos neotropicais. Os genes nucleares Amd e Ddc foram
empregados, a fim de tentar resolver as relações filogenéticas internas do grupo
bromeliae. Oito espécies foram incluídas nas análises: D. bromelioides e as espécies
ainda não descritas denominadas de morfotipos I, III, IV, V, VI, VII e VIII.
Sequências de outras espécies de Drosophilidae foram obtidas no GenBank e
adicionadas à análise para comparação e grupo-externo. A árvore filogenética gerada
a partir do gene Amd posicionou as espécies dentro da radiação virilis-repleta, com as
espécies morfotipo compondo um grupo bromeliae monofilético e irmão do grupo
nannoptera. Além disso, a maior parte dos morfotipos para os quais mais de uma
sequência foi amostrada apresentaram-se monofiléticos, com exceção do morfotipo
VI, onde uma sequência foi posicionada junto ao morfotipo VII. A árvore gerada para
o gene Ddc também posicionou as espécies em um clado-irmão do grupo nannoptera,
embora a radiação virilis-repleta monofilética não tenha sido recuperada. Neste caso,
cada espécie morfotipo revelou-se monofilética. Em relação ao grupo bromeliae, a
reconstrução filogenética com o uso destes genes confirma a monofilia do grupo bem
como seu posicionamento junto à radiação virilis-repleta. Novas análises com as
sequências geradas nesse trabalho irão confirmar esse posicionamento.
Apoio financeiro: CNPq e FAPERGS.
23-Revisão dos subgrupos parasaltans e saltans do grupo saltans de Drosophila
(Diptera, Drosophilidae)
Adriene Leite Costa 1; Marlúcia B. Martins 2
1. Programa de Pós-Graduação em Zoologia; MPEG-UFPA; 2. Pesquisador da
Coordenação de Zoologia; MPEG-Belém-PA
Dos setenta e três gêneros pertencentes à Drosophilidae, Drosophila é o mais
rico em espécies e subdivide-se em oito subgêneros. Sophophora é um dos subgêneros
de Drosophila mais especiosos. As espécies deste subgênero estão alocadas em
grupos, sendo os quatro maiores: grupo Drosophila melanogaster, grupo Drosophila
obscura, grupo Drosophila willistoni e grupo Drosophila saltans. O grupo Drosophila
saltans até o momento esteve composto por 21 espécies as quais foram organizadas
em cinco subgrupos, cordata, elliptica, sturtevant, saltans e parasaltans. Todas as
suas espécies distribuem-se exclusivamente na Região Neotropical. O grupo é
constituído por algumas espécies crípticas e a discriminação entre as espécies é feita
principalmente pela terminália do macho, mais especificamente pelo edeago, como
ocorre para a maior parte dos drosofilídeos. Nos trabalhos clássicos, com descrições
da terminália das espécies do grupo, os edeagos foram desenhados em apenas uma
posição, o que algumas vezes gera dúvidas na identificação, como no caso do
subgrupo saltans, cujas espécies apresentam estrutura do edeago muito similares.
Neste trabalho foram revisadas as espécies dos subgrupos parasaltans e saltans, com
exceção de D. pseudosaltans, do subgrupo saltans, cujo acesso ao material tipo não
foi possível. Os registros foram feitos com desenhos em câmara clara, fotos de
microscopia óptica e eletrônica de varredura para as principais partes da terminália,
com edeago em três posições: lateral, ventral e perfil. Dados da distribuição das
espécies foram atualizados, com base na literatura e informações de coleções
cientificas. Os resultados mostram com maior precisão detalhes das terminálias, e os
caracteres distintivos das espécies e produziram uma padronização na diagnose de
todas as espécies analisadas. Duas novas espécies são descritas neste trabalho D.
altaflora sp. nov. e D. caxiuana sp. nov. propõem-se a inclusão da primeira no
subgrupo Drosophila parasaltans e da segunda no subgrupo Drosophila saltans.
24- Relações filogenéticas entre espécies do gênero Scaptodrosophila (Duda, 1923)
(Drosophilidae)
Flavia J. Krsticevic*; Suzana Vaz**; Antonio Bernardo de Carvalho*
*Programa de Pós Graduação em Ciências Naturais (Genética); Depto. Genética,
UFRJ; **Programa de Doutorado em Genética; Depto. Genética e Biologia Evolutiva,
USP
As scaptodrosófilas têm o centro de origem e distribuição no continente
asiático e também são encontradas na Oceania e na Austrália. Muitas destas espécies
são endêmicas da Austrália (76 de 230 espécies descritas). Apesar da importância do
gênero devido à abundancia específica, não existe nenhum estudo molecular acerca de
suas relações filogenéticas. Seis grupos discretos foram reconhecidos por Bock e
Parson em 1978 (victoria, inornata, brunnea, coracina, barkeri e brunneipennis) a
partir de caracteres morfológicos, porém muitas das espécies atualmente conhecidas
não estão incluídas em nenhum desses grupos. O objetivo principal deste trabalho é
utilizar marcadores moleculares do cromossomo Y para estabelecer as relações
filogenéticas de espécies do gênero Scaptodrosophila. Doze genes do cromossomo Y
são conhecidos em Drosophila melanogaster. Após o seqüenciamento de outras 11
espécies de Drosophila, os genes ortólogos ao de D. melanogaster foram anotados e
descritos. Como não conhecemos a sequencia de genes do cromossomo Y nas
espécies de Scaptodrosophila desenvolvemos uma metodologia de amplificação por
PCR com primers degenerados, seguida por uma amplificação com primers nãodegenerados. Assim pudemos amplificar os genes ortólogos ao kl-5 e kl-3 de D.
melanogaster em 17 espécies do gênero Scaptodrosophila. Nossos dados preliminares
sugerem a existência de três grupos monofiléticos: o “Scapto_1”, que inclui S. stonei,
S. rufifrons e outras, o “Scapto_2”, que inclui diversas espécies, entre as quais S.
dorsocentralis e S. latisfasciaeformis, e “Scapto_3”, que inclui o grupo inornata (S.
fuscithorax, S. inornata e S. collessi). Em concordância com Bock (1984) a posição
do grupo inornata é ancestral na radiação das scaptodrosófilas. Em algumas espécies
de Drosophila os genes kl-3 ou kl-5 também estão presentes nas fêmeas, portanto não
estão localizados no Y. Isso também é o caso de algumas espécies deste trabalho: no
grupo “Scapto_2”, kl-3 e kl-5 só estão presentes em machos, portanto estão no Y; no
grupo inornata (“Scapto_3”), kl-3 e kl-5 também estão presentes nas fêmeas (portanto
devem ser autossômicos ou localizados no X); e, no grupo “Scapto_1”, kl-3 está no Y,
mas kl-5 também está presente nas fêmeas. Portanto, além das sequencias em si dos
genes kl-5 e kl-3 e suas posições no genoma, também são úteis como marcadores
moleculares na filogenia de Scaptodrosophila.
APOIO: CNPq, CAPES, FAPERJ e NIH
SESSÃO: GENÉTICA E EVOLUÇÃO
25 - O canibalismo está presente em larvas de Zaprionus indianus (Diptera:
Drosophilidae)?
Cristiane Matavelli; Cláudio José Von Zuben
Programa de Pós Graduação em Ciências Biológicas – Zoologia; UNESP/SP
O canibalismo tem sido encontrado em uma grande variedade de animais,
sendo estudado principalmente em populações laboratoriais. Seu comportamento tem
sido visto em casos extremos de stress ou quando não há alternativas para a
alimentação. Sua atuação pode ser influenciada por diversos fatores, entre eles
vulnerabilidade e densidade de presas e quantidade/qualidade de alimentos
disponíveis. Sua ocorrência pode influenciar, entre outros, a dinâmica populacional de
uma determinada espécie, bem como sua estabilidade, além de auxiliar na regulação
de sua abundância. Para testar a existência de canibalismo entre larvas de diferentes
idades de Zaprionus indianus, uma espécie introduzida e que vem causando sérios
danos a ficicultura brasileira, uma população foi mantida no laboratório a uma
temperatura de 25oC ± 1oC, umidade relativa de 65% ± 5%, fotoperíodo de 14L 10E e
em excesso de dieta alimentar. Com base no grupo controle, as larvas sob essas
condições atingiram a fase de pupa em 5 dias. Com isso, foram submetidas a testes
larvas de 2, 3 e 4 dias de idade. Foram realizados os seguintes tratamentos entre larvas
de diferentes dias: 2x2, 3x3, 4x4, 2x3, 2x4, 3x4, com 5 réplicas cada. Para cada
tratamento, 1 larva de idade específica foi utilizada. As larvas foram retiradas da dieta
15 min. antes do início do experimento, o qual durou 3h. O canibalismo só é
considerado quando há toque, perfuração, luta e morte de uma das larvas. Em todos os
tratamentos verificou-se toque, perfuração e luta, no entanto em nenhum deles houve
morte de larvas, ou seja, o canibalismo para essa espécie foi ausente. Em todos os
tratamentos, a atividade das larvas foi maior durante as 1h30 iniciais. Após esse
período, as larvas reduziram sua atividade e, por volta das 2h30, os toques entre as
larvas cessaram, sendo que esse comportamento se estendeu até o final do
experimento. Ao término, as larvas foram colocadas novamente em dieta alimentar,
respeitando suas idades. No entanto, observou-se uma alteração no comportamento
dessas larvas pós-teste. Diferentemente do habitual, todas aquelas que participaram
dos testes evitaram penetrar na dieta, ficando mais tempo expostas, principalmente
nas laterais das gaiolas. Além disso, verificou-se tanto um retardo de 1 a 2 dias no
desenvolvimento de algumas dessas larvas em relação ao grupo controle, quanto
morte de outras, que não chegaram a completar o seu desenvolvimento. Esse fato
sugere que, mesmo em situação de fome, na qual as larvas cessam sua capacidade de
ingerir/absorver alimentos, o que pode acarretar um comprometimento de seu
desenvolvimento, o canibalismo não se mostrou como uma alternativa para a
sobrevivência. APOIO: CNPq
26 - Do the individuals collected in the same point share the same mitochondrial
haplotype?
Stela Machado1; Francine Cenzi de Ré1; Andreza Ribeiro Bolzan1; Elgion Lúcio da
Silva Loreto1; Marco Silva Gottschalk2; Lizandra Jaqueline Robe1,2
1
Programa de Pós Graduação em Biodiversidade Animal, UFSM; 2Instituto de
Ciências Biológicas, FURG;
The first question that appears in phylogeographic studies is how many
individuals from the same collection point need to be analyzed in order to represent
the genetic diversity of the population without saturating with brother individuals.
This could be accessed through a collector curve as those used in ecology, but instead
of species richness, this would be a curve of genetic diversity. In order to access if this
would be a successful approach, we analyzed the genetic diversity of individuals
collected at a single point and encompassing a variety of drosophilid species with
different food habits. Individuals of mycophagous species (H. hirticornis affinis, H .
levigata, H. mendeli, H . mendeli affinis, H. morgani affinis, H. spH002, H. subgilva,
H. subgilva affinis 2, Paraliodrosophila antennata, P. antennata affinis P. antennata
affinis 1, H. thoracis affinis 1, Mycodrosophila projectans, Zygothrica apopoeyi
affinis, Z. atriangula affinis, Z. dispar, Z. hypandriata, Z. orbitalis, Z. parvipoeyi, Z.
poeyi, Z. prodispar and Z. ptilialis), antophilous species (Drosophila incompta, D.
cestri and Z. vittimaculosa) and frugivorous species (D. griseolineata and
D.maculifrons) were sequenced for the mitochondrial genes cytochrome oxidase I
(COI) and II (COII). The fragments analyzed varied from 665 to 805bp for COI and
478 to 646bp for COII; the number of individuals used in each collection point varied
from 2 to 5 in COI and 2 to 7 in COII analyses. The haplotype diversity varied from 0
to 1 and the nucleotide diversity from 0 to 0.02025 for COI and 0 to 0.02132 for
COII. Most of the individuals analyzed show little or no variation at all, but some
cases stand out for their high diversity, as for example M. projectans that in two
analysis of only 2 individuals presented 16 variable sites for COI sequences in one
locality and in 6 variable site in another; 2 individuals of Z. dispar analyzed for this
same gene presented 10 variable sites. As concerns COII sequences, M. projectans
also showed high diversity, presenting 11 variable sites in 3 individuals analyzed; for
this gene, two species of Hirtodrosophila are also highly diversified, with H. subgilva
and H. levigata presenting 5 and 19 variable sites, respectivelly for only 2-3
individuals analyzed. The difference between food habits does not appear to influence
the genetic variability for the analyzed species. Conversely, in spite of the low number
of individuals analyzed for each species, each of them appears to have its own genetic
diversity pattern. In this way, before starting a study where the genetic diversity of
individuals could be important, it is important to perform a “genetic diversity collector
curve” to establish how many individuals from each collection point should be used in
order to adequately represent its genetic diversity. Support: CAPES
27 - Influência da urbanização sobre o polimorfismo de inversões cromossômicas
de Drosophila mediopunctata.
Marcos R. D. Batista, Galina Ananina e Louis B. Klaczko.
Departamento de Genética, Evolução e Bioagentes, Instituto de Biologia,
Universidade Estadual de Campinas – Unicamp.
A fragmentação de habitat é uma das mudanças mais evidentes da paisagem
natural em diferentes ecossistemas do globo e suas consequências podem ser
drasticamente prejudiciais à biodiversidade e à estrutura genética de uma população.
A expansão das cidades e a ampliação da fronteira agrícola ocorridas no Brasil, a
partir da década de 70, aceleraram a devastação das florestas tropicais na região da
Mata Atlântica, formando um mosaico de fragmentos de vegetação entrecortados pela
paisagem urbana. Bioindicadores, em especial marcadores genéticos, podem ser
utilizados para avaliar os efeitos do processo de fragmentação em uma espécie. As
inversões cromossômicas se mostram um potencial bioindicador para detectar
respostas genéticas às mudanças ambientais. Neste trabalho analisamos a variação da
heterozigosidade esperada das frequências de inversões do cromossomo II de
Drosophila mediopunctata de diferentes fragmentos florestais da região Sudeste.
Testamos as correlações das heterozigosidades esperadas nas porções distal e
proximal do cromossomo II com variáveis geográficas – latitude, longitude, altitude,
área – e com variáveis climáticas - temperatura e precipitação – de cada fragmento
coletado. Observamos correlações significativas e positivas da heterozigosidade
esperada na porção distal do cromossomo com a longitude e com a temperatura (r =
0,88; p = 0,002; r = 0,80; p = 0,009, respectivamente); e correlações negativas e
significativas com a área dos fragmentos (r = -0,82; p = 0,007), e com a altitude (r = 0,68; p = 0,042). Já a heterozigozidade da porção proximal está correlacionada
negativa e significativamente com índice de aridez (r = -0,81, p = 0,008). Nossos
resultados mostram um padrão interessante: a heterozigosidade esperada aumenta
inversamente à área. Isto é o oposto do esperado pelo modelo de biogeografia de
ilhas, que propõe que ilhas de tamanho reduzido devem abrigar menor diversidade.
Novas investigações usando outros marcadores genéticos estão sendo iniciadas a fim
de compreender a estrutura demográfica e a dinâmica populacional desta espécie, para
elucidar a importância relativa das diferentes forças evolutivas. Apoio financeiro:
CAPES, CNPq, FAEPEX-UNICAMP, FAPESP.
28 - Variabilidade genética de Drosophila melanogaster na ilha de Fernando de
Noronha.
Klecianne Pollyanne Soares de Melo; Cleciana Maristela de Souza; Evelane Pinto de
Lima; Vithor Macedo de Azevedo; Ana Cristina Lauer Garcia; Cláudia Rohde.
Laboratório de Genética, Centro Acadêmico de Vitória, UFPE.
Drosophila melanogaster é considera espécie modelo e estudada há mais de
um século, desde os primórdios da Genética. Devido a sua ampla distribuição
geográfica muitas populações têm sido estudadas com base na frequência de inversões
cromossômicas, usualmente classificadas como cosmopolitas (comuns e raras) e
endêmicas (recorrentes e únicas). A variação das frequências (clines) para quatro
principais inversões comuns foram estudados nas populações de todos os continentes,
exceto na América Latina, onde raros foram os trabalhos realizados. Esse
desconhecimento é ainda mais negativo se considerarmos que o número total de
rearranjos cromossômicos descritos na literatura mundial é muito grande, passando
dos 500. A fim de contribuir para um melhor conhecimento da estrutura genética das
populações pernambucanas de drosofilídeos, em especial das populações de D.
melanogaster que colonizam o ambiente insular de Fernando de
Noronha/Pernambuco, realizamos coletas anuais na ilha desde 2009, seguidas da
identificação das espécies e estabelecimento de isolinhagens. A análise citogenética
está sendo feita a partir do padrão dos cromossomos politênicos e suas inversões
homo e heterozigotas, presentes nas células da glândula salivar de larvas em terceiro
estágio. Pelo menos cinco rearranjos cosmopolitas segregantes foram reconhecidos:
In(2L)22D;34A, In(2R)52A;56F, In(3L)63B;72E, In(3R)92A;95D, In(3R)96A;100F.
Apesar da frequência de D. melanogaster ser baixa nas coletas, em torno de 4%, a
diversidade das populações da ilha estão no mesmo patamar que a diversidade das
demais populações coletadas no ambiente urbano litorâneo (Recife) com média em
torno de três inversões por fêmea. APOIO: FACEPE, PROPESQ-UFPE, CNPq.
29 - Análise do polimorfismo de inversões cromossômicas em populações de
Drosophila polymorpha do sul da ilha de Florianópolis – SC
Bruna Wildemann; Daniela De Toni
Laboratório de Drosophila, Centro de Ciências Bilógicas, Universidade Federal de
Santa Catarina.
O grupo cardini do subgênero Drosophila apresenta quesitos muito
interessantes principalmente no que se refere à distribuição, pigmentação e padrões
evolutivos. Sua distribuição envolve a América Neotropical e, apesar de sua alta
representatividade nesta região, ainda há poucos estudos sobre o grupo. A espécie D.
polymorpha pertencente a este grupo tem recebido recentemente grande atenção dos
pesquisadores devido aos seus polimorfismos: polimorfismo de pigmentação e
inversão cromossômica paracêntrica. No Brasil, estudos apontam sua maior
distribuição na região Sudeste e na região de Florianópolis, em levantamentos
taxonômicos realizados, tem sido uma das espécies de drosofilídeos mais frequentes.
Polimorfismos de inversão em espécies de Drosophila são um dos sistemas mais
estudados em genética de populações. As inversões têm auxiliado, por exemplo, no
estudo de filogenia, clines, mecanismos meióticos, seleção natural e outras forças
evolutivas. Dados recentes apontam D. polymorpha como uma das espécies mais
polimórficas do grupo cardini. O presente estudo buscou analisar polimorfismos de
inversão cromossômica em D. polymorpha na Caiera Barra Sul, área de Mata
Atlântica do extremo sul da região insular de Florianópolis. Os indivíduos formam
obtidos a partir da captura com rede sobre iscas de banana fermentada deixadas por no
mínimo três dias no campo. No laboratório, linhagens isofêmeas foram produzidas e
as lâminas com os cromossomos politênicos foram obtidas a partir das larvas destas
linhagens. Até o presente momento foram encontradas duas novas inversões, uma no
cromossomo IIR e outra no X com pontos de quebras já definidos. A continuidade do
estudo contribuirá no entendimento da história evolutiva do grupo.
30 - Polimorfismo do cromossomo III de Drosophila nebulosa com ocorrência na
Caatinga de Pernambuco, Brasil.
Amanda Gabriela Felix Monteiro; Gleyse Áudria de França Nascimento; Ana Cristina
Lauer Garcia; Claudia Rohde.
Laboratório de Genética, Centro Acadêmico de Vitória; UFPE
Nos ambientes ditos xerofíticos de Pernambuco tem sido coletada a espécie
Drosophila nebulosa, que pertence ao grupo willistoni. Entre 2008 e 2010 coletas
foram realizadas em diferentes locais da Caatinga, em duas épocas distintas. No total,
foram coletados 8.449 drosofilídeos, sendo que 969 (11,5%) foram da espécie D.
nebulosa. Através de isolinhagens estabelecidas e de acordo com o protocolo padrão
de preparação dos cromossomos politênicos da glândula salivar, análises citogenéticas
dos cromossomos politênicos foram feitas. Foi possível reconhecer diversos
rearranjos cromossômicos (III-A, III-B, III-C, III-G+H, III-J e III-L) que podem
conferir variabilidade e plasticidade aos indivíduos que as portam. Destes rearranjos,
o III-J é novo para a espécie e o arranjo III-C está fixado em todos os indivíduos
analisados. A média de inversões por fêmea foi 3,25 (população do Catimbau) e 2,37
(população de Serra Talhada). Isso demonstra que existe uma variabilidade genética
considerável em Pernambuco, já que populações marginais da espécie no Rio Grande
do Sul e do Uruguai apresentam médias de inversões por fêmea variando de 0,40 até
um máximo de 1,37. Apoio: FACEPE, PROPESQ-UFPE, CNPq.
31 - Nova inversão do cromossomo III de Drosophila willistoni em populações da
Caatinga de Pernambuco
Ana Janaina da Silva; Ana Cristina L. Garcia; Martín A. Montes; Vera L. S. Valente;
Claudia Rohde
Laboratório de Genética, Centro Acadêmico de Vitória, UFPE
Drosophila willistoni é a espécie mais estudada entre outras cinco que
compõem o subgrupo críptico willistoni, a maioria com ocorrência no Brasil.
Drosophila willistoni possui um extenso polimorfismo cromossômico, com mais de
50 inversões já descritos em seus cromossomos politênicos. Inversões são
consideradas importantes reorganizações cromossômicas em drosofilídeos, com
capacidade de alterar a regulação e/ou expressão de genes envolvidos. As inversões
conferem variabilidade genética aos indivíduos, podendo promover respostas
adaptativas diferenciais frente aos diferentes ambientes e recursos tróficos explorados.
Recentemente, D. willistoni foi coletada em Pernambuco (Brasil), tanto nos já
conhecidos ambientes de floresta que a espécie prefere (mais úmidos e com vegetação
fechada), como também nos ambientes de Caatinga (mais secos e com vegetação
aberta). A partir destes achados foram iniciados estudos de caracterização das novas
populações de D. willistoni, tanto com enfoque ecológico quanto cromossômico.
Apresentamos aqui a análise de uma inversão cromossômica envolvendo a porção
telomérica do cromossomo III, presente em populações de D. willistoni da Caatinga
de Pernambuco. Larvas em terceiro estágio, descendentes de adultos coletados na
natureza, foram processadas, sendo suas glândulas salivares extraídas e preparadas
para visualização dos cromossomos politênicos. A análise das imagens feitas ao
microscópio ótico revelou um novo rearranjo, presente até o momento apenas nas
populações de ambientes mais secos. São apresentadas imagens dos padrões homo e
heterozigoto deste arranjo e sua posição sobre o fotomapa da espécie, com discussão
sobre sua possível origem e manutenção, uma vez que a inversão altera a posição da
região telomérica do cromossomo III. Apoio: FACEPE, CNPq, PROPESQ-UFPE.
32 - Estudo dos cromossomos de três espécies do grupo tripuncatata de
Drosophila.
Mitsue T. Brianti, Galina Ananina e Louis B. Klaczko
Departamento de Genética, Evolução e Bioagentes, Instituto de Biologia, Instituto de
Biologia, Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, CP 6109, Campinas, CEP
13083–970, São Paulo, Brazil. E-mail: [email protected]
A disponibilidade de mapas de cromossomos, com o estabelecimento de
homologias de confiança entre os cromossomos de espécies diferentes, é um dos
primeiros possíveis passos param se estudar a evolução da arquitetura genética em
qualquer conjunto de espécies. Neste artigo, apresentamos fotomapas detalhados dos
cromossomos politênicos de três espécies estreitamente relacionadas do grupo
tripunctata (subgênero Drosophila): Drosophila mediopunctata, D. roehrae e D.
unipunctata. Foram também analisadas as configurações de cariótipos metáfasicos
destas três espécies. Além disso, utilizando sondas de genes de Drosophila
melanogaster, foram identificados elementos de Muller por hibridização fluorescente
in situ (FISH), obtendo evidências confiáveis de homologia dos cromossomos. Nós,
também, caracterizamos os polimorfismos de inversões cromossômicas encontrados
nas estirpes disponíveis de D. roehrae e D. unipunctata. Anteriores estudos
filogenéticos moleculares mostraram que a espécie D. mediopunctata e D.
unipunctata são filogeneticamente mais próximas entre si do que para D. roehrae. No
entanto, percebemos que o cariótipo de D. unipunctata apresenta uma conformação
única mostrando um cromossomo mitótico extra, que não se politeniza, e uma
inversão pericêntrica no cromossomo X, sugerindo uma evolução cromossômica
muito rápida. Foi encontrado um padrão para a distribuição de polimorfismos de
inversões cromossômicas entre os elementos de Muller nestas espécies. O elemento E
é o mais polimórfico, com muitas inversões em cada espécie. Elemento C é o segundo
mais polimórficos, B e D são os elementos menos polimórficos entre os cromossomos
estudados. Estes padrões detectados podem ser mais gerais entre as espécies do
gênero e são consistentes com os dados bibliográficos disponíveis para, pelo menos, o
subgênero. Apoio: Faepex (Unicamp), CNPq, CAPES
33 - Recombinação entre inversões no segundo cromossomo de Drosophila
mediopunctata
Renato Cavasini; Klélia Aparecida Carvalho; Marcos Roberto Dias Batista; Louis
Bernard Klaczko
Programa de Pós Graduação em Genética e Biologia Molecular, Depto. de Genética,
Evolução e Bioagentes, Inst. de Biologia, Universidade Estadual de Campinas,
UNICAMP.
O segundo cromossomo de Drosophila mediopunctata é altamente
polimórfico para arranjos de inversões cromossômicas e pode ser didaticamente
subdividido em duas regiões, distal e proximal. Em populações naturais, já está bem
documentada a existência de alto nível de desequilíbrio de ligação dos arranjos de
inversões entre estas duas regiões. Um dos mecanismos que poderia explicar a
manutenção desta associação não-aleatória seria a baixa taxa de recombinação entre
arranjos heterocariotípicos. Para testar esta hipótese foram realizados cruzamentos
específicos e estimadas as taxas de recombinações entre diferentes haplótipos. Três
conjuntos de fêmeas mutantes duplo-heterozigoto (FMDH) carregando a mutação
dominante Delta (Δ) localizada na região distal do segundo cromossomo, e a mutação
recessiva merlot (mt) na região proximal, foram obtidos através de duas gerações de
cruzamentos apropriados entre três estirpes padrão, isto é, fêmeas (Δ/+ e mt/+). O
primeiro conjunto (FMDH-1) é homocariotípico para um haplótipo de inversão no
segundo cromossomo (DV-PC0/DV-PC0); o segundo (FMDH-2) é heterocariotípico
para a região distal e homocariotípico para a proximal (DS-PC0/DV-PC0); o terceiro
(FMDH-3) é heterocariotípico para ambas as regiões (DA-PA0/DV-PC0).
Separadamente, fêmeas virgens de cada um dos conjuntos FMDH foram cruzadas
com machos de uma estirpe padrão (DV-PC0/DV-PC0) homozigotos para merlot
(mt/mt). Através da análise fenotípica da expressão das mutações marcadoras na prole
destes cruzamentos foi possível estimar a taxa de recombinação (r) entre os diferentes
haplótipos de inversões. Os resultados mostraram que no primeiro conjunto com
cromossomos homosequenciais houve segregação independente, com r = 47,3% (IC
95%: 38,4-56,3%); quando a região distal estava em heterozigose a recombinação foi
bastante reduzida, com r = 31,3% (IC 95%: 27,9-35,0%). Já em dupla
heterozigosidade para as inversões nenhum recombinante foi encontrado (n = 1571; r
= 0,0%; IC 95%: 0,0-0,2%). Estes resultados sugerem que a recombinação reduzida
entre as duas regiões de inversões no segundo cromossomo pode desempenhar um
importante papel na manutenção do desequilíbrio de ligação observado em
populações naturais de D. mediopunctata. Desta forma, pequenos coeficientes de
seleção contra os haplótipos recombinantes podem manter o desequilíbrio de ligação.
Apoio: FAPESP; CNPq; FAEPEX-UNICAMP
34 - Caracterização estrutural e citoquímica da espermatogênese de Zaprionus
indianus e Zaprionus sepsoides
Letícia do Nascimento Andrade de Almeida Rego; Maria Tercília Vilela de Azeredo
Oliveira; Lilian Madi-Ravazzi
UNESP – São José do Rio Preto
Zaprionus indianus é um drosofilídeo nativo da região Afrotropical que,
recentemente, colonizou o continente Sul Americano, espalhando-se rapidamente por
várias regiões. A espécie Z. indianus apresenta uma ampla distribuição geográfica
enquanto Z. sepsoides é restrita a algumas regiões africanas. O objetivo desse trabalho
foi analisar a espermatogênese das espécies Z. indianus e Z. sepsoides, com base no
uso de técnicas citogenéticas e estruturais. Na microscopia de luz foram utilizadas
diferentes técnicas de coloração: orceína lacto-acética 2%, Azul de Toluidina 1%,
impregnação por íons Prata, e reações de Feulgen e P.A.S. Para as análises
citogenéticas foram utilizados machos das duas espécies, com um a oito dias de vida.
Para as análises da estrutura dos testículos através de cortes ultrafinos foram
utilizados indivíduos com 1, 3, 5 e 8 dias de vida. As lâminas foram observadas no
sistema de analisador de imagem Axiovision LE, Versão 4.8 para Windows. Pode-se
verificar que os testículos de Z. indianus são dois tubos enovelados com cerca de 5
mm, enquanto em Z. sepsoides tratam-se de dois tubos com cerca de 1.0 mm de
comprimento cada um. O número diplóide dessas espécies foi verificado como sendo
2n = 12 cromossomos. Em relação às marcações de Ag-RON foi possível observar os
espermatozóides marcados fortemente na região do núcleo nas duas espécies. As
análises de cortes histológicos dos testículos mostraram a estrutura e a distribuição
das células espermatogênicas no testículo. Em ambas as espécies, no ápice testicular
há a presença de espermátides, enquanto nas outras regiões foram observados feixes
de espermatozóides distribuídos em todas as direções (presença de feixes
longitudinais e transversais de espermatozóides). Enquanto em Z. indianus os
espermatozóides encontravam-se dispostos em longos feixes, em Z. sepsoides, os
feixes apresentaram-se curtos e fortemente corados em sua porção correspondente ao
núcleo, quando submetidos à orceína lacto-acética 2% e à reação de Feulgen. Quando
submetidos à reação de P.A.S., somente os testículos de Z. sepsoides apresentaram
grânulos de glicogênio fortemente corados em sua camada de revestimento bem como
em seu interior. Estas análises em Z. indianus e Z. sepsoides indicam que os estágios
da espermatogênese estão presentes e organizados de forma regular e progressiva ao
longo do comprimento do testículo, semelhantemente ao que ocorre em outras
espécies de Drosophila. Apoio: CAPES.
35 - Efeitos da seleção artificial sobre a forma das assas na viabilidade de D.
melanogaster
Libéria Torquato; Jéssica Barreto; Thiago Zaro; Blanche Bitner-Mathé
Pós Graduação em Genética; Instituto de Biologia - UFRJ
Muitos estudos sugerem que a seleção natural atua direta ou indiretamente no
fitness de um organismo, podendo diminuir significativamente a viabilidade do
mesmo. Em nosso laboratório uma população natural de Drosophila melanogaster, foi
selecionada artificialmente para mudar a forma das asas. Cujo objetivo foi obter
moscas com de asas alongadas e arredondadas. O programa de seleção fundou,
independentemente, quatro linhagens (L1, L2, L5 e L6) à temperatura de 22ºC. Cada
linhagem possui três tipos de seleção: moscas com asas alongadas (L), moscas com
asas arredondadas (R) e moscas de asas com fenótipo selvagem, para controle do
experimento (C). Neste trabalho temos como objetivo testar o efeito da seleção na
viabilidade dessas moscas. Para isso utilizamos duas linhagens apenas (L1 e L5) que
se encontravam na 123ª geração. Além do controle de cada linhagem utilizamos
também a linhagem Canton-S. Dez casais foram escolhidos ao acaso em cada
linhagem (L1, L5 e Canton-S) e tipo de seleção (C, L e R) e foram transferidos para
uma garrafa com fundo removível, onde permaneceram por aproximadamente 12
horas ovopositando. Após esse período os parentais foram transferidos para uma nova
garrafa. Trinta (30) embriões foram colocados em cada vial contendo meio de cultura
apropriado e mantidos a 25ºC. A viabilidade foi estimada como a proporção de
adultos que emergiram em cada vial em relação ao número de embriões inicialmente
transferidos. As análises preliminares mostraram que a viabilidade foi
significativamente diferente para os efeitos da seleção e da linhagem. As moscas do
grupo Controle foram mais viáveis do que as moscas selecionadas, independente do
tipo de seleção ao qual foram submetidas (L ou R). Esse resultado é interessante, pois
na natureza não encontramos moscas com asas tão arredondadas quanto às
selecionadas (R). Além disso, não foi encontrada diferença significativa entre a
linhagem Canton-S e o grupo controle (C), mostrando que o nosso controle é um bom
controle para o experimento. Já o efeito da linhagem também foi significativo, sendo a
L5 mais viável do que a L1. Nossos resultados indicam que a pressão seletiva
exercida para modificar a forma das asas diminuiu a fitness desses indivíduos. Apoio:
CNPq e CAPES
36 - Variação quantitativa de tamanho e forma durante o desenvolvimento das
asas em Drosophila melanogaster
Bruna Palma Matta; Libéria Maria Torquato; Blanche Christine Bitner-Mathé
Programa de Pós Graduação em Genética; Departamento de Genética; Instituto de
Biologia; UFRJ
A espécie Drosophila melanogaster tem sido utilizada como modelo em
diversas áreas de estudo, como Genética e Biologia do Desenvolvimento. Com o
objetivo de investigar os genes e processos celulares envolvidos na determinação da
variação quantitativa de forma da asa nessa espécie, um programa de seleção artificial
foi realizado anteriormente em nosso laboratório. Nesse programa, a variação na
forma do contorno da asa foi aumentada em resposta à seleção durante o
estabelecimento de linhagens com asas mais arredondadas (linhagem 1R) ou com asas
mais alongadas (linhagem 1L). No entanto, para avaliar melhor a importância de
genes candidatos ao controle dessa variação, fez-se necessário determinar em que
etapa do desenvolvimento da asa ocorre a maior parte dessa variação de forma. No
presente trabalho, analisamos a morfologia das asas das pupas dessas linhagens de
seleção, mantidas a 25°C. Para cada linhagem, cinco grupos de dez fêmeas
inseminadas foram escolhidos aleatoriamente e cada grupo foi transferido para um
tubo de cultura, com o objetivo de controlar a densidade máxima de ovos. A cada dois
dias, as fêmeas foram transferidas para novos tubos e fermento líquido foi adicionado
ao meio para proporcionar alimento farto às larvas em desenvolvimento. Pupas com
até 10 horas após a formação do pupário (AFP) foram sexadas e posteriormente
envelhecidas até 30 horas AFP, antes de terem suas asas dissecadas e fixadas em
formaldeído 4%. Na fase de 30h AFP, as asas das pupas já se encontram em sua
forma evertida e ainda não se dobraram, possibilitando a análise do comprimento
(WL) e largura (WW); medidas necessárias para as estimativas de forma do contorno
(SH = WW/WL) e tamanho da asa (SI = raiz[(WL/2)*(WW/2)]). As asas de 30 pupas de
cada linhagem foram analisadas, sendo 15 de machos e 15 de fêmeas. Análises de
variância revelaram que não há diferença significativa na média de SI entre essas
linhagens, conforme observado nas asas dos adultos (dados anteriores do laboratório).
Também não foi observada diferença significativa para W W, indicando que a
diferença encontrada na largura das asas de adultos (dados anteriores) deve ser
determinada em etapas do desenvolvimento posteriores à 30h AFP. Entretanto,
diferenças significativas para WL e SH foram observadas nas asas de pupas das
linhagens 1L e 1R. Esse resultado indica que ao menos parte da variação quantitativa
no comprimento e na forma do contorno das asas já está definida nas etapas do
desenvolvimento anteriores à 30h AFP. Para validar esses resultados preliminares, a
amostra de asas de pupas será aumentada, e uma análise morfológica das asas de
adultos dessas linhagens será realizada na mesma geração em que as asas das pupas
foram analisadas. Apoio: CAPES
37 - Bases genéticas de caracteres vinculados al tamaño corporal en Drosophila
melanogaster
Victoria Ortiz; Julián Mensch, Ignacio Soto; Juan José Fanara; Valeria P. Carreira
Laboratorio de Evolución. Departamento de Ecología, Genética y Evolución.
Facultad de Ciencias Exactas y Naturales. Universidad de Buenos Aires. Argentina
El tamaño que puede alcanzar un organismo, así como el de sus partes,
son caracteres complejos de variación cuantitativa, que están determinados tanto por
factores genéticos como ambientales que operan a través de mecanismos moleculares
y fisiológicos complejos. En los últimos años se han producido importantes avances
en cuanto al conocimiento de los factores que subyacen a las diferencias en el tamaño
corporal. Sin embargo, aún no se ha logrado dilucidar la arquitectura genética de este
carácter complejo. Particularmente, es necesario ahondar en el conocimiento de los
factores genéticos que intervienen en su expresión. En este contexto, el objetivo
general en el que se enmarca el presente trabajo es identificar y caracterizar genes
candidatos para el tamaño del cuerpo en la especie modelo Drosophila melanogaster.
Para alcanzar dicha meta, se midieron diferentes caracteres vinculados al tamaño
corporal en individuos de ambos sexos de líneas isogénicas (homocigotas para todos
los loci) derivadas de una población natural, cuyos genomas fueron completamente
secuenciados. Este sistema genético integrado permitirá identificar tanto genes
asociados a los caracteres cuantitativos estudiados (QTGs) como polimorfismos
nucleotídicos (SNPs) determinantes de la variabilidad fenotípica, así como los
factores genéticos responsables de la plasticidad. En este trabajo presentamos los
resultados de mediciones realizadas en un subset de estas líneas, criadas a 25°C, para
los caracteres morfométricos distancia interocular, largo del ala y largo del tórax. Los
análisis realizados permitieron detectar variabilidad genética (determinada por el
aporte significativo de la varianza entre líneas a la varianza fenotípica total) para
todos los caracteres. A su vez, los análisis revelaron que dicha variabilidad genética
depende del sexo en todos los caracteres estudiados (es decir, la interacción entre la
línea y el sexo siempre fue significativa), siendo el aporte de la varianza debida a los
factores genéticos (línea y línea x sexo) muy importante en todos los casos.
Finalmente, como se ha observado típicamente en Drosophila, las hembras resultaron
ser más grandes que los machos. En general, estos resultados muestran que la
población presenta variabilidad genética natural, con lo que, al realizar los análisis de
asociación entre el fenotipo y el genotipo (es decir, entre los valores de los distintos
caracteres estudiados en las líneas y las secuencias de los genomas respectivos)
esperamos poder determinar los QTGs y SNPs pleiotrópicos y específicos de cada
carácter. Apoyo financiero: UBA
38 - Prevalência de Spiroplasma em populações de D. melanogaster: efeito
androcida, posição filogenética e não-associação com Wolbachia
Iuri Matteuzzo Ventura1, Ayana de Brito Martins1,2, Mariana Lúcio Lyra1,3, Carlos
Alberto da Conceição Andrade1,4, Klélia Aparecida de Carvalho1 e Louis Bernard
Klaczko1
1
Departamento de Genética, Evolução e Bioagentes, IB, Unicamp, SP; 2
Departamento de Ecologia, IB, USP, SP; 3 Departamento de Zoologia, IB, UNESP,
SP; 4 Departamento de Biologia Marinha, IB, UFF
Bactérias do gênero Spiroplasma são endossimbiontes de transmissão materna
que podem matar machos infectados de diversas espécies de artrópodes, resultando na
produção de proles com excesso de fêmeas. A prevalência destes agentes androcidas
varia dentro e entre espécies. Neste trabalho, avaliamos a variação espacial e temporal
da prevalência de Spiroplasma androcida e não-androcida em três populações
brasileiras de Drosophila melanogaster (Recife, Salvador e Rio de Janeiro, n = 572
fêmeas), aproximadamente uma década após sua descoberta nesta espécie. Nas coletas
realizadas, a prevalência de Spiroplasma androcida variou de 0 a 17,7% (a mais alta
estimativa para uma espécie de Drosophila registrada até o momento). Há sugestão de
declínio da ocorrência de Spiroplasma ao longo de 3 anos na população de Salvador.
A proporção sexual média das proles das fêmeas infectadas variou de 98,5% a 100%
de fêmeas, indicando um forte efeito androcida nas amostras das três localidades.
Spiroplasma não-androcida foi encontrado em apenas uma população, em 3 a 5% das
moscas coletadas. Isto pode sugerir uma vantagem de disseminação da bactéria
conferida pela estratégia androcida. Através do sequenciamento de dois locos,
identificamos a posição filogenética das linhagens de Spiroplasma das três
localidades, mostrando que todas agrupam-se muito próximas no clado poulsonii,
incluindo as linhagens não-androcidas. Também testamos a associação de
Spiroplasma com Wolbachia, outro gênero de bactérias endossimbiontes comum em
Drosophila. A prevalência desta bactéria mostrou-se mais alta e estável, variando de
81,8% a 100% nas populações amostradas. A ocorrência de Wolbachia não diferiu
entre linhagens infectadas e não infectadas por Spiroplasma em nossa maior amostra,
nem suas prevalências mostraram-se associadas entre as três localidades, sugerindo
independência entre as duas bactérias nas populações de D. melanogaster. Neste
cenário, a combinação de condições ambientais, diferenças entre as populações
hospedeiras e fatores históricos devem ser responsáveis pela heterogeneidade nas
prevalências estimadas. Apoio: FAPESP, CNPq, CAPES, Faepex-Unicamp
39 - Avaliação da potencial genotóxico do composto pirimídico P7 em células
somáticas de Drosophila melanogaster.
André S. Silva1; Nilza N. Guimarães2; Kenya S. Cunha2; Emerson P. S. Falcão3; Ana
C. L. Garcia1; Claudia Rohde1.
1. Laboratório de Genética, Centro Acadêmico de Vitória, UFPE.
2. Laboratório de Genética Toxicológica, Instituto de Ciências Biológicas, UFG;
3. Laboratório de Produtos Naturais e Fármacos, Centro Acadêmico de Vitória,
UFPE.
Especialmente na área de mutagênese, a Drosophila melanogaster é o
organismo que permite a aplicação da metodologia SMART, ou teste para detecção de
mutação e recombinação somática. Este teste baseia-se na identificação de pêlos com
fenótipos mutantes que representam a expressão fenotípica da ocorrência de mutação
(gênica ou cromossômica) e/ou recombinação causada pela exposição de larvas a
compostos de interesse. A aplicação do teste SMART atinge grupos de células, ou
discos imaginais, que proliferam separadamente durante o desenvolvimento até se
diferenciarem, durante a metamorfose, em estruturas do corpo da mosca adulta, como
as asas. Por meio da metodologia SMART foi possível investigar o potencial
mutagênico do composto pirimídico e análogo de base denominado P7, reconhecido
como um anti-inflamatório. Os resultados da análise microscópica e a quantificação
das alterações fenotípicas presentes nos tricomas das asas dos indivíduos adultos
trans-heterozigotos tratados com P7 não foram estatisticamente diferentes daqueles
apresentados no controle negativo. Portanto pode-se predizer que, nas condições
experimentais utilizadas, o P7 não possui uma ação mutagênica e recombinogênica
direta. Este resultado reforça a ideia já apresentada na literatura de que o composto P7
possa ser usado como um anti-inflamatório que não apresenta efeitos colaterais
relacionados com a indução de mutação pontual e/ou recombinação somática.
Apoio Financeiro: PROPESQ-UFPE; FACEPE.
40 – The protective role of (-)-cubebin against doxorubicin and urethane
mutagenicity in Drosophila melanogaster
Mário Antônio Spanó, Alexandre Azenha Alves de Rezende.
Programa de Pós-graduação em Genética e Bioquímica: UFU.
(-)-Cubebin (CB), a dibenzylbutyrolactolic lignan, was isolated from dry seeds
of P. cubeba. This lignan possess anti-inflammatory, analgesic and antimicrobial
properties. Previous studies suggest that CB could inhibit mitochondrial complex I
and also deactivate cytochrome P450 (CYP 450) and the NADH oxidase activity of
mitochondrial complex I. We examine the mutagenicity and recombinogenicity of CB
when administered alone or simultaneously with the anthracycline antibiotic
Doxorubicin (DXR) and Ethyl-carbamate, also known as Urethane (URE). DXR, a
drug that targets topoisomerase II, is one of the most effective anticancer drugs used
clinically. URE, a promutagen having a clearly mutagenic potential in Drosophila
melanogaster, is strongly dependent on metabolic activation by CYP 450. The
Somatic Mutation and Recombination Test (SMART) in wing somatic cells of D.
melanogaster, was performed employing two genetic markers located on the left arm
of chromosome 3: multiple wing hairs (mwh, 3–0.3) – a homozygous-viable recessive
mutation that produces multiple trichomes per cell instead of one trichome; and flare3
(flr3, 3–38.8) – a recessive mutation that produces flare-shaped wing hairs. Three D.
melanogaster strains were used: 1) multiple wing hairs: y; mwh j; 2) flare3:flr3/In(3LR)TM3, ri ppsep l(3)89Aa bx34ee BdS; and 3) ORR; flare-3: ORR;
flr3/In(3LR)TM3, ri ppsep l(3)89Aa bx34ee BdS. Two different crosses were carried
out: Standard (ST) cross and High Bioactivation (HB) cross. For the ST cross, virgin
flare-3 females were mated with mwh males. For the HB cross, which is characterized
by an augmented level of CYP 450, virgin ORR, flare-3 females were mated with
mwh males.Third instar larvae obtained from both crosses were fed chronically (48 h)
with CB alone (0.25, 0.5, 1.0, 2.0 or 4.0 mM) or in combination with DXR (0.2 mM)
or URE (10 mM). CB alone did not induce mutation or recombination. When
associated with DXR, at lower concentrations, CB statistically reduced the
frequencies of DXR-induced mutant spots. However, at higher concentrations, CB
potentiates DXR effects, leading to increased frequency of mutant spots (2.0 mM) or
inhibiting mutant spot formation (4.0 mM) due to its toxicity. The results obtained
when associated with URE were fairly similar. These results suggest that, depending
on the concentration, CB may interact with the enzymatic system that catalyzes the
metabolic detoxification of DXR, inhibiting the activity of mitochondrial complex I,
thereby scavenging free radicals, and that CB may also modulate the metabolic
activation of URE, inhibiting the formation of DNA-binding metabolites. Financial
Support: CNPq (Process 304376-2010-8); CAPES; UFU; UNIFRAN; FAPESP.
41 - Análise in silico de regiões gênicas conservadas do elemento cromossômico F
de Drosophila willistoni
Zilpa das Graças da Silva1,2; Ana Cristina Lauer Garcia2; Martín Alejandro Montes3;
Cláudia Rohde2
1
Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular Aplicada; UPE.
2
Laboratório de Genética, Centro Acadêmico de Vitória; UFPE. 3Laboratório de
Genética, Bioquímica e Sequenciamento de DNA, UFRPE.
Drosophila willistoni pertence ao grupo e subgrupo willistoni do subgênero
Sophophora. Possui uma ampla distribuição Neotropical, com clara preferência por
ambientes quentes e úmidos como as florestas. Do ponto de vista cromossômico é
considerada uma das espécies mais polimórficas para rearranjos do tipo inversões
paracêntricas. Seu cariótipo consiste de dois pares de cromossomos metacêntricos (X
e II) e um par de cromossomos acrocêntricos (III+IV). Drosophila willistoni é,
portanto, uma das raras espécies cujo cromossomo pontual não é livre (IV
cromossomo). Este cromossomo, ou elemento cromossômico F de Muller, carrega
pelo menos 96 diferentes genes em D. melanogaster. Conforme estudos recentes, em
D. willistoni são conhecidas as posições cromossômicas de apenas três genes do
elemento cromossômico F: Ci (Cubitus interruptus), Ey (Eyeless) e Ank (Ankirin).
Nosso grupo está interessado em conhecer também a conservação ou a variabilidade
das sequências de outros genes, tanto entre as espécies crípticas e como não crípticas
do grupo willistoni. Além disso, queremos investigar a posição cromossômica de cada
um deles, confirmando ou não a sua localização na porção proximal do cromossomo
III, ou seção 78 do fotomapa da espécie. Inicialmente, foram selecionados oito genes
de interesse (Jyalpha, Ci, Ank, Hcf, Zfh2, Ey, Bt, e Sv). As sequências dos genes,
adquiridas através do GenBank, foram comparadas in silico entre D. willistoni e D.
melanogaster (cujo cromossomo pontual não está fusionado a nenhum outro
cromossomo). Para cada gene foram escolhidas regiões específicas conservadas
(exons), cujos tamanhos estudados variaram entre 364 e 2.673 pares de base. Os
resultados apontam para uma baixa homologia das sequências destes genes (entre 60 e
81%). Os genes Hcf (Host cell factor), Sv (Shaven) e Bt (Bent) apresentaram
homologia acima de 70% enquanto que Ci, Ey, e Ank foram os genes com os menores
índices. As análises indicam que outros genes também podem ser bons candidatos aos
futuros estudos. Oligonucleotídeos iniciadores, construídos com base nestas
sequências mais conservadas, serão os primeiros a serem sequenciados e localizados
através da metodologia de hibridização in situ fluorescente sobre os cromossomos
politênicos das espécies do grupo willistoni. Apoio financeiro: FACEPE e CNPq.
42 - Sintenia en genes del elemento F en especies del subgrupo willistoni, revelada
mediante mapeo citogenético
Yanina Panzeraa, Sebastián Pitaa, Vera L.S. Valenteb, Beatriz Goñia, Claudia Rohdec.
a. Sección Genética Evolutiva, Fac. Ciencias, UDELAR, Uruguay; b. Departamento
de Genética, UFRGS, Brasil, Laboratório de Drosophila, UFRGS; c. Laboratório de
Genética, Centro Acadêmico de Vitória, UFPE, Brasil
La familia Drosophilidae presenta un cariotipo ancestral haploide constituido
por cinco cromosomas acrocéntricos y un cromosoma puntual, mientras que los
cariotipos derivados, surgen por fusiones céntricas del complemento ancestral. Un
ejemplo de ello lo constituyen las especies crípticas del subgrupo willistoni. Estas
especies se caracterizan por la ausencia del cromosomas puntual, debido a una fusión
céntrica entre los elementos E y F de Muller. La secuenciación, ensamblaje y
anotación del genoma completo de doce especies de Drosophila, permitió reevaluar el
mapa genético y físico de estas, significando una importante herramienta para el
análisis de la evolución cromosómica. La comparación de los mapas físicos con los
datos in silico a partir del ensamblaje de los diferentes scaffolds, confirmó la sintenia
a nivel de brazos propuesta por los mapas genéticos. En D. willistoni, fue posible
mediante el ensamblado de tres schaffolds, y apoyados por datos de mapeo físico
confirmar la fusión entre los elementos E y F. Sin embargo, el escaso número de
genes mapeados y el uso de sondas heterologas, generaron resultados no
concluyentes, y en algunos casos ambiguos, como la ocurrencia de dos señales de
localización para el gen de copia única eyeless en D. willistoni. En el presente trabajo
se reexamina el mapa citogenético de D. willistoni y se mpaean por primera vez genes
del elemento F en D. paulistorum y D. equinoxialis. Para ello se mapearon los genes
cubitus interruptus y eyeless, mediante la técnica de hibridación in situ fluorescente
(FISH), utilizando sondas específicas de D. willistoni, sintetizadas a partir de los datos
del proyecto genoma. Nuestros resultados, no sólo confirman los estudios previos en
D. willistoni, sino que aportan una mayor especificidad y resolución en el mapeo
citogenético, confirmando la fusión de los elementos E y F. Además por primera vez,
se aporta evidencia de la fusión E + F en D. paulistorum y D. equinoxialis, mostrando
sintenia en las tres especies aquí estudiadas. Ello implica que el evento de fusión E +
F es un carácter monofilético para el subgrupo willistoni. Futuros estudios son
requeridos para conocer los mecanismos involucrados en la fusión de ambos
elementos en el grupo willistoni, así como el mapeo de un mayor número de genes
que apoyen los resultados del ensamblado in silico. Apoyo: FACEPE, Programa 720,
CSIC.
43 - Mapa genético en Drosophila willistoni
Sebastián Mateos; Sebastián Rodríguez; Ana María Soler; Cristina Parada; Beatriz
Goñi
Sección Genética Evolutiva, Facultad de Ciencias, UdelaR, Uruguay.
Drosophila es un sistema modelo para el estudio de la evolución cromosómica
y el orden génico. El secuenciamiento de 12 genomas de miembros del genero
Drosophila ha permitido evaluar el mapa genético y físico de 11 especies y contribuir
al conocimiento de la organización genómica y estructural de este genero. Drosophila
willistoni es una especie de distribución Neotropical, y una de las especies
secuenciadas. El genoma de D. willistoni se organiza en tres grupos de ligamiento:
dos pares de autosomas (cromosoma 2, y 3) y un par de cromosomas sexuales
heteromórficos, el X y el Y. Se ha propuesto que los cromosomas 2 y X resultaron de
fusiones entre cromosomas homólogos, referidos como “los elementos de Müller”.
Sin embargo, la reorganización del mapa físico de D. willistoni se halla limitada por el
bajo número de marcas genéticas y físicas, lo que posiciona como tentativa la
orientación de los “scaffolds” genómicos en los cromosomas de esta especie. Con el
objetivo de aportar datos al mapa genético (y físico) de D. willistoni, nuestro
laboratorio ha realizado el análisis de ligamiento de marcas en los cromosomas 2 y 3
utilizando mutaciones espontáneas que, en muchos casos, representan nuevas marcas
genéticas. Este trabajo presenta los datos preliminares del mapeo genético para los
cromosomas 2 y 3 de D willistoni. Para ello hemos construido cepas marcadoras
portadoras de loci de referencia en estos cromosomas, con mutaciones fácilmente
visibles y con buena viabilidad. El orden de los genes se determinó mediante el
análisis de recombinación de 3 puntos. Para determinar las distancias génicas se
utilizó el porcentaje de recombinación entre pares de loci. En el curso de los
experimentos se detectó la supresión de recombinación entre pares de loci en cada
cromosoma. Es bien conocido el alto grado de polimorfismo cromosómico en las
poblaciones naturales en D. willistoni, por lo cual los datos genéticos aquí aportados
son ciertos solo para las cepas involucradas. Los datos obtenidos nos permitirán
evaluar la designación de los genes mutantes en el mapa genético considerando
además, los datos de sintenía y ligamiento cromosómicos (elementos de Müller) de
los genes ortologos de D. willistoni con los descritos para D. melanogaster,
disponibles en el FlyBase (http://flybase.org/). Finalmente, la supresión de
recombinación observada entre determinados genes, nos permitirá investigar si este
fenómeno está relacionado con el ligamiento de dichos loci a inversiones presentes en
los cromosomas politénicos de las cepas mutantes y/o con su posición en el mapa
genético. Apoyos: CSIC (UdelaR), PEDECIBA, ANII.
44 - Estudo da conservação da sequência da DNA metiltransferase 2 (Dnmt2) no
gênero Drosophila
Gilberto Cavalheiro Vieira*¹; Marícia Fantinel D’Ávila*²; Maríndia Deprá³; Vera
Lúcia da Silva Valente¹,²,³
1. Departamento de Genética, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul; 2. Programa de Pós Graduação em Genética e Biologia Molecular,
Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 3. Programa de
Pós Graduação em Biologia Animal, Instituto de Biociências, Universidade Federal
do Rio Grande do Sul
*Estes autores contribuíram igualmente na execução do trabalho.
O principal mecanismo de regulação epigenética nos organismos é a metilação do
DNA e a enzima responsável pelo processo é a DNA metiltransferase. Nos
vertebrados estão descritos pelo menos quatro diferentes famílias de DNA
metiltransferases (Dnmt1, Dnmt2, Dnmt3). Contudo, nos drosofilídeos até agora
estudados, foi descrita apenas uma enzima, do tipo Dnmt2. Mas há outras diferenças
entre a metilação do DNA de Drosophila e de vertebrados. A proporção de citosinas
metiladas em Drosophila é bem menor que a descrita para vertebrados e só é
detectada nos estágios iniciais de desenvolvimento, já em vertebrados ela se
estabelece e se mantém ao longo de toda a vida do indivíduo. Além disso, em
vertebrados a metilação ocorre principalmente em ilhas CpG de forma simétrica,
enquanto que em Drosophila, a metilação é prevalente em nucleotídeos CpT e CpA e
é assimétrica. O significado das diferenças encontradas ainda não está claro, porém
levanta a questão da importância evolutiva da metilação do DNA em espécies de
Drosophila. Diante desse cenário, o presente trabalho objetivou avaliar o grau de
conservação do gene Dnmt2 em diferentes espécies de Drosophila com o intuito de
inferir o significado evolutivo da metilação do DNA no gênero. Assim, amostras de
DNA genômico de 60 espécies da família Drosophilidae foram utilizadas em
amplificações por PCR com primers para Dnmt2 descritos na literatura para
Drosophila melanogaster. Os fragmentos obtidos foram purificados e submetidos a
sequenciamento automático. A análise dos cromatogramas e alinhamentos foi feita
nos programas do Staden Package e Mega 5.05, e para visualizar a identidade e
percentual de conservação das sequências obtidas, usamos o GeneDoc. Obteve-se
amplicons de 18 espécies do gênero Drosophila, além de sequências de insetos cujos
genomas estão disponíveis em bancos de dados Flybase, num total de 30 espécies
pertencentes aos grupos: guarani, guaramunu, tripunctata, calloptera, immigrans,
mesophragmatica, flavopilosa, repleta, melanogaster e willistoni. A análise das
estimativas de divergência evolutiva dos 13 grupos de Drosophila apresentou valor
mínimo de 14,1% entre os grupos guaramunu e calloptera, e máxima de 35,5% entre
os grupos willistoni e mesophragmatica. O alinhamento de aminoácidos de Dnmt2
indicou grande conservação das regiões catalíticas da enzima Dnmt2 entre as
sequências analisadas, mas com considerável diferença na região de reconhecimento
da sequencia a ser metilada. As análises filogenéticas das sequências de nucleotídeos
e de aminoácidos recuperaram os principais clados do gênero Drosophila (virilisrepleta, immigrans-hirtodrosophila e subgênero Sophophora). Apoio: BICFAPERGS
45 - Expressão da DNA metiltransferase 2 (Dnmt2) em Drosophila willistoni
Marícia Fantinel D'Ávila1, Maríndia Deprá2, Vera Lúcia da Silva Valente1,2
1. Programa de Pós Graduação em Genética e Biologia Molecular, Instituto de
Biociências, UFRGS; 2. Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, Instituto
de Biociências, UFRGS.
A caracterização da DNA metiltransferase 2 e estudos relacionados às
prováveis funções desta enzima têm sido foco de investigações em Drosophila, pois
as espécies do gênero pesquisadas possuem somente a Dnmt2 mediando a metilação
do DNA. Homólogos do gene Dnmt2 já foram identificados em praticamente todos os
modelos biológicos utilizados, entretanto suas funções biológicas ainda não foram
efetivamente determinadas. Alguns trabalhos demonstram a metilação do DNA nos
períodos iniciais de vida em Drosophila melanogaster, o que poderia sugerir que a
Dnmt2 tenha alguma função ligada ao desenvolvimento. Por isso, torna-se
interessante avaliar eventuais mudanças nos padrões de metilação de genes de
desenvolvimento de modo espaço-temporal. No intuito de inferir prováveis funções
para o gene Dnmt2, realizamos uma investigação sobre os padrões de expressão da
Dnmt2 em diferentes fases de desenvolvimento de D. willistoni, espécie em que foi
previamente descrita a metilação do DNA em adultos. Para tal, realizamos
primeiramente um RT-PCR convencional com amostras de cDNA de D. willistoni e
D. melanogaster (controle): ovários, embriões e adultos - fêmeas virgens, fêmeas
fertilizadas, fêmeas sem ovários e machos. Após, a quantificação fluorescente por RTPCR em Tempo-Real foi realizada nas mesmas amostras. Realizamos ainda a
hibridização in situ de oócitos e embriões, com o uso de uma ribossonda antisenso
marcada com Digoxigenina para detectar transcritos de Dnmt2 nestes tecidos.
Demonstramos a presença de transcritos de Dnmt2 em adultos, embriões, em tecidos
germinativos e em tecidos somáticos. Em nossas análises quantitativas, evidenciamos
ainda que a expressão transcricional da Dnmt2 é mais alta em oócitos, ou seja, em
estágios pré-zigóticos de D. willistoni. Esses achados foram confirmados ao
realizarmos a hibridização in situ de oócitos e embriões, onde identificamos a
presença de transcritos não apenas nos estágios iniciais de desenvolvimento
embrionário, como descrito para D. melanogaster, mas também durante a oogênese.
Nossas descobertas apontam para uma possível função biológica de Dnmt2
relacionada com a regulação de genes de desenvolvimento e de diferenciação de
oócitos em D. willistoni, atuando ainda em nível pré-zigótico.
46 - Análisis del polimorfismo y la divergencia nucleotídica de Lsd-2, un gen
candidato para el tamaño corporal
Valeria P. Carreira; Cristian Corio; Gabriela Russo; Juan José Fanara; Esteban Hasson
Laboratorio de Evolución. Departamento de Ecología, Genética y Evolución. Facultad
de Ciencias Exactas y Naturales. Universidad de Buenos Aires. Argentina
El tamaño del cuerpo es un carácter adaptativo cuya variación tiene base
genética, depende de factores ambientales y muestra múltiples interacciones con otros
componentes del fitness. En trabajos previos, hemos estudiado la variación de
diferentes caracteres vinculados al tamaño corporal en líneas derivadas de poblaciones
naturales de D. melanogaster dispuestas a lo largo de gradientes geográficos de
Argentina y hemos identificado genes candidatos a participar en su expresión. En este
contexto nos propusimos realizar un análisis genético-poblacional de la variación
nucleotídica de los genes que mostraron un efecto mayor con respecto a los caracteres
estudiados. Uno de ellos es Lipid storage droplet-2 (Lsd-2), el cual está vinculado a la
regulación del transporte y almacenamiento de lípidos. En este trabajo, analizamos la
secuencia completa del gen en 29 líneas isogénicas norteamericanas para las que
contamos con la secuencia de todo el genoma. Además, estudiamos dos fragmentos
del gen en dichas líneas y en isolíneas derivadas de cuatro poblaciones argentinas que
constituyen los extremos de los gradientes geográficos (latitudinal y altitudinal)
estudiados anteriormente. El análisis de la secuencia completa (4748 pb) reveló 31
sitios polimórficos (19 de ellos con variantes únicas –singletons- y 12 con dos
variantes presentes, cada una, en al menos dos alelos –sitios informativos-). Tres de
estos sitios segregantes se encuentran en la región codificante del gen y están
asociados a sustituciones sinónimas. El análisis del fragmento del gen que incluye al
exón 5 (538 pb, n = 47), reveló 10 sitios polimórficos (7 singletons y 3 informativos)
de los cuales sólo uno está asociado a una sustitución sinónima. Por otro lado, el
análisis del fragmento del gen que incluye al exón 4 (702 kb, n = 46), mostró 6 sitios
polimórficos (2 singletons y 4 informativos) de los cuales dos están asociados a
sustituciones sinónimas. Para este fragmento se observó un polimorfismo de
inserción/deleción (indel) de 12 pb en la región no codificante en dos líneas derivadas
de dos poblaciones diferentes (una de cada extremo del gradiente latitudinal). Para
ambos fragmentos el número medio de sustituciones nucleotídicas por sitio entre
poblaciones fue muy bajo. El análisis del ajuste de los patrones de variación a lo
esperado según un modelo neutro mostró discrepancias significativas considerando
distintos estadísticos genético-poblacionales (Dt, D*, F*, Fs, R2, etc.). Globalmente,
los resultados muestran que Lsd-2 presenta escasa variación nucleotídica así como
poca diferenciación entre poblaciones lo que sugiere que su función relacionada con
el metabolismo lipídico se encuentra bastante conservada. Asimismo, los valores
obtenidos para distintos estadísticos sugieren que las poblaciones de D. melanogaster
han sufrido una expansión poblacional. Todos estos resultados son discutidos
tomando en consideración la divergencia respecto de las secuencias de Lsd-2 de otras
especies de Drosophila. Apoyo financiero: UBA, CONICET, ANPCyT.

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