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INTRODUÇÃO FARMACOTERAPIA DA ENXAQUECA Enxaqueca é um distúrbio caracterizado por crises recorrentes de cefaléia amplamente variável em intensidade, freqüência e duração. As crises são comumente unilaterais e geralmente se associam a anorexia, náusea, vômitos e fotofobia. Em alguns casos as crises são precedidas por desequilíbrios neurológicos e de humor, ou se associam com eles. (World Federation of Neurology) Cerca de ¼ dos ataques de enxaqueca são precedidos de uma aura, tipicamente de sintomas visuais. Prevalência das enxaquecas: ~10%. Prof. José Guilherme P. Pires, MD Há uma ausência de sintomas entre os ataques. Dores de cabeça diárias não são enxaqueca. Estágios da enxaqueca Fatores desencadeantes - 1 Fatores desencadeantes - 2 1 Fatores desencadeantes - 3 Como acontece a enxaqueca (hipótese) 3 4 Alterações circulatórias e na atividade neural causam distúrbios visuais, tonteira, zumbidos e outros sintomas neurológicos. CGRP e outras substâncias químicas do SNC causam vasodilatação e respostas inflamatórias nos tecidos circunjacentes 5 A inflamação irrita o nervo trigêmio, resultando em cefaléia intensa 2 Impulsos elétricos espalham-se para outras regiões do SNC 1 A crise origina-se em estruturas cerebrais profundas (hipotálamo, córtex) http://www.migraineprevention.com/ 2 Fármacos usados na crise de enxaqueca - 1 • 1) Analgésicos comuns (orais) A depressão cortical alastrante (CSD) participa na patogenia das enxaquecas com aura. TGN = núcleo trigeminal TGG = gânglio trigeminal SPG = gânglio esfeno-palatino SSN = núcleo salivatório superior Fármacos usados na crise de enxaqueca - 2 • 3) Alcalóides do ergot Seu efeito vasoconstrictor é parcialmente resultante de ação agonista sobre receptores 5-HT. Representantes: DIIDROERGOTAMINA (mesilato) → VO, SC, IM, intranasal ERGOTAMINA (tartarato, base livre) → VO Eficácia na crise: ~50% (+ acetaminofeno = ~60%) Principais efeitos adversos: náusea, vômitos. Contraindicação: gravidez. Exs.: acetaminofeno, aspirina, ibuprofeno, naproxeno, dipirona. Geralmente associados à cafeína e à metoclopramida. A metoclopramida é antiemética e ↑ a absorção do analgésico. Emprego: formas menos severas de enxaqueca. Eficácia: abortam ~40% das crises. • 2) Analgésicos opióides (orais) Apesar de eficazes, NÃO são recomendados, dado os riscos de efeitos adversos, inclusive sedação excessiva e dependência. No mercado existem associações de tramadol e de codeína com acetaminofeno (eficácia ~70%). Fármacos usados na crise de enxaqueca - 3 • 4) TRIPTANAS (agonistas 5-HT1B/1D) SUMATRIPTANA (Sumax etc): SC, IN, VO ZOLMITRIPTANA (Zomig, Zomig OD): VO, (IN) RIZATRIPTANA (Maxalt, Maxalt RPD): VO NARATRIPTANA (Naramig): VO ALMOTRIPTANA (Axert): VO ELETRIPTANA (Relpax): VO FLOVATRIPTANA (Frova): VO As triptanas são usados para abortar a crise. Sua eficácia é da ordem de 80% (quanto mais precocemente usados, maior a eficácia). A taxa de recorrência da crise, no período de 24 h, é de ~30%. ergotamina almotriptana 3 TRIPTANA NOME COMERCIAL VIA DE ADMINISTRAÇÃO MEIA-VIDA INÍCIO DO EFEITO ALMOTRIPTANA VO 3-4 h 30-60 min 12,5 mg ELETRIPTANA VO 3-4 h 30-60 min 20-40 mg FROVATRIPTANA VO ~25 h ~2 h 2,5 mg VO ~6 h 1-3 h 2,5 mg NARATRIPTANA Naramig TRIPTANAS DOSE USUAL (pode ser repetida após 2 h) RIZATRIPTANA Maxalt VO 2-3 h 30-60 min 5-10 mg SUMATRIPTANA Sumax VO, SC, IN ~2 h 30-60 min VO ~10 min SC 10-15 min IN 50-100 mg VO 6 mg SC 5-20 mg intranasal ZOLMITRIPTANA Zomig VO, (IN) 2-3 h 30-60 min VO 10-15 min IN 2,5-5 mg VO 5 mg intranasal • Efeitos adversos: sonolência, tonteira, rubor, sensação de aperto no tórax, sensação de queimação no local da injeção. • Contraindicações: HAS não controlada, DAC, doença cerebrovascular. • Interações medicamentosas: IMAO, verapamil e claritromicina podem reduzir o metabolismo de diversas triptanas; a associação de triptana com SSRIs/SNRIs pode causar síndrome serotonérgica. Quando introduzir alcalóide do ergot, aguardar pelo menos 24 h. Loder, 2010 Fármacos usados na profilaxia da enxaqueca • Beta-bloqueadores: propranolol, timolol • Anticonvulsivantes: topiramato, divalproex, valproato • Antidepressivos tricíclicos: amitriptilina, nortriptilina • AINEs: aspirina, ibuprofeno • BCCs: flunarizina, verapamil • Outros: clonidina, lisinopril, candesartana Os beta-bloqueadores são adequados para profilaxia contínua. Em caso de toxicidade ou ineficácia, recomenda-se o anticonvulsivante. A indicação de amitriptilina, verapamil, flunarizina, lisinopril e candesartana é off-label. Os AINEs são úteis apenas em situações específicas (ex.: quando a enxaqueca é desencadeada pela menstruação). 4
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