FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Administração

Transcrição

FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Administração
FACULDADE TECSOMA
Curso de Graduação em Administração
Leonardo Rocha Cirico
CONTROLE INTERNO: Uma ferramenta para diminuir riscos nas
Cooperativas de Crédito
Paracatu
2013
Leonardo Rocha Cirico
CONTROLE INTERNO: Uma ferramenta para diminuir riscos nas
Cooperativas de Crédito
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Administração
da Faculdade Tecsoma, como requisito
parcial para obtenção do titulo de
bacharel em Administração.
Orientador metodológico: Prof. Geraldo
Benedito Batista Oliveira.
Orientador teórico: Prof. Fernando Antônio
Antunes.
Paracatu
2013
CIRICO, Leonardo Rocha. 1992.
Controle interno. Uma Ferramenta para diminuir riscos nas Cooperativas
de Crédito/. Leonardo Rocha Cirico. Paracatu, 2013.
73 p.
Orientador: Fernando Antônio Antunes.
Monografia de Conclusão de Curso de graduação em Administração –
Faculdade Tecsoma.
1. Cooperativismo. 2. Cooperativas de Crédito. 3. Controles Internos. 4.
Departamento de Credito. I. Antunes, Fernando Antônio. II. Faculdade Tecsoma.
III. Titulo.
CDU 658.114.7
Leonardo Rocha Cirico
CONTROLE INTERNO: Uma ferramenta para diminuir riscos nas Cooperativas
de Crédito
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Administração
da Faculdade Tecsoma, como requisito
parcial para obtenção do titulo de
bacharel em Administração.
Fernando Antônio Antunes
Orientador e Coordenador do curso de Administração
Geraldo Benedito Batista Oliveira
Professor metodológico de Estágio Supervisionado II
Carlos Alberto Kraemmer
Professor convidado
Paracatu, 04 de dezembro de 2013.
A
meus
pais,
pelo
amor
incondicional, incentivo e carinho.
A minha avó Dalvina, meu
maior exemplo de vida, força,
disposição e compaixão.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, pela vida que me deu e por ter me dado forças para vencer
mais etapa da minha vida.
Aos meus familiares pelo apoio e carinho, em especial aos meus tios José, e
Gilmar e minhas tias Marlene, Leila e Emília.
Aos meus colegas pelo prazer que tive em conviver ao longo desses anos,
em especial ao Edilson, Ezequiel, Bruno e Everton, pessoas que além de colegas
serão meus eternos amigos.
Aos meus professores que contribuíram para minha formação acadêmica.
Aos meus amigos e colegas de República Antônio, Neusdélio, Farley, Ozório,
Luís, Pedro e Vinicius, pessoas que ajudaram a crescer e me proporcionaram os
melhores momentos que tive na vida.
Aos meus colegas de trabalho, em especial ao meu colega, patrão e grande
amigo Carlos por ter apostado em mim e consequentemente ter contribuído em meu
desenvolvimento profissional. A minhas queridas Flávia, Quédina e Lindomar, pelo
carinho, atenção e paciência que sempre tiveram comigo.
Enfim, agradeço a todos que direta ou indiretamente acreditaram em mim e
contribuíram na minha formação acadêmica e profissional.
RESUMO
Baseado no crescente número da participação das Cooperativas de Crédito no
cenário financeiro brasileiro, devido a sua oferta de produtos e serviços serem
atrativas ao público em geral, em especial as baixas taxas de juros na ofertas de
crédito para os seus associados, esta presente monografia levantou um estudo com
o objetivo de principal de elaborar sugestões para se minimizar os riscos no
momento das concessões de crédito a associados pelas Cooperativas de Crédito.
Para concluir tal trabalho, foram feitas pesquisas bibliográficas em livros que falavam
sobre Cooperativismo de Crédito no mundo e no Brasil; sua origem e atualidade;
foram feitos também pesquisas bibliográficas em livros sobre Controle Interno,
Administração Financeira, Planejamento Financeiro, Orçamento e sobre Cadastro,
Crédito e Cobrança. Após foram feitos estudos e análises sobre o departamento de
Crédito e Atendimento na Cooperativa de Crédito Sicoob Crediparnor, buscando
localizar possíveis riscos, para isso foi feito entrevista com a supervisora do
departamento de crédito que evidenciou falhas no momento da elaboração e
renovação dos cadastros dos associados. Essas falhas proporcionam riscos
inerentes para o pleno funcionamento do departamento. Através de todo esse
enredo pode-se constatar a falta de um departamento de cadastro para se elaborar
e renovar os cadastros dos associados com o máximo possível de perfeição e
constatou-se a criação de um departamento de controle interno para diminuir as
falhas e consequentemente os riscos dessa Cooperativa de Crédito Sicoob
Crediparnor.
Palavras-chave: Cooperativas de Crédito. Departamento de Crédito. Controle
Interno.
ABSTRACT
Based on the growing number of participating credit unions in the Brazilian financial
scenario, due to its range of products and services are attractive to the general
public, especially low interest rates on credit offers to its members, is present
monograph raised a study with the main objective to develop suggestions to
minimize the risks at the time of credit extension by the associated credit Unions. To
complete this work, literature searches were made in books that talked about Credit
Union in the world and in Brazil, its origin and actuality; literature searches were also
made in books on Internal Control, Financial Management, Financial Planning,
Budget and on Surveying, credit and Collection. After studies and analyzes of the
department of Credit and Service Cooperative Credit in Sicoob Crediparnor, seeking
to find potential risks were made for this interview was done with the supervisor of
the credit bureau that showed failures at the time of preparation and renewal of
registrations associated. These failures provide risks for the full operation of the
department. Through all this plot can be seen the lack of a registration department to
develop and renew the registrations associated with the greatest possible perfection
and found the creation of a department of internal control to reduce failures and
consequently the risks of Cooperative Credit Sicoob Crediparnor.
Keywords: Credit Unions. Credit Department. Internal Control.
LISTA DE QUADROS
QUADRO 01 - Cronograma de atividades.................................................................26
QUADRO 02 – Recursos humanos do projeto monográfico......................................27
QUADRO 03 – Recursos financeiros do projeto monográfico...................................27
QUADRO 04 – Recursos materiais do projeto monográfico......................................28
QUADRO 05 – Resultados dos custos e despesas do projeto monográfico.............28
QUADRO 06 – Índices de inadimplência no Brasil....................................................54
QUADRO 07 – Porcentagem de inadimplência no Sicoob Crediparnor em 2012....65
QUADRO 08 – Planejamento de implantação do departamento de Controle
interno........................................................................................................................67
QUADRO 09 – Planejamento de implantação do departamento de Cadastro..........68
QUADRO 10 – Custo de implantação dos departamentos........................................68
QUADRO 11 – Detalhamento dos salários a serem pagos.......................................69
QUADRO 12 – Custo total dos salários mensalmente...............................................69
Sumário
1.0 INFORMAÇÕES DA EMPRESA ......................................................................... 17
1.1 Razão Social ....................................................................................................... 17
1.2 Nome Fantasia .................................................................................................... 17
1.3 Endereço ............................................................................................................. 17
1.4 CNPJ ................................................................................................................... 17
1.5 Inscrição Estadual ............................................................................................... 17
1.6 Quadro Societário ............................................................................................... 17
1.7 Capital Social ...................................................................................................... 17
1.8 Organograma ...................................................................................................... 18
1.9 Objetivos sociais da Empresa ............................................................................. 18
1.10 Missão da Empresa ........................................................................................... 19
1.11 Público Alvo da Empresa .................................................................................. 19
1.12 Atividades a desenvolver na Empresa .............................................................. 19
2 INFORMAÇÕES SOBRE O ESTÁGIO .................................................................. 19
2.1 Coordenador do estágio ...................................................................................... 19
2.2 Professor orientador teórico ................................................................................ 19
2.3 Supervisor do Estágio na Empresa ..................................................................... 19
2.4 Áreas de Conhecimento do Estágio .................................................................... 19
3 PROJETO MONOGRÁFICO .................................................................................. 20
3.1 Título ................................................................................................................... 20
3.2 Tema ................................................................................................................... 20
3.3 Justificativa .......................................................................................................... 20
3.4 Objetivos ............................................................................................................. 21
3.4.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 21
3.4.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 21
3.5 Problematização .................................................................................................. 22
3.6 Hipótese .............................................................................................................. 22
3.7 Resultados Esperados ........................................................................................ 22
3.8 Metodologia ......................................................................................................... 22
3.9 Cronograma de Atividades 2013 ......................................................................... 24
3.10 Recursos ........................................................................................................... 25
3.10.1 Recursos Humanos ........................................................................................ 25
3.10.2 Recursos Financeiros ..................................................................................... 25
3.10.3 Recursos Materiais ......................................................................................... 26
3.10.4 Total Geral de Recursos................................................................................. 26
4 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 27
5 O COOPERATIVISMO DE CRÉDITO NO MUNDO ............................................... 28
6 O COOPERATIVISMO DE CREDITO NO BRASIL ................................................ 31
7 AUDITORIA INTERNA E CONTROLE INTERNO .................................................. 34
8 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ........................................................................... 36
8.1 Administração de Capital..................................................................................... 37
9 DEPARTAMENTO DE CRÉDITO .......................................................................... 39
10 INDICADORES FINANCEIROS ........................................................................... 41
10.1 Índice de liquidez ............................................................................................... 44
10.2 Índice de atividade ............................................................................................ 44
10.3 Índice de endividamento.................................................................................... 45
10.4 Índice de lucratividade ....................................................................................... 45
11 PLANEJAMENTO FINANCEIRO ......................................................................... 46
11.1 Planos financeiros a longo prazo ...................................................................... 49
11.2 Planos financeiros a curto prazo ....................................................................... 49
11.3 Planejamento de caixa ...................................................................................... 50
12 INADIMPLÊNCIA NO BRASIL ............................................................................. 51
13 CADASTRO ......................................................................................................... 53
14 COBRANÇA ......................................................................................................... 54
15 ORÇAMENTO FINANCEIRO ............................................................................... 56
16 ESTUDO DE CASO: ANÁLISE DA COOPERATIVA DE CRÉDITO SICOOB
CREDIPARNOR. ....................................................................................................... 58
16.1 Histórico ............................................................................................................ 58
16.1.1 Fundação ....................................................................................................... 58
16.1.2 A cota ............................................................................................................. 58
16.1.3 Os Resultados ................................................................................................ 59
16.1.4 Prestação De Serviços ................................................................................... 59
16.1.5 Bancoob ......................................................................................................... 60
16.1.6 As Centrais ..................................................................................................... 60
16.1.7 Área De Atuação ............................................................................................ 60
16.1.8 Onde Já Atuamos ........................................................................................... 61
16.1.9 Projetos Em Andamento................................................................................. 61
17 CONTROLES INTERNOS NOS DEPARTAMENTOS DE CRÉDITO E
COBRANÇA DO SICOOB CREDIPARNOR ............................................................. 62
17.1 Proposta para solução do problema .................................................................. 65
18 CONCLUSÃO....................................................................................................... 69
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 71
17
1.0 INFORMAÇÕES DA EMPRESA
1.1 Razão Social
C.E.C.M. dos Comerciantes de Confecção de Paracatu e Região Noroeste de
Minas Ltda.
1.2 Nome Fantasia
Sicoob Crediparnor.
1.3 Endereço
Avenida Deputado Quintino Vargas, nº 434, centro, Paracatu/MG.
1.4 CNPJ
00.698.609/0001-86.
1.5 Inscrição Estadual
Isento.
1.6 Quadro Societário
4.162 associados em 20/02/2013.
1.7 Capital Social
R$ 13.355.114,29 em 20/02/2013.
18
1.8 Organograma
Assembleia
Conselho Fiscal
Conselho de
Administração
ACIR
Diretoria
Executiva
Superintendência
Assessoria
Jurídica
Assessoria de
Comunicação
Gerência de
Negócios
Gerência
Administrativa
Atendimento
Produtos e
Serviços
Caixas
Contabilidade
/ RH
TI / NICC /
Conta-Corrente
Recuperação
de Crédito
Crédito /
Cadastro
FONTE: Banco de dados do Sicoob Crediparnor.
AUTOR: Flávio Marques.
1.9 Objetivos sociais da Empresa
Levar crédito, produtos e serviços bancários aos comerciantes de Paracatu e
região Noroeste de Minas.
19
1.10 Missão da Empresa
Atender aos cooperados em suas necessidades de crédito, prestando o
melhor
serviço
tanto
na
acessória
econômico-financeira
e
de
educação
cooperativista, como buscando a superação das expectativas dos mesmos.
1.11 Público Alvo da Empresa
Os comerciantes de confecção de Paracatu e região Noroeste de Minas.
1.12 Atividades a desenvolver na Empresa
Estudos e análises nos departamentos de crédito, cobrança e atendimento a
fim de localizar problemas ou falhas que gerem riscos à Cooperativa. Buscar
sugestões para minimizar esses possíveis riscos a serem encontrados.
2 INFORMAÇÕES SOBRE O ESTÁGIO
2.1 Coordenador do estágio
Fernando Antônio Antunes
2.2 Professor orientador teórico
Fernando Antônio Antunes
2.3 Supervisor do Estágio na Empresa
Lindomar Moreira Ribeiro
2.4 Áreas de Conhecimento do Estágio

Departamento de atendimento;
20

Departamento de crédito;

Setor de controle interno;

Departamento de cobrança.
3 PROJETO MONOGRÁFICO
3.1 Título
Controle Interno: Uma ferramenta para diminuir riscos nas Cooperativas de
Crédito
3.2 Tema
Controle Interno nas Cooperativas de Crédito
3.3 Justificativa
As mudanças impostas pelo mercado econômico se tornam cada vez mais
constantes. Não se admite mais aquela velha prática da camaradagem nas
cooperativas de crédito, ou seja, facilidades e benefícios a determinados cooperados
por parte da gerência e diretoria. O mercado financeiro atual se tornou
extremamente dinâmico e propicio a riscos. Sobre isso, Marshall diz o seguinte:
Com a evolução dos serviços financeiros, os mercados, produtos e
tecnologia utilizada para produzi-los, tem passado por mudanças ao longo
dos últimos 40 anos. Tais mudanças têm propiciado significativo
desenvolvimento e sofisticação da gerência de riscos para adequarem às
profundas implicações nas operações e evolução de mercados, serviços e
produtos, além da mudança de técnicas e tecnologias, alterando as
operações e serviços. (MARSHALL, 2002. p. 32).
De acordo com o pensamento de Marshall podemos discorrer que o mercado
cada vez mais exige das Cooperativas de crédito uma busca por segurança e
controle no tocante a riscos nas operações de crédito. Para isso, os órgãos
financeiros a quem às cooperativas de crédito são subordinadas (Banco Central do
Brasil – BACEN, e a Organização das Cooperativas de Minas Gerais – OCEMG)
21
vem exigindo métodos de segurança e controle de riscos. Com relação a esses
riscos, Duarte Junior nos traz um conceito:
Os riscos estão diretamente ligados à incerteza associada aos retornos
esperados. Os riscos de mercado, de crédito, de liquidez, operacional e
legal são implicações assumidas pelas atividades financeiras, e tais riscos
podem acarretar desequilíbrio que, em casos extremos, conduzem até ao
fracasso e insolvência da instituição por terem o potencial de gerar perdas
financeiras. (DUARTE JUNIOR, 2003. p. 22).
Devido esses riscos inerentes, o BACEN e a OCEMG determinou varias
exigências, dentre elas está a Resolução 3380, que discorre sobre os controles
internos. Para D’Avila e Oliveira (2002), controle interno é um processo, executado
pelo conselho de administração, gerência e outras pessoas de uma organização,
desenhado para fornecer segurança razoável sobre o alcance de objetivos.
Esses são os conceitos que serve como justificativa de escolha e elaboração
desse trabalho, criar meios para diminuir os riscos operacionais no cooperativismo
de crédito.
3.4 Objetivos
3.4.1 Objetivo Geral
Elaborar sugestões para diminuir os riscos relacionados na concessão de
crédito.
3.4.2 Objetivos Específicos

Realizar estudos e pesquisas no setor de crédito, de cobrança, de controle
interno e com os gestores da Cooperativa.

Analisar as exigências do Banco Central e dos demais órgãos em que a
Cooperativa é subordinada.

Pesquisar em artigos, livros e similares sobre Cooperativismo de Crédito,
Controles Internos e Administração Financeira.

Analisar como o Cooperativismo de Crédito coordena suas operações no
tocante à liberação de crédito aos cooperados.
22
3.5 Problematização
Com o passar dos últimos anos vem se percebendo o fortalecimento do
Cooperativismo de Crédito em todo o Brasil. Em face disso, órgãos financeiros a
quem as Cooperativas são subordinadas vêm exigindo procedimentos para diminuir
riscos e aumentar a eficiência no tocante à liberação de crédito, um deles são os
controles internos. Visto isso, as Cooperativas precisam de meios que atendam as
exigências e que enfoquem os riscos das operações de crédito. Uma auditoria
interna permanente, com a responsabilidade de acompanhar as operações de
crédito desde sua liberação até sua liquidez, fiscalizando e tomando providências no
caso de inadimplências, solucionaria o problema?
3.6 Hipótese
Com a finalização desse trabalho temos como possíveis soluções do
problema a criação de uma auditoria interna fixa ou o fortalecimento dos controles
internos na Cooperativa.
3.7 Resultados Esperados
Após a conclusão deste trabalho espera-se um melhor conhecimento e
entendimento teórico e prático sobre o assunto, atingir resultados positivos e
satisfatórios bem como colaborar na localização de possíveis falhas ou qualquer
outro tipo de inadaptação nos processos de controles internos para, assim, ir de
encontro com os requisitos legais exigidos pelos órgãos financeiros superiores.
3.8 Metodologia
O presente trabalho vai utilizar como métodos de elaboração do conteúdo
pesquisas bibliográficas sobre temas que abrange o tema do projeto em questão.
Além de fazer pesquisas bibliográficas será também feito pesquisa de campo
de caráter exploratório com descrições qualitativas do objeto de estudo. Sobre isso,
Marconi e Lakatos dizem o seguinte:
23
São estudos exploratórios que tem por objetivo descrever completamente
determinado fenômeno, como, por exemplo, o estudo de um caso para o qual
são realizadas análises empíricas e teóricas. Podem ser encontrados tanto
descrições quantitativas e/ou qualitativas quanto acumulação de informações
detalhadas, como as obtidas por intermédio da observação participante.
(MARCONI, LAKATOS, 2010. p. 171).
Baseado nisto, este presente projeto pretende fazer um estudo exploratório
em setores cruciais na formulação do projeto, setores como o de crédito, cobrança e
controles internos da cooperativa Sicoob Crediparnor. Sobre isso, Marconi e Lakatos
dizem o seguinte:
A investigação preliminar – estudos exploratórios - deve ser realizada
através de dois aspectos: documentos e contatos diretos. Os principais tipos
de documentos são:
Fontes Primárias – dados históricos, bibliográficos e estatísticos;
informações, pesquisas e material cartográfico; arquivos oficiais e
particulares; registros em geral (...).
Fontes Secundárias – imprensa em geral e obras literárias. (MARCONI,
LAKATOS, 2010. p. 143).
Será também feito entrevistas não padronizadas com os gerentes geral e
geral administrativo da cooperativa de crédito Sicoob Crediparnor a fim de levantar
pareceres sobre os procedimentos utilizados para liberação e cobrança de crédito e
os riscos de crédito que a mesma passava antes e depois dos controles internos.
Sobre isso, Cervo, Bervian e Silva (2007) dizem o seguinte: “(...) a entrevista é uma
simples conversa. É uma conversa orientada para um objetivo definido: recolher, por
meio do interrogatório do informante, dados para a pesquisa”.
Por fim, pretende-se levantar dados percentuais da cooperativa antes da
implantação dos controles internos e pós-implantação dos controles internos,
fazendo assim um paralelo das melhorias vindas ou não para a cooperativa Sicoob
Crediparnor depois da implantação desta ferramenta.
24
3.9 Cronograma de Atividades 2013
Quadro 01: Cronograma de atividades
Período
Fev
Escolha do tema
Mar
Abr
Mai
Jun
Ago
Set
Out
Nov
X
X
X
X
Dez
X
X
Leitura
X
X
Coleta de dados
X
X
Desenvolvimento
dos objetivos
Desenvolvimento
da justificativa
Desenvolvimento
do problema
Metodologia
X
X
X
X
X
X
X
X
Referencial Teórico
X
X
Resultados
esperados
Captação dos
Recursos
Revisão do projeto
X
X
X
Coleta de dados
x
X
X
X
x
X
Desenvolvimento
da monografia
Revisão final
X
X
X
Fonte: Elaborado pelo autor.
25
3.10 Recursos
3.10.1 Recursos Humanos
Quadro 02- Recursos Humanos do Projeto Monográfico.
AÇÕES
RESPONSÁVEL
FUNÇÃO
CUSTO
PROFESSOR
Fernando Antônio
Professor da disciplina
R$0,00
ORIENTADOR
Antunes
Estágio supervisionado II.
PROFESSOR
Geraldo Benedito Batista
Professor da disciplina
ORIENTADOR
ORIENTADOR DA
R$ 0,00
Metodologia de estágio I.
Lindomar Moreira Ribeiro
Gerente Administrativo.
R$ 0,00
Leonardo Rocha Cirico
Estagiário pesquisador.
R$ 0,00
EMPRESA
ESTAGIÁRIO
PESQUISADOR
FONTE: Elaborado Pelo Autor.
3.10.2 Recursos Financeiros
Quadro 03- Recursos Financeiros do Projeto Monográfico.
RECURSOS
QUANTIDADE
ESPECIFICAÇÃO
VALOR
TOTAL
UNITARIO
CONTA INTERNET
01
Uso de internet
R$ 149,00
R$ 149,00
R$ 94,53
R$ 94,53
R$ 243,53
R$ 243,53
residencial.
CONTA ENERGIA
01
Uso de energia
residencial.
TOTAL
FONTE: Elaborado Pelo Autor.
26
3.10.3 Recursos Materiais
Quadro 4- Recursos Materiais do Projeto Monográfico.
MATERIAIS
QUANTIDADE
ESPECIFICAÇÃO
CUSTO
PAPEL A4
500 folhas
Uma resma de papel
R$ 10,99
chamex.
IMPRESSORA
01
Uma impressora Kiocera.
R$ 600,00
COMPUTADOR
01
Um notebook Itautec
R$ 1.200,00
W7435.
PASTAS
01
Uma pasta suspensa.
R$ 2,50
CANETA
02
Uma caneta azul; uma
R$ 2,00
ESFEREOGRAFICA
caneta preta.
LÁPIS
01
Um lápis grafite preto.
R$ 0,80
GRAMPO
01
Uma caixa de grampo
R$ 3,75
GRAMPEADOR
01
Um grampeador.
R$ 5,20
TOTAL
R$ 1825,24
FONTE: Elaborado Pelo Autor.
3.10.4 Total Geral de Recursos
Quadro 5- Resultados dos Recursos e Despesas do Projeto Monográfico.
ITENS
SUBTOTAL
RECURSOS MATERAIS
R$ 1825,24
RECURSOS HUMANOS
0,00
RECURSOS FINANCEIROS
R$ 243,53
TOTAL
R$ 2068,77
FONTE: Elaborado Pelo Autor.
27
4 INTRODUÇÃO
Com a crescente mudança na sociedade nos últimos tempos, ou seja, com o
forte e constante desenvolvimento advindo principalmente pela chamada era
tecnológica, o mercado tem-se tornando cada vez mais competitivo, quem não se
adequar com a velocidade das mudanças impostas pelo mercado e seus
consumidores acabam ficando para trás. Baseado nisso, o administrador tem que
procurar deter o máximo de conhecimento a cerca das evoluções e dinamismo do
mercado e dos concorrentes, para que não seja surpreendido no futuro próximo.
Porem além de se procurar conhecimentos a cerca do que foi dito, o bom
administrador tem que pensar no momento da tomada de decisões no risco que
essa decisão pode infringir na empresa.
O risco é algo inerente em toda e qualquer empresa ou organização e essa
regra não é diferente no mercado financeiro. As instituições financeiras vivem com
esse fator em número mais elevado se comparado com outros ramos de atividades.
Portanto, este presente trabalho tem com objetivo principal mudar meios e
soluções para minimizar os riscos inerentes nas instituições financeiras, em especial
nas Cooperativas de Crédito. Como é o cooperativismo mundial e no Brasil bem
como analisar os processos em determinados departamentos considerados
importantes para o bom funcionamento da mesma.
28
5 O COOPERATIVISMO DE CRÉDITO NO MUNDO
Cooperação, palavra que nos traz uma infinidade de conceitos e
desambiguações. Na essência da palavra, cooperar, segundo Ferreira (2001) “é o
ato de trabalhar em comum; colaborar; auxiliar”. Nota-se, a partir disso, que o ato de
cooperar é o simples ato da ajuda mútua entre pessoas, o trabalho em conjunto.
Ampliando um pouco mais o significado da palavra, Wollemborg diz o seguinte:
No seu primeiro sentido, cooperação significa todo concurso de forças, todo
conjunto de obras, toda combinação de trabalhos. Vale dizer, designa
simplesmente aquela coordenação que é uma das faces do fenômeno, no
qual a outra é a divisão do trabalho. (WOLLEMBORG, 2005.p. 13).
Face essa visão do autor, vemos que num primeiro momento, ele enfoca a
cooperação como uma coordenação de forças entre seres, ou seja, um ideal em
comum em um grupo que a partir disso se torna uma fusão de suas forças para
realizar aquilo que os mesmos idealizaram.
O ato de cooperar ou cooperação entre seres humanos, no estudo de
diversos autores, vem desde os primórdios, nas suas diversas formas e
seguimentos, sobre isso, o BACEN – Banco Central do Brasil, diz o seguinte:
Inúmeras formas de cooperação entre os homens foram experimentadas
desde a antiguidade. O cooperativismo moderno, no entanto, na forma
como hoje são conhecidas as sociedades cooperativas, surgiu em 1844, na
cidade inglesa de Rochdale, quando 28 tecelões fundaram uma cooperativa
de consumo. (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2003. p. 9).
Percebe-se que o cooperativismo vem sendo praticado de uma forma não
muito diferente de hoje desde as primeiras civilizações, era praticado na forma de
união de povos para determinado fim, numa forma de ajuda e colaboração, que
tempos após essas palavras se tornariam sinônimos de cooperação. Dando
continuidade a análise do BACEN, vemos que em meados do século XIX as
primeiras ideias sobre cooperativismo que conhecemos hoje partiram da Inglaterra,
quando tecelões se uniram para formar a primeira cooperativa nos moldes básicos
que encontramos atualmente.
O Cooperativismo moderno surgiu a com os pioneiros de Rochdale, a partir
daí, pouco tempo depois, surgiriam às primeiras Cooperativas de Crédito. Sobre
isso, Meinen e Port dizem o seguinte:
29
A história do cooperativismo retrata que as primeiras cooperativas de
crédito surgiram na Europa, tendo Franz Herman Schulze como seu
percussor, com a criação da primeira cooperativa de crédito urbana no ano
de 1852, na cidade alemã de Delitzch. Anos depois em 1864, surge em
Haddesdorf, também na Alemanha, a primeira cooperativa de crédito rural,
tendo como fundador Friedrich Wilhelm Raiffeisen e, logo na sequência, em
1865, surge na Itália as cooperativas conhecidas como Luzzatti. (MEINEN,
PORT, 2012, p. 61).
Vê-se, com isso, que a história do cooperativismo de crédito é recente, se
comparado a outras instituições financeiras. Ela vem da Europa antiga em meados
do século XIX, fundamentados no pioneirismo de Rochdale, Franz Herman Schulze
traz uma inovação para o mercado financeiro da época, pois ele vinha praticamente
na contra mão dos bancos comerciais que visão o lucro dos seus donos ou
acionistas, a Cooperativa de Crédito vem para fornecer capital para os associados
sem a pretensão de levantar lucros, afinal as Cooperativas não tem lucros.
Meinen e Port afirmam que:
As cooperativas de crédito, tipicamente rurais, criadas por Raiffeisen,
tinham como principais características a responsabilidade ilimitada e
solidária dos associados, a singularidade de votos dos sócios,
independentemente do número de quota-partes, a área de atuação restrita,
a ausência de capital social e a não distribuição de sobras, excedentes ou
dividendos. (MEINEN E PORT, 2012. p. 9).
Através
desse
fragmento
percebemos
uma
evolução
nas
teorias
cooperativistas, atualmente um dos primeiros e principais mandamentos é o rateio
das sobras do período. O modelo de Cooperativa de Crédito que ficou em evidência
na época foi o de crédito rural, esse mesmo foi inovador na época porem se
analisarmos essas características no contexto atual em que vivemos percebemos
peculiaridades que hoje não existem mais e são sinônimos de retrocesso no mundo
cooperativista, como exemplo a não existência de capital social e a não distribuição
das sobras do fim do período. Vemos um ponto ainda existente e atuante até os dias
de hoje, que é a singularidade do voto do associado.
Porem até aqui se fala das cooperativas de crédito rurais, até então só existia
as desse tipo. Pinheiro diz sobre o surgimento de um novo modelo:
O alemão, Herman Schulze, foi outro pioneiro no que tange às cooperativas
de crédito urbanas, pois, organizou a constituição de uma cooperativa de
crédito na cidade Alemã Delitzsch, em 1850, que diferenciavam-se das
cooperativas do tipo Raiffeisen por preverem o retorno das sobras líquidas
proporcionalmente ao capital, a área de atuação não restrita e ao fato de
seus dirigentes serem remunerados.(PINHEIRO,2008. p. 11).
30
Esse fragmento já aborda o que vivemos atualmente no tocante aos princípios
básicos do cooperativismo. Uma Cooperativa de Crédito voltada especificamente a
classe urbana, apesar de hoje em dia as Cooperativa de Crédito serem de economia
mista, misturarem a classe urbana com a rural e outras classes, esse modelo é
atuante até hoje e é um dos principais fundamentos do cooperativismos, as sobras
do período em questão tem, por obrigação regido em Estatuto, que ser rateado entre
os associados da Cooperativa de Crédito, ficando a cada Cooperativa o modelo de
divisão das sobras, baseando-se na quantidade cotas de cada um.
Ainda falando sobre os modelos pioneiros de Cooperativas de Crédito, o
BACEN diz que:
Inspirados nos pioneiros alemães, o italiano Luigi Luzzatti organiza a
constituição do primeiro banco cooperativo na Itália, em 1865, na cidade de
Milão. As cooperativas do tipo Luzzati, tinham como características a não
exigência de vínculo para a associação, exceto algum limite geográfico
(bairro, município, etc); quotas de capital de pequeno valor; concessão de
crédito de pequeno valor sem garantias reais; não remuneração dos
dirigentes e responsabilidade limitada ao valor do capital subscrito, bastante
populares no Brasil nas décadas de 40 e 60. (BANCO CENTRAL DO
BRASIL, 2003. p. 9).
Percebe-se a diversificação de modelos das Cooperativas de Crédito ao longo
da segunda metade do século XIX, apesar de hoje elas serem muito similares umas
com as outras, modelo, atuação, etc., quando elas foram criadas as mesmas tinham
modelos distintos com aspectos semelhantes e outros tantos muito diferentes, com
nomes
peculiares
homenageando
os
fundadores
das
mesmas
ou
então
homenageando a cidade onde ela surgiu.
Finalizando essa abordagem do cooperativismo de crédito no mundo, agora
enfocando o cooperativismo nas Américas, o BACEN aborda ainda:
Nas Américas, o jornalista Alphonse Desjardins criou uma primeira
cooperativa na província canadense de Quebec, em 06 de dezembro de
1900, que idealizou sua constituição com características distintas, de uma
cooperativa, embora inspirada nos modelos preconizados por Raiffeisen,
Schultze-Delizsche e Luzzati. Esse tipo de cooperativa que é conhecida
hoje como cooperativa de crédito mútuo no Brasil, tinha como principal
característica a existência de ponto em comum entre os sócios, reunindo
grupos homogêneos como os de clubes, trabalhadores de uma mesma
fábrica, funcionários públicos etc. (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2003.
p.9)
Apesar de ainda existirem um grande número de Cooperativas de Crédito
com o velho modelo de homogeneidade de sócios (comerciantes, rurais, etc.) esse
31
modelo está diminuindo gradativamente, é forte o movimento de heterogeneidade
dos sócios, se tornando assim Cooperativas mútuas.
6 O COOPERATIVISMO DE CREDITO NO BRASIL
O Cooperativismo no Brasil é algo recente, coisa de pouco mais de um
século. Sobre o surgimento do cooperativismo no Brasil, Pinheiro diz que:
A primeira sociedade brasileira a ter em sua denominação a expressão
“cooperativa” foi, provavelmente, a Sociedade Cooperativa Econômica dos
Funcionários Públicos de Ouro Preto, fundada em 27 de outubro de 1889,
na então capital da província de Minas, Ouro preto. Embora criada como
cooperativa de consumo, os artigos 41 a 44 de seu estatuto social previam
a existência de uma “caixa de auxílios e socorros”, com o objetivo de prestar
auxílios e socorros às viúvas pobres de associados e a sócios que caíssem
na “indigência por falta absoluta de meio de trabalho”. (PINHEIRO, 2008.p.
27).
Vê-se aqui que pouco tempo após a difusão do cooperativismo na Europa, o
Brasil, bem no fim do século XIX, implanta uma sociedade cooperativa, de consumo
e não de crédito. Modelos bem distintos, a primeira se norteia no conceito de
satisfazer as necessidades de consumo dos associados, podendo ser aberta ou
fechada, exclusiva para os associados. Já a segunda busca uma melhor
administração dos recursos financeiros dos seus associados.
Porém sobre o surgimento do cooperativismo de crédito no Brasil, Meinen e
Port dizem o seguinte:
Assim é que, no ano de 1902 (28 de dezembro), em Linha Imperial, distrito
do município de Nova Petrópolis/RS, surgia a primeira cooperativa de
crédito da América Latina, a Caixa de Economia e Empréstimos Amstad
(...), atual Sicred Pioneira RS, uma das maiores cooperativas de crédito do
Brasil. (...) As cooperativas criadas nessa época, a exemplo da Pioneira,
seguiam, essencialmente, o modelo alemão Raiffeisen (de caixas rurais),
que se adaptava ao perfil econômico e social das comunidades dos
imigrantes alemães, caracterizadas pela presença nas pequenas
localidades, com capital limitado. (MEINEN, PORT, 2012. p. 102).
Vê-se aqui o surgimento do cooperativismo de crédito no Brasil, percebe-se
que fora criada por imigrantes alemães, ou seja, com forte influência europeia, talvez
esse seja um dos principais motivos para ter surgido o cooperativismo em território
brasileiro, em especial uma Cooperativa de Crédito Rural, voltada para os imigrantes
alemães que no sul do país se instalaram com carro-chefe da economia da época a
32
produção agrícola. Essa Cooperativa ainda existe e é uma das maiores do país na
atualidade, vemos que as outras Cooperativas que foram surgindo no Brasil foram
também seguindo o modelo da Pioneira, fazendo com percebamos o quanto era
primitivo o conhecimento dos brasileiros sobre os diversos modelos de Cooperativa
de Crédito. Ainda segundo Meinen e Port:
Tendo se multiplicado fortemente por todo o país nas décadas seguintes,
com apoio em legislação moderna e flexível, as cooperativas de credito –
que em 8 de setembro de 1925, no RS ( em assembleia na cidade de Santa
Maria e sede em Porto Alegre), pela reunião de 18 entidades singulares,
conceberam a primeira central brasileira do ramo (Central das Caixas Rurais
da União Popular do Estado do Rio grande do Sul, Sociedade Cooperativa
de Responsabilidade Limitada) – figuravam entre os principais agentes de
financiamento da atividade rural, concedendo credito até mesmo para
aquisição de terras. (MEINEN, PORT, 2012. p. 103).
Percebe-se que nas primeiras décadas do século XX houve uma rápida
expansão no cooperativismo de crédito, havendo o surgimento do primeiro Sistema
de Cooperativas do Brasil que foi a Central das Caixas Rurais da União Popular,
hoje existem o Sicoob e o Sicred de sistemas Cooperativas de Crédito, que são os
maiores até então no país.
Porém nem tudo são flores, o Cooperativismo de Crédito já passou por
momentos negros e difíceis no cenário político e econômico do Brasil. Sobre isso,
Pinho e Palhares diz o seguinte:
No governo JK no final dos anos 50, a legislação foi endurecendo em
relação às Credis. E no governo João Goulart proibiu-se a constituição de
novas Credis do modelo Luzzatti. Em 31 de dezembro de 1964, isto é, no
mesmo ano do Golpe Militar de 64, foi criado O BACEN – Banco Central do
Brasil (...). Então, o BACEN tornou-se o “banco dos bancos” e iniciou-se,
entre 1964 e 1970, a liquidação de centenas de Credis no Brasil,
particularmente as Luzzatti. (PINHO E PALHARES, 2010.p. 28).
Conclui-se acima uma politica forte de aniquilação das cooperativas, sem um
motivo claro, o Governo Federal, principalmente nos anos do regime militar,
dificultou e muito a vida do cooperativismo no Brasil, Não se sabe qual a justificativa,
mas o alvo do governo da época era em especial as Cooperativas do modelo italiano
Luzzatti, fazendo com que o Cooperativismo de crédito entrasse num período de
decadência, justamente e até concidentemente num período em que as mesmas
estavam em franca expansão e desenvolvimento. Elas só foram se reerguer após a
redemocratização do Brasil.
33
Atualmente, no que tange os sistemas cooperativos no Brasil, Pinheiro diz o
seguinte:
O Brasil é organizado em quatro grandes sistemas principais, Sistema de
Crédito Cooperativo (Sicredi), Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil
(Sicoob), Sistema de Cooperativas de Crédito na Área de Saúde (Unicred) e
Associação Nacional do Cooperativismo de Crédito da Economia Familiar e
Solidária (Ancosol). Conforme números registrados no cadastro do Bacen, o
sistema Sicredi é composto por uma confederação, a Confederação Sicredi,
o Banco Cooperativo Bansicredi, cinco centrais e 130 singulares. O Sicoob
é composto por uma confederação, o Sicoob Brasil, o Banco Cooperativo
Bancoob, quatorzes centrais e 639 singulares. O sistema Unicred é
composto por uma confederação, a Unicred do Brasil, nove centrais e 130
singulares. O sistema Ancosol é composto por uma associação, cinco
centrais e 191 singulares. Além desses sistemas, há cinco cooperativas
centrais e uma federação de cooperativas não vinculadas a qualquer
sistema, além de 239 cooperativas de crédito singulares não filiadas a
qualquer entidade cooperativistas de 2º grau. (PINHEIRO, 2008. p. 15).
Percebe-se o fortalecimento das Cooperativas de Crédito no Brasil nos dias
atuais, mesmo com a tentativa de acabar com as mesmas. O sistema Sicoob e o
Sicred expandiram suas filiais pelo Brasil inteiro tornando-se os maiores sistemas de
Cooperativas no país, o sistema Unimed e Ancosol, na área da saúde e da
economia familiar, respectivamente são titulares absolutos e únicos em todo
território nacional.
Nos últimos anos o cooperativismo de crédito cresceu muito em todo Brasil,
porém se comparado a outros países ficamos muito aquém do que se imagina.
Sobre isso, Meinen e Port dizem que:
Somadas, portanto, todas as instituições financeiras cooperativas existentes
no Brasil chega-se a um volume de ativos na ordem de R$ 115,5 bilhões,
representando 2,25% do SNF (Sistema Financeiro Nacional). Percebe-se
que, no volume de depósitos, a participação de mercado é maior, de 3,15%
e, no patrimônio liquido, de 3,51%. Nas operações de crédito, a participação
é de 2,45%. (MEINEN, PORT, 2012, p. 119).
Com esse fragmento chegamos a uma contradição, pois se ao mesmo tempo
em que o cooperativismo cresce no Brasil se formos comparar com outros países
percebemos o quanto ainda o cooperativismo de crédito é pequeno, não é difundido
na sociedade brasileira. Com relação ao que foi abordado acima, Pinheiro diz:
Apesar do potencial crescimento do segmento no Brasil, e da importância
que vem adquirindo, é grande o desconhecimento sobre o cooperativismo
de crédito em nosso país, tanto por parte do público em geral, quanto por
parte de conceituados autores. (PINHEIRO, 2008, p. 8).
34
7 AUDITORIA INTERNA E CONTROLE INTERNO
A auditoria interna é uma ferramenta muito útil e atualmente ela está sendo
muito bem-vinda e bem-vista nas empresas. Ela vem como uma auxiliadora para
minimizar os erros nos processos das organizações. Oliveira diz que:
Auditoria interna tem como principal finalidade verificar os procedimentos
efetuados e analisar a veracidade e qualidade das informações geradas
pelos funcionários das diversas áreas da empresa, para auxiliar os
diretores/gestores na tornada de decisão, contribuindo no processo de
gestão. Esta verificação está voltada principalmente para análise dos
controles internos, com o objetivo de identificar se as políticas e normas
determinadas pela administração estão sendo devidamente seguidas e se
os relatórios elaborados e apresentados são exatos e completos, com as
informações necessárias para fundamentar as decisões da direção da
empresa. (OLIVEIRA, 2011, p. 18).
Auditoria interna vem, então, para nortear os gestores das organizações a
tomarem decisões baseando-se nos procedimentos feitos pelos colaboradores e
pelas informações doas auditores baseado as analises desses procedimentos.
Auditoria Interna e controle interno devido sua terminologia, soam serem
sinônimos, apesar de praticamente andarem de mãos dadas na empresa, ou seja,
os dois trabalham em conjunto, porém os dois têm significados distintos. Sobre isso,
Attie diz o seguinte:
Às vezes, imagina-se controle interno sinônimo de auditoria interna. É uma
ideia totalmente equivocada, pois a auditoria interna equivale a um trabalho
organizado de revisão e apreciação dos controles internos, normalmente
executado por um departamento especializado, ao passo que o controle
interno se refere a procedimentos de organização adotados como planos
permanentes da empresa. (ATTIE, 2010.p. 148).
Percebe-se aqui que auditoria interna nada mais é do que um avaliador do
departamento de controle interno, ou seja, o controle interno é o grande responsável
pela “fiscalização” dos procedimentos nos diversos setores da organização, avaliam
desde os processos, os sistemas, máquinas e pessoas para reduzir os erros que
possam vir a aparecer, já a auditoria interna vem somente para “fiscalizar“ as
atribuições do controle interno.
Sobre o conceito básico de controle interno, muito presente em grandes
instituições, Almeida fala que:
35
Um bom sistema de controle interno funciona como uma “peneira” na
detectação desses erros e irregularidades. Portanto, o auditor pode reduzir
o volume de testes de auditora na hipótese de a empresa ter um sistema de
controle interno forte; caso contrário, o auditor deve aumenta-lo. (ALMEIDA,
2010.p. 42).
Comentando o que foi dito pelo autor, o controle interno vem para minimizar
riscos e irregularidades. No caso de uma organização possuir uma auditoria interna
permanente se a mesma tiver também um departamento de controle interno basta a
mesma somente verificar os trabalhos do contrario, caso contrario, a mesma tem
que fazer o papel de agente de controle interno.
Os controles internos, no seu inicio tinha como foco apenas os setores
contábeis das empresas, era um setor muito restrito, somente analisava os
processos dos departamentos contábeis das empresas e instituições financeiras.
Com o tempo ele foi abrangendo sua atuação. Sobre as abrangências do
departamento de controle interno, Avalos diz o seguinte:
- contábil: os controles e métodos são estabelecidos para garantir a
proteção dos ativos, bem como a confiabilidade e validade dos registros e
sistemas contábeis.
- administrativo: são os procedimentos existentes na empresa para
assegurar a eficiência operacional e o cumprimento das diretrizes definidas
pela direção. (AVALOS, 2009. p. 42).
É aonde o controle interno ganhou força, quando começou a abranger os
setores administrativos e não somente os contábeis, analisando em especial o
operacional das organizações, ganhou força principalmente nas Cooperativas de
Crédito, por terem um capital pequeno e frágil, as Cooperativas de Crédito aderiram
ao controle interno para ser um facilitador para análise de riscos em todos os
departamentos da mesma.
Os controles internos compõem de alguns elementos, sobre isso, Avalos diz
ainda:
O controle interno se compõe de cinco elementos interligados entre si, e que
são decorrentes do estilo gerencial e estão, por isso, interligados no processo
de direção, entorno do controle, avaliação de riscos, atividades de controle,
informação e comunicação, supervisão. (AVALOS, 2009. p. 55).
Através desse material, percebemos a importância dos controles internos
dentro de uma organização, pois é através dele que se vão diminuir riscos e
maximizar os ativos da organização.
36
8 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
A Administração Financeira é uma área de importância na sociedade e
praticamente no dia-a-dia da população, seja dentro de casa, no serviço ou nas
andanças na rua, desde um planejamento de gastos mensais da residência até as
grandes negociações envolvendo organizações. É um ramo da administração que
aborda as áreas de finanças, em especial as finanças de empresas, organizações e
com mais intensidade as instituições financeiras, (Bancos, Cooperativas de Crédito,
Financiadoras, etc.). Para explanar mais sobre o conceito básico de Administração
Financeira a seguir segue o conceito de Gitman sobre o tema:
A Administração Financeira diz respeito às responsabilidades do
administrador financeiro numa empresa. Os administradores financeiros
administram ativamente as finanças de todos os tipos de empresas
financeiras ou não financeiras, privadas ou públicas, grandes ou pequenas,
com ou sem fins lucrativos. (GITMAN, 1997, p.4).
Vemos com isso que a administração financeira estabelece conceitos e
normas que regem em demasia o mercado financeiro ela da um norte para que os
administradores financeiros coordenem as finanças de suas empresas com
excelência, seguindo ainda o raciocínio de Gitman sobre administração financeira:
O campo da administração financeira está diretamente ligado aos campos
da Economia e Contabilidade. A administração financeira pode ser vista
como uma forma de Economia Aplicada, que se baseia amplamente em
conceitos teóricos econômicos. A administração também aproveita certos
dados da Contabilidade, outra área da Economia Aplicada. (GITMAN, 1978,
p.5).
Percebe-se neste fragmento que a administração financeira nada mais é
também que a fusão de conceitos das áreas de Economia e Contabilidade com os
conceitos da Administração pura, áreas que desde os primórdios andaram de mãos
dadas, uma complementando os conceitos e teoria da outra.
Apesar de ser uma teoria de vital importância no campo do mercado
financeiro a administração é uma doutrina não tão antiga. Sobre isso, Paiva diz o
seguinte:
37
A administração financeira como um campo separado surgiu por cerca de
1900, seu estudo visava orientar e legalizar empresas que se iniciavam no
mercado, e tinha como objetivo, através de títulos de vários tipos, levantar
capital. Com a famosa crise de 29, que perdurou pela década seguinte, a
administração financeira voltou-se para concordatas e a reorganização,
liquidez das empresas e regulamentar o mercado de títulos. (PAIVA, 2011,
p. 1).
Vemos aqui que a Administração Financeira tem pouco mais de 100 anos, ou
seja, é uma teoria relativamente nova se compararmos com outras áreas do saber,
ela se fundamentava meramente em auxiliar comerciantes novatos no ramo, bem
diferente do que vemos hoje. Sobre a evolução da Administração Financeira, Paiva
diz também:
Nas décadas de 40 e 50 a disciplina de administração de finanças seguiu
como uma disciplina de finanças, como matéria descritiva e institucional,
mas somente para estudantes. Na década de 50 isso mudou. As empresas
começaram a maximizar seus lucros, escolher seus clientes e a melhor
utilização do capital de giro. É aí que surge, com algum risco, mas um
negócio muito rentável, a era das decisões sob empréstimos, financiamento
e investimentos. Já na década de 90 a maximização dos valores da
empresa se torna o objetivo principal. Para isso foram criados alguns
critérios de remuneração, tais como bônus aos gestores, para que estes
trabalhassem em prol da geração de lucro. Esse processo mudou a visão
de acionistas, e aumentou o número de gestores de carteiras de fundos de
pensão e mútuos. Até a década de 90 a visão era apenas de aumentar os
lucros, hoje, todavia, é a maximização do valor das riquezas e dos
proprietários da empresa, visando estabilidade e controle de caixa pra
investimentos futuros. (PAIVA, 2011, p.1).
A partir da segunda metade do século passado a administração financeira vai
tomando outro status e abrangendo outros segmentos, ela deixa de ser meramente
uma auxiliadora para levantar e adquirir capital para novos empresários e passa a
ser uma “ferramenta” de suma importância para os grandes gestores para uma boa
administração e maximização das finanças de suas respectivas organizações.
8.1 Administração de Capital
A administração financeira, área que abrange tudo que tange sobre finanças,
economia e contabilidade, é uma área que engloba todo o mundo das Instituições
Financeiras, sejam elas públicas ou privadas, essas mesmas trabalham totalmente
com ativos de pessoas, sejam pessoas físicas ou jurídicas, para outras pessoas,
físicas ou jurídicas, na forma de liberação e reposição de crédito, com isso os ativos
dessas pessoas aplicados nessas instituições são investidos de várias formas de
38
crédito para outras pessoas, para que assim essas mesmas, num futuro não tão
distante, devolvam para a instituição esse valor tomado acrescido de juros.
Basicamente o mercado financeiro funciona assim: tomada de crédito e aplicações
em conta, popularmente conhecido como depósitos, fazendo com que essas
aplicações, esses ativos financeiros feitos pelos correntistas seja revertido em
crédito para outros correntistas. Essas instituições financeiras, na sua maioria
conhecida como “Bancos”, mas que podem ser também Cooperativas de Crédito ou
outras instituições depositárias, são as molas propulsoras que fazem girar toda essa
engrenagem, são chamados também de Intermediários Financeiros. Sobre isso,
Merton (2002) diz o seguinte:
Os bancos hoje são os maiores e mais antigos intermediários financeiros
em termos de ativos. (...). A palavra Banco vem de Banca, palavra italiana
para balcão de comércio, visto que os trocadores de dinheiro trabalhavam
nesse móvel para a conversão de moedas.
A maioria das empresas chamadas de bancos, atualmente, desempenham
duas funções; receber depósitos e fazer empréstimos. Nos Estados Unidos,
são conhecidos como “bancos comerciais”.
Em alguns países, os bancos são intermediários financeiros para múltiplas
finalidades, oferecendo aos clientes não apenas serviços de transações e
empréstimos, mas fundos mútuos e seguros de todo tipo. (MERTON, 2002,
p. 75).
Percebemos nesse fragmento que esses intermediários financeiros, mais
conhecidos como bancos são os responsáveis pelas transações de capitais feitas
nos mercados de capitais, nos mercados financeiros. O negócio dos bancos é servir
como uma ponte entre a pessoa e o mercado de capitais. Um elo que vai ligar os
clientes não somente ao crédito financeiro propriamente dito, mas sim a uma gama
de produtos e serviços. Sobre isso, Merton (2002) fala que:
Os intermediários financeiros são empresas cujo negocio principal é
proporcionar aos clientes produtos financeiros e serviços que não podem
ser obtidos de modo mais eficiente transacionando diretamente nos
mercados de capitais. Entre os principais tipos de intermédio estão o
bancos, os bancos de investimento e as companhias de seguros. Seus
produtos incluem contas correntes, empréstimos, hipotecas, fundos mútuos
e uma ampla gama de contratos de seguros. (MERTON, 2002, p. 75).
Vemos nesse trecho a importância das instituições financeiras para a
sociedade. Apesar de muito termos falado repetidamente o termo “Banco” nas linhas
desse tópico, vale lembrar que o tema-chave desse trabalho é “Cooperativas de
Crédito”, uma instituição financeira que não deixa de ser uma espécie de Banco,
39
apesar de possuir inúmeras diferenças que distinguem um do outro, as Cooperativas
de Crédito na prática possui as mesmas funções e sistemas de um banco comercial
qualquer.
Não podemos falar de administração financeira, instituições financeiras e afins
sem tocar numa palavra que é a alegria das instituições financeiras e terror da
população num geral. Se trata da palavra “juros”. Mecanismo utilizado desde os
primórdios da civilização, os juros é o retorno cobrado pelas instituições financeiras
pelo crédito fornecido ao cliente, ele é caraterizado por ser uma porcentagem
aplicada sobre o montante emprestado (popularmente conhecida como taxa de
juros). Sobre o conceito de taxa de juros, Gitman (1997) diz que:
A taxa de juros ou retorno requerido representa o custo dos fundos, isto é, o
“aluguel” ou o nível de compensação que um tomador de fundos deve pagar
a um fornecedor. Quando os fundos são emprestados, o custo de tomar os
fundos é a taxa de juros. Quando os fundos são obtidos através de venda
de um direito de propriedade – como na venda de ações – o custo para o
emissor (tomador) é normalmente chamado de retorno requerido (...). Em
ambos os casos, o fornecedor é compensado por prover fundos tanto de
empréstimo como de participação acionária. (GITMAN, 1997, p. 43).
Vemos que a taxa de juros é, em linguagem popular de fácil entendimento,
como uma espécie de “aluguel sobre o dinheiro”. Essa taxa, pelo ponto de vista do
creditante (pessoa que adquiriu o crédito), seria como uma espécie de compensação
que vai ser paga pelo tomador do crédito para esse mesmo ter a prerrogativa de
usar esse dinheiro até a data estabelecida pela parte fornecedora para a quitação
desse débito. Já pelo ponto de vista do creditado (pessoa que forneceu o crédito)
seria como uma espécie de compensação por ele ter disposto de seu capital a
terceiros e também pelo fato do fornecedor está correndo riscos por uma possível
inadimplência.
9 DEPARTAMENTO DE CRÉDITO
Muito se foi falado anteriormente sobre instituições financeiras, capital,
empréstimos, taxa de juros, etc., porém não ficou esclarecido como esse capital é
transferido para o cliente, quais os procedimentos e onde é feito isso. Pois bem, as
instituições financeiras são as responsáveis pelos empréstimos para os clientes
através de um departamento de Crédito. Palavra que segundo Holanda Ferreira
40
(2001) “é uma palavra que deriva de credare: expressão latina que significa confiar
ou acreditar”, ou seja, crédito nada mais é que uma forma de aposta da instituição
financeira em seu cliente, a instituição acredita e confia no seu cliente para honrar
com o compromisso feito entre ambos, que no caso é o fornecimento de um ativo
financeiro.
O departamento de crédito nas instituições financeiras tem a responsabilidade
de liberar ou não o ativo financeiro para a pessoa física ou jurídica.
Vê-se aqui que a análise de crédito é uma ferramenta de vital importância
para as instituições financeiras, pois ela vem para minimizar erros e maximizar os
lucros no tocante as liberações de ativos financeiros a clientes.
Através de sistemas e programas vinculados a entidades publicas federais, o
departamento de crédito consegue fazer uma analise global do cliente e, com isso,
tirar conclusões e pareceres favoráveis ou não para a liberação do credito para
determinado cliente.
O departamento de crédito existe em todas as instituições financeiras que
trabalham com fornecimentos de ativos a clientes, seja através de empréstimos,
financiamentos e outras linhas diversas, no caso em questão das Cooperativas de
Crédito, ela é um departamento tão bem equipado e eficiente quanto os dos banco
comerciais, talvez ela seja um dos maiores e mais importantes pilares de
sustentação das Cooperativas de Credito.
Sobre o departamento de analise de crédito, Toma (2001) diz o seguinte:
Os analistas de crédito utilizam frequentemente cinco fundamentos que
orientam sobre a capacidade creditícia do cliente, a saber:
Caráter: O histórico do solicitante quanto ao cumprimento de suas
obrigações financeiras, contratuais e morais.
Capacidade: O potencial do cliente para quitar o crédito, geralmente medido
através de análises de renda/faturamento do solicitante.
Capital: A solidez financeira do solicitante é frequentemente utilizada para o
potencial de garantia que o cliente possui.
Obtenção de informações externas: com base em informações cadastrais, o
analista de crédito deve checar as referências comerciais e bancárias, além
de colher mais dados históricos do cliente.
Análise e classificação do crédito: o analista determina não só a concessão
do crédito, como estima o limite máximo que o cliente pode receber em
determinado período. (TOMA, 2001, p.3).
Percebe-se aqui uma síntese bem explicativa sobre o funcionamento do
departamento de crédito, um departamento que mostra certa burocracia em seus
processos, com muitos detalhes a serem analisados pelos analistas, os mesmos
41
praticamente fazem uma varredura completa na vida do cliente e, pelo entendido,
qualquer irregularidade ou ausência de documentos é motivo mais que suficiente
para os analistas rejeitarem a proposta de crédito e averbarem parecer desfavorável
à mesma.
No caso das Cooperativas de Crédito, existem softwares modernos que
classificam o potencial financeiro de cada cliente que deseja adquirir crédito junto á
instituição. Esse método avalia a proposta de crédito do associado e, com base nos
seus dados registrados (sua renda, bens, etc.) o método classifica o associado em
níveis de risco que vão da letra “A” até a letra “H”, cada letra representa um parecer,
que vai desde a liberação de crédito total, liberação de crédito mínimo até a rejeição
total do crédito. A partir dessa ferramenta os analistas de crédito das Cooperativas
de Crédito estipulam os prazos de pagamento, carência, valor do montante, taxa de
juros, etc.
10 INDICADORES FINANCEIROS
Um bom sistema de analise de crédito, em qualquer instituição, seja
financeira ou não, se baseia em índices para poder desempenhar uma boa análise
de crédito. Esses departamentos de crédito são orientados constantemente a evitar,
minimizar ao máximo os erros nas operações e, principalmente, minimizar os riscos
nos processos de liberação de crédito. Para isso, esses departamentos usam de
diversas técnicas, teorias e indicadores, alguns departamentos possuem suas
próprias técnicas e indicadores, porem todos se baseiam em indicadores já
consagrados pela Administração Financeira. Esses indicadores servem praticamente
como medidores dos níveis de eficiência e até mesmo de eficácia de uma
organização ou de uma pessoa, seja ela pessoa física ou jurídica. Sanvicente (1997)
diz que esses tais índices “são grandezas comparáveis obtidas a partir de valores
monetários absolutos destinados a medir a posição financeira e os níveis de
desempenho da empresa em diversos aspectos”.
Esses indicadores financeiros olham todo o sistema financeiro de uma
empresa, como andam suas finanças, seus ativos, suas dividas e, em se tratando do
departamento de análise de crédito, esses indicadores medem toda a possibilidade
de se poder fornecer determinado crédito a um cliente da instituição. Sobre o
42
conceito de indicadores financeiros no departamento de crédito, Carvalho (2010) diz
o seguinte:
O crédito tem se tornado uma das principais atividades financeiras das
empresas, por isso mesmo, a necessidade de que o credor analise
cuidadosamente a capacidade de pagamento de cada cliente antes da
concessão do crédito. Desta forma, o estabelecimento de procedimentos,
visa tornar a concessão de crédito menos arriscada.
Os “C”s do crédito fornecem parâmetros consistentes para que o processo
de avaliação de crédito, apesar da complexidade e risco, possa ser
realizado de forma mais segura. Principalmente, tem-se como pressuposto
de que qualquer análise tenha como base um conjunto de índices, os quais
devem ser suficientemente capazes de proporcionar a diferenciação entre
empresas saudáveis e daquelas, cujo resultado econômico-financeiro
apresenta riscos elevados. (CARVALHO, 2010, p. 46).
Esse fragmento é fundamental para confirmar o que foi dito nas linhas acima,
ou seja, os índices financeiros além de vir como um auxílio, uma ferramenta de
extrema importância para minimizar erros e riscos, elas veem para ajudar os
analistas de crédito a distinguir as pessoas jurídicas (empresas) que tem uma boa
situação financeira (situação essa que também pode ser nomeada como uma
condição estável de finanças), das pessoas jurídicas que não estejam com uma
situação financeira propícia para se poder investir na mesma.
No fragmento foram citados os “Cs” do crédito. O que vem a ser isto? Essa
terminologia é uma alusão a fatores iniciados com a letra “C” que são fundamentais
na análise de crédito.
A nomenclatura das palavras é algo bastante subjetivo, pois a mesmas em
alguns casos não se relacionam com a função e o significado da mesma, porem no
cenário da análise de crédito as mesmas se tornam bastante objetivas para auxiliar
na formulação e finalização de uma concessão de crédito.
Sobre cada um desses “Cs”, Gartner (1995) diz o seguinte:
43
CARÁTER: Trata-se da vontade do cliente de pagar suas contas, o que
traduz
sua
índole,
ética
e
senso
moral.
CAPACIDADE: Reflete a capacidade de gestão dos administradores e o
próprio grau de especialização da produção e comercialização da empresa.
CONDIÇÕES: Estão ligadas aos fatores externos à empresa que podem de
alguma maneira afetar seu desempenho nos negócios, prejudicando ao
mesmo tempo sua capacidade de honrar os compromissos.
CAPITAL: Refere-se ao estudo do patrimônio da empresa. Em síntese,
busca-se confrontar, por meio de índices extraídos do balanço patrimonial,
todos os bens e recursos possuídos pela empresa com suas obrigações.
COLATERAL: Procura demonstrar a capacidade do cliente em oferecer
garantias colaterais, espécie de segurança adicional necessária à
concessão
do
crédito
que
atenua
o
risco
da
operação.
CONGLOMERADO: Enfatiza a necessidade de se analisar não somente a
empresa, mas todo o conglomerado de empresas, ou grupo econômico, a
que ela faz parte. (GARTNER, 1995, s.p).
São seis os fatores que auxiliam na hora da análise e liberação do crédito.
Vê-se que a fundamentação deles consiste em escarafunchar toda a vida financeira
da empresa, ou seja, o departamento de crédito faz uma varredura minuciosa em
diversos pontos, tanto internos como externos da pessoa jurídica, a fim de
possibilitar uma vista de tudo que a empresa possui, seja ativos financeiros, bens
móveis e se imóveis e até mesmo se a empresa possui dividas junto a praça
correspondente.
Com isso, os seis “Cs” do crédito contribuem na busca eficaz dessas
condicionantes que podem impedir ou não a concessão do crédito ao cliente, no
caso a pessoa jurídica.
Na administração financeira no que tange a análise e riscos na concessão de
crédito, além dos seis “Cs”, temos condicionantes muito importantes para que o
departamento financeiro de uma instituição financeira exerce um bom trabalho, no
caso em questão, a liberação de crédito. Essas condicionantes são os conhecidos
“indicadores financeiros”. Termo já citado no início desse tópico, os indicadores
financeiros são intrínsecos em todas as etapas de análise para concessão de
crédito.
Sobre os indicadores financeiros, Gitman (1997) diz o seguinte:
A análise por meio de índices envolve os métodos de cálculo e a
interpretação dos índices financeiros, para avaliar o desempenho e situação
da empresa. Os insumos básicos para análise baseada em índices são a
demonstração do resultado e o balanço patrimonial da empresa. (GITMAN,
1997, p. 102).
44
No campo da Administração Financeira existe uma grande quantidade de
indicadores financeiros, iremos citar a seguir os índices financeiros elencados por
Lawrence J. Gitman em sua obra “Princípios de Administração Financeira”. Gitman
elenca os índices financeiros em quatro grupos: índices de liquidez, índices de
atividade, índices de endividamento e índices de lucratividade. Os três primeiros
medem basicamente os riscos relacionados a empresa, o último mede o retorno que
essa mesma pode proporcionar.
Esses
quatro
grupos
são
subdivididos
em
medidores
financeiros.
Abordaremos a seguir esses quatro grupos e suas desambiguações.
10.1 Índice de liquidez
A análise de liquidez ou índice de liquidez, em linguagem resumida, é um
indicador financeiro que mede a possibilidades da empresa em honrar suas contas.
Gitman (1997) afirma que “a liquidez de uma empresa é medida pela sua
capacidade para satisfazer suas obrigações de curto prazo, na data de vencimento”,
ou seja, esse índice mede a capacidade e a facilidade com a qual ela pode pagar
suas contas. Esse índice de liquidez se subdivide em três medidas: capital circulante
liquido, índice de liquidez corrente e índice de liquidez seco.
Bem resumidamente, falaremos dos três a seguir, começando pelo capital
circulante líquido, ou capital de giro líquido é um medidor, não índice, que é utilizado
para calcular a liquidez geral da empresa. Nos contratos de concessão de crédito
determina-se um percentual mínimo de liquidez, como se fosse uma garantia para a
instituição credora.
O índice de liquidez corrente é o mais utilizado nas operações de crédito, ele
mede a capacidade da empresa em honrar seus compromissos num prazo curto.
Índice de liquidez seco é similar ao índice de liquidez corrente, eles se diferem
que o primeiro exclui os estoques do ativo circulante da organização, pelo fato desse
mesmo ser o de baixa liquidez.
10.2 Índice de atividade
Os índices de atividade ou análise de atividade são muito utilizados para se avaliar a
velocidade com que contas são convertidas em caixa ou em vendas.
45
Esse índice de atividade se subdivide em cinco medidas importantes para se aferir
as contas circulantes e sua rapidez em uma empresa, começamos pelo giro de
estoque que, segundo Gitman (1997) “mede a atividade , ou liquidez, dos estoques
da empresa.”.
O outro medidor é o período médio de cobrança que seria sucintamente o
prazo médio para cobrar as duplicatas que a empresa irá receber.
O próximo medidor é o período médio de pagamento que anda mais é que o
prazo médio para pagamento das duplicatas a pagar.
Por fim temos o giro do ativo permanente e giro do ativo total que medem a
eficiência da empresa para usar seus ativos permanentes e a eficiência que a
empresa tem para usar os seus respectivos ativos para gerar vendas.
10.3 Índice de endividamento
O índice de endividamento ou análise de endividamento de uma empresa são
indicadores que analisam o grau de endividamento de uma empresa e sua
capacidade para honrar suas dividas. Segundo Gitman (1997) “a situação de
endividamento de uma empresa indica o montante de recursos de terceiros que está
sendo usado, na tentativa de gerar lucros”.
Dentro deste indicador há alguns medidores que precisam ser levados em
consideração, tais como o índice de endividamento geral, que, em palavras curtas, o
montante de ativos financeiros na instituição financeira emprestado aos seus
clientes. Seriam os créditos feitos aos clientes na forma de financiamentos,
empréstimos, etc.
Temos também o índice exigível a longo prazo que analisa os ativos
fornecidos pelos detentores do crédito e os ativos fornecidos pela instituição.
10.4 Índice de lucratividade
O índice de lucratividade ou análise de lucratividade medem a relação de
vendas e os retornos dessas mesmas a empresa. Sobre esse índice, Gitman (1997)
diz o seguinte:
46
Há muitas medidas de lucratividade. Cada uma delas relaciona os retornos
da empresa e suas vendas, a seus ativos, ao seu patrimônio, ou ao valor da
ação. Como um todo, essas medidas permitem ao analista avaliar os lucros
da empresa em confronto com um dado nível de vendas, um certo nível de
ativos, o investimento dos proprietários, ou o valor da ação. (GITMAN, 1997,
p. 120).
O índice de lucratividade vem para medir os retornos que determinados
indicadores trarão para empresa ou instituição financeira, mostra o percentual do
resultado, ou seja, o percentual de vendas e afins que a organização conseguiu
fazer em um dado período.
11 PLANEJAMENTO FINANCEIRO
O planejamento financeiro: existem inúmeras definições para explicar seu
significado, é uma técnica que está intrínseca desde os primórdios das civilizações
e está em qualquer local da sociedade, desde a pessoa física, passando pela família
até chegar nas maiores organizações empresariais o planejamento financeiro dita,
de certa forma, os destinos dos recursos financeiros destes mesmos citados acima.
Explanando sobre o conceito básico de planejamento financeiro, Lucion
(2005) diz o seguinte:
A expressão planejamento tem em seu significado literal o ato ou efeito de
planejar; trabalho de preparação para qualquer empreendimento, segundo
roteiro e métodos determinados; planificação, processo que leva ao
estabelecimento de um conjunto coordenado de ações (pelo governo, pela
direção de uma empresa, etc.) visando à consecução de determinados
objetivos; elaboração de planos ou programas governamentais,
especialmente na área econômica e social. Já financeiro significa, relativo
às finanças, à circulação e gestão do dinheiro e de outros recursos líquidos.
Contudo, o conceito de planejamento financeiro tem-se a junção desses
dois conceitos levados para um plano empresarial. (LUCION, 2005, p. 144).
O planejamento financeiro é, segundo abordado acima, qualquer forma de
preparar seus recursos financeiros, seja seu, da sua empresa ou de entidades
públicas, para um determinado objetivo, um dado fim. Vamos dizer que uma
programação para o futuro, programar seus ativos para alcançar algo que deseja
fazer ou ter em sua residência, sua empresa, etc. Exemplificando de forma simples e
de fácil entendimento, seria um casal se planejando, calculando o dinheiro para
daqui a alguns meses fazerem uma viajem. Os mesmos se programam, estudam as
possibilidades de se reter um percentual X dos seus ativos para poderem fazer a tão
47
sonhada viajem. Isto é um planejamento financeiro na prática simples do dia-a-dia
de milhares de pessoas, são situações corriqueiras no cotidiano que muitas das
vezes passam por despercebido, mas que na realidade é puramente ato de
planejamento financeiro, ou seja, um ato de programar seu orçamento, racionalizar
os gastos e aperfeiçoar o investimento do mesmo.
Em se tratando de organizações, o planejamento financeiro é de suma
importância para galgar patamares antes somente sonhados pelos executivos e,
consequentemente, agregar valor ao produto/serviço prestado. O planejamento
financeiro em suma é o fomentador da maximização dos ativos financeiros das
organizações, preparando esses ativos para que num futuro próximo ele de retorno
satisfatório para os lideres organizacionais, seja através de aumento nos lucros da
empresa, seja em expansão da empresa ou melhoramento dos produtos/ serviços
prestados pela mesma.
Para complementar a linha de raciocínio abordada acima com relação ao
planejamento financeiro em organizações, Junior, Cherobim e Rigo (2002) diz o
seguinte:
O planejamento financeiro direciona a empresa e estabelece o modo pelo
qual os objetivos financeiros podem ser alcançados. Um plano financeiro é,
portanto, uma declaração do que deve ser feito no futuro. Em sua maioria,
as decisões numa empresa demoram bastante para serem implantadas.
Numa situação de incerteza, isso exige que as decisões sejam analisadas
com grande antecedência. (JUNIOR, CHEROBIM E RIGO 2002, p. 243).
Ou seja, um bom planejamento financeiro direciona a empresa para garantir
que os objetivos e planos estabelecidos se tornem interessantes e exequíveis num
dado espaço de tempo. Ainda falando sobre planejamento estratégico nas
organizações, trouxemos o conceito de Lucion (2005) sobre o tema. O mesmo
afirma que:
Uma empresa tem como principal objetivo à criação e obtenção de valor,
entretanto outros objetivos também estão implícitos dos quais destaca-se,
uma maior taxa de retorno do capital, participação do mercado, obtenção de
recursos financeiros. Um bom planejamento financeiro é a forma de garantir
que os objetivos e planos traçados em relação às áreas particulares de
operação da empresa sejam viáveis e internamente coerentes. O
planejamento financeiro ajuda a estipular metas, deixando os gestores
motivados, oferecendo os mecanismos para avaliação dos resultados.
(LUCION, 2005, p. 146).
48
Esses conceitos de planejamento financeiro, apesar de todos estarem
abordando o direcionamento para empresas, são totalmente alocados no âmbito das
instituições financeiras, que de certa forma não deixam de ser um tipo de
organizações/empresas, e, no caso em questão, ou seja, o tema deste trabalho,
esses conceitos se enquadram nas Cooperativas de Crédito, que apesar de ser um
tipo de instituição financeira bem distinta das instituições financeiras comerciais, não
deixam de compartilhar similaridades, que são muito mais comuns do que as
divergências entre ambas.
Ainda falando sobre as instituições financeiras, e falando especificamente das
concessões de crédito que essas mesmas fazem aos seus clientes, o planejamento
financeiro também está ligado diretamente nos processos de análise de crédito,
afinal esse departamento trabalha com ativos a serem liberados a terceiros,
logicamente esse mesmo departamento tem-se que fazer planejamentos financeiros
específicos, tanto para verificar as condições e retorno desse ativo (se elas são
favoráveis ou não), tanto para se levantar as condições financeiras presente e futura
da instituição financeira, para assim ter um a certeza se pode fazer o crédito para o
cliente e quanto pode ser liberado para esse mesmo cliente.
Sobre o planejamento financeiro em operações financeiras, Hoji (2012) diz o
que segue:
O planejamento de operações financeiras, que consiste em planejar as
despesas e receitas financeiras, bem como as fontes e as condições gerais
dos financiamentos, exige um profundo conhecimento do mercado
financeiro e da economia brasileira e internacional. (...) Geralmente, é difícil
prever exatamente em qual período do mês (inicio, meio ou fim) ocorre a
concentração de captação de empréstimos, pois depende de vários fatores,
como os recebimentos de clientes, pagamentos diversos e amortização de
empréstimos. Portanto, é razoável considerar que as captações de novos
empréstimos ocorram no meado do mês. (HOJI, 2012, p. 500).
Através desse fragmento vemos a necessidade de se ter um bom
planejamento financeiro nas operações de crédito nas instituições financeiras. O
planejamento seria como se fosse um indicador financeiro, similares, mas nem tanto,
com os que foram citados acima, porem esse “novo indicador” iria servir como se
fosse um medidor para se planejar os ativos financeiros da instituição financeira e o
retorno real que esse crédito irá dar para a instituição.
O planejamento financeiro de uma organização se divide em três princípios
básicos: os planos financeiros a longo prazo, os planos financeiros a curto prazo e o
49
planejamento de caixa. Esses planos são importantes na hora de uma instituição
financeira fazer um planejamento financeiro pois vai se eles que irão guiar as ações
para assim a instituição poder atingir os objetivos a curto e a longo prazo.
11.1 Planos financeiros a longo prazo
Os planos financeiros a longo prazo (também chamado de planos
estratégicos) procura levar a tona os resultados esperados nas estratégias
estabelecidas da organização, ou seja, tornar realidade aquilo que se pensou
anteriormente, seja na parte de pessoal, material, física, etc. No caso do
departamento de crédito nas instituições financeiras, busca-se atingir resultados
positivos no tocante à concessão de crédito, o montante que pode ser liberado,
como ele vai ser rateado e quando e em que quantidade ele vai retornar aos cofres
da instituição.
Sobre o planejamento financeiro a longo prazo, Gitman (1997) diz o seguinte:
Os planos financeiros (estratégicos) a longo prazo são ações planejadas
para um futuro distante, acompanhadas da previsão de seus reflexos
financeiros. Tais planos tendem a cobrir periódicos de dois a dez anos,
sendo comum o emprego de planos quinquenais que são revistos
periodicamente à luz de novas informações significativas. (...) Planos
financeiros a longo prazo são parte de um plano estratégico integrado que,
em conjunto com os planos de produção, marketing e outros, utilizam-se de
uma série de premissas e objetivos para orientar a empresa a alcançar seus
objetivos estratégicos. Tais planos focalizam o dispêndio de capital,
atividades de pesquisa e desenvolvimento, ações de marketing e d
desenvolvimento de produtos, estrutura de capitais e importantes fontes de
financiamento, (GITMAN, 1997, p. 588).
Os planos financeiros a longo prazo são um método bem deliberado e
organizado que acorda a necessidade ativos financeiros para transformações os
desejos da empresa em realidade bruta. O planejamento financeiro a longo prazo
vem com um importante intuito: o de ordenar as opções existentes para empresa,
frisar seus objetivos e assim dar um direcionamento a empresa.
11.2 Planos financeiros a curto prazo
O planejamento financeiro a curto prazo (também chamado de planejamento
operacional) são ações planejadas nu curto espaço de tempo que visa mais os
50
setores operacionais da instituição/empresa, como exemplo o setores de caixas,
financeiro, etc.
Não existe um conceito básico próprio para definirmos e diferenciarmos
planejamento financeiro a curto prazo do planejamento a longo prazo.
Sobre o planejamento a curto prazo, Ross (1998) diz o seguinte:
As finanças a curto prazo consistem em uma análise das decisões que
afetam os ativos e passivos circulantes, com efeitos sobre a empresa dentro
do prazo de um ano”. As finanças a curto prazo fazem a empresa ter uma
abordagem mais técnica sobre aspectos no que dizem respeito ao nível de
caixa a ser mantido num banco para pagamento de contas, quanto de
matéria prima deve-se encomendar e quanto de crédito deve ser concedido
aos clientes. (ROSS, 1998, p. 609).
Conclui-se, ao analisar este fragmento, que o planejamento financeiro a curto
prazo vem com uma abordagem nos setores e/ou departamentos das organizações.
Diferentemente do planejamento financeiro a longo prazo, que aborda mais a
direção da organizações, ou seja, a parte estratégica, o plano a curto prazo e se
enquadra na parte operacional, nos ativos que circulam num pequeno espaço de
tempo nas organizações (caixas, tesouraria, etc.).
11.3 Planejamento de caixa
O planejamento de caixa ou orçamento de caixa é, de uma forma sucinta, o
controle dos ativos financeiros que entram e os ativos financeiros que saem da
organização, no caso nosso, da instituição financeira (Cooperativa de Crédito). Esse
planejamento de caixa é uma ferramenta básica de planejamentos a curto prazo,
não se identificou, até então, sua funcionalidade em planejamentos a longo prazo.
Sobre o planejamento/orçamento de caixa, Gitman (1997) diz o seguinte:
O orçamento de caixa permite à empresa prever suas necessidades de
caixa a curto prazo, geralmente no período de um ano, subdividido em
intervalos mensais.(...) É um demonstrativo dos fluxos das entradas e
saídas projetadas de caixa da empresa, usado para estimar suas
necessidades de caixa a curto prazo. (...) O orçamento de caixa possibilita
ao administrador financeiro uma visão clara o momento de ocorrência dos
fluxos esperados de entradas e saídas de recursos ao longo de um dado
período. (GITMAN, 1997, p. 590).
O planejamento de caixa vem para mostrar a organização suas necessidades
de caixa num pequeno espaço e tempo, controlando os ativos e com isso poderá
51
fazer planejamentos com uma possível sobra de recursos, ou, no caso contrário,
preparar um levantamento de dinheiro externo caso haja falta de caixa.
No caso do departamento de crédito, esses três planos são fundamentais
para se elaborar uma eficiente e segura concessão de crédito ao cliente. São
planejamentos
que
indiretamente
auxiliam
a
minimizar
os
riscos
neste
departamento, seja nas estratégias dos analistas de crédito (plano a longo prazo),
seja no controle dos níveis de ativos que estão na instituição e os que estão
emprestados a clientes (plano a curto prazo) ou seja nos controles dos ativos que
entram e saem da instituição (plano de caixa).
12 INADIMPLÊNCIA NO BRASIL
O Brasil, apesar de ter uma típica e histórica peculiaridade de ser um dos
países que registrava os mais altos índices de inadimplência nos diversos setores da
economia se comparado a outros países emergentes no mundo. Nas últimas
décadas, em especial as décadas de 80 e 90, devido as crises econômicas que o
país teve (altas inflações, desestabilidade da economia, etc.) fez com que o
brasileiro não conseguisse cumprir com suas obrigações, fazendo assim que o Brasil
obtivesse altos índices de inadimplência.
Apesar disso nos últimos anos o Brasil tem registrado bons números. Esses
índices têm abaixado consideravelmente, em especial no segmento bancário. Com
relação aos níveis de inadimplência no Brasil, a SERASA dispõe uma tabela
informando os índices de inadimplência registrados de janeiro a agosto de 2013, os
números estão em 1.000 unidades. As siglas PEFIN, REFIN e CCF significam
respectivamente: Pendências Financeiras, Restrição de Crédito e Cadastros de
Cheques sem Fundos.
52
Quadro 06-índices de inadimplência no Brasil
MÊS
PEFIN
REFIN
PROTESTOS
CCF
GERAL
jan/13
fev/13
mar/13
abr/13
mai/13
jun/13
jul/13
ago/13
257,8
254,7
261,2
260,0
250,6
231,7
211,5
202,1
125,4
121,9
122,1
130,3
135,7
137,9
134,8
127,6
88,7
68,2
80,3
94,6
88,6
89,3
96,8
98,9
61,7
51,8
65,5
64,1
63,5
52,9
61,5
53,2
151,5
146,4
151,7
156,0
156,1
149,9
144,6
136,7
Fonte: site <www.serasaexperian.com.br>
Nota: Adaptado pelo autor.
Continuando a mostra dos números de inadimplência no Brasil, trabalharemos
aqui com o índice do mês de julho, segundo a revista Exame da Editora Abril.
Segundo a revista Exame no mês de julho de 2013 a inadimplência dos brasileiros
ficou em 5,2%. Sobre isso, a revista fala o seguinte:
Em julho, a inadimplência ficou em 5,2 por cento, mesmo nível verificado no
mês anterior, informou nesta quinta-feira o Banco Central. Considerando os
recursos totais no mercado brasileiro, que incluem também o crédito
direcionado, a inadimplência teve leve variação negativa no mês passado
para 3,3 por cento, ante 3,4 por cento em junho. (RODRIGUES, 2013, p. 1).
Vemos um crescimento da inadimplência no mês de julho, se comparado aos
dois meses anteriores. Com relação a inadimplência no setor bancário no Brasil
trabalharemos com o índice divulgado pelo jornal eletrônico “O Globo”. Segundo
esse jornal a taxa de inadimplência foi a seguinte:
As manifestações de junho e a queda da confiança de empresários e
consumidores tiveram impacto direto no mercado de crédito do país. Os
bancos ficaram mais retraídos e a média das concessões de novos
financiamentos caiu 15,8% no mês passado. Mesmo assim, as instituições
aumentaram seus ganhos, apesar da queda da inadimplência no Brasil. O
nível geral de calote de empresas e famílias passou de 3,4% para 3,3%: o
menor nível desde que o Banco Central começou a registrar os dados sobre
todos os tipos de contratos há dois anos. (INADIMPLÊNCIA.., 2013, p. 1).
O setor bancário no Brasil conseguiu mostrar bons números, índices não tão
altos se comparados com a média geral brasileira.
53
13 CADASTRO
O termo cadastro soa diariamente na mente e no dia-a-dia do cidadão, pode
ser passado por meios de comunicação, no âmbito profissional ou até mesmo dentro
de casa no conforto de sua família. Mas afinal o que seria cadastro? Pois bem,
cadastro nada mais é que um registro em que se consta todos os dados e
informações de uma pessoa, de uma empresa ou de um bem. O cadastro é uma
forma secular que a sociedade em âmbito mundial encontrou para se ter um controle
e segurança na hora de fidelizar um acordo entre fornecedor e consumidor. É um
método utilizado em praticamente todos os estabelecimentos comerciais, seja eles
de qualquer natureza, e ultimamente com o advento da globalização e do comércio
digital, o cadastro tem sido de suma importância para fidelizar clientes, fazer novos e
divulgar produtos via meios eletrônicos.
O cadastro é uma gama de informações sobre a pessoa física ou pessoa
jurídica que iniciou um relacionamento com a instituição, no nosso caso, com uma
instituição financeira e é a partir dele que vão se iniciar as possíveis transações
entre a instituição financeira e o cliente. O cadastro mal elaborado traz danos a
ambas as partes, pois irá dificultar e retardar os movimentos financeiros entre as
partes, devido essas informações cadastrais contribuírem para avaliações quanto a
análise do cliente, ao nível de risco que esse cliente possa trazer a instituição
financeira e também para nortear as análises de operações de crédito, limites duma
maneira geral e operações afins realizadas em diversos setores da instituição.
Sobre ficha cadastral e sua relevância, Santos (2003) diz o seguinte:
A principal consequência de uma ficha cadastral mal elaborada é a de
resultar em danos para o credor e também para o solicitante do crédito, ou
seja, o credor poderá efetivar operações que resultarão em prejuízos ou, ao
contrario, deixar de concretizar um bom negócio e, por consequência, o
cliente não obter o crédito solicitado. (SANTOS, 2003, p. 56).
Percebe-se com esse fragmento a importância de um cadastro bem montado,
pois o mesmo é essencial para se ter eficiência e qualidade nas diversas operações
feitas na instituição. As operações de análise e concessão de crédito, análise de
risco e outros se apoiam quase que completamente na ficha cadastral, o que faz que
a instituição invista e exija uma boa qualidade na montagem dos cadastros, o que
implicou em algumas instituições a criar um departamento de cadastro. Coisa não
54
tão comum nas instituições financeiras, o departamento de cadastro seria de grande
valia, pois além de desafogar o departamento de atendimento, que na maioria das
instituições financeiras é o responsável pela montagem dos cadastros dos clientes,
iria trazer mais agilidade, eficiência e qualidade na montagem, finalização e
implantação dos cadastros.
Um cadastro deve ser montado de uma forma em que seja fácil e rápido o
acesso a seus dados, ele deve ser elaborado de maneira bem objetiva, sem
informações desnecessárias. Sobre isso, Leoni (1998) diz o seguinte:
Em virtude de eventuais consultas futuras para concessão de crédito, os
dados cadastrais deverão ser os mais completos possíveis. Deverão,
porem, conter estritamente o necessário para não comprometer sua
operacionalização; salvaguardam-se, assim, os conceitos de execução e
segurança. (LEONI, 1998, p. 22).
Deveria ser como o autor do fragmento acima diz, mas em muitas empresas e
principalmente em instituições financeiras os cadastros são elaborados de uma
maneira em que engessa o serviço. Cadastros com informações desnecessárias que
só serve para aumentar o volume da pasta do cliente, fazendo assim que o serviço
não rende, principalmente nos momentos em que é preciso renovar a ficha cadastral
do mesmo.
Para que o cadastro não se desatualize e a instituição perca com falta de
informações
relevantes
atuais
do
cliente,
é
preciso
estabelecer
um
acompanhamento periódico por parte da instituição e estipulação de prazos para
que de tempos em tempos os funcionários responsáveis façam a renovação do
cadastro dos clientes.
Com relação aos tipos de cadastros de clientes têm-se atualmente duas
divisões, o cadastro de pessoas físicas e o cadastro de pessoas jurídicas. O primeiro
engloba toda a população cível e o segundo engloba as empresas, organizações e
instituições.
14 COBRANÇA
Em todo e qualquer negócio tem sempre como um dos lemas o retorno sobre
aquilo que investiu, ou seja, obter lucro naquela empreitada. Nas empresas,
organizações e instituições não difere este raciocínio, pois recuperar o ativo
55
financeiro investido é primordial para o equilíbrio e sustentação da organização.
Devido isso, tem-se também como um dos departamentos-chave de uma empresa o
departamento de cobrança. Ele que vai reaver tudo aquilo que a organização está
deixando de ganhar. No nosso caso, das instituições financeiras, o departamento de
cobrança é de grande importância para o ciclo financeiro da mesma. Com isso, esse
departamento vem ganhando destaque ultimamente nos bancos comerciais e
Cooperativas de Crédito. A cobrança está nas instituições financeiras basicamente
para maximizar o fluxo de ativos financeiros e também para minimizar as perdas que
essa instituição teve ou possa vir a ter. É por esse e por outros motivos que o
departamento de cobrança deve andar em harmonia com o departamento de crédito,
pois ambos lidam praticamente com o mesmo recurso e serviço que a instituição
financeira oferece.
Uma politica de cobrança na instituição financeira bem aplicada traz para a
mesma o recebimento total dos ativos financeiros fornecidos em formas diversas a
prazo para os clientes sem trazer ônus para a instituição, permitindo para a mesma
condições para fazer novos investimentos e novos empréstimos, eliminado assim, a
necessidade de se contrair ativos financeiros de outras partes da organização.
Sobre a relevância do departamento de cobrança face ao resgate dos ativos
receber, Braga (1989) diz o seguinte:
A má administração das contas a receber pode levar ao aumento do
dinheiro aplicado em crédito a clientes. Que contribui para a falta de
recursos aplicados para solver compromissos, o que pode levar ao aumento
de despesas financeiras face às coberturas bancárias, o que diminui o lucro.
(BRAGA, 1989, p. 118).
O texto acima resume o que foi dito acima, ou seja, o departamento de
cobrança vem para minimizar os riscos de inadimplência nas instituições financeiras
para que assim não falte recursos financeiros para sustentar a maquina e fazer ela
girar.
No âmbito do mercado financeiro sempre existiu e sempre irá existir o
inadimplente, a pessoa que deve, que deixa que honrar seus compromissos e nesse
contexto não existe departamento de cobrança tão eficiente que zere os devedores
de uma instituição financeira. Não se atribui ao departamento de cobrança a
quantidade de devedores que ainda tem uma instituição financeira. O setor de
56
cobrança tem por finalidade reaver esses débitos, porem existe fatores que
contribuam para que o devedor ao cumprimento da sua obrigação de pagar a divida.
Para Leoni (1998), as principais atividades e funções designadas ao setor de
cobrança são as que seguem:
- manter atualizado os registros de contas a receber;
- executar todos os serviços relativos ao reconhecimento de capital da
empresa em mãos de terceiros;
- controlar, em particular, atividades de bancos e cobradores;
- conferir os juros recebidos, descontos e/ou abatimentos concedidos;
- registrar os recebimentos;
- elaborar os relatórios financeiros referentes aos recebimentos;
- elaborar mapas de previsão de recebimentos;
- elaborar demonstrativo da situação das contas a receber, por títulos
vencidos e a vencer;
- adotar medidas de proteção e segurança ao crédito concedido;
- promover entendimentos e acordos com devedores inadimplentes;
- informar ao crédito, cadastro e vendas a situação dos clientes em atraso.
(LEONI, 1998, p. 41).
Com esses tópicos percebemos a importância do departamento de cobrança
numa instituição financeira, pois o mesmo irá trazer os recursos que são da
instituição e que ainda não foram entregues a ela.
O departamento de cobrança, juntamente com seus colaboradores, tem
diversos mecanismos para tentar quitar o débito do cliente com a instituição, que vão
desde conversas amigáveis até a procedimentos mais rigorosos. Blatt (1998) diz:
Todos os procedimentos de cobrança devem estar redigidos de forma que
se tornem claros e precisos. A meta é criar documentos que sirvam para dar
uniformidade às políticas e procedimentos, sendo que também seja
compreensível aos empregados novos. (BLATT, 1998, p. 83).
E
os
procedimentos
para
se
cobrar
do
cliente
inadimplente
são
principalmente: cartas de cobrança encaminhadas ao cliente, telefonemas e/ou
visitas pessoais ao cliente devedor e em ultima situação a cobrança via ação
judicial., sendo este ultimo o mais desgastante, para ambas as partes.
15 ORÇAMENTO FINANCEIRO
O orçamento financeiro, termo fundamental na solidifiques de uma empresa,
principalmente em se tratando de grandes organizações ou de instituições
financeiras, é um conceito que geralmente não é tão utilizado pelas médias e
57
pequenas empresas. Às vezes por falta de informação dos dirigentes ou outro
motivo qualquer. Sobre o conceito de orçamento financeiro, Silva (2010) diz o
seguinte:
Orçamento Financeiro como disse no início é a estrutura da organização,
pois, é nela que o empresário sabe os limites da empresa, até onde ele
pode vender e produzir que lhe trará lucro. No mundo empresarial,
crescimento com segurança, tem-se somente uma tradução, orçamento
financeiro. Devemos sempre lembrar, "A empresa não se trabalha a base do
improviso, tudo deve ser planejado antes de ser executado. (SILVA, 2010,
p. 1).
Como dito acima, a empresa não pode ser tocada no improviso, nem tão
pouco por tendências, seja elas de mercado, financeiras ou similares. Em se
tratando de vida saudável da organização, tudo deve ser planejado antes de ser
posto em prática.
O orçamento financeiro se tornou muito importante nos últimos anos nas
organizações, pois é através do mesmo que são executadas as movimentações de
ativos financeiros, e com isso se prever o quanto a organização poderá ganhar e
gastar, ou seja, o orçamento financeiro contribui de forma significativa para que a
empresa tenha um bom controle de seus ativos financeiros para que no fim do
período econômico a mesma possa ter um bom resultado para mostrar aos seus
investidores, sócios ou proprietários.
O orçamento financeiro vem para predeterminar vários pontos e processos
dentro a organização, mas o um orçamento financeiro de nada valerá se não tiver
um bom planejamento e controle do mesmo. Sobre isso, Sanvicente e Santos (2008)
dizem o seguinte:
Na verdade a formalização e a sistematização do planejamento e do
controle administrativos através de orçamentos criam condições para que
se progrida no sentido da otimização da ação administrativa,
documentando-se planos e programas e permitindo uma aferição mais
objetiva do desempenho dos diversos setores da empresa. (SANVICENTE
E SANTOS, 2008, p. 16).
58
16 ESTUDO DE CASO: ANÁLISE DA COOPERATIVA DE CRÉDITO SICOOB
CREDIPARNOR.
16.1 Histórico
16.1.1 Fundação
Fundada a partir de reunião de vinte e cinco comerciantes de Paracatu,
mobilizados pela Associação Comercial e Industrial de Paracatu – ACIPA, em 1993.
Após duas reuniões e com a presença na última reunião de um técnico que havia
acompanhado a fundação da primeira Cooperativa de Comerciantes de Minas
Gerais na cidade de Formiga e que tinha toda a documentação exigida pelo Banco
Central do Brasil para abertura de Cooperativas de Crédito, decidiu-se pela abertura
da Cooperativa de Comerciantes de Paracatu o que foi negada pelo Banco Central.
Após muita negociação dos fundadores com o Banco Central, chegou-se a um ponto
comum que foi a autorização para abertura da Cooperativa de Economia e Crédito
Mútuo dos Comerciantes de Paracatu Ltda. mais conhecida por CREDIPAR em
junho de 1995. O prazo dado para a agência entrar em funcionamento foi de
noventa dias. Assim foi mobilizada uma grande parte dos comerciantes da cidade
que acreditavam na ideia, sendo assim, foram colocados dois funcionários mais os
diretores na rua a procura de novos associados e em 01/09/1995 foi realizada o
coquetel de inauguração do grande sonho de muitos comerciantes locais. Naquele
dia a Cooperativa contava com 84 associados.
16.1.2 A cota
A quantidade cota mínima para se associar à Cooperativa inicialmente era de
um mil reais sendo dividida em dez parcelas de cem reais cada uma mensalmente.
Na primeira Assembleia Geral realizada em 1996, por decisão dos associados
resolveu-se que a cota mínima seria de quinhentos reais em cinco parcelas mensais
de cem reais. Assim quem já tinha pagado os mil reais, ficariam com mil cotas. Em
1997, por decisão da assembleia, ficou determinado que a cota mínima fosse de
cem reais para que houvesse a possibilidade dos pequenos comerciantes
59
associarem e o objetivo da Cooperativa, que é fomentar os comerciantes
financeiramente, estivesse ao alcance de todos.
Desta maneira, houve a adesão de um número bem maior de associados e de
comerciantes atendidos pelos recursos e serviços oferecidos pela Cooperativa.
Deve-se observar que conforme nosso estatuto social, o número de cotas só
será considerado para fins de divisão de lucros e prejuízos, cabendo a cada
associado o direito de votar uma só vez, independente do número de cotas que
possua.
16.1.3 Os Resultados
Em 1995, por ter sido o prazo de abertura da Cooperativa somente quatro
meses, o balancete fechou negativo aproximadamente quarenta mil reais. Em 1996,
a Cooperativa já fechou o resultado do ano sem lucro mais com o prejuízo do ano
anterior totalmente sanado. De 1997 em diante os resultados já foram todos
positivos, sendo o capital integralizado às cotas e aberto um fundo, chamado fundo
de expansão, onde a Assembleia deixou o recurso disponível à Cooperativa para
movimentação de empréstimos e serviços junto ao associado.
16.1.4 Prestação De Serviços
Quando de sua inauguração, a Cooperativa tinha um número muito reduzido
de serviços a seus associados. Inicialmente tínhamos empréstimos, troca de
cheques pré-datados, talonários para movimentação na conta corrente dos
associados. Hoje com a abertura do BANCOOB, temos vários convênios realizados
pelo BANCOOB que é repassado às Cooperativas filiadas através de nossas
Centrais como recebimento de contas de água, luz, telefone, boleta bancária de
qualquer banco e ainda muitos outros a serem realizados junto a União e Estados.
Nossa Cooperativa já trabalha com limite de cheque especial, empréstimos
com prazos maiores (antes era somente 30 dias), boletas bancárias da
CREDIPARNOR e também do BANCOOB, convênios com Prefeituras, escolas e
outras instituições além dos convênios já firmados pelo BANCOOB.
60
16.1.5 Bancoob
O Banco Cooperativo do Brasil sempre foi o grande sonho das Cooperativas,
tendo em vista os grandes custos operacionais que tínhamos com os Bancos que
possuíam no mercado. Tudo era nos cobrado e nada nós conseguíamos em troca.
Em outubro de 1998 iniciou-se os primeiros serviços do BANCOOB às
Cooperativas com menor custo operacional e crédito nos serviços que prestávamos
quando do recebimento de contas e outros convênios que firmar, pois são sempre
extensivos ao sistema Cooperativista como um todo. Assim somos uma agencia do
BANCOOB,
apesar
de
termos
independência
total
administrativamente
e
operacional.
Nosso Banco já nasceu grande, atingindo oito estados e praticamente todas
as Cooperativas ligadas as Centrais que o fundaram. O número de associados,
“donos”, também já era imenso.
Os Estados eram: Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Goiás,
Santa Catarina, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Hoje está praticamente em todos
os Estados da Federação.
16.1.6 As Centrais
Foram fundadas a partir de várias Cooperativas, sendo observado o
segmento, como por exemplo: As Cooperativas Rurais de Minas Gerais criaram a
CREDIMINAS. Já as Cooperativas de Profissionais liberais, funcionários de
empresas e Comerciantes fundaram a CECREMGE. A união das Centrais é que
criou o BANCOOB.
Assim, os associados criaram as Cooperativas, as Cooperativas criaram as
Centrais e estas por sua vez criaram o BANCOOB.
16.1.7 Área De Atuação
Desde o seu surgimento, a área de atuação da CREDIPAR já era: Paracatu,
Unaí, João Pinheiro, Vazante, Guarda Mor, Brasilândia de Minas e Bonfinópolis de
Minas.
61
Em novembro de 1999, em Assembleia Geral Extraordinária, resolveu-se
acrescentar a Razão Social da Cooperativa a Região Noroeste de Minas Gerais,
sendo criada a sigla CREDIPARNOR. Desta maneira, a CREDIPARNOR ficou sendo
a última Cooperativa Regional autorizada pelo Banco Central do Brasil. Após a
unificação das Cooperativas de Crédito no Sistema de Cooperativas de Crédito do
Brasil (SICOOB), mudou-se a sigla novamente, ficando até hoje conhecida como
SICOOB CREDIPARNOR. Nesta época foram incluídas as cidades de Arinos e
Buritis as demais já existentes.
Em 2013 foi aprovado pelo Banco Central a livre admissão no Siccob
Crediparnor, até então somente comerciantes de confecção poderiam ser
associados da mesma, com isso a razão social passou a ser Cooperativa de Livre
Admissão de Paracatu e região Noroeste de Minas Ltda.
16.1.8 Onde Já Atuamos
Em setembro de 2000, no aniversário da abertura da agencia em Paracatu,
fizemos a inauguração do primeiro Posto de Atendimento Cooperativo – PAC na
cidade de Arinos. Este Posto foi aberto com total apoio da Associação Comercial de
Arinos e entidades ligadas ao Comércio de Arinos. Em 2001 foi inaugurado o
segundo PAC da Crediparnor, a cidade que implantou foi Unaí. E nesse ano de 2013
inaugurou-se o PAC da Crediparnor na cidade de João Pinheiro.
OBS: Para o Banco Central, toda e qualquer filial de uma Cooperativa,
independente do tamanho, é considerada como Posto de Atendimento. Este critério
pode ser compreendido devido ao fato de serem obrigatórios alguns serviços
internos e controles realizados na “Matriz” e somente nela.
16.1.9 Projetos Em Andamento
BANCOOB

Convênios com Estados e União para recebimento de impostos e até
mesmo repasse de recursos aos associados;

Cartão de Crédito do sistema Cooperativista;

Seguradora do Bancoob para todo o sistema;
62

Integração de todo o sistema Cooperativista através de um software
único,
onde
todas
as
Cooperativas
ficariam
interligadas
em
praticamente todo território nacional;
CREDIPARNOR

Projeto de Bolsa Escola a pessoas carentes das cidades de nossa
atuação;

Cursos de formação de nossos associados e funcionários;

Consultoria às empresas associadas;

Convênios com entidades locais para pagamentos e recebimentos de
tributos e outros através da Cooperativa;

Expansão da Cooperativa em sua área de atuação estatutária;

Parcerias com empresas que poderão dar melhor condição de
desenvolvimento do associado.

Além disso, estaremos sempre preocupados com as melhores
condições dos comerciantes e atentos aos anseios da sociedade onde
atuamos.
17
CONTROLES
INTERNOS
NOS
DEPARTAMENTOS
DE
CRÉDITO
E
COBRANÇA DO SICOOB CREDIPARNOR
A Cooperativa de Crédito Sicoob Crediparnor possui uma gama imensa de
serviços prestados aos seus mais de três mil associados. Com métodos e sistemas
muito eficiente e pessoal qualificado, ela vem cada ano que passa conseguindo se
destacar no cenário financeiro na regional Noroeste Mineiro. Os números de 2012
comprova que o Sicoob Crediparnor está em grande ascensão na região. Os setores
e departamentos da Sicoob Crediparnor possui uma gama grande de serviços todos
os dias; os departamentos de Atendimento, Crédito e Cobrança são os mais
procurados, tanto pelos associados de Paracatu como pelos PAC’s das outras
cidades. Isso faz com que a Matriz em Paracatu fique sobrecarregada em
determinados dias do mês, devido isso alguns problemas foram constatados nessa
análise.
63
O
departamento
de
cobrança
apresenta
números
fantásticos,
suas
recuperações de crédito são feitas com muita eficiência, deixando a Cooperativa
com um baixo percentual de inadimplência. A tabela abaixo mostra o percentual de
inadimplentes com relação ao percentual de operações de crédito feitas em 2012.
Quadro 07 – porcentagem de inadimplência no Sicoob Crediparnor em 2012.
Porcentagem
Empréstimos/títulos desc.
Financiamentos
% proporcional
98,45%
1,54%
% inadimplência
3,65%
0,95%
Fonte: elaborado pelo autor.
Percebe-se que os índices de inadimplência do Sicoob Crediparnor são
ótimos, se comparado a outros setores da economia brasileira. Esses índices além
de baixos são quitados em um espaço de tempo considerado pequeno, segundo
entrevista feita com a supervisora de cobrança, os títulos inadimplentes em
Paracatu, duram em média, até 25 dias. Porem isso varia de cidade para cidade.
O setor de Atendimento do Sicoob Crediparnor, como o nome mesmo diz,
trabalha diretamente com o associado. O início do relacionamento do associado com
a Cooperativa passa pelo Atendimento. É um setor muito movimentado, com grande
movimentação quase que todos os dias do mês, tanto para abertura de contas, tanto
para solução de problemas e duvidas dos associados e tanto para renovar os
cadastros dos associados. Isso faz com que esse setor fique muito saturado de
serviços e isso faz com alguns erros passem despercebido, principalmente no que
tange a abertura e renovação dos cadastros dos associados. O problema é que
esses erros atrapalham o bom funcionamento de outros setores, em especial, o
setor de crédito.
O setor de crédito do Sicoob Cediparnor, pela análise feita, é a peça mais
procurada pelo associado, com três funcionários e um supervisor, esse
departamento tem maior gama de serviços procurados pelos mesmos, que são
pedidos de concessão nas mais variadas formas existentes na Cooperativa. Com
relação a esse departamento, foi feito entrevista com a supervisora do
Departamento de Crédito no qual levantamos as seguintes informações: Com
relação ao processo de aprovação de crédito a mesma disse que o gerente, possui
uma alçada de decisão, e ao receber a demanda, encaminha a proposta para o
64
setor de análise de risco de crédito. Estando a proposta dentro de sua alçada e
sendo, a análise do Setor de risco de crédito também favorável, a proposta é
aprovada sem análise de comitê superior. Caso a proposta seja superior a alçada do
gerente da operação, a mesma será remetida ao devido comitê competente. Existem
04 Comitês de crédito, também com alçadas definidas e acima da alçada dos
gerentes, que são responsáveis pela apreciação das propostas pertinentes. Quanto
maior a alçada do comitê maior é o número de concordância dos participantes para
aprovação da proposta.
Em um dia de expediente são analisados em média 15 propostas por dia nos
períodos considerados normais. Os produtos, empréstimos/financiamentos, títulos
descontados e cartão de crédito seguem a tendência do mercado/comércio. Os
pedidos de crédito, independentemente dos produtos, se concentram após o mês de
março do ano corrente, paralisam de julho até agosto, normalizam em setembro,
caindo novamente a demanda em dezembro.
Ainda segundo a supervisora o associado possui um limite global definido por
uma porcentagem calculada por sua renda/faturamento anual ou seu patrimônio.
Limite global significa o limite máximo que poderá ser concedido ao mesmo em
operações de crédito. Havendo uma determinada proposta, ou seja, uma solicitação
de crédito para um produto específico, há uma nova análise mais criteriosa, onde os
principais
critérios
são:
renda/faturamento
(capacidade
de
pagamento
e
administrativa), análise de restritivos e pesquisa de referências (caráter), condições
(ramo de atividade, fatores micro e macroeconômicos), capital (bens e recursos) do
tomador disponíveis para saldar seus débitos e garantias (colateral).
Com relação à segurança na concessão de crédito, ponto chave deste
trabalho, a mesma disse que faltam dados cadastrais e financeiros atualizados,
devido isso o cadastro do proponente fica deficiente. Uma Ficha Cadastral bem feita,
com dados precisos e atualizada é imprescindível para uma análise mais efetiva.
Por fim, a supervisora explanou sobre o perfil do devedor no Sicoob
Crediparnor, segundo a mesma ele aceita crédito fácil e rápido, para pagamento em
curto prazo, com altas taxas de juros, consequentemente com parcelas também
altas, e principalmente que não necessitem de garantias.
Com todas essas informações percebemos que nessa Cooperativa falta mais
controle e consonância entre os departamentos de atendimento e crédito, a
65
sobrecarga de departamento de atendimento faz com que o departamento de crédito
fique prejudicado na hora de fazer as concessões de crédito ao associado.
17.1 Proposta para solução do problema
Como proposta para eficiência desses setores sugerimos a implantação de
um Departamento de Controle Interno, com Supervisor e no mínimo dois Agentes de
Controle Interno para que fiscalizem toda a matriz e os PAC’s e identificar tais
problemas e buscar suas respectivas soluções.
Também sugerimos a elaboração de um Departamento de Cadastro, com no
mínimo dois funcionários e subordinado ao Supervisor de atendimento, para que
assim desafogue o setor de Atendimento, e também para que os cadastros sejam
feitos com 100% de eficiência e com isso não trave o Departamento de Crédito nas
concessões de crédito.
Para que isso se torne realidade, levantamos os custos para implantação do
Departamento de Controle Interno e de Cadastro. Esses planejamentos foram feitos
na forma da matriz 5W2H.
Quadro 08 – Planejamento de implantação do departamento de Controle
interno
PASSOS
DETALHES
O quê se fará?
Implantação do Departamento de Controle Interno.
Quem fará?
Gerente Geral Administrativo da Cooperativa.
Como fará?
Através de seleção e/ou aproveitamento de funcionários.
Onde fará?
Na Cooperativa Sicoob Crediparnor de Paracatu.
Quando fará?
Primeiro semestre de 2014.
Por que fará?
Para se ter mais fiscalização e eficiência nos processos da agência.
Quanto custará? *
R$ 19.164,06. (preço auferido em novembro de 2013).
Fonte: elaborado pelo autor.
Nota: (*) Detalhamento do custo no quadro 10.
66
Quadro 09 – Planejamento de implantação do departamento de Cadastro
PASSOS
DETALHES
O quê se fará?
Implantação do Departamento de Cadastro.
Quem fará?
Gerente Geral Administrativo e Supervisor de Atendimento.
Como fará?
Através de seleção e/ou aproveitamento de funcionários.
Onde fará?
Na Cooperativa Sicoob Crediparnor de Paracatu.
Quando fará?
Primeiro semestre de 2014.
Por que fará?
Para se ter mais qualidade na montagem e renovação dos cadastros
dos associados.
R$ 11.824,48. (preço auferido em novembro de 2013).
Quanto custará? *
Fonte: elaborado pelo autor
Nota: (*) Detalhamento do custo no quadro 10.
O custo detalhado para implantação desses setores é mostrado no quadro
abaixo: (Os preços dos móveis e equipamentos foram auferidos nas empresas de
Paracatu em que o Sicoob Crediparnor compra sempre que necessário).
Quadro 10 – Custo de implantação dos departamentos.
Controle Interno
Cadastro
Salários
R$ 6.371,82
Salários
R$ 4.144,48
03 Mesas
R$ 3.600,00
02 Mesas
R$ 2.400,00
01 Arquivo
R$ 1.600,00
01 Arquivo
R$ 1.600,00
03 Computadores
R$ 4.170,00
02 Computadores
R$ 2.780,00
03 Cadeiras
R$ 1.350,00
02 Cadeiras
R$ 900,00
Total
R$ 19.164,06
Total
R$ 11.824,48
Fonte: elaborado pelo autor.
Com relação aos custos fixos para a Cooperativa após a implantação desses
setores temos os salários a serem pagos aos funcionários dos distintos setores. O
presente trabalho levantou o impacto dessas contratações na folha de pagamento
do Sicoob Crediparnor. (Os valores desses salários são propostos pelo autor, não
são valores oficiais).
67
Quadro 11: Detalhamento dos salários a serem pagos.
Supervisor
Auxiliar Administrativo
Salário base
R$ 2.900,00
Salário base
R$ 1.200,00
INSS (26,02%)
R$ 754,58
INSS (26,02%)
R$ 312,28
Ticket Alimentação
R$ 500,00
Ticket Alimentação
R$ 500,00
FGTS (5,0 %)
R$ 145,00
FGTS (5,0 %)
60,00
Total
R$ 4.299,58
Total
R$ 2.072,24
Fonte: elaborado pelo autor.
Através desses números podemos calcular o custo total na folha de
pagamento da Cooperativa:
Quadro 12: Custo total dos salários mensalmente.
Quantidade
Cargo
Preço Unitário
Preço Total
01
Supervisor
R$ 4.299,58
R$ 4.299.58
04
Aux. Administrativo
R$ 2.072,24
R$ 8.288,96
Total Geral
R$ 12.588,54
Fonte: elaborado pelo autor.
Nesse contexto todo de sugestão de implantação desses setores, este
presente projeto calculou o tempo de retorno do investimento para o Sicoob
Crediparnor. No âmbito da administração chama-se esse cálculo de “Payback”.
Sobre isso, Brito (2013) diz o seguinte:
Payback, que em português significa retorno, é uma técnica de análise de
investimento bastante utilizada atualmente. A definição técnica para
payback é que ele calcula o tempo entre o investimento/empréstimo inicial e
o momento no qual o lucro líquido acumulado se iguala ao valor desse
investimento/empréstimo. (BRITO 2013, p. 01).
Para calcular o payback iremos utilizar a seguinte fórmula: o custo do
investimento sobre a entrada de capital na empresa/setor. Como o presente trabalho
está propondo a implantação desses departamentos no ano próximo, iremos fazer
uma projeção baseada no índice de inadimplência do ano de 2012. Como foi
mostrado no quadro 07 o índice de inadimplência foi 4,6% no ano de 2012,
projetamos com a implantação desses departamentos que o índice caia pela metade
no ano que vem. A fórmula é a seguinte:
68
Payback = custo de investimento
entrada de capital
Com isso temos o seguinte cálculo:
Payback = 30.988,54 = 0,046 dias
670.429,55
Ou seja, pela análise feita, ao implantar os dois departamentos em 0,046 dias
a Cooperativa irá ter o retorno do investimento feito.
69
18 CONCLUSÃO
Com relação ao estudo proposto, as pesquisas e análises feitas para a
elaboração desse referido Trabalho de Conclusão de Curso, conclui-se que ao
referir-se a controles internos dentro da Cooperativa de Crédito estudada percebe-se
uma certa deficiência nesse tão importante setor. Setor esse que vem a ser um
fiscalizador da organização, fato é que o mesmo serve como um tipo de auditor
interno que está na empresa para averiguar todos os setores e processos da
agência a fim de minimizar os erros e riscos para que quando os auditores da
CECREMG forem fazer suas auditorias temporárias não deparem com erros graves
cometidos no período pela Cooperativa e com isso acabem notificando a mesma.
Durante o levantamento desse estudo, ficou claro a eficácia de se ter um
departamento de controles internos, pois como foi constatado aqui, o departamento
de crédito sofre muito com os erros nos processos de montagem e renovação dos
cadastros dos associados. Se houvesse um eficiente departamento de controles
internos essas falhas seguramente seriam evidenciadas e sanadas.
Os dados levantados dessa Cooperativa mostram que a mesma vive um bom
momento, com bons números e resultados significativos. O fato é que com isso a
diretoria tem que tomar atitudes para que a mesma não fique propicia a falhas
graves que possam ocasionar riscos para sua saúde financeira.
Com relação ao objetivo geral deste trabalho monográfico, que foi elaborar
sugestões para diminuir os riscos relacionados na concessão de crédito, conclui-se
que esse objetivo foi alcançado, ao passo que esse trabalho sugeriu a criação de
dois departamentos, o de cadastro e o de controles internos, para diminuir riscos
relacionados às operações de liberação, controle e retomada de crédito.
Finalizando essas conclusões, após estudar sobre controles internos,
acredita-se que o mesmo seja um fiscalizador dos processos e atividades feitas pela
própria organização, seja ela de qual ramo for. O controle interno vem para
assegurar os recursos patrimoniais e financeiros da organização e promover a
eficiência dos seus funcionários. O controle é uma importantíssima ferramenta para
o administrador.
70
71
REFERÊNCIAS
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Atlas: São Paulo, 2010.
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