Elaine Felix

Transcrição

Elaine Felix
Como Ensinar e Aprender
Anestesiologia nos Tempos Atuais
em Anestesia
Supervisão em tempos de
escassez de instrutores
PROFa ELAINE A. FELIX , MD, PhD - UFRGS
Gerente de Risco do Hospital de Clínicas de Porto Alegre - HCPA
Chefe do Serviço de Anestesia e Medicina Perioperatória (SAMPE) do HCPA
Especialista em Gestão Hospitalar – MBA 2007 - MS
Supervisão em tempos de
escassez de instrutores
1.Aspectos legais
2.Aspectos reais
3.Algumas evidências
4.O caminho do meio
Decreto nº 80.281, de 05 de
setembro de 1977
Regulamenta a Residência Médica, cria a Comissão Nacional
de Residência Médica e dá outras providências.
Em seu art. 1º dispõe que a Residência em Medicina constitui
modalidade de ensino de pós-graduação destinada a
médicos, sob a forma de curso de especialização,
caracterizada por treinamento em serviço, em regime
de dedicação exclusiva, funcionando em
instituição de saúde, universitária ou não, sob a
orientação de profissionais médicos de elevada
qualificação ética e profissional
PROCESSO-CONSULTA CFM Nº 4405/94
PC/CFM/Nº 32/95
Parecer CFM – Anestesias simultâneas e orientação do médico
residente em anestesiologia
A referida preceptória será exercida em três ou mais salas
cirúrgicas, onde cada paciente terá um médico residente de
Anestesiologia do início ao fim do procedimento,
responsável pela condução anestésica, cabendo ao
preceptor a supervisão dos mesmos.
Lembramos que esses residentes em programa de residência, são
médicos anestesistas em unidades de saúde públicas ou
privadas em Pernambuco.
Atenciosamente
Prof. Miguel Doherty
Diretor Superintendente."
PROCESSO-CONSULTA CFM Nº 4405/94
PC/CFM/Nº 32/95
O Conselheiro Bernardo Sabat, após uma série de
considerandos bastante pertinentes, conclui que:
um médico anestesista não pode se
escalado simultaneamente em duas
cirurgias, mesmo tendo a
participação de um médico residente
em cada uma das cirurgias.
PROCESSO-CONSULTA CFM Nº 4405/94
PC/CFM/Nº 32/95
O Diretor Superintendente, Prof. Miguel Doherty, por entender correta
a supervisão de anestesias simultâneas realizadas por dois
residentes, rebate o referido parecer pelas seguintes razões:
1- O residente de Anestesiologia já é médico e, como tal é legalmente
apto a dar anestesia, devendo ter o discernimento de sua
competência para conduzi-la.
2- Esta
é uma prática corrente em todos os
centros de anestesiologia do País.
3- Só é conferido o direito de proceder anestesia aos residentes que
estejam no 2º ano do programa de residência, ou seja, após um
ano de treinamento sob supervisão direta.
4- Essa forma de aprendizado é importante para o programa de
treinamento, pois cabe ao residente verificar, na prática, a
aplicação dos conhecimentos adquiridos, mas sob supervisão,
simultânea de preceptores em 02 salas.
5- A medida é anti-social, pois ir reduzir a assistência cirúrgica à
população já carente de assistência cirúrgico-anestésica.
Por outro lado, programar para o preceptor de anestesia a
supervisão de duas anestesias implica em colocá-lo como
responsável sobre dois atos anestésicos simultâneos.
Esta situação, por sua vez, vai de encontro às normas já
definidas que impedem um médico anestesista de ser
responsável por duas anestesias simultâneas, seja sozinho ou
dividindo responsabilidades.
Por fim, concordamos com o Prof. Doherty em que muitos
médicos anestesistas residentes possuem condições
técnicas de realizar sozinhos um procedimento anestésico
e que o nosso parecer contribui para diminuir a
disponibilidade desses profissionais. Entretanto,
infelizmente, o nosso parecer limita-se à aplicação das normas
do programa de residência médica e do Código de Ética
Médica sobre o problema em questão, não sendo, portanto,
uma opinião, mas uma interpretação daquelas normas e leis".
RESOLUÇÃO CFM N° 1.802/2006
(Publicado no D.O.U. de 01 novembro 2006, Seção I, pg. 102)
Dispõe sobre a prática do ato anestésico.
Revoga a Resolução CFM n. 1363/1993.
RESOLVE:
Art. 1º Determinar aos médicos anestesiologistas que:
II – Para conduzir as anestesias gerais ou regionais com segurança,
deve o médico anestesiologista manter vigilância permanente a
seu paciente.
IV – É ato atentatório à ética médica a realização simultânea de
anestesias em pacientes distintos, pelo mesmo profissional.
Residentes podem realizar procedimentos sem
assistência de preceptor? Estão sempre isentos de
responsabilidade ética?
A residência médica constitui modalidade de ensino de
pós-graduação, caracterizada por treinamento em serviço,
funcionando em instituição de saúde, sob a orientação de
profissionais médicos de elevada qualificação profissional.
Assim sendo, residentes não devem assumir atribuições
sem supervisão, devendo ser realizadas somente se
houver um preceptor diretamente responsável pelo
treinamento.
Entretanto, apesar do treinamento do residente ser de
responsabilidade de um preceptor, o
primeiro não estará isento de culpa, no caso de, por
seu descuido, ser prejudicada a saúde do paciente.
Consulta nº 101.724/02
Assunto: Direitos e deveres do Médico Residente.
Relator: Conselheira Irene Abramovich.
Ementa: Os Médicos Residentes não devem assumir
atribuições sem supervisão, devendo serem realizadas
somente se houver um preceptor responsável diretamente
pelo seu treinamento. Solicitam parecer do CREMESP nos
seguintes termos:
"Somos Residentes do segundo ano em Diagnóstico Por
Imagem de determinado hospital, e necessitamos de
orientação acerca de nossos direitos e deveres, na medida
em que arbitrariamente nos foi imposta a realização de uma
agenda de exame de ultra-sonografia com Doppler, todas as
5ªs-feiras, no horário das 14 às 18 horas, a partir de
1º.02.2003, sem assistência de preceptoria, como seria
necessário.
INFORME Nº 03/2011 –
DHR/SESu/MEC
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - SECRETARIA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
DIRETORIA DE HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS FEDERAIS E
RESIDÊNCIAS EM SAÚDE
Prezados Senhores Coordenadores de COREME,
Em cumprimento ao Ofício de Requisição Nº 21-11/2011, de 1º de
setembro de 2011, relativo ao Processo Nº 005.718/2011-2 do Tribunal
de Contas da União, Secretaria de Controle Externo – RS, item 9.17 do
acórdão, expeço às COREMES reforço na orientação da
obrigatoriedade de acompanhamento permanente de
residentes por preceptores, inclusive durante a realização
de plantões.
O assunto já foi tratado na sessão plenária ordinária da Comissão Nacional
de Residência Médica – CNRM de setembro de 2011, quando se
solicitou aos Presidentes das Comissões Estaduais de Residência
Médica que orientassem nesse sentido as Comissões
de Residência Médica – COREMEs de seus respectivos Estados.
INFORME Nº 03/2011 –
DHR/SESu/MEC
Reiteramos que a maneira apropriada de capacitação do
Médico Residente, tendo por objetivo formação
adequada com ganho de autonomia e independência
para
enfrentar a vida profissional futura, é o treinamento em
serviço, sob supervisão de preceptor, em um
Programa de Residência Médica, devidamente
credenciado pela CNRM.
A supervisão aqui tratada deve ser executada por médicos
portadores de Certificado de Residência Médica da área
ou especialidade em causa ou título superior, ou
possuidores de qualificação equivalente, a critério da
Comissão Nacional de Residência Médica, cujo papel é a
inserção e socialização do recém-graduado no ambiente
de trabalho (Art. 16 da Resolução CNRM nº 2, de 17 de
maio de 2006).
MARIA DO PATROCÍNIO TENÓRIO
NUNES
Residentes comemoram: MP 536
publicada e com grandes mudanças
03/11/2011
A criação do mecanismo de reajuste anual é uma vitória para
uma categoria que sempre necessitou recorrer ao
movimento de paralisação grevista para conseguir
reajustes no valor da bolsa. O Grupo de Trabalho, formado
pela ANMR e pelas fontes pagadores das bolsas de
Residência Médica, poderá acabar com a necessidade de
movimentos de greve, os quais prejudicam a formação dos
médicos residentes e os pacientes que dependem dos
seus cuidados de saúde.
Fonte: Assessoria ANMR
Médicos residentes passam a ter direitos
trabalhistas e reajuste do valor das bolsas
01/11/2011
Brasília - O Diário Oficial da União publicou hoje (31) lei que
aumenta o valor da bolsa-auxílio de médicos residentes
em todo país, de R$ 1.916,45 para R$ 2.384,82. A nova lei
também concede aos residentes direito de contribuir com a
Previdência Social (na modalidade contribuinte individual) e
permite que a categoria tenha uma data-base anual.
Os residentes ainda passam a gozar de direitos como licenças
paternidade de cinco dias e maternidade de 120 dias
(podendo esta ser prorrogada por 60 dias) e poderão
contribuir com conselhos classistas. As instituição de
saúde que mantêm programas de residência médica, por
sua vez, deverão assegurar aos bolsistas moradia,
alimentação e condições adequadas de higiene e
descanso.
Locais com escassez ??
1. Anestesias simultâneas em locais com e sem
programa de residência médica
2. Médicos residentes trabalhando como
anestesistas no mesmo lugar que faz formação
durante o dia e exige-se supervisão plena ou
aceitos como plantonistas em hospitais privados
3. Auxiliares da equipe de enfermagem que fazem
“quase tudo”
Quantos são em cada grupo?????
Supervisão ideal e real!
1.Alguns centros de especialização
cumprindo rigorosamente a lei
2.Alguns centros usando o bom senso
3.Alguns que acham normal descumprir a
lei!
Quantos são em cada grupo?????
Abuso!
“Querem resolver a questão da saúde pública do país com residentes. Ou seja,
querem mão-de-obra barata.
Essa é a postura dos gestores de saúde, que pouco se importam com a qualidade,
por isso reclamaram quando aumentamos o tempo de residência para algumas
especialidades e se opuseram até à discreta correção do salário dos residentes.
Tal política se encaminha para um atendimento de baixa qualidade, sem a
preocupação com a formação adequada do residente, que deverá ser um médico
diferenciado, semelhante àqueles que procuram quando estão doentes..
É uma vertente do tipo de política que querem implantar também na Residência
Médica: criar programas em lugares afastados, em regiões onde não há
preceptoria e faltam médicos, ou seja, uma política que não atende aos princípios
defendidos até hoje pelo próprio MEC em relação ao ensino no país, que é a
busca da excelência, que embora difícil de ser atingida, não invalida o esforço
despendido. “
Supervisão
A responsabilidade de atender é aumentar o
conhecimento dos residentes, garantindo a
segurança do paciente e cuidados de qualidade. Tal responsabilidade é exercida por meio de
consultas, observação, direção e inclui a
transmissão de conhecimentos, habilidades e
atitudes / comportamentos para os residentes e
a garantia de que o cuidado é entregue de forma
adequada, oportuna e eficaz. Supervisão
Supervisão pode ser exercida de muitas maneiras
incluindo contato face-a-face, na ausência do paciente
através da consulta via telefone ou outros dispositivos de
comunicação. Se no local não é necessário o preceptor deve ser capaz
de estar presente, dentro de um período razoável
de tempo, conforme determinado pelo chefe de
departamento / serviço e documentada
em políticas departamentais.
Supervisão
Nível de Responsabilidade: A responsabilidade progressiva dada a um residente para o
atendimento de pacientes com base na experiência clínica
julgamento, conhecimento e habilidades técnicas. Como parte da
formação médica, os residentes devem ser dada a
responsabilidade progressiva para o cuidado dos pacientes.
Supervisão
A determinação da capacidade do indivíduo
residente para prestar atendimento a pacientes sem a
presença de supervisor ou agir de uma capacidade
de ensino será baseada em avaliação documentada da
experiência clínica do residente, julgamento,
conhecimento e habilidades técnicas. Em última análise, é a decisão do atendimento com as
atividades que o residente será autorizado a
realizar dentro dos limites dos diretores de programa
atribuíndo níveis de responsabilidade. Domínios Básicas de Aprendizagem
1. Conhecimento Cognitivo - O que você sabe e como você
pensa.
2. Comportamento afetivo - Suas atitudes e como você trata
os outros, mais especificamente profissionalismo,
comunicação e habilidades de gerenciamento de pacientes.
3. Perícia técnica - que você pode fazer com as mãos.
Requisitos institucionais
Accreditation Council for Graduate Medical Education
(ACGME),
as normas sobre supervisão do residente estabelecido pela
1. Comissão Mista (TJC)
2. SAUSHEC
Política Institucional de Supervisão Residente.
Política de Supervisão Anestesia
Residente e os padrões de documentação
médica de direção
O médico deve ensinar pessoalmente e documentar no
prontuário médico que ele ou ela estava presente durante
todas as porções críticas ou a chave do serviço de
anestesia ou estava imediatamente disponível para
fornecer serviços em todo o serviço ou procedimento. A presença física do preceptor durante apenas as visitas préoperatórias e pós-operatório não é suficiente
.
Quando um preceptor está envolvido em serviços de
anestesia, com três ou mais casos simultâneos (mais de
dois concorrentes casos ou mais de um caso residente e
um caso medicamente dirigido), se aplicam os requisitos
da Direção Médica.
New York Medical College Residency
Training Program
Cooper University Hospital,
Departamento de Anestesiologia, One Cooper
Plaza, Camden, NJ 08103
Residentes entram no nosso programa de três anos depois de
completar um ano de base clínica independente. No primeiro ano (CA-1 anestesia clínica), os residentes aprendem
as habilidades básicas de anestesia em casos de rotina, sob a
supervisão do corpo docente de perto. Esta monitorização
estende por três meses e prevê a continuidade e maximizar a
compreensão. Durante o ano CA-1, residentes rodar através
dos dois locais de ensino para obter a mais ampla experiência
no tratamento do paciente e de gestão, utilizando uma variedade
de técnicas de anestesia.
No segundo ano (CA-2) residentes girar as subespecialidades
anestesia principais: Anestesia Pediátrica, Anestesia Obstétrica,
Anestesia Cardiovascular,Tratamento da Dor
Anestesia para neurocirurgia, Critical Care
Cooper University Hospital, Departamento de
Anestesiologia, One Cooper Plaza, Camden, NJ
08103
No terceiro ano começar a formular um curso centrado na sua carreira anestesia de campo em areas de maior interesse para o estagiário.
O terceiro ano de formação (CA-3) é o que comumente dedicado a tarefas
complexas anestesia. Podem escolher o tempo de subespecialidade
consistindo de 2-6 meses em uma subespecialidade única.
Durante todo o programa de treinamento, são incentivados a participar de
notificação e investigação clínica. Outra opção é uma rotação de 6 meses (mínimo) em pesquisa clínica ou
laboratório. Publicações e apresentações em conferências apropriadas regionais ou
nacionais são encorajados. Indivíduos com interesses especiais podem utilizar esse tempo para uma maior
exploração.
Durante todo o programa de treinamento completo, a ênfase é colocada no
desenvolvimento de habilidades de liderança. Sala de Operações: Supervisão de residente na sala de
cirurgia é guiada por Diretrizes da Anestesiologia RRC que
limitam uma equipe de anestesista fazer supervisão de um
residente para cobrir não mais do que um local adicional
anestesiar. Na prática, o SAUSHEC vai rever os casos para o dia e tomar
decisões de pessoal com base na complexidade dos
casos e do nível de experiência dos residentes. Muitas
vezes o nível adequado de supervisão é considerada com
o da programação e será ajustada para permitir se ela
será direta e não
Supervisão dirigida. Em todos os momentos, os estagiários serão responsáveis ​
pela notificação pessoal do
quaisquer mudanças significativas na condição do paciente
National Capital Consortium
Anesthesiology Residency Manual
National Capital Consortium
Anesthesiology Residency Manual
National Capital Consortium
Anesthesiology Residency Manual
Proposta
Definir Supervisão em anestesiologia
Elaborar níveis variáveis de supervisão de acordo com a evolução
individual do medico residente somado a sua progressão em cada ano
Definir claramente os requisitos mínimos e obrigatórios da supervisão
Monitorar exercício de qualidade e premiar os centros de excelência
Construir uma política de supervisão em
Anestesia!

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