Monografia Final

Transcrição

Monografia Final
CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO
Curso de Especialização Enfermagem do Trabalho
Maíra Silva Rodrigues Dias
QUALIDADE DE VIDA DOS MERGULHADORES DE SATURAÇÃO
São Paulo
2014
Maíra Silva Rodrigues Dias
QUALIDADE DE VIDA DOS MERGULHADORES DE SATURAÇÃO
Trabalho de Conclusão de curso
apresentado ao Curso de Especialização
de Enfermagem do Trabalho do Centro
Universitário São Camilo, orientado pela
prof Rosana Pires Russo Bianco, como
requisito parcial para obtenção de título
de Especialista em Enfermagem do
Trabalho.
SÃO PAULO
2014
Maíra Silva Rodrigues Dias
QUALIDADE DE VIDA DOS MERGULHADORES DE SATURAÇÃO
São Paulo,
de setembro de 2014
____________________________________________
Professor Orientador: Profª.Rosana Pires Russo Bianco
______________________________________________
Professor Examinador
DEDICATÓRIA
A Deus e a Nossa Senhora Aparecida por mais uma conquista realizada.
Ao meu pai que sempre acreditou no meu potencial.
À minha mãe que nos momentos de estresse estava ao meu lado.
À minha irmã, minha certeza e minha melhor amiga que apesar da distância o nosso
amor aumenta a cada dia.
Ao meu avô (in memorian) que tenho a certeza de que esta torcendo e acreditando
em mim.
À Sophia que ao chegar em casa fazia festa com a minha presença.
À professora е coordenadora dо curso Rosana Pires Russo Bianco pela paciência,
dedicação, pеlо apoio, pеlа compreensão е pela amizade.
Ao professor Renato Rocha Jorge que com seu conhecimento me possibilitou ter o
grande prazer de conhecer a área hiperbárica;
Aos mergulhadores que durante o curso de câmara hiperbárica me apoiaram e me
mostraram
como
a
vida
no
fundo
do
mar
é
maravilhosa.
DIAS, Maíra Silva Rodrigues. Qualidade de vida dos mergulhadores de
saturação. 2014. 40 F. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em
Enfermagem do Trabalho) - Centro Universitário São Camilo, São Paulo, 2014.
A atividade de mergulho é uma das profissões mais considerada insalubre, sendo
exercida em ambientes confinados com pouco conforto e dificuldade de
comunicação com mundo exterior. Estes fatores são importantes para o
comprometimento da qualidade de vida dos indivíduos que atuam neste tipo de
atividade laboral. O objetivo deste estudo foi identificar a qualidade de vida dos
mergulhadores de saturação e propor ações do enfermeiro do trabalho para
minimizar o impacto das condições de trabalho. Foi realizada pesquisa quantitativa
com 16 mergulhadores de saturação na Divers University, escola de mergulho
profissional na cidade de Santos. Foram aplicados 2 questionários, o primeiro com
dados sociodemográficos e o outro o “World Health Organization Qualityof Life-bref
(WHOQOL-bref)” estruturada em quatro domínios: físico, psicológico, relações
sociais e meio ambiente. Como resultado obteve-se os seguintes dados: 68,75% dos
entrevistados tinham formação em ensino médio, 50% com idade entre 30 a 39
anos, 58,82% eram casados, 68,75% com um filho apenas, a naturalidade
predominante era do estado do Rio de Janeiro (56,25%) e nacionalidade brasileira
(93,75%). Quanto ao tempo de atuação na área, 25% possuíam de 6 a 10 anos de
profissão, sendo o tempo médio de experiência de 18,6 (dp=9,6). A maioria dos
sujeitos refere que não moram próximo ao trabalho (93,75%), 68,75% realizam
atividade de lazer e 62,5% responderam que fazem atividade física. Nas respostas
do WHOQOL-bref observou-se que o domínio meio-ambiente precisa ser melhorado
devido à apresentação de baixa média em duas questões que o compõe: questão 12
- recurso financeiro do mergulhador de saturação e na questão 9 - ambiente físico.
Os profissionais envolvidos na saúde e segurança do trabalho devem propor revisão
e atualização da norma regulamentadora e leis que regularizam a atividade de
mergulho para que assim se mantenha estes profissionais com adequada qualidade
de vida.
Palavras-Chave: Oxigenação Hiperbárica. Enfermagem do trabalho. Qualidade de
Vida
DIAS, Maíra Silva Rodrigues. Quality of life of saturation divers. 40 P. Working
End of Course (Postgraduate Diploma in Occupational Health Nursing) - São Camilo
University Center, São Paulo, 2014.
The diving activity is considered one of the most unhealthy professions, being
exercised in confined environments with little comfort and difficulty of communication
with the outside world. These factors are important for the impairment of quality of life
for individuals who work in this type of work activity. The aim of this study was to
identify the quality of life of saturation divers and propose actions of the nurse's job to
minimize the impact of working conditions. Quantitative survey was conducted with
16 divers in saturation Divers University, professional diving school in the city of
Santos. The first two questionnaires with demographic data and the other were
applied, the "World Health Organization qualityof Life-BREF (WHOQOL-BREF)"
structured in four domains: physical, psychological, social relationships and
environment. As a result we obtained the following data: 68.75% of the respondents
had training in high school, 50% aged 30 to 39 years, 58.82% were married, 68.75%
with only one child, the predominant naturally was the state of Rio de Janeiro
(56.25%) and Brazilian nationality (93.75%). As the time working in the area, 25%
had 6-10 years of occupation, and the average length of experience of 18.6 (SD =
9.6). Most participants stated that they do not live close to work (93.75%), 68.75%
held leisure activity and 62.5% responded that make physical activity. In the
WHOQOL-bref responses was observed that the domain environment needs to be
improved due to the presentation of low average on two issues that comprise: issue
12 - financial resource saturation diver and question 9 - physical environment.
Professionals involved in health and safety should propose revision and update of
the regulation and laws that regulate the activity of diving remain so these
professionals with adequate quality of life.
Keywords: Hyperbaric Oxygenation. Occupational Health Nursing. Quality of Life.
Lista de Tabelas
Tabela 1
Distribuição dos profissionais mergulhadores de saturação, segundo 19
variáveis sociodemográficas: sexo, idade, naturalidade e nacionalidade.
Tabela 2
Distribuição dos profissionais mergulhadores de saturação, segundo 20
variável sociodemográfica formação.
Tabela 3
Distribuição dos profissionais mergulhadores de saturação, segundo 20
variáveis sociodemográficas: estado civil, filhos e número de filhos.
Tabela 4
Distribuição dos profissionais mergulhadores de saturação, segundo 21
variáveis sociodemográficas: tempo de profissão, tempo de experiência
e próximo ao trabalho.
Tabela 5
Distribuição dos profissionais mergulhadores de saturação, segundo 21
variáveis sociodemográficas: atividade de lazer e atividade física.
Tabela 6
Estatística descritiva das facetas do WHOQOL-bref dos mergulhadores 22
de saturação.
Tabela 7
Estatística
descritiva
dos
mergulhadores de saturação.
domínios
do
WHOQOL-bref
dos 25
SUMÁRIO
Resumo
Abstrat
Lista de Tabelas
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................
08
2 OBJETIVOS ..........................................................................................................
11
3 MATERIAIS E MÉTODO ......................................................................................
12
3.1 Tipo de estudo....................................................................................................
12
3.2 Local...................................................................................................................
12
3.3 Amostra...............................................................................................................
12
3.4 Instrumentos.......................................................................................................
13
3.5 Coleta de Dado....................................................................................................
14
3.6 Análise de dados.................................................................................................
15
3.7 Considerações Éticas..........................................................................................
16
4 REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................
17
5 RESULTADOS........................................................................................................
19
6 DISCUSSÃO..........................................................................................................
27
7 CONCLUSÃO.........................................................................................................
30
REFERÊNCIAS.........................................................................................................
31
ANEXO ...................................................................................................................... 34
APÊNDICE .............................................................................................................
39
8
1 INTRODUÇÃO
A
atuação
em
ambientes
hiperbáricos
(pressões
acima
de
1atm),
principalmente através do mergulho, é uma atividade humana de origem tão remota
onde as provas mais antigas são provenientes de artefatos mesopotâmicos
encontrados durante escavações, onde hoje é o Iraque (BACHRACH, 1988;
LACERDA et al., 2010).
A curiosidade e a exploração de recursos aplicáveis no comércio, na área
militar, na construção civil (principalmente portos), na busca de alimentos, pérolas,
conchas, corais, foram os principais motivos que levaram o homem ao ambiente
subaquático (BACHRACH, 1988; LACERDA et al., 2010).
Com o intuito de aumentar o tempo de permanência sob a água, inúmeros
artefatos foram desenvolvidos: tubos ocos, sinos de mergulho, barris de ar
hermeticamente fechados (ROCHA JORGE, 2012).
Em 1837, o inglês Augustus Siebe aperfeiçoou um aparato de fumaça
desenvolvido por dois trabalhadores do ramo da salvatagem, John e Charles Deane,
criando o primeiro capacete de mergulho operacional, precursor do MKV
(“escafandro”) (BAUER; BAUER, 1988).
Jacques-Yves Cousteau e Emile Gagnan patentearam em 1943, o SelfContained Under water Breathing Apparatus - SCUBA (U.S. NAVY, 2008),
equipamento que permite a realização de imersões através de cilindros
(normalmente com ar) presos às costas do mergulhador.
Com o aperfeiçoamento dos equipamentos utilizados durante as atividades
hiperbáricas, observou-se aumento no nível de exposição à pressão que os
mergulhadores submetidos, o que exigiu conhecimento maior dos profissionais
envolvidos ambientes hiperbáricos. Esta evolução propiciou o surgimento de centros
9
para desenvolvimento de pesquisas e qualificação profissional na área (LACERDA
et al., 2010).
A primeira sociedade científica voltada para estudos hiperbáricos, Undersea
and Hiperbaric Medical Society surgiu em 1967 (LACERDAet al., 2010).A partir de
então, outras entidades foram criadas, desenvolvendo procedimentos não apenas
para trabalhos em ambientes hiperbáricos e suas consequências, mas também para
diversas finalidades como tratamentos terapêuticos de patologias e traumas, não
associados às variações de pressão (necroses teciduais, síndromes bacterianas,
queimaduras, dentre inúmeras outras aplicações)(ROCHA JORGE,2012).
Um equipamento fundamental para execução de atividades que envolvam o
ambiente disbárico consiste em um cilindro de aço com ambiente controlado, que
simula “altas pressões” (câmaras hiperbáricas), permitindo a seus ocupantes
respirarem em misturas gasosas outras que não somente ar, sem a necessidade de
estarem imersos em água, tais câmaras são pressurizadas com ar ou outras
misturas gasosas.Sua utilização tem crescido muito nos dias atuais, principalmente
associadas ao uso do oxigênio puro nas diversas finalidades de tratamento (ROCHA
JORGE, 2012).
Dentre os vários tipos de atividades associadas ao mergulho, há aqueles ditos
“Profundos” ou “de Saturação”. Nesses, os trabalhadores ficam confinados em
sistemas
compostos
por
várias
câmaras
hiperbáricas
conectadas,
onde
permanecem pressurizados por até 28 dias antes de serem submersos. O processo
de retorno à superfície (descompressão) pode demorar dez dias (ROCHA JORGE,
2012).
As relações interpessoais destes mergulhadores profissionais, por muitas
vezes fica comprometida, pois o confinamento em câmara hiperbárica os isola e
restringe ao acesso de informações do meio ambiente, principalmente de seus
familiares, que são orientados a evitar transmitir fatos que alterem o humor destes
trabalhadores, como exemplo morte de um parente; situação pode gerar alto risco
de aparecimento de distúrbio psicológico (crises de ansiedade) que só poderiam ser
devidamente tratadas após a descompressão (ALMEIDA, 2010).
10
Para minimizar o isolamento a implementação de telefone, televisão e revistas
dentro da câmara hiperbárica foi uma das maiores conquistas (FIGUEIREDO et al.,
2008).
A regulamentação da atividade hiperbárica no Brasil é feita através de duas
instituições: Ministério do Trabalho via Norma Regulamentadora n.º 15 (NR 15) e da
Marinha do Brasil por meio da Norma da Autoridade Marítima n.º 15 (NORMAM 15),
no entanto, as mesmas não regulamentam a função do enfermeiro, tornando sua
atuação nesse ramo profissional ainda muito incipiente. No entanto, algumas
instituições não regulamentadoras da atividade, como a Sociedade Brasileira de
Medicina Hiperbárica, ainda sim citam sua função, atribuindo ao enfermeiro ações
como: responder tecnicamente pela equipe de enfermagem; participar das
avaliações dos pacientes; elaborar manual de normas e rotinas de enfermagem;
medir e registrar os indicadores de qualidade dos serviços; gerenciar manutenção
dos equipamentos e participar de trabalho científico na área da medicina hiperbárica.
Quanto à equipe de enfermagem ele deve supervisionar o serviço, realizar
treinamentos periódicos, liderar e coordenar as atividades (SBMH, 2012).
A profissão de mergulhadores é considerada insalubre em grau máximo,
segundo a NR 15, sendo exercida em ambientes confinados com pouco conforto e
dificuldade de comunicação com mundo exterior. Frente ao exposto, e ao diminuto
número de publicações nacionais sobre a temática, observa-se a necessidade da
realização do estudo, com a finalidade de identificar a qualidade de vida destes
profissionais e quais as atividades do enfermeiro do trabalho que possam contribuir
para minimizar o impacto desta atividade laboral na vida destes trabalhadores.
11
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivos Gerais
Identificar quais os níveis de Qualidade de Vida (QV), em seus vários
domínios, dos profissionais mergulhadores de saturação, e propor intervenções de
enfermagem que minimizem os riscos ocupacionais que possam comprometer a QV
destes trabalhadores.
2.2 Objetivos Específicos
- Conhecer quais os fatores de risco que podem comprometer a qualidade de
vida de profissionais mergulhadores de saturação.
- Identificar o perfil sociodemográfio de um grupo de profissionais
mergulhadores de saturação.
- Identificar os níveis de qualidade de vida de um grupo de profissionais
mergulhadores de saturação.
- Propor ações de enfermagem que minimizem os riscos ocupacionais de
profissionais mergulhadores de saturação.
12
3 MATERIAIS E MÉTODO
3.1 Tipo de Estudo
Nesse
caso
foram
realizadas
abordagens
exploratórias,
descritivas,
quantitativas e transversais. A pesquisa exploratória compreende proporcionar
familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou contribuir com
as hipóteses, realizando levantamentos bibliográficos e utilizando questionário em
mergulhadores que têm experiência no problema pesquisado (POLIT et al., 2004).
Quando se pontua sobre o teor descritivo e quantitativo observa-se que
descreverá a qualidade de vida do mergulhador profissional, observando e
classificando quantitativamente seus atributos mensuráveis. Quanto ao aspecto
transversal as observações serão feitas numa única ocasião.
3.2 Local
O estudo foi realizado na Divers University, escola de mergulho profissional
na cidade de Santos, estado São Paulo.
3.3 Amostra
A amostra foi constituída de 16 mergulhadores de saturação, os quais
permanecem por até 28 dias confinados em sistemas compostos por várias câmaras
hiperbáricas conectadas, antes de serem submersos.
Critérios de inclusão: faixa etária entre 20 e 56 anos de idade, do gênero
masculino (devido predominância na área pesquisada) e que já estejam atuando na
área a seis meses, pois assim já se poderá observar o efeito do confinamento no
trabalhador.
Critérios de exclusão: os profissionais que não assinarem o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice A).
13
3.4 Instrumentos de coleta dos dados
Em primeiro lugar foi utilizada a ficha de identificação, cujas variáveis são:
idade, tempo de formação, tempo de atuação na área, estado civil, número de filhos,
naturalidade, nacionalidade, distância moradia/trabalho e atividades de lazer
(APÊNDICEB).
Em seguida, foi aplicado o questionário “World Health Organization Qualityof
Life-bref (WHOQOL-bref)”, versão abreviada (WHOQOL-100) (ANEXO A). Optou-se
por esse questionário pela necessidade de um instrumento curto, pouca duração de
preenchimento e adequado às características da população, a qual tem espaço curto
de tempo fora do ambiente de seu trabalho.
Tal questionário foi elaborado pelo Grupo de Qualidade de Vida da
Organização Mundial da Saúde (OMS) e consta de 26 questões, sendo divididas em
facetas (subdomínios): qualidade de vida geral, composta pelas duas primeiras
questões, e as demais representam todas as facetas que compõe o WHOQOL-100
(Quadro 1). O teste integra, em sua estrutura quatro domínios: físico, psicológico,
relações sociais e meio ambiente. Cada uma das 26 questões é avaliada numa
escala de 1 a 5; quanto mais próxima de 5, melhor será a qualidade de vida do
mergulhador.
14
Domínio 1 - Domínio físico
1. Dor e desconforto
2. Energia e Fadiga
3. Sono e Repouso
4. Mobilidade
5. Atividade da vida cotidiana
6. Dependência de medicação ou de tratamentos
7. Capacidade de Trabalho
Domínio 2 - Domínio Psicológico
8. Sentimentos positivos
9. Pensar, aprender, memória e concentração
10. Autoestima
11. Imagem corporal e aparência
12. Sentimentos negativos
13. Espiritualidade/religião/crenças pessoais
Domínio 3 - Relações sociais
14. Relações pessoais
15. Suporte (apoio) social
16. Atividade sexual
Domínio 4 - Meio ambiente
17. Segurança física e proteção
18. Ambiente no lar
19. Recursos financeiros
20. Cuidados sociais e com a saúde: disponibilidade/ qualidade
21. Oportunidades de adquirir novas informações e habilidades
22. Participação e oportunidade de recreação/lazer
23. Ambiente físico (poluição/ruído/trânsito/clima)
24. Transporte
Quadro 1 - Domínios e Facetas de WHOQOL-bref
Fonte: (FLECK et al, 2000)
3.5 Coleta de dados
Após a anuência do professor, os alunos do curso para mergulhadores
profissionais foram abordados, onde será explicado o propósito da pesquisa e
identificação de potenciais indivíduos para composição da amostra.
Foi apresentado primeiramente o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE), e depois os demais instrumentos, ficha de identificação e o
World Health Organization Qualityof Life- bref (“WHOQOL-bref)”, versão abreviada
15
(WHOQOL-100), no total o indivíduo de pesquisa levará 20 minutos para o
preenchimento dos impressos.
3.6 Análise de Dados
Os dados coletados foram digitalizados e analisados em planilhas a partir do
software Microsoft Excel 2007.
As variáveis: idade, tempo de formação, tempo de atuação na área, estado
civil, número de filhos, naturalidade, nacionalidade, distância moradia/trabalho e
atividades de lazer da ficha de identificação (APÊNDICEB) foram apresentadas em
percentuais, na forma de tabela. E analisadas pela pesquisadora e orientadora,
seguidas da discussão dos dados encontrados.
As duas primeiras questões do questionário relacionam-se a mensuração de
Qualidade de Vida Geral, as mesmas não estão incluídas na equação dos domínios
de Qualidade de Vida e avaliam respectivamente: qualidade de vida global (Q1) e
qualidade de vida geral da saúde (Q2). Essas são calculadas em conjunto e geram
uma única pontuação, independente dos domínios (PEDROSO et al., 2010;
CEDARO, 2012).
Na análise estatística foi aplicada uma equação proposta pela OMS, a qual é
calculada através da soma da média das questões que compõe cada domínio.
Esses resultados foram multiplicados por quatro, configurando a pontuação em uma
escala de 4 a 20. E em seguida, os escores dos domínios foram convertidos em uma
escala de 0 a 100. (BITTENCOURT, 2008).
O questionário com 80% de questões preenchidas incorretamente, ou não
preenchidas, foi excluído da amostra. Em domínios compostos por até sete
questões, se duas ou mais pertencentes ao mesmo domínio não foram preenchidas
corretamente, sua pontuação não foi calculada. O mesmo ocorreu com domínios
compostos por mais de sete questões, onde três ou mais não foram preenchidas
corretamente. Caso dois ou mais domínios não sejam calculados, o questionário do
indivíduo será excluído do estudo (PEDROSO et al., 2010).
16
Por fim, os resultados foram apresentados sob a forma de tabela e/ou
gráficos, seguidos da discussão dos dados encontrados.
3.7 Considerações Éticas
A pesquisa foi iniciada mediante aprovação do Comitê de Ética (CoEP) do
Centro Universitário São Camilo e os instrumentos foram aplicados, após sua
anuência, aos sujeitos do estudo com a leitura prévia do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido.
17
4 REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 Qualidade de vida
A qualidade de vida não é conceituada como modismo e subitamente
descartada pelos leitores. Mas, se compõe em um dos objetivos a ser alcançados
no presente estágio de desenvolvimento da humanidade. A sua valorização cresce,
a cada dia, devido ao aumento do tempo de vida (NOBRE, 1995).
Com o grande número de teoria da qualidade de vida, a Organização Mundial
da saúde (OMS) agrupou pesquisadores para elaboração de um conceito sucinto e
claro. Então, na década de 90 este grupo conceituou a qualidade de vida como a
“percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas
de valores em que vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e
preocupações” (BRAGA et al., 2011).
Atualmente, pelas discussões da OMS, valoriza-se a multidimensionalidade,
observando a qualidade de vida perante um posto de vista maior, acrescentando
quesitos como segurança, amor, felicidade, afetividade, condição financeira estável
e o trabalho. Destaca-se que a definição não pode ser avaliada, valorizando
aspectos da vida humana em dano de outros, porque o grau de sua qualidade de
vida será determinado pela “qualidade” de todas as relações do homem com seu
meio (KOGIEN, 2012).
A importância da avaliação da qualidade de vida eleva-se como medida de
avaliação de saúde, estimulando a formação do Grupo de Qualidade de vida da
Organização Mundial da Saúde. Assim, os diferentes países e culturas podem
influenciar em conceitos e validação dos instrumentos aplicados (KOGIEN,2012).
O instrumento WHOQOL tem aplicações amplas e enfatizam a percepção
individual da pessoa, podendo avaliar qualidade de vida em diversos grupos e
situações. Este método também pode contribuir para a investigação das condições
que permitem uma boa qualidade de vida aos mergulhadores (BRAGA et al., 2011).
18
4.2 Rotina trabalho dos mergulhadores de saturação
Para ficarem horas trabalhando no fundo do mar, sob temperaturas que
chegam a 6 graus, o traje é aquecido por água quente bombeada do navio por
intermédio de um tubo chamado de cordão umbilical (FASNAELLO, 2006).
Passam a respirar uma mistura dos gases oxigênio e hélio. O hélio, por sinal,
afeta as cordas vogais, provocando uma distorção na qualidade do som emitido pela
voz do mergulhador, o efeito “Pato Donald”. Na hora do trabalho, uma dupla de
mergulhadores sai da câmara hiperbárica por uma escotilha e entra na cápsula
conhecida como sino, que é lançada ao mar através de um túnel no centro do navio.
Quando o sino chega à profundidade demarcada, um dos mergulhadores sai pela
escotilha na parte inferior da cápsula, enquanto o outro permanece lá dentro. Após
um máximo de seis horas de mergulho, o sino é recolhido, e a dupla volta para a
câmara hiperbárica no navio (FIGUEIREDO et al., 2008).
Devido à rotina do mergulhador profissional, os parentes evitam relatar
problemas mais sérios nas conversas com os mergulhadores. O confinamento, a
sensação de isolamento, afeta muito o aspecto emocional dos mergulhadores. O
telefone dentro da câmara foi uma das maiores conquistas de anos atrás.
Atualmente, há televisões e revistas disponíveis (FIGUEIREDO et al., 2008) .
Estes profissionais são obrigados a ficarem confinados por 28 dias na câmara
hiperbárica, em seu interior não é permitida a entrada de equipamentos elétricos por
risco de combustão provocada por fagulha. Apenas o telefone e o alto-falante da TV
ficam dentro da câmara. Os mergulhadores precisam de auxílio externo para tudo:
tomar água gelada, mudar o canal da TV, acionar a descarga do banheiro. Se
houver um problema grave e o mergulhador tiver de sair da câmara, o supervisor
autoriza o procedimento (BARATA, 2003, p.6; FIGUEIREDO et al., 2008).
Durante o confinamento estes indivíduos não podem receber notícias que
comprometam seu estado psíquico, como por exemplo, a morte de um filho, da
esposa ou da mãe. A família é orientada a transmitir estas informações ao grupo de
apoio, os quais providenciaram uma desculpa para antecipar a despressurização e
retirar o trabalhador da câmara antes dos 28 dias (ALMEIDA, 2010).
19
5 RESULTADOS
Os dados coletados foram categorizados segundo objetivo da pesquisa. Os
resultados foram analisados quantitativamente em função da amostra estudada
(n=16) e apresentados em forma de tabelas e discursiva.
A tabela 1 demonstra a distribuição dos profissionais mergulhadores de
saturação, segundo variáveis sociodemográficas: sexo, idade, naturalidade e
nacionalidade.
Tabela 1 - Distribuição dos profissionais mergulhadores de saturação, segundo
variáveis sociodemográficas: sexo, idade, naturalidade e nacionalidade. São Paulo.
2014.
VARIÁVEIS
N
%
Masculino
Idade
16
100,00%
30 a 39
8
50,00%
40 a 49
5
31,25%
51 a 59
Naturalidade
3
18,75%
Argentina
1
6,25%
Bahia
1
6,25%
Espírito Santo
2
12,50%
Não Respondeu
1
6,25%
Rio de Janeiro
9
56,25%
Santos
Nacionalidade
2
12,50%
Sexo
Argentina
1
6,25%
Brasileira
15
93,75%
Na tabela 2 tem-se a apresentação dos profissionais mergulhadores de
saturação, segundo variável sociodemográfica: formação. Já a tabela 3, refere à
estado civil, filhos e número de filhos.
20
Tabela 2 - Distribuição dos profissionais mergulhadores de saturação, segundo
variável sociodemográfica formação. São Paulo. 2014.
VARIÁVEIS
N
%
11
68,75%
5
31,25%
Formação
Ensino Médio
Superior
Incompleto
Tabela 3 - Distribuição dos profissionais mergulhadores de saturação, segundo
variáveis sociodemográficas: estado civil, filhos e número de filhos. São Paulo. 2014.
VARIÁVEIS
N
%
Solteiro
2
5,88%
Casado
10
58,82%
Divorciado
Filhos
4
35,29%
Não
3
18,75%
Sim
Número de Filhos
13
81,25%
1
11
68,75%
2
1
6,25%
5
1
6,25%
Nenhum
3
18,75%
Estado Civil
A
tabela
4
demonstra
a
distribuição
da
amostra
de
profissionais
mergulhadores de saturação, segundo variáveis sociodemográficas: tempo de
profissão, tempo de experiência e próximo ao trabalho. E na tabela 5, refere à
distribuição da amostra de profissionais mergulhadores de saturação, segundo
variáveis sociodemográficas: atividade de lazer e atividade física
21
Tabela 4 - Distribuição dos profissionais mergulhadores de saturação, segundo
variáveis sociodemográficas: tempo de profissão, tempo de experiência e próximo ao
trabalho. São Paulo. 2014.
VARIÁVEIS
N
%
0 a 5 anos
1
6,25%
11 a 15
3
18,75%
16 a 20
2
12,50%
21 a 25
2
12,50%
21 a 25 anos
1
6,25%
6 a 10
4
25,00%
˃ 25
Tempo de Experiência
3
18,75%
8 a 10
5
31,25%
12 a 14
3
18,75%
22 a 24
1
6,25%
25 a 27
4
25,00%
≥ 34
2
12,50%
Não Respondeu
Próximo ao Trabalho
1
6,25%
Não
15
93,75%
Sim
1
6,25%
Tempo de profissão
Tabela 5 - Distribuição dos profissionais mergulhadores de saturação, segundo
variáveis sociodemográficas: atividade de lazer e atividade física. São Paulo. 2014.
VARIÁVEIS
N
%
Não
5
31,25%
Sim
Atividade Física
11
68,75%
Não
5
31,25%
Atividade de Lazer
Não Respondeu
1
6,25%
Sim
10
62,50%
˃ 25
3
18,75%
Nestas tabelas observa-se, que os sujeitos desta pesquisa foram na sua
totalidade do gênero masculino, com formação em ensino médio (68,75%), sendo a
maioria com idade entre 30 a 39 anos (50%), casados (58,82%), com um filho
22
(68,75%), naturalidade predominante no Rio de Janeiro (56,25%) e nacionalidade
brasileira (93,75%).
Dos 16 mergulhadores de saturação 25% possuem de 6 a 10 anos de
profissão. O tempo médio de experiência encontrados nestes profissionais foi de
18,6 (dp=9,6).
Observa-se também que 93,75% desses indivíduos não moram próximo ao
trabalho, 68,75% realizam atividade de lazer e 62,5% responderam que fazem
atividade física.
A estatística descritiva das questões do WHOQOL-bref na presente pesquisa
apresentou os seguintes resultados para os mergulhadores de saturação:
Tabela 6 - Estatística descritiva das facetas do WHOQOL-bref dos mergulhadores de
saturação. São Paulo. 2014.
Desvio
Coeficiente de
Valor
Valor
Padrão
Variação
Mínimo
Máximo
3,13
1,02
32,79
1
5
4
Q2
3,25
0,68
21,02
2
4
2
Q3
3,57
1,16
32,42
1
5
4
Q4
3,81
1,56
40,88
1
5
4
Q5
3,19
0,98
30,78
1
4
3
Q6
3,94
0,77
19,60
3
5
2
Q7
3,50
0,73
20,87
2
5
3
Q8
3,19
0,83
26,17
2
5
3
Q9
2,63
1,31
49,91
1
5
4
Q10
3,94
0,77
19,60
3
5
2
Questão
Média
Q1
Amplitude
23
Q11
3,94
0,85
21,69
3
5
2
Q12
2,50
0,63
25,30
1
3
2
Q13
3,25
0,45
13,76
3
4
1
Q14
3,00
1,21
40,37
1
5
4
Q15
4,00
1,03
25,82
1
5
4
Q16
3,75
0,68
18,22
3
5
2
Q17
4,00
0,63
15,81
3
5
2
Q18
4,06
0,57
14,12
3
5
2
Q19
3,81
0,75
19,67
3
5
2
Q20
3,69
1,08
29,24
2
5
3
Q21
4,13
0,72
17,43
3
5
2
Q22
3,63
0,50
13,79
3
4
1
Q23
4,06
0,57
14,12
3
5
2
Q24
3,13
0,89
28,32
2
4
2
Q25
3,13
1,02
32,79
1
4
3
Q26
3,50
0,82
23,33
2
4
2
A Q12 que se refere à suficiência de dinheiro do mergulhador para satisfazer
suas necessidades teve a pior média de 2,5.
Observa-se que a média da Q9 foi de 2,63, esta relativa ao quão saudável é o
seu ambiente físico (clima, barulho, poluição e atrativo) e a média de Q1 (3,13),
referente o quão satisfeito o mergulhador de saturação está com sua saúde.
A pergunta sobre o quão bem o mergulhador é capaz de se locomover Q15 e
a satisfação do trabalhador com sua capacidade de desempenhar atividades
cotidianas Q 17 tiverem suas médias de 4.
24
Verifica-se também que Q18, referente à satisfação do mergulhador quanto a
sua capacidade para o trabalho, teve a melhor média de todas as facetas de 4,06.
Os resultados das facetas convertidos para uma escala centesimal perfazem
a seguinte configuração:
Gráfico 1 - Escore das facetas do WHOQOL-bref dos mergulhadores de saturação.
São Paulo. 2014.
Dor e desconforto
Energia e fadiga
Sono e repouso
Mobilidade
Atividades da vida cotidiana
Dependência de medicação ou de tratamentos
Capacidade de trabalho
Sentimentos positivos
Pensar, aprender, memória e concentração
Auto-estima
Imagem corporal e aparência
Sentimentos negativos
Espiritualidade/religião/crenças pessoais
Relações pessoais
Suporte e apoio pessoal
Atividade sexual
Segurança física e proteção
Ambiente do lar
Recursos financeiros
Cuidados de saúde
Novas informações e habilidades
Recreação e lazer
Ambiente físico
Transporte
Auto-avaliação da Qualidade de Vida
64,29
73,44
68,75
75,00
75,00
70,31
76,56
54,69
62,50
73,44
73,44
62,50
70,31
67,19
65,63
78,13
54,69
76,56
37,50
53,13
56,25
50,00
40,63
53,13
54,69
0
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
O maior escore das facetas é da Atividade Sexual com 78,13%, seguido do
menor escore de 37,5% da faceta dos Recursos Financeiros.
Com relação aos domínios, a estatística descritiva dos mergulhadores de
saturação resume-se aos seguintes resultados:
25
Tabela 7 - Estatística descritiva dos domínios do WHOQOL-bref dos mergulhadores de
saturação. São Paulo. 2014.
Domínio
Físico
Psicológico
Relações Sociais
Meio Ambiente
Auto-avaliação da
QV
TOTAL
Média
Desvio
Padrão
Coeficiente
de Variação
Valor
Mínimo
Valor
Máximo
Amplitude
14,04
13,92
15,25
12,44
1,94
1,82
2,57
2,21
13,84
13,08
16,88
17,73
10,29
10,00
10,67
9,00
18,29
17,33
18,67
17,00
8,00
7,33
8,00
8,00
12,75
13,55
2,91
1,49
22,82
10,97
8,00
10,00
18,00
16,00
10,00
6,00
A tabela 7 possibilita constatar o domínio Relações Sociais, como sendo o
melhor aspecto da Qualidade de Vida dos mergulhadores de saturação. Em
segundo lugar, tem-se o Domínio Físico, o Psicológico como terceiro, e por último,
Meio Ambiente.
Os escores dos domínios convertidos para uma escala centesimal perfazem a
seguinte configuração:
Gráfico 2 - Escore dos domínios do WHOQOL-bref dos mergulhadores de saturação. .
São Paulo. 2014.
Físico
62,76
Psicológico
61,98
Relações
Sociais
70,31
Ambiente
52,73
TOTAL
59,70
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
26
Pelo gráfico 2 dos escores dos domínios ressalta-se a comparação entre o
escore geral da qualidade de vida (59,70%) e a auto avaliação da qualidade
(54,69%) de vida dos mergulhadores de saturação, a diferença entre ambas as
variáveis foi de 5,01%.
27
6 DISCUSSÃO
Observa-se que o domínio Meio-Ambiente precisa ser melhorado devido à
apresentação de baixa média em duas questões que o compõe: questão 12 (recurso
financeiro do mergulhador de saturação); na questão 9 (ambiente físico) e de baixa
porcentagem em seu escore.
Com estes achados, nota-se que apesar do inconveniente do período
prolongado de confinamento durante dias desses profissionais, a relação social
entre parentes, amigos e desconhecidos, não é prejudicada durante o dia-adialecendo-se o Domínio Social com maior aspecto de qualidade de vida.
No entanto, há deficiência do meio ambiente dos mergulhadores de
saturação, principalmente referente ao recurso financeiro e o ambiente físico.
Quanto aos recursos financeiros, observa-se que os mergulhadores de
saturação não são bem remunerados e o trabalho é pouco valorizado. Dificultando o
suprimento de todas as necessidades. Infelizmente, no Brasil este ramo ainda não
possui grandes avanços.
Segundo Maia (2014) a remuneração na área de mergulho de saturação
ainda é muito baixa, tanto para os mergulhadores como para os profissionais de
saúde que assistem a este tipo de profissional. A formação é ministrada por número
pequeno de escolas, sendo a mais tradicional a da Marinha no Centro de Instrução e
Adestramento Almirante Áttila Monteiro Aché (Ciama).
Conforme o autor acima a norma reguladora da atividade, a NR-15 está sem
revisão há 30 anos e a Norma da Autoridade Marítima (Normam), nem sempre é
utilizada nos navios.
A falta de profissionais de saúde treinados e preparados para atuarem em
medicina hiperbárica dificulta a evolução desta prática. Este fator deve-se
principalmente por esta área não é tratada como especialidade (MAIA, 2014;
FIGUEIREDO et al., 2008).
28
Evidencia-se que há necessidade de regulamentar a enfermagem hiperbárica
no Brasil, isto contribuirá na melhoria de segurança e saúde nos espaços de
trabalho, como o dos mergulhadores (MAIA, 2014).
Acredita-se que o ambiente físico foi considerados pelos profissionais como
um dos piores aspectos, principalmente devido às condições de trabalho, onde os
seguintes fatores estão presentes durante a execução de atividades no mar:
condições da água, incluindo movimentação das ondas, temperatura, visibilidade e
correnteza. Geralmente, estes são os aspectos que causam maior labilidade de
humor no mergulhador de saturação (ENEP, 2013).
Aos fatores acima, adiciona-se os condicionantes da atividade, que
estabelecem situações restritivas, como por exemplo: o confinamento na câmara
hiperbárica, o espaço, a diminuição de entretenimento e de contato com o mundo
exterior, gerando grande estresse emocional no mergulhador de saturação
(BARATA, 2003, p.6; FIGUEIREDO et al., 2008).
O enfermeiro do trabalho deve estar preparado para identificar os sinais de
estresse e ansiedade nos profissionais mergulhadores de saturação, para isto tornase necessário conhecimento técnico científico para reconhecer os fatores de risco e
saber como minimizá-los.
Para melhorar as condições do ambiente físico, o enfermeiro, como
especialista hiperbárico ou operador de câmara hiperbárica precisará proporcionar a
estes trabalhadores um meio ambiente confortável e seguro, através do
monitoramento da temperatura e umidade relativa do ar atmosférico dentro da
câmara, da boa acomodação, da minimização dos ruídos ambientais com música
ambiente neutra e de promoção de clima de relaxamento. A equipe de Saúde
ocupacional estando devidamente treinada e preparara conseguirá resgatar as
informações sobre as reais necessidades destes indivíduos (ALCANTARA et al.,
2010).
Alcantara et al. (2010) ainda propõe a inclusão de jogos, leitura de revistas e
livros durante o confinamento, estes autores pontuam que o apoio psicológico tem
efeito positivo durante este período, o que facilita a execução da atividade no mar,
29
pois a inclusão de atividades proporciona tranqüilidade, menos cansaço e aumenta a
atenção ao trabalho, diminuído o risco de acidentes.
Frente ao exposto, acredita-se que o enfermeiro do trabalho através, de
conhecimento científico e treinamento específico poderá propor intervenções que
promovam a melhoria da qualidade de vida destes profissionais mergulhadores de
saturação.
30
7 CONCLUSÃO
Este estudo demonstrou que recurso financeiro do mergulhador de saturação
e o ambiente físico são os aspectos principais que precisam ser cuidados para haver
melhoria na qualidade de vida dos profissionais mergulhadores de saturação.
Para isso, é necessário maior investimento em preparo e pesquisas na área
de medicina hiperbárica, bem como em escolas de formações de mergulhadores de
saturação.
Os profissionais envolvidos na saúde e segurança do trabalho devem propor
revisão e atualização da norma regulamentadora e leis que regularizam a atividade
de mergulho para que assim se mantenha estes profissionais com adequada
qualidade de vida.
31
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33
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34
ANEXO A - INSTRUMENTO ABREVIADO DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE
VIDA “WHOQOL-bref”
Instruções
Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de
vida, saúde e outras áreas de sua vida. Por favor responda a todas as questões. Se
você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre
as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser sua
primeira escolha.
Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações.
Nós estamos perguntando o que você acha de sua vida, tomando como como referência
as duas últimas semanas. Por exemplo, pensando nas últimas duas semanas, uma
questão poderia ser:
Nada
Muito
pouco
médio
muito
Completamente
1
2
3
4
5
Você recebe dos
outros o apoio de
que necessita?
Você
deve
circular
o
número
que
melhor
corresponde
ao
quanto
outros
o
apoio
de
que
necessita
nestas
últimas
Portanto, você deve circular o número 4 se você recebeu "muito" apoio como abaixo.
você
duas
nada
Muito
pouco
médio
muito
Completamente
1
2
3
4
5
Você recebe dos outros o
apoio de que necessita?
Você deve circular o número 1 se você não recebeu "nada" de apoio.
Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número e lhe parece a melhor resposta.
1
2
Como você avaliaria sua
qualidade de vida?
Quão
satisfeito(a)
você está
com a sua
saúde?
muito
ruim
Ruim
1
2
nem ruim
nem boa
boa
3
4
muito
boa
5
muito
insatisfeito
Insatisfeito
nem
satisfeito
nem
insatisfeito
Satisfeito
muito
satisfeito
1
2
3
4
5
recebe
dos
semanas.
35
As
questões
seguintes
são
sobre
tem sentido algumas coisas nas últimas duas semanas.
o
quanto
você
nada
muito
pouco
mais
ou
menos
Bastante
Extremamente
3
Em que medida
você acha que sua
dor (física) impede
você de fazer o que
você precisa?
1
2
3
4
5
4
O quanto você
precisa de algum
tratamento médico
para levar sua vida
diária?
1
2
3
4
5
5
O quanto você
aproveita a vida?
1
2
3
4
5
6
Em que medida
você acha que a
sua vida tem
sentido?
1
2
3
4
5
7
O quanto você
consegue se
concentrar?
1
2
3
4
5
8
Quão seguro(a)
você se sente em
sua vida diária?
1
2
3
4
5
9
Quão saudável é o
seu ambiente físico
(clima, barulho,
poluição,
atrativos)?
1
2
3
4
5
36
As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é
capaz de fazer certas coisas nestas últimas duas semanas.
nada
muito
pouco
médio
muito
completamente
10
Você tem energia
suficiente para seu
dia-a- dia?
1
2
3
4
5
11
Você é capaz de
aceitar sua aparência
física?
1
2
3
4
5
12
Você tem dinheiro
suficiente para
satisfazer suas
necessidades?
1
2
3
4
5
13
Quão disponíveis para
você estão as
informações que
precisa no seu dia-adia?
1
2
3
4
5
14
Em que medida você
tem oportunidades de
atividade de lazer?
1
2
3
4
5
37
As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito
de vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas.
muito
ruim
ruim
nem ruim
nem bom
Bom
muito
bom
1
2
3
4
5
muito
insatisfeito
Insatisfeito
nem
satisfeito
nem
insatisfeito
Satisfeito
Muito
satisfeito
16
Quão
satisfeito(a)
você está
com o seu
sono?
1
2
3
4
5
17
Quão
satisfeito(a)
você está
com sua
capacidade
de
desempenhar
as atividades
do seu dia-adia?
1
2
3
4
5
18
Quão
satisfeito(a)
você está
com sua
capacidade
para o
trabalho?
1
2
3
4
5
19
Quão
satisfeito(a)
você está
consigo
mesmo?
1
2
3
4
5
20
Quão
satisfeito(a)
você está
com suas
relações
pessoais
(amigos,
parentes,
conhecidos,
colegas)?
1
2
3
4
5
21
Quão
satisfeito(a)
você está
com sua vida
sexual?
1
2
3
4
5
22
Quão
satisfeito(a)
você está
com
o apoio que
1
2
3
4
5
15
Quão bem
você é capaz
de se
locomover?
38
você recebe
de seus
amigos?
23
Quão
satisfeito(a)
você está
com
as condições
do local onde
mora?
1
2
3
4
5
24
Quão
satisfeito(a)
você está
com o
seu acesso
aos serviços
de saúde?
1
2
3
4
5
25
Quão
satisfeito(a)
você está
com
o seu meio
de
transporte?
1
2
3
4
5
As questões seguintes referem-se a com que freqüência você sentiu ou experimentou certas coisas nas
últimas duas semanas.
26
Com que
freqüência
você tem
sentimentos
negativos
tais como
mau
humor,
desespero,
ansiedade,
depressão?
Nunca
Algumas
vezes
freqüentemente
muito
freqüentemente
Sempre
1
2
3
4
5
Alguém lhe ajudou a preencher este questionário? ..................................................................
Quanto tempo você levou para preencher este questionário? ..................................................
Você tem algum comentário sobre o questionário?
OBRIGADO PELA SUA COLABORAÇÃO
(UNIVERSIDADE FEDERAL RIO GRANDE DO SUL, 1998)
39
APÊNDICE A
CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Nós, Maíra Silva Rodrigues Dias e Rosana Pires Russo Bianco, responsáveis pela
pesquisa “QUALIDADE DE VIDA DOS MERGULHADORES DE SATURAÇÃO”, estamos
fazendo um convite para você participar como voluntário deste estudo.
Esta pesquisa pretende Identificar a qualidade de vida, em seus vários domínios, dos
mergulhadores de saturação. Descrever as atividades do enfermeiro do trabalho que
possam contribuir para melhoria da qualidade de vida destes profissionais, bem como
fornecer aos participantes do estudo informações sobre mudanças no estilo de vida que
promovam sua saúde.
Para realização deste estudo será aplicado um questionário que avaliará o nível da
qualidade de vida, sendo o tempo de preenchimento estimado em 15 minutos.
Durante todo o período da pesquisa você tem o direito de tirar qualquer dúvida ou
pedir qualquer outro esclarecimento, bastando para isso entrar em contato, com algum dos
pesquisadores ou com o Conselho de Ética em Pesquisa.
Você tem garantido o seu direito de não aceitar participar ou de retirar sua
permissão, a qualquer momento, sem nenhum tipo de prejuízo ou retaliação, pela sua
decisão.
As informações desta pesquisa serão confidencias, e serão divulgadas apenas em
eventos ou publicações científicas, não havendo identificação dos voluntários, a não ser
entre os responsáveis pelo estudo, sendo assegurado o sigilo sobre sua participação.
Autorização:
Eu,__________________________________,RG______________________ após a
leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador
responsável para esclarecer todas as minhas dúvidas, acredito estar suficientemente
informado, ficando claro para mim que minha participação é voluntária e que posso retirar
este consentimento a qualquer momento sem penalidades ou perda de qualquer benefício.
Estou ciente também dos objetivos da pesquisa, dos procedimentos aos quais serei
submetido, dos possíveis danos ou riscos deles provenientes e da garantia de
confidencialidade e esclarecimentos sempre que desejar. Diante do exposto expresso minha
concordância de espontânea vontade em participar deste estudo.
_____________________________________________
Assinatura do sujeito de pesquisa (ou responsável legal)
Local : São Paulo - São Paulo _____/_____/_____
_______________________________
Pesquisadora: Maíra Silva Rodrigues Dias
Pós-Graduanda do Curso de Enfermagem do
Trabalho- SP
E-mail: [email protected]
de Etica e Pesquisa
________________________________
Orientadora: Rosana Pires Russo Bianco.
Professora do Centro Universitário São Camilo
E-mail: [email protected]
APÊNDICE
B e Pesquisa
Comitê
de Etica
Tel: 3465-2669
E-mail: [email protected] / [email protected]
40
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO
Siglas do nome:_____________
Data de Nascimento:___________
Naturalidade: ______________________________________________
Nacionalidade: _____________________________________________
Formação: _________________________________________________
Tempo de formação (anos):  0 a 5 anos 6 a 10 anos  11 a 15 anos
 16 a 20 anos  21 a 25 anos  mais de 25 anos.
Quanto tempo de experiência? ______________________________
Estado civil:  solteiro  casado  divorciado  viúvo
Filhos:  Sim  Não Quantos? ________________________________
Idades dos filhos______________________________________________
Horário de trabalho: manhãtarde noite
Mora próximo do local de trabalho? Sim  Não
Quanto tempo leva para chegar de um local a outro?______
Mantém atividade regular de lazer?  Sim Não Quantas horas/semana:________
Mantém atividade física regular?  Sim Não Quantas horas/semana:_________

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