Ataque odioso Mansamente pastam as ovelhas
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Ataque odioso Mansamente pastam as ovelhas
+ + OPINIÃO AB TENDÊNCIAS/DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo Ataque odioso PAINEL DO “Oxalá oqueaconteceuontemnosEstados Unidos não traga uma tragédiaa nossas vidas. Infelizmente,éapenas ocomeçode umanovae terrívelera nahistóriada humanidade. Poder,dinheiro, despeito,ignorância, política religiosa,ganânciaeausênciade amor sãoas pedras do grande xadrez que ameaçae podedestruiratodosnós.” Renzo Sansoni (Uberlândia, MG) s Estados Unidos foram vítimas, O ontem pela manhã, do maior ataque terrorista da história. Os meios de ★ “Não dá mesmo para entender esse animal racional chamado homem! Depois desse absurdo, de mais essa atitude de aberração humana, não consigo imaginar, num futuro não muito distante, senão aquela última cena do filme “Planeta dos Macacos”, em que a Estátua da Liberdade está quase completamente soterrada, consequência desse mesmo tipode comportamento...inumano!” Sílvio Sam (São Paulo, SP) ★ Os Estados Unidos —e com eles o mundo inteiro— viveram no dia de ontem uma tragédia sem precedentes nham sido vítimas dessa agressão absurdasão reaisnaquela cidade. No momento em que escrevia estas linhas, funcionários da embaixada e do consulado em Nova York trabalhavam com afinco no apoio aos brasileiros que, como milhões de outras pessoas, americanas ou estrangeiras, estavam presos nesse turbilhão. Determinei que fosse estabelecido um esquema de plantão permanente de funcionários de forma a poder atender, em qualquer horário, aos brasileirosem necessidade. Mantive, igualmente, durante todo o dia de ontem, contato com a Presidência da República, o Itamaraty e o Ministério da Defesa, em Brasília, que acompanharam em detalhes os funestos acontecimentos. Os Estados Unidos —e com eles o mundo inteiro— viveram uma tragédia sem precedentes. A indignação diante da brutalidade dos atentados cometidos não se pode traduzir empalavras. Suas consequências, ainda imprevisíveis, poderão determinar o início de uma nova etapa na política externa dos Estados Unidos e um consequente divisor de águas no campo das relações internacionais. O momento, entretanto, não é para especulações e sim para a consternação e a solidariedade. O governo brasileiro, por meio de nota oficial e de carta do presidente Fernando Henrique Cardoso, transmitiu ao presidente George W. Bush os sentimentos que ocupavam, estou certo, os corações de todos os brasileiros. O Brasil condena veementemente todo e qualquer ato terrorista e lamenta profundamente que o ódio cego de alguns poucos tenha causado tanta dor e sofrimento. Como embaixador do Brasil em Washington, estou procurando assistir os brasileiros aqui residentes e manter as autoridades em Brasília permanentemente informadas sobre a evolução dessatragédia. A3 LEITOR 1 O “Painel do Leitor” recebe colaborações por correio (al. Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01202-900), fax (0/xx/11/223-1644) e e-mail ([email protected]). Pede-se que as cartas sejam concisas e contenham nome completo, endereço, telefone e, exceto em mensagens por e-mail, assinatura. A Folha se reserva o direito de selecionar cartas e publicar trechos Atentados nos EUA RUBENS BARBOSA comunicação locais falavam de “atos de guerra” e de uma América “sob ataque”, em depoimentos e análises emocionados que traziam à mente o ataque à base militar de Pearl Harbor, em dezembro de1941. Não se deve esquecer de que é a primeira vez que o território norte-americano é atacado desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A imagem das duas torres do World Trade Center desabando ante as câmeras é de uma força indizível. Deixará para sempre na memória de quantos a viram a marca das centenas —talvez milhares— de mortes provocadas por esse ato insano egratuito. A comoção que tomou conta do país na manhã de ontem não poupou a Embaixada do Brasil. De meu gabinete, acompanhei, com muitos dos diplomatas que aqui trabalham, as estarrecedoras imagens da destruição do World Trade Center e do ataque ao Pentágono. Informações desencontradas mencionavam mais aviões sequestrados e a ameaça iminente a outros alvos na capital, entre os quais poderia estar a residência do vice-presidente americano, Dick Chenney, situada a 200 metros da embaixada. Os órgãos públicos federais foram fechados, assim como os shopping centers, os barese os aeroportos. De minha janela, vi passar dezenas de pessoas que voltavam para suas casas a pé, para evitar os congestionamentos e os transportes coletivos. No meio do dia, eu tinha marcado um almoço de trabalho no Pentágono com o subsecretário de Defesa para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Rogelio Prado Mauer. O atentado no local ocorreu por volta das9h30. A atenção da embaixada esteve, desde o primeiro momento, voltada para a situação dos brasileiros moradores de Washington e, em especial, de Nova York, cidade que concentra mais de 200 mil compatriotas. As notícias na capital americana são, felizmente, boas. De brasileiros, nenhuma vítima ou feridos identificadosaté ontem. Estive em contato, durante boa parte da manhã, com funcionários do Consulado Geral do Brasil em Nova York e sei que as chances de que brasileiros te- quarta-feira, 12 de setembro de 2001 “Profundamente comovida pelas dimensões da tragédia humana que abalou hoje os Estados Unidos, a indústria de São Paulo expressa de público a sua solidariedade ao povo norte-americano e se junta a todos aqueles que condenam com veemência e sem nenhuma reserva qualquer ato de terrorismo em qualquer canto do mundo. Não há argumento que possa justificar tanta crueldade, exercida de maneira traiçoeira e covarde contra pessoas inocentes e indefesas, totalmente alheias aos centros de decisão. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, que se orgulha de ter entre os seus membros numerosas empresas multinacionais de origem norte-americana, irmana-se com elas neste momento doloroso, compartilhando o sentimento geral de compaixão e de pesar pelas vítimasdesses atos insanos. Nos próximos dias, deverão ficar claras as consequências políticas e econômicas desse terrível acontecimento, que são inevitáveis e que podem, sim, muito afetar a nossa vida econômica, inserida hoje na dimensão internacional.” Horacio Lafer Piva, presidente da Fiesp/ Ciesp (São Paulo, SP) ★ Rubens A. Barbosa, 63, diplomata, é embaixador do Brasil nos EUA. Mansamente pastam as ovelhas RUBEM ALVES Nada justifica —nem o mais torpe fanatismo— esse tresloucado gesto do terror. Meu Deus, que lição doída para toda a humanidade! Após as bombas de Hiroshima e Nagasaki, terá sido esse o pior atentado contra a humanidade. O mundo nunca mais será o mesmo. Que deus estejaconosco.” Lula Miranda (São Paulo, SP) 14 2 ★ “Quando a tela do computador começou a mostrar imagens terríveis, pensei serem efeitos especiais de algum filme. Engano. Era real, terrível e monstruoso. Uma cena inimaginável. Não se sabe ao certo qual grupo terrorista provocou isso, mas tenho uma certeza: a retaliação será terrível, feroz. E não duvido de que os EUA possam pôr a zero o país envolvido nisso —seja o Iraque de Sadam, seja o Afeganistão do Taleban, seja a Palestina de Arafat.” Laércio Zanini (Garça, SP) 28 O + as ovelhas pastando, os lobos mantidos à distância pelo pastor, ele pode se dedicar a tocar a sua flauta. “Ainda quando eu andar pelo vale onde a morte está à espreita, não temerei mal nenhum; a tua vara e o teu cajado me defendem e consolam” (Salmo 23). Um dos corais mais lindos de Bach descreve essa cena: “Mansamente pastamas ovelhas...” Senti a dor da perda do Toninho; ele era um homem manso que sonhava coisas bonitas para Campinas Ah! Que imagem linda! Seria bom que fosse assim! Os homens, as mulheres, os velhos, as crianças, todo mundo “pastando” pelas ruas da cidade nas noites frescas, sem medo... Que mais poderíamos desejar? A vida pode ser assim, se não houvermedo. E é para isso que pastor existe: para que não haja medo. A ausência do medo é o pré-requisito para a vida boa a que estamos destinados. Isso mesmo! Nisso os místicos, os poetas e a psicanálise estão de acordo: o coração está em busca de um mundo que possa ser amado. Nas palavras de Bachelard, “o universo tem, para além de todas as misérias, um destino de felicidade”. Mas essa imagem de felicidade, que dava sentido à nossa vida comum, se transformou numa bolha de sabão. Os poetas insistem em acreditar, continuam soprando e falando de esperança, mas tão logo se formam, as bolhas flutuam no ar e arrebentam. O Toninho foi assassinado. O lobo —ou os lobos, não sei— estava à espreita. E ele era como uma ovelha; ia despreocupado, sem medo, inconsciente do perigo, sem pastor que o protegesse. Foi essa imagem, a imagem da fragilidade e do abandono diante dos lobos, que me comoveu. Sinto dor pela morte do Toninho. Mas sinto uma dor maior por nós mesmos, porque o que aconteceu com o Toninho é um símbolo da condição de todos nós: somos ovelhas sem pastor, àmercêdos lobos. No tempo em que havia pastores, os lobos eram trancados em jaulas e as ovelhas pastavam soltas, mansamente. Agora, sem pastores, as ovelhas se trancam em jaulas e os lobos caminham soltos, tranquilamente. O medo nos leva a nos encerrarmos em jaulas. Não nos atrevemos a andar pelas ruas, pelos parques, pelos jardins, pelas praças. Abandonados, deixaram de ser nossa propriedade. Tornaram-se habitação dos lobos que neles ficam à espreita. E eu me pergunto: de que valem todas as coisas boas que se possam produzir numa sociedade se estamos todos, todo o tempo, condenados aomedo? Alguns explicam a nossa condição como sendo decorrente das estruturas injustas de distribuição de renda: a violência criminosa seria, então, uma simples consequência da violência estrutural econômica, que seria a causa. Duvido. Penso segundo a lógica dos negócios. Era costume dizer: “O crime não compensa”. Isso era verdadeiro num mundo onde os pastores protegiam as ovelhas. Mas a nossa situação é outra. Vale agora uma outra afirmação: “O crime compensa”. E compensa porque o Estado —pastor supremo!— se tornou um pastor sonolento, vagaroso, de cajado mole. O crime compensa por causa da impunidade. O crime se transformou num empreendimento econômico altamente lucrativo. E os que se dedicam ao negócio do crime não são os pobres, as vítimas das estruturas econômicas injustas. Será, por acaso, possível convencer os lobos a comer capim como as ovelhas? Os lobos só são convencidos pela força dos cajados. A morte do Toninho me dá grande tristeza, mas o que me dá tristeza maior é a falta de esperança. Por mais que eu pense, não consigo imaginar as ovelhas pastando mansamente... Assim, só me resta uma alternativa: trancar-me dentro da segurança precária do meu apartamento e, enquanto escrevo esse artigo, ouvir o coral de Bach. “Mansamente pastamas ovelhas...” Rubem Alves, 67, educador, psicanalista e escritor, é professor emérito da Unicamp e autor de, entre outros, “A Escola com que Sempre Sonhei sem Imaginar que Pudesse Existir” (Papirus). www.rubemalves.com.br “Uma sombra de horror e morte estendeu-se sobre a humanidade nesta terça-feira. O castigo imposto aos EUA por grupos terroristas desfaz, antes de tudo, a ilusão de que vivemos em tempos de paz. Os inocentes pagam pelos conflitos religiosos, étnicos, territoriais e econômicos encampados pelos EUA. Pagam alto preço pelo imperialismo e pelo intervencionismo com que a grande águia do norte oprime boa parte da humanidade. Iludem-se os que imaginam que o mundo pode seguir em paz sob o tacão de tanta injustiça, com nações inteiras chafurdando na miséria e na ignorância. O terrorismo, um crime contra a humanidade, é incontrolável e poderá ser usado crescentemente como forma de chantagem contra o poder invencível (?) dos países ricos. Resta-nos orar a Ele para que ilumine as mentes dos poderosos a fim de que busquem a conciliação com os fanáticos e livrem a humanidade da chantagem do terror. Essa guerra não será vencida com armas ou com sanções econômicas. Só com odiálogo.” Eduardo Guimarães (São Paulo, SP) ★ “O mundo está perplexo. É inacreditável!É lamentável,deplorável, dantesco... Vivenciamos um pesadelo inimaginável. Não há qualificação possível para esse monstruoso atentado. O cavaleiro do apocalipse deitou sua espada de fogo sobre o‘grande satã’. ★ “A intolerância e a ignorância do ser humano, associadas às diferenças sociais, religiosas e econômicas, levam-nos a ver cenas de terrorismo como as que foram vistas.” Roberto Teixeira (São Paulo, SP) ★ “Acho que há posição que certamente deve ser tomada em relação ao mundo. Os Estados Unidos e seus aliados, em vez de atacarem, de jogarem bombas etc., deveriam unir-se, descobrir o país que fez isso, invadi-lo e colocar ali um governo que eles mesmos dirigissem. Não devem atacar o povo, pois certamente existem muitos seres humanos amarrados a esses sistemas decretados pelo Taleban e por coisas do gênero. A maioria do povo quer ser livre. O mundo vive o melhor momento para acabar com esses malucos que transformaram oseu povo emescravo.” Roberto Moreira da Silva (Cotia, SP) ★ “Esses atentados nos EUA são a prova cabal de que a humanidade passa por um dos momentos mais difíceis da sua história. A completa indignidade, o fanatismo, a corrupção endêmica, o capitalismo desenfreado, a corrida armamentista, os conflitos étnicos e as desigualdades sociais, entre outras questões, estão levando-nos a uma realidade caótica. Faltam, a todos nós, os sentimentos de fraternidade, de solidariedade, de amor. Não estamos vivendo o final dos tempos, mas o fim do tempo de refletirmos sobre a humanidade e de tomarmos uma providência urgente que nos possibilite viver em ummundo melhor.” coordenador do movimento estudantil do Centro Acadêmico Afonso Pena da Faculdade de Direito da UFMG (Belo Horizonte, MG) 42 ★ “Mais revoltante do que os ataques terroristas foram as imagens do povo palestino comemorando nas ruas como se fosseuma final de Copa do Mundo. Que tipo de gente é essa que comemora a morte de inocentes, que comemora osofrimento de milhares depessoas?” Paulo Celso (Indaiatuba, SP) ★ “World Trade Center. Caiu o Muro de Berlimdo neoliberalismo.” Marcos Doniseti Vicente (Salto, SP) ★ “Que Deus tenha pena de nós, de nossosegoísmos ede nossas loucuras.” Oswaldo Chiquetto (São Paulo, SP) 4 56 ★ 54 5 70 68 6 84 82 7 98 96 8 110 112 9 124 E-mail: [email protected] O nome do vocalista da banda The 40 ★ “Um ato terrorista brutal pôs abaixo o maior símbolo do poder americano, ceifando centenas de vidas inocentes. Nova York é, há décadas, um ponto muito visado. Os EUA precisam, urgentemente, reforçar a sua segurança interna, principalmente nas áreas de maior visibilidade. Esse é o segundo atentado ao World Trade Center. O mundo não via nada parecido desde Pearl Harbor e as bombas emNagasakie em Hiroshima.” Everton N. Jobim (Rio de Janeiro, RJ) ERRAMOS Diferentemente do que informou o quadro “Como identificar uma cédula falsa” (Cotidiano, pág. C4, 30/8), as notas de R$ 50 e de R$ 100 apresentam marca d’água com a efígie da República, e não com a bandeira nacional. A marca com a bandeira aparece apenas nas notas mais novas de R$ 1, de R$ 5 e de R$ 10 —emitidas a partirde abril de1997. 26 3 Osvaldo Alves de Castro Filho, telefone tocou. Era 1h da madrugada. Quem poderia ser? O que poderia ser? Atendo. “Pai, acordei você?” Era a voz da Raquel, minha filha. “Acordou”, respondi numa mistura de mau humor e apreensão. “Pai, o nosso prefeito, o Toninho, acaba de ser assassinado...” Para a Raquel o assassinato do prefeito era muito mais que um evento político. O Toninho tinha sido seu professor, na Faculdade de Arquitetura. Ela estava compartilhando comigo a sua dor e ódio pela perda de um amigo, um homem que ela admirava. Meus pensamentos, ainda mergulhados na sonolência, se transformaram num bloco de pedra:pura estupefação e horror. Senti a dor da perda do Toninho. Ele era um homem manso que sonhava coisas bonitas para Campinas. Numa conversa, faz uns meses, ele me disse que estava imaginando um jeito de realizar, praticamente, aquela coisa de “política e jardinagem” sobre o que eu havia escrito na Folha. E fiqueicontente... Mas o que senti foi muito mais que a dor pela perda de um homem bonito. Já havia passado por experiências semelhantes. Quando meu amigo Elias Abrão, que havia sido secretário de Meio Ambiente de Curitiba, secretário da Educação do Estado do Paraná e era deputado, morreu num desastre automobilístico, chorei como nunca havia chorado em toda a minhavida. Mas a dor era diferente. Minha dor pela morte do Elias Abrão foi dor pela morte do Elias Abrão: nada mais. Dor num estado puro. Mas a minha dor pela morte do Toninho está sendo diferente. Porque a forma como ele morreu, assassinado, estabelece entre todos nós uma difícil comunhão... Nosso destino está ligado ao dele. Veio-me à memória um texto sagrado que diz que Jesus, “vendo as multidões, compadeceu-se delas, porque andavam desgarradas e errantes como ovelhas quenão têm pastor”. Ovelhas são animais mansos, sem garras ou chifres, incapazes de se defender. Morrem mansamente nos dentes dos lobos. E dizem que nem mesmo balem. Morrem silenciosamente. Essa é a razão por que é preciso que haja pastores que as protejam. O pastor traz na mão o cajado, arma para a defesa do seu rebanho. E quando tudo está tranquilo, 12 Strokes, Julian Casablancas, foi grafado incorretamente como John Casablancas no texto “The Strokes leva o glam rock à garagem”(Ilustrada, pág. E8, 31/8). ★ Diferentemente do publicado na seção “Destaques da TV paga”(Ilustrada,pág. E6, 7/9), o documentário “Glórias de Angkor Wat” não foi exibido pelo canal GNT, mas pelo canal NGC (National GeographicChannel). 126 10 138 52.87 52 51 50 49 48 47 46 45 44 43 42 41 40 39 38 37 36 35 34 33 32 31 30 29 28 27 26 25 24 23 22 21 20 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 +