Programação completa - Portal Almada Digital

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Programação completa - Portal Almada Digital
or g a n i z aç ão : C â m a r a Munic ipa l de A lm a da | Compa nhi a de T e at r o de A lm a da
Índice
Pelo teatro e pela cultura
Joaquim Estêvão Miguel Judas...................02
Sede bem-vindos em Elsinore
Rodrigo Francisco........................................03
Rogério de Carvalho, um nómada fiel
Maria João Brilhante...................................05
Espectáculos
King size....................................................09
Escrever, falar...........................................11
Hamlet.....................................................13
Sé de un lugar............................................15
Última transmisión..................................17
Es wechseln die Zeiten.............................19
Your Best Guess........................................21
Iluminación...............................................23
Os acontecimentos...................................25
Hotel Belvedere........................................27
Quatro santos em três actos...................29
Dévoration...............................................31
Um museu vivo.........................................33
Los nadadores nocturnos........................35
Il ritorno a casa........................................37
Livada de vişini.........................................39
A dama do mar..........................................41
Planilha.....................................................42
Actos complementares
Mi Piedra Rosetta.....................................45
Spectatorul condamnat la moarte..........47
Fräulein Julie............................................49
Britânico...................................................51
La tempestad............................................53
Furia avicola.............................................55
Kafka enamorado.....................................57
Cinéma Apollo..........................................59
BG, Programa de homenagem
ao Ballet Gulbenkian................................61
Al Pantalone.............................................63
O sentido dos mestres..............................69
Homenagem 2015:
Rogério de Carvalho.................................70
Exposições de artes plásticas..................71
Apresentação de livro..............................73
Encontros da Cerca...................................74
Arquitectura e teatro...............................76
Colóquios...................................................78
Workshop para a infância.......................78
Leituras encenadas................................64
Espectáculos de rua................................66
Música na esplanada..............................67
Contactos e acessos..................................80
Assinaturas e bilhetes..............................82
Equipa do 32.º Festival de Almada.........83
Informações
Pelo teatro e pela cultura
E
ntre 4 e 18 de julho vamos viver mais uma festa do Teatro no Festival de Teatro de
Almada.
Oferecendo uma vez mais uma programação diversificada em 27 produções que
colocará em palco ao longo dos 15 dias, o Festival dar-nos-á de novo a oportunidade de
contactar ao vivo com aquilo que de melhor e mais importante se faz ao nível do Teatro,
quer em Portugal, quer noutras partidas do Mundo. De novo, a alegria, a amizade, o afeto,
a franqueza e a hospitalidade serão as companhias de sempre, presentes no Festival de
Teatro de Almada.
Um ciclo de seis espetáculos do “novíssimo teatro espanhol” reunindo o que de melhor se faz no país vizinho; doze produções que nos chegam de Itália, Suíça, Alemanha,
Brasil, Roménia, México e França, representando igualmente o que de melhor se produz no
teatro daqueles países; e nove produções portuguesas, entre as quais três estreias, preencherão o programa que nos é oferecido. Um programa que reafirma este Festival como um
extraordinário acontecimento cultural, um bem coletivo que se constitui como contributo
inestimável à divulgação da arte milenar de representar a vida.
Uma palavra de saudação, também, pelo trabalho desenvolvido pelo encenador e
pedagogo Rogério de Carvalho, personalidade homenageada pelo conjunto da sua carreira
nesta 32.ª Edição do Festival de Teatro de Almada.
Resistindo com enorme determinação e força de vontade às brutais condições impostas por uma política nacional que menospreza e ignora, na sua essência, a cultura e a
prática cultural, o Festival de Teatro de Almada, nesta sua 32.ª edição consecutiva, constituir-se-á uma vez mais como contraponto daquela política alienante de homens, mulheres
e jovens, que os afasta do saber e do conhecimento que o usufruto pleno das artes e dos
bens culturais garantem.
Em nome do Município de Almada dirijo por isso à Companhia de Teatro de Almada, que magistralmente organiza esta grande Festa do Teatro e ao seu Diretor Rodrigo
Francisco e restantes membros do corpo diretivo, aos atores, encenadores, técnicos, pessoal de apoio, o mais sincero aplauso e agradecimento do Município de Almada pelo exemplar
trabalho que têm oferecido a Almada, aos Almadenses e à Cultura Portuguesa.
Aos atores, encenadores e técnicos de todas as companhias nacionais e estrangeiras
que irão de novo transformar Almada numa verdadeira Capital do Teatro, e ao maravilhoso
público do Festival, dirijo igualmente uma saudação amiga e um entusiástico aplauso.
Sejam todos muito bem-vindos a Almada!
Viva o Festival de Teatro de Almada!
Viva o Teatro!
Joaquim Estêvão Miguel Judas
Presidente da Câmara Municipal de Almada
Sede bem-vindos em Elsinore
“O que é um Homem, se o seu
maior bem é apenas dormir e comer?
Uma besta, nada mais”.
Hamlet, IV, 4.
H
á 31 anos que a Companhia de Teatro de Almada encerra a temporada teatral portuguesa com um Festival, que começou por ser uma mostra de teatro amador e que
cresceu até se tornar num dos festivais de teatro mais referenciados na Europa. O
facto de este Festival ser organizado por uma companhia de teatro independente ajuda certamente a explicar as suas longevidade e estabilidade, assentes numa relação de proximidade quer com o público de Almada, quer com os artistas que nos visitam. Como criadores
que somos, gostamos de confrontar-nos com o que de melhor se faz no Mundo. A emulação
pode por vezes ser dolorosa – mas tem-nos ajudado a crescer. Assim como ao nosso público,
que se torna a cada ano mais exigente e não nos permite a cristalização em soluções já testadas ou fórmulas repetitivas. Os espectadores querem mais e melhor. Nós também.
Este ano, graças ao prestígio alcançado ao longo do tempo e às boas-vontades que
a Companhia de Teatro de Almada tem sido capaz de reunir, o conjunto de apoios obtidos
em Portugal e no estrangeiro permitiu reunir uma programação rara. (E, no que respeita a financiamentos, refira-se que a subvenção da Secretaria de Estado da Cultura a esta
Companhia recuou para os valores de 1997.) Apresentamos espectáculos de alguns dos
mais considerados criadores do Mundo, juntamente com jovens criadores portugueses e
estrangeiros.
O Festival mantém a sua característica de Festa, com espectáculos de rua todos
os dias; inauguramos exposições; organizamos colóquios; trazemos Peter Stein ao ciclo O
sentido dos mestres; homenageamos Rogério de Carvalho – um dos históricos encenadores
portugueses. Trata-se de uma programação só possível graças ao trabalho (não só em Julho, mas ao longo de todo o ano) de um conjunto de pessoas que convivem de perto com o
problema levantado pela pergunta do malogrado príncipe da Dinamarca, que trouxe para
a epígrafe deste texto.
Quando tocamos em Shakespeare ele tende a entrar-nos pela vida adentro. Tem
sido assim durante os ensaios da co-produção de Hamlet, dirigida por Luis Miguel Cintra,
com que praticamente abrimos esta edição. Para encontrar uma resposta a esta questão
fundadora, para procurar o seu lugar no Mundo, Hamlet encena para a corte de Elsinore
uma peça: A ratoeira. O Bardo coloca na boca de Cláudio, o Rei usurpador do trono, a constatação de que “a loucura dos grandes não pode caminhar sem vigilância”. É por esse caminho
que seguimos, ao longo do ano, quando procuramos pôr no palco algumas das perguntas
que nos apontam pistas para a vida. Entre 4 e 18 de Julho, pelo 31.º ano consecutivo, faremos essa estrada convosco e com alguns dos amigos que nos chegam de várias partes.
Welcome to Elsinore!
Rodrigo Francisco
Rogério de Carvalho, um nómada fiel
© Rui Carlos Mateus
P
artilho com outros a memória inesquecível de um espectáculo que me revelou um
encenador e que associarei para sempre a um tempo em que o teatro acontecia onde
queria, como queria e podia: num palacete vazio da Av.ª da República em Lisboa, por
exemplo. Tio Vânia de Tchekov era como se chamava esse espectáculo que um quase desconhecido Rogério de Carvalho criou, em 1980, com um grupo de trabalhadores da Caixa
Geral de Depósitos, depois de algumas experiências, que tinham dado que falar entre os
críticos e o meio teatral, com grupos de amadores. Fora o caso, anos antes (77), de umas
Três irmãs, feitas com o Grupo de Iniciação Teatral da Trafaria, desse mesmo Tchekov, autor
ao qual Rogério Carvalho ficou miticamente ligado pela incursão repetida na sua dramaturgia, pela intimidade que criou com os seus textos, pela evidente compreensão das suas
palavras e das personagens nelas inscritas. Se tudo começara em 65, mas como actor, no
grupo Proscenium, acompanhado por, entre outros, Maria do Céu Ricardo e Nuno Carinhas, e dirigido por Pedro Lemos, a partir de 74 o seu lugar no teatro será como encenador,
traçando um caminho entre o nomadismo e a fidelidade.
Já foi notado o seu regresso constante ao mesmo texto ou ao mesmo autor: Tio
Vânia (pelo menos quatro vezes), Tartufo (três vezes), Pre-paradise sorry now – O paraíso
não está à vista (duas vezes), várias peças de Strindberg, Molière, Genet. Essa fidelidade
não pode ser confundida com preguiça. Serve de âncora à aventura regular por outros territórios. Rogério de Carvalho confessou já o seu desejo de continuar a regressar aos textos
que temporariamente abandona, uma vez desmontados e remontados, “como um relógio”,
em cada encenação. Para melhor os conhecer ou, diria eu, para descobrir através deles o
passar do tempo, a (sua) acumulada experiência, outros entendimentos da complexidade
dos humanos que somos.
Um caso recente é o de Molière. Porque vamos ainda ao teatro ver peças de um autor que tudo parece afastar de nós e do nosso tempo? Tartufo, D. Juan, O Avarento, O doente
imaginário surgem perante nós como objectos resgatados ao tempo e oferecidos aos corpos dos actores para que eles ajudem a colocar e a resolver os tais problemas. Na verdade,
parece jogar com eles como crianças que satisfazem a curiosidade ao desmontar um brinquedo. Mas para Rogério de Carvalho criar com os actores e com os (seus) artistas, como
o cenógrafo José Manuel Castanheira, traduz-se num exercício de extraordinária precisão,
em propostas visuais de onde emergem palavras e sonoridades que expandem o sentido do
texto e nos convidam a seguir estímulos nem sempre de uma imediata percepção.
No entanto, se permanece fiel a peças e autores, o que dizer do nomadismo que
caracteriza a sua relação com as estruturas de produção teatral? Rogério de Carvalho, que
eu saiba, não é ou foi director, fundador de companhias, nem encenador “residente” em
alguma, mesmo quando reconhecemos afinidades electivas com As Boas Raparigas..., o
Ensemble-Sociedade de Actores, a Companhia de Teatro de Almada, o TEUC, a Escola da
Noite. Seria interessante analisar os regressos a casa seguidos de novas partidas ou as formas discretas de trabalho com grupos que se organizam em torno dos seus encenadores e
directores, mas que convidam Rogério de Carvalho para projectos a partir dos quais nascem cumplicidades. E mais curiosa ainda é a disponibilidade – talvez mesmo um renovado
gosto – para se juntar aos jovens universitários, aos actores em formação.
As companhias e os actores vão mudando, as peças e os autores vão regressando e
a nós, espectadores, cabe continuar a seguir Rogério de Carvalho e o seu teatro com prazer
e proveito.
Maria João Brilhante
Espectáculos
Lausana | Suíça
Théâtre Vidy-Lausanne
Co-produção: Theater Basel
Apoio: Pro Helvetia – Fondation Suisse pour la Culture
King size
Encenação de Christoph Marthaler
Intérpretes
Bendix Dethleffsen
Michael von der Heide
Nikola Weisse
Tora Augestad
Direcção musical
Bendix Dethleffsen
Cenografia
Duri Bischoff
Dramaturgia
Malte Ubenauf
Figurinos
Sarah Schittek
Luz
Heide Voegelin Lights
Legendas
Ângela Pardelha
Língua
Alemão, francês,
inglês, sueco
Legendado em português
Duração
1h20
Classificação
M/12
U
m quarto de hotel em tons de azul-celeste. Um par de
jarrões à direita e à esquerda baixas, com os respectivos
ramalhetes de flores de plástico. Piano vertical, carpete roxa, e uma cama king size, que um jovem casal de cantores
partilha ora com um pianista careca que todas as manhãs se
penteia, ora com uma inquietante velhinha que por vezes atravessa a cena com ar de quem perdeu a caixa dos ansiolíticos. Eis
o universo que Christoph Marthaler criou para um espectáculo
de teatro que é também um recital – sem nunca deixar de ser
teatro. Canta-se, ao piano ou à capela, Schumann, Wagner, Mozart – e também os Jackson Five. O encenador suíço serve-se
do conceito de enarmonia (uma técnica de composição musical
que permite escrever um mesmo som, com a mesma altura, de
duas formas diferentes) para procurar definir aquilo que é para
si a vida: uma constante evolução e metamorfose. Nas suas próprias palavras: “Sempre fui aquilo que sou, mas agora sou já tão
diferente daquilo que era…”.
Christoph Marthaler (Erlenbach, Suíça, 1951) é oboísta e
flautista de formação. Na sequência do Maio de 68 entra para
a Escola Lecoq, em Paris, estreando-se na encenação em 1980
com Indeed, e começando desde logo por fundir os mundos do
teatro e da música. Com esta matriz criará espectáculos emblemáticos, como Fausto, de Pessoa, ou Casimiro e Carolina, de
Horváth. Mestre da lentidão, da ironia e do distanciamento,
inventou uma poesia cénica verdadeiramente singular, feita de
palavras, canções – e de música.
Christoph Mathaler returns to his usual blend of music and theatre in King Size. A young couple of musicians share their king
size bed with a bald pianist and an old lady (alternately), in the
parallel universe imagined by the Swiss director and musician.
A universe where there is room for live renditions of songs by
Schumann, Wagner, Mozart and The Jackson Five.
ALMADA
Sáb 04
Escola D. António da Costa
22h00
Palco Grande
Amadora | Portugal
Teatro do Aloés
Em parceria com a Associação LAMA
Escrever, falar
De Jacinto Lucas Pires
Encenação de Jorge Silva
Intérpretes
João de Brito
João Pedro Dantas
Assistência de encenação
Anna Eremin
Espaço cénico
Jorge Silva
Desenho de luz
Tasso Adamopoulos
Música
Filipe Melo
D
ois homens encontram-se e dialogam num espaço indefinido: duas personagens que “não são mais do que aquilo
que fazem e dizem naquele momento concreto, não têm vidas para trás ou para a frente. Só existem ali, na peça”.
Com este espectáculo o Teatro dos Aloés mantém o compromisso de levar regularmente à cena autores portugueses contemporâneos. A ideia defendida pela companhia sediada na Amadora
é a de que estes textos têm de ser colocados no local indicado
para os pôr à prova: o palco. E no caso de Escrever, falar é mesmo
de experimentação que se trata, daquela que procura a musicalidade das palavras que, “como se de uma partitura se tratasse, têm
tempos, tons, pausas, interrupções, sobreposições”.
Jacinto Lucas Pires (n. 1974) é escritor, cineasta e músico.
Estudou Direito na Universidade Católica de Lisboa e Cinema
na New York Film Academy. Os seus textos já foram levados à
cena em Portugal por encenadores como Manuel Wiborg, Ricardo Pais, Marcos Barbosa ou João Brites e uma parte foi já
traduzida para inglês, francês, espanhol e norueguês.
Jorge Silva (n. 1962) frequentou a Escola de Formação de Actores do Centro Cultural de Évora. É co-fundador do Teatro dos
Aloés, onde é actor permanente. Como actor já trabalhou com
estruturas como a Companhia de Teatro de Braga, o Teatro da
Malaposta e os Artistas Unidos, entre outras. Trabalha regularmente em cinema, teatro e televisão. Já encenou textos de Athol
Fugard, Spiro Scimone, Lars Norén, Paul Auster ou Pau Miró.
Duração
1H10 aprox.
Classificação
© João Gaspar
M/12
10
Two characters meet at one unidentifiable location. They are
“no more than what they say and do in that precise moment they
share, they have no past or future. Their only existence is there, inside the play”. With Escrever, falar, by Jacinto Lucas Pires, Teatro
dos Aloés keep their promise of regularly staging texts by Portuguese playwrights. The text and the show are understood like
a musical score with its “tempo, notes, pause and interruptions”.
dom 05 Seg 06
Almada
Teatro-Estúdio António Assunção
17h00
11
21h30
Lisboa / Almada
PORTUGAL
Teatro da Cornucópia
Co-produção: Companhia de Teatro de Almada
Hamlet
De William Shakespeare
Encenação de Luis Miguel Cintra
Intérpretes
Alberto Quaresma
Bernardo Souto
Dinis Gomes
Duarte Guimarães
Guilherme Gomes
Isac Graça
João Reixa
José Manuel Mendes
Luís Lima Barreto
Luís Madureira
Luis Miguel Cintra
Marques D’Arede
Nídia Roque
Rita Cabaço
Sílvio Vieira
Teresa Gafeira
Tiago Matias
Assistência de encenação
Rodrigo Francisco
Sofia Marques
Cenografia e figurinos
Cristina Reis
Voz e elocução
Luís Madureira
Luz
Cristina Reis
Guilherme Frazão
Luis Miguel Cintra
Rui Seabra
Duração
3h00 aprox. c/ intervalo
Classificação
© Cristina Reis
M/12
12
“F
inalmente, o Hamlet!” foi o que Sophia de Mello
Breyner Andresen escreveu no exemplar que ofereceu a Luis Miguel Cintra, quando terminou a sua
tradução do clássico de Shakespeare. Desde então que o actor
e encenador manteve a vontade de a levar à cena, embora o
projecto tenha ficado por concretizar até agora, tornando-se
possível numa co-produção que junta, pela primeira vez, o
Teatro da Cornucópia e a Companhia de Teatro de Almada.
Em Hamlet coloca-se em cena o confronto entre duas gerações.
O grupo de jovens constituído pelo protagonista e pelos seus
amigos leva a sério os valores em nome dos quais se organiza
a sociedade. Os mais velhos, todavia, já não acreditam nesses
mesmos valores, exercendo o poder que têm com cinismo. A
certa altura, o príncipe Hamlet recorre ao teatro: “Ouvi contar
que certos criminosos, assistindo a uma peça, foram de tal forma, e
até ao fundo da alma, atingidos pela arte da cena que logo confessaram os seus maus actos”. A tragédia, porém, não se compadece
com as suas nobres intenções.
Luis Miguel Cintra (n. 1949) nasceu em Madrid. Estreou-se como actor e encenador no Grupo de Teatro da Faculdade
de Letras, no qual dirigiu Anfitrião, de António José da Silva.
Fundou o Teatro da Cornucópia em 1973, com Jorge Silva
Melo, companhia na qual já encenou e interpretou mais de
120 espectáculos. Foi homenageado no 31.º Festival de Almada, em 2014.
Teatro da Cornucópia and Companhia de Teatro de Almada join
efforts for the first time to present Hamlet. The late Sophia de
Mello Breyner Andresen, one of Portugal’s renowned poets,
translated Shakespeare’s classic decades ago and Luis Miguel
Cintra has kept the desire to stage it ever since. The cast includes both young and old actors that have taken part in each
companies’ history.
Almada
dom 05 ter 07
Teatro municipal Joaquim Benite
Sala Principal
21h00
13
21h00
Barcelona | Espanha
Producciones Prisamata
Apoio: Acción Cultural Española, AC/E
Co-apresentação: Cine-Teatro Constantino Nery
O novíssimo teatro espanhol
Sé de un lugar
Sei de um lugar
Texto e encenação de Iván Morales
Intérpretes
Anna Alarcón
Xavi Sáez
Assistência de encenação
Lali Àlvarez
Movimento
Joana Rañé
Ilustração
Nuri Téllez Bravo
Luz
Marc Lleixà
Legendas
Andreia Barros Ferreira
Língua
Castelhano
Legendado em português
Duração
1h30
Classificação
M/12
S
imón e Bérénice terminaram a sua relação mas continuam
a encontrar-se. Ele decidiu isolar-se em casa. Ela vai visitá-lo de vez em quando, no meio das suas viagens e experiências amorosas. Cada um representa uma postura quase oposta perante a vida. E, sobretudo, perante o fim de uma relação.
De acordo com Iván Morales, autor e encenador, estas personagens “não querem renunciar à possibilidade de fazerem os seus percursos individuais, mesmo que tal os leve à solidão, mas, ao mesmo
tempo, recusam quebrar o seu vínculo de intimidade”. Porém, não
se trata apenas de uma “história de amor depois do amor”, sendo
também uma forma de abordar a “crise de identidade pela qual
está a passar a classe média-baixa” em muitos países europeus.
Iván Morales (n. 1979) tem mais de 20 anos de experiência
como actor de teatro, televisão e cinema, tendo trabalhado com
directores como Dario Argento, Silvia Munt, Ulises Dumont,
entre outros. Escreveu argumentos para longas-metragens e
dirigiu várias curtas-metragens, das quais se destacam Ha llegado el momento de contarte mi secreto e Dibujo de David. Sé de un
lugar, a sua estreia como dramaturgo e encenador, valeu-lhe o
prémio Butaca para Melhor Espectáculo de Pequeno Formato, e
um prémio equivalente atribuído pela Time Out Barcelona.
Even though Simón and Bérénice broke up, they continue to
see each other. He decided to stay at home and isolate himself
from the world. She visits him once in a while, amidst her journeys and new amorous endeavours. They want to break free
from whatever bound them together in the past but, at the
same time, seem unable to part once and for all, afraid of the
loneliness that might await them if they do so.
almada
Incrível Almadense
14
15
Seg 06
ter 07
qua 08
16h00
21h30
18h00
Valladolid | Espanha
ES.ARTE
Apoio: Acción Cultural Española, AC/E
Co-apresentação: Cine-Teatro Constantino Nery
O novíssimo teatro espanhol
Última transmisión
Última transmissão
De Enrique e Yeray Bazo
Encenação de Diego Palacio Enríquez
Intérpretes
Margarita del Hoyo
Raúl Escudero
Cenografia
Jara Martínez Valderas
Caja Negra
Figurinos
Caja Negra
Luz, som e vídeo
Diego Palacio Enríquez
N
o sótão de uma casa abandonada encontra-se um sobrevivente. Um homem que, com a ajuda de um emissor de
rádio, tenta entrar em contacto com o exterior. Quem
é este homem? E o que terá acontecido lá fora, para que esteja
nesta situação? Por entre o ruído indefinido do rádio começa a
ouvir-se a voz de uma mulher. No entanto, parece impossível
estabelecer-se entre os dois qualquer tipo de comunicação. É
possível que, na verdade, tudo se passe apenas na cabeça deste homem. Última transmissão é um espectáculo inspirado no
universo da ficção científica, no qual se sugere aos espectadores
que consigam imaginar-se “os últimos homens” à face da terra.
Direcção de actores
Juan José Villanueva
Video
José Gabriel Lorenzo
Caracterização
Clara Torres
Enrique e Yeray Bazo começaram por colaborar numa versão
da ópera Brundibár, de Hans Krása. Foram os vencedores do
Prémio de Textos Teatrales Jesus Domínguez com Tesla/Edison.
Têm colaborado com José Sanchis Sinisterra no Nuevo Teatro
Fronteirizo, no qual participaram em obras colectivas como Instrucciones para matar a una mujer o voces fuera de lugar.
Legendas
David Pais
Diego Palacio Enríquez é licenciado em Encenação e Dramaturgia pela Escuela Superior de Arte Dramático de Castilla e
León, e mestre em Artes Cénicas pela Universidade Rey Juan
Carlos de Fuenlabrada, de Madrid. É co-fundador e encenador
da companhia Rocamadour Teatro. Dirigiu Seven Seconds, de
Falk Richter, no Festival Tac de Valladolid em 2013.
Língua
What would it feel like to be the last man on earth? That’s
exactly what the show Última transmisión allows us to imagine,
through what the (apparently) sole survivor of some unknown
event does in the close quarters of an attic. In his attempts to
communicate with the outside world, he ends up picking up a
female voice through the radio static. But is it actually real or
only a figment of his imagination?
Castelhano
Legendado em português
Duração
1h00
Classificação
M/12
seg 06
almada
Fórum romeu correia
16
19h00
17
Berlim | Alemanha
Berliner Ensemble
Apoio: Goethe Institut
Es wechseln die Zeiten…
E os tempos mudam...
Poemas de Bertolt Brecht
Musicados por Paul Dessau, Hanns Eisler, Kurt Weill e Tobias Schwencke
Direcção de Manfred Karge
Intérpretes
Claudia Burckhardt
Jörg Thieme
Karla Sengteller
Katharina Susewind
Manfred Karge
Martin Schneider
Roman Kaminski
Stephan Schäfer
Ursula Höpfner-Tabori
Veit Schubert
Saxofone e Clarinete
Silke Eberhard
Acordeão
Cathrin Pfeifer
Trompete
Damir Bacikin
Percussão
Jo Bauer
Piano
Tobias Schwencke
Figurinos
Wicke Naujoks
Direcção musical
Tobias Schwencke
Língua
Alemão
Legendado em português
Duração
1h20
Classificação
M/12
D
esde a sua primeira encenação no Berliner Ensemble,
em 1963, numa Pequena Mahagonny em que também
interpretava o papel de Joe / Lobo do Alaska, Manfred
Karge já dirigiu 17 peças de Brecht, nas quais representou (e
cantou) alguns dos protagonistas. A digressão do Berliner Ensemble ao Théâtre de la Ville, no Inverno de 2014, serviu de
pretexto para que se passassem em revista as peças de Brecht,
colhendo-se canções, poemas, baladas, coros – e traçando-se,
com a cumplicidade de nove actores/cantores e cinco músicos,
um percurso teatral, lírico e musical. E os tempos mudam… (uma
citação da Canção de Moldau, que a CTA apresentou num recital de Brecht, com traduções de Yvette Centeno) propõe uma
viagem à vivência poética (terá tido outra?) do dramaturgo e
encenador alemão, desde a juventude à idade madura, passando
pela revolta e pelo empenhamento políticos.
Manfred Karge (Brandenburgo, 1938) é autor, actor, cantor
e encenador. O início do seu percurso teatral está intimamente
ligado a Matthias Langhoff, com quem se estreou na encenação,
no Berliner Ensemble de Helene Weigel. A partir de 1982 passa
a dirigir por conta própria (nomeadamente uma grande parte
do repertório brechtiano) e, entre 1993 e 2002, assume a direcção da prestigiosa escola de teatro Ernest Busch. Regressou em
seguida ao Berliner, onde tem interpretado alguns dos principais papéis da dramaturgia universal.
Manfred Karge began directing Bertolt Brecht plays back in
1963, along with Matthias Langhoff, at the Berliner Ensemble.
During 2014’s tour, the Ensemble returned to Bertolt Brecht’s
songs, poems and balads and got nine actors/singers together
with five musicians to perform them. Encompassing the whole
of Brecht’s poetic life – from his youth to times of revolt and political engagement –, Times are changing brings us a cabaret evening with music by Kurt Weill, Paul Dessau and Hanns Eisler.
ALMADA
Seg 06
Escola D. António da Costa
Palco Grande
18
22h00
19
Lisboa | Portugal
mala voadora
Co-produção: Culturgest e Pelouro da Cultura da Câmara Municipal do Porto
Apoio: Fundação Calouste Gulbenkian
Estrutura associada de O Espaço do Tempo e Associação Zé dos Bois
Your Best Guess
Texto de Chris Thorpe
Direcção de Jorge Andrade
Intérpretes
Chris Thorpe
Jorge Andrade
Cenografia e figurinos
José Capela
Luz
Daniel Worm d’Assumpção
Produção
David Cabecinha
Joana Costa Santos
N
ão podemos evitar viver no futuro: planificar actividades, comprar bilhetes de avião para as férias, organizar
festas de aniversário, preparar candidaturas, enviar
convites, fabricar t-shirts para digressões de bandas, cachecóis
para vitórias de equipas de futebol, objectos comemorativos,
bolos... – tudo suposições. Quando chegar a altura, as coisas
podem acontecer tal como previsto, ou não. A mala voadora e
Chris Thorpe juntam-se para falar disto: da imponderabilidade
do curso da História, e também de bombas por detonar, cartas
de despedida, cidades-fantasma, apostas, amuletos... Vão investir na sua melhor suposição.
Gestão cultural
Vânia Rodrigues
fotografia
José Carlos Duarte
Chris Thorpe, escritor e performer de Manchester, fundou o
Unlimited Theatre. Tem colaborado com a companhia Third Angel e com a performer Hannah Jane Walker. Completou em 2012
uma trilogia de peças para a mala voadora – Overdrama, Casa e
Jardim e Dead end. O seu solo Confirmation foi premiado no Festival Fringe de Edimburgo 2014, com o primeiro prémio.
Jorge Andrade, licenciado pela ESTC, é co-fundador e co-director artístico da mala voadora, com José Capela. Colaborou
como actor no Teatro da Garagem, nos Artistas Unidos e na Comuna, entre outros. No Artista na Cidade 2014, foi convidado
para encenar um texto original de Tim Etchells na Companhia
Maior e participou em Quizoola!, dos Forced Entertainment.
Duração
1h15
Classificação
M/12
Lisboa
Culturgest
Pequeno Auditório
20
We can’t help living in the future: booking flights for our holidays, organizing birthday parties, sending invitations, producing t-shirts for tours... – all of this are merely suppositions.
When the time comes, those things may happen according to
plan, or not. mala voadora and Chris Thorpe get together to
talk about all this: about the unpredictability of the course of
History, but also about undetonated bombs, goodbye letters,
ghost cities, amulets... They will invest in their best guess.
Ter 07 Qua 08 Qui 09 Sex 10 Sáb 11
21h30 21h30 21h30 21h30 21h30
21
Cidade do México | MÉxico
Dramafest
Iluminación
Iluminação
De Joanna Murray-Smith
Encenação de Aurora Cano
Intérpretes
Claudia Rios
Daniel Martínez
Juan Carlos Vives
Lumi Cavazos
Pedro Mira
Sophie Gómez
Legendas
Andreia Barros Ferreira
I
luminação constitui a estreia absoluta da dramaturga australiana Joanna Murray-Smith em língua castelhana. A encenadora mexicana Aurora Cano adaptou para a realidade
do seu país esta comédia negra, que conta a história de três casais de amigos que numa noite se encontram, como em tantas
outras. No entanto, um acontecimento trágico vivido por um
dos casais alterará a natureza do encontro da noite em questão,
afectando para sempre a vida desse grupo de seis pessoas. O
espectáculo decorre num dispositivo no qual o público rodeia os
actores, a pouco mais de um braço de distância.
Joanna Murray-Smith (Victoria, 1962) é dramaturga, guionista e romancista. As suas peças (que incluem títulos como
Honour, Rapture, Bombshells, Nightfall, Redemption, Love Child
e Flame) têm sido montadas e premiadas em todo o Mundo. Entre os seus romances figuram Truce, Judgement Rock e
Sunnyside.
Aurora Cano (Cidade do México, 1970) estudou teatro com
Juan José Gurrola, Ludwik Margules e Héctor Mendoza, formando-se também em Inglaterra a partir de 1995. Desenvolve
uma carreira como instrumentista e actriz, dirigindo ainda o
DramaFest, um festival internacional de dramaturgia contemporânea, na Cidade do México.
Língua
Castelhano
Legendado em português
Duração
1h45
Classificação
M/12
Australian playwright Joanna Murray-Smith made her debut in
Spanish with Iluminación, a dark comedy about the unexpected
events that occur during a night out. The story played out by
three couples – and focused on what goes wrong with one of
them –, was adapted by director Aurora Cano to have a more direct relationship with Mexican reality. The audience sits around
the actors, very close to the action.
Almada
Qua 08 Qui 09 sex 10
Teatro Municipal Joaquim Benite
Sala Experimental
22
16h00 18h00 19h00
23
Lisboa | Portugal
Artistas Unidos
Apoio: Creative Scotland
Os acontecimentos
De David Greig
Encenação de António Simão
Intérpretes
Andreia Bento
João Pedro Mamede
Maria Jorge
Assistência de encenação
Maria Jorge
Tradução
Pedro Marques
Música
John Browne
Direcção musical
Rui Rebelo
Cenografia e figurinos
Rita Lopes Alves
Luz
Pedro Domingos
Apoio ao movimento
Afonso Costa
S
empre que alguma coisa terrível acontece surge a insistente pergunta: porquê? Hoje em dia, qualquer acontecimento catastrófico parece ser seguido por uma obsessão colectiva e mediática em descobrir-lhe as causas. Em
2011, Anders Breivik matou 77 pessoas. David Greig partiu
deste caso real para escrever Os acontecimentos, tendo viajado inclusivamente rumo à Noruega para conhecer de perto as
consequências do massacre perpetrado por este jovem. Nesta
peça, Claire, que sobreviveu por pouco a um tiroteio ocorrido durante o ensaio do coro local, também quer compreender
melhor a tragédia a que assistiu. Para tal, inicia uma série de
entrevistas às pessoas com as quais o atirador tinha uma relação – família, amigos e políticos de extrema-direita a quem
se tinha associado.
David Greig é um dramaturgo e encenador escocês. Os seus
textos têm sido levados à cena por estruturas como o Royal
Court Theatre, o Royal National Theatre, a Royal Shakespeare
Company ou o National Theatre of Scotland, bem como por
companhias de Espanha, Alemanha ou França.
António Simão é actor, encenador e produtor. Trabalhou com
Margarida Carpinteiro, António Fonseca, Aldona Skiba-Lickel, Ávila Costa, João Brites, Melinda Eltenton, Filipe Crawford, Joaquim Nicolau, Antonino Solmer, Jean Jourdheuil e
Jorge Silva Melo. Integra os Artistas Unidos desde 1995.
Duração
1h20
Classificação
© Jorge Gonçalves
M/14
24
David Greig flew to Norway shortly after Anders Breivik had
murdered 77 people near Oslo. He wanted to know what could
possibly have motivated such an event. Such is Claire’s curiosity
– the main character in The Events –, who tries to come to terms
with having survived a similar mass murder at the local choir.
She decides to interview the killer’s family and friends, as well
as the killer himself, looking for answers.
Qua 08 Qui 09 Sex 10 Sáb 11
19h00 19h00 19h00 16h00
Ter 14 Qua 15 qui 16 Sex 17
Lisboa
Teatro da politécnica
16h00 19h00 19h00 19h00
25
Teatro Metastasio Stabile della Toscana
Prato | Itália
Apoio: Instituto Italiano de Cultura
Hotel Belvedere
Hotel da Bela Vista
De Ödön von Horváth
Encenação de Paolo Magelli
Intérpretes
Daniel Dwerryhouse
Elisa Cecilia Langone
Fabio Mascagni Francesco Borchi
Marcello Bartoli
Mauro Malinverno Valentina Banci
Cenografia
Lorenzo Banci
Figurinos
Leo Kulaš
Luz
Roberto Innocenti
Música
Alexander Balanescu
Dramaturgia
eljka Udovičić
Língua
Italiano
Legendado em português
Duração
1h55
Classificação
© Paolo Cambursano
M/12
Ö
dön von Horváth, que escreveu a sua obra entre as duas
Grandes Guerras, parece não ter feito outra coisa senão
alertar-nos, aos gritos, para os perigos da catástrofe.
Obcecava-o a ideia de que a burguesia e a aristocracia mitteleuropeias fossem incapazes de optar por utopias positivas, tornando a cair nos mesmos erros que em 1914 tinham lançado a
Humanidade na maior matança de sempre. Hotel da Bela Vista
(estreado em 1926) esteve para chamar-se Hotel Europa.
Paolo Magelli, o encenador poliglota e vagamundo, decide montar este texto porque nele “reconhecemos sem dúvida as inquietantes anomalias anti-utópicas dos tempos em que vivemos”. Horváth foi silenciado por um raio, nos Campos Elíseos, quando
fugia para a América, acossado pela besta negra do nazismo.
Não será já tempo de prestarmos atenção àquilo de que tentou
avisar-nos, aos gritos?
Paolo Magelli (Prato, 1947) estudou teatro e línguas eslavas,
tendo integrado o Teatro Estúdio Metastasio, juntamente com
actores como Roberto Benigni. Torna-se assistente de Giorgio
Strehler e, em 1974, inicia em Belgrado um percurso que o levará a trabalhar nas principais cidades do leste europeu (Saraievo, Zagreb, Liubliana, Split, Dubrovnik), da Europa ocidental
(Paris, Dresden, Wuppertal) e do Mundo (Caracas, Cidade do
México, Bogotá, Ramallah, Telavive).
Horváth, who wrote the main part of his work between the two
World Wars, seemed obsessed with the dangers of what could
(and did) lead us towards disaster. For Paolo Magelli, a wanderer director who has already presented his work all around
the world, this is a text in which “we can recognize the unsettling
anti-utopian anomalies of the times we are currently living”. And
that is why he chose to stage it now.
Almada
qua 08
Escola d. António da costa
Palco Grande
26
22h00
27
Lisboa | Portugal
Teatro do Bairro
Quatro santos
em três actos
A partir de Virgil Thompson e Gertrude Stein
Dramaturgia de Luísa Costa Gomes
Encenação de António Pires
Intérpretes
Francisco Tavares
Leonor Keil
Pedro Sousa
Solange Santos
Música
Virgil Thomson
Libreto
Gertrude Stein
Tradução
Luísa Costa Gomes
Sonoplastia
Paulo Abelho
Cenografia
João Mendes Ribeiro
Figurinos
Luís Mesquita
Desenho de Luz
E
m Quatro santos em três actos, Luísa Costa Gomes e António Pires entram num “diálogo dramatúrgico, coreográfico
e de intervenção sonoplástica” com a ópera homónima de
Virgil Thompson, com libreto de Gertrude Stein. O texto é bilingue, dividindo-se entre o inglês original e a tradução/interpelação permitida pela língua portuguesa. Quando confrontavam
Stein com a ideia de que o público não compreendia a versão
original de Four Saints, a escritora ripostava: “se não a compreendessem, não a ouviam!”. No fundo, aquilo que parecia desejar era
que se fizesse uma distinção entre a compreensão “no sentido
de falarmos sobre o assunto como falamos sobre o dia-a-dia, em que
podemos explicar tudo por palavras”, e aquela que só pode advir
de entrarmos no jogo lúdico proposto pelos artistas. “Se vos diverte, então compreendem”.
Luísa Costa Gomes é contista, romancista e dramaturga. Os
seus textos para teatro têm sido levados à cena em espaços
como a Gulbenkian, o Teatro Nacional D. Maria II, o Teatro
Nacional São João, o Rivoli, o Teatro Camões ou o Teatro do
Bairro, entre outros.
Vasco Letria
Movimento
Paula Careto
Duração
2h00 aprox.
Classificação
© Joana Villaverde
M/12
28
António Pires tem dirigido espectáculos a convite de vários
teatros, como o Teatro da Cornucópia, o São Luiz Teatro Municipal e o Maria Matos Teatro Municipal, entre outros. Partilha a
direcção artística do Teatro do Bairro com Alexandre Oliveira.
Four Saints in Three Acts, Virgil Thompson and Gertrude Stein’s
opera, was the foundation upon which Luísa Costa Gomes and
António Pires created this show. It consists of a “dramaturgical,
choreografic and sonoplastic” dialogue with the original, including a bilingual interpretation of Stein’s libretto.
Qui 09 Sex 10 Sáb 11 Dom 12
21h30 21h30 21h30 17h00
Lisboa
Teatro do Bairro
Seg 13 Ter 14 Qui 16 Sex 17 Sáb 18
21h30 21h30 21h30 21h30 21h30
29
Montreuil | França
Théâtre du Balèti
Apoio: Institut Français de Lisboa
Dévoration
Devoração
Criação colectiva
Encenação de Maxime Franzetti
Intérpretes
Camille Voyenne
Charles Meillat
Chloé Lavalette
Clémence Boucon
Dylan Ferreux
Elise Arpentinier
Florence Colbeau-Justin
Martin Jaspar
Maxime Franzetti
Maya Outmizguine
Moïra Dalant
Assistência de encenação
Judith de Laubier
Desenho de luz e cenário
Maxime Franzetti
Adereços e figurinos
Théâtre du Balèti
Operação de som e luz
Mathieu Genevois
Gaétan Thierry
A
pesar de jovem, o colectivo Théâtre du Balèti, criado em
2011 e dirigido por Maxime Franzetti, gosta de colocar
alta a fasquia para os seus espectáculos. Se em Amor fati,
a sua última peça, o colectivo de 15 actores/performers/bailarinos partia do universo de Nietzsche, em Devoração parte-se
da ideia de que já não se come apenas para viver; come-se avidamente, destruindo e digerindo muito para além daquilo que
nos seria necessário. Devoração fala do impulso consumista, que
muitas vezes não é mais do que uma forma de preenchimento do vazio existencial. Franzetti acredita num teatro total, no
qual o seu colectivo de actores/bailarinos ultrapassa frequentemente a zona de conforto dos espectadores.
Maxime Franzetti (Ardennes, 1976) é formado em dança e
teatro, tendo colaborado com encenadores como Philippe Calvario e Pippo Delbono. Como actor interpretou papéis como
o Christian de Cyrano de Bergerac, o Maffio de Lucrécia Bórgia,
o D’Artagnan de Os três mosqueteiros e Henrique V. Em 2009
criou o Laboratório de Formação de Teatro Físico, tendo sido
responsável pelo curso de interpretação da escola Florent entre
Setembro de 2005 e Abril de 2009.
Legendas
Ângela Pardelha
Língua
Francês
Legendado em português
Duração
2h00 aprox.
Classificação
M/18
Théâtre du Balèti, the young collective led by Maxime Franzetti, created Devoration to explore relationship to the Other. They
multiply the experimental processes as to observe, analyze, and
describe the excesses of a society imbued with an anthropophagical quest for power. Confronting the predators and the victims, Devoration questions Cesar Pavese’s lapidary hypothesis:
With love or with hate but always with violence. Maxime Franzetti believes in a total theatre, one in which both the myths and
everyday life are bound together with remarkable aesthetic and
technical mastery.
Almada
Sex 10
Escola D. António da Costa
Palco Grande
30
22h00
31
Lisboa | Portugal
Teatro do Vestido
Co-produção: Negócio / ZDB
Um museu vivo
de memórias pequenas
e esquecidas
Pesquisa, texto e direcção de Joana Craveiro
Intérprete
Joana Craveiro
Colaboração criativa
e assistência de encenação
Rosinda Costa
Tânia Guerreiro
Figurinos
Ainhoa Vidal
Desenho de luz
João Cachulo
Produção
Cláudia Teixeira
R
eunindo um conjunto de sete palestras performativas
(e um prólogo) num ambicioso espectáculo de quatro
horas (e com uma merenda revolucionária pelo meio),
Joana Craveiro montou um dos espectáculos mais interessantes do ano passado. Um museu vivo... evoca a época que antecedeu a Revolução de 1974, e também a época que lhe sucedeu,
a partir do olhar não daqueles que nela intervieram directamente, nem daqueles que procuraram (e procuram) apresentar
uma leitura “oficial e verdadeira” dos factos. Na verdade, a cada
ano, a cada efeméride (e os 40 anos de Revolução foram pródigos nesse aspecto) se editam, publicitam e vendem versões de
uma Revolução que se encontra ainda entre o facto histórico e
o facto jornalístico. A falta de distanciamento é mais evidente
para aquela geração que (como é o caso da autora) em 1974
ou ainda não tinha nascido ou ainda não tinha idade para ter
memória. As memórias que constroem este espectáculo não
são as “oficiais e verdadeiras”, mas sim memórias íntimas, anónimas, que Joana Craveiro procurou – e encontrou. Por vezes
no seio da sua própria família.
Joana Craveiro (Lisboa, 1974) tem o curso de Formação de Actores da ESTC, é licenciada em Antropologia pela Universidade
Nova de Lisboa, e tem um mestrado em Encenação pela Royal
Scottish Academy of Music and Drama. Encontra-se a finalizar
um doutoramento em Estudos Performativos na Universidade
de Roehampton, em Londres. Em 2001 fundou o colectivo Teatro do Vestido, no qual já dirigiu mais de 20 criações.
Duração
4h30 c/ intervalo
Classificação
© João Tuna
M/12
32
A four hour show that consists of one prologue, seven performative lectures and a meal. That is how Joana Craveiro decided to tackle the memory of the April Portuguese Revolution,
gathering personal, intimate, sometimes anonymous recollections and consciously avoiding the “official and true” memories.
Sex 10 Sáb 11 dom 12
Almada
Teatro-Estúdio António Assunção
16h00
33
12h00
12h00
Madrid | Espanha
Draft.inn
O novíssimo teatro espanhol
Apoio: Acción Cultural Española, AC/E
Co-apresentação: Centro Cultural de Belém
Los nadadores nocturnos
Os nadadores nocturnos
De José Manuel Mora
Encenação de Carlota Ferrer
Intérpretes
Alberto Velasco
Esther Ortega
Joaquín Hinojosa
Jorge Machín
Miranda Gas
Óscar de la Fuente
Paloma Díaz
Ricardo Santana e Enrico Barbaro
(participação especial)
Assistência de encenação
Enrique Sastre
Figurinos
Ana López Cobos
Desenho de luz
José Espigares
Desenho de som
Eduardo López
Vídeo
Jaime Dezcallar
Legendas
David Pais
U
m conjunto de figuras solitárias partilha o gosto por
uma actividade pouco habitual: a natação nocturna.
Trata-se de seres cuja solidão tem origem nos seus desencontros de amor, que os condenaram a um certo desamparo
existencial. Los nadadores nocturnos retrata “um mundo enfermo
e fragmentado onde não existe lugar para a inocência”. Segundo
o autor, o texto reúne alguns dos temas que presentemente o
obcecam: “por um lado, o íntimo e o pessoal; por outro – este de
natureza política (e pública) – o terrorismo ou a legitimação da violência como forma de mudança social”. Este espectáculo é fruto de
um encontro artístico entre José Manuel Mora e Carlota Ferrer,
no contexto de uma residência em Paris.
José Manuel Mora formou-se como actor no Centro de Artes
Escénicas de Andalucía, e em dramaturgia e encenação na Real
Escuela Superior de Arte Dramático, em Madrid. Os seus textos para teatro foram traduzidos para inglês, francês, italiano,
alemão e sérvio. Já colaborou com o Royal Court Theatre, em
Londres, e é assessor artístico do Theater-Biennale do Staatstheater em Wiesbaden.
Carlota Ferrer é actriz, encenadora e colaboradora artística no
Draft.inn. Dirigiu e coreografou Los no lugares durante o festival
Fringe 2013, Swimming B, numa residência artística na Bienal
de Veneza 2012, El mundo entero, de T. Walsier, para o Instituto
Goethe, La melancolia de King Kong, de José Manuel Mora, no
Teatro de la Abadía, e Los cuerpos perdidos, do mesmo autor. Faz
parte do departamento artístico do Teatro de la Abadía.
Língua
Castelhano
Legendado em português
Duração
1h30
Classificação
M/12
Los nadadores nocturnos is a portait of the fragmentation of
the contemporary cities, told through the interrupted stories
of some of its saddest and loneliest inhabitants. According to
José Manuel Mora, who created this show with Carlota Ferrer
during an artistic residence at Théâtre de la Ville, it’s all about “a
world where there’s no room for innocence anymore”.
lisboa
Sáb 11
Centro cultural de belém
Pequeno auditório
34
18h00
35
Teatro Metastasio Stabile della Toscana
Prato | Itália
Co-produção: Spoleto56 Festival dei 2Mondi
Apoio: Instituto Italiano de Cultura
Co-apresentação: Teatro Nacional D. Maria II
Il ritorno a casa
O regresso a casa
De Harold Pinter
Encenação de Peter Stein
Intérpretes
Alessandro Averone
Andrea Nicolini
Antonio Tintis
Arianna Scommegna
Elia Schilton
Paolo Graziosi Assistência de encenação
Carlo Bellamio
Tradução
Alessandra Serra
Cenografia
Ferdinand Woegerbauer
Figurinos
Anna Maria Heinreich
Luz
Roberto Innocenti
Língua
Italiano
Legendado em português
Duração
2h40 c/ intervalo
Classificação
© Pino Le Pera
M/12
36
O
regresso a casa significa o regresso a Almada de Peter
Stein, depois de ter apresentado, em 2013, O prémio
Martin, de Labiche, e A última gravação de Krapp, de Beckett, numa inesquecível interpretação de Klaus Maria Brandauer. Mas O regresso a casa constitui também o regresso de
Pinter ao palco do Teatro Nacional D. Maria II, depois de no ano
passado os Artistas Unidos terem estreado na Sala Garrett esta
obra-prima do Nobel da Literatura britânico.
Stein nunca havia visitado Pinter, mas há já 50 anos, quando
assistira à estreia londrina do texto, que desejava dirigir esta
peça. Para o encenador alemão, em O regresso a casa estamos
“numa selva, na qual todas as obsessões sexuais masculinas desta
família de serpentes se projectam na única mulher em cena: o mal-estar recíproco dos protagonistas fá-los sofrer a todos, mas é, ao
mesmo tempo, aquilo que os mantém unidos”.
Peter Stein (n. 1937) pertence à geração de mestres do teatro europeu que se seguiu à de Bertolt Brecht. Depois de ter
dirigido a Schaubühne de Berlim (1970), onde lançou actores
como Edith Clever, Bruno Ganz ou Jutta Lampe, Stein desenvolveu um caminho no qual o teatro sempre andou a par da
com a literatura, montando Brecht, Vichnievski, Kleist, Ibsen,
Labiche, Shakespeare, Strauss, entre muitos outros. Radicado
na Toscana, tem alternado, nos últimos anos, a sua actividade
de encenador entre o teatro e a ópera.
Peter Stein returns to Festival de Almada after having presented Labiche’s Le Prix Martin, and Beckett’s Krapp’s Last Tape in
2013’s edition. This is the first time he directs a play by Harold
Pinter, something he had craved for since he’d seen the London
premiere of this text, The homecoming, 50 years ago. Pinter’s
play is a portait of a family of men whose male obsessions are
triggered by the presence of a woman.
lisboa
sáb 11 dom 12
Teatro Nacional D. Maria II
Sala Garrett
21h00
37
16h00
Teatro Nacional de Cluj-Napoca
Cluj-Napoca | Roménia
Apoio: Instituto Romeno de Cultura
Co-produção: Teatro da Trindade / Fundação Inatel
Livada de vişini
O ginjal
De Anton Tchecov
Encenação de Roberto Bacci
Intérpretes
Albert Gábor Balázs
Alexandra Tarce
Anca Hanu
Cătălin Herlo
Cornel Răileanu
Cristian Grosu
Ionuț Caras
Irina Wintze
Matei Rotaru
Miron Maxim
Radu Lărgeanu
Ramona Dumitrean
Patricia Brad
Pusztai Renato Aladar
Sorin Leoveanu
Assistência de encenação
Francesco Puleo
Maria Rotar
Dramaturgia
Stefano Geraci
Cenografia
Adrian Damian
Desenho de luz
Jenel Moldovan
Língua
Romeno
Legendado em português
Duração
2h50 c/ intervalo
Classificação
M/12
N
um palco coberto de branco – uma alvura que invade a
plateia, por meio de uma passarela – os actores do Teatro Nacional de Cluj-Napoca interpretam um dos textos
clássicos da dramaturgia ocidental, no qual o director italiano,
Roberto Bacci, realça o tempo como tema tchecoviano por excelência. “O tempo é feito de muitas coisas: como é que reagimos à
transformação? Ao nosso envelhecimento e ao dos que nos são próximos?”. A um cerejal que representa a melancolia, o passado, e a
tranquilidade de um mundo tradicional vai chegar o jovem empreendedor Lopakhin, representante da modernidade – do progresso. Para os novos-ricos não existe espaço para a evocação
do passado. As regras do capitalismo, parecia dizer-nos Tchecov
no início do século XX, não prevêem a existência do lirismo nas
nossas vidas. Os actores deste teatro nacional romeno fazem,
neste Ginjal, prova das vantagens da existência de um elenco
fixo – lembrando-nos de que são afinal os bons actores aquilo
de que o teatro mais necessita.
Roberto Bacci (Pisa, 1949) é diplomado em Teatro pela Universidade de Pisa. Em 1973 funda o Centro para a Experimentação e Pesquisa Teatral de Pontedera, que actualmente dirige,
e para onde já convidou mestres como Jerzy Grotowski, Peter
Brook, Eugénio Barba, Anatoly Vasiliev, Raoul Ruiz, entre muitos outros. Tem dirigido espectáculos na Europa, América Latina e Médio Oriente. Actualmente é director do festival Fabbrica
Europa, em Florença.
A stage completely covered in white is the scenery upon which
a numerous cast plays one of the most celebrated texts in the
western canon: Checkov’s The Cherry Orchard. Italian director
Roberto Bacci is at the helm of a production that proves the
difference it makes when there is a fixed cast in a company – in
this particular case, the permanent cast of Romania’s Cluj-Napoca National Theatre.
Lisboa
dom 12
Teatro da Trindade
Sala Principal
38
18h00
39
Rio de Janeiro | Brasil
Talu Produções
A dama do mar
De Henrik Ibsen
Encenação de Paulo de Moraes
Intérpretes
Andressa Lameu
João Vitti
Joelson Gusson
Leonardo Hinckel
Renata Guida
Tânia Pires
Zeca Cenovicz
adaptação
Maurício Arruda Mendonça
Cenografia
Paulo de Moraes
Figurinos
Carol Lobato
Luz
Maneco Quinderé
Som
Ricco Viana
Produção e idealização
Tânia Pires
Produção executiva
Bruno Mariozz
E
sta versão brasileira do clássico de Ibsen coloca em relevo, segundo Paulo de Moraes, o desenraizamento das
suas personagens, bem como uma implacável pulsão de
liberdade. Num plano inclinado – no qual, à excepção de um
aquário simbolizando a obsessão de Ellida, a protagonista, pela
água, poucos mais elementos existem –, o âmago desta Dama do
mar consiste na interpretação do seu elenco excepcional. Procurando pela primeira vez unir realismo com simbolismo, Ibsen
procurou denunciar as falsas aparências da sociedade burguesa do seu tempo. Tanto os alçapões que subjazem à ideia que
temos acerca da heterossexualidade, como o preconceito sobre
a assunção do desejo feminino, faziam soar os sinos da moralidade norueguesa do século XIX. E porventura os da sociedade
brasileira nossa contemporânea. E os da portuguesa?
Paulo de Moraes (Paraná, 1965) estreou-se como actor em
1984 numa montagem de Toda nudez será castigada, de Nelson
Rodrigues, dirigida por José António Teodoro. Três anos depois
cria a sua própria companhia e dirige um espectáculo a partir
de Oswald de Andrade. Desde essa altura tem dirigido textos de
Shakespeare, Wilde, Beckett, Carroll, Nelson Rodrigues, entre
outros. É director artístico da Armazém Companhia de Teatro,
instalada no Rio de Janeiro desde 1997.
Operação de luz
Jorge Raibott
Duração
1h15
Classificação
M/12
The Lady from the Sea is one of Ibsen’s classic plays. In this Brazilian version, Paulo de Moraes emphasizes the rootlessness
of the characters in a stripped-down set that only includes an
aquarium, simbolizing Ellida’s obsession with water. With his
theatre, Ibsen wished to denounce the masks of the bourgeosie
of his day. But in what way do his plays relate to contemporary
society in Brazil, or in Portugal?
Almada
dom 12
Escola d. António da costa
Palco Grande
40
22h30
41
Almada
L o c al
Esp ectáculo
Pág.
King size | Théâtre Vidy-Lausanne
9
E os tempos mudam... | Berliner Ensemble
19
Escola D. António
da Costa
Hotel da Bela Vista | Teatro Metastasio Stabile della Toscana
27
Devoração | Théâtre du Balèti
31
Palco Grande
A dama do mar | Talu Produções
41
Britânico | Ao Cabo Teatro
51
Fúria avícola | Teatro Stabile del Friuli
55
Al Pantalone | Teatro Meridional
63
Teatro Municipal
Joaquim benite
Hamlet | Teatro da Cornucópia / CTA
13
A menina Júlia | Schaubühne am Lehniner Platz
49
Sala Principal
Homenagem ao Ballet Gulbenkian | CNB
61
Iluminação | Dramafest
23
O espectador condenado... | Teatro Nacional de Cluj-Napoca
47
Última transmissão | ES.ARTE
17
A minha Pedra de Roseta | Palmyra Teatro
45
A tempestade | Voadora
53
Kafka apaixonado | Centro Dramático Nacional
57
Escrever, falar | Teatro dos Aloés
11
Um museu vivo de memórias... | Teatro do Vestido
33
Münchausen (leitura encenada) | Causas Comuns
64
Atra bilis (leitura encenada) | Teatro Meridional
64
NN 12 (leitura encenada) | ACTA
65
Dentro da terra (leitura encenada) | Teatro dos Aloés
65
Sei de um lugar | Producciones Prisamata
15
Sala Experimental
Fórum Romeu Correia
teatro-estúdio
António assunção
incrível almadense
Lisboa
Teatro Nacional D. Maria II O regresso a casa| Teatro Metastasio Stabile della Toscana
37
04
sáb
05
dom
06
seg
07
ter
08
qua
09
QUi
10
sex
11
sáb
13
seg
14
ter
15
qua
16
Qui
17
sex
18
Sáb
22h00
22h00
22h00
22h00
22h30
22h00
22h00
22h00
21h00
21h00
21h30 19h30
21h30 19h00
16h00 18h00 19h00
21h30 16h00 21h30
19h00
18h00
18h00
18h00
17h00 21h30
16h00 12h00 12h00
18h00
16h00
18h00
16h00
16h00 21h30 18h00
21h00 16h00
cCB / Grande Auditório
Cinema Apolo| Théâtre Vidy-Lausanne
59
cCB / Pequeno Auditório
Os nadadores nocturnos | Draft.inn
35
Teatro da Trindade
O ginjal | Teatro Nacional de Cluj-Napoca
39
culturgest
Your Best Guess | mala voadora
21
21h30 21h30 21h30 21h30 21h30
Teatro da Politécnica
Os acontecimentos | Artistas Unidos
25
19h00 19h00 19h00 16h00
Teatro do Bairro
Quatro santos em três actos | Teatro do Bairro
29
42
12
dom
21h00
18h00
18h00
16h00 19h00 19h00 19h00
21h30 21h30 21h30 17h00 21h30 21h30
43
21h30 21h30 21h30
Madrid | Espanha
Palmyra Teatro
O novíssimo teatro espanhol
Apoio: Acción Cultural Española, AC/E
Mi Piedra Rosetta
A minha Pedra de Roseta
De José Ramón Fernández
Encenação de David Ojeda
Intérpretes
Íris Jugo
Jesus Barranco
Manu Colinas
Patricia Ruz
Tomi Ojeda
Assistência de encenação
María Solanas
Cenografia
Vanessa Bajo
Figurinos
Esther Martín
Coreografia
Patricia Ruz
Música
Carlos Ramos
Coordenação artística
Sara Akkad
Legendas
Andreia Barros Ferreira
Língua
Castelhano
Legendado em português
Duração
1h40
Classificação
M/12
U
m violoncelista virtuoso teve um acidente do qual está
a recuperar com dificuldade. O seu irmão, surdo-mudo,
procura ajudá-lo convocando uma antiga colega violoncelista para que ensaiem juntos. Talvez assim lhe seja possível
recuperar o gosto pela vida. Uma professora de dança também é
trazida para esta história, por se tratar de alguém que consegue
traduzir a música em movimento. Cada uma das personagens
luta pela atenção e pelo olhar dos outros, cada uma procura viver de acordo com os seus sonhos e desejos. E todas desejam
superar as suas limitações de alguma forma – sejam elas físicas
ou psicológicas.
José Ramón Fernández é licenciado em Filologia pela Universidade Complutense. Em 1993 recebeu o Prémio Calderón de la
Barca pela peça Para quemar la memoria, em 1998 foi finalista
do Prémio Tirso de Molina com La tierra, e em 2003 recebeu o
Lope de Vega com Nina. Em 2011 recebeu o Prémio Nacional de
Literatura Dramática.
David Ojeda é licenciado em Filosofia e Letras pela Universidade de Madrid e doutorado em Artes Cénicas pela Universidade de Alcalá. É director da companhia El Tinglao, uma das
primeiras companhias espanholas a trabalhar com pessoas com
limitações físicas. Já levou à cena textos de autores como Juan
Mayorga, Marco Antonio de la Parra e Fernando Arrabal.
A virtuoso cello player has just been in an accident from which he is slowly recovering. His deaf and dumb brother tries to
help him by inviting one of his friends, a girl who also plays
the cello, so they can rehearse together. A dance teacher is also
brought into the picture, someone who can translate music into
movement. Each of them is looking for a way to deal with their
physical or psychological limitations.
Seg 13
Almada
Fórum romeu Correia
44
18h00
45
Teatro Nacional de Cluj-Napoca
Cluj-Napoca | Roménia
Apoio: Instituto Romeno de Cultura
Spectatorul
condamnat la moarte
O espectador condenado à morte
De Matei Vişniec | Encenação de Răzvan Mureşan
Intérpretes
Alexandra Tarce
Cristian Grosu
Diana Buluga
Elena Ivanca
Ileana Negru
Ionuţ Caras
Matei Rotaru
Miron Maxim
Patricia Brad
Radu Lărgeanu
Silvius Iorga
Cenografia
U
tilizando uma disposição cénica na qual os espectadores
rodeiam os actores, numa relação a um tempo íntima e
opressiva, O espectador condenado à morte consiste numa
paródia amarga ao sistema judicial da Roménia de Ceauşescu.
Um grupo de juízes impiedosos mostra um total desprezo pela
mais que presumível inocência do réu: na verdade, neste tribunal, qualquer um, a qualquer hora, pode tornar-se acusado.
Mesmo o mais incauto espectador. O jovem elenco do Teatro
Nacional de Cluj-Napoca ajusta contas com o passado recente
do seu país. A dada altura são as figuras do autor e do encenador
que entram em cena, tomando parte num julgamento cuja lógica se constrói à medida que a própria acção vai decorrendo.
Tudor Lucanu Assistência de cenografia
Radu Lărgeanu
Piano
Luiza Ghindă
Legendas
Ângela Pardelha
Matei Vişniec (Radauti, 1956) é dramaturgo e poeta. Aos 31
anos instala-se em Paris. Dada a censura dos seus textos, só em
1989 se tornará num dos autores mais representados na Roménia. Rapidamente a sua obra é traduzida e encenada em vários
idiomas. Entre as suas peças mais conhecidas encontram-se Velho palhaço, precisa-se (1987) e A velhota que fabricava 37 cocktails
Molotov por dia (2002).
Răzvan Mureşan (Cluj-Napoca, 1975) tem desenvolvido o seu
trabalho como encenador no Teatro Nacional de Cluj-Napoca,
dirigindo espectáculos a partir de textos de Sarah Kane, Bryan
Reynolds, Luca Romanov, Robert Cohen, Hervé Blutsch ou Matei Vişniec, entre outros.
Língua
Romeno
Legendado em português
Duração
1h40
Classificação
© Nicu Cherciu
M/16
46
The spectator sentenced to death is a bitter parody of Ceauşescu’s
Romania in which the spectators, the author and the director are
all brought into the action. A group of judges shows complete
contempt for the defendant, in a court where anyone might be
suddenly and unexpectedly accused of something. The young
cast of Cluj-Napoca’s National Theatre comes to terms with
Romania’s recent past by bringing it onto the stage.
Almada
Seg 13 ter 14 Qua 15
Teatro municipal joaquim benite
Sala Experimental
21h30 16h00 21h30
47
Berlim | Alemanha
Schaubühne am Lehniner Platz
Apoio: Goethe Institut
Fräulein Julie
A menina Júlia
A partir de August Strindberg
Encenação de Katie Mitchell e Leo Warner
Intérpretes
Cathlen Gawlich
Jule Böwe
Luise Wolfram
Tilman Strauß
Operação de câmaras
Andreas Hartmann
Krzysztof Honowski
Sons ao vivo
Laura Sundermann
Lisa Guth
Violoncelo
Gabriella Strümpel
Dramaturgia
Maja Zade
Cenário e figurinos
Alex Eales
Desenho de luz
Philip Gladwell
Desenho de som
Adrienne Quartly
Gareth Fry
Música
Paul Clark
O
jornal alemão Der Tagespiegel considerou esta produção
da Schaubühne “uma peça de teatro, que acaba por revelar-se um filme, que decorre num estúdio de som e que foi
coreografada com uma delicadeza extrema”. Com A menina Júlia
Katie Mitchell traz pela primeira vez a Portugal a sua técnica
dramatúrgica híbrida, entre o teatro e o cinema, segundo a qual
o espectáculo passa a consistir inclusivamente no virtuosismo
de um filme realizado em directo, no qual, segundo a encenadora, co-existem “um imperativo tecnológico e um imperativo poético”. Em dois ecrãs colocados por cima do cenário partilhado por
actores e cameramen são projectados os grandes planos a que o
público não tem acesso, dada a distância que o teatro inevitavelmente coloca entre o palco e a plateia: “Só no rosto existem duzentos músculos; numa sala de teatro, a partir da quarta ou quinta
filas, deixa-se de poder ver esses músculos trabalhar”.
Katie Mitchell (n. 1964) foi encenadora associada da Royal
Shakespeare Company e do National Theatre de Londres.
A imprensa criou-lhe o epíteto de “desempoeiradora dos clássicos”, graças à sua predilecção por autores como Eurípedes,
Ésquilo ou Tchecov. Conjuntamente com o realizador Leo
Warner tem desenvolvido uma técnica de encenação que explora as fronteiras entre o teatro e o cinema. As suas encenações de teatro e ópera têm sido apresentadas em cidades
como Dublin, Copenhaga, Milão, Nova Iorque – e nos festivais de Avignon, Salzburgo e Aix-en-Provence.
Língua
Alemão
Legendado em português
Duração
1h15
Classificação
© Stephen Cumminskey
M/12
48
Katie Mitchell and Leo Warner take August Strindberg’s Miss
Julie and turn it into something new and unique. This show is
structured as a live film shooting, with cast and crew together
on set (on stage), filming the story from an unusual perspective – that of the maid, Christine. With Miss Julie, Mitchell and
Warner worked at the Schaubühne for the first time.
almada
Seg 13 ter 14
Teatro municipal joaquim benite
Sala Principal
21h30 19h30
49
Porto | Portugal
Ao Cabo Teatro
Co-produção: CCVF, Theatro Circo e Teatro Municipal do Porto
Britânico
De Jean Racine
Encenação de Nuno Cardoso
Intérpretes
João Melo
Leonor Salgueiro
Mário Santos
Micaela Cardoso
Pedro Frias
Rodrigo Santos
Romeu Costa
Assistência de Encenação
Ana Luena
Tradução
Regina Guimarães
Cenografia
F. Ribeiro
Desenho de luz
José Álvaro Correia
Música
Rui Lima
Sérgio Martins
Produção executiva
Alexandra Novo
Direcção Administrativa
e de produção
José Luís Ferreira
Duração
2h10
Classificação
M/12
J
ean Racine escreveu Britânico depois de se confrontar
com a reacção de Corneille a Andrómaca, a sua peça anterior. As críticas que o seu rival tinha tecido prendiam-se
com o “carácter superficial e demasiado elegante do conteúdo de
Andrómaca e dos seus heróis”. A resposta veio na forma de uma
tragédia em cinco actos, representada pela primeira vez em
1669, na qual se reflectia sobre poder, honra e verdade através
de um “mergulho profundo no psicologismo das personagens”. O
colectivo Ao Cabo Teatro assume que, no momento histórico
no qual vivemos, a opção pelo teatro de repertório “poderá ser
interpretada como um desfasamento temporal”. Todavia, essa
escolha é deliberada e consciente, por permitir “aceder a um
imenso reservatório poético onde os infinitos retratos do Mundo,
das pessoas, das suas complexas relações, nos permitem a redescoberta permanente dos universais de que se faz também a contemporaneidade, e reinventarmo-nos a partir de uma memória densa e
profunda a que habitualmente se chama civilização”.
Nuno Cardoso é professor de teatro, actor e encenador. Iniciou o seu percurso teatral no princípio da década de 90 no
CITAC, em Coimbra. Foi director artístico do Teatro Carlos
Alberto entre 1998 e 2007, tendo sido esse espaço integrado
em 2003 na estrutura do Teatro Nacional São João. Para o Ao
Cabo Teatro já encenou peças de Sarah Kane, Don DeLillo,
Tennessee Williams, Lars Norén, Tchecov e Shakespeare, entre outros, em espaços como o Teatro Nacional D. Maria II, o
São Luiz Teatro Municipal ou o Teatro Nacional São João.
Corneille and his friends had critized Jean Racine’s Andromaque
for its shallow content. His response came with Brittanicus, a
five act tragedy that premiered in 1669, and that is a reflection
on the themes of power, honour and truth. Ao Cabo Teatro,
a company from Oporto, is aware of the risk of being labeled
outdated by staging classic plays. However, it states that those
plays “grant us access to an immense poetic reservoir”.
Almada
Ter 14
Escola D. António da costa
Palco Grande
50
22h00
51
Santiago de Compostela
Espanha
O novíssimo teatro espanhol
Co-produção: Centro Cultural Vila Flor,
30.ª Mostra Internacional de Teatro de Ribadavia, Teatro Bruto e Mafalda
Apoio: Acción Cultural Española, AC/E e AGADIC
Colaboração especial: Centro Dramático Galego
Voadora
La tempestad
A tempestade
A partir de William Shakespeare
Encenação de Marta Pazos
Intérpretes
Borja Fernández
Diego Anido
Fernando Epelde
Guillermo Weickert
Hugo Torres
Iván Marcos
Jose Díaz
Olalla Tesouro
Sergio Zearreta Tradução
Manuel Cortés
Cenografia
Ana Luena Figurinos
Uxía P. Vaello Coreografia
Diego Anido
Iván Marcos
Guillermo Weickert Luz
José Álvaro Correia Língua
Castelhano
Legendado em português
Duração
1h50
Classificação
M/12
A
companhia galega Voadora partiu da última obra de
Shakespeare, A tempestade, para criar um espectáculo
“crítico, mordaz, satírico, irreverente”, segundo o jornal La
Republica Cultural. A ilha onde se encontram Próspero e Miranda é encarada como um lugar de fantasia no qual cabem inúmeras referências da cultura pop, que contribuem para dar forma a
um espectáculo que inclui bailarinos, músicos e performers. De
acordo com Fernando Epelde, que adaptou o texto de Shakespeare, “A tempestade bebe de todas as fontes possíveis: o único limite
é o céu, e a única coisa proibida é o aborrecimento”.
A crítica espanhola destaca o carácter original de uma produção
que actualiza de forma criativa um texto clássico. No madrileno
La Playa, por exemplo, pode ler-se que se trata de “uma forma
muito mais interessante de compreender e de transmitir o autor”.
No Alcalá, Natália Martos sublinha que as representações da
Voadora “implicam o espectador e contam com a sua inteligência”.
Marta Pazos é encenadora, actriz e cenógrafa. Licenciada em
Belas Artes pela Universidade de Barcelona, começa a trabalhar
como performer em 1996. Desde 2000 já dirigiu espectáculos
em companhias espanholas, como a Voadora, Matrioska Teatro
e R&G, e em companhias portuguesas, como a Trigo Limpo Teatro ACERT, Baal17 e Almashra Teatro. Recebeu por duas vezes o
Prémio de Teatro María Casares para Melhor Encenação.
Galician company Voadora turns The Tempest upside down,
presenting it in contemporary attire. Dancers, performers and
musicians get together at Prospero’s island for a pop culture
rendition of William Shakespeare’s last play. “The only thing off
limits was boredom” warrants Voadora, a company that is developing its own language through the use of “live music, imagination, irony and movement”.
qua 15
Almada
Fórum romeu correia
52
18h00
53
Udine | Itália
Teatro stabile di innovazione
del Friuli Venezia Giulia
Co-produção: Fattore K.
Apoio: Instituto Italiano de Cultura
Furia avicola
Fúria avícola
De Rafael Spregelburd
Encenação de Rafael Spregelburd e Manuela Cherubini
Intérpretes
Amândio Pinheiro
Deniz Özdogan
Fabrizio Lombardo
Laura Nardi
Rita Brütt
Tradução
Manuela Cherubini
Vídeo
Igor Renzetti
Imagem
Ale Sordi
Música original
Zypce
Legendas
David Pais
N
os dias de hoje o nome de Cecilia Giménez provavelmente já não dirá grande coisa à maioria dos portugueses: mas se a este nome juntarmos a história de uma
velhinha paroquiana que, no Verão de 2012, numa aldeia perto
de Saragoça, decidiu “restaurar” um Ecce Homo da capela local,
então rapidamente nos vem à memória a polémica gerada em
torno deste caso. O ponto de partida para este espectáculo é
precisamente a discussão (e alguma histeria mediática) que
este episódio motivou em certos meios artísticos. Fúria Avícola
consiste em dois actos únicos sobre o fim da Arte e o absurdo
da burocracia. Estamos perante uma sátira plena de verve e corajosa, visto tratar-se do olhar de um não-europeu sobre certos
delírios nos quais se cai não poucas vezes no Velho Continente.
Entre os dois actos, é apresentado um intermezzo delirante sobre as maravilhas (e por vezes o absurdo) da tradução simultânea, à la Bruxelles, no qual brilham os portugueses Amândio
Pinheiro e Rita Brütt, dando cartas tanto na língua de Camões
como na de Petrarca.
Rafael Spregelburd (Buenos Aires, 1970) tornou-se globalmente conhecido graças às suas colaborações com a Schaubühne
de Berlim, o Royal Court de Londres, e o Piccolo Teatro de Milão.
No Festival de Almada apresentou já Dos personas diferentes dicen hace buen tiempo (1999) e La estupidez (2007).
Língua
Italiano
Legendado em português
Duração
1h40
Classificação
M/12
Argentinian playwright and director Rafael Spregelburd wrote
Furia Avicola about the media frenzy that surrounded the fact
that Cecilia Giménez took into her own hands the restoration
of a local Ecce Homo. His ferocious satire on European absurdities includes an intermezzo about what sometimes goes wrong
in simultaneous translation.
Almada
Qui 16
Escola d. António da costa
Palco Grande
54
22h00
55
Madrid | Espanha
Centro Dramático NAcional
O novíssimo teatro espanhol
Kafka enamorado
Kafka apaixonado
De Luis Araújo
Encenação de José Pascual
Intérpretes
Beatriz Argüello
Chema Ruiz
Jesús Noguero
Assistência de encenação
Juana Casado
cenografia
Alicia Blas Brunel
Figurinos
Rosa García Andújar
luz
Pilar Velasco
Música
Luis Delgado
Legendas
Ângela Pardelha
E
mbora uma percentagem muito elevada daquilo que Franz
Kafka escreveu tenha sido destruída pelo próprio, as suas
obras tornaram-se amplamente reconhecidas. A sua vida
privada, no entanto, tem permanecido relativamente invisível.
Foi a partir desta premissa que Luis Araújo escreveu um texto
que conta a história dos encontros e desencontros de Kafka
com Felice Bauer, mulher que conheceu em casa do seu amigo
Max Brod (o responsável por terem chegado até nós as obras de
Kafka, tendo recusado o pedido deste para que fossem destruídas). Bauer era uma mulher moderna para a época, directora de
uma empresa em Berlim, financeiramente independente e muito viajada. Estiveram noivos várias vezes, mas a relação acabou
por não resistir à impressão de Kafka de que uma vida burguesa,
confortável, seria incompatível com a sua ânsia de criar.
Luis Araújo (Madrid, 1956) é actor, dramaturgo, encenador e
guionista. Muitos dos seus textos para teatro já foram levados à
cena, publicados e traduzidos para várias línguas. Venceu também vários prémios ao longo da sua carreira.
José Pascual (Alicante, 1964) já levou à cena textos de autores
como Mamet, Brecht, Berkoff, Süskind, Shaw ou Lope de Vega,
entre muitos outros. Os seus espectáculos foram apresentados
em certames como o Festival de Outono de Madrid ou o Festival
de Teatro Clássico de Mérida. Em 1995 recebeu o Prémio Ícaro
e, em 2003, o Prémio Ojo Crítico.
Língua
Castelhano
Legendado em português
Duração
1h10
Classificação
© Marta Vidanes
M/12
56
Even though Franz Kafka’s work is widely known, his private
life remains almost invisible. Luis Araújo wrote Kafka enamorado to tell the story behind the troubled relationship between Kafka and Felice Bauer, a woman he met at his friend Max
Brod’s house. Despite their intention of getting married, their
relationship ended due to the author’s need to create.
sex 17
ALMADA
FÓRUM ROMEU CORREIA
18h00
57
Lausana | Suíça
Théâtre Vidy-Lausanne
Co-produção: Comédie de Genève, Théâtre du Loup, St-Gervais Genève le théâtre,
Compagnie Rumpelpumpel, Compagnie Service Public,
Espace Jean Legendre Compiègne-scène nationale de l’Oise en préfiguration
Co-apresentação: Centro Cultural de Belém
Cinéma Apollo
Cinema Apolo
De Michel Deutsch e Matthias Langhoff
Encenação de Caspar Langhoff e Matthias Langhoff
Intérpretes
Christophe Kehrli Evelyne Didi
François Chattot
Nicole Mersey
Pascal Tokatlian
Philippe Puglierini Assistência de encenação
Emily Barbelin
Música
Arthur Besson
Cenografia e figurinos
Catherine Rankl
Luz
Mattias Bovard
Caspar Langhoff Som
Denis Hartmann
Frédéric Morier
Samaël Steiner Adereços
Mathieu Dorsaz
Legendas
David Pais
Língua
Francês
Legendado em português
Duração
2h50 (com intervalo)
Classificação
M/12
I
nspirando-se no célebre romance de Moravia (O desprezo),
que deu origem ao inesquecível Le mépris, de Godard, Matthias Langhoff e Michel Deutsch escreveram um epílogo à
trágica relação de Riccardo com a sua bela mulher. Num cinema de Novara, uma cidade perdida em Itália (o filme Encore une
bière, que é também uma homenagem a Ricotta, de Pasolini, é
projectado antes do espectáculo e situa-nos na acção), é exibida
pela última vez Il ritorno di Ulisse, nada menos que a película
durante a rodagem da qual o guionista Riccardo perdera a sua
mulher para as mãos de um rico produtor americano. E é justamente Riccardo, interpretado por François Chattot, quem sai
da sala do Cinema Apollo à procura de uma cerveja e entabula
conversa com a rapariga que vende pipocas no átrio – e que não
gosta de cinema, mas que conhece bem a história de Ulisses e
da sua relação com as mulheres. Na verdade, será que o herói
de Homero não demorou tanto tempo a voltar para a sua Ítaca
porque simplesmente a vida com Penélope o aborrecia?
Matthias Langhoff (Zurique, 1941) cresceu em Berlim, onde
o pai era director do Deutsches Theater, tendo começado a encenar em 1963. Em 1989, em Avignon, Langhoff criou com sucesso A missão, de Müller, e A cacatua verde, de Schnitzler, peças
que apresentará também no Théâtre Vidy-Lausanne, depois de
assumir a sua direcção, em 1989. Dirige esse teatro durante
dois anos, antes de se tornar co-director do Berliner Ensemble,
entre 1992 e 1993. Posteriormente inicia um período de deambulação por vários teatros em toda a Europa.
Freely inspired in Moravia’s novel Contempt – the one Godard
adapted to cinema in the unforgettable Le mépris, with Bardot,
Piccoli and Fritz Lang in the main roles –, Matthias Langhoff
and Michel Deutsch wrote a sort of epilogue to the tragic story
of Riccardo and his beautiful wife. François Chattot plays Riccardo, who leaves Cinéma Appolo craving for a drink and ends
up talking to the girl who’s selling popcorn.
Lisboa
sex 17
Centro cultural de belém
Grande Auditório
58
21h00
59
Lisboa | Portugal
Companhia Nacional de Bailado
Em associação com a Fundação Calouste Gulbenkian
BG, Programa de homenagem
ao Ballet Gulbenkian
Coreografias de Hans van Manen, Ohad Naharin, Olga Roriz e Vasco Wellenkamp
Treze gestos de um corpo
Coreografia
Olga Roriz Cenografia e figurinos
Nuno Carinhas Desenho de luz Orlando Worm Será que é uma estrela?
Coreografia
Vasco Wellenkamp Figurinos
Liliana Mendonça
Desenho de luz
Vítor José Twilight
Coreografia
Hans van Manen Cenografia e figurinos
Jean-Paul Vroom Desenho de luz
Jan Hofstra Minus 16
O
Ballet Gulbenkian é memória inextinguível da arte e, em
particular, da dança em Portugal. Evocar o seu repertório e individualidades indissociáveis da sua história é a
homenagem que a CNB lhe presta. Avivar-se-ão experiências,
emoções e sonhos dos que experimentaram tantos momentos
inesquecíveis dessa companhia. Proporcionar-se-á vida a uma
narrativa a que alguns já só chegam em testemunhos ouvidos.
Este é, também, um desafio assumido pela CNB: manter vivo
um património que nos une ao passado, mas que nos continua
a fazer hoje. Recorrer às obras que constituem este programa é
potenciar o repertório da CNB, é proporcionar aos seus intérpretes a oportunidade de dançar o imaginário de muitos.
A Companhia Nacional de Bailado foi criada por iniciativa
governamental em 1977, por despacho de David Mourão Ferreira, Secretário de Estado da Cultura de então. A sua estreia
oficial aconteceu a 17 de Dezembro do ano da sua fundação,
no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, o local onde ficou instalada durante os primeiros anos de actividade. Entre os
seus elementos fundadores contam-se Luna Andermatt, Vera
Varela Cid, Pedro Risques Pereira e Armando Jorge, que viria a
assumir a direcção. A CNB é conhecida pela sua versatilidade no
que respeita à interpretação dos géneros clássico, neoclássico,
moderno e contemporâneo.
Coreografia e figurinos
Ohad Naharin Desenho de luz
Bambi Duração
2h00 (c/ dois intervalos)
Classificação
© Bruno Simão
M/6
60
Ballet Gulbenkian is the inextinguishable memory of art and,
in particular, of the dance in Portugal. CNB pays homage to BG
by evoking its repertoire and inseparable individuals that created its history. Experiences will be livened up as well as dreams
and emotions of those who experienced so many unforgettable
moments of this company. Life will be provided to a narrative
that some can only have access through oral testimonies. This
is also a CNB assumed challenge: keep alive a legacy that bring
us together with past days but still does today.
Almada
Sex 17 Sáb 18
Teatro Municipal Joaquim Benite
Sala Principal
21h30 19h00
61
Lisboa | Portugal
Teatro Meridional
Espectáculo de honra
Al Pantalone
De Mário Botequilha
Encenação de Miguel Seabra
Intérpretes
Guilherme Noronha
Rui M. Silva
Sofia Correia
Vitor Alves da Silva
Assistência de encenação Emanuel Arada
Marta Carreiras
Vitor Alves da Silva
Espaço cénico e figurinos
Marta Carreiras
Desenho de Luz Miguel Seabra Música original
e espaço sonoro Fernando Mota
Rui Rebelo
Al
Pantalone regressa ao Festival depois de ter vencido a
votação para Espectáculo de Honra 2015. O espectáculo do Teatro Meridional, que foi buscar inspiração à
commedia dell’arte, foi também entretanto eleito pela Associação
Portuguesa de Críticos de Teatro como Melhor Espectáculo de
2014. Embora mantenha uma ligação ao género de teatro italiano do século XV, o texto de Mário Botequilha é contemporâneo
e debruça-se sobre os nossos tempos – “tempos de bancarrota
ética e moral”. Pantalone, o “homem que quer sempre mais uma
moedinha no porta-moedas e um amigo bem colocado no bolso” é o
impostor que protagoniza uma comédia de embustes. Uma história que, nas palavras com que a APCT justificou a atribuição
do seu prémio, evoca “com delicado e sagaz humor, as armadilhas
de uma sociedade magnetizada pelo dinheiro”.
Mário Botequilha é argumentista e dramaturgo. Al Pantalone
é o segundo texto que escreve para o Teatro Meridional com
influência da commedia dell’arte – em 2001 a companhia levou à
cena Delírios dell’arte, texto com o qual venceu o Prémio Melhor
Texto de Teatro da Associação Portuguesa de Argumentistas e
Dramaturgos.
Miguel Seabra é actor, encenador e professor. Licenciado em
Teatro – Formação de Actores, pela Escola Superior de Teatro e
Cinema, fundou o Teatro Meridional em 1992, companhia que
co-dirige com Natália Luiza, e que foi agraciada em 2010 com o
Prémio Europa Novas Realidades Teatrais.
Duração
1h15
Classificação
© Nuno Figueira
M/12
62
Each year, the audience at Festival de Almada votes for one
show to return the following edition. Al Pantalone was last
year’s choice, a comedy directed by Miguel Seabra that draws
inspiration from some of the characters of commedia dell’arte to
bring forth a contemporary work about these times of “ethical
and moral bankrupcy”. Embezzlment and greed stand at the centre of Mário Botequilha’s original text.
almada
Sáb 18
escola D. António da costa
Palco Grande
22h00
63
Leituras encenadas
Leituras encenadas
O novíssimo teatro espanhol
O novíssimo teatro espanhol
Causas Comuns (Lisboa)
ACTA – A companhia de teatro do Algarve (Faro)
Münchausen
NN12
De Lucía Vilanova | Direcção de Cristina Carvalhal
De Gracia Morales | Direcção de Luís Vicente
“D
ecidi retratar uma família infeliz através do olhar de uma criança”, explica Lucía
Vilanova, que coloca no centro da acção Nik, um rapaz que vai crescendo ao
longo de uma peça cuja proposta desafia uma das mais elementares convenções do teatro: a de que é necessário as personagens serem interpretadas por actores. Antes
do início do texto, encontra-se uma pequena nota que sugere o seguinte: “As personagens de
Nik I e Nik II podem ser interpretadas por bonecos, projecções, hologramas… ou qualquer outro
meio que substitua a presença de actores – crianças – de carne e osso em palco”.
Lucía Vilanova (Oviedo, 1961) começou a escrever depois de mais de 15 anos de carreira
como actriz de teatro, de zarzuela e de televisão. Em 2002 decidiu ir estudar para a Real
Escuela de Arte Dramático (RESAD), de Madrid, e foi lá que começou a escrever. Münchausen, que estreou no Centro Dramático Nacional, foi o seu trabalho de fim de curso, tendo
sido o vencedor do Prémio Assitej em 2007.
almada
NN
é a abreviatura da expressão latina “nomen nescio”, que significa “nome
desconhecido”. 12 é o número de corpos que são encontrados numa vala
comum, sem que se saiba a quem pertencem. NN12 é o número atribuído
ao único corpo de mulher, que uma investigadora forense presentemente tenta identificar.
Descobre que esta mulher terá tido um filho poucos dias antes de ter sido assassinada. A
seu lado está Esteban, um jovem que cresceu num orfanato e que procura os seus pais entre
os mortos. Gradualmente chegam a um conhecimento cada vez maior sobre NN12, e a partir de uma abreviatura começa a compor-se a memória de uma pessoa bem real.
Gracia Morales (Granada, 1973) é doutorada em Filologia Hispânica pela Universidade
de Granada. Lecciona Literatura Hispano-americana e Teatro na Universidade na qual se
formou e na Universidade de Jaén. Já escreveu mais de 15 textos para teatro, com os quais
venceu prémios como o Prémio Marqués de Bradomín, o Prémio Miguel Romero Esteo ou
o Prémio SGAE de Teatro 2008 (este último com NN12).
almada
Teatro-Estúdio António Assunção
Ter 07
Conversa com Lucía Vilanova (após a leitura)
Moderação: José Gabriel Lopez Antuñano
18h00
Teatro-Estúdio António Assunção
Ter 14
Conversa com Gracia Morales (após a leitura)
Moderação: Eunice Azevedo
18h00
Teatro Meridional (Lisboa)
Teatro dos Aloés (Amadora)
Atra bilis
Dentro da terra
De Paco Bezerra | Direcção de Elsa Valentim
De Laila Ripoll | Direcção de Natália Luiza
A
P
tra bilis consiste numa comédia negra e grotesca de Laila Ripoll, que situa a acção
num velório. No teatro desta dramaturga é frequente a presença dos vivos e dos
mortos, de espíritos e fantasmas, do presente e do passado. Segundo Isabelle Reck,
que estudou a obra da autora espanhola, “a sua originalidade reside também na forma como a
realidade trágica nos é dada a ver de um modo indirecto: através da tela das recordações, dos sonhos, das visões, dos simulacros, dos rituais, dos jogos meta-teatrais e do grotesco para retratar
o mundo desolador da humanidade ‘bestializada’”.
aco Bezerra define Dentro da terra como um “thriller rural”. O texto aborda a história de uma família com uma forte relação com a agricultura (em particular, com o
cultivo do tomate), dentro da qual existe um conflito entre dois irmãos devido às
posturas distintas que adoptam quanto à forma como o trabalho – e a vida – devem ser
geridos. Tudo se agudiza com a presença de imigrantes ilegais, que trabalham na quinta
em condições difíceis, e com a doença do pai, que descobre que talvez não tenha muito
mais tempo de vida.
Laila Ripoll (Madrid, 1964) é dramaturga, actriz e encenadora. Fundou a companhia Micomicón no início da década de 90, um colectivo com o qual se dedicou a levar à cena clássicos do teatro espanhol, de autores como Lope de Vega e Calderón de la Barca, entre outros.
Dos seus textos para teatro destacam-se La ciudad sitiada, uma peça que venceu o Prémio de
Teatro da Caja España em 1996, e Los niños perdidos, sobre a Guerra Civil Espanhola.
Paco Bezerra (Almería, 1978) é licenciado em Dramaturgia e Ciências Teatrais pela RESAD. Já trabalhou como actor em teatro e em cinema. É professor de Literatura Dramática
no Teatro William Layton, em Madrid. Da sua obra destacam-se Viaje a Tindspunkt (Prémio
Calderón de la Barca em 2007) e Dentro de la tierra (Prémio Nacional de Literatura Dramática de Espanha em 2009).
almada
almada
Teatro-Estúdio António Assunção
Seg 13
Conversa com Laila Ripoll (após a leitura)
Moderação: José Gabriel Lopez Antuñano
16h00
64
Teatro-Estúdio António Assunção
Qui 16
Conversa com Paco Bezerra (após a leitura)
Moderação: Rui Pina Coelho
16h00
65
Espectáculos
de rua
Ru a CÂndido dos r ei s ( Cacilh a s )
Retimbrar
Percussão / Arruada
E spla nada da E s c ola D . A n t ó ni o da Co s ta
Performance / instalação
Residual
gurus
Summer Jazz Quartet
Retimbrar
Sex 10 > 20h00
Sáb 11 > 20ho0
Sáb 04 > 20h30
Sáb 04 > 24h00
Mr. Ping Pong
Sáb 04 > 20h00
Música
na esplanada
Jazz
Performance
Música tradicional portuguesa
Teatro físico
Conjunto
Apodec
Sex 17 > 20h00
Sáb 18 > 20ho0
Dom 05 > 20h30
Sopa de pedra
Arena
Pr a ça da port ela (Feij ó/L a ra n jeir o )
Residual Gurus
Arena
Performance
Teatro físico
Sex 10 > 20h00
Sex 17 > 20h00
Música cigana
Sonidos
de mi Tierra
Percussão / Arruada
Bárbara
Santos
O trance
do mimo
Seg 06 > 20h30
Ter 07 > 20h30
Fado
Trio
Satz
Guents
dy Rincon
Música Mexicana
Trio de Cordas
Música cabo-verdiana
Qua 08 > 20h30
Qui 09 > 20h30
Sex 10 > 20h30
Cais Sodré
Funk connection
La bottega
di Figaro
Funk
Músicas de Nino Rota para Fellini
Sex 10 > 24h00
Sáb 11 > 20h00
Norberto
LObo
Congo Stars
Vibration
Sáb 11 > 22h00
Dom 12 > 20h30
Acústico
Música do baixo congo
Orquestra Típica
Milongueira de Lisboa
Aether
Quarteto
Tango
Dvorák e beethoven
Seg 13 > 20h30
ter 14 > 20h30
Andando
Caminos
Ahi
Nana!
André
Cabaço
Música afro-peruana
Música cubana
Música moçambicana
Qua 15 > 20h30
Qui 16 > 20h30
sex 17 > 20h30
Música tradicional
Djumbai
Jazz
Música guineense
Tó
Trips
Sex 17 > 22h00
Sáb 18 > 20h00
Sáb 18 > 24h00
Sopa
de Pedra
66
GipsY Jazz
67
Acústico
o sentido dos mestres
Três dias com Peter Stein
Actos complementares
O
sentido dos mestres teve a sua primeira edição no 31.º Festival de Almada,
no ano passado. Trata-se de um programa com o apoio da Share Foundation que tem como objectivo promover a formação contínua através
do contacto com reputados criadores portugueses e estrangeiros. A inaugurar
este ciclo esteve Luis Miguel Cintra, actor e encenador, que durante cinco tardes
conversou com os participantes sobre aquelas que considerava as áreas base da
criação teatral: a formação artística; os modos de produção e a relação com o
público; o repertório e os textos; o espaço cénico; e o trabalho com os actores.
Este ano, O sentido dos mestres estará a cargo de Peter Stein, um dos mestres do
teatro europeu ainda em actividade, e que durante três dias vai dar a conhecer a
sua forma de conceber o teatro enquanto actividade artística e profissional.
07 JUL > 15h00 O nascimento do teatro
Almada
08 JUL > 15h00 O texto teatral
Casa da cerca
09 JUL > 15h00 O espaço cénico
Centro de arte Contemporânea
Peter Stein (Berlim, 1937) estudou Filologia e História de Arte antes de se dedicar
ao teatro. Começou por trabalhar como
assistente de encenação de Fritz Kortner
no Kammerspiel em Munique, entre 1964
e 1965. Assinou a sua primeira encenação
em 1967 com Saved, de Edward Bond, e o
seu talento foi prontamente reconhecido:
o espectáculo foi considerado o melhor do
ano pela revista Theater Heute. Em seguida, dirigiu um conjunto de espectáculos de
acentuado cariz político, que contribuíram
para ser nomeado director da Schaubühne
em 1970. Neste teatro, começou a levar à
cena peças como Viet Nam Diskurs, de Peter Weiss; A mãe, adaptação de Brecht do
romance de Gorky; A tragédia optimista, de
Vichnievski; Peer Gynt, de Ibsen; O príncipe
de Homburgo, de Kleist; ou La cagnotte, de
Labiche, entre muitos outros. Em 1980,
encenou Oresteia, de Ésquilo, num espectáculo que marcou a história do teatro na
Alemanha. Em 1985 deixou a Schaubühne
e tornou-se freelancer, tendo dirigido, por
exemplo, As três irmãs, O ginjal e Tio Vânia,
de Tchecov. Entre 1992 e 1997 dirigiu o
Festival de Salzburgo, no qual foi responsável por espectáculos de ópera de grande
escala. Vive desde 1999 em Itália, na região
da Toscana. Regressa agora ao Festival de
Almada depois de, em 2012, ter trazido o
seu recital Faust Fantasia, criado a partir
da obra-prima de Goethe, e de em 2013
terem sido apresentados dois espectáculos com encenação sua: Le Prix Martin, de
Labiche, e Krapp’s Last Tape, de Beckett.
Os interessados em participar no curso deverão enviar o Curriculum vitae e uma Carta de
Motivação para [email protected]. A inscrição tem um valor de 60€ (30€ se os participantes
forem Assinantes do Festival de Almada). As conferências realizam-se em inglês.
68
69
exposição de artes plásticas
exposição documental
Homenagem 2015: Rogério de Carvalho
Coordenação de José Manuel Castanheira
Reflexos
De Rui Sanches | Coordenação de Ana Isabel Ribeiro
E
m 1974 conheci Rogério de Carvalho no GITT/Trafaria, fazendo a cenografia para Povoação vende-se, de Lizarraga, e logo de seguida As três irmãs,
de Tchecov. Juntos fizemos até hoje mais de meia centena de criações. Um
trabalho tão regular e intenso que se foi tornando em muitos aspectos num diálogo comum. Não é fácil escrever em breves linhas sobre a dimensão deste encenador. Talvez tudo se pudesse resumir à construção de um grande laboratório
das palavras e das imagens das palavras, ou a uma espécie de incessante labor
arqueológico sobre a verdade e a mentira do personagem/actor. Um trabalho que
emerge a partir da própria experiência de vida e onde através da leitura das suas
propostas (visões, espectáculos...) irrompe uma gramática própria plena de referências sobre as inquietações dominantes da condição humana. Ao longo de mais
de 40 anos vivi esta epopeia de um encenador que imprimiu sempre aos seus dias
uma dualidade indissociável, quase uma obsessão – estudar, estudar, experimentar, experimentar. Para Rogério de Carvalho o teatro é um microcosmos feito de
actores, palavras, espaço, luz, algures num tempo sem definição, e encerrados
numa espécie de relojoaria artesanal à procura de uma possibilidade. R
eflexos é o título desta exposição do escultor Rui Sanches, integrada no
Festival de Almada, para o qual o artista foi convidado a criar a imagem
gráfica do cartaz (cujo original também se apresenta). Com 12 dípticos
de desenho e fotografia, e uma escultura, esta exposição reúne um conjunto de
obras que, porventura pelo seu contexto, nos remetem para o mundo teatral,
com a sua construção de realidades paralelas, habitadas por personagens misteriosas, cujas vidas se tecem num sábio equilíbrio de luz e sombra.
Rui Sanches mantém uma estreita relação com o desenho. Inicialmente pintor,
abandonaria esta arte pela escultura, mas cultivaria uma clara apetência por
experiências pictóricas. Agora, depois de uma primeira abordagem à fotografia no início dos anos 90, Rui Sanches retoma-a, em estreito e lúdico diálogo
com o desenho. Esse mesmo gosto de revelação e descoberta é perceptível na
escultura que oferece vários pormenores espaciais, a descobrir à medida que o
visitante a circunda.
Emília Ferreira
José Manuel Castanheira
Rogério de Carvalho (Gabela, 1936)
formou-se em Economia e foi professor
de liceu durante vários anos. Frequentou
o Conservatório durante os anos 70, bem
como cursos de improvisação e representação. A partir de 1968 dirige o grupo de
teatro da Escola Secundária Anselmo de
Andrade, em Almada, no qual leva à cena
textos de Sófocles, Brecht, Weiss e Beckett,
entre outros. A esta experiência seguiu-se
o teatro amador, com o Grupo de Intervenção Teatral da Trafaria, no qual colabora
pela primeira vez com José Manuel Castanheira. O seu primeiro espectáculo profissional foi uma encenação de Conceição ou
um crime perfeito, de Jaime Salazar Sampaio, no São Luiz. Encenou o seu primeiro
Tio Vânia, de Tchecov, para o grupo amador Teatro da Caixa em 1979, espectáculo
distinguido pela APCT com os prémios de
melhor espectáculo, melhor encenação e
melhor cenografia. A sua carreira profissional continuou depois em colaborações
com diversas companhias: Companhia de
Teatro de Almada, Grupo de Teatro Hoje,
Teatro do Mundo, Teatro do Século, Teatro Experimental de Cascais, Companhia
de Teatro de Braga, A Escola da Noite, As
Boas Raparigas, Ensemble e Mala Voadora, entre muitas outras. Dirigiu também
espectáculos no TNDMII e no TNSJ, e colaborou por diversas vezes com grupos de
teatro universitário. Dirigiu textos clássicos e contemporâneos, de autores como Gil
Vicente, Molière, Marivaux, Strindberg,
Schnitzler, Brecht, Kroetz, Fassbinder,
Handke, Cocteau, Genet, Koltès, Müller,
Pinter ou Barker, entre outros.
Almada
De 04 a 18 JUL
Escola D. António da Costa
Átrio
Das 15h00 às 24h00
70
Rui Sanches (Lisboa, 1954) estudou em
Lisboa no Ar.Co, em Londres no Goldsmiths’ College e em New Haven na Universidade de Yale. Em 1984 realiza a sua
primeira exposição individual na Galeria
de Arte Moderna da S.N.B.A.. Participa
na exposição Le XXème au Portugal, que
ocorre em Bruxelas em 1986, ano em que
faz também a decoração do bar Frágil, no
Bairro Alto, e em que recebe ainda um prémio de aquisição na Bienal de Vila Nova
de Cerveira. É convidado a participar na
exposição Prémio jovem escultura Unicer,
que tem lugar em 1988, na Fundação de
Serralves, onde lhe é atribuído o primeiro prémio. Em Janeiro de 1991 realiza
a exposição Desenhos no Centro de Arte
Moderna da Gulbenkian, que inclui uma
selecção de desenhos realizados entre
1982 e 1990. No mesmo ano expõe em
Roma, na Galleria Stefania Miscetti, um
grupo de esculturas e desenhos. Realiza
uma peça, Anunciação, concebida especificamente para o espaço do Museum van
Hedendaagse Kunst Ghent no âmbito da
Europália 91. Em 1994 começa a trabalhar como Director-Adjunto do CAMJAP
da Gulbenkian, cargo que ocupa até 1998,
ano em que regressa ao Ar.Co para dirigir
o departamento de Escultura. Em 2001
a Gulbenkian organiza uma exposição
retrospectiva do seu trabalho. Para além
das exposições referidas, tem apresentado
o seu trabalho em dezenas de exposições
individuais e colectivas em países como
Portugal, Espanha, Brasil, Itália, Bélgica e
Japão, estando representado nas mais importantes colecções públicas portuguesas.
De 19 JUN a 30 AGO
Almada
Ter a sex > 10h00 às 18h00
Sáb e Dom > 13h00 às 18h00
Casa da cerca
Centro de arte Contemporânea
Encerra às Segundas e feriados
71
exposição de artes plásticas
exposição de artes plásticas
Cenografia
Vitapop
De José Manuel Castanheira
De Pedro Almeida
A
s cenografias de José Manuel Castanheira conjugam o exterior e o interior
com uma arte consumada, mas secreta, poderosa e desconcertante. Propõem composições mentais. Mantêm no palco a coabitação da natureza
e da cultura, que a vida muitas vezes desassocia e só o palco alia. Castanheira
não foi, como tantos outros cenógrafos, o companheiro privilegiado de um único
encenador e, quando se olha para a sua “obra”, efectua-se uma verdadeira visita
ao panorama teatral português. Quanto à sua fidelidade, não a consagrou a um
companheiro único mas ao teatro, uma vez que o conjunto de cenografias que
se estende diante dos nossos olhos testemunha uma verdadeira disponibilidade,
uma confiança nunca desmentida na expressão de um artista livre que pode passar sem restrição da arborescência barroca à redução íntima, da expansão dos
materiais “cénicos” cujo artifício é assumido à virtude moral dos trabalhos em
madeira e dos tecidos presentes na sua expressão mais pura. A sua “obra” não
se situa sob o signo do único, mas do múltiplo, do heterogéneo, do diverso, em
suma, de uma energia visual que não deixa de deslumbrar sem nunca se esgotar.
Georges Banu
(excerto adaptado do prefácio “Uma obra cenográfica, uma verdadeira obra”
in CASTANHEIRA-CENOGRAFIA)
José Manuel Castanheira (Castelo
Branco, 1952) é arquitecto, cenógrafo,
pintor e professor. Conta com cerca de 250
cenografias (teatro, ópera, cinema, dança)
tendo trabalhado em 13 países com 78
encenadores. Em 1994 dirigiu com Georges Banu e Yannis Kokkos o workshop Mutations de la scénographie contemporaine
no Festival d’Avignon. Em 1993 o Centre
Georges Pompidou, em Paris, apresentou
uma retrospectiva da sua obra. Em 1995
integrou o júri mundial da Quadrienal de
Cenografia e Arquitectura Teatral de Praga. Fez várias exposições de pintura e/ou
cenografia, nomeadamente no Centro de
Arte Moderna da Gulbenkian, no Centro
Cultural de Belém, no MEIAC, em Badajoz,
na Casa da Cerca, em Almada, e no Teatro
Maria Guerrero, em Madrid. É professor
na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa desde 1982. Foi administrador do Teatro Nacional D. Maria II entre
2006 e 2008. Em 2011, fundou o SCENA/
Encontros Internacionais de Cenografia
e já este ano a International Academy of
Scenography. Pertence ao Conselho Científico do Instituto Europeu de Cenografia
(Grenoble) e é actualmente o presidente
da direcção da Associação Portuguesa de
Cenografia. Recebeu vários prémios, nomeações e distinções nacionais e internacionais e, em 2010, foi designado membro
da Real Academia de Belas Artes de Cádiz.
Sobre o seu trabalho encontram-se publicados os livros Castanheira-Cenografia
(2013) e Desenhar Nuvens (2014).
Almada
De 04 a 18 JUL
Escola D. António da Costa
Sala Polivalente
Das 15h00 às 24h00
72
“P
licenciatura e um mestrado em Pintura.
O artista, que expõe regularmente desde
2010, situa o seu trabalho entre a Pintura e
a Instalação. Quanto a Vitapop, acrescenta
ainda que “as pinturas executadas apresentam figuras com elevado grau de satisfação
e de humor, levando-nos a acreditar no efeito benéfico que os medicamentos inventados
produzem no seu organismo. Ao fazerem publicidade ao medicamento, as personagens da
BD criam uma relação de proximidade com a
doença e a morte, transformando-se em personagens temporais e efémeras.”
artindo de uma selecção criteriosa de figuras populares da banda
desenhada e recor­rendo à ideia do
poster que faz propaganda ao medicamento,
criei um grupo de pinturas onde é evidente a
ligação entre o mundo real do medicamento e
o mundo não-real da banda desenhada.” Esta
relação entre a BD e os anúncios a medicamentos está ligada à própria formação de
Pedro Almeida, que se licenciou primeiro
em Ciências Farmacêuticas, e só depois
iniciou a sua formação na Faculdade de
Belas Artes da UL, na qual terminou uma
De 06 JUL a 11 OUT
Almada
Qui a Sáb > 19h00 às 21h30
Dom > 15h00 às 19h30
Teatro Municipal Joaquim benite
Galeria
Em dias de espectáculo a galeria está aberta a partir das 19h00
Arte e comunidade
apresentação
de livro
De Hugo Cruz
A
rte e comunidade é um livro que regista várias reflexões sobre os projectos artísticos de cariz comunitário,
recorrendo a um olhar holístico e integrado. Citando manifestações observadas em
diferentes países, como Portugal, Brasil,
Argentina, Palestina e Holanda, Hugo Cruz
pretende com esta obra aliar a visão artística com a das ciências sociais e humanas.
O autor tem desenvolvido actividade nas
duas áreas, não só leccionando frequentemente em pós-graduações e mestrados
(como por exemplo na pós-graduação de
Teatro: uma ferramenta na intervenção em
contextos sócio-educativos), como também
dirigindo a estrutura artística PELE e o
Imaginarius – Festival Internacional de
Teatro de Rua de Santa Maria da Feira.
Arte e Comunidade é um contributo no
sentido da valorização de projectos artísticos de cariz comunitário, da promoção
da sua visibilidade e da criação de um espaço de reflexão sobre as mesmas. O livro
contou com o apoio da Fundação Calouste
Gulbenkian, da Direcção-Geral das Artes
e da PELE.
Almada
Sáb 18
Escola D. António da Costa
Esplanada
18h00
73
encontros da cerca
encontros da cerca
O novíssimo
teatro espanhol
Políticas culturais, identidades
e nacionalismos
Coordenação de José Gabriel Lopez Antuñano
Coordenação de Carlos Vargas
A
O
dramaturgia espanhola do início deste século apresenta claros sinais de
ruptura com aquela que caracterizara os dramaturgos de transição (Sinisterra, Fermín Cabal, Ignacio Amestoy ou Alonso de Santos). A dramaturgia dos últimos 15 anos caracteriza-se, para além desta mudança de geração, por
propostas numerosas, temática e qualitativamente muito diversas.
O que unifica os novos textos de teatro é uma correcta construção formal, para
a qual contribui o facto de muitos destes novos dramaturgos terem sido formados em escolas de arte dramática, oficinas, ou através de programas de escrita
para teatro. Apesar de uma certa tendência “formalista”, do gosto por estruturas
mais próximas do cânone tradicional, e de uma grande depuração da linguagem,
nada compromete a vitalidade destas obras, nem faz com que deixem de abordar
temas próximos do pulsar da sociedade; e nada impede que surjam obras que
ignoram a causalidade e que mergulham nas águas da experimentação.
fenómeno da globalização favorece movimentos aparentemente contraditórios. Ao mesmo tempo que parece fazer surgir o predomínio de
culturas dominantes, faz sobressair também novos centros de criação
e de difusão de culturas e de comunidades locais. Estes movimentos impõem
novas formas e dinâmicas de equilíbrio e de governação dos territórios, e devem ser tidos em consideração no desenho das políticas culturais do futuro.
Estas devem surgir de uma formulação holística – que não ignore que as novas
realidades se encontram em mutação constante –, o que implica pensar, negociar e operacionalizar os interesses colectivos das sociedades, em diálogo, neste
mundo global, com o poder destas redes. O diálogo entre culturas e a mercantilização da cultura e da comunicação, ou seja, a coabitação cultural, mais do que
realidade, é, acima de tudo, uma questão política decisiva na manutenção do
instável equilíbrio dos Estados, das regiões e do mundo globalizado.
José Gabriel Lopez Antuñano
Carlos Vargas
Participantes
Participantes
Carlota Ferrer, David Ojeda, Diego Palacio Enríquez, Iván Morales,
José Manuel Mora e José Ramón Fernández
Cristina Montalvão Sarmento, Guilherme d’Oliveira Martins, José Adelino Maltez,
José Maria Brandão de Brito e Rui Vieira Nery | Moderação: Margarida Gouveia Fernandes
José Gabriel Lopez Antuñano (Madrid,
1949) é doutorado em Filologia Românica. Dá aulas de Dramaturgia e Ciências
Teatrais na Escuela Superior de Arte Dramático de Castilla e León, no mestrado
de Teatro e Artes Cénicas da Universidade Complutense de Madrid e é director
do mestrado de Estudos Avançados de
Teatro da Universidad Internacional de
La Rioja. Organizou vários congressos e
simpósios, entre os quais o Encuentro de
Críticos de Teatro, integrado no Festival
Internacional de Teatro Clásico de Alma-
Carlos Vargas tem uma licenciatura em
Línguas e Literaturas Clássicas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e um doutoramento em Ciência Política, especialidade em Políticas Públicas,
pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Lecciona no mestrado em Práticas Culturais para Municípios. Exerceu as funções
de assessor da Comissão Nacional para
as Comemorações do Centenário da República, foi vogal do conselho de administração do Opart (entre 2007 e 2010),
gro. Publicou e coordenou a edição de
quatro livros sobre teatro – três volumes
de Del texto al escenario e Propuestas para
una crisis. Assinou vários ensaios e artigos científicos em revistas como a ADE
Teatro (na qual faz parte do conselho editorial), Nueva Revista, Pygmalion e a portuguesa Sinais de Cena, tendo colaborado
também com a Primer Acto, a Assaig de
Teatre, RILCE e os Cadernos da Companhia de Teatro de Almada. Faz parte
do comité executivo da Acción Cultural
Exterior de España (AC/E).
Almada
Casa da cerca — Centro de arte Contemporânea
74
Sáb 11
10h30
entidade que gere o Teatro Nacional de
São Carlos e a Companhia Nacional de
Bailado, e presidente do conselho de administração do Teatro Nacional D. Maria
II (de 2011 a 2015). Coordenou a edição
do livro Cultura Política e Práticas de Cultura (2012), e escreveu diversos artigos
sobre política cultural, nomeadamente
acerca da utilização da rede de teatros e
cineteatros. Participou como orador em
vários colóquios nacionais e internacionais. Em 2015 regressou ao Opart, sendo
actualmente o seu director-geral.
Almada
Casa da cerca — Centro de arte Contemporânea
75
dom 12
10h30
COMEMORAÇÃO DOS 10 ANOS
DO TEATRO MUNICIPAL JOAQUIM BENITE
Arquitectura e teatro:
Dar lugar ao acontecimento
E
m 2015 celebra-se o 10.º aniversário da inauguração do Teatro Municipal
Joaquim Benite, projectado pelos arquitectos Manuel Graça Dias e Egas
José Vieira. Para assinalar a data, o Festival de Almada dedica um ciclo à
relação entre Teatro e Arquitectura. O centro desta iniciativa, do ponto de vista
arquitectónico, será o Pavilhão POVERA, da autoria dos arquitectos João Quintela e Tim Simon, também comissários das restantes actividades deste ciclo.
Entre performances, workshops, exposições, iniciativas de serviço educativo,
conferências e debates, será ainda possível fazer uma visita comentada ao TMJB
com Manuel Graça Dias, na qual se conhecerão algumas histórias que estão na
origem das decisões arquitectónicas.
Informações: www.darlugaraoacontecimento.com | [email protected]
peça arquitectónica
Pavilhão Povera
exposição
Teatro Municipal Joaquim Benite: 10 anos
Vice-curadoria: António Pedro Mendes
Uma exposição inédita que pretende dar a conhecer ao público as pessoas que tornam
possível o funcionamento do Teatro Municipal Joaquim Benite, bem como os seus olhares
em relação ao espaço no qual trabalham. Um espaço que habitam e constroem no dia-a-dia.
De 04 a 18 JUL
Almada
Escola D. António da Costa / Átrio
Das 15h00 às 24h00
Dar lugar ao acontecimento
Moderação: Sara Franqueira | Apoio: Ordem dos Arquitectos Secção Regional Sul
14 JUL Participantes: Diogo Seixas Lopes + Patrícia Barbas; Manuel Graça Dias
15 JUL Participantes: José Capela, José Manuel Castanheira e João Mendes Ribeiro
16 JUL Participantes: Jesús Donaire e Nuno Grande
14, 15 e 16 JUl
Almada
Escola D. António da Costa / Átrio
Projecto de João Quintela e Tim Simon
O Pavilhão POVERA define-se por uma estrutura construída em madeira de pinho com
acabamento tosco, que expõe a sua condição artesanal, fruto do actual contexto. O palco e
a plateia são um e o mesmo espaço: não há focos de acção pré-definidos. O público vive a
condição de actor, participa de modo activo. O actor vive a condição de espectador, observa
e analisa a acção. É parte integrante. O lugar do acontecimento é, afinal, “o espaço vazio”.
De 04 a 18 JUl
Almada
Escola D. António da Costa
Das 15h00 às 24h00
Povera. Cena. Cenoura:
uma peça em sete actos e epílogo
performance / Teatro
Conferências e debates
Às 18h30
Arquitectura e cenografia
workshop
Formador: Jean-Guy Lecat | Organização: Ordem dos Arquitectos Secção Regional Sul
Nesta formação certificada pela Ordem dos Arquitectos, procurar-se-á discutir as relações
entre a Cenografia e a Arquitectura, nomeadamente na utilização de instrumentos comuns,
como o recurso ao desenho e maquetas, ou a procura de soluções para problemas associados
à transformação do espaço. Inscrições pelo e-mail: [email protected]
14, 15 e 16 JUL
Almada
Escola D. António da Costa
Das 14h00 às 18h00
serviço educativo
Com Luis Amália Rodrigues Carnero
Gesto como tradução
De que modo o espaço arquitectónico pode ocupar o lugar fundamental da dramaturgia
e ser o ponto de partida para uma peça de teatro? Geralmente é a Arquitectura que fica
subordinada a uma peça de teatro. Costumamos entender a cenografia como uma consequência do texto dramático. Nesta performance, no entanto, é o espaço arquitectónico,
cenografia ou não, que se converte no disparador artístico, no gerador do acontecimento.
O Serviço Educativo do Museu Colecção Berardo propõe uma actividade contínua na qual
o gesto será a ferramenta utilizada para traduzir a experiência que o espectador terá ao
assistir a Povera. Cena. Cenoura: Uma peça em sete actos e epílogo.
De 04 a 18 JUL
Almada
Almada
Escola D. António da Costa / Átrio
Concepção e orientação de Fabrícia Valente | Coordenação de Cristina Gameiro
Organização: Museu Colecção Berardo
Antes e depois dos espectáculos no Palco Grande
76
Escola D. António da Costa / Átrio
Às 21h15 (nos dias de espectáculo no Palco Grande)
77
colóquios
O
s espectáculos com estreia absoluta no Festival de Almada são o motivo
para quatro conversas com os seus criadores. Três destes colóquios mantêm a tradição de transformar o final do dia na esplanada da Escola D.
António da Costa num lugar de encontro e debate entre artistas e público. Este
ano a Associação Portuguesa de Críticos de Teatro volta a associar-se ao Festival
de Almada, assumindo a moderação destes colóquios.
Esplanada da Escola D. António da Costa
Hamlet | 06 JUL às 18h00
Com Luis Miguel Cintra | Moderação: Maria Helena Serôdio
Quatro santos em três actos | 10 JUL às 18h00
Escrever, falar
Informações
Com António Pires e Luísa Costa Gomes | Moderação: João Carneiro
| 16 JUL às 18h00
Com Jacinto Lucas Pires e Jorge Silva | Moderação: Rui Pina Coelho
Culturgest | Pequeno auditório
Your Best Guess | 10 JUL (após o espectáculo)
Com Chris Thorpe e Jorge Andrade
workshop para a infância
Projecto de aproximação à dança
Coordenação de Sónia Baptista | Organização: Companhia Nacional de Bailado
O
ponto de partida para este atelier
é o uso criativo e dramatúrgico de
dois objectos que, embora inanimados, apresentam potencialidades reais
de originar movimento: uma cadeira e um
casaco. Não é pedir muito à imaginação
insuflar vida em dois objectos abandonados à condição de peças meramente utilitárias – como tantas outras que povoam o
nosso quotidiano. Mas os objectos podem
ter vida sem ser em sonhos ou em fanta-
siosas ficções. Se não se movem sozinhos
movem-se connosco, se precisam de uma
mãozinha para dançar nós damos, e se
queremos fazer um dueto e não temos
outro par, pois talentoso par serão. Utilizando exemplos que vão desde Gene Kelly
a Jonathan Burrows, bailarinos e mestres
da arte de bem usar cadeiras e outros objectos, criam-se novas possibilidades para
a maneira como os mais novos vêem os objectos que nos rodeiam.
17 e 18 JUL
almada
Teatro municipal joaquim benite
Às 15h00
Sala de Ensaios
Inscrições: [email protected]
78
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Contactos
e acessos
Terminal
Transtejo e Metro
1
www.ctalmada.pt
www.facebook.com/festivaldealmada
4
6
5
rof
.E
ga
s
3
Av
.P
Almada
1
2
Escola D. António da Costa
Avenida Professor Egas Moniz
GPS Latitude 38.677009, Longitude -9.159218
2
lisboa
Palcos
3
Fórum Romeu Correia
Praça da Liberdade | 21 272 49 20
GPS Latitude 38.678575, Longitude -9.157797
4
Casa da Cerca
Rua da Cerca | 21 272 49 50
GPS Latitude 38.405892, Longitude -9.93503
5
Teatro-Estúdio António Assunção
Rua Conde Ferreira | 21 272 36 60
GPS Latitude 38.683550, Longitude -9.158515
6
Incrível Almadense
Rua da Soc. Fil. Incrível Almadense | 21 275 09 29
GPS Latitude 38.682266, Longitude -9.157816
Espectáculos de RUA
1
Rua Cândido dos Reis (Cacilhas)
GPS Latitude 38.685067 | Longitude -9.152459
2
Praça da Portela (Feijó / Laranjeiro)
GPS Latitude 38.656579 | Longitude -9.153745
2
1
Palcos
Teatro Municipal Joaquim Benite
Av. Prof. Egas Moniz | 21 273 93 60
GPS Latitude 38.676238, Longitude -9.160173
niz
Mo
Carreira 152 | Pç.ª de Espanha (Lisboa)
/ Pç.ª S. João Baptista (Almada)
Teatro Nacional D. Maria II
Praça D. Pedro V | 21 325 08 00
GPS Latitude 38.714483, Longitude -9.139705
PARTIDAS DE LISBOA
Dias úteis entre as 06h30 e as 00h45
Sábados entre as 06h35 e as 00h45
Domingos e feriados entre as 06h40 e as 00h45
Centro Cultural de Belém
Praça do Império | 21 361 26 27
GPS Latitude 38.414481, Longitude -9.122651
PARTIDAS DE ALMADA
Dias úteis entre as 05h50 e as 00h15
Sábados, Domingos e feriados entre as 06h00 e as 00h15
Culturgest
Rua Arco do Cego | 21 790 51 55
GPS Latitude 38.741038, Longitude -9.143034
Teatro da Politécnica
Rua da Escola Politécnica, 56 | 96 196 02 81
GPS Latitude 38.717625, Longitude -9.150862
Teatro da Trindade
Largo da Trindade, 7-A | 21 342 00 00
GPS Latitude 38.711965, Longitude -9.142761
Teatro do Bairro
Rua Luz Soriano, 63 | 21 347 33 58
GPS Latitude 38.712168, Longitude -9.145738
80
Autocarros (TST)
Carreira 160 | Pç.ª do Areeiro (Lisboa)
/ Pç.ª S. João Baptista (Almada)
PARTIDAS DE LISBOA
Dias úteis entre as 07h00 e as 21h40
Sábados entre as 07h00 e as 21h30
Domingos e feriados entre as 07h05 e as 21h30
Partidas de Almada
Dias úteis entre as 06h00 e as 20h45
Sábados entre as 05h50 e as 20h45
Domingos e feriados entre as 06h20 e as 20h45
Carreira 176 – Cidade Universitária (Lisboa)
/ Pç.ª S. João Baptista (Almada)
PARTIDAS DE LISBOA
Apenas dias úteis entre as 08h10 e as 20h20
PARTIDAS DE ALMADA
Apenas dias úteis entre as 06h45 e as 19h30
81
Assinaturas
Assinatura para todos os espectáculos
GERAL
JOVEM (até aos 25 anos)
CLUBE DE AMIGOS DO TMJB
70€
40€
60€
duas assinaturas “geral” = 50€ cada
Fundado por Joaq
uim Benite
Promoção válida Até ao dia 28 de Junho
A Assinatura do Festival de Almada, impessoal e transmissível, dá direito à entrada em todos os
espectáculos realizados no Palco Grande da Escola D. António da Costa, na Sala Principal do
Teatro Municipal Joaquim Benite e no Fórum Municipal Romeu Correia, num dos dias programados para a respectiva apresentação. Nas restantes salas, o acesso livre dos detentores de títulos
de Assinatura está dependente dos lugares disponíveis.
ATENÇÃO: As reservas de lugares de Assinatura só são respeitadas até 48h antes do início
do espectáculo.
Carlos Nascimento Produção: Paulo Mendes Montagem: Guilherme Frazão Administração: Susana
Fernandes Secretária da direcção: Ana Patrícia Santos Cartaz: Rui Sanches Consultor artístico:
André Gomes Programação espectáculos de rua: Hugo Cruz Comunicação: Levi Martins Design:
João Gaspar Assinaturas e público: Carina Verdasca e Pedro Walter Vídeo: Cristina Antunes Site:
Jorge Freire Legendagem: Alexandre Pieroni Calado Traduções: Andreia Barros Ferreira, Ângela
Pardelha e David Pais Fotografia: Rui Carlos Mateus Acolhimento: Miguel Martins, Federica
Bilhetes avulso
Fiasca e Vanda Rodrigues Equipa técnica central: Ivan Sorokin, João Farraia, João Martins,
Joaquim Silva, Miguel Laureano e Paulo Horta (TMJB); André Varela e José Rui (Palco Grande)
Responsáveis técnicos: Guilherme Frazão (TMJB); Manuel Mendonça (Fórum Romeu Correia);
almada
Escola D. António da costa // Palco Grande
Director artístico: Rodrigo Francisco Director de produção: Carlos Galvão Director técnico: José
15€
José Carlos Nascimento (TNDM II e Palco Grande); Rui Marcelino (CCB); Paulo Prata Ramos
(Culturgest); Hugo Paulito (Teatro da Trindade); João Chicó (Teatro da Politécnica); António Pires
(Teatro do Bairro) Recepções: Teresa Gafeira e Diana Antunes Bar: Isabel Galvão Restaurante:
Teatro Municipal Joaquim Benite // Sala Principal
Hamlet
A menina Júlia
BG, Programa de homenagem ao Ballet Gulbenkian
15€
20€
15€
Teatro Municipal Joaquim Benite // Sala Experimental
10€
Fórum Romeu Correia
10€
teatro-estúdio António Assunção*
10€
Incrível Almadense*
10€
Rosângela Vervloet, Etelvina Oliveira Bilheteira: Ana Carriço ATL: Carla Saragaço Estagiários:
Ana Sofia Marques, Daniela Ferreira, Diogo Varela, Gabriela Sousa, Gonçalo Eusébio, João
Croca, Luís Gomes, Rodrigo Marques, Sara Fernandes, Sileita Varela e Sophie Diverres
Lisboa
Teatro Nacional D. Maria II
5€ a 17€
Centro Cultural de Belém // Grande Auditório
5€ a 15€
Centro Cultural de Belém // Pequeno Auditório
10€ a 12,5€
Culturgest
5€ a 12€
Teatro da trindade**
8€ a 15€
Teatro da politécnica
6€ a 10€
5€ a 12,5€
Teatro do bairro
* As reservas e as trocas de título de Assinatura para estas salas efectuam-se na
bilheteira do TMJB. As compras de bilhetes avulso realizam-se no local, uma hora
antes do início das sessões.
** Os detentores de Assinatura terão de reservar a sua entrada na bilheteira do Teatro
da Trindade. A entrega de bilhetes destas reservas efectua-se no próprio dia do espectáculo, entre as 14h00 e as 17h00. A partir das 17h00 as reservas ficam sem efeito.
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Direcção: Rodrigo Francisco,
Carlos Galvão e Teresa Gafeira
Assembleia-Geral: Maria Laita,
José Carlos Nascimento e Paulo Mendes
Conselho Fiscal: Alfredo Sobreira e Guilherme Frazão
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