revista Crítica - Escola Secundária Professor José Augusto Lucas
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revista Crítica - Escola Secundária Professor José Augusto Lucas
Crítica à “Crítica” A “CRÍTICA” AO LONGO DO TEMPO TEM VINDO A MUDAR. A aparência, os temas tratados mas, principalmente, os intervenientes. Saem uns, entram outros. O que representa (ou representou) a “Crítica” para cada um deles? Maria Pena NEM TODOS ENTRARAM DA MESMA FORMA PARA A “CRÍTICA”. Uns caíram de pára-quedas. Outros vieram atrás dos colegas. Outros por gostarem de escrever ou desenhar. Outros por gostarem de jornalismo. Outros porque a “mamã” lhes estava sempre a pressionar para arranjarem um “hobbie”: “Pronto mãe estou na “Crítica”, estás contente? CHEGADOS À VIGÉSIMA EDIÇÃO VAMOS SER EGOÍSTAS, COLOCARMO-NOS EM FOCO E REFLECTIR. Lembro-me que a minha entrada para esta revista foi tão rápida que quando dei por mim estava a fazer entrevistas e o trabalho foi tão leve que até me esqueci dele. Periodicamente uma “mosquinha” (a mesma que tão amavelmente me convidou a integrar na revista) vem pedir-me para produzir uma crónica. E eu não me importo porque a “mosquinha” (bastante simpática) até consegue suportar as minhas esquisitices... MAS O QUE PRETENDEMOS OBTER COM A PARTICIPAÇÃO NA “CRÍTICA”? Prestígio social não é de certeza. A revista pode nem ser algo muito sério, mas traz responsabilidades e é talvez o mais perto que tivemos de uma situação de trabalho. Na verdade temos uma função, um prazo a cumprir, um tema a seguir, nalguns casos uma entrevista a preparar. Não se deixem iludir por ser uma revista escolar, a verdade é que ao longo de todas as edições temos falado com pessoas bem interessantes, que nos dedicaram o seu tempo como se o fizessem ao jornal ou à revista mais prestigiados do país. E nós sentimo -nos felizes… A “CRÍTICA” TEM SIDO MUITO MAIS DO QUE ESPERÁVAMOS. Sem deixar de ter o seu carácter simples, cada página é um tesouro. Porque é nosso(a)! Ilustração de Maria Pena CRÍTICA # ANO 9 # Nº 20 # 1º PERÍODO # 2007/2008 Revista da Escola Secundária de Linda-a-Velha – Av. Carolina Michaelis, 2795 – 052 Linda-a-Velha, Tel. 21 419 14 72, Fax 21 419 06 32, E-mail: [email protected] Concebida e elaborada por alunos das turmas: 7º D, 8º C, 9º B, 10º B, 10º C, 10º D, 10º F, 11º A, 11º C, 11º G, 12º D, 12º F e 12º G. Coordenação: Prof. Francisco Morais – Tiragem: 400 exemplares – Dezembro 2007 EDITORIAL 08 09 Paulo Ramos 10 11 Ana Gomes 12 13 André Ferreira 20 21 Joana Marques 22 23 Leonor Oliveira 26 27 Diogo Andrade Conheces a sensação de escrever, de falar para uma escola inteira? Lado a lado com o passado, o presente e o futuro, segue um tempo muito Helena Costa Pinto próprio. Este tempo tem uma força grande que nos puxa e nos prende, para que a vida não passe por nós sem darmos conta. Mas nós temos de saber deixar-nos agarrar. Temos de nos deixar tropeçar… De uma maneira ou de outra, a Crítica prendeu-nos a si e prendeunos uns aos outros. Nós deixámo-nos tropeçar, deixámo-nos prender, agarrámo-nos às palavras com as duas mãos e fixámos as nossas convicções às paredes da escola. Número após número, a Crítica tenta revelar aquele que é o nosso mundo tão próprio, tão pequeno e tão grande, sempre cheio de cor, sempre repleto dos sonhos que queremos esticar até ao futuro. Crescemos e o tempo caminha ao nosso lado e os rostos e as pessoas e a música e a escola não nos largam nunca. Ligações directas... E assim vamos ganhando força para esmagar os medos. Crescemos e achamo-nos capazes de tudo - agora as certezas são só as nossas... Pode até soar a despedida, mas este não é o último número da Crítica. É apenas um olhar necessário sobre o passado que nos vai empurrar para o futuro e para a mudança... Mas mesmo que os tempos mudem e as vontades também, eu e tu vamos poder sempre cantar para os outros aquilo que sentimos, vamos sempre poder falar, escrever, dançar, criticar... Olha, ouves-me?… É hora de te sentires livre. “A Crítica fez parte do espaço livre e plural... perguntámos... andei pela Crítica assim como quem anda pendurada em palavras… depois o mundo das palavras tornou-se mais perto, mais mundo-palavra… quando escrevia achava que podia mudar o mundo “Quantos são? tu? mais tu?! e tu? só vocês?!” não havia medos… e quem é que criticava quem? não interessa (eu critico quem quiser!!!!)… eu tropecei na Crítica e ainda hoje me sinto feliz por ter tropeçado, por me ter tropeçado, por me ter dado, por ter escrito e descrito!… a Crítica funcionou como um grupo onde nos tratávamos pequenos como grandes, e os grandes falavam com os pequenos como se fossem (e eram) grandes - o Francisco falava comigo, o André falava com o Francisco, a Leonor falava de vez em quando, eu discutia com o Duarte, o Duarte discutia com todos, eu queria matar o Duarte (!!), a Inês falava com a Joana, a Joana falava com o André, e entram não duas mas três, que são pequeninas (desculpem...para mim vocês vão-me dar sempre pelos ombros....!): a Nena fala com a Mariana que fala com a Sofia, e a Nena cresce e escreve e entrevista com a Mariana que ri e a Sofia que tropeça numa piada, e a Verónica lê tudo, vê tudo, tudo, tudo… e agora vê o Ricardo! e a Rita fala com a Leonor que se ri da Catarina que se enerva com o Duarte mas ri para a Mariana, para a Nena e para a Sofia e que foge do Francisco quando ainda não tem o artigo pronto; e vêm os Pedros que se riem sérios, e o Manuel que é louco mas ninguém acredita! O Manuel fala de música (diz que quer ser maestro… gente pequena que sonha como grande...), a Leonor diz que quer ser feliz, a Mariana ri e abraça, a Inês põe os óculos, a Nena voa e o Francisco olha para nós… e eu gostei de tudo… CATARINA VASCONCELOS Ex-aluna da ESLAV e da CRÍTICA estuda Belas Artes e faz actualmente Erasmus em Mastricht (Holanda) e a Catarina acorda a meio da noite porque se lembra de uma pergunta e de uma palavra perfeita para o artigo! a Verónica ri-se, o Francisco não acredita, a Leonor gosta e o André diz que é maravilhoso… o Lucas pisca-me o olho e ri-se de mim que tropecei nele… este artigo é para o Lucas que sempre foi meu amigo ... que foi a minha escola secundária.” Hoje apetece-me criticar. Acordo e critico o frio que faz lá fora. Critico simplesmente sem esperar que alguém me acuda ou que o tempo aqueça, pelo menos num horizonte próximo. Posso até criticar construtivamente - um eufemismo que tantas vezes amaina a opinião - que apesar de tudo o frio permanece. Há momentos em que criticar não basta. Tenho de aquecer. Por isso saio, por entre o frio, para correr no Parque gelado, ao longo do rio. Escrever na Crítica era como sair na manhã gelada para correr. Mais que criticar ou opinar, era fixar uma convicção e exibi-la. A Crítica fez parte do espaço livre e plural que foi a minha escola secundária. Tudo o que aprendi dentro e fora das salas faz parte de mim hoje. É como se a escola se tivesse ampliado, deixado cair as vedações e ser hoje um espaço maior, transfronteiriço, onde aprendemos a conhecer pessoas, crenças e costumes. Estou em Leipzig, na Alemanha: uma cidade jovem, reconstruída dos destroços da Guerra, extremamente limpa e organizada e onde se respira música em cada rua. Sinto falta de um bom buzinão na Avenida da Liberdade, dos pastéis de nata, de um café e até do cheiro das tostas no intervalo da manhã. A Crítica é o espelho da Escola 04 05 CRÍTICA MANUEL DURÃO Ex-aluno da ESLAV e da CRÍTICA estuda Música e faz actualmente Erasmus em Leipzig (Alemanha) A crítica serve para constatar que está frio lá fora. Também serve para ver que a minha escola secundária não tinha umas casas de banho muito asseadas. Mas a crítica também serve para decidir sair para correr, mesmo estando frio, e para não insistir em entupir o urinol com papel higiénico, mesmo que a vontade seja muita. ELISA COSTA PINTO Professora de Português Há dias em que olhamos para o espelho e não gostamos do que vemos. Puxamos o sorriso mais para a esquerda, recompomos o canto aborrecido da boca para a direita, damos um pouco de lustro aos olhos. Se nada disto resultar, viramos as costas, de ombros conformados ou, se formos capazes, com o passo decidido a refazer o caminho que nos leve a um outro espelho. É este olhar diário sobre nós mesmos que me vem à cabeça quando o Francisco me pergunta para que serve/ serviu a Crítica, porque a Crítica é o espelho da Escola. Nas suas páginas, número após número, é a Escola que se expõe, se procura, se projecta, se pensa, se confessa. E é por isso também, que número após número, nos precipitamos sobre a Crítica - espelho onde todos nós, Alices curiosas seguindo o coelhinho branco, encontramos o nosso rosto colectivo, que se não é o País das Maravilhas, é pelo menos o Nosso. Folheio todas as Críticas, desde a primeira, e ultrapassada a comoção do reencontro com rostos e palavras que aqui foram crescendo, aquilo que sinto é orgulho por pertencer a este lugar que a Crítica me revela. A Crítica serve para isso mesmo – para nos mostrar o nosso melhor lado, às vezes o outro lado do espelho. Eu não sei qual é o segredo do Francisco. Mas sei que ele traz sempre para a Escola uma maneira muito dele de nos lembrar que “a vida é bela”. E que é com essa maneira subtil, mas decidida, que ele consegue juntar, ano após ano, na grande roda que é a Crítica, muita gente que acredita mesmo que a vida é bela. Eu percebi esse talento do Francisco, muito antes do dia em que o acompanhei, com um grupo de alunos comuns e inesquecíveis, na entrega do Prémio Nacional do Público, atribuído à Crítica. O lugar onde fomos chamava-se Tocha. Não deixa de ser simbólico. Ainda assim, Espelho seria o nome justo. “É uma sensação muito boa... Numa manhã de sábado de um Outono soalheiro fomos ao encontro de Tiago Teodoro, um antigo aluno da ESLAV e colaborador da Crítica. Tem 28 anos e foi um dos primeiros alunos a pertencer ao grupo que deu início à revista. PASSOU POR VÁRIAS ESCOLAS ANTES DE CHEGAR À ESLAV, mas aqui chegado, no 10.º ano, encontrou o ambiente desejado perto dos seus amigos. “Tinha aulas na secção e no período da tarde ia para a sede para ter aulas de Introdução às Tecnologias de Informação”. Nessa altura a escola estava a iniciar-se em termos informáticos e quando surgiu a ideia de se Rita Faria fazer uma revista, ligada à disciplina de ITI, todos os alunos acharam a ideia brilhante. Hoje em dia, os jovens têm muita coisa que se possa fazer para além do período escolar. Como a informática ainda estava a despontar e havia o fascínio pela descoberta “iam a correr para a sala para mexer nos computadores”. A revista Critica era feita pelos alunos das turmas de ITI e o seu formato era diferente do actual com temas mais dispersos e utilizando, quase exclusivamente, imagens de clipart. Além disso não havia fotos para os autores dos textos (agora não se perdia nada se também não houvesse!…). Vasco Morais O Tiago confessou-nos guardar uma recordação especial da professora de Inglês, Maria José Maia, com quem teve um pequeno desentendimento na aula de apresentação. “Com o passar do tempo cheguei à conclusão que era uma das melhores professoras da escola, sobretudo a nível de exigência e da forma como ensinava”. Recorda também o lado humano do professor de Matemática, Castro Ramos, embora simples e calado. Depois de completar o 12.º ano, candidatou-se ao curso de Informática e Gestão de Empresas, entrando para o ISCTE. “Senti-me um pouco deslocado, porque este curso andava muito à volta da programação informática e decidi mudar para um outro”. Entrou no Instituto Superior de Economia e Gestão e paralelamente iniciou uma actividade laboral o que dificultou a conclusão da licenciatura. “O meu curso ficou em águas de bacalhau!”. ... escrever para uma escola inteira” 06 07 CRÍTICA NO ANO LECTIVO DE 1994/1995 um grupo de professores e alunos de ITI (Introdução às Tecnologias de Informação) decidiu fazer uma revista. Nasceu a Critica (sem acento) que teria a função de dar informações sobre a escola, dos alunos que a frequentavam mas também de pessoas que nada tinham a ver com esta. No seu lançamento a tiragem foi de 750 exemplares com o custo unitário de 200 bytes (200 escudos) equivalente a 1 Euro. O dinheiro angariado da venda das revistas servia para a compra de material informático (a 1.ª impressora a cores foi adquirida desta forma). A revista n.º 1 ficou concluída em Maio de 1995 e estava dividida em várias rubricas, tais Joana Freire como: testes, passatempos, crónicas, reportagens, inquéritos, poesias... Em Dezembro de 1995 é editado o n.º 2 da Critica e segundo o seu editorial “espera-se que seja tão bom ou melhor que o 1.º”. O artigo do tema de K referia o cinquentenário do lançamento pelos Estados Unidos da América, em 1945, da 1.ª bomba atómica na cidade japonesa de Hiroxima e das consequências daí resultantes. Ao longo de toda a revista abordam-se vários Madalena Frischknchet assuntos como posturas na sala de aula, a morte do vocalista dos Nirvana (Kurt Cobain) e a 1.ª Semana das Tecnologias de Informação organizada pelos alunos e professores de ITI onde era feita a antevisão do sistema operativo Windows 95. Na edição da n.º 3 o tema de K intitulava-se Ver mais imagens e vídeos em: “Gritos de Desespero” e criticava a morte de http://youtube.com/revistacritica três jovens com idades compreendidas entre os 16 e 21 anos, que se atiraram do viaduto Duarte Pacheco. Outro destaque é o artigo “Jovens, que futuro?” em que se escrevia sobre os jovens e o Entretanto teve a felicidade de entrar para uma empresa seu futuro que não se previa “cor-de-rosa”, pois do ramo de importação de material eléctrico onde era preciso trabalhar para alcançar os seus permanece há 3 anos. Trabalha na parte administrativa objectivos. e, como nos disse, lida essencialmente com preços. No desporto questionava-se sobre quem seria o “Toda a engrenagem que funciona à volta de um melhor piloto de Fórmula 1. O autor chegou à simples preço e toda a cadeia desde o produto sair da conclusão que teria sido Ayrton Senna da Silva fábrica até ao cliente final.” que morreu em 1994. Na música falava-se de um assunto triste: a morte de Jim Morrison, dos Doors, devido a um Voltando à Crítica, e para finalizar, refere que foi um ataque cardíaco. Também aqui era feito um grande orgulho e uma imensa alegria participar neste inquérito à população escolar com a pergunta: projecto. “É uma sensação muito boa escrever para “Conheces os Foo Fighters?” uma escola inteira”. Valorizou muito o facto de Fazia-se a crítica e elogiava-se o primeiro pertencer à revista porque tal permitia partilhar a sua álbum da banda. opinião com os leitores da escola. E sabem quem era um dos alunos redactores? Afinal passados todos estes anos, apesar da evolução Tiago Teodoro, pois claro! e das mudanças tecnológicas, a essência da Crítica mantém-se! “(...) alguns alunos chegaram a vir trabalhar para a escola... De volta à escola que o viu concluir o 12.º ano com sucesso, Paulo Vieira Ramos veio ao nosso encontro para “relembrar outros tempos”... Tempos de Prémios do jornal Público... ENTROU EM MEDICINA, na Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa (Campo de Santana). Actualmente encontra-se no fim do 1.º ano da especialidade de Cirurgia. Paulo fá-lo por gosto, porque “de outra maneira não era possível”. Mª João Barbe- Agora com 25 anos, este ex-aluno da ESLAV recordou connosco a sua passagem pela Crítica. É um dos elementos mais antigos, que já passou pela Crítica, entrevistado nesta edição. Pertenceu ao “grupo de ouro”, o que ganhou o 1.º prémio, atribuído pelo Jornal Público, às três revistas Crítica publicadas nesse ano (o diploma recebido está exposto na Sala K Azul). A participação deste grupo (tal como o primeiro) acabou por ser um projecto paralelo, que partiu das aulas de ITI. Pegaram nas primeiras revistas, tiraram algumas ideias, inovaram, e foram bem sucedidos. Paulo confidenciou-nos ainda que “alguns alunos chegaram a vir trabalhar para a escola aos sábados de manhã!” Por serem praticamente todos da mesma turma, propiciava-se uma união diferente. Dessa altura ficaram boas recordações e amizades que ainda hoje duram. Realizou uma entrevista às professoras Elisa Costa Pinto e Paula Fonseca sobre o projecto “A Páginas Tantas” e às professoras Arminda Santos e Teresa Fernandes sobre o “Clube do Mar”. Deu ainda o seu contributo na parte do design da revista: a ideia do logótipo (C!) a concluir todos os artigos, que ainda é utilizado, partiu dele. Tudo isto era encarado “em jeito de brincadeira, de uma forma divertida… mas claro, tendo algumas responsabilidades”. … aos sábados de manhã!” 08 09 CRÍTICA AQUI ESTAMOS, PELA PRIMEIRA VEZ, a dar o nosso pequeno, mas útil, contributo à Crítica fazendo um breve resumo dos números 4,5 e 6 editados no ano lectivo 1997/98. Na edição n.º 4 a notícia que nos despertou maior interesse foi aquela que abordava um tema que ainda hoje é um grande problema em toda o mundo, O RACISMO. Este tema de K abordava ideias muito interessantes, mas preocupantes ao mesmo tempo, como o do namoro entre pessoas de etnias diferentes, ou o racismo na escola entre alunos e até mesmo Tia- Ferreira entre professores e alunos. Quem diria! A pequena redacção relata-nos também um episódio passado no Brasil, onde cinco rapazes de famílias ricas queimaram um chefe índio só por divertimento. O homem acabou mesmo por morrer 24 horas depois. Assim ia (vai) o mundo. Mudando de assunto, passando para Tomás Frischknchet um tema mais agradável, mas viciante: a Internet. Este texto, tema de K da revista n.º 5 referia que a Internet pode mesmo ser considerada uma droga para todos aqueles que a utilizam em demasia, mas também salienta o facto de poder ser um importante utensílio para quem a souber utilizar. Ver mais imagens e vídeos em: http://youtube.com/revistacritica Quando questionado acerca de um episódio marcante dessa época, relatou-nos a ida à vila de Tocha (distrito de Coimbra) para receber o prémio já referido. Entre muitas situações caricatas, relembrou que o professor Francisco Morais alugou um autocarro de 50 lugares quando o grupo não passava de 10 pessoas. A título de curiosidade, fiquem a saber que uma das impressoras da Sala K Azul foi comprada com o dinheiro desse prémio! Depois de ter saído da ESLAV o Paulo não se manteve ligado à escrita, exceptuando a publicação de alguns artigos para revistas médicas. É notório que permaneceram memórias destes tempos: em retrospectiva relata-nos que “era outro ritmo, mais calminho”, mas mesmo assim “tudo muito absorvente”. Ficam as recordações, as amizades criadas... e as saudades...! A nós resta-nos dizer: até um dia...! A edição n.º 6 é essencialmente dedicada à Expo 98 mas lembra também o 50.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos e faz uma homenagem ao poeta Gastão Cruz. Nesta revista ficámos a conhecer o grupo de música Ska, “Three and a Quarter" e o álbum Cor dos músicos Maria João e Mário Laginha. Soubemos também novidades do grupo de teatro "4.° Período" (da Escola Secundária Camilo Castelo Branco) e do filme Melhor é Impossível de James L Brooks, que na altura teve uma boa audiência. Para finalizar sabiam que este foi um ano espectacular para a revista? É verdade. A Crítica recebeu o 1.º prémio do concurso de jornais escolares organizado pelo jornal Público. E já agora uma curiosidade. A partir destes números a revista passou a chamar-se Crítica (com acento) porque como é dito num editorial: “havia muita gente que a pronunciava mal”. “(…) a sua principal memória são as fortes amizades que fez... No dia 5 de Novembro entrevistámos Ana Ataíde Gomes, uma antiga aluna da ESLAV e também jornalista da Crítica. Conversámos sobre diversos assuntos e ainda nos rimos bastante!! COMEÇÁMOS POR PERGUNTAR que curso tinha seguido quando deixou a ESLAV. “Andei um pouco às aranhas pois não sabia o que escolher”. Pensou em arquitectura mas, por várias razões, não conseguiu entrar na primeira fase, depois foi parar à Universidade Lusíada no entanto não gostou do ambiente e dos professores. Inês Ramos Sara Santos Por isso foi para a Escola Superior de Artes Decorativas experimentar o curso de Design de Interiores e está a gostar muito, tendo já concluído o bacharelato. Enquanto termina a licenciatura tenciona arranjar um part-time relacionado com a sua área. A participação na revista Crítica surgiu a convite do professor Francisco Morais, ao que ela respondeu positivamente pois sempre gostara de escrever. Redigiu 6 artigos com temáticas muito variadas mas sempre relacionadas com a escola. Relatou os acontecimentos relacionados com os projectos “De Gelo” e “Irrealidades” (café-concerto, exposições e teatro); com o projecto “S.O.S. Escola”; e com as eleições para a Associação de Estudantes. ... e que ainda hoje mantém.” 10 11 CRÍTICA APÓS UMA PAUSA DE 3 ANOS DEU-SE O REGRESSO DA CRÍTICA… A revista voltou ao activo no ano lectivo de 2001/2002 com a edição n.º 7 intitulada “Voltar à Escola?” . Neste retorno a Crítica deixou de ser um projecto exclusivamente dos alunos da disciplina de ITI (Introdução às Tecnologias de Informação). Expandiu-se a toda a escola - integrando alunos do 7.º ao 12.º anos - e abordou temas mais variados, muitos dos quais Filipe Valadas relacionados com a ESLAV. Muitos alunos que souberam do “renascimento” da Crítica resolveram integrar-se e dar o seu contributo. Outros foram convidados por sugestões de professores e aceitaram. Nesta edição foi dado o testemunho de um ex-aluno sobre a história da revista e a entrega do prémio com as fotografias deste acontecimento. Também foi dada informação sobre diversos concursos, exposições e sobre um teatro de fantoches organizado por alunos do 8.º ano no âmbito da Área de Projecto. A entrevista do Tema de K foi feita ao professor Daniel Sampaio sobre o seu livro Voltar à Escola que serviu de tema. Ver mais imagens e vídeos em: http://youtube.com/revistacritica Da escola a sua principal memória são as fortes amizades que fez e que ainda hoje mantém. Recorda também com saudade o relacionamento com os professores e os funcionários e durante a entrevista mencionou diversas vezes o quanto todos foram importantes. Destacou especialmente os professores Mário, Suzete e Dolores responsáveis pelos projectos em que participou. Referiu também a professora Teresa Antunes (que a ensinou a gostar de Matemática) e o professor Lucas que a cativou pelo seu lado muito humano. Todos a ajudaram não só a crescer profissionalmente como também como pessoa. Na revista n.º 8 falou-se de gatos e entrevistou -se o escritor moçambicano Mia Couto utilizando pela 1.ª vez o e-mail e com a resposta a demorar apenas 1 dia… de Moçambique! Destaque especial para reportagens sobre os projectos “Canto Africano”, SOS Escola, e Ludoteca. Foram também produzidos textos críticos sobre o livro O Gato e o Escuro, o CD de Sara Tavares Mi Ma Bô e o filme Gato Preto Gato Branco de Emir Kusturica. Na edição n.º 9 a fotografia da capa foi do prémio Nobel José Saramago e, na impossibilidade de o entrevistar, optou-se por retirar excertos dos seus livros Cadernos de Lanzarote. Desta vez foram publicitados os projectos “De Gelo”, “Olha Como o Mundo é Pequeno” e “A Páginas Tantas”. Muitas críticas: aos CD’s de Maria João e Mário Laginha; ao livro A Maior Flor do Mundo; e ao filme Descobrindo Forrester de Gus Van Saint. Tudo obras que influenciaram positivamente os redactores da altura... Há que dizer que a Crítica também marca positivamente os alunos e esperemos que continue assim! “(…) [na ESLAV] existiam coisas boas como a Crítica que via... Numa bela tarde de Outono, fomos conversar com um “ex-Crítico” da nossa escola, “um dos nossos”, com o intuito de trocar experiências sobre a passagem pela Crítica e tentar perceber a importância que esta teve para o seu percurso escolar e pessoal. O SEU NOME É ANDRÉ FERREIRA, tem 21 anos e frequenta o curso de Design no IADE (Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing). Após terminar o ensino secundário, já O André recorda a sua passagem pela ESLAV como trabalhou em produção de teatro e numa das uma “fase de transição a nível social”, onde havia campanhas para a Câmara de Lisboa. Faz coisas menos positivas como o ambiente adolescente também parte de uma associação cívica suburbano com o qual não se identificava e que se “Médicos pela Escolha” - composta por Raquel Garrido tornava um problema pois, como afirma, “ser profissionais de saúde cujo objectivo diferente é muito difícil na adolescência”. No principal é promover a defesa dos direitos sexuais e entanto considera que existiam coisas boas como a reprodutivos em Portugal. Participa na elaboração de Crítica que via como uma experiência diferente e material de divulgação e na construção do site da entusiasmante, “uma boa fuga” do dia-a-dia. Recorda, associação - trabalho que considera “extremamente também, a sua turma, pequena, de que gostava bastante importante”. e lembra a sua participação na produção dos cenários Tem ainda tempo para representar no Grupo de Teatro que cobriam o polivalente, com o professor Mário, e do Instituto Superior Técnico (GTIST). alguns outros trabalhos como um projecto de fotografia, organizado pela professora Maria João Cortegaça, que foi exposto no CCB. Começou a participar na revista através de um convite de uma amiga com um pequeno texto resposta na secção Perguntámos... Depois colaborou em diversos temas do seu interesse, especialmente a música. Já na altura revelava gostos musicais bastante diferentes do comum, bem diferentes das músicas mais comerciais que a maioria dos colegas ouviam. Da nossa revista recorda, ainda, que tinha problemas com os prazos de entrega por considerar que o artigo nunca estava suficientemente bom. Quanto aos companheiros “críticos”, diz que alguns eram amigos da turma, amigos que ainda hoje conserva. ... como uma experiência diferente e entusiasmante...” 12 13 CRÍTICA DESDE SEMPRE QUE A REVISTA CRÍTICA cativou pelos seus títulos sugestivos. As revistas 10 e 11 de 2002/2003 não foram excepção. Para adormecer anjos? e Estás a dar -me Música? mergulharam na imaginação e no ser criança, fazendo-nos recordar a nossa própria infância e exploraram o mundo da música e dos sons. Na edição n.º 10 reconhecia-se que por vezes temos medo de sonhar. Aterroriza-nos a ideia de já não termos a outra metade das crianças e a sua imaginação. Mas no fundo, todos temos um bocado de “anjo” dentro de nós, mesmo que às vezes nos esqueçamos! Maria Nunes Nesta revista Perguntámos... Que recordações guarda das histórias que lhe contavam? e entrevistámos e passámos a conhecer um pouco melhor José Eduardo Agualusa, jornalista e escritor angolano, autor de Estranhões & Bizarrocos. Um livro fascinante de estórias para adormecer anjos. Explorando um pouco mais o livro falámos com o ilustrador, Henrique Cayatte, designer português que, com os seus desenhos tão originais e divertidos, deu ainda mais vida ao livro (mas afinal, uma imagem não vale mais que mil palavras?). Ainda tivemos tempo... e espaço para falar de uma festa de Halloween, “Vampirescamente saudável”, de dar uns dedinhos de conversa com alguns funcionários do bar da ESLAV, de conversar com responsáveis e trabalhadores das obras que decorriam na escola e de falar sobre o projecto Ambiente e Saúde. Ver mais imagens e vídeos em: http://youtube.com/revistacritica Por fim, colocámos aquela pergunta incomodativa acerca do seu futuro profissional ao nosso entrevistado que, sem ter ainda certezas sobre em que trabalhar, nos confessou o desejo de viver e trabalhar fora do país. Sonha partir para África e colaborar com uma associação de apoio social. Numa época em que os jovens dificilmente obtêm estabilidade no mercado de trabalho, o André ambiciona, portanto, um “outro caminho”. Nós por cá, desejamos-lhe muita sorte e que esse caminho, mais tarde, o traga de volta para partilhar connosco essas experiências. Na revista n.º 11 reflectimos sobre o significado e importância da Música. É uma cultura? Uma arte? Uma ciência? Um ritual? Uma maneira de estar? No fundo é tudo isto ao mesmo tempo. Esconde-se dentro de nós e só pede que a deixemos voar. Perguntámos… se Conseguiria viver sem Música? e conhecemos o Maestro e Professor Henrique Piloto e o seu trabalho. Entrevistámos a Joana Carneiro, a primeira maestrina portuguesa, que nos falou da música e da sua alegria… Estudou na nossa escola e na Escola de Música N.ª S.ª do Cabo em Linda-a-Velha que também fomos conhecer. Ainda dentro da temática apresentámos o CD Cabeças no Ar e com a ajuda de Emmanuelle Laborit, através da sua autobiografia O Grito da Gaivota, tentámos imaginar um mundo sem som, o de um surdo. “Encestámos” com As “Torres” (um artigo sobre os basquetebolistas da escola), “brincámos” com a ciência e passámos um dia na Biblioteca. Também falámos de Festa e Confiança, a campanha para a eleição da Associação de Estudantes e digo-vos que parece ter sido muito animada. “[os projectos] (...) é,“Aquele sem dúvida, estiloade parte vidamais em que importante... se está... Há quem não goste das segundas-feiras… Mas este foi um excelente dia para entrevistar a ex-aluna da ESLAV e da Crítica Inês Viegas, que neste momento está a tirar o 3.º ano do curso de Arquitectura. DESDE OS 5 ANOS, sempre que faziam a Relativamente ao artigo que mais gostou de fazer na típica pergunta “O que queres ser quando Crítica não nos foi capaz de responder. Disse-nos fores grande?” ela dizia “arquitecta” porque que teve participações em coisas muito diferentes, sempre gostou muito de desenhar. umas ligadas à escola (como os projectos, as Explicou-nos que o curso de Arquitectura é eleições da Associação de Estudantes), mas também muito à base de exercícios: constroem-se muitas coisas exteriores (como alguns álbuns de música que maquetas e fazem-se muitos desenhos rigorosos, saíram na altura) e é-lhe difícil escolher um. Na sua “é um ritmo muito intenso”. Existe, no opinião acabou por gostar de todos, porque são todos entanto, outra dimensão do curso ligada à diferentes e eram todos relacionados com coisas de poesia, ao cinema, ao teatro, e muitas vezes os Isabel Martins que gostava. “Cada artigo era um desafio professores aconselham mesmo aos alunos verem porque nos obrigava a parar, pensar sobre as coisas determinada exposição ou determinado filme, “o curso e pôr no papel” E, não falando naquele de que gostou abrange um pouco de tudo”. mais mas naquele que foi um maior desafio talvez tivesse sido a elaboração de um cartoon. Frequentou a ESLAV desde o 10.º ano (2001 a 2004). Veio da escola E.B. 2,3 Vieira da Silva (que também a marcou bastante) e achou que aqui tudo era muito diferente, “era como um mundo de grandes”. A adaptação foi um pouco difícil no início, mas a partir do 11.º ano começou a gostar muito, o que coincidiu com a sua entrada na Crítica. Sempre teve necessidade de “pertencer um pouco ao lugar” e “a Crítica funcionou como o elo. Também outro factor de integração foram os projectos. “A turma de Artes com o professor Mário, nos 3 anos que estive na ESLAV, preparava o Polivalente e criava aqueles cenários enormes...” Isto obrigou-a a criar laços muito fortes com os colegas, com os professores e com os funcionários da escola… Esta é, sem dúvida, a parte mais importante que leva desta escola. ... em comunhão ...que leva desta escola.” com a natureza” 14 15 CRÍTICA NO ANO LECTIVO DE 2003/2004, a Crítica publicou uma revista por período. A primeira, n.º 12, teve como tema os cães e por isso apareceu na capa o conhecido escritor do livro Cão Como Nós Manuel Alegre. Para além de excertos de uma entrevista dada por este a uma outra revista, foi feito ainda o relato de uma visita a um canil e uma entrevista a um veterinário. Quanto a novidades da escola deram-se notícias do Baile de Finalistas, que contou com a actuação dos Oxigen uma banda de estudantes e com a entrega dos Prémios ESLAV. Falou-se do teatro escolar integrante do projecto (Ir)Realidades, do Catarina Saldanha acampamento proporcionado aos participantes do Clube do Mar e da participação da equipa feminina de basquetebol no Campeonato Regional. Foram também feitas críticas ao álbum de Sérgio Godinho, O Irmão do Meio, e ao filme brasileiro A Cidade de Deus de Fernando Meirelles. Ver mais imagens e vídeos em: http://youtube.com/revistacritica Ela nunca tinha feito aquilo na vida, como é óbvio gostava de desenhar, mas fazer uma crítica por desenho é complicado. Depois, acabou por ser fácil porque há um processo de trabalho e a ideia começa a aparecer e a fazer sentido. Na sua opinião teve professores que a “cativavam muito para ter boas notas”. De ano para ano a relação já não era só professor-aluno mas era também de amizade. Houve professores com os quais contactou que, embora nunca lhe tenham dado aulas Francisco, Dolores e Suzete -, também foram importantes. Dos que lhe deram aulas destaca o professor Mário e lembra-se também perfeitamente do seu professor de Educação Física, que só esteve na escola um ano, mas que os alunos adoravam. “Cada um trouxe bocadinhos bons” e ainda hoje em conversas se recorda deles. O tema da revista n.º 13 veio no âmbito do projecto escolar desse ano: “Verd’Água” e por isso “perguntámos…” a pais, alunos, professores e auxiliares de educação a importância das plantas na sua vida. No tema de K entrevistou-se a ilustradora Danuta Wojciechowska que ilustrou o livro de Português do 8.º ano - “Plural”. De realçar uma outra interessante entrevista a um aluno invisual da ESLAV pois ficámos a saber como este aprende a mesma matéria que todas as outras pessoas estando incapacitado de ver e ler (os manuais e o quadro). Já de volta à secção da “cultura” é possível encontrar os seguintes títulos: Hipopóptimos, uma História de Amor, um livro ilustrado por Danuta; Tribalistas, um álbum que resultou da união de três cantores brasileiros (Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte); e À procura de Nemo, o engraçado filme de animação infantil. E por último, mas não em último, ao abrir a Crítica n.º 14 deparamo-nos com artigos relacionados com o 25 de Abril como por exemplo o do livro Vinte Cinco a Sete Vozes da escritora, com direito a aparecer na capa, Alice Vieira. Nas novidades da escola encontramos os objectivos da nova A.E., um artigo sobre o Serviço de Psicologia e Orientação escolar, e um incentivo ao desporto com a descrição de um dia activo na escola e com a experiência de alunos inscritos em actividades extracurriculares. Ainda dentro do tema deste número, podemos ler um pouco sobre as canções que imortalizaram o 25 de Abril como a famosa “Grândola Vila Morena” e sobre a produção cinematográfica “Capitães de Abril”, sem esquecer a visita a um jornal existente antes do 25 de Abril onde nos esclareceram sobre o que se alterou no seu funcionamento após esta data. A Critica durante esse ano revelou o seu interesse pela actualidade e pelos eventos escolares, procurando cativar a “miúdos e a graúdos” . Objectivo alcançado. “(…) a vontade de criar, de fazer associações de ideias (…) tema de k Helena Costa Pinto Desde pequenos que nos habituámos a ouvi-lo lá em casa ou no carro com os nossos pais. Depois começámos a prestar mais atenção e descobrimos que a sua música e as suas palavras não têm idade. Contador de histórias da cidade e do amor, escritor de canções, Sérgio Godinho mostrou-nos, numa surpreendente conversa, que a vida é uma viagem com muitos atalhos e cruzamentos e que é preciso não parar a meio do caminho, para não perder nenhum encontro, nenhuma ligação directa. CRÍTICA: Há 10 anos foi entrevistado para a nossa revista e numa das respostas disse a brincar que possuía e até emprestava o elixir da eterna juventude. É por isso que tem trabalhado com tantos músicos da nova geração? SÉRGIO GODINHO: Isso foi mesmo só a brincar porque também diz a canção que o elixir da eterna juventude estava marado, falsificado... (risos). Eu penso que não há “nova geração”, acho que as gerações vão transitando e umas interpenetram-se nas outras, por isso recuso-me a pensar que há uma geração que começa e outra que acaba e que há compartimentos estanques. Penso que a chave é mesmo pensar que não há compartimentos estanques. A pessoas com quem tenho contactado, sejam os meus músicos sejam músicos de outras gerações (não gosto muito desta palavra...) são as pessoas com quem eu gosto de interagir e isso pode ser desde os Da Weasel aos Clã ao David Fonseca. Muita gente com quem eu cruzei experiências. Não é uma questão de idades, mas de coincidências musicais. C.: Também disse uma vez que tem várias idades... Falava da música ou da vida? S.G.: Da vida. Da música, também, mas mais da vida. Até porque há canções que vêm desde há muitos anos e que de certo modo não envelheceram. Há outras que sim, e essas já não as canto. Mas isso é um processo natural e eu acho que é a vida autónoma das canções, compreendes? Cada canção tem uma vida própria e ela pode ser revitalizada ou pode morrer de morte natural. Da vida, sim... eu sinto que ao longo do dia, e em alturas diferentes do dia, tenho idades diferentes. Às vezes sou um puto, às vezes tenho a minha idade, às vezes sou mais velho... C.: “Em matérias do amor vamos sempre adolescendo”. A frase é sua. É por isso que o amor continua a ser um dos grandes temas das suas músicas? S.G.: É um dos grandes temas. Acho que é um tema que existe sempre porque é complexo... O amor é falível, o amor é infalível, o amor é renovado, o amor é um desespero, o amor é a causa de muita morte, também muito ciúme... muitos sentimentos negativos, mas também muitos sentimentos positivos... E há até uma canção neste disco da Ligação Directa em que eu digo “se morreres da morte volta sempre em vida” e eu acho que é isso... podes morrer, mas da morte voltas sempre em vida. C.: Há quem o considere um contador de histórias que vão construindo uma espécie de narrativa e retrato que mostra o que é. Está de acordo com esta leitura da sua obra? S.G.: Eu não vivo sem essas narrativas, sem ficções... Embora não o sejam só, exclusivamente... há canções que não têm narrativa nenhuma, há canções que são só um fresco. Há uma narrativa, mas que está contida em si, não vai para sítio nenhum em termos de história, não tem um princípio, meio e fim. “Lisboa que Amanhece” é uma canção que são frescos de personagens no fim da noite de Lisboa. Fala-se das pessoas, fala-se do trabalho, mas também se fala dos sonhos mais íntimos. E eu gosto desta mistura entre coisas que parecem mais sociais e coisas mais pessoais. C.: Quando em 1971 editou o disco Sobreviver, sabia que a censura ia proibi-lo? S.G.: Não foi bem assim, retirou-o. Não o proibiu antes... Nessa altura havia uma chamada Censura Prévia, portanto o disco foi autorizado mas depois, perante o impacto, retiraramno do mercado. É preciso ver que nesta altura estávamos já no fim do regime, Marcelo Caetano já estava no poder, e a própria Censura não era coerente consigo mesma, se é que alguma vez existiu coerência... mas falo de coerência interna. Não havia parâmetros. Foto de Capa retirada do livro RETROVISOR uma biografia musical de Sérgio Godinho ampliar uma ideia, fazer conexões, e dessas conexões nasce um novo nexo.” C.: E o nosso país ainda é “uma rua de má fama onde faz negócio um charlatão” como em 1971? S.G.: Sim, claro! Há muitos! Basta olhar para a primeira página dos jornais. Ainda hoje houve uma notícia sobre negócios menos claros do maior banco português, portanto este é um exemplo que é de hoje. Mas podia estar a falar de outros exemplos, a todos os níveis, acho que há uma cultura de laxismo e de compadrio e também de corrupção que continua a atravessar muito a sociedade portuguesa. “O Charlatão”, infelizmente, é uma cantiga muito actual. C.: Ter vivido fora de Portugal antes do 25 de Abril, fez de si um artista do mundo? S.G.: Ah, sem dúvida que me abriu horizontes. Também foi uma escolha minha, porque quando eu saí, fui ainda legalmente, depois já não podia voltar a Portugal, aí fiquei exilado. Mas quando saí, eu queria mesmo correr o mundo, ter outro tipo de experiências, viver do outro lado do mundo. E aí também acabei por descobrir o meu próprio país. Também através das canções, através da língua portuguesa e de tudo isso. Eu acho que é importante sair, não devemos ficar só por cá, porque aprendemos mais sobre nós mesmos quando estamos noutro sítio, noutro país, com outras pessoas que pensam e agem diferente de nós. Penso que é muito importante e recomendo a todos, agora não quero que vocês se vão embora! (risos). C.: “Escritor de canções”, é assim que gosta de se caracterizar? S.G.: Também. Eu gosto muito de criar, mas também sou um performer. As canções são arte performativa como o bailado, como a música, no fim de contas, elas existem para estar nos palcos perante públicos. Portanto o escritor é a primeira parte de uma outra parte das canções. C.: É escritor, músico, compositor, cantor, actor, dramaturgo, realizador... É mesmo o homem dos sete instrumentos ou toca um só instrumento com várias formas? S.G.: É interessante, porque eu acho que de certo modo esse instrumento é a vontade de criar, de fazer associações de ideias. Acho que é muito importante isso. É fazer associações de ideias, ampliar uma ideia, fazer conexões, e dessas conexões nasce um novo nexo. C.: Já tocou com José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Vitorino, Xutos e Pontapés, Clã, Da Weasel e tantos outros. Com quem é que lhe apetecia cantar ainda? S.G.: Também já cantei com o Caetano Veloso, portanto essa já está cumprida. Ah, não sei... eu acho que isso não faz muito sentido, não há muita resposta a isso... Estou sempre disponível, mas também já dei algumas negas porque nem sempre é o momento. E felizmente sou muito solicitado para esse tipo de intercâmbios mas nem sempre fazem sentido ou não é o momento. “Aqui e ali viam-se um pé a bater, uma mão a marcar o ritmo... uma noite com... Desta vez e após uma primeira tentativa, conseguimos voltar a conversar com o músico, escritor e compositor Sérgio Godinho. É verdade este “velho amigo” da nossa Crítica, já tinha sido A PRIMEIRA OPORTUNIDADE SURGIU MESMO DEBAIXO DO NOSSO NARIZ! Aqui mesmo em Linda-a-Velha, o grupo de teatro Intervalo estava a comemorar os seus 38 anos, homenageando várias personalidades numa já tradicional semana cultural. Naquela noite a escolhida foi a actriz Maria do Céu Guerra, e quem iria actuar no recital? O “alvo” pretendido: Sérgio Godinho. Sara Encarnação Encontrámo-nos então à porta do Edifício Pirâmide à hora combinada. Havia muitos espectadores já a levantar os seus bilhetes e não nos restou mais do que esperar por alguns que sobrassem. Conseguidas as passagens, entrámos para a sala sobrelotada (além dos lugares sentados havia pessoas nos corredores laterais e nos fundos). A sessão contou com a presença não só da homenageada, mas também de outras figuras públicas como a do maestro Vitorino de Almeida, do encenador Hélder Costa e de vários admiradores da actriz. Ouvimos algumas das canções mais badaladas do músico tais como “Espectáculo” - que dedicou a todos os profissionais dessa área - , “Lisboa que Amanhece” e “O Charlatão”. Tudo correu bem, com a excepção talvez, de um pequeno esquecimento de uma das letras, o qual passou completamente despercebido quando a memória voltou e o público, entusiasmado, ajudou. “Podem cantar se quiserem” como o cantor, depois, pediu. Acabado o concerto entrámos nos camarins para tentar marcar uma futura entrevista, já que naquela noite e àquela hora não seria a melhor solução. Para avivar a memória, mostrámos a revista na qual constava a entrevista que lhe tinha sido feita há alguns anos, da qual ele se recordava e, pelos vistos, de uma maneira agradável, “Ah! É fixe, é fixe” comentou. ... uma cabeça a abanar...” 18 19 CRÍTICA O PROJECTO SONS DA FALA É INTEGRADO POR NOVE CANTORES. Os artistas portugueses são Sérgio Godinho, Vitorino e Janita Salomé. De Cabo Verde temos o conhecidíssimo Tito Paris. Filipe Mukenga de Angola, André Cabaço de Moçambique, Guto Pires da Guiné-Bissau, Juka de S. Tomé e Princípe e Madeira Júnior do Brasil são os restantes elementos. Nancy Vieira também participa como Isabel Valente convidada muito especial. Ver mais imagens e vídeos em: http://youtube.com/revistacritica O encontro ficou então marcado para o dia 26 de Outubro, na Fnac de Cascais, onde o músico estaria a apresentar o seu novo projecto Sons da Fala. Às 21h30 do dia combinado estávamos nós preparados, mais uma vez (e desta vez sentados!), para apreciar as sonoridades de Sérgio Godinho acompanhado de outros artistas como Janita Salomé e Guto Pires. O público vibrou mais uma vez. Aqui e ali viam-se um pé a bater, uma mão a marcar o ritmo, uma cabeça a abanar... Quando o concerto terminou, e aproveitando alguns “contactos no meio musical”, conseguimos finalmente sentarmo-nos a uma mesa com Sérgio Godinho. E finalmente, no meio de uma atmosfera agitada de arrumação de instrumentos, e entre pequenas interrupções para as despedidas de colegas, conseguimos fazer as ansiadas perguntas! Falou-se de assuntos relacionados com a carreira e os objectivos do músico que esteve sempre disposto a colaborar e sempre com muito simpatia! Ficamos contentes por dar a conhecer um pouco mais deste “homem dos sete ofícios”!! Teve origem num espectáculo, que pretendia ser o cruzamento entre culturas lusófonas, nascido de uma encomenda da Presidência da República para as comemorações do dia 10 de Junho realizadas em Coimbra em 1994, tendo obtido então grande sucesso. Foram feitos outros espectáculos, igualmente apreciados, nomeadamente na Torre de Belém, em Julho de 1997. Em 1999, houve duas importantes apresentações promovidas pelo Instituto Camões: no Brasil, em São Salvador da Bahia, como contribuição de Portugal nas comemorações dos 450 anos da fundação desta cidade, e uma outra por ocasião da segunda edição das Pontes Lusófonas, em Maputo. realizado em estúdio. O CD desenvolve e aprofunda as linhas mestras que estiveram na origem deste projecto, tendo evoluído consideravelmente em termos musicais com o trabalho Sons da Fala conta com trocas de repertório e parcerias vocais especialmente bem conseguidas, com destaque para os temas: "Menina estás à janela" com André Cabaço, Vitorino e Janita Salomé; “Sodade” com Janita Salomé; e “Venham Mais Cinco” com todos os elementos do projecto. Destaque especial para a música "Namoro" com Filipe Mukenga e Sérgio Godinho que aliás serve de fundo musical ao vídeo sobre a entrevista localizado em(http://youtube.com/ “(...) ainda guarda todas as revistas em casa... leituras Nesta secção fomos à caça de “maníacas” pela leitura pela escrita e eis que descobrimos uma, quase “federada”. Participou em dez números seguidos da Crítica – Joana Marques, actualmente estuda no 3º ano da Universidade de Farmácia de Lisboa. EX-ALUNA DA ESCOLA recorda os tempos óptimos que passou por cá. “A mudança foi um choque” – afirma. “Os primeiros tempos fora da ESLAV foram difíceis, tudo era diferente, o ambiente, as pessoas, tudo…” Com o tempo foi perdendo o medo. Medo esse que nos bloqueia as acções, não nos deixa pensar. Pessoalmente, diz-nos, até gosta bastante de arriscar. “Medo, medo só de cães!” Recorda com muito gosto e prazer a sua demorada passagem pela Crítica. E demorada uma vez que participou em dez números seguidos, inicialmente com temas mais gerais, sobre ambiente e vida escolar, e numa outra fase com a crítica literária. Foi aqui que mais se destacou e que mais gostou de participar. Cão Como Nós e Amor de Miraflores são as obras que destaca e todo o prazer associado à sua análise crítica. Actualmente não tem muito tempo para dedicar à escrita e à leitura. Ultimamente lê o livro do Código da Estrada e nas férias leu Proibido, que nos conta episódios da época antecedente ao 25 de Abril de 1974, um tema de que gosta particularmente. O livro mais marcante da sua vida foi O Mundo de Sofia de Jostein Gaarder. “É um livro excepcional, faz-nos pensar!” Inês Santos Uma das coisas boas de que recorda da ESLAV é da sua professora de História Adélia Simas que cativava bastante os alunos e dava um ritmo especial às aulas. Recorda igualmente todo o bom ambiente entre os alunos e também os teatros da escola, dos quais gostava imenso. … na memória e no coração…!” O Pequeno Livro dos Medos texto e ilustrações: Sérgio Godinho Editora: Assírio & Alvim 48 págs. Ver mais imagens e vídeos em: http://youtube.com/revistacritica Quanto à Crítica nunca irá esquecer a sua participação. Custou-lhe bastante escrever o último artigo para a revista, pois sabia que ia deixar de ter aquele ritmo, todos os períodos, de escolher o livro, escrever e encurtar os textos, como era habitual. As visitas e as entrevistas que realizou com pessoas novas que conheciam também lhe deixaram muitas saudades. Não tem grande memória de como foi parar à Crítica, mas acha que deve ter sido por sugestão da sua professora de Educação Visual Ana Cristina Silva, à qual está agradecida. Num futuro próximo pensa terminar o curso e tirar a carta de condução. Depois, logo se vê! Muito simpática e colaboradora, Joana Marques revelou-nos que gostava bastante de ver quando o seu nome aparecia numa página que todos liam… e ainda guarda todas as revistas em casa, na memória e no coração…! 20 21 CRÍTICA A PALAVRA MEDO TEM MÚLTIPLOS SIGNIFICADOS, mas para cada um de nós há uma definição do “medo”. Podemos ter medo de cães, medo de fantasmas, medo de pessoas que nos parecem estranhas... Podemos ter medo da vida... Não sabemos o que acontece a seguir, não conhecemos o amanhã, não sabemos o que virá e isso assusta-nos, faz-nos recear. “É por isso que o desconhecido é um bicho que mete medo e ao mesmo tempo apetece conhecer”. Todos queremos saber como é a vida, queremos conhecê-la, enfrentar esse medo. Para enfrentá-lo basta olhar para dentro dele, encará-lo olhos nos olhos e perguntar-lhe o que quer. Todos conhecemos o medo. Já o sentimos em muitas situações. Quando éramos pequenos tivemos histórias engraçadas de situações que nos ficaram marcadas na memória, de quando chamávamos pela mãe e ficávamos apavorados, não sabíamos como enfrentar o medo. Hoje também temos medo, medo de coisas diferentes, provavelmente, mas já aprendemos a encarar aquilo que tememos. Ultrapassar o medo é investigar, descobrir porquê, conhecer. Aí vencemos esse bicho de que não gostamos nada e saímos vencedores, ganhamos a batalha! O Pequeno Livro dos Medos, ensina-nos a não temer e a ultrapassar o nosso medo. Conta-nos a história que gostaríamos de ouvir quando temos medo, e ao ouvi-la tranquilizanos. Esta é uma das poucas obras literárias de Sérgio Godinho mais conhecido na área musical. É, no entanto, digna de uma leitura e não só pelos mais novos… Até porque às vezes, em alguns momentos, são as crianças que nos ensinam a não temer... “Consigo olhar para trás, ficar muito feliz... músicas A música é outra, os alunos são outros mas, nesta revista que permanece, revivem -se antigos momentos e sonoridades que duram e perduram. Tal como nós, a Leonor participou na Crítica e hoje ajudou-nos a perceber a importância da Escola, desde as pessoas com quem fazemos amizades, aos professores que nos ajudam a formar-nos, até esta simples revista que funciona também como um pilar nesta nossa construção. Eu gostei muito desta escola. O ensino básico Gostaste de participar na foi muito divertido e importante mas, no revista Crítica? Gostei sim! Claro que secundário, a escola influenciou-me muito houve temas que me nas escolhas futuras. É na adolescência que tocaram mais que outros, vamos ganhando objectivos e valores, que mas foram sempre temas se adquirem também na escola – o maior interessantes. Adorava determinante. E o meu percurso, que foi um todo o processo da escrita pouco conturbado (primeiro estive em Belas e da procura, mas a parte Artes e agora estou em Psicologia), fez todo Mariana Antunes Sofia Mano o sentido. Eu não o alteraria! Consigo de vender as revistas era horrível, não tinha jeito nenhum! (risos) Foi uma olhar para trás, ficar muito feliz e gostar de todos os passagem bastante positiva e de grande crescimento. momentos que passei aqui. Foi muito importante ter conhecido as pessoas que conheci e ter-me inserido naquele grupo de amizades, Achas importante haver um projecto destes na escola? Acho, é óptimo. Aliás, devia haver em todas as escolas. Claro que é preciso um professor como o Francisco. Há alguma recordação que queiras partilhar connosco? Tenho várias recordações, mas lembro-me especialmente de um artigo que fiz sobre o Sérgio Godinho. Deu-me muito gozo. Sempre o ouvi muito, acompanha-me desde sempre. É um autor que escreve coisas lindíssimas. O que é que te marcou mais na escola? ... e gostar de todos os momentos que passei aqui [na ESLAV]” SÉRGIO GODINHO Ligação Directa Ver mais imagens e vídeos em: http://youtube.com/revistacritica que foi uma junção muito especial. Houve também professores muito significativos: a minha professora de Português, Assunção Gomes; de História de Arte, Fátima Madaleno; e de Psicologia, Ana Páscoa. Eu gostei mesmo muito desta última disciplina e até acabei por seguir esse ramo, que eu não teria escolhido se não tivesse tido aquele contacto tão positivo. Foram professoras que me disseram muito. As mais importantes. Nós temos sempre múltiplas hipóteses, podemos ser muitas coisas, mas seguimos um caminho. Só que devemos deixar que outras coisas pisquem para nós... devemos estar atentos. 22 23 CRÍTICA JUNTAMENTE COM A BANDA COM QUEM TEM TOCADO NOS ÚLTIMOS SEIS ANOS, “Os Assessores”, Sérgio Godinho estabeleceu-nos uma “Ligação Directa” a este seu novo disco. Uma colecção de músicas ao seu estilo. Novamente as suas palavras. Um pouco mais de si que ficamos a conhecer e que vamos descobrindo ao passar de cada faixa. Numa “ligação directa” transmite-nos mensagens, imagens onde insere sentimentos, retratos, apelos e, ainda, críticas sociais a Portugal, onde “só neste país se diz só neste país”. O CD inicia-se, como uma procura, com “A Deusa do Amor”, aquela que de tão antiga que é, de tão usada que está, acabou, agora, esquecida. Anda, então, à procura de uma “explicação inexplicável”, volta à idade dos “porquês” num assunto que, em si, nunca amadurece: o amor. No mesmo tom lírico, temos “Às vezes o Amor”, escolhido como single do CD, e o “Big One da Verdade”. No primeiro, os principiantes do amor dialogam com um velho que, apesar de cansado, lhes ensina uma esperança, a hipótese de haver sempre um recomeço para o amor. O segundo, “O Big One da Verdade”, cuja letra foi a única a não ser escrita pelo Sérgio Godinho, sublinha a falha que fica e replica, o abalo que dura e perdura num terramoto de sentimentos. Mais à frente segue-se o impulso de músico de intervenção com apelos e críticas sociais. “O Rei do Zum-Zum” critica a fama instantânea que, hoje em dia, preenche as capas de revistas e que amanhã, quando a fama passar, já serão esquecidas e “rabiscadas na sala de espera dos dentistas”. Já “No Circo Monteiro Nunca Chove” é uma metáfora de carácter social e político que, com a sonoridade de uma música de circo, faz o retrato do país. Crítica que se prolonga no último tema deste CD: “Só Neste País”. Esta música, de facto, encerra bem este disco. Inicia-se com uma introdução tímida e meiga, embora irónica, e finaliza-se repetindo um refrão de apelo urgente. Uma faceta e outra que representam a bipolaridade de Portugal, um passado e um presente. “O Velho Samurai” é, talvez, aquele que se parece menos com o resto do disco, tanto a nível de música como de tema. Na companhia de um violino que, de início se destaca, o solitário velho Samurai, a quem a vida não correu bem, “palita os dentes, mesmo se não tem comida”. Trata-se de um retrato (talvez pessoal), que funciona como um apelo ao estímulo do “japonês português”, aquele que, mesmo nos momentos difíceis, resiste ao infortúnio e mantém a dignidade. São dez as faixas que compõem a “Ligação Directa” e, nas nove que foram escritas por ele, encontramos em cada uma delas um fantástico jogo de palavras, paradoxos e aliterações. Demonstra um grande à vontade com a rima e com o som, dos quais nasce uma narrativa sempre com sentido e fluidez. É o conjunto da sua música com as suas letras que tornam este uníssono tão bom. “[Quanto ao Erasmus] ...foi uma experiência espectacular... filmes Sabíamos que tinha regressado não há muito tempo de um Erasmus. Ex-aluna da ESLAV, Rita Morais, aceitou dar uma entrevista para a Crítica, no âmbito da comemoração da sua 20.ª edição. Queríamos saber algumas das suas histórias e peripécias ao longo do percurso que teve na escola e, simultaneamente, na revista. Por isso decidimos coscuvilhar mais um pouco. AO PERGUNTARMOS A RAZÃO PELA QUAL TINHA ENTRADO PARA A CRÍTICA, a resposta foi simples, “entrei por sugestão do meu pai”. Diz que gostou bastante da experiência, até Miguel Frischknchet porque lhe permitiu conhecer algumas pessoas bem interessantes. Passou por várias “secções” mas aquela em que participou mais vezes foi em “filmes”. Mesmo após a sua saída tem acompanhado a revista, até porque o seu irmão é um dos alunos pertencentes a este projecto. Afirma que “a revista está cada vez melhor mais ligada ao aluno e ao contexto escolar”. Ver mais imagens e vídeos em: http://youtube.com/revistacritica Quisemos também saber o que é que está a fazer actualmente. “Neste momento estudo, estou no último ano do curso de Fisioterapia, e trabalho para ganhar uns extras.” O tempo não é muito, por isso agora que não pode ir muitas vezes ao cinema, contou-nos que está viciada na série “Anatomia de Grey”, que vê no computador quando pode. Por estar relacionada com a área em que trabalha – saúde – identifica-se muito com a série e recomenda a todos. Voltando ao assunto do Erasmus, soubemos que a Rita tinha estado 6 meses ausente (em Barcelona) e como é óbvio não nos podiam escapar as suas “aventuras e loucuras” em Espanha. Referindo-se ao facto de se conhecerem novas culturas, pessoas, modos de vida, acrescentou: “Foi uma experiência espectacular, aconselho a toda a gente...” Sempre entusiasmada, contou-nos: “Eu ...aconselho a toda a gente” 24 25 CRÍTICA PASSADO NA CIDADE DE SEATTLE, no Hospital-Escola Seattle Grace, “Anatomia de Grey” conta a história de cinco aspirantes a cirurgiões que são confrontados com a dura realidade que se vive todos os dias nos corredores dos hospitais. Desde o primeiro dia de internato, estes cinco inexperientes médicos, dos Catarina Brízido quais se destaca a protagonista da série Meredith Grey (Ellen Pompeo), têm que lidar com casos de vida ou de morte, em que as escolhas e situações por que passam os vão transformando em médicos e pessoas melhores. Todos os episódios são narrados por Grey, tendo cada um deles um título inspirado em nomes de músicas dos Beatles e dos R.E.M. Apesar de o monólogo inicial parecer não ter qualquer relação com a vida das personagens, a autora da série consegue mostrar-nos que, no fim do dia, todos procuram o mesmo e acabam por ter muito em comum. Entre as ordens de Bailey (Chandra Wilson) e a relação complicada da protagonista com o Dr. “McDreamy” (Patrick Dempsey), tudo parece acontecer para tornar a vida de todos mais complicada. e uma amiga tínhamos uma casa já reservada através da Internet. Quando chegámos, deparámo -nos com um piso, três andares abaixo do chão, com um quartinho com duas camas, que era onde supostamente nós íamos viver. Como se isso não bastasse, a dona do apartamento tinha um filho pequeno e dois cães, que em conjunto faziam um barulho espectacular.” Quando se aperceberam disso, pegaram nas malinhas e foram temporariamente para uma pousada. “Até que arranjámos um outro apartamento e fomos logo para lá muito felizes… e aliviadas!” Então a Rita relaxou. Depois de falar durante 10 minutos “sem quase respirar” estava roxa e ofegante. Decidimos que era aquela a altura certa para terminar a entrevista, caso contrário “ela não aguentava”. Já devia estar farta de nos aturar. Até porque nós não somos das pessoas mais agradáveis “para se ter uma conversa”. Escrita por Shonda Rhimes, esta série, que já está na 4.ª temporada nos Estados Unidos, tem várias semelhanças com o inesquecível “Serviço de Urgências”, facto que é fortemente apontado pelos críticos norte-americanos. No entanto, a combinação brilhante das peripécias médicas com as histórias e situações caricatas da vida de cada uma das personagens prova-nos que a série veio para ficar. Tendo já sido premiada 21 vezes, entre elas por duas vezes nos Golden Globe Awards e uma vez nos Emmy’s, fãs de todo o mundo esperam ansiosamente pelos próximos episódios da série, mesmo que a única forma de terem acesso a esses episódios seja vê-los repartidos em 4 vídeos no YouTube. Para aqueles que preferem manter-se fiéis ao original, a 4.ª série estreou no passado dia 20 de Dezembro na Fox Life. Mesmo para quem não segue a série, vale a pena experimentar. Para todos os que já viram, tornou-se um vício! “[sobre a ESLAV] ...foi uma altura muito importante... palcos Foi no Centro Cívico de Carnaxide, em pleno Outono, que entrámos no mundo de Diogo Andrade, ex-aluno da ESLAV, onde em Lugares e Memórias existe De Gelo com Ventos do Deserto levantando Castelos no Ar... Nonsense? PARECE QUE O “BICHINHO DO TEATRO” VEM DE TRÁS. Num mundo em que a imaginação reina e a representação se deixa levar, Diogo Andrade, ex-aluno da ESLAV, passa de cavalo marinho (Lugares e Memórias) a Gaspar (Castelos no Ar), de jornalista (Ventos do Deserto) a Pai Natal (De Gelo). Mesmo depois de ter acabado o ensino secundário e de ter entrado para o curso de Relações Públicas e Publicidade, no Instituto das Novas Profissões, esse mundo não morreu. É Urgente o Amor e Alguém Terá de Morrer (de Luís Francisco Rebelo) foram peças em que também participou. Passado um ano conseguiu entrar para uma escola pública (Escola Superior de Comunicação Social), para o curso de Comunicação Empresarial e, mais tarde para o curso de Publicidade e Marketing. Bruno Gonçalves Rita Silva Entretanto, antes de terminar o curso, movido pela paixão pelo teatro partiu para a Escócia. Na University of Highlands and Islands do Millennium Institute, em Inverness College, envolto na música e na paisagem que criavam o cenário perfeito, estuda Teatro e Artes Performativas. Nesse ano fez, também, uma peça de teatro para crianças com problemas de saúde. ... a nível de amizades e vivências...” 26 27 CRÍTICA FOI NUMA FRIA NOITE DE NOVEMBRO que subimos a rua Costa do Castelo, em Lisboa, para ver uma peça de teatro aconselhada pelo nosso ex-colega Diogo Andrade. Em cena no Teatro Taborda, o Teatro-Clip é mais um trabalho da companhia Teatro da Garagem. Após uma “penosa escalada” (a pé…) e depois de tomarmos um agradável café na esplanada do Teatro Taborda (com Lisboa a Érica Sapage nossos pés), fomos andando para a porta da sala onde, no meio de caras conhecidas, entrámos à procura do melhor lugar. Ver mais imagens e vídeos em: http://youtube.com/ revistacritica De regresso a Portugal continuou a estudar no curso de Publicidade e Marketing e participou numa peça de Natal chamada Rua do Natal n.º 365. Inseriu-se no Grupo de Teatro “O 2.º a Circular” com quem fez as peças Crónico e Instantâneos da Morte, no Hospital Júlio de Matos. Ao fim de estagiar 3 meses em Marketing Relacional resolveu aceitar o desafio de ir temporariamente viver para as Caldas da Rainha, onde juntamente com um colega, está a desenvolver um projecto relacionado com o teatro. Enquanto o projecto não avança, pratica dança clássica e dança criativa que lhe serão úteis na arte da representação. Para além deste mundo fantástico, nos “lugares e memórias” de Diogo ficou também a revista Crítica “Entrevistar pessoas foi algo que me deu bastante prazer” - e a ESLAV - “Foi uma altura muito importante a nível de amizades e vivências - a minha primeira namorada a sério, o teatro, a vela, o Clube do Mar...”. Importantes foram também alguns professores. Destaca o professor Lucas, recordando-o como uma pessoa nada autoritária, presente, preocupada com os projectos e a vida dos alunos. Então?… Será que em Lugares e Memórias existe De Gelo, com Ventos do Deserto levantando Castelos no Ar? Apagaram-se as luzes e ecoaram vozes no vazio transmitindo-nos angústia e sofrimento, expondo-nos sentimentos que fazem parte de momentos da vida. Estávamos neste lugar mágico que é o teatro. A peça é composta por 12 clips e em cada um uma personagem diferente conta uma história falando do que sente, utilizando uma linguagem poética que nos exige muita concentração no que estamos a ouvir. Contudo, está sempre presente a linguagem corporal que enriquece bastante a cena e facilita a sua interpretação. Apresentando na maioria histórias de amor, as personagens mostram ambição, frustração e desespero chegando muitas vezes a questionar a sua existência no mundo... identificando-nos com as personagens em algumas situações, podemos encontrar algum humor sarcástico na forma como esses sentimentos são vividos tão intensamente. Caiu o pano e após agradecermos aos excelentes actores que corresponderam magnificamente às necessidades de cada personagem, saímos novamente para a noite ainda mais fria e descemos as estreitas ruas lisboetas trocando ideias e opiniões sobre a peça e admirando a bonita paisagem que nos era oferecida. “Em relação à nossa escola, Mariana... amigo público Numa quarta-feira de Novembro, às cinco da tarde, demos de caras com uma “moranguita” muito conhecida da ESLAV - era a Mariana Ferreira dos Morangos com Açúcar a quem íamos entrevistar na já “famosa” sala K azul. PARTICIPOU DURANTE 5 ANOS NA CRÍTICA e o que mais a marcou na sua “pequena” vida como jornalista da revista, entre entrevistas, reportagens e outros textos, foi a entrevista à jornalista e ex-aluna da ESLAV - Marta Atalaya. Por essa altura, a Mariana estava interessada em seguir Jornalismo. João Martins Apesar de ter optado pela representação, o “bichinho da escrita” permanece, embora actualmente não tenha muito tempo para tal. Arranjou outra maneira de poder comunicar: “Abriu-se outra porta onde acabo também por transmitir alguma coisa”. Iniciou a sua carreira na televisão pelos comerciais (anúncios) através da sua agência de moda. Passou de seguida para a conhecida série televisiva Morangos com Açúcar. Na série da TVI tinha o papel de Lúcia e trabalhava no bar Clube do Rio que, durante os vários episódios, estava constantemente a ser vandalizado. Gravou durante 3 meses, 12 horas por dia, e não teve férias, o que não a incomodou muito. Não tem muito tempo para se ver na televisão mas quando o faz confessa: “Nunca ninguém gosta do que vê. É um bom sinal a pessoa não gostar porque significa que quer fazer melhor.” Antes de participar nesta telenovela teve de se submeter a um curso de 2 meses de representação e por isso mesmo não conseguiu acabar o 12.º ano. Disse-nos que regressou recentemente aos estudos com vista a acabar brevemente o ensino secundário, fazendo o seu último exame em Janeiro. … guarda boas e grandes memórias.” 28 29 CRÍTICA NEM SEMPRE SE PODE DIZER que os programas de televisão “não prestam”. Existem alguns que, entre os mais de 50 canais disponíveis, são bastante educativos. A maioria são apenas programas para fazer passar o tempo, entre os quais se pode encontrar a série tão emblemática, Morangos com Açúcar, que passa na TVI todos os dias, mais ou menos, antes da hora de jantar. Esta série é prioritariamente dirigida a uma faixa etária compreendida entre os 10 e os 17 anos. Tenta abordar temas actuais com o objectivo de alertar para uma realidade quotidiana que por Joana Martins vezes passa despercebida. A existência desta vertente de responsabilidade social, com a divulgação de fenómenos como o bulling e o consumo de drogas nas escolas é um aspecto positivo da série. Outro aspecto positivo desta é a informação acerca da reciclagem e até a utilização de mini-contentores nas filmagens, o que elucida os espectadores. Ver mais imagens e vídeos em: http://youtube.com/revistacritica Em relação à nossa escola, Mariana guarda boas e grandes memórias. Com a sua participação no teatro escolar, também durante 5 anos, desenvolveu muito a sua forma de representar, o que a ajudou a seguir o seu actual sonho. Relembra também com saudades a escola e a sua participação na Crítica. “Cada vez que passo aqui perto é horrível… tenho muitas saudades porque como tive sempre envolvida em vários projectos sempre me senti muito da escola. Muitas pessoas falavam que a ESLAV era isto e aquilo mas a imagem com que eu fiquei dela é a melhor.” O seu próximo objectivo é entrar no Conservatório e, caso não o consiga, ir estudar para Londres durante 7 meses num curso relacionado com a representação. Soubemos que se prepara para actuar numa nova novela que vai passar na TVI em horário nobre. Esperamos que todos os seus sonhos se concretizem. No entanto existem também, na minha opinião, aspectos negativos. Como é o caso de, como muitas vezes acontece, serem veiculadas outras mensagens desleais à realidade social o que pode levar os mais jovens e imaturos a interpretarem tais comportamentos como os que podem tomar na sua vida. Também a qualidade dos diálogos e a sua interpretação nem sempre são os mais indicados, havendo frequentemente uma entoação mal feita o que altera o significado. A vida levada no dia-adia desta novela por um estudante que frequenta um colégio ou escola pública não é de forma nenhuma correspondente à realidade. Exemplo disso é o facto dos personagens saírem todas as noites para ir a um bar, ou do relacionamento professor/aluno ser demasiadamente agradável, algo que é muito pouco vulgar, assim como o facto de não os vermos a estudar, principalmente no que toca a testes e exames nacionais. Como o objectivo é prender o espectador à televisão episódio atrás de episódio, talvez fosse muito difícil atingi-lo se retratassem a vida real tal como ela é. Como para algumas pessoas a vida é tão enfadonha, chata e repetitiva, ao assistirem a estas séries televisivas é como se esta se tornasse mais feliz e diferente dia após dia, transformando a ficção real entre nós. Participaram ou colaborar a 177 ALUNOS - Al Morais, Ana Ta ain Jesus, Alexandra Luís , Alic e Morais, vares, André Ana Ataíde, An Fernandes, An Bruno O liveira dré Ferreira, , C arla Brito, a Pedros o, An An C arla C aldeira a Silva, Ana So Ribeiro, C atar , C arlos Martin dreia Marques , Andreia Ve ina Saldanha s, C atarina Br loso, Bernardo ares, Ana Sofia Marques, , C atarina Silv Pereira, Cristin Ana Sofia ízido, C atarin a, C atarina Tr C otrim, Berta a C arias, Cris a G onçalves, indade, C atar Ferreira, Brun tina Ferreira, Duarte Silva, C atarina Mon ina Vasc once o G onçalves D aniela Pate Eduardo Antu te lo , iro s, iro , C átia Fons ec nes, Eduardo , Ferreira, G ab a, C láudia C os C atarin a Reis, C atarina Fernandes, Ér D avid R anhel, D avid Tava riela Areia, G ta, C láudia M res, D iogo An ic a Sapage, Fe onçalo C as im Gilzãns, Inês at drade, D iogo iro, G ui Ferre rnando Valent Oliveira, Inês Cruz, Diogo M os, Cláudia ira, H elena C e, Filipe Vala R amos, Inês Bess a, Joana os ta Pinto, H ira, D ora Sous das, Francisc Santos, Inês Af onso, Joan el en o a, D a Te ia Es a ix s, cobar, H ugo Andrade, Joan eira, Inês Vieg João Frutuoso Francisc o S ilv G ameiro, Inês as , João Jaime, a Freire, Joan C osta, Inês Fi a, Frederic o a Lopes, Joan , Is abel Martins, Is abel Pi João Martins, Juliana C arne dalgo, Inês nheiro, Is abel a Marques, Jo João Pess oa iro, Leonor O , João R odrig Si ana Martins, liveira, Lígia M Margarida Va ues, João Ta Joana Pereira lva, Isabel Valente, Jamila endonç a, Lilia sc oncelos, M va , re Jo na s, ar ão ga Jo C Ferreira, Mar at C unha, João rida Xavier, M rge Santos, Jo iana Santa Bá Fida aria João Barb aluna, Madalena Frischkn rge Silva, José rbara, Mariana echt, Maf alda Antunes, Mig edo, Maria Jo Pinto, Jo sé Sa lgo, Silva, Maris a uel Frischknec O ão liv ei G lgado, ra on , ça Magda Dias, lves, Maria N Valente, Mar ht, Mónic a N un Paulo G onça Man unes , Maria Pe ta C arvalho, M es, N adine Fo lves, Paulo R na, Mariana An uel D urão, arta Silva, Mar amos, Pedro ntes, Nuno Bo Tavares, R aq tunes, Mariana tim Mata, Mel Baet quinhas, N un uel G arrido, R ânia, Mic aela o Pinto, Nuno aquel Pires, R a, Pedro Balas, Pedro Mar R odrigo Alca Pa quete, Mig Sequeira, Pa ita Afonso, R qu ide, Rui Bapt es , Pe uel dr trí o ita cia Dias, Patrí Oliveira, Pedr ista, R ui Migue Sara Ribeiro, o cia Martins, l, R ui Silva, Sa Faria, Rita Fons ec a, R ita Sara Santos, Meireles, R ita Ornelas, Pedro Pais, Pedr ndra H orta, Sa Sérgio Figuei Figueiredo, Tâ o Pess oa, Pe Mor ra Barroca, Sa ra, So nia Santos , Ta dro ra Branco, Sa ais, R ita Patrício, R ita R eq tiana C osta, Te fia Araújo, Sofia Mano, So Teodoro, Tom ra Encarnaç ão uetim, R ita Si fia Mouga, Só ás Frischknec resa Bacala, lva, , Sa ra Ferraz, Sa nia Jesus, Su Teresa Pereira ht, Vanda C os ra Martins, sa ta, Vaness a Q , Tiago Ferre ira, Tiago Gue na Fernandes, Susana G uintas, Vasc o omes, Tânia rreiro, Tiago Lo Morais, Vera Freire. 19 EX-ALUNOS urenço, Tiag o Pimentel, Tiag o Ana Casimiro, Ana Rita Oliveira, António Pascoal, 42 David Marçal, Filipe Lima, Hugo Leão, Joana Carneiro, João Borges da PROFESSORES - Abel Belião, Cunha, Jorge Pamplona, Maria João Ruela, Mário Sérgio, Marta Atalaya, Miguel Góis, Patrícia Jorge, Paulo Freitas, Pedro Lima, Renata Adelaide Pereira, Alexandre Pimentel, Ana Cristina Pereira, Ana Cristina Silva, Ana Páscoa, Ana Paula Drumond, Ana Vieira, Antonieta Caxias, Marques, Tiago Esteves, Valdemar Teixeira. António Vasconcelos Raposo, Arminda Santos, Assunção Gomes, Carla Marques, Simões, ia Carlos Guerreiro, Clara Anunciação, Conceição Ribeiro, Dolores Alfaiate, Elisa él m A , es e Gonçalv Cidália Costa Pinto, Emília Raposo, Fátima Franco, Francisco Morais, Inês Alegria, Gonçalves, ÁRIOS - Alic N la ar IO C C , N to FU 23 ascimen ão Isabel Rainha, João Paulo Coelho, José Augusto Lucas, José Pacheco, Madalena Belarmino N da, Conceiç Ana Cunha, larisse Almei o C Branco, Margarida Santos, Maria João Cortegaça, Marília Mano, Marília dr , Pe es sé gu ri Jo , Rod el Ribeiro Sá, Clarinda Santos, Mário Sousa, Olívia Ferreira, Paula Fonseca, Paula Varela, Piedade lho, Maria çalves, Isab oe on C G es ra rd vi El Lu Micaelo, Regina Cruz, Suzete Monteiro, Teresa Fernandes, Teresa Garcia Barreiros, Pilar ísa Lobão, s, Lu re o, Pi nt ia Pi tíl fa Jose ia Vital, O Nunes, Vera Batista, Verónica Baptista. Gonçalves, eida, Noém ejeira. m sa Cer aré de Alm Ribeiro, Tere Ferreira, Naz endo, Sónia os R ia of 12 ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO - Francisco Duarte, Jorge S , Canelas Casimiro, José Barbosa Pereira, José Mouga, Júlio Silva, Luís Tavares, Margarida Ferreira Amaral, Mari Dellalyan, Maria Amélia Caldeira, Maria do Rosário Barros, Paula Iolanda, Paulo Ferreira. 20 ENTREVISTADOS - Alice Vieira, Armando Caldas, Beatriz Quintella, Bernardo Sassetti, Daniel Sampaio, Danuta Wojciechwska, Gonçalo M. Tavares, Henrique Cayatte, José Eduardo Agualusa, Margarida Dias, Maria João, Mário Laginha, Mia Couto, Naide Gomes, Natasha Marjanovic, Orlando César, Patrícia Castanheira, Ricardo Araújo Pereira, Sara Tavares, Sérgio Godinho. Aconselhámos... TEATROS - Auto da Barca do Inferno, É Urgente o Amor, Era uma MÚSICAS - Adriana Vez Quatro, Gimme Five, João Gabriel Borkman, Os Sonhos de um Calcanhoto – Público, Ben Sedutor, Uma Noite de Cabaret, Vento Leste. Harper - Both Sides of the FILM Vinte ES - A Cidade Alic e Vieira LEITURAS de Gun, Cabeças no Ar, Foo Amis Deus, À Procur Vozes, Álvar o tad, Belleville a de Nemo, Am Cinco a Set e R en Fighters, Humanos, Jack adeu timos Uma de óp z-Vous, Capitã op ip H F or re st er ey , es de Abril, Des s, E xl Magalhães du Bi ardo Mãos de T Johnson - In Between or, Donovan cobrir Am es de ou G ria lle ra at tó , o Branco, Littl His manue Dreams, José Afonso e Miss Sunshine Fala com Ela, Gato Pr eto o Mozart, Em Do Seu Amig M , il , ta M lion Dollar Bab rit o da Gaivo y, O Carteiro de elhor é Impossível, órias Cantigas de Maio, Maria Laborit - O G Pa ac heco - Mem blo Neruda, Sh P s si As João e Mário Laginha do rek. Fernan avat er - O e, Fernando S qu ra C Mumadji e Cor, Mário um de . M lo ça on G to, Grande Labirin aléry, João Borges Laginha e Bernardo Sassetti, .V Tavares - O Sr de Miraflores, José Sara Tavares - Mi Ma Bo, or Aquário Vasco da Gama, da Cunha - Am a - Estranhões e Sérgio Godinho - O Irmão Biblioteca Municipal de Algés, Canil e Gatil Monte us al gu A A Eduardo o do Meio e Ligações sé Sar amag e dos Vendavais, Centro Jacques Delors, Chapitô, Bizarr oc os, Jo , Manuel Alegr do un Directas, Toranja – M do or Maior Fl Escola de Música de Linda-a-Velha, Escola to - O Gat o ou C ia M , ós Esquissos, Tribalistas, - Cão como N io Godinho - O Secundária de Mem-Martins, Escola Vieira da Silva, rg Yann Tiersen - Fabuloso e o Escuro, Sé s Medos. Jornal Público, Museu do Design, Museu Vieira da do o vr Destino de Amélie. Pequeno Li Visitámos... Silva, Notícias da Amadora, Parque dos Poetas, SIC. Tiago, ainda continuas a ter saudade do toque de saída da campainha da ESLAV? Acho que tenho mais do que tinha na altura… Actualmente o meu trabalho só tem toque de entrada… Eh eh eh... Qual a importância que a Crítica teve para ti? Na Crítica pela 1.ª vez tive “público” que apreciou o meu trabalho... O que fizeste depois de saíres da ESLAV? Estudei Design no IADE e ao mesmo tempo fazia desenhos para jogos de computador. O que fazes agora? Sou ilustrador modelador 3D. Portefólio em: http://tiagopimentel.carbonmade.com Tenho que ir. Este é o meu toque de entrada... Desenhos de: Para mim é o meu toque de saída... Inês Oliveira e