Banco do Brasil quer esvaziar a importância do Nordeste

Transcrição

Banco do Brasil quer esvaziar a importância do Nordeste
CARTA ABERTA AO POVO PERNAMBUCANO
Banco do Brasil quer esvaziar
a importância do Nordeste
O
Banco do Brasil está transferindo para Minas Gerais a sua
área de suporte que hoje funciona no Recife e atende todo o Nordeste. A mudança prejudicará, de imediato, cerca de 800 funcionários que
trabalham nos Centros de Suporte Operacional e de Logística (CSO e CSL),
que estão com o futuro indefinido.
Mas os bancários do BB não são os
únicos prejudicados com a transferência desses importantes centros para o
Sudeste. A economia de Pernambuco
também será afetada, já que uma das
áreas que serão transferidas é a que
presta serviço de concessão de crédito.
Com isso, as empresas pernambucanas
terão mais dificuldades para adquirir
financiamentos pelo Banco do Brasil.
Atualmente, o CSO do BB em Pernambuco realiza cerca de 23 mil operações de crédito por ano, irrigando pequenas e médias empresas com mais de
R$ 2,05 bilhões. Com a mudança para
o Sudeste, o Banco do Brasil esvazia a
sua importância para o Nordeste, ficando restrito apenas a rede de agências
num verdadeiro retrocesso para a nossa
região. Afinal de contas, os bancários
pernambucanos conhecem como ninguém as peculiaridades do Nordeste.
Se a reestruturação do Banco do Brasil
vingar, serão os bancários do Sudeste,
a 2,5 mil quilômetros de distância, que
analisarão e aprovarão a concessão de
crédito para os pernambucanos.
Nos últimos dois meses, o Sindicato
dos Bancários tem lutado contra esta
reestruturação que já é considerada um
verdadeiro pacote de maldades do Banco do Brasil. Senadores, deputados,
vereadores e até o governador de Pernambuco foram acionados para apoiar
os bancários nesta luta, que agora é de
toda a sociedade.
O clima nos centros administrativos do
banco é de pânico com o futuro incerto.
Centenas de pais e mães de família poderão perder parte importante do salário
com as mudanças impostas pelo BB, já
que esses trabalhadores terão suas funções diminuídas. Estima-se que apenas
300 funcionários deverão ser mantidos
para suprir as necessidades. Outros 500
terão de mudar completamente a sua
vida, seja arrumando as malas e partindo
para Belo Horizonte, seja recomeçando
a carreira na rede de agências.
Além dos graves prejuízos para os
bancários e para as empresas pernambucanas, o pacote de maldades do BB
também vai prejudicar dezenas de
terceirizadas que prestam serviços de
manutenção predial, vigilância armada, telefonia e limpeza, entre outros.
São R$ 951 milhões em contrato que
movimentam a economia do Nordeste
partindo junto com o banco para Belo
Horizonte. Isso sem falar no comércio
que funciona no entorno dos dois prédios administrativos do banco, onde
os 800 funcionários almoçam, tomam
café ou compram produtos e serviços.
Como se vê, esta reestruturação é
extremamente prejudicial para Pernambuco e vai na contramão do desenvolvimento que o nosso estado e o Nordeste como um todo vivem nos últimos
anos. E grande parte deste desenvolvimento tem o dedo do Banco do Brasil,
um banco público que deveria investir
em todo o país para distribuir renda e
melhorar a vida dos brasileiros.
Bancários lutam contra
reestruturação do BB
Desde o início de outubro, o Sindicato e os bancários estão
na luta contra a reestruturação do Banco do Brasil.
Confira abaixo um pequeno histórico da mobilização já realizada
19 de outubro – O Sindicato se reuniu com o gerente da Gepes (Gerência
de Pessoas), Miguel Arruda, e com os
chefes do CSO e do CSL, Sílvio Tinoco e Carlos Leal, para discutir a reestruturação.
29 de outubro – Em reunião com o
Sindicato, o senador Humberto Costa
assumiu o compromisso de entrar na
luta em favor dos funcionários do BB.
No mesmo dia, o Sindicato enviou o
primeiro ofício ao governador solicitando audiência.
20 de novembro – Reunião de mediação entre o Sindicato com o BB na
Superintendência Regional do Trabalho.
30 de outubro – Sindicato se reuniu
com a Diretoria de Negócios Operacionais (Dinop) do Banco do Brasil,
em Brasília, e obteve o compromisso
de ser ouvido durante o processo de
reestruturação.
21 de novembro – Envio do segundo
ofício ao governo do Estado e solicitação de reunião com os senadores Armando Monteiro e Jarbas Vasconcelos,
a deputada estadual Teresa Leitão e o
vereador Jurandir Liberal.
30 de outubro – Sindicato
apresenta denúncia contra o
BB à Superintendência Regional do Trabalho (SRT).
22 de novembro – Reunião com deputado Fernando Ferro e contato com o
deputado João Paulo.
31 de outubro – Reunião
com a Gerência de Pessoas do
BB, Superintendência Regional e chefes do CSO e CSL.
No mesmo dia, o Sindicato se
reuniu com os funcionários do
CSO e, no dia seguinte, com o
pessoal do CSL.
5 de novembro – Reunião
com o superintendente do BB,
Júnior Pordeus.
13 de novembro – O Sindicato e a Contraf-CUT voltam
a se reunir com a direção nacional do Banco do Brasil para
discutir a reestruturação.
14 de novembro – Reunião
com os funcionários do CSO e
CSL na sede do Sindicato.
22 de novembro – Assembleia dos
funcionários organiza os próximos passos da luta. Deputado Fernando Ferro e
o vereador Jurandir Liberal entram na
luta em favor dos bancários.
26 de novembro – Sindicato entra em
contato com a imprensa pernambucana,
que começa a noticiar a reestruturação
como prejudicial ao Nordeste.
27 de novembro – Senador Humberto
Costa se reúne com a diretoria nacional
do BB e cobra respeito a Pernambuco.
Deputada Teresa Leitão recebe o Sindicato e assume o compromisso de lutar
contra a reestruturação.
28 de novembro – Bancários e Sindicato paralisam por uma hora os prédios do CSO e CSL para exigir a Nota
Técnica do BB, em que a reestruturação é detalhada.