Leia! 320

Transcrição

Leia! 320
Leia! 320
1/9/09
12:17 AM
Page 1
nº 320
Cadeia Petroquímic a e do Plástico, Economia e Polític a, S ustentabilidade, Améric a Latina e Mundo • 08 de janeiro de 2009 • Ano 4
Cadeia Produtiva
Preço da nafta
Os preços da nafta, uma das principais matérias-primas da indústria petroquímica brasileira, tiveram forte
recuo em dezembro, atingindo recuo de 28,8%, segundo dados do Índice Geral de Preços (IGP-DI), medido pela
Fundação Getulio Vargas. A redução é semelhante à queda de 28% que havia sido registrada em novembro.
Nestes dois meses, a nafta, que é vendida pela Petrobras às companhias petroquímicas brasileiras, acumula
redução superior a 56,8%, na esteira da queda do petróleo no mercado internacional. Ainda não há projeções
sobre o preço da nafta para janeiro, mas existe tendência de estabilidade. "A nafta já caiu o que tinha de cair.
Ela deve ficar neste patamar em janeiro, exceto se houver um fator inesperado", disse João Luiz Zuñeda, sócio
da consultoria MaxiQuim, que acompanha os preços dos principais indicadores da indústria petroquímica.
Segundo dados da MaxiQuim, a nafta era cotada em dezembro de US$ 291 a US$ 295 por tonelada, o que dava,
incluindo PIS/Cofins, um valor entre R$ 703 e R$ 713. Em novembro, a nafta era vendida a R$ 1.154 a R$ 1.169
por tonelada. A Petrobras não faz o repasse imediato no País das alterações de preços da nafta no mercado
internacional. Ela utiliza uma fórmula baseada nos preços praticados na Europa, informou o Valor Econômico.
Negócios para o Plástico
Nanociência impulsiona a indústria do plástico
É muito bom o potencial de mercado oferecido pela nanociência à industria do plástico. Compostos formados
pela associação de resinas com nanopartículas de matérias como argilas, prata ou nanotubos de carbono
apresentam características especiais, capazes de permitir o uso do plástico em aplicações impensáveis. Esses
compostos podem ter várias propriedades, como grande resistência mecânica, barreira à transposição de
odores e gases, resistência térmica, maior estabilidade dimensional, propriedades bactericidas e
antimicrobianas e/ou a possibilidade de obtenção de peças plásticas com condutividade elétrica. No Brasil
calcula-se que houve investimento em pesquisa e desenvolvimento de nanotecnologia de R$ 200 milhões nos
últimos quatro anos. A cifra é bastante modesta perante os vultosos investimentos feitos por outros países,
até mesmo pelos demais participantes do BRIC – Rússia, índia e China. Segundo Claudio Marcondes,
engenheiro de Materiais e consultor, é chegada a hora do Brasil colocar a tecnologia que hoje está nas
bancadas no mercado, em forma de produtos, para se posicionar definitivamente entre os países
tecnologicamente de ponta. “Não podemos perder este momento e o Brasil tem ciência básica para tanto”,
completa Marcondes. Informou a revista Plástico Moderno (edição de dezembro) e a redação do Leia.
Águas devem sustentar expansão da Soproval
Cresce o movimento no mercado de águas minerais e sucos, avançando quase 10% no último ano. A Soproval,
especializada em embalagens plásticas do tipo PET para líquidos, mantém os ânimos da para 2009. A empresa
possui estimativas de crescimento entre 6% e 8% para este ano. Com uma fábrica localizada em Valinhos
(SP), a companhia conseguiu elevar a produção em 15% no último ano, atingindo uma capacidade de 150 mil
garrafas por dia. A expansão foi fruto de um investimento feito em 2008, equivalente a 18% do faturamento.
O diretor comercial da Soproval, Sergio Monteiro citou a compra da empresa Santa Bárbara pela Nestlé e a
entrada da Danone no segmento de águas. Com a operação, a Nestlé fortaleceu a presença em São Paulo, o
principal mercado do País no segmento, representando aproximadamente 57% do mercado total de águas
engarrafadas. De acordo com dados do instituto de pesquisas Nielsen, houve um crescimento de 26,67% no
mercado de águas minerais entre 2003 e 2007. A Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de
Bebidas Não-Alcoólicas (Abir) informou que o segmento pulou de 1,5 bilhão de litros registrados em 1995 para
6,6 bilhões em 2007, informou a Gazeta Mercantil.
Movimentos da Indústria
Indústria fecha novembro com o pior resultado desde 1995
A indústria brasileira colocou o pé no freio, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) que apontam queda na produção física de novembro em comparação com
outubro de 5,2%, acumulando uma retração de 7,9% entre setembro e novembro. Trata-se da maior queda na
produção industrial desde maio de 1995, com o agravante de ser um fenômeno observado em 21 dos 27 setores
pesquisados, com reflexos em todas as categorias de uso. Os mais atingidos em novembro foram a indústria
automobilística, com queda na produção de 22,6%; e máquinas e equipamentos (menos 11,9%). Também
foram notáveis as reduções entre os setores de edição e impressão, com queda de 14,8%; indústrias extrativas
(-10,9%); e metalurgia básica, com um recuo de 10,2%. Silvio Salles, gerente da pesquisa no IBGE destacou
que a crise impactou mais os bens de consumo duráveis, que recuaram em novembro 20,4%, a maior queda
registrada desde dezembro de 1997. Também os bens intermediários se retraíram 3,9%. Outro fator que
contribuiu para o recuo dos bens intermediários foi o fraco desempenho das exportações brasileiras no mês. A
produção de bens de consumo semi e não duráveis, no entanto, registrou uma queda bem mais suave em sua
produção física, de 0,7%. Quando os resultados do IBGE comparam novembro de 2008 a novembro de 2007,
22 ramos industriais tiveram resultados negativos, informou a Gazeta Mercantil.
Leia! 320
1/9/09
12:17 AM
Page 2
Sustentabilidade
Banners de PVC transformados em bolsas sustentáveis
Reutilizar é um dos objetivos do conceito dos 3Rs, Reduzir, Reutilizar e Reciclar , que vem sendo difundido em prol
da sustentabilidade. O PVC, além de ser largamente reciclado - como mostrou recente pesquisa do Instituto do PVC,
também vem sendo reutilizado após seu descarte. Associações encontraram uma forma criativa de reaproveitar
materiais promocionais utilizados na área de comunicação visual. A Associação Nova União da Arte (NUA), de São
Paulo, por exemplo, possui um projeto com jovens que produzem bolsas a partir de banners de PVC obtidos através
de doações de empresas de comunicação visual. Em São Paulo os banners da Mostra Internacional de Cinema de
2007, da Universidade Nove de Julho (Uninove) e do Sindicato dos Bancários foram doados e transformados em
bolsas estilizadas e com design moderno. Outro exemplo é o trabalho do Capítulo Paraná/Santa Catarina, da
Associação de Marketing Promocional (AMPRO), que também produz bolsas de PVC com a utilização de banners,
painéis, outdoors e outros produtos pós-consumo. As doações dos materiais ocorrem através das próprias
empresas associadas ou por voluntários e a responsável pela confecção é a Cooperativa Coopermandi (PR). Para
a produção de uma bolsa é necessário no mínimo um banner. O diretor executivo do Instituto do PVC, Miguel
Bahiense Neto afirma que "para um empreendimento ser sustentável, é preciso ter três requisitos básicos, ser
ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente justo, mas podemos adicionar mais um, ser
culturalmente aceito. As bolsas de PVC produzidas com banners estão dentro dessas exigências. E o melhor, podem
ser recicladas novamente após o fim de sua vida útil", conclui. Informou a assessoria de imprensa do Instituto do
PVC.
Política e Economia
Queda reforça expectativa de corte da Selic
A retração da atividade industrial em novembro do ano passado reforça as projeções de uma queda maior do
Produto Interno Bruto (PIB) no último trimestre de 2008. Com isso, também ganha força a aposta do mercado de
uma redução de 0,5 ponto percentual na taxa básicas de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária
(Copom), marcada para 20 e 21 de janeiro. Para Rogério César de Souza, economista do Instituto de Estudos para
o Desenvolvimento Industrial (Iedi) a retração do PIB pode chegar a 1% em relação ao terceiro trimestre. O Iedi
alterou sua estimativa de fechamento PIB do quarto trimestre em 4,5% para 3,2%. Esta redução deverá jogar o
percentual de expansão da economia do ano passado para um patamar de 5% a 5,1%. Com o desempenho
negativo da indústria em novembro e a expectativa de uma nova queda produção em dezembro, a LCA Consultores
também reduziu a sua estimativa para PIB do quarto trimestre. Na comparação anual, a projeção de alta passou
de 4,3% para 3% e, em relação ao trimestre anterior, de estabilidade para uma queda de 1%. A expectativa dos
analistas é de uma recuperação do nível de atividade apenas a partir do segundo ou terceiro trimestre deste ano.
Atualmente, a Selic está fixada em 13,75% ao ano. Mas a expectativa do mercado é que a taxa alcance 12% ao
final de 2009, de acordo com o Boletim Focus divulgado na última terça-feira (6) pelo BC. Para Souza, do Iedi, o
governo perdeu a oportunidade de reduzir a Selic na penúltima reunião do Copom. Para Souza, as alterações no
quadro econômico, com inflação em trajetória descendente, sinalizam a necessidade de redução da taxa básica de
juros, informou a Gazeta Mercantil.
América Latina
Superávit do Brasil com a Argentina registra queda
O superávit comercial do Brasil com a Argentina está sofrendo uma persistente queda gerada pela crise econômica
interna argentina, agravada nos últimos meses pelas turbulências financeiras internacionais. Isso é o que indica
um relatório da consultoria Abeceb, que afirma que em dezembro o superávit brasileiro com o mercado argentino
foi de US$ 64 milhões, o mais baixo registrado desde 2004. Esse volume indica uma queda de 70% em relação ao
resultado de dezembro de 2007. Dezembro foi o sexagésimo sétimo mês consecutivo de superávit brasileiro com a
Argentina. No entanto, também foi o quinto mês de encolhimento da balança favorável para o Brasil. As
exportações argentinas para o mercado brasileiro em dezembro foram de US$ 872 milhões ou 16,1% inferior em
relação ao mesmo mês de 2007. Já as vendas do Brasil para a Argentina em dezembro de 2008 alcançaram a faixa
de US$ 936 milhões, o que indica uma queda de 25,3% em comparação com o mesmo mês do ano anterior,
informou o DCI.
Brasil pode reduzir dependência boliviana
O ajuste trimestral do preço do gás boliviano vendido ao Brasil vai refletir em janeiro a queda da cotação do
petróleo, disse o secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia,
João Souto. O ajuste, feito de três em três meses, segue uma fórmula que inclui uma cesta de preços do petróleo.
"Vai depender também do câmbio, mas a expectativa do governo é de que fique em torno de 20% (a queda de
preço)", afirmou Souto. O contrato de importação de gás da Bolívia foi assinado pelo Brasil em 1999 e tem duração
de 20 anos. O acordo já foi objeto de conflito entre os dois países, o que fez a Petrobras desenvolver um plano para
aumentar a produção de gás no Brasil para reduzir a dependência da Bolívia. Souto destacou que a queda do preço
do petróleo, cuja cotação hoje gira em torno dos US$ 40-50 depois de ter atingido o pico de US$ 147 em meados
de 2008, só agora chega ao gás. "Pela primeira vez em muito tempo a fórmula vai para baixo, porque o petróleo só
vinha subindo", explicou o secretário, ressaltando que apesar de o preço ter despencado há meses, o impacto custa
a chegar ao consumidor. "O benefício não é instantâneo, demora para chegar ao consumidor", disse. Informou a
Gazeta Mercantil.
Leia! 320
1/9/09
12:17 AM
Page 3
Mundo
LyondellBasell tenta tranquilizar credores
O dono do grupo petroquímico LyondellBasell, terceiro maior do mundo, que entrou em processo de recuperação
judicial para proteger-se de credores aos quais deve US$ 26 bilhões, expressou esperança de que muitos deles
sejam reembolsados. Grande parte da dívida precisará ter baixa contábil, mas a empresa continua "valiosa",
dando margem para uma recuperação no futuro, afirmou Len Blavatnik, que está por trás da Access Industries,
controladora da LyondellBasel. Ontem (7), em Nova York, ocorreu audiência sobre o pedido do grupo para entrar
com processo de recuperação judicial, sob os termos do Capítulo 11 da lei dos Estados Unidos, em 78
empresas, entre as quais suas operações nos Estados Unidos e seu conglomerado de participações na
Alemanha. Blavatnik disse que a confiança no futuro do grupo pode ser comprovada pelos US$ 750 milhões
em capital de giro fornecidos pela Access Industries, como parte de um novo pacote de financiamento de US$
3,52 bilhões, além do empréstimo-ponte de US$ 1,6 bilhão concedido por bancos. Após a compra da da
Lyondell, dos EUA, no fim de 2007, que deixou a Basell com um volume pesado de dívidas, a empresa promoveu
uma reestruturação e seu plano de negócios antecipava uma redução do endividamento durante 2008, até ser
atingida por pressões inesperadas em meio à crise de crédito e menor demanda por seus produtos. O
endurecimento dos termos de crédito demandados pelos bancos da empresa a levaram à recuperação judicial,
informam o Financial Times e o Valor Econômico
China deve crescer 8% em 2009
O crescimento da economia chinesa, aquecido pelo pacote de incentivo de US$ 4 trilhões de iuanes (US$ 586
bilhões) baixado pelo governo, deverá ultrapassar 8% este ano, segundo o Citigroup Inc. A China precisa de
um crescimento de pelo menos 8% para criar um número suficiente de postos de trabalho para absorver os 20
milhões de trabalhadores que reforçam a população economicamente ativa das cidades anualmente e para
garantir a estabilidade social. O governo divulgou em novembro um plano de estímulo voltado para a criação
de empregos e instou no mês passado as empresas estatais a evitarem demitir funcionários. O crescimento da
economia chinesa não deverá superar 5% no primeiro trimestre, o ritmo mais lento de mais de uma década,
antes que os gastos do governo em infra-estrutura e no fortalecimento do consumo impulsionem a expansão
do segundo trimestre, escreveu Huang. Informou a Gazeta Mercantil.
Dow quer indenização por parceria rompida
A fabricante do setor químico nos Estados Unidos, Dow Chemical, planeja pleitear mais de US$ 2,5 bilhões do
Kuwait pelo cancelamento da parceria com a estatal Petrochemical Industries Co e irá analisar novas
oportunidades para investir em seu setor de plásticos básicos. No final de dezembro, o Kwait decidiu romper o
acordo entre as duas empresas, que daria origem a uma petroquímica de US$ 17,4 bilhões. O negócio fazia
parte da estratégia da Dow de angariar recursos para a compra de sua concorrente Rohm & Haas, acertada
em julho por US$ 15,3 bilhões. Duas outras entidades procuraram a Dow a fim de adquirir uma participação
na petroquímica, maior fabricante mundial de plástico de polietileno, informou na última terça-feira (6) o
principal executivo da companhia, Andrew Liveris. O executivo disse esperar que pelo menos seis possíveis
parceiras façam suas propostas, e um novo acordo deverá ser anunciado este ano. A nova parceria e a venda
de algumas unidades devem captar pelo menos US$ 7,5 bilhões e a companhia não abandona o plano de
comprar a Rohm & Haas, acrescentou Liveris. Informou o Bloomberg News.
Cotação
WTI registra queda e fecha a US$ 42,63
Dados divulgados ontem (7) nos Estados Unidos sobre um forte aumento dos estoques de petróleo e notícias que
confirmam a deterioração da conjuntura mundial, intensificou a percepção de que a demanda energética se
encontra em retrocesso. Em consequência, os valores do Petróleo Intermediário do Texas (WTI), referência para os
EUA, e do Brent, de referência na Europa, registraram ontem (7) uma de suas maiores quedas em um pregão, ao
perder 12,2% e 9,2%, para US$ 42,63 e US$ 45,86 por barril, respectivamente. Informaram agências
internacionais.
Agenda
Curso sobre o plástico
O Instituto Avançado do Plástico (IAP) promove o curso de Aprendendo Tudo Sobre Plásticos, nos dias 26 e 27 de
Janeiro. Indicado para Empresários, Vendedores, Engenheiros, Técnicos, e demais profissionais ou interessados que
tenham relacionamento direto com a área do plástico. O curso será oferecido no próprio IAP. Localizado na Rua
Francisco Visentainer, 85, Assunção, em São Bernardo do Campo, em São Paulo. Mais informações pelos telefones:
(11) 4356-1883 / 4351-1266 / 8127-1311, ou pelo e-mail: [email protected].
Expediente
O Leia! é produzido com base em leituras de jornais, revistas, agências e
sites de notícias, boletins corporativos dos principais setores ligados à
petroquímica, reuniões e eventos realizados na Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo (Fiesp).
Comitê editorial
Presidente: Vítor Mallmann
Rosana Paulis e Eduardo Sene - Assuntos Fiesp/Siresp
Marcio Freitas - Editor
Isabela Barbosa e Sandro Almeida - Redação
David Freitas – Diretor de arte
Roberta Provatti - Jornalista responsável - MTB-24197/SP
Acesse nosso site
Clique aqui
www.siresp.org.br

Documentos relacionados

Leia! 350

Leia! 350 Taxa de desemprego sobe para 15% em março Pelo terceiro mês seguido, a taxa de desemprego aumentou em março, na comparação com fevereiro, no conjunto das cinco regiões metropolitanas, além do Distr...

Leia mais

Leia! 495

Leia! 495 linhas de produtos a serem supridas pelas novas fábricas destacam-se as de tubos, contêineres soprados, peças injetadas, filmes e tanques rotomoldados. Informou o Valor Econômico.

Leia mais

Leia! 297

Leia! 297 quadro animador. Recessão nos países desenvolvidos significa retração das vendas ao exterior, que por sua vez resultará, aqui, em menor ritmo de crescimento da economia. É nesse contexto que os nov...

Leia mais