Normas Técnicas para a Profilaxia da Raiva Humana

Transcrição

Normas Técnicas para a Profilaxia da Raiva Humana
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24/11/11
10:05
SOBRE O FERIMENTO
SOBRE O ANIMAL AGRESSOR
1 Lavar, imediatamente, o ferimento com água corrente e sabão comum
ou detergente. A seguir, aplicar anti-sépticos que inativem o vírus, tais
como produtos à base de polivinilpirrolidona-iodo, o polvidine, ou
gluconato de clorexidine ou álcool iodado.
2 A mucosa ocular deve ser lavada com água corrente ou solução fisiológica.
1 O período de observação de 10 dias é restrito a cães e gatos.
2 Considera-se suspeito todo cão ou gato que apresentar mudança brusca de comportamento e/ou sinais e sintomas
3
3 Contato com utensílios contaminados com secreções de animais suspeitos
e/ou lambedura de pele íntegra, apenas lavar o local com água e sabão ou
detergente.
4 Não se recomenda a sutura do(s) ferimento(s). Quando for absolutamente
necessário, aproximar as bordas com pontos isolados. Nesse caso, o soro
anti-rábico, se indicado, deverá ser infiltrado no local, 1 hora antes da sutura.
5 Proceder à profilaxia do tétano segundo esquema preconizado.
4
5
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compatíveis com a raiva tais como salivação abundante, dificuldade para engolir, mudança nos hábitos alimentares
e paralisia das patas traseiras.
Agressão por outros animais domésticos (boi, cavalo, jumento, porco, carneiro, bode) deverá ser avaliada e, se
necessário, deverá ser indicada a profilaxia, lembrando que não se indica a observação desses animais com o objetivo
de definir conduta para o ser humano.
Está indicado a profilaxia, sistematicamente, para todos os casos de exposição por animais silvestres, mesmo quando
domesticados ou domiciliados.
Nas agressões por morcegos, deve-se proceder a soro-vacinação, IMEDIATA - INDEPENDENTEMENTE, do tipo do
morcego agressor, do tempo transcorrido e da gravidade da lesão. Em se tratando de uma reexposição, seguir as
orientações específicas, conforme cada caso.
Salvaguardadas as condições epidemiológicas da região, para animais de baixo risco, tais como, ratazana de esgoto
(Rattus norvegicus), rato de telhado (Rattus rattus), camundongo (Mus musculus), cobaia ou porquinho-da-índia
(Cavea porcellus), hamster (Mesocricetus auratus) e coelho (Oryetogalus cuniculus), pode-se não indicar a profilaxia.
CONDIÇÃO DO ANIMAL AGRESSOR:
TIPO DE EXPOSIÇÃO
CONDIÇÃO DO ANIMAL AGRESSOR:
CÃO OU GATO SEM SUSPEITA
DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO1
CONDIÇÃO DO ANIMAL AGRESSOR:
CÃO OU GATO CLINICAMENTE SUSPEITO
DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO
CÃO OU GATO RAIVOSO, DESAPARECIDO OU MORTO
2
ANIMAIS SILVESTRES (INCLUSIVE OS DOMICILIADOS)
ANIMAIS DOMÉSTICOS DE INTERESSE ECONÔMICO OU DE PRODUÇÃO
2 Sempre que houver indicação, tratar o paciente em qualquer momento, INDEPENDENTEMENTE
CONTATO INDIRETO
• Lavar com água e sabão;
• Não tratar.
• Lavar com água e sabão;
• Não tratar.
• Lavar com água e sabão;
• Não tratar.
3 A história vacinal do animal agressor NÃO constitui elemento para dispensa da profilaxia.
ACIDENTES LEVES
• Ferimentos superficiais, pouco extensos,
geralmente únicos, em tronco e membros
(exceto mãos e polpas digitais e planta dos pés);
• Podem acontecer em decorrência de
mordeduras ou arranhaduras causadas por
unhas ou dentes;
• Lambedura de pele com lesões surpeficiais.
• Lavar com água e sabão;
• Observar o animal durante 10 dias após a exposição;
• Se o animal permanecer sadio no período
• Lavar com água e sabão;
• Iniciar a profilaxia com 2 doses, uma no dia 0 e outra no dia 3;
• Observar o animal durante 10 dias após a exposição.
• Se a suspeita de raiva for descartada após o 10º dia de
• Lavar com água e sabão;
• Iniciar imediatamente a profilaxia com 5
doses de vacina administradas nos dias
0, 3, 7, 14 e 28.
• Lavar com água e sabão;
• Iniciar a profilaxia com soro3 e 5 doses de vacina nos
• Lavar com água e sabão;
• Iniciar imediatamente a profilaxia com
INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE A PROFILAXIA
1 A profilaxia contra raiva deve ser iniciada o mais precocemente possível.
do tempo transcorrido desde a exposição.
4 Não se indica o uso de soro anti-rábico para pacientes considerados imunizados por profilaxia anterior, exceto
nos casos de imunodeprimido ou quando houver dúvidas sobre a profilaxia anterior.
5 O soro anti-rábico pode ser aplicado limitado ao máximo em até 7 dias da aplicação da primeira dose de vacina. Após
esse prazo, o soro não poderá ser aplicado.
6 A vacina não tem contra-indicação (gravidez, lactação, doença intercorrente ou outros tratamentos). Sempre que
possível, recomenda-se a interrupção da profilaxia com imunossupressores, ao iniciar o esquema de vacinação. Não
sendo possível, tratar a pessoa como imunodeprimida (soro+vacina).
7 Havendo interrupção da profilaxia, completar as doses de vacinas prescritas anteriormente e não iniciar nova série.
ACIDENTES GRAVES
• Ferimentos na cabeça, face, pescoço, mão,
polpa digital e/ou planta do pé;
• Ferimentos profundos, múltiplos ou extensos,
em qualquer região do corpo;
• Lambedura de mucosa;
• Lambedura de pele onde já existe lesão grave;
• Ferimento profundo causada por unha de gato.
Nos casos de profilaxia PRÉ-EXPOSIÇÃO e de conduta em possível caso de
REEXPOSIÇÃO, bem como demais situações, consultar o Manual de Normas
Técnicas de Tratamento Profilático Anti-Rábico Humano.
(1) É preciso avaliar, sempre, os hábitos dos cães e gatos e os cuidados
recebidos. Podem ser dispensadas da profilaxia as pessoas agredidas por cão
ou gato que os quais, COM CERTEZA, não tenham risco de contrair a infecção
rábica. Por exemplo: animais que vivem, exclusivamente, dentro do domicílio;
não tenham contato com animais desconhecidos; que somente saem à rua
acompanhados de seus donos e que não circulem em áreas com presença de
morcegos. Em caso de dúvida, iniciar o esquema de profilaxia indicada.
(2) Nas agressões por morcegos, deve-se indicar a soro-vacinação independente
da gravidade da lesão, ou indicar conduta de REEXPOSIÇÃO.
de observação, encerrar o caso;
• Se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso,
administrar 5 doses de vacina (dias 0, 3, 7, 14, e 28).
• Lavar com água e sabão;
• Observar o animal durante 10 dias após a exposição;
• Iniciar a profilaxia com duas doses: uma no dia 0 e
outra no dia 3;
• Se o animal permanecer sadio no período de
observação, encerrar caso;
• Se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso,
dar continuidade a profilaxia, administrando o soro3 e
completando o esquema até 5 doses. Aplicar uma dose
entre o 7º e o 10º dia e uma dose nos dias 14 e 28.
(3) O soro heterólogo deve ser aplicado na(s) porta(s) de entrada, isto é, deve
ser infiltrado junto a(s) lesão(ões) na maior quantidade possível da dose
recomendada. Quando forem muito extensas ou múltiplas a dose do soro, a
ser infiltrada, pode ser diluída em soro fisiológico para que todas as lesões
sejam infiltradas. Excepcionalmente, quando não for possível infiltrar toda a
dose, a quantidade restante deve ser aplicada via intramuscular, podendo ser
utilizada a região glútea. Sempre aplicar o soro em local anatômico diferente
do que aplicou a vacina. Quando não se dispuser do soro ou de sua dose total,
aplicar inicialmente a parte disponível. Iniciar imediatamente a vacinação e
administrar o restante da dose de soro limitado ao 7º dia da aplicação da
primeira dose da vacina.
observação, suspender a profilaxia e encerrar o caso;
• Se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso,
da continuidade a profilaxia, administrando soro3 e
completando o esquema até 5 doses. Aplicar uma dose
entre o 7º e o 10º dia e uma dose nos dias 14 e 28.
dias 0, 3, 7, 14 e 28;
• Observar o animal durante 10 dias após exposição;
• Se a suspeita de raiva for descartada após o 10º dia de
observação, suspender a profilaxia e encerrar o caso.
soro3 e 5 doses de vacina
administradas nos dias 0, 3, 7, 14 e 28.
PROGRAMA ESTADUAL
DE CONTROLE E
PROFILAXIA DA RAIVA
Elaboração: Divisão Vigilância Ambiental em Saúde (2011) / Impressão: 2011 / 3ª Edição / Tiragem: 10.000 exemplares.
YA-0032-11A Folder Raiva Humana.pdf

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