Clique aqui e acesse matéria completa.

Transcrição

Clique aqui e acesse matéria completa.
E4
CORREIO POPULAR
DIGITAL
Campinas, segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Tecnologia só faz bem às
crianças, dizem especialistas
Janaína Maciel/AAN
/ MOTIVAÇÃO/
É isso que
mais chama a
atenção no
aprendizado
Erika Marinho e
o filho João
Filipe:
diferenças entre
as gerações
Patrícia Azevedo
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
[email protected]
As crianças estão cada vez
mais tecnológicas. Não é raro
os pedidos de presentes incluírem celulares, computadores ou games. E o contato
constante com a tecnologia e
novas formas de comunicação estão transformando as
crianças. Pedagogos, professores e especialistas dizem que
a geração que cresceu em
contato com a tecnologia tem
raciocínio mais rápido e é
mais crítica.
Dominique Torquato/AAN
Até jogar videogame
traz benefícios aos
pequenos, sabia?
A neuropsicóloga e professora do Departamento de
Neurologia da Faculdade de
Ciências Médicas da Unicamp, Silvia Ciasca, diz que o
impacto da tecnologia é muito grande nas crianças que
têm acesso. “A tecnologia
transforma a sala de aula em
um ambiente mais motivador”, afirma. E crianças mais
motivadas, aprendem mais.
“Tudo aquilo que é motivador e fonte de estímulo faz
com que haja novas conexões
e cria novas redes (neurais)”,
explica Silvia.
A educadora e especialista
em desenvolvimento e crescimento pessoal infanto-juvenil Isabel Romanello afirma
que as novas gerações estão
cada vez mais inteligentes e
que o número de crianças
consideradas superdotadas
está crescendo. “O potencial
de desenvolvimento aumentou demais, pelo menos 5%
da população de estudantes é
considerada na média de superdotação. Antigamente se
encontrava dois ou três alunos que se destacavam na sala de aula. Hoje esse número
aumentou”, conta.
Isabel trabalha com crianças há 32 anos e diz que elas
estão “muito mais evoluídas,
conscientes e necessitadas de
respostas. E muitas vezes as
respostas que vêm são as mesmas do tempo dos nossos bisavós”, pontua. Segundo ela,
as crianças já nascem com
uma capacidade maior de expressão. “Eu me lembro de
que quando era criança e ia
visitar bebês, sempre perguntávamos se eles já tinham
aberto os olhos. Antigamente,
as crianças nasciam com os
olhos fechados e a expressão
corporal era muito mais len-
Edu Fortes/AAN
A educadora Isabel
Romanello: número de
crianças superdotadas
está crescendo
ta”, afirma. E isso se deve à
tecnologia, que expõe a criança a uma maior quantidade
de informação.
Escola
A professora de informática
do Colégio Rio Branco, Vera
Lúcia de Sousa Coelho Fernandes, diz que a geração
que foi alfabetizada pelo computador é bem diferente das
gerações passadas. “Elas são
multitarefa, conseguem fazer
várias coisas ao mesmo tempo. Estão ouvindo música, digitando, postando em redes
sociais e falando no messenger”, conta. O resultado é
uma criança com raciocínio
mais rápido, coordenação
motora e memória mais afiadas. “Elas são mais antenadas, fazem mais perguntas, fi-
Pesquisa mostra impacto
da internet no universo
88% das crianças e 95% dos adolescentes usam redes sociais
Uma pesquisa feita pelo Cartoon Network mostra o impacto da internet e dos
meios digitais no universo infantil, adolescente e adulto.
A Kids Experts 2011, produzida pelo departamento de
pesquisa da Turner International do Brasil, revela que a
diversão é o foco da criançada que acessa a internet.
A pesquisa, que é feita
anualmente desde 2005, tenta identificar a forma como
crianças, adolescentes e
adultos se relacionam e
constroem amizades a partir
da web. Jogar é a principal
atividade desempenhada na
web e nas redes sociais pelas crianças, abrangendo
92% do público entre 6 e 11
anos. Os adolescentes usam
para o conhecimento”, diz.
Ela ressalta, no entanto,
a necessidade de pais e
educadores saberem usar a
ferramenta. “Os pais precisam conhecer estas ferramentas para poder orientar as crianças sobre a melhor forma de usá-las”, diz.
Professora de
informática do
Colégio Rio Branco
Vera Lucia, em sala
de aula: crianças de
hoje são diferentes
mais a música e a ferramentas de comunicação como
os softwares de comunicação instantânea e redes sociais.
O levantamento mostrou
que 88% das crianças e 95%
dos adolescentes participam
de alguma rede social no
Brasil, que é o País mais conectado nestas plataformas
em todo o continente. Desse
total, 72% das crianças usam
para jogar, 46% para se comunicar e 42% para ver vídeos e fotos dos amigos.
Quando o assunto é Twitter,
a realidade é outra: apenas
16% das crianças utilizam o
microblog.
Metodologia
Foram realizadas 3.750 entre-
vistas online em cinco países da América Latina —
Brasil, Argentina, Colômbia, México e Venezuela
—, no período entre abril
e maio deste ano. Nesta fase quantitativa, o universo
pesquisado foi de pessoas
entre 6 a 49 anos das classes ABC, com análise dos
seguintes perfis: crianças
de 6 a 11 anos, adolescentes de 12 a 17 anos e adultos de 18 a 49 anos. Também foi realizada uma fase qualitativa, com 16 entrevistas em profundidade
com crianças e adolescentes de 7 a 15 anos, das classes A e B, além de cinco
entrevistas com especialistas: psicólogos, pedagogos
e jornalistas. (PA/AAN)
cam mais atentas ao que
acontece no dia a dia”, diz.
Segundo a coordenadora
pedagógica do Colégio Renovação Andrea Cristina da Silva, 8 anos, a tecnologia colabora com a memória e a coordenação motora, aprimorando o raciocínio e a aprendizagem. “A tecnologia estimula a
criança a desenvolver habilidades cognitivas e abre portas
Fala, mãe
A assessora Rosana Fleming Coelho acompanha
de perto o envolvimento
da filha Laura Fleming Coelho com a internet. “Ela pediu para eu abrir uma conta no Facebook, mas ainda
acho cedo, então criei uma
conta de e-mail para ela
conversar com algumas
amigas e a prima”, diz. Rosana conta que essa nova
geração é muito estimulada e sabe se virar sozinha.
“Minha filha faz pesquisas
escolares na internet, assiste a clipes e usa e-mail. Procuro supervisionar o uso
para evitar riscos”, conta.
Segundo os especialistas, pais devem observar se
a criança não está tendo dificuldades de relacionamento porque conversa
muito pela internet. “A
criança mais tímida pode
usar isso como refúgio. É
importante mesclar o uso
do computador ou game
com brincadeiras tradicionais como bicicleta e outras atividades físicas”,
orienta a professora Vera
Lúcia.
A jornalista Erika Marinho, mãe do João Filipe Marinho Gomes Rodrigues, de
3 anos, acredita que a diferença entre a criança de hoje e da sua geração é notável. “Essa nova geração consegue fazer várias coisas ao
mesmo tempo e é muito inteligente”, diz. Erika conta
que desde muito pequeno
o filho se interessa por computadores.
Videogame pode trazer
benefícios às crianças
m dos maiores
temores dos pais
dessa nova geração
é de que os gadgets
transformem crianças em
pessoas sedentárias ou que
tragam prejuízos à saúde.
O neurocientista da
Unicamp Fernando
Cendes explica que
videogames podem trazer
benefícios à saúde de
crianças e adolescentes,
como melhora na
coordenação motora e nos
reflexos diante de várias
situações. “Vários estudos
analisaram a reação a
estímulos de jogadores e a
compararam com o tempo
de reação de pessoas que
não costumam jogar. Eles
mostraram que os gamers
são mais rápidos ao
responder a estímulos
aleatórios”, observa.
Os pais devem adotar o
U
bom senso e estabelecer
regras e horários para uso
dos consoles. A jornalista
Erika Marinho explica que
seu filho pede para usar o
computador o dia inteiro.
“Se eu ceder, ele fica o
tempo todo no notebook,
mas eu estabeleço regras e
desenvolvo uma série de
outras atividades com ele,
como colorir, brincar com
brinquedos e tintas”, diz.
Não há um limite de horas
que possa ser considerado
saudável para uma criança
usar o game. Uma saída é
dar para o jogo o tempo
que sobra considerando
todas as atividades que a
criança deve desenvolver
durante o dia, como
estudar, praticar atividades
físicas, horários de
refeições e convívio
familiar e horário de sono.
(PA/AAN)
[email protected]
Marcelo Abrileri
O impacto da nova
timeline do
Facebook
O mundo presenciou
recentemente, alguns
lançamentos do Facebook
e, dentre eles, um novo
conceito, a Timeline. Antes
de falar desta, que promete
ser uma revolução, e de
outras coisas, vou dar
alguns passos para trás.
Muitas vezes ouço alguém
dizendo que estamos
criando uma sociedade
alienada, superficial e de
pessoas problemáticas em
relacionamentos, porque
esses relacionamentos
acontecem pelo
computador. Será mesmo?
Quem é mais velho
comenta que, quando
surgiu a calculadora,
muitos disseram que os
filhos iriam ficar burros,
porque não iriam mais
saber fazer conta de
cabeça. Isso aconteceu?
Lógico que não! O fato é
que o exercício mental
agora é feito com outras
coisas. O mesmo acontece
com as novidades que a
Internet traz. Eu me
lembro, quando era jovem,
de quantos colegas de
classe que não faziam o
trabalho de escola, mas
copiavam de outros. No
entanto, sempre houve
aqueles que realmente se
debruçavam no assunto,
gastavam tempo e faziam o
trabalho. Concordam
comigo que o tempo que
este bom aluno despendia
antes com procuras em
bibliotecas, em livros e
índices ficou hoje mais
otimizado, e ele agora pode
economizar esse tempo de
procura e ir direto ao
assunto? E no que diz
respeito ao relacionamento
humano? Será que a
Internet está dificultando
ou complicando esta
questão? Do meu ponto de
vista, também não. A
comunicação gera troca de
experiências e ideias e isso
é fundamental para o
desenvolvimento humano.
Hoje, a ferramenta que
permite essa troca de
experiências é o Facebook,
onde as pessoas já podem
compartilhar o que
desejam, acompanhar o
que outros escrevem,
curtir, recompartilhar,
dentre outras coisas. E se
tudo isso já é bem legal, a
nova versão do Facebook
promete turbinar ainda
mais essa interação e troca
de experiências. A partir da
versão 8, você vai poder
dizer de uma maneira mais
agradável e fácil o que está
lendo, assistindo,
comendo, fazendo,
ouvindo e qualquer outra
coisa do gênero. Com essas
novas ferramentas, o
Facebook agrega vários
outros serviços já
conhecidos por nós, tais
como o Twitter,
Foursquare, Gowalla,
Tunerfish, entre outros
aplicativos similares, com a
vantagem de que agora
você tem todos os seus
amigos reunidos numa
mesma plataforma. Já
sobre a Timeline, ela é uma
forma de organizar suas
informações no tempo,
sejam fotos, posts, artigos,
momentos de vida, ainda
com a possibilidade de
mesclá-la com a de seus
amigos, gerando um
grande cadastro de
informações organizadas
sobre sua vida. No entanto,
isso, embora seja simples, é
algo realmente grandioso
quando pensamos que
ocorre numa plataforma
onde se encontram quase
15% de todas as pessoas do
mundo. Eu já até vejo
muitas pessoas arrumando
seus passados na Timeline
do Facebook, colocando
fotos de quando eram
crianças e outros
momentos importantes.
II Marcelo Abrileri É presidente do
MOL, agência focada em ações de
marketing na Internet.
Cartas, textos, opiniões e artigos para este
espaço devem ser encaminhados à
redação pelo e-mail acima.