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A produção de leite no Brasil está baseada principalmente em sistemas que exploram pastagens tropicais ao longo da maior parte do ano. Quando essas pastagens são bem manejadas e adubadas para se obter altas taxas de lotação, os teores de proteína bruta das forragens são elevados, entre 15 a 22%. Por outro lado, o teor de fibra (FDN) dessas forrageiras é normalmente alto, entre 55 a 65% de FDN. Sendo assim, elementos estruturais da planta e seu teor elevado de FDN limitam a ingestão de forragem e, portanto, limitam a ingestão de energia para a produção de leite. O fornecimento de concentrado é a estratégia mais eficiente para elevar o consumo de energia de vacas mantidas em pastagens bem manejadas, especialmente no período inicial de lactação, quando o consumo de alimentos ainda é baixo e as vacas se encontram em balanço energético negativo. Para vacas de alto mérito genético mantidas em pastagens tropicais, é necessário o fornecimento de doses elevadas de concentrado rico em carboidratos fermentáveis no rúmen durante a fase inicial de lactação. Doses entre 8 a 12 kg por dia são fornecidas para vacas que apresentam pico de lactação entre 24 e 35 kg de leite. Doses dessa magnitude causam efeito de substituição, com redução no consumo de forragem e aumento no risco de acidose. A suplementação dos animais com gordura tem se mostrado alternativa viável para elevar o consumo de energia em função do aumento da densidade energética da dieta, sem elevar o risco de acidose. A digestão da gordura promove menores perdas de energia na forma de calor e metano do que a de carboidratos. Além disso, existem dados mostrando que o fornecimento de gordura pode melhorar os índices reprodutivos e aumentar a quantidade de alguns constituintes do leite que são benéficos à saúde humana. Desta forma, a suplementação com gordura protegida de óleo de palma para vacas no terço inicial de lactação mantidas em pastagens tropicais apresenta-se como alternativa para aumentar a ingestão de energia e a produção de leite e de sólidos do leite, porém sem melhorar a condição corporal das vacas. Os resultados dos trabalhos com fornecimento de gordura para vacas mantidas em pastagem tropical são animadores e evidenciam um benefício residual no fornecimento de gordura no início da lactação, aumentando a produção leite e sólidos totais durante toda a lactação. Fonte: http://www.milkpoint.com.br/ resumido e adaptado por Marangatú Sementes Foto: http://www.resfriadorestropical.com.br Raça do Mês: Ankole Watusi Foto: wikipedia.org Foto: http://plugcitarios.com O Ankole Watusi, também conhecida como Ankole “Longhorn”, é uma raça de gado nativa da África. Seus grandes chifres, que podem alcançar até 08 metros (2,4m) de ponta a ponta, são utilizados para a defesa e refrigeração do sangue reservado. Ankole-Watusis pesa cerca de 410-730 kg. Vivem nas savanas e campos abertos, sua dieta é composta de ervas e folhas. O animal às vezes é conhecido como Ankole ou Watusi, e é uma raça de gado Sanga. Os Ankoles são capazes de utilizar a forragem de baixa qualidade e quantidades limitadas de alimentos e água. Estas habilidades de sobrevivência lhes permitem procriar, jornal portugues.indd 1 não apenas para sobreviver há séculos na África, mas para instalarem-se na Europa, América do Sul, Austrália e América do Norte. Em Uganda, os Nkole, que é uma dentre as várias tribos de Sanga, é conhecida como a Ankole. Em Ruanda e Burundi, Tutsi é uma das variadas tribos de Sanga que é chamada de Watusi. A raiz comum Ruanda Watusi se chama Inkuku. A base da raça, gigante de chifres, propriedade dos reis e chefes Tutsi, se chama Inyambo, embora algumas contas tribais atuais afirmem que este tipo de gado se extinguiu. Tradicionalmente, Ankole Watusi foi considerado uma raça sagrada. Eles proporcionam leite para os proprietários, mas são utilizados muito pouco para a produção de carne, já que a riqueza de um proprietário se contabiliza pelo número de animais vivos. Nos últimos 10 anos, o governo federal tratou de selecionar os animais que produzem mais leite e têm uma melhor produção de carne. A fome e a enfermidade, assim como o conflito com as práticas tradicionais, têm freado este esforço. O Ankole Watusi tem desempenhado um papel muito importante na vida de muitas tribos africanas - Tutsi, Ankole, Bahima, Bashi, Bakiga e Kivu – embora o tutsi seja com maior frequência associado à raça. O gado proporciona alimentos, dinheiro e status tribal. Em Ruanda, onde governou a nação Tutsi, Watusi era conhecido como Insanga, “os que foram encontrados” e Inyambo “vacas com grandes e grandes chifres”. Aqueles animais com os maiores e mais largos chifres pertenciam ao rei e eram considerados sagrados, com alguns animais com chifres medindo 3,7m de ponta a ponta. A raça é referida frequentemente como o “Gado dos Reis”. Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Ankole-Watusi Boletim Informativo da Marangatú Sementes Editorial Prezado Leitor, Mais uma vez chegamos até você trazendo boas notícias! Na primeira página, apresentamos a nova cultivar de Panicum maximum desenvolvida pela EMBRAPA em parceria com a UNIPASTO: BRS Tamani. Na segunda página, como de costume, informaremos sobre os eventos mais recentes envolvendo a Marangatú. Na página 3, um tema curioso: corre o risco de faltar boi no mercado? Na página 4, um assunto voltado para a pecuária leiteira dá dica de como aumentar a densidade energética na dieta de vacas de alta produção mantidas à pasto. E ainda apresentamos a raça do mês. Boa leitura. a boa notícia no campo Março / Abril 2015 4 Suplementação de gordura para vacas leiteiras em pasto BRS Tamani, o novo pasto da Embrapa O primeiro Panicum maximum híbrido desenvolvido pela Embrapa tem alto valor nutritivo, porte baixo, manejo fácil e ótima cobertura de solo. As sementes estarão disponíveis a partir de julho. Diz o ditado que a primeira impressão é a que fica. E não há como negar. Basta vê-lo de perto para atestar que beleza é uma de suas virtudes. O novo pasto que a Embrapa lançou em março (durante a Dinapec 2015, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul) é, porém, muito mais do que belo. Trata-se do primeiro Panicum maximum híbrido da empresa, um verdadeiro “divisor de águas”, classifica a Investigadora Liana Jank, responsável pelo seu desenvolvimento e registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil. A nova forrageira é apresentada como planta de alto valor nutritivo, porte baixo, fácil manejo e ótima cobertura de solo. Todas essas credenciais justificam o seu nome: BRS Tamani, palavra da língua africana swahili, que em português significa “precioso”. Conforme o gerente executivo da Unipasto (Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras), responsável pela multiplicação e oferta das sementes no mercado, Ing. Marcos Roveri José, a nova forrageira chegará aos pecuaristas ainda este ano: “Nossa estimativa é a de que pelo menos 150 toneladas de sementes estejam no mercado em 2015, a partir de julho”. A Embrapa está recomendando o Tamani para solos de média a alta fertilidade ou após o cultivo de lavouras anuais em solos de média a baixa fertilidade. Os testes também apontaram reduzida tolerância a terras encharcadas de forma perene ou temporária. Assim sendo, a cultivar é apontada como uma opção para solos bem drenados e para diversificação de pastagem no Cerrado. Fonte: DBO/ Ariosto Mesquita 2222 3 4 Foto: Marangatú Sementes Eventos Treinamento de Equipe Eventos Visitantes de Colombia, Profesores de la UNC Eventos Dia de Campo em Araxá/MG Eventos Capacitação 2015 Está faltando boi no mundo? O preço da carne irá subir? Suplementação de gordura para vacas leiteiras em pasto pág. 2 pág. 2 pág. 2 pág. 2 pág. 3 pág. 4 30/03/2015 16:13:12 3 Eventos Treinamento de Equipe E m dezembro passado os integrantes dos Departamentos Técnico e Comercial da Marangatú Sementes receberam treinamento ministrado pelo Engenheiro Agrônomo Túlio Teodoro, Gerente de Novos Negócios da Syngenta. O treinamento abordou os mecanismos de ação e os benefícios do tratamento de sementes com inseticidas e fungicidas. O Foto: Marangatú Sementes Visitantes de Colombia, professores da UNC E m fevereiro, recebemos a visita de 04 professores da Universidade Nacional da Colombia. Eles foram recebidos pelo Eng. Marcio Meirelles, diretor, e o Eng. Helder Molina, do departamento de vendas da empresa. Foto: Marangatú Sementes Dia de Campo em Araxá/MG N o dia 28 de fevereiro, foi realizado na Fazenda Serra, em Araxá/MG um dia de campo sobre Brachiaria brizantha cv Xaraés. O público presente no evento foi de aproximadamente 50 pessoas, entre produtores e técnicos. Na oportunidade, os participantes puderam conferir todas as características da planta, com destaque para o vigor e a elevada produção de massa, que fazem da Xaraés uma excelente opção para o aumento da produtividade do rebanho. Foto: Marangatú Sementes Capacitação 2015 N o mês de março, a Marangatú realizou mais uma capacitação em tecnologia de sementes de pasto para os técnicos de seus distribuidores. Em uma semana este grupo de 10 pessoas vindas do México, Honduras, Nicaragua, Costa Rica e Brasil assistiram palestras técnicas e participaram de muitas outras atividades. Ainda tiveram dias de campo, conheceram o programa de melhoramento genético da Embrapa para desenvolvimento de sementes de brachiaria e Panicum maximum e participaram do lançamento de BRS Tamani, o novo Panicum hibrido. 2 jornal portugues.indd 2 Foto: Marangatú Sementes Está faltando boi no mundo? O preço da carne irá subir? rebanho dos EUA parou de diminuir. Neste início de ano, estava em 89,8 milhões de cabeças de gado, acima dos 88,5 milhões de igual período de 2014. Mesmo assim, os dados desses dois últimos anos são os menores em 63 anos, informou em janeiro o USDA (Departamento de Agricultura dos EUA). O problema para os amantes da carne bovina é que não são apenas os norte-americanos que têm dias difíceis na pecuária. Boa parte dos principais produtores começa 2015 com redução na oferta. A MLA (Meat and Livestock Austrália) mostrou também que a Austrália inicia o ano com 26,8 milhões de cabeças de gado, 9% menos do que em 2014. Pior, em 2020 os australianos terão um rebanho 2% inferior ao de 2014. O Brasil, detentor do maior rebanho comercial, próximo de 210 milhões de cabeças, continua com oferta reduzida de gado para abate. A Argentina, líder em exportações no passado, começa a ter uma discreta recuperação, mas o rebanho, de 51 milhões de cabeças, é baixo para os padrões tradicionais. A Índia tem o maior rebanho numérico: 301 milhões de cabeças. Mas, por questões religiosas, a produção de carne do país é bem inferior às do Brasil e dos EUA. As exportações de carne de búfalo dos indianos vêm crescendo e ocupando parte do espaço dos australianos. A expansão deverá continuar. A União Europeia inicia o ano com um rebanho estável de 88 milhões de cabeças, mas a produção de carne deverá recuar 2%, para 8 milhões de toneladas. Dois países, entre os que vão elevar a oferta de carne bovina neste ano, são os vizinhos Paraguai e Uruguai. Os rebanhos desses dois países, no entanto, 24% a importação. O consumo caiu 9% no período. O cenário atual de redução de oferta mundial fez o Brasil conseguir receitas recordes com as exportações, principalmente devido à alta dos pre- Foto: www.ruralcentro.uol.com.br são pequenos. O do Paraguai cresce e já atinge 13 milhões de cabeças. Já o do Uruguai está estável, em 12 milhões. Os paraguaios ainda têm espaço para crescimento, embora limitado. Os uruguaios agora dependem da utilização, cada vez maior, de tecnologia para ter uma alta na produção de carne. Queda de rebanho significa menor oferta de carne e preços elevados. O exemplo dos dois líderes em produção e exportação, Brasil e Estados Unidos, é elucidativo. Os EUA produziram 11 milhões de toneladas de carne bovina no ano passado, 8% menos do que em 2010. Grande consumidor, o país elevou em Rodovia Anhangüera Km 313 Caixa Postal 636 - CEP 14001-970 Jardim Jóquei Club Ribeirão Preto/SP – Brasil Tel.: 55 16 3969 1159 ços externos. Mas as negociações externas se refletiram nos preços internos, que atingiram valores recordes. O resultado foi um aumento médio per capita de 2,2% no consumo de carne de frango em 2014. E essa tendência mundial de redução de rebanhos vai manter os preços externos da carne bovina em patamares elevados, segundo especialistas. O caminho a partir de agora é obter cada vez mais ganho de produtividade. Semear boas pastagens é o primeiro passo! Fonte: Mauro Zafalon/Folha de São Paulo Brasil. Resumido e adaptado por Marangatú Sementes. Coordenador: José Roberto da Fonte jrfonte@Marangatú.com.br Jornalista Responsável: Marcos Meirelles [email protected] Apoio Técnico: Taty Anne Bueno Lodi Afonso Aguiar Netto Impressão: São Francisco Gráfica e Editora Ltda [email protected] Foto: Por Marangatú Sementes. 30/03/2015 16:13:23