Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Transcrição
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ARTES CURSO DE LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS MARIANA DE OLIVEIRA PEREIRA THAYNÁ DE ALMEIDA CHAGAS VIDEOARTE EM STOP MOTION: DO DESENVOLVIMENTO AO PRODUTO FINAL. NATAL 2012 MARIANA DE OLIVEIRA PEREIRA THAYNÁ DE ALMEIDA CHAGAS VIDEOARTE EM STOP MOTION: DO DESENVOLVIMENTO AO PRODUTO FINAL. Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para a obtenção do titulo de licenciadas em Artes Visuais. Orientadora: Prof.ª Dra. Nivaldete Ferreira NATAL 2012 MARIANA DE OLIVEIRA PEREIRA THAYNÁ DE ALMEIDA CHAGAS VIDEOARTE EM STOP MOTION: DO DESENVOLVIMENTO AO PRODUTO FINAL. Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte como pré-requisito para a obtenção do titulo de licenciadas em Artes Visuais. Data de aprovação: ____/____/____ Conceito: ____________ Banca examinadora: Profª. Nivaldete Ferreira da Costa Doutora em Educação Universidade Federal do Rio Grande do Norte Profª. Laurita Ricardo de Salles Doutora em Poéticas Visuais Universidade Federal do Rio Grande do Norte Prof. José Veríssimo de Sousa Mestre em Artes Cênicas Universidade Federal do Rio Grande do Norte Dedicamos este trabalho a todos aqueles que fizeram parte desta longa caminhada acadêmica: professores, amigos de curso, amigos fora da universidade, familiares, nossos noivos - que aguentaram nossa ausência e stress por alguns momentos e principalmente a nossos pais, que foram nosso verdadeiro apoio durante este longo percurso. AGRADECIMENTOS Agradecemos a todos os que nos ajudaram na elaboração deste trabalho: à professora Nivaldete Ferreira que, além de ter sido nossa orientadora, nos presenteou com seu belíssimo “Psilinha Cosmo de Caramelo”, texto que serviu como grande fonte de inspiração na elaboração do nosso vídeo. À banda natalense Stoikheion, que nos cedeu a música usada como trilha sonora da nossa videoarte. Agradecemos também a Gabriela Oliveira, que gentilmente nos emprestou sua câmera fotográfica, sem ela nosso vídeo não teria sido feito e aos professores Rubén Figaredo, que nos deu algumas orientações quando precisávamos, e Olavo Bessa por terem cedido a nós, a sala pertencente aos projetos deles no Departamento de Artes, da UFRN. “Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho.” Clarice Lispector Resumo Este Trabalho de Conclusão de Curso, feito em dupla, tem como tema principal a realização de uma videoarte mediante a técnica Stop Motion. A narrativa foi inspirada no texto Psilinha Cosmo de Caramelo (literatura infantil), de autoria de Nivaldete Ferreira. Sendo notória a falta de referências bibliográficas em livros, acerca dessa técnica, recorremos a materiais online. Assim foi possível apresentar dados históricos da técnica Stop Motion. E mais adiante relataremos também, nossa experiência frente à produção desta videoarte, do surgimento das ideias para vídeo, até a conclusão do mesmo. Palavras-chave: Stop Motion, Videoarte, Experiência. LISTA DE FIGURAS Figura 01 - George Meliés, Le voyage dans la lune -1902 ....................................... 13 Figura 02 - Fragmento do vídeo Dream of a Rarebit Fiend, de Edwin Porter 1906……. .................................................................................................................. 13 Figura 03 - Fragmento do vídeo The Haunted Hotel, de James Stuart Blackton 1907............................................................................................................................14 Figura 04 - Fragmento do vídeo El Hotel Eléctrico, de Segundo de Chomón 1905...... .................................................................................................................... 15 Figura 05 - Fragmento do vídeo Fantasmagorie, de Emile Cohl - 1908 ................... 16 Figura 06 - Cenas de The Little Broadcast Puppetoon, George Pal -1943 ............... 17 Figura 07 - Quadros do filme Darkness, Light., Darkness, de Jan Svankmajer 1989 .......................................................................................................................... 18 Figura 08 - Fragmentos de Adagio, Garri Bardin - 2000 ........................................... 20 Figura 09 - Cenas de Vincent, do Tim Burton - 1982................................................ 20 Figura 10 - Cenas do filme Chicken Run, Peter Lord e Nick Park - 2000 ................. 22 Figura 11 - Willis O’Brien e o boneco do King Kong, feito para o filme ..................... 24 Figura 12 - Sequência da Medusa, do filme Clash of the Titans, Ray Harryhausen 1981 .......................................................................................................................... 25 Figura 13 - Sequência do episódio Nasce a irmãzinha de Pingu, criado por Otmar Gutman ..................................................................................................................... 28 Figura 14 - Cenas do videoclipe Her Morning Elegance, Oren Lavie 2009............................................................................................................................29 Figura 15 - Mão de Mariana Pereira, numa representação de Psilinha mais velha...........................................................................................................................33 Figura 16 - Mariana Pereira e Thayná Almeida, trabalhando na pré-produção do vídeo...........................................................................................................................35 SUMÁRIO 1. Introdução ............................................................................................................ 10 2. Stop Motion: A história e a técnica. ................................................................... 12 2.1 Stop Motion: sua História, seus percursores. ...................................................... 12 2.1.1 O stop motion como efeito especial em longas-metragens. ............................. 23 2.2 Stop Motion: a técnica do movimento parado..................................................... 26 3. Nossa experiência: videoarte em stop motion ................................................. 31 3.1 Do desenvolvimento ao produto final .................................................................. 31 3.1.1 Sobre a ideia central da videoarte em Stop Motion .......................................... 32 3.1.2 Sobre os elementos técnicos ........................................................................... 34 3.2 PensAR [LETRAS] Libertadas por Mariana Pereira ............................................ 36 3.3 PensAR [LETRAS] Libertadas por Thayná Almeida ............................................ 39 4. Conclusão ............................................................................................................ 43 5. Referências Bibliográficas ................................................................................ 45 6. Bibliografia Consultada.......................................................................................47 7. Referências Imagéticas........................................................................................49 Apêndices ................................................................................................................ 50 Anexos.......................................................................................................................53 10 1. INTRODUÇÃO Este trabalho, feito em dupla por nós, alunas do curso de Artes Visuais da Universidade Federal do Rio Grande no Norte, Mariana Pereira e Thayná Almeida, diz respeito à descrição do processo de realização de uma videoarte com base na técnica do Stop Motion, o qual, enquanto narrativa, foi inspirado no livro Psilinha Cosmo de Caramelo (literatura infantil), de autoria de Nivaldete Ferreira. O interesse pelo assunto nasceu durante as nossas experiências como alunas do curso de Artes Visuais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, particularmente a partir de aprendizagens alcançadas nas disciplinas Tv e Vídeo, Tópicos em Arte Contemporânea, disciplina essa que tivemos a oportunidade de fazer uma videoarte juntas, entre outras disciplinas que fizeram despertar nosso fazer artístico dentro e fora da universidade. A primeira dificuldade encontrada foi a escassez de material bibliográfico, embora a técnica seja bastante antiga, e ainda ser bastante utilizada. O fato, entretanto, não nos desanimou, só nos levou a buscar mais e mais informações, a cerca da história do Stop Motion. Recorremos então às duas, e aparentemente únicas, fontes bibliográficas publicadas por editoras em português, que foram o livro de Barry Puves (1955), que trabalha com animação há mais de 30 anos e é um grande estudioso sobre o assunto, e o livro de Susannah Shaw, que trabalha com animação. Fora essas referências, tivemos que recorrer a pesquisas em sites especializados no assunto, e que fossem de confiança, como no caso do site Stop Motion Brasil. Nas páginas a seguir, passearemos um pouco pela história do Stop Motion, contando um pouco sobre seus percussores, e falando também sobre os trabalhos de diretores que ainda hoje trabalham com esta técnica. Após essa “viagem no tempo”, abordaremos a técnica em si, como ela funciona, e as diversas maneiras de se fazer vídeos em Stop Motion. Faremos um apanhado geral sobre a técnica, para, a partir daí, relatarmos a experiência da produção da nossa videoarte em Stop Motion. Descreveremos todo o processo, desde as ideias para o desenvolvimento do vídeo, passando pela captura das imagens, até a finalização do vídeo. 11 Apesar do trabalho ter sido feito em dupla, o relato individual sobre a experiência de cada uma não foi deixado de lado, havendo um momento em especial do texto, onde o mesmo se subdividiu, e cada uma pode assim, contar suas experiências pessoais, diante da elaboração deste trabalho acadêmico. 12 2. Stop Motion: a história e a técnica. Gosto da estranheza do stop-motion, da relativa rusticidade que sugere que uma mão humana esteve intima e diretamente envolvida e do impacto emocional que isso provoca. Barry Purves 2.1 Stop Motion: Sua história, seus precursores. O pioneirismo da técnica Stop Motion é associado ao mágico e ilusionista francês Georges Méliés (1861-1938), que no fim do século XIX usava truques para compor seus números de apresentação. Nestes, utilizava projeções de filmes que ele mesmo, muitas vezes, produzia. Méliés via no cinema uma nova possibilidade de ampliação de seus truques e ilusões, desenvolvendo assim filmes ilusionistas, onde fazia aparecer e desaparecer objetos e pessoas nas cenas, e foi durante a filmagem de uma dessas películas que sua câmera parou de funcionar. Certa vez, enquanto capturava algumas imagens na rua, sua câmera parou de funcionar por alguns segundos. Esse acidente simples mudou tudo, para ele e para nós, pois no filme revelado a transição abrupta de uma cena para outra aparentemente tinha transformado um ônibus em um carro funerário- um chiste delicioso para Méliès. (PURVES, 2011, p.14) Após essa “falha”, o ilusionista decidiu parar propositalmente os movimentos da sua câmera, pois assim ele poderia recriar truques de ilusionismo, onde ele fazia aparecer e desaparecer coisas e pessoas, em um mesmo lugar. Mas após essa grande descoberta, o ilusionista não parou mais, e a cada filme inovou, experimentando os vários efeitos que a técnica, acidentalmente descoberta, poderia lhe proporcionar. Dentre os vários filmes feitos por Méliés, um é considerado por 13 muitos sua obra-prima: é o chamado Le voyage dans la lune (1902), em português Viagem à Lua (figura 1), em que o Stop Motion possibilitou criar incríveis ilusões, como na sequência em que a espaçonave vai se aproximando da lua. Figura 01 – (George Meliés, Le voyage dans la lune -1902) Os vídeos produzidos por ele tinham, geralmente, como temas principais, os contos de fadas, demônios, seres mágicos, enfim, eram repletos de magia e fantasia, diferentemente de alguns cineastas da época, que costumavam capturar apenas cenas do cotidiano (STOP MOTION, 2011). George Mèliés utilizou-se muito do Stop Motion para criar os efeitos que sua imaginação tanto sonhava alcançar, tanto que, ao longo dos anos, ele foi aperfeiçoando a técnica descoberta. Mas além de George, outros cineastas da época são considerados muito importantes na história do desenvolvimento do stop motion, como, por exemplo, o americano Edwin Porter (1870-1941) que, em 1906, fez o filme Dream of a Rarebit Fiend, ocasião em que, com a ajuda da técnica, deu vida a diversos objetos, como pode ser observado na sequência de imagens da figura 2. Figura 02 - (fragmento do vídeo Dream of a Rarebit Fiend, de Edwin Porter -1906) Podemos observar aí que, em cada quadro, as cadeiras mudam um pouco de lugar, vão saindo de cena, dando a ilusão de que elas estão se movimentando por conta própria. 14 Outro importante diretor, que realizou muitos vídeos utilizando o Stop Motion como efeito especial, foi o cartunista de origem inglesa James Stuart Blackton (1875- 1941), considerado “O Pai” do cinema de animação americano. Ele e o mágico George Smith (1864-1956) fundaram o estúdio “Vitagraph”, que acabou tornando-se um dos mais importantes e prestigiados estúdios da época. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS). Em 1907, foi filmado o The Haunted Hotel (O Hotel Mal-assombrado), pelo famoso estúdio do James Blackton, em que objetos cortantes, xícaras, bules, entre outras coisas, se movimentam sozinhos, dando a impressão ao expectador de que o hotel onde foram filmadas as cenas era realmente mal-assombrado. Na figura abaixo, uma das sequências onde as fatias de pão movimentavam-se sozinhas. Figura 03 (fragmento do video The Haunted Hotel, de James Stuart Blackton -1907) O espanhol Segundo de Chomón (1871-1929) nos anos de 1905, realizava alguns experimentos em vídeo, onde certos efeitos especiais eram obtidos através do Stop Motion, entre suas obras o El Hotel Eléctrico (1905), figura 4, está entre os mais importantes do diretor. 15 Figura 04 (fragmento do vídeo El Hotel Eléctrico, de Segundo de Chomón -1905) Chomón foi convidado a trabalhar em Paris com os irmãos Pathé, que desejavam competir com Meliés no terreno da fantasia. O filme de Chomón era parecido com o de Blackton, mas os defensores deste animador espanhol atribuem a ele o titulo de pai da animação, já que seu filme foi feito primeiro que o de Blackton. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS). Saber quem de fato fez o primeiro filme em Stop Motion é, assim, uma tarefa difícil, pois muitos animadores da época disputavam esse titulo. Arthur Melbourne Cooper (1874-1961) também é um desses animadores. Produziu, em 1906, o filme Noah’s Ark e, dois anos depois, em 1908, filmou o Dreams of Toyland, vídeo que mostrava a estória de brinquedos que à noite ganhavam vida, o qual pode ser visto por completo no dvd anexo a este trabalho. Emile Cohl (1857-1938), nascido em Paris, era cartunista, fotógrafo, poeta, artista plástico, escritor, enfim, um artista múltiplo. Gostava muito truques de mágica e ilusionismo e, após ver o filme de James Blackton, O Hotel Mal-Assombrado, ficou curioso para saber como ele havia feito os truques presentes no vídeo. Então após descobrir, mais ou menos, o “truque” de Blackton, Cohl resolveu fazer seus próprios filmes, sendo o primeiro deles Fantasmagorie, de 1908. Mas ao contrário do Hotel Mal-Assombrado, onde objetos foram animados, Cohl, em seu filme, usou apenas desenhos que se movimentam durante as cenas, como podemos ver na figura 5: 16 Figura 05 (fragmento do vídeo Fantasmagorie, de Emile Cohl - 1908) De acordo com Puves (2011), alguns dos trabalhos feitos pelos artistas -que foram citados até agora- utilizaram a técnica do Stop Motion como um efeito especial dentro dos filmes, para ajudar na ilusão de que objetos criaram vida, que coisas apareciam e desapareciam etc. A manipulação de bonecos, propriamente dita, começou a aparecer nos filmes a partir da década de 1930. Um dos importantes nomes deste período é o do russo Ladislaw Starewicz (1882-1965), que produziu diversos filmes, onde o mesmo dava vida a bonecos, como no filme The Mascot, de 19341. Outro diretor que se propôs a trabalhar animando bonecos foi o húngaro George Pal (1908 -1980), que se mudou para os Estados Unidos, mais precisamente para Hollywood, por causa do nazismo e pela consequente Segunda Guerra Mundial. O trabalho de Pal foi tão bem sucedido que, em 1943, ganhou um Oscar honorário, a primeira de cinco estatuetas que ele viria a ganhar por suas obras tão importantes. 1 1934 No dvd que está anexado a este trabalho escrito, há o filme The Mascot, mas o arquivo encontra-se datado do ano de 1933, havendo uma pequena discordância entre as datas encontradas nas bibliografias consultadas. Há quem aponte o ano de criação do vídeo como sendo 1934. 17 Figura 06 (cenas de The Little Broadcast Puppetoon, George Pal -1943) Ele foi contratado pela Paramount, criando lá uma série de curtas animados, a que deu o nome de “George Pal Puppetoons” (figura 6). Na série, ele utilizou bonecos feitos de madeira meticulosamente cavados e fotografados para criar uma animação tridimensional que nunca havia sido vista antes (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS). Pal foi considerado por muitos um visionário, por ter transformado o modo de se fazer animações. Nos anos 1950, ele introduziu a animação stop motion em seus filmes live-action2, como, por exemplo, em The War of the Worlds, em 1953. Jiri Trnka (1910-1969), tchecoslovaco, também deixou suas marcas na história do Stop Motion. Ele fez a escola de Praga de artes, que era especializada em stop motion. Segundo o texto STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS, o maior desafio que Trnka encontrava era tentar, através de seus filmes, fazer com que os bonecos, que deles faziam parte, tivessem de fato vida, transmitissem a sensação de que aqueles personagens tinham suas próprias vontades, tinham alma. Ele fazia com que personagens feitos com recortes de papel dessem essa impressão - como pode ser visto no trecho do filme The Merry Circus de 1951 no dvd anexo- e isso era o que mais impressionava nos trabalhos dele. 2 Live-action Termo usado para definir, no cinema, na televisão e no teatro, trabalhos realizados por atores reais, ao contrário das animações. (WIKIPÉDIA) 18 Outro animador tcheco de extrema importância para o Stop Motion é o Jan Svankmajer (1934). Conforme o texto Efeitos Especiais, o humor negro, a representação de um mundo decadente, claustrofobia e confusão kafkiana3 cercavam as obras de Svankmajer. Darkness, Light, Darkness, de 1989, com certeza é um dos seus grandes clássicos (figura 7). Figura 07 (quadros do filme Darkness, Light, Darkness, de Jan Svankmajer - 1989) Ele estudou na Escola de Praga, no departamento de bonecos. Fez seu primeiro filme em 1964 e durante 30 anos fez alguns dos mais memoráveis filmes de animação, influenciando cineastas e animadores desde Tim Burton aos Irmãos Quay. Suas histórias são repletas de elementos surreais e macabros. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS). Svankmajer foi a grande fonte de inspiração para os Irmãos Quay, Stephen e Timothy Quay (1947). Os gêmeos, nascidos na Pensilvânia, estudaram no Philapdelphia College of Art, mudaram-se depois para Londres, estudaram no Royal College of Art, onde foi feito o primeiro trabalho de animação dos irmãos. 3 Kafkiana Relativo ao poeta tcheco Franz Kafka, está atrelado à ideia do surreal, do absurdo; confusão entre o real e a ficção, estado hipotético de penumbra, de danação absoluta e de submissão ao imaginário. Crise de identidade entre o mundo e o indivíduo. (DICIONÀRIO INFORMAL) 19 Em 1980, após terem recebido um prêmio pelo filme Nocturna Artificialia, de 1979, eles abriram seu próprio estúdio, o Konic Griffind, localizado em Londres, porém eles não abriram o estúdio sozinhos, mas junto com um amigo, o também animador Keith Griffins (1947-). Os filmes dos irmãos Quay possuem uma estética um tanto sombria, cercadas por fragmentos poéticos, trechos de músicas, até pelo fato de a fonte de inspiração deles vir de animadores, poetas, escritores do Leste Europeu, servindo para contribuir com a originalidade das produções dos irmãos. Em 1984, eles lançaram o filme The Cabinet of Jan Svankmajer, em homenagem Svankmajer, que tanto influenciou trabalhos dos Quays. Os irmãos Quay possuem uma grande paixão por detalhes, um excelente controle da cor e das texturas e uma grande habilidade no uso da câmera. Eles são verdadeiros mestres das miniaturas, em seus pequenos sets eles criam mundos inesquecíveis, paisagens sugestivas de sonhos infantis reprimidos. Seus filmes não são restritos ao tempo, eles preferem investigar o que eles chamam de poesia das sombras em um ambiente de segredos e conspirações. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS). O russo Garri Bardin (1941) assim como os irmãos Quay, é um grande nome da animação na atualidade. Ele começou como roteirista, mas a insatisfação nas execuções dos trabalhos por ele escritas, o levou além de escrever, produzir por conta própria os seus próprios filmes. Ele considera-se um experimentador, e não um animador, seus filmes são geralmente produzidos em stop motion, mas ele também faz uso do live-action. O mais interessante e curioso no trabalho do Garrin, é que o mesmo utiliza em seus filmes os mais variados materiais, que vão desde arames, cordas, palitos de fósforo, etc. No filme Adagio, figura 8, produzido em 2000, podemos ver a utilização de origamis nas cenas. Roteiros criativos e cheios de significados são característicos em sua obra. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS). 20 Figura 08 (fragmentos de Adagio, Garri Bardin - 2000) Tim Burton (1958) resolveu no ano de 1982, produzir um curta de terror para crianças, chamado Vincent, que conta a historia de um garotinho de sete anos, que é fã do ator de filmes de terror Vincent Price (1911- 1993), ator esse que o garoto queria ser. O filme foi feito todo em preto e branco, e narrado pelo próprio ator Vincent Price, por quem Tim Burton tinha uma grande admiração. Este filme não poderia ser considerado um filme Disney, empresa na qual o Tim já trabalhava na época em que produziu o vídeo, pois ele era esteticamente diferente de tudo que fora produzido lá, até aquele momento. Figura 09 (cenas de Vincent, do Tim Burton - 1982) Mas Tim continuou na Disney, e lá produziu diversos filmes live-action, mas a ideia de produzir um longa todo em Stop Motion não saia da sua cabeça, até que no ano de 1993, foi lançado The Nightmare Before Christmas, traduzido como o Estranho Mundo de Jack, que hoje tornou-se uma referência quando o assunto é filmes em stop motion. 21 A produção do filme “O Estranho mundo de Jack” reuniu os melhores animadores Stop Motion da atualidade. Foi também o primeiro filme Stop Motion a ser distribuído no mundo todo. A construção dos assustadores personagens foi meticulosamente planejada para que eles realmente se parecessem com os rascunhos de Burton. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS). Para as filmagens do Estranho Mundo de Jack, foram feitos bonecos com várias cabeças, cada uma com uma expressão diferente, para serem trocadas durante as mudanças das cenas, numa versão sofisticada dos métodos usados anos antes por George Pal (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS). Quem assumiu a direção do filme foi o Henry Selick (1952), que posteriormente dirigiu os filmes James e o Pêssego Gigante (1996) e Coraline (2009), ambos feitos em stop motion. Tim Burton lançou em Novembro de 2012, o filme Frankenweenie, produzido pelos estúdios Disney, um marco para a história da animação, por ser a primeira animação em 3D, inteiramente produzida em Stop Motion. Os amigos Peter Lord (1953) e David Sproxton (1954), ambos Ingleses, são os fundadores do Estúdio Aardaman Animation Ltda. Eles começaram a fazer seus primeiros filmes com poucos equipamentos, e recursos bastante precários. Devido ao pai de David trabalhar na BCC e possuir uma câmera, eles começaram a criar seus próprios filmes desde cedo. Alguns desses filmes foram comprados pela BCC para serem mostrados em uma série especialmente para crianças surdas. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS). A partir do momento da criação de um personagem chamado Aardman, as coisas pros amigos começaram a mudar, pois logo passaram a produzir comerciais, programas para televisão e curtas metragens de sucesso. Peter Lord recebeu por duas vezes a indicação para o prêmio da academia pelos filmes Adam de 1991 e What’s Pig de 1996. Lord também foi o criador de um personagem que ficou bastante famoso na BBC, o Morph. Tempos depois, o Estúdio Aardman contratou um animador chamado Nick Park (1958), o também Inglês, que havia começado a produzir seus primeiros vídeos de 22 animação aos 13 anos. Park e Lord são os diretores de um dos mais famosos filmes de animação, o Chicken Run, Fuga das Galinhas, de 2000, figura 10. Este foi o primeiro longa metragem dos Estúdios Aardman, totalmente feito em Stop Motion, e durou quatro anos para ser produzido. Figura 10 (Cenas do filme Chicken Run, Peter Lord e Nick Park - 2000) Will Vinton (1948) nasceu em Oregon, nos Estados Unidos. Estudou arquitetura e física na Universidade da Califórnia, era fascinado pelo designer fluido das obras de Gaudi. Vinton começou a experimentar uma mistura de massinha e filme, o que resultou na sua entrada no mundo das produções, trabalhando como diretor, técnico de som e editor em um grande número de projetos (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS). No ano de 1975, Wiil Vinton e o animador Bob Gardiner (1951-2005) ganharam o prêmio da Academia de melhor filme de animação, pelo filme Closed Mondays. Ele fundou o Will Vinton Studios, onde trabalha em projetos para a televisão e cinema. Seus personagens parecem ter vida e personalidade própria. Você pode ver emoção em seus rostos e senti-la em seus movimentos. O Will Vinton Studios trabalha com animação dimensional, seja ela feita em computação gráfica ou stop motion. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS) Entre seus trabalhos famosos, estão na lista os comerciais feitos para as campanhas do M&M. Em 1992 fez o vídeo Dance! Workout With Barbie, onde a 23 boneca da Mattel ganhou vida e ensinou as crianças a dançar. Ele também fez alguns trabalhos para a Disney e para o cantor Michael Jackson (1958-2009). 2.1.1 O stop motion como efeito especial em longas-metragens Nesta parte do trabalho, enfatizaremos a importância de quatro diretores que fizeram a diferença dentro da indústria cinematográfica, utilizando o Stop Motion como efeito especial nos seus filmes de longa-metragem, fazendo com que seres mitológicos e humanos contracenassem juntos, por exemplo. Os bonecos eram feitos com muita arte e com engenhosos mecanismos de movimento eram filmados quadro a quadro. Em seguida a animação era composta sobre o filme no qual as imagens dos atores de verdade estavam gravadas. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS) Willis O’Brien (1886 -1962), outro nome de interesse para este estudo, é considerado o “pai” dos efeitos especiais no cinema. Segundo a fonte STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS, podemos afirmar que toda evolução tecnológica, incluindo os efeitos digitais da indústria Light and Magica de George Lucas nos anos 80, deve ser dada as invenções de O´Brien. O´Brien nasceu na Califórnia, e aos vinte anos começou a trabalhar para o Daily News, de São Francisco, como desenhista. Com o decorrer dos anos, ele foi desenvolvendo suas técnicas de animação, e no ano de 1918 estreou o filme The Gost of Slumber Mountain, filme este que mostrava a invasão de animais préhistóricos, que vieram de outra era para atacar os seres humanos. No ano de 1933, Willis produziu o clássico cinematográfico King Kong. Aquele gorila imenso que a gente vê na tela contracenando com minúsculos atores apavorados era, na verdade, um boneco pequeno e inofensivo, que ganhava vida e tamanho por meio das técnicas de stop motion. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS) 24 Figura 11 (Willis O’Brien e o boneco do King Kong, feito para o filme) Na década em que foi produzido King Kong, o uso do Stop Motion para animar filmes era ainda uma novidade. Apesar da grande repercussão do filme, O’Brien só veio a ganhar seu primeiro Oscar de efeitos especiais com o filme Mighty Joe Young de 1949, filme que tinha como estrela principal um macaco gigante. Ray Harryhausen (1920), ao ver o filme King Kong, com apenas treze anos, ficou tão enlouquecido que procurou O’Brien e pediu-lhe que fizesse parte da sua equipe de produção. Junto com Willis, Harryhausen aprendeu a técnica de produção de bonecos e filmes usando o Stop Motion. Ele trabalhou também junto com George Pal, na série Puppetoons, citado aqui anteriormente. Harryhausen buscou sempre trabalhar com os melhores animadores da época, e acabou por se tornar um deles, criando cenas inesquecíveis como as que podemos ver nos filmes Jason and the Argonauts (Jasão e os Argonautas, em português) de 1963, Clash of the Titans (Fúria de Titãs) de 1981, figura 12, entre outros. Sua técnica única e expressiva contribuiu muito para a animação Stop Motion, e inspirou toda uma geração de animadores e artistas em efeitos especiais. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS) 25 Figura 12 (sequência da Medusa, do filme Clash of the Titans, Ray Harryhausen -1981) George Lucas (1944) também merece ser mencionado aqui. Ele começou sua carreira criando efeitos especiais para filmes live-action, utilizando a técnica do Stop Motion. Lucas é considerado um dos grandes responsáveis pela mudança ocorrida na indústria cinematográfica de hoje. Assim que iniciou sua carreira Lucas utilizava-se muito do Stop Motion em seus filmes, mas com o avançar da tecnologia, ele passou a utilizar-se da computação gráfica em suas produções. Em 1977, ele produziu um dos seus maiores sucessos, Star Wars Episode IV: A New Hope (Guerra nas Estrelas Episódio IV: Uma Nova Esperança). Devido aos gigantescos desafios que a produção do filme exigia (por necessitar de efeitos que nunca foram utilizados antes), ele resolveu criar a Industrial Light and Magic, uma casa de efeitos especiais e um grande laboratório no qual todas as novas tecnologias eram estudadas e criadas, na tentativa de encontrar soluções para os problemas na produção do filme, desde som, edição e efeitos tudo foi reinventado. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS) George proporcionou grandes inovações no modo de se fazer efeitos especiais no cinema, e todos os estudos feitos por ele, fizeram com que seus filmes fossem sempre sinônimos de sucesso. Aos sete anos de idade, Phil Tippett (1951) assistiu ao filme The Seventh Voyage of Sinbad, A sétima Viagem de Simbad, de 1958, dirigido pelo Ray Harryhausen, e 26 ficou maravilhado com todos os efeitos criados por Ray, daí para ele se interessar pela técnica do stop motion foi fácil. Ele agiu um grande experimentador de técnicas de animação, chegando a fazer filmes para televisão. Foi contratado pela ILM 5 para trabalhar na produção de Star Wars Episode VI: Return of the Jedi, (Guerra nas Estrelas -Episodio VI: O retorno de Jedi), de 1983. Devido a sua incrível contribuição em Star Wars, Phil recebeu o prêmio da Academia. (STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS) Phil foi o animador do filme Dragonslayer de 1981, ano em que aperfeiçoou o sistema Go-motion6,o que o tornou um animador de grande renome. Segundo a fonte STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS, antes quando assistíamos a um filme live-action quadro-a-quadro, as pessoas que apareciam em movimento ficavam desfocadas, já na animação em Stop Motion, vimos com clareza os movimentos quadro-a-quadro. Daí quando misturavam-se o live-action com o Stop Motion, o resultado ficava um tanto artificial. Devido a isto, foi inventado o Gomotion, que tinha a vantagem da repetição, já que o computador memoriza e incrementa os movimentos dos bonecos e consegue reproduzi-los exatamente como os de um ser humano. 2.2 Stop Motion: A técnica do movimento parado. O Stop Motion, que em português significa movimento parado, utiliza-se de uma sequência de fotografias feitas de um mesmo objeto e de um mesmo ângulo, a fim de se criar a ideia de movimento. Cada fotografia é chamada de quadro (ou frame). 5 IML Abreviação de Industrial Light and Magic, o laboratório de efeitos especiais criado pelo George Lucas, no ano de 1975. A Industrial Light & Magic é uma subdivisão da empresa e produtora de filmes Lucasfilm, criada em 1971. A sede está localizada no Letterman Digital Arts Center, em São Francisco, Califórnia. (ABOUT IML) 6 Go-Motion Técnica que utiliza recursos de computador para animar bonecos em movimento, com características realísticas, como um verdadeiro ser humano. 27 Para cada fotografia, o objeto em questão sofre uma pequena mudança de posicionamento, para que quando as imagens forem para o editor de vídeo, esse pequeno deslocamento entre uma fotografia e outra dê a ideia de que o objeto está realmente se movimentando, o que, na verdade, nada mais é que uma ilusão de ótica. No stop motion, assim como em toda animação, a criação bem-sucedida de movimento continuo depende de como um quadro (ou uma posição) se relaciona com os quadros anteriores e subsequentes. Quanto mais um quadro se conecta com o anterior, em ternos de composição, movimento, cor e assim por diante, melhor e mais fluida será a animação. (PURVES, 2011, p. 20) Os quadros devem ter uma relação entre si, se não o espectador não ira captar de forma clara a movimentação contida nas cenas. Por exemplo, se um objeto estiver posicionado à esquerda de um quadro e, no seguinte, tiver se movido ligeiramente para a direita, o cérebro do espectador poderá compreender facilmente que o objeto se moveu um pouco. (PURVES, 2011) Para permitir uma boa compreensão desse movimento, o bom seria sempre detalhar o percurso do objeto a ser utilizado na cena, o máximo possível. Segundo Purves, para que essa ilusão aconteça, é preciso que sejam inseridos mais quadros, normalmente mostrando os movimentos entre um quadro e outro, a uma velocidade de 24 a 25 frames por segundo. Em uma animação em live-action, seria deixado um rastro desfocado na cena, relacionado à direção em que foi dado o movimento. Na animação stop-motion, dependendo do orçamento e da tecnologia, normalmente não temos esse rastro e, assim precisamos planejar bem cada intervalo de movimento. Podemos fazer isso dando bastante ênfase aos elementos da animação e as reações do ambiente aos movimentos de cada personagem. (PURVES, 2011, p. 20) Uma das mais populares técnicas de animação em Stop Motion é a Claymation, que consiste na animação de personagens e cenários feitos de plasticina 7 ou com outros tipos de materiais maleáveis, como por exemplo, barro. 7 Plasticina conhecida no Brasil como massa de modelar é um material moldável, plástico, que existe em várias cores sendo muito utilizada em educação infantil e na confecção de personagens e cenários de animações. (Plasticine) 28 Um dos muitos exemplos de animações feitos com o uso do Claymation é a série infantil Pingu (figura 13), criado na Suíça, por Otmar Gutman (1937-1993). Foram produzidos mais de 104 episódios, entre os anos de 1986 a 1998, que fez muito sucesso entre crianças de todo o mundo. Um dos factores responsáveis pelo sucesso de Pingu no mundo inteiro, foi o facto de que os diálogos são incompreensíveis, ditos numa língua criada para a série, uma espécie de "pinguinês". Assim, qualquer criança (de qualquer idade), em qualquer lugar do mundo, captaria a mensagem de maneira igual, interpretando o desenho através das acções e comportamentos dos personagens. (PINGU) Figura 13 (sequência do episódio Nasce a irmãzinha de Pingu, criado por Otmar Gutman) Outra técnica muito utilizada dentro das animações feitas em Stop Motion, é a técnica do Pixilation, que baseia-se em animar pessoas ou animais vivos, quadro-aquadro. A técnica consiste em fotografar o “ator vivo” quadro-a-quadro como ocorre normalmente no Stop Motion. O ator vira uma espécie de boneco vivo, sendo direcionado passo a passo, pose a pose. (HISTÓRIA DO STOPMOTION) Dois exemplos do uso bem sucedido do Pixilation podem ser vistos nos videoclipes Dingin in the Dirt, do cantor Peter Gabriel (1950), produzido no ano de 1992, clipe este que ganhou o Grammy de 1993, na categoria Melhor Videoclipe. 29 Essa técnica foi também utilizada no clipe do cantor Oren Lavie (1976), Her Morning Elegance, produzido no ano de 2009. O vídeo, até o presente momento, tem 23.723,515 visualizações no site youtube.com. Ele recebeu uma indicação no 52°Grammy e foi exibido em festivais de cinema ao redor do mundo. O vídeo foi criado a partir de 2.096 fotografias estáticas que foram filmadas e sequenciadas para criar a sensação de movimento. (ABOUT THE PROJECT) Figura 14 (cenas do videoclipe Her Morning Elegance, Oren Lavie - 2009) A técnica do Stop Motion nos permite animar qualquer coisa ou pessoa, e dá ao animador total liberdade de trabalhar com qualquer tipo de material possível, permitindo as mais diversas criações visuais. O animador russo, Alexander Petrov, criou um estilo de animação sofisticado e único, ao utilizar pintura a óleo sobre superfícies de vidro. A pintura é alterada com os dedos e um bastão de algodão e fotografada quadro a quadro, criando a ilusão de um quadro vivo. (ANIMAÇÃO STOPMOTION) Já o grupo japonês Tochka cria efeitos bem diferentes, animando luzes coloridas, pelo movimento de lanternas, capturados por uma câmera fotográfica com tempo de exposição prolongado, animações essas chamadas de Pika Pika. 30 No início do trabalho do grupo, em 1998, as animações costumavam formar simples carinhas felizes. Nos últimos filmes foram incluídos chuvas animadas, lutas, árvores que crescem e desabrocham. Os trabalhos recentes também se tornaram mais narrativos, com esboços de personagens e histórias, mas ainda mantendo a ênfase em criar algo simples para que todos possam participar. (SOLARI, 2010) O grupo já ganhou diversos prêmios em festivais de animação por todo o mundo. Suas animações ficaram realmente conhecidas através da internet, pelos sites de vídeos. Um dos diferencias do grupo é que os criadores fazem questão da total interação dos integrantes do grupo, com pessoas que não fazem parte do meio artístico. Eles já realizaram diversas oficinas de animação, visando realização de vídeos artísticos, por pessoas leigas no assunto. Aqui no Brasil, há alguns, poucos, estúdios de animação que trabalham com o Stop Motion, e um dos mais importantes deles é o Animaking, que está há pouco mais de 10 anos no mercado, produzindo filmes publicitários e curtas-metragens. Um deles foi o curta Minhocas, de 2006, que está sendo transformado em um longametragem, o primeiro longa brasileiro totalmente feito em Stop Motion, um marco na animação do nosso país, que tem estreia prevista para 2013. O mais interessante do Stop Motion é o fato de que apesar de ser uma técnica bastante antiga, muitas pessoas, e grandes diretores de cinema, ainda realizam trabalhos utilizando esse tipo de animação. Apesar de toda tecnologia já criada, o Stop Motion sempre terá seu espaço dentro das produções contemporâneas, sejam elas independentes ou de grande porte. 31 3. Nossa experiência: Videoarte em Stop Motion Gosto do truque de ver um objeto sólido se mover no espaço real, de observar as maneiras inesperadas pelas quais a luz interage com os materiais. Gosto do fato de um objeto ganhar vida. Barry Purves 3.1 Do desenvolvimento ao produto final Nós, Mariana Pereira e Thayná Almeida, decidimos fazer nosso Trabalho de Conclusão de Curso juntas, pois além de sermos muito amigas, temos muitas coisas em comum. Desde o inicio em que conversamos sobre a possibilidade do TCC em dupla, vimos que a produção de uma videoarte seria uma opção muito boa, pois nós duas já havíamos cursado disciplinas como “Tv e Vídeo” e “Tópicos em Arte Contemporânea”, quando, em ambas, fizemos trabalhos relacionados a videoarte, sendo que na segunda disciplina elaboramos um trabalho juntas, e porque achamos que a linguagem da videoarte permite ao artista uma maior liberdade, sem restrições de elementos visuais para sua composição. Videoarte é uma forma de expressão artística, na qual o vídeo é o elemento principal. Supõe uma nova linguagem, uma nova inter-relação entre imagem e o espectador, em que a primeira sai da tela para interagir com o resto do meio, integrando as imagens junto aos demais elementos que a formam. (VIDEO ARTE) Já a ideia de fazermos o vídeo em Stop Motion, veio pelo fascínio que uma – Thayná - tem pela técnica, e a outra – Mariana - gostou e apoiou a ideia, apesar de pressentir o exaustivo trabalho que daria. Inicialmente pensamos em trabalhar a partir de algum texto da Clarice Lispector, pois admiramos muito a vida e obra desta 32 que é uma das maiores escritoras brasileiras. Após algumas conversas, e trocas de e-mail, anexo A, decidimos optar por elaborar a videoarte com base em um texto de Nivaldete Ferreira, que além de ser nossa orientadora e professora, é também uma exímia escritora. Pedimos para que a professora nos enviasse alguns de seus textos, anexo B, para que pudéssemos lê-los e ver qual deles poderíamos usar no nosso trabalho. Durante uma reunião com a professora Nivaldete, ela comentou que havia escrito um texto, do qual gostava muito, e que talvez fosse interessante para nosso vídeo. Ela se referia a Psilinha Cosmo de Caramelo, de 1997, anexo C, texto este que conta as lembranças de uma menina chamada Priscila Cosme de Melo, a quem todos chamam de Psilinha. Ao ler o texto nós nos apaixonamos pelas lembranças da menina que fotografou a ausência da sua mãe 8 e decidimos que esta seria, de fato, a obra que usaríamos para a elaboração da nossa videoarte. Com o texto em mãos, nos reunimos para um brainstorming9, e definimos a ideia central do nosso vídeo, além de elaborarmos o rascunho do storyboard10- no anexo D está o storyboard finalizado, feito no programa CorelDrawX3. 3.1.1 Sobre a ideia central da videoarte em stop motion A partir da leitura de Psilinha Cosmo de Caramelo, separamos as partes que mais nos chamaram a atenção, dentro do texto, e vimos que uma parte, em especial, cairia bem no vídeo. A parte que diz assim: “As letras, esses mosquitinhos pregados no papel... Se elas voassem, A gente ia ler no ar muita coisa engraçada! Muita coisa libertada!” (Psilinha Cosme de Caramelo, fragmento 13) 8 Refere-se à parte 22 do texto Psilinha Cosme de Caramelo, de Nivaldete Ferreira. A técnica de brainstorming (em português, tempestade de ideias) propõe que um grupo de pessoas se reúnam e utilizem seus pensamentos e ideias para que possam chegar a um denominador comum, a fim de gerar ideias inovadoras que levem um determinado projeto adiante. (SIGNIFICADOS) 10 Storyboard é uma série de imagens estáticas, uma interpretação visual do roteiro. (STOP MOTION: TÉCNICAS MANUAIS PARA A ANIMAÇÃO COM MODELOS) 9 33 Desde a primeira leitura que fizemos juntas, já imaginamos as letras voando em algum lugar, mas o modo como faríamos isso foi um obstáculo que nos fez quase abandonar a ideia. No entanto, após jogarmos algumas ideias uma pra outra, veio o Insight11 para fazermos o vídeo de maneira que as letras “criassem vida” e saíssem, literalmente, do papel. E foi o que de fato conseguimos elaborar. Após algumas reuniões, decidimos que a história da videoarte, giraria em torno de um caderno, no qual Psilinha, um pouco mais velha (representada pela mão que aparece no vídeo, de uma mulher mais velha, pintada com uma cor forte de esmalte, figura 15) estaria escrevendo suas recordações no mesmo. Aos poucos, as letras escritas lá, sairiam do papel, e formariam palavras importantes para nós, contidas ao longo do texto. Figura 15 (mão de Mariana Pereira, numa representação de Psilinha mais velha) Depois de formadas as palavras, as letras iam aos poucos retornando para o caderno, uma forma de representar os pensamentos que às vezes queremos compartilhar com o outro, mas que por medos ou inseguranças, não conseguimos, e estes acabam guardados dentro de nos, e perduram por muitos e muitos anos. O título da videoarte - PensAR [LETRAS] Libertadas - tem também relação com o trecho do texto citado anteriormente, onde a palavra pensar vem do seu puro e simples significado, formar no espirito pensamentos ou ideias (FERREIRA, 2001). A terminação AR da palavra pensar, está em maiúscula, pois queríamos passar a ênfase da parte do texto em que Nivaldete escreve "A gente ia ler no ar", referindose à ideia das letras que voam pra algum lugar. 11 Descoberta súbita da solução de um problema, da estrutura de uma figura ou de um objeto percebido; compreensão repentina de uma situação; intuição. (DICIONÁRIO ONLINE DE PORTUGUES) 34 Já a palavra letras está entre colchetes e em letras maiúsculas, para dar um destaque maior a ela, já que as letras são as atrizes principais do nosso vídeo, e libertadas porque elas ganham vida, libertando-se, por alguns minutos apenas, mas sentir-se liberto, ainda que seja por pouco tempo, deve ser incrivelmente maravilhoso. Este pode ser um dos muitos significados que podem ser atribuídos ao titulo do vídeo e à vídeoarte como um todo, mas não acharíamos interessante tentar dar mais “pistas” ou significados aos elementos que permeiam o universo da nossa videoarte, para não prejudicar futuras leituras e interpretações sobre o mesmo, cada um é um universo, com suas próprias experiências e significações sobre as coisas. 3.1.2 Sobre os elementos técnicos Depois de definido como seria o vídeo e elaborado o storyboard, nós buscamos um lugar que fosse adequado para a captura das imagens que iriam compor cada quadro do Stop Motion. Conseguimos ter acesso à sala 30 do Departamento de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (DEART-UFRN) com a colaboração dos professores Rubén Figaredo e Olavo Bessa, que gentilmente nos cederam a sala. Lá fizemos toda a pré-produção, tanto na parte de organização dos objetos a serem utilizados nas cenas, quanto na produção de fato do vídeo e foi lá que fotografamos tudo. Após conseguirmos o lugar, tínhamos que pensar na maneira de fazer o efeito no qual as letras iam saindo do caderno, pensamos em varias possibilidades, mas a que acabou sendo executada, foi a de recortarmos letra por letra, como mostra a figura 16, que foram impressas em papel fotográfico 260g, por ser um papel mais resistente, podendo assim, criar os movimentos que fossem necessários, sem que as letras fossem facilmente estragadas. Depois de horas recortando e dando os acabamentos finais nas letras, iniciamos o processo de registro das imagens, que foram feitas com uma câmera Fujifilm Finepix S4000, emprestada pela irmã de Mariana, Gabriela Oliveira. A fase de captação das imagens durou 2 dias, quando organizamos um esquema no qual cada uma assumiria funções diferentes, em dias diferentes. No primeiro dia, uma assumiu 35 o controle da câmera, e a outra ficou responsável pelas animações dos objetos nas cenas, e no segundo dia, ocorreu o contrário. Achamos interessante trabalharmos com este esquema de produção, pois possibilitaria, às duas, a experimentação de funções diversas dentro da produção do vídeo, enriquecendo ainda mais a nossa experiência artística. Figura 16 (a esq. Mariana Pereira e a dir. Thayná Almeida, trabalhando na pré-produção do vídeo) Nos dois dias, foram tiradas 772 fotografias, mais 7 que foram acrescentadas durante a edição do vídeo- as imagens que formaram o titulo do vídeo no final. Ao todo utilizamos 779 imagens, todas em formato JPEG12, que foram editadas no Photoshop CS4, editor de imagens do Adobe. Editamos apenas a luz e o contraste das fotos, pois algumas ficaram mais escuras que outras e, essa diferença seria nitidamente percebida, se essa edição não ocorresse. Tivemos que dividir as imagens para facilitar e tornar um pouco mais rápido o processo de finalização do vídeo. Após feitas as edições nas imagens, que durou em torno de 1 semana e meia, decidimos utilizar o programa Windons Live Movie Maker, software de edição de vídeos da Microsoft, para editarmos nossa videoarte, o adotamos por ser um editor de fácil utilização, e por que nele poderíamos encontrar todos os recursos necessários para dar o efeito que queríamos ao nosso vídeo. 12 JPEG (Join Photographic Experts Group) é um método comum usado para comprimir imagens fotográficas. O grau de redução pode ser ajustado, o que permite a você escolher o tamanho de armazenamento e seu compromisso com a qualidade da imagem. Além de ser um método de compressão, é frequentemente considerado como um formato de arquivo. JPEG / Exif é o formato de imagem mais comum usado por câmeras digitais e outros dispositivos de captura de imagem. (WIKIPÉDIA) 36 Um dos pontos importantes na edição foi a parte na qual tivemos que ajustar o tempo de transição de um quadro para outro, pois seria ai que conseguiríamos transmitir a ideia de movimentação sequenciada dos objetos. Depois de muitas tentativas, conseguimos ajustar as imagens, deixando 6 quadros por segundo, 360 quadros por minuto, tendo o vídeo uma duração total de 02’28”. Outro ponto crucial foi a escolha da música que iria compor a trilha sonora do vídeo, uma decisão difícil de ser feita, primeiro por envolver questões de direitos autorais, que é um ponto muito sério quando o assunto é trilha sonora de vídeos, e a segundo é que a música escolhida deveria “casar” bem com as imagens do vídeo. Segundo PURVES, a música pode ser usada simplesmente como um fundo, para contextualizar a cena ou para sugerir a emoção ali contida. No nosso caso, achamos que a música intensificou a emoção do vídeo. Foi utilizado um trecho da música Between, In Corrosive Pressure, da banda natalense de metal Stoikheion, no qual faz parte o noivo de Thayná, Hery Lindemberg, que nos cedeu o uso da música no vídeo. No total, entre a edição das imagens, até a finalização do vídeo, o processo durou em torno de 2 semanas e meia, até pelo fato de que não era possível o encontro diário entre nós duas, por causa dos trabalhos de ambas. A seguir, cada uma relatará suas experiências diante da produção da videoarte em Stop Motion, nossas agonias, alegrias e prazeres. 3.2 PensAR [LETRAS] Libertadas - por Mariana Pereira Acho interessante contar a história do começo, ainda antes de ser realmente história. A minha primeira ideia para o trabalho de conclusão de curso não passava sequer perto do tema da animação, no entanto, diversas razões me fizeram mudar o curso da minha pesquisa para algo completamente diferente. Eu me encontrava muito insatisfeita com o rumo que a minha pesquisa vinha tomando, mais por questão de orientação do que qualquer outra coisa. Resolvi, então, tentar mudar de orientador para dar continuidade ao que eu já vinha fazendo, mas não obtive sucesso. Por ser muito amiga da minha atual dupla de TCC, Thayná Almeida, me 37 peguei diversas vezes desabafando com ela sobre a minha insatisfação. Numa dessas conversas, ela me falou sobre o desejo de fazer seu TCC sobre a animação em Stop Motion e me perguntou, se eu gostaria de fazer esse trabalho com ela. Achei uma ideia incrível, já que sempre nos demos bem. Até então eu não sabia muita coisa sobre esse tipo de animação e, embora já tivesse visto diversos trabalhos feitos com essa técnica, o meu interesse não passava de uma grande admiração. Eu sabia, em tese, como eram feitas as animações, mas não tinha ideia do que havia por trás dos primeiros filmes com os quais eu tinha tido contato. O convite de Thayná foi como uma chance de recomeçar. Recomeçar tudo. De outro ponto de partida, com novos objetivos, com novos companheiros de jornada e, o melhor de tudo, com novo ânimo. Encontrei, no Stop Motion, um mundo de histórias fantásticas, de fantasias e muito trabalho. Trabalho esse que até então eu não tinha a menor ideia. A falta de bibliografia acessível a nós foi um grande desafio. As poucas bibliografias que encontramos estavam disponíveis apenas para compra, e num preço não tão acessível. Tivemos que recorrer a artigos online, outros trabalhos, blogs, etc, sempre buscando confirmar cada informação, cada data. Com cada pesquisa, cada descoberta, o meu fascínio por essa técnica só aumentava cada dia mais. Ainda nos nossos primeiros encontros, resolvemos fazer um vídeo em Stop Motion, que pudesse ser a parte prática do nosso trabalho. O mesmo serviria para relatarmos as nossas experiências pessoais. Diferente de Thayná, eu nunca tinha tido nenhuma experiência com esta técnica. O mais próximo que eu cheguei de uma videoarte foi quando cursei uma disciplina chamada Tópicos em Arte Contemporânea, na qual, para obtenção da segunda nota, fizemos uma vídeo performance, tendo como temática, o poder que a mídia exerce sobre as pessoas. Na verdade, puxando bem na memória, o Stop Motion me “acompanha” desde muito tempo. Minha infância foi contemplada com o desenho animado Pingu, uma animação em Stop Motion feita com massa de modelar. Mas de qualquer forma, essas experiências não foram suficientes para me dar um background no assunto. Somente após muitas pesquisas, leituras, conversas e reflexões é que posso dizer que hoje entendo um pouco desse universo tão mágico, que é o universo da animação em Stop Motion. 38 Depois de escolhido o tema do nosso vídeo veio a parte mais gratificante de toda a nossa jornada, que foi ver as coisas, finalmente, tomando forma. O trabalho foi árduo, não se enganem. Foram longos dias dedicados às leituras, interpretações, anotações, referências... Longos dias pensando em como desenvolver cada etapa, cada capítulo. E muitas reuniões. Foi difícil encontrar o tempo necessário para os encontros, para as trocas de ideias e elaboração do vídeo, pois não conseguimos sincronizar nossas agendas. Mas, como dizem que tudo que dá mais trabalho tem um sabor melhor, tenho visto que cada um desses momentos de tensão valeu a pena. Escolhemos a temática do nosso vídeo, como mencionamos na parte 3.1.1 deste trabalho, e ficou faltando apenas organizar as ideias para começar a prática. Foram muitos contatos por e-mail, mensagens de celular, redes sociais, tudo que nos ajudasse a ter uma interação maior e minimizar a distância. Nós já sabíamos o que queríamos, mas não sabíamos exatamente como tirar as nossas ideias do papel. E finalmente, veio o tão esperado insight. Tudo era muito novo para mim, eu estava ajudando a construir algo que eu nunca tinha pensado. Foi muito exaustivo, recortar cada letra exigiu muita paciência e disciplina, depois tentar manter o mesmo enquadramento para todas as fotos, sem o uso de nenhum equipamento apropriado, só tentando fixar a postura, o que nos rendeu boas dores nas costas. Mas só de passar as fotos rapidamente na câmera, já comecei a sentir o prazer que ver o vídeo pronto me daria. Como eu nunca havia feito ou editado um vídeo, foi a minha oportunidade de aprender com Thayná como fazer. Foi um aprendizado maravilhoso. Colocamos as fotos no editor de vídeo e já pudemos ver que estava ficando tudo como a gente tinha pensado. Mas na hora que encaixamos a música com as fotografias, foi um momento de muita emoção, no qual vimos que todo o nosso trabalho realmente valeu a pena. Quando vimos nossas ideias literalmente saindo do papel. Pra mim, em particular, esse momento teve um sabor único, mais que especial, pois foi o meu primeiro trabalho envolvendo o Stop Motion, e eu pude sentir um pouquinho do que todos aqueles grandes diretores, que eu havia estudado para embasar nosso trabalho, sentiram ao ver seus trabalhos tomando forma. Foi um trabalho muito gratificante, aprendi muito, cresci muito, aprendi a lidar com as minhas próprias emoções, e acima de tudo, aprendi que com persistência e determinação eu sou capaz de muitas coisas. Quero também deixar aqui o meu 39 agradecimento formal à minha parceira, Thayná, por estar sempre ao meu lado, por me ajudar nos momentos mais difíceis, não só do TCC, mas ao longo do curso todo. Sempre pronta a me emprestar um ombro amigo e a me dar uma palavra de incentivo. Sou muito grata por sua amizade e companheirismo. Esse trabalho foi o primeiro, mas com certeza não será o ultimo, eu sei que ainda tenho muito a aprender, mas também sei que a prática leva à perfeição. E, não que eu queira ser perfeita, mas eu quero ter certeza de que estou sempre dando o melhor de mim, progredindo e aprendendo sempre, buscando novos desafios e alcançando novos objetivos. 3.3 PensAR [LETRAS] Libertadas- por Thayná Almeida Antes de relatar minha experiência com a produção da nossa vídeoarte, acho importante dizer como o Stop Motion entrou na minha vida. Meu primeiro contato com a técnica aconteceu no ano de 2008, quando estava cursando a disciplina Fundamentos da Linguagem Visual lecionada pelo professor Dr. Vicente Vitoriano, que nos pediu como obtenção da terceira nota, a produção de uma vídeoarte. Comecei a pesquisar diversas técnicas de produção de vídeo, porque até o presente momento, eu nunca tinha tido nenhuma experiência com relação a isso, e no meio das minhas pesquisas, encontro um texto sobre stop motion na internet, comecei a ler, e o interesse sobre o assunto cresceu dentro de mim. Até que decidi então, fazer meu primeiro vídeo em Stop Motion, que foi intitulado Pequenos Retratos de um Suicídio, onde narrei em 00’34’’ os momentos que antecediam um suicídio causado pelo consumo desenfreado de drogas licitas e ilícitas. No mesmo ano, decidi inscrever este vídeo no CURTACOM, um concurso de curtas universitários organizado pelos alunos de comunicação social da UFRN, e para minha surpresa o vídeo foi exibido no festival, na categoria de vídeos experimentais, o que me deixou mais entusiasmada em produzir vídeos. Em 2009, para a disciplina Direção de Arte em Publicidade, lecionada pelos professores Luciano C. Bezerra Barbosa e Marcos Andruchak, foi proposto para a nota final do semestre, um trabalho no qual teríamos que produzir campanhas publicitárias para a Rádio Universitária da UFRN, e acabei produzindo uma 40 propaganda em Stop Motion, de 00’30’’ de duração, para ser exibida eventualmente na televisão. Dentro da universidade, essas foram duas, de algumas experiências que tive com a produção de Stop Motion, produzi alguns vídeos para outras disciplinas, e as criticas, na grande maioria positivas, me fizeram experimentar mais a técnica. Quando foi proposto pela professora Nivaldete, na disciplina Monografia I, que escrevêssemos nosso pré-projeto do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) não pensei em outro assunto, a não ser este. No meu pré-projeto, eu propus descrever todo o processo que envolveria a produção de um videoclipe feito em Stop Motion, de uma música de alguma banda potiguar. Mas por algumas questões técnicas, abandonei o projeto do videoclipe, e parti para a ideia de produzir uma videoarte. Após uma conversa com Mariana sobre o tema do TCC dela, ela acabou confessando que não estava satisfeita com a professora que iria orienta-la, e alguns motivos a mais que a estavam deixando insatisfeita com o rumo que o trabalho dela tomaria, então apresentei meu projeto, e ela adorou. Achamos interessante a ideia de o trabalho ser feito em dupla, coisa que até agora não tínhamos visto aqui no DEART, e decidimos então apresentar a ideia à professora Nivaldete, que já tinha se mostrado interessada em orientar meu trabalho, pois ela havia gostado do tema proposto. Depois de conversamos com a professora, e ela ter apoiado nossa ideia, partimos para a prática do projeto. Passei todas as poucas referências bibliográficas que eu tinha conseguido sobre Stop Motion, à Mariana, pra ela entender um pouco mais sobre essa técnica, apesar de que, ela já sabia e conhecia um pouco o modo no qual se desenvolve a feitura da mesma. O próximo passo, era elaborar o tema da nossa videoarte, como somos bastante amigas, tivemos a total liberdade de chegar uma na outra, sugerindo temas que seriam interessantes serem abordados no trabalho. Até que veio a ideia de trabalharmos algum texto da Clarice Lispector, musa inspiradora das duas, no vídeo, mas durante uma das aulas que frequentávamos da professora Nivaldete, tivemos a ideia de utilizarmos algum dos diversos textos da nossa professora. Entramos em contato com ela, pedindo e perguntando se ela poderia nos ceder alguns de seus textos, para que pudéssemos trabalhar com eles. 41 Em um dos nossos encontros, a nossa orientadora, nos falou sobre um texto muito especial, pelo qual ela tinha um carinho enorme, era Pisilinha. Quando li o texto, fiquei encantada pelos pensamentos dela, me vi um pouco naquela personagem. E o melhor de tudo, Mariana também se identificou com o texto, fazendo com que ele de fato fosse o escolhido. Depois desta escolha, foi a hora de pensarmos juntas, como faríamos a nossa videoarte em Stop Motion. Nos reunirmos diversas vezes, até que numa dessas reuniões, paramos para ler juntas o texto, e vimos que uma parte era apreciada pelas duas - a que foi citada na parte inicial do cap. 3.1.1- e se encaixaria bem no que estávamos pensando. Após conversarmos muito, sempre trocando ideias que poderiam ser viáveis para a produção do vídeo, concluímos que faríamos Psilinha escrevendo seus pensamentos num caderno, e que as letras iam “criar vida”. Tratei logo de rabiscar por ali mesmo um storyboard, para posteriormente passa-lo a limpo, e foi o que fiz, desenhei tudo o que havia escrito e desenhado no programa CorelX3, até pela minha falta de prática com relação a desenhos à mão. Depois de definido tudo, corremos atrás da câmera fotográfica, e das impressões das letras, para o registro das imagens do vídeo, Mariana conseguiu a máquina com a sua irmã, e eu fiquei encarregada de conseguir as letras. No primeiro dia da captura das imagens, tivemos que terminar de recortar as letras, o que levou bastante tempo, mas depois de concluída esta fase do trabalho, iniciamos o registro das imagens. Neste dia, quem ficou encarregada da câmera fui eu, enquanto Mariana ficou com a parte da animação dos objetos nas cenas. No dia seguinte, trocamos de funções, eu fiquei com a parte da movimentação dos elementos, e Mariana assumiu o controle da câmera. Achei bastante interessante essa troca de funções, porque enriqueceu muito nosso modo de lidar com a produção do vídeo, e foi um modo de uma saber ouvir mais a outra, pois quem estava no controle da câmera, tinha que passar as devidas instruções para quem estava animando os objetos, para que a sequência fotografada seguisse de forma correta uma linha narrativa, sem muitas quebras de uma foto para outra. Depois com todas as fotos em mãos, percebi que algumas ficaram mais escuras que outras, devido ao uso de flash em algumas e outras não. Então entrei em contato com a minha amiga, e decidimos que dividiríamos as 772 fotos entre nós 42 duas, para que pudéssemos edita-las de forma mais rápida. Ajustamos apenas a luz e o contraste das imagens, para que ficassem o mais parecidas possíveis, apesar de dividirmos o trabalho, ao todo essa edição nas imagens durou 1 semana e meia. Para a montagem do vídeo, nos reunimos na sala 30, onde fizemos a dição propriamente dita do vídeo. Como já foi citado, usamos o Windons Live Movie Maker para a edição, aliás, todos os vídeos que produzi até agora em Stop Motion foram feitos neste programa, e em todos eles sempre consegui o efeito esperado, e nesse vídeo, felizmente, não foi diferente. Com relação a música escolhida para compor o vídeo, eu a tinha ouvido havia alguns dias, através de uma rede social na qual meu noivo, Hery Limdenberg, faz parte. E assim que escutei a canção, a imaginei na videoarte, e na forma que ela ia ajudar a compor as imagens. Então falei com ele, que é guitarrista e líder da banda, pedindo autorização para o uso da música, ele permitiu e me repassou o trecho que iriamos utilizar, e como imaginei, a canção ficou perfeita junto com as imagens. Após todo o trabalho que tivemos em editar o vídeo, vê-lo pronto para mim foi gratificante, acho que o foi também para Mariana. Ver uma ideia saindo do papel, criando forma e depois tê-lo pronto, foi quase como ter tido um filho, apesar de ainda não ter um, acho que a sensação deve ser a mesma. E o melhor de toda essa experiência, foi poder compartilhar de todas as partes boas e ruins, deste trabalho, com uma das minhas melhores amigas, Mariana. Tenho certeza de que saímos desta experiência diferentes, mais amadurecidas para os acontecimentos futuros, e com a certeza de que juntas, podemos fazer muito mais, tirando esse estigma de que os artistas são “seres individualistas” e que não conseguem desenvolver bem trabalhos em grupo. Somos a prova viva de que, quando trabalhamos com quem gostamos, tudo flui naturalmente. Desejo que outros trabalhos como esse aconteçam, quem sabe desenvolver oficinas sobre o assunto, encabeçar projetos com pessoas diferentes, abranger meu mundo e meu repertório artístico, nunca esquecendo o que foi aprendido e desenvolvido ao longo destes anos, dentro do curso de arte visuais, que cursei com tanto amor e prazer. 43 4. Conclusão A teoria sem a prática vira 'verbalismo', assim como a prática sem teoria, vira ativismo. No entanto, quando se une a prática com a teoria tem-se a práxis, a ação criadora e modificadora da realidade (PAULO FREIRE). A proposta da vídeoarte em Stop Motion, veio do fato de que uma técnica tão antiga, ainda está sendo tão utilizada nos diversos segmentos da arte. Apesar das novas tecnologias que vêm sendo desenvolvidas a cada dia, o stop motion ainda não perdeu seu espaço, muito menos sua elegância. Mesmo sendo desenvolvido há muitos séculos, infelizmente referências bibliográficas publicadas em português sobre a história do Stop Motion são raras, o que dificultou o desenvolvimento do capítulo no qual falamos sobre as origens da técnica, onde tivemos que optar por referências contidas, na sua maioria, em sites que confiamos e que são especializados no assunto. Mas apesar de todas as dificuldades, obtivemos informações riquíssimas, e que foram de extrema importância para nós. Elementos estes que foram complementados pelos vídeos que encontramos, e que estão contidos no DVD em anexo ao nosso trabalho, pois além de estudarmos a teoria, tivemos a oportunidade de vê-los na prática, enriquecendo mais nossos estudos com relação ao tema. Nosso trabalho veio como uma forma, de experimentação mesmo da técnica estudada, de vermos como funciona os mecanismos de pré e pós-produção de vídeos, desde a ideia inicial, passando pelo desenvolvimento do storyboard, da busca pelos elementos que iriam compor as cenas, da captura das imagens, da escolha de um trilha sonora adequada para compor o vídeo, enfim, de tudo que fez parte do universo do vídeo, até vermos ele sair do papel e ganhar vida própria. Desenvolvemos este trabalho em dupla, pelo fato de que, até o presente momento, não tínhamos visto nenhum TCC feito por duas pessoas, dentro do curso de Artes Visuais, aqui da UFRN, o que foi um desafio tanto para nós, alunas, quanto para nossa orientadora que soube, muito bem, lidar com um trabalho duplo. 44 Outro fato que nos instigou e nos fez arriscar tudo neste trabalho, foi a vontade de quebrar certos “pré-conceitos” criados por nós artistas, de que somos seres individualistas. Mostramos que podemos sim, desenvolver trabalhos em grupo, é só saber dividir esta experiência com quem tem uma sintonia com você, como no nosso caso, e que mesmo o interesse sobre o assunto tendo partido de uma das partes, a outra soube buscar informações necessárias para que o trabalho fosse bem sucedido no final. O fato de termos partilhado a produção, e todo o desenvolvimento deste trabalho, foi um processo riquíssimo que deveria ser estimulado pelos professores aos seus orientandos, pois a troca de vivências artísticas entre nós aumenta, fazendo com que todos cresçam artística e academicamente. 45 5. Referências bibliográficas ABOUT IML. Disponível em: < http://www.ilm.com/> Acesso em ago 2012. ABOUT THE PROJECT. Disponível em: < http://www.hmegallery.com/home.php> Acesso em ago 2012. ANIMAÇÃO STOPMOTION. Disponível em: http://planetanimado.com.br/blog/?page_id=7 Acesso set 2012. ANTONI GAUDI. Disponível em:< http://www.algosobre.com.br/biografias/antonigaudi.html > Acesso em ago 2012. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio Século XXI Escolar: O minidicionário da língua portuguesa. 4. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. INSIGHT. Disponível em: <http://www.dicio.com.br/insight/> Acesso em set 2012. JOIN PHOTOGRAPHIC EXPERTS GROUP. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Joint_Photographic_Experts_Group> Acesso em set 2012. KAFKIANO. Disponível Acesso em ago 2012. em: <http://www.dicionarioinformal.com.br/kafkiano/> HISTÓRIA DO STOP MOTION. Disponível em: <http://virgisanta.blogspot.com/2006/09/histria-da-stop-motion.html> Acesso em ago 2012. LIVE- ACTION. Disponível em < http://pt.wikipedia.org/wiki/Live-action> Acesso em ago 2012. PAULO FREIRE. Disponível em < http://pensador.uol.com.br/frases_de_paulo_freire/2/> Acesso em nov 2012. PINGU. Disponível em: <http://desenhosanimadospt.blogspot.com.br/2009/02/pingu.html> Acesso em ago 2012. 46 PURVES, Barry. Stop-motion. Porto Alegre: Bookman, 2011. PLASTICINE. Disponível em: < http://en.wikipedia.org/wiki/Plasticine> Acesso em ago 2012. SIGNIFCADO DE BRAINSTORMING. Disponível em: < http://www.significados.com.br/brainstorming/> Acesso em set 2012. SOLARI, Guilherme. Animações com lanternas coloridas. Disponível em: < http://madeinjapan.uol.com.br/2010/01/02/animacoes-com-lanternas-coloridas/> Acesso em set 2012. STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS. Disponível em:< http://www.eba.ufmg.br/midiaarte/quadroaquadro/ >. Acesso em ago 2012. VIDEO ARTE. Disponível em <http://videarte.wordpress.com/video-arte/> Acesso em set 2012. 47 6. Bibliografia consultada BOB GARDINER (ANIMADOR). Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Bob_Gardiner_(animator)> Acesso em ago 2012. CIRIACO, Douglas. O que é STOP MOTION? .Disponível em:< http://www.baixaki.com.br/info/2247-o-que-e-stop-motion-.htm> Acesso em jun 2012. CAETANO, Bianca. Stop motion e pixilation. Tudo a mesma coisa?! . Disponível em: < http://www.clipestesia.com.br/magazine/2010/edicao0610/061001.html> Acesso em jul 2012. DONIS, Donis A. Sintaxe da linguagem visual. 2° ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997. IUÁ, Pedro. Irmãos Quay. Disponível em: <http://www.stopmotionbrasil.art.br/2009/05/irmaos-quay.html> Acesso em ago 2012. IUÁ, Pedro. Garri Brandi. Disponível em: < http://www.stopmotionbrasil.art.br/2009/05/garri-bardin.html> Acesso em ago 2012. IUÁ, Pedro. MINHOCAS. Disponível em: < http://www.stopmotionbrasil.art.br/search?q=minhocas> Acesso em ago 2012. IUÁ, Pedro. Willis O’Brien. Disponível em: < <http://www.stopmotionbrasil.art.br/2009/05/willis-obrien.html> Acesso em ago 2012. MCKERNAN, Lucas. O diretor americano, o cinegrafista. Disponível em: <http://www.victorian-cinema.net/porter.htm> Acesso em ago 2012. NAZARIO, Luiz. GEORGE PAL. Disponível em < http://meucinediario.wordpress.com/2011/01/10/george-pal/> Acesso em ago 2012. NORAGOL, Paulo. STOP MOTION. Disponível em < http://blog.nogarol.com.br/cultra/stop-motion/> Acesso em jul 2012. 48 OREN LAVIE. Disponivel em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Oren_Lavie> Acesso em ago 2012. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. PETER GABRIEL. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Peter_Gabriel> Acesso em AGO 2012. SHAW, Susannah. Stop Motion: técnicas manuais para a animação com modelos. Tradução de Edson Furmankiewicz. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. YOSHIURA, Eunice Vaz. Videoarte, videoclipe: investidas contra a “boa forma”. São Paulo: Porto de Ideias, 2007. 49 7. Referências imagéticas O’BRIEN E O KING KONG. Disponível em: < http://www.tumblr.com/tagged/williso'brien> Acesso em ago 2012. VIAGEM À LUA. Disponível em: <http://cafemusicaefilosofia.blogspot.com.br/2012/05/viagem-lua-georgesmelies.html> Acesso em ago 2012. 50 APÊNDICE – Ação Pedagógica “Sessão Stop Motion” De acordo com a nova Ementa do curso de Artes Visuais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para a conclusão e validação do TCC, cada aluno deve elaborar e executar uma ação pedagógica. A ação pedagógica consiste na elaboração e prática de alguma atividade extra sala de aula e que esteja em concordância com o tema abordado no TCC, visando promover a autonomia na busca e na produção de informações. Essa ação deve ter um público alvo a ser atingido, podendo ser estendida a pessoas tanto do âmbito acadêmico quanto de fora, devendo ser realizada em pelo menos oito horas. Foi necessária a elaboração de um projeto e de um plano de trabalho, pelos quais essa ação pudesse ser julgada e aprovada -Anexo A, projeto da nossa ação- Buscando atingir um público mais amplo e heterogêneo, decidimos por aproveitar a Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura (CIENTEC) da UFRN para realizarmos a nossa ação pedagógica. Visto que vários tipos de pessoas, com diferentes gostos e interesses estariam presentes no evento, seria bem mais fácil atingirmos o nosso objetivo. A ação pedagógica que nós escolhemos desenvolver baseou-se no desejo de difundir mais essa técnica de animação, que é o Stop Motion, entre os diferentes grupos de pessoas que pudessem se interessar pela temática da animação. Pensamos, primeiramente em desenvolver oficinas de Stop Motion, mas logo vimos que não seria viável, uma vez que não dispúnhamos de materiais apropriados nem de tempo hábil suficiente, para executar essas oficinas. No entanto, ainda queríamos difundir essa técnica de forma prática e efetiva. Foi então que pensamos em fazer uma exibição de filmes feitos com essa técnica. Como queríamos abranger o máximo de informações possíveis, de forma eficaz, dividimos essa exibição em três dias, sendo que antes da exibição dos filmes, fizemos uma breve explanação sobre o que vem a ser o Stop Motion e fizemos, também, observações importantes sobre o filme e seu diretor, apresentando assim para o grande público, essa técnica tão antiga, que ainda é bastante utilizada no cinema atualmente. Para isso, recorremos a teóricos que pudessem nos oferecer conhecimentos adequados, tanto no que diz respeito à história do Stop Motion, quanto à dos filmes exibidos. Para completar e enriquecer cada exibição, mostramos também curtas-metragens de produtores independentes, ou de admiradores amadores deste gênero de animação; Ao propor 51 este trabalho, acabamos agindo como facilitadoras no processo apreciação de filmes em Stop Motion. A divisão foi feita da seguinte forma: O primeiro dia (23.10.2012) foi a Sessão Méliès, com duração de duas horas (08:00 – 10:00hs). Onde exibimos um documentário francês que falava sobre o trabalho do mágico e ilusionista Francês, George Méliès. Resolvemos começar com Méliès, pois ele é conhecido como o pai do Stop Motion, a quem muitos associam o pioneirismo nessa técnica. Ele enxergou no cinema uma nova possibilidade de ampliação de seus truques e ilusões, desenvolvendo assim filmes ilusionistas, onde fazia aparecer e desaparecer objetos e pessoas nas cenas. Nesse documentário, foram apresentados 15 dos filmes mais famosos de Méliès, oferecendo um panorama completo dos diversos gêneros que ele abordou: encantamento, magia, truques de filmagem, contos, histórias burlescas ou fantásticas... Entre eles Le Voyage dans la lune (“Viagem à Lua”) de 1902. Entre cada filme, a narradora fala sobre a vida e carreira de George Méliès, que foi considerado por historiadores, um dos principais cineastas do mundo. O segundo dia (24.10.2012) exibimos a Sessão Clássicos, com duração de três horas (08:00 – 11:00hs). Foram exibidos os filmes “King Kong”, (1933), dirigido por Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack, e “Fúria de Titãs”, (1981), dirigido por Ray Harryhausen. Esses filmes não foram produzidos inteiramente com a técnica do Stop Motion, mas o Stop Motion está presente em algumas cenas, como a cena do macaco, que nada mais é que um boneco, sofre alterações em seus movimentos e alguns efeitos especiais. No terceiro e último dia (25.10.2012) tivemos a Sessão Tim Burton, com duração de três horas (08:00 – 11:00hs), onde exibimos os filmes “O estranho mundo de Jack” (1994) e o filme “Noiva cadáver” (2004). Ambos sendo animações feitas em Stop Motion. Escolhemos Tim Burton porque além de o admirarmos como diretor, somos grandes admiradoras de seus trabalhos. A escolha dos dias, horários e do local das exibições foi feita pela comissão da CIENTEC, que inclusive não respeitou algumas de nossas especificações e acabou nos prejudicando um pouco, uma vez que pedimos as tardes e nos deram os primeiros horários da manhã, fazendo com que precisássemos mudar nossos horários no trabalho e os horários de algumas outras atividades previamente estabelecidas. Também nos sentimos prejudicadas, pois na programação da 52 CIENTEC constava apenas o ultimo dia das exibições, o dia 25 de Outubro, porém, no e-mail que recebemos confirmando a nossa seleção, constava os três dias e os horários de cada dia. - Anexos B e C, E-mail de confirmação dos horários estabelecidos pela comissão organizadora e programação distribuída pelos organizadores do evento- Para tentar minimizar esses problemas, fizemos panfletos e cartazes que distribuímos e espalhamos por toda a área da CIENTEC e aos arredores do Departamento de Artes, pedimos que quem pudesse convidasse os amigos e, inclusive, pedimos que os professores pudessem avisar e convidar seus alunos a prestigiarem nossa mostra de filmes (Anexo D, cartaz feito por nós, divulgando as exibições dos filmes). Ainda assim, com todos esses esforços, o retorno não foi satisfatório, não conseguimos atingir um grande público, e contamos apenas com a presença de pessoas que passavam na hora e aceitavam o nosso convite para entrar e assistir, familiares e poucos colegas do curso. A experiência foi válida, de qualquer forma, pois nos proporcionou um aprofundamento maior no assunto, nos deixando ainda mais ligadas ao tema, nos proporcionou também a “descoberta” de novos vídeos, e ainda nos deu um saber sobre como elaborar um projeto e nos dando mais segurança de falar em público. No último dia da mostra, recebemos a visita do pessoal da Agência de fotojornalismo experimental da UFRN (FOTEC) que nos entrevistou e publicou no site sobre a mostra dos filmes e um pouco sobre a história e a técnica do Stop Motion, anexo E. 53 ANEXO A Mensagem de Impressão do Outlook.com https://blu177.mail.live.com/ol/mail.mvc/PrintMessages?mkt=pt-br 1/1 Imprimir Fechar TCC - tema sugestão p/vídeo De: Thayná Almeida ([email protected]) Enviada: domingo, 4 de março de 2012 22:12:55 Para: Mariana Pareira ([email protected]); mariana pereira ([email protected]) Mari, eu estava aqui pensando, já que nós duas gostamos da obra da Clarice Lispector, tive a idéia de escolhermos algum texto dela, ou alguns fragmentos de diversos textos, não sei, e poderiamos fazer nossa videoarte em Stop MOtion, a partir da nossa visão sobre os textos escolhidos... [Ai muié deu pra entender?? Sou ruim explicando coisas..RSRSRs] Acho que ficaria legal, até pq nós duas gostamos da Clarice, oq não deixaria o trabalho chato..RSRSRS... Pense nisso com carinho, depois temos q combinar um dia p/nos encontrarmos, e tal.. 04/12/2012 54 ANEXO B Mensagem de Impressão do Outlook.com https://blu177.mail.live.com/ol/mail.mvc/PrintMessages?mkt=pt-br 1/3 Imprimir Fechar FW: Seus poemas, suas poesias... Continuar escrevendo | Excluir De: [email protected] Salvo em:sábado, 25 de agosto de 2012 01:50:54 Para: Mariana Pareira ([email protected]); mariana pereira ([email protected]) Mari, estou encaminhando pra ti us e-mail's que mandei pra prof.ª NIva... depois vê se te agrada algum dos poemas... BJz's Thayná Date: Thu, 23 Aug 2012 17:56:05 -0700 From: [email protected] Subject: Re: Seus poemas, suas poesias... To: [email protected] ohhhh... ainda bem que vc lembrou.... Vão aí alguns... Se quiserem mais, diga.... Obrigada pela honra! A LINGUAGEM É a linguagem não pertence a ninguém a linguagem é a linguagem é um ente que invocamos quando estamos doentes do mundo os que estão curados silenciam 55 os que gritam estão rasgados por dentro escrevemos porque sofremos do descompleto, da falha, de insondáveis inanições escrevemos porque queremos soletrar Deus e Deus não tem nome ("Deus" é um apelido para o que não compreendemos) escrevemos porque não estamos vazios mas cheios de implosões detritos estar vazio é a grande graça: não há mãos para fuzis nem aneis nem agarro de moedas nem boca para palavras de areia estar vazio é estar garça e o lago não é logo ali. Em que sentido...? e esse vozerio do mundo essa normalidade louca tudo apressado e apreçado o custo da veste e da água da luz e da alma qual mesmo o endereço? em que sentido se vai? quer um café yoga música travesseiro cortar distâncias com faca, mansão gruta ou estrada? um cachorro uma tv seu nome lido no mundo? nada disso preenche a gula enorme da mente? o que fez o amor? como se faz o amor? e o contentamento? -este é dos passarinhos 56 e essa cruz das aparências em que todos estão pregados? a cachaça disfarça a solidão de cada um? quem inutiliza os tambores da dor? a dor será um congênito engasgo? um shopping é um atestado da nossa miséria interna que nos faz necessitar tanto? -quero dez caixas de... nada: preciso é de transcendência... tudo deslira um lírio para tanto delírio a natureza del ira tudo deslira e ainda não houve tempo de sermos menos que amáveis: ao menos quase gentis solidão vermelha em dias calados horas de vaguidão olhava o ar que de tão quente tremia e dele voavam pequenas almas que falavam cactês e nada era tão vasto quanto a solidão vermelha da terra des- 57 matada. De: Thayná Almeida <[email protected]> Para: Nivaldete Ferreira profª <[email protected]>; Nivaldete Ferreira <[email protected]> Enviadas: Quinta-feira, 23 de Agosto de 2012 21:31 Assunto: Seus poemas, suas poesias... OLá professora Nivaldete, olha eu aqui "aperriando" ..RSRSRS... Passo para lembrar que eu e a MAri estamos no aguardo dos textos da senhora. BJz's, Thayná Almeida. 58 ANEXO C PSILINHA COSMO DE CARAMELO Nivaldete Ferreira ([email protected]) (Menção Especial no Concurso Adolfo Aizen-União Brasileira de Escritores-Rio-RJ, 1997. Publicado, no mesmo ano, pela Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte) Nota: este livro não conta uma história, conta lembranças e pensamentos. Um destes guarda semelhança com algo pensado por Rubem Alves, na crônica Milho de Pipoca, em que ele lembra que, para se transformar em pipoca, o milho precisa sofrer a dor de ir ao fogo. A personagem Psilinha, conversando com Deus em sonho, ouve dele que o milho, quando queima, vira flor. A aproximação mostra que é possível a mais de um, ou a muitos, desenvolver uma mesma reflexão a partir da observação de um mesmo fato. 1 Acho que eu ia me chamar Priscila Cosme de Melo, Mas escreveram Psila. Ficaram me chamando Psilinha. Um dia me levaram ao psicólogo Porque eu gostava De conversar sozinha. Expliquei: -As pessoas grandes não têm tempo de conversar, e os meninos e meninas vivem sequestrados de mentirinha para não serem sequestrados de verdade. Quer dizer, 59 ficam trancados em casa. Conversar toda vez por telefone não tem graça. A gente não vê o olho nem o desenho que a risada faz na cara!... Aí fui comer caramelo vendo televisão... Ficaram me chamando, então, Psilinha Cosmo de Caramelo (Gostei do Caramelo! E eu queria mesmo que o mundo fosse um pouco doce...) 60 Mas fui também inventando umas pessoinhas para conversar... Foi só isso... Isso é um problema sério?... O psicólogo disse que não, que era a minha necessidade. E a minha mãe não me olhou mais daquele jeito. Perdeu o medo... 61 Ela não pensa mais que estou ficando... maluquete! Minha mãe se chama Nina, não se chama Elisabete. Ela falou: -Comer muito caramelo dá gastaria. Não, não é gastaria. É gastrite! Mas também dá gastaria: eu gasto todas as minhas moedas! E gasto também os meus dentes. Mas preste atenção: eu me alimento muito bem! Adoro salada de tomate com azeite, bebo muito suco e muito leite (e não é que fiz uma rima comestível e saborosa?...) 2 Pra variar os meus brinquedos me deram uma maquininha fotográfica. Mas eu queria fotografar Só o que não consigo ver. Eu queria fotografar os pensamentos! Desisti... Porque eu mesma já pensei 62 em pregar chiclete na cadeira do professor de matemática... 3 As pessoas grandes, quando conversam, às vezes falam umas coisas assim... duras... com pontas... Eu gosto de conversar coisa de água... Coisa passando... Molinha... Que não fique enganchada No pensamento, na boca... Coisa que seja como a gente dizer: -vá passando, palavrinha, se desfaça, voe... Depois a gente faz outra você... Blá-blá-blá- b l á g u a... 63 4 Palavra é o contrário de biscoito. Palavra a gente desengole. 5 A luz é uma água amarela e seca clareando a cara das coisas... 64 6 Vi um homem todo limpo, superperfumado sujando o mundo de fumaça. Eu vi um homem superfumado. 7 Eu sou duas toda vez que me olho no espelho. Quando saio, a outra vai pra onde?... 8 O dever de casa... Eu queria fazer Um dever de asa... 9 Fiz dois trabalhos na oficina de arte. E tirei zero!!! Porque pintei 65 o mar amarelo e esculpi Deus num caramelo... 10 Tem livro de história, de geografia, ciência... E também tem livro de axila. Como o livro do professor de inglês, que vai acabar ensinando Axilês... I atchim you! 11 As pessoas inventaram um monte de línguas e o mundo não conversa direito... Dá pra ver na televisão: roc-troc-mof-toc ra-ta-plan-pum-pum! Elas falam línguas diferentes: português, espanhol, francês... Mas riem e choram em mesmês, quer dizer, do mesmo jeito. Isso elas não precisam aprender. E todos os barulhos do corpo 66 São em mesmês. Ninguém arrota, nem ronca, nem tosse em chinês. 12 Caos... Acho esquisita essa palavra. Talvez queira dizer pedaços trocados e um pedaço faltando no casco da tartaruga. 13 As letras, esses mosquitinhos pregados no papel... Se elas voassem, a gente ia ler no ar muita coisa engraçada! Muita coisa libertada! 14 Às vezes quero dizer minicoisas. Pó-coisas... Coisas pequenas. Assim: o coração da uva... 67 15 O gato miou diferente. Será que foi porque ele comeu o passarinho e o canto dele?!... 16 Gosto de rir, de risadar. Mas às vezes fico caladona. Às vezes sinto um calor no rosto, às vezes ficam bem vermelhinhas minhas alfaces... Quer dizer, minhas faces. Às vezes eu choro debaixo do chuveiro. (ou é assim: às vezes eu chuvo debaixo do chuveiro ou às vezes eu choro debaixo do choreiro?...) 68 17 Ganhei no último aniversário um presente que parece uns óculos de não ver. Tenho quase medo... Pego nele todo dia de manhã. Será que vou virar gente grande assim que experimentar? Tãrã-tãtããã... Sabe o que é?... É um... su...ti...ã! 69 18 Quando a gente acorda Eenão sonhou, parece que o mundo tinha morrido. Começa tudo outra vez... E quando sonha parece que a fronha 70 virou uma maquininha de fazer coisa impossível. Uma noite eu comi pipoca na cozinha de Deus. Ele escolheu uma bem bonita, me deu e disse: -O milho, quando queima, vira flor... Falei: -mas dói... Deus disse: -dói quando a gente se queima.... E me mostrou uma pipoca no dedo. Então soprei o dedo de Deus E passei um pouquinho de nuvem, depois vim para a Terra voando numa música. Quando acordei, senti cheiro de pipoca no quarto. Aí me levantei, fui à cozinha e fiz. Só queimei seis dedos... (ia esquecendo: e a panela, e a maioria das pipocas voou pela janela...) 19 Planejei escrever umas histórias diferentes: Seu Borba e dona Borbaleta, O biscoito e o biscum, O Papa João e o Papa Gaio... (por que uma história não pó ser só o título dela?... 71 Quem quiser invente o resto!...) 20 Olho o retrato Do casamento dos meus pais... Eu onde estava? Mas como é que eu podia estar, Se eu não era eu ainda?... Acho que já fui nenhuma coisa... Mas agora converso com você, daí que eu existo... 21 Fiz uma casinha... Pra entrar nela é preciso Comer a porta. Pode comer. É tudo chocolate! 22 Minha mãe foi viajar... Vou fotografar a ausência dela... 72 23 Acho que ia ser mais fácil aprender matemática se a gente misturasse a gramática dos números com a das palavras... Eu sei Tu seis... (dessa vez fui tolentosa demais!) 73 24 As pessoas põem as palavras pra cantar, pra rezar, pra brigar, pra vender, pra amar, pra explicar, pra complicar... sabe o que vou fazer?... Vou caramelizar as minhas!... E você?!... 74 ANEXO D Storyboard – Videoarte Título: PensAR [LETRAS] Libertadas A Mão feminina começa a escrever em um caderno a 1ª parte do texto Psilinha b c d e Mão escreve... A b e d c c d ed e b c d A b c A b A e A Mão continua a escrever... b e d c c d ed e b c d ed e e e A b bc c cd d de de e AA b b c c c d A A b b b c AA A b A Acaba de escrever toda a 1ª partedo texto Psilinha, onde a personagem fala sobre ela. A A D e F b b D C G J l D i Ç D Câmera muda de posição, mostrando o caderno vista superior. Letras começam a sair aos poucos do papel. XF F D I FL F eN F F b MF FDFFFFF K G F l OD JF D F i FFF hFFÇ I FW F F FF F FY D X F F DF I FL F N M F F FeFF bK DF F F FG Fhl F O J D F FFF F ÇD I i FW F FFF F Y F D A F FXFF D W LF h b M F F I D NF p I e F F FF F F A F J XF F p I L D F F D F eN F F F b F DF F K F G FF l F O D F Fh Ç F I iF FW F F FF F Y F D Aos poucos, as letras vão saindo do caderno... D D F F l J FA F F F Gi F F F F FXFF D W LF h b M FF F F I F I D p eN FF F D K K O O D D Ç Ç Y ... E se espalham pela mesa M A E mais letras surgem, aglomerando-se todas no caderno. D F F l J FA F F F Gi F F F Mais letras surgem no caderno Y D F J FA F l F Gi F FF M F FXFF D W F I FFF FL F hFb D p I F eN FF F D K O D Ç Y Mão chega e vai fechando o caderno 75 D F F M J FAFFFl F FF D F I Gi F F XF L hFbp F F F F F FIF D N W D F J FAF l F i F G F F F F F F W F FF D D M F I FF X L Fh bp F W F F D F F F FIF F D FNI D N FDhFbpF F D K FN D Ç FN D D F K Y D Ç Mão sai de cena, e aparece apenas o caderno Caderno vai saindo de cena aos poucos F FFF D W D M F I FF X L Fh bp F F D W F F F D FNIF D N FDh bpF F F FIFF FF D F D K D Ç Mão fecha totalmente o caderno FN FFF D W D M F I FF X L Fh bp F F D W F F F F FIF F D FNI D N FDhFbpF F Y Y D F J FAF l F i G F F FF D D F A JFF l F Gi F F F F F F F lF W D FFFFX LFF Db F h p W FF DF FNIF D DN FD Db F h p FF M J FA D F FN F I GiF F FF F K F F IF F F YD D F K Y D Ç F F l FFFFDFLF F W pX IF F F NF W DD D bD F F F F FFF D p J D N F D b F F DM F F F i h F N I G h F F A IF KF F YD Ç D Ç Caderno sai, e as letras vão se juntando no centro da mesa Caderno vai desaparecendo TFFpFFWE F F l DF F F FFFFD bDDD D DF JF GD i b A FÇ F FpFF F N IFF LW XW F pF N D F F hD M IFF FF NY F F h KI FIFFFF LX N bD DD m F F D F D F FF p N F D JD b F DF F F i h F F G D F M N I FÇ p FAY KI O Letras se juntam totalmente no centro. TE mp P DFl F Letras vão saindo do centro... TE m p O F l F FDFFW F F IF FFp L N X F FF bD FF D D F FF pDD JD N D DF F h F F F F i D F M I GFÇ b N FAY KI A letra P vem surgindo no canto da tela F P TE m p O F l F F FDFFW FIF N F FFp L XbDDDD F F F F FFD F p N F D JD b F DFM F F F i h F D F N I G FAYIFÇ K .. Até se encontrarem, e formarem a palavra TEMPO, contida no texto Psilinha T O l FFDFFW FIF FFp L N X F FF bD DD FFN D F Dp F D b JF D F DFM h F F F F i D I G F N Ç FAYIF K PE m p O F l F FDFFW FIF FFp L N F X F F F bD FF D F D pbDD N F D JF D F F F F F i D h I G F M N FAYIFÇ K O P vai ocupando o lugar do T 76 PE n s m PE n s O a e F F l F FFW FIF N F FFp L p X F bD DD F F F FF F D D F p N F D J DF b F F G M N IF FiDhÇFF FAY KI PE n s TO m l F FIFF F FFp L N X FFFbD D F FF DF pDbD N JD D F F F h F F i D F M N I G Ç FAYIF K e PE n s n TO F l F FIFF FFp L N X FF bD DD FFN D F Dp F D b JF D F h F F F F i D I G F N M Ç FAYIF K A palavra PENSAMENTO começa a sair de cena... ^ Au S e n FFF l F p XD IFFFF N F L C F DD F F NDDF JDF DbDp b FF F FF i M N IIF G ÇF F Fih AY a u S A l FIFFF pFLXD N F FF bDDD F DF FFF p JD N F D b F F F F ih D F M I G N Ç FF Y F AI A u S e n A u S e^ nC i a F l F F FIF FFp L N X FF bD DD FF Dp FFN D D b JF D F F h F F F i D F M N FAIYIGFÇ ... Até se formar por completo no meio da cena. E a palavra AUSÊNCIA começa a surgir na cena... ^ u S e nFCl i a F FIFF Fp L N F X FF F bD FF D F D F pDbD F D JDN F F F F i D h I F G F M N FAYIFÇ A palavra vai se desfazendo, e começa a entrar aos poucos no amontoado de letras no centro da cena. As letras se aproximam do centro... Nisso surge a letra Z Na parte inferior da cena, começam a aparecer algumas letras... ^ FCFFpnl FiLXD uSeN FF FF bDDD a ID F FF DF pb N F D JF F F F F ih D M I G F N Ç FF Y F A A A F F l F FIFF FFp L N F X FF bD FD F D pbDD N F D JF DFFGF F F F ih D I F M N FF Ç AY I a ^ F CFFp nl FiLXa uS FF FF eN bD DD F I F D FF DF F p N F D b JF D h F F F F i D F M I G N Ç FAYF P m I I S o ^ FCFFp nl FiLXa uSeN FF FF bD DD I F F F F D Dp F FN F D b JD F h F F F F i D I G F N M FA FÇ A m n TO as letras se juntam, e formam a palavra PENSAMENTO A a e l F F F F IF FFp L N X FFFbD DD F FF N JD DDp b F FF FiDh FAY D M N IIF G ÇF F F K n o T sai de cena, e uma nova palavras vai surgindo PE n s m a F I S o H o Z H o 77 E outra letra z Nisso surge outra letra z ^ FC pl FiLXD FFn uSeFN F FF a F I bDDD FFN FF D F p F D JD b F F F ih FF D F N M I G F F Ç AI H o S o Z ZZ A A S o ^ FC Fp nl FiLXa uSeFN F FF F bD DD F I D F F FF N F D b J D F F FAIFGFFiDhÇFDp M N F A ^ FC pl FiLXD Fn uSeFN F FF F a F I bDDD FF F FFFN D p JD D b F F F FF ih D F N M I G F Ç F AI ZZ As letras “Z” começam a desaparecer I H o S o ZZ H o Ficando apenas a letra Z menor, que acaba se transformando em uma letra N A A Z S o H o I S o Z A S oZ H o ^ FC Fp nl FiLXa uSeFN F FF F F DD I FD FFDbDDp F F JD N b F F h F F F i D F M I G N Ç FA F ^ FFFFn pl FiLXD uSN FC FF a e F I bDDD FD F F FN p F JD D b F F F ih FF D F M N I G F Ç F AI ^ FC nl FiLXD FFp uSeFN F FF a DD I bDp F FFN D F F FD JD b F F F F i h F G D F N M I FA IFÇ H o As letras da palavra vão sumindo uma por uma... A A I H o Z Z ^ ^ A o FFFFpnFiLXD uSeN FC l a DD IFFF F F FFN D FDbDp JD b F F F FAIIGFiDhF N M F ÇF FC nl FiLXa uS Fp F FF eFN F bD DD F I FF FF D D F p N F D b J DF F F F i D h F G F M N I FA FÇ ^ L ^ FFFFn pl FiLXD uSeN FC FF a DD F I bD DF F FF p N F D JD b F F F ih FF G D F M N I F Ç F A C nl FiLXaDDD FFp uSeFN F FF I F FFN D FF F DbDbp JD FF FDihF F N M ÇF FF AIIG A A ^ I o H o H o De uma à uma, vão aparecendo algumas letras... L e ^ C pl FiLXD uSeFN FFFn FF F I bDDD FD FDa F JDFN b hFF FF iD Fp M IF GF N F A I FÇ A FC FFp nl FiLXa uSeFN F D FF F I bDDD FD F F F F JDN D F F FiDhÇFpb FAIIFF M N G F 78 L L M B r B L L A ^ CFFpnl FiLXD uSeN FF FF F ID abDp DD FF FF D JF N D b F F F h F F I i D F M I G N Ç FA F M B r a L ^ CFFp nl FiLXa uS FF FF eN bD DD F I FF D D FFF p N F D b J D F F F F G M N FAIIF FDihÇF B r a Nç a M B r a N e M B r a Nç ^ CFFp nl FiLXa uSeN FF FF F I bD DD FD FF D F p JDFN D b F F h F F I F i D F M I G N Ç FA F B r a Nç a S e M B r a N ç e M E de uma em uma, as letras vão desaparecendo L ^ CFFp nl FiLXa uS FF FF eN F I bD DD F D FFF DF p N F JD D b F F F F h F M N FAIIGFDi ÇF A M ^ CFFpnl FiLXD uSeN FF FF F ID bDDD a F FFN D p FD JF b F F F F I ih D F M I G N Ç FF F A A e L ^ CFFpnl FiLXD uSeN FF FF F ID bDDD a FF FF D pb JF N D F F F h F F I i D F M I G N Ç FA F B r a Nç a quando todas aparecem, formam a palavra LEMBRANÇAS L ^ CpFiLXD uS N FF eFIFFFFFFnFNlF bDDD DF p FDa b FFJAD F M IIF G N F FDihÇFF L A M M e ^ CFFpnl FiLXD uSeN FF FF abDp DD ID F FFN DF F D b JF F F F I F ih D M I G F N Ç FF F A L A e e L A e ^ C FFp nl FiLXaDD uSeFN F FF F I bD D FD F F F p F JDN D b F F F iD h F I F F M N I G F Ç FA A ^ A M e CFFp nl FiLXa uS FF FF bD DD eN F I FF FF D D F p N F D JDF b F F i h F I F G D F M N I F FÇ A e B r a N e M ^ nl FiLXD FFp uSeN FC F FF a DD F I bD FF D F F p F D JDN b F F F i h F I F G D F M N I FA FÇ A A ^ nl FiLXD FFp uSeN FC F FF a F I bDDD FD F F F pb N F D JD F F F F iD h F F M N I G F Ç FA I A L e M B r a 79 B r nl FiLXaDDD FFp uSeN FC F FF F I bD FD F F F p N F D JD b F F F F iD h F I F N M I G F Ç F ^ M L e M CFFp nl FiLXa uS FF FF eN bD DD F I FF D D FFF p N F D b J D F F F F G M N FAI F FDihÇF ^ I B L ^ CFFp nl FiLXa uS FF FF eN F I bD DD F Dp FFFN DF F JD D b F F F F h F M N FAI GFDi ÇF I ^ FFp nl FiLXa uSeFNC F D FF I bDDD F FN F F F DF p JD D b F F F F iD h F F N M I G FA I FÇ A ^ nl FiLXaDDD N FFp uS FC F FF e I bDp F F FF D F FN JD FD FiDhF F F G Fb M N FF A II FÇ A L e e A F A M nl iLXaDDD FFp uSeN FC F FF I bDp F FFN DF F F D JD b F F F iD h F I F N M I G F Ç FF A ^ A e L A L Até desaparecerem todas A ^ CFFp nl FiLXa uS FF FF eN bD DD F I F D F D FFF p N F D b J D F h F F F G M N FAIF FDi ÇF A F I ^ C FFp nl FiLXa uS N F F D FF e F I bDDD F F F F DF p N F J DF D b F F F M N G FAIF FiDhÇF I A CFFp nl iLXa uS FF FF eN bD DD I F FFN FF D Dp F F D b JD F F F F F i D h M N FAI GFÇF ^ I O caderno vai reaparecendo aos poucos na cena I Mão feminina chega, e vai abrindo o caderno... I ^ CFFpnFiLXD uSN FF l a FF DD e ID F FFN D FFDbDp JF b F F F F G N M ÇF FAIIFiDhF A ^ CFFp nl FiLXD uS FF FF eN bDDD a F I FF D FFF p N F D b JD F F F ih D I F G F M N Ç FF F A A A ^ CFFp nl FiLXD uS N FF FF eJFID bDDD a F DF FFF p N F D b F F F F ih D F M I G N Ç FF F A Mão ao abrir o caderno, sai se de cena 80 A A I I F CFFp S nl FiLXa eN FIFFF FFbDDD F D FFN F ^D F G D Fih uIF A ^ nl FiLXaDDD FFp uSeN FC F FF F I FFN FFDbDp D F JD b F F F iD F G N M I F FA hÇF ^ C nl FiLXa uSeFN FFFp D FF F I bDDD FD F F p F JDFN D b F F F i h F F D F M N I G FA FÇ D FD Fb p F FJ M N F Ç A I F b X A NFi D eFD I GF FilFFa DD uF FF F^ICD NF FFD h FJFF p M S FF D Fb F N F Ç A I F pnL F bX ^ D N eN IF FF FIC FDDilhFiFD D G FJF F u F F p M S FFFD Fb F N F Ç AI F Todas as letras entram... pn F Lb X Fi N e^F NID IC FF F FiDh D G l FD D FJF F u F F p M SF FF D Fb F N F Ç F AI A p nL As letras começam a entrar aos poucos dentro da pastinha de plástico contida dentro no caderno. A Fica apenas o caderno aberto e o amontoado de letras. ...mão reaparece, e vai fechando o caderno A p n F Lb X ^ D Fi N D eN FIC IF FF F ih D G l FD D F FF JF u F F M SFFF FD Fb p F N F Ç F AI Caderno fechado, mão sai de cena Caderno vai saindo aos poucos da cena 81 BasEAdo No BasEAdo No BasEAdo No Tex TexTO De TexTO De NivAl NivAldETe FeRreIRA PsiLinHA PsiLinHA PsiLinHA CoS CoSMo CoSMo De De C CAraMeLO Caderno sai, e vai se formando no meio da cena, os créditos do filme DirEçÃo DirEçÃo DirEçÃo P PrODuÇÃo PrODuÇÃo EdiçÃo MarIANA MarIANA MarIANA Per PerEiRA PerEiRA e e Th ThaYnÁ AlMeIdA 82 MÚ M ÚSiCa M ÚSiCa Sto Sto IKh e iOn Pe n sAR Pe n [LE Por fim, aparecem as letras formando o título da videoarte. Pe n sAR [ L ETR AS] Libertadas FIM Pe n sAR [ L ETR AS] 83 ANEXO A (APÊNDICE) Universidade Federal do Rio Grande do Norte Curso de Licenciatura em Artes Visuais MARIANA DE OLIVEIRA PEREIRA THAYNÁ DE ALMEIDA CHAGAS Projeto de artes visuais: “Sessão Stop Motion” Natal 2012 84 Sumário 1. Introdução .......................................................................................................2 2. Objetivo geral ..................................................................................................3 2.1 Objetivos específicos ....................................................................................3 3. Justificativa .....................................................................................................3 4. Metodologia.....................................................................................................4 5. Identidade visual do projeto.............................................................................4 6. Referência Bibliográfica ..................................................................................5 7. Bibliografia consultada.....................................................................................5 85 1. Introdução A técnica de animação STOP MOTION começou a ser desenvolvida em meados de 1896, pelo mágico e ilusionista francês George Méliès, a quem muitos associam o pioneirismo nessa técnica. Ele enxergou no cinema uma nova possibilidade de ampliação de seus truques e ilusões, desenvolvendo assim filmes ilusionistas, onde fazia aparecer e desaparecer objetos e pessoas nas cenas. “Certa vez, enquanto capturava algumas imagens na rua, sua câmera parou de funcionar por alguns segundos. Esse acidente simples mudou tudo, para ele e para nós, pois no filme revelado a transição abrupta de uma cena para outra aparentemente tinha transformado um ônibus em um carro funerário- um chiste delicioso para Méliès.” (PUVES, 2011, p.14) A partir deste dia, George decidiu parar propositalmente os movimentos da câmera, e por esse motivo, o nome da técnica STOP MOTION, ou seja, movimento parado, técnica essa, que até hoje é difundida entre os grandes diretores até produtores amadores. Esta técnica é ainda muito utilizada na produção de longas metragens, curtas metragens, vídeos institucionais, Enfim, existem infinitas possibilidades em que os vídeos produzidos em STOP MOTION podem ser utilizados, até por ser uma técnica de fácil manuseio. Por essa razão, decidimos levar ao publico filmes totalmente, ou parcialmente, produzidos por meio dessa técnica. 86 2. Objetivo geral Realizaremos algumas sessões exibindo filmes produzidos em STOP MOTION, e antes de cada exibição, faremos uma breve explicação sobre a técnica, fazendo observações importantes sobre o filme e seu diretor, apresentando assim para o grande público, essa técnica tão antiga, que ainda é bastante utilizada no cinema atualmente. 2.1. Objetivos específicos - Explicar na teoria como funciona a técnica do STOP MOTION, e mostrando na prática como foram aplicadas. - Apresentar ao público, de dentro e fora da universidade, filmes antigos e atuais, que fazem parte da história do Stop Motion. 3. Justificativa Ao propor este trabalho, estaremos agindo como facilitadoras no processo apreciação de filmes em STOP MOTION, fazendo com que as pessoas reconheçam um filme que seja produzido com essa técnica, assim que se depararem com um. A importância desse projeto reside também no fato de que, estaremos divulgando para o publico, uma produção cinematográfica riquíssima, com grandes clássicos da produção em stop motion. 87 4. Metodologia Para o desenvolvimento deste projeto, iremos recorrer a teóricos que possam nos oferecer conhecimentos adequados, tanto no que diz respeito à história do STOP MOTION, quanto à dos filmes exibidos. Para a exibição dos filmes, precisaremos de uma sala que possua projetor, computador e/ou DVD. As sessões acontecerão em 3 dias, sendo 2 horas no primeiro dia, e 3 horas no segundo e terceiro dias. Totalizando 8 horas de projeto. As sessões se dividiriam em: 1° dia: “Sessão GEORGE MÉLIES” – apresentação de vários filmes do mágico e ilusionista francês, considerado por muitos o “Pai” do Stop Motion. 2° dia: “Sessão Clássicos” – com a exibição dos filmes “KING KONG”(1933) dirigido por Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack e o filme “Fúria de Titãs”(1981) dirigido por Ray Harryhousen. 3° dia: “Sessão Tim Burton” – com a exibição das animações “O estranho mundo de Jack”(1993) e a “Noiva cadáver” (2004). Obs.: Entre os intervalos de cada filme, seriam exibidos alguns curtas produzidos em Stop Motion. 5. Identidade visual do projeto Essa logo foi desenvolvida por nós alunas, Mariana Perreira e Thayná de Almeida, para dar uma identidade ao nosso projeto. Ela irá circular em panfletos e cartazes, que iremos fazer para a maior divulgação das sessões. 88 6. Referência bibliográfica PURVES, Barry. Stop-motion. Porto Alegre: Bookman, 2011. 7. Bibliografia consultada STOP MOTION: INTRO – HISTÓRIA – EFEITOS ESPECIAIS. Disponível em:< http://www.eba.ufmg.br/midiaarte/quadroaquadro/ >. Acesso em 28 de jun 2012. CIRIACO, Douglas. O que é STOP MOTION? .Disponível em:< http://www.baixaki.com.br/info/2247-o-que-e-stop-motion-.htm> Acesso em 10 de abr 2012. CAETANO, Bianca. Stop motion e pixilation. Tudo a mesma coisa?! . Disponível em: < http://www.clipestesia.com.br/magazine/2010/edicao0610/061001.html> Acesso em 28 de jun. 2012. NORAGOL, Paulo. STOP MOTION. Disponível http://blog.nogarol.com.br/cultra/stop-motion/> Acesso em jun. 2012. em < 89 ANEXO B (APÊNDICE) Mensagem de Impressão do Outlook.com https://blu177.mail.live.com/ol/mail.mvc/PrintMessages?mkt=pt-br 1/1 Imprimir Fechar Date: Mon, 15 Oct 2012 13:01:20 -0300 Subject: Fwd: seleção CIENTEC 2012 From: [email protected] To: [email protected]; [email protected] ---------- Mensagem encaminhada ---------De: CIENTEC Cultural <[email protected]> Data: 15 de outubro de 2012 12:45 Assunto: seleção CIENTEC 2012 Para: mariana pereira <[email protected]> Prezado Mariana, Seu trabalho foi selecionado para a CIENTEC CULTURAL 2012. sessão stop motion Dia: 23 - 08:00h às 10:00h 24 e 25/10 das 08:00h Às 11:00h Local: Sala J - Deart - prédio anexo -Atenciosamente, Equipe da Cientec Cultural 2012 90 ANEXO C (APÊNDICE) 91 ANEXO D (APÊNDICE) 92 ANEXO E (APÊNDICE)