O que é uma cooperativa de crédito?

Transcrição

O que é uma cooperativa de crédito?
ANO 1 - N0 2 - ABR/MAI/JUN 2010
UMA REVISTA DO SISTEMA DE COOPERATIVAS DE CRÉDITO DO BRASIL
Milhões de reais
em tecnologia
Sicoob adquire novos equipamentos e amplia a infraestrutura do
sistema de informação das cooperativas de crédito
Entrevista
Cenário
Delfim Netto fala sobre o crescimento
econômico e o cooperativismo de crédito
Fusões e incorporações são a grande
tendência do mercado financeiro
ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010
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Entrevista
Coordenação Geral
Confederação Nacional das Cooperativas do Sicoob Ltda. – SICOOB CONFEDERAÇÃO
SIG Quadra 06 – Lote 2080 – 71610-460 – BRASÍLIA - DF
Diretoria-Executiva
José Salvino de Menezes – Diretor-presidente
Manoel Messias da Silva – Diretor-vice-presidente
Diretoria Colegiada
Bento Venturim - Sicoob Central ES
Edson Quevedo Soares - Sicoob Central Norte
Heli de Oliveira Penido - Sicoob Central Crediminas
Henrique Castilhano Vilares - Sicoob Central Cocecrer
Ivo Azevedo de Brito - Sicoob Central BA
Jadir Girotto - Sicoob Central MT/MS
Jefferson Nogaroli - Sicoob Central PR
João Feitoza Neto - Sicoob Central NE
Professor de Economia,
Delfim Netto destaca
os benefícios do
cooperativismo de
crédito
08
José Alves de Sena - Sicoob Central DF
José Salvino de Menezes - Sicoob Goiás Central
Luiz Gonzaga Viana Lage - Sicoob Central Cecremge
Manoel Messias da Silva - Sicoob Central Cecresp
Rui Schneider da Silva - Sicoob Central SC
Valdecir Manoel Affonso Palhares - Sicoob Central Amazônia
Comitê Editorial
Abelardo Duarte de Melo Sobrinho - Superintendente de Desenvolvimento
Organizacional do Sicoob Confederação
Alexandre Flores de Almeida - Diretor de Desenvolvimento Organizacional do
Sicoob Confederação
Débora Marcia Bruno - Analista de Desenvolvimento do Sicoob Confederação
Jadir Girotto - Sicoob Central MT/MS
João Feitoza Neto - Sicoob Central NE
José Alves de Sena - Sicoob Central DF
Luiz Paulo Lima e Silva - Conselheiro de Administração do Bancoob
07 Normativos
Marco Aurélio Borges de Almada Abreu - Diretor-presidente do Bancoob
Ricardo Antônio de Souza Batista - Diretor de Tecnologia da Informação do Sicoob
Confederação
Ricardo Belízio de Faria Senra - Gerente Jurídico do Sicoob Confederação
Valdecir Manoel Affonso Palhares - Sicoob Central Amazônia
Correspondentes
12 Ponto de Vista
Luiz Gonzaga Lage explica a razão de ser
cooperativista
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Gestão Pessoal
14
Pense Sicoob
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Perfil
Ana Carolina Oliveira Mendes - Sicoob Central BA
Andrea Hollerbach Athayde - Sicoob Central Crediminas
Celso Vincenzi - Sicoob Central SC
Cristiane Lopes Orso - Sicoob Central MT/MS
Emerson Gomes Dantas - Sicoob Central NE
Flaviana Gouvêa - Sicoob Central Cecresp
Karla Brandão Lage - Sicoob Central Cecremge
Luiz Augusto Araújo - Sicoob Goiás Central
Marcelo Vieira da Silva - Sicoob Central ES
Maria Filomena Planas - Sicoob Central PR
Noel Lopes Bezerra Júnior - Sicoob Central DF
Rízio Andrade - Sicoob Central Norte
Valdecir Manoel Affonso Palhares - Sicoob Central Amazônia
Valdir Fernandes da Rocha - Sicoob Central Cocecrer
Coordenação de Produção
Débora Márcia Bruno - Analista de Desenvolvimento do Sicoob Confederação
Coordenação Editorial
Andréa Hollerbach Athayde - Sicoob Central Crediminas
Luiz Augusto Araujo - Sicoob Goiás Central e Sicoob Central DF
Produção Editorial
Press Comunicação Empresarial
Jornalistas Responsáveis
Projeto Gráfico e Editoração
Press Comunicação Empresarial
Designers
Fernando Freitas
Luis Américo
Revisão
Fátima Campos
Impressão
Rona Editora
Tiragem
30 mil exemplares
4
Saber administrar o tempo garante mais
produtividade
Evento reúne líderes das cooperativas do
Sicoob
Heli de Oliveira Penido busca novos projetos e
desafios
17 Educação
Minicidade Cooperativista alia ensino com
empreendedorismo
22
Parceria Estratégica
Luiz Augusto Araujo
Licia Linhares
Banco Central desenvolve projeto de
“estratificação” para cooperativas de crédito
Sicoob e Sebrae ampliam e incentivam o
desenvolvimento das micro e pequenas
empresas
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Cenário
Fusões e incorporações
entre as cooperativas
garantem crescimento
no mercado financeiro
Eleições
Cooperativas elegem
novos presidentes
24
20
23
Jurídico
Caso Viacredi é um marco para o
cooperativismo de crédito
28 Bancoob
Entidades se unem para aprimorar
ferramentas de análise e de concessão de
crédito
30
Balanço
32
34
Resultados positivos e estabilidade econômica
demonstram que o Sicoob está no caminho
certo
História
Em busca da igualdade econômica, o sistema
cooperativista já comemora três séculos
Administração
Abelardo Duarte assume Superintendência do
Sicoob Confederação
35 Responsabilidade Social
Sicoob Espírito Santo patrocina atleta
número 1 do país
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Produtos e Serviços
Portal Sicoobcard inova e traz mais facilidades
para o cooperado
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CAPA
R$ 300 milhões em tecnologia
Compra de novos equipamentos de
tecnologia da informação é um dos
investimentos do Sicoob até 2011
Copa do Mundo
Mundial teve a torcida de um cooperado em
especial
38 Qualidade de Vida
Realizar exames preventivos diminui
incidências de câncer
40 Comemoração
Brasília comemora 50 anos. Sua fundação teve
a participação de um cooperado do Sistema
42
Trabalho
43
Destaque
44
Giro
Cooperativas se destacam como as melhores
empresas para trabalhar e estagiar
Sicoob Confederação e Bancoob recebem
visita ilustre
Saiba o que acontece nas cooperativas
centrais e singulares em todo o país
FALE CONOSCO
Envie sua opinião sobre as matérias da Revista. Sua carta será publicada* e
respondida na próxima edição. As cartas podem ser enviadas para:
SIG Quadra 06 - Lote 2080 - CEP 70610-460 - Brasília - DF
[email protected]
*Em função do espaço reservado à coluna, a Revista Sicoob se reserva o direito de editar as
cartas.
ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010
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Editorial
Sicoob Confederação
Em pleno
desenvolvimento
“A Revista Sicoob
não apenas se
concretiza como
importante veículo
de comunicação
do Sicoob como
também se
apresenta como
uma das principais
publicações do
meio cooperativista
brasileiro.”
A primeira edição da revista foi o passo
inicial à integração da comunicação do
Sicoob. Esta edição consolida a estratégia
e amplia o nosso desafio.
que vem delineando novos mercados.
Esse movimento, que começa a ganhar
força no cooperativismo de crédito, foi
aqui abordado com profundidade.
A Revista Sicoob não apenas se concretiza
como importante veículo de comunicação do Sicoob como também se apresenta como uma das principais publicações
do meio cooperativista brasileiro.
Outro ponto de destaque é o registro da visita de dois dos diretores do
Banco Central do Brasil à sede do Sicoob
Confederação e do Bancoob: o diretor
de Normas e Organização do Sistema
Financeiro, Alexandre Antônio Tombini,
e o diretor de Liquidações e Controle
de Operações do Crédito Rural, Antônio
Gustavo Matos do Vale. Na ocasião,
Tombini adiantou, com exclusividade a
nossa reportagem, sobre o projeto que
visa a adequar as recomendações de
Basileia às características das cooperativas de crédito.
Nesta edição, trazemos como matéria de
capa os investimentos no valor de R$ 300
milhões em Tecnologia da Informação
previstos pelo Sicoob até 2011. O objetivo é equiparar o novo parque tecnológico do Sicoob ao dos grandes bancos
informatizados do mundo.
Apresentamos também, uma entrevista
com o professor Delfim Netto, um dos
nomes mais influentes na política e economia brasileira. Na matéria Minicidade
Cooperativista mostramos que a educação cooperativista é o melhor caminho
para o futuro. Resgatamos a história do
cooperativismo ao abordar sua origem
no mundo e no Brasil.
Relembramos, ainda, os 50 anos de Brasília
sob a ótica de um cooperado do Sicoob
que, ao lado de Juscelino Kubitschek, foi
um dos principais personagens da construção da capital federal. Não poderíamos esquecer que este ano teve Copa do
Mundo e, por isso, retratamos o futebol e
a cultura do povo africano numa matéria
especial.
Nos últimos anos, temos presenciado
uma série de fusões e incorporações de
empresas nacionais e multinacionais, o
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Com muita honra apresentamos o
novo superintendente do Sicoob
Confederação, Abelardo Duarte de Melo
Sobrinho, ex-consultor do Departamento
de Organização do Sistema Financeiro
(Deorf ) do Banco Central do Brasil. Esses
e outros assuntos estampam as próximas páginas da revista, elaborada com
carinho, profissionalismo e muito espírito
cooperativista.
Boa leitura!
José Salvino de Menezes
Presidente do Sicoob Confederação
normativos
Basileia adequada às
cooperativas de crédito
Projeto de “estratificação”
das cooperativas de
crédito está em fase de
desenvolvimento
Em sua visita ao Sicoob Confederação
e ao Bancoob, o diretor de Normas e
Organização do Sistema Financeiro
do Banco Central do Brasil, Alexandre
Antônio Tombini, adiantou à reportagem da Revista Sicoob que está em
andamento no Banco Central “projeto
de estratificação” das cooperativas de
crédito.
O diretor revelou que a nova norma –
que deverá ser publicada ainda este
ano – objetiva adequar as recomendações de Basileia às características do cooperativismo de crédito, considerando
que as cooperativas, apesar de serem
instituições financeiras, são distintas
na sua estrutura e possuem diferentes
portes de capital e de ativos.
Com a normatização em estudo,
pretende-se dar tratamento, alinhado com esses diferentes níveis, sem
deixar de lado o aspecto prudencial,
que continua como um dos principais
pilares para o crescimento do Sistema
Nacional de Crédito Cooperativo.
A “estratificação” vem para dar sentido ao princípio da igualdade que
implica em “tratar os iguais e os desiguais na medida em que são iguais,
mas também em que são desiguais”.
Segundo Tombini, “o rigor das regras
continuará o mesmo, porém, será dosado de acordo com a realidade da
cooperativa”.
A nova regra será, assim, outro marco
para o setor, respeitando portes e estruturas, sem descuidar da prudência. A
estratificação pressupõe o acesso mais
restrito das cooperativas menores aos
instrumentos do mercado financeiro.
“Sabemos que várias cooperativas operam com baixo volume de recursos e
reduzido risco operacional e são essas
que a nova norma pretende atingir, de
forma a compatibilizar seu custo de observância com os resultados obtidos”,
afirma Abelardo Duarte, superintendente do Sicoob Confederação.
Basileia no mundo
A partir de 1973, com o fim do acordo
de Bretton Woods, que estabelecia a
paridade em ouro para o dólar em circulação, o mercado financeiro mundial
passou a experimentar elevada volatilidade nas taxas de câmbio e de juros.
Ao final de 1974, ano de grande instabilidade no mercado financeiro e
marcado por fatos como a insolvência
do Bankhaus Hersttat, da Alemanha,
os responsáveis pela supervisão bancária do G-1, criaram o Comitê de
Regulamentação Bancária e Práticas
de Supervisão, sediado no Banco de
Compensações Internacionais (BIS),
em Basileia, na Suíça. Assim surgiu a
denominação de Comitê de Basileia.
Nesse comitê são discutidos assuntos
relacionados à indústria bancária, com
o objetivo de recomendar práticas de
supervisão que possibilitem a melhoria
no controle e o fortalecimento da segurança do sistema bancário internacional.
Em 1988, surgiu o Acordo Basileia I
e, em 1996, a Emenda de Risco de
Mercado, que promoveu ajustes necessários, dentre os quais, a necessidade
de alocação de capital para cobertura
de riscos de mercado. Em junho de
2004, o Comitê divulgou o chamado
Novo Acordo de Capital, conhecido
como Basileia II.
O Brasil adota as melhores práticas
para adequar o capital dos bancos
brasileiros às regras de Basileia. No início deste ano, o presidente do Banco
Central do Brasil, Henrique Meirelles,
foi eleito para o Conselho do Banco de
Compensações Internacionais (BIS). É a
primeira vez que um presidente da autoridade monetária brasileira participa
desse seleto comitê.
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ENTREVISTA
Guru da economia avalia
cooperativismo de crédito
A equipe da Revista Sicoob foi recebida pelo professor de Economia Antônio Delfim
Netto – em sua casa, localizada no bairro Pacaembu, em São Paulo (SP) – para
um bate-papo sobre a economia e o cooperativismo de crédito brasileiro. Além
de sua influência política, Delfim Netto é hoje um dos consultores e conselheiros
econômicos mais respeitados pelo mercado.
Com descendência italiana, Delfim Netto nasceu na cidade
de São Paulo, em 1º de maio de 1928. Perdeu o pai quando ainda era criança e começou a trabalhar aos 14 anos de
idade.
Sua formação em Economia foi concluída em 1951, na
Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da
Universidade de São Paulo (USP). Sete anos depois, tornouse professor da instituição, cargo no qual permanece como
professor emérito.
Em 1966, Delfim Netto entrou na vida pública como secretário da Fazenda de São Paulo. Em 1967, ocupou o
Ministério da Fazenda a convite do então Presidente Costa
e Silva. Durante o governo do General Ernesto Geisel (1974
a 1979), foi nomeado embaixador brasileiro na França.
No governo de João Baptista Figueiredo (1979), tornouse ministro da Agricultura, assumindo posteriormente o
Ministério do Planejamento. No ano de 1985, foi o responsável pelas negociações da dívida externa brasileira com
o Fundo Monetário Internacional (FMI) e com credores estrangeiros. Sua carreira parlamentar teve início ao ser eleito
deputado federal pela primeira vez em 1987, reelegendose para o cargo em outras quatro ocasiões.
É autor, entre outras publicações, de “Conversas com
Economistas Brasileiros” e “Crônica do Debate Interditado”.
Na entrevista a seguir, ele aborda desde o impacto da atual
crise na Grécia ao apoio – que deve ser dado pelo próximo
Presidente da República do Brasil – às organizações cooperativas. Confira ao lado a entrevista completa.
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REVISTA SICOOB - O senhor acredita que a crise
da Grécia pode se alastrar para outros países e
atingir o Brasil?
DELFIM NETTO - Não acredito. Isso somente aconteceria caso houvesse uma tragédia, coisa que não
está no horizonte. Portanto, a possibilidade de um
contágio é muito pequena. O problema da Grécia é
que ela não tem como pagar a dívida que assumiu. É
um problema interno que a comunidade europeia já
se mobilizou para solucionar, por meio da liberação
de um pacote bilionário. Outro fator que vai ajudar a
Grécia é a recente desvalorização do Euro em relação
ao Dólar, o que favorece suas exportações.
Com o Dólar desvalorizado, o câmbio pode se
tornar um problema para o crescimento do
Brasil?
O câmbio tem um efeito sobre os preços agrícolas,
que variam de acordo com o Dólar. O que pode mudar é uma redução do valor e da quantidade exportada. Contudo, o efeito disso não vai produzir nenhuma preocupação para o crescimento brasileiro.
Qual deve ser o papel do Estado para o crescimento da economia?
O Estado tem que ser um indutor, criando ambiente
favorável para o desenvolvimento. Ele deve estimular
e despertar o espírito animal dos empreendedores.
Não existe mercado sem um Estado constitucionalmente forte, porque é o Estado quem o ampara. É
ele quem garante o cumprimento dos contratos e
sustenta a iniciativa privada. Quanto mais o Estado
entender sua posição, maior será sua contribuição
para o crescimento da economia brasileira.
Fotos: Renato Rizzutti
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ENTREVISTA
“O Sicoob é o maior sistema de cooperativas
de crédito do país, por isso tem a capilaridade
para atingir um número grande de
cooperados.”
Quais são as perspectivas para a economia brasileira
nos próximos anos?
O Brasil deve fechar 2010 com crescimento de 6,5% e manterá bons números nos próximos anos. O país nunca esteve
numa posição tão privilegiada como agora. Dois bônus contribuíram para isso. O externo, em 2003, período em que a
economia mundial disparou e o Brasil soube aproveitar esse
boom para colocar as contas em dia e acumular uma reserva
de quase R$ 200 bilhões. Os bônus internos são o Pré-sal e o
PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Como o senhor avalia a participação do cooperativismo de crédito no Sistema Financeiro Nacional?
Os dirigentes de cooperativas devem se empenhar para
divulgar a um número maior de pessoas as vantagens do
cooperativismo de crédito, destacando os diferenciais desse
tipo de organização. O cooperativismo é um fator importante
na expansão do crédito. A cooperativa de crédito é um
instrumento de política social e de políticas públicas.
Nesse contexto, qual é a relevância do Sistema Sicoob?
O Sicoob é o maior sistema de cooperativas de crédito do
país, por isso tem a capilaridade para atingir um número
grande de cooperados. Outro fator importante é que tem o
conhecimento da operação e do cliente. Todo crédito tem a
simetria da informação. No cooperativismo de crédito, essa
simetria é melhor, pois a cooperativa conhece o seu cooperado e sabe para quem está emprestando o dinheiro. Essa é
uma enorme vantagem operacional em relação aos bancos.
O cooperativismo de crédito conquistou grandes vitórias durante o governo do Presidente Lula. Em sua opinião, o que o próximo Presidente da República deverá
fazer para incentivar ainda mais o cooperativismo?
A revolução no cooperativismo começou em 1988, com a
Constituição brasileira. A partir daí, o que foi feito pelos governantes foi o aperfeiçoamento das organizações cooperativistas. O próximo presidente deve continuar esse processo
de aprimoramento dos instrumentos para estimular o desenvolvimento do cooperativismo. Nenhum presidente será
contra o cooperativismo de crédito, porque ninguém será
contra um instrumento que fomenta o crédito, ajuda a atenuar as desigualdades sociais e promove o desenvolvimento
com sustentabilidade e justiça social.
Por falar em política, até que ponto as eleições deste
ano irão interferir no bom desempenho da economia
brasileira?
Acredito que as eleições não irão prejudicar o desenvolvimento econômico do Brasil, pois não há nenhuma mudança
radical no horizonte. Nenhum dos três principais pré-candidatos, se eleitos, tomarão um rumo diferente. Qualquer um
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BNCC (Banco Nacional de Crédito Cooperativo) foi extinto
no período democrático...(pausa). Claro que houve algumas
interrupções necessárias e existiram, sim, alguns exageros
na época do regime militar. Contudo, fez parte do processo natural de aperfeiçoamento do sistema
cooperativista. A agricultura hoje é outra e
o momento é mais sólido e propício para
“Nenhum presidente
o desenvolvimento do cooperativismo, que
será contra o
sempre teve o papel importante de dar um
cooperativismo
pouco de humanidade e reduzir desigualdades. O seu papel social é o mesmo, seja em
de crédito, porque
regimes autoritários ou em democracias.
ninguém será contra
deles (Dilma, Marina ou Serra) irá continuar com os mesmos
fundamentos canônicos usados por 150 países, que se baseiam em: controle do déficit, da dívida pública, uma política fiscal cuidadosa e política monetária com banco autônomo; e vão continuar lidando com câmbio
flutuante.
E quais são os principais problemas a
serem resolvidos pelo próximo presidente ou presidenta?
O próximo a governar o país terá o desafio
de ter a dívida pública do Brasil declinante em relação ao PIB e a manutenção do
equilíbrio fiscal. Além de trabalhar para a
estabilidade econômica, deverá apresentar soluções para os dois principais problemas: o envelhecimento da população
e a previdência social.
um instrumento que
fomenta o crédito,
ajuda a atenuar
as desigualdades
sociais e promove o
desenvolvimento com
sustentabilidade e
justiça social.”
O senhor participou de governos do
regime autoritário, que extinguiram muitas cooperativas de crédito na época. O regime era contra o
cooperativismo?
Não! Soldado é muito mais a favor de cooperativa do que
qualquer civil. O cooperativismo de crédito teve um enorme
progresso durante o regime militar. É bom lembrar que o
Na época em que o senhor foi ministro,
Mário Kruel Guimarães foi de sua equipe. Ele teve um papel muito importante
para o desenvolvimento do cooperativismo de crédito nas últimas décadas.
De certa forma, podemos considerar
que o senhor o apoiou nesse trabalho?
Eu e todo o governo da época apoiávamos o
cooperativismo. Mário foi um grande amigo
e estimulador do cooperativismo de crédito.
Eu tive muita alegria e honra de trabalhar ao
seu lado. Outro grande cooperativista foi o ex-governador de
Goiás, Otávio Lage. Assim como o Mário, ele também tinha o
cooperativismo no sangue, era um cooperativista nato.
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ponto de vista
A razão de ser
cooperativista
Sicoob Central Cecremge
A crise financeira mundial atingiu em
cheio os bancos lá pelas bandas do velho
continente e do Tio Sam. Não satisfeita e
sem pedir licença, ela meteu o pé na porta e invadiu a terra brasilis, embora sem o
mesmo ímpeto que lhe rendeu a fama de
algoz. “Esse é mais um texto sobre a crise
econômica?” Sim, mas com um temperinho a mais e uma abordagem importante, notada por poucos e que compartilho
com todos.
Formado em Ciências Contábeis, Luiz
Gonzaga Viana Lage foi empregado da
Companhia Acesita e da Usiminas, onde
construiu grande parte de sua carreira.
Em 1964, enveredado pela doutrina e
filosofia do cooperativismo, atuou como
líder na fundação da Cooperativa de
Crédito de Livre Admissão do Vale do
Aço – Sicoob Vale do Aço, onde hoje
é diretor-presidente. O mesmo cargo é ocupado por ele na Central das
Cooperativas de Economia e Crédito do
Estado de Minas Gerais (Sicoob Central
Cecremge), desde sua fundação em
outubro de 1994. É também, vice-presidente do Sindicato e Organização das
Cooperativas do Estado de Minas Gerais
e do Serviço Nacional de Aprendizagem
do Cooperativismo de Minas Gerais
Ocemg/Sescoop-MG,
membro
do Conselho Diretor do Sicoob, do
Conselho de Administração do Fundo
Garantidor do Sicoob, do Conselho
Fiscal da Emater/MG e do Conselho
Fiscal do Sebrae/MG. Possui vasta vivência e conhecimento em cooperativismo,
tendo realizado diversos cursos de especialização na área, realizados, inclusive,
no exterior.
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Muito se diz aqui e acolá que a crise impulsionou os negócios do cooperativismo
de crédito. Balela. Onde já se viu alguma
crise melhorar seja lá o que for?
Isso é papo furado, discurso de quem até
pode entender de economia, mas não
acompanha a evolução do cooperativismo de crédito.
Nos anos que precederam a crise, o cooperativismo de crédito já vinha em um
compasso de crescimento. A instabilidade
econômica só serviu para melhorar nosso
desempenho e consolidar de vez os negócios que já estavam em andamento.
Como resultado, fechamos 2009 com a
melhor performance da nossa história.
Agora que a poeira já baixou, os bancos
comerciais voltaram com tudo e estão
concedendo crédito até para quem não
quer ou precisa. Eles foram ousados, entraram sem nenhum pudor e botaram os
pés e a cara em nossa casa.
Em um cenário pós-crise, os bancos querem recuperar o tempo e o dinheiro perdido e, para isso, atiram para todos os lados
na tentativa de seduzir os pequenos tomadores de crédito, nossos maiores clientes.
É hora de o cooperativismo de crédito colocar as garras de fora. Acredito que continuaremos a crescer, mas é preciso mais
ambição e ousadia. Não podemos recuar
e baixar a cabeça enquanto os bancos
tomam conta do pedaço. Temos que trabalhar para crescer mais e mais. Em 2010,
se ficarmos acima da inflação, já será um
ótimo resultado.
Cooperativa não é um banco. Em toda esquina encontramos um banco mais forte
e com conhecimento financeiro de sobra.
O que temos como diferencial e devemos
usar como arma nessa guerra é o envolvimento com os cooperados. Temos que
conversar e entender o cooperado, não
deixá-lo distante e à mercê de uma máquina que mais engole do que cospe dinheiro.
Somos uma sociedade de pessoas e não
de capital. Aqui, cada um vale aquilo que
é e não pela sua capitalização. Não podemos deixar de lado a razão da existência
de uma cooperativa de crédito. Caso contrário, seremos um banco como qualquer
outro, rico em cifras e pobre de espírito.
gestão pessoal
O tempo
vale ouro
Renato Rizzutti
Cooperado do Sicoob Coopercredi-SP otimiza seu tempo falando ao celular enquanto caminha
Como administrar melhor o tempo e ter mais produtividade no trabalho
Sabe quando você trabalha exaustivamente, mas, ao final do
dia, tem a sensação de que todo o seu esforço foi em vão?
Nem sempre toda a sua dedicação irá gerar resultados efetivos para a empresa. “Trabalhar excessivamente não significa
ser produtivo”, ressalta Christian Barbosa, considerado o maior
especialista em gestão do tempo e produtividade do país.
Para um melhor aproveitamento do tempo e maior produtividade, o profissional deve buscar o hábito de planejar e organizar. Autor de quatro livros sobre gestão do tempo, Christian
Barbosa aconselha a elaboração de um planejamento semanal e de maneira inteligente para se alcançar um nível de realização adequado durante o dia. Deve-se, também, prever um
tempo para as urgências que possam surgir.
O desperdício de tempo não se limita às quatro paredes do escritório. Para o cooperado do Sicoob Coopercredi-SP, Marcelo
Rodrigues, o trânsito da capital paulista é o principal vilão de
seu tempo. O executivo é responsável pela divisão de empreendimentos imobiliários da Companhia Metropolitana de
Habitação de São Paulo (Cohab-SP).
Suas atividades compreendem reuniões externas em subprefeituras ou em visitas às áreas de interesse do governo municipal. Para aproveitar melhor o seu tempo, ele adianta alguns
trabalhos quando está nas ruas. “Quando estou fora do escritório, aproveito para ler e responder e-mails pelo aparelho celular, recebo e avalio planilhas, além de me comunicar com os
diretores e toda minha equipe de trabalho”, conta.
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Escolha uma agenda
Planeje sua semana
Organize o ambiente de trabalho
Prepare-se para os imprevistos
Reduza as tarefas grandes ou complexas
Organize seu ambiente
Organize seus e-mails
Fonte: Tríade do Tempo
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Pense Sicoob
Bloco
Palavras do Sicoob
José de Castro Dias - Presidente do Sicoob de Teixeira de Freitas
- BA
“Começamos 2010 com o pé direito. O cooperativismo está andando
a passos largos e mostrando que o caminho está certo. Impressionounos o sucesso do lançamento da nova marca.”
Sicoob revela sua nova
identidade e dá o seu recado:
”chegou a hora de avançar”
Juarez Mendes do Reis - Gerente-geral do Sicoob Credicitrus - SP
“A nova marca irá possibilitar que o Sicoob pense de uma maneira uniforme e padronizada, o que deve gerar grande escala para o
Sistema.”
Noel Fukuda - Diretor-presidente da cooperativa Sicoob
Dourados - MS
“O que nós vimos hoje foram coisas fantásticas, um trabalho muito
bem feito dessa equipe que elaborou tudo. Fica muito clara a situação em que se encontra hoje e aonde queremos chegar nos próximos anos.”
Miguel Oliveira - Presidente do Sicoob Judiciário - DF
“Acredito que seja o melhor momento do cooperativismo de crédito. Acho que o grande desafio é trabalhar e divulgar essa marca nos
meios de comunicação e mostrar para a sociedade que o cooperativismo pode fazer a diferença na vida das pessoas.”
José Oliveira – Presidente do Sicoob Juriscred - PI
“A nova marca é algo inteligentíssimo e será extremamente salutar
para o Sistema. Em relação à revista, fiquei impressionado com a qualidade do conteúdo que ela apresenta aos leitores.”
Flávio Vaz de Lima - Presidente do Sicoob Crediarcos - MG
“Isso representa uma mudança muito importante do cooperativismo
brasileiro. Não posso deixar de falar da união. Não adianta cada singular ter uma revista, temos que nos unir e produzir uma revista maior
em que todo mundo participe. Isso é nota mil.”
Alexandre Teixeira de Cerqueira - Presidente do Sicoob Cooperbom
- MG
“Constituir uma marca que vai representar todos ajuda a criar a comunicação de forma organizada e a alavancar os números. A equipe
da revista está de parabéns. Ela está muito bem feita e atendendo a
todos os públicos.”
João de César Sobrinho - Diretor-administrativo financeiro do
Sicoob Crediforte - RO
“Quando o Sicoob for ainda mais conhecido, isso vai ajudar muito.
Como Sistema, precisamos avançar. Quando formos apenas Sicoob,
com certeza, vamos dar um salto muito alto e seremos conhecidos
no Brasil como uma unidade.”
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Fabiano Neves
José Leandro Resende - Presidente do Sicoob Engecred - GO
“Quando encontra uma marca forte, o cooperado se identifica com
ela. Nós temos visto o desempenho do nosso presidente, José
Salvino, à frente de todo esse sistema a cada dia conquistando mais
vitórias.”
na rua
O ano de 2010 deve ser considerado como um dos
mais importantes da história do Sicoob. No dia 11
de fevereiro, em Brasília (DF), foi realizado o Primeiro
Encontro Nacional Sicoob Estratégico (Pense
Sicoob), evento que reuniu, pela primeira vez, líderes das cooperativas centrais e singulares do país.
Na ocasião, foram lançadas a nova marca e a Revista
Sicoob. “Chegou a hora de avançar e mostrar o maior
sistema cooperativista de crédito do país”, ressalta o
presidente do Sicoob Confederação, José Salvino de
Menezes.
Para o presidente da cooperativa singular Sicoob
Agrorural, Lajose Alves Godinho, a marca vai descortinar uma nova visão. “Hoje, temos um cooperativismo profissional e amadurecido embasado
no espírito solidário”, salienta. O diretor-presidente
do Bancoob, Marco Aurélio Almada, acredita que
o Pense Sicoob sintetizou o grau de coesão do
Sistema. “É um momento de muita festa para todos
nós e isso demonstra que o cooperativismo está fortalecido”, defende.
O Pense Sicoob enalteceu a dedicação e o trabalho
em equipe realizado em prol do crescimento do
cooperativismo de crédito. “O evento foi maravilhoso. Destaco a administração dos presidentes José
Salvino (Confederação) e Almada (Bancoob). Ambos
têm a capacidade de liderar uma equipe tão grande
quanto a que compõe o Sistema”, ressalta o presidente do Sicoob Central Paraná, Jefferson Nogaroli.
Autoridades presentes
Wilson Ribeiro de Moraes - Diretor-financeiro da Unicred
Brasil
“A Unicred se sente alegre de participar do lançamento da marca
e do fortalecimento do Sicoob. Todos fazem parte de um só corpo. Quando vemos que os sistemas estão bem, o cooperativismo
como um todo também está.”
Manfred Alfonso Dasenbrok - Presidente do Conselho de
Administração da Sicredi Participações Sociedade Anônima
“Quando olharmos a integração e a evolução que enquanto sistema nós podemos fazer juntos, chegaremos aos níveis desejados.
O sistema cooperativista no Brasil saiu mais forte. Esse é o nosso
sentimento e espero poder caminhar na mesma direção.”
Reinaldo Nobile - Secretário-executivo da Organização das
Cooperativas Brasileiras (OCB)
“O fortalecimento do Sicoob reflete-se no crescimento da OCB.
Tenho orgulho muito grande de todos os sistemas do cooperativismo de crédito brasileiro.”
Carlos Alberto dos Santos - Diretor de Administração e
Finanças do Sebrae Nacional
“Estamos aqui para compartilhar e celebrar. São as pessoas que
fazem a diferença. Sem elas, nada acontece. E se não for para as
pessoas não será importante. Juntos somos fortes e o momento é
extremamente propício.”
Odacir Zonta - Deputado Federal, presidente da Frente
Parlamentar do Cooperativismo Frencoop
“Representando a Frente Parlamentar do Cooperativismo, estou
reconhecendo o esforço do Sistema. Em nível nacional, vamos fortalecer o cooperativismo e conscientizar a classe política também,
pois já temos qualidade e excelência.”
Marcos Balliana - Chefe do Departamento de Supervisão de
Cooperativas e Instituições não Bancárias do Banco Central do
Brasil
“O cooperativismo é novo e conseguimos superar mesmo nas
piores crises. O fato de celebrar a marca do Sicoob, conhecida no
Brasil inteiro, é motivo da comemoração. Estou com todos que lutam por um cooperativismo mais forte.”
João Luiz Guadagnin - Diretor de Financiamento e Proteção
da Produção Rural da Secretaria de Agricultura Familiar do
Ministério do Desenvolvimento Agrário
“Reconhecendo o que o cooperativismo realiza pela agricultura
familiar do brasileiro, desejamos fortalecer mais esse sistema. O
cooperativismo faz a diferença na qualidade e acessibilidade dos
serviços ao produtor.”
Rinaldo Junqueira de Barros - Secretário de Apoio Rural
e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento
“Agradeço o esforço do sistema cooperativista em prol da agricultura brasileira. Queria mostrar a sinergia do governo com o cooperativismo hoje. É uma expectativa muito grande do Ministério de
conhecer os resultados desse encontro estratégico.”
ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010
15
perfil
Uma vida dedicada
ao cooperativismo
Heli de Oliveira Penido: conheça um pouco da vida e da obra do mineiro que deixou
suas marcas cravadas na história do cooperativismo de crédito do Brasil
Arquivo OCB
Um homem cortês: “eu sempre me coloquei disponível”. Sereno: “nunca questionei funções ou cargos”. Brilhante: “é o
meu 5º mandato em 17 anos”. Pioneiro:
“construí o caminho onde não havia”. E,
acima de tudo, apaixonado: “ingressei no
cooperativismo de crédito e fui tocado
pela sua magia”.
Ex-bancário e bacharel em Direito, Heli
de Oliveira Penido foi, durante 17 anos,
o diretor-presidente do Sicoob Central
Crediminas e, há 25 anos, é o presidente do Conselho de Administração da
Cooperativa de Crédito Rural do Norte
de Minas (Sicoob Credinor), com sede
em Montes Claros (MG). Ele também
é diretor-presidente da Cooperativa
de Usuários de Assistência MédicoHospitalar do Sicoob Ltda. (Vivamed),
conselheiro fiscal do Sebrae/MG,
conselheiro fiscal da Empresa de
Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais
(Epamig), presidente do Conselho
de Administração da Confederação
Nacional de Auditoria Cooperativa
(CNAC) e provedor da Santa Casa de
Misericórdia de Montes Claros.
16
A carreira de Heli de Oliveira Penido não
pode ser contada por páginas de relatórios ou balanços, demonstrada em gráficos e estatísticas. É necessário o mínimo
de coerência. Seria incorrer em grave
erro querer resumir em números e datas
a vida de quem sempre acreditou nos
valores mais humanos e defendeu com
ideias e elegância a mais pura filosofia do
cooperativismo.
Só é possível descrever o perfil do expresidente do Sicoob Central Crediminas
com um pouco de prosa e poesia recheada de palavras, de preferência tão belas
e oportunas quanto as que ele usava em
seus ovacionados discursos. Uma trajetória que começou despretensiosa em
uma pequena cooperativa singular de
Montes Claros, a Credinor. “Ingressei no
cooperativismo devido a minha experiência bancária. Jamais passou pela minha cabeça me tornar presidente e tive
qualquer ação preconcebida”, conta Heli.
Na presidência da cooperativa e ao
lado de outras quatro singulares –
Curvelo, Bom Despacho, Entre Rios e
Muzambinho –, Heli participou da fundação do Sicoob Sistema Crediminas.
Desde então, seu natural espírito de liderança despontou e o colocou à frente
do Sistema. Nesse momento, a vida dele
cruzaria com um novo e importante
personagem. “Ainda dando os primeiros passos, fui auxiliado pelo Conselho
e pela Diretoria do Sicoob Central
Crediminas e pelo atual diretor-executivo da Minaseg, Raimundo Mariano do
Vale, que com experiência estruturou a
Central Crediminas nos seus aspectos
operacionais e técnicos”, reconhece.
Heli encabeçou o processo de expansão da Central e com muito trabalho
superou os desafios graças ao envolvimento das cooperativas filiadas. “Não
tenho a pretensão de ser o autor dessa
obra. Sou um personagem desse espetáculo como tantos outros e me coube,
pelas vias do destino, pilotá-lo”, comenta Heli, que vê com naturalidade o revezamento na direção da Central que
liderou por 17 anos.
Dentre tantas outras conquistas nesses
25 anos dedicados ao cooperativismo,
a constituição do Bancoob é outro momento marcante que não sai da memória do líder cooperativista. Hoje, depois
de tanta luta, Heli entende que cumpriu
sua missão e deixa seu legado de paz.
“Espero que meu exemplo seja, acima de
tudo, da tolerância, cooperação e amizade”, deseja.
educação
Minicidade
Cooperativista
Cooperativa Educacional Magna dá exemplo de cidadania e cooperação
Em Concórdia (SC), centenas de crianças estudam a disciplina
“Fundamentos e Princípios do Cooperativismo” e vivenciam a
teoria numa cidade fictícia. Além de inserir o tema em sua grade curricular, o colégio CEM (Cooperativa Educacional Magna)
idealizou a construção de um espaço que imitasse o ambiente
urbano para que seus alunos pudessem colocar em prática os
princípios e valores aprendidos em sala de aula.
Arquivo CEM
A instituição educacional – uma cooperativa de trabalho formada por professores – buscou apoio de cooperativas e entidades
locais e construiu, há três anos, a Minicidade Cooperativista,
que tem o objetivo de acentuar práticas de cooperação no dia
a dia dos alunos. “Queremos que eles percebam que o cooperativismo não é assistencialismo. Ao contrário, é uma forma de
gerir um negócio que rende dinheiro e qualidade de vida com
justiça social”, ressalta a presidente da Cooperativa, Elizeth Alves
Pelegrine.
A Minicidade Cooperativista funciona baseada em quatro eixos de trabalho: político, comercial, cultural e financeiro. A
Cooperativa de Produção e Consumo de Concórdia (Copérdia)
simboliza o polo comercial. Três casinhas representam o eixo
cultural: a Livroteca, a Casa da Cultura e o Centro de Eventos. O
político é representado pela Prefeitura e Câmara dos Vereadores.
Minicooperativa de crédito
O polo financeiro é representado pela cooperativa de crédito do Alto Uruguai Catarinense (Sicoob Crediauc). Lá os
alunos aprendem na prática as rotinas de uma instituição
financeira. “O interessante de fazer parte de uma cooperativa de crédito é que cada um que abre uma conta é sócio, e não apenas cliente”, destaca a presidente do Sicoob
Crediauc da Minicidade, Thainá de Macedo Zanella.
O presidente da Cooperativa de Crédito de verdade, João
Rech Netto, enfatiza a importância do projeto, pois acredita que as crianças que frequentam a Minicidade se tornarão associados ou administradores da cooperativa no
futuro.
A Minicidade Cooperativa está localizada próxima ao centro de Concórdia (SC). Numa área de 600 m², possui uma
avenida central com seis casas construídas com tamanho
de 15 m² cada. O espaço imita uma cidade de verdade. O
projeto atende os alunos da 1ª à 4ª série da Cooperativa
Educacional Magna e das escolas municipais que visitam
a Minicidade para atividades de cidadania.
ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010
17
Cenário
O futuro do
cooperativismo
Fusões e incorporações
são soluções cada
vez mais procuradas
pelas cooperativas. A
ordem é ganhar força,
competitividade e
sustentabilidade.
A preferência pelas fusões e incorporações alastra-se pelo mundo e Brasil
afora. Nos últimos anos, o Sicoob
tem sido palco de casos de sucesso
que evidenciam os bons resultados
do Sistema. O presidente do Sicoob
Central ES, Bento Venturim, entende
que é hora de aproveitar os bons ventos. “O melhor momento para se pensar em incorporação e fusões é na fase
de bonança, em que não somos obrigados a nos precipitar, em que podemos fazer simulações e projetar passo
a passo a operação“, acredita.
Com esse pensamento, várias centrais
18
Arquivo Sicoob ES
Algumas
ideias
chegam
com
tudo e logo mostram que vieram
mesmo para ficar. Desde quando
se apresentaram como saída à
sobrevivência das cooperativas diante
do acirrado mercado financeiro, as
fusões e as incorporações nunca mais
saíram de moda. Muito pelo contrário,
mantiveram-se na crista, fizeram
escola, são tendências e tudo leva a
crer que será o caminho a ser trilhado
por muitos anos no cooperativismo de
crédito.
Bento Venturim, presidente do Sicoob Central ES, acredita que fusões e incorporações são os caminhos
para o sucesso
não perderam tempo e já seguem
esse modelo. Com responsabilidade
e planejamento, elas têm liderado ou
apoiado diversos processos de fusões
e incorporações. Há exemplos para todos os gostos e de todas as partes do
país.
Em Goiás, a Cooperativa de Crédito
Rural dos Agropecuaristas de Goiânia
(Sicoob Credi-SGPA) e a Cooperativa
de Crédito Rural de Bela Vista (Sicoob
Bela Vista) selaram o casamento logo
no início de 2010. “A média do volume disponível em recursos de empréstimo foi multiplicada por 10 em
decorrência do aumento do patrimônio líquido”, enaltece o presidente da
Cooperativa, José Rodrigues Peixoto
Neto. A diluição das despesas administrativas, o ganho de escala, a atuação
mais abrangente e a expansão da rede
de atendimento são frutos da saudável união.
Marcos Montagner
Jeitinho
mineiro
Para Raul Huss, diretor-presidente da Credicitrus, a incorporação protege os interesses dos cooperados
Investimento
Quem revirar o passado recente do
Sicoob verá que o futuro do cooperativismo passa, sistematicamente, pela
soma de forças. Em 2007, a Cooperativa
de Crédito Rural Coopercitrus (Sicoob
Credicitrus) incorporou outras duas
do interior paulista que enfrentavam
dificuldades. “A incorporação teve o
objetivo de proteger os interesses dos
cooperados e resguardar a imagem do
cooperativismo de crédito”, pontua o
diretor-presidente do Sicoob Credicitrus,
Raul Huss de Almeida.
Se por um lado as centrais e singulares fazem sua parte, por outro, a
Confederação não fica para trás. Têm
sido realizadas muitas ações voltadas
para a integração nacional, como não
deixa mentir o investimento de R$ 300
milhões em Tecnologia da Informação.
“É importante reduzir a carga das centrais e ampliar a padronização dos serviços de nossas 1.800 agências espalhadas
pelo país”, reconhece Bento Venturim.
Receita do
bolo
Assinar a papelada que consolida o matrimônio entre cooperativas é apenas o
último passo. Antes de tudo, é indispensável planejar as ações de comunicação, a integração dos cooperados e
os cursos e treinamentos, além de ter
uma forte disposição para o diálogo.
Essa é a receita básica para que a fusão
ou incorporação transcorram naturalmente. “Cooperados e funcionários
devem estar cientes de que a mudança
é para melhor. E não basta dizer isso, é
preciso provar que é verdade”, aconselha Raul Huss.
O presidente do Sicoob Confederação,
José Salvino, recomenda: “uma estrutura enxuta, aliada à boa governança, permite que a cooperativa amplie a oferta
de crédito com juros ainda menores,
pois quanto menor for a despesa operacional, maior será a eficiência”. E aí, a
receita funcionou?
O Sicoob Central Crediminas tem um
jeitinho todo especial de tratar o assunto. Lá, não se usa falar em fusões ou
incorporações, e sim em aglutinações.
Nomenclaturas à parte, o fato é que a
Central tem sido um exemplo a seguir.
O ano de 2009 foi recheado de aglutinações. Em abril, pela primeira vez, quatro
cooperativas, com condições financeiras favoráveis, uniram-se (Leopoldina,
São João Nepomuceno, Volta Grande e
Além Paraíba). Entre outubro e dezembro, outros três processos foram concretizados. O Sicoob Credisete incorporou a Credicim e Crediloja e o Sicoob
Credivale somou forças com o Sicoob
Nossacredial.
Outra cooperativa mineira que tem
levado o assunto muito a sério é a
Credicom que, em 2007, uniu-se ao
Unicred-BH. A união deu origem à
maior cooperativa de crédito da área
de saúde do país, que cresceu ainda mais com as incorporações das
Unicreds Montes Claros, Vale do Aço e
Inconfidentes.
Em 2009, a Credicom aprovou a união
com a Cooperativa de Economia e
Crédito Mútuo dos Servidores do
Sebrae (Sebraecoop). Segundo o presidente da Credicom, Samuel Flam, “a
negociação envolveu profissionais experientes. O Sebraecoop tem grande
penetração, capacidade técnica, solidez e é uma cooperativa nacional”.
ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010
19
Eleições
Prontos para
suar a camisa
Eleições das centrais promovem renovação dos
conselhos de administração. Suplentes vestem
a camisa e entram em campo.
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A bola não para. O jogo é duro, o tempo passa e os atletas
mais experientes sentem que não dá mais para continuar.
Fazem sinal para o banco e pedem para ser substituídos. É
hora de encerrar a carreira. Não por falta de talento ou competência. Mas porque chegou a hora deles assumirem outras
funções e seguirem um novo caminho. Momento delicado,
em que o técnico precisa escolher a dedo o substituto, aquele
capaz de entrar, chamar a responsabilidade para si e continuar
dando ritmo à partida.
Assim é formada uma equipe campeã. Entra e sai de jogadores, muda esquema tático e nada compromete o desempenho. As centrais do Sicoob funcionam com a mesma dinâmica: são eleitos novos dirigentes, a gestão sofre mudanças e a
toada rumo à vitória continua idêntica.
Depois de 15 anos à frente da Cooperativa Central de Crédito
Rural (Sicoob Cocecrer), José Osvaldo Galvão Junqueira, o
Maninho, passou a braçadeira de capitão para Henrique
Castilhano Vilares. Um substituto à altura que chega antenado
com o crescimento do Sistema. “Temos de cumprir a missão e
a visão determinadas no Planejamento Estratégico da Central,
que consistem no esforço para atender plenamente às demandas das cooperativas e trabalhar para que nossa Central
seja uma referência no cooperativismo de crédito brasileiro”,
discursa Henrique.
Com a bola rolando, o novo comandante da Cocecrer sabe
que a expectativa pelo seu trabalho é muito grande. Se depender da sua experiência e preparo, Henrique não cederá à pressão. Interiorano, criado no campo, graduado em
Zootecnia e ex-presidente da Credicoonai, ele planeja o futuro. “Espero contribuir para que o Sicoob seja ainda mais forte
e unido, sólido e eficaz no sentido de gerar receitas. E que
isso proporcione economia e ganho de escala para todas as
cooperativas, dando-lhes capacidade de crescer e tornar-se
competitivas para, juntos, alcançarmos a meta de possuir 10%
dos ativos do mercado financeiro brasileiro”, projeta.
substituição
Bola pra frente
Depois de tanto estufar as redes dos concorrentes, outro que
pendura as chuteiras é o ex-presidente do Sicoob Central
Crediminas, Heli de Oliveira Penido. Como um verdadeiro
artilheiro cooperativista, ele indicou o seu sucessor após 17
anos, alguém da sua confiança que não costuma falhar quando está cara a cara com o gol, o atual presidente da Central,
Alberto Ferreira.
Alberto nunca esteve fora das quatro linhas. Antes, ele era o
vice-presidente da Central e, além da natural habilidade gerencial, foram anos e anos de treinamento e aprendizado. “Ao
longo desse período, participei do crescimento do Sistema
Crediminas. Espero dar continuidade às propostas e conduzir o Sicoob a ocupar a trajetória que ele merece no cenário
financeiro mineiro e brasileiro”, vislumbra.
O peso da camisa 10
Vestir a camisa 10 não é para qualquer um. Alguns, como o
recém-eleito presidente do Sicoob Central Norte, Edson
Quevedo Soares, sentem-se à vontade, trabalham a bola e
conduzem o time à vitória. “É uma grande honra assumir a presidência da Central Norte. O Sistema Sicoob nessa região do
país tem muito a crescer e fico feliz em poder contribuir com
essa trajetória de sucesso”, enfatiza. Ele entra no lugar do “atleta”
Jonas Tavares da Silva, que presidiu a Central de 1999 a 2010.
Administrador de empresas, diretor-administrativo do Sicoob
Credip por oito anos e diretor-administrativo e financeiro da
Central Norte por mais três, Edson acumula grande experiência e espera articular jogadas em prol do cooperativismo de
crédito. “No cooperativismo, o sucesso de um é o sucesso de
todos, por isso seguimos unidos para gerar resultados para o
cooperado, que é o dono desse Sistema”, diz.
Assim caminha o cooperativismo dentro do Sicoob. Um time
forte, unido, com suplentes artilheiros, ótimas peças de reposição capazes de dar um nó tático em qualquer concorrente e
que têm os mesmos objetivos: levantar a taça, dar a volta olímpica e empunhar a bandeira cooperativista rumo à vitória.
ANO 1 - No 2 - MAI
ABR / ABR
MAI / JUN / 2010
21
Incentivo ao
desenvolvimento
Sicoob Confederação
parceria estratégica
Da esq. para a dir.: Salvino (presidente do Sicoob), Paulo Okamoto (presidente do Sebrae), Carlos Alberto (diretor do Sebrae) e Almada (presidente do Bancoob)
Sicoob e Sebrae formalizam convênio
ampliando parceria estratégica
O Sistema Sicoob formalizou novo acordo ampliando a parceria que mantém com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas (Sebrae). Pela primeira vez, os presidentes das duas instituições assinaram convênio de cooperação
para nova e conjunta política de microfinanças.
22
com a Confederação Alemã de Cooperativas (DGRV), que
tem por objetivo a customização da ferramenta para análise
de microcrédito, chamada Microscore.
Com o convênio de cooperação, o Sebrae passa a disponibilizar as informações técnico-gerenciais de seu acervo, estudos e diagnósticos realizados, em âmbito nacional e estadual,
visando a desenvolver ações benéficas às micro e pequenas
empresas e empreendedores individuais. “Além do conhecimento, agora levamos também o crédito através das cooperativas do Sicoob”, ressalta o presidente do Sebrae, Paulo
Okamoto.
O objetivo é estabelecer ações de incentivo ao desenvolvimento das micro e pequenas empresas e empreendedores
individuais. Segundo o presidente do Sicoob Confederação,
José Salvino de Menezes, o Sistema aumentará e facilitará o
crédito aos microempresários. “Nossas cooperativas já oferecem diversas linhas de microcrédito. Com a parceria, vamos
criar novos produtos e serviços financeiros para esse público”,
afirma.
O diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, acredita que o apoio das duas instituições contribuirá também
para o processo de formalização da economia, por meio de
atendimento especial aos empreendedores individuais. Para
o presidente do Bancoob, Marco Aurélio de Almada, a formalização da parceria irá solucionar um dos principais problemas do pequeno empresariado: a falta de crédito.
O Sicoob disponibiliza, entre outras, a linha de crédito do
Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) denominada
Programa de Microcrédito. Outra ação das cooperativas convergente com os propósitos do Sebrae é a parceria do Sicoob
A união estratégica entre Sicoob e Sebrae prova mais uma
vez que a cooperação faz a diferença e que, com apoio, pequenos empreendedores podem, sim, gerar riquezas e o desenvolvimento econômico do país.
jurídico
Aplicações financeiras das
cooperativas de crédito
Ato cooperativo x ato não cooperativo – uma partida de futebol
Recentemente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao julgar
recurso da Cooperativa de Crédito do Vale do Itajaí (Viacredi)
- Resp. nº 717.126 – decidiu que as aplicações financeiras da
cooperativa de crédito no mercado financeiro são ato cooperativo, para fins de não incidência do imposto de renda.
A decisão foi bastante divulgada e comentada. Não há dúvidas
que se trata de decisão inédita – e merece aplausos. Contudo,
alguns aspectos técnicos jurídicos merecem esclarecimentos.
O processo da Viacredi tem origem no TRF da 4ª Região –
Florianópolis (SC). Os juízes do TRF, ao decidirem o caso, aplicaram a Súmula 262 do STJ: “incide o imposto de renda sobre
o resultado de aplicações financeiras realizadas pelas cooperativas”. A Viacredi não recuou. Recorreu ao STJ, alegando que,
por ser cooperativa de crédito, a Súmula 262 não seria praticável, pois as aplicações financeiras fazem parte do objeto social,
e são típicos atos cooperativos.
Marcus Neves
No STJ, o ministro Herman Benjamim, relator, de bate-pronto,
também aplicou a Súmula 262. Negou seguimento ao recurso da Viacred. Falta grave perto da meia-lua. A cooperativa
bateu bem no cantinho. Recorreu, alegando, mais uma vez,
que a Súmula 262 não é aplicável às cooperativas de crédito.
Jogada ensaiada. Sem chance de defesa por parte da Fazenda
Nacional.
O juiz Herman reconsiderou a decisão. Admitiu o recurso e
deu ganho de causa à Viacredi. Gol! Decisão inédita! Retomada
pelo relator com base nas decisões do próprio STJ, sobre o
PIS/Cofins, nos anos de 2008 e 2009, resultado do trabalho de
todo o time de cooperativistas brasileiro.
A decisão no processo da Viacredi não altera o teor da Súmula
262. Diz o Dr. Herman: “Diante do argumento trazido no
Regimental, segundo o qual nenhum dos precedentes que
deram origem ao enunciado da Súmula 262/STJ analisou a
situação específica das cooperativas de crédito, reconsidero
a decisão agravada e passo ao exame do Recurso Especial.”
Aplausos da torcida!
Mas a Fazenda Nacional tem a posse da bola e já recorreu
ao Supremo Tribunal Federal, palco final da decisão. O jogo
continua!
O caso Viacredi, ainda que não seja definitivo e não se aplique
concretamente a todas as cooperativas de crédito, pode ter reflexos positivos, inclusive junto ao Conselho de Contribuintes,
que atualmente tem marcado gol contra e somente reconhece como ato cooperativo as aplicações financeiras feitas pela
singular na respectiva central.
Portanto, em clima de Copa do Mundo, o sistema cooperativista pode e deve comemorar a decisão proferida no caso
Viacredi, mas a comemoração não deve ser como uma final
de campeonato em que ganhamos por 1 x 0, e sim como final
do primeiro tempo em que o nosso time está ganhando de 2
x 1. Ainda restam 45 minutos, e a partida não será apitada pelo
ilustre juiz Herman Benjamim.
Ricardo Senra
Gerente Jurídico do Sicoob Confederação
ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010
23
CAPA
Sicoob investe
R$ 300 milhões em
tecnologia
Os recentes investimentos do Sicoob em Tecnologia da
Informação (TI) chegarão a R$ 300 milhões em 2011. Em 2009,
foi investido algo em torno de R$ 80 milhões. Para 2010 e 2011,
serão aplicados R$ 220 milhões. Deste total, R$ 54 milhões deverão ser destinados à aquisição de novos equipamentos e
ampliação da infraestrutura e, o restante, R$ 166 milhões para
desenvolvimento, manutenção e operação do Sisbr – sistema
de automação das cooperativas do Sicoob.
O presidente do Sicoob Confederação, José Salvino de
Menezes, esclarece que os grandes investimentos em
Tecnologia da Informação objetivam disponibilizar o que há
de melhor para o Sistema. “Buscamos o que há no mundo de
mais moderno em equipamentos, softwares e segurança de
24
dados para as cooperativas e seus cooperados, como também
a todos os usuários do Sicoob”, disse.
Os investimentos têm a finalidade de aperfeiçoar a base tecnológica e o aprimoramento das operações. Mas na prática, o
que muda na vida dos gestores das cooperativas de crédito
e de seus cooperados? Mais negócios, agilidade, segurança
e comodidade no atendimento dentro da cooperativa, bem
como nas transações via internet, celular ou terminais de
autoatendimento.
O novo parque tecnológico que vem sendo implantado,
somado ao processo evolutivo do Sisbr e às novas políticas
de gestão, coloca o sistema de automatização do Sicoob
Sicoob Confederação
Reestruturação do sistema de Tecnologia da Informação garante mais negócios, agilidade e segurança aos cooperados
equiparado ao dos grandes bancos informatizados do mundo.
No dia a dia, isso representa mais geração de negócios para
as cooperativas de crédito. “Com uma infraestrutura tecnológica avançada, podemos acelerar o processo de planejamento,
desenvolvimento e lançamento de novos produtos e serviços
financeiros”, ressalta Marco Aurélio Almada, presidente do
Bancoob, braço financeiro do Sicoob.
A área de Tecnologia do Sicoob Confederação vem executando as ações do seu Planejamento Estratégico, Operacional e
Orçamentário (Peti) com objetivo de alinhar as estratégias de
TI às estratégias de negócio do Sicoob, viabilizando seu crescimento e desenvolvimento. O SicoobNet Empresarial, por
exemplo, é uma realidade graças aos recentes investimentos
em tecnologia. Lançado em dezembro de 2009, esse novo canal de autoatendimento permite à empresa realizar consultas
e transações financeiras diretamente do computador do escritório, de maneira simples e segura.
O SicoobNet Empresarial já é utilizado por mais de cinco mil
empresas. A facilidade de visualizar todas as contas em um
único ambiente, sem sair da empresa, fez com que a Porto
Belo Construções, cooperada do Sicoob Engecred-GO, adotasse o serviço. “Ganhamos mais agilidade nos pagamentos
de títulos e nas consultas de extratos, serviços que mais utilizamos. O melhor de tudo é que fazemos todas as operações
sem precisar ir na cooperativa”, conta a coordenadora financeira da empresa, Lílian Oliveira Ferreira.
ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010
25
CAPA
Automatização
Por outro lado, as novas soluções automatizam os processos manuais nas cooperativas singulares e permitem uma melhoria significativa
na parte operacional. Além disso, garante maior agilidade no processamento do fechamento noturno das cooperativas, liberando o Sisbr
sem atrasos para o atendimento aos associados. Em outras palavras, os
novos aportes em equipamentos de última geração visam a agilizar o
desempenho das transações de negócios realizadas pelos associados.
Para o diretor de Tecnologia do Sicoob Confederação, Ricardo Antônio
de Souza Batista, o conjunto das ações resulta na montagem de um
ambiente de tecnologia mais seguro, disponível e apto ao lançamento
de produtos que potencializam os negócios das cooperativas e trazem
benefícios diretos aos associados. “Estamos trabalhando fortemente na
expansão e melhoria da infraestrutura, a partir da aquisição de servidores com alto poder de processamento e com menor consumo de
energia elétrica, pois a responsabilidade socioambiental também é nossa prioridade”, destaca. Dessa forma, os investimentos visam a soluções
tecnológicas de qualidade, disponíveis, atualizadas e atualizáveis, que
gerem tanto economia de licenciamento quanto de energia.
Cérebro do Sicoob
O Sisbr é o cérebro do Sicoob. A efetiva utilização dos investimentos, ao
longo dos anos, vem transformando-o em uma completa ferramenta
para automação dos processos estratégicos, táticos e operacionais das
cooperativas de crédito e do Bancoob. “A cada ano, novas ferramentas
e soluções tecnológicas são incorporadas ao Sisbr, tornando-o um sistema completo para a gestão do crédito cooperativo”, ressalta Antônio
Cândido Vilaça Júnior, superintendente de Sistema de Informação do
Sicoob Confederação.
O Sisbr conta hoje com um novo ambiente tecnológico denominado
SisbrWeb. Por meio da plataforma de atendimento e dentro de um único aplicativo é realizado todo o procedimento de admissão de novos associados, abertura de contas, renovação de cadastros e movimentações
financeiras. Isso permite um processo mais ágil e seguro, tanto para as
cooperativas quanto para os seus associados.
Integrado pelo Sisbr, o Sicoob tornou-se a sexta maior rede de atendimento do país, contando com mais de 1,6 mil pontos, além de 300
correspondentes cooperativos, 33 mil usuários do módulo Cedente
Cobrança e cinco mil empresas usuárias do SicoobNet Empresarial. “Em
março de 2010, foram realizadas mais de 30 milhões de transações e
negócios nos canais de atendimento do Sisbr”, informa Dênio Albaro
de Lima Rodrigues, superintendente de Tecnologia da Informação do
Sicoob Confederação.
26
Entenda os investimentos em tecnologia
OBJETIVO
O QUE ESTÁ SENDO FEITO
RESULTADOS NO DIA A DIA
Aplicativos de
negócios
Renovação da arquitetura
tecnológica dos aplicativos
e desenvolvimento de novos
produtos de negócios, soluções de
apoio à decisão, gestão de riscos
e automatização dos processos de
retaguarda (back-office).
Mais comodidade na realização das transações financeiras
nos canais de atendimento; geração de novos negócios
e rentabilização das cooperativas; agilidade e segurança
no processo de tomada de decisão; melhoria da
gestão e rapidez na liberação de operações de crédito;
automatização de processos manuais; e racionalização
dos recursos tecnológicos.
Expansão/solução
de armazenamento
Aquisição de discos de
armazenamento de última geração,
utilizados pelos maiores bancos do
mundo.
Armazenamento dos dados e informações das
cooperativas e associados com maior segurança.
Expansão da
nova plataforma
tecnológica
Aquisição de máquinas de grande
porte (Mainframe), também usadas
pelos principais bancos.
Transações de negócio dos associados executadas com
mais rapidez.
Expansão
plataforma Intel
Aquisição de servidores de maior
porte, com modernas tecnologias.
Melhor acomodação das bases de dados. Processamento
mais rápido do fechamento noturno das cooperativas,
garantindo a liberação do Sisbr sem atrasos para
atendimento aos associados.
Solução internet
Aquisição de switches e expansão
dos links onde trafegam os produtos
internet banking.
Mais agilidade nas transações de negócio dos associados
executadas nos canais de internet banking.
Expansão elétrica
CPD
Aumento da capacidade energética
do principal CPD, localizado no
edifício-sede.
Garantia de energização dos ativos de TI, mantendo
ininterrupto seu funcionamento.
Automação backup
Utilização de robôs que automatizam Mais segurança e sigilo no arquivamento de informações
todas as etapas do processo de
das cooperativas e seus associados. Possibilidade de
backup dos dados.
recuperação de dados históricos com rapidez. Diminuição
de risco operacional em virtude da não intervenção
humana no processo.
ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010
27
Bancoob
No caminho da
modernização
Sicoob Confederação, Bancoob e cooperativas centrais se unem para revisar os processos de crédito do Sistema
Num movimento de intercooperação,
Sicoob Confederação, Bancoob e
cooperativas centrais juntam esforços
para a revisão dos processos de crédito
do Sicoob. A etapa de diagnósticos
termina em agosto.
O Sicoob decidiu aprimorar as ferramentas de análise e concessão de crédito para ganhar agilidade e competitividade
frente à rede bancária. A ideia é desenvolver modelos, processos, sistemas e controles que priorizem a segurança sistêmica
e a racionalização de custos, observadas as particularidades
de cada público-alvo do Sistema.
Coordenado pelo Bancoob em parceria com o Sicoob
Confederação, o projeto Acreditar foi criado para realizar diagnósticos, propor e conduzir a implantação de medidas que
permitam a revisão e a uniformização dos processos de crédito nas entidades do Sistema. Os trabalhos começaram em
fevereiro e terão duração de seis meses.
“Como o crédito é o carro-chefe do nosso Sistema, o projeto
colocará o Sicoob no mesmo patamar de modernidade das
28
Divulgação
grandes instituições de varejo, uma vez que analisa os critérios técnicos de concessão e acompanhamento”, disse o presidente do Bancoob, Marco Aurélio Almada.
A estrutura desenhada pelos técnicos leva em consideração
três pilares: modernização, uniformização e automatização.
Cria também condições para a gestão integrada do risco
de crédito. “Quando implementarmos as ações propostas, o
Sicoob ganhará competitividade e mais agilidade na liberação dos recursos. Tudo isso com qualidade e custos compatíveis”, afirmou o superintendente de Crédito do Bancoob,
Paulo Ribeiro, coordenador técnico do projeto.
Um dos resultados concretos do projeto foi a unificação dos
atuais Manual de Operações de Crédito do Sicoob (MOC) e
Manual de Crédito do Bancoob (Macre), que, gradativamente,
passarão a ser substituídos pelo Manual de Crédito do Sicoob
(MCS), cujo primeiro capítulo (Política Institucional de Risco
de Crédito do Sicoob) já foi publicado.
“Esta é mais uma iniciativa histórica no âmbito do Sicoob, que
conta com alto grau de envolvimento entre centrais, banco e
Confederação. Confirma, mais uma vez, que estamos vivendo um novo tempo, em que a abordagem sistêmica está no
centro das decisões”, afirmou o diretor operacional do banco,
Ênio Meinen.
Grupo de trabalho
Etapas
O diretor-superintendente do Sicoob Central Crediminas,
Élson Rocha Justino, propõe a adoção de uma solução sistêmica, passível de customização para atender às diferenças
regionais. “Analisamos o projeto sob o ponto de vista legal
e o empresarial. Acredito que teremos soluções modernas
e adequadas ao mercado. Sem mudanças dessa natureza, o
Sicoob não tem como crescer, já que as soluções atuais não
permitem a ampliação do negócio”, disse. Para alcançar a uniformização, o banco e a Confederação montaram um grupo
de trabalho, composto por oito pessoas, com o apoio de um
consultor externo, que se dedicam integralmente ao projeto.
O grupo é responsável pelo mapeamento das atividades e rotinas que existem hoje nas cooperativas e pela verificação da
aderência desses processos às melhores práticas do mercado.
O projeto divide-se em 14 fases, das quais seis já foram concluídas. “Finalizamos a estratégia do crédito, a parte de cadastro, a análise de tomadores e operações, as propostas, a
documentação e a vistoria”, afirmou o consultor Francisco Ney
Magalhães Júnior. Na tentativa de promover a troca mais rápida de informações e reforçar a participação das cooperativas,
o grupo e o comitê técnico usam uma ferramenta online de
comunicação, o Sicoob Educanet. No fórum, são discutidos os
pontos passíveis de melhoria e validadas as propostas apresentadas. “Gostaria de materializar alguma ação para motivar
as cooperativas que ainda não estão envolvidas e permanecem dispersando energia na criação de outros programas.
Temos agora de pensar nas formas de implementar esse gigante. Não basta a vontade, é necessário ter recursos e oportunidade”, completou o gerente de Crédito do Sicoob Central
PR e integrante do comitê técnico, Aguinaldo Reis.
Depois de coletar as informações, o grupo submete as análises, em reuniões periódicas, ao comitê técnico do projeto,
formado por representantes das 14 centrais e por gestores do
banco e da Confederação. “O Sicoob está no caminho certo
ao reformular a estrutura de crédito, especialmente no que
diz respeito à análise, concessão e canais de distribuição”, informou o gerente de Produtos e Serviços do Sicoob Central
ES, Alecsandro Casassi, integrante do comitê.
O gerente-comercial do Sicoob Central SC, Luiz Pizzolo, também faz parte do comitê técnico e ressalta que a estrutura
apresentada até agora contribui para resultado satisfatório.
“Os encontros mensais têm sido excelentes, pois permitem
a troca de experiências. Essa fase de aprendizado é fundamental. Para obter mais resultados na ponta, precisamos de
uma equipe de TI para unificar o processo”. A mesma visão
é compartilhada pela gerente-financeira do Sicoob Central
Cecremge, Pérola Salles. “A automatização vai trazer rapidez
no atendimento, análise e liberação dos recursos. Nesse sentido, o projeto está caminhando dentro das necessidades
que as cooperativas têm na ponta”, disse. Numa última instância, fica o comitê patrocinador, que reúne executivos da
Confederação e do Bancoob e tem a missão de aprovar o modelo que será adotado pelo Sicoob.
A área de Tecnologia da Informação do Sicoob Confederação
já trabalha na automatização e deve investir R$ 7,5 milhões
na execução do projeto pelo período de um ano. “Esse valor
está previsto no orçamento e não será repassado às cooperativas. A Confederação fez, inclusive, investimentos importantes este ano em diversos setores para conseguir a estrutura necessária para iniciar os projetos”, ressaltou o diretor de
Desenvolvimento Organizacional do Sicoob Confederação,
Alexandre Flores.
As demandas relacionadas ao crédito são prioridade, especialmente porque fazem parte do Plano Estratégico do Sicoob.
Juntamente a outros projetos, fazem parte do chamado Sisbr
Renovação, que objetiva a revisão da arquitetura tecnológica
dos aplicativos que integram o Sisbr. Concernente ao Projeto
Acreditar, os primeiros passos são elaborar cadastro único de
associados do Sistema e promover a renovação do crédito,
o que inclui análise, alçada, dossiê eletrônico, entre outras
ações. “Estamos trabalhando para adiantar alguns pontos,
como limite de crédito pré-aprovado nos canais de atendimento. Queremos construir uma solução que seja a cara do
nosso Sistema e esteja no mesmo patamar dos grandes bancos”, informou o superintendente de Sistemas de Informação
do Sicoob Confederação, Antônio Vilaça Júnior.
ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010
29
balanço
Alçando voo
Sicoob comemora o resultado apresentado em 2009. A expansão do crédito e a
ampliação do atendimento aos associados tem impulsionado o Sistema.
As cooperativas do Sicoob estão colhendo os dividendos da
estabilidade econômica e avançando para conquistar mais
espaço no mercado financeiro. O resultado dos principais
indicadores está estampado no balanço anual do Sistema e
pode ser visto na ponta, com a ampliação do atendimento
aos associados e do crédito.
De janeiro a dezembro de 2009, o volume de empréstimos
saltou de R$ 9,3 bilhões para R$ 11,1 bilhões. “Destacamosnos nas operações de crédito, em que crescemos quase
20%, enquanto as demais instituições financeiras, exceto o
Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, expandiram
suas carteiras de empréstimos e financiamentos aos clientes
em apenas 4%”, comemorou o diretor de Desenvolvimento
Organizacional do Sicoob Confederação, Alexandre Flores.
Os ativos totais, os depósitos e o patrimônio líquido também
aumentaram, alcançando a cifra de R$ 18,8 bilhões, R$ 9,7
bilhões, R$ 5,2 bilhões, respectivamente. A performance confirma que as cooperativas, ao contrário das grandes instituições financeiras de varejo, crescem durante as crises.
Outro destaque é a redução do número de cooperativas singulares e o aumento dos Pontos de Atendimento
Cooperativo (PACs). “Isso significa que estamos passando por
um processo de aglutinação de nossas cooperativas, o que
é natural e necessário para alcançarmos novos patamares”,
explicou o diretor.
Sicoob e Bancoob - Balanço Patrimonial Consolidado
ITENS
Operações de crédito (R$ Milhões)
2008
Var. %
11.174
9.378
19,15
Depósitos totais (R$ Milhões)
9.717
8.120
19,67
Depósitos à vista (R$ Milhões)
1.979
1.605
23,30
Depósitos a prazo (R$ Milhões)
7.738
6.515
18,78
Patrimônio líquido (R$ Milhões)
5.225
4.360
19,86
573
543
5,42
18.814
15.663
20,11
Resultado anual (R$ Milhões)
Ativos totais (R$ Milhões)
30
2009
Raio-X Sicoob
Apoio operacional
O trabalho conjunto, desempenhado pelo Sicoob
Confederação, Bancoob, centrais e singulares, contribuiu
para o desempenho positivo. “O Bancoob reformulou seu
planejamento estratégico, adequando-o ao do Sicoob, para
mostrar que estamos completamente aderentes à visão sistêmica”, afirmou o presidente do Bancoob, Marco Aurélio
Almada.
Essa mesma equação, já implementada pela Confederação
e pelo banco, está sendo seguida por outras entidades do
Sicoob, permitindo que o horizonte do segmento se alargue ainda mais.
Dado o cenário atual, as projeções para os próximos anos
são animadoras. As metas estabelecidas, naturalmente, têm
impulsionado o setor. “Além de agregar fatores de competitividade às cooperativas do nosso Sistema, temos o desafio
de desenvolver projetos, produtos e serviços financeiros,
com qualidade e baixo custo, para que o Sicoob conquiste
nova fatia do mercado”, disse Almada.
O Sistema de Cooperativas de Crédito
do Brasil (Sicoob) é o maior sistema de
cooperativas de crédito.
• 1 Confederação
• 14 cooperativas centrais
• 608 cooperativas singulares
• 1.186 Postos de Atendimento Cooperativo (PACs)
• 1.794 pontos de atendimento
• 1,7 milhão de associados
• R$ 9,4 bilhões em operações de crédito
• R$ 7,8 bilhões em depósitos
• R$ 4,6 bilhões em patrimônio de referência
• R$ 301 milhões de resultado anual
• R$ 15,9 bilhões de ativos totais
* Fonte: Sicoob Confederação - dez/2009
ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010
31
HISTÓRIA
Contra as injustiças
e as desigualdades
Arquivo
Desde sua criação, o homem experimentou
diversas formas de cooperação. O cooperativismo como doutrina e atividade sistêmica é
fruto das discussões de pensadores ingleses e
franceses do século XVIII e XIX. Os principais teóricos, o pensador Robert Owen (1771 – 1858)
e Charles Fourier (1772 – 1837), defendiam o
modelo de associação e cooperação para atenuar os problemas sociais da época.
Os Pioneiros de Rochdale, primeiros a fundar uma cooperativa
O que é uma cooperativa
de crédito?
É uma instituição financeira, na modalidade de sociedade de
pessoas, com forma e natureza jurídica própria, sem fins lucrativos e fiscalizada pelo Banco Central do Brasil. Uma cooperativa de crédito tem como finalidade gerir a poupança, propiciar
crédito e prestar serviços financeiros de modo mais simples e
vantajoso para seus associados.
32
No século XVIII, a Revolução Industrial gerou
graves problemas sociais para a classe operária em função do excesso de mão de obra
nas fábricas, com consequente exploração dos
operários, que eram submetidos a excessivas
horas de trabalho em condições precárias e
baixos salários. Para contrapor a esse modelo,
surgiu o cooperativismo, uma alternativa de
geração de trabalho e renda que valorizava as
pessoas, a divisão igualitária do trabalho e dos
resultados, e não visava ao lucro. A primeira
cooperativa – Sociedade dos Probos Pioneiros
de Rochdale – foi fundada por um grupo de 28
tecelões de Rochdale no dia 21 de dezembro
de 1844, em Manchester, Inglaterra.
Cooperativismo
de crédito
O cooperativismo de crédito surgiu na
Alemanha pelas ideias de Friedrich Wilhelm
Raiffeisen entre os anos de 1847 e 1848. No
livro História da Evolução Normativa no Brasil,
publicação do Banco Central do Brasil, o autor
Marcos Antônio Henriques Pinheiro afirma
que Raiffeisen criou a primeira associação de
apoio para a população rural que, embora
não fosse ainda uma cooperativa, serviria de
modelo para a futura atividade cooperativista.
Primeiras cooperativas
de crédito criadas no Brasil
COOPERATIVA DE CRÉDITO
CIDADE
DATA
Caixa Rural de Nova Petrópolis
Nova Petrópolis (RS)
28/12/1902
Caixa Rural de Goyanna
Goyanna (PE)
27/1/1903
Caixa Rural de Recife
Recife (PE)
5/11/1903
Caixa Rural de Nova Petrópolis
Município do Cany (RS)
16/3/1905
Caixa Rural de Bom Princípio
Bom Princípio (RS)
17/3/1905
Caixa Rural de Santa Cruz
Santa Cruz do Sul (RS)
18/3/1905
Caixa Rural de Panambi
Panambi (RS)
19/3/1905
Caixa Rural de Baixa Verde
João Câmera (RN)
9/4/1905
Caixa de Créd. Op. de Alecrim
Natal (RN)
11/4/1905
Caixa Rural de Nova Friburgo
Nova Friburgo (RJ)
12/7/1908
Fonte: Ministério da Agricultura; Anais do “I Congresso Brasileiro de Crédito Cooperativo”, Rio de Janeiro, 1923 e livros: O Cooperativismo de Crédito no Brasil do Século XX ao Século XXI, PINHO, Diva Benevides e PALHARES, V.M.A, Editora
Confebras, 2004; e Cooperativismo e Crédito Agrícola, LUZ filho, Fábio ª Ed., Distribuidora – Livraria Acadêmica.
As cooperativas de crédito urbano foram idealizadas, por volta
do ano de 1849, pelo magistrado Hermann Schulze, também
na Alemanha, na cidade de Delitzsch, com a instituição de
bancos populares entre os artesãos.
do modelo Raiffeisen; e, em 5 de novembro de 1903, era inaugurada uma cooperativa de crédito, do tipo Desjardins, em
Recife (PE). “Isso demonstra que o Brasil tem mais de um berço
do cooperativismo de crédito”, afirma Palhares.
A partir da experiência alemã de cooperativas de crédito, diversos formatos de cooperativas surgiram no mundo, porém,
os principais, além do Raiffeisen e Schulze, foram os modelos
de Luzzati, criado pelo italiano Luigi Luzzatti, por volta de 1863,
e tipo Desjardins, criado pelo jornalista Alphonse Desjardins,
em Quebec, no Canadá, a partir de 1900. Este último modelo
deu origem às primeiras cooperativas da América. “Os quatro modelos foram os pilares da expansão cooperativista de
crédito no mundo”, ressalta o presidente do Sicoob Central
Amazônia, Valdecir Palhares, um dos principais estudiosos do
cooperativismo de crédito.
Autora de diversos livros sobre o cooperativismo, a economista e membro do Alto Conselho Consultivo do Departamento
de Economia da Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP) Diva
Benevides afirma que as cooperativas de crédito foram pouco compreendidas no passado devido ao temor do Estado,
dos patrões e da sociedade em geral quanto à autonomia
e à organização da classe trabalhadora. Temor, segundo ela,
explicado pela mentalidade, na época, dos dirigentes de um
país que apenas há cerca de 100 anos aboliu o trabalho escravo. “A 1a Constituição Republicana de 1891 garantiu aos
trabalhadores o direito de associação em cooperativas e
sindicatos. Algumas cooperativas foram sendo timidamente
fundadas em vários estados brasileiros, mas sem estrutura
definida, até que em 1932 o decreto 22.239 dispôs sobre a
organização e o funcionamento das sociedades cooperativas”, explica.
O sistema no Brasil, segundo Palhares, provavelmente tenha
se iniciado “oficialmente” (de acordo com registros existentes) com a cooperativa de consumo: Sociedade Cooperativa
Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto, capital
da então província de Minas, fundada em 27 de outubro de
1889. Embora não fosse de crédito, ela possuía uma carteira
financeira para auxiliar os cooperados.
A história aponta que a primeira cooperativa de crédito surgiu
três anos depois, no dia 28 de dezembro de 1902, quando o
padre jesuíta Teodoro Amstad criou, em Nova Petrópolis (RS),
a Caixa de Economia e Empréstimos Amstad, que está em atividade até os dias de hoje. “Um mês depois, em 27 de janeiro
de 1903, surgia uma cooperativa de crédito em Goyanna (PE),
O crédito é um dos segmentos existentes no Brasil. Há atividades do cooperativismo em 13 diferentes ramos: agropecuário, consumo, crédito, educacional, especial, habitacional,
infraestrutura, mineral, produção, saúde, trabalho, transporte
e turismo e lazer. Independente do ramo de atuação, toda cooperativa é formada por associados ou cooperados que, ao
mesmo tempo, atuam como donos e usuários dos produtos e
serviços por ela oferecidos.
ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010
33
Administração
Novo
superintendente
O Sicoob demonstrou mais uma vez
alinhamento com o objetivo de aprendizagem e crescimento estabelecido
em seu Planejamento Estratégico.
Depois de reordenar a governança da
Confederação, mediante criação de
Diretoria-Executiva profissional subordinada à Diretoria Colegiada, acaba
de contratar para superintendente
de Desenvolvimento Organizacional
o ex-consultor do Departamento de
Organização do Sistema Financeiro
(Deorf ) do Banco Central do Brasil,
Abelardo Duarte de Melo Sobrinho.
Profundo conhecedor do cooperativismo de crédito e por ele bastante
conhecido, Abelardo chega com o
objetivo de consolidar a atuação sistêmica. Os pontos-chave de seu trabalho serão: 1. Racionalização de uso:
otimização dos processos de controle e monitoramento, fazendo com
que as cooperativas de crédito foquem a geração de novos negócios;
2. Aumento do portfólio financeiro:
trabalho conjunto com o Bancoob
para ampliação da carteira de produtos e serviços para as cooperativas
de crédito; 3. Visão interna: aprimoramento do ambiente produtivo e estímulo à comunicação interpessoal na
Confederação, ressaltado seu papel
de servir aos interesses das bases.
34
Perfil profissional
Abelardo trabalhou no Banco Central
do Brasil durante 32 anos e, nos últimos dez, atuou no Deorf, onde, segundo ele, teve oportunidade de praticar o princípio de “interesse público”,
que deve pautar principalmente as
ações dos órgãos governamentais.
Esse trabalho foi ainda mais facilitado
por se harmonizar com as diretrizes da
Diretoria de Normas e Organização do
Sistema Financeiro e com o perfil do
chefe do Deorf, Edson Feltrim.
Como consultor, seu principal desafio foi desenvolver padrões de análise
para pleitos de reformas estatutárias
e constituição de cooperativas com o
objetivo de adaptar o sistema às normas editadas a partir de 2003. Assim,
houve necessidade de promover discussões de medidas destinadas à melhor organização sistêmica do setor,
diante de exigências específicas para
cooperativas com quadro social e área
de ação mais amplas.
Não há dúvida que o fato de ter trabalhado no órgão de supervisão o
ajudará na melhor interlocução, entre este e o Sicoob, porém sempre no
estrito cumprimento das diretrizes e
normas oficiais.
Ex-consultor do Deorf
do Banco Central
do Brasil assume
Superintendência do
Sicoob Confederação
Raio-X
Nome
Abelardo Duarte de Melo Sobrinho.
Formação
Ciências Contábeis, pela Faculdade
Moraes Júnior no Rio de Janeiro.
Natural
São Luiz do Quitunde (AL), embora tenha
ido para o Rio de Janeiro aos 14 anos.
Filhos
Cassiana (27 anos), Daniel (25 anos),
Gabriel (4 anos) e Guilherme (10 meses).
Neta
Yasmim (10 meses).
Time de futebol
Fluminense, gerador de tantas emoções.
Hobby
Reunir amigos para conversar, em meio
a uma roda de cantoria e violão, que
aprendeu a dedilhar para seu lazer.
Momentos inesquecíveis
Cantar uma canção de sua autoria em
homenagem aos 15 anos de sua filha,
em 1998; o casamento com Renata
Duarte, em 2003; e a publicação do
livro “Microfinanças – O Papel do
Banco Central e a Importância do
Cooperativismo de Crédito”, em conjunto
com seu amigo Marden Soares.
Responsabilidade Social
Do Espírito Santo
para o mundo
Com patrocínio do Sicoob ES, atleta capixaba se torna a número um no triatlo
Com o patrocínio do Sicoob, Pâmella Oliveira é destaque no triatlo nacional
Divulgação
Ela nada, corre e pedala. Com muito treino e determinação, a
Internacional de Triatlo (ITU) e está na primeira posição da
triatleta capixaba Pâmella Oliveira é o atual destaque nacioConfederação Brasileira de Triatlo (CBTRI). O apoio do Sicoob
nal na modalidade e promessa nas Olimpíadas de Londres,
ES tem se mostrado fator fundamental na carreira da atleta,
em 2012. Patrocinada pelo Sicoob Espírito Santo que, desde
que atualmente treina em São Carlos (SP), com o técnico da
2002, aposta no potencial da atleta, Pâmella se
Seleção Brasileira, Antônio Carlos Amaral, o Cali.
destaca no esporte, colecionando títulos como
“A importância é a segurança. No início da na“A importância
tação, treinava sem saber ao certo se teria cono primeiro lugar no Mundialito Feminino de
é a segurança.
dições de participar das competições. Como o
Triatlo Rápido, realizado em fevereiro na cidade
Sicoob é um patrocínio certo, sei que só precide Niterói (RJ). Dona de quase 500 medalhas, a
Como o Sicoob
so treinar”, afirma Pâmella.
jovem de 22 anos aponta a segurança do paé um patrocínio
trocínio como fator fundamental para o sucescerto, sei que só
Para o presidente do Sicoob ES, Bento Venturim,
so de um esportista.
preciso treinar.”
os resultados obtidos pela atleta nas competições ao longo dessa trajetória têm contribuído
Depois de quase 14 anos dedicados à natação,
para potencializar a marca Sicoob no Estado,
esporte em que foi campeã brasileira por 26
no Brasil e também no exterior, onde Pâmella Oliveira já
vezes, Pâmella decidiu, em 2007, mudar de modalidade. A
obteve importantes vitórias. “O retorno capitalizado com a
escolha do triatlo deu início a uma intensa maratona de treiexposição da marca nos veículos de comunicação por meio
nos que inclui feriados e fins de semana.
desse patrocínio é muito positivo para a imagem da instituição. A garra da atleta é o retrato da determinação do Sicoob”,
O esforço vem rendendo ótimos resultados. Hoje, Pâmella
afirma Bento Venturim.
é a brasileira mais bem colocada no ranking da Federação
ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010
35
Produtos e Serviços
Informação rápida e
completa
O portal Sicoobcard conta agora
com mais uma novidade: o painel
sobre os cartões de crédito. A
funcionalidade permite que as
cooperativas acessem informações
sobre movimentação financeira,
receitas, entre outras.
O Bancoob desenvolveu mais uma funcionalidade no portal
Sicoobcard para que as cooperativas ampliem a atuação na
área de cartões. Lançado em 7 de maio, o novo painel permite
que as singulares acessem informações sobre a base, a movimentação financeira, as receitas e a despesa de mensalidade
dos cartões de crédito de janeiro a abril deste ano. Antes, a
página só tinha dados da função de débito.
Para facilitar o acompanhamento do desempenho de cada
singular que comercializa os produtos da família Sicoobcard,
os números estão separados por Postos de Atendimento
Cooperativo (PACs). Basta digitar www.sicoobcard.com.br/
portal e acessar com a senha repassada pela cooperativa
central.
“A visão por PAC é uma inovação e foi inserida no portal para
facilitar o trabalho da cooperativa. Dessa forma, ela tem condições de gerenciar, de forma simples, ágil e segura, as informações, que, até então, eram repassadas por meio de relatórios”, diz o superintendente de Cartões do Bancoob, Marcos
Chaves.
A ferramenta também possibilita a análise detalhada da origem dos ganhos financeiros, promovendo, inclusive, a reformulação do planejamento e a melhor distribuição dos resultados. No caso das centrais, o acesso admite a visualização das
somas dos dados de suas singulares.
36
Crédito na fatura
As cooperativas têm outra vantagem competitiva para oferecer aos portadores dos cartões da família Sicoobcard
(Standard, Gold e Empresarial). Trata-se do crédito na fatura,
também chamado de cash back.
“Os cooperados poderão efetuar a troca de pontos do programa Sicoobcard Prêmios por créditos de volta na fatura no valor de R$ 50, R$ 100, R$ 150 ou R$ 200. Após o resgate, a conversão de pontos para o crédito na fatura é feita em até três
dias úteis”, afirma o gerente comercial de Cartões do Bancoob,
Élio Custódio.
A quantidade de pontos necessária para realizar o cash back
varia de acordo com o tipo de cartão e a cotação do dólar.
Todas as consultas e os resgates do Sicoobcard Prêmios são
feitos diretamente no site www.sicoobcard.com.br, inclusive
o crédito na fatura.
Para se cadastrar na página, o titular do cartão deverá informar seus dados. Depois de escolher o login (nome e senha),
entrar no site e clicar no banner do programa. Lá, haverá o
catálogo de prêmios e a opção crédito na fatura.
Copa do Mundo
Copa da África do Sul faz vibrar
torcedores em todo o mundo,
capazes de praticar loucuras
pelo futebol
1930 – Uruguai
Uruguai
1934 – Itália
Itália
1938 – França
Itália
1950 – Brasil
Uruguai
De quatro em quatro anos, corações de todo o mundo
batem juntos por uma única paixão: o futebol. A 19ª Copa
do Mundo da Federação Internacional de Associações
de Futebol (Fifa) trouxe fortes emoções. Torcedores deixaram os seus países para conferir o campeonato que
entrou para a história como o primeiro a ser sediado
em continente africano. Entre eles, esteve João Lima
Neto, diretor operacional do Coopsebrae da Paraíba
(PB) e membro titular do Conselho de Administração
do Sicoob Central Nordeste. Amante do futebol, João
vem marcando presença nos mundiais desde 1990.
1954 – Suíça
Alemanha
1958 – Suécia
Brasil
1962 – Chile
Brasil
1966 – Inglaterra
Inglaterra
1970 – México
Brasil
1974 – Alemanha
Alemanha
Em companhia de dois cunhados e um sobrinho,
João Lima assistiu aos jogos da primeira fase do mundial de futebol diteto da África. Ele carrega o sentimento de vitória em todas as viagens, embora nem
sempre a competição tenha o resultado esperado.
“Até hoje sonho com o gol que o Miller (jogador da
seleção) perdeu contra a Argentina aos 42 minutos do segundo tempo na Copa de 90”, recorda João.
1978 – Argentina
Argentina
1982 – Espanha
Itália
1986 – México
Argentina
1990 – Itália
Alemanha
1994 – Estados Unidos
Brasil
A viagem para ver a Copa do Mundo foi uma oportunidade para o diretor operacional conhecer o país africano, onde encontrou uma realidade parecida com
a brasileira. “Conheci um povo alegre, mas com problema nas grandes cidades, bem parecido conosco.”
1998 – França
França
2002 – Coreia do Sul/Japão Brasil
2006 – Alemanha
Itália
Ranking até 31/12/2009
Paixão sem
tamanho
ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010
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Qualidade de Vida
Em um ato de apoio e solidariedade à Valerie, amigos e família Girotto raspam a cabeça
Arquivo Pessoal
Exemplo de
superação
Pensamento positivo e união da família ajudam na cura do câncer
Há um ano, uma pequena mancha em um dos seios da dona
de casa Valerie Vieira Girotto desencadeou uma verdadeira
corrida pela vida. A confirmação do câncer de mama mobilizou toda a família que, ao contrário de se desestruturar,
uniu forças para enfrentar esse desafio. Considerada como a
doença que mais causa mortes entre as mulheres no Brasil,
de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama, assim como outros tipos da enfermidade, tem
maior chance de cura se diagnosticado em seu estágio inicial.
Sempre atenta aos exames, Valerie procurou o médico imediatamente, mesmo acreditando que a mancha se tratava de
uma simples alergia. “Fui a mais de um médico até descobrir
que era um câncer inflamatório. Tinha que começar o tratamento bem rápido.”
38
Foram oito sessões de quimioterapia e 32 de radioterapia,
além de uma cirurgia. Mesmo com o corpo debilitado, Valerie
não perdeu as forças e, com o apoio da família, superou a
doença. Uma das provas de amor veio do marido, dos dois
filhos e de um amigo que, diante de sua queda de cabelos,
resolveram, eles também, raspar as cabeças. “Decidi cortar os
cabelos e, antes que a cabeleireira chegasse a nossa casa, eles
já tinham raspado a cabeça. Foi um gesto muito bonito”, diz.
Jadir Girotto, marido de Valerie e presidente do Sicoob Central
MT/MS, conta que em nenhum momento a família desistiu de
lutar. “Esses assuntos normalmente causam um mal-estar nas
famílias. Na nossa, foi motivo para fortalecimento e união. Nós
sempre mantivemos o bom humor e a alegria.”
Uma doença
que cresce Ação solidária
Pelo 4° ano consecutivo, o Sicoob Cocred, a Copercana e a Canaoeste
promoveram um evento em prol da Fundação Pio XII (Hospital do
Câncer de Barretos), em Barretos, São Paulo (SP). O show da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano foi realizado no dia 1º de abril no Clube
de Campo Vale do Sol, em Sertãozinho (SP), e atraiu um público de mais
de mil pessoas. Toda a arrecadação foi revertida para a instituição.
O câncer de mama é o segundo tipo
mais frequente da doença no mundo. O
Ministério da Saúde estima que, em 2010,
o número de casos chegará a 49.240. Evitar
a obesidade e o consumo de álcool é uma
das formas de se prevenir a doença, além
de fazer exames periódicos como a análise clínica das mamas e a mamografia. O
Sistema Único de Saúde (SUS) oferece os
exames de prevenção a todas as mulheres.
Referência no país, a Fundação Pio XII realiza todos os tratamentos por
meio do Sistema Único de Saúde (SUS). São feitos diariamente o total
de 2.800 atendimentos a pessoas vindas de todo o Brasil. A instituição
possui um déficit mensal de R$3,4 milhões, por isso, iniciativas solidárias
são de extrema importância para que ela mantenha suas portas abertas.
Dados no Ministério da Saúde mostram
que 80% dos casos de câncer são desencadeados por fatores externos. O tabagismo, por exemplo, é responsável, entre outros, pelo câncer de pulmão, que é o tipo
mais frequente no mundo. Estimativas do
MS salientam que, em 2010, o câncer de
pulmão poderá atingir 17.800 homens
e 9.830 mulheres no Brasil. A exposição
ao sol, outro fator externo, desencadeia
o câncer de pele, apontado como o tipo
mais incidente no país. Neste ano, poderá
chegar a 53.410 casos entre os homens e
60.440 entre as mulheres.
Manter hábitos alimentares saudáveis, evitar o cigarro e a bebida alcoólica, praticar
exercícios físicos e se proteger contra o sol
são algumas formas de prevenção. É importante também se manter em dia com
os exames preventivos, como a investigação do câncer da próstata, entre os homens, e o exame ginecológico preventivo,
mamografia e análise clínica das mamas
entre as mulheres.
Fonte: Instituto Nacional do Câncer (Inca) / Ministério da Saúde
Sicoob Cocred
Câncer é o nome dado a um conjunto de
mais de cem doenças que se caracterizam pelo crescimento desordenado das
células. As causas podem ser externas ou
internas ao organismo. As externas estão
relacionadas ao ambiente e aos hábitos
de cada um. As internas podem ser predeterminações genéticas e a capacidade do
organismo de se defender das agressões
externas.
Receita de
Solidariedade
O Sicoob Vale do Aço patrocinou dois mil
exemplares do livro de receitas culinárias
“Toque de Sabor”, publicação da entidade filantrópica Se Toque, sediada em Ipatinga (MG). A renda
obtida com a venda do livro é revertida ao apoio às pessoas que lutam contra o câncer. A entidade Se Toque atua no apoio aos portadores da doença
e de seus familiares, oferecendo-os abrigo durante o tratamento. Segundo
o presidente do Sicoob Vale do Aço, Luiz Gonzaga Viana Lage, o apoio para
este projeto foi proposto durante assembleia da cooperativa, que decidiu
que parte das sobras deveria ser usada para bancar os custos de publicação
do livro.
ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010
39
Comemoração
Uma capital construída
pela cooperação
sxc.hu
Brasília comemora 50 anos e revive sua história
A história prova que a trajetória humana obtém grandes saltos de evolução pela ousadia de alguns, pela genialidade de
outros, mas, principalmente, pela colaboração de muitos. Os
grandes projetos só se tornam grandes realizações a partir
dessa postura construtiva de coletividade. E foi com esse espírito de cooperação que foi erguida a majestosa e bela capital
do Brasil, Brasília. Eleita pela Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 1987,
Patrimônio da Humanidade, Brasília, hoje com 50 anos, é motivo de orgulho de todos os brasileiros.
A própria história de Brasília remete à cooperação, antes mesmo de sua construção. O sonho da transferência da capital
para a região central do país – surgido a partir de argumentos
como o da interiorização do país, defesa estratégica, coesão
territorial e fortalecimento de uma cultura autenticamente nacional – esteve presente na maioria das Constituições
Federais, desde 1891. Derradeira ante a construção da nova capital brasileira, a Constituição de 1946 determinava: “A Capital
da União será transferida para o Planalto Central do país”. E
foi a partir dessa determinação que um cooperado do Sicoob
mudou a história do Brasil ao questionar aquele que viria a
ser o próximo Presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek, o JK.
40
Em 4 de abril de 1955, Jataí, cidade do interior de Goiás, recebia o presidenciável Juscelino Kubitschek, que escolhera a
cidade para lançar sua campanha rumo à Presidência do país.
Em um dia chuvoso, sobre um palanque improvisado em um
caminhão, JK fez seu discurso, abrindo espaço para perguntas
do povo. Foi então que Antônio Soares Neto, o Toniquinho JK,
como é mais conhecido, entrou para a história do país ao fazer
a pergunta que mudaria o destino da nação.
Procurado pela Revista Sicoob, Toniquinho JK mostrou-se receptivo e orgulhoso ao ser indagado sobre os fatos que o levaram a entrar para a história do Brasil. Admirador incondicional do ex-Presidente JK, ele foi detalhista ao contar, de forma
emocionada e emocionante, a trajetória que levou Juscelino
até o famoso palanque improvisado no interior de Goiás.
Toniquinho, que se tornou amigo de JK após o acontecimento em Jataí, não negou sua grandiosa admiração pelo amigo,
chegando a afirmar que “Juscelino não era um mortal igual a
nós, ele tinha alguma coisa diferente. Ele parecia dotado de
uma predestinação política. Eu acreditava muito nele”.
Dono de uma memória invejável e de extrema gentileza
no trato com as pessoas, o Toniquinho relembrou diversos
Croquis de Oscar Niemeyer
Cooperativista nato, Toniquinho JK entrou para a história do
Brasil ao colaborar para a construção de Brasília. Questionado
sobre sua opinião quanto ao cooperativismo e tendo em vista
o fato de ele ser também cooperado, Toniquinho foi categórico ao afirmar sua admiração pelo cooperativismo. “Esse sistema, em termos de economia, de um povo, de um país, é
uma coisa boa demais! As cooperativas de crédito vêm trazer
muita força para as regiões onde estão localizadas. Vejo que
aqui o acesso ao crédito é muito democrático”, disse.
Toniquinho JK se tornou símbolo da construção de Brasília,
sendo que a história da capital, que ele faz questão de contar
com muito entusiasmo, confunde-se com a sua própria história de vida. Com 29 anos à época da importande pergunta,
Toniquinho JK foi um grande exemplo de como a cooperação
pode mudar os rumos da história de uma pessoa e, por que
não, de um país.
Brunna Duarte
acontecimentos, nomes, datas, números da época, reportando-nos à histórica pergunta e sua corajosa resposta. “Com o
coração saindo pela boca, levantei o dedo e perguntei para
ele (JK): já que Vossa Excelência falou tanto em cumprir a
Constituição, nós queremos saber, se eleito for, o senhor vai
transferir a capital da República, conforme está previsto na
Constituição?”. De acordo com Toniquinho, o então candidato à Presidência do país assustou-se com o questionamento,
mas respondeu que a pergunta, apesar de difícil e embaraçosa, era muito oportuna e feliz. “JK disse que, a partir daquele
momento, ele faria daquela pergunta o objetivo principal de
sua campanha e de sua administração, se fosse eleito. Aí o
povo o aplaudiu muito. Parecia uma festa!”, relatou.
Toniquinho JK , cooperado do Sicoob, é um dos personagens da construção
da capital do Brasil
Morador da cidade de Goiânia (GO), Toniquinho é cooperado
da Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores
da Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás (Sicoob Crediffis),
localizada na capital goiana, desde sua fundação em 1999.
Por Brunna Duarte
Líder cooperativista em Brasília
Brasília foi erguida por meio de muita cooperação. Um
cooperativista nato, como é o caso de Toniquinho, ajudou
a construí-la. Outros tantos lutaram para que o sistema
cooperativo pudesse expandir-se e levar à capital do país
um desenvolvimento sustentável e com justiça social.
O cooperativismo de crédito cresceu em Brasília nos últimos 27 anos. Muitos líderes vêm contribuindo para esse
desenvolvimento. José Alves de Sena é um deles e possui experiência associativista desde os 17 anos de idade,
quando presidiu o Grêmio Escolar no ginásio da cidade
de Pereiro, no Ceará. Como milhares de pessoas, ele se
mudou em busca de um novo futuro e chegou à capital
brasileira em 1969.
Ainda no associativismo, ele liderou a criação da União
Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle
(Unacon), entidade que pressionou o Governo Federal
para a criação da Controladoria Geral da União. No cooperativismo de crédito, Sena foi um dos fundadores
da Credifaz, cooperativa dos servidores do Ministério
da Fazenda e órgãos da estrutura da Presidência da
República, que preside desde 2004; e, em 2007, assumiu a
Presidência do Sicoob Central DF, sendo reeleito em 2010.
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41
Trabalho
Foco no ser humano
Cooperativas de São Paulo ocupam ranking de melhores empresas
para trabalhar e estagiar
Equipe do Credicoonai recebe prêmio de melhor empresa para estagiar
As políticas de Recursos Humanos (RH) de duas cooperativas do
Estado de São Paulo ganharam destaque nacional. Indicadas em
listas que elegem os melhores locais para trabalhar e estagiar, o
Sicoob Credicitrus (Bebedouro) e Credicoonai (Ribeirão Preto) focalizam suas práticas de RH na valorização de seus colaboradores e
no incentivo ao crescimento de cada um.
Organizado anualmente, o Guia Você S/A Exame traz as 150 melhores empresas para trabalhar no país. Após entrevistas com gestores, diretores e colaboradores, são levantadas informações acerca
das políticas da empresa e sobre a percepção que os empregados
têm do local onde trabalham. O Sicoob Credicitrus foi uma das
classificadas na lista de 2009.
Os números da pesquisa revelaram que a entidade está alinhada
aos anseios de seus funcionários: 93% deles se identificam com a
cooperativa, 86,5% estão satisfeitos e motivados, 74,1% acreditam
ter desenvolvimento e 80,1% aprovam seus líderes.
Para André Marangoni, há 12 anos na cooperativa, uma das vantagens de trabalhar no Sicoob Credicitrus é a oportunidade de
crescimento profissional. Hoje, ele é o contador responsável pelos
balanços da cooperativa, cargo a que foi promovido após finalizar os seus estudos. “Participei de cursos internos e concluí, com o
apoio da cooperativa, um MBA. Aqui meu potencial é aproveitado”,
afirma.
Para o diretor-presidente do Sicoob Credicitrus, Raul Huss de
Almeida, a premiação é um reconhecimento à filosofia adotada
pela cooperativa. “Em qualquer organização, o fator que faz diferença é o humano. Para que se alcancem os melhores resultados, é
fundamental a criação e a manutenção de um ambiente de trabalho confortável e amigável”, diz.
42
Arquivo Sicoob Credicoonai
Um bom começo profissional
Realizado anualmente pelo Centro de Integração
Empresa-Escola (CIEE) em parceria com o Ibope
Solution e a Associação Brasileira de Recursos
Humanos – Seccional São Paulo (ABRH-SP) –, o levantamento das melhores empresas para estagiar
em São Paulo classificou a Credicitrus em 5º lugar e
a Credicoonai em 9º. A pesquisa foi aplicada a 2,5 mil
estagiários.
A estudante de Administração de Empresas Mariana
Barbon Pinto de Almeida é uma das estagiárias da
Credicitrus. Segundo ela, a maioria dos estudantes
de seu curso ambiciona uma vaga na cooperativa.
“Sempre ouvimos que na Credicitrus é possível desenvolver o que se aprende na teoria. Tenho comprovado
que a visão é verdadeira”, avalia.
Dos 140 colaboradores da Credicoonai, 23 são estagiários. Para a aluna de Ciências Contábeis Bianca Faria
de Oliveira, estagiária na cooperativa, a experiência
será determinante em sua formação. “No estágio, nós
adquirimos mais conhecimento, pois aprendemos na
prática o que é ensinado na faculdade.”
Segundo o presidente da Credicoonai, Henrique
Castilhano Vilares, a cooperativa oferece chances de
contratação a todos os estagiários. “Aproximadamente
50% do nosso quadro de funcionários é composto
por ex-estagiários”, conta.
Destaque
Sicoob Confederação
Diretores do Bacen visitam
Sicoob Confederação e
Bancoob
Presenças ilustres marcam encontro entre líderes cooperativistas
Dois dos mais influentes executivos do Banco Central do Brasil,
o diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro,
Alexandre Antônio Tombini, e o diretor de Liquidações e
Controle de Operações do Crédito Rural, Antônio Gustavo
Matos do Vale, elogiaram a estrutura do Sicoob e o seu papel para o crescimento do cooperativismo de crédito no país.
Eles visitaram o Sicoob Confederação e o Bancoob, em Brasília
(DF), no dia 6 de maio.
Na ocasião, Gustavo Matos reconheceu que, quando começou a
trabalhar, as instituições cooperativas não eram o foco do Banco
Central. Contudo, aos poucos, percebeu-se a relevância delas
para o Sistema Financeiro Nacional. “Nos últimos anos, o cooperativismo de crédito tem sido o motor para o desenvolvimento
econômico e social de diversas regiões do país”, ressaltou.
Na avaliação de Tombini, as cooperativas são responsáveis
pelo acesso à poupança e pela democratização do crédito
aos pequenos agricultores e empreendedores do interior do
Brasil. “Tenho defendido a ampliação da atuação do cooperativismo de crédito e a livre admissão é um dos caminhos para
isso”, observou.
Também estiveram presentes: o chefe do Departamento
de Organização do Sistema Financeiro (Deorf ), Luiz Edson
Feltrim; o chefe do Departamento de Normas do Sistema
Financeiro (Denor), Sérgio Odilon dos Anjos; o consultor do
Denor, Júlio César Paranatinga Carneiro; o chefe-adjunto
do Deorf, Adalberto Gomes da Rocha; o chefe da Gerência
Executiva de Regulação e Controle das Operações Rurais e do
Proagro (Gerop), Deoclécio Pereira de Souza e o consultor do
Deorf do Banco Central, Abelardo Duarte de Melo Sobrinho
que, no dia seguinte, deixou o cargo para ingressar como executivo no Sicoob Confederação.
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ABR / ABR
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43
Giro
Alinhamento do
Planejamento
Estratégico do
Sicoob Central Bahia
Divulgação
Sicoob chega ao
Rio Grande do Sul
O Sicoob está presente em mais um estado do Brasil. Por meio da
Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Empresários do
Vale do Paranhana (Sicoob Ecocredi), o Sicoob inicia sua atuação no
Rio Grande do Sul. Inaugurada em 12 de abril, a Ecocredi beneficia
empresas e pessoas físicas de 20 cidades do Vale do Paranhana,
região onde se concentra grande número de empresas do ramo
calçadista. Sediada no município de Três Coroas, a Ecocredi está
associada ao Sicoob Central Santa Catarina.
Por meio do alinhamento do plano estratégico
com o planejamento sistêmico, o Sicoob Central
Bahia vislumbra oportunidades de ampliar a sua
participação para 2% no mercado baiano. O evento de alinhamento, realizado no primeiro trimestre
de 2010, contou com a participação dos representantes das cooperativas associadas que validaram
a visão, a missão e os valores sistêmicos.
Para o próximo triênio, a palavra de ordem é crescimento. O planejamento definiu metas para o
aumento de depósitos, operações de crédito e
patrimônio líquido. Além disso, foi projetada a ampliação dos serviços oferecidos aos cooperados e
suas comunidades, dentre eles o correspondente
cooperativo. O Sicoob BA priorizou ações de expansão no mercado, a exemplo da abertura de
postos de atendimento cooperativo, além das
ações de negócios e marketing.
Sicoob São Miguel
lança revista educativa
O Sicoob São Miguel (SC) lançou a revista “Sicoobito”, um projeto educativo para crianças de seis a 12 anos. Foram
impressas 12 mil revistas, distribuídas em 14 municípios. Têm sido realizadas reuniões com as secretarias de
Educação e diretores das escolas dos municípios para apresentar o projeto e debater as estratégias de uso do material. Também são promovidas palestras com os educadores dos municípios, ministradas pelo presidente do Sicoob
São Miguel, Edemar Fronchetti, seguidas da distribuição da revista às escolas.
A publicação apresenta duas histórias com o Sicoobito – mascote criado em concurso interno entre os funcionários
da cooperativa – vivenciando a educação ambiental e financeira. A revista tem páginas para colorir e vários jogos
de recreação. “O Sicoob é uma instituição presente nas comunidades onde atua, sempre em busca de relações
duradouras”, afirma Edemar.
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Sicoob Norte
discute modelo de
governança
A Central Norte realizou, no dia 17 de maio, rodada de
discussão sobre o modelo de governança cooperativa
a ser adotado no sistema Sicoob Norte, atendendo
à Lei Complementar 130. O público de mais de 60
pessoas, entre diretores e conselheiros das singulares do
Sistema, assistiu à palestra do gerente jurídico do Sicoob
Confederação, Ricardo Senra. O evento foi realizado no
auditório da Central Norte, em Porto Velho (RO).
Sicoob Central DF
comemora 15 anos de
desenvolvimento
No dia 6 de março, o Sicoob Central DF comemorou aniversário de 15 anos. Uma década e meia de muito trabalho e dedicação ao desenvolvimento do cooperativismo
de crédito na região central do país. Fundada em 1996,
a Central – já instalada em sua nova sede – conta atualmente com 19 cooperativas filiadas, que juntas somam
aproximadamente 130 mil associados.
Central
promove 1a
Eco Pesca
Sicoob
Depois do V Encontro de
Conselheiros e Gerentes, realizado
pelo Sicoob Central MT/MS, no dia
31 de março, em Cuiabá (MT), os
participantes tiveram momentos
Divulgação
de lazer e descontração. Eles
ª
participaram da 1 Eco Pesca
Sicoob, no Pantanal mato-grossense. O passeio aconteceu entre os dias 31 de março e 4 de abril e partiu da cidade de Cáceres
(MT), pelo Rio Paraguai. Os participantes tiveram ainda a oportunidade de conhecer várias espécies de animais, como patos
selvagens, tuiuiús, gaviões, capivaras, ariranhas, jacarés e colhereiros.
Sicoob Nordeste inaugura novas agências
O Sicoob Central NE inaugurou mais duas novas agências na região. A primeira é o Sicoob CGCred, cooperativa de
economia e crédito mútuo voltada aos empresários da cidade de Campina Grande (PB). Com capital integralizado de
mais de R$ 1 milhão, a nova filiada já nasce com prédio próprio. Agora, Campina Grande, reconhecida como grande polo
tecnológico e celeiro de inúmeros empreendedores, contará com uma singular que disponibilizará todas as vantagens do
maior sistema cooperativo de crédito do país.
A segunda é o Sicoob Cooprev, Cooperativa dos Servidores do INSS também da Paraíba. A singular, que já existe há 13
anos, conta com novas instalações, mais seguras e confortáveis. Distribuída em 240 m2, a nova agência foi projetada para
atender ao número cada vez maior de cooperados e ao aumento do quadro de colaboradores.
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Sicoob entra para história
da automação bancária
do Brasil
Entre os dias 9 e 11 de junho, foi realizado, em São Paulo (SP), o
CIAB 2010 (Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação
das Instituições Financeiras), organizado pela Federação Brasileira
dos Bancos (Febraban). Considerado o maior evento de automação
bancária da América Latina, o congresso contou com a participação
das maiores empresas de Tecnologia da Informação (TI) do mundo,
que atuam nesse segmento.
Rafael Rezende/Assunto Digital
GIRO
Ricardo Antonio, entre os executivos Fábio Barbosa, presidente do Grupo Santander e da Febraban e Alexandre de Barros,
diretor-executivo do Itaú-Unibanco e presidente do CIAB,
recebe homenagem
Na ocasião, o CIAB completou 20 anos e os ex-presidentes do CNAB e do CIAB Febraban foram homenageados como
personalidades que contribuíram para que todo o desenvolvimento da automação bancária acontecesse. O sistema de
crédito cooperativo do país esteve representado pelo diretor de TI do Sicoob Confederação, Ricardo Antonio de Souza
Batista, que foi homenageado, durante o evento, com uma placa com os seguintes dizeres: “A Febraban agradece a sua
valiosa contribuição para o desenvolvimento da tecnologia bancária no Brasil”. O executivo do Sicoob Confederação é,
ainda, um dos personagens da história da TI nas instituições financeiras. Sua participação está registrada no livro “Tecnologia
Bancária no Brasil – uma história de conquistas, uma visão de futuro”, lançado durante o CIAB 2010.
Sicoob tem a maior cooperativa da América Latina
O Sicoob Credicitrus continua sendo a maior cooperativa de crédito da América Latina. Em 2009, a cooperativa fechou o ano
com cerca de 38 mil cooperados, 42 unidades, sendo 37 em São Paulo e três em Minas Gerais, além da matriz e um posto de
atendimento na loja de insumos da Coopercitrus, ambos sediados em Bebedouro (SP).
O Sicoob Credicitrus registrou uma expansão de 30,8% dos seus ativos totais, ultrapassando a marca de 1,8 bilhão em 2009. As
sobras totalizaram R$ 64 milhões, cerca de 12,5% superiores às de 2008. Desse valor, em torno de R$ 12 milhões, correspondendo
aos juros sobre o capital, foram antecipadamente incorporados ao capital dos cooperados no mês de dezembro.
Orquídeas, poesias
e cooperativismo de
crédito
Divulgação
O Sicoob Goiás Coapil esteve presente em dois importantes
eventos da cidade de Piracanjuba (GO). A cooperativa apoiou
a 39ª Exposição Nacional de Orquídeas, realizada entre os
dias 14 e 16 de maio, no Salão Paroquial da cidade, e o V
Concurso de Recitadores de Poesias da Escola Municipal de
Presidente da cooperativa, Astrogildo Peixoto, em discurso na
Educação Básica Serra Negra. Os vencedores do concurso,
abertura do evento
que aconteceu em 7 de maio, foram: Lucas Rodrigues da
Silva Neto (aluno do 2º ano); Luan Cardoso Resende (aluno do 1º ano); e Nayara Pabline Gonçalves Rodrigues (aluna
do 4º ano). Os três primeiros colocados receberam Poupanças Cooperadas e kits escolares como prêmios.
46
ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010
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Se depender da união e do desenvolvimento das
cooperativas do Sicoob, os números do Bancoob
vão continuar crescendo.
Para o Bancoob, os números são importantes
porque eles mostram o resultado da parceria
e da intercooperação. São frutos da união,
da confiança e do compromisso de levar
produtos e serviços de qualidade para mais
de 1,7 milhão de associados das cooperativas
do Sicoob em todo o Brasil.
BancooB
2007
2008
2009
ativos totais em R$ bilhões (saldo médio)
4,98
5,34
6,93
Depósitos em R$ bilhões (saldo médio) (a)
3,666
3,914
5,107
carteira de crédito em R$ bilhões (saldo médio) (b)
1,391
1,678
2,402
Patrimônio Líquido em R$ milhões (saldo normal)(c)
107,03
160,92
179,48
(a) Depósitos=Depósitos+Compromissadas (b) A carteira de crédito representa os valores líquidos da provisão para devedores duvidosos (c) O valor do patrimônio líquido não contempla as destinações de dividendos do semestre
Um crescimento considerável em apenas 13 anos de vida.
O Bancoob agradece a todos que ajudaram a construir estes números.

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