O que é uma cooperativa de crédito?
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O que é uma cooperativa de crédito?
ANO 1 - N0 2 - ABR/MAI/JUN 2010 UMA REVISTA DO SISTEMA DE COOPERATIVAS DE CRÉDITO DO BRASIL Milhões de reais em tecnologia Sicoob adquire novos equipamentos e amplia a infraestrutura do sistema de informação das cooperativas de crédito Entrevista Cenário Delfim Netto fala sobre o crescimento econômico e o cooperativismo de crédito Fusões e incorporações são a grande tendência do mercado financeiro ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010 3 Entrevista Coordenação Geral Confederação Nacional das Cooperativas do Sicoob Ltda. – SICOOB CONFEDERAÇÃO SIG Quadra 06 – Lote 2080 – 71610-460 – BRASÍLIA - DF Diretoria-Executiva José Salvino de Menezes – Diretor-presidente Manoel Messias da Silva – Diretor-vice-presidente Diretoria Colegiada Bento Venturim - Sicoob Central ES Edson Quevedo Soares - Sicoob Central Norte Heli de Oliveira Penido - Sicoob Central Crediminas Henrique Castilhano Vilares - Sicoob Central Cocecrer Ivo Azevedo de Brito - Sicoob Central BA Jadir Girotto - Sicoob Central MT/MS Jefferson Nogaroli - Sicoob Central PR João Feitoza Neto - Sicoob Central NE Professor de Economia, Delfim Netto destaca os benefícios do cooperativismo de crédito 08 José Alves de Sena - Sicoob Central DF José Salvino de Menezes - Sicoob Goiás Central Luiz Gonzaga Viana Lage - Sicoob Central Cecremge Manoel Messias da Silva - Sicoob Central Cecresp Rui Schneider da Silva - Sicoob Central SC Valdecir Manoel Affonso Palhares - Sicoob Central Amazônia Comitê Editorial Abelardo Duarte de Melo Sobrinho - Superintendente de Desenvolvimento Organizacional do Sicoob Confederação Alexandre Flores de Almeida - Diretor de Desenvolvimento Organizacional do Sicoob Confederação Débora Marcia Bruno - Analista de Desenvolvimento do Sicoob Confederação Jadir Girotto - Sicoob Central MT/MS João Feitoza Neto - Sicoob Central NE José Alves de Sena - Sicoob Central DF Luiz Paulo Lima e Silva - Conselheiro de Administração do Bancoob 07 Normativos Marco Aurélio Borges de Almada Abreu - Diretor-presidente do Bancoob Ricardo Antônio de Souza Batista - Diretor de Tecnologia da Informação do Sicoob Confederação Ricardo Belízio de Faria Senra - Gerente Jurídico do Sicoob Confederação Valdecir Manoel Affonso Palhares - Sicoob Central Amazônia Correspondentes 12 Ponto de Vista Luiz Gonzaga Lage explica a razão de ser cooperativista 13 Gestão Pessoal 14 Pense Sicoob 16 Perfil Ana Carolina Oliveira Mendes - Sicoob Central BA Andrea Hollerbach Athayde - Sicoob Central Crediminas Celso Vincenzi - Sicoob Central SC Cristiane Lopes Orso - Sicoob Central MT/MS Emerson Gomes Dantas - Sicoob Central NE Flaviana Gouvêa - Sicoob Central Cecresp Karla Brandão Lage - Sicoob Central Cecremge Luiz Augusto Araújo - Sicoob Goiás Central Marcelo Vieira da Silva - Sicoob Central ES Maria Filomena Planas - Sicoob Central PR Noel Lopes Bezerra Júnior - Sicoob Central DF Rízio Andrade - Sicoob Central Norte Valdecir Manoel Affonso Palhares - Sicoob Central Amazônia Valdir Fernandes da Rocha - Sicoob Central Cocecrer Coordenação de Produção Débora Márcia Bruno - Analista de Desenvolvimento do Sicoob Confederação Coordenação Editorial Andréa Hollerbach Athayde - Sicoob Central Crediminas Luiz Augusto Araujo - Sicoob Goiás Central e Sicoob Central DF Produção Editorial Press Comunicação Empresarial Jornalistas Responsáveis Projeto Gráfico e Editoração Press Comunicação Empresarial Designers Fernando Freitas Luis Américo Revisão Fátima Campos Impressão Rona Editora Tiragem 30 mil exemplares 4 Saber administrar o tempo garante mais produtividade Evento reúne líderes das cooperativas do Sicoob Heli de Oliveira Penido busca novos projetos e desafios 17 Educação Minicidade Cooperativista alia ensino com empreendedorismo 22 Parceria Estratégica Luiz Augusto Araujo Licia Linhares Banco Central desenvolve projeto de “estratificação” para cooperativas de crédito Sicoob e Sebrae ampliam e incentivam o desenvolvimento das micro e pequenas empresas 18 Cenário Fusões e incorporações entre as cooperativas garantem crescimento no mercado financeiro Eleições Cooperativas elegem novos presidentes 24 20 23 Jurídico Caso Viacredi é um marco para o cooperativismo de crédito 28 Bancoob Entidades se unem para aprimorar ferramentas de análise e de concessão de crédito 30 Balanço 32 34 Resultados positivos e estabilidade econômica demonstram que o Sicoob está no caminho certo História Em busca da igualdade econômica, o sistema cooperativista já comemora três séculos Administração Abelardo Duarte assume Superintendência do Sicoob Confederação 35 Responsabilidade Social Sicoob Espírito Santo patrocina atleta número 1 do país 36 Produtos e Serviços Portal Sicoobcard inova e traz mais facilidades para o cooperado 37 CAPA R$ 300 milhões em tecnologia Compra de novos equipamentos de tecnologia da informação é um dos investimentos do Sicoob até 2011 Copa do Mundo Mundial teve a torcida de um cooperado em especial 38 Qualidade de Vida Realizar exames preventivos diminui incidências de câncer 40 Comemoração Brasília comemora 50 anos. Sua fundação teve a participação de um cooperado do Sistema 42 Trabalho 43 Destaque 44 Giro Cooperativas se destacam como as melhores empresas para trabalhar e estagiar Sicoob Confederação e Bancoob recebem visita ilustre Saiba o que acontece nas cooperativas centrais e singulares em todo o país FALE CONOSCO Envie sua opinião sobre as matérias da Revista. Sua carta será publicada* e respondida na próxima edição. As cartas podem ser enviadas para: SIG Quadra 06 - Lote 2080 - CEP 70610-460 - Brasília - DF [email protected] *Em função do espaço reservado à coluna, a Revista Sicoob se reserva o direito de editar as cartas. ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010 5 Editorial Sicoob Confederação Em pleno desenvolvimento “A Revista Sicoob não apenas se concretiza como importante veículo de comunicação do Sicoob como também se apresenta como uma das principais publicações do meio cooperativista brasileiro.” A primeira edição da revista foi o passo inicial à integração da comunicação do Sicoob. Esta edição consolida a estratégia e amplia o nosso desafio. que vem delineando novos mercados. Esse movimento, que começa a ganhar força no cooperativismo de crédito, foi aqui abordado com profundidade. A Revista Sicoob não apenas se concretiza como importante veículo de comunicação do Sicoob como também se apresenta como uma das principais publicações do meio cooperativista brasileiro. Outro ponto de destaque é o registro da visita de dois dos diretores do Banco Central do Brasil à sede do Sicoob Confederação e do Bancoob: o diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro, Alexandre Antônio Tombini, e o diretor de Liquidações e Controle de Operações do Crédito Rural, Antônio Gustavo Matos do Vale. Na ocasião, Tombini adiantou, com exclusividade a nossa reportagem, sobre o projeto que visa a adequar as recomendações de Basileia às características das cooperativas de crédito. Nesta edição, trazemos como matéria de capa os investimentos no valor de R$ 300 milhões em Tecnologia da Informação previstos pelo Sicoob até 2011. O objetivo é equiparar o novo parque tecnológico do Sicoob ao dos grandes bancos informatizados do mundo. Apresentamos também, uma entrevista com o professor Delfim Netto, um dos nomes mais influentes na política e economia brasileira. Na matéria Minicidade Cooperativista mostramos que a educação cooperativista é o melhor caminho para o futuro. Resgatamos a história do cooperativismo ao abordar sua origem no mundo e no Brasil. Relembramos, ainda, os 50 anos de Brasília sob a ótica de um cooperado do Sicoob que, ao lado de Juscelino Kubitschek, foi um dos principais personagens da construção da capital federal. Não poderíamos esquecer que este ano teve Copa do Mundo e, por isso, retratamos o futebol e a cultura do povo africano numa matéria especial. Nos últimos anos, temos presenciado uma série de fusões e incorporações de empresas nacionais e multinacionais, o 6 Com muita honra apresentamos o novo superintendente do Sicoob Confederação, Abelardo Duarte de Melo Sobrinho, ex-consultor do Departamento de Organização do Sistema Financeiro (Deorf ) do Banco Central do Brasil. Esses e outros assuntos estampam as próximas páginas da revista, elaborada com carinho, profissionalismo e muito espírito cooperativista. Boa leitura! José Salvino de Menezes Presidente do Sicoob Confederação normativos Basileia adequada às cooperativas de crédito Projeto de “estratificação” das cooperativas de crédito está em fase de desenvolvimento Em sua visita ao Sicoob Confederação e ao Bancoob, o diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro do Banco Central do Brasil, Alexandre Antônio Tombini, adiantou à reportagem da Revista Sicoob que está em andamento no Banco Central “projeto de estratificação” das cooperativas de crédito. O diretor revelou que a nova norma – que deverá ser publicada ainda este ano – objetiva adequar as recomendações de Basileia às características do cooperativismo de crédito, considerando que as cooperativas, apesar de serem instituições financeiras, são distintas na sua estrutura e possuem diferentes portes de capital e de ativos. Com a normatização em estudo, pretende-se dar tratamento, alinhado com esses diferentes níveis, sem deixar de lado o aspecto prudencial, que continua como um dos principais pilares para o crescimento do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo. A “estratificação” vem para dar sentido ao princípio da igualdade que implica em “tratar os iguais e os desiguais na medida em que são iguais, mas também em que são desiguais”. Segundo Tombini, “o rigor das regras continuará o mesmo, porém, será dosado de acordo com a realidade da cooperativa”. A nova regra será, assim, outro marco para o setor, respeitando portes e estruturas, sem descuidar da prudência. A estratificação pressupõe o acesso mais restrito das cooperativas menores aos instrumentos do mercado financeiro. “Sabemos que várias cooperativas operam com baixo volume de recursos e reduzido risco operacional e são essas que a nova norma pretende atingir, de forma a compatibilizar seu custo de observância com os resultados obtidos”, afirma Abelardo Duarte, superintendente do Sicoob Confederação. Basileia no mundo A partir de 1973, com o fim do acordo de Bretton Woods, que estabelecia a paridade em ouro para o dólar em circulação, o mercado financeiro mundial passou a experimentar elevada volatilidade nas taxas de câmbio e de juros. Ao final de 1974, ano de grande instabilidade no mercado financeiro e marcado por fatos como a insolvência do Bankhaus Hersttat, da Alemanha, os responsáveis pela supervisão bancária do G-1, criaram o Comitê de Regulamentação Bancária e Práticas de Supervisão, sediado no Banco de Compensações Internacionais (BIS), em Basileia, na Suíça. Assim surgiu a denominação de Comitê de Basileia. Nesse comitê são discutidos assuntos relacionados à indústria bancária, com o objetivo de recomendar práticas de supervisão que possibilitem a melhoria no controle e o fortalecimento da segurança do sistema bancário internacional. Em 1988, surgiu o Acordo Basileia I e, em 1996, a Emenda de Risco de Mercado, que promoveu ajustes necessários, dentre os quais, a necessidade de alocação de capital para cobertura de riscos de mercado. Em junho de 2004, o Comitê divulgou o chamado Novo Acordo de Capital, conhecido como Basileia II. O Brasil adota as melhores práticas para adequar o capital dos bancos brasileiros às regras de Basileia. No início deste ano, o presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles, foi eleito para o Conselho do Banco de Compensações Internacionais (BIS). É a primeira vez que um presidente da autoridade monetária brasileira participa desse seleto comitê. ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010 7 ENTREVISTA Guru da economia avalia cooperativismo de crédito A equipe da Revista Sicoob foi recebida pelo professor de Economia Antônio Delfim Netto – em sua casa, localizada no bairro Pacaembu, em São Paulo (SP) – para um bate-papo sobre a economia e o cooperativismo de crédito brasileiro. Além de sua influência política, Delfim Netto é hoje um dos consultores e conselheiros econômicos mais respeitados pelo mercado. Com descendência italiana, Delfim Netto nasceu na cidade de São Paulo, em 1º de maio de 1928. Perdeu o pai quando ainda era criança e começou a trabalhar aos 14 anos de idade. Sua formação em Economia foi concluída em 1951, na Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da Universidade de São Paulo (USP). Sete anos depois, tornouse professor da instituição, cargo no qual permanece como professor emérito. Em 1966, Delfim Netto entrou na vida pública como secretário da Fazenda de São Paulo. Em 1967, ocupou o Ministério da Fazenda a convite do então Presidente Costa e Silva. Durante o governo do General Ernesto Geisel (1974 a 1979), foi nomeado embaixador brasileiro na França. No governo de João Baptista Figueiredo (1979), tornouse ministro da Agricultura, assumindo posteriormente o Ministério do Planejamento. No ano de 1985, foi o responsável pelas negociações da dívida externa brasileira com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e com credores estrangeiros. Sua carreira parlamentar teve início ao ser eleito deputado federal pela primeira vez em 1987, reelegendose para o cargo em outras quatro ocasiões. É autor, entre outras publicações, de “Conversas com Economistas Brasileiros” e “Crônica do Debate Interditado”. Na entrevista a seguir, ele aborda desde o impacto da atual crise na Grécia ao apoio – que deve ser dado pelo próximo Presidente da República do Brasil – às organizações cooperativas. Confira ao lado a entrevista completa. 8 REVISTA SICOOB - O senhor acredita que a crise da Grécia pode se alastrar para outros países e atingir o Brasil? DELFIM NETTO - Não acredito. Isso somente aconteceria caso houvesse uma tragédia, coisa que não está no horizonte. Portanto, a possibilidade de um contágio é muito pequena. O problema da Grécia é que ela não tem como pagar a dívida que assumiu. É um problema interno que a comunidade europeia já se mobilizou para solucionar, por meio da liberação de um pacote bilionário. Outro fator que vai ajudar a Grécia é a recente desvalorização do Euro em relação ao Dólar, o que favorece suas exportações. Com o Dólar desvalorizado, o câmbio pode se tornar um problema para o crescimento do Brasil? O câmbio tem um efeito sobre os preços agrícolas, que variam de acordo com o Dólar. O que pode mudar é uma redução do valor e da quantidade exportada. Contudo, o efeito disso não vai produzir nenhuma preocupação para o crescimento brasileiro. Qual deve ser o papel do Estado para o crescimento da economia? O Estado tem que ser um indutor, criando ambiente favorável para o desenvolvimento. Ele deve estimular e despertar o espírito animal dos empreendedores. Não existe mercado sem um Estado constitucionalmente forte, porque é o Estado quem o ampara. É ele quem garante o cumprimento dos contratos e sustenta a iniciativa privada. Quanto mais o Estado entender sua posição, maior será sua contribuição para o crescimento da economia brasileira. Fotos: Renato Rizzutti ANO 1 - No 2 - MAI ABR / ABR MAI / JUN / 2010 9 ENTREVISTA “O Sicoob é o maior sistema de cooperativas de crédito do país, por isso tem a capilaridade para atingir um número grande de cooperados.” Quais são as perspectivas para a economia brasileira nos próximos anos? O Brasil deve fechar 2010 com crescimento de 6,5% e manterá bons números nos próximos anos. O país nunca esteve numa posição tão privilegiada como agora. Dois bônus contribuíram para isso. O externo, em 2003, período em que a economia mundial disparou e o Brasil soube aproveitar esse boom para colocar as contas em dia e acumular uma reserva de quase R$ 200 bilhões. Os bônus internos são o Pré-sal e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Como o senhor avalia a participação do cooperativismo de crédito no Sistema Financeiro Nacional? Os dirigentes de cooperativas devem se empenhar para divulgar a um número maior de pessoas as vantagens do cooperativismo de crédito, destacando os diferenciais desse tipo de organização. O cooperativismo é um fator importante na expansão do crédito. A cooperativa de crédito é um instrumento de política social e de políticas públicas. Nesse contexto, qual é a relevância do Sistema Sicoob? O Sicoob é o maior sistema de cooperativas de crédito do país, por isso tem a capilaridade para atingir um número grande de cooperados. Outro fator importante é que tem o conhecimento da operação e do cliente. Todo crédito tem a simetria da informação. No cooperativismo de crédito, essa simetria é melhor, pois a cooperativa conhece o seu cooperado e sabe para quem está emprestando o dinheiro. Essa é uma enorme vantagem operacional em relação aos bancos. O cooperativismo de crédito conquistou grandes vitórias durante o governo do Presidente Lula. Em sua opinião, o que o próximo Presidente da República deverá fazer para incentivar ainda mais o cooperativismo? A revolução no cooperativismo começou em 1988, com a Constituição brasileira. A partir daí, o que foi feito pelos governantes foi o aperfeiçoamento das organizações cooperativistas. O próximo presidente deve continuar esse processo de aprimoramento dos instrumentos para estimular o desenvolvimento do cooperativismo. Nenhum presidente será contra o cooperativismo de crédito, porque ninguém será contra um instrumento que fomenta o crédito, ajuda a atenuar as desigualdades sociais e promove o desenvolvimento com sustentabilidade e justiça social. Por falar em política, até que ponto as eleições deste ano irão interferir no bom desempenho da economia brasileira? Acredito que as eleições não irão prejudicar o desenvolvimento econômico do Brasil, pois não há nenhuma mudança radical no horizonte. Nenhum dos três principais pré-candidatos, se eleitos, tomarão um rumo diferente. Qualquer um 10 BNCC (Banco Nacional de Crédito Cooperativo) foi extinto no período democrático...(pausa). Claro que houve algumas interrupções necessárias e existiram, sim, alguns exageros na época do regime militar. Contudo, fez parte do processo natural de aperfeiçoamento do sistema cooperativista. A agricultura hoje é outra e o momento é mais sólido e propício para “Nenhum presidente o desenvolvimento do cooperativismo, que será contra o sempre teve o papel importante de dar um cooperativismo pouco de humanidade e reduzir desigualdades. O seu papel social é o mesmo, seja em de crédito, porque regimes autoritários ou em democracias. ninguém será contra deles (Dilma, Marina ou Serra) irá continuar com os mesmos fundamentos canônicos usados por 150 países, que se baseiam em: controle do déficit, da dívida pública, uma política fiscal cuidadosa e política monetária com banco autônomo; e vão continuar lidando com câmbio flutuante. E quais são os principais problemas a serem resolvidos pelo próximo presidente ou presidenta? O próximo a governar o país terá o desafio de ter a dívida pública do Brasil declinante em relação ao PIB e a manutenção do equilíbrio fiscal. Além de trabalhar para a estabilidade econômica, deverá apresentar soluções para os dois principais problemas: o envelhecimento da população e a previdência social. um instrumento que fomenta o crédito, ajuda a atenuar as desigualdades sociais e promove o desenvolvimento com sustentabilidade e justiça social.” O senhor participou de governos do regime autoritário, que extinguiram muitas cooperativas de crédito na época. O regime era contra o cooperativismo? Não! Soldado é muito mais a favor de cooperativa do que qualquer civil. O cooperativismo de crédito teve um enorme progresso durante o regime militar. É bom lembrar que o Na época em que o senhor foi ministro, Mário Kruel Guimarães foi de sua equipe. Ele teve um papel muito importante para o desenvolvimento do cooperativismo de crédito nas últimas décadas. De certa forma, podemos considerar que o senhor o apoiou nesse trabalho? Eu e todo o governo da época apoiávamos o cooperativismo. Mário foi um grande amigo e estimulador do cooperativismo de crédito. Eu tive muita alegria e honra de trabalhar ao seu lado. Outro grande cooperativista foi o ex-governador de Goiás, Otávio Lage. Assim como o Mário, ele também tinha o cooperativismo no sangue, era um cooperativista nato. ANO 1 - No 2 - MAI ABR / ABR MAI / JUN / 2010 11 ponto de vista A razão de ser cooperativista Sicoob Central Cecremge A crise financeira mundial atingiu em cheio os bancos lá pelas bandas do velho continente e do Tio Sam. Não satisfeita e sem pedir licença, ela meteu o pé na porta e invadiu a terra brasilis, embora sem o mesmo ímpeto que lhe rendeu a fama de algoz. “Esse é mais um texto sobre a crise econômica?” Sim, mas com um temperinho a mais e uma abordagem importante, notada por poucos e que compartilho com todos. Formado em Ciências Contábeis, Luiz Gonzaga Viana Lage foi empregado da Companhia Acesita e da Usiminas, onde construiu grande parte de sua carreira. Em 1964, enveredado pela doutrina e filosofia do cooperativismo, atuou como líder na fundação da Cooperativa de Crédito de Livre Admissão do Vale do Aço – Sicoob Vale do Aço, onde hoje é diretor-presidente. O mesmo cargo é ocupado por ele na Central das Cooperativas de Economia e Crédito do Estado de Minas Gerais (Sicoob Central Cecremge), desde sua fundação em outubro de 1994. É também, vice-presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo de Minas Gerais Ocemg/Sescoop-MG, membro do Conselho Diretor do Sicoob, do Conselho de Administração do Fundo Garantidor do Sicoob, do Conselho Fiscal da Emater/MG e do Conselho Fiscal do Sebrae/MG. Possui vasta vivência e conhecimento em cooperativismo, tendo realizado diversos cursos de especialização na área, realizados, inclusive, no exterior. 12 Muito se diz aqui e acolá que a crise impulsionou os negócios do cooperativismo de crédito. Balela. Onde já se viu alguma crise melhorar seja lá o que for? Isso é papo furado, discurso de quem até pode entender de economia, mas não acompanha a evolução do cooperativismo de crédito. Nos anos que precederam a crise, o cooperativismo de crédito já vinha em um compasso de crescimento. A instabilidade econômica só serviu para melhorar nosso desempenho e consolidar de vez os negócios que já estavam em andamento. Como resultado, fechamos 2009 com a melhor performance da nossa história. Agora que a poeira já baixou, os bancos comerciais voltaram com tudo e estão concedendo crédito até para quem não quer ou precisa. Eles foram ousados, entraram sem nenhum pudor e botaram os pés e a cara em nossa casa. Em um cenário pós-crise, os bancos querem recuperar o tempo e o dinheiro perdido e, para isso, atiram para todos os lados na tentativa de seduzir os pequenos tomadores de crédito, nossos maiores clientes. É hora de o cooperativismo de crédito colocar as garras de fora. Acredito que continuaremos a crescer, mas é preciso mais ambição e ousadia. Não podemos recuar e baixar a cabeça enquanto os bancos tomam conta do pedaço. Temos que trabalhar para crescer mais e mais. Em 2010, se ficarmos acima da inflação, já será um ótimo resultado. Cooperativa não é um banco. Em toda esquina encontramos um banco mais forte e com conhecimento financeiro de sobra. O que temos como diferencial e devemos usar como arma nessa guerra é o envolvimento com os cooperados. Temos que conversar e entender o cooperado, não deixá-lo distante e à mercê de uma máquina que mais engole do que cospe dinheiro. Somos uma sociedade de pessoas e não de capital. Aqui, cada um vale aquilo que é e não pela sua capitalização. Não podemos deixar de lado a razão da existência de uma cooperativa de crédito. Caso contrário, seremos um banco como qualquer outro, rico em cifras e pobre de espírito. gestão pessoal O tempo vale ouro Renato Rizzutti Cooperado do Sicoob Coopercredi-SP otimiza seu tempo falando ao celular enquanto caminha Como administrar melhor o tempo e ter mais produtividade no trabalho Sabe quando você trabalha exaustivamente, mas, ao final do dia, tem a sensação de que todo o seu esforço foi em vão? Nem sempre toda a sua dedicação irá gerar resultados efetivos para a empresa. “Trabalhar excessivamente não significa ser produtivo”, ressalta Christian Barbosa, considerado o maior especialista em gestão do tempo e produtividade do país. Para um melhor aproveitamento do tempo e maior produtividade, o profissional deve buscar o hábito de planejar e organizar. Autor de quatro livros sobre gestão do tempo, Christian Barbosa aconselha a elaboração de um planejamento semanal e de maneira inteligente para se alcançar um nível de realização adequado durante o dia. Deve-se, também, prever um tempo para as urgências que possam surgir. O desperdício de tempo não se limita às quatro paredes do escritório. Para o cooperado do Sicoob Coopercredi-SP, Marcelo Rodrigues, o trânsito da capital paulista é o principal vilão de seu tempo. O executivo é responsável pela divisão de empreendimentos imobiliários da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab-SP). Suas atividades compreendem reuniões externas em subprefeituras ou em visitas às áreas de interesse do governo municipal. Para aproveitar melhor o seu tempo, ele adianta alguns trabalhos quando está nas ruas. “Quando estou fora do escritório, aproveito para ler e responder e-mails pelo aparelho celular, recebo e avalio planilhas, além de me comunicar com os diretores e toda minha equipe de trabalho”, conta. • • • • • • • Escolha uma agenda Planeje sua semana Organize o ambiente de trabalho Prepare-se para os imprevistos Reduza as tarefas grandes ou complexas Organize seu ambiente Organize seus e-mails Fonte: Tríade do Tempo ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010 13 Pense Sicoob Bloco Palavras do Sicoob José de Castro Dias - Presidente do Sicoob de Teixeira de Freitas - BA “Começamos 2010 com o pé direito. O cooperativismo está andando a passos largos e mostrando que o caminho está certo. Impressionounos o sucesso do lançamento da nova marca.” Sicoob revela sua nova identidade e dá o seu recado: ”chegou a hora de avançar” Juarez Mendes do Reis - Gerente-geral do Sicoob Credicitrus - SP “A nova marca irá possibilitar que o Sicoob pense de uma maneira uniforme e padronizada, o que deve gerar grande escala para o Sistema.” Noel Fukuda - Diretor-presidente da cooperativa Sicoob Dourados - MS “O que nós vimos hoje foram coisas fantásticas, um trabalho muito bem feito dessa equipe que elaborou tudo. Fica muito clara a situação em que se encontra hoje e aonde queremos chegar nos próximos anos.” Miguel Oliveira - Presidente do Sicoob Judiciário - DF “Acredito que seja o melhor momento do cooperativismo de crédito. Acho que o grande desafio é trabalhar e divulgar essa marca nos meios de comunicação e mostrar para a sociedade que o cooperativismo pode fazer a diferença na vida das pessoas.” José Oliveira – Presidente do Sicoob Juriscred - PI “A nova marca é algo inteligentíssimo e será extremamente salutar para o Sistema. Em relação à revista, fiquei impressionado com a qualidade do conteúdo que ela apresenta aos leitores.” Flávio Vaz de Lima - Presidente do Sicoob Crediarcos - MG “Isso representa uma mudança muito importante do cooperativismo brasileiro. Não posso deixar de falar da união. Não adianta cada singular ter uma revista, temos que nos unir e produzir uma revista maior em que todo mundo participe. Isso é nota mil.” Alexandre Teixeira de Cerqueira - Presidente do Sicoob Cooperbom - MG “Constituir uma marca que vai representar todos ajuda a criar a comunicação de forma organizada e a alavancar os números. A equipe da revista está de parabéns. Ela está muito bem feita e atendendo a todos os públicos.” João de César Sobrinho - Diretor-administrativo financeiro do Sicoob Crediforte - RO “Quando o Sicoob for ainda mais conhecido, isso vai ajudar muito. Como Sistema, precisamos avançar. Quando formos apenas Sicoob, com certeza, vamos dar um salto muito alto e seremos conhecidos no Brasil como uma unidade.” 14 Fabiano Neves José Leandro Resende - Presidente do Sicoob Engecred - GO “Quando encontra uma marca forte, o cooperado se identifica com ela. Nós temos visto o desempenho do nosso presidente, José Salvino, à frente de todo esse sistema a cada dia conquistando mais vitórias.” na rua O ano de 2010 deve ser considerado como um dos mais importantes da história do Sicoob. No dia 11 de fevereiro, em Brasília (DF), foi realizado o Primeiro Encontro Nacional Sicoob Estratégico (Pense Sicoob), evento que reuniu, pela primeira vez, líderes das cooperativas centrais e singulares do país. Na ocasião, foram lançadas a nova marca e a Revista Sicoob. “Chegou a hora de avançar e mostrar o maior sistema cooperativista de crédito do país”, ressalta o presidente do Sicoob Confederação, José Salvino de Menezes. Para o presidente da cooperativa singular Sicoob Agrorural, Lajose Alves Godinho, a marca vai descortinar uma nova visão. “Hoje, temos um cooperativismo profissional e amadurecido embasado no espírito solidário”, salienta. O diretor-presidente do Bancoob, Marco Aurélio Almada, acredita que o Pense Sicoob sintetizou o grau de coesão do Sistema. “É um momento de muita festa para todos nós e isso demonstra que o cooperativismo está fortalecido”, defende. O Pense Sicoob enalteceu a dedicação e o trabalho em equipe realizado em prol do crescimento do cooperativismo de crédito. “O evento foi maravilhoso. Destaco a administração dos presidentes José Salvino (Confederação) e Almada (Bancoob). Ambos têm a capacidade de liderar uma equipe tão grande quanto a que compõe o Sistema”, ressalta o presidente do Sicoob Central Paraná, Jefferson Nogaroli. Autoridades presentes Wilson Ribeiro de Moraes - Diretor-financeiro da Unicred Brasil “A Unicred se sente alegre de participar do lançamento da marca e do fortalecimento do Sicoob. Todos fazem parte de um só corpo. Quando vemos que os sistemas estão bem, o cooperativismo como um todo também está.” Manfred Alfonso Dasenbrok - Presidente do Conselho de Administração da Sicredi Participações Sociedade Anônima “Quando olharmos a integração e a evolução que enquanto sistema nós podemos fazer juntos, chegaremos aos níveis desejados. O sistema cooperativista no Brasil saiu mais forte. Esse é o nosso sentimento e espero poder caminhar na mesma direção.” Reinaldo Nobile - Secretário-executivo da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) “O fortalecimento do Sicoob reflete-se no crescimento da OCB. Tenho orgulho muito grande de todos os sistemas do cooperativismo de crédito brasileiro.” Carlos Alberto dos Santos - Diretor de Administração e Finanças do Sebrae Nacional “Estamos aqui para compartilhar e celebrar. São as pessoas que fazem a diferença. Sem elas, nada acontece. E se não for para as pessoas não será importante. Juntos somos fortes e o momento é extremamente propício.” Odacir Zonta - Deputado Federal, presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo Frencoop “Representando a Frente Parlamentar do Cooperativismo, estou reconhecendo o esforço do Sistema. Em nível nacional, vamos fortalecer o cooperativismo e conscientizar a classe política também, pois já temos qualidade e excelência.” Marcos Balliana - Chefe do Departamento de Supervisão de Cooperativas e Instituições não Bancárias do Banco Central do Brasil “O cooperativismo é novo e conseguimos superar mesmo nas piores crises. O fato de celebrar a marca do Sicoob, conhecida no Brasil inteiro, é motivo da comemoração. Estou com todos que lutam por um cooperativismo mais forte.” João Luiz Guadagnin - Diretor de Financiamento e Proteção da Produção Rural da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário “Reconhecendo o que o cooperativismo realiza pela agricultura familiar do brasileiro, desejamos fortalecer mais esse sistema. O cooperativismo faz a diferença na qualidade e acessibilidade dos serviços ao produtor.” Rinaldo Junqueira de Barros - Secretário de Apoio Rural e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento “Agradeço o esforço do sistema cooperativista em prol da agricultura brasileira. Queria mostrar a sinergia do governo com o cooperativismo hoje. É uma expectativa muito grande do Ministério de conhecer os resultados desse encontro estratégico.” ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010 15 perfil Uma vida dedicada ao cooperativismo Heli de Oliveira Penido: conheça um pouco da vida e da obra do mineiro que deixou suas marcas cravadas na história do cooperativismo de crédito do Brasil Arquivo OCB Um homem cortês: “eu sempre me coloquei disponível”. Sereno: “nunca questionei funções ou cargos”. Brilhante: “é o meu 5º mandato em 17 anos”. Pioneiro: “construí o caminho onde não havia”. E, acima de tudo, apaixonado: “ingressei no cooperativismo de crédito e fui tocado pela sua magia”. Ex-bancário e bacharel em Direito, Heli de Oliveira Penido foi, durante 17 anos, o diretor-presidente do Sicoob Central Crediminas e, há 25 anos, é o presidente do Conselho de Administração da Cooperativa de Crédito Rural do Norte de Minas (Sicoob Credinor), com sede em Montes Claros (MG). Ele também é diretor-presidente da Cooperativa de Usuários de Assistência MédicoHospitalar do Sicoob Ltda. (Vivamed), conselheiro fiscal do Sebrae/MG, conselheiro fiscal da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), presidente do Conselho de Administração da Confederação Nacional de Auditoria Cooperativa (CNAC) e provedor da Santa Casa de Misericórdia de Montes Claros. 16 A carreira de Heli de Oliveira Penido não pode ser contada por páginas de relatórios ou balanços, demonstrada em gráficos e estatísticas. É necessário o mínimo de coerência. Seria incorrer em grave erro querer resumir em números e datas a vida de quem sempre acreditou nos valores mais humanos e defendeu com ideias e elegância a mais pura filosofia do cooperativismo. Só é possível descrever o perfil do expresidente do Sicoob Central Crediminas com um pouco de prosa e poesia recheada de palavras, de preferência tão belas e oportunas quanto as que ele usava em seus ovacionados discursos. Uma trajetória que começou despretensiosa em uma pequena cooperativa singular de Montes Claros, a Credinor. “Ingressei no cooperativismo devido a minha experiência bancária. Jamais passou pela minha cabeça me tornar presidente e tive qualquer ação preconcebida”, conta Heli. Na presidência da cooperativa e ao lado de outras quatro singulares – Curvelo, Bom Despacho, Entre Rios e Muzambinho –, Heli participou da fundação do Sicoob Sistema Crediminas. Desde então, seu natural espírito de liderança despontou e o colocou à frente do Sistema. Nesse momento, a vida dele cruzaria com um novo e importante personagem. “Ainda dando os primeiros passos, fui auxiliado pelo Conselho e pela Diretoria do Sicoob Central Crediminas e pelo atual diretor-executivo da Minaseg, Raimundo Mariano do Vale, que com experiência estruturou a Central Crediminas nos seus aspectos operacionais e técnicos”, reconhece. Heli encabeçou o processo de expansão da Central e com muito trabalho superou os desafios graças ao envolvimento das cooperativas filiadas. “Não tenho a pretensão de ser o autor dessa obra. Sou um personagem desse espetáculo como tantos outros e me coube, pelas vias do destino, pilotá-lo”, comenta Heli, que vê com naturalidade o revezamento na direção da Central que liderou por 17 anos. Dentre tantas outras conquistas nesses 25 anos dedicados ao cooperativismo, a constituição do Bancoob é outro momento marcante que não sai da memória do líder cooperativista. Hoje, depois de tanta luta, Heli entende que cumpriu sua missão e deixa seu legado de paz. “Espero que meu exemplo seja, acima de tudo, da tolerância, cooperação e amizade”, deseja. educação Minicidade Cooperativista Cooperativa Educacional Magna dá exemplo de cidadania e cooperação Em Concórdia (SC), centenas de crianças estudam a disciplina “Fundamentos e Princípios do Cooperativismo” e vivenciam a teoria numa cidade fictícia. Além de inserir o tema em sua grade curricular, o colégio CEM (Cooperativa Educacional Magna) idealizou a construção de um espaço que imitasse o ambiente urbano para que seus alunos pudessem colocar em prática os princípios e valores aprendidos em sala de aula. Arquivo CEM A instituição educacional – uma cooperativa de trabalho formada por professores – buscou apoio de cooperativas e entidades locais e construiu, há três anos, a Minicidade Cooperativista, que tem o objetivo de acentuar práticas de cooperação no dia a dia dos alunos. “Queremos que eles percebam que o cooperativismo não é assistencialismo. Ao contrário, é uma forma de gerir um negócio que rende dinheiro e qualidade de vida com justiça social”, ressalta a presidente da Cooperativa, Elizeth Alves Pelegrine. A Minicidade Cooperativista funciona baseada em quatro eixos de trabalho: político, comercial, cultural e financeiro. A Cooperativa de Produção e Consumo de Concórdia (Copérdia) simboliza o polo comercial. Três casinhas representam o eixo cultural: a Livroteca, a Casa da Cultura e o Centro de Eventos. O político é representado pela Prefeitura e Câmara dos Vereadores. Minicooperativa de crédito O polo financeiro é representado pela cooperativa de crédito do Alto Uruguai Catarinense (Sicoob Crediauc). Lá os alunos aprendem na prática as rotinas de uma instituição financeira. “O interessante de fazer parte de uma cooperativa de crédito é que cada um que abre uma conta é sócio, e não apenas cliente”, destaca a presidente do Sicoob Crediauc da Minicidade, Thainá de Macedo Zanella. O presidente da Cooperativa de Crédito de verdade, João Rech Netto, enfatiza a importância do projeto, pois acredita que as crianças que frequentam a Minicidade se tornarão associados ou administradores da cooperativa no futuro. A Minicidade Cooperativa está localizada próxima ao centro de Concórdia (SC). Numa área de 600 m², possui uma avenida central com seis casas construídas com tamanho de 15 m² cada. O espaço imita uma cidade de verdade. O projeto atende os alunos da 1ª à 4ª série da Cooperativa Educacional Magna e das escolas municipais que visitam a Minicidade para atividades de cidadania. ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010 17 Cenário O futuro do cooperativismo Fusões e incorporações são soluções cada vez mais procuradas pelas cooperativas. A ordem é ganhar força, competitividade e sustentabilidade. A preferência pelas fusões e incorporações alastra-se pelo mundo e Brasil afora. Nos últimos anos, o Sicoob tem sido palco de casos de sucesso que evidenciam os bons resultados do Sistema. O presidente do Sicoob Central ES, Bento Venturim, entende que é hora de aproveitar os bons ventos. “O melhor momento para se pensar em incorporação e fusões é na fase de bonança, em que não somos obrigados a nos precipitar, em que podemos fazer simulações e projetar passo a passo a operação“, acredita. Com esse pensamento, várias centrais 18 Arquivo Sicoob ES Algumas ideias chegam com tudo e logo mostram que vieram mesmo para ficar. Desde quando se apresentaram como saída à sobrevivência das cooperativas diante do acirrado mercado financeiro, as fusões e as incorporações nunca mais saíram de moda. Muito pelo contrário, mantiveram-se na crista, fizeram escola, são tendências e tudo leva a crer que será o caminho a ser trilhado por muitos anos no cooperativismo de crédito. Bento Venturim, presidente do Sicoob Central ES, acredita que fusões e incorporações são os caminhos para o sucesso não perderam tempo e já seguem esse modelo. Com responsabilidade e planejamento, elas têm liderado ou apoiado diversos processos de fusões e incorporações. Há exemplos para todos os gostos e de todas as partes do país. Em Goiás, a Cooperativa de Crédito Rural dos Agropecuaristas de Goiânia (Sicoob Credi-SGPA) e a Cooperativa de Crédito Rural de Bela Vista (Sicoob Bela Vista) selaram o casamento logo no início de 2010. “A média do volume disponível em recursos de empréstimo foi multiplicada por 10 em decorrência do aumento do patrimônio líquido”, enaltece o presidente da Cooperativa, José Rodrigues Peixoto Neto. A diluição das despesas administrativas, o ganho de escala, a atuação mais abrangente e a expansão da rede de atendimento são frutos da saudável união. Marcos Montagner Jeitinho mineiro Para Raul Huss, diretor-presidente da Credicitrus, a incorporação protege os interesses dos cooperados Investimento Quem revirar o passado recente do Sicoob verá que o futuro do cooperativismo passa, sistematicamente, pela soma de forças. Em 2007, a Cooperativa de Crédito Rural Coopercitrus (Sicoob Credicitrus) incorporou outras duas do interior paulista que enfrentavam dificuldades. “A incorporação teve o objetivo de proteger os interesses dos cooperados e resguardar a imagem do cooperativismo de crédito”, pontua o diretor-presidente do Sicoob Credicitrus, Raul Huss de Almeida. Se por um lado as centrais e singulares fazem sua parte, por outro, a Confederação não fica para trás. Têm sido realizadas muitas ações voltadas para a integração nacional, como não deixa mentir o investimento de R$ 300 milhões em Tecnologia da Informação. “É importante reduzir a carga das centrais e ampliar a padronização dos serviços de nossas 1.800 agências espalhadas pelo país”, reconhece Bento Venturim. Receita do bolo Assinar a papelada que consolida o matrimônio entre cooperativas é apenas o último passo. Antes de tudo, é indispensável planejar as ações de comunicação, a integração dos cooperados e os cursos e treinamentos, além de ter uma forte disposição para o diálogo. Essa é a receita básica para que a fusão ou incorporação transcorram naturalmente. “Cooperados e funcionários devem estar cientes de que a mudança é para melhor. E não basta dizer isso, é preciso provar que é verdade”, aconselha Raul Huss. O presidente do Sicoob Confederação, José Salvino, recomenda: “uma estrutura enxuta, aliada à boa governança, permite que a cooperativa amplie a oferta de crédito com juros ainda menores, pois quanto menor for a despesa operacional, maior será a eficiência”. E aí, a receita funcionou? O Sicoob Central Crediminas tem um jeitinho todo especial de tratar o assunto. Lá, não se usa falar em fusões ou incorporações, e sim em aglutinações. Nomenclaturas à parte, o fato é que a Central tem sido um exemplo a seguir. O ano de 2009 foi recheado de aglutinações. Em abril, pela primeira vez, quatro cooperativas, com condições financeiras favoráveis, uniram-se (Leopoldina, São João Nepomuceno, Volta Grande e Além Paraíba). Entre outubro e dezembro, outros três processos foram concretizados. O Sicoob Credisete incorporou a Credicim e Crediloja e o Sicoob Credivale somou forças com o Sicoob Nossacredial. Outra cooperativa mineira que tem levado o assunto muito a sério é a Credicom que, em 2007, uniu-se ao Unicred-BH. A união deu origem à maior cooperativa de crédito da área de saúde do país, que cresceu ainda mais com as incorporações das Unicreds Montes Claros, Vale do Aço e Inconfidentes. Em 2009, a Credicom aprovou a união com a Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores do Sebrae (Sebraecoop). Segundo o presidente da Credicom, Samuel Flam, “a negociação envolveu profissionais experientes. O Sebraecoop tem grande penetração, capacidade técnica, solidez e é uma cooperativa nacional”. ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010 19 Eleições Prontos para suar a camisa Eleições das centrais promovem renovação dos conselhos de administração. Suplentes vestem a camisa e entram em campo. 20 A bola não para. O jogo é duro, o tempo passa e os atletas mais experientes sentem que não dá mais para continuar. Fazem sinal para o banco e pedem para ser substituídos. É hora de encerrar a carreira. Não por falta de talento ou competência. Mas porque chegou a hora deles assumirem outras funções e seguirem um novo caminho. Momento delicado, em que o técnico precisa escolher a dedo o substituto, aquele capaz de entrar, chamar a responsabilidade para si e continuar dando ritmo à partida. Assim é formada uma equipe campeã. Entra e sai de jogadores, muda esquema tático e nada compromete o desempenho. As centrais do Sicoob funcionam com a mesma dinâmica: são eleitos novos dirigentes, a gestão sofre mudanças e a toada rumo à vitória continua idêntica. Depois de 15 anos à frente da Cooperativa Central de Crédito Rural (Sicoob Cocecrer), José Osvaldo Galvão Junqueira, o Maninho, passou a braçadeira de capitão para Henrique Castilhano Vilares. Um substituto à altura que chega antenado com o crescimento do Sistema. “Temos de cumprir a missão e a visão determinadas no Planejamento Estratégico da Central, que consistem no esforço para atender plenamente às demandas das cooperativas e trabalhar para que nossa Central seja uma referência no cooperativismo de crédito brasileiro”, discursa Henrique. Com a bola rolando, o novo comandante da Cocecrer sabe que a expectativa pelo seu trabalho é muito grande. Se depender da sua experiência e preparo, Henrique não cederá à pressão. Interiorano, criado no campo, graduado em Zootecnia e ex-presidente da Credicoonai, ele planeja o futuro. “Espero contribuir para que o Sicoob seja ainda mais forte e unido, sólido e eficaz no sentido de gerar receitas. E que isso proporcione economia e ganho de escala para todas as cooperativas, dando-lhes capacidade de crescer e tornar-se competitivas para, juntos, alcançarmos a meta de possuir 10% dos ativos do mercado financeiro brasileiro”, projeta. substituição Bola pra frente Depois de tanto estufar as redes dos concorrentes, outro que pendura as chuteiras é o ex-presidente do Sicoob Central Crediminas, Heli de Oliveira Penido. Como um verdadeiro artilheiro cooperativista, ele indicou o seu sucessor após 17 anos, alguém da sua confiança que não costuma falhar quando está cara a cara com o gol, o atual presidente da Central, Alberto Ferreira. Alberto nunca esteve fora das quatro linhas. Antes, ele era o vice-presidente da Central e, além da natural habilidade gerencial, foram anos e anos de treinamento e aprendizado. “Ao longo desse período, participei do crescimento do Sistema Crediminas. Espero dar continuidade às propostas e conduzir o Sicoob a ocupar a trajetória que ele merece no cenário financeiro mineiro e brasileiro”, vislumbra. O peso da camisa 10 Vestir a camisa 10 não é para qualquer um. Alguns, como o recém-eleito presidente do Sicoob Central Norte, Edson Quevedo Soares, sentem-se à vontade, trabalham a bola e conduzem o time à vitória. “É uma grande honra assumir a presidência da Central Norte. O Sistema Sicoob nessa região do país tem muito a crescer e fico feliz em poder contribuir com essa trajetória de sucesso”, enfatiza. Ele entra no lugar do “atleta” Jonas Tavares da Silva, que presidiu a Central de 1999 a 2010. Administrador de empresas, diretor-administrativo do Sicoob Credip por oito anos e diretor-administrativo e financeiro da Central Norte por mais três, Edson acumula grande experiência e espera articular jogadas em prol do cooperativismo de crédito. “No cooperativismo, o sucesso de um é o sucesso de todos, por isso seguimos unidos para gerar resultados para o cooperado, que é o dono desse Sistema”, diz. Assim caminha o cooperativismo dentro do Sicoob. Um time forte, unido, com suplentes artilheiros, ótimas peças de reposição capazes de dar um nó tático em qualquer concorrente e que têm os mesmos objetivos: levantar a taça, dar a volta olímpica e empunhar a bandeira cooperativista rumo à vitória. ANO 1 - No 2 - MAI ABR / ABR MAI / JUN / 2010 21 Incentivo ao desenvolvimento Sicoob Confederação parceria estratégica Da esq. para a dir.: Salvino (presidente do Sicoob), Paulo Okamoto (presidente do Sebrae), Carlos Alberto (diretor do Sebrae) e Almada (presidente do Bancoob) Sicoob e Sebrae formalizam convênio ampliando parceria estratégica O Sistema Sicoob formalizou novo acordo ampliando a parceria que mantém com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Pela primeira vez, os presidentes das duas instituições assinaram convênio de cooperação para nova e conjunta política de microfinanças. 22 com a Confederação Alemã de Cooperativas (DGRV), que tem por objetivo a customização da ferramenta para análise de microcrédito, chamada Microscore. Com o convênio de cooperação, o Sebrae passa a disponibilizar as informações técnico-gerenciais de seu acervo, estudos e diagnósticos realizados, em âmbito nacional e estadual, visando a desenvolver ações benéficas às micro e pequenas empresas e empreendedores individuais. “Além do conhecimento, agora levamos também o crédito através das cooperativas do Sicoob”, ressalta o presidente do Sebrae, Paulo Okamoto. O objetivo é estabelecer ações de incentivo ao desenvolvimento das micro e pequenas empresas e empreendedores individuais. Segundo o presidente do Sicoob Confederação, José Salvino de Menezes, o Sistema aumentará e facilitará o crédito aos microempresários. “Nossas cooperativas já oferecem diversas linhas de microcrédito. Com a parceria, vamos criar novos produtos e serviços financeiros para esse público”, afirma. O diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, acredita que o apoio das duas instituições contribuirá também para o processo de formalização da economia, por meio de atendimento especial aos empreendedores individuais. Para o presidente do Bancoob, Marco Aurélio de Almada, a formalização da parceria irá solucionar um dos principais problemas do pequeno empresariado: a falta de crédito. O Sicoob disponibiliza, entre outras, a linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) denominada Programa de Microcrédito. Outra ação das cooperativas convergente com os propósitos do Sebrae é a parceria do Sicoob A união estratégica entre Sicoob e Sebrae prova mais uma vez que a cooperação faz a diferença e que, com apoio, pequenos empreendedores podem, sim, gerar riquezas e o desenvolvimento econômico do país. jurídico Aplicações financeiras das cooperativas de crédito Ato cooperativo x ato não cooperativo – uma partida de futebol Recentemente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao julgar recurso da Cooperativa de Crédito do Vale do Itajaí (Viacredi) - Resp. nº 717.126 – decidiu que as aplicações financeiras da cooperativa de crédito no mercado financeiro são ato cooperativo, para fins de não incidência do imposto de renda. A decisão foi bastante divulgada e comentada. Não há dúvidas que se trata de decisão inédita – e merece aplausos. Contudo, alguns aspectos técnicos jurídicos merecem esclarecimentos. O processo da Viacredi tem origem no TRF da 4ª Região – Florianópolis (SC). Os juízes do TRF, ao decidirem o caso, aplicaram a Súmula 262 do STJ: “incide o imposto de renda sobre o resultado de aplicações financeiras realizadas pelas cooperativas”. A Viacredi não recuou. Recorreu ao STJ, alegando que, por ser cooperativa de crédito, a Súmula 262 não seria praticável, pois as aplicações financeiras fazem parte do objeto social, e são típicos atos cooperativos. Marcus Neves No STJ, o ministro Herman Benjamim, relator, de bate-pronto, também aplicou a Súmula 262. Negou seguimento ao recurso da Viacred. Falta grave perto da meia-lua. A cooperativa bateu bem no cantinho. Recorreu, alegando, mais uma vez, que a Súmula 262 não é aplicável às cooperativas de crédito. Jogada ensaiada. Sem chance de defesa por parte da Fazenda Nacional. O juiz Herman reconsiderou a decisão. Admitiu o recurso e deu ganho de causa à Viacredi. Gol! Decisão inédita! Retomada pelo relator com base nas decisões do próprio STJ, sobre o PIS/Cofins, nos anos de 2008 e 2009, resultado do trabalho de todo o time de cooperativistas brasileiro. A decisão no processo da Viacredi não altera o teor da Súmula 262. Diz o Dr. Herman: “Diante do argumento trazido no Regimental, segundo o qual nenhum dos precedentes que deram origem ao enunciado da Súmula 262/STJ analisou a situação específica das cooperativas de crédito, reconsidero a decisão agravada e passo ao exame do Recurso Especial.” Aplausos da torcida! Mas a Fazenda Nacional tem a posse da bola e já recorreu ao Supremo Tribunal Federal, palco final da decisão. O jogo continua! O caso Viacredi, ainda que não seja definitivo e não se aplique concretamente a todas as cooperativas de crédito, pode ter reflexos positivos, inclusive junto ao Conselho de Contribuintes, que atualmente tem marcado gol contra e somente reconhece como ato cooperativo as aplicações financeiras feitas pela singular na respectiva central. Portanto, em clima de Copa do Mundo, o sistema cooperativista pode e deve comemorar a decisão proferida no caso Viacredi, mas a comemoração não deve ser como uma final de campeonato em que ganhamos por 1 x 0, e sim como final do primeiro tempo em que o nosso time está ganhando de 2 x 1. Ainda restam 45 minutos, e a partida não será apitada pelo ilustre juiz Herman Benjamim. Ricardo Senra Gerente Jurídico do Sicoob Confederação ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010 23 CAPA Sicoob investe R$ 300 milhões em tecnologia Os recentes investimentos do Sicoob em Tecnologia da Informação (TI) chegarão a R$ 300 milhões em 2011. Em 2009, foi investido algo em torno de R$ 80 milhões. Para 2010 e 2011, serão aplicados R$ 220 milhões. Deste total, R$ 54 milhões deverão ser destinados à aquisição de novos equipamentos e ampliação da infraestrutura e, o restante, R$ 166 milhões para desenvolvimento, manutenção e operação do Sisbr – sistema de automação das cooperativas do Sicoob. O presidente do Sicoob Confederação, José Salvino de Menezes, esclarece que os grandes investimentos em Tecnologia da Informação objetivam disponibilizar o que há de melhor para o Sistema. “Buscamos o que há no mundo de mais moderno em equipamentos, softwares e segurança de 24 dados para as cooperativas e seus cooperados, como também a todos os usuários do Sicoob”, disse. Os investimentos têm a finalidade de aperfeiçoar a base tecnológica e o aprimoramento das operações. Mas na prática, o que muda na vida dos gestores das cooperativas de crédito e de seus cooperados? Mais negócios, agilidade, segurança e comodidade no atendimento dentro da cooperativa, bem como nas transações via internet, celular ou terminais de autoatendimento. O novo parque tecnológico que vem sendo implantado, somado ao processo evolutivo do Sisbr e às novas políticas de gestão, coloca o sistema de automatização do Sicoob Sicoob Confederação Reestruturação do sistema de Tecnologia da Informação garante mais negócios, agilidade e segurança aos cooperados equiparado ao dos grandes bancos informatizados do mundo. No dia a dia, isso representa mais geração de negócios para as cooperativas de crédito. “Com uma infraestrutura tecnológica avançada, podemos acelerar o processo de planejamento, desenvolvimento e lançamento de novos produtos e serviços financeiros”, ressalta Marco Aurélio Almada, presidente do Bancoob, braço financeiro do Sicoob. A área de Tecnologia do Sicoob Confederação vem executando as ações do seu Planejamento Estratégico, Operacional e Orçamentário (Peti) com objetivo de alinhar as estratégias de TI às estratégias de negócio do Sicoob, viabilizando seu crescimento e desenvolvimento. O SicoobNet Empresarial, por exemplo, é uma realidade graças aos recentes investimentos em tecnologia. Lançado em dezembro de 2009, esse novo canal de autoatendimento permite à empresa realizar consultas e transações financeiras diretamente do computador do escritório, de maneira simples e segura. O SicoobNet Empresarial já é utilizado por mais de cinco mil empresas. A facilidade de visualizar todas as contas em um único ambiente, sem sair da empresa, fez com que a Porto Belo Construções, cooperada do Sicoob Engecred-GO, adotasse o serviço. “Ganhamos mais agilidade nos pagamentos de títulos e nas consultas de extratos, serviços que mais utilizamos. O melhor de tudo é que fazemos todas as operações sem precisar ir na cooperativa”, conta a coordenadora financeira da empresa, Lílian Oliveira Ferreira. ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010 25 CAPA Automatização Por outro lado, as novas soluções automatizam os processos manuais nas cooperativas singulares e permitem uma melhoria significativa na parte operacional. Além disso, garante maior agilidade no processamento do fechamento noturno das cooperativas, liberando o Sisbr sem atrasos para o atendimento aos associados. Em outras palavras, os novos aportes em equipamentos de última geração visam a agilizar o desempenho das transações de negócios realizadas pelos associados. Para o diretor de Tecnologia do Sicoob Confederação, Ricardo Antônio de Souza Batista, o conjunto das ações resulta na montagem de um ambiente de tecnologia mais seguro, disponível e apto ao lançamento de produtos que potencializam os negócios das cooperativas e trazem benefícios diretos aos associados. “Estamos trabalhando fortemente na expansão e melhoria da infraestrutura, a partir da aquisição de servidores com alto poder de processamento e com menor consumo de energia elétrica, pois a responsabilidade socioambiental também é nossa prioridade”, destaca. Dessa forma, os investimentos visam a soluções tecnológicas de qualidade, disponíveis, atualizadas e atualizáveis, que gerem tanto economia de licenciamento quanto de energia. Cérebro do Sicoob O Sisbr é o cérebro do Sicoob. A efetiva utilização dos investimentos, ao longo dos anos, vem transformando-o em uma completa ferramenta para automação dos processos estratégicos, táticos e operacionais das cooperativas de crédito e do Bancoob. “A cada ano, novas ferramentas e soluções tecnológicas são incorporadas ao Sisbr, tornando-o um sistema completo para a gestão do crédito cooperativo”, ressalta Antônio Cândido Vilaça Júnior, superintendente de Sistema de Informação do Sicoob Confederação. O Sisbr conta hoje com um novo ambiente tecnológico denominado SisbrWeb. Por meio da plataforma de atendimento e dentro de um único aplicativo é realizado todo o procedimento de admissão de novos associados, abertura de contas, renovação de cadastros e movimentações financeiras. Isso permite um processo mais ágil e seguro, tanto para as cooperativas quanto para os seus associados. Integrado pelo Sisbr, o Sicoob tornou-se a sexta maior rede de atendimento do país, contando com mais de 1,6 mil pontos, além de 300 correspondentes cooperativos, 33 mil usuários do módulo Cedente Cobrança e cinco mil empresas usuárias do SicoobNet Empresarial. “Em março de 2010, foram realizadas mais de 30 milhões de transações e negócios nos canais de atendimento do Sisbr”, informa Dênio Albaro de Lima Rodrigues, superintendente de Tecnologia da Informação do Sicoob Confederação. 26 Entenda os investimentos em tecnologia OBJETIVO O QUE ESTÁ SENDO FEITO RESULTADOS NO DIA A DIA Aplicativos de negócios Renovação da arquitetura tecnológica dos aplicativos e desenvolvimento de novos produtos de negócios, soluções de apoio à decisão, gestão de riscos e automatização dos processos de retaguarda (back-office). Mais comodidade na realização das transações financeiras nos canais de atendimento; geração de novos negócios e rentabilização das cooperativas; agilidade e segurança no processo de tomada de decisão; melhoria da gestão e rapidez na liberação de operações de crédito; automatização de processos manuais; e racionalização dos recursos tecnológicos. Expansão/solução de armazenamento Aquisição de discos de armazenamento de última geração, utilizados pelos maiores bancos do mundo. Armazenamento dos dados e informações das cooperativas e associados com maior segurança. Expansão da nova plataforma tecnológica Aquisição de máquinas de grande porte (Mainframe), também usadas pelos principais bancos. Transações de negócio dos associados executadas com mais rapidez. Expansão plataforma Intel Aquisição de servidores de maior porte, com modernas tecnologias. Melhor acomodação das bases de dados. Processamento mais rápido do fechamento noturno das cooperativas, garantindo a liberação do Sisbr sem atrasos para atendimento aos associados. Solução internet Aquisição de switches e expansão dos links onde trafegam os produtos internet banking. Mais agilidade nas transações de negócio dos associados executadas nos canais de internet banking. Expansão elétrica CPD Aumento da capacidade energética do principal CPD, localizado no edifício-sede. Garantia de energização dos ativos de TI, mantendo ininterrupto seu funcionamento. Automação backup Utilização de robôs que automatizam Mais segurança e sigilo no arquivamento de informações todas as etapas do processo de das cooperativas e seus associados. Possibilidade de backup dos dados. recuperação de dados históricos com rapidez. Diminuição de risco operacional em virtude da não intervenção humana no processo. ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010 27 Bancoob No caminho da modernização Sicoob Confederação, Bancoob e cooperativas centrais se unem para revisar os processos de crédito do Sistema Num movimento de intercooperação, Sicoob Confederação, Bancoob e cooperativas centrais juntam esforços para a revisão dos processos de crédito do Sicoob. A etapa de diagnósticos termina em agosto. O Sicoob decidiu aprimorar as ferramentas de análise e concessão de crédito para ganhar agilidade e competitividade frente à rede bancária. A ideia é desenvolver modelos, processos, sistemas e controles que priorizem a segurança sistêmica e a racionalização de custos, observadas as particularidades de cada público-alvo do Sistema. Coordenado pelo Bancoob em parceria com o Sicoob Confederação, o projeto Acreditar foi criado para realizar diagnósticos, propor e conduzir a implantação de medidas que permitam a revisão e a uniformização dos processos de crédito nas entidades do Sistema. Os trabalhos começaram em fevereiro e terão duração de seis meses. “Como o crédito é o carro-chefe do nosso Sistema, o projeto colocará o Sicoob no mesmo patamar de modernidade das 28 Divulgação grandes instituições de varejo, uma vez que analisa os critérios técnicos de concessão e acompanhamento”, disse o presidente do Bancoob, Marco Aurélio Almada. A estrutura desenhada pelos técnicos leva em consideração três pilares: modernização, uniformização e automatização. Cria também condições para a gestão integrada do risco de crédito. “Quando implementarmos as ações propostas, o Sicoob ganhará competitividade e mais agilidade na liberação dos recursos. Tudo isso com qualidade e custos compatíveis”, afirmou o superintendente de Crédito do Bancoob, Paulo Ribeiro, coordenador técnico do projeto. Um dos resultados concretos do projeto foi a unificação dos atuais Manual de Operações de Crédito do Sicoob (MOC) e Manual de Crédito do Bancoob (Macre), que, gradativamente, passarão a ser substituídos pelo Manual de Crédito do Sicoob (MCS), cujo primeiro capítulo (Política Institucional de Risco de Crédito do Sicoob) já foi publicado. “Esta é mais uma iniciativa histórica no âmbito do Sicoob, que conta com alto grau de envolvimento entre centrais, banco e Confederação. Confirma, mais uma vez, que estamos vivendo um novo tempo, em que a abordagem sistêmica está no centro das decisões”, afirmou o diretor operacional do banco, Ênio Meinen. Grupo de trabalho Etapas O diretor-superintendente do Sicoob Central Crediminas, Élson Rocha Justino, propõe a adoção de uma solução sistêmica, passível de customização para atender às diferenças regionais. “Analisamos o projeto sob o ponto de vista legal e o empresarial. Acredito que teremos soluções modernas e adequadas ao mercado. Sem mudanças dessa natureza, o Sicoob não tem como crescer, já que as soluções atuais não permitem a ampliação do negócio”, disse. Para alcançar a uniformização, o banco e a Confederação montaram um grupo de trabalho, composto por oito pessoas, com o apoio de um consultor externo, que se dedicam integralmente ao projeto. O grupo é responsável pelo mapeamento das atividades e rotinas que existem hoje nas cooperativas e pela verificação da aderência desses processos às melhores práticas do mercado. O projeto divide-se em 14 fases, das quais seis já foram concluídas. “Finalizamos a estratégia do crédito, a parte de cadastro, a análise de tomadores e operações, as propostas, a documentação e a vistoria”, afirmou o consultor Francisco Ney Magalhães Júnior. Na tentativa de promover a troca mais rápida de informações e reforçar a participação das cooperativas, o grupo e o comitê técnico usam uma ferramenta online de comunicação, o Sicoob Educanet. No fórum, são discutidos os pontos passíveis de melhoria e validadas as propostas apresentadas. “Gostaria de materializar alguma ação para motivar as cooperativas que ainda não estão envolvidas e permanecem dispersando energia na criação de outros programas. Temos agora de pensar nas formas de implementar esse gigante. Não basta a vontade, é necessário ter recursos e oportunidade”, completou o gerente de Crédito do Sicoob Central PR e integrante do comitê técnico, Aguinaldo Reis. Depois de coletar as informações, o grupo submete as análises, em reuniões periódicas, ao comitê técnico do projeto, formado por representantes das 14 centrais e por gestores do banco e da Confederação. “O Sicoob está no caminho certo ao reformular a estrutura de crédito, especialmente no que diz respeito à análise, concessão e canais de distribuição”, informou o gerente de Produtos e Serviços do Sicoob Central ES, Alecsandro Casassi, integrante do comitê. O gerente-comercial do Sicoob Central SC, Luiz Pizzolo, também faz parte do comitê técnico e ressalta que a estrutura apresentada até agora contribui para resultado satisfatório. “Os encontros mensais têm sido excelentes, pois permitem a troca de experiências. Essa fase de aprendizado é fundamental. Para obter mais resultados na ponta, precisamos de uma equipe de TI para unificar o processo”. A mesma visão é compartilhada pela gerente-financeira do Sicoob Central Cecremge, Pérola Salles. “A automatização vai trazer rapidez no atendimento, análise e liberação dos recursos. Nesse sentido, o projeto está caminhando dentro das necessidades que as cooperativas têm na ponta”, disse. Numa última instância, fica o comitê patrocinador, que reúne executivos da Confederação e do Bancoob e tem a missão de aprovar o modelo que será adotado pelo Sicoob. A área de Tecnologia da Informação do Sicoob Confederação já trabalha na automatização e deve investir R$ 7,5 milhões na execução do projeto pelo período de um ano. “Esse valor está previsto no orçamento e não será repassado às cooperativas. A Confederação fez, inclusive, investimentos importantes este ano em diversos setores para conseguir a estrutura necessária para iniciar os projetos”, ressaltou o diretor de Desenvolvimento Organizacional do Sicoob Confederação, Alexandre Flores. As demandas relacionadas ao crédito são prioridade, especialmente porque fazem parte do Plano Estratégico do Sicoob. Juntamente a outros projetos, fazem parte do chamado Sisbr Renovação, que objetiva a revisão da arquitetura tecnológica dos aplicativos que integram o Sisbr. Concernente ao Projeto Acreditar, os primeiros passos são elaborar cadastro único de associados do Sistema e promover a renovação do crédito, o que inclui análise, alçada, dossiê eletrônico, entre outras ações. “Estamos trabalhando para adiantar alguns pontos, como limite de crédito pré-aprovado nos canais de atendimento. Queremos construir uma solução que seja a cara do nosso Sistema e esteja no mesmo patamar dos grandes bancos”, informou o superintendente de Sistemas de Informação do Sicoob Confederação, Antônio Vilaça Júnior. ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010 29 balanço Alçando voo Sicoob comemora o resultado apresentado em 2009. A expansão do crédito e a ampliação do atendimento aos associados tem impulsionado o Sistema. As cooperativas do Sicoob estão colhendo os dividendos da estabilidade econômica e avançando para conquistar mais espaço no mercado financeiro. O resultado dos principais indicadores está estampado no balanço anual do Sistema e pode ser visto na ponta, com a ampliação do atendimento aos associados e do crédito. De janeiro a dezembro de 2009, o volume de empréstimos saltou de R$ 9,3 bilhões para R$ 11,1 bilhões. “Destacamosnos nas operações de crédito, em que crescemos quase 20%, enquanto as demais instituições financeiras, exceto o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, expandiram suas carteiras de empréstimos e financiamentos aos clientes em apenas 4%”, comemorou o diretor de Desenvolvimento Organizacional do Sicoob Confederação, Alexandre Flores. Os ativos totais, os depósitos e o patrimônio líquido também aumentaram, alcançando a cifra de R$ 18,8 bilhões, R$ 9,7 bilhões, R$ 5,2 bilhões, respectivamente. A performance confirma que as cooperativas, ao contrário das grandes instituições financeiras de varejo, crescem durante as crises. Outro destaque é a redução do número de cooperativas singulares e o aumento dos Pontos de Atendimento Cooperativo (PACs). “Isso significa que estamos passando por um processo de aglutinação de nossas cooperativas, o que é natural e necessário para alcançarmos novos patamares”, explicou o diretor. Sicoob e Bancoob - Balanço Patrimonial Consolidado ITENS Operações de crédito (R$ Milhões) 2008 Var. % 11.174 9.378 19,15 Depósitos totais (R$ Milhões) 9.717 8.120 19,67 Depósitos à vista (R$ Milhões) 1.979 1.605 23,30 Depósitos a prazo (R$ Milhões) 7.738 6.515 18,78 Patrimônio líquido (R$ Milhões) 5.225 4.360 19,86 573 543 5,42 18.814 15.663 20,11 Resultado anual (R$ Milhões) Ativos totais (R$ Milhões) 30 2009 Raio-X Sicoob Apoio operacional O trabalho conjunto, desempenhado pelo Sicoob Confederação, Bancoob, centrais e singulares, contribuiu para o desempenho positivo. “O Bancoob reformulou seu planejamento estratégico, adequando-o ao do Sicoob, para mostrar que estamos completamente aderentes à visão sistêmica”, afirmou o presidente do Bancoob, Marco Aurélio Almada. Essa mesma equação, já implementada pela Confederação e pelo banco, está sendo seguida por outras entidades do Sicoob, permitindo que o horizonte do segmento se alargue ainda mais. Dado o cenário atual, as projeções para os próximos anos são animadoras. As metas estabelecidas, naturalmente, têm impulsionado o setor. “Além de agregar fatores de competitividade às cooperativas do nosso Sistema, temos o desafio de desenvolver projetos, produtos e serviços financeiros, com qualidade e baixo custo, para que o Sicoob conquiste nova fatia do mercado”, disse Almada. O Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob) é o maior sistema de cooperativas de crédito. • 1 Confederação • 14 cooperativas centrais • 608 cooperativas singulares • 1.186 Postos de Atendimento Cooperativo (PACs) • 1.794 pontos de atendimento • 1,7 milhão de associados • R$ 9,4 bilhões em operações de crédito • R$ 7,8 bilhões em depósitos • R$ 4,6 bilhões em patrimônio de referência • R$ 301 milhões de resultado anual • R$ 15,9 bilhões de ativos totais * Fonte: Sicoob Confederação - dez/2009 ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010 31 HISTÓRIA Contra as injustiças e as desigualdades Arquivo Desde sua criação, o homem experimentou diversas formas de cooperação. O cooperativismo como doutrina e atividade sistêmica é fruto das discussões de pensadores ingleses e franceses do século XVIII e XIX. Os principais teóricos, o pensador Robert Owen (1771 – 1858) e Charles Fourier (1772 – 1837), defendiam o modelo de associação e cooperação para atenuar os problemas sociais da época. Os Pioneiros de Rochdale, primeiros a fundar uma cooperativa O que é uma cooperativa de crédito? É uma instituição financeira, na modalidade de sociedade de pessoas, com forma e natureza jurídica própria, sem fins lucrativos e fiscalizada pelo Banco Central do Brasil. Uma cooperativa de crédito tem como finalidade gerir a poupança, propiciar crédito e prestar serviços financeiros de modo mais simples e vantajoso para seus associados. 32 No século XVIII, a Revolução Industrial gerou graves problemas sociais para a classe operária em função do excesso de mão de obra nas fábricas, com consequente exploração dos operários, que eram submetidos a excessivas horas de trabalho em condições precárias e baixos salários. Para contrapor a esse modelo, surgiu o cooperativismo, uma alternativa de geração de trabalho e renda que valorizava as pessoas, a divisão igualitária do trabalho e dos resultados, e não visava ao lucro. A primeira cooperativa – Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale – foi fundada por um grupo de 28 tecelões de Rochdale no dia 21 de dezembro de 1844, em Manchester, Inglaterra. Cooperativismo de crédito O cooperativismo de crédito surgiu na Alemanha pelas ideias de Friedrich Wilhelm Raiffeisen entre os anos de 1847 e 1848. No livro História da Evolução Normativa no Brasil, publicação do Banco Central do Brasil, o autor Marcos Antônio Henriques Pinheiro afirma que Raiffeisen criou a primeira associação de apoio para a população rural que, embora não fosse ainda uma cooperativa, serviria de modelo para a futura atividade cooperativista. Primeiras cooperativas de crédito criadas no Brasil COOPERATIVA DE CRÉDITO CIDADE DATA Caixa Rural de Nova Petrópolis Nova Petrópolis (RS) 28/12/1902 Caixa Rural de Goyanna Goyanna (PE) 27/1/1903 Caixa Rural de Recife Recife (PE) 5/11/1903 Caixa Rural de Nova Petrópolis Município do Cany (RS) 16/3/1905 Caixa Rural de Bom Princípio Bom Princípio (RS) 17/3/1905 Caixa Rural de Santa Cruz Santa Cruz do Sul (RS) 18/3/1905 Caixa Rural de Panambi Panambi (RS) 19/3/1905 Caixa Rural de Baixa Verde João Câmera (RN) 9/4/1905 Caixa de Créd. Op. de Alecrim Natal (RN) 11/4/1905 Caixa Rural de Nova Friburgo Nova Friburgo (RJ) 12/7/1908 Fonte: Ministério da Agricultura; Anais do “I Congresso Brasileiro de Crédito Cooperativo”, Rio de Janeiro, 1923 e livros: O Cooperativismo de Crédito no Brasil do Século XX ao Século XXI, PINHO, Diva Benevides e PALHARES, V.M.A, Editora Confebras, 2004; e Cooperativismo e Crédito Agrícola, LUZ filho, Fábio ª Ed., Distribuidora – Livraria Acadêmica. As cooperativas de crédito urbano foram idealizadas, por volta do ano de 1849, pelo magistrado Hermann Schulze, também na Alemanha, na cidade de Delitzsch, com a instituição de bancos populares entre os artesãos. do modelo Raiffeisen; e, em 5 de novembro de 1903, era inaugurada uma cooperativa de crédito, do tipo Desjardins, em Recife (PE). “Isso demonstra que o Brasil tem mais de um berço do cooperativismo de crédito”, afirma Palhares. A partir da experiência alemã de cooperativas de crédito, diversos formatos de cooperativas surgiram no mundo, porém, os principais, além do Raiffeisen e Schulze, foram os modelos de Luzzati, criado pelo italiano Luigi Luzzatti, por volta de 1863, e tipo Desjardins, criado pelo jornalista Alphonse Desjardins, em Quebec, no Canadá, a partir de 1900. Este último modelo deu origem às primeiras cooperativas da América. “Os quatro modelos foram os pilares da expansão cooperativista de crédito no mundo”, ressalta o presidente do Sicoob Central Amazônia, Valdecir Palhares, um dos principais estudiosos do cooperativismo de crédito. Autora de diversos livros sobre o cooperativismo, a economista e membro do Alto Conselho Consultivo do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP) Diva Benevides afirma que as cooperativas de crédito foram pouco compreendidas no passado devido ao temor do Estado, dos patrões e da sociedade em geral quanto à autonomia e à organização da classe trabalhadora. Temor, segundo ela, explicado pela mentalidade, na época, dos dirigentes de um país que apenas há cerca de 100 anos aboliu o trabalho escravo. “A 1a Constituição Republicana de 1891 garantiu aos trabalhadores o direito de associação em cooperativas e sindicatos. Algumas cooperativas foram sendo timidamente fundadas em vários estados brasileiros, mas sem estrutura definida, até que em 1932 o decreto 22.239 dispôs sobre a organização e o funcionamento das sociedades cooperativas”, explica. O sistema no Brasil, segundo Palhares, provavelmente tenha se iniciado “oficialmente” (de acordo com registros existentes) com a cooperativa de consumo: Sociedade Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto, capital da então província de Minas, fundada em 27 de outubro de 1889. Embora não fosse de crédito, ela possuía uma carteira financeira para auxiliar os cooperados. A história aponta que a primeira cooperativa de crédito surgiu três anos depois, no dia 28 de dezembro de 1902, quando o padre jesuíta Teodoro Amstad criou, em Nova Petrópolis (RS), a Caixa de Economia e Empréstimos Amstad, que está em atividade até os dias de hoje. “Um mês depois, em 27 de janeiro de 1903, surgia uma cooperativa de crédito em Goyanna (PE), O crédito é um dos segmentos existentes no Brasil. Há atividades do cooperativismo em 13 diferentes ramos: agropecuário, consumo, crédito, educacional, especial, habitacional, infraestrutura, mineral, produção, saúde, trabalho, transporte e turismo e lazer. Independente do ramo de atuação, toda cooperativa é formada por associados ou cooperados que, ao mesmo tempo, atuam como donos e usuários dos produtos e serviços por ela oferecidos. ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010 33 Administração Novo superintendente O Sicoob demonstrou mais uma vez alinhamento com o objetivo de aprendizagem e crescimento estabelecido em seu Planejamento Estratégico. Depois de reordenar a governança da Confederação, mediante criação de Diretoria-Executiva profissional subordinada à Diretoria Colegiada, acaba de contratar para superintendente de Desenvolvimento Organizacional o ex-consultor do Departamento de Organização do Sistema Financeiro (Deorf ) do Banco Central do Brasil, Abelardo Duarte de Melo Sobrinho. Profundo conhecedor do cooperativismo de crédito e por ele bastante conhecido, Abelardo chega com o objetivo de consolidar a atuação sistêmica. Os pontos-chave de seu trabalho serão: 1. Racionalização de uso: otimização dos processos de controle e monitoramento, fazendo com que as cooperativas de crédito foquem a geração de novos negócios; 2. Aumento do portfólio financeiro: trabalho conjunto com o Bancoob para ampliação da carteira de produtos e serviços para as cooperativas de crédito; 3. Visão interna: aprimoramento do ambiente produtivo e estímulo à comunicação interpessoal na Confederação, ressaltado seu papel de servir aos interesses das bases. 34 Perfil profissional Abelardo trabalhou no Banco Central do Brasil durante 32 anos e, nos últimos dez, atuou no Deorf, onde, segundo ele, teve oportunidade de praticar o princípio de “interesse público”, que deve pautar principalmente as ações dos órgãos governamentais. Esse trabalho foi ainda mais facilitado por se harmonizar com as diretrizes da Diretoria de Normas e Organização do Sistema Financeiro e com o perfil do chefe do Deorf, Edson Feltrim. Como consultor, seu principal desafio foi desenvolver padrões de análise para pleitos de reformas estatutárias e constituição de cooperativas com o objetivo de adaptar o sistema às normas editadas a partir de 2003. Assim, houve necessidade de promover discussões de medidas destinadas à melhor organização sistêmica do setor, diante de exigências específicas para cooperativas com quadro social e área de ação mais amplas. Não há dúvida que o fato de ter trabalhado no órgão de supervisão o ajudará na melhor interlocução, entre este e o Sicoob, porém sempre no estrito cumprimento das diretrizes e normas oficiais. Ex-consultor do Deorf do Banco Central do Brasil assume Superintendência do Sicoob Confederação Raio-X Nome Abelardo Duarte de Melo Sobrinho. Formação Ciências Contábeis, pela Faculdade Moraes Júnior no Rio de Janeiro. Natural São Luiz do Quitunde (AL), embora tenha ido para o Rio de Janeiro aos 14 anos. Filhos Cassiana (27 anos), Daniel (25 anos), Gabriel (4 anos) e Guilherme (10 meses). Neta Yasmim (10 meses). Time de futebol Fluminense, gerador de tantas emoções. Hobby Reunir amigos para conversar, em meio a uma roda de cantoria e violão, que aprendeu a dedilhar para seu lazer. Momentos inesquecíveis Cantar uma canção de sua autoria em homenagem aos 15 anos de sua filha, em 1998; o casamento com Renata Duarte, em 2003; e a publicação do livro “Microfinanças – O Papel do Banco Central e a Importância do Cooperativismo de Crédito”, em conjunto com seu amigo Marden Soares. Responsabilidade Social Do Espírito Santo para o mundo Com patrocínio do Sicoob ES, atleta capixaba se torna a número um no triatlo Com o patrocínio do Sicoob, Pâmella Oliveira é destaque no triatlo nacional Divulgação Ela nada, corre e pedala. Com muito treino e determinação, a Internacional de Triatlo (ITU) e está na primeira posição da triatleta capixaba Pâmella Oliveira é o atual destaque nacioConfederação Brasileira de Triatlo (CBTRI). O apoio do Sicoob nal na modalidade e promessa nas Olimpíadas de Londres, ES tem se mostrado fator fundamental na carreira da atleta, em 2012. Patrocinada pelo Sicoob Espírito Santo que, desde que atualmente treina em São Carlos (SP), com o técnico da 2002, aposta no potencial da atleta, Pâmella se Seleção Brasileira, Antônio Carlos Amaral, o Cali. destaca no esporte, colecionando títulos como “A importância é a segurança. No início da na“A importância tação, treinava sem saber ao certo se teria cono primeiro lugar no Mundialito Feminino de é a segurança. dições de participar das competições. Como o Triatlo Rápido, realizado em fevereiro na cidade Sicoob é um patrocínio certo, sei que só precide Niterói (RJ). Dona de quase 500 medalhas, a Como o Sicoob so treinar”, afirma Pâmella. jovem de 22 anos aponta a segurança do paé um patrocínio trocínio como fator fundamental para o sucescerto, sei que só Para o presidente do Sicoob ES, Bento Venturim, so de um esportista. preciso treinar.” os resultados obtidos pela atleta nas competições ao longo dessa trajetória têm contribuído Depois de quase 14 anos dedicados à natação, para potencializar a marca Sicoob no Estado, esporte em que foi campeã brasileira por 26 no Brasil e também no exterior, onde Pâmella Oliveira já vezes, Pâmella decidiu, em 2007, mudar de modalidade. A obteve importantes vitórias. “O retorno capitalizado com a escolha do triatlo deu início a uma intensa maratona de treiexposição da marca nos veículos de comunicação por meio nos que inclui feriados e fins de semana. desse patrocínio é muito positivo para a imagem da instituição. A garra da atleta é o retrato da determinação do Sicoob”, O esforço vem rendendo ótimos resultados. Hoje, Pâmella afirma Bento Venturim. é a brasileira mais bem colocada no ranking da Federação ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010 35 Produtos e Serviços Informação rápida e completa O portal Sicoobcard conta agora com mais uma novidade: o painel sobre os cartões de crédito. A funcionalidade permite que as cooperativas acessem informações sobre movimentação financeira, receitas, entre outras. O Bancoob desenvolveu mais uma funcionalidade no portal Sicoobcard para que as cooperativas ampliem a atuação na área de cartões. Lançado em 7 de maio, o novo painel permite que as singulares acessem informações sobre a base, a movimentação financeira, as receitas e a despesa de mensalidade dos cartões de crédito de janeiro a abril deste ano. Antes, a página só tinha dados da função de débito. Para facilitar o acompanhamento do desempenho de cada singular que comercializa os produtos da família Sicoobcard, os números estão separados por Postos de Atendimento Cooperativo (PACs). Basta digitar www.sicoobcard.com.br/ portal e acessar com a senha repassada pela cooperativa central. “A visão por PAC é uma inovação e foi inserida no portal para facilitar o trabalho da cooperativa. Dessa forma, ela tem condições de gerenciar, de forma simples, ágil e segura, as informações, que, até então, eram repassadas por meio de relatórios”, diz o superintendente de Cartões do Bancoob, Marcos Chaves. A ferramenta também possibilita a análise detalhada da origem dos ganhos financeiros, promovendo, inclusive, a reformulação do planejamento e a melhor distribuição dos resultados. No caso das centrais, o acesso admite a visualização das somas dos dados de suas singulares. 36 Crédito na fatura As cooperativas têm outra vantagem competitiva para oferecer aos portadores dos cartões da família Sicoobcard (Standard, Gold e Empresarial). Trata-se do crédito na fatura, também chamado de cash back. “Os cooperados poderão efetuar a troca de pontos do programa Sicoobcard Prêmios por créditos de volta na fatura no valor de R$ 50, R$ 100, R$ 150 ou R$ 200. Após o resgate, a conversão de pontos para o crédito na fatura é feita em até três dias úteis”, afirma o gerente comercial de Cartões do Bancoob, Élio Custódio. A quantidade de pontos necessária para realizar o cash back varia de acordo com o tipo de cartão e a cotação do dólar. Todas as consultas e os resgates do Sicoobcard Prêmios são feitos diretamente no site www.sicoobcard.com.br, inclusive o crédito na fatura. Para se cadastrar na página, o titular do cartão deverá informar seus dados. Depois de escolher o login (nome e senha), entrar no site e clicar no banner do programa. Lá, haverá o catálogo de prêmios e a opção crédito na fatura. Copa do Mundo Copa da África do Sul faz vibrar torcedores em todo o mundo, capazes de praticar loucuras pelo futebol 1930 – Uruguai Uruguai 1934 – Itália Itália 1938 – França Itália 1950 – Brasil Uruguai De quatro em quatro anos, corações de todo o mundo batem juntos por uma única paixão: o futebol. A 19ª Copa do Mundo da Federação Internacional de Associações de Futebol (Fifa) trouxe fortes emoções. Torcedores deixaram os seus países para conferir o campeonato que entrou para a história como o primeiro a ser sediado em continente africano. Entre eles, esteve João Lima Neto, diretor operacional do Coopsebrae da Paraíba (PB) e membro titular do Conselho de Administração do Sicoob Central Nordeste. Amante do futebol, João vem marcando presença nos mundiais desde 1990. 1954 – Suíça Alemanha 1958 – Suécia Brasil 1962 – Chile Brasil 1966 – Inglaterra Inglaterra 1970 – México Brasil 1974 – Alemanha Alemanha Em companhia de dois cunhados e um sobrinho, João Lima assistiu aos jogos da primeira fase do mundial de futebol diteto da África. Ele carrega o sentimento de vitória em todas as viagens, embora nem sempre a competição tenha o resultado esperado. “Até hoje sonho com o gol que o Miller (jogador da seleção) perdeu contra a Argentina aos 42 minutos do segundo tempo na Copa de 90”, recorda João. 1978 – Argentina Argentina 1982 – Espanha Itália 1986 – México Argentina 1990 – Itália Alemanha 1994 – Estados Unidos Brasil A viagem para ver a Copa do Mundo foi uma oportunidade para o diretor operacional conhecer o país africano, onde encontrou uma realidade parecida com a brasileira. “Conheci um povo alegre, mas com problema nas grandes cidades, bem parecido conosco.” 1998 – França França 2002 – Coreia do Sul/Japão Brasil 2006 – Alemanha Itália Ranking até 31/12/2009 Paixão sem tamanho ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010 37 Qualidade de Vida Em um ato de apoio e solidariedade à Valerie, amigos e família Girotto raspam a cabeça Arquivo Pessoal Exemplo de superação Pensamento positivo e união da família ajudam na cura do câncer Há um ano, uma pequena mancha em um dos seios da dona de casa Valerie Vieira Girotto desencadeou uma verdadeira corrida pela vida. A confirmação do câncer de mama mobilizou toda a família que, ao contrário de se desestruturar, uniu forças para enfrentar esse desafio. Considerada como a doença que mais causa mortes entre as mulheres no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama, assim como outros tipos da enfermidade, tem maior chance de cura se diagnosticado em seu estágio inicial. Sempre atenta aos exames, Valerie procurou o médico imediatamente, mesmo acreditando que a mancha se tratava de uma simples alergia. “Fui a mais de um médico até descobrir que era um câncer inflamatório. Tinha que começar o tratamento bem rápido.” 38 Foram oito sessões de quimioterapia e 32 de radioterapia, além de uma cirurgia. Mesmo com o corpo debilitado, Valerie não perdeu as forças e, com o apoio da família, superou a doença. Uma das provas de amor veio do marido, dos dois filhos e de um amigo que, diante de sua queda de cabelos, resolveram, eles também, raspar as cabeças. “Decidi cortar os cabelos e, antes que a cabeleireira chegasse a nossa casa, eles já tinham raspado a cabeça. Foi um gesto muito bonito”, diz. Jadir Girotto, marido de Valerie e presidente do Sicoob Central MT/MS, conta que em nenhum momento a família desistiu de lutar. “Esses assuntos normalmente causam um mal-estar nas famílias. Na nossa, foi motivo para fortalecimento e união. Nós sempre mantivemos o bom humor e a alegria.” Uma doença que cresce Ação solidária Pelo 4° ano consecutivo, o Sicoob Cocred, a Copercana e a Canaoeste promoveram um evento em prol da Fundação Pio XII (Hospital do Câncer de Barretos), em Barretos, São Paulo (SP). O show da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano foi realizado no dia 1º de abril no Clube de Campo Vale do Sol, em Sertãozinho (SP), e atraiu um público de mais de mil pessoas. Toda a arrecadação foi revertida para a instituição. O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente da doença no mundo. O Ministério da Saúde estima que, em 2010, o número de casos chegará a 49.240. Evitar a obesidade e o consumo de álcool é uma das formas de se prevenir a doença, além de fazer exames periódicos como a análise clínica das mamas e a mamografia. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece os exames de prevenção a todas as mulheres. Referência no país, a Fundação Pio XII realiza todos os tratamentos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). São feitos diariamente o total de 2.800 atendimentos a pessoas vindas de todo o Brasil. A instituição possui um déficit mensal de R$3,4 milhões, por isso, iniciativas solidárias são de extrema importância para que ela mantenha suas portas abertas. Dados no Ministério da Saúde mostram que 80% dos casos de câncer são desencadeados por fatores externos. O tabagismo, por exemplo, é responsável, entre outros, pelo câncer de pulmão, que é o tipo mais frequente no mundo. Estimativas do MS salientam que, em 2010, o câncer de pulmão poderá atingir 17.800 homens e 9.830 mulheres no Brasil. A exposição ao sol, outro fator externo, desencadeia o câncer de pele, apontado como o tipo mais incidente no país. Neste ano, poderá chegar a 53.410 casos entre os homens e 60.440 entre as mulheres. Manter hábitos alimentares saudáveis, evitar o cigarro e a bebida alcoólica, praticar exercícios físicos e se proteger contra o sol são algumas formas de prevenção. É importante também se manter em dia com os exames preventivos, como a investigação do câncer da próstata, entre os homens, e o exame ginecológico preventivo, mamografia e análise clínica das mamas entre as mulheres. Fonte: Instituto Nacional do Câncer (Inca) / Ministério da Saúde Sicoob Cocred Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de cem doenças que se caracterizam pelo crescimento desordenado das células. As causas podem ser externas ou internas ao organismo. As externas estão relacionadas ao ambiente e aos hábitos de cada um. As internas podem ser predeterminações genéticas e a capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Receita de Solidariedade O Sicoob Vale do Aço patrocinou dois mil exemplares do livro de receitas culinárias “Toque de Sabor”, publicação da entidade filantrópica Se Toque, sediada em Ipatinga (MG). A renda obtida com a venda do livro é revertida ao apoio às pessoas que lutam contra o câncer. A entidade Se Toque atua no apoio aos portadores da doença e de seus familiares, oferecendo-os abrigo durante o tratamento. Segundo o presidente do Sicoob Vale do Aço, Luiz Gonzaga Viana Lage, o apoio para este projeto foi proposto durante assembleia da cooperativa, que decidiu que parte das sobras deveria ser usada para bancar os custos de publicação do livro. ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010 39 Comemoração Uma capital construída pela cooperação sxc.hu Brasília comemora 50 anos e revive sua história A história prova que a trajetória humana obtém grandes saltos de evolução pela ousadia de alguns, pela genialidade de outros, mas, principalmente, pela colaboração de muitos. Os grandes projetos só se tornam grandes realizações a partir dessa postura construtiva de coletividade. E foi com esse espírito de cooperação que foi erguida a majestosa e bela capital do Brasil, Brasília. Eleita pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 1987, Patrimônio da Humanidade, Brasília, hoje com 50 anos, é motivo de orgulho de todos os brasileiros. A própria história de Brasília remete à cooperação, antes mesmo de sua construção. O sonho da transferência da capital para a região central do país – surgido a partir de argumentos como o da interiorização do país, defesa estratégica, coesão territorial e fortalecimento de uma cultura autenticamente nacional – esteve presente na maioria das Constituições Federais, desde 1891. Derradeira ante a construção da nova capital brasileira, a Constituição de 1946 determinava: “A Capital da União será transferida para o Planalto Central do país”. E foi a partir dessa determinação que um cooperado do Sicoob mudou a história do Brasil ao questionar aquele que viria a ser o próximo Presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek, o JK. 40 Em 4 de abril de 1955, Jataí, cidade do interior de Goiás, recebia o presidenciável Juscelino Kubitschek, que escolhera a cidade para lançar sua campanha rumo à Presidência do país. Em um dia chuvoso, sobre um palanque improvisado em um caminhão, JK fez seu discurso, abrindo espaço para perguntas do povo. Foi então que Antônio Soares Neto, o Toniquinho JK, como é mais conhecido, entrou para a história do país ao fazer a pergunta que mudaria o destino da nação. Procurado pela Revista Sicoob, Toniquinho JK mostrou-se receptivo e orgulhoso ao ser indagado sobre os fatos que o levaram a entrar para a história do Brasil. Admirador incondicional do ex-Presidente JK, ele foi detalhista ao contar, de forma emocionada e emocionante, a trajetória que levou Juscelino até o famoso palanque improvisado no interior de Goiás. Toniquinho, que se tornou amigo de JK após o acontecimento em Jataí, não negou sua grandiosa admiração pelo amigo, chegando a afirmar que “Juscelino não era um mortal igual a nós, ele tinha alguma coisa diferente. Ele parecia dotado de uma predestinação política. Eu acreditava muito nele”. Dono de uma memória invejável e de extrema gentileza no trato com as pessoas, o Toniquinho relembrou diversos Croquis de Oscar Niemeyer Cooperativista nato, Toniquinho JK entrou para a história do Brasil ao colaborar para a construção de Brasília. Questionado sobre sua opinião quanto ao cooperativismo e tendo em vista o fato de ele ser também cooperado, Toniquinho foi categórico ao afirmar sua admiração pelo cooperativismo. “Esse sistema, em termos de economia, de um povo, de um país, é uma coisa boa demais! As cooperativas de crédito vêm trazer muita força para as regiões onde estão localizadas. Vejo que aqui o acesso ao crédito é muito democrático”, disse. Toniquinho JK se tornou símbolo da construção de Brasília, sendo que a história da capital, que ele faz questão de contar com muito entusiasmo, confunde-se com a sua própria história de vida. Com 29 anos à época da importande pergunta, Toniquinho JK foi um grande exemplo de como a cooperação pode mudar os rumos da história de uma pessoa e, por que não, de um país. Brunna Duarte acontecimentos, nomes, datas, números da época, reportando-nos à histórica pergunta e sua corajosa resposta. “Com o coração saindo pela boca, levantei o dedo e perguntei para ele (JK): já que Vossa Excelência falou tanto em cumprir a Constituição, nós queremos saber, se eleito for, o senhor vai transferir a capital da República, conforme está previsto na Constituição?”. De acordo com Toniquinho, o então candidato à Presidência do país assustou-se com o questionamento, mas respondeu que a pergunta, apesar de difícil e embaraçosa, era muito oportuna e feliz. “JK disse que, a partir daquele momento, ele faria daquela pergunta o objetivo principal de sua campanha e de sua administração, se fosse eleito. Aí o povo o aplaudiu muito. Parecia uma festa!”, relatou. Toniquinho JK , cooperado do Sicoob, é um dos personagens da construção da capital do Brasil Morador da cidade de Goiânia (GO), Toniquinho é cooperado da Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores da Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás (Sicoob Crediffis), localizada na capital goiana, desde sua fundação em 1999. Por Brunna Duarte Líder cooperativista em Brasília Brasília foi erguida por meio de muita cooperação. Um cooperativista nato, como é o caso de Toniquinho, ajudou a construí-la. Outros tantos lutaram para que o sistema cooperativo pudesse expandir-se e levar à capital do país um desenvolvimento sustentável e com justiça social. O cooperativismo de crédito cresceu em Brasília nos últimos 27 anos. Muitos líderes vêm contribuindo para esse desenvolvimento. José Alves de Sena é um deles e possui experiência associativista desde os 17 anos de idade, quando presidiu o Grêmio Escolar no ginásio da cidade de Pereiro, no Ceará. Como milhares de pessoas, ele se mudou em busca de um novo futuro e chegou à capital brasileira em 1969. Ainda no associativismo, ele liderou a criação da União Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon), entidade que pressionou o Governo Federal para a criação da Controladoria Geral da União. No cooperativismo de crédito, Sena foi um dos fundadores da Credifaz, cooperativa dos servidores do Ministério da Fazenda e órgãos da estrutura da Presidência da República, que preside desde 2004; e, em 2007, assumiu a Presidência do Sicoob Central DF, sendo reeleito em 2010. ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010 41 Trabalho Foco no ser humano Cooperativas de São Paulo ocupam ranking de melhores empresas para trabalhar e estagiar Equipe do Credicoonai recebe prêmio de melhor empresa para estagiar As políticas de Recursos Humanos (RH) de duas cooperativas do Estado de São Paulo ganharam destaque nacional. Indicadas em listas que elegem os melhores locais para trabalhar e estagiar, o Sicoob Credicitrus (Bebedouro) e Credicoonai (Ribeirão Preto) focalizam suas práticas de RH na valorização de seus colaboradores e no incentivo ao crescimento de cada um. Organizado anualmente, o Guia Você S/A Exame traz as 150 melhores empresas para trabalhar no país. Após entrevistas com gestores, diretores e colaboradores, são levantadas informações acerca das políticas da empresa e sobre a percepção que os empregados têm do local onde trabalham. O Sicoob Credicitrus foi uma das classificadas na lista de 2009. Os números da pesquisa revelaram que a entidade está alinhada aos anseios de seus funcionários: 93% deles se identificam com a cooperativa, 86,5% estão satisfeitos e motivados, 74,1% acreditam ter desenvolvimento e 80,1% aprovam seus líderes. Para André Marangoni, há 12 anos na cooperativa, uma das vantagens de trabalhar no Sicoob Credicitrus é a oportunidade de crescimento profissional. Hoje, ele é o contador responsável pelos balanços da cooperativa, cargo a que foi promovido após finalizar os seus estudos. “Participei de cursos internos e concluí, com o apoio da cooperativa, um MBA. Aqui meu potencial é aproveitado”, afirma. Para o diretor-presidente do Sicoob Credicitrus, Raul Huss de Almeida, a premiação é um reconhecimento à filosofia adotada pela cooperativa. “Em qualquer organização, o fator que faz diferença é o humano. Para que se alcancem os melhores resultados, é fundamental a criação e a manutenção de um ambiente de trabalho confortável e amigável”, diz. 42 Arquivo Sicoob Credicoonai Um bom começo profissional Realizado anualmente pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) em parceria com o Ibope Solution e a Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seccional São Paulo (ABRH-SP) –, o levantamento das melhores empresas para estagiar em São Paulo classificou a Credicitrus em 5º lugar e a Credicoonai em 9º. A pesquisa foi aplicada a 2,5 mil estagiários. A estudante de Administração de Empresas Mariana Barbon Pinto de Almeida é uma das estagiárias da Credicitrus. Segundo ela, a maioria dos estudantes de seu curso ambiciona uma vaga na cooperativa. “Sempre ouvimos que na Credicitrus é possível desenvolver o que se aprende na teoria. Tenho comprovado que a visão é verdadeira”, avalia. Dos 140 colaboradores da Credicoonai, 23 são estagiários. Para a aluna de Ciências Contábeis Bianca Faria de Oliveira, estagiária na cooperativa, a experiência será determinante em sua formação. “No estágio, nós adquirimos mais conhecimento, pois aprendemos na prática o que é ensinado na faculdade.” Segundo o presidente da Credicoonai, Henrique Castilhano Vilares, a cooperativa oferece chances de contratação a todos os estagiários. “Aproximadamente 50% do nosso quadro de funcionários é composto por ex-estagiários”, conta. Destaque Sicoob Confederação Diretores do Bacen visitam Sicoob Confederação e Bancoob Presenças ilustres marcam encontro entre líderes cooperativistas Dois dos mais influentes executivos do Banco Central do Brasil, o diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro, Alexandre Antônio Tombini, e o diretor de Liquidações e Controle de Operações do Crédito Rural, Antônio Gustavo Matos do Vale, elogiaram a estrutura do Sicoob e o seu papel para o crescimento do cooperativismo de crédito no país. Eles visitaram o Sicoob Confederação e o Bancoob, em Brasília (DF), no dia 6 de maio. Na ocasião, Gustavo Matos reconheceu que, quando começou a trabalhar, as instituições cooperativas não eram o foco do Banco Central. Contudo, aos poucos, percebeu-se a relevância delas para o Sistema Financeiro Nacional. “Nos últimos anos, o cooperativismo de crédito tem sido o motor para o desenvolvimento econômico e social de diversas regiões do país”, ressaltou. Na avaliação de Tombini, as cooperativas são responsáveis pelo acesso à poupança e pela democratização do crédito aos pequenos agricultores e empreendedores do interior do Brasil. “Tenho defendido a ampliação da atuação do cooperativismo de crédito e a livre admissão é um dos caminhos para isso”, observou. Também estiveram presentes: o chefe do Departamento de Organização do Sistema Financeiro (Deorf ), Luiz Edson Feltrim; o chefe do Departamento de Normas do Sistema Financeiro (Denor), Sérgio Odilon dos Anjos; o consultor do Denor, Júlio César Paranatinga Carneiro; o chefe-adjunto do Deorf, Adalberto Gomes da Rocha; o chefe da Gerência Executiva de Regulação e Controle das Operações Rurais e do Proagro (Gerop), Deoclécio Pereira de Souza e o consultor do Deorf do Banco Central, Abelardo Duarte de Melo Sobrinho que, no dia seguinte, deixou o cargo para ingressar como executivo no Sicoob Confederação. ANO 1 - No 2 - MAI ABR / ABR MAI / JUN / 2010 43 Giro Alinhamento do Planejamento Estratégico do Sicoob Central Bahia Divulgação Sicoob chega ao Rio Grande do Sul O Sicoob está presente em mais um estado do Brasil. Por meio da Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Empresários do Vale do Paranhana (Sicoob Ecocredi), o Sicoob inicia sua atuação no Rio Grande do Sul. Inaugurada em 12 de abril, a Ecocredi beneficia empresas e pessoas físicas de 20 cidades do Vale do Paranhana, região onde se concentra grande número de empresas do ramo calçadista. Sediada no município de Três Coroas, a Ecocredi está associada ao Sicoob Central Santa Catarina. Por meio do alinhamento do plano estratégico com o planejamento sistêmico, o Sicoob Central Bahia vislumbra oportunidades de ampliar a sua participação para 2% no mercado baiano. O evento de alinhamento, realizado no primeiro trimestre de 2010, contou com a participação dos representantes das cooperativas associadas que validaram a visão, a missão e os valores sistêmicos. Para o próximo triênio, a palavra de ordem é crescimento. O planejamento definiu metas para o aumento de depósitos, operações de crédito e patrimônio líquido. Além disso, foi projetada a ampliação dos serviços oferecidos aos cooperados e suas comunidades, dentre eles o correspondente cooperativo. O Sicoob BA priorizou ações de expansão no mercado, a exemplo da abertura de postos de atendimento cooperativo, além das ações de negócios e marketing. Sicoob São Miguel lança revista educativa O Sicoob São Miguel (SC) lançou a revista “Sicoobito”, um projeto educativo para crianças de seis a 12 anos. Foram impressas 12 mil revistas, distribuídas em 14 municípios. Têm sido realizadas reuniões com as secretarias de Educação e diretores das escolas dos municípios para apresentar o projeto e debater as estratégias de uso do material. Também são promovidas palestras com os educadores dos municípios, ministradas pelo presidente do Sicoob São Miguel, Edemar Fronchetti, seguidas da distribuição da revista às escolas. A publicação apresenta duas histórias com o Sicoobito – mascote criado em concurso interno entre os funcionários da cooperativa – vivenciando a educação ambiental e financeira. A revista tem páginas para colorir e vários jogos de recreação. “O Sicoob é uma instituição presente nas comunidades onde atua, sempre em busca de relações duradouras”, afirma Edemar. 44 Sicoob Norte discute modelo de governança A Central Norte realizou, no dia 17 de maio, rodada de discussão sobre o modelo de governança cooperativa a ser adotado no sistema Sicoob Norte, atendendo à Lei Complementar 130. O público de mais de 60 pessoas, entre diretores e conselheiros das singulares do Sistema, assistiu à palestra do gerente jurídico do Sicoob Confederação, Ricardo Senra. O evento foi realizado no auditório da Central Norte, em Porto Velho (RO). Sicoob Central DF comemora 15 anos de desenvolvimento No dia 6 de março, o Sicoob Central DF comemorou aniversário de 15 anos. Uma década e meia de muito trabalho e dedicação ao desenvolvimento do cooperativismo de crédito na região central do país. Fundada em 1996, a Central – já instalada em sua nova sede – conta atualmente com 19 cooperativas filiadas, que juntas somam aproximadamente 130 mil associados. Central promove 1a Eco Pesca Sicoob Depois do V Encontro de Conselheiros e Gerentes, realizado pelo Sicoob Central MT/MS, no dia 31 de março, em Cuiabá (MT), os participantes tiveram momentos Divulgação de lazer e descontração. Eles ª participaram da 1 Eco Pesca Sicoob, no Pantanal mato-grossense. O passeio aconteceu entre os dias 31 de março e 4 de abril e partiu da cidade de Cáceres (MT), pelo Rio Paraguai. Os participantes tiveram ainda a oportunidade de conhecer várias espécies de animais, como patos selvagens, tuiuiús, gaviões, capivaras, ariranhas, jacarés e colhereiros. Sicoob Nordeste inaugura novas agências O Sicoob Central NE inaugurou mais duas novas agências na região. A primeira é o Sicoob CGCred, cooperativa de economia e crédito mútuo voltada aos empresários da cidade de Campina Grande (PB). Com capital integralizado de mais de R$ 1 milhão, a nova filiada já nasce com prédio próprio. Agora, Campina Grande, reconhecida como grande polo tecnológico e celeiro de inúmeros empreendedores, contará com uma singular que disponibilizará todas as vantagens do maior sistema cooperativo de crédito do país. A segunda é o Sicoob Cooprev, Cooperativa dos Servidores do INSS também da Paraíba. A singular, que já existe há 13 anos, conta com novas instalações, mais seguras e confortáveis. Distribuída em 240 m2, a nova agência foi projetada para atender ao número cada vez maior de cooperados e ao aumento do quadro de colaboradores. ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010 45 Sicoob entra para história da automação bancária do Brasil Entre os dias 9 e 11 de junho, foi realizado, em São Paulo (SP), o CIAB 2010 (Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras), organizado pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Considerado o maior evento de automação bancária da América Latina, o congresso contou com a participação das maiores empresas de Tecnologia da Informação (TI) do mundo, que atuam nesse segmento. Rafael Rezende/Assunto Digital GIRO Ricardo Antonio, entre os executivos Fábio Barbosa, presidente do Grupo Santander e da Febraban e Alexandre de Barros, diretor-executivo do Itaú-Unibanco e presidente do CIAB, recebe homenagem Na ocasião, o CIAB completou 20 anos e os ex-presidentes do CNAB e do CIAB Febraban foram homenageados como personalidades que contribuíram para que todo o desenvolvimento da automação bancária acontecesse. O sistema de crédito cooperativo do país esteve representado pelo diretor de TI do Sicoob Confederação, Ricardo Antonio de Souza Batista, que foi homenageado, durante o evento, com uma placa com os seguintes dizeres: “A Febraban agradece a sua valiosa contribuição para o desenvolvimento da tecnologia bancária no Brasil”. O executivo do Sicoob Confederação é, ainda, um dos personagens da história da TI nas instituições financeiras. Sua participação está registrada no livro “Tecnologia Bancária no Brasil – uma história de conquistas, uma visão de futuro”, lançado durante o CIAB 2010. Sicoob tem a maior cooperativa da América Latina O Sicoob Credicitrus continua sendo a maior cooperativa de crédito da América Latina. Em 2009, a cooperativa fechou o ano com cerca de 38 mil cooperados, 42 unidades, sendo 37 em São Paulo e três em Minas Gerais, além da matriz e um posto de atendimento na loja de insumos da Coopercitrus, ambos sediados em Bebedouro (SP). O Sicoob Credicitrus registrou uma expansão de 30,8% dos seus ativos totais, ultrapassando a marca de 1,8 bilhão em 2009. As sobras totalizaram R$ 64 milhões, cerca de 12,5% superiores às de 2008. Desse valor, em torno de R$ 12 milhões, correspondendo aos juros sobre o capital, foram antecipadamente incorporados ao capital dos cooperados no mês de dezembro. Orquídeas, poesias e cooperativismo de crédito Divulgação O Sicoob Goiás Coapil esteve presente em dois importantes eventos da cidade de Piracanjuba (GO). A cooperativa apoiou a 39ª Exposição Nacional de Orquídeas, realizada entre os dias 14 e 16 de maio, no Salão Paroquial da cidade, e o V Concurso de Recitadores de Poesias da Escola Municipal de Presidente da cooperativa, Astrogildo Peixoto, em discurso na Educação Básica Serra Negra. Os vencedores do concurso, abertura do evento que aconteceu em 7 de maio, foram: Lucas Rodrigues da Silva Neto (aluno do 2º ano); Luan Cardoso Resende (aluno do 1º ano); e Nayara Pabline Gonçalves Rodrigues (aluna do 4º ano). Os três primeiros colocados receberam Poupanças Cooperadas e kits escolares como prêmios. 46 ANO 1 - No 2 - ABR / MAI / JUN / 2010 47 Se depender da união e do desenvolvimento das cooperativas do Sicoob, os números do Bancoob vão continuar crescendo. Para o Bancoob, os números são importantes porque eles mostram o resultado da parceria e da intercooperação. São frutos da união, da confiança e do compromisso de levar produtos e serviços de qualidade para mais de 1,7 milhão de associados das cooperativas do Sicoob em todo o Brasil. BancooB 2007 2008 2009 ativos totais em R$ bilhões (saldo médio) 4,98 5,34 6,93 Depósitos em R$ bilhões (saldo médio) (a) 3,666 3,914 5,107 carteira de crédito em R$ bilhões (saldo médio) (b) 1,391 1,678 2,402 Patrimônio Líquido em R$ milhões (saldo normal)(c) 107,03 160,92 179,48 (a) Depósitos=Depósitos+Compromissadas (b) A carteira de crédito representa os valores líquidos da provisão para devedores duvidosos (c) O valor do patrimônio líquido não contempla as destinações de dividendos do semestre Um crescimento considerável em apenas 13 anos de vida. O Bancoob agradece a todos que ajudaram a construir estes números.