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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE DIVINÓPOLIS – FUNEDI/UEMG CENTRO DE PÓS GRADUAÇÃO ROGÉRIO DA CUNHA MAIA Informática, Educação e Transdisciplinaridade Divinópolis 2007 Rogério da Cunha Maia INFORMÁTICA, EDUCAÇÃO E TRANSDISCIPLINARIDADE Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Educação, Cultura e Organizações Sociais da FUNEDI/UEMG, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Educação, Cultura e Organizações Sociais. Área de concentração: Estudos Contemporâneos. Orientador: Prof. Dr. Pedro Pires Bessa Divinópolis Centro de Pós-Graduação FUNEDI/UEMG 2007 M217i Maia , Rogério da Cunha Informática, educação e transdisciplinaridade [manuscrito] / Rogério da Cunha Maia. – 2007. 149 f., enc. il . Orientador : Pedro Pires Bessa Dissertação (mestrado) - Universidade do Estado de Minas Gerais, Fundação Educacional de Divinópolis. Bibliografia : f. 126 - 135 •Informática. 2. Educação. 3. transdisciplinaridade. l. Bessa, Pedro Pires. II. Universidade do Estadual de Minas Gerais. Fundação Educacional de Divinópolis. III. Título. CDD: 372.35 Dissertação intitulada “ Informática, Educação e Transdisciplinaridade” de autoria do mestrando Rogério da Cunha Maia, aprovada pela banca examinadora constituída pelos seguintes professores: ________________________________________ Prof. Dr. Pedro Pires Bessa – Orientador ________________________________________ Prof. Dr. José Geraldo Pedrosa – Banca ________________________________________ Prof. Drª. Francis Paulina Lopes da Silva - Banca ________________________________________ Prof. Drª. Helena Alvim Ameno – Suplente ________________________________________ Prof. Dr. Alexandre Simões Ribeiro Coordenador do programa de Mestrado FUNEDI/UEMG Divinópolis, 27 de novembro de 2007 A minha esposa Bia. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por ter me dado o privilégio de viver e determinação para concluir este trabalho. A minha esposa que foi mãe e “pai” de nossa filhinha Letícia que nasceu junto com o projeto do mestrado, cumprindo minhas funções quando estive “ausente” em muitos momentos importantes deste projeto. Ao Professor Dr. Pedro Pires Bessa pela dedicação, atenção, paciência e sábia orientação em todo o desenvolvimento deste trabalho. A todos do Centro de Pós-graduação FUNEDI-UEMG, que sempre me atenderam com um sorriso e prontos a colaborar com minhas necessidades. E não poderia deixar de agradecer aos professores que participaram da pesquisa de campo deste projeto e contribuíram significativamente com suas respostas e declarações. Agradeço também a todas as pessoas e entidades que gentilmente me cederam formalmente o direito de utilização de imagens, textos, trabalhos e outros materiais que contribuíram significativamente para este trabalho. Dentre elas: − Colégio Dante Alighieri − Ciência Hoje On-line − Tomoe Soroban Co. − CotiaNet − matematica.com.sapo.pt − Roberto Mauro Costa e Silva − Carlos Roberto Amâncio “A educação faz com que as pessoas sejam fáceis de guiar, mas difíceis de arrastar; fáceis de governar, mas impossíveis de escravizar”. Henry Peter RESUMO A utilização da tecnologia da Informação tem provocado transformações rápidas em todo o mundo, principalmente pelo seu poder em integrar e transmitir informações em tempo real para a maioria dos povos, simultaneamente. A Informática está provocando o deslocamento de fronteiras, a quebra e a construção de novos paradigmas em toda a contemporaneidade. O objetivo desta pesquisa foi estudar como a Informática está sendo utilizada na Educação, detectar quais recursos estão disponíveis nas escolas e como eles estão sendo utilizados nas salas de aula. A metodologia utilizada foi a análise da literatura existente e uma pesquisa de campo para confronto de dados entre a teoria e sua evolução prática no dia-a-dia dos professores. Os resultados mostraram que muitos recursos já estão sendo utilizados na Educação, entretanto, a maioria deles são básicos e há falta de recursos como: hardwares, softwares e principalmente falta treinamento adequado aos professores e alunos. Conclui-se que há resistências por parte da escola em utilizar a Informática, que ainda há um predominância na utilização do quadro-negro nas salas de aula por falta dos recursos da Informática e do grande apego ao antigo método que coloca o professor como centro do conhecimento. Também concluiu-se, que não há resistência em utilizar a Informática por parte do professor. Ele tem se empenhado, até mesmo com seus próprios recursos, para levar para o dia-a-dia da escola as novidades tecnológicas a que tem acesso e acredita na Informática como ferramenta que possibilitará a aproximação entre o mundo da escola e o universo fora dela. Palavras chaves: Informática. Tecnologia. Educação. Escola. Professor. Comunicação. Informação. ABSTRACT The use of the Information technology has provoked fast transformations in the whole world, mainly for its power in integrating and transmitting information simultaneously in real time for the majority of the peoples. Information technology is provoking the displacement of borders, the breaking and the construction of new paradigms in all the contemporaneity. The purpose of this research was to study as Information technology is being used in the Education, identify which resources are available in the schools and how they are being used in the classrooms. The methodology used was a review of existing literature and a local research for confrontation of data between the theory and its practical evolution in day-by-day of the professors. The results showed that many resources are already being used in Education, however, the majority of them is 8 basic and there is a lack of resources such as hardware, software, and especially lack adequate training to teachers and students. We concluded that there is resistance from the school to use the Information technology, that still has a predominance in the use of the blackboard in the classrooms due the lack of resources of informatics and the great attachment to the old method which places the teacher as center of the knowledge. We also concluded that there is not resistance in using the information technology by the teacher. He has struggled even with his own resources to take to the school new technologies that he access and believes in Information technology as a tool which will allow the approchement between the world of school and the universe beyond it. Keywords: Computer. Technology. Education. School. Teacher. 9 SUMÁRIO LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS........................................................... 12 LISTA DE ILUSTRAÇÕES................................................................................. 13 LISTA DE TABELAS.......................................................................................... 16 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 17 1.1 Objetivos e justificativas do estudo....................................................................... 17 1.1.1 Objetivos........................................................................................................................... 17 1.1.2 Problemática...................................................................................................................... 18 1.1.3 Hipóteses........................................................................................................................... 18 1.1.4 Metodologia utilizada....................................................................................................... 18 1.2 Cenário atual......................................................................................................... 19 1.3 Ultrapassando fronteiras........................................................................................ 20 2 INFORMÁTICA................................................................................................... 26 2.1 História da Informática.......................................................................................... 26 2.1.1 O hardware............................................................................................................ 26 2.1.2 O software............................................................................................................. 36 2.2 Redes de computadores......................................................................................... 48 2.3 Internet.................................................................................................................. 50 2.3.1 História da Internet................................................................................................ 51 2.3.2 Internet no Brasil................................................................................................... 52 2.3.3 Internet2................................................................................................................ 53 2.4 Impactos da Informática na contemporaneidade................................................... 55 2.5 Conceitos emergentes da Informática................................................................... 56 2.6 Impactos da Informática no mundo das imagens.................................................. 58 2.7 A próxima onda..................................................................................................... 61 3 INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO..................................................................... 64 3.1 A tecnologia na Escola.......................................................................................... 64 3.2 Resistência por parte do docente........................................................................... 65 3.3 Resistência por parte da Escola: O mundo da Escola e o mundo fora dela........................................................................................................................ 67 3.4 Breve história da Informática na Educação........................................................... 72 3.5 Realidade brasileira da Informática na Escola................................................................ 78 10 SUMÁRIO 4 PESQUISA DE CAMPO, CONFRONTO DE DADOS E ANÁLISES................ 80 4.1 Objetivos e justificativas do estudo....................................................................... 80 4.2 Amostragem da pesquisa....................................................................................... 83 4.3 Resultados obtidos................................................................................................. 88 4.3.1 Recursos da Informática disponíveis nas escolas.................................................. 91 4.3.2 Utilização dos recursos disponíveis....................................................................... 99 5 CONCLUSÕES ................................................................................................... 119 6 BIBLIOGRAFIA.................................................................................................. 126 7 ANEXOS.............................................................................................................. 136 11 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 3D - Em três dimensões EAD - Ensino a distância utilizando as novas tecnologias digitais ENIAC - Electronic Numerical Integrator and Computer. O primeiro computador eletrônico E.U.A. - Estados Unidos da América IBOPE - Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística IP - Endereços unívocos dos computadores na Internet. MIPS - Milhões de instruções por segundo OEA - Organização dos Estados Americanos ON DEMAND - Sob demanda. Expressão usada pelos especialistas em negócios emergentes, que corresponde a alocação de recursos para executar uma determinada atividade no momento exato em que são necessários, sem que seja possível prever tal atividade ou situação, produto de um grande conjunto de variáveis. ONG´s - Organizações Não Governamentais PC - Personal Computer - Computador Pessoal S.O. - Sistema Operacional TCP/IP - Protocolo de controle de transferência / Internet Protocolo : Protocolo (linguagem do software) utilizada na troca de informações na Internet. TIC´s - Tecnologias da informação e comunicação UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura U.R.S.S. - União das Repúblicas Socialistas Soviéticas VOIP - Voz sobre IP, ou seja, telefonia utilizando a tecnologia da Internet sem custo de tarifação normal das empresas telefônicas. WEB - É a WWW, abreviação de World Wide Web. É apenas um dos diversos serviços disponíveis através da Internet, que serve como dispositivo de entrada e saída de conteúdos da Internet. 12 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Primeira calculadora utilizada pelo homem............................................... 27 Figura 2 - Blaise Pascal.............................................................................................. 28 Figura 3 - Pascalina: Foi a primeira calculadora mecânica do mundo (1642)........... 28 Figura 4 - ENIAC, o primeiro computador eletrônico............................................... 30 Figura 5 - John Von Neumann, um dos construtores do ENIAC............................... 31 Figura 6 - Processador 4004 da Intel.......................................................................... 32 Figura 7 - Processador Intel Pentium......................................................................... 35 Figura 8 - Lady Ada. A primeira pessoa a escrever um programa de computador.... 37 Figura 9 - Linha de comando do Sistema Operacional MS-DOS da Microsoft........ 39 Figura 10 - Primeira versão do Sistema Operacional Windows da Microsoft............. 40 Figura 11 - Sistema Operacional OS/2 da IBM............................................................ 41 Figura 12 - Sistema Operacional Linux, desenvolvido por Linus Torvalds................. 45 Figura 13 - Windows X, produzido pelo MIT (Massachusetts Institute Of Tecnnology)............................................................................................... 47 Figura 14 - Sistema Operacional Solaris da SUN Microsystems................................ 47 Figura 15 - Emoticons................................................................................................... 76 Figura 16 - Lousa digital.............................................................................................. 107 Gráfico 1 - Distribuição da pesquisa por cidades dos entrevistados............................ 83 Gráfico 2 - Distribuição da pesquisa pelo sexo dos entrevistados............................... 83 Gráfico 3 - Distribuição da pesquisa por idade dos entrevistados............................... 84 Gráfico 4 - Distribuição da pesquisa por tempo em que os entrevistados lecionam.... 84 Gráfico 5 - Distribuição da pesquisa por tipo da instituição de ensino onde os entrevistados lecionam............................................................................... Gráfico 6 85 - Distribuição da pesquisa por número de escolas em que os entrevistados lecionam..................................................................................................... 85 Gráfico 7 - Distribuição da pesquisa por períodos em que os entrevistados lecionam 86 Gráfico 8 - Distribuição da pesquisa por número de períodos em que os entrevistados lecionam............................................................................... Gráfico 9 86 - Distribuição da pesquisa por área de formação acadêmica dos entrevistados.............................................................................................. 87 Gráfico 10 - Distribuição da pesquisa pelo maior nível de formação acadêmica dos entrevistados.............................................................................................. 87 13 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Gráfico 11 - Distribuição da pesquisa pelo tempo da primeira graduação dos entrevistados.............................................................................................. 88 Gráfico 12 - As escolas das redes pública e privada têm computadores disponíveis de acordo com as necessidades atuais dos professores?................................. 91 Gráfico 13 - As escolas da rede privada têm computadores disponíveis de acordo com as necessidades atuais dos professores?............................................ 92 Gráfico 14 - As escolas da rede pública têm computadores disponíveis de acordo com as necessidades atuais dos professores?............................................ 92 Gráfico 15 - Locais onde as escolas das redes pública e privada disponibilizam os computadores para os professores............................................................. 93 Gráfico 16 - Locais onde as escolas da rede privada disponibilizam os computadores para os professores..................................................................................... 94 Gráfico 17 - Locais onde as escolas da rede pública disponibilizam os computadores para os professores..................................................................................... 95 Gráfico 18 - Choques de horários dos professores na utilização dos recursos de Informática disponíveis nas escolas das redes pública e privada.............. 96 Gráfico 19 - Choques de horários dos professores na utilização dos recursos de Informática disponíveis nas escolas da rede privada................................. 97 Gráfico 20 - Choques de horários dos professores na utilização dos recursos de Informática disponíveis nas escolas da rede pública................................. 97 Gráfico 21 - O professor tem liberdade para utilizar os computadores em suas aulas sem ter que pedir aprovação à direção ou outro órgão da escola?............. 98 Gráfico 22 - Os computadores oferecidos são suficientes para as atividades que os professores gostariam de implementar?..................................................... 98 Gráfico 23 - Nas escolas existe um planejamento para manter os computadores sempre atualizados?................................................................................... 99 Gráfico 24 - Freqüência mensal da utilização de computadores em sala de aula pelos professores................................................................................................. 100 Gráfico 25 - Freqüência mensal da utilização de computadores em sala de aula, considerada ideal pelos professores........................................................... 101 Gráfico 26 - Nível de satisfação da escola com a utilização da Informática.................. 102 Gráfico 27 - Nível de satisfação dos alunos com a utilização da Informática............... 104 Gráfico 28 - De quem foi a iniciativa de adotar o computador na sala aula?................ 105 14 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Gráfico 29 - Professores com dificuldades durante a implementação do computador em suas aulas............................................................................................. 107 Gráfico 30 - O professor já tinha conhecimento e sabia utilizar a Informática em suas aulas?......................................................................................................... 110 Gráfico 31 - O professor consegue se manter atualizado quanto aos softwares e hardwares disponíveis?............................................................................. 111 Gráfico 32 - O professor utiliza softwares exclusivos para suas aulas?......................... 112 Gráfico 33 - Quantos alunos utilizam o mesmo computador nas aulas?........................ 112 Gráfico 34 - Durante a formação acadêmica do professor foi utilizado algum recurso de Informática?.......................................................................................... 113 Gráfico 35 - O professor já fez cursos de Informática voltados para a Educação?....... 113 Gráfico 36 - Qual o domínio do professor sobre os softwares utilizados em suas aulas?......................................................................................................... 114 Gráfico 37 - Qual o domínio do professor sobre o computador?.................................. 114 Gráfico 38 - Qual o domínio dos alunos sobre a Informática?..................................... 115 Gráfico 39 - O professor percebeu aumento de rendimento dos seus alunos com a utilização dos computadores?.................................................................... 115 Gráfico 40 - O professor percebeu mudanças significativas em seus alunos devido ao uso dos computadores?.............................................................................. 116 Gráfico 41 - Qual o grau de interesse dos alunos nas aulas utilizando o computador?. 116 Gráfico 42 - As aulas melhoram ou rendem mais com a utilização da Informática?..... 117 Gráfico 43 - O professor prefere lecionar utilizando o computador?............................. 118 Gráfico 44 - Como o professor analisa uma mesma aula dada com e sem o computador?............................................................................................... 118 Gráfico 45 - O professor utiliza os computadores para avaliar seus alunos?................. 119 15 LISTA DE TABELAS 1 - Exemplos dos dialetos x significado de “bate-papo” on-line......................... 75 2 - “Emoticons” de “bate-papo” on-line............................................................... 76 3 - Número de professores nas cidades de Divinópolis-MG e Itaúna-MG........... 82 4 - Recursos da Informática utilizados pelos professores em suas aulas.............. 106 5 - Sugestões dos professores entrevistados......................................................... 108 6 - Versões do sistema operacional Windows...................................................... 137 16 1 - INTRODUÇÃO Conforme BARRETO (2003), “novas” são aquelas tecnologias utilizadas na Educação que não se confundem com as “velhas”: lousa, caderno, lápis, caneta, livros didáticos etc. E novas desta forma, são as tecnologias da informação. Conhecer o que os professores pensam, os seus receios, necessidades, limitações e capacidades é necessário, pois, as tecnologias da informação já estão no dia-a-dia da escola e na vida do professor, juntamente com o impasse entre usar ou não estas novas tecnologias, segundo PRETTO: Compreender os novos processos de aquisição e construção do conhecimento é básico para tentarmos superar este impasse. Esta compreensão, por outro lado empurra-nos para considerarmos fundamental a introdução das chamadas tecnologias da comunicação e informação nos processos de ensino-aprendizagem (PRETTO, 1999, p. 80). Esta pesquisa, numa primeira parte trata da Teoria da Informática, analisando-se a evolução do hardware e software e seus impactos na contemporaneidade. Na segunda parte, procura-se analisar a Informática no contexto da Educação e por fim, encerra-se com uma pesquisa de campo sobre a Informática na Educação, permitindo complementar as informações da revisão literária e confrontar seus resultados com as hipóteses propostas. 1.1 - Objetivos e justificativas do estudo 1.1.1 - Objetivos Pesquisar sobre a Informática na Educação, através de estudos, revisão e análises de trabalhos e literaturas sobre o assunto e realizar uma pesquisa de campo com os professores da rede pública e privada para identificar a utilização da Informática na sala de aula. Analisar também os recursos já disponibilizados (computadores, Internet e outras tecnologias) e experiências já vividas pelos profissionais de ensino, como base para confrontar com a problemática e hipóteses propostas neste trabalho. 17 1.1.2 - Problemática A rejeição da Informática pela Educação que continua contribuindo para a formação de um mundo na Escola e outro fora dela. 1.1.3 - Hipóteses 1) Há falta de recursos (hardware, software e treinamento) nas escolas, estes são insuficientes para a inclusão da Informática como instrumento de transformação da educação e sua adequação ao mundo fora da escola. 2) Há grande resistência por parte da Escola e dos docentes na utilização da Informática, principalmente na sala de aula, por falta de conhecimento e receio dos impactos das transformações que a tecnologia pode produzir na relação professor/aluno. 1.1.4 - Metodologia utilizada Revisão da literatura sobre o assunto e realização de uma pesquisa de campo quantitativa e qualitativa com os professores da rede pública e privada, para confrontar na prática os as hipóteses deste trabalho. 18 1.2 – Cenário atual O primeiro passo, no sentido da evolução ao organizar o conhecimento para retenção e transmissão da história humana foi dado quando as línguas antigas do Oriente Médio formularam um método para registrar por escrito o que era falado. O segundo passo foi a invenção da imprensa e o terceiro grande passo que mudou dramaticamente o futuro da humanidade foi a invenção do computador e com ele a criação da Internet (REDMOND, 2004). Uma parte significativa do conhecimento astronômico da Renascença foi realizada sem o telescópio, mas foi graças à impressão, quando Kepler e Tycho Brahe, utilizando tabelas e séries numéricas, mapas celestes e anotações antigas que estavam disponíveis, ultrapassaram a fronteira entre o mundo fechado e o universo infinito (LÉVY, 1993). Sem essa transformação no registro do conhecimento, sem as possibilidades de simulações oferecidas pela Informática, que provocaram as ultrapassagens de fronteiras impensáveis na astronomia e na cosmologia, não teria sido possível levar o homem à Lua, nem o primeiro astronauta brasileiro ao espaço em 2006 e nem mesmo a possibilidade deste texto ter sido produzido e registrado da forma como se encontra. Em 1977, Ken Olsen, co-fundador e principal executivo da DEC - Digital Equipment Corporation1, numa convenção sobre a sociedade do futuro, declarou que não havia nenhuma razão para um indivíduo ter um computador em sua casa. Isso leva a acreditar que grandes desafios para o futuro lembram grandes enganos, pois, atualmente somente no Brasil já existem mais de 21 milhões de usuários domésticos (BARANAUSKAS e SOUZA, 2006). As novas tecnologias da Informática não só revolucionaram a forma de produzir e entender os processos cotidianos, como também encurtaram as fases de evolução de pesquisas, diminuíram distâncias com a tecnologia da velocidade e conforto admiráveis dos superjatos que cruzam oceanos em poucas horas, reduziram o prazo de lançamentos e a vida útil de produtos e estão transformando os processos cognitivos de forma assustadora. A Informática está provocando deslocamentos na maioria das fronteiras que conhecíamos como fixas, certas e espelhadas na globalização2, o mundo está sendo redesenhado continuamente e as transposições estão acontecendo 1 A DEC em 1977 era uma das maiores companhias do mundo em fabricação de computadores. Em 1998, a DEC foi vendida para a COMPAQ, outra grande companhia do setor de tecnologia. E em 2002, a gigante HP - Hewlett Packard, comprou a COMPAQ (TRAMONTINA e ATTROT, 2006). 2 “Globalização: sf. Processo de integração entre as economias e sociedades dos vários países, especialmente no que se refere à produção de mercadorias e serviços, aos mercados financeiros, e a difusão de informações” (FERREIRA, 2000, p. 348). 19 muito rapidamente e de forma virtual. O antes impossível, hoje se não é realidade, está a caminho de se concretizar, como observa IANN: As novas tecnologias, por exemplo, podem tornar as outras tecnologias obsoletas, na mesma forma que podem tornar obsoletas outras formas de mobilização da força de trabalho. As várias forças produtivas, bem como as instituições e organizações que configuram as relações de produção, podem tornar-se dispensáveis, técnica e socialmente obsoletas (IANN, 2003, p. 179). A Informática com todos seus recursos computacionais destaca-se como o maior componente da globalização. E isto é de fácil percepção; basta observar como os fluxos de capitais financeiros são transferidos eletronicamente e instantaneamente de uma parte do mundo para a outra. Tudo feito em questão de segundo, como as redes de informações via satélites e fibras óticas que alimentam o mundo com as imagens de uma guerra ao vivo. E ainda a Internet, com seu poder de onipresença, que oferece a todo canto do mundo a uniformidade de produtos, tornando-os comuns no globo, praticamente desconsiderando a existência da cultura de um país, de religião ou qualquer outra barreira que supostamente exista. Apenas entra e em pouquíssimo tempo já se transforma em moda universal3. Tudo isso acontecendo em uma velocidade nunca antes pensada. Observa SROUR, analisando esse contexto que: O capitalismo contemporâneo assumiu uma nova configuração ao combinar-se com a Revolução Digital. Essa revolução tecnológica introduz uma radical redefinição da organização do trabalho: os trabalhadores deixam de ser desqualificados, meras engrenagens da linha de produção fordista-taylorista, e se tornam co-responsáveis no controle da produção, em íntima colaboração com os gestores que, assim, perderam a soberania. A Revolução Digital potencializa as novas relações de propriedade que foram se constituindo ao longo do século XX. De fato, os trabalhadores se transformaram em sócios menores do sistema por meio de: 1.Participação nos lucros e nos resultados; 2.Fundos de pensão que eles constituíram e que são os maiores investidores atuais; 3.Benefícios sociais legalmente constituídos, o que os levam a partilhar com os capitalistas parte do excedente econômico gerado socialmente. A Revolução Digital contribui decisivamente para que a transição entre o antigo capitalismo excludente e o capitalismo social se efetue (SROUR, 2003, p. 307). 1.3 – Ultrapassando fronteiras Os deslocamentos e ultrapassagens de fronteiras na Informática são sempre contínuos. Utilizando-se da necessidade de autocriar para incorporar novos recursos para a 3 Um bom exemplo desta moda universal é o IPOD, equipamento utilizado para ouvir músicas no formato digital que já é utilizado em todo o mundo, independente da cultura, religião ou qualquer outro elemento local. 20 manipulação de informações, a Informática se autocanibaliza. E destrói em muito pouco tempo produtos, processos e conceitos firmes gerados por ela ou já assimilados e em utilização como padrão pela massa de usuários. E faz isto com muita naturalidade e inclusive como objeto de anseio por seus utilizadores, que sempre esperam a próxima versão com novos aparatos tecnológicos que transformarão a maneira de o mundo comportar e ditarão quais serão as novas regras da fase seguinte4. A Informática, nessas condições se apresenta como um novo agente da efemeridade que leva a questionar se a era atual é ainda a contemporaneidade ou uma nova era. E até mesmo se o princípio de “eras” ainda se aplica em períodos tão curtos de transformações importantes. De acordo com PEIXOTO (1988), hoje o real é ele mesmo uma questão. As autopistas de alta velocidade da informatização, transformam por completo o perfil das grandes cidades e, portanto, a experiência e a maneira de ver. O indivíduo contemporâneo é em primeiro lugar um passageiro metropolitano; em permanente movimento, cada vez para mais longe, cada vez mais rápido. Essa crescente velocidade determinaria não só o olhar mas, sobretudo, o modo pelo qual a própria cidade e todas as outras coisas se apresentam. A Informática também tem um papel importante como agente cognitivo e de transformação pessoal, pois, com os novos conceitos de representação e gravação magnética, a memória está sendo substituída pelos algoritmos de armazenagem, indexação e procura. Esses algoritmos são os novos atores que transportam e conduzem o aprendizado e a percepção, sem que se tenha que decorar conteúdos. Com a tecnologia da informação, qualquer conteúdo está disponível sempre que necessário, através de pesquisas aleatórias dentre contextos variados e até combinados. CHAUI afirma que: A idéia de memória artificial existe até hoje, quando nos referimos aos computadores e falamos de sua “memória”. A diferença entre a memória artificial dos antigos e a atual, consiste no fato de que a deles era desenvolvida como uma capacidade do sujeito do conhecimento humano, enquanto a atual deposita a memória nas máquinas e quase nos despoja da necessidade de termos memória (CHAUI, 2002, p. 127). Há na Informática mais que apenas depósito de dados estáticos, mais que apenas memória. Existe uma central de processamento com capacidade de organizar, indexar, classificar, 4 Uma grande transformação causada pela Informática já neste início de milênio foi a comunicação de voz pela Internet (VOIP – Voz Sobre IP). As empresas telefônicas estão sendo obrigadas a jogar fora o modelo completo de organização anterior, baseado em cobrança por impulso e se transformar da noite para o dia em outro tipo de empresa; pois com a tecnologia VOIP, os clientes destas empresas não pagam mais impulsos para falar para qualquer lugar do mundo utilizando os computadores, Internet e softwares gratuitos. Isto tudo com grande qualidade e sem nenhum custo com empresas telefônicas (MAIA, 2005). 21 combinar, compilar, calcular e representar os dados memorizados. E isto faz com que o computador passe de instrumento de transformação a agente cognitivo, principalmente quando executa tarefas árduas de procura e representação de grandes conteúdos de datas remotas, que não estão mais em evidência na área de atenção do ser humano, como observa LÉVY: Quando uma nova informação ou um novo fato surge diante de nós, devemos, para gravá-lo, construir uma representação dele. No momento em que a criamos, esta representação encontra-se em estado de intensa ativação no núcleo do sistema cognitivo, ou seja, está em nossa zona de atenção, ou muito próxima a esta zona. Não temos, portanto, nenhuma dificuldade em encontrá-la instantaneamente. O problema da memória de longo prazo é o seguinte: como encontrar um fato, uma proposição ou uma imagem que se achem muito longe de nossa zona de atenção, uma informação que há muito tempo não esteja em estado ativo? (LÉVY, 1993, p. 79). E é exatamente este um dos papéis da Informática: disponibilizar e trazer os dados, a representação construída e arquivada para a zona de atenção no momento que se precisa dela, libertar para o processo de criação e transformação de dados em informação. Com isto, pode-se evoluir de utilizadores passivos de dados para agentes ativos e construtores de conhecimento. Podese fazer parte da transformação e não somente receber as conseqüências das novas regras e fronteiras. O computador também é usado como agente cognitivo, no processamento dos softwares que conseguem simular o mundo real com tamanha naturalidade e confiabilidade, ao ponto de substituir os antigos testes e treinamentos das indústrias, laboratórios acadêmicos e empresariais, que eram realizados com objetos reais e de custos elevados. Os computadores empregados na robótica das indústrias, principalmente as automobilísticas, já determinam as rotas dos operadores e como as atividades devem ser realizadas, incluindo exceções e interferências que ocorrem nos processos. Passar de agente passivo para agente ativo num processo de efemeridade contínuo, pode parecer simples, mas, faz toda a diferença quando isto implica a possibilidade de obter a reboque, as melhorias aquisitivas que transformam as condições de vida, abrem portas para as realizações profissionais e principalmente pessoais de cada membro da sociedade. 22 Outro papel transformador da Informática é conectar os assuntos comuns que se espalham entre as culturas e distâncias, principalmente ser um agente da transdisciplinaridade5, permitindo a aproximação de comunidades científicas e acadêmicas através da tecnologia de comunicação, armazenamento e disponibilidade destes portfólios organizados e combinados por assuntos eletronicamente. Permite, assim, que especialistas de áreas correlatas ou não, trafeguem por itinerários de conhecimentos produzidos por comunidades de culturas e ambientes desconhecidos, ou que sejam impossíveis de serem reproduzidos no ambiente atual do especialista. Isto possibilita responder às restrições da memória humana de longo prazo, das pesquisas e descobertas individuais e da complexidade da fusão do todo. As representações também passam a ser transmitidas em larga escala para públicos que até então não tinham acesso a tudo isso, duram de forma autônoma, inclusive construindo vida e significados independentes e novos, quando um assunto se conecta pelas interseções dos novos padrões de comunicação oferecidos pela Informática a todos os setores onde está presente. NOBRE, relata essa inserção da tecnologia que já está ocorrendo em todas as áreas do conhecimento: Eu noto que cada vez mais a Ciência da Computação se torna parte integrante de novas áreas do conhecimento, por exemplo, da Bioinformática. Mais do que ferramentas de atuação de outras áreas científicas, a Computação passa a ser incorporada integralmente ao desenvolvimento e à linguagem dessas áreas (NOBRE, 2006, p. 10). Com as facilidades de registros, armazenamento, transmissão e cruzamento automático das informações e principalmente a possibilidade de simulações que a Informática oferece, problemas que até então não tinham soluções começam a ser resolvidos como subproduto de outras pesquisas6 . E ter informação é tem poder, segundo LÉVY: A rapidez, a flexibilidade, a enorme capacidade de armazenamento e processamento proporcionadas pela ferramenta Informática fizeram dela o instrumento maior da administração dos homens e dos bens. A circulação e o uso das informações estratégicas nas três áreas estreitamente ligadas da economia, ciências e armas, apóiam-se integralmente nas redes de teleinformática que encerram o planeta em malhas a cada dia mais estreitas. O computador é um formidável fator de poder (LÉVY, 1998, p. 161). 5 Transdisciplinaridade: Como o prefixo ‘trans’ indica, a transdisciplinaridade diz respeito ao que está, ao mesmo tempo, entre as disciplinas, através das diferentes disciplinas e além de todas as disciplinas. Seu objetivo é a compreensão do mundo presente, e um dos imperativos é a unidade do conhecimento (NICOLESCU, 1999, p. 9). 6 Um exemplo de solução de problema obtido como subproduto de pesquisa, ocorreu recentemente quando a interseção de duas especialidades, a dermatologia e oncologia, descobriu o medicamento para evitar quedas de cabelos, a FINASTERIDA. Este medicamento já era usado para tratamento de hiperplasia da próstata e com testes para redução da dose até um limite que ainda permanecesse eficiente e gerasse menores efeitos colaterais, chegou-se a dose para tratamento da alopécia (queda de cabelo) (GORMLEY, 1995). 23 LEVY (1988) também cita outra transformação que está ocorrendo desde a metade do século passado, provocando reconfigurações dos ambientes, dos espaços e sendo a mola-mestra impulsionadora de novas tecnologias. Trata-se do crescimento constante e em proporções sempre maiores de parte da população que está passando do labor manual para o trabalho do conhecimento, transformando e propagando informação. BLATTMANN também afirma que: O trabalho manual está gradativamente sendo substituído com ferramentas que auxiliam na qualidade, rapidez e eficiência dos serviços e/ou produtos efetuados. Estas ferramentas são as novas tecnologias. Mas devido o ser humano apresentar restrições ao novo e moderno, conseqüentemente as relutâncias interferem desde a dificuldade de aprendizagem até a tecnofobia (medo de utilizar novas tecnologias). Novas tecnologias e o contínuo aprender. As novas tecnologias nas organizações estão enfocadas na utilização de novas metas para a tecnologia de informação e na computação em rede, aberta e centrada no usuário (BLATTMANN, 1999, p. 4). A disseminação dos equipamentos de cálculos transforma o tipo de habilidade cognitiva necessária aos operários, que precisam recorrer cada vez mais ao raciocínio abstrato e estar inclusos num mundo de códigos e mensagens. A comunicação substitui o labor e a necessidade de esforço físico: os computadores estão em toda parte, controlam tudo: o tráfego aéreo, as redes ferroviárias, os vôos espaciais, a distribuição da energia elétrica, o calor, a água, os robôs, as ferramentas, as linhas completas de produção, a vigilância de prédios, as centrais nucleares, os processos complexos e tudo que se apóia no tecnocosmo, provocando o afastamento gradativo dos objetos (LEVY, 1998). SIQUEIRA também afirma que: Na era das novas tecnologias de comunicação e informação, o conteúdo qualitativo do trabalho passa a ser privilegiado, transformando-se, assim, sua concepção. O trabalho passa a ser uma série de aplicações de conhecimentos, onde os indivíduos voltam suas capacidades para a programação e o controle, e isto traz como exigência se pensar a formação dos indivíduos para o trabalho com base em pressupostos pós-fordistas, sob os quais novas habilidades estão sendo demandadas. Temos hoje um aumento das exigências de aptidões para o trabalho, considerando-se uma base de conhecimentos mais amplos, exigência de capacidade para resolução de problemas, exigência para tomada de decisões autônomas, capacidade de abstração e comunicação escrita e verbal. Somando-se a isto, o trabalhador deve ser polivalente, e com maior nível de escolaridade. Polivalente no sentido de multiqualificado, isto é, aquele que é capaz de desenvolver e incorporar diferentes competências e repertórios profissionais (SIQUEIRA, 2003, p. 1). A inteligência do homem consiste em transformar a sua sociedade inteligente: mensagens, linguagens, ferramentas e instituições. A inteligência trabalha na conexão, conecta o homem com seus semelhantes e com dimensões que só existem de fato para os seres humanos, o longínquo, o passado, o futuro. Para conectar cada vez mais, o homem tem se apoiado na 24 tecnologia. Uma tecnologia que é antes de tudo humana, por que é uma extensão do corpo e dos sentidos. O que torna os seres humanos únicos é o desejo de entender e conhecer o futuro, a necessidade de adaptação às novas tecnologias que são criadas e desenvolvidas. “Uma membrana de cálculo e informação codificada estende-se entre o corpo dos homens e o mundo técnico. Mídia das mídias, tecnologia de controle das técnicas, a Informática condiciona doravante a possibilidade do tecnocosmo” (LÉVY, 1998, p. 16). Com todas estas transformações e mudanças de hábitos, as novas fronteiras se deslocam rapidamente também dentro da escola e é na sala de aula que se recebem os verdadeiros agentes da cognição: os professores e alunos da nova era digital, que podem ter como responsabilidade transformar a tecnologia em grande aliada do ser humano. Segundo FROES: A tecnologia sempre afetou o homem: das primeiras ferramentas, por vezes consideradas como extensões do corpo, à máquina a vapor, que mudou hábitos e instituições, ao computador que trouxe novas e profundas mudanças sociais e culturais – a tecnologia nos ajuda, nos completa, nos amplia (FRÓES, 1998, p. 56). E adquirir computadores será cada vez mais fácil, graças a redução de custos pela produção em grande escala, gerada pelos novos hábitos que apóiam-se essencialmente na tecnologia. Para isto é necessário entender a tecnologia, sua mutação e seu poder de transformação na contemporaneidade, conforme os próximos capítulos e a afirmação de GATES: Agora que a Informática atingiu preços incrivelmente baixos e se acha presente em todos os segmentos da vida, estamos à beira de uma nova revolução. Desta vez, envolvendo comunicações a preços sem precedentes; todos os computadores vão se unir para se comunicar conosco e por nós. Interconectados globalmente, formarão uma rede que está sendo chamada de estrada da informação, da qual a Internet atual é uma precursora direta (GATES, 1995, p. 56). 25 2 – INFORMÁTICA 2.1 - História da Informática 2.1.1 – O Hardware LÉVY (2000), define hardware como qualquer componente físico de um computador e também declara que a palavra hardware poderia ser livremente traduzida como equipamento. Na categoria de hardware enquadram-se o monitor, teclado, placa-mãe, mouse, scanner, modem, discos rígidos e outros dispositivos da Informática. Máquinas Inteligentes já são mencionadas no Livro 18 da Ilíada de Homero que atribui a Héfestos (Vulcano dos Romanos), o Engenheiro do Conhecimento dentre os deuses gregos, o ter construído um carrinho de chá capaz de andar sozinho e servir aos deuses, respondendo ao desejo destes: Mesas de três pernas estava ele fazendo, vinte ao todo, para colocar ao longo da parede de sua bem construída sala. A essas ele adaptou rodas forjadas em ouro, pois assim elas iriam por si próprias ao banquete dos deuses, a sua vontade, e voltariam deixando todos desconcertados. (HOMERO, V. 373-377). Teria Héfestos, ainda, construído moças tão perfeitas que era impossível descobrir se essas seriam máquinas ou seres humanos: “Criadas vestidas de ouro prestavam grande ajuda aos seus senhores; parecendo moças de verdade, elas davam provas de aguçado entendimento por suas falas inteligentes, eficientes e habilidosas atuações “ (HOMERO, V. 417-420). O Ábaco (FIG. 1), primeira máquina com capacidade de realizar cálculos produzida pelo homem, tem seus primeiros registros há cinco mil anos, na Mesopotâmia, onde viveu o povo sumério (IFRAH, 1997). O ábaco também evoluiu e tinha várias formas, conforme a cultura e pelo povo que o usava. Com a consolidação do uso do papel e da caneta, ele passou por uma redução de uso, principalmente na Europa, mas até os dias atuais ainda é fabricado e comercializado7. 7 Um dos fabricantes ainda em operação é a TOMOE SOROBAN CO. do Japão que existe deste 1921. Home page do fabricante. Disponível em: <http://www.soroban.com>. Acesso em: 20 mai. 2006. 26 FIGURA 1 – Primeira calculadora utilizada pelo homem. Fonte: Wikipédia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/ábaco>. Acesso em: 20 mai. 2006. Dando um enorme salto na evolução das máquinas de processar dados e gerar informações, chega-se ao século XVII, onde as “engenhocas” já estavam mais sofisticadas. O desenvolvimento da tecnologia da computação foi a união de várias áreas do conhecimento humano, dentre as quais: a matemática, a eletrônica digital, a lógica de programação, entre outras. Blaise Pascal (FIG. 2), em 1642 criou a PASCALINA (FIG. 3). Pascal, que trabalhava com seu pai na cidade de Rouen em 1642, aos 18 anos, desenvolveu uma máquina de calcular, baseada em dois conjuntos de discos: um para a introdução dos dados e outro que armazenava os resultados, interligados por meio de engrenagens. Baseados no sistema decimal, os cálculos eram realizados de tal forma que quando um disco ultrapassava o valor nove, retornava ao zero e aumentava uma unidade no disco imediatamente superior. A WIKIPÉDIA (2006), relata que a Pascalina, como ficou conhecida, foi a primeira calculadora mecânica do mundo. Pascal lançou sua máquina no comércio sob uma patente do rei da França, mas sua comercialização foi um fiasco, devido a seu funcionamento pouco confiável, hoje conhecido como bugs nos computadores modernos. Mesmo assim, Pascal construiu cerca de 50 unidades desta calculadora mecânica. As máquinas de calcular, descendentes da Pascalina, ainda hoje podem ser encontradas em algumas lojas de departamentos. 27 FIGURA 2 – Blaise Pascal Fonte: Wikipédia. Disponível em:<http://pt.wikipedia.org/wiki/Blaise_Pascal>. Acesso em: 20 mai. 2006. FIGURA 3 – Pascalina: Foi a primeira calculadora mecânica do mundo (1642) Fonte: Wikipédia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Pascalina>. Acesso em: 20 mai. 2006. Cinqüenta e dois anos depois, Leibniz8 aprimorou o invento de Pascal, de tal forma que a nova "calculadora" mecânica já era capaz de realizar a multiplicação, além da soma. Entretanto, foram necessários quase dois séculos até que, em 1820, as máquinas de calcular mecânicas começassem a ser amplamente utilizadas, graças a Charles de Colmar 9, que inventou uma nova calculadora que conseguia realizar todas as quatro operações aritméticas básicas: soma, subtração, divisão e multiplicação (WIKIPÉDIA, 2006). 8 9 Filósofo e matemático alemão de Leipzig, Gottfried Wilhelm Leibniz (WIKIPÉDIA, 2006). Francês natural de Paris, conhecido como Thomas de Colmar (WIKIPÉDIA, 2006). 28 A Ciência sempre esteve presente na Informática. Dentro do contexto da Revolução Industrial Inglesa, surge Charles Babbage10, matemático inglês que integrando as teorias matemáticas aos conhecimentos já acumulados com as máquinas, concluiu que as operações matemáticas repetitivas poderiam ser desenvolvidas com mais agilidade e confiabilidade pelas máquinas do que pelos homens. Então, projetou uma máquina a vapor, que seria capaz de realizar os cálculos matemáticos mais complexos do que as quatro operações básicas. Esta máquina de tamanho absurdo, nunca chegou a ser construída, mas seu projeto foi fundamental para os progressos e avanços que se alcançou hoje na tecnologia digital (WIKIPÉDIA, 2006). Em 1889, os estadunidenses necessitavam realizar um novo censo demográfico e acreditavam que seriam necessários dez anos para terem os resultados, pois, o censo realizado anteriormente gastou sete anos para ser concluído. Herman Hollerith11, estadunidense, fundador da empresa que deu origem à IBM12, de posse deste problema, criou uma nova máquina que conseguiu apurar o censo em apenas seis semanas. Além da agilidade que conferiu ao processo, a máquina deste estadunidense trazia consigo a idéia de cartões perfurados para armazenar dados. Ou seja, os cartões perfurados foram naquela época, algo parecido ao que são agora os discos magnéticos (HD, disquetes, CDRW, DVDRW, etc), guardando as devidas proporções. O problema destes computadores mecânicos era a enorme quantidade de engrenagens e suas complexidades (WIKIPÉDIA 3, 2006). Em 1903, foi proposto um computador totalmente eletrônico e que utilizava a álgebra booleana. A álgebra booleana é a famosa álgebra binária, do verdadeiro ou falso, presença de energia elétrica vale 1, ausência de energia elétrica vale 0. Esta álgebra, base de todos os sistemas computacionais de hoje em dia, possibilita todas as maravilhas da tecnociência e sua inclusão como efetivo agente das transformações da contemporaneidade. Foi somente a partir da II Guerra Mundial que os computadores eletrônicos passaram a ser muito importantes, quando os governos perceberam o potencial estratégico que essa tecnologia podia oferecer. Inicialmente, com os alemães que desenvolveram o Z3, um computador capaz de projetar aviões e mísseis num curto espaço de tempo e com grande precisão. Os britânicos também 10 Brilhante matemático inglês, é conhecido como o “pai do computador” (WIKIPÉDIA, 2006). Herman Hollerith foi um empresário estadunidense e o principal impulsionador do leitor de cartões perfurados, instrumento essencial na época para a entrada de dados nos computadores (WIKIPÉDIA, 2006). 12 International Business Machines (IBM) é uma empresa americana de Informática. As atividades da IBM se estendem hoje por mais de 150 países. As fábricas e laboratórios da IBM funcionam em 15 diferentes países. A IBM Brasil é uma das subsidiárias da IBM no mundo. Em 1917, a IBM surgiu no Brasil, tendo sido a primeira filial fora dos Estados Unidos. O ano de 1924 marcou o estabelecimento definitivo da IBM Brasil. A IBM é uma empresa que investe em pesquisa e desenvolvimento mantendo-se na liderança do ranking de publicação de patentes há 14 anos consecutivos (WIKIPÉDIA 4, 2006). 11 29 acordaram para esta tecnologia e desenvolveram o Colossus, que processava com eficiência a decodificação das mensagens alemãs (REDMOND, 2004). Com o fim da Segunda Guerra Mundial e o início da Guerra Fria, travada entre E.U.A. e U.R.S.S., iniciou-se outra guerra, a tecnológica para obter informações do lado oposto, a espionagem. Os computadores só aumentaram e se desenvolvia uma série de recursos e também de aplicações, para as quais o computador poderia ser utilizado. Então, em 1946 foi criado o ENIAC (FIG. 4), que pesava 30 toneladas e continha 18 mil válvulas eletrônicas. Era capaz de armazenar 100 mil cálculos por segundo. Sua construção foi tão importante, que delimitou a computação em antes e depois dele. Sua importância está no fato de, diferentemente de todos os equipamentos que foram desenvolvidos anteriormente, não era destinado a uma operação específica, como cálculos de balística, construir aviões, contagem de censo ou decodificar códigos de mensagens, mas poderia ser usado de maneira geral, como utilizamos os computadores atualmente. Em seguida, John Von Neumann (FIG. 5), juntamente com a equipe da Universidade da Pensilvânia, propôs uma nova arquitetura de computadores, que marcou e permitiu o desenvolvimento da tecnologia até chegar ao estágio atual. Essa arquitetura se formava por uma unidade que centralizava o processamento da máquina, a UNIDADE CENTRAL DE PROCESSAMENTO (CPU), e por uma outra que armazenava os programas, a MEMÓRIA, que são as funções e os procedimentos a serem realizados. FIGURA 4 - ENIAC, o primeiro computador eletrônico. O ENIAC na escola de Moore da engenharia elétrica. Fotografia pertencente ao Exército dos E.U.A. (U.S. Army) Fonte: Wikipédia. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/ENIAC>. Acesso em: 21 mai. 2006. 30 FIGURA 5 – John Von Neumann13, um dos construtores do ENIAC. Foi também professor na Universidade de Princeton – Nova Jérsei E.U.A. Fonte: Wikipédia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/John_von_neumann>. Acesso em: 21 mai. 2006. Com o desenvolvimento da tecnologia surgiram os transistores e assim, as dispendiosas, caras e superaquecidas válvulas utilizadas nos computadores anteriores, foram substituídas por estes chips, que são muito mais baratos, econômicos e de tamanhos reduzidos. Com isso, os computadores também reduziram drasticamente de tamanho e passaram a consumir menos energia. Passaram a ser chamados de computadores de segunda geração e dominaram o final da década de 1950 e início dos anos 1960. Apesar de usarem transistores de tamanhos reduzidos, esses computadores ainda eram enormes e de domínio restrito a grandes universidades, órgãos governamentais e raríssimas empresas comerciais. O uso efetivo e em larga escala começou mesmo com a terceira geração dos computadores. Estes eram baseados em circuitos integrados, os microchips, que surgiram em 1958, mas só foram empregados nos computadores em 1963. Enquanto os grandes computadores, 13 John Von Neumann foi um matemático húngaro de origem judaica naturalizado americano em 1930, que desenvolveu importantes contribuições em Mecânica Quântica, Teoria dos conjuntos, Ciência da Computação, Economia, Teoria dos Jogos e praticamente todas as áreas da Matemática. Faleceu no dia 8 de Fevereiro de 1957, vítima de um tumor no cérebro. Um dos amigos dele chegou a dizer que Von morreu frustrado por saber que já não podia mais pensar. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/John_von_neumann>. Acesso em: 21 mai. 2006. 31 conhecidos como mainframes, desenvolviam-se aumentando a capacidade de processamento e armazenamento, surgiam os minicomputadores que permitiram a inserção da Informática nas empresas menores, pois seus custos haviam se reduzido significativamente e já estavam ao alcance de um número maior de usuários. A CPU, atingiu tamanho muito pequeno com o uso dos microchips e o leque de aplicações (programas) para o computador explodiu de forma ilimitada. Em 1971, surgiu o primeiro microprocessador comercial do mundo, o 4004 (FIG. 6), que foi lançado pela Intel14. E com ele nasceu a quarta geração dos computadores, que utilizam um microprocessador para armazenar as habilidades de processamento em único chip. Integrado ao chip RAM (grande quantidade de memórias em único chip), também lançado pela Intel, o microprocessador tornou os computadores ainda menores e mais rápidos (REDMOND, 2004). FIGURA 6 – Processador 4004 da Intel Fonte: Wikipédia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Intel_4004>. Acesso em: 21 mai. 2006 MORIMOTO (2006), relata que o processador 4004 da Intel processava 74 mil instruções por segundo, entretanto os processadores que vieram logo em seguida, pelo seu sucesso, já tinham capacidades muito superiores. Uma nova família de processadores iniciada pelo 8086 forneceu maior velocidade e potência aos computadores. Mesmo nesta época, os supercomputadores já eram muito potentes, chegando a processar 150 milhões de operações por segundo (MIPS). 14 Intel Corporation é a contração de Integrated Electronics Corporation, empresa multinacional de origem americana fabricante de circuitos integrados, especialmente microprocessadores. Esta também é fabricante de chips para placa mãe, também conhecidos como chipsets e memórias flash usadas em dispositivos como tocadores de músicas conhecidos como MP3 (WIKIPÉDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Intel_Corporation>. Acesso em: 31 mai. 2006). 32 Em 1974, foi lançado o primeiro PC - Personal Computer (computador pessoal), o MITS Altair 8800. Era pequeno e barato em relação à geração de computadores anteriores. Depois foram lançados o Apple I & II e o Commodore PET, que eram mais avançados. O microprocessador 8086 surgiu em 1978 e foi projetado para equipar o PC fabricado pela empresa IBM, lançado em 1981, com um novo microprocessador de 16 bits15, ou seja, processava um conjunto de 16 sinais (bits) ao mesmo tempo, portanto, duas vezes mais rápido que seu antecessor. Este microcomputador tinha como foco os usuários domésticos, pois foi projetado para este público dando ênfase à facilidade de uso e interatividade. Devido a tais facilidades de utilização e o baixo custo em relação aos minicomputadores, as pequenas empresas que até então não conseguiam pagar pelos minicomputadores e computadores de grande porte, acabaram utilizando-o para as tarefas mais repetitivas do seu dia-a-dia, como processos contábeis, processar os cálculos de folha de pagamento, administrar estoques e elaborar as correspondências. Rapidamente, o PC se tornou o padrão de computador e já era comum a todas as pequenas organizações e para muitos usuários domésticos de maior poder aquisitivo. Entretanto, as empresas de médio e grande porte não tinham confiança no PC que ainda não oferecia os recursos necessários para substituir os grandes computadores que eram utilizados em seus processos volumosos e complexos. Logo em seguida, foi lançado o PC-XT – Personal Computer Extend, uma versão estendida e com maior capacidade de processamento, que definiu de vez que o PC seria o padrão adotado e tomaria, em menos de uma década, o lugar dos grandes computadores na maioria das organizações. O PC já era mais confiável, muito mais rápido e permitia conectá-lo em redes com outros computadores para compartilhamento de informações e recursos. As empresas começaram a utilizá-lo em processos cada vez mais complexos e logo estava substituindo os grandes computadores, pois o PC-XT era mais barato, mesmo que, naquele momento, houvesse um acréscimo nos prazos de processamento, o “custo x beneficio” compensava. Esse processo recebeu o nome nas organizações, de DOWNSIZING16. Pouco tempo depois, a Intel lançou o processador 80286, conhecido também como PC-AT (Computador Pessoal de Tecnologia Avançada), ou simplesmente, como 286. A partir do 286, o PC já assumia as características de um computador para organizações empresariais de 15 Bit – Unidade mínima de informação em um sistema digital, que pode assumir apenas um de dois valores (0 ou 1) (FERREIRA, 2001, p. 100). 16 DOWNSIZING: Processo de substituição dos computadores de grande porte por microcomputadores, reduzindo custos com locação desses equipamentos, que geralmente não eram vendidos (somente alugados), aumento da disponibilidade de espaço liberado por eles, menor complexidade e conseqüentemente, maior facilidade de utilização. 33 qualquer segmento, com capacidade de gerenciamento de maior memória RAM e maior capacidade de gerenciamento do tráfego de dados que aumentava muito nos discos rígidos, que passaram a ser chamados de HD (hard disk – disco rígido). Em muito pouco tempo, o 286 já substituía o PC e PCXT nas organizações. Em 1989, a Intel lançou o 80386, igualmente conhecido pelos usuários como, apenas, 386. O lançamento deste microprocessador, que já operava a 32 bits, mudou radicalmente o modo como as empresas utilizavam a Informática. A imprensa com seu poder de construir e destruir conceitos rapidamente, decretou a morte dos computadores de grande porte (mainframes) e os minicomputadores pelo seu alto custo e também por uma série de casos bem sucedidos de empresas que reduziram fantasticamente seus custos e espaços físicos, aplicando o Downsizing utilizando os computadores com o novo processador 386. Juntamente com este novo processador, os computadores já vinham equipados com monitor de vídeo colorido, tela grande, mouse, e tinham para a época de seu lançamento, grande capacidade de processamento, que não deixava muito a desejar em relação aos caros e enormes computadores de grande porte. Poucos meses depois, as versões SX e DX17 do processador 386 foram lançadas. A versão SX que tinha o preço mais baixo e era mais indicado para uso doméstico e a versão DX, que era voltada para empresas que precisavam de maior velocidade e recursos de multiprocessamento18 e multiusuário19 (WIKIPÉDIA 3, 2006). Seguindo a linha de evolução, logo a Intel lançou o processador 486, com muito mais capacidade de processamento e com recursos de multimídia, com melhor tratamento de imagens, sons e conexão mais fácil com outros equipamentos. Outros concorrentes apareceram no mercado da Intel, obrigando-a a lançamentos freqüentes de novos processadores, confirmando a LEI DE MOORE20. Seu próximo lançamento seria originalmente denominado 80586, ou 586, mas como números não podem ser registrados, o 17 O processador 386 exigia o uso de periféricos de 32 bits, que eram muito caros na época, por isso, a Intel lançou uma versão do 386 de baixo custo, chamada de 386 SX, que internamente trabalhava à 32 bits, porém externamente funcionava à 16 bits, possibilitando a fabricação de placas-mãe mais baratas usando basicamente os mesmos componentes das placas do processador 286. Para não haver confusão, o 386 original passou a ser chamado de 386 DX (MORIMOTO, 2004). 18 Multiprocessamento: Capacidade do computador executar mais de uma função ao mesmo tempo: Exemplo: enviar um e-mail enquanto digita um texto. 19 Multiusuário: Capacidade de um mesmo computador atender a mais de um usuário ao mesmo tempo. 20 LEI DE MOORE: Em 1965, Gordon Moore, que mais tarde fundou a Intel ao lado de Bob Noyce, previu que a capacidade de um chip de computador dobraria anualmente. MOORE fez a projeção com base na relação preço/desempenho dos chips de computador do triênio anterior. Na verdade, MOORE não acreditava que esse índice de avanço fosse durar muito tempo. Mas, dez anos depois, a previsão se mostrou verdadeira e ele voltou a prever que a capacidade dobraria a cada dois anos. Até hoje as previsões para os chips se mantiveram e a média - uma duplicação da capacidade a cada dezoito meses - é chamada, entre os engenheiros, de Lei de Moore (GATES, 1995). 34 nome foi alterado para PENTIUM. Este novo processador tinha uma série de novas capacidades, surgindo novamente uma nova família de processadores. Estes precisavam oferecer maiores recursos aos softwares, para implementar os recursos de Plug & Play21 e principalmente, utilizar com mais intensidade os recursos gráficos do computador. Os programas (softwares) já ofereciam uma interface gráfica mais fácil de operar e o uso do mouse tornou-se padrão para o usuário operacional (WIKIPÉDIA 6, 2006). A Internet que já estava se firmando como grande tendência e causando impactos com sua mobilidade e facilidade de obter conteúdos e navegação através dos hipertextos22, necessitava dos dispositivos de conexão como: modem, microfone, câmera integrada, software de navegação e comunicação na rede mundial. E até os dias atuais, a Internet continua crescendo de forma espantosa e está intensamente presente no dia-a-dia de todas as pessoas. Outros modelos de processadores continuaram a ser lançados, ainda na família Pentium e atualmente (2006), está disponível o Pentium D (FIG. 7) que é o topo da família da Intel com processadores de 64 bits. FIGURA 7 – Processador Intel Pentium Fonte: Wikipédia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Pentium_D>. Acesso em: 31 mai. 2006 Outra importante empresa fabricante de microprocessadores é a AMD23, fundada em 21 Plug & Play: Recurso disponível nos sistemas operacionais e computadores mais recentes, que quando se conecta um novo equipamento ao computador, como por exemplo uma câmera digital, ele a reconhece automaticamente e a disponibiliza instantaneamente para utilizar, sem que tenha de conhecer ou instalar outros recursos avançados. 22 Hipertextos: “é um conjunto de nós ligados por conexões” (LÉVY, 2000, p. 33). Uma forma não linear de apresentar e consultar informações. Um hipertexto vincula as informações contidas em seus documentos (ou “hiperdocumentos”, como preferem alguns) criando uma rede de associações complexas através de hiperlinks ou, mais simplesmente, links. 23 A AMD - Advanced Micro Devices, é uma empresa americana fabricante de circuitos integrados, especialmente 35 1969. Ela tem participado de todo o processo de desenvolvimento da tecnologia e também fornecido às organizações microprocessadores de excelente qualidade e com preços muito atraentes. Sua grande força vem da compatibilidade de seus processadores com o da concorrente Intel. Isto permite que um software que processa num processador Intel, processe perfeitamente e sem nenhuma alteração nos processadores AMD. A velocidade, a capacidade de processamento e a interoperabilidade dos computadores aumentaram enormemente deste a década de 1970. Entretanto, a engenharia tecnológica dos microchips permaneceu basicamente a mesma, permanecendo os computadores da atualidade ainda na quarta geração (REDMOND, 2004). Nesta breve história dos computadores, observa-se o quanto a Informática ultrapassa a si mesma várias vezes e muito rapidamente. Essas ultrapassagens transformam a maneira de agir, pensar, construir o mundo e criam novas fronteiras constantemente em todos os lugares onde a Informática está presente. 2.1.2 – O software LÉVY (2000), define software como um programa de computador e afirma que o software consiste em um conjunto de instruções em linguagem de máquina que controla e determina o funcionamento do computador e de seus periféricos. LAUDON e LAUDON (1999), dizem que o software refere-se às instruções de como o hardware do computador deve operar e possui três funções básicas: Desenvolver ferramentas para aplicar o hardware na solução de problemas, possibilitar que uma organização gerencie seus recursos computacionais e servir como interface entre o usuário e as informações armazenadas Nos primeiros computadores produzidos como o Harvard Mk I e o Colossus, não havia distinção entre hardware e software, ambos eram programados eletronicamente, trocando-se chaves e relés para se obter um novo processamento desejado24. Com a evolução dos computadores e a criação de cartões perfurados e outras formas de meios não-voláteis de armazenamento de processadores. Seus produtos concorrem diretamente com os processadores fabricados pela Intel e seu produto mais famoso na década de 1990 foi o processador Athlon, utilizado em computadores pessoais. Mais conhecida por seus processadores K5, K6-II, K6-III, Athlon, Duron, Sempron, Athlon64 (Arquitetura de 64 bits), Opteron (para servidores), Turion (para notebooks), a AMD também fabrica circuitos de uso mais geral, como os encontrados em calculadoras e dispositivos eletrônicos. Alguns de seus circuitos são encontrados também entre os usados pela Apple em seus novos produtos, como o Mac mini (WIKIPÉDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/AMD>. Acesso em: 31 mai. 2006). 24 Estes cabos e relés estão ilustrados na FIG.4. 36 dados, houve a separação entre o hardware, ou seja, os equipamentos físicos e as instruções necessárias que determinavam o processamento para se obter o resultado desejado, surgindo então os programas dos computadores denominados software: O primeiro computador, o ENIAC dos anos 40, pesava várias toneladas. Ocupava um andar inteiro em um grande prédio, e para programá-lo era preciso conectar diretamente os circuitos, por intermédio de cabos, em um painel inspirado nos padrões telefônicos (LÉVY, 1995, p. 101). A primeira pessoa a escrever um programa foi Lady Ada (FIG. 8) e a tradição de mulheres programadoras se manteve durante a Segunda Guerra Mundial. FIGURA 8 – Lady Ada. A primeira pessoa a escrever um programa de computador Fonte: UFF – Instituto de Computação. Disponível em: <http://www.ic.uff.br/~otton/graduacao/informaticaI/computadores_por_imagens.html>. Acesso em: 31 mai. 2006 A primeira categoria de software necessária ao funcionamento dos computadores é o software básico, representado pelo sistema operacional dos computadores (operating system ou S.O.). O sistema operacional é um programa especial responsável pelo controle de alocação e uso dos recursos do equipamento, tais como memória, a CPU25, o disco-rígido e demais periféricos. O Sistema Operacional é o conjunto de softwares básicos, que executa operações simples, mas que juntas fazem o computador funcionar harmonicamente. Se não existisse sistema desse tipo, todo software desenvolvido deveria ter sua própria rotina de comunicar com os 25 Onde são realizados os cálculos, classificações, ordenações e comparações. 37 dispositivos do computador de que precisasse, o que, além de causar lentidão, iria gerar vários formatos fora de padrão e incomunicáveis, de um computador para o outro. Quando existe um Sistema Operacional, é ele quem lida com os dispositivos conectados ao computador (disquete, vídeo, impressora, memórias). Assim, um software que seja feito para funcionar neste sistema não precisará de informações específicas do equipamento. Ao invés disso, ele chamará funções do Sistema Operacional já prontas que farão a comunicação, repassando os resultados obtidos conforme a solicitação recebida. Cada Sistema Operacional pode ter uma linguagem de máquina própria e distinta. Por isso, é comum que softwares feitos para um Sistema Operacional não funcionem em outro. Por exemplo, software feitos para o Sistema Operacional Windows da Microsoft26, não funciona no Sistema Operacional MacOS da Apple27. Conforme LÉVY (2000), o sistema operacional é necessário para que seja possível executar programas aplicativos tais como o Word, Internet Explorer, Outlook, Excel, Firefox Navigator e qualquer outro programa aplicativo que existir. Os sistemas operacionais mais conhecidos e utilizados são o Windows, Unix, Linux e MacOS. Os primeiros sistemas operacionais eram baseados em linhas de comandos escritas pelos usuários, como o MS-DOS da Microsoft (FIG. 9), o que exigia muito treinamento e memorização, dificultando o acesso a usuários leigos. 26 A Microsoft Corporation é a maior e mais conhecida empresa de software do mundo, com faturamento anual de 45 bilhões de dólares (CHEROBINO, 2007, p. 6). 27 A Apple Inc foi fundada em 1976 e sempre foi uma empresa inovadora em lançamentos de novos produtos para novos usos, com mais de 2.300 funcionários e com um faturamento anual de 1,73 bilhões de dólares (WIKIPÉDIA2, 2007). 38 FIGURA 9 – Linha de comando do Sistema Operacional MS-DOS da Microsoft Fonte: VILESOFT. Disponível<http://www.vilesoft.com.br/museu>. Acesso em: 10 de mai. 2006. O primeiro conceito de sistema com interface gráfica, de janelas (desenhos: ícones na tela, para clique com o mouse), que facilitou muito a operação por parte dos usuários e foi um dos elementos propulsores da popularização da Informática, foi desenvolvido pela Xerox em 1981 e a Apple usou a idéia em 1984 e desenvolveu o MacOS para ser usado como sistema operacional em seu Macintosh Apple. A Microsoft também usou a idéia para produzir a primeira versão do Windows em 1985, que é uma interface gráfica do usuário, criada em cima do seu antigo sistema operacional MS-DOS e que já estava sendo utilizado desde 1981 nos computadores PC IBM e computadores compatíveis. Ficou tão parecido com o MacOS que a Apple decidiu processar a Microsoft e este caso judicial durou vários anos (WIKIPÉDIA 2, 2006). A primeira versão do Windows (FIG. 10) não oferecia muitos recursos e não era tão popular como hoje. A segunda versão foi lançada em 1987, mas somente em 1990 com o Windows 3.0 é que o Windows iniciou sua popularização, pois, apresentava vários atrativos para o usuário leigo. Seu sucesso também foi impulsionado pelo processador 80386 da Intel que havia sido lançado no ano anterior e proporcionava os recursos de multiprocessamento das aplicações processadas no Windows. Outro impulsionador do sucesso do Windows, foi o apoio e o incentivo que a Microsoft deu aos fornecedores de software aplicativos desde a primeira versão do Windows, para desenvolverem e converterem seus softwares aplicativos para o novo ambiente gráfico Windows. Pouco tempo depois foi lançado o Windows 3.1 com pequenas melhorias visuais e o Windows 3.11, que já fazia uso intensivo dos recursos de multiusuário dos processados 80386, permitindo com isto que os computadores pudessem ser conectados em rede sem outro software adicional que geralmente tinha um custo elevado. 39 FIGURA 10 – Primeira versão do Sistema Operacional Windows da Microsoft Fonte: VILESOFT Disponível em: <http://www.vilesoft.com.br/museu>. Acesso em: 10 mai. 2005. A IBM também disponibilizou o sistema operacional OS/2 (FIG. 11), que foi desenvolvido em parceria com a Microsoft simultaneamente com o Windows 3. O OS/2 era um sistema operacional mais robusto que o Windows, inclusive de 32 bits completos e surgiu muito antes do Windows 95. Entretanto, a IBM não foi bem sucedida ao lançá-lo no mercado e ele não teve boa aceitação, sendo a versão OS/2 Warp a última produzida pela IBM para usuários finais. 40 FIGURA 11 – Sistema Operacional OS/2 da IBM. Fonte: KernelTread.com. Disponível em: <http://www.kernelthread.com/mac/vpc/images/os2warp3.gif>. Acesso em: 10 mai. 2006. Os sistemas da Microsoft são utilizados na grande maioria dos computadores de todo o mundo. É muito provável que sua escola, sua companhia telefônica, sua padaria, sua farmácia, seu supermercado, seu médico, a empresa que produziu o papel ou a mídia deste texto usem. Até o agricultor usa. E no mundo todo há sistemas da Microsoft. Inclusive, rodando em sistemas operacionais concorrentes, como a versão dos softwares Microsoft Word, Excel e Power Point também disponíveis para o sistema operacional MacOS da Apple: A Microsoft é hoje uma das mais conhecidas empresas de Informática no mundo inteiro. Além de líder no fornecimento de sistema operacional, sistema este conhecido como Windows, ela atua também no fornecimento de aplicativos integrados de escritório (Microsoft Office). Estima-se que hoje a Microsoft ocupe 85 porcento do mercado de sistemas operacionais e mais de 80 porcento na distribuição de ferramentas como o Microsoft Office (KLAVDIANOS, 2002, p. 7). 41 REDMOND (2004), afirma que a Microsoft sempre continuou aperfeiçoando o Windows e novos lançamentos com melhorias, correções de bugs e novas versões são sempre lançadas. Entretanto, pela quantidade de usuários do Sistema Operacional Windows, outros produtos da Microsoft no mundo e por conseqüência, o padrão de funcionalidades de softwares que ela impõe a todos, causa grande impacto no comportamento das pessoas e das organizações. Várias fronteiras são deslocadas, algumas derrubadas e outras novas são criadas. Tudo isso, causado pelo desenvolvimento tecnológico, por campanhas milionárias de marketing e pelas novas aplicações dos softwares lançados, como: a) Produtos que anteriormente concorriam ou dependiam dos produtos da Microsoft e portanto eram comprados e pagos a outra empresa que tinha toda uma estrutura e vida própria, têm funções idênticas incorporadas gratuitamente aos novos lançamentos da Microsoft. Isto simplesmente pode “matar” de forma fulminante a outra empresa ou prejudicar sensivelmente seus negócios. O que foi feito e como estão atualmente as centenas e até milhares de colaboradores que trabalhavam nestas empresas que não existem mais? No Brasil temos um exemplo do software FINANCE da Paiva Piovesan que moveu processo contra a Microsoft, referente ao seu software MONEY, questionando condutas anticoncorrenciais com efeitos no mercado de softwares de gerenciamento financeiro, conforme QUARESMA ( 2006) e FÉ: Na ação, a desenvolvedora de software para gestão de negócios denunciou a estratégia da multinacional para venda e distribuição do aplicativo Money. A Paiva produz um concorrente, o Finance. Entre as diversas condutas denunciadas pela Paiva Piovesan, está a inclusão do Money no Microsoft Office for Small Business (MOSB), a venda do produto para clientes públicos, como Banco do Brasil, sem concorrência e distribuição gratuita do Money (FÉ, 2004). Existem outros exemplos de empresas que fabricam ou fabricavam softwares de compactação de dados, software de conexão de computadores em rede28 e navegadores de Internet que não conseguiram se movimentar na mesma velocidade dessas novas fronteiras, a ponto de os órgãos governamentais intervirem: 28 A empresa estadunidense Novell, que já foi líder de mercado com seu software NETWARE, de conexão de computadores em rede, é um exemplo de produto que praticamente desapareceu do mercado, considerando que o software que faz essa função já vem gratuitamente embutido no Windows da Microsoft. “A empresa já foi líder no País em software para servidores, com seu sistema Netware, entre o fim da década de 1980 e começo da de 1990, mas acabou perdendo espaço para os produtos da Microsoft. No computador de mesa, a presença da Microsoft é ainda mais esmagadora: 98% dos micros nas empresas brasileiras usam o Windows”. (Último Segundo da Agência Estado, portal Internet Group – IG). Disponível em: <”http://ultimosegundo.ig.com.br/materias/mundovirtual/19690011969500/1969115/1969115_1.xml>. Acesso em: 11 fev. 2006. 42 A FTC29 apresentou um processo contra a Microsoft não por ela ser a detentora de 85 porcento do mercado de sistemas operacionais, mas como resultado da Microsoft fornecer o browser Microsoft Internet Explorer juntamente com o sistema operacional Windows, ambos softwares de sua propriedade. De acordo com a FTC o browser não poderia ser considerado uma extensão ou melhoria do sistema operacional como defendia a Microsoft. Um outro ponto crucial no caso movido contra a Microsoft foi o questionamento acerca do uso de condutas predatórias de mercado. De acordo com a FTC a Microsoft determinava que os fabricantes de computadores deveriam pagar uma taxa para instalação do DOS e do Windows em suas máquinas mesmo que não fossem utilizar aquele sistema operacional. Seria lógico imaginar que sendo o pagamento efetuado por máquina, a Microsoft deveria cobrar apenas as licenças utilizadas, ou seja, quando o fabricante instalasse o produto. Mas, de acordo com FTC os fabricantes eram taxados independentemente de utilizarem o sistema operacional em suas máquinas ou não, o que os intimidava em utilizar outros sistemas operacionais existentes no mercado (KLAVDIANOS, 2002, p. 8). b) Novas formas de realizar funções anteriores, que agora são agregadas ou integradas a outras funções já existentes ou novas e que exigem constantemente uma readaptação de utilização. Isso não acontece com muitos usuários que insistem em utilizar a versão antiga do software. Assim, as organizações acabam optando por incorporar pessoas mais atualizadas tecnologicamente com os novos produtos da Microsoft, em detrimento de quem não os atualiza rapidamente. Exemplo: Software hospedeiro de páginas da Internet, gerenciamento e controle de usuários e múltiplas versões de um mesmo produto; são funções que a partir de determinada versão do Windows em diante surgiu e, sem treinamento, o usuário nem sabe que existe e não sabe utilizar. c) Novos usos e fusões de tecnologias geram novas formas e necessidades nas organizações, como a incorporação, disseminação e uso da Internet em massa, a comunicação por voz, vídeo-conferências que agora são feitos via Internet com software específico para comunicação a qualquer distância ao custo zero, praticamente, utilizando a tecnologia de transferência de voz e dados na Internet (VOIP30). Como ficarão as empresas de telefonia que têm em seu principal modelo de receitas financeiras a cobrança por minutos utilizados, os quais agora o cliente não irá pagar mais? d) Novas necessidades criadas por campanhas de marketing que manipulam as pessoas, induzindo-as a acreditar que a nova tecnologia é essencial e trará melhores condições de vida. Qual a real necessidade de uma pessoa que compra um telefone celular porque determinada campanha publicitária anuncia que na compra de um aparelho habilitado em determinada 29 FTC Federal Trade Commission (Comissão do Comércio Federal dos Estados Unidos da América), criado em 14 de fevereiro de 1903. Disponível em: <http://www.ftc.gov/>. Acesso em: 11 fev. 2006. 30 VOIP: Softwares de ampla utilização como o SKYPE e MSN são exemplos de transmissão de voz através da Internet, também conhecida como VOZ Sobre IP. 43 operadora, ele ganha 1000 torpedos (SMS31) para serem enviados dentro de um mês para seus amigos? Em 6 de agosto de 1997, quando a Apple estava em situação financeira complicada, a Microsoft comprou 100 mil ações, sem direito a voto, da Apple por 150 milhões de dólares, encerrando também, neste mesmo acordo, as pendências judiciais movidas contra a Microsoft em 1985, por copiar a aparência do sistema operacional OS da Apple (RIBEIRO, 2006). Outro sistema operacional importante é o Linux (FIG. 12) originalmente, desenvolvido por Linus Torvalds32 do Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Helsinki, Finlândia, com a ajuda de vários programadores voluntários através da Internet. No dia 5 de outubro de 1991 Linus Torvalds anunciou a primeira versão "oficial" do Linux, versão 0.02. Desde então, muitos programadores têm respondido ao seu chamado e têm ajudado a fazer do Linux o sistema operacional que é hoje, ou seja, é o segundo sistema operacional mais utilizado no mundo, ficando atrás somente do Windows da Microsoft (WIKIPÉDIA 5, 2006). FIGURA 12 – Sistema Operacional Linux, desenvolvido por Linus Torvalds Fonte: WIKIPÉDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Linux>. Acesso em: 10 mai. 2006. 31 SMS: Send Message System.Permite o envio e recebimento de mensagens através dos celulares. Linus Benedict Torvalds (Helsínquia, Finlândia, nasceu em 28 de Dezembro de 1969) é o criador do kernel (núcleo central) do sistema operacional GNU/Linux, chamado simplesmente de "Linux". Linus Torvalds pertence à comunidade dos Finlandssvensk, um estrato da população representando 6% dos habitantes da Finlândia, que falam sueco. Ele estudou na Universidade de Helsínquia. Vive atualmente em Santa Clara, na Califórnia, com a sua mulher Tove e suas três filhas (WIKIPÉDIA 5, 2006). 32 44 A vantagem do Linux é ser mais estável, livre de vírus de computador e ser um software gratuito33. É mais utilizado em computadores servidores de banco de dados e em empresas que prestam serviço de acesso à Internet, concorrendo assim, com o Windows Server 2003 da Microsoft (MAIA, 2005). O Linux tem conquistado muitos novos usuários, principalmente da comunidade acadêmica, as ONG´s e órgãos públicos, cujo administradores, com o apoio da IBM e outras empresas mundiais de tecnologia têm incentivado sua adoção e utilização em massa, criando assim, uma estrutura de suporte técnico adequada, a disseminação desta tecnologia e aumentando o nível de confiabilidade: Linux é a plataforma revolucionária de códigos abertos, totalmente estável, escalável, segura e poderosa. E por ser assim, oferece toda a flexibilidade que um e-business precisa para inovar com sucesso. A IBM está orgulhosa em trabalhar junto a essa comunidade, e muito empolgada em poder ajudar o Linux a crescer cada vez mais. Agora, liberte seus códigos e seja bem-vindo ao mundo Linux na IBM. ( IBM. Disponível em: <http://www.ibm.com/br/linux/>. Acesso em: 23 abr. 2006). Deixe-me dizer os nomes das empresas que desenvolvem Linux: IBM, Intel, Oracle (Larry Ellison34 em entrevista ao site de notícias IDG NOW. Disponível em: <http://idgnow.uol.com.br/computacao_corporativa/2006/03/02/idgnoticia.200603-02.0110656479/IDGNoticia_view>. Acesso em: 23 abr. 2006). Outros sistemas operacionais gráficos, também foram desenvolvidos nesta época, como o Windows X (FIG. 13), no final da década de 1980 pelo MIT (Massachusetts Institute of Tecnnology), que se tornou inclusive, a referência para outros sistemas gráficos atuais, como os sistemas baseados em Unix35 como: o Solaris (FIG. 14) da Sun36 e as interfaces gráficas do sistema operacional Linux. 33 Também conhecido como open source, ou seja, é um software livre no qual o sistema de códigos fontes são abertos, sem direitos autorais da criação, que permitem que qualquer programador de computador participe de seu desenvolvimento e melhorias, sem ter que ficar preso a qualquer fornecedor desta ou daquela tecnologia. 34 Lawrence J. Ellison, mais conhecido como Larry Ellison, é o presidente da empresa Oracle Corporation. Tem uma das maiores fortunas dos Estados Unidos. O iate de Larry Ellison, Rising Sun, é o terceiro maior do mundo. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Larry_Ellison>. Acesso em: 26 abr. 2006. 35 UNIX é um sistema operacional originalmente criado por um grupo de programadores da AT&T da Bell Labs, General Electric (GE) e atualmente é o nome dado a uma grande família de Sistemas Operacionais que partilham muitos dos conceitos dos Sistemas UNIX originais, sendo todos eles desenvolvidos em torno de padrões definidos por um consórcio chamado POSIX (Portable Operating System Interface) . Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/UNIX>. Acesso em: 23 abr. 2006. 36 A Sun Microsystems é uma empresa fabricante de computadores, semicondutores e software com sede em Santa Clara, Califórnia, no Vale do Silício. As fábricas da Sun localizam-se em Hillsboro, no estado do Oregon, nos E.U.A., e em Linlithgow, na Escócia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Sun_Microsystems>. Acesso em: 23 abr. 2006. 45 Existem ainda outros sistemas operacionais37 menos conhecidos, mas todos com o mesmo objetivo de gerenciar os recursos disponíveis no computador, sendo um mensageiro entre o hardware e o software aplicativo que executa as funções finais que o usuário deseja. Exemplo: Word, Excel, Powerpoint, Firefox navigator e outros. Observando a rapidez de lançamentos de novas versões e as transformações que o próprio sistema operacional Windows da Microsoft e todos os outros que dão vida ao computador sofreram em poucos anos38, nota-se que a própria tecnologia ultrapassa continuamente a si mesma, destruindo a geração anterior e forçando novas concepções de trabalhos e rotinas. Organizações que eram líderes em tecnologia há poucos anos atrás, atualmente não existem mais, ou não são mais expressivas no grupo de empresas formadoras de opinião e agentes de transformação dos novos tempos, simplesmente porque não acreditaram que novas tecnologias iriam decolar, deslocar e criar novas fronteiras e, principalmente, acreditaram que os paradigmas da época iriam se sustentar. Entretanto, não se sustentaram e criaram “rizomas” de mutações no modo de agir e comunicar das pessoas, propagadas à velocidades da Internet. FIGURA 13 – Windows X, produzido pelo MIT (Massachusetts Institute Of Tecnnology) Fonte: PALIDROM. Disponível em: <http://www.palindrom.ru>. Acesso em: 10 mai. 2006. 37 Outros sistemas operacionais existentes: Amiga, MorphOS, Atari ST, TOS, MultiTOS, MiNT, BeOS, DR-DOS, VM/CMS, DOS/VSE, VMS, EPOC, Palm OS, Pocket PC, SymbianOS, AtheOS, BS2000, CP/M, FLEX9, FLEX, MP/M-80, Mach, MenuetOS, Mini-FLEX, Multics, Native Oberon, NetWare Novell, Plan 9, PrimOS, ReactOS, RiscOS, SkyOS, Syllable, QNX, SSB-DOS, TUNES, TripOS, UCSD P-system. 38 Veja a TAB. 6 do ANEXO A, que apresenta a rápida evolução das versões do sistema operacional Windows. 46 FIGURA 14 – Sistema Operacional Solaris da SUN Microsystems Fonte: MONAVISTA. Disponível em: <http://www.monavista.com/>. Acesso em: 10 mai. 2006. Outra observação importante na evolução dos softwares de sistemas operacionais, é a transformação que estas novas tecnologias trouxeram no dia-a-dia das pessoas, mesmo para os indivíduos que moram em regiões distantes dos grandes centros tecnológicos, sem acesso aos computadores. Ainda assim estão sujeitos aos efeitos da Globalização, seja na transgenia das sementes que plantam em seus campos, nos preços que caem em suas comidities no momento das colheitas, seja nas novas técnicas de cultivo e artesanatos, transmitidas via Internet pelos satélites, redes sem fios, mercados virtuais e que já cruzam o planeta. 2.2 - Redes de computadores Uma rede de computadores é um conjunto de computadores autônomos interconectados, sem que haja a relação de dependência entre eles. Ou seja, se um computador puder iniciar, operar e encerrar sem a dependência de outro e estiver conectado a outros computadores, permitindo enviar, receber, compartilhar recursos entre eles, ele é um membro legítimo de uma rede. 47 Numa rede de computadores, o usuário determina com qual máquina deseja conectar, quais tarefas deseja realizar, quais recursos compartilhar com outros usuários, quais tarefas serão realizadas remotamente e quando transferir e receber informações desta rede. Uma rede é diferente de um sistema distribuído, onde existem vários computadores interligados, mas o usuário não sabe ou não indica em qual deles estão armazenados e compartilhados os recursos em uso naquele momento. O software (sistema operacional) da rede é que determina automaticamente qual deles estará fazendo o quê e quando, utilizando o conceito conhecido em Informática como grid, onde os recursos disponíveis são alocados e distribuídos conforme demanda, disponibilidade e melhor desempenho de cada um deles. “Assim, quem determina a diferença entre sistemas distribuídos e redes de computadores é o software e não o hardware” (CORREIA e SILVA, 2002, p. 15). As redes de computadores são classificadas de acordo com vários critérios, por exemplo: a) APLICAÇÃO: •Modelo Cliente/Servidor: uma rede onde temos um computador central servindo como repositório de dados, de impressão e de comunicação dentre outras funções, para outros computadores que dependem dele para ter a informação de forma unívoca. •Modelo Ponto-a-Ponto: Cada computador da rede age como um servidor para os demais computadores que estão interligados a ele. Por exemplo, um computador pode conter informações que podem ser acessadas por outros computadores e ele, por sua vez, pode também acessar informações de outros computadores simultaneamente. b) UTILIZAÇÃO E EMPREGO: •Corporativa: Quando as redes de computadores são utilizadas pelas empresas e em outras organizações. As interligações destas redes podem ser somente locais, em um mesmo espaço físico, denominadas então como uma rede local, ou LAN (local área network). Ou interligadas através de recursos de teleprocessamento, via cabos telefônicos, enlaces de rádio, fibras óticas, satélites e até pela própria rede elétrica. Neste caso são denominadas como uma rede de longo alcance, ou WAN (Wide área 48 network). •Rede de pessoas: É a rede mundial de computadores, a Internet, que, com a popularização dos microcomputadores, trouxe várias aplicações (programas) para o ambiente e uso doméstico. As informações que antes eram encontradas somente em raros locais (exemplo: bibliotecas de grandes universidades), agora graças a WEB, são prontamente compartilhadas nos computadores remotos de forma fácil, rápida e com prática manipulação de conteúdos. c)TIPOS DE REDE: •Intranet: Rede de computadores onde as informações são de uso restrito a um grupo de usuários, normalmente organizações fechadas como empresas. Oferece maior segurança quanto ao sigilo das informações, pois, só está disponível para acesso para as pessoas conhecidas, devidamente credenciadas e aprovadas. •Extranet: Rede de computadores onde as informações também são de uso restrito a um grupo de usuários, entretanto permitindo acesso a grupos externos específicos e pré-qualificados, como representantes comercias das empresas que estão em outras regiões distantes das fábricas, que utilizam computadores móveis como os notebooks, PDA´s (PALM, Celular e qualquer computador de mão) ou acessam as informações via Internet, fornecendo credenciais como códigos/senhas que habilitam ou não o acesso a essa rede. •Internet: Rede mundial de computadores onde as informações são públicas e podem ser acessadas por qualquer computador e por qualquer pessoa que esteja conectada à rede. 2.3 – Internet A Internet é uma rede global amorfa de milhões de computadores interligados que enviam e recebem informação sem que possua um computador mestre, a central disseminadora de conteúdo. Ela vem determinando uma série de transformações nos hábitos das pessoas. Trata-se de uma rede sem censura, sem leis e sem horários de funcionamento, mesmo existindo as netiquetas (regras que o próprio uso sugere e sanciona) para o envio e recebimento de e-mail, interlocuções 49 em chats, participação em listas de discussão ou newsgroup. Estas regras segue-as quem quiser, pois a liberdade na rede é total e conforme SANTOS 2 : A comunicação eletrônica está presente na vida de nossos jovens já há bastante tempo. Para esta meninada, nascida no final do século XX, ligar um computador, desenvolver sites, conversar na rede, expressar-se através de blogs, fotoblogs, enviar e-mails ou participar de fóruns é algo absolutamente corriqueiro (SANTOS 2, 2005, p. 151). E segundo BARAJAS (2003), a Internet é a rede de redes, conecta a cada dia mais computadores de todo o mundo e está se tornando um dos aspectos-chave na comunicação, tão importante quanto o telefone nos anos de 1950 e a televisão nos anos de 1960. Ele também afirma que a Internet não é uma moda passageira e sua aplicação contempla todas as áreas de atividade humana, desde a medicina à biotecnologia, passando pelo lazer e pela educação. Seu crescente número de utilizadores e a atração que provoca como novo talismã da contemporaneidade, ao qual são atribuídos enormes e ainda desconhecidos poderes, produzem uma progressão geométrica no número de usuários e este fenômeno atinge, assim, uma dimensão global. A evolução da Informática trouxe, nas duas últimas décadas, a criação de conceitos antes nunca sonhados: a utilização em grande escala da Internet como cibercultura, a co-autoria de trabalhos científicos em tempo real, a probabilidade do até então impossível e a remodulação de conceitos que antes eram certos e bem definidos como o REAL e o VIRTUAL. Para LAUDON e LAUDON (1999), sob o ponto de vista físico, a Internet é uma conexão entre redes, pois, para o usuário ela aparece como um grupo de serviços disponíveis para a troca de informações entre computadores e ou indivíduos conectados. 2.3.1 – História da Internet Em 1957, a ARPA (Advanced Research Projects Agency) torna-se o primeiro nome a ser observado na história da Internet. Pois, esta agência, subordinada ao Ministério da Defesa dos E.U.A., era responsável por desenvolver mecanismos de autodefesa muito avançados tecnologicamente. Então em 1960, sob a pressão da “guerra fria”, foi criada a ARPANET, uma rede de computadores única, que permitia o compartilhamento de dados e disponibilizava um sistema de correios eletrônicos para troca de mensagens. A principal característica dessa rede era não possuir um local que centralizasse as informações, ou seja, as informações estavam presentes em vários 50 locais (computadores) diferentes ao mesmo tempo, de forma que se um computador (base militar) fosse atacado e destruído, os demais continuariam conectados e disponibilizando as informações normalmente (UCHOA e ALVES, 2002). Esse é o princípio fundamental que garante a força da Internet. “Não há controle central nem 'computador mestre'. Qualquer computador ou qualquer rede de computadores pode ser conectada a ela, desde que seus usuários sigam as convenções do protocolo TCP/IP” (REDMOND, 2004, p. 85). HEIDE e STILBORNE (2000), também afirmam que a Internet foi originalmente desenvolvida pelo governo federal dos E.U.A. para ligar órgãos governamentais a faculdades e universidades. A extensão real da Internet começou recentemente com a adição de milhares de empresas e milhões de indivíduos que utilizam navegadores gráficos (software) para acessar informações e trocar mensagens. Conforme LÉVY (2000), o nome Internet vem de Internetworking (ligação entre redes). Embora seja geralmente pensada como uma rede, a Internet na verdade é um conjunto de todas as redes que usam protocolos (linguagem) TCP/IP. Internet e WEB39 não são a mesma coisa: A Internet é o conjunto de meios físicos (linhas telefônicas de alta capacidade, computadores, roteadores, modens, etc) e programas (protocolo TCP/IP) usados para o transporte (transferência) da informação. E a WEB é apenas um dos diversos serviços disponíveis através da Internet. Fazendo uma comparação simplificada, a Internet equivale à rede telefônica, com seus cabos, sistemas de discagem e encaminhamento de chamadas e a WEB é similar a apenas um aparelho de telefone que serve como dispositivo de entrada e saída da voz. 2.3.2 – Internet no Brasil A Internet chegou ao Brasil em 1988 por iniciativa da comunidade acadêmica de São Paulo (FAPESP) e do Rio de Janeiro (UFRJ). E o primeiro acesso à Internet no Brasil se deu em 18 de julho de 1989, quando de fato nasceu a Internet brasileira, com a inauguração do Alternex no Rio de Janeiro, e em 1991 a FAPESP estabelece as primeiras conexões à Internet e consegue administrar o domínio “.br” (UCHOA e ALVES, 2002). 39 Atualmente o desenvolvimento da WEB é supervisionado pelo W3C (www.w3c.org), um consórcio de organizações públicas e privadas que define os padrões de funcionamento da Internet. 51 Pesquisas realizadas no ano de 2002 pela Nielsen/Netratings Global Internet Trend, identificaram que os E.U.A. e o Japão têm a maior população de internautas do mundo (FREOA, 2004). E também UCHOA e ALVES (2002), nos mostraram que 73% dos provedores de acesso de Internet em 2000 estavam nos E.U.A., 4% no Japão, 3% no Reino Unido; Alemanha, Canadá e Austrália estavam com 2% cada um e, Holanda, França, Itália, Finlândia, Taiwan estavam com 1% cada um e, Suécia, Brasil, Espanha, México e Noruega estavam com 1% deles, o restante estava em outras partes do mundo. No Brasil existe um Comitê Gestor da Internet40 que foi criado em abril de 1995 e tem a missão de organizar, planejar e supervisionar as funções básicas de infra-estrutura para os serviços de Internet no Brasil, que são: alocação de endereços de IP, registro de nomes de domínio no “.br”, protocolos básicos e serviços de engenharia de redes (Infra-estrutura). Em 2000, a Internet brasileira ocupava a 13ª posição no mundo. Em 2002, o país passou para a 11ª posição mundial, a 3ª posição nas Américas e 1ª posição na América do Sul (UCHOA e ALVES, 2002). Já em 2007, o Brasil ocupava o primeiro lugar da América Latina e o quinto no mundo no uso da Internet, confirmando o crescimento da Internet no país e seu poder de transformação, interferência, reposicionamento e criação de novas fronteiras no dia-a-dia (BRENDLER, 2007). Toda infra-estrutura baseada em comunicação por voz (analógica) está migrando para um modelo (digital) em que as próprias estações de comutação são baseadas em suporte a IP, de tal forma que o serviço de voz seja apenas um dos serviços disponíveis na Internet. Isto implica que as linhas telefônicas atuais estão sendo substituídas através de dispositivos como as fibras óticas e por linhas de múltiplos serviços à velocidade média/alta para atender ao tráfego de Internet dos canais de televisões por assinatura digital e acesso à banda larga41 dos telefones celulares que tendem a ser os aparelhos da convergência42 tecnológica em curto prazo. 40 Mais informações sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil podem ser encontradas no site: <http://www.cg.org.br> Acesso à Internet a alta velocidade, geralmente acima de 100 kbs 42 Convergência: A cada dia assistimos aos lançamentos de novos celulares com múltiplas funções como: Câmera fotográfica, acesso a Internet, como dispositivos de entrada de dados já substituindo os computadores de mão (PDA) e receptores de canais de televisão e estações de rádio. 41 52 2.3.3 – Internet2 Internet243 é um consórcio conduzido por mais de 200 universidades de várias regiões do mundo, que trabalham em parceria com a indústria e o governo, para desenvolver e implantar aplicações avançadas e as tecnologias de rede, garantindo o crescimento sustentável da Internet. Seus objetivos são os seguintes: fornecer alta velocidade de acesso para as comunidades de pesquisas, permitir aplicações sempre revolucionárias da Internet, permitir a segurança adequada às aplicações em níveis confiáveis e através dos grupos de funcionamento da Internet2, os membros colaboram sobre parcerias, iniciativas, aplicações e engenharia num ambiente altamente confiável e de rápido acesso. As aplicações avançadas Internet2 permitem a colaboração entre povos e o acesso interativo à informação e aos recursos de uma maneira que atualmente ainda não é possível na Internet comum. As exigências de desempenho, tais como a elevada largura da banda (velocidade de acesso), a transparência para o usuário final e o desenvolvimento de novos protocolos (linguagens) são essenciais para a missão e a inovação acadêmica, mas não são possíveis pelo atual nível de segurança e velocidade na Internet comum. “A implantação e consolidação de um modelo de cooperação de projetos que visam a Internet2 no Brasil é um dos maiores desafios que a sociedade da informação tem a enfrentar nos próximos anos” (UCHOA e ALVES, 2002, p. 21). REDMOND (2004), afirma que a Internet não possui proprietário nem governo e cresceu e continua crescendo organicamente, não por estratégias comerciais ou políticas, mas porque as instituições e pessoas se beneficiam ao conectar-se a ela. Uma nova geração da Informática gerada pelas transformações contemporâneas, está surgido com a evolução dos novos processadores, das novas memórias, da redução de tamanho dos dispositivos eletrônicos, Internet2 e até a convergência para dispositivos móveis, como o celular. Talvez seja esta a quinta geração dos computadores, na qual os objetos de transposições estão sendo todas as transformações sociais, culturais e todas as outras ciências que, estão construindo seu conhecimento utilizando a Internet como propulsora para construir, distribuir ou compartilhar conhecimentos a uma velocidade sem precedentes, como ALMEIDA e MORAES nos afirma: Os velhos “trabalhos de casa” supunham que os alunos sentassem às suas mesas, lessem alguns livros, consultassem suas anotações, fizessem algumas ilustrações, escrevessem um texto pessoal, encapassem o trabalho e pronto. O conceito moderno de trabalho não aceita esse isolamento para a produção de conhecimento. 43 INTERNET2: a evolução da Internet. As informações apresentadas foram obtidas do site oficial da Internet2. Disponível em: <http://www.Internet2.edu/>. Acesso em: 22 abr. 2006. 53 O conhecimento é um ato produzido socialmente. Os homens e as mulheres conhecem juntos porque constroem conjuntamente o conhecimento, ao longo da história. Ele é uma produção coletiva, solidária, mesmo que não esteja claro todo o tempo quem são os parceiros desse longo processo (ALMEIDA e MORAES, 2000, p. 41). As novas formas de comunicar com o mundo, sem as barreiras das distâncias geográficas são grandes contribuições da Internet, concretizando o conceito de aldeia global já previsto há 35 anos por MCLUHAN, quando declarou que em um curto período de tempo, o uso da televisão e outros meios transportariam o mundo para o quintal, transformando o globo em uma pequena aldeia onde todos se relacionariam com todos e participariam de tudo (MCULUHAN, 1971). O mundo das novas tecnologias é caracterizado por atributos como interatividade, mobilidade, convertibilidade, interconectividade, globalização e velocidade. E a Internet consegue integrar esses atributos, tornando-se um importante instrumento de educação, comunicação e interação, conforme afirmou VIDIGAL (2002). A velocidade com que ocorrem os fatos do cotidiano, com o auxílio da tecnologia e particularmente, com a Internet, pode fazer a diferença entre o sucesso e fracasso das organizações e não há muito tempo para as necessárias adaptações, conforme afirma GERBASE: Se é certo que as tecnologias formam uma imagem do homem hoje e do mundo como conhecemos, através dos média (sic), elas também são veículos para seu destino. Se pretendemos ter alguma influência sobre nossa próxima escala, é bom começar logo, pois a velocidade dos deslocamentos é avassaladora (GERBASE, 2003, p. 135). A Internet contribui muito para se ter os registros dos fatos e dos novos conhecimentos, uma vez que tudo é armazenado e disponibilizado para qualquer pessoa que tenha acesso à rede mundial de computadores. Isto acontece pela facilidade em revisar, discutir, editar, recortar e manter conteúdos complexos das novas ciências, que precisam estar alinhadas umas com as outras, numa real aplicação da transdisciplinaridade, permitindo livre tráfego pelos itinerários das especialidades com uma interface que traduza facilmente os “dialetos” próprios que se formam em cada segmento da ciência. A Internet preserva o conhecimento e age como elemento de interoperabilidade entre os mais variados assuntos, permitindo que se trafegue pelas fronteiras com facilidades entre linhas de conhecimentos diferentes. Talvez a Internet seja, no futuro, um instrumento de importância semelhante à impressa, que deu subsídios a Kepler e Tycho Brahe para 54 nos mostrar um mundo infinito, conforme citado na introdução deste trabalho. ALMEIDA também corrobora esta tendência, quando nos afirma que: Na Internet, especialmente por meio de chats, fóruns e e-mails, podemos potencializar parcerias na construção e execução de projetos. É um meio barato de se comunicar e interagir. Como a comunicação via Internet é quase sempre escrita, acaba gerando um rico material para a documentação, registro e análise dos processos de trabalho (ALMEIDA, 2000, p. 43). 2.4 – Impactos da Informática na contemporaneidade Com o crescimento demográfico, os rumos tomados pelo capitalismo e por conseqüência, o surgimento da globalização, as transformações culturais acontecem em uma velocidade sem precedentes, trazidas ou impulsionadas pela tecnologia. A Informática, criação do homem, tem transformado a cultura dos povos de forma assustadora, mas também de forma inovadora, como nunca se viu antes. A maioria das faces da globalização se apóia nela: comunicação em tempo real, transferências eletrônicas de fundos (dinheiro eletrônico), despatrialização do capital (empresas não têm mais nacionalidade), “redução” da distância e o uso do poder da tecnologia na imprensa e na mídia e suas influências nas decisões culturas e sociais de um povo que está se tornando único44. “Os globos me põem de cabeça tonta. Quando consigo localizar um lugar, já trocaram as fronteiras” (MCLUHAN e FIORE, 1971, p. 1). BAUMAN (1988), já havia observado que nestas transformações culturais provocadas pela Informática e por todo o desenvolvimento tecnológico, as pessoas estão sempre em movimento, mesmo que não queiram e aceitem, pois, acontece até mesmo à sua revelia e mesmo que se estejam fisicamente parados. Num mundo, onde tudo muda e acontece muito rapidamente, a quantidade de dados que precisa ser coletada, armazenada, computada, transferida, compartilhada e analisada, cresce a cada dia, num volume incalculável. A Informática surge neste contexto para atender e superar as necessidades do ser humano em processar este universo de dados, obtendo grandes quantidades de informações precisas e de forma rápida, para tentar acompanhar a mutação e velocidade dos novos tempos. 44 Único no sentido dos hábitos e costumes serem iguais, como uso da calça jeans, do sanduíche do McDonald´s, uma língua tendente a universal como o inglês, o cinema nos moldes “enlatados”, a inserção e disponibilidade da arte em camadas menos privilegiadas, onde antes não era acessível e até mesmo a forma de manipulação do capital (produtos) que nunca teve problema em ser global. 55 Computador, como definido por FERREIRA (2000), é um aparelho ou dispositivo capaz de realizar operações lógicas e matemáticas, segundo programas previamente preparados. Nos dias atuais, um computador vai muito além disso, podendo auxiliar as pessoas em processos repetitivos, combinar e processar uma quantidade enorme de dados de forma on-line, produzindo e disponibilizando os resultados instantaneamente, em qualquer ponto do planeta que se tenha acesso à Internet. Um exemplo de nova fronteira é quase a totalidade dos leitores deste trabalho ter acesso a algum tipo desta tecnologia digital, o computador. Mesmo que seja usado somente para digitar textos, tabelas e tarefas mais simples, sabe-se da importância do computador na vida profissional e até pessoal, com o advento das novas maneiras de se comunicar, em qualquer lugar do mundo em tempo real, utilizando os softwares SKYPE, MSN ou outro similar45, a um custo baixíssimo. 2.5 – Conceitos emergentes da Informática A Informática e, particularmente, a Internet geram impactos em todos os segmentos e esses impactos são percebidos de várias formas. Um deles é a transformação de conceitos, nos quais novos substituem ou fundem-se com antigos e principalmente, geram uma nova classe de conceitos carregados de significados que deslocam fronteiras entre quem os decifra e quem não os entende. Isso é a exclusão conceitual gerando exclusão digital. Com as novas transformações ocasionadas pela Internet, novos termos, como ciberespaço, hipertexto, hipermídia, multimídia e cibercultura foram cunhados para expressar algo novo que antes não existia. Esses termos não se enquadram em velhas categorias como “concretos” e “abstratos”, surge a categorização “real” e “virtual” que não são antagônicas nem dicotômicas e estão ainda em processo de construção em vários contextos, mesmo que se acredite que sempre existiram. “Esses conceitos extrapolaram o jargão restrito da comunidade informatizada e passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas comuns, tornando-se tão familiares ao nosso meio que chegamos a crer que eles sempre existiram” (UCHOA e ALVES, 2002, p. 49). O surgimento dessas novas terminologias, produzidas pela Internet e reforçadas pelos jornais e outras fontes de mídia, caracterizam várias mudanças no tratamento das 45 O Software Skype é de propriedade da SKYPE <www.skype.com> e o MSN da Microsoft <www.microsft.com> e são softwares gratuitos que podem ser obtidos através da Internet e são usados para que duas ou mais pessoas, através de uma conexão via Internet, comuniquem-se por voz e imagem em tempo real em qualquer distância. 56 informações, na forma em que são construídas, manipuladas e distribuídas, atingindo o ambiente de maneira inédita. Esses conceitos geram necessidades de tratamento especial, uma vez que demarcam uma nova fronteira, chamada por alguns de Era da Informação. UCHOA e ALVES (2002), indicam a presença de um novo conceito de onipresença, com a tecnologia da Internet, antes impossível de ser implementado. Onipresença, quando a WEB é considerada um sistema de comunicação de todos-para-todos, em que todos podem ser emissores e receptores de informação em qualquer lugar que estiverem e o tipo de comunicação estabelecido de todos-para-todos é o responsável pelas mudanças na cultura das pessoas na sociedade. Essa nova forma de comunicação está transformando a maneira como as pessoas resolvem seus problemas, modificando o estilo de vida46 e proporcionando a formação de uma nova forma cultural, a CIBERCULTURA. Conforme LÉVY (2000), ciberespaço é o espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores. Segundo o autor, ciberespaço está relacionado àquilo que está on-line: correios eletrônicos, os sites de bate-papo segmentados por assunto e até os diários pessoais, conhecidos como blogs, que encontraram uma nova forma de vida, transformando-se em públicos. Isto tudo graças à telemática47. LÉVY (1995), define o termo emergente “hipertexto”, como um conjunto de campos ligados por conexões (links), através de palavras, páginas, imagens, gráficos, sons entre outros. Por meio da WEB (Internet), os recursos de hipertexto e hipermídia, conjugados no mundo da multimídia48, as informações não estão dispostas linearmente, mas por interconexões de nós, levando a outros conceitos e idéias, retroligando-se indefinidamente a outros conceitos diferentes, possibilitando a vinculação entre documentos e ampliando as informações num nível de interatividade e facilidade nunca antes experimentado. Com o uso intensivo da Internet e os avançados softwares de comunicação, que possibilitam a criação de comunidades virtuais geradoras de todo tipo de informação e previsão, surgem novas formas de tratar os velhos problemas que não aceitam mais as antigas soluções: 46 No novo estilo de vida tecnológico, as pessoas utilizam a Internet, telefones e celulares para fazerem suas compras, trabalhar, receber e fazer seus pagamentos sem sair de casa. Com isto uma nova relação social está brotando e ainda não podemos dizer que é melhor ou pior, pois está em processo de transformação e longe de se estabilizar com o surgimento diário de novas tecnologias em tempo real. 47 Telemática: conjunto das técnicas e dos serviços de comunicação à distância que associam meios informáticos aos sistemas de telecomunicações. 48 “Etimologicamente, multimídia significa múltiplos meios. Mas, conforme cada autor há definições diferenciadas dessa terminologia” (UCHÔA e ALVES, 2002, p. 55). 57 a) Possibilidades de simulações: Os computadores possibilitam representar e testar idéias ou hipóteses, que levam à criação de um mundo abstrato e simbólico, ao mesmo tempo em que introduzem diferentes formas de atuação e de interação entre as pessoas. Essas novas relações, além de envolverem a racionalidade técnico-operatória e lógico-formal, ampliam a compreensão sobre aspectos sócio-afetivos e tornam evidentes fatores pedagógicos, psicológicos, sociológicos e epistemológicos (ALMEIDA, 2000, p. 12). b) Quebra da especialização que não mais é necessidade para participar das comunidades virtuais a exemplo da WIKIPÉDIA, já citada anteriormente: À medida que mais e mais pessoas tornam-se tão habilidosas com o ambiente digital quanto o são com os velhos papel e caneta, a world wide web está se tornando um projeto autobiográfico digital, uma gigantesca revista ilustrada de opinião pública (MURRAY 2003, p. 235). 2.6 – Impactos da Informática no mundo das imagens “Mas, com a Fotografia, a minha certeza é imediata: ninguém no mundo me pode desmentir” (BARTHES, 1981, p. 158). Esta afirmação do autor já não tem mais validade, com o advento da nova tecnologia digital dos equipamentos fotográficos, que nos permite a seleção e envio das fotos pela Internet para uma loja especializada em impressão a baixo custo e assim que estejam prontas nos são enviadas por um serviço postal também de baixo custo. Geralmente estas lojas fazem correções de iluminação, cores e ajustes para se obter uma fotografia de maior qualidade na tentativa de sempre agradar ao cliente, sendo permitido inclusive, excluir e incluir objetos e até pessoas nas fotografias, de forma muito simples. Um jovem em sua viagem de férias, utilizando um telefone celular com câmera fotográfica digital embutida, chega a tirar centenas e até milhares de fotos numa única viagem. E antes mesmo que retorne de volta à sua casa, ele escolhe as fotografias que lhe interessam, recorta, combina uma sobre a outra, edita textos, inclui rostos de outras pessoas que nem estavam na viagem, remove as cenas e fotografias que não gostou e envia, pela conexão de Internet deste mesmo telefone celular, as imagens já selecionados para seus parentes que estão remotos, de forma fantástica e rápida, utilizando a convergência da Internet, câmera fotográfica, telefone e editores compilados em um único aparelho móvel. Tudo mudou muito rapidamente, até a nostálgica magia da fotografia parece não mais existir. Apesar de a fotografia ainda continuar encantando a muitos pelo registro do fato, não se tem mais garantia de que a imagem da fotografia seja real ou tenha sido editada, esse recurso não serve mais para os propósitos antes importantes, como testemunha documental provando que um 58 fato realmente ocorreu. Além da fotografia, tantas outras tecnologias também sofreram transformações desta natureza e estão sendo criadas outras utilidades e mudando a forma de como são enxergadas no novo mundo digital. Isso ocorreu com a radionovela, que foi “engolida” pela televisão e que convergiu com muito sucesso para para a imagem visual televisiva. “Quem assiste televisão é assistido por ela, olho quase extra-terreno feito de gotas audiovisuais sonoras, desferidas por um chuveiro pirotécnico e elétrons coloridos” (PIGNATARI, 1988, p. 487). E como a tecnologia está sempre ultrapassando as suas próprias fronteiras, a televisão também está sofrendo suas próprias transformações, com a nova televisão digital. Ela deixa de ser uma via de mão-única e passa a ser interativa, pois com a tecnologia digital, a Internet já virá como “item de série”. O receptor deixa de ser telespectador e passa a opinar sobre a programação, selecionar quais programas deseja ver, assistir a mais de um canal simultaneamente, participar de enquetes e pesquisas de satisfação. Um novo mundo está surgindo com esta tecnologia: a televisão deixa de ser televisão e passa a ser um instrumento convergente de outras tecnologias que agregadas geram novos conceitos e novas culturas. E PENTEADO nos lembra que: De uma perspectiva antropológica, toda a criação humana é cultura. Ela compreende os bens materiais, as representações simbólicas, os conhecimentos, as crenças, os sistemas de valores, o conjunto de normas que orientam o comportamento humano e nutrem as expectativas de comportamento (PENTEADO, 1991, p. 11). Também se nota influência da literatura na televisão e vice-versa, registrada nas telenovelas, miniséries e seriados exibidos em horários nobres da televisão brasileira, e pelo conteúdo de muitas obras literárias que são inspiradas no mundo da televisão, até mesmo quando o autor tem conhecimento ou não, como nos afirma BESSA: Essa nova televisão está intimamente ligada ao computador e o computador à Internet. São fenômenos já definitivamente registrados entre nós. E certamente, como já está acontecendo, Computador-Internet-Televisão-Nova, circularão, abundantemente, na literatura brasileira como a literatura virtual em várias facetas (BESSA, 2004, p. 55). A transformação cultural proporcionada pelas tecnologias e como exemplo a tecnologia visual, que até meio século atrás se restringia a alguns pares de efeitos especiais no cinema, tomou proporções de grandezas imensuráveis. Está presente na poesia, com o jogo de 59 palavras associadas a imagens, que pode ser realizado com simulações matemáticas de sons e sentimentos que estatisticamente mais agradam; nas artes plásticas com gráficos maravilhosos antes impensados; nas mídias televisivas onde são mais expressivas e, particularmente, na fusão entre todo tipo de cultura e consumo. Tudo isto gera os grandes comerciais televisivos, cinematográficos, outdoors e outros tipos de mídias visuais que se esbarra a todo o momento nas veredas do cotidiano. Mesmo antes de a Internet ser popular, ARISTARCO (1985), já previa profundas transformações, com a nova tecnologia daquele momento, o laser: Aquilo que presumivelmente produzirá a mudança mais violenta e profunda do nosso modelo de apreender e representar o mundo é a introdução do laser na vida normal. O laser modificará as nossas relações sociais, fará envelhecer de súbito, não só o cinema não tridimensional, mas também as outras artes (ARISTARCO, 1985, p. 28). E com as tecnologias da Informática, a Internet e todos seus recursos de produção visual e sonora, surge o questionamento sobre onde entra realmente o talento para as artes, considerando que qualquer pessoa que tenha algumas habilidades tecnológicas pode simular e produzir uma obra de arte. E até mesmo produzir poesia digital, conforme se pode ver a seguir. ARAUJO (1996), em seu trabalho de pesquisa do “Vídeo Poesia”, nos poemas “BOMBA “e “SOS” de Augusto de Campos, “PARAFÍSICA” de Haroldo de Campos, “FEMME” de Décio Pignatari, “DENTRO” de Arnaldo Antunes e “O ARCO ÍRIS NO AR CURVO” de Júlio Plaza, todos produzidos com o auxílio do computador, abriu as portas para as novas faces e formas de produzir a poesia, quando nesta grande e nova proposta de linguagem, mesclou palavra, som e imagem em algo fora do normal. Essas novas fronteiras nas formas de criar poesia continuam gerando perplexidades em muitos pela acentuação de contradições, inserção de movimento na palavra escrita, gerando figuras fônicas e principalmente, por quebrar paradigmas. No poema “PARAFÍSICA”, onde foram compilados a parte técnica e artística, a riqueza de intenções foi modificada, esta nova maneira de fazer a poesia provocou a interação entre indivíduos de mundos diferentes, cada qual em sua especialidade, todos com um objetivo muito comum na produção de um todo sem fragmentos e sem um desfecho previsível, produzindo algo de diferente e até então desconhecido e impossível sem a utilização da Informática. 60 A poesia digital é uma evolução genética da poesia concreta que sofreu uma mutação bem definida: o antes e o depois de receber o ingrediente tecnologia (ARAUJO, 1996). Um novo campo se abre na produção de poesia na contemporaneidade, proporcionado pela multiplicidade de meios que podem conduzir a horizontes inesperados e inovadores. A poesia está se confrontando com os novos meios, produzindo um universo de narrativas mais complexo, mais interessante com produção inesperada gerada pela mistura dos recursos (fotografia, cinema, poesia, sons) e isso leva à produção flexível. A possibilidade de criação em equipe utilizando a tecnologia digital, incluindo a Internet, conduz a um ganho de destreza que sozinho é impossível obter. Comprovando isto, basta prestar atenção na aplicabilidade dessa forma de produzir poesia que já está concretizada nos comerciais televisivos, onde é explorada com todos os proveitos a intensidade de recursos das linguagens oferecidas pela Informática, com o fim de expressar mais conteúdo e deixar marcas num curto espaço de tempo de apenas 15 segundos. 2.7 - A próxima onda A globalização arrasta as economias para a produção do efêmero, do volátil (por meio de uma redução em massa e universal da durabilidade dos produtos e serviços) e do precário (empregos temporários, flexíveis, de meio expediente) (BAUMAN, 1999, p. 86). A efemeridade já se mistura ao presente. As evoluções socioculturais provocadas pela Informática, estão gerando uma série de novas fronteiras no dia-a-dia, uma grande onda de transformações está atingindo a tudo e a todos, tirando as organizações e as pessoas de suas zonas de conforto e revelando um volátil universo onde o novo ambiente, o criativo, a novidade estão se tornando padrão. E o labor com a abstração proporcionada pela simulação tem criado um mundo virtual difícil de ser entendido, gerando a sensação errônea de que o computador é capaz de ter a solução para tudo. LÉVY nos fala sobre esta transformação: Um modelo digital não é lido ou interpretado como um texto clássico, ele geralmente é explorado de forma interativa. Contrariamente à maioria das descrições sobre papel ou aos modelos reduzidos analógicos, o modelo informático é essencialmente plástico, dinâmico, dotado de uma certa autonomia de ação e reação. Como Jean-Lous Weissberg observou tão bem, o termo simulação conota hoje esta dimensão interativa, tanto quanto a imitação ou a farsa. O conhecimento por simulação é sem dúvida um dos novos gêneros de saber que a ecologia cognitiva informatizada transporta (LÉVY, 1993, p. 121). 61 Com os novos recursos de simulação virtual, surge também um novo tempo muito curto, se considerado com os atuais parâmetros de mensuração. Este novo tempo não prima pela evolução e sim pelo falecimento do atual e o renascer de algo novo em funcionalidade. Novos usos são criados e estendidos, gerando necessidades que chegam para muitos a ser essenciais, como o celular, o delivery e os cartões de créditos. E não há mais espanto com os grandes avanços e com a efemeridade, pois, são tão freqüentes que, quando as pessoas tomam conhecimento de sua existência, surge a dúvida se é uma novidade ou apenas estavam desatualizadas quanto a isto. E nesta dúvida, a maioria destas pessoas por constrangimento e até por falta de aptidão para utilizarem os novos aparatos tecnológicos, fazem-se de entendidos ou não dão importância, passando rapidamente para a “próxima onda”, sem conhecer e dominar a primeira. Com isto, a construção da “casa tecnológica” necessária ao mundo desta nova era, é feita com alicerce de apenas “terra e água”. E com o balancear forte da explosão digital, instalada em cada esquina e recentemente em grande número de residências, em pouco tempo se desmorona, por falta de bases sólidas, provocando a exclusão digital. Portanto, a falta de espanto com os novos limites itinerantes desta onda encapsula as transformações que são provocadas por ela. As crianças de hoje, logo que nascem, ganham um fotoblog49 e em pouco tempo já têm até um e-mail em seu nome. Fatos dessa natureza, que para muitas pessoas quando sabem que existem, não acreditam que sejam importantes, não se interessam por isto e, portanto, não participam da cibercultura. Essas pessoas podem não estar enxergando que está havendo a construção de um muro virtual no seu cotidiano. Não estão vendo o tamanho da edificação desta fronteira e optam, ao acaso, em permanecer num cenário que pode estar rapidamente se tornando obsoleto e, com isto, cair na redução do seu poder aquisitivo sem que percebam e “acordem” tarde para se adequar à nova onda deste efêmero mundo digital. Nas novas fronteiras provocadas pela tecnologia, o indivíduo deixa de ser o receptor de informações para tornar-se o responsável pela construção de seu conhecimento. Isto acontece quando utilizada a tecnologia para buscar, selecionar e inter-relacionar informações significativas na exploração, reflexão, representação de depuração de suas próprias idéias, segundo seu estilo de pensamento e sem estar preso a uma “cartilha” de como as coisas devem ser feitas. As ações são desenvolvidas em parcerias, por meio de cooperação e da interação com o contexto em tempo real, com o meio ambiente, com a simulação de atos e seus efeitos antes de serem implementados e, 49 Um fotoblog é um registo publicado na Internet com fotos colocadas em ordem cronológica, ou apenas inseridas pelo autor sem ordem. Ainda podem-se colocar legendas completando o registro dos momentos fotografados. 62 interagem ativamente com a cultura circulante. A nova onda digital da Informática que está inserida nas ações do dia-a-dia, reforça que a única certeza que se continua a ter é a mudança que irá acontecer. Com as novas tecnologias que surgem a cada dia, é necessário re-aprender a aprender e ter a consciência que este novo aprendizado não prevalecerá após o pôr do sol, que o novo alvorecer trará sempre novos softwares avançados e novas regras que irão comportar na era ON DEMAND de forma diferente, com a exata inclusão dos mesmos ingredientes. Nesta presente e próxima onda digital, surge a prática ON DEMAND, onde não adianta mais construir um perfeito plano de contingência com um grande portfólio de soluções, à espera de prováveis problemas. Mesmo se estes prováveis problemas surgirem na nova era digital, estes irão acontecer em novos cenários, com um arcabouço de variáveis produzido pela diversidade e velocidade das redes de comunicações daquele instante efêmero. Portanto, para resolvê-los serão necessárias soluções atuais, demandadas e produzidas naquele momento, ou seja, soluções também efêmeras, da era digital. As transformações geradas pela tecnologia, estão presentes também na Educação, como veremos no próximo capítulo. Entretanto, REALE nos alerta sobre as novas direções que o mundo toma e conseqüentemente, a Escola, com os novos paradigmas das mudanças que quebram paradigmas: Toda revolução tornou necessário o abandono por parte da comunidade de uma teoria científica uma vez honrada, em favor de outra, incompatível com ela; produziu, conseqüentemente, uma mudança dos problemas a propor à pesquisa científica e dos critérios segundo os quais a profissão estabelecia o que se deveria considerar como problema admissível ou com uma solução legítima [...]. Quando os paradigmas mudam, o próprio mundo toma novas direções (REALE, 2004, p. 141). 63 3 - INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO 3.1 – A tecnologia na Escola É cada vez mais freqüente, entre os educadores, o tema Informática na educação. Até há pouco tempo, discutia-se a viabilidade do uso de computadores no ensino. Hoje, alguns professores e alunos aproveitam esta tecnologia e o computador é visto como um facilitador. Mas nem todos dispõem deste recurso, tanto no que tange a sua disponibilidade quanto ao fator econômico das escolas, ou no que diz respeito à questão de softwares educativos ou seu manuseio (SILVA e SOUSA, 2005, p. 153). SOUZA e SILVA (2005), afirmam que nos últimos anos, a tecnologia computacional e suas aplicações em todos os setores do cotidiano são facilmente visíveis e se esbarra com ela a todo momento. O que antes era impossível, nos dias atuais é necessário investigar mais profundamente para ver se realmente ainda é ou se já existe uma outra forma de se concretizar. Num mundo onde as novidades não mais causam espantos, o impossível pode ser relativo à percepção e à necessidade de cada um. Aliada à Informática, destaca-se a Internet. Ambas continuam a deslocar as fronteiras tradicionais, até eliminando muitas delas. As relações estão sendo transformadas e constata-se que a utilização dos computadores é cada vez mais intensa, dada a diversidade de suas aplicações e a capacidade de coletar, gerar, armazenar, organizar, processar e principalmente distribuir, de forma rápida e simultânea, enormes e variadas quantidades de informações, seja nas indústrias, no governo, nas igrejas e em qualquer segmento da sociedade. Na escola, essa realidade não é diferente e a Informática, que não apresenta limites para o pensar, integrar e compartilhar os conhecimentos digitais, possibilita renovar a Educação. Ela tem o poder de promover a transdisciplinaridade de fato, integrando todas as disciplinas e especialidades, sendo elas de quaisquer áreas. Conforme FERREIRA nos afirma: Depois do advento das novas tecnologias, do fenômeno da globalização por que passam os diferentes países do mundo, a Escola também ganhou novas concepções e as atitudes do docente e do discente mudara-se. Não é mais possível desconhecer que, atualmente, devemos interagir, utilizando todo o aparato que o mundo da Cibernética nos trouxe (FERREIRA 2, 2005, p. 165). 64 3.2 – Resistência por parte do docente Com a informatização da Educação, o jargão de que “tudo se eleva e cresce a partir do que já é” entra em crise e assim surge a resistência acadêmica em começar novamente, até mesmo por parte dos docentes que têm que voltar às carteiras da escola para aprender as novas tecnologias. CHAIB (2002), comparou o computador com o monstro Frankenstein e ilustrou claramente a perplexidade do professor perante a máquina, misturando uma sensação de admiração, surpresa, crítica e ceticismo. Anexando a estas reações a frustração, a inferioridade, o desconforto e logicamente a resistência em usar a tecnologia. DENIZE (2004), diz que atualmente, a criança já nasce envolvida na tecnologia digital e já está crescendo com isto fazendo parte do seu mundo, o que não aconteceu com a maioria dos professores. A maioria deles é da época da televisão a válvulas e não tiveram formação digital; corroborando a “idéia de que qualquer criança lida melhor com computador do que os adultos” (CARNEIRO, 2002, p. 57). Essa realidade reforça a recusa do professor em usar o computador, como forma de impedir que as pessoas percebam sua limitação ao lidar com a tecnologia, não deixando margem para questionamentos sobre sua competência em ensinar: Como pode o professor não saber lidar com o tecnologia? O professor não deve saber mais do que os alunos? Então ele não é um bom professor? É evidente que estas perguntas são descabidas e a competência é um pressuposto desconsiderado ao se analisar o uso das novas tecnologias em educação. Não é o uso de uma tecnologia mais sofisticada que irá atribuir maior ou menor competência ao professor, como não é “um bisturi a laser que transforma um médico em bom cirurgião; embora um bom cirurgião possa fazer muito mais se dispuser da melhor tecnologia médica, em contextos apropriados” (CYSNEIROS, 1998, p. 208). PAPERT exemplifica a nova função do professor na Educação: As primeiras poucas vezes que percebi que os estudantes tinham problemas que eu não conseguia nem mesmo entender, quanto mais resolver, lutei para evitar enfrentar o fato de que eu não poderia manter minha posição de saber mais do que sabia. Eu estava com medo de que desistir destruiria minha autoridade como professor. A situação, no entanto, piorou. Por fim, sucumbi e disse que não entendera o problema – “vão e discutam-no com alguns dos colegas da classe que poderiam ajudar” – o que eles fizeram. E ocorreu que juntas as crianças conseguiram encontrar um solução (PAPERT, 1994, p. 63)50. 50 Fato ocorrido com a Professora Thelma e reconstruído por PAPERT , 1994, p. 63. 65 MARQUES (2005), afirma que, segundo as instituições e os analistas do setor, as principais dificuldades, muitas vezes, são enfrentadas junto aos docentes, resistem em se adaptar às novas determinações. Muda bastante coisa na administração da instituição. A tendência de soluções (uso de softwares educacionais) para as salas de aula, por exemplo, existe, mas a resistência dos professores ainda é enorme. Também comenta que tem sido um “parto” para as instituições criarem essa cultura. Até coisas básicas, como instituições que estão abolindo o diário de classe, trocando a chamada por cartões de leitura que registram a presença do aluno, enfrentam resistência dos professores. A resistência do professor é maior do que a do funcionário administrativo da escola . FREITAS (2006), em entrevista sobre o uso pedagógico das tecnologias para o site da UFJF, também observa que a resistência dos professores aumenta à medida em que, na formação acadêmica e na formação continuada, não há exploração das ferramentas educativas que o computador oferece. A carência de abordagem das potencialidades do computador impossibilita que o professor o adote como material útil na prática pedagógica. ”É comum os professores não saberem muito bem o que fazer com ele. Por isto foi inventada a sala de Informática, para usar num determinado horário. É uma maneira de não incluir o computador na atividade diária.” (FERREIRO, 2006, p. 37) . MIZUKAMI, cita a necessidade do contínuo aprendizado por parte do docente: Aprender a ensinar pode ser considerado um processo complexo - pautado em diversas experiências e modos de conhecimentos – que se prolonga por toda a vida profissional do professor, envolvendo, dentre outros, fatores afetivos, cognitivos, éticos e de desempenho (MIZUKAMI, 2000, p.140) . GABRIEL (2001), afirma que mesmo pertencendo a um país em desenvolvimento, o cotidiano do Brasil está profundamente influenciado pela cultura dos bytes, Internet, cd room e da tecnologia que nos invade a cada novo alvorecer. Diante de tanta parafernália tecnológica com fins tão diversos, não é de se estranhar que muitos professores resistam a essa cultura e acabem reforçando a atitude dos especialistas, na medida em que não se apropriam da nova cultura tecnológica. Tal realidade reforça a idéia errônea de que a Informática não pertence ao professor e deve ficar nas mãos de especialistas em tecnologia. Resultado: o professor se torna mero expectador e crítico desses avanços e se assusta quando precisa discutir assuntos que podem comprometer até a vida no planeta, como a clonagem, genoma humano e outros dessa natureza, relacionados à tecnologia. Como participar das discussões e ações globais provenientes da tecnologia e que podem influenciar diretamente a Educação, sem dominar a linguagem atual, sem acompanhar a grande 66 transformação de fronteiras físicas em fronteiras virtuais e principalmente a dinâmica flutuação dos itinerários das descobertas tecnológicas? MENEZES (2006), relata que segundo o Comitê Gestor da Internet no Brasil, dos mais de 32 milhões de usuários da rede no país, a maioria é jovem. Geralmente, os alunos crianças e jovens aproveitam e exploram por sua própria conta as oportunidades que o novo mundo digital oferece. E isto dá a eles um domínio maior da Informática, causando constrangimento a alguns professores diante desta desenvoltura. Conforme FAGUNDES (2006), não há razão para isto e afirma que o estudante quer é ser orientado e ouvido e não provar que entende mais de computador. “Uma mudança significativa de atitude pelo corpo docente é primordial e necessária diante dos novos desafios da utilização das TICs na educação” (CARBONI, 2006, p.17) . FICHMANN (2006), também concorda esta postura, afirmando que o papel do professor é dar um sentido ao uso da tecnologia, produzir conhecimento com base em um labirinto de possibilidades e que o computador trouxe novas situações de aprendizagem que o professor deve gerenciar. “O professor tem que ser sujeito e não coadjuvante do processo” (JUDÁ, 2006, p. 6). 3.3 – Resistência da Escola: O mundo da Escola e o mundo fora dela. PENNA, mostra o mundo fora da Escola, no qual: “Em compensação, a 'geração web' sabe tudo sobre o mundo virtual: adora conversar pelo msn, ama entrar nos blogs dos amigos, não vive mais sem webcam e participa de um tanto de comunidades no orkut” (PENNA, 2006, p. 6). A “geração web” citada por PENNA é um retrato nítido do quanto o mundo da escola permanece em atraso em relação ao mundo fora dela, pois, muitos dos recursos acima não são utilizados nas escolas. “O sentido da escola não é o mesmo na cabeça do estudante e na do professor” (CHARLOT, 2006, p. 15). GABRIEL (2001), concluiu que em muitas ocasiões, a escola não conseguiu dialogar com seu tempo, porque ela permaneceu apenas como expectadora dentro de uma realidade volátil e extremamente dinâmica, no qual o amanhã não será apenas o continuar do hoje e sim, a evolução integrada de um todo espalhado pelo universo. Também concluiu, que a escola poderia perder o trem da história e criar o que temos: O mundo da escola e o mundo fora dela. 67 O mundo da escola, no qual a Educação que está acostumada demais consigo mesma, e fechado sobre si, com todos seus padrões que precisam ser seguidos à risca, não tem acompanhado a velocidade do mundo fora dela, que substituiu os padrões por Inteligência artificial e reconstrói-se a cada instante evoluindo com resultados do instante anterior. A Escola está perdendo a possibilidade de um diálogo abrangente e atualizado com o mundo contemporâneo, o mundo atual é midiático. A tecnologia perpassa todas as áreas da experiência humana. Principalmente voltada para a comunicação, a tecnologia continua provocando uma revolução sem precedentes, quebrando paradigmas impensáveis como a possibilidade da onipresença, que ocorre facilmente com as videoconferências, participação em fórum, chat e principalmente no EAD. A tecnologia digital afeta a todos e de todos os lados, ainda que se tenha grande resistência em aceitá-la. A escola necessita aprender a desfrutar de seus benefícios. Assim poderia ser completamente modificada, sem perder de vista sua missão principal: a de educar. E mediada pela a tecnologia da comunicação, a escola de qualidade pode deixar de ser privilégio de alguns, para ser direito de todos. A somatória da comunicação com a tecnologia, tendo em vista a educação, é como uma música tocada em parceria (GABRIEL, 2001). Um mesmo professor, que atualmente ministra uma aula para meia centena de alunos em determinado espaço físico, pode agora ministrar esta mesma aula de forma muito mais rica em conteúdo, exemplos e conexões com a realidade e de fácil entendimento, para milhares de alunos espalhados em regiões distantes. Utilizando os recursos da tecnologia digital, o EAD também possibilita que os alunos não tenham que se deslocar para os grandes centros urbanos, eles podem continuar com suas atividades cotidianas nas comunidades onde vivem. É a oportunidade que a Educação pode estar tendo de tirar o atraso, deixar de ser apenas espectadora e crítica da tecnologia e unificar em um só mundo a escola e o mundo fora dela. Sair da zona de conforto não é agradável e no caso da tecnologia da Informática, não há como sair da situação de apenas espectador, sem fazer a re-engenharia digital na escola para então trazer o universo fora da escola para dentro dela. Entretanto, precisa-se estar atento para os alertas dados por SILVA e SOUZA: 68 A escola que tem um projeto pedagógico inconsistente, não criativo, dominador e repetitivo, tende a piorar esta situação se, ao implementar o uso do computador, não rever sua posição. Os alunos podem, ao invés de se sentir motivados e atraídos pela tecnologia, se assustar com a novidade, criando um sentimento de repulsão (SILVA e SOUSA, 2005, p. 155). Conforme SILVA e SOUZA (2005), logo quando o computador conseguiu entrar na escola, alguns problemas indicados por profissionais da área de educação ficaram em evidência, como: alunos alienados, isolados, pouco criativos e falta de recursos. Há muitos anos vários estudiosos do assunto trabalham para quebrar esse conjunto de resistências, todas elas aparentemente justas e que realmente precisavam ser estudadas, pois o impacto dos computadores na educação era desconhecido, como citado a seguir: Vários foram os professores da rede pública que diziam: se não tem merenda escolar, não tem telha, como e onde vamos colocar os computadores? Outra crítica era a questão do desemprego em futuro próximo, pois havia o medo da substituição do homem pela máquina. Havia também os que diziam que a máquina não permite que o aluno seja criativo, pois ele fica diante da tela por horas, não se comunica com ninguém, se fecha em seus problemas e geralmente tem que responder em forma de múltipla escolha. Após muitos anos de estudos feitos por pesquisadores das mais diversas áreas da educação, podemos perceber que estes receios não se concretizaram, pois a máquina se mostrou uma grande aliada dos professores em sala de aula e fora dela, e até criou novos campos de trabalho, como, por exemplo, a produção e desenvolvimento de softwares educacionais. Realmente os professores tiveram que se adaptar a essa nova tecnologia; os competentes sempre se destacam, em qualquer área, inclusive na educação. A idéia de um aluno robotizado caiu por terra, pois a máquina tem se mostrado uma ferramenta muito eficaz no desenvolvimento do conhecimento pelo próprio aluno, que assim garante um maior aprendizado (SILVA E SOUZA, 2005, p. 3). É necessário que a escola fique em alerta para as cisões dos paradigmas, que são necessários para adequação às novas realidades que já surgiram; essas cisões estão se alastrando e multiplicando-se constantemente. “A habilidade mais importante na determinação do padrão de vida de uma pessoa já se tornou a capacidade de aprender novas habilidades, de assimilar novos conceitos, de avaliar novas situações, de lidar com o inesperado” (PAPERT, 1994, p. 5). PAPERT (1994), também já sinaliza para o mesmo paradigma, anteriormente citado por DENIZE (2004), que necessita ser quebrado: o dogma de que o professor tem que saber e conhecer todos os assuntos tratados na sala de aula. Com as tecnologias de colaboração e cooperação, o professor não tem como acompanhar tanta difusão de discussões e contextos, quer seja de uma mesma especialidade ou não. Os fatos, que estão ocorrendo nas salas de aula em 69 qualquer lugar do planeta, resumem-se em “aprender-em-uso”. Ou seja, está havendo uma convergência do papel do professor, de dominador de conteúdo para coordenador de conteúdo. É no ato de discutir e expor os assuntos, que as pessoas (já) estão produzindo o conhecimento, na interatividade colaborativa e cooperativa que estão propagando conclusões. E fazer isto sem os recursos tecnológicos é impossível, pois é necessária a prática de onipresença51 do coordenador de conteúdo – a nova função do professor -, moderando a cooperação do grupo e, como fazer isto sem a cibernética, da qual provém o virtual de forma muito real? ALBINO e RAMOS, mostram o surgimento das práticas cooperativas na Educação: Com a disponibilidade de recursos tecnológicos, surge uma onda de hardwares e softwares que buscam proporcionar práticas cooperativas, surgem os Groupwares que são pacotes de ferramentas criados para tal propósito (ou a tecnologia gerada pela pesquisa na área), bem como, os termos CSCW (Computer Supported Cooperative Work - Trabalho cooperativo suportado por computador) e CSCL (Computer Supported Colaborative Learning - aprendizagem colaborativa apoiada por computador), o que cabe ressaltar é que independente do fim empresarial ou educacional ambas as tecnologias estão imbuídas do espírito coletivo, ou melhor, as empresas já descobriram que problemas são melhor resolvidos por um grupo interligado, do que por alguém isolado, sem contar que tal resolução induz os envolvidos ao senso de responsabilidade co-autoria pela solução encontrada, é o comprometimento com o fruto do trabalho de todos, onde ninguém é o proprietário da idéia, mas sim, um colaborador (ALBINO e RAMOS, 2004, p. 1). A integração da Informática que LÉVY (1998) afirmou, passa pelo “aprender-emuso”, permitindo aos alunos aprenderem de forma pessoal, explorando melhor seus interesses, suas aptidões e liberando o professor para oferecer aos seus alunos algo mais pessoal e mais gratificante para ambos os lados. No entanto, mudar isto não é tarefa fácil. Há mais de dez anos, PAPERT (1994) já citava as amarras dos educadores ao processo educacional que continuam até hoje: No entanto, apesar das muitas manifestações de um desejo por algo diferente, o sistema educacional vigente, incluindo grande parte de sua comunidade de pesquisa, permanece bastante comprometido com a filosofia educacional do final do século 10 e início do século 20, e até o momento nenhum dos que desafiam estas sacrossantas tradições foi capaz de afrouxar o domínio do sistema educacional em vigência sobre como as crianças são ensinadas (PAPERT, 1994, p. 11). 51 (ALBINO e RAMOS, 2004), explicam como isto é possível através do conceito de co-autoria. Um exemplo seria editar uma interpretação de texto, utilizando os recursos da Internet, simultaneamente por todos os alunos de uma mesma classe, de uma mesma escola ou de qualquer outro grupo espalhando pelo globo e envolvidos num mesmo assunto, onde as divergências não são decididas por votação ou arbitrariedade e sim pelo consenso entre os participantes que interagem até atingir os objetivos comuns. 70 PAPERT (1994), também já chama a atenção para o modelo estático e da relação mestrealuno que a escola ainda emprega na educação: Em total contraste com a imagem de Piaget criança construindo Piaget adulto, a Escola possui uma inerente tendência a infantilizar as crianças, colocando-as numa posição de ter que fazer conforme são mandadas, a ocupar-se com trabalhos ditados por alguém mais e que, além disso, não possuem qualquer valor intrínseco – o trabalho escolar é feito apenas porque o planejador de um currículo decidiu que fazer o trabalho moldaria quem o fizesse numa forma desejável (PAPERT, 1994, p. 29). Nesse atual modelo de escola, tudo que o aluno aprende já está previsto num currículo estático52 que, em muitos casos, passa até anos sem ser revisto, e que geralmente acontece em todos os níveis do ensino, inclusive no terceiro grau. Sendo a tecnologia um assunto em constante mutação, o simples fato de se ter um currículo formal já implica que não há inserções importantes da tecnologia neste currículo. E se for observada toda a complexidade da vida contemporânea, ela está fundamentada na tecnologia dinâmica de satélites, celulares, Internet, aviões, tomógrafos, robótica, dinheiro virtual, cartão de crédito, trabalho remoto, cooperação transcontinental e todo o aparato cibernético presente em qualquer lugar. Por isso, é fundamental que a escola se adapte e esteja adequada rapidamente a essas tecnologias, sob pena de uma catástrofe cultural, causada pela informatização e os novos meios de comunicação, como: chats, e-mail e a comunicação instantânea. Ou seja, a própria tecnologia, está criando mecanismos alternativos, mesmo que sob uma ótica fragmentada, que poderão ser superiores e melhores que a escola para ensinar e reagir às necessidades dinâmicas do dia-a-dia. Basta dar uma olhada nos mecanismos de busca gratuitos na Internet, que já permitem a um aluno pesquisar todo conteúdo de um trabalho e/ou problema sem ter que ir a uma biblioteca física. E o mais agravante, são assuntos que a escola ainda nem tem domínio e que a sociedade já está utilizando intensamente a título de experiência e prática diária, como a tecnologia VOIP53, aplicando o conceito de “aprender-em-uso” que PAPERT já citava em 1994. 52 Mesmo que o currículo tenha alteração periódica, geralmente ele não se adapta aos fatos que ocorrem simultaneamente às aulas onde é ministrado. O professor segue o plano de aulas, independente das ocorrências que afetam os alunos naquele instante onde determinado conteúdo está sendo transmitido. 53 Em 2007, essa tecnologia já estava em pleno uso nas empresas e residências e as escolas pouco sabem sobre ela e, principalmente, não utilizam seus benefícios. E também por conseqüência, não sabem responder às perguntas sobre este assunto tão importantes, na economia e nas comunicações e que se refletem nas condições sócio-financeiras da vida de cada aluno. 71 3.4 - Breve história da Informática na Educação Ainda na década de 1970, com o livro Mindstorms: children, computers, and powerful ideas54, PAPERT Seymour, já vislumbrava as transformações que os computadores poderiam realizar na educação, mesmo numa época em que estes custavam milhões, poucas instituições os tinham e mesmo que isto se apresentasse como idéia totalmente fora de propósito e descabida. Afinal, que escola teria recursos e prioridades para esse investimento? A APPLE, então era o fabricante de computadores que mais se aproximava desse público, a maior parte, amadores e entusiásticos da computação. A IBM e os japoneses ainda não haviam entrado neste seguimento. Pensar nessa transformação, inserir computadores na sala de aula era uma mudança que teve todas as resistências possíveis. E as críticas e comparações vieram de todos os lados. Era de conhecimento somente um outro projeto semelhante, naquela época, de Alan Key, um original divulgador da idéia de que o computador poderia ser um instrumento para todos. No entanto, dois anos depois da publicação do livro de PAPERT, já havia centenas de salas de aula vivendo a experiência de acessar um computador nas escolas. Em dez anos, as escolas estadunidenses haviam comprado três milhões de computadores, centenas de milhares de professores matricularam-se em aulas para aprender sobre os mesmos, a indústria acordou para essa realidade e os artigos sobre software educacional inundavam todas as mídias. As atenções da mídia, por efeitos estéticos e “badalações” sensacionalistas visuais, foram voltadas exclusivamente para as máquinas, os computadores. Ou seja, o raciocínio tinha como foco somente a compra de computadores para promover a informatização, como se isso resolvesse tudo. Não demorou para a mesma mídia sensacionalista, também noticiar: “escolas compram muitos computadores, mas benefícios nas salas de aula são poucos”. Longe de produzir melhorias, esses computadores pareciam incapazes até mesmo de barrar a deterioração. O motivo que levou a isso, foi que no início da década de 1980, mesmo esse grande número de computadores, divididos para todas as escolas tornou-se uma quantidade pequena para cada uma delas. E eram usados na administração e nas salas de professores e não nas salas de aula. Mas isto não era interessante de ser divulgado e não o foi (PAPERT, 1994). Assim, cada vez mais computadores chegavam às escolas que, sem saber o que fazer com eles, reuniram-nos em uma sala rotulada de “laboratório de Informática” e, simplesmente 54 Este livro só foi publicado no Brasil em 1985 com o título LOGO: Computadores e Educação e nesta época (1985) a disseminação de microcomputadores pessoais (PC´s) já ensaiava seus primeiros passos no Brasil. 72 acrescentaram aos currículos, mais uma disciplina: a “Informática” ou “Computação”. Contratandose um especialista ou nomeando um professor mais entusiasmado com a tecnologia, para ministrar estas aulas. E assim, não se teve até hoje, evolução nem mudança alguma: os ideais de PAPERT foram abafados, gerando o universo escola e o mundo fora dela: Deste modo, pouco a pouco as características subversivas do computador foram desgastadas: ao invés de cortar caminho e, assim desafiar a própria idéia de fronteiras entre as matérias, o computador agora definiu uma nova matéria: ao invés de mudar a ênfase de currículo formal impessoal para exploração viva e empolgada por parte dos estudantes, o computador foi agora usado para reforçar os meios da escola. O que começara como um instrumento subversivo de mudança foi neutralizado pelo sistema e convertido em instrumento de consolidação (PAPERT, 1994, p. 41). O problema da escola foi rejeitar o computador como instrumento de transformação, o que não ocorreu no universo fora da escola, que não só o aceitou como o implementou em todos seus segmentos sem exceção, até mesmo nos ambientes religiosos. E quando novas técnicas surgem e se tornam o modelo dominante, velhos problemas não aceitam mais as velhas soluções e o significado dos próprios problemas se alteram ou até mesmo deixam de existir. LÉVY (1993), mostrou um cenário onde esta rejeição do computador como instrumento de transformação na escola já apresentava seus efeitos, quando falou sobre as novas maneiras de pensar e conviver, que naquela data estavam sendo elaboradas no mundo das telecomunicações e da Informática. Também afirmou que já não se podia mais conceber a pesquisa científica sem uma aparelhagem complexa que redistribuíam as antigas divisões entre experiência e teoria. Ao entrar na biblioteca de muitas escolas pode-se constatar facilmente o choque entre os princípios da Educação e estas novas necessidades constantes de adaptação ao novo. Percebe-se que as técnicas utilizadas na Educação, transferindo o conhecimento registrado em livros e experiências passadas, não têm as propriedades necessárias que possibilitam a simulação e acompanham a velocidade da atualização e desenvolvimento do próprio conhecimento. Livros e experiências passadas são de suma importância; entretanto, é necessário pensar em outra forma de mantê-los. Na forma estática como se encontram, não estão acompanhando a realidade dinâmica que se auto-canibaliza e se reconstrói rapidamente. E este problema perpassa não só a questão de investimentos e disponibilidades de recursos; o maior desafio é a quebra de paradigmas dos métodos, processos e principalmente, a transformação da forma como os educadores e mentores do sistema educacional planejam, implementam e utilizam as tecnologias em sala de aula e em toda a 73 estrutura da Educação. Há o risco de a escola rejeitar qualquer outro instrumento de transformação e toda mudança na Educação ser sempre muito lenta pela complexidade de sua existência: É certo que a escola é uma instituição que há cinco mil anos se baseia no falar/ditar do mestre, na escrita manuscrita do aluno e, há quatro séculos, em um uso moderado da impressão. Uma verdadeira integração da Informática (como do audiovisual) supõe portanto o abandono de um hábito antropológico mais que milenar, o que não pode ser feito em alguns anos (LÉVY, 1993, p. 8). Há também as questões políticas e de retenção de custos, em que os governos, na tentativa de maximizar os investimentos, escolhem materiais que não são adequados, que não possuem interatividade e que são poucos e até mesmos impróprios aos usos pedagógicos, incluindo treinamentos incompletos, não gerando o domínio necessário da Informática e não despertando o interesse dos professores. CARBONI descreve a realidade conflitante do professor, nesse contexto: Os professores precisam de treinamento para as diferentes disciplinas lecionadas, o que o dificulta, sendo necessários criatividade e tempo do professor para preparar sua aula, fazendo-os optar pelo autotreinamento, pois o oferecido pelas instituições e governo é insuficiente, exigindo maior esforço dos professores (CARBONI, 2006, p. 6). LÉVY (1993), também já mostrava uma prática que infelizmente ainda pode existir, segundo a qual os chefes e governantes em vez de conduzir um projeto político de alavancagem tecnológica da educação, apenas apressam-se a colocar dentro das salas de aula os computadores (hardware), sem os devidos aparatos sistêmicos (software) e principalmente sem a capacitação adequada aos profissionais da educação. Não se trata aqui, portanto, de profetizar uma catástrofe cultural causada pela informatização, mas sim de utilizar os trabalhos recentes da psicologia cognitiva e da história dos processos de inscrição para analisar precisamente a articulação entre gêneros de conhecimento e tecnologias Intelectuais (LÉVY, 1993, p. 10). É necessário se preocupar com estas declarações de estudiosos importantes, que, naquele contexto e momento, estavam devidamente sintonizadas e espelhavam a realidade. Entretanto, após mais de uma década, que representa uma eternidade para a velocidade digital dos novos tempos cibernéticos da atualidade, muitas destas declarações não são mais válidas, mas ainda muitos lêem, acreditam e propagam essas idéias como atuais, alimentando a exclusão digital, principalmente dos docentes que deveriam ser os instrumentos de quebra dos paradigmas na Educação. 74 O professor precisa ficar em alerta e se adaptar aos novos meios que a tecnologia oferece. Para corroborar essa preocupação, a seguir são apresentados alguns fatos que estão relacionados à tecnologia do dia-a-dia e conseqüentemente na Educação: “Em muitos casos, mudou o próprio modo de ler e escrever. O texto de e-mail, por exemplo, não tem regras definidas.” (FERREIRO, 2006, p. 37) . Os jovens que utilizam os novos softwares e a Internet para se comunicarem de forma on-line, correios eletrônicos, chat, fóruns e outras formas da nova era, estão criando um novo dialeto (TAB. 1) ao escreverem e já estão em estágio avançado, a ponto de quem iniciar agora em uma destas tecnologias ter que gastar um bom tempo para entender o que significam as novas palavras. TABELA 1 Exemplos dos dialetos x significado de “bate-papo” on-line Dialeto Significado Flw Falou, tchau Psora Professora Mulek Moleque Bsurdo Absurdo Blz Beleza Cara Kra Vlw Valeu Fonte: FRANZOIA e FILHO (2006). E não basta apenas decorar o par dialeto/significado. Cada grupo cria e varia a cada instante um novo dialeto que, às vezes, é entendido somente entre sua própria “tribo” e se acrescenta a isto o grande uso dos “emoticons” (TAB. 2 e FIG. 15), que expressam gestos e sentimentos em um “bate-papo” on-line. 75 TABELA 2 “Emoticons” de “bate-papo” on-line B:-) Feliz B-) Feliz e de óculos &:-) Cabelo enrolado X-) Com vergonha ou tímido :-( Triste :-)))) Gargalhando (:-... De partir o coração :-/ Perplexo :-0 Impressionado :-P Dando língua d:-) De boné d:-P De boné, dando língua (:-( Muito triste :-x Mandando beijo :-D Rindo |-( De madrugada :-o Oh,não!! >:-|| Zangado (:-) Careca :-) Feliz []´s Abraços @}-- Rosa B-) De óculos :-)> De cavanhaque %+( De olho roxo :-)X De gravata borboleta B-) De óculos R-) De óculos quebrados :-D Gargalhando |:-) Sobrancelhas espessas :^) Nariz quebrado 3:-) Vaca Fonte: (SANTOS 2, 2005, p. 163). FIGURA 15 – Emoticons Fonte: Portal Uai Estado de Minas. Disponível em: <http://www.uai.com.br/chat/uaichat_emotions.htm>. Acesso em: 15 ago. 2006. 76 No Brasil, os adolescentes criaram todo um código para se comunicar pela Internet. “Pode ser um fenômeno passageiro, mas o certo é que os jovens estão fazendo com a escrita um jogo divertido. E para transgredir a escrita é preciso conhecê-la” (FERREIRO, 2006, p. 37) . ALMEIDA 2 (2006), afirma que o educador tem a tarefa de identificar novas linguagens. A linguagem das tribos internáuticas, por exemplo, causa o mesmo espanto que causou a linguagem comum usada por Guimarães Rosa. E com a disseminação dos blogs, o jovem nunca escreveu tanto como agora. Mesmo aqueles que dizem não conhecer a norma culta, escrevem muito mais. Esse novo fenômeno social (escrita em ambientes virtuais) precisa ser explorado. Precisamos estimular os alunos a fazer textos, mesmo sem utilizar a linguagem rigorosa. O grande desafio a ser vencido é a assimilação das linguagens internáuticas pela norma culta. “Ser um bom educador não é só ter planos claros, é também saber identificar os saberes trazidos pelos alunos” (JUDÁ, 2006, p. 8). PAPERT (1994), já questionava por que durante um período em que tantas atividades foram revolucionadas, na educação houve poucas mudanças significativas na forma de ajudar os alunos a aprender. Mesmo sabendo que a adequação da educação à tecnologia não possa tomar atalhos para não queimar etapas, ela carece de rápidas quebras de paradigmas reais, acompanhando os deslocamentos das novas fronteiras. É essencial que o olhar da educação para a tecnologia seja com o foco de desenvolver junto com o aluno as habilidades para utilizar a Informática e auxiliá-lo a responder às complexidades dos problemas diários. Problemas que são dinâmicos e que exigem respostas fora do padrão, e exigindo cada vez mais que se agregue o valor de um conhecimento que se multiplica e interrelaciona com vários outros segmentos simultaneamente. São problemas que solicitam soluções pensadas de forma transdisciplinar e possíveis com a Internet e com ela, a cooperação, colaboração e co-autoria simultânea. MENEZES alerta sobre a necessidade de convidar o aluno e a tecnologia a participar da construção do conhecimento: Quanto mais se mantiverem os hábitos que relegam o aluno a um papel meramente receptor, menos diferença a tecnologia fará no aprendizado. Em muitas escolas, os computadores ficam durante a maior parte do tempo confinados a salas que só se abrem para aulas de Informática, sem se incorporar ao projeto pedagógico. É como deixar trancados os livros da biblioteca ou limitar seu uso ao processo estrito de alfabetização (MENEZES, 2006, p. 31) . 77 3.5 – Realidade brasileira da Informática na Escola Lentamente, a Informática está sendo incorporada nas rotinas das escolas brasileiras, convidando os educadores a repensar suas práticas de ensino. Há experiências reais que vão dos primeiros passos até degraus mais altos no mundo do conhecimento digital. Muitas escolas têm computadores não conectados à Internet e costuma-se dizer que não servem para nada. Na verdade, não é bem assim; ele pode ser utilizado para uma variedade de outras funções importantes na educação, como em correções automáticas de textos, cálculos matemáticos e outras mais que a criatividade do educador conseguir se adaptar. Como sugere FERREIRO: A Escola sempre trabalhou mal a revisão de texto e os alunos odiavam fazê-la porque num texto a mão é preciso voltar e escrever tudo. Com um processador de texto, a revisão se torna um jogo: experimenta-se suprimir ou deslocar trechos, com a possibilidade de desfazer tudo. Após as intervenções, temos na tela um texto limpo, pronto para ser impresso. A revisão é fundamental para que as crianças assumam a responsabilidade pela correção e clareza do que escrevem (FERREIRO, 2006, p. 37) . Para CASTRO (2006), a velha sala de aula é antiga e já devia ter sido extinta, mas ainda está aí. As invenções que prometiam acabar com o método tradicional de ensino, aquele que utiliza o quadro de giz, o livro, o correio, o rádio, a televisão, o computador e ainda conta com o professor para transmitir conhecimentos aos alunos por meio de aulas expositivas, até foram incorporadas ao ensino, mas não chegaram a substituir o antigo método de dar aula. A sala de aula está sendo transformada pela utilização da tecnologia e o computador pode substituir recursos humanos escassos e massificar, para muitos, a genialidade de poucos. No Brasil já conta-se com o uso do EAD em várias universidades e centros de pesquisas de “ponta”. E através dessa tecnologia, que utiliza intensamente o computador, já é possível reproduzir para muitos alunos a aula de determinado especialista em uma Ciência, em escolas situadas em regiões remotas do país. O computador também já reduz trabalhos rotineiros, como correção de provas, realização de matrículas e administração escolar, em várias instituições. Entretanto, é preciso estar atento e lembrar que a tecnologia não é pedagogia, portanto, não substitui o professor e que o uso do computador na escola exige a intervenção dele. “O grande problema do EAD (e-learning), é se tornar uma apostila na Internet e apostila ruim na Internet nada mais é do que apostila ruim” (JUDÁ, 2006, p. 6). 78 MEDEIROS (2006), lembra que é possível o uso integrado de várias mídias como o livro, o televisor, o computador e a Internet para apropriar e construir o conhecimento, desde que se capacite o professor em tempo integral. DUTRA (2006) e JUDÁ (2006), reforçam a necessidade do treinamento para o professor, principalmente a nível de tecnologia e dos novos métodos pedagógicos que o computador exige. No próximo capitulo será analisado como a Escola está utilizando a Informática na sala de aula. E ALBINO e RAMOS, citam a importância da Escola em estimular a cooperação e a interação dos estudantes, como ponto fundamental da inserção da Informática na Escola: Na veia educacional sabe-se que pacotes de aplicativos que propiciam o trabalho em grupos estão sendo estudados e desenvolvidos, porém não é a disponibilidade de softwares cooperativos que irá garantir que as trocas cooperativas aconteçam, mas sim o desenvolvimento e a compreensão do valor da produção coletiva pelos nossos educandos. Neste ponto a Escola tem papel fundamental: cabe a ela utilizarse dos meios tecnológicos que favoreçam atividades cooperativas para instigar nos estudantes a interação, a troca, a construção do conhecimento (ALBINO e RAMOS, 2004, p. 1). 79 4 - PESQUISA DE CAMPO, CONFRONTO DE DADOS E ANÁLISES A presente pesquisa teve seu projeto apresentado e aprovado pelo Parecer N° 20/207 de 24/05/2007 do Comitê de Ética em Pesquisa da FUNEDI/UEMG55 e refere-se a levantamentos de dados da prática diária dos professores em relação à utilização dos recursos da Informática na Educação. 4.1 – Objetivos e justificativas do estudo Objetivos Gerais Detectar o uso da Informática na sala de aula, através de entrevistas individuais realizadas com duzentos professores do ensino fundamental e médio, da rede pública e privada das cidades de Divinópolis-MG e Itaúna-MG. Analisar também os recursos já disponibilizados (computadores, Internet e outras tecnologias) e experiências já vividas pelos profissionais de ensino, como base para confrontar com a problemática e hipóteses propostas neste projeto. Objetivos específicos 1 – Analisar quais e como os recursos da Informática estão sendo utilizados na sala de aula. 2 – Analisar quais os benefícios da utilização da Informática na sala de aula, vantagens e possíveis desvantagens com a aplicação da tecnologia. 3 – Analisar quais os benefícios são detectados pelos professores e quais experiências podem ser compartilhadas com outras comunidades educacionais. 4 – Analisar quais as maiores dificuldades encontradas pelos professores no uso da Informática na sala de aula e como estão lidando com as novas situações impostas pela tecnologia no dia-a-dia. 55 O Comitê de Ética em Pesquisa da FUNEDI/UEMG encontra-se devidamente registrado pela CONEP – Comissão Nacional de Ética em Pesquisa sob. Nº 058205/0006.17 de 12 de abril de 2006 . 80 Problemática A rejeição da Informática pela Educação que continua contribuindo para a formação de um mundo na Escola e outro fora dela. Hipóteses 1) Há falta de recursos (hardware, software e treinamento) nas escolas; estes são insuficientes para a inclusão da Informática como instrumento de transformação da educação e sua adequação ao mundo fora da escola. 2) Há grande resistência por parte da Escola e dos docentes na utilização da Informática, principalmente na sala de aula, por falta de conhecimento e receio dos impactos das transformações que a tecnologia pode produzir na relação professor/aluno. Metodologia utilizada Outras pesquisas semelhantes a esta foram realizadas em outros países e também no Brasil. Na Inglaterra, DRENOYIANNI E SELWOOD (1998) aplicaram 37 questionários aos professores do Ensino Fundamental. Na Austrália, RUSSELL e BRADLEY (1997) aplicaram 350 questionários aos professores dos ensinos Fundamental e Médio na Griffith University. Na Alemanha, MANFRED (2000) utilizou questionários em instituições em 1996, aplicados em professores dos ensinos Fundamental e Médio. No Brasil, CARBONI (2006) aplicou questionários para professores de instituições de ensinos Fundamental e Médio das escolas do distrito da Vila Mariana em São Paulo. Também no Brasil, SILVA e SOUSA (2005) aplicaram questionários para professores da rede pública e privada de Belo Horizonte e de algumas cidades do Estado de Massachussetes nos E.U.A. Observou-se que apesar de terem sido realizados em locais diferentes, muitos dos resultados são semelhantes, incluindo os encontrados nesta pesquisa. A pesquisa foi realizada através de trabalho de campo, com duzentos56 professores da rede pública e privada das cidades de Divinópolis-MG e Itaúna-MG, através de entrevistas, tendo-se como base um questionário aplicado aos professores (ANEXO C). 56 A amostra de 200 entrevistas foi definida aleatoriamente e baseando-se nos trabalhos de RUSSELL e BRADLEY (1997). 81 A cidade de Divinópolis-MG foi escolhida por ser pólo da região Centro-Oeste de Minas Gerais57 e a cidade de Itaúna-MG, por estar há apenas 40 km de distância de Divinópolis e ter recebido, em 1975, pela UNESCO, da OEA e do Ministério da Educação e da Secretaria de Estado da Educação, o título de Cidade Educativa do Mundo58. A definição do número de professores que seriam entrevistados em cada uma das cidades (Divinópolis-MG e Itaúna-MG), foi obtido levando-se em consideração a proporção aproximada de cada cidade conforme a TAB. 3. e os professores entrevistados foram selecionados através de sorteio. TABELA 3 Número de professores nas cidades de Divinópolis-MG e Itaúna-MG N° de % de Professores Professores Itaúna-MG 1.769 37,5 Divinópolis-MG 2.944 62,5 Totais... 4.713 100,0 Cidade Fonte: IBGE (2005) Muitos professores selecionados não participaram, sendo necessários outros sorteios, totalizando aproximadamente trezentos questionários distribuídos, que, ao completar as duzentas entrevistas das duas cidades alvo, a pesquisa no campo foi encerrada. Nesta pesquisa foi adotado o método quantitativo, não excluindo por totalidade o método qualitativo, considerando a integração necessária dos dois métodos, conforme PORTELA (2004) e também o IBOPE59 (2004): Acreditamos que a melhor forma de se pesquisar é através da integração entre os métodos quantitativo e qualitativo, pois para analisar-se com fidedignidade uma situação dada é necessário o uso de dados estatísticos e outros dados quantitativos, e também da análise qualitativa dos dados obtidos por meio de instrumentos 57 Conforme WIKIPÉDIA (2007). Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Divinópolis>. Acesso em: 11 ago. 2007. A lei municipal de Itaúna-MG, No 4.016, de 23 de dezembro de 2005, reconhece e instituiu no calendário oficial do município,o dia 19 de abril como o Dia Itaúna Cidade Educativa do Mundo, em comemoração ao título recebido pelo Município em 19 de abril de 1975. 59 Uma vez definido o tema da pesquisa, deve-se escolher entre realizar uma pesquisa quantitativa ou uma pesquisa qualitativa. Uma não substitui a outra: elas se complementam. (IBOPE. Disponível em: <http://www.ibope.com.br/calandraWeb/BDarquivos/sobre_pesquisas/tecnicas_pesquisa.html>. Acesso em: 08 ago. 2007). 58 82 quantitativos, entre outros cuidados para se evitar o viés, fruto da subjetividade que encerra uma pesquisa, a exemplo da subjetividade do pesquisador (PORTELA, 2004, p. 3). 4.2 – Amostragem da pesquisa As entrevistas foram realizadas no período de 25 de maio a 31 de julho de 2007. Ao todo foram entrevistados duzentos e sete professores e destas, sete entrevistas foram descartadas por não serem das cidades foco da pesquisa. Os GRÁF. 1 ao 11 apresentam as amostras da pesquisa. GRÁFICO 1 – Distribuição da pesquisa por cidades dos entrevistados GRÁFICO 2 – Distribuição da pesquisa pelo sexo dos entrevistados 83 GRÁFICO 3 – Distribuição da pesquisa por idade dos entrevistados GRÁFICO 4 – Distribuição da pesquisa por tempo em que os entrevistados lecionam 84 GRÁFICO 5 – Distribuição da pesquisa por tipo da instituição onde os entrevistados lecionam GRÁFICO 6 – Distribuição da pesquisa por número de escolas em que os entrevistados lecionam 85 GRÁFICO 7 – Distribuição da pesquisa por períodos em que os entrevistados lecionam GRÁFICO 8 – Distribuição da pesquisa por número de períodos60 em que os entrevistados lecionam 60 Período, neste contexto, indica se o professor leciona para mais de um período, como ensino infantil, fundamental, médio, graduação, pós-graduação, mestrado ou doutorado. 86 GRÁFICO 9 – Distribuição da pesquisa por área de formação acadêmica61 dos professores entrevistados GRÁFICO 10 – Distribuição da pesquisa pelo maior nível de formação acadêmica dos entrevistados 61 De acordo com a a tabela de áreas de conhecimento da CAPES de 29/12/2006. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/avaliacao/tabelaareasconhecimento.html>. Acesso em: 02 jul. 2007. 87 GRÁFICO 11 – Distribuição da pesquisa pelo tempo da primeira graduação dos entrevistados 4.3 – Resultados obtidos Os resultados da pesquisa mostram que a maioria dos professores entrevistados (64%) é do sexo feminino (GRÁF. 2) e aproximadamente, 60% deles leciona para o ensino fundamental e médio (GRÁF. 7), onde, conforme PENNA (2006), estão os jovens adolescentes com maiores necessidades de interação e respostas para questões que as novas mídias têm gerado, principalmente a utilização dos novos meios de comunicação com a sua “tribo”: MSN, Skype, email e comunidades virtuais como o ORKUT, blogs e outros62. Há mais de duas décadas e meia a Informática teve o início de sua disseminação popular com o lançamento do PC, com os trabalhos e livros de LÉVY (1993, 1998, 2000 e 2001), GATES (1995) e muitos outros, juntamente com todo o histórico da evolução dos computadores e principalmente do sistema operacional Windows da Microsoft em 1981 (TAB. 6 no ANEXO A), que trouxe a facilidade visual e utilização com o então revolucionário “mouse”. Portanto, observase no GRÁF. 3, que a maioria dos professores entrevistados já estava dentro da ”cultura Informática” que já se alastrava por todos os meios e conforme PAPERT (1985), inclusive na Escola, mesmo que de forma modesta e insistindo em rejeitá-la como instrumento de transformação. 62 As TAB. 1 e 2, juntamente com a FIG. 15, exemplificam bem estas novas formas de comunicação desta “tribo” 88 Conforme o GRÁF. 5, os professores entrevistados que lecionam tanto na rede pública quanto na rede privada é de apenas 6% e que os demais lecionam exclusivamente na rede privada (42%) ou na rede pública (52%), o que produziu uma amostragem praticamente equilibrada na avaliação das duas redes pesquisadas. Os resultados obtidos no GRÁF. 6 demonstram que a maioria (70,5%) dos professores entrevistados leciona somente em uma escola, que pouco mais de um quarto deles leciona em em duas escolas e que somente 3,5 % deles leciona em 3 escolas diferentes. É importante considerar estes dados que também reafirmam o equilíbrio dos resultados obtidos na pesquisa, pois, somente a minoria dos entrevistados estava em ambientes (cenários) diferentes existentes entre as escolas da rede pública e as escolas da rede privada (BURGARDT, 2006). Observa-se no GRÁF. 8 que apenas 5,5% dos professores entrevistados leciona para mais de dois períodos (ensino infantil, fundamental, médio, graduação, pós-graduação, mestrado ou doutorado), a maioria, 62% leciona somente para um período e 32,5% leciona para dois períodos diferentes. Esta informação pode indicar que os conteúdos de um mesmo período das disciplinas ministradas pelos professores entrevistados tendem a ser mais integrados ou ao menos seqüenciados, o que facilita a montagem, reaproveitamento e reutilização dos recursos da Informática nas (salas de) aulas. Durante a realização das entrevistas, observou-se que muitos professores trabalham em outras instituições, como indústria, comércio, governo e outras entidades que não são da educação. E que eles também têm outras profissões além de professores, como: administradores de empresa, contabilistas, economistas, advogados e outros ligados à área das Ciências Sociais Aplicadas. No decorrer das entrevistas, muitos destes professores declararam que lecionam simplesmente para realização pessoal ou porque lecionar os obriga a manter-se atualizados e com sua rede de relacionamos (networking) bem mais ampla e necessária em suas profissões fora da carreira como docente. Isto ficou comprovado ao observar o GRÁF. 9, que demonstra a distribuição da pesquisa por áreas de formação acadêmica dos professores, na qual se destaca a área das Ciências Sociais Aplicadas com 31,54% dos entrevistados com esta formação. Essa comprovação tem grande importância, considerando-se que tais professores, ou seja, mais de 31% deles já está quebrando o paradigma discutido no capítulo 3, sobre a questão da resistência da escola: o mundo da escola e o mundo fora dela, pois são estes professores que mais 89 contribuem levando para o mundo da escola tudo que usam no seu dia-a-dia no mundo fora dela. Isso está ocorrendo com mais ênfase nas escolas privadas, entretanto, durante as entrevistas, vários professores da rede pública, que têm ocupações profissionais diferentes de docentes, narraram fatos em que eles foram os agentes de várias transformações de processos na escola, incluindo a utilização de novas tecnologias, como a Informática, devido às suas experiências e vivências fora da escola. Observou-se também que esses professores têm mais facilidades, utilizam mais a Informática em suas aulas e foram eles que apresentaram mais sugestões para melhorar a utilização dos recursos da Informática na Educação (TAB. 5). . Durante a pesquisa, além dos professores serem entrevistados em suas próprias residências, alguns agendaram o encontro nas dependências das instituições de ensino onde lecionam, alguns nas bibliotecas, outros nas salas de professores e demais locais disponíveis. Durante estes encontros com os professores no ambiente acadêmico, foi detectado que muitos destes professores “monopolizavam” os recursos tecnológicos disponíveis na escola, como datashow, laboratórios de Informática e Internet. Havia grande prioridade por parte deles, em reservá-los para os próximos horários assim que terminava uma aula e isto tinha que ser feito antes mesmo da entrevista agendada, caso contrário, outro professor o faria. Tal fato chamou a atenção, porque estes professores eram consultados sobre dúvidas no uso da tecnologia e agiam como líderes na utilização da Informática em suas escolas, provocando em seus companheiros necessidades antes inexistentes de utilização da Informática também em suas aulas. Por conseqüência, observou-se que o grupo docente, com estas atitudes, pressionava a administração para adquirir novos equipamentos e disponibilizar mais recursos de Informática para a utilização nas aulas. No GRÁF. 10, observa-se que a maioria dos professores entrevistados (68%) é especialista e que mais da metade deles tem menos de dez anos de sua primeira graduação (GRÁF. 11). Portanto, mais da metade dos professores entrevistados não pode ser considerada totalmente leiga no assunto Informática, pois há dez anos, muito material sobre a Informática já circulava nas escolas de nível superior onde eles estudaram, além de muitas delas também já terem laboratórios de Informática há mais de uma década. 90 4.3.1 – Recursos da Informática disponíveis nas Escolas Os resultados da pesquisa apresentam que 65% das escolas (públicas e privadas) tem computadores disponíveis para serem utilizados nas aulas de acordo com as necessidades atuais dos professores (GRÁF. 12). Se descartamos os 6% da amostra total que são as entrevistas de professores que lecionam tanto na rede pública como na rede privada (GRÁF. 5), baixando a amostra da rede pública para 52% e da rede privada para somente 42%, ainda assim, a rede privada investe mais em computadores (75%) para seus alunos e professores do que a rede pública com 55,77%, conforme GRÁF. 13 e 14. GRÁFICO 12 – As escolas das redes pública e privada têm computadores disponíveis de acordo com as necessidades atuais dos professores? 91 GRÁFICO 13 – A escolas da rede privada têm computadores disponíveis de acordo com as necessidades atuais dos professores? GRÁFICO 14 – As escolas da rede pública têm computadores disponíveis de acordo com as necessidades atuais dos professores? 92 O GRÁF. 15 mostra que 74,5% das escolas, onde os professores entrevistados lecionam, disponibiliza os computadores em laboratórios (espaço físico específico para os computadores) e que há a disciplina Informática formalmente em seus currículos. Este resultado é preocupante, pois, como citado no Capítulo 3, “Ao invés de cortar caminho e, assim desafiar a própria idéia de fronteiras entre as matérias, o computador agora definiu uma nova matéria” (PAPERT, 1994, p. 41). O autor cita o computador como instrumento da transdisciplinaridade e não somente como mais um recurso pedagógico. “Ao invés de mudar a ênfase de currículo formal impessoal para exploração viva e empolgada por parte dos estudantes, o computador foi agora usado para reforçar os meios da escola” (PAPERT, 1994, p. 41). MENEZES também reforça a resistência da Escola em utilizar a Informática como instrumento de transformação: Em muitas escolas, os computadores ficam durante a maior parte do tempo confinados a salas que só se abrem para aulas de Informática, sem se incorporar ao projeto pedagógico. É como deixar trancados os livros da biblioteca ou limitar seu uso ao processo estrito de alfabetização (MENEZES, 2006, p. 31) . Tanto as escolas públicas quanto as escolas privadas envolvidas na pesquisa ainda disponibilizam os computadores em laboratórios de Informática como mostrado nos GRÁF. 16 e 17. E observa-se no GRÁF. 15, que apenas 4% das escolas disponibiliza computadores em sala de aula, para que o professor os utilize como instrumento de transformação e facilite 63 seu dia-a-dia como docente. O restante, 11,5% das escolas não tem computadores ou estes estão disponíveis (10%) apenas em outros locais64 (secretarias, bibliotecas, etc). GRÁFICO 15 – Locais onde as escolas das redes públicas e privadas disponibilizam os computadores para os professores 63 Veja no Anexo B, as declarações dos professores entrevistados relatando na prática os benefícios da Informática na Educação. 64 Durante encontros com alguns professores nas escolas públicas para as entrevistas, observou-se que há escolas com computadores nas secretarias e não disponíveis para os professores e que são utilizados mais para confeccionar cartazes informativos aos alunos e docentes ou apenas com as mesmas finalidades das antigas máquinas de escrever. 93 Ao analisar e comparar os GRÁF. 16 e 17, surgem as diferenças entre as escolas da rede pública e privada. Pois, os 4% das escolas que disponibiliza computadores em sala de aula para o professor, conforme GRÁF. 15, refere-se exclusivamente a escolas da rede privada, ou seja, nenhuma escola da rede pública envolvida na pesquisa disponibiliza computadores na sala de aula para os professores. E estes 4%, na verdade são os 8,33% das escolas da rede privada, apresentados no GRÁF. 16 que já consegue utilizar o computador como instrumento de transformação, incluindo em suas aulas, conforme ALBINO e RAMOS (2004) a co-autoria ou no mínimo uma ferramenta de automação das rotinas de interação do professor com o aluno (datashow, simulações virtuais e pesquisas on-line sob demanda). Analisando mais as diferenças entre as escolas da rede pública em relação à rede privada, observa-se também que os 11,5% das escolas, conforme GRÁF. 15, que não possuem computadores são exatamente os 22,12% apresentados no GRÁF. 17, ou quase um quarto das escolas da rede pública envolvida na pesquisa não tem um computador. Ou seja, em todas as escolas da rede privada envolvidas na pesquisa, os professores desejam mais computadores, ao passo que na rede pública os professores desejam que se tenha ao menos um computador para utilizarem ou iniciar a familiarização com ele. GRÁFICO 16 – Locais onde as escolas da rede privada disponibilizam os computadores para os professores 94 GRÁFICO 17 – Locais onde as escolas da rede pública disponibilizam os computadores para os professores O GRÁF. 18 mostra que mais de 31% dos professores entrevistados declarou que não tem acesso livre e disponibilidade dos computadores para determinar quais e quantas aulas serão dadas, porque a utilização destes recursos tecnológicos conflitam com horários de outros professores. Também no GRÁF. 21, observa-se que mais de 65% dos professores entrevistados não tem liberdade para utilizar os computadores em suas aulas, sem ter que pedir aprovação à direção ou outro órgão da escola. E durante as entrevistas, vários professores reclamaram da “monopolização” de recursos que são destinados a alguns professores, sendo um dos motivos apontados como causadores destes choques de horários. Como já citado anteriormente, esse fato realmente foi detectado durante as pesquisas. As causas de tudo isto são mostradas no GRÁF. 22, que demonstra que quase três quartos dos professores considera a oferta dos computadores na escola insuficientes para as atividades que gostariam de implementar e no GRÁF. 23, mais de 64% dos professores aponta a falta de um um planejamento para manter os computadores sempre atualizados, o que gera nas escolas número de computadores instalados, porém, nem todos funcionando e disponíveis. 95 GRÁFICO 18 – Choques de horários dos professores na utilização dos recursos de Informática disponíveis nas escolas das redes pública e privada Os GRÁF.19 e 20 tratam da mesma questão do choque de horários na utilização dos recursos disponíveis por parte dos professores; entretanto, demonstram a escola privada e a escola pública, separadamente. Observa-se, nos GRÁF. 19 e 20, que nas escolas da rede privada o conflito de horário é maior (40,74%) que nas escolas da rede pública (25,25%). Isso ocorre porque todas as escolas da rede privada envolvidas na pesquisa têm computadores (GRÁF. 16) e elas utilizam mais a Informática na Educação. Ao passo que 22,12% das escolas da rede pública não têm nenhum computador (GRÁF. 17) e as escolas que o têm usam menos os recursos disponíveis. Estes dados apontam que mesmo nas escolas da rede privada há necessidade de mais investimentos em recursos da Informática para serem utilizados pelos professores, principalmente nas salas de aula, tornando o computador realmente o instrumento de transformação sob a batuta do professor, que é o agente qualificado na Educação e que pode realmente transpor e remover as fronteiras entre as disciplinas, integrando as especialidades e provendo a transdisciplinaridade necessária conforme PAPERT (1994) e DOMINGUES (2001 e 2005). 96 GRÁFICO 19 – Choques de horários dos professores na utilização dos recursos de Informática disponíveis nas escolas da rede privada GRÁFICO 20 – Choques de horários dos professores na utilização dos recursos de Informática disponíveis nas escolas da rede pública 97 GRÁFICO 21 – O professor tem liberdade para utilizar os computadores em suas aulas sem ter que pedir aprovação à direção ou outro órgão da escola? GRÁFICO 22 – Os computadores oferecidos são suficientes para as atividades que os professores gostariam de implementar? 98 GRÁFICO 23 – Nas escolas existe um planejamento para manter os computadores sempre atualizados? 4.3.2 – Utilização dos recursos disponíveis O GRÁF. 24 apresenta a freqüência mensal de utilização dos computadores pelos professores, em suas aulas. Um bom resultado apresentado neste gráfico é que mais de 12% dos professores entrevistados já utiliza a Informática entre 50 e 75% em suas aulas. Porém, também se observa que mais de 70% dos professores usa pouco a tecnologia na escola e somente uma pequena minoria (5,88%) usa os computadores em mais de 75% de suas aulas. Mesmo sendo a minoria, pouco mais de um quarto dos professores que utiliza a informática acima de 25% em suas aulas já estão conseguindo levar o mundo real para dentro das escolas. Seja através dos canais de comunicação, com a Internet que estes computadores oferecem, seja com a facilidade na troca (compartilhamento com outros professores) de informações por correios eletrônicos (e-mail), pelo novo formato de aulas que se torna dinâmico, seja pelos conteúdos que são revisados com mais freqüência, simulações e principalmente pelas oportunidades de ter acesso a um acervo infinito da WEB, que cresce enormemente a cada instante. WOEI também destaca a importância da WEB: Hoje, a informação em si é um bem que viaja à velocidade da luz e pode ser encontrada em um cômodo de uma casa, em uma lanchonete, e até mesmo em quiosques na rua. A responsabilidade disso foi, sem dúvida nenhuma, o advento e o avanço da internet como meio de transmissão de informações. Com alguns poucos cliques é possível conseguir praticamente tudo sobre cursos e instituições de qualquer parte do mundo (WOEI, 2003, p.1) . 99 GRÁFICO 24 – Freqüência mensal da utilização de computadores em sala de aula pelos professores No GRÁF. 25 observa-se que quase 12% dos professores considera ideal utilizar o computador em acima de 75% de suas aulas e que mais de um terço dos professores entrevistados considera que o ideal da utilização do computador é em acima de 50% de suas aulas. O GRÁF. 5 demonstra que mais da metade dos professores entrevistados, leciona em escolas da rede pública e que quase um quarto destas escolas (GRÁF. 17) não tem computadores e na outra parte que os tem, eles são muito concorridos. Acredita-se que à medida que mais investimentos forem realizados na aquisição de recursos de Informática para as escolas e os professores começarem a contar certos com estes recursos, sem choques de horários (GRÁF. 18, 19 e 20), os mais da metade dos professores entrevistados que sugerem utilizar o computador entre 25 a 50% em suas aulas (GRÁF. 25), irão optar por 50 a 75% e até mesmo para acima de 75% de utilização dos computadores em suas aulas. E a minoria de 11,83% dos professores entrevistados, que sugere a utilização de menos de 25% dos computadores em suas aulas (GRÁF. 25), reduzirá significativamente, permanecendo somente os professores muito resistentes a novas tecnologias e mudanças de processos. Estes professores mais resistentes a novas tecnologias tendem a ser atropelados pelas novas fronteiras e, conforme GABRIEL (2001), são eles que não deixam a escola dialogar com seu tempo, que a fazem permanecer apenas como espectadora dentro de uma realidade volátil e extremamente dinâmica, causada por todas as adaptações que a globalização tem inserido no mundo e conseqüentemente no universo da escola. 100 GRÁFICO 25 – Freqüência mensal da utilização de computadores em sala de aula, considerada ideal pelos professores O GRÁF. 26 apresenta o nível de satisfação da escola, percebido pelo professor com a utilização da Informática em suas aulas. Observa-se que mais da metade, ou seja 56,25% dos professores entrevistados acredita que a escola (diretoria e coordenação) está satisfeita (médio/alto) com os resultados alcançados com o uso da Informática em suas aulas. O resultado que gera preocupação no GRÁF. 26 são os quase 20% de indiferença por parte da escola. Durante as entrevistas, os professores afirmaram que a escola não se envolve muito com a questão da disponibilidade dos recursos de Informática na escola. O que faz é delegar esta atividade ao setor de logística, Informática e até mesmo a um professor com maior aptidão em tecnologia, chegando a gerar, como já citado anteriormente, a “monopolização” dos recursos para determinados professores. Somente quando a pressão é muito grande por parte de todos os professores ou há algum evento político é que alguns recursos são adquiridos e rearranjados. Ainda segundo os professores entrevistados, também não há nenhum item de controle para mensurar os resultados do antes e depois da implementação de novos recursos tecnológicos. Apenas reuniões rápidas para discutir os conflitos causados por choques de horários na utilização dos poucos recursos que têm disponíveis, principalmente datashow. Ainda no GRÁF. 26, tem-se o resultado de 23,86% de baixa satisfação por parte da escola, que se acredita ser causado pela própria indiferença da escola e, principalmente, porque as escolas estão simplesmente enchendo os laboratórios de Informática com computadores (hardware) e a maioria delas, simplesmente, não sabe que estes computadores não funcionam sem sistemas 101 (software) e capacitação (treinamentos) para os professores e também para os alunos que irão utilizá-los. Em muitas escolas visitadas65, durante as entrevistas a pedido dos professores, observouse que a maioria dos computadores estão sendo utilizados apenas como as antigas máquinas de escrever, por falta de softwares específicos e falta de treinamento do professor que está tendo que aprender, por sua conta e risco, como utilizar e integrar o computador ao conteúdo de sua disciplina. Outro fator também detectado como causador desta baixa satisfação por parte da escola é a baixa qualidade dos computadores instalados e disponíveis para os professores. Muitos deles estão ultrapassados e não conseguem processar nem mesmo as versões mais recentes dos softwares de editoração de textos e quando têm acesso à Internet, a conexão é precária. Ou seja, o professor ainda tem que se aventurar com recursos já sucateados. “Os computadores normalmente são colocados nas escolas sem o mínimo de preocupação com a preparação do profissional. As máquinas normalmente são ultrapassadas e a escola não dispõe de recursos humanos” (informação verbal)66. Durante as entrevistas, percebeu-se que não adianta plantar sementes de baixa qualidade em terra boa. E foi exatamente isso que ocorreu, atingindo o baixo nível de satisfação da escola, os 23,86% detectados no GRÁF. 26. Na verdade o nível de satisfação da escola não é baixo, é apenas a colheita justa das precárias sementes plantadas (recursos inadequados ou inexistentes) nas terras férteis da Educação (os professores). GRÁFICO 26 – Nível de satisfação da escola com a utilização da Informática 65 Todas estas escolas visitadas são da rede pública, algumas com computadores já com vida útil vencida, doados pela comunidade e empresas. 66 Declaração de um dos professores entrevistados na pesquisa de campo. 102 O GRÁF. 27 apresenta o nível de satisfação dos alunos com a Informática, percebido pelo professor com a utilização da Informática em suas aulas. Observa-se que quase três quartos dos dos professores entrevistados, ou seja 72,19% acredita que os alunos estão satisfeitos (médio/alto) com os resultados alcançados através do uso da Informática em suas aulas. Muitos dos professores entrevistados relataram sobre a atração dos alunos pela tecnologia, a forma intensa de utilização no dia-a-dia por parte deles, como o uso de seus celulares multimídias, seus tocadores de músicas digitais como MP3, MP4, IPOD, etc. A facilidade e o brilho nos olhos quando são apresentados às novas tecnologias e até mesmo nas críticas quanto à qualidade e capacidade dos laboratórios de Informática que eles têm disponíveis na escola67. Durante as entrevistas com os professores, muitos reclamaram sobre a falta de interesse dos alunos nas salas de aulas. Segundo eles, a maioria destes alunos cumprem o básico dos deveres e apenas fazem o que é solicitado sem muita participação, ou seja, ouvem, registram e muitos apenas decoram para as avaliações. Nota-se com isto que é necessário algo novo que mude e faça com que os alunos participem e façam mais que registrar e decorar: raciocinem, desenvolvam e discutam suas próprias hipóteses sobre os temas tratados na escola. O problema é que a forma tradicional de se fazer isto na Escola não se encaixa no modelo do mundo fora dali, onde a efemeridade é uma constante e a quantidade de variáveis envolvidas nas novas hipóteses dos assuntos modernos é imensa, impossível de serem processadas por uma só pessoa como o professor, que no modelo atual tem que dominar o conteúdo e repassá-lo ao aluno. Nesse ponto é que entram os computadores e todas as outras tecnologias que conseguem memorizar e processar milhões de cenários simultaneamente, além de permitir que inúmeras pessoas se envolvam e troquem experiências on-line, independente de onde estejam. E melhor que isto, conforme LÉVY (1993), a tecnologia tem o poder de simulações virtuais, sem desperdícios de materiais e sem limites para recursos, onde certo e errado não existem ou são relativos. Se o aluno não precisar saber que algo até então é impossível, provavelmente ele irá tentar outros caminhos que o torne possível. Com a utilização da tecnologia na educação e o alto nível de satisfação e interesse dos alunos detectados pelos professores nos GRÁF. 27 e 41, pode-se comprovar o poder da tecnologia para, de fato, quebrar o paradigma de que na Escola o professor tem que ensinar e o aluno aprender, além de praticamente reduzir o problema da falta de interesse dos alunos, citados 67 Veja o ANEXO B. 103 pelos professores entrevistados. Percebe-se que esta tecnologia que agrada aos alunos já agrada também a muitos professores e que a Escola terá que deixar de ser um lugar físico e passar a ser uma instituição de produção e disseminação do conhecimento. Uma instituição dinâmica que acompanhe o mundo real fora da atual Escola, onde o professor não precisará ser mais o dominador do conteúdo, pois alunos e professores estarão juntos construindo e divulgando sob demanda o conhecimento, seja de forma presencial nas salas de aulas físicas ou conectados remotamente em qualquer outro lugar do mundo. O professor passa a ser o coordenador do conteúdo e não mais o ponto central de propagação do conhecimento e não haverá mundos diferentes dentro e fora da escola. GRÁFICO 27 – Nível de satisfação dos alunos com a utilização da Informática Observa-se também no GRÁF. 27, que aproximadamente um quarto dos professores, ou seja 27,81% deles, acredita que os alunos têm baixo nível de satisfação com a Informática na Educação ou são indiferentes. Atribui-se este resultado, à baixa capacidade, qualidade e disponibilidade dos computadores ofertados nas escolas, principalmente na rede pública. E como citado anteriormente, os computadores disponíveis são até mesmo incapazes de processar os programas básicos, ou seja, a tecnologia apresentada ao aluno já é ultrapassada e não consegue realizar as operações que seus colegas de outras escolas, ou em casa conseguem fazer, não despertando no aluno o interesse que teria potencial em fazê-lo. Uma das questões da entrevista realizada com o professor, é a quem atribuir a iniciativa de adotar o computador em suas aulas. E conforme o GRÁF. 28, observa-se que 66,45% 104 deles afirmou que eles mesmos tomaram a inciativa e que apenas pouco mais de um quarto, ou seja, apenas 28,03% deles, respondeu que foi a escola que tomou a iniciativa. Este índice é excelente, indicando que os professores estão, de fato, participando da inclusão digital nas escolas. Entretanto, ao analisar a TAB. 4, que mostra os recursos da Informática que estes professores estão utilizando na sala de aula, observa-se que excetuando pouquíssimos itens da lista apresentada, houve na verdade apenas a mecanização da forma de transferir o conhecimento. O professor ainda continua como o centro propagador do conhecimento e a escola ainda é um lugar e a produção do conhecimento através da cooperação, da co-autoria e da coordenação (precisa ser a nova função do professor) ainda está longe de ser algo real nas aulas dos professores entrevistados. GRÁFICO 28 – De quem foi a iniciativa de adotar o computador na sala aula? Outro resultado importante apresentado no GRÁF.28, mesmo que de forma tímida, são os 2,58% dos professores que afirmaram ser dos alunos a iniciativa em adotar o computador na sala de aula. É importante pelo fato de o professor ter acatado tal iniciativa e permitido que o aluno participasse efetivamente da formatação das aulas. E também por haver interesse dos alunos em melhorar e alterar a forma tradicional das aulas, incorporando ferramentas da tecnologia que podem ajudar a atrair maior interesse e despertar o desejo de conhecer mais sobre os assuntos apresentados na escola. Na TAB. 4, pode-se observar que o recurso mais usado pelos professores é o datashow com 23,79% e isto é facilmente compreendido, pois além de fácil utilização como mostrado no GRÁF. 29, no qual 61,25% dos professores não teve dificuldade em implementar o computador em suas aulas, vários professores afirmaram que utilizando esta tecnologia as aulas são mais ricas em detalhes visuais, não são mais estáticas e podem incorporar recursos que antes eram 105 difíceis de produzir. E principalmente porque as aulas preparadas para esta tecnologia são fáceis de ser alteradas e estar sempre atualizadas com todas as novidades do assunto apresentado ao aluno. Além da aula ter maior rendimento quanto ao tempo e explanação dos assuntos. O grande problema apresentado pelos professores foi a concorrência em ter este recurso disponível para todas as suas aulas. TABELA 4 Recursos da Informática utilizados pelos professores em suas aulas Item Recurso utilizado Professores que utilizam % 01 Datashow- Apresentações 59 23,79 02 Pesquisas na Internet 33 13,31 03 Jogos acadêmicos 27 10,89 04 Editor de textos e corretor ortográfico 26 10,48 05 Planilhas eletrônicas – Cálculos e gráficos 24 9,68 06 Softwares específicos para suas disciplinas 22 8,87 07 Exibição de filmes digitais no computador 17 6,85 08 DVD Player - conteúdo multimídia da disciplina 10 4,03 09 Editor gráfico para produção de desenhos 09 3,63 10 Exibição de figuras animadas 07 2,82 11 Exibição de fotografias 06 2,42 12 Simulação 04 1,61 13 Softwares de mapas 03 1,21 14 Softwares de demonstração em 3D 01 0,40 248 100,00 68 /////// Total de professores usuários dos recursos: Ao observar a TAB. 04, destaca-se o item 06 (Softwares específicos para suas disciplinas), utilizado por apenas 8,87% dos professores. Esse único item, pode englobar todos os outros recursos utilizados pelos professores. Ou seja, estes softwares podem oferecer os recursos de apresentações das disciplinas, pesquisas integradas e com referências cruzadas com a Internet, jogos de assimilação, editores de notas a qualquer momento por parte do aluno e professor, como na lousa digital apresentada na FIG. 16, laboratórios de simulações, multimídia e apresentação 3D. Tudo isto de forma integrada e através dos links que conectam assuntos e toda a comunidade sobre o conhecimento como um todo, permitindo navegar a qualquer momento de uma disciplina a outra de forma transdisciplinar. 68 Vários professores usam mais de um recurso apresentado 106 Algumas escolas já adotaram a tecnologia. É o caso do colégio Dante Alighieri, de São Paulo. A escola utiliza a lousa digital desde 2002 e garante que, com ela, as aulas são mais dinâmicas. “A lousa promove a interação dos alunos com o professor e é uma excelente ferramenta utilizada em sala de aula”, conta a professora Valdenice Cerqueira, coordenadora do departamento de Tecnologia Educacional da escola (ABREU, 2005, p. 1). FIGURA 16 – Lousa Digital Foto: Colégio Dante Alighieri – São Paulo-SP Fonte: Revista Ciência Hoje (ABREU, 2005, p. 1) GRÁFICO 29 – Professores com dificuldades durante a implementação do computador em suas aulas 107 TABELA 5 Sugestões dos professores entrevistados Item Sugestão 01 % Treinamentos, cursos de capacitação e reciclagem para os professores e pessoal de apoio 76 22,03 02 Ampliar o número de computadores e da disponibilidade deles 70 20,29 03 Softwares específicos para cada disciplina 29 8,41 04 Um laboratório de Informática disponível e funcionando na escola 18 5,22 05 Equipamentos mais atualizados 18 5,22 06 Softwares atualizados 15 4,35 07 Treinamento extra-curricular para nivelar o conhecimento dos alunos 15 4,34 08 Programação por parte da escola para atender a todos professores 13 3,77 09 Ter um local apropriado 12 3,48 10 Computadores com acesso à Internet 12 3,48 11 Maior interesse dos professores em utilizar a Informática 10 2,90 12 Maior assistência do pessoal de apoio 10 2,90 13 Divulgação dos recursos e benefícios dos mesmos 10 2,90 14 Computadores para todos os alunos na sala de aula 07 2,03 15 Adquirir ou ampliar equipamentos de datashow 06 1,74 16 Maior interesse das instituições de ensino 06 1,74 17 Todas as escolas deveriam ter a disciplina Informática no currículo 05 1,45 18 Disponibilizar o computador também na sala de aula, não somente em laboratórios 04 1,16 19 Curso de Informática dentro da carga horária escolar 03 0,87 20 Abrir espaço para uso dos computadores em tempo integral 02 0,58 21 Financiamentos facilitados para o professor e estudante adquirir computadores 02 0,58 22 Turmas menores - máximo 25 alunos 01 0,28 23 Após treinamentos criar grupos e fóruns para troca de experiências pela Internet 01 0,28 345 100,00 69 \\\\\\\\ Total de sugestões recebidas 69 N° de Professores Vários professores fizeram mais de uma sugestão 108 Ainda no GRÁF. 29, observa-se que mais de 35% dos professores entrevistados teve dificuldade em introduzir o computador em suas aulas. Acredita-se que pela falta de treinamentos, cursos de capacitação e reciclagem para os professores e pessoal de apoio. A TAB. 5, mostra a lista de sugestões apresentadas pelos professores durante as entrevistas e percebe-se que este item é o primeiro com 76 sugestões. Ampliar o número de computadores e da disponibilidade deles, é a segunda sugestão mais indicada pelos professores, sendo também outro importante motivo para este índice. Observou-se, durante a pesquisa que os professores que já utilizam a Informática em suas aulas há mais tempo, encabeçaram a lista dos que sugeriram softwares específicos para cada disciplina que leciona. E somando apenas as três primeiras sugestões dos professores, conforme a TAB. 5: necessidades de treinamentos, equipamentos e softwares específicos, obtém-se mais de 50% de toda a lista de sugestões. Analisando esta informação e as demais sugestões da TAB. 5, acredita-se, que se essas três primeiras sugestões dos professores forem atendidas, se a escola insistir em tratar a Informática apenas como mais uma disciplina, ignorando seu poder transdisciplinar e continuar deixando que seus professores e alunos introduzam a Informática na Educação de acordo com suas condições (GRÁF. 28) e não possuir um melhor e mais amplo planejamento (GRÁF. 23), há um grande risco de todas as outras sugestões explodirem como necessidades imediatas por parte dos professores e alunos de uma única vez. E a Escola, principalmente da rede pública, corre o risco de perder as “rédeas” do processo e dos currículos que seus professores ministram, pois, o mundo fora da escola irá utilizar o canal da tecnologia (Internet e as novas mídias) para penetrar e invadí-la com suas requisições ON DEMAND do capitalismo. Continuando a análise dos resultados, O GRÁF. 30 demonstra que a maioria dos professores que já utiliza o computador há mais tempo, já tinha conhecimento de Informática, ou seja, 67,07% dos professores, quando os adotaram em suas aulas. E este conhecimento foi adquirido fora da escola e por conta do próprio professor. O restante, ou seja, 32,93%, participou de treinamentos fornecidos pela escola, até mesmo porque em vários casos, 29,03% conforme GRÁF. 28, foi a escola que teve a iniciativa de adotar o computador em suas aulas. É importante destacar que como o recurso mais utilizado é o datashow, conforme a TAB. 4, o conhecimento declarado pelos professores é básico, o suficiente para apresentações e editores de textos. Em alguns casos, até mesmo em simples planilhas eletrônicas e formatação de tabelas, muitos professores têm dificuldades, não permitindo que eles utilizem softwares mais 109 sofisticados, principalmente softwares específicos de suas disciplinas, om as quias realmente teriam maiores ganhos. GRÁFICO 30 – O professor já tinha conhecimento e sabia utilizar a Informática em suas aulas? Também foi questionado aos professores se eles conseguiam manter-se atualizados com os programas e computadores disponíveis. O GRÁF. 31 mostra que somente 33,14% deles consegue, mesmo assim com restrições e se esforçando em ler revistas técnicas e participando de eventos nos quais as tecnologias são divulgadas. Desse percentual, a maioria são professores que atuam em outras profissões e empresas privadas e são da área das Ciências Sociais e Aplicadas, conforme GRÁF. 10, que utilizam mais intensamente a Informática no dia-a-dia. 110 GRÁFICO 31 – O professor consegue se manter atualizado quanto aos softwares e hardwares disponíveis? Na TAB. 5, onde são apresentadas as sugestões dos professores para uma melhor utilização dos computadores e outros recursos da informática na Educação, observa-se que “softwares específicos” para cada disciplina é a terceira opção mais sugerida pelos professores. E como já apresentado anteriormente, a utilização dos softwares específicos para cada disciplina é que realmente irá levar o computador para a sala de aula e para isto é necessário que a escola dê prioridade a treinamentos em grande escala para os professores (Sugestão mais enfatizada na TAB. 5). CARBONI também observa a necessidade de treinamento para diferentes disciplinas para os professores: Os professores precisam de treinamento para as diferentes disciplinas lecionadas, o que o dificulta, sendo necessários criatividade e tempo do professor para preparar sua aula, fazendo-os optar pelo autotreinamento, pois o oferecido pelas instituições e governo é insuficiente, exigindo maior esforço dos professores (CARBONI, 2006, p. 6). O GRÁF. 32 mostra que apenas pouco mais de um quarto dos professores utiliza softwares exclusivos para suas aulas. Isto ocorre pela falta de recursos disponíveis para o professor utilizar. E o GRÁF. 33 mostra isto com clareza, onde mais de 92% dos professores tem que utilizar um computador para mais de um aluno e em mais de 22%, os professores têm que utilizar um computador para mais de três alunos. Outro motivo é falta de familiarização com os softwares exclusivos de suas disciplinas: no GRÁF. 34, observa-se que mais de 57% dos professores entrevistados não utilizou nenhum recurso da Informática durante sua formação acadêmica. Apenas 111 31,69¨%, conforme o GRÁF. 35 fez cursos de Informática voltados para a Educação, menos de um quarto, ou seja, apenas 22,56% conforme o GRÁF. 36 tem pleno domínio dos softwares utilizados em sala de aula e somente 12,22% deles, conforme o GRÁF. 37 tem alto domínio do computador. GRÁFICO 32 – O professor utiliza softwares exclusivos para suas aulas? GRÁFICO 33 – Quantos alunos utilizam o mesmo computador nas aulas? 112 GRÁFICO 34 – Durante a formação acadêmica do professor foi utilizado algum recurso de Informática? GRÁFICO 35 – O professor já fez cursos de Informática voltados para a Educação? 113 GRÁFICO 36 – Qual o domínio do professor sobre os softwares utilizados em suas aulas? GRÁFICO 37 – Qual o domínio do professor sobre o computador? O GRÁF. 38, mostra outro problema que os professores encontram nas salas de aula com a utilização do computador: o desnivelamento de conhecimento de Informática pelos alunos. Há alunos com conhecimentos avançados, medianos e alguns que não conhecem nada e em muitos casos, nunca tiveram contato com um computador. Os professores entrevistados deram a sugestão de a escola oferecer um treinamento extra-curricular para nivelar o conhecimento destes alunos, conforme a TAB. 5. As escolas até já o fazem, só que não como treinamento extra-curricular e sim como uma disciplina chamada Informática, alienando os alunos dos currículos e gerando outra especialidade com todas as suas complexidades, não atendendo ao nivelamento desejado (PAPERT, 1994). 114 GRÁFICO 38 – Qual o domínio dos alunos sobre a Informática? Nas entrevistas com os professores, também foram solicitados que avaliassem a utilização prática da Informática em suas aulas. Pode-se observar, no GRÁF. 39, que mais da metade dos professores, ou seja 56,33% deles, acredita que houve aumento de rendimento dos seus alunos com a utilização dos computadores em suas aulas e que 64,2%, conforme o GRÁF. 40, percebeu mudanças significativas em seus alunos, devido ao uso dos computadores. O GRÁF. 41, mostra que mais de 80% dos professores entrevistados percebeu um grau médio/alto de interesse dos alunos nas aulas com o computador. GRÁFICO 39 – O professor percebeu aumento de rendimento dos seus alunos com a utilização dos computadores? 115 GRÁFICO 40 – O professor percebeu mudanças significativas em seus alunos devido ao uso dos computadores? GRÁFICO 41 – Qual o grau de interesse dos alunos nas aulas utilizando o computador? Os professores também analisaram se as aulas melhoram ou rendem mais com a utilização da Informática e no GRÁF. 42, observa-se que a maioria deles, ou seja, 85,9%, afirmou que sim. E os relatos durante as entrevistas eram sobre: a facilidade e agilidade para a manutenção dos conteúdos que, com apenas alguns cliques, inserem e reposicionam conteúdos nas aulas já elaboradas e ainda com a opção de simular resultados antes de optar por uma ou outra forma da aula. Também comentaram sobre as possibilidades de apresentar conteúdos dinâmicos que antes não conseguiam ou exigiam muito tempo e materiais escassos na escola. 116 GRÁFICO 42 – As aulas melhoram ou rendem mais com a utilização da Informática? Os professores foram questionados se preferem ou não lecionar utilizando o computador em suas aulas. Quase 70% deles, conforme o GRÁF. 43, afirmou que sim e justificou, dizendo que estas ficam mais ricas, interessantes e ágeis. O computador facilita a fixação dos conteúdos, estimula a criatividade e o raciocínio, aumenta o rendimento dos alunos e desenvolve o seu senso crítico. Os resultados também sugerem que a maioria dos 30,86% que respondeu que não prefere utilizar esta ferramenta, não é capacitada ou não tem disponibilidade dos computadores para todas suas aulas e não quer correr o risco de contar com os recursos da Informática e não os ter quando necessitar. Outro problema constatado, é o número de alunos por computador, que chega em muitos casos a mais de três por máquina, conforme demonstrado no GRÁF. 33. Isso pode ser também facilmente confirmado ao se analisar a TAB. 5, na qual a segunda sugestão em ordem das mais requisitadas pelos professores, foi para “ampliar o número de computadores e da disponibilidade deles na escola”. Já no GRÁF. 44 observa-se que 78,38% dos professores afirmou que as aulas dadas com o computador são positivas e mais interessantes. Considerando-se as devidas proporções de cada gráfico, os resultados comparativos entre os GRAF. 42 e 44 são agora mais coerentes, reafirmando que a Informática pode reduzir o problema da falta de interesse e participação dos alunos nas salas de aula. Os professores entrevistados ainda acreditam que as aulas com o computador podem melhorar mais, se: novos programas específicos forem criados; as escolas qualificarem mais seus professores; se houver um aluno por máquina e se o currículo escolar for 117 elaborado em conjunto com os alunos. Proporcionar cenários de desafios para os alunos, intercâmbio de idéias com outras turmas, identificar quais as expectativas junto com os alunos são pontos que, conforme os professores entrevistados, tornam as aulas mais interessantes. GRÁFICO 43 – O professor prefere lecionar utilizando o computador? GRÁFICO 44 – Como o professor analisa uma mesma aula dada com e sem o computador? Os professores entrevistados, também fizerem uma comparação entre uma mesma aula dada com e sem o uso do computador. 78,38% deles, conforme o GRÁF. 44, acredita que com o computador a aula pode ser muito produtiva e mais interessante. Destacam-se os seguintes comentários: “Com o uso do computador: o aluno não fica apenas recebendo o conteúdo, ele interage e aproveita melhor a aula, as aulas são mais produtivas e criativas, há mais recursos para ministrar os temas, provocam o desenvolvimento de novas estratégias, o pensamento torna-se mais 118 organizado, os alunos desenvolvem com mais facilidade a intuição e o senso crítico e os assuntos complexos são apresentados de forma mais suave e simples, graças aos novos recursos visuais e dinâmicos. Sem o uso do computador: alunos que só recebem conteúdos (mestre ensina, aluno tem que aprender), são desinteressados, dispersos, as aulas são repetitivas e cansativas e os professores são mais solicitados pelos alunos durante as aulas com mais interrupções, para compreender o raciocínio”. Também foi perguntando aos professores se eles utilizam os computadores para avaliar seus alunos e 21,79% dos professores que utiliza a Informática em suas aulas já o faz, conforme demonstrado no GRÁF. 45. GRÁFICO 45 – O professor utiliza os computadores para avaliar seus alunos? E encerrando a entrevista com os professores, eles foram questionados se existe alguma reação contrária à utilização dos computadores em suas aulas, por parte dos familiares de seus alunos e todos disseram que não há nenhum registro e nada quanto a isto. Inclusive relataram que acontece exatamente o contrário: muitos alunos já têm acesso aos computadores em casa e para muitas famílias de menor poder aquisitivo, a Escola é o único local onde seus filhos têm acesso à Informática. Durante a realização das entrevistas, observou-se também que o professor que utiliza os recursos da Informática na escola, ou já adquiriu um computador para seu uso pessoal ou deseja fazê-lo o mais rápido possível, dando sempre preferência em comprar um notebook, por questões de mobilidade para ser utilizado em casa e na escola. 119 5 - CONCLUSÕES O assunto aqui pesquisado é muito novo, tendo sido objeto de estudos há poucos anos. Portanto, carece de constantes reflexões pela sua complexidade e capacidade de transformações, particularmente na Educação, na qual estamos passando por uma fase de transição entre aqueles que se profissionalizaram usando o computador e suas vantagens e aqueles que não tiveram esta formação ou não se interessam em adquiri-la. A Informática é uma ciência muito nova e está disponível e integrada a qualquer outra ciência; daí a sua importância como recurso da transdisciplinaridade. Após todos os contatos com os professores e finalizadas as análises das entrevistas, concluiu-se claramente que a Informática é um excelente e necessário instrumento de transformação da Educação, entretanto, o agente desta transformação com toda certeza será sempre o professor. Analisando os itens da TAB. 5 que contém as sugestões, para se atender as necessidades dos professores, principalmente o item 01 (Treinamentos, cursos de capacitação e reciclagem para os professores e pessoal de apoio) e o item 02 (Ampliar o número de computadores e da disponibilidade deles) que representam mais de 53% de todo o conjunto de sugestões, o GRÁF. 15 no qual apenas 4% das escolas disponibiliza computadores em sala de aula, os 11,5% das escolas que não têm computadores ou estes não estão disponíveis, os 10% onde os computadores estão instalados em outros locais como secretarias, bibliotecas e outros, confirma-se a primeira hipótese da pesquisa, de que há falta de recursos (hardware, software e treinamento) nas escolas, estes são insuficientes para a inclusão da Informática como instrumento de transformação da educação e sua adequação ao mundo fora da escola. Quanto à segunda hipótese da pesquisa, de que há grande resistência por parte da Escola e dos docentes na utilização da Informática, principalmente na sala de aula, por falta de conhecimento e receio dos impactos das transformações que a tecnologia pode produzir na relação professor/aluno, chegou-se a dois resultados: um por parte da Escola e outro por parte dos docentes. Por parte da Escola, confirmou-se essa hipótese. Conclui-se que a escola não consegue dialogar com seu tempo, ela permanece apenas como espectadora diante da Informática, observando a alternância das novas fronteiras. Ela está perdendo a possibilidade de um diálogo abrangente e atualizado com o mundo contemporâneo, que é midiático e a somatória da 120 comunicação com a tecnologia, tendo em vista a educação, é como uma música tocada em parceria.. E essa “música” está em descompasso, pois, enquanto a Escola ainda está presa a lugares físicos, a “geração WEB” sabe tudo sobre o mundo virtual: adora conversar pelo MSN, ama entrar nos blogs dos amigos, não vive mais sem Webcam e participa de um tanto de comunidades no ORKUT. A Escola permanece comprometida com a filosofia educacional do final do século XIX e início do século XX e ao invés de mudar a ênfase de currículo formal impessoal para exploração viva e empolgada por parte dos estudantes, o computador foi agora usado para reforçar os meios da escola. Os computadores não são incorporados aos projetos pedagógicos e uma verdadeira integração da Informática (como do audiovisual) supõe portanto o abandono de um hábito antropológico mais que milenar, o que não pode ser feito em alguns anos. Observa-se também no GRÁF. 28, que apenas pouco mais de um quarto dos professores respondeu que foi da escola a iniciativa em adotar o computador nas aulas e que, conforme o GRÁF. 26, quase 20% dos professores acredita que para a Escola é indiferente o uso ou não dos computadores em suas aulas. Portanto, por parte da Escola, as fronteiras continuam a se multiplicar e continua também adiada, a transdisciplinaridade que a Escola tanto necessita e que permitiria que Escola e o mundo fora dela fossem um só. Por parte dos docentes, houve uma grande surpresa após a conclusão da pesquisa de campo, pois, durante a análise da literatura e antes do início da pesquisa de campo, todas as conclusões estavam voltadas para a confirmação de que havia grande resistência por parte dos docentes, na utilização da Informática, tal hipótese não se confirmou com os dados apurados nos gráficos apresentados no capítulo 4, além dos resultados obtidos durante as pesquisas com os professores entrevistados. Durante as entrevistas individuais com cada professor, observou-se que a maioria destes, deseja fortemente utilizar a tecnologia em todas as suas aulas, sabe dos seus benefícios e que muitos deles utilizam de seus próprios recursos financeiros e materiais para produzir e levar conteúdos em mídias alternativas, com ênfase nas mídias da tecnologia que fazem brilhar os olhos dos alunos e que estes ficam desejosos para as próximas aulas. 121 Outra surpresa da pesquisa, foi perceber que muitos professores com mais tempo de docência, com mais idade e que não tiveram contato com os recursos de Informática em seus cursos de graduação são os que usam a tecnologia e cobram maior utilização também por parte dos seus colegas professores. Alguns professores afirmaram que não conseguiriam voltar a dar aulas em quadro-negro e utilizar o velho giz, pois se perde muito tempo transcrevendo conteúdos que o aluno pode receber eletronicamente e mais do que isto, incorporar movimentos e a riqueza de ilustrações que são impossíveis de produzir com o giz e que são grandes recursos para memorização e assimilação de conteúdos. Portanto, conclui-se que a hipótese de que há grande resistência por parte dos docentes na utilização da Informática, principalmente na sala de aula, por falta de conhecimento e receio dos impactos das transformações que a tecnologia pode produzir na relação professor/aluno, não se confirmou. Concluiu-se que há falta de recursos para utilização dos professores em outros locais que não sejam laboratórios ou salas de aulas, a fim de que se familiarizem com eles e possam praticar, preparar e manter seu conhecimento e ter suas aulas atualizadas. Também detectou-se a necessidade de mais pessoal de apoio, de maneira a auxiliar o professor, pois a falta da prática e treinamento, somada ao fato de que os professores não possuem computadores próprios, deixa os professores inseguros nas aulas, utilizando a Informática, fazendoos evitá-los e resistir à sua adoção. Com isto o professor fica sem domínio dos recursos disponíveis, começando a ter problemas com os alunos, que podem ter um conhecimento maior que o seu em relação à Informática, levando-o a não adotar o computador em suas aulas. Detectou-se também, dificuldades por parte dos docentes em relação a treinamentos. Houve professores que sugeriram que os cursos e treinamentos sejam realizados dentro da carga horária escolar, conforme TAB. 5. Apesar de saberem da importância e necessidade, muitos professores são resistentes em dispor de tempo e dinheiro para os treinamentos. Quando o treinamento é feito, reclamam que é efetuado por técnicos, o que dificulta a compreensão, assim como pelo fato de existirem professores de disciplinas diferentes, exigindo mais tempo e criatividade do professor no preparo de suas aulas. Pode-se observar também no GRÁF. 35, que quase 70% dos professores entrevistados nunca participaram de cursos de Informática voltados para a Educação. Para eliminar essas dificuldades, uma mudança significativa de atitude pelo corpo docente é primordial e 122 necessária diante dos novos desafios da utilização das tecnologias da informação e comunicação na educação. Concluiu-se também que há uma série de outros problemas quanto à inserção da Informática na Educação, em que o professor não consegue fazer muito e não se pode rotulá-lo de resistente quanto à utilização da tecnologia por isto. Como a indisponibilidade de recursos apresentadas no GRÁF. 18, a falta de liberdade para utilizar os computadores em suas aulas apresentadas nos GRÁF. 21 e 22, a falta de um um planejamento por parte da Escola para manter os computadores sempre atualizados, conforme o GRÁF. 23 e a baixa qualidade dos computadores instalados e disponíveis para os professores, dos quais muitos estão ultrapassados e não possuem acessos a Internet ou a conexão é precária. No GRÁF. 31, pode-se observar que apenas pouco mais de 30% dos professores consegue se manter atualizado quanto a softwares e hardwares disponíveis. No GRÁF. 33, aparece o problema de o professor ter que administrar mais de um aluno por computador e em muitos casos, há mais de três alunos por computador. Ainda negando a segunda hipótese quanto à existência de resistência do professor na utilização da Informática na Educação, observa-se no GRÁF. 28, que houve participação intensa, ou seja, 66,45% dos professores entrevistados, na iniciativa de adotar o computador em suas aulas. Nos GRÁF. 29 e 30, observa-se que a maioria dos professores já sabia utilizar os computadores, não teve dificuldades em implementá-los em suas aulas e ainda afirmou conforme os GRÁF. 39, 40 e 41, sobre as melhorias percebidas e as mudanças significativas em seus alunos devido a utilização da Informática em suas aulas. Também nos GRÁF. 42, 43 e 44, o professor atesta as melhorias e rendimentos de suas aulas com a inserção da Informática, sua preferência em ministrar suas aulas utilizando o computador e faz uma comparação positiva e interessante em ter o computador para ministrar seu conteúdo. Inclusive no GRÁF. 25, observa-se que quase 90% dos professores entrevistados considera ideal utilizar o computador em suas aulas acima de 25% da carga horária mensal. E destes 90% de professores, 24,73% acredita que o ideal seja utilizar o computador em suas aulas entre 50 a 75% e ainda aproximadamente 12% deles acredita que a freqüência ideal seria acima de 75% da carga horária mensal. Analisando a literatura utilizada como referência neste trabalho e os resultados da pesquisa, observa-se que as vantagens em utilizar a Informática na Educação são inúmeras. Dentre elas, as que os professores mais destacaram foram: facilidade em preparar as aulas, mantê-las atualizadas, usar os recursos de animação, som e controles de multimídia que prendem a atenção e despertam interesse dos alunos. Na literatura o que mais chamou a atenção durante as pesquisas 123 foram os estudos de ALBINO e RAMOS, que apresentam o CSCL (Computer Supported Colaborative Learning - aprendizagem colaborativa apoiada por computador), que são tecnologias imbuídas do espírito coletivo, onde o conhecimento é desenvolvido por um grupo interligado, que induz os envolvidos ao senso de responsabilidade, co-autoria pela solução encontrada e o comprometimento com o fruto do trabalho de todos, onde ninguém é o proprietário da idéia, mas sim, um colaborador. Utilizando os recursos da WEB, os hiperlinks entre os assuntos têm o poder de implementar por conseqüência a transdisciplinaridade entre todas as áreas. Como desvantagem da utilização da Informática na Educação, a pesquisa apresentou a exclusão digital. Um dos professores entrevistados que preferiu não ser identificado, retratou bem estas preocupações com a escola da rede pública em relação à escola da rede privada: “O mundo da escola particular é menos distante do universo fora da escola do que a escola pública”. Alunos das escolas públicas e privadas concorrem às oportunidades da vida fora da escola igualitariamente, mais com formação escolar bem diferentes. Os dados apresentados nos GRÁF. 13 ao 20, comprovam que os alunos da escola privada estão mais preparados para a tecnologia que impera no mundo fora da escola. Há também problemas nas escolas que têm um projeto pedagógico inconsistente, autoritário e repetitivo, pois podem implementar a Informática sem rever suas posições quanto à inércia e lentidão em acompanhar as novas fronteiras da tecnologia. Pois, tais itens quase sempre não são percebidos ou são apenas “maquiados” com a utilização de “parafernálias eletrônicas”, ao contrário da implementação da Informática como instrumento de evolução pedagógica. Isto poderá assustar os alunos com a novidade desordenada, ao contrário de atraí-los e motivá-los gerando resistências e dificuldades por parte do aluno. Para finalizar, concluiu-se que a interatividade é uma das principais fronteiras que a Informática trouxe para a Educação, bem exemplificada pela simulação que é, sem dúvida, um dos novos gêneros de saber que a ecologia cognitiva informatizada transporta. Quando os paradigmas mudam, o próprio mundo toma novas direções. O professor precisa deixar de ser mero expectador e crítico desses avanços, pois, ele tem o poder de ser o agente pró-ativo dessa interatividade e simulação, tornando a transdisciplinaridade palpável e realizável em todas as áreas do conhecimento. 124 Não se pode afirmar que a Informática aplicada à Educação é o único meio eficaz de ensino e aprendizagem, mas, pelo o que se observou nesta pesquisa e também em outras, como a de SILVA e SOUZA, ela colabora de forma significativa com o professor e o aluno. Quem a utiliza recomenda. 125 6 - BIBLIOGRAFIA ABREU, Cathia. Tecnologia e invenções: Quadro negro é coisa do passado. Revista Ciência Hoje. Instituto Ciências Hoje. Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/3404>. Acesso em: 09 ago. 2007. ALBERTI, Raquel Lorensini; SIQUEIRA, Holgonsi Soares Gonçalves. Revista do CCEI - Centro de Ciências da Economia e Informática - EDIURCAMP. Bagé. v. 8, n. 13, p. 108-116, 2004. ALBERTIN, Alberto Luiz. 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Windows 2.0 O Windows 2.0 foi lançado em 1987 e praticamente tem a mesma interface do Windows 1.0, com a diferença de ter mais recursos e ferramentas. Existem mais duas versões especiais do Windows 2.0: Windows 2.0/386 - Versão do Windows 2.0 lançada em 1988, otimizada para aproveitar todos os recursos dos microprocessadores 386; Windows 2.0/286 - Versão do Windows 2.0 lançada em 1989, em 7 disquetes de 3,5 polegadas de 720 KB cada um. Windows 3.x Versão voltada principalmente a redes locais (LANs) propiciando maior facilidade aos usuários de construírem suas próprias redes. Pode ter sido responsável pela saída do mercado de empresas como Novell e Lantastic, que dominavam como fornecedoras de NOSes (sistemas operacionais para redes) em plataformas cliente-servidor e ponto a ponto, respectivamente. Windows 95 Versão lançada em 24 de agosto de 1995, com mudança radical na forma 136 Versão Características de apresentação e interface com o usuário, graças ao uso das instruções de 32 bits. Todas as versões anteriores eram baseadas em 16 bits. Os nomes dos arquivos puderam a partir de então ter 255 caracteres (mais uma extensão de três caracteres), isto é, suporte a nomes extensos de arquivos e não apenas 8 (com a extensão de 3) como ocorria nas versões anteriores. Windows NT O Windows NT foi lançado pela Microsoft com o objetivo principal de fornecer mais segurança e comodidade para ambientes corporativos, isto é, usuários de empresas e lojas. A sigla NT significa New Technology (nova tecnologia) e a partir de 2001 este tipo de Windows começou a ter outros nomes, ser oferecido também para usuários domésticos e começou a mudar de visual, como um exemplo o Windows XP (Windows NT 5.1). Este Windows permaneceu sem popularidade até o fim da era 9x/ME, quando lançaram o Windows 2000 ou NT 5.0. Nesta edição também foi implementada a idéia de Serviços, na qual o sistema operacional trabalha a partir de serviços (como se fossem vários computadores isolados em um só), tendo assim menores chances de travar, pois era possível reinicializar apenas um serviço do que o computador por inteiro. Estas versões do Windows aceitam três tipos de sistemas de arquivos: FAT16 - Windows NT 3.xx e Windows NT 4.0; FAT32 - Windows 2000, Windows XP e Windows 2003; NTFS - Windows NT 4.0, Windows 2000, Windows XP, Windows 2003 Windows 98 Versão lançada pela Microsoft em julho de 1998, trazia como novidade a completa integração entre o sistema operacional e a Internet. A grande novidade é o suporte a múltiplos monitores e USB. Uma segunda edição, chamada de Windows 98 SE (de Second Edition) foi lançada em 1999 e servia para corrigir os bugs da versão anterior e trazia drivers e programas atualizados. Muitos usuários classificam esse sistema como um dos melhores já lançados pela Microsoft. Windows ME Com poucas diferenças para o Windows 98, ele parece ter sido um sistema que foi lançado para dar alguma resposta aos fãs que esperavam por uma nova versão, enquanto o Windows XP não fosse lançado. Trata-se basicamente de uma implementação da interface de usuário do Windows 2000 na arquitetura do Windows 98, resultando no Windows ME. Ele foi 137 Versão Características lançado oficialmente em Agosto de 2000. É considerado por algumas pessoas como uma versão ruim e defeituosa, porém era mais rápida do que o Windows 98; a partir desta versão, foi introduzida uma nova tecnologia, que permitia o Windows rodar mais rápido dentro de um computador. Na mesma época, foi lançada uma nova versão do Mac OS X e a Microsoft estava com receio de perder clientes. Reagindo a este fato, lançou o Windows ME para que os fãs aguardassem o lançamento do Windows XP. Windows 2000 O lançamento desse Windows, em Fevereiro de 2000, que também era chamado de Windows NT 5.0 marcou o começo da era NT (New Technology) ainda com falhas de segurança, como, por exemplo, o armazenamento de senhas em um arquivo próprio e visível, o que facilitava a ação de hackers e invasores. Ainda não apresentava muita semelhança com o XP no visual, que até então ainda era o mesmo do ME. Nesta versão foi iniciada a criação e utilização de um novo sistema de gerenciamento, baseado em LDAP, chamado pela Microsoft de Active Directory, o que trazia diversas funções, como suporte a administração de usuários e grupos (como no NT3.51+) além das novas opções como computadores, periféricos (impressoras, etc...) e OU´s (Organization Unit). Versões: Professional, Server, Advanced Server e Datacenter Server. Windows XP É a versão mais recente, lançada em Outubro de 2001 e é também conhecida como Windows NT 5.1. Roda em formatações FAT32 (File Allocation Table, em português: "tabela de alocação de arquivos") ou NTFS (New Technology File System, em português: "nova tecnologia de sistema de arquivos"). A sigla XP deriva da palavra eXPeriência. Uma das principais diferenças em relação às versões anteriores é quanto à interface. Trata-se da primeira mudança radical desde o lançamento do Windows 95. A partir deste Windows, surgiu uma nova interface, abandonando o antigo formato 3D acinzentado. Também é notável a incrível diferença de velocidade com qualquer versão anterior, o suporte a Hardware também foi melhorado em relação às versões 9x. Versões: Home, Professional, Tablet PC, Media Center Edition, Embedded, 138 Versão Características Starter Edition e Windows XP 64-bit Edition O nome de código desta versão, antes do lançamento, era Whistler. Windows Server 2003 Versão do Windows lançada em Abril de 2003, e é também conhecida como Windows NT 5.2. Novidades na área administrativa, Active Directory, e automatização de operações. Versões: Standard Edition, Enterprise Edition, Data Center Edition e Web Edition (32 e 64 bits). Windows Vista A Microsoft divulgou recentemente alguns detalhes do Windows Vista, também conhecida como Windows NT 6.0 e é o sistema operacional que substituirá o Windows XP e que terá seis versões, uma delas simplificada e destinada aos países em desenvolvimento. O Windows Vista começará a ser vendido no início de 2007. São três versões destinadas ao usuário doméstico: Vista Home Basic Vista Home Premium Ultimate Edition As duas versões voltadas para o público corporativo são: Vista Business Vista Enterprise O Vista Starter, destinado aos mercados emergentes. O nome de código desta versão, é Longhorn. Windows Vienna Prometido para 2008. Windows CE Versão minimalista que equipa dispositivos com sistemas embarcados como rádios automotivos, celulares, PDAs, robôs, TVs e etc. Compatibilidade: Os primeiros Windows, como o 1.0, 2.0 e 3.x, só são compatíveis em partições formatadas com o sistema de arquivos FAT (em português: Tabela de alocação de arquivos), ou como é chamado, FAT16. No salto do 3.1 para o 95B (Windows 95 OSR 2/OSR 2.1), os HD's poderiam ser 139 Versão Características formatados em FAT32. Inicialmente lançado com o Windows NT, a tecnologia NTFS é agora o padrão de fato para esta classe. Com a convergência de ambos sistemas, o Windows XP passou também a preferir este formato. Características técnicas: A principal linguagem de programação usada para se escrever o códigofonte das várias versões do Windows é a linguagem C++. Até à versão 3.11, o sistema rodava em 16 bits, daí em diante, em 32 bits. As últimas versões (como o XP, o 2003 e o futuro Windows Vista, nome de código Longhorn) estão preparadas para a tecnologia 64 bits. Esse sistema deverá incluir o sistema de arquivos WinFS. Fonte: WIKIPÉDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Windows>. Acesso em: 23 abr. 2006 140 ANEXO B ALGUMAS DECLARAÇÕES DOS PROFESSORES ENTREVISTADOS NA PESQUISA DE CAMPO 1)“Aula sem computador – dificuldade de atualização das aulas e falta de ilustrações”. 2)“A utilização da Informática na sala de aula hoje é um avanço sem retorno em função de possibilitar maior praticidade e atualização dos conteúdos, além de permitir uma visualização maior de alguns detalhes e peculiaridades do conteúdo, antes difíceis de serem visualizados dentro de sala de aula”. 3)"Não sei fazer uso dos computadores. Visito o laboratório com meus alunos nos horários estabelecidos pela escola e com a presença do técnico em informática. Meus alunos adoram jogos ortográficos, desafios matemáticos, textos de datas comemorativas etc. Sempre falei que não queria aprender, mas, hoje vendo o brilho nos olhos e a satisfação de meus alunos, pretendo aprender." 4)“O uso do computador nas escolas de forma regular pode colaborar para diminuir a exclusão digital, pois, há ainda um número grande de alunos que não possuem esse recurso em casa.” 5)“Gostaria muito de usar o computador em minhas aulas, mas existem vários fatores impedindo que isso aconteça: Computadores insuficientes, falta de material e profissionais treinados, ambiente adequado, etc. No entanto a inovação tecnológica da informática no ambiente escolar é uma realidade que não podemos deixar de colocar em prática por causa do comodismo gerado pelos impedimentos que relacionei. As soluções têm que ser buscadas, porque se não nunca seremos parte dos 'ditos' países de primeiro mundo.” 6)“O computador é um recurso rico, divertido que nos ajuda nas questões cognitivas, principalmente quando trabalhamos junto com os professores de sala de aula. O computador desperta a atenção e a percepção dos alunos, tornando a mesma aula mais divertida e interessante. Vejo como foi bom para os alunos. Vejo o progresso de cada um até em alunos com deficiência mais severa. Conseguimos despertar a atenção e concentração antes tão difíceis. (mesmo que por pouco tempo)”. 7)“O que mais me chamou atenção foram as crianças 'hiperativas' que em frente ao computador parece que estão hipnotizadas jogando 'sozinhos' por vários minutos sem dispersar”. 8)“Meu sonho é que meus alunos saissem da escola em pé de igualdade com os alunos de escolas particulares onde esses dominam tudo da informática e internet”. 141 9)“Não tive formação de informática, mas economizei, comprei o meu 'dentro das minhas possibilidades' e procurei recursos próprios”. 10) “Na era da informática ainda existem pessoas na educação sem a menor condição de aderirse ao mercado 'tão' amplo dos softwares sofisticados, internet que mudariam a cara da educação e principalmente a qualidade do ensino no país”. 11) “Adoro utilizar o computador com meus alunos, pois desperta interesse e curiosidade incentivando-os ao crescimento”. 12)“Deve-se trazer a tecnologia para dentro da escola ou usar a tecnologia para levar a escola para fora de seus muros”. 142 ANEXO C QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES NA PESQUISA DE CAMPO Caro(a) Professor(a); Solicito a gentileza de sua colaboração em participar desta pesquisa, respondendo as perguntas deste questionário, a fim de que consigamos construir uma visão da situação da utilização da Informática em nosso ambiente acadêmico. Suas respostas serão utilizadas exclusivamente para análise e são de suma importância no Programa de Mestrado em Educação, Cultura e Organizações Sociais da Universidade Estadual de Minas Gerais – UEMG; onde participo como mestrando desde março de 2005. Minha dissertação é sobre Informática na Educação, na qual, pesquiso sobre o uso da tecnologia em sala aula e no meio acadêmico. Sua ajuda é essencial para a conclusão deste trabalho. Desde já lhe agradeço muito. Atenciosamente; Professor Rogério da Cunha Maia PARTE I – DADOS PESSOAIS 01 - Nome: ______________________________________________________ 02 - Escola(s) em que leciona: _______________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 03 - Idade: 04 – Sexo: ( ) Até 30 anos ( ) Feminino ( ) De 30 a 40 anos ( ) Masculino ( ) De 40 a 50 anos ( ) De 50 a 60 anos ( ) Acima de 60 anos 143 05 – Em qual instituição se graduou? _____________________________________ _______________________________________________________________ 06 – Em qual curso é sua graduação? _________________________________ _______________________________________________________________ 07 – Ano de conclusão de sua graduação? __________________________ 08 – Concluiu ou está cursando algum curso de pós-graduação? ( ) Sim ( ) Não Se sim: Quais: _____________________________________________ ( ) Especialização ( ) Mestrado 09 – Há quanto tempo leciona? ( ) Doutorado 10 – Para quais períodos leciona? ( ) Até 5 anos ( ) Ensino Infantil ( ) De 5 a 10 anos ( ) Ensino Fundamental ( ) De 10 a 15 anos ( ) Ensino Médio ( ) De 15 a 20 anos ( ) Ensino Superior ( ) De 20 a 25 anos ( ) Pós-graduação ( ) De 25 a 30 anos ( ) Mestrado ( ) Acima de 30 anos ( ) Doutorado PARTE II – NA ESCOLA 11 – A escola em que o(a) senhor(a) leciona possui computadores disponíveis para serem utilizados em suas aulas, de acordo com suas necessidades? ( ) Sim ( ) Não 12 – Onde estes computadores ficam disponíveis? ( ) Na sala de aula ( ) Em laboratórios de Informática ( ) Outros locais 144 13 – O(A) senhor(a) tem acesso livre e disponibilidade dos computadores para determinar quais e quantas aulas serão dadas utilizando este recurso tecnológico, sem conflitar com horários de outros professores? ( ) Sim ( ) Não 14 – O(A) senhor(a) tem liberdade para utilizar os computadores em suas aulas sem ter que pedir aprovação à direção ou outro órgão da escola? ( ) Sim ( ) Não 15 – Os computadores oferecidos ao(à) senhor(a) são suficientes? ( ) Sim ( ) Não 16 – Existe um planejamento para manter os computadores sempre atualizados ? ( ) Sim ( ) Não 17 – Com que freqüência mensal, o(a) senhor(a) utiliza os computadores em suas aulas? ( ) Menos de 25% ( ) Entre 25 e 50% ( ) Entre 50 e 75% ( ) Acima de 75% 18 – Em sua opinião, qual seria a freqüência ideal de utilização dos computadores em suas aulas? ( ) Menos de 25% ( ) Entre 25 e 50% ( ) Entre 50 e 75% ( ) Acima de 75% 19 – Qual o nível de satisfação da escola, que o(a) senhor(a) percebe com a utilização da Informática em suas aulas? ( ) Baixo ( ) Médio ( ) Alto ( ) Indiferente 145 20 – Qual o nível de satisfação dos alunos, que o(a) senhor(a) percebe com a utilização da Informática em suas aulas? ( ) Baixo ( ) Médio ( ) Alto ( ) Indiferente 21 – De quem foi a iniciativa de adotar o computador em suas aulas? ( ) Sua ( ) Da Escola ( ) Dos Alunos ( ) Outros Professores 22 – O(A) senhor(a) teve dificuldades durante a implementação do computador em suas aulas? ( ) Sim ( ) Não 23 – O(A) senhor(a) já tinha conhecimento e sabia utilizar a Informática em suas aulas? ( ) Sim ( ) Não 24 – O(A) senhor(a) consegue se manter atualizado quanto aos softwares (programas) e hardwares (computadores) disponíveis no mercado e sua utilização? ( ) Sim ( ) Não 25 – O(A) senhor(a) utiliza softwares exclusivos para suas aulas? ( ) Sim ( ) Não 26 – O(A) senhor(a) percebeu mudanças significativas em seus alunos devido ao uso dos computadores em suas aulas? ( ) Sim ( ) Não 27 – O(A) senhor(a) já fez cursos de Informática voltados para a Educação? ( ) Sim ( ) Não 28 – Existe alguma reação contrária à utilização dos computadores em suas aulas, por parte dos familiares de seus alunos? ( ) Sim ( ) Não 146 29 – O(A) senhor(a) utiliza os computadores para avaliar seus alunos? ( ) Sim ( ) Não 30 – O(A) senhor(a) percebeu aumento de rendimento dos seus alunos com a utilização dos computadores em suas aulas? ( ) Sim ( ) Não 31 – Qual o grau de interesse de seus alunos nas aulas utilizando o computador? ( ) Baixo ( ) Razoável ( ) Médio ( ) Alto 32 – Qual o domínio do(a) senhor(a) sobre o computador ? ( ) Baixo ( ) Razoável ( ) Médio ( ) Alto 33 – Qual o domínio do senhor(a) sobre os programas (softwares) utilizados em suas aulas? ( ) Baixo ( ) Razoável ( ) Médio ( ) Alto 34 – De forma geral, qual o domínio dos seus alunos sobre a Informática? ( ) Baixo ( ) Razoável ( ) Médio ( ) Alto 35 – Quantos alunos utilizam o mesmo computador em suas aulas? ( ) Um ( ) Dois ( ) Três ( ) Mais de três PARTE III – QUESTÕES ABERTAS 36 – O(A) senhor(a) prefere lecionar utilizando o computador ou não? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 147 37 – O(A) senhor(a) acredita que as aulas melhoram ou rendem mais com a utilização da Informática? Podem melhorar mais? Como? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 38 – O que o(a) senhor(a) sugere para uma melhor utilização dos computadores e outros recursos da informática na Educação? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 39 – Quais recursos o(a) senhor(a) utiliza para tornar suas aulas mais atrativas quando o(a) senhor(a) usa os computadores? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 40 – Como o(a) senhor(a) analisa uma mesma aula dada com e sem o computador? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 41 – Durante sua formação acadêmica foi utilizado algum recurso de Informática? Faça um comentário sobre isto. ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 148 42 – Abaixo deixamos o espaço aberto para o(a) senhor(a) fazer seus comentários, críticas e/ou sugestões. ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 149