Livro de Resumos

Transcrição

Livro de Resumos
PREÂMBULO
Mais um ano!
Mais um ano de trabalho, tão patente nestes
resumos - resumos do trabalho a apresentar,
resumos dos pequenos nadas que compõem
os nossos quotidianos de consultas, de
doentes, de dúvidas (…e se?)…
A diversidade desse quotidiano - pois sim, os
doentes com hipertensão, artrose, depressão,
diabetes mas também os que se apresentam
com “outras coisas”… raras! Raras, cada uma,
frequentes no seu conjunto!
A interrogação dos dias em que conseguimos
parar e… começar a pensar, interligar - os sintomas nos vários doentes, as semelhanças
entre outros, a repetição do que aprenderamos
ser raro… Que explicação?
A mudança que vai acontecendo!
Subreptícia…lenta… boa? Sim, claro! Ou não?
Tentemos ver! Procurámos saber, avaliar e
então as consequências de…parecem ser…
Diversidade, interrogação, mudança - as
palavras deste ano de 2008!
Mais um ano!
O primeiro, para muitos!
Que seja uma boa iniciação a esta especialidade!
Ricardina Barroso
Francisco Carvalho
Teresa Ventura
ÍNDICE
RESUMOS:
Relatos de Caso 4oral . . . . . . . . 04 – 52
Relatos de Caso 4poster . . . . . . 53 – 65
Trabalhos de Investigação 4oral . . 66 – 78
Trabalhos de Investigação 4poster
79
Trabalhos de Revisão 4oral . . . . . 80 –112
Trabalhos de Revisão 4poster . . . 113 –148
ÍNDICE DE TRABALHOS . . . . . . . . . . . . . . . . 150 –157
LISTA DE AUTORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158 –169
LISTA DE POSTERS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 170 –172
Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Oral
Relato de Caso
Resumo
Quando a utente não quer ouvir...
Vanda Proença
Centro de Saúde de Oeiras, USF São Julião
DI de Lisboa BC
Luísa Romeiro
INTRODUÇÃO:
Nem sempre é fácil para o utente aceitar um diagnóstico, sobretudo se tiver estigma social
associado. Este caso pretende ilustrar a dificuldade de orientação diagnóstica de um caso
potencialmente grave em termos de saúde pública, devido à não colaboração da utente no
processo.
DESCRIÇÃO DO CASO:
Mulher de 40 anos, divorciada, licenciada em sociologia, desempregada, reside com o filho
de 11 anos. Fumadora de 15 cigarros / dia. Utilizadora pouco frequente da consulta, com
história de perturbações ansiosas e depressivas, recusando sempre terapêutica psiquiátrica.
Em Fevereiro de 2008 recorre à consulta por nódulo recente da mama, sendo pedidos vários
exames complementares de diagnóstico, incluindo radiografia de tórax por alterações na auscultação pulmonar. Dois meses depois regressa à consulta, preocupada com o resultado da
radiografia de tórax, que revela um padrão miliar. Solicitam-se outros exames e sugere-se
pedir serologias para o vírus da imunodeficiência humana (VIH), que a utente recusa. Duas
semanas depois mostra os resultados, que revelam tuberculose miliar provavelmente antiga
e massa latero-cervical a esclarecer. A utente aponta várias justificações para este diagnóstico - descontrolo hormonal, magreza, o ter bebido dos mesmos copos que amigos seropositivos. Contacta-se o Centro de Diagnóstico Pulmonar (CDP) e agenda-se consulta no dia
seguinte. Mantém recusa em realizar serologias. Regressa ao Centro de Saúde no mesmo
dia, solicitando análises para exclusão de mononucleose. Dois dias depois volta à consulta
muito agressiva, referindo que no CDP lhe pediram mais exames e afirmando ter sido informada de que as lesões eram antigas, o que não foi confirmado após contacto telefónico com
a colega do CDP. Reforça a hipótese de descontrolo hormonal, solicitando consulta com
endocrinologista. Em consultas seguintes a utente foi sugerindo outras hipóteses de
diagnóstico para o quadro clínico, acusando as médicas de inventarem doenças e recusando
fazer serologias, entre outros exames.
DISCUSSÃO:
Perante a suspeita de infecção pelo VIH, a utente adopta uma atitude de negação e conflito
para com as médicas, revelando a sua instabilidade emocional e tentando convencê-las de
que outros diagnósticos são mais prováveis para justificar o quadro clínico apresentado. O
medo de uma doença fá-la criar uma barreira na relação médico-doente, permitindo apenas
a comunicação no sentido doente-médico.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Joana Gerardo (ap) , Ana Campos, Ana Ferreira
USF Fernão Ferro mais, Centro de Saúde Quinta da Lomba - Barreiro
DI de Setúbal Norte, DI de Setúbal Sul
Antónia Alvito, Maria da Luz Pereira, Fernando Costa Ferreira
INTRODUÇÃO:
O médico de família (MF) é por vezes confrontado com situações clínicas sobre as quais
a sua capacidade de esclarecimento clínico é extremamente relevante para a decisão do
utente.
Nestas, uma informação menos clara pode ser o suficiente para a negação de determinados
tratamentos cruciais para o seu bem estar.
Por outro lado, o MF terá que decidir se agir contra a vontade do utente é a melhor opção em
certas situações, com o intuito de uma futura aceitação terapêutica.
Oral
Autor(es)
Decisão partilhada… decisão negligenciada…?
Relato de Caso
Título
DESCRIÇÃO DO CASO CLÍNICO:
Mulher de 64 anos obesa, com história de hipertensão arterial, fibrilhação auricular e dislipidemia.Em Maio de 2004, na sequência de valores de -GT aumentados, é diagnosticada
colelitíase após ecografia abdominal. Por facilidade de acesso a exames complementares de
diagnóstico, uma vez que era funcionária no serviço de Cirurgia do Hospital de Stª Maria
(HSM) e por conselho de outros médicos, realizou em Junho de 2004 uma RMN abdominal
que revelou a presença de cálculos vesiculares, na confluência do cístico com o hepático até
à confluência dos canais hepáticos direito e esquerdo, iniciando seguimento em consulta de
gastroenterologia. Cerca de um mês depois realiza TAC do abdómen, onde se visualiza uma
vesícula biliar esclero-atrófica com múltiplos cálculos, assim como cálculos no hepático
comum até à confluência do cístico. Na sequência destes, em Setembro do mesmo ano, foi
feita CPRE com ETE sendo diagnosticada litíase do cístico e compressão do colédoco.
Desde então não voltou à consulta de gastroenterologia, sendo que em várias consultas de
seguimento com o seu médico de família e após realização de ecografias de controlo que
confirmavam a presença de colelitíase grave e até potencialmente fatal, com indicação para
colecistectomia, nunca quis ser referenciada à consulta de cirurgia no HGO, alegando
constantemente que iria marcar consulta no HSM, onde conhecia melhor os médicos do
serviço e onde se sentia mais à vontade.
No entanto, em Dezembro de 2007, na sequência de episódio de colecistite aguda, acaba por
falecer no HGO.
CONCLUSÕES:
Duas questões pertinentes se levantam com este caso clínico: “Qual a capacidade do MF em
informar claramente o utente sobre o seu risco clínico?” e “O que fazer quando o plano
terapêutico é contrário à vontade do utente?”Por vezes, não basta a negação terapêutica do
utente para parar a investida na sua saúde, é também necessário recorrer ao suporte familiar
e de amigos para o ajudar na sua decisão.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected], [email protected],
[email protected]
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Oral
Relato de Caso
Resumo
Segredo e preconceito: o caso de uma mulher sem útero
Margarida Mesquita
Centro de Saúde do Entroncamento
DI de Santarém
Marta Sattut
Este é o relato do caso de uma mulher de 36 anos de idade com Síndroma de Mayer-RokitanskyKüster-Hauser e a sua apresentação pretende expor três problemas: o acompanhamento de uma
situação clínica rara; os efeitos de um problema estigmatizante na dinâmica familiar, na vida da
mulher e na relação médico-doente; e a questão do sigilo profissional.
Esta síndroma afecta cerca de 1/4500 mulheres e caracteriza-se principalmente pela inexistência congénita de útero e parte superior da vagina. Podem ocorrer outras malformações,
nomeadamente ósseas e renais. As mulheres afectadas têm os caracteres sexuais desenvolvidos normalmente mas têm amenorreia primária e são inférteis.
Neste caso particular, a mulher não tem útero, apresenta apenas o intróito vaginal, não tem
rim nem ureter à esquerda e apresenta hérnias inguinais bilaterais. Todas estas condições
podem ser enquadradas na Sdr. MRKH, que lhe foi diagnosticada aos 13 anos de idade, na
sequência do estudo da amenorreia primária.
A utente, actualmente a trabalhar como operária fabril indiferenciada, abandonou os estudos
no 2º ano de um curso superior, é divorciada e vive actualmente com um novo companheiro,
mais velho, com um importante atraso mental.
A única pessoa com conhecimento legítimo do seu problema é a mãe, com quem mantém
uma relação escassa, e o ex-marido, com quem não fala desde o divórcio.
Acredita que, na origem do seu problema, está o facto da mãe ter tentado abortar. Este facto
foi-lhe confidenciado pelo pai, entretanto falecido, com quem mantinha uma relação muito
forte, e nunca foi abordado junto da mãe.
A ausência do útero e a impossibilidade de engravidar são meticulosamente escondidos da
família, dos profissionais de saúde e do actual companheiro, e a manutenção da cuidada rede
de mentiras e justificações acaba por ser o problema fulcral desta mulher.
Os outros problemas activos, frutos do primeiro, são: desvalorização pessoal, ideação suicida
frequente, desconfiança generalizada das pessoas, agressividade, fuga aos cuidados de saúde,
fuga de círculos sociais e do convívio familiar, relação com o companheiro dependente baseada
na troca de cuidados e apoio nas actividades da vida diária por carinho "sem perguntas".
Recentemente revelou-se um outro problema, também cuidadosamente escondido: o hirsutismo, ainda em estudo.
O companheiro e os seus pais têm pressionado a utente no sentido de constituir um único
ficheiro familiar no Centro de Saúde e de terem filhos, situação que seria delicada no ponto
de vista do sigilo médico.
Completou-se a avaliação familiar. O Graffar é médio e o Apgar Familiar é muito baixo. O
genograma revelou dados que podem ser importantes no sentido de esclarecer causas
hereditárias para o problema. O círculo de Thrower e a psicofigura de Mitchell mostraram a
quase ausência de laços familiares. A linha de vida de Medalie e o Eco-mapa mostram bem
como a ausência de útero é determinante nas várias vertentes da vida da utente.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
André Tomé (ap), Ana Rita Oliveira, Vera Carvalho
Centro de Saúde de São Mamede / Santa Isabel
DI de Lisboa BC
Ana Moinhos, Graça Santos
INTRODUÇÃO:
O acidente vascular cerebral no recém-nascido é um incidente relativamente frequente a nível
dos serviços hospitalares neonatais e pediátricos, desencadeado por vários factores congénitos ou inerentes à gravidez ou parto. Contudo, tal frequência não é tão evidente a nível
dos cuidados de saúde primários.
Foi escolhido o caso de um recém-nascido que sofreu um acidente vascular cerebral, na
sequência do qual surgiram várias questões e dúvidas relativamente ao seu acompanhamento e ao aconselhamento a fornecer aos pais.
Oral
Autor(es)
Acidente Vascular Cerebral no Recém-Nascido: que vigilância?
Relato de Caso
Título
APRESENTAÇÃO DE CASO:
A mãe de 35 anos, com obesidade grau I, teve uma gravidez vigiada e sem intercorrências;
o início do trabalho de parto foi espontâneo às 37 semanas e 2 dias, tendo sido realizada
cesariana por não progressão. O recém-nascido pesava 4.350g e Índice de APGAR 9/10.
Iniciou precocemente aleitamento materno, com boa tolerância, havendo referência a episódios de cianose durante as mamadas e tremores dos membros à manipulação.
Ao 2º dia teve episódios de convulsão tónico-clónica atingindo os membros direitos, de curta
duração. Foi internado na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais e iniciada terapêutica
com fenobarbital. Analiticamente evidenciava hipoglicémia; os exames imagiológicos evidenciaram enfarte talâmico esquerdo, confirmado por Ressonância Magnética, e foramen oval
patente. Os estudos da coagulação e auto-imunidade foram negativos. Teve alta ao 18º dia
de vida, bem e sem défices neurológicos, referenciado às consultas de Neurologia, Pediatria
Médica e Cardiologia.
A pesquisa bibliográfica efectuada permitiu-nos elaborar um plano de vigilância neurológica
para as Consultas de Saúde Infantil adaptado, com ênfase nos sinais de alarme, para cada
uma das idades de vigilância, bem como dar-nos suporte na informação sobre o prognóstico
e riscos futuros a disponibilizar aos pais.
CONCLUSÃO;
Não obstante o acompanhamento destes casos a nível hospitalar, o médico de família tem um
papel essencial na vigilância e orientação, bem como na integração dos pais nos cuidados e
vigilância, prestando cuidados continuados.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Relato de Caso
Resumo
Um caso de Trombose Venosa Profunda
Catarina Barreto (ap)1, Marta Neta2, Patricia Mora3, Fernando Delgado4
CS Carnaxide - extensão Linda-a-Velha1, CS da Amadora2, CS de Queluz3,
DI de Lisboa BC e D4
Paulo Eiras1, Luisa Caldeira2, Eduardo Nelson3, Adília Menezes4
O presente caso ilustra a ocorrência de trombose venosa profunda como manifestação inicial
de um caso de neoplasia.
Oral
A trombose venosa profunda ocorre por obstrução de um segmento do sistema venoso
profundo por um trombo, causado por estase e/ou estados de hipercoagulabilidade congénita
ou adquirida e/ou lesão da parede venosa. Existem alguns factores de risco associados,
nomeadamente a idade, a obesidade, intervenções cirúrgias (especialmente as pélvicas e as
ortopédicas), a imobilização, a trombofilia, a gravidez, neoplasias, contracepção oral e episódios anteriores semelhantes.
As neoplasias são reconhecidas como factores de risco independentes para trombose venosa
profunda, por síntese de factores procoagulantes produzidos pelas células tumorais ou pelos
monócitos e macrófagos. A trombose venosa profunda como primeira manifestação clínica de
uma neoplasia, tem sido relatada e constitui um síndrome paraneoplasico. A literatura associa
o tromboembolismo idiopático com neoplasia em 7 a 8% dos casos, podendo aumentar para
17% nos casos de se tratar de um segundo episódio. As principais neoplasias associadas a
trombose venosa profunda são as do pulmão, pâncreas, estômago, intestino, ovários e próstata.
Descreve-se o caso de um utente do sexo masculino, 57 anos de idade, raça caucasiana,
natural de Castelo Branco, residente em Linda - a - Velha, taxista e independente nas actividades de vida diária. Recorreu à nossa consulta por dor e tumefacção ao nível da face interna
da coxa esquerda, que se agravava com o movimento sem ser incapacitante, com uma
semana de evolução; tinha sido observado no Serviço de Atendimento Permanente do
Centro de Saúde de Penamacor, e medicado com Enoxaparina 80 mg/dia, sem restrições na
sua actividade de vida diária habitual, e sem melhoras.
À observação apresentava Pressão Arterial 190-95 mmHg com empastamento, edema, rubor,
aumento da temperatura e dor à palpação de toda a face interna da coxa esquerda, com sinal
de Homans positivo. Como antecedentes pessoais apresentava HTA mal controlada por
incumprimento terapêutico e hábitos alcoólicos e tabágicos.
O doente foi medicado com Enoxaparina 80 mg 12/12H e Perindopril 10 mg/dia, com indicação de repouso; foi ainda enviado ao Serviço de Urgência Hospitalar para avaliação
ecográfica e avaliação por Cirurgia Vascular, tendo no entanto tido alta sem realizar exames
complementares de diagnóstico e mantendo a medicação prescrita.
Na consulta de reavaliação, realizada no Centro de Saúde após uma semana, o doente apresentava controlo tensional e melhoria franca dos sinais inflamatórios da coxa esquerda; referia,
no entanto, início de queixas de fezes de coloração preta, moldadas e com cheiro fétido.
Neste contexto foi reenviado ao Serviço de Urgência Hospitalar com suspeita de Hemorragia
Digestiva Alta, tendo o doente sido internado. Realizou Endoscopia Digestiva Alta que revelou
adenocarcinoma pouco diferenciado do antro gástrico, com indicação cirúrgica.
Como conclusão, com alguma frequência os casos de Trombose Venosa Profunda, podem
ser a “ponta de um iceberg” no diagnóstico de neoplasias, pelo que devem ser alvo de uma
história clínica detalhada.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Roman Zhygun
Centro de Saúde de Portalegre
DI do Alentejo
Cecília Caeiro
INTRODUÇÃO:
A Flebotrombose ou Trombose Venosa Profunda é uma patologia comum, podendo conduzir
a complicações fatais, se não tratada precocemente. A sua incidência aumenta com a idade
sendo de 5 por 100000 aos 15 anos e de 500 por 100000 aos 80 anos. Esta patologia tem
maior incidência nas raças negra e caucasiana, sendo que a taxa de incidência aumenta nos
doentes de foro oncológico. O quadro clínico muitas vezes é pouco evidente. A suspeita
clínica deve ter complementada com exames complementares de diagnostico, nomeadamente Eco-Dopler Venoso. Nos doentes com cancro, o tratamento com Heparina de Baixo
Peso Molecular deve ser efectuado por um período de 6 meses.
Oral
Autor(es)
Trombose Venosa Profunda
Relato de Caso
Título
CASO CLÍNICO:
Doente do género feminino, 73 anos, caucasiana, submetida a mastectomia esquerda em
2002, por carcinoma de mama esquerda, com adenomegália abdominal sugestivo de metastização. Efectua terapêutica com Tamoxifeno, sendo seguida anualmente no IPO de Coimbra.
Mantêm seguimento trimestral na nossa consulta. Em 18 de Janeiro de 2008 solicitou
consulta urgente, por queixas de edema ligeira e dor referidos ao membro inferior (perna
esquerda) com cerca de uma semana de evolução. Após observação na consulta foi solicitado Angiodinografia venosa dos membros inferiores, com carácter de urgência, a qual revelou
oclusão completa da veia popliteia direita. Foi de imediato instituída terapêutica com
Enoxiparina Sodica 60 mg subcutaneo de 12/12 horas. Após duas semanas, e numa tentativa de manter adesão à terapêutica, passamos a efectuar terapêutica com Enoxiparina 90 mg
1 vez por dia. O quadro clínico complicou-se com flebite da veia safena direita que foi tratado
com Daflon 500 PO, Venoruton gel local e contenção elástica. Foram pedidos marcadores
tumorais e Ecografia ginecológica , que não revelaram alterações importantes.
A angiodinografia após 4 meses de tratamento mostrou recanalisação parcial da veia
poplitea direita. A doente está clinicamente estável, mantendo edema ligeira que não ultrapassa 1/3 inferior da perna.
Doente continua a fazer medicação com Enoxiparina Sodica de 90 mg por dia. Mantêm vigilância na nossa consulta.
CONCLUSÃO:
Trombose venosa profunda é uma patologia grave, bastante frequente e surge muitas vezes
com quadro clínico pouco evidente. O diagnostico precoce e tratamento com Heparina de
Baixo Peso Molecular são as chaves para o sucesso terapêutico.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Oral
Relato de Caso
Resumo
Do prurido e pudor ao Carcinoma da Vulva
Carolina Ferreira de Almeida
Centro de Saúde de Torres Novas
DI de Santarém
Manuela Cardoso
INTRODUÇÃO / OBJECTIVOS:
O líquen escleroso vulvar é uma dermatose inflamatória crónica benigna, no entanto apresenta um potencial de malignização de cerca de 4%. Com a descrição deste caso clínico,
pretende-se alertar para a importância da detecção precoce e biopsia de qualquer lesão
vulvar suspeita, visto ambas as acções serem imperativas para se alcançar um diagnóstico
de carcinoma da vulva que, embora raro, é sempre uma possibilidade.
DESCRIÇÃO DO CASO:
E. A., sexo feminino, 77 anos, Gesta V/ Para V, recorre ao Médico de Família por anúria há
dois dias, dor e sensação de peso na zona supra-púbica e ainda intenso prurido na região
ano-vulvar. A doente revelou que o prurido vulvar a incomodava há mais de 30 anos, mas que
nunca havia informado o Médico por pudor e porque aceitava este facto como uma alteração
“normal” da idade.
Ao exame objectivo verificou-se uma destruição da arquitectura vulvar, com desaparecimento
completo do clitóris, fusão dos pequenos e grandes lábios, estenose total do intróito vaginal e
atrofia completa do meato urinário. Observou-se ainda uma lesão nodular suspeita, ulcerada, na
zona correspondente ao grande lábio esquerdo. Palpou-se um volumoso globo vesical.
Após várias tentativas falhadas de permeabilizar o meato urinário no Centro de Saúde,
encaminhou-se a doente à Urgência de Urologia, para se proceder à sua algaliação. Diante a
lesão suspeita, referenciou-se também a uma consulta de Patologia Vulvar, com o intuito de
excluir a existência de um carcinoma da vulva por detrás daquele exuberante líquen escleroso. De facto, essa hipótese veio a confirmar-se, visto a biopsia ter revelado a presença de
carcinoma de células escamosas da vulva.
A doente foi devidamente informada e esclarecida relativamente ao seu tipo de doença. No
entanto, consciente, recusou qualquer tipo de intervenção.
DISCUSSÃO / CONCLUSÃO:
É necessário despertar os Médicos de Família para promoverem o “auto-exame” da região
genital dos seus utentes como forma de educação para a saúde, bem como desmistificarem
“mitos acerca da velhice”, não esquecendo, nas entrevistas a doentes idosos, da abordagem
de assuntos considerados “delicados”. Por fim, salienta-se o direito do paciente em decidir
livremente, e de forma consciente, sobre a execução de práticas diagnosticas e/ou terapêuticas (salvo em caso de iminente perigo de vida), cabendo ao Médico assistente respeitar
o interesse e a integridade do paciente.
PALAVRAS CHAVE:
Líquen escleroso, carcinoma da vulva
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Margarida Marques (ap), Hugo Gonçalves, Cristina Mourato
ACE de Setúbal e Palmela- Extensão de Azeitão, Extensão de Sta Maria
DI de Setúbal Sul
Paula Vital, Ascensão Guerreiro
A hepatite autoimune é uma doença crónica caracterizada pela inflamação hepatocelular que
tende a progredir para a cirrose e falência hepática sendo a sua patogenese relacionada com
um processo de autoimunidade. Pensa-se que a predisposição para a autoimunidade seja
herdada e que o despoletar da doença envolva factores ambientais (drogas, vírus, alterações
hormonais entre outros) cujo papel se encontra ainda mal estudado.
Oral
Autor(es)
Hepatite autoimune-Relato de caso 7 meses após o parto
Relato de Caso
Título
Apresenta-se o caso de uma mulher de 28 anos de idade que cerca de 7 meses após o parto
vem à consulta de Medicina Geral e Familiar com queixas de anorexia e naúseas. Da
observação salientava-se discreta ictericia das escleróticas. Negava alteração da coloração
da urina e fezes. São pedidas análises laboratoriais e ecografia abdominal.
Passadas duas semanas volta à consulta mantendo as mesmas queixas e trazendo os
exames complementares requisitados. Estes evidenciavam aumento dos valores das
transaminases, ggt e bilirrubinas sendo os marcadores virais negativos. A Urina revelava a
presença de bilirrubina e urobilinogeneo. A ecografia abdominal não tinha alterações. É suspensa toda a medicação, inclusivé os anticonceptivos orais e proposto repouso sendo
também pedidos os marcadores de autoimunidade.
Uma semana e meia depois, quando vem mostrar os exames, é encaminhada ao Serviço de
Gastroenterologia do Centro Hospitalar de Setúbal onde é internada com um quadro de insuficiência hepática aguda no contexto de uma hepatite auto-imune tipo 1 (ANA+) que reverte
com corticoterapia e azatioprina.
Efectuou biopsia hepática que mostra apenas ligeiro infiltrado linfocitário periportal sem
evidência de fibrose.
Mantem actualmente seguimento em consulta de hepatologia estando medicada com azatioprina, ác. ursodesoxicólico e furosemida, encontrando-se estabilizada relativamente à função
hepática e sem queixas.
As doenças autoimunes são primeiramente abordadas nos cuidados de saúde primários
devendo o médico de família estar atento à sua existência.
Neste caso podemos observar o papel da hereditariedade na doença autoimune, uma vez
que a mãe da utente tinha o diagnóstico de Artrite Reumatoide, assim como o de um possível
factor desencadeante- a gravidez/período pós-parto.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Oral
Relato de Caso
Resumo
Uma vez artrose, sempre artrose?
Joana Severo (ap), Ricardo Feijão
Centro de Saúde de Queluz
DI de Lisboa D
Joaquim Palma
Descreve-se o caso de uma utente com um problema de saúde previamente conhecido a que
se sobrepõe um novo diagnóstico, com sintomatologia semelhante.
Apresenta-se o caso clínico de uma utente de 77 anos, de raça caucasiana, com um quadro
de pluripatologia, onde se destacam osteoartroses múltiplas a nível cervical, lombar e ambos
joelhos com diagnóstico anterior a 1996 seguida, de forma intermitente, em Consulta de
Ortopedia.
Apresenta um perfil de recursos a consulta muito frequentes, a maioria das quais motivados
por queixas álgicas articulares cérvico-lombares e a nível dos joelhos, de ritmo predominantemente misto.
Foram realizados radiografias da coluna cervical e lombar, que revelaram espondilodiscartrose e radiografia dos joelhos que apontaram para gonartrose acentuada.
Por persistência dos sintomas, apesar de terapêutica com anti-inflamatórios e analgésicos, foi
pedida nova consulta de Ortopedia, no sentido de ser ponderada eventual cirurgia, não se
tendo verificado esta indicação. Por agravamento das queixas de carácter inflamatório, foram
pedidos outros exames complementares de diagnóstico que revelaram ANA positivo (1:160),
RA teste positivo, com VS 20.
Em função destes resultados, foi referenciada a Consulta de Medicina Interna, com diagnóstico de Artrite Reumatóide.
Pretendemos, com a apresentação deste caso clínico, ilustrar a importância de rever os
diagnósticos previamente efectuados, sobretudo nos casos de persistência ou agravamento
das queixas, apesar da terapêutica optimizada.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Carla Marques
USF Feijó
DI de Setúbal Norte
Isabel França
MOTIVO DE SELECÇÃO:
A doença de Crohn é uma patologia relativamente frequente na prática clínica. A suspeita
diagnóstica surge, geralmente, devido a quadros de diarreia cíclicos, que posteriormente
motivam uma colonoscopia e biópsias que confirmam o diagnóstico. No entanto, por vezes, a
doença manifesta-se de forma menos frequente e é preciso manter a suspeita clínica para se
chegar ao diagnóstico.
Oral
Autor(es)
De Lombalgia a Doença de Crohn - marcha diagnóstica...
Relato de Caso
Título
RELATO DO CASO:
S.,34 anos, sexo feminino, empregada de supermercado. Aparentemente bem até 1999,
altura em que inicia quadro de lombalgias que cediam mal aos antiálgicos, tendo realizado
fisioterapia para alívio da sintomatologia.
Em 02/03, inicia quadro de disartria, dor hemicraniana direita e sensação de tetania nas
mãos, realizou TC-CE que não revelou alterações. Teve melhoria gradual da sintomatologia,
mantendo apenas parestesias nas mãos.
De 2003 a 2006, permanece aparentemente bem, apenas com lombalgias esporádicas.
A 01/06 inicia quadros cíclicos de diarreia profusa. A 06/06 é-lhe diagnosticada uma
iridociclite/uveíte. Nesta altura surge agravamento dos quadros de diarreia, colocando-se a
hipótese diagnóstica de colite inflamatória, tendo sido pedidos ECD e prescrita terapêutica
com flagyl e salofalk com alívio da sintomatologia. A 09/06 devido ao mesmo quadro recorreu
à consulta, tendo sido pedido coprocultura, hemograma, ecografia abdominal e clister opaco.
Destes exames destaca-se na ecografia abdominal uma hepatomegália, lobo hepático de
Riedel. Restantes ECD sem alterações. Volta a 12/06 por agravamento da diarreia, cólicas e
vómitos, apresentando uma palpação abdominal globalmente dolorosa. Foi referenciada à
consulta de gastrenterologia. Recorreu ao hospital de Setúbal por agravamento das queixas,
tendo sido internada para realização de colonoscopia, que apresentava múltiplas ulcerações
serpinginosas compatíveis com doença de Crohn, foram efectuadas biópsias. Foi medicada
com messalazina (6 cp/dia) e ferro, com remissão das queixas.
Actualmente mantém diarreias esporádicas e poliartralgias e mantém seguimento na consulta
de gastrenterologia.
CONCLUSÃO:
A suspeita clínica sobre sintomatologia menos frequente tem de estar presente na marcha
diagnóstica, de forma a que se consigam efectuar diagnósticos precoces, como descrito neste
caso, em que a Doença de Crohn teve como sintomas iniciais as artralgias e só mais tarde
surgiu o quadro gastrintestinal habitual.
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XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Oral
Relato de Caso
Resumo
“Doente desde sempre…” - um caso clínico
Andreia Neves (ap), Sílvia Rei
Unidade Saúde Familiar de Mactamã - Centro de Saúde de Queluz
DI de Lisboa D
Fátima Arnaud
INTRODUÇÃO:
Este trabalho é um relato de caso que procura ilustrar as dificuldades na abordagem de
utentes com um padrão elevado de consumo de consultas, apresentando repetidos sinais e
sintomas inespecíficos, que após alguns anos de seguimento, revelam um quadro clínico
compatível com uma doença crónica.
Uma dessas patologias crónicas e progressivas é a cirrose biliar primária, uma doença hepática colestática, de etiologia desconhecida. Caracteriza-se pela destruição inflamatória dos
pequenos canais biliares intra-hepáticos e a presença de autoanticorpos contra vários
antigénios, nomeadamente o anticorpo IgG anti-mitocondrial (AMA), detectado em 90%
destes doentes. Está frequentemente associada a patologias consideradas auto-imunes,
como a síndrome de Sjögren, o lúpus eritematoso sistémico, a artrite reumatoíde, entre outras.
DESCRIÇÃO DO CASO:
Trata-se de uma mulher de 55 anos de idade, caucasiana e pertencente a uma família
nuclear. É seguida na nossa consulta desde 1995, apresentando como antecedentes, nessa
altura, uma ansiedade generalizada com traços conversivos e patologia disfuncional do aparelho
digestivo. Sendo uma doente muito apelativa, manteve sempre um elevado consumo de
consultas, por queixas intermitentes de dor osteoarticular, epigastralgias e perdas hemáticas
do foro gastro-intestinal.
Em 1995, era seguida em consulta de Gastroenterologia por apresentar as queixas do foro
gastro-intestinal já referidas, tendo-lhe sido detectada úlcera duodenal, que regrediu após
terapêutica.
Quatro anos mais tarde, houve um agravamento das queixas digestivas, com novos episódios
de hematemeses e rectorragias tendo sido sujeita a nova investigação imagiológica e laboratorial, tendo a última revelado um aumento da gama-glutamiltransferase. Nesta altura, a
doente recusou investigação em Gastroenterologia, mas manteve seguimento em consulta
com o seu Médico de Família. Realizou exames analíticos de reavaliação que confirmaram a
alteração já referida e revelaram anti-corpos anti-mitocondriais (AMAs) positivos. Colocou-se
então a hipótese de diagnóstico de cirrose biliar primária, pelo que foi de novo referenciada à
consulta de Gastroenterologia, onde só aceitou ser observada em 2003. No âmbito dessa
consulta, foi submetida a estudo endoscópico e reavaliação analítica. Mantinha elevação da
gama-glutamiltransferase e colonoscopia sem alterações, não tendo sido valorizado o facto
de apresentar AMAs positivos, anteriormente.
No mesmo ano, por manter queixas osteoarticulares persistentes, de tipo misto, nas múltiplas
consultas com o seu Médico de Família, foram repetidos estudos analíticos com investigação
de parâmetros reumatológicos, nomeadamente anticorpos anti-nucleares (ANAs), já
pesquisados anteriormente, mas com resultado negativo. Obteve-se então um valor de
1/1280, que motivou a referenciação à consulta de Reumatologia, onde mantém seguimento
por doença do tecido conjuntivo. Após o estabelecimento deste diagnóstico, a doente é
reavaliada pela Gastroenterologia, que a submeteu a nova investigação laboratorial, tendo-lhe
sido diagnosticada uma provável Cirrose Biliar Primária.
CONCLUSÃO:
Mesmo perante doentes com transtorno de ansiedade generalizada, associado a traços de
conversão, o Médico de Família deve manter vigilância de sinais e sintomas inespecíficos,
que se repetem ou mantêm ao longo do tempo, ainda que estes não pareçam corresponder
a um quadro clínico óbvio. Estes doentes apresentam sintomas psico-somáticos frequentes,
que podem sobrepor-se ou serem confundidos com sintomas inespecíficos, habituais na fase
inicial de algumas doenças progressivas, como é o caso da cirrose biliar primária.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Patrícia Ferreira (ap), Bruno Heleno, Pedro Alves
Centro de Saúde do Lumiar
DI de Lisboa AEF
Margarida Coelho, Esmeralda Cunha, Paula Broeiro
PALAVRAS-CHAVE: angiodisplasia, estenose aórtica, multimorbilidade
INTRODUÇÃO: A hemorragia digestiva constitui importante causa de hospitalização e em 3-5%
dos casos é obscura, ou seja, apresenta origem indeterminada após a realização de exames
endoscópicos clássicos. O intestino delgado é o segmento implicado na maioria dos casos,
devido a angiodisplasia (70-80%) ou a tumor (5-10%). Habitualmente são situações clínicas que
nos colocam perante dificuldades de diagnóstico e de orientação terapêutica, motivando internamentos frequentes e a realização de múltiplos exames complementares de diagnóstico.
Oral
Autor(es)
Hemorragia digestiva obscura em doente com multimorbilidade
Relato de Caso
Título
OBJECTIVO: Apresentar a história natural de um caso de angiodisplasia intestinal com repercussões na gestão da multimorbilidade e do plano de cuidados.
RELATO DE CASO: Doente do sexo masculino, 59 anos, reformado, residente em Lisboa,
fase VII do ciclo de Duvall. Como problemas de saúde activos apresenta: hipertensão arterial
grave, hipercolesterolémia, hábitos tabágicos marcados e etílicos moderados, doença pulmonar
obstrutiva crónica, doença arterial obstrutiva periférica, patologia osteoarticular degenerativa e
perturbação depressiva recorrente.
Em 2001 iniciou quadro dispéptico, no contexto de gastrite erosiva e hérnia do hiato, posteriormente acompanhado de múltiplos episódios de hemorragia digestiva alta com repercussão
hemodinâmica. Houve estabilização do quadro sob terapêutica com omeprazol e ferro oral.
Após nova recorrência foi submetido a endoscopia digestiva alta que revelou “angiodisplasia do
bulbo” com indicação para electrocoagulação endoscópica. A colonoscopia revelou doença
hemorroidária.
Em 2003 por episódios frequentes de hemorragia digestiva e manutenção da anemia ferropénica foi submetido a múltiplos estudos endoscópicos clássicos que não revelaram a origem
da hemorragia. A realização de vídeo-cápsula endoscópica permitiu o diagnóstico de angiodisplasia difusa intestinal com indicação para enteroscopia terapêutica. Perante a suspeita de
associação a malformação cardíaca foi submetido a ecocardiogramas seriados que revelaram
alterações compatíveis com miocardiopatia hipertrófica obstrutiva.
Apesar de todas as opções terapêuticas endoscópicas realizadas, manteve episódios
frequentes de hemorragia digestiva, que motivaram internamentos recorrentes e dificultaram
a gestão da comorbilidade associada, nomeadamente a implementação de antiagregação
preventiva da aterosclerose.
Regressou à consulta de medicina geral e familiar em 2008, após novo internamento por
hemorragia digestiva alta com necessidade de suporte transfusional e deterioração da função
renal. Foi submetido a novo ecocardiograma que revelou estenose valvular aórtica grave,
colocando-se a hipótese de associação entre a angiodisplasia e a estenose aórtica (Síndrome
de Heyde) com provável indicação para valvuloplastia.
Apesar de toda a intervenção multidisciplinar este doente mantém múltiplos factores de risco
cardiovascular, nomeadamente hábitos tabágicos marcados, excesso de peso, dislipidémia
mista, hiperuricémia, tolerância diminuída à glicose e anemia ferropénica. Devido ao elevado
risco cirúrgico, a intervenção cirúrgica foi preterida, até este momento, em favor da terapêutica hormonal combinada de estrogénio com progestagénio.
CONCLUSÃO: A história natural da doença e a limitação da acuidade diagnóstica dos exames
endoscópicos clássicos levaram a que o diagnóstico fosse efectuado ao fim de sete anos com
elevados custos pessoais, familiares e sócio-económicos.
A continuidade de cuidados a este utente foi e será um desafio para o seu Médico de Família
e ilustra a complexidade da gestão dos problemas e das decisões em doentes com multimorbilidade.
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Oral
Relato de Caso
Resumo
Doente esperou dois anos e... o diagnóstico estava feito!
Sempre era um Divertículo de Zencker...
Inês Sayanda
Centro de Saúde de Beja
DI do Alentejo
Margarida Brito
A disfagia, sensação de dificuldade de deglutição da boca ao estômago, tem uma prevalência
estimada entre os 16% e os 22%.
É um problema frequente na população idosa, podendo influenciar notoriamente a sua qualidade de vida e mortalidade.
A etiologia da disfagia é variada, sendo de extrema importância a caracterização dos
sintomas. Uma boa história clínica, muitas vezes é suficiente para fazer o diagnóstico, sendo
os exames complementares pedidos para confirmação diagnóstica e intervenção terapêutica,
quando adequado.
Como médicos de família constituímos a primeira ajuda procurada por estes doentes, pelo
que me parece pertinente apresentar um caso em que o diagnóstico foi efectuado numa
consulta e o doente se manteve sintomático durante anos...enquanto esperou pelo tratamento...
Trata-se de um doente do género masculino, 76 anos de idade, seguido na nossa consulta
desde Março de 2004. Da história pregressa é de salientar o diagnóstico de hipertensão arterial e doença de refluxo gastroesofágico com episódios frequentes de azia e eructações.
Medicado com captopril 50 mg/dia e tansulosina 0,4mg/dia.
À data da 1ª consulta o doente refere tosse seca de predomínio diurno com alguns meses de
evolução. E como motivo principal da consulta o aparecimento recente de tosse nocturna
associada a queixas de azia umas horas após as refeições. Foi efectuada uma endoscopia
digestiva alta que revelou hérnia do Hiato e refluxo gastroesofágico sem gastrite associada.
Foi suspenso o captopril, introduzida domperidona 20mg/dia, com redução dos episódios de
azia e pirose. Sem alterações das restantes queixas.
Um ano depois o doente recorre novamente à consulta com queixas de disfagia intermitente
para sólidos e líquidos, mais acentuada para sólidos e regurgitação de alimentos não digeridos
horas após as refeições. Sintomatologia com vários meses de evolução e de agravamento
progressivo. Efectuou transito esofágico que revelou imagem de nível hidroaéreo a nível do
pescoço e mediastino superior, que o estudo contrastado revela uma imagem diverticular na
parede póstero-lateral do esófago cervical, medindo aproximadamente 9X4 cm sem evidência
de defeitos de repleção em relação com volumoso divertículo de Zencker.
Foi submetido a correcção cirúrgica do divertículo e actualmente encontra-se assintomático.
Para terminar, uma breve reflexão sobre os possíveis factores que poderão ter atrasado o
tratamento. A disfagia é um sintoma inespecífico; o exame complementar de primeira linha
(endoscopia) revelou doença do refluxo gastroesofágico e hérnia do Hiato, patologias que
cursam com as queixas apresentadas e que têm maior prevalência que o divertículo de
Zencker; e por fim, a melhoria dos sintomas com a terapêutica de doença do refluxo gastroesofágico.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
João Pacheco Castro (ap.), Natália Tiountchik
Centro de Saúde da Reboleira - Ext. Damaia
DI de Lisboa D
Leonor Prata
O Mieloma Múltiplo é uma doença caracterizada pela proliferação néoplasica de clones de
plasmocitos da medula óssea, célula responsável pela produção de imunoglobulinas. Esta
doença, de etiologia ainda por esclarecer, de tratamento complexo e ainda sem cura, tem uma
prevalência estimada de 4 casos/100 000 habitantes em Portugal, uma incidência de 300
novos casos por ano e predomina no sexo masculino e na raça negra, sendo a idade média
dos doentes na altura do diagnostico de 65 anos.
Oral
Autor(es)
Mieloma Múltiplo, dificuldades do diagnostico através de um caso
Relato de Caso
Título
Apresenta-se o caso clínico de J.A.G., sexo feminino, 74 anos de idade, caucasiana, casada,
2 filhos, natural de Viana do Alentejo e residente na Amadora, reformada (funcionaria numa
fabrica de telefones). Nega hábitos tabágicos e alcoolicos. Tem como antecedentes pessoais
relevantes HTA controlada desde 1995 e menopausa em 1984, quando fez 50 anos. Em
1998, em consequência de uma queda e das queixas persistentes de dores ósseas a nível
lombar, diagnosticou-se uma osteoporose e osteoartrose da coluna lombar, ficando medicada
com Metamizol, Calcitonina, Cálcio e Vitamina D. Após nova queda traumática em 2004,
fracturou as vertebras lombares L1-L3, seguindo-se um período de reacção depressiva
associada a cansaço fácil e astenia geral, com persistência das dores, ficando medicada com
Paracetamol, Clonixinato de lisina e Bromazepam. Tendo começado fisioterapia a doente
refere melhoria, e após 3 anos sem fazer análises por relutância da própria doente (negação
da doença?), detectou-se em 2007, numa análise de rotina uma anemia, normocitica
normocrómica, de etiologia a esclarecer. A doente negava nesta altura astenia, cansaço,
emagrecimento, alteração do trânsito intestinal e da consistência das fezes assim como
perdas hemáticas mas queixava-se de um agravamento das dores osséas, ficando medicada
com Tramadol, e progressivamente com analgésicos mais potentes tendo chegado aos
opiódes fortes. Para esclarecimento desta anemia pediram-se novos exames em que se
detectaram leucopenia, reticulocitose e posteriormente uma _2-microglobulina elevada assim
como função renal, calcémia, fosoforémia normais. Suspeitando-se de um Mieloma Múltiplo,
constatou-se nos exames complementares de diagnóstico uma gamapatia monoclonal assim
como lesões osteoliticas da coluna vertebral e da calote craniana. Pediu-se uma consulta
urgente de Medicina Interna no Hosp. Fernando Fonseca com o diagnóstico de Mieloma
Múltiplo, confirmado após biópsia medular. Actualmente está a fazer o tratamento com
Talidomida sendo seguida na consulta da dor no mesmo Hospital.
Com este caso, pretende-se salientar alguns aspectos importantes a ter em conta no diagnóstico de uma doença rara, como é o Mieloma Múltiplo, a partir de sinais e sintomas muito
frequentes no idoso:
– diagnóstico diferencial de osteoporose;
– Anemia do idoso que é sempre de valorizar, como sinal de doença subjacente, e uma
das características precoces do Mieloma Múltiplo;
– A astenia e cansaço fácil;
– A repercussão da doença fisica e psíquica no doente e na família;
– A terapêutica da dor.
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Oral
Relato de Caso
Resumo
De um quadro de palpitações a um hipotiroidismo sub-clínico
Vanessa Zacarias Guerreiro
Centro de Saúde de Faro
DI do Algarve
Marisa Abreu Freire
OBJECTIVO:
Pretende-se demonstrar a facilidade com que uma doença prevalente e de rápido diagnóstico,
pode passar desapercebida nos estádios iniciais e levar a um diagnóstico tardio.
MOTIVO DE ESCOLHA:
O hipotiroidismo é uma doença endócrina muito comum, que resulta da deficiência da
hormona tiroideia. Existem causas primárias e secundárias na sua etiologia, que podem
cursar com um quadro clínico agudo, sub-agudo ou crónico, passando desapercebidos até ao
mais atento dos clínicos.
Os Médicos de Família encontram-se em situação privilegiada no diagnóstico e seguimento
de certas patologias insidiosas, uma vez que possuem o conhecimento da história pregressa
dos utentes e da sua família, necessitando para tal de registos médicos completos para a
obtenção de um diagnóstico correcto.
DESCRIÇÃO DO CASO:
Doente de sexo feminino, 51 anos, pertencente a uma família nuclear, na fase VII do ciclo de
Duvall, gravemente disfuncional, com antecedentes pessoais relevantes de anemia
normocítica e normocrómica e de leucopénia. Em 1994 recorre ao seu Médico de Família, por
um quadro de palpitações, insónias, anorexia, dispneia e de sensação de aperto no pescoço.
Os exames realizados não mostraram alterações cardíacas e analiticamente apresentava-se
eutiroideia, sendo este quadro interpretado como um distúrbio de ansiedade. Manteve estes
sintomas até 2004, aquando inicia um quadro de depressão reactiva por problemas familiares.
Retorna à consulta em 2007, onde refere ter efectuado exames complementares na consulta
de Medicina de Trabalho, que revelaram uma hipercolesterolemia e múltiplos nódulos na
tiróide. Ao exame objectivo não se encontraram alterações. Realizou novos exames, que
revelaram uma anemia normocítica normocrómica, um derrame pericárdico posterior e um
hipotiroidismo subclínico de etiologia auto-imune.
DISCUSSÃO / CONCLUSÃO:
A confirmação de um quadro de hipotiroidismo sub-clínico de etiologia autoimune, em
consonância com uma história pregressa consistente com um quadro de tireotoxicose,
permitiu o diagnóstico de Tiroidite de Hashimoto. Pela alta prevalência desta patologia e seu
curso clínico crónico, muitas vezes assintomático e indetectável precocemente, é necessária
a colocação desta hipótese diagnóstica num quadro de palpitações.
PALAVRAS-CHAVE:
hipotiroidismo, auto-imune, anticorpos anti-tiroideus, tireotoxicose, tiroidite.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Vasco Freire (ap), Mara Carvalho
Centro de Saúde de Amadora e Marvila
DI de Lisboa D e BC
Ana Maria Cavaleiro, Vanda Basílio
ENQUADRAMENTO:
A patologia nodular da tiróide é cada vez mais frequente em cuidados de saúde primários.
Embora constitua uma fonte de ansiedade para os doentes, o nódulo da tiróide é maioritariamente de etiologia benigna. Para o médico de família é de extrema importância distinguir
situações potencialmente malignas, tendo em conta os factores de risco, a história clínica e
os resultados do exame objectivo e dos exames complementares de diagnóstico.
Descrição do caso
E.M., sexo feminino, 53 anos, raça caucasiana, com antecedentes pessoais de hipertensão
arterial, diabetes mellitus tipo 2 e depressão major. Foi-lhe ainda diagnosticado hipotiroidismo
em 1996, tendo sido seguida durante um ano em consulta de Endocrinologia e estando
medicada e controlada com levotiroxina.
E.M. recorre à consulta de Saúde do Adulto em Outubro de 2007 por desconforto cervical.
Não apresentava dispneia, rouquidão ou disfagia. Ao exame objectivo, a tiróide encontrava-se
aumentada, não sendo palpados nódulos. Foram-lhe pedidos exames complementares de
diagnóstico - radiografia cervical, ecografia da tiróide e análises laboratoriais gerais com
doseamento de hormonas tiroideias.
Na consulta seguinte, a radiografia cervical revelou desvio traqueal para a esquerda e a
ecografia tiroideia, bócio multinodular mergulhante, apresentando vários nódulos inferiores a
1 cm, com microcalcificações, bordos mal definidos e irregulares. Nessa consulta foi referenciada para uma consulta de Endocrinologia e foi requisitada a pesquisa de anticorpos
antitiroideus e uma tomografia computorizada cervico-mediastínica.
A tomografia confirmou o bócio multinodular mergulhante e o tamanho menor que 1 cm dos
nódulos.
E.M. efectuou tiroidectomia total em Abril de 2008 no Hospital Curry Cabral. A análise histológica da peça operatória revelou carcinoma papilar bilateral, intratiroideu, formado por dois
focos - um à direita com 1cm e outro à esquerda com 0,7cm.
E.M. encontra-se melhorada, sendo seguida na nossa consulta e na consulta hospitalar.
Presentemente efectua terapêutica hospitalar com iodo radoactivo e terapêutica de substituição com levotiroxina.
Oral
Autor(es)
Nódulo tiroideu - O tamanho importa?
Relato de Caso
Título
CONCLUSÃO:
O bócio multinodular mergulhante requer intervenção terapêutica urgente quando existe
sintomatologia compressiva. Neste caso, esta era a nossa principal preocupação, em detrimento de uma possível etiologia maligna dos nódulos tiroideus, visto serem inferiores a 1
cm. Actualmente põe-se em causa a importância do tamanho nodular como factor de risco
de malignidade no carcinoma da tiróide. A análise histológica, de facto, confirmou a pior
suspeita - carcinoma.
Este trabalho pretende reflectir sobre a importância da permanente actualização científica no
trabalho de um médico de família e o elevado grau de suspeição necessário quando lidamos
com uma possível neoplasia maligna.
PALAVRAS-CHAVE:
Nódulo da tiróide; tamanho; bócio multinodular mergulhante; médico de família
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Oral
Relato de Caso
Resumo
Depressão ou Tiroidite?
Marta Padilha* (ap), Ana Caetano, Ana Cebolais, Mílvia Jorge, Rita Cunha Ferreira,
Raquel Ascenção
Centro de Saúde de Sete Rios
DI de Lisboa BC
Ana Clarke, Cristina Lopes, Margarida Fazio, Maria José Luís, Rui Alves
ENQUADRAMENTO:
As anomalias funcionais da tiróide atingem 5% da população geral e mais de 200 milhões de
pessoas sofrem de alguma doença da tiróide.
Estas alterações funcionais podem produzirm sintomas que são difíceis de diferenciar da
sintomatologia de algumas doenças psíquicas.
A disfunção do eixo hipotálamo-pituitária-tiróide, em particular, está associada a uma série de
anomalias psiquiátricas, tais como a depressão. Esta patologia tem também elevada
prevalência em Portugal.
DESCRIÇÃO DO CASO:
R., sexo feminino, 44 anos, raça causasiana, divorciada e psicóloga recorre à consulta pela
primeira vez em Novembro de 1997.
Apresentava como antecedentes pessoais depressão diagnosticada e medicada há 3 anos,
síndrome do colón irritável e miomatose uterina.
Em Maio de 2003 houve agravamento da astenia, sentimento de frustação, tristeza e falta de
vontade de viver. Ao exame objectivo detectou-se nódulo tiroideu no lobo direito, móvel, não
doloroso e não aderente. Pediram-se provas da função tiroideia, anticorpos anti-tiroideus e
ecografia da tiroide e posteriormente citologia aspirativa de agulha fina. Os resultados foram
compativeis com o diagnóstico de tiroidite linfocítica.
Após instituição de levotiroxina a doente melhorou da sintomatologia depressiva.
CONCLUSÕES:
A maioria dos doentes com depressão que recorre ao médico de família apresenta sintomas
somáticos. A sua frequência, possibilidade de tratamento e potenciais sequelas, tornam o seu
dignóstico e tratamento uma prioridade em cuidados de saúde primários. Infelizmente o diagnóstico nem sempre é fácil, porque os sintomas podem estar mascarados por uma grande
variedade de situações psiquiátricas e somáticas, como as alterações funcionais da tiróide.
O reconhecimento precoce e a instituição de um tratamento adequado podem produzir
francas melhorias na qualidade de vida dos doentes que, de outra forma, sofreriam desnecessarimente.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
António Mendes dos Santos
Centro de Saúde Dr. Joaquim Paulino, Rio de Mouro - USF Alpha Mouro
DI de Lisboa D
José Carlos Patrício
INTRODUÇÃO: A osteoporose é uma patologia muito prevalente em cuidados de saúde
primários, é por isso importante que todos os médicos, em particular os médicos de família,
saibam diagnosticar, tratar e acompanhar adequadamente os seus doentes com osteoporose.
Apesar de na maioria das situações não ser possível identificar uma causa directa para osteoporose, esta doença é por vezes secundária a outras patologias. Assim, este caso clínico visa
realçar a importância da pesquisa/exclusão de causas menos frequentes para situações
clínicas mais comuns, em particular para a osteoporose. Pretende ainda lançar o debate
sobre algumas questões pertinentes que decorrem da situação clínica descrita.
Oral
Autor(es)
Da fractura ao hipertiroidismo
Relato de Caso
Título
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA: Qual a causa primária que poderá explicar as várias
patologias identificadas no doente deste caso clínico?
METODOLOGIA: Consulta do processo clínico e entrevista de um paciente do Centro de
Saúde. Pesquisa bibliográfica em manuais de referência, publicações periódicas e endereços
específicos da Internet sobre osteoporose e hipertiroidismo.
DESCRIÇÃO DO CASO: Este caso clínico documenta a marcha diagnóstica e evolução
clínica de um paciente que por sua iniciativa decidiu realizar um rastreio de osteoporose cujo
resultado foi positivo e confirmado por osteo-densitometria. Foi então medicado havendo, no
entanto, um agravamento da doença, facto este que determinou a pesquisa de uma causa
primária para a osteoporose, tendo sido diagnosticado hipertiroidismo.
Foi assim encontrada uma etiologia que explica múltiplos aspectos da história clínica deste
doente, nomeadamente uma taquiarritmia, osteoporose e uma fractura do quinto metatarso
que ocorreu 6 anos antes do diagnóstico de hipertiroidismo.
CONCLUSÃO: Identificou-se uma causa primária que explica as várias patologias identificadas no doente em questão. O caso clínico descrito alerta para a importância da pesquisa
de causas menos frequentes para situações clínicas comuns. Levanta ainda algumas
questões sobre a possível referenciação deste doente para uma consulta hospitalar e sobre
o eventual tratamento direccionado para a osteoporose, além da terapêutica da sua causa
primária.
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Oral
Relato de Caso
Resumo
Mergulhar mais fundo nas causas de AVC?
Ana Catarina Pedro (ap) e Mileta Gomes
USF Vale do Sorraia - CS Coruche
DI de Santarém
Carlos Ceia
Numa mulher jovem com história de acidente vascular cerebral (AVC), deve ser preocupação
do médico de família, além de avaliação e correcção dos vários factores de risco, o acompanhamento e a prevenção de futuras complicações, a promoção de saúde e a avaliação das
expectativas da doente.
Mulher de 24 anos, bióloga marítima/mergulhadora, a fazer contracepção oral há 5 anos,
nulípara, ex-fumadora, normoponderal, sem antecedentes pessoais ou familiares relevantes. Na
sequência do AVC em 07.2007 é internada sendo diagnosticado um foramen oval patente,
encerrado no mês seguinte, optando por manter o mergulho. Recuperação total das sequelas.
Em 02.2008, recorreu à consulta por dor na coxa esquerda, referindo um episódio semelhante
anterior no membro contralateral. Colocadas as hipóteses de celulite ou insuficiência venosa,
fez ecodoppler dos membros inferiores que revelou tromboflebite parcialmente recanalizada,
iniciou terapêutica com nadroparina cálcica - Fraxiparina 0,3® e mesoglicano - Prisma®.
Referenciou-se à hematologia para investigação de possível trombofília, diagnosticando-se
dupla heterozigotia de marcadores genéticos de risco trombótico.
Foram discutidos, os riscos inerentes à doença, nomeadamente, a actividade de mergulho,
contracepção oral, imobilização prolongada, tabaco, excesso de peso e gravidez. Sugeriu-se
o estudo genético à família directa.
Este caso ilustra a controvérsia de até onde se deve investigar - ficar pelo frequente ou caminhar
até à raridade?
Mesmo nas patologias pouco frequentes é essencial o seguimento pelo médico de família
definindo as estratégias mais adequadas a cada doente.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Margarida Valente (ap), Andreia Neves, Rita Paulino
USF Mactamã - Centro de Saúde de Queluz
DI de Lisboa D
Rosa Bretes, Fátima Arnaud, Ana Frazão
INTRODUÇÃO: Durante a gravidez ocorrem múltiplas adaptações fisiológicas, bem toleradas
na maioria dos casos. No entanto, a presença de determinados factores hereditários ou
adquiridos pode ter como consequência a ocorrência de complicações graves. As complicações vasculares são a principal causa de morbilidade materno-fetal, estando na maioria das
vezes associadas a estados protrombóticos.
Este caso ilustra a forma como os avanços da medicina permitem uma gravidez de termo com
o mínimo de complicações possíveis, mesmo na presença de estados protrombóticos.
Oral
Autor(es)
Trombofilia na Gravidez - a propósito de um caso clínico
Relato de Caso
Título
DESCRIÇÃO DO CASO: Mulher de 31 anos, raça caucasiana, aparentemente saudável e
sem antecedentes familiares relevantes, que recorre à consulta de revisão do puerpério, em
Junho de 2007, trazendo consigo uma informação clínica da Maternidade Dr. Alfredo da
Costa, com o diagnóstico de Trombofilia - homozigotia para gene C677T da metiltetrahidrofolato redutase (MTHFR).
Em 1995, teve uma morte fetal in útero, às 39 semanas de gestação, tendo sido assumida como
causa de morte fetal, laterocidência/procidência do cordão umbilical. Em Abril de 1996, tentou
nova gravidez que resultou em aborto espontâneo às 7 semanas. Dada a sua história obstétrica,
foi encaminhada para a consulta do grupo de estudo de mortes fetais, onde realizou um estudo
com doseamento de anticorpos (anti-cardiolipina, anti-lúpico, anti-trombina III e anti-nucleares),
das proteínas S e C, e da fracção C3 do complemento, que não revelou alterações. Em 1996,
engravidou novamente, tendo o parto ocorrido às 37 semanas, por cesariana.
Em 1997 iniciou anticoncepção oral combinada que interrompeu em 2006, com o objectivo de
engravidar. Na consulta pré-concepcional da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, fez novo estudo
da coagulação, com pesquisa de marcadores genéticos de risco trombótico. Foi-lhe diagnosticada homozigotia para gene C677T da MTHFR. Engravidou no mesmo ano, tendo iniciado
terapêutica com vitamina B12, vitamina B6, ácido fólico reforçado e nadroparina cálcica em
dose profiláctica. A gravidez decorreu sem complicações e o parto foi de termo, por cesariana.
Teve alta com as seguintes indicações: heparina de baixo peso molecular no puerpério; ácido
acetilsalicílico, 100 mg/dia, cronicamente; profilaxia com heparina de baixo peso molecular
em situações de risco; doseamentos semestrais de homocisteína; terapêutica com vitamina
B12, B6 e ácido fólico se hiperhomocisteinémia; contra-indicação para terapêutica com
estrogéneos.
CONCLUSÃO: Este caso demonstra a importância dos avanços da medicina para a compreensão do passado obstétrico desta mulher e para a necessidade de agir preventivamente
nas situações em que o risco protrombótico está aumentado.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Oral
Relato de Caso
Resumo
A ponderação do risco num caso difícil de Anticoagulação Oral
Autores: Ana Valério (ap), Jorge Silva, Maria José Colaço
USF Cova da Piedade
DI de Setúbal Norte
Maria José Colaço
MOTIVO DE SELECÇÃO: A anticoagulação oral é uma terapêutica cada vez mais presente
na prática clínica diária do médico de família. A escolha deste caso deve-se à sua complexidade clínica e pela ponderação constante do risco vs benefício da instituição desta terapêutica.
DESCRIÇÃO DO CASO: Apresenta-se o caso clínico de uma doente de 79 anos, casada,
reformada, com antecedentes pessoais de obesidade, hipertensão arterial, diabetes mellitus
tipo 2, dislipidémia, bronquite crónica, hipotiroidismo, doença cardíaca isquémica, estenose
aórtica e um acidente isquémico transitório em Agosto de 2007, que em Novembro de 2007,
sofre um AVC Isquémico, ficando com hemiparésia esquerda sequelar e acamada, desde
então. Um mês depois, é internada no Hospital, por Tromboembolismo Pulmonar Bilateral,
com alta a 16 de Dezembro e indicação para iniciar anticoagulação oral com varfarina, 1
comprimido por dia. Dois dias depois, é novamente internada no mesmo hospital, por AVC
Hemorrágico, com um INR de 7 à entrada, tendo tido indicação para parar a anticoagulação
oral. Em Abril de 2008, é novamente internada por quadro de isquémia aguda do membro
inferior, pelo que reinicia anticoagulação oral, 1/ 2 comprimido por dia. Já em ambulatório,
apresentava com esta terapêutica, um INR de 5.64, pelo que se decide instituir um esquema
terapêutico de 1/ 4 de comprimido por dia, apresentando duas semanas depois INR de 1.70.
Decide-se iniciar um esquema de 1/ 2 comprimido e 1/ 4 comprimido em dias alternados, mas
duas semanas depois apresentava um INR de 1.21. Foram avaliados todos os factores presentes, passíveis de interferir com a resposta individual à terapêutica com varfarina, tais
como, condições clínicas prévias, medicação e alimentação, e feitos os ajustes necessários,
para o controle dos mesmos. Actualmente, a doente apresenta valores de INR entre 1,88.
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: Nesta doente, a instituição da terapêutica anticoagulante oral,
acresce um risco de hemorragia, pelo difícil controlo do INR em níveis terapêuticos, mas a
sua supressão é acrescida de maior risco de fenómenos trombóticos. Neste caso clínico é
evidenciado, não só a grande complexidade da terapêutica com varfarina, a necessidade da
ponderação constante do risco vs benefício desta terapêutica, bem como a necessidade de
ter em conta os diversos factores que podem contribuir para a variabilidade individual na
resposta à anticoagulação oral. Estes, são problemas cada vez mais do ambulatório e, por
isso, cada vez mais da prática clínica do médico de família, sendo muito importante o correcto
seguimento do doente anticoagulado.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Edgar Ferreira (ap), Fernando Tabanez, Joana Alves
CS Seixal - USF Torre da Marinha / Pinhal de Frades
DI de Setúbal Norte
Vanda Vale, Zélia Godinho, Quitéria Latoeiro
INTRODUÇÃO:
Perante um caso de trombose venosa profunda (TVP) com ou sem tromboembolismo
pulmonar (TEP), torna-se fundamental para o Médico de Família avaliar os factores de risco
ambientais e genéticos do seu doente. Enquanto alguns factores ambientais são mais facilmente reconhecíveis e controláveis pela sua reversibilidade, a irreversibilidade caracteriza os
factores genéticos, sendo necessário a realização de exames para os identificar. O factor V
de Leiden é um desses factores de risco. Perante um caso de TVP com TEP num doente com
esta mutação torna-se evidente a necessidade de detectar outros casos familiares. Mas será
que tal medida trará benefícios?
Oral
Autor(es)
Factor V de Leiden: a propósito de um caso clínico
Relato de Caso
Título
DESCRIÇÃO DO CASO:
Mulher de 47 anos, raça caucasiana, com antecedentes de fibromiomas uterinos, patologia
osteoarticular do ombro direito, sob contracepção oral. Com antecedentes maternos de
tromboflebite e AVC, que iniciou quadro de dor na região gemelar esquerda e edema homolateral com 2 meses de evolução. Recorreu ao Médico de Família, com indicação para realização de eco-doppler dos membros inferiores, que revelou trombose venosa profunda em
fase sub-aguda da veia popliteia esquerda. Nesta sequência, dois dias antes de aguardar
realização de histerectomia programada, iniciou toracalgia direita de características pleuríticas de intensidade crescente. É conduzida de imediato para o Serviço de Urgência onde terá
realizado avaliação laboratorial e imagiológica com TC torácico e cintigrafia de ventilação/perfusão com diagnóstico definitivo de flebotrombose sub-aguda da popliteia esquerda e TEP
bilateral. Esteve internada no Serviço de Medicina durante 8 dias sem intercorrências, tendo
alta medicada com varfarina durante 9 meses. Perante este caso realizou-se o estudo molecular da doente e familiares directos. Esta apresentava heterozigotia para o factor V de
Leiden. Alguns familiares por diversas razões recusaram-se a realizar o estudo genético.
Passados cerca de 2 anos, não são conhecidos novos episódios de TVP na doente e nos
seus familiares directos. Esta realizou histerectomia sem intercorrências, tendo permanecido
com insuficiência venosa do membro inferior esquerdo.
DISCUSSÃO:
Testar familiares assintomáticos de pessoas portadoras do factor V de Leiden é controverso.
Um teste positivo permite o aconselhamento para evicção de outros factores de risco e
educação para a identificação precoce dos sinais e sintomas de TVP e TEP. Por outro lado,
poderemos estar a criar ansiedade desnecessária aos portadores, uma vez que a maioria
destes casos nunca chega a desenvolver TVP. A positividade do teste pode levar à evicção
de certos tratamentos hormonais e potencialmente gerar problemas a nível do trabalho ou
com seguradoras.
Sendo o teste negativo há o risco de suscitar uma falsa sensação de segurança, sendo por
isso ignorados outros factores de risco.
Antes da realização do estudo genético torna-se essencial a discussão com o doente das
implicações que os resultados poderão ter.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Oral
Relato de Caso
Resumo
Anemia assintomática: Quando a suspeita clínica persiste
Sílvia Alão
Centro de Saúde do Barreiro - Unidade de Saúde do Lavradio.
DI de Setúbal Sul
Miguel Santos
INTRODUÇÃO:
Os doentes com anemia são muitas vezes diagnosticados pela descoberta casual em análises
de rotina. Quando não há uma causa óbvia de anemia o seu estudo deve incluir uma avaliação
gastrointestinal através do pedido criterioso de exames complementares de diagnóstico já que,
por vezes, na sequência de uma simples anemia ferropénica assintomática, são diagnosticadas
neoplasias malignas ocultas. Assim, o facto do Médico de Família (MF) ter que gerir condições
que se apresentam de forma indiferenciada e num estádio precoce, podendo requerer intervenção urgente, faz com que o mesmo tenha que estar apto a lidar com este risco.
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA:
O presente caso é representativo da importância da Medicina Geral e Familiar enquanto
elemento central da gestão dos cuidados ao doente, descrevendo uma situação de anemia
ferropénica diagnosticada em análises de rotina, cuja causa se revelou tratar de um adenocarcinoma do cólon direito.
DESCRIÇÃO DO CASO:
Doente de 77 anos, sexo feminino, raça caucasiana, natural e residente no Lavradio, solteira,
com antecedentes pessoais de hipertensão arterial diagnosticada aos 58 anos. Sem antecedentes familiares relevantes.
Em Julho de 2004 recorreu à consulta do MF, assintomática, apresentando em análises de
rotina anemia ligeira microcítica e hipocrómica e velocidade de sedimentação elevada, sem
outras alterações laboratoriais. Na sequência dos resultados obtidos foram pedidos os seguintes
exames: hemograma, pesquisa de sangue oculto nas fezes, marcadores tumorais, endoscopia digestiva alta e clister opaco com duplo contraste, tendo ficado medicada com Legofer
®. Em Setembro de 2004 regressa à consulta tendo os exames revelado sangue oculto nas
fezes positivo em três amostras, gastrite crónica atrófica com sinais de actividade e volumoso
divertículo recto-sigmoideu. Iniciou terapêutica com omeprazol.
Regressou em Dezembro de 2004 com manutenção do quadro de anemia ferropénica de
etiologia a esclarecer. Foram pedidos colonoscopia completa e ecografia ginecológica, tendo-se
verificado ausência de patologia ginecológica e impossibilidade de efectuar a colonoscopia
completa por dores e ansa marcada do descendente. Efectuou novo clister opaco que revelou
possível pólipo do transverso. Após contacto telefónico com o Serviço de Gastrenterologia do
Hospital de São José fez-se nova tentativa de realização de colonoscopia completa sob
anestesia, que mostrou pólipo do cólon descendente e neoplasia do cólon ascendente. O
exame histológico revelou adenocarcinoma moderadamente diferenciado do cólon ascendente. A doente foi então referenciada para o Serviço de Cirurgia do Hospital do Barreiro,
sendo submetida a hemicolectomia direita em Julho de 2005. Actualmente encontra-se
clinicamente estável.
CONCLUSÃO:
Classicamente os tumores do cólon direito traduzem-se por anemia ferropénica, sendo de
recear para o diagnóstico diferencial não reconhecer a situação. O presente caso clínico
pretende salientar o papel primordial do MF em diagnosticar precocemente, utilizando os
recursos essenciais e disponíveis, procurando uma articulação eficiente com os Cuidados de
Saúde Secundários, agindo em benefício do doente.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Ana Rita Oliveira, Carla Marques (ap)
C.S. São Mamede - Santa Isabel, USF Feijó
DI de Lisboa BC, DI de Setúbal Norte
Ana Moinhos, Isabel França
MOTIVO DE SELECÇÃO:
O plasmacitoma é uma patologia pouco frequente em medicina geral e familiar. O diagnóstico é
feito, geralmente, por alterações analíticas de rotina ou por sintomatologia associada, mais
frequentemente do foro ósseo. No entanto, podem surgir certos sintomas menos frequentes
aos quais temos de estar atentos, de forma a permitir um diagnóstico precoce.
Oral
Autor(es)
De Quisto Sebáceo a Plasmacitoma - um diagnóstico de suspeição
Relato de Caso
Título
RELATO DO CASO:
C., sexo feminino, 58 anos, empregada doméstica; sem problemas de saúde relevantes até
2000, altura em que lhe surgem quistos sebáceos de repetição, com necessidade de excisão
cirúrgica. Sem outras queixas relevantes. Como mantém aparecimento desses quistos, realiza análises em 07/00, que revelaram uma VS aumentada; um aumento das cadeias beta e
diminuição das gama, sem outras alterações. É mantida sob vigilância analítica, mantendo o
perfil descrito.
A 03/01 realiza uma imunoelectroforese que revela uma gamapatia biclonal IgA/lambda. Os
anticorpos ANA, anti-DNA, anti-mitocondrial e anti-músculo liso eram negativos. Mantém
vigilância trimestral.
Entre 2001 e 2006 mantém o quadro de quistos sebáceos de repetição e o mesmo perfil
analítico. Em 01/07 mantém diminuição da cadeia gama, aumento das beta e VS aumentada.
Foi contactado o serviço de hematologia do HGO, que aconselhou vigilância analítica anual
para despiste de gamapatia monoclonal e eventual mieloma. As análises de 04/07 mantêm
IgA aumentada, IgM diminuida. Devido à monopatia IgA é referenciada à consulta de hematologia, efectuando análises, múltiplas radiografias, biópsia óssea, punção medular e cariotipo.
Destes ECD, destaca-se apenas uma gamapatia a IgA. Existe a forte suspeita da doente
apresentar um plasmacitoma, mas ainda não foi possível fazer o diagnóstico definitivo.
Mantém seguimento em hematologia.
CONCLUSÃO:
A suspeita clínica sobre sintomatologia menos frequente tem de estar presente na marcha
diagnóstica, de forma a que se consigam efectuar diagnósticos precoces, como descrito neste
caso, em que a investigação de quistos sebáceos de repetição levou a um diagnóstico de
plasmacitoma.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected], [email protected]
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Oral
Relato de Caso
Resumo
O doente só não morreu por acaso - os cuidados primários respondem bem
perante emergências raras?
Bruno Heleno (ap), Pedro Alves, Patrícia Ferreira, Paula Broeiro, Esmeralda Cunha,
Margarida Coelho
C.S. Lumiar
DI de Lisboa AEF
Paula Broeiro, Esmeralda Cunha, Margarida Coelho
INTRODUÇÃO: Apesar das dificuldades existentes em determinar a frequência do erro em
cuidados primários, estudos existentes sugerem que o erro diagnóstico seja aquele que pode
causar maior dano aos doentes. A análise de situações de “quase falha” permite detectar
trajectórias de erro antes que ocorram acidentes com prejuízo para a vida dos doentes.
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA: O processo diagnóstico em cuidados primários será
vulnerável a erros diagnósticos relacionados com doenças raras?
CONTEXTO DE CASO: Homem de 75 anos, pertencente a uma família nuclear no estádio
VIII de Duvall acompanhado de forma regular pela sua médica de família. Tem um locus de
controlo interno e é muito vigilante da evolução dos seus problemas de saúde. Recorre pela
primeira vez em 10 anos a uma consulta não programada, quinze dias após ter-se reformado.
Referia descompensação da diabetes, cansaço, urina escura; sendo objectivada icterícia e
palidez. Na suspeita de um carcinoma pancreático são pedidas análises urgentes e ecografia
abdominal. Combinou-se observação dos exames no próprio dia porque a sua médica de
família estava de urgência no centro de saúde. Os exames eram compatíveis, não com uma
icterícia obstrutiva, mas com uma icterícia resultante de uma anemia hemolítica. O doente é
referenciado para a urgência hospitalar onde é internado. Após o internamento o doente veio
à consulta trazendo a nota de alta e relatou a sua experiência do ocorrido: “Naquele fim-desemana, quando cheguei a três de hemoglobina, pensei que morria”.
DISCUSSÃO: O processo de diagnóstico utilizado pelos médicos de família tem que ser
eficiente numa população com queixas iniciais, indiferenciadas e, muitas vezes, não justificadas por patologia orgânica. Múltiplas variáveis de contexto influenciam a selecção de uma
hipótese dentro do conjunto de diagnósticos diferenciais: prevalência da doença, experiência
prévia do médico, deixas ao longo da consulta, etc. Neste caso, a icterícia e colúria foram
atribuídos a um diagnóstico urgente (neoplasia do pâncreas) que era mais frequente que um
diagnóstico emergente (anemia hemolítica sintomática). Na reflexão sobre este evento,
consideramos que se tratou de uma quase falha (engano resultante da má aplicação de uma
regra boa). Evitou-se o acidente (de não diagnosticar uma doença com perigo de vida) pela
coincidência da médica de família estar nesse dia de urgência. Na ausência desta coincidência e uma vez que os resultados só ficaram disponíveis fora do horário de trabalho da
médica de família, não teria havido no sistema (centro de saúde) nenhuma forma de observar
as análises alteradas antes que fosse demasiado tarde.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Marlene Calisto (ap) , Marta Arnaut Pimentel, Rita Pinhão, Rute Fernandes
USF Marginal, Centro de Saúde de Cascais
DI de Lisboa BC
Tiago Carneiro, Ana Isabel Franco, Mário Santos, Pascale Charondière
INTRODUÇÃO:
O médico de família (MF) lida diariamente com sinais e sintomas inespecíficos e frequentes.
Estes podem, ou não, corresponder a verdadeiras entidades nosológicas, diagnosticadas
após período de tempo variável, que pode demorar anos. A valorização destas alterações é,
quase sempre, determinada pela prevalência e incidência das doenças na comunidade.
Contudo, as patologias raras também surgem na prática clínica do MF de forma indiferenciada, sendo o seu diagnóstico muitas vezes complexo.
Este caso pretende exemplificar a cronologia do diagnóstico de uma doença rara, os
problemas éticos associados à necessidade de um diagnóstico e os benefícios reais que este
pode trazer, numa fase precoce da doença.
Oral
Autor(es)
Gerir a doença rara em Medicina Geral e Familiar
Relato de Caso
Título
DESCRIÇÃO DO CASO:
Utente do sexo feminino, 80 anos, sem antecedentes pessoais ou história familiar relevantes
para o caso clínico.
Em Outubro de 2003, na sequência de análises pedidas pelo cardiologista, foi detectado
aumento isolado da fosfatase alcalina (FA). Pelo facto de, na semana anterior, a utente ter
apresentado síndrome febril associado a dor abdominal, este caso foi interpretado como
doença hepática aguda, que não foi confirmada.
Em Abril de 2004, no contexto de investigação da elevação mantida da FA, foi detectado
aumento dos níveis de paratormona, tendo a utente sido referenciada a consulta de
endocrinologia. Foi investigada a hipótese de hiperparatiroidismo primário e realizadas radiografia do crânio e cintigrafia óssea. Não foram detectadas alterações e a doente teve alta da
consulta de endocrinologia, com indicação para manter vigilância.
Em Agosto de 2007, por episódio de cruralgia, foi pedida radiografia da bacia, que mostrou
alterações ósseas da asa do ilíaco direito, sugestivas de Doença de Paget.
A doente foi referenciada à consulta de reumatologia, estando actualmente medicada com
bifosfonatos e cálcio, com estabilização da doença.
DISCUSSÃO / CONCLUSÃO
Perante um resultado de uma análise com indicação discutível, o MF teve que gerir uma alteração inespecífica da FA. Esta elevação foi, ao longo dos 5 anos, a única manifestação, tendo
a utente permanecido assintomática e sem alterações nos exames radiológicos inicialmente
efectuados. Apesar da abordagem multidisciplinar, o MF manteve a gestão da situação: investigou, referenciou e vigiou, prestando cuidados continuados ao longo do tempo, que permitiram
o diagnóstico da doença, ainda que de forma casual.
Deste caso, emerge a seguinte reflexão: se o diagnóstico mais precoce teria sido possível e
qual o benefício do mesmo para a utente.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Oral
Relato de Caso
Resumo
Doença metastática de melanoma maligno sem evidência de lesão primária
Hugo Pinto Gonçalves (ap), Cristina Mourato, Margarida Marques
ACE de Setúbal e Palmela
DI de Setúbal Sul
Paula Amaral Vital, Ascensão Guerreiro
INTRODUÇÃO:
O melanoma maligno representa 1% de todas as neoplasias e aproximadamente 10% das
neoplasias cutâneas, levando ao óbito em 75% dos casos.
A metástase pulmonar ocorre em 12% dos doentes sendo o segundo local mais frequente
depois dos nódulos linfáticos. As lesões do melanoma maligno são normalmente hiperpigmentadas podendo no entanto ser amelanóticas.
RESUMO:
Apresentamos o caso de uma mulher caucasiana, de 46 anos, assintomática, com uma
história pessoal e familiar de vitiligo, e mancha melânica gigante no dorso seguida em
consulta de dermatologia desde há vários anos. No decurso de estudo complementar para
cirurgia da mama (fibroadenomas mamários benignos) foram detectados no Rx de tórax,
nódulos pulmonares bilaterais a nível das bases. Foi efectuada TAC torácica que detectou
três nódulos à esquerda e um à direita. Na sequência, efectuou broncofibroscopia que revelou
tratarem-se de metástases pulmonares de melanoma maligno.
Reobservada pela dermatologia, não foram encontradas lesões suspeitas. Apesar disso
foram feitas várias biopsias à mancha melânica, que se revelaram negativas. Há cerca de um
ano tinha feito recessão de dois nevus, que se revelaram benignos.
Foram feitas novas TAC toraco-abdominal, RM do crânio e PET scan, que não revelaram
outros nódulos ou lesões suspeitas, para além das lesões encontradas na primeira TAC, pelo
que foi submetida a lobectomia inferior bilateral e cujo diagnóstico histológico confirmou tratar-se
de melanoma maligno.
Repetiu TAC toraco-abdominal seis meses depois que revelou novo nódulo no 1/3 inferior do
hemitórax esquerdo e lesão supra-renal à direita suspeita de metastização. Apresenta
também tumefação do pescoço que foi biopsada tendo revelado ser metástase de melanoma
maligno.
Irá iniciar esquema de quimioterapia.
Continua sem se conhecer a origem da lesão primária…
DISCUSSÃO:
O melanoma maligno com local primário desconhecido é raro e a sua incidência varia de
acordo com os estudos. O prognóstico também é variável. Harpole e al, reportaram sobrevidas de 30%, 9% e 4% a 1, 3 e 5 anos respectivamente.
Este caso pretende demonstrar que o médico de cuidados de saúde primários deve estar
alerta para as formas atípicas de apresentação das doenças.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Lara Guerra
Centro de Saúde de Torres Novas
DI de Santarém
Ana Martins
ENQUADRAMENTO:
Os linfomas não Hodgkin são neoplasias malignas com origem no sistema linfático e classificam-se de acordo com o tipo celular predominante (linfócitos T ou B), sendo o tipo T mais
raro (10%). Têm apresentação clínica variável, constituem 60% dos linfomas diagnosticados
e predomínio masculino.
Nos Cuidados Primários a suspeição clínica e o diagnóstico precoce destas patologias é
fundamental, de forma a permitir uma intervenção o mais breve possível e melhorar o
prognóstico da doença.
Oral
Autor(es)
Nem tudo o que parece é…e não é que era mesmo!
Relato de Caso
Título
RELATO DE CASO:
Descreve-se o caso de um homem de 43 anos, caucasiano, antecedentes de dislipidémia e
hábitos tabágicos, que recorre em Outubro de 2005 ao Médico Família por tumefacção
parotídea esquerda de grande volume, sinais inflamatórios locais, com evolução de 3 anos,
mas com períodos de remissão pelo que não valorizava. O doente negava outros sintomas
e/ou sinais acompanhantes. Objectivamente verificou-se a existência de tumefacção acentuada da região parotídea esquerda com sinais inflamatórios (calor e rubor), dura e indolor.
Perante o quadro clínico colocaram-se as hipóteses de obstrução por cálculo do ducto de
Stenon e/ou neoplasia. Pediu-se ecografia da região cervical, sendo sugerido pela Imagiolista
a realização de TAC cervical o qual revelou “volumosa massa sólida de natureza neoplásica
(10x8,3x5,9cm) com efeito de massa sobre a carótida e adenopatia a nível da cadeia jugulocarotídea em relação com metastização”. O doente foi encaminhado para o IPO de Lisboa - consulta de ORL e desta para consulta de Hematologia por suspeita de doença linfoproliferativa.
Após estudo foi classificado como tendo “eventual parotidite recorrente crónica”. Segundo o
doente, iniciou tratamento com alopurinol 300 mg com diminuição marcada da tumefacção.
Manteve vigilância no IPO, fez recidiva em Setembro de 2006, repetiu citologia aspirativa que
novamente evidenciou parotidite crónica recorrente. Nessa altura teve alta com indicação
para seguimento em consulta de ORL do Hospital da área de residência. Em Agosto de 2007
recorre ao Médico Família por novo aumento da tumefacção parotídea, sendo encaminhado
para o SU-ORL. Foi programado domicílio em Janeiro de 2008 por queixas de desequilíbrio
e desorientação (familiares), sendo o doente novamente enviado ao SU no qual realizou TACCE que mostrou “volumosa massa tumoral com origem no espaço mastigador esquerdo que
determina destruição da mandíbula e invasão com compressão do parênquima cerebral
fronto-temporo-parietal”. Posteriormente foi transferido para o IPO onde lhe diagnosticaram
linfoma não-Hodgkin T, motivo pelo qual fez terapêutica citostática e QT profilática do SNC.
Actualmente, apresenta sequelas de hemiparésia direita e amaurose, a fazer RT e fisioterapia.
Com este relato de caso pretende-se alertar para o facto de que nem sempre o diagnóstico é
o que nos parece mais óbvio, mas que apesar de se tratar de um quadro clínico arrastado, só
após envolvimento neurológico é que se chegou de facto ao diagnóstico inicialmente suspeitado.O Médico de Família encontra-se em local privilegiado para a gestão e orientação
destas situações, uma vez que além da articulação que faz com os Cuidados Secundários,
tem facilidade em envolver não só o apoio psicossocial, mas também esclarecer e prevenir
situações patológicas nos restantes elementos da família.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
31
Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Oral
Relato de Caso
Resumo
DESCARGA ADRENÉRGICA
Ana Paula Catarino (ap), Pedro Carvalho
Centro de Saúde da Venda Nova
DI de Lisboa D
Carlos Ferrão
INTRODUÇÃO:
Os doentes com hipertensão arterial são submetidos a uma avaliação limitada. É, no entanto,
imprescindível que o Médico de Família esteja atento a indícios que sugiram uma causa
secundária tratável, de modo a orientar a investigação. O feocromocitoma constitui uma
causa rara de hipertensão secundária que deve ser pesquisada quando existem elevações
paroxísticas de tensão arterial refractárias ao tratamento, acompanhadas frequentemente de
uma tríade clínica caracterizada por cefaleias, palpitações e hipersudorese.
DESCRIÇÃO DO CASO:
Doente do sexo masculino, 55 anos, raça caucasiana, com antecedentes pessoais de
esquizofrenia e tabagismo. Seguido em consulta de Psiquiatria até Outubro de 2007, altura
em que recorre pela primeira vez ao seu Médico de Família. Dos problemas detectados desde
então realça-se uma hipertensão arterial de grau 2. Uma vez constatada a refractariedade
desta hipertensão, entretanto polimedicada, mesmo com o doente assintomático aprofunda-se
a avaliação efectuada inicialmente. Na investigação ulterior detectou-se uma elevação das
metanefrinas urinárias e uma massa nodular de 3,5 cm na supra-renal direita, compatível com
feocromocitoma.
DISCUSSÃO:
Apesar de o feocromocitoma se tratar de uma patologia já de si rara, quando não se associa
a clínica típica, constitui ainda um diagnóstico mais improvável. Contudo, face a uma hipertensão arterial refractária à polimedicação, não deve deixar de ser equacionado.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected];
[email protected]
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XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Luísa Rebelo da Silva, Madalena Rodrigues (ap)
C.S.Palmela
DI de Setúbal Sul
António Leitão Dias
INTRODUÇÃO: A Hipertensão arterial (HTA) é um importante problema de saúde pública,
representando um dos maiores factores de risco para doenças cardiovasculares. O médico
de família desempenha um papel fundamental na avaliação, nomeadamente estilos de vida,
factores de risco afectando a terapêutica e prognóstico, possíveis causas secundárias ou
lesões de órgãos-alvo.
Oral
Autor(es)
Dra, eu só quero um comprimido para a dor de cabeça…!
Relato de Caso
Título
DESCRIÇÃO: Homem de 23 anos, raça negra, IMC de 22, com história familiar de HTA, sem
hábitos relevantes, recorre, em Maio de 2008, ao CA por cefaleia holocraneana, não pulsátil,
de agravamento recente, e visão turva, sobretudo à direita, com atribuição ao foro oftalmológico, solicitando alívio sintomático e sem ansiedade aparente. Ao exame objectivo,
apresentava TA de 246/172mmHg (braço esq) e de 236/170 (braço dto), sem outras alterações.
Foram-lhe administrados sucessivamente furosemide e nifedipina, sendo posteriormente
enviado ao hospital de referência, com TA de 220/142mmHg. Foi observado também pela
Oftalmologia com indicação para re-avaliação posterior. Tem alta medicado com nifedipina
30mg de longa duração e nebivolol 5mg. Duas semanas depois, recorre à consulta, mantendo
HTA não controlada (186/115mmHg); sem clínica sugestiva de Feocromocitoma. Inicia
avaliação complementar visando despistar HTA Secundária, nomeadamente avaliação
analítica, ECG, Ecocardiograma Modo M+2D, Ecografia renal e Eco-Doppler das artérias
renais e TC das supra-renais que revelaram Hipercolesterolémia ligeira. Duas semanas
depois, por manter valores elevados de TA no registo ambulatório, inicia terapêutica com um
diurético tiazídico. Um mês depois, registava, ainda, valores de TA não controlada (HTA grau
2), sendo referenciado à Consulta de Hipertensão Arterial hospitalar, mantendo vigilância
regular pelo médico de família. Aguarda re-avaliação pela Oftalmologia.
DISCUSSÃO: A HTA essencial surge geralmente após a 5ª década; o aparecimento anterior
obriga à exclusão de HTA Secundária. A raça negra apresenta uma expansão do volume
plasmático sendo os diuréticos tiazídicos e os antagonistas dos canais de cálcio fármacos de
1ª linha. A tabela de risco SCORE não permite avaliação face a este caso, parecendo,
contudo, a resistência à terapêutica um forte indicador de alto risco - se atendermos à idade
mais baixa considerada, terá um risco de 1% aos 10 anos. Neste caso, emerge a dificuldade
em classificar a apresentação do quadro como crise hipertensiva dado que não é possível
aferir se a subida se efectuou súbita e recentemente, ainda que com TA dentro dos valores
que a definem, de forma a equacionar o tratamento. A aferição de lesão de órgão-alvo não foi
realizada através da fundoscopia ainda que a necessidade de avaliação posterior pela
Oftalmologia o faça prever. Dado existirem antecedentes familiares de HTA, o risco é de 50%,
sendo pertinente convocar os pais para aferir do respectivo controlo da HTA e, sobretudo,
para uma intervenção de fundo, através de medidas não farmacológicas, visando a
diminuição dos valores tensionais.
CONCLUSÃO: Os estilos de vida actuais têm conduzido ao aumento da incidência de HTA
essencial abaixo dos 40 anos. A actuação do médico de família é fulcral na prevenção, diagnóstico, terapêutica e monitorização do quadro bem como avaliação e envolvimento familiares
no processo.
PALAVRAS-CHAVE: HTA essencial, secundária, furosemide, nifedipina, nebivolol, feocromocitoma, ecocardiograma, eco-doppler, fundoscopia, SCORE.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Oral
Relato de Caso
Resumo
Quando a Hipertensão Arterial se torna resistente…
Rita Paulino (ap), Andreia Neves, Margarida Valente
USF Mactamã - Centro de Saúde de Queluz
DI de Lisboa D
Ana Frazão, Fátima Arnaud, Rosa Bretes
INTRODUÇÃO: A hipertensão é geralmente designada como sendo resistente ou refractária
ao tratamento, quando alterações do estilo de vida e prescrição de pelo menos três fármacos
(incluindo um diurético), em doses adequadas, falham no controlo da pressão arterial sistólica e diastólica. A prevalência exacta da hipertensão resistente é desconhecida, tendo sido
superior a 15% na maioria dos estudos realizados.
Este caso clínico ilustra a importância do Médico de Família no diagnóstico e abordagem
terapêutica desta patologia.
DESCRIÇÃO DO CASO: Trata-se de uma mulher de 46 anos, raça caucasiana, com
antecedentes de hipertensão arterial crónica, diagnosticada aos 27 anos, na sequência de
uma gravidez.
Desde o início do diagnóstico, iniciou terapêutica anti-hipertensora apenas com um fármaco,
que tomou de forma irregular. Nas consultas com seu Médico de Família, apresentou sempre
valores de pressão arterial acima dos considerados normais, pelo que lhe foi explicada a
importância da adesão à terapêutica. Para além disso, foram optimizadas as doses do
fármaco já prescrito e, progressivamente, adicionaram-se novas classes de anti-hipertensores. Realizou o estudo de eventuais causas de hipertensão arterial secundária, que não se
confirmaram.
Aos 40 anos, por manter mau controlo da pressão arterial e estando já medicada com 3 classes
de anti-hipertensores nas doses adequadas, um dos quais um diurético, considerou-se a
hipótese de hipertensão resistente. Foi submetida a novo estudo que excluiu causas
secundárias e complicações graves da hipertensão arterial de longa evolução. Adicionou-se
então, progressivamente, com o apoio de um Cardiologista, outras duas classes de antihipertensores, tendo a doente mantido, durante 2 anos, valores tensionais normais-altos.
Aos 44 anos volta a apresentar valores de pressão arterial elevados, apesar de manter
adesão à terapêutica e de não existir evidência de hipertensão arterial de causa secundária.
Por este motivo, iniciou-se novo fármaco, encontrando-se actualmente medicada com 6 antihipertensores, que permitem um adequado controlo tensional.
DISCUSSÃO: É importante que o Médico de Família conheça a definição de hipertensão
resistente, de modo a que mais facilmente possa identificar um grupo de doentes, que sendo
hipertensos, possuam um elevado risco de apresentarem causas reversíveis de hipertensão
e que possam beneficiar de considerações diagnósticas e terapêuticas especiais.
O prognóstico desta patologia é desconhecido, mas o risco cardiovascular está indubitavelmente aumentado, principalmente quando os doentes apresentam uma história de hipertensão
arterial grave de longa evolução, complicada por outros factores de risco cardiovasculares
como a obesidade, apneia do sono, diabetes e doença renal crónica.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Sénia Sousa Guerreiro(ap), Lúcia Azevedo
Centro de Saúde de Corroios
DI de Setúbal Norte
Lúcia Azevedo
PALAVRAS-CHAVE:
Não compactação do miocárdio ventricular; cardiomiopatia.
Oral
Autor(es)
NÃO COMPACTAÇÃO DO MIOCÁRDIO VENTRICULAR: UM DIAGNÓSTICO EM
MEDICINA GERAL E FAMILIAR
Relato de Caso
Título
INTRODUÇÃO:
A não compactação do miocárdio ventricular é uma cardiomiopatia rara, cuja real prevalência na
população ainda se desconhece. Aparentemente resulta de uma interrupção no normal processo
de compactação durante a embriogénese, podendo ser esporádica ou de carácter familiar.
As suas três principais manifestações clínicas são a insuficiência cardíaca, as disritmias e os
eventos embólicos sistémicos. Numa fase inicial pode ser assintomática, mas geralmente
evolui para insuficiência cardíaca progressiva. Existe uma forte associação entre esta entidade
e as perturbações neuromusculares.
O diagnóstico é feito por ecocardiografia bidimensional e codificada a cor, podendo necessitar
de confirmação por outros exames de imagem, como a ecocardiografia de contraste ou a
ressonância magnética cardíaca.
A terapêutica é direccionada para a insuficiência cardíaca e para a prevenção de disritmias e
eventos embólicos sistémicos.
O prognóstico é variável, mas o risco de morte súbita obriga a um seguimento apertado.
DESCRIÇÃO DO CASO CLÍNICO:
Mulher, de 44 anos, raça negra, com antecedentes pessoais de síndrome depressivo em
2002 e diagnóstico de hipertensão arterial estádio 1 em 2004, controlada com medicação.
No contexto da hipertensão arterial, e para esclarecimento de quadro de cansaço para
médios esforços de difícil valorização, realizou ecocardiograma de rotina, cujo resultado foi
compatível com não compactação do miocárdio ventricular. Foi encaminhada para a consulta
de cardiologia do Hospital de Santa Marta, onde confirmou o diagnóstico através de
ressonância magnética cardíaca. Por apresentar boa função sistólica do ventrículo esquerdo
e não havendo evidência de disritmias, iniciou antiagregação, mantendo seguimento em
consulta anual da especialidade.
Por se tratar de uma doença hereditária, e pela importância de um diagnóstico precoce da
mesma, foi realizado o rastreio da patologia ao filho de 10 anos, assintomático, que foi positivo.
CONCLUSÃO:
A não compactação do miocárdio ventricular implica uma boa coordenação entre cuidados de
saúde primários e secundários, com o intuito de controlar as suas possíveis manifestações:
insuficiência cardíaca, disritmias e eventos embólicos sistémicos. Assim, parece importante
sensibilizar os médicos de família para a existência desta rara patologia.
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Oral
Relato de Caso
Resumo
Pionefrose ou o preço da recusa de tratamento
Acácio Diogo
Centro de Saúde do Barreiro, Unidade de Saúde do Lavradio
DI de Setúbal Sul
Miguel Santos
INTRODUÇÃO:
A pionefrose é actualmente uma situação rara, mas potencialmente grave, levando, quando
a situação não é detectada precocemente, o doente afectado a uma rápida deterioração do
seu estado físico. Por outro lado o médico de família tem a capacidade de negociar o
diagnóstico e tratamento com o doente, ajudando-o a aceitar de forma informada a terapêutica proposta.
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA:
Pionefrose do rim esquerdo devido a complicação de cálculo renal coraliforme com indicação
para nefrolitotomia, tendo o doente recusado a terapêutica proposta.
DESCRIÇÃO:
N.T.S.J., sexo masculino, 58 anos, natural do Barreiro, residente no Lavradio, caucasiano,
reformado (ex-serralhareiro), casado e com 2 filhos do sexo masculino. Hábitos alcoólicos
acentuados e tabágicos. Dos antecedentes pessoais realça-se hipertensão arterial sistodiastólica, obesidade grau I, hérnia discal L5-S1 e esteatose hepática.
Em Julho de 2002 recorreu à consulta de Saúde do Adulto da U.S.Lavradio para mostrar
exames anuais pedidos em consulta anterior. A urina II revelou hematúria microscópica,
leucocitúria e nitritos positivos. A ureia e creatinina séricas não apresentavam alterações. No
seguimento foi efectuada uma urocultura que foi positiva para Proteus mirabilis. Efectuou-se
tratamento com Noroxin®. Em Outubro do mesmo ano, voltou à consulta encaminhado pela
medicina do trabalho, por hematúria microscopica assintomática. A urocultura revelou novamente a presença de Proteus mirabilis, e realizou-se uma ecografia renal que mostrou um
calculo coraliforme ao nível do grupo calicial inferior do rim esquerdo, sem ectasia da árvore
excretora. Foi efectuada a referenciação para a consulta de Urologia do Hospital Nossa
Senhora do Rosário - Barreiro. Em Agosto de 2003 foi colocada indicação para nefrolitotomia
que o doente recusou por estar assintomático. Até Maio de 2008 o doente teve várias
infecções urinárias e apesar da insistência do médico de família recusou sempre a cirurgia.
Em Maio de 2008, o doente recorreu à consulta de Saúde do Adulto, por disúria, arrepios e
calafrios, diminuição do peso não quantificado e dor nos quadrantes esquerdos do abdómen.
Ao exame objectivo evidenciava-se à palpação abdominal uma massa não dolorosa, de
consistência elástica, que ocupava, grosseiramente, o espaço compreendido entre a fossa
ilíaca esquerda e hipocôndrio esquerdo. Foi efectuada avaliação analítica que revelou aumento
da creatinina sérica e “consumo metabólico”, e TC abdominal que mostrou a presença de
litiase no bacinete e uretero esquerdos condicionando obstrução com dilatação a montante e
presença de componente hemático ou infeccioso, densificação da gordura peri e para-renal
reforçando a ideia de componente infeccioso ou hemorrágico, e diminuição e atraso da
captação de contraste. Foi encaminhado para o serviço de Urologia do Hospital Nossa
Senhora do Rosário com diagnóstico de pionefrose onde efectuou drenagem da colecção
descrita e aguarda realização de nefrectomia esquerda.
CONCLUSÃO:
No caso descrito, e apesar de várias vezes o doente ser alertado para as consequências de
não tratar a lítiase renal, a recusa de tratamento veio verificar-se desastrosa para a saúde do
doente.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Mora P.1(ap), Neta M.2, Delgado F.3, Barreto C.4
1 3
, Centros de Saúde de Queluz, 2Amadora, 4Linda-a-Velha
DI de Lisboa D e BC
Eduardo Nelson Josefino1, Luísa Caldeira2, Adília Menezes3, Paulo Eiras4
PALAVRAS-CHAVE:
Coreia de Huntington, genograma, aconselhamento genético
Oral
Autor(es)
Abordagem familiar de portadores de Coreia de Huntington
Relato de Caso
Título
ENQUADRAMENTO:
A Coreia de Huntington é uma doença hereditária autossómica dominante, que surge de
forma insidiosa, sendo por este motivo difícil determinar a idade exacta de aparecimento. Na
maioria dos casos, os sintomas manifestam-se entre os 35 e os 40 anos de idade e caracterizam-se por movimentos involuntários ocasionais ou movimentos espásticos e por uma
perda gradual de massa neuronal, evoluindo progressivamente para estados de coreia,
atetose e deterioração mental. Até à data, apenas se pode oferecer terapêutica sintomática
com o objectivo de controlar as manifestações comportamentais. No entanto, para as pessoas
com antecedentes familiares conhecidos desta doença, pode ser proposto aconselhamento
genético.
RELATO DO CASO:
MC, sexo feminino, 70 anos, raça caucasiana, natural de Lisboa, com antecedentes de
Diabetes Mellitus tipo 2, Hipertensão arterial, Obesidade,e Hepatite B no contexto de vigilância de saúde, levantou a seguinte dúvida, “Qual é a probabilidade dos meus netos terem
a doença das minhas filhas?”. Decidiu-se então, fazer o estudo da família, começando pela
elaboração do genograma, onde foram identificados os indivíduos a estudar. Na sequência
desta abordagem, alertou-se MC quanto à importância da realização de aconselhamento
genético nos seus descendentes.
CONCLUSÃO:
O genograma é um instrumento fundamental na abordagem familiar das doenças de transmissão genética. No caso da Coreia de Huntington é necessário ter em linha de conta as
questões ético-legais que podem surgir, uma vez que esta constitui indicação para interrupção
médica da gravidez. Desta forma, o Médico de Família desempenha um papel essencial
nestes casos, através do seguimento longitudinal do indivíduo, da sua integração no contexto
da família e ainda como seu provedor no sistema de saúde.
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Relato de Caso
Resumo
O que fazer quando "Já não há nada a fazer!"
Ana Nicolau Gomes
USF Tornada - CS Caldas da Rainha
DI de Lisboa AEF
Ana Maria Pisco
PALAVRAS-CHAVE:
Oral
Demência, Cuidados Paliativos, Doença Terminal, Cuidadores Informais
INTRODUÇÃO / FUNDAMENTAÇÃO:
Vários estudos sustentam a hipótese de a demência ser um processo relacionado com o envelhecimento. Assim sendo, o mundo ocidental depara-se actualmente com o progressivo aumento
da prevalência desta patologia, que se estima ser de cerca de 5% nos maiores de 65 anos.
A sobrevida média do doente com demência é de cerca de 6 anos, contudo pode estender-se
até aos 20 anos, condicionando uma intensa sobrecarga física, psíquica e emocional nos
cuidadores informais.
A demência é uma patologia que leva a uma detioração progressiva, mas irregular, o que dificulta o reconhecimento do estadio terminal do doente pelo médico de família.
Identificar o estadio terminal é fundamental para poder providenciar os cuidados de saúde de
forma adequada e proporcionada à situação em que o doente e família se encontram.
DESCRIÇÃO DO CASO:
Doente do sexo masculino, 81 anos, casado, com diagnóstico de demência vascular há cerca
de 2 anos encontrando-se actualmente no estádio 7 (escala FAST).
Vive com a esposa que mantém com o doente uma relação ambivalente entre a obrigação do
cuidado e o ressentimento, consequência da relação conflituosa que mantinham anteriormente. A esposa partilha com a filha o papel de cuidadora principal.
Este doente apresentou-nos vários problemas de saúde que implicaram uma abordagem
paliativa, nomeadamente, dor, agitação nocturna, retenção urinária, dificuldades de deglutição, úlceras de pressão e infecções respiratórias.
Neste caso, serão relatadas as acções paliativas efectuadas bem como as questões éticas
com que nos deparámos no decurso do seu acompanhamento.
De realçar também a importância do apoio aos cuidadores na prevenção, quer do burn-out,
quer de um eventual luto patológico.
DISCUSSÃO:
Este caso pretende evidenciar a importância de abordar a demência como uma patologia em
que os cuidados paliativos assumem um papel fulcral desde o diagnóstico até à morte do
doente, devendo-se ainda prolongar nos cuidados de apoio ao luto dos familiares.
O médico de família, encontra-se numa posição privilegiada para disponibilizar todo um
conjunto de acções paliativas que irão contribuir para uma franca melhoria da qualidade de
vida do doente e da sua família, numa postura que se quer de respeito pela vida humana em
todas as fases mas sem sujeitar o doente ao “encarniçamento terapêutico”, que não trará
qualquer benefício nem ao próprio, nem à família.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Mara Carvalho (ap), Vasco Freire
Centro de Saúde de Amadora e Marvila
DI de Lisboa BC e D
Vanda Basílio, Ana Maria Cavaleiro
INTRODUÇÃO:
Descrita pela primeira vez por James Parkinson em 1817, a doença de Parkinson é idiopática, tem um pico de incidência aos 60 anos e caracteriza-se por uma desordem progressiva
do movimento devido à disfunção e morte celular dos neurónios secretores de dopamina nos
gânglios da base, que controlam e ajustam a transmissão dos comandos conscientes vindos
do córtex cerebral para os músculos do corpo humano. Não somente os neurónios dopaminérgicos estão envolvidos, mas outras estruturas produtoras de serotonina, noradrenalina e
acetilcolina estão envolvidos na génese da doença.
Oral
Autor(es)
Subversão do ciclo de vida: a “terceira idade” antes da maternidade
Relato de Caso
Título
DESCRIÇÃO DO CASO:
C.R., 23 anos, casada, empregada de escritório, com antecedentes de Obesidade; a referir
nos últimos 5 anos períodos intermitentes de absentismo laboral associados a cervicalgias e
omalgia à direita, sem etiologia conhecida. Como antecedentes familiares, a salientar mãe
com D. Parkinson aos 42 anos e mais outros 4 casos familiares da doença.
Há cerca de um ano, numa consulta de vigilância programada pela utente, cujo motivo
principal da consulta era “desejo de perder peso” (sic), C. refere também queixas de cervicalgia e omalgia à direita. Neste contexto, realizou análises, (incluindo marcadores de
doenças do foro reumatológico), radiografia e ecografia do ombro, que se revelaram normais.
Numa nova consulta de urgência solicitada pela utente C. refere agravamento da dor, acompanhada de períodos de falta de força do membro superior direito, queixas que condicionavam incapacidade para o trabalho. Foi medicada com pregabalina, com melhoria do
quadro álgico; por outro lado as queixas de falta de força no membro superior direito
agravaram progressivamente. Fez TC CE e TC cervical, que se revelaram sem alterações.
Foi referenciada à Consulta de Neurologia do Hospital Fernando da Fonseca, tendo feito a
devida investigação diagnóstica, incluindo EMG dos membros superiores e RMN CE. Em
Novembro de 2007 foi-lhe diagnosticada Doença de Parkinson, e instituida terapêutica com
dopaminomimético (Requip). Cerca de 3 meses depois, inicia tremor em repouso no membro
superior direito, com melhoria após ajuste terapêutico. Após o diagnóstico verificou-se um
aumento do número de consultas no Centro de Saúde, associado à ansiedade resultante de
um diagnóstico de Doença de Parkinson aos 23 anos. Actualmente C. encontra-se com a
doença controlada, com remissão de sintomas. Na última consulta, C. mantém o desejo de
perder peso (aguarda consulta de nutrição) e deseja engravidar no próximo ano.
CONCLUSÃO:
O caso descrito evidencia um síndrome menos comum no quotidiano das consultas de
Medicina Geral e Familiar. Particularmente por ser um caso atípico, pela idade precoce de
apresentação, demonstra a importância do papel de médico de família na sinalização e
encaminhamento precoce para os Cuidados de Saúde Secundários, . Por outro lado, evidencia
a importância da abordagem holística do doente, minimizando assim o impacto de doenças
crónicas incapacitantes como é o caso da Doença de Parkinson.
PALAVRAS-CHAVE:
Doença de Parkinson precoce, abordagem holística, médico de família
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Oral
Relato de Caso
Resumo
Nem tudo o que parece é!
Mafalda Carmona Ribeiro (ap), Elisa Gomes, Filomena Nabais
Centro de Saúde de Marvila - USF S. João Evangelista dos Lóios
Centro de Saúde de Marvila, Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa
DI de Lisboa BC
Cristina Andrade, Carmo Cunha
INTRODUÇÃO: A depressão é uma queixa comum na prática clínica. Surge frequentemente
mascarada, manifestando-se mediante sintomas somáticos, sendo a dificuldade mais
frequente saber quando procurar uma causa psicológica para os sintomas. Noutros casos, os
sintomas depressivos são a expressão inicial de doença física, podendo precede-la como
primeiro sintoma durante meses ou anos. Deve o médico ter presente estes elementos, única
forma de poder atempadamente determinar uma abordagem diagnóstica eficaz.
DESCRIÇÃO DO CASO: Doente do sexo feminino, 49 anos, natural de Mondim de Basto,
residente em Lisboa, desempregada desde Outubro de 2007 (despedimento conflituoso). Em
Novembro de 2007 inicia quadro de humor depressivo, cefaleias frontais, anorexia (perda
ponderal de 15Kg), cansaço e dificuldade nas actividades de vida diárias. Recorre ao Médico
de Família (MF) em Março de 2008 sendo medicada com escitalopram 10mg, bromazepam
1.5mg e piracetam 1.2g. A 2/04/2008, por agravamento do quadro com aparecimento de vómitos
ocasionais, incontinência urinária, apatia, sonolência e mutismo volta ao MF que a encaminha
para o Serviço de Urgência do Hospital de Curry Cabral (SU-HCC). Fica internada com o
diagnóstico de síndrome depressivo (CID9 300.4), sendo transferida para o Hospital Júlio de
Matos. Alta a 18/04/2008 por “melhoria do quadro”, medicada com Venlafaxina 150mg/dia,
Mirtazapina 15mg/dia e Flurazepam 30mg em SOS, sendo encaminhada para a consulta de
Psiquiatria no Núcleo de Intervenção Comunitária dos Olivais (NIC). Vai à consulta a
14/05/2008 mantendo humor depressivo, cefaleias e tonturas. Por terem surgido dúvidas quanto
ao diagnóstico, foram pedidos EEG, análises laboratoriais e avaliação psicológica. Foi feita
revisão terapêutica, ficando medicada com Venlafaxina 150mg/dia, Diazepam 12,5mg/dia e
Flurazepam 15mg em SOS. Volta à consulta a 25/06/2008 mantendo as mesmas queixas e
com aparecimento cerca de 5 dias antes de ptose e exoftalmia esquerdas e apagamento do
sulco naso-geniano esquerdo. Mantém episódios esporádicos de vómitos em jacto e incontinência urinária. É enviada ao SU-HCC com a hipótese diagnóstica de lesão ocupando espaço
(LOE). A TC-CE efectuada no SU revelou LOE intra-craniana, com cerca de 70x62 mm, em
topografia frontal e mediana, compatível com meningioma, tendo ficado internada.
DISCUSSÃO: As manifestações psiquiátricas dos tumores cerebrais encontram-se bem
documentadas. Estes podem originar sintomas como perturbações do humor, perturbações
de ansiedade ou quadros psicóticos. A maioria dos casos atribui-se a meningiomas frontais
de crescimento lento. Os meningiomas podem produzir sintomas por mecanismos de irritação
(ex: convulsões), compressão (ex: cefaleias, vómitos, lentificação psico-motor, papiledema) e
estes variam com a localização específica. Os meningiomas frontais cursam, muitas vezes,
com apatia ou comportamento desinibido e incontinência urinária. O diagnóstico é realizado
por estudos de imagem (TC ou RMN). O tratamento dos meningiomas sintomáticos é cirúrgico.
CONCLUSÃO: Apesar da sintomatologia nesta doente ser compatível com síndrome depressivo é mandatório excluir alterações orgânicas que possam ser as responsáveis pelas
alterações verificadas. A dificuldade diagnóstica é fruto, algumas vezes, de uma investigação
mal conduzida, seja pela insuficiência dos meios de diagnóstico seja pela negligência do
observador, ignorando causas orgânicas como potenciais origens dos sintomas psíquicos.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Isabel Cardoso1 (ap), Fátima Franco2, Ana Margarida Baptista3
CS de Torres Vedras (extensão Turcifal), CS de Odivelas2 (extensão Olaio),
Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa3
DI de Lisboa AEF
Alexandra Abrunhosa1, Manuel Vazquez2, Paula Casquinha3
INTRODUÇÃO: A depressão é uma patologia muito frequente em Medicina Geral e
Familiar, encontrando-se o clínico geral numa posição privilegiada para identificar e avaliar
a morbilidade psiquiátrica. Apesar de tratável é ainda uma patologia sub-diagnosticada. A
sua incidência e prevalência é de 2 :1 . A repercussão socio-económica é significativa,
acarretando uma diminuição do desempenho sócio profissional e colocando em risco a vida
do individuo. A sua gravidade e impacto são comparáveis à doença cardiovascular.
Oral
Autor(es)
Depressão: a propósito de um caso clínico
Relato de Caso
Título
CASO: Jaime, 41 anos, eurocaucasiano, casado, professor universitário, sem filhos, natural e
residente em Lisboa. Aparentemente saudável até há cerca de oito meses, altura em que
desenvolveu um quadro insidioso de cefaleias frontais de agravamento vespertino e que o
acordam durante noite. Auto medicou-se com paracetamol 1g de 8/8 horas com alívio relativo. Inicialmente não valorizou, mas dada a manutenção do quadro recorreu, ao 4º mês, ao
seu médico de família. Após avaliação clínica foram-lhe solicitadas análises gerais e uma
TAC-CE e dos seios perinasais. É então diagnosticada uma Sinusopatia Etmoidal e realizada
antibioterapia durante 15 dias. Ficou assintomático cerca de 4 semanas, após o que ocorreu
uma recidiva agora associada a insónia intermédia (que referia não estar relacionada com as
cefaleias), dificuldade de concentração e na execução de tarefas, condicionando irritabilidade
e ansiedade crescentes. Recorreu novamente ao seu médico, que após reavaliação médica
e laboratorial (incluindo função hepática e tiroideia) e ECG, o medica com alprazolam e o
referencia para a consulta de psiquiatria. Nesta verifica-se que desde há oito meses existia
um aumento da responsabilidade profissional (stress laboral) e emagrecimento de 8 kilos,
astenia marcada, dificuldade em tomar decisões, lentificação motora, diminuição da líbido e
sentimentos de desvalorização. Negava consumo de bebidas alcoólicas, drogas ou tabaco.
Não se apuraram ideias de morte nem história familiar de suícidio ou depressão. Após
exclusão de patologia orgânica, o doente foi medicado com bupropiom e mexazolan.
Reavaliado após 4 semanas com melhoria do humor e reversão parcial das queixas, mantém
terapêutica que irá cumprir nos próximos 12 meses. A reavaliação será trimestral na consulta
de psiquiatria e posteriormente reenviado para o seu médico de família.
DISCUSSÃO: Neste caso as queixas somáticas mascaram o diagnóstico de S. Depressivo.
É então especialmente importante proceder a uma anamnese cuidada, inquirindo sempre se
o doente se sente triste, deprimido ou se tem menos interesse nas suas actividades habituais.
A psiquiatra assistente optou por medicar com antidepressivo inibidor das catecolaminas
(noradrenalina e dopamina) com efeitos secundários mínimos (especialmente na líbido).
CONCLUSÃO: A Depressão é uma das doenças mais frequentes na clínica geral e das
patologias psiquiátricas com repercussões mais graves no panorama sócio económico de um
país. Como tal é importante reconhecer esta entidade em todas as suas formas de expressão
desde a sua fase inicial. Este caso ilustra a dificuldade de diagnóstico uma vez que a somatização permite aos indíviduos adversos à ideia de perturbação mental desempenharem o
papel de doentes não se culpabilizando por não se sentirem bem. Segundo William Osler
“Escuta o doente, ele diz-te o diagnóstico”.
PALAVRAS CHAVE: Depressão, Somatização.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Oral
Relato de Caso
Resumo
Da negação ao compromisso
Tânia Almeida (ap), Cláudia Antão, Manuela Rodrigues
USF Villa Longa
DI de Lisboa AEF
Manuela Rodrigues
ENQUADRAMENTO: Portugal é hoje o 8º país do mundo em que se consome mais álcool. O
consumo lícito de bebidas alcoólicas está fortemente enraizado na nossa cultura e é responsável pelo aparecimento de um número significativo de patologias agudas e crónicas de
carácter físico, psicológico e social, constituindo um importante problema de saúde pública. A
identificação precoce do consumo de álcool e suas consequências é de extrema importância
em virtude da sua elevada prevalência, de se tratar do factor de risco que mais contribui para
a ocorrência de acidentes, violência doméstica, conflitos familiares, incapacidade e morte e
fundamentalmente de ser um problema passível de prevenção e intervenção. Nestas áreas o
médico de família tem um papel essencial.
DESCRIÇÃO DO CASO: Trata-se de um doente do sexo masculino, 66 anos de idade, casado,
operário fabril, seguido em consulta de Saúde do Adulto. Em Maio de 1995, em consulta programada de rotina, é detectado nos exames laboratoriais de diagnóstico alterações dos
parâmetros de função hepática. Perante a suspeita da presença de um eventual consumo
excessivo de álcool foram aplicados instrumentos para confirmação do diagnóstico, o qual
não foi negado pelo doente, mas repetidamente desvalorizado.
Intervenções breves junto do doente e sua família têm sido implementadas ao longo do tempo
no sentido de promover o reconhecimento do problema por parte do doente, a educação para
a saúde e o desejo de mudança de comportamentos.
Todo este esforço de autoreflexão e racionalização do consumo resultou finalmente, ao fim de
alguns anos, na procura de ajuda e tratamento por parte do doente e sua família.
CONCLUSÃO: O consumo excessivo de álcool tem um impacto negativo em todos os aspectos
da vida do doente e seus familiares com consequências graves para sua estabilidade física,
emocional e económica. O acesso privilegiado do médico de família ao doente e família
coloca-o numa posição privilegiada para a detecção precoce destas situações, podendo,
através de intervenções breves, ajudando-los a modificarem os seus comportamentos.
Estudos são indicativos da eficácia das “intervenções breves” na abordagem deste problema,
devendo o médico ter em consideração dois aspectos essenciais: a gravidade do consumo e
a disponibilidade do doente em mudar o seu comportamento aditivo.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Paulo Estrela, Carla Gouveia (ap), Hema Hasmuklal
Centro de Saúde de Loures
DI de Lisboa AEF
Paulo Estrela
INTRODUÇÃO:
A obesidade é um problema de saúde com prevalência crescente na população em geral. As
consequências psicológicas e sociais da obesidade são conhecidas. No entanto, pouco se
sabe sobre as complicações psicológicas e sociais do seu tratamento.
Oral
Autor(es)
E esta, hein?
Relato de Caso
Título
OBJECTIVO:
Descrever o caso de uma doente com obesidade mórbida em que as complicações psicológicas e sociais dessa doença foram evidentes e em que a cirurgia bariátrica trouxe consequências psicológicas importantes.
METODOLOGIA:
Recolha de dados a partir do processo clínico da doente e da entrevista ao seu médico de
família. Pesquisa bibliográfica na Medline e no Google utilizando termos relacionados com a
situação a descrever.
RESULTADOS:
Descreve-se o caso de uma mulher de 31 anos, casada, com dois filhos menores, com obesidade mórbida desde a infância que se submeteu a tentativas infortuitas de perda de peso
através de medidas gerais e que foi submetida a gastrobandoplastia com perda de peso muito
significativa. A perda de peso e as consequentes alterações psico-sociais levaram a modificações importantes da dinâmica relacional e familiar, com consequências importantes também do ponto de vista biomédico. É descrito o papel do médico de família no apoio a toda a
evolução do caso.
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES:
Estudos publicados mostram que a prevalência de obesidade nas mulheres é de 13,4% e
nos homens de 15,0%. A obesidade tem conhecidas complicações psicológicas e sociais
e a obesidade mórbida associa-se, em alguns casos, a co-morbilidades psiquiátricas. A
cirurgia bariátrica é uma das alternativas terapêuticas disponíveis em situações de obesidade mórbida. É uma terapêutica comprovadamente eficaz mas as consequências a nível
psicológico nos doentes que a ela se submetem não são bem conhecidas. A avaliação
psicológica pré-cirúrgica é essencial não só para avaliar o provável grau de compliance
com as alterações dietéticas e com o follow-up necessário nas também para sinalizar
patologia psiquiátrica presente.
Este caso exemplifica consequências biopsicosociais nefastas que poderão surgir na
sequência do tratamento de uma obesidade.
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Oral
Relato de Caso
Resumo
Cirurgia Bariátrica e Patologia Gastro-esofágica
Pedro Alves, Bruno Heleno, Patrícia Ferreira
Centro de Saúde do Lumiar
DI de Lisboa AEF
Paula Broeiro, Esmeralda Cunha, Margarida Coelho
INTRODUÇÃO - A cirurgia bariátrica reduz a mortalidade dos doentes com diabetes, diminui
a tensão arterial, os triglicéridos, as transaminases, melhora a ventilação pulmonar, estando
indicada para doentes com índice de massa corporal superior a 40 ou superior a 35 com outra
co-morbilidade (ex. diabetes). Todavia, existem restrições a esta cirurgia, (ex. refluxo
gastroesofágico).
O caso clínico apresentado é de um doente com indicação de cirurgia bariátrica (Diabetes tipo
2 e obesidade mórbida) e com patologia gastro-esofágica o que levantou questões no processo
de decisão clínica.
O CASO CLÍNICO - A. C. S. D., 37 anos, integrado numa familiar nuclear na fase II do ciclo
de Duvall. Primeira consulta de vigilância em Fevereiro de 2006 tinha 34 anos. Ao exame
objectivo destacava-se um peso de 118 kg, altura 173 cm, perímetro abdominal 123 cm,
Índice de Massa Corporal de 39. Perante estes dados foram feitas recomendações dietéticas
e de actividade física. Em consulta de seguimento a avaliação analítica revelou uma anomalia
da glicose em jejum. Durante um ano cumpriu o plano terapêutico. Em Outubro de 2007 apresentava um peso de 121 kg (Indice de Massa Corporal de 40) e um perímetro abdominal de
126 cm. Analiticamente salienta-se a elevação das transaminases e uma glicémia em jejum
de 165 mg/dl. Mantiveram-se as medidas dietéticas, iniciou-se terapêutica com metformina e
pede-se reavaliação laboratorial a ecografia abdominal. Confirma-se diabetes tipo 2 e esteatohepatite.
Por dificuldade em reduzir o peso, apesar da diabetes controlada, em Fevereiro de 2008, o
doente é referenciado à consulta de cirurgia do HPV, para provável cirurgia bariátrica.
Em Maio de 2008, em consulta de vigilância, revela uma glicemia em jejum de 228 mg/dl e
HbA1c de 9,3 (má adesão enquanto aguarda cirurgia?). Nessa consulta trouxe-nos o resultado
de endoscopia digestiva alta pré-cirurgia: esogatige de grau A (Los Angeles), uma cicatriz
bulbar, e Helicobacter pylori positivo. Referiu não poder ser operado segundo o gastroenterologista que lhe efectuou a endoscopia. Como plano, reforçaram-se as recomendações
diéteticas, de actividade física e auto-controlo da glicemia capilar, manteve metformina,
iniciou-se o tratamento com Sitagliptina, e programaram-se consultas trimestralmente.
DISCUSSÃO - Neste caso parece haver indicação para cirurgia bariátrica, contudo a realização
de uma endoscopia digestiva prévia contra-indicou ou adiou a cirurgia, situação que está
descrita em alguns casos.
Alguns autores referem que a presença de esofagite de refluxo é uma contra-indicação para
a cirurgia. Porém outros autores referem que só esofagites mais graves (ex. Esófago de
Barret) são contra-indicações.
Será que doentes com esofagites ligeiras podem ser submetidos a cirurgia bariátrica?
Perante isto, será que o risco pós-operatório de doença de refluxo gastro-esofégico é superior
ao risco cardiovascular destes doentes?
Se o refluxo gastro-esofágico é mais prevalente nos obesos quem terá indicação para ser
operado?
PALAVRAS CHAVE - Cirurgia bariátrica; Esofagite; Diabetes tipo 2
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Resumo de Comunicação
Obesidade em estados de hipertiroidismo - relato de 2 casos clínicos
Autor(es)
Susana Mendonça (ap), Ana Isabel Campos*, Rita Tato, Mariana Lameiras
Instituição
Centro de Saúde da Lapa, *USF Dafundo
Resumo
M.Teresa Costa, Nuno Sousa, Luís Afonso
PERTINÊNCIA E ENQUADRAMENTO DO TEMA: Embora invulgar, a obesidade pode ocorrer
em estados de hipermetabolismo como sucede no hipertiroidismo, seja ele de base autoimune ou não. O relato destes 2 casos intenta relembrar/sensibilizar para a importância duma
anamnese cuidada e dum elevado grau de suspeição no diagnóstico diferencial.
Oral
Orientador(a)
Relato de Caso
Título
METODOLOGIA: Análise dos processos da Consulta Externa Hospitalar, descrição dos casos
clínicos e de Exames Complementares de Diagnóstico; revisão bibliográfica em manuais de
referência e pesquisa de artigos publicados em endereços específicos na Internet.
DESCRIÇÃO DOS CASOS: No 1º caso uma mulher de 27 anos é referenciada à Consulta de
Endocrinologia pelo Médico de Família por queixas de cansaço fácil e alopécia; tem obesidade grau II, ecografia tiroideia normal e análises compatíveis com hipertiroidismo. Exames
subsequentes confirmam Doença de Graves com taquicardia, sem bócio nem exoftalmia,
além de hipertrigliceridémia. Após terapêutica com Metibasol consegue-se eutiroidismo
embora a obesidade persista, apesar da terapêutica e cuidados.
No 2º caso uma mulher de 31 anos é igualmente enviada à Endocrinologia pelo Médico de
Família por obesidade mórbida (IMC - 55), HTA e suspeita de DM. Em consultas e exames
subsequentes confirmam-se a HTA e a DM2, sendo reveladas hiperuricémia e hipercolesterolémia, em eutiroidismo. Todas estas condições vão normalizando progressivamente,
com terapêutica e cuidados específicos e a doente é proposta para cirurgia bariátrica. Volta
reenviada da Consulta de Anestesiologia por análises compatíveis com hipertiroidismo de
novo, com auto-anticorpos negativos, condição esta que remite após terapêutica com Metibasol. Continua a aguardar cirurgia bariátrica.
CONCLUSÃO: Quando se vê um obeso, a tendência é pensar que a causa dessa obesidade
é por excesso alimentar, muitas vezes aliada a hábitos de vida sedentária, ou que o aumento
de peso pode ser devido a disfunção das hormonas tiroideias, nomeadamente hipotiroidismo.
Este trabalho tenta alertar o Médico de Família para as manifestações menos vulgares do
desequilíbrio da glândula tiroideia, com o intuito de optimizar a abordagem e prevenção,
nomeadamente através de diagnóstico atempado e referenciação multidisciplinar.
*Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Oral
Relato de Caso
Resumo
SEM GOTA DE AR
Pedro Carvalho
Centro de Saúde da Venda Nova
DI de Lisboa D
Carlos Ferrão
INTRODUÇÃO:
A dificuldade respiratória constitui um motivo de consulta frequente na criança caracterizando-se
por um aumento do trabalho respiratório do qual resultam sinais típicos que devem ser prontamente reconhecidos. As crianças mais novas constituem um grupo de especial risco por
possuírem vias respiratórias mais pequenas, necessidades metabólicas acrescidas, reservas
respiratórias reduzidas e mecanismos compensatórios inadequados. As causas de dificuldade respiratória na criança são diversas podendo incluir patologias respiratórias, cardíacas,
distúrbios electrolíticos e traumatismos.
DESCRIÇÃO DO CASO:
Lactente de 3 meses, com antecedentes de parto de termo eutócico, amamentado artificialmente desde o nascimento, recorre a Serviço de Urgência Hospitalar com quadro de
dificuldade respiratória. Da história há a realçar dejecções diarreicas com 3 dias de
evolução e tosse seca por vezes emetizante. À observação destacava-se a polipneia,
cianose labial, tiragem global e língua pouco húmida. Após aerossol de Salbutamol e início
de soro de re-hidratação oral, mantinha polipneia grave, o que conduziu à requisição de
exames complementares de diagnóstico. Da análise da gasimetria tornou-se evidente a
acidose metabólica grave (pH=7,080) com compensação respiratória justificativa da polipneia.
DISCUSSÃO:
Perante um caso de gastroenterite aguda, os sinais de desidratação podem ser bastante
menos exuberantes que uma polipneia difícil de integrar no quadro clínico. Contudo, o
diagnóstico de acidose metabólica constitui uma entidade semiologicamente rica que, no
contexto supramencionado, não deve deixar de ser equacionado.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Marta Lapa
Centro de Saúde da Parede
DI de Lisboa BC
Vanda Lança
Este caso, em que foi detectada uma malformação do aparelho circulatório, vem demonstrar
a importância vital da vigilância da saúde infantil e da realização do exame objectivo
abrangente no contexto do Exame Global de Saúde. Salienta também a importância do
preenchimento cuidadoso do boletim de saúde infantil na qualidade de importante veículo de
transmissão de informação médica entre os cuidados primários e secundários.
Oral
Autor(es)
A propósito de um caso de cardiopatia congénita
Relato de Caso
Título
Integrado no programa-tipo de vigilância da saúde infantil, o Exame Global de Saúde dos
5-6 anos efectuado numa consulta motivada pelo preenchimento da ficha de ligação escolar
leva à detecção e encaminhamento de alguns problemas de saúde, entre os quais uma
coartação da aorta.
Trata-se de uma criança do sexo masculino, 5 anos, raça negra, terceiro de uma fratria de
quatro irmãos, pertencente a uma família nuclear Graffard IV, residente num bairro social do
concelho de Cascais. Antecedentes pessoais e familiares sem nada a salientar.
Assintomático, foi à consulta para o preenchimento da ficha de ligação escolar. Uma vez que
a sua vigilância de saúde havia sido efectuada por outro médico e dada a idade da criança foi
realizado o Exame Global de Saúde.
Ao exame objectivo foi detectado, entre outros, o seguinte problema de saúde classificado
segundo a ICPC-2: K81 Sopro cardíaco sistólico no foco aórtico. Efectuou-se o encaminhamento apropriado e foram pedidos exames complementares de diagnóstico, incluindo
um ecocardiograma.
Da investigação do caso obtiveram-se os seguintes diagnósticos: K73 Malformação congénita
do aparelho circulatório descrita através de cateterismo como "aorta em sifão, sem gradiente
Ao ascendente e Ao descendente", B82 Outras anemias NE, K86 Hipertensão arterial sem
complicações (secundária).
O plano estabelecido incluiu o tratamento da hipertensão arterial, a abstenção de exercício
físico, o estudo da hipertensão arterial e da anemia. Está programada a correcção cirúrgica
da malformação a médio prazo.
Como conclusão, pretende-se chamar a atenção para a importância do seguimento do esquema
de vigilância da saúde infantil e para o facto de o médico de família estar numa posição
priveligiada para detectar e encaminhar atempadamente problemas de saúde passíveis de
correcção que previsivelmente possam ter um impacto negativo sobre a saúde da criança.
Salienta-se ainda a utilidade do boletim de saúde infantil.
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Relato de Caso
Resumo
O papel da equipa de saúde familiar na gestão da doença e promoção da saúde
Marina Meireles (ap), Catarina Castro
Unidade de Saúde Familiar Marginal, Centro de Saúde de Cascais
DI de Lisboa BC
Ana Ferrão
PALAVRAS - CHAVE: Família; Cuidados em rede; Gestão da doença
Oral
OBJECTIVO: Demonstrar através de uma narrativa a actuação em Medicina Familiar, centrada
não na doença, mas no paciente e sua família, de forma continuada e em rede.
INTRODUÇÃO: A definição europeia de Medicina Geral e Familiar - WONCA 2002 - identificou
as características centrais da disciplina, entre as quais se destaca a abordagem centrada na
pessoa, através de cuidados longitudinais e modelação holística, tendo em conta as suas
dimensões cultural e existencial.
Através da consulta dos registos clínicos de um paciente e sua família, e do processo hospitalar, foi possível construir a narrativa que mostra o impacto da doença numa família.
DESCRIÇÃO: Trata-se de um doente de 78 anos de idade, hipertenso, com antecedentes de
hematoma subdural e insuficiência renal ligeira, que inicia alterações flutuantes da cognição
e coordenação motora. Posteriormente, inicia quadro febril associado a períodos de confusão,
tendo sido internado ao 30º dia de febre para investigação. Com o diagnóstico de pneumonia
criptogénica inicia corticoterapia, causa provável do aparecimento de diabetes mellitus,
apenas controlada com a instituição de insulinoterapia. A evolução deste caso foi desfavorável, tendo o doente falecido ao fim de quatro meses.
O papel da equipa de saúde foi o de ajudar o paciente e a sua família nas diferentes etapas
de reconhecimento, aceitação e gestão da doença, na interligação de cuidados, no ensino e
apoio ao principal cuidador, bem como na preparação e acompanhamento no luto. O acompanhamento de outros elementos da família permitiu que a morte não fosse o final desta
narrativa e que a sua aceitação como parte integrante do ciclo de vida contribuísse para a
manutenção da saúde desta família.
CONCLUSÃO: A prestação de cuidados de saúde de qualidade só é possível através do
estabelecimento de redes pluridisciplinares que organizam, racionalizam e disponibilizam
recursos. O médico de família, além de responsável pelo primeiro contacto com o sistema de
saúde, estabelece interligações a diferentes níveis na prestação de cuidados e assegura a
continuidade dos mesmos. Porque possui um conhecimento privilegiado dos diferentes
elementos da família, centra-se na pessoa total, mas também na complexidade dos sistemas
que a influenciam.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Graça Branco
Centro de Saúde de Sintra
DI de Lisboa D
Josefina Marau
PERTINÊNCIA DO TEMA: Pretende-se com esta descrição sensibilizar os Médicos de
Família para as causas psicogénicas da dor, apesar de, por vezes, o diagnóstico mais
plausível apontar para uma causa orgânica. O recurso aos instrumentos de avaliação/estudo
da família, que são específicos de Medicina Geral e Familiar, é em situações como esta,
fundamental para a condução adequada do caso.
Oral
Autor(es)
Desafios Clínicos em MGF
Caso Clínico - "Uma Dor Incontrolável..."
Relato de Caso
Título
PALAVRAS CHAVE: Dor, Psicogénica, Avaliação Familiar
DESCRIÇÃO DO CASO: Uma utente de 66 anos, recorreu a uma consulta de vigilância de
saúde com o objectivo de se submeter ao "check-up" anual. Nesta altura apresentava ainda
como motivo de consulta, queixas vagas de perda de memória e sinusite. Tinha como
problemas de saúde activos: microlitíase renal bilateral, hipercolesterolémia, sinusite crónica,
discartrose cervico-lombar e síndrome depressivo crónico. Retornou à consulta 3 meses
depois, trazendo os resultados dos exames pedidos e queixas álgicas de novo, na região
dorsal baixa, associadas a tosse arrastada. Pela clínica e por alterações radiológicas
inespecíficas no RX tórax, prossegue-se com o pedido de TAC torácico. A utente retornou por
diversas vezes ao Centro de Saúde devido à dor, que não cedia à medicação (escalando
inclusive a potência dos fármacos analgésicos) e que lhe foi alterando progressiva e substancialmente a qualidade de vida individual e familiar. Posteriormente o resultado do TAC
revelou alterações compatíveis com lesões secundárias, pelo que se prosseguiu a investigação com TAC abdomino-pélvica, reavaliação analítica, mamografia e cintigrafia óssea a fim
de se proceder à caracterização TMN da suposta neoplasia. Por esta altura entrou-se em
contacto com o Serviço de Medicina do Hospital de referência para internamento e esclarecimento da situação clínica da doente. Instituiu-se analgesia com morfina por decisão
conjunta com os colegas dos cuidados de saúde hospitalares. Durante o internamento, a
utente foi novamente submetida a exames, que se revelaram todos negativos. Porém, as
queixas álgicas mantinham-se apesar da terapêutica instituída! A doente foi então referenciada para Psiquiatria, onde foi medicada com antidepressivo tricíclico, ansiolítico e
submetida a terapia electroconvulsivante. A dor remitiu totalmente... Estas notícias fizeram
com que sentíssemos a necessidade de reavaliar o caso do ponto de vista dos cuidados de
sáude primários; será que antecipámos a referenciação? Apesar das características da dor e
do seu contexto clinico-laboratorial, não deveríamos ter utilizado logo de início a nossa
especificidade? Quando a utente voltou à consulta no Centro de Saúde, houve oportunidade
de refazer a sua Biografia Clínica e a Linha de Vida de Medalie e perceber que antes do surgimento deste quadro, a doente tinha passado por um período de doença oncológica do marido,
(tendo este sido submetido a internamento e cirurgia), e que em seguida, tinha vendido a sua
casa e mudado de residência sem apoio familiar. De acordo com a escala de Holmes e Rahe
obtinha uma pontuação que era compatível com probabilidade de adoecer superior a 80 %.
Comprovou-se deste modo e mais uma vez que, nas situações em que o modelo bio-médico
se revela insuficiente ou inadequado para o acompanhamento da situação clínica, é sempre
de grande interesse olhar para o indivíduo e suas queixas dentro do contexto da sua biografia
clínica, integrando o seu contexto familiar e social. A chave dos problemas reside muitas
vezes aí, mesmo em situações que numa primeira abordagem apontam para a causa
biomédica.
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Oral
Relato de Caso
Resumo
Cefaleias e Tonturas em Doente Jovem
Ana Serrão
Centro de Saúde de Alhandra, Extensão de Alverca
DI de Lisboa AEF
Dulce Abreu
INTRODUÇÃO: Queixas inespecíficas em doentes jovens constituem um desafio diagnóstico
quer pela baixa prevalência de patologia nesta faixa etária quer pela dificuldade no diagnóstico diferencial de alguns quadros. A escolha deste caso prende-se com a necessidade de
evidenciar as dificuldades sentidas durante a marcha diagnóstica e a importância que a
contextualização familiar teve para o estabelecimento do diagnóstico definitivo.
MATERIAL E MÉTODOS: Apresenta-se um relato de caso cujos dados foram obtidos através
de entrevista clínica e consulta de processo familiar.
DESCRIÇÃO DO CASO: Um jovem de 19 anos recorre à consulta com queixas de cefaleias
e tonturas mantidas a que se vão associando perda de força muscular e relatos de alterações
do estado de consciência. À observação apresentava desequilíbrio, descoordenação motora
e, posteriormente, desorientação temporo-espacial. Os exames complementares de diagnóstico mostraram um lipoma da lâmina quadrigémia. A referenciação à Neurologia não permitiu
o estabelecimento de um diagnóstico. Apenas uma observação posterior, fazendo um melhor
enquadramento do seu contexto familiar e profissional, e obtendo, numa anamnese mais
detalhada, o relato de alucinações auditivas e visuais permitiu colocar a hipótese de patologia
psiquiátrica, posteriormente confirmada.
CONCLUSÃO: A visão do doente no seu contexto biopsicossocial e uma entrevista clínica
cuidada e rigorosa podem, muitas vezes, ser a chave para um diagnóstico correcto e atempado. O conhecimento da família no seu todo e uma correcta avaliação familiar também
podem ser determinantes para uma decisão adequada relativamente ao tratamento e acompanhamento.
PALAVRAS-CHAVE: cefaleias; tonturas; alucinações; patologia psiquiátrica; contexto biopsicossocial; entrevista clínica; família; avaliação familiar.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Sara Almeida
Centro de Saúde de Santarém
DI de Santarém
Manuela Graça
ENQUADRAMENTO: as DII são afecções inflamatórias crónicas de etiologia desconhecida,
que afectam o sistema gastrointestinal. A sua patogenia envolve a activação de células
imunes com libertação de citoquinas e mediadores inflamatórios.
A diabetes mellitus abrange um grupo de alterações metabólicas que partilham o fenótipo
comum de hiperglicemia, sendo classificada com base no processo patogénico que leva ao
aumento da glicemia plasmática.
O hipertiroidismo é definido como uma elevação dos níveis de hormona tiroideia devido, na
maioria dos casos, a um hiperfuncionamento da glândula tiróide.
Quando estas 3 patologias surgem precocemente no mesmo indivíduo, o médico de família
para além do papel de prestador de cuidados primários passa também a ser um gestor de
recursos com múltiplas vertentes.
Oral
Autor(es)
Quando as comorbilidades aparecem precocemente…
Relato de Caso
Título
DESCRIÇÃO DO CASO: SM, sexo masculino, 31 anos, caucasiano, casado, motorista de
pesados.
Ex-fumador, com antecedentes pessoais de eczema atópico, rinite alérgica, cataratas, astigmatismo, miopia, síndrome depressivo e DII desde os 18 anos, em corticoterapia e seguida
por gastroenterologista particular.
Recorre pela primeira vez à consulta no Centro de Saúde em Dezembro de 2006, tendo sido
pedidos ECD de rotina, nos quais se detectou uma anomalia da glicemia em jejum.
Em Fevereiro de 2007 repete análises que nesta ocasião mostram valores de glicemia em
jejum compatíveis com uma diabetes inaugural, com etiologia a esclarecer. Foi feito ensino
alimentar e de autovigilância e pedidas novas análises.
Volta em Abril de 2007: analiticamente com AC anti-insulina e anti-GAD negativos, AC anti-ilhéus
pancreáticos positivos. Foi referenciado para consulta de Diabetologia da APDP e iniciado
desmame dos corticoesteroides.
Em Maio de 2007 volta à consulta referindo perda ponderal significativa. Foi pedido novo estudo
analítico que mostra uma diminuição dos valores de TSH e um aumento dos níveis de T4
total. Continuava então, a ser seguido pelo gastroenterologista particular e a fazer desmame
da corticoterapia mantendo-se estável.
Posteriormente foi à consulta da APDP tendo iniciado Glimepirida e Metibasol.
Em Outubro de 2007 tinha parado corticoterapia e foi referenciado para consulta de
Gastroenterologia no Hospital de Santarém.
Em Fevereiro de 2008 inicia insulinoterapia.
Actualmente é seguido na APDP, na consulta de Gastroenterolgia do Hospital de Santarém e
pelo médico de família, encontrando-se clinicamente estável.
DISCUSSÃO: este caso demonstra o importante papel do médico de família enquanto
prestador essencial de cuidados primários, caracterizando-se pela presença de um elevado
índice de suspeição, identificação de factores de risco, seguimento e aconselhamento.
Assume ainda a função de elemento central na gestão de cuidados ao doente. Para tal, utiliza
e articula diversos recursos disponíveis: pedido de ECD, referenciação e articulação com
vários tipos de cuidados secundários, sendo por fim um importante promotor da adesão à
terapêutica e uma peça chave no ajuste da mesma.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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51
Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Oral
Relato de Caso
Resumo
SINAIS DE DISFUNÇÃO NUMA FAMÍLIA EM DISRUPÇÃO
Jerusa Oliveira Ramos(ap), Claudia Ho
Centro de Saúde Dr. Joaquim Paulino - USF AlphaMouro
DI de Lisboa D
Zélia Vaz
ENQUADRAMENTO:
Actualmente verifica-se um crescente de número de famílias em fase de separação ou
divórcio, com a consequente reestruturação do agregado familiar e alteração dos papéis dos
diferentes elementos. O caso clínico relata os vários sinais de disfunção familiar detectados
pelo Médico de Família, no decorrer das consultas.
DESCRIÇÃO DO CASO:
Trata-se de uma família nuclear, um casal com duas filhas, de 17 e 10 anos, com história
familiar de dislipidémia e heterozigotia HbS. Desde 2005, ambos os elementos do casal recorreram ao Médico de Família, em consultas independentes, por queixas sugestivas de
ansiedade, que associavam a stress laboral. As consultas, que antes eram programadas e
escassas, passaram a ser não programadas e mais frequentes. Em 2006, o casal assume a
separação, embora continue a coabitar. O divórcio é oficializado em 2007, tendo as filhas
escolhido ficar com o pai e cessando qualquer contacto de parte destes com a mãe, despoletando uma depressão reactiva na última. A filha mais nova abandona a prática desportiva
refugiando-se na ingestão compulsiva de alimentos, levando à sua actual obesidade. A filha
mais velha inicia sucessivas vindas à consulta com queixas banais como motivo de consulta
expresso, mas labilidade emocional e relação conflituosa com os pais como motivo oculto.
Reconhece-se, portanto, um pai desresponsabilizado, uma mãe autoritária com depressão
reactiva, uma filha adolescente conflituosa, e uma filha na pré-adolescência obesa.
Entretanto, em 2008, o pai voltou a casar, sem o conhecimento da mãe e das filhas, agravando o conflito já existente.
Em todo o processo cada elemento da família tem vindo a ser consultado ou pelo orientador
de formação, ou por cada uma das internas, tendo sido detectados vários sinais de disfunção
familiar, pelo que foram aplicados alguns testes de avaliação familiar para complementar a
história clínica.
DISCUSSÃO:
O presente caso pretende chamar a atenção para os principais sinais de disfunção familiar e
para o papel do Médico de Família na contextualização de sinais e sintomas recorrentes, e
na abordagem familiar usando as várias ferramentas de avaliação. Salienta-se de igual modo
a importância da comunicação entre o Interno e o Orientador de Formação, que conduziu à
troca de informação, necessária para caracterizar a família e permitir a abordagem familiar
adequada.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
52
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Fátima Tavares, Carla Martins, Carolina Rezende, Teresa Libório
Centro de Saúde de Oeiras, USF São Julião
DI de Lisboa BC
Teresa Libório
INTRODUÇÃO - O melanoma maligno, cada vez mais frequente, representa 3% de todos os
cancros e é a principal causa de mortalidade por cancro da pele a nível mundial. Este caso
descreve o percurso diagnóstico de uma mulher jovem com melanoma maligno de extensão
superficial, realizado cerca de um ano após a fase de crescimento radial da lesão e um mês
após a 1ª manifestação de ulceração com hemorragia.
IDENTIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS - O diagnóstico precoce, nos estádios iniciais é essencial,
momento em que a cirurgia tem um grande potencial curativo. A importância de identificar os
grupos de risco é vital, para se tomar uma série de atitudes quer em termos de exame da pele,
cuidadoso e periódico, quer do encaminhamento do utente para a Consulta de Dermatologia.
A prevenção secundária do melanoma implica, essencialmente, uma visão atenta do médico
de família e uma responsabilização permanente e informada do utente na vigilância das suas
lesões. O utente deve ser ensinado a realizar o auto-exame da pele, mensal, com seriedade,
mas sem ansiedade e a comunicar de imediato qualquer alteração morfológica e/ou aparecimento de manifestação clínica.
Poster
Autor(es)
“Um olhar sobre a pele”
Relato
de Caso
Investigação
Título
DESCRIÇÃO DO CASO - ARCN, mulher de 32 anos, raça branca, com múltiplos “sinais cutâneos”. Sem história familiar de cancro da pele. Seguida habitualmente por nós, com uma
média de duas consultas por ano. Em 2005 esta doente foi referenciada para a Consulta de
Dermatologia, por “sinais” no tronco que foram excisados, tendo tido alta.
Em Junho recorreu á nossa “Consulta do Dia” por hemorragia intermitente do “sinal” congénito
na perna direita. Quando questionada referiu que o “sinal” no último ano tinha aumentado de
tamanho.
No exame objectivo identificamos um “sinal” negro, de cor homogénea, bordos irregulares,
assimétrico, rugoso ao toque e com cerca de 2cm de maior diâmetro. Conseguiu-se que
tivesse Consulta de Dermatologia na mesma semana, ficando a cirurgia programada para
quinze dias depois. Durante este período realizou vários exames complementares de diagnóstico que excluíram metástases. A 8 de Julho foi excisado a lesão, pós-operatório sem
complicações.
O resultado da Anatomia Patológica revelou melanoma maligno de extensão superficial, nível
de Clark 4 e espessura da lesão de 2,25 mm com limites negativos para células neoplásicas.
Tem consulta programada para o IPO de Lisboa, para provável pesquisa de gânglio sentinela.
CONCLUSÃO - Com a apresentação desde caso pretendemos chamar atenção para a necessidade de estreita relação entre o médico família e o utente na vigilância atenta e periódica
de todos os “sinais” da pele de forma a evitar, como quase aconteceu neste caso, que o “sinal
siga o seu caminho”. Nesta situação ao que tudo indica a sobrevivência aos 5 anos é muito
elevada.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
53
Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Tumor de Merkel... raro e difícil de diagnosticar....
Violeta Florova
USF Emergir
DI de Lisboa BC
Sandra Espadana
O médico de família geralmente é o primeiro contacto do utente com o Serviço Nacional de
Saúde. Cabe, portanto a este, identificar situações clínicas pouco frequentes, avaliar e orientar
correctamente o seu doente.
O caso clínico em questão relata o aparecimento de um carcinoma raro da pele (Carcinoma
de Merkel).
Poster
Relato de Caso
O tumor de Merkel, também considerado como tumor endócrino da pele, é um carcinoma
cutâneo raro e maligno. O seu curso é agressivo, muitas vezes com envolvimento ganglionar
precoce, metástases à distância na altura do diagnóstico e grande taxa de recorrência.
Nos EUA são relatados 470 novos casos/ano, afecta ambos os sexos (com maior predomínio
no sexo masculino (2.3:1)), pode surgir em qualquer idade, apesar de ser encontrado mais
frequentemente nos idosos. Os factores de risco associados ao seu aparecimento incluem as
radiações UV, arsénio e imunosupressão.
O caso clínico em questão é referente a uma mulher de 87 anos, raça caucasiana, doméstica,
com antecedentes pessoais de HTA, Insuficiência Cardíaca, Asma, Dislipidémia, Obesidade,
Bócio multinodular e Carcinoma Basocelular da face.
Recorre à consulta do seu médico de família no dia 15.05.08 onde refere aparecimento de
pequenas lesões indolores e não pruriginosas e com agravamento progressivo. Foi referenciada e observada posteriormente em Consulta de Dermatologia, tendo sido feito o diagnóstico Tumor de Merkel. Foi feita biópsia da lesão e TAC para estadiamento.
O tratamento do tumor de Merkel conjuga uma abordagem multidisciplinar, nomeadamente:
excisão cirúrgica do tumor primário, esvaziamento ganglionar, radioterapia pós-operatória e
eventual quimioterapia, sendo a combinação destes procedimentos variável consoante o
estadiamento do tumor.
Como conclusão, é importante realçar que nas nossas consultas muitas vezes nos
deparamos com situações clínicas pouco frequentes, nas quais se torna muito importante
avaliar e orientar correctamente o nosso doente.
Endereço e-mail para correspondência: --
54
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Ana Cristina Esteves (ap), Maria Lourdes Silva
USF Quinta da Lomba
DI de Setúbal Sul
Maria de Lourdes Silva
INTRODUÇÃO / OBJECTIVO:
As autoras apresentam este caso clínico para mostrar que perante um doente com astenia,
lentificação no discurso e dificuldade em se exprimir é necessário excluir patologia orgânica,
mesmo que o doente tenha antecedentes psiquiátricos.
DESENHO E MÉTODOS:
Recolhida história clínica através da observação do doente e posteriormente pelas informações
dadas pelos familiares.
RESULTADO:
É descrito o caso clínico de um senhor de 60 anos, com antecedentes de síndrome depressivo. Encontrava-se medicado com diazepam, flurazepam, ciamemazina, trazodone e paroxetina. Recorreu à consulta por um quadro de astenia, lentificação no discurso e dificuldade
em se exprimir. Este quadro tinha um mês de evolução e tinha piorado no dia que o doente
recorreu à consulta. Tinha parado a medicação psiquiátrica há uma semana. O doente foi
referenciado ao serviço de urgência de psiquiatria para ajuste da medicação. No serviço de
urgência o doente foi observado e foi alterada a medicação psiquiátrica e teve alta. Por
agravamento no mesmo dia do quadro clínico, o doente recorreu novamente à urgência.
Realizou TAC - CE que revelou lesão tumoral infiltrativa de limites mal definidos a nível frontoopercular direito. O doente foi internado e posteriormente operado com exerese da lesão. No
pós-operatório houve um agravamento do quadro clínico com afasia. O doente veio a falecer
um mês após a cirurgia.
Poster
Autor(es)
Tumor cerebral - a propósito de um caso clínico
Relato
de Caso
Investigação
Título
CONCLUSÃO:
Neste doente os antecedentes de síndrome depressivo e o facto de ter parado a medicação
uma semana antes conduziram a uma falsa interpretação dos sintomas. Foi importante para
a avaliação do doente a realização de TAC-CE. Assim é sempre mandatório num quadro
clínico de início recente excluir patologia orgânica. Os tumores do lobo frontal geralmente
manifestam-se por uma diminuição das capacidades cognitivas, lentificação no discurso e
alterações da personalidade.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
55
Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Poster
Relato de Caso
Resumo
Cancro do Pulmão - o raro e o comum
Ana Catarina Conduto (ap), Isabel Alves Pratas
USF Cuidar Saúde - Seixal
DI de Setúbal Norte
Paula Salinas, Ana Cristina Vítor
INTRODUÇÃO:
O cancro do pulmão é a segunda causa mais frequente de morte oncológica em Portugal. A
sua taxa de mortalidade é muito próxima da taxa de incidência, dado que a maioria dos
diagnósticos são tardios, reduzindo-se significativamente a sobrevida dos doentes.
O fumo do tabaco é o principal factor de risco para o desenvolvimento de cancro do pulmão
(90% nos homens e 70% nas mulheres), para além dos cancerígenos exógenos ocupacionais
ou ambientais e da predisposição genética. Apesar de conhecidos os factores de alto risco
para o desenvolvimento de cancro do pulmão, continuam a não existir recomendações para
o rastreio desta neoplasia em indivíduos assintomáticos.
São descritos dois casos clínicos de neoplasia pulmonar, que se distinguem pela apresentação e modo de diagnóstico, tipo histológico, evolução e prognóstico.
DESCRIÇÃO DOS CASOS:
O primeiro caso refere-se a um homem de 58 anos, caucasiano, fumador de 50 UMA, com
história familiar de cancro do pulmão, sem outros antecedentes relevantes. Há dois anos, na
sequência de radiografia de tórax de rotina, foi detectado um nódulo no pulmão esquerdo. Foi
efectuada, entre outros exames complementares, punção aspirativa trans-torácica do nódulo,
cujo resultado citológico se revelou inconclusivo. Optou-se pela excisão cirúrgica, com lobectomia esquerda inferior, e confirmou-se histologicamente a presença de um linfoma pulmonar
de células B da zona marginal, tipo MALT. O doente foi posteriormente submetido a tratamentos de radio e quimioterapia, encontrando-se presentemente bem.
O segundo caso descreve uma mulher de 67 anos, caucasiana, com antecedentes pessoais
de hipotiroidismo e gastrite crónica, sem hábitos tabágicos, e com história familiar de cancro
do pulmão. Recorreu ao Centro de Saúde com queixas agudas de cansaço e dispneia, verificou-se uma diminuição acentuada do murmúrio vesicular na base do hemitórax esquerdo, e
instituiu-se antibioterapia empírica. A doente regressa após duas semanas, com manutenção
das queixas e uma imagem radiográfica de derrame pleural esquerdo. A TC torácica então
pedida revela um nódulo espiculado no lobo superior esquerdo, derrame pleural homolateral
e adenopatias mediastínicas. A doente é internada com agravamento da sintomatologia para
esclarecimento da situação. Realizaram-se toracocentese, biópsias pleurais e broncofibroscopia,
tendo-se diagnosticado um adenocarcinoma pulmonar, sem evidência de metastização.
Encontra-se actualmente a realizar quimioterapia e terapêutica de suporte para anemia
concomitante.
DISCUSSÃO:
Ocasionalmente o cancro do pulmão é detectado em radiografia de tórax de rotina, sob a
forma de nódulo solitário num doente assintomático, como no primeiro caso. No entanto, a
maioria dos doentes estão sintomáticos na altura do diagnóstico, sendo esta a fase final da
sua evolução natural.
Os linfomas MALT primitivos do pulmão são muito raros, têm baixo grau de malignidade, uma
progressão lenta e uma taxa de sobrevida aos 5 anos superior a 80%.
O adenocarcinoma é o tipo histológico de neoplasia pulmonar mais frequente (40% dos
casos), e o mais comum entre não fumadores e mulheres. O diagnóstico é geralmente tardio,
após início de sintomatologia, metastiza precocemente para os gânglios linfáticos à distância
e o prognóstico é reservado.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Ana Paes de Vasconcellos
Centro de Saúde de Sintra - Extensão de Colares
DI de Lisboa D
Luiz Levy
Na Europa a incidência anual de pessoas vítimas de mordedura de cobras venenosas é de
15000 a 20000 casos, originando 50 mortos. Em Portugal existem essencialmente duas vívoras
venenosas. A Vipera latastei (víbora cornuda) e a Vipera seoanei sendo que a primeira existe
por toda a península ibérica e a segunda no extremo noroeste de Portugal. A víbora cornuda
habita normalmente as zonas rochosas (serras). Não costumam morder nos Humanos, a não
ser que se sintam ameaçadas. O veneno é potencialmente mortal para o Homem podendo
provocar hemorragias internas e insuficiência cardíaca, respiratória ou renal.
É importante a divuldação deste caso para que os médicos de família saibam da sua existência e estejam mais conscientes e preparados se alguma vez aparecer um caso semelhante
num centro de saúde mesmo que seja numa zona urbana.
Poster
Autor(es)
Mordedura de Víbora - Uma realidade em Sintra
Relato de Caso
Título
Um rapaz de 12 anos de idade habitante numa zona rural em Albarraque, Rio de Mouro,
recorre ao Serviço de Urgência Pediátrica (SUP) do Hospital Fernando da Fonseca a 12 de
Julho de 2008 por suspeita de mordedura de uma cobra. O doente foi apanhar limões, de
chinelos, viu uma cobra e sentiu uma mordedura no 1º dedo do pé esquerdo. Teve parestesias locais que se agravaram até à região inguinal esquerda. Teve hemorragia local em
pequena quantidade. À chegada ao SUP o doente tinha bom estado geral, TA normal,
parestesias de todo o membro inferior esquerdo, e diminuição da força deste membro.
Apresentava um ligeiro edema do 1º dedo do pé esquerdo, sem alteração da sensibilidade.
Tinha duas marcas da mordedura com cerca de 1cm de distância entre elas, e um halo branco
em volta das duas. Fizeram-se análises de sangue, soroterapia e amoxicilina e ácido
clavulânico endovenoso, permaneceu sob vigilância no SO durante 36 horas. Analiticamente
não tinha alterações e teve alta clinicamente recuperado. Ficou a fazer amoxicilina e ácido
clavulânico oral no domicílio.
A abordagem do doente no local do acidente é de extrema importância e existem várias medidas
e precauções importantes que se devem tomar e inclusivamente manobras que estão contraindicadas. Dado o aumento de “animais de estimação” de origem em países tropicais,
nomeadamente répteis e aranhas deve-se ter a ideia de que em qualquer caso de mordedura
de um animal que pensamos ser potencialmente venenoso deve-se ligar para o centro de
intoxicações 808250143. Demonstração de algumas medidas gerais que devemos prevenir
aos utentes que se deslocam para ou habitam em zonas rurais.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
XIII JORNADAS
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Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Relato de Caso
Resumo
Dra. ando com muitos calores!!!
Olívia Souza(ap), Cláudia Soares
Centro de Saúde de Palmela / Extensão Quinta do Anjo
DI de Setúbal Sul
Alberto Simplício, Susete Polónia
INTRODUÇÃO:
A menopausa é caracterizada por alterações fisiológicas que ocorrem em todas as mulheres
e é caracterizada pela “cessação” permanente da menstruação resultante da perda da actividade folicular do ovário.
Por definição, corresponde a um período de 12 meses de amenorreia sem qualquer patologia
subjacente e a idade média é de 51 anos.
Devido ao défice de estrogénios, a menopausa é acompanhada de sinais e sintomas a curto
prazo (ex. afrontamentos e alterações de humor), médio prazo (ex. secura vaginal) e longo
prazo (ex. osteoporose e doença cardiovascular).
Poster
IDENTIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS:
Toda a sintomatologia associada a menopausa pode ser extremamente incapacitante e incomodativa para o bem estar físico, mental e social da mulher.
DESCRIÇÃO DO CASO:
Trata-se de uma doente de 53 anos, raça branca, divorciada e desempregada desde há 5
anos, com antecedentes pessoais de EAM há 3 anos, dislipidémia e obesidade. É seguida na
consulta de cardiologia do Hospital São Bernardo e medicada com Metoprolol 100,
Pravastatina 40, e Ácido acetilsalicílico 150.
Tem amenorreia desde há 2 anos.
Recorreu à nossa consulta há 6 meses por afrontamentos, secura vaginal, alteração do
padrão do sono (insónias iniciais), alterações do humor caracterizados por períodos de
ansiedade e irritabilidade mas também de tristeza, anedonia e astenia.
Perante este quadro clínico o médico de família decidiu pedir exames complementares de
diagnóstico, nomeadamente: análises de rotina, densitometria óssea, mamografia e ecografia
mamária bilateral, electrocardiograma e ecocardiograma.
A nível terapêutico decidiu-se manter a terapêutica instituída pela consulta de cardiologia do
Hospital São Bernardo e iniciar medicação antidepressiva com Sertralina, juntamente com
Zolpidem.
Quanto à secura vaginal a doente foi medicada com Ovestin creme vaginal.
Em relação aos restatantes sintomas vasomotores, o médico de família optou por terapias
alternativas e comportamentais, tais como: baixar a temperatura ambiente, prática de exercício físico, técnicas respiratórias e eventualmente medicina alternativa.
É discutível o início da terapêutica hormonal de substituição nesta doente devido aos
antecedentes pessoais (EAM).
Seis meses depois, a doente foi reavaliada novamente na consulta, referindo melhoria a nível
dos sintomas vasomotores como também do seu humor e do sono.
CONCLUSÕES:
A menopausa é de certa forma uma alteração fisiológica incapacitante, mas, o diagnóstico e
o tratamento atempado da sintomatologia melhora significativamente a qualidade de vida da
mulher.
O início da terapêutica hormonal de substituição é discutível e deve ser ajustada à situação
clínica de cada uma das doentes.
A reavaliação deve ser feita anualmente.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Gloria Leonardo Matias
Centro de Saúde de Entroncamento
DI de Santarém
José Carmona
INTRODUÇÃO:
O Síndrome de Pendred (SP) é uma doença com diagnóstico diferencial variável nas três
etapas de vida: infância, adolescência e na fase adulta, motivo que levou a considerar a apresentação deste trabalho.
PALAVRAS-CHAVES:
Disacúsia neurosensorial; Surdez não sindrômica; Mutação genética; Avaliação familiar
METODOLOGIA:
Entrevista clínica, consulta do processo familiar,estudos moleculares, meios complementares
de diagnóstico e pesquisa na base de dados Google e em Medline utilizando as palavras
chave.
Poster
Autor(es)
Síndrome de Pendred
Relato
de Caso
Investigação
Título
DESCRIÇÃO DO CASO:
Perante a existência de um utente portador de Síndrome de Pendred (SP) foi estudada a
família, onde se detectou a consanguinidade entre os pais e um irmão portador da doença.
Trata-se de um doente de 56 anos de idade, do sexo masculino, de raça caucasiana, que vive
com a sua esposa, o seu filho e sua nora que possibilitaram a realização da entrevista, uma
vez que a linguagem do doente não é perceptível.
Trata-se de uma família nuclear com fase VII do ciclo de Duvall. Dos antecedentes pessoais
destacam-se disacúsia neurosensorial, hipotiroidismo, surdez não sindrômica de natureza
autossómica recessiva, alteração da função vestibular e lombalgia isolada e a nível dos
antecedentes, destacam-se a consanguinidade dos pais (meios-irmãos), um irmão portador
da doença e um meio irmão e dois filhos não portadores da doença.
Foi referenciado as consultas de ORL e Genética tendo sido efectuado o estudo genético para
excluir patologias do aparelho auditivo e tiroidea na família e feito aconselhamentos genéticos
aos filhos.
CONCLUSÃO:
O Médico de Família tem um papel importante neste caso. Fazer o correcto diagnóstico diferencial nas diferentes etapas da vida está dependente de um acompanhamento continuado,
característico desta Especialidade. Só através da da avaliação familiar é possível esclarecer
o diagnóstico e diferenciar as patologias sindrômicas das não sindrômicas.
Este trata-se de um caso típico de Síndrome de Pendred e atípico nas gerações seguintes.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
XIII JORNADAS
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Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Poster
Relato de Caso
Resumo
Hemodiálise? Negação! - intervenção no limite
Sofia Neto (ap), Célia Gonçalves
Centro de Saúde de Queluz - USF Mactamã
DI de Lisboa D
António Frazão
INTRODUÇÃO:
A depressão e ansiedade constituem patologias comuns em doentes com insuficiência renal
terminal (IRT), permanecendo subdiagnosticadas e subtratadas. Estudos recentes estimam a
prevalência da depressão em doentes com IRT em cerca de 20 a 30%, variando segundo os
critérios diagnósticos utilizados. A proposta para hemodiálise implica um processo de
adaptação pelo doente, influenciado por múltiplos factores, tais como nível cultural e sócioeconómico, crenças e religião, dinâmica familiar.
A negação constitui um mecanismo de coping eficiente, permitindo atenuar emoções negativas; em contrapartida, destaca-se a sua potencial interferência na adesão terapêutica.
Assim, a percepção subjectiva da doença parece ter impacto no controlo da ansiedade e do
humor, podendo ser influenciados pela aquisição de competências emocionais, nas quais a
relação médico-doente pode intervir.
DESCRIÇÃO DO CASO:
RSF, sexo masculino, 33 anos, funcionário administrativo em Seguradora, com história de
glomerulonefrite pseudo-mebranosa diagnosticada aos 18 anos de idade, com evolução para
insuficiência renal crónica (IRC). Seguido em consulta de Nefrologia no Hospital Curry Cabral,
com proposta para construção de acesso vascular em 2006. Desde então, sem registo em
consulta de Nefrologia ou Medicina Geral e Familiar, por abandono da terapêutica farmacológica e recurso a homeopatia, durante 1 ano.
Recorre ao Médico de Família, em Fevereiro de 2008, por quadro de vómitos desde há 1
semana, astenia marcada e edema dos membros inferiores. À observação destaca-se: vigil e
orientado, palidez muco-cutânea, equimoses no tronco e membros inferiores, polipneia (60
cpm), TA 180/100 mmHg com pulso 90 ppm rítmico, abdómen com hepatomegália, de consistência mole, e edema dos membros inferiores bilateral.
Por resistência de RSF à observação em serviço hospitalar - exacerbada pela negação da
doença - foram pedidas análises urgentes em ambulatório, com os seguintes resultados:
hemoglobina 4,9 mg/dl, hematócrito 14%, creatinina 25,5 mg/dl, ureia 492 mg/dl e proteinúria
superior a 2000 mg/dl. Após esclarecimento da gravidade do quadro clínico e consentimento
do doente, RSF foi enviado ao Serviço de Urgência do hospital de referência, onde efectuou
exames complementares diagnósticos que revelaram IRC estadio 5 e derrame pleural ligeiro
bilateral. Iniciou hemodiálise, suporte transfusional e terapêutica com eritropoietina.
À data da alta hospitalar, clinicamente melhorado, acedeu ao Centro de Saúde no sentido de
expressar a sua adesão terapêutica e cumprimento da hemodiálise.
CONCLUSÃO:
O caso clínico ilustra a importância da relação médico-doente na adesão à terapêutica. Vem
ainda reforçar a importância do esclarecimento adequado das patologias e necessidades
terapêuticas inerentes, como veículo promotor do adequado controlo de doença crónica
potencialmente evolutiva. Não obstante, a atenção dos profissionais de saúde para processos
de negação da doença pelo próprio doente e manifestações psiquiátricas decorrentes da
doença física deverá ser redobrada.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
60
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Cristina Teodoro
USF Marginal - C. S. Cascais
DI de Lisboa BC
João Ramires
Diabetes Auto-imune Latente do Adulto ou LADA (Latent Auto-immune Diabetes of the Adult)
é uma forma de diabetes autoimune diagnosticada em indivíduos com idade superior a 30
anos. Também se designa diabetes tipo 1 de início insidioso ou tardio ou ainda diabetes tipo
1,5 (“um e meio”). Doentes com LADA são frequentemente diagnosticados como tendo
diabetes tipo 2 (DM2) devido à idade adulta de apresentação e à resposta inicial às medidas
dietéticas e antidiabéticos orias (ADOs). Cerca de 10-15% dos doentes classificados como
tendo DM2 têm LADA. Este caso demonstra a importância de fazer a distinção entre diabéticos tipo 2 e doentes com LADA.
Trata-se de um doente do sexo masculino, 72 anos de idade, com índice de massa corporal
de 23, HTA, dislipidémia e DM diagnosticada há cerca de 8 meses. Deixou de responder aos
ADOs instituídos (metformina 1000mg 3x/dia, glimepirida 4mg 1x/dia e acarbose 50mg 3x/dia)
há cerca de 4 meses, tendo analiticamente uma HbA1C de 10,6%. No último mês teve um
episódio de lipotímia, tendo sido levado ao Serviço de Urgência, onde se verificou hiperglicémia>600. Clinicamente apresentava os sintomas clássicos de descompensação aguda
da diabetes (polidipsia, poliúria, polifagia e perda de peso). Referia ainda sensação de calor
nos membros inferiores, mais intenso durante a noite, apresentando alterações da circulação
arterial dos membros inferiores. Por difícil controlo dos níveis de glicémia foi referenciado à
Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP). Foram pedidas análises incluindo
os anticorpos anti-GAD, anti-ilhéus de Langerhans e anti-insulina. Os auto-anticorpos eram
positivos, o que confirmou o diagnóstico de LADA. Os ADOs foram suspensos e iniciou
insulinoterapia com melhoria franca do quadro e normalização das glicémias. Ao fim de 3
meses já tinha uma HbA1C de 7,1%.
Poster
Autor(es)
Diabetes Auto-Imune Latente do Adulto
Relato
de Caso
Investigação
Título
Este caso demonstra a importância de diagnosticar doentes com LADA e instituir terapêutica
com insulina precocemente. Apesar de inicialmente ser controlável apenas com medidas
dietéticas com ou sem ADOs, a insulinodependência desenvolve-se frequentemente dentro
de poucos meses. Vários estudos defendem que o início precoce de insulinoterapia é mais
eficaz na normalização das glicémias do que os ADOs, podendo mesmo atrasar a evolução
da doença através de um efeito protector das restantes células beta existentes no pâncreas,
e eventualmente prevenir complicações agudas e microvasculares. Esta entidade clínica é
mais frequente nos diabéticos que não apresentam excesso de peso ou obesidade, não
estando associada à síndrome metabólica, e está menos frequentemente associada a
hipertensão arterial ou história familiar de diabetes. No entanto, a presença concomitante de
HTA e/ou dislipidémia ou história familiar positiva não devem excluir esta hipótese de diagnóstico. Cursa com anticorpos anti-GAD, anti-ilhéus e anti-insulina positivos e níveis baixos
de péptido C. Para seu diagnóstico é necessário pedir os auto-anticorpos anti-GAD, que
quando positivos confirmam o diagnóstico (excepto se os títulos forem muito baixos e os outros
anticorpos forem negativos). Deve ser instituída insulinoterapia precocemente para atrasar o
agravamento da doença e prevenir complicaçãoes agudas e tardias. O reconhecimento desta
forma de diabetes será obrigatória quando existirem intervenções imunológicas eficazes para
prevenção da destruição das células beta.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
61
Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Poster
Relato de Caso
Resumo
Hemocromatose Primária - um portador a fazer terapêutica
Leonor Sobral
Centro de Saúde de Setúbal - Extensão Santa Maria
DI de Setúbal Sul
Nuno Pedroso
INTRODUÇÃO:
A hemocromatose primária é a doença genética mais comum entre as populações com
ancestrais Europeus. Apesar da estimativa de testes genéticos feitos em Caucasianos
apontar para uma prevalência de 1 em 227, muitos médicos consideram esta doença
autossómica recessiva uma raridade.
A maioria dos casos de hemocromatose primária resulta de mutações no gene HFE. Estas
mutações causam excessiva absorção de ferro e consequentemente o seu depósito em
células parenquimatosas de vários órgãos, nomeadamente o fígado, originando em última
instância a falência desses órgãos.
Dos vários genótipos associados às duas mutações do gene HFE, o heterozigótico para a
mutação H63D constitui 20% da população branca e está associado normalmente a estudos
do ferro normais.
Este caso retrata a história de um indivíduo que inicia alterações da função hepática e dos
estudos do ferro. A investigação destas alterações leva ao diagnóstico de heterozigotia para
a mutação H63D e à necessidade invulgar de tratamento (flebotomias mensais).
IDENTIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS:
O achado ocasional neste indivíduo assintomático foi a subida ligeira e persistente da TGP e
da GGT. Deste ponto de partida, iniciou-se uma investigação que passou pelo estudo do ferro
(revelando alterações) e pela pesquisa de mutações no gene da hemocromatose (revelando
heterozigotia para a mutação H63D).
DESCRIÇÃO DO CASO:
L.M.S.M., sexo masculino, 37 anos, raça Caucasiana; sem antecedentes pessoais ou familiares relevantes; aparentemente saudável.
Numa avaliação analítica de rotina, em 03/2007, foi-lhe detectado um pequeno aumento nos
valores da TGP e GGT. Algum tempo mais tarde, após confirmação desta alteração, foi pedido
o doseamento da ferritina sérica, que veio a apresentar-se bastante elevado (523.60 ng/mL).
Todo este quadro foi motivo de referenciação à consulta de Hepatologia do HSB, onde fez os
testes genéticos para a pesquisa de mutações no gene HFE, que mostraram existir
heterozigotia para a mutação H63D. De seguida foi encaminhado para a consulta de
Imunohemoterapia, onde passou a ser seguido e a fazer flebotomias mensalmente, até à
actualidade. Desde então, os valores séricos de ferritina, TGP e GGT diminuiram progressivamente até à normalização; a saturação da transferrina tem oscilado, chegando ao valor
máximo de 41,7%. O ferro e a CTFF mantiveram-se sempre dentro dos limites normais. As
serologias p/ as hepatites B e C foram negativas.
O indivíduo manteve-se sempre assintomático.
Nega ter sido submetido a transfusões sanguíneas; nega consumo de álcool (ainda que
esporádico) ou medicamentos.
Ao exame objectivo não apresentava alterações relevantes.
CONCLUSÃO:
Pretende-se mostrar como uma situação frequente (a heterozigotia para a mutação H63D)
apesar de em si mesma não constituir doença, mas apenas um estado portador de uma doença
(a hemocromatose primária), pode tornar-se patológica ao ponto de justificar terapêutica.
Este caso também nos lembra que devemos estar atentos perante alterações minor da função
hepática! Pode ser a primeira manifestação de hemocromatose ou do seu estado de portador!
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Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Halyna Rudysh (ap), Pedro Jorge Sesões
Unidade de Saúde Familiar da Quinta da Lomba
DI de Setúbal Sul
Carla Silva
INTRODUÇÃO:
É frequente o recurso múltiplo a cuidados médicos pelo mesmo episódio de doença. Com
este caso pretende-se mostrar que a ansiedade dos pais pode modificar a atitude médica,
levando a estudos mais exaustivos cujos resultados podem melhorar a acuidade diagnostica,
mas por vezes pouco influenciar a atitude terapêutica.
DESCRIÇÃO DO CASO:
Trata-se de um menino de 9 anos sem antecedentes pessoais e familiares relevantes, que
recorre ao SU pela 1ª vez por febre, vómitos, diarreia e rash cutâneo descrito como urticariforme. No dia seguinte volta por persistência de febre e rash. Tem alta medicado com amoxicilina + ác.clavulânico. Volta 24 h depois com as mesmas queixas e dores generalizadas. É
colocada a hipótese de escarlatina, medicado com eritromicina e suspensa a antibioterapia
prévia por intolerância gástrica.
Regressa por manutenção de febre no mesmo dia. Analiticamente: leucocitose (13,520),
neutrofilia (84,1%), linfocitose (6,6%); PCR 161,4mg/L, bilirubina total 5,87mg/dl. Sem alterações de terapêutica. Na 5ª vinda apresenta queixas de toracalgia e dor abdominal, sem
febre. Internado na Unidade de Internamento de Curta Duração (UICD) com diagnóstico de
amigdalite e dor abdominal de etiologia a esclarecer. Por hipótese de colecistite aguda é
transferido para o Serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital Dona Estefânia. A ecografia
abdominal e laparoscopia exploradora permitiram fazer o diagnóstico de Hidrópsia Vesicular.
Poster
Autor(es)
Causa rara de dor abdominal na criança
Relato
de Caso
Investigação
Título
CONCLUSÃO:
A Hidrópsia Vesicular é a distensão não inflamatória acalculosa aguda da vesícula biliar de
patogénese não esclarecida e associada a infecções agudas como por exemplo faringite
estreptocócica, infecção estafilocócica, ascaridíase e hepatite viral entre outros.
Com este caso pretende-se valorizar a importância da história clínica cuidada e do exame
objectivo na avaliação das queixas. Múltiplos recursos aos serviços de saúde são vulgarmente interpretados como potencial indicador de disfuncionalidade familiar; neste caso foi
identificada uma complicação pouco frequente de uma infecção comum.
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Relato de Caso
Resumo
Depuralina®: um caso de reacção adversa?
Filipa Nóbrega
Centro de Saúde Dr. Joaquim Paulino - Rio de Mouro, USF Alpha Mouro
DI de Lisboa D
Délia M. Pacheco
INTRODUÇÃO: O consumo de produtos “naturais” de venda livre com o objectivo de
emagrecer está a tornar-se emergente. Os doentes procuram uma solução rápida, desacreditando nos métodos da Medicina “convencional”, e acessível, uma vez que a venda deste
tipo de produtos está generalizada (casas de produtos naturais, farmácias, supermercados).
O caso clínico representa a dificuldade que o Médico de Família tem em lidar com o utente
que consome este tipo de produtos e suas possíveis reacções adversas e interacções
medicamentosas, uma vez que a informação disponível é muito limitada. Pretende-se fomentar
a discussão sobre este assunto.
Poster
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA: Como orientar uma utente que consumiu Depuralina® e
apresenta uma possível reacção adversa a este produto?
DESCRIÇÃO DO CASO: Doente do sexo feminino de 50 anos, tem como antecedentes
pessoais síndrome depressivo/ansiedade, insuficiência venosa crónica e excesso de peso. A
doente recorre à consulta do Médico de Família a 9 de Julho 2008 apresentando um quadro
de urticária aguda com início 10 dias antes, 20h após a segunda toma de Depuralina®, sem
melhoria com a auto-medicação de cetirizina. O plano instituído foi paragem da toma de
Depuralina®, início da toma de hidroxizina e vigilância da sintomatologia. A doente recorre,
entretanto, ao Atendimento Complementar por ausência de melhoria do quadro com a hidroxizina e foi medicada com ebastina e deflazacorte. Na consulta 7 dias após a primeira, refere
aparecimento de equimoses nas coxas há 2 dias, com melhoria da urticária. Foi pedida uma
avaliação analítica com hemograma, plaquetas, provas de coagulação, função hepática e
renal e agendada consulta. A 24 de Julho 2008, a doente, muito melhorada do quadro de
urticária e já sem equimoses, mostra os resultados da avaliação analítica que se revelou
inocente, à excepção de eosinofilia. Optou-se por manter medicação com ebastina durante
mias 5 dias e vigilância de sintomatologia.
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: A Depuralina é um produto “natural” de venda livre em
Portugal, em farmácias e ervanárias desde Janeiro de 2008 e é comercializada com indicação
para combater o excesso de peso, entre outras. Tem como principais componentes a linhaça
do Canadá, farelo de trigo e aveia, alcachofra, dente de leão, Psylium husk e probióticos, e
não é fornecida informação sobre possíveis reacções adversas e interacções medicamentosas pelo site do produto ou outros consultados. A informação sobre este produto é muito
limitada, pelo que o Médico de Família perante um caso de possível reacção alérgica ao
produto tem dificuldade em proceder a uma correcta orientação. Será possível estabelecer
uma associação causal entre a toma de Depuralina e o quadro de urticária aguda? Que
atitude um Médico de Família deverá tomar perante este caso ou outros similares? A quem
recorrer? Dever-se-á referenciar? Fazer notificação de reacção adversa apesar de não ser um
medicamento?
Considera-se importante a discussão deste tipo de caso clínico com os colegas de trabalho
para proceder a uma escolha certa da atitude a tomar em casos semelhantes.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Célia Gonçalves (ap), Sofia Neto
Centro de Saúde de Queluz - USF Mactamã
DI de Lisboa D
António Frazão
INTRODUÇÃO:
A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença inflamatória e degenerativa que envolve o sistema
nervoso central, sendo muito variável na sua forma de apresentação e evolução. Afecta
sobretudo jovens adultos, conduzindo a progressiva incapacidade, na maioria das vezes sob
a forma de surto-remissão. A crescente preocupação no diagnóstico e tratamento precoces,
com terapêuticas modificadoras da doença, tem constituído o principal objectivo na prevenção
da incapacidade. A gestão efectiva da doença e do impacto desta no doente requer, assim,
uma abordagem multidisciplinar.
DESCRIÇÃO DO CASO:
ATS, sexo masculino, 27 anos, fotógrafo, com hábitos tabágicos, sem outros antecedentes
pessoais relevantes e com antecedentes familiares de artrite reumatóide. Acedeu ao Centro
de Saúde, após dois dias de quadro com episódios de diplopia e dor ocular bilateral, de cerca
de quinze minutos de duração e que reverteram espontaneamente. À observação constatou-se
diplopia binocular vertical, de preferência no olhar horizontal bilateral e aparente diminuição
do reflexo cutâneo-plantar à esquerda. Colocada como hipótese diagnóstica primeiro surto de
Esclerose Múltipla, contactou-se o colega de Neurologia do hospital de referência, tendo-se
orientado ATS para o Serviço de Urgência. O exame neurológico corroborou o descrito anteriormente e a TC-CE realizada não revelou alterações. Por intercorrências na dinâmica do
serviço de urgência e falhas na articulação entre profissionais de saúde, o doente teve indicação para alta sem diagnóstico atribuído ou terapêutica instituída.
Por persistência e agravamento da sintomatologia, ATS acedeu novamente ao Centro de
Saúde, tendo o Médico de Família retomado contacto com colega de Neurologia, que encaminhou para nova ida à urgência. À data desta observação, constatou-se nistagmo horizontal
exuberante para a direita, sem outros sinais focais. Foi realizada RMN-CE que revelou lesões
sugestivas de doença desmielinizante do sistema nervoso central. Decidiu-se por internamento para corticoterapia endovenosa e despiste analítico de outras patologias que compõem
o diagnóstico diferencial.
Poster
Autor(es)
Diplopia: atenção redobrada!
Relato
de Caso
Investigação
Título
CONCLUSÃO:
O caso clínico descrito ilustra a importância da adequada articulação entre os vários profissionais de saúde, nomeadamente entre cuidados de saúde primários e secundários. Além
disso, vem relembrar a possibilidade de um determinado sintoma poder constituir manifestação de várias patologias, incluindo as menos prevalentes. Concomitantemente, permite
reflectir acerca da problemática do diagnóstico diferencial nas doenças desmielinizantes que,
como a Esclerose Múltipla, se manifestam na maioria das vezes sob a forma de surtos,
requerendo assim intervenção atempada.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
O computador como terceiro elemento na consulta: que interferência na comunicação médico-doente?
Raquel Ascenção (ap), Madalena Vieira da Costa, Miguel Julião, Mílvia Jorge
Centros de Saúde de Marvila, Oeiras e Sete Rios
DI de Lisboa BC
Ana Quaresma, Carmo Cunha, Margarida Fazio
INTRODUÇÃO:
A utilização do computador é cada vez mais frequente e transversal a todos os sectores da
sociedade sendo que o sector dos serviços e da prestação de cuidados em saúde não é
excepção. A informatização dos dados clínicos facilita o acesso e gestão da informação
trazendo benefícios para a prática clínica diária. Contudo, a introdução do computador como
novo elemento na consulta poderá interferir na comunicação médico-doente. Na literatura
internacional existem publicações acerca deste tema desde a década de 1980 todavia
nenhuma caracteriza a realidade portuguesa.
OBJECTIVOS:
– Caracterizar a amostra relativamente aos dados sexo, idade, nível de escolaridade e
familiarização com o computador (percepcionado pelo utente).
– Conhecer a opinião dos utentes acerca da introdução do computador na consulta.
– Identificar possíveis fontes de interferência, percepcionadas pelo utente, na relação
médico-doente.
Oral
Investigação
MÉTODOS:
Realizou-se um estudo transversal, descritivo, utilizando uma amostra de conveniência de
utentes pertencentes a três Centros de Saúde das áreas de Lisboa e Grande Lisboa (Marvila,
Oeiras, Sete Rios). Para o efeito foi aplicado um questionário no período entre 9 e 24 de Julho
de 2008.
RESULTADOS:
Foram distribuídos 214 questionários, dos quais 142 (66,4%) foram aceites. Os utentes apresentaram idades compreendidas entre os 17 e 84 anos, com idade média 47,6±15,8 anos. A
faixa etária dos 46 aos 65 anos foi a mais representada (n=60;42,3%). A maioria dos utentes
foi do sexo feminino (n=100;70,4%). Relativamente à escolaridade, o grau mais frequente foi
o secundário (n=56;39,4%). Na maioria dos casos, os utentes eram trabalhadores activos
(n=84;59,2%). A maior parte considerava utilizar várias vezes o computador (n=51;35,9%). A
maioria dos utentes considera que o médico não utiliza em demasia o computador
(n=69;48,6%); pensa que a utilização do computador pelo Médico de Família é útil
(n=124;87,3%); não considera que o médico perca o contacto visual (n=99;69,7%) e a
atenção (n=118;79,6%) desde que começou a utilizar o computador na consulta; não sente
diferença no tempo dispensado (n=67;47,2%); não considera que a confidencialidade seja
afectada (n=114;80,2%); pensa que o computador não interfere na facilidade com que fala
com o médico (n=119;83,8%); não considera que o contacto com o médico se tenha tornado
menos pessoal (n=112;78,9%).
DISCUSSÃO E COMENTÁRIOS:
Os resultados estão de acordo com os estudos já publicados. Apesar da introdução recente
do computador na consulta, este não parece interferir na comunicação médico-doente. Este
resultado reforça a ideia de que o impacto de um novo elemento poderá depender mais da
forma como é introduzido na consulta do que do elemento em si. Assim, o computador deverá
ser reconhecido como um terceiro elemento na comunicação mas não necessariamente
perturbador. Caberá a cada Médico de Família a identificação e correcta gestão dos
diferentes “ruídos”.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Rita Pinhão (ap), Marlene Calisto, Marta Arnaut Pimentel, Rute Fernandes
USF Marginal, Centro de Saúde de Cascais
DI de Lisboa BC
Mário Santos, Tiago Carneiro, Ana Isabel Franco, Pascale Charondière
PALAVRAS-CHAVE: endereço electrónico, comunicação médico-doente, cuidados de saúde
primários.
INTRODUÇÃO:
Muitos utentes sentem-se frustrados com as barreiras de acesso ao seu médico de família.
Nos últimos anos, a Internet, através da correspondência electrónica, adquiriu um espaço
importante na troca de informação e na relação entre as pessoas. A relevância deste tema já
levou à criação de orientações pelo Comité Permanente dos Médicos Europeus e pela
American Medical Informatics Association para a correspondência electrónica nos cuidados
ao utente. Apesar das vantagens para médicos e utentes, a comunicação virtual em contexto
clínico tem-se desenvolvido bastante aquém do esperado.
Face às potencialidades da comunicação electrónica e ao facto de se desconhecer, em
Portugal, a sua utilização nos cuidados de saúde primários, considerou-se pertinente analisar a
experiência de um médico de família que introduziu esta via de comunicação na sua consulta.
Com este trabalho pretende-se: caracterizar os utentes utilizadores de endereço electrónico
na lista deste médico de família e conhecer os motivos pelos quais utilizaram este meio.
MATERIAL E MÉTODOS:
Estudo observacional, descritivo, transversal.
POPULAÇÃO: lista de utentes de um médico de família. Amostra: utentes que forneceram o
endereço electrónico, de 15 de Dezembro de 2007 (altura em que foi implementada esta
forma de comunicação na consulta) até 26 de Junho de 2008.
VARIÁVEIS: sexo, idade, motivo da comunicação por endereço electrónico.
Os dados foram recolhidos a partir dos processos clínicos no programa Medicine One e as
mensagens recebidas, a partir do programa Outlook Express 6. A construção da base de
dados e o tratamento estatístico foram efectuados no programa Microsoft Office Excel 2003.
Oral
Autor(es)
Implementação da comunicação médico-doente via endereço electrónico na
consulta de Medicina Geral e Familiar.
Investigação
Título
RESULTADOS:
Da lista de utentes do médico de família, 283 (15%) forneceram o seu endereço electrónico,
sendo 64% do sexo feminino. A média de idades foi de 45 (±18) anos.
Dos 283 utentes, 30% usaram este meio de comunicação, o que corresponde a 5% da lista
de utentes.
No total foram recebidas 204 mensagens. Os motivos mais frequentes foram: questões
administrativas (37%), resultados de exames complementares (13%), dúvidas relacionadas
com a saúde (11%) e acompanhamento clínico (11%).
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO:
No que diz respeito ao motivo de contacto, os resultados vão de encontro aos obtidos noutros
estudos e são concordantes com as recomendações europeias e norte-americanas para este
tipo de comunicação. Admite-se ser útil, no futuro, a criação de um correio electrónico
administrativo para dar resposta às questões desta área, que são as mais frequentes.
Apesar dos benefícios, esta nova forma de comunicação nunca poderá substituir a consulta,
sendo apenas um complemento que permite potenciar a qualidade dos cuidados prestados.
Seria interessante comparar os resultados obtidos com outras experiências semelhantes,
sobretudo a proporção de utentes a comunicarem com o médico de família através do
endereço electrónico.
Com este estudo, concluiu-se que a comunicação médico-doente via electrónica é possível
nos cuidados de saúde primários. No futuro, seria útil estudar se a implementação deste tipo
de comunicação diminui as interrupções na consulta, os contactos directos e se poupa tempo
do binómio médico/administrativo e do utente.
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Depressão pós-parto - avaliação do risco no C.S. Palmela
Madalena Rodrigues* (ap), Luísa Rebelo da Silva
C.S.Palmela-Ext.1306 Pinhal Novo
DI de Setúbal Sul
António Leitão Dias
INTRODUÇÃO: A Depressão Pós-Parto (DPP) afecta mais de 10% das puérperas, provavelmente pelo rápido declínio dos níveis hormonais no pós-parto em mulheres susceptíveis, com
afecção do desenvolvimento do recém-nascido (RN), originando problemas cognitivos e
comportamentais. O médico de família desempenha um papel fulcral no diagnóstico, envolvimento da puérpera no tratamento e referenciação desta entidade, frequentemente subdiagnosticada.
OBJECTIVOS: Determinar a prevalência de puérperas em risco de desenvolvimento de DPP
numa amostra observada em Consulta de Revisão do Puerpério (CRP) no Centro de Saúde
de Palmela.
METODOLOGIA: Estudo observacional transversal com componente descritiva. Unidade de
estudo: amostra de conveniência consistindo em puérperas observadas em CRP (6 semanas
pós-parto), no período entre Maio e Julho de 2008. Foi aplicado questionário, validado em
português, visando avaliar a propensão para patologia psiquiátrica - SRQ-20, de autoresposta, não presencial e de carácter anónimo. Para o tratamento de dados, recorreu-se a
estatística descritiva.
Oral
Investigação
RESULTADOS: Do total de grávidas inquiridas no estudo-piloto, 35% eram nulíparas e 54%
multíparas, predominando as idades compreendidas entre os 25 e 29 anos (36%). Em 18%,
a gravidez não foi planeada; 62% consideravam estar sujeitas a stress moderado a intenso a
nível laboral, e 94% encontravam-se a fazer aleitamento materno à data da consulta.
Sintomas relacionados com a ansiedade e depressão foram prevalentes dado que 31% das
inquiridas obtiveram uma pontuação superior ou igual a 7 pontos, valor adoptado como de cut-off.
Dois dos sintomas inerentes a um quadro de depressão - tristeza (Q-9) e perda de interesse
pelas coisas (Q-15) - foram agrupados com o objectivo de aferir a presença de sintomatologia
depressiva entre as puérperas da amostra, tendo 7% relatado a presença de ambos os
sintomas e 15% a presença de um deles.
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES: A DPP afecta mais de 10% das puérperas, provavelmente
pelo rápido declínio dos níveis hormonais da gravidez no pós-parto em mulheres susceptíveis,
sobretudo as que registam história prévia de Síndrome Depressivo; outros factores de risco
são o stress, tipo de aleitamento e gravidez indesejada. Os sintomas surgem, em média,
cerca de 4 semanas após o parto pelo que a aplicação do questionário às 6 semanas parece
adequada.
O teste aplicado - SRQ-20 - padronizado internacionalmente, apresenta 83% de sensibilidade
e 80% de especificidade, com validade aceitável para um teste a aplicar a este nível, visando a
detecção precoce de sintomas psíquicos não psicóticos. A Edinburg scale of post-partum
depression apresenta maiores sensibilidade e especificidade, contudo, ainda não se encontra
validada para a população ou mesmo língua portuguesa. O risco de desenvolver depressão
pós-parto na amostra aproximou-se dos valores obtidos noutros estudos, pelo que a avaliação
de rotina da puérpera deve contemplar esta patologia pela gravidade das consequências e
pela existência de um grupo de fármacos passíveis de serem utilizados com segurança
aquando do aleitamento. Contudo, os critérios de selecção e reduzida dimensão da amostra
constituem um viés. Estudos longitudinais, visando avaliar a causalidade entre a DPP e
alterações no desenvolvimento do RN revestem-se de enorme importância.
Palavras-chave: Depressão pós-parto, puérpera, nulípara, multípara, SRQ-20, sensibilidade,
especificidade, validade.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Susana Corte-Real (ap)*, Daniel Pinto*, Madalena Vieira da Costa**, Vanda Proença*
* USF São Julião - Centro de Saúde Oeiras
** Centro de Saúde de Oeiras
DI de Lisboa BC
José Mendes Nunes, Ana Quaresma, Luísa Romeiro
INTRODUÇÃO:
Os sintomas depressivos estão presentes em cerca de 15 a 20% dos doentes com diabetes
mellitus tipo 1 ou 2, estando estes associados a um pior estado global de saúde, menor
adesão às recomendações dietéticas e medicações orais e maiores custos de saúde. A literatura não é concordante quanto à associação entre sintomas depressivos e controlo glicémico.
OBJECTIVOS:
Determinar a existência de associação entre o nível de hemoglobina A1C e os sintomas
depressivos.
METODOLOGIA:
Realizou-se um estudo transversal (de 21 de Abril a 13 de Junho de 2008), analítico, com uma
amostra de conveniência constituída por adultos com diabetes tipo 2, pertencentes à lista de
9 médicos de família. Foram excluídos os utentes incapazes de responder ao questionário ou
sem uma determinação de hemoglobina A1C nos três meses anteriores. Os sintomas depressivos foram avaliados com um questionário de auto-preenchimento, o Inventário de Depressão
de Beck. Os valores de hemoglobina A1C e índice de massa corporal (IMC) foram obtidos
através de consulta do processo clínico. A associação entre hemoglobina A1C e pontuação
no Inventário de Depressão de Beck foi determinada através da correlação de Pearson,
controlando para sexo, idade, IMC e diagnóstico prévio de depressão. Obtiveram-se ainda os
dados relativos a sexo e idade dos utentes com guia do diabético emitido das listas dos médicos
participantes. Estes foram comparados com os valores da amostra (testes de Chi-Quadrado
e T de Student, respectivamente).
Oral
Autor(es)
Associação entre controlo metabólico da diabetes tipo 2 e sintomas
depressivos
Investigação
Título
RESULTADOS:
Nas listas dos médicos participantes, a idade média dos utentes com guia do diabético foi de
65,4 anos e a proporção de homens foi de 50%. Foram convidados a responder ao
questionário 143 utentes. Quatro recusaram responder e foram excluídos 18. 62,0% da
amostra era do sexo masculino, sendo a idade média de 65,5 anos (DP±9,7) e 20,7% tinha
diagnóstico prévio de depressão. O valor médio de hemoglobina A1C foi de 7,0% (DP±1,3) e
a pontuação média no Inventário de Depressão de Beck de 11,3 (DP±9,3). A associação entre
pontuação no Inventário de Depressão de Beck e valor de hemoglobina A1C foi fraca e sem
significado estatístico (r=,137 p=0,134). Após controlar para sexo, idade, IMC e diagnóstico
prévio de depressão, a associação passou a ser marginalmente significativa (r=,182 p=
0,049). A variância de hemoglobina A1C explicada pela pontuação no Inventário de
Depressão de Beck foi de 3% (r2=,03).
DISCUSSÃO:
Apesar da amostra utilizada ser de conveniência, a média de idades e a prevalência de
depressão observadas não foram estatisticamente diferentes das encontradas nos utentes
com guia do diabético dos médicos participantes e na população portuguesa, respectivamente. Contudo, a elevada proporção de homens na amostra poderá ser consequência do
maior número de mulheres iletradas, que foram excluídas. A associação encontrada entre
sintomas depressivos e controlo metabólico, apesar de estatisticamente significativa, é fraca,
pelo que o seu significado clínico poderá ser pouco relevante.
CONCLUSÕES:
O presente estudo encontrou uma associação estatisticamente significativa entre a pontuação
no Inventário de Depressão de Beck e o valor de hemoglobina A1C, após controlo para
factores de confundimento.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
XIII JORNADAS
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69
Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
A Caminho do Equilíbrio…
Célia Pinheiro (ap), Rita Viegas
USF Cova da Piedade
DI de Setúbal Norte
Luísa Rocha
A diabetes é um factor de risco cardiovascular e uma importante causa de morbi-mortalidade
em Portugal. A educação para a saúde é indispensável para uma boa prática clínica e a
responsabilização do doente é a melhor arma para controlar a doença. O projecto educacional ´´Caminhar para o Equilíbrio´´ destina-se a diabéticos do tipo 2, visa capacitar o indivíduo na competência para a mudança e foi implementado numa USF em Março de 2008 com
um primeiro grupo de doentes.
OBJECTIVOS:
Avaliar o resultado da intervenção do programa nas seguintes variáveis: controlo da pressão
arterial (PA), peso, perímetro abdominal e hemoglobina glicosilada (HbA1c).
Investigação
METODOLOGIA:
O programa consistiu em 8 sessões que abordaram temas como a fisiopatologia, complicações, terapêutica, nutrição e exercício físico e decorreu entre Março e Junho de 2008.
Realizou-se um estudo descritivo transversal, com amostra de conveniência. Foram incluídos
diabéticos do tipo 2 com diagnóstico recente e/ou com necessidade de reforço de conhecimentos nos aspectos focados. O critério de exclusão foi a frequência de menos de 7 sessões.
Procedeu-se à comparação das variáveis descritas antes e depois da intervenção.
Oral
RESULTADOS:
De uma amostra inicial de 18 diabéticos só 8 cumpriram os critérios de inclusão. Seis doentes
apresentavam um controlo inadequado da PA e após a intervenção só 3 tinham valores de
PA>130/80 mmHg. Todos eram obesos e o peso não variou significativamente; um dos
diabéticos passou de obesidade de grau 3 para grau 2 no final do programa. Os oito doentes
tinham um perímetro abdominal aumentado e todos reduziram este parâmetro (perda máxima
de 12 cm e mínima de 3 cm; média de 7.4 cm). Os valores de HbA1c desceram, em média,
cerca de 0.8%.
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO:
Apesar da amostra reduzida e do tempo limitado a que se refere o presente estudo os resultados foram considerados positivos nomeadamente a nível da redução do perímetro abdominal, factor determinante do risco cardiovascular do diabético. Trata-se somente da primeira
fase de um trabalho que requer continuidade e preserverança. A educação para a saúde
continua a ser o primum movens da Medicina Geral e Familiar e a importância destas intervenções assenta na autonomia do doente. Pretende-se que o utente assuma progressivamente o controlo da situação e que não se limite a ´´ser controlado´´, atitudes cruciais
para o bom controlo metabólico da doença.
PALAVRAS-CHAVE: diabetes tipo 2, controlo metabólico, educação para a saúde.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Carla Gouveia (ap), Vanessa Antunes, Fátima Franco
Centros de Saúde de Loures, Torres Vedras e Odivelas
DI de Lisboa AEF
Paulo Estrela, Ana Pipa e Manuel Vasquez
INTRODUÇÃO:
A síndrome metabólica tem uma prevalência significativa na população utente dos centros de
saúde portugueses. A presença desta síndrome implica um risco aumentado de diabetes
mellitus do tipo 2, de cardiopatia isquémica, de acidente vascular cerebral e de mortalidade
cardiovascular e global. O seu tratamento é comprovadamente benéfico na redução do risco
de diabetes e doença cardiovascular. Não existem estudos que mostrem se a identificação da
síndrome, implica uma alteração da conduta terapêutica, relativamente à que previamente se
havia instituído para tratar as componentes da síndrome.
OBJECTIVOS:
Determinar a prevalência da síndrome metabólica na população estudada. Determinar o
número de utentes em que o estabelecimento do diagnóstico de síndrome metabólica irá
alterar a conduta terapêutica prévia.
METODOLOGIA:
Estudo transversal, quantitativo, descritivo e analítico. Foram seleccionados aleatoriamente
50 centros de saúde de Portugal continental e ilhas e contactados os directores dos mesmos
no sentido de solicitar colaboração no estudo, indicando cinco médicos dispostos a participar.
Cada médico estava encarregue de preencher 1 folha de notação para cada género e grupo
etário, num total de 10 (20-29 anos; 30-39 anos, 40-49 anos, 50-59 anos e 60-69 anos). Cada
folha de notação registava os dados clínicos do doente que permitissem chegar ao diagnóstico de síndrome metabólica e a terapêutica farmacológica e não-farmcológica em curso. As
folhas de notação eram depois enviadas às autoras que avaliaram a presença de síndrome
metabólica em cada indivíduo e a necessidade de prescrição terapêutica (farmacológica e
não-farmacológica) relativamente à terapêutica habitual do utente. A análise estatística foi
realizada utilizando os programas MS Excell e SPSS 11.0.
Oral
Autor(es)
Utilização das definições da Síndrome Metabólica
Que vantagens para a prática clínica?
Investigação
Título
RESULTADOS:
Em cinquenta centros de saúde contactados: oito (16%) mostraram indisponibilidade de
colaborar no estudo, dez (20%) disseram que iriam colaborar e 33 (66%) não deram qualquer
resposta. Dos que se disponibilizaram a colaborar apenas um enviou folhas de notação
preenchidas. Nas folhas de notação recolhidas (27), identificámos nove (33%) indivíduos com
síndrome metabólica: cinco homens (um entre os 40 e os 49 anos, dois entre os 50 e os 59
anos e outros dois entre os 60 e os 69 anos) e quatro mulheres (duas entre os 50 e os 59
anos e duas entre os 60 e os 69 anos). Em cinco (56%) dos casos (um dos homens e todas
as mulheres), a identificação da síndrome indicou a necessidade de alteração da conduta
terapêutica.
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES:
O número de centros de saúde que aceitou colaborar foi muito reduzido. Dos que aceitaram
inicialmente colaborar, apenas uma pequena percentagem o fez efectivamente. A dimensão
das respostas obtidas é muito inferior à da amostra calculada como representativa, o que limita
as possíveis conclusões a retirar.
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Prevalência do Excesso de Peso/Obesidade no 1º Ciclo do Agrupamento de
Escolas de Vialonga
Medina do Rosário, Tânia Almeida, Manuel Pereira, Cláudia Antão, Ana Serrão
Centro de Saúde da Póvoa de Santa Iria - Extensão USF Villa Longa
DI de Lisboa AEF
José Mendonça da Costa, Ana Costa, Manuela Rodrigues, Fátima Rabaçal,
Dulce Abreu
INTRODUÇÃO: a adopção de estilos de vida sedentários, uma menor prática de actividade
física e uma dieta alimentar não mediterrânea, têm vindo a promover um aumento do excesso
de peso/obesidade em Portugal, afectando cada vez mais crianças e adolescentes. A
evolução desta pandemia é relevante, na medida em que as opções que predeterminam a
saúde são maioritariamente feitas antes da adolescência.
Mais preocupante é o futuro, quando verificamos que a prevalência do excesso de
peso/obesidade é de 31%, para idades entre 7-9 anos de idade e os jovens adultos de 18-20
anos, a prevalência do excesso de peso/obesidade é 21%, sugerindo que a próxima geração
portuguesa enfrentará um agravamento da sua saúde e deterioração da qualidade de vida.
Assim, o objectivo deste estudo é determinar a prevalência de excesso de peso/obesidade
infantil, na população de crianças que frequentam o 1º ciclo no Agrupamento de Escolas de
Vialonga.
Oral
Investigação
MATERIAL E MÉTODOS: foi elaborado um estudo observacional, transversal e descritivo. As
variáveis em estudo foram: escola da criança em estudo; ano de escolaridade; género; idade
em anos; peso em quilos e respectivo percentil; estatura em cm e respectivo percentil; índice
de massa corporal (IMC) Kg/m2 e respectivo percentil. Para este estudo foram utilizadas as
curvas de percentis do Boletim de Saúde Infantil e Juvenil que têm como orientação as
utilizadas pelo National Center for Health and Statistics (NCHS).
Os dados foram colhidos, através de medições antropométricas a cada aluno(a) com idades
compreendidas entre os 6 e 10 anos de idade, após autorização por escrito dos encarregados
de educação, em dia predeterminado para cada Escola que decorreu entre os dias 2 e 11 de
Junho de 2008.
A análise e tratamento dos dados foram trabalhados em programa estatístico SPSS para
Microsoft Windows (versão 13.0), realizando-se a análise descritiva dos parâmetros e respectivo estudo de prevalência.
RESULTADOS: participaram todas as seis escolas do primeiro ciclo integradas no
Agrupamento de Escolas de Vialonga, compostas por 831 alunos. Foram realizadas
medições antropométricas a 728 crianças, 79 crianças não compareceram às aulas no dia da
observação e 24 alunos não participaram no estudo por recusa dos respectivos encarregados
de educação.
DISTRIBUIÇÃO POR GÉNERO: 365 crianças do sexo masculino e 363 crianças do sexo
feminino, média de idade para ambos os sexos de 8,04 anos, mediana de 8 e moda de 7.
De acordo com o percentil de IMC temos uma população cuja prevalência de excesso de
peso/obesidade é de 37,8%, dos quais 18,4% têm obesidade. Foi obtido para o sexo
masculino 10,4% de excesso de peso e 9,6% de obesidade, enquanto que o sexo feminino
apresentou 9% de excesso de peso e 8,8% de obesidade.
CONCLUSÃO: os resultados apresentados revelam uma prevalência de excesso de
peso/obesidade superior a um terço dos alunos que frequentam o 1º ciclo em Vialonga. É
importante uma intervenção activa e sustentada junto desta população para combater um
factor de risco crucial para a sua qualidade de vida. Estão programados estudos analíticos
para melhor compreensão deste problema na comunidade em que está inserida.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Frederico Rosário (ap), Maria Inês Santos
Centro de Saúde do Barreiro
DI de Setúbal Sul
Hospital de São Teotónio, Viseu - DI do Hospital de São Teotónio, Viseu
Maria José Rosa, Cecília Figueiredo
INTRODUÇÃO: A gravidez na adolescência resulta num vasto conjunto de consequências
negativas, mas é também potenciada por circunstâncias adversas da vida da adolescente
antes de engravidar. Sendo assim, parece essencial conhecer as características das adolescentes que engravidam, para planear intervenções preventivas dirigidas.
A evidência científica aponta como principais factores de risco para engravidar na
adolescência ter um baixo nível socio-económico, uma estrutura familiar não nuclear e figura
materna que tenha sido mãe adolescente. Contudo, os trabalhos publicados têm sido
deficitários na reprodutibilidade dos seus resultados, particularmente no que diz respeito à
avaliação socio-económica. Em Portugal é reduzido o número de estudos que abordaram
esta problemática.
Este estudo tem por objectivos analisar a adolescência de mães/grávidas adolescentes e
mães/grávidas adultas com vista a: determinar quais as características que se comportam
como factores de risco; criar um instrumento de avaliação de risco de gravidez na adolescência.
MATERIAL E MÉTODOS: Estudo caso-controlo realizado no Hospital do Barreiro entre
Setembro de 2007 e Junho de 2008. Amostra de conveniência de grávidas nulíparas e puérperas primíparas (n=206), correspondendo os casos a adolescentes e os controlos a adultas.
Considerou-se mãe adolescente toda a grávida/puérpera com idade inferior a 20 anos
(definição OMS). Os dados foram colhidos por entrevista.
Oral
Autor(es)
Mães Adolescentes e Mães Adultas - Estudo Caso-Controlo
Investigação
Título
VARIÁVEIS ESTUDADAS: estrutura familiar (EF) na adolescência, dicotomizada em
Nuclear/Alargada e Outras; nível socio-económico (Graffar) na adolescência, medido pela
escala de Graffar adaptada à população portuguesa, dicotomizada em Alto (classes I, II e III)
e Baixo (IV e V); idade da mãe na primeira gravidez (Mãe), dicotomizada em Adolescente e
Adulta.
A determinação dos factores de risco foi feita através da estimativa dos Odds Ratio (OR) e
respectivos Intervalos de Confiança a 95% (IC) para cada grupo, com o software OpenEpi 2.2®.
A descrição dos dados, bem como a elaboração de um score de risco para Gravidez na
Adolescência a partir de um modelo de regressão logística múltipla, foram realizadas com
recurso ao software R 2.7.0®.
RESULTADOS: Foram inquiridas 66 adolescentes e 140 adultas. À EF associou-se uma
probabilidade de engravidar elevada, tanto isolada (OR=11.73; IC=[3.38;44.27]), como associada às outras variáveis. As variáveis Graffar e Mãe, quando isoladas, não revelaram maior
probabilidade de engravidar na adolescência (OR=1.23; IC=[0.24;5.02] e OR=1.31;
IC=[0.36;4.44], respectivamente), mas se presentes em simultâneo mostraram-se significativas (OR=7.15; IC=[2.34;22.92]). A presença das três características em simultâneo
determinou a maior probabilidade de engravidar (OR=13.94; IC=[3.46;64.5]).
Com base num modelo de regressão logística múltipla, foi elaborado um score de risco para
a Gravidez na Adolescência, para o qual se estima uma sensibilidade de 75.8% e especificidade de 75.0%.
CONCLUSÕES: A gravidez na adolescência associa-se a vários antecedentes desfavoráveis
que se comportam como factores de risco e que podem ser utilizados para identificar precocemente adolescentes com maior risco de engravidar.
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Impacto da idade materna no risco peri-natal: estudo transversal
Bruno Heleno* (ap), Paula Broeiro*, Pedro Alves*, Patrícia Ferreira*, Gema Ponce•,
Bernardino Guedes†, João Ramos‡, Margarida Coelho*, Esmeralda Cunha*
*C.S. Lumiar, • USF Rodrigues Miguéis, C.S. Benfica, † C.S. Benfica, ‡USF Carnide
Quer, C.S. Benfica
DI de Lisboa AEF
Paula Broeiro, Esmeralda Cunha, Margarida Coelho
INTRODUÇÃO: Existe associação entre a gravidez nos extremos da idade reprodutiva e
maior incidência de distócia, morbilidade e mortalidade peri-natal? Na adolescência é controverso se o acréscimo de risco se deve a imaturidade biológica ou a condições sócio-económicas desfavoráveis. Acima dos 35 anos, apesar de uma maior frequência de complicações obstétricas, a maioria dos recém-nascidos nasce saudável.
OBJECTIVOS: Caracterizar os indicadores de risco peri-natal por grupos etários (<20, 20-34,
<
<35 anos) e verificar se existe associação entre idade materna e: risco peri-natal e tipo de
parto.
MÉTODOS: Estudo transversal, descritivo e inferencial realizado em 2 centros de saúde de
Lisboa. Seleccionou-se aleatoriamente uma amostra de 562 notícias de nascimento (2006 e
2007). Aplicaram-se os testes ANOVA e X2 e determinaram-se os odds ratio para cada uma
das variáveis.
Oral
Investigação
RESULTADOS: Excluíram-se 22 fichas e não se verificou diferença estatisticamente significativa entre a média de idade das excluídas e incluídas (31,50 vs 29,50, P=0,381). Das 540
notícias, 41 correspondiam a idade precoce, 371 a idade adequada e 128 a idade tardia.
Comparando com as de idade adequada, as tardias tinham menos partos instrumentais
(OR=0,40 IC95 0,21-0,77); não se encontraram diferenças no número de cesarianas
(OR=1,28 IC95 0,83-1,98), de prematuros (OR=1,89 IC95 1,00-3,61), de recém nascidos com
baixo peso (OR=1,10 IC95 0,53-2,26) ou macrossómicos (OR=1,17 IC95 0,17-3,38). Nas
grávidas precoces também não se encontraram diferenças estatisticamente significativas e os
Odds ratio foram: nos prematuros (OR=2,12 IC95 0,82-5,49), recém nascidos de baixo peso
(OR=1,27 IC95 0,42-3,82), recém nascidos macrossómicos (OR=0,40 IC95 0,05-3,03), cesarianas (OR=0,54 IC95 0,24-1,27) e parto instrumental (OR=1,72 IC95 0,85-3,49).
DISCUSSÃO: Encontrou-se uma proporção de gravidezes em idades tardias superior à de
outros estudos em populações semelhantes. Não se verificou diferença entre os grupos
extremos e os de idade reprodutiva considerada adequada, excepto nos partos instrumentais
que foi inferior nas tardias. As razões de risco foram semelhantes às encontradas na literatura. Apesar da limitação dos resultados, consequência da baixa frequência de alguns fenómenos, o que nos pareceu interessante foi a aparente confirmação estatística da suspeição
clínica de ausência de diferença de risco perinatal nos extremos da idade reprodutiva.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Célia Gonçalves (ap), Sofia Neto
Centro de Saúde de Queluz - USF Mactamã
DI de Lisboa D
António Frazão
PALAVRAS-CHAVE:
Rastreio; Cancro da mama; Cancro colo-rectal; Avaliação; Registo oncológico
INTRODUÇÃO:
A prevenção secundária no âmbito da doença oncológica, o rastreio, comporta actividades
orientadas para a detecção da doença antes das manifestações clínicas da mesma, visando
um tratamento precoce que melhore o prognóstico. Na ausência de rastreio organizado e
estruturado, como sucede com o cancro colo-rectal em Portugal, é essencialmente através do
rastreio oportunístico que o Médico de Família desenvolve a sua actividade preventiva a nível
do diagnóstico precoce.
As diferenças resultantes da actuação segundo um rastreio sistemático e oportunístico
poderão ter a sua expressão nos dados do registo oncológico regional, fonte importante para
avaliação da prática clínica.
OBJECTIVO:
Caracterizar os utentes da lista do Orientador com diagnóstico de cancro da mama e de cancro
colo-rectal, através do registo oncológico regional.
MATERIAL E MÉTODOS:
Para uma população de 131 utentes oncológicos, determinou-se o número de utentes com
diagnóstico de cancro da mama (CM) e com diagnóstico de cancro colo-rectal (CCR).
Procedeu-se à caracterização da amostra obtida, utilizando as variáveis de estudo: idade,
sexo, data de suspeita diagnóstica, data da confirmação diagnóstica, intervalo de tempo entre
as datas de suspeita e confirmação diagnóstica, estadio do cancro à data do diagnóstico.
Resultados
Os resultados referem-se a 39 utentes, sendo 21 utentes do sexo feminino com cancro da
mama e 18 utentes com diagnóstico de cancro colo-rectal (12 do sexo masculino e 6 do sexo
feminino), com média de idades de 62,7 anos em ambos os grupos.
A média de dias do intervalo de tempo entre as datas da suspeita e da confirmação diagnóstica foi de 14,2 e 19,4 dias, para os utentes com diagnóstico de cancro da mama e de cancro
colo-rectal respectivamente. Não se verificaram diferenças significativas no estadio da
doença à data do diagnóstico (nCM=21 local/loco-regional; nCCR=16 local/loco-regional e
nCCR=2 metastática).
Conclusões
Para as variáveis e amostra em estudo, a actuação segundo o rastreio oportunístico não teve
diferenças significativas nos resultados verificados, face aos do rastreio sistemático, representado pelo cancro da mama.
Sendo o rastreio oportunístico dirigido a indivíduos nos quais é previsto risco acrescido para
doença oncológica, a análise crítica de dados referentes a utentes da lista poderá constituir
uma ferramenta útil, ao permitir reforçar/modificar intervenções.
Oral
Autor(es)
Registos oncológicos da lista de utentes na avaliação da prática clínica
Investigação
Título
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Codificação com a Classificação Internacional de Cuidados Primários por
internos de Medicina Geral e Familiar
Daniel Pinto (ap), Susana Corte-Real
USF São Julião - Centro de Saúde Oeiras
DI de Lisboa BC
José Mendes Nunes
INTRODUÇÃO:
A Classificação Internacional de Cuidados Primários - versão 2 (ICPC-2) é utilizada como
padrão dos sistemas de registo clínico (em papel ou electrónicos) de Medicina Geral e
Familiar (MGF) em Portugal. Para que as informações destes registos possam ser comparadas é necessário que os médicos saibam aplicar na prática a classificação. Alguns relatos
de opinião sugerem que a formação dos internos nesta área poderá ser insuficiente. No entanto,
não existem estudos recentes que avaliem a utilização correcta da ICPC-2 pelos internos
portugueses.
OBJECTIVOS:
Determinar a capacidade de codificação com a ICPC-2 de médicos na segunda metade do
internato em Medicina Geral e Familiar em Portugal.
Oral
Investigação
METODOLOGIA:
Foi feito um estudo transversal, descritivo, entre 11 e 31 de Julho de 2008, com uma amostra
de conveniência composta por cem médicos internos dos 29º e 30º cursos da Coordenação
de Internato de MGF da Zona Sul. Os participantes foram contactados por correio electrónico,
sendo-lhes pedido que codificassem as descrições escritas de três consultas fabricadas pelos
autores. Se não fosse obtida resposta no prazo definido, era enviada uma segunda
mensagem solicitando a participação. A codificação correcta dos motivos de consulta,
problemas e procedimentos foi determinada pelos autores em colaboração com um perito
nacional em ICPC-2. Procedeu-se a uma análise descritiva da proporção de respostas
correctas, do número de códigos errados e do número de codificações submetidas em excesso.
Fez-se também uma análise qualitativa dos principais erros de codificação observados.
RESULTADOS:
A taxa de resposta foi de 47%. Quarenta e oito dos internos não responderam aos pedidos
enviados por correio electrónico e 5 recusaram-se a participar. Em média, foram classificados
correctamente 60% dos motivos de consulta, 80% dos problemas e 50% dos procedimentos. Por
cada consulta, os participantes codificaram erradamente, em média, 1 motivo de consulta, 0,3
problemas e 1,8 procedimentos e apresentaram 0,7 motivos de consulta, 0,2 problemas e 0,5
procedimentos a mais. Na análise qualitativa verificou-se que os internos codificam frequentemente em excesso situações abordadas na consulta que não constituem motivos segundo a
definição da ICPC-2. Os internos omitiram frequentemente o código “medicina preventiva/manutenção da saúde” dos problemas e motivos de consulta. Nos procedimentos,
raramente foram codificados os exames médicos completo ou parcial realizados na consulta.
CONCLUSÕES:
Os internos parecem ser mais capazes de codificar correctamente os problemas da consulta
do que os motivos ou procedimentos. São frequentes alguns erros relacionados com a codificação de actividades preventivas e de procedimentos imediatos. No futuro, será importante
estudar se o treino dos médicos internos na utilização da ICPC-2 melhora a sua capacidade
para codificar correctamente e de forma completa as suas consultas.
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XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Gema Ponce Revilla
Centro de Saúde de Benfica
DI de Lisboa AEF
Armando Brito de Sá
CONTEXTO: O suicídio é uma causa de morte frequente e evitável nas populações ocidentais. É importante que o médico de família tenha informação sobre os pensamentos de morte
dos seus pacientes, de modo a poder actuar nas fases prévias ao acto e evitar fatalidades.
OBJECTIVOS: Identificação e caracterização dos utentes com ideias de morte, desejo de
morte e ideação suicida na população de da USF Rodrigues Miguéis (Lisboa); identificação
dos motivos por que não comunicam estes pensamentos ao seu médico de família.
METODOLOGIA: Estudo descritivo, transversal e observacional de uma amostra de
conveniência dos utentes da USF Rodrigues Migueis (Lisboa). As variáveis estudadas
incluíam sexo, idade, estado civil, anos de escolaridade, situação laboral, co-habitação,
religiosidade, toma de medicação psiquiatrica, existência de ideias, desejo de morte e ou
ideação suicida, tentativa de suicido previa e motivo de não comunicação dos pensamentos
de morte. Colheita de dados por meio de questionário auto-preenchido e anónimo.
RESULTADOS: De 214 questionários válidos, 80 (37,4%) revelaram um ou mais dos
seguintes pensamentos: ideias de morte, desejo de morte e ideação suicida. Vinte e nove
utentes (13,5%) referiram os três tipos de pensamentos. Quinze pessoas (7%) referiram ter
tentado cometer suicídio. Destas, 12 (80%) eram do sexo feminino; sete (46,6%) tinham idade
entre 50 e 54 anos e 7 (46,6%) eram casadas. Nove pessoas (60%) não viviam sozinhas;
nove pessoas (60%) não frequentavam lugares de culto. Doze (80%) já tinham tomado
alguma vez medicação psicotrópica por um mês ou mais. Dez (66,6%) indivíduos que
tentaram cometer suicídio tiveram ideias de morte, desejo de morte e ideação suicida. Três
(20%) tiveram desejo de morte e ideação suicida. Nenhum destes indivíduos teve ideias de
morte isoladamente. Do total das pessoas com um ou mais destes pensamentos, 72 (90%)
não os comunicaram ao seu médico de família. O motivo por que não falaram com o seu
médico de família não foi especificado por 35 (48,6%) desses utentes. Dezassete (9,7%)
destes utentes consideraram que estes pensamentos não tinham importância.
Oral
Autor(es)
Ideias, desejo de morte e ideação suicida na população de um centro de saúde
urbano
Investigação
Título
CONCLUSÃO: O número de pessoas com pensamentos relacionados com a morte é muito
maior do que o de pessoas que tentam o suicídio. Este dados apontam para uma possível
relação entre a associação de pensamentos e a tentativa de suicídio, o que não parece
acontecer com as ideias de morte isoladas. A maioria dos utentes não comunicou estas ideias
ao seu médico de família, mas as razões para essa atitude não foram expressas pela maior
parte. Justifica-se uma abordagem mais aprofundada deste problema no contexto dos
cuidados de saúde primários.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
A Satisfação Profissional dos Médicos de Família
Welma Andrade(ap), Jesley Teodoro, Duarte e Silva
CS Corroios - USF Servir-Saúde, CS Reboleira - Extensão da Damaia,
CS Marvila - USF São João Evangelista dos Loios DI de Setúbal Norte, DI de Lisboa
BC
Maria Clara Balinha, Teresa Cima Gomes, José António Brito
INTRODUÇÃO:
A satisfação profissional é uma atitude individual em relação à profissão e às condições em que
esta é desempenhada. A motivação para este estudo parte do pressuposto básico que esta
variável influência o trabalho do médico e actua sobre várias facetas do seu comportamento.
OBJECTIVO:
Conhecer factores modificáveis que possam contribuir para aumentar a satisfação profissional dos médicos.
Comparar a satisfação dos MF num Centro de Saúde e numa USF.
Oral
Investigação
MATERIAL E MÉTODOS:
TIPO DE ESTUDO: Observacional, descritivo e transversal
POPULAÇÃO ALVO: Todos os médicos de MGF da USF Servir-Saúde e do C. de Saúde da
Damaia.
MÉTODO: No dia 11 de Junho de 2008, aplicou-se um questionário anónimo e confidencial,
de auto-preenchimento que incluía 4 questões referentes à caracterização sócio - demográfica dos Médicos de Família e 15 questões, sobre a sua satisfação profissional. Deveriam ser
respondidas numa escala de três categorias (Sim, Não, Talvez).
AMOSTRA: Amostra de conveniência constituída por 23 MF com participação voluntária no
auto-preenchimento do questionário. Trabalham na USF 34,8% e no C. de Saúde 65,2%.
RESULTADOS:
A taxa de resposta aos questionários foi de 82.6%. A idade média dos MF foi de 52,7 anos
(±DP 6,72). A média dos anos de profissão foi de 25,2 anos. Na amostra 84,2% eram
mulheres. Há 26,3% chefes de serviços, 57,9% assistentes graduados e 15,8% assistentes.
No C. de Saúde 75% dos profissionais não consideraram o ordenado de acordo com o
trabalho que desempenham enquanto que na USF foram 14,2%. No C. de Saúde 25 % não
se consideraram integrados numa equipa, na USF foram 0%. No C. de Saúde 33,3% consideraram que não houve alterações do funcionamento do serviço por sugestão dos profissionais,
na USF foram 0%. No C. de Saúde 41, 6% consideraram não haver um bom circuito de informação, na USF foram 14,3%. No C. de Saúde 33,3% acharam que as suas sugestões/criticas
não são consideradas pelos superiores, na USF foram 0%.Em relação aos recursos físicos
necessários à prática clínica no C. de Saúde 25% consideraram não dispor deles, enquanto
na USF foram 0%. No que diz respeito aos recursos humanos no C. de Saúde 75% consideraram não dispor na USF foram 14.3%. Em relação à escolha do local de trabalho 25% dos
profissionais do C. de Saúde não o escolheriam novamente, na USF 0%.
CONCLUSÃO:
Verificámos que a satisfação profissional dos MF da USF é maior do que a dos MF do C. de
Saúde da Damaia. Existiram no entanto limitações à realização do estudo como sejam os
viezes relacionados com a distribuição e recolha dos questionários e o tamanho da amostra.
É muito importante fomentar o trabalho em equipa, organizar um bom circuito para a circulação da informação, valorizar as sugestões/criticas dos profissionais, ter remuneração de
acordo com o trabalho desenvolvido e recursos necessários de modo a melhorar as
condições de trabalho. Só com Médicos motivados se pode atingir Ganhos em Saúde e
operacionalizar um Sistema de Saúde que responda às necessidades dos Utentes de acordo
com as competências do MF.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected], [email protected]
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XIII JORNADAS
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Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador
Resumo
Marta Padilha (ap), Ana Cebolais, Rita Cunha Ferreira
Centro de Saúde de Sete Rios
DI de Lisboa BC
Ana Clarke, Cristina Lopes, Maria José Luís
INTRODUÇÃO: A contracepção eficaz deve ser uma preocupação do médico de família
perante as suas utentes e dos cuidados de saúde primários perante a população. No Centro
de Saúde de Sete Rios existe uma consulta de rastreio de cancro do colo do útero, revisão
do puerpério e planeamento familiar, cujo principal objectivo é aumentar a taxa de cobertura
e a qualidade em saúde da mulher. Esta consulta é realizada pelas internas do 2º ano de
Medicina Geral e Familiar e destina-se a utentes sem médico de família ou cujos médicos não
a realizem.
OBJECTIVOS: Caracterizar a população que recorre a esta consulta e métodos contraceptivos utilizados. Comparar resultados obtidos com dados do 4º Inquérito Nacional de Saúde
(INS).
MATERIAL E MÉTODOS: Estudo observacional, retrospectivo e descritivo. Amostra de
conveniência constituída pelas mulheres que recorreram à consulta específica no período de
Março de 2007a Junho de 2008. Variáveis estudadas: idade, atribuição ou não de médico de
família, uso de contracepção, método contraceptivo utilizado. Colheita de dados a partir dos
registos clínicos e tratamento em Excel.
RESULTADOS: Durante os 16 meses em estudo, 253 mulheres recorreram à consulta, com
idades compreendidas entre 15 e 79 anos, 20,9% na faixa etária dos 25 aos 29 anos e 74,7%
com idade igual ou inferior a 44 anos. A maioria das mulheres (66,0%) tinha médico de
família. O uso de método contraceptivo foi registado em 85,0% das mulheres, sendo a
anticoncepção oral o método mais utilizado (72,1%), seguido do preservativo isoladamente
(15,3%). O método menos utilizado foi o implante hormonal (2 casos). Estes dados são
concordantes com os do INS, onde a contracepção oral se destacou como o método mais
utilizado (65,9%), seguindo-se o preservativo (13,4%). De salientar que no INS a utilização de
dispositivo intra-uterino (DIU) surge em terceiro lugar (8,8%), o que não está de acordo com
o nosso estudo (1,4%). Também em relação à proporção de mulheres que não utilizam
qualquer método contraceptivo, os resultados foram distintos: 15,0% versus 43,5% no INS.
Poster
Autor(es)
Realidade contraceptiva numa consulta do Centro de Saúde de Sete Rios
Investigação
Título
CONCLUSÃO: As utentes que recorrem a esta consulta são mulheres jovens, a maioria tem
médico de família e a contracepção oral e o preservativo são os métodos contraceptivos de
eleição. A discrepância de resultados no que diz respeito ao DIU pode espelhar a inexperiência na introdução destes dispositivos pelos médicos de família, conduzindo a uma menor
utilização deste método. Apenas uma pequena proporção destas mulheres não utiliza métodos
contraceptivos, o que pode estar relacionado com a maior oferta e acessibilidade desta
consulta.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
SÍNDROME DA APNEIA E HIPOPNEIA DO SONO
Jerusa Oliveira Ramos (ap), Violeta Florova
Centro de Saúde Dr. Joaquim Paulino - USF AlphaMouro, Centro de Saúde da
Parede - USF Emergir
DI de Lisboa D e BC
Zélia Vaz, Sandra Espadana
INTRODUÇÃO: O Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono (SAHOS) consiste na
cessação ou diminuição do fluxo aéreo oronasal por instabilidade da via aérea superior,
provocando microdespertares durante o sono. Desta forma, concorre para comorbilidade e
mortalidade significativas, constituindo, assim, um grave problema de Saúde Pública. É
importante ter presente a clínica da patologia em causa e a forma de a abordar, particularmente tratando-se dos Cuidados de Saúde Primários, de modo a promover uma eficaz
prevenção primária.
OBJECTIVO: Sistematizar a SAHOS e suas complicações numa perspectiva diagnóstica e
terapêutica.
METODOLOGIA: Pesquisa bibliográfica em livros de texto e publicações periódicas, bem
como na base de dados Pubmed e na Rede Informática de Medicina Avançada (desde 1999).
PALAVRAS-CHAVE: sleep apnea, obesity, SAHOS.
RESULTADOS: O diagnóstico da SAHOS assenta em critérios rigorosos de sintomatologia
e/ou polissonografia, podendo recorrer-se ainda a avaliação laboratorial. Sabe-se actualmente que este quadro é responsável por alterações respiratórias, neurocognitivas e cardíacas,
bem como por hipersonolência diurna. As complicações major desta patologia envolvem
acidentes de viação, resistência à insulina, doença cardiovascular e morte súbita. O tratamento consiste em medidas médicas gerais e, eventualmente, CPAP, constituindo este último
actualmente a terapêutica específica mais eficaz, dado que estudos demonstraram que o seu
uso regular concorre para a reversão das complicações associadas referidas.
Oral
Revisão
CONCLUSÃO: Pelas complicações e impacto na vida do indivíduo, da família e da comunidade que o SAHOS apresenta, todos os doentes devem ser sujeitos a medidas terapêuticas
gerais. O diagnóstico tem critérios clínicos e/ou funcionais bem definidos. O CPAP é a terapêutica de 1ª linha, reduzindo a morbilidade e a mortalidade associadas. É importante o
Médico de Família estar atento para uma abordagem eficaz da patologia e orientação mais
adequada à situação.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Ana Guedes de Campos1 (ap), Rute Pina Cordeiro2
Unidade de Saúde Familiar do Dafundo - Centro de Saúde de Carnaxide
Nuno Sousa1, Nelson M.Gaspar2
INTRODUÇÃO: Até 2020, 25% da população da União Europeia terá mais de 65 anos. A este
envelhecimento populacional associam-se vários desafios na área da saúde. Neste grupo
etário, a solidão, os acidentes domésticos e a dependência de terceiros, são problemas trazidos
com frequência aos Cuidados de Saúde Primários, por doentes e seus familiares.
Uma das propostas para a melhoria da qualidade de vida do idoso é o sistema de teleassistência implementado em Portugal em 2007, nos Concelho de Albufeira, Seia e Braga, e,
brevemente, no Concelho de Oeiras.
OBJECTIVOS: Saber se há evidência que este sistema envolve uma melhoria da qualidade
de vida e decréscimo de mortalidade nos idosos.
METODOLOGIA: Pesquisa na base de dados da MedLine/ PubMed de artigos de revisão e
estudos aleatorizados publicados nos últimos 20 anos em Inglês, Português e Espanhol,
utilizando como termos de pesquisa: "monitoring elderly costs", "medical alert systems",
"elderly medical alarms", "medical alert bracelet", "surveillance technologies elderly". Foi ainda
realizada pesquisa electrónica directa, relativamente a bibliografia portuguesa e ao programa
“Envelhecer bem” da Comissão Europeia.
CORPO DA REVISÃO: Dos artigos pesquisados salienta-se a preocupação, da Comunidade
Europeia, com os gastos da saúde, que duplicarão de 4 a 8% do Produto Interno Bruto na
Europa Comunitária na próxima década. Neste sentido os Estados-Membros e o sector
privado irão investir 1000 milhões de euros até 2013, em actividades de investigação, com
ênfase em sistemas de telemonitorização domiciliária.
O único estudo encontrado, que especificava um sistema com critérios semelhantes ao que
está a ser implementado em Portugal, foi o estudo efectuado na Universidade de Laval, no
Canadá, sobre o serviço público de telemonitorização de idosos em casa e evolução dos
custos, foi realizado numa população de 38 idosos num período de 6 meses, onde foram
registadas 957 chamadas. Dessas, somente 48 (5%) foram sobre saúde. Houve 99% de
satisfação e não se verificou modificação na qualidade de vida. O burnout dos cuidadores
decresceu substancialmente. Num período de 3 meses, houve um decréscimo de 13 para 4
dias de internamentos hospitalares e as visitas domiciliária diminuíram de 18 para 10 visitas/
idoso nesse periódo.
CONCLUSÕES: A teleassistência na monitorização de idosos pode ter várias abordagens na
sua implementação, podendo ser somente dirigido a utentes não dependentes, onde não é
obrigatório a existência, do outro lado da linha, de pessoal especializado ou ser dirigido a
grupos de idosos de risco e depententes. Neste caso o sistema terá de ter pessoas da saúde
no recebimento das chamadas e, um sistema de monitorização mais sofisticado. No entanto,
estes métodos de telemonitorização, podem ser uma resposta para a problemática do
envelhecimento populacional, sendo necessários mais estudos de investigação e económicos
em Portugal e resto da Europa, realizados a longo prazo, para avaliar o impacto desses tipos
de sistemas na sociedade.
Oral
Autor(es)
Sistema de teleassistência a idosos em casa melhora a qualidade de vida?
Salva vidas?
Revisão
Título
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Abordagem das Doenças Profissionais pelos Médicos de Família
Jesley Teodoro (ap), Welma Andrade, Duarte e Silva
CS da Reboleira - Extensão da Damaia, CS de Corroios - USF Servir-Saúde, CS
Marvila - USF São João Evangelista dos Loios
DI de Lisboa D e BC, DI de Setúbal Norte
Teresa Cima Gomes, Maria Clara Balinha, José António Brito
O facto de sermos especialistas na área da Saúde Ocupacional/Medicina do Trabalho, juntamente com o aumento significativo do número de novos casos (incidência) de Doenças
Profissionais que temos verificado nas nossas consultas de Medicina Geral e Familiar (MGF),
motivou nos para a realização deste trabalho. Esperamos que ao finaliza-lo, possamos de
uma maneira mais clara conhecer melhor o assunto abordado, no contexto das doenças
profissionais, quais procedimentos tomar e para onde encaminharmos estes utentes que
procuram solucionar o problema. Esperamos também poder divulgar melhor aos nossos colegas de MGF um tema muito pouco abordado pelo Serviço Nacional de Saúde. Para a revisão
do assunto, foi feito uma pesquisa bibliográfica com as palavras-chaves: “Doença
Profissional, Medicina Familiar, Médicos de Família”, nos últimos cinco anos, nas bases de
dados da PubMed, Google e Univadis.
As doenças profissionais em nada se distinguem das outras doenças, salvo pelo facto de
terem a sua origem em factores de risco existentes no local de trabalho, é a doença que resulta
directamente das condições de trabalho, consta da lista das doenças profissionais e é causa
de incapacidade para o exercício da profissão ou até mesmo pode levar à morte do
trabalhador.
A lei reguladora desta matéria também considera doença profissional a lesão corporal, a
perturbação funcional ou a doença não incluída na lista desde que se provem serem consequências necessárias e directas da actividade/tarefa exercida e não representem normal desgaste do organismo, sendo que, qualquer Médico, perante uma suspeita fundamentada de
doença profissional, tem a obrigação de notificar o Centro Nacional de Protecção contra as
Doenças Profissionais mediante o envio da participação obrigatória devidamente preenchida.
Neste contexto, acreditamos que seja muito importante, olharmos para os utentes/trabalhadores no momento de fazer um diagnóstico de presunção e também tentar perceber as
actividades laborais para que os diagnósticos sejam mais precisos e consequentemente os
tratamentos melhor aplicados.
Oral
Revisão
Para finalizar, pensamos que seria de suma importância a maior e melhor divulgação do
assunto por parte do Sistema Nacional de Saúde para os profissionais de saúde (Médicos
Clínica Geral e Familiar) para que possamos compreender melhor as doenças profissionais,
para sabermos referencia-las e dessa maneira evitar o absentismo laboral que acarreta
grandes custos ao Sistema Público e ao mesmo tempo tomar as devidas atitudes e providencias para o bem estar dos nossos utentes e de toda população trabalhadora.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Catarina Godinho
USF do Castelo - Centro de Saúde de Sesimbra
DI de Setúbal Sul
Virgínia Afonso
INTRODUÇÃO: Embora não seja muito prevalente, a Doença Inflamatória Intestinal pode
manifestar-se de várias formas e por vezes ser muito incapacitante, diminuindo a qualidade
de vida dos doentes. O Médico de Família tem um papel fundamental, sobretudo no diagnóstico e referenciação, mas também na avaliação da qualidade de vida e intervenção para
melhoria da mesma.
OBJECTIVO: Rever e sintetizar informação sobre as características da doença, a forma como
ela afecta a qualidade de vida, as questões que os doentes colocam ao Médico de Família e
a abordagem da doença pelo mesmo.
METODOLOGIA: Pesquisa bibliográfica de artigos no Medscape (2000 a 2007), Uptodate,
site da Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia, e de livros de texto.
PALAVRAS-CHAVE: Inflammatory Bowel Disease, Crohn´s Disease, Ulcerative Colitis,
General Practice, Quality of Life.
REVISÃO: A Doença inflamatória Intestinal compreende essencialmente a Doença de Crohn
e a Colite Ulcerosa. A doença é pouco prevalente mas é muitas vezes o Médico de Família
quem primeiramente se depara com ela. Os principais sintomas são diarreia e hematoquezia
na Colite Ulcerosa e dor abdominal na Doença de Crohn, embora neste caso possa surgir
doença desde a boca até ao ânus. O diagnóstico diferencial é extenso, desde doenças inflamatórias à doença oncológica e o tratamento passa pelo uso de anti-inflamatórios e
imunomoduladoes, utilizando-se recentemente a terapêutica bilógica. Questões como o risco
de cancro, que está aumentado nas duas doenças, a gravidez e a dieta a seguir podem ser
colocadas pelo doente ao Médico de Família. A referenciação ao hospital deve ser feito logo
que se suspeite do diagnóstico ou quando os sintomas forem graves o suficiente para exijir
internamento. A doença deverá ser seguida pelo Médico de Família nos casos menos graves,
de predomínio distal, ou quando a doença se encontra em fase quiescente.
CONCLUSÃO: Na prática, o Médico de Família deve estar familiarizado com a apresentação
clínica da doença, suspeitar do diagnóstico e encaminhar o doente se necessário, assim
como esclarecer o doente e familiares sobre as questões que a doença coloca e a diminuição
da qualidade de vida que ela acarreta.
Oral
Autor(es)
Doença Inflamatória Intestinal - a doença e a abordagem pelo Médico de
Família
Revisão
Título
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Auto-anticorpos em Reumatologia - Que Significado?
Vera Carvalho (ap), Ana Rita Oliveira, André Tomé
Centro de Saúde de São Mamede/Sta Isabel
DI de Lisboa BC
Graça Santos, Ana Moínhos
INTRODUÇÃO: As doenças reumáticas sistémicas (DRS) constituem um desafio diagnóstico
e terapêutico da medicina actual. A diversidade de apresentação, na maioria das vezes com
sintomas inespecíficos, em conjunto com uma etiologia com muito por desvendar, dificultam
o diagnóstico precoce, fundamental para uma terapêutica atempada, que minimize a afecção
da qualidade de vida dos doentes e da sua sobrevida. Associados à clínica, a detecção e o
doseamento de determinados auto-anticorpos surgem como instrumento auxiliar no diagnóstico diferencial e seguimento destes doentes.
OBJECTIVOS: Este trabalho visa melhorar a compreensão da real utilidade dos vários autoanticorpos actualmente relacionados com as DRS, e seu impacto na marcha diagnóstica e no
seguimento de cada doente.
METODOLOGIA: Foram usados os motores de busca Pubmed e Uptodate, com o uso das
palavras-chave Utility, Significance, Autoantibodies, Reumathology. Foram seleccionados 16
artigos, entre os anos de 1994 e 2008.
RESULTADOS: O factor reumatóide (FR) e os anticorpos antinucleares (ANA) têm sido
considerados elementos-chave no diagnóstico da artrite reumatóide (AR) e do Lúpus
Eritematoso Sistémico (LES). Surgem mais recentemente os anticorpos contra petidos citrulinados cíclicos (Anti-CCP) que demonstraram elevada especificidade para a AR. Os ANAs são
importantes na abordagem inicial de uma possível doença reumática, sobretudo no caso de
títulos elevados. O facto de estarem presentes em 5% da população idosa e noutras patologias não reumáticas condiciona a interpretação dos resultados. Os anticorpos anti-dsDNA
integram os critérios de diagóstico do LES. No entanto, a sua ausência não exclui esta patologia,
uma vez que estão presentes em apenas 60% dos doentes. Os anticorpos anti SSA e antiSSB, embora possam surgir em doentes com Síndrome de Sjögren e doentes com LES, têm
uma especificidade elevada apenas para o primeiro. Estes e outros anticorpos, ainda em
investigação, poderão assumir importância crescente na detecção precoce de doença
reumática.
Oral
Revisão
CONCLUSÃO: Apesar de constituirem uma ferramenta útil na decisão diagnóstica e terapêutica do doente suspeito de DRS, a clínica e o senso clínico do médico assistente mantêm
soberania sobre os dados laboratoriais. Aguardam-se avanços no sentido de uma especificidade e sensibilidade crescentes dos marcadores usados, assim como um conhecimento
mais aprofundado acerca deste conjunto de patologias.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Ana Isabel Caetano (ap), Ana Cebolais, Marta Padilha, Mílvia Jorge, Raquel Ascenção,
Rita Cunha Ferreira
Centro de Saúde de Sete Rios
DI de Lisboa BC
Ana Clarke, Cristina Lopes, Margarida Fazio, Maria José Luís, Rui Alves
INTRODUÇÃO:
A posição privilegiada do Médico de Família, permite-lhe uma atitude activa na prática de uma
medicina preventiva, nomeadamente no que respeita à prevenção secundária.
O hipertiroidismo é relativamente comum na população, tendo consequências clínicas bastante
nefastas do ponto de vista de morbilidade e mortalidade. Nesta entidade é conhecido um estadio
subclínico no qual existe um risco aumentado de desenvolver doença, pelo que se torna
necessário um maior conhecimento sobre a necessidade de um rastreio na população.
OBJECTIVOS:
Sistematizar o conhecimento científico existente sobre o tema em questão e proceder à sua
divulgação.
METODOLOGIA DA REVISÃO:
Pesquisa bibliográfica de artigos e normas de orientação clínica na Medline (via Pubmed) e
em publicações periódicas, dos últimos 5 anos, consulta de sites nacionais e internacionais e
manuais relevantes, utilizando como palavras-chave Subclinical hyperthyroidism e guidelines.
CORPO DA REVISÃO:
O hipertiroidismo é muitas vezes diagnosticado num estadio clínico. Contudo esta patologia
poderá passar por um estadio subclínico, no qual encontramos uma diminuição do valor de
hormona estimulante da tiroide (Thyroid Stimulating Hormone - TSH) sérica, sem sintomatologia associada, e que se encontra inerente não só um risco aumentado de evolução da
doença como também um risco aumentado para as consequências clínicas de hiperfunção
tiroideia, nomeadamente Fibrilhação Auricular, Hipertrofia Ventricular Esquerda e Osteoporose.
Os estudos efectuados e publicados apresentam alguma controvérsia relativamente ao tratamento do estadio subclínico do hipertiroidismo, apesar do aumento do risco de evolução
clínica. No entanto, em grupos nos quais existe uma maior propensão para o hipertiroidismo
clínico, nomeadamente na população idosa, mulheres, doentes com antecedentes de exposição a iodo radioactivo, doentes com antecedentes pessoais e familiares de patologia
tiroideia e de patologia auto-imune, o benefício de uma terapêutica precoce encontra-se bem
demonstrado, pelo que a avaliação dos níveis de TSH nesta população como rotina é
recomendada.
ASPECTOS CRÍTICOS E/OU IMPLICAÇÃO NA PRÁTICA:
Apesar da prevalência do hipertiroidismo subclínico na população, os benefícios de um diagnóstico e tratamento precoce em doentes assintomáticos, que não se enquadrem num grupo
de risco, ainda não foi totalmente estabelecido. Assim o rastreio da população geral não é
actualmente recomendado. Uma alternativa ao rastreio populacional é a detecção de casos
(case-finding) em doentes de risco.
Oral
Autor(es)
Quando efectuar o rastreio de Hipertiroidismo?
Revisão
Título
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Efeito da contracepção hormonal sobre a adensidade mineral óssea
Neta M.1 (ap), Mora P.2, Barreto C.3, Delgado F.4
Centros de Saúde Amadora, Queluz, Linda-a-Velha, Queluz
DI de Lisboa BC e D
Luísa Caldeira1, Eduardo Nelson Josefino2, Paulo Eiras3, Adília Menezes4
PERTINÊNCIA DO TEMA:
Os contraceptivos hormonais (CH) combinados, contendo estroprogestativos (CHC) e aqueles
contendo apenas progestativos (CHP) são métodos eficazes e difundidos, que apresentam
benefícios para além dos contraceptivos mas também alguns riscos.
Os CHC existem nas formulações oral, injectável, transdérmica e anel vaginal. Os CHP
podem ser administrados pelas seguintes vias: oral, injectável (em Portugal apenas está
disponível o acetato de medroxiprogesterona de libertação prolongada - DMPA), implante
subdérmico, sistema intra- uterino libertador de levonorgestrel.
Diversos estudos têm vindo a investigar o efeito dos CH sobre a densidade mineral óssea
(DMO). Em 2004, foram emitidos alertas quanto à diminuição significativa da DMO com a
administração prolongada do DMPA, por parte da Food and Drug Administration - EUA, e das
suas congéneres no Reino Unido e Canadá. Em 2005, a Organização Mundial de Saúde
(OMS) elaborou um relatório técnico sobre o tema.
OBJETIVOS:
Sistematizar a literatura publicada sobre o efeito dos diferentes CH na DMO.
METODOLOGIA:
Pesquisa bibliográfica de artigos na base de dados Medline/PubMed entre os anos de 1990
e 2008, com as palavras chave: “hormonal contraception”, “progestogen”, “bone mineral
density”, “systematic reviews”.
Oral
Revisão
REVISÃO:
A saúde do osso pode ser influenciada por factores como a gravidez, lactação, e os CH. Apesar
de estar estabelecida a relação entre diminuição de DMO e risco de fractura nas mulheres pósmenopausicas, é ainda escassa a informação existente sobre o impacto que, as alterações da
DMO em idades jovens, têm sobre o risco de fractura numa fase de vida mais tardia.
Com base na revisão efectuada, os contraceptivos orais combinados (COC) parecem ter
escasso impacto sobre a DMO ou risco de fractura, no presente.
Estudos efectuados sobre risco de fractura em mulheres pós-menopausicas e uso de COC
no passado, apresentam resultados inconsistentes.
Os restantes CHC, foram objecto de poucos os estudos quanto ao seu efeito sobre a DMO. Dos
CHP, apenas o DMPA parece afectar a saúde do osso. A sua utilização está associada a
diminuição significativa da DMO, mais acelerada nos primeiros dois anos, e reversível após
descontinuação. Isto é particularmente relevante nas mulheres peri-menopausicas e nas
adolescentes, uma vez que nestas últimas uma diminuição da DMO poderia implicar o não atingimento do pico de massa óssea potencial (que ocorre por volta dos 20 anos). Este efeito negativo
poderia condicionar “ossos mais frágeis” e aumento do risco de fractura numa fase de vida mais
tardia. No entanto, alguns autores referem que uma vez que após a suspensão do DMPA o valor
de DMO “recupera” quase completamente, parece improvável que haja um aumento do risco de
fractura na pós-menopausa, em mulheres que tenham usado DMPA no passado.
CONCLUSÃO:
No que concerne aos CH e DMO, a OMS recomenda:
– Ausência de restrições à utilização de DMPA, incluindo na duração de utilização, para
mulheres entre os 18 e os 45 anos.
– Adolescentes e mulheres com mais 45 anos podem optar pelo DMPA, após escolha
informada sobre riscos.
– Uso dos restantes CHP e da totalidade dos CHC sem restrições.
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Resumo de Comunicação
Osteoporose - Modelo de Quantificação do Risco Fracturário
Autor(es)
Rita Tato (ap), Marina Meireles**
Instituição
*CS da Lapa, **USF Marginal
Resumo
*Luís Afonso, **Ana Ferrão
INTRODUÇÃO: A Osteoporose é a doença óssea metabólica mais frequente sendo um
importante problema de saúde pública, especialmente nas populações envelhecidas. O diagnóstico e intervenção precoces são essenciais para prevenir a fractura osteoporótica, complicação major com significativa mortalidade e morbilidade com elevado custo económico e
social. A intervenção terapêutica baseada na densidade mineral óssea (DMO) subestima o
risco de fractura. Em Portugal a doença permanece subdiagnosticada.
OBJECTIVO: Introdução na prática clínica de uma ferramenta de cálculo de risco de fractura
osteoporótica on-line (FRAX™ - WHO Fracture Risk Assessment Tool).
METODOLOGIA: Pesquisa sistemática sobre osteoporose e modelos de cálculo de risco
fracturário (DGS, OMS, Sociedades de Reumatologia e Osteoporose, Medline, Cochrane
Reviews, DARE, Bandolier, National Guideline Clearinghouse, Índex RMP) nos últimos 10
anos. Palavras-chave: osteoporose, risco fracturário, FRAX™, DEXA. Seleccionaram-se 21
artigos (meta-análises, artigos de revisão, guidelines).
RESULTADOS: O modelo FRAX™, desenvolvido pela OMS, quantifica o risco fracturário
osteoporótico entre os 40 e os 90 anos de idade, em ambos os géneros, utilizando factores
de risco clínico validados com ou sem a informação da DMO.
Os factores de risco são: idade e índice de massa corporal baixo (variáveis contínuas),
género, história pessoal de fractura de baixo impacto, história familiar de fractura do colo do
fémur, corticoterapia oral prolongada, artrite reumatóide ou outra causa de osteoporose
secundária, tabagismo actual, consumo de álcool superior a 2U/dia (variáveis dicotómicas).
Cada factor tem um valor de risco preditivo de fractura independente, total ou parcialmente,
da DMO, identificado em meta-análises de estudos prospectivos de coorte. Foram construídos
diferentes modelos consoante a epidemiologia da doença (risco muito elevado; alto risco;
risco moderado; baixo risco). Não existe um modelo para Portugal, considera-se um país com
alto risco.
O modelo fornece valores de probabilidade de risco absoluto fracturário a 10 anos (risco de
fractura do colo do fémur e de outra fractura osteoporótica major) unificando a forma de
avaliação clínica, também facilmente compreendida pelos doentes.
O valor calculado, não combinado com a DMO (DEXA - dual energy X-ray absorptiometry- do
colo do fémur), é comparável ao cálculo baseado no valor do DEXA isolado; o risco calculado
aumenta o valor preditivo ao combinar o FRAX™ com o valor do DEXA.
Embora a OMS não indique um valor de risco major fracturário a partir do qual preconize início
de terapêutica, um risco superior a 10% parece reunir consenso. Cada país, consoante a
epidemiologia da doença e a economia de saúde deve estabelecer um valor indicativo a integrar na decisão clínica.
O viez das não respostas e o erro de memória do doente podem subdiagnosticar o factor de
risco. O modelo não contempla o efeito dosedependente.
Oral
Orientador(a)
Revisão
Título
CONCLUSÕES: O modelo FRAX pode ser uma importante ferramenta de avaliação do risco
fracturário, identificando indívíduos em risco e permitindo a intervenção precoce. Realça-se a
necessidade de construção de um modelo português e a inclusão de outros factores de risco
ainda não identificados. A construção de um modelo exige a existência de dados nacionais
fidedignos sobre a epidemiologia da doença.
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Lombalgias - Como prevenir?
Irene Martins
CS da Lourinhã
DI de Lisboa AEF
Marta Félix
INTRODUÇÃO:
A lombalgia comum constitui um importante problema de saúde pública e é um dos principais
motivos de consulta de doença aguda em Medicina Geral e Familiar. Tem uma elevada
prevalência na população em geral, com um pico máximo numa faixa etária activa (35-55 anos
de idade), implicando grandes repercussões socioeconómicas (absentismo laboral, custos de
saúde e sociais, quebra da produtividade). O Médico de Família tem um papel fundamental na
sua prevenção.
Este trabalho tem como objectivo a revisão bibliográfica de recomendações actualizadas para
a prevenção das lombalgias comuns.
MÉTODOS:
Foi feita uma pesquisa bibliográfica em livros de texto, na base de dados Medline (via
Pubmed) e no motor de busca generalista Google usando as seguintes palavras-chave:
“lombalgia, prevenção, low back pain, prevention, guidelines”. Limites impostos na base de
dados Medline: últimos 10 anos, em inglês, francês, espanhol e português e de acesso livre,
tendo sido obtidos 97 artigos e seleccionados 8.
RESULTADOS:
A prevenção das lombalgias visa evitar o seu aparecimento, diminuir a gravidade e recidiva
de novos episódios e a sua evolução para a cronicidade. Para podermos prevenir é importante o conhecimento dos diversos factores de risco (estilo de vida, profissionais e psicossociais) que possam existir. A prevenção da lombalgia deve ser abordada em todas as idades
e em todos os sectores.
Apesar de não existir um consenso entre todos os artigos encontrados, as Guidelines
Europeias para a Prevenção de Lombalgias, de 2004, recomendam exercício físico,
educação/informação baseada em modelos biopsicossociais e não só biomédicos ou biomecânicos, a não utilização de apoios lombares e plantares. Na população trabalhadora
recomendam ainda uma ergonomia física isolada e organizacional, uma intervenção multidimensional e algumas adaptações ergonómicas laborais, quando necessário. Quanto à população infantil, não existem recomendações específicas para a prevenção das lombalgias,
sendo sempre importante a promoção da saúde.
Oral
Revisão
CONCLUSÃO:
Apesar de não existir um consenso entre todas as medidas recomendadas por várias
entidades na prevenção das lombalgias, existe um grupo delas que reúne unanimidade,
devendo por isso ser aplicadas. Para um alargamento do grupo de medidas preventivas
consensuais é importante a continuação de estudos no âmbito da prevenção das lombalgias.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Edgar Ferreira (ap), Fernando Tabanez, Joana Alves
CS Seixal - USF Torre da Marinha / Pinhal de Frades
DI de Setúbal Norte
Vanda Vale, Zélia Godinho, Quitéria Latoeiro
INTRODUÇÃO:
Nos últimos anos tem aumentado o interesse pelas alterações hormonais relacionadas com
o envelhecimento. Na mulher, a menopausa tem sido amplamente estudada. Mais recentemente, a atenção sobre o tema está a aumentar a nível do homem. A andropausa, mais
correctamente designada de hipogonadismo sintomático de início tardio é uma entidade
fundamentada em diversos estudos, mas muito pouco abordada pelo Médico de Família.
Estima-se que a sua prevalência seja elevada, merecendo maior atenção para que se estabeleça o diagnóstico e se actue da forma mais adequada.
OBJECTIVOS:
Este trabalho de revisão pretende responder à questão de como abordar a andropausa.
METODOLOGIA:
Pesquisa sistemática na base de dados da MEDLINE de artigos publicados nos últimos 5 anos
em humanos com as palavras-chave “androgen deficiency andropause” e de guidelines
clínicas da associação “The Endocrine Society”. Os artigos foram seleccionados de acordo
com o interesse para os objectivos propostos, língua de origem e acessibilidade.
REVISÃO:
A andropausa é uma síndrome em que existem manifestações clínicas e evidência laboratorial de deficiência de androgénios no homem em envelhecimento, comprometendo o
funcionamento de vários órgãos ou sistemas. É uma forma de hipogonadismo primário e
simultaneamente secundário. O homem entre os 40 e os 70 anos sofre uma perda gradual do
nível de androgénios. Estima-se que cerca de 20% dos homens acima dos 55 anos apresentem níveis de testosterona total compatíveis com hipogonadismo, podendo identificar-se
mais casos através da testosterona biodisponível. Contudo, existem diversas situações
clínicas que poderão levar à diminuição dos níveis de testosterona, como o uso de determinados medicamentos, a obesidade, hábitos tabágicos e alcoólicos, doenças metabólicas e
certas infecções. As manifestações clínicas mais específicas são a perda de libido, disfunção
eréctil, ginecomastia, diminuição da pilosidade e força muscular, atrofia testicular, infertilidade,
afrontamentos, osteoporose entre outras. Colocam-se frequentemente problemas de diagnóstico diferencial com depressão, anemia, hipotiroidismo entre outros, havendo necessidade
para o diagnóstico de evidência laboratorial confirmada de hipogonadismo.
A testosterona exógena continua a ser a terapêutica mais utilizada e estudada. A decisão de
iniciar terapêutica tem de resultar de uma boa ponderação risco/benefício e da opinião do
doente. Para esta entidade clínica é demonstrado um possível algoritmo de actuação.
Oral
Autor(es)
Andropausa: como actuar?
Revisão
Título
CONCLUSÕES:
O Médico de Família pelo conhecimento multifactorial que tem dos seus doentes e pela sua
abordagem familiar, provavelmente estará na melhor posição para avaliar a andropausa.
É essencial estar alerta para as manifestações clínicas desta entidade de forma a ser melhor
identificada.
O diagnóstico meramente clínico não é possível devendo-se sempre confirmar com doseamentos repetidos de testosterona.
A decisão de iniciar terapêutica tem de ser sempre muito bem ponderada conjuntamente com
o doente.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Alterações Cutâneas na Gravidez
Cláudia Santos Silva (ap)1, Ricardo Martins da Cunha2, Tiago Aires d'Oliveira3
Centro de Saúde de Cascais, DI de Lisboa BC
Centro de Saúde da Amadora, DI de Lisboa D
3
USF S. João do Pragal, DI de Setúbal Norte
1
2
Isabel Betina, 2Maria Manuel Alves, 3Deolinda Diniz
1
INTRODUÇÃO:
A gravidez é um período de intensas modificações na mulher. Causa mudanças fisiológicas
em vários sistemas orgânicos. A pele, enquanto órgão mais extenso do organismo, não é
excepção, ficando nesta fase do ciclo da vida, susceptível a alterações fisiológicas e patológicas que são fundamentais conhecer.
OBJECTIVO:
Rever a abordagem das alterações cutâneas mais frequentes que surgem na gravidez,
sistematizando o modo de actuação em Cuidados de Saúde Primários.
METODOLOGIA:
Pesquisa bibliográfica de artigos e guidelines, na base de dados Medline através da plataforma PubMed, na EBM e DGS publicados entre Janeiro de 2002 e Maio de 2008 com as
palavras-chave: dermatology, dermatologia, alterações cutâneas, dermatoses, pregnancy,
gravidez.
REVISÃO:
Durante a gravidez podem ocorrer várias alterações cutâneas. Estas subdividem-se em três
grandes grupos: alterações fisiológicas, dermatoses específicas e dermatoses pré-existentes
que se modificam com a gravidez. Para cada um destes grupos faz-se referência às características clínicas das alterações cutâneas, à avaliação do risco materno-fetal da patologia
dermatológica, e às orientações de diagnóstico, terapêuticas, de acompanhamento, e de referenciação aos cuidados de saúde secundários.
Oral
Revisão
CONCLUSÃO:
As alterações cutâneas na gravidez são comuns, pouco valorizadas e causam desconforto. É
então importante que o médico de família, enquanto prestador de Cuidados de saúde
primários, saiba reconhecer as diferentes alterações dermatológicas para que possa tranquilizar a gestante e estabelecer condutas adequadas
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Sofia Neto (ap), Célia Gonçalves
Centro de Saúde de Queluz - USF Mactamã
DI de Lisboa D
António Frazão
INTRODUÇÃO:
A detecção de glicosúria durante a gravidez trata-se de uma alteração comum, resultado do
aumento da taxa de filtração glomerular nesta fase, com consequente excreção aumentada
de glicose. Não obstante esta alteração fisiológica, não poderá ser afastada a hipótese de se
tratar de um primeiro sinal de Diabetes Gestacional (DG). Actualmente recomenda-se que
cada grávida efectue, entre as 24 e 28 semanas, um teste de sobrecarga oral com 50 gramas
de glicose - Prova de O'Sullivan.
OBJECTIVOS:
Com este trabalho pretendeu-se actualizar as várias posturas face à utilidade, em saúde
materna, do teste de detecção da glicosúria e suas implicações.
MATERIAL E MÉTODOS:
Revisão bibliográfica efectuada através da MEDLINE/PubMed utilizando as palavras-chave
pregnancy, glycosuria, gestational diabetes. Efectuou-se a análise de artigos, escolhidos
segundo o interesse clínico para a temática em questão.
RESULTADOS;
A glicosúria é detectada, numa determinada fase da gestação, em cerca de 50% das grávidas.
Vários estudos constatam que o teste para detecção da glicosúria tem sensibilidade e valor
preditivo negativo reduzidos. Destacam ainda que a glicosúria não depende apenas do valor
de glicémia, sendo também influenciada pelo valor diastólico da pressão arterial. O aporte
elevado de ácido ascórbico ou cetonúria marcada podem resultar em falsos positivos.
Nas grávidas com baixo risco para DG, o despiste de glicosúria não tem sido demonstrado
como decisivo para alterar condutas na vigilância em saúde materna.
CONCLUSÕES:
Em cada consulta pré-natal, é despistada a presença de glicosúria, sendo que a detecção de
glicosúria grave constitui indicação para antecipar a Prova de O'Sullivan. Após a realização
desta, segundo avaliação de rotina, o despiste de glicosúria em cada consulta pré-natal não
tem benefício clínico comprovado.
PALAVRAS-CHAVE: pregnancy, glycosuria, gestational diabetes
Oral
Autor(es)
Glicosúria gravídica - uma visão actualizada em saúde materna
Revisão
Título
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Obesidade Materna - Um Risco Esquecido, Muitos Riscos Evitáveis
Ana Rita Oliveira (ap), André Tomé, Vera Carvalho
Centro de Saúde de São Mamede / Santa Isabel
DI de Lisboa BC
Ana Moinhos, Graça Santos
INTRODUÇÃO:
A obesidade é um problema de prevalência crescente nos países desenvolvidos. À medida
que atinge idades mais jovens aumenta a proporção de mulheres que engravidam obesas ou
com excesso de peso. Este trabalho decorre da reflexão associada ao seguimento de uma
grávida obesa com gestação de baixo risco e vigilância adequada, que desenvolveu complicações no período pós-parto e neonatal.
OBJECTIVOS:
(1) Abordar as implicações da obesidade gestacional na Saúde da Mulher e na Saúde
Infantil;
(2) Sensibilizar para a prevenção desta situação como intervenção fundamental no
campo da Saúde Pública e Reprodutiva.
METODOLOGIA:
Revisão bibliográfica baseada na pesquisa de artigos publicados em bases de dados científicas (Pubmed, B-On) utilizando as palavras-chave “obesity”, “pregnancy” e “outcome” ,
restringida temporalmente aos últimos 5 anos.
CORPO DA REVISÃO:
A obesidade pré-gestacional associa-se a complicações na gravidez, parto e período neonatal,
com aumento da morbilidade materna e fetal. As mulheres obesas têm maior risco de resultados adversos perinatais (hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional,
indução do trabalho de parto, parto distócico, cesariana por sofrimento fetal e hemorragia pósparto) e neonatais (nado-morto e morte neonatal, macrossomia, hipoglicémia e necessidade
de reanimação). Os filhos de mães obesas têm maior probabilidade de nascer com defeitos
congénitos (defeitos do tubo neural, defeitos cardíacos congénitos e múltiplas anomalias
estruturais) e um risco aumentado de desenvolver síndrome metabólico e obesidade infantil.
Por outro lado, a obesidade influencia negativamente a amamentação levando ao insucesso
precoce da lactação, que tem um pequeno mas significativo papel na prevenção da obesidade futura da criança e da mãe.
Oral
Revisão
ASPECTOS CRÍTICOS / IMPLICAÇÕES NA PRÁTICA:
Está ao alcance do médico de família a educação das mulheres em fase pré-concepcional, a
monitorização regular do ganho de peso gestacional e a vigilância cuidadosa dos recémnascidos com risco de obesidade. Estas são medidas de grande impacto na minimização das
consequências clínicas, sociais e económicas da gravidez na mulher obesa.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Salomé Sousa Coutinho
USF S. Julião - Centro de Saúde de Oeiras
DI de Lisboa BC
Áurea Farinha
INTRODUÇÃO: A diabetes mellitus tipo 2 (DM2) caracteriza-se por uma falência progressiva
da célula beta. O bom controlo metabólico é essencial para diminuir as complicações tardias
da doença e a insulina é o tratamento mais eficaz na redução da glicemia. No entanto, os
receios relacionados com a sua utilização, quer por parte do doente, quer por parte do clínico,
levam muitas vezes ao adiar desta terapêutica.
OBJECTIVOS: Caracterizar farmacologicamente os diferentes tipos de insulina existentes no
mercado nacional. Descrever as principais indicações para a insulinoterapia na diabetes
mellitus tipo 2 e os esquemas terapêuticos mais frequentemente utilizados.
MÉTODOS: Pesquisa de artigos de revisão, meta-análises e guidelines na Medline, Cochrane
e UpToDate, publicados nos últimos 10 anos, com as palavras-chave “insulin”, “diabetes
mellitus, type 2”. Consulta do Prontuário Terapêutico e das principais guidelines nacionais e
internacionais sobre tratamento da DM2.
RESULTADOS: As preparações de insulina existentes dividem-se, de acordo com o seu perfil
farmacocinético, em insulina basal (isofânica ou NPH e análogo glargina) e insulina pré-prandial
(humana regular e os análogos aspártico e lispro). Existem ainda formulações pré-misturadas
de insulina isofânica e regular ou de análogos. A falência da terapêutica com antidiabéticos
orais (ADO) constitui a principal indicação para o início da insulinoterapia na DM2, mas
nalguns casos esta pode estar indicada logo no momento do diagnóstico. A insulina pode ser
utilizada isoladamente ou em associação com os ADO. Existem diversos esquemas terapêuticos - o ideal é aquele que permite obter o melhor controlo metabólico com o mínimo de
efeitos adversos.
CONCLUSÃO: A maioria dos diabéticos tipo 2 irá necessitar de insulina nalguma altura ao
longo da sua doença. O esquema a escolher deverá ser adaptado a cada doente e a
educação terapêutica é fundamental para a adesão e correcto manejo do tratamento e para
a redução dos efeitos adversos. Existem ainda muitas barreiras à utilização da insulina na
DM2 que precisam de ser ultrapassadas.
PALAVRAS-CHAVE: Diabetes mellitus tipo 2, insulina, terapêutica.
Oral
Autor(es)
Insulinoterapia na Diabetes Mellitus Tipo 2
Revisão
Título
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Criopreservação de sangue do cordão umbilical - o que aconselhar?
José Fernando Santos
CS da Amadora
DI de Lisboa D
Ana Paula Morais
Os médicos de família são responsáveis pelo seguimento e aconselhamento de inúmeras
grávidas e respectivos companheiros e são frequentemente confrontados com a dúvida
destes mesmos casais sobre as vantagens reais e o beneficio futuro em termos de saúde que
poderá ter a preservação do sangue do cordão umbilical do seu filho.
É importante que os médicos estejam bem informados sobre as possibilidades reais das células
estaminais e a investigação cientifica que está a ser feita nesta área da medicina, que há vários
anos têm aparecido com a solução de futuro para todos os problemas de saúde e que é comercialmente oferecida aos novos pais como um “seguro de vida obrigatório” para a criança.
A informação disponível credível e isenta é escassa e demasiado cientifica gerando muitas
vezes mais confusão do que esclarecimento. Neste momento assitimos a grande proliferação
de empresas ligadas ao ramo, habitualmente sediadas no estrangeiro, que utilizam estratégias de mercado agressivas para cativar os pais para a aquisição dos seus serviços que são
bastante onerosos.
É proposto neste trabalho, fazer uma revisão da literatura publicada no site Pubmed/Medline, através de artigos com as expressões/palavras chave: “umbilical cord blood
banking” e “stem cells”, publicados entre 2003 e 2008, conjuntamente com a consulta de
alguns sites portugueses dedicados ao tema, em particular os sites das principais empresas
de oferta de serviços na área da criopreservação de sangue do cordão umbilical.
A utilização de células estaminais de diversos tipos é hoje uma realidade a nível mundial, com
diversos países onde os centros públicos de conservação e tratamento do sangue de cordão
umbilical, fornecem gratuitamente a possibilidade de ser conservado este produto biológico e
onde é feita investigação e utilização terapêutica destes produtos para patologias diversas,
com destaque especial para as do foro hematológico. No entanto e apesar de toda a investigação que decorre, neste momento ainda são mais as promessas do que a utilidade real, em
especial no que confere a transplantes autologos e à utilização terapêutica para o próprio, que
é inevitavelmente o principal factor motivador da aquisição do serviço pelos dos futuros pais.
Oral
Revisão
Este trabalho visa fornecer informação actualizada e pertinente aos médicos de família, por
forma a que estes possam aconselhar de forma consciente e cientificamente comprovada os
seus utentes a quem cabe a decisão final sobre se devem ou não contratar os serviços das
referidas empresas.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Rita Cunha Ferreira (ap), Ana Caetano, Ana Cebolais, Marta Padilha, Mílvia Jorge,
Raquel Ascensão
Centro de Saúde de Sete Rios
DI de Lisboa BC
Ana Clarke, Cristina Lopes, Margarida Fazio, Maria José Luís, Rui Alve
INTRODUÇÃO: A síndrome do ovário poliquístico (SOP) é considerada a patologia endócrina
mais frequente na mulher em idade fértil, pelo que é de extrema importância o médico de
família conhecer a sua definição e abordagem. Esta patologia tem sido alvo de controvérsia
desde a sua primeira definição, tendo surgido em 2006 um novo consenso.
OBJECTIVOS: Apresentar a actual definição de SOP e respectiva controvérsia, assim como
a sua abordagem em cuidados de saúde primários.
METODOLOGIA DA REVISÃO: Revisão não sistemática de artigos na Medline através das
palavras “polycystic ovarian syndrome guidelines” e limite temporal de 5 anos; consulta de
tratados relevantes em endocrinologia.
CORPO DA REVISÃO: A SOP surge geralmente na peripuberdade com irregularidades
menstruais, hirsutismo, acne, obesidade, ovários com múltiplos quistos e alterações analíticas, principalmente das hormonas sexuais e insulina. Após a definição de Stein e Leventhal,
do National Institute of Health e de Roterdão, a Sociedade de Excesso de Androgénios
publicou em Novembro de 2006 uma nova definição, a qual contempla a presença de hiperandrogenismo (hirsutismo e/ou hiperandrogenemia) associado a disfunção ovárica (oligo/anovulação e/ou ovários poliquísticos), sendo necessário excluir outras patologias relacionadas.
Assim, a oligo/anovulação e a presença de quistos são características importantes mas não
universais. Os critérios ecográficos de ovário poliquístico estão bem definidos pelo consenso
de Roterdão. A longo prazo, a SOP tem implicações reprodutivas, metabólicas, cardiovasculares e neoplásicas. A abordagem inicial deve incluir a pesquisa de factores de risco
cardiovascular, determinação sérica de níveis hormonais e ecografia endovaginal. O tratamento é ditado pela sintomatologia, factores de risco e patologias associadas. Alterações do
estilo de vida, anticonceptivos orais, antiandrogénios, sensibilizadores insulínicos e depilação
definitiva integram o arsenal terapêutico.
ASPECTOS CRÍTICOS E IMPLICAÇÃO NA PRÁTICA: A presença de disfunção ovárica sem
evidência de hiperandrogenismo torna improvável o diagnóstico de SOP, uma vez que é, à luz
dos conhecimentos actuais, uma patologia por hiperandrogenismo. Tendo em conta a sua
frequência, o médico de família deve estar atento e conhecer a sua abordagem.
Oral
Autor(es)
Síndrome do Ovário Poliquístico - novos conceitos e abordagem
Revisão
Título
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Os filhos dos antibióticos - um mito ou realidade?
Ana da Palma-Rosa
Centro de Saúde da Cascais - Sede
DI de Lisboa BC
Maria Gabriela Alves
INTRODUÇÃO:
É uma das competências do Médico de Medicina Geral e Familiar o acompanhamento das
mulheres em consultas de Planeamento Familiar, para, entre outros, prestar aconselhamento e
vigilância do método contraceptivo escolhido. No âmbito do referido aconselhamento, surgem
frequentemente questões relacionadas com a eventual diminuição da eficácia dos contraceptivos hormonais aquando da toma concomitante de antibióticos.
Dada a elevada taxa de utilização de ambas as classes de fármacos, pretende-se com o
presente trabalho de revisão, verificar se existe evidência cientifica que confirme a interacção
medicamentosa entre ambos e por que eventuais mecanismos farmacocinéticos, de forma a
melhor fundamentar o aconselhamento prestado.
METODOLOGIA DA REVISÃO:
Análise de artigos pesquisados no motor de busca PubMed/Medline, com as palavras-chave:
“oral contraceptives”, “antibiotics” e “interactions”; inicialmente limitados aos anos de (20002008,) mas posteriormente extensivo a “artigos relacionados”. Revisão de bibliografia relacionada com farmacologia. Análise das Orientações Técnicas emitidas pela Direcção Geral
de Saúde e de outras Organizações por esta referidas.
CORPO DA REVISÃO:
Na literatura consultada verifica-se que existem relatos de casos de gravidezes ocorridas em
mulheres que, estando a tomar contraceptivos hormonais (na maioria combinados orais),
associaram temporariamente um antibiótico. Estes relatos revestem-se de inúmeros viéses,
mas levantam hipóteses sobre a eventual diminuição da eficácia dos contraceptivos hormonais,
quer a nível da absorção, quer da metabolização destes, por influência dos antibióticos. No
entanto, a maioria dos estudos clínicos e de farmacocinética e biodisponibilidade melhor
estruturados não suportam estas teorias (à excepção da rifanpicina); e de facto, os números
constatados não são superiores aos do Índice de Pearl previsto para estes contraceptivos.
Oral
Revisão
IMPLICAÇÃO NA PRÁTICA:
Apesar da falta de evidência científica que o fundamente, a maioria das guidelines continua a
sugerir como boa prática clínica o aconselhamento das mulheres a fazer contracepção oral
para a utilização de outros métodos (barreira ou químicos), nos períodos em que utiliza
antibióticos e nos 7 dias após a sua conclusão. No entanto, seria de encorajar mais estudos
nesta área, para que qualquer recomendação passasse a ser de grau A ou B.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Liliana Ribeiro (ap), Ana Paula Catarino, Marta Fonseca
Centro de Saúde da Venda Nova
DI de Lisboa D
Manuela Ribeiro, Carlos Ferrão, Teresa Alves
PALAVRAS-CHAVE:
Idoso, polifarmácia, interacções medicamentosas, efeitos adversos, estratégias.
INTRODUÇÃO:
Nos dias de hoje assiste-se a um aumento significativo da esperança média de vida da
população. Em Portugal, cerca de 17% da população tem idade superior ou igual a 65 anos.
A par deste envelhecimento, a prevalência de polipatologia também tem vindo a aumentar,
com o consequente recurso a medicação múltipla. Vários estudos apontam para a ocorrência
de erros na prescrição, interacções entre fármacos e reacções adversas decorrentes da polifarmácia, que podem ter consequências importantes e muitas vezes poderiam ser evitados.
OBJECTIVO:
Rever o conceito de polifarmácia e temas relacionados, de modo a sugerir estratégias que
possam prevenir alguns erros decorrentes da prescrição medicamentosa.
METODOLOGIA:
Revisão bibliográfica baseada na pesquisa de artigos de revisão e normas de orientação clínica
na Medline / Pubmed, UpToDate e Highwire publicados nos últimos 10 anos, na língua inglesa,
utilizando as palavras-chave: prescribing, elderly people, older, polypharmacy, drug, medication, adverse events.
RESULTADOS / DISCUSSÃO:
O processo de prescrição, é na sua globalidade muito complexo e os idosos constituem uma
população de risco elevado pelas alterações do metabolismo inerentes ao avançar da idade,
pela desvalorização da toma de determinados medicamentos, sujeitos ou não a receita médica,
e pelas interacções entre os vários fármacos (em média 6 fármacos por pessoa). Existem
vários tipos de critérios que identificam os fármacos a evitar ou a prescrever com moderação,
bem como aplicações informáticas que funcionam como meio auxiliar. Contudo ainda foi feita
pouca investigação relativamente aos métodos que os médicos de Cuidados de Saúde
Primários podem utilizar para avaliar e corrigir os erros decorrentes da prescrição.
CONCLUSÃO:
O objectivo da prescrição é tratar a doença, aliviar a dor e o sofrimento e prevenir complicações graves das doenças crónicas com potencial risco de vida. O sucesso deste objectivo
requer um equilíbrio entre o benefício e o risco da sua utilização, importando a optimização
da prescrição farmacológica com especial atenção para a população idosa.
A polifarmácia é uma questão essencial dos cuidados prestados a um idoso, não devendo ser
descurada pelo médico de família.
Oral
Autor(es)
Polifarmácia nos idosos: como evitar alguns erros?
Revisão
Título
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Hiperuricémia Induzida por Diuréticos
Duarte e Silva (ap), Jesley Teodoro, Welma Andrade, Emília Vitorino.
USF S. João Evangelista dos Lóios (CS Marvila), CS Reboleira (Ext. Damaia),
USF Servir Saúde (CS Corroios)
DI de Lisboa BC e D e DI de Setúbal Norte
Serv. Anatomia Patológica do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental.
José António Brito, Teresa Cima Gomes, Maria clara Balinha, Sância Ramos
INTRODUÇÃO: A hiperuricémia tem etiologia multifactorial relacionável com a produção e
excreção de ácido úrico, dieta e hereditariedade. Visto 2/3 a 3/4 deste metabolito serem
excretados por via urinária os fármacos diuréticos influenciam esse processo de forma
clinicamente relevante, quer devido à desidratação cujo uso pode condicionar, quer devido
aos seus efeitos diferenciais na reabsorção de metabolitos. Estes fármacos prescritos com
muita frequência por prestadores de cuidados de saúde primários, podem portanto desencadear hiperuricémia e por vezes gota, que terão que ser tratadas sem descurar a abordagem
terapêutica à doença de base do doente que motivou a prescrição de diuréticos.
OBJECTIVO: Pretende-se esclarecer como se deverá abordar a hiperuricémia induzida por
diuréticos, à luz dos conhecimentos actuais de terapêutica e fisiopatologia.
METODOLOGIA: Pesquisa dos termos-chave “hiperuricémia” e “hiperuricémia diurético” em
português e inglês sem limite temporal, na Pubmed, em livros de referência e outras publicações impressas e informáticas de referência, durante o mês de Dezembro de 2007.
RESULTADOS: Os efeitos uricemiantes dos diuréticos variam entre as diferentes classes. O
efeito de cada diurético na retenção de ácido úrico é muito dependente da dose prescrita. A
profilaxia da gota com alopurinol, nos casos de hiperuricémia induzida por diuréticos, pode
não ser eficaz e apresenta um risco muito importante de toxicidade. O losartan aumenta a
excreção de ácido úrico por efeito de classe, mas sobretudo por mecanismos específicos. O
losartan alcaliniza a urina impedindo a precipitação de uratos, e consequentemente a nefropatia úrica.
Oral
Revisão
CONCLUSÕES: Em doentes com risco aumentado de gota devem preferir-se os diuréticos
tiazídicos e em baixa dosagem, nomeadamente hidroclorotiazida na dose de 12,5mg por dia.
Nestes doentes devem ser tomadas medidas particulares de educação para a saúde com
vista a evitar a desidratação. Quando for necessário conjugar um fármaco antihipertensor
dirigido ao eixo renina-angiotensina-aldosterona deverá ser considerado o uso de losartan. A
profilaxia primária da gota, com alopurinol, não está indicada na hiperuricémia induzida por
diuréticos,.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Rute Pina Cordeiro1 (ap), Sénia Sousa Guerreiro2
USF Dafundo - CS Carnaxide1, CS Corroios2
DI de Lisboa BC e DI de Setúbal Norte
Nelson Mota Gaspar1, Lúcia Azevedo2
INTRODUÇÃO:
As cãibras musculares são uma queixa frequente em Cuidados de Saúde Primários (CSP).
Apesar disso, a sua etiologia e tratamento ainda não estão bem definidos. O uso de magnésio
para alívio das cãibras é uma prática comum em alguns países da Europa e América Latina.
Será esta terapêutica efectiva no tratamento desta patologia? Haverá outras alternativas?
OBJECTIVOS:
Determinar a efectividade da terapêutica com magnésio no tratamento das cãibras.
Conhecer outras alternativas terapêuticas e sua efectividade.
METODOLOGIA DA REVISÃO:
Pesquisa nas bases de dados MedLine, The Cochrane Library, EMBASE e UpToDate de
artigos de revisão, meta-análises e ensaios clínicos aleatorizados, publicados entre 1998 e
Junho de 2008, em Inglês, Português e Espanhol, utilizando as palavras-chave (termos MeSH
Database): “muscle cramp” e “therapeutics”.
CORPO DA REVISÃO:
Cãibras musculares são contracções dolorosas, espasmódicas, súbitas e involuntárias dos
músculos esqueléticos. Os estudos referem uma prevalência entre os 37 e 56% na população
adulta.
As cãibras são, maioritariamente, idiopáticas e surgem em indivíduos sem doença; podem ser
iatrogénicas (secundárias a alguns fármacos como anti-hipertensores ou anticoncepcionais
orais) ou um sintoma de doenças metabólicas, endócrinas, neurológicas ou vasculares. O
diagnóstico diferencial deve ser feito, através da história e do exame físico, permitindo o tratamento dirigido à etiologia subjacente.
A prevenção e o tratamento das cãibras musculares benignas envolve a combinação de
medidas farmacológicas e mecânicas. O magnésio parece ser uma terapêutica eficaz apenas
em mulheres grávidas. Há dados que suportam uma potencial eficácia de outros fármacos
como: verapamilo, gabapentina, carbamazepina, fenitoína, difenidramina, cloroquina, hidroxicloroquina, quinino e vitamina E, alguns deles com efeitos adversos importantes. A terapêutica não farmacológica (por exemplo: alongamentos musculares, exercício físico moderado,
hidratação, dieta) pode ser eficaz como medida preventiva, no entanto os estudos disponíveis
são inconclusivos.
CONCLUSÃO E DISCUSSÃO:
Apesar da sua natureza benigna os doentes consideram os sintomas muito desconfortáveis.
Dada a aparente ineficácia do magnésio para o tratamento das cãibras e a possível iatrogenia
das alternativas terapêuticas, beneficiar-se-á de estudos que apurem terapêuticas eficazes
com menos efeitos adversos.
Oral
Autor(es)
O magnésio no tratamento das cãibras - mito ou realidade?
Revisão
Título
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
LISADOS POLIBACTERIANOS: Que eficácia?
Joana Severo (ap), Luísa Sá
USF Mactamã - Centro de Saúde de Queluz
Centro de Saúde da Venda Nova
DI de Lisboa D
Joaquim Palma, Teresa Smet
INTRODUÇÃO:
A utilização de imunoestimulantes elaborados a partir de extractos bacterianos, tem sido alvo
de diversos estudos quanto à sua eficácia, como forma de prevenção de infecções respiratórias, particularmente em alguns grupos de risco.
O objectivo deste trabalho é rever a eficácia da utilização de lisados polibacterianos na
prevenção de infecções respiratórias.
METODOLOGIA DA REVISÃO:
Revisão bibliográfica baseada na pesquisa de artigos na base de dados Pubmed entre 2002
e 2008. Foram consultados endereços específicos do world wide web. As palavras chave
utilizadas foram bacterial lysates.
CORPO DA REVISÃO:
Os lisados polibacterianos são constituídos por antigénios derivados de várias estirpes
bacterianas. Têm surgido diversos estudos realizados no sentido de avaliar a sua capacidade
como estimuladores inespecíficos do sistema imunitário.
O uso destes imunoestimuladores revelou, no que diz respeito às infecções respiratórias
recorrentes, diminuição na sua incidência, duração e gravidade, assim como no número de
dias de absentismo. De igual forma tem sido observada uma redução da necessidade de uso
de antibioterapia neste contexto.
No que se refere à doença pulmonar obstrutiva crónica, a administração de lisados polibacterianos foi associada quer a diminuição das exacerbações, quer a redução de hospitalizações
motivadas por esta patologia.
Também a nível da rinite alérgica tem sido considerado o uso de lisados polibacterianos,
como estimuladores do sistema imunitário. Tem sido demonstrada eficácia na redução dos
sintomas de rinite alérgica, quer durante o tratamento, quer nos 3 meses sequentes a este
último. No entanto, não têm sido demonstradas alterações nos níveis séricos de IgE.
Estudos realizados revelaram, face à elevada prevalência de doença pulmonar obstrutiva
crónica e ao elevado encargo económico das exacerbações, a existência de uma boa relação
custo-benefício na utilização destes fármacos.
No entanto, têm sido levantadas questões quanto à eficácia deste grupo terapêutico, de um
ponto de vista global, dada a heterogeneidade existente entre os vários fármacos disponíveis.
Oral
Revisão
CONCLUSÕES:
Vários estudos têm demonstrado a eficácia do uso de lisados polibacterianos, bem como a
sua custo-efectividade. O uso destes fármacos poderá ser um recurso útil em Medicina Geral
e Familiar dada a sua acção preventiva em patologia infecciosa do foro respiratório. Deverão
no entanto ser desenvolvidos outros estudos acerca da eficácia de cada fármaco deste grupo
terapêutico.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
100
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Hema Hasmuklal Mulchande
Centro de Saúde de Loures
DI de Lisboa AEF
Paulo Estrela
INTRODUÇÃO:
É frequente o médico de família ser confrontado com utentes que referem o uso de xarope ou
infusão de cebola para o tratamento de diversas patologias.
OBJECTIVOS:
Conhecer as principais propriedades biológicas, indicações, contra-indicações, efeitos adversos
e interacções da cebola (Allium cepa).
MATERIAL E MÉTODOS:
Pesquisa bibliográfica de todos os trabalhos publicados no Pubmed de 15 de Julho 2003 a 15 de
Julho de 2008 com as palavras chave “onoin” e “Allium cepa”.
RESULTADOS:
Tradicionalmente a cebola é utilizada há vários séculos no tratamento de infecções bacterianas, virais, fúngicas e parasitológicas, com resultados documentados na literatura médica.
Alem disso, embora sem suporte científico, a medicina popular utiliza a cebola como antihelmintico, afrodisíaco, expectorante, tónico, e no tratamento de equimoses, cólicas, febre,
cólera, dor de ouvidos e borbulhas.
Actualmente, devido às suas propriedades anti-oxidantes, anti-plaquetárias, antitrombóticas e
antilipídicas, o Allium cepa é empregue principalmente na prevenção das alterações cardiovasculares relacionadas com a idade. Tem ainda aplicação na prevenção e tratamento de vários
tumores (pulmão, tracto digestivo, próstata, vesícula, fígado, mama, pele e sistema nervoso
central). Apresenta um efeito hipoglicemiante útil na terapêutica adjuvante da diabetes melitus.
Revela propriedades anti-inflamatórias e anti-alérgicas que possibilitam a utilização na asma, e
topicamente, no tratamento de úlceras, cicatrizes e quelóides. No tracto intestinal, tem efeito
anti-espasmódico e antidiarreico. Estão também descritos estudos em animais sobre as
propriedades anti-hipertensoras e diuréticas e sobre efeitos na regeneração óssea.
A cebola é constituída em 89% por água. É composta ainda por proteínas (principalmente
lectinas), polissacarídeos, vitaminas incluindo B1, B2, B6, C e E, biotina, ácido nicotínico,
ácidos gordos, glicolípidos, fosfolípidos e aminoácidos essenciais. Na sua hipoderme apresenta grandes quantidades de cristais de oxalato de cálcio. Muitos dos efeitos da cebola estão
relacionados com componentes voláteis como tiossulfinatos e outros compostos organossulfúricos, responsáveis pelo aroma e cheiro característicos. Entre os componentes não
voláteis, destacam-se os flavanóides como a quercetina e o kaempferol, que possuem
propriedades anti-oxidantes.
É comercializada fresca, em pó ou como óleo de essências, sendo necessário utilizá-la
durante um longo período para a obtenção de benefícios. A cozedura em temperaturas superiores a 100oC mais de 40 minutos diminui o conteúdo em quercetina e o efeito anti-oxidante.
Quando ingerida em excesso, a cebola pode diminuir a biodisponibilidade da ciclosporina e
pode aumentar o risco de hemorragia em indivíduos anticoagulados. Está contraindicada em
caso de alergia conhecida.
Oral
Autor(es)
Cebola: tradição ou ciência?
Revisão
Título
CONCLUSÃO:
A cebola é importante não só pelas suas capacidades organolépticas enquanto alimento,
como pelo leque de importantes actividades biológicas que possui, sobretudo a nível cardiovascular e do envelhecimento.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
101
Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Eficácia dos fármacos utilizados no tratamento sintomático das alterações
ligeiras das funções cognitivas
Carla Gouveia (ap), Marta Padilha
Centros de Saúde de Loures e Sete Rios
DI de Lisboa BC
Paulo Estrela, Maria José Luís
INTRODUÇÃO:
O médico de família é muitas vezes solicitado a prescrever medicamentos destinados ao
tratamento sintomático das alterações ligeiras das funções cognitivas. Dada a existência de
uma grande variedade de fármacos nesta categoria, o médico de família tem dificuldade em
seleccionar os fármacos com maior evidência de eficácia e em esclarecer o doente acerca
das vantagens de utilização deste grupo terapêutico.
OBJECTIVO:
Avaliar a eficácia de fármacos utilizados no tratamento sintomático das alterações ligeiras das
funções cognitivas.
METODOLOGIA:
Revisão sistemática de artigos publicados e indexados na Medline usando o motor de busca
PubMed e as seguintes palavras-chave: deanol, heptaminol, acetilaminosucinate, "arginine
aspartate", citicoline, codergocrine, "ascorbic acid", "magnesium glicerophosphate", hesperidine, "calcium glucoheptonate", gingko biloba, ginseng, idebenone, piracetam, vincamine,
pirisudanol, piritinol, sulbutiamine, vinburnine e vinpocetine; e com os seguintes limites:
artigos com abstract, línguas inglesa, francesa, italiana, espanhola e portuguesa, artigos
sobre adultos com 19 ou mais anos e artigos em que a palavra-chave se encontrasse no
abstract ou no título do artigo. Dos artigos encontrados, foram seleccionados aqueles que
estavam relacionados com demonstração de eficácia clinicamente evidente nas alterações
ligeiras das funções cognitivas, tendo sido excluídos os artigos relacionados com doença de
Alzheimer, doença de Parkinson e AVC.
Revisão
RESULTADOS:
Não foi encontrado nenhum artigo relevante para os seguintes fármacos: heptaminol, acetilaminosucinato, aspartato de arginina, codergocrina, glicerofosfato de magnésio, hesperidina,
glucoheptonato de cálcio, idebenona, piracetam, pirissudanol, piritinol, sulbutiamina e
vinburnina. Foram seleccionados um total de 31 artigos relevantes (três para deanol, onze
para citicolina, dois para ácido ascórbico, três para gingko biloba, quatro para ginseng, quatro
para piracetam, dois para vincamina e dois para vinpocetina). Através da análise dos mesmos
concluiu-se a existência de evidência IA para utilização de citicolina para melhoria da
memória e comportamento a curto e médio prazo, evidência IB para utilização de gingko
biloba para obtenção de benefício moderado na função cognitiva, evidência IC para utilização
de vincamina e vinpocetina na melhoria das funções cognitivas, evidência IIB para utilização
do ácido ascórbico na redução do risco de doença de Alzheimer e deterioração cognitiva,
evidência IIIA para utilização de citicolina para melhoria da atenção, evidência IIIB para
utilização de ácido ascórbico para melhoria da performance cognitiva, evidência IIIC para
utilização de citicolina na melhoria a longo prazo (12 m) das funções cognitivas e evidência
IIIC para utilização de ginseng na alteração da função cognitiva.
Oral
DISCUSSÃO:
Os resultados obtidos poderão ter sido restringidos pelos limites estabelecidos para a
pesquisa. O facto de muitas revistas não se encontrarem indexadas na Medline também
poderá reduzir os resultados. Existem muitos estudos direccionados a doenças específicas
como a doença de Alzheimer e o AVC por estas terem critérios diagnósticos melhor definidos.
Os défices cognitivos ligeiros são mais difíceis de definir e standardizar e existem portanto
maiores disparidades nos resultados obtidos pela heterogeneidade dos indivíduos testados.
CONCLUSÕES:
Existem poucos estudos que tentem comprovar os efeitos benéficos dos fármacos destinados
ao tratamento sintomático das alterações ligeiras das funções cognitivas. Poucos
demonstram eficácia e apenas com efeito moderado e a curto prazo.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Dora Bobrisev
Centro de Saúde de Tomar, USF de Santa Maria
DI de Santarém
Augusto Ladeiro
INTRODUÇÃO:
O envelhecimento populacional progressivo faz com que os idosos sejam o grupo etário que
mais consulta os médicos de família. As patologias psiquiátricas nos idosos são problemas
de elevada prevalência que, no entanto, nem sempre são diagnosticadas, já que muitos
sintomas referidos são, frequentemente, mal explicados pela idade. A detecção precoce deste
distúrbio progressivo e irreversível oferece uma oportunidade para prevenção secundária das
complicações, com benefícios não apenas numa perspectiva clínica mas também familiar e
social.
OBJECTIVOS:
Revisão dos conhecimentos acerca do síndrome demencial, conhecer as recomendações
para rastreio e os instrumentos utilizados, sistematizar a abordagem diagnóstica.
METODOLOGIA:
Pesquisa bibliográfica em livros de referência; pesquisa de artigos de revisão, guidelines e
normas de orientação clínica na base de dados Pubmed/Medline, publicados entre 2000 e
2008, utilizando as palavras-chave: “Mass Screening AND Dementia AND Primary Health
Care”, “dementia diagnosis”.
RESULTADOS:
O síndrome demencial é caracterizado pela presença de défices adquiridos, persistentes e
progressivos em múltiplos domínios cognitivos que determinam uma deterioração das faculdades intelectuais suficientemente severa para afectar a competência social e/ou profissional
do indivíduo. Não há evidências suficientes para recomendar ou não o rastreio rotineiro do
défice cognitivo entre os idosos assintomáticos. Devido ao impacto que representa um quadro
demencial para o paciente e seus familiares e na tentativa de melhorar o prognóstico através
do diagnóstico precoce, é fundamental manter um elevado índice de suspeita para quadros
demenciais, levando-se em consideração qualquer declínio funcional e/ou perda de memória
como queixas subjectivas ou relatadas por familiares. Tem sido considerado que a aplicação
de um rastreio cognitivo é mais adequada ao nível dos Cuidados de Saúde Primários.
Entre indivíduos com suspeita clínica de défice cognitivo, o MMSE deveria ser usado para o
rastreio de demência. Avaliação cognitiva é útil tanto para o diagnóstico inicial quanto para o
diagnóstico diferencial das demências. A combinação de uma escala funcional que avalia
actividades da vida diária e um teste cognitivo aumenta a precisão do diagnóstico. O diagnóstico baseia-se fundamentalmente na clínica, embora existam exames muito úteis que
permitem identificar causas reversíveis de demência.
Oral
Autor(es)
Quando se suspeita de Demência no Idoso
Revisão
Título
CONCLUSÕES:
O médico de família está numa excelente posição para a aplicação de um rastreio nos grupos
de risco para desenvolver a demência, sendo importante conhecer os instrumentos de
avaliação cognitiva breve disponíveis e orientar o estudo inicial dos défices mentais afim de
excluir a depressão e outras causas reversíveis de demência.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Intervenções de apoio aos cuidadores informais de doentes com demência
Ana Nicolau Gomes
USF Tornada - CS Caldas da Rainha
DI de Lisboa OESTE
Ana Maria Pisco
PALAVRAS-CHAVE:
Demência; cuidadores informais; intervenções de apoio
PERGUNTA DE INVESTIGAÇÃO:
Quais as intervenções de apoio mais eficazes no apoio aos cuidadores informais de doentes
com demência?
PERTINÊNCIA DO TEMA:
A demência é um importante problema de saúde que afecta actualmente um elevado número
de doentes e famílias e que se estima que aumente dramaticamente nas próximas 5 décadas.
Esta patologia caracteriza-se por uma detioração progressiva do doente, com grande
dependência destes, condicionando uma elevada sobrecarga física, psíquica, emocional e até
financeira nos cuidadores informais.
Por tudo isto, é fundamental determinar quais as intervenções mais efectivas de forma a
implementar programas que visem dar respostas adequadas às necessidades dos doentes e
dos seus cuidadores informais.
OBJECTIVO:
Fazer uma revisão sobre o benefício das diferentes intervenções de suporte aos cuidadores
informais de doentes com demência.
METODOLOGIA:
Pesquisa na base de dados da Medline e Google schollar de artigos de revisão e estudos
aleatorizados publicados entre 1990-2008, com as palavras-chave dementia, caregivers e
support interventions, nas línguas inglesa, portuguesa e espanhola.
Foi utilizada a funcionalidade “ related articles”.
Dos artigos encontrados apenas 12 foram compatíveis com os critérios de inclusão (6 artigos
de revisão, 1 meta-análise e 5 RCT´s).
Oral
Revisão
RESULTADOS:
A qualidade dos estudos analisados é ainda pobre nos aspectos metodológicas, nomeadamente na explicação detalhada das intervenções e no tempo de follow-up. O tamanho das
amostras é também muito reduzido, particularmente nos estudos mais antigos.
Dos artigos de revisão analisados até 2003 nenhum encontrou impacto significativo de
qualquer intervenção nos cuidadores.
Em 2004, um RCT demonstrou que uma intervenção cognitivo-comportamental apresentava
benefícios em alguns dos outcomes medidos (ansiedade, padrão de sono). Dois anos mais
tarde outro RCT aumentou o número de outcomes melhorados pelasmesma intervenção
(qualidade de vida, sensação de auto-controlo e competência).
Um aspecto relevante evidente numa meta-análise (2003) e num artigo de revisão (2007) é
que os programas combinados (doente e cuidador) são mais efectivos do que os programas
exclusivos para o cuidador.
As intervenções com mais evidência são as intervenções de grupos nomeadamente as intervenções cognitivo-comportamentais e as intervenções psicosocias (sessões informativas +
partilha de experiências).
CONCLUSÃO:
Dez anos após a primeira revisão de literatura acerca do tema ainda não é consensual quais
as abordagens mais adequadas no apoio aos doentes com demência e seus cuidadores.
Não há ainda evidência de que todas as intervenções de apoio aos cuidadores sejam uniformente efectivas em todos os subgrupos de cuidadores em todos os outcomes.
Parece-me fundamental que se prossiga a investigação neste tema, aumentando a dimensão
das amostras, diversificando os desenhos dos estudos e prolongando o follow-up.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Olena Panchenko
Centro de Saúde de Almada Extenção de Charneca da Caparica
DI de Setúbal
Paula Breia, Fernanda Luís
INTRODUÇÃO: As tonturas e vertigens são um dos principais motivos de consulta em
Medicina Geral e Familiar. A maioria das situações tem um curso benigno. Situações
potencialmente graves são raras, mas é necessário conhecer os seus sinais de alarmes, para
resolução precoce. O médico de família tem um papel fundamental na prevenção, diagnóstico, tratamento e referenciação quando indica.
OBJECTIVOS: Sistematizar os diagnósticos diferenciais dos tonturas e vertigens, identificar
as principais causas das vertigens centrais em periféricas, identificar os sinais de alarme de
situações potencialmente graves.
METODOLOGIA: Pesquisa bibliográfica. Foram utilizadas como palavras-chave: Tonturas,
Vertigem, Nistagmo, Vestibulopatias.
RESULTADOS: Tontura: é um sintoma comum que o paciente refere quando se sente inseguro na sua movimentação ou posição em relação ao meio ambiente externo. Pode ser uma
queixa inespecífica, associada a cansaço, depressão, ou outros sintomas subjectivos e pode
também reflectir alteração em qualquer órgão ou sistema. Depois de cefaleia, a tontura
parece ser a sintoma mais comum em consulta médica. Vertigem: o paciente tem a sensação
de que tudo está rodando em redor dele ou que ele próprio está rodando. É uma ilusão de
movimento que apresenta causas bastante específicas. Vestibulopatias periféricas são as que
acometem o sistema vestibular periférico. Vestibulopatias centrais são as que lesam estruturas vestibulares no sistema nervoso central.
Nas vestibulopatias periféricas destacam-se:
Vertigem Postural Paroxística Benigna - as sintomas relacionadas com os certos movimentos
de cabeça, tontura de curta duração, auto-limitada, acompanhado com nistagmo. Neurite
vestibular - Instalação aguda, pico de vertigem no primeiro dia, ocorrendo períodos de agravamento nos dias seguintes. Labirintite - Instalação subaguda, com tontura associada a perda
auditiva, duração de dias. Doença de Méniere - Crises de vertigem rotatória, associada a
perda auditiva flutuante, zumbido e sensação de plenitude auricular. Durante a crise,
presença de nistagmo horizonto-rotatório.
Das causas centrais de vestibulopatias destacam-se:
Doença cerebrovascular - Instalação súbita, presença de outros sinais e sintomas neurológicos. Neurinoma do acústico - A tontura que associa-se a perda auditiva e outros sinais de
compressão de tronco cerebral. Esclerose múltipla - Apresentação clínica a depender do local
da lesão. Investigação com ressonância pode revelar lesões desmielinizantes. Enxaqueca Presença dos demais critérios para enxaqueca, tontura com características variáveis.
Epilepsia - Sintomas de duração muito curta. Usualmente com outros fenómenos epilépticos
(perda de consciência, automatismos).
Oral
Autor(es)
Vertigem e tonturas como sintomas de vestibulopatias centrais e periféricas
Revisão
Título
Outras causas e suas principais características:
Tontura por drogas. Vertigem fóbica. Síndromes metabólicos.
CONCLUSAO: Queixas de tonturas e de vertigens são frequentes na prática clínica, necessitando de uma abordagem cuidadosa, desde a colheita da história clínica até o exame físico
geral e neurológico e realização de exames complementares é necessária num número
restrito de casos se abordagem clínica for feita adequadamente.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Um olhar sobre perturbação de hiperactividade e défice de atenção
Filipa Nóbrega
Centro de Saúde Dr. Joaquim Paulino - Rio de Mouro, USF Alpha Mouro
DI de Lisboa D
Délia M. Pacheco
INTRODUÇÃO: A perturbação de hiperactividade e défice de atenção é um problema clínico
frequente, importante e controverso quer em Pediatria, quer em Medicina Geral e Familiar. Foi
uma identidade descrita pela primeira vez no início do século vinte, contudo, ultimamente,
verifica-se uma banalização exagerada do diagnóstico por parte dos utentes e profissionais
de saúde. O Médico de Família deverá ter formação nesta área para uma boa orientação do
doente e aconselhamento informado aos utentes. No decurso da realização da consulta de
saúde infantil surgiram dúvidas sobre como proceder num caso suspeito de perturbação de
hiperactividade e défice de atenção, o que motivou a realização deste trabalho.
OBJECTIVOS: Actualizar os conhecimentos sobre perturbação de hiperactividade e défice de
atenção e saber proceder a uma orientação clínica em relação a esta identidade.
METODOLOGIA: Pesquisa bibliográfica sobre o tema em endereços específicos da world
wide web entre Janeiro de 2003 e Novembro de 2007 utilizando UpToDate e Google, revistas
médicas e livros de texto.
Palavras-chave: perturbação de hiperactividade e défice de atenção/attention deficit hyperactivity disorder, impulsividade/impulsivity, hiperactividade/hyperactivity, défice de atenção/attention deficit.
RESULTADOS: A perturbação de hiperactividade e défice de atenção é uma perturbação do
desenvolvimento, caracterizada por défice de atenção, impulsividade e níveis de hiperactividade inadequados para o estadio de desenvolvimento. Para a revisão deste tema é feita
uma abordagem da sua prevalência, principais etiologias e manifestações clínicas nas
crianças e nos adultos. Adicionalmente são expostas bases para o diagnóstico diferencial
desta situação e para uma orientação diagnóstica inicial e posterior encaminhamento para
uma intervenção multimodal entre os vários profissionais de saúde, pais e professores.
Oral
Revisão
CONCLUSÃO: O trabalho pretendeu fazer uma revisão sistematizada sobre esta entidade
clínica de modo a que os Médicos de Família possam fazer uma melhor orientação diagnóstica e terapêutica dos doentes que sofrem desta perturbação.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Mara Carvalho, Vasco Freire (ap)
Centro de Saúde de Amadora e Marvila
DI de Lisboa D e BC
Vanda Basílio, Ana Maria Cavaleiro
PERTINÊNCIA DO TEMA:
A saúde sexual sempre foi um tema dificil de abordar em cuidados de saúde, especialmente
questões relacionadas com a orientação sexual e a identidade de género.
Uma maior abertura e visibilidade na nossa sociedade em relação à homossexualidade, ao
lesbianismo, à bissexualidade e à transexualidade, acarreta mudanças de orientações nos
mais diversos sectores. Calcula-se que cerca de 8% da população portuguesa não se defina
como heterossexual. Como médicos de família é essencial que saibamos como agir e quais
as melhores atitudes para lidar com uma realidade que sempre existiu, mas que é cada vez
menos invisivel.
OBJECTIVO:
Sensibilizar os colegas de Medicina Geral e Familiar para a mais actual abordagem deste
tema no contexto dos Cuidados de Saúde Primários.
METODOLOGIA:
Revisão bibliográfica baseada em livros de texto, publicações periódicas, Medline/PubMed e
as mais recentes orientações nacionais e internacionais (nomeadamente American
Psychiatric Association e American Psichology Association).
REVISÃO DO TEMA:
Orientação sexual define-se como padrão de atracção emocional e/ou sexual por homens,
mulheres ou ambos os sexos. Expressa-se ao longo de um contínuo e não é imutável no
tempo. As orientações sexuais minoritárias em termos de prevalência - a homossexualidade,
o lesbianianismo e a bissexualidade - não são consideradas doença desde há várias décadas
por nenhuma organização científica mundial.
Identidade de género define-se como a percepção psicológica do sexo, que pode ser diferente do sexo biológico. Neste caso e, se houver recurso a tratamentos hormonais e a intervenções cirúrgicas para alteração do sexo, falamos de transexualidade. A transexualidade é
classificada como Perturbação da Identidade de Género no DSM-IV. Este diagnóstico tem
sido contestado por vários profissionais de saúde mental e por transexuais nos últimos anos.
Em ambas as questões - orientação sexual e identidade de género - em graus de gravidade
diversos, os maiores problemas destes utentes são a dificuldade em lidar com a discriminação
do seu meio envolvente (família, emprego, escola) e a dificuldade em vivenciar e aceitar a sua
própria diferença. No caso da transexualidade, há ainda a questão do acesso a recursos de
saúde, para realizar tratamentos específicos.
A Medicina Geral e Familiar, pelo seu carácter holístico, tem a possibilidade de melhorar a
abordagem a estes utentes, através de mais informação, de uma atitude menos restritiva em
relação à sexualidade e na mediação com a família dos utentes. Existem ainda cuidados de
saúde específicos de utentes com determinados comportamentos sexuais, que ainda são
pouco conhecidos e novas abordagens práticas na consulta para estas questões.
Oral
Autor(es)
Velhas Questões, Novas Atitudes
Revisão
Título
CONCLUSÃO:
Este trabalho pretende ser um válido contributo para as mudanças que se têm realizado em
termos de direitos sexuais em Portugal. De forma muito prática, pretende-se abrir caminho para
uma medicina mais inclusiva e mais respeitadora da diversidade inerente à área da sexualidade.
PALAVRAS-CHAVE:
Oreintação sexual, identidade de género, homossexualidade, lesbianismo, bissexualidade
transexualidade, médico de família.
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Morte súbita no jovem atleta
Olívia Souza1 (ap),Cláudia Soares2
Centro de Saúde de Palmela (2) / Extensão Quinta do Anjo (1)
DI de Setúbal Sul
Alberto Simplício (1), Susete Polónia (2)
INTRODUÇÃO:
A morte súbita no jovem atleta embora não seja uma patologia frequente na prática diária do
Médico de Família, é uma patologia “silenciosa” e faltal, causando grande impacto emocional
e social.
É sempre um fenómeno inesperado e devastador.
Através de exames complementares de diagnósticos simples e de fácil acesso, o médico de
família pode muitas vezes diagnosticar e tratar ou referenciar atempadamente, uma vez que,
anomalias do electrocardiograma em atletas aparentemente saudáveis pode ser a expressão
inicial de cardiomiopatia com manifestações sintomáticas tardias.
MÉTODOS:
Pesquisa bibliográfica em livros de texto, revistas especializadas e artigos publicados nos
últimos cinco anos na base de dados da Medline.
REVISÃO:
A morte súbita é um problema de saúde pública, uma vea que, ela constitui _ de todas as
mortes de causa cardíaca e 1/7 de todas as mortes.
Por definição é aquela que ocorre em indivíduos com menos de 35 anos, sendo sempre um
fenómeno inesperado e dramático. Pode acontecer durante as primeiras 6 a 24 horas após o
início dos sintomas ou até 2 horas após a prática desportiva.
As causas de morte súbita podem ser classificadas em: cardíacas (com ou sem alterações
estruturais) e não cardíacas.
O diagnóstico nem sempre é fácil e baseia-se essencialmente na história clínica e exame
objectivo completos, electrocardiograma e ecocardiograma.
O tratamento depende da causa subjacente.
Oral
Revisão
CONCLUSÃO:
Uma vez que a prática de exercício físico é altamente aconselhável nos indivíduos saudáveis
e não saudáveis, é importante a detecção de alterações nos exames complementares de
diagnóstico que permitam uma prática desportiva segura e com qualidade.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Guilherme de Amaral Mendes
Centro de Saúde de Sacavém - USF São João da Talha
DI de Lisboa AEF
Inês Fonseca
INTRODUÇÃO - Com a elevada mortalidade associada às doenças cardiovasculares, surge
cada vez mais a necessidade de estimar o risco individualizado de cada indivíduo de sofrer
um evento a elas associado. Além de factores bem estabelecidos como a hipertensão arterial e
o tabagismo, propõem-se actualmente factores de risco pouco acessíveis e onerosos nos
Cuidados Primários, como a lipoproteína (a) e a Proteína C-Reactiva de alta sensibilidade. A
frequência cardíaca foi já proposta como factor de risco cardiovascular, distinguindo-se destes
últimos pelo seu fácil acesso e baixo custo, não estando ainda esclarecido se com os dados
disponíveis actualmente é possível a sua utilização para estimar o risco de um determinado
utente, e se o controlo da sua frequência cardíaca tem repercussões na sua mortalidade.
OBJECTIVO - Efectuar uma revisão sobre a aplicabilidade de valores de frequência cardíaca
na estratificação do risco de doentes, tanto em prevenção primária como secundária, baseada
em artigos disponíveis em publicações revistas por pares.
METODOLOGIA - Pesquisa na base de dados Medline de artigos em língua inglesa desde
1999 até a actualidade, utilizando os termos heart rate cruzados com cardiovascular death,
mortality e disease, não considerando os artigos referentes a experiências em animais ou in
vitro, dedicados a mortalidade não-cardiovascular ou associados a métodos de registo de
frequência cardíaca não acessíveis em Cuidados Primários. Foi ainda levado em conta o
Consenso da Sociedade Europeia de Hipertensão sobre Identificação e Abordagem do
Doente Hipertenso com Frequência Cardíaca Elevada.
CONCLUSÕES - A evidência disponível confirma o papel da frequência cardíaca como factor
de risco cardiovascular, estando particularmente bem estabelecido no pós-enfarte do miocárdio e insuficiência cardíaca.
Não obstante ser de fácil acesso, não há consenso sobre o valor da sua medição no
consultório ou em ambulatório, além de não ter sido devidamente considerado em prevenção
primária.
Embora num futuro próximo se possa vir a levar em conta para estratificar o risco cardiovascular em Medicina Familiar, não foi ainda estudado um eventual benefício da sua redução
independente do controlo de outros factores de risco na mortalidade/morbilidade cardiovascular, nomeadamente a hipertensão arterial.
Oral
Autor(es)
Frequência cardíaca como factor de risco cardiovascular
- é possível a aplicação na prática clínica?
Revisão
Título
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Rastreio de Doença Coronária Assintomática em Doentes com Diabetes Mellitus
Ricardo Vasconcelos Ribeiro
Centro de Saúde de Sintra
DI de Lisboa D
Fernando Bolina
A Diabetes Mellitus (DM) é um factor de risco cardiovascular major, sendo a Doença
Coronária (DC) a principal causa de morte entre os doentes com Diabetes. Este facto está
directamente relacionado, não só com a frequente associação da DM a outras factores de
risco cardiovascular, mas também com uma maior prevalência de Doença Coronária assintomática nestes doentes. Por este motivo a implementação de um programa de rastreio tem há
muito atraído as atenções da comunidade científica, podendo vir a ser um pilar importante na
diminuição do impacto da DC entre os doentes diabéticos.
O objectivo deste trabalho foi rever os conhecimentos actuais sobre a utilidade e eventual
aplicabilidade do rastreio da DC assintomática nos doentes com DM.
Foi feita pesquisa dos artigos publicados entre Janeiro de 1999 e Julho de 2008 utilizando o
motor de busca PubMed/Medline e as palavras chave “screening”, “asymptomatic”, “ischemia”
e “diabetes”. Foi ainda consultada bibliografia científica actualizada.
RESULTADOS:
O rastreio de todos os doentes com DM seria incomportável, tendo-se por isso tentado identificar os doentes diabéticos com risco aumentado de DC assintomática. No entanto, vários
estudos têm demonstrado que os critérios clássicos (nº de factores de risco cardiovascular)
não traduzem na realidade o verdadeiro risco de DC assintomática.
Por outro lado, não há ainda consenso sobre qual o exame, ou sequência de exames, a
realizar. Estudos de pequenas dimensões têm demonstrado que os exames classicamenete
utilizados poderão ter uma sensibilidade e especificidade baixas nestes doentes. Por outro
lado, novos exames têm surgido na caracterização da doença coronária que poderão assumir
um papel importante no rastreio (ex.Score de Cálcio Coronário).
A classificação da DM como equivalente coronário preconiza, à partida, uma abordagem terapêutica mais agressiva, sendo a finalidade do rastreio a identificação dos doentes que
poderão vir a beneficiar de revascularização. Está actualmente a decorer o estudo Bypass
Angioplasty Revascularization Investigation 2 Dibetes, que poderá trazer novos dados nesta
área, não existindo, presentemente resultados preliminares até à data.
Oral
Revisão
CONCLUSÃO:
O conhecomento cientifico actual não permite recomendar o rasreio da DC assintomática em
doentes com DM.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
110
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Ricardo Martins da Cunha (ap)1, Cláudia Santos Silva2, Tiago Aires d'Oliveira3
Centro de Saúde da Amadora, DI de Lisboa D
Centro de Saúde de Cascais, DI de Lisboa BC
3
USF S. João do Pragal, DI de Setúbal Norte
1
2
Maria Manuel Alves, 2Isabel Betina, 3Deolinda Diniz
1
INTRODUÇÃO:
A prevalência de obesidade na infância e adolescência aumentou drasticamente nos últimos
40 anos. Portugal é o segundo país da União Europeia com maior prevalência desta patologia. Assim, é fundamental encontrar estratégias para combater esta verdadeira epidemia.
Ao médico compete desenvolver formas eficazes para atingir esse fim, bem como fazer um
diagnóstico atempado de eventuais causas e comorbilidades associadas à obesidade nesta
faixa etária.
OBJECTIVO:
Rever e sistematizar a abordagem da obesidade na infância e adolescência.
METODOLOGIA:
Pesquisa bibliográfica de artigos e guidelines, na base de dados Medline, através da plataforma PubMed, Evidence Based Medicine e Direcção Geral de Saúde, entre Janeiro de 2002
e Maio de 2008, com as palavras chave children, adolescents, management, overweight e
obesity, crianças, adolescentes, obesidade, infantil, abordagem.
REVISÃO:
Pretende-se fazer uma abordagem sistemática da obesidade na infância e adolescência.
Destaca-se o papel fundamental da história clínica e do contexto familiar a fim de se
detectarem factores de risco e possíveis etiologias para a obesidade infantil. Desenvolve-se
a sistematização da pesquisa das comorbilidades associadas a esta patologia como a
síndrome metabólica na adolescência, a acanthose nigricans, a diabetes mellitus tipo 2, a
patologia cardiovascular e as alterações psicológicas, entre outras. Destacam-se os princípios gerais da terapêutica numa dinâmica multidisciplinar, envolvendo a criança/adolescente,
o médico e a família.
Torna-se ainda fundamental destacar os critérios de referenciação para os Cuidados de
Saúde Secundários.
CONCLUSÃO:
A prevalência e severidade da obesidade infantil e na adolescência tem aumentado drasticamente, sendo um dos mais críticos problemas de saúde actuais. Reflecte a convergência de
diferentes factores biológicos, económicos e sociais, sendo a prevenção a arma preponderante para o seu combate. Quando as estratégias preventivas falham, é fundamental a
intervenção precoce antes da instalação de complicações.
Oral
Autor(es)
Uma Bomba Relógio… Abordagem da Obesidade na Infância e Adolescência
Revisão
Título
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
111
Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
E quando temos que transmitir uma má notícia...?
Cristina Mourato (ap), Margarida Marques, Hugo Pinto Gonçalves.
Agrupamento de Centros de Saúde de Setúbal e Palmela.
Extensão de Saúde de Santa Maria e Extensão de Azeitão
DI de Setúbal Sul
Ascensão Guerreiro, Paula Vital
INTRODUÇÃO:
Quando temos que transmitir uma má notícia, todos nós nos sentimos inseguros em relação
às possíveis reações do doente / família e ao eventual dano que podemos causar ao doente,
se não fizermos essa transmissão de forma adequada.
OBJECTIVOS:
Este trabalho de revisão pretende abordar as várias dificuldades inerentes à transmissão de
más notícias e as estratégias, possíveis, para que essas mesmas dificuldades sejam ultrapassadas.
METODOLOGIA:
Pesquisa bibliográfica em livros de texto, publicações periódicas e artigos publicados na base
de dados Medline / PubMed, nos últimos 8 anos, com as palavras-chave: breaking bad news;
palliative care patients; cancer patients.
REVISÃO:
Transmitir uma má notícia é uma tarefa desagradável e desgastante, para a qual, não nos
sentimos, na maior parte das vezes, preparados. Contudo, comunicar a verdade ao doente é
um principio ético, a ser respeitado, pelo que cabe ao médico dar, da melhor forma possível,
a informação necessária, para que o doente possa estar informado e tomar decisões acerca
do seu estado de saúde.
O Médico de Família está numa posição privilegiada para ajudar a tomar decisões, pelo que,
deve ter algum domínio das principais técnicas de comunicação utilizadas para transmitir uma
má notícia.
Desta forma, torna-se necessário incentivar a formação médica nesta área e rever alguns
princípios fundamentais que devem estar presentes neste tipo de transmissão.
Oral
Revisão
CONCLUSÃO:
A comunicação é uma arma terapêutica, fundamental, que permite o acesso ao principio da
autonomia, da confiança mútua e da informação, que o doente precisa para se sentir bem
consigo próprio e poder tomar decisões.
É muito importante a forma como comunicamos quando estamos a transmitir uma má notícia.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
112
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Madalena Rodrigues (ap), Luísa Rebelo da Silva
C.S.Palmela-Ext.1306 Pinhal Novo
DI de Setúbal Sul
António Leitão Dias
INTRODUÇÃO: O proteinograma é ampla- e indiscriminadamente utilizado na avaliação
inicial de inúmeras patologias, frequentemente sem indicação clínica. Além disso, algumas
alterações encontram-se subjacentes a patologias de origem e gravidade variáveis, com interpretação frequentemente difícil no âmbito da Medicina Geral e Familiar (MGF).
OBJECTIVOS: A presente revisão propõe uma actualização face a indicações clínicas e etiologia
das alterações, bem como fluxograma de actuação.
METODOLOGIA: Pesquisa nas bases de dados Medline, Pubmed, e Cochrane Library de
artigos de revisão, meta-análises e guidelines publicados entre 2000 e Julho de 2008, em
inglês, francês, espanhol e português, utilizando as palavras-chave: “serum protein electrophoresis” e “human”. Foram seleccionados 3 artigos.
RESULTADOS: A albumina é o maior componente do soro, constituindo, as globulinas, uma
fracção menor. Do eléctrodo positivo para o negativo, encontram-se a albumina, a1, a2, β1,
β2 e u-globulinas. O proteinograma apresenta alterações em resposta à inflamação aguda,
neoplasias, trauma, necrose, enfarte e recém-nascidos. De entre as indicações para proteinograma, destacam-se a suspeita de mieloma múltiplo, neuropatia periférica de etiologia
desconhecida, anemia de novo associada a insuficiência renal e/ou dor óssea, insuficiência
renal com aumento das proteínas séricas, hipercalcémia associada a quebra do estado geral,
fractura patológica inexplicada, lesão lítica identificada no Raios-x, alterações no esfregaço de
sangue periférico e proteinúria de Bence-Jones. A albumina encontra-se diminuída por menor
produção ou aumento das perdas, como na patologia hepática, síndrome nefrótico, e recémnascido. As a1 globulinas (a1-antitripsina) encontram-se aumentadas na inflamação aguda e
diminuídas no défice de a1-antitripsina e patologia hepática. As a2-globulinas (haptoglobina)
são marcadores de fase aguda. As gamaglobulinas encontram-se aumentadas nos linfomas,
doenças do tecido conjuntivo, patologia hepática e mieloma múltiplo. Contudo, outras
entidades causam uma elevação homogénea, sendo fulcral a distinção entre gamapatias
mono- e policlonais dado que estas últimas traduzem um processo inflamatório ou etiologias
não neoplásicas como hepatite, tuberculose, lúpus, cirrose, Doença de Crohn`s e Tiroidite de
Hashimoto. Perante uma gamapatia monoclonal, é imperativo excluir mieloma múltiplo. O
diagnóstico diferencial é feito pela quantificação da proteína M e respectivo tamanho e o
definitivo por biopsia medular. Apesar de cerca de 8% dos idosos apresentarem gamapatia
monoclonal, deve ser sempre efectuada avaliação adicional. Perante uma etiologia indeterminada, persiste a vigilância dado que cerca de 1%/ano desenvolvem mieloma múltiplo ou
outra gamapatia monoclonal maligna. Uma avaliação adicional incluindo β2-microglobulina,
TC abdominal ou biopsia medular que evidencie alguma alteração deve motivar referenciação
à Hematologia. Se normal, o proteinograma deve repetir-se com periodicidade inicial de 2-3
meses e progressivamente maior, com referenciação imediata perante qualquer alteração.
CONCLUSÃO: O proteinograma é de enorme utilidade pelo baixo custo e elevada acessibilidade bem como pela possibilidade de alerta ou diagnóstico precoce face a patologias de
elevada gravidade perante um quadro clínico inespecífico. Contudo, algumas alterações são
comuns a várias entidades clínicas, com espectro de gravidade variável pelo que é imperativo o seu uso criterioso no âmbito da MGF, após avaliação clínica e complementar completa.
Poster
Autor(es)
Proteinograma - quando e porquê pedir?
Revisão
Título
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Colesterol das lipoproteínas de alta densidade - tratar ou não tratar?
Raquel Ascenção (ap), Ana Caetano, Ana Cebolais, Marta Padilha, Mílvia Jorge, Rita
Cunha Ferreira
Centro de Saúde de Sete Rios
DI de Lisboa BC
Ana Clarke, Cristina Lopes, Margarida Fazio, Maria José Luís, Rui Alves
INTRODUÇÃO:
As doenças cardiovasculares (DCV) são responsáveis por cerca de 2 milhões de mortes
anualmente na União Europeia, constituindo a principal causa de morte neste território.
Estudos observacionais demonstraram que níveis plasmáticos reduzidos da fracção do colesterol correspondente às lipoproteínas de alta densidade (c-HDL) são um factor de risco independente para eventos cardiovasculares.
OBJECTIVOS:
Apresentar e discutir a evidência científica mais recente e válida acerca da utilização do
c-HDL como alvo terapêutico na doença cardiovascular.
METODOLOGIA DA REVISÃO:
Revisão científica, utilizando como estratégia a pesquisa na Medline (utilizando o descritor
MeSH «HDL-cholesterol» e data de publicação nos últimos 5 anos) e em fontes secundárias
(utlizando a palavra-chave «HDL-cholesterol»), nomeadamente Dynamed (até Julho 2008),
UpToDate (16.1) e The Cochrane Library (até Julho 2008).
REVISÃO:
Estudos aleatorizados e controlados demonstraram o efeito benéfico do aumento das concentrações séricas de c-HDL na prevenção secundária da doença coronária isquémica (DCI).
Estes resultados são apoiados por inferências retiradas de estudos desenhados para avaliar
estratégias de redução do c-LDL. As normas de orientação clínica (NOC) do National
Cholesterol Education Program (2001), consideram que a terapêutica dirigida ao c-HDL só
deve ser considerada após obtenção do valor-alvo de c-LDL (e colesterol não-HDL, no caso
de triglicéridos >200mg/dL). Devem ser adoptadas medidas gerais como o controlo do peso,
aumento do exercício físico e cessação tabágica. No caso de c-HDL baixo isolado, o tratamento com ácido nicotínico ou fibratos pode ser considerado mas deve ser reservado para os
doentes com DCI ou equivalente. Alguns autores, todavia, preconizam o tratamento dos
doentes com níveis baixos isolados de c-HDL se possuírem familiares em 1º grau com perfil
lipídico semelhante e início precoce de DCI. Por outro lado, as NOC das sociedades
europeias especialistas na matéria, European Guidelines on Cardiovascular Disease
Prevention in Clinical Practice (2007), preconizam a utilização do c-HDL como um marcador
de risco cardiovascular aumentado ao invés de alvo terapêutico.
Poster
Revisão
ASPECTOS CRÍTICOS E IMPLICAÇÃO NA PRÁTICA:
São necessários mais estudos para a correcta definição do c-HDL como alvo terapêutico nas
DCV. No entanto, a adição de terapêutica à alteração do estilo de vida deverá ser decidida
caso a caso, de acordo com o risco cardiovascular do doente.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
114
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Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Catarina Almeida Empis*(ap), Mariana Lameiras**, Susana Mendonça**, Rita Tato**
Unidade de Saúde Familiar de São Julião, **Centro de Saúde da Lapa
DI de Lisboa BC
Helena Febra, Maria Teresa Costa, Luís Afonso
INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS:
O Programa Nacional de Vacinação (PNV) português, em vigor desde Janeiro de 2006 inclui
vacinas contra 11 agentes. Existem, no entanto, outras vacinas para além destas que, por
estarem disponíveis no mercado, originam, frequentemente, pedidos de esclarecimento e de
aconselhamento por parte dos utentes, nomeadamente em contexto de consultas de saúde
infantil e juvenil.
O objectivo deste trabalho é a construção de um esquema com as recomendações para a
administração de vacinas não contempladas no PNV com interesse potencial na infância e
adolescência: pneumocócicas, varicela, hepatite A, papilomavírus humano (HPV) e rotavírus.
MATERIAL E MÉTODOS:
Consulta das recomendações emitidas por várias entidades acerca da adiministração das
vacinas supra-citadas, nos respectivos sites da internet.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As recomendações para a administração de vacinas diferem de país para país, tendo a
epidemiologia das doenças e o custo das vacinas influência na sua inclusão em programas
de vacinação. Todas as vacinas aqui referidas, com excepção da pneumocócica poliosídica,
estão incluídas no PNV de alguns países.
A vacina da hepatite A é recomendada em crianças de zonas endémicas ou com risco
elevado de infecção. A vacina pneumocócica conjugada é recomendada a todas as crianças
em muitos países, enquanto que a poliosídica deve ser reservada para crianças em risco
elevado de doença pneumocócica invasiva. A vacina da varicela tem sido cada vez mais
recomendada, sobretudo em adolescentes não imunizados e a do HPV é recomendada em
raparigas em grupos etários que variam de acordo com as entidades. A vacina do rotavírus é
recomendada por algumas entidades mas apenas se iniciada até às 12 semanas de vida.
CONCLUSÕES:
O esquema apresentado constitui uma ferramenta de rápida utilização para permitir ao
médico de família aconselhar os pais e cuidadores relativamente às vacinas disponíveis no
mercado e não contempladas no PNV.
Poster
Autor(es)
Vacinas não contempladas no Programa Nacional de Vacinação - que
indicações?
Revisão
Título
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Vacina contra o Rotavírus: Que decisão tomar?
Elisa Gomes1(ap), Mafalda Carmona Ribeiro2
Centro de Saúde de Marvila
Centro de Saúde de Marvila - USF S. João Evangelista dos Lóios
DI de Lisboa BC
1
2
Carmo Cunha, Cristina Andrade
INTRODUÇÃO: A gastroenterite aguda é uma patologia frequente nos primeiros anos de vida.
O rotavírus é o agente etiológico mais frequente. A doença por rotavírus está associada a
uma elevada morbilidade e custos económicos e sociais. Actualmente, estão disponíveis no
mercado português 2 vacinas contra o rotavírus, não incluídas no Programa Nacional de
Vacinação. Os Médicos de Família são muitas vezes confrontados na sua prática clínica com
dúvidas e questões sobre esta vacina e sua utilização. O objectivo deste trabalho é permitir
uma decisão fundamentada sobre a utilização da vacina contra o rotavírus no momento actual.
METODOLOGIA: Revisão da bibliografia existente sobre este tema, nomeadamente através
da consulta de sites de Sociedades/Associações de especialidades relacionadas com o tema
e artigos publicados nos últimos 5 anos, após pesquisa na PubMed, utilizando as palavraschave “rotavirus” e “vaccine”.
REVISÃO: Duas vacinas contra o rotavírus foram aprovadas pela Agencia Europeia do
Medicamento, Rotarix® e RotaTeq®, vacinas vivas orais, disponíveis em Portugal. Estas vacinas são consideradas igualmente seguras e eficazes. O Rotarix® é administrado em 2 doses
com um intervalo de pelo menos 4 semanas entre as doses. A primeira dose deve ser administrada entre as 6 e as 12 semanas e o esquema de vacinação completo deve, preferencialmente, ser administrado antes das 16 semanas, mas deve estar completo pelas 24
semanas de idade. O RotaTeq® é administrado em 3 doses com um intervalo de pelo menos
4 semanas entre as doses. A primeira dose deve ser administrada entre as 6 e as 12 semanas
e o esquema de vacinação completo deve, preferencialmente, ser administrado antes das 2022 semanas de idade. As 3 doses devem ser administradas até às 26 semanas de idade.
Recentemente foram publicadas as recomendações da European Society for Paediatric
Infectious Diseases/European Society for Paediatric Gastroenterology, Hepatology and
Nutrition para a vacinação contra o rotavírus na Europa. A Organização Mundial de Saúde
(OMS) recomenda fortemente a inclusão da vacinação contra o rotavírus nos programas
nacionais de imunização de regiões onde dados de eficácia da vacina sugerem um significativo impacto na saúde pública e onde mecanismos financeiros e infraestruturas apropriadas
estão disponíveis para suportar a utilização da vacina. No entanto, até o potencial total das
actuais vacinas ser confirmado em todas as regiões do mundo, em particular na Ásia e África,
a OMS não está preparada para recomendar a inclusão global da vacina contra o rotavírus
nos programas nacionais de imunização.
CONCLUSÃO: Os países europeus necessitarão de decidir qual a política de vacinação a
adoptar - vacinação universal para todas as crianças ou vacinação opcional. A vacinação
universal de todas as crianças tem o potencial de reduzir eficazmente o peso da gastroenterite por rotavírus na Europa. É essencial a vigilância e monitorização da doença por
rotavírus de forma a avaliar o seu peso e a necessidade de vacinação. O impacto da vacinação na redução do peso desta doença e a segurança da vacina devem ser também
analisados.
Poster
Revisão
PALAVRAS-CHAVE: Vacina, Rotavírus
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Ana Cebolais (ap), Ana Caetano, Marta Padilha, Mílvia Jorge, Raquel Ascenção, Rita
Cunha Ferreira
Centro de Saúde de Sete Rios
DI de Lisboa BC
Ana Clarke, Cristina Lopes, Margarida Fazio, Maria José Luís, Rui Alves
INTRODUÇÃO: A avaliação da postura e do aparelho musculo-esquelético faz parte da rotina
numa consulta de saúde infantil. A escoliose na criança e no adolescente embora não seja
um problema prevalente, pode associar-se a grande morbilidade, com consequências
também a nível psicológico e social. O médico de família deve estar apto a realizar o diagnóstico de escoliose, a distinguir entre escolioses estáveis ou minimamente progressivas e
escolioses com alto risco de progressão, bem como a decidir quando realizar o seguimento
das situações ou referenciá-las a Ortopedia.
OBJECTIVO: Esquematizar a abordagem nos cuidados de saúde primários da escoliose em
crianças e adolescentes.
METODOLOGIA DA REVISÃO: Revisão em livros de texto e em artigos publicados na
Medline (Pubmed), recorrendo à palavra-chave “scoliosis” e impondo como limites: idade inferior
a 18 anos, artigos de revisão ou recomendações práticas publicados nos últimos 10 anos.
CORPO DA REVISÃO: Escoliose define-se como uma curvatura anormal da coluna vertebral
em relação ao plano frontal. A classificação da escoliose realiza-se de acordo com a causa:
idiopática, congénita, neuromuscular, sindromática ou compensatória. A forma mais comum
de escoliose é a idiopática e a sua classificação faz-se de acordo com a idade: infantil (0 - 3
anos), juvenil (4 - 10 anos) e adolescente (11 anos - idade de maturação esquelética). O
diagnóstico deve assentar na história clínica e exame objectivo, no sentido de despistar
causas secundárias. Clinicamente o sinal mais evidente de escoliose é a assimetria posterior
do tórax quando há uma flexão anterior do tronco (teste de Adam). Quando há evidência
clínica de escoliose deve ser realizada uma radiografia postero-anterior e em ortostatismo de
toda a coluna, para medição do grau da curvatura pelo método de Cobb. A ressonância
magnética reserva-se para casos em que se suspeita de causa secundária. O tratamento da
escoliose é guiado pela gravidade e pelo risco de progressão, constituíndo opções terapêuticas os coletes e a cirurgia. A probabilidade de progressão da escoliose depende fundamentalmente da amplitude da escoliose, do potencial de crescimento e sexo da criança ou
adolescente.
ASPECTOS CRÍTICOS E IMPLICAÇÃO NA PRÁTICA: O rastreio de escoliose na criança e
no adolescente pode ser facilmente realizado pelo médico de família em cada consulta de
saúde infantil. A escoliose idiopática com baixo risco de progressão, após exclusão de causas
secundárias, pode ser vigiada nos cuidados de saúde primários, evitando excessivo número
de consultas hospitalares e de radiografias realizadas, bem como ansiedade na
criança/adolescente e na família. A referenciação à consulta de Ortopedia deve ser realizada
sempre que existam curvas em progressão ou com alto risco de progredir e na presença de
alguns sinais de alerta (progressão súbita, diminuição da flexibilidade, escoliose dolorosa,
curva torácica para a esquerda,alterações neurológicas ou estigmas sindromáticos).
Poster
Autor(es)
Abordagem da escoliose na consulta de saúde infantil
Revisão
Título
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Título
Autor(es)
Instituição
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Resumo
Lesões Cutâneas Benignas no Recém-Nascido
Célia Pinheiro
USF Cova da Piedade
DI de Setúbal Norte
Luísa Rocha
INTRODUÇÃO:
A pele de um recém-nascido pode exibir uma variedade de alterações na sua aparência e
textura durante as primeiras semanas de vida. A grande maioria destas lesões são benignas
e auto-limitadas, mas, no entanto, são causa frequente de preocupação parental e frequente
motivo de procura médica. Assim, a competência de reconhecer as diferenças entre lesões
normais e anormais no recém-nascido é crucial para a sua correcta abordagem.
OBJECTIVOS:
Revisão de lesões cutâneas benignas frequentes ou relativamente frequentes que podem ser
observadas no primeiro mês de vida.
MÉTODOS:
Pesquisa na Medline e em sites de associações médicas de artigos escritos em inglês publicados entre Janeiro de 2000 a Março de 2008 utilizando as palavras-chave “newborn skin” e
“benign lesions”.
RESULTADOS:
Discussão breve em termos de semiologia e diagnóstico diferencial de lesões benignas transitórias, infecções pustulares e vesiculares, “sinais congénitos” (lesões vasculares e
pigmentares), algumas flictenas e outras condições cutâneas.
Poster
Revisão
CONCLUSÃO:
O médico de família deve estar familiarizado com as várias alterações cutâneas no recémnascido, devendo ser capaz de distinguir as lesões cutâneas mais graves e estar confortável
para discutir as dúvidas dos pais durante as consultas de rotina do recém-nascido.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected] / [email protected]
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Cláudia Soares1 (ap) *, Olívia Souza2
Centro de Saúde de Palmela
DI de Setúbal Sul
Susete Polónia, 2Alberto Simplício
1
INTRODUÇÃO:
Num adulto existem pelo menos 25 “sinais”, congénitos ou adquiridos, na sua maioria
benignos. É necessário o reconhecimento das afecções cutâneas comuns e a noção da
complexidade e da multiplicidade do diagnóstico dermatológico.
METODOLOGIA:
Recolha de imagens fotográficas durante o estágio de Dermatologia. Pesquisa bibliográfica
em livros de texto, revistas especializadas e artigos publicados, nos últimos cinco anos na
base de dados da Medline, utilizando as palavras-chave: melanocytic naevi, naevus,
melanoma.
REVISÃO:
Os chamados "sinais" cutâneos constituem manchas ou nódulos hiperpigmentados, negros
ou com variados tons de castanho (nevos) ou outras alterações benignas, tais como
angiomas, queratoses seborreicas, efélides, fibropapiloma, entre outros.
A distinção correcta entre uma lesão benigna, pré-maligna ou maligna é fundamental para o
diagnóstico precoce e melhoria da morbilidade e mortalidade, sendo de extrema importância
o reconhecimento dos sinais precoces e subtis da transformação maligna pelo Médico de
Família.
CONCLUSÃO:
A vigilância e seguimento dos “sinais” cutâneos na Medicina Geral e Familiar, a referenciação
atempada e o alerta para os factores de risco, fazem do Médico de Família um importante
elemento na prevenção primária do cancro de pele.
Poster
Autor(es)
“Sinais” cutâneos
Revisão
Título
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Acne Vulgaris - Como Tratar?
Natasha Gomes
Centro de Saúde Curral das Freiras - Câmara de Lobos
Direcção de Internato da Região Autómona da Madeira
Cristina Gouveia
INTRODUÇÃO:
A acne é uma doença inflamatória crónica dos folículos pilo-sebáceos. Afecta 85% dos
adolescentes com um pico de incidência entre 10 e 17 anos nas raparigas e 14 e 19 anos nos
rapazes. É das patologias dermatológicas mais frequentes em cuidados de saúde primários,
na qual a intervenção precoce, pode prevenir a desfiguração e as sequelas psicossociais.
Como tal, cabe ao Médico de Família o papel primordial no seu tratamento através de uma
terapêutica correcta e direccionada.
OBJECTIVOS:
Fazer uma revisão sistemática do tratamento da acne. Criar um fluxograma que permita
orientar o médico de família para a sua abordagem clínica e terapêutica.
METODOLOGIA:
Pesquisa de artigos de revisão, meta-análises e guidelines na PubMed, National Guideline
Clearinghouse, Cochrane, publicados entre 2000 e 2008, com as palavras-chave acne
vulgaris, treatment, nas línguas inglesa, espanhola e portuguesa. Consulta de revistas científicas e livros de texto de referência.
REVISÃO:
A maioria dos artigos consultados sugere que o tratamento da acne seja consuante o tipo e
gravidade das lesões, classificadas como ligeira, moderada ou grave. Os tratamentos tópicos
são terapêutica standard da acne ligeira (retinóide tópico, peróxido de benzoílo em combinação com a eritromicina ou a clindamicina)(A). Na acne moderada e grave, a antibioterapia
oral é a terapêutica standard (doxiciclina, minociclina eritromicina e o trimetoprim-sulfametoxazol)(A). A isotretinoína oral está aprovada no tratamento do acne grave e nodular (A).
Quanto aos contraceptivos orais, apenas o etinil-estradiol/acetato de noretindrona e o
etinil-estradiol/norgestimato tenham sido aprovados FDA para o tratamento da acne, todos
os outros contraceptivos orais combinados melhoram.
Poster
Revisão
CONCLUSÃO:
O médico de família constitui, quase sempre o primeiro contacto da família e do adolescente
com acne. Assim, pretende-se criar um guia orientador que facilite a sua abordagem e
actuação no momento da instituição terâpeutica.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
120
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Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Cláudia Ho (ap), Filipa Nóbrega, António Santos
Centro de Saúde Dr. Joaquim Paulino, USF AlphaMouro
DI de Lisboa D
Zélia Vaz
ENQUADRAMENTO:
As feridas limpas cicatrizam, de forma geral, rapidamente. As feridas crónicas, onde se
incluem as úlceras de pressão e úlceras de hipertensão venosa, levantam problemas
complexos. A melhor abordagem é multidisciplinar, no entanto o médico deverá orientar a
terapêutica tendo em conta as características dos constituintes do material de penso. Cada
um dos profissionais de saúde envolvidos no processo contribui para o bem-estar do utente,
traduzido não só na diminuição dos custos em cuidados com a saúde, como numa melhor
qualidade de vida.
OBJECTIVO:
Sistematizar os diferentes tipos de penso e a sua adequada aplicação nas feridas.
METODOLOGIA:
Realizou-se uma revisão bibliográfica sobre pensos e cicatrização de feridas em ambulatório.
A pesquisa foi realizada on line, através do motor de busca Google, utilizando as palavras
“ferida”, “materiais de penso” e “cicatrização”.
RESULTADOS:
A escolha entre os diferentes produtos varia em função de três parâmetros principais:
antecedentes pessoais (história de alergias ou intolerâncias); características clínicas da ferida
(bordos, extensão, profundidade, localização, infecção secundária e fase de cicatrização); e
sintomatologia geral da ferida (dor, hemorragia, sinais inflamatórios).
Os pensos podem ser classificados como desbridantes, absorventes, impregnados, cicatrizantes, filmes e biológicos. Os desbridantes estão indicados nas feridas com tecido desvitalizado, necrosado, como por exemplo as queimaduras. Os absorventes mantêm a humidade
e utilizam-se nas feridas exsudativas, infectadas ou não, e existem sob a forma de alginatos,
hidrofibras, hidrocolóides, espumas e carvão activado. Os impregnados aplicam-se nas
feridas não infectadas, em granulação ou epitelização. Como exemplo, as substâncias
gordurosas ou impregnadas com prata ou carvão activado. Os cicatrizantes utilizam-se nas
feridas nas feridas crónicas com fraca evolução, sem tecido necrosado ou fibrinoso e sem
infecção. Os filmes são usados na fase final da epitilização; e os biológicos nas feridas
necrosadas que não respondem à antibioterapia e que estejam localizadas longe dos grandes
vasos.
CONCLUSÃO:
As diferentes classes de pensos promovem a cicatrização em meio húmido, conferem
protecção e um maior conforto para o doente. É importante que o médico assistente saiba
adequar a vasta diversidade do material de penso ao tipo de ferida a tratar, visando uma
melhor prática clínica.
Poster
Autor(es)
Materiais de penso em ambulatório: qual aplicar?
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Título
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Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Abordagem do Pé Diabético nos cuidados de saúde Primários
Fátima Franco
Centro de Saúde de Odivelas- Olaio
DI de Lisboa AEF
Manuel Vazquez
INTRODUÇÃO:
Neste trabalho de revisão sob a forma de poster, pretende-se apresentar uma proposta de
abordagem do pé diabético a nível dos cuidados de saúde primários. Este tema foi escolhido
pela elevada prevalência da Diabetes Mellitus. O pé diabético é uma das complicações mais
graves da diabetes, sendo uma causa de grande morbilidade e mortalidade. Em Portugal é
responsável por cerca de metade das amputações de causa não traumática.
MÉTODOS:
Foi realizada pesquisa na base de dados Medline através da Pubmed usando como palavraschave "diabetic foot", em artigos publicados há menos de 10 anos, em Inglês, Espanhol,
Francês e Português. Foram seleccionados todos os artigos cujos títulos ou resumos foram
considerados relevantes para este trabalho. Foi ainda feita pesquisa nas orientações da
direcção geral de saúde e revista portuguesa de clínica geral.
DISCUSSÃO:
O pé diabético é caracterizado pela presença de lesões nos pés decorrentes de neuropatia
periférica, doença arterial periférica e deformidades ósseas sendo que a neuropatia periférica
desempenha um papel central.
A incidência de neuropatia diabética aumenta com a idade do doente, o tempo de duração da
diabetes e com o mau controlo metabólico. Embora complicações a nível do pé possam
ocorrer em todos os diabéticos, existem factores de risco como: úlcera ou amputação prévia,
complicações tardias da diabetes, diminuição da acuidade visual, desconhecimento dos
riscos da doença, presença de pele seca, gretas, calosidades, onicomicose, deformidade dos
dedos ou rigidez articular, neuropatia, doença arterial periférica, uso inadequado de meias e
calçado. É fundamental uma observação periódica dos pés dos diabéticos bem como uma
anamnese adequada para determinar factores de risco presentes. É também importante o
ensino de medidas preventivas no sentido de evitar complicações do pé diabético.
CONCLUSÃO:
Todos os diabéticos devem ter os seus pés observados periodicamente com o objectivo de
avaliar alterações e factores de risco. O médico de família encontra-se numa posição privilegiada para a detecção precoce de alterações do pé e também na educação do utente
diabético sobre os cuidados a terem com os seus pés.
Poster
Revisão
PALAVRAS-CHAVE: Pé diabético
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
António Mendes dos Santos (ap), Filipa Nóbrega, Cláudia Ho
Centro de Saúde Dr. Joaquim Paulino - Rio de Mouro, USF Alpha Mouro
DI de Lisboa D
José Carlos Patrício, Délia M. Pacheco, Zélia Vaz
INTRODUÇÃO: Na diabetes insulino-dependente o tratamento tem de ser ajustado de modo
preciso a cada paciente, dependendo este de múltiplos factores, entre eles: evolução e
complicações da doença, idade do paciente, grau de autonomia, hábitos alimentares,
situação laboral, prática de exercício físico e doenças intercorrentes.
O Médico de Família deverá estar sensibilizado para estas situações e estar informado sobre
as várias apresentações de insulina disponíveis, de modo a fazer um aconselhamento e tratamento fundamentado aos seus utentes diabéticos, uma vez que surgiram recentemente
novas apresentações e formulações de insulina em Portugal.
OBJECTIVOS: Sistematizar as várias apresentações de insulina actualmente disponíveis em
Portugal e fazer a sua classificação de acordo com o seu início de acção, pico de acção e
duração da acção no organismo.
METODOLOGIA: Pesquisa bibliográfica sobre o tema em endereços específicos do world
wide web entre Janeiro de 2006 e Maio de 2008 utilizando o Google, revistas médicas e livros
de texto.
PALAVRAS-CHAVE: tipos de insulina/insulin types, insulina humana/human insulin, análogos
de insulina/analogue insulin, produtores de insulina/insulin producers
RESULTADOS: Foram encontradas várias apresentações de insulina disponíveis no mercado
português, produzidas por três laboratórios diferentes.
Apresenta-se a respectiva sistematização dos vários tipos de insulina e classificam-se de
acordo com as suas características de acção no organismo.
CONCLUSÕES: Na diabetes insulino-dependente o tipo de insulina utilizada, bem como a sua
dosagem e periodicidade de administração devem ser cuidadosamentes ajustadas, de modo
a aproximar os níveis de glicemia de um diabético o mais possível dos de um indivíduo não
diabético. Neste sentido, é fundamental o Médico de Família estar informado acerca das diferentes vertentes terapêuticas actuais da diabetes insulino-dependente.
Poster
Autor(es)
Actualização das insulinas disponíveis em Portugal
Revisão
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
“DORME BEM, OU DORMIRÁS PARA SEMPRE...
Abordagem da Patologia do Sono ”
Tiago Aires d'Oliveira (ap)1, Cláudia Santos Silva2, Ricardo Martins da Cunha3
USF S João do Pragal, DI de Setúbal Norte
Centro Saúde Cascais, DI de Lisboa BC
3
Centro Saúde Amadora, DI de Lisboa D
1
2
Deolinda Diniz, 2Isabel Betina, 3Mª Manuel Alves
1
INTRODUÇÃO:
O sono, como todos os grandes equilíbrios da Vida, é o reflexo do pleno bem-estar da
Pessoa. O estabelecimento e manutenção de padrões estáveis de sono é fundamental para
correcto funcionamento do organismo como um todo e, por isso, as manifestações dos
distúrbios do sono são multi-sistémicas. Afectam todo o indivíduo mas, também, a família e a
comunidade onde ele se insere.
OBJECTIVO:
Rever e sistematizar a abordagem das principais e mais frequentes perturbações do sono ao
nível de cuidados de saúde primários.
METODOLOGIA:
Pesquisa bibliográfica de artigos e guidelines, na base de dados Medline através da plataforma PubMed, na EBM e DGS, entre Janeiro de 2002 e Maio de de 2008. Palavras Chave:
sleep; disorders; health; primary care; sono; distúrbios; saúde.
REVISÃO:
O sono normal é aquele que proporciona ao indivíduo uma sensação de descanso, de noite
bem dormia, e que lhe permita que, no dia seguinte, não tenha sonolência diurna. E, portanto,
possa executar as suas tarefas diárias. São inúmeras as alterações patológicas do sono.
Referenciam-se as principais, nomeadamente, Insónia, Distúrbios Respiratórios do Sono,
Hipersónias, Distúrbios do Ritmo Circadiano do Sono, Parassónias e Distúrbios Relacionados
com o Movimento. Faz-se uma abordagem prática e sumária dos diferentes pontos fundamentais para uma precoce e correcta avaliação , assim como se enunciam as orientação
clínicas a dar a estes doentes.
Poster
Revisão
CONCLUSÃO:
Um terço da Vida é passada a dormir. O Sono é o elemento reparador e essencial para o
nosso bem-estar. A sua desregulação acarreta consequências nefastas. Assim, é imperativo
que o médico de família esteja atento aos sinais de alerta de um sono não reparador, para
que possa orientar o doente com uma patologia do sono .
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Isabel Cardoso1 (ap), Ana Margarida Baptista2
Centro de Saúde de Torres Vedras1(extensão Turcifal), Centro Hospitalar
Psiquiátrico de Lisboa2
DI de Lisboa AEF
Alexandra Abrunhosa1, Paula Casquinha2
INTRODUÇÃO: As perturbações do sono afectam, de acordo com estudos efectuados nos
EUA, entre 30 a 60% das pessoas. Com o avançar da idade ocorrem importantes alterações
na arquitectura do sono, nomeadamente no sono delta. O envelhecimento da população é
uma realidade tornando-se imprescindível um diagnóstico correcto das perturbações do sono
no idoso, ainda subvalorizadas, subdiagnosticadas e como tal não tratadas ou erradamente
medicadas. Estas atitudes têm impacto económico profundo no país, na relação-custo benefício e na qualidade de vida dos indivíduos inseridos numa familia e na comunidade.
OBJECTIVOS: Criar um fluxograma que permita orientar o médico de família na abordagem
da insónia no idoso.
METODOLOGIA: 1. Revisão de conceitos em manuais de psiquiatria e de MGF; 2. Pesquisa
de artigos na Medline e no motor de busca Pubmed com limites em artigos nos últimos 10
anos em Francês, Espanhol, Português e Inglês utilizando as palavras chave insomnia in the
eldery, dos artigos encontrados foram seleccionados aqueles com o abstract de acordo com
o tema do trabalho; 3. Pesquisa de protocolos - American Family Physician Society.
REVISÃO: Define-se insónia como a dificuldade em iniciar e/ou manter o sono. É uma queixa
comum, podendo ser classificada quanto à duração em transitória (apenas algumas noites)
ou persistente (mais de três ou quatro semanas) e quanto à causa em primária ou secundária.
No idoso ocorrem alterações da arquitectura do sono: o seu ínicio é mais díficil, o tempo de
sono total e o efeito reparador é menor (despertares frequentes), traduzindo-se por deitar e
acordar mais cedo, sono delta menor, aumento do período de sono REM e podendo mesmo
ocorrer uma inversão do ciclo do sono. Contudo, estas alterações de padrões e necessidades
são fisiológicas e esperadas ao longo da vida. Todavia a insónia não faz parte do processo
fisológico de envelhecimento, acarretando riscos de fadiga crónica, alterações de memória,
concentração, desempenho, orientação, quedas e acidentes. Contam-se ainda entre as
causas de insónia do idoso as doenças físicas como a cardiovascular, pulmonar,
gastrentestinal, urológica, osteoarticular e neurológica (como a Demência e a Doença de
Parkinson) associadas a quadro depressivos e terapêutica com farmacos diversos (beta
bloqueantes, broncodilatadores, corticoides, tiroxina, entre outros).
As autoras apresentam um fluxograma de abordagem, diagnóstico e orientação terapêutica
na insónia no idoso.
CONCLUSÃO: O algoritmo apresentado pretende ser uma ferramenta de trabalho que auxilie
o médico de família a distinguir entre um padrão de sono fisiológico no idoso e insónia, assim,
como o tratamento personalizado de cada situação clínica. O impacto na qualidade de vida
dos utentes deve ser tido em conta e não subvalorizado.O aumento da longevidade das
populações implica uma abordagem adequada e cuidada pelos grandes custos sócioeconómico que daí advêm.
PALAVRAS CHAVE: Insónia, Idoso, Fluxograma.
Poster
Autor(es)
Insónia no Idoso
Revisão
Título
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
O Sono no Idoso
Marisa Casanova, Fátima Franco (ap)
Centro de Saúde de Odivelas - Extensão do Olaio
DI de Lisboa AEF
Manuel Vazquez
INTRODUÇÃO:
Este trabalho tem como objectivo apresentar uma proposta de abordagem, a nível dos cuidados
de saúde primários, dos distúrbios do sono mais frequentes no idoso. Foi escolhido este tema
pelo elevado número de idosos que relatam um distúrbio do sono como problema principal na
consulta, sendo comum a medicação crónica com hipnóticos e benzodiazepinas.
MÉTODOS:
Foi feita pesquisa na Medline/Pubmed usando como palavras-chave “sleep disorders” e
“aged”, em artigos dos últimos 10 anos, em Inglês, Francês, Português e Espanhol. Foram
encontrados 89 artigos tendo sido seleccionados 11 com base na relevância do título e abstrat
para o tema.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As modificações na qualidade e quantidade do sono afectam cerca de metade da população
com mais de 65 anos e têm impacto negativo na qualidade de vida. Os padrões de sono
alteram-se com a idade: diminuição tempo total de sono nocturno, avanço de fase (deitar mais
cedo e levantar mais cedo), diminuição do sono REM (Rapid Eye Movement) e, diminuição
do limiar do despertar. Apesar das alterações fisiológicas que ocorrem com a idade, os
distúrbios do sono não fazem parte do envelhecimento. São exemplos: insónia, distúrbios do
sono REM, narcolepsia, cataplexia, síndrome das pernas inquietas, movimento periódico das
pernas ou apneia obstrutiva do sono. A insónia é o distúrbio do sono mais frequente. Para
este podem contribuir patologias médicas ou determinada medicação. Torna-se essencial
uma boa história clínica perante um doente com distúrbio do sono, com vista a caracterizá-lo
e actuar com as medidas terapêuticas mais adequadas. Como primeira linha e também
adjuvante da terapêutica farmacológica temos a terapia cognitivo-comportamental (medidas
de higiene do sono, restrição do sono, controlo de estímulos, terapia cognitiva e técnicas de
relaxamento). Dentro das medidas farmacológicas mostraram efeito as benzodiazepinas de
curta acção, trazodone, zolpidem e melatonina. Esta terapêutica deve ser utilizada durante
um curto espaço de tempo e feito o desmame para evitar o efeito rebound. Nos idosos, a
associação de terapia cognitivo-comportamental com benzodiazepinas, mostrou-se mais
eficaz quer a curto, quer a longo prazo.
CONCLUSÃO E IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA CLÍNICA:
O distúrbio do sono é um problema que atinge a maioria da população idosa e que nem
sempre é tratada da maneira mais adequada. O médico de família encontra-se numa posição
privilegiada para fazer a abordagem: prevenção, diagnóstico, e tratamento destes distúrbios.
A terapia cognitivo-comportamental é um instrumento ao dispor do clínico muitas vezes
subutilizado, sendo nomeadamente importante a divulgação das medidas de higiene do sono
nos cuidados de saúde primários.
Poster
Revisão
PALAVRAS-CHAVE:
distúrbios do sono, idoso, insónia, higiene do sono
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Heidy Neves(ap), Sara Almeida
CS de Santarém
DI de Santarém
Manuela Graça
PALAVRAS-CHAVE:
Depressão, síndrome depressivo, Cuidados Primários, diagnóstico, terapêutica.
INTRODUÇÃO:
A depressão é um distúrbio psiquiátrico muito prevalente na população geral. Um grande
número de utentes dos Cuidados de Saúde Primários cumpre os critérios diagnósticos deste
transtorno. É ao médico de família que cabe a tarefa de fazer uma abordagem diagnóstica e
terapêutica adequadas desta patologia.
OBJECTIVOS:
Rever a abordagem do doente com depressão, criando um algoritmo que permita orientar o
médico de família no diagnóstico diferencial e terapêutica.
METODOLOGIA:
Pesquisa de revisões sistemáticas, guidelines e meta-análises publicados nos últimos 10
anos na Medline/Pubmed, Evidence Based Health Care, National Guidelines, consulta de
sites de organizações da especialidade e consulta de livros e revistas da especialidade.
RESULTADOS:
A depressão define-se como um humor disfórico ou perda de interesse ou prazer em todas
ou quase todas as actividades habituais, podendo estes doentes, apresentar múltiplas
variações diárias do seu estado de ânimo. A prevenção e tratamento podem incluir uma
simples mudança de hábitos diários, redução de situações de stress, modificação de estilos
de vida, passando pelo acompanhamento psicológico, até à terapêutica farmacológica com
associações de vários tipos de psico-fármacos.
DISCUSSÃO/CONCLUSÃO:
Esta revisão permite sistematizar a abordagem e terapêutica desta patologia, assim como,
seleccionar os casos que devem ser referenciados aos Cuidados de Saúde Secundários pelo
Médico de Família.
Poster
Autor(es)
Depressão - O papel do médico de família
Revisão
Título
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Quando a maternidade não é felicidade.
Ana Ferreira1, Ana Campos2 (ap), Joana Gerardo3
Centro de Saúde Quinta da Lomba - Barreiro1, Centro de Saúde Seixal - USF Fernão
Ferro2,3
DI de Setúbal Sul e DI de Setúbal Norte
Fernando Costa Ferreira1, Maria da Luz2, Antónia Alvito3
INTRODUÇÃO/PERTINÊNCIA DO TEMA:
A gravidez e o puerpério correspondem a um período crítico e vulnerável para a instalação de
perturbações psíquicas devido a transformações emocionais, relacionais, sociais e económicas que envolvem o casal. Estas patologias são subdiagnosticadas, em 50 a 70% dos
casos o diagnóstico é feito vários meses após o inicio da sintomatologia, porque existe uma
grande dificuldade da mulher em expressar os seus sentimentos negativos nesta fase da vida.
As principais perturbações psíquicas do pós-parto distribuem-se por quatro categorias, a
disforia pós-parto, com uma prevalência de 40 a 60%, a depressão pós-parto, 12 a 14%, a
psicose pós-parto, 0,1 a 0,2% e as perturbações de ansiedade pós-parto.
OBJECTIVO:
Rever e sistematizar estratégias de diagnóstico e orientação das perturbações psíquicas do
pós-parto em cuidados de saúde primários.
METODOLOGIA:
Revisão de bibliografia existente sobre o tema, com pesquisa na base de dados
Medline/Pubmed, revistas científicas e livros de texto de referência. Palavras-chave: postpartum depression, screening e management.
RESULTADOS/REVISÃO DO TEMA:
Os principais factores de risco para as perturbações psíquicas do pós-parto são os
antecedentes psiquiátricos da mulher, factores socioeconómicos adversos, características da
própria gravidez e de gestações anteriores, entre outros. Para prevenir e diagnosticar precocemente as perturbações psíquicas no puerpério é fundamental que o médico de família
aborde e vigie determinadas áreas da vida da grávida, do casal e do funcionamento familiar,
quer ao longo da gravidez quer durante o puerpério.
A distinção entre o patológico e o aceitável como reacção natural à maternidade nem sempre
é fácil. Para além de critérios clínicos estão disponíveis alguns métodos de rastreio fáceis de
aplicar, tal como a Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo para o rastreio da
depressão pós-parto. Uma vez estabelecido o diagnóstico de uma perturbação psíquica do
puerpério é fundamental iniciar tratamento atempadamente e conhecer os critérios de referenciação aos cuidados de saúde secundários.
Poster
Revisão
CONCLUSÃO:
Para garantir famílias funcionais e um desenvolvimento saudável do recém-nascido é de
extrema importância uma correcta abordagem das principais perturbações psiquiátricas
maternas do puerpério. Os cuidados de saúde primários desempenham um papel primordial
na abordagem destas perturbações, podendo através de uma detecção precoce das
mulheres em risco e sua pronta orientação terapêutica, evitar as consequências negativas
destas patologias para toda a família.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Lara Sutil
Centro de Saúde do Entroncamento
DI de Santarém
Manuela Ambrósio
INTRODUÇÃO:
As perturbações psiquiátricas são cada vez mais comuns na mulher em idade fértil. O risco
de teratogenicidade de certos psicofármacos não só condiciona insegurança na sua utilização
durante o período de gravidez como conduz muitas vezes ao abandono da medicação por
parte da mulher quando esta deseja engravidar. Em situações em que já existem
antecedentes, o Médico de Família deverá estar atento e alertar a mulher para a necessidade
de programação da gravidez de forma a maximizar o seu bem estar e minimizar o risco para
o feto.
OBJECTIVOS:
Sensibilizar os Médicos de Família para a necessidade de programar a gravidez da mulher
com patologia psiquiátrica de forma ainda mais rigorosa que o habitual e dar a conhecer as
principais recomendações relativas aos psicofármacos a utilizar na mulher grávida com
patologia psiquiátrica.
PALAVRAS-CHAVE:
“psycotropic medication during/in pregnancy” e “psicofármacos na gravidez”
METODOLOGIA:
Pesquisa de artigos utilizando as palavras-chave, na Medline/Pubmed (limites: artigos em
Português, Inglês ou Espanhol, free full text, publicados nos últimos 10 anos), na base de
dados Google e em livros de referência durante o mês de Julho de 2008.
REVISÃO:
O grande desafio no tratamento de patologia psiquiátrica na gravidez é saber balancear o
risco potencial dos sintomas de descompensação psiquiátrica na evolução da gravidez e no
pós-parto e os riscos de teratogenicidade dos psicofármacos. A abordagem da patologia
psiquiátrica na grávida é por isso bastante complexa, devendo o MF conhecer os psicofármacos a. utilizar nas patologias psiquiátricas mais comuns, com menor risco para a mãe e
para o feto.
CONCLUSÃO:
O Médico de Família, por prestar cuidados pré e pós-concepcionais tem um papel preponderante na diminuição do risco materno-fetal, através da correcta programação da gravidez e
abordagem terapêutica da grávida com patologia psiquiátrica, tendo em conta as restrições
na utilização de determinados psicofármacos.
Poster
Autor(es)
PSICOFÁRMACOS NA GRAVIDEZ
Revisão
Título
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Infecções urinárias recorrentes na grávida - profilaxia antibiótica?
Célia Gonçalves
Centro de Saúde de Queluz - USF Mactamã
DI de Lisboa D
António Frazão
INTRODUÇÃO:
As infecções do aparelho urinário (IAU) são uma complicação importante do período gestacional, agravando quer o prognóstico materno quer o perinatal. As mudanças anatómicas e
fisiológicas do aparelho urinário que decorrem na gravidez predispõem à transformação de
bacteriúrias assintomáticas (BA) em IAU sintomáticas. A BA afecta 2-10% das grávidas,
sendo que 30% desenvolverão pielonefrite, se não adequadamente tratadas.
A preocupação adicional é que, além da incidência aumentada de IAU sintomáticas durante
a gravidez, o arsenal terapêutico antimicrobiano e as possibilidades profiláticas são restritas.
OBJECTIVO:
Com este trabalho pretendeu-se elucidar acerca das várias orientações na abordagem das
infecções urinárias recorrentes na grávida, no que concerne à instituição ou não de profilaxia
antibiótica.
MATERIAIS E MÉTODOS:
Revisão bibliográfica efectuada através da MEDLINE/PubMed e MEDSCAPE, com as palavras-chave recurrent urinary infections, pregnacy e prophylactic antibiotherapy. Análise de
artigos escolhidos segundo o interesse clínico para a temática.
RESULTADOS:
A profilaxia das IAU nas grávidas está indicada se: a) dois ou mais episódios de infecção
urinária na gravidez actual; b) um episódio de pielonefrite; c) presença de factores de risco:
disfunção vesical, anomalias anatómicas, transplante renal e pré-operatório de cirurgias
urológicas/ginecológicas. Alguns estudos referem ainda como indicações: litíase renal e
diabetes.
Os fármacos indicados são: nitrofurantoína 100 mg/d PO; trimetropim/sulfametoxazol 160/800
mg/d PO; cefalexina 250 mg/d PO. Embora não consensual, a profilaxia antibiótica deverá ser
efectuada durante toda a gestação até à 2ª semana pós-parto, excepção feita às IAU associadas à actividade sexual (administração em toma única pós-coital).
Não têm evidência científica comprovada: reforço hídrico, hábitos de higiene, micções
frequentes e micção pós-coital.
CONCLUSÕES:
Perante a incidência aumentada de IAU sintomáticas na gravidez, e tendo em conta as várias
limitações terapêuticas, é incontestável a importância de diagnóstico precoce, de terapêutica
atempada e adequada, assim como de instituição de profilaxia antibiótica, ajustada caso a
caso.
Considera-se importante a actualização das orientações acerca da antibioterapia profilática
nas grávidas com IAU recorrentes, assim como a eventual revisão de protocolos de saúde
materna que ainda não a contemplem.
Poster
Revisão
PALAVRAS-CHAVE: Recurrent urinary tract infections; antibiotic prophylaxis; pregnant.
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Instituição
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Resumo
Ana Serrão, Carla Marques (ap)
Centro de Saúde de Alhandra - Extensão de Alverca, USF Feijó
DI de Lisboa AEF, DI de Setúbal Norte
Dulce Abreu, Isabel França
INTRODUÇÃO:
A toxoplasmose é uma doença infecciosa causada pelo Toxoplasma gondii. A infecção pode
ser adquirida ao ingerir alimentos contaminados ou através do contacto com fezes de gato e
não se transmite pessoa-a-pessoa. No indivíduo imunocompetente a infecção pode passar
despercebida ou associar-se a síndrome gripal. Contudo, na grávida a doença assume especial relevância pelas graves consequências que pode ter sobre o feto. As consultas de saúde
materna fazem parte das actividades desempenhadas pelo Médico da Família, pelo que o
conhecimento dos riscos e consequências desta infecção, bem como dos protocolos de
vigilância e de actuação em caso de doença são essenciais para a boa prática clínica.
OBJECTIVOS:
Este trabalho tem como principais objectivos rever as formas de contágio, as medidas preventivas e os protocolos de vigilância da grávida não imune à toxoplasmose. E, ainda, relembrar as
possíveis consequências da ocorrência de infecção durante a gravidez e o modo correcto de
actuação nestas circunstâncias.
MATERIAL E MÉTODOS:
Realizou-se uma pesquisa de artigos de revisão, metanálises e guidelines na
Pubmed/Medline, publicados em língua inglesa, francesa, castelhana e portuguesa nos
últimos 5 anos. Utilizaram-se as palavras-chave ”toxoplasmosis” e “pregnancy”. Foram ainda
consultadas as orientações portuguesas sobre o tema.
CORPO DA REVISÃO:
A infecção por toxoplasmose durante a gravidez pode levar à ocorrência de aborto ou de
convulsões, microcefalia, coriorretinite, icterícia e outras alterações cerebrais no feto, estando
o risco e a gravidade da doença associados à idade gestacional no momento da infecção.
A adopção de cuidados alimentares e no contacto com animais e jardins pode evitar o contágio,
sendo maior a adesão a estas medidas quando a grávida é informada dos riscos para a saúde
do bebé.
A informação do estado de imunidade para esta infecção deve ser obtida antes da gravidez
ou o mais precocemente possível durante o seu decurso. No caso de não existir imunidade é
crucial fazer o doseamento de IgM e IgG para a doença durante toda a gestação, havendo
divergências nos protocolos em relação à periodicidade da avaliação laboratorial. A determinação da avidez das imunoglobulinas tem vido a revelar-se uma nova arma na vigilância e
diagnóstico da doença. A ocorrência de seroconversão deve ser imediatamente investigada
e a confirmação da infecção obriga ao início da terapêutica e referenciação aos cuidados de
saúde secundários para uma maior vigilância do bem-estar fetal, podendo justificar a interrupção legal da gravidez.
CONCLUSÃO:
O Médico de Família, pelo seu lugar privilegiado no conhecimento dos elementos da família
e das expectativas envolvendo a gravidez, é essencial no estabelecimento de um plano de
cuidados preventivos e de vigilância da grávida. Por outro lado, pode ser uma peça fundamental no diagnóstico precoce e, consequentemente, no tratamento da infecção por toxoplasmose.
Poster
Autor(es)
Toxoplasmose e Gravidez
Revisão
Título
Endereço e-mail para correspondência: [email protected], [email protected]
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Resumo de Comunicação
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Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Terapêutica dos problemas otorrinolaringológicos mais comuns na Gravidez O que é seguro?
Barreto C.1, Mora P.2(ap), Neta M.3, Delgado F.4
Centros de Saúde de Linda-a-Velha, Queluz, Amadora, Queluz
DI de Lisboa BC e D
Paulo Eiras1, Eduardo Nelson Josefino2, Luísa Caldeira3, Adília Menezes4
INTRODUÇÃO:
As patologias que atingem o aparelho otorrinolaringológico - ORL (rinite alérgica, “rinite gravídica”, rinossinusite aguda e crónica, faringite, laringite, otites, epistáxis) apresentam um
acréscimo da sua prevalência na gravidez.
A administração de fármacos durante a gravidez, afecta a mãe e o feto, podendo condicionar
neste último teratogenia, que se define como alterações morfológicas, bioquímicas ou
comportamentais, induzidas em qualquer fase da gestação e detectadas em qualquer
momento da vida do indivíduo. O período de maior vulnerabilidade situa-se entre a 8ª e 12ª
semana. O risco de teratogenicidade associado à ultilização de certos fármacos durante a
gravidez e os problemas éticos e metodológicos inerentes aos estudos nesta área são
responsáveis por alguma insegurança na sua prescrição durante este período, o que condiciona por vezes um subtratamento da grávida, que poderá ser ainda mais prejudicial para a
unidade materno-fetal.
OBJECTIVOS:
Rever e sistematizar a literatura publicada sobre o tratamento dos problemas de ORL mais
comuns na gravidez.
METODOLOGIA:
Pesquisa dos artigos publicados entre Janeiro de 2004 e Maio de 2008, utilizando o motor de
busca PubMed/Medline e consulta de bibliografia científica actualizada.
PALAVRAS CHAVES:
“Pregnancy”, “Nose”; “Throat”, “Drugs safety”, “Teratogenity”, “Otolaryngology”
REVISÃO:
Segundo a Organização Mundial da Saúde, estima-se que mais de 90 % das grávidas tomem
fármacos, quer sejam prescritos pelo médico ou de venda livre, e consomem drogas sociais,
como o tabaco e o álcool, ou drogas ilícitas. Em cerca, de 6% destas o consumo ocorre no
período de maior vulnerabilidade (1º trimestre). Das anomalias congénitas, cerca de 2-3%
estão associadas ao consumo de fármano na gravidez.
São várias as classificações que existem sobre o risco de teratogenicidade dos fármacos. A
classificação adoptada pela Food and Drug Administration, os engloba os fármacos em cinco
categorias (A; B; C; D e X), consoante o risco de ocorrência de defeitos congénitos e efeitos
na reprodução e na gestação.
São considerados seguros, na terapêutica das patologias de ORL mais comuns da gravidez,
os seguintes fármacos: beta-lactâmicos (com ajustamento da dose); macrólidos (embora a
eritromicina e a claritromicina apresentem alguns riscos); clindamicina; metronidazol (evitar
no 1º trimestre); anfotericina b (especialmente em imunodeprimidas durante o 2º e 3º trimestres); aciclovir; anti-inflamatórios não esteróides não selectivos (até ás 32 semanas);
descongestionantes nasais (não exceder os 7 dias); corticóides intranasais (budesonido);
antihistamínicos da 2ª geração (cetirizina no 3º trimestre ou loratidina no 2º e 3º trimestres),
antagonistas dos receptores H2 (excepto a nizatidina); inibidores da bomba de protões
(excepto o omeprazol).
Poster
Revisão
CONCLUSÃO
Perante os dados científicos actualmente disponíveis, cabe a cada clínico ponderar os benefícios e riscos da sua aplicação na prática clínica. Apesar da utilidade dos sistemas actuais
de classificação de medicamentos e seus efeitos associados à gestação, estes devem ser
utilizados com precaução pois fornecem informações limitadas sobre a maioria dos fármacos.
O Médico de família encontra-se em posição priviligiada para efectuar uma abordagem individual, tendo sempre em conta a máxima segurança do binómio mãe-feto.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
132
XIII JORNADAS
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Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Nelson Pereira
Centro de Saúde de Sacavém - USF São João da Talha
DI de Lisboa AEF
Cristina Silveira
INTRODUÇÃO:
A hemorragia uterina anormal é uma perturbação muito prevalente na prática clínica do médico
de família, e pode atingir mulheres de qualquer idade. A etiologia é muito variada, e o
conhecimento das causas mais frequentes nas diferentes fases da vida reprodutora da mulher
é essencial para estabelecer uma estratégia diagnóstica.
Deste modo, este poster pretende apresentar esquematicamente uma revisão da etiologia e
estratégias de diagnóstico da hemorragia uterina anormal nas diferentes fases reprodutivas
da mulher.
METODOLOGIA DA REVISÃO:
Pesquisa de artigos de revisão e guidelines, publicados na base de dados Medline/Pubmed
e sites de organizações da especialidade de Ginecologia, no período de 2000 a 2008, limitados
à língua inglesa, com as palavras-chave “diagnosis, abnormal uterine bleeding, general
practice”. Consulta do “Consenso sobre Hemorragias Uterinas Anormais” da Sociedade
Portuguesa de Ginecologia.
RESULTADOS
A etiologia mais provável da hemorragia uterina anormal depende da idade reprodutiva da
mulher. Consequentemente, a estratégia diagnóstica na abordagem desta perturbação vai
variar de acordo com o facto de estarmos perante uma mulher pré-menopausica,
perimenopausica ou pós-menopausica. Na mulher pré-menopausica sem achados anormais
na anamnese e no exame físico, o diagnóstico mais provável será o de hemorragia uterina
disfuncional. No entanto, a gravidez é uma situação que tem sempre de ser excluída. Na
mulher peri e pós-menopausica, a hiperplasia endometrial e o carcinoma do endométrio são
situações mais comuns e que têm de ser consideradas na investigação inicial.
As mulheres pré- ou perimenopausicas com hemorragia uterina disfuncional respondem
muitas vezes à terapêutica médica com contraceptivos orais, progestativos cíclicos ou mesmo
com dispositivo intra-uterino com progestativo.
ASPECTOS CRÍTICOS E/OU IMPLICAÇÃO NA PRÁTICA:
Face à grande prevalência desta perturbação, é de grande importância o conhecimento da
sua etiologia. Para além disso, deve ser estabelecido uma correcta estratégia diagnóstica
para o reconhecimento/exclusão atempada de determinadas situações mais graves que
podem estar na base desta patologia, e deste modo estabelecer um plano terapêutico mais
eficaz.
Poster
Autor(es)
Abordagem Diagnóstica das Hemorragias Uterinas Anormais
Revisão
Título
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
133
Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Avaliação de hematúria não traumática assintomática no adulto - algoritmo de
decisão
Leila Marques
Centro de Saúde de Odivelas - Extensão Caneças
DI de Lisboa AEF
Adelaide Laranjeira
Hematúria caracteriza-se pela presença de sangue, especialmente, glóbulos vermelhos, na
urina. É um sinal de presença de hemorragia no aparelho genito-urinário a qualquer nível: rim,
uréter, próstata, bexiga e uretra. É classificada em hematúria microscópica e macroscópica
podendo apresentar-se como episódio único ou recorrente.
A entidade patológica responsável pela hematúria pode variar de uma situação benigna até
uma situação que coloque em risco a vida do doente. Ocorre em cerca de 10% da população.
Em muitos casos, a hematúria é o único sinal presente enquanto que em outras situações
verifica-se a presença de sintomas variados.
Deverá ser feita uma observação sistematizada com ênfase no aparelho genito-urinário,
abdómen, pélvis e recto. Terão relevância antecedentes pessoais relacionados hábitos
urinários, tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas, exposição a substâncias tóxicas,
presença de Lítiase renal e Infeccções, consumo de drogas e DST. A história familiar poderá
revelar a presensa de predisposição para Lítiase renal, Drepanocitose, Doença de Von
Hippel-Lindau ou outra doença genética relacionada com hematúria.
Poster
Revisão
Pretende-se estabelecer um algoritmo de avaliação de hematúria, não traumática, no adulto,
através da revisão de artigos publicados recentemente sobre o assunto.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Delgado F.1, Neta M.2 (ap), Mora P.3, Barreto C.4
Centros de Saúde de Queluz, Amadora, Queluz, Linda-a-Velha
DI de Lisboa BC e D
Adília Menezes1, Luísa Caldeira2, Eduardo Nelson Josefino3, Paulo Eiras4
PERTINÊNCIA DO TEMA:
A incontinência urinária (IU), que se define como a perda involuntária de urina demonstrável
e inaceitável higiénica e/ou socialmente, é uma das doenças crónicas mais frequentes em
cuidados de saúde primários (CSP). Apresenta uma elevada prevalência na mulher adulta e
aumenta com a idade, afectando cerca de 10 a 20% das mulheres entre os 15 e os 64 anos
e cerca de 40% daquelas com mais de 60 anos. Apesar do importante impacto físico, psicológico, social e económico, apenas um terço destas mulheres aborda este problema com o
seu médico, encarando-o como parte natural do envelhecimento.
OBJETIVOS:
Sistematizar a literatura publicada sobre a abordagem da incontinência urinária na mulher em
CSP.
METODOLOGIA:
Pesquisa bibliográfica de artigos e guidelines na base de dados Medline/PubMed, National
Guideline Clearinghouse entre os anos de 1998 e 2008, com as seguintes palavras chave:
“urinary incontinnence”, “women”, “guideline”, “urogynecology”.
REVISÃO:
A abordagem clínica da IU feminina, inicia-se pela avaliação dos sintomas, quer em termos
de tipo e gravidade (com a eventual aplicação de questionários como o Incontinence severity
index, e realização do diário miccional 3 a 7 dias ou do “pad testing” 24 horas, para objectivação das perdas) quer em termos de impacto sobre a qualidade de vida (aplicação de
questionários validados como o ICIQ-SF ou o KHQ).
É unânime que, numa fase inicial, devem ser excluídas causas de IU funcional através da
inquirição sobre comorbilidades (diabetes mellitus, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca
congestiva, doença psiquiátrica ou neurológica, obstipação, infecções urinárias), fármacos
(diuréticos, bloqueadores canais de cálcio, benzodiazepinas), história ginecológica (cirurgias
anteriores e patologia associada) e obstétrica (índice obstétrico, tipo de parto, peso do recémnascido).
O exame objectivo deverá incluir o índice de massa corporal, avaliação do pavimento pélvico
(eventuais prolapsos e atrofia vaginal), exame neurológico sumário, stress-teste e eventualmente o Q-tip teste e a avaliação do resíduo pós miccional por cateterização ou ecografia
vesical. Complementarmente deve ser efectuado exame sumário de urina e eventual urocultura, para exclusão de infecção urinária.
Esta abordagem permitirá classificar a IU na mulher em: IU de esforço (por hipermobilidade da
uretra), IU por urgência (por contracções involuntárias do detrusor) e IU mista, com implicações terapêuticas distintas.
Nesta revisão procede-se à avaliação, em termos de níveis de evidência, da abordagem
terapêutica para os diferentes tipos de IU, que inclui alteração do estilo de vida (redução do
peso, do consumo de tabaco e cafeína e controlo da ingestão de líquidos), técnicas comportamentais e de reabilitação do pavimento pélvico e terapêutica farmacológica (anticolinérgicos, inibidores da recaptação da serotonina e noradrenalina).
Por último, são equacionados critérios de referenciação para cuidados de saúde secundários,
quer para avaliação complementar diagnóstica (ex: estudo urodinâmico), quer para serem
equacionadas outras opções terapêuticas, nomeadamente cirúrgicas.
CONCLUSÃO:
As características de acessibilidade e longitudinalidade dos cuidados prestados e a posição
privilegiada que o médico de família tem perante a sua utente, fazem dos CSP o meio mais
adequado para identificar este problema.
Poster
Autor(es)
Abordagem da incontinência urinária na mulher, em Cuidados de Saúde
Primários
Revisão
Título
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
135
Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Dignidade. Dignidade? Dignidade!
Madalena Vieira da Costa (ap), Filipa Fareleira, Miguel Julião
Centro de Saúde de Oeiras, Centro de Saúde de Rio de Mouro, Centro de Saúde de
Marvila
DI de Lisboa BC e D
Ana Quaresma, Maria José Verdasca, Carmo Cunha
INTRODUÇÃO:
A Dignidade Humana é um conceito complexo, há muito esquecido do pensamento médico e
engloba diversas dimensões do Eu: física; psicológica; espiritual; cultural e social.
A investigação tem demonstrado que, nas situações de pedido de eutanásia ou de suicídio
assistido, as questões de perda de Dignidade são as mais invocadas pelos doentes em final
de vida.
A Medicina Paliativa surge como uma resposta que presta cuidados holísticos, activos,
especializados, e um dos seus objectivos é permitir que os doentes morram com Dignidade.
Em Portugal, está ainda em fase de implementação a Rede de Cuidados Continuados
Integrados, que engloba os Cuidados Paliativos. Neste contexto, a intervenção do Médico de
Família (MF) nesta área ganha ainda maior importância já que a sua proximidade ao doente
é impar.
OBJECTIVOS:
Sensibilizar os MF para a problemática da Dignidade em final de vida e para a importância da
sua intervenção activa e estruturada, fornecendo um modelo de abordagem simplificado.
METODOLOGIA:
Pesquisa na base de dados Medline/Pubmed, motor de busca Google com as palavras-chave
“dignity”, “palliative care” e “terminal illness”, e revisão bibliográfica em livros de referência.
REVISÃO:
Valores centrais como o Respeito e a Dignidade são indispensáveis na abordagem ao doente.
Os profissionais de saúde têm grande influência na forma como os doentes experienciam e
ultrapassam a sua própria doença. Os cuidados conservadores de Dignidade compreendem
não só a actuação com os doentes, mas a maneira como estes os percepcionam.
O “Modelo da Dignidade” de Chochinov surge como um trabalho de referência. Este modelo,
construído com base em investigação com doentes oncológicos terminais, preconiza três
domínios a considerar no conceito de Dignidade/Percepção Individual de Dignidade: “Illness
Related Concerns” - Preocupações Relacionadas com a Doença; “Dignity Conserving
Repertoire” - Preocupações Relacionadas com o Eu e “Social Dignity Inventory - Preocupações Relacionadas com o Meio Social.
É descrita uma mnemónica para Cuidar com Dignidade: A (Attitude), B (Behaviour), C
(Compassion), e D (Dialogue), relembrando os profissionais de saúde da importância de “caring
for, as well as caring about, their patients”.
Com base nestes domínios é possível programar objectivos terapêuticos e estratégias de
intervenção mais adequadas.
As estratégias terapêuticas referidas devem apoiar o sentido de Autonomia do doente,
estimulando a sua capacidade de funcionamento independente, recorrendo à valorização da
sua história de vida passada, presente e futura.
Poster
Revisão
CONCLUSÃO:
É necessária a sensibilização da Medicina para a questão da Dignidade Humana.
Os MF encontram-se em posição privilegiada, conhecendo com profundidade a história de
vida do doente e da sua família. Neste contexto devem interiorizar determinados conceitos
que passem a penetrar na sua prática clínica diária:
– Existe Vida até ao final de Vida, contudo é necessário que tenha Qualidade e
Dignidade;
– O “Modelo da Dignidade” permite a operacionalização de um conceito muito vasto e
ambíguo e pode constituir uma bússola para que os profissionais de saúde e
cuidadores informais possam intervir de forma activa, estruturada, científica e humanizada no sofrimento e na forma como o doente e a sua família experienciam a doença
e as suas consequências.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
136
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Susete Marques de Freitas
Centro de Saúde do Monte
Região Autónoma da Madeira
Celeste Freitas
INTRODUÇÃO:
A esperança média de vida tem vindo a aumentar no mundo ocidental. O processo de envelhecimento está associado ao aparecimento de doenças crónicas, demências, neoplasias,
todas elas de cariz debilitante para o doente e para o familiar acompanhante, sobretudo o
cônjuge. Este processo de envelhecimento também se encontra associado à vivência da
morte de amigos, familiares próximos, vivência da viuvez com consequente isolamento
crescentevive, pois a perda de um ente querido é uma experiência marcante e assustadora.
OBJECTIVOS:
Conhecer os factores pessoais, sociais e estratégias de coping da perda no idoso enlutado.
Conhecer depressão como um factor predisponente à diminuição das capacidades
funcionais/cognitivas do idoso e a importância do médico de família em reconhecer ecompreender as características únicas de depressão no idoso.
MÉTODOS:
Foi efectuada uma pesquisa bibliográfica na base de dados da Medline/PubMed, nos últinos 15
anos, em língua portuguesa, inglesa e espanhola, através das palavras-chave “widowhood”,
“conjugal loss”, “elderly” e “depression”. A busca resultou em 135 artigos originais e de revisão,
tendo sido seleccionados 10 artigos.
RESULTADOS:
O luto conjugal no idoso é resultado da vivência da sua experiência cultural, do seu processo
de negação, do apoio familiar e social mas sobretudo da natureza das relações entre o
cônjuge enlutado e o falecido. De salientar que o processo de luto está relacionado com o
declínio da memória no idoso, com um processo de somatização ou com sintomas atípicos
de depressão.
CONCLUSÃO:
A importância do médico de família em saber reconhecer e compreender as características
únicas de depressão no idoso e poder aplicar no utente enlutado estratégias de comunicação,
de tratamento farmacológico e se necessário de referenciação à Psiquiatria.
Poster
Autor(es)
Luto Conjugal no Idoso- Como viver com a perda?
Revisão
Título
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Resumo de Comunicação
Título “Preparar a partida” - O Papel do Médico de Família na Prestação de Cuidados
em Fim-de-Vida
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Cláudia Antão (ap), Ana Costa, Manuela Rodrigues, Manuel Pereira, Tânia Almeida
Centro de Saúde da Póvoa de Santa Iria - USF Villa Longa,
Centro de Saúde de Arruda dos Vinhos - Extensão de Arranhó
DI de Lisboa AEF
Ana Maria Costa, Fátima Rabaçal, Manuela Rodrigues
INTRODUÇÃO: As últimas horas de vida podem ser das mais significativas para um indivíduo.
São a sua última oportunidade para resolver assuntos pendentes, deixar recordações positivas,
oferecer um último presente, encontrar paz interior e dizer adeus. É também a última oportunidade para a família e amigos se despedirem de forma digna do seu ente querido. Neste
momento de grande vulnerabilidade é fundamental que o apoio e acompanhamento prestados sejam feitos de forma adequada para evitar sofrimentos e angustias desnecessários e
proporcionar a tranquilidade suficientes para o restabelecer do equilibrio na dinâmica familiar.
Objectivos: Esta revisão pretende sistematizar os aspectos fundamentais da abordagem dos
doentes em fim-de-vida e suas famílias, antes, durante e após a morte.
METODOLOGIA: Procedeu-se à pesquisa sistemática nas bases de dados da MedLine,
Dare, TRIP e Bandolier de artigos publicados nos últimos 10 anos, utilizando as seguintes
palavras-chave: cuidados em fim-de-vida, cuidados paliativos, clínica geral, últimas horas
de vida (end-of-life care, palliative care, general practice, last hours of life).
RESULTADOS: Nos cuidados em fim-de-vida os doentes e suas famílias requerem do Médico
de Família (MF) competência clínica, disponibilidade para ouvir e educar, e empatia. Os problemas clínicos que mais frequentemente surgem nas últimas horas, os quais devem ser
antecipados pelo MF, incluem problemas de alimentação, hidratação, alterações do estado de
consciência, delírio, dor e dificuldade respiratória. A morte é um acontecimento natural da
vida que se faz acompanhar de um conjunto de alterações fisiológicas que para o leigo são
sinónimo de dor e sofrimento. O conhecimento da família sobre estes aspectos naturais
diminui a ansiedade e o receio da aproximação do momento final. A prestação de cuidados
por parte do MF passa pela abordagem dos aspectos clinicos, pela educação dos familiares
e cuidadores, não cessa na altura da morte mas prolonga-se no apoio ás famílias durante o
luto.
Poster
Revisão
CONCLUSÃO: As últimas horas de vida são importantes não só para o "bem-estar" e "conforto" do doente como para aqueles que o rodeiam. Todo o imaginário construído em redor da
"morte" torna, por vezes, difícil conseguir uma transição pacífica. O MF deve, por isso, antecipar os problemas clínicos e minimizá-los, conhecer os aspectos culturais que rodeiam a
morte actuando em concordância e oferecer apoio psicológico à família.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
138
XIII JORNADAS
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Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Ana Paes de Vasconcellos (ap), Ivo Reis
Centro de Saúde de Sintra - Extensão de Colares
DI de Lisboa D
Luiz Levy
O Sindroma do Intestino Irritável (SII) é um distúrbio gastrointestinal crónico caracterizado por
distensão, dor ou disconforto abdominal e alteração dos hábitos intestinais, podendo condicionar perda de qualidade de vida. A prevalência deste distúrbio em Portugal é desconhecida,
sendo estimada em 20% na população dos EUA(1) e de 10,5% numa comunidade de
Birmingham (UK). A maioria dos casos surge entre os 20 e os 30 anos de idade, afectando
duas vezes mais as mulheres que os homens. Estudos recentes sugerem uma prevalência
aumentada na população idosa(2). Não havendo nenhum marcador diagnóstico o SII é diagnosticado com base na apresentação clínica.
Os objectivos deste poster são o de esquematizar uma abordagem criteriosa e prática para
diagnosticar, orientar e controlar o SII, nos cuidados de saúde primários, e com sinais de
alarme de referenciação
O método utilizado foi o de pesquisa bibliográfica em livros de texto, artigos científicos (20022008) e Internet com as palavras chave: irritable bowel syndrome management and treatment.
O diagnóstico de SII deverá ser considerado em doentes que apresentem quadro de
dor/desconforto abdominal que é aliviado pela defecação ou acompanhado por alteração da
forma e/ou frequência das fezes. A este quadro deverão associar-se pelo menos 2 dos
seguintes sintomas: alteração do trânsito intestinal, distensão abdominal, fezes acompanhadas de muco e agravamento do quadro com a ingestão de alimentos.
Uma anamnese e exame objectivo cuidadosos são fundamentais para estabelecer o diagnóstico. A identificação de sinais e/ou sintomas de alarme, tais como: sintomatologia aguda,
progressiva ou nocturna, anorexia ou perda de peso, febre, rectorragias, início em idade
avançada ou história familiar de neoplasias, em conjunto com os exames auxiliares de diagnóstico deverá conduzir a investigação no sentido de excluir as patologias orgânicas que
mimetizem o quadro de SII.
O tratamento do SII assenta em duas vertentes: alteração do estilo de vida (dieta e actividade
física) e terapia farmacológica (antiespasmódicos, laxantes ou antidiarreicos). Os doentes
com SII deverão ser acompanhados durante um período mínimo de 12 meses, ao fim do qual,
caso persistam sintomas, poderá ser ponderado o inicio de intervenção psicológica.
O Médico de Família, como prestador de cuidados continuados, deverá estar atento ao surgimento de novos sintomas/sinais de alarme nestes doentes, afim de detectar doença orgânica
atempadamente.
Poster
Autor(es)
Uma abordagem prática ao Sindroma do Intestino Irritável
Revisão
Título
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
139
Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Cefaleias em idade pediátrica - Abordagem ao nível dos Cuidados de Saúde
Primários
Mora P. (ap), Neta M.2, Delgado F.3, Barreto C.4
Centros de Saúde de Queluz, Amadora, Queluz, Linda-a-Velha
DI de Lisboa BC e D
Eduardo Nelson Josefino1, Luísa Caldeira2, Adília Menezes3, Paulo Eiras4
INTRODUÇÃO:
A cefaleia é uma queixa frequente na infância e pode aumentar durante a adolescência. A sua
prevalência pode estar mesmo subavaliada, sobretudo em crianças mais novas. Para um
diagnóstico diferencial das cefaleias é necessário ter presentes as causas mais frequentes
neste grupo etário. O processo diagnóstico é completamente diferente conforme se trate de
uma situação recente de instalação aguda, de um quadro progressivo, de uma situação crónica
não progressiva ou de episódios recorrentes.
OBJECTIVOS:
Sistematizar a literatura publicada sobre a abordagem das cefaleias em idade pediátrica ao
nível dos cuidados de saúde primários.
MÉTODOLOGIA:
Pesquisa da base de dados da Pubmed/Medline, Cochrane entre Janeiro de 2000 e Junho de
2008, sendo seleccionado normas de orientação, artigos de revisão e meta-análise, e livro de
texto de Neurologia Pediátrica.
PALAVRAS-CHAVE:
“Headache in children and teenagers”, “Migraine”, “Primary Care”
REVISÃO:
Apesar da intensificação dos estudos nesta área nos últimos anos, a fisiopatologia das
cefaleias ainda não está suficientemente esclarecida. O diagnóstico das cefaleias na infância
e adolescência nem sempre é fácil, tendo em conta que é principalmente clínico, baseando-se
em características da dor com relação à localização, carácter, modo de início, factores
precipitantes, meios de alívio, frequência, sintomas acompanhantes entre outras particularidades. Alguns destes dados não são fornecidos por crianças pequenas e as informações
prestadas pelos familiares nem sempre são fidedignas devido ao receio que envolve a “dor
de cabeça”, relacionada por vezes com diagnósticos graves como a neoplasia cerebral. De
referir, que não existe nenhuma “bateria” de exames complementares, que permita o seu
diagnóstico. A indicação para os realizar e a selecção dos mesmos decorre, em cada caso,
do diagnóstico diferencial sugerido pela história, padrão temporal da cefaleia e exame físico
geral e neurológico.
Poster
Revisão
CONCLUSÃO:
Em virtude da elevada prevalência das cefaleias na idade pediátrica e pela importância de
uma orientação diagnóstica e terapêutica atempada torna-se imperativo que o Médico de
Família, enquanto prestador de Cuidados de Saude Primários, domine as várias etapas de
abordagem desta patologia. Este deve estar familiarizado com o critérios de diagnóstico, de
tratamento e de referenciação, de modo a minorar a morbilidade desta patologia no dia-a-dia
das crianças e adolescentes.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
140
XIII JORNADAS
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Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Angela Neves (ap), Lara Guerra, Lara Sutil
Centro de Saúde de Tomar (USF Santa Maria), Centro de Saúde de Torres Novas,
Centro de Saúde do Entroncamento
DI de Santarém
Albertina Branco,Ana Martins,Manuela Ambrósio
INTRODUÇÃO / PERTINÊNCIA DO TEMA:
A dor neuropática é um problema frequente na prática de Medicina Geral e Familiar (MGF),
surgindo sob formas variadas (lombociatalgia, neuropatia diabética, nevralgia pós-herpética,
entre outras) e devendo ser encarada como uma perturbação multifacetada com componentes biológico, psicológico e social.
O diagnóstico da dor neuropática versus dor nociceptiva é um desafio. Só com um diagnóstico correcto se pode fazer a escolha terapêutica adequada, do que depende o sucesso da
abordagem de um doente com dor.
OBJECTIVO:
Sensibilizar os Médicos de MGF para a importância do diagnóstico correcto dos diferentes
tipos de dor, de forma a evitar a instituição de terapêuticas ineficazes e que condicionam a
persistência do quadro clínico e/ou eventual aparecimento de complicações.
METODOLOGIA:
Pesquisa bibliográfica em livros, revistas de referência, sites de organizações, Medline (artigos
em Inglês e Português, free full text, publicados nos últimos 10 anos) e base de dados Google,
utilizando como palavras-chave: “dor neuropática” e “neuropathic pain”.
REVISÃO:
A dor neuropática é a dor desencadeada ou provocada por uma lesão ou disfunção primária
do SNC e/ou periférico. Distingue-se da dor nociceptiva por esta ter origem periférica em
consequência de lesão de um tecido em resposta a um estímulo nóxico, causando ou não
resposta inflamatória.
A história e o exame objectivo são os passos mais importantes do diagnóstico diferencial
destes dois tipos de dor. Os doentes utilizam frequentemente descritores verbais específicos
para a dor neuropática que constituem os indicadores mais fiáveis do diagnóstico. A localização da dor auxilia na distinção dos dois tipos de dor. A dor nociceptiva situa-se no local da
lesão, enquanto a dor neuropática ocorre no território neurológico da estrutura afectada.
Existem outros sintomas típicos da dor neuropática: hiperalgesia, disestesia, alodínia, entre
outras alterações sensoriais.
A maioria dos analgésicos e anti-inflamatórios tradicionais, que servem para o tratamento da
dor nociceptiva, não têm qualquer papel no tratamento da dor neuropática e quando usados
cronicamente podem causar toxicidade significativa, condicionando graves comorbilidade,
particularmente em doentes idosos. Alguns analgésicos adjuvantes foram aprovados para o
tratamento da dor neuropática, nomeadamente a gabapentina e pregabalina em uso concomitante com antidepressivos tricíclicos.
CONCLUSÃO:
O médico de família é na maior parte das vezes o primeiro contacto do doente com dor e o
responsável pela continuidade de cuidados. Encontra-se em posição privilegiada para através
de um diagnóstico correcto e abordagem terapêutica eficaz possibilitar o alívio sintomático e
desta forma garantir a melhoria significativa da qualidade de vida global do doente tantas
vezes afectada num quadro doloroso.
Poster
Autor(es)
DUAS FACES DA DOR
Revisão
Título
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
XIII JORNADAS
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141
Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Gonalgias - abordagem em Cuidados de Saúde Primários
Inês Pinheiro da Silva
USF São Domingos - Centro de Saúde de Santarém
DI de Santarém
Cristina Nobre
INTRODUÇÃO:
A gonalgia é uma das perturbações músculo-esqueléticas mais comuns na sociedade industrializada, sendo causa frequente de incapacidade temporária ou permanente.
Determinar a causa da gonalgia é uma tarefa complicada, principalmente devido ao grande
número de patologias que poderão condicionar este sintoma.
Assim, é fundamental que os Médicos de Família sejam conhecedores da anatomia do joelho
e dos mecanismos de lesão mais frequentes.
Uma história clínica e um exame objectivo cuidados e dirigidos, determinam o diagnóstico em
mais de 70% dos casos.
OBJECTIVOS:
Sistematizar os mecanismos de lesão e as patologias mais frequentes do joelho; identificar os
sinais e sintomas através de uma anamnese dirigida; sistematizar o exame objectivo do
joelho; rever os meios complementares de diagnóstico e a actuação adequados.
METODOLOGIA:
Pesquisa bibliográfica de artigos de revisão na base de dados Medline/Pubmed de 2000 a
2007 e livros de texto. Foram utilizadas como palavras-chave: knee pain; differential diagnosis;
clinical examination; treatment.
RESULTADOS:
As gonalgias estão presentes em 20% da população adulta, constituíndo a segunda causa
ortopédica mais frequente nos Cuidados de Saúde Primários.
O seu diagnóstico diferencial inclui causas traumáticas (músculo-esqueléticas), alterações
degenerativas da cartilagem hialina, artrites, osteocondroses, tumores, entre outras.
A caracterização da dor é um aspecto fundamental na colheita da história clínica e orientação
diagnóstica.
A realização de um exame objectivo cuidadoso e dirigido, dando particular atenção à
presença de alterações inflamatórias, diminuição da amplitude dos movimentos da articulação, presença de derrame intra-articular, instabilidade articular e suspeita de lesão meniscal,
é fundamental na determinação do diagnóstico, pedido de exames complementares de diagnóstico e determinação da necessidade de referenciar para os Cuidados de Saúde
Secundários.
Poster
Revisão
CONCLUSÃO:
O Médico de Medicina Geral e Familiar, ocupa uma posição privilegiada na promoção da
prevenção primária das patologias do joelho, assim como no diagnóstico precoce e encaminhamento do doente para os Cuidados de Saúde Secundários.
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142
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Ana Matos (ap), Elisabete Duarte, Rosa Ferreira
CS Oeiras - USF Delta
DI de Lisboa BC
Maria João Mendes, José João Mendonça, João Reis
INTRODUÇÃO:
A osteoporose (OP) é uma doença prevalente com importante impacto a nível de morbilidade,
mortalidade e elevados custos socio-económicos. Estando frequentemente associada à
saúde da mulher, a OP é geralmente subdiagnosticada e subtratada no homem. Contudo,
estudos revelam que a OP masculina constitui um importante problema de saúde pública,
visto que as fracturas osteoporóticas, apesar de menos frequentes que na mulher, resultam
numa maior morbilidade e mortalidade.
OBJECTIVOS:
Avaliar os factores de risco para a OP no homem. Identificar o melhor método de rastreio e
recomendações para o seu uso. Identificar as indicações para início de terapêutica e qual a
mais indicada.
METODOLOGIA:
Pesquisa de artigos de revisão, guidelines e metanálises na PubMed, The Cochrane,
Guidelines Finder, Bandolier e UpTodate, publicados nos últimos 5 anos, em inglês e
português. As palavras-chave utilizadas foram “osteoporosis” e “men”, tendo sido seleccionados
21 artigos. Recorreu-se à funcionalidade “related articles”.
REVISÃO:
À semelhança do que ocorre na mulher, a idade é um factor determinante na diminuição da
densidade mineral óssea e consequentes fracturas osteoporóticas no homem. No entanto, o
aumento da incidência destes fenómenos inicia-se cerca de dez anos mais tarde.
Relativamente aos factores de risco, apesar da importância reconhecida da idade (>70 anos),
IMC (<20Kg/m2), perda ponderal (>10%), sedentarismo e fractura osteoporótica prévia, as
causas secundárias assumem um papel determinante, sendo responsáveis por cerca de 40-60%
dos casos. Entre as causas secundárias mais comuns, destacam-se a corticoterapia sistémica prolongada, hipogonadismo secundário a terapêutica do cancro da próstata e tabagismo. Recentemente, a Organização Mundial de Saúde desenvolveu um algoritmo que
permite determinar o risco de fractura aos 10 anos, com base em factores de risco clínicos.
Apesar da definição densitométrica de OP não estar bem definida no homem, a densitometria
óssea (DEXA) é considerada o gold standard para a determinação da densidade mineral
óssea, ainda que não sejam consensuais as recomendações para a sua utilização. A
International Society for Clinical Densitometry e a Canadian Osteoporosis Society recomendam a realização deste exame aos homens com idade superior a 70 e 65 anos respectivamente, contudo, a maioria das sociedades, incluindo a Sociedade Portuguesa de Reumatologia, não recomenda o seu uso rotineiro.
Ainda que não seja consensual, as recomendações actuais sugerem início de terapêutica
farmacológica se T-score < -2.5 ou T-score < -1.5 e factores de risco associados (corticoterapia prolongada, hipogonadismo, fracturas osteoporóticas prévias). Os bifosfonatos e
suplementos de cálcio e vitamina D constituem a terapêutica de primeira linha, estando a
adopção de estilos de vida saudáveis indicada para todos.
CONCLUSÃO:
A OP no homem continua a ser subdiagnosticada e subtratada, sendo uma área ainda envolta
em controvérsia. São necessários mais estudos de modo a definir critérios de diagnóstico e
terapêutica, com especial enfoque na relação custo-benefício de uma intervenção precoce no
homem.
Poster
Autor(es)
Osteoporose no homem
Revisão
Título
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XIII JORNADAS
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Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Fenómeno de Raynaud: abordagem em Medicina Geral e Familiar
Vanessa Sousa Antunes
Centro de Saúde de Torres Vedras
DI de Lisboa AEF
Ana Pipa
INTRODUÇÃO:
Descrito pela primeira vez em 1862, o fenómeno de Raynaud caracteriza-se por fenómenos
vasospásticos paroxísticos comprometendo a circulação das extremidades. Afecta cerca de
3% da população Mundial e divide-se em dois grupos: fenómeno de Raynaud primário ou
doença de Raynaud - benigno e auto-limitado; e fenómeno de Raynaud secundário - subjacente a outras condições patológicas, com frequência refractário à terapêutica e associado a
complicações graves. A correcta abordagem diagnóstica dos utentes com queixas compatíveis de fenómeno de Raynaud é crucial uma vez que as formas secundárias exigem a
referenciação precoce para os cuidados de saúde secundário.
OBJECTIVOS:
Revisão bibliográfica das actuais recomendações para a abordagem diagnóstica do
Fenómeno de Raynaud pelo médico de família.
MÉTODOS:
Pesquisa bibliográfica em revistas científicas e livros de texto. Pesquisa na MEDLINE via
PUBMED (durante o mês de Maio de 2008). Palavras chave: “Raynaud” e “Raynaud's
phenomenon”.
LIMITES DE PESQUISA:
publicações nos últimos 5 anos, escritas em Português ou Inglês, disponíveis gratuitamente
em versão integral.
Foram seleccionados 11 artigos com base na adequação dos mesmos aos objectivos do
trabalho.
RESULTADOS:
O fenómeno de Raynaud caracteriza-se por episódios intermitentes de palidez, cianose e
posterior rubor das extremidades, precipitados pelo frio e/ou stress emocional. O fenómeno
de Raynaud primário é mais frequente no sexo feminino, inicia-se precocemente na
adolescência ou início da idade adulta, caracteriza-se por sintomas ligeiros a moderados, está
com frequência associado a outros fenómenos vasospásticos e tem bom prognóstico. O fenómeno de Raynaud secundário não tem predomínio de sexo ou idade, os sintomas são moderados a graves e podem associar-se a ulceração e necrose das extremidades, tem subjacente
outras condições patológicas e implica referenciação precoce.
O desafio para o médico de família consiste na realização de um diagnóstico diferencial cuidadoso, que deve consistir numa história clínica e exame objectivo dirigidos e no pedido criterioso de exames complementares de diagnóstico. Na realização da história clínica deve ser
dado particular enfoque às manifestações do fenómeno e sintomas associados, à existência
de factores de risco ocupacionais, aos antecedentes pessoais e aos antecedentes familiares.
O exame objectivo implica a cuidadosa observação das extremidades e avaliação dos pulsos,
sendo úteis a realização de alguns testes específicos (Allen, Tinel e Phalen) para exclusão de
outras patologias. Sempre que existam dúvidas em relação à natureza do fenómeno, devem
ser requisitadas análises gerais que permitam excluir as causas mais comuns do mesmo
(Idiopático, Conectivites, Mieloma múltiplo e Policitémia). Perante resultados laboratoriais
inconclusivos, a capilaroscopia deve ser solicitada uma vez que permite excluir a existência
de conectivite cuja apresentação pode ser idêntica à forma idiopática.
Os utentes com sintomatologia refractária à terapêutica convencional (medidas gerais,
vasodilatadores, anti-agregantes plaquetários), com sinais de isquémia crónica e/ou com uma
causa secundária muito suspeita ou confirmada devem ser referenciados.
Poster
Revisão
Implicação prática:
Apesar de pouco prevalente, o fenómeno de Raynaud secundário é uma condição grave que
só por si implica grande morbilidade, pelo que se realça a importância do seu correcto diagnóstico pelo Médico de Família, primeiro contacto dos utentes com o Serviço Nacional de
Saúde.
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XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Marco Ferreira
Centro de Saúde de Portalegre
DI do Alentejo
Olga Guterres
INTRODUÇÃO e OBJECTIVOS:
O tabagismo é sem dúvida, um dos grandes problemas de saúde pública da actualidade
mundial, gerando limitações à qualidade de vida dos cidadãos, o que se releva por morbilidade e mortalidade elevadas.
Segundo o Relatório Europeu do Controlo do Tabaco, lançado em 2007 pela Organização
Mundial de Saúde, temos uma prevalência de fumadores nesta região de 28,6%. É neste
sentido que se pretende saber quais as evidências científicas relacionadas à cessação tabágica e que estratégias estão hoje disponíveis aos profissionais de saúde para a sua
concretização junto dos fumadores, apresentando-as em fluxograma na forma de comunicação proposta.
METODOLOGIA:
Pesquisa da base de dados da PubMed/MedLine entre Janeiro/2006 e Abril/2008, sendo
seleccionado orientações práticas, artigos de revisão e meta-análises e, pesquisa e leitura de
livros de texto, literatura da Direcção Geral de Saúde, edições de Revistas e Entidades
Científicas.
PALAVRAS CHAVE:
Na pesquisa - “Smoking Cessation”, “Smoking Therapy”
REVISÃO:
A dependência do tabaco - nicotina - é um fenómeno complexo, em que a aquela substância
psicoactiva tem elevada capacidade para induzir dependência física e psicológica por processos
semelhantes aos dos opióides. Dado estas características é difícil ao fumador iniciar autonomamente e com sucesso, a cessação tabágica, apesar de por exemplo, cerca de 1/3 dos
fumadores portugueses o terem tentado nos últimos 12 mese à data de Maio/2007.
O consumo de tabaco foi identificado como um factor major para a diminuição da esperança
de vida e independente para várias doenças cardiovasculares, sendo que é o principal factor
de risco para morte prematura na Europa.
Todos os profissionais de saúde têm a responsabilidade e a oportunidade previligiada de
promover estilos de vida saudáveis. Assim, qualquer profissional pode encetar uma
Intervenção breve, oportunista, onde através de metodologia própria (Método dos 5 “A”) são
avaliados: a quantidade de consumo, a motivação para parar e a análise das estratégias que
poderão ser adoptadas. No caso de haver pouca receptividade, pode-se reforçar a motivação
através da abordagem dos 5 “R”. Em situações clínicas mais complexas (grande dependência, doenças crónicas associadas), deve-se optar pelo atendimento especializado em
espaço próprio por profissionais com formação específica - é a Intervenção de apoio intensivo, para a qual há critérios de acesso prioritário. Consiste numa abordagem multidisciplinar,
com planificação temporal dos vários passos da cessação num conjunto de consultas ao
longo de pelo menos 12 meses, sendo definida a terapêutica farmacológica (nicotínica, não
nicotínica ou combinada) mais adequada.
CONCLUSÃO:
A informação obtida foi bastante e de clara evidência no sentido da grande utilidade da
cessação tabágica dirigida por todos os profissionais aos utentes com esta dependência,
traduzindo-se em anos de vida poupados e melhorando os indicadores de mortalidade e
morbilidade devidos directa ou indirectamente a este consumo.
O fluxograma que apresento espero que seja uma ferramenta útil aos colegas na sua prática
diária.
Poster
Autor(es)
Cessação Tabágica - conceitos, abordagem clínica e terapêutica
Revisão
Título
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XIII JORNADAS
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Intervenções breves no abuso de álcool em Cuidados de Saúde Primários: que
evidência?
Inês Maio (ap), Ana Catarina Conduto
Centro de Saúde da Amora, USF Cuidar Saúde - Seixal
DI de Setúbal Norte
António Neves, Paula Salinas
INTRODUÇÃO:
O consumo excessivo de álcool é considerado um importante problema de Saúde Pública,
constituindo uma das principais causas de morbilidade e mortalidade mundial.
Os problemas ligados ao álcool são responsáveis por elevados custos de saúde, bem como
por graves consequências a nível familiar, social e legal. A maioria destes problemas é
causada pelos abusadores de álcool e não pelos indivíduos dependentes do álcool.
O médico de família, ao prestar cuidados continuados, tem um papel fundamental na avaliação dos hábitos alcoólicos dos seus utentes, ocupando uma posição privilegiada no
aconselhamento e motivação para a redução de consumo dos bebedores excessivos.
OBJECTIVOS:
Rever a evidência disponível sobre a eficácia das intervenções breves (IB) na redução do
consumo abusivo de álcool (de risco e nocivo), ao nível dos Cuidados de Saúde Primários
(CSP).
MÉTODOS:
Pesquisa de artigos, publicados nos útimos 10 anos, nas bases de dados Pubmed e Google
Scholar, com as palavras chave “alcohol”, “brief interventions” e “primary care”. Foram ainda
pesquisadas as recomendações de organizações internacionais na área da Alcoologia e
revistas nacionais do âmbito da Medicina Geral e Familiar. Foram incluídos artigos de revisão,
estudos originais, meta-análises e recomendações relevantes para os objectivos propostos.
RESULTADOS:
Nos artigos consultados, entende-se por IB uma estratégia de aconselhamento sumário (5 a
15 minutos) que pode decorrer em uma a quatro sessões, com a finalidade de modificar o
comportamento de risco de um indivíduo, nomeadamente na aquisição de padrões saudáveis
de consumo de álcool.
Vários dos artigos revistos não especificavam o modelo de IB estudado. Nos restantes, o
protocolo de IB mais investigado compreendia quatro sessões de aconselhamento breve,
alternando-se contacto directo e telefónico, ao longo de seis semanas. Nestas sessões eram
focados os riscos associados ao consumo de álcool, as estratégias para redução do consumo
e o reforço da motivação individual.
As intervenções devem ser ajustadas ao grau de motivação do indivíduo, elemento crucial
para o sucesso de qualquer intervenção. Neste trabalho descrevem-se as atitudes a adoptar
pelo profissional, em função de cada fase do ciclo da mudança.
Poster
Revisão
CONCLUSÃO:
Em todos os artigos consultados, verificou-se que as IB foram eficazes na redução do
consumo excessivo de álcool.
Conclui-se que, à luz da evidência, as IB correspondem a um tipo de abordagem eficaz no
contexto de consumo abusivo de álcool, ao nível dos CSP.
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Resumo de Comunicação
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Joana Castelhano
USF Fernão Ferro mais - Centro de Saúde dos Concelhos do Seixal,
Amora e Sesimbra
DI de Setúbal Norte
Alexandra Fernandes
INTRODUÇÃO: Desde o início do período de recessão económica (2001) a taxa de desemprego em Portugal quase duplicou, tornando-se um tema na ordem do dia pelas suas graves
consequências. Segundo dados do INE, no 1º trimestre de 2008 a taxa de desemprego foi de
7.6 %, correspondendo a 427.000 desempregados, na sua maioria mulheres (234.400),
sendo a faixa etária mais atingida a dos 25 aos 34 anos.
O desemprego constitui uma situação de risco para a saúde? A relação entre desemprego e
saúde é complexa. No entanto, desde os anos 80 existe evidência consistente de que o
desemprego por si só tem um impacto negativo na saúde, causando doença física e mental,
maior consumo de recursos de saúde e aumentando a taxa de mortalidade.
OBJECTIVOS: Com este trabalho pretendeu-se fazer uma revisão da evidência a favor de
uma associação entre desemprego e efeitos adversos para a saúde e dos potenciais mecanismos por detrás desta associação.
METODOLOGIA: Foi feita uma revisão da literatura publicada nos últimos 20 anos (usando o
Medline e PubMed) sobre desemprego e determinantes ou indicadores de saúde como: taxa
de mortalidade, saúde mental, estilos de vida, consumo de recursos de saúde.
CORPO DE REVISÃO: Descreve-se a relação entre desemprego e estilos de vida, percepção
do estado de saúde, morbi-mortalidade, consumo de recursos de saúde.
Conclusão: Avaliando numa base epidemiológica, a evidência sugere uma associação positiva forte entre desemprego e consequências adversas para a saúde. Há no entanto muitos
factores de confundimento (sócio-económicos, clínicos, etc.) que dificultam a comprovação do
nexo de causalidade e compreensão dos mecanismos de produção de doença.
O Sistema de Saúde pode e deve ter um papel significativo na redução do impacto negativo
do desemprego na saúde e assegurar que os problemas de saúde não constituam uma
barreira para o reingresso do indivíduo no mercado de trabalho. O desemprego em si não é
uma doença e não deve ser medicalizado. No entanto, o seu impacto nas necessidades de
saúde deve ser formalmente reconhecido e reflectido na forma como planeamos e prestamos
cuidados a indivíduos e populações. A solução a longo prazo para o desemprego não passa
em primeiro lugar pelos serviços de saúde, mas pelos governos e sociedade em geral, mas
a classe médica terá de dar o seu contributo alertando para este problema de saúde pública.
Poster
Autor(es)
Desemprego: um risco para a saúde?
Revisão
Título
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Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Osteoporose, o que não devemos esquecer
Raquel Monteiro (ap), Francisca Mangas, Ana Almeida
Centro de Saúde de Peniche
DI de Lisboa AE
Azevedo Filipe
INTRODUÇÃO:
A osteoporose é hoje um importante problema de saúde pública. Afecta cerca de 200 milhões
de pessoas em todo o mundo. O impacto das fracturas na mortalidade, na independência e
na qualidade de vida dos doentes mostra que é necessário estarmos atentos, e saber identificar os indivíduos que beneficiariam dos rastreio/detecção precoce e tratamento.
Com este trabalho pretendemos fazer um resumo dos factores de risco, dos exames laboratoriais a aplicar inicialmente, bem como, indicar formas de prevenção da osteoporose, diagnóstico, monitorização e tratamento.
MÉTODOS DE REVISÃO:
Pesquisa de artigos originais, artigos de revisão, guidelines na medline publicados entre 2003
e 2007. Assim como pesquisa na Organização Mundial de Saúde, na Associação Nacional
Contra a Osteoporose, Associação Portuguesa de Reumatologia.
CORPO DA REVISÃO:
São vários os factores de risco para o desenvolvimento da osteoporose, os quais devem ser
pesquisados em todos os nossos pacientes. O rastreio, realizado através do recurso a DEXA,
deve ser feito a todas as mulheres com idade superior a 65 anos e homens com idade superior
a 70 anos, a todas as mulheres pós-menopáusicas com idade inferior a 65 anos e homens
com idade superior a 50 anos se apresentarem um factor de risco major ou 2 minor e a
mulheres pré-menopáusicas e homens com idade inferior a 50 anos apenas se existirem
causas conhecidas de osteoporose secundária ou factores de risco major. Com o novo e
vasto leque terapêutico existente nos dias de hoje podemos aplicar tratamentos específicos
consoante as situações clínicas de cada paciente, fazendo depois uma boa monitorização da
situação para uma boa evolução de cada caso.
Poster
Revisão
ASPECTOS CRÍTICOS:
A prevenção precoce da osteoporose, a evicção de alguns factores de risco e um rastreio
correcto permite-nos oferecer, caso seja necessário, um tratamento adequado ao paciente e
assim proporcionar-lhe uma melhor qualidade de vida.
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ÍNDICE DE TRABALHOS
ÍNDICE DE AUTORES
LISTA DE POSTERS
ÍNDICE DE TRABALHOS
Relato de Caso
Oral
A ponderação do risco num caso difícil de
Anticoagulação Oral
Ana Valério
Jorge Silva
Maria José Colaço
24
A propósito de um caso de cardiopatia congénita
Marta Lapa
47
Abordagem familiar de portadores de Coreia de
Huntington
Mora P.
Neta M.
Delgado F.
Barreto C.
37
Acidente Vascular Cerebral no Recém-Nascido:
Que Vigilância?
André Tomé
Ana Rita Oliveira
Vera Carvalho
07
Anemia assintomática: Quando a suspeita clínica persiste
Sílvia Alão
26
Cefaleias e Tonturas em Doente Jovem
Ana Serrão
50
Cirurgia Bariátrica e Patologia Gastro-esofágica
Pedro Alves
Bruno Heleno
Patrícia Ferreira
44
Da fractura ao hipertiroidismo
António Mendes dos Santos
21
Da negação ao compromisso
Tânia Almeida
Cláudia Antão
Manuela Rodrigues
42
Decisão Partilhada... Decisão Negligenciada...?
Joana Gerardo
Ana Campos
Ana Ferreira
05
De Lombalgia a Doença de Crohn – Marcha Diagnóstica
Carla Marques
13
Depressão ou Tiroidite?
Marta Padilha
Ana Caetano
Ana Cebolais
Mílvia Jorge
Rita Cunha Ferreira
Raquel Ascensão
20
Depressão: a propósito de um caso clínico
Isabel Cardoso
Fátima Franco
Ana Margarida Baptista
41
De Quisto Sebáceo a Plasmacitoma – um diagnóstico de
suspeição
Ana Rita Oliveira
Carla Marques
27
DESCARGA ADRENÉRGICA
Ana Paula Catarino
Pedro Carvalho
32
De um quadro de palpitações a um hipotiroidismo
sub-clínico
Vanessa Zacarias Guerreiro
18
Desafios Clínicos em MGF
Caso Clínico – “Uma Dor Incontrolável...”
Graça Branco
49
Do Prurido e Pudor ao Carcinoma da Vulva
Carolina Ferreira de Almeida
10
Doença metastática de melanoma maligno sem evidência
de lesão primária
Hugo Pinto Gonçalves
Cristina Mourato
Margarida Marques
30
"Doente Desde Sempre" – Um Caso Clínico
Andreia Neves
Sílvia Rei
14
150
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Doente esperou dois anos e... o diagnóstico estava feito!
Sempre era um Divertículo de Zencker
Inês Sayanda
16
Dra. eu só quero um comprimido para a dor de cabeça...!
Luisa Rebelo da Silva
Madalena Rodrigues
33
E esta, hein?
Paulo Estrela
Carla Gouveia
Hema Hasmuklal
43
Factor V da Leiden: a propósito de um caso clínico
Edgar Ferreira
Fernado Tabanez
Joana Alves
25
Gerir a doença rara em Medicina Geral e Familiar
Marlene Calisto
Marta Arnaut Pimentel
Rita Pinhão
Rute Fernandes,
29
Hemorragia digestiva obscura em doente
com multimorbilidade
Patrícia Ferreira
Bruno Heleno
Pedro Alves
15
Hepatite Autoimune – Relato de caso 7 meses
após parto
Margarida Marques
Hugo Gonçalves
Cristina Mourato
11
Mergulhar mais fundo nas causas de AVC?
Ana Catarina Pedro
Mileta Gomes
22
Mieloma Múltiplo, dificuldades do diagnóstico através de
um caso
João Pacheco Castro
Natália Tiountchik
NÃO COMPACTAÇÃO DO MIOCÁRDIO VENTRICULAR:
UM DIAGNÓSTICO EM MEDICINA GERAL E FAMILIAR
Sénia Sousa Guerreiro
Lúcia Azevedo
35
Nem tudo o que parece é!
Mafalda Carmona Ribeiro
Elisa Gomes
Filomena Nabais
40
Nem tudo o que parece é... e não é que era mesmo!
Lara Guerra
31
Nódulo tiroideu – O tamanho importa?
Vasco Freire
Mara Carvalho
19
Obesidade em estados de hipertiroidismo – relato de
2 casos clínicos
Susana Mendonça
Ana Isabel Campos
Rita Tato
Mariana Lameiras
45
O doente só não morreu por acaso – os cuidados
primários respondem bem perante emergências raras?
Bruno Heleno
Pedro Alves
Patrícia Ferreira
Paula Broeiro
Esmeralda Cunha
Margarida Coelho
28
O que fazer quando “Já não há nada a fazer!”
Ana Nicolau Gomes
38
O papel da equipa de saúde familiar na gestão da
doença e promoção da saúde
Marina Meireles
Catarina Castro
48
Pionefrose ou o preço da recusa de tratamento
Acácio Diogo
36
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
17
151
Quando a Hipertensão Arterial se torna resistente...
Rita Paulino
Andreia Neves
Margarida Valente
34
Quando a Utente Não Quer Ouvir...
Vanda Proença
04
Quando as comorbilidades aparecem precocemente...
Sara Almeida
51
Segredo e Preconceito: o caso de uma mulher sem útero
Margarida Mesquita
06
SEM GOTA DE AR
Pedro Carvalho
46
SINAIS DA DISFUNÇÃO NUMA FAMÍLIA EM DISRUPÇÃO
Jerusa Oliveira Ramos
Claúdia Ho
52
Subversão do ciclo de vida: a "terceira idade" antes
da maternidade
Mara Carvalho
Vasco Freire
39
Trombose Venosa Profunda
Roman Zhygun
09
Trombofilia na Gravidez – a propósito de um
caso clínico
Margarida Valente
Andreia Neves
Rita Paulino
23
Um Caso de Trombose Venosa Profunda
Catarina Barreto
Marta Neta
Patrícia Mora
Fernando Delgado
08
Uma Vez Artrose, sempre Artrose
Joana Severo
Ricardo Feijão
12
Cancro do Pulmão – o raro e o comum
Ana Catarina Conduto
Isabel Alves Pratas
56
Causa rara de dor abdominal na criança
Halyna Udysh
Pedro Jorge Sesões
63
Depuralina®: um caso de reacção adversa?
Filipa Nóbrega
64
Diabetes Auto-Imune Latente do Adulto
Cristina Teodoro
61
Diplopia: atenção redobrada!
Célia Gonçalves
Sofia Neto
65
Dra. ando com muitos calores!!!
Olívia Souza
Cláudia Soares
58
Hemocromatose Primária – um portador a
fazer terapêutica
Leonor Sobral
62
Hemodiálise? Negação! – intervenção no limite
Sofia Neto
Célia Gonçalves
60
Mordedura de Vibora – Uma realidade em Sintra
Ana Paes de Vasconcellos
57
Síndrome de Pendred
Gloria Leonardo Matias
59
Tumor cerebral – a propósito de um caso clínico
Ana Cristina Esteves
Maria Lourdes Silva
55
Tumor de Merkel... raro e difícil de diagnosticar...
Violeta Florova
54
“Um olhar sobre a pele”
Fátima Tavares
Carla Martins
Carolina Rezende
Teresa Libório
53
Poster
152
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
Investigação
Oral
A Caminho do Equilíbrio
Célia Pinheiro
Rita Viegas
70
A Satisfação Profissional dos Médicos de Família
Welma Andrade
Jesley Teodoro
Duarte e Silva
78
Associação entre controlo metabólico da Diabetes
tipo 2 e sintomas depressivos
Susana Corte-Real
Daniel Pinto
Madalena Vieira da Costa
Vanda Proença
69
Codificação com a Classificação Internacional de
Cuidados Primários por internos de
Medicina Geral e Familiar
Daniel Pinto
Susana Corte-Real
76
Depressão pós-parto – avaliação do risco no CS Palmela
Madalena Rodrigues
Luisa Rebelo da Silva
68
Ideias, desejo de morte e ideação suicida na
população de um centro de saúde urbano
Gema Ponce Revilla
77
Impacto da idade materna no risco peri-natal:
estudo transversal
Bruno Heleno
Paula Broeiro
Pedro Alves
Patricia Ferreira
Gema Ponce
Bernardino Guedes
João Ramos
Margarida Coelho
Esmeralda Cunha
74
Implementação da comunicação médico-doente via
endereço electrónico na consulta de Medicina Geral e
Familiar
Rita Pinhão
Marlene Calisto
Marta Arnaut Pimentel
Rute Fernandes
67
Mães Adolescentes e Mães Adultas – Estudo
Caso-Controlo
Frederico Rosário
Maria Inês Santos
73
O computador como terceiro elemento na consulta:
que interferência na comunicação médico-doente?
Raquel Ascenção
Madalena Vieira da Costa
Miguel Julião
Mílvia Jorge
66
Prevalência do Excesso de Peso / Obesidade no
1º Ciclo do Agrupamento de Escolas de Vialonga
Medina do Rosário
Tânia Almeida
Manuel Pereira
Cláudia Antão
Ana Serrão
72
Registos oncológicos da lista na avaliação da
prática clínica
Célia Gonçalves
Sofia Neto
75
Utilização das definições da Síndrome Metabólica
Que vantagens para a prática clínica?
Carla Gouveia
Vanessa Antunes
Fátima Franco
71
Marta Padilha
Ana Cebolais
Rita Cunha Ferreira
79
Poster
Realidade contraceptiva numa consulta do Centro de
Saúde de Sete Rios
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
153
Revisão
Oral
Abordagem das Doenças Profissionais pelos
Médicos de Família
Jesley Teodoro
Welma Andrade
Duarte e Silva
82
Alterações Cutâneas na Gravidez
Cláudia Santos Silva
Ricardo Martins da Cunha
Tiago Aires D'Oliveira
90
Andropausa: como actuar?
Edgar Ferreira
Fernando Tabanez
Joana Alves
89
Auto-anticorpos em Reumatologia – Que Significado?
Vera Carvalho
Ana Rita Oliveira
André Tomé
84
Cebola: tradição ou ciência
Hema Hasmuklal Mulchande
Criopreservação de sangue do cordão
umbilical – o que aconselhar
José Fernando Santos
94
Doença Inflamatória Intestinal – a doença e
a abordagem pelo Médico de Família
Catarina Godinho
83
E quando temos que transmitir uma má notícia...?
Cristina Mourato
Margarida Marques
Hugo Pinto Gonçalves
Efeito da contracepção hormonal sobre a
adensidade mineral óssea
Neta M.
Mora P.
Barreto C.
Delgado F.
Eficácia dos fármacos utilizados no tratamento sintomático
das alterações ligeiras das funções cognitivas
Carla Gouveia
Marta Padilha
102
Frequência cardíaca como factor de risco cardiovascular – é
possível a aplicação na prática clínica?
Guilherme de Amaral Mendes
109
Glicosúria gravídica – uma visão actualizada em
saúde materna
Sofia Neto
Célia Gonçalves
91
Hiperuricémia Induzida por Diuréticos
Duarte e Silva
Jesley Teodoro
Welma Andrade
Emília Vitorino.
98
Insulinoterapia na Diabetes Mellitus Tipo 2
Salomé Sousa Coutinho
93
Intervenções de Apoio aos cuidadores informais de doentes
com demência
Ana Nicolau Gomes
104
LISADOS POLIBACTERIANOS: Que eficácia?
Joana Severo
Luisa Sá
100
Lombalgias – Como previnir?
Irene Martins
88
Morte súbita no jovem atleta
Olívia Souza
Cláudia Soares
O magnésio no tratamento das cãibras – mito
ou realidade?
Rute Pina Cordeiro
Sénia Sousa Guerreiro
154
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
101
112
86
108
99
Obesidade Materna – Um Risco Esquecido, Muitos
Riscos Evitáveis
Ana Rita Oliveira
André Tomé
Vera Carvalho
92
Os filhos dos antibióticos – um mito ou realidade
Ana da Palma-Rosa
96
Osteoporose – Modelo de Quantificação do
Risco Fracturário
Rita Tato
Marina Meireles
87
Polifarmácia nos idosos: como evitar alguns erros?
Liliana Ribeiro
Ana Paula Catarino
Marta Fonseca
97
Quando efectuar o rastreio de Hipertiroidismo?
Ana Isabel Caetano
Ana Cebolais
Marta Padilha
Mílvia Jorge
Raquel Ascenção
Rita Cunha Ferreira
85
Quando se suspeita de Demência no Idoso
Dora Bobrisev
103
Rastreio de Doença Coronária Assintomática em
Doentes com Diabetes Mellitus
Ricardo Vasconcelos Ribeiro
110
SÍNDROMA DA APNEIA E HIPOPNEIA DO SONO
Jerusa Oliveira Ramos
Violeta Florova
80
Síndrome do Ovário Poliquistico – novos
conceitos e abordagem
Rita Cunha Ferreira
Ana Caetano
Ana Cebolais
Marta Padilha
Mílvia Jorge
Raquel Ascensão
95
Sistema de teleassistência a idosos em casa melhora a
qualidade de vida? Salva vidas?
Ana Guedes de Campos
Rute Pina Cordeiro
81
Um olhar sobre perturbação de hiperactividade e
défice de atenção
Filipa Nóbrega
106
Uma Bomba Relógio… Abordagem da Obesidade na
Infância e Adolescência
Ricardo Martins da Cunha
Cláudia Santos Silva
Tiago Aires d'Oliveira
111
Velhas Questões, Novas Atitudes
Mara Carvalho
Vasco Freire
107
Vertigem e tonturas como sintomas de vestibulopatias
centrais e periféricas
Olena Panchenko
105
Abordagem da escoliose na consulta de saúde infantil
Ana Cebolais
Ana Caetano
Marta Padilha
Mílvia Jorge
Raquel Ascenção
Rita Cunha Ferreira
117
Abordagem da incontinência urinária na mulher, em
Cuidados de Saúde Primários
Delgado F.
Neta M.
Mora P.
Barreto C.
135
Abordagem Diagnóstica das Hemorragias Uterinas
Anormais
Nelson Pereira
133
Poster
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
155
Abordagem do Pé Diabético nos cuidados de
saúde Primários
Fátima Franco
122
Acne Vulgaris – Como Tratar?
Natasha Gomes
120
Actualização das insulinas disponíveis em Portugal
António Mendes dos Santos
Filipa Nóbrega
Cláudia Ho
123
Avaliação de hematúria não traumática assintomática
no adulto – algoritmo de decisão
Leila Marques
134
Cefaleias em idade pediátrica – Abordagem ao
nível dos Cuidados de Saúde Primários
Mora P.
Neta M.
Delgado F.
Barreto C.
140
Cessação Tabágica – conceitos, abordagem
clínica e terapêutica
Marco Ferreira
145
Colesterol das lipoproteínas de alta densidade – tratar ou
não tratar?
Raquel Ascenção
Ana Caetano
Ana Cebolais
Marta Padilha
Mílvia Jorge
Rita Cunha Ferreira
114
Depressão – O papel do médico de família
Heidy Neves
Sara Almeida
127
Desemprego: um risco para a saúde?
Joana Castelhano
147
Dignidade. Dignidade? Dignidade!
Madalena Vieira da Costa
Filipa Fareleira
Miguel Julião
136
“DORME BEM, OU DORMIRÁS PARA SEMPRE...
Abordagem da Patologia do Sono"
Tiago Aires d'Oliveira
Cláudia Santos Silva
Ricardo Martins da Cunha
124
DUAS FACES DA DOR
Angela Neves
Lara Guerra
Lara Sutil
141
Fenómeno de Raynaud: abordagem em Medicina
Geral e Familiar
Vanessa Sousa Antunes
144
Gonalgias – abordagem em Cuidados de Saúde Primários
Inês Pinheiro da Silva
142
Infecções urinárias recorrentes na grávida – profilaxia
antibiótica?
Célia Gonçalves
130
Insónia no Idoso
Isabel Cardoso
Ana Margarida Baptista
125
Intervenções breves no abuso de álcool em Cuidados de
Saúde Primários: que evidência?
Inês Maio
Ana Catarina Conduto
146
Lesões Cutâneas Benignas no Recém-Nascido
Célia Pinheiro
118
Luto Conjugal no Idoso – Como viver com a perda?
Susete Marques de Freitas
137
Materiais de penso em ambulatório: qual aplicar?
Cláudia Ho
Filipa Nóbrega
António Santos
121
156
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
O Sono no Idoso
Marisa Casanova
Fátima Franco
126
Osteoporose no homem
Ana Matos
Elisabete Duarte
Rosa Ferreira
143
Osteoporose, o que não devemos esquecer
Raquel Monteiro
Francisca Mangas
Ana Almeida
148
“Preparar a partida" – O Papel do Médico de Família na
Prestação de Cuidados em Fim-de-Vida
Cláudia Antão
Ana Costa
Manuela Rodrigues
Manuel Pereira
Tânia Almeida
138
Proteinograma – quando e porquê pedir?
Madalena Rodrigues
Luísa Rebelo da Silva
113
PSICOFÁRMACOS NA GRAVIDEZ
Lara Sutil
129
Quando a maternidade não é felicidade
Ana Ferreira
Ana Campos
Joana Gerardo
128
“Sinais” cutâneos
Cláudia Soares
Olívia Souza
119
Terapêutica dos problemas otorrinolaringológicos mais
comuns na Gravidez – O que é seguro?
Barreto C.
Mora P.
Neta M.
Delgado F.
132
Toxoplasmose e Gravidez
Ana Serrão
Carla Marques
131
Uma abordagem prática ao Sindroma do Intestino Irritável
Ana Paes de Vasconcellos
Ivo Reis
139
Vacina contra o Rotavírus: Que decisão tomar?
Elisa Gomes
Mafalda Carmona Ribeiro
116
Vacinas não contempladas no Programa Nacional de
Vacinação – que indicações?
Catarina Almeida Empis
Mariana Lameiras
Susana Mendonça
Rita Tato
115
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
157
L I S TA D E A U T O R E S
Pionefrose ou o preço da recusa de tratamento
Ana Almeida
Osteoporose, o que não devemos esquecer
148
Ana Caetano
Abordagem da escoliose na consulta de saúde infantil
117
Ana Caetano
Depressão ou Tiroidite?
Ana Caetano
Colesterol das lipoproteínas de alta densidade – tratar ou
não tratar?
Ana Caetano
Síndrome do Ovário Poliquistico – novos
conceitos e abordagem
95
Ana Campos
Decisão partilhada... decisão negligenciada...?
05
Ana Campos
Quando a maternidade não é felicidade
128
Ana Catarina Conduto
Cancro do Pulmão – o raro e o comum
56
Ana Catarina Conduto
Intervenções breves no abuso de álcool em Cuidados de
Saúde Primários: que evidência?
Ana Catarina Pedro
Mergulhar mais fundo nas causas de AVC?
Ana Cebolais
Abordagem da escoliose na consulta de saúde infantil
117
Ana Cebolais
Colesterol das lipoproteínas de alta densidade – tratar ou
não tratar?
116
Ana Cebolais
Depressão ou Tiroidite?
20
Ana Cebolais
Quando efectuar o rastreio de Hipertiroidismo?
85
Ana Cebolais
Realidade contraceptiva numa consulta do
Centro de Saúde de Sete Rios
79
Ana Cebolais
Síndrome do Ovário Poliquistico – novos
conceitos e abordagem
95
Ana Costa
"Preparar a partida" – O Papel do Médico de Família na
Prestação de Cuidados em Fim-de-Vida
Ana Cristina Esteves
Tumor cerebral – a propósito de um caso clínico
55
Ana da Palma-Rosa
Os Filhos dos Antibióticos – mito ou realidade
96
Ana Ferreira
Decisão partilhada... decisão negligenciada...?
05
Ana Ferreira
Quando a maternidade não é felicidade
Ana Guedes de Campos
Sistema de teleassistência a idosos em casa melhora a
qualidade de vida? Salva vidas?
81
Ana Isabel Caetano
Quando efectuar o rastreio de hipertiroidismo?
85
Ana Isabel Campos
Obesidade em estados de hipertiroidismo – relato de 2
casos clínicos
45
Ana Margarida Baptista
158
36
Acácio Diogo
Depressão: a propósito de um caso clínico
20
114
146
22
138
128
41
Ana Margarida Baptista
Insónia no Idoso
125
Ana Matos
Osteoporose no Homem
143
Ana Nicolau Gomes
Intervenções de apoio aos cuidadores informais de
doentes com demência
104
Ana Nicolau Gomes
O que fazer quando "já não há nada a fazer!"
38
Ana Paes de Vasconcellos
Mordedura de Vibora – uma realidade em Sintra
57
Ana Paes de Vasconcellos
Uma abordagem prática ao Sindroma do Intestino
Irritável
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
139
Ana Paula Catarino
Descarga adrenérgica
32
Ana Paula Catarino
Polifarmácia nos Idosos: como evitar alguns erros?
97
Ana Rita Oliveira
Acidente Vascular Cerebral no Recém-Nascido:
Que vigilância?
07
Ana Rita Oliveira
Auto-anticorpos em Reumatologia – Que significado?
84
Ana Rita Oliveira
De Quisto Sebáceo a Plasmacitoma – um diagnóstico de
suspeição
27
Ana Rita Oliveira
Obesidade Materna – um risco esquecido, muitos riscos
evitáveis
92
Ana Serrão
Cefaleias e Tonturas em doente jovem
50
Ana Serrão
Prevalência do excesso de peso/obesidade no 1º Ciclo
do Agrupamento de Escolas de Vialonga
72
Ana Serrão
Toxoplasmose e Gravidez
Ana Valério
A ponderação do risco num caso difícil de
Anticoagulação Oral
24
André Tomé
Acidente Vascular Cerebral no Recém-Nascido:
Que vigilância?
07
André Tomé
Auto-anticorpos em Reumatologia – Que significado?
84
André Tomé
Obesidade Materna – um risco esquecido, muitos riscos
evitáveis
92
Andreia Neves
"Doente desde sempre" – um caso clínico
Andreia Neves
Quando a Hipertensão Arterial se torna resistente.
34
Andreia Neves
Trombofilia na Gravidez – a propósito de um caso clínico
23
Angela Neves
DUAS FACES DA DOR
141
António Mendes dos Santos
Actualização das Insulinas Disponíveis em Portugal
123
António Mendes dos Santos
Da Fractura ao Hipertiroidismo
António Santos
Materiais de Penso em Ambulatório: Qual Aplicar?
121
Barreto C.
Abordagem da Incontinência Urinária na Mulher, em
Cuidados de Saúde Primários
135
Barreto C.
Abordagem Familiar de Portadores de
Coreia de Huntington
Barreto C.
Cefaleias em Idade Pediátrica – Abordagem ao Nível dos
Cuidados de Saúde Primários
Barreto C.
Efeito da Contracepção Hormonal sobre a Adensidade
Mineral Óssea
86
Barreto C.
Terapêutica dos problemas otorrinolaringológicos mais
comuns na Gravidez – O Que é Seguro?
132
Bernardino Guedes
Impacto da Idade Materna no Risco Peri-Natal:
Estudo Transversal
74
Bruno Heleno
Cirurgia Bariátrica e Patologia Gastro-Esofágica
44
Bruno Heleno
Hemorragia Digestiva Obscura em Doente com
Multimorbilidade
15
Bruno Heleno
Impacto da Idade Materna no Risco Peri-Natal:
Estudo Transversal
74
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
131
113
21
37
159
140
160
Bruno Heleno
O doente só não morreu por acaso – os cuidados
primários respondem bem perante emergências rara?
28
Carla Gouveia
E esta, hein?
43
Carla Gouveia
Eficácia dos fármacos utilizados no tratamento sintomático
das alterações ligeiras das funções cognitivas
Carla Gouveia
Utilização das definições da Síndrome Metabólica
Que vantagens para a prática clínica?
71
Carla Marques
De Lombalgia a Doença de Crohn – Marcha Diagnóstica
13
Carla Marques
De Quisto Sebáceo a Plasmacitoma – um Diagnóstico de
Suspeição
27
Carla Marques
Toxoplasmose e Gravidez
Carla Martins
“Um olhar sobre a pele”
53
Carolina Ferreira de Almeida
Do Prurido e Pudor ao Carcinoma da Vulva
10
Carolina Rezende
“Um olhar sobre a pele”
53
Catarina Almeida Empis
Vacinas não contempladas no Programa Nacional de
Vacinação – que indicações?
115
Catarina Castro
O Papel da Equipa de Saúde Familiar na Gestão da
Doença e Promoção da Saúde
48
Catarina Barreto
Um Caso de Trombose Venosa Profunda
08
Catarina Godinho
Doença Inflamatória Intestinal – A Doença e a
Abordagem pelo Médico de Família
83
Célia Gonçalves
Diplopia: atenção redobrada!
65
Célia Gonçalves
Glicosúria Gravídica – Uma Visão Actualizada em Saúde
Materna
91
Célia Gonçalves
Hemodiálise? Negação! – intervenção no limite
60
Célia Gonçalves
Infecções Urinárias Recorrentes na Grávida – Profilaxia
Antibiótica?
Célia Gonçalves
Registos Oncológicos da Lista na Avaliação da Prática Clínica
75
Célia Pinheiro
A Caminho do Equilíbrio...
70
Célia Pinheiro
Lesões Cutâneas Benignas no Recém-Nascido
Cláudia Antão
Da Negação ao Compromisso
Cláudia Antão
"Preparar a Partida" – O Papel do Médico de Família na
Prestação de Cuidados em Fim-de-Vida
Cláudia Antão
Prevalência do Excesso de Peso/Obesidade no 1º Ciclo do
Agrupamento de Escolas de Vialonga
Cláudia Ho
Actualização das Insulinas Disponíveis em Portugal
123
Cláudia Ho
Materiais de Penso em Ambulatório: Qual Aplicar?
121
Cláudia Ho
Sinais da Disfunção numa Família em Disrupção
52
Cláudia Santos Silva
Alterações Cutâneas na Gravidez
90
Cláudia Santos Silva
“Dorme Bem, ou Dormirás para sempre…Abordagem da
Patologia do Sono"
124
Cláudia Santos Silva
Uma Bomba Relógio... Abordagem da Obesidade na
Infância e Adolescência
111
Cláudia Soares
Dra. ando com muitos calores!!!
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
102
131
130
118
42
138
72
58
Cláudia Soares
Morte súbita no jovem atleta
108
Cláudia Soares
“Sinais” cutâneos
119
Cristina Mourato
Doença Metastática de Melonoma Maligno sem Evidência de
Lesão Primária
Cristina Mourato
E Quando Temos que Transmitir uma má Notícia
Cristina Mourato
Hepatite Autoimune - Relato de caso 7 meses após parto
11
Cristina Teodoro
Diabetes Auto-Imune Latente do Adulto
61
Daniel Pinto
Associação entre Controlo Metabólico da Diebetes tipo 2
e Sintomas Depressivos
69
Daniel Pinto
Codificação com a Classificação Internacional de Cuidados
Primários por Internos de Medicina Geral e Familiar
76
Delgado F.
Abordagem da Incontinência Urinária na Mulher, em
Cuidados de Saúde Primários
Delgado F.
Abordagem Familiar de Portadores de Coreia de Huntington
Delgado F.
Cefaleias em Idade Pediátrica – Abordagem ao Nível dos
Cuidados de Saúde Primários
Delgado F.
Efeito da Contracepção Hormonal sobre a
Adensidade Mineral Óssea
Delgado F.
Terapêutica dos problemas otorrinolaringológicos mais
comuns na Gravidez - O Que é Seguro?
132
Dora Bobrisev
Quando se suspeita de Demência no Idoso
103
Duarte e Silva
Abordagem das Doenças Profissionais pelos Médicos de
Família
82
Duarte e Silva
A Satisfação Profissional dos Médicos de Família
78
Duarte e Silva
Hiperuricémia Induzida por Diuréticos
98
Edgar Ferreira
Andropausa: Como Actuar?
89
Edgar Ferreira
Factor V da Leiden: a Propósito de um Caso Clínico
25
Elisa Gomes
Nem Tudo o que Parece é!
40
Elisa Gomes
Vacina contra o Rotavírus: Que decisão tomar?
116
Elisabete Duarte
Osteoporose no Homem
143
Esmeralda Cunha
Impacto da Idade Materna no Risco Peri-Natal:
Estudo Transversal
74
Esmeralda Cunha
O doente só não morreu por acaso – os cuidados
primários respondem bem perante emergências raras
28
Emília Vitorino
Hiperuricémia Induzida por Diuréticos
98
Fátima Franco
Abordagem do Pé Diabético nos Cuidados de Saúde Primários
Fátima Franco
Depressão: A propósito de um caso clínico
Fátima Franco
O Sono no Idoso
Fátima Franco
Utilização das definições da Síndrome Metabólica
Que vantagens para a prática clínica
71
Fátima Tavares
“Um olhar sobre a pele”
53
Fernando Delgado
Um Caso de Trombose Venosa Profunda
08
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
30
112
135
37
140
86
122
41
126
161
Fernando Tabanez
Andropausa: Como Actuar?
89
Fernando Tabanez
Factor V da Leiden: a Propósito de um Caso Clínico
25
Filipa Fareleira
Dignidade. Dignidade? Dignidade!
136
Filipa Nóbrega
Actualização das Insulinas Disponíveis em Portugal
123
Filipa Nóbrega
Depuralina®: um caso de reacção adversa?
Filipa Nóbrega
Materiais de Penso em Ambulatório: Qual Aplicar?
121
Filipa Nóbrega
Um Olhar sobre Perturbação de Hiperactividade e Défice
de Atenção
106
Filomena Nabais
Nem Tudo o que Parece é!
Francisca Mangas
Osteoporose, o que não devemos esquecer
Frederico Rosário
Mães Adolescentes e Mães Adultas – Estudo Caso-Controlo
73
Gema Ponce
Impacto da Idade Materna no Risco Peri-Natal:
Estudo Transversal
74
Gema Ponce Revilla
Ideias, Desejo de Morte e Ideação Suicida na População
de um Centro de Saúde Urbano
77
Gloria Leonardo Matias
Síndrome de Pendred
59
Graça Branco
Desafios Clínicos em MGF Um caso clínico – "Uma
Dor Incontrolável..."
49
Guilherme de Amaral Mendes
Frequência Cardíaca como Factor de Risco Cardiovascular
- é Possivel a Aplicação na Prática Clínica?
Halyna Rudysh
Causa rara de dor abdominal na criança
Heidy Neves
Depressão – O Papel do Médico de Família
Hema Hasmuklal
E esta, hein?
Hema Hasmuklal Mulchande
Cebola: Tradição ou Ciência
Hugo Gonçalves
Hepatite Autoimune – Relato de caso 7 meses após parto
11
Hugo Pinto Gonçalves
Doença Metastática de Melonoma Maligno sem
Evidência de Lesão Primária
30
Hugo Pinto Gonçalves
E Quando Temos que Transmitir uma má Notícia...?
112
Inês Maio
Intervenções breves no Abuso de Álcool em Cuidados de
Saúde Primários: que Evidência?
146
Inês Pinheiro da Silva
Gonalgias – Abordagem em Cuidados de Saúde Primários
142
Inês Sayanda
Doente esperou dois anos e o diagnóstico estava feito!
Sempre era um Divertículo de Zencker
16
Irene Martins
Lombalgias - Como Prevenir?
88
Isabel Alves Pratas
Cancro do Pulmão – o raro e o comum
56
Isabel Cardoso
Depressão: a propósito de um caso clínico
41
Isabel Cardoso
Insónia no Idoso
125
Ivo Reis
Uma abordagem prática ao Sindroma do Intestino
Irritável
139
Jerusa Oliveira Ramos
Sinais da Disfunção numa Família em Disrupção
52
Jerusa Oliveira Ramos
Síndrome da Apneia e Hipopneia do Sono
80
162
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
64
40
148
109
63
127
43
101
Jesley Teodoro
Abordagem das Doenças Profissionais pelos Médicos de
Família
82
Jesley Teodoro
A Satisfação Profissional dos Médicos de Família
78
Jesley Teodoro
Hiperuricémia Induzida por Diuréticos
98
Joana Alves
Andropausa: Como Actuar?
90
Joana Alves
Factor V de Leiden: a propósito de um caso clínico
25
Joana Castelhano
Desemprego: um Risco para a Saúde?
Joana Gerardo
Decisão Partilhada... decisão negligenciada...?
Joana Gerardo
Quando a Maternidade Não É Felicidade
128
Joana Severo
Lisados Polibacterianos:Que Eficácia?
100
Joana Severo
Uma vez artrose, sempre artrose
12
João Pacheco Castro
Mieloma Múltiplo, Dificuldades do Diagnóstico através de
um Caso
17
João Ramos
Impacto da Idade Materna no Risco Peri-Natal:
Estudo Transversal
74
Jorge Silva
A Ponderação do Risco num Caso Difícil de
Anticoagulação Oral
24
José Fernando Santos
Criopreservação de Sangue do Cordão Umbilical – O que
Aconselhar
94
Lara Guerra
Duas Faces da Dor
Lara Guerra
Nem tudo o que parece é... E não é que era mesmo!
Lara Sutil
Duas Faces da Dor
141
Lara Sutil
Psicofármacos na Gravidez
129
Leila Marques
Avaliação de Hematúria não Traumática Assintomática no
Adulto - Algoritmo de Decisão
134
Leonor Sobral
Hemocromatose Primária – um portador a fazer
terapêutica
62
Liliana Ribeiro
Polifarmácia nos Idosos: Como Evitar Alguns Erros?
97
Lúcia Azevedo
Não Compactação do Miocárdio Ventricular: Um Diagnóstico
em Medicina Geral e Familiar
35
Luisa Rebelo da Silva
Depressão Pós-parto – Avaliação do Risco no CS Palmela
68
Luisa Rebelo da Silva
Dra. Eu Só Quero Um Comprimido para a Dor de Cabeça!
33
Luísa Rebelo da Silva
Proteinograma – quando e porquê pedir?
113
Luisa Sá
Lisados Polibacterianos: que Eficácia?
100
Madalena Rodrigues
Depressão Pós-parto – Avaliação do Risco no CS Palmela
68
Madalena Rodrigues
Dra. eu só quero um comprimido para a dor de cabeça!
33
Madalena Rodrigues
Proteinograma – quando e porquê pedir?
Madalena Vieira da Costa
Associação entre Controlo Metabólico da Diabetes tipo 2
e Sintomas Depressivos
Madalena Vieira da Costa
Dignidade. Dignidade? Dignidade!
136
Madalena Vieira da Costa
O Computador como Terceiro Elemento na Consulta:
que Interferência na Comunicação Médico-doente?
105
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
147
05
141
31
113
163
69
40
Mafalda Carmona Ribeiro
Nem tudo o que parece é!
Mafalda Carmona Ribeiro
Vacina contra o Rotavírus: Que decisão tomar?
116
Manuel Pereira
"Preparar a Partida" – O Papel do Médico de Família na
Prestação de Cuidados em Fim-de-Vida
140
Manuel Pereira
Prevalência do Excesso de Peso/Obesidade no 1º Ciclo
do Agrupamento de Escolas de Vialonga
171
Manuela Rodrigues
Da Negação ao Compromisso
Manuela Rodrigues
"Preparar a Partida" – O Papel do Médico de Família na
Prestação de Cuidados em Fim-de-Vida
Mara Carvalho
Nódulo Tiroideu – O Tamanho Importa?
19
Mara Carvalho
Subversão do Ciclo de Vida: a "Terceira Idade" antes da
maternidade
39
Mara Carvalho
Velhas Questões, Novas Atitudes
107
Marco Ferreira
Cessação Tabágica – Conceitos, Abordagem Clínica e
Terapêutica
145
Margarida Coelho
Impacto da Idade Materna no Risco Peri-Natal:
Estudo Transversal
74
Margarida Coelho
O doente só não morreu por acaso – os cuidados
primários respondem bem perante emergências raras
28
Margarida Marques
E Quando Temos que Transmitir uma má Notícia...?
Margarida Marques
Doença Metastática de Melanoma Maligno sem
Evidência de Lesão Primária
30
Margarida Marques
Hepatite Autoimune – Relato de caso 7 meses após parto
11
Margarida Mesquita
Segredo e preconceito: o caso de uma mulher sem útero
06
Margarida Valente
Quando a Hipertensão Arterial se Torna Resistente
34
Margarida Valente
Trombofilia na Gravidez – a propósito de um Caso Clínico
23
Maria Inês Santos
Mães Adolescentes e Mães Adultas – Estudo Caso-Controlo
73
Maria José Colaço
A Ponderação do Risco num Caso Difícil de
Anticoagulação Oral
24
Maria Lourdes Silva
Tumor cerebral – a propósito de um caso clínico
55
Mariana Lameiras
Obesidade em estados de hipertiroidismo – relato de
2 casos clínicos
45
Mariana Lameiras
Vacinas não contempladas no Programa Nacional de
Vacinação – que indicações?
115
Marina Meireles
O Papel da Equipa de Saúde Familiar na Gestão da
Doença e Promoção da Saúde
48
Marina Meireles
Osteoporose – Modelo de Quantificação do Risco Fracturário
87
Marisa Casanova
O Sono no Idoso
Marlene Calisto
Implementação da Comunicação Médico-Doente Via Endereço
Electrónico na Consulta de Medicina Geral e Familiar
67
Marlene Calisto
Gerir a doença rara em Medicina Geral e Familiar
29
Marta Arnaut Pimentel
Gerir a doença rara em Medicina Geral e Familiar
29
164
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
42
138
112
126
Marta Arnaut Pimentel
Implementação da Comunicação Médico-Doente Via Endereço
Electrónico na Consulta de Medicina Geral e Familiar
67
Marta Fonseca
Polifarmácia nos Idosos: como evitar alguns erros?
97
Marta Lapa
A Propósito de um caso de Cardiopatia Congénita
46
Marta Neta
Um Caso de Trombose Venosa Profunda
08
Marta Padilha
Abordagem da escoliose na consulta de saúde infantil
117
Marta Padilha
Colesterol das lipoproteínas de alta densidade – tratar ou
não tratar?
114
Marta Padilha
Depressão ou Tiroidite?
Marta Padilha
Eficácia dos fármacos utilizados no tratamento sintomático das
102
alterações ligeiras das funções cognitivas
Marta Padilha
Quando efectuar o rastreio de hipertiroidismo?
85
Marta Padilha
Realidade contraceptiva numa consulta do Centro de
Saúde de Sete Rios
79
Marta Padilha
Síndrome do Ovário Poliquistico – novos conceitos e
abordagem
95
Medina do Rosário
Prevalência do Excesso de Peso/Obesidade no 1º Ciclo
do Agrupamento de Escolas de Vialonga
72
Miguel Julião
Dignidade. Dignidade? Dignidade!
Miguel Julião
O Computador como Terceiro Elemento na Consulta:
que Interferência na Comunicação Médico-doente?
66
Mileta Gomes
Mergulhar mais fundo nas causas de AVC?
22
Mílvia Jorge
Abordagem da escoliose na consulta de saúde infantil
117
Mílvia Jorge
Colesterol das lipoproteínas de alta densidade – tratar ou
não tratar?
114
Mílvia Jorge
Depressão ou Tiroidite?
20
Mílvia Jorge
Quando Efectuar o Rastreio de Hipertiroidismo?
85
Mílvia Jorge
O Computador como Terceiro Elemento na Consulta: que
Interferência na Comunicação Médico-doente?
66
Mílvia Jorge
Síndrome do Ovário Poliquistico – Novos Conceitos e
Abordagem
95
Mora P.
Abordagem da Incontinência Urinária na Mulher, em
Cuidados de Saúde Primários
135
Mora P.
Abordagem Familiar de Portadores de Coreia de Huntington
37
Mora P.
Cefaleias em Idade Pediátrica – Abordagem ao Nível dos
Cuidados de Saúde Primários
140
Mora P.
Efeito da Contracepção Hormonal sobre a Adensidade
Mineral Óssea
Mora P.
Terapêutica dos problemas otorrinolaringológicos mais comuns
132
na Gravidez – O que é seguro?
Natália Tiountchik
Mieloma Múltiplo, Dificuldades do Diagnóstico através de
um Caso
Natasha Gomes
Acne Vulgaris – Como Tratar?
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
20
136
86
17
120
165
Nelson Pereira
Abordagem Diagnóstica das Hemorragias Uterinas
Anormais
133
Neta M.
Abordagem da Incontinência Urinária na Mulher, em
Cuidados de Saúde Primários
135
Neta M.
Abordagem Familiar de Portadores de Coreia de Huntington
Neta M.
Cefaleias em Idade Pediátrica – Abordagem ao Nível dos
Cuidados de Saúde Primários
Neta M.
Efeito da Contracepção Hormonal sobre a Adensidade
Mineral Óssea
86
Neta M.
Terapêutica dos problemas otorrinolaringológicos mais
comuns na Gravidez – O Que é Seguro?
132
Olena Panchenko
Vertigem e tonturas como sintomas de vestibulopatias
centrais e periféricas
105
Olívia Souza
Dra. ando com muitos calores!!!
Olívia Souza
Morte súbita no jovem atleta
108
Olívia Souza
“Sinais” cutâneos
119
Patrícia Ferreira
Cirurgia Bariátrica e Patologia Gastro-Esofágica
44
Patrícia Ferreira
Hemorragia Digestiva Obscura em Doente com Multimorbilidade
15
Patrícia Ferreira
Impacto da Idade Materna no Risco Peri-Natal:
Estudo Transversal
74
Patrícia Ferreira
O doente só não morreu por acaso – os cuidados
primários respondem bem perante emergências raras?
28
Patrícia Mora
Um Caso de Trombose Venosa Profunda
08
Paula Broeiro
Impacto da Idade Materna no Risco Peri-Natal:
Estudo Transversal
74
Paula Broeiro
O doente só não morreu por acaso – os cuidados
primários respondem bem perante emergências raras?
28
Paulo Estrela
E esta, hein?
43
Pedro Alves
Cirurgia Bariátrica e Patologia Gastro-Esofágica
44
Pedro Alves
Hemorragia Digestiva Obscura em Doente com Multimorbilidade
15
Pedro Alves
Impacto da Idade Materna no Risco Peri-Natal:
Estudo Transversal
74
Pedro Alves
O doente só não morreu por acaso – os cuidados
primários respondem bem perante emergências raras?
28
Pedro Carvalho
Descarga Adrenérgica
32
Pedro Carvalho
Sem Gota de Ar
42
Pedro Jorge Sesões
Causa rara de dor abdominal na criança
63
Raquel Ascenção
Abordagem da escoliose na consulta de saúde infantil
Raquel Ascensão
Depressão ou Tiroidite?
Raquel Ascenção
Colesterol das lipoproteínas de alta densidade – tratar ou não
tratar?
166
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
37
140
58
117
20
114
Raquel Ascenção
Quando Efectuar o Rastreio de Hipertiroidismo?
85
Raquel Ascenção
O Computador como Terceiro Elemento na Consulta: que
Interferência na Comunicação Médico-doente?
66
Raquel Ascensão
Síndrome do Ovário Poliquistico - Novos Conceitos e
Abordagem
95
Raquel Monteiro
Osteoporose, o que não devemos esquecer
Ricardo Feijão
Uma vez artrose, sempre artrose
12
Ricardo Martins da Cunha
Alterações Cutâneas na Gravidez
90
Ricardo Martins da Cunha
“Dorme Bem, ou Dormirás para sempre...
Abordagem da Patologia do Sono"
124
Ricardo Martins da Cunha
Uma bomba relógio... abordagem da obesidade na
Infância e Adolescência
111
Ricardo Vasconcelos Ribeiro
Rastreio de doença coronária assintomática em
doentes com Diabetes Mellitus
110
Rita Cunha Ferreira
Abordagem da escoliose na consulta de saúde infantil
117
Rita Cunha Ferreira
Colesterol das lipoproteínas de alta densidade – tratar ou
não tratar?
114
Rita Cunha Ferreira
Depressão ou Tiroidite?
20
Rita Cunha Ferreira
Quando efectuar o rastreio de hipertiroidismo?
85
Rita Cunha Ferreira
Realidade contraceptiva numa consulta do Centro de
Saúde de Sete Rios
79
Rita Cunha Ferreira
Síndrome do Ovário Poliquistico – novos conceitos e
abordagem
95
Rita Paulino
Quando a hipertensão arterial se torna resistente...
34
Rita Paulino
Trombofilia na Gravidez – a propósito de um
Caso Clínico
23
Rita Pinhão
Implementação da Comunicação Médico-Doente Via Endereço
Electrónico na Consulta de Medicina Geral e Familiar
67
Rita Pinhão
Gerir a doença rara em Medicina Geral e Familiar
29
Rita Tato
Obesidade em estados de hipertiroidismo – relato de
2 casos clínicos
45
Rita Tato
Osteoporose – modelo de quantificaçao do risco fracturário
87
Rita Tato
Vacinas não contempladas no Programa Nacional de
Vacinação – que indicações?
Rita Viegas
A Caminho do equilíbrio...
70
Roman Zhygun
Trombose venosa profunda
09
Rosa Ferreira
Osteoporose no homem
Rute Pina Cordeiro
O magnésio no tratamento das cãibras – mito ou
realidade
99
Rute Pina Cordeiro
Sistema de teleassistência a idosos em casa melhora a
qualidade de vida? Salva vidas?
81
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
148
116
143
167
168
Rute Fernandes
Gerir a Doença Rara em Medicina Geral e Familiar
29
Rute Fernandes
Implementação da Comunicação Médico-Doente Via Endereço
Electrónico na Consulta de Medicina Geral e Familiar
67
Salomé Sousa Coutinho
Insulinoterapia na Diabetes Mellitus Tipo 2
93
Sara Almeida
Depressão – O Papel do Médico de Família
Sara Almeida
Quando as comorbilidades aparecem precocemente
51
Sénia Sousa Guerreiro
Não Compactação do Miocárdio Ventricular: Um Diagnóstico
em Medicina Geral e Familiar
35
Sénia Sousa Guerreiro
O Magnésio no Tratamento das Cãibras – Mito ou Realidade?
99
Sílvia Alão
Anemia Assintomática: quando a suspeita clínica persiste
26
Sílvia Rei
"Doente Desde Sempre" – Um Caso Clínico
14
Sofia Neto
Diplopia: atenção redobrada!
65
Sofia Neto
Glicosúria Gravídica – Uma Visão Actualizada em Saúde
Materna
91
Sofia Neto
Hemodiálise? Negação! – intervenção no limite
60
Sofia Neto
Registos Oncológicos da Lista na Avaliação da Prática
Clínica
75
Susana Corte-Real
Associação entre Controlo Metabólico da Diabetes tipo 2
e Sintomas Depressivos
69
Susana Corte-Real
Codificação com a Classificação Internacional de Cuidados
Primários por Internos de Medicina Geral e Familiar
76
Susana Mendonça
Obesidade em estados de hipertiroidismo – relato de
2 casos clínicos
45
Susana Mendonça
Vacinas não contempladas no Programa Nacional de
Vacinação – que indicações?
115
Susete Marques de Freitas
Luto Conjugal no Idoso – Como viver Com a Perda?
137
Tânia Almeida
Da Negação ao Compromisso
Tânia Almeida
"Preparar a Partida" – O Papel do Médico de Família na
Prestação de Cuidados em Fim-de-Vida
138
Tânia Almeida
Prevalência do Excesso de Peso/Obesidade no 1º Ciclo
do Agrupamento de Escolas de Vialonga
72
Teresa Libório
“Um olhar sobre a pele”
53
Tiago Aires d'Oliveira
Alterações Cutâneas na Gravidez
90
Tiago Aires d'Oliveira
“Dorme Bem, ou Dormirás para sempre... Abordagem da
Patologia do Sono"
124
Tiago Aires d'Oliveira
Uma Bomba Relógio... Abordagem da Obesidade na
Infância e Adolescência
111
Vanda Proença
Associação entre Controlo Metabólico da Diabetes tipo 2
e Sintomas Depressivos
69
Vanda Proença
Quando a Utente não Quer Ouvir...
04
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
127
42
Vanessa Sousa Antunes
Fenómeno de Raynaud:Abordagem em Medicina Geral e
Familiar
Vanessa Sousa Antunes
Utilização das definições da Síndrome Metabólica
Que vantagens para a prática clínica
71
Vanessa Zacarias Guerreiro
De um Quadro de Palpitações a um Hipotiroidismo
Sub-Clínico
18
Vasco Freire
Subversão do Ciclo de Vida: a "Terceira Idade" Antes da
Maternidade
39
Vasco Freire
Velhas Questões, Novas Atitudes
Vasco Freire
Nódulo Tiroideu – O Tamanho Importa?
19
Vera Carvalho
Acidente Vascular Cerebral no Recém-Nascido:
Que Vigilância?
07
Vera Carvalho
Auto-anticorpos em Reumatologia – Que Significado?
84
Vera Carvalho
Obesidade Materna – Um Risco Esquecido, Muitos Riscos
Evitáveis
92
Violeta Florova
Síndroma da Apneia e Hipopneia do Sono
80
Violeta Florova
Tumor de Merkel... raro e difícil de diagnosticar...
34
Welma Andrade
Abordagem das Doenças Profissionais pelos Médicos de
Família
82
Welma Andrade
A Satisfação Profissional dos Médicos de Família
78
Welma Andrade
Hiperuricémia Induzida por Diuréticos
98
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
144
107
169
L I S TA D E P O S T E R S
170
01
“Um olhar sobre a pele”
Fátima Tavares
Carla Martins
Carolina Rezende
Teresa Libório
02
Tumor de Merkel... raro e difícil de diagnosticar...
Violeta Florova
54
03
Tumor cerebral – a propósito de um caso clínico
Ana Cristina Esteves
Maria Lourdes Silva
55
04
Cancro do Pulmão – o raro e o comum
Ana Catarina Conduto
Isabel Alves Pratas
56
05
Mordedura de Vibora – Uma realidade em Sintra
Ana Paes de Vasconcellos
57
06
Dra. ando com muitos calores!!!
Olívia Souza
Cláudia Soares
58
07
Síndrome de Pendred
Gloria Leonardo Matias
59
08
Hemodiálise? Negação! – Intervenção no limite
Sofia Neto
Célia Gonçalves
60
09
Diabetes Auto-Imune Latente do Adulto
Cristina Teodoro
61
10
Hemocromatose Primária – um portador a
fazer terapêutica
Leonor Sobral
62
11
Causa rara de dor abdominal na criança
Halyna Udysh
Pedro Jorge Sesões
63
12
Depuralina®: um caso de reacção adversa?
Filipa Nóbrega
64
13
Diplopia: atenção redobrada!
Célia Gonçalves
Sofia Neto
65
14
Realidade contraceptiva numa consulta do Centro de
Saúde de Sete Rios
Marta Padilha
Ana Cebolais
Rita Cunha Ferreira
79
15
Proteinograma – quando e porquê pedir?
Madalena Rodrigues
Luísa Rebelo da Silva
113
16
Colesterol das lipoproteínas de alta densidade – tratar ou
não tratar?
Raquel Ascenção
Ana Caetano
Ana Cebolais
Marta Padilha
Mílvia Jorge
Rita Cunha Ferreira
114
17
Vacinas não contempladas no Programa Nacional de
Vacinação – que indicações?
Catarina Almeida Empis
Mariana Lameiras
Susana Mendonça
Rita Tato
115
18
Vacina contra o Rotavírus: Que decisão tomar?
Elisa Gomes
Mafalda Carmona Ribeiro
116
19
Abordagem da escoliose na consulta de saúde infantil
Ana Cebolais
Ana Caetano
Marta Padilha
Mílvia Jorge
Raquel Ascenção
Rita Cunha Ferreira
117
20
Lesões Cutâneas Benignas no Recém-Nascido
Célia Pinheiro
118
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
53
21
“Sinais” cutâneos
Cláudia Soares
Olívia Souza
119
22
Acne Vulgaris – Como Tratar?
Natasha Gomes
120
23
Materiais de penso em ambulatório: qual aplicar?
Cláudia Ho
Filipa Nóbrega
António Santos
121
24
Abordagem do Pé Diabético nos cuidados de
saúde Primários
Fátima Franco
122
25
Actualização das insulinas disponíveis em Portugal
António Mendes dos Santos
Filipa Nóbrega
Cláudia Ho
123
26
“DORME BEM, OU DORMIRÁS PARA SEMPRE...
Abordagem da Patologia do Sono"
Tiago Aires d'Oliveira
Cláudia Santos Silva
Ricardo Martins da Cunha
124
27
Insónia no Idoso
Isabel Cardoso
Ana Margarida Baptista
125
28
O Sono no Idoso
Marisa Casanova
Fátima Franco
126
29
Depressão – o papel do médico de família
Heidy Neves
Sara Almeida
127
30
Quando a maternidade não é felicidade
Ana Ferreira
Ana Campos
Joana Gerardo
128
31
PSICOFÁRMACOS NA GRAVIDEZ
Lara Sutil
129
32
Infecções urinárias recorrentes na grávida – profilaxia
antibiótica?
Célia Gonçalves
130
33
Toxoplasmose e Gravidez
Ana Serrão
Carla Marques
131
34
Terapêutica dos problemas otorrinolaringológicos mais
comuns na Gravidez – o que é seguro?
Barreto C.
Mora P.
Neta M.
Delgado F.
132
35
Abordagem Diagnóstica das Hemorragias Uterinas
Anormais
Nelson Pereira
133
36
Avaliação de hematúria não traumática assintomática
no adulto – algoritmo de decisão
Leila Marques
134
37
Abordagem da Incontinência urinária na mulher, em
Cuidados de Saúde Primários
Delgado F.
Neta M.
Mora P.
Barreto C.
135
38
Dignidade. Dignidade? Dignidade!
Madalena Vieira da Costa
Filipa Fareleira
Miguel Julião
136
39
Luto Conjugal no Idoso – Como viver com a perda?
Susete Marques de Freitas
137
“Preparar a partida" – O Papel do Médico de Família na
Prestação de Cuidados em Fim-de-Vida
Cláudia Antão
Ana Costa
Manuela Rodrigues
Manuel Pereira
Tânia Almeida
138
40
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
171
41
Uma abordagem prática ao Sindroma do Intestino Irritável
Ana Paes de Vasconcellos
Ivo Reis
139
42
Cefaleias em idade pediátrica – Abordagem ao
nível dos Cuidados de Saúde Primários
Mora P.
Neta M.
Delgado F.
Barreto C.
140
43
DUAS FACES DA DOR
Angela Neves
Lara Guerra
Lara Sutil
141
44
Gonalgias – abordagem em Cuidados de Saúde Primários
Inês Pinheiro da Silva
142
45
Osteoporose no homem
Ana Matos
Elisabete Duarte
Rosa Ferreira
143
46
Fenómeno de Raynaud: abordagem em Medicina
Geral e Familiar
Vanessa Sousa Antunes
144
47
Cessação Tabágica – conceitos, abordagem
clínica e terapêutica
Marco Ferreira
145
48
Intervenções breves no abuso de álcool em Cuidados de
Saúde Primários: que evidência?
Inês Maio
Ana Catarina Conduto
146
49
Desemprego: um risco para a Saúde?
Joana Castelhano
147
50
Osteoporose o que não devemos esquecer
Raquel Monteiro
Francisca Mangas
Ana Almeida
148
172
XIII JORNADAS
Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul
Seixal, 3 a 5 Novembro 2008
ADENDA
XIII JORNADAS
Internato Médico
Medicina Geral e Familiar
Zona Sul
Seixal, 3 a 5 de Novembro de 2008
ADENDA ao Livro de Resumos
Resumos incluídos no Livro de Resumos como ORAL
e que são POSTER
Raquel Monteiro
Francisca Mangas
Ana Almeida
Osteoporose, o que não devemos esquecer
Hepatite autoimune – Relato de caso 7 meses
após o parto
Revisão
Poster
50
Margarida Marques
Relato de Caso
Hugo Gonçalves
Poster
Cristina Mourato
51
Resumos não incluídos no Livro de Resumos
Tiago Aires d’Oliveira
DORES QUE NÃO SÃO SÓ DA IDADE
Cláudia Santos Silva
Afinal, havia algo mais na bagagem... Um caso
de tuberculose infantil
FIBROMIALGIA – Que abordagem terapêutica?
CEFALEIAS NA CRIANÇA – ESTRATÉGIAS DE
ABORDAGEM PELO MÉDICO DE FAMÍLIA
Ricardo Martins da Cunha
Oral
Ricardo Martins da Cunha
Relato de Caso
Cláudia Santos Silva
Poster
Tiago Aires d’Oliveira
52
Margarida Valente
Revisão
Andreia Neves
Poster
Rita Paulino
53
Gilda Ferreira
Revisão
Ibraime Carlos
Poster
Maria Martinho
Paula Silva
1
Relato de Caso
54
XIII JORNADAS
Internato Médico
Medicina Geral e Familiar
Zona Sul
Seixal, 3 a 5 de Novembro de 2008
Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
(Em caso de mais de um autor
indicar o apresentador -
ap)
DORES QUE NÃO SÃO SÓ DA IDADE
Tiago Aires d’Oliveira (ap)1, Cláudia Santos Silva2, Ricardo Martins da
Cunha3
Instituição
1
Orientador(a)
1
Resumo
Relato de Caso
Oral
USF S João do Pragal, DI de Setúbal Norte
Centro Saúde Cascais, DI de Lisboa BC
3
Centro Saúde Amadora, DI de Lisboa D
2
Deolinda Diniz, 2Isabel Betina, 3Mª Manuel Alves
Introdução:
A população portuguesa com mais de 65 anos, representa cerca de 17%, sendo a dor
generalizada um motivo de consulta frequente nesta faixa etária.
O verdadeiro desafio para o Médico de Família é fazer a destrinça entre causas
frequentes e menos frequentes de dor generalizada. Uma vez encontrada uma causa
frequente, é fundamental estar atento a sinais que se vão destacando e que podem
ser indicativos de outras etiologias concomitantes para esta sintomatologia,
principalmente quando ela é refractária à terapêutica instituída tendo como base o
diagnóstico inicial.
De facto, a hipercalcémia é uma alteração relativamente comum em Cuidados de
Saúde Primários, tratando-se de um “sinal” que nos pode alertar para algumas causas
de dor generalizada. O diagnóstico desta alteração, na maioria dos casos, é acidental.
Este caso clínico pretende-se ilustrar que por vezes “as dores não são só da idade”.
Descrição do caso:
Mulher de 80 anos, com antecedentes de hipertensão arterial medicada. Referia
queixas álgicas generalizadas, desde meados da década de 90, refractárias a ciclos
de analgesia. Durante este tempo, realizou vários exames complementares de
diagnóstico, que documentaram osteoporose e artropatia degenerativa generalizada.
Mantendo o quadro álgico, em 2003 recorreu ao Médico de família com lombalgia
severa, tendo sido diagnosticada cólica renal. Na sequência deste episódio, realizou
ecografia renal, que revelou nefrocalcinose bilateral. Após avaliação laboratorial
detectou-se hipercalcémia e hipofosfatémia, pelo que se iniciou uma marcha
diagnóstica com o intuito de identificar causas frequentes que possam explicar estas
alterações. Salientam-se valores de PTH aumentados, com exames imagiológicos
cervicais sem alterações. A doente foi referenciada à consulta de endocrinologia com
o diagnóstico de hiperparatiroídismo primário. Em consulta realizou vários exames
imagiológicos para eventual localização de foco hiperfuncionante. Após mais de 1 ano
de seguimento em consulta de endocrinologia, com realização de vários exames,
actualmente, a doente aguarda cirurgia, após ter sido detectado tecido paratiroideu
ectópico a nível da goteira traqueo-esofágica direita.
Discussão:
A persistência da dor generalizada refractária à terapêutica, implica estar atento a
novos dados na evolução da história clínica, para assim serem ponderadas novas
marchas diagnósticas. A percepção clínica do médico não se deve fechar em si
mesma, após a imposição de um diagnóstico. É, também, fundamental desmistificar o
estereótipo da velhice como fase de declínio em que a insuficiência humana e social
é tida como certa.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
2
XIII JORNADAS
Internato Médico
Medicina Geral e Familiar
Zona Sul
Seixal, 3 a 5 de Novembro de 2008
Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
(Em caso de mais de um autor
indicar o apresentador -
ap)
Afinal, havia algo mais na bagagem... Um caso de tuberculose infantil
Ricardo Martins da Cunha (ap)1, Cláudia Santos Silva2, Tiago Aires
d’Oliveira3
Instituição
1
Orientador(a)
1
Resumo
Relato de Caso
Poster
Centro de Saúde da Amadora, DI de Lisboa D
Centro de Saúde de Cascais, DI de Lisboa BC
3
USF S. João do Pragal, DI de Setúbal Norte
2
Maria Manuel Alves, 2Isabel Betina, 3Deolinda Diniz
INTRODUÇÃO
A tuberculose infantil é definida pela Organização Mundial de Saúde como a
tuberculose diagnosticada em crianças até aos 15 anos. Nesta faixa etária os sinais e
sintomas da doença são ainda menos específicos do que no adulto, as culturas
microbianas positivas em caso de doença são raras e há maior risco de doença
disseminada.
Estima-se, por um lado, que a prevalência de tuberculose infantil na Europa Ocidental
se situe entre os 2 e 7 %, com tendência a diminuir. Por outro lado a esta prevalência
é francamente inferior à estimada nos países em desenvolvimento, onde pode atingir
os 40%.
A pertinência deste caso clínico prende-se ao facto de apesar da prevalência de
tuberculose infantil em Portugal estar a diminuir, é fundamental ter em conta o
contexto epidemiológico da criança para assim podermos alargar o horizonte de
hipóteses e marchas diagnósticas.
DESCRIÇÃO DO CASO
Criança do sexo feminino, 9 anos, raça negra, portuguesa, residente na periferia de
Lisboa, com PNV actualizado, sem antecedentes pessoais relevantes e com história
de viagens regulares a Moçambique (a última três meses antes do início do quadro
clínico).
Recorre ao médico assistente por quadro de sete dias de evolução de febre e tosse
vespertina. Dos Exames realizados, a radiografia torácica, revela uma imagem
compatível com o daignóstico de pneumonia, pelo que é medicada com cefuroxime.
Um mês após o ciclo de antibioterapia, refere persistência da febre, agravamento da
tosse agora com astenia e anorexia associadas, pelo que recorre novamente ao seu
médico assistente. Após observação é referenciada ao Serviço de Urgência
Hospitalar. À observação apresenta bom estado geral, sem alterações significativas
ao exame objectivo. Realiza radiografia de tórax que revela imagem semelhante à
observada na anterior, sem alterações de novo, com avaliação analítica sem
alterações. Decide-se efectuar teste de mantoux, que revela às 72 horas uma
induração de 16 mm. Foi posta a Hipotese diagnóstica de tuberculose infantil
pulmonar, sendo internada no Serviço de Pediatria, para confirmação do diagnóstico.
Durante o internamento faz pesquisa de BK no suco gástrico que se revela negativa.
Realiza, também, broncofibroscopia que revela granuloma brônquico direito cuja
biópsia é sugestiva de tuberculose. Faz então terapêutica antibacilar, com melhoria do
quadro clínico. Tem alta, com seguimento em consulta de pediatria.
DISCUSSÃO
As infecções respiratórias na criança são comum na prática clínica.
Neste caso clínico, foi fundamental uma anamnese cuidada focando os antecedentes
da criança, bem como o enquadramento epidemiológico envolvente. Só assim se
pôde chegar atempadamente a um diagnóstico. Por outro lado, o factor tempo não só
foi importante para a marcha diagnóstica, como também o é para o prognóstico desta
patologia.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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XIII JORNADAS
Internato Médico
Medicina Geral e Familiar
Zona Sul
Seixal, 3 a 5 de Novembro de 2008
Resumo de Comunicação
Título
FIBROMIALGIA – Que abordagem terapêutica?
Autor(es)
(Em caso de mais de um autor
indicar o apresentador -
ap)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Revisão
Poster
Margarida Valente (ap), Andreia Neves, Rita Paulino
USF Mactamã – Centro de Saúde de Queluz
DI de Lisboa D
Rosa Bretes, Fátima Arnaud, Ana Frazão
Introdução: A Fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dores músculoesqueléticas generalizadas no mínimo com 3 meses de duração e com múltiplos
pontos dolorosos à palpação de etiopatogénese desconhecida. Pode associar-se a
rigidez prolongada, distúrbios afectivos, do sono e fadiga crónica. Trata-se de uma
patologia com uma prevalência importante, cabendo ao Médico de Família saber
abordá-la.
Objectivos: Identificar os principais objectivos da terapêutica da Fibromialgia e os
tratamentos farmacológicos e não farmacológicos mais recomendados com base no
nível de evidência científica.
Metodologia: Revisão bibliográfica na Medline, via plataformas PubMed e Medscape,
consulta de livros de texto especializados, entre 2005 e 2008.
Palavras-chave: Fibromialgia; dor crónica; guidelines; “American Pain Society”; “The
European League against Rheumatism”.
Resultados: Os principais objectivos do tratamento da Fibromialgia são a diminuição
da dor e a melhoria dos sintomas associados. O crescente aparecimento de estudos
resultou em novas evidências científicas na abordagem terapêutica desta patologia.
As guidelines da “American Pain Society” – 2005, privilegiam a confirmação
diagnóstica, a educação do doente, a avaliação e tratamento de co-morbilidades. As
guidelines da “European League against Rheumatism” – 2007, acrescentam que as
co-morbilidades, o tipo e intensidade dos sintomas são importantes na selecção do
tratamento inicial. As guidelines americanas preconizam, como primeira linha, a
utilização de antidepressivos tricíclicos e da ciclobenzaprina. Contudo, estudos mais
recentes, comprovam a maior eficácia dos inibidores selectivos da recaptação da
serotonina e norepinefrina, bem como dos alfa-2-delta ligandos – Prégabalina, nos
doentes com predomínio de distúrbios do sono e ansiedade; tal facto levou à
aprovação deste último fármaco, pela Food and Drug Administration, para o
tratamento da Fibromialgia. Na ausência de resposta clínica à monoterapia, a
associação destas duas abordagens é uma hipótese. Ambas as guidelines
consideram como fármacos de segunda linha os analgésicos e anti-inflamatórios.
Quanto à terapêutica não farmacológica, ambas recomendam o exercício físico e a
terapia cognitivo comportamental, para alguns grupos de doentes, entre outras. É
consensual que a combinação da terapêutica farmacológica e não farmacológica,
numa abordagem multidisciplinar, deverá ser a primeira opção, ainda que de uma
forma individualizada.
Conclusão: A Fibromialgia implica um elevado consumo de recursos de saúde,
devendo ser abordada perspectivando o indivíduo, enquanto unidade bio-psico-social,
e encarada como uma realidade, à luz dos estudos recentes.
Novos estudos deverão ser realizados na tentativa de melhor compreender a
fisiopatologia e, assim, desenvolver novas e mais adequadas abordagens
terapêuticas.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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XIII JORNADAS
Internato Médico
Medicina Geral e Familiar
Zona Sul
Seixal, 3 a 5 de Novembro de 2008
Resumo de Comunicação
Título
Autor(es)
CEFALEIAS NA CRIANÇA – ESTRATÉGIAS DE ABORDAGEM PELO
MÉDICO DE FAMÍLIA
Gilda Ferreira; Ibraime Carlos; Maria Martinho; Paula Silva
(Em caso de mais de um autor
indicar o apresentador -
ap)
Instituição
Orientador(a)
Resumo
Revisão
Poster
Centro de Saúde de Torres Vedras
DI de Lisboa AEF
Ana Pipa Matos, João P. Silva, Paula Brandão Alves, Paula Malvar
As cefaleias são um sintoma frequente na criança e tornam-se mais comuns durante a
adolescência, sendo um motivo de consulta habitual em Medicina Geral e Familiar.
A avaliação deve começar com uma história clínica e um exame objectivo detalhados,
abordagem nem sempre fácil.
Pretende-se com este trabalho proceder a uma revisão dos elementos que devem constar na
história clínica e no exame objectivo de modo a que na prática se possa fazer uma abordagem
adequada para estabelecer um diagnóstico correcto. Dado tratar-se de um sintoma que pode
não só ser consequência de alterações do contexto familiar mas também repercutir-se na sua
dinâmica, os autores pretendem fazer uma análise dos aspectos da história familiar que devem
ser avaliados na entrevista e que se revelem fundamentais para o diagnóstico diferencial.
Pretende-se ainda perceber de que modo poderá a consulta de Medicina Geral e Familiar, pela
sua especificidade, permitir uma abordagem diferente do sintoma.
Assim, definiram-se como objectivos: 1 - Estabelelcer uma sequência diagnóstica adequada da
criança com cefaleia em Cuidados Saúde Primários e critérios de referenciação; 2 – Verificar a
importância da avaliação familiar para a compreensão do sintoma; 3 – Avaliar a necessidade de
realizar exames complementares de diagnóstico para esclarecimento etiológico.
Para a concretização destes objectivos procedeu-se, nos meses de Junho e Julho de 2008, à
pesquisa de artigos publicados em língua inglesa nas bases de dados Medline/Pubmed,
Cochrane Library e Web of Science, nos últimos 5 anos, usando as palavras-chave: children,
headache, evaluation, assessment, management, family medicine, general practice.
Recorreu-se ao Google para pesquisa específica de artigos por título e/ou autor. Foram
pesquisados endereços específicos do World Wide Web, nomeadamente de sociedades
científicas.
Foram seleccionados 10 artigos de revisão, 1 artigo de investigação e 2 de revisão sistemática,
com base na acessibilidade ao texto completo dos mesmos.
Da análise dos artigos é consensual que a avaliação da criança com cefaleia deve começar
com uma História Clínica detalhada. O primeiro passo consiste numa Anamnese cuidadosa,
com identificação dos pródromos, padrão temporal, frequência, duração, localização, qualidade,
intensidade, factores precipitantes e atenuantes e sintomas associados. Os Antecedentes
Pessoais e Familiares são também importantes e fundamentais ao diagnóstico diferencial. A
anamnese deverá favorecer uma correcta aproximação diagnóstica que oriente o passo
seguinte – o Exame Objectivo – , o qual deve incluir o Exame Neurológico (centrado no estado
de consciência; fundoscopia; sinais focais; coordenação; reflexos; movimento e sensibilidade).
Apenas em casos graves poderão ser necessários exames imagiológicos ou laboratoriais.
Também em algumas situações se justifica a avaliação por especialidades como Neurologia,
Otorrinolaringologia, Oftalmologia, Pedopsiquiatria, Psicologia ou outras.
Em suma, pretende-se sistematizar a abordagem da cefaleia na criança em Medicina Geral e
Familiar. A anamnese e o exame objectivo detalhados são os pilares fundamentais para o
diagnóstico etiológico. E, em alguns casos, poderá ser necessária uma abordagem familiar.
Esta especialidade, centrando-se no indivíduo e respectiva família, permite ter uma visão
holística e possui os instrumentos adequados a uma avaliação familiar que pode ser fulcral à
compreensão do problema.
Endereço e-mail para correspondência: [email protected]
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COMISSÃO ORGANIZADORA:
Alexandra Fernandes
Ana Campos
Ana Rita Oliveira
Ana Sustelo
Ana Valério
Carla Marques
Catarina Conduto
Catarina Zilhão
Célia Pinheiro
Cláudia Estêvão
Fátima Matos
Fátima Tavares
Fernando Delgado
Inês Maio
Joana Alves
Joana Gerardo
Marco Ferreira
Mariana Pupo
Raquel d'Eça
Rute Cordeiro
Sénia Guerreiro
Tiago Mendes
Vítor Hugo Veríssimo
Welma Andrade
SECRETARIADO:
Marta Tavares
Ana Tourais
Anabela Silva
Carla Ribeiro
Carla Valadas
Isabel Pinto
M. Jesus Pereira
M. José Alves
Otília Moita
Rita Certã
Rosário Ribeiro
Salomé Ribeiro
COMISSÃO DE SELECÇÃO:
Adelaide Laranjeira
Ana Lúcia Vinhas
António Gonzalez Marquez
Cláudia Alves
Cristina Morgado
Délia Pacheco
Deolinda Diniz
Dulce Trindade
Eduarda Luzia
Helena Coutinho
Idalina Lima
João Pedro Silva
José Cabrita
Laurinda Leitão
Leonor Prata
Luís Coentro
M. Augusta Portas
Manuela Ambrósio
Manuela Cardoso
Manuela Rodrigues
Maria Manuel
Miguel Santos
Natália Correia
Nelson Gaspar
Nuno Pedroso
Pedro Teigão
Teresa Neto
Teresa Vale
Teresa Ventura
Tiago Carneiro
Vanda Lança
Zélia Godinho
MODERADORES:
Alexandra Marques
Aliona Licimaniuc
Ana Catarina Conduto
Ana Catarina Ferreira
Ana Catarina Pedro
Ana Cristina Esteves
Ana Cristina Montenegro
Ana Isabel Rosa
Ana Palmira Silva
Ana Sofia Campos
Anabela Gonçalves
Andry Sobchenko
Ângela Neves
Bernardino Guedes
Carla Fernandes
Carla Gouveia
Catarina Castro
Célia Gonçalves
Célia Pinheiro
Démeter Diaz
Diogo Pereira
Dora Bobrisev
Elisa Gomes
Elsa Aparício
Fátima Franco
Fátima Matos
Fernanda Martins
Gema Ponce
Hélder Silva
Hugo Sousa
Inês Bondo
Inês Maio
Inês Sayanda
Inês Silva
Isabel Cardoso
Isabel Pratas
Jesley Teodoro
Joana Almeida
Joana Castelhano
Joana Gerardo
João Ramos
Jorge Silva
José Matos
José Santos
Lara Guerra
Lara Saraiva
Leila Marques
Liliana Ribeiro
Luís Martinez
Luisa Rebelo
Luísa Sá
Madalena Gonçalves
Madalena Rodrigues
Mafalda Ribeiro
Mara Carvalho
Marco Ferreira
Margarida Marques
Mariana Lameiras
Marta Costa
Marta Padilha
Mílvia Jorge
Oksana Solovyova
Olívia Souza
Patrícia Matias
Pedro Alves
Pedro Carvalho
Raquel Chang
Raquel d'Eça
Raquel Vieira
Rebeca Prieto
Ricardo Ribeiro
Rita Soares
Roman Zhygun
Rui Miranda
Rui Rodrigues
Sandra Borralho
Sandra Quitério
Sandra Silva
Sara Almeida
Sara André
Sílvia Alão
Solange Gomes
Susana Corte-Real
Susana Costa
Tânia Almeida
Tiago Cruz
Vanda Proença
Vasco Freire
Welma Andrade
Alexandra Abrunhosa
Ana Cristina Nobre
Ana Maria Pisco
Ana Paula Morais
António Azevedo Filipe
António Marquez
Armando Brito de Sá
Áurea Farinha
Carla Silva
Carmo Cafede
Cristina Lopes
Esmeralda Amador
Esmeralda Cunha
Fatima Arnaud
Fátima Rabaçal Paiva
Fernanda Pinto
Helena Barroso
Hugo Silva
Isabel Lencastre
Joaquim Palma
Joaquina do Rosário
Jose Carlos Patrício
Luís Coentro
Manuela Barreiros
Margarida Fázio
Maria José Alves
M José Valério Rosa
Natália Correia
Nuno Sousa
Paula Vital
Paulo Simões
Rogério Costa
Rui Alves
Teresa Antunes
Teresa Neto
Vanda Vale
Zélia Gomes

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