Livro de Resumos
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PREÂMBULO Mais um ano! Mais um ano de trabalho, tão patente nestes resumos - resumos do trabalho a apresentar, resumos dos pequenos nadas que compõem os nossos quotidianos de consultas, de doentes, de dúvidas (…e se?)… A diversidade desse quotidiano - pois sim, os doentes com hipertensão, artrose, depressão, diabetes mas também os que se apresentam com “outras coisas”… raras! Raras, cada uma, frequentes no seu conjunto! A interrogação dos dias em que conseguimos parar e… começar a pensar, interligar - os sintomas nos vários doentes, as semelhanças entre outros, a repetição do que aprenderamos ser raro… Que explicação? A mudança que vai acontecendo! Subreptícia…lenta… boa? Sim, claro! Ou não? Tentemos ver! Procurámos saber, avaliar e então as consequências de…parecem ser… Diversidade, interrogação, mudança - as palavras deste ano de 2008! Mais um ano! O primeiro, para muitos! Que seja uma boa iniciação a esta especialidade! Ricardina Barroso Francisco Carvalho Teresa Ventura ÍNDICE RESUMOS: Relatos de Caso 4oral . . . . . . . . 04 – 52 Relatos de Caso 4poster . . . . . . 53 – 65 Trabalhos de Investigação 4oral . . 66 – 78 Trabalhos de Investigação 4poster 79 Trabalhos de Revisão 4oral . . . . . 80 –112 Trabalhos de Revisão 4poster . . . 113 –148 ÍNDICE DE TRABALHOS . . . . . . . . . . . . . . . . 150 –157 LISTA DE AUTORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158 –169 LISTA DE POSTERS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 170 –172 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Oral Relato de Caso Resumo Quando a utente não quer ouvir... Vanda Proença Centro de Saúde de Oeiras, USF São Julião DI de Lisboa BC Luísa Romeiro INTRODUÇÃO: Nem sempre é fácil para o utente aceitar um diagnóstico, sobretudo se tiver estigma social associado. Este caso pretende ilustrar a dificuldade de orientação diagnóstica de um caso potencialmente grave em termos de saúde pública, devido à não colaboração da utente no processo. DESCRIÇÃO DO CASO: Mulher de 40 anos, divorciada, licenciada em sociologia, desempregada, reside com o filho de 11 anos. Fumadora de 15 cigarros / dia. Utilizadora pouco frequente da consulta, com história de perturbações ansiosas e depressivas, recusando sempre terapêutica psiquiátrica. Em Fevereiro de 2008 recorre à consulta por nódulo recente da mama, sendo pedidos vários exames complementares de diagnóstico, incluindo radiografia de tórax por alterações na auscultação pulmonar. Dois meses depois regressa à consulta, preocupada com o resultado da radiografia de tórax, que revela um padrão miliar. Solicitam-se outros exames e sugere-se pedir serologias para o vírus da imunodeficiência humana (VIH), que a utente recusa. Duas semanas depois mostra os resultados, que revelam tuberculose miliar provavelmente antiga e massa latero-cervical a esclarecer. A utente aponta várias justificações para este diagnóstico - descontrolo hormonal, magreza, o ter bebido dos mesmos copos que amigos seropositivos. Contacta-se o Centro de Diagnóstico Pulmonar (CDP) e agenda-se consulta no dia seguinte. Mantém recusa em realizar serologias. Regressa ao Centro de Saúde no mesmo dia, solicitando análises para exclusão de mononucleose. Dois dias depois volta à consulta muito agressiva, referindo que no CDP lhe pediram mais exames e afirmando ter sido informada de que as lesões eram antigas, o que não foi confirmado após contacto telefónico com a colega do CDP. Reforça a hipótese de descontrolo hormonal, solicitando consulta com endocrinologista. Em consultas seguintes a utente foi sugerindo outras hipóteses de diagnóstico para o quadro clínico, acusando as médicas de inventarem doenças e recusando fazer serologias, entre outros exames. DISCUSSÃO: Perante a suspeita de infecção pelo VIH, a utente adopta uma atitude de negação e conflito para com as médicas, revelando a sua instabilidade emocional e tentando convencê-las de que outros diagnósticos são mais prováveis para justificar o quadro clínico apresentado. O medo de uma doença fá-la criar uma barreira na relação médico-doente, permitindo apenas a comunicação no sentido doente-médico. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 4 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Joana Gerardo (ap) , Ana Campos, Ana Ferreira USF Fernão Ferro mais, Centro de Saúde Quinta da Lomba - Barreiro DI de Setúbal Norte, DI de Setúbal Sul Antónia Alvito, Maria da Luz Pereira, Fernando Costa Ferreira INTRODUÇÃO: O médico de família (MF) é por vezes confrontado com situações clínicas sobre as quais a sua capacidade de esclarecimento clínico é extremamente relevante para a decisão do utente. Nestas, uma informação menos clara pode ser o suficiente para a negação de determinados tratamentos cruciais para o seu bem estar. Por outro lado, o MF terá que decidir se agir contra a vontade do utente é a melhor opção em certas situações, com o intuito de uma futura aceitação terapêutica. Oral Autor(es) Decisão partilhada… decisão negligenciada…? Relato de Caso Título DESCRIÇÃO DO CASO CLÍNICO: Mulher de 64 anos obesa, com história de hipertensão arterial, fibrilhação auricular e dislipidemia.Em Maio de 2004, na sequência de valores de -GT aumentados, é diagnosticada colelitíase após ecografia abdominal. Por facilidade de acesso a exames complementares de diagnóstico, uma vez que era funcionária no serviço de Cirurgia do Hospital de Stª Maria (HSM) e por conselho de outros médicos, realizou em Junho de 2004 uma RMN abdominal que revelou a presença de cálculos vesiculares, na confluência do cístico com o hepático até à confluência dos canais hepáticos direito e esquerdo, iniciando seguimento em consulta de gastroenterologia. Cerca de um mês depois realiza TAC do abdómen, onde se visualiza uma vesícula biliar esclero-atrófica com múltiplos cálculos, assim como cálculos no hepático comum até à confluência do cístico. Na sequência destes, em Setembro do mesmo ano, foi feita CPRE com ETE sendo diagnosticada litíase do cístico e compressão do colédoco. Desde então não voltou à consulta de gastroenterologia, sendo que em várias consultas de seguimento com o seu médico de família e após realização de ecografias de controlo que confirmavam a presença de colelitíase grave e até potencialmente fatal, com indicação para colecistectomia, nunca quis ser referenciada à consulta de cirurgia no HGO, alegando constantemente que iria marcar consulta no HSM, onde conhecia melhor os médicos do serviço e onde se sentia mais à vontade. No entanto, em Dezembro de 2007, na sequência de episódio de colecistite aguda, acaba por falecer no HGO. CONCLUSÕES: Duas questões pertinentes se levantam com este caso clínico: “Qual a capacidade do MF em informar claramente o utente sobre o seu risco clínico?” e “O que fazer quando o plano terapêutico é contrário à vontade do utente?”Por vezes, não basta a negação terapêutica do utente para parar a investida na sua saúde, é também necessário recorrer ao suporte familiar e de amigos para o ajudar na sua decisão. Endereço e-mail para correspondência: [email protected], [email protected], [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 5 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Oral Relato de Caso Resumo Segredo e preconceito: o caso de uma mulher sem útero Margarida Mesquita Centro de Saúde do Entroncamento DI de Santarém Marta Sattut Este é o relato do caso de uma mulher de 36 anos de idade com Síndroma de Mayer-RokitanskyKüster-Hauser e a sua apresentação pretende expor três problemas: o acompanhamento de uma situação clínica rara; os efeitos de um problema estigmatizante na dinâmica familiar, na vida da mulher e na relação médico-doente; e a questão do sigilo profissional. Esta síndroma afecta cerca de 1/4500 mulheres e caracteriza-se principalmente pela inexistência congénita de útero e parte superior da vagina. Podem ocorrer outras malformações, nomeadamente ósseas e renais. As mulheres afectadas têm os caracteres sexuais desenvolvidos normalmente mas têm amenorreia primária e são inférteis. Neste caso particular, a mulher não tem útero, apresenta apenas o intróito vaginal, não tem rim nem ureter à esquerda e apresenta hérnias inguinais bilaterais. Todas estas condições podem ser enquadradas na Sdr. MRKH, que lhe foi diagnosticada aos 13 anos de idade, na sequência do estudo da amenorreia primária. A utente, actualmente a trabalhar como operária fabril indiferenciada, abandonou os estudos no 2º ano de um curso superior, é divorciada e vive actualmente com um novo companheiro, mais velho, com um importante atraso mental. A única pessoa com conhecimento legítimo do seu problema é a mãe, com quem mantém uma relação escassa, e o ex-marido, com quem não fala desde o divórcio. Acredita que, na origem do seu problema, está o facto da mãe ter tentado abortar. Este facto foi-lhe confidenciado pelo pai, entretanto falecido, com quem mantinha uma relação muito forte, e nunca foi abordado junto da mãe. A ausência do útero e a impossibilidade de engravidar são meticulosamente escondidos da família, dos profissionais de saúde e do actual companheiro, e a manutenção da cuidada rede de mentiras e justificações acaba por ser o problema fulcral desta mulher. Os outros problemas activos, frutos do primeiro, são: desvalorização pessoal, ideação suicida frequente, desconfiança generalizada das pessoas, agressividade, fuga aos cuidados de saúde, fuga de círculos sociais e do convívio familiar, relação com o companheiro dependente baseada na troca de cuidados e apoio nas actividades da vida diária por carinho "sem perguntas". Recentemente revelou-se um outro problema, também cuidadosamente escondido: o hirsutismo, ainda em estudo. O companheiro e os seus pais têm pressionado a utente no sentido de constituir um único ficheiro familiar no Centro de Saúde e de terem filhos, situação que seria delicada no ponto de vista do sigilo médico. Completou-se a avaliação familiar. O Graffar é médio e o Apgar Familiar é muito baixo. O genograma revelou dados que podem ser importantes no sentido de esclarecer causas hereditárias para o problema. O círculo de Thrower e a psicofigura de Mitchell mostraram a quase ausência de laços familiares. A linha de vida de Medalie e o Eco-mapa mostram bem como a ausência de útero é determinante nas várias vertentes da vida da utente. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 6 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo André Tomé (ap), Ana Rita Oliveira, Vera Carvalho Centro de Saúde de São Mamede / Santa Isabel DI de Lisboa BC Ana Moinhos, Graça Santos INTRODUÇÃO: O acidente vascular cerebral no recém-nascido é um incidente relativamente frequente a nível dos serviços hospitalares neonatais e pediátricos, desencadeado por vários factores congénitos ou inerentes à gravidez ou parto. Contudo, tal frequência não é tão evidente a nível dos cuidados de saúde primários. Foi escolhido o caso de um recém-nascido que sofreu um acidente vascular cerebral, na sequência do qual surgiram várias questões e dúvidas relativamente ao seu acompanhamento e ao aconselhamento a fornecer aos pais. Oral Autor(es) Acidente Vascular Cerebral no Recém-Nascido: que vigilância? Relato de Caso Título APRESENTAÇÃO DE CASO: A mãe de 35 anos, com obesidade grau I, teve uma gravidez vigiada e sem intercorrências; o início do trabalho de parto foi espontâneo às 37 semanas e 2 dias, tendo sido realizada cesariana por não progressão. O recém-nascido pesava 4.350g e Índice de APGAR 9/10. Iniciou precocemente aleitamento materno, com boa tolerância, havendo referência a episódios de cianose durante as mamadas e tremores dos membros à manipulação. Ao 2º dia teve episódios de convulsão tónico-clónica atingindo os membros direitos, de curta duração. Foi internado na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais e iniciada terapêutica com fenobarbital. Analiticamente evidenciava hipoglicémia; os exames imagiológicos evidenciaram enfarte talâmico esquerdo, confirmado por Ressonância Magnética, e foramen oval patente. Os estudos da coagulação e auto-imunidade foram negativos. Teve alta ao 18º dia de vida, bem e sem défices neurológicos, referenciado às consultas de Neurologia, Pediatria Médica e Cardiologia. A pesquisa bibliográfica efectuada permitiu-nos elaborar um plano de vigilância neurológica para as Consultas de Saúde Infantil adaptado, com ênfase nos sinais de alarme, para cada uma das idades de vigilância, bem como dar-nos suporte na informação sobre o prognóstico e riscos futuros a disponibilizar aos pais. CONCLUSÃO; Não obstante o acompanhamento destes casos a nível hospitalar, o médico de família tem um papel essencial na vigilância e orientação, bem como na integração dos pais nos cuidados e vigilância, prestando cuidados continuados. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 7 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Relato de Caso Resumo Um caso de Trombose Venosa Profunda Catarina Barreto (ap)1, Marta Neta2, Patricia Mora3, Fernando Delgado4 CS Carnaxide - extensão Linda-a-Velha1, CS da Amadora2, CS de Queluz3, DI de Lisboa BC e D4 Paulo Eiras1, Luisa Caldeira2, Eduardo Nelson3, Adília Menezes4 O presente caso ilustra a ocorrência de trombose venosa profunda como manifestação inicial de um caso de neoplasia. Oral A trombose venosa profunda ocorre por obstrução de um segmento do sistema venoso profundo por um trombo, causado por estase e/ou estados de hipercoagulabilidade congénita ou adquirida e/ou lesão da parede venosa. Existem alguns factores de risco associados, nomeadamente a idade, a obesidade, intervenções cirúrgias (especialmente as pélvicas e as ortopédicas), a imobilização, a trombofilia, a gravidez, neoplasias, contracepção oral e episódios anteriores semelhantes. As neoplasias são reconhecidas como factores de risco independentes para trombose venosa profunda, por síntese de factores procoagulantes produzidos pelas células tumorais ou pelos monócitos e macrófagos. A trombose venosa profunda como primeira manifestação clínica de uma neoplasia, tem sido relatada e constitui um síndrome paraneoplasico. A literatura associa o tromboembolismo idiopático com neoplasia em 7 a 8% dos casos, podendo aumentar para 17% nos casos de se tratar de um segundo episódio. As principais neoplasias associadas a trombose venosa profunda são as do pulmão, pâncreas, estômago, intestino, ovários e próstata. Descreve-se o caso de um utente do sexo masculino, 57 anos de idade, raça caucasiana, natural de Castelo Branco, residente em Linda - a - Velha, taxista e independente nas actividades de vida diária. Recorreu à nossa consulta por dor e tumefacção ao nível da face interna da coxa esquerda, que se agravava com o movimento sem ser incapacitante, com uma semana de evolução; tinha sido observado no Serviço de Atendimento Permanente do Centro de Saúde de Penamacor, e medicado com Enoxaparina 80 mg/dia, sem restrições na sua actividade de vida diária habitual, e sem melhoras. À observação apresentava Pressão Arterial 190-95 mmHg com empastamento, edema, rubor, aumento da temperatura e dor à palpação de toda a face interna da coxa esquerda, com sinal de Homans positivo. Como antecedentes pessoais apresentava HTA mal controlada por incumprimento terapêutico e hábitos alcoólicos e tabágicos. O doente foi medicado com Enoxaparina 80 mg 12/12H e Perindopril 10 mg/dia, com indicação de repouso; foi ainda enviado ao Serviço de Urgência Hospitalar para avaliação ecográfica e avaliação por Cirurgia Vascular, tendo no entanto tido alta sem realizar exames complementares de diagnóstico e mantendo a medicação prescrita. Na consulta de reavaliação, realizada no Centro de Saúde após uma semana, o doente apresentava controlo tensional e melhoria franca dos sinais inflamatórios da coxa esquerda; referia, no entanto, início de queixas de fezes de coloração preta, moldadas e com cheiro fétido. Neste contexto foi reenviado ao Serviço de Urgência Hospitalar com suspeita de Hemorragia Digestiva Alta, tendo o doente sido internado. Realizou Endoscopia Digestiva Alta que revelou adenocarcinoma pouco diferenciado do antro gástrico, com indicação cirúrgica. Como conclusão, com alguma frequência os casos de Trombose Venosa Profunda, podem ser a “ponta de um iceberg” no diagnóstico de neoplasias, pelo que devem ser alvo de uma história clínica detalhada. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 8 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Roman Zhygun Centro de Saúde de Portalegre DI do Alentejo Cecília Caeiro INTRODUÇÃO: A Flebotrombose ou Trombose Venosa Profunda é uma patologia comum, podendo conduzir a complicações fatais, se não tratada precocemente. A sua incidência aumenta com a idade sendo de 5 por 100000 aos 15 anos e de 500 por 100000 aos 80 anos. Esta patologia tem maior incidência nas raças negra e caucasiana, sendo que a taxa de incidência aumenta nos doentes de foro oncológico. O quadro clínico muitas vezes é pouco evidente. A suspeita clínica deve ter complementada com exames complementares de diagnostico, nomeadamente Eco-Dopler Venoso. Nos doentes com cancro, o tratamento com Heparina de Baixo Peso Molecular deve ser efectuado por um período de 6 meses. Oral Autor(es) Trombose Venosa Profunda Relato de Caso Título CASO CLÍNICO: Doente do género feminino, 73 anos, caucasiana, submetida a mastectomia esquerda em 2002, por carcinoma de mama esquerda, com adenomegália abdominal sugestivo de metastização. Efectua terapêutica com Tamoxifeno, sendo seguida anualmente no IPO de Coimbra. Mantêm seguimento trimestral na nossa consulta. Em 18 de Janeiro de 2008 solicitou consulta urgente, por queixas de edema ligeira e dor referidos ao membro inferior (perna esquerda) com cerca de uma semana de evolução. Após observação na consulta foi solicitado Angiodinografia venosa dos membros inferiores, com carácter de urgência, a qual revelou oclusão completa da veia popliteia direita. Foi de imediato instituída terapêutica com Enoxiparina Sodica 60 mg subcutaneo de 12/12 horas. Após duas semanas, e numa tentativa de manter adesão à terapêutica, passamos a efectuar terapêutica com Enoxiparina 90 mg 1 vez por dia. O quadro clínico complicou-se com flebite da veia safena direita que foi tratado com Daflon 500 PO, Venoruton gel local e contenção elástica. Foram pedidos marcadores tumorais e Ecografia ginecológica , que não revelaram alterações importantes. A angiodinografia após 4 meses de tratamento mostrou recanalisação parcial da veia poplitea direita. A doente está clinicamente estável, mantendo edema ligeira que não ultrapassa 1/3 inferior da perna. Doente continua a fazer medicação com Enoxiparina Sodica de 90 mg por dia. Mantêm vigilância na nossa consulta. CONCLUSÃO: Trombose venosa profunda é uma patologia grave, bastante frequente e surge muitas vezes com quadro clínico pouco evidente. O diagnostico precoce e tratamento com Heparina de Baixo Peso Molecular são as chaves para o sucesso terapêutico. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 9 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Oral Relato de Caso Resumo Do prurido e pudor ao Carcinoma da Vulva Carolina Ferreira de Almeida Centro de Saúde de Torres Novas DI de Santarém Manuela Cardoso INTRODUÇÃO / OBJECTIVOS: O líquen escleroso vulvar é uma dermatose inflamatória crónica benigna, no entanto apresenta um potencial de malignização de cerca de 4%. Com a descrição deste caso clínico, pretende-se alertar para a importância da detecção precoce e biopsia de qualquer lesão vulvar suspeita, visto ambas as acções serem imperativas para se alcançar um diagnóstico de carcinoma da vulva que, embora raro, é sempre uma possibilidade. DESCRIÇÃO DO CASO: E. A., sexo feminino, 77 anos, Gesta V/ Para V, recorre ao Médico de Família por anúria há dois dias, dor e sensação de peso na zona supra-púbica e ainda intenso prurido na região ano-vulvar. A doente revelou que o prurido vulvar a incomodava há mais de 30 anos, mas que nunca havia informado o Médico por pudor e porque aceitava este facto como uma alteração “normal” da idade. Ao exame objectivo verificou-se uma destruição da arquitectura vulvar, com desaparecimento completo do clitóris, fusão dos pequenos e grandes lábios, estenose total do intróito vaginal e atrofia completa do meato urinário. Observou-se ainda uma lesão nodular suspeita, ulcerada, na zona correspondente ao grande lábio esquerdo. Palpou-se um volumoso globo vesical. Após várias tentativas falhadas de permeabilizar o meato urinário no Centro de Saúde, encaminhou-se a doente à Urgência de Urologia, para se proceder à sua algaliação. Diante a lesão suspeita, referenciou-se também a uma consulta de Patologia Vulvar, com o intuito de excluir a existência de um carcinoma da vulva por detrás daquele exuberante líquen escleroso. De facto, essa hipótese veio a confirmar-se, visto a biopsia ter revelado a presença de carcinoma de células escamosas da vulva. A doente foi devidamente informada e esclarecida relativamente ao seu tipo de doença. No entanto, consciente, recusou qualquer tipo de intervenção. DISCUSSÃO / CONCLUSÃO: É necessário despertar os Médicos de Família para promoverem o “auto-exame” da região genital dos seus utentes como forma de educação para a saúde, bem como desmistificarem “mitos acerca da velhice”, não esquecendo, nas entrevistas a doentes idosos, da abordagem de assuntos considerados “delicados”. Por fim, salienta-se o direito do paciente em decidir livremente, e de forma consciente, sobre a execução de práticas diagnosticas e/ou terapêuticas (salvo em caso de iminente perigo de vida), cabendo ao Médico assistente respeitar o interesse e a integridade do paciente. PALAVRAS CHAVE: Líquen escleroso, carcinoma da vulva Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 10 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Margarida Marques (ap), Hugo Gonçalves, Cristina Mourato ACE de Setúbal e Palmela- Extensão de Azeitão, Extensão de Sta Maria DI de Setúbal Sul Paula Vital, Ascensão Guerreiro A hepatite autoimune é uma doença crónica caracterizada pela inflamação hepatocelular que tende a progredir para a cirrose e falência hepática sendo a sua patogenese relacionada com um processo de autoimunidade. Pensa-se que a predisposição para a autoimunidade seja herdada e que o despoletar da doença envolva factores ambientais (drogas, vírus, alterações hormonais entre outros) cujo papel se encontra ainda mal estudado. Oral Autor(es) Hepatite autoimune-Relato de caso 7 meses após o parto Relato de Caso Título Apresenta-se o caso de uma mulher de 28 anos de idade que cerca de 7 meses após o parto vem à consulta de Medicina Geral e Familiar com queixas de anorexia e naúseas. Da observação salientava-se discreta ictericia das escleróticas. Negava alteração da coloração da urina e fezes. São pedidas análises laboratoriais e ecografia abdominal. Passadas duas semanas volta à consulta mantendo as mesmas queixas e trazendo os exames complementares requisitados. Estes evidenciavam aumento dos valores das transaminases, ggt e bilirrubinas sendo os marcadores virais negativos. A Urina revelava a presença de bilirrubina e urobilinogeneo. A ecografia abdominal não tinha alterações. É suspensa toda a medicação, inclusivé os anticonceptivos orais e proposto repouso sendo também pedidos os marcadores de autoimunidade. Uma semana e meia depois, quando vem mostrar os exames, é encaminhada ao Serviço de Gastroenterologia do Centro Hospitalar de Setúbal onde é internada com um quadro de insuficiência hepática aguda no contexto de uma hepatite auto-imune tipo 1 (ANA+) que reverte com corticoterapia e azatioprina. Efectuou biopsia hepática que mostra apenas ligeiro infiltrado linfocitário periportal sem evidência de fibrose. Mantem actualmente seguimento em consulta de hepatologia estando medicada com azatioprina, ác. ursodesoxicólico e furosemida, encontrando-se estabilizada relativamente à função hepática e sem queixas. As doenças autoimunes são primeiramente abordadas nos cuidados de saúde primários devendo o médico de família estar atento à sua existência. Neste caso podemos observar o papel da hereditariedade na doença autoimune, uma vez que a mãe da utente tinha o diagnóstico de Artrite Reumatoide, assim como o de um possível factor desencadeante- a gravidez/período pós-parto. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 11 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Oral Relato de Caso Resumo Uma vez artrose, sempre artrose? Joana Severo (ap), Ricardo Feijão Centro de Saúde de Queluz DI de Lisboa D Joaquim Palma Descreve-se o caso de uma utente com um problema de saúde previamente conhecido a que se sobrepõe um novo diagnóstico, com sintomatologia semelhante. Apresenta-se o caso clínico de uma utente de 77 anos, de raça caucasiana, com um quadro de pluripatologia, onde se destacam osteoartroses múltiplas a nível cervical, lombar e ambos joelhos com diagnóstico anterior a 1996 seguida, de forma intermitente, em Consulta de Ortopedia. Apresenta um perfil de recursos a consulta muito frequentes, a maioria das quais motivados por queixas álgicas articulares cérvico-lombares e a nível dos joelhos, de ritmo predominantemente misto. Foram realizados radiografias da coluna cervical e lombar, que revelaram espondilodiscartrose e radiografia dos joelhos que apontaram para gonartrose acentuada. Por persistência dos sintomas, apesar de terapêutica com anti-inflamatórios e analgésicos, foi pedida nova consulta de Ortopedia, no sentido de ser ponderada eventual cirurgia, não se tendo verificado esta indicação. Por agravamento das queixas de carácter inflamatório, foram pedidos outros exames complementares de diagnóstico que revelaram ANA positivo (1:160), RA teste positivo, com VS 20. Em função destes resultados, foi referenciada a Consulta de Medicina Interna, com diagnóstico de Artrite Reumatóide. Pretendemos, com a apresentação deste caso clínico, ilustrar a importância de rever os diagnósticos previamente efectuados, sobretudo nos casos de persistência ou agravamento das queixas, apesar da terapêutica optimizada. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 12 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Carla Marques USF Feijó DI de Setúbal Norte Isabel França MOTIVO DE SELECÇÃO: A doença de Crohn é uma patologia relativamente frequente na prática clínica. A suspeita diagnóstica surge, geralmente, devido a quadros de diarreia cíclicos, que posteriormente motivam uma colonoscopia e biópsias que confirmam o diagnóstico. No entanto, por vezes, a doença manifesta-se de forma menos frequente e é preciso manter a suspeita clínica para se chegar ao diagnóstico. Oral Autor(es) De Lombalgia a Doença de Crohn - marcha diagnóstica... Relato de Caso Título RELATO DO CASO: S.,34 anos, sexo feminino, empregada de supermercado. Aparentemente bem até 1999, altura em que inicia quadro de lombalgias que cediam mal aos antiálgicos, tendo realizado fisioterapia para alívio da sintomatologia. Em 02/03, inicia quadro de disartria, dor hemicraniana direita e sensação de tetania nas mãos, realizou TC-CE que não revelou alterações. Teve melhoria gradual da sintomatologia, mantendo apenas parestesias nas mãos. De 2003 a 2006, permanece aparentemente bem, apenas com lombalgias esporádicas. A 01/06 inicia quadros cíclicos de diarreia profusa. A 06/06 é-lhe diagnosticada uma iridociclite/uveíte. Nesta altura surge agravamento dos quadros de diarreia, colocando-se a hipótese diagnóstica de colite inflamatória, tendo sido pedidos ECD e prescrita terapêutica com flagyl e salofalk com alívio da sintomatologia. A 09/06 devido ao mesmo quadro recorreu à consulta, tendo sido pedido coprocultura, hemograma, ecografia abdominal e clister opaco. Destes exames destaca-se na ecografia abdominal uma hepatomegália, lobo hepático de Riedel. Restantes ECD sem alterações. Volta a 12/06 por agravamento da diarreia, cólicas e vómitos, apresentando uma palpação abdominal globalmente dolorosa. Foi referenciada à consulta de gastrenterologia. Recorreu ao hospital de Setúbal por agravamento das queixas, tendo sido internada para realização de colonoscopia, que apresentava múltiplas ulcerações serpinginosas compatíveis com doença de Crohn, foram efectuadas biópsias. Foi medicada com messalazina (6 cp/dia) e ferro, com remissão das queixas. Actualmente mantém diarreias esporádicas e poliartralgias e mantém seguimento na consulta de gastrenterologia. CONCLUSÃO: A suspeita clínica sobre sintomatologia menos frequente tem de estar presente na marcha diagnóstica, de forma a que se consigam efectuar diagnósticos precoces, como descrito neste caso, em que a Doença de Crohn teve como sintomas iniciais as artralgias e só mais tarde surgiu o quadro gastrintestinal habitual. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 13 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Oral Relato de Caso Resumo “Doente desde sempre…” - um caso clínico Andreia Neves (ap), Sílvia Rei Unidade Saúde Familiar de Mactamã - Centro de Saúde de Queluz DI de Lisboa D Fátima Arnaud INTRODUÇÃO: Este trabalho é um relato de caso que procura ilustrar as dificuldades na abordagem de utentes com um padrão elevado de consumo de consultas, apresentando repetidos sinais e sintomas inespecíficos, que após alguns anos de seguimento, revelam um quadro clínico compatível com uma doença crónica. Uma dessas patologias crónicas e progressivas é a cirrose biliar primária, uma doença hepática colestática, de etiologia desconhecida. Caracteriza-se pela destruição inflamatória dos pequenos canais biliares intra-hepáticos e a presença de autoanticorpos contra vários antigénios, nomeadamente o anticorpo IgG anti-mitocondrial (AMA), detectado em 90% destes doentes. Está frequentemente associada a patologias consideradas auto-imunes, como a síndrome de Sjögren, o lúpus eritematoso sistémico, a artrite reumatoíde, entre outras. DESCRIÇÃO DO CASO: Trata-se de uma mulher de 55 anos de idade, caucasiana e pertencente a uma família nuclear. É seguida na nossa consulta desde 1995, apresentando como antecedentes, nessa altura, uma ansiedade generalizada com traços conversivos e patologia disfuncional do aparelho digestivo. Sendo uma doente muito apelativa, manteve sempre um elevado consumo de consultas, por queixas intermitentes de dor osteoarticular, epigastralgias e perdas hemáticas do foro gastro-intestinal. Em 1995, era seguida em consulta de Gastroenterologia por apresentar as queixas do foro gastro-intestinal já referidas, tendo-lhe sido detectada úlcera duodenal, que regrediu após terapêutica. Quatro anos mais tarde, houve um agravamento das queixas digestivas, com novos episódios de hematemeses e rectorragias tendo sido sujeita a nova investigação imagiológica e laboratorial, tendo a última revelado um aumento da gama-glutamiltransferase. Nesta altura, a doente recusou investigação em Gastroenterologia, mas manteve seguimento em consulta com o seu Médico de Família. Realizou exames analíticos de reavaliação que confirmaram a alteração já referida e revelaram anti-corpos anti-mitocondriais (AMAs) positivos. Colocou-se então a hipótese de diagnóstico de cirrose biliar primária, pelo que foi de novo referenciada à consulta de Gastroenterologia, onde só aceitou ser observada em 2003. No âmbito dessa consulta, foi submetida a estudo endoscópico e reavaliação analítica. Mantinha elevação da gama-glutamiltransferase e colonoscopia sem alterações, não tendo sido valorizado o facto de apresentar AMAs positivos, anteriormente. No mesmo ano, por manter queixas osteoarticulares persistentes, de tipo misto, nas múltiplas consultas com o seu Médico de Família, foram repetidos estudos analíticos com investigação de parâmetros reumatológicos, nomeadamente anticorpos anti-nucleares (ANAs), já pesquisados anteriormente, mas com resultado negativo. Obteve-se então um valor de 1/1280, que motivou a referenciação à consulta de Reumatologia, onde mantém seguimento por doença do tecido conjuntivo. Após o estabelecimento deste diagnóstico, a doente é reavaliada pela Gastroenterologia, que a submeteu a nova investigação laboratorial, tendo-lhe sido diagnosticada uma provável Cirrose Biliar Primária. CONCLUSÃO: Mesmo perante doentes com transtorno de ansiedade generalizada, associado a traços de conversão, o Médico de Família deve manter vigilância de sinais e sintomas inespecíficos, que se repetem ou mantêm ao longo do tempo, ainda que estes não pareçam corresponder a um quadro clínico óbvio. Estes doentes apresentam sintomas psico-somáticos frequentes, que podem sobrepor-se ou serem confundidos com sintomas inespecíficos, habituais na fase inicial de algumas doenças progressivas, como é o caso da cirrose biliar primária. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 14 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Patrícia Ferreira (ap), Bruno Heleno, Pedro Alves Centro de Saúde do Lumiar DI de Lisboa AEF Margarida Coelho, Esmeralda Cunha, Paula Broeiro PALAVRAS-CHAVE: angiodisplasia, estenose aórtica, multimorbilidade INTRODUÇÃO: A hemorragia digestiva constitui importante causa de hospitalização e em 3-5% dos casos é obscura, ou seja, apresenta origem indeterminada após a realização de exames endoscópicos clássicos. O intestino delgado é o segmento implicado na maioria dos casos, devido a angiodisplasia (70-80%) ou a tumor (5-10%). Habitualmente são situações clínicas que nos colocam perante dificuldades de diagnóstico e de orientação terapêutica, motivando internamentos frequentes e a realização de múltiplos exames complementares de diagnóstico. Oral Autor(es) Hemorragia digestiva obscura em doente com multimorbilidade Relato de Caso Título OBJECTIVO: Apresentar a história natural de um caso de angiodisplasia intestinal com repercussões na gestão da multimorbilidade e do plano de cuidados. RELATO DE CASO: Doente do sexo masculino, 59 anos, reformado, residente em Lisboa, fase VII do ciclo de Duvall. Como problemas de saúde activos apresenta: hipertensão arterial grave, hipercolesterolémia, hábitos tabágicos marcados e etílicos moderados, doença pulmonar obstrutiva crónica, doença arterial obstrutiva periférica, patologia osteoarticular degenerativa e perturbação depressiva recorrente. Em 2001 iniciou quadro dispéptico, no contexto de gastrite erosiva e hérnia do hiato, posteriormente acompanhado de múltiplos episódios de hemorragia digestiva alta com repercussão hemodinâmica. Houve estabilização do quadro sob terapêutica com omeprazol e ferro oral. Após nova recorrência foi submetido a endoscopia digestiva alta que revelou “angiodisplasia do bulbo” com indicação para electrocoagulação endoscópica. A colonoscopia revelou doença hemorroidária. Em 2003 por episódios frequentes de hemorragia digestiva e manutenção da anemia ferropénica foi submetido a múltiplos estudos endoscópicos clássicos que não revelaram a origem da hemorragia. A realização de vídeo-cápsula endoscópica permitiu o diagnóstico de angiodisplasia difusa intestinal com indicação para enteroscopia terapêutica. Perante a suspeita de associação a malformação cardíaca foi submetido a ecocardiogramas seriados que revelaram alterações compatíveis com miocardiopatia hipertrófica obstrutiva. Apesar de todas as opções terapêuticas endoscópicas realizadas, manteve episódios frequentes de hemorragia digestiva, que motivaram internamentos recorrentes e dificultaram a gestão da comorbilidade associada, nomeadamente a implementação de antiagregação preventiva da aterosclerose. Regressou à consulta de medicina geral e familiar em 2008, após novo internamento por hemorragia digestiva alta com necessidade de suporte transfusional e deterioração da função renal. Foi submetido a novo ecocardiograma que revelou estenose valvular aórtica grave, colocando-se a hipótese de associação entre a angiodisplasia e a estenose aórtica (Síndrome de Heyde) com provável indicação para valvuloplastia. Apesar de toda a intervenção multidisciplinar este doente mantém múltiplos factores de risco cardiovascular, nomeadamente hábitos tabágicos marcados, excesso de peso, dislipidémia mista, hiperuricémia, tolerância diminuída à glicose e anemia ferropénica. Devido ao elevado risco cirúrgico, a intervenção cirúrgica foi preterida, até este momento, em favor da terapêutica hormonal combinada de estrogénio com progestagénio. CONCLUSÃO: A história natural da doença e a limitação da acuidade diagnóstica dos exames endoscópicos clássicos levaram a que o diagnóstico fosse efectuado ao fim de sete anos com elevados custos pessoais, familiares e sócio-económicos. A continuidade de cuidados a este utente foi e será um desafio para o seu Médico de Família e ilustra a complexidade da gestão dos problemas e das decisões em doentes com multimorbilidade. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 15 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Oral Relato de Caso Resumo Doente esperou dois anos e... o diagnóstico estava feito! Sempre era um Divertículo de Zencker... Inês Sayanda Centro de Saúde de Beja DI do Alentejo Margarida Brito A disfagia, sensação de dificuldade de deglutição da boca ao estômago, tem uma prevalência estimada entre os 16% e os 22%. É um problema frequente na população idosa, podendo influenciar notoriamente a sua qualidade de vida e mortalidade. A etiologia da disfagia é variada, sendo de extrema importância a caracterização dos sintomas. Uma boa história clínica, muitas vezes é suficiente para fazer o diagnóstico, sendo os exames complementares pedidos para confirmação diagnóstica e intervenção terapêutica, quando adequado. Como médicos de família constituímos a primeira ajuda procurada por estes doentes, pelo que me parece pertinente apresentar um caso em que o diagnóstico foi efectuado numa consulta e o doente se manteve sintomático durante anos...enquanto esperou pelo tratamento... Trata-se de um doente do género masculino, 76 anos de idade, seguido na nossa consulta desde Março de 2004. Da história pregressa é de salientar o diagnóstico de hipertensão arterial e doença de refluxo gastroesofágico com episódios frequentes de azia e eructações. Medicado com captopril 50 mg/dia e tansulosina 0,4mg/dia. À data da 1ª consulta o doente refere tosse seca de predomínio diurno com alguns meses de evolução. E como motivo principal da consulta o aparecimento recente de tosse nocturna associada a queixas de azia umas horas após as refeições. Foi efectuada uma endoscopia digestiva alta que revelou hérnia do Hiato e refluxo gastroesofágico sem gastrite associada. Foi suspenso o captopril, introduzida domperidona 20mg/dia, com redução dos episódios de azia e pirose. Sem alterações das restantes queixas. Um ano depois o doente recorre novamente à consulta com queixas de disfagia intermitente para sólidos e líquidos, mais acentuada para sólidos e regurgitação de alimentos não digeridos horas após as refeições. Sintomatologia com vários meses de evolução e de agravamento progressivo. Efectuou transito esofágico que revelou imagem de nível hidroaéreo a nível do pescoço e mediastino superior, que o estudo contrastado revela uma imagem diverticular na parede póstero-lateral do esófago cervical, medindo aproximadamente 9X4 cm sem evidência de defeitos de repleção em relação com volumoso divertículo de Zencker. Foi submetido a correcção cirúrgica do divertículo e actualmente encontra-se assintomático. Para terminar, uma breve reflexão sobre os possíveis factores que poderão ter atrasado o tratamento. A disfagia é um sintoma inespecífico; o exame complementar de primeira linha (endoscopia) revelou doença do refluxo gastroesofágico e hérnia do Hiato, patologias que cursam com as queixas apresentadas e que têm maior prevalência que o divertículo de Zencker; e por fim, a melhoria dos sintomas com a terapêutica de doença do refluxo gastroesofágico. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 16 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo João Pacheco Castro (ap.), Natália Tiountchik Centro de Saúde da Reboleira - Ext. Damaia DI de Lisboa D Leonor Prata O Mieloma Múltiplo é uma doença caracterizada pela proliferação néoplasica de clones de plasmocitos da medula óssea, célula responsável pela produção de imunoglobulinas. Esta doença, de etiologia ainda por esclarecer, de tratamento complexo e ainda sem cura, tem uma prevalência estimada de 4 casos/100 000 habitantes em Portugal, uma incidência de 300 novos casos por ano e predomina no sexo masculino e na raça negra, sendo a idade média dos doentes na altura do diagnostico de 65 anos. Oral Autor(es) Mieloma Múltiplo, dificuldades do diagnostico através de um caso Relato de Caso Título Apresenta-se o caso clínico de J.A.G., sexo feminino, 74 anos de idade, caucasiana, casada, 2 filhos, natural de Viana do Alentejo e residente na Amadora, reformada (funcionaria numa fabrica de telefones). Nega hábitos tabágicos e alcoolicos. Tem como antecedentes pessoais relevantes HTA controlada desde 1995 e menopausa em 1984, quando fez 50 anos. Em 1998, em consequência de uma queda e das queixas persistentes de dores ósseas a nível lombar, diagnosticou-se uma osteoporose e osteoartrose da coluna lombar, ficando medicada com Metamizol, Calcitonina, Cálcio e Vitamina D. Após nova queda traumática em 2004, fracturou as vertebras lombares L1-L3, seguindo-se um período de reacção depressiva associada a cansaço fácil e astenia geral, com persistência das dores, ficando medicada com Paracetamol, Clonixinato de lisina e Bromazepam. Tendo começado fisioterapia a doente refere melhoria, e após 3 anos sem fazer análises por relutância da própria doente (negação da doença?), detectou-se em 2007, numa análise de rotina uma anemia, normocitica normocrómica, de etiologia a esclarecer. A doente negava nesta altura astenia, cansaço, emagrecimento, alteração do trânsito intestinal e da consistência das fezes assim como perdas hemáticas mas queixava-se de um agravamento das dores osséas, ficando medicada com Tramadol, e progressivamente com analgésicos mais potentes tendo chegado aos opiódes fortes. Para esclarecimento desta anemia pediram-se novos exames em que se detectaram leucopenia, reticulocitose e posteriormente uma _2-microglobulina elevada assim como função renal, calcémia, fosoforémia normais. Suspeitando-se de um Mieloma Múltiplo, constatou-se nos exames complementares de diagnóstico uma gamapatia monoclonal assim como lesões osteoliticas da coluna vertebral e da calote craniana. Pediu-se uma consulta urgente de Medicina Interna no Hosp. Fernando Fonseca com o diagnóstico de Mieloma Múltiplo, confirmado após biópsia medular. Actualmente está a fazer o tratamento com Talidomida sendo seguida na consulta da dor no mesmo Hospital. Com este caso, pretende-se salientar alguns aspectos importantes a ter em conta no diagnóstico de uma doença rara, como é o Mieloma Múltiplo, a partir de sinais e sintomas muito frequentes no idoso: – diagnóstico diferencial de osteoporose; – Anemia do idoso que é sempre de valorizar, como sinal de doença subjacente, e uma das características precoces do Mieloma Múltiplo; – A astenia e cansaço fácil; – A repercussão da doença fisica e psíquica no doente e na família; – A terapêutica da dor. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 17 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Oral Relato de Caso Resumo De um quadro de palpitações a um hipotiroidismo sub-clínico Vanessa Zacarias Guerreiro Centro de Saúde de Faro DI do Algarve Marisa Abreu Freire OBJECTIVO: Pretende-se demonstrar a facilidade com que uma doença prevalente e de rápido diagnóstico, pode passar desapercebida nos estádios iniciais e levar a um diagnóstico tardio. MOTIVO DE ESCOLHA: O hipotiroidismo é uma doença endócrina muito comum, que resulta da deficiência da hormona tiroideia. Existem causas primárias e secundárias na sua etiologia, que podem cursar com um quadro clínico agudo, sub-agudo ou crónico, passando desapercebidos até ao mais atento dos clínicos. Os Médicos de Família encontram-se em situação privilegiada no diagnóstico e seguimento de certas patologias insidiosas, uma vez que possuem o conhecimento da história pregressa dos utentes e da sua família, necessitando para tal de registos médicos completos para a obtenção de um diagnóstico correcto. DESCRIÇÃO DO CASO: Doente de sexo feminino, 51 anos, pertencente a uma família nuclear, na fase VII do ciclo de Duvall, gravemente disfuncional, com antecedentes pessoais relevantes de anemia normocítica e normocrómica e de leucopénia. Em 1994 recorre ao seu Médico de Família, por um quadro de palpitações, insónias, anorexia, dispneia e de sensação de aperto no pescoço. Os exames realizados não mostraram alterações cardíacas e analiticamente apresentava-se eutiroideia, sendo este quadro interpretado como um distúrbio de ansiedade. Manteve estes sintomas até 2004, aquando inicia um quadro de depressão reactiva por problemas familiares. Retorna à consulta em 2007, onde refere ter efectuado exames complementares na consulta de Medicina de Trabalho, que revelaram uma hipercolesterolemia e múltiplos nódulos na tiróide. Ao exame objectivo não se encontraram alterações. Realizou novos exames, que revelaram uma anemia normocítica normocrómica, um derrame pericárdico posterior e um hipotiroidismo subclínico de etiologia auto-imune. DISCUSSÃO / CONCLUSÃO: A confirmação de um quadro de hipotiroidismo sub-clínico de etiologia autoimune, em consonância com uma história pregressa consistente com um quadro de tireotoxicose, permitiu o diagnóstico de Tiroidite de Hashimoto. Pela alta prevalência desta patologia e seu curso clínico crónico, muitas vezes assintomático e indetectável precocemente, é necessária a colocação desta hipótese diagnóstica num quadro de palpitações. PALAVRAS-CHAVE: hipotiroidismo, auto-imune, anticorpos anti-tiroideus, tireotoxicose, tiroidite. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 18 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Vasco Freire (ap), Mara Carvalho Centro de Saúde de Amadora e Marvila DI de Lisboa D e BC Ana Maria Cavaleiro, Vanda Basílio ENQUADRAMENTO: A patologia nodular da tiróide é cada vez mais frequente em cuidados de saúde primários. Embora constitua uma fonte de ansiedade para os doentes, o nódulo da tiróide é maioritariamente de etiologia benigna. Para o médico de família é de extrema importância distinguir situações potencialmente malignas, tendo em conta os factores de risco, a história clínica e os resultados do exame objectivo e dos exames complementares de diagnóstico. Descrição do caso E.M., sexo feminino, 53 anos, raça caucasiana, com antecedentes pessoais de hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2 e depressão major. Foi-lhe ainda diagnosticado hipotiroidismo em 1996, tendo sido seguida durante um ano em consulta de Endocrinologia e estando medicada e controlada com levotiroxina. E.M. recorre à consulta de Saúde do Adulto em Outubro de 2007 por desconforto cervical. Não apresentava dispneia, rouquidão ou disfagia. Ao exame objectivo, a tiróide encontrava-se aumentada, não sendo palpados nódulos. Foram-lhe pedidos exames complementares de diagnóstico - radiografia cervical, ecografia da tiróide e análises laboratoriais gerais com doseamento de hormonas tiroideias. Na consulta seguinte, a radiografia cervical revelou desvio traqueal para a esquerda e a ecografia tiroideia, bócio multinodular mergulhante, apresentando vários nódulos inferiores a 1 cm, com microcalcificações, bordos mal definidos e irregulares. Nessa consulta foi referenciada para uma consulta de Endocrinologia e foi requisitada a pesquisa de anticorpos antitiroideus e uma tomografia computorizada cervico-mediastínica. A tomografia confirmou o bócio multinodular mergulhante e o tamanho menor que 1 cm dos nódulos. E.M. efectuou tiroidectomia total em Abril de 2008 no Hospital Curry Cabral. A análise histológica da peça operatória revelou carcinoma papilar bilateral, intratiroideu, formado por dois focos - um à direita com 1cm e outro à esquerda com 0,7cm. E.M. encontra-se melhorada, sendo seguida na nossa consulta e na consulta hospitalar. Presentemente efectua terapêutica hospitalar com iodo radoactivo e terapêutica de substituição com levotiroxina. Oral Autor(es) Nódulo tiroideu - O tamanho importa? Relato de Caso Título CONCLUSÃO: O bócio multinodular mergulhante requer intervenção terapêutica urgente quando existe sintomatologia compressiva. Neste caso, esta era a nossa principal preocupação, em detrimento de uma possível etiologia maligna dos nódulos tiroideus, visto serem inferiores a 1 cm. Actualmente põe-se em causa a importância do tamanho nodular como factor de risco de malignidade no carcinoma da tiróide. A análise histológica, de facto, confirmou a pior suspeita - carcinoma. Este trabalho pretende reflectir sobre a importância da permanente actualização científica no trabalho de um médico de família e o elevado grau de suspeição necessário quando lidamos com uma possível neoplasia maligna. PALAVRAS-CHAVE: Nódulo da tiróide; tamanho; bócio multinodular mergulhante; médico de família Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 19 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Oral Relato de Caso Resumo Depressão ou Tiroidite? Marta Padilha* (ap), Ana Caetano, Ana Cebolais, Mílvia Jorge, Rita Cunha Ferreira, Raquel Ascenção Centro de Saúde de Sete Rios DI de Lisboa BC Ana Clarke, Cristina Lopes, Margarida Fazio, Maria José Luís, Rui Alves ENQUADRAMENTO: As anomalias funcionais da tiróide atingem 5% da população geral e mais de 200 milhões de pessoas sofrem de alguma doença da tiróide. Estas alterações funcionais podem produzirm sintomas que são difíceis de diferenciar da sintomatologia de algumas doenças psíquicas. A disfunção do eixo hipotálamo-pituitária-tiróide, em particular, está associada a uma série de anomalias psiquiátricas, tais como a depressão. Esta patologia tem também elevada prevalência em Portugal. DESCRIÇÃO DO CASO: R., sexo feminino, 44 anos, raça causasiana, divorciada e psicóloga recorre à consulta pela primeira vez em Novembro de 1997. Apresentava como antecedentes pessoais depressão diagnosticada e medicada há 3 anos, síndrome do colón irritável e miomatose uterina. Em Maio de 2003 houve agravamento da astenia, sentimento de frustação, tristeza e falta de vontade de viver. Ao exame objectivo detectou-se nódulo tiroideu no lobo direito, móvel, não doloroso e não aderente. Pediram-se provas da função tiroideia, anticorpos anti-tiroideus e ecografia da tiroide e posteriormente citologia aspirativa de agulha fina. Os resultados foram compativeis com o diagnóstico de tiroidite linfocítica. Após instituição de levotiroxina a doente melhorou da sintomatologia depressiva. CONCLUSÕES: A maioria dos doentes com depressão que recorre ao médico de família apresenta sintomas somáticos. A sua frequência, possibilidade de tratamento e potenciais sequelas, tornam o seu dignóstico e tratamento uma prioridade em cuidados de saúde primários. Infelizmente o diagnóstico nem sempre é fácil, porque os sintomas podem estar mascarados por uma grande variedade de situações psiquiátricas e somáticas, como as alterações funcionais da tiróide. O reconhecimento precoce e a instituição de um tratamento adequado podem produzir francas melhorias na qualidade de vida dos doentes que, de outra forma, sofreriam desnecessarimente. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 20 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo António Mendes dos Santos Centro de Saúde Dr. Joaquim Paulino, Rio de Mouro - USF Alpha Mouro DI de Lisboa D José Carlos Patrício INTRODUÇÃO: A osteoporose é uma patologia muito prevalente em cuidados de saúde primários, é por isso importante que todos os médicos, em particular os médicos de família, saibam diagnosticar, tratar e acompanhar adequadamente os seus doentes com osteoporose. Apesar de na maioria das situações não ser possível identificar uma causa directa para osteoporose, esta doença é por vezes secundária a outras patologias. Assim, este caso clínico visa realçar a importância da pesquisa/exclusão de causas menos frequentes para situações clínicas mais comuns, em particular para a osteoporose. Pretende ainda lançar o debate sobre algumas questões pertinentes que decorrem da situação clínica descrita. Oral Autor(es) Da fractura ao hipertiroidismo Relato de Caso Título IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA: Qual a causa primária que poderá explicar as várias patologias identificadas no doente deste caso clínico? METODOLOGIA: Consulta do processo clínico e entrevista de um paciente do Centro de Saúde. Pesquisa bibliográfica em manuais de referência, publicações periódicas e endereços específicos da Internet sobre osteoporose e hipertiroidismo. DESCRIÇÃO DO CASO: Este caso clínico documenta a marcha diagnóstica e evolução clínica de um paciente que por sua iniciativa decidiu realizar um rastreio de osteoporose cujo resultado foi positivo e confirmado por osteo-densitometria. Foi então medicado havendo, no entanto, um agravamento da doença, facto este que determinou a pesquisa de uma causa primária para a osteoporose, tendo sido diagnosticado hipertiroidismo. Foi assim encontrada uma etiologia que explica múltiplos aspectos da história clínica deste doente, nomeadamente uma taquiarritmia, osteoporose e uma fractura do quinto metatarso que ocorreu 6 anos antes do diagnóstico de hipertiroidismo. CONCLUSÃO: Identificou-se uma causa primária que explica as várias patologias identificadas no doente em questão. O caso clínico descrito alerta para a importância da pesquisa de causas menos frequentes para situações clínicas comuns. Levanta ainda algumas questões sobre a possível referenciação deste doente para uma consulta hospitalar e sobre o eventual tratamento direccionado para a osteoporose, além da terapêutica da sua causa primária. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 21 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Oral Relato de Caso Resumo Mergulhar mais fundo nas causas de AVC? Ana Catarina Pedro (ap) e Mileta Gomes USF Vale do Sorraia - CS Coruche DI de Santarém Carlos Ceia Numa mulher jovem com história de acidente vascular cerebral (AVC), deve ser preocupação do médico de família, além de avaliação e correcção dos vários factores de risco, o acompanhamento e a prevenção de futuras complicações, a promoção de saúde e a avaliação das expectativas da doente. Mulher de 24 anos, bióloga marítima/mergulhadora, a fazer contracepção oral há 5 anos, nulípara, ex-fumadora, normoponderal, sem antecedentes pessoais ou familiares relevantes. Na sequência do AVC em 07.2007 é internada sendo diagnosticado um foramen oval patente, encerrado no mês seguinte, optando por manter o mergulho. Recuperação total das sequelas. Em 02.2008, recorreu à consulta por dor na coxa esquerda, referindo um episódio semelhante anterior no membro contralateral. Colocadas as hipóteses de celulite ou insuficiência venosa, fez ecodoppler dos membros inferiores que revelou tromboflebite parcialmente recanalizada, iniciou terapêutica com nadroparina cálcica - Fraxiparina 0,3® e mesoglicano - Prisma®. Referenciou-se à hematologia para investigação de possível trombofília, diagnosticando-se dupla heterozigotia de marcadores genéticos de risco trombótico. Foram discutidos, os riscos inerentes à doença, nomeadamente, a actividade de mergulho, contracepção oral, imobilização prolongada, tabaco, excesso de peso e gravidez. Sugeriu-se o estudo genético à família directa. Este caso ilustra a controvérsia de até onde se deve investigar - ficar pelo frequente ou caminhar até à raridade? Mesmo nas patologias pouco frequentes é essencial o seguimento pelo médico de família definindo as estratégias mais adequadas a cada doente. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 22 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Margarida Valente (ap), Andreia Neves, Rita Paulino USF Mactamã - Centro de Saúde de Queluz DI de Lisboa D Rosa Bretes, Fátima Arnaud, Ana Frazão INTRODUÇÃO: Durante a gravidez ocorrem múltiplas adaptações fisiológicas, bem toleradas na maioria dos casos. No entanto, a presença de determinados factores hereditários ou adquiridos pode ter como consequência a ocorrência de complicações graves. As complicações vasculares são a principal causa de morbilidade materno-fetal, estando na maioria das vezes associadas a estados protrombóticos. Este caso ilustra a forma como os avanços da medicina permitem uma gravidez de termo com o mínimo de complicações possíveis, mesmo na presença de estados protrombóticos. Oral Autor(es) Trombofilia na Gravidez - a propósito de um caso clínico Relato de Caso Título DESCRIÇÃO DO CASO: Mulher de 31 anos, raça caucasiana, aparentemente saudável e sem antecedentes familiares relevantes, que recorre à consulta de revisão do puerpério, em Junho de 2007, trazendo consigo uma informação clínica da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, com o diagnóstico de Trombofilia - homozigotia para gene C677T da metiltetrahidrofolato redutase (MTHFR). Em 1995, teve uma morte fetal in útero, às 39 semanas de gestação, tendo sido assumida como causa de morte fetal, laterocidência/procidência do cordão umbilical. Em Abril de 1996, tentou nova gravidez que resultou em aborto espontâneo às 7 semanas. Dada a sua história obstétrica, foi encaminhada para a consulta do grupo de estudo de mortes fetais, onde realizou um estudo com doseamento de anticorpos (anti-cardiolipina, anti-lúpico, anti-trombina III e anti-nucleares), das proteínas S e C, e da fracção C3 do complemento, que não revelou alterações. Em 1996, engravidou novamente, tendo o parto ocorrido às 37 semanas, por cesariana. Em 1997 iniciou anticoncepção oral combinada que interrompeu em 2006, com o objectivo de engravidar. Na consulta pré-concepcional da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, fez novo estudo da coagulação, com pesquisa de marcadores genéticos de risco trombótico. Foi-lhe diagnosticada homozigotia para gene C677T da MTHFR. Engravidou no mesmo ano, tendo iniciado terapêutica com vitamina B12, vitamina B6, ácido fólico reforçado e nadroparina cálcica em dose profiláctica. A gravidez decorreu sem complicações e o parto foi de termo, por cesariana. Teve alta com as seguintes indicações: heparina de baixo peso molecular no puerpério; ácido acetilsalicílico, 100 mg/dia, cronicamente; profilaxia com heparina de baixo peso molecular em situações de risco; doseamentos semestrais de homocisteína; terapêutica com vitamina B12, B6 e ácido fólico se hiperhomocisteinémia; contra-indicação para terapêutica com estrogéneos. CONCLUSÃO: Este caso demonstra a importância dos avanços da medicina para a compreensão do passado obstétrico desta mulher e para a necessidade de agir preventivamente nas situações em que o risco protrombótico está aumentado. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 23 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Oral Relato de Caso Resumo A ponderação do risco num caso difícil de Anticoagulação Oral Autores: Ana Valério (ap), Jorge Silva, Maria José Colaço USF Cova da Piedade DI de Setúbal Norte Maria José Colaço MOTIVO DE SELECÇÃO: A anticoagulação oral é uma terapêutica cada vez mais presente na prática clínica diária do médico de família. A escolha deste caso deve-se à sua complexidade clínica e pela ponderação constante do risco vs benefício da instituição desta terapêutica. DESCRIÇÃO DO CASO: Apresenta-se o caso clínico de uma doente de 79 anos, casada, reformada, com antecedentes pessoais de obesidade, hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, dislipidémia, bronquite crónica, hipotiroidismo, doença cardíaca isquémica, estenose aórtica e um acidente isquémico transitório em Agosto de 2007, que em Novembro de 2007, sofre um AVC Isquémico, ficando com hemiparésia esquerda sequelar e acamada, desde então. Um mês depois, é internada no Hospital, por Tromboembolismo Pulmonar Bilateral, com alta a 16 de Dezembro e indicação para iniciar anticoagulação oral com varfarina, 1 comprimido por dia. Dois dias depois, é novamente internada no mesmo hospital, por AVC Hemorrágico, com um INR de 7 à entrada, tendo tido indicação para parar a anticoagulação oral. Em Abril de 2008, é novamente internada por quadro de isquémia aguda do membro inferior, pelo que reinicia anticoagulação oral, 1/ 2 comprimido por dia. Já em ambulatório, apresentava com esta terapêutica, um INR de 5.64, pelo que se decide instituir um esquema terapêutico de 1/ 4 de comprimido por dia, apresentando duas semanas depois INR de 1.70. Decide-se iniciar um esquema de 1/ 2 comprimido e 1/ 4 comprimido em dias alternados, mas duas semanas depois apresentava um INR de 1.21. Foram avaliados todos os factores presentes, passíveis de interferir com a resposta individual à terapêutica com varfarina, tais como, condições clínicas prévias, medicação e alimentação, e feitos os ajustes necessários, para o controle dos mesmos. Actualmente, a doente apresenta valores de INR entre 1,88. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: Nesta doente, a instituição da terapêutica anticoagulante oral, acresce um risco de hemorragia, pelo difícil controlo do INR em níveis terapêuticos, mas a sua supressão é acrescida de maior risco de fenómenos trombóticos. Neste caso clínico é evidenciado, não só a grande complexidade da terapêutica com varfarina, a necessidade da ponderação constante do risco vs benefício desta terapêutica, bem como a necessidade de ter em conta os diversos factores que podem contribuir para a variabilidade individual na resposta à anticoagulação oral. Estes, são problemas cada vez mais do ambulatório e, por isso, cada vez mais da prática clínica do médico de família, sendo muito importante o correcto seguimento do doente anticoagulado. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 24 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Edgar Ferreira (ap), Fernando Tabanez, Joana Alves CS Seixal - USF Torre da Marinha / Pinhal de Frades DI de Setúbal Norte Vanda Vale, Zélia Godinho, Quitéria Latoeiro INTRODUÇÃO: Perante um caso de trombose venosa profunda (TVP) com ou sem tromboembolismo pulmonar (TEP), torna-se fundamental para o Médico de Família avaliar os factores de risco ambientais e genéticos do seu doente. Enquanto alguns factores ambientais são mais facilmente reconhecíveis e controláveis pela sua reversibilidade, a irreversibilidade caracteriza os factores genéticos, sendo necessário a realização de exames para os identificar. O factor V de Leiden é um desses factores de risco. Perante um caso de TVP com TEP num doente com esta mutação torna-se evidente a necessidade de detectar outros casos familiares. Mas será que tal medida trará benefícios? Oral Autor(es) Factor V de Leiden: a propósito de um caso clínico Relato de Caso Título DESCRIÇÃO DO CASO: Mulher de 47 anos, raça caucasiana, com antecedentes de fibromiomas uterinos, patologia osteoarticular do ombro direito, sob contracepção oral. Com antecedentes maternos de tromboflebite e AVC, que iniciou quadro de dor na região gemelar esquerda e edema homolateral com 2 meses de evolução. Recorreu ao Médico de Família, com indicação para realização de eco-doppler dos membros inferiores, que revelou trombose venosa profunda em fase sub-aguda da veia popliteia esquerda. Nesta sequência, dois dias antes de aguardar realização de histerectomia programada, iniciou toracalgia direita de características pleuríticas de intensidade crescente. É conduzida de imediato para o Serviço de Urgência onde terá realizado avaliação laboratorial e imagiológica com TC torácico e cintigrafia de ventilação/perfusão com diagnóstico definitivo de flebotrombose sub-aguda da popliteia esquerda e TEP bilateral. Esteve internada no Serviço de Medicina durante 8 dias sem intercorrências, tendo alta medicada com varfarina durante 9 meses. Perante este caso realizou-se o estudo molecular da doente e familiares directos. Esta apresentava heterozigotia para o factor V de Leiden. Alguns familiares por diversas razões recusaram-se a realizar o estudo genético. Passados cerca de 2 anos, não são conhecidos novos episódios de TVP na doente e nos seus familiares directos. Esta realizou histerectomia sem intercorrências, tendo permanecido com insuficiência venosa do membro inferior esquerdo. DISCUSSÃO: Testar familiares assintomáticos de pessoas portadoras do factor V de Leiden é controverso. Um teste positivo permite o aconselhamento para evicção de outros factores de risco e educação para a identificação precoce dos sinais e sintomas de TVP e TEP. Por outro lado, poderemos estar a criar ansiedade desnecessária aos portadores, uma vez que a maioria destes casos nunca chega a desenvolver TVP. A positividade do teste pode levar à evicção de certos tratamentos hormonais e potencialmente gerar problemas a nível do trabalho ou com seguradoras. Sendo o teste negativo há o risco de suscitar uma falsa sensação de segurança, sendo por isso ignorados outros factores de risco. Antes da realização do estudo genético torna-se essencial a discussão com o doente das implicações que os resultados poderão ter. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 25 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Oral Relato de Caso Resumo Anemia assintomática: Quando a suspeita clínica persiste Sílvia Alão Centro de Saúde do Barreiro - Unidade de Saúde do Lavradio. DI de Setúbal Sul Miguel Santos INTRODUÇÃO: Os doentes com anemia são muitas vezes diagnosticados pela descoberta casual em análises de rotina. Quando não há uma causa óbvia de anemia o seu estudo deve incluir uma avaliação gastrointestinal através do pedido criterioso de exames complementares de diagnóstico já que, por vezes, na sequência de uma simples anemia ferropénica assintomática, são diagnosticadas neoplasias malignas ocultas. Assim, o facto do Médico de Família (MF) ter que gerir condições que se apresentam de forma indiferenciada e num estádio precoce, podendo requerer intervenção urgente, faz com que o mesmo tenha que estar apto a lidar com este risco. IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA: O presente caso é representativo da importância da Medicina Geral e Familiar enquanto elemento central da gestão dos cuidados ao doente, descrevendo uma situação de anemia ferropénica diagnosticada em análises de rotina, cuja causa se revelou tratar de um adenocarcinoma do cólon direito. DESCRIÇÃO DO CASO: Doente de 77 anos, sexo feminino, raça caucasiana, natural e residente no Lavradio, solteira, com antecedentes pessoais de hipertensão arterial diagnosticada aos 58 anos. Sem antecedentes familiares relevantes. Em Julho de 2004 recorreu à consulta do MF, assintomática, apresentando em análises de rotina anemia ligeira microcítica e hipocrómica e velocidade de sedimentação elevada, sem outras alterações laboratoriais. Na sequência dos resultados obtidos foram pedidos os seguintes exames: hemograma, pesquisa de sangue oculto nas fezes, marcadores tumorais, endoscopia digestiva alta e clister opaco com duplo contraste, tendo ficado medicada com Legofer ®. Em Setembro de 2004 regressa à consulta tendo os exames revelado sangue oculto nas fezes positivo em três amostras, gastrite crónica atrófica com sinais de actividade e volumoso divertículo recto-sigmoideu. Iniciou terapêutica com omeprazol. Regressou em Dezembro de 2004 com manutenção do quadro de anemia ferropénica de etiologia a esclarecer. Foram pedidos colonoscopia completa e ecografia ginecológica, tendo-se verificado ausência de patologia ginecológica e impossibilidade de efectuar a colonoscopia completa por dores e ansa marcada do descendente. Efectuou novo clister opaco que revelou possível pólipo do transverso. Após contacto telefónico com o Serviço de Gastrenterologia do Hospital de São José fez-se nova tentativa de realização de colonoscopia completa sob anestesia, que mostrou pólipo do cólon descendente e neoplasia do cólon ascendente. O exame histológico revelou adenocarcinoma moderadamente diferenciado do cólon ascendente. A doente foi então referenciada para o Serviço de Cirurgia do Hospital do Barreiro, sendo submetida a hemicolectomia direita em Julho de 2005. Actualmente encontra-se clinicamente estável. CONCLUSÃO: Classicamente os tumores do cólon direito traduzem-se por anemia ferropénica, sendo de recear para o diagnóstico diferencial não reconhecer a situação. O presente caso clínico pretende salientar o papel primordial do MF em diagnosticar precocemente, utilizando os recursos essenciais e disponíveis, procurando uma articulação eficiente com os Cuidados de Saúde Secundários, agindo em benefício do doente. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 26 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Ana Rita Oliveira, Carla Marques (ap) C.S. São Mamede - Santa Isabel, USF Feijó DI de Lisboa BC, DI de Setúbal Norte Ana Moinhos, Isabel França MOTIVO DE SELECÇÃO: O plasmacitoma é uma patologia pouco frequente em medicina geral e familiar. O diagnóstico é feito, geralmente, por alterações analíticas de rotina ou por sintomatologia associada, mais frequentemente do foro ósseo. No entanto, podem surgir certos sintomas menos frequentes aos quais temos de estar atentos, de forma a permitir um diagnóstico precoce. Oral Autor(es) De Quisto Sebáceo a Plasmacitoma - um diagnóstico de suspeição Relato de Caso Título RELATO DO CASO: C., sexo feminino, 58 anos, empregada doméstica; sem problemas de saúde relevantes até 2000, altura em que lhe surgem quistos sebáceos de repetição, com necessidade de excisão cirúrgica. Sem outras queixas relevantes. Como mantém aparecimento desses quistos, realiza análises em 07/00, que revelaram uma VS aumentada; um aumento das cadeias beta e diminuição das gama, sem outras alterações. É mantida sob vigilância analítica, mantendo o perfil descrito. A 03/01 realiza uma imunoelectroforese que revela uma gamapatia biclonal IgA/lambda. Os anticorpos ANA, anti-DNA, anti-mitocondrial e anti-músculo liso eram negativos. Mantém vigilância trimestral. Entre 2001 e 2006 mantém o quadro de quistos sebáceos de repetição e o mesmo perfil analítico. Em 01/07 mantém diminuição da cadeia gama, aumento das beta e VS aumentada. Foi contactado o serviço de hematologia do HGO, que aconselhou vigilância analítica anual para despiste de gamapatia monoclonal e eventual mieloma. As análises de 04/07 mantêm IgA aumentada, IgM diminuida. Devido à monopatia IgA é referenciada à consulta de hematologia, efectuando análises, múltiplas radiografias, biópsia óssea, punção medular e cariotipo. Destes ECD, destaca-se apenas uma gamapatia a IgA. Existe a forte suspeita da doente apresentar um plasmacitoma, mas ainda não foi possível fazer o diagnóstico definitivo. Mantém seguimento em hematologia. CONCLUSÃO: A suspeita clínica sobre sintomatologia menos frequente tem de estar presente na marcha diagnóstica, de forma a que se consigam efectuar diagnósticos precoces, como descrito neste caso, em que a investigação de quistos sebáceos de repetição levou a um diagnóstico de plasmacitoma. Endereço e-mail para correspondência: [email protected], [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 27 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Oral Relato de Caso Resumo O doente só não morreu por acaso - os cuidados primários respondem bem perante emergências raras? Bruno Heleno (ap), Pedro Alves, Patrícia Ferreira, Paula Broeiro, Esmeralda Cunha, Margarida Coelho C.S. Lumiar DI de Lisboa AEF Paula Broeiro, Esmeralda Cunha, Margarida Coelho INTRODUÇÃO: Apesar das dificuldades existentes em determinar a frequência do erro em cuidados primários, estudos existentes sugerem que o erro diagnóstico seja aquele que pode causar maior dano aos doentes. A análise de situações de “quase falha” permite detectar trajectórias de erro antes que ocorram acidentes com prejuízo para a vida dos doentes. IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA: O processo diagnóstico em cuidados primários será vulnerável a erros diagnósticos relacionados com doenças raras? CONTEXTO DE CASO: Homem de 75 anos, pertencente a uma família nuclear no estádio VIII de Duvall acompanhado de forma regular pela sua médica de família. Tem um locus de controlo interno e é muito vigilante da evolução dos seus problemas de saúde. Recorre pela primeira vez em 10 anos a uma consulta não programada, quinze dias após ter-se reformado. Referia descompensação da diabetes, cansaço, urina escura; sendo objectivada icterícia e palidez. Na suspeita de um carcinoma pancreático são pedidas análises urgentes e ecografia abdominal. Combinou-se observação dos exames no próprio dia porque a sua médica de família estava de urgência no centro de saúde. Os exames eram compatíveis, não com uma icterícia obstrutiva, mas com uma icterícia resultante de uma anemia hemolítica. O doente é referenciado para a urgência hospitalar onde é internado. Após o internamento o doente veio à consulta trazendo a nota de alta e relatou a sua experiência do ocorrido: “Naquele fim-desemana, quando cheguei a três de hemoglobina, pensei que morria”. DISCUSSÃO: O processo de diagnóstico utilizado pelos médicos de família tem que ser eficiente numa população com queixas iniciais, indiferenciadas e, muitas vezes, não justificadas por patologia orgânica. Múltiplas variáveis de contexto influenciam a selecção de uma hipótese dentro do conjunto de diagnósticos diferenciais: prevalência da doença, experiência prévia do médico, deixas ao longo da consulta, etc. Neste caso, a icterícia e colúria foram atribuídos a um diagnóstico urgente (neoplasia do pâncreas) que era mais frequente que um diagnóstico emergente (anemia hemolítica sintomática). Na reflexão sobre este evento, consideramos que se tratou de uma quase falha (engano resultante da má aplicação de uma regra boa). Evitou-se o acidente (de não diagnosticar uma doença com perigo de vida) pela coincidência da médica de família estar nesse dia de urgência. Na ausência desta coincidência e uma vez que os resultados só ficaram disponíveis fora do horário de trabalho da médica de família, não teria havido no sistema (centro de saúde) nenhuma forma de observar as análises alteradas antes que fosse demasiado tarde. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 28 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Marlene Calisto (ap) , Marta Arnaut Pimentel, Rita Pinhão, Rute Fernandes USF Marginal, Centro de Saúde de Cascais DI de Lisboa BC Tiago Carneiro, Ana Isabel Franco, Mário Santos, Pascale Charondière INTRODUÇÃO: O médico de família (MF) lida diariamente com sinais e sintomas inespecíficos e frequentes. Estes podem, ou não, corresponder a verdadeiras entidades nosológicas, diagnosticadas após período de tempo variável, que pode demorar anos. A valorização destas alterações é, quase sempre, determinada pela prevalência e incidência das doenças na comunidade. Contudo, as patologias raras também surgem na prática clínica do MF de forma indiferenciada, sendo o seu diagnóstico muitas vezes complexo. Este caso pretende exemplificar a cronologia do diagnóstico de uma doença rara, os problemas éticos associados à necessidade de um diagnóstico e os benefícios reais que este pode trazer, numa fase precoce da doença. Oral Autor(es) Gerir a doença rara em Medicina Geral e Familiar Relato de Caso Título DESCRIÇÃO DO CASO: Utente do sexo feminino, 80 anos, sem antecedentes pessoais ou história familiar relevantes para o caso clínico. Em Outubro de 2003, na sequência de análises pedidas pelo cardiologista, foi detectado aumento isolado da fosfatase alcalina (FA). Pelo facto de, na semana anterior, a utente ter apresentado síndrome febril associado a dor abdominal, este caso foi interpretado como doença hepática aguda, que não foi confirmada. Em Abril de 2004, no contexto de investigação da elevação mantida da FA, foi detectado aumento dos níveis de paratormona, tendo a utente sido referenciada a consulta de endocrinologia. Foi investigada a hipótese de hiperparatiroidismo primário e realizadas radiografia do crânio e cintigrafia óssea. Não foram detectadas alterações e a doente teve alta da consulta de endocrinologia, com indicação para manter vigilância. Em Agosto de 2007, por episódio de cruralgia, foi pedida radiografia da bacia, que mostrou alterações ósseas da asa do ilíaco direito, sugestivas de Doença de Paget. A doente foi referenciada à consulta de reumatologia, estando actualmente medicada com bifosfonatos e cálcio, com estabilização da doença. DISCUSSÃO / CONCLUSÃO Perante um resultado de uma análise com indicação discutível, o MF teve que gerir uma alteração inespecífica da FA. Esta elevação foi, ao longo dos 5 anos, a única manifestação, tendo a utente permanecido assintomática e sem alterações nos exames radiológicos inicialmente efectuados. Apesar da abordagem multidisciplinar, o MF manteve a gestão da situação: investigou, referenciou e vigiou, prestando cuidados continuados ao longo do tempo, que permitiram o diagnóstico da doença, ainda que de forma casual. Deste caso, emerge a seguinte reflexão: se o diagnóstico mais precoce teria sido possível e qual o benefício do mesmo para a utente. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 29 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Oral Relato de Caso Resumo Doença metastática de melanoma maligno sem evidência de lesão primária Hugo Pinto Gonçalves (ap), Cristina Mourato, Margarida Marques ACE de Setúbal e Palmela DI de Setúbal Sul Paula Amaral Vital, Ascensão Guerreiro INTRODUÇÃO: O melanoma maligno representa 1% de todas as neoplasias e aproximadamente 10% das neoplasias cutâneas, levando ao óbito em 75% dos casos. A metástase pulmonar ocorre em 12% dos doentes sendo o segundo local mais frequente depois dos nódulos linfáticos. As lesões do melanoma maligno são normalmente hiperpigmentadas podendo no entanto ser amelanóticas. RESUMO: Apresentamos o caso de uma mulher caucasiana, de 46 anos, assintomática, com uma história pessoal e familiar de vitiligo, e mancha melânica gigante no dorso seguida em consulta de dermatologia desde há vários anos. No decurso de estudo complementar para cirurgia da mama (fibroadenomas mamários benignos) foram detectados no Rx de tórax, nódulos pulmonares bilaterais a nível das bases. Foi efectuada TAC torácica que detectou três nódulos à esquerda e um à direita. Na sequência, efectuou broncofibroscopia que revelou tratarem-se de metástases pulmonares de melanoma maligno. Reobservada pela dermatologia, não foram encontradas lesões suspeitas. Apesar disso foram feitas várias biopsias à mancha melânica, que se revelaram negativas. Há cerca de um ano tinha feito recessão de dois nevus, que se revelaram benignos. Foram feitas novas TAC toraco-abdominal, RM do crânio e PET scan, que não revelaram outros nódulos ou lesões suspeitas, para além das lesões encontradas na primeira TAC, pelo que foi submetida a lobectomia inferior bilateral e cujo diagnóstico histológico confirmou tratar-se de melanoma maligno. Repetiu TAC toraco-abdominal seis meses depois que revelou novo nódulo no 1/3 inferior do hemitórax esquerdo e lesão supra-renal à direita suspeita de metastização. Apresenta também tumefação do pescoço que foi biopsada tendo revelado ser metástase de melanoma maligno. Irá iniciar esquema de quimioterapia. Continua sem se conhecer a origem da lesão primária… DISCUSSÃO: O melanoma maligno com local primário desconhecido é raro e a sua incidência varia de acordo com os estudos. O prognóstico também é variável. Harpole e al, reportaram sobrevidas de 30%, 9% e 4% a 1, 3 e 5 anos respectivamente. Este caso pretende demonstrar que o médico de cuidados de saúde primários deve estar alerta para as formas atípicas de apresentação das doenças. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 30 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Lara Guerra Centro de Saúde de Torres Novas DI de Santarém Ana Martins ENQUADRAMENTO: Os linfomas não Hodgkin são neoplasias malignas com origem no sistema linfático e classificam-se de acordo com o tipo celular predominante (linfócitos T ou B), sendo o tipo T mais raro (10%). Têm apresentação clínica variável, constituem 60% dos linfomas diagnosticados e predomínio masculino. Nos Cuidados Primários a suspeição clínica e o diagnóstico precoce destas patologias é fundamental, de forma a permitir uma intervenção o mais breve possível e melhorar o prognóstico da doença. Oral Autor(es) Nem tudo o que parece é…e não é que era mesmo! Relato de Caso Título RELATO DE CASO: Descreve-se o caso de um homem de 43 anos, caucasiano, antecedentes de dislipidémia e hábitos tabágicos, que recorre em Outubro de 2005 ao Médico Família por tumefacção parotídea esquerda de grande volume, sinais inflamatórios locais, com evolução de 3 anos, mas com períodos de remissão pelo que não valorizava. O doente negava outros sintomas e/ou sinais acompanhantes. Objectivamente verificou-se a existência de tumefacção acentuada da região parotídea esquerda com sinais inflamatórios (calor e rubor), dura e indolor. Perante o quadro clínico colocaram-se as hipóteses de obstrução por cálculo do ducto de Stenon e/ou neoplasia. Pediu-se ecografia da região cervical, sendo sugerido pela Imagiolista a realização de TAC cervical o qual revelou “volumosa massa sólida de natureza neoplásica (10x8,3x5,9cm) com efeito de massa sobre a carótida e adenopatia a nível da cadeia jugulocarotídea em relação com metastização”. O doente foi encaminhado para o IPO de Lisboa - consulta de ORL e desta para consulta de Hematologia por suspeita de doença linfoproliferativa. Após estudo foi classificado como tendo “eventual parotidite recorrente crónica”. Segundo o doente, iniciou tratamento com alopurinol 300 mg com diminuição marcada da tumefacção. Manteve vigilância no IPO, fez recidiva em Setembro de 2006, repetiu citologia aspirativa que novamente evidenciou parotidite crónica recorrente. Nessa altura teve alta com indicação para seguimento em consulta de ORL do Hospital da área de residência. Em Agosto de 2007 recorre ao Médico Família por novo aumento da tumefacção parotídea, sendo encaminhado para o SU-ORL. Foi programado domicílio em Janeiro de 2008 por queixas de desequilíbrio e desorientação (familiares), sendo o doente novamente enviado ao SU no qual realizou TACCE que mostrou “volumosa massa tumoral com origem no espaço mastigador esquerdo que determina destruição da mandíbula e invasão com compressão do parênquima cerebral fronto-temporo-parietal”. Posteriormente foi transferido para o IPO onde lhe diagnosticaram linfoma não-Hodgkin T, motivo pelo qual fez terapêutica citostática e QT profilática do SNC. Actualmente, apresenta sequelas de hemiparésia direita e amaurose, a fazer RT e fisioterapia. Com este relato de caso pretende-se alertar para o facto de que nem sempre o diagnóstico é o que nos parece mais óbvio, mas que apesar de se tratar de um quadro clínico arrastado, só após envolvimento neurológico é que se chegou de facto ao diagnóstico inicialmente suspeitado.O Médico de Família encontra-se em local privilegiado para a gestão e orientação destas situações, uma vez que além da articulação que faz com os Cuidados Secundários, tem facilidade em envolver não só o apoio psicossocial, mas também esclarecer e prevenir situações patológicas nos restantes elementos da família. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 31 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Oral Relato de Caso Resumo DESCARGA ADRENÉRGICA Ana Paula Catarino (ap), Pedro Carvalho Centro de Saúde da Venda Nova DI de Lisboa D Carlos Ferrão INTRODUÇÃO: Os doentes com hipertensão arterial são submetidos a uma avaliação limitada. É, no entanto, imprescindível que o Médico de Família esteja atento a indícios que sugiram uma causa secundária tratável, de modo a orientar a investigação. O feocromocitoma constitui uma causa rara de hipertensão secundária que deve ser pesquisada quando existem elevações paroxísticas de tensão arterial refractárias ao tratamento, acompanhadas frequentemente de uma tríade clínica caracterizada por cefaleias, palpitações e hipersudorese. DESCRIÇÃO DO CASO: Doente do sexo masculino, 55 anos, raça caucasiana, com antecedentes pessoais de esquizofrenia e tabagismo. Seguido em consulta de Psiquiatria até Outubro de 2007, altura em que recorre pela primeira vez ao seu Médico de Família. Dos problemas detectados desde então realça-se uma hipertensão arterial de grau 2. Uma vez constatada a refractariedade desta hipertensão, entretanto polimedicada, mesmo com o doente assintomático aprofunda-se a avaliação efectuada inicialmente. Na investigação ulterior detectou-se uma elevação das metanefrinas urinárias e uma massa nodular de 3,5 cm na supra-renal direita, compatível com feocromocitoma. DISCUSSÃO: Apesar de o feocromocitoma se tratar de uma patologia já de si rara, quando não se associa a clínica típica, constitui ainda um diagnóstico mais improvável. Contudo, face a uma hipertensão arterial refractária à polimedicação, não deve deixar de ser equacionado. Endereço e-mail para correspondência: [email protected]; [email protected] 32 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Luísa Rebelo da Silva, Madalena Rodrigues (ap) C.S.Palmela DI de Setúbal Sul António Leitão Dias INTRODUÇÃO: A Hipertensão arterial (HTA) é um importante problema de saúde pública, representando um dos maiores factores de risco para doenças cardiovasculares. O médico de família desempenha um papel fundamental na avaliação, nomeadamente estilos de vida, factores de risco afectando a terapêutica e prognóstico, possíveis causas secundárias ou lesões de órgãos-alvo. Oral Autor(es) Dra, eu só quero um comprimido para a dor de cabeça…! Relato de Caso Título DESCRIÇÃO: Homem de 23 anos, raça negra, IMC de 22, com história familiar de HTA, sem hábitos relevantes, recorre, em Maio de 2008, ao CA por cefaleia holocraneana, não pulsátil, de agravamento recente, e visão turva, sobretudo à direita, com atribuição ao foro oftalmológico, solicitando alívio sintomático e sem ansiedade aparente. Ao exame objectivo, apresentava TA de 246/172mmHg (braço esq) e de 236/170 (braço dto), sem outras alterações. Foram-lhe administrados sucessivamente furosemide e nifedipina, sendo posteriormente enviado ao hospital de referência, com TA de 220/142mmHg. Foi observado também pela Oftalmologia com indicação para re-avaliação posterior. Tem alta medicado com nifedipina 30mg de longa duração e nebivolol 5mg. Duas semanas depois, recorre à consulta, mantendo HTA não controlada (186/115mmHg); sem clínica sugestiva de Feocromocitoma. Inicia avaliação complementar visando despistar HTA Secundária, nomeadamente avaliação analítica, ECG, Ecocardiograma Modo M+2D, Ecografia renal e Eco-Doppler das artérias renais e TC das supra-renais que revelaram Hipercolesterolémia ligeira. Duas semanas depois, por manter valores elevados de TA no registo ambulatório, inicia terapêutica com um diurético tiazídico. Um mês depois, registava, ainda, valores de TA não controlada (HTA grau 2), sendo referenciado à Consulta de Hipertensão Arterial hospitalar, mantendo vigilância regular pelo médico de família. Aguarda re-avaliação pela Oftalmologia. DISCUSSÃO: A HTA essencial surge geralmente após a 5ª década; o aparecimento anterior obriga à exclusão de HTA Secundária. A raça negra apresenta uma expansão do volume plasmático sendo os diuréticos tiazídicos e os antagonistas dos canais de cálcio fármacos de 1ª linha. A tabela de risco SCORE não permite avaliação face a este caso, parecendo, contudo, a resistência à terapêutica um forte indicador de alto risco - se atendermos à idade mais baixa considerada, terá um risco de 1% aos 10 anos. Neste caso, emerge a dificuldade em classificar a apresentação do quadro como crise hipertensiva dado que não é possível aferir se a subida se efectuou súbita e recentemente, ainda que com TA dentro dos valores que a definem, de forma a equacionar o tratamento. A aferição de lesão de órgão-alvo não foi realizada através da fundoscopia ainda que a necessidade de avaliação posterior pela Oftalmologia o faça prever. Dado existirem antecedentes familiares de HTA, o risco é de 50%, sendo pertinente convocar os pais para aferir do respectivo controlo da HTA e, sobretudo, para uma intervenção de fundo, através de medidas não farmacológicas, visando a diminuição dos valores tensionais. CONCLUSÃO: Os estilos de vida actuais têm conduzido ao aumento da incidência de HTA essencial abaixo dos 40 anos. A actuação do médico de família é fulcral na prevenção, diagnóstico, terapêutica e monitorização do quadro bem como avaliação e envolvimento familiares no processo. PALAVRAS-CHAVE: HTA essencial, secundária, furosemide, nifedipina, nebivolol, feocromocitoma, ecocardiograma, eco-doppler, fundoscopia, SCORE. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 33 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Oral Relato de Caso Resumo Quando a Hipertensão Arterial se torna resistente… Rita Paulino (ap), Andreia Neves, Margarida Valente USF Mactamã - Centro de Saúde de Queluz DI de Lisboa D Ana Frazão, Fátima Arnaud, Rosa Bretes INTRODUÇÃO: A hipertensão é geralmente designada como sendo resistente ou refractária ao tratamento, quando alterações do estilo de vida e prescrição de pelo menos três fármacos (incluindo um diurético), em doses adequadas, falham no controlo da pressão arterial sistólica e diastólica. A prevalência exacta da hipertensão resistente é desconhecida, tendo sido superior a 15% na maioria dos estudos realizados. Este caso clínico ilustra a importância do Médico de Família no diagnóstico e abordagem terapêutica desta patologia. DESCRIÇÃO DO CASO: Trata-se de uma mulher de 46 anos, raça caucasiana, com antecedentes de hipertensão arterial crónica, diagnosticada aos 27 anos, na sequência de uma gravidez. Desde o início do diagnóstico, iniciou terapêutica anti-hipertensora apenas com um fármaco, que tomou de forma irregular. Nas consultas com seu Médico de Família, apresentou sempre valores de pressão arterial acima dos considerados normais, pelo que lhe foi explicada a importância da adesão à terapêutica. Para além disso, foram optimizadas as doses do fármaco já prescrito e, progressivamente, adicionaram-se novas classes de anti-hipertensores. Realizou o estudo de eventuais causas de hipertensão arterial secundária, que não se confirmaram. Aos 40 anos, por manter mau controlo da pressão arterial e estando já medicada com 3 classes de anti-hipertensores nas doses adequadas, um dos quais um diurético, considerou-se a hipótese de hipertensão resistente. Foi submetida a novo estudo que excluiu causas secundárias e complicações graves da hipertensão arterial de longa evolução. Adicionou-se então, progressivamente, com o apoio de um Cardiologista, outras duas classes de antihipertensores, tendo a doente mantido, durante 2 anos, valores tensionais normais-altos. Aos 44 anos volta a apresentar valores de pressão arterial elevados, apesar de manter adesão à terapêutica e de não existir evidência de hipertensão arterial de causa secundária. Por este motivo, iniciou-se novo fármaco, encontrando-se actualmente medicada com 6 antihipertensores, que permitem um adequado controlo tensional. DISCUSSÃO: É importante que o Médico de Família conheça a definição de hipertensão resistente, de modo a que mais facilmente possa identificar um grupo de doentes, que sendo hipertensos, possuam um elevado risco de apresentarem causas reversíveis de hipertensão e que possam beneficiar de considerações diagnósticas e terapêuticas especiais. O prognóstico desta patologia é desconhecido, mas o risco cardiovascular está indubitavelmente aumentado, principalmente quando os doentes apresentam uma história de hipertensão arterial grave de longa evolução, complicada por outros factores de risco cardiovasculares como a obesidade, apneia do sono, diabetes e doença renal crónica. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 34 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Sénia Sousa Guerreiro(ap), Lúcia Azevedo Centro de Saúde de Corroios DI de Setúbal Norte Lúcia Azevedo PALAVRAS-CHAVE: Não compactação do miocárdio ventricular; cardiomiopatia. Oral Autor(es) NÃO COMPACTAÇÃO DO MIOCÁRDIO VENTRICULAR: UM DIAGNÓSTICO EM MEDICINA GERAL E FAMILIAR Relato de Caso Título INTRODUÇÃO: A não compactação do miocárdio ventricular é uma cardiomiopatia rara, cuja real prevalência na população ainda se desconhece. Aparentemente resulta de uma interrupção no normal processo de compactação durante a embriogénese, podendo ser esporádica ou de carácter familiar. As suas três principais manifestações clínicas são a insuficiência cardíaca, as disritmias e os eventos embólicos sistémicos. Numa fase inicial pode ser assintomática, mas geralmente evolui para insuficiência cardíaca progressiva. Existe uma forte associação entre esta entidade e as perturbações neuromusculares. O diagnóstico é feito por ecocardiografia bidimensional e codificada a cor, podendo necessitar de confirmação por outros exames de imagem, como a ecocardiografia de contraste ou a ressonância magnética cardíaca. A terapêutica é direccionada para a insuficiência cardíaca e para a prevenção de disritmias e eventos embólicos sistémicos. O prognóstico é variável, mas o risco de morte súbita obriga a um seguimento apertado. DESCRIÇÃO DO CASO CLÍNICO: Mulher, de 44 anos, raça negra, com antecedentes pessoais de síndrome depressivo em 2002 e diagnóstico de hipertensão arterial estádio 1 em 2004, controlada com medicação. No contexto da hipertensão arterial, e para esclarecimento de quadro de cansaço para médios esforços de difícil valorização, realizou ecocardiograma de rotina, cujo resultado foi compatível com não compactação do miocárdio ventricular. Foi encaminhada para a consulta de cardiologia do Hospital de Santa Marta, onde confirmou o diagnóstico através de ressonância magnética cardíaca. Por apresentar boa função sistólica do ventrículo esquerdo e não havendo evidência de disritmias, iniciou antiagregação, mantendo seguimento em consulta anual da especialidade. Por se tratar de uma doença hereditária, e pela importância de um diagnóstico precoce da mesma, foi realizado o rastreio da patologia ao filho de 10 anos, assintomático, que foi positivo. CONCLUSÃO: A não compactação do miocárdio ventricular implica uma boa coordenação entre cuidados de saúde primários e secundários, com o intuito de controlar as suas possíveis manifestações: insuficiência cardíaca, disritmias e eventos embólicos sistémicos. Assim, parece importante sensibilizar os médicos de família para a existência desta rara patologia. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 35 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Oral Relato de Caso Resumo Pionefrose ou o preço da recusa de tratamento Acácio Diogo Centro de Saúde do Barreiro, Unidade de Saúde do Lavradio DI de Setúbal Sul Miguel Santos INTRODUÇÃO: A pionefrose é actualmente uma situação rara, mas potencialmente grave, levando, quando a situação não é detectada precocemente, o doente afectado a uma rápida deterioração do seu estado físico. Por outro lado o médico de família tem a capacidade de negociar o diagnóstico e tratamento com o doente, ajudando-o a aceitar de forma informada a terapêutica proposta. IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA: Pionefrose do rim esquerdo devido a complicação de cálculo renal coraliforme com indicação para nefrolitotomia, tendo o doente recusado a terapêutica proposta. DESCRIÇÃO: N.T.S.J., sexo masculino, 58 anos, natural do Barreiro, residente no Lavradio, caucasiano, reformado (ex-serralhareiro), casado e com 2 filhos do sexo masculino. Hábitos alcoólicos acentuados e tabágicos. Dos antecedentes pessoais realça-se hipertensão arterial sistodiastólica, obesidade grau I, hérnia discal L5-S1 e esteatose hepática. Em Julho de 2002 recorreu à consulta de Saúde do Adulto da U.S.Lavradio para mostrar exames anuais pedidos em consulta anterior. A urina II revelou hematúria microscópica, leucocitúria e nitritos positivos. A ureia e creatinina séricas não apresentavam alterações. No seguimento foi efectuada uma urocultura que foi positiva para Proteus mirabilis. Efectuou-se tratamento com Noroxin®. Em Outubro do mesmo ano, voltou à consulta encaminhado pela medicina do trabalho, por hematúria microscopica assintomática. A urocultura revelou novamente a presença de Proteus mirabilis, e realizou-se uma ecografia renal que mostrou um calculo coraliforme ao nível do grupo calicial inferior do rim esquerdo, sem ectasia da árvore excretora. Foi efectuada a referenciação para a consulta de Urologia do Hospital Nossa Senhora do Rosário - Barreiro. Em Agosto de 2003 foi colocada indicação para nefrolitotomia que o doente recusou por estar assintomático. Até Maio de 2008 o doente teve várias infecções urinárias e apesar da insistência do médico de família recusou sempre a cirurgia. Em Maio de 2008, o doente recorreu à consulta de Saúde do Adulto, por disúria, arrepios e calafrios, diminuição do peso não quantificado e dor nos quadrantes esquerdos do abdómen. Ao exame objectivo evidenciava-se à palpação abdominal uma massa não dolorosa, de consistência elástica, que ocupava, grosseiramente, o espaço compreendido entre a fossa ilíaca esquerda e hipocôndrio esquerdo. Foi efectuada avaliação analítica que revelou aumento da creatinina sérica e “consumo metabólico”, e TC abdominal que mostrou a presença de litiase no bacinete e uretero esquerdos condicionando obstrução com dilatação a montante e presença de componente hemático ou infeccioso, densificação da gordura peri e para-renal reforçando a ideia de componente infeccioso ou hemorrágico, e diminuição e atraso da captação de contraste. Foi encaminhado para o serviço de Urologia do Hospital Nossa Senhora do Rosário com diagnóstico de pionefrose onde efectuou drenagem da colecção descrita e aguarda realização de nefrectomia esquerda. CONCLUSÃO: No caso descrito, e apesar de várias vezes o doente ser alertado para as consequências de não tratar a lítiase renal, a recusa de tratamento veio verificar-se desastrosa para a saúde do doente. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 36 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Mora P.1(ap), Neta M.2, Delgado F.3, Barreto C.4 1 3 , Centros de Saúde de Queluz, 2Amadora, 4Linda-a-Velha DI de Lisboa D e BC Eduardo Nelson Josefino1, Luísa Caldeira2, Adília Menezes3, Paulo Eiras4 PALAVRAS-CHAVE: Coreia de Huntington, genograma, aconselhamento genético Oral Autor(es) Abordagem familiar de portadores de Coreia de Huntington Relato de Caso Título ENQUADRAMENTO: A Coreia de Huntington é uma doença hereditária autossómica dominante, que surge de forma insidiosa, sendo por este motivo difícil determinar a idade exacta de aparecimento. Na maioria dos casos, os sintomas manifestam-se entre os 35 e os 40 anos de idade e caracterizam-se por movimentos involuntários ocasionais ou movimentos espásticos e por uma perda gradual de massa neuronal, evoluindo progressivamente para estados de coreia, atetose e deterioração mental. Até à data, apenas se pode oferecer terapêutica sintomática com o objectivo de controlar as manifestações comportamentais. No entanto, para as pessoas com antecedentes familiares conhecidos desta doença, pode ser proposto aconselhamento genético. RELATO DO CASO: MC, sexo feminino, 70 anos, raça caucasiana, natural de Lisboa, com antecedentes de Diabetes Mellitus tipo 2, Hipertensão arterial, Obesidade,e Hepatite B no contexto de vigilância de saúde, levantou a seguinte dúvida, “Qual é a probabilidade dos meus netos terem a doença das minhas filhas?”. Decidiu-se então, fazer o estudo da família, começando pela elaboração do genograma, onde foram identificados os indivíduos a estudar. Na sequência desta abordagem, alertou-se MC quanto à importância da realização de aconselhamento genético nos seus descendentes. CONCLUSÃO: O genograma é um instrumento fundamental na abordagem familiar das doenças de transmissão genética. No caso da Coreia de Huntington é necessário ter em linha de conta as questões ético-legais que podem surgir, uma vez que esta constitui indicação para interrupção médica da gravidez. Desta forma, o Médico de Família desempenha um papel essencial nestes casos, através do seguimento longitudinal do indivíduo, da sua integração no contexto da família e ainda como seu provedor no sistema de saúde. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 37 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Relato de Caso Resumo O que fazer quando "Já não há nada a fazer!" Ana Nicolau Gomes USF Tornada - CS Caldas da Rainha DI de Lisboa AEF Ana Maria Pisco PALAVRAS-CHAVE: Oral Demência, Cuidados Paliativos, Doença Terminal, Cuidadores Informais INTRODUÇÃO / FUNDAMENTAÇÃO: Vários estudos sustentam a hipótese de a demência ser um processo relacionado com o envelhecimento. Assim sendo, o mundo ocidental depara-se actualmente com o progressivo aumento da prevalência desta patologia, que se estima ser de cerca de 5% nos maiores de 65 anos. A sobrevida média do doente com demência é de cerca de 6 anos, contudo pode estender-se até aos 20 anos, condicionando uma intensa sobrecarga física, psíquica e emocional nos cuidadores informais. A demência é uma patologia que leva a uma detioração progressiva, mas irregular, o que dificulta o reconhecimento do estadio terminal do doente pelo médico de família. Identificar o estadio terminal é fundamental para poder providenciar os cuidados de saúde de forma adequada e proporcionada à situação em que o doente e família se encontram. DESCRIÇÃO DO CASO: Doente do sexo masculino, 81 anos, casado, com diagnóstico de demência vascular há cerca de 2 anos encontrando-se actualmente no estádio 7 (escala FAST). Vive com a esposa que mantém com o doente uma relação ambivalente entre a obrigação do cuidado e o ressentimento, consequência da relação conflituosa que mantinham anteriormente. A esposa partilha com a filha o papel de cuidadora principal. Este doente apresentou-nos vários problemas de saúde que implicaram uma abordagem paliativa, nomeadamente, dor, agitação nocturna, retenção urinária, dificuldades de deglutição, úlceras de pressão e infecções respiratórias. Neste caso, serão relatadas as acções paliativas efectuadas bem como as questões éticas com que nos deparámos no decurso do seu acompanhamento. De realçar também a importância do apoio aos cuidadores na prevenção, quer do burn-out, quer de um eventual luto patológico. DISCUSSÃO: Este caso pretende evidenciar a importância de abordar a demência como uma patologia em que os cuidados paliativos assumem um papel fulcral desde o diagnóstico até à morte do doente, devendo-se ainda prolongar nos cuidados de apoio ao luto dos familiares. O médico de família, encontra-se numa posição privilegiada para disponibilizar todo um conjunto de acções paliativas que irão contribuir para uma franca melhoria da qualidade de vida do doente e da sua família, numa postura que se quer de respeito pela vida humana em todas as fases mas sem sujeitar o doente ao “encarniçamento terapêutico”, que não trará qualquer benefício nem ao próprio, nem à família. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 38 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Mara Carvalho (ap), Vasco Freire Centro de Saúde de Amadora e Marvila DI de Lisboa BC e D Vanda Basílio, Ana Maria Cavaleiro INTRODUÇÃO: Descrita pela primeira vez por James Parkinson em 1817, a doença de Parkinson é idiopática, tem um pico de incidência aos 60 anos e caracteriza-se por uma desordem progressiva do movimento devido à disfunção e morte celular dos neurónios secretores de dopamina nos gânglios da base, que controlam e ajustam a transmissão dos comandos conscientes vindos do córtex cerebral para os músculos do corpo humano. Não somente os neurónios dopaminérgicos estão envolvidos, mas outras estruturas produtoras de serotonina, noradrenalina e acetilcolina estão envolvidos na génese da doença. Oral Autor(es) Subversão do ciclo de vida: a “terceira idade” antes da maternidade Relato de Caso Título DESCRIÇÃO DO CASO: C.R., 23 anos, casada, empregada de escritório, com antecedentes de Obesidade; a referir nos últimos 5 anos períodos intermitentes de absentismo laboral associados a cervicalgias e omalgia à direita, sem etiologia conhecida. Como antecedentes familiares, a salientar mãe com D. Parkinson aos 42 anos e mais outros 4 casos familiares da doença. Há cerca de um ano, numa consulta de vigilância programada pela utente, cujo motivo principal da consulta era “desejo de perder peso” (sic), C. refere também queixas de cervicalgia e omalgia à direita. Neste contexto, realizou análises, (incluindo marcadores de doenças do foro reumatológico), radiografia e ecografia do ombro, que se revelaram normais. Numa nova consulta de urgência solicitada pela utente C. refere agravamento da dor, acompanhada de períodos de falta de força do membro superior direito, queixas que condicionavam incapacidade para o trabalho. Foi medicada com pregabalina, com melhoria do quadro álgico; por outro lado as queixas de falta de força no membro superior direito agravaram progressivamente. Fez TC CE e TC cervical, que se revelaram sem alterações. Foi referenciada à Consulta de Neurologia do Hospital Fernando da Fonseca, tendo feito a devida investigação diagnóstica, incluindo EMG dos membros superiores e RMN CE. Em Novembro de 2007 foi-lhe diagnosticada Doença de Parkinson, e instituida terapêutica com dopaminomimético (Requip). Cerca de 3 meses depois, inicia tremor em repouso no membro superior direito, com melhoria após ajuste terapêutico. Após o diagnóstico verificou-se um aumento do número de consultas no Centro de Saúde, associado à ansiedade resultante de um diagnóstico de Doença de Parkinson aos 23 anos. Actualmente C. encontra-se com a doença controlada, com remissão de sintomas. Na última consulta, C. mantém o desejo de perder peso (aguarda consulta de nutrição) e deseja engravidar no próximo ano. CONCLUSÃO: O caso descrito evidencia um síndrome menos comum no quotidiano das consultas de Medicina Geral e Familiar. Particularmente por ser um caso atípico, pela idade precoce de apresentação, demonstra a importância do papel de médico de família na sinalização e encaminhamento precoce para os Cuidados de Saúde Secundários, . Por outro lado, evidencia a importância da abordagem holística do doente, minimizando assim o impacto de doenças crónicas incapacitantes como é o caso da Doença de Parkinson. PALAVRAS-CHAVE: Doença de Parkinson precoce, abordagem holística, médico de família Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 39 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Oral Relato de Caso Resumo Nem tudo o que parece é! Mafalda Carmona Ribeiro (ap), Elisa Gomes, Filomena Nabais Centro de Saúde de Marvila - USF S. João Evangelista dos Lóios Centro de Saúde de Marvila, Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa DI de Lisboa BC Cristina Andrade, Carmo Cunha INTRODUÇÃO: A depressão é uma queixa comum na prática clínica. Surge frequentemente mascarada, manifestando-se mediante sintomas somáticos, sendo a dificuldade mais frequente saber quando procurar uma causa psicológica para os sintomas. Noutros casos, os sintomas depressivos são a expressão inicial de doença física, podendo precede-la como primeiro sintoma durante meses ou anos. Deve o médico ter presente estes elementos, única forma de poder atempadamente determinar uma abordagem diagnóstica eficaz. DESCRIÇÃO DO CASO: Doente do sexo feminino, 49 anos, natural de Mondim de Basto, residente em Lisboa, desempregada desde Outubro de 2007 (despedimento conflituoso). Em Novembro de 2007 inicia quadro de humor depressivo, cefaleias frontais, anorexia (perda ponderal de 15Kg), cansaço e dificuldade nas actividades de vida diárias. Recorre ao Médico de Família (MF) em Março de 2008 sendo medicada com escitalopram 10mg, bromazepam 1.5mg e piracetam 1.2g. A 2/04/2008, por agravamento do quadro com aparecimento de vómitos ocasionais, incontinência urinária, apatia, sonolência e mutismo volta ao MF que a encaminha para o Serviço de Urgência do Hospital de Curry Cabral (SU-HCC). Fica internada com o diagnóstico de síndrome depressivo (CID9 300.4), sendo transferida para o Hospital Júlio de Matos. Alta a 18/04/2008 por “melhoria do quadro”, medicada com Venlafaxina 150mg/dia, Mirtazapina 15mg/dia e Flurazepam 30mg em SOS, sendo encaminhada para a consulta de Psiquiatria no Núcleo de Intervenção Comunitária dos Olivais (NIC). Vai à consulta a 14/05/2008 mantendo humor depressivo, cefaleias e tonturas. Por terem surgido dúvidas quanto ao diagnóstico, foram pedidos EEG, análises laboratoriais e avaliação psicológica. Foi feita revisão terapêutica, ficando medicada com Venlafaxina 150mg/dia, Diazepam 12,5mg/dia e Flurazepam 15mg em SOS. Volta à consulta a 25/06/2008 mantendo as mesmas queixas e com aparecimento cerca de 5 dias antes de ptose e exoftalmia esquerdas e apagamento do sulco naso-geniano esquerdo. Mantém episódios esporádicos de vómitos em jacto e incontinência urinária. É enviada ao SU-HCC com a hipótese diagnóstica de lesão ocupando espaço (LOE). A TC-CE efectuada no SU revelou LOE intra-craniana, com cerca de 70x62 mm, em topografia frontal e mediana, compatível com meningioma, tendo ficado internada. DISCUSSÃO: As manifestações psiquiátricas dos tumores cerebrais encontram-se bem documentadas. Estes podem originar sintomas como perturbações do humor, perturbações de ansiedade ou quadros psicóticos. A maioria dos casos atribui-se a meningiomas frontais de crescimento lento. Os meningiomas podem produzir sintomas por mecanismos de irritação (ex: convulsões), compressão (ex: cefaleias, vómitos, lentificação psico-motor, papiledema) e estes variam com a localização específica. Os meningiomas frontais cursam, muitas vezes, com apatia ou comportamento desinibido e incontinência urinária. O diagnóstico é realizado por estudos de imagem (TC ou RMN). O tratamento dos meningiomas sintomáticos é cirúrgico. CONCLUSÃO: Apesar da sintomatologia nesta doente ser compatível com síndrome depressivo é mandatório excluir alterações orgânicas que possam ser as responsáveis pelas alterações verificadas. A dificuldade diagnóstica é fruto, algumas vezes, de uma investigação mal conduzida, seja pela insuficiência dos meios de diagnóstico seja pela negligência do observador, ignorando causas orgânicas como potenciais origens dos sintomas psíquicos. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 40 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Isabel Cardoso1 (ap), Fátima Franco2, Ana Margarida Baptista3 CS de Torres Vedras (extensão Turcifal), CS de Odivelas2 (extensão Olaio), Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa3 DI de Lisboa AEF Alexandra Abrunhosa1, Manuel Vazquez2, Paula Casquinha3 INTRODUÇÃO: A depressão é uma patologia muito frequente em Medicina Geral e Familiar, encontrando-se o clínico geral numa posição privilegiada para identificar e avaliar a morbilidade psiquiátrica. Apesar de tratável é ainda uma patologia sub-diagnosticada. A sua incidência e prevalência é de 2 :1 . A repercussão socio-económica é significativa, acarretando uma diminuição do desempenho sócio profissional e colocando em risco a vida do individuo. A sua gravidade e impacto são comparáveis à doença cardiovascular. Oral Autor(es) Depressão: a propósito de um caso clínico Relato de Caso Título CASO: Jaime, 41 anos, eurocaucasiano, casado, professor universitário, sem filhos, natural e residente em Lisboa. Aparentemente saudável até há cerca de oito meses, altura em que desenvolveu um quadro insidioso de cefaleias frontais de agravamento vespertino e que o acordam durante noite. Auto medicou-se com paracetamol 1g de 8/8 horas com alívio relativo. Inicialmente não valorizou, mas dada a manutenção do quadro recorreu, ao 4º mês, ao seu médico de família. Após avaliação clínica foram-lhe solicitadas análises gerais e uma TAC-CE e dos seios perinasais. É então diagnosticada uma Sinusopatia Etmoidal e realizada antibioterapia durante 15 dias. Ficou assintomático cerca de 4 semanas, após o que ocorreu uma recidiva agora associada a insónia intermédia (que referia não estar relacionada com as cefaleias), dificuldade de concentração e na execução de tarefas, condicionando irritabilidade e ansiedade crescentes. Recorreu novamente ao seu médico, que após reavaliação médica e laboratorial (incluindo função hepática e tiroideia) e ECG, o medica com alprazolam e o referencia para a consulta de psiquiatria. Nesta verifica-se que desde há oito meses existia um aumento da responsabilidade profissional (stress laboral) e emagrecimento de 8 kilos, astenia marcada, dificuldade em tomar decisões, lentificação motora, diminuição da líbido e sentimentos de desvalorização. Negava consumo de bebidas alcoólicas, drogas ou tabaco. Não se apuraram ideias de morte nem história familiar de suícidio ou depressão. Após exclusão de patologia orgânica, o doente foi medicado com bupropiom e mexazolan. Reavaliado após 4 semanas com melhoria do humor e reversão parcial das queixas, mantém terapêutica que irá cumprir nos próximos 12 meses. A reavaliação será trimestral na consulta de psiquiatria e posteriormente reenviado para o seu médico de família. DISCUSSÃO: Neste caso as queixas somáticas mascaram o diagnóstico de S. Depressivo. É então especialmente importante proceder a uma anamnese cuidada, inquirindo sempre se o doente se sente triste, deprimido ou se tem menos interesse nas suas actividades habituais. A psiquiatra assistente optou por medicar com antidepressivo inibidor das catecolaminas (noradrenalina e dopamina) com efeitos secundários mínimos (especialmente na líbido). CONCLUSÃO: A Depressão é uma das doenças mais frequentes na clínica geral e das patologias psiquiátricas com repercussões mais graves no panorama sócio económico de um país. Como tal é importante reconhecer esta entidade em todas as suas formas de expressão desde a sua fase inicial. Este caso ilustra a dificuldade de diagnóstico uma vez que a somatização permite aos indíviduos adversos à ideia de perturbação mental desempenharem o papel de doentes não se culpabilizando por não se sentirem bem. Segundo William Osler “Escuta o doente, ele diz-te o diagnóstico”. PALAVRAS CHAVE: Depressão, Somatização. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 41 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Oral Relato de Caso Resumo Da negação ao compromisso Tânia Almeida (ap), Cláudia Antão, Manuela Rodrigues USF Villa Longa DI de Lisboa AEF Manuela Rodrigues ENQUADRAMENTO: Portugal é hoje o 8º país do mundo em que se consome mais álcool. O consumo lícito de bebidas alcoólicas está fortemente enraizado na nossa cultura e é responsável pelo aparecimento de um número significativo de patologias agudas e crónicas de carácter físico, psicológico e social, constituindo um importante problema de saúde pública. A identificação precoce do consumo de álcool e suas consequências é de extrema importância em virtude da sua elevada prevalência, de se tratar do factor de risco que mais contribui para a ocorrência de acidentes, violência doméstica, conflitos familiares, incapacidade e morte e fundamentalmente de ser um problema passível de prevenção e intervenção. Nestas áreas o médico de família tem um papel essencial. DESCRIÇÃO DO CASO: Trata-se de um doente do sexo masculino, 66 anos de idade, casado, operário fabril, seguido em consulta de Saúde do Adulto. Em Maio de 1995, em consulta programada de rotina, é detectado nos exames laboratoriais de diagnóstico alterações dos parâmetros de função hepática. Perante a suspeita da presença de um eventual consumo excessivo de álcool foram aplicados instrumentos para confirmação do diagnóstico, o qual não foi negado pelo doente, mas repetidamente desvalorizado. Intervenções breves junto do doente e sua família têm sido implementadas ao longo do tempo no sentido de promover o reconhecimento do problema por parte do doente, a educação para a saúde e o desejo de mudança de comportamentos. Todo este esforço de autoreflexão e racionalização do consumo resultou finalmente, ao fim de alguns anos, na procura de ajuda e tratamento por parte do doente e sua família. CONCLUSÃO: O consumo excessivo de álcool tem um impacto negativo em todos os aspectos da vida do doente e seus familiares com consequências graves para sua estabilidade física, emocional e económica. O acesso privilegiado do médico de família ao doente e família coloca-o numa posição privilegiada para a detecção precoce destas situações, podendo, através de intervenções breves, ajudando-los a modificarem os seus comportamentos. Estudos são indicativos da eficácia das “intervenções breves” na abordagem deste problema, devendo o médico ter em consideração dois aspectos essenciais: a gravidade do consumo e a disponibilidade do doente em mudar o seu comportamento aditivo. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 42 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Paulo Estrela, Carla Gouveia (ap), Hema Hasmuklal Centro de Saúde de Loures DI de Lisboa AEF Paulo Estrela INTRODUÇÃO: A obesidade é um problema de saúde com prevalência crescente na população em geral. As consequências psicológicas e sociais da obesidade são conhecidas. No entanto, pouco se sabe sobre as complicações psicológicas e sociais do seu tratamento. Oral Autor(es) E esta, hein? Relato de Caso Título OBJECTIVO: Descrever o caso de uma doente com obesidade mórbida em que as complicações psicológicas e sociais dessa doença foram evidentes e em que a cirurgia bariátrica trouxe consequências psicológicas importantes. METODOLOGIA: Recolha de dados a partir do processo clínico da doente e da entrevista ao seu médico de família. Pesquisa bibliográfica na Medline e no Google utilizando termos relacionados com a situação a descrever. RESULTADOS: Descreve-se o caso de uma mulher de 31 anos, casada, com dois filhos menores, com obesidade mórbida desde a infância que se submeteu a tentativas infortuitas de perda de peso através de medidas gerais e que foi submetida a gastrobandoplastia com perda de peso muito significativa. A perda de peso e as consequentes alterações psico-sociais levaram a modificações importantes da dinâmica relacional e familiar, com consequências importantes também do ponto de vista biomédico. É descrito o papel do médico de família no apoio a toda a evolução do caso. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES: Estudos publicados mostram que a prevalência de obesidade nas mulheres é de 13,4% e nos homens de 15,0%. A obesidade tem conhecidas complicações psicológicas e sociais e a obesidade mórbida associa-se, em alguns casos, a co-morbilidades psiquiátricas. A cirurgia bariátrica é uma das alternativas terapêuticas disponíveis em situações de obesidade mórbida. É uma terapêutica comprovadamente eficaz mas as consequências a nível psicológico nos doentes que a ela se submetem não são bem conhecidas. A avaliação psicológica pré-cirúrgica é essencial não só para avaliar o provável grau de compliance com as alterações dietéticas e com o follow-up necessário nas também para sinalizar patologia psiquiátrica presente. Este caso exemplifica consequências biopsicosociais nefastas que poderão surgir na sequência do tratamento de uma obesidade. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 43 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Oral Relato de Caso Resumo Cirurgia Bariátrica e Patologia Gastro-esofágica Pedro Alves, Bruno Heleno, Patrícia Ferreira Centro de Saúde do Lumiar DI de Lisboa AEF Paula Broeiro, Esmeralda Cunha, Margarida Coelho INTRODUÇÃO - A cirurgia bariátrica reduz a mortalidade dos doentes com diabetes, diminui a tensão arterial, os triglicéridos, as transaminases, melhora a ventilação pulmonar, estando indicada para doentes com índice de massa corporal superior a 40 ou superior a 35 com outra co-morbilidade (ex. diabetes). Todavia, existem restrições a esta cirurgia, (ex. refluxo gastroesofágico). O caso clínico apresentado é de um doente com indicação de cirurgia bariátrica (Diabetes tipo 2 e obesidade mórbida) e com patologia gastro-esofágica o que levantou questões no processo de decisão clínica. O CASO CLÍNICO - A. C. S. D., 37 anos, integrado numa familiar nuclear na fase II do ciclo de Duvall. Primeira consulta de vigilância em Fevereiro de 2006 tinha 34 anos. Ao exame objectivo destacava-se um peso de 118 kg, altura 173 cm, perímetro abdominal 123 cm, Índice de Massa Corporal de 39. Perante estes dados foram feitas recomendações dietéticas e de actividade física. Em consulta de seguimento a avaliação analítica revelou uma anomalia da glicose em jejum. Durante um ano cumpriu o plano terapêutico. Em Outubro de 2007 apresentava um peso de 121 kg (Indice de Massa Corporal de 40) e um perímetro abdominal de 126 cm. Analiticamente salienta-se a elevação das transaminases e uma glicémia em jejum de 165 mg/dl. Mantiveram-se as medidas dietéticas, iniciou-se terapêutica com metformina e pede-se reavaliação laboratorial a ecografia abdominal. Confirma-se diabetes tipo 2 e esteatohepatite. Por dificuldade em reduzir o peso, apesar da diabetes controlada, em Fevereiro de 2008, o doente é referenciado à consulta de cirurgia do HPV, para provável cirurgia bariátrica. Em Maio de 2008, em consulta de vigilância, revela uma glicemia em jejum de 228 mg/dl e HbA1c de 9,3 (má adesão enquanto aguarda cirurgia?). Nessa consulta trouxe-nos o resultado de endoscopia digestiva alta pré-cirurgia: esogatige de grau A (Los Angeles), uma cicatriz bulbar, e Helicobacter pylori positivo. Referiu não poder ser operado segundo o gastroenterologista que lhe efectuou a endoscopia. Como plano, reforçaram-se as recomendações diéteticas, de actividade física e auto-controlo da glicemia capilar, manteve metformina, iniciou-se o tratamento com Sitagliptina, e programaram-se consultas trimestralmente. DISCUSSÃO - Neste caso parece haver indicação para cirurgia bariátrica, contudo a realização de uma endoscopia digestiva prévia contra-indicou ou adiou a cirurgia, situação que está descrita em alguns casos. Alguns autores referem que a presença de esofagite de refluxo é uma contra-indicação para a cirurgia. Porém outros autores referem que só esofagites mais graves (ex. Esófago de Barret) são contra-indicações. Será que doentes com esofagites ligeiras podem ser submetidos a cirurgia bariátrica? Perante isto, será que o risco pós-operatório de doença de refluxo gastro-esofégico é superior ao risco cardiovascular destes doentes? Se o refluxo gastro-esofágico é mais prevalente nos obesos quem terá indicação para ser operado? PALAVRAS CHAVE - Cirurgia bariátrica; Esofagite; Diabetes tipo 2 Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 44 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Obesidade em estados de hipertiroidismo - relato de 2 casos clínicos Autor(es) Susana Mendonça (ap), Ana Isabel Campos*, Rita Tato, Mariana Lameiras Instituição Centro de Saúde da Lapa, *USF Dafundo Resumo M.Teresa Costa, Nuno Sousa, Luís Afonso PERTINÊNCIA E ENQUADRAMENTO DO TEMA: Embora invulgar, a obesidade pode ocorrer em estados de hipermetabolismo como sucede no hipertiroidismo, seja ele de base autoimune ou não. O relato destes 2 casos intenta relembrar/sensibilizar para a importância duma anamnese cuidada e dum elevado grau de suspeição no diagnóstico diferencial. Oral Orientador(a) Relato de Caso Título METODOLOGIA: Análise dos processos da Consulta Externa Hospitalar, descrição dos casos clínicos e de Exames Complementares de Diagnóstico; revisão bibliográfica em manuais de referência e pesquisa de artigos publicados em endereços específicos na Internet. DESCRIÇÃO DOS CASOS: No 1º caso uma mulher de 27 anos é referenciada à Consulta de Endocrinologia pelo Médico de Família por queixas de cansaço fácil e alopécia; tem obesidade grau II, ecografia tiroideia normal e análises compatíveis com hipertiroidismo. Exames subsequentes confirmam Doença de Graves com taquicardia, sem bócio nem exoftalmia, além de hipertrigliceridémia. Após terapêutica com Metibasol consegue-se eutiroidismo embora a obesidade persista, apesar da terapêutica e cuidados. No 2º caso uma mulher de 31 anos é igualmente enviada à Endocrinologia pelo Médico de Família por obesidade mórbida (IMC - 55), HTA e suspeita de DM. Em consultas e exames subsequentes confirmam-se a HTA e a DM2, sendo reveladas hiperuricémia e hipercolesterolémia, em eutiroidismo. Todas estas condições vão normalizando progressivamente, com terapêutica e cuidados específicos e a doente é proposta para cirurgia bariátrica. Volta reenviada da Consulta de Anestesiologia por análises compatíveis com hipertiroidismo de novo, com auto-anticorpos negativos, condição esta que remite após terapêutica com Metibasol. Continua a aguardar cirurgia bariátrica. CONCLUSÃO: Quando se vê um obeso, a tendência é pensar que a causa dessa obesidade é por excesso alimentar, muitas vezes aliada a hábitos de vida sedentária, ou que o aumento de peso pode ser devido a disfunção das hormonas tiroideias, nomeadamente hipotiroidismo. Este trabalho tenta alertar o Médico de Família para as manifestações menos vulgares do desequilíbrio da glândula tiroideia, com o intuito de optimizar a abordagem e prevenção, nomeadamente através de diagnóstico atempado e referenciação multidisciplinar. *Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 45 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Oral Relato de Caso Resumo SEM GOTA DE AR Pedro Carvalho Centro de Saúde da Venda Nova DI de Lisboa D Carlos Ferrão INTRODUÇÃO: A dificuldade respiratória constitui um motivo de consulta frequente na criança caracterizando-se por um aumento do trabalho respiratório do qual resultam sinais típicos que devem ser prontamente reconhecidos. As crianças mais novas constituem um grupo de especial risco por possuírem vias respiratórias mais pequenas, necessidades metabólicas acrescidas, reservas respiratórias reduzidas e mecanismos compensatórios inadequados. As causas de dificuldade respiratória na criança são diversas podendo incluir patologias respiratórias, cardíacas, distúrbios electrolíticos e traumatismos. DESCRIÇÃO DO CASO: Lactente de 3 meses, com antecedentes de parto de termo eutócico, amamentado artificialmente desde o nascimento, recorre a Serviço de Urgência Hospitalar com quadro de dificuldade respiratória. Da história há a realçar dejecções diarreicas com 3 dias de evolução e tosse seca por vezes emetizante. À observação destacava-se a polipneia, cianose labial, tiragem global e língua pouco húmida. Após aerossol de Salbutamol e início de soro de re-hidratação oral, mantinha polipneia grave, o que conduziu à requisição de exames complementares de diagnóstico. Da análise da gasimetria tornou-se evidente a acidose metabólica grave (pH=7,080) com compensação respiratória justificativa da polipneia. DISCUSSÃO: Perante um caso de gastroenterite aguda, os sinais de desidratação podem ser bastante menos exuberantes que uma polipneia difícil de integrar no quadro clínico. Contudo, o diagnóstico de acidose metabólica constitui uma entidade semiologicamente rica que, no contexto supramencionado, não deve deixar de ser equacionado. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 46 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Marta Lapa Centro de Saúde da Parede DI de Lisboa BC Vanda Lança Este caso, em que foi detectada uma malformação do aparelho circulatório, vem demonstrar a importância vital da vigilância da saúde infantil e da realização do exame objectivo abrangente no contexto do Exame Global de Saúde. Salienta também a importância do preenchimento cuidadoso do boletim de saúde infantil na qualidade de importante veículo de transmissão de informação médica entre os cuidados primários e secundários. Oral Autor(es) A propósito de um caso de cardiopatia congénita Relato de Caso Título Integrado no programa-tipo de vigilância da saúde infantil, o Exame Global de Saúde dos 5-6 anos efectuado numa consulta motivada pelo preenchimento da ficha de ligação escolar leva à detecção e encaminhamento de alguns problemas de saúde, entre os quais uma coartação da aorta. Trata-se de uma criança do sexo masculino, 5 anos, raça negra, terceiro de uma fratria de quatro irmãos, pertencente a uma família nuclear Graffard IV, residente num bairro social do concelho de Cascais. Antecedentes pessoais e familiares sem nada a salientar. Assintomático, foi à consulta para o preenchimento da ficha de ligação escolar. Uma vez que a sua vigilância de saúde havia sido efectuada por outro médico e dada a idade da criança foi realizado o Exame Global de Saúde. Ao exame objectivo foi detectado, entre outros, o seguinte problema de saúde classificado segundo a ICPC-2: K81 Sopro cardíaco sistólico no foco aórtico. Efectuou-se o encaminhamento apropriado e foram pedidos exames complementares de diagnóstico, incluindo um ecocardiograma. Da investigação do caso obtiveram-se os seguintes diagnósticos: K73 Malformação congénita do aparelho circulatório descrita através de cateterismo como "aorta em sifão, sem gradiente Ao ascendente e Ao descendente", B82 Outras anemias NE, K86 Hipertensão arterial sem complicações (secundária). O plano estabelecido incluiu o tratamento da hipertensão arterial, a abstenção de exercício físico, o estudo da hipertensão arterial e da anemia. Está programada a correcção cirúrgica da malformação a médio prazo. Como conclusão, pretende-se chamar a atenção para a importância do seguimento do esquema de vigilância da saúde infantil e para o facto de o médico de família estar numa posição priveligiada para detectar e encaminhar atempadamente problemas de saúde passíveis de correcção que previsivelmente possam ter um impacto negativo sobre a saúde da criança. Salienta-se ainda a utilidade do boletim de saúde infantil. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 47 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Relato de Caso Resumo O papel da equipa de saúde familiar na gestão da doença e promoção da saúde Marina Meireles (ap), Catarina Castro Unidade de Saúde Familiar Marginal, Centro de Saúde de Cascais DI de Lisboa BC Ana Ferrão PALAVRAS - CHAVE: Família; Cuidados em rede; Gestão da doença Oral OBJECTIVO: Demonstrar através de uma narrativa a actuação em Medicina Familiar, centrada não na doença, mas no paciente e sua família, de forma continuada e em rede. INTRODUÇÃO: A definição europeia de Medicina Geral e Familiar - WONCA 2002 - identificou as características centrais da disciplina, entre as quais se destaca a abordagem centrada na pessoa, através de cuidados longitudinais e modelação holística, tendo em conta as suas dimensões cultural e existencial. Através da consulta dos registos clínicos de um paciente e sua família, e do processo hospitalar, foi possível construir a narrativa que mostra o impacto da doença numa família. DESCRIÇÃO: Trata-se de um doente de 78 anos de idade, hipertenso, com antecedentes de hematoma subdural e insuficiência renal ligeira, que inicia alterações flutuantes da cognição e coordenação motora. Posteriormente, inicia quadro febril associado a períodos de confusão, tendo sido internado ao 30º dia de febre para investigação. Com o diagnóstico de pneumonia criptogénica inicia corticoterapia, causa provável do aparecimento de diabetes mellitus, apenas controlada com a instituição de insulinoterapia. A evolução deste caso foi desfavorável, tendo o doente falecido ao fim de quatro meses. O papel da equipa de saúde foi o de ajudar o paciente e a sua família nas diferentes etapas de reconhecimento, aceitação e gestão da doença, na interligação de cuidados, no ensino e apoio ao principal cuidador, bem como na preparação e acompanhamento no luto. O acompanhamento de outros elementos da família permitiu que a morte não fosse o final desta narrativa e que a sua aceitação como parte integrante do ciclo de vida contribuísse para a manutenção da saúde desta família. CONCLUSÃO: A prestação de cuidados de saúde de qualidade só é possível através do estabelecimento de redes pluridisciplinares que organizam, racionalizam e disponibilizam recursos. O médico de família, além de responsável pelo primeiro contacto com o sistema de saúde, estabelece interligações a diferentes níveis na prestação de cuidados e assegura a continuidade dos mesmos. Porque possui um conhecimento privilegiado dos diferentes elementos da família, centra-se na pessoa total, mas também na complexidade dos sistemas que a influenciam. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 48 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Graça Branco Centro de Saúde de Sintra DI de Lisboa D Josefina Marau PERTINÊNCIA DO TEMA: Pretende-se com esta descrição sensibilizar os Médicos de Família para as causas psicogénicas da dor, apesar de, por vezes, o diagnóstico mais plausível apontar para uma causa orgânica. O recurso aos instrumentos de avaliação/estudo da família, que são específicos de Medicina Geral e Familiar, é em situações como esta, fundamental para a condução adequada do caso. Oral Autor(es) Desafios Clínicos em MGF Caso Clínico - "Uma Dor Incontrolável..." Relato de Caso Título PALAVRAS CHAVE: Dor, Psicogénica, Avaliação Familiar DESCRIÇÃO DO CASO: Uma utente de 66 anos, recorreu a uma consulta de vigilância de saúde com o objectivo de se submeter ao "check-up" anual. Nesta altura apresentava ainda como motivo de consulta, queixas vagas de perda de memória e sinusite. Tinha como problemas de saúde activos: microlitíase renal bilateral, hipercolesterolémia, sinusite crónica, discartrose cervico-lombar e síndrome depressivo crónico. Retornou à consulta 3 meses depois, trazendo os resultados dos exames pedidos e queixas álgicas de novo, na região dorsal baixa, associadas a tosse arrastada. Pela clínica e por alterações radiológicas inespecíficas no RX tórax, prossegue-se com o pedido de TAC torácico. A utente retornou por diversas vezes ao Centro de Saúde devido à dor, que não cedia à medicação (escalando inclusive a potência dos fármacos analgésicos) e que lhe foi alterando progressiva e substancialmente a qualidade de vida individual e familiar. Posteriormente o resultado do TAC revelou alterações compatíveis com lesões secundárias, pelo que se prosseguiu a investigação com TAC abdomino-pélvica, reavaliação analítica, mamografia e cintigrafia óssea a fim de se proceder à caracterização TMN da suposta neoplasia. Por esta altura entrou-se em contacto com o Serviço de Medicina do Hospital de referência para internamento e esclarecimento da situação clínica da doente. Instituiu-se analgesia com morfina por decisão conjunta com os colegas dos cuidados de saúde hospitalares. Durante o internamento, a utente foi novamente submetida a exames, que se revelaram todos negativos. Porém, as queixas álgicas mantinham-se apesar da terapêutica instituída! A doente foi então referenciada para Psiquiatria, onde foi medicada com antidepressivo tricíclico, ansiolítico e submetida a terapia electroconvulsivante. A dor remitiu totalmente... Estas notícias fizeram com que sentíssemos a necessidade de reavaliar o caso do ponto de vista dos cuidados de sáude primários; será que antecipámos a referenciação? Apesar das características da dor e do seu contexto clinico-laboratorial, não deveríamos ter utilizado logo de início a nossa especificidade? Quando a utente voltou à consulta no Centro de Saúde, houve oportunidade de refazer a sua Biografia Clínica e a Linha de Vida de Medalie e perceber que antes do surgimento deste quadro, a doente tinha passado por um período de doença oncológica do marido, (tendo este sido submetido a internamento e cirurgia), e que em seguida, tinha vendido a sua casa e mudado de residência sem apoio familiar. De acordo com a escala de Holmes e Rahe obtinha uma pontuação que era compatível com probabilidade de adoecer superior a 80 %. Comprovou-se deste modo e mais uma vez que, nas situações em que o modelo bio-médico se revela insuficiente ou inadequado para o acompanhamento da situação clínica, é sempre de grande interesse olhar para o indivíduo e suas queixas dentro do contexto da sua biografia clínica, integrando o seu contexto familiar e social. A chave dos problemas reside muitas vezes aí, mesmo em situações que numa primeira abordagem apontam para a causa biomédica. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 49 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Oral Relato de Caso Resumo Cefaleias e Tonturas em Doente Jovem Ana Serrão Centro de Saúde de Alhandra, Extensão de Alverca DI de Lisboa AEF Dulce Abreu INTRODUÇÃO: Queixas inespecíficas em doentes jovens constituem um desafio diagnóstico quer pela baixa prevalência de patologia nesta faixa etária quer pela dificuldade no diagnóstico diferencial de alguns quadros. A escolha deste caso prende-se com a necessidade de evidenciar as dificuldades sentidas durante a marcha diagnóstica e a importância que a contextualização familiar teve para o estabelecimento do diagnóstico definitivo. MATERIAL E MÉTODOS: Apresenta-se um relato de caso cujos dados foram obtidos através de entrevista clínica e consulta de processo familiar. DESCRIÇÃO DO CASO: Um jovem de 19 anos recorre à consulta com queixas de cefaleias e tonturas mantidas a que se vão associando perda de força muscular e relatos de alterações do estado de consciência. À observação apresentava desequilíbrio, descoordenação motora e, posteriormente, desorientação temporo-espacial. Os exames complementares de diagnóstico mostraram um lipoma da lâmina quadrigémia. A referenciação à Neurologia não permitiu o estabelecimento de um diagnóstico. Apenas uma observação posterior, fazendo um melhor enquadramento do seu contexto familiar e profissional, e obtendo, numa anamnese mais detalhada, o relato de alucinações auditivas e visuais permitiu colocar a hipótese de patologia psiquiátrica, posteriormente confirmada. CONCLUSÃO: A visão do doente no seu contexto biopsicossocial e uma entrevista clínica cuidada e rigorosa podem, muitas vezes, ser a chave para um diagnóstico correcto e atempado. O conhecimento da família no seu todo e uma correcta avaliação familiar também podem ser determinantes para uma decisão adequada relativamente ao tratamento e acompanhamento. PALAVRAS-CHAVE: cefaleias; tonturas; alucinações; patologia psiquiátrica; contexto biopsicossocial; entrevista clínica; família; avaliação familiar. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 50 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Sara Almeida Centro de Saúde de Santarém DI de Santarém Manuela Graça ENQUADRAMENTO: as DII são afecções inflamatórias crónicas de etiologia desconhecida, que afectam o sistema gastrointestinal. A sua patogenia envolve a activação de células imunes com libertação de citoquinas e mediadores inflamatórios. A diabetes mellitus abrange um grupo de alterações metabólicas que partilham o fenótipo comum de hiperglicemia, sendo classificada com base no processo patogénico que leva ao aumento da glicemia plasmática. O hipertiroidismo é definido como uma elevação dos níveis de hormona tiroideia devido, na maioria dos casos, a um hiperfuncionamento da glândula tiróide. Quando estas 3 patologias surgem precocemente no mesmo indivíduo, o médico de família para além do papel de prestador de cuidados primários passa também a ser um gestor de recursos com múltiplas vertentes. Oral Autor(es) Quando as comorbilidades aparecem precocemente… Relato de Caso Título DESCRIÇÃO DO CASO: SM, sexo masculino, 31 anos, caucasiano, casado, motorista de pesados. Ex-fumador, com antecedentes pessoais de eczema atópico, rinite alérgica, cataratas, astigmatismo, miopia, síndrome depressivo e DII desde os 18 anos, em corticoterapia e seguida por gastroenterologista particular. Recorre pela primeira vez à consulta no Centro de Saúde em Dezembro de 2006, tendo sido pedidos ECD de rotina, nos quais se detectou uma anomalia da glicemia em jejum. Em Fevereiro de 2007 repete análises que nesta ocasião mostram valores de glicemia em jejum compatíveis com uma diabetes inaugural, com etiologia a esclarecer. Foi feito ensino alimentar e de autovigilância e pedidas novas análises. Volta em Abril de 2007: analiticamente com AC anti-insulina e anti-GAD negativos, AC anti-ilhéus pancreáticos positivos. Foi referenciado para consulta de Diabetologia da APDP e iniciado desmame dos corticoesteroides. Em Maio de 2007 volta à consulta referindo perda ponderal significativa. Foi pedido novo estudo analítico que mostra uma diminuição dos valores de TSH e um aumento dos níveis de T4 total. Continuava então, a ser seguido pelo gastroenterologista particular e a fazer desmame da corticoterapia mantendo-se estável. Posteriormente foi à consulta da APDP tendo iniciado Glimepirida e Metibasol. Em Outubro de 2007 tinha parado corticoterapia e foi referenciado para consulta de Gastroenterologia no Hospital de Santarém. Em Fevereiro de 2008 inicia insulinoterapia. Actualmente é seguido na APDP, na consulta de Gastroenterolgia do Hospital de Santarém e pelo médico de família, encontrando-se clinicamente estável. DISCUSSÃO: este caso demonstra o importante papel do médico de família enquanto prestador essencial de cuidados primários, caracterizando-se pela presença de um elevado índice de suspeição, identificação de factores de risco, seguimento e aconselhamento. Assume ainda a função de elemento central na gestão de cuidados ao doente. Para tal, utiliza e articula diversos recursos disponíveis: pedido de ECD, referenciação e articulação com vários tipos de cuidados secundários, sendo por fim um importante promotor da adesão à terapêutica e uma peça chave no ajuste da mesma. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 51 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Oral Relato de Caso Resumo SINAIS DE DISFUNÇÃO NUMA FAMÍLIA EM DISRUPÇÃO Jerusa Oliveira Ramos(ap), Claudia Ho Centro de Saúde Dr. Joaquim Paulino - USF AlphaMouro DI de Lisboa D Zélia Vaz ENQUADRAMENTO: Actualmente verifica-se um crescente de número de famílias em fase de separação ou divórcio, com a consequente reestruturação do agregado familiar e alteração dos papéis dos diferentes elementos. O caso clínico relata os vários sinais de disfunção familiar detectados pelo Médico de Família, no decorrer das consultas. DESCRIÇÃO DO CASO: Trata-se de uma família nuclear, um casal com duas filhas, de 17 e 10 anos, com história familiar de dislipidémia e heterozigotia HbS. Desde 2005, ambos os elementos do casal recorreram ao Médico de Família, em consultas independentes, por queixas sugestivas de ansiedade, que associavam a stress laboral. As consultas, que antes eram programadas e escassas, passaram a ser não programadas e mais frequentes. Em 2006, o casal assume a separação, embora continue a coabitar. O divórcio é oficializado em 2007, tendo as filhas escolhido ficar com o pai e cessando qualquer contacto de parte destes com a mãe, despoletando uma depressão reactiva na última. A filha mais nova abandona a prática desportiva refugiando-se na ingestão compulsiva de alimentos, levando à sua actual obesidade. A filha mais velha inicia sucessivas vindas à consulta com queixas banais como motivo de consulta expresso, mas labilidade emocional e relação conflituosa com os pais como motivo oculto. Reconhece-se, portanto, um pai desresponsabilizado, uma mãe autoritária com depressão reactiva, uma filha adolescente conflituosa, e uma filha na pré-adolescência obesa. Entretanto, em 2008, o pai voltou a casar, sem o conhecimento da mãe e das filhas, agravando o conflito já existente. Em todo o processo cada elemento da família tem vindo a ser consultado ou pelo orientador de formação, ou por cada uma das internas, tendo sido detectados vários sinais de disfunção familiar, pelo que foram aplicados alguns testes de avaliação familiar para complementar a história clínica. DISCUSSÃO: O presente caso pretende chamar a atenção para os principais sinais de disfunção familiar e para o papel do Médico de Família na contextualização de sinais e sintomas recorrentes, e na abordagem familiar usando as várias ferramentas de avaliação. Salienta-se de igual modo a importância da comunicação entre o Interno e o Orientador de Formação, que conduziu à troca de informação, necessária para caracterizar a família e permitir a abordagem familiar adequada. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 52 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Fátima Tavares, Carla Martins, Carolina Rezende, Teresa Libório Centro de Saúde de Oeiras, USF São Julião DI de Lisboa BC Teresa Libório INTRODUÇÃO - O melanoma maligno, cada vez mais frequente, representa 3% de todos os cancros e é a principal causa de mortalidade por cancro da pele a nível mundial. Este caso descreve o percurso diagnóstico de uma mulher jovem com melanoma maligno de extensão superficial, realizado cerca de um ano após a fase de crescimento radial da lesão e um mês após a 1ª manifestação de ulceração com hemorragia. IDENTIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS - O diagnóstico precoce, nos estádios iniciais é essencial, momento em que a cirurgia tem um grande potencial curativo. A importância de identificar os grupos de risco é vital, para se tomar uma série de atitudes quer em termos de exame da pele, cuidadoso e periódico, quer do encaminhamento do utente para a Consulta de Dermatologia. A prevenção secundária do melanoma implica, essencialmente, uma visão atenta do médico de família e uma responsabilização permanente e informada do utente na vigilância das suas lesões. O utente deve ser ensinado a realizar o auto-exame da pele, mensal, com seriedade, mas sem ansiedade e a comunicar de imediato qualquer alteração morfológica e/ou aparecimento de manifestação clínica. Poster Autor(es) “Um olhar sobre a pele” Relato de Caso Investigação Título DESCRIÇÃO DO CASO - ARCN, mulher de 32 anos, raça branca, com múltiplos “sinais cutâneos”. Sem história familiar de cancro da pele. Seguida habitualmente por nós, com uma média de duas consultas por ano. Em 2005 esta doente foi referenciada para a Consulta de Dermatologia, por “sinais” no tronco que foram excisados, tendo tido alta. Em Junho recorreu á nossa “Consulta do Dia” por hemorragia intermitente do “sinal” congénito na perna direita. Quando questionada referiu que o “sinal” no último ano tinha aumentado de tamanho. No exame objectivo identificamos um “sinal” negro, de cor homogénea, bordos irregulares, assimétrico, rugoso ao toque e com cerca de 2cm de maior diâmetro. Conseguiu-se que tivesse Consulta de Dermatologia na mesma semana, ficando a cirurgia programada para quinze dias depois. Durante este período realizou vários exames complementares de diagnóstico que excluíram metástases. A 8 de Julho foi excisado a lesão, pós-operatório sem complicações. O resultado da Anatomia Patológica revelou melanoma maligno de extensão superficial, nível de Clark 4 e espessura da lesão de 2,25 mm com limites negativos para células neoplásicas. Tem consulta programada para o IPO de Lisboa, para provável pesquisa de gânglio sentinela. CONCLUSÃO - Com a apresentação desde caso pretendemos chamar atenção para a necessidade de estreita relação entre o médico família e o utente na vigilância atenta e periódica de todos os “sinais” da pele de forma a evitar, como quase aconteceu neste caso, que o “sinal siga o seu caminho”. Nesta situação ao que tudo indica a sobrevivência aos 5 anos é muito elevada. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 53 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Tumor de Merkel... raro e difícil de diagnosticar.... Violeta Florova USF Emergir DI de Lisboa BC Sandra Espadana O médico de família geralmente é o primeiro contacto do utente com o Serviço Nacional de Saúde. Cabe, portanto a este, identificar situações clínicas pouco frequentes, avaliar e orientar correctamente o seu doente. O caso clínico em questão relata o aparecimento de um carcinoma raro da pele (Carcinoma de Merkel). Poster Relato de Caso O tumor de Merkel, também considerado como tumor endócrino da pele, é um carcinoma cutâneo raro e maligno. O seu curso é agressivo, muitas vezes com envolvimento ganglionar precoce, metástases à distância na altura do diagnóstico e grande taxa de recorrência. Nos EUA são relatados 470 novos casos/ano, afecta ambos os sexos (com maior predomínio no sexo masculino (2.3:1)), pode surgir em qualquer idade, apesar de ser encontrado mais frequentemente nos idosos. Os factores de risco associados ao seu aparecimento incluem as radiações UV, arsénio e imunosupressão. O caso clínico em questão é referente a uma mulher de 87 anos, raça caucasiana, doméstica, com antecedentes pessoais de HTA, Insuficiência Cardíaca, Asma, Dislipidémia, Obesidade, Bócio multinodular e Carcinoma Basocelular da face. Recorre à consulta do seu médico de família no dia 15.05.08 onde refere aparecimento de pequenas lesões indolores e não pruriginosas e com agravamento progressivo. Foi referenciada e observada posteriormente em Consulta de Dermatologia, tendo sido feito o diagnóstico Tumor de Merkel. Foi feita biópsia da lesão e TAC para estadiamento. O tratamento do tumor de Merkel conjuga uma abordagem multidisciplinar, nomeadamente: excisão cirúrgica do tumor primário, esvaziamento ganglionar, radioterapia pós-operatória e eventual quimioterapia, sendo a combinação destes procedimentos variável consoante o estadiamento do tumor. Como conclusão, é importante realçar que nas nossas consultas muitas vezes nos deparamos com situações clínicas pouco frequentes, nas quais se torna muito importante avaliar e orientar correctamente o nosso doente. Endereço e-mail para correspondência: -- 54 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Ana Cristina Esteves (ap), Maria Lourdes Silva USF Quinta da Lomba DI de Setúbal Sul Maria de Lourdes Silva INTRODUÇÃO / OBJECTIVO: As autoras apresentam este caso clínico para mostrar que perante um doente com astenia, lentificação no discurso e dificuldade em se exprimir é necessário excluir patologia orgânica, mesmo que o doente tenha antecedentes psiquiátricos. DESENHO E MÉTODOS: Recolhida história clínica através da observação do doente e posteriormente pelas informações dadas pelos familiares. RESULTADO: É descrito o caso clínico de um senhor de 60 anos, com antecedentes de síndrome depressivo. Encontrava-se medicado com diazepam, flurazepam, ciamemazina, trazodone e paroxetina. Recorreu à consulta por um quadro de astenia, lentificação no discurso e dificuldade em se exprimir. Este quadro tinha um mês de evolução e tinha piorado no dia que o doente recorreu à consulta. Tinha parado a medicação psiquiátrica há uma semana. O doente foi referenciado ao serviço de urgência de psiquiatria para ajuste da medicação. No serviço de urgência o doente foi observado e foi alterada a medicação psiquiátrica e teve alta. Por agravamento no mesmo dia do quadro clínico, o doente recorreu novamente à urgência. Realizou TAC - CE que revelou lesão tumoral infiltrativa de limites mal definidos a nível frontoopercular direito. O doente foi internado e posteriormente operado com exerese da lesão. No pós-operatório houve um agravamento do quadro clínico com afasia. O doente veio a falecer um mês após a cirurgia. Poster Autor(es) Tumor cerebral - a propósito de um caso clínico Relato de Caso Investigação Título CONCLUSÃO: Neste doente os antecedentes de síndrome depressivo e o facto de ter parado a medicação uma semana antes conduziram a uma falsa interpretação dos sintomas. Foi importante para a avaliação do doente a realização de TAC-CE. Assim é sempre mandatório num quadro clínico de início recente excluir patologia orgânica. Os tumores do lobo frontal geralmente manifestam-se por uma diminuição das capacidades cognitivas, lentificação no discurso e alterações da personalidade. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 55 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Poster Relato de Caso Resumo Cancro do Pulmão - o raro e o comum Ana Catarina Conduto (ap), Isabel Alves Pratas USF Cuidar Saúde - Seixal DI de Setúbal Norte Paula Salinas, Ana Cristina Vítor INTRODUÇÃO: O cancro do pulmão é a segunda causa mais frequente de morte oncológica em Portugal. A sua taxa de mortalidade é muito próxima da taxa de incidência, dado que a maioria dos diagnósticos são tardios, reduzindo-se significativamente a sobrevida dos doentes. O fumo do tabaco é o principal factor de risco para o desenvolvimento de cancro do pulmão (90% nos homens e 70% nas mulheres), para além dos cancerígenos exógenos ocupacionais ou ambientais e da predisposição genética. Apesar de conhecidos os factores de alto risco para o desenvolvimento de cancro do pulmão, continuam a não existir recomendações para o rastreio desta neoplasia em indivíduos assintomáticos. São descritos dois casos clínicos de neoplasia pulmonar, que se distinguem pela apresentação e modo de diagnóstico, tipo histológico, evolução e prognóstico. DESCRIÇÃO DOS CASOS: O primeiro caso refere-se a um homem de 58 anos, caucasiano, fumador de 50 UMA, com história familiar de cancro do pulmão, sem outros antecedentes relevantes. Há dois anos, na sequência de radiografia de tórax de rotina, foi detectado um nódulo no pulmão esquerdo. Foi efectuada, entre outros exames complementares, punção aspirativa trans-torácica do nódulo, cujo resultado citológico se revelou inconclusivo. Optou-se pela excisão cirúrgica, com lobectomia esquerda inferior, e confirmou-se histologicamente a presença de um linfoma pulmonar de células B da zona marginal, tipo MALT. O doente foi posteriormente submetido a tratamentos de radio e quimioterapia, encontrando-se presentemente bem. O segundo caso descreve uma mulher de 67 anos, caucasiana, com antecedentes pessoais de hipotiroidismo e gastrite crónica, sem hábitos tabágicos, e com história familiar de cancro do pulmão. Recorreu ao Centro de Saúde com queixas agudas de cansaço e dispneia, verificou-se uma diminuição acentuada do murmúrio vesicular na base do hemitórax esquerdo, e instituiu-se antibioterapia empírica. A doente regressa após duas semanas, com manutenção das queixas e uma imagem radiográfica de derrame pleural esquerdo. A TC torácica então pedida revela um nódulo espiculado no lobo superior esquerdo, derrame pleural homolateral e adenopatias mediastínicas. A doente é internada com agravamento da sintomatologia para esclarecimento da situação. Realizaram-se toracocentese, biópsias pleurais e broncofibroscopia, tendo-se diagnosticado um adenocarcinoma pulmonar, sem evidência de metastização. Encontra-se actualmente a realizar quimioterapia e terapêutica de suporte para anemia concomitante. DISCUSSÃO: Ocasionalmente o cancro do pulmão é detectado em radiografia de tórax de rotina, sob a forma de nódulo solitário num doente assintomático, como no primeiro caso. No entanto, a maioria dos doentes estão sintomáticos na altura do diagnóstico, sendo esta a fase final da sua evolução natural. Os linfomas MALT primitivos do pulmão são muito raros, têm baixo grau de malignidade, uma progressão lenta e uma taxa de sobrevida aos 5 anos superior a 80%. O adenocarcinoma é o tipo histológico de neoplasia pulmonar mais frequente (40% dos casos), e o mais comum entre não fumadores e mulheres. O diagnóstico é geralmente tardio, após início de sintomatologia, metastiza precocemente para os gânglios linfáticos à distância e o prognóstico é reservado. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 56 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Ana Paes de Vasconcellos Centro de Saúde de Sintra - Extensão de Colares DI de Lisboa D Luiz Levy Na Europa a incidência anual de pessoas vítimas de mordedura de cobras venenosas é de 15000 a 20000 casos, originando 50 mortos. Em Portugal existem essencialmente duas vívoras venenosas. A Vipera latastei (víbora cornuda) e a Vipera seoanei sendo que a primeira existe por toda a península ibérica e a segunda no extremo noroeste de Portugal. A víbora cornuda habita normalmente as zonas rochosas (serras). Não costumam morder nos Humanos, a não ser que se sintam ameaçadas. O veneno é potencialmente mortal para o Homem podendo provocar hemorragias internas e insuficiência cardíaca, respiratória ou renal. É importante a divuldação deste caso para que os médicos de família saibam da sua existência e estejam mais conscientes e preparados se alguma vez aparecer um caso semelhante num centro de saúde mesmo que seja numa zona urbana. Poster Autor(es) Mordedura de Víbora - Uma realidade em Sintra Relato de Caso Título Um rapaz de 12 anos de idade habitante numa zona rural em Albarraque, Rio de Mouro, recorre ao Serviço de Urgência Pediátrica (SUP) do Hospital Fernando da Fonseca a 12 de Julho de 2008 por suspeita de mordedura de uma cobra. O doente foi apanhar limões, de chinelos, viu uma cobra e sentiu uma mordedura no 1º dedo do pé esquerdo. Teve parestesias locais que se agravaram até à região inguinal esquerda. Teve hemorragia local em pequena quantidade. À chegada ao SUP o doente tinha bom estado geral, TA normal, parestesias de todo o membro inferior esquerdo, e diminuição da força deste membro. Apresentava um ligeiro edema do 1º dedo do pé esquerdo, sem alteração da sensibilidade. Tinha duas marcas da mordedura com cerca de 1cm de distância entre elas, e um halo branco em volta das duas. Fizeram-se análises de sangue, soroterapia e amoxicilina e ácido clavulânico endovenoso, permaneceu sob vigilância no SO durante 36 horas. Analiticamente não tinha alterações e teve alta clinicamente recuperado. Ficou a fazer amoxicilina e ácido clavulânico oral no domicílio. A abordagem do doente no local do acidente é de extrema importância e existem várias medidas e precauções importantes que se devem tomar e inclusivamente manobras que estão contraindicadas. Dado o aumento de “animais de estimação” de origem em países tropicais, nomeadamente répteis e aranhas deve-se ter a ideia de que em qualquer caso de mordedura de um animal que pensamos ser potencialmente venenoso deve-se ligar para o centro de intoxicações 808250143. Demonstração de algumas medidas gerais que devemos prevenir aos utentes que se deslocam para ou habitam em zonas rurais. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 57 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Relato de Caso Resumo Dra. ando com muitos calores!!! Olívia Souza(ap), Cláudia Soares Centro de Saúde de Palmela / Extensão Quinta do Anjo DI de Setúbal Sul Alberto Simplício, Susete Polónia INTRODUÇÃO: A menopausa é caracterizada por alterações fisiológicas que ocorrem em todas as mulheres e é caracterizada pela “cessação” permanente da menstruação resultante da perda da actividade folicular do ovário. Por definição, corresponde a um período de 12 meses de amenorreia sem qualquer patologia subjacente e a idade média é de 51 anos. Devido ao défice de estrogénios, a menopausa é acompanhada de sinais e sintomas a curto prazo (ex. afrontamentos e alterações de humor), médio prazo (ex. secura vaginal) e longo prazo (ex. osteoporose e doença cardiovascular). Poster IDENTIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS: Toda a sintomatologia associada a menopausa pode ser extremamente incapacitante e incomodativa para o bem estar físico, mental e social da mulher. DESCRIÇÃO DO CASO: Trata-se de uma doente de 53 anos, raça branca, divorciada e desempregada desde há 5 anos, com antecedentes pessoais de EAM há 3 anos, dislipidémia e obesidade. É seguida na consulta de cardiologia do Hospital São Bernardo e medicada com Metoprolol 100, Pravastatina 40, e Ácido acetilsalicílico 150. Tem amenorreia desde há 2 anos. Recorreu à nossa consulta há 6 meses por afrontamentos, secura vaginal, alteração do padrão do sono (insónias iniciais), alterações do humor caracterizados por períodos de ansiedade e irritabilidade mas também de tristeza, anedonia e astenia. Perante este quadro clínico o médico de família decidiu pedir exames complementares de diagnóstico, nomeadamente: análises de rotina, densitometria óssea, mamografia e ecografia mamária bilateral, electrocardiograma e ecocardiograma. A nível terapêutico decidiu-se manter a terapêutica instituída pela consulta de cardiologia do Hospital São Bernardo e iniciar medicação antidepressiva com Sertralina, juntamente com Zolpidem. Quanto à secura vaginal a doente foi medicada com Ovestin creme vaginal. Em relação aos restatantes sintomas vasomotores, o médico de família optou por terapias alternativas e comportamentais, tais como: baixar a temperatura ambiente, prática de exercício físico, técnicas respiratórias e eventualmente medicina alternativa. É discutível o início da terapêutica hormonal de substituição nesta doente devido aos antecedentes pessoais (EAM). Seis meses depois, a doente foi reavaliada novamente na consulta, referindo melhoria a nível dos sintomas vasomotores como também do seu humor e do sono. CONCLUSÕES: A menopausa é de certa forma uma alteração fisiológica incapacitante, mas, o diagnóstico e o tratamento atempado da sintomatologia melhora significativamente a qualidade de vida da mulher. O início da terapêutica hormonal de substituição é discutível e deve ser ajustada à situação clínica de cada uma das doentes. A reavaliação deve ser feita anualmente. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 58 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Gloria Leonardo Matias Centro de Saúde de Entroncamento DI de Santarém José Carmona INTRODUÇÃO: O Síndrome de Pendred (SP) é uma doença com diagnóstico diferencial variável nas três etapas de vida: infância, adolescência e na fase adulta, motivo que levou a considerar a apresentação deste trabalho. PALAVRAS-CHAVES: Disacúsia neurosensorial; Surdez não sindrômica; Mutação genética; Avaliação familiar METODOLOGIA: Entrevista clínica, consulta do processo familiar,estudos moleculares, meios complementares de diagnóstico e pesquisa na base de dados Google e em Medline utilizando as palavras chave. Poster Autor(es) Síndrome de Pendred Relato de Caso Investigação Título DESCRIÇÃO DO CASO: Perante a existência de um utente portador de Síndrome de Pendred (SP) foi estudada a família, onde se detectou a consanguinidade entre os pais e um irmão portador da doença. Trata-se de um doente de 56 anos de idade, do sexo masculino, de raça caucasiana, que vive com a sua esposa, o seu filho e sua nora que possibilitaram a realização da entrevista, uma vez que a linguagem do doente não é perceptível. Trata-se de uma família nuclear com fase VII do ciclo de Duvall. Dos antecedentes pessoais destacam-se disacúsia neurosensorial, hipotiroidismo, surdez não sindrômica de natureza autossómica recessiva, alteração da função vestibular e lombalgia isolada e a nível dos antecedentes, destacam-se a consanguinidade dos pais (meios-irmãos), um irmão portador da doença e um meio irmão e dois filhos não portadores da doença. Foi referenciado as consultas de ORL e Genética tendo sido efectuado o estudo genético para excluir patologias do aparelho auditivo e tiroidea na família e feito aconselhamentos genéticos aos filhos. CONCLUSÃO: O Médico de Família tem um papel importante neste caso. Fazer o correcto diagnóstico diferencial nas diferentes etapas da vida está dependente de um acompanhamento continuado, característico desta Especialidade. Só através da da avaliação familiar é possível esclarecer o diagnóstico e diferenciar as patologias sindrômicas das não sindrômicas. Este trata-se de um caso típico de Síndrome de Pendred e atípico nas gerações seguintes. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 59 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Poster Relato de Caso Resumo Hemodiálise? Negação! - intervenção no limite Sofia Neto (ap), Célia Gonçalves Centro de Saúde de Queluz - USF Mactamã DI de Lisboa D António Frazão INTRODUÇÃO: A depressão e ansiedade constituem patologias comuns em doentes com insuficiência renal terminal (IRT), permanecendo subdiagnosticadas e subtratadas. Estudos recentes estimam a prevalência da depressão em doentes com IRT em cerca de 20 a 30%, variando segundo os critérios diagnósticos utilizados. A proposta para hemodiálise implica um processo de adaptação pelo doente, influenciado por múltiplos factores, tais como nível cultural e sócioeconómico, crenças e religião, dinâmica familiar. A negação constitui um mecanismo de coping eficiente, permitindo atenuar emoções negativas; em contrapartida, destaca-se a sua potencial interferência na adesão terapêutica. Assim, a percepção subjectiva da doença parece ter impacto no controlo da ansiedade e do humor, podendo ser influenciados pela aquisição de competências emocionais, nas quais a relação médico-doente pode intervir. DESCRIÇÃO DO CASO: RSF, sexo masculino, 33 anos, funcionário administrativo em Seguradora, com história de glomerulonefrite pseudo-mebranosa diagnosticada aos 18 anos de idade, com evolução para insuficiência renal crónica (IRC). Seguido em consulta de Nefrologia no Hospital Curry Cabral, com proposta para construção de acesso vascular em 2006. Desde então, sem registo em consulta de Nefrologia ou Medicina Geral e Familiar, por abandono da terapêutica farmacológica e recurso a homeopatia, durante 1 ano. Recorre ao Médico de Família, em Fevereiro de 2008, por quadro de vómitos desde há 1 semana, astenia marcada e edema dos membros inferiores. À observação destaca-se: vigil e orientado, palidez muco-cutânea, equimoses no tronco e membros inferiores, polipneia (60 cpm), TA 180/100 mmHg com pulso 90 ppm rítmico, abdómen com hepatomegália, de consistência mole, e edema dos membros inferiores bilateral. Por resistência de RSF à observação em serviço hospitalar - exacerbada pela negação da doença - foram pedidas análises urgentes em ambulatório, com os seguintes resultados: hemoglobina 4,9 mg/dl, hematócrito 14%, creatinina 25,5 mg/dl, ureia 492 mg/dl e proteinúria superior a 2000 mg/dl. Após esclarecimento da gravidade do quadro clínico e consentimento do doente, RSF foi enviado ao Serviço de Urgência do hospital de referência, onde efectuou exames complementares diagnósticos que revelaram IRC estadio 5 e derrame pleural ligeiro bilateral. Iniciou hemodiálise, suporte transfusional e terapêutica com eritropoietina. À data da alta hospitalar, clinicamente melhorado, acedeu ao Centro de Saúde no sentido de expressar a sua adesão terapêutica e cumprimento da hemodiálise. CONCLUSÃO: O caso clínico ilustra a importância da relação médico-doente na adesão à terapêutica. Vem ainda reforçar a importância do esclarecimento adequado das patologias e necessidades terapêuticas inerentes, como veículo promotor do adequado controlo de doença crónica potencialmente evolutiva. Não obstante, a atenção dos profissionais de saúde para processos de negação da doença pelo próprio doente e manifestações psiquiátricas decorrentes da doença física deverá ser redobrada. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 60 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Cristina Teodoro USF Marginal - C. S. Cascais DI de Lisboa BC João Ramires Diabetes Auto-imune Latente do Adulto ou LADA (Latent Auto-immune Diabetes of the Adult) é uma forma de diabetes autoimune diagnosticada em indivíduos com idade superior a 30 anos. Também se designa diabetes tipo 1 de início insidioso ou tardio ou ainda diabetes tipo 1,5 (“um e meio”). Doentes com LADA são frequentemente diagnosticados como tendo diabetes tipo 2 (DM2) devido à idade adulta de apresentação e à resposta inicial às medidas dietéticas e antidiabéticos orias (ADOs). Cerca de 10-15% dos doentes classificados como tendo DM2 têm LADA. Este caso demonstra a importância de fazer a distinção entre diabéticos tipo 2 e doentes com LADA. Trata-se de um doente do sexo masculino, 72 anos de idade, com índice de massa corporal de 23, HTA, dislipidémia e DM diagnosticada há cerca de 8 meses. Deixou de responder aos ADOs instituídos (metformina 1000mg 3x/dia, glimepirida 4mg 1x/dia e acarbose 50mg 3x/dia) há cerca de 4 meses, tendo analiticamente uma HbA1C de 10,6%. No último mês teve um episódio de lipotímia, tendo sido levado ao Serviço de Urgência, onde se verificou hiperglicémia>600. Clinicamente apresentava os sintomas clássicos de descompensação aguda da diabetes (polidipsia, poliúria, polifagia e perda de peso). Referia ainda sensação de calor nos membros inferiores, mais intenso durante a noite, apresentando alterações da circulação arterial dos membros inferiores. Por difícil controlo dos níveis de glicémia foi referenciado à Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP). Foram pedidas análises incluindo os anticorpos anti-GAD, anti-ilhéus de Langerhans e anti-insulina. Os auto-anticorpos eram positivos, o que confirmou o diagnóstico de LADA. Os ADOs foram suspensos e iniciou insulinoterapia com melhoria franca do quadro e normalização das glicémias. Ao fim de 3 meses já tinha uma HbA1C de 7,1%. Poster Autor(es) Diabetes Auto-Imune Latente do Adulto Relato de Caso Investigação Título Este caso demonstra a importância de diagnosticar doentes com LADA e instituir terapêutica com insulina precocemente. Apesar de inicialmente ser controlável apenas com medidas dietéticas com ou sem ADOs, a insulinodependência desenvolve-se frequentemente dentro de poucos meses. Vários estudos defendem que o início precoce de insulinoterapia é mais eficaz na normalização das glicémias do que os ADOs, podendo mesmo atrasar a evolução da doença através de um efeito protector das restantes células beta existentes no pâncreas, e eventualmente prevenir complicações agudas e microvasculares. Esta entidade clínica é mais frequente nos diabéticos que não apresentam excesso de peso ou obesidade, não estando associada à síndrome metabólica, e está menos frequentemente associada a hipertensão arterial ou história familiar de diabetes. No entanto, a presença concomitante de HTA e/ou dislipidémia ou história familiar positiva não devem excluir esta hipótese de diagnóstico. Cursa com anticorpos anti-GAD, anti-ilhéus e anti-insulina positivos e níveis baixos de péptido C. Para seu diagnóstico é necessário pedir os auto-anticorpos anti-GAD, que quando positivos confirmam o diagnóstico (excepto se os títulos forem muito baixos e os outros anticorpos forem negativos). Deve ser instituída insulinoterapia precocemente para atrasar o agravamento da doença e prevenir complicaçãoes agudas e tardias. O reconhecimento desta forma de diabetes será obrigatória quando existirem intervenções imunológicas eficazes para prevenção da destruição das células beta. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 61 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Poster Relato de Caso Resumo Hemocromatose Primária - um portador a fazer terapêutica Leonor Sobral Centro de Saúde de Setúbal - Extensão Santa Maria DI de Setúbal Sul Nuno Pedroso INTRODUÇÃO: A hemocromatose primária é a doença genética mais comum entre as populações com ancestrais Europeus. Apesar da estimativa de testes genéticos feitos em Caucasianos apontar para uma prevalência de 1 em 227, muitos médicos consideram esta doença autossómica recessiva uma raridade. A maioria dos casos de hemocromatose primária resulta de mutações no gene HFE. Estas mutações causam excessiva absorção de ferro e consequentemente o seu depósito em células parenquimatosas de vários órgãos, nomeadamente o fígado, originando em última instância a falência desses órgãos. Dos vários genótipos associados às duas mutações do gene HFE, o heterozigótico para a mutação H63D constitui 20% da população branca e está associado normalmente a estudos do ferro normais. Este caso retrata a história de um indivíduo que inicia alterações da função hepática e dos estudos do ferro. A investigação destas alterações leva ao diagnóstico de heterozigotia para a mutação H63D e à necessidade invulgar de tratamento (flebotomias mensais). IDENTIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS: O achado ocasional neste indivíduo assintomático foi a subida ligeira e persistente da TGP e da GGT. Deste ponto de partida, iniciou-se uma investigação que passou pelo estudo do ferro (revelando alterações) e pela pesquisa de mutações no gene da hemocromatose (revelando heterozigotia para a mutação H63D). DESCRIÇÃO DO CASO: L.M.S.M., sexo masculino, 37 anos, raça Caucasiana; sem antecedentes pessoais ou familiares relevantes; aparentemente saudável. Numa avaliação analítica de rotina, em 03/2007, foi-lhe detectado um pequeno aumento nos valores da TGP e GGT. Algum tempo mais tarde, após confirmação desta alteração, foi pedido o doseamento da ferritina sérica, que veio a apresentar-se bastante elevado (523.60 ng/mL). Todo este quadro foi motivo de referenciação à consulta de Hepatologia do HSB, onde fez os testes genéticos para a pesquisa de mutações no gene HFE, que mostraram existir heterozigotia para a mutação H63D. De seguida foi encaminhado para a consulta de Imunohemoterapia, onde passou a ser seguido e a fazer flebotomias mensalmente, até à actualidade. Desde então, os valores séricos de ferritina, TGP e GGT diminuiram progressivamente até à normalização; a saturação da transferrina tem oscilado, chegando ao valor máximo de 41,7%. O ferro e a CTFF mantiveram-se sempre dentro dos limites normais. As serologias p/ as hepatites B e C foram negativas. O indivíduo manteve-se sempre assintomático. Nega ter sido submetido a transfusões sanguíneas; nega consumo de álcool (ainda que esporádico) ou medicamentos. Ao exame objectivo não apresentava alterações relevantes. CONCLUSÃO: Pretende-se mostrar como uma situação frequente (a heterozigotia para a mutação H63D) apesar de em si mesma não constituir doença, mas apenas um estado portador de uma doença (a hemocromatose primária), pode tornar-se patológica ao ponto de justificar terapêutica. Este caso também nos lembra que devemos estar atentos perante alterações minor da função hepática! Pode ser a primeira manifestação de hemocromatose ou do seu estado de portador! Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 62 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Halyna Rudysh (ap), Pedro Jorge Sesões Unidade de Saúde Familiar da Quinta da Lomba DI de Setúbal Sul Carla Silva INTRODUÇÃO: É frequente o recurso múltiplo a cuidados médicos pelo mesmo episódio de doença. Com este caso pretende-se mostrar que a ansiedade dos pais pode modificar a atitude médica, levando a estudos mais exaustivos cujos resultados podem melhorar a acuidade diagnostica, mas por vezes pouco influenciar a atitude terapêutica. DESCRIÇÃO DO CASO: Trata-se de um menino de 9 anos sem antecedentes pessoais e familiares relevantes, que recorre ao SU pela 1ª vez por febre, vómitos, diarreia e rash cutâneo descrito como urticariforme. No dia seguinte volta por persistência de febre e rash. Tem alta medicado com amoxicilina + ác.clavulânico. Volta 24 h depois com as mesmas queixas e dores generalizadas. É colocada a hipótese de escarlatina, medicado com eritromicina e suspensa a antibioterapia prévia por intolerância gástrica. Regressa por manutenção de febre no mesmo dia. Analiticamente: leucocitose (13,520), neutrofilia (84,1%), linfocitose (6,6%); PCR 161,4mg/L, bilirubina total 5,87mg/dl. Sem alterações de terapêutica. Na 5ª vinda apresenta queixas de toracalgia e dor abdominal, sem febre. Internado na Unidade de Internamento de Curta Duração (UICD) com diagnóstico de amigdalite e dor abdominal de etiologia a esclarecer. Por hipótese de colecistite aguda é transferido para o Serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital Dona Estefânia. A ecografia abdominal e laparoscopia exploradora permitiram fazer o diagnóstico de Hidrópsia Vesicular. Poster Autor(es) Causa rara de dor abdominal na criança Relato de Caso Investigação Título CONCLUSÃO: A Hidrópsia Vesicular é a distensão não inflamatória acalculosa aguda da vesícula biliar de patogénese não esclarecida e associada a infecções agudas como por exemplo faringite estreptocócica, infecção estafilocócica, ascaridíase e hepatite viral entre outros. Com este caso pretende-se valorizar a importância da história clínica cuidada e do exame objectivo na avaliação das queixas. Múltiplos recursos aos serviços de saúde são vulgarmente interpretados como potencial indicador de disfuncionalidade familiar; neste caso foi identificada uma complicação pouco frequente de uma infecção comum. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 63 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Relato de Caso Resumo Depuralina®: um caso de reacção adversa? Filipa Nóbrega Centro de Saúde Dr. Joaquim Paulino - Rio de Mouro, USF Alpha Mouro DI de Lisboa D Délia M. Pacheco INTRODUÇÃO: O consumo de produtos “naturais” de venda livre com o objectivo de emagrecer está a tornar-se emergente. Os doentes procuram uma solução rápida, desacreditando nos métodos da Medicina “convencional”, e acessível, uma vez que a venda deste tipo de produtos está generalizada (casas de produtos naturais, farmácias, supermercados). O caso clínico representa a dificuldade que o Médico de Família tem em lidar com o utente que consome este tipo de produtos e suas possíveis reacções adversas e interacções medicamentosas, uma vez que a informação disponível é muito limitada. Pretende-se fomentar a discussão sobre este assunto. Poster IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA: Como orientar uma utente que consumiu Depuralina® e apresenta uma possível reacção adversa a este produto? DESCRIÇÃO DO CASO: Doente do sexo feminino de 50 anos, tem como antecedentes pessoais síndrome depressivo/ansiedade, insuficiência venosa crónica e excesso de peso. A doente recorre à consulta do Médico de Família a 9 de Julho 2008 apresentando um quadro de urticária aguda com início 10 dias antes, 20h após a segunda toma de Depuralina®, sem melhoria com a auto-medicação de cetirizina. O plano instituído foi paragem da toma de Depuralina®, início da toma de hidroxizina e vigilância da sintomatologia. A doente recorre, entretanto, ao Atendimento Complementar por ausência de melhoria do quadro com a hidroxizina e foi medicada com ebastina e deflazacorte. Na consulta 7 dias após a primeira, refere aparecimento de equimoses nas coxas há 2 dias, com melhoria da urticária. Foi pedida uma avaliação analítica com hemograma, plaquetas, provas de coagulação, função hepática e renal e agendada consulta. A 24 de Julho 2008, a doente, muito melhorada do quadro de urticária e já sem equimoses, mostra os resultados da avaliação analítica que se revelou inocente, à excepção de eosinofilia. Optou-se por manter medicação com ebastina durante mias 5 dias e vigilância de sintomatologia. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: A Depuralina é um produto “natural” de venda livre em Portugal, em farmácias e ervanárias desde Janeiro de 2008 e é comercializada com indicação para combater o excesso de peso, entre outras. Tem como principais componentes a linhaça do Canadá, farelo de trigo e aveia, alcachofra, dente de leão, Psylium husk e probióticos, e não é fornecida informação sobre possíveis reacções adversas e interacções medicamentosas pelo site do produto ou outros consultados. A informação sobre este produto é muito limitada, pelo que o Médico de Família perante um caso de possível reacção alérgica ao produto tem dificuldade em proceder a uma correcta orientação. Será possível estabelecer uma associação causal entre a toma de Depuralina e o quadro de urticária aguda? Que atitude um Médico de Família deverá tomar perante este caso ou outros similares? A quem recorrer? Dever-se-á referenciar? Fazer notificação de reacção adversa apesar de não ser um medicamento? Considera-se importante a discussão deste tipo de caso clínico com os colegas de trabalho para proceder a uma escolha certa da atitude a tomar em casos semelhantes. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 64 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Célia Gonçalves (ap), Sofia Neto Centro de Saúde de Queluz - USF Mactamã DI de Lisboa D António Frazão INTRODUÇÃO: A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença inflamatória e degenerativa que envolve o sistema nervoso central, sendo muito variável na sua forma de apresentação e evolução. Afecta sobretudo jovens adultos, conduzindo a progressiva incapacidade, na maioria das vezes sob a forma de surto-remissão. A crescente preocupação no diagnóstico e tratamento precoces, com terapêuticas modificadoras da doença, tem constituído o principal objectivo na prevenção da incapacidade. A gestão efectiva da doença e do impacto desta no doente requer, assim, uma abordagem multidisciplinar. DESCRIÇÃO DO CASO: ATS, sexo masculino, 27 anos, fotógrafo, com hábitos tabágicos, sem outros antecedentes pessoais relevantes e com antecedentes familiares de artrite reumatóide. Acedeu ao Centro de Saúde, após dois dias de quadro com episódios de diplopia e dor ocular bilateral, de cerca de quinze minutos de duração e que reverteram espontaneamente. À observação constatou-se diplopia binocular vertical, de preferência no olhar horizontal bilateral e aparente diminuição do reflexo cutâneo-plantar à esquerda. Colocada como hipótese diagnóstica primeiro surto de Esclerose Múltipla, contactou-se o colega de Neurologia do hospital de referência, tendo-se orientado ATS para o Serviço de Urgência. O exame neurológico corroborou o descrito anteriormente e a TC-CE realizada não revelou alterações. Por intercorrências na dinâmica do serviço de urgência e falhas na articulação entre profissionais de saúde, o doente teve indicação para alta sem diagnóstico atribuído ou terapêutica instituída. Por persistência e agravamento da sintomatologia, ATS acedeu novamente ao Centro de Saúde, tendo o Médico de Família retomado contacto com colega de Neurologia, que encaminhou para nova ida à urgência. À data desta observação, constatou-se nistagmo horizontal exuberante para a direita, sem outros sinais focais. Foi realizada RMN-CE que revelou lesões sugestivas de doença desmielinizante do sistema nervoso central. Decidiu-se por internamento para corticoterapia endovenosa e despiste analítico de outras patologias que compõem o diagnóstico diferencial. Poster Autor(es) Diplopia: atenção redobrada! Relato de Caso Investigação Título CONCLUSÃO: O caso clínico descrito ilustra a importância da adequada articulação entre os vários profissionais de saúde, nomeadamente entre cuidados de saúde primários e secundários. Além disso, vem relembrar a possibilidade de um determinado sintoma poder constituir manifestação de várias patologias, incluindo as menos prevalentes. Concomitantemente, permite reflectir acerca da problemática do diagnóstico diferencial nas doenças desmielinizantes que, como a Esclerose Múltipla, se manifestam na maioria das vezes sob a forma de surtos, requerendo assim intervenção atempada. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 65 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo O computador como terceiro elemento na consulta: que interferência na comunicação médico-doente? Raquel Ascenção (ap), Madalena Vieira da Costa, Miguel Julião, Mílvia Jorge Centros de Saúde de Marvila, Oeiras e Sete Rios DI de Lisboa BC Ana Quaresma, Carmo Cunha, Margarida Fazio INTRODUÇÃO: A utilização do computador é cada vez mais frequente e transversal a todos os sectores da sociedade sendo que o sector dos serviços e da prestação de cuidados em saúde não é excepção. A informatização dos dados clínicos facilita o acesso e gestão da informação trazendo benefícios para a prática clínica diária. Contudo, a introdução do computador como novo elemento na consulta poderá interferir na comunicação médico-doente. Na literatura internacional existem publicações acerca deste tema desde a década de 1980 todavia nenhuma caracteriza a realidade portuguesa. OBJECTIVOS: – Caracterizar a amostra relativamente aos dados sexo, idade, nível de escolaridade e familiarização com o computador (percepcionado pelo utente). – Conhecer a opinião dos utentes acerca da introdução do computador na consulta. – Identificar possíveis fontes de interferência, percepcionadas pelo utente, na relação médico-doente. Oral Investigação MÉTODOS: Realizou-se um estudo transversal, descritivo, utilizando uma amostra de conveniência de utentes pertencentes a três Centros de Saúde das áreas de Lisboa e Grande Lisboa (Marvila, Oeiras, Sete Rios). Para o efeito foi aplicado um questionário no período entre 9 e 24 de Julho de 2008. RESULTADOS: Foram distribuídos 214 questionários, dos quais 142 (66,4%) foram aceites. Os utentes apresentaram idades compreendidas entre os 17 e 84 anos, com idade média 47,6±15,8 anos. A faixa etária dos 46 aos 65 anos foi a mais representada (n=60;42,3%). A maioria dos utentes foi do sexo feminino (n=100;70,4%). Relativamente à escolaridade, o grau mais frequente foi o secundário (n=56;39,4%). Na maioria dos casos, os utentes eram trabalhadores activos (n=84;59,2%). A maior parte considerava utilizar várias vezes o computador (n=51;35,9%). A maioria dos utentes considera que o médico não utiliza em demasia o computador (n=69;48,6%); pensa que a utilização do computador pelo Médico de Família é útil (n=124;87,3%); não considera que o médico perca o contacto visual (n=99;69,7%) e a atenção (n=118;79,6%) desde que começou a utilizar o computador na consulta; não sente diferença no tempo dispensado (n=67;47,2%); não considera que a confidencialidade seja afectada (n=114;80,2%); pensa que o computador não interfere na facilidade com que fala com o médico (n=119;83,8%); não considera que o contacto com o médico se tenha tornado menos pessoal (n=112;78,9%). DISCUSSÃO E COMENTÁRIOS: Os resultados estão de acordo com os estudos já publicados. Apesar da introdução recente do computador na consulta, este não parece interferir na comunicação médico-doente. Este resultado reforça a ideia de que o impacto de um novo elemento poderá depender mais da forma como é introduzido na consulta do que do elemento em si. Assim, o computador deverá ser reconhecido como um terceiro elemento na comunicação mas não necessariamente perturbador. Caberá a cada Médico de Família a identificação e correcta gestão dos diferentes “ruídos”. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 66 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Rita Pinhão (ap), Marlene Calisto, Marta Arnaut Pimentel, Rute Fernandes USF Marginal, Centro de Saúde de Cascais DI de Lisboa BC Mário Santos, Tiago Carneiro, Ana Isabel Franco, Pascale Charondière PALAVRAS-CHAVE: endereço electrónico, comunicação médico-doente, cuidados de saúde primários. INTRODUÇÃO: Muitos utentes sentem-se frustrados com as barreiras de acesso ao seu médico de família. Nos últimos anos, a Internet, através da correspondência electrónica, adquiriu um espaço importante na troca de informação e na relação entre as pessoas. A relevância deste tema já levou à criação de orientações pelo Comité Permanente dos Médicos Europeus e pela American Medical Informatics Association para a correspondência electrónica nos cuidados ao utente. Apesar das vantagens para médicos e utentes, a comunicação virtual em contexto clínico tem-se desenvolvido bastante aquém do esperado. Face às potencialidades da comunicação electrónica e ao facto de se desconhecer, em Portugal, a sua utilização nos cuidados de saúde primários, considerou-se pertinente analisar a experiência de um médico de família que introduziu esta via de comunicação na sua consulta. Com este trabalho pretende-se: caracterizar os utentes utilizadores de endereço electrónico na lista deste médico de família e conhecer os motivos pelos quais utilizaram este meio. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo observacional, descritivo, transversal. POPULAÇÃO: lista de utentes de um médico de família. Amostra: utentes que forneceram o endereço electrónico, de 15 de Dezembro de 2007 (altura em que foi implementada esta forma de comunicação na consulta) até 26 de Junho de 2008. VARIÁVEIS: sexo, idade, motivo da comunicação por endereço electrónico. Os dados foram recolhidos a partir dos processos clínicos no programa Medicine One e as mensagens recebidas, a partir do programa Outlook Express 6. A construção da base de dados e o tratamento estatístico foram efectuados no programa Microsoft Office Excel 2003. Oral Autor(es) Implementação da comunicação médico-doente via endereço electrónico na consulta de Medicina Geral e Familiar. Investigação Título RESULTADOS: Da lista de utentes do médico de família, 283 (15%) forneceram o seu endereço electrónico, sendo 64% do sexo feminino. A média de idades foi de 45 (±18) anos. Dos 283 utentes, 30% usaram este meio de comunicação, o que corresponde a 5% da lista de utentes. No total foram recebidas 204 mensagens. Os motivos mais frequentes foram: questões administrativas (37%), resultados de exames complementares (13%), dúvidas relacionadas com a saúde (11%) e acompanhamento clínico (11%). DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: No que diz respeito ao motivo de contacto, os resultados vão de encontro aos obtidos noutros estudos e são concordantes com as recomendações europeias e norte-americanas para este tipo de comunicação. Admite-se ser útil, no futuro, a criação de um correio electrónico administrativo para dar resposta às questões desta área, que são as mais frequentes. Apesar dos benefícios, esta nova forma de comunicação nunca poderá substituir a consulta, sendo apenas um complemento que permite potenciar a qualidade dos cuidados prestados. Seria interessante comparar os resultados obtidos com outras experiências semelhantes, sobretudo a proporção de utentes a comunicarem com o médico de família através do endereço electrónico. Com este estudo, concluiu-se que a comunicação médico-doente via electrónica é possível nos cuidados de saúde primários. No futuro, seria útil estudar se a implementação deste tipo de comunicação diminui as interrupções na consulta, os contactos directos e se poupa tempo do binómio médico/administrativo e do utente. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 67 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Depressão pós-parto - avaliação do risco no C.S. Palmela Madalena Rodrigues* (ap), Luísa Rebelo da Silva C.S.Palmela-Ext.1306 Pinhal Novo DI de Setúbal Sul António Leitão Dias INTRODUÇÃO: A Depressão Pós-Parto (DPP) afecta mais de 10% das puérperas, provavelmente pelo rápido declínio dos níveis hormonais no pós-parto em mulheres susceptíveis, com afecção do desenvolvimento do recém-nascido (RN), originando problemas cognitivos e comportamentais. O médico de família desempenha um papel fulcral no diagnóstico, envolvimento da puérpera no tratamento e referenciação desta entidade, frequentemente subdiagnosticada. OBJECTIVOS: Determinar a prevalência de puérperas em risco de desenvolvimento de DPP numa amostra observada em Consulta de Revisão do Puerpério (CRP) no Centro de Saúde de Palmela. METODOLOGIA: Estudo observacional transversal com componente descritiva. Unidade de estudo: amostra de conveniência consistindo em puérperas observadas em CRP (6 semanas pós-parto), no período entre Maio e Julho de 2008. Foi aplicado questionário, validado em português, visando avaliar a propensão para patologia psiquiátrica - SRQ-20, de autoresposta, não presencial e de carácter anónimo. Para o tratamento de dados, recorreu-se a estatística descritiva. Oral Investigação RESULTADOS: Do total de grávidas inquiridas no estudo-piloto, 35% eram nulíparas e 54% multíparas, predominando as idades compreendidas entre os 25 e 29 anos (36%). Em 18%, a gravidez não foi planeada; 62% consideravam estar sujeitas a stress moderado a intenso a nível laboral, e 94% encontravam-se a fazer aleitamento materno à data da consulta. Sintomas relacionados com a ansiedade e depressão foram prevalentes dado que 31% das inquiridas obtiveram uma pontuação superior ou igual a 7 pontos, valor adoptado como de cut-off. Dois dos sintomas inerentes a um quadro de depressão - tristeza (Q-9) e perda de interesse pelas coisas (Q-15) - foram agrupados com o objectivo de aferir a presença de sintomatologia depressiva entre as puérperas da amostra, tendo 7% relatado a presença de ambos os sintomas e 15% a presença de um deles. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES: A DPP afecta mais de 10% das puérperas, provavelmente pelo rápido declínio dos níveis hormonais da gravidez no pós-parto em mulheres susceptíveis, sobretudo as que registam história prévia de Síndrome Depressivo; outros factores de risco são o stress, tipo de aleitamento e gravidez indesejada. Os sintomas surgem, em média, cerca de 4 semanas após o parto pelo que a aplicação do questionário às 6 semanas parece adequada. O teste aplicado - SRQ-20 - padronizado internacionalmente, apresenta 83% de sensibilidade e 80% de especificidade, com validade aceitável para um teste a aplicar a este nível, visando a detecção precoce de sintomas psíquicos não psicóticos. A Edinburg scale of post-partum depression apresenta maiores sensibilidade e especificidade, contudo, ainda não se encontra validada para a população ou mesmo língua portuguesa. O risco de desenvolver depressão pós-parto na amostra aproximou-se dos valores obtidos noutros estudos, pelo que a avaliação de rotina da puérpera deve contemplar esta patologia pela gravidade das consequências e pela existência de um grupo de fármacos passíveis de serem utilizados com segurança aquando do aleitamento. Contudo, os critérios de selecção e reduzida dimensão da amostra constituem um viés. Estudos longitudinais, visando avaliar a causalidade entre a DPP e alterações no desenvolvimento do RN revestem-se de enorme importância. Palavras-chave: Depressão pós-parto, puérpera, nulípara, multípara, SRQ-20, sensibilidade, especificidade, validade. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 68 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Susana Corte-Real (ap)*, Daniel Pinto*, Madalena Vieira da Costa**, Vanda Proença* * USF São Julião - Centro de Saúde Oeiras ** Centro de Saúde de Oeiras DI de Lisboa BC José Mendes Nunes, Ana Quaresma, Luísa Romeiro INTRODUÇÃO: Os sintomas depressivos estão presentes em cerca de 15 a 20% dos doentes com diabetes mellitus tipo 1 ou 2, estando estes associados a um pior estado global de saúde, menor adesão às recomendações dietéticas e medicações orais e maiores custos de saúde. A literatura não é concordante quanto à associação entre sintomas depressivos e controlo glicémico. OBJECTIVOS: Determinar a existência de associação entre o nível de hemoglobina A1C e os sintomas depressivos. METODOLOGIA: Realizou-se um estudo transversal (de 21 de Abril a 13 de Junho de 2008), analítico, com uma amostra de conveniência constituída por adultos com diabetes tipo 2, pertencentes à lista de 9 médicos de família. Foram excluídos os utentes incapazes de responder ao questionário ou sem uma determinação de hemoglobina A1C nos três meses anteriores. Os sintomas depressivos foram avaliados com um questionário de auto-preenchimento, o Inventário de Depressão de Beck. Os valores de hemoglobina A1C e índice de massa corporal (IMC) foram obtidos através de consulta do processo clínico. A associação entre hemoglobina A1C e pontuação no Inventário de Depressão de Beck foi determinada através da correlação de Pearson, controlando para sexo, idade, IMC e diagnóstico prévio de depressão. Obtiveram-se ainda os dados relativos a sexo e idade dos utentes com guia do diabético emitido das listas dos médicos participantes. Estes foram comparados com os valores da amostra (testes de Chi-Quadrado e T de Student, respectivamente). Oral Autor(es) Associação entre controlo metabólico da diabetes tipo 2 e sintomas depressivos Investigação Título RESULTADOS: Nas listas dos médicos participantes, a idade média dos utentes com guia do diabético foi de 65,4 anos e a proporção de homens foi de 50%. Foram convidados a responder ao questionário 143 utentes. Quatro recusaram responder e foram excluídos 18. 62,0% da amostra era do sexo masculino, sendo a idade média de 65,5 anos (DP±9,7) e 20,7% tinha diagnóstico prévio de depressão. O valor médio de hemoglobina A1C foi de 7,0% (DP±1,3) e a pontuação média no Inventário de Depressão de Beck de 11,3 (DP±9,3). A associação entre pontuação no Inventário de Depressão de Beck e valor de hemoglobina A1C foi fraca e sem significado estatístico (r=,137 p=0,134). Após controlar para sexo, idade, IMC e diagnóstico prévio de depressão, a associação passou a ser marginalmente significativa (r=,182 p= 0,049). A variância de hemoglobina A1C explicada pela pontuação no Inventário de Depressão de Beck foi de 3% (r2=,03). DISCUSSÃO: Apesar da amostra utilizada ser de conveniência, a média de idades e a prevalência de depressão observadas não foram estatisticamente diferentes das encontradas nos utentes com guia do diabético dos médicos participantes e na população portuguesa, respectivamente. Contudo, a elevada proporção de homens na amostra poderá ser consequência do maior número de mulheres iletradas, que foram excluídas. A associação encontrada entre sintomas depressivos e controlo metabólico, apesar de estatisticamente significativa, é fraca, pelo que o seu significado clínico poderá ser pouco relevante. CONCLUSÕES: O presente estudo encontrou uma associação estatisticamente significativa entre a pontuação no Inventário de Depressão de Beck e o valor de hemoglobina A1C, após controlo para factores de confundimento. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 69 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo A Caminho do Equilíbrio… Célia Pinheiro (ap), Rita Viegas USF Cova da Piedade DI de Setúbal Norte Luísa Rocha A diabetes é um factor de risco cardiovascular e uma importante causa de morbi-mortalidade em Portugal. A educação para a saúde é indispensável para uma boa prática clínica e a responsabilização do doente é a melhor arma para controlar a doença. O projecto educacional ´´Caminhar para o Equilíbrio´´ destina-se a diabéticos do tipo 2, visa capacitar o indivíduo na competência para a mudança e foi implementado numa USF em Março de 2008 com um primeiro grupo de doentes. OBJECTIVOS: Avaliar o resultado da intervenção do programa nas seguintes variáveis: controlo da pressão arterial (PA), peso, perímetro abdominal e hemoglobina glicosilada (HbA1c). Investigação METODOLOGIA: O programa consistiu em 8 sessões que abordaram temas como a fisiopatologia, complicações, terapêutica, nutrição e exercício físico e decorreu entre Março e Junho de 2008. Realizou-se um estudo descritivo transversal, com amostra de conveniência. Foram incluídos diabéticos do tipo 2 com diagnóstico recente e/ou com necessidade de reforço de conhecimentos nos aspectos focados. O critério de exclusão foi a frequência de menos de 7 sessões. Procedeu-se à comparação das variáveis descritas antes e depois da intervenção. Oral RESULTADOS: De uma amostra inicial de 18 diabéticos só 8 cumpriram os critérios de inclusão. Seis doentes apresentavam um controlo inadequado da PA e após a intervenção só 3 tinham valores de PA>130/80 mmHg. Todos eram obesos e o peso não variou significativamente; um dos diabéticos passou de obesidade de grau 3 para grau 2 no final do programa. Os oito doentes tinham um perímetro abdominal aumentado e todos reduziram este parâmetro (perda máxima de 12 cm e mínima de 3 cm; média de 7.4 cm). Os valores de HbA1c desceram, em média, cerca de 0.8%. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: Apesar da amostra reduzida e do tempo limitado a que se refere o presente estudo os resultados foram considerados positivos nomeadamente a nível da redução do perímetro abdominal, factor determinante do risco cardiovascular do diabético. Trata-se somente da primeira fase de um trabalho que requer continuidade e preserverança. A educação para a saúde continua a ser o primum movens da Medicina Geral e Familiar e a importância destas intervenções assenta na autonomia do doente. Pretende-se que o utente assuma progressivamente o controlo da situação e que não se limite a ´´ser controlado´´, atitudes cruciais para o bom controlo metabólico da doença. PALAVRAS-CHAVE: diabetes tipo 2, controlo metabólico, educação para a saúde. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] / [email protected] 70 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Carla Gouveia (ap), Vanessa Antunes, Fátima Franco Centros de Saúde de Loures, Torres Vedras e Odivelas DI de Lisboa AEF Paulo Estrela, Ana Pipa e Manuel Vasquez INTRODUÇÃO: A síndrome metabólica tem uma prevalência significativa na população utente dos centros de saúde portugueses. A presença desta síndrome implica um risco aumentado de diabetes mellitus do tipo 2, de cardiopatia isquémica, de acidente vascular cerebral e de mortalidade cardiovascular e global. O seu tratamento é comprovadamente benéfico na redução do risco de diabetes e doença cardiovascular. Não existem estudos que mostrem se a identificação da síndrome, implica uma alteração da conduta terapêutica, relativamente à que previamente se havia instituído para tratar as componentes da síndrome. OBJECTIVOS: Determinar a prevalência da síndrome metabólica na população estudada. Determinar o número de utentes em que o estabelecimento do diagnóstico de síndrome metabólica irá alterar a conduta terapêutica prévia. METODOLOGIA: Estudo transversal, quantitativo, descritivo e analítico. Foram seleccionados aleatoriamente 50 centros de saúde de Portugal continental e ilhas e contactados os directores dos mesmos no sentido de solicitar colaboração no estudo, indicando cinco médicos dispostos a participar. Cada médico estava encarregue de preencher 1 folha de notação para cada género e grupo etário, num total de 10 (20-29 anos; 30-39 anos, 40-49 anos, 50-59 anos e 60-69 anos). Cada folha de notação registava os dados clínicos do doente que permitissem chegar ao diagnóstico de síndrome metabólica e a terapêutica farmacológica e não-farmcológica em curso. As folhas de notação eram depois enviadas às autoras que avaliaram a presença de síndrome metabólica em cada indivíduo e a necessidade de prescrição terapêutica (farmacológica e não-farmacológica) relativamente à terapêutica habitual do utente. A análise estatística foi realizada utilizando os programas MS Excell e SPSS 11.0. Oral Autor(es) Utilização das definições da Síndrome Metabólica Que vantagens para a prática clínica? Investigação Título RESULTADOS: Em cinquenta centros de saúde contactados: oito (16%) mostraram indisponibilidade de colaborar no estudo, dez (20%) disseram que iriam colaborar e 33 (66%) não deram qualquer resposta. Dos que se disponibilizaram a colaborar apenas um enviou folhas de notação preenchidas. Nas folhas de notação recolhidas (27), identificámos nove (33%) indivíduos com síndrome metabólica: cinco homens (um entre os 40 e os 49 anos, dois entre os 50 e os 59 anos e outros dois entre os 60 e os 69 anos) e quatro mulheres (duas entre os 50 e os 59 anos e duas entre os 60 e os 69 anos). Em cinco (56%) dos casos (um dos homens e todas as mulheres), a identificação da síndrome indicou a necessidade de alteração da conduta terapêutica. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES: O número de centros de saúde que aceitou colaborar foi muito reduzido. Dos que aceitaram inicialmente colaborar, apenas uma pequena percentagem o fez efectivamente. A dimensão das respostas obtidas é muito inferior à da amostra calculada como representativa, o que limita as possíveis conclusões a retirar. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 71 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Prevalência do Excesso de Peso/Obesidade no 1º Ciclo do Agrupamento de Escolas de Vialonga Medina do Rosário, Tânia Almeida, Manuel Pereira, Cláudia Antão, Ana Serrão Centro de Saúde da Póvoa de Santa Iria - Extensão USF Villa Longa DI de Lisboa AEF José Mendonça da Costa, Ana Costa, Manuela Rodrigues, Fátima Rabaçal, Dulce Abreu INTRODUÇÃO: a adopção de estilos de vida sedentários, uma menor prática de actividade física e uma dieta alimentar não mediterrânea, têm vindo a promover um aumento do excesso de peso/obesidade em Portugal, afectando cada vez mais crianças e adolescentes. A evolução desta pandemia é relevante, na medida em que as opções que predeterminam a saúde são maioritariamente feitas antes da adolescência. Mais preocupante é o futuro, quando verificamos que a prevalência do excesso de peso/obesidade é de 31%, para idades entre 7-9 anos de idade e os jovens adultos de 18-20 anos, a prevalência do excesso de peso/obesidade é 21%, sugerindo que a próxima geração portuguesa enfrentará um agravamento da sua saúde e deterioração da qualidade de vida. Assim, o objectivo deste estudo é determinar a prevalência de excesso de peso/obesidade infantil, na população de crianças que frequentam o 1º ciclo no Agrupamento de Escolas de Vialonga. Oral Investigação MATERIAL E MÉTODOS: foi elaborado um estudo observacional, transversal e descritivo. As variáveis em estudo foram: escola da criança em estudo; ano de escolaridade; género; idade em anos; peso em quilos e respectivo percentil; estatura em cm e respectivo percentil; índice de massa corporal (IMC) Kg/m2 e respectivo percentil. Para este estudo foram utilizadas as curvas de percentis do Boletim de Saúde Infantil e Juvenil que têm como orientação as utilizadas pelo National Center for Health and Statistics (NCHS). Os dados foram colhidos, através de medições antropométricas a cada aluno(a) com idades compreendidas entre os 6 e 10 anos de idade, após autorização por escrito dos encarregados de educação, em dia predeterminado para cada Escola que decorreu entre os dias 2 e 11 de Junho de 2008. A análise e tratamento dos dados foram trabalhados em programa estatístico SPSS para Microsoft Windows (versão 13.0), realizando-se a análise descritiva dos parâmetros e respectivo estudo de prevalência. RESULTADOS: participaram todas as seis escolas do primeiro ciclo integradas no Agrupamento de Escolas de Vialonga, compostas por 831 alunos. Foram realizadas medições antropométricas a 728 crianças, 79 crianças não compareceram às aulas no dia da observação e 24 alunos não participaram no estudo por recusa dos respectivos encarregados de educação. DISTRIBUIÇÃO POR GÉNERO: 365 crianças do sexo masculino e 363 crianças do sexo feminino, média de idade para ambos os sexos de 8,04 anos, mediana de 8 e moda de 7. De acordo com o percentil de IMC temos uma população cuja prevalência de excesso de peso/obesidade é de 37,8%, dos quais 18,4% têm obesidade. Foi obtido para o sexo masculino 10,4% de excesso de peso e 9,6% de obesidade, enquanto que o sexo feminino apresentou 9% de excesso de peso e 8,8% de obesidade. CONCLUSÃO: os resultados apresentados revelam uma prevalência de excesso de peso/obesidade superior a um terço dos alunos que frequentam o 1º ciclo em Vialonga. É importante uma intervenção activa e sustentada junto desta população para combater um factor de risco crucial para a sua qualidade de vida. Estão programados estudos analíticos para melhor compreensão deste problema na comunidade em que está inserida. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 72 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Frederico Rosário (ap), Maria Inês Santos Centro de Saúde do Barreiro DI de Setúbal Sul Hospital de São Teotónio, Viseu - DI do Hospital de São Teotónio, Viseu Maria José Rosa, Cecília Figueiredo INTRODUÇÃO: A gravidez na adolescência resulta num vasto conjunto de consequências negativas, mas é também potenciada por circunstâncias adversas da vida da adolescente antes de engravidar. Sendo assim, parece essencial conhecer as características das adolescentes que engravidam, para planear intervenções preventivas dirigidas. A evidência científica aponta como principais factores de risco para engravidar na adolescência ter um baixo nível socio-económico, uma estrutura familiar não nuclear e figura materna que tenha sido mãe adolescente. Contudo, os trabalhos publicados têm sido deficitários na reprodutibilidade dos seus resultados, particularmente no que diz respeito à avaliação socio-económica. Em Portugal é reduzido o número de estudos que abordaram esta problemática. Este estudo tem por objectivos analisar a adolescência de mães/grávidas adolescentes e mães/grávidas adultas com vista a: determinar quais as características que se comportam como factores de risco; criar um instrumento de avaliação de risco de gravidez na adolescência. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo caso-controlo realizado no Hospital do Barreiro entre Setembro de 2007 e Junho de 2008. Amostra de conveniência de grávidas nulíparas e puérperas primíparas (n=206), correspondendo os casos a adolescentes e os controlos a adultas. Considerou-se mãe adolescente toda a grávida/puérpera com idade inferior a 20 anos (definição OMS). Os dados foram colhidos por entrevista. Oral Autor(es) Mães Adolescentes e Mães Adultas - Estudo Caso-Controlo Investigação Título VARIÁVEIS ESTUDADAS: estrutura familiar (EF) na adolescência, dicotomizada em Nuclear/Alargada e Outras; nível socio-económico (Graffar) na adolescência, medido pela escala de Graffar adaptada à população portuguesa, dicotomizada em Alto (classes I, II e III) e Baixo (IV e V); idade da mãe na primeira gravidez (Mãe), dicotomizada em Adolescente e Adulta. A determinação dos factores de risco foi feita através da estimativa dos Odds Ratio (OR) e respectivos Intervalos de Confiança a 95% (IC) para cada grupo, com o software OpenEpi 2.2®. A descrição dos dados, bem como a elaboração de um score de risco para Gravidez na Adolescência a partir de um modelo de regressão logística múltipla, foram realizadas com recurso ao software R 2.7.0®. RESULTADOS: Foram inquiridas 66 adolescentes e 140 adultas. À EF associou-se uma probabilidade de engravidar elevada, tanto isolada (OR=11.73; IC=[3.38;44.27]), como associada às outras variáveis. As variáveis Graffar e Mãe, quando isoladas, não revelaram maior probabilidade de engravidar na adolescência (OR=1.23; IC=[0.24;5.02] e OR=1.31; IC=[0.36;4.44], respectivamente), mas se presentes em simultâneo mostraram-se significativas (OR=7.15; IC=[2.34;22.92]). A presença das três características em simultâneo determinou a maior probabilidade de engravidar (OR=13.94; IC=[3.46;64.5]). Com base num modelo de regressão logística múltipla, foi elaborado um score de risco para a Gravidez na Adolescência, para o qual se estima uma sensibilidade de 75.8% e especificidade de 75.0%. CONCLUSÕES: A gravidez na adolescência associa-se a vários antecedentes desfavoráveis que se comportam como factores de risco e que podem ser utilizados para identificar precocemente adolescentes com maior risco de engravidar. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 73 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Impacto da idade materna no risco peri-natal: estudo transversal Bruno Heleno* (ap), Paula Broeiro*, Pedro Alves*, Patrícia Ferreira*, Gema Ponce•, Bernardino Guedes†, João Ramos‡, Margarida Coelho*, Esmeralda Cunha* *C.S. Lumiar, • USF Rodrigues Miguéis, C.S. Benfica, † C.S. Benfica, ‡USF Carnide Quer, C.S. Benfica DI de Lisboa AEF Paula Broeiro, Esmeralda Cunha, Margarida Coelho INTRODUÇÃO: Existe associação entre a gravidez nos extremos da idade reprodutiva e maior incidência de distócia, morbilidade e mortalidade peri-natal? Na adolescência é controverso se o acréscimo de risco se deve a imaturidade biológica ou a condições sócio-económicas desfavoráveis. Acima dos 35 anos, apesar de uma maior frequência de complicações obstétricas, a maioria dos recém-nascidos nasce saudável. OBJECTIVOS: Caracterizar os indicadores de risco peri-natal por grupos etários (<20, 20-34, < <35 anos) e verificar se existe associação entre idade materna e: risco peri-natal e tipo de parto. MÉTODOS: Estudo transversal, descritivo e inferencial realizado em 2 centros de saúde de Lisboa. Seleccionou-se aleatoriamente uma amostra de 562 notícias de nascimento (2006 e 2007). Aplicaram-se os testes ANOVA e X2 e determinaram-se os odds ratio para cada uma das variáveis. Oral Investigação RESULTADOS: Excluíram-se 22 fichas e não se verificou diferença estatisticamente significativa entre a média de idade das excluídas e incluídas (31,50 vs 29,50, P=0,381). Das 540 notícias, 41 correspondiam a idade precoce, 371 a idade adequada e 128 a idade tardia. Comparando com as de idade adequada, as tardias tinham menos partos instrumentais (OR=0,40 IC95 0,21-0,77); não se encontraram diferenças no número de cesarianas (OR=1,28 IC95 0,83-1,98), de prematuros (OR=1,89 IC95 1,00-3,61), de recém nascidos com baixo peso (OR=1,10 IC95 0,53-2,26) ou macrossómicos (OR=1,17 IC95 0,17-3,38). Nas grávidas precoces também não se encontraram diferenças estatisticamente significativas e os Odds ratio foram: nos prematuros (OR=2,12 IC95 0,82-5,49), recém nascidos de baixo peso (OR=1,27 IC95 0,42-3,82), recém nascidos macrossómicos (OR=0,40 IC95 0,05-3,03), cesarianas (OR=0,54 IC95 0,24-1,27) e parto instrumental (OR=1,72 IC95 0,85-3,49). DISCUSSÃO: Encontrou-se uma proporção de gravidezes em idades tardias superior à de outros estudos em populações semelhantes. Não se verificou diferença entre os grupos extremos e os de idade reprodutiva considerada adequada, excepto nos partos instrumentais que foi inferior nas tardias. As razões de risco foram semelhantes às encontradas na literatura. Apesar da limitação dos resultados, consequência da baixa frequência de alguns fenómenos, o que nos pareceu interessante foi a aparente confirmação estatística da suspeição clínica de ausência de diferença de risco perinatal nos extremos da idade reprodutiva. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 74 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Célia Gonçalves (ap), Sofia Neto Centro de Saúde de Queluz - USF Mactamã DI de Lisboa D António Frazão PALAVRAS-CHAVE: Rastreio; Cancro da mama; Cancro colo-rectal; Avaliação; Registo oncológico INTRODUÇÃO: A prevenção secundária no âmbito da doença oncológica, o rastreio, comporta actividades orientadas para a detecção da doença antes das manifestações clínicas da mesma, visando um tratamento precoce que melhore o prognóstico. Na ausência de rastreio organizado e estruturado, como sucede com o cancro colo-rectal em Portugal, é essencialmente através do rastreio oportunístico que o Médico de Família desenvolve a sua actividade preventiva a nível do diagnóstico precoce. As diferenças resultantes da actuação segundo um rastreio sistemático e oportunístico poderão ter a sua expressão nos dados do registo oncológico regional, fonte importante para avaliação da prática clínica. OBJECTIVO: Caracterizar os utentes da lista do Orientador com diagnóstico de cancro da mama e de cancro colo-rectal, através do registo oncológico regional. MATERIAL E MÉTODOS: Para uma população de 131 utentes oncológicos, determinou-se o número de utentes com diagnóstico de cancro da mama (CM) e com diagnóstico de cancro colo-rectal (CCR). Procedeu-se à caracterização da amostra obtida, utilizando as variáveis de estudo: idade, sexo, data de suspeita diagnóstica, data da confirmação diagnóstica, intervalo de tempo entre as datas de suspeita e confirmação diagnóstica, estadio do cancro à data do diagnóstico. Resultados Os resultados referem-se a 39 utentes, sendo 21 utentes do sexo feminino com cancro da mama e 18 utentes com diagnóstico de cancro colo-rectal (12 do sexo masculino e 6 do sexo feminino), com média de idades de 62,7 anos em ambos os grupos. A média de dias do intervalo de tempo entre as datas da suspeita e da confirmação diagnóstica foi de 14,2 e 19,4 dias, para os utentes com diagnóstico de cancro da mama e de cancro colo-rectal respectivamente. Não se verificaram diferenças significativas no estadio da doença à data do diagnóstico (nCM=21 local/loco-regional; nCCR=16 local/loco-regional e nCCR=2 metastática). Conclusões Para as variáveis e amostra em estudo, a actuação segundo o rastreio oportunístico não teve diferenças significativas nos resultados verificados, face aos do rastreio sistemático, representado pelo cancro da mama. Sendo o rastreio oportunístico dirigido a indivíduos nos quais é previsto risco acrescido para doença oncológica, a análise crítica de dados referentes a utentes da lista poderá constituir uma ferramenta útil, ao permitir reforçar/modificar intervenções. Oral Autor(es) Registos oncológicos da lista de utentes na avaliação da prática clínica Investigação Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 75 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Codificação com a Classificação Internacional de Cuidados Primários por internos de Medicina Geral e Familiar Daniel Pinto (ap), Susana Corte-Real USF São Julião - Centro de Saúde Oeiras DI de Lisboa BC José Mendes Nunes INTRODUÇÃO: A Classificação Internacional de Cuidados Primários - versão 2 (ICPC-2) é utilizada como padrão dos sistemas de registo clínico (em papel ou electrónicos) de Medicina Geral e Familiar (MGF) em Portugal. Para que as informações destes registos possam ser comparadas é necessário que os médicos saibam aplicar na prática a classificação. Alguns relatos de opinião sugerem que a formação dos internos nesta área poderá ser insuficiente. No entanto, não existem estudos recentes que avaliem a utilização correcta da ICPC-2 pelos internos portugueses. OBJECTIVOS: Determinar a capacidade de codificação com a ICPC-2 de médicos na segunda metade do internato em Medicina Geral e Familiar em Portugal. Oral Investigação METODOLOGIA: Foi feito um estudo transversal, descritivo, entre 11 e 31 de Julho de 2008, com uma amostra de conveniência composta por cem médicos internos dos 29º e 30º cursos da Coordenação de Internato de MGF da Zona Sul. Os participantes foram contactados por correio electrónico, sendo-lhes pedido que codificassem as descrições escritas de três consultas fabricadas pelos autores. Se não fosse obtida resposta no prazo definido, era enviada uma segunda mensagem solicitando a participação. A codificação correcta dos motivos de consulta, problemas e procedimentos foi determinada pelos autores em colaboração com um perito nacional em ICPC-2. Procedeu-se a uma análise descritiva da proporção de respostas correctas, do número de códigos errados e do número de codificações submetidas em excesso. Fez-se também uma análise qualitativa dos principais erros de codificação observados. RESULTADOS: A taxa de resposta foi de 47%. Quarenta e oito dos internos não responderam aos pedidos enviados por correio electrónico e 5 recusaram-se a participar. Em média, foram classificados correctamente 60% dos motivos de consulta, 80% dos problemas e 50% dos procedimentos. Por cada consulta, os participantes codificaram erradamente, em média, 1 motivo de consulta, 0,3 problemas e 1,8 procedimentos e apresentaram 0,7 motivos de consulta, 0,2 problemas e 0,5 procedimentos a mais. Na análise qualitativa verificou-se que os internos codificam frequentemente em excesso situações abordadas na consulta que não constituem motivos segundo a definição da ICPC-2. Os internos omitiram frequentemente o código “medicina preventiva/manutenção da saúde” dos problemas e motivos de consulta. Nos procedimentos, raramente foram codificados os exames médicos completo ou parcial realizados na consulta. CONCLUSÕES: Os internos parecem ser mais capazes de codificar correctamente os problemas da consulta do que os motivos ou procedimentos. São frequentes alguns erros relacionados com a codificação de actividades preventivas e de procedimentos imediatos. No futuro, será importante estudar se o treino dos médicos internos na utilização da ICPC-2 melhora a sua capacidade para codificar correctamente e de forma completa as suas consultas. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 76 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Gema Ponce Revilla Centro de Saúde de Benfica DI de Lisboa AEF Armando Brito de Sá CONTEXTO: O suicídio é uma causa de morte frequente e evitável nas populações ocidentais. É importante que o médico de família tenha informação sobre os pensamentos de morte dos seus pacientes, de modo a poder actuar nas fases prévias ao acto e evitar fatalidades. OBJECTIVOS: Identificação e caracterização dos utentes com ideias de morte, desejo de morte e ideação suicida na população de da USF Rodrigues Miguéis (Lisboa); identificação dos motivos por que não comunicam estes pensamentos ao seu médico de família. METODOLOGIA: Estudo descritivo, transversal e observacional de uma amostra de conveniência dos utentes da USF Rodrigues Migueis (Lisboa). As variáveis estudadas incluíam sexo, idade, estado civil, anos de escolaridade, situação laboral, co-habitação, religiosidade, toma de medicação psiquiatrica, existência de ideias, desejo de morte e ou ideação suicida, tentativa de suicido previa e motivo de não comunicação dos pensamentos de morte. Colheita de dados por meio de questionário auto-preenchido e anónimo. RESULTADOS: De 214 questionários válidos, 80 (37,4%) revelaram um ou mais dos seguintes pensamentos: ideias de morte, desejo de morte e ideação suicida. Vinte e nove utentes (13,5%) referiram os três tipos de pensamentos. Quinze pessoas (7%) referiram ter tentado cometer suicídio. Destas, 12 (80%) eram do sexo feminino; sete (46,6%) tinham idade entre 50 e 54 anos e 7 (46,6%) eram casadas. Nove pessoas (60%) não viviam sozinhas; nove pessoas (60%) não frequentavam lugares de culto. Doze (80%) já tinham tomado alguma vez medicação psicotrópica por um mês ou mais. Dez (66,6%) indivíduos que tentaram cometer suicídio tiveram ideias de morte, desejo de morte e ideação suicida. Três (20%) tiveram desejo de morte e ideação suicida. Nenhum destes indivíduos teve ideias de morte isoladamente. Do total das pessoas com um ou mais destes pensamentos, 72 (90%) não os comunicaram ao seu médico de família. O motivo por que não falaram com o seu médico de família não foi especificado por 35 (48,6%) desses utentes. Dezassete (9,7%) destes utentes consideraram que estes pensamentos não tinham importância. Oral Autor(es) Ideias, desejo de morte e ideação suicida na população de um centro de saúde urbano Investigação Título CONCLUSÃO: O número de pessoas com pensamentos relacionados com a morte é muito maior do que o de pessoas que tentam o suicídio. Este dados apontam para uma possível relação entre a associação de pensamentos e a tentativa de suicídio, o que não parece acontecer com as ideias de morte isoladas. A maioria dos utentes não comunicou estas ideias ao seu médico de família, mas as razões para essa atitude não foram expressas pela maior parte. Justifica-se uma abordagem mais aprofundada deste problema no contexto dos cuidados de saúde primários. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 77 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo A Satisfação Profissional dos Médicos de Família Welma Andrade(ap), Jesley Teodoro, Duarte e Silva CS Corroios - USF Servir-Saúde, CS Reboleira - Extensão da Damaia, CS Marvila - USF São João Evangelista dos Loios DI de Setúbal Norte, DI de Lisboa BC Maria Clara Balinha, Teresa Cima Gomes, José António Brito INTRODUÇÃO: A satisfação profissional é uma atitude individual em relação à profissão e às condições em que esta é desempenhada. A motivação para este estudo parte do pressuposto básico que esta variável influência o trabalho do médico e actua sobre várias facetas do seu comportamento. OBJECTIVO: Conhecer factores modificáveis que possam contribuir para aumentar a satisfação profissional dos médicos. Comparar a satisfação dos MF num Centro de Saúde e numa USF. Oral Investigação MATERIAL E MÉTODOS: TIPO DE ESTUDO: Observacional, descritivo e transversal POPULAÇÃO ALVO: Todos os médicos de MGF da USF Servir-Saúde e do C. de Saúde da Damaia. MÉTODO: No dia 11 de Junho de 2008, aplicou-se um questionário anónimo e confidencial, de auto-preenchimento que incluía 4 questões referentes à caracterização sócio - demográfica dos Médicos de Família e 15 questões, sobre a sua satisfação profissional. Deveriam ser respondidas numa escala de três categorias (Sim, Não, Talvez). AMOSTRA: Amostra de conveniência constituída por 23 MF com participação voluntária no auto-preenchimento do questionário. Trabalham na USF 34,8% e no C. de Saúde 65,2%. RESULTADOS: A taxa de resposta aos questionários foi de 82.6%. A idade média dos MF foi de 52,7 anos (±DP 6,72). A média dos anos de profissão foi de 25,2 anos. Na amostra 84,2% eram mulheres. Há 26,3% chefes de serviços, 57,9% assistentes graduados e 15,8% assistentes. No C. de Saúde 75% dos profissionais não consideraram o ordenado de acordo com o trabalho que desempenham enquanto que na USF foram 14,2%. No C. de Saúde 25 % não se consideraram integrados numa equipa, na USF foram 0%. No C. de Saúde 33,3% consideraram que não houve alterações do funcionamento do serviço por sugestão dos profissionais, na USF foram 0%. No C. de Saúde 41, 6% consideraram não haver um bom circuito de informação, na USF foram 14,3%. No C. de Saúde 33,3% acharam que as suas sugestões/criticas não são consideradas pelos superiores, na USF foram 0%.Em relação aos recursos físicos necessários à prática clínica no C. de Saúde 25% consideraram não dispor deles, enquanto na USF foram 0%. No que diz respeito aos recursos humanos no C. de Saúde 75% consideraram não dispor na USF foram 14.3%. Em relação à escolha do local de trabalho 25% dos profissionais do C. de Saúde não o escolheriam novamente, na USF 0%. CONCLUSÃO: Verificámos que a satisfação profissional dos MF da USF é maior do que a dos MF do C. de Saúde da Damaia. Existiram no entanto limitações à realização do estudo como sejam os viezes relacionados com a distribuição e recolha dos questionários e o tamanho da amostra. É muito importante fomentar o trabalho em equipa, organizar um bom circuito para a circulação da informação, valorizar as sugestões/criticas dos profissionais, ter remuneração de acordo com o trabalho desenvolvido e recursos necessários de modo a melhorar as condições de trabalho. Só com Médicos motivados se pode atingir Ganhos em Saúde e operacionalizar um Sistema de Saúde que responda às necessidades dos Utentes de acordo com as competências do MF. Endereço e-mail para correspondência: [email protected], [email protected] 78 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador Resumo Marta Padilha (ap), Ana Cebolais, Rita Cunha Ferreira Centro de Saúde de Sete Rios DI de Lisboa BC Ana Clarke, Cristina Lopes, Maria José Luís INTRODUÇÃO: A contracepção eficaz deve ser uma preocupação do médico de família perante as suas utentes e dos cuidados de saúde primários perante a população. No Centro de Saúde de Sete Rios existe uma consulta de rastreio de cancro do colo do útero, revisão do puerpério e planeamento familiar, cujo principal objectivo é aumentar a taxa de cobertura e a qualidade em saúde da mulher. Esta consulta é realizada pelas internas do 2º ano de Medicina Geral e Familiar e destina-se a utentes sem médico de família ou cujos médicos não a realizem. OBJECTIVOS: Caracterizar a população que recorre a esta consulta e métodos contraceptivos utilizados. Comparar resultados obtidos com dados do 4º Inquérito Nacional de Saúde (INS). MATERIAL E MÉTODOS: Estudo observacional, retrospectivo e descritivo. Amostra de conveniência constituída pelas mulheres que recorreram à consulta específica no período de Março de 2007a Junho de 2008. Variáveis estudadas: idade, atribuição ou não de médico de família, uso de contracepção, método contraceptivo utilizado. Colheita de dados a partir dos registos clínicos e tratamento em Excel. RESULTADOS: Durante os 16 meses em estudo, 253 mulheres recorreram à consulta, com idades compreendidas entre 15 e 79 anos, 20,9% na faixa etária dos 25 aos 29 anos e 74,7% com idade igual ou inferior a 44 anos. A maioria das mulheres (66,0%) tinha médico de família. O uso de método contraceptivo foi registado em 85,0% das mulheres, sendo a anticoncepção oral o método mais utilizado (72,1%), seguido do preservativo isoladamente (15,3%). O método menos utilizado foi o implante hormonal (2 casos). Estes dados são concordantes com os do INS, onde a contracepção oral se destacou como o método mais utilizado (65,9%), seguindo-se o preservativo (13,4%). De salientar que no INS a utilização de dispositivo intra-uterino (DIU) surge em terceiro lugar (8,8%), o que não está de acordo com o nosso estudo (1,4%). Também em relação à proporção de mulheres que não utilizam qualquer método contraceptivo, os resultados foram distintos: 15,0% versus 43,5% no INS. Poster Autor(es) Realidade contraceptiva numa consulta do Centro de Saúde de Sete Rios Investigação Título CONCLUSÃO: As utentes que recorrem a esta consulta são mulheres jovens, a maioria tem médico de família e a contracepção oral e o preservativo são os métodos contraceptivos de eleição. A discrepância de resultados no que diz respeito ao DIU pode espelhar a inexperiência na introdução destes dispositivos pelos médicos de família, conduzindo a uma menor utilização deste método. Apenas uma pequena proporção destas mulheres não utiliza métodos contraceptivos, o que pode estar relacionado com a maior oferta e acessibilidade desta consulta. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 79 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo SÍNDROME DA APNEIA E HIPOPNEIA DO SONO Jerusa Oliveira Ramos (ap), Violeta Florova Centro de Saúde Dr. Joaquim Paulino - USF AlphaMouro, Centro de Saúde da Parede - USF Emergir DI de Lisboa D e BC Zélia Vaz, Sandra Espadana INTRODUÇÃO: O Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono (SAHOS) consiste na cessação ou diminuição do fluxo aéreo oronasal por instabilidade da via aérea superior, provocando microdespertares durante o sono. Desta forma, concorre para comorbilidade e mortalidade significativas, constituindo, assim, um grave problema de Saúde Pública. É importante ter presente a clínica da patologia em causa e a forma de a abordar, particularmente tratando-se dos Cuidados de Saúde Primários, de modo a promover uma eficaz prevenção primária. OBJECTIVO: Sistematizar a SAHOS e suas complicações numa perspectiva diagnóstica e terapêutica. METODOLOGIA: Pesquisa bibliográfica em livros de texto e publicações periódicas, bem como na base de dados Pubmed e na Rede Informática de Medicina Avançada (desde 1999). PALAVRAS-CHAVE: sleep apnea, obesity, SAHOS. RESULTADOS: O diagnóstico da SAHOS assenta em critérios rigorosos de sintomatologia e/ou polissonografia, podendo recorrer-se ainda a avaliação laboratorial. Sabe-se actualmente que este quadro é responsável por alterações respiratórias, neurocognitivas e cardíacas, bem como por hipersonolência diurna. As complicações major desta patologia envolvem acidentes de viação, resistência à insulina, doença cardiovascular e morte súbita. O tratamento consiste em medidas médicas gerais e, eventualmente, CPAP, constituindo este último actualmente a terapêutica específica mais eficaz, dado que estudos demonstraram que o seu uso regular concorre para a reversão das complicações associadas referidas. Oral Revisão CONCLUSÃO: Pelas complicações e impacto na vida do indivíduo, da família e da comunidade que o SAHOS apresenta, todos os doentes devem ser sujeitos a medidas terapêuticas gerais. O diagnóstico tem critérios clínicos e/ou funcionais bem definidos. O CPAP é a terapêutica de 1ª linha, reduzindo a morbilidade e a mortalidade associadas. É importante o Médico de Família estar atento para uma abordagem eficaz da patologia e orientação mais adequada à situação. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 80 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Ana Guedes de Campos1 (ap), Rute Pina Cordeiro2 Unidade de Saúde Familiar do Dafundo - Centro de Saúde de Carnaxide Nuno Sousa1, Nelson M.Gaspar2 INTRODUÇÃO: Até 2020, 25% da população da União Europeia terá mais de 65 anos. A este envelhecimento populacional associam-se vários desafios na área da saúde. Neste grupo etário, a solidão, os acidentes domésticos e a dependência de terceiros, são problemas trazidos com frequência aos Cuidados de Saúde Primários, por doentes e seus familiares. Uma das propostas para a melhoria da qualidade de vida do idoso é o sistema de teleassistência implementado em Portugal em 2007, nos Concelho de Albufeira, Seia e Braga, e, brevemente, no Concelho de Oeiras. OBJECTIVOS: Saber se há evidência que este sistema envolve uma melhoria da qualidade de vida e decréscimo de mortalidade nos idosos. METODOLOGIA: Pesquisa na base de dados da MedLine/ PubMed de artigos de revisão e estudos aleatorizados publicados nos últimos 20 anos em Inglês, Português e Espanhol, utilizando como termos de pesquisa: "monitoring elderly costs", "medical alert systems", "elderly medical alarms", "medical alert bracelet", "surveillance technologies elderly". Foi ainda realizada pesquisa electrónica directa, relativamente a bibliografia portuguesa e ao programa “Envelhecer bem” da Comissão Europeia. CORPO DA REVISÃO: Dos artigos pesquisados salienta-se a preocupação, da Comunidade Europeia, com os gastos da saúde, que duplicarão de 4 a 8% do Produto Interno Bruto na Europa Comunitária na próxima década. Neste sentido os Estados-Membros e o sector privado irão investir 1000 milhões de euros até 2013, em actividades de investigação, com ênfase em sistemas de telemonitorização domiciliária. O único estudo encontrado, que especificava um sistema com critérios semelhantes ao que está a ser implementado em Portugal, foi o estudo efectuado na Universidade de Laval, no Canadá, sobre o serviço público de telemonitorização de idosos em casa e evolução dos custos, foi realizado numa população de 38 idosos num período de 6 meses, onde foram registadas 957 chamadas. Dessas, somente 48 (5%) foram sobre saúde. Houve 99% de satisfação e não se verificou modificação na qualidade de vida. O burnout dos cuidadores decresceu substancialmente. Num período de 3 meses, houve um decréscimo de 13 para 4 dias de internamentos hospitalares e as visitas domiciliária diminuíram de 18 para 10 visitas/ idoso nesse periódo. CONCLUSÕES: A teleassistência na monitorização de idosos pode ter várias abordagens na sua implementação, podendo ser somente dirigido a utentes não dependentes, onde não é obrigatório a existência, do outro lado da linha, de pessoal especializado ou ser dirigido a grupos de idosos de risco e depententes. Neste caso o sistema terá de ter pessoas da saúde no recebimento das chamadas e, um sistema de monitorização mais sofisticado. No entanto, estes métodos de telemonitorização, podem ser uma resposta para a problemática do envelhecimento populacional, sendo necessários mais estudos de investigação e económicos em Portugal e resto da Europa, realizados a longo prazo, para avaliar o impacto desses tipos de sistemas na sociedade. Oral Autor(es) Sistema de teleassistência a idosos em casa melhora a qualidade de vida? Salva vidas? Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 81 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Abordagem das Doenças Profissionais pelos Médicos de Família Jesley Teodoro (ap), Welma Andrade, Duarte e Silva CS da Reboleira - Extensão da Damaia, CS de Corroios - USF Servir-Saúde, CS Marvila - USF São João Evangelista dos Loios DI de Lisboa D e BC, DI de Setúbal Norte Teresa Cima Gomes, Maria Clara Balinha, José António Brito O facto de sermos especialistas na área da Saúde Ocupacional/Medicina do Trabalho, juntamente com o aumento significativo do número de novos casos (incidência) de Doenças Profissionais que temos verificado nas nossas consultas de Medicina Geral e Familiar (MGF), motivou nos para a realização deste trabalho. Esperamos que ao finaliza-lo, possamos de uma maneira mais clara conhecer melhor o assunto abordado, no contexto das doenças profissionais, quais procedimentos tomar e para onde encaminharmos estes utentes que procuram solucionar o problema. Esperamos também poder divulgar melhor aos nossos colegas de MGF um tema muito pouco abordado pelo Serviço Nacional de Saúde. Para a revisão do assunto, foi feito uma pesquisa bibliográfica com as palavras-chaves: “Doença Profissional, Medicina Familiar, Médicos de Família”, nos últimos cinco anos, nas bases de dados da PubMed, Google e Univadis. As doenças profissionais em nada se distinguem das outras doenças, salvo pelo facto de terem a sua origem em factores de risco existentes no local de trabalho, é a doença que resulta directamente das condições de trabalho, consta da lista das doenças profissionais e é causa de incapacidade para o exercício da profissão ou até mesmo pode levar à morte do trabalhador. A lei reguladora desta matéria também considera doença profissional a lesão corporal, a perturbação funcional ou a doença não incluída na lista desde que se provem serem consequências necessárias e directas da actividade/tarefa exercida e não representem normal desgaste do organismo, sendo que, qualquer Médico, perante uma suspeita fundamentada de doença profissional, tem a obrigação de notificar o Centro Nacional de Protecção contra as Doenças Profissionais mediante o envio da participação obrigatória devidamente preenchida. Neste contexto, acreditamos que seja muito importante, olharmos para os utentes/trabalhadores no momento de fazer um diagnóstico de presunção e também tentar perceber as actividades laborais para que os diagnósticos sejam mais precisos e consequentemente os tratamentos melhor aplicados. Oral Revisão Para finalizar, pensamos que seria de suma importância a maior e melhor divulgação do assunto por parte do Sistema Nacional de Saúde para os profissionais de saúde (Médicos Clínica Geral e Familiar) para que possamos compreender melhor as doenças profissionais, para sabermos referencia-las e dessa maneira evitar o absentismo laboral que acarreta grandes custos ao Sistema Público e ao mesmo tempo tomar as devidas atitudes e providencias para o bem estar dos nossos utentes e de toda população trabalhadora. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 82 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Catarina Godinho USF do Castelo - Centro de Saúde de Sesimbra DI de Setúbal Sul Virgínia Afonso INTRODUÇÃO: Embora não seja muito prevalente, a Doença Inflamatória Intestinal pode manifestar-se de várias formas e por vezes ser muito incapacitante, diminuindo a qualidade de vida dos doentes. O Médico de Família tem um papel fundamental, sobretudo no diagnóstico e referenciação, mas também na avaliação da qualidade de vida e intervenção para melhoria da mesma. OBJECTIVO: Rever e sintetizar informação sobre as características da doença, a forma como ela afecta a qualidade de vida, as questões que os doentes colocam ao Médico de Família e a abordagem da doença pelo mesmo. METODOLOGIA: Pesquisa bibliográfica de artigos no Medscape (2000 a 2007), Uptodate, site da Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia, e de livros de texto. PALAVRAS-CHAVE: Inflammatory Bowel Disease, Crohn´s Disease, Ulcerative Colitis, General Practice, Quality of Life. REVISÃO: A Doença inflamatória Intestinal compreende essencialmente a Doença de Crohn e a Colite Ulcerosa. A doença é pouco prevalente mas é muitas vezes o Médico de Família quem primeiramente se depara com ela. Os principais sintomas são diarreia e hematoquezia na Colite Ulcerosa e dor abdominal na Doença de Crohn, embora neste caso possa surgir doença desde a boca até ao ânus. O diagnóstico diferencial é extenso, desde doenças inflamatórias à doença oncológica e o tratamento passa pelo uso de anti-inflamatórios e imunomoduladoes, utilizando-se recentemente a terapêutica bilógica. Questões como o risco de cancro, que está aumentado nas duas doenças, a gravidez e a dieta a seguir podem ser colocadas pelo doente ao Médico de Família. A referenciação ao hospital deve ser feito logo que se suspeite do diagnóstico ou quando os sintomas forem graves o suficiente para exijir internamento. A doença deverá ser seguida pelo Médico de Família nos casos menos graves, de predomínio distal, ou quando a doença se encontra em fase quiescente. CONCLUSÃO: Na prática, o Médico de Família deve estar familiarizado com a apresentação clínica da doença, suspeitar do diagnóstico e encaminhar o doente se necessário, assim como esclarecer o doente e familiares sobre as questões que a doença coloca e a diminuição da qualidade de vida que ela acarreta. Oral Autor(es) Doença Inflamatória Intestinal - a doença e a abordagem pelo Médico de Família Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 83 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Auto-anticorpos em Reumatologia - Que Significado? Vera Carvalho (ap), Ana Rita Oliveira, André Tomé Centro de Saúde de São Mamede/Sta Isabel DI de Lisboa BC Graça Santos, Ana Moínhos INTRODUÇÃO: As doenças reumáticas sistémicas (DRS) constituem um desafio diagnóstico e terapêutico da medicina actual. A diversidade de apresentação, na maioria das vezes com sintomas inespecíficos, em conjunto com uma etiologia com muito por desvendar, dificultam o diagnóstico precoce, fundamental para uma terapêutica atempada, que minimize a afecção da qualidade de vida dos doentes e da sua sobrevida. Associados à clínica, a detecção e o doseamento de determinados auto-anticorpos surgem como instrumento auxiliar no diagnóstico diferencial e seguimento destes doentes. OBJECTIVOS: Este trabalho visa melhorar a compreensão da real utilidade dos vários autoanticorpos actualmente relacionados com as DRS, e seu impacto na marcha diagnóstica e no seguimento de cada doente. METODOLOGIA: Foram usados os motores de busca Pubmed e Uptodate, com o uso das palavras-chave Utility, Significance, Autoantibodies, Reumathology. Foram seleccionados 16 artigos, entre os anos de 1994 e 2008. RESULTADOS: O factor reumatóide (FR) e os anticorpos antinucleares (ANA) têm sido considerados elementos-chave no diagnóstico da artrite reumatóide (AR) e do Lúpus Eritematoso Sistémico (LES). Surgem mais recentemente os anticorpos contra petidos citrulinados cíclicos (Anti-CCP) que demonstraram elevada especificidade para a AR. Os ANAs são importantes na abordagem inicial de uma possível doença reumática, sobretudo no caso de títulos elevados. O facto de estarem presentes em 5% da população idosa e noutras patologias não reumáticas condiciona a interpretação dos resultados. Os anticorpos anti-dsDNA integram os critérios de diagóstico do LES. No entanto, a sua ausência não exclui esta patologia, uma vez que estão presentes em apenas 60% dos doentes. Os anticorpos anti SSA e antiSSB, embora possam surgir em doentes com Síndrome de Sjögren e doentes com LES, têm uma especificidade elevada apenas para o primeiro. Estes e outros anticorpos, ainda em investigação, poderão assumir importância crescente na detecção precoce de doença reumática. Oral Revisão CONCLUSÃO: Apesar de constituirem uma ferramenta útil na decisão diagnóstica e terapêutica do doente suspeito de DRS, a clínica e o senso clínico do médico assistente mantêm soberania sobre os dados laboratoriais. Aguardam-se avanços no sentido de uma especificidade e sensibilidade crescentes dos marcadores usados, assim como um conhecimento mais aprofundado acerca deste conjunto de patologias. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 84 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Ana Isabel Caetano (ap), Ana Cebolais, Marta Padilha, Mílvia Jorge, Raquel Ascenção, Rita Cunha Ferreira Centro de Saúde de Sete Rios DI de Lisboa BC Ana Clarke, Cristina Lopes, Margarida Fazio, Maria José Luís, Rui Alves INTRODUÇÃO: A posição privilegiada do Médico de Família, permite-lhe uma atitude activa na prática de uma medicina preventiva, nomeadamente no que respeita à prevenção secundária. O hipertiroidismo é relativamente comum na população, tendo consequências clínicas bastante nefastas do ponto de vista de morbilidade e mortalidade. Nesta entidade é conhecido um estadio subclínico no qual existe um risco aumentado de desenvolver doença, pelo que se torna necessário um maior conhecimento sobre a necessidade de um rastreio na população. OBJECTIVOS: Sistematizar o conhecimento científico existente sobre o tema em questão e proceder à sua divulgação. METODOLOGIA DA REVISÃO: Pesquisa bibliográfica de artigos e normas de orientação clínica na Medline (via Pubmed) e em publicações periódicas, dos últimos 5 anos, consulta de sites nacionais e internacionais e manuais relevantes, utilizando como palavras-chave Subclinical hyperthyroidism e guidelines. CORPO DA REVISÃO: O hipertiroidismo é muitas vezes diagnosticado num estadio clínico. Contudo esta patologia poderá passar por um estadio subclínico, no qual encontramos uma diminuição do valor de hormona estimulante da tiroide (Thyroid Stimulating Hormone - TSH) sérica, sem sintomatologia associada, e que se encontra inerente não só um risco aumentado de evolução da doença como também um risco aumentado para as consequências clínicas de hiperfunção tiroideia, nomeadamente Fibrilhação Auricular, Hipertrofia Ventricular Esquerda e Osteoporose. Os estudos efectuados e publicados apresentam alguma controvérsia relativamente ao tratamento do estadio subclínico do hipertiroidismo, apesar do aumento do risco de evolução clínica. No entanto, em grupos nos quais existe uma maior propensão para o hipertiroidismo clínico, nomeadamente na população idosa, mulheres, doentes com antecedentes de exposição a iodo radioactivo, doentes com antecedentes pessoais e familiares de patologia tiroideia e de patologia auto-imune, o benefício de uma terapêutica precoce encontra-se bem demonstrado, pelo que a avaliação dos níveis de TSH nesta população como rotina é recomendada. ASPECTOS CRÍTICOS E/OU IMPLICAÇÃO NA PRÁTICA: Apesar da prevalência do hipertiroidismo subclínico na população, os benefícios de um diagnóstico e tratamento precoce em doentes assintomáticos, que não se enquadrem num grupo de risco, ainda não foi totalmente estabelecido. Assim o rastreio da população geral não é actualmente recomendado. Uma alternativa ao rastreio populacional é a detecção de casos (case-finding) em doentes de risco. Oral Autor(es) Quando efectuar o rastreio de Hipertiroidismo? Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 85 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Efeito da contracepção hormonal sobre a adensidade mineral óssea Neta M.1 (ap), Mora P.2, Barreto C.3, Delgado F.4 Centros de Saúde Amadora, Queluz, Linda-a-Velha, Queluz DI de Lisboa BC e D Luísa Caldeira1, Eduardo Nelson Josefino2, Paulo Eiras3, Adília Menezes4 PERTINÊNCIA DO TEMA: Os contraceptivos hormonais (CH) combinados, contendo estroprogestativos (CHC) e aqueles contendo apenas progestativos (CHP) são métodos eficazes e difundidos, que apresentam benefícios para além dos contraceptivos mas também alguns riscos. Os CHC existem nas formulações oral, injectável, transdérmica e anel vaginal. Os CHP podem ser administrados pelas seguintes vias: oral, injectável (em Portugal apenas está disponível o acetato de medroxiprogesterona de libertação prolongada - DMPA), implante subdérmico, sistema intra- uterino libertador de levonorgestrel. Diversos estudos têm vindo a investigar o efeito dos CH sobre a densidade mineral óssea (DMO). Em 2004, foram emitidos alertas quanto à diminuição significativa da DMO com a administração prolongada do DMPA, por parte da Food and Drug Administration - EUA, e das suas congéneres no Reino Unido e Canadá. Em 2005, a Organização Mundial de Saúde (OMS) elaborou um relatório técnico sobre o tema. OBJETIVOS: Sistematizar a literatura publicada sobre o efeito dos diferentes CH na DMO. METODOLOGIA: Pesquisa bibliográfica de artigos na base de dados Medline/PubMed entre os anos de 1990 e 2008, com as palavras chave: “hormonal contraception”, “progestogen”, “bone mineral density”, “systematic reviews”. Oral Revisão REVISÃO: A saúde do osso pode ser influenciada por factores como a gravidez, lactação, e os CH. Apesar de estar estabelecida a relação entre diminuição de DMO e risco de fractura nas mulheres pósmenopausicas, é ainda escassa a informação existente sobre o impacto que, as alterações da DMO em idades jovens, têm sobre o risco de fractura numa fase de vida mais tardia. Com base na revisão efectuada, os contraceptivos orais combinados (COC) parecem ter escasso impacto sobre a DMO ou risco de fractura, no presente. Estudos efectuados sobre risco de fractura em mulheres pós-menopausicas e uso de COC no passado, apresentam resultados inconsistentes. Os restantes CHC, foram objecto de poucos os estudos quanto ao seu efeito sobre a DMO. Dos CHP, apenas o DMPA parece afectar a saúde do osso. A sua utilização está associada a diminuição significativa da DMO, mais acelerada nos primeiros dois anos, e reversível após descontinuação. Isto é particularmente relevante nas mulheres peri-menopausicas e nas adolescentes, uma vez que nestas últimas uma diminuição da DMO poderia implicar o não atingimento do pico de massa óssea potencial (que ocorre por volta dos 20 anos). Este efeito negativo poderia condicionar “ossos mais frágeis” e aumento do risco de fractura numa fase de vida mais tardia. No entanto, alguns autores referem que uma vez que após a suspensão do DMPA o valor de DMO “recupera” quase completamente, parece improvável que haja um aumento do risco de fractura na pós-menopausa, em mulheres que tenham usado DMPA no passado. CONCLUSÃO: No que concerne aos CH e DMO, a OMS recomenda: – Ausência de restrições à utilização de DMPA, incluindo na duração de utilização, para mulheres entre os 18 e os 45 anos. – Adolescentes e mulheres com mais 45 anos podem optar pelo DMPA, após escolha informada sobre riscos. – Uso dos restantes CHP e da totalidade dos CHC sem restrições. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 86 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Osteoporose - Modelo de Quantificação do Risco Fracturário Autor(es) Rita Tato (ap), Marina Meireles** Instituição *CS da Lapa, **USF Marginal Resumo *Luís Afonso, **Ana Ferrão INTRODUÇÃO: A Osteoporose é a doença óssea metabólica mais frequente sendo um importante problema de saúde pública, especialmente nas populações envelhecidas. O diagnóstico e intervenção precoces são essenciais para prevenir a fractura osteoporótica, complicação major com significativa mortalidade e morbilidade com elevado custo económico e social. A intervenção terapêutica baseada na densidade mineral óssea (DMO) subestima o risco de fractura. Em Portugal a doença permanece subdiagnosticada. OBJECTIVO: Introdução na prática clínica de uma ferramenta de cálculo de risco de fractura osteoporótica on-line (FRAX™ - WHO Fracture Risk Assessment Tool). METODOLOGIA: Pesquisa sistemática sobre osteoporose e modelos de cálculo de risco fracturário (DGS, OMS, Sociedades de Reumatologia e Osteoporose, Medline, Cochrane Reviews, DARE, Bandolier, National Guideline Clearinghouse, Índex RMP) nos últimos 10 anos. Palavras-chave: osteoporose, risco fracturário, FRAX™, DEXA. Seleccionaram-se 21 artigos (meta-análises, artigos de revisão, guidelines). RESULTADOS: O modelo FRAX™, desenvolvido pela OMS, quantifica o risco fracturário osteoporótico entre os 40 e os 90 anos de idade, em ambos os géneros, utilizando factores de risco clínico validados com ou sem a informação da DMO. Os factores de risco são: idade e índice de massa corporal baixo (variáveis contínuas), género, história pessoal de fractura de baixo impacto, história familiar de fractura do colo do fémur, corticoterapia oral prolongada, artrite reumatóide ou outra causa de osteoporose secundária, tabagismo actual, consumo de álcool superior a 2U/dia (variáveis dicotómicas). Cada factor tem um valor de risco preditivo de fractura independente, total ou parcialmente, da DMO, identificado em meta-análises de estudos prospectivos de coorte. Foram construídos diferentes modelos consoante a epidemiologia da doença (risco muito elevado; alto risco; risco moderado; baixo risco). Não existe um modelo para Portugal, considera-se um país com alto risco. O modelo fornece valores de probabilidade de risco absoluto fracturário a 10 anos (risco de fractura do colo do fémur e de outra fractura osteoporótica major) unificando a forma de avaliação clínica, também facilmente compreendida pelos doentes. O valor calculado, não combinado com a DMO (DEXA - dual energy X-ray absorptiometry- do colo do fémur), é comparável ao cálculo baseado no valor do DEXA isolado; o risco calculado aumenta o valor preditivo ao combinar o FRAX™ com o valor do DEXA. Embora a OMS não indique um valor de risco major fracturário a partir do qual preconize início de terapêutica, um risco superior a 10% parece reunir consenso. Cada país, consoante a epidemiologia da doença e a economia de saúde deve estabelecer um valor indicativo a integrar na decisão clínica. O viez das não respostas e o erro de memória do doente podem subdiagnosticar o factor de risco. O modelo não contempla o efeito dosedependente. Oral Orientador(a) Revisão Título CONCLUSÕES: O modelo FRAX pode ser uma importante ferramenta de avaliação do risco fracturário, identificando indívíduos em risco e permitindo a intervenção precoce. Realça-se a necessidade de construção de um modelo português e a inclusão de outros factores de risco ainda não identificados. A construção de um modelo exige a existência de dados nacionais fidedignos sobre a epidemiologia da doença. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 87 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Lombalgias - Como prevenir? Irene Martins CS da Lourinhã DI de Lisboa AEF Marta Félix INTRODUÇÃO: A lombalgia comum constitui um importante problema de saúde pública e é um dos principais motivos de consulta de doença aguda em Medicina Geral e Familiar. Tem uma elevada prevalência na população em geral, com um pico máximo numa faixa etária activa (35-55 anos de idade), implicando grandes repercussões socioeconómicas (absentismo laboral, custos de saúde e sociais, quebra da produtividade). O Médico de Família tem um papel fundamental na sua prevenção. Este trabalho tem como objectivo a revisão bibliográfica de recomendações actualizadas para a prevenção das lombalgias comuns. MÉTODOS: Foi feita uma pesquisa bibliográfica em livros de texto, na base de dados Medline (via Pubmed) e no motor de busca generalista Google usando as seguintes palavras-chave: “lombalgia, prevenção, low back pain, prevention, guidelines”. Limites impostos na base de dados Medline: últimos 10 anos, em inglês, francês, espanhol e português e de acesso livre, tendo sido obtidos 97 artigos e seleccionados 8. RESULTADOS: A prevenção das lombalgias visa evitar o seu aparecimento, diminuir a gravidade e recidiva de novos episódios e a sua evolução para a cronicidade. Para podermos prevenir é importante o conhecimento dos diversos factores de risco (estilo de vida, profissionais e psicossociais) que possam existir. A prevenção da lombalgia deve ser abordada em todas as idades e em todos os sectores. Apesar de não existir um consenso entre todos os artigos encontrados, as Guidelines Europeias para a Prevenção de Lombalgias, de 2004, recomendam exercício físico, educação/informação baseada em modelos biopsicossociais e não só biomédicos ou biomecânicos, a não utilização de apoios lombares e plantares. Na população trabalhadora recomendam ainda uma ergonomia física isolada e organizacional, uma intervenção multidimensional e algumas adaptações ergonómicas laborais, quando necessário. Quanto à população infantil, não existem recomendações específicas para a prevenção das lombalgias, sendo sempre importante a promoção da saúde. Oral Revisão CONCLUSÃO: Apesar de não existir um consenso entre todas as medidas recomendadas por várias entidades na prevenção das lombalgias, existe um grupo delas que reúne unanimidade, devendo por isso ser aplicadas. Para um alargamento do grupo de medidas preventivas consensuais é importante a continuação de estudos no âmbito da prevenção das lombalgias. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 88 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Edgar Ferreira (ap), Fernando Tabanez, Joana Alves CS Seixal - USF Torre da Marinha / Pinhal de Frades DI de Setúbal Norte Vanda Vale, Zélia Godinho, Quitéria Latoeiro INTRODUÇÃO: Nos últimos anos tem aumentado o interesse pelas alterações hormonais relacionadas com o envelhecimento. Na mulher, a menopausa tem sido amplamente estudada. Mais recentemente, a atenção sobre o tema está a aumentar a nível do homem. A andropausa, mais correctamente designada de hipogonadismo sintomático de início tardio é uma entidade fundamentada em diversos estudos, mas muito pouco abordada pelo Médico de Família. Estima-se que a sua prevalência seja elevada, merecendo maior atenção para que se estabeleça o diagnóstico e se actue da forma mais adequada. OBJECTIVOS: Este trabalho de revisão pretende responder à questão de como abordar a andropausa. METODOLOGIA: Pesquisa sistemática na base de dados da MEDLINE de artigos publicados nos últimos 5 anos em humanos com as palavras-chave “androgen deficiency andropause” e de guidelines clínicas da associação “The Endocrine Society”. Os artigos foram seleccionados de acordo com o interesse para os objectivos propostos, língua de origem e acessibilidade. REVISÃO: A andropausa é uma síndrome em que existem manifestações clínicas e evidência laboratorial de deficiência de androgénios no homem em envelhecimento, comprometendo o funcionamento de vários órgãos ou sistemas. É uma forma de hipogonadismo primário e simultaneamente secundário. O homem entre os 40 e os 70 anos sofre uma perda gradual do nível de androgénios. Estima-se que cerca de 20% dos homens acima dos 55 anos apresentem níveis de testosterona total compatíveis com hipogonadismo, podendo identificar-se mais casos através da testosterona biodisponível. Contudo, existem diversas situações clínicas que poderão levar à diminuição dos níveis de testosterona, como o uso de determinados medicamentos, a obesidade, hábitos tabágicos e alcoólicos, doenças metabólicas e certas infecções. As manifestações clínicas mais específicas são a perda de libido, disfunção eréctil, ginecomastia, diminuição da pilosidade e força muscular, atrofia testicular, infertilidade, afrontamentos, osteoporose entre outras. Colocam-se frequentemente problemas de diagnóstico diferencial com depressão, anemia, hipotiroidismo entre outros, havendo necessidade para o diagnóstico de evidência laboratorial confirmada de hipogonadismo. A testosterona exógena continua a ser a terapêutica mais utilizada e estudada. A decisão de iniciar terapêutica tem de resultar de uma boa ponderação risco/benefício e da opinião do doente. Para esta entidade clínica é demonstrado um possível algoritmo de actuação. Oral Autor(es) Andropausa: como actuar? Revisão Título CONCLUSÕES: O Médico de Família pelo conhecimento multifactorial que tem dos seus doentes e pela sua abordagem familiar, provavelmente estará na melhor posição para avaliar a andropausa. É essencial estar alerta para as manifestações clínicas desta entidade de forma a ser melhor identificada. O diagnóstico meramente clínico não é possível devendo-se sempre confirmar com doseamentos repetidos de testosterona. A decisão de iniciar terapêutica tem de ser sempre muito bem ponderada conjuntamente com o doente. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 89 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Alterações Cutâneas na Gravidez Cláudia Santos Silva (ap)1, Ricardo Martins da Cunha2, Tiago Aires d'Oliveira3 Centro de Saúde de Cascais, DI de Lisboa BC Centro de Saúde da Amadora, DI de Lisboa D 3 USF S. João do Pragal, DI de Setúbal Norte 1 2 Isabel Betina, 2Maria Manuel Alves, 3Deolinda Diniz 1 INTRODUÇÃO: A gravidez é um período de intensas modificações na mulher. Causa mudanças fisiológicas em vários sistemas orgânicos. A pele, enquanto órgão mais extenso do organismo, não é excepção, ficando nesta fase do ciclo da vida, susceptível a alterações fisiológicas e patológicas que são fundamentais conhecer. OBJECTIVO: Rever a abordagem das alterações cutâneas mais frequentes que surgem na gravidez, sistematizando o modo de actuação em Cuidados de Saúde Primários. METODOLOGIA: Pesquisa bibliográfica de artigos e guidelines, na base de dados Medline através da plataforma PubMed, na EBM e DGS publicados entre Janeiro de 2002 e Maio de 2008 com as palavras-chave: dermatology, dermatologia, alterações cutâneas, dermatoses, pregnancy, gravidez. REVISÃO: Durante a gravidez podem ocorrer várias alterações cutâneas. Estas subdividem-se em três grandes grupos: alterações fisiológicas, dermatoses específicas e dermatoses pré-existentes que se modificam com a gravidez. Para cada um destes grupos faz-se referência às características clínicas das alterações cutâneas, à avaliação do risco materno-fetal da patologia dermatológica, e às orientações de diagnóstico, terapêuticas, de acompanhamento, e de referenciação aos cuidados de saúde secundários. Oral Revisão CONCLUSÃO: As alterações cutâneas na gravidez são comuns, pouco valorizadas e causam desconforto. É então importante que o médico de família, enquanto prestador de Cuidados de saúde primários, saiba reconhecer as diferentes alterações dermatológicas para que possa tranquilizar a gestante e estabelecer condutas adequadas Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 90 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Sofia Neto (ap), Célia Gonçalves Centro de Saúde de Queluz - USF Mactamã DI de Lisboa D António Frazão INTRODUÇÃO: A detecção de glicosúria durante a gravidez trata-se de uma alteração comum, resultado do aumento da taxa de filtração glomerular nesta fase, com consequente excreção aumentada de glicose. Não obstante esta alteração fisiológica, não poderá ser afastada a hipótese de se tratar de um primeiro sinal de Diabetes Gestacional (DG). Actualmente recomenda-se que cada grávida efectue, entre as 24 e 28 semanas, um teste de sobrecarga oral com 50 gramas de glicose - Prova de O'Sullivan. OBJECTIVOS: Com este trabalho pretendeu-se actualizar as várias posturas face à utilidade, em saúde materna, do teste de detecção da glicosúria e suas implicações. MATERIAL E MÉTODOS: Revisão bibliográfica efectuada através da MEDLINE/PubMed utilizando as palavras-chave pregnancy, glycosuria, gestational diabetes. Efectuou-se a análise de artigos, escolhidos segundo o interesse clínico para a temática em questão. RESULTADOS; A glicosúria é detectada, numa determinada fase da gestação, em cerca de 50% das grávidas. Vários estudos constatam que o teste para detecção da glicosúria tem sensibilidade e valor preditivo negativo reduzidos. Destacam ainda que a glicosúria não depende apenas do valor de glicémia, sendo também influenciada pelo valor diastólico da pressão arterial. O aporte elevado de ácido ascórbico ou cetonúria marcada podem resultar em falsos positivos. Nas grávidas com baixo risco para DG, o despiste de glicosúria não tem sido demonstrado como decisivo para alterar condutas na vigilância em saúde materna. CONCLUSÕES: Em cada consulta pré-natal, é despistada a presença de glicosúria, sendo que a detecção de glicosúria grave constitui indicação para antecipar a Prova de O'Sullivan. Após a realização desta, segundo avaliação de rotina, o despiste de glicosúria em cada consulta pré-natal não tem benefício clínico comprovado. PALAVRAS-CHAVE: pregnancy, glycosuria, gestational diabetes Oral Autor(es) Glicosúria gravídica - uma visão actualizada em saúde materna Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 91 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Obesidade Materna - Um Risco Esquecido, Muitos Riscos Evitáveis Ana Rita Oliveira (ap), André Tomé, Vera Carvalho Centro de Saúde de São Mamede / Santa Isabel DI de Lisboa BC Ana Moinhos, Graça Santos INTRODUÇÃO: A obesidade é um problema de prevalência crescente nos países desenvolvidos. À medida que atinge idades mais jovens aumenta a proporção de mulheres que engravidam obesas ou com excesso de peso. Este trabalho decorre da reflexão associada ao seguimento de uma grávida obesa com gestação de baixo risco e vigilância adequada, que desenvolveu complicações no período pós-parto e neonatal. OBJECTIVOS: (1) Abordar as implicações da obesidade gestacional na Saúde da Mulher e na Saúde Infantil; (2) Sensibilizar para a prevenção desta situação como intervenção fundamental no campo da Saúde Pública e Reprodutiva. METODOLOGIA: Revisão bibliográfica baseada na pesquisa de artigos publicados em bases de dados científicas (Pubmed, B-On) utilizando as palavras-chave “obesity”, “pregnancy” e “outcome” , restringida temporalmente aos últimos 5 anos. CORPO DA REVISÃO: A obesidade pré-gestacional associa-se a complicações na gravidez, parto e período neonatal, com aumento da morbilidade materna e fetal. As mulheres obesas têm maior risco de resultados adversos perinatais (hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, indução do trabalho de parto, parto distócico, cesariana por sofrimento fetal e hemorragia pósparto) e neonatais (nado-morto e morte neonatal, macrossomia, hipoglicémia e necessidade de reanimação). Os filhos de mães obesas têm maior probabilidade de nascer com defeitos congénitos (defeitos do tubo neural, defeitos cardíacos congénitos e múltiplas anomalias estruturais) e um risco aumentado de desenvolver síndrome metabólico e obesidade infantil. Por outro lado, a obesidade influencia negativamente a amamentação levando ao insucesso precoce da lactação, que tem um pequeno mas significativo papel na prevenção da obesidade futura da criança e da mãe. Oral Revisão ASPECTOS CRÍTICOS / IMPLICAÇÕES NA PRÁTICA: Está ao alcance do médico de família a educação das mulheres em fase pré-concepcional, a monitorização regular do ganho de peso gestacional e a vigilância cuidadosa dos recémnascidos com risco de obesidade. Estas são medidas de grande impacto na minimização das consequências clínicas, sociais e económicas da gravidez na mulher obesa. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 92 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Salomé Sousa Coutinho USF S. Julião - Centro de Saúde de Oeiras DI de Lisboa BC Áurea Farinha INTRODUÇÃO: A diabetes mellitus tipo 2 (DM2) caracteriza-se por uma falência progressiva da célula beta. O bom controlo metabólico é essencial para diminuir as complicações tardias da doença e a insulina é o tratamento mais eficaz na redução da glicemia. No entanto, os receios relacionados com a sua utilização, quer por parte do doente, quer por parte do clínico, levam muitas vezes ao adiar desta terapêutica. OBJECTIVOS: Caracterizar farmacologicamente os diferentes tipos de insulina existentes no mercado nacional. Descrever as principais indicações para a insulinoterapia na diabetes mellitus tipo 2 e os esquemas terapêuticos mais frequentemente utilizados. MÉTODOS: Pesquisa de artigos de revisão, meta-análises e guidelines na Medline, Cochrane e UpToDate, publicados nos últimos 10 anos, com as palavras-chave “insulin”, “diabetes mellitus, type 2”. Consulta do Prontuário Terapêutico e das principais guidelines nacionais e internacionais sobre tratamento da DM2. RESULTADOS: As preparações de insulina existentes dividem-se, de acordo com o seu perfil farmacocinético, em insulina basal (isofânica ou NPH e análogo glargina) e insulina pré-prandial (humana regular e os análogos aspártico e lispro). Existem ainda formulações pré-misturadas de insulina isofânica e regular ou de análogos. A falência da terapêutica com antidiabéticos orais (ADO) constitui a principal indicação para o início da insulinoterapia na DM2, mas nalguns casos esta pode estar indicada logo no momento do diagnóstico. A insulina pode ser utilizada isoladamente ou em associação com os ADO. Existem diversos esquemas terapêuticos - o ideal é aquele que permite obter o melhor controlo metabólico com o mínimo de efeitos adversos. CONCLUSÃO: A maioria dos diabéticos tipo 2 irá necessitar de insulina nalguma altura ao longo da sua doença. O esquema a escolher deverá ser adaptado a cada doente e a educação terapêutica é fundamental para a adesão e correcto manejo do tratamento e para a redução dos efeitos adversos. Existem ainda muitas barreiras à utilização da insulina na DM2 que precisam de ser ultrapassadas. PALAVRAS-CHAVE: Diabetes mellitus tipo 2, insulina, terapêutica. Oral Autor(es) Insulinoterapia na Diabetes Mellitus Tipo 2 Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 93 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Criopreservação de sangue do cordão umbilical - o que aconselhar? José Fernando Santos CS da Amadora DI de Lisboa D Ana Paula Morais Os médicos de família são responsáveis pelo seguimento e aconselhamento de inúmeras grávidas e respectivos companheiros e são frequentemente confrontados com a dúvida destes mesmos casais sobre as vantagens reais e o beneficio futuro em termos de saúde que poderá ter a preservação do sangue do cordão umbilical do seu filho. É importante que os médicos estejam bem informados sobre as possibilidades reais das células estaminais e a investigação cientifica que está a ser feita nesta área da medicina, que há vários anos têm aparecido com a solução de futuro para todos os problemas de saúde e que é comercialmente oferecida aos novos pais como um “seguro de vida obrigatório” para a criança. A informação disponível credível e isenta é escassa e demasiado cientifica gerando muitas vezes mais confusão do que esclarecimento. Neste momento assitimos a grande proliferação de empresas ligadas ao ramo, habitualmente sediadas no estrangeiro, que utilizam estratégias de mercado agressivas para cativar os pais para a aquisição dos seus serviços que são bastante onerosos. É proposto neste trabalho, fazer uma revisão da literatura publicada no site Pubmed/Medline, através de artigos com as expressões/palavras chave: “umbilical cord blood banking” e “stem cells”, publicados entre 2003 e 2008, conjuntamente com a consulta de alguns sites portugueses dedicados ao tema, em particular os sites das principais empresas de oferta de serviços na área da criopreservação de sangue do cordão umbilical. A utilização de células estaminais de diversos tipos é hoje uma realidade a nível mundial, com diversos países onde os centros públicos de conservação e tratamento do sangue de cordão umbilical, fornecem gratuitamente a possibilidade de ser conservado este produto biológico e onde é feita investigação e utilização terapêutica destes produtos para patologias diversas, com destaque especial para as do foro hematológico. No entanto e apesar de toda a investigação que decorre, neste momento ainda são mais as promessas do que a utilidade real, em especial no que confere a transplantes autologos e à utilização terapêutica para o próprio, que é inevitavelmente o principal factor motivador da aquisição do serviço pelos dos futuros pais. Oral Revisão Este trabalho visa fornecer informação actualizada e pertinente aos médicos de família, por forma a que estes possam aconselhar de forma consciente e cientificamente comprovada os seus utentes a quem cabe a decisão final sobre se devem ou não contratar os serviços das referidas empresas. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 94 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Rita Cunha Ferreira (ap), Ana Caetano, Ana Cebolais, Marta Padilha, Mílvia Jorge, Raquel Ascensão Centro de Saúde de Sete Rios DI de Lisboa BC Ana Clarke, Cristina Lopes, Margarida Fazio, Maria José Luís, Rui Alve INTRODUÇÃO: A síndrome do ovário poliquístico (SOP) é considerada a patologia endócrina mais frequente na mulher em idade fértil, pelo que é de extrema importância o médico de família conhecer a sua definição e abordagem. Esta patologia tem sido alvo de controvérsia desde a sua primeira definição, tendo surgido em 2006 um novo consenso. OBJECTIVOS: Apresentar a actual definição de SOP e respectiva controvérsia, assim como a sua abordagem em cuidados de saúde primários. METODOLOGIA DA REVISÃO: Revisão não sistemática de artigos na Medline através das palavras “polycystic ovarian syndrome guidelines” e limite temporal de 5 anos; consulta de tratados relevantes em endocrinologia. CORPO DA REVISÃO: A SOP surge geralmente na peripuberdade com irregularidades menstruais, hirsutismo, acne, obesidade, ovários com múltiplos quistos e alterações analíticas, principalmente das hormonas sexuais e insulina. Após a definição de Stein e Leventhal, do National Institute of Health e de Roterdão, a Sociedade de Excesso de Androgénios publicou em Novembro de 2006 uma nova definição, a qual contempla a presença de hiperandrogenismo (hirsutismo e/ou hiperandrogenemia) associado a disfunção ovárica (oligo/anovulação e/ou ovários poliquísticos), sendo necessário excluir outras patologias relacionadas. Assim, a oligo/anovulação e a presença de quistos são características importantes mas não universais. Os critérios ecográficos de ovário poliquístico estão bem definidos pelo consenso de Roterdão. A longo prazo, a SOP tem implicações reprodutivas, metabólicas, cardiovasculares e neoplásicas. A abordagem inicial deve incluir a pesquisa de factores de risco cardiovascular, determinação sérica de níveis hormonais e ecografia endovaginal. O tratamento é ditado pela sintomatologia, factores de risco e patologias associadas. Alterações do estilo de vida, anticonceptivos orais, antiandrogénios, sensibilizadores insulínicos e depilação definitiva integram o arsenal terapêutico. ASPECTOS CRÍTICOS E IMPLICAÇÃO NA PRÁTICA: A presença de disfunção ovárica sem evidência de hiperandrogenismo torna improvável o diagnóstico de SOP, uma vez que é, à luz dos conhecimentos actuais, uma patologia por hiperandrogenismo. Tendo em conta a sua frequência, o médico de família deve estar atento e conhecer a sua abordagem. Oral Autor(es) Síndrome do Ovário Poliquístico - novos conceitos e abordagem Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 95 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Os filhos dos antibióticos - um mito ou realidade? Ana da Palma-Rosa Centro de Saúde da Cascais - Sede DI de Lisboa BC Maria Gabriela Alves INTRODUÇÃO: É uma das competências do Médico de Medicina Geral e Familiar o acompanhamento das mulheres em consultas de Planeamento Familiar, para, entre outros, prestar aconselhamento e vigilância do método contraceptivo escolhido. No âmbito do referido aconselhamento, surgem frequentemente questões relacionadas com a eventual diminuição da eficácia dos contraceptivos hormonais aquando da toma concomitante de antibióticos. Dada a elevada taxa de utilização de ambas as classes de fármacos, pretende-se com o presente trabalho de revisão, verificar se existe evidência cientifica que confirme a interacção medicamentosa entre ambos e por que eventuais mecanismos farmacocinéticos, de forma a melhor fundamentar o aconselhamento prestado. METODOLOGIA DA REVISÃO: Análise de artigos pesquisados no motor de busca PubMed/Medline, com as palavras-chave: “oral contraceptives”, “antibiotics” e “interactions”; inicialmente limitados aos anos de (20002008,) mas posteriormente extensivo a “artigos relacionados”. Revisão de bibliografia relacionada com farmacologia. Análise das Orientações Técnicas emitidas pela Direcção Geral de Saúde e de outras Organizações por esta referidas. CORPO DA REVISÃO: Na literatura consultada verifica-se que existem relatos de casos de gravidezes ocorridas em mulheres que, estando a tomar contraceptivos hormonais (na maioria combinados orais), associaram temporariamente um antibiótico. Estes relatos revestem-se de inúmeros viéses, mas levantam hipóteses sobre a eventual diminuição da eficácia dos contraceptivos hormonais, quer a nível da absorção, quer da metabolização destes, por influência dos antibióticos. No entanto, a maioria dos estudos clínicos e de farmacocinética e biodisponibilidade melhor estruturados não suportam estas teorias (à excepção da rifanpicina); e de facto, os números constatados não são superiores aos do Índice de Pearl previsto para estes contraceptivos. Oral Revisão IMPLICAÇÃO NA PRÁTICA: Apesar da falta de evidência científica que o fundamente, a maioria das guidelines continua a sugerir como boa prática clínica o aconselhamento das mulheres a fazer contracepção oral para a utilização de outros métodos (barreira ou químicos), nos períodos em que utiliza antibióticos e nos 7 dias após a sua conclusão. No entanto, seria de encorajar mais estudos nesta área, para que qualquer recomendação passasse a ser de grau A ou B. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 96 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Liliana Ribeiro (ap), Ana Paula Catarino, Marta Fonseca Centro de Saúde da Venda Nova DI de Lisboa D Manuela Ribeiro, Carlos Ferrão, Teresa Alves PALAVRAS-CHAVE: Idoso, polifarmácia, interacções medicamentosas, efeitos adversos, estratégias. INTRODUÇÃO: Nos dias de hoje assiste-se a um aumento significativo da esperança média de vida da população. Em Portugal, cerca de 17% da população tem idade superior ou igual a 65 anos. A par deste envelhecimento, a prevalência de polipatologia também tem vindo a aumentar, com o consequente recurso a medicação múltipla. Vários estudos apontam para a ocorrência de erros na prescrição, interacções entre fármacos e reacções adversas decorrentes da polifarmácia, que podem ter consequências importantes e muitas vezes poderiam ser evitados. OBJECTIVO: Rever o conceito de polifarmácia e temas relacionados, de modo a sugerir estratégias que possam prevenir alguns erros decorrentes da prescrição medicamentosa. METODOLOGIA: Revisão bibliográfica baseada na pesquisa de artigos de revisão e normas de orientação clínica na Medline / Pubmed, UpToDate e Highwire publicados nos últimos 10 anos, na língua inglesa, utilizando as palavras-chave: prescribing, elderly people, older, polypharmacy, drug, medication, adverse events. RESULTADOS / DISCUSSÃO: O processo de prescrição, é na sua globalidade muito complexo e os idosos constituem uma população de risco elevado pelas alterações do metabolismo inerentes ao avançar da idade, pela desvalorização da toma de determinados medicamentos, sujeitos ou não a receita médica, e pelas interacções entre os vários fármacos (em média 6 fármacos por pessoa). Existem vários tipos de critérios que identificam os fármacos a evitar ou a prescrever com moderação, bem como aplicações informáticas que funcionam como meio auxiliar. Contudo ainda foi feita pouca investigação relativamente aos métodos que os médicos de Cuidados de Saúde Primários podem utilizar para avaliar e corrigir os erros decorrentes da prescrição. CONCLUSÃO: O objectivo da prescrição é tratar a doença, aliviar a dor e o sofrimento e prevenir complicações graves das doenças crónicas com potencial risco de vida. O sucesso deste objectivo requer um equilíbrio entre o benefício e o risco da sua utilização, importando a optimização da prescrição farmacológica com especial atenção para a população idosa. A polifarmácia é uma questão essencial dos cuidados prestados a um idoso, não devendo ser descurada pelo médico de família. Oral Autor(es) Polifarmácia nos idosos: como evitar alguns erros? Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 97 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Hiperuricémia Induzida por Diuréticos Duarte e Silva (ap), Jesley Teodoro, Welma Andrade, Emília Vitorino. USF S. João Evangelista dos Lóios (CS Marvila), CS Reboleira (Ext. Damaia), USF Servir Saúde (CS Corroios) DI de Lisboa BC e D e DI de Setúbal Norte Serv. Anatomia Patológica do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental. José António Brito, Teresa Cima Gomes, Maria clara Balinha, Sância Ramos INTRODUÇÃO: A hiperuricémia tem etiologia multifactorial relacionável com a produção e excreção de ácido úrico, dieta e hereditariedade. Visto 2/3 a 3/4 deste metabolito serem excretados por via urinária os fármacos diuréticos influenciam esse processo de forma clinicamente relevante, quer devido à desidratação cujo uso pode condicionar, quer devido aos seus efeitos diferenciais na reabsorção de metabolitos. Estes fármacos prescritos com muita frequência por prestadores de cuidados de saúde primários, podem portanto desencadear hiperuricémia e por vezes gota, que terão que ser tratadas sem descurar a abordagem terapêutica à doença de base do doente que motivou a prescrição de diuréticos. OBJECTIVO: Pretende-se esclarecer como se deverá abordar a hiperuricémia induzida por diuréticos, à luz dos conhecimentos actuais de terapêutica e fisiopatologia. METODOLOGIA: Pesquisa dos termos-chave “hiperuricémia” e “hiperuricémia diurético” em português e inglês sem limite temporal, na Pubmed, em livros de referência e outras publicações impressas e informáticas de referência, durante o mês de Dezembro de 2007. RESULTADOS: Os efeitos uricemiantes dos diuréticos variam entre as diferentes classes. O efeito de cada diurético na retenção de ácido úrico é muito dependente da dose prescrita. A profilaxia da gota com alopurinol, nos casos de hiperuricémia induzida por diuréticos, pode não ser eficaz e apresenta um risco muito importante de toxicidade. O losartan aumenta a excreção de ácido úrico por efeito de classe, mas sobretudo por mecanismos específicos. O losartan alcaliniza a urina impedindo a precipitação de uratos, e consequentemente a nefropatia úrica. Oral Revisão CONCLUSÕES: Em doentes com risco aumentado de gota devem preferir-se os diuréticos tiazídicos e em baixa dosagem, nomeadamente hidroclorotiazida na dose de 12,5mg por dia. Nestes doentes devem ser tomadas medidas particulares de educação para a saúde com vista a evitar a desidratação. Quando for necessário conjugar um fármaco antihipertensor dirigido ao eixo renina-angiotensina-aldosterona deverá ser considerado o uso de losartan. A profilaxia primária da gota, com alopurinol, não está indicada na hiperuricémia induzida por diuréticos,. Endereço e-mail para correspondência: [email protected], [email protected] , [email protected], [email protected] 98 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Rute Pina Cordeiro1 (ap), Sénia Sousa Guerreiro2 USF Dafundo - CS Carnaxide1, CS Corroios2 DI de Lisboa BC e DI de Setúbal Norte Nelson Mota Gaspar1, Lúcia Azevedo2 INTRODUÇÃO: As cãibras musculares são uma queixa frequente em Cuidados de Saúde Primários (CSP). Apesar disso, a sua etiologia e tratamento ainda não estão bem definidos. O uso de magnésio para alívio das cãibras é uma prática comum em alguns países da Europa e América Latina. Será esta terapêutica efectiva no tratamento desta patologia? Haverá outras alternativas? OBJECTIVOS: Determinar a efectividade da terapêutica com magnésio no tratamento das cãibras. Conhecer outras alternativas terapêuticas e sua efectividade. METODOLOGIA DA REVISÃO: Pesquisa nas bases de dados MedLine, The Cochrane Library, EMBASE e UpToDate de artigos de revisão, meta-análises e ensaios clínicos aleatorizados, publicados entre 1998 e Junho de 2008, em Inglês, Português e Espanhol, utilizando as palavras-chave (termos MeSH Database): “muscle cramp” e “therapeutics”. CORPO DA REVISÃO: Cãibras musculares são contracções dolorosas, espasmódicas, súbitas e involuntárias dos músculos esqueléticos. Os estudos referem uma prevalência entre os 37 e 56% na população adulta. As cãibras são, maioritariamente, idiopáticas e surgem em indivíduos sem doença; podem ser iatrogénicas (secundárias a alguns fármacos como anti-hipertensores ou anticoncepcionais orais) ou um sintoma de doenças metabólicas, endócrinas, neurológicas ou vasculares. O diagnóstico diferencial deve ser feito, através da história e do exame físico, permitindo o tratamento dirigido à etiologia subjacente. A prevenção e o tratamento das cãibras musculares benignas envolve a combinação de medidas farmacológicas e mecânicas. O magnésio parece ser uma terapêutica eficaz apenas em mulheres grávidas. Há dados que suportam uma potencial eficácia de outros fármacos como: verapamilo, gabapentina, carbamazepina, fenitoína, difenidramina, cloroquina, hidroxicloroquina, quinino e vitamina E, alguns deles com efeitos adversos importantes. A terapêutica não farmacológica (por exemplo: alongamentos musculares, exercício físico moderado, hidratação, dieta) pode ser eficaz como medida preventiva, no entanto os estudos disponíveis são inconclusivos. CONCLUSÃO E DISCUSSÃO: Apesar da sua natureza benigna os doentes consideram os sintomas muito desconfortáveis. Dada a aparente ineficácia do magnésio para o tratamento das cãibras e a possível iatrogenia das alternativas terapêuticas, beneficiar-se-á de estudos que apurem terapêuticas eficazes com menos efeitos adversos. Oral Autor(es) O magnésio no tratamento das cãibras - mito ou realidade? Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 99 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo LISADOS POLIBACTERIANOS: Que eficácia? Joana Severo (ap), Luísa Sá USF Mactamã - Centro de Saúde de Queluz Centro de Saúde da Venda Nova DI de Lisboa D Joaquim Palma, Teresa Smet INTRODUÇÃO: A utilização de imunoestimulantes elaborados a partir de extractos bacterianos, tem sido alvo de diversos estudos quanto à sua eficácia, como forma de prevenção de infecções respiratórias, particularmente em alguns grupos de risco. O objectivo deste trabalho é rever a eficácia da utilização de lisados polibacterianos na prevenção de infecções respiratórias. METODOLOGIA DA REVISÃO: Revisão bibliográfica baseada na pesquisa de artigos na base de dados Pubmed entre 2002 e 2008. Foram consultados endereços específicos do world wide web. As palavras chave utilizadas foram bacterial lysates. CORPO DA REVISÃO: Os lisados polibacterianos são constituídos por antigénios derivados de várias estirpes bacterianas. Têm surgido diversos estudos realizados no sentido de avaliar a sua capacidade como estimuladores inespecíficos do sistema imunitário. O uso destes imunoestimuladores revelou, no que diz respeito às infecções respiratórias recorrentes, diminuição na sua incidência, duração e gravidade, assim como no número de dias de absentismo. De igual forma tem sido observada uma redução da necessidade de uso de antibioterapia neste contexto. No que se refere à doença pulmonar obstrutiva crónica, a administração de lisados polibacterianos foi associada quer a diminuição das exacerbações, quer a redução de hospitalizações motivadas por esta patologia. Também a nível da rinite alérgica tem sido considerado o uso de lisados polibacterianos, como estimuladores do sistema imunitário. Tem sido demonstrada eficácia na redução dos sintomas de rinite alérgica, quer durante o tratamento, quer nos 3 meses sequentes a este último. No entanto, não têm sido demonstradas alterações nos níveis séricos de IgE. Estudos realizados revelaram, face à elevada prevalência de doença pulmonar obstrutiva crónica e ao elevado encargo económico das exacerbações, a existência de uma boa relação custo-benefício na utilização destes fármacos. No entanto, têm sido levantadas questões quanto à eficácia deste grupo terapêutico, de um ponto de vista global, dada a heterogeneidade existente entre os vários fármacos disponíveis. Oral Revisão CONCLUSÕES: Vários estudos têm demonstrado a eficácia do uso de lisados polibacterianos, bem como a sua custo-efectividade. O uso destes fármacos poderá ser um recurso útil em Medicina Geral e Familiar dada a sua acção preventiva em patologia infecciosa do foro respiratório. Deverão no entanto ser desenvolvidos outros estudos acerca da eficácia de cada fármaco deste grupo terapêutico. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 100 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Hema Hasmuklal Mulchande Centro de Saúde de Loures DI de Lisboa AEF Paulo Estrela INTRODUÇÃO: É frequente o médico de família ser confrontado com utentes que referem o uso de xarope ou infusão de cebola para o tratamento de diversas patologias. OBJECTIVOS: Conhecer as principais propriedades biológicas, indicações, contra-indicações, efeitos adversos e interacções da cebola (Allium cepa). MATERIAL E MÉTODOS: Pesquisa bibliográfica de todos os trabalhos publicados no Pubmed de 15 de Julho 2003 a 15 de Julho de 2008 com as palavras chave “onoin” e “Allium cepa”. RESULTADOS: Tradicionalmente a cebola é utilizada há vários séculos no tratamento de infecções bacterianas, virais, fúngicas e parasitológicas, com resultados documentados na literatura médica. Alem disso, embora sem suporte científico, a medicina popular utiliza a cebola como antihelmintico, afrodisíaco, expectorante, tónico, e no tratamento de equimoses, cólicas, febre, cólera, dor de ouvidos e borbulhas. Actualmente, devido às suas propriedades anti-oxidantes, anti-plaquetárias, antitrombóticas e antilipídicas, o Allium cepa é empregue principalmente na prevenção das alterações cardiovasculares relacionadas com a idade. Tem ainda aplicação na prevenção e tratamento de vários tumores (pulmão, tracto digestivo, próstata, vesícula, fígado, mama, pele e sistema nervoso central). Apresenta um efeito hipoglicemiante útil na terapêutica adjuvante da diabetes melitus. Revela propriedades anti-inflamatórias e anti-alérgicas que possibilitam a utilização na asma, e topicamente, no tratamento de úlceras, cicatrizes e quelóides. No tracto intestinal, tem efeito anti-espasmódico e antidiarreico. Estão também descritos estudos em animais sobre as propriedades anti-hipertensoras e diuréticas e sobre efeitos na regeneração óssea. A cebola é constituída em 89% por água. É composta ainda por proteínas (principalmente lectinas), polissacarídeos, vitaminas incluindo B1, B2, B6, C e E, biotina, ácido nicotínico, ácidos gordos, glicolípidos, fosfolípidos e aminoácidos essenciais. Na sua hipoderme apresenta grandes quantidades de cristais de oxalato de cálcio. Muitos dos efeitos da cebola estão relacionados com componentes voláteis como tiossulfinatos e outros compostos organossulfúricos, responsáveis pelo aroma e cheiro característicos. Entre os componentes não voláteis, destacam-se os flavanóides como a quercetina e o kaempferol, que possuem propriedades anti-oxidantes. É comercializada fresca, em pó ou como óleo de essências, sendo necessário utilizá-la durante um longo período para a obtenção de benefícios. A cozedura em temperaturas superiores a 100oC mais de 40 minutos diminui o conteúdo em quercetina e o efeito anti-oxidante. Quando ingerida em excesso, a cebola pode diminuir a biodisponibilidade da ciclosporina e pode aumentar o risco de hemorragia em indivíduos anticoagulados. Está contraindicada em caso de alergia conhecida. Oral Autor(es) Cebola: tradição ou ciência? Revisão Título CONCLUSÃO: A cebola é importante não só pelas suas capacidades organolépticas enquanto alimento, como pelo leque de importantes actividades biológicas que possui, sobretudo a nível cardiovascular e do envelhecimento. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 101 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Eficácia dos fármacos utilizados no tratamento sintomático das alterações ligeiras das funções cognitivas Carla Gouveia (ap), Marta Padilha Centros de Saúde de Loures e Sete Rios DI de Lisboa BC Paulo Estrela, Maria José Luís INTRODUÇÃO: O médico de família é muitas vezes solicitado a prescrever medicamentos destinados ao tratamento sintomático das alterações ligeiras das funções cognitivas. Dada a existência de uma grande variedade de fármacos nesta categoria, o médico de família tem dificuldade em seleccionar os fármacos com maior evidência de eficácia e em esclarecer o doente acerca das vantagens de utilização deste grupo terapêutico. OBJECTIVO: Avaliar a eficácia de fármacos utilizados no tratamento sintomático das alterações ligeiras das funções cognitivas. METODOLOGIA: Revisão sistemática de artigos publicados e indexados na Medline usando o motor de busca PubMed e as seguintes palavras-chave: deanol, heptaminol, acetilaminosucinate, "arginine aspartate", citicoline, codergocrine, "ascorbic acid", "magnesium glicerophosphate", hesperidine, "calcium glucoheptonate", gingko biloba, ginseng, idebenone, piracetam, vincamine, pirisudanol, piritinol, sulbutiamine, vinburnine e vinpocetine; e com os seguintes limites: artigos com abstract, línguas inglesa, francesa, italiana, espanhola e portuguesa, artigos sobre adultos com 19 ou mais anos e artigos em que a palavra-chave se encontrasse no abstract ou no título do artigo. Dos artigos encontrados, foram seleccionados aqueles que estavam relacionados com demonstração de eficácia clinicamente evidente nas alterações ligeiras das funções cognitivas, tendo sido excluídos os artigos relacionados com doença de Alzheimer, doença de Parkinson e AVC. Revisão RESULTADOS: Não foi encontrado nenhum artigo relevante para os seguintes fármacos: heptaminol, acetilaminosucinato, aspartato de arginina, codergocrina, glicerofosfato de magnésio, hesperidina, glucoheptonato de cálcio, idebenona, piracetam, pirissudanol, piritinol, sulbutiamina e vinburnina. Foram seleccionados um total de 31 artigos relevantes (três para deanol, onze para citicolina, dois para ácido ascórbico, três para gingko biloba, quatro para ginseng, quatro para piracetam, dois para vincamina e dois para vinpocetina). Através da análise dos mesmos concluiu-se a existência de evidência IA para utilização de citicolina para melhoria da memória e comportamento a curto e médio prazo, evidência IB para utilização de gingko biloba para obtenção de benefício moderado na função cognitiva, evidência IC para utilização de vincamina e vinpocetina na melhoria das funções cognitivas, evidência IIB para utilização do ácido ascórbico na redução do risco de doença de Alzheimer e deterioração cognitiva, evidência IIIA para utilização de citicolina para melhoria da atenção, evidência IIIB para utilização de ácido ascórbico para melhoria da performance cognitiva, evidência IIIC para utilização de citicolina na melhoria a longo prazo (12 m) das funções cognitivas e evidência IIIC para utilização de ginseng na alteração da função cognitiva. Oral DISCUSSÃO: Os resultados obtidos poderão ter sido restringidos pelos limites estabelecidos para a pesquisa. O facto de muitas revistas não se encontrarem indexadas na Medline também poderá reduzir os resultados. Existem muitos estudos direccionados a doenças específicas como a doença de Alzheimer e o AVC por estas terem critérios diagnósticos melhor definidos. Os défices cognitivos ligeiros são mais difíceis de definir e standardizar e existem portanto maiores disparidades nos resultados obtidos pela heterogeneidade dos indivíduos testados. CONCLUSÕES: Existem poucos estudos que tentem comprovar os efeitos benéficos dos fármacos destinados ao tratamento sintomático das alterações ligeiras das funções cognitivas. Poucos demonstram eficácia e apenas com efeito moderado e a curto prazo. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 102 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Dora Bobrisev Centro de Saúde de Tomar, USF de Santa Maria DI de Santarém Augusto Ladeiro INTRODUÇÃO: O envelhecimento populacional progressivo faz com que os idosos sejam o grupo etário que mais consulta os médicos de família. As patologias psiquiátricas nos idosos são problemas de elevada prevalência que, no entanto, nem sempre são diagnosticadas, já que muitos sintomas referidos são, frequentemente, mal explicados pela idade. A detecção precoce deste distúrbio progressivo e irreversível oferece uma oportunidade para prevenção secundária das complicações, com benefícios não apenas numa perspectiva clínica mas também familiar e social. OBJECTIVOS: Revisão dos conhecimentos acerca do síndrome demencial, conhecer as recomendações para rastreio e os instrumentos utilizados, sistematizar a abordagem diagnóstica. METODOLOGIA: Pesquisa bibliográfica em livros de referência; pesquisa de artigos de revisão, guidelines e normas de orientação clínica na base de dados Pubmed/Medline, publicados entre 2000 e 2008, utilizando as palavras-chave: “Mass Screening AND Dementia AND Primary Health Care”, “dementia diagnosis”. RESULTADOS: O síndrome demencial é caracterizado pela presença de défices adquiridos, persistentes e progressivos em múltiplos domínios cognitivos que determinam uma deterioração das faculdades intelectuais suficientemente severa para afectar a competência social e/ou profissional do indivíduo. Não há evidências suficientes para recomendar ou não o rastreio rotineiro do défice cognitivo entre os idosos assintomáticos. Devido ao impacto que representa um quadro demencial para o paciente e seus familiares e na tentativa de melhorar o prognóstico através do diagnóstico precoce, é fundamental manter um elevado índice de suspeita para quadros demenciais, levando-se em consideração qualquer declínio funcional e/ou perda de memória como queixas subjectivas ou relatadas por familiares. Tem sido considerado que a aplicação de um rastreio cognitivo é mais adequada ao nível dos Cuidados de Saúde Primários. Entre indivíduos com suspeita clínica de défice cognitivo, o MMSE deveria ser usado para o rastreio de demência. Avaliação cognitiva é útil tanto para o diagnóstico inicial quanto para o diagnóstico diferencial das demências. A combinação de uma escala funcional que avalia actividades da vida diária e um teste cognitivo aumenta a precisão do diagnóstico. O diagnóstico baseia-se fundamentalmente na clínica, embora existam exames muito úteis que permitem identificar causas reversíveis de demência. Oral Autor(es) Quando se suspeita de Demência no Idoso Revisão Título CONCLUSÕES: O médico de família está numa excelente posição para a aplicação de um rastreio nos grupos de risco para desenvolver a demência, sendo importante conhecer os instrumentos de avaliação cognitiva breve disponíveis e orientar o estudo inicial dos défices mentais afim de excluir a depressão e outras causas reversíveis de demência. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 103 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Intervenções de apoio aos cuidadores informais de doentes com demência Ana Nicolau Gomes USF Tornada - CS Caldas da Rainha DI de Lisboa OESTE Ana Maria Pisco PALAVRAS-CHAVE: Demência; cuidadores informais; intervenções de apoio PERGUNTA DE INVESTIGAÇÃO: Quais as intervenções de apoio mais eficazes no apoio aos cuidadores informais de doentes com demência? PERTINÊNCIA DO TEMA: A demência é um importante problema de saúde que afecta actualmente um elevado número de doentes e famílias e que se estima que aumente dramaticamente nas próximas 5 décadas. Esta patologia caracteriza-se por uma detioração progressiva do doente, com grande dependência destes, condicionando uma elevada sobrecarga física, psíquica, emocional e até financeira nos cuidadores informais. Por tudo isto, é fundamental determinar quais as intervenções mais efectivas de forma a implementar programas que visem dar respostas adequadas às necessidades dos doentes e dos seus cuidadores informais. OBJECTIVO: Fazer uma revisão sobre o benefício das diferentes intervenções de suporte aos cuidadores informais de doentes com demência. METODOLOGIA: Pesquisa na base de dados da Medline e Google schollar de artigos de revisão e estudos aleatorizados publicados entre 1990-2008, com as palavras-chave dementia, caregivers e support interventions, nas línguas inglesa, portuguesa e espanhola. Foi utilizada a funcionalidade “ related articles”. Dos artigos encontrados apenas 12 foram compatíveis com os critérios de inclusão (6 artigos de revisão, 1 meta-análise e 5 RCT´s). Oral Revisão RESULTADOS: A qualidade dos estudos analisados é ainda pobre nos aspectos metodológicas, nomeadamente na explicação detalhada das intervenções e no tempo de follow-up. O tamanho das amostras é também muito reduzido, particularmente nos estudos mais antigos. Dos artigos de revisão analisados até 2003 nenhum encontrou impacto significativo de qualquer intervenção nos cuidadores. Em 2004, um RCT demonstrou que uma intervenção cognitivo-comportamental apresentava benefícios em alguns dos outcomes medidos (ansiedade, padrão de sono). Dois anos mais tarde outro RCT aumentou o número de outcomes melhorados pelasmesma intervenção (qualidade de vida, sensação de auto-controlo e competência). Um aspecto relevante evidente numa meta-análise (2003) e num artigo de revisão (2007) é que os programas combinados (doente e cuidador) são mais efectivos do que os programas exclusivos para o cuidador. As intervenções com mais evidência são as intervenções de grupos nomeadamente as intervenções cognitivo-comportamentais e as intervenções psicosocias (sessões informativas + partilha de experiências). CONCLUSÃO: Dez anos após a primeira revisão de literatura acerca do tema ainda não é consensual quais as abordagens mais adequadas no apoio aos doentes com demência e seus cuidadores. Não há ainda evidência de que todas as intervenções de apoio aos cuidadores sejam uniformente efectivas em todos os subgrupos de cuidadores em todos os outcomes. Parece-me fundamental que se prossiga a investigação neste tema, aumentando a dimensão das amostras, diversificando os desenhos dos estudos e prolongando o follow-up. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 104 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Olena Panchenko Centro de Saúde de Almada Extenção de Charneca da Caparica DI de Setúbal Paula Breia, Fernanda Luís INTRODUÇÃO: As tonturas e vertigens são um dos principais motivos de consulta em Medicina Geral e Familiar. A maioria das situações tem um curso benigno. Situações potencialmente graves são raras, mas é necessário conhecer os seus sinais de alarmes, para resolução precoce. O médico de família tem um papel fundamental na prevenção, diagnóstico, tratamento e referenciação quando indica. OBJECTIVOS: Sistematizar os diagnósticos diferenciais dos tonturas e vertigens, identificar as principais causas das vertigens centrais em periféricas, identificar os sinais de alarme de situações potencialmente graves. METODOLOGIA: Pesquisa bibliográfica. Foram utilizadas como palavras-chave: Tonturas, Vertigem, Nistagmo, Vestibulopatias. RESULTADOS: Tontura: é um sintoma comum que o paciente refere quando se sente inseguro na sua movimentação ou posição em relação ao meio ambiente externo. Pode ser uma queixa inespecífica, associada a cansaço, depressão, ou outros sintomas subjectivos e pode também reflectir alteração em qualquer órgão ou sistema. Depois de cefaleia, a tontura parece ser a sintoma mais comum em consulta médica. Vertigem: o paciente tem a sensação de que tudo está rodando em redor dele ou que ele próprio está rodando. É uma ilusão de movimento que apresenta causas bastante específicas. Vestibulopatias periféricas são as que acometem o sistema vestibular periférico. Vestibulopatias centrais são as que lesam estruturas vestibulares no sistema nervoso central. Nas vestibulopatias periféricas destacam-se: Vertigem Postural Paroxística Benigna - as sintomas relacionadas com os certos movimentos de cabeça, tontura de curta duração, auto-limitada, acompanhado com nistagmo. Neurite vestibular - Instalação aguda, pico de vertigem no primeiro dia, ocorrendo períodos de agravamento nos dias seguintes. Labirintite - Instalação subaguda, com tontura associada a perda auditiva, duração de dias. Doença de Méniere - Crises de vertigem rotatória, associada a perda auditiva flutuante, zumbido e sensação de plenitude auricular. Durante a crise, presença de nistagmo horizonto-rotatório. Das causas centrais de vestibulopatias destacam-se: Doença cerebrovascular - Instalação súbita, presença de outros sinais e sintomas neurológicos. Neurinoma do acústico - A tontura que associa-se a perda auditiva e outros sinais de compressão de tronco cerebral. Esclerose múltipla - Apresentação clínica a depender do local da lesão. Investigação com ressonância pode revelar lesões desmielinizantes. Enxaqueca Presença dos demais critérios para enxaqueca, tontura com características variáveis. Epilepsia - Sintomas de duração muito curta. Usualmente com outros fenómenos epilépticos (perda de consciência, automatismos). Oral Autor(es) Vertigem e tonturas como sintomas de vestibulopatias centrais e periféricas Revisão Título Outras causas e suas principais características: Tontura por drogas. Vertigem fóbica. Síndromes metabólicos. CONCLUSAO: Queixas de tonturas e de vertigens são frequentes na prática clínica, necessitando de uma abordagem cuidadosa, desde a colheita da história clínica até o exame físico geral e neurológico e realização de exames complementares é necessária num número restrito de casos se abordagem clínica for feita adequadamente. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 105 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Um olhar sobre perturbação de hiperactividade e défice de atenção Filipa Nóbrega Centro de Saúde Dr. Joaquim Paulino - Rio de Mouro, USF Alpha Mouro DI de Lisboa D Délia M. Pacheco INTRODUÇÃO: A perturbação de hiperactividade e défice de atenção é um problema clínico frequente, importante e controverso quer em Pediatria, quer em Medicina Geral e Familiar. Foi uma identidade descrita pela primeira vez no início do século vinte, contudo, ultimamente, verifica-se uma banalização exagerada do diagnóstico por parte dos utentes e profissionais de saúde. O Médico de Família deverá ter formação nesta área para uma boa orientação do doente e aconselhamento informado aos utentes. No decurso da realização da consulta de saúde infantil surgiram dúvidas sobre como proceder num caso suspeito de perturbação de hiperactividade e défice de atenção, o que motivou a realização deste trabalho. OBJECTIVOS: Actualizar os conhecimentos sobre perturbação de hiperactividade e défice de atenção e saber proceder a uma orientação clínica em relação a esta identidade. METODOLOGIA: Pesquisa bibliográfica sobre o tema em endereços específicos da world wide web entre Janeiro de 2003 e Novembro de 2007 utilizando UpToDate e Google, revistas médicas e livros de texto. Palavras-chave: perturbação de hiperactividade e défice de atenção/attention deficit hyperactivity disorder, impulsividade/impulsivity, hiperactividade/hyperactivity, défice de atenção/attention deficit. RESULTADOS: A perturbação de hiperactividade e défice de atenção é uma perturbação do desenvolvimento, caracterizada por défice de atenção, impulsividade e níveis de hiperactividade inadequados para o estadio de desenvolvimento. Para a revisão deste tema é feita uma abordagem da sua prevalência, principais etiologias e manifestações clínicas nas crianças e nos adultos. Adicionalmente são expostas bases para o diagnóstico diferencial desta situação e para uma orientação diagnóstica inicial e posterior encaminhamento para uma intervenção multimodal entre os vários profissionais de saúde, pais e professores. Oral Revisão CONCLUSÃO: O trabalho pretendeu fazer uma revisão sistematizada sobre esta entidade clínica de modo a que os Médicos de Família possam fazer uma melhor orientação diagnóstica e terapêutica dos doentes que sofrem desta perturbação. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 106 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Mara Carvalho, Vasco Freire (ap) Centro de Saúde de Amadora e Marvila DI de Lisboa D e BC Vanda Basílio, Ana Maria Cavaleiro PERTINÊNCIA DO TEMA: A saúde sexual sempre foi um tema dificil de abordar em cuidados de saúde, especialmente questões relacionadas com a orientação sexual e a identidade de género. Uma maior abertura e visibilidade na nossa sociedade em relação à homossexualidade, ao lesbianismo, à bissexualidade e à transexualidade, acarreta mudanças de orientações nos mais diversos sectores. Calcula-se que cerca de 8% da população portuguesa não se defina como heterossexual. Como médicos de família é essencial que saibamos como agir e quais as melhores atitudes para lidar com uma realidade que sempre existiu, mas que é cada vez menos invisivel. OBJECTIVO: Sensibilizar os colegas de Medicina Geral e Familiar para a mais actual abordagem deste tema no contexto dos Cuidados de Saúde Primários. METODOLOGIA: Revisão bibliográfica baseada em livros de texto, publicações periódicas, Medline/PubMed e as mais recentes orientações nacionais e internacionais (nomeadamente American Psychiatric Association e American Psichology Association). REVISÃO DO TEMA: Orientação sexual define-se como padrão de atracção emocional e/ou sexual por homens, mulheres ou ambos os sexos. Expressa-se ao longo de um contínuo e não é imutável no tempo. As orientações sexuais minoritárias em termos de prevalência - a homossexualidade, o lesbianianismo e a bissexualidade - não são consideradas doença desde há várias décadas por nenhuma organização científica mundial. Identidade de género define-se como a percepção psicológica do sexo, que pode ser diferente do sexo biológico. Neste caso e, se houver recurso a tratamentos hormonais e a intervenções cirúrgicas para alteração do sexo, falamos de transexualidade. A transexualidade é classificada como Perturbação da Identidade de Género no DSM-IV. Este diagnóstico tem sido contestado por vários profissionais de saúde mental e por transexuais nos últimos anos. Em ambas as questões - orientação sexual e identidade de género - em graus de gravidade diversos, os maiores problemas destes utentes são a dificuldade em lidar com a discriminação do seu meio envolvente (família, emprego, escola) e a dificuldade em vivenciar e aceitar a sua própria diferença. No caso da transexualidade, há ainda a questão do acesso a recursos de saúde, para realizar tratamentos específicos. A Medicina Geral e Familiar, pelo seu carácter holístico, tem a possibilidade de melhorar a abordagem a estes utentes, através de mais informação, de uma atitude menos restritiva em relação à sexualidade e na mediação com a família dos utentes. Existem ainda cuidados de saúde específicos de utentes com determinados comportamentos sexuais, que ainda são pouco conhecidos e novas abordagens práticas na consulta para estas questões. Oral Autor(es) Velhas Questões, Novas Atitudes Revisão Título CONCLUSÃO: Este trabalho pretende ser um válido contributo para as mudanças que se têm realizado em termos de direitos sexuais em Portugal. De forma muito prática, pretende-se abrir caminho para uma medicina mais inclusiva e mais respeitadora da diversidade inerente à área da sexualidade. PALAVRAS-CHAVE: Oreintação sexual, identidade de género, homossexualidade, lesbianismo, bissexualidade transexualidade, médico de família. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 107 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Morte súbita no jovem atleta Olívia Souza1 (ap),Cláudia Soares2 Centro de Saúde de Palmela (2) / Extensão Quinta do Anjo (1) DI de Setúbal Sul Alberto Simplício (1), Susete Polónia (2) INTRODUÇÃO: A morte súbita no jovem atleta embora não seja uma patologia frequente na prática diária do Médico de Família, é uma patologia “silenciosa” e faltal, causando grande impacto emocional e social. É sempre um fenómeno inesperado e devastador. Através de exames complementares de diagnósticos simples e de fácil acesso, o médico de família pode muitas vezes diagnosticar e tratar ou referenciar atempadamente, uma vez que, anomalias do electrocardiograma em atletas aparentemente saudáveis pode ser a expressão inicial de cardiomiopatia com manifestações sintomáticas tardias. MÉTODOS: Pesquisa bibliográfica em livros de texto, revistas especializadas e artigos publicados nos últimos cinco anos na base de dados da Medline. REVISÃO: A morte súbita é um problema de saúde pública, uma vea que, ela constitui _ de todas as mortes de causa cardíaca e 1/7 de todas as mortes. Por definição é aquela que ocorre em indivíduos com menos de 35 anos, sendo sempre um fenómeno inesperado e dramático. Pode acontecer durante as primeiras 6 a 24 horas após o início dos sintomas ou até 2 horas após a prática desportiva. As causas de morte súbita podem ser classificadas em: cardíacas (com ou sem alterações estruturais) e não cardíacas. O diagnóstico nem sempre é fácil e baseia-se essencialmente na história clínica e exame objectivo completos, electrocardiograma e ecocardiograma. O tratamento depende da causa subjacente. Oral Revisão CONCLUSÃO: Uma vez que a prática de exercício físico é altamente aconselhável nos indivíduos saudáveis e não saudáveis, é importante a detecção de alterações nos exames complementares de diagnóstico que permitam uma prática desportiva segura e com qualidade. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 108 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Guilherme de Amaral Mendes Centro de Saúde de Sacavém - USF São João da Talha DI de Lisboa AEF Inês Fonseca INTRODUÇÃO - Com a elevada mortalidade associada às doenças cardiovasculares, surge cada vez mais a necessidade de estimar o risco individualizado de cada indivíduo de sofrer um evento a elas associado. Além de factores bem estabelecidos como a hipertensão arterial e o tabagismo, propõem-se actualmente factores de risco pouco acessíveis e onerosos nos Cuidados Primários, como a lipoproteína (a) e a Proteína C-Reactiva de alta sensibilidade. A frequência cardíaca foi já proposta como factor de risco cardiovascular, distinguindo-se destes últimos pelo seu fácil acesso e baixo custo, não estando ainda esclarecido se com os dados disponíveis actualmente é possível a sua utilização para estimar o risco de um determinado utente, e se o controlo da sua frequência cardíaca tem repercussões na sua mortalidade. OBJECTIVO - Efectuar uma revisão sobre a aplicabilidade de valores de frequência cardíaca na estratificação do risco de doentes, tanto em prevenção primária como secundária, baseada em artigos disponíveis em publicações revistas por pares. METODOLOGIA - Pesquisa na base de dados Medline de artigos em língua inglesa desde 1999 até a actualidade, utilizando os termos heart rate cruzados com cardiovascular death, mortality e disease, não considerando os artigos referentes a experiências em animais ou in vitro, dedicados a mortalidade não-cardiovascular ou associados a métodos de registo de frequência cardíaca não acessíveis em Cuidados Primários. Foi ainda levado em conta o Consenso da Sociedade Europeia de Hipertensão sobre Identificação e Abordagem do Doente Hipertenso com Frequência Cardíaca Elevada. CONCLUSÕES - A evidência disponível confirma o papel da frequência cardíaca como factor de risco cardiovascular, estando particularmente bem estabelecido no pós-enfarte do miocárdio e insuficiência cardíaca. Não obstante ser de fácil acesso, não há consenso sobre o valor da sua medição no consultório ou em ambulatório, além de não ter sido devidamente considerado em prevenção primária. Embora num futuro próximo se possa vir a levar em conta para estratificar o risco cardiovascular em Medicina Familiar, não foi ainda estudado um eventual benefício da sua redução independente do controlo de outros factores de risco na mortalidade/morbilidade cardiovascular, nomeadamente a hipertensão arterial. Oral Autor(es) Frequência cardíaca como factor de risco cardiovascular - é possível a aplicação na prática clínica? Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 109 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Rastreio de Doença Coronária Assintomática em Doentes com Diabetes Mellitus Ricardo Vasconcelos Ribeiro Centro de Saúde de Sintra DI de Lisboa D Fernando Bolina A Diabetes Mellitus (DM) é um factor de risco cardiovascular major, sendo a Doença Coronária (DC) a principal causa de morte entre os doentes com Diabetes. Este facto está directamente relacionado, não só com a frequente associação da DM a outras factores de risco cardiovascular, mas também com uma maior prevalência de Doença Coronária assintomática nestes doentes. Por este motivo a implementação de um programa de rastreio tem há muito atraído as atenções da comunidade científica, podendo vir a ser um pilar importante na diminuição do impacto da DC entre os doentes diabéticos. O objectivo deste trabalho foi rever os conhecimentos actuais sobre a utilidade e eventual aplicabilidade do rastreio da DC assintomática nos doentes com DM. Foi feita pesquisa dos artigos publicados entre Janeiro de 1999 e Julho de 2008 utilizando o motor de busca PubMed/Medline e as palavras chave “screening”, “asymptomatic”, “ischemia” e “diabetes”. Foi ainda consultada bibliografia científica actualizada. RESULTADOS: O rastreio de todos os doentes com DM seria incomportável, tendo-se por isso tentado identificar os doentes diabéticos com risco aumentado de DC assintomática. No entanto, vários estudos têm demonstrado que os critérios clássicos (nº de factores de risco cardiovascular) não traduzem na realidade o verdadeiro risco de DC assintomática. Por outro lado, não há ainda consenso sobre qual o exame, ou sequência de exames, a realizar. Estudos de pequenas dimensões têm demonstrado que os exames classicamenete utilizados poderão ter uma sensibilidade e especificidade baixas nestes doentes. Por outro lado, novos exames têm surgido na caracterização da doença coronária que poderão assumir um papel importante no rastreio (ex.Score de Cálcio Coronário). A classificação da DM como equivalente coronário preconiza, à partida, uma abordagem terapêutica mais agressiva, sendo a finalidade do rastreio a identificação dos doentes que poderão vir a beneficiar de revascularização. Está actualmente a decorer o estudo Bypass Angioplasty Revascularization Investigation 2 Dibetes, que poderá trazer novos dados nesta área, não existindo, presentemente resultados preliminares até à data. Oral Revisão CONCLUSÃO: O conhecomento cientifico actual não permite recomendar o rasreio da DC assintomática em doentes com DM. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 110 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Ricardo Martins da Cunha (ap)1, Cláudia Santos Silva2, Tiago Aires d'Oliveira3 Centro de Saúde da Amadora, DI de Lisboa D Centro de Saúde de Cascais, DI de Lisboa BC 3 USF S. João do Pragal, DI de Setúbal Norte 1 2 Maria Manuel Alves, 2Isabel Betina, 3Deolinda Diniz 1 INTRODUÇÃO: A prevalência de obesidade na infância e adolescência aumentou drasticamente nos últimos 40 anos. Portugal é o segundo país da União Europeia com maior prevalência desta patologia. Assim, é fundamental encontrar estratégias para combater esta verdadeira epidemia. Ao médico compete desenvolver formas eficazes para atingir esse fim, bem como fazer um diagnóstico atempado de eventuais causas e comorbilidades associadas à obesidade nesta faixa etária. OBJECTIVO: Rever e sistematizar a abordagem da obesidade na infância e adolescência. METODOLOGIA: Pesquisa bibliográfica de artigos e guidelines, na base de dados Medline, através da plataforma PubMed, Evidence Based Medicine e Direcção Geral de Saúde, entre Janeiro de 2002 e Maio de 2008, com as palavras chave children, adolescents, management, overweight e obesity, crianças, adolescentes, obesidade, infantil, abordagem. REVISÃO: Pretende-se fazer uma abordagem sistemática da obesidade na infância e adolescência. Destaca-se o papel fundamental da história clínica e do contexto familiar a fim de se detectarem factores de risco e possíveis etiologias para a obesidade infantil. Desenvolve-se a sistematização da pesquisa das comorbilidades associadas a esta patologia como a síndrome metabólica na adolescência, a acanthose nigricans, a diabetes mellitus tipo 2, a patologia cardiovascular e as alterações psicológicas, entre outras. Destacam-se os princípios gerais da terapêutica numa dinâmica multidisciplinar, envolvendo a criança/adolescente, o médico e a família. Torna-se ainda fundamental destacar os critérios de referenciação para os Cuidados de Saúde Secundários. CONCLUSÃO: A prevalência e severidade da obesidade infantil e na adolescência tem aumentado drasticamente, sendo um dos mais críticos problemas de saúde actuais. Reflecte a convergência de diferentes factores biológicos, económicos e sociais, sendo a prevenção a arma preponderante para o seu combate. Quando as estratégias preventivas falham, é fundamental a intervenção precoce antes da instalação de complicações. Oral Autor(es) Uma Bomba Relógio… Abordagem da Obesidade na Infância e Adolescência Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 111 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo E quando temos que transmitir uma má notícia...? Cristina Mourato (ap), Margarida Marques, Hugo Pinto Gonçalves. Agrupamento de Centros de Saúde de Setúbal e Palmela. Extensão de Saúde de Santa Maria e Extensão de Azeitão DI de Setúbal Sul Ascensão Guerreiro, Paula Vital INTRODUÇÃO: Quando temos que transmitir uma má notícia, todos nós nos sentimos inseguros em relação às possíveis reações do doente / família e ao eventual dano que podemos causar ao doente, se não fizermos essa transmissão de forma adequada. OBJECTIVOS: Este trabalho de revisão pretende abordar as várias dificuldades inerentes à transmissão de más notícias e as estratégias, possíveis, para que essas mesmas dificuldades sejam ultrapassadas. METODOLOGIA: Pesquisa bibliográfica em livros de texto, publicações periódicas e artigos publicados na base de dados Medline / PubMed, nos últimos 8 anos, com as palavras-chave: breaking bad news; palliative care patients; cancer patients. REVISÃO: Transmitir uma má notícia é uma tarefa desagradável e desgastante, para a qual, não nos sentimos, na maior parte das vezes, preparados. Contudo, comunicar a verdade ao doente é um principio ético, a ser respeitado, pelo que cabe ao médico dar, da melhor forma possível, a informação necessária, para que o doente possa estar informado e tomar decisões acerca do seu estado de saúde. O Médico de Família está numa posição privilegiada para ajudar a tomar decisões, pelo que, deve ter algum domínio das principais técnicas de comunicação utilizadas para transmitir uma má notícia. Desta forma, torna-se necessário incentivar a formação médica nesta área e rever alguns princípios fundamentais que devem estar presentes neste tipo de transmissão. Oral Revisão CONCLUSÃO: A comunicação é uma arma terapêutica, fundamental, que permite o acesso ao principio da autonomia, da confiança mútua e da informação, que o doente precisa para se sentir bem consigo próprio e poder tomar decisões. É muito importante a forma como comunicamos quando estamos a transmitir uma má notícia. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 112 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Madalena Rodrigues (ap), Luísa Rebelo da Silva C.S.Palmela-Ext.1306 Pinhal Novo DI de Setúbal Sul António Leitão Dias INTRODUÇÃO: O proteinograma é ampla- e indiscriminadamente utilizado na avaliação inicial de inúmeras patologias, frequentemente sem indicação clínica. Além disso, algumas alterações encontram-se subjacentes a patologias de origem e gravidade variáveis, com interpretação frequentemente difícil no âmbito da Medicina Geral e Familiar (MGF). OBJECTIVOS: A presente revisão propõe uma actualização face a indicações clínicas e etiologia das alterações, bem como fluxograma de actuação. METODOLOGIA: Pesquisa nas bases de dados Medline, Pubmed, e Cochrane Library de artigos de revisão, meta-análises e guidelines publicados entre 2000 e Julho de 2008, em inglês, francês, espanhol e português, utilizando as palavras-chave: “serum protein electrophoresis” e “human”. Foram seleccionados 3 artigos. RESULTADOS: A albumina é o maior componente do soro, constituindo, as globulinas, uma fracção menor. Do eléctrodo positivo para o negativo, encontram-se a albumina, a1, a2, β1, β2 e u-globulinas. O proteinograma apresenta alterações em resposta à inflamação aguda, neoplasias, trauma, necrose, enfarte e recém-nascidos. De entre as indicações para proteinograma, destacam-se a suspeita de mieloma múltiplo, neuropatia periférica de etiologia desconhecida, anemia de novo associada a insuficiência renal e/ou dor óssea, insuficiência renal com aumento das proteínas séricas, hipercalcémia associada a quebra do estado geral, fractura patológica inexplicada, lesão lítica identificada no Raios-x, alterações no esfregaço de sangue periférico e proteinúria de Bence-Jones. A albumina encontra-se diminuída por menor produção ou aumento das perdas, como na patologia hepática, síndrome nefrótico, e recémnascido. As a1 globulinas (a1-antitripsina) encontram-se aumentadas na inflamação aguda e diminuídas no défice de a1-antitripsina e patologia hepática. As a2-globulinas (haptoglobina) são marcadores de fase aguda. As gamaglobulinas encontram-se aumentadas nos linfomas, doenças do tecido conjuntivo, patologia hepática e mieloma múltiplo. Contudo, outras entidades causam uma elevação homogénea, sendo fulcral a distinção entre gamapatias mono- e policlonais dado que estas últimas traduzem um processo inflamatório ou etiologias não neoplásicas como hepatite, tuberculose, lúpus, cirrose, Doença de Crohn`s e Tiroidite de Hashimoto. Perante uma gamapatia monoclonal, é imperativo excluir mieloma múltiplo. O diagnóstico diferencial é feito pela quantificação da proteína M e respectivo tamanho e o definitivo por biopsia medular. Apesar de cerca de 8% dos idosos apresentarem gamapatia monoclonal, deve ser sempre efectuada avaliação adicional. Perante uma etiologia indeterminada, persiste a vigilância dado que cerca de 1%/ano desenvolvem mieloma múltiplo ou outra gamapatia monoclonal maligna. Uma avaliação adicional incluindo β2-microglobulina, TC abdominal ou biopsia medular que evidencie alguma alteração deve motivar referenciação à Hematologia. Se normal, o proteinograma deve repetir-se com periodicidade inicial de 2-3 meses e progressivamente maior, com referenciação imediata perante qualquer alteração. CONCLUSÃO: O proteinograma é de enorme utilidade pelo baixo custo e elevada acessibilidade bem como pela possibilidade de alerta ou diagnóstico precoce face a patologias de elevada gravidade perante um quadro clínico inespecífico. Contudo, algumas alterações são comuns a várias entidades clínicas, com espectro de gravidade variável pelo que é imperativo o seu uso criterioso no âmbito da MGF, após avaliação clínica e complementar completa. Poster Autor(es) Proteinograma - quando e porquê pedir? Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 113 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Colesterol das lipoproteínas de alta densidade - tratar ou não tratar? Raquel Ascenção (ap), Ana Caetano, Ana Cebolais, Marta Padilha, Mílvia Jorge, Rita Cunha Ferreira Centro de Saúde de Sete Rios DI de Lisboa BC Ana Clarke, Cristina Lopes, Margarida Fazio, Maria José Luís, Rui Alves INTRODUÇÃO: As doenças cardiovasculares (DCV) são responsáveis por cerca de 2 milhões de mortes anualmente na União Europeia, constituindo a principal causa de morte neste território. Estudos observacionais demonstraram que níveis plasmáticos reduzidos da fracção do colesterol correspondente às lipoproteínas de alta densidade (c-HDL) são um factor de risco independente para eventos cardiovasculares. OBJECTIVOS: Apresentar e discutir a evidência científica mais recente e válida acerca da utilização do c-HDL como alvo terapêutico na doença cardiovascular. METODOLOGIA DA REVISÃO: Revisão científica, utilizando como estratégia a pesquisa na Medline (utilizando o descritor MeSH «HDL-cholesterol» e data de publicação nos últimos 5 anos) e em fontes secundárias (utlizando a palavra-chave «HDL-cholesterol»), nomeadamente Dynamed (até Julho 2008), UpToDate (16.1) e The Cochrane Library (até Julho 2008). REVISÃO: Estudos aleatorizados e controlados demonstraram o efeito benéfico do aumento das concentrações séricas de c-HDL na prevenção secundária da doença coronária isquémica (DCI). Estes resultados são apoiados por inferências retiradas de estudos desenhados para avaliar estratégias de redução do c-LDL. As normas de orientação clínica (NOC) do National Cholesterol Education Program (2001), consideram que a terapêutica dirigida ao c-HDL só deve ser considerada após obtenção do valor-alvo de c-LDL (e colesterol não-HDL, no caso de triglicéridos >200mg/dL). Devem ser adoptadas medidas gerais como o controlo do peso, aumento do exercício físico e cessação tabágica. No caso de c-HDL baixo isolado, o tratamento com ácido nicotínico ou fibratos pode ser considerado mas deve ser reservado para os doentes com DCI ou equivalente. Alguns autores, todavia, preconizam o tratamento dos doentes com níveis baixos isolados de c-HDL se possuírem familiares em 1º grau com perfil lipídico semelhante e início precoce de DCI. Por outro lado, as NOC das sociedades europeias especialistas na matéria, European Guidelines on Cardiovascular Disease Prevention in Clinical Practice (2007), preconizam a utilização do c-HDL como um marcador de risco cardiovascular aumentado ao invés de alvo terapêutico. Poster Revisão ASPECTOS CRÍTICOS E IMPLICAÇÃO NA PRÁTICA: São necessários mais estudos para a correcta definição do c-HDL como alvo terapêutico nas DCV. No entanto, a adição de terapêutica à alteração do estilo de vida deverá ser decidida caso a caso, de acordo com o risco cardiovascular do doente. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 114 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Catarina Almeida Empis*(ap), Mariana Lameiras**, Susana Mendonça**, Rita Tato** Unidade de Saúde Familiar de São Julião, **Centro de Saúde da Lapa DI de Lisboa BC Helena Febra, Maria Teresa Costa, Luís Afonso INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS: O Programa Nacional de Vacinação (PNV) português, em vigor desde Janeiro de 2006 inclui vacinas contra 11 agentes. Existem, no entanto, outras vacinas para além destas que, por estarem disponíveis no mercado, originam, frequentemente, pedidos de esclarecimento e de aconselhamento por parte dos utentes, nomeadamente em contexto de consultas de saúde infantil e juvenil. O objectivo deste trabalho é a construção de um esquema com as recomendações para a administração de vacinas não contempladas no PNV com interesse potencial na infância e adolescência: pneumocócicas, varicela, hepatite A, papilomavírus humano (HPV) e rotavírus. MATERIAL E MÉTODOS: Consulta das recomendações emitidas por várias entidades acerca da adiministração das vacinas supra-citadas, nos respectivos sites da internet. RESULTADOS E DISCUSSÃO: As recomendações para a administração de vacinas diferem de país para país, tendo a epidemiologia das doenças e o custo das vacinas influência na sua inclusão em programas de vacinação. Todas as vacinas aqui referidas, com excepção da pneumocócica poliosídica, estão incluídas no PNV de alguns países. A vacina da hepatite A é recomendada em crianças de zonas endémicas ou com risco elevado de infecção. A vacina pneumocócica conjugada é recomendada a todas as crianças em muitos países, enquanto que a poliosídica deve ser reservada para crianças em risco elevado de doença pneumocócica invasiva. A vacina da varicela tem sido cada vez mais recomendada, sobretudo em adolescentes não imunizados e a do HPV é recomendada em raparigas em grupos etários que variam de acordo com as entidades. A vacina do rotavírus é recomendada por algumas entidades mas apenas se iniciada até às 12 semanas de vida. CONCLUSÕES: O esquema apresentado constitui uma ferramenta de rápida utilização para permitir ao médico de família aconselhar os pais e cuidadores relativamente às vacinas disponíveis no mercado e não contempladas no PNV. Poster Autor(es) Vacinas não contempladas no Programa Nacional de Vacinação - que indicações? Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 115 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Vacina contra o Rotavírus: Que decisão tomar? Elisa Gomes1(ap), Mafalda Carmona Ribeiro2 Centro de Saúde de Marvila Centro de Saúde de Marvila - USF S. João Evangelista dos Lóios DI de Lisboa BC 1 2 Carmo Cunha, Cristina Andrade INTRODUÇÃO: A gastroenterite aguda é uma patologia frequente nos primeiros anos de vida. O rotavírus é o agente etiológico mais frequente. A doença por rotavírus está associada a uma elevada morbilidade e custos económicos e sociais. Actualmente, estão disponíveis no mercado português 2 vacinas contra o rotavírus, não incluídas no Programa Nacional de Vacinação. Os Médicos de Família são muitas vezes confrontados na sua prática clínica com dúvidas e questões sobre esta vacina e sua utilização. O objectivo deste trabalho é permitir uma decisão fundamentada sobre a utilização da vacina contra o rotavírus no momento actual. METODOLOGIA: Revisão da bibliografia existente sobre este tema, nomeadamente através da consulta de sites de Sociedades/Associações de especialidades relacionadas com o tema e artigos publicados nos últimos 5 anos, após pesquisa na PubMed, utilizando as palavraschave “rotavirus” e “vaccine”. REVISÃO: Duas vacinas contra o rotavírus foram aprovadas pela Agencia Europeia do Medicamento, Rotarix® e RotaTeq®, vacinas vivas orais, disponíveis em Portugal. Estas vacinas são consideradas igualmente seguras e eficazes. O Rotarix® é administrado em 2 doses com um intervalo de pelo menos 4 semanas entre as doses. A primeira dose deve ser administrada entre as 6 e as 12 semanas e o esquema de vacinação completo deve, preferencialmente, ser administrado antes das 16 semanas, mas deve estar completo pelas 24 semanas de idade. O RotaTeq® é administrado em 3 doses com um intervalo de pelo menos 4 semanas entre as doses. A primeira dose deve ser administrada entre as 6 e as 12 semanas e o esquema de vacinação completo deve, preferencialmente, ser administrado antes das 2022 semanas de idade. As 3 doses devem ser administradas até às 26 semanas de idade. Recentemente foram publicadas as recomendações da European Society for Paediatric Infectious Diseases/European Society for Paediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition para a vacinação contra o rotavírus na Europa. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda fortemente a inclusão da vacinação contra o rotavírus nos programas nacionais de imunização de regiões onde dados de eficácia da vacina sugerem um significativo impacto na saúde pública e onde mecanismos financeiros e infraestruturas apropriadas estão disponíveis para suportar a utilização da vacina. No entanto, até o potencial total das actuais vacinas ser confirmado em todas as regiões do mundo, em particular na Ásia e África, a OMS não está preparada para recomendar a inclusão global da vacina contra o rotavírus nos programas nacionais de imunização. CONCLUSÃO: Os países europeus necessitarão de decidir qual a política de vacinação a adoptar - vacinação universal para todas as crianças ou vacinação opcional. A vacinação universal de todas as crianças tem o potencial de reduzir eficazmente o peso da gastroenterite por rotavírus na Europa. É essencial a vigilância e monitorização da doença por rotavírus de forma a avaliar o seu peso e a necessidade de vacinação. O impacto da vacinação na redução do peso desta doença e a segurança da vacina devem ser também analisados. Poster Revisão PALAVRAS-CHAVE: Vacina, Rotavírus Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 116 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Ana Cebolais (ap), Ana Caetano, Marta Padilha, Mílvia Jorge, Raquel Ascenção, Rita Cunha Ferreira Centro de Saúde de Sete Rios DI de Lisboa BC Ana Clarke, Cristina Lopes, Margarida Fazio, Maria José Luís, Rui Alves INTRODUÇÃO: A avaliação da postura e do aparelho musculo-esquelético faz parte da rotina numa consulta de saúde infantil. A escoliose na criança e no adolescente embora não seja um problema prevalente, pode associar-se a grande morbilidade, com consequências também a nível psicológico e social. O médico de família deve estar apto a realizar o diagnóstico de escoliose, a distinguir entre escolioses estáveis ou minimamente progressivas e escolioses com alto risco de progressão, bem como a decidir quando realizar o seguimento das situações ou referenciá-las a Ortopedia. OBJECTIVO: Esquematizar a abordagem nos cuidados de saúde primários da escoliose em crianças e adolescentes. METODOLOGIA DA REVISÃO: Revisão em livros de texto e em artigos publicados na Medline (Pubmed), recorrendo à palavra-chave “scoliosis” e impondo como limites: idade inferior a 18 anos, artigos de revisão ou recomendações práticas publicados nos últimos 10 anos. CORPO DA REVISÃO: Escoliose define-se como uma curvatura anormal da coluna vertebral em relação ao plano frontal. A classificação da escoliose realiza-se de acordo com a causa: idiopática, congénita, neuromuscular, sindromática ou compensatória. A forma mais comum de escoliose é a idiopática e a sua classificação faz-se de acordo com a idade: infantil (0 - 3 anos), juvenil (4 - 10 anos) e adolescente (11 anos - idade de maturação esquelética). O diagnóstico deve assentar na história clínica e exame objectivo, no sentido de despistar causas secundárias. Clinicamente o sinal mais evidente de escoliose é a assimetria posterior do tórax quando há uma flexão anterior do tronco (teste de Adam). Quando há evidência clínica de escoliose deve ser realizada uma radiografia postero-anterior e em ortostatismo de toda a coluna, para medição do grau da curvatura pelo método de Cobb. A ressonância magnética reserva-se para casos em que se suspeita de causa secundária. O tratamento da escoliose é guiado pela gravidade e pelo risco de progressão, constituíndo opções terapêuticas os coletes e a cirurgia. A probabilidade de progressão da escoliose depende fundamentalmente da amplitude da escoliose, do potencial de crescimento e sexo da criança ou adolescente. ASPECTOS CRÍTICOS E IMPLICAÇÃO NA PRÁTICA: O rastreio de escoliose na criança e no adolescente pode ser facilmente realizado pelo médico de família em cada consulta de saúde infantil. A escoliose idiopática com baixo risco de progressão, após exclusão de causas secundárias, pode ser vigiada nos cuidados de saúde primários, evitando excessivo número de consultas hospitalares e de radiografias realizadas, bem como ansiedade na criança/adolescente e na família. A referenciação à consulta de Ortopedia deve ser realizada sempre que existam curvas em progressão ou com alto risco de progredir e na presença de alguns sinais de alerta (progressão súbita, diminuição da flexibilidade, escoliose dolorosa, curva torácica para a esquerda,alterações neurológicas ou estigmas sindromáticos). Poster Autor(es) Abordagem da escoliose na consulta de saúde infantil Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 117 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Lesões Cutâneas Benignas no Recém-Nascido Célia Pinheiro USF Cova da Piedade DI de Setúbal Norte Luísa Rocha INTRODUÇÃO: A pele de um recém-nascido pode exibir uma variedade de alterações na sua aparência e textura durante as primeiras semanas de vida. A grande maioria destas lesões são benignas e auto-limitadas, mas, no entanto, são causa frequente de preocupação parental e frequente motivo de procura médica. Assim, a competência de reconhecer as diferenças entre lesões normais e anormais no recém-nascido é crucial para a sua correcta abordagem. OBJECTIVOS: Revisão de lesões cutâneas benignas frequentes ou relativamente frequentes que podem ser observadas no primeiro mês de vida. MÉTODOS: Pesquisa na Medline e em sites de associações médicas de artigos escritos em inglês publicados entre Janeiro de 2000 a Março de 2008 utilizando as palavras-chave “newborn skin” e “benign lesions”. RESULTADOS: Discussão breve em termos de semiologia e diagnóstico diferencial de lesões benignas transitórias, infecções pustulares e vesiculares, “sinais congénitos” (lesões vasculares e pigmentares), algumas flictenas e outras condições cutâneas. Poster Revisão CONCLUSÃO: O médico de família deve estar familiarizado com as várias alterações cutâneas no recémnascido, devendo ser capaz de distinguir as lesões cutâneas mais graves e estar confortável para discutir as dúvidas dos pais durante as consultas de rotina do recém-nascido. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] / [email protected] 118 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Cláudia Soares1 (ap) *, Olívia Souza2 Centro de Saúde de Palmela DI de Setúbal Sul Susete Polónia, 2Alberto Simplício 1 INTRODUÇÃO: Num adulto existem pelo menos 25 “sinais”, congénitos ou adquiridos, na sua maioria benignos. É necessário o reconhecimento das afecções cutâneas comuns e a noção da complexidade e da multiplicidade do diagnóstico dermatológico. METODOLOGIA: Recolha de imagens fotográficas durante o estágio de Dermatologia. Pesquisa bibliográfica em livros de texto, revistas especializadas e artigos publicados, nos últimos cinco anos na base de dados da Medline, utilizando as palavras-chave: melanocytic naevi, naevus, melanoma. REVISÃO: Os chamados "sinais" cutâneos constituem manchas ou nódulos hiperpigmentados, negros ou com variados tons de castanho (nevos) ou outras alterações benignas, tais como angiomas, queratoses seborreicas, efélides, fibropapiloma, entre outros. A distinção correcta entre uma lesão benigna, pré-maligna ou maligna é fundamental para o diagnóstico precoce e melhoria da morbilidade e mortalidade, sendo de extrema importância o reconhecimento dos sinais precoces e subtis da transformação maligna pelo Médico de Família. CONCLUSÃO: A vigilância e seguimento dos “sinais” cutâneos na Medicina Geral e Familiar, a referenciação atempada e o alerta para os factores de risco, fazem do Médico de Família um importante elemento na prevenção primária do cancro de pele. Poster Autor(es) “Sinais” cutâneos Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 119 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Acne Vulgaris - Como Tratar? Natasha Gomes Centro de Saúde Curral das Freiras - Câmara de Lobos Direcção de Internato da Região Autómona da Madeira Cristina Gouveia INTRODUÇÃO: A acne é uma doença inflamatória crónica dos folículos pilo-sebáceos. Afecta 85% dos adolescentes com um pico de incidência entre 10 e 17 anos nas raparigas e 14 e 19 anos nos rapazes. É das patologias dermatológicas mais frequentes em cuidados de saúde primários, na qual a intervenção precoce, pode prevenir a desfiguração e as sequelas psicossociais. Como tal, cabe ao Médico de Família o papel primordial no seu tratamento através de uma terapêutica correcta e direccionada. OBJECTIVOS: Fazer uma revisão sistemática do tratamento da acne. Criar um fluxograma que permita orientar o médico de família para a sua abordagem clínica e terapêutica. METODOLOGIA: Pesquisa de artigos de revisão, meta-análises e guidelines na PubMed, National Guideline Clearinghouse, Cochrane, publicados entre 2000 e 2008, com as palavras-chave acne vulgaris, treatment, nas línguas inglesa, espanhola e portuguesa. Consulta de revistas científicas e livros de texto de referência. REVISÃO: A maioria dos artigos consultados sugere que o tratamento da acne seja consuante o tipo e gravidade das lesões, classificadas como ligeira, moderada ou grave. Os tratamentos tópicos são terapêutica standard da acne ligeira (retinóide tópico, peróxido de benzoílo em combinação com a eritromicina ou a clindamicina)(A). Na acne moderada e grave, a antibioterapia oral é a terapêutica standard (doxiciclina, minociclina eritromicina e o trimetoprim-sulfametoxazol)(A). A isotretinoína oral está aprovada no tratamento do acne grave e nodular (A). Quanto aos contraceptivos orais, apenas o etinil-estradiol/acetato de noretindrona e o etinil-estradiol/norgestimato tenham sido aprovados FDA para o tratamento da acne, todos os outros contraceptivos orais combinados melhoram. Poster Revisão CONCLUSÃO: O médico de família constitui, quase sempre o primeiro contacto da família e do adolescente com acne. Assim, pretende-se criar um guia orientador que facilite a sua abordagem e actuação no momento da instituição terâpeutica. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 120 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Cláudia Ho (ap), Filipa Nóbrega, António Santos Centro de Saúde Dr. Joaquim Paulino, USF AlphaMouro DI de Lisboa D Zélia Vaz ENQUADRAMENTO: As feridas limpas cicatrizam, de forma geral, rapidamente. As feridas crónicas, onde se incluem as úlceras de pressão e úlceras de hipertensão venosa, levantam problemas complexos. A melhor abordagem é multidisciplinar, no entanto o médico deverá orientar a terapêutica tendo em conta as características dos constituintes do material de penso. Cada um dos profissionais de saúde envolvidos no processo contribui para o bem-estar do utente, traduzido não só na diminuição dos custos em cuidados com a saúde, como numa melhor qualidade de vida. OBJECTIVO: Sistematizar os diferentes tipos de penso e a sua adequada aplicação nas feridas. METODOLOGIA: Realizou-se uma revisão bibliográfica sobre pensos e cicatrização de feridas em ambulatório. A pesquisa foi realizada on line, através do motor de busca Google, utilizando as palavras “ferida”, “materiais de penso” e “cicatrização”. RESULTADOS: A escolha entre os diferentes produtos varia em função de três parâmetros principais: antecedentes pessoais (história de alergias ou intolerâncias); características clínicas da ferida (bordos, extensão, profundidade, localização, infecção secundária e fase de cicatrização); e sintomatologia geral da ferida (dor, hemorragia, sinais inflamatórios). Os pensos podem ser classificados como desbridantes, absorventes, impregnados, cicatrizantes, filmes e biológicos. Os desbridantes estão indicados nas feridas com tecido desvitalizado, necrosado, como por exemplo as queimaduras. Os absorventes mantêm a humidade e utilizam-se nas feridas exsudativas, infectadas ou não, e existem sob a forma de alginatos, hidrofibras, hidrocolóides, espumas e carvão activado. Os impregnados aplicam-se nas feridas não infectadas, em granulação ou epitelização. Como exemplo, as substâncias gordurosas ou impregnadas com prata ou carvão activado. Os cicatrizantes utilizam-se nas feridas nas feridas crónicas com fraca evolução, sem tecido necrosado ou fibrinoso e sem infecção. Os filmes são usados na fase final da epitilização; e os biológicos nas feridas necrosadas que não respondem à antibioterapia e que estejam localizadas longe dos grandes vasos. CONCLUSÃO: As diferentes classes de pensos promovem a cicatrização em meio húmido, conferem protecção e um maior conforto para o doente. É importante que o médico assistente saiba adequar a vasta diversidade do material de penso ao tipo de ferida a tratar, visando uma melhor prática clínica. Poster Autor(es) Materiais de penso em ambulatório: qual aplicar? Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 121 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Abordagem do Pé Diabético nos cuidados de saúde Primários Fátima Franco Centro de Saúde de Odivelas- Olaio DI de Lisboa AEF Manuel Vazquez INTRODUÇÃO: Neste trabalho de revisão sob a forma de poster, pretende-se apresentar uma proposta de abordagem do pé diabético a nível dos cuidados de saúde primários. Este tema foi escolhido pela elevada prevalência da Diabetes Mellitus. O pé diabético é uma das complicações mais graves da diabetes, sendo uma causa de grande morbilidade e mortalidade. Em Portugal é responsável por cerca de metade das amputações de causa não traumática. MÉTODOS: Foi realizada pesquisa na base de dados Medline através da Pubmed usando como palavraschave "diabetic foot", em artigos publicados há menos de 10 anos, em Inglês, Espanhol, Francês e Português. Foram seleccionados todos os artigos cujos títulos ou resumos foram considerados relevantes para este trabalho. Foi ainda feita pesquisa nas orientações da direcção geral de saúde e revista portuguesa de clínica geral. DISCUSSÃO: O pé diabético é caracterizado pela presença de lesões nos pés decorrentes de neuropatia periférica, doença arterial periférica e deformidades ósseas sendo que a neuropatia periférica desempenha um papel central. A incidência de neuropatia diabética aumenta com a idade do doente, o tempo de duração da diabetes e com o mau controlo metabólico. Embora complicações a nível do pé possam ocorrer em todos os diabéticos, existem factores de risco como: úlcera ou amputação prévia, complicações tardias da diabetes, diminuição da acuidade visual, desconhecimento dos riscos da doença, presença de pele seca, gretas, calosidades, onicomicose, deformidade dos dedos ou rigidez articular, neuropatia, doença arterial periférica, uso inadequado de meias e calçado. É fundamental uma observação periódica dos pés dos diabéticos bem como uma anamnese adequada para determinar factores de risco presentes. É também importante o ensino de medidas preventivas no sentido de evitar complicações do pé diabético. CONCLUSÃO: Todos os diabéticos devem ter os seus pés observados periodicamente com o objectivo de avaliar alterações e factores de risco. O médico de família encontra-se numa posição privilegiada para a detecção precoce de alterações do pé e também na educação do utente diabético sobre os cuidados a terem com os seus pés. Poster Revisão PALAVRAS-CHAVE: Pé diabético Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 122 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo António Mendes dos Santos (ap), Filipa Nóbrega, Cláudia Ho Centro de Saúde Dr. Joaquim Paulino - Rio de Mouro, USF Alpha Mouro DI de Lisboa D José Carlos Patrício, Délia M. Pacheco, Zélia Vaz INTRODUÇÃO: Na diabetes insulino-dependente o tratamento tem de ser ajustado de modo preciso a cada paciente, dependendo este de múltiplos factores, entre eles: evolução e complicações da doença, idade do paciente, grau de autonomia, hábitos alimentares, situação laboral, prática de exercício físico e doenças intercorrentes. O Médico de Família deverá estar sensibilizado para estas situações e estar informado sobre as várias apresentações de insulina disponíveis, de modo a fazer um aconselhamento e tratamento fundamentado aos seus utentes diabéticos, uma vez que surgiram recentemente novas apresentações e formulações de insulina em Portugal. OBJECTIVOS: Sistematizar as várias apresentações de insulina actualmente disponíveis em Portugal e fazer a sua classificação de acordo com o seu início de acção, pico de acção e duração da acção no organismo. METODOLOGIA: Pesquisa bibliográfica sobre o tema em endereços específicos do world wide web entre Janeiro de 2006 e Maio de 2008 utilizando o Google, revistas médicas e livros de texto. PALAVRAS-CHAVE: tipos de insulina/insulin types, insulina humana/human insulin, análogos de insulina/analogue insulin, produtores de insulina/insulin producers RESULTADOS: Foram encontradas várias apresentações de insulina disponíveis no mercado português, produzidas por três laboratórios diferentes. Apresenta-se a respectiva sistematização dos vários tipos de insulina e classificam-se de acordo com as suas características de acção no organismo. CONCLUSÕES: Na diabetes insulino-dependente o tipo de insulina utilizada, bem como a sua dosagem e periodicidade de administração devem ser cuidadosamentes ajustadas, de modo a aproximar os níveis de glicemia de um diabético o mais possível dos de um indivíduo não diabético. Neste sentido, é fundamental o Médico de Família estar informado acerca das diferentes vertentes terapêuticas actuais da diabetes insulino-dependente. Poster Autor(es) Actualização das insulinas disponíveis em Portugal Revisão Título Endereço e-mail para correspondência:[email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 123 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo “DORME BEM, OU DORMIRÁS PARA SEMPRE... Abordagem da Patologia do Sono ” Tiago Aires d'Oliveira (ap)1, Cláudia Santos Silva2, Ricardo Martins da Cunha3 USF S João do Pragal, DI de Setúbal Norte Centro Saúde Cascais, DI de Lisboa BC 3 Centro Saúde Amadora, DI de Lisboa D 1 2 Deolinda Diniz, 2Isabel Betina, 3Mª Manuel Alves 1 INTRODUÇÃO: O sono, como todos os grandes equilíbrios da Vida, é o reflexo do pleno bem-estar da Pessoa. O estabelecimento e manutenção de padrões estáveis de sono é fundamental para correcto funcionamento do organismo como um todo e, por isso, as manifestações dos distúrbios do sono são multi-sistémicas. Afectam todo o indivíduo mas, também, a família e a comunidade onde ele se insere. OBJECTIVO: Rever e sistematizar a abordagem das principais e mais frequentes perturbações do sono ao nível de cuidados de saúde primários. METODOLOGIA: Pesquisa bibliográfica de artigos e guidelines, na base de dados Medline através da plataforma PubMed, na EBM e DGS, entre Janeiro de 2002 e Maio de de 2008. Palavras Chave: sleep; disorders; health; primary care; sono; distúrbios; saúde. REVISÃO: O sono normal é aquele que proporciona ao indivíduo uma sensação de descanso, de noite bem dormia, e que lhe permita que, no dia seguinte, não tenha sonolência diurna. E, portanto, possa executar as suas tarefas diárias. São inúmeras as alterações patológicas do sono. Referenciam-se as principais, nomeadamente, Insónia, Distúrbios Respiratórios do Sono, Hipersónias, Distúrbios do Ritmo Circadiano do Sono, Parassónias e Distúrbios Relacionados com o Movimento. Faz-se uma abordagem prática e sumária dos diferentes pontos fundamentais para uma precoce e correcta avaliação , assim como se enunciam as orientação clínicas a dar a estes doentes. Poster Revisão CONCLUSÃO: Um terço da Vida é passada a dormir. O Sono é o elemento reparador e essencial para o nosso bem-estar. A sua desregulação acarreta consequências nefastas. Assim, é imperativo que o médico de família esteja atento aos sinais de alerta de um sono não reparador, para que possa orientar o doente com uma patologia do sono . Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 124 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Isabel Cardoso1 (ap), Ana Margarida Baptista2 Centro de Saúde de Torres Vedras1(extensão Turcifal), Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa2 DI de Lisboa AEF Alexandra Abrunhosa1, Paula Casquinha2 INTRODUÇÃO: As perturbações do sono afectam, de acordo com estudos efectuados nos EUA, entre 30 a 60% das pessoas. Com o avançar da idade ocorrem importantes alterações na arquitectura do sono, nomeadamente no sono delta. O envelhecimento da população é uma realidade tornando-se imprescindível um diagnóstico correcto das perturbações do sono no idoso, ainda subvalorizadas, subdiagnosticadas e como tal não tratadas ou erradamente medicadas. Estas atitudes têm impacto económico profundo no país, na relação-custo benefício e na qualidade de vida dos indivíduos inseridos numa familia e na comunidade. OBJECTIVOS: Criar um fluxograma que permita orientar o médico de família na abordagem da insónia no idoso. METODOLOGIA: 1. Revisão de conceitos em manuais de psiquiatria e de MGF; 2. Pesquisa de artigos na Medline e no motor de busca Pubmed com limites em artigos nos últimos 10 anos em Francês, Espanhol, Português e Inglês utilizando as palavras chave insomnia in the eldery, dos artigos encontrados foram seleccionados aqueles com o abstract de acordo com o tema do trabalho; 3. Pesquisa de protocolos - American Family Physician Society. REVISÃO: Define-se insónia como a dificuldade em iniciar e/ou manter o sono. É uma queixa comum, podendo ser classificada quanto à duração em transitória (apenas algumas noites) ou persistente (mais de três ou quatro semanas) e quanto à causa em primária ou secundária. No idoso ocorrem alterações da arquitectura do sono: o seu ínicio é mais díficil, o tempo de sono total e o efeito reparador é menor (despertares frequentes), traduzindo-se por deitar e acordar mais cedo, sono delta menor, aumento do período de sono REM e podendo mesmo ocorrer uma inversão do ciclo do sono. Contudo, estas alterações de padrões e necessidades são fisiológicas e esperadas ao longo da vida. Todavia a insónia não faz parte do processo fisológico de envelhecimento, acarretando riscos de fadiga crónica, alterações de memória, concentração, desempenho, orientação, quedas e acidentes. Contam-se ainda entre as causas de insónia do idoso as doenças físicas como a cardiovascular, pulmonar, gastrentestinal, urológica, osteoarticular e neurológica (como a Demência e a Doença de Parkinson) associadas a quadro depressivos e terapêutica com farmacos diversos (beta bloqueantes, broncodilatadores, corticoides, tiroxina, entre outros). As autoras apresentam um fluxograma de abordagem, diagnóstico e orientação terapêutica na insónia no idoso. CONCLUSÃO: O algoritmo apresentado pretende ser uma ferramenta de trabalho que auxilie o médico de família a distinguir entre um padrão de sono fisiológico no idoso e insónia, assim, como o tratamento personalizado de cada situação clínica. O impacto na qualidade de vida dos utentes deve ser tido em conta e não subvalorizado.O aumento da longevidade das populações implica uma abordagem adequada e cuidada pelos grandes custos sócioeconómico que daí advêm. PALAVRAS CHAVE: Insónia, Idoso, Fluxograma. Poster Autor(es) Insónia no Idoso Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 125 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo O Sono no Idoso Marisa Casanova, Fátima Franco (ap) Centro de Saúde de Odivelas - Extensão do Olaio DI de Lisboa AEF Manuel Vazquez INTRODUÇÃO: Este trabalho tem como objectivo apresentar uma proposta de abordagem, a nível dos cuidados de saúde primários, dos distúrbios do sono mais frequentes no idoso. Foi escolhido este tema pelo elevado número de idosos que relatam um distúrbio do sono como problema principal na consulta, sendo comum a medicação crónica com hipnóticos e benzodiazepinas. MÉTODOS: Foi feita pesquisa na Medline/Pubmed usando como palavras-chave “sleep disorders” e “aged”, em artigos dos últimos 10 anos, em Inglês, Francês, Português e Espanhol. Foram encontrados 89 artigos tendo sido seleccionados 11 com base na relevância do título e abstrat para o tema. RESULTADOS E DISCUSSÃO: As modificações na qualidade e quantidade do sono afectam cerca de metade da população com mais de 65 anos e têm impacto negativo na qualidade de vida. Os padrões de sono alteram-se com a idade: diminuição tempo total de sono nocturno, avanço de fase (deitar mais cedo e levantar mais cedo), diminuição do sono REM (Rapid Eye Movement) e, diminuição do limiar do despertar. Apesar das alterações fisiológicas que ocorrem com a idade, os distúrbios do sono não fazem parte do envelhecimento. São exemplos: insónia, distúrbios do sono REM, narcolepsia, cataplexia, síndrome das pernas inquietas, movimento periódico das pernas ou apneia obstrutiva do sono. A insónia é o distúrbio do sono mais frequente. Para este podem contribuir patologias médicas ou determinada medicação. Torna-se essencial uma boa história clínica perante um doente com distúrbio do sono, com vista a caracterizá-lo e actuar com as medidas terapêuticas mais adequadas. Como primeira linha e também adjuvante da terapêutica farmacológica temos a terapia cognitivo-comportamental (medidas de higiene do sono, restrição do sono, controlo de estímulos, terapia cognitiva e técnicas de relaxamento). Dentro das medidas farmacológicas mostraram efeito as benzodiazepinas de curta acção, trazodone, zolpidem e melatonina. Esta terapêutica deve ser utilizada durante um curto espaço de tempo e feito o desmame para evitar o efeito rebound. Nos idosos, a associação de terapia cognitivo-comportamental com benzodiazepinas, mostrou-se mais eficaz quer a curto, quer a longo prazo. CONCLUSÃO E IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA CLÍNICA: O distúrbio do sono é um problema que atinge a maioria da população idosa e que nem sempre é tratada da maneira mais adequada. O médico de família encontra-se numa posição privilegiada para fazer a abordagem: prevenção, diagnóstico, e tratamento destes distúrbios. A terapia cognitivo-comportamental é um instrumento ao dispor do clínico muitas vezes subutilizado, sendo nomeadamente importante a divulgação das medidas de higiene do sono nos cuidados de saúde primários. Poster Revisão PALAVRAS-CHAVE: distúrbios do sono, idoso, insónia, higiene do sono Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 126 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Heidy Neves(ap), Sara Almeida CS de Santarém DI de Santarém Manuela Graça PALAVRAS-CHAVE: Depressão, síndrome depressivo, Cuidados Primários, diagnóstico, terapêutica. INTRODUÇÃO: A depressão é um distúrbio psiquiátrico muito prevalente na população geral. Um grande número de utentes dos Cuidados de Saúde Primários cumpre os critérios diagnósticos deste transtorno. É ao médico de família que cabe a tarefa de fazer uma abordagem diagnóstica e terapêutica adequadas desta patologia. OBJECTIVOS: Rever a abordagem do doente com depressão, criando um algoritmo que permita orientar o médico de família no diagnóstico diferencial e terapêutica. METODOLOGIA: Pesquisa de revisões sistemáticas, guidelines e meta-análises publicados nos últimos 10 anos na Medline/Pubmed, Evidence Based Health Care, National Guidelines, consulta de sites de organizações da especialidade e consulta de livros e revistas da especialidade. RESULTADOS: A depressão define-se como um humor disfórico ou perda de interesse ou prazer em todas ou quase todas as actividades habituais, podendo estes doentes, apresentar múltiplas variações diárias do seu estado de ânimo. A prevenção e tratamento podem incluir uma simples mudança de hábitos diários, redução de situações de stress, modificação de estilos de vida, passando pelo acompanhamento psicológico, até à terapêutica farmacológica com associações de vários tipos de psico-fármacos. DISCUSSÃO/CONCLUSÃO: Esta revisão permite sistematizar a abordagem e terapêutica desta patologia, assim como, seleccionar os casos que devem ser referenciados aos Cuidados de Saúde Secundários pelo Médico de Família. Poster Autor(es) Depressão - O papel do médico de família Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 127 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Quando a maternidade não é felicidade. Ana Ferreira1, Ana Campos2 (ap), Joana Gerardo3 Centro de Saúde Quinta da Lomba - Barreiro1, Centro de Saúde Seixal - USF Fernão Ferro2,3 DI de Setúbal Sul e DI de Setúbal Norte Fernando Costa Ferreira1, Maria da Luz2, Antónia Alvito3 INTRODUÇÃO/PERTINÊNCIA DO TEMA: A gravidez e o puerpério correspondem a um período crítico e vulnerável para a instalação de perturbações psíquicas devido a transformações emocionais, relacionais, sociais e económicas que envolvem o casal. Estas patologias são subdiagnosticadas, em 50 a 70% dos casos o diagnóstico é feito vários meses após o inicio da sintomatologia, porque existe uma grande dificuldade da mulher em expressar os seus sentimentos negativos nesta fase da vida. As principais perturbações psíquicas do pós-parto distribuem-se por quatro categorias, a disforia pós-parto, com uma prevalência de 40 a 60%, a depressão pós-parto, 12 a 14%, a psicose pós-parto, 0,1 a 0,2% e as perturbações de ansiedade pós-parto. OBJECTIVO: Rever e sistematizar estratégias de diagnóstico e orientação das perturbações psíquicas do pós-parto em cuidados de saúde primários. METODOLOGIA: Revisão de bibliografia existente sobre o tema, com pesquisa na base de dados Medline/Pubmed, revistas científicas e livros de texto de referência. Palavras-chave: postpartum depression, screening e management. RESULTADOS/REVISÃO DO TEMA: Os principais factores de risco para as perturbações psíquicas do pós-parto são os antecedentes psiquiátricos da mulher, factores socioeconómicos adversos, características da própria gravidez e de gestações anteriores, entre outros. Para prevenir e diagnosticar precocemente as perturbações psíquicas no puerpério é fundamental que o médico de família aborde e vigie determinadas áreas da vida da grávida, do casal e do funcionamento familiar, quer ao longo da gravidez quer durante o puerpério. A distinção entre o patológico e o aceitável como reacção natural à maternidade nem sempre é fácil. Para além de critérios clínicos estão disponíveis alguns métodos de rastreio fáceis de aplicar, tal como a Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo para o rastreio da depressão pós-parto. Uma vez estabelecido o diagnóstico de uma perturbação psíquica do puerpério é fundamental iniciar tratamento atempadamente e conhecer os critérios de referenciação aos cuidados de saúde secundários. Poster Revisão CONCLUSÃO: Para garantir famílias funcionais e um desenvolvimento saudável do recém-nascido é de extrema importância uma correcta abordagem das principais perturbações psiquiátricas maternas do puerpério. Os cuidados de saúde primários desempenham um papel primordial na abordagem destas perturbações, podendo através de uma detecção precoce das mulheres em risco e sua pronta orientação terapêutica, evitar as consequências negativas destas patologias para toda a família. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 128 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Lara Sutil Centro de Saúde do Entroncamento DI de Santarém Manuela Ambrósio INTRODUÇÃO: As perturbações psiquiátricas são cada vez mais comuns na mulher em idade fértil. O risco de teratogenicidade de certos psicofármacos não só condiciona insegurança na sua utilização durante o período de gravidez como conduz muitas vezes ao abandono da medicação por parte da mulher quando esta deseja engravidar. Em situações em que já existem antecedentes, o Médico de Família deverá estar atento e alertar a mulher para a necessidade de programação da gravidez de forma a maximizar o seu bem estar e minimizar o risco para o feto. OBJECTIVOS: Sensibilizar os Médicos de Família para a necessidade de programar a gravidez da mulher com patologia psiquiátrica de forma ainda mais rigorosa que o habitual e dar a conhecer as principais recomendações relativas aos psicofármacos a utilizar na mulher grávida com patologia psiquiátrica. PALAVRAS-CHAVE: “psycotropic medication during/in pregnancy” e “psicofármacos na gravidez” METODOLOGIA: Pesquisa de artigos utilizando as palavras-chave, na Medline/Pubmed (limites: artigos em Português, Inglês ou Espanhol, free full text, publicados nos últimos 10 anos), na base de dados Google e em livros de referência durante o mês de Julho de 2008. REVISÃO: O grande desafio no tratamento de patologia psiquiátrica na gravidez é saber balancear o risco potencial dos sintomas de descompensação psiquiátrica na evolução da gravidez e no pós-parto e os riscos de teratogenicidade dos psicofármacos. A abordagem da patologia psiquiátrica na grávida é por isso bastante complexa, devendo o MF conhecer os psicofármacos a. utilizar nas patologias psiquiátricas mais comuns, com menor risco para a mãe e para o feto. CONCLUSÃO: O Médico de Família, por prestar cuidados pré e pós-concepcionais tem um papel preponderante na diminuição do risco materno-fetal, através da correcta programação da gravidez e abordagem terapêutica da grávida com patologia psiquiátrica, tendo em conta as restrições na utilização de determinados psicofármacos. Poster Autor(es) PSICOFÁRMACOS NA GRAVIDEZ Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 129 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Infecções urinárias recorrentes na grávida - profilaxia antibiótica? Célia Gonçalves Centro de Saúde de Queluz - USF Mactamã DI de Lisboa D António Frazão INTRODUÇÃO: As infecções do aparelho urinário (IAU) são uma complicação importante do período gestacional, agravando quer o prognóstico materno quer o perinatal. As mudanças anatómicas e fisiológicas do aparelho urinário que decorrem na gravidez predispõem à transformação de bacteriúrias assintomáticas (BA) em IAU sintomáticas. A BA afecta 2-10% das grávidas, sendo que 30% desenvolverão pielonefrite, se não adequadamente tratadas. A preocupação adicional é que, além da incidência aumentada de IAU sintomáticas durante a gravidez, o arsenal terapêutico antimicrobiano e as possibilidades profiláticas são restritas. OBJECTIVO: Com este trabalho pretendeu-se elucidar acerca das várias orientações na abordagem das infecções urinárias recorrentes na grávida, no que concerne à instituição ou não de profilaxia antibiótica. MATERIAIS E MÉTODOS: Revisão bibliográfica efectuada através da MEDLINE/PubMed e MEDSCAPE, com as palavras-chave recurrent urinary infections, pregnacy e prophylactic antibiotherapy. Análise de artigos escolhidos segundo o interesse clínico para a temática. RESULTADOS: A profilaxia das IAU nas grávidas está indicada se: a) dois ou mais episódios de infecção urinária na gravidez actual; b) um episódio de pielonefrite; c) presença de factores de risco: disfunção vesical, anomalias anatómicas, transplante renal e pré-operatório de cirurgias urológicas/ginecológicas. Alguns estudos referem ainda como indicações: litíase renal e diabetes. Os fármacos indicados são: nitrofurantoína 100 mg/d PO; trimetropim/sulfametoxazol 160/800 mg/d PO; cefalexina 250 mg/d PO. Embora não consensual, a profilaxia antibiótica deverá ser efectuada durante toda a gestação até à 2ª semana pós-parto, excepção feita às IAU associadas à actividade sexual (administração em toma única pós-coital). Não têm evidência científica comprovada: reforço hídrico, hábitos de higiene, micções frequentes e micção pós-coital. CONCLUSÕES: Perante a incidência aumentada de IAU sintomáticas na gravidez, e tendo em conta as várias limitações terapêuticas, é incontestável a importância de diagnóstico precoce, de terapêutica atempada e adequada, assim como de instituição de profilaxia antibiótica, ajustada caso a caso. Considera-se importante a actualização das orientações acerca da antibioterapia profilática nas grávidas com IAU recorrentes, assim como a eventual revisão de protocolos de saúde materna que ainda não a contemplem. Poster Revisão PALAVRAS-CHAVE: Recurrent urinary tract infections; antibiotic prophylaxis; pregnant. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 130 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Ana Serrão, Carla Marques (ap) Centro de Saúde de Alhandra - Extensão de Alverca, USF Feijó DI de Lisboa AEF, DI de Setúbal Norte Dulce Abreu, Isabel França INTRODUÇÃO: A toxoplasmose é uma doença infecciosa causada pelo Toxoplasma gondii. A infecção pode ser adquirida ao ingerir alimentos contaminados ou através do contacto com fezes de gato e não se transmite pessoa-a-pessoa. No indivíduo imunocompetente a infecção pode passar despercebida ou associar-se a síndrome gripal. Contudo, na grávida a doença assume especial relevância pelas graves consequências que pode ter sobre o feto. As consultas de saúde materna fazem parte das actividades desempenhadas pelo Médico da Família, pelo que o conhecimento dos riscos e consequências desta infecção, bem como dos protocolos de vigilância e de actuação em caso de doença são essenciais para a boa prática clínica. OBJECTIVOS: Este trabalho tem como principais objectivos rever as formas de contágio, as medidas preventivas e os protocolos de vigilância da grávida não imune à toxoplasmose. E, ainda, relembrar as possíveis consequências da ocorrência de infecção durante a gravidez e o modo correcto de actuação nestas circunstâncias. MATERIAL E MÉTODOS: Realizou-se uma pesquisa de artigos de revisão, metanálises e guidelines na Pubmed/Medline, publicados em língua inglesa, francesa, castelhana e portuguesa nos últimos 5 anos. Utilizaram-se as palavras-chave ”toxoplasmosis” e “pregnancy”. Foram ainda consultadas as orientações portuguesas sobre o tema. CORPO DA REVISÃO: A infecção por toxoplasmose durante a gravidez pode levar à ocorrência de aborto ou de convulsões, microcefalia, coriorretinite, icterícia e outras alterações cerebrais no feto, estando o risco e a gravidade da doença associados à idade gestacional no momento da infecção. A adopção de cuidados alimentares e no contacto com animais e jardins pode evitar o contágio, sendo maior a adesão a estas medidas quando a grávida é informada dos riscos para a saúde do bebé. A informação do estado de imunidade para esta infecção deve ser obtida antes da gravidez ou o mais precocemente possível durante o seu decurso. No caso de não existir imunidade é crucial fazer o doseamento de IgM e IgG para a doença durante toda a gestação, havendo divergências nos protocolos em relação à periodicidade da avaliação laboratorial. A determinação da avidez das imunoglobulinas tem vido a revelar-se uma nova arma na vigilância e diagnóstico da doença. A ocorrência de seroconversão deve ser imediatamente investigada e a confirmação da infecção obriga ao início da terapêutica e referenciação aos cuidados de saúde secundários para uma maior vigilância do bem-estar fetal, podendo justificar a interrupção legal da gravidez. CONCLUSÃO: O Médico de Família, pelo seu lugar privilegiado no conhecimento dos elementos da família e das expectativas envolvendo a gravidez, é essencial no estabelecimento de um plano de cuidados preventivos e de vigilância da grávida. Por outro lado, pode ser uma peça fundamental no diagnóstico precoce e, consequentemente, no tratamento da infecção por toxoplasmose. Poster Autor(es) Toxoplasmose e Gravidez Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected], [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 131 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Terapêutica dos problemas otorrinolaringológicos mais comuns na Gravidez O que é seguro? Barreto C.1, Mora P.2(ap), Neta M.3, Delgado F.4 Centros de Saúde de Linda-a-Velha, Queluz, Amadora, Queluz DI de Lisboa BC e D Paulo Eiras1, Eduardo Nelson Josefino2, Luísa Caldeira3, Adília Menezes4 INTRODUÇÃO: As patologias que atingem o aparelho otorrinolaringológico - ORL (rinite alérgica, “rinite gravídica”, rinossinusite aguda e crónica, faringite, laringite, otites, epistáxis) apresentam um acréscimo da sua prevalência na gravidez. A administração de fármacos durante a gravidez, afecta a mãe e o feto, podendo condicionar neste último teratogenia, que se define como alterações morfológicas, bioquímicas ou comportamentais, induzidas em qualquer fase da gestação e detectadas em qualquer momento da vida do indivíduo. O período de maior vulnerabilidade situa-se entre a 8ª e 12ª semana. O risco de teratogenicidade associado à ultilização de certos fármacos durante a gravidez e os problemas éticos e metodológicos inerentes aos estudos nesta área são responsáveis por alguma insegurança na sua prescrição durante este período, o que condiciona por vezes um subtratamento da grávida, que poderá ser ainda mais prejudicial para a unidade materno-fetal. OBJECTIVOS: Rever e sistematizar a literatura publicada sobre o tratamento dos problemas de ORL mais comuns na gravidez. METODOLOGIA: Pesquisa dos artigos publicados entre Janeiro de 2004 e Maio de 2008, utilizando o motor de busca PubMed/Medline e consulta de bibliografia científica actualizada. PALAVRAS CHAVES: “Pregnancy”, “Nose”; “Throat”, “Drugs safety”, “Teratogenity”, “Otolaryngology” REVISÃO: Segundo a Organização Mundial da Saúde, estima-se que mais de 90 % das grávidas tomem fármacos, quer sejam prescritos pelo médico ou de venda livre, e consomem drogas sociais, como o tabaco e o álcool, ou drogas ilícitas. Em cerca, de 6% destas o consumo ocorre no período de maior vulnerabilidade (1º trimestre). Das anomalias congénitas, cerca de 2-3% estão associadas ao consumo de fármano na gravidez. São várias as classificações que existem sobre o risco de teratogenicidade dos fármacos. A classificação adoptada pela Food and Drug Administration, os engloba os fármacos em cinco categorias (A; B; C; D e X), consoante o risco de ocorrência de defeitos congénitos e efeitos na reprodução e na gestação. São considerados seguros, na terapêutica das patologias de ORL mais comuns da gravidez, os seguintes fármacos: beta-lactâmicos (com ajustamento da dose); macrólidos (embora a eritromicina e a claritromicina apresentem alguns riscos); clindamicina; metronidazol (evitar no 1º trimestre); anfotericina b (especialmente em imunodeprimidas durante o 2º e 3º trimestres); aciclovir; anti-inflamatórios não esteróides não selectivos (até ás 32 semanas); descongestionantes nasais (não exceder os 7 dias); corticóides intranasais (budesonido); antihistamínicos da 2ª geração (cetirizina no 3º trimestre ou loratidina no 2º e 3º trimestres), antagonistas dos receptores H2 (excepto a nizatidina); inibidores da bomba de protões (excepto o omeprazol). Poster Revisão CONCLUSÃO Perante os dados científicos actualmente disponíveis, cabe a cada clínico ponderar os benefícios e riscos da sua aplicação na prática clínica. Apesar da utilidade dos sistemas actuais de classificação de medicamentos e seus efeitos associados à gestação, estes devem ser utilizados com precaução pois fornecem informações limitadas sobre a maioria dos fármacos. O Médico de família encontra-se em posição priviligiada para efectuar uma abordagem individual, tendo sempre em conta a máxima segurança do binómio mãe-feto. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 132 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Nelson Pereira Centro de Saúde de Sacavém - USF São João da Talha DI de Lisboa AEF Cristina Silveira INTRODUÇÃO: A hemorragia uterina anormal é uma perturbação muito prevalente na prática clínica do médico de família, e pode atingir mulheres de qualquer idade. A etiologia é muito variada, e o conhecimento das causas mais frequentes nas diferentes fases da vida reprodutora da mulher é essencial para estabelecer uma estratégia diagnóstica. Deste modo, este poster pretende apresentar esquematicamente uma revisão da etiologia e estratégias de diagnóstico da hemorragia uterina anormal nas diferentes fases reprodutivas da mulher. METODOLOGIA DA REVISÃO: Pesquisa de artigos de revisão e guidelines, publicados na base de dados Medline/Pubmed e sites de organizações da especialidade de Ginecologia, no período de 2000 a 2008, limitados à língua inglesa, com as palavras-chave “diagnosis, abnormal uterine bleeding, general practice”. Consulta do “Consenso sobre Hemorragias Uterinas Anormais” da Sociedade Portuguesa de Ginecologia. RESULTADOS A etiologia mais provável da hemorragia uterina anormal depende da idade reprodutiva da mulher. Consequentemente, a estratégia diagnóstica na abordagem desta perturbação vai variar de acordo com o facto de estarmos perante uma mulher pré-menopausica, perimenopausica ou pós-menopausica. Na mulher pré-menopausica sem achados anormais na anamnese e no exame físico, o diagnóstico mais provável será o de hemorragia uterina disfuncional. No entanto, a gravidez é uma situação que tem sempre de ser excluída. Na mulher peri e pós-menopausica, a hiperplasia endometrial e o carcinoma do endométrio são situações mais comuns e que têm de ser consideradas na investigação inicial. As mulheres pré- ou perimenopausicas com hemorragia uterina disfuncional respondem muitas vezes à terapêutica médica com contraceptivos orais, progestativos cíclicos ou mesmo com dispositivo intra-uterino com progestativo. ASPECTOS CRÍTICOS E/OU IMPLICAÇÃO NA PRÁTICA: Face à grande prevalência desta perturbação, é de grande importância o conhecimento da sua etiologia. Para além disso, deve ser estabelecido uma correcta estratégia diagnóstica para o reconhecimento/exclusão atempada de determinadas situações mais graves que podem estar na base desta patologia, e deste modo estabelecer um plano terapêutico mais eficaz. Poster Autor(es) Abordagem Diagnóstica das Hemorragias Uterinas Anormais Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 133 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Avaliação de hematúria não traumática assintomática no adulto - algoritmo de decisão Leila Marques Centro de Saúde de Odivelas - Extensão Caneças DI de Lisboa AEF Adelaide Laranjeira Hematúria caracteriza-se pela presença de sangue, especialmente, glóbulos vermelhos, na urina. É um sinal de presença de hemorragia no aparelho genito-urinário a qualquer nível: rim, uréter, próstata, bexiga e uretra. É classificada em hematúria microscópica e macroscópica podendo apresentar-se como episódio único ou recorrente. A entidade patológica responsável pela hematúria pode variar de uma situação benigna até uma situação que coloque em risco a vida do doente. Ocorre em cerca de 10% da população. Em muitos casos, a hematúria é o único sinal presente enquanto que em outras situações verifica-se a presença de sintomas variados. Deverá ser feita uma observação sistematizada com ênfase no aparelho genito-urinário, abdómen, pélvis e recto. Terão relevância antecedentes pessoais relacionados hábitos urinários, tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas, exposição a substâncias tóxicas, presença de Lítiase renal e Infeccções, consumo de drogas e DST. A história familiar poderá revelar a presensa de predisposição para Lítiase renal, Drepanocitose, Doença de Von Hippel-Lindau ou outra doença genética relacionada com hematúria. Poster Revisão Pretende-se estabelecer um algoritmo de avaliação de hematúria, não traumática, no adulto, através da revisão de artigos publicados recentemente sobre o assunto. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 134 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Delgado F.1, Neta M.2 (ap), Mora P.3, Barreto C.4 Centros de Saúde de Queluz, Amadora, Queluz, Linda-a-Velha DI de Lisboa BC e D Adília Menezes1, Luísa Caldeira2, Eduardo Nelson Josefino3, Paulo Eiras4 PERTINÊNCIA DO TEMA: A incontinência urinária (IU), que se define como a perda involuntária de urina demonstrável e inaceitável higiénica e/ou socialmente, é uma das doenças crónicas mais frequentes em cuidados de saúde primários (CSP). Apresenta uma elevada prevalência na mulher adulta e aumenta com a idade, afectando cerca de 10 a 20% das mulheres entre os 15 e os 64 anos e cerca de 40% daquelas com mais de 60 anos. Apesar do importante impacto físico, psicológico, social e económico, apenas um terço destas mulheres aborda este problema com o seu médico, encarando-o como parte natural do envelhecimento. OBJETIVOS: Sistematizar a literatura publicada sobre a abordagem da incontinência urinária na mulher em CSP. METODOLOGIA: Pesquisa bibliográfica de artigos e guidelines na base de dados Medline/PubMed, National Guideline Clearinghouse entre os anos de 1998 e 2008, com as seguintes palavras chave: “urinary incontinnence”, “women”, “guideline”, “urogynecology”. REVISÃO: A abordagem clínica da IU feminina, inicia-se pela avaliação dos sintomas, quer em termos de tipo e gravidade (com a eventual aplicação de questionários como o Incontinence severity index, e realização do diário miccional 3 a 7 dias ou do “pad testing” 24 horas, para objectivação das perdas) quer em termos de impacto sobre a qualidade de vida (aplicação de questionários validados como o ICIQ-SF ou o KHQ). É unânime que, numa fase inicial, devem ser excluídas causas de IU funcional através da inquirição sobre comorbilidades (diabetes mellitus, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva, doença psiquiátrica ou neurológica, obstipação, infecções urinárias), fármacos (diuréticos, bloqueadores canais de cálcio, benzodiazepinas), história ginecológica (cirurgias anteriores e patologia associada) e obstétrica (índice obstétrico, tipo de parto, peso do recémnascido). O exame objectivo deverá incluir o índice de massa corporal, avaliação do pavimento pélvico (eventuais prolapsos e atrofia vaginal), exame neurológico sumário, stress-teste e eventualmente o Q-tip teste e a avaliação do resíduo pós miccional por cateterização ou ecografia vesical. Complementarmente deve ser efectuado exame sumário de urina e eventual urocultura, para exclusão de infecção urinária. Esta abordagem permitirá classificar a IU na mulher em: IU de esforço (por hipermobilidade da uretra), IU por urgência (por contracções involuntárias do detrusor) e IU mista, com implicações terapêuticas distintas. Nesta revisão procede-se à avaliação, em termos de níveis de evidência, da abordagem terapêutica para os diferentes tipos de IU, que inclui alteração do estilo de vida (redução do peso, do consumo de tabaco e cafeína e controlo da ingestão de líquidos), técnicas comportamentais e de reabilitação do pavimento pélvico e terapêutica farmacológica (anticolinérgicos, inibidores da recaptação da serotonina e noradrenalina). Por último, são equacionados critérios de referenciação para cuidados de saúde secundários, quer para avaliação complementar diagnóstica (ex: estudo urodinâmico), quer para serem equacionadas outras opções terapêuticas, nomeadamente cirúrgicas. CONCLUSÃO: As características de acessibilidade e longitudinalidade dos cuidados prestados e a posição privilegiada que o médico de família tem perante a sua utente, fazem dos CSP o meio mais adequado para identificar este problema. Poster Autor(es) Abordagem da incontinência urinária na mulher, em Cuidados de Saúde Primários Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 135 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Dignidade. Dignidade? Dignidade! Madalena Vieira da Costa (ap), Filipa Fareleira, Miguel Julião Centro de Saúde de Oeiras, Centro de Saúde de Rio de Mouro, Centro de Saúde de Marvila DI de Lisboa BC e D Ana Quaresma, Maria José Verdasca, Carmo Cunha INTRODUÇÃO: A Dignidade Humana é um conceito complexo, há muito esquecido do pensamento médico e engloba diversas dimensões do Eu: física; psicológica; espiritual; cultural e social. A investigação tem demonstrado que, nas situações de pedido de eutanásia ou de suicídio assistido, as questões de perda de Dignidade são as mais invocadas pelos doentes em final de vida. A Medicina Paliativa surge como uma resposta que presta cuidados holísticos, activos, especializados, e um dos seus objectivos é permitir que os doentes morram com Dignidade. Em Portugal, está ainda em fase de implementação a Rede de Cuidados Continuados Integrados, que engloba os Cuidados Paliativos. Neste contexto, a intervenção do Médico de Família (MF) nesta área ganha ainda maior importância já que a sua proximidade ao doente é impar. OBJECTIVOS: Sensibilizar os MF para a problemática da Dignidade em final de vida e para a importância da sua intervenção activa e estruturada, fornecendo um modelo de abordagem simplificado. METODOLOGIA: Pesquisa na base de dados Medline/Pubmed, motor de busca Google com as palavras-chave “dignity”, “palliative care” e “terminal illness”, e revisão bibliográfica em livros de referência. REVISÃO: Valores centrais como o Respeito e a Dignidade são indispensáveis na abordagem ao doente. Os profissionais de saúde têm grande influência na forma como os doentes experienciam e ultrapassam a sua própria doença. Os cuidados conservadores de Dignidade compreendem não só a actuação com os doentes, mas a maneira como estes os percepcionam. O “Modelo da Dignidade” de Chochinov surge como um trabalho de referência. Este modelo, construído com base em investigação com doentes oncológicos terminais, preconiza três domínios a considerar no conceito de Dignidade/Percepção Individual de Dignidade: “Illness Related Concerns” - Preocupações Relacionadas com a Doença; “Dignity Conserving Repertoire” - Preocupações Relacionadas com o Eu e “Social Dignity Inventory - Preocupações Relacionadas com o Meio Social. É descrita uma mnemónica para Cuidar com Dignidade: A (Attitude), B (Behaviour), C (Compassion), e D (Dialogue), relembrando os profissionais de saúde da importância de “caring for, as well as caring about, their patients”. Com base nestes domínios é possível programar objectivos terapêuticos e estratégias de intervenção mais adequadas. As estratégias terapêuticas referidas devem apoiar o sentido de Autonomia do doente, estimulando a sua capacidade de funcionamento independente, recorrendo à valorização da sua história de vida passada, presente e futura. Poster Revisão CONCLUSÃO: É necessária a sensibilização da Medicina para a questão da Dignidade Humana. Os MF encontram-se em posição privilegiada, conhecendo com profundidade a história de vida do doente e da sua família. Neste contexto devem interiorizar determinados conceitos que passem a penetrar na sua prática clínica diária: – Existe Vida até ao final de Vida, contudo é necessário que tenha Qualidade e Dignidade; – O “Modelo da Dignidade” permite a operacionalização de um conceito muito vasto e ambíguo e pode constituir uma bússola para que os profissionais de saúde e cuidadores informais possam intervir de forma activa, estruturada, científica e humanizada no sofrimento e na forma como o doente e a sua família experienciam a doença e as suas consequências. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 136 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Susete Marques de Freitas Centro de Saúde do Monte Região Autónoma da Madeira Celeste Freitas INTRODUÇÃO: A esperança média de vida tem vindo a aumentar no mundo ocidental. O processo de envelhecimento está associado ao aparecimento de doenças crónicas, demências, neoplasias, todas elas de cariz debilitante para o doente e para o familiar acompanhante, sobretudo o cônjuge. Este processo de envelhecimento também se encontra associado à vivência da morte de amigos, familiares próximos, vivência da viuvez com consequente isolamento crescentevive, pois a perda de um ente querido é uma experiência marcante e assustadora. OBJECTIVOS: Conhecer os factores pessoais, sociais e estratégias de coping da perda no idoso enlutado. Conhecer depressão como um factor predisponente à diminuição das capacidades funcionais/cognitivas do idoso e a importância do médico de família em reconhecer ecompreender as características únicas de depressão no idoso. MÉTODOS: Foi efectuada uma pesquisa bibliográfica na base de dados da Medline/PubMed, nos últinos 15 anos, em língua portuguesa, inglesa e espanhola, através das palavras-chave “widowhood”, “conjugal loss”, “elderly” e “depression”. A busca resultou em 135 artigos originais e de revisão, tendo sido seleccionados 10 artigos. RESULTADOS: O luto conjugal no idoso é resultado da vivência da sua experiência cultural, do seu processo de negação, do apoio familiar e social mas sobretudo da natureza das relações entre o cônjuge enlutado e o falecido. De salientar que o processo de luto está relacionado com o declínio da memória no idoso, com um processo de somatização ou com sintomas atípicos de depressão. CONCLUSÃO: A importância do médico de família em saber reconhecer e compreender as características únicas de depressão no idoso e poder aplicar no utente enlutado estratégias de comunicação, de tratamento farmacológico e se necessário de referenciação à Psiquiatria. Poster Autor(es) Luto Conjugal no Idoso- Como viver com a perda? Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 137 Resumo de Comunicação Título “Preparar a partida” - O Papel do Médico de Família na Prestação de Cuidados em Fim-de-Vida Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Cláudia Antão (ap), Ana Costa, Manuela Rodrigues, Manuel Pereira, Tânia Almeida Centro de Saúde da Póvoa de Santa Iria - USF Villa Longa, Centro de Saúde de Arruda dos Vinhos - Extensão de Arranhó DI de Lisboa AEF Ana Maria Costa, Fátima Rabaçal, Manuela Rodrigues INTRODUÇÃO: As últimas horas de vida podem ser das mais significativas para um indivíduo. São a sua última oportunidade para resolver assuntos pendentes, deixar recordações positivas, oferecer um último presente, encontrar paz interior e dizer adeus. É também a última oportunidade para a família e amigos se despedirem de forma digna do seu ente querido. Neste momento de grande vulnerabilidade é fundamental que o apoio e acompanhamento prestados sejam feitos de forma adequada para evitar sofrimentos e angustias desnecessários e proporcionar a tranquilidade suficientes para o restabelecer do equilibrio na dinâmica familiar. Objectivos: Esta revisão pretende sistematizar os aspectos fundamentais da abordagem dos doentes em fim-de-vida e suas famílias, antes, durante e após a morte. METODOLOGIA: Procedeu-se à pesquisa sistemática nas bases de dados da MedLine, Dare, TRIP e Bandolier de artigos publicados nos últimos 10 anos, utilizando as seguintes palavras-chave: cuidados em fim-de-vida, cuidados paliativos, clínica geral, últimas horas de vida (end-of-life care, palliative care, general practice, last hours of life). RESULTADOS: Nos cuidados em fim-de-vida os doentes e suas famílias requerem do Médico de Família (MF) competência clínica, disponibilidade para ouvir e educar, e empatia. Os problemas clínicos que mais frequentemente surgem nas últimas horas, os quais devem ser antecipados pelo MF, incluem problemas de alimentação, hidratação, alterações do estado de consciência, delírio, dor e dificuldade respiratória. A morte é um acontecimento natural da vida que se faz acompanhar de um conjunto de alterações fisiológicas que para o leigo são sinónimo de dor e sofrimento. O conhecimento da família sobre estes aspectos naturais diminui a ansiedade e o receio da aproximação do momento final. A prestação de cuidados por parte do MF passa pela abordagem dos aspectos clinicos, pela educação dos familiares e cuidadores, não cessa na altura da morte mas prolonga-se no apoio ás famílias durante o luto. Poster Revisão CONCLUSÃO: As últimas horas de vida são importantes não só para o "bem-estar" e "conforto" do doente como para aqueles que o rodeiam. Todo o imaginário construído em redor da "morte" torna, por vezes, difícil conseguir uma transição pacífica. O MF deve, por isso, antecipar os problemas clínicos e minimizá-los, conhecer os aspectos culturais que rodeiam a morte actuando em concordância e oferecer apoio psicológico à família. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 138 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Ana Paes de Vasconcellos (ap), Ivo Reis Centro de Saúde de Sintra - Extensão de Colares DI de Lisboa D Luiz Levy O Sindroma do Intestino Irritável (SII) é um distúrbio gastrointestinal crónico caracterizado por distensão, dor ou disconforto abdominal e alteração dos hábitos intestinais, podendo condicionar perda de qualidade de vida. A prevalência deste distúrbio em Portugal é desconhecida, sendo estimada em 20% na população dos EUA(1) e de 10,5% numa comunidade de Birmingham (UK). A maioria dos casos surge entre os 20 e os 30 anos de idade, afectando duas vezes mais as mulheres que os homens. Estudos recentes sugerem uma prevalência aumentada na população idosa(2). Não havendo nenhum marcador diagnóstico o SII é diagnosticado com base na apresentação clínica. Os objectivos deste poster são o de esquematizar uma abordagem criteriosa e prática para diagnosticar, orientar e controlar o SII, nos cuidados de saúde primários, e com sinais de alarme de referenciação O método utilizado foi o de pesquisa bibliográfica em livros de texto, artigos científicos (20022008) e Internet com as palavras chave: irritable bowel syndrome management and treatment. O diagnóstico de SII deverá ser considerado em doentes que apresentem quadro de dor/desconforto abdominal que é aliviado pela defecação ou acompanhado por alteração da forma e/ou frequência das fezes. A este quadro deverão associar-se pelo menos 2 dos seguintes sintomas: alteração do trânsito intestinal, distensão abdominal, fezes acompanhadas de muco e agravamento do quadro com a ingestão de alimentos. Uma anamnese e exame objectivo cuidadosos são fundamentais para estabelecer o diagnóstico. A identificação de sinais e/ou sintomas de alarme, tais como: sintomatologia aguda, progressiva ou nocturna, anorexia ou perda de peso, febre, rectorragias, início em idade avançada ou história familiar de neoplasias, em conjunto com os exames auxiliares de diagnóstico deverá conduzir a investigação no sentido de excluir as patologias orgânicas que mimetizem o quadro de SII. O tratamento do SII assenta em duas vertentes: alteração do estilo de vida (dieta e actividade física) e terapia farmacológica (antiespasmódicos, laxantes ou antidiarreicos). Os doentes com SII deverão ser acompanhados durante um período mínimo de 12 meses, ao fim do qual, caso persistam sintomas, poderá ser ponderado o inicio de intervenção psicológica. O Médico de Família, como prestador de cuidados continuados, deverá estar atento ao surgimento de novos sintomas/sinais de alarme nestes doentes, afim de detectar doença orgânica atempadamente. Poster Autor(es) Uma abordagem prática ao Sindroma do Intestino Irritável Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 139 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Cefaleias em idade pediátrica - Abordagem ao nível dos Cuidados de Saúde Primários Mora P. (ap), Neta M.2, Delgado F.3, Barreto C.4 Centros de Saúde de Queluz, Amadora, Queluz, Linda-a-Velha DI de Lisboa BC e D Eduardo Nelson Josefino1, Luísa Caldeira2, Adília Menezes3, Paulo Eiras4 INTRODUÇÃO: A cefaleia é uma queixa frequente na infância e pode aumentar durante a adolescência. A sua prevalência pode estar mesmo subavaliada, sobretudo em crianças mais novas. Para um diagnóstico diferencial das cefaleias é necessário ter presentes as causas mais frequentes neste grupo etário. O processo diagnóstico é completamente diferente conforme se trate de uma situação recente de instalação aguda, de um quadro progressivo, de uma situação crónica não progressiva ou de episódios recorrentes. OBJECTIVOS: Sistematizar a literatura publicada sobre a abordagem das cefaleias em idade pediátrica ao nível dos cuidados de saúde primários. MÉTODOLOGIA: Pesquisa da base de dados da Pubmed/Medline, Cochrane entre Janeiro de 2000 e Junho de 2008, sendo seleccionado normas de orientação, artigos de revisão e meta-análise, e livro de texto de Neurologia Pediátrica. PALAVRAS-CHAVE: “Headache in children and teenagers”, “Migraine”, “Primary Care” REVISÃO: Apesar da intensificação dos estudos nesta área nos últimos anos, a fisiopatologia das cefaleias ainda não está suficientemente esclarecida. O diagnóstico das cefaleias na infância e adolescência nem sempre é fácil, tendo em conta que é principalmente clínico, baseando-se em características da dor com relação à localização, carácter, modo de início, factores precipitantes, meios de alívio, frequência, sintomas acompanhantes entre outras particularidades. Alguns destes dados não são fornecidos por crianças pequenas e as informações prestadas pelos familiares nem sempre são fidedignas devido ao receio que envolve a “dor de cabeça”, relacionada por vezes com diagnósticos graves como a neoplasia cerebral. De referir, que não existe nenhuma “bateria” de exames complementares, que permita o seu diagnóstico. A indicação para os realizar e a selecção dos mesmos decorre, em cada caso, do diagnóstico diferencial sugerido pela história, padrão temporal da cefaleia e exame físico geral e neurológico. Poster Revisão CONCLUSÃO: Em virtude da elevada prevalência das cefaleias na idade pediátrica e pela importância de uma orientação diagnóstica e terapêutica atempada torna-se imperativo que o Médico de Família, enquanto prestador de Cuidados de Saude Primários, domine as várias etapas de abordagem desta patologia. Este deve estar familiarizado com o critérios de diagnóstico, de tratamento e de referenciação, de modo a minorar a morbilidade desta patologia no dia-a-dia das crianças e adolescentes. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 140 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Angela Neves (ap), Lara Guerra, Lara Sutil Centro de Saúde de Tomar (USF Santa Maria), Centro de Saúde de Torres Novas, Centro de Saúde do Entroncamento DI de Santarém Albertina Branco,Ana Martins,Manuela Ambrósio INTRODUÇÃO / PERTINÊNCIA DO TEMA: A dor neuropática é um problema frequente na prática de Medicina Geral e Familiar (MGF), surgindo sob formas variadas (lombociatalgia, neuropatia diabética, nevralgia pós-herpética, entre outras) e devendo ser encarada como uma perturbação multifacetada com componentes biológico, psicológico e social. O diagnóstico da dor neuropática versus dor nociceptiva é um desafio. Só com um diagnóstico correcto se pode fazer a escolha terapêutica adequada, do que depende o sucesso da abordagem de um doente com dor. OBJECTIVO: Sensibilizar os Médicos de MGF para a importância do diagnóstico correcto dos diferentes tipos de dor, de forma a evitar a instituição de terapêuticas ineficazes e que condicionam a persistência do quadro clínico e/ou eventual aparecimento de complicações. METODOLOGIA: Pesquisa bibliográfica em livros, revistas de referência, sites de organizações, Medline (artigos em Inglês e Português, free full text, publicados nos últimos 10 anos) e base de dados Google, utilizando como palavras-chave: “dor neuropática” e “neuropathic pain”. REVISÃO: A dor neuropática é a dor desencadeada ou provocada por uma lesão ou disfunção primária do SNC e/ou periférico. Distingue-se da dor nociceptiva por esta ter origem periférica em consequência de lesão de um tecido em resposta a um estímulo nóxico, causando ou não resposta inflamatória. A história e o exame objectivo são os passos mais importantes do diagnóstico diferencial destes dois tipos de dor. Os doentes utilizam frequentemente descritores verbais específicos para a dor neuropática que constituem os indicadores mais fiáveis do diagnóstico. A localização da dor auxilia na distinção dos dois tipos de dor. A dor nociceptiva situa-se no local da lesão, enquanto a dor neuropática ocorre no território neurológico da estrutura afectada. Existem outros sintomas típicos da dor neuropática: hiperalgesia, disestesia, alodínia, entre outras alterações sensoriais. A maioria dos analgésicos e anti-inflamatórios tradicionais, que servem para o tratamento da dor nociceptiva, não têm qualquer papel no tratamento da dor neuropática e quando usados cronicamente podem causar toxicidade significativa, condicionando graves comorbilidade, particularmente em doentes idosos. Alguns analgésicos adjuvantes foram aprovados para o tratamento da dor neuropática, nomeadamente a gabapentina e pregabalina em uso concomitante com antidepressivos tricíclicos. CONCLUSÃO: O médico de família é na maior parte das vezes o primeiro contacto do doente com dor e o responsável pela continuidade de cuidados. Encontra-se em posição privilegiada para através de um diagnóstico correcto e abordagem terapêutica eficaz possibilitar o alívio sintomático e desta forma garantir a melhoria significativa da qualidade de vida global do doente tantas vezes afectada num quadro doloroso. Poster Autor(es) DUAS FACES DA DOR Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 141 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Gonalgias - abordagem em Cuidados de Saúde Primários Inês Pinheiro da Silva USF São Domingos - Centro de Saúde de Santarém DI de Santarém Cristina Nobre INTRODUÇÃO: A gonalgia é uma das perturbações músculo-esqueléticas mais comuns na sociedade industrializada, sendo causa frequente de incapacidade temporária ou permanente. Determinar a causa da gonalgia é uma tarefa complicada, principalmente devido ao grande número de patologias que poderão condicionar este sintoma. Assim, é fundamental que os Médicos de Família sejam conhecedores da anatomia do joelho e dos mecanismos de lesão mais frequentes. Uma história clínica e um exame objectivo cuidados e dirigidos, determinam o diagnóstico em mais de 70% dos casos. OBJECTIVOS: Sistematizar os mecanismos de lesão e as patologias mais frequentes do joelho; identificar os sinais e sintomas através de uma anamnese dirigida; sistematizar o exame objectivo do joelho; rever os meios complementares de diagnóstico e a actuação adequados. METODOLOGIA: Pesquisa bibliográfica de artigos de revisão na base de dados Medline/Pubmed de 2000 a 2007 e livros de texto. Foram utilizadas como palavras-chave: knee pain; differential diagnosis; clinical examination; treatment. RESULTADOS: As gonalgias estão presentes em 20% da população adulta, constituíndo a segunda causa ortopédica mais frequente nos Cuidados de Saúde Primários. O seu diagnóstico diferencial inclui causas traumáticas (músculo-esqueléticas), alterações degenerativas da cartilagem hialina, artrites, osteocondroses, tumores, entre outras. A caracterização da dor é um aspecto fundamental na colheita da história clínica e orientação diagnóstica. A realização de um exame objectivo cuidadoso e dirigido, dando particular atenção à presença de alterações inflamatórias, diminuição da amplitude dos movimentos da articulação, presença de derrame intra-articular, instabilidade articular e suspeita de lesão meniscal, é fundamental na determinação do diagnóstico, pedido de exames complementares de diagnóstico e determinação da necessidade de referenciar para os Cuidados de Saúde Secundários. Poster Revisão CONCLUSÃO: O Médico de Medicina Geral e Familiar, ocupa uma posição privilegiada na promoção da prevenção primária das patologias do joelho, assim como no diagnóstico precoce e encaminhamento do doente para os Cuidados de Saúde Secundários. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 142 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Ana Matos (ap), Elisabete Duarte, Rosa Ferreira CS Oeiras - USF Delta DI de Lisboa BC Maria João Mendes, José João Mendonça, João Reis INTRODUÇÃO: A osteoporose (OP) é uma doença prevalente com importante impacto a nível de morbilidade, mortalidade e elevados custos socio-económicos. Estando frequentemente associada à saúde da mulher, a OP é geralmente subdiagnosticada e subtratada no homem. Contudo, estudos revelam que a OP masculina constitui um importante problema de saúde pública, visto que as fracturas osteoporóticas, apesar de menos frequentes que na mulher, resultam numa maior morbilidade e mortalidade. OBJECTIVOS: Avaliar os factores de risco para a OP no homem. Identificar o melhor método de rastreio e recomendações para o seu uso. Identificar as indicações para início de terapêutica e qual a mais indicada. METODOLOGIA: Pesquisa de artigos de revisão, guidelines e metanálises na PubMed, The Cochrane, Guidelines Finder, Bandolier e UpTodate, publicados nos últimos 5 anos, em inglês e português. As palavras-chave utilizadas foram “osteoporosis” e “men”, tendo sido seleccionados 21 artigos. Recorreu-se à funcionalidade “related articles”. REVISÃO: À semelhança do que ocorre na mulher, a idade é um factor determinante na diminuição da densidade mineral óssea e consequentes fracturas osteoporóticas no homem. No entanto, o aumento da incidência destes fenómenos inicia-se cerca de dez anos mais tarde. Relativamente aos factores de risco, apesar da importância reconhecida da idade (>70 anos), IMC (<20Kg/m2), perda ponderal (>10%), sedentarismo e fractura osteoporótica prévia, as causas secundárias assumem um papel determinante, sendo responsáveis por cerca de 40-60% dos casos. Entre as causas secundárias mais comuns, destacam-se a corticoterapia sistémica prolongada, hipogonadismo secundário a terapêutica do cancro da próstata e tabagismo. Recentemente, a Organização Mundial de Saúde desenvolveu um algoritmo que permite determinar o risco de fractura aos 10 anos, com base em factores de risco clínicos. Apesar da definição densitométrica de OP não estar bem definida no homem, a densitometria óssea (DEXA) é considerada o gold standard para a determinação da densidade mineral óssea, ainda que não sejam consensuais as recomendações para a sua utilização. A International Society for Clinical Densitometry e a Canadian Osteoporosis Society recomendam a realização deste exame aos homens com idade superior a 70 e 65 anos respectivamente, contudo, a maioria das sociedades, incluindo a Sociedade Portuguesa de Reumatologia, não recomenda o seu uso rotineiro. Ainda que não seja consensual, as recomendações actuais sugerem início de terapêutica farmacológica se T-score < -2.5 ou T-score < -1.5 e factores de risco associados (corticoterapia prolongada, hipogonadismo, fracturas osteoporóticas prévias). Os bifosfonatos e suplementos de cálcio e vitamina D constituem a terapêutica de primeira linha, estando a adopção de estilos de vida saudáveis indicada para todos. CONCLUSÃO: A OP no homem continua a ser subdiagnosticada e subtratada, sendo uma área ainda envolta em controvérsia. São necessários mais estudos de modo a definir critérios de diagnóstico e terapêutica, com especial enfoque na relação custo-benefício de uma intervenção precoce no homem. Poster Autor(es) Osteoporose no homem Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 143 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Fenómeno de Raynaud: abordagem em Medicina Geral e Familiar Vanessa Sousa Antunes Centro de Saúde de Torres Vedras DI de Lisboa AEF Ana Pipa INTRODUÇÃO: Descrito pela primeira vez em 1862, o fenómeno de Raynaud caracteriza-se por fenómenos vasospásticos paroxísticos comprometendo a circulação das extremidades. Afecta cerca de 3% da população Mundial e divide-se em dois grupos: fenómeno de Raynaud primário ou doença de Raynaud - benigno e auto-limitado; e fenómeno de Raynaud secundário - subjacente a outras condições patológicas, com frequência refractário à terapêutica e associado a complicações graves. A correcta abordagem diagnóstica dos utentes com queixas compatíveis de fenómeno de Raynaud é crucial uma vez que as formas secundárias exigem a referenciação precoce para os cuidados de saúde secundário. OBJECTIVOS: Revisão bibliográfica das actuais recomendações para a abordagem diagnóstica do Fenómeno de Raynaud pelo médico de família. MÉTODOS: Pesquisa bibliográfica em revistas científicas e livros de texto. Pesquisa na MEDLINE via PUBMED (durante o mês de Maio de 2008). Palavras chave: “Raynaud” e “Raynaud's phenomenon”. LIMITES DE PESQUISA: publicações nos últimos 5 anos, escritas em Português ou Inglês, disponíveis gratuitamente em versão integral. Foram seleccionados 11 artigos com base na adequação dos mesmos aos objectivos do trabalho. RESULTADOS: O fenómeno de Raynaud caracteriza-se por episódios intermitentes de palidez, cianose e posterior rubor das extremidades, precipitados pelo frio e/ou stress emocional. O fenómeno de Raynaud primário é mais frequente no sexo feminino, inicia-se precocemente na adolescência ou início da idade adulta, caracteriza-se por sintomas ligeiros a moderados, está com frequência associado a outros fenómenos vasospásticos e tem bom prognóstico. O fenómeno de Raynaud secundário não tem predomínio de sexo ou idade, os sintomas são moderados a graves e podem associar-se a ulceração e necrose das extremidades, tem subjacente outras condições patológicas e implica referenciação precoce. O desafio para o médico de família consiste na realização de um diagnóstico diferencial cuidadoso, que deve consistir numa história clínica e exame objectivo dirigidos e no pedido criterioso de exames complementares de diagnóstico. Na realização da história clínica deve ser dado particular enfoque às manifestações do fenómeno e sintomas associados, à existência de factores de risco ocupacionais, aos antecedentes pessoais e aos antecedentes familiares. O exame objectivo implica a cuidadosa observação das extremidades e avaliação dos pulsos, sendo úteis a realização de alguns testes específicos (Allen, Tinel e Phalen) para exclusão de outras patologias. Sempre que existam dúvidas em relação à natureza do fenómeno, devem ser requisitadas análises gerais que permitam excluir as causas mais comuns do mesmo (Idiopático, Conectivites, Mieloma múltiplo e Policitémia). Perante resultados laboratoriais inconclusivos, a capilaroscopia deve ser solicitada uma vez que permite excluir a existência de conectivite cuja apresentação pode ser idêntica à forma idiopática. Os utentes com sintomatologia refractária à terapêutica convencional (medidas gerais, vasodilatadores, anti-agregantes plaquetários), com sinais de isquémia crónica e/ou com uma causa secundária muito suspeita ou confirmada devem ser referenciados. Poster Revisão Implicação prática: Apesar de pouco prevalente, o fenómeno de Raynaud secundário é uma condição grave que só por si implica grande morbilidade, pelo que se realça a importância do seu correcto diagnóstico pelo Médico de Família, primeiro contacto dos utentes com o Serviço Nacional de Saúde. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 144 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Marco Ferreira Centro de Saúde de Portalegre DI do Alentejo Olga Guterres INTRODUÇÃO e OBJECTIVOS: O tabagismo é sem dúvida, um dos grandes problemas de saúde pública da actualidade mundial, gerando limitações à qualidade de vida dos cidadãos, o que se releva por morbilidade e mortalidade elevadas. Segundo o Relatório Europeu do Controlo do Tabaco, lançado em 2007 pela Organização Mundial de Saúde, temos uma prevalência de fumadores nesta região de 28,6%. É neste sentido que se pretende saber quais as evidências científicas relacionadas à cessação tabágica e que estratégias estão hoje disponíveis aos profissionais de saúde para a sua concretização junto dos fumadores, apresentando-as em fluxograma na forma de comunicação proposta. METODOLOGIA: Pesquisa da base de dados da PubMed/MedLine entre Janeiro/2006 e Abril/2008, sendo seleccionado orientações práticas, artigos de revisão e meta-análises e, pesquisa e leitura de livros de texto, literatura da Direcção Geral de Saúde, edições de Revistas e Entidades Científicas. PALAVRAS CHAVE: Na pesquisa - “Smoking Cessation”, “Smoking Therapy” REVISÃO: A dependência do tabaco - nicotina - é um fenómeno complexo, em que a aquela substância psicoactiva tem elevada capacidade para induzir dependência física e psicológica por processos semelhantes aos dos opióides. Dado estas características é difícil ao fumador iniciar autonomamente e com sucesso, a cessação tabágica, apesar de por exemplo, cerca de 1/3 dos fumadores portugueses o terem tentado nos últimos 12 mese à data de Maio/2007. O consumo de tabaco foi identificado como um factor major para a diminuição da esperança de vida e independente para várias doenças cardiovasculares, sendo que é o principal factor de risco para morte prematura na Europa. Todos os profissionais de saúde têm a responsabilidade e a oportunidade previligiada de promover estilos de vida saudáveis. Assim, qualquer profissional pode encetar uma Intervenção breve, oportunista, onde através de metodologia própria (Método dos 5 “A”) são avaliados: a quantidade de consumo, a motivação para parar e a análise das estratégias que poderão ser adoptadas. No caso de haver pouca receptividade, pode-se reforçar a motivação através da abordagem dos 5 “R”. Em situações clínicas mais complexas (grande dependência, doenças crónicas associadas), deve-se optar pelo atendimento especializado em espaço próprio por profissionais com formação específica - é a Intervenção de apoio intensivo, para a qual há critérios de acesso prioritário. Consiste numa abordagem multidisciplinar, com planificação temporal dos vários passos da cessação num conjunto de consultas ao longo de pelo menos 12 meses, sendo definida a terapêutica farmacológica (nicotínica, não nicotínica ou combinada) mais adequada. CONCLUSÃO: A informação obtida foi bastante e de clara evidência no sentido da grande utilidade da cessação tabágica dirigida por todos os profissionais aos utentes com esta dependência, traduzindo-se em anos de vida poupados e melhorando os indicadores de mortalidade e morbilidade devidos directa ou indirectamente a este consumo. O fluxograma que apresento espero que seja uma ferramenta útil aos colegas na sua prática diária. Poster Autor(es) Cessação Tabágica - conceitos, abordagem clínica e terapêutica Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 145 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Intervenções breves no abuso de álcool em Cuidados de Saúde Primários: que evidência? Inês Maio (ap), Ana Catarina Conduto Centro de Saúde da Amora, USF Cuidar Saúde - Seixal DI de Setúbal Norte António Neves, Paula Salinas INTRODUÇÃO: O consumo excessivo de álcool é considerado um importante problema de Saúde Pública, constituindo uma das principais causas de morbilidade e mortalidade mundial. Os problemas ligados ao álcool são responsáveis por elevados custos de saúde, bem como por graves consequências a nível familiar, social e legal. A maioria destes problemas é causada pelos abusadores de álcool e não pelos indivíduos dependentes do álcool. O médico de família, ao prestar cuidados continuados, tem um papel fundamental na avaliação dos hábitos alcoólicos dos seus utentes, ocupando uma posição privilegiada no aconselhamento e motivação para a redução de consumo dos bebedores excessivos. OBJECTIVOS: Rever a evidência disponível sobre a eficácia das intervenções breves (IB) na redução do consumo abusivo de álcool (de risco e nocivo), ao nível dos Cuidados de Saúde Primários (CSP). MÉTODOS: Pesquisa de artigos, publicados nos útimos 10 anos, nas bases de dados Pubmed e Google Scholar, com as palavras chave “alcohol”, “brief interventions” e “primary care”. Foram ainda pesquisadas as recomendações de organizações internacionais na área da Alcoologia e revistas nacionais do âmbito da Medicina Geral e Familiar. Foram incluídos artigos de revisão, estudos originais, meta-análises e recomendações relevantes para os objectivos propostos. RESULTADOS: Nos artigos consultados, entende-se por IB uma estratégia de aconselhamento sumário (5 a 15 minutos) que pode decorrer em uma a quatro sessões, com a finalidade de modificar o comportamento de risco de um indivíduo, nomeadamente na aquisição de padrões saudáveis de consumo de álcool. Vários dos artigos revistos não especificavam o modelo de IB estudado. Nos restantes, o protocolo de IB mais investigado compreendia quatro sessões de aconselhamento breve, alternando-se contacto directo e telefónico, ao longo de seis semanas. Nestas sessões eram focados os riscos associados ao consumo de álcool, as estratégias para redução do consumo e o reforço da motivação individual. As intervenções devem ser ajustadas ao grau de motivação do indivíduo, elemento crucial para o sucesso de qualquer intervenção. Neste trabalho descrevem-se as atitudes a adoptar pelo profissional, em função de cada fase do ciclo da mudança. Poster Revisão CONCLUSÃO: Em todos os artigos consultados, verificou-se que as IB foram eficazes na redução do consumo excessivo de álcool. Conclui-se que, à luz da evidência, as IB correspondem a um tipo de abordagem eficaz no contexto de consumo abusivo de álcool, ao nível dos CSP. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 146 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Resumo de Comunicação Instituição Orientador(a) Resumo Joana Castelhano USF Fernão Ferro mais - Centro de Saúde dos Concelhos do Seixal, Amora e Sesimbra DI de Setúbal Norte Alexandra Fernandes INTRODUÇÃO: Desde o início do período de recessão económica (2001) a taxa de desemprego em Portugal quase duplicou, tornando-se um tema na ordem do dia pelas suas graves consequências. Segundo dados do INE, no 1º trimestre de 2008 a taxa de desemprego foi de 7.6 %, correspondendo a 427.000 desempregados, na sua maioria mulheres (234.400), sendo a faixa etária mais atingida a dos 25 aos 34 anos. O desemprego constitui uma situação de risco para a saúde? A relação entre desemprego e saúde é complexa. No entanto, desde os anos 80 existe evidência consistente de que o desemprego por si só tem um impacto negativo na saúde, causando doença física e mental, maior consumo de recursos de saúde e aumentando a taxa de mortalidade. OBJECTIVOS: Com este trabalho pretendeu-se fazer uma revisão da evidência a favor de uma associação entre desemprego e efeitos adversos para a saúde e dos potenciais mecanismos por detrás desta associação. METODOLOGIA: Foi feita uma revisão da literatura publicada nos últimos 20 anos (usando o Medline e PubMed) sobre desemprego e determinantes ou indicadores de saúde como: taxa de mortalidade, saúde mental, estilos de vida, consumo de recursos de saúde. CORPO DE REVISÃO: Descreve-se a relação entre desemprego e estilos de vida, percepção do estado de saúde, morbi-mortalidade, consumo de recursos de saúde. Conclusão: Avaliando numa base epidemiológica, a evidência sugere uma associação positiva forte entre desemprego e consequências adversas para a saúde. Há no entanto muitos factores de confundimento (sócio-económicos, clínicos, etc.) que dificultam a comprovação do nexo de causalidade e compreensão dos mecanismos de produção de doença. O Sistema de Saúde pode e deve ter um papel significativo na redução do impacto negativo do desemprego na saúde e assegurar que os problemas de saúde não constituam uma barreira para o reingresso do indivíduo no mercado de trabalho. O desemprego em si não é uma doença e não deve ser medicalizado. No entanto, o seu impacto nas necessidades de saúde deve ser formalmente reconhecido e reflectido na forma como planeamos e prestamos cuidados a indivíduos e populações. A solução a longo prazo para o desemprego não passa em primeiro lugar pelos serviços de saúde, mas pelos governos e sociedade em geral, mas a classe médica terá de dar o seu contributo alertando para este problema de saúde pública. Poster Autor(es) Desemprego: um risco para a saúde? Revisão Título Endereço e-mail para correspondência: [email protected] XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 147 Resumo de Comunicação Título Autor(es) Instituição Orientador(a) Resumo Osteoporose, o que não devemos esquecer Raquel Monteiro (ap), Francisca Mangas, Ana Almeida Centro de Saúde de Peniche DI de Lisboa AE Azevedo Filipe INTRODUÇÃO: A osteoporose é hoje um importante problema de saúde pública. Afecta cerca de 200 milhões de pessoas em todo o mundo. O impacto das fracturas na mortalidade, na independência e na qualidade de vida dos doentes mostra que é necessário estarmos atentos, e saber identificar os indivíduos que beneficiariam dos rastreio/detecção precoce e tratamento. Com este trabalho pretendemos fazer um resumo dos factores de risco, dos exames laboratoriais a aplicar inicialmente, bem como, indicar formas de prevenção da osteoporose, diagnóstico, monitorização e tratamento. MÉTODOS DE REVISÃO: Pesquisa de artigos originais, artigos de revisão, guidelines na medline publicados entre 2003 e 2007. Assim como pesquisa na Organização Mundial de Saúde, na Associação Nacional Contra a Osteoporose, Associação Portuguesa de Reumatologia. CORPO DA REVISÃO: São vários os factores de risco para o desenvolvimento da osteoporose, os quais devem ser pesquisados em todos os nossos pacientes. O rastreio, realizado através do recurso a DEXA, deve ser feito a todas as mulheres com idade superior a 65 anos e homens com idade superior a 70 anos, a todas as mulheres pós-menopáusicas com idade inferior a 65 anos e homens com idade superior a 50 anos se apresentarem um factor de risco major ou 2 minor e a mulheres pré-menopáusicas e homens com idade inferior a 50 anos apenas se existirem causas conhecidas de osteoporose secundária ou factores de risco major. Com o novo e vasto leque terapêutico existente nos dias de hoje podemos aplicar tratamentos específicos consoante as situações clínicas de cada paciente, fazendo depois uma boa monitorização da situação para uma boa evolução de cada caso. Poster Revisão ASPECTOS CRÍTICOS: A prevenção precoce da osteoporose, a evicção de alguns factores de risco e um rastreio correcto permite-nos oferecer, caso seja necessário, um tratamento adequado ao paciente e assim proporcionar-lhe uma melhor qualidade de vida. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 148 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 ÍNDICE DE TRABALHOS ÍNDICE DE AUTORES LISTA DE POSTERS ÍNDICE DE TRABALHOS Relato de Caso Oral A ponderação do risco num caso difícil de Anticoagulação Oral Ana Valério Jorge Silva Maria José Colaço 24 A propósito de um caso de cardiopatia congénita Marta Lapa 47 Abordagem familiar de portadores de Coreia de Huntington Mora P. Neta M. Delgado F. Barreto C. 37 Acidente Vascular Cerebral no Recém-Nascido: Que Vigilância? André Tomé Ana Rita Oliveira Vera Carvalho 07 Anemia assintomática: Quando a suspeita clínica persiste Sílvia Alão 26 Cefaleias e Tonturas em Doente Jovem Ana Serrão 50 Cirurgia Bariátrica e Patologia Gastro-esofágica Pedro Alves Bruno Heleno Patrícia Ferreira 44 Da fractura ao hipertiroidismo António Mendes dos Santos 21 Da negação ao compromisso Tânia Almeida Cláudia Antão Manuela Rodrigues 42 Decisão Partilhada... Decisão Negligenciada...? Joana Gerardo Ana Campos Ana Ferreira 05 De Lombalgia a Doença de Crohn – Marcha Diagnóstica Carla Marques 13 Depressão ou Tiroidite? Marta Padilha Ana Caetano Ana Cebolais Mílvia Jorge Rita Cunha Ferreira Raquel Ascensão 20 Depressão: a propósito de um caso clínico Isabel Cardoso Fátima Franco Ana Margarida Baptista 41 De Quisto Sebáceo a Plasmacitoma – um diagnóstico de suspeição Ana Rita Oliveira Carla Marques 27 DESCARGA ADRENÉRGICA Ana Paula Catarino Pedro Carvalho 32 De um quadro de palpitações a um hipotiroidismo sub-clínico Vanessa Zacarias Guerreiro 18 Desafios Clínicos em MGF Caso Clínico – “Uma Dor Incontrolável...” Graça Branco 49 Do Prurido e Pudor ao Carcinoma da Vulva Carolina Ferreira de Almeida 10 Doença metastática de melanoma maligno sem evidência de lesão primária Hugo Pinto Gonçalves Cristina Mourato Margarida Marques 30 "Doente Desde Sempre" – Um Caso Clínico Andreia Neves Sílvia Rei 14 150 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Doente esperou dois anos e... o diagnóstico estava feito! Sempre era um Divertículo de Zencker Inês Sayanda 16 Dra. eu só quero um comprimido para a dor de cabeça...! Luisa Rebelo da Silva Madalena Rodrigues 33 E esta, hein? Paulo Estrela Carla Gouveia Hema Hasmuklal 43 Factor V da Leiden: a propósito de um caso clínico Edgar Ferreira Fernado Tabanez Joana Alves 25 Gerir a doença rara em Medicina Geral e Familiar Marlene Calisto Marta Arnaut Pimentel Rita Pinhão Rute Fernandes, 29 Hemorragia digestiva obscura em doente com multimorbilidade Patrícia Ferreira Bruno Heleno Pedro Alves 15 Hepatite Autoimune – Relato de caso 7 meses após parto Margarida Marques Hugo Gonçalves Cristina Mourato 11 Mergulhar mais fundo nas causas de AVC? Ana Catarina Pedro Mileta Gomes 22 Mieloma Múltiplo, dificuldades do diagnóstico através de um caso João Pacheco Castro Natália Tiountchik NÃO COMPACTAÇÃO DO MIOCÁRDIO VENTRICULAR: UM DIAGNÓSTICO EM MEDICINA GERAL E FAMILIAR Sénia Sousa Guerreiro Lúcia Azevedo 35 Nem tudo o que parece é! Mafalda Carmona Ribeiro Elisa Gomes Filomena Nabais 40 Nem tudo o que parece é... e não é que era mesmo! Lara Guerra 31 Nódulo tiroideu – O tamanho importa? Vasco Freire Mara Carvalho 19 Obesidade em estados de hipertiroidismo – relato de 2 casos clínicos Susana Mendonça Ana Isabel Campos Rita Tato Mariana Lameiras 45 O doente só não morreu por acaso – os cuidados primários respondem bem perante emergências raras? Bruno Heleno Pedro Alves Patrícia Ferreira Paula Broeiro Esmeralda Cunha Margarida Coelho 28 O que fazer quando “Já não há nada a fazer!” Ana Nicolau Gomes 38 O papel da equipa de saúde familiar na gestão da doença e promoção da saúde Marina Meireles Catarina Castro 48 Pionefrose ou o preço da recusa de tratamento Acácio Diogo 36 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 17 151 Quando a Hipertensão Arterial se torna resistente... Rita Paulino Andreia Neves Margarida Valente 34 Quando a Utente Não Quer Ouvir... Vanda Proença 04 Quando as comorbilidades aparecem precocemente... Sara Almeida 51 Segredo e Preconceito: o caso de uma mulher sem útero Margarida Mesquita 06 SEM GOTA DE AR Pedro Carvalho 46 SINAIS DA DISFUNÇÃO NUMA FAMÍLIA EM DISRUPÇÃO Jerusa Oliveira Ramos Claúdia Ho 52 Subversão do ciclo de vida: a "terceira idade" antes da maternidade Mara Carvalho Vasco Freire 39 Trombose Venosa Profunda Roman Zhygun 09 Trombofilia na Gravidez – a propósito de um caso clínico Margarida Valente Andreia Neves Rita Paulino 23 Um Caso de Trombose Venosa Profunda Catarina Barreto Marta Neta Patrícia Mora Fernando Delgado 08 Uma Vez Artrose, sempre Artrose Joana Severo Ricardo Feijão 12 Cancro do Pulmão – o raro e o comum Ana Catarina Conduto Isabel Alves Pratas 56 Causa rara de dor abdominal na criança Halyna Udysh Pedro Jorge Sesões 63 Depuralina®: um caso de reacção adversa? Filipa Nóbrega 64 Diabetes Auto-Imune Latente do Adulto Cristina Teodoro 61 Diplopia: atenção redobrada! Célia Gonçalves Sofia Neto 65 Dra. ando com muitos calores!!! Olívia Souza Cláudia Soares 58 Hemocromatose Primária – um portador a fazer terapêutica Leonor Sobral 62 Hemodiálise? Negação! – intervenção no limite Sofia Neto Célia Gonçalves 60 Mordedura de Vibora – Uma realidade em Sintra Ana Paes de Vasconcellos 57 Síndrome de Pendred Gloria Leonardo Matias 59 Tumor cerebral – a propósito de um caso clínico Ana Cristina Esteves Maria Lourdes Silva 55 Tumor de Merkel... raro e difícil de diagnosticar... Violeta Florova 54 “Um olhar sobre a pele” Fátima Tavares Carla Martins Carolina Rezende Teresa Libório 53 Poster 152 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 Investigação Oral A Caminho do Equilíbrio Célia Pinheiro Rita Viegas 70 A Satisfação Profissional dos Médicos de Família Welma Andrade Jesley Teodoro Duarte e Silva 78 Associação entre controlo metabólico da Diabetes tipo 2 e sintomas depressivos Susana Corte-Real Daniel Pinto Madalena Vieira da Costa Vanda Proença 69 Codificação com a Classificação Internacional de Cuidados Primários por internos de Medicina Geral e Familiar Daniel Pinto Susana Corte-Real 76 Depressão pós-parto – avaliação do risco no CS Palmela Madalena Rodrigues Luisa Rebelo da Silva 68 Ideias, desejo de morte e ideação suicida na população de um centro de saúde urbano Gema Ponce Revilla 77 Impacto da idade materna no risco peri-natal: estudo transversal Bruno Heleno Paula Broeiro Pedro Alves Patricia Ferreira Gema Ponce Bernardino Guedes João Ramos Margarida Coelho Esmeralda Cunha 74 Implementação da comunicação médico-doente via endereço electrónico na consulta de Medicina Geral e Familiar Rita Pinhão Marlene Calisto Marta Arnaut Pimentel Rute Fernandes 67 Mães Adolescentes e Mães Adultas – Estudo Caso-Controlo Frederico Rosário Maria Inês Santos 73 O computador como terceiro elemento na consulta: que interferência na comunicação médico-doente? Raquel Ascenção Madalena Vieira da Costa Miguel Julião Mílvia Jorge 66 Prevalência do Excesso de Peso / Obesidade no 1º Ciclo do Agrupamento de Escolas de Vialonga Medina do Rosário Tânia Almeida Manuel Pereira Cláudia Antão Ana Serrão 72 Registos oncológicos da lista na avaliação da prática clínica Célia Gonçalves Sofia Neto 75 Utilização das definições da Síndrome Metabólica Que vantagens para a prática clínica? Carla Gouveia Vanessa Antunes Fátima Franco 71 Marta Padilha Ana Cebolais Rita Cunha Ferreira 79 Poster Realidade contraceptiva numa consulta do Centro de Saúde de Sete Rios XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 153 Revisão Oral Abordagem das Doenças Profissionais pelos Médicos de Família Jesley Teodoro Welma Andrade Duarte e Silva 82 Alterações Cutâneas na Gravidez Cláudia Santos Silva Ricardo Martins da Cunha Tiago Aires D'Oliveira 90 Andropausa: como actuar? Edgar Ferreira Fernando Tabanez Joana Alves 89 Auto-anticorpos em Reumatologia – Que Significado? Vera Carvalho Ana Rita Oliveira André Tomé 84 Cebola: tradição ou ciência Hema Hasmuklal Mulchande Criopreservação de sangue do cordão umbilical – o que aconselhar José Fernando Santos 94 Doença Inflamatória Intestinal – a doença e a abordagem pelo Médico de Família Catarina Godinho 83 E quando temos que transmitir uma má notícia...? Cristina Mourato Margarida Marques Hugo Pinto Gonçalves Efeito da contracepção hormonal sobre a adensidade mineral óssea Neta M. Mora P. Barreto C. Delgado F. Eficácia dos fármacos utilizados no tratamento sintomático das alterações ligeiras das funções cognitivas Carla Gouveia Marta Padilha 102 Frequência cardíaca como factor de risco cardiovascular – é possível a aplicação na prática clínica? Guilherme de Amaral Mendes 109 Glicosúria gravídica – uma visão actualizada em saúde materna Sofia Neto Célia Gonçalves 91 Hiperuricémia Induzida por Diuréticos Duarte e Silva Jesley Teodoro Welma Andrade Emília Vitorino. 98 Insulinoterapia na Diabetes Mellitus Tipo 2 Salomé Sousa Coutinho 93 Intervenções de Apoio aos cuidadores informais de doentes com demência Ana Nicolau Gomes 104 LISADOS POLIBACTERIANOS: Que eficácia? Joana Severo Luisa Sá 100 Lombalgias – Como previnir? Irene Martins 88 Morte súbita no jovem atleta Olívia Souza Cláudia Soares O magnésio no tratamento das cãibras – mito ou realidade? Rute Pina Cordeiro Sénia Sousa Guerreiro 154 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 101 112 86 108 99 Obesidade Materna – Um Risco Esquecido, Muitos Riscos Evitáveis Ana Rita Oliveira André Tomé Vera Carvalho 92 Os filhos dos antibióticos – um mito ou realidade Ana da Palma-Rosa 96 Osteoporose – Modelo de Quantificação do Risco Fracturário Rita Tato Marina Meireles 87 Polifarmácia nos idosos: como evitar alguns erros? Liliana Ribeiro Ana Paula Catarino Marta Fonseca 97 Quando efectuar o rastreio de Hipertiroidismo? Ana Isabel Caetano Ana Cebolais Marta Padilha Mílvia Jorge Raquel Ascenção Rita Cunha Ferreira 85 Quando se suspeita de Demência no Idoso Dora Bobrisev 103 Rastreio de Doença Coronária Assintomática em Doentes com Diabetes Mellitus Ricardo Vasconcelos Ribeiro 110 SÍNDROMA DA APNEIA E HIPOPNEIA DO SONO Jerusa Oliveira Ramos Violeta Florova 80 Síndrome do Ovário Poliquistico – novos conceitos e abordagem Rita Cunha Ferreira Ana Caetano Ana Cebolais Marta Padilha Mílvia Jorge Raquel Ascensão 95 Sistema de teleassistência a idosos em casa melhora a qualidade de vida? Salva vidas? Ana Guedes de Campos Rute Pina Cordeiro 81 Um olhar sobre perturbação de hiperactividade e défice de atenção Filipa Nóbrega 106 Uma Bomba Relógio… Abordagem da Obesidade na Infância e Adolescência Ricardo Martins da Cunha Cláudia Santos Silva Tiago Aires d'Oliveira 111 Velhas Questões, Novas Atitudes Mara Carvalho Vasco Freire 107 Vertigem e tonturas como sintomas de vestibulopatias centrais e periféricas Olena Panchenko 105 Abordagem da escoliose na consulta de saúde infantil Ana Cebolais Ana Caetano Marta Padilha Mílvia Jorge Raquel Ascenção Rita Cunha Ferreira 117 Abordagem da incontinência urinária na mulher, em Cuidados de Saúde Primários Delgado F. Neta M. Mora P. Barreto C. 135 Abordagem Diagnóstica das Hemorragias Uterinas Anormais Nelson Pereira 133 Poster XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 155 Abordagem do Pé Diabético nos cuidados de saúde Primários Fátima Franco 122 Acne Vulgaris – Como Tratar? Natasha Gomes 120 Actualização das insulinas disponíveis em Portugal António Mendes dos Santos Filipa Nóbrega Cláudia Ho 123 Avaliação de hematúria não traumática assintomática no adulto – algoritmo de decisão Leila Marques 134 Cefaleias em idade pediátrica – Abordagem ao nível dos Cuidados de Saúde Primários Mora P. Neta M. Delgado F. Barreto C. 140 Cessação Tabágica – conceitos, abordagem clínica e terapêutica Marco Ferreira 145 Colesterol das lipoproteínas de alta densidade – tratar ou não tratar? Raquel Ascenção Ana Caetano Ana Cebolais Marta Padilha Mílvia Jorge Rita Cunha Ferreira 114 Depressão – O papel do médico de família Heidy Neves Sara Almeida 127 Desemprego: um risco para a saúde? Joana Castelhano 147 Dignidade. Dignidade? Dignidade! Madalena Vieira da Costa Filipa Fareleira Miguel Julião 136 “DORME BEM, OU DORMIRÁS PARA SEMPRE... Abordagem da Patologia do Sono" Tiago Aires d'Oliveira Cláudia Santos Silva Ricardo Martins da Cunha 124 DUAS FACES DA DOR Angela Neves Lara Guerra Lara Sutil 141 Fenómeno de Raynaud: abordagem em Medicina Geral e Familiar Vanessa Sousa Antunes 144 Gonalgias – abordagem em Cuidados de Saúde Primários Inês Pinheiro da Silva 142 Infecções urinárias recorrentes na grávida – profilaxia antibiótica? Célia Gonçalves 130 Insónia no Idoso Isabel Cardoso Ana Margarida Baptista 125 Intervenções breves no abuso de álcool em Cuidados de Saúde Primários: que evidência? Inês Maio Ana Catarina Conduto 146 Lesões Cutâneas Benignas no Recém-Nascido Célia Pinheiro 118 Luto Conjugal no Idoso – Como viver com a perda? Susete Marques de Freitas 137 Materiais de penso em ambulatório: qual aplicar? Cláudia Ho Filipa Nóbrega António Santos 121 156 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 O Sono no Idoso Marisa Casanova Fátima Franco 126 Osteoporose no homem Ana Matos Elisabete Duarte Rosa Ferreira 143 Osteoporose, o que não devemos esquecer Raquel Monteiro Francisca Mangas Ana Almeida 148 “Preparar a partida" – O Papel do Médico de Família na Prestação de Cuidados em Fim-de-Vida Cláudia Antão Ana Costa Manuela Rodrigues Manuel Pereira Tânia Almeida 138 Proteinograma – quando e porquê pedir? Madalena Rodrigues Luísa Rebelo da Silva 113 PSICOFÁRMACOS NA GRAVIDEZ Lara Sutil 129 Quando a maternidade não é felicidade Ana Ferreira Ana Campos Joana Gerardo 128 “Sinais” cutâneos Cláudia Soares Olívia Souza 119 Terapêutica dos problemas otorrinolaringológicos mais comuns na Gravidez – O que é seguro? Barreto C. Mora P. Neta M. Delgado F. 132 Toxoplasmose e Gravidez Ana Serrão Carla Marques 131 Uma abordagem prática ao Sindroma do Intestino Irritável Ana Paes de Vasconcellos Ivo Reis 139 Vacina contra o Rotavírus: Que decisão tomar? Elisa Gomes Mafalda Carmona Ribeiro 116 Vacinas não contempladas no Programa Nacional de Vacinação – que indicações? Catarina Almeida Empis Mariana Lameiras Susana Mendonça Rita Tato 115 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 157 L I S TA D E A U T O R E S Pionefrose ou o preço da recusa de tratamento Ana Almeida Osteoporose, o que não devemos esquecer 148 Ana Caetano Abordagem da escoliose na consulta de saúde infantil 117 Ana Caetano Depressão ou Tiroidite? Ana Caetano Colesterol das lipoproteínas de alta densidade – tratar ou não tratar? Ana Caetano Síndrome do Ovário Poliquistico – novos conceitos e abordagem 95 Ana Campos Decisão partilhada... decisão negligenciada...? 05 Ana Campos Quando a maternidade não é felicidade 128 Ana Catarina Conduto Cancro do Pulmão – o raro e o comum 56 Ana Catarina Conduto Intervenções breves no abuso de álcool em Cuidados de Saúde Primários: que evidência? Ana Catarina Pedro Mergulhar mais fundo nas causas de AVC? Ana Cebolais Abordagem da escoliose na consulta de saúde infantil 117 Ana Cebolais Colesterol das lipoproteínas de alta densidade – tratar ou não tratar? 116 Ana Cebolais Depressão ou Tiroidite? 20 Ana Cebolais Quando efectuar o rastreio de Hipertiroidismo? 85 Ana Cebolais Realidade contraceptiva numa consulta do Centro de Saúde de Sete Rios 79 Ana Cebolais Síndrome do Ovário Poliquistico – novos conceitos e abordagem 95 Ana Costa "Preparar a partida" – O Papel do Médico de Família na Prestação de Cuidados em Fim-de-Vida Ana Cristina Esteves Tumor cerebral – a propósito de um caso clínico 55 Ana da Palma-Rosa Os Filhos dos Antibióticos – mito ou realidade 96 Ana Ferreira Decisão partilhada... decisão negligenciada...? 05 Ana Ferreira Quando a maternidade não é felicidade Ana Guedes de Campos Sistema de teleassistência a idosos em casa melhora a qualidade de vida? Salva vidas? 81 Ana Isabel Caetano Quando efectuar o rastreio de hipertiroidismo? 85 Ana Isabel Campos Obesidade em estados de hipertiroidismo – relato de 2 casos clínicos 45 Ana Margarida Baptista 158 36 Acácio Diogo Depressão: a propósito de um caso clínico 20 114 146 22 138 128 41 Ana Margarida Baptista Insónia no Idoso 125 Ana Matos Osteoporose no Homem 143 Ana Nicolau Gomes Intervenções de apoio aos cuidadores informais de doentes com demência 104 Ana Nicolau Gomes O que fazer quando "já não há nada a fazer!" 38 Ana Paes de Vasconcellos Mordedura de Vibora – uma realidade em Sintra 57 Ana Paes de Vasconcellos Uma abordagem prática ao Sindroma do Intestino Irritável XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 139 Ana Paula Catarino Descarga adrenérgica 32 Ana Paula Catarino Polifarmácia nos Idosos: como evitar alguns erros? 97 Ana Rita Oliveira Acidente Vascular Cerebral no Recém-Nascido: Que vigilância? 07 Ana Rita Oliveira Auto-anticorpos em Reumatologia – Que significado? 84 Ana Rita Oliveira De Quisto Sebáceo a Plasmacitoma – um diagnóstico de suspeição 27 Ana Rita Oliveira Obesidade Materna – um risco esquecido, muitos riscos evitáveis 92 Ana Serrão Cefaleias e Tonturas em doente jovem 50 Ana Serrão Prevalência do excesso de peso/obesidade no 1º Ciclo do Agrupamento de Escolas de Vialonga 72 Ana Serrão Toxoplasmose e Gravidez Ana Valério A ponderação do risco num caso difícil de Anticoagulação Oral 24 André Tomé Acidente Vascular Cerebral no Recém-Nascido: Que vigilância? 07 André Tomé Auto-anticorpos em Reumatologia – Que significado? 84 André Tomé Obesidade Materna – um risco esquecido, muitos riscos evitáveis 92 Andreia Neves "Doente desde sempre" – um caso clínico Andreia Neves Quando a Hipertensão Arterial se torna resistente. 34 Andreia Neves Trombofilia na Gravidez – a propósito de um caso clínico 23 Angela Neves DUAS FACES DA DOR 141 António Mendes dos Santos Actualização das Insulinas Disponíveis em Portugal 123 António Mendes dos Santos Da Fractura ao Hipertiroidismo António Santos Materiais de Penso em Ambulatório: Qual Aplicar? 121 Barreto C. Abordagem da Incontinência Urinária na Mulher, em Cuidados de Saúde Primários 135 Barreto C. Abordagem Familiar de Portadores de Coreia de Huntington Barreto C. Cefaleias em Idade Pediátrica – Abordagem ao Nível dos Cuidados de Saúde Primários Barreto C. Efeito da Contracepção Hormonal sobre a Adensidade Mineral Óssea 86 Barreto C. Terapêutica dos problemas otorrinolaringológicos mais comuns na Gravidez – O Que é Seguro? 132 Bernardino Guedes Impacto da Idade Materna no Risco Peri-Natal: Estudo Transversal 74 Bruno Heleno Cirurgia Bariátrica e Patologia Gastro-Esofágica 44 Bruno Heleno Hemorragia Digestiva Obscura em Doente com Multimorbilidade 15 Bruno Heleno Impacto da Idade Materna no Risco Peri-Natal: Estudo Transversal 74 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 131 113 21 37 159 140 160 Bruno Heleno O doente só não morreu por acaso – os cuidados primários respondem bem perante emergências rara? 28 Carla Gouveia E esta, hein? 43 Carla Gouveia Eficácia dos fármacos utilizados no tratamento sintomático das alterações ligeiras das funções cognitivas Carla Gouveia Utilização das definições da Síndrome Metabólica Que vantagens para a prática clínica? 71 Carla Marques De Lombalgia a Doença de Crohn – Marcha Diagnóstica 13 Carla Marques De Quisto Sebáceo a Plasmacitoma – um Diagnóstico de Suspeição 27 Carla Marques Toxoplasmose e Gravidez Carla Martins “Um olhar sobre a pele” 53 Carolina Ferreira de Almeida Do Prurido e Pudor ao Carcinoma da Vulva 10 Carolina Rezende “Um olhar sobre a pele” 53 Catarina Almeida Empis Vacinas não contempladas no Programa Nacional de Vacinação – que indicações? 115 Catarina Castro O Papel da Equipa de Saúde Familiar na Gestão da Doença e Promoção da Saúde 48 Catarina Barreto Um Caso de Trombose Venosa Profunda 08 Catarina Godinho Doença Inflamatória Intestinal – A Doença e a Abordagem pelo Médico de Família 83 Célia Gonçalves Diplopia: atenção redobrada! 65 Célia Gonçalves Glicosúria Gravídica – Uma Visão Actualizada em Saúde Materna 91 Célia Gonçalves Hemodiálise? Negação! – intervenção no limite 60 Célia Gonçalves Infecções Urinárias Recorrentes na Grávida – Profilaxia Antibiótica? Célia Gonçalves Registos Oncológicos da Lista na Avaliação da Prática Clínica 75 Célia Pinheiro A Caminho do Equilíbrio... 70 Célia Pinheiro Lesões Cutâneas Benignas no Recém-Nascido Cláudia Antão Da Negação ao Compromisso Cláudia Antão "Preparar a Partida" – O Papel do Médico de Família na Prestação de Cuidados em Fim-de-Vida Cláudia Antão Prevalência do Excesso de Peso/Obesidade no 1º Ciclo do Agrupamento de Escolas de Vialonga Cláudia Ho Actualização das Insulinas Disponíveis em Portugal 123 Cláudia Ho Materiais de Penso em Ambulatório: Qual Aplicar? 121 Cláudia Ho Sinais da Disfunção numa Família em Disrupção 52 Cláudia Santos Silva Alterações Cutâneas na Gravidez 90 Cláudia Santos Silva “Dorme Bem, ou Dormirás para sempre…Abordagem da Patologia do Sono" 124 Cláudia Santos Silva Uma Bomba Relógio... Abordagem da Obesidade na Infância e Adolescência 111 Cláudia Soares Dra. ando com muitos calores!!! XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 102 131 130 118 42 138 72 58 Cláudia Soares Morte súbita no jovem atleta 108 Cláudia Soares “Sinais” cutâneos 119 Cristina Mourato Doença Metastática de Melonoma Maligno sem Evidência de Lesão Primária Cristina Mourato E Quando Temos que Transmitir uma má Notícia Cristina Mourato Hepatite Autoimune - Relato de caso 7 meses após parto 11 Cristina Teodoro Diabetes Auto-Imune Latente do Adulto 61 Daniel Pinto Associação entre Controlo Metabólico da Diebetes tipo 2 e Sintomas Depressivos 69 Daniel Pinto Codificação com a Classificação Internacional de Cuidados Primários por Internos de Medicina Geral e Familiar 76 Delgado F. Abordagem da Incontinência Urinária na Mulher, em Cuidados de Saúde Primários Delgado F. Abordagem Familiar de Portadores de Coreia de Huntington Delgado F. Cefaleias em Idade Pediátrica – Abordagem ao Nível dos Cuidados de Saúde Primários Delgado F. Efeito da Contracepção Hormonal sobre a Adensidade Mineral Óssea Delgado F. Terapêutica dos problemas otorrinolaringológicos mais comuns na Gravidez - O Que é Seguro? 132 Dora Bobrisev Quando se suspeita de Demência no Idoso 103 Duarte e Silva Abordagem das Doenças Profissionais pelos Médicos de Família 82 Duarte e Silva A Satisfação Profissional dos Médicos de Família 78 Duarte e Silva Hiperuricémia Induzida por Diuréticos 98 Edgar Ferreira Andropausa: Como Actuar? 89 Edgar Ferreira Factor V da Leiden: a Propósito de um Caso Clínico 25 Elisa Gomes Nem Tudo o que Parece é! 40 Elisa Gomes Vacina contra o Rotavírus: Que decisão tomar? 116 Elisabete Duarte Osteoporose no Homem 143 Esmeralda Cunha Impacto da Idade Materna no Risco Peri-Natal: Estudo Transversal 74 Esmeralda Cunha O doente só não morreu por acaso – os cuidados primários respondem bem perante emergências raras 28 Emília Vitorino Hiperuricémia Induzida por Diuréticos 98 Fátima Franco Abordagem do Pé Diabético nos Cuidados de Saúde Primários Fátima Franco Depressão: A propósito de um caso clínico Fátima Franco O Sono no Idoso Fátima Franco Utilização das definições da Síndrome Metabólica Que vantagens para a prática clínica 71 Fátima Tavares “Um olhar sobre a pele” 53 Fernando Delgado Um Caso de Trombose Venosa Profunda 08 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 30 112 135 37 140 86 122 41 126 161 Fernando Tabanez Andropausa: Como Actuar? 89 Fernando Tabanez Factor V da Leiden: a Propósito de um Caso Clínico 25 Filipa Fareleira Dignidade. Dignidade? Dignidade! 136 Filipa Nóbrega Actualização das Insulinas Disponíveis em Portugal 123 Filipa Nóbrega Depuralina®: um caso de reacção adversa? Filipa Nóbrega Materiais de Penso em Ambulatório: Qual Aplicar? 121 Filipa Nóbrega Um Olhar sobre Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção 106 Filomena Nabais Nem Tudo o que Parece é! Francisca Mangas Osteoporose, o que não devemos esquecer Frederico Rosário Mães Adolescentes e Mães Adultas – Estudo Caso-Controlo 73 Gema Ponce Impacto da Idade Materna no Risco Peri-Natal: Estudo Transversal 74 Gema Ponce Revilla Ideias, Desejo de Morte e Ideação Suicida na População de um Centro de Saúde Urbano 77 Gloria Leonardo Matias Síndrome de Pendred 59 Graça Branco Desafios Clínicos em MGF Um caso clínico – "Uma Dor Incontrolável..." 49 Guilherme de Amaral Mendes Frequência Cardíaca como Factor de Risco Cardiovascular - é Possivel a Aplicação na Prática Clínica? Halyna Rudysh Causa rara de dor abdominal na criança Heidy Neves Depressão – O Papel do Médico de Família Hema Hasmuklal E esta, hein? Hema Hasmuklal Mulchande Cebola: Tradição ou Ciência Hugo Gonçalves Hepatite Autoimune – Relato de caso 7 meses após parto 11 Hugo Pinto Gonçalves Doença Metastática de Melonoma Maligno sem Evidência de Lesão Primária 30 Hugo Pinto Gonçalves E Quando Temos que Transmitir uma má Notícia...? 112 Inês Maio Intervenções breves no Abuso de Álcool em Cuidados de Saúde Primários: que Evidência? 146 Inês Pinheiro da Silva Gonalgias – Abordagem em Cuidados de Saúde Primários 142 Inês Sayanda Doente esperou dois anos e o diagnóstico estava feito! Sempre era um Divertículo de Zencker 16 Irene Martins Lombalgias - Como Prevenir? 88 Isabel Alves Pratas Cancro do Pulmão – o raro e o comum 56 Isabel Cardoso Depressão: a propósito de um caso clínico 41 Isabel Cardoso Insónia no Idoso 125 Ivo Reis Uma abordagem prática ao Sindroma do Intestino Irritável 139 Jerusa Oliveira Ramos Sinais da Disfunção numa Família em Disrupção 52 Jerusa Oliveira Ramos Síndrome da Apneia e Hipopneia do Sono 80 162 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 64 40 148 109 63 127 43 101 Jesley Teodoro Abordagem das Doenças Profissionais pelos Médicos de Família 82 Jesley Teodoro A Satisfação Profissional dos Médicos de Família 78 Jesley Teodoro Hiperuricémia Induzida por Diuréticos 98 Joana Alves Andropausa: Como Actuar? 90 Joana Alves Factor V de Leiden: a propósito de um caso clínico 25 Joana Castelhano Desemprego: um Risco para a Saúde? Joana Gerardo Decisão Partilhada... decisão negligenciada...? Joana Gerardo Quando a Maternidade Não É Felicidade 128 Joana Severo Lisados Polibacterianos:Que Eficácia? 100 Joana Severo Uma vez artrose, sempre artrose 12 João Pacheco Castro Mieloma Múltiplo, Dificuldades do Diagnóstico através de um Caso 17 João Ramos Impacto da Idade Materna no Risco Peri-Natal: Estudo Transversal 74 Jorge Silva A Ponderação do Risco num Caso Difícil de Anticoagulação Oral 24 José Fernando Santos Criopreservação de Sangue do Cordão Umbilical – O que Aconselhar 94 Lara Guerra Duas Faces da Dor Lara Guerra Nem tudo o que parece é... E não é que era mesmo! Lara Sutil Duas Faces da Dor 141 Lara Sutil Psicofármacos na Gravidez 129 Leila Marques Avaliação de Hematúria não Traumática Assintomática no Adulto - Algoritmo de Decisão 134 Leonor Sobral Hemocromatose Primária – um portador a fazer terapêutica 62 Liliana Ribeiro Polifarmácia nos Idosos: Como Evitar Alguns Erros? 97 Lúcia Azevedo Não Compactação do Miocárdio Ventricular: Um Diagnóstico em Medicina Geral e Familiar 35 Luisa Rebelo da Silva Depressão Pós-parto – Avaliação do Risco no CS Palmela 68 Luisa Rebelo da Silva Dra. Eu Só Quero Um Comprimido para a Dor de Cabeça! 33 Luísa Rebelo da Silva Proteinograma – quando e porquê pedir? 113 Luisa Sá Lisados Polibacterianos: que Eficácia? 100 Madalena Rodrigues Depressão Pós-parto – Avaliação do Risco no CS Palmela 68 Madalena Rodrigues Dra. eu só quero um comprimido para a dor de cabeça! 33 Madalena Rodrigues Proteinograma – quando e porquê pedir? Madalena Vieira da Costa Associação entre Controlo Metabólico da Diabetes tipo 2 e Sintomas Depressivos Madalena Vieira da Costa Dignidade. Dignidade? Dignidade! 136 Madalena Vieira da Costa O Computador como Terceiro Elemento na Consulta: que Interferência na Comunicação Médico-doente? 105 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 147 05 141 31 113 163 69 40 Mafalda Carmona Ribeiro Nem tudo o que parece é! Mafalda Carmona Ribeiro Vacina contra o Rotavírus: Que decisão tomar? 116 Manuel Pereira "Preparar a Partida" – O Papel do Médico de Família na Prestação de Cuidados em Fim-de-Vida 140 Manuel Pereira Prevalência do Excesso de Peso/Obesidade no 1º Ciclo do Agrupamento de Escolas de Vialonga 171 Manuela Rodrigues Da Negação ao Compromisso Manuela Rodrigues "Preparar a Partida" – O Papel do Médico de Família na Prestação de Cuidados em Fim-de-Vida Mara Carvalho Nódulo Tiroideu – O Tamanho Importa? 19 Mara Carvalho Subversão do Ciclo de Vida: a "Terceira Idade" antes da maternidade 39 Mara Carvalho Velhas Questões, Novas Atitudes 107 Marco Ferreira Cessação Tabágica – Conceitos, Abordagem Clínica e Terapêutica 145 Margarida Coelho Impacto da Idade Materna no Risco Peri-Natal: Estudo Transversal 74 Margarida Coelho O doente só não morreu por acaso – os cuidados primários respondem bem perante emergências raras 28 Margarida Marques E Quando Temos que Transmitir uma má Notícia...? Margarida Marques Doença Metastática de Melanoma Maligno sem Evidência de Lesão Primária 30 Margarida Marques Hepatite Autoimune – Relato de caso 7 meses após parto 11 Margarida Mesquita Segredo e preconceito: o caso de uma mulher sem útero 06 Margarida Valente Quando a Hipertensão Arterial se Torna Resistente 34 Margarida Valente Trombofilia na Gravidez – a propósito de um Caso Clínico 23 Maria Inês Santos Mães Adolescentes e Mães Adultas – Estudo Caso-Controlo 73 Maria José Colaço A Ponderação do Risco num Caso Difícil de Anticoagulação Oral 24 Maria Lourdes Silva Tumor cerebral – a propósito de um caso clínico 55 Mariana Lameiras Obesidade em estados de hipertiroidismo – relato de 2 casos clínicos 45 Mariana Lameiras Vacinas não contempladas no Programa Nacional de Vacinação – que indicações? 115 Marina Meireles O Papel da Equipa de Saúde Familiar na Gestão da Doença e Promoção da Saúde 48 Marina Meireles Osteoporose – Modelo de Quantificação do Risco Fracturário 87 Marisa Casanova O Sono no Idoso Marlene Calisto Implementação da Comunicação Médico-Doente Via Endereço Electrónico na Consulta de Medicina Geral e Familiar 67 Marlene Calisto Gerir a doença rara em Medicina Geral e Familiar 29 Marta Arnaut Pimentel Gerir a doença rara em Medicina Geral e Familiar 29 164 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 42 138 112 126 Marta Arnaut Pimentel Implementação da Comunicação Médico-Doente Via Endereço Electrónico na Consulta de Medicina Geral e Familiar 67 Marta Fonseca Polifarmácia nos Idosos: como evitar alguns erros? 97 Marta Lapa A Propósito de um caso de Cardiopatia Congénita 46 Marta Neta Um Caso de Trombose Venosa Profunda 08 Marta Padilha Abordagem da escoliose na consulta de saúde infantil 117 Marta Padilha Colesterol das lipoproteínas de alta densidade – tratar ou não tratar? 114 Marta Padilha Depressão ou Tiroidite? Marta Padilha Eficácia dos fármacos utilizados no tratamento sintomático das 102 alterações ligeiras das funções cognitivas Marta Padilha Quando efectuar o rastreio de hipertiroidismo? 85 Marta Padilha Realidade contraceptiva numa consulta do Centro de Saúde de Sete Rios 79 Marta Padilha Síndrome do Ovário Poliquistico – novos conceitos e abordagem 95 Medina do Rosário Prevalência do Excesso de Peso/Obesidade no 1º Ciclo do Agrupamento de Escolas de Vialonga 72 Miguel Julião Dignidade. Dignidade? Dignidade! Miguel Julião O Computador como Terceiro Elemento na Consulta: que Interferência na Comunicação Médico-doente? 66 Mileta Gomes Mergulhar mais fundo nas causas de AVC? 22 Mílvia Jorge Abordagem da escoliose na consulta de saúde infantil 117 Mílvia Jorge Colesterol das lipoproteínas de alta densidade – tratar ou não tratar? 114 Mílvia Jorge Depressão ou Tiroidite? 20 Mílvia Jorge Quando Efectuar o Rastreio de Hipertiroidismo? 85 Mílvia Jorge O Computador como Terceiro Elemento na Consulta: que Interferência na Comunicação Médico-doente? 66 Mílvia Jorge Síndrome do Ovário Poliquistico – Novos Conceitos e Abordagem 95 Mora P. Abordagem da Incontinência Urinária na Mulher, em Cuidados de Saúde Primários 135 Mora P. Abordagem Familiar de Portadores de Coreia de Huntington 37 Mora P. Cefaleias em Idade Pediátrica – Abordagem ao Nível dos Cuidados de Saúde Primários 140 Mora P. Efeito da Contracepção Hormonal sobre a Adensidade Mineral Óssea Mora P. Terapêutica dos problemas otorrinolaringológicos mais comuns 132 na Gravidez – O que é seguro? Natália Tiountchik Mieloma Múltiplo, Dificuldades do Diagnóstico através de um Caso Natasha Gomes Acne Vulgaris – Como Tratar? XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 20 136 86 17 120 165 Nelson Pereira Abordagem Diagnóstica das Hemorragias Uterinas Anormais 133 Neta M. Abordagem da Incontinência Urinária na Mulher, em Cuidados de Saúde Primários 135 Neta M. Abordagem Familiar de Portadores de Coreia de Huntington Neta M. Cefaleias em Idade Pediátrica – Abordagem ao Nível dos Cuidados de Saúde Primários Neta M. Efeito da Contracepção Hormonal sobre a Adensidade Mineral Óssea 86 Neta M. Terapêutica dos problemas otorrinolaringológicos mais comuns na Gravidez – O Que é Seguro? 132 Olena Panchenko Vertigem e tonturas como sintomas de vestibulopatias centrais e periféricas 105 Olívia Souza Dra. ando com muitos calores!!! Olívia Souza Morte súbita no jovem atleta 108 Olívia Souza “Sinais” cutâneos 119 Patrícia Ferreira Cirurgia Bariátrica e Patologia Gastro-Esofágica 44 Patrícia Ferreira Hemorragia Digestiva Obscura em Doente com Multimorbilidade 15 Patrícia Ferreira Impacto da Idade Materna no Risco Peri-Natal: Estudo Transversal 74 Patrícia Ferreira O doente só não morreu por acaso – os cuidados primários respondem bem perante emergências raras? 28 Patrícia Mora Um Caso de Trombose Venosa Profunda 08 Paula Broeiro Impacto da Idade Materna no Risco Peri-Natal: Estudo Transversal 74 Paula Broeiro O doente só não morreu por acaso – os cuidados primários respondem bem perante emergências raras? 28 Paulo Estrela E esta, hein? 43 Pedro Alves Cirurgia Bariátrica e Patologia Gastro-Esofágica 44 Pedro Alves Hemorragia Digestiva Obscura em Doente com Multimorbilidade 15 Pedro Alves Impacto da Idade Materna no Risco Peri-Natal: Estudo Transversal 74 Pedro Alves O doente só não morreu por acaso – os cuidados primários respondem bem perante emergências raras? 28 Pedro Carvalho Descarga Adrenérgica 32 Pedro Carvalho Sem Gota de Ar 42 Pedro Jorge Sesões Causa rara de dor abdominal na criança 63 Raquel Ascenção Abordagem da escoliose na consulta de saúde infantil Raquel Ascensão Depressão ou Tiroidite? Raquel Ascenção Colesterol das lipoproteínas de alta densidade – tratar ou não tratar? 166 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 37 140 58 117 20 114 Raquel Ascenção Quando Efectuar o Rastreio de Hipertiroidismo? 85 Raquel Ascenção O Computador como Terceiro Elemento na Consulta: que Interferência na Comunicação Médico-doente? 66 Raquel Ascensão Síndrome do Ovário Poliquistico - Novos Conceitos e Abordagem 95 Raquel Monteiro Osteoporose, o que não devemos esquecer Ricardo Feijão Uma vez artrose, sempre artrose 12 Ricardo Martins da Cunha Alterações Cutâneas na Gravidez 90 Ricardo Martins da Cunha “Dorme Bem, ou Dormirás para sempre... Abordagem da Patologia do Sono" 124 Ricardo Martins da Cunha Uma bomba relógio... abordagem da obesidade na Infância e Adolescência 111 Ricardo Vasconcelos Ribeiro Rastreio de doença coronária assintomática em doentes com Diabetes Mellitus 110 Rita Cunha Ferreira Abordagem da escoliose na consulta de saúde infantil 117 Rita Cunha Ferreira Colesterol das lipoproteínas de alta densidade – tratar ou não tratar? 114 Rita Cunha Ferreira Depressão ou Tiroidite? 20 Rita Cunha Ferreira Quando efectuar o rastreio de hipertiroidismo? 85 Rita Cunha Ferreira Realidade contraceptiva numa consulta do Centro de Saúde de Sete Rios 79 Rita Cunha Ferreira Síndrome do Ovário Poliquistico – novos conceitos e abordagem 95 Rita Paulino Quando a hipertensão arterial se torna resistente... 34 Rita Paulino Trombofilia na Gravidez – a propósito de um Caso Clínico 23 Rita Pinhão Implementação da Comunicação Médico-Doente Via Endereço Electrónico na Consulta de Medicina Geral e Familiar 67 Rita Pinhão Gerir a doença rara em Medicina Geral e Familiar 29 Rita Tato Obesidade em estados de hipertiroidismo – relato de 2 casos clínicos 45 Rita Tato Osteoporose – modelo de quantificaçao do risco fracturário 87 Rita Tato Vacinas não contempladas no Programa Nacional de Vacinação – que indicações? Rita Viegas A Caminho do equilíbrio... 70 Roman Zhygun Trombose venosa profunda 09 Rosa Ferreira Osteoporose no homem Rute Pina Cordeiro O magnésio no tratamento das cãibras – mito ou realidade 99 Rute Pina Cordeiro Sistema de teleassistência a idosos em casa melhora a qualidade de vida? Salva vidas? 81 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 148 116 143 167 168 Rute Fernandes Gerir a Doença Rara em Medicina Geral e Familiar 29 Rute Fernandes Implementação da Comunicação Médico-Doente Via Endereço Electrónico na Consulta de Medicina Geral e Familiar 67 Salomé Sousa Coutinho Insulinoterapia na Diabetes Mellitus Tipo 2 93 Sara Almeida Depressão – O Papel do Médico de Família Sara Almeida Quando as comorbilidades aparecem precocemente 51 Sénia Sousa Guerreiro Não Compactação do Miocárdio Ventricular: Um Diagnóstico em Medicina Geral e Familiar 35 Sénia Sousa Guerreiro O Magnésio no Tratamento das Cãibras – Mito ou Realidade? 99 Sílvia Alão Anemia Assintomática: quando a suspeita clínica persiste 26 Sílvia Rei "Doente Desde Sempre" – Um Caso Clínico 14 Sofia Neto Diplopia: atenção redobrada! 65 Sofia Neto Glicosúria Gravídica – Uma Visão Actualizada em Saúde Materna 91 Sofia Neto Hemodiálise? Negação! – intervenção no limite 60 Sofia Neto Registos Oncológicos da Lista na Avaliação da Prática Clínica 75 Susana Corte-Real Associação entre Controlo Metabólico da Diabetes tipo 2 e Sintomas Depressivos 69 Susana Corte-Real Codificação com a Classificação Internacional de Cuidados Primários por Internos de Medicina Geral e Familiar 76 Susana Mendonça Obesidade em estados de hipertiroidismo – relato de 2 casos clínicos 45 Susana Mendonça Vacinas não contempladas no Programa Nacional de Vacinação – que indicações? 115 Susete Marques de Freitas Luto Conjugal no Idoso – Como viver Com a Perda? 137 Tânia Almeida Da Negação ao Compromisso Tânia Almeida "Preparar a Partida" – O Papel do Médico de Família na Prestação de Cuidados em Fim-de-Vida 138 Tânia Almeida Prevalência do Excesso de Peso/Obesidade no 1º Ciclo do Agrupamento de Escolas de Vialonga 72 Teresa Libório “Um olhar sobre a pele” 53 Tiago Aires d'Oliveira Alterações Cutâneas na Gravidez 90 Tiago Aires d'Oliveira “Dorme Bem, ou Dormirás para sempre... Abordagem da Patologia do Sono" 124 Tiago Aires d'Oliveira Uma Bomba Relógio... Abordagem da Obesidade na Infância e Adolescência 111 Vanda Proença Associação entre Controlo Metabólico da Diabetes tipo 2 e Sintomas Depressivos 69 Vanda Proença Quando a Utente não Quer Ouvir... 04 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 127 42 Vanessa Sousa Antunes Fenómeno de Raynaud:Abordagem em Medicina Geral e Familiar Vanessa Sousa Antunes Utilização das definições da Síndrome Metabólica Que vantagens para a prática clínica 71 Vanessa Zacarias Guerreiro De um Quadro de Palpitações a um Hipotiroidismo Sub-Clínico 18 Vasco Freire Subversão do Ciclo de Vida: a "Terceira Idade" Antes da Maternidade 39 Vasco Freire Velhas Questões, Novas Atitudes Vasco Freire Nódulo Tiroideu – O Tamanho Importa? 19 Vera Carvalho Acidente Vascular Cerebral no Recém-Nascido: Que Vigilância? 07 Vera Carvalho Auto-anticorpos em Reumatologia – Que Significado? 84 Vera Carvalho Obesidade Materna – Um Risco Esquecido, Muitos Riscos Evitáveis 92 Violeta Florova Síndroma da Apneia e Hipopneia do Sono 80 Violeta Florova Tumor de Merkel... raro e difícil de diagnosticar... 34 Welma Andrade Abordagem das Doenças Profissionais pelos Médicos de Família 82 Welma Andrade A Satisfação Profissional dos Médicos de Família 78 Welma Andrade Hiperuricémia Induzida por Diuréticos 98 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 144 107 169 L I S TA D E P O S T E R S 170 01 “Um olhar sobre a pele” Fátima Tavares Carla Martins Carolina Rezende Teresa Libório 02 Tumor de Merkel... raro e difícil de diagnosticar... Violeta Florova 54 03 Tumor cerebral – a propósito de um caso clínico Ana Cristina Esteves Maria Lourdes Silva 55 04 Cancro do Pulmão – o raro e o comum Ana Catarina Conduto Isabel Alves Pratas 56 05 Mordedura de Vibora – Uma realidade em Sintra Ana Paes de Vasconcellos 57 06 Dra. ando com muitos calores!!! Olívia Souza Cláudia Soares 58 07 Síndrome de Pendred Gloria Leonardo Matias 59 08 Hemodiálise? Negação! – Intervenção no limite Sofia Neto Célia Gonçalves 60 09 Diabetes Auto-Imune Latente do Adulto Cristina Teodoro 61 10 Hemocromatose Primária – um portador a fazer terapêutica Leonor Sobral 62 11 Causa rara de dor abdominal na criança Halyna Udysh Pedro Jorge Sesões 63 12 Depuralina®: um caso de reacção adversa? Filipa Nóbrega 64 13 Diplopia: atenção redobrada! Célia Gonçalves Sofia Neto 65 14 Realidade contraceptiva numa consulta do Centro de Saúde de Sete Rios Marta Padilha Ana Cebolais Rita Cunha Ferreira 79 15 Proteinograma – quando e porquê pedir? Madalena Rodrigues Luísa Rebelo da Silva 113 16 Colesterol das lipoproteínas de alta densidade – tratar ou não tratar? Raquel Ascenção Ana Caetano Ana Cebolais Marta Padilha Mílvia Jorge Rita Cunha Ferreira 114 17 Vacinas não contempladas no Programa Nacional de Vacinação – que indicações? Catarina Almeida Empis Mariana Lameiras Susana Mendonça Rita Tato 115 18 Vacina contra o Rotavírus: Que decisão tomar? Elisa Gomes Mafalda Carmona Ribeiro 116 19 Abordagem da escoliose na consulta de saúde infantil Ana Cebolais Ana Caetano Marta Padilha Mílvia Jorge Raquel Ascenção Rita Cunha Ferreira 117 20 Lesões Cutâneas Benignas no Recém-Nascido Célia Pinheiro 118 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 53 21 “Sinais” cutâneos Cláudia Soares Olívia Souza 119 22 Acne Vulgaris – Como Tratar? Natasha Gomes 120 23 Materiais de penso em ambulatório: qual aplicar? Cláudia Ho Filipa Nóbrega António Santos 121 24 Abordagem do Pé Diabético nos cuidados de saúde Primários Fátima Franco 122 25 Actualização das insulinas disponíveis em Portugal António Mendes dos Santos Filipa Nóbrega Cláudia Ho 123 26 “DORME BEM, OU DORMIRÁS PARA SEMPRE... Abordagem da Patologia do Sono" Tiago Aires d'Oliveira Cláudia Santos Silva Ricardo Martins da Cunha 124 27 Insónia no Idoso Isabel Cardoso Ana Margarida Baptista 125 28 O Sono no Idoso Marisa Casanova Fátima Franco 126 29 Depressão – o papel do médico de família Heidy Neves Sara Almeida 127 30 Quando a maternidade não é felicidade Ana Ferreira Ana Campos Joana Gerardo 128 31 PSICOFÁRMACOS NA GRAVIDEZ Lara Sutil 129 32 Infecções urinárias recorrentes na grávida – profilaxia antibiótica? Célia Gonçalves 130 33 Toxoplasmose e Gravidez Ana Serrão Carla Marques 131 34 Terapêutica dos problemas otorrinolaringológicos mais comuns na Gravidez – o que é seguro? Barreto C. Mora P. Neta M. Delgado F. 132 35 Abordagem Diagnóstica das Hemorragias Uterinas Anormais Nelson Pereira 133 36 Avaliação de hematúria não traumática assintomática no adulto – algoritmo de decisão Leila Marques 134 37 Abordagem da Incontinência urinária na mulher, em Cuidados de Saúde Primários Delgado F. Neta M. Mora P. Barreto C. 135 38 Dignidade. Dignidade? Dignidade! Madalena Vieira da Costa Filipa Fareleira Miguel Julião 136 39 Luto Conjugal no Idoso – Como viver com a perda? Susete Marques de Freitas 137 “Preparar a partida" – O Papel do Médico de Família na Prestação de Cuidados em Fim-de-Vida Cláudia Antão Ana Costa Manuela Rodrigues Manuel Pereira Tânia Almeida 138 40 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 171 41 Uma abordagem prática ao Sindroma do Intestino Irritável Ana Paes de Vasconcellos Ivo Reis 139 42 Cefaleias em idade pediátrica – Abordagem ao nível dos Cuidados de Saúde Primários Mora P. Neta M. Delgado F. Barreto C. 140 43 DUAS FACES DA DOR Angela Neves Lara Guerra Lara Sutil 141 44 Gonalgias – abordagem em Cuidados de Saúde Primários Inês Pinheiro da Silva 142 45 Osteoporose no homem Ana Matos Elisabete Duarte Rosa Ferreira 143 46 Fenómeno de Raynaud: abordagem em Medicina Geral e Familiar Vanessa Sousa Antunes 144 47 Cessação Tabágica – conceitos, abordagem clínica e terapêutica Marco Ferreira 145 48 Intervenções breves no abuso de álcool em Cuidados de Saúde Primários: que evidência? Inês Maio Ana Catarina Conduto 146 49 Desemprego: um risco para a Saúde? Joana Castelhano 147 50 Osteoporose o que não devemos esquecer Raquel Monteiro Francisca Mangas Ana Almeida 148 172 XIII JORNADAS Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul Seixal, 3 a 5 Novembro 2008 ADENDA XIII JORNADAS Internato Médico Medicina Geral e Familiar Zona Sul Seixal, 3 a 5 de Novembro de 2008 ADENDA ao Livro de Resumos Resumos incluídos no Livro de Resumos como ORAL e que são POSTER Raquel Monteiro Francisca Mangas Ana Almeida Osteoporose, o que não devemos esquecer Hepatite autoimune – Relato de caso 7 meses após o parto Revisão Poster 50 Margarida Marques Relato de Caso Hugo Gonçalves Poster Cristina Mourato 51 Resumos não incluídos no Livro de Resumos Tiago Aires d’Oliveira DORES QUE NÃO SÃO SÓ DA IDADE Cláudia Santos Silva Afinal, havia algo mais na bagagem... Um caso de tuberculose infantil FIBROMIALGIA – Que abordagem terapêutica? CEFALEIAS NA CRIANÇA – ESTRATÉGIAS DE ABORDAGEM PELO MÉDICO DE FAMÍLIA Ricardo Martins da Cunha Oral Ricardo Martins da Cunha Relato de Caso Cláudia Santos Silva Poster Tiago Aires d’Oliveira 52 Margarida Valente Revisão Andreia Neves Poster Rita Paulino 53 Gilda Ferreira Revisão Ibraime Carlos Poster Maria Martinho Paula Silva 1 Relato de Caso 54 XIII JORNADAS Internato Médico Medicina Geral e Familiar Zona Sul Seixal, 3 a 5 de Novembro de 2008 Resumo de Comunicação Título Autor(es) (Em caso de mais de um autor indicar o apresentador - ap) DORES QUE NÃO SÃO SÓ DA IDADE Tiago Aires d’Oliveira (ap)1, Cláudia Santos Silva2, Ricardo Martins da Cunha3 Instituição 1 Orientador(a) 1 Resumo Relato de Caso Oral USF S João do Pragal, DI de Setúbal Norte Centro Saúde Cascais, DI de Lisboa BC 3 Centro Saúde Amadora, DI de Lisboa D 2 Deolinda Diniz, 2Isabel Betina, 3Mª Manuel Alves Introdução: A população portuguesa com mais de 65 anos, representa cerca de 17%, sendo a dor generalizada um motivo de consulta frequente nesta faixa etária. O verdadeiro desafio para o Médico de Família é fazer a destrinça entre causas frequentes e menos frequentes de dor generalizada. Uma vez encontrada uma causa frequente, é fundamental estar atento a sinais que se vão destacando e que podem ser indicativos de outras etiologias concomitantes para esta sintomatologia, principalmente quando ela é refractária à terapêutica instituída tendo como base o diagnóstico inicial. De facto, a hipercalcémia é uma alteração relativamente comum em Cuidados de Saúde Primários, tratando-se de um “sinal” que nos pode alertar para algumas causas de dor generalizada. O diagnóstico desta alteração, na maioria dos casos, é acidental. Este caso clínico pretende-se ilustrar que por vezes “as dores não são só da idade”. Descrição do caso: Mulher de 80 anos, com antecedentes de hipertensão arterial medicada. Referia queixas álgicas generalizadas, desde meados da década de 90, refractárias a ciclos de analgesia. Durante este tempo, realizou vários exames complementares de diagnóstico, que documentaram osteoporose e artropatia degenerativa generalizada. Mantendo o quadro álgico, em 2003 recorreu ao Médico de família com lombalgia severa, tendo sido diagnosticada cólica renal. Na sequência deste episódio, realizou ecografia renal, que revelou nefrocalcinose bilateral. Após avaliação laboratorial detectou-se hipercalcémia e hipofosfatémia, pelo que se iniciou uma marcha diagnóstica com o intuito de identificar causas frequentes que possam explicar estas alterações. Salientam-se valores de PTH aumentados, com exames imagiológicos cervicais sem alterações. A doente foi referenciada à consulta de endocrinologia com o diagnóstico de hiperparatiroídismo primário. Em consulta realizou vários exames imagiológicos para eventual localização de foco hiperfuncionante. Após mais de 1 ano de seguimento em consulta de endocrinologia, com realização de vários exames, actualmente, a doente aguarda cirurgia, após ter sido detectado tecido paratiroideu ectópico a nível da goteira traqueo-esofágica direita. Discussão: A persistência da dor generalizada refractária à terapêutica, implica estar atento a novos dados na evolução da história clínica, para assim serem ponderadas novas marchas diagnósticas. A percepção clínica do médico não se deve fechar em si mesma, após a imposição de um diagnóstico. É, também, fundamental desmistificar o estereótipo da velhice como fase de declínio em que a insuficiência humana e social é tida como certa. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 2 XIII JORNADAS Internato Médico Medicina Geral e Familiar Zona Sul Seixal, 3 a 5 de Novembro de 2008 Resumo de Comunicação Título Autor(es) (Em caso de mais de um autor indicar o apresentador - ap) Afinal, havia algo mais na bagagem... Um caso de tuberculose infantil Ricardo Martins da Cunha (ap)1, Cláudia Santos Silva2, Tiago Aires d’Oliveira3 Instituição 1 Orientador(a) 1 Resumo Relato de Caso Poster Centro de Saúde da Amadora, DI de Lisboa D Centro de Saúde de Cascais, DI de Lisboa BC 3 USF S. João do Pragal, DI de Setúbal Norte 2 Maria Manuel Alves, 2Isabel Betina, 3Deolinda Diniz INTRODUÇÃO A tuberculose infantil é definida pela Organização Mundial de Saúde como a tuberculose diagnosticada em crianças até aos 15 anos. Nesta faixa etária os sinais e sintomas da doença são ainda menos específicos do que no adulto, as culturas microbianas positivas em caso de doença são raras e há maior risco de doença disseminada. Estima-se, por um lado, que a prevalência de tuberculose infantil na Europa Ocidental se situe entre os 2 e 7 %, com tendência a diminuir. Por outro lado a esta prevalência é francamente inferior à estimada nos países em desenvolvimento, onde pode atingir os 40%. A pertinência deste caso clínico prende-se ao facto de apesar da prevalência de tuberculose infantil em Portugal estar a diminuir, é fundamental ter em conta o contexto epidemiológico da criança para assim podermos alargar o horizonte de hipóteses e marchas diagnósticas. DESCRIÇÃO DO CASO Criança do sexo feminino, 9 anos, raça negra, portuguesa, residente na periferia de Lisboa, com PNV actualizado, sem antecedentes pessoais relevantes e com história de viagens regulares a Moçambique (a última três meses antes do início do quadro clínico). Recorre ao médico assistente por quadro de sete dias de evolução de febre e tosse vespertina. Dos Exames realizados, a radiografia torácica, revela uma imagem compatível com o daignóstico de pneumonia, pelo que é medicada com cefuroxime. Um mês após o ciclo de antibioterapia, refere persistência da febre, agravamento da tosse agora com astenia e anorexia associadas, pelo que recorre novamente ao seu médico assistente. Após observação é referenciada ao Serviço de Urgência Hospitalar. À observação apresenta bom estado geral, sem alterações significativas ao exame objectivo. Realiza radiografia de tórax que revela imagem semelhante à observada na anterior, sem alterações de novo, com avaliação analítica sem alterações. Decide-se efectuar teste de mantoux, que revela às 72 horas uma induração de 16 mm. Foi posta a Hipotese diagnóstica de tuberculose infantil pulmonar, sendo internada no Serviço de Pediatria, para confirmação do diagnóstico. Durante o internamento faz pesquisa de BK no suco gástrico que se revela negativa. Realiza, também, broncofibroscopia que revela granuloma brônquico direito cuja biópsia é sugestiva de tuberculose. Faz então terapêutica antibacilar, com melhoria do quadro clínico. Tem alta, com seguimento em consulta de pediatria. DISCUSSÃO As infecções respiratórias na criança são comum na prática clínica. Neste caso clínico, foi fundamental uma anamnese cuidada focando os antecedentes da criança, bem como o enquadramento epidemiológico envolvente. Só assim se pôde chegar atempadamente a um diagnóstico. Por outro lado, o factor tempo não só foi importante para a marcha diagnóstica, como também o é para o prognóstico desta patologia. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 3 XIII JORNADAS Internato Médico Medicina Geral e Familiar Zona Sul Seixal, 3 a 5 de Novembro de 2008 Resumo de Comunicação Título FIBROMIALGIA – Que abordagem terapêutica? Autor(es) (Em caso de mais de um autor indicar o apresentador - ap) Instituição Orientador(a) Resumo Revisão Poster Margarida Valente (ap), Andreia Neves, Rita Paulino USF Mactamã – Centro de Saúde de Queluz DI de Lisboa D Rosa Bretes, Fátima Arnaud, Ana Frazão Introdução: A Fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dores músculoesqueléticas generalizadas no mínimo com 3 meses de duração e com múltiplos pontos dolorosos à palpação de etiopatogénese desconhecida. Pode associar-se a rigidez prolongada, distúrbios afectivos, do sono e fadiga crónica. Trata-se de uma patologia com uma prevalência importante, cabendo ao Médico de Família saber abordá-la. Objectivos: Identificar os principais objectivos da terapêutica da Fibromialgia e os tratamentos farmacológicos e não farmacológicos mais recomendados com base no nível de evidência científica. Metodologia: Revisão bibliográfica na Medline, via plataformas PubMed e Medscape, consulta de livros de texto especializados, entre 2005 e 2008. Palavras-chave: Fibromialgia; dor crónica; guidelines; “American Pain Society”; “The European League against Rheumatism”. Resultados: Os principais objectivos do tratamento da Fibromialgia são a diminuição da dor e a melhoria dos sintomas associados. O crescente aparecimento de estudos resultou em novas evidências científicas na abordagem terapêutica desta patologia. As guidelines da “American Pain Society” – 2005, privilegiam a confirmação diagnóstica, a educação do doente, a avaliação e tratamento de co-morbilidades. As guidelines da “European League against Rheumatism” – 2007, acrescentam que as co-morbilidades, o tipo e intensidade dos sintomas são importantes na selecção do tratamento inicial. As guidelines americanas preconizam, como primeira linha, a utilização de antidepressivos tricíclicos e da ciclobenzaprina. Contudo, estudos mais recentes, comprovam a maior eficácia dos inibidores selectivos da recaptação da serotonina e norepinefrina, bem como dos alfa-2-delta ligandos – Prégabalina, nos doentes com predomínio de distúrbios do sono e ansiedade; tal facto levou à aprovação deste último fármaco, pela Food and Drug Administration, para o tratamento da Fibromialgia. Na ausência de resposta clínica à monoterapia, a associação destas duas abordagens é uma hipótese. Ambas as guidelines consideram como fármacos de segunda linha os analgésicos e anti-inflamatórios. Quanto à terapêutica não farmacológica, ambas recomendam o exercício físico e a terapia cognitivo comportamental, para alguns grupos de doentes, entre outras. É consensual que a combinação da terapêutica farmacológica e não farmacológica, numa abordagem multidisciplinar, deverá ser a primeira opção, ainda que de uma forma individualizada. Conclusão: A Fibromialgia implica um elevado consumo de recursos de saúde, devendo ser abordada perspectivando o indivíduo, enquanto unidade bio-psico-social, e encarada como uma realidade, à luz dos estudos recentes. Novos estudos deverão ser realizados na tentativa de melhor compreender a fisiopatologia e, assim, desenvolver novas e mais adequadas abordagens terapêuticas. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 4 XIII JORNADAS Internato Médico Medicina Geral e Familiar Zona Sul Seixal, 3 a 5 de Novembro de 2008 Resumo de Comunicação Título Autor(es) CEFALEIAS NA CRIANÇA – ESTRATÉGIAS DE ABORDAGEM PELO MÉDICO DE FAMÍLIA Gilda Ferreira; Ibraime Carlos; Maria Martinho; Paula Silva (Em caso de mais de um autor indicar o apresentador - ap) Instituição Orientador(a) Resumo Revisão Poster Centro de Saúde de Torres Vedras DI de Lisboa AEF Ana Pipa Matos, João P. Silva, Paula Brandão Alves, Paula Malvar As cefaleias são um sintoma frequente na criança e tornam-se mais comuns durante a adolescência, sendo um motivo de consulta habitual em Medicina Geral e Familiar. A avaliação deve começar com uma história clínica e um exame objectivo detalhados, abordagem nem sempre fácil. Pretende-se com este trabalho proceder a uma revisão dos elementos que devem constar na história clínica e no exame objectivo de modo a que na prática se possa fazer uma abordagem adequada para estabelecer um diagnóstico correcto. Dado tratar-se de um sintoma que pode não só ser consequência de alterações do contexto familiar mas também repercutir-se na sua dinâmica, os autores pretendem fazer uma análise dos aspectos da história familiar que devem ser avaliados na entrevista e que se revelem fundamentais para o diagnóstico diferencial. Pretende-se ainda perceber de que modo poderá a consulta de Medicina Geral e Familiar, pela sua especificidade, permitir uma abordagem diferente do sintoma. Assim, definiram-se como objectivos: 1 - Estabelelcer uma sequência diagnóstica adequada da criança com cefaleia em Cuidados Saúde Primários e critérios de referenciação; 2 – Verificar a importância da avaliação familiar para a compreensão do sintoma; 3 – Avaliar a necessidade de realizar exames complementares de diagnóstico para esclarecimento etiológico. Para a concretização destes objectivos procedeu-se, nos meses de Junho e Julho de 2008, à pesquisa de artigos publicados em língua inglesa nas bases de dados Medline/Pubmed, Cochrane Library e Web of Science, nos últimos 5 anos, usando as palavras-chave: children, headache, evaluation, assessment, management, family medicine, general practice. Recorreu-se ao Google para pesquisa específica de artigos por título e/ou autor. Foram pesquisados endereços específicos do World Wide Web, nomeadamente de sociedades científicas. Foram seleccionados 10 artigos de revisão, 1 artigo de investigação e 2 de revisão sistemática, com base na acessibilidade ao texto completo dos mesmos. Da análise dos artigos é consensual que a avaliação da criança com cefaleia deve começar com uma História Clínica detalhada. O primeiro passo consiste numa Anamnese cuidadosa, com identificação dos pródromos, padrão temporal, frequência, duração, localização, qualidade, intensidade, factores precipitantes e atenuantes e sintomas associados. Os Antecedentes Pessoais e Familiares são também importantes e fundamentais ao diagnóstico diferencial. A anamnese deverá favorecer uma correcta aproximação diagnóstica que oriente o passo seguinte – o Exame Objectivo – , o qual deve incluir o Exame Neurológico (centrado no estado de consciência; fundoscopia; sinais focais; coordenação; reflexos; movimento e sensibilidade). Apenas em casos graves poderão ser necessários exames imagiológicos ou laboratoriais. Também em algumas situações se justifica a avaliação por especialidades como Neurologia, Otorrinolaringologia, Oftalmologia, Pedopsiquiatria, Psicologia ou outras. Em suma, pretende-se sistematizar a abordagem da cefaleia na criança em Medicina Geral e Familiar. A anamnese e o exame objectivo detalhados são os pilares fundamentais para o diagnóstico etiológico. E, em alguns casos, poderá ser necessária uma abordagem familiar. Esta especialidade, centrando-se no indivíduo e respectiva família, permite ter uma visão holística e possui os instrumentos adequados a uma avaliação familiar que pode ser fulcral à compreensão do problema. Endereço e-mail para correspondência: [email protected] 5 COMISSÃO ORGANIZADORA: Alexandra Fernandes Ana Campos Ana Rita Oliveira Ana Sustelo Ana Valério Carla Marques Catarina Conduto Catarina Zilhão Célia Pinheiro Cláudia Estêvão Fátima Matos Fátima Tavares Fernando Delgado Inês Maio Joana Alves Joana Gerardo Marco Ferreira Mariana Pupo Raquel d'Eça Rute Cordeiro Sénia Guerreiro Tiago Mendes Vítor Hugo Veríssimo Welma Andrade SECRETARIADO: Marta Tavares Ana Tourais Anabela Silva Carla Ribeiro Carla Valadas Isabel Pinto M. Jesus Pereira M. José Alves Otília Moita Rita Certã Rosário Ribeiro Salomé Ribeiro COMISSÃO DE SELECÇÃO: Adelaide Laranjeira Ana Lúcia Vinhas António Gonzalez Marquez Cláudia Alves Cristina Morgado Délia Pacheco Deolinda Diniz Dulce Trindade Eduarda Luzia Helena Coutinho Idalina Lima João Pedro Silva José Cabrita Laurinda Leitão Leonor Prata Luís Coentro M. Augusta Portas Manuela Ambrósio Manuela Cardoso Manuela Rodrigues Maria Manuel Miguel Santos Natália Correia Nelson Gaspar Nuno Pedroso Pedro Teigão Teresa Neto Teresa Vale Teresa Ventura Tiago Carneiro Vanda Lança Zélia Godinho MODERADORES: Alexandra Marques Aliona Licimaniuc Ana Catarina Conduto Ana Catarina Ferreira Ana Catarina Pedro Ana Cristina Esteves Ana Cristina Montenegro Ana Isabel Rosa Ana Palmira Silva Ana Sofia Campos Anabela Gonçalves Andry Sobchenko Ângela Neves Bernardino Guedes Carla Fernandes Carla Gouveia Catarina Castro Célia Gonçalves Célia Pinheiro Démeter Diaz Diogo Pereira Dora Bobrisev Elisa Gomes Elsa Aparício Fátima Franco Fátima Matos Fernanda Martins Gema Ponce Hélder Silva Hugo Sousa Inês Bondo Inês Maio Inês Sayanda Inês Silva Isabel Cardoso Isabel Pratas Jesley Teodoro Joana Almeida Joana Castelhano Joana Gerardo João Ramos Jorge Silva José Matos José Santos Lara Guerra Lara Saraiva Leila Marques Liliana Ribeiro Luís Martinez Luisa Rebelo Luísa Sá Madalena Gonçalves Madalena Rodrigues Mafalda Ribeiro Mara Carvalho Marco Ferreira Margarida Marques Mariana Lameiras Marta Costa Marta Padilha Mílvia Jorge Oksana Solovyova Olívia Souza Patrícia Matias Pedro Alves Pedro Carvalho Raquel Chang Raquel d'Eça Raquel Vieira Rebeca Prieto Ricardo Ribeiro Rita Soares Roman Zhygun Rui Miranda Rui Rodrigues Sandra Borralho Sandra Quitério Sandra Silva Sara Almeida Sara André Sílvia Alão Solange Gomes Susana Corte-Real Susana Costa Tânia Almeida Tiago Cruz Vanda Proença Vasco Freire Welma Andrade Alexandra Abrunhosa Ana Cristina Nobre Ana Maria Pisco Ana Paula Morais António Azevedo Filipe António Marquez Armando Brito de Sá Áurea Farinha Carla Silva Carmo Cafede Cristina Lopes Esmeralda Amador Esmeralda Cunha Fatima Arnaud Fátima Rabaçal Paiva Fernanda Pinto Helena Barroso Hugo Silva Isabel Lencastre Joaquim Palma Joaquina do Rosário Jose Carlos Patrício Luís Coentro Manuela Barreiros Margarida Fázio Maria José Alves M José Valério Rosa Natália Correia Nuno Sousa Paula Vital Paulo Simões Rogério Costa Rui Alves Teresa Antunes Teresa Neto Vanda Vale Zélia Gomes