dar sentindo ao mundo - Associação Educacional para Múltipla

Transcrição

dar sentindo ao mundo - Associação Educacional para Múltipla
Dar Sentido ao Mundo
Um guia para profissionais que trabalham
com pessoas com deficiência múltipla.
Helen Bradley & Bob Snow
“Sense”, Associação Nacional do Surdocego e Síndrome de Rubéola
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
“Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para Cegos,Wathertown, Mass., USA. O
Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hltonde Reno, Nevada, USA.”
Conteúdo
Conteúdo .......................................................................................................02
Seção 1
Introdução ......................................................................................03
Seção 2
Usando o Tato.................................................................................06
Seção 3
Desenvolvendo a Comunicação .....................................................11
Seção 4
Usando a Visão ...............................................................................22
Seção 5
Usando a Audição...........................................................................28
Seção 6
Movimento e Mobilidade ...............................................................33
Seção 7
Adaptando o Ambiente...................................................................35
Seção 8
Desafiando o Comportamento........................................................38
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
“Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para Cegos,Wathertown, Mass., USA. O
Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hltonde Reno, Nevada, USA.”
Seção 1
Introdução
Surdocegueira
Os dois principais sentidos de distância são visão e audição e juntos eles fornecem muito da informação
básica para o entendimento e para lidar como ambiente.
Pessoas com múltiplas deficiências podem vivenciar grande dificuldade quanto ao entendimento do
mundo e essa dificuldade será particularmente acentuada se combinada com dificuldades na
aprendizagem.
O termo “surdocego” é de fato um termo de guarda-chuva que foi criado para descrever pessoas com uma
escala de deficiências sensoriais. Pessoas rotuladas como “surdocegas” podem ter visão muito limitada e uma
perda profunda de audição, alguma visão útil mas pouca ou nenhuma audição útil, audição útil mas
visualmente nenhuma visão útil. Alguns surdocegos podem parecer ter problemas de aprendizagem
adicionais.
Hoje, muitos adultos surdocegos atendidos em locais que atendem pessoas com dificuldades de
aprendizagem. Eles representam um desafio muito especial para seus supervisores porque, em vários
sentidos, suas necessidades são diferentes de pessoas com dificuldades de aprendizado que não tenham
múltipla deficiência. Este pequeno guia tem o objetivo de fornecer idéias práticas e ajudar pessoas
engajadas no trabalho com os surdocegos que têm dificuldade de aprendizagem.
É praticamente uma introdução – com o objetivo de aumentar o conhecimento de alguns estudos e idéias
práticas para aqueles envolvidos no trabalho com essas pessoas muito especiais. Duas situações ou duas
pessoas não são idênticas e as idéias necessitarão ser adaptadas de acordo. Muitas sugestões realmente
requerem atenção individual – mas isso é inevitável se a pessoa surdocega tem que adquirir a informação que
precisa para aprender novas habilidades. Pessoas surdocegas acham muito difícil aprender habilidades
incidentemente pelo olhar e pelo escutar elas necessitam de ajuda estruturada.
Um dia na vida......
Um passo inicial importante ao se considerar as necessidades do surdocego é tentar ver o mundo pelo ponto de
vista dele. Isso nem sempre é fácil mas pode ser esclarecedor.
Pode o surdocego distinguir dentre os diferentes habitantes e supervisores em sua casa? Ele tem algum meio
de saber o que vai acontecer a cada dia – eventos de rotina e quaisquer chances na rotina? Ele entende a
disposição de sua casa, as localizações dos diferentes cômodos e portas? Ele tem seu próprio quarto e seus
pertences onde ele possa ir quando quiser? Ele tem algum controle sobre o que acontece ao redor dele ou as
pessoas e as atividades subitamente aparecem e desaparecem sem lógica?
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
“Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para Cegos,Wathertown, Mass., USA. O
Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hltonde Reno, Nevada, USA.”
Se o mundo com visão e audição parece um lugar muito confuso e assustador para o surdocego, ele pode
preferir se retirar dele, criando comportamento estereotipado ou mergulhando num mundo “interno” que
seja difícil para os outros entrar. Ele pode lidar com rotinas muito simples mas resistir a mudanças bruscas,
causando problemas para seus educadores. Felizmente, as seções seguintes sugerirão maneiras onde isso
pode ser prevenido ou adequado.
Princípios básicos para o trabalho com pessoas surdocegas
Rotina
A base de qualquer trabalho bem sucedido será a formação de um relacionamento com o surdocego e isso será
perseguido através dos capítulos seguintes. Os princípios seguintes devem ajudar a guiar qualquer trabalho
com o surdocego.
Pessoas com visão, audição e linguagem são peritos no entendimento e no desenvolvimento de suas próprias
rotinas e respondem adequadamente a quaisquer mudanças. As pessoas surdocegas têm uma grande
necessidade de entender as rotinas básicas do dia de tal maneira que elas tenham uma base para antecipação,
do contrário muitas coisas podem acontecer de formas inesperadas e difíceis de se lidar.
É um exercício útil tentar analisar a rotina existente do dia e da semana. Uma rotina do dia a dia estar
intercalada com atividades educacionais: ex. levantar-se, café da manhã, atividades, bebidas, atividades,
almoço, etc. Uma rotina semanal pode consistir de natação às segundas-feiras, compras às terças, etc. Tendo
analisado os eventos principais semanais da rotina, pode ser possível torná-la mais clara via pequenas
adaptações, ex: sempre que fizer as compras ir no mesmo horário, pegar uma cesta que seja somente para esse
tipo de atividade e ir as lojas ou mercados sempre na mesma ordem. Isso ajudará o surdocego antecipar e
participar da rotina. Quando ele se sentir confiante, pequenas mudanças podem ser introduzidas, por
exemplo, tomar café no caminho de casa ou seguir um caminho diferente.
A rotina de atividades individuais pode ser também analisada: ex, hora do chá. Como a pessoa sabe que é hora
do chá? Quem diz a ela e como diz? Onde ela senta? Ela pega sua própria bebida? Que tipo de escolha se
espera dela? Ela lava a louça depois? Se a rotina é clara para o horário do chá e se puder ser estabelecida, a
pessoa surdocega pode aprender os elementos da rotina mais rápido. Uma vez que isso já aconteceu, novos
desafios podem ser introduzidos sistematicamente – ex, pegar sua própria xícara, colocar bebida para outra
pessoa, etc.
Consistência
A consistência é uma peça importante no estabelecimento de rotinas úteis. Inicialmente, a consistência irá
ajudar o surdocego a entender, antecipar, cooperar e ter iniciativa para as atividades. Por exemplo, se o seu
Jonas sempre leva o João para nadar às segundas-feiras, o João pode aprender a antecipar isso, ficar ansioso
quando chega segunda-feira, até pegar sua toalha. Se um número diferente de pessoas leva o João para a
natação, será para ele muito mais demorado antecipar o que irá acontecer e ele terá menos chance de ser
ativamente envolvido desde o começo.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
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Envolvimento
A consistência e a rotina ajudam o surdocego a estar envolvido com o que está acontecendo. Numa situação
sem regras claras, é mais fácil ficar passivo. Numa situação clara é mais fácil prever e envolver-se nela.
Se na hora das refeições todos arrumam sempre seus lugares e o surdocego é sempre orientado para encontrar
os garfos, as facas, etc., ele pode vir a antecipar o que se espera dele fazer e fazê-lo espontaneamente. É muito
importante envolver o surdocego nos diferentes estágios de uma atividade. Se ele simplesmente se senta e sua
refeição aparece, ele não aprenderá nada sobre como por a mesa ou como a cozinha é organizada.
Realista
A hora de ensinar é curta e valiosa. O ensinamento mais útil é o das rotinas e eventos diários do dia da
pessoa. Se aprenderá mais separando as facas e os garfos depois de lavar a louça do que separando
triângulos e círculos.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
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Seção 2
O Uso do Tato
Para uma pessoa com visão e audição diminuida , a habilidade de utilizar informação do tato é de grande
importância. Infelizmente, alguns surdocegos são facilmente assustados e tendem a empurrar os objetos e as
pessoas, restringindo assim muito as suas tentativas de formar relações e de aprender com o ambiente.
Ensinando a tolerância do tato
A habilidade de tolerar e de aprender a partir do contato humano deverá ser formada lentamente. Um
leve toque no braço pode alertar um surdocego de sua presença e evitar o choque do contato
inesperado. É sempre melhor tocar num braço ou ombro levemente do que agarrar inesperadamente
na mão de uma pessoa ou tatear seu rosto.
Para algumas pessoas a tolerância do tato pode precisar ser formada lenta e gradualmente. Uma idéia útil é
reservar períodos curtos e regulares para trabalhar especificamente o tato. O artigo na página seguinte
descreve com detalhe um estudo de ensino bem sucedido baseado nessa idéia.
Reconhecendo as Pessoas
É importante para o surdocego ter um meio de discriminar entre pessoas diferentes. Dê sempre tempo ao
surdocego para explorar o cabelo, as roupas, os traços do rosto, etc., a fim de que ele possa construir uma
imagem das diferenças entre as pessoas. Algumas pistas como óculos, cabelo e barba são relativamente
permanentes e bons “marcos”. O uso de uma jóia ou de um crachá de identificação ou de chaveiro pode
também ajudar na identificação. Nunca leve um surdocego de um lugar ou espere que ele faça uma tarefa sem
dá-lo a oportunidade de reconhecer quem você é.
Reconhecendo os pertences
Uma pessoa surdocega pode precisar de um meio especial de identificar seu próprio quarto, pertences,
etc. Uma fita de material com textura diferente costurada nas roupas ou grudada nos pertences
sempre é muito útil. Para uma pessoa que já consegue identificar a primeira letra do nome isso pode
ajudar a facilitar a identificação.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
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Exemplo do Ensino de tolerância ao toque
Massagem – Um Ponto de Partida Alternativo
Porque começar um programa de massagem?
Uma das áreas mais difíceis quando se lida com crianças surdocegas é a comunicação. Frequentemente parece
impossível estabelecer contato significativo com a criança. Um programa de massagem é uma das maneiras
na qual podemos desenvolver o vínculo emocional, sem o qual a criança com deficiência multipla não
começará a fazer quaisquer tentativas significativas para comunicar-se. O processo de massagem pode dar à
criança “algo” que valha a pena a comunicação. Inicialmente, essa comunicação pode ser apenas um sorriso
ou um movimento corporal quando elas são tocadas ou acariciadas. Mais tarde elas podem sorrir quando o
óleo ou o frasco de creme forem entregues a elas, ou talvez achem o frasco, dirijam-se ao adulto e os levem
para a área na qual elas costumeiramente têm a sessão de massagem. Como qualquer criança, a menos que haja
uma boa razão para se comunicar, a criança surdocega prefere permanecer no seu próprio mundo.
Para algumas crianças a comida pode ser a chave para estabelecer contato. Para muitas outras a comida não é
interessante e a massagem oferece uma aproximação alternativa.
Durante as sessões a idéia de cooperar com outra pessoa é introduzida e quando a criança relaxa, ela permite ao
adulto conduzi-la durante a sessão. Isso pode levar muito tempo para se estabelecer. Com uma criança com a
qual nós trabalhamos levou mais de 6 meses para a criança relaxar o suficiente para deixar o adulto massageála. Isso, por sua vez, a levou a ter um papel mais ativo; durante os dois anos seguintes ela começou a
desenvolver um conhecimento do seu próprio corpo e ela gradualmente começou a relacionar com o corpo do
adulto. Em estágios posteriores foi possível introduzir “jogos de corpo”; “sua mão, minha mão”, por exemplo,
forma uma extensão natural das atividades de massagem. O conceito de “mais” pode ser introduzido pela
criança indicando (não necessariamente por sinal formal) que ela quer mais óleo/creme ou mais massagem nas
pernas ou braços. A idéia de escolha pode ser também, introduzida escolher entre o óleo ou um creme com
perfume .As vezes materiais com diferentes texturas podem representar um grande problema.
A massagem do braço e da mão pode ajudar a facilitar a manipulação manual como antecipação ao gesto
natural ou sinal formal ou a língua de sinais. Muitas crianças resistem quando tentamos fazer com suas mãos e
braços os sinais formais. Essa atividade pode ajudar uma criança a aceitar ser tocada e posicionada e tornar
mais fácil para elas fazer os gestos naturais e sinais no corpo.
Quem?
Um programa de massagem pode ser usado com qualquer criança que:
• não formou um vínculo com outra pessoa, uma das crianças hiperativas, do tipo borboleta ou hipotônica
descritas por McInnes e Treffry.
• seja “defensiva para o tato”, resistindo a todo tipo de contato físico, rejeitando qualquer tentativa para fazê-la
parte do mundo externo;
• tenha dificuldade com comunicação manual devido às pobres habilidades de manipulação com a mão;
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
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• tenha um pobre senso de conhecimento do corpo.
A idade e o tamanho não devem ser uma barreira; se achar que a criança se beneficiará dessas técnicas, então
elas devem ser tentadas.
Jane Evans, chefe do Departamento de Surdocegos na Escola Whitefield e Karem Thiess-Tait, professora no
Departamento de Surdocegos e Escola para Surdos dos Países Nórdicos, Newcastle, descrevem como elas
usaram a massagem como ponto de partida com algumas crianças surdocegas.
O que?
Materiais a utilizar:
• mãos – certifique-se de que elas não estejam frias!
• variedade de cremes para mão, loções, óleos, talcos, perfumes;
•essências perfumadas. Estas podem ser usadas no final da sessão; sabores de alimento podem ser esfregados
nas mãos do adulto e depois nas das crianças para fornecer um estímulo adicional extra;
Fig. 1: usando as mãos - Flo e Meral.
• esponja ou luva de massagem;
• luva de veludo – isso pode ser conseguido com um pedaço de material velho dobrado, formando uma luva;
• materiais com textura;
• escova muito macia;
• massagem facial (tem suas próprias instruções para seguir);
• massageador de costas;
• produtos ou instrumentos de massagem de origem Japonesa.
A lista é imensa. O importante é ser criativo - As crianças irão lhe mostrar quais são suas preferências.
Onde?
As sessões precisam ser regulares ou seja se tem um tapete, carpete,colchonete ou em uma almofada cheia
com diferentes materiais (feijão, arroz, milho e etc.) , num lugar com temperatura agradável, quieto com
iluminação difusa (se possível) num local planejado e ajeitado. Pode ser possível arrumar uma sessão de
massagem para criança quando os outros do grupo estiverem fora da sala de aula para outra atividade ou num
canto quieto que seja parcialmente anexo da área principal de ensino.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
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Quando?
Nós comprovamos ser melhor se as sessões acontecerem na mesma hora todo dia. Então o programa de
massagem se torna parte da rotina normal da criança e pode ajudá-la a desenvolver a percepção de que existe
uma estrutura para o dia.
Como?
Comece suavemente com as mãos da criança, acariciando-as e esfregando-as suavemente com creme ou
óleo. Isso é menos invasivo do que começar com qualquer outra parte do corpo, uma vez que isso não envolve
despir a criança. Após o contato inicial ter sido feito com as mãos, gradualmente mova acima em direção aos
braços. Para os próximos estágios a criança precisa ser despida e o melhor tempo para começar pode ser
quando a criança já estiver despida, após a natação, na hora do banho ou após a educação física.
Gradualmente mova para o corpo, pés e pernas. Algumas crianças são muito sensíveis numa parte do seu
corpo e podem precisar ter essa área de lado até a última parte do programa. O importante é conhecer sua
criança e saber se ela é extremamente sensível ou não.
Se as mãos da criança são uma área de dificuldade para ela, então você deve iniciar com outra parte do corpo.
O que realmente conta é a atmosfera de atenção, aconchegante e gentil, além do toque firme que a criança
recebe.
Fig. 2: começando a sessão - Madge e Jessica.
A “Sequência de Interação” descrita por McInnes e Treffry é muito importante na análise de como o
programa está indo e ajudando a entender onde a criança está.
• resiste
• tolera
• coopera passivamente
• gosta
• responde cooperativamente
• lidera
• imita
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
“Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para Cegos,Wathertown, Mass., USA. O
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O objetivo do programa é ajudar as crianças a desenvolver um relacionamento com outra pessoa e
desenvolver hábitos de comunicação e de conhecimento do corpo. Não envolve trabalho com massa ou
manipulação muscular. A massagem é uma carícia suave de modo que não existe preocupação de machucar a
criança.
A massagem não pretende ser um programa rígido e formal, mas algumas idéias para pessoas usarem e
desenvolverem como estratégia para sua realidade e suas próprias crianças.
Referência
McInnes e Treffry, Crianças e Bebês Surdocegos – Um Guia Desenvolvimental, Open University.
Entendendo o ambiente
Para a pessoa privada de muitas pistas auditivas e visuais, a textura é um elemento essencial para entender o
ambiente. Explore um cômodo com uma venda nos olhos e você começará a entender a variedade de escala
das texturas disponíveis. Pessoas surdocegas que aprenderam a tatear paredes com os dedos acharão dicas
valiosas sobre localização a partir da textura da parede de papel, como sentir os tijolos, etc. Alguns surdocegos
podem precisar de dicas mais óbvias – tente percorrer faixas de texturas diferentes ao longo dos caminhos (ex.
esponjas, apagadores, material de embrulho com bolhas). As texturas diferentes podem ser usadas nas portas,
por exemplo uma esponja pendurada no lado de fora da porta do banheiro. Com o tempo, as pistas podem ser
reduzidas. Maçanetas ou placas de portas diferentes e distintas podem servir de pistas de tato muito úteis.
O chão fornece várias pistas de tato e algumas explorações descalças podem ser úteis, para encorajar o
surdocego a discriminar entre ladrilhos, tacos, diferentes tipos de carpete, etc. Novamente pistas extra de tato
podem ser acrescentadas (tapetes diferentes, uma faixa de madeira) se achar necessário.
Um ambiente tátil
Muitas peças brilhantes e coloridas em um ambiente ou objetos parecerão a mesma coisa para um cego, daí a
importância de olhar os objetos e ambientes sob o ponto de vista do tato. Quebra-cabeças de tato são fáceis de
fazer e, usando a imaginação, muito trabalho de arte pode ser muito voltado para o tato.Materiais como os de
barbear, embalagem de papel, formas de pastas, podem ser mais interessantes do que tinta. Pintando objetos
em cola e mergulhando-os na areia, arroz, etc, pode ser uma maneira útil de fazer esculturas “de sentir”.
Pessoas com dificuldades de mobilidade podem ser ainda encorajadas a explorar através de brincadeiras
como por ex: dar um saco surpresa ou caixa especial de itens “de sentir”. Mantenha a caixa à mão e continue
colocando em cima dela coisas novas. Uma guloseima comestível escondida no fundo pode encorajar a
exploração. Ficar sobre um tapete de tato (fácil de fazer com vários tipos de texturas costurados numa base
sólida) pode estimular a exploração durante os períodos de descanso.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
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Seção 3
Desenvolvendo a comunicação
A comunicação é uma habilidade social que cresce a partir de um relacionamento. Alguns surdocegos
inicialmente parecem em desvantagem porque estão muito isolados e fechados no seu próprio mundo. Eles
podem desenvolver um movimento de auto estímulação repetitivo que exclui outras pessoas. Desenvolver
um relacionamento pode ser difícil e pode levar muito tempo mas é uma base necessária para a comunicação.
Inicialmente, ter uma pessoa especial associada ao surdocego pode ajudar na formação do relacionamento. A
pessoa especial pode bem decidir fazer algum trabalho básico com o tato se o surdocego for resistente (veja
seção 2: O uso do tato).
Um sistema para permitir ao surdocego reconhecer os que cuidam dele ou a pessoa especial é essencial. As
idéias seguintes podem ser úteis como : usar uma jóia, usar um perfume especial ou loção após barba, ter um
jeito particular de cumprimentar. Para surdocegos que já tenham uma forma de comunicação mais estruturada
você pode “digitar” com as mãos a primeira letra do seu nome sobre a mão deles. Você pode usar a Escrita na
palma da mão (desenhando em maiúsculo sobre a mão da pessoa), ou o alfabeto manual do surdo adaptado ao
surdocego (veja as páginas 15-16 para instruções).
Desenvolvendo a Comunicação naturalmente durante o dia
Os bebês são imediatamente colocados num relacionamento no qual um adulto naturalmente desenvolve a
comunicação. As mães envolvem os bebês com o toque, gestos, sons e palavras, desenvolvendo seu
entendimento o tempo todo. Os bebês entendem a comunicação mais rápido do que aprender a expressar
aquele entendimento. As mães não aguardam as primeiras palavras do bebê antes de falar com seus filhos, elas
começam a desenvolver a compreensão deles desde os primeiros dias. Do mesmo modo, é muito importante
continuar fornecendo uma escala de comunicação para o surdocego, mesmo que no princípio eles pareçam
sem reação.
As atividades diárias são ideais para desenvolver a compreensão, ex. na hora de nadar o professor pode dizer e
sinalizar “olá”. Deixe o surdocego reconhecê-lo pelo toque, dê a ele seus pertences de natação, sinalize
“natação” e diga “vamos lá João, é hora de nadar”. Nessa simples interação um número de meios de
comunicação: toque, sinalização, voz, uso de objetos foram utilizados para comunicar-se.
Usar uma forma de comunicação combinada com a fala ajuda a desenvolver o entendimento do surdocego
permitindo uma base para desenvolver a expressão. Ao organizar atividades de linguagem que permitem uma
pessoa começar a se comunicar, temos que ter em consideração as suas condições de: comunicação, interação
e aspecto cognitivo , pois ao oferecermos diferentes formas de comunicação ao mesmo tempo isto poderá
levar ao fracasso.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
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Desenvolvendo a Expressão
Os surdocegos somente começarão a desenvolver suas habilidades de comunicação se tiverem motivos para
fazê-lo e suas habilidades refletirão o limite para o qual o ambiente os encoraja a se comunicar, por exemplo:
uma pessoa que sempre recebe uma xícara de chá no mesmo horário todos os dias não terá o mesmo incentivo
para se comunicar como aquela que tem que escolher entre chá, café, leite com açúcar ou adoçante, etc. Um
ambiente que encoraja a comunicação é um ambiente que fornece escolhas para a pessoa e a deixa ter algum
controle sobre situação. Pode ser um exercício muito útil anotar algumas atividades no dia da pessoa e ver
como estas podem ser usadas para encorajá-la a expressar uma escolha, ex: coisas diferentes para comer,
sabonetes de aromas diferentes na hora do banho.
Analisando as habilidades e necessidades de um Indivíduo
É muito importante ver o desenvolvimento da comunicação no contexto de pessoa como um todo, ou seja ,
suas necessidades, interesses, problemas especiais, etc.
Pode ser uma boa idéia preencher um perfil do surdocego como um passo preliminar para considerar suas
habilidades de comunicação.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
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Perfil Pessoal
Características Pessoais da Pessoa Surdocega (Coisas boas, úteis que possam sugerir estratégias de
comunicação)
1) Tem boa coordenação motora fina ? Ela tem boa coordenação de forma geral?
2) Gosta de segurar objetos e explorá-los com os mãos?
3) Usa o toalete quando preciso?
4) Gosta de atenção e contato físico?
Idéias: Os objetos podem talvez ser usados para a comunicação.
A coordenação é boa, talvez ela possa aprender os sinais.
Ela entende um sinal para o banheiro?
Interesses especiais do indivíduo
Gosta de cócegas
Gosta do secador de cabelos.
Idéias: Ela tem um meio especial de pedir essas coisas?
Problemas especiais do indivíduo
1) Visão A pessoa surdocega é analisada como tendo um campo visual restrito, ela
parece enxergar bem de alguns ângulos. Ela tem problemas com objetos
pequenos
quando estão a mais de 30 cm de distância.
Idéias: Os sinais devem ser adaptados aproveitando o campo visual da criança.
Sinalizar mão-sobre-mão pode ser útil.
É importante estar de pé para que a luz ilumine as mãos e o rosto da pessoa que cuida da
criança.
2) Audição - É difícil saber o quanto a pessoa ouve, às vezes ela parece responder a vozes?
Idéias: O ato de falar deve ser parte do programa.
3) Comportamento – Ela fica brava e se bate ao ser deixada só? Isso cessa quando ela recebe atenção?
Idéias: Pode o surdocego ter uma maneira mais aceitável de receber atenção através da “sinalização”?
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
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Desenvolvendo Programas de Comunicação Individual
O meio de comunicação
Isso dependerá muito do indivíduo, do seu nível de funcionamento e seus interesses especiais. Os
profissionais que trabalham com as crianças surdocegaa ou com deficiências múltiplas necessitam grande
criatividade para experimentar métodos diferentes e combinações de métodos para alcançar o sucesso.
Métodos de Comunicação
A fala
A linguagem clara, diária deve ser um elemento essencial de qualquer programa. Sentenças curtas, faladas
claramente, são muito mais fáceis de entender do que palavras soltas. A fala pode necessitar ser apoiada por
outras formas de comunicação mas ela não deve ser esquecida.
Linguagem do corpo e gesto natural
Estes são elementos essenciais de comunicação, especialmente para pessoas com alguma visão. Eles ajudam
a clarear a linguagem especialmente para pessoas com deficiência auditiva. Certifique-se que ao ficar de pé a
luz ilumina seu rosto e mãos.
Objetos diários
Esses são os elementos essenciais em comunicação, especialmente para pessoas com pouco resíduo de visão
e audição. Por ex: Entregar ao surdocego seu casaco de sair irá ajudá-lo a antecipar que vai sair.
Ensine ao surdocego a usar objetos para comunicação. Ao ser oferecido a escolha entre uma maçã e doces, um
surdocego tocaria nos doces para dizer “eu quero estes”. A um nível mais avançado ele pode segurar uma
xícara para mostrar que ele quer uma bebida.
Os objetos podem ser usados para explicar quais atividades ocorrerão no dia e se haverá alguma mudança na
rotina. Inicie um calendário com objetos a um nível muito básico. Pegue uma caixa (por ex: sapato) e dentro
da caixa coloque um objeto para representar a próxima atividade.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
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Nível 1
Cesta de compras e dinheiro
Um só objeto para representar a próxima atividade.
Uma vez que o surdocego esteja acostumado a olhar na caixa para saber o que vai acontecer, você pode
depois adicionar mais categorias.
Nível 2
fazendo compras
almoço
natação
Uma série de objetos para mostrar as atividades da manhã, almoço e atividades da tarde.
O nível 2 pode ser estendido de várias maneiras – mais categorias, fazendo os objetos mais simbólicos, i.e.,
um pedaço pequeno de toalha ao invés da toalha inteira.
Para uma pessoa com baixa visão pode-se utilizar desenhos de contorno.
O surdocego pode também ter a escolha de atividades e escolher colocando um objeto na caixa.
Este sistema ajuda o surdocego a saber antecipadamente sobre mudanças na rotina – i.e., se a piscina está
fechada e ele vai para a quadra.
Nível 3
O nível 3 pode ser um calendário-objeto antecipando a semana inteira. Calendários-objeto devem ser usados
em conjunto com a sinalização, fala, gestos, etc.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
“Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para Cegos,Wathertown, Mass., USA. O
Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hltonde Reno, Nevada, USA.”
Sistemas de Símbolos
Os símbolos requerem mais entendimento do que o uso de objetos e podem evoluir naturalmente. Por
exemplo, pode-se parar de colocar uma xícara no calendário-objeto, substituindo-a pela “asa” apenas, ou por
um formato de asa de xícara, para simbolizar uma bebida.
caneca
asa de xícara
formato em madeira
Os símbolos são menores do que os objetos reais e mais fáceis de manusear.
Há alguns sistemas de símbolos disponíveis que podem ser usados para expandir a comunicação.
O Sistema Premack usa formas de madeira, por exemplo:
ir para
o banheiro
Uma pessoa surdocega poderia gostar de manter alguns símbolos à mão para comunicar o que ela quer, na
falta de objetos apropriados. Uma lista de significados de símbolos deve sempre estar à mão para que as
pessoas que trabalham com as crianças possam responder consistentemente.
Sinalização
O sistema mais comum de sinais utilizado com pessoas com dificuldades de aprendizado é o Makaton
(Inglaterra). Isso necessita alguma adaptação para ser usado com sucesso com pessoas surdocegas.
a) Os sinais não serão aprendidos através da imitação nem observando as pessoas. Eles precisarão ser
ensinados mão-sobre-mão, por exemplo:
“Aqui está seu biscoito”
- dê o biscoito para comer
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
“Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para Cegos,Wathertown, Mass., USA. O
Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hltonde Reno, Nevada, USA.”
sinalize “biscoito” mão-sobre-mão
- dê outro biscoito
b) Os sinais que são feitos no ar podem ser difíceis de ensinar e aprender. Normalmente é sempre mais fácil
adaptar os sinais de modo que comecem ou terminem no corpo do surdocego (i.e. são mais de toque). Por
exemplo, ensine o surdocego a sinalizar comida pelo toque nos seus (dele) lábios. Mantenha uma lista de
todas as adaptações à mão para que as pessoas que cuidam da criança ensinem e respondam consistentemente.
c) Todos os sinais devem estar diretamente ligados com o objeto ou atividade relevante, ex. pular para cima e
para baixo, sinalize “pule”, pule novamente. Os sinais isoladamente não significarão nada.
d) Algumas pessoas surdocegas terão visão suficiente para lidar com sinais que não sejam táteis. Entretanto,
certifique-se de dar um sinal de “olhe” (ex. toque perto do olho suavemente) para alertá-las para o fato de que
você irá sinalizar. Certifique-se de que o sinal seja feito no campo de visão deles. Sinalize lentamente e esteja
preparado para repetir o sinal.
Deficiências visuais fazem com que a focalização e a interpretação dos sinais sejam muito mais difícies.
Sinalizando durante todo o dia
Os sinais devem sempre ser usados para apoiar sentenças gramaticais claras e curtas. Com o tempo, o número
de sinais pode ser incrementado.
ex.: Vá pegar seu casaco (sinalize casaco)
Vá (sinalize vá) pegar seu casaco (sinalize casaco)
É importante usar os sinais naturalmente durante todo o dia. A sinalização pode ser considerada em uma das
três maneiras.
A. Sinais de rotina durante todo o dia
As atividades de rotina gerarão seu próprio vocabulário, ex. por a mesa pode envolver sinais para faca, colher,
bebida, mesa, cadeira, bom, mais, terminou.
Estes seriam usados como parte da atividade e não haveria pressão sobre o surdocego para sinalizar
espontaneamente.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
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B. Sinais essenciais
Alguns sinais devem ser designados como particularmente importantes e as pessoas que trabalham com as
crianças devem ser encorajados a utilizá-los em todas as oportunidades. Os exemplos podem ser: bebida,
banheiro, comida, não, espera, fim.
Uma lista desses sinais deve ser guardada e incrementada quando apropriado.
C. Sinais expressivos
Pode ser decidido trabalhar com um ou dois sinais os quais a pessoa surdocega deve produzir
espontaneamente, ex. bebida, biscoito.
Um programa de diminuição progressiva do toque mão-sobre-mão deve ser implementado. Inicialmente o
objeto deve sempre estar presente na aula e essa sinalização deve ser reduzida muito gradativamente.
Soletrar
Soletrar (escrever na mão) foi mencionado previamente e poderá ser útil para suplementar os sinais,
principalmente para os nomes das pessoas. Há dois tipos:
1) Maiúscula (letras maiúsculas desenhadas sobre a palma da mão)
2) O Alfabeto Manual para o Surdocego.
A forma de soletrar escolhida dependerá muito das pessoas surdocegas e suas necessidades gerais. O método
da Maiúscula pode ser mais apropriado para alguém com pouca visão para para senti-las mais tatilmente.
O método de ensino também variará. Algumas pessoas ensinam as letras iniciais e depois constróem os nomes
todo, outros acreditam que soletrar palavras inteiras é melhor. Novamente isso dependerá muito do indivíduo
e do uso para o qual o soletrar foi escolhido.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
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Método das Letras Maiúsculas
As setas indicam a DIREÇÃO e a SEQUÊNCIA dos traços da letra
a serem feitos na palma da mão.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
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Alfabeto manual do surdocego
Faça as letras claramente e lentamente , pause ao final de cada palavra.
Para dizer “Sim”, dê duas batidinhas na palma da mão do surdocego.
Para dizer “Não”, ou para apagar um erro, faça um movimento de apagar na palma da mão da pessoa
surdocega.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
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O Conteúdo do Programa de Comunicação
Todo programa será diferente mas aqui vão algumas idéias para serem consideradas, ao se decidir quais são
os sinais mais importantes para se introduzir e encorajar
1) O entendimento é normalmente maior que a expressão de tal modo que é imprudente para o instrutor
restringir-se a sinais que a pessoa surdocega usa. As pessoas que trabalham com criança devem objetivar
fornecer uma larga escala de comunicação a fim de desenvolver a compreensão. Por exemplo, mesmo que
a pessoa surdocega se comunique apenas pelo uso dos objetos diários, combine os objetos cada um com
um sinal.
2) O último objetivo do programa de comunicação deve ser para a pessoa surdocega usar sinais mais
significativos de suas necessidades e exercitar algum controle ao longo do dia. Por essa
razão, é
importante escolher sinais que sejam relevantes e motivadores para ela. Isso pode significar que um sinal
para “doce” seja introduzido antes de um sinal para “banheiro”.
3) Os sinais diários de comunicação social são muito importantes, como por exemplo: olá, até logo, abraçar,
beijar, etc.
4) Um sinal aceitável para atrair a atenção, como exemplo, “fazendo tchau com o braço” pode eliminar a
necessidade para um comportamento menos aceitável.
5) Alguns sinais particularmente úteis:
“Sim, bom, não” Esses sinais são cruciais para a administração diária e as atividades.
“Espere”
Uma pessoa surdocega tem problemas especiais para entender o dia.
Um sinal para“esperar” usado rotineiramente em pausas em atividades curtas ou
demorada, ajudará a pessoa surdocega a entender o que se pede.
“Terminou”
Uma pessoa surdocega terá dificuldade para saber se uma atividade terminou.
Um sinal para “terminou” tornará a vida bem mais compreensível.
Use o sinal ao final de todos os eventos de rotina.
“Mais”
“Mais” é um sinal que pode ser utilizado muito frequentemente e é normalmente um
sinal o qual as pessoas surdocegas acham relevante e aprendem rapidamente.
Sinais diários
Em geral, quanto mais frequentemente os sinais puderem ser utilizados, mais rápido
serão aprendidos. Os sinais parecidos com movimentos naturais tendem a ser
aprendidos bem facilmente.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
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Seção 4
O Uso da Visão
Freqüentemente a primeira pergunta que as pessoas que trabalham com criança surdocega fazem é “o que essa
pessoa pode ver?” Apesar do rótulo de cegueira, muitas pessoas com surdocegueira podem ter visão residual
funcional e ao ser trabalhada pode freqüentemente ser desenvolvida posteriormente.Um estudo encontrou
que entre 65-70% de adultos surdocegos tinham alguma visão funcional.
A avaliação pode ser difícil uma vez que as respostas visuais podem parecer errôneas e inconsistentes,
tornando difícil chegar a um quadro das habilidades do indivíduo. As respostas visuais aparentes
são freqüentemente prejudicadas por iluminação diferente, decoração, disponibilidade de pistas
de textura e de som, motivação, atenção e conhecimento dos, e confiança nos, arredores difíceis.
Avaliar a visão, especialmente quando há problemas adicionais de audição e aprendizado, necessita
de tempo e persistência.
Executando uma avaliação
1) Coletar informação
Colete informação de várias pessoas e fontes quanto possíveis, algumas delas podem ser conflitantes, mas é
um ponto de partida. Faça questão de analisar quaisquer Registros Médicos uma vez que podem conter dicas
valiosas apesar do fato de que a avaliação visual e formal com uma pessoa deficiente múltipla pode ser difícil.
Se a pessoa surdocega ainda não teve uma avaliação, ou não foi avaliada por um longo período, tente marcar
uma consulta com um oftalmologista e ortoptista. Alguns registros podem parecer um complicados por causa
da terminologia médica, então onde for possível, tente marcar uma reunião com o Consultor.
Alternativamente, algumas fontes úteis de informação são listadas na Lista de Recurso.
2) Perceba a Visão Funcional
Há uma gama de testes e observações simples que podem, usados com o tempo, responder a um número de
perguntas sobre o uso da visão da pessoa. Em várias maneiras essa informação é mais valiosa do que os
resultados clínicos porque se referem ao uso da visão nas atividades diárias.
A Pessoa Surdocega pode ver o claro (a luz) e o escuro?
A pessoa mostra alguma resposta/alteração no comportamento às diferenças claro/escuro? As respostas
devem incluir alterações de movimento, vocalização, movimento do olho ou expressão facial.
A pessoa surdocega dá alguma resposta se você:
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
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a) Mover um objeto escuro lentamente em direção ao rosto dela?
b) Ligar uma luz clara num ambiente escuro?
c) Puxar as cortinas para deixar a luz do sol entrar no ambiente?
d) Mover uma luz lentamente para cima e para baixo, para a esquerda e para a direita?
e) Introduzir uma segunda luz num ambiente escurecido. Ela pode mudar seu foco entre as luzes?
f) Iluminar uma luz em materiais brilhantes claros e em enfeites de Natal?
g) Ela responde aos faróis dos carros numa noite escura?
Mesmo que a pessoa surdocega não pareça responder inicialmente, vale a pena perseverar. Uma pessoa que
não tem usado sua visão há meses ou anos necessitará tempo e encorajamento. Esteja preparado para fazer
experiências com cores, formas e intensidades de luzes diferentes. Mantenha as sessões curtas e divertidas.
Aprender a responder ao estímulo visual pode ser cansativo inicialmente.
Como a Pessoa Surdocega usa sua visão em situações sociais?
Se você sentar em frente à pessoa, você obtém contato através dos olhos? Por quanto tempo?
Ela pode seguir os movimentos da sua(você) mão?
Em quais posições ela pode fazer isso mais facilmente?
Ela pode reconhecer as pessoas familiares visualmente? A que distância?
O que a Pessoa Surdocega pode ver ao trabalhar numa mesa?
Sente a pessoa surdocega numa mesa familiar e deixe à mão uma gama de objetos de formas, cores, tamanhos
diferentes, como exemplo, peças, cubos de madeira amarelos e vermelhos, rodelas de chocolate, etc.
Sistematicamente espalhe esses objetos numa mesa, uma montagem de cada vez, observe quais objetos ela
localiza e onde foram posicionados. Observe seu tamanho, cor, contraste e distância da pessoa.
Método de anotações sugerido:
Avaliação 1: Coletando acertos
= acertos que a pessoa encontrou olhando
= acertos que a pessoa encontrou tocando
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Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
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O surdocego
Repetir com uma variedade de objetos até surgir um padrão. Experimente com iluminações diferentes,
contrastes diferentes, etc, para verificar se a performance pode ser melhorada. Os resultados ajudarão a
encorajar a visão através do dia, i.e, se o surdocego responde bem ao amarelo, use essa cor para xícaras,
torneiras, toalhas, etc. Se ele tende a não observar objetos em certas localizações, ensine-o a buscar
lentamente. Se ele consegue ver pequenos objetos em várias escalas lembre-se de espalhar mais os
equipamentos.
O que o surdocego pode ver enquanto se desloca?
Observe o surdocego atravessar cômodos conhecidos e desconhecidos. Anote qualquer padrão de batida
contra os objetos - tamanho, localização, contraste.
Ele poderia ser ajudado com faixas brancas em objetos escuros, marrons, portas, etc?
Jogos de trajetos com obstáculos o ajudariam a olhar?
Encorajando o uso da visão
Os resultados da avaliação deveriam fornecer um quadro geral da extensão da visão residual que o surdocego
está usando e são uma base útil para encorajar o uso máximo da visão através do dia.
1) Estabeleça um sinal para “olhe” (i.e, tocando o Princípios Gerais no levemente o lado do olho) e sempre
use este sinal desenvolvimento para preveni-lo que se espera que ele dê atenção da visão
visual a alguma pessoa, objeto ou acontecimento.
Por exemplo, na hora do almoço, diga e sinalize “olhe”, mostre o garfo e faca e aí sinalize “coma”.
2) O surdocego com problemas de visão e de aprendizado precisará de tempo para olhar e entender situações.
Evite sempre apressar as tarefas visuais.
3) Uma deficiência visual terá implicações pela maneira a qual os sinais são apresentados através do dia.
Procedimento sugerido para a sinalização
a) Fique em frente à pessoa com a luz incidindo sobre seu rosto e suas mãos.
b) Atraia a atenção dele usando o sinal de “olhar”.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
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c) Faça o sinal claro e devagar, verificando se ele está olhando mesmo que seja um sinal de tato.
d) Encoraje o surdocego a repetir o sinal para mostrar que ele entendeu.
Usar luvas brancas pode ser uma ajuda para atrair atenção para as mãos.
4) Sempre certifique que o surdocego está trabalhando em boas condições de iluminação. (Veja a próxima
seção sobre iluminação). Encoraje-o também a tirar proveito total da iluminação disponível mostrando-lhe
como acender a luz, puxar as cortinas, levar equipamentos para mesas bem iluminadas.
5) O amontoado pode distrair o deficiente visual; então trabalhe sempre numa mesa organizada. Algumas
pessoas podem achar melhor trabalhar numa prancha inclinada ou dentro de um quadro.
6) Os RNIB são uma fonte excelente de informação sobre ajudas visuais (o endereço pode ser encontrado na
Lista de Recurso).
7) Dê atenção aos aspectos visuais das tarefas diárias. Por exemplo, pode ser mais fácil para uma pessoa com
visão parcial localizar o pão branco sobre uma tábua preta do que sobre uma superfície branca.
Desenvolvendo algumas habilidades visuais específicas
1) Atenção Visual
É importante alertar o surdocego para o fato que sua atenção visual é requerida e lhe dar tempo para olhar ao
redor antecipadamente. A menos que ele esteja prestando atenção, quase não há razão em mostrar-lhe objetos
ou sinalizar para ele. Pode ser necessário reconquistar sua atenção visual várias vezes numa tarefa.
Pode ser necessário seções especiais (curtas e regulares) direcionadas especificamente para obter atenção
visual para rostos, mãos e objetos.
Método sugerido para ganhar atenção visual
Sente-se em frente ao surdocego, de forma que seus olhos estejam no mesmo nível, por exemplo, sentado em
cadeiras, saco de feijão, no chão. Vire a cabeça dele suavemente para você e tente captar os olhos dele. Um
movimento pode ser usado para atrair sua atenção inicialmente - por exemplo, se você der um tapinha no seu
próprio nariz. Alternativamente, segure um objeto brilhante interessante no seu nariz ou entre seus dentes.
Pode ser necessário inicialmente virar a cabeça dele para você. Isso pode ser feito gentilmente com uma mão
em cada lado de seu rosto.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
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2) Enfoque
Trabalho sobre ensinar o surdocego a focar seus olhos em estímulos visuais
a) Luzes brilhantes numa sala escura
b) Luz em movimento
c) Objetos de brilho forte
d) Objetos de alto contraste de uso diário
e) Mãos e rostos de pessoas
Em cada estágio experimente com uma escala de luzes e equipamentos diferentes.
Sempre fique ou sente-se em frente ao surdocego e comece com o sinal de “olhe”. Introduza os estímulos
vagarosamente e lhe dê bastante tempo para atender. Encoraje-o a olhar antes de seguir e pegar o objeto. Uma
vez que ele esteja olhando para os objetos você pode começar a desenvolver a coordenação olho-mão;
colocando as coisas num container é uma idéia proveitosa de ensinar.
Sempre que possível encoraje-o a fazer a relação entre visão e som, utilizando equipamento que faça barulho
como sinos, tambores, etc.
Encoraje-o a olhar para objetos de uso diário que façam som, como o aspirador de pó.
Existem disponíveis alguns programas de computação excelentes para ajudá-los a enfocar a luz, quadros em
movimento, etc. (Veja seção de Microtecnologia na Lista de Recurso).
3) Rastreamento
Rastreamento é a habilidade de seguir o movimento com os olhos.
a) Luz em movimento numa sala escura (para cima e para baixo; para a direita e para a esquerda;
na diagonal)
b) Objetos brilhantes que se movem vagarosamente.
c) Objetos do dia a dia.
Sempre comece por atrair a atenção para uma luz ou objeto estacionário e então comece a movimentá-lo
muito lentamente. Aprender a jogar bola envolve rastreamento. Inicialmente pode ser usado para começar
sentado no chão oposto ao surdocego e rolando uma bola brilhante no chão. Esta tarefa pode ser gradualmente
entendida - brinquedos brilhantes de corda que se movem lentamente pela mesa são uma maneira interessante
de estímulo ao rastreamento.
Novamente existem disponíveis um número de programas de computação excelentes (veja a Lista de
Recursos).
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4) Pesquisando Usando a visão par ajudar a localizar os objetos é uma habilidade muito valiosa e
independente que pode ser desenvolvida ao longo do dia. Encoraje-o a olhar para os objetos antes de colocálos nas mãos dele ou sobre a mesa e ajude-o a encontrá-los. Muitos surdocegos precisarão usar uma
combinação de tato e visão, mas encoraje-os a olhar com cuidado e também sentindo os objetos. Estabeleça
um jogo onde doces são colocados entre objetos não comestíveis numa mesa. Veja se ele consegue encontrar
tudo. Experimente também escondendo doces ou objetos brilhantes em caixas enquanto ele assiste. Se ele
escolher a caixa certa, ganha uma recompensa.
Aprender a pegar os objetos do chão é uma habilidade útil. Dê a ele a prática de pegar objetos que estejam
espalhados pelo chão. Se ele deixar alguma coisa cair por acidente, ajude-o a encontrar sozinho.
Iluminação para o Deficiente Visual
1) Forneça boa iluminação totalmente
Lâmpadas fluorescentes são úteis já que reduzem a sombra e é barato deixá-las acesas o dia todo. Se forem
usados abajures, use os maiores possíveis, de preferência com cúpulas brancas. Isso diminuirá a sombra.
Todos os equipamentos de luz e janelas devem ser regularmente limpos.
2) Forneça iluminação extra para atividades específicas
Lâmpadas pequenas de alta densidade podem tornar o trabalho perto mais fácil mas elas devem ser usadas
para suplementar, e não substituir, boa iluminação de fundo. É importante assegurar que lâmpadas ajustáveis
sejam estáveis, com uma base larga de forma que não se flexionem.
3) Evite clarão
Luzes batendo contra superfícies brilhantes podem ser muito confusas. É ideal que o chão e a superfície das
mobílias sejam acarpetadas (cobertas com feltro).
4) Diminua a confusão visual
Mobílias e carpetes simples diminuem a confusão visual. Mantenha as superfícies de trabalho sem confusão.
5) Aumente o contraste
Sempre que possível, aumente os contrastes fornecendo itens diários que contrastem com o que está ao redor,
como pasta de dentes e caneca brilhantes num banheiro branco.
Realce a visibilidade dos perigos, e.g, coloque uma tira contrastante de papel ao redor dos batentes das portas;
pinte de branco as bordas dos degraus.
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Seção 5
Usando a Audição
Uma perda de audição pode ser facilmente despercebido em crianças que têm uma combinação de
desabilidades, de aprender e visual. Idealmente, uma perda deve ser percebida o quanto antes melhor e as
ações cabíveis tomadas - talvez aparelhos auditivos e um programa especial de treinamento, isso porque os
primeiros anos são muito importante no desenvolvimento da linguagem.
A audição é um sentido particularmente difícil de se avaliar onde existem desabilidades adicionais, e os
surdocegos podem atingir a idade adulta sem ter um diagnóstico claro sobre sua audição. A audição pode ser
muito difícil de se avaliar. As pessoas com desabilidades de audição podem não ser capaz de cooperar em
situações de descanso, alguns podem ser avaliados como tendo boa audição mas aparentam não utilizá-la no
dia a dia. Outros podem responder de forma muito inconsistente ao som - e.g, um assobio suave, mas não aos
sons mais altos ou fala. Alguns surdocego aprenderam a eliminar sons que não fazem nenhum sentido.
Efeitos da perda da audição
Os efeitos da perda da audição variam imensamente.
Pode haver uma perda generalizada de sensibilidade a sons de forma que todos os sons são abafados e as
perdas generalizadas podem variar desde uma leve incapacidade até uma perda muito profunda. Pode haver
uma resposta muito irregular ao som de forma que algumas frequências são ouvidas mais do que outras. Isso
pode distorcer a fala até ficar ininteligível.
Aparelhos auditivos
Estudos mostram que entre 30 e 35% da população surdocega possuem audição residual suficiente para se
beneficiar da amplificação mas isso não tem sido frequentemente tentado porque tem sido muito difícil de
avaliar o surdocego ou ele tem sido diagnosticado como sendo incapaz demais de aprender para se beneficiar.
Aparelhos auditivos não são um milagre. Não são como óculos que trazem a visão da maioria das pessoas ao
normal. Eles não podem trazer de volta o que não está lá ou está severamente danificado; os aparelhos
amplificam o que o indivíduo já consegue ouvir; sons como os de fala podem ser ainda muito distorcidos e
pode haver interferência de sons de fundo. Pode ser muito difícil localizar os sons.
Uma pessoa com um aparelho auditivo precisa aprender a ouvir novamente - especialmente se ela não ouviu
sons em qualquer volume durante algum tempo. Pode levar tempo e paciência para persuadir um surdocego
com deficiência de aprender a usar um aparelho. Usar um aparelho pode fazer só um pouco mais que dar ao
surdocego um conhecimento maior de alguns sons no ambiente; entretanto, para alguém que está alienado do
ambiente pela cegueira e pela surdez, qualquer coisa que os ajude a se relacionar, entender seu ambiente será
uma tentativa que vale à pena!
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
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Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hltonde Reno, Nevada, USA.”
Tipos de Aparelhos seu cuidado
Este é um assunto bem especializado e há um Auditivos e seu cuidado número de publicações disponíveis
dando detalhes sobre aparelhos auditivos, como eles
funcionam, e
como procurá-los. Eles estão listados na seção de recursos. Se um surdocego está para usar um aparelho é
essencial que uma pessoa determinada tenha a responsabilidade pelo seu uso e seu cuidado.
Introduzindo um Aparelho Auditivo
Um surdocego que não está acostumado com amplificação necessitará um programa de introdução bem
suave.
Estágio 1
Inicialmente a pessoa precisará se acostumar com algo tocando seu rosto e seus ouvidos. Comece com toques
humanos breves e suaves e aí comece a experimentar com materiais suaves. A tolerância precisa ser
estabelecida de vagar.
Estágio 2
Trabalhe com o surdocego, estabelecendo a tolerância a sons diferentes próximos do ouvido. Pegue alguns
sons suaves como sinos e faça o barulho em várias localidades, movendo-se gradualmente mais próximo à
seus ouvidos. Experimente com tipos diferentes de sons, mas sempre previna a pessoa estabelecendo o sinal
para “Ouça” antes de introduzir o som.
Estágio 3
Um “walk-man”, com os fones de ouvido um pouco longe das orelhas, pode ser uma introdução útil para a
amplificação. Mantenha o volume razoavelmente baixo inicialmente. Sempre remova os fones antes que a
pessoa fique estressada.
Estágio 4
Jogos onde o instrutor fale perto de seus ouvidos podem ser uma preliminar útil para o uso do aparelho
auditivo. Fale suavemente primeiramente e jogue com uma escala de sons diferentes. Novamente use o sinal
de “Ouça” para alertá-lo.
Estágio 5
Introduza o aparelho bem gradualmente. Certifique-se que o surdocego esteja feliz e relaxado e não em um
ambiente onde ruídos estridentes súbitos ou barulhos altos possam causar alarme. Mantenha seções curtas e
agradáveis e com uma recompensa no final.
Existem algumas idéias de ensinos para seções iniciais na página 28.
Estágio 6
Comece a introduzir o aparelho outras vezes durante o dia e estabeleça vagarosamente. Sempre pegue seções
silenciosas e um atividade que o surdocego possa fazer facilmente e que goste.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
“Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para Cegos,Wathertown, Mass., USA. O
Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hltonde Reno, Nevada, USA.”
Estágio 7
Quando ele estiver usando o aparelho, fale com frases em vez de palavras. Encoraje-o a ouvir o ritmo e a
entonação presentes na linguagem.
Alguns problemas com aparelhos auditivos
1) Como qualquer equipamento, eles precisam de manutenção e cuidado regular e partes tornam-se gastas e
precisam ser repostas. Entretanto, é essencial que os aparelhos sejam automaticamente mantidos e reparados e não deixá-los sem uso por estarem quebrados. Um sistema para permitir reparo imediato ou peças
sobressalentes disponíveis precisa ser organizado com antecedência.
2) O usuário pode brincar com o aparelho, danificando-o. Alguns surdocegos precisarão ter períodos
supervisionados de uso para evitar o dano.
3) O usuário vai precisar de tempo e treinamento para entender o valor dos aparelhos. Se isso não for
disponibilizado, ele pode recusá-lo ou quebrar o aparelho. Ensine-o a retirar o aparelho (ou a pedir para ser
retirado) e colocá-lo em algum lugar com segurança.
4) Os aparelhos podem assobiar e perturbar o usuário. Se isso acontecer verifique se o molde da orelha está
bem ajustado.
5) O usuário pode fazer sons altos ou repetitivos - obviamente neste caso o usuário está ganhando alguma
audição e deve se considerar um trabalho de vocalização mais apropriado.
Realizando uma avaliação habilidade da função auditiva
1) Dê uma olhada nos dados existentes e qualquer avaliação formal. Peça explicação se alguma coisa for
difícil de entender.
2) Faça uma série de observações na utilização da audição da pessoa surdocega nas situações do dia-a-dia.
Envolva tantas pessoas quanto possível que trabalham com pessoas surdocegas e compare as observações.
Dirija as observações para responder as seguintes perguntas:
a) Sons altos ou incomuns causam alguma resposta? Quais sons e quando? Que tipo de resposta?
b) Sons no ambiente, por exemplo, o toque do telefone, causam resposta? Quais sons e quando?
c) A pessoa surdocega responde a vozes familiares? De quem, e a que volume?
d) A pessoa surdocega se orienta para algum som, e.g., vira sua cabeça, tenta alcançar a fonte do som? Ela é
melhor com alguns sons do que com outros ou com sons a uma certa distância dos ouvidos?
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
“Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para Cegos,Wathertown, Mass., USA. O
Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hltonde Reno, Nevada, USA.”
e) Ela responde mais consistentemente a sons do lado direito ou lado esquerdo?
f) Ela responde a música? Tente uma variedade toda de tipos de música, por exemplo, jazz, popular, clássica.
Experimente altura, passo e ritmo.
g) A pessoa surdocega faz alguma vocalização? Quais sons ela produz? Ela vocaliza mais em certas
circunstâncias? As vocalizações parecem fala de alguma forma?
Depois de certo tempo pode ser possível construir um quadro de respostas aos sons e isso será a base para
planejar um programa.
Ensinando idéias para o desenvolvimento do uso da audição
1) Estabeleça um sinal para “escute” que é introduzido antes de qualquer introdução de som.
2) Faça seções curtas. Aprender a escutar pode ser muito cansativo inicialmente.
3) Programe algumas seções para encorajar interesse em, e resposta a, uma larga escala de sons diferentes.
Junte uma variedade de equipamentos que façam som; (bateria, biscoitos numa lata, arroz num pacote, relógio
de tic-tac), e deixe a pessoa explorar os itens e seus diferentes sons. Inicialmente pode parecer mais fácil
trabalhar num ambiente quieto sem muitas distrações. Veja se a pessoa é capaz de combinar o objeto com o
som, escolhendo o objeto correto após escutá-lo.
4) Trabalhe com a localização dos sons - apresente os sons nos ouvidos direito e esquerdo, alto e baixo, ou até
movendo lentamente de um ouvido para outro e veja se a pessoa pode encontrar o objeto. Inicialmente o
surdocego achará sons barulhentos de uma longa duração, apresentados ao nível do ouvido, os mais fáceis.
Trabalhe com sons mais quietos e rápidos numa escala de localizações. Ensine o surdocego a alcançar e tocar
o objeto.
5) É muito importante ajudar a pessoa surdocega a fazer ligações entre ruídos e os acontecimentos do
ambiente. Por exemplo, se ela reage ao ruído do aspirador de pó, mostre-a onde está e o que é. Deixe-a ligar e
desligar.
6) Entender e localizar o som é um aspecto importante da mobilidade. É importante atrair a atenção para os
diferentes sons ao redor do ambiente - a porta batendo, a descarga do banheiro. Encoraje o surdocego a
localizar a fonte dos diferentes sons.
7) Para os surdocegos com alguma vocalização, trabalhe com atividades onde você repita e reforce esses sons.
Deixe as pessoas sentir seu rosto, lábios e pescoço enquanto fala. Alguns surdocegos produzem ruídos altos e
repetitivos que preocupam os adultos e às vezes os supervisores se perguntam se isso deveria ser
desestimulado. Quando possível pode ser melhor tentar e estender a escala dos sons e ver se eles podem ser
usados na comunicação.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
“Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para Cegos,Wathertown, Mass., USA. O
Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hltonde Reno, Nevada, USA.”
8) É muito importante conversar com o surdocego, não apenas em palavras soltas mas também em frases
curtas. Isso torna o relacionamento mais natural e a pessoa pode muito bem estar pegando dicas muito úteis do
diálogo especialmente o passo, ritmo e entonação.
O ambiente e a audição
1) Não é uma boa idéia ter um rádio ou uma televisão ligados o tempo todo. O som pode mascarar outros sons
ou acrescentar a confusão de “audição” que um surdocego pode sentir. Um rádio é muito mais provável de ser
ouvido se for tratado numa ocasião, não como som de fundo.
2) É mais fácil lidar com sons em ambientes mobiliados, onde tapetes e cortinas abafam os ecos e tornam mais
fácil discriminar e localizar os sons.
3) Ambientes grandes podem ser sub-divididos em áreas menores que soam diferentes. Divisórias
enfraquecerão os ecos de um ambiente maior e tornarão mais fácil se concentrar no som.
4) Onde possível ensine o surdocego como controlar os sons no ambiente - como fechar portas, operar TV,
rádio, etc.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
“Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para Cegos,Wathertown, Mass., USA. O
Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hltonde Reno, Nevada, USA.”
Seção 6
Movimento e Mobilidade
Muitos surdocegos têm somente um conhecimento limitado do ambiente além do alcance dos braços e
portanto precisam de motivação para explorar. Em casos extremos um surdocego pode simplesmente ficar de
pé, deitar ou sentar onde foi deixado e fazer muito pouco esforço para se movimentar.
Atividades e idéias para encorajaro movimento
1) É muito importante construir um relacionamento confiável entre o instrutor e o surdocego, e de preferência,
o trabalho de movimento deveria ser feito por alguém que conheça bem o surdocego. Pode ser útil para o
instrutor experimentar o movimento e ser conduzido com olhos vendados para entender alguns dos
problemas.
2) O surdocego precisa entender seu próprio corpo e como ele se movimenta no espaço. Ele pode se sentir
mais seguro se você começar a trabalhar no chão. Construa uma rotina onde você move as mãos do surdocego,
braços, pernas e pés gentilmente. Encoraje-o a se enrolar com uma bola e se esticar, a se rolar no chão e se
levantar. Trabalhe com exercícios tipo de barco à remo onde a pessoa empurra e puxa. Sente atrás dela e a
encoraje a se inclinar para trás até onde você a suporta. Ensine-a a se ajoelhar e inclinar para frente suportando
seu peso com as próprias mãos. Ande com o surdocego com seu braço ao redor da cintura dele e vice-versa.
Faça seções regulares, relaxantes e engraçadas.
3) Use qualquer aparelhagem disponível - trampolim, ambiente bom para brincar, piscina. Esses são ideais
para encorajar o surdocego a explorar as formas diferentes de movimento
4) Ensine o surdocego técnicas de localização de objetos. Inicialmente pode ser útil trabalhar sentado no chão.
Coloque os objetos um pouco fora do alcance. Ensine a pessoa como se inclinar e se esticar para frente e para
os lados sem se desequilibrar. Continue essas técnicas sentado à mesa.
5) Acostume-se a usar a técnica correta de guiar uma pessoa cega ao longo do ambiente. Há um número de
técnicas que ajudarão o surdocego a se sentir confiante. Elas estão descritas muito claramente em “Como
guiar um cego” que é um folheto grátis do RNIB.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
“Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para Cegos,Wathertown, Mass., USA. O
Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hltonde Reno, Nevada, USA.”
6) Rastreamento. Aprender como traçar uma rota é um passo importante ao aprender mobilidade
independente. Escolha uma rota curta (por exemplo, pelo hall até a sala). Encoraje a pessoa a passar a mão
pela parede com os dedos levemente recolhidos. Ajude-a a explorar a textura do papel de parede e outras dicas
na rota, i.e., uma mesa ou prateleira. Inicialmente o surdocego poderá ser ajudado mantendo-se seu corpo
próximo da parede. Deixar a pessoa seguir a rota descalça - se for prático - pode também fornecer informação
valiosa. Inicialmente pode ser mais fácil responder à dicas como mudanças na textura do chão, localização de
capachos, etc. Se necessário pode-se fornecer dicas adicionais para tornar uma rota mais fácil, como por
exemplo colocar um capacho fixo ou que não escorregue em pontos estratégicos.
7) Lidando com rotas mais complicadas. Trabalhe algumas rotas importantes para o surdocego, i.e., do
quarto para o banheiro, que pode envolver cruzar um cômodo, virar para um corredor ou entrar na segunda
porta à esquerda.
a) Estabeleça um sinal claro para onde você está indo. Isso pode ser um sinal “banheiro” ou um sinal mais uma
dica, i.e., dando ao surdocego um papel higiênico.
b) Ande toda a rota com o surdocego várias vezes, atraindo sua atenção para dicas importantes, como por
exemplo a cadeira perto da cama, o interruptor de luz perto da porta, a mesa no corredor, a plaquinha na porta
do banheiro.
c) Divida a rota em estágios, i.e.:
i
Levantar da cama
ii Mãos para fora, tocar a cadeira
iii Ficar em frente a cadeira
iv Andar ao longo da parede até encontrar a porta, etc.
Ensine o surdocego a fazer o primeiro estágio independentemente, e então ajude-a com o resto da rota. Depois
trabalhe com os estágios i e ii e ajude-a com o restante do rota. Alternativamente, você pode ajudá-lo através
da rota mas espere para que ele faça o último pedaço sem ajuda, por exemplo, andar da porta do banheiro até a
privada.
Isto é uma introdução muito breve a uma área muito importante de desenvolvimento de aptidão. A Lista de
Recursos inclui um número de roteiros práticos de mobilidade e é muito útil de se ler pelo menos uma vez.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
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Seção Sete
Adaptando o Ambiente
As aptidões de mobilidade do surdocego podem ser utilmente consideradas no contexto do ambiente como
um todo. Esta seção contém algumas sugestões gerais que podem então ser adaptadas para combinar situações
individuais com as necessidades.
Aspectos do Ambiente
Iluminação
Níveis apropriados de iluminação são necessários, especialmente em áreas como corredores e escadas onde
os níveis normais de iluminação podem ser baixos.
Contraste
Para a pessoa com visão parcial o uso de cores contrastantes podem ser uma ajuda útil para a visão. Por
exemplo:
a) Maçanetas de portas
b) Interruptores de luz
c) Colocar capachos para as horas das refeições
d) Em salas onde o esquadril da janela é da mesma cor das paredes, pode ser útil colocar uma fita adesiva de
cor bem contrastante ao redor do esquadril.
e) Uma fita branca nas bordas dos degraus facilitará enxergá-los e caminhar.
Dicas de Localização
Ocorrendo naturalmente
Existe um número de dicas de ocorrência natural no ambiente que podem fornecer informação útil para o
surdocego. Se alguém considerar uma rota típica, talvez da sala de estar para o banheiro, tais dicas tornam-se
óbvias - a mesa perto da porta, o aquecedor, o batente da porta, etc. Pode ser útil seguir uma rota com os olhos
vendados e anotar todas as dicas que você usou para localizar-se.
Adaptações
Pode ser útil enaltecer algumas dicas, ou sistematicamente fazer adições.
a) Paredes similares podem ser pintadas em cores diferentes; talvez as paredes dos corredores que vão até a
cozinha pudessem ser amarelo, e o corredor que vai para fora pode ser branco. Alternativamente colocando
papel de parede com textura em algumas paredes pode fornecer informação útil.
b) As rotas podem ser marcadas colocando-se fitas para o tato na altura do rastreamento. Plástico de
embalagem com bolhas, tiras de rascunho ou material macio são todos úteis.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
“Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para Cegos,Wathertown, Mass., USA. O
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c) Partes especiais das rotas podem ser acentuadas, por exemplo colocando-se capachos que não escorregam
em lugares estratégicos.
d) Dicas especiais podem ser colocadas em portas. Por exemplo uma tira de toalha na porta do banheiro.
Alternativamente, maçanetas distintas podem ser colocadas.
Dicas de Posse
O surdocego pode se beneficiar por ter um sistema especial para ajudar a identificar posses. Por exemplo, uma
tira para o tato costurada em roupas, talvez na fora de letra da inicial de seu nome. Alternativamente símbolos
de madeira ou de tato podem ser fixados em sua própria cama, cadeira, guarda-roupa, etc.
Mobília
Os surdocegos aprendem a lidar com a maior parte das mobílias do dia-a-dia, mas uma vez que eles tendem a
trombar contra a mobília, itens firmes são um bom investimento. O posicionamento da mobília é uma
importante dica de orientação e seu arranjo deverá ser considerado deste ponto de vista. Por exemplo, cadeiras
e divisores de salas devem ser usados para dividir uma sala grande em áreas menores com sentimento de ‘mais
segurança‘.
O surdocego realmente entende a mobília como uma dica de locomoção, mas não há razão para não rearrumar a mobília ocasionalmente, desde que lhe seja claramente mostrado quais mudanças foram feitas.
Uma pequena mudança uma ou duas vezes ao ano pode encorajar a exploração e uma atenção crescente ao
ambiente.
Pequenas Ajudas em Casa
Os RNIB são uma fonte excelente de pequenos e úteis itens, i.e, armações de mesas, alarmes vibratórios,
capachos não-escorregadios, guardadores de pratos, etc. Informação adicional pode ser encontrada na Lista
de Recurso.
Perigos
É essencial analisar o ambiente de um ponto de vista seguro para o surdocego. Seguem aqui alguns perigos
típicos:
a) Portas entreabertas podem causar sérias lesões. Sempre feche as portas ou coloque molas de fechar
(verifique que fazem a porta fechar lentamente).
b) Itens colocados ao redor de corredores podem ser letais. Tente colocar baldes, latas de lixo, mochilas onde
não vá passar alguém.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
“Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para Cegos,Wathertown, Mass., USA. O
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c) Itens nas paredes que ficam na altura da cabeça, como prateleiras e extintores de incêndio são muito
perigosos.
d) Itens baixos como mesas de café podem causar sérios hematomas nas canelas.
e) Capachos devem ser não-escorregadios.
f) Degraus desprotegidos podem ser perigosos, assim como corrimãos que terminam antes do último degrau.
Conclusão
Existem muitos pontos de vista sobre a extensão das adaptações que deveriam ser feitas ao ambiente. Pode-se
se discutir que adaptações extensas não preparam o surdocego para o ’mundo real’ e que é melhor ensinar as
aptidões necessárias para lidar com o arranjo normal. Outros acreditam que umas poucas e simples
adaptações podem fazer toda diferença em ajudar o surdocego a ser mis independente.
Quaisquer que seja seu ponto de vista sobre isto, espera-se que esta seção lhe capacite a considerar alguns dos
problemas e possibilidades do ambiente do ponto de vista do surdocego.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
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Seção Oito
Comportamentos Desafiadores
O comportamento de alguns surdocegos adultos podem ser um motivo de preocupação entre as pessoas que
cuidam da criança. Alguns comportamentos mencionadas incluem comportamentos auto-prejudiciais e autoestimulantes que parecem eliminar o mundo, passividade extrema ou frustração e agressão. Pode ser útil para
as pessoas que cuidam da criança passarem algum tempo com olhos vendados e negar a língua como forma de
comunicação para ganhar algum entendimento do comportamento que um surdocego possa mostrar. Essa
visão pode influenciar enormemente nas abordagens escolhidas para ajudar o surdocego a ganhar
comportamentos novos e mais aceitáveis.
Considerando alguns comportamentos especiais
Passividade Extrema
O surdocego pode optar por passar muito tempo não fazendo nada, talvez ficar simplesmente sentado no
mesmo lugar. Este comportamento pode ser associado a auto-estímulo, balançando ou brincando com partes
do corpo ou das roupas. As pessoas que cuidam da criança podem gostar de fazer as seguintes perguntas sobre
o surdocego:
a) Ele tem um relacionamento especial com alguém? Isso seria possível acontecer, talvez usando alguma
forma de programa de tato ou massagem (ver página 6). O surdocego necessitará um relacionamento especial
para ajudá-lo a prestar atenção à vida além de seu próprio corpo.
b) Existe alguma coisa que ele goste/tolere? Apesar que as pessoas sempre dizem “já tentei de tudo” isso
raramente é verdade - tente escrever uma lista de sensações diferentes que incluem
toque/cheiro/paladar/vibração/correntes de ar/visão/audição. Existem algumas idéias úteis de equipamentos
na Lista de Recurso - O Equipamento Pethna é especialmente útil com os surdocegos. Inicialmente o
surdocego vai precisar demonstração cuidadosa de como responder a diferentes estímulos e equipamentos.
Isso pode variar desde como passar as mãos em texturas diferentes até como apertar um botão para acionar a
corrente de ar. Uma vez que ele aprendeu mesmo uma simples resposta, deve-se dar consideração de como
usar essa resposta em períodos em que ele estiver sozinho.
c) O que há de disponível no ambiente para motivar o surdocego a explorar? Se ele tiver tendência a ficar
sentado muito tempo, pode sua cadeira ou a área a seu redor se tornar mais interessante? Poderiam ser
colocadas acolchoados diferentes nas maçanetas ou na parede adjacente? A cadeira poderia ser movida
ligeiramente ou ter um obstáculo interessante colocado nela, para o surdocego removê-lo? O equipamento
adequado está próximo de maneira que o surdocego possa alcançá-lo? Posteriormente ele poderia ser
colocado mais longe.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
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d) O surdocego tem uma idéia clara de sua rotina e do que se espera que ele faça dentro do ambiente? Como lhe
poderiam dar mais chances e oportunidades para ter iniciativa? Todas as seções anteriores deste guia
apresentam idéias sobre isso.
Agressão / Frustração
De muitas formas, os exemplos de comportamento agressivo são uma clara, se apropriado, tentativa de
comunicação quaisquer tentativas de se modificar esse tipo de comportamento deveria realmente levar em
consideração o aspecto da comunicação. Por exemplo, uma simples folha de observação pode bem mostrar
que alguém se torna destruidor em certas circunstâncias e isso deve ser mantido por pessoas que venham para
acalmá-la; poderia o comportamento ser evitado positivamente por alguma forma de comunicação? Ensinar
um surdocego uma forma aceitável de sinalizar “não”, “já chega”, “venha e me dê atenção” pode solucionar
muitos problemas. Frequentemente algumas das primeiras formas de clara comunicação podem ser
negativas, mas isso pode ser respeitado, i.e, mudando a atividade, retornado à situação original
posteriormente, de uma forma ligeiramente diferente. Um surdocego também precisa ser capaz de comunicar
“eu quero mais” de forma aceitável.
Algum comportamento pode ser estimulado por incerteza sobre o que vai acontecer em seguida. Utilizando
sinais para “espere”, “acabou”, “não”, “bom”, “mais”, pode ajudar a dar confiança ao surdocego. Usando um
calendário objeto ou alguma forma de transmitir as rotinas e mudanças delas, pode também conduzir a
comportamento mais aceitável.
Ensinar a comunicação é um processo que consome tempo - mas também o é a lidar com a consequência da
falta dela!
Cutucando os olhos
Este comportamento causa preocupação já que pode ser penoso olhar, pode se tornar obsessivo suficiente para
evitar o surdocego de se envolver em outras atividades e pode causar danos futuros para os olhos. Cutucar os
olhos tende a acontecer depois de aproximadamente um ano de idade em crianças cegas/visualmente
incapacitadas e se a criança não for distraída pode se tornar persistente e problemática. Tem se comparado
crianças que chupam o polegar por conforto com crianças que cutucam seu olhos tendem a não chupar o
polegar. Uma explicação mais provável é que cutucar pode estimular o nervo ótico e causa flashes de luz e de
cores.
Antes de decidir sobre um programa, é útil tentar e anotar o comportamento problemático. Anotar pode
simplesmente ser feito tomando-se cinco minutos por semana e anotando qualquer cutucada nos olhos nesse
período, o que o surdocego estava fazendo naquela hora, onde ele estava e o que aconteceu depois (i.e, ele foi
chamado a atenção; foi ignorado).
Deverão aparecer padrões a partir desses dados anotados, i.e, o surdocego cutuca mais os olhos quando em um
ambiente não estimulado sem atividades relevantes. Este tipo de padrão terá implicações para a programação.
Um surdocego que cutuca os olhos enquanto aguarda atividades, pode muito bem reagir ao lhe ser fornecido
um número de objetos estimulantes, i.e, uma lanterna, um caleidoscópio, um rádio ou aparelho de som
pessoal. Como regra geral é geralmente mais fácil ensinar um indivíduo a fazer algo incompatível com o
“problema” do que ensiná-los a sentar sem
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fazer nada. Alternando a rotina do surdocego ligeiramente também pode ajudar o problema. Por exemplo, se
ele tende a sentar e cutucar os olhos enquanto aguardo o almoço, talvez ele pudesse se sentar por último, ou
ajudar a servir a comida. Se ele tende a cutucar os olhos em ambientes ativos, muito barulhentos, talvez sua
rotina pudesse ser alterada para diminuir o tempo nessas situações até que ele aprenda a lidar melhor.
As pessoas que cuidam da criança frequentemente discordam sobre qual tipo de enfoque deveria ser usado, ou
quanto eficiente um enfoque está sendo. Reintroduzindo um pequeno período de anotações pode ajudar os
programas a serem monitorados objetivamente.
Estalando dedos e olhando a luz
Parece claro que para alguns surdocegos esses comportamentos dão muito prazer; então qualquer programa
que objetive diminuir esses comportamentos precisa substituir alternativas muito prazerosas. Aproximandose do problema de um ângulo diferente, brincar com a luz pode ser usado como uma recompensa muito
poderosa para aprender outras habilidades. Novamente um pequeno período de anotações é necessário para
definir os comportamentos problemáticos e para ver se aparece algum padrão. Por exemplo, algumas pessoas
podem induzir nesses comportamentos mais quando há luzes brilhantes, ou luz do sol entrando numa sala.
Neste caso as modificações no ambiente podem ser instrumentais, reduzindo a incidência de luz brilhando e
do jogo de luz nas seções de trabalho. A iluminação difusa ou em faixas, e vedações na janelas são também
duas sugestões bem óbvias.
Existe uma pesquisa que sugere que olhar para a luz aumenta quando os surdocegos estão inseguros do que
fazer em uma situação, ou se uma tarefa for muito difícil. Tornar a tarefa mais fácil ou ajudá-los a entender o
que se espera deles resulta num comportamento mais apropriado.
Algumas formas de comportamento orientado pela visão ou pela luz que à princípio parecem desviadas
podem estar servindo uma função muito importante para o surdocego. Por exemplo, um indivíduo pode
ocasionalmente insistir em usar óculos num ângulo um tanto estranho. Observações cuidadosas podem
concluir que se trata de uma resposta de adaptação para se visualizar certos objetos.
Similarmente alguns surdocegos podem adotar posições da cabeça um tanto idiossincrático (“peculiar”) para
visualizar objetos e pessoas. Isso pode ser uma forma de adaptação para lidar com certas condições visuais. Se
alguns enxergam melhor com o lado direito dos olhos, eles precisarão ajustar a posição da cabeça de acordo
com isso.
Problemas com uso ocasionalmente de roupas
Algumas pessoas que cuidam da criança descobriram que ocasionalmente um surdocego adulto é relutante
para vestir roupas, especialmente os sapatos. Às vezes é difícil para as pessoas com visão e audição normal
apreciarem quanta informação um surdocego pode adquirir através de seu corpo, especialmente seus pés.
Andar de sapatos ou tênis pode ocultar todos os tipos de dicas sobre as mudanças de texturas conforme se ande
de um tipo de carpete para outro, vibrações no solo, etc.. Em alguns casos pode ser melhor deixá-lo andar
descalço, se for seguro. De outra forma, calçados baratos de solado fino pode ser um compromisso útil.
Obviamente se trocar em público não é
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aceitável, mas experimentar com roupas frouxas ou camisas de mangas curtas pode ajudar e fornecer um
ponto de partida para ensinar o surdocego a tolerar sistematicamente vestir mais roupas por períodos de tempo
maiores.
Conclusão
Tentando resolver o comportamento desafiador nos surdocegos requer uma combinação de foco,
entendimento epaciência. Isso pode ser suplementado de forma útil com um conhecimento de técnicas de
comportamento que fornecem um quadro útil para tentar resolver sistematicamente o comportamento
desafiador. A lista de recursos contém algumas referências úteis para os interessados em técnicas de
comportamento e pesquisa em comportamento desafiador. Existem muito poucas soluções simples para
trabalhar com comportamento desafiador e esta seção não pretende mais ousada que fornecer algumas
sugestões que podem ser incorporadas em um programa individual.
Tradução: Título Original Making Sense of the World - Helen Bradley & Bob Snow - Tradução: Rodnei e Rodnaldo Mariano
Carpinteiro - Revisão: Shirley R. Maia / Márcia Maurilio/2006 - Fonte: Sense, the National Deafblind & Rubella Association.
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