Aula de Teoria das Placas - DEECC
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Aula de Teoria das Placas - DEECC
Universidade Federal do Ceará Centro de Tecnologia Departamento de Engenharia Estrutural e Construção Civil Flexão de Placas ANÁLISE DE ESTRUTURAS I PROF. EVANDRO PARENTE JUNIOR (UFC) PROF. ANTÔNIO MACÁRIO CARTAXO DE MELO (UFC) Teoria Clássica das Placas y Hipóteses básicas: { O material é homogêneo, isotrópico e elástico linear; { Os deslocamentos são pequenos, comparados com a espessura h; { A placa é fina { As tensões normais que atuam perpendicularmente à superfície média podem ser desprezadas.(*) { Um segmento de reta normal à superfície média indeformada se conserva normal à superfície média após a deformação, permanecendo reto e com o mesmo comprimento.(*) { (*): Conhecidas como hipóteses de Kirchhoff ou, às vezes, de KirchhoffLove, por Love tê-las estendidas às cascas: Ù Correspondem às hipóteses de Navier-Bernoulli para vigas. Cargas externas Placa sujeita a um carregamento q(x,y) Teoria Clássica das Placas y Campo de deslocamentos: w( x, y, z ) = w( x, y ) u ( x, y , z ) = − z ∂w ∂x v ( x, y , z ) = − z ∂w ∂y Teoria Clássica das Placas y Relações deformação-deslocamento: εx = − zκx ∂2w ε x = −z 2 ∂x ∂2w ε y = −z 2 ∂y γ xy Ou ∂2w = −2 z ∂x∂y ε y = − zκ y γ xy = −2 zκ xy Equações Constitutivas y O material é homogêneo, isotrópico e elástico linear. y O estado de tensões em cada lâmina da placa é plano. y Deformações não nulas: Equações Constitutivas y Invertendo e usando as relações deformação- deslocamento: σx = − E (κ x + υκ y ) z 1−υ 2 σy = − E (κ y + υκ x ) z 1−υ 2 τ xy = − (*) E κ xy z 1+υ Tensões atuantes Elemento da placa de dimensões dx, dy e h Esforços internos y Resultantes das tensões (esforços por metro) { Integração ao longo da espessura (h): σ x σ y ∫hτ xy z dz − 2 τ yx Mx M y = M xy M yx Qx = Q y h 2 h 2 τ xz ∫hτ yz z dz − 2 Relações momento-curvatura y Substituindo nas expressões dos esforços resultantes e integrando em z: M x = − D (κ x + υκ y ) M y = − D (κ y + υκ x ) M xy = M xy = − D(1 −υ )κ xy (**) Rigidez à flexão das placas Teoria Clássica das Placas y Tensões ao longo da espessura { Utilizando as equações (*) e (**) obtém-se: 12 M x z h3 σx = σy = τ xy = 12 M y h3 12 M xy h3 z z Teoria Clássica das Placas y Momentos M x = − D (κ x + υκ y ) M y = − D (κ y + υκ x ) M xy = M xy = − D(1 −υ )κ xy y Curvaturas: κx = ∂2w ∂x 2 κy = ∂2w ∂y 2 κ xy = ∂2w ∂x∂y Esforços na superfície média Momentos fletores (Mx e My), torsores (Mxy) e Forças cortantes (Qx e Qy) Teoria Clássica das Placas y Equações de equilíbrio: Teoria Clássica das Placas y Eliminando Qx e Qy das equações de equilíbrio: y Escrevendo os momentos em função das curvaturas: ∂ 2κ xy ∂ 2κ y q ∂ 2κ x +2 + = ∂x 2 ∂x∂y ∂y 2 D Teoria Clássica das Placas y Escrevendo as curvaturas em função dos deslocamentos obtém-se a Equação de Lagrange (1811): ∂4w ∂4w ∂4w q + + = 2 ∂x 4 ∂x 2 ∂y 2 ∂y 4 D ou ∇4w = q D onde É o operador biarmônico Teoria Clássica das Placas y Solução analítica (Eq. Dif. Parcial de 4ª ordem) { Caso geral (geometria, carregamento e condições de contorno): Ù Ù { Solução difícil. Em muitos casos impossível achar uma solução exata. Geometrias e condições de contorno simples: Placas circulares (soluções fechadas). Ù Placas retangulares (soluções por séries): | Solução de Navier. | Solução de Levy. Ù Teoria Clássica das Placas y Soluções aproximadas { Métodos semi-analíticos: Ù Ù { Rayleigh-Ritz. Galerkin. Métodos numéricos: Método das Diferenças Finitas. Ù Método dos Elementos Finitos. Ù Método dos Elementos de Contorno. Ù Métodos sem malha (meshless). Ù Condições de contorno y Bordo simplesmente apoiado: { w=0 { Mp = 0 (Mp é o momento na direção ⊥ ao bordo) y Bordo engastado: { w=0 { θb = 0 (θb é a rotação em torno do bordo) y Bordo livre: { Mp = 0 { Vp = 0 (Vp é o cortante efetivo na direção ⊥ ao bordo) Esforço Cortante Efetivo y Momento de torção (Mxy) em um elemento da borda x = a de comprimento dy: Esforço Cortante Efetivo y Substituição por duas forças verticais de módulo Mxy separadas de dy: Esforço Cortante Efetivo y O momento de torção não se altera. Há apenas uma mudança localizada na distribuição de tensões numa região muito próxima da borda da placa (Princípio de Saint-Venant). y Nos elementos dy da borda x = a, a distribuição de Mxy é estaticamente equivalente a um esforço cortante distribuído e a forças concentradas nos cantos. Esforço Cortante Efetivo Esforço Cortante Efetivo y Esforço cortante efetivo na borda x = a é definido como: Exemplo 1 y Placa retangular simplesmente apoiada e sujeita a uma carga senoidal: y Com q0 = intensidade do carregamento no centro da placa Exemplo 1 Exemplo 1 y Substituindo a Eq. (1) na equação de Lagrange: y Condições de contorno (flechas e momentos nulos nos bordos): { Em x = 0 e x = a: Em y = 0 e y = b: Exemplo 1 y Solução candidata: { { Família de soluções que satisfazem as condições de contorno (Eq. 3) e (Eq. 4). Constante C: Selecionada tal que a equação diferencial (Eq. 2) seja satisfeita. Exemplo 1 y Metodologia { Avaliar as derivadas de w (Eq. 5) necessárias e substituir na Eq. (2). { Obter C igualando os dois lados da equação para qualquer x e y. { Solução final: Exemplo 1 y Momentos Exemplo 1 y Cortantes Exemplo 1 y Reações de apoio (cortante efetivo) { Para x = a { Para y = b { Onde: Exemplo 1 y Forças concentradas nos cantos: { Em x = a e y = b: { Obs: R < 0 – Sentido para baixo. Exemplo 1 y Demais cantos: da simetria, têm a mesma força com o mesmo sentido. Exemplo 1 y Observações { O equilíbrio entre a carga aplicada q e as reações; { O aparecimento de R decorre da hipótese simplificadora de Kirchhoff (cortante efetivo); { Teoria mais refinada, incluindo a deformação de cisalhamento transversal: Ù Ù { As reações concentradas desaparecem; Próximo aos cantos as reações continuam distribuídas, apontando para baixo, com efeito equivalente ao de R. Reações para baixo nos cantos Placas apoiadas nas bordas, mas não presas nelas, tendem a levantar nos cantos, R impede este levantamento Ù Se os cantos não forem devidamente presos, os momentos fletores na região central aumentarão. Ù Exemplo 2 y Placa retangular simplesmente apoiada e sujeita a carga: y m e n: inteiros positivos (número de meias-ondas). y De forma análoga ao Exemplo 1: { Esforços e reações obtidas da mesma forma. Solução de Navier y Equação diferencial linear – superposição de soluções do tipo (*) ∂4w ∂4w q ∂4w +2 2 2 + 4 = ∂x 4 ∂x ∂y ∂y D y Representando o carregamento como uma série de Fourier: Solução de Navier y A solução para o carregamento transversal será onde os coeficientes qmn são dados por: Exemplo 3 y Placa retangular simplesmente apoiada submetida a carga uniformemente distribuída q0 . Exemplo 3 y Expansão do carregamento em série de Fourier onde m,n = 1, 3, 5, 7... Exemplo 3 y Deslocamentos transversais: y Momentos Exemplo 3 Exemplo 3 y Placa quadrada (a = b): { w, Mx, My máximos – centro (x = y = a/2) Exemplo 3 y Resultados para v = 0.3 Termos 1 (m = n = 1) 4 (m,n = 1,3) Valor exato wmax/(q0a4/D) Mmax/(q0a2) 0,00416 (2,5%) 0,00406 (0,0%) 0,00406 0,0534 (11,5%) 0,0469 (-2,1%) 0,0479