Fabricação Humana - estúdio GUANABARA

Transcrição

Fabricação Humana - estúdio GUANABARA
Fabricação Humana
Uma alternativa à arquitetura midiática de consumo
Thiago José Barros
Estúdio Guanabara
2014
Abstrato
O artigo propõe uma reflexão sobre a prática da arquitetura midiática, pautada no apelo
imagético e icônico, instrumentada pelas novas ferramentas paramétricas atreladas à fabricação
digital. Esse tipo de abordagem é encarada como uma forma de associação da arquitetura à uma
pratica supérflua, qualificando seu acesso à uma ínfima parcela da população, afastando a profissão de sua abrangência e dimensão social. Propondo uma prática mais acessível e pautada em
uma agenda mais participativa, é apresentado o termo da ‘fabricação humana’. A proposta defende
uma arquitetura voltada para o desenvolvimento metodológico e aceitação do usuário como vetor
ativo da articulação e produção espacial. Nessa lógica, o arquiteto tem seu espectro de atuação
profissional ampliado, desconstruindo a figura do gênio criador de um objeto artístico. Ao atuar
de forma resolutiva e inclusiva, questões que transcendem estética e forma ganham espaço para
serem exploradas.
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Hoje em dia é possível apontar o jargão arquitetônico da moda como ‘fabricação digi-
tal’. Uma diversidade de projetos, dentro das mais variadas escalas e usos, emerge da ideia de
um processo de fabricação intrinsicamente ligado ao universo digital, com o designer mantendo controle total do processo através de ferramentas computacionais amparadas por sistemas
paramétricos. Seguindo essa corrente, muitas das propostas resultantes são concebidas sem lugar,
materialidade, uso ou mesmo sentindo, seguindo conceitos retóricos e esquecendo a fundamentação mais básica da arquitetura; o usuário e suas relações espaciais. Esse desejo compulsivo por
novos paradigmas formais e controle total da criação, se aliam a ferramentas digitais no fomento
da cultura do ‘icônico’. Essa linguagem é notável por celebrar o estático e o objeto imaculado, se
afastando da escala do usuário e conduzindo arquitetura para um lugar não amigável, feita para ser
fotografada e não vivida, amparada na figura dos arquitetos estrela como fenômeno mundial. Em
contraproposta a essa lógica, esse artigo desenvolve o conceito da ‘fabricação humana’, uma ideia
estreitamente conectada com processo e experiência, que pode ser fundamentado em casos como
a ocupação orgânica da Torre David, ou no trabalho metodológico do arquiteto Walter Seagal,
exemplos que demonstram os potenciais do envolvimento do arquiteto junto aos usuários e colaboradores diversos. Esses processos analisados articulam uma relação próxima entre arquitetura
e habitante, onde o arquiteto pode ser apontado como aspecto chave para o desenvolvimento de
uma escala sensível, passível de empoderamento, que desdobra a possibilidade de manipulação
e apropriação da dimensão espacial circundante. Buscando uma agenda baseada na experiência,
acima de uma pautada nos valores de consumo, amparados pela visualização como parâmetro
qualitativo, a ‘fabricação humana’ propõe uma arquitetura capaz de estimular outros sentidos além
do visual, cooperando melhor com o tempo e aumentado à relevância social da arquitetura. Aliada
ao acompanhamento técnico no processo construtivo, esse conceito, pode ser a chave para alcançar uma agenda arquitetônica mais humanista, onde o habitante é reconhecido como um vetor
ativo no processo de produção e arquitetura extrapola a dimensão elitista de comodity.
Na sociedade midiática que vivenciamos atualmente, existe um largo campo para o con-
sumo da arquitetura objetica, onde a capacidade da imagem como vetor de venda ultrapassa o valor da experiência. Acompanhando isso, o processo de fabricação digital funciona como ferramenta
para alcançar novas dimensões formais, destravando a possibilidade de surpreendentes e apelativas imagens, tendo sempre como principal estimulo o visual. Nessa nova ordem imagética, por
muitas vezes existe é notável uma falta de preocupação com a experiência do usuário no espaço,
inserido em uma construção congelada em seu estado representacional, feita para ser visualizada
e não vivida. A ideia da ‘fabricação humana’ evoca o oposto do imagético, sendo um processo de
remoção do espaço de seu estado de representação, trazendo o para uma função real; ancorando
espaço com corpo e experiência do usuário, ativando seus sentidos e permitindo que ele interaja
e se conecte com a arquitetura. Nessa lógica, é possível analisar como exemplo os movimentos
de ocupação, tipos de assentamento profundamente conectados com experiência e capacidades
produtivas individuais, tomando como partido um suporte físico racional preestabelecido.
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Seguindo a ideia de engajamento e apropriação do usuário na construção de sentido espa-
cial, é possível estudar o caso da Torre David, uma ocupação com cerca de 3000 residentes localizada em Caracas, Venezuela. Estruturada em 45 pavimentos, a torre foi originalmente desenhada
para desempenhar o papel de um icônico prédio comercial de uma grande organização financeira
nos anos 90. Com a morte do empreendedor, a construção foi abandonada e pessoas ‘começaram
a ocupação de forma ilegal. Esses novos ocupantes adaptaram a estrutura de concreto, utilizando
a como referencia para dividirem espaços e adicionar o que mais precisassem para criar um senso
de pertencimento no local. Cortinas suspensas, paredes de tijolo ventiladas, uma profusão de
cores, paginas de jornal como revestimento e diversos elementos cotidianos, muitas vezes descartados, são revisitados para virarem subsídios arquitetônicos, que delimitam e identificam espaços e
individualidades, conferindo personalidade e privacidade a preexistência.
O caso da Torre David demonstra o potencial inerente da fabricação humana, nesse caso
particular, estimulado por uma necessidade básica de abrigo. Apesar da condição de escassez, é
possível apontar a capacidade de reorganização dentro de um set de parâmetros definidos, com
alguns elementos arquitetônicos básicos que criaram um suporte para o inicio de um processo de
apropriação e mudança. Algo como revisitar o famoso conceito da casa DOM –INO de Le Corbusier, aonde o arquiteto entrega o suporte básico de piso, cobertura, colunas e circulação, deixando
o espaço livre para responder a demandas especificas de estética, clima, ocupação, aberturas e
etc. Com as divisões interiores independentes do grid estrutural, a proposta proporciona um grande
escopo para customização, antecipando uma futura necessidade de mudança e permitindo a apropriação do usuário, uma proposta espacial processual que coopera melhor com os fatores temporalidade e engajamento. De uma maneira não prevista, a Torre David funciona como a extrusão
do conceito de Le Corbusier, resultando em uma atmosfera viva e energizada, onde as relações
acontecem dinamicamente e o gesto arquitetônico passa a configurar um sutil background. Nesse
exemplo, o que cativa o olhar é a maneira como as pessoas organizam e customizam seus domínios, como é percebido na imagem da fachada, onde fica claramente definido o singular limite
estrutural e as células dividas refletem o processo individual de apropriação do espaço. A manifestação estética estéril e monolítica, muito perseguida pelos arquitetos defensores das ferramentas
digitais, é reconfigurada pela manifestação visual do individuo, que se afasta dos conceitos de
beleza e elegância possivelmente idealizados pela visão erudita do profissional criativo. A liberdade
criativa do usuário, modificando e customizando seu espaço, ressalta o valor do ornamental na arquitetura, porem revisitado como um dispositivo de expressão individual e não como um manifesto
1 | Le Corbusier - Casa DOM-INO
2 | Torre David
A comparação demonstra como
a torre pode ser associada a uma
estrusão do famosso conceito da
casa DOM-INO de Le Corbusier
da expressão egocêntrica do arquiteto e suas crenças.
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3 e 4 | Torre David
Uma padronagem criada a partir
de tijolos e a divisão de espaços
criadas com lençois no intuito de
criar privacidade
5 | Fachada Torre David
A fachada demonstra a diversidade de modificações interiores
que refletiram no exterior da
construção
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No artigo “Working and Making”, Kevin Rotheroe ressalta o ponto de vista de Ruskin sobre
a relação entre arquitetos e artesãos no processo de produção no século XIX:
“De fato, Ruskin celebrava a liberdade do artesão de exercitar sua imaginação e interpretação
criativa durante o ato de traduzir representações gráficas (isso é, as instruções de produção) em
materiais artisticamente formulados. A liberdade do artesão tem duas fontes: primeiro a ambiguidade, incompletude ou imprecisão contida nos desenhos ou croquis renderizados onde ele se
baseia: e segundo, a deliberada, altruísta opção por parte do designer, proprietário ou construtor de
abrir espaço para a liberdade de expressão existir.” ¹
O incompleto, como o caso da Torre David, concentra muito potencial criativo. O ambiente
cru sugere interpretação, incitando a imaginação dos usuários assim como a relação entre a interpretação do artesão frente ao trabalho do arquiteto, muito celebrado por Ruskin. O artesão contemporâneo poderia ser recriado no usuário, interpretando a ambiguidade espacial sugerida pelo
arquiteto, e a partir disso tomando total apropriação dela. Em primeiro lugar imaginando a partir do
cenário disponibilizado e consequentemente modificando e dando sentido ao ambiente de acordo
com suas próprias experiências pessoais e domínios manuais. Essa função ativa do habitante é
defendida na ideia do ‘usuário criativo’, explorado por Jonathan Hill em seu livro Actions of Architecture:
“O usuário criativo cria um novo espaço ou confere novo sentindo e uso a um existente, O uso
criativo pode ser uma reação ao habito, resultado do conhecimento adquirido pelo próprio habito,
ou baseado no habito, como consciência, afastamento divergente de um comportamento estabelecido.” ²
A proposta não é criar um manifesto anti-arquitetura, ou de esvaziamento do sentido da
profissão, mas sim repensar seu posicionamento frente a um cenário onde sua relevância é muitas
vezes questionada. Ressaltar o valor de uma arquitetura de processo, menos conectada ao resultado estético e formal, e sim a função resolutiva que pode exercer no cenário social, pode ser uma
forma de revalorizar a profissão e dissocia-la da visão elitista de comodoty, ou artigo de luxo. Nessa
ótica a função do arquiteto se atrela ao pensamento logico estruturante, fator essencial para trazer
coesão à materialização espacial, mesmo que seja criando parâmetros básicos ou diretrizes para
serem desenvolvidos pelos próprios usuários. Como demonstrado na comédia muda, “One Week”,
aonde a tentativa de montar uma casa pré-fabricada sem as instruções corretas leva a um espaço
disfuncional, apesar de todo engajamento e inúmeras tentativas do usuário em ajusta-la. Mesmo
que de uma maneira cômica e pictórica, exposta por Buster Keaton, o filme sutilmente demonstra
o quão importante é a racionalidade tectônica para entregar coesão a um objeto arquitetônico,
ressaltando assim o valor do oficio do arquiteto. Seguindo a proposta do processo, Walter Seagal
foi um arquiteto que muito explorou as possibilidades tectônicas da madeira e a sua relação com
metodologias que norteiam um processo construtivo compartilhado e de grande envolvimento do
usuário.
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6 | One Week
Cenas do filme monstrando a
sequência de montagem mal
sucedida
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Criador de um sistema construtivo de madeira, que o arquiteto considerava um material
de fácil manuseio e customização, Segal dedicou sua carreira a desenvolver metodologias que
direcionassem os primeiros passos no processo de produção e apropriação por parte do usuário.
Com a leveza da estrutura de madeira e sua modularidade, seu sistema é passível de emergir
pelas mãos dos próprios usuários, de acordo com suas capacidades técnicas e domínio de escala.
Nesse caso, o papel de construtores e usuários se mistura tendo a experiência e o engajamento
como diferenciais que serão responsáveis pela criação de um espaço único, intrinsecamente ligado
ao seu habitante. A possibilidade do usuário ocupar o espaço incompleto, em processo de erguimento, destrava uma ação especulativa lúdica de preenchimento, que amparado por memorias e
experiências pessoais, pode trazer um resultado único para arquitetura, que passa a não ser exclusivamente condicionada aos devaneios e aspirações do arquiteto. Com participação profissional
na definição de uma estratégia tectônica clara e na orientação do usuário no processo de criação
compartilhada e produção é possível almejar soluções mais democráticas. Além disso, com uma
leitura clara de como o espaço se articula entre suas partes compositivas, é possível produzir mais
oportunidades para essa abordagem mais aberta. Voltada para interação, modificação e empoderamento do habitante, é possível propor uma arquitetura que coopere melhor com o fator da temporalidade, estando livre para abrigar novas configurações. Essa ideia eh defendida por Jonathan Hill;
“ O ponto com tecnologia ‘soft’ é que não necessariamente os usuários deveriam trabalhar eles
mesmos, como uma forma glorificada da cultura Faça Você mesmo, mas que o sistema construtivo
deveria ser simples e suficientemente legível ao ponto do não expert entender como as mudanças
podem ser realizadas.’ ³
Hill continua sua ideia criticando a maneira como as construções são concebidas e hibri-
damente compostas. A complexidade arquitetônica não facilita futuras mudanças ou a criação de
um real senso de apropriação do usuário, agente incapacitado de entender a essência do ambiente
construído. Dessa maneira arquitetura é colocada como um objeto imaculado, pertencente ao seu
gênio criador, o arquiteto, e não ao usuário, quem realmente interage com o espaço de maneira
continua e irrestrita:
7 | Walter Segal
Projeta construido com o metodo
Segal em Lewishan- Inglaterra
8 |Walter Segal
Projeto construido com o metodo
Segal na Inglaterra
9| Uso contemporaneo da
metodologia de Walter Seagal na
construção de uma casa
“ A natureza hibrida da típica habitação também milita contra futuras mudanças. Tijolos, Blocos de
concreto, madeira estruturante, madeira não estruturante, vigas metálicas, são jogadas juntas aleatoriamente, e para separa-las é preciso uma investigação forense e uma intervenção profissional,
muito além das capacidades e habilidades do usuário que queira fazer uma simples adaptação.” 4
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10 | Imagem conceitual demonstrando como as camadas da
arquitetura são dispostas de
maneira aleátoria, confundindo o
usuário que busca interagir com a
tectonica.
9
A maioria dos arquitetos é aficionada por controle e apegado à ideia da arquitetura como
seu grande manifesto artístico. Porem, ao se levar em consideração os potenciais da ‘fabricação
humana’, ressaltados na persona do ‘usuário criativo’, arquitetos poderiam se posicionar de uma
maneira mais aberta, participativa e engajada. Atuando como catalisadores de processos, e menos
como perseguidores da perfeição formal, os profissionais poderiam focar seu conhecimento técnico
para articular o suporte que vai permitir a liberdade de interação do usuário. Seguindo isso, as
preocupações poderiam ser mais relacionadas com escala, tectônica, ambiente e metodologia,
deixando o resultado formal estético como fenômeno relacionado a essência do usuário. Onde
beleza e espetáculo são prioridades, as aspirações de quem realmente utiliza o espaço ficam em
segundo plano, oprimindo a construção de ser constituída de uma energia vital, fruto da interação
do usuário com o tempo e o espaço. A ideia geral é pensar arquitetura para ser vivida e modificada,
e não como um objeto estático cristalizado, fruto da representação suprimindo a experiência. Dessa forma, arquitetura pode perseguir uma agenda mais humanitária, se relacionando melhor com
os habitantes, convidando-os a serem corresponsáveis pelos seus espaços, além de buscar uma
relação mais dinâmica e responsiva que a permita ser modificada e adaptada de acordo com sua
atual natureza e temporalidade. Seguindo isso, arquitetura pode se afastar de um possível cenário
de irrelevância, associada a um artigo de luxo, fruto dos devaneios de uma geração sedenta por
fama e reconhecimento intermediada pelo poder da imagética dos ‘arquitetos estrela’. O reconhecimento do potencial da ’fabricação humana’ pode ser um caminho para retomar o valor de um
profissional na defensiva, que à medida que se alia a ideia de genialidade se afasta cada vez mais
da sua relevância social e função ética.
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Citações Originais Traduzidas
1
“Indeed, Ruskin celebrated the freedom of the artisan to exercise imagination and
interpretative creativity during the act of translating graphic representations – that is, the
instructions for making – into artfully formed materials. The artisan’s freedom had two
sources: first, the ambiguity, incompleteness, or imprecision embodied in the drawings or the
rendered sketches from which the artisan worked; and second, the deliberate, altruistic choice
on the part of the designer, owner, or contractor to let a freedom of interpretation exist…”
2
“The creative user either creates a new space or gives an existing one new meaning and
uses. Creative use can either be a reaction to habit, result from the knowledge learned
through habit, or be based on habit, as a conscious, evolving deviation from established
behaviour.”
3
“The point with soft technology is not that users should necessarily to the work themselves as
a form of glorified DIY, but that the constructional system should be simple and legible
enough for the non expert to understand how changes might be effected. “
4
“The hybrid nature of the typical developer house also militates against future changes.
Blockwork, brickwork, loadbearing timber, non-loadbearing timber, metal studs, are
expediently thrown together, and their taking apart requires a form of forensic investigation
and expert intervention, beyond the means and skills of the user who wants to make a simple
adaptation. “
Notas e Referencias
One Week. DVD. Directed by Buster Keaton. 1920; Rohauer Collection
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Bibliografia
Kronemburg, Robert. Flexible, Architecture that Responds to Change. London: Laurence King Publishing Ltd, 2007. (Introduction, pp. 12-14)
Schneider, Tatjana & Till, Jeremy. Flexible Housing. Architectural Press: Elsevier Inc/Ltd. Oxford
2007.
Aravena, Alejandro. The Forces in Architecture. Japan: Toto Publishing, 2011.
Heidegger, Martin. Poetry, Language, Thought. New York: HarperCollins, 1976. pp. 145-161 (Building, Dwelling,Thinking chapter)
Schwartz-Clauss, Mathias & von Vegesack, Alexander. Living in Motion, Design and Architecture for
FlexibleDwelling. Vitra Design Museum, 2002.
Brand, Stewart. How Buildings Learn: What Happens After They’re Built. London: Penguin Books,
1995.
Habraken, N. J. The Structure of the Ordinary, Form and Control in the Built Environment. Cambridge, Massachussets: The Mit Press, 2000.
Deamer, Peggy & Bernstein, Phillip G. Building (in) The Future, Recasting Labor in Architecture.
New York: Princeton Architectural Press, 2010.
Hill, Jonathan. Actions of Architecture, Architects and Creative Users. Oxon: Routledge, 2003
Imagens
Imagem 1
http://www.usc.edu/dept/architecture/slide/ghirardo/CD3/022-CD3.jpg
Imagens 2, 3, 4, 5
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photos: Iwan Bann
Imagem 6
extracted from the movie One Week, director Buster Keaton.
Imagem 7
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20Housing%20Project,%20UK1.jpg
Imagem 8
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photo: Chris Moxey
Imagem 9
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photo Cay Green
Imagem 10
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