Síndrome do Intestino Irritável - SII

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Síndrome do Intestino Irritável - SII
Síndrome do Intestino
Irritável - SII
O síndrome do intestino irritável é um distúrbio no qual o intestino (colón) aparentemente está
normal, mas não funciona correctamente. A alteração é muito comum, mas a sua causa é desconhecida, a gravidade é variável de indivíduo para indivíduo, e ao longo do tempo num mesmo
indivíduo, comprometendo deste modo o estilo de vida.
Existe um conjunto de factores que promovem o agravamento da patologia, sendo a dieta um
deles, as alterações hormonais e o stress que, em conjunto, poderão agravar os efeitos da própria
dieta. Não existe evidência que a digestão dos alimentos é diferente em pacientes sem ou com a
patologia. No entanto, os músculos e os nervos são mais reactivos nestes indivíduos, promovendo um aumento da resposta aos estímulos. Isto é, numa condição aparentemente normal, como
o simples acto de comer, sem que nos estejamos a referir a um alimento em particular, pode em
determinada situação agravar a sintomatologia.
Nesta patologia não existe um padrão alimentar específico pois a susceptibilidade individual pode
determinar grandes diferenças em função da fase em que se encontra, dado que esta patologia se
caracteriza por períodos de obstipação, diarreia, por vezes, alternância de períodos de ambas as
situações, com ou sem flatulência associada.
A elaboração de um diário alimentar durante 2-3 semanas, com o registo dos sintomas e factores
externos (stress, ansiedade, medicação, sono) pode ajudar a determinar qual a dieta ideal, evitando os alimentos agressores para o intestino.
A restrição de lípidos na dieta é crucial nestes doentes, bem como a ingestão de fibra; contudo,
esta deve ser controlada em função da situação. Na obstipação deve preferir o consumo de elevadas dosagens de fibra insolúvel, pois a obstipação ocorre quando o alimento permanece no
intestino grosso (cólon) muito tempo, sendo reabsorvida água pelo organismo tornando as fezes
(resíduos) no intestino grosso mais duras, secas e dolorosas ou difíceis de eliminar.
A fibra insolúvel não é susceptível à fermentação intestinal e aumenta o trânsito intestinal, bem
como o volume das fezes, o que estimula a motilidade e consequente defecação. O seu acréscimo
deve ser feito de forma gradual, contudo não deve ser descurada a ingestão de fibra solúvel, pois
esta forma um gel e é passível de ser fermentada. Por isso deve ser controlado o seu aporte de
modo a que a ingestão seja suficiente para obter os benefícios que dela advêm, mas não aumentar o meteorismo ao ponto de criar desconforto.
Na diarreia, os alimentos movem-se muito rapidamente através do intestino grosso, ou seja, não
é reabsorvida água suficiente e as fezes apresentam-se líquidas, dejecções rápidas e por vezes
repetidas.
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A dieta deve ser pobre em alimentos que possam actuar como irritantes da mucosa intestinal ou
que estimulem a sua motilidade, tais como café, chá, cola, chocolate, álcool, gordura. O consumo
de leite deve ser limitado.
O consumo de fibra insolúvel deve ser controlado, pois esta pode ser contraproducente. Numa
primeira instância, recomenda-se a suplementação com bactérias próbioticas e fibra solúvel.
O consumo excessivo de alguns tipos de açúcar que são pouco absorvidos pelo intestino também
pode causar cólicas e diarreia. Exemplos incluem...
• Sorbitol - comummente usado como adoçante em alimentos dietéticos, rebuçados e gomas.
• Frutose - também utilizado como adoçante e encontrada naturalmente no mel, e em alguns frutos.
O “United States Institute of Medicine (IOM) of the National Academy of Science” publicou as seguintes doses diárias recomendadas para a fibra:
• Homens menos 50 anos: 38 gramas
• Mulheres menos 50 anos: 25 gramas
• Homens com mais de 50 anos: 30 gramas
• Mulheres com mais de 50 anos: 21 gramas
• Crianças: 5 gramas, além de pelo menos um grama por cada ano de idade.
Os alimentos que são ricos em fibras insolúveis incluem:
• Grãos integrais e alimentos feitos de grãos integrais, como pão integral e massas de trigo integral, cuscuz
• Farelo de trigo e cereais integrais de pequeno almoço
• Arroz integral
• Cenouras cruas
• Pepinos.
Boas fontes de fibras solúveis incluem:
• Aveia e alimentos feitos com aveia
• Alimentos puré de ervilhas (sem casca) que contêm feijão e ervilhas
• Lentilhas
• Maçãs
• Peras
• Citrinos
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No caso da diarreia é importante respeitar as seguintes recomendações:
• Consumir alimentos e bebidas na temperatura ambiente e não em altas temperaturas
• Beber líquidos entre as refeições e não durante as refeições
• Limitar produtos lácteos
• Descansar após as refeições, uma vez que pode retardar o processo digestivo.
Em situações de gás ou inchaço deve moderar o consumo dos seguintes alimentos:
• Feijão
• Couve
• Legumes (como ervilhas, amendoim, soja)
• Couve-flor
• Brócolos
• Lentilhas
• Couves de Bruxelas
• Passas
• Cebolas
Não existe uma dieta padrão para o Síndrome do Intestino Irritável, mas sim um conjunto de alimentos que pode ou não ser ingerido conforme a condição clínica.
É de salientar que dietas ricas em fibra estão reconhecidas como benéficas por diversos organismos como a Associação Portuguesa dos Nutricionistas, Associação Protectora dos Diabéticos de
Portugal, American Heart Association, American Dietetic Association.
Fontes:
• http://www.gicare.com (Consultado em Agosto de 2010)
• http://www.iffgd.org (Consultado em Agosto de 2010)
• http://www.aboutibs.org (Consultado em Agosto de 2010)
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