vant e desvant dos mini implantes

Transcrição

vant e desvant dos mini implantes
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FUNORTE/SOEBRAS
MICHELL ROCON DOS SANTOS
VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DOS MINI-IMPLANTES
IPATINGA
2008
1
MICHELL ROCON DOS SANTOS
VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DOS MINI-IMPLANTES
Monografia apresentada ao Programa de
Especialização em implantodontia, do
Instituto de Ciências da Saúde –
FUNORTE/SOEBRÁS Núcleo Ipatinga,
como requisito para a obtenção de título de
especialista em implantodontia.
Orientador: Professor Dr. Fernando Augusto
Resende Fabri.
IPATINGA
2008
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MICHELL ROCON DOS SANTOS
VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DOS MINI-IMPLANTES
Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Implantodontia, do
Instituto de Ciências da Saúde – FUNORTE/SOEBRÁS Núcleo Ipatinga, como requisito
para a obtenção de título de especialista em implantodontia.
Aprovada em _____ de _______________ de ________.
COMISSÃO EXAMINADORA
________________________________________________
Prof. Dr. Fernando Augusto Resende Fabri.
Instituto de Ciências da Saúde – FUNORTE/SOEBRÁS
Orientador.
________________________________________________
Prof. Ms. Carlos Alberto Assis Dutra.
Instituto de Ciências da Saúde – FUNORTE/SOEBRÁS
Coordenador do Curso de Especialização em Implantodontia
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RESUMO
A deficiência na ancoragem ortodôntica é um dos principais desafios da ortodontia
moderna. A falta de cooperação dos pacientes com o uso de aparelhos removíveis e os
efeitos indesejáveis ocasionados por artefatos contidos por estruturas anatômicas intrabucais vem fazendo com que os implantes ganhem mais espaço no protocolo
ortodôntico. O Sistema de Ancoragem Esquelético (SAE) inclui todos os dispositivos
fixados ao osso com o objetivo de suprir essa necessidade. O objetivo deste trabalho é
realizar um breve histórico desses parafusos, e destacar, através de uma revisão de
literatura, um breve conceito, as vantagens e desvantagens da utilização de microimplantes como ancoragem em ortodontia. Tendo como vantagens: menor dependência
do tratamento, menor numero de aparelhos na boca do paciente, técnica fácil, poucas
limitações para a sua colocação, uso imediato, diminuição do tempo de cadeira e do
tempo total de tratamento, uma relação de custo beneficio vantajosa, uma ancoragem
confiável, possibilidade de associar-se a outros dispositivos para uso ortodôntico e
ortopédico.
Tendo como desvantagens: mucosite, fratura do parafuso, perda de
estabilidade, risco de infecção, lesões radiculares, lesões de estruturas nobres como
vasos e nervos e lesão de tecidos moles, são facilmente controlados com um bom
domínio da técnica, eleições de áreas com osso de melhor qualidade e com instruções
de higiene ao paciente. Todos os autores pesquisados relataram que as vantagens
superam as desvantagens se tomados os devidos cuidados com esta nova técnica de
ancoragem.
Palavras-chaves: mini-implante, micro-implante, implante ortodôntico, ancoragem
absoluta.
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ABSTRACT
La deficiencia en el anclaje ortodontico es uno de los principales desafíos de la
ortodoncia moderna. La falta de cooperación de los pacientes con el uso de aparatos
removibles y los efectos indeseables generados por artefactos contenidos en
estructuras anatómicas intrabucales hacen con que los implantes ganen más
importancia en el protocolo ortodontico. El Sistema de Anclaje Esquelético (SAE)
incluye todos los dispositivos fijados al hueso con el objetivo de suplir esta necesidad.
El objetivo de este trabajo es realizar un breve estudio histórico de esos tornillos, y
destacar, a través de una revisión bibliográfica, un breve concepto, las ventajas y
desventajas de la utilización de micro-implantes como anclaje en ortodoncia. Las
principales ventajas son: genera una menor dependencia al tratamiento, un menor
número de aparatos en la boca del paciente, la técnica es más fácil, posee pocas
limitaciones para su colocación, uso inmediato, disminución del tiempo del paciente en
la silla y del tiempo total de tratamiento, una relación coste beneficio ventajosa,
posibilidad de asociar el anclaje con otros dispositivos de uso ortodontico y ortopédico.
Las principales desventajas son: mucositis, fractura del tornillo, pierda de estabilidad,
riesgo de infección, lesión radicular, lesiones de estructuras nobles como vasos y
nervios, además de lesiones de tejidos blandos, los dispositivos son fácilmente
controlados con un buen dominio de la técnica, elecciones de áreas con huesos de
mejor calidad y con instrucciones de higiene al paciente. Todos los autores investigados
relataran que las ventajas superan las desventajas si se toman los debidos cuidados
con esta nueva técnica de anclaje.
Palabras llave: mini-implante, micro-implante, implante ortodoncico, ancoragem
absoluta.
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LISTA DE FIGURAS:
Figura 01 – confecção de um aparelho pendulun com ancoragem em parafusos no
palato. Fonte: SEMAAN (2005).
Figura 02 – Formas de ancoragem máxima, sup sem mini parafusos, e a inferior com os
mini parafusos. Fonte: BEZERRA et al., 2004, p. 471.
Figura 03 – pequeno retalho e instalação do mini-implante. Fonte: MATTEO, VILLA,
SENDYK (2005).
Figura 04 – Mini-implante sob a espinha nasal anterior e ligadura elástica para intrusão
dos incisivos superiores, enquanto a retracção com molas nitinol é feita através de dois
mini-implantes ao nível dos molares superiores, observar também a mucosite em torno
do mini-implante. Fonte: RITTO, KYUNG (2004).
Figura 5 – Aplicação de mini-implantes como sistema de ancoragem estável para
retracção em massa dos seis dentes anteriores, com técnica fixa lingual. Fonte: RITTO,
KYUNG (2004).
Figura 6 – Radiografia panorâmica demonstrando as mini-placas instaladas. Fonte:
FABER et al. (2004), p.94.
Figura 7 – Seqüência para a instalação do mini-implante; confecção do guia, radiografia
e colocação do parafuso com radiografia do pós. Fonte: BEZERRA et al. (2004). p. 471.
Figura 8 – Mucosite em torno do mini-implante. Fonte: ARAUJO (2005).
Figura 9 – Perfuração da raiz do pré-molar com a instalação do mini-implante. Fonte:
ARAUJO (2005).
Figura 10 – Higiene do mini-implante com escova super-macia. Fonte: ARAUJO (2005).
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SUMÁRIO
1. INTRODUCÃO..............................................................................................................7
1.1. CARACTERIZACÕES DO OBJETIVO A SER ESTUDADO......................................7
1.2. A IMPORTÂNCIA DO PROBLEMA PARA PESQUISA..............................................8
1.3. JUSTIFICATIVA ........................................................................................................9
1.4. OBJETIVOS ..............................................................................................................9
1.4.1. Geral.......................................................................................................................9
1.4.2. Especifico...............................................................................................................9
2. REVISÃO DE LITERATURA......................................................................................10
2.1. CONCEITO...............................................................................................................10
2.2. VANTAGENS...........................................................................................................11
2.3. DESVANTAGENS....................................................................................................34
3. METODOLOGIA.........................................................................................................47
4. DISCUSSÃO...............................................................................................................48
4.1. CONCEITO...............................................................................................................48
4.2. VANTAGENS...........................................................................................................49
4.3. DESVANTAGENS....................................................................................................52
5. CONCLUSÃO.............................................................................................................56
6. REFERÊNCIAS...........................................................................................................57
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1. INTRODUÇÃO
Em ortodontia a ancoragem pode ser realizada por procedimentos intra ou
extrabucais em que um ou mais dentes são utilizados para movimentar outros
dentes. Existem diversas formas de ancoragem descritas na literatura, como
barra-lingual e transpalatina, botão de Nance, elásticos intermaxilares e
aparelho extrabucal, apesar de eficientes em muitos casos, permitem certo
grau de movimentação da unidade de ancoragem ou são dependentes da
colaboração do paciente. Para o tratamento de más oclusões mais severas,
otimização de resultados com mecânicas mais simples ou, ainda, diminuição
do tempo de tratamento, atualmente, o ortodontista pode lançar mão de
dispositivos transitórios de ancoragem esquelética.
1.1 . CARACTERIZAÇOES DO OBJETIVO A SER ESTUDADO
Kanomil (1997) e Costa et al (1998) introduziram o uso de mini-implantes para
ancoragem ortodôntica. Estes são pequenos o suficiente para serem colocados
em qualquer área do osso alveolar, sendo que este procedimento cirúrgico está
ao alcance do ortodontista ou clínico geral, sua cicatrização é rápida e são
facilmente removidos após sua utilização. Como mais uma das vantagens,
temos que as forças ortodônticas podem ser aplicadas imediatamente após sua
implantação (PARK, 2001), resistindo ao movimento quando submetido à carga
desta força ortodôntica (BOUSQUET, 1996).
Assim, a evolução dos implantes para ancoragem incidiu na gradativa
diminuição das dimensões, objetivando a superação das adversidades
encontradas com os implantes convencionais (KANOMI, 1997; ROBERTS et al
1994). A redução de tamanho resultou em maior incidência de fraturas de miniimplantes de titânio comercialmente puro durante os procedimentos de
inserção e remoção (BÜCHTER, 2005). A utilização de liga de titânio pode
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superar esta limitação mecânica, entretanto, pode também comprometer a
osseointegração. (HUANG, 2005)
1.2 . IMPORTÂNCIA DO PROBLEMA PARA A PESQUISA
Com a utilização dos implantes, surge um novo conceito de ancoragem em
Ortodontia, denominado ancoragem esquelética, a qual não permite a
movimentação da unidade de reação. Ela é obtida devido à incapacidade de
movimentação da unidade de ancoragem frente à mecânica ortodôntica. As
cargas ortodônticas de natureza contínua, unidirecional e de baixa magnitude
não são capazes de gerar atividade osteolítica na interface óssea do implante,
sendo que a ausência de movimentação nestes aparatos permite maior
previsibilidade de tratamentos complexos, independente da cooperação do
paciente. (LABOISSIÈRE Jr., 2005).
1.3. JUSTIFICATIVA
Além de este ser um trabalho de conclusão de curso e também uma forma de
tentar difundir ainda mais esses recursos ortodônticos, facilitando pesquisas e
respondendo duvidas de cirurgiões dentistas, implantodontistas e ortodontistas.
O tema proposto aqui tem por fim oferecer a todos uma forma de simplificar
tratamentos ortodônticos onde a ancoragem e um fator de risco.
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1.4. OBJETIVOS
1.4.1. Geral
O objetivo deste trabalho é fazer um levantamento bibliográfico com fonte de
papel e digital sobre o tema mini-implante, cujo assunto abordado foi conceito,
vantagens e desvantagens dos mini-implantes na ancoragem ortodôntica.
1.4.2. Específicos
- Oferecer um breve conceito sobre o tema.
- As vantagens do uso dos mini-implantes.
- As desvantagens do uso dos mini-implantes.
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2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. CONCEITO
Segundo Turley et al. (1988), a ancoragem ortodôntica é usualmente obtida
através do uso de um grupo de dentes ou um único dente para realizar
movimentos de outros dentes mal posicionados. A ancoragem adequada é algo
difícil se não impossível de ser obtida quando o grupo de dentes que deveria
ser utilizado para esta ancoragem estiver ausente. Tais circunstâncias seriam
beneficiadas por uma unidade de ancoragem, que poderia ser instalada na
cavidade oral para receber forças de magnitude suficiente para realizar
movimentação dentária sem sofrer deslocamento por estas forças aplicadas.
Crismani (2002) percebeu que era difícil tratar os pacientes com arco completo
ou para o fechamento de espaço de extração ortodonticamente, e acompanhou
o desenvolvimento de implantes especificamente para ancoragem ortodôntica
uma vez que nessas condições o osso alveolar não é apropriado para
implantes convencionais. Estes são caracterizados por fácil manuseio,
estabilidade segura, e mínimo procedimento cirúrgico. A conclusão é que o uso
de implantes convencionais para uma ancoragem absoluta é completamente
desnecessário, uma vez que os mini-implantes cumprem esse papel muito
bem, mas com um custo menor e maior facilidade de manuseio.
Mah e Bergstrand (2005) publicaram os resultados compilados e obtidos
através
de
reunião,
realizada
no
ano
anterior,
envolvendo
diversos
pesquisadores e clínicos experientes na área de ancoragem esquelética,
previamente à reunião da AAO (American Association of Orthodontics), em
Orlando. Um dos tópicos abordados neste encontro foi a definição da melhor
nomenclatura a ser utilizada para estes dispositivos, sendo que o termo
Dispositivo de Ancoragem Temporária (DAT) refere-se a "todas as variações de
implantes, parafusos, pinos e onplants que são instalados especificamente
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para promover ancoragem ortodôntica e são removidos após a terapia
biomecânica", o que foi aceito pelos presentes. O desenho e a forma destes
sistemas de ancoragem podem sugerir o termo parafuso como adequado, mas
para evitar conotações negativas, os autores reunidos demonstraram a
preferência por palavras como pinos, implantes ou dispositivos.
Ritto, Kyung (2006), neste artigo descreveram as aplicações clínicas com
diferentes desenhos de micro implantes e as vantagens do micro implante com
cabeça de bracket (BH). O termo “implante” é usado para qualquer material
que fique retido no corpo mais de um mês de acordo com as normas CE/MDD.
Portanto, Micro parafuso implantado seria o termo mais apropriado, mas a sua
abreviatura micro implante é a mais usada e correta. A ancoragem cortical
esquelética com micro implantes passou a ser usada como rotina. Desta forma
o tratamento torna-se mais rápido e não necessita a cooperação do paciente. O
micro implante com cabeça de bracket é um sistema revolucionário em
ortodontia. Pequenas correções podem ser feitas sem colocar o aparelho fixo
completo. Arcos segmentados com ancas podem ser conectados de forma a
movimentarem os dentes.
2.2. VANTAGENS
Smith (1979), em um estudo da dinâmica do osso associada ao controle da
carga sobre implantes endósseos de óxido de alumínio cobertos com bioglass,
sugeriu que era viável incluir o uso de implantes como ancoragem ortodôntica.
Afirmou que todos os ossos e raízes dos dentes eram revestidos por alguma
forma de tecido conectivo celular, sendo que a aplicação de forças em ossos e
dentes era necessariamente mediada por este envelope celular. Com a
habilidade de infundir um implante a aplicar forças diretamente ao osso, há
uma oportunidade de visualizar as dinâmicas do osso, o que o autor
demonstrou não foi o processo de reabsorção e aposição ósseas, mas sim o
de estabilidade, já que ao redor do implante não existia este envelope celular.
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As forças foram aparentemente dissipadas, sem causarem uma resposta
celular.
Utilizando técnicas radiográficas e histológicas para determinar a efetividade do
implante ao osso, (TURLEY et al., 1980); estudaram a utilização dos implantes
como ancoragem ortodôntica e ortopédica. Utilizaram seis cães mestiços,
submetidos à extração dos terceiros e quartos pré-molares, sendo os implantes
colocados em cinco locais diferentes: a) crista alveolar inferior; na área de
terceiro e quarto pré-molares; b) cortical lingual inferior na mesma área; c)
crista alveolar, entre os primeiro e segundo pré-molares; d) osso temporal; e)
osso zigomático. Os movimentos ortodônticos e ortopédicos foram iniciados 20
semanas, após a cirurgia repetindo-se o processo de regeneração. O processo
ocorreu por meio de ativações semanais e emprego de forças de 300 gramas
nos movimentos ortodônticos e de 1000 gramas nos ortopédicos. Os autores
relataram que os implantes permaneceram estáveis durante a aplicação de
ambas as forças e que os implantes mais longos (6 x 4,75 mm) demonstraramse mais eficientes do que os menores (6 x 2,4 mm), que apresentaram 47% de
sucesso. Concluíram que o comportamento dos implantes é semelhante aos
dentes anquilosados, com grande superfície unida ao osso, tendo bom
potencial de ancoragem.
Em 1984, Roberts et al. realizaram um extenso estudo de implantes de titânio
em coelhos. Os resultados mostraram que os implantes desenvolveram uma
interface rígida com o osso e que permaneceram estáveis com as contínuas
aplicações de cargas. Como conclusão, essas pesquisas ressaltaram que os
implantes endósseos de titânio têm potencial para uma firme ancoragem óssea
para ortodontia e Ortopedia dento-facial.
Segundo Shapiro, Kokich (1988), o problema ortodôntico intra-arcos que mais
pode ser beneficiado pelo uso dos implantes são os casos com dentes
posteriores ausentes. Sem suficiente ancoragem ou suporte posterior é difícil
movimentar dentes anteriores para a posição desejada, por isso, um implante
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na região posterior do arco dentário irá providenciar uma excelente ancoragem
que permitirá o movimento dos dentes remanescentes dentro do arco.
Pacientes com a falta do primeiro ou segundo molares e concomitante
inclinação mesial do terceiro molar também se beneficiarão com o uso de
implantes. Esses mesmos autores ressaltaram a utilização de implantes para a
correção de problemas inter-arcos quando se quer evitar o movimento dentário
recíproco gerado pelas forças de molas e elásticos que ligam dentes superiores
e inferiores. Além disso, os implantes poderiam ser colocados em outros ossos
da face, como o zigomático, com a intenção de amenizar as desarmonias
esqueléticas decorrentes de distúrbios de desenvolvimento, tais como
hemiperplasia facial.
Smalley et al. (1988) verificaram a estabilidade e a eficiência dos implantes
osseointegrados de titânio para protração maxilar. Foram utilizados quatro
macacos, que receberam implantes na região zigomática, maxilar, frontal e
occipital. A reparação óssea ocorreu em quatro meses, sendo aplicada uma
força de 600 gramas em cada lado, obtendo-se um deslocamento médio de até
8 mm no avanço da maxila. As aplicações de força foram realizadas somente
na maxila em conjunto, de forma diferenciada. Os autores relataram a
ocorrência de uma boa remodelação na região de suturas. Concluíram que os
implantes osseointegrados de titânio promoveram uma ancoragem estável na
mecânica de protração maxilar, apresentando deslocamento anterior do
complexo maxilar sem grandes alterações dentoalveolares, promovendo boa
estabilidade.
Roberts et al. (1994) relataram o tratamento em um paciente de 34 anos de
idade que apresentava bruxismo e possuía o incisivo lateral esquerdo superior
e o canino inferior esquerdo cruzados, além de uma prótese inferior esquerda,
com ausência do primeiro molar inferior direito. O descruzamento dos dentes e
o fechamento do espaço do primeiro molar inferior esquerdo foram promovidos,
com isso houve a remoção da prótese fixa inferior. O implante foi colocado na
região retromolar, promovendo a mesialização de 10 a 12 mm do segundo e do
terceiro molares esquerdos, fechando o espaço da região do primeiro molar
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esquerdo. O aparelho ortodôntico foi instalado nove meses após a colocação
do implante, que foi removido quatro anos mais tarde, mantendo-se rígido
durante todo o tratamento. A conclusão alcançada com essa pesquisa foi que
implantes representam uma ancoragem eficiente em arcos mutilados.
A intrusão dentária é um dos movimentos ortodônticos mais almejados, porém
está limitada pela dificuldade de obtenção de uma ancoragem adequada.
Segundo Southard et al 1995, os implantes usados como ancoragem podem
ser utilizados potencialmente nestes casos. A proposta do trabalho destes
autores foi comparar a ancoragem ortodôntica usada em dentes e implantes de
titânio osseointegrados, com a finalidade de intrusão. O estudo foi realizado em
oito cães adultos, dos quais foram extraídos dois dentes inferiores de cada
animal (quarto pré-molar), para que houvesse rotação e extrusão dos dentes
adjacentes e antagonistas respectivamente. No lado dos implantes a unidade
de ancoragem se manteve rígida, na área dos terceiros pré-molares houve
rotação horária e intrusão, a qual era desejada. No lado convencional,
ancoragem dentária houve rotação anti-horária e não ocorreu intrusão do
dente. Os ápices mesial e distal dos terceiros pré-molares, do lado do implante,
foram intruídos e distalizados. No lado de ancoragem dentária, os dois ápices
(quarto pré-molar) sofreram mesialização e extrusão da cúspide mesial e os
dois ápices dos terceiros pré-molares se moveram distalmente. Essa
comparação demonstrou que os parafusos de ancoragem são muito mais
confiáveis e previsíveis para esse tipo de movimentação.
Wehrbein et al. (1996) descreveram o projeto e as primeiras experiências
clínicas com um novo sistema de implante endósseo para ancoragem palatal,
desenvolvido no Institute Straumann, em Waldenburg, na Suécia: o
Orthosystem. O dispositivo consiste de uma só peça, fabricado em titânio; com
uma seção endóssea do tipo parafuso, de diâmetro de 3,3 mm e comprimento
variando de 4 a 6 mm, um pescoço cilíndrico transmucoso e um suporte, além
de uma cobertura protetora com encaixe que permite a fixação dos fios
ortodônticos. Em um estudo piloto, um implante de 6 mm foi colocado, em uma
única etapa, na região anterior mediana palatina em 6 pacientes adultos com
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maloclusão de Classe II de Angle, apresentando de 7 a 8 mm de trespasse
horizontal. O plano de tratamento consistiu de extração dos primeiros prémolares superiores e retração dos dentes anteriores, obtendo máxima
ancoragem dos dentes posteriores sem a utilização de aparatos extrabucais ou
elásticos de Classe II. Foram realizadas avaliações clínicas e radiográficas
após 12 meses de tratamento, que revelaram a não-ocorrência de
movimentação do implante durante todo o período de observação, a
manutenção de boas condições dos tecidos ósseo e mole envolvido e a
retração de 8 mm dos dentes anteriores.
Kanomi (1997) estudou a importância para a correção vertical da mordida
aberta esquelética o controle da altura da região dentoalveolar posterior.
Contudo, as técnicas biomecânicas tradicionais tais como o posicionamento
dos braquetes, a ancoragem extrabucal, a correção vertical com magnetos e a
mentoneira vertical com puxada alta, não se mostram efetivas na intrusão dos
molares, especialmente em pacientes adultos, em função da extrema
dificuldade para se obter uma ancoragem rígida, condição essa facilmente
alcançada com o uso de mini-implantes. Os mini-implantes para ancoragem
ortodôntica, por outro lado, devem ser suficientemente pequenos para serem
colocados em qualquer área do osso alveolar, até mesmo no osso alveolar,
entre dentes. Além disso, um procedimento cirúrgico simples habilitaria o
cirurgião-dentista ou o próprio ortodontista a realizá-lo, possibilitando uma
rápida cicatrização e fácil remoção após a tração ortodôntica.
Wehrbein, Merz (1998) utilizaram implantes do tipo Straumann Orthosystem
colocados na sutura palatina mediana de dois pacientes. No tratamento do
primeiro paciente, esses implantes serviram como ancoragem para a retração
de caninos e para a retração em massa de incisivos superiores. Houve redução
do overjet em 8 mm, estabelecendo uma relação de caninos em classe I
favorecendo o perfil do paciente. No segundo caso, uma mecânica assimétrica
utilizando-se o implante promoveu a distalização do molar estabelecendo
condições de simetria antes da paciente ser encaminhada para realizar cirurgia
ortognática.
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Em 1998, Costa, Raffaine e Melsen propuseram um mini-parafuso que poderia
ser utilizado como unidade de ancoragem em Ortodontia, deveria apresentar
2mm de diâmetro e 9mm de altura. A sua penetração no interior do osso
variaria de 5 a 7mm, dependendo de sua localização. A porção extraóssea
variaria de 2 a 4mm. Citaram que a localização dos implantes poderia ser tanto
na maxila como na mandíbula. O experimento testou localizações diferentes e
modelos de carga para mini-parafusos usados em 19 pacientes. Os autores
sugerem que este artigo pode ser considerado um relato preliminar e deve ser
seguido pela reunião de relatos a partir de uma grande amostra. Comentaram
também que a promoção da estabilidade da ancoragem deve ser comprovada,
pois caso contrário a perda de ancoragem vai ocorrer.
Singer et al (2000) colocaram implantes de Branemark nos pilares zigomáticos
da maxila de uma paciente com idade de 12 anos e um mês com maloclusão
Classe III, causada por um retardo secundário do crescimento maxilar,
decorrente da reparação da fissura labial unilateral e fenda de palato. Os
implantes ficaram em repouso durante seis meses, seguidos da colocação de
suportes feitos sob medida, que foram projetados dentro do sulco bucal. Uma
tração elástica de 400 gramas de cada lado foi aplicada sobre a máscara facial
a partir dos implantes, à 30 graus em relação ao plano oclusal, 14 horas por
dia, durante 8 meses (entre os 12 anos e 10 meses até os 13 anos e 6 meses
de idade). A maxila apresentou uma movimentação de 4 mm para baixo e para
frente, com rotação anterior durante o deslocamento. A mudança no plano
oclusal superior resultou em uma abertura secundária da mandíbula. Houve
aumento de dois graus no ângulo plano SN-Plano mandibular e aumento de 9
mm da distância nasal para o mento. Clinicamente, isto resultou em uma maior
protuberância da região infra-orbital e na correção do prognatismo mandibular
do pré-tratamento. Ocorreu aumento da proeminência nasal à medida que a
maxila avançou o que contribuiu para um aumento da convexidade facial.
Foram evitados efeitos colaterais dentários freqüentemente observados na
terapia padrão com máscara facial. O deslocamento da maxila apresentava-se
estável um ano após a interrupção do uso da máscara facial. Assim, o perfil do
terço médio da face do paciente foi melhorado aos 13 anos e 6 meses.O que
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leva a conclusão de que esse tipo de dispositivo pode trazer uma grande
melhora nas proporções faciais ao paciente com o mínimo de efeitos colaterais
no arco dentário do paciente pois sua mecânica foi totalmente independente
deste.
Com a finalidade de obter uma ancoragem máxima em ortodontia Byllof et al
(2000) apresentou este trabalho com intuito de eliminar o efeito indesejável da
perda de ancoragem por meio dos implantes. Neste caso foi utilizado um
implante da marca Graz Implant suported Pendulum (GISP), que consistia em
parafusos com 1,5 x 10mm e dois cilindros com 10mm de comprimento e
3,5mm de diâmetro. Após 1 a 2 semanas de pós cirúrgico o aparelho pôde ser
instalado e as ativações das molas eram realizadas fora da cavidade oral. A
força utilizada pelas molas do aparelho Pendulum foi de aproximadamente
250g com 45º de inclinação. O paciente foi acompanhado a cada 4 semanas e
a mola era checada. A paciente apresentava 21 anos de idade e com má
oclusão Classe II com relação de canino completa do lado esquerdo e Classe I
do lado direito, mordida profunda e sobressaliência de 10mm. A paciente foi
acompanhada por 8 meses até que os molares atingissem a relação de Classe
I. As vantagens do sistema foram observadas na não cooperação do paciente,
assim como na aceitabilidade do tratamento cirúrgico e a diminuição do tempo
de tratamento. O autor sugeriu que a pesquisa seja realizada num grupo maior
de pacientes, para que os resultados fossem mais bem avaliados, já que esta
pesquisa foi baseada numa pequena amostra.
Park et al (2001) relataram por meio de um caso clínico o uso de implantes
ortodônticos para obtenção de ancoragem absoluta em tratamento de classe I
esquelética
com
biprotusão
alveolar.
Observaram
que
os
implantes
osseointegráveis possuem limitações, pois requerem espaço maior para sua
colocação, alto custo e um maior tempo entre implantação e a força ortodôntica
aplicada. Sendo assim, analisaram que os implantes ortodônticos são menores,
possibilitando sua colocação em qualquer área do osso alveolar, são de fácil
implantação, remoção e de baixo custo. Além disso, forças ortodônticas podem
ser aplicadas imediatamente após sua instalação. Os autores descreveram um
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caso clínico de um indivíduo do gênero feminino, 28 anos de idade, que
apresentava perfil convexo, classe I esquelética com biprotrusão alveolar.
Foram extraídos os primeiros pré-molares superiores e inferiores, aparelho
ortodôntico fixo e instalação de implantes ortodônticos entre segundos prémolares e primeiros molares para controle de ancoragem durante a retração.
Após 18 meses de tempo total de tratamento, o caso se apresentava com boa
relação esquelética e inter-arcos, onde os autores concluíram que os implantes
ortodônticos alem de apresentarem as vantagens já mencionadas, se
revelaram como recurso que independe da colaboração do paciente, logo no
início leva a uma melhora no perfil, permite a realização de tratamentos curtos
por realizarem a retração dos seis dentes anteriores simultaneamente,
reduzindo tempo de atendimento pro sessão, promovendo ancoragem absoluta
para movimentação ortodôntica de dentes.
Melsen (2001), com o propósito de estudar o tecido ao redor de implantes
submetidos a forças ortodônticas realizou análises histomorfométricas em seis
macacos adultos (Maccaca fascicularis) onde foram instalados dois implantes.
Os macacos foram ambientados pelo menos um mês no laboratório. Depois
foram extraídos o primeiro e segundo pré-molares e também o segundo molar,
aguardou-se 6 meses e então foram instalados dois implantes de 2,2 mm de
diâmetro com roscas de profundidade de 6 mm em cada macaco , três meses
após foram instaladas molas de níquel titânio por onze semanas. Os macacos
foram sacrificados e removidos o bloco ósseo ao redor dos implantes. A análise
foi executada em tecido descalcificado perpendicular ao longo eixo do implante.
Foi avaliado o grau de osseointegração, densidade de osso e a variação das
distâncias entre os implantes. Os resultados foram correlacionados com a
tensão local do tecido calculado por meio de análise de elemento finito.
Concluíram que a colocação de cargas ortodônticas sobre os implantes
influência significativamente a densidade do osso alveolar nas proximidades
dos implantes. Os implantes não submetidos a forças ortodônticas mantiveram
a densidade óssea alveolar e que a osseointegração independe da força
aplicada.
19
Ohmae et al (2001),tendo como objetivo determinar o potencial de ancoragem
de mini-implantes de titânio para intrusão ortodôntica, colocaram 6 miniimplantes em três cães machos da raça beagle, na região dos terceiros prémolares em ambos os lados. Na vestibular três mini-implantes foram colocados
apicalmente e distalmente ao ápice dos terceiros pré-molares, no septo interradicular do terceiro pré-molar, e mesial ao ápice da raiz mesial do terceiro prémolar, sendo o mesmo procedimento realizado no lado lingual. Os implantes
inter-radiculares bilaterais na vestibular e na lingual foram usados para
ancoragem e intrusão dos terceiros pré-molares (carga) e outro implante foi
usado como controle (sem carga). Em seis semanas, uma força intrusiva (150
gf) foi aplicada na vestibular e na lingual com molas abertas por meio dos
terceiros molares. Após um período entre 12 à 18 semanas de intrusão
ortodôntica, os animais foram sacrificados e suas mandíbulas foram
dissecadas; verificou-se que os pré-molares foram intruídos 4,5 mm, em média,
com severa reabsorção na área de furca e ápice. Todos os mini-implantes
permaneceram estáveis durante o movimento ortodôntico do dente, sem
qualquer mobilidade ou deslocamento. Os laudos morfométricos revelaram que
a calcificação dos mini-implantes com carga foi igual ou ligeiramente maior que
a dos mini-implantes de controle. Seis dos 36 mini-implantes foram removidos
facilmente após o movimento do dente. Os autores concluíram que os miniimplantes são ferramentas eficazes para a ancoragem na intrusão ortodôntica.
Ismail (2002), em uma revisão bibliográfica sobre as vantagens do uso de uma
ancoragem rígida pode perceber benefícios em particular, no tratamento de
certos aspectos de determinadas maloclusões, por exemplo,
• realinhamento dos dentes anteriores, sem suporte posterior,
• fechamento de espaços edêntulos nos sítios de extração de primeiros
molares,
• restabelecimento da posição de molares isolados (abutments),
• correção de linha média quando há perda de dentes posteriores,
• intrusão e extrusão de dentes,
20
• protrusão ou retração de um arco,
• estabilização de dentes com suporte ósseo reduzido, e,
• tração ortopédica.
Karaman, Basciftci e Polat (2002) utilizaram um implante para ancoragem e o
aparelho Distal Jet para distalização de molares superiores em um caso clínico
para avaliar os efeitos nas estruturas dentofaciais. Um paciente de 11 anos de
idade, gênero masculino em estágio de dentadura mista, face agradável e perfil
reto, apresentando relação molar Classe I no lado direito e de Classe II no lado
esquerdo devido à perda precoce de molares decíduos e não havia
discrepância transversal. Os objetivos do tratamento foram alcançar uma
relação molar de Classe I com distalização do primeiro molar superior
esquerdo, possibilitar irrupção do segundo pré-molar impactado e controlar a
irrupção dos outros dentes. A correção da relação molar foi realizada por meio
do aparelho Distal Jet associado a um implante (Leibinger, German) para
ancoragem esquelética com 3mm diâmetro e14 mm de comprimento que foi
implantado na sutura palatina, 2 a 3mm posterior ao canal incisivo. Foi
instalado um Distal Jet modificado com molas de níquel-titânio de 0,7mm de
diâmetro (Dentaurum). Após quatro meses da instalação do aparelho, foi obtido
um espaço de 8mm para a irrupção do segundo pré-molar superior esquerdo e
foram removidos o Distal Jet modificado e o implante. Instalou-se um aparelho
Hawley que foi usado por tempo integral. O primeiro molar superior direito não
apresentou alteração, pois a mola não estava ativada neste lado. Os autores
concluíram que o aparelho Distal Jet modificado associado à ancoragem
esquelética é um método efetivo para a distalização de molares superiores sem
perda de ancoragem e que deveria ser avaliado numa amostra maior.
Deguchi et al (2003) descreveram os tipos de implantes utilizados em
Ortodontia,
destacando:
a)
implantes
osseointegrados;
b)
implantes
osseointegrados provisórios na sutura palatina; c) mini-placas de titânio e d)
mini-implantes. Citaram como principais indicações: a) indivíduos com
necessidade de ancoragem máxima; b) indivíduos não cooperadores; c)
21
indivíduos
com
necessidade
de
movimentos
dentários
considerados
complexos. Para a determinação do melhor local para a realização do implante
os autores recomendam radiografias periapicais, telerradiografias laterais
convencionais, fio de latão interdental na região onde se pretende realizar o
implante. Como conclusão os autores relataram que os mini-implantes têm se
mostrado efetivos como método de ancoragem em Ortodontia, sendo sua
instalação e remoção relativamente simples, devido ao seu tamanho e de
alguns casos não ser osseointegrado. Relataram ainda que os implantes
podem fornecer ancoragem absoluta, permitindo o tratamento ortodôntico
adequado, com mínima colaboração do paciente.
Park et al (2003) relataram por meio de casos clínicos a intrusão de dentes
posteriores utilizando implantes ortodônticos como ancoragem absoluta.
Descreveram que vários problemas podem surgir quando dentes posteriores
são perdidos por cáries ou outras causas e não imediatamente substituídos.
Problemas como extrusão do dente do lado oposto que requer muitas vezes
tratamento endodôntico ou até mesmo extração. Para evitar tais problemas, os
dentes
extruídos
são
intruidos
por
meio
de
métodos
ortodônticos
convencionais. Porém tais recursos podem produzir resultados indesejáveis
devido envolver um maior número de dentes, provocando as forças de ação e
reação. No entanto, a ancoragem esquelética pode ser usada para evitar esses
problemas e obter a pura intrusão de dentes posteriores. Os implantes
ortodônticos são amplamente usados devidos serem relativamente simples de
inserção, a força pode ser aplicada imediatamente, além de possuírem menor
número de limitações quanto à localização e serem de baixo custo. Os autores
descreveram ainda as várias indicações dos implantes ortodônticos além da
intrusão de dentes posteriores, como fechamento de espaços, correção de
mordida aberta e verticalização de dentes posteriores. Sendo assim,
concluíram que devido à simplicidade de implantação e controle da direção e
quantidade de força dos implantes ortodônticos, a intrusão pode ser obtida com
sucesso, satisfazendo tanto o individuo quanto o ortodontista.
22
Kyung, Hong, Park (2003) propuseram a utilização de miniparafusos no palato
médio, por essa região possuir osso cortical, que é suporte suficiente para um
miniparafuso inteiro, que pôde receber as forças ortopédicas. Além disso, essa
área não possui estruturas nobres que poderiam complicar a colocação dos
parafusos. Nesse caso, não há espera para a osseointegração e não existe a
necessidade de cirurgia adicional, pois o parafuso é removido facilmente. Para
isso foram descritos 2 casos clínicos, que apresentavam Classe II de relação
molar. O tempo necessário para que ocorresse a distalização com sobre
correção foi de 5 meses. Os implantes foram removidos 9 meses após sua
implantação. Concluíram que a ancoragem no palato é uma área segura e que
promove resultados satisfatórios para o tratamento ortodôntico.
Gotardi (2003) fez uma revisão da literatura descrevendo as suas aplicações.
Técnicas e indicações de diversos tipos de implantes utilizados com o propósito
de auxiliar ou complementar os tratamentos ortodônticos. Sua conclusão
relatou que os implantes diminuíram o tempo de tratamento, uma opção de
menor custo ao paciente, de fácil instalação, tirando parte da responsabilidade
do tratamento do paciente, com índices de sucesso cada vez maiores, mas são
necessários mais estudos longitudinais sobre o assunto.
Giancotti et al (2004) relataram que embora a impacção de segundos molares
inferiores sejam uma anomalia rara com incidência apenas de 0,03%, poderia
provocar um distúrbio no processo normal de irrupção causando sérios
problemas e fazendo com que o tratamento torne-se difícil para ambos,
ortodontista e cirurgião. As impactações de segundos molares ocorrem mais
freqüentemente de forma unilateral, mandíbula e acometem mais indivíduos do
gênero masculino, do lado direito e freqüentemente se encontram mesialmente
inclinados. Por meio de revisão de literatura e caso clínico os autores
descreveram sua experiência clínica no tratamento de segundos molares
impactados, usando implantes ortodônticos. Relataram o caso de um paciente
do gênero masculino, 27 anos de idade que apresentava um segundo molar
parcialmente irrompido, sendo colocado um braquete na porção exposta do
segundo molar impactado. Em seguida, foi instalado um implante ortodôntico
23
na região retromolar onde uma mola de níquel titânio com força de 50g foi
inserida ao brequete para promover a extrusão do dente impactado. O implante
ortodôntico foi removido após 8 meses de tratamento ativo quando o dente
estava bem posicionado. Os autores salientaram a necessidade do implante
ortodôntico apresentar estabilidade primária imediata, rápida cicatrização, ser
de fácil instalação e remoção. Sendo assim, concluíram que os implantes
ortodônticos apresentam muitas vantagens para promover a ancoragem
absoluta, com redução do desconforto por ser um procedimento bem tolerado
pelos indivíduos, além de apresentar menor risco de infecção.
Chung et al (2004) descreveram por meio de um caso clínico uma nova
abordagem para tratamento das maloclusões de classe III, utilizando um
implante ortodôntico com características particulares quanto ao formato de sua
porção superior sendo mais adequado para o uso de elástico intermaxilares.
Relataram o caso de um individuo do gênero masculino com 16 anos de idade
apresentando maloclusão de classe III e perda de dois incisivos centrais
superiores. O plano de tratamento consistiu na distalização assimétrica da
arcada inferior devido ao desvio de linha média inferior, a recuperação de
espaço para a reabilitação protética inferior. Os implantes ortodônticos foram
usados como ancoragem para elásticos intermaxilares classe III, sendo dois
instalados na região interdental entre o segundo pré-molar e primeiro molar
superior. O formato particular da cabeça do implante ortodôntico minimizou a
irritação gengival durante o tratamento ortodôntico. Ao final de 15 meses, a
distalização da arcada inferior foi obtida, sobressaliência, sobremordida
adequadas e um bom equilíbrio facial. Os autores concluíram que a ancoragem
absoluta por meio dos implantes ortodônticos pode ser usada como um gancho
pra elástico intermaxilares em casos onde a extrusão de dentes posteriores
deve ser evitada para que não ocorra efeito indesejável, comprometendo a face
do indivíduo.
Gelgor et al (2004) avaliaram as alterações esqueléticas, dentárias e de tecido
mole após distalização de molares superiores associados com ancoragem
obtida por meio de parafusos intraósseos. Foram selecionados 25 pacientes,
sendo 18 do gênero feminino e 7 do masculino, com idade média de 13 anos e
24
9 meses, padrão esquelético de Classe I e relação dentária de Classe II. Os
parafusos intraósseos (IMF Stryker, Leibinger, Germany) utilizados eram
constituídos de titânio puro e apresentavam diâmetro de 1,8mm e comprimento
de 14mm, sendo posicionados 5mm posteriormente ao forame incisivo e 3mm
para o lado direito ou esquerdo da sutura palatina mediana. Após a colocação
dos parafusos, foram bandados os primeiros molares e os primeiros prémolares, onde foram soldados tubos e braquetes, respectivamente, de
canaletas. 018” X .030”, também foi soldada uma barra transpalatina com fio de
aço inoxidável de .036”, nas bandas dos primeiros pré-molares tangenciando o
parafuso colocado no palato. Esta barra transpalatina foi fixada no parafuso
com resina composta fotopolimerizável. Foram inseridos bilateralmente arcos
segmentados de fio de aço inoxidável de .016” X .022” e molas de secção
aberta de níquel titânio de .036” entre os primeiros molares e primeiros prémolares , com uma força contínua de aproximadamente 250g de cada lado.
Uma relação molar de Classe I sobrecorrigida de 2mm, foi alcançada em
aproximadamente 4,6 meses. Foram analisadas telerradiografias laterais e
modelos de estudo antes e após a distalização dos molares superiores e os
resultados mostraram que, na análise cefalométrica: os molares distalizaram
3,9mm e inclinaram 8,7º; os primeiros pré-molares inclinaram para mesial 2,8º;
os incisivos superiores inclinaram para vestibular 1º e protruíram 0,5mm; os
molares foram intruídos e inclinados para distal e devido a este efeito intrusivo
não ocorreu aumento do ângulo do plano mandibular. Segundo os autores, a
pequena perda de ancoragem poderia ser atribuída à flexibilidade da barra
transpalatina e uma insuficiente fixação entre esta barra e o parafuso.
Concluíram que este sistema de ancoragem esquelética permitiu aplicação de
força imediata e foi muito estável durante a distalização dos molares superiores
e promoveu uma distalização média de 0,8mm por mês.
Teixeira & Júnior (2004) relataram por meio de caso clínico a verticalização de
molar utilizando implantes ortodônticos como recurso de ancoragem.
Descreveram a existência de vários recursos de ancoragem disponíveis,
relatando que todos apresentam indicações precisas, contra indicações, além
de desvantagens que vão desde a necessidade de cooperação do individuo até
25
a dificuldade de se conseguir eficiência na ancoragem. Os implantes
osseointegráveis, embora muito eficientes, têm custo elevado, procedimento
cirúrgicos maiores, dificuldade de sítios para instalação e tempo de espera
longo pra ativação. Os implantes ortodônticos constituem recurso importante de
ancoragem, pois são de simples instalação, de baixo custo, não necessitam de
espera para a osseointegração e por apresentarem pequeno diâmetro e vários
comprimentos podem ser instalados em qualquer sítio ósseo bucal, sendo
descrito como efetivo na verticalização de molar. Concluindo então que os miniimplantes são o recurso de resultado mais previsível e acessível e com certeza
mais confiável para os casos que necessitem de ancoragem absoluta.
Bezerra et al (2004) relataram por meio de revisão da literatura casos clínicos
onde a ancoragem é decisiva para o sucesso do tratamento ortodôntico,
existindo vários recursos intra e extrabucais a serem utilizados, sendo que os
implantes ortodônticos de titânio podem contribuir de forma valiosa para a
obtenção de uma unidade de ancoragem absoluta, estes podem ser indicados
para
diversas
situações
clínicas
como
retração,
protação,
intrusão,
vestibularização e extrusão de dentes anteriores e posteriores.
Faber et al (2004) relatou a utilização de mini-placas cirúrgicas como método
de ancoragem para movimentação dentária, que tem sido rotineiramente
empregado na clínica privada dos autores. O tratamento exemplificado em sua
pesquisa é o de uma paciente com mordida aberta anterior esquelética foi
realizado através da intrusão dos dentes posteriores, superiores e inferiores,
com auxílio de mini-placas de titânio como ancoragem. Resultados estéticos
favoráveis foram alcançados, em parte, pela rotação anti-horária da mandíbula
e conseqüente diminuição da altura facial inferior. Foram atingidas adequadas
sobremordida
e
sobressaliência.
Não
foram
observadas
reabsorções
radiculares importantes. Seus resultados sugerem que essa é uma alternativa
de tratamento exeqüível e que as mini-placas proporcionam uma ancoragem
estável para intrusão de dentes posteriores.
26
Fortini A. (2004) estudou a aplicação clinica dos microparafusos é bastante
diversificada devido à grande versatilidade deste dispositivo. A instalação dos
IO em osso basal ou alveolar disponibilizou várias possibilidades de se obter
um ponto fixo na cavidade bucal (ponto de ancoragem), para efetuarem
movimentações dentárias complexas ou simples, de forma mais previsível.
Partindo dessa premissa, a possibilidade de instalação dos microparafusos, até
mesmo entre as raízes, faz com que as aplicações clínicas sejam ilimitadas, e
com isso servir de ancoragem para diversos tipos de movimentos dentários
como intrusão, extrusão, retração, protração e verticalização.
Park et al (2004) relataram três casos clínicos onde os dentes anteriores foram
retraídos com molas de nitinol aplicando forças de 150 gramas em miniimplantes. Em nenhum dos casos houve perda de ancoragem e foi alcançado o
objetivo de movimento distal dos dentes molares. Em relação aos dentes
inferiores, foi possível controlar a posição vertical dos dentes mandibulares
posteriores. Concluíram que é efetiva a eficiência dos mini-implantes como
ancoragem em tratamento de classe II esqueletais.
Souza (2004) fez uma revisão de literatura sobre as possibilidades, o
planejamento e os avanços do tratamento que envolve a mecânica ortodôntica
e a utilização de implantes osseointegráveis. Os microparafusos são pequenos
o suficiente para serem instalados em qualquer área do osso alveolar, é de fácil
instalação e remoção, e de baixo custo. Além disso, a aplicação da força
ortodôntica pode ser iniciada quase que imediatamente após a instalação
destas peças. Atualmente, os implantes osseointegrados podem ser utilizados
para melhorar técnicas ortodônticas mais tradicionais. Em particular, eles
apresentam um potencial para fornecer um método útil de ancoragem. A
contínua evolução dos implantes ortodônticos tem levado à produção de
modelos cada vez menores, que são de fácil instalação e remoção, além de
não requererem um longo período de cicatrização antes de serem colocados
em função.
27
Aurich (2005) realizou uma revisão bibliográfica onde descreveu uma variedade
de técnicas de ancoragem utilizando implantes de varias formas e tamanhos,
bem com suas indicações, limitações, mecânica aplicada e resposta do tecido
durante sua aplicação. A conclusão de sua pesquisa mostrou que o uso de
uma ancoragem estável permite um maior controle no direcionamento do
sistema de forças e também pode diminuir o tempo de tratamento ativo. Ela
revelou também que estudos longitudinais são necessários para o implemento
de todo o potencial terapêutico propiciado pelos implantes na pratica
ortodôntica e ortopédica.
Buj; Vargas e Hernández (2005) fizeram uma revisão de literatura para analisar
as indicações, tipos de implantes, local de instalação, tipos de movimentos,
dimensões, tempo de osseointegração e vantagens e desvantagens da
utilização de implantes como ancoragem em ortodontia. O alto grau de
integração entre o tecido ósseo e os implantes de titânio lhes fornece
estabilidade adequada para servirem de ancoragem em ortodontia. Uma das
principais vantagens quanto ao uso de implantes em ortodontia está nas
situações em que se necessita ancoragem máxima, principalmente nos casos
de pacientes que não aceitam o uso do aparelho extra-oral ou que possuem
áreas edêntulas na região posterior. A utilização desse mecanismo é ainda
mais indicada quando além de servir como ancoragem, o implante será
utilizado como pilar protético no final do tratamento ortodôntico. Nesse caso é
importante planejar cuidadosamente o local de colocação do implante com o
protesista. Outras vantagens do uso de implantes em ortodontia seriam: o
conforto do paciente, melhor estética, diminuição do tempo de tratamento pela
aplicação de forças em um curto período de tempo, fácil inserção, grande
estabilidade e a possibilidade de promover diferentes ativações. Como
desvantagens são relatadas: aumento do custo do tratamento, tempo de
osseointegração, necessidade de procedimento cirúrgico, risco de infecções e
de contato com raízes e nervos, idade mínima de 18 anos para a sua
realização e a necessidade de remoção do implante quando utilizado
estritamente para ancoragem. Os implantes podem ser colocados em diversos
locais da maxila e mandíbula, tais como regiões edentadas, região abaixo da
28
espinha nasal anterior, palato e sutura palatina, septo interdental entre segundo
pré-molar e primeiro molar, qualquer região do osso alveolar, região retromolar,
cortical externa da mandíbula ou maxila, face inferior da crista zigomática,
porção inferior dos processos zigomáticos da maxila e sínfise. Através da
utilização de implantes como ancoragem em ortodontia podem ser conseguidos
diferentes movimentos dentários como intrusão, extrusão, torque, translação e
inclinação. Dessa maneira resolvem-se problemas como fechamento de
espaços, correção de linha média, correção de mordida aberta, entre outros.
Não se observou padronização por parte dos autores com relação à dimensão
dos implantes utilizados. Também existe uma variação entre os estudos com
relação ao tempo de espera para a osseointegração.
Marassi (2005) fez uma pesquisa bibliográfica sobre os principais tópicos
relacionados ao uso dos mini-implantes: as indicações; contra indicações;
planejamento; instrumental; índices de sucesso e chaves para aumento do
sucesso no uso dos mini-implantes. Onde ele concluiu que esses parafusos
estão se mostrando efetivos na ancoragem ortodôntica, sendo sua instalação e
remoção relativamente simples, com varias aplicações clinicas e mínima
colaboração do paciente.
Seamman (2005), em um estudo avaliou as alterações esqueléticas e dentárias
sagitais e verticais, decorrentes da distalização dos molares superiores com o
aparelho pendulum com molas removíveis associado à ancoragem esquelética,
em pacientes portadores de má oclusão de Classe II, divisão 1. Foram
realizadas telerradiografias em norma lateral convencional iniciais e finais de 13
pacientes sendo 10 do gênero feminino e 3 do masculino, com idade média de
14,4 anos. Os procedimentos cirúrgicos de implantação foram realizados por
um único profissional especialista em implantodontia, sendo que o acesso foi
transmucoso e os implantes foram posicionados 6 a 9 mm do forame incisivo, 3
a 6mm paramediana à sutura palatina e com inclinação de 45º a 60º com o
plano oclusal e espinha nasal anterior. A confecção do aparelho Pendulum com
molas removíveis, porém com a variação da eliminação dos grampos de apoio
oclusal, conforme a fig.-1. A fixação do aparelho aos implantes foi executada
29
com resina acrílica. As ativações das molas foram executadas, sendo que, num
período de 7 meses obteve se a correção da relação molar. As médias iniciais
e finais das variáveis foram avaliadas pelo teste t para dados pareados, sendo
verificados: a) a média de distalização dos molares superiores foi de 6mm com
uma inclinação distal de 20,6º e intrusão de 1mm, b) os pré-molares
distalizaram 3mm com inclinação para distal de 4,9º e extrusão de 0,4mm, c)
os incisivos centrais superiores sofreram 1mm de movimento para lingual, com
inclinação de 2,6º para o mesmo sentido e extrusão de 0,4mm. O perfil facial
dos pacientes não sofreu alterações significantes. Os resultados deste estudo
sugeriram que a utilização do aparelho Pendulum com molas removíveis
associado a implantes palatinos foi efetiva na distalização dos molares
superiores, promovendo a movimentação necessária sem provocar a perda de
ancoragem.
Em um estudo cujo objetivo foi quantificar os efeitos de distalização de molares
superiores e inferiores usando-se micro implantes, (PARK, et al, 2005)
avaliaram 13 pacientes. Onze eram na mandíbula e quatro na maxila, dois
pacientes tinham implantes na maxila e na mandíbula. Todos apresentaram
movimento distal de molares e pré-molares sem significante movimentação dos
incisivos. A taxa de sucesso em seu estudo para a permanência dos miniimplante foi de 90%, com uma média de uso de 12,3 ± 5,7 meses e a força
inicial aplicada foi de 200 gramas Na avaliação dos 13 pacientes que usaram
mini-implantes para distalização de molares inferiores e superiores, a taxa de
sucesso foi de 100%, visto que os mini-implante perdidos puderam ser
substituídos durante o tratamento, e em todos os casos a distalização
necessária foi alcançada. A conclusão dessa pesquisa foi que os miniimplantes podem ser usados com segurança para movimentos de distalisação
de molares, pois são ferramentas de fácil manuseio e de ancoragem firme.
Para mostrar a efetividade de mecânicas de deslize ancoradas em miniimplantes em casos de protrusão dentoalveolar Park et al (2005) descreveram
passo a passo a técnica de retração dos dentes anteriores avaliando os
registros de pacientes, em nenhum caso houve perda de ancoragem e foi
30
alcançado o movimento distal desejado dos molares. Os autores mostraram
como o mini-implantes podem estabelecer uma ancoragem eficiente e facilitar o
tratamento. Concluem que o mini-implante é um método de retrusão dentária
que provoca o mínimo de intrusão dentária e perda de ancoragem.
Huja et al (2005) investigaram em cachorros da raça beagle a força de tração
de 56 mini-implantes de titânio (2 mm de diâmetro por 6 mm de comprimento)
inseridos monocorticalmente. Os cachorros foram sacrificados e cortes de
blocos ósseos foram realizados, para avaliação histológica. As forças de tração
variaram de 134,5 N na região anterior da mandíbula até 388,3 N na região
posterior da mandíbula. Foi encontrada significância entre força máxima de
remoção e a espessura da cortical óssea. Concluíram que os mini-implantes
mono corticais podem ser usados e submetidos a cargas imediatas e forças
ortodônticas, dês de que a sua estabilidade primaria permita tal ativação.
Kim et al (2005) implantaram 32 mini-implantes em dois cachorros beagle,
sendo 16 mini-implantes auto-perfurantes e 16 mini-implantes convencionais.
Após uma semana da instalação dos mini-implantes aplicaram-se uma força de
200 a 300 gramas com mola de níquel titânio. Doze semanas após a
implantação os mini-implantes foram testados com o periotest (Simens AG), e
analisou-se histologicamente o osso vizinho aos mini-implantes. Os autores
concluíram com seus resultados que os mini-implantes auto-rosqueantes
tinham menor mobilidade e maior superfície de contato entre o osso e o metal.
No entanto houve osseointegração em ambos os grupos.
Matteo; Villa; Sendyk (2005) fizeram um projeto de pesquisa para
propor
uma técnica, que utiliza mini-parafusos de osteosíntese como recurso de
ancoragem, auxiliando a movimentação de molares inferiores, corrigindo sua
axialidade, ou seja, verticalizando-os, para melhor recebimento das cargas
oclusais, com controle de ancoragem e minimização de efeitos deletérios dos
elementos dentários envolvidos no tratamento ortodôntico. Foram selecionados
três pacientes entre 40 a 48 anos (dois do gênero feminino, um do gênero
31
masculino), com molares inferiores inclinados para mesial e distalmente
posicionados
às
áreas
edêntulas.
Os
pacientes
foram
tratados
ortodonticamente durante um período de 6 a 12 meses, com técnica
ortodôntica MD3. Mini-parafusos de titânio foram colocados bilateralmente com
anestesia local. Uma incisão sobre a linha oblíqüa externa da mandíbula,
medindo aproximadamente 1 cm foi realizada em cada lado, distalmente aos
molares inclinados. Após descolamento muco-periosteal, mini-parafusos foram
implantados e foram realizadas suturas deixando suas cabeças exteriorizadas.
Uma semana após a remoção das suturas, cargas ortodônticas (entre 150 a
200 gramas/força) foram aplicadas através de forças elásticas. Verificamos que
alguma inflamação foi observada ao redor dos mini-parafusos, mas foi
controlada com procedimentos de higienização. O procedimento cirúrgico é
simples, podendo ser realizado pelo ortodontista; as formas dimensionais dos
mini-parafusos são adequadas e estes são de fácil remoção após uso.
Concluímos que o uso de mini-parafusos representa uma alternativa efetiva de
ancoragem ortodôntica na verticalização de molares inferiores.
Yao et al (2005), em um projeto de pesquisa analisou tridimensionalmente os
modelos iniciais e finais de 22 pacientes tratados com mini-implantes
submetidos a intrusão ortodôntica de molares, concluíram que a quantidade de
intrusão alcançada para os primeiros molares foi de três a quatro milímetros,
para os segundos molares dois milímetros e para os pré-molares um milímetro
em ordem decrescente devido a fonte da força se localizar no molar.
Zétola; Michaelis e Moreira (2005) fizeram uma revisão da literatura em relação
ao uso dos pinos de ancoragem ortodôntica, relatar um caso com a sua
utilização e discutir alguns aspectos em relação à ancoragem rígida na
Ortodontia. Algumas complicações após a colocação das mini-placas ou
parafusos de ancoragem podem ser observadas, tais como: inflamação no
tecido em volta da região, hiperplasia gengival ao redor do pino de ancoragem,
dificuldade da aplicação da força elástica quando a mini-placa ou pino estão
muito próximos do dente a ser tracionado, causar danos às raízes ou aos
nervos adjacentes e, finalmente, algum tipo de fratura ou afrouxamento ao
32
dispositivo de tração. Entretanto, foi relatado: pouca inflamação tecidual
durante o tratamento, nenhuma mobilidade do implante, não ocorreu infecção
perioimplante, leve reabsorção radicular na região de furca e do ápice. Nesse
trabalho, não foi observado nenhum tipo de problema em relação ao dispositivo
de tração, entretanto, foi feito um controle rigoroso da higienização através da
escovação mecânica e foi solicitado aplicar clorexidine a 0,12% de
concentração topicamente com um cotonete. Em relação ao dano causado no
ápice ou na região de furca dos molares após o movimento intrusivo com a
utilização da ancoragem rígida, alguns autores reportaram leve reabsorção
radicular na região de furca e do ápice, entretanto, logo após, houve formação
do cemento nas mesmas regiões. Inclusive, na microscopia fluorescente, foi
verificado que ocorreu remodelação em volta da superfície radicular (cemento,
periodonto e osso alveolar). O presente estudo e grande parte da literatura
concordam que o teor de recidiva é pequeno para intrusões de molares
inferiores, podendo ser feita uma sobre correção se necessário.
Fabri (2006), neste trabalho se propõe, por meio de uma revisão de literatura,
relatar a obtenção de ancoragem absoluta através do uso de mini-implantes.
Nesta revisão descreve-se a melhora da estética, da estabilidade e a da não
necessidade da cooperação do paciente, destacando-se como vantagens a
ancoragem ortodôntica com mini-implantes em relação às demais técnicas de
ancoragem ortodôntica. Conclui-se que o uso de implantes ortodônticos como
dispositivos para ancoragem direta, fornece um ponto fixo dentro da cavidade
bucal para que sejam realizados movimentos simples e/ou complexos de forma
controlada e previsível.
Teixeira et al (2006), em um estudo avaliaram a resistência à flexão de miniimplantes ortodônticos de Ti6Al4V da marca comercial SIN (Sistema Nacional
de Implantes). Foram analisados no total 16 mini-implantes ortodônticos.
Quinze mini-implantes ortodônticos de comprimento de 6 mm por 1,2 mm de
diâmetro foram fixados em resina acrílica para embutimento de amostras
metalográficas da marca Arotec. A base de resina com o mini-implante foi
fixada na máquina de ensaio e foi aplicada uma força crescente perpendicular
33
ao seu comprimento, determinando-se a força necessária para deformar os
mini-implantes em quatros situações: 0, 5, 1,0, 1,5 e 2,0 milímetros. Os dados
foram analisados pela análise de variância e teste de Tukey. Os ensaios
mecânicos foram executados na máquina de ensaio Universal Emic DL 10000
(Emic Equipamentos e Sistemas de Ensaio Ltda, Paraná, Brasil) com célula de
carga de 50N de força. Dos dezesseis mini-implantes, três foram escolhidos
para analise no microscópio eletrônico de varredura – MEV (Jeol JSM 5800 –
Tóquio, Japão). Após o ensaio mecânico foram selecionados os dois implantes
que apresentaram maior deformação plástica visível e um implante que não foi
submetido ao teste de esforço. Em conclusão os resultados obtidos mostraram
que nenhum dos implantes fraturou quando deformado até 2 mm.Todos os
mini-implantes apresentaram deformação quando submetido a forças usadas
neste ensaio.
Serra
et
al
(2007)
realizou
um
proeto
de
pesquisa
para
avaliar
biomecanicamente a evolução da fixação de mini-implantes de liga de titânio
submetidos ao protocolo de carregamento imediato. Nove coelhos da raça
Nova Zelândia foram utilizados neste estudo. Em cada animal foram inseridos 4
mini-implantes de titânio grau 5 (liga Ti-6Al-4V) , dos quais 2 foram carregados
imediatamente com 1 N. Os animais foram eutanasiados após 1, 4 e 12
semanas e as amostras foram divididas em seis grupos, sendo 3 grupos
carregados e 3 grupos sem carga. O ensaio de torque de remoção dos
implantes foi realizado e os resultados tratados estatisticamente com o módulo
ANOVA e pós-teste de Tukey. Após 1 e 4 semanas de cicatrização não foi
detectada diferença estatisticamente significativa nos valores de torque de
remoção, independente do carregamento. Entretanto, após 12 semanas, tanto
o grupo carregado quanto o não carregado apresentaram aumento significativo
no torque de remoção e os maiores valores foram atribuídos ao grupo sem
carregamento. O carregamento imediato resultou em menor fixação óssea dos
mini-implantes após 12 semanas de cicatrização, contudo não comprometeu a
estabilidade dos implantes.
34
2.3 DESVANTAGENS
Creekmore (1983) percebeu que a ancoragem dentária pode ser usada como
auxílio no tratamento ortodôntico, entretanto para movimentos dentários aonde
a ancoragem tem que ser máxima, o uso do dispositivo extrabucal seria o mais
indicado. Esses dispositivos são muito utilizados e possuem uma boa
eficiência, porém são dependentes da cooperação do paciente, podendo afetar
a previsibilidade do sucesso e o tempo previsto do tratamento. Implantes
dentários ou pinos intra-ósseos poderiam atuar como ancoragem para que
movimentos dentários pudessem ser realizados em qualquer direção na
ausência de forças recíprocas indesejáveis. Entretanto, para que este
procedimento possa ser utilizado clinicamente, mencionaram ser importante
compreender os aspectos relacionados à confiabilidade, estabilidade, rejeição,
infecção ou qualquer outra patologia associada.
Wehrbein et al (1999) avaliaram os implantes do sistema Orthosystem na
utilização como reforço de ancoragem em dentes posteriores. A amostra do
estudo consistiu em 9 casos de pacientes apresentando Classe II, com idade
variando entre 15 e 35 anos,realizaram a exodontia dos primeiros pré-molares
superiores e colocação de um implante no centro do palato anterior. Após 3
meses de cicatrização do implante sem carga, foram inseridas barras
transpalatinas para conectar ao implante os dentes posteriores. A retração dos
caninos e incisivos foi alcançada sem o uso de ancoragem extrabucal ou
elásticos Classe II. O grau de perda de ancoragem, como também a
quantidade de retração do canino e do incisivo foram avaliadas por medidas
dos modelos de cefalogramas laterais. A perda de ancoragem foi de 0,7 mm no
lado direito e 1,1 mm no esquerdo (P <05). Os caninos direitos e esquerdos
foram retraídos 6,6 e 6,4 mm, respectivamente, e a redução do trespasse
35
vertical foi de 6,2 mm. A perda de ancoragem ocorrida, provavelmente devido à
deformação da barra transpalatina pelas forças ortodônticas.
Tendo como objetivo investigar a estabilidade das fixações osseointegradas
quando utilizadas como ancoragem para tração ortopédica com grande
magnitude de força, De Pauw et al (1999) colocaram três implantes tipo
Branemark no arco zigomático esquerdo e três no direito de cinco cães adultos.
Uma força não-axial ortopédica de 5 N foi aplicada, utilizando um sistema de
mola intrabucal, sendo o deslocamento inicial medido imediatamente após a
aplicação da força, por meio da interferometria de espectro. Após dois meses
de carga contínua, foram analisadas as adaptações ósseas e a mineralização
ao redor de todos os implantes. Os autores relataram que todos os implantes
com carga permaneceram imóveis. Foi observada perda óssea marginal
significativa na interface suporte/fixação (< 1 mm) ao redor de cada implante
com carga. A remodelação óssea foi significantemente mais pronunciada no
lado com tensão dos implantes, independentemente do comprimento da
fixação. As análises radiográfica e histológica mostraram um osso com padrão
trabecular normal ao redor dos implantes.
Bernhart et al (2001) descreveram pela primeira vez, o uso de implantes
rosqueáveis no palato. Pesquisa que contou com 21 pacientes sendo 15 do
gênero feminino e 6 do gênero masculino nos quais foram instalados implantes
rosqueáveis com o intuito de obter ancoragem. Os casos foram planejados com
tomografia e o tamanho dos implantes foram definidos de acordo com a
distância do palato à 1mm do soalho da fossa nasal. Esses implantes foram
projetados especialmente produzidos em Titânio puro, com diâmetro de 3,7mm,
rosqueado no mesmo. Dos 21 pacientes, 3 tiveram a perda do implante, pois
apresentaram mobilidade ao início da tração ortodôntica. O restante, durante
12,3 meses de tratamento ortodôntico, não apresentaram mobilidade,
apresentando uma boa condição de saúde oral sem patologias aparentes. Em
relação às causas da perda destes 3 implantes os autores citaram que: forças
transversais excessivas realizadas quando da moldagem para a obtenção do
modelo no qual seria feito o botão de acrílico; forças realizadas pela língua
36
durante a mastigação e higiene, e ainda um hábito de fumar em demasia por
parte de um dos pacientes que resultou em uma infecção e conseqüente perda
do implante. Uma outra causa poderia ser a aplicação direta e contínua da
força ortodôntica, reduzindo a inserção do implante no osso, pelo fato do osso
palatino ter uma capacidade de remodelação menor que o osso medular do
rebordo. Porém são aceitáveis forças oblíquas e indiretas da magnitude de 2 a
6N. Para cada paciente participante desta pesquisa foi determinado um tipo de
tratamento, o que dificulta a avaliação dos dispositivos utilizados em cada um
deles. Os autores concluíram que o sistema foi eficiente como ancoragem para
o tratamento ortodôntico, o osso palatino possui espessura e altura suficiente e
permite a colocação dos implantes, mesmo naqueles indivíduos que ainda
estão em fase de crescimento, não se devem aplicar forças diretas acima de
6N, implantes considerados perdidos, sem infecção, podem ainda ser utilizados
diminuindo-se as forças aplicadas sobre ele.
Schlegel, Kinner, Schlegel (2002) relataram a importância do conhecimento
anatômico para a realização dos implantes palatinos com o intuito de utilização
do mesmo como ancoragem ortodôntica. Explicaram que a massa óssea onde
deveria ser inserido o implante parece ser mais importante que o próprio
processo cicatricial. O local a ser utilizado para o implante deve ter qualidade
suficiente, isto é, altura e espessura suficiente para acomodar o implante. O
objetivo desse estudo foi coletar evidências anatômicas que expliquem a
ossificação da linha média palatina em diferentes idades, levando em
consideração que a colocação do implante na linha média palatina pode
apenas ter sucesso quando há mínimo suporte disponível. Desta forma foram
utilizados 41 cadáveres entre 12 e 53 anos de idade dos quais foram
removidos pedaços de osso palatino em forma de cilindro, todos da região
mediana. Após isto, foi realizada uma biópsia e exames histológicos após a
descalcificação das peças. Como resultados encontraram que: a) ossificação
da sinostose palatina ocorreu em cadáveres de 23 anos; b) qualidade e
quantidade óssea foram variáveis em todas as idades; c) um dos cadáveres, do
gênero masculino e com 31 anos de idade não possuía ossificação.
Concluíram também que a estrutura morfológica do osso depende da
37
topografia e varia com a idade. O osso maxilar em geral é classificado como
sendo do tipo 3 por sua fina cortical e ampla estrutura trabeculada. A colocação
dos implantes na linha média palatina pode atingir áreas como o canal incisivo.
Apesar de não causar dor aguda, pode lesar permanentemente o nervo. O
referido estudo não conseguiu comprovar se a sinostose da região estimularia
a osseointegração do implante. Os autores consideraram o tratamento com
implantes ancorados em osso um bom avanço para a ortodontia, ocultando
aparelhos ortopédicos e tornando o tratamento menos dependente do paciente.
MIYAWAKI et al (2003), ao avaliarem a estabilidade de mini-implantes com
diferentes diâmetros, constataram que a ocorrência de mobilidade de implantes
instalados na cortical vestibular estava relacionada com um diâmetro menor ou
igual a 1mm, inflamação do tecido perimplantar e com a cortical óssea delgada,
presente em pacientes com plano mandibular elevado. Não foi observada
correlação positiva entre taxa de sucesso e comprimento do mini-implante, tipo
de cirurgia, carga imediata de até 2N, local de instalação, idade e gênero.
Ren et al (2003), em um estudo de revisão da literatura sobre força ideal e
média de movimentação dentária, analisaram mais de 400 artigos com
experimentos, os artigos variavam bastante em relação ao tipo de animais e
humanos, encontraram também grandes variações em relação aos dentes
analisados, tipo de movimento, duração e reativações. Concluíram pela
literatura que não é possível se estabelecer os níveis de força ortodôntica ótima
e ou ideal devido principalmente segundo os autores que as pesquisas
assumem uma relação de tensão/compressão sobre o periodonto homogêneas
o que não é realidade em um movimento ortodôntico.
Liou et al (2004) questionaram por meio de uma pesquisa realizada em
indivíduos adultos a estabilidade dos implantes ortodônticos após receberem
forças ortodônticas. Relataram que os implantes ortodônticos têm sido
utilizados nos últimos anos para ancoragem em tratamento ortodôntico. No
entanto, perceberam que não estaria claro se os implantes ortodônticos são
38
absolutamente estáveis ou se movem quando força for aplicada. Implantes
ortodônticos com diâmetro de 2 mm e comprimento de 17 mm foram instalados
em indivíduos adultos como ancoragem direta para auxiliar na retração de
dentes anteriores. Após duas semanas da implantação, foram submetidos a
forças ortodônticas pela ação de molas de nitinol com forças de 150 gf, fixadas
entre o implante e o canino, e outra mola de 250 gf, entre o implante e um
gancho fixado no fio principal. Na avaliação das cefalometrias nove meses
após o inicio da aplicação de força, a movimentação dos mini-implantes foi de
0,4 mm em média, sendo que em sete dos pacientes este deslocamento foi de
1,0 a 1,5 mm.Os autores concluíram que os implantes ortodônticos são um
recurso de ancoragem estável durante toda a carga ortodôntica, podendo
mover-se de acordo com a carga ortodôntica em alguns indivíduos. Além disso,
os autores orientaram que, para prevenir que os implantes ortodônticos não
interfiram em áreas vitais, é recomendado que sejam inseridos em locais que
não tenham forame, nervos principais ou passagem de vasos sanguíneos ou
que sejam colocados cerca de 2 mm de segurança entre o implante ortodôntico
e a raiz dental.
Ritto et al (2004) relataram por meio de casos clínicos a utilização de
ancoragem estável em ortodontia com implantes osseointegráveis e implantes
ortodônticos. Descreveram vários métodos para ancoragem óssea que tem
sido testado: parafusos em vitalum, fibra de carbono, implantes de óxido de
alumínio revestidos, placas e parafusos em aço inox, implantes Branemark,
implantes retromolares, Onplants, arames zigomáticos, dentes anquilosados,
implantes palatinos, mini-placas e mini-parafusos. Dentre esses, o implante
osseointegrado por requerer um tempo maior para a aplicação de forças,
limitação de espaço além do alto custo apresenta desvantagens. Descreveram
também que, devido a osseointegração e ao largo diâmetro do implante, seria
preciso um sistema especial para sua remoção no final do tratamento,
deixando uma cavidade no osso de aproximadamente 5mm. Os autores
aconselharam deixar a parte subgengival do implante no osso de forma
permanente. Descreveram que devido à facilidade de manipulação, aplicação
imediata da força e irritação mínima dos tecidos, os implantes ortodônticos e as
39
mini-placas tem vantagens sobre os implantes cilíndricos osseointegráveis e
Onplants. Citaram várias técnicas introduzidas nos últimos anos: a utilização de
parafusos bicorticais, mini-placas de osteosítese e os mini-implantes de menor
tamanho possível. Estes são utilizados em qualquer área do osso alveolar ou
apical através da gengiva, sem retalho muco-periósteo podendo ser usado na
região anterior e posterior, considerando que na sua instalação pode ser
aplicada força imediata. Citaram como desvantagens a proximidade de
superfície radicular que pode ser tocada durante sua instalação ou durante a
movimentação dentária, sendo o risco diminuído quando se emprega a técnica
PARK e colaboradores. Os autores concluíram que esta nova forma de
ancoragem além de substituir os procedimentos tradicionais, o ortodontista não
mais estaria na dependência do paciente, permitindo ter mais sucesso no
tratamento.
Freitas & Castro (2004) avaliaram por meio de uma pesquisa e revisão de
literatura a freqüência e a aceitação do uso de implantes com finalidade de
ancoragem ortodôntica. Enviaram um questionário a 445 especialistas em
ortodontia inscritos no Conselho Federal de Odontologia com objetivo de:
determinar a porcentagem de profissionais que possuíam algum conhecimento
sobre o assunto e como esse conhecimento foi obtido; conhecer a
porcentagem dos profissionais que nunca utilizaram a técnica e os motivos
apontados para a não utilização; conhecer a porcentagem dos profissionais
que já utilizaram a técnica, qual o tipo de implante mais utilizado, se houve
falhas e que tipo, se o procedimento evitou cirurgia ortognática, se evitou ou
não extrações, se provocou ou não algum dano ao ser removido e de que tipo.
Relataram que de 152 respostas recebidas, 115 (75,6%) ortodontistas
revelaram nunca ter utilizado os implantes com esta finalidade, alegando vários
motivos; quase metade deles (71) tem receio de aumentar o custo para o
individuo, 63 preferem as técnicas ortodônticas de ancoragem, 63 apontam
dificuldade em convencer o individuo, 25 alegam não conhecer o que ocorre
com um sítio de onde foi removido um implante e, ainda, 23 têm dificuldade em
indicar um implantodontista capacitado para este tipo de implante. Entre os 37
(24,3%) ortodontistas que já utilizaram este recurso, 32 relataram sucessos, 2
40
relataram insucessos nas ancoragens e 3 relataram sucesso e insucesso nas
ancoragens com implantes, 8 ortodontistas assinalaram ter evitado cirurgia
ortognática e 7 relataram ter evitado exodontias com este tipo de ancoragem.
Pelos resultados observados neste questionário e na literatura pertinente,
concluíram que a ancoragem ortodôntica oferecida pelos implantes, de modo
geral, parece possuir potencialidades bastante animadoras, entretanto, sugere
um conhecimento mais abrangente do assunto por parte de todos os
profissionais envolvidos.
Gunduz et al (2004) entrevistando pacientes submetidos ao uso de implantes
ortodônticos, os autores concluíram que: 95% dos pacientes estavam
satisfeitos com o tratamento. Os pacientes relataram que a pior parte do
tratamento foi a anestesia. Nos implantes que foram submetidos à carga após
duas semanas, alguns pacientes sentiram pressão no implante e poucos
sentiram dor no tecido. Os pacientes permaneceram com os implantes por 24
meses.
Huang et al (2005) realizaram uma revisão da literatura sobre os mini-implantes
ortodônticos. Em sua conclusão, relataram que os mini-implantes são
previsíveis e úteis na ancoragem ortodôntica e ortopédica, porém ainda
necessitam de estudos continuados sobre o seu comportamento.
Laboissière Jr. (2005) sugeriram por meio de revisão de literatura e casos
clínicos um protocolo de seleção de indicação, quantidade de pontos de
ancoragem, localização, objetivo e vantagens dos implantes ortodônticos para
cada caso, enfatizando, para que a comunicação multidisciplinar seja mais
eficiente, o cirurgião deveria reciclar conceitos básicos de biomecânica, de
movimentação dentária e de terminologias ortodônticas, pois a ancoragem
absoluta estaria relacionada, com a possibilidade do implantodontista ou
cirurgião fornecer ao ortodontista um ponto fixo e imóvel de ancoragem dentro
da cavidade bucal, para que fossem realizados movimentos simples ou
complexos de forma mais controlada e previsível. Relataram que os implantes
41
ortodônticos oferecem uma vasta possibilidade de escolha da localização de
instalação no osso alveolar e basal, bem como a grande variação do ponto de
aplicação da força no arco. A escolha adequada destes dois pontos pode
facilitar o tipo de movimentação desejado, conseqüentemente maior controle
sobre o tratamento ortodôntico. Os autores concluíram a partir da análise das
indicações e aplicações clínicas da ancoragem absoluta que o uso dos
implantes ortodônticos como dispositivo de ancoragem direta, simplifica a
aparatologia ortodôntica conforme FIG. 1 e minimiza os efeitos colaterais das
forças indesejáveis de forma versátil e eficaz. Além disso, salientaram que os
indivíduos se mostraram altamente receptivos a esta nova abordagem no
tratamento quando foram orientados sobre as vantagens e os benefícios do
uso dos implantes ortodônticos.
Laboissière Jr. et al (2005) relataram por meio de uma revisão de literatura que
os estudos clínicos e laboratoriais têm comprovado a eficiência do sistema de
ancoragem absoluta com auxilio dos implantes ortodônticos de titânio. Os
autores tiveram como propósito mostrar as principais complicações e fatores de
risco como, fratura dos implantes ortodônticos durante a cirurgia de instalação,
a mucosite (inflamação do tecido mole da região ao redor do microparafuso),
conforme FIG. 7, perda de estabilidade que pode ser observado durante ou até
mesmo antes que se conhecem as aplicações de forças no tratamento
ortodôntico e lesão do tecido mole. Salientaram que tais fatores de risco podem
ser evitados por meio de alguns cuidados especiais como: controle correto da
técnica cirúrgica, aplicação clínica adequada, controle de forças ortodônticas
apropriadas, boa densidade óssea, orientação do individuo quanto à
higienização, controle da inflamação dos tecidos moles. Concluíram, portanto
que o estudo e a compreensão dos fatores de risco são necessários para maior
longevidade do implante ortodôntico durante o tratamento ortodôntico, sendo
fundamental para o sucesso da ancoragem absoluta.
Marassi (2005) fez uma revisão sobre os possíveis acidentes de fratura do
parafuso, e descobriu que ela pode ocorrer durante a cirurgia de instalação, o
que é mais freqüente, ou na remoção dos mini-implantes. Usualmente esta
42
relacionado com o excesso de pressão aplicada à chave longa de incerção
manual ou à utilização do contra ângulo com torque superior a 10N. Ele chegou
a conclusão de que a causa da fratura do parafuso é a própria imperícia do
profissional .
Cornelis (2006) descreveu o uso de mini-placas de titânio, originalmente
utilizadas para fixação cirúrgica, apesar de se prestarem bem como recurso de
ancoragem absoluta, possuem algumas limitações quanto aos locais de
fixação,
além
de
apresentarem
maior morbidade
cirúrgica
devido
à
necessidade de realização de dois procedimentos operatórios (instalação e
remoção), e elevado custo devido à complexidade técnica. A sua conclusão foi
que essas mini-placas se mostraram eficientes para sua finalidade, mas
inviáveis pela falta de praticidade do seu uso, ver fig.9.
Araújo et al (2006) descreveu mucosite periimplantar como uma patologia
inflamatória restrita ao compartimento de tecidos moles periimplantares, de
origem bacteriana e relacionada à higiene deficiente. A falta de controle desta
condição poderá levar à perda do mini-implante. Para viabilizar a ativação
ortodôntica através de dispositivos elásticos, molas ou fios de amarrilhos
acoplados à cabeça do mini-implante, o posicionamento do mesmo muitas
vezes apresenta-se saliente por palatino ou vestibular e pode gerar
traumatismos e lesão de tecidos moles como a língua ou mucosa jugal. Apesar
dos excelentes resultados alcançados em relatos clínicos, a utilização dos miniimplantes ortodônticos de maneira rotineira ainda depende de comprovação
científica. A realização de estudos prospectivos longitudinais controlados
poderá fornecer índices de sucesso a curto, médio e longo prazos, além de
elucidar de maneira pormenorizada os principais fatores de risco e
complicações decorrentes da utilização desta técnica. Concluiu que se
obedecidos os critérios de planejamento e protocolo cirúrgico, o risco de perda
do parafuso e de irritação em torno deste diminui bastante, mas ainda é
necessária cautela para afirmar que esse tipo de dispositivo vai mudar a
ortodontia.
43
. Figura 01:
Confecção de um aparelho pendulun com ancoragem em parafusos no
palato
Fonte: SEMAAN (2005)
Figura 02:
Formas de ancoragem máxima, sup sem mini
parafusos, e a inferior com os mini parafusos.
Fonte: BEZERRA et al, 2004. p. 471.
Figura 03
Pequeno retalho e instalação do mini
implante.
Fonte: MATTEO, VILLA, SENDYK (2005).
44
Figura 04
Mini-implante
sob
a
espinha
nasal
anterior e ligadura elástica para intrusão
dos incisivos superiores, enquanto a
retracção com molas nitinol é feita
através de dois mini-implantes ao nível
dos
molares
superiores,
observar
também a mucosite em torno do miniimplante.
Fonte: RITTO, KYUNG (2004).
Figura 05
Aplicação
de
mini-implantes
como
sistema de ancoragem estável para
retracção em massa dos seis dentes
anteriores, com técnica fixa lingual.
Fonte: RITTO, KYUNG (2004).
45
Figura 06
Radiografia panorâmica demonstrando as mini-placas instaladas
.Fonte: FABER et al (2004). p.94.
Figura 07
Seqüência para a instalação do mini implante; confecção do guia, radiografia e
colocação do parafuso com radiografia do pós.
Fonte: BEZERRA et al (2004), p.471.
Figura 08
Mucosite em torno do
mini-implante.
Fonte: ARAUJO (2005).
46
Figura 09
Perfuração da raiz do
pré-molar
com
instalação
do
a
mini-
implante.
Fonte: ARAUJO (2005).
.
-
Figura 10
Higiene
do
mini-
implante com escova
super-macia.
Fonte: ARAUJO (2005).
47
3. METODOLOGIA
Quanto à ciência trata-se de uma pesquisa teórica, pois foi desenvolvida para
se estudar teoria. Quanto à natureza trata-se de um resumo de assunto o
resumo de assunto dispensa a originalidade, mas não o rigor científico. É
fundamentada
em
trabalhos
publicados
por
autoridades
no
assunto
(ANDRADE, 2006).
Quanto aos objetivos a pesquisa é classificada como descritiva. Segundo Gil
(2002)
a
pesquisa
descritiva
tem
como
principal
objetivo
descrever
características de determinadas populações ou fenômenos. Utilizam técnicas
padronizadas de coleta de dados, tais como observação sistemática,
questionários ou levantamento de opiniões.
Para ANDRADE (2006) neste tipo de pesquisa os fatos são observados,
analisados e interpretados sem a interferência do pesquisador. Quanto aos
procedimentos é uma pesquisa de fonte de papel, ou seja, é uma pesquisa
bibliográfica com base em material já publicado conseguidos em bibliotecas e
pela internet. Gil (2002) afirmou que uma pesquisa bibliográfica é desenvolvida
com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e
artigos científicos relacionados ao tema em questão.
48
4. DISCUSSÃO
4.1. CONCEITO
Para Araújo (2007) a utilização de dispositivos ortodônticos para ancoragem
esquelética com diferentes desenhos, formas e metodologias de aplicação tem
se mostrado cada vez mais freqüente clinicamente, assim como sua
referenciação em periódicos especializados. Da mesma forma, diferentes
termos como mini-implantes, mini-implantes ortodônticos, microimplantes,
microimplantes ortodônticos, miniparafusos e microparafusos têm sido
utilizados pelos autores em diferentes publicações (MAH e BERGSTRAND,
2005), gerando a necessidade de padronização quanto à terminologia mais
adequada para se referir aos dispositivos específicos. . Da mesma forma,
apesar de não haver consenso do ponto de vista científico, o termo miniimplante parece ser mais adequado do que microimplante, uma vez que
"micro" é definido como 10-6.
Os mini implantes apresentam menor custo (quando comparado ao implante
convencional) (PARK et al, 2003; TEXEIRA & JÚNIOR, 2004; GOTARDI, 2003)
e por apresentarem pequeno diâmetro (1.0, 1.2, 1.4, 1.6, 1.8, 2.0 e 2.3mm) e
vários comprimentos (4 a 21mm) que podem ser instalados em praticamente
qualquer lugar, incluindo o espaço inter-radicular (PARK et al 2001; BAE et
al,2002; CRISMANI,2002; KANOMI,1997;). Ao contrário dos implantes
convencionais, os microimplantes podem receber carga imediatamente (PARK
et al, 2001; TEXEIRA & JÚNIOR, 2004; HUJA et al, 2005; RITTO et al, 2004;) e
,assim como aqueles, podem resistir forças ortodônticas típicas de 200 a 300g
durante todo tempo de tratamento (MARASSI et al 2005; ROBERTS et al 1996;
TEIXEIRA et al 2006).
Um sistema de ancoragem ortodôntica esquelética para ser ideal deve
apresentar como características: fácil instalação, resistir às forças ortodônticas,
49
fácil remoção, ter tamanho reduzido, ter previsibilidade, baixo custo, poucas
limitações de localização para fazer a ancoragem, ser auto-perfurante, resistir
ao torque de instalação e remoção e estar pronto para carga imediata ou
ativação precoce para minimizar o tempo global de tratamento. (SOUTHARD,
1995; KANOMI et al,1997; GOTARDI, 2003; PARK H S, 2001; KYUNG, 2003;
DEGUCHI et al, 2003; PARK et al,2003; TEXEIRA & JÚNIOR ,2004; FORTINI
A.,2004;VILLELA, 2004; GIANCOTTI et al, 2004; RITTO et al,2004; MARASSI,
2005;)
Grande parte dos autores (TURLEY, 1988; SMALLEY, 1988; ROBERTS et al,
1994; KANOMI et al, 1997; PARK et al. 2003) acreditam que a utilização da
ancoragem rígida na Ortodontia proporciona a solução de casos que antes
possuíam um prognóstico muito pobre. Principalmente casos em que exista
algum tipo de dificuldade em obtê-la(ausências dentarias,pacientes com
protrusão em chave de oclusão,...) ou naqueles aonde somente com uma
ancoragem dentária seria impossível de resolvê-los(TURLEY,1988; ROBERTS
et al,1994; ISMAIL,2002). A grande vantagem da utilização da ancoragem
rígida é que podemos utilizar de cem até trezentos gramas (DEGUCHI et al,
2003; WELBEIN et al, 1999; KANOMI et al 1997; PARK et al, 2003; TEIXEIRA
et al, 2006) como força para ancoragem, muito semelhante àquela que se
utiliza nos aparelhos extrabucais, com vantagem de não haver o desconforto
estético ao paciente e principalmente, não haver a dependência do paciente
para o sucesso do tratamento (CREEKMORE et al, 1983; KARAMAN et al,
2002)
4.2. VANTAGENS
Como a ancoragem é decisiva para o sucesso do tratamento ortodôntico, os
implantes são usados como unidades de ancoragem óssea que independem
da colaboração do cliente. (DEGUCHI et al, 2003; MARASSI et al, 2005;
SCHLEGEL K.,KINNER e SCHLEGEL K.D., 2002; GOTARD, 2003; RITTO et
al, 2004).
50
Fazendo uma breve comparação entra as técnicas de ancoragem ortodôntica
tradicionais, podem-se notar grandes vantagens no uso dos mini implantes
como ancoragem: não apresentam efeitos indesejáveis (perda de ancoragem e
força de reação); independem da colaboração do paciente, (DEGUCHI et al,
2003; MARASSI et al, 2005; SCHLEGEL K. KINNER e SCHLEGEL K.D., 2002;
GOTARD, 2003; RITTO et al, 2004), não interferem na estética do paciente por
ser
uma
ancoragem
intrabucal
(SMALLEY,
1988;
BUJ,
VARGAS,
HERNÁNDES, 2005; FABRI, 2006); e ainda podem reduzir o tempo de
tratamento (BILLOF et al, 2000; PARK et al, 2001; KYUNG, HONG e PARK,
2003; AURICH, 2005; GOTARDI, 2003).
A colocação de implantes na região retromolar é um procedimento clínico
viável que produz resultados estáveis, compatíveis com saúde bucal em longo
prazo (ROBERTS, NELSON, GOODACRE, 1994). O fechamento de espaço
através da movimentação ortodôntica utilizando-se o mini implante tem se
mostrado a opção de melhor relação custo-benefício entre todas as opções de
tratamento, pois diminui o tempo de tratamento total e o de cadeira do cliente.
(ROBERTS, NELSON, GOODACRE, 1994; PARK et al, 2001; PARK et al,
2003; TEXEIRA e JR., 2004;).
Como vantagens dos mini-implantes, (KANOMI, 1997; PARK et al, 2001;
GOTARDI, 2003; DEGUCHI et al, 2005; GIANCOTTI et al, 2004; MARASSI,
2005;) ressalta que o uso desse artefato não causa danos irreversíveis por
serem pequenos, podendo ser removidos a qualquer hora que ortodontista ou o
paciente desejarem. Uma das maiores limitações da mecânica ortodôntica é
que para cada ação existe uma reação. Isto é, o movimento planejado para um
dente ou grupo de dentes causará um movimento recíproco no dente que está
sendo usado para ancorar o sistema de forças (AURICH, 2005). Os
ortodontistas planejam sua mecânica sabendo dessa interação. Porém, em
algumas situações, seria vantajoso ter um objeto imóvel para se ancorar essa
força. (SMITH, 1979; TURLEY, 1988; ROBERTS, 1984; SHAPIRO, KOKICH,
1998) Ainda segundo um estudo de KIM et al (2005) os implantes auto-
51
perfurantes tem maior estabilidade que os convencionais, pois são instalados
de uma forma que o osso sofre menos injurias. E por tanto menor inflamação.
Segundo Costa, Rafini e Melsen (1998); Kanomi (1997); Park et al
(2001);GOTARDI (2003); DEGUCHI et al (2005); GIANCOTTI et al (2004);
MARASSI (2005), as vantagens na utilização dos microparafusos como
ancoragem seriam a sua facilidade na inserção e remoção, sendo ambos os
procedimentos podendo ser realizados pelos ortodontistas. A aplicação de
cargas pode ser iniciada imediatamente, reduzindo o tempo de tratamento
(BILLOF et al, 2000; PARK et al, 2001; KYUNG, HONG e PARK, 2003;
AURICH, 2005; GOTARDI, 2003; RITTO et al, 2004;). A irritação local é
limitada e, se presente, pode ser controlada pela aplicação de clorexidina local
e escovação com escova macia e pasta dental. (ZÉTOLA, MICHAELIS,
MOREIRA, 2005; NASCIMENTO et al, 2006, apud ARAUJO et al, 2006).
O uso de implantes como ancoragem em ortodontia promove uma série de
benefícios tanto para os ortodontistas quanto para os pacientes. Uma delas
seria a falta de necessidade da utilização de outros aparelhos para ajudar na
ancoragem extra ou intra-oral como é o caso do aparelho extrabucal ou os
elásticos intermaxilares (CREEKMORE, 1985; WEHREBEIN, MERZ, 1998;
DEGUCHI et al, 2003; GOTARD, 2003; MARASSI, 2005). Possíveis efeitos
colaterais adversos do uso de elásticos de classe II podem ser evitados e a
visibilidade dos aparelhos pode ser diminuída. Além disso, uma dentição
mandibular bem alinhada permanece intocada durante o tratamento dos dentes
superiores. A ancoragem pode ser controlada graças ao comportamento
previsível da ancoragem dentária suportada por um implante e um arco
transpalatino. (BYLLOF et al, 2000; BERNHART et al, 2001; KYUNG, HONG e
PARK, 2003) também ressaltaram como vantagens a diminuição no tempo de
tratamento, a possibilidade de aplicar forças em um curto período de tempo e
de promover diferentes ativações, além de apresentar grande estabilidade
(BEZERRA et al, 2004; FORTINI A., 2004; RITTO et al, 2004).
52
De acordo com Carano (2005); Marassi (2005) e Kyung et al, (2003), a
resistência dos mini-implantes supera a maioria das forças ortodônticas, não
sendo a fratura um risco muito relevante durante a ativação, mas sim durante
os procedimentos de inserção e remoção. Alguns autores relatam que ocorre
osseointegração em torno dos mini implantes, o que pode dificultar a sua
remoção, mas que a ativação imediata não permite que esse processo tenha
muito sucesso (MELSEN, 2001; DEGUCH et al. 2003; SERRA et al., 2007),
outros falam que esse processo não existe (KIN et al. 2005).
Conforme Park et al (2001), Bezerra et al (2004), os microparafusos são
pequenos o suficiente para serem colocados em qualquer área e são fáceis de
serem implantados, removidos, seu uso pode ser imediato e não são muito
caros(CRISMANI, 2002; PARK et al, 2001; GOTARDI, 2003). Ainda pode-se
dizer que o uso de microimplantes no tratamento ortodôntico teria as seguintes
vantagens: não está na dependência da colaboração do paciente, dispensando
o uso de no uso de aparelhos extra-orais (DEGUCHI et al, 2003; MARASSI et
al, 2005; SCHLEGEL K. KINNER e SCHLEGEL K.D., 2002; GOTARD, 2003;
RITTO et al, 2004); produz melhora no perfil rapidamente, dando ao paciente
mais incentivo para cooperar (GIANCOTTI et al, 2004; GUNDUZ et al, 2004);
diminui o tempo de tratamento pela retração simultânea dos seis dentes
anteriores (WEHRBEIN, 1996; PARK, 2005); reduz o tempo de cadeira
(BEZERRA et al, 2004; FORTINI A. 2004; RITTO et al, 2004) e
produz
ancoragem absoluta para o movimento dentário ortodôntico(TURLEY, 1988;
ROBERTS, 1984; SMALLEY, 1988; KANOMI, 1997; DEGUCHI et al, 2003), e
para alguns casos pode ate dispensar o uso de uma aparelhagem ortodôntica
completa para fazer pequenas correções (RITTO,KYUNG,2007).
4.3. DESVANTAGENS
Alguns autores tiveram como propósito apontar as principais complicações e
fatores de risco durante o uso dos mini-implantes ortodônticos. Riscos como
53
fratura durante a cirurgia de instalação (LABOISSIÈRE Jr. et al, 2005; ZÉTOLA,
MICHAELIS, MOREIRA, 2005), mas segundo MARASSI (2005) essa fratura
esta mais relacionada com o excesso de torque dado ao aparelho de
instalação; mucosite ou periimplantite que seria a inflamação do tecido mole da
região ao redor do mini-implante, que pode levar a perda do mesmo
(BERNAHART et al, 2001; BEZERRA et al, 2004; LABOISSIÈRE Jr. et al,
2005; ZÉTOLA, MICHAELIS, MOREIRA, 2005); perda de estabilidade que
pode ser observada durante ou ate mesmo antes que se comecem as
aplicações de força no tratamento ortodôntico, devido à falta de uma cortical
óssea mais espessa (BERNAHART et al, 2001; LIOU et al, 2003; BEZERRA et
al, 2004; LABOISSIÈRE Jr. et al, 2005; ZÉTOLA, MICHAELIS, MOREIRA,
2005); além de lesões do tecido mole, normalmente, relacionadas ao contato
da cabeça do implante ortodôntico tanto em mucosa jugal, quanto na língua.
(ARAUJO, 2006); o aumento do custo do tratamento e o período inicial e
espera da cicatrização, quando esta é desejada (WEHRBEIM et al, 1998;
TORTAMANO et al, 1999; BUJ, VARGAS, HENÁNDES, 2005).
A orientação de higiene pós-cirúrgica é importante para evitar inflamação
periimplantar, o que pode comprometer a estabilidade futura do mini-implante
(MAH, 2005; MIYAWAKI, 2003; ZÉTOLA, MICHAELIS, MOREIRA, 2005). Nas
primeiras duas semanas, recomenda-se que o paciente higienize o local de
inserção do implante com escova periodontal extra-macia embebida em
solução ou gel de gluconato de clorexidina 0,12% por 30 segundos, 2 vezes ao
dia (ARAUJO, 2006) (Fig.-13).
Os mini-implantes proporcionam uma ancoragem estável para a movimentação
dentária, porém, após a aplicação da força ortodôntica nem sempre
permanecem absolutamente fixos como os implantes osseointegráveis. Liou,
Pai e Lin (2004), ao avaliarem a estabilidade de mini-implantes em humanos,
após aplicação de cargas, constataram pequenos deslocamentos. Para evitar
que estes dispositivos atinjam algum órgão vital, os autores recomendaram
cuidado no planejamento, principalmente quanto à avaliação do espaço entre
as raízes (RITTO et al, 2004), distância de forame (SCHLEGEL K. KINNER e
54
SCHLEGEL K.D., 2002; KYUNG, HONG e PARK, 2003), nervos principais e
vasos sanguíneos (LABOISSIERE JR. 2005), já COSTA, RAFFAINI, MELSEN
(1998), relata o risco de perfuração do seio maxilar quando o miniparafuso é
colocado na crista infrazigomática. E por fim, outra desvantagem seria a perda
do miniparafuso durante o tratamento. (MIYAWAKI et al, 2003; FREITAS e
CASTRO, 2004; ARAUJO et al, 2006)
Para ARAUJO et al (2006) instalações realizadas na mandíbula, o cirurgião
deverá estar atento, pois, devido à presença de uma cortical alveolar mais
espessa, a sensibilidade táctil trans-cirúrgica, determinando a transição do
tecido ósseo cortical para o medular, não é tão evidente quanto na maxila e
assemelha-se à consistência do tecido radicular. No entanto, afirmaram que o
contato do mini-implante ortodôntico com uma raiz aumentaria a resistência à
inserção a ponto de pará-la. FORTINI (2004) e RITTO et al (2004) sugere um
acompanhamento radiográfico periódico e teste de vitalidade pulpar para os
casos onde forem detectados este tipo de complicação.
A perda de estabilidade do mini-implante é a complicação mais freqüente e
pode ocorrer previamente, no momento ou após a ativação ortodôntica
(BERNAHART et al, 2001; BEZERRA et al, 2004) Usualmente está relacionada
com a baixa estabilidade primária obtida no momento da cirurgia, aplicação de
força ortodôntica excessiva (LIOU et al. 2004), fresagem óssea excessiva (KIM
et al, 2005), pouca qualidade óssea ou ainda devido à inflamação dos tecidos
perimplantares,
gerada
por higienização
deficiente
(MIYAWAKI,
2003;
CREEKMORE, 1985). Por essa razão, deve-se verificar a estabilidade do miniimplante a cada consulta, e ARAUJO (2007) acrescenta que uma vez
detectada clinicamente a mobilidade do mini-implante ortodôntico, o mesmo
deverá ser substituído e o diagnóstico do agente etiológico que levou à perda
deverá nortear o novo procedimento cirúrgico para evitarem-se futuros
problemas.
55
O uso de barra palatina associado a implantes de ancoragem, podem provocar
falhas na ancoragem, pois pode ocorrer deflexão do metal usado na barra e
provocar uma mesialisação do segmento, sendo que para casos onde a
ancoragem tem que ser absoluta o uso de uma ancoragem direta ao implante é
muito mais confiável(COSTA, A.; RAFFAINI, M.; MELSEN, B., 1998;
WEHRBEIN et al , 1999;) ,
O uso desses dispositivos de ancoragem na ortodontia é muito recente, e ainda
são muito poucos os estudos longitudinais a esse respeito (GOTARDI, 2003;
AURICH, 2005), e também é necessário uma causuistica maior para uma
previsibilidade
das diversas
técnicas associadas a estes dispositivos
(SEMMAN, 2005; KARAMAN, BASCIFTCI e POLAT, 2002).
56
5. CONCLUSÃO:
Este trabalho após uma vasta revisão literária tem por objetivo concluir que as
vantagens clínicas e biológicas dos mini implantes segundo a maioria dos
autores pesquisados são: menor dependência do tratamento, menor número de
aparelhos na boca do paciente, técnica fácil, poucas limitações para a sua
colocação, uso imediato, diminuição do tempo de cadeira e do tempo total de
tratamento, uma relação de custo beneficio vantajosa, uma ancoragem
confiável, possibilidade de associar-se a outros dispositivos para uso
ortodôntico e ortopédico. Tornando-se com isso objetos de intenso estudo e
aprimoramento para promover melhores soluções aos problemas de difícil
conduta na ortodontia. Os ricos que esse tipo de ancoragem pode oferecer são:
mucosite, fratura do parafuso, perda de estabilidade, risco de infecção, lesões
radiculares, lesões de estruturas nobres como vasos e nervos e lesão de
tecidos moles, são facilmente controlados com um bom domínio da técnica,
eleições de áreas com osso de melhor qualidade e com instruções de higiene
ao paciente. Sendo assim, e segundo a opinião da maioria dos autores
pesquisados, as vantagens estudadas superam as desvantagens associadas e
podem ser consideradas seguras e confiáveis para associar se possível a
diversas outras técnicas ortodônticas.
O mini-implante é uma opção com
pouco estudo longitudinal por ser um recente recurso da pratica ortodôntica e
tem se mostrado extremamente promissora, o que compromete os profissionais
a uma constante atualização, de forma a aplicar o melhor recurso a cada caso.
57
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