Revista - Juventude Adventista Portuguesa
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Revista - Juventude Adventista Portuguesa
::: : a re vis ta da juv en tu de ad ve nt ist a ::: : R TI N SE j.a. a Sem ração O e d E IAL C E SP na Uma 4 INTRODUÇÃO 5 1º SÁBADO: NASCIDO PARA SER GRANDE 6 Texto Bíblico: Lucas 1:13-15 12 SEGUNDA-FEIRA: EIS O CORDEIRO DE DEUS 16 Texto Bíblico: João 1:29, 36 2 DOMINGO: A VOZ QUE CLAMA SENTIR JA TERÇA-FEIRA: OS AMIGOS TRAZEM AS NOTÍCIAS 20 QUARTA-FEIRA: JOÃO NÃO ESTÁ A DIMINUIR, OUTROS ESTÃO A CRESCER 24 QUINTA-FEIRA: O QUE FAZER COM A DÚVIDA 29 SEXTA-FEIRA: OS VERDADEIROS HERÓIS AJOELHAM-SE SEMPRE 34 Texto Bíblico: Lucas 7:18 Texto Bíblico: Mateus 11:2 e 3 Texto Bíblico: João 3:30 2º SÁBADO: “AQUELE QUE VEM APÓS MIM É MAIS PODEROSO DO QUE EU” P or vezes os meus filhos referem-se a mim como “o velho”. Mas eu sei que é simplesmente uma forma estranha e juvenil de exprimirem o seu afeto. No entanto, talvez seja por estar a envelhecer que existe uma pergunta que tem surgido na minha mente e que esteve adormecida durante décadas: “Qual será o meu legado?” Não estou a pensar no dinheiro ou nas posses que posso deixar aos meus filhos; estou a pensar sobre o que será dito acerca da minha vida quando eu morrer. Esta é uma pergunta relevante e talvez devêssemos fazê-la antes de envelhecermos e de termos cabelos brancos para podermos ajustar sempre os nossos objetivos e prioridades. Qual será o teu legado? Talvez seja por causa desta pergunta que estou profundamente impressionado com o obituário que Jesus fez sobre João Batista: “João era como uma lamparina que estava acesa (ardia) e brilhava” (João 5:35, NTLH). Sabemos que no tempo de Jesus não existia “luz fria”. Onde houvesse luz havia alguma coisa a arder. Contudo, Jesus menciona ambas as características, “acesa (ardia)” e “brilhava”. Arder por algo ou por alguém significa que estás plenamente dedicado e comprometido. João dedicou toda a sua vida a Deus e ele estava comprometido em seguir a Palavra e o plano de Deus para a sua vida. O facto de a luz de João arder pode referir-se ao facto de que a sua vida inteira era uma poderosa testemunha da vinda do Salvador entre o seu povo. João estava a arder e a brilhar por Jesus – e o próprio Jesus reconhece isto em público. Fantástico! Isto, sim, é um legado! Estas leituras para a Semana de Oração de Jovens dão-te a oportunidade de refletires acerca da vida de João Batista. O seu compromisso com Deus e a sua dedicação em testemunhar de Jesus durante toda a sua vida não estão somente relatados na Bíblia para nos informar, mas para nos inspirar. Evidentemente, isto não significa idealizar João Batista ou até mesmo imitar a sua vida. Deus tinha um plano para João e tem um plano para ti. Mas esta Semana de Oração vai ajudar-te a arderes por Jesus e a estimulares a tua dedicação para que sejas uma luz ardente entre a tua família, os teus amigos, os teus colegas da escola e do trabalho – em qualquer contexto para onde Deus te tenha guiado. Finalmente, tal como João, todos podemos ser testemunhas do nosso Salvador vindouro e uma luz ardente e brilhante. Que a vida de João Batista possa inspirar-te e estimular a tua alegria e o teu entusiasmo por Jesus. Que sejas uma luz ardente e brilhante, é por isto que eu oro! Que Deus esteja contigo! 38 ficha técnica :: tradução_Ana Palma Lima :: imagem da capa_Marisa Ferreira :: diagramação_Sara Calado :: revisão_redação Publicadora SerVir :: União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia_ Departamento de Jovens Stephan Sigg 3 OS AUTORES Ardente SENTIR índice LUZ JA 4 Szasz Cserei Geza é o diretor de jovens na União do Sul da Transilvânia. É apaixonado por música, crianças e distribuição de literatura. A ressurreição do filho da viúva de Naim é o seu episódio favorito na vida de Jesus. Csergezan Erik vive com a esposa Adela e a filha Karina no Oeste da Roménia, em Timisoara. É o pastor responsável pelas comunicações e pelos projetos online na União de Banat. O episódio mais inspirador da vida de Jesus é aquele em que Ele oferece uma segunda oportunidade a Pedro. SENTIR Stefan Nadaban é pastor na União de Banat. Gosta muito de História e desporto. Aprecia bastante o facto de Jesus dizer a verdade em todas as circunstâncias. JA Daniel Chirileanu é o diretor de jovens da União Romena. É apaixonado por aviação e pela forma como Jesus trata Pedro. Ele dá-lhe uma missão a cumprir depois da crise, mesmo sabendo que Pedro traí-l’O-á. E sta não é apenas mais uma semana. Esta será outra Semana de Oração, para os jovens, para ti. Pode ser uma semana aborrecida, comum e, até mesmo, triste. Mas pode ser também uma semana especial. O teu coração decidirá como irá ser. Os teus olhos interiores, os teus sentimentos tornarão esta semana luminosa ou tenebrosa. Escolhemos João Batista como um modelo para esta semana de oração. Ele assemelhava-se muito a Jesus. Preparou o caminho para Jesus. Falava e vivia como Jesus. O seu caráter, o seu estilo de vida, a sua sinceridade, a sua determinação e modéstia são lições que precisamos de aprender hoje. Vamos falar, cada dia, sobre uma dimensão diferente de João Batista: O João que nasceu com uma missão definida; o João que ajuda os outros a desenvolverem-se enquanto ele permanece fiel aos seus valores; o João que decide diminuir para que o Messias cresça; o João que se considera somente uma voz que está a preparar o caminho; o João que está rodeado de amigos e que sente a sua influência na sua vida; o João que enfrenta uma crise, que duvida e precisa de ser encorajado; o João que não conhece o Messias. João é um personagem muito complexo e autêntico. Ele era um jovem que podia ter escolhido as drogas, a discoteca, o jogo ou a imoralidade. Mas ele escolheu ser diferente, abrir o caminho, ser uma pessoa estranha e responder ao chamado especial de Deus para a sua vida. João não era teimoso, um fanático ou uma pessoa intolerante. Ele era um jovem que amava Deus. Cada lição aprendida com a vida de João será uma bênção. Que possas desfrutar plenamente de cada uma delas. 5 Gelu Ioan Poenariu trabalha como vice-diretor do programa de embaixadores da União do Sul da Transilvânia e ama servir a juventude. Gosta da maneira como Jesus diz “Não”, quando outros tentam guiar a Sua vida. O seu episódio favorito é aquele em que Jesus incita os discípulos a seguirem-n’O, depois da multiplicação dos pães e peixes. INTRODUÇÃO União Romena SENTIR SOBRE os Autores George Schiopu é pastor, diretor de jovens na União da Olténia, pai de três crianças. Gosta de poesia, do silêncio e de passar tempo na Natureza. Há três episódios na vida de Jesus que influenciaram a sua vida: o Cenáculo, o Jardim do Getsémani e a Cruz. JA João Batista nasceu como resposta às orações dos seus pais. O seu nascimento trouxe uma grande alegria a muitas pessoas. Foi assim que tudo começou. Por que razão o seu nascimento é importante? Devido à sua origem, época e circunstâncias, muitas pessoas interrogavam-se: “Quem será, pois, este menino?” (Lucas 1:66). Os eventos que ocorreram quando João Batista nasceu eram fora do comum e as pessoas estavam temerosas (Lucas 1:65), indagando sobre a missão daquele que iria nascer. Pensa um pouco! Tudo decorre normalmente. As pessoas acordam e partem para as suas tarefas diárias. Todos estão ocupados com os seus afazeres. Os agricultores lavram os seus campos, os pastores guardam os seus rebanhos, os soldados carregam as suas armas, os cobradores de impostos cobram as taxas, os mestres ensinam e os sacerdotes execu- Se pudéssemos abrir os olhos e ver as coisas à luz da Sua sabedoria, descobriríamos que Ele está interessado em cada pequeno detalhe da nossa vida. 7 1º SÁBADO SENTIR JA UM NOME – DÁ IDENTIDADE Gostas do teu nome? Quem é que o escolheu? Conheces o seu significado? Pensas que um nome é importante? Quando era adolescente, comecei a interessar-me pela etimologia dos nomes. Isto foi algo que me ajudou bastante durante o meu ministério com os jovens. Para mim, tornou-se mais fácil recordar o seu nome e também me dava uma informação muito importante: chamar uma pessoa pelo seu nome é uma das melodias mais suaves para os seus ouvidos. Esta semana, vamos estudar um personagem cujo nome encontramos frequentemente não só no Novo Testamento, mas igualmente no mundo atual. Vamos tentar descobrir qual é a ligação entre o seu nome, a sua identidade e a sua missão. Além disso, vamos tentar descortinar como é que podemos aplicar a experiência da sua vida ao nosso presente e à nossa idade. da de demónios. Os sentidos, os nervos, as paixões, os órgãos dos homens eram levados por agentes sobrenaturais a condescender com a concupiscência mais vil. O próprio selo dos demónios achava-se impresso na fisionomia dos homens. Esta refletia a expressão das legiões do mal de que se achavam possessos. Eis a perspetiva contemplada pelo Redentor do mundo. Que espetáculo para a Infinita Pureza! […] Com intenso interesse, os mundos não caídos tinham olhado para ver Jeová levantar-Se e fazer desaparecer os habitantes da Terra” (O Desejado de Todas as Nações, ed. Pub. SerVir, pp. 26 e 27). Agora, no momento em que o destino do mundo estava pronto para ser selado através do julgamento divino, Gabriel desce do Céu, para dar as boas-novas a Zacarias – um idoso sacerdote fiel: ele seria o pai de João. No plano de Deus nada acontece por acaso. Se pudéssemos abrir os olhos e ver as coisas à luz da Sua sabedoria, descobriríamos que Ele está interessado em cada pequeno detalhe da nossa vida. Por exemplo, os nomes dos personagens desta história transmitem uma mensagem importante para o seu tempo. O nome “Isabel” tem a sua origem e significado no Hebraico Elisheba (Êx. 6:23). Ela era a esposa do sumo-sacerdote do povo israelita, Elisheba é a bisavó de Isabel (a mãe de João Batista). O significado, em Hebraico, pode ser o seguinte: O meu Deus é um juramento; e também pode significar: O meu Deus é o único Deus ou O meu Deus cumpre a Sua palavra. Aquilo que Ele disse, cumprir-se-á certamente. Por outro lado, “Zacarias”, o nome do seu marido, significa: Deus lembrou-Se. Na história da Bíblia, a expressão Deus lembrou-Se tem uma conotação especial. Como consta, Deus SENTIR GRANDE 6 Lucas 1:13-15 NASCIDO PARA SER “Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João. E terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento, porque será grande diante do Senhor.” tam os seus rituais no Templo. Nada fora do comum. Hoje é um dia tal como o de ontem, e este ano será tal e qual como o ano anterior. A vida é sempre a mesma: existe a primavera, o verão, o outono e o inverno. Contudo, apesar disto, para além desta vida normal, as coisas estão a mudar. Se analisarmos cuidadosamente o caráter das pessoas, vemos que a dimensão moral está cada vez mais enfraquecida. Na verdade, o estado das pessoas, no final de uma era e no início de outra, é muito semelhante àquele que se verificou antes do dilúvio quando “Viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra, e que toda a imaginação dos pensamentos do seu coração era só má continuamente” (Génesis 6:5). Penso que a seguinte citação reflete muito bem a realidade da época em que João Batista nasceu: “A ilusão do pecado atingira o seu auge. Todos os meios para depravar a alma dos homens tinham sido postos em ação. Contemplando o mundo, o Filho de Deus viu sofrimento e miséria. Viu, com desgosto, como os homens se tinham tornado vítimas da crueldade satânica. Olhou com compaixão para os que estavam sendo corrompidos, mortos, perdidos. Tinham escolhido um dominador que os prendia ao seu carro como cativos. Confundidos e enganados, avançavam em soturna procissão para a ruína eterna – para a morte em que não há nenhuma esperança de vida, para a noite em que não há alvorecer. Agentes satânicos estavam unidos com os homens. Os corpos de criaturas humanas, feitos para a habitação de Deus, tinham-se tornado mora- JA JA Qual é o objetivo supremo de um jovem que vive numa sociedade secular? finalmente, se tornou grande e obteve o reconhecimento do povo, a sua vida foi repentinamente tomada. Ele simplesmente saiu de cena. O que significa ser grande neste mundo? Pensemos nas conversas dos nossos colegas, quando dizem: Isto é fixe? Qual é o objetivo supremo de um jovem que vive numa sociedade secular? Quais são, atualmente, os (não) valores que definem a base da formação do comportamento do indivíduo? Infelizmente, hoje em dia, os valores apreciados são o egoísmo, o orgulho e a vaidade. “Porque, tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo” (I João 2:16). Tenho a certeza de que, pelo menos uma vez durante a tua infância, as pesso- as te perguntaram o que pensavas ser quando crescesses. A maioria das crianças responde inocentemente a esta pergunta e são nobres na sua resposta. Elas desejam ser médicas para poder curar os doentes; desejam ser professores para ensinar as crianças; desejam ser bombeiros para socorrer os que correm perigo; etc.. Mas, à medida que o tempo passa, os valores dessas crianças inocentes começam a mudar. Os adolescentes ou jovens adultos desejam obter um determinado estatuto, porque querem ter algo ou ser alguém. As estrelas ou os VIP’s do nosso mundo são os ricos, os belos e aqueles cujos nomes se destacam na política, na arte do cinema ou da música, etc.. Mas no mundo de Deus as coisas são diferentes. João seria grande por duas razões: o seu caráter e a sua missão. Através da sua temperança relativamente à bebida, que poderia turvar a sua mente, e através da presença do Espírito Santo na sua vida, mesmo antes do seu nascimento, João consagrou a sua infância e juventude a Deus. Deste modo, tornou-se num dos maiores reformadores na história do mundo. O seu forte caráter conferiria autoridade à sua missão: “João devia ir como mensageiro de Jeová, para levar aos homens a luz de Deus. Devia imprimir uma nova direção aos seus pensamentos. Devia impressioná-los com a santidade dos preceitos divinos, e com a necessidade que tinham de receber a Sua perfeita justiça. Esse mensageiro tem que ser santo. Precisa de ser um templo para a presença do Espírito de Deus. A 9 CARÁTER E MISSÃO Humanamente falando, era impossível que João nascesse. Zacarias, assim como a sua esposa, tendo uma idade avançada, duvidou da mensagem do anjo Gabriel (Lucas 1:18). É verdade, não era fácil de acreditar que o filho, pelo qual tinham orado toda a sua vida, não somente nasceria milagrosamente, mas também seria uma pessoa importante e sobre cuja identidade e missão tinham sido escritas profecias, há centenas de anos (Isaías 40:3; Malaquias 3:1; 4:5 e 6). É espantoso que Deus não transforma somente uma impossibilidade numa realidade, mas que Ele tenha revelado esta verdade muitos anos antes da sua realização. Acreditarmos nisto significa que devemos aceitar, entre outras coisas, que o impossível pode tornar-se possível na nossa própria vida. Apesar de Zacarias ser diferente da maioria dos seus contemporâneos e de o seu caráter ser irrepreensível (Lucas 1:6), a sua reação em relação à mensagem do anjo mostra-nos que é difícil acreditar e aceitar os desígnios do Senhor. Necessitamos de compreender que não é só o nascimento de João Batista que ultrapassa o nosso entendimento, mas que toda a sua vida foi uma jornada incompreensível, contrária a qualquer expectativa humana. Ele nasceu para ser “grande diante do Senhor” (Lucas 1:15), mas ele nunca frequentou nenhuma sinagoga ou escola do seu tempo. Quando, SENTIR SENTIR 8 lembrou-Se de Noé (Gén. 8:1), de Abraão (Gén. 19:29), da aliança feita com Abraão, Isaque e Jacob (Êx. 2:24) e de Ana (I Sam. 1:19). Quando “Deus Se lembrou” da condição do nosso mundo, em vez do Seu juízo, Ele enviou João (Deus é misericordioso) para proclamar a infinita bondade do Senhor, manifesta na vinda do Messias, o Salvador do mundo. Embora a sua mensagem devesse ser direta e sem rodeios, o nome de João deveria sempre recordar o povo de que Deus é misericordioso e está à espera que nos arrependamos. JA UM NOME, UM CARÁTER E UMA MISSÃO A vida de João Batista ensina-nos que o nome que nos é atribuído pode conferir-nos uma identidade. Cada identidade e cada missão são únicas. O segredo para o cumprimento da missão é manter a nossa identidade inalterada. E só podemos fazer isto deixando que o Espírito Santo e a verdade moldem o nosso caráter. O anúncio do nascimento de João Batista, o anúncio do seu nome, do seu comportamento e da sua missão, podem ser aplicados a qualquer jovem que tenha nascido numa família que aguarda a segunda volta de Jesus. Por isso, se acreditas que Jesus vai voltar em breve, e que Ele voltará durante o teu tempo de vida, deves perguntar a ti mesmo: Quanto é que o meu destino poderia assemelhar-se ao de João Batista? Quando João Batista nasceu, o anjo do Senhor disse que ele seria “grande diante do Senhor”. Interrogo-me sobre o que terá sido dito quando nasceste. O nascimento de João não foi o único milagre que Deus realizou. Cada nascimento é um milagre. Cada nascimento recria a criação do homem no Éden. Quando Adão e Eva foram criados, “as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam” (Job 38:7). Cada nascimento é a celebração da vida. A primeira coisa que fizemos, quando nascemos, foi chorar e o nosso choro fez os anjos cantarem. Eles cantaram louvores por causa do milagre de uma nova vida. Portanto, João não foi o único que nasceu para ser “grande diante do Senhor”. 11 cumprida porque a sua identidade estava escondida na identidade de Cristo. Ele era grande porque viveu na presença de Deus, preparando o povo para a chegada do Redentor. João honrou Deus, por isso, Deus também honrou João. Também nasceste pela mesma razão. Na realidade, tu nasceste para seres ainda maior. Se não acreditas em mim, lê Mateus 11:11. João nasceu para preparar o povo para a primeira vinda de Jesus. Os jovens, como tu, nasceram para preparar o mundo para a segunda vinda de Jesus. João viu o lado humano de Jesus. Tu vê-l’O-às em toda a Sua glória, como o Filho de Deus. Que destino foi preparado para ti! Como te chamas? Sei que é fácil responderes a esta pergunta, mas por detrás de cada nome existe uma identidade. Quero que saibas que Deus tinha uma identidade reservada para ti, mesmo antes de nasceres. Por favor, mantém essa identidade inalterada para seres “grande diante do Senhor”. Tu és único na história deste Universo e ninguém pode cumprir a missão que Deus te confiou. Por isso, depende da natureza do teu caráter se desejas manter a tua identidade e cumprir a tua missão. É por isso que precisas de ser amigo do Espírito Santo e de te apoiares na verdade. Deus deu-te a vida, Ele deu-te um nome e chamou-te para seres “grande” diante d’Ele. Por favor, responde afirmativamente ao Seu convite. PERGUNTAS PARA DEBATE: 1. Discute com o teu grupo (3-4 pessoas) acerca do nome de cada um. Se pudesses escolher o teu nome, qual seria? Qual é o significado do teu nome? Consegues descobrir uma ligação entre o teu nome e a tua ocupação? 2. Quão importante é a identidade no cumprimento da tua missão? Dá um exemplo. 3. A missão da Igreja Adventista do Sétimo Dia assemelha-se à missão de João Batista. Quais são as coisas que sustentam a identidade da Igreja e a ajudam a cumprir a missão de Deus? SENTIR 10 SENTIR JA fim de cumprir a sua missão, deve ter sã constituição física, bem como resistência mental e espiritual. Era, portanto, necessário que regesse os apetites e paixões. Deveria ser de tal modo capaz de dominar as suas faculdades, que pudesse estar entre os homens, tão inabalável ante as circunstâncias ambientais, como as rochas e montanhas do deserto. No tempo de João Batista, a cobiça das riquezas e o amor do luxo e a ostentação tinham-se alastrado. Os prazeres sensuais, banquetes e bebidas estavam a causar doenças, degeneração física, amortecendo as perceções espirituais e insensibilizando ao pecado. João devia assumir a posição de reformador. Através da sua vida abstinente e da simplicidade de vestuário, devia constituir uma repreensão para a sua época” (Op. Cit., pp. 73 e 74). No momento escolhido, quando João iniciou o seu ministério público, não era somente ouvido pelo povo. Estavam presentes os coletores de impostos, os soldados, os mestres e os líderes políticos da época. João podia levantar-se, falar destemidamente e cheio de poder acerca da mensagem divina. Herodes Antipas, tremera ante o chamado de João ao arrependimento (Idem, p. 169); e mais ainda, quando a voz de João foi ouvida no deserto, “Satanás temeu pela segurança do seu reino” (Idem, p. 178). Os mais ilustres homens da sua época tremiam diante dele; o próprio Satanás temeu pela segurança do seu reino. Talvez tenhamos vontade de perguntar: Que tipo de pessoa era João Batista? Ele era grande porque Gabriel assim o profetizou? A sua autoridade tinha as suas raízes nos poderes humanos e divinos que trabalhavam coordenadamente. De um lado estava o Espírito Santo, do outro lado podemos observar que ele tinha um caráter íntegro em harmonia com a verdade. João podia cumprir a sua missão divina e abrir o caminho para o Senhor, porque lhe fora confiada uma missão especial e ele tinha altos valores morais. A sua missão foi JA SUGESTÕES PARA ORAÇÃO: 1. Ora pelos amigos do teu grupo, para que o Senhor ajude cada um a descobrir o seu papel na obra de Deus. 2. Ora por aqueles que estão a tentar descobrir qual é o trabalho para o qual foram chamados e que carreira deveriam seguir. D urante a Segunda Guerra Mundial, Mihai de Hohenzollern era o rei da Roménia. Era um jovem reto, oriundo de uma nobre família que estava há muito tempo na Roménia. O verdadeiro líder do país era o General Ion Antonescu, que implementou uma ditadura militar nesse país. No dia 28 de dezembro de 1942, apresentou a lei nº 927, onde ordenava que todas as religiões neo-protestantes fossem dissolvidas. Cada membro dessas religiões era forçado a assinar um papel, que definia que a pessoa abandonaria essa religião, e que se tornava num membro de uma das religiões aprovadas pela lei. Foi nesse momento que cada Adventista teve que testemunhar da sua fé, sobre quem era verdadeiramente. Em julho de 1943, todos os Adventistas do Sétimo Dia da região de Grozavesti Bacau foram levados até à Câmara Municipal. O Comandante informou-os acerca da lei 927/1942, mediante a qual todas as religiões eram dissolvidas, e pediu-lhes que negassem a sua fé. Ele bateu num dos líderes, Dumitru Catarama, para assustá-los e empurrou os restantes para a lama. Nenhum deles assinou a declaração, pelo que, no dia 31 de julho, foram todos entregues à Polícia. Novamente recusaram assinar o documento e, como consequência, foram amarrados a um tronco, numa posição bastante desconfortável. Ecaterina Constantin Lungu relata o seguinte: “Fomos amarrados ao tronco, com as mãos atrás das costas, uns em cima dos outros; a corda passava por uma argola que era usada para amarrar também os nossos pés; depois eles puxavam a corda que amarrava as mãos para arquear o nosso corpo. Parecia que o nosso peito ia partir-se. Permanecemos nesta posição durante duas horas. Entretanto, homens e mulheres, novos e velhos, vieram ver algo que nunca tinham visto antes: pessoas amarradas a um tronco, agonizando pela sua fé” (Arhiva Secretariatului de Stat pentru Culte: Fond Direcţia de Studii, dosar nr. 93/1943, vol. 14, inv. nr 2, f. 3). “Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor.” O QUE PENSAS SOBRE TI? A resposta à pergunta O que pensas sobre ti? pode ter implicações sérias na tua vida. Para a rapariga de quem falámos, uma resposta sincera significou perseguição. Para algumas das pessoas que estavam com ela significou serem presas, para outras significou liberdade. Podes responder a esta pergunta como quiseres, mas nunca te esqueças: Aquilo que dizes que és terá uma grande influência sobre a pessoa em que te tornarás. Se mentires, terás que te construir sobre os fundamentos errados. Se não tiveres coragem para dizeres quem és e permaneceres em silêncio, este fundamento dar-te-á um futuro sem identidade. Se disseres a verdade, o teu futuro será significativo. Há dois mil anos, os líderes religiosos de Jerusalém enviaram uma delegação até João Batista para lhe perguntar quem ele era. Era perigoso revelar a sua identidade naqueles dias. Jesus, que era contemporâneo de João e seu primo, teve que pagar com a Sua própria vida porque confessou que era o Messias. Por 13 QUE CLAMA isso, João precisava de coragem para revelar a sua verdadeira identidade. Habitualmente, acreditava-se que ele era perigoso devido à sua falta de tato em admoestar abertamente os pecados dos líderes políticos. Como podes imaginar, isso não beneficiava a sua campanha política. A primeira resposta de João foi bastante diplomática: “Eu não sou o Messias.” Era a resposta correta que gratificava parcialmente a curiosidade deles. “Então, quem és tu?” Eles repetiram a pergunta cinco vezes para descobrirem a verdade. Finalmente, João disse: “Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor” (João 1:23). A resposta de João foi sucinta, mas significativa. Os eruditos da sua época de certeza que compreenderam que João se considerava o profeta do qual se dissera que viria preparar o caminho para o Messias. Que resposta! O que terias respondido? Quem és tu? Qual é a tua missão? Qual é a razão da tua existência? Terias respondido a verdade fosse qual fosse o resultado? Quando nos questionam acerca da nossa identidade, tendemos a responder mencionando a nossa carreira, o nosso género, o estatuto social, o nome. Que mais poderíamos acrescentar? Isso é quem nós somos. Sim, é verdade, mas também somos outra coisa. De facto, somos outra pessoa. Somos filhos e filhas de Deus, a obra de arte mais bela e complexa criada pelo Ser Supremo do Universo. E ainda somos algo mais… temos a missão de dar identidade àqueles que não estão conscientes da sua verdadeira condição e que têm uma autoestima tão SENTIR DOMINGO 12 SENTIR JA A VOZ Este castigo era utilizado para que os ladrões confessassem as suas faltas. A maioria dos ladrões admitia o que tinha feito na primeira meia hora. Gostaria de vos dizer que todos os Adventistas permaneceram fiéis ao seu Deus e enfrentaram a perseguição. A verdade, porém, é que todos, um a um, assinaram a declaração, na qual renunciavam a sua fé, exceto uma rapariga. Depois de desamarrarem Ecaterina Lungu do tronco – a rapariga de 27 anos, que permaneceu fiel – levaram-na para uma sala vazia da Câmara Municipal. Ela conta-nos que foi atirada para o chão e agredida com um bastão. JA SENTIR JA É possível que não possamos clamar nas ruas a mensagem do Evangelho, mas podemos permitir que o nosso caráter, os nossos comportamentos, o nosso discurso, clamem. nossos dias, quando o individualismo nos satisfaz com o mundo virtual oferecido pelo nosso computador. Atualmente, temos pessoas que clamam, mas estão a fazê-lo de modo organizado nos estádios. Nós clamamos quando estamos em perigo ou quando sofremos um esgotamento nervoso. Mas não é apropriado clamar em alta voz diante dos nossos concidadãos. As pessoas não permitem que entremos na sua casa para sussurrar sobre Deus, muito menos para clamar. Poderíamos ser ridicularizados se tentássemos comunicar com aqueles que clamam. É possível que não possamos clamar nas ruas a mensagem do Evangelho, mas podemos permitir que o nosso caráter, os nossos comportamentos, o nosso discurso, clamem. Sobre o que é que podem clamar? “ Endireitai o caminho do Senhor.” Por outras palavras, a mensagem que um jovem da Igreja é chamado a proclamar assemelha-se bastante à mensagem de João Batista. Nós somos a geração que deveria dizer ao mundo que Jesus Cristo vai voltar novamente para mudar a realidade do pecado. Nós somos chamados a endireitar o caminho, a prepararmos o caminho, tal como era preparado e endireitado antigamente para o rei. Recordas-te da história com que iniciámos esta meditação? Ecaterina Lungu clamou amar tanto o seu Deus que estava disposta a enfrentar quaisquer dificuldades por Ele. Declarou, através das suas ações, que as provações desta vida são somente um teste que a conduzirão a uma vida feliz com Jesus, o seu Salvador, e que ela fará o que for necessário para poder encontrar-se com Ele. Aquilo que ela fez foi endireitar o caminho para o Messias que viria. Quando cumprirmos a missão de proclamar as boas-novas do Evangelho, seremos João Batista, um profeta enviado para preparar o caminho para o Rei. É interessante o quanto Deus aprecia esta missão. Jesus diz algo fantástico acerca de João: “E Eu vos digo que, entre os nascidos de mulheres, não há maior profeta do que João Batista; mas, o menor no reino de Deus é maior do que ele” (Lucas 7:28). Fico encantado porque Jesus diz que eu sou uma grande pessoa. E tu? PERGUNTAS PARA DEBATE: 1. Fala ao teu grupo acerca de uma ocasião em que testemunhaste sobre Jesus Cristo. 2. Quais são os métodos evangelísticos mais bem-sucedidos no mundo atual? Quais os métodos que deveríamos dispensar? Apresenta uma ideia acerca de um novo método. 3. Confessarias quem és se a tua identidade Cristã colocasse a tua liberdade ou a tua vida em perigo? 15 14 CLAMAR… MAS SOBRE O QUÊ? Eu sou a voz do que clama no deserto, disse João. Clamar era a forma que o profeta de Deus usou para pregar a mensagem com coragem, sem temer as consequências. Ele sabia o que precisava de dizer porque Deus lhe tinha transmitido a mensagem. Ele não tinha medo de cla- mar com toda a força para que pudesse ser ouvido por cada pessoa que passava. João estava ciente do facto de que Deus esperava que ele pregasse toda a sua vida. Por isso permitiu que este chamado dirigisse a sua vida. Tentei aplicar a mensagem de João à minha vida – a vida de um jovem que vive e foi educado no século vinte e um. Clamar? Sejamos sérios, clamar é inadequado nos SENTIR baixa que acreditam que os seus antecessores são os animais. JA “No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. […] E, vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus.” U m dia, estava a conduzir o meu carro até ao escritório e escolhi uma estrada secundária, sem semáforos, pensando que isso me faria chegar mais depressa. No cruzamento, virei à direita. Trinta metros à frente estava um polícia no meio da estrada e o carro da patrulha na berma. Percebi imediatamente que não tinha o cinto de segurança colocado, por isso arrependi-me logo de ter escolhido aquele atalho. Eu vi o polícia preparar-se para me mandar parar e disse a mim mesmo que a multa não seria muito pesada. O polícia levantou a mão e pediu-me para encostar na berma da direita. Eu fiz sinal com o pisca, encostei-me na berma direita da estrada, parei e preparei os meus documentos. O polícia aproximou-se e pediu-me para ser testemunha num caso de um condutor que se tinha apossado de um carro num local proibido e tinha sido filmado, e que não queria admitir, nem assinar o relatório que indicava que a sua carta de condução tinha sido apreendida pela polícia. Alegremente concordei em ajudar o polícia. Tentei persuadir o homem a assinar o relatório e a mencionar, se desejasse, o facto de não querer admitir que tinha feito aquilo. Depois de ter assinado os papéis e de me ter dirigido para o meu carro, qual foi o meu primeiro gesto? Colocar o meu cinto de segurança. João teve o privilégio de ser o primeiro a anunciar a vinda de Jesus. JOÃO CONHECIA DEUS Muitos de nós acreditamos que Deus é como um polícia, que está sempre à espera que cometamos um erro para Tirar. Do Grego airo, significa: “levantar”, “suportar”, “carregar”, “entregar”. Só se o Messias não tivesse pecado (Hebreus 4:15; I Pedro 2:22), poderia Ele “tirar (airo) os nossos pecados” (I João 3:5). O fardo do pecado era grande de mais para conseguirmos carregá-lo; logo, Jesus veio para carregar o nosso fardo do pecado. Pecado. João usa a forma singular da palavra, pois pretende enfatizar o pecado como princípio e não somente certos pecados (ver I João 2:2; 3:5; 4:10). 17 CORDEIRO símbolo da libertação da escravatura do pecado. “Porque Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós” (I Coríntios 5:7). João utiliza a imagem de um cordeiro para descrever o Messias sofredor, Aquele que é o cumprimento do sistema sacrificial do Velho Testamento, e que é a explicação deste sistema sacrificial. Ele era o “Cordeiro, que foi morto desde a fundação do mundo” (Apocalipse 13:8). Os israelitas contemporâneos de Jesus não pensavam que o Messias sofreria, por isso os críticos acreditavam que não era possível que João tivesse chegado sozinho a esta conclusão. Teria sido estranho se Deus tivesse enviado João Batista para preparar o caminho do Messias e Ele não o tivesse informado desse aspeto crucial da missão do Messias. SENTIR SEGUNDA João 1:29, 36 16 SENTIR JA EIS AQUI O nos punir. A verdade é que Ele deseja que sejamos Suas testemunhas. Devemos dizer aos outros para cumprirem a Lei para se salvarem. João teve o privilégio de ser o primeiro a anunciar a vinda de Jesus, Aquele que os profetas diziam ser um Deus severo, que punia e Se vingava. João apresentou-O como o verdadeiro sacrifício. Qual dos profetas não teria ficado feliz com este privilégio? Não admira que Jesus tenha dito o seguinte sobre João: “E Eu vos digo que, entre os nascidos de mulheres, não há maior profeta do que João Batista” (Lucas 7:28). João conhecia Deus e reconheceu o Seu Filho como sendo o Cordeiro de Deus, que faria a expiação, o Cordeiro que foi preparado e oferecido por Deus. João é o único que utiliza esta designação para Cristo, embora Lucas (Atos 8:32) e Pedro (I Pedro 1:9) façam comparações semelhantes (Isaías 53:7). João Batista recomenda Jesus como o “Cordeiro de Deus” a João, o evangelista. Para João, o discípulo de Jesus, este nome deve ter tido um significado profundo. Esta imagem que enfatiza a inocência de Jesus, a perfeição de caráter e o facto de o Seu sacrifício substituir os antigos sacrifícios (Isaías 53:4-6, 11 e 12), relembra-nos do cordeiro da Páscoa do Egito, que era o JA O maior problema do mundo não é a crise económica, nem o terrorismo, mas os pecados de cada ser humano. O pecado destrói a nossa vida, os relacionamentos, tudo o que é bom e belo. O salário do pecado é a morte. A solução é o Santo Cordeiro. Isto significa ter de admitir que és mortal e que precisas de um Salvador. A Bíblia apresenta sete funções diferentes que Jesus teve na História a fim de salvar a raça humana. Precisamos de falar sobre elas para podermos conhecê-l’O melhor. 1. Ele é o Criador. “Porque n’Ele foram criadas todas as coisas que há, nos Céus e na Terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: tudo foi criado por Ele e para Ele” (Colossenses 1:16). 2. Ele é o Legislador. Jesus entregou os Dez Mandamentos a Moisés no Monte Sinai. “Deus nunca foi visto por alguém; o Filho unigénito, que está no seio do Pai, esse O fez conhecer” (João 1:18). “Este é O que esteve entre a congregação no deserto, com o anjo que Lhe falava no Monte Sinai, e com os nossos pais, O qual recebeu as palavras de vida, para no-las dar” (Atos 7:38). 3. Ele é o Salvador. “E em nenhum ou- “E a vida eterna é esta; que Te conheçam, a Ti só, único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a Quem enviaste” (João 17:3). João estava verdadeiramente impressionado pelos nomes atribuídos a Jesus, por isso ele apresenta Jesus trinta vezes no livro de Apocalipse, dizendo-nos o que o Cordeiro está a fazer: “Porque o Cordeiro, que está no meio do trono, os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida, e Deus limpará dos seus olhos toda a lágrima” (Apocalipse 7:17). Jesus está sentado à direita do trono de Deus. Os anciãos estão sentados e os servos permanecem de pé. “O Qual, sendo o resplendor da Sua glória, e a expressa imagem da Sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder, havendo feito, por Si mesmo, a purificação dos nossos pecados, assentou-Se à dextra da majestade nas alturas” (Hebreus 1:3). “Mas Este, havendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, está assentado à dextra de Deus” (Hebreus 10:12). “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o Qual, pelo gozo que Lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-Se à dextra do trono de Deus” (Hebreus 12:2). Aqui está o Cordeiro semelhante a um Leão, sentado vitoriosamente no trono de Deus. Quem é que está sentado no trono do teu coração? Estás disposto a levantar-te ou preferes permanecer em silêncio? Se estás silencioso, as pedras clamarão. É agora o momento de apresentar o Cordeiro de Deus ao mundo! PERGUNTAS PARA DEBATE: 1. Fala aos outros acerca da tua experiência no momento em que compreendeste que Jesus é o Cordeiro que morreu pelos teus pecados. Como é que te sentiste? 2. F alem acerca de 10 maneiras que certas pessoas utilizam para testemunhar de Jesus. 19 Isto significa que Deus precisa de pessoas que possam falar d’Ele aos outros. SENTIR 18 SENTIR JA Estás disposto a levantar-te ou preferes permanecer em silêncio? tro há salvação, porque também, debaixo do Céu, nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devemos ser salvos” (Atos 4:12). 4. Ele é o Profeta. No capítulo 24 do Evangelho de Mateus, encontramos provas suficientes de que Jesus conhecia o futuro. “Eu vo-lo disse agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis” (João 14:29). 5. Ele é o Mediador. “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem” (I Timóteo 2:5). 6. Ele será o Juiz. O Pai não pode julgar ninguém. Porquê? Para encontrares a resposta, lê os seguintes versículos: “E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo; para que todos honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que O enviou” (João 5:22 e 23). 7. Ele é o Rei. “E reinará eternamente na casa de Jacob, e o Seu reino não terá fim” (Lucas 1:33). O que sabem os teus amigos acerca de Jesus? Aconteceu numa sexta-feira. O pôr do Sol aproximava-se e eu estava num supermercado. A loja estava lotada e todas as caixas estavam abertas, mas muitas pessoas tinham comprado muitos produtos, por isso tive que esperar numa longa fila. Alguns cestos estavam recheados. Olhei para aquelas pessoas e apercebi-me de que vivemos na mesma cidade e elas não conhecem Jesus Cristo. JA Quando os Sentimentos Negativos São Despertados Pelos Amigos SENTIR 20 “E os discípulos de João anunciaram-lhe todas estas coisas.” JA O ano tinha acabado de ter início e as pessoas estavam a fazer os preparativos de última hora para o Campeonato Americano de Patinagem Artística. Jeff Gillooly e Shawn Eckhardt contrataram Shane Stant para ajudar Tonya Harding, a sua amiga, a ganhar o tão desejado troféu. Eles não podiam ajudá-la porque a ajuda de que ela necessitava era diferente: ela precisava de alguém que partisse o pé direito da sua adversária, Nancy Kerrigan. O atacante conseguiu aproximar-se dela, mas, infelizmente, só a magoou. Foi, no entanto, o suficiente para a incapacitar de competir e a Tonya ganhou. A conspiração foi descoberta, a medalha foi-lhe retirada e nunca mais pode competir mundialmente. Eurípides disse que: “Um amigo leal vale mais do que dez mil parentes.” A lealdade é tudo o que importa? Hoje vamos olhar para a história de um gigante da fé e para a dos seus fiéis discípulos. UMA VOZ NO DESERTO O mestre deles tinha sido como a chuva de verão depois de várias semanas de seca. Antes de ter aparecido, a vida era monótona. Estava a destruir toda a esperança. A vida de cada dia significava lutar para obter o pão diário, uma tentativa desesperada para pagar os impostos e para poupar dinheiro para levar o pão e o peixe para casa. O ódio em relação à nação exploradora era tão grande, tal como o era a frustração em relação ao passado e ao futuro. Os velhos Rabinos liam, repetidamente, as notas acerca da glória que a pequena nação, que habitava na confluência do continente, já tinha tido. Eles enfatizavam as promessas de restaurar a glória na casa de David. Depois de décadas de ociosidade, nas quais apenas uns pequenos tumultos fúteis interromperam o silêncio profundo, o Judaísmo assemelhava-se a uma cidade engolida pela areia do deserto. Uma voz foi ouvida nesse deserto. A VERDADE VERDADEIRA João respondeu: “Após mim vem Aquele que é mais forte do que eu!” (Marcos 1:7). Como é que seria essa pessoa?, era a pergunta, tenho a certeza, que eles faziam a si mesmos frequentemente. Um dia, um alegre clamor do mestre, um batismo especial e o abandono de dois companheiros curiosos anunciaram a diminuição da popularidade de João Batista. Para os que ficaram, aqueles minutos foram transfor- João conhecia muito bem o papel que Deus lhe tinha atribuído. Mas os seus discípulos e 21 TRAZEM AS NOTÍCIAS Deus e à Sua missão, tenacidade, etc.. A imagem do mais imponente soldado romano desvanecia-se quando comparada com este homem, enrijecido pela vida austera no deserto. Fraqueza? Ninguém podia achar fraqueza nele. As pessoas não seriam senão felizes por poderem pertencer a este grupo unido. Será que alguém poderia ser maior do que este novo Elias? amigos não podiam compreender isto. Só um aspeto era realmente claro: Embora a mensagem de João não fosse popular, a sua presença e o seu ministério despertaram a nação e os seus sonhos há muito esquecidos. Palavras como “Messias”, “o Trono de David”, “libertação”, estavam nos lábios e na mente do povo. À medida que este novo movimento despertava a curiosidade das multidões, João fazia tanto amigos, como inimigos. Acontece com qualquer mestre e aconteceu, igualmente, com João: Um grupo de sonhadores reuniu-se à sua volta. Eles pensavam que valia a pena deixar tudo para trás para que não perdessem nada do novo movimento que poderia iniciar uma nova era para a sua nação. Afinal, o Reino estava próximo! Eles podiam aprender muitas coisas com João! Coragem, justiça, fidelidade a mados em lembranças com um cordeiro, uma pomba e um homem comum, uma memória pouco interessante e nada mais. João conhecia muito bem o papel que Deus lhe tinha atribuído. Mas os seus discípulos e amigos não podiam compreender isto. Algumas destas pessoas eram amigas de João, mas também queriam ser importantes devido à sua relação com ele e à atenção que ele obtinha. Se João era uma pessoa importante, então elas também o seriam. Os discípulos de João eram guiados pelo desejo de conservação; consequentemente, eles quase nem desejavam que o Messias, sobre o Qual João pregava, viesse. Se esse Messias chegasse, o mandato deles terminaria. Isto significava que deveriam abandonar o palco. Os discípulos não eram os únicos que estavam confusos. O povo também SENTIR TERÇA Lucas 7:18 OS AMIGOS Comportando-se de forma estranha, com uma mensagem e um ritual desconfortáveis, João trouxe novas mudanças. De repente, as notícias começaram a circular, tal como um carrossel cujo dono acabou de acordar. Em apenas poucas semanas, os Judeus estavam a pregar em todo o território de Israel, desde Jerusalém até ao Norte e ao Sul, sobre a nova estrela que trazia esperança à sua nação. Os jovens e os idosos, os pescadores, os agricultores e os pastores, os cobradores de impostos e os mestres, todos iam ouvi-lo. A sua mensagem era muito simples: o reino de Deus está próximo e aquela era a última hora em que podiam preparar-se. Mais do que isso, a mensagem era para todos: para o povo comum, para os coletores de impostos desleais, para os soldados do exército e até para o povo piedoso. JA NA CELA DO ANONIMATO João estava a desvanecer-se no anonimato. Enquanto o Galileu multiplicava o pão e transformava a água em vinho, curava os doentes e expulsava demónios, as margens do Jordão esvaziavam-se cada vez mais e cada vez menos pessoas procuravam João. O mesmo homem, a mesma mensagem, mas rodeado de alguns amigos e… inimigos. O tempo da vingança chegara e com a sua própria liberdade pagou pela liberdade de admoestar. Por outro lado, chegara o tempo de alguns dos seus amigos provarem que eram seus verdadeiros amigos. Ele partilhou tanto com eles: sonhos, esperança, poder e coragem! Agora, esses partilhavam com ele um pouco de… liberdade. Ah, estava a esquecer-me… e algumas notícias sobre o crescente ministério de Jesus. Além disso, também partilhavam algumas dúvidas: É esta a recompensa depois de tudo o que fez? Se não, onde está o Reino? Porque é que não chega? Será o seu primo o Escolhido ou é simplesmente um impostor que levou os seguidores daquele que foi preso? Vamos tentar imaginar como João se terá sentido quando viu que os seus discípulos o visitavam cada vez mais raramente, que, quando vinham, só louvavam Jesus, o novo Mestre, e relatavam as Suas sábias palavras e as respostas que dava aos Saduceus e aos Fariseus. Eles contaram-lhe sobre os milagres que Ele tinha realizado e, especialmente, sobre o facto de o povo quase tê-lo esquecido e como seguiam o novo Mestre. Ele estava numa masmorra escura e isso parecia-lhe uma injustiça. Ele tinha preparado o caminho, tinha sido o primeiro, e agora, não só perdeu o primeiro lugar, mas também foi esquecido, abandonado, e nem era visitado. Ser esquecido era mais difícil para ele do que estar numa cela da prisão. Ele não compreendia o plano de Deus e os seus amigos e discípulos não eram uma grande ajuda. Pelo contrário, causaram-lhe pesar por causa das notícias que tinham trazido. Finalmente, recebeu notícias de Jesus, sobre como Ele estava a continuar o trabalho que ele tinha iniciado, que tudo o que fizera não fora inútil e que o povo fora despertado pelos sermões de João e es- tava agora a aproximar-se do Salvador e a ser salvo. Este foi o momento em que João compreendeu que a sua missão tinha sido cumprida e que todos os esforços, até mesmo o de ser um mártir, tinham valido a pena. É tão importante elevar emocional e espiritualmente um amigo! Não deveríamos quebrar o espírito de alguém trazendo-lhe notícias perturbadoras. Devemos ajudá-lo a ver perspetivas e direções mais elevadas. É tão fácil ser portador de notícias. Sê um portador de notícias que traga novas encorajadoras e edificantes. Este é o desafio de hoje! Sê este tipo de amigo! PERGUNTAS PARA DEBATE: 1. Diz o nome da pessoa que mais admiras. O que é que admiras, especificamente, nela? 2. Gostarias de viver o tempo inteiro perto desta pessoa? Que atividades gostavas que fizessem juntos? 3. Pensa num VIP que esteja a perder a popularidade. Como é que pensas que essa pessoa se sente? O que farias se estivesses no seu lugar? 4. A ajuda dos discípulos de João foi apropriada? Argumenta a tua resposta. PERGUNTAS ADICIONAIS: 1. Gálatas 5 diz-nos que o ciúme é uma das obras da carne. Qual é o fruto do Espírito (Gál. 5:22) que melhor ajuda a superar o ciúme? 23 22 se interrogava se poderia existir alguém mais sábio e mais justo do que João. Enquanto João declarava a verdade sobre si mesmo e sobre Jesus, os discípulos traziam notícias intrigantes sobre a crescente popularidade de Jesus. Não foi fácil para João resistir a estas notícias de impopularidade; não achou fácil ignorar o desafio dos sentimentos despertados pelas notícias acerca do sucesso d’Aquele de Quem tinha falado e a Quem tinha promovido com tanta consideração. Nós ajudamos, alegremente, os necessitados, as pessoas que precisam da nossa misericórdia. Mas não gostamos quando elas provam ser talentosas, mais populares e mais admiradas do que nós. João enfrentou esses sentimentos e os seus amigos aumentaram o fosso quando lhe trouxeram tais novas. 2. O filho mais velho da parábola do filho pródigo (Lucas 15:25-30) era muito ciumento. Que conselho darias a uma pessoa como ele? JA PARA MEDITAR: Eclesiastes 4:4 Tiago 3:16 Telefona a um amigo que esteja a viver um momento difícil. Pensa numa forma de expressares a tua apreciação por uma pessoa de quem sentes ciúmes. Escreve um curto parágrafo acerca do modo como gostarias de reagir quando um dos teus amigos alcança o sucesso. Tenta comparar a tua vida com a de outras pessoas que vivem noutros países do mundo (por exemplo, Estados Unidos da América, Dinamarca, Rússia, China, Coreia do Norte, África, etc.). Reescreve uma versão moderna da parábola do filho pródigo, enfatizando a reação do irmão mais velho. Tenta alterar o final da parábola descrevendo a alegria desse filho mais velho. SENTIR SENTIR APLICAÇÕES PRÁTICAS: JA SENTIR JA NÃO HÁ NECESSIDADE DE TE ARRASTARES PELA LAMA SÓ PARA ATRAIR A ATENÇÃO DOS OUTROS. Vamos imaginar que João Batista, quando era adolescente, montava na sua mota e andava às voltas pela cidade, enquanto o seu pai servia como sacerdote no Templo. Ele pararia em cada bar e discoteca, entraria em todos os casinos para tentar a sua sorte. Talvez fosse acompanhado por uma rapariga a certos clubes. Não teria sido uma pessoa muito popular e amada? Talvez tivesse pregado utilizando a versão bíblica do iPhone que guardava no bolso das calças de ganga. Não teria sido mais eficaz do que aquele método que ele usou? Não obstante, João escolheu não entrar em bares ou discotecas; ele nunca frequentou festas com outros rapazes e raparigas que estavam drogados. Para ele, a missão era algo muito diferente daquilo que alguns de nós pensamos hoje em dia. João mantinha a distância das festas e dos lugares imorais. Vivia a vida de um homem colocado à parte e Deus trouxe-lhe aqueles que desejavam ouvir acerca do Reino dos Céus. Embora possamos pensar que ele estava errado, os resultados do seu método e da sua missão revelam-nos que ele fez o que estava correto. Milhares de pessoas, crianças, jovens, mulheres, homens, mestres e idosos, vinham até ele, cada dia, para ouvir a sua mensagem. Por vezes, temos medo de que, se formos diferentes, se não frequentarmos determinados lugares, possamos ficar isolados. De vez em quando usamos esta desculpa para frequentarmos lugares imorais. Fingimos estar à procura de jovens a quem falar acerca de Deus. DEUS ENVIA-TE AS PESSOAS. SÓ PRECISAS DE FALAR COM ELAS. Uma citação do livro Testemunhos para a Igreja (volume 9, pp. 189 e 190), no ca- IDENTIFICARES-TE COM ELES SIGNIFICA: Liguagem: Podemos apresentar a Palavra de Deus aos jovens e eles compreendê-la-ão sem precisarmos de utilizar uma linguagem vulgar ou ofensiva. Não necessitamos de reescrever a Bíblia, mas torná-la relevante e significativa para aqueles que falam mais a língua cibernáutica. Fé: Posso explicar-lhes o que é a fé apenas quando testemunho acerca do modo como a fé se manifesta na minha vida pessoal. Caráter: Nada é mais convincente do que um caráter que revela que possuímos valores consistentes. Compaixão: Não é necessário existir uma separação entre as outras pessoas e nós mesmos e olharmos do alto para elas; mas necessitamos de estar presentes quando elas precisam de nós. Quando elas escolhem 25 24 CRESCER Decidiu entregar-lhes as suas filhas virgens, para que satisfizessem os seus próprios prazeres. Consegues perceber como este engano foi tão terrível? Consegues ver como a sua escolha foi tão inútil e insensata? Bem, a solução veio da parte de Deus, que admoestou Ló e ofereceu a solução salvadora através do Seu próprio poder. A mensagem de Deus era bastante clara: Não precisas de te sacrificar, nem de sacrificar as tuas filhas, atirando-te para o fundo do poço ou caindo na lama, nem mesmo para defender Deus. Deus pode defender-Se a Si mesmo. Ele não precisa que vivamos uma vida imoral para O defendermos. Identificarmo-nos com outros jovens não significa necessariamente que devamos cometer os mesmos pecados que eles. Não significa que devamos abandonar os princípios da Bíblia, anular cada regra, para nos tornarmos populares e falarmos com eles. SENTIR QUARTA JOÃO NÃO ESTÁ A DIMINUIR, OUTROS ESTÃO A pítulo Espírito de Unidade, diz o seguinte: “Se nos humilhássemos perante Deus, e fôssemos bondosos e corteses, compassivos e piedosos, haveria uma centena de conversões à verdade onde agora há apenas uma. […] Cristo deixou de lado a Sua vestimenta real, a Sua coroa real e o Seu elevado comando, descendo a níveis cada vez mais baixos, às maiores profundezas da humilhação.” Nunca deveríamos pensar que estamos a trabalhar sozinhos para salvar outras pessoas. Deus e nós formamos a equipa missionária, Deus é Quem prepara tudo – o meu coração e os meus pensamentos. Ele concede-nos o desejo de servirmos os outros e então dá aos outros o desejo de procurarem Deus. Deus conduz os passos daqueles que são chamados para serem salvos para se encontrarem com alguém que testemunhe por Ele. Assim, Deus traz-nos pessoas que precisam d’Ele. Ele também guiou o povo no deserto até João. João só orou e testemunhou. Ele permitiu que o Espírito Santo o inspirasse e conduzisse. Ele olhou para o povo e sentiu as suas necessidades; ele viu que esperavam por uma mensagem de Deus. É realmente desagradável se o nosso desejo de nos escondermos e vivermos uma vida imoral fica escondido atrás de um falso trabalho missionário. Deus não nos pede para mancharmos o nosso caráter e os nossos pensamentos só para salvarmos alguém. Aqui está um bom exemplo: Dois estranhos visitaram Ló (eles provaram ser anjos de Deus no final). Os habitantes da cidade viram os estranhos entrarem na casa de Ló e vieram até ele, dispostos a cometerem um grande pecado. A homossexualidade e a prostituição eram duas práticas bem conhecidas daquele povo. Também estavam bêbedos. Quando a multidão pediu a Ló para trazer aquelas pessoas para as conhecerem, Ló tentou encontrar uma solução intrigante: JA consumir drogas, não precisam de nós; mas sim quando precisam de ser ajudadas a não o repetirem ou a compreenderem que o consumo de drogas não é bom. Não as ajudo se partilho o meu álcool com elas; mas posso ser útil quando tenho uma mente lúcida e uma boa saúde. Não preciso de me cegar para ajudar um cego a encontrar o caminho. Pelo contrário, necessito de ser vigilante e de cuidar da minha vista para poder ajudar uma pessoa invisual. Não é necessário ser um infrator da lei para poder ajudar alguém que fez algo de errado. Necessito de poder e inocência para ser capaz de levantar alguém que caiu. COMO É QUE PODES AJUDAR ALGUÉM A REERGUER-SE, A SAIR DO SEU CANTO CONFORTÁVEL? Podes fazê-lo através da amizade, mantendo princípios elevados. Posso e preciso de ter amigos. A amizade é a melhor maneira de ajudar alguém. Revelamos amizade genuína quando ajudamos o outro a crescer. Não manifestamos amizade genuína se fazemos alguém baixar os seus padrões ou se a própria pessoa o fizer. Se baixares os teus padrões, encorajas os outros a permanecerem onde se encontram e é como se tu próprio os tivesses arrastado para o fundo. Quando és amigo de alguém, não precisas de ser como é o teu amigo, mas deves ajudá-lo a ser mais semelhante a Jesus. vador aceitou estes convites vindos dos Fariseus ou dos pecadores. Mas precisamos de nos afirmar e de nos firmar nos nossos valores religiosos e estilo de vida. Devemos respeitar os outros, mas temos também o direito de escolher uma fé e de sermos respeitados. Depois podes falar-lhe sobre coisas importantes, como a salvação. João estava a trabalhar em conjunto com uma equipa (aquilo que te faz permanecer à tona é uma equipa). É muito importante saber que João tinha uma equipa com quem trabalhar. Eles intitulavam-se “os discípulos”. João era o líder. O seu ensino, as suas ideias, o seu estilo de vida, o seu caráter, tornava tudo importante para o grupo de amigos que era influenciado por João. A equipa visita, convida e reúne informação. Os discípulos de João visitavam as aldeias vizinhas, traziam-lhe notícias do povo sobre determinados eventos e O EXEMPLO DE JOÃO VERSUS O EXEMPLO DE SANSÃO Sansão estava sempre a descer. Toda a história de Sansão gira em volta de um verbo específico: “descer”. Tal como João, Sansão nasceu como cumprimento de uma profecia. Os pais de Sansão confiaram na Palavra de Deus, mais do que Zacarias, o pai de João, confiou. Sansão é enviado e educado com muita atenção, e é treinado acerca da missão especial que Deus tem para ele. O que faz Sansão? Ele desceu várias vezes até aos Filisteus, aos seus jogos e raparigas imorais. Ele até casou com uma rapariga que mal conhecia. Os Israelitas precisavam de um libertador e Sansão foi chamado para ser o seu libertador, mas ele brincou com este compromisso. Ele desceu cada vez mais baixo até ao seu último dia, quando caiu debaixo das paredes do Templo, que ele próprio destruiu. 27 O seu ensino, as suas ideias, o seu estilo de vida, o seu caráter, tornava tudo importante para o grupo de amigos que era influenciado por João. 26 SENTIR JA até mesmo sobre o trabalho de Jesus, quando Ele começou a pregar e a realizar milagres. Quando tens uma equipa de amigos como esta, tens tempo para te preparar, tens tempo para orar. Eles trarão as pessoas até ti. Não penses que João recebeu esta equipa de amigos como um presente. Eles eram as pessoas com quem travava amizade. Qualquer jovem pode ter um tal grupo de amigos. Isso quer dizer que João não era uma pessoa estranha, um lobo solitário e alguém reservado. A sua amizade com estas pessoas demonstra-nos que ele se envolvia com elas mas mantinha os seus valores. Ele tinha determinados princípios e um estilo de vida e amava em conformidade. SENTIR Através de diferentes projetos. Os nossos projetos missionários não devem ser encarados como se estivéssemos a fazer alguma coisa pelos outros, como se tivéssemos tudo e os outros não tivessem nada. Seria uma excelente oportunidade para nos unirmos a outros jovens à medida que ajudam os necessitados ou desenvolvem projetos ecológicos. Partilhamos muitos valores com outros jovens crentes ou de culturas diferentes. Porque não darmos bom uso a esses valores partilhados de modo a construirmos amizades enquanto trabalhamos juntos pelas outras pessoas? Mediante o companheirismo. Não estamos proibidos de aceitar o convite de alguém para comermos juntos. Até o Sal- JA PERGUNTAS PARA DEBATE: 1. Fala acerca de três lugares que um jovem não deveria frequentar, mesmo dirigindo-se até lá com uma missão. 2. C onta ao grupo sobre uma pessoa que te tenha ajudado a crescer espiritualmente. Como é que ela conseguiu fazer isso? 3. Q uais são as áreas em que um jovem se assemelha a João, e quais são as áreas em que se assemelha a Sansão? Fala dessas áreas com o teu grupo. QUINTA A nossa vida é um painel colorido. Por vezes, as nuvens escuras estão espalhadas pelo céu azul, outras vezes, os campos verdes tornam-se castanhos por causa da seca. Podemos ter sucesso e vitórias agora, mas amanhã podemos caminhar pelo vale da escuridão e do desespero. O nosso coração pode estar pacífico agora, mas pode parecer que vai saltar para fora do nosso peito quando é ameaçado no segundo seguinte. Caminharão os fiéis pela mesma estrada? É possível que um homem de Deus se desencoraje? O que podemos fazer quando estamos sozinhos? Estas são algumas das questões que consideraremos e a que tentaremos responder hoje enquanto analisamos outra cena da vida de João Batista. DÚVIDAS João teve a coragem de defender Deus e de proclamar abertamente a verdade acerca da relação ilegítima em que He- rodes Antipas se encontrava. Por isso ele perdeu a sua liberdade. João sentiu-se cada vez mais desencorajado. Porque é que se sentia assim? Sentia-se infeliz por ter sido injustamente preso? Não encontramos em lado algum provas de que ele tivesse um espírito exigente. Se analisarmos o que Ellen G. White disse sobre este assunto, podemos constatar alguns fatores que conduziram João até ao vale da dúvida: “A vida de João tinha sido de trabalho ativo, e as sombras e a inatividade da prisão pesavam fortemente sobre ele. Ao ver passar semana após semana sem haver qualquer mudança, o desânimo e a dúvida foram-se subtilmente apoderando dele. Os seus discípulos não o abandonaram. Era permitida a sua entrada na prisão; levaram-lhe notícias das obras de Jesus, e contaram-lhe como o povo se aglomerava à Sua volta. Mas perguntavam por que razão, se esse novo mestre era o Messias, não fazia nada para que 29 O QUE FAZER COM A E João, ouvindo no cárcere falar dos feitos de Cristo, enviou dois dos seus discípulos, a dizer-Lhe: És Tu Aquele que havia de vir, ou esperamos outro? Mateus 11:2 e 3 descemos cada vez mais baixo, não pelo nosso desejo de nos isolarmos ou devido a um complexo de superioridade, mas porque não somos capazes de controlar as consequências e resistir às tentações. A única pessoa que podia descer até ao fundo, no meio dos pecados obscuros, sem ficar manchada, era Jesus. Ele era o Único que não podia ser manchado pela maldade sedutora. “E n’Ele não há pecado” (I João 3:5), enquanto que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3:23). João decidiu não se rebaixar e sabia porquê. João não era uma pessoa selvagem e assustadora. Era “cabeça-dura”, atento ao poder do Diabo e ao poder do pecado. Ele decidiu, tal como Daniel, não baixar os seus padrões. João conhecia a verdade. Descer até ao fundo do poço não é um problema. Reerguer-se é um problema. É mais difícil escaparmos ao controlo do pecado e voltarmos para a misericórdia oferecida por Jesus Cristo do que cairmos no poço do pecado. Se alguém necessita de ouvir a Palavra de Deus, Ele conduzir-nos-á até um lugar seguro para não termos que entrar num lugar comprometedor. Não precisamos de nos manchar para salvarmos os outros. Não necessitamos de desistir da nossa salvação para podermos salvar os outros. Jesus pagou o preço total. Nós só temos de preparar o Seu caminho, tal como João fez. SENTIR 28 SENTIR JA Sansão comeu um favo de mel retirado de cadáveres, para descer ainda mais baixo. Sansão comeu o mel só pelo divertimento de ver os corpos mortos que deixava para trás. Estava fascinado com o seu poder de matar leões, chacais e seres humanos. O mel era somente um dos seus troféus. João estava sempre no seu melhor. João permaneceu afastado das tentações e das atrações da multidão ruidosa. Ele nunca foi a um jogo de futebol, nunca fez apostas, nunca assistiu a concertos barulhentos. Ele nunca correu atrás dos belos corpos das mulheres imorais. Ele permaneceu com Deus, no meio da Natureza, onde podia observar as maravilhas da Criação divina e onde podia pregar a mensagem divina sem ser perturbado. João era um libertador, mais do que Sansão, porque ele compreendeu a sua missão. Ele tinha que pregar sobre o arrependimento e o Reino do Céu; ele também tinha que preparar o caminho para o Salvador. João comeu mel porque tinha princípios elevados. João tinha uma dieta muito simples e equilibrada, não pela aventura ou capricho, mas porque desejava preservar a clareza do seu pensamento e da sua missão. Ele nunca se vangloriou ou criou enigmas inspirado pelo seu menu. Ele simplesmente escolheu viver saudável e tranquilamente. O Único que podia descer mais baixo sem ficar manchado. É mau quando JA CERTEZAS Os discípulos de João estão frente a Jesus, à espera de uma resposta: És Tu Aquele que havia de vir, ou esperamos outro? Jesus respondeu-lhes através das Suas palavras e ações. Enquanto fazia milagres, Ele respondeu-lhes o seguinte: “Ide e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes; os cegos veem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho” (Mateus 11:4 e 5). A resposta dada a João continha a descrição do Reino que Jesus veio estabelecer. Se Jesus era misericordioso para com os necessitados e satisfazia as necessidades humanas, então isso significava que Ele não tinha esquecido aquele que tinha vivido para preparar o Seu caminho. Os discípulos de João viram as obras de Jesus e tornaram-se testemunhas que fortaleceram a fé daquele que os tinha enviado. Eles contaram a João o que tinham visto e ouvido. Assim, foram transformados de canais de dúvida para vasilhas de bênçãos. Era suposto eles testemunharem que Jesus era o Messias. Além disto, não existia qualquer outra certeza. Eles não tinham a certeza de que Jesus interviria para libertar João. João tinha que O aceitar e confiar n’Ele não se importando com qual seria o resultado da sua situação. Ter fé não significa compreender tudo. Significa permitir que Deus Se manifeste e opere em ti da forma que melhor se adeqúe. Ter a certeza da salvação e da orientação divina significa saber Quem Deus é. Se somos confrontados com muitas perguntas, os seguintes parágrafos podem dar-nos alguma luz a respeito do desenvolvimento da nossa fé: “Cristo nunca abandona aqueles por quem morreu. Nós podemos deixá-l’O, ao sermos esmagados pela tentação. Mas Cristo jamais pode deixar aqueles por quem pagou o resgate com a Sua própria vida. Se a nossa visão espiritual pudesse ser ativada, veríamos aqueles que estão curvados sob a opressão e carregados de aflição, oprimidos sob uma pesada carga, e prestes a perecer ao desencorajamento, e veríamos anjos a voar velozmente em auxílio desses tentados, forçando as legiões do mal, que os sitiavam, a retroceder, e colocando os seus pés sobre uma base bem firme. As batalhas entre os dois exércitos são tão reais como as travadas pelos exércitos deste mundo, e do resultado do conflito espiritual dependem destinos eternos. 31 Alguém pode, legitimamente, perguntar: Porque é que Deus permitiu que estas coisas sucedessem? Porque é que os grandes homens de Deus enfrentam desencorajamento e dúvida? Aconteceu o mesmo a Moisés (Números 20:1-12), a Elias (I Reis 19:9 e 10). E João enfrentou os mesmos desafios. João enviou dois discípulos para Lhe perguntarem: “És Tu Aquele que havia de vir, ou esperamos outro?” (Lucas 7:19; Mateus 11:3), para se certificar de que não estava enganado quando pensou que Jesus de Nazaré era “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29). Que resposta deveria Jesus dar aos discípulos de João? SENTIR 30 SENTIR JA João fosse liberto? Como podia Ele permitir que o Seu fiel precursor fosse privado da liberdade e talvez da vida? Estas perguntas não deixaram de produzir efeito. Dúvidas que, pelo contrário, nunca teriam sido suscitadas, foram então sugeridas a João. Satanás regozijou-se ao ouvir as palavras desses discípulos e ao ver como elas angustiaram o mensageiro do Senhor. Oh! quantas vezes os que se julgam amigos de um homem bom, e anseiam mostrar a sua fidelidade para com ele, se demonstram os mais perigosos inimigos! Quantas vezes, em lugar de fortalecer a sua fé, as suas palavras deprimem e desanimam! Como os discípulos do Salvador, João Batista não compreendia a natureza do reino de Cristo” (O Desejado de Todas as Nações, ed. Pub. SerVir, pp. 169 e 170). Inevitavelmente, existem algumas coisas que fazem a natureza humana tremer. Primeiro, é bem conhecido o facto de o ambiente em que vivemos influenciar bastante a nossa disposição. João tinha sido retirado do meio da Natureza e trazido para uma masmorra escura. Retirado de um espaço aberto, luminoso e vivo, ele foi levado para um espaço fechado, que também era insalubre. Mais do que isso, a falta de exercício físico conduz a um espírito abatido e à perda de uma atitude otimista, necessária para o bem-estar do ser humano. Consequentemente, o ambiente e a falta de exercício conduziram João ao desespero. As discussões que João tinha com os seus discípulos ainda pioraram mais a situação. E o facto de ele não compreender muito bem a missão do Messias também não ajudava. Os amigos podem ser muito úteis quando enfrentamos momentos difíceis. Mas no caso de João, as perguntas dos seus discípulos fizeram-no oscilar entre o desencorajamento e a dúvida. Poderia Jesus ser o Messias? Se Ele o era, porque é que não estava a agir para libertar aquele que Lhe preparou o caminho? Não é difícil compreender como é que os discípulos de João, neste caso, são os inimigos mais subtis a realizarem o trabalho do Diabo. Aconteceu o mesmo a Job algumas centenas de anos antes. Os seus amigos, que vieram animá-lo, tornaram-se instrumentos nas mãos de Satanás para desencorajarem o homem de Deus. E podemos ler sobre o mesmo assunto, antes da crucificação de Jesus: “Senhor, tem compaixão de Ti; de modo nenhum Te acontecerá isso” (Mateus 16:22). Pedro disse isto a Jesus porque não desejava que Ele fosse crucificado. Satanás tentou inspirar medo, utilizando os Seus inimigos, e dúvida, utilizando os Seus amigos. O facto de ele não compreender a natureza do Reino de Deus era outro fator que desencorajava João. Ele esperava que o Messias tomasse posse do trono de David, tal como os Judeus, e por isso parecia que as suas expectativas não eram satisfeitas. Deste modo, quando a realidade não correspondeu às suas expectativas, a alma de João oscilou entre o desencorajamento e a dúvida. Além disso, ele era permanentemente atacado pelos poderes das trevas, que faziam vacilar a sua fé: “Havia momentos em que as insinuações dos demónios torturavam o seu espírito e a sombra de um terrível temor se apoderava dele” (Idem, p. 170). JA João teve um encontro real com Deus. Ele ouviu a Sua voz confirmar a identidade do Homem que tinha batizado e por isso é que as suas perguntas estavam em contradição com a afirmação divina. Deves rejeitar qualquer sugestão que traga dúvidas sobre uma certa verdade que te foi claramente revelada e compreender que foi o diabo que a lançou. Por vezes, parece que as coisas não são assim tão claras, não são brancas nem escuras, mas cinzentas. Vivemos num mundo cada vez mais confuso e a Palavra de Deus revela-nos a diferença e dá-nos uma direção e uma certeza. 3. D eves saber aquilo em que acreditas, mas não deves acreditar que tudo o que sabes é verdadeiro. Os pensamentos de Deus são mais elevados do que os nossos. João sabia que o Messias estabeleceria o Reino de Deus e pregou acerca disso, mas ele não compreendeu que Jesus veio estabelecer o Reino de Deus no coração do povo. Precisamos de ver a profundidade das coisas e que as coisas espirituais são mais importantes do que as materiais. PERGUNTAS PARA DEBATE: 4. Q uando estás confuso, permite que a tua mente se demore nos pensamentos de Deus. Houve momentos, na experiência de João, em que os anjos do mal sussurravam ao seu ouvido (O Desejado de Todas as Nações, ed. Pub. SerVir, p. 170), e só podiam ser expulsos pela Palavra de Deus. Quando és tentado, recorda versículos e promessas bíblicos, canta hinos e deixa o Espírito Santo controlar a tua mente. 5. D á crédito a Deus por todos os sucessos e apresenta-Lhe cada fracasso. João encontrava-se desencorajado e cheio de dúvidas depois de uma experiência de sucesso. O que poderia ter acontecido se ele fosse derrotado pelo diabo? É difícil dizer. Esta é a razão pela qual necessitamos de dar crédito a Deus por cada sucesso que alcançamos. Isso impedir-nos-á de cairmos e de nos tornarmos orgulhosos. Se falhámos, temos que o admitir e entregar o nosso coração e o nosso fracasso a Deus, pois a Sua misericórdia é maior do que qualquer fracasso nosso. Isto ajudar-nos-á a seguir em frente e dar-nos-á poder para prosseguirmos enquanto pensamos na vitória que Ele nos dará. 33 O QUE FAZER COM A DÚVIDA? A dúvida é uma das armas que o diabo tem utilizado desde o início do conflito no Céu. Ele utilizou-a com sucesso no Jardim do Éden. Está a utilizá-la para minar a autoridade de Deus e para destruir o nosso relacionamento com Ele. Habitualmente, a dúvida instala-se quando estamos sozinhos depois de um sucesso ou de um fracasso. É por essa razão que tentamos descobrir lições práticas na história de João Batista, para que essas nos ajudem na luta contra a dúvida. 1. A importância de um estilo de vida saudável. Embora não estejamos presos como João Batista, os nossos hábitos podem trazer trevas à nossa vida. O ambiente onde vivemos e trabalhamos pode confundir-nos. Um espaço luminoso e limpo pode ajudar-nos a sermos felizes e mais competentes no nosso trabalho. O hábito de permitirmos que a nossa mente se demore em coisas positivas, altruístas, livres do ódio e do ciúme, ajudar-nos-á a conhecer a verdadeira liberdade. Sabemos que o exercício físico é bom não só para o corpo mas também para a mente. Um espírito alegre, uma mente sempre desperta, um otimismo saudável, facilitarão o desenvolvimento da nossa fé e ajudar-nos-ão a evitar a dúvida. 2. É importante termos amigos fiéis e pedirmos o seu conselho, mas eles nunca devem ocupar o lugar de Deus. 1. U m dia alguém disse: “A dúvida é um dos maiores pecados.” Concordas, ou não? Explica porquê. 2. O que é mais fácil de alimentar: dúvidas, fracasso ou sucesso? Explica a tua resposta. 3. A solidão é a causa do efeito da dúvida? SUGESTÕES PARA ORAÇÃO: 1. P ensa nos membros da tua igreja que fizeram grandes coisas por Deus ultimamente e ora por eles. 2. E screve no teu diário alguns sucessos e fracassos que tenhas vivido até ao momento. Ora a Deus, em privado, e agradece-Lhe pelo teu sucesso e fala-Lhe abertamente acerca dos teus fracassos. SENTIR 32 SENTIR JA Na visão do profeta Ezequiel, havia a aparência de uma mão sob as asas dos querubins. Isto deve ensinar aos servos de Deus que é o poder divino que dá sucesso. Aqueles a quem Deus emprega como Seus mensageiros não devem sentir que a obra do Senhor depende deles. Seres finitos não são deixados sozinhos a levar este fardo de responsabilidade. Aquele que não dormita, que está continuamente atento à Sua obra para a realização dos Seus desígnios, promoverá o Seu trabalho. Subverterá os propósitos dos ímpios, e levará a confusão aos conselhos dos que fazem planos contra o Seu povo. Aquele que é o Rei, o Senhor dos Exércitos, senta-Se entre os querubins. E no meio dos conflitos e tumultos das nações, continua a guardar os Seus filhos. Quando as fortalezas dos reis forem subvertidas, quando as setas da ira ferirem o coração dos Seus inimigos, o Seu povo estará seguro nas Suas mãos” (Profetas e Reis, ed. Pub. SerVir, pp. 118 e 119). Porquê duvidar? Cada um de nós é participante no grande conflito que está a abalar o Universo. Um dos efeitos deste conflito é sentirmo-nos sós, abandonados. Por essa razão é que temos de saber que Jesus está sempre perto de nós. Ninguém nos entende como Ele. Não importa quão grande seja a crise e não importa quão importante seja a nossa missão, temos que nos lembrar, uma e outra vez, de que Ele sabe tudo e que concluirá aquilo que nos confiou a fazermos. JA JA OS VERDADEIROS HERÓIS AJOELHAM-SE SEMPRE E stas palavras são normais num ambiente Cristão, na Igreja, mas foram pronunciadas por um homem que viveu num mundo como o nosso, um jovem que estava disposto a enfrentar a vida e a repetir estas palavras, o que as torna especiais e até mesmo estranhas. Estamos tão habituados a personagens com poderes: o Super-Homem, o Homem Aranha, os X-Men. Todas estas super-pessoas estão a tentar ser homens simples. São todos heróis, todos salvam alguém, e, por vezes, mesmo o Planeta inteiro, e são todos felicitados por isso. Isto é normal ou não? Para respondermos a esta pergunta, temos que descobrir se vivemos num mundo normal. UM MUNDO NORMAL É UM MUNDO DEVOTO “E Ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeito- res” (Lucas 22:25). É normal que aqueles que governam e nem sempre são bondosos e justos sejam chamados benfeitores, mesmo quando não fazem aquilo que está correto? Isto é uma anormalidade, o que demonstra que vivemos num mundo no qual os valores foram derrubados. Como é um mundo normal? “Mas não sereis vós assim; antes, o maior entre vós seja como o menor; e quem governa, como quem serve” (v. 26). Podemos ver aqui um vislumbre de um mundo maravilhoso, um mundo onde alguém gostaria de viver e de ter regras porque elas querem o melhor para ti, não para elas. Jesus não só pregou sobre estes aspetos celestes, mas viveu de acordo com eles. “Pois, qual é maior: quem está à mesa, ou quem serve? Porventura não é quem está à mesa? Eu, porém, entre vós, sou como aquele que serve” (v. 27). Como podes ver, João Batista compreendeu Não podes pregar acerca de Jesus enquanto quiseres evidenciar-te como pregador. 35 É necessário que Ele cresça e que eu diminua CIDADÃO NO MUNDO NORMAL DE DEUS Não era de todo fácil. As coisas eram as mesmas naqueles dias: quem tinha mais amigos, quem era o mais famoso, qual era a opinião que contava? João era seguido por uma enorme multidão de pessoas que o ouviam atentamente, mesmo quando ele as admoestava. Até tinha discípulos. Isso significa que ele deixou para trás uma escola com o seu nome. O número dos seus seguidores aumentava, mostrando às pessoas que ele era um líder de sucesso. Mas, um dia, o número dos seus seguidores começou a diminuir, porque apareceu Alguém em cena. O teste da vida eterna de João surgiu inesperadamente: “E foram ter com João, e disseram-lhe: Rabi, Aquele que estava contigo além do Jordão, ao Qual tu deste testemunho, ei-l’O batizando, e todos vão ter com Ele” (João 3:26). Isto é um assunto sério, não achas? Um “amigo” sugeriu-lhe algo: Tu ajudaste-O, promoveste-O e agora Ele está a roubar os teus amigos. O que é que vais fazer? Luta contra Ele para seres “fixe”, para te rodeares de pessoas que te ouvirão a ti e não a Ele. “Quando estou sozinho, posso assegurar-me de que sou uma pessoa muito humilde. Então, quando alguém é elogiado, há uma voz a reclamar dentro de mim que não é nada humilde” (John Ortberg). João ouvia. Eles eram todos seus amigos. Todos eles o tinham seguido, estavam todos interessados na sua reputa- ção e tinham todos desejado o seu bem. Como é que ele não poderia ouvi-los? Como é que poderia não acreditar neles? Como é que se recusaria a assumir a sua posição? João ainda encontrou o poder de responder com a seguinte afirmação esmagadora: “É necessário que Ele cresça e que eu diminua.” João ajoelhou-se como um verdadeiro líder do mundo futuro e, ao fazê-lo, conquistou tudo. Quando alguém se sacrifica, quando alguém entrega a sua posição e importância a outro, esperaríamos que a outra pessoa ficasse grata, escrevesse uma carta de agradecimento, entregasse um diploma, fizesse uma declaração na televisão, viesse visitar o outro. Nada disto aconteceu neste caso. Depois do batismo de Jesus, João e Jesus nunca mais se encontraram. Os discípulos de João abandonaram-no quando ele foi preso em Jerrod. Apenas alguns amigos leais continuavam a trazer-lhe “más notícias”. Cada má notícia era como uma seta para João. Contudo, João decidiu sair de cena depois de cumprir a sua missão. Ele podia ter resistido; podia ter continuado a ser uma pessoa grande e importante. João podia ter atualizado o seu estilo e podia ter pregado no meio das multidões nas cidades, tal como fazia antes. Mas ele fez algo incrível: Começou a diminuir propositadamente, para que Jesus pudesse crescer aos olhos do povo, na importância da Sua missão, no Seu poder de influência. Ele já não pregava muito, já não aparecia muito, já não juntava multidões ao seu redor. Ele tornou-se cada vez mais pequeno, até desaparecer. Ele não somente ajudou a aumentar a imagem e a importância de Jesus, mas também trabalhou no desvanecimento da sua própria imagem. SENTIR SENTIR 34 João 3:30 SEXTA que existe um mundo normal, onde deves diminuir para que a pessoa ao teu lado possa crescer. Nesse mundo, isso é algo normal. Ele compreendeu e viveu em conformidade com isso. Assim, ele mostrou-nos que é um cidadão deste mundo. JA SENTIR JA Terás que decidir entre ser fixe, estar no centro das atenções, ou ser um Cristão, conquistador de joelhos, exaltando aqueles que te rodeiam. – que pretendem ensinar-nos a sermos egoístas, narcisistas, preparados a pisar as pessoas só para sermos aclamados vencedores, tal como eles. Mas, pelo que é que Cristo lutava? Pelo trono? Não, porque o trono já era Seu. Então, pelo quê? Vamos ler Filipenses 2:6 e 7: “Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas aniquilou-Se a Si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-Se semelhante aos homens.” O nosso Salvador tomou a forma de um servo e lutou pelo Seu direito de Se tornar no nosso servo. Podemos ler sobre a primeira vez que o Grande Herói Se ajoelhou: “Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas Suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus, levantou-Se da ceia, tirou os vestidos, e, tomando uma toalha, cingiu-Se. Depois, deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido” (João 13:3-5). Aqui está a segunda vez que Ele Se ajoelhou e lutou contra o dragão: “Humilhou-Se a Si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz” (Filipenses 2:8). Podemos ver a terceira vez que Ele Se ajoelhou: na cruz. Esta foi a mais difícil. Mas conquistou tudo através dela, como um verdadeiro herói do Novo Mundo. Eis aquilo por que Jesus lutou: pelo Seu direito de Se tornar num servo, de lavar os nossos pés e de morrer, crucificado, pelos nossos pecados. Esta guerra começou no Céu e ainda não terminou. Uma luta feroz decorre entre os dois: o mestre do egoísmo, do orgulho e da autoexaltação e o Mestre do sacrifício próprio, da humildade e da Cruz. As pessoas de todas as eras e lugares escolhem por qual dos mestres desejam lutar. De um lado temos o mundo com os novos modelos que subjugam os outros através da violência e de artimanhas, do outro lado estão as testemunhas do Todo-Poderoso, tal como João Batista, que nos demonstrou como os verdadeiros conquistadores ganham o coração, aqueles que se ajoelharam para poderem exaltar as outras pessoas. Encontramos textos sobre o mestre deste mundo, o qual engana a todos: “Porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo” (Apocalipse 12:12). Sabemos que Cristo é “manso e humilde de coração” (Mateus 11:29). Ele não veio para ser servido, mas para servir. Escolher um estilo de vida significa escolher entre os dois mestres. Um dia, o teste da vida eterna surgirá inesperadamente. Terás que decidir entre ser fixe, estar no centro das atenções, ou ser um Cristão, conquistador de joelhos, exaltando aqueles que te rodeiam. Existirão palcos: um para o mundo, onde encontraremos um só lugar, o lugar do perdido, o teu lugar; e outro, o palco de Cristo, onde todos os que se ajoelharam para exaltarem os outros, tal como fez o Salvador, se enquadrarão. Tens de escolher. PERGUNTAS PARA DEBATE: 1. Recorda uma pessoa que ajudaste a tornar-se conhecida e importante, entre os teus amigos, e que te ignorou assim que se tornou “alguém”. Como te sentiste? O que te magoou mais? 2. P orque pensas que Jesus não visitou João na prisão? O que pensas que poderia ter acontecido se Jesus tivesse visitado João na prisão? 3. Quais são os sinais do orgulho? Como é que podem ser detetados? 37 36 JOÃO SABIA A QUEM TINHA CEDIDO O SEU LUGAR João humilhou-se a si mesmo. Ele entregou a Outro o seu lugar e a sua honra. Imagino que os seus amigos lhe tenham dito: “Vês, eles foram todos ter com Jesus e agora estás sozinho. Mais tarde vais ser levado, aprisionado e decapitado. Ele não te libertará. Ele não fará nada por ti. Ou talvez faça alguma coisa. Talvez viva de acordo com o Seu próprio ensino.” “E houve uma batalha no Céu: Miguel e os Seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhava o dragão e os seus anjos” (Apocalipse 12:7). O que é que estava em jogo? Porque é que Ele lutava contra o dragão? Encontramos a resposta na Bíblia: “E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao Céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, da banda dos lados do norte. Subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo” (Isaías 14:13 e 14). Aqui está o alvo: subir, trono, altas nuvens. Assemelha-se tanto ao nosso mundo, com todos os modelos que os meios de comunicação nos oferecem. É daqui que surgem todas as “super” palavras – aranha, X-Men SENTIR Quando queres ajudar alguém a crescer, deves diminuir. Não podes pregar acerca de Jesus enquanto quiseres evidenciar-te como pregador. Ou as pessoas veriam e ficariam impressionadas com Jesus, ou seriam impressionadas por ti e guardariam a tua imagem na sua mente. JA lguma vez assististe a um concerto? Alguma vez viste um concerto na televisão? Alguma vez viste de quantos camiões, com material de palco, eles precisam e como é que são? Catorze camiões chegavam a um lugar antes dos concertos de Michael Jackson e doze antes dos concertos de Madonna. Existem várias dezenas de técnicos que preparam os concertos. João Batista tinha que preparar o maior “concerto” da história do Universo. Consegues imaginar a quantidade de trabalho, que visão, que poder e que responsabilidade? Tinha que afixar os cartazes, tinha que passar nas ruas com a caravana de publicidade e tinha que apresentar o Cordeiro de Deus, o Salvador do mundo. Ele tinha quase 28 anos. Esta era a idade em que deveria interessar-se por raparigas. Ele podia frequentar as discotecas, podia fazer parte de uma equipa de futebol da sua cidade (era o filho de alguém muito importante), e podia ter sido sacerdote. Mas ele escolheu ser diferente. Ele parecia ser uma pessoa rebelde, mas, apesar disso, até os maiores dirigentes o ouviam; ele tinha um comportamento estranho e uma língua dura, mas as pessoas procuravam-no; será que a sua excentricidade atraía as multidões? Será que o povo necessitava de alguém que fosse direto e não falasse com rodeios quando queria dizer alguma coisa? Não conhecemos a razão, mas João tinha sempre pessoas à sua volta. Pessoas diferentes visitavam-no sempre. Ele O MAIOR DILEMA Depois de tanta publicidade, de tantas recomendações diretas e indiretas, a multidão ficou furiosa. Eles indagavam e estavam ansiosos por conhecer Aquela Pessoa tão importante de Quem João estava a falar, Aquela com quem João não ousava comparar-se. João era como ouro e todos desejavam adorá-lo. Mas ele tornou-se vidro, um material transparente, para que o povo não pudesse vê-lo. Era simplesmente a moldura para o personagem verdadeiramente importante: O Verdadeiro Personagem. Não havia nada tão importante e tão precioso para este jovem como a chegada d’Aquele que deveria vir. O povo interrogava-se: Quem é Esse que virá? O que fez Ele por João que só fala da Sua vinda? Perguntas: O povo interrogava-se: Quem é Esse que virá? O que fez Ele por João que só fala da Sua vinda? O que fez Ele para ter um poder sobre João (se realmente teve algum poder sobre ele)? João era habitualmente uma pessoa rude, mas porque é que estava radiante, porque é que se tornou gentil como uma criança e tímido como um adolescente que foi convidado para o casamento do seu amigo quando falava d’Aquele que viria? Os dirigentes estavam nervosos e interrogavam-se: Se João, que é tão pode- 39 sos e pensava que eram únicos, mas ele falava de um Mestre maior. Já tinha um grupo de discípulos e muitos mais queriam inscrever-se nas suas aulas, mas ele apresentava tudo como simples mediações de preparação. Ele poderia ter tido servos; no entanto considerava-se como um servo que não era digno de tocar nas sandálias do seu Senhor. SENTIR 2º SÁBADO 38 SENTIR PODEROSO DO QUE EU” A JA “AQUELE QUE VEM APÓS MIM É MAIS tinha apenas uma ocupação, nomeadamente, pregar. Ele tinha a sua própria equipa, que se intitulava “os discípulos”. Todos os que o ouviam, todos os seus amigos e até os estrangeiros, acreditavam que ele era o maior profeta de todos os tempos. Ele era o segundo Elias, mas não realizava milagres. Ele era direto, aberto e não se inibia de proclamar a verdade. Se tivesse desejado, podia ter criado o seu próprio reino. Alguns chamavam-no Messias, o Libertador. Era um líder, uma pessoa interessante, sabia como captar a atenção do público, sabia coordenar um grupo de discípulos, era respeitado e era temido pelo povo. Poderia ter-se autoproclamado Messias e o povo tê-lo-ia seguido. João estava sempre a olhar por cima do ombro, como se esperasse por Alguém, como se não fosse o único que deveria vir e falar com o povo. Ele comportava-se como uma pessoa cuja missão era preparar a atmosfera antes do concerto do convidado de honra. João estava a reparar os microfones; ele estava a colocar as luzes e as decorações. Aqueles que o ouviam e observavam estavam confusos: nunca tinham ouvido e visto uma pessoa tão respeitada; ele, porém, parecia não ver a multidão. Os seus amigos reprovavam-no, pois a multidão queria proclamá-lo Libertador; contudo, ele ainda estava a arrumar as cadeiras, a varrer o chão, a aprontar a cortina e as luzes. Não era fácil para ele. Não era fácil receber toda a honra enquanto se comportava como qualquer outro empregado enviado para preparar o caminho. A multidão gostava dos seus discur- JA JA MANTER UM PERFIL BAIXO Posso sempre sentar-me no banco traseiro. Há pessoas que podem fazer observações sobre o que fazemos. Há pessoas que ofuscam os nossos pensamentos, a nossa visão e o nosso caminho. Todos temos amigos, parentes que parecem lançar nuvens sobre nós sempre que nos encontramos. Por vezes, embora estejamos conscientes daquilo que nos acontece, 41 guntares: Será que vale a pena? E se a pessoa de quem gosto me trair ou desiludir? Quem é que pode garantir-me de que não farei figura de tolo quando o/a promover? João respeitava Jesus. Tinha visto a Sua sabedoria, grandeza, profundidade e dedicação à salvação deste mundo. Ele não compreendia muitas coisas, mas respeitava-O. Justiça para aqueles que confiam em ti, que te dão importância. Precisas de respeitar aqueles que confiam em ti, para que não os enganes com promessas vãs, para não lhes dares a impressão de que és mais importante do que realmente és. João apreciava os seus ouvintes e nunca lhes transmitiu a impressão de que era outra pessoa, de que não era um mensageiro, uma voz que falava da Pessoa notável que viria. Não penses que João não seria tentado a pensar: Se eles acreditam que és o Messias, cala-te e faz-lhes a vontade, não foste tu que fizeste esta declaração, foram eles. Se surgirem problemas, só tens que fingir que não sabes do que eles estão a falar. As pessoas sempre enfrentaram a tentação de serem consideradas mais importantes do que são na verdade. João conseguiu controlar os seus pensamentos e a sua atitude. Sentia-se honrado pelo seu papel em oferecer a Salvação. Foi sobre ele que o Salvador disse: “Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista; mas, aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele” (Mat. 11:11). SENTIR 40 SENTIR Estar atento à tua missão. Serás capaz de não reclamar para ti mesmo a glória e a posição que outra pessoa merece quando compreenderes claramente aquilo que Deus quer de ti. roso, diz que não é importante em comparação com aquele que virá, quem será essa Pessoa? O que fará o povo quando Ela chegar? Seria tão importante que os líderes perderiam a simpatia e o respeito do povo? Perderiam a atenção que tanto lhes tinha custado a conquistar? Estavam bastante nervosos. João retratava uma imagem maior do Messias, que podia ser vista à distância, e o pintor tornava-se invisível em comparação com a sua obra de arte. Ele clamou com todo o seu poder: Por favor, sejam pacientes! Prestem atenção! Este não é o momento alto do espetáculo e o Ator principal ainda não chegou. Ainda não viram, nem ouviram nada importante. Só testei o som. A partir de agora começa o verdadeiro concerto. Preparem-se para O aplaudir. Para poderes admitir que não és o maior, necessitas das seguintes características: Humildade. A humildade é algo que gostamos de ver nos outros, mas não desejamos possuí-la. A humildade é como um vestido simples e incolor. Se vestires humildade a mais, não te destacarás, não serás elogiado, não serás admirado. Para poderes ser humilde precisas de não desejar ver o trono que foi preparado para ti; necessitas de te sentir indigno de uma tal honra. Estar atento à tua missão. Serás capaz de não reclamar para ti mesmo a glória e a posição que outra pessoa merece quando compreenderes claramente aquilo que Deus quer de ti. Respeito por Aquele que professas ser Maior do que tu. É fácil respeitares alguém mais velho do que tu. Podes facilmente respeitar um professor. É fácil admirares um ator famoso. Também admiramos os nossos pais. Mas é difícil admirar alguém que tem metade da tua idade, um desconhecido. Isto significa entregar a outra pessoa a tua glória e a apreciação. É perfeitamente normal per- JA sentimo-nos impotentes quando temos que eliminar a má influência que exercem sobre nós. Cabe-nos a nós decidir se desejamos ser livres ou permanecer sob a influência negativa dos outros. SENTIR 42 SOB A LUZ DE OUTRO Se posso sentar-me no banco traseiro, posso escolher viver a minha vida sob a luz de outra pessoa (a luz de Jesus). Se Satanás só traz sombra e nuvens escuras, não importa se estás à sua frente ou atrás dele; no que diz respeito a Deus as coisas são diferentes. Perante Ele, sob as Suas JA PERGUNTAS PARA DEBATE: pegadas, perto d’Ele tudo é luz. Ele lança luz sobre nós. Ilumina os nossos passos. Torna-me importante para poder ter o meu próprio matiz, personalidade e caráter. Caminhar junto a Deus significa que Ele deseja que eu viva na Sua luz, para poder mostrar a minha vida ao mundo, mostrar aos outros os valores que Ele coloca no meu coração. Deus nunca lançará sombra sobre nós, porque Ele está rodeado de luz e porque a Sua sombra é luz. AA BG AA BG AA BG AA BG 07- AAB pt.i G06 ndd -pt.i ndd 08 09 -pt -p .in t.ind dd d 10 -p t.i A maior descoberta da tua vida esta na nd d 1 1 1 1 1 AABG 05-pt.indd 1 AABG0 AABG034-pt.ind pt.indd d 1 1 AQUELE QUE VEM DEPOIS DE MIM PROTEGE-ME Quando Jesus caminha atrás de alguém, essa pessoa sentir-se-á protegida, apoiada, defendida. Se Ele caminha atrás de mim, quer dizer que tenho que caminhar retamente. Se me é concedida a honra de caminhar diante de Jesus, preciso de ser responsável. Tenho que compreender que Ele verá os meus passos e que devo caminhar retamente. A Sua luz mostrar-me-á o caminho e aqueles que seguem atrás caminharão num caminho reto, porque Jesus está atrás de mim. Podemos ler a declaração de Paulo: “Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo” (I Coríntios 11:1). O facto de Ele seguir atrás de mim e reparar certos erros e falhas deveria dar-me o poder para ser mais ousado. Não existe maior alegria do que saber que Deus caminha atrás de nós e lança fora a escuridão, o medo, os inimigos, as faltas e a errância. Diante de Deus há verdadeira vida. AABG02-pt.indd 1 AABG01-pt.indd 1 1 1 1 1111 1 10 10/0 /09/ 9/ 10 27 27 /09 /2710 10 10/09/27 10/ 10/0 :5106:5 09/9/27 10:46 8 10/09 27 10/09/2 /27 10:5:55 10: 7 10:48 10/09/27 10:50 10:41 532 10/09/27 10:38 1 tua Biblia! oberta À Desc ia da Bíbl ções. 16 em Li Área Departamental de Evangelismo | Departamento de Jovens Rua Acácio Paiva, 35 | 1700-004 Lisboa | Tel.: 21 351 09 10 ? Queres falar de Jesus aos teus amigos 1. Fala aos outros acerca da pessoa que estava atrás de ti, que te lançou uma mão ajudadora a nível moral, emocional e material. Convida-os para vir a tua casa e, em grupo, descubram as coisas fantásticas que 2. C omo é que uma pessoa se deveria parecer para não sentires que ela fez uma observação sobre ti? 3. Q uais seriam as dificuldades e aparentes desvantagens se Jesus caminhasse atrás de ti? O que aconteceria se caminhasses atrás d’Ele? Curso de Estudo da Bíblia para Jovens A Bíblia Ensina! a-te: Inform ento rtam Depa gelismo an de Ev raria da L ou iv reja tua Ig Encerramento das inscrições para as atividades de verão 25 de junho – Final das inscrições para o Acampamento Nacional de Tições 9 de Julho – Final das inscrições para os Acampamentos Nacionais de Desbravadores, i t av ida e d s Companheiros e Impacto 27 de agosto – Final das inscrições para o Acampamento Nacional de Rebentos 5 a 8 de abril Acampamentos Regionais 2012 22 a 29 de julho Juventude Acnac Tições 7 a 9 de setembro Acnac Rebentos A d v e n t i s t a 30 de julho a 8 de agosto Acnac 9 a 19 de agosto Acnac Companheiros 22 de agosto a 2 de setembro Impacto – Vila Real de Santo António Desbravadores União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia Departamento de Jovens | Rua Acácio Paiva, 35 | 1700-004 Lisboa 21 351 09 10