Revista - Juventude Adventista Portuguesa

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Revista - Juventude Adventista Portuguesa
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Uma
4
INTRODUÇÃO
5
1º SÁBADO: NASCIDO PARA SER GRANDE
6
Texto Bíblico: Lucas 1:13-15
12
SEGUNDA-FEIRA: EIS O CORDEIRO DE DEUS
16
Texto Bíblico: João 1:29, 36
2
DOMINGO: A VOZ QUE CLAMA
SENTIR
JA
TERÇA-FEIRA: OS AMIGOS TRAZEM AS NOTÍCIAS
20
QUARTA-FEIRA: JOÃO NÃO ESTÁ A DIMINUIR, OUTROS
ESTÃO A CRESCER
24
QUINTA-FEIRA: O QUE FAZER COM A DÚVIDA
29
SEXTA-FEIRA: OS VERDADEIROS HERÓIS AJOELHAM-SE
SEMPRE
34
Texto Bíblico: Lucas 7:18
Texto Bíblico: Mateus 11:2 e 3
Texto Bíblico: João 3:30
2º SÁBADO: “AQUELE QUE VEM APÓS MIM É MAIS
PODEROSO DO QUE EU”
P
or vezes os meus filhos referem-se a mim como “o velho”. Mas eu sei que é
simplesmente uma forma estranha e juvenil de exprimirem o seu afeto. No
entanto, talvez seja por estar a envelhecer que existe uma pergunta que tem
surgido na minha mente e que esteve adormecida durante décadas: “Qual será o
meu legado?” Não estou a pensar no dinheiro ou nas posses que posso deixar aos
meus filhos; estou a pensar sobre o que será dito acerca da minha vida quando eu
morrer. Esta é uma pergunta relevante e talvez devêssemos fazê-la antes de envelhecermos e de termos cabelos brancos para podermos ajustar sempre os nossos
objetivos e prioridades. Qual será o teu legado?
Talvez seja por causa desta pergunta que estou profundamente impressionado
com o obituário que Jesus fez sobre João Batista: “João era como uma lamparina
que estava acesa (ardia) e brilhava” (João 5:35, NTLH). Sabemos que no tempo de
Jesus não existia “luz fria”. Onde houvesse luz havia alguma coisa a arder. Contudo,
Jesus menciona ambas as características, “acesa (ardia)” e “brilhava”. Arder por
algo ou por alguém significa que estás plenamente dedicado e comprometido. João
dedicou toda a sua vida a Deus e ele estava comprometido em seguir a Palavra e
o plano de Deus para a sua vida. O facto de a luz de João arder pode referir-se ao
facto de que a sua vida inteira era uma poderosa testemunha da vinda do Salvador
entre o seu povo. João estava a arder e a brilhar por Jesus – e o próprio Jesus reconhece isto em público. Fantástico! Isto, sim, é um legado!
Estas leituras para a Semana de Oração de Jovens dão-te a oportunidade de refletires acerca da vida de João Batista. O seu compromisso com Deus e a sua dedicação em testemunhar de Jesus durante toda a sua vida não estão somente relatados
na Bíblia para nos informar, mas para nos inspirar. Evidentemente, isto não significa
idealizar João Batista ou até mesmo imitar a sua vida. Deus tinha um plano para
João e tem um plano para ti. Mas esta Semana de Oração vai ajudar-te a arderes
por Jesus e a estimulares a tua dedicação para que sejas uma luz ardente entre a
tua família, os teus amigos, os teus colegas da escola e do trabalho – em qualquer
contexto para onde Deus te tenha guiado. Finalmente, tal como João, todos podemos ser testemunhas do nosso Salvador vindouro e uma luz ardente e brilhante.
Que a vida de João Batista possa inspirar-te e estimular a tua alegria e o teu entusiasmo por Jesus. Que sejas uma luz ardente e brilhante, é por isto que eu oro!
Que Deus esteja contigo!
38
ficha técnica :: tradução_Ana Palma Lima :: imagem da capa_Marisa Ferreira :: diagramação_Sara
Calado :: revisão_redação Publicadora SerVir :: União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia_
Departamento de Jovens
Stephan Sigg
3
OS AUTORES
Ardente
SENTIR
índice
LUZ
JA
4
Szasz Cserei Geza é o diretor de jovens na União do Sul da Transilvânia. É
apaixonado por música, crianças e distribuição de literatura. A ressurreição do
filho da viúva de Naim é o seu episódio
favorito na vida de Jesus.
Csergezan Erik vive com a esposa
Adela e a filha Karina no Oeste da Roménia, em Timisoara. É o pastor responsável pelas comunicações e pelos
projetos online na União de Banat. O
episódio mais inspirador da vida de Jesus é aquele em que Ele oferece uma
segunda oportunidade a Pedro.
SENTIR
Stefan Nadaban é pastor na União
de Banat. Gosta muito de História e
desporto. Aprecia bastante o facto de
Jesus dizer a verdade em todas as circunstâncias.
JA
Daniel Chirileanu é o diretor de jovens
da União Romena. É apaixonado por
aviação e pela forma como Jesus trata
Pedro. Ele dá-lhe uma missão a cumprir
depois da crise, mesmo sabendo que
Pedro traí-l’O-á.
E
sta não é apenas mais uma semana.
Esta será outra Semana de Oração, para os jovens, para ti.
Pode ser uma semana aborrecida, comum e, até mesmo, triste. Mas pode ser também uma
semana especial. O teu coração decidirá como irá ser. Os teus olhos interiores, os teus sentimentos tornarão esta semana luminosa ou tenebrosa. Escolhemos João Batista como um modelo
para esta semana de oração. Ele assemelhava-se muito a Jesus. Preparou o caminho para Jesus.
Falava e vivia como Jesus.
O seu caráter, o seu estilo de vida, a sua sinceridade, a sua determinação e modéstia são lições
que precisamos de aprender hoje.
Vamos falar, cada dia, sobre uma dimensão diferente de João Batista:
O João que nasceu com uma missão definida; o João que ajuda os outros a desenvolverem-se
enquanto ele permanece fiel aos seus valores; o João que decide diminuir para que o Messias
cresça; o João que se considera somente uma voz que está a preparar o caminho; o João
que está rodeado de amigos e que sente a sua influência na sua vida; o João que enfrenta uma crise, que duvida e precisa de ser encorajado; o João que não conhece
o Messias.
João é um personagem muito complexo e autêntico. Ele era um jovem que podia
ter escolhido as drogas, a discoteca, o jogo ou a imoralidade. Mas ele escolheu
ser diferente, abrir o caminho, ser uma pessoa estranha e responder ao chamado
especial de Deus para a sua vida.
João não era teimoso, um fanático ou uma pessoa intolerante. Ele era um jovem
que amava Deus. Cada lição aprendida com a vida de João será uma bênção.
Que possas desfrutar plenamente de cada uma delas.
5
Gelu Ioan Poenariu trabalha como
vice-diretor do programa de embaixadores da União do Sul da Transilvânia
e ama servir a juventude. Gosta da
maneira como Jesus diz “Não”, quando outros tentam guiar a Sua vida. O
seu episódio favorito é aquele em que
Jesus incita os discípulos a seguirem-n’O, depois da multiplicação dos pães
e peixes.
INTRODUÇÃO
União Romena
SENTIR
SOBRE os
Autores
George Schiopu é pastor, diretor de
jovens na União da Olténia, pai de três
crianças. Gosta de poesia, do silêncio e
de passar tempo na Natureza. Há três
episódios na vida de Jesus que influenciaram a sua vida: o Cenáculo, o Jardim
do Getsémani e a Cruz.
JA
João Batista nasceu como resposta às
orações dos seus pais. O seu nascimento
trouxe uma grande alegria a muitas pessoas. Foi assim que tudo começou. Por
que razão o seu nascimento é importante? Devido à sua origem, época e circunstâncias, muitas pessoas interrogavam-se:
“Quem será, pois, este menino?” (Lucas
1:66). Os eventos que ocorreram quando
João Batista nasceu eram fora do comum
e as pessoas estavam temerosas (Lucas
1:65), indagando sobre a missão daquele
que iria nascer.
Pensa um pouco! Tudo decorre normalmente. As pessoas acordam e partem
para as suas tarefas diárias. Todos estão ocupados com os seus afazeres. Os
agricultores lavram os seus campos, os
pastores guardam os seus rebanhos, os
soldados carregam as suas armas, os cobradores de impostos cobram as taxas, os
mestres ensinam e os sacerdotes execu-
Se pudéssemos
abrir os olhos
e ver as coisas
à luz da Sua
sabedoria,
descobriríamos
que Ele está
interessado em
cada pequeno
detalhe da
nossa vida.
7
1º SÁBADO
SENTIR
JA
UM NOME – DÁ IDENTIDADE
Gostas do teu nome? Quem é que o escolheu? Conheces o seu significado? Pensas que um nome é importante? Quando
era adolescente, comecei a interessar-me
pela etimologia dos nomes. Isto foi algo
que me ajudou bastante durante o meu
ministério com os jovens. Para mim, tornou-se mais fácil recordar o seu nome e
também me dava uma informação muito
importante: chamar uma pessoa pelo seu
nome é uma das melodias mais suaves
para os seus ouvidos. Esta semana, vamos estudar um personagem cujo nome
encontramos frequentemente não só no
Novo Testamento, mas igualmente no
mundo atual. Vamos tentar descobrir qual
é a ligação entre o seu nome, a sua identidade e a sua missão. Além disso, vamos
tentar descortinar como é que podemos
aplicar a experiência da sua vida ao nosso
presente e à nossa idade.
da de demónios. Os sentidos, os nervos,
as paixões, os órgãos dos homens eram
levados por agentes sobrenaturais a condescender com a concupiscência mais
vil. O próprio selo dos demónios achava-se impresso na fisionomia dos homens.
Esta refletia a expressão das legiões do
mal de que se achavam possessos. Eis
a perspetiva contemplada pelo Redentor
do mundo. Que espetáculo para a Infinita Pureza! […] Com intenso interesse, os
mundos não caídos tinham olhado para
ver Jeová levantar-Se e fazer desaparecer os habitantes da Terra” (O
Desejado de Todas as Nações,
ed. Pub. SerVir, pp. 26 e 27).
Agora, no momento em que
o destino do mundo estava
pronto para ser selado através
do julgamento divino, Gabriel
desce do Céu, para dar as
boas-novas a Zacarias – um
idoso sacerdote fiel: ele seria o
pai de João. No plano de Deus
nada acontece por acaso. Se
pudéssemos abrir os olhos e
ver as coisas à luz da Sua sabedoria, descobriríamos que
Ele está interessado em cada
pequeno detalhe da nossa
vida. Por exemplo, os nomes
dos personagens desta história transmitem uma mensagem
importante para o seu tempo.
O nome “Isabel” tem a sua origem e significado no Hebraico
Elisheba (Êx. 6:23). Ela era a esposa do
sumo-sacerdote do povo israelita, Elisheba é a bisavó de Isabel (a mãe de João
Batista). O significado, em Hebraico, pode
ser o seguinte: O meu Deus é um juramento; e também pode significar: O meu Deus
é o único Deus ou O meu Deus cumpre
a Sua palavra. Aquilo que Ele disse, cumprir-se-á certamente. Por outro lado, “Zacarias”, o nome do seu marido, significa:
Deus lembrou-Se. Na história da Bíblia,
a expressão Deus lembrou-Se tem uma
conotação especial. Como consta, Deus
SENTIR
GRANDE
6
Lucas 1:13-15
NASCIDO PARA SER
“Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque
a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à
luz um filho, e lhe porás o nome de João. E terás
prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu
nascimento, porque será grande diante do Senhor.”
tam os seus rituais no Templo. Nada fora
do comum. Hoje é um dia tal como o de
ontem, e este ano será tal e qual como o
ano anterior. A vida é sempre a mesma:
existe a primavera, o verão, o outono e o
inverno. Contudo, apesar disto, para além
desta vida normal, as coisas estão a mudar. Se analisarmos cuidadosamente o
caráter das pessoas, vemos que a dimensão moral está cada vez mais enfraquecida. Na verdade, o estado das pessoas,
no final de uma era e no início de outra, é
muito semelhante àquele que se verificou
antes do dilúvio quando “Viu o Senhor que a
maldade do homem se
multiplicara sobre a terra,
e que toda a imaginação
dos pensamentos do seu
coração era só má continuamente” (Génesis 6:5).
Penso que a seguinte citação reflete muito bem
a realidade da época em
que João Batista nasceu:
“A ilusão do pecado atingira o seu auge.
Todos os meios para
depravar a alma dos
homens tinham sido
postos em ação. Contemplando o mundo, o
Filho de Deus viu sofrimento e miséria. Viu,
com desgosto, como os
homens se tinham tornado vítimas da crueldade satânica. Olhou
com compaixão para os que estavam
sendo corrompidos, mortos, perdidos.
Tinham escolhido um dominador que
os prendia ao seu carro como cativos.
Confundidos e enganados, avançavam
em soturna procissão para a ruína eterna
– para a morte em que não há nenhuma
esperança de vida, para a noite em que
não há alvorecer. Agentes satânicos estavam unidos com os homens. Os corpos
de criaturas humanas, feitos para a habitação de Deus, tinham-se tornado mora-
JA
JA
Qual é o objetivo supremo
de um jovem que vive numa
sociedade secular?
finalmente, se tornou grande e obteve o
reconhecimento do povo, a sua vida foi
repentinamente tomada. Ele simplesmente saiu de cena.
O que significa ser grande neste mundo? Pensemos nas conversas dos nossos
colegas, quando dizem: Isto é fixe? Qual é
o objetivo supremo de um jovem que vive
numa sociedade secular? Quais são, atualmente, os (não) valores que definem a
base da formação do comportamento do
indivíduo? Infelizmente, hoje em dia, os
valores apreciados são o egoísmo, o orgulho e a vaidade. “Porque, tudo o que há
no mundo, a concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e a soberba da
vida, não é do Pai, mas do mundo” (I João
2:16). Tenho a certeza de que, pelo menos
uma vez durante a tua infância, as pesso-
as te perguntaram o que pensavas ser
quando crescesses. A maioria das crianças responde inocentemente a esta pergunta e são nobres na sua resposta. Elas
desejam ser médicas para poder curar os
doentes; desejam ser professores para ensinar as crianças; desejam ser bombeiros
para socorrer os que correm perigo; etc..
Mas, à medida que o tempo passa, os valores dessas crianças inocentes começam
a mudar. Os adolescentes ou jovens adultos desejam obter um determinado estatuto, porque querem ter algo ou ser alguém.
As estrelas ou os VIP’s do nosso mundo
são os ricos, os belos e aqueles cujos nomes se destacam na política, na arte do
cinema ou da música, etc..
Mas no mundo de Deus as coisas são
diferentes. João seria grande por duas
razões: o seu caráter e a sua missão.
Através da sua temperança relativamente
à bebida, que poderia turvar a sua mente,
e através da presença do Espírito Santo
na sua vida, mesmo antes do seu nascimento, João consagrou a sua infância e
juventude a Deus. Deste modo, tornou-se
num dos maiores reformadores na história do mundo. O seu forte caráter conferiria autoridade à sua missão:
“João devia ir como mensageiro de Jeová, para levar aos homens a luz de Deus.
Devia imprimir uma nova direção aos seus
pensamentos. Devia impressioná-los com
a santidade dos preceitos divinos, e com
a necessidade que tinham de receber a
Sua perfeita justiça. Esse mensageiro tem
que ser santo. Precisa de ser um templo
para a presença do Espírito de Deus. A
9
CARÁTER E MISSÃO
Humanamente falando, era impossível
que João nascesse. Zacarias, assim como
a sua esposa, tendo uma idade avançada,
duvidou da mensagem do anjo Gabriel
(Lucas 1:18). É verdade, não era fácil de
acreditar que o filho, pelo qual tinham orado toda a sua vida, não somente nasceria
milagrosamente, mas também seria uma
pessoa importante e sobre cuja identidade
e missão tinham sido escritas profecias,
há centenas de anos (Isaías 40:3; Malaquias 3:1; 4:5 e 6). É espantoso que Deus
não transforma somente uma impossibilidade numa realidade, mas que Ele tenha
revelado esta verdade muitos anos antes
da sua realização. Acreditarmos nisto significa que devemos aceitar, entre outras
coisas, que o impossível pode tornar-se
possível na nossa própria vida. Apesar de
Zacarias ser diferente da maioria dos seus
contemporâneos e de o seu caráter ser irrepreensível (Lucas 1:6), a sua reação em
relação à mensagem do anjo mostra-nos
que é difícil acreditar e aceitar os desígnios do Senhor.
Necessitamos de compreender que
não é só o nascimento de João Batista
que ultrapassa o nosso entendimento,
mas que toda a sua vida foi uma jornada incompreensível, contrária a qualquer
expectativa humana. Ele nasceu para ser
“grande diante do Senhor” (Lucas 1:15),
mas ele nunca frequentou nenhuma sinagoga ou escola do seu tempo. Quando,
SENTIR
SENTIR
8
lembrou-Se de Noé (Gén. 8:1), de Abraão
(Gén. 19:29), da aliança feita com Abraão,
Isaque e Jacob (Êx. 2:24) e de Ana (I Sam.
1:19). Quando “Deus Se lembrou” da condição do nosso mundo, em vez do Seu juízo, Ele enviou João (Deus é misericordioso) para proclamar a infinita bondade do
Senhor, manifesta na vinda do Messias, o
Salvador do mundo. Embora a sua mensagem devesse ser direta e sem rodeios,
o nome de João deveria sempre recordar
o povo de que Deus é misericordioso e
está à espera que nos arrependamos.
JA
UM NOME, UM CARÁTER E UMA
MISSÃO
A vida de João Batista ensina-nos que
o nome que nos é atribuído pode conferir-nos uma identidade. Cada identidade e
cada missão são únicas. O segredo para o
cumprimento da missão é manter a nossa
identidade inalterada. E só podemos fazer
isto deixando que o Espírito Santo e a verdade moldem o nosso caráter. O anúncio
do nascimento de João Batista, o anúncio
do seu nome, do seu comportamento e da
sua missão, podem ser aplicados a qualquer jovem que tenha nascido numa família que aguarda a segunda volta de Jesus.
Por isso, se acreditas que Jesus vai voltar
em breve, e que Ele voltará durante o teu
tempo de vida, deves perguntar a ti mesmo: Quanto é que o meu destino poderia
assemelhar-se ao de João Batista?
Quando João Batista nasceu, o anjo do
Senhor disse que ele seria “grande diante
do Senhor”. Interrogo-me sobre o que terá
sido dito quando nasceste. O nascimento
de João não foi o único milagre que Deus
realizou. Cada nascimento é um milagre.
Cada nascimento recria a criação do homem no Éden. Quando Adão e Eva foram
criados, “as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de
Deus rejubilavam” (Job 38:7). Cada nascimento é a celebração da vida. A primeira
coisa que fizemos, quando nascemos, foi
chorar e o nosso choro fez os anjos cantarem. Eles cantaram louvores por causa do
milagre de uma nova vida.
Portanto, João não foi o único que nasceu para ser “grande diante do Senhor”.
11
cumprida porque a sua identidade estava escondida na identidade de Cristo. Ele
era grande porque viveu na presença de
Deus, preparando o povo para a chegada
do Redentor. João honrou Deus, por isso,
Deus também honrou João.
Também nasceste pela mesma razão. Na
realidade, tu nasceste para seres ainda
maior. Se não acreditas em mim, lê Mateus 11:11. João nasceu para preparar o
povo para a primeira vinda de Jesus. Os
jovens, como tu, nasceram para preparar
o mundo para a segunda vinda de Jesus.
João viu o lado humano de Jesus. Tu vê-l’O-às em toda a Sua glória, como o Filho
de Deus. Que destino foi preparado para ti!
Como te chamas? Sei que é fácil responderes a esta pergunta, mas por detrás de cada nome existe uma identidade.
Quero que saibas que Deus tinha uma
identidade reservada para ti, mesmo antes de nasceres. Por favor, mantém essa
identidade inalterada para seres “grande
diante do Senhor”. Tu és único na história
deste Universo e ninguém pode cumprir
a missão que Deus te confiou. Por isso,
depende da natureza do teu caráter se desejas manter a tua identidade e cumprir a
tua missão. É por isso que precisas de ser
amigo do Espírito Santo e de te apoiares
na verdade. Deus deu-te a vida, Ele deu-te
um nome e chamou-te para seres “grande” diante d’Ele. Por favor, responde afirmativamente ao Seu convite.
PERGUNTAS PARA DEBATE:
1. Discute com o teu grupo (3-4 pessoas) acerca do nome de cada um. Se pudesses
escolher o teu nome, qual seria? Qual é o significado do teu nome? Consegues
descobrir uma ligação entre o teu nome e a tua ocupação?
2. Quão importante é a identidade no cumprimento da tua missão? Dá um exemplo.
3. A missão da Igreja Adventista do Sétimo Dia assemelha-se à missão de João
Batista. Quais são as coisas que sustentam a identidade da Igreja e a ajudam a
cumprir a missão de Deus?
SENTIR
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SENTIR
JA
fim de cumprir a sua missão, deve ter sã
constituição física, bem como resistência
mental e espiritual. Era, portanto, necessário que regesse os apetites e paixões.
Deveria ser de tal modo capaz de dominar as suas faculdades, que pudesse estar entre os homens, tão inabalável ante
as circunstâncias ambientais, como as
rochas e montanhas do deserto.
No tempo de João Batista, a cobiça das
riquezas e o amor do luxo e a ostentação
tinham-se alastrado. Os prazeres sensuais,
banquetes e bebidas estavam a causar doenças, degeneração física, amortecendo
as perceções espirituais e insensibilizando
ao pecado. João devia assumir a posição
de reformador. Através da sua vida abstinente e da simplicidade de vestuário, devia
constituir uma repreensão para a sua época” (Op. Cit., pp. 73 e 74).
No momento escolhido, quando João
iniciou o seu ministério público, não era
somente ouvido pelo povo. Estavam presentes os coletores de impostos, os soldados, os mestres e os líderes políticos
da época. João podia levantar-se, falar
destemidamente e cheio de poder acerca
da mensagem divina. Herodes Antipas,
tremera ante o chamado de João ao arrependimento (Idem, p. 169); e mais ainda,
quando a voz de João foi ouvida no deserto, “Satanás temeu pela segurança do
seu reino” (Idem, p. 178).
Os mais ilustres homens da sua época
tremiam diante dele; o próprio Satanás temeu pela segurança do seu reino. Talvez
tenhamos vontade de perguntar: Que tipo
de pessoa era João Batista? Ele era grande porque Gabriel assim o profetizou?
A sua autoridade tinha as suas raízes
nos poderes humanos e divinos que trabalhavam coordenadamente. De um lado
estava o Espírito Santo, do outro lado podemos observar que ele tinha um caráter
íntegro em harmonia com a verdade. João
podia cumprir a sua missão divina e abrir
o caminho para o Senhor, porque lhe fora
confiada uma missão especial e ele tinha
altos valores morais. A sua missão foi
JA
SUGESTÕES PARA ORAÇÃO:
1. Ora pelos amigos do teu grupo, para que o Senhor ajude cada um a descobrir o seu
papel na obra de Deus.
2. Ora por aqueles que estão a tentar descobrir qual é o trabalho para o qual foram chamados e que carreira deveriam seguir.
D
urante a Segunda Guerra Mundial, Mihai de Hohenzollern era
o rei da Roménia. Era um jovem
reto, oriundo de uma nobre família que
estava há muito tempo na Roménia. O
verdadeiro líder do país era o General
Ion Antonescu, que implementou uma
ditadura militar nesse país. No dia 28
de dezembro de 1942, apresentou a lei
nº 927, onde ordenava que todas as religiões neo-protestantes fossem dissolvidas. Cada membro dessas religiões era
forçado a assinar um papel, que definia
que a pessoa abandonaria essa religião,
e que se tornava num membro de uma
das religiões aprovadas pela lei. Foi nesse momento que cada Adventista teve
que testemunhar da sua fé, sobre quem
era verdadeiramente.
Em julho de 1943, todos os Adventistas
do Sétimo Dia da região de Grozavesti Bacau foram levados até à Câmara Municipal. O Comandante informou-os acerca da
lei 927/1942, mediante a qual todas as religiões eram dissolvidas, e pediu-lhes que
negassem a sua fé. Ele bateu num dos
líderes, Dumitru Catarama, para assustá-los e empurrou os restantes para a lama.
Nenhum deles assinou a declaração, pelo
que, no dia 31 de julho, foram todos entregues à Polícia. Novamente recusaram
assinar o documento e, como consequência, foram amarrados a um tronco, numa
posição bastante desconfortável. Ecaterina Constantin Lungu relata o seguinte:
“Fomos amarrados ao tronco, com as
mãos atrás das costas, uns em cima dos
outros; a corda passava por uma argola
que era usada para amarrar também os
nossos pés; depois eles puxavam a corda que amarrava as mãos para arquear o
nosso corpo. Parecia que o nosso peito ia
partir-se. Permanecemos nesta posição
durante duas horas. Entretanto, homens e
mulheres, novos e velhos, vieram ver algo
que nunca tinham visto antes: pessoas
amarradas a um tronco, agonizando pela
sua fé” (Arhiva Secretariatului de Stat pentru Culte: Fond Direcţia de Studii, dosar nr.
93/1943, vol. 14, inv. nr 2, f. 3).
“Eu sou a voz
do que clama
no deserto:
Endireitai o
caminho do
Senhor.”
O QUE PENSAS
SOBRE TI?
A resposta à pergunta O que pensas sobre
ti? pode ter implicações
sérias na tua vida. Para
a rapariga de quem falámos, uma resposta
sincera significou perseguição. Para algumas
das pessoas que estavam com ela significou
serem presas, para outras significou liberdade.
Podes responder a esta
pergunta como quiseres,
mas nunca te esqueças: Aquilo que dizes
que és terá uma grande influência sobre a
pessoa em que te tornarás. Se mentires,
terás que te construir sobre os fundamentos errados. Se não tiveres coragem para
dizeres quem és e permaneceres em silêncio, este fundamento dar-te-á um futuro
sem identidade. Se disseres a verdade, o
teu futuro será significativo.
Há dois mil anos, os líderes religiosos
de Jerusalém enviaram uma delegação
até João Batista para lhe perguntar quem
ele era. Era perigoso revelar a sua identidade naqueles dias. Jesus, que era contemporâneo de João e seu primo, teve
que pagar com a Sua própria vida porque confessou que era o Messias. Por
13
QUE CLAMA
isso, João precisava de coragem para
revelar a sua verdadeira identidade. Habitualmente, acreditava-se que ele era
perigoso devido à sua falta de tato em
admoestar abertamente os pecados dos
líderes políticos. Como podes imaginar,
isso não beneficiava a sua campanha
política. A primeira resposta de João
foi bastante diplomática: “Eu não sou
o Messias.” Era a resposta correta que
gratificava parcialmente a curiosidade
deles. “Então, quem és tu?” Eles repetiram a pergunta cinco vezes para descobrirem a verdade. Finalmente, João
disse: “Eu sou a voz do que clama no
deserto: Endireitai o
caminho do Senhor”
(João 1:23).
A resposta de João
foi sucinta, mas significativa. Os eruditos
da sua época de certeza que compreenderam que João se
considerava o profeta do qual se dissera
que viria preparar o
caminho para o Messias. Que resposta!
O que terias respondido? Quem és tu?
Qual é a tua missão?
Qual é a razão da tua existência? Terias
respondido a verdade fosse qual fosse o
resultado?
Quando nos questionam acerca da
nossa identidade, tendemos a responder
mencionando a nossa carreira, o nosso
género, o estatuto social, o nome. Que
mais poderíamos acrescentar? Isso é
quem nós somos. Sim, é verdade, mas
também somos outra coisa. De facto, somos outra pessoa. Somos filhos e filhas
de Deus, a obra de arte mais bela e complexa criada pelo Ser Supremo do Universo. E ainda somos algo mais… temos
a missão de dar identidade àqueles que
não estão conscientes da sua verdadeira
condição e que têm uma autoestima tão
SENTIR
DOMINGO
12
SENTIR
JA
A VOZ
Este castigo era utilizado para que os
ladrões confessassem as suas faltas. A
maioria dos ladrões admitia o que tinha
feito na primeira meia hora. Gostaria de
vos dizer que todos os Adventistas permaneceram fiéis ao seu Deus e enfrentaram
a perseguição. A verdade, porém, é que
todos, um a um, assinaram a declaração,
na qual renunciavam a sua fé, exceto uma
rapariga. Depois de desamarrarem Ecaterina Lungu do tronco – a rapariga de 27
anos, que permaneceu fiel – levaram-na
para uma sala vazia da Câmara Municipal.
Ela conta-nos que foi atirada para o chão
e agredida com um bastão.
JA
SENTIR
JA
É possível que não possamos
clamar nas ruas a mensagem
do Evangelho, mas podemos
permitir que o nosso caráter,
os nossos comportamentos,
o nosso discurso, clamem.
nossos dias, quando o individualismo nos satisfaz com o
mundo virtual oferecido pelo
nosso computador. Atualmente, temos pessoas que clamam, mas estão a fazê-lo de
modo organizado nos estádios. Nós clamamos quando
estamos em perigo ou quando sofremos um esgotamento
nervoso. Mas não é apropriado
clamar em alta voz diante dos
nossos concidadãos. As pessoas não
permitem que entremos na sua casa para
sussurrar sobre Deus, muito menos para
clamar. Poderíamos ser ridicularizados se
tentássemos comunicar com aqueles que
clamam.
É possível que não possamos clamar
nas ruas a mensagem do Evangelho,
mas podemos permitir que o nosso caráter, os nossos comportamentos, o nosso discurso, clamem. Sobre o que é que
podem clamar? “ Endireitai o caminho do
Senhor.” Por outras palavras, a mensagem que um jovem da Igreja é chamado a proclamar assemelha-se bastante à
mensagem de João Batista. Nós somos
a geração que deveria dizer ao mundo
que Jesus Cristo vai voltar novamente
para mudar a realidade do pecado. Nós
somos chamados a endireitar o caminho,
a prepararmos o caminho, tal como era
preparado e endireitado antigamente
para o rei. Recordas-te da história com
que iniciámos esta meditação? Ecaterina
Lungu clamou amar tanto o seu Deus que
estava disposta a enfrentar quaisquer dificuldades por Ele. Declarou, através das
suas ações, que as provações desta vida
são somente um teste que a conduzirão
a uma vida feliz com Jesus, o seu Salvador, e que ela fará o que for necessário
para poder encontrar-se com Ele. Aquilo
que ela fez foi endireitar o caminho para
o Messias que viria.
Quando cumprirmos a missão de proclamar as boas-novas do Evangelho,
seremos João Batista, um profeta enviado para preparar o caminho para o Rei.
É interessante o quanto Deus aprecia
esta missão. Jesus diz algo fantástico
acerca de João: “E Eu vos digo que,
entre os nascidos de mulheres, não há
maior profeta do que João Batista; mas,
o menor no reino de Deus é maior do
que ele” (Lucas 7:28). Fico encantado
porque Jesus diz que eu sou uma grande pessoa. E tu?
PERGUNTAS PARA DEBATE:
1. Fala ao teu grupo acerca de uma ocasião em que testemunhaste sobre Jesus
Cristo.
2. Quais são os métodos evangelísticos mais bem-sucedidos no mundo atual?
Quais os métodos que deveríamos dispensar? Apresenta uma ideia acerca de
um novo método.
3. Confessarias quem és se a tua identidade Cristã colocasse a tua liberdade ou a
tua vida em perigo?
15
14
CLAMAR… MAS SOBRE O QUÊ?
Eu sou a voz do que clama no deserto, disse João. Clamar era a forma que o
profeta de Deus usou para pregar a mensagem com coragem, sem temer as consequências. Ele sabia o que precisava de
dizer porque Deus lhe tinha transmitido a
mensagem. Ele não tinha medo de cla-
mar com toda a força para que pudesse
ser ouvido por cada pessoa que passava. João estava ciente do facto de que
Deus esperava que ele pregasse toda a
sua vida. Por isso permitiu que este chamado dirigisse a sua vida.
Tentei aplicar a mensagem de João à
minha vida – a vida de um jovem que
vive e foi educado no século vinte
e um. Clamar? Sejamos sérios,
clamar é inadequado nos
SENTIR
baixa que acreditam que os seus antecessores são os animais.
JA
“No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira
o pecado do mundo. […] E, vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus.”
U
m dia, estava a conduzir o meu carro até ao escritório e escolhi uma
estrada secundária, sem semáforos, pensando que isso me faria chegar
mais depressa. No cruzamento, virei à direita. Trinta metros à frente estava um polícia no meio da estrada e o carro da patrulha na berma. Percebi
imediatamente
que
não tinha o cinto de
segurança colocado,
por isso arrependi-me
logo de ter escolhido
aquele atalho. Eu vi
o polícia preparar-se para me mandar
parar e disse a mim mesmo que a multa
não seria muito pesada. O polícia levantou a mão e pediu-me para encostar na
berma da direita. Eu fiz sinal com o pisca,
encostei-me na berma direita da estrada,
parei e preparei os meus documentos. O
polícia aproximou-se e pediu-me para ser
testemunha num caso de um condutor
que se tinha apossado de um carro num
local proibido e tinha sido filmado, e que
não queria admitir, nem assinar o relatório que indicava que a sua carta de condução tinha sido apreendida pela polícia.
Alegremente concordei em ajudar o polícia. Tentei persuadir o
homem a assinar o relatório e a mencionar,
se desejasse, o facto
de não querer admitir
que tinha feito aquilo.
Depois de ter assinado os papéis e de me
ter dirigido para o meu
carro, qual foi o meu primeiro gesto? Colocar o meu cinto de segurança.
João teve o privilégio
de ser o primeiro a
anunciar a vinda
de Jesus.
JOÃO CONHECIA DEUS
Muitos de nós acreditamos que Deus
é como um polícia, que está sempre à
espera que cometamos um erro para
Tirar. Do Grego airo, significa: “levantar”, “suportar”, “carregar”, “entregar”.
Só se o Messias não tivesse pecado (Hebreus 4:15; I Pedro 2:22), poderia Ele “tirar
(airo) os nossos pecados” (I João 3:5). O
fardo do pecado era grande de mais para
conseguirmos carregá-lo; logo, Jesus veio
para carregar o nosso fardo do pecado.
Pecado. João usa a forma singular da
palavra, pois pretende enfatizar o pecado
como princípio e não somente certos pecados (ver I João 2:2; 3:5; 4:10).
17
CORDEIRO
símbolo da libertação da escravatura do
pecado. “Porque Cristo, nossa Páscoa,
foi sacrificado por nós” (I Coríntios 5:7).
João utiliza a imagem de um cordeiro
para descrever o Messias sofredor, Aquele que é o cumprimento do sistema sacrificial do Velho Testamento, e que é a explicação deste sistema sacrificial. Ele era
o “Cordeiro, que foi morto desde a fundação do mundo” (Apocalipse 13:8). Os
israelitas contemporâneos de Jesus não
pensavam que o Messias sofreria, por
isso os críticos acreditavam que não era
possível que João tivesse chegado sozinho a esta conclusão. Teria sido estranho
se Deus tivesse enviado João Batista para
preparar o caminho do Messias e Ele não
o tivesse informado desse aspeto crucial
da missão do Messias.
SENTIR
SEGUNDA
João 1:29, 36
16
SENTIR
JA
EIS AQUI O
nos punir. A verdade é que Ele deseja
que sejamos Suas testemunhas. Devemos dizer aos outros para cumprirem a
Lei para se salvarem.
João teve o privilégio de ser o primeiro
a anunciar a vinda de Jesus, Aquele que
os profetas diziam ser um Deus severo,
que punia e Se vingava. João apresentou-O como o verdadeiro sacrifício. Qual dos
profetas não teria ficado feliz com este privilégio? Não admira que Jesus tenha dito
o seguinte sobre João: “E Eu vos digo
que, entre os nascidos de mulheres, não
há maior profeta do que João Batista” (Lucas 7:28). João conhecia Deus e reconheceu o Seu Filho como sendo o Cordeiro
de Deus, que faria a expiação, o Cordeiro
que foi preparado e oferecido por Deus.
João é o único que utiliza esta designação para Cristo, embora Lucas (Atos 8:32)
e Pedro (I Pedro 1:9) façam comparações
semelhantes (Isaías 53:7). João Batista
recomenda Jesus como o “Cordeiro de
Deus” a João, o evangelista. Para João,
o discípulo de Jesus, este nome deve ter
tido um significado profundo. Esta imagem que enfatiza a inocência de Jesus,
a perfeição de caráter e o facto de o Seu
sacrifício substituir os antigos sacrifícios
(Isaías 53:4-6, 11 e 12), relembra-nos do
cordeiro da Páscoa do Egito, que era o
JA
O maior problema do mundo não é a
crise económica, nem o terrorismo, mas
os pecados de cada ser humano. O pecado destrói a nossa vida, os relacionamentos, tudo o que é bom e belo. O salário do pecado é a morte. A solução é o
Santo Cordeiro.
Isto significa ter de admitir que és
mortal e que precisas de um Salvador.
A Bíblia apresenta sete funções diferentes que Jesus teve na História a fim
de salvar a raça humana. Precisamos de
falar sobre elas para podermos conhecê-l’O melhor.
1. Ele é o Criador. “Porque n’Ele foram
criadas todas as coisas que há, nos
Céus e na Terra, visíveis e invisíveis,
sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades:
tudo foi criado por Ele e para Ele”
(Colossenses 1:16).
2. Ele é o Legislador. Jesus entregou
os Dez Mandamentos a Moisés no
Monte Sinai. “Deus nunca foi visto
por alguém; o Filho unigénito, que
está no seio do Pai, esse O fez conhecer” (João 1:18). “Este é O que
esteve entre a congregação no deserto, com o anjo que Lhe falava no
Monte Sinai, e com os nossos pais,
O qual recebeu as palavras de vida,
para no-las dar” (Atos 7:38).
3. Ele é o Salvador. “E em nenhum ou-
“E a vida eterna é esta; que Te conheçam, a Ti só, único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a Quem enviaste” (João 17:3).
João estava verdadeiramente impressionado pelos nomes atribuídos a Jesus, por
isso ele apresenta Jesus trinta vezes no
livro de Apocalipse, dizendo-nos o que o
Cordeiro está a fazer: “Porque o Cordeiro,
que está no meio do trono, os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das
águas da vida, e Deus limpará dos seus
olhos toda a lágrima” (Apocalipse 7:17).
Jesus está sentado à direita do trono
de Deus. Os anciãos estão sentados e os
servos permanecem de pé.
“O Qual, sendo o resplendor da Sua
glória, e a expressa imagem da Sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela
palavra do Seu poder, havendo feito, por
Si mesmo, a purificação dos nossos pecados, assentou-Se à dextra da majestade nas alturas” (Hebreus 1:3).
“Mas Este, havendo oferecido, para
sempre, um único sacrifício pelos pecados, está assentado à dextra de Deus”
(Hebreus 10:12).
“Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o Qual, pelo gozo que Lhe
estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-Se à dextra
do trono de Deus” (Hebreus 12:2).
Aqui está o Cordeiro semelhante a um
Leão, sentado vitoriosamente no trono
de Deus. Quem é que está sentado no
trono do teu coração? Estás disposto a
levantar-te ou preferes permanecer em
silêncio? Se estás silencioso, as pedras
clamarão. É agora o momento de apresentar o Cordeiro de Deus ao mundo!
PERGUNTAS PARA DEBATE:
1. Fala aos outros acerca da tua experiência no momento em que compreendeste
que Jesus é o Cordeiro que morreu pelos teus pecados. Como é que te sentiste?
2. F
alem acerca de 10 maneiras que certas pessoas utilizam para testemunhar de
Jesus.
19
Isto significa que Deus precisa de pessoas que possam falar d’Ele aos outros.
SENTIR
18
SENTIR
JA
Estás
disposto
a levantar-te
ou preferes
permanecer
em silêncio?
tro há salvação, porque também, debaixo do Céu, nenhum outro nome
há, dado entre os homens, pelo qual
devemos ser salvos” (Atos 4:12).
4. Ele é o Profeta. No capítulo 24 do
Evangelho de Mateus, encontramos
provas suficientes de que Jesus conhecia o futuro. “Eu vo-lo disse agora, antes que aconteça, para que,
quando acontecer, vós acrediteis”
(João 14:29).
5. Ele é o Mediador. “Porque há um só
Deus, e um só Mediador entre Deus
e os homens, Jesus Cristo, homem”
(I Timóteo 2:5).
6. Ele será o Juiz. O Pai não pode julgar ninguém. Porquê? Para encontrares a resposta, lê os seguintes
versículos: “E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo
o juízo; para que todos honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não
honra o Filho não honra o Pai que O
enviou” (João 5:22 e 23).
7. Ele é o Rei. “E reinará eternamente
na casa de Jacob, e o Seu reino não
terá fim” (Lucas 1:33).
O que sabem os teus amigos acerca de
Jesus?
Aconteceu numa sexta-feira. O pôr do
Sol aproximava-se e eu estava num supermercado. A loja estava lotada e todas
as caixas estavam abertas, mas muitas
pessoas tinham comprado muitos produtos, por isso tive que esperar numa longa
fila. Alguns cestos estavam recheados.
Olhei para aquelas pessoas e apercebi-me de que vivemos na mesma cidade e
elas não conhecem Jesus Cristo.
JA
Quando os Sentimentos Negativos São Despertados Pelos Amigos
SENTIR
20
“E os discípulos de João anunciaram-lhe todas estas coisas.”
JA
O
ano tinha acabado de ter início e
as pessoas estavam a fazer os
preparativos de última hora para o
Campeonato Americano de Patinagem Artística. Jeff Gillooly e Shawn Eckhardt contrataram Shane Stant para ajudar Tonya
Harding, a sua amiga, a ganhar o tão
desejado troféu. Eles não podiam ajudá-la porque a ajuda de que ela necessitava
era diferente: ela precisava de alguém que
partisse o pé direito da sua adversária,
Nancy Kerrigan.
O atacante conseguiu aproximar-se dela,
mas, infelizmente, só a magoou. Foi, no
entanto, o suficiente para a incapacitar de
competir e a Tonya ganhou. A conspiração
foi descoberta, a medalha foi-lhe retirada e
nunca mais pode competir mundialmente.
Eurípides disse que: “Um amigo leal
vale mais do que dez mil parentes.” A lealdade é tudo o que importa? Hoje vamos
olhar para a história de um gigante da fé
e para a dos seus fiéis discípulos.
UMA VOZ NO DESERTO
O mestre deles tinha sido como a chuva de verão depois de várias semanas de
seca. Antes de ter aparecido, a vida era
monótona. Estava a destruir toda a esperança. A vida de cada dia significava lutar
para obter o pão diário, uma tentativa desesperada para pagar os impostos e para
poupar dinheiro para levar o pão e o peixe
para casa. O ódio em relação à nação exploradora era tão grande, tal como o era
a frustração em relação ao passado e ao
futuro. Os velhos Rabinos liam, repetidamente, as notas acerca da glória que a pequena nação, que habitava na confluência
do continente, já tinha tido. Eles enfatizavam as promessas de restaurar a glória
na casa de David. Depois de décadas de
ociosidade, nas quais apenas uns pequenos tumultos fúteis interromperam o silêncio profundo, o Judaísmo assemelhava-se
a uma cidade engolida pela areia do deserto. Uma voz foi ouvida nesse deserto.
A VERDADE VERDADEIRA
João respondeu: “Após mim vem Aquele que é mais forte do que eu!” (Marcos
1:7). Como é que seria essa pessoa?, era a
pergunta, tenho a certeza, que eles faziam
a si mesmos frequentemente. Um dia, um
alegre clamor do mestre, um batismo especial e o abandono de dois companheiros curiosos anunciaram a diminuição da
popularidade de João Batista. Para os que
ficaram, aqueles minutos foram transfor-
João conhecia muito bem o papel que Deus
lhe tinha atribuído. Mas os seus discípulos e
21
TRAZEM AS NOTÍCIAS
Deus e à Sua missão, tenacidade, etc.. A
imagem do mais imponente soldado romano desvanecia-se quando comparada
com este homem, enrijecido pela vida austera no deserto. Fraqueza? Ninguém podia achar fraqueza nele. As pessoas não
seriam senão felizes por poderem pertencer a este grupo unido. Será que alguém
poderia ser maior do que este novo Elias?
amigos não podiam compreender isto.
Só um aspeto era realmente claro: Embora a mensagem de João não fosse popular, a sua presença e o seu ministério
despertaram a nação e os seus sonhos há
muito esquecidos. Palavras como “Messias”, “o Trono de David”, “libertação”,
estavam nos lábios e na mente do povo.
À medida que este novo movimento despertava a curiosidade das multidões, João
fazia tanto amigos, como inimigos. Acontece com qualquer mestre e aconteceu,
igualmente, com João: Um grupo de sonhadores reuniu-se à sua volta. Eles pensavam que valia a pena deixar tudo para
trás para que não perdessem nada do
novo movimento que poderia iniciar uma
nova era para a sua nação. Afinal, o Reino
estava próximo!
Eles podiam aprender muitas coisas
com João! Coragem, justiça, fidelidade a
mados em lembranças com um cordeiro,
uma pomba e um homem comum, uma
memória pouco interessante e nada mais.
João conhecia muito bem o papel que
Deus lhe tinha atribuído. Mas os seus discípulos e amigos não podiam compreender isto. Algumas destas pessoas eram
amigas de João, mas também queriam
ser importantes devido à sua relação com
ele e à atenção que ele obtinha. Se João
era uma pessoa importante, então elas
também o seriam. Os discípulos de João
eram guiados pelo desejo de conservação; consequentemente, eles quase nem
desejavam que o Messias, sobre o Qual
João pregava, viesse. Se esse Messias
chegasse, o mandato deles terminaria.
Isto significava que deveriam abandonar o
palco. Os discípulos não eram os únicos
que estavam confusos. O povo também
SENTIR
TERÇA
Lucas 7:18
OS AMIGOS
Comportando-se de forma estranha,
com uma mensagem e um ritual desconfortáveis, João trouxe novas mudanças.
De repente, as notícias começaram a circular, tal como um carrossel cujo dono
acabou de acordar. Em apenas poucas
semanas, os Judeus estavam a pregar
em todo o território de Israel, desde Jerusalém até ao Norte e ao Sul, sobre a nova
estrela que trazia esperança à sua nação.
Os jovens e os idosos, os pescadores,
os agricultores e os pastores, os cobradores de impostos e os mestres, todos
iam ouvi-lo. A sua mensagem era muito
simples: o reino de Deus está próximo e
aquela era a última hora em que podiam
preparar-se. Mais do que isso, a mensagem era para todos: para o povo comum,
para os coletores de impostos desleais,
para os soldados do exército e até para o
povo piedoso.
JA
NA CELA DO ANONIMATO
João estava a desvanecer-se no anonimato. Enquanto o Galileu multiplicava o
pão e transformava a água em vinho, curava os doentes e expulsava demónios, as
margens do Jordão esvaziavam-se cada
vez mais e cada vez menos pessoas procuravam João. O mesmo homem, a mesma mensagem, mas rodeado de alguns
amigos e… inimigos. O tempo da vingança chegara e com a sua própria liberdade
pagou pela liberdade de admoestar. Por
outro lado, chegara o tempo de alguns
dos seus amigos provarem que eram seus
verdadeiros amigos. Ele partilhou tanto
com eles: sonhos, esperança, poder e coragem! Agora, esses partilhavam com ele
um pouco de… liberdade. Ah, estava a
esquecer-me… e algumas notícias sobre o
crescente ministério de Jesus. Além disso,
também partilhavam algumas dúvidas: É
esta a recompensa depois de tudo o que
fez? Se não, onde está o Reino? Porque é
que não chega? Será o seu primo o Escolhido ou é simplesmente um impostor que
levou os seguidores daquele que foi preso?
Vamos tentar imaginar como João
se terá sentido quando viu que os seus
discípulos o visitavam cada vez mais raramente, que, quando vinham, só louvavam Jesus, o novo Mestre, e relatavam as
Suas sábias palavras e as respostas que
dava aos Saduceus e aos Fariseus. Eles
contaram-lhe sobre os milagres que Ele
tinha realizado e, especialmente, sobre o
facto de o povo quase tê-lo esquecido e
como seguiam o novo Mestre.
Ele estava numa masmorra escura e
isso parecia-lhe uma injustiça. Ele tinha
preparado o caminho, tinha sido o primeiro, e agora, não só perdeu o primeiro lugar, mas também foi esquecido, abandonado, e nem era visitado. Ser esquecido
era mais difícil para ele do que estar numa
cela da prisão. Ele não compreendia o
plano de Deus e os seus amigos e discípulos não eram uma grande ajuda. Pelo
contrário, causaram-lhe pesar por causa
das notícias que tinham trazido.
Finalmente, recebeu notícias de Jesus,
sobre como Ele estava a continuar o trabalho que ele tinha iniciado, que tudo o
que fizera não fora inútil e que o povo fora
despertado pelos sermões de João e es-
tava agora a aproximar-se do Salvador e
a ser salvo.
Este foi o momento em que João compreendeu que a sua missão tinha sido cumprida e que todos os esforços, até mesmo
o de ser um mártir, tinham valido a pena.
É tão importante elevar emocional e espiritualmente um amigo! Não deveríamos
quebrar o espírito de alguém trazendo-lhe
notícias perturbadoras. Devemos ajudá-lo
a ver perspetivas e direções mais elevadas.
É tão fácil ser portador de notícias. Sê
um portador de notícias que traga novas
encorajadoras e edificantes. Este é o desafio de hoje! Sê este tipo de amigo!
PERGUNTAS PARA DEBATE:
1. Diz o nome da pessoa que mais admiras. O que é que admiras, especificamente, nela?
2. Gostarias de viver o tempo inteiro perto desta pessoa? Que atividades gostavas
que fizessem juntos?
3. Pensa num VIP que esteja a perder a popularidade. Como é que pensas que essa
pessoa se sente? O que farias se estivesses no seu lugar?
4. A ajuda dos discípulos de João foi apropriada? Argumenta a tua resposta.
PERGUNTAS ADICIONAIS:
1. Gálatas 5 diz-nos que o ciúme é uma das obras da carne. Qual é o fruto do Espírito
(Gál. 5:22) que melhor ajuda a superar o ciúme?
23
22
se interrogava se poderia existir alguém
mais sábio e mais justo do que João.
Enquanto João declarava a verdade sobre si mesmo e sobre Jesus, os discípulos
traziam notícias intrigantes sobre a crescente popularidade de Jesus. Não foi fácil para
João resistir a estas notícias de impopularidade; não achou fácil ignorar o desafio dos
sentimentos despertados pelas notícias
acerca do sucesso d’Aquele de Quem tinha falado e a Quem tinha promovido com
tanta consideração. Nós ajudamos, alegremente, os necessitados, as pessoas que
precisam da nossa misericórdia. Mas não
gostamos quando elas provam ser talentosas, mais populares e mais admiradas do
que nós. João enfrentou esses sentimentos e os seus amigos aumentaram o fosso
quando lhe trouxeram tais novas.
2. O filho mais velho da parábola do filho pródigo (Lucas 15:25-30) era muito ciumento. Que conselho darias a uma pessoa como ele?
JA
PARA MEDITAR:
Eclesiastes 4:4
Tiago 3:16

Telefona a um amigo que esteja a viver um momento difícil.

Pensa numa forma de expressares a tua apreciação por uma pessoa de quem sentes ciúmes.

Escreve um curto parágrafo acerca do modo como gostarias de reagir quando um
dos teus amigos alcança o sucesso.

Tenta comparar a tua vida com a de outras pessoas que vivem noutros países do
mundo (por exemplo, Estados Unidos da América, Dinamarca, Rússia, China, Coreia do Norte, África, etc.).

Reescreve uma versão moderna da parábola do filho pródigo, enfatizando a reação
do irmão mais velho. Tenta alterar o final da parábola descrevendo a alegria desse
filho mais velho.
SENTIR
SENTIR
APLICAÇÕES PRÁTICAS:
JA
SENTIR
JA
NÃO HÁ NECESSIDADE DE TE
ARRASTARES PELA LAMA SÓ PARA
ATRAIR A ATENÇÃO DOS OUTROS.
Vamos imaginar que João Batista, quando era adolescente, montava na sua mota
e andava às voltas pela cidade, enquanto o
seu pai servia como sacerdote no Templo.
Ele pararia em cada bar e discoteca, entraria em todos os casinos para tentar a sua
sorte. Talvez fosse acompanhado por uma
rapariga a certos clubes. Não teria sido
uma pessoa muito popular e amada? Talvez tivesse pregado utilizando a versão bíblica do iPhone que guardava no bolso das
calças de ganga. Não teria sido mais eficaz
do que aquele método que ele usou?
Não obstante, João escolheu não entrar em bares ou discotecas; ele nunca
frequentou festas com outros rapazes e
raparigas que estavam drogados. Para
ele, a missão era algo muito diferente daquilo que alguns de nós pensamos hoje
em dia. João mantinha a distância das
festas e dos lugares imorais. Vivia a vida
de um homem colocado à parte e Deus
trouxe-lhe aqueles que desejavam ouvir
acerca do Reino dos Céus. Embora possamos pensar que ele estava errado, os
resultados do seu método e da sua missão revelam-nos que ele fez o que estava
correto. Milhares de pessoas, crianças,
jovens, mulheres, homens, mestres e idosos, vinham até ele, cada dia, para ouvir a
sua mensagem.
Por vezes, temos medo de que, se formos diferentes, se não frequentarmos
determinados lugares, possamos ficar
isolados. De vez em quando usamos
esta desculpa para frequentarmos lugares imorais. Fingimos estar à procura de
jovens a quem falar acerca de Deus.
DEUS ENVIA-TE AS PESSOAS. SÓ
PRECISAS DE FALAR COM ELAS.
Uma citação do livro Testemunhos para
a Igreja (volume 9, pp. 189 e 190), no ca-
IDENTIFICARES-TE COM ELES
SIGNIFICA:

Liguagem: Podemos apresentar a
Palavra de Deus aos jovens e eles
compreendê-la-ão sem precisarmos
de utilizar uma linguagem vulgar ou
ofensiva. Não necessitamos de reescrever a Bíblia, mas torná-la relevante
e significativa para aqueles que falam
mais a língua cibernáutica.
 Fé: Posso explicar-lhes o que é a fé
apenas quando testemunho acerca
do modo como a fé se manifesta na
minha vida pessoal.
 Caráter: Nada é mais convincente do
que um caráter que revela que possuímos valores consistentes.
 Compaixão: Não é necessário existir
uma separação entre as outras pessoas e nós mesmos e olharmos do
alto para elas; mas necessitamos de
estar presentes quando elas precisam de nós. Quando elas escolhem
25
24
CRESCER
Decidiu entregar-lhes as suas filhas virgens, para que satisfizessem os seus
próprios prazeres.
Consegues perceber como este engano foi tão terrível? Consegues ver como
a sua escolha foi tão inútil e insensata?
Bem, a solução veio da parte de Deus,
que admoestou Ló e ofereceu a solução
salvadora através do Seu próprio poder.
A mensagem de Deus era bastante clara: Não precisas de te sacrificar, nem de
sacrificar as tuas filhas, atirando-te para
o fundo do poço ou caindo na lama,
nem mesmo para defender Deus. Deus
pode defender-Se a Si mesmo. Ele não
precisa que vivamos uma vida imoral
para O defendermos. Identificarmo-nos
com outros jovens não significa necessariamente que devamos cometer os
mesmos pecados que eles. Não significa que devamos abandonar os princípios da Bíblia, anular cada regra, para
nos tornarmos populares e falarmos
com eles.
SENTIR
QUARTA
JOÃO NÃO ESTÁ A DIMINUIR,
OUTROS ESTÃO A
pítulo Espírito de Unidade, diz o seguinte:
“Se nos humilhássemos perante Deus, e
fôssemos bondosos e corteses, compassivos e piedosos, haveria uma centena
de conversões à verdade onde agora há
apenas uma. […] Cristo deixou de lado
a Sua vestimenta real, a Sua coroa real
e o Seu elevado comando, descendo a
níveis cada vez mais baixos, às maiores
profundezas da humilhação.”
Nunca deveríamos pensar que estamos a trabalhar sozinhos para salvar
outras pessoas. Deus e nós formamos a
equipa missionária, Deus é Quem prepara tudo – o meu coração e os meus pensamentos. Ele concede-nos o desejo de
servirmos os outros e então dá aos outros o desejo de procurarem Deus. Deus
conduz os passos daqueles que são chamados para serem salvos para se encontrarem com alguém que testemunhe por
Ele. Assim, Deus traz-nos pessoas que
precisam d’Ele. Ele também guiou o povo
no deserto até João.
João só orou e testemunhou. Ele permitiu que o Espírito Santo o inspirasse
e conduzisse. Ele olhou para o povo e
sentiu as suas necessidades; ele viu que
esperavam por uma mensagem de Deus.
É realmente desagradável se o nosso
desejo de nos escondermos e vivermos
uma vida imoral fica escondido atrás de
um falso trabalho missionário.
Deus não nos pede para mancharmos
o nosso caráter e os nossos pensamentos só para salvarmos alguém. Aqui está
um bom exemplo:
Dois estranhos visitaram Ló (eles provaram ser anjos de Deus no final). Os
habitantes da cidade viram os estranhos
entrarem na casa de Ló e vieram até ele,
dispostos a cometerem um grande pecado. A homossexualidade e a prostituição
eram duas práticas bem conhecidas daquele povo. Também estavam bêbedos.
Quando a multidão pediu a Ló para trazer
aquelas pessoas para as conhecerem, Ló
tentou encontrar uma solução intrigante:
JA
consumir drogas, não precisam de
nós; mas sim quando precisam de
ser ajudadas a não o repetirem ou a
compreenderem que o consumo de
drogas não é bom. Não as ajudo se
partilho o meu álcool com elas; mas
posso ser útil quando tenho uma
mente lúcida e uma boa saúde. Não
preciso de me cegar para ajudar um
cego a encontrar o caminho. Pelo
contrário, necessito de ser vigilante e de cuidar da minha vista para
poder ajudar uma pessoa invisual.
Não é necessário ser um infrator da
lei para poder ajudar alguém que fez
algo de errado. Necessito de poder e
inocência para ser capaz de levantar
alguém que caiu.
COMO É QUE PODES AJUDAR
ALGUÉM A REERGUER-SE, A SAIR DO
SEU CANTO CONFORTÁVEL?
Podes fazê-lo através da amizade,
mantendo princípios elevados. Posso e
preciso de ter amigos. A amizade é a melhor maneira de ajudar alguém. Revelamos amizade genuína quando ajudamos
o outro a crescer. Não manifestamos amizade genuína se fazemos alguém baixar
os seus padrões ou se a própria pessoa
o fizer. Se baixares os teus padrões, encorajas os outros a permanecerem onde
se encontram e é como se tu próprio os
tivesses arrastado para o fundo. Quando
és amigo de alguém, não precisas de ser
como é o teu amigo, mas deves ajudá-lo
a ser mais semelhante a Jesus.
vador aceitou estes convites vindos dos
Fariseus ou dos pecadores. Mas precisamos de nos afirmar e de nos firmar nos
nossos valores religiosos e estilo de vida.
Devemos respeitar os outros, mas temos
também o direito de escolher uma fé e de
sermos respeitados.
Depois podes falar-lhe sobre coisas
importantes, como a salvação. João estava a trabalhar em conjunto com uma
equipa (aquilo que te faz permanecer à
tona é uma equipa). É muito importante
saber que João tinha uma equipa com
quem trabalhar. Eles intitulavam-se “os
discípulos”. João era o líder. O seu ensino, as suas ideias, o seu estilo de vida, o
seu caráter, tornava tudo importante para
o grupo de amigos que era influenciado
por João.
A equipa visita, convida e reúne informação. Os discípulos de João visitavam
as aldeias vizinhas, traziam-lhe notícias
do povo sobre determinados eventos e
O EXEMPLO DE JOÃO VERSUS O
EXEMPLO DE SANSÃO
Sansão estava sempre a descer. Toda
a história de Sansão gira em volta de
um verbo específico: “descer”. Tal como
João, Sansão nasceu como cumprimento de uma profecia. Os pais de Sansão
confiaram na Palavra de Deus, mais do
que Zacarias, o pai de João, confiou.
Sansão é enviado e educado com muita
atenção, e é treinado acerca da missão
especial que Deus tem para ele. O que
faz Sansão? Ele desceu várias vezes até
aos Filisteus, aos seus jogos e raparigas
imorais. Ele até casou com uma rapariga
que mal conhecia. Os Israelitas precisavam de um libertador e Sansão foi chamado para ser o seu libertador, mas ele
brincou com este compromisso. Ele desceu cada vez mais baixo até ao seu último dia, quando caiu debaixo das paredes do Templo, que ele próprio destruiu.
27
O seu ensino, as suas ideias, o seu estilo de
vida, o seu caráter, tornava tudo importante para
o grupo de amigos que era influenciado por João.
26
SENTIR
JA
até mesmo sobre o trabalho de Jesus,
quando Ele começou a pregar e a realizar milagres. Quando tens uma equipa
de amigos como esta, tens tempo para te
preparar, tens tempo para orar. Eles trarão as pessoas até ti.
Não penses que João recebeu esta
equipa de amigos como um presente.
Eles eram as pessoas com quem travava amizade. Qualquer jovem pode ter um
tal grupo de amigos. Isso quer dizer que
João não era uma pessoa estranha, um
lobo solitário e alguém reservado. A sua
amizade com estas pessoas demonstra-nos que ele se envolvia com elas mas
mantinha os seus valores. Ele tinha determinados princípios e um estilo de vida e
amava em conformidade.
SENTIR
Através de diferentes projetos. Os nossos projetos missionários não devem ser
encarados como se estivéssemos a fazer
alguma coisa pelos outros, como se tivéssemos tudo e os outros não tivessem
nada. Seria uma excelente oportunidade para nos unirmos a outros jovens à
medida que ajudam os necessitados ou
desenvolvem projetos ecológicos. Partilhamos muitos valores com outros jovens
crentes ou de culturas diferentes. Porque
não darmos bom uso a esses valores partilhados de modo a construirmos amizades enquanto trabalhamos juntos pelas
outras pessoas?
Mediante o companheirismo. Não estamos proibidos de aceitar o convite de
alguém para comermos juntos. Até o Sal-
JA
PERGUNTAS PARA DEBATE:
1. Fala acerca de três lugares que um jovem não deveria frequentar, mesmo dirigindo-se até lá com uma missão.
2. C
onta ao grupo sobre uma pessoa que te tenha ajudado a crescer espiritualmente.
Como é que ela conseguiu fazer isso?
3. Q
uais são as áreas em que um jovem se assemelha a João, e quais são as áreas
em que se assemelha a Sansão? Fala dessas áreas com o teu grupo.
QUINTA
A
nossa vida é um painel colorido.
Por vezes, as nuvens escuras estão
espalhadas pelo céu azul, outras
vezes, os campos verdes tornam-se castanhos por causa da seca. Podemos ter
sucesso e vitórias agora, mas amanhã podemos caminhar pelo vale da escuridão e
do desespero. O nosso coração pode estar pacífico agora, mas pode parecer que
vai saltar para fora do nosso peito quando
é ameaçado no segundo seguinte. Caminharão os fiéis pela mesma estrada? É
possível que um homem de Deus se desencoraje? O que podemos fazer quando
estamos sozinhos? Estas são algumas das
questões que consideraremos e a que tentaremos responder hoje enquanto analisamos outra cena da vida de João Batista.
DÚVIDAS
João teve a coragem de defender Deus
e de proclamar abertamente a verdade
acerca da relação ilegítima em que He-
rodes Antipas se encontrava. Por isso ele
perdeu a sua liberdade. João sentiu-se
cada vez mais desencorajado. Porque é
que se sentia assim? Sentia-se infeliz por
ter sido injustamente preso? Não encontramos em lado algum provas de que ele
tivesse um espírito exigente. Se analisarmos o que Ellen G. White disse sobre este
assunto, podemos constatar alguns fatores que conduziram João até ao vale da
dúvida: “A vida de João tinha sido de trabalho ativo, e as sombras e a inatividade
da prisão pesavam fortemente sobre ele.
Ao ver passar semana após semana sem
haver qualquer mudança, o desânimo e
a dúvida foram-se subtilmente apoderando dele. Os seus discípulos não o abandonaram. Era permitida a sua entrada na
prisão; levaram-lhe notícias das obras de
Jesus, e contaram-lhe como o povo se
aglomerava à Sua volta. Mas perguntavam por que razão, se esse novo mestre
era o Messias, não fazia nada para que
29
O QUE FAZER
COM A
E João, ouvindo no cárcere falar dos
feitos de Cristo, enviou dois dos seus
discípulos, a dizer-Lhe: És Tu Aquele
que havia de vir, ou esperamos outro?
Mateus 11:2 e 3
descemos cada vez mais baixo, não pelo
nosso desejo de nos isolarmos ou devido
a um complexo de superioridade, mas
porque não somos capazes de controlar
as consequências e resistir às tentações.
A única pessoa que podia descer até ao
fundo, no meio dos pecados obscuros,
sem ficar manchada, era Jesus. Ele era o
Único que não podia ser manchado pela
maldade sedutora. “E n’Ele não há pecado” (I João 3:5), enquanto que “todos
pecaram e destituídos estão da glória de
Deus” (Romanos 3:23).
João decidiu não se rebaixar e sabia
porquê. João não era uma pessoa selvagem e assustadora. Era “cabeça-dura”,
atento ao poder do Diabo e ao poder do
pecado. Ele decidiu, tal como Daniel, não
baixar os seus padrões. João conhecia a
verdade.
Descer até ao fundo do poço não é um
problema. Reerguer-se é um problema. É
mais difícil escaparmos ao controlo do pecado e voltarmos para a misericórdia oferecida por Jesus Cristo do que cairmos no
poço do pecado. Se alguém necessita de
ouvir a Palavra de Deus, Ele conduzir-nos-á até um lugar seguro para não termos
que entrar num lugar comprometedor.
Não precisamos de nos manchar para salvarmos os outros. Não necessitamos de
desistir da nossa salvação para podermos
salvar os outros. Jesus pagou o preço total. Nós só temos de preparar o Seu caminho, tal como João fez.
SENTIR
28
SENTIR
JA
Sansão comeu um favo de mel retirado
de cadáveres, para descer ainda mais
baixo. Sansão comeu o mel só pelo divertimento de ver os corpos mortos que
deixava para trás. Estava fascinado com
o seu poder de matar leões, chacais e seres humanos. O mel era somente um dos
seus troféus.
João estava sempre no seu melhor.
João permaneceu afastado das tentações e das atrações da multidão ruidosa.
Ele nunca foi a um jogo de futebol, nunca fez apostas, nunca assistiu a concertos barulhentos. Ele nunca correu atrás
dos belos corpos das mulheres imorais.
Ele permaneceu com Deus, no meio da
Natureza, onde podia observar as maravilhas da Criação divina e onde podia
pregar a mensagem divina sem ser perturbado. João era um libertador, mais do
que Sansão, porque ele compreendeu a
sua missão. Ele tinha que pregar sobre
o arrependimento e o Reino do Céu; ele
também tinha que preparar o caminho
para o Salvador.
João comeu mel porque tinha princípios elevados. João tinha uma dieta muito simples e equilibrada, não pela aventura ou capricho, mas porque desejava
preservar a clareza do seu pensamento
e da sua missão. Ele nunca se vangloriou ou criou enigmas inspirado pelo seu
menu. Ele simplesmente escolheu viver
saudável e tranquilamente.
O Único que podia descer mais baixo sem ficar manchado. É mau quando
JA
CERTEZAS
Os discípulos de João estão frente a Jesus, à espera de uma resposta: És Tu Aquele que havia de vir, ou esperamos outro? Jesus respondeu-lhes através das Suas palavras e ações. Enquanto fazia
milagres, Ele respondeu-lhes o seguinte: “Ide e anunciai a João
as coisas que ouvis e vedes; os cegos veem, e os coxos andam;
os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho” (Mateus 11:4
e 5). A resposta dada a João continha a descrição do Reino que
Jesus veio estabelecer. Se Jesus era misericordioso para com os
necessitados e satisfazia as necessidades humanas, então isso
significava que Ele não tinha esquecido aquele que tinha vivido
para preparar o Seu caminho. Os discípulos de João viram as
obras de Jesus e tornaram-se testemunhas que fortaleceram a fé
daquele que os tinha enviado. Eles contaram a João o que tinham
visto e ouvido. Assim, foram transformados de canais de dúvida
para vasilhas de bênçãos. Era suposto eles testemunharem que
Jesus era o Messias. Além disto, não existia qualquer outra certeza.
Eles não tinham a certeza de que Jesus interviria para libertar João.
João tinha que O aceitar e confiar n’Ele não se importando com
qual seria o resultado da sua situação. Ter fé não significa compreender tudo. Significa permitir que Deus Se manifeste e opere em ti da forma
que melhor se adeqúe. Ter a certeza da salvação e da orientação divina
significa saber Quem Deus é.
Se somos confrontados com muitas perguntas, os seguintes parágrafos podem dar-nos alguma luz a respeito do desenvolvimento
da nossa fé:
“Cristo nunca abandona aqueles por quem morreu. Nós podemos deixá-l’O, ao sermos esmagados pela tentação. Mas Cristo
jamais pode deixar aqueles por quem pagou o resgate com a Sua
própria vida. Se a nossa visão espiritual pudesse ser ativada, veríamos aqueles que estão curvados sob a opressão e carregados de
aflição, oprimidos sob uma pesada carga, e prestes a perecer ao
desencorajamento, e veríamos anjos a voar velozmente em auxílio
desses tentados, forçando as legiões do mal, que os sitiavam, a
retroceder, e colocando os seus pés sobre uma base bem firme. As
batalhas entre os dois exércitos são tão reais como as travadas pelos
exércitos deste mundo, e do resultado do conflito espiritual dependem destinos eternos.
31
Alguém pode, legitimamente, perguntar: Porque é que Deus permitiu que estas
coisas sucedessem? Porque é que os grandes homens de Deus enfrentam desencorajamento e dúvida? Aconteceu o mesmo a Moisés (Números 20:1-12),
a Elias (I Reis 19:9 e 10). E João enfrentou os mesmos desafios. João enviou
dois discípulos para Lhe perguntarem: “És Tu Aquele que havia de vir, ou
esperamos outro?” (Lucas 7:19; Mateus 11:3), para se certificar de que não
estava enganado quando pensou que Jesus de Nazaré era “o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29). Que resposta deveria Jesus
dar aos discípulos de João?
SENTIR
30
SENTIR
JA
João fosse liberto? Como podia Ele permitir que o Seu fiel precursor fosse privado
da liberdade e talvez da vida?
Estas perguntas não deixaram de produzir efeito. Dúvidas que, pelo contrário, nunca teriam sido suscitadas, foram então sugeridas a João. Satanás regozijou-se ao ouvir as palavras desses discípulos e ao ver como elas angustiaram
o mensageiro do Senhor. Oh! quantas vezes os que se julgam amigos de um
homem bom, e anseiam mostrar a sua fidelidade para com ele, se demonstram
os mais perigosos inimigos! Quantas vezes, em lugar de fortalecer a sua fé, as
suas palavras deprimem e desanimam! Como os discípulos do Salvador, João
Batista não compreendia a natureza do reino de Cristo” (O Desejado de Todas
as Nações, ed. Pub. SerVir, pp. 169 e 170).
Inevitavelmente, existem algumas coisas que fazem a natureza humana tremer. Primeiro, é bem conhecido o facto de o ambiente em
que vivemos influenciar bastante a nossa disposição. João tinha
sido retirado do meio da Natureza e trazido para uma masmorra
escura. Retirado de um espaço aberto, luminoso e vivo, ele foi
levado para um espaço fechado, que também era insalubre.
Mais do que isso, a falta de exercício físico conduz a um espírito
abatido e à perda de uma atitude otimista, necessária para o
bem-estar do ser humano. Consequentemente, o ambiente e a
falta de exercício conduziram João ao desespero.
As discussões que João tinha com os seus discípulos ainda
pioraram mais a situação. E o facto de ele não compreender
muito bem a missão do Messias também não ajudava. Os amigos podem ser muito úteis quando enfrentamos momentos difíceis. Mas no caso de João, as perguntas dos seus discípulos
fizeram-no oscilar entre o desencorajamento e a dúvida. Poderia Jesus ser o Messias? Se Ele o era, porque é que não estava
a agir para libertar aquele que Lhe preparou o caminho? Não
é difícil compreender como é que os discípulos de João, neste
caso, são os inimigos mais subtis a realizarem o trabalho do Diabo. Aconteceu o mesmo a Job algumas centenas de anos antes. Os
seus amigos, que vieram animá-lo, tornaram-se instrumentos nas
mãos de Satanás para desencorajarem o homem de Deus. E podemos ler sobre o mesmo assunto, antes da crucificação de Jesus:
“Senhor, tem compaixão de Ti; de modo nenhum Te acontecerá
isso” (Mateus 16:22). Pedro disse isto a Jesus porque não desejava que Ele fosse crucificado. Satanás tentou inspirar medo,
utilizando os Seus inimigos, e dúvida, utilizando os Seus amigos.
O facto de ele não compreender a natureza do Reino de Deus
era outro fator que desencorajava João. Ele esperava que o Messias tomasse posse do trono de David, tal como os Judeus, e
por isso parecia que as suas expectativas não eram satisfeitas.
Deste modo, quando a realidade não correspondeu às suas expectativas, a alma de João oscilou entre o desencorajamento e
a dúvida. Além disso, ele era permanentemente atacado pelos
poderes das trevas, que faziam vacilar a sua fé: “Havia momentos
em que as insinuações dos demónios torturavam o seu espírito e
a sombra de um terrível temor se apoderava dele” (Idem, p. 170).
JA
João teve um encontro real com
Deus. Ele ouviu a Sua voz confirmar
a identidade do Homem que tinha
batizado e por isso é que as suas
perguntas estavam em contradição
com a afirmação divina. Deves rejeitar
qualquer sugestão que traga dúvidas
sobre uma certa verdade que te foi
claramente revelada e compreender
que foi o diabo que a lançou. Por vezes, parece que as coisas não são assim tão claras, não são brancas nem
escuras, mas cinzentas. Vivemos num
mundo cada vez mais confuso e a Palavra de Deus revela-nos a diferença
e dá-nos uma direção e uma certeza.
3. D
eves saber aquilo em que acreditas, mas não deves acreditar que
tudo o que sabes é verdadeiro. Os
pensamentos de Deus são mais elevados do que os nossos. João sabia
que o Messias estabeleceria o Reino
de Deus e pregou acerca disso, mas
ele não compreendeu que Jesus veio
estabelecer o Reino de Deus no coração do povo. Precisamos de ver
a profundidade das coisas e que as
coisas espirituais são mais importantes do que as materiais.
PERGUNTAS PARA DEBATE:
4. Q
uando estás confuso, permite que a
tua mente se demore nos pensamentos de Deus. Houve momentos, na
experiência de João, em que os anjos do mal sussurravam ao seu ouvido (O Desejado de Todas as Nações,
ed. Pub. SerVir, p. 170), e só podiam
ser expulsos pela Palavra de Deus.
Quando és tentado, recorda versículos e promessas bíblicos, canta hinos
e deixa o Espírito Santo controlar a
tua mente.
5. D
á crédito a Deus por todos os sucessos e apresenta-Lhe cada fracasso. João encontrava-se desencorajado e cheio de dúvidas depois de uma
experiência de sucesso. O que poderia ter acontecido se ele fosse derrotado pelo diabo? É difícil dizer. Esta
é a razão pela qual necessitamos de
dar crédito a Deus por cada sucesso
que alcançamos. Isso impedir-nos-á
de cairmos e de nos tornarmos orgulhosos. Se falhámos, temos que o
admitir e entregar o nosso coração e
o nosso fracasso a Deus, pois a Sua
misericórdia é maior do que qualquer
fracasso nosso. Isto ajudar-nos-á a
seguir em frente e dar-nos-á poder
para prosseguirmos enquanto pensamos na vitória que Ele nos dará.
33
O QUE FAZER COM A DÚVIDA?
A dúvida é uma das armas que o diabo
tem utilizado desde o início do conflito no
Céu. Ele utilizou-a com sucesso no Jardim do Éden. Está a utilizá-la para minar
a autoridade de Deus e para destruir o
nosso relacionamento com Ele. Habitualmente, a dúvida instala-se quando estamos sozinhos depois de um sucesso
ou de um fracasso. É por essa razão que
tentamos descobrir lições práticas na história de João Batista, para que essas nos
ajudem na luta contra a dúvida.
1. A importância de um estilo de vida
saudável. Embora não estejamos
presos como João Batista, os nossos
hábitos podem trazer trevas à nossa
vida. O ambiente onde vivemos e trabalhamos pode confundir-nos. Um
espaço luminoso e limpo pode ajudar-nos a sermos felizes e mais competentes no nosso trabalho. O hábito
de permitirmos que a nossa mente
se demore em coisas positivas, altruístas, livres do ódio e do ciúme,
ajudar-nos-á a conhecer a verdadeira
liberdade. Sabemos que o exercício
físico é bom não só para o corpo mas
também para a mente. Um espírito
alegre, uma mente sempre desperta,
um otimismo saudável, facilitarão o
desenvolvimento da nossa fé e ajudar-nos-ão a evitar a dúvida.
2. É importante termos amigos fiéis e
pedirmos o seu conselho, mas eles
nunca devem ocupar o lugar de Deus.
1. U
m dia alguém disse: “A dúvida é um dos maiores pecados.” Concordas, ou não?
Explica porquê.
2. O que é mais fácil de alimentar: dúvidas, fracasso ou sucesso? Explica a tua resposta.
3. A solidão é a causa do efeito da dúvida?
SUGESTÕES PARA ORAÇÃO:
1. P
ensa nos membros da tua igreja que fizeram grandes coisas por Deus ultimamente e ora por eles.
2. E
screve no teu diário alguns sucessos e fracassos que tenhas vivido até ao momento. Ora a Deus, em privado, e agradece-Lhe pelo teu sucesso e fala-Lhe abertamente acerca dos teus fracassos.
SENTIR
32
SENTIR
JA
Na visão do profeta Ezequiel, havia a
aparência de uma mão sob as asas dos
querubins. Isto deve ensinar aos servos
de Deus que é o poder divino que dá sucesso. Aqueles a quem Deus emprega
como Seus mensageiros não devem sentir que a obra do Senhor depende deles.
Seres finitos não são deixados sozinhos
a levar este fardo de responsabilidade.
Aquele que não dormita, que está continuamente atento à Sua obra para a realização dos Seus desígnios, promoverá
o Seu trabalho. Subverterá os propósitos
dos ímpios, e levará a confusão aos conselhos dos que fazem planos contra o Seu
povo. Aquele que é o Rei, o Senhor dos
Exércitos, senta-Se entre os querubins. E
no meio dos conflitos e tumultos das nações, continua a guardar os Seus filhos.
Quando as fortalezas dos reis forem subvertidas, quando as setas da ira ferirem o
coração dos Seus inimigos, o Seu povo
estará seguro nas Suas mãos” (Profetas e
Reis, ed. Pub. SerVir, pp. 118 e 119).
Porquê duvidar? Cada um de nós é
participante no grande conflito que está
a abalar o Universo. Um dos efeitos deste
conflito é sentirmo-nos sós, abandonados. Por essa razão é que temos de saber que Jesus está sempre perto de nós.
Ninguém nos entende como Ele. Não importa quão grande seja a crise e não importa quão importante seja a nossa missão, temos que nos lembrar, uma e outra
vez, de que Ele sabe tudo e que concluirá
aquilo que nos confiou a fazermos.
JA
JA
OS VERDADEIROS
HERÓIS
AJOELHAM-SE SEMPRE
E
stas palavras são normais num ambiente Cristão, na Igreja, mas foram
pronunciadas por um homem que
viveu num mundo como o nosso, um
jovem que estava disposto a enfrentar a
vida e a repetir estas palavras, o que as
torna especiais e até mesmo estranhas.
Estamos tão habituados a personagens
com poderes: o Super-Homem, o Homem
Aranha, os X-Men. Todas estas super-pessoas estão a tentar ser homens simples.
São todos heróis, todos salvam alguém, e,
por vezes, mesmo o Planeta inteiro, e são
todos felicitados por isso. Isto é normal ou
não? Para respondermos a esta pergunta, temos que descobrir se vivemos num
mundo normal.
UM MUNDO NORMAL É UM MUNDO
DEVOTO
“E Ele lhes disse: Os reis dos gentios
dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeito-
res” (Lucas 22:25). É normal que aqueles
que governam e nem sempre são bondosos e justos sejam chamados benfeitores, mesmo quando não fazem aquilo
que está correto? Isto é uma anormalidade, o que demonstra que vivemos num
mundo no qual os valores foram derrubados. Como é um mundo normal?
“Mas não sereis vós assim; antes, o
maior entre vós seja como o menor; e
quem governa, como quem serve” (v.
26). Podemos ver aqui um vislumbre de
um mundo maravilhoso, um mundo onde
alguém gostaria de viver e de ter regras
porque elas querem o melhor para ti, não
para elas. Jesus não só pregou sobre estes aspetos celestes, mas viveu de acordo com eles.
“Pois, qual é maior: quem está à mesa,
ou quem serve? Porventura não é quem
está à mesa? Eu, porém, entre vós, sou
como aquele que serve” (v. 27). Como
podes ver, João Batista compreendeu
Não podes
pregar acerca de
Jesus enquanto
quiseres
evidenciar-te
como pregador.
35
É necessário que Ele cresça e que eu diminua
CIDADÃO NO MUNDO NORMAL DE
DEUS
Não era de todo fácil. As coisas eram
as mesmas naqueles dias: quem tinha
mais amigos, quem era o mais famoso,
qual era a opinião que contava? João era
seguido por uma enorme multidão de
pessoas que o ouviam atentamente, mesmo quando ele as admoestava. Até tinha
discípulos. Isso significa que ele deixou
para trás uma escola com o seu nome. O
número dos seus seguidores aumentava,
mostrando às pessoas que ele era um líder de sucesso. Mas, um
dia, o número dos seus
seguidores começou a diminuir, porque apareceu
Alguém em cena. O teste
da vida eterna de João
surgiu inesperadamente:
“E foram ter com João, e
disseram-lhe: Rabi, Aquele que estava contigo além
do Jordão, ao Qual tu
deste testemunho, ei-l’O
batizando, e todos vão ter
com Ele” (João 3:26). Isto
é um assunto sério, não achas?
Um “amigo” sugeriu-lhe algo: Tu ajudaste-O, promoveste-O e agora Ele está
a roubar os teus amigos. O que é que
vais fazer? Luta contra Ele para seres
“fixe”, para te rodeares de pessoas que
te ouvirão a ti e não a Ele.
“Quando estou sozinho, posso assegurar-me de que sou uma pessoa muito humilde. Então, quando alguém é elogiado,
há uma voz a reclamar dentro de mim que
não é nada humilde” (John Ortberg).
João ouvia. Eles eram todos seus amigos. Todos eles o tinham seguido, estavam todos interessados na sua reputa-
ção e tinham todos desejado o seu bem.
Como é que ele não poderia ouvi-los?
Como é que poderia não acreditar neles?
Como é que se recusaria a assumir a sua
posição? João ainda encontrou o poder
de responder com a seguinte afirmação
esmagadora: “É necessário que Ele cresça e que eu diminua.” João ajoelhou-se
como um verdadeiro líder do mundo futuro e, ao fazê-lo, conquistou tudo.
Quando alguém se sacrifica, quando
alguém entrega a sua posição e importância a outro, esperaríamos que a outra
pessoa ficasse grata, escrevesse uma
carta de agradecimento, entregasse um
diploma, fizesse uma declaração na televisão, viesse visitar o outro. Nada disto
aconteceu neste caso.
Depois do batismo de Jesus, João e
Jesus nunca mais se encontraram. Os
discípulos de João abandonaram-no quando ele foi
preso em Jerrod. Apenas
alguns amigos leais continuavam a trazer-lhe “más
notícias”. Cada má notícia
era como uma seta para
João. Contudo, João decidiu sair de cena depois de
cumprir a sua missão.
Ele podia ter resistido;
podia ter continuado a
ser uma pessoa grande e
importante. João podia ter
atualizado o seu estilo e podia ter pregado no meio das multidões nas cidades,
tal como fazia antes. Mas ele fez algo incrível: Começou a diminuir propositadamente, para que Jesus pudesse crescer
aos olhos do povo, na importância da
Sua missão, no Seu poder de influência.
Ele já não pregava muito, já não aparecia
muito, já não juntava multidões ao seu redor. Ele tornou-se cada vez mais pequeno, até desaparecer.
Ele não somente ajudou a aumentar a
imagem e a importância de Jesus, mas
também trabalhou no desvanecimento
da sua própria imagem.
SENTIR
SENTIR
34
João 3:30
SEXTA
que existe um mundo normal, onde deves
diminuir para que a pessoa ao teu lado
possa crescer. Nesse mundo, isso é algo
normal. Ele compreendeu e viveu em conformidade com isso. Assim, ele mostrou-nos que é um cidadão deste mundo.
JA
SENTIR
JA
Terás que decidir
entre ser fixe, estar no
centro das atenções,
ou ser um Cristão,
conquistador de
joelhos, exaltando
aqueles que te
rodeiam.
– que pretendem ensinar-nos a sermos
egoístas, narcisistas, preparados a pisar
as pessoas só para sermos aclamados
vencedores, tal como eles.
Mas, pelo que é que Cristo lutava? Pelo
trono? Não, porque o trono já era Seu.
Então, pelo quê? Vamos ler Filipenses
2:6 e 7: “Que, sendo em forma de Deus,
não teve por usurpação ser igual a Deus,
mas aniquilou-Se a Si mesmo, tomando
a forma de servo, fazendo-Se semelhante
aos homens.”
O nosso Salvador tomou a forma de
um servo e lutou pelo Seu direito de Se
tornar no nosso servo. Podemos ler sobre a primeira vez que o Grande Herói
Se ajoelhou: “Jesus, sabendo que o Pai
tinha depositado nas Suas mãos todas as
coisas, e que havia saído de Deus e ia
para Deus, levantou-Se da ceia, tirou os
vestidos, e, tomando uma toalha, cingiu-Se. Depois, deitou água numa bacia, e
começou a lavar os pés aos discípulos,
e a enxugar-lhos com a toalha com que
estava cingido” (João 13:3-5).
Aqui está a segunda vez que Ele Se ajoelhou e lutou contra o dragão: “Humilhou-Se a Si mesmo, sendo obediente até à
morte, e morte de cruz” (Filipenses 2:8).
Podemos ver a terceira vez que Ele Se
ajoelhou: na cruz. Esta foi a mais difícil.
Mas conquistou tudo através dela, como
um verdadeiro herói do Novo Mundo.
Eis aquilo por que Jesus lutou: pelo
Seu direito de Se tornar num servo, de
lavar os nossos pés e de morrer, crucificado, pelos nossos pecados.
Esta guerra começou no Céu e ainda
não terminou. Uma luta feroz decorre entre os dois: o mestre do egoísmo, do orgulho e da autoexaltação e o Mestre do
sacrifício próprio, da humildade e da Cruz.
As pessoas de todas as eras e lugares
escolhem por qual dos mestres desejam
lutar. De um lado temos o mundo com os
novos modelos que subjugam os outros
através da violência e de artimanhas, do
outro lado estão as testemunhas do Todo-Poderoso, tal como João Batista, que nos
demonstrou como os verdadeiros conquistadores ganham o coração, aqueles
que se ajoelharam para poderem exaltar
as outras pessoas.
Encontramos textos sobre o mestre deste mundo, o qual engana a todos: “Porque
o diabo desceu a vós, e tem grande ira,
sabendo que já tem pouco tempo” (Apocalipse 12:12).
Sabemos que Cristo é “manso e humilde de coração” (Mateus 11:29). Ele não
veio para ser servido, mas para servir. Escolher um estilo de vida significa escolher
entre os dois mestres.
Um dia, o teste da vida eterna surgirá
inesperadamente. Terás que decidir entre ser fixe, estar no centro das atenções,
ou ser um Cristão, conquistador de joelhos, exaltando aqueles que te rodeiam.
Existirão palcos: um para o mundo, onde
encontraremos um só lugar, o lugar do
perdido, o teu lugar; e outro, o palco de
Cristo, onde todos os que se ajoelharam
para exaltarem os outros, tal como fez o
Salvador, se enquadrarão.
Tens de escolher.
PERGUNTAS PARA DEBATE:
1. Recorda uma pessoa que ajudaste a tornar-se conhecida e importante, entre os
teus amigos, e que te ignorou assim que se tornou “alguém”. Como te sentiste? O
que te magoou mais?
2. P
orque pensas que Jesus não visitou João na prisão? O que pensas que poderia
ter acontecido se Jesus tivesse visitado João na prisão?
3. Quais são os sinais do orgulho? Como é que podem ser detetados?
37
36
JOÃO SABIA A QUEM TINHA CEDIDO O
SEU LUGAR
João humilhou-se a si mesmo. Ele entregou a Outro o seu lugar e a sua honra.
Imagino que os seus amigos lhe tenham
dito: “Vês, eles foram todos ter com Jesus e agora estás sozinho. Mais tarde vais
ser levado, aprisionado e decapitado. Ele
não te libertará. Ele não fará nada por ti.
Ou talvez faça alguma coisa. Talvez viva
de acordo com o Seu próprio ensino.”
“E houve uma batalha no Céu: Miguel
e os Seus anjos batalhavam contra o
dragão, e batalhava o dragão e os seus
anjos” (Apocalipse 12:7). O que é que
estava em jogo? Porque é que Ele lutava
contra o dragão? Encontramos a resposta na Bíblia: “E tu dizias no teu coração:
Eu subirei ao Céu, acima das estrelas de
Deus exaltarei o meu trono, e no monte
da congregação me assentarei, da banda dos lados do norte. Subirei acima das
mais altas nuvens, e serei semelhante ao
Altíssimo” (Isaías 14:13 e 14). Aqui está o
alvo: subir, trono, altas nuvens. Assemelha-se tanto ao nosso mundo, com todos
os modelos que os meios de comunicação nos oferecem. É daqui que surgem
todas as “super” palavras – aranha, X-Men
SENTIR
Quando queres ajudar alguém a crescer, deves diminuir.
Não podes pregar acerca de Jesus enquanto quiseres evidenciar-te como pregador. Ou as pessoas veriam e ficariam
impressionadas com Jesus, ou seriam
impressionadas por ti e guardariam a tua
imagem na sua mente.
JA
lguma vez assististe a um concerto? Alguma vez viste um concerto
na televisão? Alguma vez viste de
quantos camiões, com material de palco,
eles precisam e como é que são? Catorze
camiões chegavam a um lugar antes dos
concertos de Michael Jackson e doze antes dos concertos de Madonna. Existem
várias dezenas de técnicos que preparam
os concertos.
João Batista tinha que preparar o maior
“concerto” da história do Universo. Consegues imaginar a quantidade de trabalho, que visão, que poder e que responsabilidade?
Tinha que afixar os cartazes, tinha que
passar nas ruas com a caravana de publicidade e tinha que apresentar o Cordeiro
de Deus, o Salvador do mundo.
Ele tinha quase 28 anos. Esta era a idade em que deveria interessar-se por raparigas. Ele podia frequentar as discotecas,
podia fazer parte de uma equipa de futebol da sua cidade (era o filho de alguém
muito importante), e podia ter sido sacerdote. Mas ele escolheu ser diferente. Ele
parecia ser uma pessoa rebelde, mas,
apesar disso, até os maiores dirigentes o
ouviam; ele tinha um comportamento estranho e uma língua dura, mas as pessoas procuravam-no; será que a sua excentricidade atraía as multidões? Será que o
povo necessitava de alguém que fosse
direto e não falasse com rodeios quando
queria dizer alguma coisa?
Não conhecemos a razão, mas João
tinha sempre pessoas à sua volta. Pessoas diferentes visitavam-no sempre. Ele
O MAIOR DILEMA
Depois de tanta publicidade, de tantas recomendações diretas e indiretas,
a multidão ficou furiosa.
Eles indagavam e estavam ansiosos por conhecer Aquela Pessoa tão
importante de Quem João
estava a falar, Aquela com
quem João não ousava
comparar-se.
João era como ouro e
todos desejavam adorá-lo.
Mas ele tornou-se vidro,
um material transparente,
para que o povo não pudesse vê-lo. Era simplesmente a moldura para o
personagem verdadeiramente importante: O Verdadeiro Personagem.
Não havia nada tão importante e tão precioso para este jovem
como a chegada d’Aquele que deveria vir.
O povo
interrogava-se:
Quem é Esse
que virá? O que
fez Ele por João
que só fala da
Sua vinda?
Perguntas:
O povo interrogava-se: Quem é Esse
que virá? O que fez Ele por João que só
fala da Sua vinda? O que fez Ele para ter
um poder sobre João (se realmente teve
algum poder sobre ele)? João era habitualmente uma pessoa rude, mas porque
é que estava radiante, porque é que se
tornou gentil como uma criança e tímido
como um adolescente que foi convidado
para o casamento do seu amigo quando
falava d’Aquele que viria?
Os dirigentes estavam nervosos e interrogavam-se: Se João, que é tão pode-
39
sos e pensava que eram únicos, mas ele
falava de um Mestre maior. Já tinha um
grupo de discípulos e muitos mais queriam inscrever-se nas suas aulas, mas ele
apresentava tudo como simples mediações de preparação. Ele poderia ter tido
servos; no entanto considerava-se como
um servo que não era digno de tocar nas
sandálias do seu Senhor.
SENTIR
2º SÁBADO
38
SENTIR
PODEROSO
DO QUE EU”
A
JA
“AQUELE QUE VEM
APÓS MIM É MAIS
tinha apenas uma ocupação, nomeadamente, pregar.
Ele tinha a sua própria equipa, que se
intitulava “os discípulos”.
Todos os que o ouviam, todos os seus
amigos e até os estrangeiros, acreditavam
que ele era o maior profeta de todos os
tempos. Ele era o segundo Elias, mas não
realizava milagres. Ele era direto, aberto e
não se inibia de proclamar a verdade.
Se tivesse desejado, podia ter criado o
seu próprio reino. Alguns chamavam-no
Messias, o Libertador.
Era um líder, uma pessoa interessante, sabia
como captar a atenção
do público, sabia coordenar um grupo de discípulos, era respeitado
e era temido pelo povo.
Poderia ter-se autoproclamado Messias e o
povo tê-lo-ia seguido.
João estava sempre
a olhar por cima do ombro, como se esperasse
por Alguém, como se
não fosse o único que
deveria vir e falar com o
povo. Ele comportava-se como uma pessoa
cuja missão era preparar a atmosfera antes do concerto do
convidado de honra.
João estava a reparar os microfones;
ele estava a colocar as luzes e as decorações. Aqueles que o ouviam e observavam estavam confusos: nunca tinham ouvido e visto uma pessoa tão respeitada;
ele, porém, parecia não ver a multidão.
Os seus amigos reprovavam-no, pois a
multidão queria proclamá-lo Libertador;
contudo, ele ainda estava a arrumar as
cadeiras, a varrer o chão, a aprontar a cortina e as luzes. Não era fácil para ele. Não
era fácil receber toda a honra enquanto
se comportava como qualquer outro empregado enviado para preparar o caminho. A multidão gostava dos seus discur-
JA
JA
MANTER UM PERFIL BAIXO
Posso sempre sentar-me no banco traseiro. Há pessoas que podem fazer observações sobre o que fazemos. Há pessoas
que ofuscam os nossos pensamentos, a
nossa visão e o nosso caminho. Todos
temos amigos, parentes que parecem lançar nuvens sobre nós sempre que nos encontramos. Por vezes, embora estejamos
conscientes daquilo que nos acontece,
41
guntares: Será que vale a pena? E se a
pessoa de quem gosto me trair ou desiludir? Quem é que pode garantir-me de que
não farei figura de tolo quando o/a promover? João respeitava Jesus. Tinha visto a
Sua sabedoria, grandeza, profundidade
e dedicação à salvação deste mundo.
Ele não compreendia muitas coisas, mas
respeitava-O.
Justiça para aqueles que confiam em
ti, que te dão importância. Precisas de
respeitar aqueles que confiam em ti, para
que não os enganes com promessas vãs,
para não lhes dares a impressão de que
és mais importante do que realmente és.
João apreciava os seus ouvintes e nunca
lhes transmitiu a impressão de que era
outra pessoa, de que não era um mensageiro, uma voz que falava da Pessoa notável que viria. Não penses que João não
seria tentado a pensar: Se eles acreditam
que és o Messias, cala-te e faz-lhes a vontade, não foste tu que fizeste esta declaração, foram eles. Se surgirem problemas,
só tens que fingir que não sabes do que
eles estão a falar. As pessoas sempre enfrentaram a tentação de serem consideradas mais importantes do que são na verdade. João conseguiu controlar os seus
pensamentos e a sua atitude. Sentia-se
honrado pelo seu papel em oferecer a
Salvação. Foi sobre ele que o Salvador
disse: “Em verdade vos digo que, entre
os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista;
mas, aquele que é o menor no reino dos
céus é maior do que ele” (Mat. 11:11).
SENTIR
40
SENTIR
Estar atento à tua missão. Serás
capaz de não reclamar para ti
mesmo a glória e a posição que
outra pessoa merece quando
compreenderes claramente aquilo
que Deus quer de ti.
roso, diz que não é importante em comparação com aquele que virá, quem será
essa Pessoa? O que fará o povo quando
Ela chegar? Seria tão importante que os
líderes perderiam a simpatia e o respeito
do povo? Perderiam a atenção que tanto
lhes tinha custado a conquistar? Estavam
bastante nervosos.
João retratava uma imagem maior do
Messias, que podia ser vista à distância,
e o pintor tornava-se invisível em comparação com a sua obra de arte. Ele clamou
com todo o seu poder: Por favor, sejam
pacientes! Prestem atenção! Este não é
o momento alto do espetáculo e o Ator
principal ainda não chegou. Ainda não
viram, nem ouviram nada importante. Só
testei o som. A partir de agora começa o
verdadeiro concerto. Preparem-se para O
aplaudir.
Para poderes admitir que não és o
maior, necessitas das seguintes características:
Humildade. A humildade é algo que
gostamos de ver nos outros, mas não desejamos possuí-la. A humildade é como
um vestido simples e incolor. Se vestires
humildade a mais, não te destacarás, não
serás elogiado, não serás admirado. Para
poderes ser humilde precisas de não desejar ver o trono que foi preparado para
ti; necessitas de te sentir indigno de uma
tal honra.
Estar atento à tua missão. Serás capaz
de não reclamar para ti mesmo a glória
e a posição que outra pessoa merece
quando compreenderes claramente aquilo que Deus quer de ti.
Respeito por Aquele que professas
ser Maior do que tu. É fácil respeitares
alguém mais velho do que tu. Podes
facilmente respeitar um professor. É fácil admirares um ator famoso. Também
admiramos os nossos pais. Mas é difícil
admirar alguém que tem metade da tua
idade, um desconhecido. Isto significa
entregar a outra pessoa a tua glória e a
apreciação. É perfeitamente normal per-
JA
sentimo-nos impotentes quando temos
que eliminar a má influência que exercem
sobre nós. Cabe-nos a nós decidir se desejamos ser livres ou permanecer sob a
influência negativa dos outros.
SENTIR
42
SOB A LUZ DE OUTRO
Se posso sentar-me no banco traseiro,
posso escolher viver a minha vida sob a
luz de outra pessoa (a luz de Jesus). Se
Satanás só traz sombra e nuvens escuras,
não importa se estás à sua frente ou atrás
dele; no que diz respeito a Deus as coisas
são diferentes. Perante Ele, sob as Suas
JA
PERGUNTAS PARA DEBATE:
pegadas, perto d’Ele tudo é luz. Ele lança
luz sobre nós. Ilumina os nossos passos.
Torna-me importante para poder ter o meu
próprio matiz, personalidade e caráter.
Caminhar junto a Deus significa que Ele
deseja que eu viva na Sua luz, para poder
mostrar a minha vida ao mundo, mostrar
aos outros os valores que Ele coloca no
meu coração. Deus nunca lançará sombra
sobre nós, porque Ele está rodeado de luz
e porque a Sua sombra é luz.
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A maior descoberta
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AQUELE QUE VEM DEPOIS DE MIM
PROTEGE-ME
Quando Jesus caminha atrás de alguém, essa pessoa sentir-se-á protegida,
apoiada, defendida.
Se Ele caminha atrás de mim, quer dizer
que tenho que caminhar retamente.
Se me é concedida a honra de caminhar diante de Jesus, preciso de ser responsável. Tenho que compreender que
Ele verá os meus passos e que devo caminhar retamente. A Sua luz mostrar-me-á o caminho e aqueles que seguem atrás
caminharão num caminho reto, porque
Jesus está atrás de mim.
Podemos ler a declaração de Paulo:
“Sede meus imitadores, como eu sou de
Cristo” (I Coríntios 11:1).
O facto de Ele seguir atrás de mim e reparar certos erros e falhas deveria dar-me
o poder para ser mais ousado.
Não existe maior alegria do que saber
que Deus caminha atrás de
nós e lança fora a escuridão,
o medo, os inimigos, as faltas
e a errância. Diante de Deus
há verdadeira vida.
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tua Biblia!
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Área Departamental de Evangelismo | Departamento de Jovens
Rua Acácio Paiva, 35 | 1700-004 Lisboa | Tel.: 21 351 09 10
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Queres falar de Jesus
aos teus amigos
1. Fala aos outros acerca da pessoa que estava atrás de ti, que te lançou uma mão
ajudadora a nível moral, emocional e material.
Convida-os para vir a
tua casa e, em grupo,
descubram as coisas
fantásticas que
2. C
omo é que uma pessoa se deveria parecer para não sentires que ela fez uma
observação sobre ti?
3. Q
uais seriam as dificuldades e aparentes desvantagens se Jesus caminhasse
atrás de ti? O que aconteceria se caminhasses atrás d’Ele?
Curso de Estudo da Bíblia
para Jovens
A Bíblia Ensina!
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Encerramento das inscrições para as atividades de verão
25 de junho – Final das inscrições para o Acampamento Nacional de Tições
9 de Julho – Final das inscrições para os Acampamentos Nacionais de Desbravadores,
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Companheiros e Impacto
27 de agosto – Final das inscrições para o Acampamento Nacional de Rebentos
5 a 8 de abril
Acampamentos
Regionais
2012
22 a 29
de julho
Juventude
Acnac Tições
7 a 9 de
setembro
Acnac Rebentos
A d v e n t i s t a
30 de julho a 8
de agosto Acnac
9 a 19 de agosto
Acnac Companheiros
22 de agosto a 2 de setembro
Impacto – Vila Real de Santo António
Desbravadores
União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia
Departamento de Jovens | Rua Acácio Paiva, 35 | 1700-004 Lisboa
21 351 09 10

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