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revista
especializada em tratamento de
DESINFECÇÃO DE ÁGUA E
EFLUENTES COM RAIOS
ULTRAVIOLETA
Sistema de decantação
Ação dos decantadores
em tratamento de água
Fenasan 2013
9 772236 261064
junho/julho-2013
ISSN 2236-2614
Confira os principais
lançamentos da Fenasan
Tratamento de água e efluentes
Modelos de contratação aplicados em
tratamento de água e efluentes
Fotos: Divulgação Nova Opersan
Modelos de negócio para
tratamento de água e efluentes
por Cristiane Rubim
Prestadoras de serviços buscam alavancar negócios das empresas com terceirização de ETA e ETE
A
tualmente verifica-se uma tendência no mercado de tratamento de água e efluentes para a
prestação de serviços e terceirização aplicadas
pelos modelos de negócios BOT, BOO, AOT e O&M, e
a Revista TAE foi atrás destas informações para saber
quais os modelos aplicados atualmente e quais os
principais motivos que levam grandes companhias a
migrarem de modelos de negócios conceituados para
a terceirização do tratamento de água e efluentes.
Cada projeto tem suas próprias características e especificidades, mas, no geral, o que atraem estas empresas são as vantagens oferecidas pelos modelos de
negócio que as prestadoras de serviço oferecem que
ajudam a viabilizar melhor seus negócios. Melhorias
no processo de gerenciamento da água, redução dos
desperdícios, possibilidade de reúso da água, economia nos custos da empresa com mão de obra e demais
gastos provenientes da operação do sistema, diminuição dos riscos, foco no negócio e possibilidade de
investimento de mais recursos financeiros no negócio
principal da empresa são algumas das principais vantagens apresentadas pelos modelos de contratação.
Os modelos
Os modelos de negócio atuais praticados pelo mercado para os projetos de tratamento de água e efluentes
são o EPC, BOT, BOO, AOT, AOO e O&M.
EPC - Do inglês, significa Engineering, Procurement and
Construction (Engenharia, Projeto e Construção). Por ser
o mais consagrado, ainda é o modelo de negócio mais
praticado pelas empresas de engenharia. O cliente que
contrata o projeto de instalação em sua empresa compra os materiais para construir por conta própria ou por
subcontratação de partes do trabalho. O cliente assume o orçamento e o risco do projeto por um preço fixo
(LSTK), dependendo do escopo de trabalho acordado. De
acordo com Audri Lanza, gerente de Engenharia da Nova
Opersan, empresa que atua no desenvolvimento, construção e operação de soluções em tratamento de água
e efluentes, este modelo contempla o conceito e detalhamento do projeto, fornecimento dos equipamentos e
demais materiais e instalação do sistema completo, além
de start-up. A garantia é dada a partir da data de entrega.
BOT - O Build, Operate and Transfer (Construir, Operar
e Transferir) é também muitas vezes chamado de DBOT
(Design, Build, Operate and Transfer). Ao transferir para
uma empresa especializada todo o risco no processo de
prospecção, captação e tratamento de água e efluentes, o cliente fica isento de investir recursos próprios ou
de assumir responsabilidade que não tenha a ver com
sua atividade-fim. Todos os investimentos necessários
à implementação, operacionalização e manutenção do
sistema de captação e tratamento de água e efluente
são assumidos pelo prestador de serviço. Segundo Audri, cabe à contratada o desenvolvimento do conceito,
aplicação da tecnologia, desenvolvimento do projeto,
instalação do sistema, partida e operação da planta.
“O cliente paga por m³ tratado à contratada. E a responsabilidade por atender à legislação, por operar e
por manter a planta também é da contratada”, explica.
BOO - No Build, Operate and Own (Construir, Operar e
Permanecer Proprietário), a contratada financia, constrói
e toma posse do empreendimento. “A única diferença
entre o BOT e o BOO é que a planta retorna ao contratado, ou seja, não há a transferência da planta ao cliente. A
principal vantagem é que, neste modelo, o valor cobrado
por m³ é um pouco menor que no BOT, porém, assim que
o contrato acaba o contratante fica sem unidade de tratamento”, ressalta a gerente de Engenharia.
AOT – No modelo Acquire, Operate and Transfer (Adquirir, Operar e Transferir), conforme Audri, a contratada investe em uma unidade já existente, projeta e
implanta melhorias neste sistema, opera, mantém e,
após a amortização, é transferida ao cliente. “Neste
caso, uma das vantagens para o cliente é que, muitas vezes, por ele não ter o know-how de operação, o
negócio se torna algo muito viável, porque ele pode
focar mais em seu core business.”
AOO – Neste contrato, Acquire, Operate and Own (Adquirir, Operar e Permanecer Proprietário), a unidade de
tratamento também já existe e a contratada faz todo o
trabalho como no AOT. A diferença é que, no final, a contratada permanece com a planta.
O&M – O Operation and Maintenance (Operação e
manutenção do sistema). Neste modelo, a contratada
faz a operação de tratamento da unidade que já existe
e é responsável pelo lançamento, garantindo seu funcionamento. “A vantagem é que a empresa que contrata este serviço foca em sua especialidade de negó-
cio”, afirma a gerente de Engenharia da Nova Opersan.
Segundo Audri, estes modelos de negócio podem ser
aplicados em qualquer tipo de estação.“Para uma nova
planta podem ser usados o EPC, o BOT e o BOO. Quando a planta já existe, será feito um AOT ou um O&M
dependendo do estado e conservação da planta ou
se haverá incremento de vazão a ser tratada”, aponta.
Cada modalidade destas tem inúmeras implicações
contábeis e fiscais. Por isso, é preciso fazer uma apurada análise quanto à conveniência de sua utilização.
De acordo com Fabricio Drumond, diretor comercial
da Nova Opersan, o mercado de saneamento industrial movimenta cerca de R$ 1,5 bilhão por ano. “Nossa estimativa é que a base de ativos instalados no País
seja em torno de R$ 20 bilhões”, calcula.
Em projetos de operações dedicadas, de acordo com Audri, o projeto conceitual é desenvolvido e apresentado
ao cliente em fase de proposta. Após o fechamento do
contrato, algumas informações são enviadas ao cliente a
título de conhecimento. Nos projetos de BOT, BOO, AOT,
AOO e O&M, segundo ela, é de fundamental importância
que seja levantado ou firmado um vendorlist (lista de fornecedores), já que impacta em peças de reposição e vida
útil da planta. “Em nossos projetos, é sempre dada prioridade à maior vida útil possível para que reduza o valor
Dicas para a escolha do modelo de negócio
De acordo com Fabricio Drumond, diretor comercial da Nova Opersan, para definir o modelo de negócio adequado a ser contratado por
uma empresa, o cliente deve responder a estas
três perguntas abaixo. “Por meio delas, o cliente poderá identificar se a solução EPC é a mais
adequada ou se a BOT, BOO, AOT, AOO e O&M
são melhores”, afirma.
1) O cliente possui as competências necessárias para avaliar um projeto, assegurar sua execução e garantir a correta operação do sistema
em conformidade com a legislação?
2) O cliente dispõe de capital para investimento no projeto de forma que garanta a execução
do sistema de tratamento que realmente atende às suas necessidades?
3) O cliente possui tempo e recursos disponíveis para se dedicar na operação do sistema de
tratamento sem que isso atrapalhe as atividades principais do seu negócio?
Grafico com modelos de negócios e seus responsáveis
de Opex da unidade, assim como evite que a planta faça
paradas para manutenção”, esclarece. O papel da Engenharia é fundamental na escolha do porte e da qualidade
dos equipamentos e materiais de acordo com o tamanho
ou especificidade da unidade. “Muitas vezes, uma planta de baixa vazão tem grande complexidade pelos riscos
da unidade, pelo tipo de fluido que será manuseado ou
até mesmo pelo valor agregado que está embutido no
produto. Algo que demanda tempo considerável da Engenharia durante o detalhamento, escolhendo o melhor
material ou equipamento a ser usado para esta aplicação”, explica Audri.
Como saber qual o contrato adequado à sua empresa?
Sobre os benefícios e vantagens destes modelos de negócio, dos quais já destacamos alguns, é preciso esclarecer
mais sobre o assunto para a escolha correta pelo modelo que mais convém para uma empresa. Para Drumond,
o modelo EPC é ideal para empresas que buscam ser
proprietárias dos seus sistemas de tratamento e estão
dispostas a correr os riscos envolvidos na elaboração de
projetos, construção e operação do sistema. “Em troca,
por correr estes riscos, a empresa não fica amarrada a
um contrato de longo prazo”, avalia.
Nos modelos BOT e BOO, a empresa transfere todos os
riscos de projeto, construção e operação para uma empresa especializada. “Nestas modalidades, a empresa
tem a segurança de que o sistema de tratamento estará
sempre disponível a um custo fixo e sem estouros no orçamento”, analisa Drumond. Porém,ele adverte quanto
às necessidades para que estas modalidades sejam viáveis. “A empresa precisa conceder um contrato de longo
prazo para que a prestadora de serviços possa amortizar
os investimentos do projeto ao longo do tempo.”
Em relação às modalidades AOT e AOO, a grande vantagem, segundo Drumond, é a oportunidade que as empresas possuem de capitalizar ativos não-estratégicos
para emprego destes recursos financeiros em outras atividades que geram valor para o seu negócio. “Além disso, a empresa transfere os riscos operacionais para uma
empresa especializada e tem a segurança de um custo
fixo para o tratamento de água e efluentes”, expõe. Da
mesma forma como no BOT e BOO, estes dois modelos
também exigem um contrato de longo prazo.
No modelo O&M, a vantagem é poder contar com uma
empresa especializada na operação e manutenção do
sistema. “Este contrato de negócio é ideal para clientes
que estão tendo muitos problemas com a operação de
seu sistema”, indica o diretor comercial da Nova Opersan.
Investimentos no negócio da empresa
A preocupação de oferecer um negócio vantajoso ao cliente que atenda às suas necessidades e proporcione confiabilidade requer cuidados em todo o processo de elaboração, execução, operação e manutenção do projeto.
Além das vantagens e atrativos que os outros modelos de negócio também apresentam aos clientes, em
alguns deles, na questão de liberação de recursos financeiros para que a empresa contratante invista em
ativos ou atividades estratégicos para o seu negócio,
a Nova Opersan cita os investimentos que podem ser
feitos, por exemplo, no modelo BOT, seu principal
foco de negócio:
• Ampliação de linhas de produção;
• Melhorias de processos;
• Investimentos em pesquisa e desenvolvimento;
• Construção de novas unidades industriais;
• Menor alavancagem financeira.
A questão do gerenciamento da água também pode trazer economia ao cliente em seus gastos com redução de
desperdícios e reúso porque saberá quanto vai gastar de
acordo com o modelo de negócio adotado.
Tecnologia, Capex e Opex
O equilíbrio alinhado entre Tecnologia, Capex e Opex é
uma das garantias que o modelo BOT dispõe para otimizar o custo total de propriedade. As empresas atuantes
nestes modelos de negócio trabalham com as principais
Desafios técnicos
Conforme informações da Nova Opersan, os modelos de negócio demandam desafios técnicos a
serem superados para execução:
• Solução deve garantir a manutenção do contrato;
• Busca de novas tecnologias visando à redução
de custos;
• Execução de projeto com o menor desvio de Capex e Opex possível;
• Visão em operação e manutenção do sistema;
• Manter parceiros e fornecedores qualificados.
tecnologias para o tratamento de água e efluentes, proporcionando ao cliente a melhor relação custo-benefício
para o projeto. Além disso, há uma melhor gestão dos
custos e previsibilidade de orçamento, fazendo com que
o cliente fique responsável apenas pelo pagamento da
tarifa por metro cúbico do volume.
Capex - Capital Expenditure (Despesas de Capital ou Investimento em Bens de Capital). O Capex são os investimentos realizados em equipamentos e instalações para
manter a produção de um produto ou serviço ou o funcionamento de um negócio ou sistema.
Opex - Operational Expenditure, refere-se ao custo contínuo com a manutenção dos equipamentos e outras despesas operacionais necessárias à produção de produtos
ou serviços ou para manter em funcionamento um negócio ou sistema. Uma empresa ao adquirir uma máquina
utiliza Capex e o custo com a sua manutenção é o Opex.
A melhor opção
Não se é possível avaliar a melhor opção a ser adotada, pois os modelos são diferentes e devem ser
adotados conforme as diretrizes e necessidades de
cada empresa, porém deve-se ter algumas questões
chaves a serem vizualizadas e analisadas, sendo elas:
Custo - Quem deve arcar com os custos adicionais
do projeto?
Prazos - Quem deve arcar com as extensões e não
cumprimentos de prazos estipulados no projeto?
Projeto - Quem será o responsável pela engenharia, instalações e definição da melhor solução aplicada e quem deve ser responsabilizado por eventual inadequação e/ou insuficiência do projeto?

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