Viver e celebrar a fé cristã

Transcrição

Viver e celebrar a fé cristã
14 de Fevereiro de 2008
14
Fevereiro
2008
SEMANÁRIO REGIONALISTA
Director: ALBERTO GERALDES BATISTA
Ano LXXX – N.º 3959
Autorizado pelos C.T.T.
a circular em invólucro
de plástico fechado.
Autorização
N.º D.E.
DE00032008SNC/GSCCS
PUBLICAÇÕES
PERIÓDICAS
2350-999 TORRES NOVAS
TAXA PAGA
Jesuíta, missionário, defensor dos direitos humanos, mestre insigne da língua portuguesa
Preço 0,50 € c/ IVA
Rumo à Páscoa
Padre António Vieira nasceu,
há 400 anos, em Lisboa
As comemorações do IV centenário
do nascimento do Padre António
Vieira, que decorrem ao longo de
todo o ano, arrancaram oficialmente
no dia 6, na Academia das Ciências
de Lisboa, com uma conferência de
Eduardo Lourenço, um dos maiores
pensadores portugueses vivos.
A sessão,no dia em que se cumpriram 400 anos sobre o nascimento
do jesuíta português, em Lisboa,
contou com a presença do Presidente da República, Aníbal Cavaco
Silva, e do cardeal-patriarca de
Lisboa, D. José da Cruz Policarpo,
bem como do presidente da Academia das Ciências de Lisboa,
Adriano Moreira, e do presidente
da Comissão Organizadora de 2008
Ano Vieirino, o professor Manuel
Cândido Pimentel.
Na capela da Universidade de
Coimbra, realizou-se um recital de
órgão e pregação do Sermão de
Quarta-feira de Cinzas, promovido
pelo Centro de Estudos Clássicos
e Humanísticos e pelo Centro InterUniversitário de Estudos Camonianos daquela universidade.
Também no dia 6, foi inaugurada
Vencer as
tentações
na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, uma exposição
iconográfica e bibliográfica do
padre António Vieira, coordenada
e organizada pelo professor Arnaldo do Espírito Santo, presidente
da Comissão Científica de 2008 Ano
Vieirino. Na capital, um eléctrico
chamado Vieira, um dos que fazem
a carreira número 28, que liga o
Largo de Camões à Graça, fez a sua
viagem inaugural no dia 6, às 15.00,
transportando especialistas que
falaram aos passageiros sobre a
vida e obra do jesuíta do século
XVII. Tratou-se de uma iniciativa
do Centro Nacional de Cultura e da
Carris, que se estendeu até 12 de
Fevereiro.
Também no dia 6, um memorial ao
padre António Vieira, feito com
azulejos da Fábrica Cerâmica Viúva
Lamego, foi descerrado na Rua do
Correio Velho.
De 4 a 11 de Maio de 2008
Imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima,
da Cova da Iria, visita a cidade de Beja
Preparação
Na Quaresma e no Tempo Pascal:
Assembleias
Familiares Cristãs
De 4 a 11 de Maio
Viver e celebrar a fé cristã
Visita da Imagem Peregrina
a todas as paróquias, procissão de velas e vigília de
Pentecostes, no dia 10, na Sé.
Celebração da Festa do
Pentecostes, com crismas,
no Pavilhão Multiusos, do
Parque de Feiras e Exposições de Beja.
Festa dos Povos, com manifestações culturais do Alentejo e dos migrantes que
vivem na Diocese de Beja.
Página 7
A Quaresma é tempo de conversão
e mudança de vida, é o grande
retiro do Povo de Deus, é o preço
da caminhada para uma Páscoa feliz
e frutuosa.
Através da meditação mais empenhada da Palavra de Deus, duma
oração que repense a vida, do jejum
do consumo exagerado e do pecado, da partilha de bens e serviços,
o crente corrige o piloto automático” colocando-o na direcção
certa de Deus e dos irmãos.
Durante a Quaresma, o ser humano
tem a oportunidade de avaliar a
qualidade da sua vida humana e
cristã, através das tentações de
Cristo, que são parábolas das
nossas próprias tentações nas três
grandes frentes da nossa existência
humana.
A Tentação do Pão, manifesta a
forma errada como nos relacionamos com as coisas materiais. O
tentador queria que Jesus pusesse
ao serviço de si mesmo, as capacidades que recebeu para enriquecer
os outros.
Toda a utilização egoísta dos bens
é diabólica. Ninguém pode ser feliz
sozinho.
A Tentação dos milagres, manifesta
a forma errada de nos relacionarmos
com o próprio Deus: duvidando do
Seu Amor e fidelidade, exigindo
provas e descontos especiais para
o nossos trabalhos e para o bem
que fazemos.
A Tentação do mundo com suas riquezas, manifesta a forma errada de
nos relacionarmos com o nosso
próximo.
A escolha está entre dominar e
servir, entre instrumentalizar e
respeitar a dignidade e os direitos
do seu semelhante.
O que há a mudar nas nossas relações com Deus, com as coisas materiais e com os nossos semelhantes?
Este é o tempo propício. Este é o
tempo da salvação. O esforço feito
na Quaresma tem maior efeito, vai
mais depressa, chega mais longe.
António Aparício
“Notícias de Beja”: 80 anos ao serviço da Igreja, do Alentejo e do País
IGREJA
2 – Notícias de Beja
14 de Fevereiro de 2008
Oásis no deserto
Mais testemunho que uma crónica,
aqui fica o meu depoimento sobre
uma experiência em que fui protagonista. De qinta à noite a domingo
pela noite dentro acompanhei muito
de perto a cainhada interior de 12
homens. Fizeram em 3 dias o que
os outros doze fizeram em três anos.
Com uns e com outros estava
Jesus, o Enviado do Pai para lhes
revelar os segredos de Deus.
No Centro Pastoral de Beja, os
esparavam 12 irmãos que pensaram
neles durante muito tempo, rezaram
por eles e se preparararam espiri-
tualmente para os acolher e acompanhar. Como puderam fizeram o
mesmo que Jesus. “Naqueles dias,
Ele foi á montanha para orar e
passou a noite inteira em oração a
Deus. Depois que amanheceu,
chamou chamou os discípulos e
entre eles escolheu doze, aos quais
deu o nome de Apóstolos ... “ (Lc
6,12) Então eram Pedro, Tiago, João
e ou outros, vindos das diversas
regiões da Palestina, com a predominância da Galileia. Agora, foram
o Henrique Camacho,o Rui Cortes,
o João Fialho, o João Costa, o
Paulo Rodrigues, o Francisco
Mendes,o Miguel Peres, o Zé
Miguel, o António Lúcio, mo António Vilhena, o António Capa, o
Francisco Fachadas, também eles
vindos das diversas partes da
Diocese com vantagem para Moura. Os doze da Palestina tinham o
suporte duma equipa de apoio
sediada na casa de Pedro. (Mt 8,14)
Também a Equipa do 48º tinha uma
forte retaguarda de apoio espiritual
e a primorosa colaboração da
Equipa do Exterior. Humanamente,
estavam criadas as condições com
a participação do Centro Pastoral
Diocesano para uma experiência
com a marca do divino, um encontro no mais íntimo consigo
mesmo e com Deus, onde os outros
também entravam.
O 48º de Homens de Beja foi mais
um acontecimento sentido e vivido
de modo muito intenso. Decorreu
como o próprio Pai o preparou.
Eramos todos pródigos. O Pai
Comum aguardava a chegada e
tinha tudo a postos para a Festa.
Foi criando laços de amizade com
cada um das mais diversas maneiras. Serviu-se de todo o tipo de
pessoas. O que é certo é que todos
acabaram por concluir que o Senhor
os tinha captivado, sem se terem
apercebido muito bem disso. E o
encanto foi tecidos com laços de
amor . “Eu mesmo a seduzirei, vou
conduzí-la ao deserto e falar-lhe ao
coração... restitiur-lhe-ei as suas
vinhas.. vai abrir-se uma porta de
esperança.” (Os 2,16-17) Eu vi isto
acontecer. Fui testemunha e também
tive o privilégio de ser protagonista.
De facto, também este curso, como
tantos outros, foi um laboratório.
Cada um dos participantes foi o
‘espaço’ das mais surpreendentes
reacções. O re-agente para cada
‘produto’ era sempre o mesmo : o
Espírito de Jesus, presente e activo
no mais íntimo de cada fiel. O seu
trabalho era acordar cada um e
torná-lo consciente que é filho de
Deus, que tem uma grande família
de IRMÃOS que vai descobrindo
e conhecendo de modo pessoal e
afectivo e de quem acaba por se
tornar um bom amigo. Espontãneamente se encontra a viver a
fé em comunidade. Neste laboratório passa-se da solidão e do
isolamento para a fraternidade e a
participação. Descobre-se que sem
um grupo se fica órfão. A experiência de estar e trabalhar em
grupo abre novos horizontes e
liberta do egoísmo. Aprende-se uns
com os outros a ser corpo e a
valorizar os diferentes dons de
cada um. Passa-se do rosto carregado da sexta feira para o sorriso
aberto do domingo. Pasa-se da
morte para a vida. Acontece Páscoa,
mesmo que se esteja no início da
Quaresma!
A estes homens, os novos apóstolos da Igreja Local de Beja, que
viveram juntos uma experiência de
transfiguração foi proposto o
regresso à vida quotidiana, com a
sua normalidade. Passaram para o
4º dia. Aos outros doze Jesus
enviou-os e fez estas recomendações (que também são válidas
para estes) : “não tomeis o caminho
dos gentios, nem vivais mais de
qualquer maneira (como antes) . Ide
às ovelhas perdidas ...Dirigi-vos a
elas e dizei-lhes o que vos aconteceu... curai os doentes, ressucitai
os mortos, purificai os leprosos,
expulsai os demónios... Recebestes
de graça, (A GRAÇA!) ... dai de
graça também... Ide a casa... daqueles de quem eu estou à espera...
ide com tempo .. dai-lhes a paz, a
vossa e a minha ... se aceitarem
estar e andar comigo , alegrai-vos,
pois serei para eles, como fui para
vós, a luz e a força; se esses não
aceitarem procurai outros; há
muitas ovelhas perdidas na casa de
Israel Envio-vos como ovelhas
entre lobos. Sede simples, mas
também prudentes. ! ( Mt 10,5- 16)
Ainda não entendi porque é que,
no contexto alentejano, o presbitério, os Párocos não deram
prioridade a este trabalho de nova
evangelização, porque desperdiçam esta oferta de Deus, este dom
com que o Espírito premeia quem
acredita no poder da Graça de Deus.
Com tanto homem por aí apto a ir
fazer esta experiência de ‘ressurreição’, os mantemos no túmulo do
esquecimento. Não será a hora de ,
como recomenda o Secretário da
Conferência Episcopal, a gente
parar e pensar no nosso tipo de
pastoral? Que resultados temos
com o investimento do nosso
tempo e da nossa energia física e
mental? Esta gente que passa pela
experiência dum curso de cristandade é devolvida à família e à
comunidade cristã nas condições
ideais para entrar numa Equipa de
Casais, numa Equipa de CPB ou
de CPM e outras actividades
paroquiais, além de ter ao seu
dispor no próprio movimento meios
para lhe possibilitar om prosseguimento da formação, do empenhamento apostólico e o exercício
duma vida cristã sadia e equilibrada.
Numa diocese desertificada em
tantos aspectos, a aposta nesta
possibilidade que envolve a Igreja
toda e mobiliza de uma maneira
admirável o laicado, pois o compromete e envolve de modo muito
activo e consciente, seria uma
maneira de evangelizar a cultura
tradicional e proporcionar a frescura e a beleza dum oásis neste
deserto humano e espiritual em que
a maioria esmagadora dos alentejanos vive. O MCC continua vivo
e revela-se actual, pelos resultados
que obtém. Mas, embora sendo
um movimento de leigos, não
prescinde da colaboração e participação do presbítero. E isto tanto
no curso, como Director Espiritual,
como antes e depois, como estimulador e acompanhante. É função
do Presbítero animar espiritualmente. O MCC oferece-lhe condições invejáveis para o fazer.
Também depende dos padres que
no nosso deserto haja oásis.
Manuel Magalhães,
Pároco de Santiago do Cacém
II Domingo da
Quaresma
Ano A
17 de Fevereiro de 2008
Apesar de a humanidade ter esquecido o seu destino sobrenatural,
que consistia em ser “amigo de Deus”, não destrói Deus o Seu projecto
a respeito de cada um de nós. Tomando a iniciativa do diálogo, Deus
vem ao seu encontro, revela-Se-lhe e deseja estabelecer com ele
pessoais relações de amizade, tornar-Se seu “aliado”. A aliança feita
com Abraão e todas aquelas, que se lhe seguiram, no decurso dos
séculos, são preparação da Aliança definitiva, mas são também a
expressão do desejo que Deus tem de entrar em comunhão com o
homem.
I Leitura
Gen 12, 1-4a
A primeira afirmação da nossa fé, em relação ao mundo, é que Deus
nos chamou para sermos o seu Povo. Este chamamento está já nas
origens, mas houve depois, ao longo da história da salvação, momentos
especialmente significativos, e, destes, o primeiro e bem significativo
foi, sem dúvida, o chamamento de Abraão.
Leitura do Livro de Génesis
Naqueles dias, o Senhor disse a Abrão: «Deixa a tua terra, a tua família e
a casa de teu pai e vai para a terra que Eu te indicar.
Farei de ti uma grande nação e te abençoarei; engrandecerei o teu nome
e serás uma benção.
Abençoarei a quem te abençoar, amaldiçoarei a quem te amaldiçoar; por
ti serão abençoadas todas as nações da terra».
Abrão partiu, como o Senhor lhe tinha ordenado..
Salmo Responsarial
Salmo 32 (33)
Refrão: Esperamos, Senhor, na vossa misericórdia.
II Leitura
2 Tim 1, 8b-10
O chamamento de Deus chega até aos homens por seu Filho, Jesus
Cristo, que, na leitura do Evangelho, o próprio Pai nos apresenta
para que O escutemos. Por Ele se renova a Aliança entre Deus e os
homens, e n’Ele já temos a garantia da vida e da imortalidade. É esta
a fé da Igreja desde o princípio, como o Apóstolo o atesta.
Leitura da Segunda Epístola do apóstolo S. Paulo ao Timóteo
Caríssimo: Sofre comigo pelo Evangelho, apoiado na força de Deus.
Ele salvou-nos e chamou à santidade, não em virtude das nossas obras,
mas do seu próprio desígnio e da sua graça.
Esta graça, que nos foi dada em Cristo Jesus, desde toda a eternidade,
manifestou-se agora pelo aparecimento de Cristo Jesus, nosso Salvador,
que destruiu a morte e fez brilhar a vida e a imortalidade, por meio do
Evangelho.
Evangelho
Mt 17, 1-9
A Transfiguração é a revelação antecipada de Cristo glorioso, como a
sua ressurreição, no fim da Quaresma, O há-de manifestar. Em Cristo
transfigurado, se antevê, desde já, a vida e a imortalidade a que somos
chamados, reconhecemos a glória do Filho de Deus que se há-de revelar
em nós próprios e tomamos coragem para subirmos ao longo da
Quaresma, até à transfiguração pascal, que Deus dará a quem escutar e
seguir o seu Filho.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João seu irmão e
levou-os, em particular, a um alto monte e transfigurou-Se diante deles:
o seu rosto ficou resplandecente como o sol e as suas vestes tornaramse brancas como a luz. E apareceram Moisés e Elias a falar com Ele.
Pedro disse a Jesus: «Senhor, como é bom estarmos aqui! Se quiseres,
farei aqui três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para
Elias». Ainda ele falava, quando uma nuvem luminosa os cobriu com a
sua sombra e da nuvem uma voz dizia: «Este é o meu Filho muito amado,
no qual pus toda a minha complacência. Escutai-O».
Ao ouvirem estas palavras, os discípulos caíram de rosto por terra e
assustaram-se muito. Então Jesus aproximou-se e, tocando-os, disse:
«Levantai-vos e não temais».
Erguendo os olhos, eles não viram mais ninguém, senão Jesus.
Ao descerem do monte, Jesus deu-lhes esta ordem: «Não conteis a
ninguém esta visão, até o Filho do homem ressuscitar dos mortos».
OPINIÃO
14 de Fevereiro de 2008
Notícias de Beja – 3
Com Sabedoria e Serenidade
Tinha pensado noutro trema para
este meu artigo mas, pareceu-me,
que seria bom escolher o regicídio
que ocorreu há um século, precisamente no dia 1 de Fevereiro de 1908.
Não irei tratar, directamente, dos
aspectos históricos e políticos do
acontecimento, mas apresentar, tão
só, algumas reflexões acerca deste
facto.
Há bastantes anos que Portugal se
vinha transformando nas ideias e
nas mentalidades, sob a influência
de alguns dos países da Europa,
transformação essa que provocou
frequentes turbulências sóciopolíticas. Era visível a luta pelo
poder, como poder, pois que o geral
da população pouco progredia no
acesso aos bens do património
nacional. É certo que em vários
sectores da vida do nosso país se
introduziram melhoramentos, principalmente, nos transportes e comunicações, mas não se podia dizer
que o país tivesse evoluído o
suficiente na solução dos problemas do povo português. Acrescente-se que com esta evolução
entraram em Portugal organizações
que não se recusavam a recorrer à
violência para mudar o regime
político em Portugal.
Em situações destas, por natureza
complexas, o discernimento, tanto
quanto possível, sereno e lúcido,
era de uma importância indiscutível,
embora tremendamente difícil. Só
se chegaria lá por uma análise
correcta da realidade, o que exigia
uma informação objectiva e bastante completa e, depois, uma
ponderação e decisão desapaixonadas. Repito, isto era extremamente difícil, pois se estava em cima
do fogo. Apesar disso era indispensável tomar a sério os sintomas,
não os julgando sem significado,
nem os tomando logo apocalipticamente. Era preciso tomá-los muito
a sério, o que, julgo não ter sido
feito atempadamente e com o necessário rigor.
Neste campo, os erros e as omissões pagam-se, a seu tempo, muito
caro. Não se esqueça que o regicídio não é só ponto de partida é
também ponto de chegada. É ponto
de partida porque marcou os anos
seguintes com instabilidade e
violência quase constantes na vida
nacional. É ponto de chegada
porque veio na sequência das
perturbações, lutas e omissões dos
anos anteriores. Há que fazer uma
séria meditação sobre o regicídio
para daí extrair lições preciosas para
o nosso presente e futuro.
Embora esse trágico acontecimento
seja um facto condenável a todos
os títulos, não se pode absolver,
sem mais, os detentores do poder
desde o Rei, ao Parlamento, ao
Governo, aos Partidos e a todas as
demais Autoridades do País. Todos, de uma forma ou outra, numa
monarquia constitucional, tinham
responsabilidades e poder para,
com antecipação terem atendido às
legítimas reclamações do povo
evitando assim a criação de um
clima propício a todas as aventuras
e desmandos.
Uma segunda reflexão sublinha
que, enquanto no plano dos prin-
A Família Real, de Joseph Layraud, datada de 1876.
O jovem príncipe D. Carlos, com uma espingarda na mão
cípios, tem vindo a crescer a afirmação de que a vida é um valor
inviolável, no dia a dia não deixa de
aumentar o desrespeito pela mesma
vida pelos meios mais sofisticados.
Com efeito, as declarações internacionais afirmam que a vida humana
é para apreciar, respeitar e defender
e a opinião pública, cada vez mais, é
contrária à guerra, ao terrorismo e às
diferentes formas de criminalidade.
Em cada início de ano é habitual
perguntar aos cidadãos, na rua, o
que mais desejam para o novo ano.
Quase todos os intervistados
declaram logo que o novo ano seja
um ano de paz e que acabem as
guerras e a morte de inocentes.
A doutrina da Igreja vai neste
sentido bem expresso na mensagem dos últimos papas para o
primeiro dia do ano a insistir sempre
sobre um dos aspectos da paz. Esta
mensagem é dada a conhecer a
todos os cristãos no mundo inteiro.
Nota-se que há um crescimento na
consciência do valor da vida e da
paz a defender.
Por outro lado, verifica-se que há
cada vez mais capacidade para o
crime organizado não apenas a
plano local, mas mesmo internacionalmente. Todos conhecemos,
pela comunicação social, essas
formas requintadas de cometer
crimes, os mais inadmissíveis. Não
é só o atentado que provoca mortes, são as técnicas diabólicas de
tortura e aviltamento da pessoa
humana. Muitas dessas torturas,
julgou-se, que tinham ficado no
passado. Puro engano. São reais em
muitos países mesmo entre os ditos
mais civilizados
É, como alguém dizia, uma verdadeira epidemia que se vai desenvolvendo sem parar.
Mata-se por tudo e por nada. Entre
nós não se têm dado mortes pelos
mais banais motivos? Não alastrou
pelo mundo a criminalidade, o
terrorismo e outras formas de infligir
a morte aos semelhantes? Sim,
impressiona a desvalorização da
vida na consciência de tantos…
No regicídio recorreu-se à violência
na sua expressão máxima para
resolver problemas principalmente
políticos e ideológicos. A vida
entrou como moeda de troca.
Liquidaram-se logo ali no trajecto
do Terreiro do Paço várias vidas, a
do Rei e a de seu Filho Herdeiro ao
trono e as dos assassinos.
Há que fazer uma profunda e
esclarecida reflexão sobre a vida, o
seu valor inestimável e a sua
sacralidade.
E, por fim, realço que não é com o
mal que se anulam males. Não é
matando, seja quem for, que se
resolvem os problemas. Pode parecer que sim, temporariamente,
mudados os tempos, porém, faz-se
ouvir a voz da recta consciência
ferida pelo desrespeito à verdade e
à justiça que lutará por repô-las no
lugar certo.
Havia problemas graves em Portugal no fim do século XIX, é
indiscutível.
Com o regicídio e mudança de
regime alcançou-se mais estabilidade, mais paz, mais respeito
pelos direitos humanos, mais alegria no viver e mais unidade na
acção? A história, bem lida, diz que
não. Continuou a instabilidade e a
confusão dos espíritos.
O regicídio de há séculos faz pensar.
Não recusemos fazê-lo com sabedoria e serenidade.
João Alves,
Bispo Emérito de Coimbra
No centenário
do Regicídio
Esta celebração é um acto religioso.
Apesar de se enquadrar na memória
histórica de acontecimentos com
intenso significado político, o que
nos reúne aqui é a fé da Igreja na
vida para além da morte e a certeza
da nossa comunhão com aqueles
que já morreram, para louvar com
eles o Senhor, se foram admitidos à
Sua presença ou merecer com as
nossas preces a sua última purificação, se dela ainda precisarem.
Mesmo na inevitável consideração
de acontecimentos que marcaram
profundamente a nossa história,
deixar-nos-emos guiar pela Palavra
de Deus que, para nós cristãos, é a
luz a guiar-nos na busca do sentido
profundo da história.
Há 100 anos, a morte do Rei e do
Príncipe herdeiro foi um acto de
violência, de violência política. A
violência continua a ser, no mundo
de hoje, um dos principais males
da humanidade. De certo modo, ela
está ligada à experiência da própria
morte, como ouvíamos no Livro da
Sabedoria: “A sua saída deste
mundo foi considerada uma desgraça e a sua partida do meio de
nós um aniquilamento” (Sab. 3).
O erradicar da violência será a maior
vitória da civilização e a primeira
manifestação da convivência democrática, baseada no respeito pela
pessoa humana e suas legítimas
diferenças. As celebrações centenárias dos acontecimentos que, há
um século, marcaram o destino da
nossa Nação, começam necessariamente, hoje: o Regicídio foi acontecimento decisivo na revolução que
levou à mudança do regime político.
Não foi, infelizmente, o último acto
de violência. Durante todo o
primeiro quartel do Século XX esta
foi caminho justificado para impor
ideias e políticas: foram suas vítimas
homens políticos, pessoas e associações; foi sua vítima, como
sabemos, a própria Igreja, na
perseguição das pessoas, sobretudo de sacerdotes, na destruição
de estruturas e instituições, na
espoliação injusta de bens essenciais para o exercício da missão da
Igreja. Oxalá as celebrações dos
próximos anos sejam marcadas por
uma denúncia da violência, que
deve ser rejeitada e combatida por
todos, em todas as frentes. A Igreja
e os cristãos querem estar na
primeira linha desse combate,
perdoando as violências sofridas e
dando testemunho de convivência,
no amor, com todos, mesmo aqueles
que não se identificam connosco.
Só a convivência tolerante e fraterna nos levará a uma sociedade
justa, humanizada, democrática.
Católicos e não católicos, que
ninguém ressuscite fantasmas
antigos, porque cem anos significaram um caminho andado, e a
celebração das grandes efemérides
históricas só tem sentido se celebram o presente e se abrem a um
futuro novo. Saibamos exorcizar
todas as formas de violência,
remindo pecados passados, de que
a própria Igreja não foi isenta,
contribuindo apaixonadamente
para uma sociedade mais fraterna.
D. José Policarpo
(Passagens da homilia do Cardeal
Patriarca de Lisboa na Missa do
Centenário do Regicídio)
POLÍTICA
4 – Notícias de Beja
Bispos espanhóis criticam
“leis gravemente injustas”
A Conferência Episcopal Espanhola (CEE) divulgou no dia 1 de
Dezembro, uma nota pastoral sobre
as eleições de Março, na qual critica
várias leis «injustas» aprovadas
pelo governo socialista.
A nota, que sem fazer referências a
partidos penaliza o Partido Socia-
gramas políticos são compatíveis
com a fé e as exigências da vida
cristã, nem mesmo próximos e
proporcionados aos objectivos e
valores que os cristãos devem
promover na vida pública».
Para os bispos espanhóis, os
católicos que queiram agir res-
lista Operário Espanhol (PSOE, no
poder), foi aprovada pela Comissão
Permanente da CEE que pediu
«liberdade e respeito» pelas suas
opiniões, reivindicando o direito de
renunciar e criticar as leis que
consideraram não ser compatíveis
com os seus princípios.
Ao pedir um voto em consciência
dos católicos, em função do apreço
que cada líder político dá à dimensão moral da vida, a CEE insiste
que não está a sugerir votos em nenhum dos partidos, afirmou o Bispo
Auxiliar de Madrid e porta-voz da
entidade, D. Juan Antonio Martínez
Camino.
Apesar disso, Martínez Camino
recorda que «nem todos os pro-
ponsavelmente têm que avaliar no
momento do voto as várias ofertas
políticas, «tendo em conta o apreço
que cada partido, cada programa e
cada dirigente dá à dimensão moral
da vida».
Martínez Camino reiterou que a
Igreja tem «direito» a dizer que «em
Espanha há leis gravemente injustas», posição reflectida na nota
pastoral, na qual se evidenciam
referências muito críticas a algumas
das políticas mais polémicas do actual governo socialista.
A nota volta a condenar os casamentos homossexuais, aprovados
pelo governo PSOE, defende o voto
em quem está contra e cita o Papa
Bento XVI, que defende «uma
família fundada no casamento», e
critica «outras formas de união que
contribuiriam para a destabilizar,
obscurecendo o seu cariz peculiar
e a sua insubstituível função
social».
No capítulo do aborto e eutanásia temas que figuram também no
programa socialista - a CEE referese ainda ao «perigo de opções
políticas e legislativas que contradizem valores fundamentais e
princípios antropológicos e éticos
arraigados na natureza do ser
humano no que toca à defesa da
vida humana em todas as suas
etapas».
A nota pastoral manifesta-se ainda
contra a cadeira obrigatória de
Educação para a Cidadania, rejeitada pelos sectores mais conservadores espanhóis, que para os
bispos «lesiona o direito dos pais e da escola em colaboração com eles
- de formar os seus filhos de acordo
com a suas convicções religiosas e
morais».
Segundo os bispos, há «dificuldades crescentes para incorporar
o estudo livre da religião católica
nos currículos da escola pública».
O texto destaca ainda a condenação do terrorismo, posicionando
contra a negociação com a ETA
sem nunca referir directamente a
organização separatista basca.
«Uma sociedade que queira ser
livre e justa não pode reconhecer
explicita nem implicitamente uma
organização terrorista como representante político de nenhum
sector da população, nem pode têia como interlocutor político»,
afirma a nota.
Governo não agrada nem a católicos
nem a laicistas
Católicos e laicistas portugueses
queixam-se, por diferentes motivos,
da atitude do poder político em
relação à Igreja, mas o Governo
acredita que há em Portugal um
clima de «absoluta normalidade»
no relacionamento entre Estado e
confissões religiosas.
«Estou muito preocupado. Não
podemos ignorar que a Igreja tem
sido directa ou indirectamente
promotora ou inspiradora do maior
número de respostas sociais no
país e parece-me que algumas medidas que estão a ser adoptadas,
[embora] não sejam directamente de
hostilização da Igreja, ignoram este
papel extremamente importante»,
disse à Lusa o padre Lino Maia,
presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS).
«Tem-se notado sobretudo em tudo
aquilo que se refere a políticas
sociais, que é onde a Igreja tem uma
presença muito forte, na saúde, na
educação, na acção social», considera o sacerdote.
O prolongamento do horário das
escolas do primeiro ciclo e a anunciada redução do financiamento
público atribuído aos centros de
Actividades de Tempos livres
(ATL) abriu recentemente uma
guerra entre o Governo e as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS).
Também o presidente do “Ponto de
Apoio à Vida”, padre Duarte da
Cunha, defende que «quando se
começa a discutir se devem ou não
existir crucifixos nas escolas, ou
nos hospitais; quando se pretende
que um capelão hospitalar seja
obrigado a ter uma autorização
escrita para assistir um doente
estamos seguramente perante pormenores, mas pormenores que são
reflexo dessa lacização crescente
que se pretende impor na mentalidade dos homens».
Na sua única referência directa ao
executivo de José Sócrates, o padre
Duarte da Cunha fala de uma
estratégia ziguezagueante do Estado em matérias como a educação
religiosa, as capelanias militares e
hospitalares e apoio à acção social
da Igreja junto de crianças, idosos
e doentes.
O padre Duarte da Cunha identifica
como causa profunda dos atritos
entre Estado e Igreja, a propagação
de uma «mentalidade laicista, que
tenta apagar todas as referências
religiosas».
O ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva,
demarca-se desta perspectiva.
«Em Portugal, satisfaz-se os requisitos
de um Estado moderno quanto à
liberdade e pluralismo religioso, pese
embora ser sociologicamente evidente
a influência de uma das confissões
religiosas: o catolicismo. É um facto que
o Governo, a opinião pública e instituições em geral reconhecem”, defende.
Tal como o padre Duarte da Cunha, o
deputado do Bloco de Esquerda,
Fernando Rosas acredita que parte dos
problemas actualmente existentes entre
poder político e Igreja Católica resultam
de ainda estar incompleto o processo
de regulamentação da Concordata de
1940 - acordo revisto em 2004 pelo
Estado Português e pela Santa Sé.
14 de Fevereiro de 2008
REGISTADO
A ideologia do Governo
À primeira vista, o Governo
Sócrates carece de orientação
ideológica. O socialismo saiu da
gaveta para o baú do sótão e os
recuos, cedências, compromissos e expedientes parecem
revelar um pragmatismo isento
de princípios. Mas no que
realmente conta o actual Executivo tem seguido uma linha
doutrinal férrea e impiedosa,
escondendo a sua determinação
clara debaixo de uma aparente bonomia.
Isto revela-se em pequenos sinais que escapam à vigilância
institucional. A nova ministra da Saúde antes da posse afirmou algo
espantoso: “Sempre trabalhei no serviço público e é esse que eu
defendo” (SIC, 29/Jan.). Ela assume à partida que, dos seus dois
cargos - ministra de Portugal e gestora do Serviço Nacional de Saúde,
já escolheu o segundo. A sua preocupação central será, como aliás os
antecessores, a carreira dos médicos, não a saúde dos doentes.
Esta frase descuidada vai ao centro do nosso drama actual. O Estado
existe para servir a sociedade, mas se o aparelho cresce muito a partir
de certa altura ele passa a ser o seu próprio objectivo. Quando os
servidores públicos usam os seus poderes nacionais para se servirem
a si mesmos, a perversão é total. A ideologia do Governo Sócrates
esconde, debaixo de um ataque exterior às regalias extremas do
funcionalismo, este propósito totalitário de estatização.
Nisso o Governo é prudente e popular. Existe em Portugal um consenso
paternalista que considera os serviços públicos, em si, bons e seguros.
As empresas, tendo fins lucrativos, exploram os clientes enquanto os
burocratas, com fins de carreira, são eficazes. O modelo até é capaz de
funcionar com suecos, mas com lusitanos tem sido um desastroso
fiasco há séculos. Apesar disso, os cidadãos apaticamente vão
aceitando as múltiplas e minuciosas investidas de nacionalização.
Parte-se da imagem que a saúde ou escola privadas são mais caras
que as públicas, o que é evidentemente falso. Os custos dos serviços
particulares são visíveis e pagos pelos utilizadores, enquanto os
públicos, escondidos na confusão do Orçamento, são também pagos
pelos mesmos contribuintes. Só que quando o pagador está a olhar,
as coisas são diligentes e económicas, enquanto os desperdícios que
a capa pública esconde são impossíveis de medir.
No entanto os governos vêm usando os impostos que retiram aos
contribuintes para criar serviços que competem com as escolhas dos
mesmos contribuintes. Tudo é feito com o pretexto de virtuoso serviço
à nação e com o aplauso de professores, médicos e outros
funcionários, que preferem a segurança pública à maçada de ser
julgados pelos resultados. De facto estar no mercado, depender da
satisfação dos clientes e só receber quando se produz qualidade é um
grande aborrecimento.
Se é assim em todos os sectores, na Educação, cujo objecto directo é
a ideologia, o propósito ganha novos contornos. Nas escolas trata- se de formar as consciências da juventude e o Estado não quer perder
esse precioso instrumento de poder. O cerco que tem feito ao ensino
privado e livre tem sido implacável e cruel. A retirada dos subsídios
aos ATL, a construção de escolas do Estado junto a estabelecimentos
privados e outras medidas têm este objectivo totalitário.
Mas a ideia vai mais longe. O secretário de Estado da Educação
defendeu-se de críticas recentes afirmando: “Todas as escolas têm
um coordenador da educação para a saúde, na qual está envolvida a
educação sexual” (RR, 31/Jan.). Reduzir o sexo a um problema sanitário
é tão tonto como ver a Biologia dentro da Física ou a Literatura na
Gramática. Mas esta frase não é tolice, é ideologia. Não se trata de um
erro, são ordens. Neste campo, como tantos outros, a escola pública
é veículo para as doutrinas das luminárias do regime que, na História
como no Português, na Educação Sexual como na Economia, impõem
como verdades estabelecidas o que não passa de preconceitos.
O aparelho público usa os seus poderes para controlar, não para
servir o público. O Governo Sócrates não é socialista, reformador ou
sequer maçon. É só corporativo.
João César das Neves, professor universitário
“Diário de Notícias, 11.02.2008
SOCIEDADE
14 de Fevereiro de 2008
Mensagem do Papa a D. Albino Cleto, Bispo de
Coimbra, na celebração de 25 anos de episcopado
Ao mesmo tempo que, em união
com tantos Pastores e Fiéis Cristãos nos entregamos à oração pela
unidade de todos os que crêem em
Cristo, recordamos também com
profunda alegria a felicíssima
celebração das Bodas de Prata da
tua ordenação episcopal. Queremos aproveitar esta singular ocasião para te testemunhar o nosso
especial afecto e te manifestar bem
merecidos louvores.
Uma vez concluídos, em conformidade com as normas canónicas,
os estudos de filosofia e de teologia, foste ordenado presbítero do
Patriarcado de Lisboa no dia 15 de
Agosto de 1959 e logo em seguida
celebraste a tua Primeira Missa. A
seguir, exerceste o múnus de prefeito e também o de Vice-Reitor no
Seminário de Almada. Mais tarde,
foram-te confiados encargos pastorais na Basílica de Nossa Senhora
da Lapa e a Presidência da Comissão Diocesana de Arte Sacra,
cargos que desempenhaste com
todo o empenho. Também colaboraste activamente no conselho
pastoral de Lisboa.
Dotado em alto grau dos predicados convenientes, foste escolhido,
sem hesitações, pelo nosso venerável antecessor, Servo de Deus
João Paulo II, para fazeres parte dos
sucessores dos Apóstolos. Por
isso, no dia 22 de Janeiro de 1983,
foste sagrado Bispo titular de Iliberi
e Auxiliar do Patriarca de Lisboa.
Porém, em 1997, foste designado
BISPO COADJUTOR da Sé de
Coimbra. Passados quatro anos,
foste constituído, de pleno direito,
Ordinário da Diocese de Coimbra,
cargo que tens vindo a desempenhar até hoje, sábia e fielmente.
Sabemos que és um Pastor optimamente preparado e perito de
modo particular no domínio da
filosofia e das letras, dotado de
profunda espiritualidade, piedoso,
bondoso, activo e fervoroso, fiel ao
Magistério da Igreja .
Na Conferência Episcopal desempenhaste o múnus de Secretário
Geral e presidiste à Comissão
Episcopal das Actividades Pastorais, cargo em que muito de útil
deste a toda a Igreja e ao teu País e
te enriqueceste com muitos méritos
diante do Senhor.
Ao recordar, pois, por meio desta
Carta a tua operosa acção pastoral,
queremos congratular-nos contigo,
como se estivéssemos presentes,
juntamente com os Bispos, sacerdotes, religiosos de ambos os
sexos, e todos os fiéis reunidos à
tua volta, nesta faustosa celebração. Finalmente, queremos confiarte de todo o nosso coração à
protecção maternal da Imaculada
Virgem Maria, desejando-te a abundância da graça divina. Por fim,
queremos confirmar-te os nossos
votos de muitos êxitos com a Nossa
Bênção Apostólica, a Ti, Venerável
Irmão, em primeiro lugar dirigida,
desejando torná-la extensiva a todos
quantos vão partilhar contigo a
alegria desta feliz celebração.
Dada na nossa residência do Vaticano, aos vinte e dois dias do mês
de Dezembro de 2007 (ano terceiro
do Nosso Pontificado)
REGISTADO
O Estado passou a promover activamente o aborto até às dez semanas
Aniversário de um logro
Foi há um ano o segundo referendo
sobre o aborto em Portugal. O
Governo tinha maioria no Parlamento para fazer passar uma nova
lei do aborto. Mas, tendo o “não”
ganho o referendo de 1998 (com
uma abstenção de quase 70 por
cento, tornando não vinculativos
os resultados), o PS entendeu, e
bem, que politicamente não poderia
dispensar um novo referendo.
Embora a participação não tenha
ultrapassado os 50 por cento
necessários para tornar vinculativo
o referendo, há um ano venceu
claramente o “sim”. O que deu
legitimidade política à mudança na
lei. Reconheço-o sem dificuldade,
tendo votado “não”. As críticas
que faço ao que se passou não são
uma manifestação de mau perder.
Apenas protesto contra o logro a
que muita gente foi levada. O
grande argumento dos defensores
do “sim” era a alegada necessidade
de despenalizar a prática do aborto
até às dez semanas de gravidez. Isto
para evitar prisões (que aliás não
existiam) de mulheres e a sua
humilhação nos tribunais (que
geralmente as absolviam). E também
para reduzir o aborto clandestino,
com todos os seus riscos.
A pergunta do referendo, idêntica
à de 1998, era ambígua: “Concorda
com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se
realizada, por opção da mulher, nas
primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente
autorizado?” Esta formulação abria
a porta, não à proclamada despenalização, mas à liberalização do
aborto, feito a pedido, sem qualquer condicionante e pago pelos
impostos de todos nós.
Após o apuramento dos resultados
do referendo e festejando a vitória
do “sim”, o primeiro-ministro teve
palavras que pareciam afastar esse
risco, prometendo uma regulamentação sensata do aborto, seguindo as melhores práticas europeias. Infelizmente, o que se
passou entretanto desmentiu tal
ideia e confirmou os piores receios:
o Estado passou a promover activamente o aborto até às dez semanas.
A lei alemã, por exemplo, prevê um
aconselhamento prévio à mulher
que pretenda abortar, onde se
encoraja a continuação da gravidez.
Por cá, tal aconselhamento foi
considerado uma intolerável violação da liberdade da mulher (fraca
ideia têm do que é liberdade). Esta
nem sequer é obrigatoriamente
informada sobre o que se passa com
o feto, através de ecografias, por
exemplo. Mostrar que está ali um
ser vivo poderia levar a mulher a
não abortar...
Os médicos objectores de consciência estão proibidos de participar
na consulta prévia e no acompanhamento. E é facultativo o acompanhamento por técnicos do serviço
social e psicólogos, que poderiam
evitar o aborto encontrando outras
soluções para a mulher.
O que se pretende é incentivar o
aborto, gratuito até às dez semanas, não sendo precisa qualquer
justificação: pode ser realizado
apenas porque não apetece à
mulher ter a maçada de uma gravidez. E o aborto a pedido não paga
qualquer taxa moderadora, ao
contrário de tantas intervenções
médicas indispensáveis à saúde das
pessoas. O aborto a pedido beneficia, ainda, do apoio da Segurança
Social, idêntico ao do aborto espontâneo (salário na íntegra, sem
impostos, entre 14 e 30 dias).
Em Novembro afirmou o bastonário
da Ordem dos Médicos que “hoje
é mais fácil fazer uma IVG no Estado
do que obter uma pílula contraceptiva gratuita”. Politicamente, é
compreensível este empenho governamental na promoção do aborto no Serviço Nacional de Saúde.
Criticado à esquerda pelas suas
políticas económicas e financeiras
“ortodoxas”, restam as “questões
fracturantes” para o Governo e o
PS tentarem demarcar-se da direita.
Se o PS ganhar de novo as eleições,
provavelmente virão o casamento
homossexual, a adopção de crianças por gays e lésbicas, etc.
Será bom que, antes da votação, o
PS diga claramente o que pretende
fazer nestas áreas. É que, para logro,
já basta o aborto, em que enganaram os portugueses com uma
alegada despenalização, quando
afinal veio não só uma liberalização,
como uma empenhada promoção do
aborto. Mas os esforços governamentais parecem não estar a atingir
os seus objectivos: o número de
abortos voluntários nos hospitais
públicos encontra-se a pouco mais
de metade das previsões oficiais.
Uma das mais baixas taxas do
mundo, um caso excepcional,
segundo o coordenador do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva (Diário de Notícias, 29.11.07).
Ironias da história.
Francisco Sarsfield Cabral,
Público, 11.02.2008
Notícias de Beja – 5
Diálogo Igreja-mundo,
difícil mas indispensável
O Vaticano II também teve presente nos seus objectivos situar a
Igreja numa relação positiva com a sociedade.
A Igreja não podia encontrar-se consigo própria num projecto de
renovação, se omitisse ou menosprezasse a relação com as pessoas,
a natureza criada, os dinamismos sociais e culturais emergentes e
influentes. Ela é para os cristãos, segundo o desígnio de Deus, um
dom que, em Jesus Cristo, é feito aos homens e mulheres de todos os
tempos, para que todos, pela
sua fé, encontrem e usufruam
caminhos de salvação, de felicidade e de paz.
As comunidades cristãs sentiram-se assim, de modo discreto
mas eficiente, um fermento novo
no seio da comunidade humana,
de que também eram membros.
O seu modo de viver era contagiante e provocava, nas pessoas atentas às suas atitudes e
compromissos de vida, sentiA novidade de Deus mentos novos, até ali impenentre os quais a vontade
e dos seus dons sáveis,
de seguir por igual caminho.
revela-se no Olhar o mundo das pessoas, com
um olhar positivo como Deus o
confronto com as olha, acorda apelos e sentide responsabilidade.
realidades que mentos
Sempre foi para a Igreja um
afectam, de modo caminho de renovação, de resposta válida e de presença
positivo ou negativo, significativa, estar atenta e
com os problemas das
a vida das pessoas solidária
pessoas, quer estes se traduzam
concretas, em cada em alegrias ou tristezas, vitórias
ou derrotas, certezas ou dútempo, lugar ou vidas. A novidade de Deus e dos
seus dons revela-se no concondição. fronto com as realidades que
afectam, de modo positivo ou
negativo, a vida das pessoas concretas, em cada tempo, lugar ou
condição.
Quando a atitude da Igreja foi de serviço inquestionável ao mundo,
pela sua vida, propostas e contributos dos seus membros e das suas
comunidades, estimuladas por um poder que era serviço à maneira de
Cristo, ainda que minoritária, ela tornou a mensagem evangélica, nas
comunidades humanas com as quais coexistia, fermento de amor,
reconciliação, justiça, verdade, liberdade e paz. Quando se identificou
com o mundo e pensou que o ideal era que todo o mundo fosse
Igreja, ela foi perdendo a força de ser luz que ilumina e sal que dá
sabor. Quando entrou em competitividade com novos grupos
humanos e dinamismos culturais que já não podia controlar, e os
identificou, errada e apressadamente, como inimigos e concorrentes,
ela caiu na tentação de ser também oposição e levantou muros que
ainda hoje persistem e ganham nova virulência.
Só quando tomou consciência de que o caminho a percorrer passa
por um diálogo que respeita e sabe acolher, escuta e não impõe, mais
que razões intelectuais tem força de vivência pessoal e comunitária,
sobretudo mais uma proposta do que acredita e vive do que uma
linguagem seca e hermética de princípios friamente enunciados,
encontrou de novo o rumo de ser um dom e um serviço a todos.
O contexto em que a Igreja viveu e educou os seus membros durante
séculos não se pode apagar, nem esquecer. É um dado histórico que
mostra que não é fácil, ainda hoje, percorrer um caminho com novos
contornos e novas exigências, mesmo quando descoberto como o
mais acertado e sintonizado com a vocação e missão da Igreja no
Mundo.
A reflexão conciliar sobre as relações Igreja com o mundo
contemporâneo foi um salto qualitativo importante, pela visão que
trouxe e pelas exigências de conversão que comporta. Um caminho
permanente e consequente, que leva os membros da Igreja a um
modo de ser, estar, ver e agir, ante as realidades humanas, cuja
orientação a autonomia do mundo reivindica como direito e dever
seu. Podem fazer-se coisas aparentemente novas, eivadas do espírito
velho, que disfarça o poder em serviço. Esse não é o caminho conciliar.
Igreja ao ritmo do Vaticano II deve repensar a sua relação com o
mundo.
António Marcelino, Bispo emérito de Aveiro
DIOCESE
6 – Notícias de Beja
Novo Acólito na Diocese de Beja
Na Eucaristia do I Domingo da
Quaresma, na Sé, pelas 18h, o
Senhor D. António Vitalino instituiu
no Ministério de Acólito o Seminarista Nuno Miguel Rocha de
Sousa, aluno finalista do Seminário
de Beja, natural de Cuba.
O Nuno está a estagiar nas Paróquias de Baleizão e Neves, faz parte
da Equipa Diocesana da Pastoral
Juvenil e trabalha neste momento
na Tese que deverá defender, no
presente Ano Académico, na Universidade Católica.
Esta Celebração concluiu também
uma tarde de reflexão e convívio da
CIRP (Consagrados), que decorreu
nas instalações do Seminário, por
isso, a assembleia contou com a
presença de algumas dezenas de
Consagrados oriundos de toda a
Diocese.
Eram também visíveis na assembleia uma boa representação de
cristãos de Cuba, com o seu Pároco,
e das Paróquias onde o Nuno está
a estagiar. Concelebrou também o
Senhor D. Manuel Falcão. Estiveram presentes 9 sacerdotes,
tendo acolitado os nossos outros
3 seminaristas.
Na homilia, o Senhor Bispo agradeceu à família do Nuno, à Paróquia
de Cuba e ao Seminário, o dom da
sua vocação e fez um apelo para
que mais jovens se deixem entusiasmar por este ideal de vida.
14 de Fevereiro de 2008
Bodas de Ouro
Matrimoniais de Eliseu
Cardoso e Adelina Almeida
Manuel António,
Reitor do Seminário de Beja
Diocese de Beja celebrou
Dia dos Consagrados
Segundo a história do cristianismo,
a Festa da Apresentação de Jesus
no Templo, 40 dias após o nascimento d’Ele, foi sempre vista sob
o ponto de vista da Consagração.
Com o passar do tempo, certamente, guiados “pelo mesmo Espírito”, religiosos de diversas
partes do mundo tiveram a iniciativa de celebrar esta data, pondo,
assim, em evidência a consagração
na diversidade de carismas.
VII Curso Bíblico
em Beja
Orientado pelo Padre Doutor
Carreira das Neves
15 e 16 de Fevereiro de 2008
Seminário de Beja
Tema: A Família na Bíblia
Horário
Dia 15: 20h30 às 23h00
Dia 16 - Manhã: 10h00 às 12h00
Tarde: 14h30 às 19h00
O memorável Papa João Paulo II
instituiu, oficialmente, o dia 2 de
Fevereiro como o Dia do Consagrado.
Foi para viver esse dia que cerca
de 60 Religiosos se reuniram no
Centro Pastoral da Diocese de Beja.
O Encontro iniciou-se com a apresentação do Secretariado Regional
da CIRP de Beja: Presidente – Pe.
Joaquim Martins Valente, SVD
Secretario – Ir. José Domingos dos
Santos Gomes, FISFA
Tesoureira – Irª Silvina Rodrigues, FHIC
Vogal – Irª. Maria Dolores Caldeira, CM
Deu-se de seguida as boas vindas às
Irmãs que estão este ano a iniciar
trabalho pastoral na Diocese.
As Irmãs do Carmelo do Sagrado Coração de Jesus estiveram presentes com
uma mensagem que nos transmitiram.
Como sempre, acompanharam-nos na
vanguarda, com a sua oração.
Seguiu-se a oração em PowerPoint
“Senhor, Tu tens Palavras de Vida”
O Senhor Bispo falou-nos da visita Ad
Limina e ao mesmo tempo felicitou-nos,
encorajou-nos e falou da importância
do trabalho dos Religiosos numa
Diocese Missionária como é a nossa
Diocese.
O Presidente da CIRP apresentou o
programa para 2008, salientando o
Encontro de Religiosos das três
Dioceses do sul a realizar no dia 25 de
Abril em Beja, subordinado ao tema:
“Consagrados ao serviço da família,
partilha de solidariedade”
Terminamos o encontro com a Eucaristia na Sé, presidida pelo Sr. Bispo.
Irmão José Domingos
Padre José Venâncio
Depois de alguns dias de internamento no hospital de Beja, já se encontra
em sua casa o pároco de Grândola, Padre José Venâncio.
Desejamos-lhe rápidas melhoras.
No dia 9 de Fevereiro, celebraram
festivamente 50 anos de casamento
o Senhor Eliseu Cardoso, funcionário público da Direcção de Estradas, aposentado, e chefe dos
Serviços Administrativos do Notícias de Beja, e a Senhora D. Adelina
Almeida, funcionária pública, na
Escola Superior de Educação,
aposentada.
Naturais de Linhares da Beira,
concelho de Celorico da Beira, onde
casaram, em 9 de Fevereiro de 1958,
o Senhor Eliseu Cardoso e a Senhora D. Adelina Almeida vivem em
Beja, há 50 anos. Têm uma filha,
Maria de Lurdes Cardoso, enfermeira-chefe, no Hospital Distrital de
Beja, casada com o arquitecto
Filomeno Transmontano, professor
na Escola Secundária Diogo de
Gouveia.
Do programa da festa jubilar constou uma Missa, na igreja de Nossa
Senhora do Monte Carmelo, em
Beja (Bairro dos Falcões), presidida
pelo nosso Bispo, D. António
Vitalino, e concelebrada pelos
Padres Alberto Batista, director do
Notícias de Beja, Henrique Martins, pároco do Salvador, e José
Roque, pároco da Sé.
Na homilia, o nosso Bispo felicitou
o casal em festa, exaltando as suas
virtudes humanas e cristãs, bem
como o serviço exemplar de apostolado que exercem nas paróquias
e no serviço de voluntariado, no
jornal da Diocese, no hospital e
noutras actividades eclesiais.
Os Padres Alberto, Henrique e
Roque sublinharam as palavras do
Senhor Bispo, realçando, em concreto, o trabalho pastoral que o
casal realiza, no jornal e nas
paróquias, apontando-o como
modelo de família cristã e desejando-lhe as maiores bênçãos de
Deus e muitos anos de vida.
As leituras da Missa foram proclamadas pela Esposa e sua Filha.
O Salmo responsorial foi cantado
pelo Marido, director do grupo coral
da igreja do Salvador, e a Oração
dos Fiéis foi feita pelo Sobrinho,
Carlos Alberto.
No Hotel Bejaparque foi, de seguida, oferecido pelos aniversariantes um almoço de confraternização, em que participaram 40
pessoas, pretexto para uma tarde
de saudável convívio entre todos,
com entrega de prendas e um
improvisado e afinado festival de
cantares alentejanos, elemento
indispensável e característico em
todas as celebrações na Planície
Heroica.
Aos bons amigos, Senhor Eliseu
Cardoso e Senhora D. Adelina
Almeida renovamos os nossos
votos ardentes de uma lua-de-mel
continuada, por muitos anos, com
os seus familiares e amigos, nestas
terras do Alentejo, que, há meio
século, adoptaram como suas.
Que o seu exemplo de casal cristão
e apostólico possa servir de referência a muitas outras famílias da
Diocese de Beja.
Alberto Batista
DIOCESE
14 de Fevereiro de 2008
Notícias de Beja – 7
A Igreja de Beja em marcha
Missão Católica em Beja
Assembleia Geral
da Cáritas 2008
A Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima visitará a cidade
de 4 a 11 de Maio do ano corrente, no encerramento da Missão
na cidade de Beja. Como se vai processar esta missão?
Durante a Quaresma e Tempo Pascal vão organizar-se nas várias
ruas e zonas da cidade, em casas, garagens ou outros espaços
oferecidos para este efeito, pequenas assembleias de temática
cristã, nomeadamente o Credo, núcleo e resumo da nossa Fé
cristã e também a mensagem de Fátima.
Assembleias familiares cristãs
As Assembleias Familiares Cristãs
são grupos de 5 a 20 pessoas que
se reúnem na casa de um vizinho
ou pessoa amiga para viver em
comum a aventura da Fé cristã e
para conversar sobre assuntos de
temática religiosa que levam a saber
mais e a viver melhor.
O Credo e a mensagem de Fátima
são os temas principais destes
encontros a realizar na Quaresma e
Tempo Pascal, até à visita de Nossa
Senhora peregrina, de 4 a 11 de
Maio. Esta iniciativa manifesta um
novo modo de ser Igreja:
É a Igreja que vai ao encontro das
pessoas que Deus ama.
É a Igreja que se implanta na cidade
dos homens.
É humanizar a cidade, reforçando
os laços de vizinhança, de amizade
e familiares.
É acordar e dar voz à Fé do nosso
Baptismo.
É tentar viver e voar com as asas
da razão e da Fé.
É reflectir em conjunto sobre as
grandes questões que hoje se
colocam à Igreja e à família.
Qualquer pessoa pode organizar
uma Assembleia em sua casa,
comunicando e pedindo ajuda aos
Párocos.
Como se pode participar
Abrindo a casa respectiva e convidando para ela os amigos, colegas de trabalho, familiares e vizinhos, em pequenos grupos de 5 a
20 pessoas.
Caso seja possível, a assembleia
será animada pelo anfitrião ou
alguém da sua confiança. Se não
for possível este caso deve ser
comunicado aos Párocos para que
possam providenciar a ida de um
animador.
Estando atento e perguntando se
na sua rua há alguma assembleia
constituída, para nela participar.
Falando disto aos amigos e
conhecidos.
Reconhecendo que a melhor ma-
neira de amar Nossa Senhora é
conhecer, amar e servir mais a Jesus
Cristo.
Os Párocos de Beja
Alberto Batista
António Aparício
António Cartageno
Henrique Martins
José Roque
Presidida pelo nosso Bispo e com
a presença do Vigário Geral, de 5
Párocos e 92 agentes da pastoral
social, vindos de 24 Paróquias da
nossa diocese, realizou-se, no dia
9 de Fevereiro, no Centro Pastoral
em Beja, a Assembleia Geral da
Cáritas.
Na reflexão da oração da manhã, o
Sr. Bispo relembrou a importância
da dimensão da caridade na missão
da Igreja. Deus é Amor e a essência
da Igreja é o Amor. As pessoas
necessitam de amar e de se sentirem
amadas. É importante partilhar os
nossos bens com aqueles que
menos têm, mas essa dádiva tem
de partir do coração, senão estaremos a humilhar o nosso irmão. É
necessário que nas paróquias
existam estruturas organizadas de
apoio aos mais carenciados, sejam
Grupo Cáritas, Vicentinos ou outros.
Para além da apresentação pelos
técnicos responsáveis das diversas
valências da Cáritas, das actividades realizadas ao longo do ano,
estiveram connosco duas Voluntárias do Grupo de Visitadores de
Idosos da Paróquia do Campo
Grande, a Dra. Maria Clara e a Dra
Teresa, para partilhar a suas experiências. Ficámos a conhecer como
está organizada esta pastoral e a
sua extrema importância. Os voluntários visitadores vão minorar um
pouco a tristeza e o abandono de
muitos idosos. Muitas vezes são
os únicos elos de ligação com o
mundo exterior. Esta é sem dúvida
uma Pastoral essencial nos nossos
dias, pois o número de idosos está
a aumentar e as respostas para
colmatar o seu isolamento são
muito deficientes.
Após o almoço, houve espaço para
debate, tendo os participantes
colocado diversas questões às
nossas convidadas no que se refere
à organização e actuação dos
Grupos de Visitadores. De seguida,
representantes das diversas Paróquias deram a conhecer as suas
actividades.
Foi referenciado os benefícios do
trabalho em rede, a necessidade de
melhorar a comunicação entre os
agentes da Pastoral social na nossa
diocese e estreitar o contacto com
a Caritas Diocesana.
Maria Teresa Chaves
Presidente da Cáritas Diocesana
48º Cursilho de Cristandade da Diocese de Beja
De 7 a 10 do corrente mês de
Fevereiro, no Centro Pastoral
Diocesano, realizou-se o 48º Curso
de Cristandade da Diocese de Beja,
, com a participação de 12 novos
cursistas, sendo 6 de Moura, 2 de
S. Domingos da Serra, 1 de Almodôvar, 1 de Beja, 1 de Alfundão e 1
de S. Matias. A equipa responsável
teve Francisco Rocha Dias como
Reitor, Lúcio de Sousa como Vice-Reitor e José Neves (Santiago do
Cacém), Manuel Fachadas (Moura), José Grosso (Grândola), Jaime
Cruz ( Mina do Lousal), Francisco
Pires e Alberto Amaro (Porto Covo)
e Aníbal Mateus (Santana, Portel).
A equipa espiritual foi constituída
pelos Padres Aparício, Magalhães
e Malvar.
A centena e meia de testemunhas
presentes na ultreia de encerra-
mento tiveram a enorme alegria
espiritual de acolher festivamente
os novos irmãos que a Igreja
Diocesana gerou para uma vida
nova, para uma família mais consistente, para uma comunidade cristã
mais enriquecida, para uma vida
mais humana e feliz.
O Movimento dos Cursos de Cristandade é uma mais valia ao serviço
da Nova Evangelização, um espaço
de descoberta da dignidade humana, uma constatação de que o
homem só pode voar e ser feliz com
as asas da razão e da fé.
Como testemunha presencial, quero
proclamar bem alto que fora deste
contexto ou outro semelhante é
praticamente impossível a conversão. Só uma Igreja testemunhal
e querigmática, só um anúncio
segundo a pedagogia do herói, em
ambiente de oração e de alegria,
pode levar à mudança, a aceitar
como essencial o que se julgava
supérfluo, a experimentar um novo
modo de ser, de agir e viver.
Um Curso de Cristandade é um
laboratório da parceria do homem
com Deus uma experiência exultante de que o transcendente se
torna uma fonte de fé, de amor e de
festa. Por ele e nele a esperança
volta a morar no coração humano.
E as vidas tornam-se mais felizes.
Ao terminar, quero testemunhar que
a ultreia de encerramento foi das
mais concorridas a que já assistimos. Alegramo-nos por isso e
damos os parabéns às equipas que
dentro e fora do Curso tornaram
possível este grande acontecimento eclesial.
António Aparício
Aniversário de Luíza Andaluz
Há 131 anos nascia em Santarém ,
Luíza , filha dos Viscondes de
Andaluz.
Cresceu, e o seu grande amor a
Deus e à Igreja cresceu com ela.
Mulher forte, corajosa audaz, lutou
sempre pela causa do Reino. Assim
entrega-se de corpo e alma ao
serviço dos mais pobres, fundando
a sua primeira obra para albergar as
crianças órfãs ou carenciadas de
ambiente familiar . Hoje esta Obra
continua ainda em Santarém com o
seu nome - Fundação Luíza Andaluz.
Em 1923 funda uma Congregação
Religiosa - Servas de Nª Sª de
Fátima, para concretizar aquilo que
ela dizia ser vontade de Deus.
Consagrar-se a Deus , trabalhar em
Igreja e para a Igreja . O seu grande
desejo , repetia muitas vezes , era
atrair todos ao coração do seu
Divino Mestre. Com um Carisma
enraizado em Cristo Sacerdote,
concretiza o seu projecto em Igreja
ao serviço dos irmãos.
As Servas der Nª Sª de Fátima ,
suas continuadoras , querendo
seguir as pegadas da sua Fundadora , formaram várias comunidades , umas em Portugal, outras
em diversos países , onde se
dedicam às mais variadas actividades pastorais .
As Servas de Nossa Senhora
de Fátima, de Beja
Curso de Formação Litúrgica para fotografos
No próximo dia 01 de Março ( sábado ), o Arciprestado de Santiago do
Cacém, vai promover pela terceira vez, um mini-curso de formação
litúrgica para Fotógrafos e Operadores de Câmara. Este mini-curso
será dado no Centro Paroquial de Alvalade. Tem uma inscrição de
10,00€ ( não inclui almoço ). Terá início pelas 10h00, devendo terminar
pelas 13h00.
As inscrições deverão ser feitas até ao dia 25 de Fevereiro para: Padre
Dário Pestka, Apartado 23 - 7566-909 Alvalade.
Poderá também pedir informações ao responsável pelo curso (Padre
Dário) pelo telefone: 968278133.
PATRIMÓNIO
8 – Notícias de Beja
PEDRA ANGULAR
14 de Fevereiro de 2008
PÁGINA DO DEPARTAMENTO
DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO E
ARTÍSTICO DA DIOCESE DE BEJA
O Clavicórdio no Mundo Mediterrânico
Beja recebe recital comentado do Prof. Bernard Brauchli,
um dos mais importantes mestres dos instrumentos de tecla
A igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, jóia do Barroco português, recebe no dia 23 de Fevereiro de 2008 um dos momentos altos da 4.ª edição do Festival Terras sem Sombra de Música.
Brauchli, músico suíço reconhecido como um dos supremos intérpretes do clavicórdio, glosa um repertório de primeira escolha, organizado em torno da espiritualidade da área
mediterrânica. Às 21h30, um momento mágico a não perder.
Bernard Brauchli,
sumo-sacerdote do
clavicórdio
Desde o seu primeiro recital de
clavicórdio em Fribourg (Suiça) em
1972, que Bernard Brauchli se
dedica exclusivamente a interpretação, estudo e renascimento
dos instrumentos de tecla antigos.
Actuando em concertos e fazendo
conferências na Europa, Estados
Unidos da América e Canadá, tem
vindo a dar a conhecer estes
instrumentos e a sua interpretação
histórica a um público cada vez
mais numeroso. Entre as instituções onde fez os seus estudos
musicais destacam-se a Academia
de Música de Viena e o Conservatório de Nova Inglaterra, em
Boston. Estudou também em Lisboa com o eminente musicólogo
Macario Santiago Kastner, com
quem Bernard Brauchli se especializou em música hispano-portuguesa para teclado.
Entre outros, Bernard Brauchli
participou nos seguintes festivais:
Boston Early Music Festival,
Shrine to Music Concert Series
(Dakota do Sul, Estados Unidos da
América), de Santander e de San
Sebastián (Espanha), do Algarve
(Portugal), de Salzburg (Áustria),
Internationale Musikwochen de
Millstadt (Áustria), International de
l’Orgue Ancien de Valère (Suiça),
Corso Internazionale di Musica
Antica (Urbino, Itália), dei Saraceni
(Pamparato, Itália). Com frequência
faz gravações para a WGBH National Public Radio Network de Boston, France-Culture, Radio Nacional
y Televisión Española, Radio
Nacional y Televisión de Venezuela,
Radio Difusão Portuguesa e Radio
Suisse Romande. Gravou seis
álbuns e onze CD (Titanic Records,
EMI, STRADIVARIUS, DARGIL e
MAM) em instrumentos antigos ou
cópias.
Na sequência das investigações
que realizou, Bernard Brauchli tem
vindo a publicar inúmeros artigos
em revistas da especialidade nos
dois lados do Atlântico. O seu livro
The Clavichord foi publicado pela
Cambridge University Press, em
1998 (2.ª edição em 2000, 3.ª em
2005), e recebeu o Nicolas Bessaraboff Prize da American Musical
Instrument Society em 2001. Em
1993, foi distinguido com o Julius
Adams Stratton Prize for Cultural
Achievement.
De 1978 a 1982, deu cursos de
música antiga no Museum of Fine
Prof. Bernard Brauchli.
Arts de Boston, e de 1983 a 1992
no New England Conservatory of
Music da mesma cidade. De volta à
Europa, as suas actividades pedagógicas têm continuado, particularmente com os Corsi di Musica
Antica a Magnano (Itália), que
iniciou em 1987.
Bernard Brauchli é membro honorário vitalício da Midwestern Historical Keyboard Society (Estados
Unidos da América) e membro da
Clavichord Genootschap (Holanda). Faz parte do Comité Artístico
do Festival International de l’Orgue
Ancien de Valère (Suiça), e foi
presidente e director artístico da
Cambridge Society for Early Music
durante largos anos. Criou, ainda,
a série de concertos Chamber
Music by Candlelight. Fundou e
preside ao Festival Musica Antica
a Magnano. Em 1995, fundou a
Société Suisse du Clavicorde, de
que é presidente. Com Christopher
Hogwood, fundou, em 1996, o
International Centre for Clavichord
Studies in Magnano (Piemonte).
Um programa internacional
que faz justiça à música
peninsular
PIERRE ATTAINGNANT (?-1552)
foi o primeiro a imprimir música.
Provavelmente, era também compositor. “Bone Jesu” é uma intavolatura, ou seja, uma transcrição de
uma ópera vocal, um moteto de
Matthieu Gascongne. O texto do
moteto diz: “Bone Jesu dolcissime!
O Jesu clementissimie! Regem
nostrum et regnum tu conserva,
salva, difende, et guberna, guberna!” Era uma oração para o
regresso do rei D. Francisco I de
França, prisioneiro em Espanha.
ANDREA GABRIELI (cerca de
1510-1586), nascido em Veneza, era
tio de Giovanni Gabrieli, e o primeiro representante da escola
veneziana, depois do predomínio
musical flamengo. Após alguns
anos passados na Alemanha ao
serviço do duque Alberto V da
Baviera, foi nomeado organista da
catedral de São Marcos em 1566 e
rapidamente reconhecido como um
dos principais compositores da
cidade. Nos últimos anos da sua
vida tronou-se famoso como
professor.
ANTONIO VALENTE (século XVI)
era cego de nascença e foi organista
em Nápoles. A sua Intavolatura de
címbalo é uma das primeiras obras
da escola napolitana.
ANTONIO DE CABEZÓN (15101566), o maior compositor espanhol
do século XVI, foi organista e
clavicordista da imperatriz D. Isabel,
esposa de D. Carlos V, e mais tarde
do seu filho, o rei D. Filipe II. Cego
de nascença, Cabezón viajou ao
serviço de D. Filipe II, quando o
acompanhava nas visitas ao Sul da
Alemanha, ao Norte da Itália, ao
Luxemburgo, à Inglaterra e à Flandres. Entrou assim em contacto com
os músicos mais importantes do
tempo em que viveu. A sua música
apresenta um contraste evidente
com a dos compositores italianos
ou ingleses contemporâneos: reflecte a vida austera e profundamente religiosa de D. Filipe, muito
diferente da atmosfera mais cortesã
e festiva que se encontra nas
composições dos colegas. Himno
a tres é uma obra muito espiritual
que respira uma intensa serenidade. Começa com as vozes superior e média, seguidas de uma
secção final com as três vozes
juntas.
PABLO BRUNA (1617-1679) faz
parte de uma longa série de organistas cegos, que tem início com C.
Paumann, A. de Cabezón, etc.
Chamado o “ciego da Daroca”, é
um dos maiores compositores
espanhóis de música para órgão do
século XVII.
DOMENICO SCARLATTI (16851756). Em 2006 celebrou-se o 250.º
aniversário da sua morte. Nasceu
em Nápoles no mesmo ano que
Johann Sebastian Bach e Haendel
e era filho de Alessandro. Recebeu
os primeiros ensinamentos musicais do pai, sendo nomeado “organista e compositor de música” da
capela real em 1701. Após várias
estadias em Roma e Veneza, em
1720 foi viver para Lisboa para a
corte de D. João V, desempenhando
também as funções de mestre de
capela da catedral. Em 1729 seguiu
a sua aluna, a infanta D. Maria
Bárbara (filha de D. João V), após o
casamento desta com o princípe
Fernando de Espanha, para Sevilha,
onde então a corte residia. Para ela
escreveu mais de 550 sonatas.
Morreu em Madrid em 1757. Tal
como influenciou os compositores
ibéricos do seu tempo, ele próprio
sofreu também a influência da
linguagem destes e do disucrso
idiomático do folclore de Espanha
e de Portugal.
DOMENICO CIMAROSA (17491801), outra figura central da ópera
do século XVIII, é mais um representante da escola napolitana. Para
além da sua actividade como compositor, exerceu ainda a função de
organista da capela real de Nápoles.
De 1787 a 1793 ausentou-se da
cidade, estando primeiro na corte
de São Petersburgo e depois na de
Viena. Escreveu numerosas sonatas para instrumentos de teclas.
Esta Sinfonia para órgão da Opera
degli Orazii e Curiazii del Maestro
Don Cimarosa é uma transcrição
da Abertura da mesma ópera,
executada durante o Carnaval no
Teatro La Fenice de Veneza em
1797.
ANTONIO SOLER (1729-1781),
natural de Olot, na Catalunha, viveu
a maior parte da sua vida no palácio
real do Escorial, perto de Madrid.
Compôs entre 130 e 200 sonatas
para os infantes reais. Estas obras
devem ser consideradas no contexto da arte surgida no fim do
Barroco, ou seja, no estilo galante,
um estilo que serve de ponte entre
o Barroco e o Classicismo vienense
de Haydn e Mozart. O musicólogo
e hispanista Macario Santiago
Kastner exprimiu muito bem a arte
de Antonio Soler: “Hoje, o seu poder
de abstracção parece quase incrível, como também o facto de que
no interior da austeridade do
granito do Escorial ele possa ter
criado uma música totalmente livre
de reflexões espirituais, radiante de
alegria, maliciosa e feliz, frívola e
graciosa. É simplesmente uma
música sem problemas, um espelho
fiel e autêntico do Rococó espanhol
vaporoso que, no entanto, possui
também o aroma das ervas de
montanha e das flores dos campos”.
Programa
Pierre Attaingnant (século XVI)
Bone Jesu Dulcissime (Moteto de Mathieu Gascongne), de Treze Motets
(1531)
Gaillarde, de Quatorze Gaillardes (1531)
Andrea Gabrieli (1520-1586)
Intonatione de primo tono, de Intabolatura Nova (1551)
António Valente (século XVI)
La Romanesca con cinque mutanze, de Intavolatura de Cimbalo
(Napoli, 1575)
Antonio de Cabezón (1510-1566)
Pavana Italiana
Pablo Bruna (1617-1679)
Tiento lleno de 4. tono
Domenico Scarlatti (1685-1757)
Sonata K.238 em fá menor (Andante)
Sonata K.239 em fá menor (Allegro)
Domenico Cimarosa (1749-1801)
Sonata n.º 11 em si bemol maior
Sonata n.º 13 em sol menor
Sonata n.º 17 em si bemol maior
Antonio Soler (1729-1781)
Sonata n.º 52 em mi menor e no.116 em sol maior
COMUNICAÇÃO SOCIAL
14 de Fevereiro de 2008
Sacristia e igreja
A sacristia e a igreja, embora essejam contíguas e entrelaçadas, diferem no aspecto físico e no simbolismo moral.
Enquanto aquela sem uma pequena
porta que, praticamente, só dá
entrada ao abade e ao sacristão, a
igreja dispõe da porta mais ampla
da freguesia, por onde podem entrar
todos os cristãos, sejam praticantes ou não.
Depois do sacrário, da pia batismal
e dos altares com os seus patronos
e ornamentos artísticos, consagrados na história, a monumental
“porta de entrada” é, para mim, o
objecto mais importante da igreja,
pelo seu simbolismo.
Só é pena que, por motivos óbvios,
não possa estar aberta todo o dia.
A igreja dispõe de amplas janelas a
olhar o mundo e a refrescar o
ambiente; os postigos da sacristia
pouca luz e ar deixam passar.
Por isso, enquanto a igreja cheira
ao perfume inebriante das flores
que ornamentam os altares, a sacristia cheira a água-benta, a pingos de cera e ao mofo dos paramentos velhos.
Quer uma, quer outra, podem
também ser símbolos morais da
nossa religiosidade. Nós tanto podemos fazer “reuniões de sacristia”,
insensíveis aos problemas do
mundo actual, como “evangelização de Igreja” aberta ao presente e
ao futuro.
A nossa prática religiosa tanto
pode cheirar a mofo bafiento, sem
actualização e indiferente aos
problemas do mundo, como pode
comungar e irradiar o ar puro da
palavra de Deus, sobre as necessidades modernas.
E isso, porque as palavras de Cristo
são «palavras de vida eterna»,
tanto para os tempos passados,
como para o presente e futuro,
ouvindo e cumprindo, em todas as
épocas, a mensagem do Salvador.
Por isso, sem deteriorar o seu
sentido e respeitando a ortodoxia
doutrinal, essas palavras têm de ser
explicadas e aplicadas aos costumes do presente, através da
evangelização da Igreja.
Não podemos ficar eternamente a
olhar para o camelo no deserto, cuja
velocidade e largura de espaço não
permitem choques sangrentos, mas
temos de causticar a vertigem de
andamentos suicidas e homicidas
dos alienados e alcoolizados de
hoje, que espalham a morte nas
estradas portuguesas.
Para corresponder ao apelo do
Papa, que pede actualização e
novas mentalidades, temos de
aproveitar todos os meios de
Notícias de Beja – 9
Mais apoios ao Notícias de Beja
apostolado, sem lesar a unidade da
Igreja.
Entre todos, para mim, a comunicação social é o mais eficaz.
Felizmente, que todas as dioceses
portuguesas dispõem de jornais,
revistas e, em nível mais alargado,
de rádios e televisões, ao seu
serviço. Alguns desses meios até
são órgãos oficiais das respectivas
dioceses.
Por isso, embora a pesado custo,
devem ser conservados, pois a
abrangência do seu impacto na
população pode valer por muitas
homilias e decretos.
Mas têm de ser órgãos da Igreja
adaptada aos tempos de hoje e não
órgãos desgastados de sacristia.
Devem responder aos problemas
que actualmente apoquentam a
Igreja e não estar presos apenas a
rituais e acontecimentos do passado.
No momento, em vez do poço de
Jacob, temos de falar em «sede de
justiça», em vez de Madalenas
arrependidas, devemos causticar o
aumento da prostituição; sem esquecer os Santos Inocentes, temos
de condenar a nova legislação do
aborto; ao recordar o horto bíblico
onde Cristo rezou, não podemos
esquecer a fome e a miséria espalhadas pelo mundo; ao reviver o
Calvário onde Cristo sofreu e
morreu, temos de lamentar tantas
guerras sangrentas, espalhadas por
várias partes do mundo. Isto é,
respeitando o passado, temos de,
tratar do presente e acautelar o
futuro.
Com a mudança pedida pelo Papa,
chamaremos mais juventude à
Igreja; de outra forma, ficaremos
com o “ramerrão” dos velhos
rituais que fizeram a sua época, mas
agora não entusiasmam a gente
nova.
Por isso, a recomendação de Bento
XVI, pedindo a reforma das mentalidades, é não só bem-vinda, como
necessária.
Carlindo Vieira
Desde a data do octogésimo aniversário do nosso jornal, ocorrido em 18 de
Janeiro, temos recebido uma avalanche de cartas a testemunhar apreço por
quanto se escreve no Notícias de Beja com palavras simpáticas de amizade e
estímulo a quem está ao leme deste barco e aos seus colaboradores.
E, com as bonitas palavras, vêm sempre uns generosos euros a mais para que
o jornal “viva por muitos anos como está”, segundo nos dizia um bom amigo.
Na impossibilidade de publicar todas as mensagens recebidas, aqui ficam
excertos de algumas cartas chegadas esta semana, que agradecemos, e
que, de algum modo, suavisam as desilusões e os sofrimentos de quem, há
26 anos, dirige o Notícias de Beja, com fé e espírito de missão, em regime
de voluntariado.
“Com cumprimentos amigos, venho, através de cheque, liquidar a
assinatura de Notícias de Beja, jornal que muito admiro, para os anos de
2008 e 2009.
Ainda bem que temos imprensa que não se conforma com o facilitismo e
“deixa correr”. Bem hajam... Parabéns a todos os colaboradores,
particularmente os Senhores Padres Alberto Batista e Manuel Magalhães.
Um abraço.”
Padre José Campos (Pároco de Negrilhos - Barcelos)
“Venho pagar a minha assinatura de 2008, do Notícias de Beja.
Dou-lhe muitos parabéns, pela sua sabedoria, capacidades e esforço, por
ter conduzido até aos 80 anos essa grande voz da querida diocese de Beja.”
Padre Dr. Manuel Marques (Loures)
“Serve esta minha mensagem no sentido de renovar a assinatura anual
do jornal Notícias de Beja. Este ano é um ano especial, devido à
comemoração dos 80 anos da sua existência deste mesmo jornal.
Assim sendo, e porque é um jornal que gosto muito de ler, não só por tudo
o que faz pela Igreja, sobretudo a nível diocesano, assim como também,
por tudo o que transmite a nível informativo e cultural, a todos os seus
colaboradores, os meus sinceros parabéns, por tudo isso, e os meus votos
de muitos anos da sua existência e continuidade ao serviço da Igreja e
da sociedade.”
António Feliciano dos Santos (Vila Nova de Santo André)
“Junto envio cheque no valor de 60 euros para pagamento de dois anos
de assinatura do nosso jornal. O resto é para ajuda das dificuldades
surgidas. Leio com agrado o vosso jornal.
Coragem na continuação de espalhar a verdade.
Padre Armindo Sousa, Colégio Salesiano (Poiares)
“Aprecio e gosto dos artigos do vosso Notícias de Beja e quero contribuir
com 100 euros para os portes de correio, embora o jornal me seja enviado
como oferta.
P. Dr. António Marques, Pároco de Oriz (Vila Verde)
“Suponho que o jornal vive com dificuldades financeiras. Por isso, quero
pagar a assinatura com 40 euros, esperando que outros façam o mesmo”.
José Rodrigues Palma (Mértola)
“Pago a minha assinatura e mais outra, por algum esquecido...”
Padre Afonso Prata (Beja)
Novas tecnologias
A evangelização multimédia
Em Travassô, na Diocese de Aveiro, todos os sábados o padre Júlio
celebra uma missa que chega a
qualquer parte do mundo através
da Internet. Em Monte Real, na
diocese de Leiria, os fiéis seguem
as leituras e os cânticos litúrgicos
através de um sistema de powerpoint e karaoke adaptado pelo
padre José Alves.
É a tecnologia ao serviço da
evangelização.
Pioneiro na internet
A missa online, pegando nas
palavras do padre Júlio, é o último
«produto de um kit completo» que
este sacerdote coloca ao serviço da
evangelização. O padre Júlio Grangeia é pioneiro, na Igreja, no uso
da internet. Desde 1997 que tem um
site na rede mundial. Em www.
padrejulio.net dá-se a conhecer e
conhece aqueles que utilizam este
meio de comunicação. «A Igreja tem
de estar onde se movimentam as
pessoas», afirma. Reconhece que
nem tudo são rosas neste mundo
do ciberespaço. «A internet não é
boa nem é má. É tal e qual o mundo.
É um amplificador do que se passa
no mundo.» Para expressar este
binómio, no topo da página inicial
do padre Júlio podemos encontrar
um anjo e um demónio. Mas visitar
a página pessoal do padre Grangeia
na internet é muito mais do que uma
visita ao trabalho pastoral que
desenvolve nas suas três paróquias: Travassô, Óis da Ribeira e
Espinhel. Para além das notícias
que tenta actualizar sempre que
pode, com a ajuda de uma colaboradora dos jornais locais, o padre
Júlio é um sacerdote interactivo na
internet. Utiliza todos os canais
para conhecer e dar-se a conhecer
na rede: desde os chats (salas de
conversação) passando pelo Hi5,
Netlog e YouTube. «Hoje em dia
procura-se tudo na internet, vai-se
ao Google e pesquisa-se tudo.
Porque não procurar um padre?»,
interroga-se o padre Júlio Grangeia.
E têm sido muitos aqueles que o
procuram. Pessoas que estão na
Igreja, que se afastaram da Igreja
ou que nunca se aproximaram.
«Encontro de tudo», afirma. O
padre Júlio faz esta confissão já na
sua residência paroquial a poucos
metros da igreja de Travassô. Um
local amplo repleto de secretárias e
computadores. É daqui que o padre
Júlio gere o seu portal na internet.
Uma câmara em frente ao computador permite-lhe gravar os
inúmeros vídeos que vai colocando
no YouTube. Diz que o YouTube é
«a menina dos seus olhos» porque
as pessoas «estão pouco viradas»
para a leitura e ali coloca pequenos
vídeos que convidam o cibernauta
a uma reflexão ou são apenas
excertos do seu dia-a-dia ou do
trabalho que desenvolve nas paróquias.
Dos bares
para a igreja
O padre José Alves entrou em
contacto com o mundo da informática ainda seminarista. Não
apenas numa óptica de utilizador
mas também na perspectiva de
saber como funcionava esta nova
maravilha da técnica. Hoje, aos 41
anos, o padre José Alves é o
sacerdote que teve a coragem de ir
ao mundo do divertimento buscar
o sistema de karaoke e colocá-lo,
imaginem, dentro de uma igreja. Viu
o sistema nos bares onde jovens
cantavam as músicas da moda e
imaginou o sistema aplicado aos
cânticos na sua igreja. Pensou no
coro, no ensaiador do coro, Rui
Lavos, e nos seus conhecimentos
de informática. Hoje a igreja paroquial de Monte Real, na diocese de
Leiria, não deixa de ser uma igreja
curiosa. Dois ecrãs virados para a
assembleia ladeiam o altar e um
terceiro, mais escondido, está
voltado para os celebrantes. Numa
consola, projectada pelo padre José
Alves e colocada do lado oposto
ao ambão, reside o cérebro do
sistema. A consola acolhe dois
computadores: um que detém um
sistema de powerpoint onde são
colocados os textos das leituras e
outro com os cânticos da celebração editados em karaoke.
SOCIEDADE
10 – Notícias de Beja
14 de Fevereiro de 2008
No 4.º centenário do nascimento do Padre António Vieira
António Vieira nasceu a 6 de
Fevereiro de 1608 em Lisboa, filho
de Cristóvão Vieira Ravasco e da
mestiça Maria de Azevedo. Aos
seus anos, o pequeno António vai
para a Baía, no Brasil, aos 15 entra
no noviciado jesuíta e, um ano
depois, é encarregue de escrever o
relátório anual da missão para o
geral da Companhia de Jesus.
Ordenado padre em 1633, com 25
anos, já dois anos antes começara
a fazer sermões. Desde cedo reproduz, na sua pregação, as causas
em que se empenhava: a defesa dos
índios e dos judeus, os vícios da
pátria - a inveja nacional era
violentamente criticada -, a oposição à escravatura (tema que
hesita por vezes).
Autor de 203 sermões (204, incluindo um texto que alguns consideram apenas um comentário) e 700
cartas, muitas das quais relativas a
missões diplomáticas, Vieira vê-se
perseguido pela Inquisição por
defender os judeus. Em 1649, o
Santo Ofício quer expulsá-lo dos
jesuítas. O apoio do rei D. João IV,
que pedira ao missionário ajuda
dilomática na causa da restauração
da independência, adia os intentos
dos inquisidores. Em 1660, depois
a morte de D. João e com pretexto
da publicação de Esperanças de
Portugal, V Império do Mundo, é
instaurado um processo ao padre
jesuíta: Vieira é “escandaloso”,
“ofensivo”, “Fátuo com sacor a
heresita e injurioso para a Igreja”,
acusam. Interrogado em 1662, é
preso no domicílio a partir de 1662.
A sentença inquisitorial mandava
que fosse “privado para sempre da
voz activa e do poder de pregar”.
Em 1668, com a subida de D. Pedro
ao trono, Vieira é libertado e iniciai
uma batalha pela supressão da
Inquisição em Portugal. Argumenta
portugueses? “Não só vos comeis
uns aos outros, senão que os
grandes comem os pequenos. Se
fora pelo contrário, era menos mal.
Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos
pequenos; mas como os grandes
comem os pequenos, não bastam
cem pequenos, nem mil, para um só
grande”.
Arnaldo Espírito Santo diz que “a
organização dos Sermões evidencia o grande homem que foi Vieira:
ele tem o objectivo de levar o
evangelho a todos os povos do
mundo, mas também critica o país”,
ele foi ainda”o homem que sofreu,
deito às ordens da Inquisição,
maltratado por muitos”.
Com uma ponta de vaidade que não
seria estranha ao seu feitio, Vieira
nota também os momentos de glória
a que alguns dos sermões correspondiam: “Pregado em Roma na
língua italiana à sereníssima rainha
da Suécia”; “Assistiam a Sua
majestade no coro com muitos dos
senhores cardeais, e na Igreja mais
ilustre, e escolhido daquele primeiro
teatro do mundo” - uma possível
alusão ao Papa.
A inveja e a pátria ingrata
junto do Papa Clemente X que a
instituição portuguesa é mais
violenta que a espanhola. Consegue a suspensão por alguns
anos, até que Clemente XI permite
a restauração.
Os peixes grandes
A vida de missionário, viajante
incansável, combatente feroz da
Inquisição, diplomata, estratego
político ou defensor dos mais
desprotegidos, está presente ao
longo dos sermões de Vieira. Um
dos mais notórios temas pessoais,
recorda Arnaldo Espírito Santo,
está referido logo na rubrica (a
introdução) do Sermão de Santo
António aos Peixes, de 1652: “Este
sermão ( que todo é alegórico)
pregou o autor três dias antes de
se embarcar ocultamente para o
Reino, a procurar o remédio da
salvação dos índios, pelas causas
que se apontam no sermão” da
Sexagésima.
E que dizia ele nessa célebre pregação “aos peixes” sobre o grande
que come o pequeno, feita no
Maranhão perante os colonos
Na organização dos Sermões, Vieira
preocupa-se em escolher textos
significativos para o início e o fim
de cada volume. Assim é o Sermão
da Sexagésima, que abre a colecção, para falar sobre o modo de
pregar.
O último de todos é o Sermão de
Santo António, que Vieira terá
escrito em 1682. Esse foi o ano em
que, depois de ter defendido mais
uma vez os judeus, uma efígie de
Vieira fora queimada em Coimbra.
O agastamento com a pátria era
pordemais evidente e disso dá
conta o texto, estabelecendo um
paralelismo entre o que sucedera a
Santo António e a vida do próprio
Vieira: “Aquelas obras, que o
evangelho recomenda a S. António,
ele as não havia de fazer, nem as
podia fazer na sua pátria, e não por
falta de virtude no santo, senão por
defeito, ou esterilidade natural da
terra, em que nasceu.”
Mais à frente critica de novo a
inveja portuguesa, de que se sente
vítima: “Oh Pátria tão naturalmente
amada, como naturalmente incrédula! Que filhos tão grandes, e tão
ilustres terias, se assim como
nascem de ti, não nascera juntamente de ti, e com eles a inveja, que
os afoga no mesmo nascimento, e
os não deixa luzir, nem crescer!”
Numa carta posterior, referindo
ainda o mesmo sermão, escreve
Vieira: “Também no de Santo António em Roma cuidaram aqui os
revisores que as ingratidões da
pátria do mesmo Santo, sem lhe
mudar o nome, se podiam aplicar
às que eu tenho experimentado. “E,
sobre o Sermão de S. Roque, dirá:
“Foi pregado na Capela Real, e
parece que em profecia dos desenganos que agora experimento.”
No Sermão de Santo António, de
1670, Vieira dizia que “sem sair de
Portugal ninguém pode ser grande”. E acrescentava: “Nascer
pequeno, e morrer grande, é chegar
a ser homem. Por isso nos deu
Deus tão pouca terra para o nascimento e tantas terras para a sepultura. Para nascer, pouca terra:
para morrer, toda a terra: para nascer,
Portugal: para morrer, o mundo”.
Assim foi, A 18 de Julho de 1697,
na Baía, morrei Vieira no mundo.
Tinha 89 anos e uma vida cheia.
Num sermão de 1678, dizia: “Se
servistes à pátria, que vos foi
ingrata, vós fizestes o que devíeis,
ela o que costuma”.
Padre António Vieira vai ter estátua em Lisboa
Uma estátua do Padre António
Vieira será colocada no Largo de
São Roque, em Lisboa, numa iniciativa da Santa Casa da Misericórdia
destinada a homenagear o jesuíta
português, cujo quarto centenário
do nascimento se assinalou no dia
6 de Fevereiro.
O anúncio foi feito pelo presidente
da Comissão Organizadora de 2008
Ano Vieirino, Manuel Cândido
Pimentel, na sessão solene de
abertura das comemorações do IV
centenário do nascimento de Viei-
ra, realizada na Academia das
Ciências de Lisboa, na presença do
Presidente da República, Aníbal
Cavaco Silva, e do Cardeal-Patriarca
de Lisboa, D. José Policarpo.
Em data ainda a determinar - indicou o responsável -, a colocação
da estátua do homem que ficou
para a história como orador, missionário, diplomata e um dos maiores
prosadores da língua portuguesa
insere-se no projecto de requalificação daquele largo, já aprovado pela
Câmara Municipal de Lisboa.
O Padre António Vieira, o «Imperador da Língua Portuguesa»,
como lhe chamou Fernando Pessoa,
nasceu em Lisboa no dia 6 de
Fevereiro de 1608.
2008 Ano Vieirino é uma iniciativa
da Universidade de Lisboa, da
Universidade Católica Portuguesa
e da Província Portuguesa da
Companhia de Jesus para recordar
«o inexcedível escritor, orador e
pensador Padre António Vieira, glória da cultura nacional, desta pátria
Fumo passivo aumenta o risco cardiovascular
Victor Gil, Director do Serviço de
Cardiologia do Hospital AmadoraSintra indica que “há vários estudos
recentes sobre os malefícios de
exposições passivas a doses baixas e
por períodos curtos, bem como a
rapidez com que os eventos cardiovasculares subsequentes podem
ocorrer”.
Entre os múltiplos efeitos biológicos
demonstrados para o tabagismo
passivo, contam-se o deficiente
funcionamento das artérias, a agregação das plaquetas sanguíneas, a
activação da aterosclerose, uma doen-
ça degenerativa das artérias e os efeitos
negativos sobre as gorduras do
sangue, como a diminuição do “bom
colesterol”.
“Além disso, o fumo tabaco, mesmo
que inalado passivamente, promove a
libertação de radicais livres e diminui
os níveis dos antioxidantes, expondo
as artérias aos efeitos negativos do
chamado “stress” oxidativo”, explica
Victor Gil.
O especialista refere ainda que o risco
de doença das coronárias relacionada
com a exposição passiva ao fumo do
tabaco tem sido, até agora, subes-
timado e é provavelmente muito mais
aproximado do dos fumadores activos,
pelo que a aplicação da legislação do
tabaco tem sido saudada pelos não
fumadores, sistematicamente agredidos
pelo fumo dos outros.
“Numa sociedade aberta, as opções
individuais têm que ser respeitadas,
mesmo quando daí resulte um assumido e consciente prejuízo pessoal,
todavia é evidente que a liberdade
individual não pode ser exercida em
detrimento da liberdade e da saúde dos
outros. No futuro, fumar terá de, provavelmente, ser um prazer íntimo.”,
finalizaVictor Gil.
de muitas pátrias que, pela sua vida,
acção e obra ultrapassou as fronteiras de Portugal e se avantajou
no mundo», sublinhou Manuel
Cândido Pimentel.
Por ter sido, no século XVII, aquilo
que actualmente se designa como
um “globetrotter”, a efeméride será
igualmente celebrada em Itália,
Brasil, Espanha, França e Bélgica.
Em Portugal, foi agora dado o
primeiro contributo para criar uma
rede internacional de universidades
para o estudo da obra de Vieira, com
o lançamento do Tomo I da edição
nacional crítica dos Sermões do
Padre António Vieira (Imprensa
Nacional - Casa da Moeda e CEFi Centro de Estudos de Filosofia).
O programa completo das comemorações, que se estendem ao longo
de todo o ano e incluem diversas
áreas de actividade, será divulgado
em Março, precisou o presidente
da Comissão Organizadora de 2008
Ano Vieirino.
REGIONAL
14 de Fevereiro de 2008
Notícias de Beja – 11
Grândola
Beja
Moura
Câmara Municipal de
Grândola devolve à
Comunidade Edifício
Ocupado pelo PCP
Obras no Castelo de Beja
Cidade há 20 anos
O PCP ocupa desde 1983, a troco
do pagamento de uma renda mensal
de 7,48€ (1500$00), todas as instalações dos antigos Paços do Concelho, Tribunal e Cadeia, numa área
útil de cerca de 500 m2, com 14 salas,
num Edifício que é propriedade da
Autarquia e que constitui um
Património Histórico da Comunidade Grandolense.
Desde 2003 que o Município de
Grândola manifestou ao PCP em
diversas ocasiões, o interesse e o
desejo de que este património
fosse devolvido à Comunidade. No
entanto, e não obstante as insistências, não só nunca houve uma
resposta concreta por parte do PCP
como inclusivamente, pasme-se,
este Par-tido, considera que solução para a sua saída do Edifício é
uma “obrigação da Câmara”.
Deste modo, tendo em conta o
interesse do Município e da Comunidade Grandolense, tendo ainda
em conta o estado de degradação
do Edifício, o seu valor Histórico e
Patrimonial e fazendo uso das
prerrogativas que a Lei lhe concede, o Município aprovou na
reunião da Câmara Municipal do dia
31 de Janeiro, com os votos contra
dos eleitos do PCP/CDU, a denúncia do Contrato de Arrendamento celebrado entre a Autarquia
e o Centro de Trabalho do PCP,
devendo nos termos da Lei, o
prédio ser desocupado no prazo de
120 dias, sendo o Partido Comunista indemnizado no montante
previsto na Lei.
Mértola
Novo Lar de
Terceira Idade
A construção do Lar das Cinco
Freguesias vai avançar no concelho
de Mértola depois do parecer
positivo dado pelo Conselho Local
de Acção Social (CLAS).
O equipamento, cujo projecto está
a ser liderado pela Misericórdia de
Mértola, vai servir as freguesias de
Espírito Santo, S. Miguel do Pinheiro, S. Pedro de Sólis, S. Sebastião dos Carros e S. João dos
Caldeireiros.
Ao mesmo tempo, o CLAS do
Concelho de Mértola já aprovou os
Planos de Desenvolvimento Social
2008/2009 e de Acção 2008, documentos considerados “fundamentais para a concretização dos
objectivos da Rede Social”.
Respostas às questões
da última página
1. Tem 24 arestas.
2. Nasceu em Lisboa, em 1608.
3. São Paulo
A Câmara Municipal de Beja iniciou
na sexta-feira, dia 1 de Fevereiro, a
empreitada de Remodelação da
Casa do Governador, no Castelo de
Beja.
A empreitada está orçamentada em
cerca de 250 mil euros, tem um
período de execução de seis meses
e será executada pela empresa
Alvenobra, Lda.
Os trabalhos compreendem a recuperação integral do edifício, dotando-o das condições ideais para
albergar no rés-do-chão um Posto
de Turismo e uma Cafetaria e, no 2º
andar, ficará sedeado o Museu
Militar, onde será possível visitar
uma colecção das décadas de 30 e
40, muito heterogénea, composta
por diversos artigos do foro militar.
De entre o espólio existente,
contam-se várias armas de origem
africana, fardamentos, imagens
alusivas à passagem do regimento
de infantaria pela cidade de Beja e,
ainda, variados artigos da colecção
particular do Major Brito Pais, um
dos pioneiros na travessia aérea
entre Lisboa e Macau.
Devido ao processo de remodelação deste espaço, a Câmara
Municipal de Beja informa a população que o Castelo estará encerrado para visitas entre os meses de
Fevereiro e Julho de 2008.
Moura, na margem esquerda do Guadiana, com cerca de 10 mil habitantes,
celebrou no sábado, dia 9 de Fevereiro, 20 anos de elevação a cidade.
Um debate com o actual executivo e os ex-presidentes da Câmara Municipal
sobre o balanço de 20 anos como cidade e a apresentação do programa
municipal à integração social foram algumas das iniciativas realizadas.
Transferência de aviões
A esquadra 601 da Força Aérea
Portuguesa, composta po aviões
“Lcckeed P-3P Orion” - de patrulhamento marítimo, guerra antisuperfície e anti-submarina - está a
ser transferida da Base Aérea do
Montijo para a de Beja. Dois dos
“P-3P” já foram transferidos, aguar-
dando-se para 2009 a transferência
de outros cinco que vão ser modernizados.
A base do Montijo vai acolher a
nova esquadra de 12 aeronaves
“Eads casa c-295M”, que vai
substituir os antigos Aviocar “c212-100”.
China quer fazer grandes
investimentos em Beja
O grupo chinês Shangai Union
Technology Co, Ltd, pretende
investir em Beja, 200 milhões de
euros, na instalação de uma unidade de produção pilhas alcalinas
que poderá vir a empregar quase
600 trabalhadores.
Uma delegação do grupo de Xangai
liderada por Mei Shen Bao, deslocou-se, há dias, à Câmara Municipal de Beja para discutir com o
seu presidente, Francisco Santos,
pormenores relativos à instalação
de uma unidade produção de pilhas
alcalinas. O grupo chinês tem já outras
unidades industriais instaladas na
China, Japão, Coreia do Sul, Alemanha
e Reino Unido.
O autarca referiu que “há fortes
possibilidades” de a empresa iniciar a
sua actividade em Beja, ainda em 2008,
com a instalação da primeira fase do
projecto, que dará trabalho a cerca de
80 trabalhadores portugueses.
A unidade industrial será instalada
em três fases e vai ocupar uma área
com seis hectares no Parque Industrial de Beja. A capacidade de
produção prevista poderá atingir
100 milhões de pilhas/ano, inteiramente destinadas à exportação.
Mei Shen Bao, ao justificar o
interesse do seu grupo por Beja,
frisou que este projecto se enquadra numa acção mais vasta.
Surge depois da luz verde dada pelo
Governo chinês ao autorizar a
instalação no estrangeiro de 50
plataformas industriais. Cerca de 50
por cento do investimento previsto
para a capital baixo-alentejana “são
cobertos pelo Governo chinês”,
salientou depois o autarca Francisco Santos.
A delegação chinesa deverá voltar
a Beja no mês de Fevereiro, e o
autarca admite que poderá ser a
reunião decisiva para consumar a
instalação de uma fábrica de pilhas
alcalinas no Alentejo.
Interesse por Sines
Para além da unidade aeroportuária
em Beja, com a qual os investidores
contarão para escoar a sua produção, os chineses têm revelado
uma particular apetência pelas
potencialidades oferecidas pelo
porto de Sines.
A este propósito, Basílio Horta,
presidente da Agência Portuguesa
para o Investimento e Comércio
Externo de Portugal (Aicep), disse,
durante o último certame da Feira
Internacional de Macau, realizada
no passado mês de Outubro, que a
unidade portuária do litoral alentejano “pode ser um entreposto
muito importante em todo o relacionamento entre a China e a
África”. Relativamente a Portugal,
Basílio Horta manifestou a sua
convicção de que “a China só estará
em Portugal se for útil para as
empresas chinesas”, frisando que,
ao longo dos próximos cinco anos, a
China prevê investir no estrangeiro
25 mil milhões de dólares. E é
tomando em linha de conta esta
premissa que o presidente do Aicep
lança o desafio: “Nós temos que
encontrar os sítios onde os chineses
se sintam confortáveis”.
A Fundição de Sinos de Braga
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ÚLTIMA PÁGINA
14 de Fevereiro de 2008
Ditos e Feitos
Deste
Mundo
e do
Outro
Papa não vai ao Congresso no Canádá
Bento XVI não irá marcar presença no Congresso Eucarístico
Internacional marcado para o próximo mês de Junho, no Quebec,
Canadá. Segundo o Arcebispo local, Cardeal Marc Ouellet, a ausência
deve-se ao “excesso de compromissos” do Papa, já com 80 anos. O
Secretário de Estado do Vaticano, Tarcísio Bertone, informou que o
Papa, “lamentando muito”, não poderá realizar esta visita, devido a
“uma agenda muito carregada”.
O Congresso coincide com a comemoração do CD aniversário da
fundação do Quebec pelo explorador francês Samuel de Champlain.
O encontro decorre 15 e 22 de Junho de 2008.0 tema central do XLIX
Congresso Eucarístico Internacional, aprovado por Bento XVI, é
“A Eucaristia, dom de Deus para a vida do mundo”
Burocracia
A GlaxoSmithKline (GSK) vai deixar de fazer ensaios clínicos em
Portugal, avança o Diário Económico, explicando que a segunda
maior farmacêutica do mundo desistiu de fazer investigação clínica
em Portugal devido à burocracia e à morosidade dos processos de
autorização. E temos nós o Simplex!...
Violência
O fenómeno de violência contra idosos tem vindo a aumentar em
Portugal. Os mais recentes números conhecidos revelam que, nos
últimos cinco anos, os registos deste tipo de violência triplicaram,
dos mais de oito mil casos para os quase 25 mil.
As receitas brutas
Dos nove casinos a funcionar em Portugal atingiram, em 2007, 385
milhões de euros, mais 30 milhões do que em 2006 e mais do dobro
do que há dez anos (155 milhões em 1997).
Baixas a avós
A Alemanha pretende atribuir, ainda este ano, uma baixa de
maternidade aos avós de crianças com pais menores, para ajudarem
na educação dos netos. Até agora, os avós apenas podiam socorrerse de uma baixa para educar as crianças em circunstâncias excepcionais, como a morte de um dos pais. O objectivo é que os pais
das crianças se mantenham na escola e possam continuar a viver
com os progenitores. Em 2006, 0,9% dos bebés na Alemanha eram
filhos de pais menores.
Faleceu sacerdote com 110 anos de idade
O Padre Kao Shi Qian (Nicolau de baptismo), faleceu aos 110 anos
de idade, e era, até à sua morte, o mais idoso sacerdote do mundo.
Foi um dos grandes apóstolos da mensagem de Fátima, responsável
pela fundação de vários Santuários de Nossa Senhora de Fátima na
China. Era religioso trapista e rezava diariamente, “várias vezes”, a
oração do Rosário. Esteve em Fátima em Julho de 1981.
Fundou vários santuários marianos com a designação de Senhora
de Fátima: o primeiro surgiu 1945, em Fuchow, na China continental,
e em 13 de Outubro de 1949, edificou o primeiro Santuário de Fátima
em Taiwan. cm Taipei, e em 1967 uma grande igreja em honra de
Nossa Senhora de Fátima, na localidade de Kaosiung. Passou depois
à Malásia, onde ergueu outro santuário em Sihu, em 13 de Outubro
de 1969. Em 1979 é erigido o Santuário de Nossa Senhora de Fátima
em Lantao e, em 1980, outro em Tounan, na Formosa.
Exerceu serviço pastoral nas missões em Taiwan, Malásia Singapura e
Tailândia durante quatro décadas. Depois de 39 anos de sacerdócio, uniu-se
aos trapistas na comunidade de Hong Kong em 1972, com 75 anos. Aos 100
anos, em 1997, emitiu seus votos perpétuos.
Padeiro paga multa à BT com moedas
Um padeiro de Algoz, concelho de Silves, pagou no dia 6, à Brigada
de Trânsito de Albufeira, uma multa de 120 euros em moedas de um
e dois euros, bem como de 50, 20 e 10 cêntimos (em dois sacos).
O Padeiro, que procedia à distribuição de pão, foi detectado por
uma patrulha da BT a circular em excesso de velocidade na EN 269,
na zona de Algoz, pelo que foi autuado. Pagou imediatamente a
multa, no local, com o dinheiro que trazia na viatura.
A.B.
Ciência e Fé
Apresentamos mais nomes de
grandes vultos da ciência que
foram também crentes em Deus:
Charles Darwin, famoso autor da
teoria da evolução: “Nunca neguei
a existência de Deus. Creio que a
teoria da evolução é plenamente
conciliável com a fé em Deus. A
impossibilidade de provar e compreender que o grandioso e imenso
universo, assim como o homem,
tiveram origem por acaso pareceme ser o argumento principal para
a existência de Deus”.
J. V. Uexküll (1864 - 1944), biólogo
alemão: “Quem reconhece um
plano, um objectivo, uma finalidade
e uma intenção na Natureza, reconhece também a existência do
Criador”.
Prof. Allan Sandage, durante toda
a sua vida se aplicou à pesquisa
dos astros: “Foi a minha ciência que
me levou à conclusão de que, o
universo é demasiado complexo
para poder ser explicado pela
ciência. É somente por meio do
sobrenatural que posso compreender o mistério da existência”.
Prof. John Palingharne, físico na
Universidade de Cambridge, e que
se tornou presbítero anglicano em
1982: “Se alguém toma consciência
de que as leis da natureza devem
ser incrivelmente certeiras para
produzir o universo que vemos,
verifica que o universo não teve
origem por acaso, mas deve haver
um projecto a regê-lo”.
Jocelyn Bell Burnell, astrónoma,
pesquisadora das estrelas ditas pulsars. Trabalha na Universidade Aberta
da Inglaterra: “A falta de fé nos deixa
sós e apavorados diante do futuro”.
“A minha fé não me impede de cultivar
a ciência em toda a amplidão dos
horizontes científicos”.
Edward Mitchell, astronauta da
Apoio 14, um dos primeiros homens a pisar na Lua, afirmou: “O
Universo é a verdadeira revelação
da divindade, uma prova da ordem
universal da existência de uma
inteligência acima de tudo o que
podemos compreender”.
Calendário agrícola
Fevereiro é o mês de semear: alface
para transplantar em Março -Abril,
couves, nabos, nabiças, pimentos,
alho-porro, repolho, feijões e tomate. Plantar batatas nos lugares
abrigados e pouco sujeitos a
geadas. Iniciar a sementeira do
milho de sequeiro.
Semear em «camas quentes» melões, melancias, pimentos, tomates,
pepinos e aipo branco. Os melões,
melancias e pepinos devem ser
semeados em vasos de plástico ou
barro. Plantar ainda cebolas, morangueiros, espargos, alcachofras
e couves diversas. Durante o mês,
iniciar a colheita dos nabos semeados em Dezembro. Todos os trabalhos indicados para o mês de
Janeiro podem ainda ser feitos, mas
não devem ser adiados por muito
tempo.
Semear todas as flores anuais e
cóleos, crisântemos, ervilhas-decheiro, relva, gipsófila, malvaíscos,
manjericos, paciências e sécias.
Continuar a plantação de árvores e
arbustos ornamentais.
destes: a depressão e outras doenças, o abuso de drogas e álcool,
antecedentes familiares, contextos
socioeconómicos e educacionais
pobres ou uma saúde física frágil.
Mas há que tentar valorizar a vida.
E as campanhas contra a vida são
muitas. Dizem os jornais que alguns
Governos, como o da Austrália,
estão preocupados, com tanta
propaganda ao suicídio na Internet.
Tentam pôr freio a tanto “zelo” na
ajuda a gente quase sempre vulnerável e frágil, a que terminem com a
vida.
As religiões também aqui podem e
devem ter um papel positivo.
Quem fala assim
Suicídio
A percentagem de casos de suicídios em todo o mundo aumentou
60% nos últimos 50 anos. Em
comunicado divulgado no “Dia
Mundial da Prevenção do Suicídio”, a Organização Mundial de
Saúde (OMS) refere que cerca de
3.000 pessoas se suicidam todos os
dias no mundo. Isto representa um
suicídio cada trinta segundos, o
que diz bem que este problema
social atinge actualmente “índices
extremamente elevados”.
O comunicado daquela organização
indica que a percentagem de suicídios no mundo nos últimos 50
anos aumentou em 60 por cento sobretudo nos países em desenvolvimento - e que o suicídio
constitui actualmente “a terceira
causa de mortalidade na faixa etária
dos 15 aos 34 anos”.
Para lutar contra o suicídio, que,
segundo a OMS, afecta «todos
independentemente da idade», é
necessário que se criem estratégias
de prevenção e que «o suicídio não
seja considerado um tabu ou o
resultado de crises pessoais ou
sociais, e sim um indicador de saúde
que evidencia os riscos psicossociais, culturais e meio ambientais
susceptíveis de prevenção», segundo a OMS.
A OMS sublinhou a importância de
reforçar programas para identificar
e prevenir o comportamento suicida, afirmando que a maioria dos
mais de 1,1 milhões de suicídios por
ano poderiam ser evitados, se
fossem adoptadas medidas adequadas que garantissem tratamento
adequado às pessoas que sofrem
de distúrbios mentais ou medidas
que dificultassem o acesso dos
potenciais suicidas a métodos para
pôr fim à vida.
São muitas as causas que podem
levar alguém a cometer um acto
“Homens de havemos de fazer
nunca farão nada”.
Padre António Vieira
“Caminhe-se para a liberdade
através da liberdade”.
António Sérgio
“Melhor é padecer pela verdade do
que receber mercês pela lisonja”.
Santo Agostinho
Veja se sabe
1. Quantas arestas tem um prisma
com uma base de oito lados?
- 8, 16 ou 24.
2. Onde e em que ano nasceu o
Padre António Vieira?
- Em Simtra, em 1598. Em cascais,
em 1600 ou em Lisboa, em 1608.
3. Quem é o patrono dos caminheiros do Corpo Nacional de Escutas?
- São Paulo, São Pedro ou S. Jorge.
Respostas na penúltima página
Humor
Na recepção do hotel:
- Olha lá, rapaz! Quem seria o burro
que me levou o chapéu?
- Não sei, Senhor, mas uma coisa é
certa: quem o levou deve ter uma
cabeça igual à sua.
Entre vizinhas
- Que tal é a Isabel?
- Olha, é uma daquelas mulheres
que gostam de ter duas amigas: uma
com quem falar, e outra de quem
falar.
Entre amigos
- Então, recebes o António em tua
casa? Deves saber que ele tem uma
língua de víbora!
- Claro que sei. Mas, enquanto ele
estiver na minha presença, não diz
mal de mim.
Alberto Batista

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