85 - Across

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85 - Across
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nº 85 - 21 de Janeiro de 2011
Pavilhão
do Panda Gigante
abre ao público em Macau
Tenerife
A perfeita Primavera
mora aqui
Até às portas do deserto
Um hino à arte,
à inovação e ao bem-estar
PUB
Alvará 1321/06
Marrocos
Celebrity
Eclipse
II
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21 de Janeiro 2011
Marrocos
De Tânger ao Atlas em 4x4
Texto Alexandre Correia/Revista Todo Terreno Fotos Paulo Calisto
Para descrevermos esta rota, que nos levou
literalmente até às “Portas do Sahara” — conforme é conhecida a cidade de Ouarzazate
—, escolhemos um veículo que praticamente
não tem concorrentes e cujas características
são perfeitas para uma utilização em condições duras, sejam os pisos pedregosos dos trilhos da cordilheira do Atlas, a grande cadeia
de montanhas de Marrocos, sejam as pistas
arenosas do deserto, onde as temperaturas
sobem tão alto durante o dia que as ondas de
calor se confundem com miragens.
A porta de entrada ideal para acedermos
ao Reino de Marrocos é Tânger. A recente
entrada em funcionamento de um novo
complexo portuário uns quilómetros mais a
leste da cidade, aliviou o “velho” porto local
dos navios que transportam carga, como os
grandes “ferrys” provenientes de Algeciras.
Agora, demandam Tânger sobretudo os catamarans rápidos, nomeadamente os que estão baseados no pequeno porto espanhol de
Tarifa — onde operam as companhias FRS
e Comarit —, que estabelecem a ligação em
pouco mais de meia hora. Acessível e agora
ainda mais rápida graças ao menor tráfego
na alfândega de Tânger, esta é a rota mais
recomendável para a travessia do Estreito de
Gibraltar. Conte em média com 200 euros
para um bilhete ida-volta de uma viatura e
condutor, mas os valores são variáveis e há
promoções no momento do embarque. Mas,
a maior vantagem de comprar cada viagem
separadamente é poder chegar ao porto e
escolher a companhia que lhe garantir o
embarque mais rápido. Fizémos isso e não
gastámos mais dinheiro.
Infelizmente, a maioria dos viajantes só reconhece Tânger como um ponto de passagem,
a caminho de outros destinos. Nada mais errado do que desperdiçar uma visita a esta cidade, que tem um passado histórico riquíssimo
e sempre foi cobiçada, graças à sua localização estratégica, na entrada do Mediterrâneo,
entre a África e a Europa. Por lá passaram
todas as grandes civilizações dos nossos tempos, desde os fenícios aos cartagineses, dos
romanos aos mouros — chegou a ser capital
do vasto Reino da Mauritânia —, mas também os portugueses, que a ocuparam desde
1471 a 1578. Mais evidentes são as marcas
dos 50 anos de domínio partilhado pelas
grandes potências ocidentais, nomeadamente a França, Espanha, Reino Unido, EUA e
Alemanha: em 1906 estes países fizeram de
Tânger uma concessão internacional. Com
a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha foi
afastada do grupo que administrou a cidade
até 1956, altura em que Marrocos se tornou
independente.
Estendendo-se em anfi-teatro pela encosta
de uma colina frente ao porto, a parte mais
antiga de Tânger contrasta com a mais recente, que nasceu no período da concessão internacional e não pára de desenvolver-se. Quem
esteja disposto a perder-se pelas ruas e vielas
da velha medina e pelas avenidas e praças da
cidade nova ficará surpreendido. Mesmo que
não disponha de mais do que uma manhã,
aproveite-a bem. E antes de partir, vá almoçar
na esplanada junto ao Cabo Espartel, com o
seu belo farol, que avisa a navegação da “esquina” onde África marca encontro com o
Atlântico e o Mediterrâneo. Garantimos-lhe
que não se arrependerá e se tiver a mesma
sorte que nós, talvez consiga convencer o faroleiro a deixá-lo subir ao alto da torre, para
apreciar uma vista fantástica.
Nesta ronda, propomos seguir de Tânger
rumo ao sul pela auto-estrada. O destino da
primeira jornada é Fez, a mais antiga das cidades imperiais de Marrocos e a terceira mais
populosa do país, cuja importância histórica e
cultural são reconhecidas pela Unesco como
Património da Humanidade. Chegamos até lá
sempre por auto-estrada e não há que enganar:
as indicações são correctas, embora depois de
nos desviarmos da via que prossegue para Rabat possa parecer, durante uns quilómetros,
que deixámos de rolar numa auto-estrada.
A meio caminho entre os vales férteis do
norte e as florestas do Médio Atlas, Fez impõe mais do que uma paragem para passar
a noite. Mas, já que dorme por lá, procure
desde logo sentir-se dentro da velha cidade,
escolhendo não um dos hotéis em redor das
muralhas, mas sim um riad dentro dos muros. Na manhã seguinte, levante-se bem cedo
e contrate um guia para visitar a medina.
Prepare-se para uma manhã inteira sem ver
o sol, a percorrer um autêntico labírinto de
ruas estreitas, onde não cabem viaturas. Ali,
todas as mercadorias e cargas são transportadas por burros e mulas, como sempre foi.
Faz falta a ajuda de um guia — 200 Dirhams
é o valor correcto para uma manhã —, mas
quem não esteja disposto a comprar tapetes,
óleos naturais que curam tudo e mais alguma
coisa, peças de cerâmica, perfumes naturais
e artigos em latão e em couro, deve deixar
bem claro que não vai querer perder tempo
em lojas. Mesmo que o convite seja só para
conhecer uma cooperativa de mulheres berberes que fazem tapetes... De qualquer modo,
entrar nestas lojas também faz parte da experiência e se não se deixar intimidar pelos
vendedores, com certeza que se irá divertir
conhecendo também esta faceta tão vincada
dos marroquinos. Para os que nunca foram,
temos de acrescentar que os preços normalmente são flutuantes, requerendo uma hábil
negociação, com muito, muito regateio. Cuidado que os vendedores são excelentes observadores e quando detectam o seu interesse
por qualquer coisa, não desistem facilmente
de vender-lha.
Publicado Semanalmente à Sexta-Feira
Redacção Fernando Borges,
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Atravessar o Atlas
De Fez a Erfoud, o nosso destino da segunda
etapa, são mais de 400 km, que implicam
trepar o Médio Atlas para alcançar os planaltos que se estendem pelo deserto fora,
até à Argélia, quase ao lado, e ao Sahara,
que começa mais a sul. Entre várias opções,
escolhemos a estrada que sobe até Ifrane,
pequena cidade que surpreende pelo grande campus universitário ao melhor estilo
norte-americano, assim como pelos chalés
de estilo suíço, com enormes telhados de
duas águas, bem como pelas ruas largas e
ajardinadas. O maior jardim, claro, é o do
palácio real, que se contorna para encontrarmos a estrada S309, uma via secundária que leva ao encontro da P20, principal,
onde se segue pela direita montanha acima,
até Midelt, atravessando no caminho uma
densa floresta de cedros, que somente contribuí para aumentar a impressão de que
Ifrane é um pedaço da Suíça em Marrocos,
como os próprios gostam que se diga.
Situada a cerca de 1500 metros de altitude, Midelt é uma pequena cidade do planalto, entre o Médio e o Alto Atlas, à volta da
qual não faltam pistas próprias para todo-oterreno. A maioria é intransitável durante o
Inverno, quando as montanhas ficam cobertas de neve, mas devem também evitar-se na
época de chuvas, pois o perigo de enxurradas é enorme. Explorar o potencial T.T. destas paragens não é coisa para iniciados, pelo
que mais vale prosseguir até Er Rachidia —
cidade que normalmente acolhe o final da
primeira etapa marroquina do Dakar, e onde
o Rali Estoril-Portimão-Marrakech permaneceu duas jornadas — e depois tomar a direcção de Erfoud, seguindo ao longo do enorme
palmeiral que acompanha o vale do Ziz, um
rio que galga as margens quando chove ou
derretem as neves do Atlas, mas que seca
quando não chove.
Entrar no deserto
Em Maadid, um dos programas mais apetecíveis a quem chega aqui é descobrir as
sensações de atravessar o deserto e de conduzir na areia. Para isso basta uma jornada
e um percurso de uma centena de quilómetros, os suficientes para ir até ao famoso Erg
Chebbi, uma montanha de dunas de areia
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III
dourada que irrompe o deserto, próximo
da linha de fronteira com a Argélia, que é
fortemente vigiada por militares. Os coleccionadores da revista Todo Terreno encontram na edição nº 126 uma descrição completa do percurso que leva de Erfoud ao Erg
Chebbi, cumprindo sensivelmente a parte
inicial de uma das mais famosas etapas do
Rali Dakar. O risco é mínimo, pelo que seguimos sozinhos até Merzouga, a povoação
que se desenvolveu encostada à secção sul
do Erg Chebbi, mesmo junto às dunas, onde
nos instalámos no Tombouctou, outrora
um modesto albergue, que deu lugar a um
óptimo hotel que para além dos quartos
convencionais, dispõe de um “acampamento berbére”, permitindo viver a experiência
de uma noite no deserto sem, no entanto,
abdicar das comodidades próprias de um
hotel, como casas de banho com duches e
um belo pequeno almoço ao despertar.
Conduzir pelas dunas do Erg Chebbi é uma
das experiências mais fortes e para isso recomendamos a abordagem pelo lado noroeste,
onde consegue fazer uma aprendizagem progressiva, rolando por dunas suaves e baixas.
Baixar a pressão dos pneus para valores na
ordem dos 1,2 bar é fundamental para evitar constantes atascansos na areia. Todavia,
é ainda mais importante repor a pressão nos
valores normais antes de retomar as pistas
de terra, pois de outro modo não só os pneus
ficam demasiado expostos à agressão das
pistas, como irão sobreaquecer e destruír a
estrutura da carcaça, acabando por rebentar.
Um pequeno compressor de ligar à tomada
do isqueiro normalmente resolve esta necessidade, mas não o deixe trabalhar durante
muito tempo, pois são aparelhos frágeis e
queimam o motor com facilidade. Há, pois,
que ter paciência...
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Notícias
Império
do Luxo
O Luxo está bem
e recomenda-se!
A indústria do
Luxo tem florescido nos últimos
tempos graças ao
forte crescimento das economias
emergentes como
a China, Rússia e
Brasil. Estes produtos e serviços
têm resistido e
mesmo crescido
no contexto da crise global e profunda
que estamos a viver. O livro Império do
Luxo – a construção do sucesso, da autoria
de Cristina de Azevedo Rosa e publicado pela LIDEL, descreve este sector tão
apelativo mas muitas vezes desconhecido, onde diariamente milhões de pessoas colocam a sua criatividade e saber,
criando valor e excelência.
Mais informações em www.lidel.pt
Hotéis
Pestana
Dia dos namorados
inesquecível
O Grupo Pestana, maior Grupo Hoteleiro português, recebe mais um dia
de São Valentim com programas que
aliam o misticismo de Sintra, com a
pitoresca Vila de Cascais, o charme
cosmopolita da cidade do Porto e a
descontracção do Algarve, sem esquecer o cenário paradisíaco da ilha
da Madeira. Programas de uma a três
noites que enamoram e enternecem,
tornando inesquecível o dia mais romântico do ano.
Uma das unidades mais românticas
do Grupo Pestana – o Pestana Palace
apresenta uma sugestão especial que
pretende tornar este dia num dos
dias mais memoráveis da história
dos apaixonados. Poderá optar apenas por um jantar glamoroso.
Traga a sua cara-metade, que qualquer
hotel do grupo, promete surpreender.
Banco
do Brasil AG
Ajuda às vítimas das chuvas na
Região Serrana no Rio de Janeiro
O Banco do Brasil AG – Sucursal em
Portugal inicia hoje, uma campanha
de mobilização para ajudar as vítimas das enchentes que atingiram
a Região Serrana do Rio de Janeiro.
Onde o número de vítimas já se contam por centenas e os desalojados já
ultrapassam os 1.200.
Foi aberta uma conta a ordem com
o nome Solidariedade, abrace essa
idéia, para receber as doações de todas as pessoas que quiserem ajudar
os seus familiares, amigos ou desconhecidos.
Os dados para a doação são:
. Solidariedade, abrace essa idéia
. NIB: 0022 0001 0000 1002 0112 0
Pavilhão
do Panda Gigante
A nova atracção de Macau
Quando da sua presença nas actividades comemorativas do 10º aniversário do estabelecimento da Região Administrativa Especial
de Macau (RAEM), realizadas no final de
2010, foi anunciado por Hu Jintao, presidente da China, que o Governo Central decidira oferecer à RAEM um casal de pandas
gigantes, considerados um tesouro nacional,
oriundos da Base de Pesquisa e Reprodução
de Pandas Gigantes de Chengdu da Província de Sichuan, baptizados com os nomes de
“Kai Kai”e “Xin Xin”.
Ainda em quarentena, o que permitirá
uma melhor adaptação ao novo ambiente, o
Pavilhão do Panda Gigante de Macau, situado numa encosta do Parque Natural de Seac
Pai Van, em Coloane, “Kai Kai”, um panda
macho de 75 quilos nascido em Agosto de
2008, e “Xin Xin”, uma panda fêmea de 65
quilos nascida também em 2008, terão um
primeiro contacto com o público no dia 28
de Janeiro quando o Pavilhão do Panda Gigante de Macau for aberto aos visitantes, recebendo apenas 1500 pessoas por dia.
Um pavilhão que ocupa uma área de
3000m2, especialmente construído e projectado de forma a tirar o máximo proveito do
relevo e das características naturais do terreno, formado por dois espaços interiores de
330m2 destinados às actividades dos pandas,
um pátio ao ar livre com 600m2 e uma área
de exposição com 900m2, oferecendo dois
percursos de observação, a diferentes níveis,
que alinham com a zona frontal da área de
exposição em forma de leque, acessível a
dois fluxos de visitantes.
Interiormente, as instalações compreendem um centro de logística com abrigos para
os pandas, instalações para lavagem e armazenamento do bambu, espaço para preparação da comida, armazém de comida, centro
de controlo, clínica veterinária, etc.
Para assinalar a oferta à Região Administrativa Especial de Macau do casal de
pandas gigantes Kai Kai (alegre) e Xin Xin
(contente), em mandarim, ou Hoi Hoi e
Sam Sam, em cantonense, os Correios de
Macau lançaram a emissão filatélica “Pandas Gigantes”, composta por uma série de
dois selos e um bloco filatélico, retratando
a graciosidade dos pandas “Kai Kai” e “Xin
Xin”, passando não só a mensagem, muito
actual, da necessidade de procurar a preservação destes animais raros e preciosos, como
a ser mais um atractivo turístico de Macau.
Um destino em crescimento e agora ainda
mais perto e com uma nova opção de acesso, com a TAP a oferecer ligações a Pequim e
Xangai, que são dois dos destinos com maiores crescimentos de vendas este ano em Portugal, e destas cidades para Macau, via conexões com a Air China em Milão – Malpensa,
Roma, Frankfurt e Madrid.
www.macaupanda.org.mo
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Spanair
e Singapore Airlines
Ligam Barcelona a São Paulo
Pela primeira vez, as cidades de Barcelona e
São Paulo ficarão ligadas por um voo directo,
três vezes por semana, a partir de 28 de Março, graças ao code-share entre a Spanair e a
Singapore Airlines, ambas membros da Star
Alliance, podendo desde já os passageiros da
Spanair e da Singapore Airlines adquirir bilhetes para São Paulo através da página Web
da Spanair – www.spanair.com, ou em agencias de viagens.
Esta ligação directa entre Barcelona e S.
Paulo será operada pela Singapore Airlines
num Boeing 777-300R com 228 assentos em
classe Económica, 42 em Business e 8 em Primeira classe, com partidas de Barcelona às
segundas, quintas e sábados, e de S. Paulo às
terças, sextas e domingos.
www.spanair.com
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Tenerife
Sabores, tradições e história no Atlântico
É o profundo perfil do Teide, as frondosas
encostas do maciço de Anaga, as tranquilas
praias de areia vulcânica, os belos edifícios
marcados por séculos de história, as paisagens agrestes, o lugar escolhido pela Primavera para morar, os dois Património da Humanidade que guarda, os 42 espaços naturais
protegidos…
Talvez sejam estas algumas das características que fazem de Tenerife uma ilha das Canárias ainda mais única, alguns dos atractivos
que a diferenciam das suas vizinhas e que fazem dela um lugar onde cada dia é vivido de
uma forma diferente, oferecendo experiências distintas, mas sempre com a impressão
de que, façamos o que façamos, estamos sob
o domínio de um majestoso vulcão, o Teide,
qual guardião desta ilha cheia de contrastes.
O pico mais alto de Espanha, nos seus 3,718
metros, Património da Humanidade pela
UNESCO, convertido no principal símbolo
da ilha e num desafio para quem quer viver
uma experiência singular, o de subir até ao
seu cume percorrendo um caminho traçado
desde a zona da Montanha Branca, bem no
centro do Parque Nacional do Teide, um dos
42 parques nacionais protegidos de Tenerife
e que alberga a melhor manifestação da vegetação supra-mediterrânica e oferece uma das
mais espectaculares mostras do vulcanismo
mundial e do ecossistema vulcânico.
Uma ilha que, para além deste Parque Nacional do Teide, nos convida ao desfrute de
uma incrível variedade de paisagens de extraordinária riqueza natural sulcadas por
ravinas, deslumbrantes falésias, florestas de
espécies pré-históricas, extensas massas de
pinho canário, uma espécie endémica das
ilhas Canárias, incríveis formações rochosas,
grutas e praias, cones vulcânicos e profundos
vales com vegetação tropical, espaços que
abrigam muitas espécies de flora e de fauna,
muitas delas únicas na ilha.
Mas as belezas e encantos de Tenerife
vão bem para lá diversidade natural da
sua paisagem.
Passam obrigatoriamente pelos “pueblos”
e casarios, lugares com sabor, encanto, arquitectura autóctone, cores e recantos à espera
de serem descobertos, como Masca, no norte
da ilha, no interior do Parque Rural de Teno,
onde se abrem as mais profundas ravinas de
Tenerife, no meio de impressionantes escarpas, um pitoresco casario declarado Recinto
Etnográfico e Arquitectónico, rivalizando
com Taganana, um pitoresco casario situado
no Parque Rural de Anaga, a poucos quilómetros de Santa Cruz.
Mas também a sul encontramos outros
casarios vestidos de tradicionalismo, como
La Hoya, um “pueblo” hoje praticamente
desabitada mas que nos recorda que este foi
o primeiro assentamento nesta região após
a conquista da ilha, uma herança do que foi
uma antiga povoação indígena, com as suas
casas tradicionais entremeadas com terraços
de cultivo, assim como encontramos outros
povoados e cidades que conservam quase
intacto o seu velho casario, edifícios magnificamente conservados, com alguns deles
a ostentarem importantes prémios de reconhecimento pela sua importância artística e
arquitectónica.
Verdadeiros centros históricos como San
Cristóbal de La Laguna, convertida numa paragem obrigatória para os visitantes de Tenerife e em capital cultural das Canárias, sede
universitária e eclesiástica com as suas ruas
cheias de formosos contrastes, segredos surpreendentes e histórias que seguem vivas as
sombras da cidade, ou como a Villa de Adeje.
Uma cidade que como poucas tem sabido
preservar o seu centro histórico onde sobrevivem os vestígios de sua longa vida, uma
cidade que antes de ser conquistada pelos
espanhóis foi residência de Mencey Axerax
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ou “Gran Tinerfe”, o último dos grandes reis
Guanches de Tenerife, ganhando toda uma
influência que se reflecte em casarões coloniais e igrejas católicas.
Outro maravilhoso centro histórico é o que
encontramos na vila e porto de Garachico,
um lugar fundado pelo genovês Cristóvão
de Ponte em 1496, guardando a prova de seu
brilhante passado através das suas grandiosas casas, conventos e igrejas, um lugar declarado como local de interesse cultural na
categoria de edifícios históricos.
E exemplo disso, lá estão a Ermida de São
Roque, no antigo convento de Santo Domingo de Guzmán, o antigo convento de
São Francisco, a Casa do Marquês da Quinta
Roja, a Casa de Pedra dos Condes de La Gomera, o Parque da Antiga Porta de Terra, a
Igreja Matriz de Santa Ana ou o castelo de
São Miguel.
Também Puerto de la Cruz é um museu
único, onde cada rua, praça, jardim e recanto destila natureza e vida, lugares onde se
escreveram muitas páginas da história da
ilha e que se podem descobrir através de
um magnífico legado formado desde há
muitos séculos.
Algumas das razões que fazem de Tenerife um lugar que desde sempre esteve ligado
às lendas que falam de terras míticas que se
encontravam para além das Colunas de Hércules e do Estreito de Gibraltar, um lugar assinalado por muitos autores clássicos como
o Paráiso, os Campos Elíseos ou o Jardim das
Hespérides.
Uma ilha que também é um mundo de
sabores marcados pela tradição e modernidade, uma ilha onde os pratos mais tradicionais, como o doce de gofio, um doce feito
de farinha de cereais torrados com mel de
cana, dão as mãos à mais criativa cozinha
de fusão.
Uma cozinha marcada pelo peixe, com
destaque para a vieira e para a moreia frita,
enguanto nas carnes os destaques vão para
o coelho, preparado numa espécie de gaspacho, marinado ou frito, linguiça doce feita
com amêndoas e passas.
Mas os sabores não ficariam completos se
não entrássemos pelo mundo dos queijos,
outra das delicias gastronómicas de Tenerife,
queijos que vão do fresco ao curado ou ao semi-curado, merecendo uma atenção especial
o queijo de El Tanque, curado e levemente
picante, os de Arico-Fasnia, de Anaga e de
Teno.
Sem esquecer, claro, como aperitivo, o
queijo frito com molho, em especial com
molho de coentros, colorau ou pimentão e
que se podem descubrir em muitos dos seus
tradicionais restaurantes. Como na Casa del
Vino La Baranda, uma casa museu também
restaurante que, para além de nos acolher
para uma viagem pelos sabores gastronómicos da ilha, nos oferece, a partir do seu terraço, uma das mais impressionantes vistas
sobre o Valle de la Orotava.
Um majestoso vale que, vigiado pelo
Teide, desce até ao mar entre o verde das
palmeiras, o negro vulcânico e o profundo
azul do oceano.
É assim Tenerife, uma ilha que, como poucas, sabe aproveitar a bondade climática que
mantem durante todo o ano, graças aos ventos alísios que suavizam a dureza climática
que sopra do vizinho deserto do Sahara.
Condições de eleição a que se junta a latitude onde “navega”, perto do Equador, o seu
carácter vulcânico, as características naturais e as suas paisagens irrepetíveis, formando no seu conjunto as condições para que
Tenerife seja um destino turístico de eleição.
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Celebrity Eclipse
Navegar num mundo de requinte e de desejo
Por Fernando Borges
Com o nascimento da Classe Solstice, da Celebrity Cruises, o mundo conheceu uma nova
era no turismo dos cruzeiros de luxo. Foi o
reforçar de uma aposta que passava por oferecer uma nova maneira de viajar através dos
oceanos, o completar de uma tradição que
tinha como referências o luxo, o requinte e
a sofisticação.
Nascia também o primeiro “the Lawn
Club”, a primeira área de relva natural “navegante”, uma área de 2.000m2 na qual o passageiro é convidado a fazer uma partida de bocce ball ou croquet, a praticar o seu putting,
fazer um pic-nic acompanhado do seu cesto
de vinho e queijo ou simplesmente esticar-se
enquanto percorre os oceanos. Um espaço
que passava a albergar e pela primeira vez
num navio de cruzeiros uma exposição viva
que celebra a arte vidreira em colaboração
com a The Corning Museum of Glass, onde a
arte de soprar e moldar o vidro é ensinada por
“velhos” mestres, proporcionando aos passageiros novas experiências no mundo da arte.
Ainda no mundo das novidades e no campo do entretenimento, especialmente preparadas para esta nova classe, um dos grandes
destaques passaram a ser as novas produções
teatrais em parceria exclusiva com a Poet
Theatricals, sob a orientação de Michael
McPherson e Patrice Marques e a participação
e produção conjunta com Franco Dragone e o
Circo Luci. Os mesmos que realizaram o primeiro tour mundial do Lido de Paris com o
espectáculo “Quatro: Espírito dos Elementos”
e que prepararam cuidadosamente e ao mais
pequeno pormenor para levar ao Celebrity
Solstice três novos e exclusivos shows onde a
imagem através da luz, a mística das velhas e
contemporâneas peças teatrais da Broadway
estão presentes.
Opções de entretenimento a bordo que
percorrem todas as outras áreas tradicionalmente de encontro, como acontece no Sky
Observation Lounge, uma nova assinatura
da Celebrity, como o é Entertainment Court,
que passou a servir como centro do entretenimento dos Solstice’s, um projecto original
que cria uma atmosfera de constante animação e onde as surpresas acontecem a qualquer
momento.
Mais uma assinatura desta nova classe de
navios, como o é o Michael’s Club, um espaço
que aparece como um convite à privacidade e
intimidade ao som da música reconfortante
de um piano ou das notas musicais de jazz,
ou como o Ensemble Lounge. Um espaço contemporâneo que reflecte um período em que
Duke Ellington e Count Basie reinaram, ideal
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para um cocktail, enquanto no deck da piscina, onde encontramos originais fontes de
água sincronizadas com a música, também
acontecem diversas festas percorridas pelas
notas musicais saídas dos ritmos de diversas
bandas de música ao vivo.
Tradições e conceitos de requinte e qualidade que marcam a imagem da Celebrity e que
aparecem reforçadas no mais recente elemento da família, o Celebrity Eclipse, onde novos
conceitos e novos espaços passaram igualmente pela restauração, tendo sido convidado o
conceituado designer de hotéis e restaurantes
Adam Tihany para desenhar cada um dos 10
restaurantes que existem a bordo do Eclipse.
Ao responsável pelos Per Se, Jean Georges, Le
Cirque, The Sea Grill and Osteria del Circo em
Nova Iorque, pelos Aureole, Bouchon and Seablue em Las Vegas e pelos Monte’s and the
Mandarin Bar at the Mandarin Oriental Hyde
Park em Londres, coube a responsabilidade
de desenhar os dois andares da sala de jantar
Grand Eperny, do clássico Tuscan Grille “steak house”, do informal Oceanview Café and
Grill, assim como do Qsine, que terá como
menu uma fusão das cozinhas tailandesa, vietnamita, japonesa, chinesa e indiana, criado
pela RTKL Associates, que também servirá o
restaurante Blu.
Mas o Eclipse conta ainda, em termos de
restaurantes, com o Murano, de gastronomia
continental clássica e moderna, um espaço
criado pelos BGStudios de Nova Iorque, o
Bistro on Five, especializado em crepes e desenhado por Wilson Butler Associates, o Café
al Bacio & Gelateria, o AquaSpa Café, que oferece refeições ligeiras, e o Mast Grill & Bar,
localizado junto à piscina, assim como passou
a contar com a assinatura Qsine.
Um restaurante transformado num verdadeiro centro de arte e design que se apresenta
numa abordagem inesperada e moderna, projectado para fornecer uma mistura com influência global entre pratos nostálgicos e menus
contemporâneos apresentados de uma forma
artística onde não faltam os elementos de
surpresa, numa abordagem inesperada e moderna, mostrando que o “Qsine” é um sítio
incomum, podendo os hóspedes fazer a sua
marcação quando da reserva do seu cruzeiro
ou através do site www.celebritycruises.com.
Um site criado para os amantes de cruzeiros que apreciam o serviço internet e onde
encontrarão o “Celebrity Select Dining”, o primeiro sistema flexível de reservas para jantar
que pode ser feito no dia anterior ao inicio da
viagem, o primeiro serviço do género a bordo
de um navio de cruzeiros, assim como oferece
a opção de reservas no AquaSpa, nos restaurantes de especialidade, excursões em terra e
obter toda a documentação on-line, ou seja, o
seu electrónic-docs.
Mais um passo no mundo das novas tecnologias que, no caso do Eclipse, atinge o
nivel superior ao inaugurar a primeira loja
da Apple no mar, localizada numa área especialmente dedicada à marca e que recebeu
o nome de iLounge point e dividida em três
espaços distintos. Um para que o passageiro
possa realizar as comuns actividades diárias
na internet, como verificar a sua caixa de emails ou actualizar o chat no Facebook, outro onde se encontra a loja da Apple e onde
poderá experimentar ou adquirir produtos
da marca da maçã, e um terceiro espaço
onde são dadas aulas para a utilização de
aplicativos iLife e outros.
Mas o Eclipse, acima de tudo, destaca-se
pelo seu design, pela suavidade dos espaços
e formas, pelas obras de arte e pela modernidade, aproveitando a intuição e a experiência
feminina de um painel criado e composto por
cinco mulheres especialmente escolhidas.
Pequenos pormenores que são bem demonstrativos da preocupação sempre existente
na Celebrity Cruises para que os seus convidados encontrem em qualquer momento e em
qualquer lugar a resposta certa aos seus desejos, uma preocupação que está bem patente na
introdução do programa “Personal Concierge”.
Um programa que passa a oferecer um
serviço ainda mais personalizado, reforçando
ainda mais o conceito “Designed for you” e
que se desenvolve a partir de um contacto individual e directo com os clientes Celebrity,
procurando assim saber das suas preferências pessoais, gostos e necessidades, prestando uma atenção especial e individualizada
a cada passageiro, muito semelhante ao de
um assistente pessoal, de forma a proporcionar umas férias inesquecíveis, criar mais um
marco precioso nas suas vidas e para que cada
cliente possa aproveitar as suas férias de uma
forma especial, minimizando o seu esforço,
mas maximizando a sua satisfação. Quer a
sua opção passe por um cruzeiro pelas Caraíbas Orientais e Ocidentais, pelas capitais do
Báltico ou pelo Mediterrâneo.
www.celebritycruises.com
www.flashviagens.com
XII
EsPecial viagens
21 de Janeiro 2011
oje travel&safaris
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