Teias, cadeia alimentares e piramides ecologicas

Transcrição

Teias, cadeia alimentares e piramides ecologicas
Aula 2
Teias alimentares, Cadeias Alimentares e Pirâmides Ecológicas.
Introdução
Segundo sua definição (ver aula 1), em ecologia podemos estudar as
relações entre os indivíduos do meio biótico, seja ao nível de uma espécie,
quando nos voltamos a uma população, ou em níveis acima, seja comunidade ou
ecossistema. Além das relações entre indivíduos, podemos estudar também a
relação destes com o meio abiótico, tais como a forma que estes organismos
alteram o ambiente, quais as marcas que deixam, etc. Esse assunto será abordado
em aulas futuras.
Dessa forma, para facilitar o estudo dessas relações, são feitas
sistematizações dos processos que as envolve, ou seja, são criadas formas
didáticas de representar em esquemas todas essas relações, que veremos a
seguir.
Cadeia Alimentar (cadeia Trófica)
Chamamos de cadeia alimentar ou trófica a sequencia linear do fluxo de
energia e/ou matéria entre os organismos vivos de uma comunidade, em
determinado ecossistema.
Cada população de organismos ou componente dessa cadeia ocupa um
nível trófico, ou seja, uma posição que abrange todos os organismos do
ecossistema estudado que se alimenta de um determinado recurso.
Teia Alimentar
Representa um conjunto de varias cadeias alimentares inter-relacionadas.
Em uma teia alimentar, diferentes populações podem ocupar um mesmo nível
trófico, ou ate mesmo mais de um.
Componentes de uma teia alimentar*:
Produtor: Chamamos de produtores o primeiro nível trófico de toda teia
alimentar. São seres autótrofos (sintetizam a matéria orgânica) que realizam
fotossíntese ou quimiossíntese. Os produtores são sempre a base de todas as
teias alimentares.
Consumidores Primários: São todos os organismos que se alimentam dos
produtores, normalmente são herbívoros.
Consumidores Secundários: São todos os organismos que se alimentam dos
consumidores primários. Normalmente carnívoros.
Consumidores terciários: Se alimentam dos consumidores secundários, e
assim por diante, seguindo essa nomenclatura.
Decompositores: Grupo final de uma teia alimentar que representa os
organismos que decompõe a matéria, ou seja, degradam os demais organismos
da teia, tanto produtores como consumidores, de modo que essa matéria retorne
ao meio ambiente e possa reintegrar um novo ciclo biogeoquímico. (Matéria de
aulas futuras). Normalmente são fungos e bactérias.
Além dessa nomenclatura, existem algumas variações importantes:
Saprófitos: Organismos que se alimentam de restos orgânicos em
decomposição. Ex: Urubu.
Onívoros: Organismos que se alimentam de vários níveis tróficos, ou
seja, podem ser tanto carnívoros, como herbívoros, se alimentando tanto de
consumidores como de produtores.
Detritívoros: Termo utilizado como sinônimo para saprófito, porem
pode abranger tanto estes como os decompositores em geral, seja no nível
macroscópico ou microscópico.
Predador de topo de cadeia: Organismo que se alimenta de um ou
vários níveis tróficos abaixo, porem não serve de alimento para nenhum nível
trófico acima. Normalmente são grandes carnívoros.
*Essa nomenclatura pode ser utilizada para cadeias alimentares.
Observação: Segue abaixo uma ilustração de uma teia alimentar. Note que as
setas são sempre direcionadas de um nível trófico mais baixo para um nível
trófico mais elevado. Essas setas representam o fluxo de energia, que será
estudado em outro tópico adiante.
Nessa teia, podemos observar que as plantas, frutos e sementes
ocupam o primeiro nível trófico, e, portanto são os produtores. O
veado-campeiro é um exemplo de consumidor primário, e o macaco e a
onça pintada é um consumidor terciário, mas também pode ocupar
outros níveis tróficos, pois se trata de um predador de topo de cadeia.
Em algumas teias não são representados os decompositores, pois fica
subentendido a presença dos mesmos. Entretanto, o mais correto é
representa-los. Nesse caso, se desenhássemos os decompositores,
deveríamos direcionar a eles uma seta saindo de cada nível trófico, pois
todos os organismos vivos estão sujeitos à morte e decomposição.
Além dessa representação das teias alimentares, podemos adotar
outras formas, que veremos a seguir.
Pirâmides Ecológicas
Tratam-se de representações gráficas de cadeias alimentares. Por
serem lineares, não representamos teias alimentares nesse modelo.
Elas podem ser Pirâmides de numero, biomassa ou de energia.
Pirâmide de Números
Representa o numero de indivíduos de cada nível trófico, em forma de
barras ou colunas. Seu único problema esta em não levar em
consideração o tamanho do organismo. Vejam alguns exemplos:
a) Pirâmide normal
Normalmente relacionada com predadores, tem a base mais larga
e o topo mais estreito.
Seguindo a logica, faz todo o sentido pensar que nesse caso, a
base “sustenta” os demais níveis, e, portanto, deve-se haver
maior numero de produtores para sustentar um menor numero
de consumidores. Entretanto, não podemos tomar isso como
regra. No caso de uma comunidade marinha, por exemplo, o
Fitoplâncton existe em menor quantidade que o zooplâncton,
fugindo a essa regra. Entretanto, a velocidade de reprodução de
seus indivíduos garante o sustento de um nível acima com mais
indivíduos. A Pirâmide nesse caso seria assim:
b) Pirâmide invertida
Normalmente relacionada a parasitas, tem a base mais fina e se
alarga em direção ao topo, uma vez que vários parasitas podem
usufruir de um único hospedeiro.
c) Pirâmides mistas
Nelas, as larguras das barras variam independente do nível
trófico, pois, indiretamente, esse caso expressa o tamanho dos
organismos. Em outras palavras, algumas barras podem ser muito
largas devido ao grande numero de indivíduos pequenos, e uma
barra pode ser muito estreita devido um pequeno numero de
indivíduos grandes, mas. Em suma, uma barra pequena que
represente poucos indivíduos grandes pode sustentar uma barra
grande que represente vários organismos pequenos.
Note que nesse caso, apenas 3 ipês (arvores grandes) sustentam
uma comunidade de 1000 besouro (insetos pequenos).
Pirâmide de Biomassa
Segue a mesma logica da pirâmide de números, entretanto, a
unidade em questão é a Somatória da massa dos indivíduos de
cada nível trófico.
Também na pirâmide de massa, quando nos referimos ao
plâncton, observamos uma inversão, como mostra a figura a
seguir:
Assim como na pirâmide de numero, aqui o zooplâncton dura
mais e incorpora o Fitoplâncton, pois se alimenta dele. Dessa
forma, sua barra é mais larga. Em contrapartida, apesar da
biomassa menor, o Fitoplâncton se reproduz mais rapidamente,
dando condições de manutenção desse tipo de interação.
Pirâmide de Energia
Suas barras ou colunas representam a quantidade de energia de
cada nível trófico em calorias (ou Kcal). A energia sempre diminui
da base para o topo, uma vez que a cada nível trófico parte dela é
incorporada, parte é dissipada em forma de calor. Dessa forma, o
nível dos produtores é sempre o mais energético, e essa
quantidade de energia sempre diminui nos níveis tróficos
seguintes. Essa pirâmide, que possui forma de delta, é a que
melhor representa as interações, uma vez que níveis com menor
energia nunca poderão alimentar níveis de maior energia.
Em termos de Matéria e Energia
Podemos perceber que, no ambiente, todas essas interações entre os
organismos de uma cadeia ou uma teia alimentar seguem um ciclo de
matéria e energia que vai desde a incorporação dos nutrientes pelos
produtores, nível trófico que acumula energia, passando pelos
consumidores que vão incorporando essa massa, transformando a
energia e dissipando calor, ate os decompositores, que irão liberar o
ultimo restante de matéria muito pouco energética em forma de gases
e nutrientes que irão retomar o ciclo partir de novos produtores.
Todos os ciclos biogeoquímicos estão interligados nessa relação, mas
por enquanto não nos aprofundaremos neles.
Assim dizendo, toda a Matéria e Energia acumulada pelos produtores
chamaram de produtividade primaria. E toda Energia e Matéria
produzida pelos consumidores chamamos de Produtividade secundaria.
Podemos dizer também que toda matéria produzida, seja pelos
produtores ou consumidores, sem considerar os gastos com a
respiração, ou outros gastos de energia é sua produtividade bruta.
Quando descontamos os gastos de massa e energia da respiração
celular, temos a produtividade liquida.
Thafarel Pitton 6/3/2015
[email protected]

Documentos relacionados

Cadeia Alimentar

Cadeia Alimentar orgânica fabricada pelos produtores. De acordo com sua posição na cadeia alimentar, os consumidores são classificados em: consumidores primários, secundários, terciário, etc. Os consumidores primár...

Leia mais

Cadeia alimentar A biosfera, parte do planeta onde vivem os seres

Cadeia alimentar A biosfera, parte do planeta onde vivem os seres a) Desenhe a teia alimentar descrita. b) Por que as gaivotas citadas no texto podem morrer? c) Desenhe a pirâmide de energia que representa o que foi descrito. Um chacareiro teve sua plantação de c...

Leia mais

BIOLOGIA - Modulo 02

BIOLOGIA - Modulo 02 O fitoplâncton é formado por organismos produtores e o zooplâncton é constituído por consumidores primários. Dessa forma, a variação da biomassa de zooplâncton deverá acompanhar a variação da bioma...

Leia mais

Ecologia de Comunidades e Ecossistemas • Habitat e nicho

Ecologia de Comunidades e Ecossistemas • Habitat e nicho As teias alimentares, em comparação com as cadeias, apresentam situações mais perto da realidade, onde cada espécie se alimenta em vários níveis hierárquicos diferentes, originando uma complexa te...

Leia mais

Biologia

Biologia consumido pelos consumidores secundários, e assim por diante. Portanto, a transferência de energia em uma cadeia alimentar é unidirecional, começando nos produtores e finalizando nos decompositores...

Leia mais

File

File – Fragmentam o líter ou ingeram solos – Misturam o solo e transportam matéria orgânica para áreas mais profundas do perfil – Reduzem a compactação – Criam canais para a água e as raízes

Leia mais