Spanning the Ocean(s)
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Spanning the Ocean(s)
MAUMAUS ESCOLA DE ARTES VISUAIS CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA, 100, 1º ESQ. · 1150 - 227 LISBOA · PORTUGAL TEL. + 351.21.354 73 83 · FAX + 351.21 352 11 53 · E-mail [email protected] Spanning the Ocean(s) Maumaus – Programa Independente de Estudos das Artes Visuais na 29 Bienal de São Paulo Residência Artística FAAP App. 51 Praça do Patriarca, 78 - Sé 01002-010 São Paulo – SP Brasil Tel. +55 11 6439 8641 Em resposta ao convite da 29ª Bienal de São Paulo, o Programa Independente de Estudos da Escola Maumaus deslocou-se temporariamente para o Brasil durante 2 meses, no Outono de 2010. O seminário de pós-graduação, intitulado Spanning the Ocean(s), decorreu entre 26 de Setembro e 19 de Novembro de 2010, em simultâneo com a 29ª Bienal de São Paulo. O seminário teve como participantes 6 artistas do grupo que na altura frequentava o curso em Lisboa, aos quais se associaram 7 artistas seleccionados em colaboração com a Fundação Armando Alves (FAAP), cujo programa de residências artísticas recebeu e alojou a Escola Maumaus. O corpo discente teve a seguinte composição: Monique Allain, Renata de Bonis, Claire de Santa Coloma, Leon Domingos, Ana Estaregui, Henning Lundkvist, Ricky Mastro, Amaury Moraes, Nikolai Nekh, Lukas Rached, Sofia Berti Rojas, André Trindade e Joen P. Vedel. Em continuação da actividade regular da Escola Maumaus em Lisboa, os professores do Programa Independente de Estudos foram convidados a participar no seminário de São Paulo, onde leccionaram as aulas e apresentaram conferências sobre temas relacionados com os respectivos campos práticos e teóricos de investigação, as quais decorreram no Parque Ibirapuera, centro da 29ª Bienal de São Paulo. O corpo docente do seminário contou com a presença de artistas, investigadores, historiadores e teóricos de arte, nomeadamente: Maria Thereza Alves, Awam Amkpa, Jimmie Durham, Renée Green, Salah M. Hassan, Javier Anguera Phipps, Suely Rolnik, Manuela Ribeiro Sanches e Gertrud Sandqvist. Baseando-se na especialização da Escola Maumaus, que desde a sua fundação tem aprofundado a investigação sobre as temáticas do colonialismo, do póscolonialismo e do neo-colonialismo, o programa deste seminário abordou questões como as relações de interdependência entre África e o Ocidente, a africanidade no Ocidente, a “europeidade” em África e a possibilidade de leitura de múltiplas modernidades em ambos os continentes. A pesquisa de noções gerais desta história e, em particular, a leitura comparativa de textos escritos por pensadores anticoloniais e pós-coloniais instigaram discussões sobre o “aqui e agora” na Europa, em África e na América Latina, assim proporcionando uma abordagem intensiva do passado com o objectivo de melhor compreender o presente e perspectivar o futuro. O programa do seminário da Maumaus na 29ª Bienal de São Paulo terminou com a apresentação do trabalho final de alguns dos artistas/estudantes numa exposição intitulada ESCAPE, que decorreu entre 28 de Janeiro e 27 de Fevereiro de 2011 no Lunds Konsthall, na Suécia (uma colaboração da Maumaus com a Malmö Art Academy/Lund University da Suécia, a Ramallah Art Academy da Palestina e a Braunschweig University of Art da Alemanha). Programa 27.09 | segunda-feira 29.09 | quarta-feira Mudança da Escola Maumaus para a residência da FAAP 11.00 - 13.00 seminário com Maria Thereza Alves 14.00 - 16.00 idem Maria Thereza Alves, é uma artista brasileira que vive na Europa. Faz pesquisa sobre fenómenos sociais e culturais, em particular sobre situações que questionam as circunstâncias sociais donde deriva aquilo que julgamos saber e o que pensamos ser. Alves participou recentemente em exposições da Trienal de Guangzhou, da Manifesta de Trento, da Bienal de Praga, da Bienal de Atenas, da Bienal de São Paulo e da Bienal da Lyon, onde recebeu o prémio da Francofonia. 17.00 - 19.00 seminário com Jimmie Durham Jimmie Durham nasceu numa família de escultores e activistas políticos no Arkansas (EUA) em 1940 e vive e trabalha em Berlim (Alemanha) e Roma (Itália). Durante os anos 1960 fez performances, escreveu e publicou poesia, tendo ainda fundado em Houston, no Texas, o centro de artistas minoritários ‘Adept’. A sua primeira performance, realizada em 1964 no Alley Theatre de Houston, contou com a colaboração de Vivian Ayers e do boxer Mohammed Ali, mas é em 1966 que Durham apresenta a sua primeira exposição a solo, na University of Texas, em Austin. Depois de em 1972 completar a licenciatura em Escultura na École des Beaux-Arts de Genebra, Durham dedicou-se a tempo inteiro à causa dos índios americanos, tendo sido dirigente do International Indian Treaty Committee nas Nações Unidas (para o qual coordenou a redacção da Declaração Internacional dos Direitos dos Povos Indígenas). Para além da sobreposição de referências, os trabalhos de instalação de Durham caracterizam-se por uma saturação visual composta por uma pletora de desenhos, objectos e colagens, com os quais muitas vezes põe em causa as tradições empíricas do Ocidente e pretende negar a possibilidade de uma visão complacente do mundo. Como afirmou uma vez: I believe that the acts and perceptions of combining, of making constant connections on many levels are the driving motivation of our aesthetic.... so it is a system that attempts to break down separations, and is therefore an integral part of all other systems and activities. European culture has evolved into one of separations, of classifications and of hierarchies. I do not mean to imply that one culture is totally positive and the other totally negative, just that they are truly different. With that remarkable difference we find ourselves invaded by European culture. That directly involves artistic work with political work: two necessities that are inextricably bound to each other. Durham tem exibido frequentemente o seu trabalho, nomeadamente nas Bienais de Veneza, de Whitney e de São Paulo, na Documenta de Kassel e no Institute for Contemporary Art (ICA) de Londres. 30.09 | quinta-feira 11.00 - 13.00 encontro com Lúcia Prancha Lúcia Prancha, 1985 (Lisboa). Formação em Artes Visuais pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Desenvolve trabalho como artista de interesse multidisciplinar, com foco em performance e escrita/publicações. De momento encontra-se a estagiar no departamento de pesquisa de curadoria da Pinacoteca do Estado de São Paulo com uma bolsa da DGartes / Ministério da Cultura de Portugal. 05.10 | terça-feira 17.00 - 19.00 aula de apresentação de todos os artistas participantes; distribuição do livro Negociações na Zona de Contacto, org. Renée Green 07.10 | quinta-feira 11.00 - 13.00 estudos críticos: discussão do texto 'Museus como Zonas de Contacto', de James Clifford, in Negociações na Zona de Contacto. 14.30 - 16.30 excursão ao Colégio, local da fundação da cidade de São Paulo pelos jesuítas portugueses. 08.10 | sexta-feira 11.00 - 13.00 excursão ao Museu Afro Brasil de São Paulo, no Parque Ibirapuera; visita no âmbito do texto discutido na aula de Estudos Críticos do dia anterior. 16.00 - 18.00 projecção de filmes: 'Something more Powerful then Scepticism', de Renée Green, e 'Paixão Nacional (Irreversible Metabolic Shock)', de Karim Aïnouz. 12.10 | terça-feira 17.00 - 19.00 Maumaus Lecture Series Gertrud Sandqvist The Swedish Model. An Ended Experiment in Building a Utopian Society within the Political Reality Gertrud Sandqvist é professora de Theory and History of Ideas of Visual Art na Malmö Art Academy, Lund University, Suécia. Entre 1986 e 1990 foi fundadora e editora da Siksi, a revista de arte nórdica; entre 1992 e 1994 foi directora da Galleri F 15, na Noruega; entre 1995 e 2007 foi reitora da Academia de Arte de Malmö; entre 2003 e 2008 pertenceu à direcção do Baltic Art Centre e em 2007/2008 foi membro do Comité Curricular da International Art Academy da Palestina. Sandqvist pertence actualmente à direcção da National Foundation for Swedish Culture of the Future (desde 2003); ao Steering Committee do KUNO (desde 2007), à organização da rede de Academias de Arte nórdicas, e ao International Board da Maumaus – Escola de Artes Visuais, em Lisboa. Gertrud Sandqvist é ainda membro fundador da European Art Research Network (EARN) e foi membro dos júris do DAAD – Berliner Künstlerprogramm (1998-2002) e do Carnegie Art Award (2001-2004). Em 2001 Gertrud Sandqvist recebeu o prémio Eminent Pedagogical Merits da Lund University. Sandqvist escreve frequentemente artigos e ensaios sobre arte contemporânea nórdica e europeia e, como co-curadora, desenvolveu a exposição Moderna Utställningen, no Moderna Museet de Estocolmo (2010). Actualmente é também cocuradora, juntamente com Sarat Maharaj, Dorothee Albrecht e Stina Edblom, da Bienal de Gothenburg 2011. 13.10 | quarta-feira 11.00 - 13.00 seminário com Gertrud Sandqvist: Unpacking the Social in Social Democracy (texto: BENJAMIN, Walter 'Critique of Violence'; FOUCAULT Michel, The History of Sexuality, 1º parte, 'On Sovereignty') 14.10 | quinta-feira 11.00 - 13.00 idem (texto: ARENDT, Hannah, Vita Activa, 'The Social in Human Conditions') 15.10 | sexta-feira 11.00 - 13.00 idem (texto: AGAMBEN, Giorgio, Homo Sacer, o último capitulo 'treshold') 20.10 | quarta-feira 21.10 | quinta-feira 18.00 - 20.00 seminário com Manuela Ribeiro Sanches: Identity and (im)purity in postcolonial Europe (textos: CÉSAIRE, Aimé, Discourse on Colonialism; CÉSAIRE, Aimé, 'Culture and Colonization') 09.30 - 11.00 Maumaus Lecture Series Jürgen Bock, Henning Lundkvist, Joen P. Vedel Maumaus, etc. Auditório da Universidade de FAAP 15.30 - 17.30 seminário com Manuela Ribeiro Sanches: Identity and (im)purity in postcolonial Europe (textos: HEGEL, G. W. Fr., Philosophy of History [excerpts], ler a partir do capítulo 'Geographical basis of history'; BENJAMIN, Walter, 'On the Concept of History'.) 22.10 | sexta-feira 11.00 - 13.00 idem (textos: CHAKRABARTY, Dipesh, 'The Idea of Provincializing Europe', Provincializing Europe: Postcolonial Thought and Historical Difference; BUCK-MORSS, Susan, 'Hegel and Haiti'; GLISSANT, Édouard and DIAWARA, Manthia, 'A conversation with Édouard Glissant aboard the Queen Mary II'). 25.10 | segunda-feira 14.00 - 16.00 Maumaus Lecture Series Manuela Ribeiro Sanches Teorias itinerantes antes do pós-colonial. Lugares, Tempos, Afiliações. Bienal de São Paulo, Auditório Porão das Artes No ensaio “Reconsiderando as teorias itinerantes”, Edward W. Said analisa a recepção e transformação a que os textos estão sujeitos, consoante os tempos e os lugares em que são lidos, constituindo-se assim processos de afiliação baseados mais em escolhas selectivas do que em autoridades canónicas. A abordagem da Manuela Ribeiro Sanches propõe um procedimento afim, salientando, ao mesmo tempo, a necessidade de, em tempos ditos pós-coloniais – e haverá que precisar o sentido em que o termo é utilizado – fará sentido regressar a autores clássicos do anti-colonialismo. Partindo da conferência de Jacques Rabemananjara no Primeiro Congresso de Escritores e Artistas Negros em Paris, no ano de 1956, intitulado “A Europa e nós”, propõe-se um conjunto de reflexões sobre esse momento inaugural do pensamento anticolonial que reuniu um vasto e heterogéneo conjunto de intelectuais africanos e da diáspora, relendo essas mesmas propostas à luz dos desafios da nossa contemporaneidade. Ou seja, trata-se de um regresso selectivo ao passado, a partir do nosso presente e das nossas expectativas, baseadas em experiências diferentes, marcadas por lugares distintos, apenas com uma certeza: a de que esses passados e futuros estão fatalmente entrelaçados, pelo que tanto mais necessário se torna pensar de um modo mais complexo as relações entre particularidades (diferenças) e os desafios de uma história efectivamente universal/mundial, em tempos de globalização desigual. Manuela Ribeiro Sanches é professora auxiliar com agregação da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde lecciona diversas disciplinas no âmbito dos estudos culturais e estudos pós-coloniais. Exerceu também actividade docente no Departament of Comparative Literature, Indiana University, Bloomington, no Institut für Europäische Ethnologie, Humboldt-Universität zu Berlin, tendo também leccionado regularmente na Maumaus, Escola de Artes Visuais, Lisboa. Foi investigadora-residente no Center for Cultural Studies, University of California, Santa Cruz, bem como no Institut für Europäische Ethnologie, Humboldt-Universität zu Berlin. Actualmente é investigadora-convidada no Institute of African American Affairs da New York University. É também membro do Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde coordena o projecto "Dislocating Europe. Post-Colonial Perspectives in Literary, Anthropological and Historical Studies". Entre as suas publicações recentes contamse: Deslocalizar a 'Europa'. Antropologia, arte, literatura e história na póscolonialidade, Lisboa: Cotovia 2005; Portugal não é um país pequeno. Contar o 'império' na pós-colonialidade, Lisboa: 2006; Europe in Black and White. Immigration, Race and Identity in the 'Old Continent', Bristol: Intellect and Chicago: The Chicago University Press (no prelo) e Malhas que os impérios tecem. Textos anticoloniais. Contextos pós-coloniais, Lisboa: Edições 70 (no prelo). 28.10 | quinta-feira 11.00 - 13.00 seminário com Salah M. Hassan African Modernism, African Diaspora and the Idea of Africa (texto: HASSAN, Salah, 'African Modernism Beyond Alternative Modernities Discourse'.) 29.10 | sexta-feira 11.00 - 13.00 idem (texto: ENWEZOR, Okwui, 'Modernity and Postcolonial Ambivalence'). 16.00 - 18.00 Maumaus Lecture Series Salah M. Hassan Arte "Islâmica" contemporânea: Políticas curatoriais de representação no ocidente após 11 de Setembro Bienal de São Paulo, Terreiro 'Eu sou a rua' Salah M. Hassan é professor Goldwin Smith de História de Arte e Cultura Visual Africana e da Diáspora Africana e director do Instituto para as Modernidades Comparativas, ambos na Universidade de Cornell (EUA), onde também é professor no Africana Studies and Research Center, bem como no Departamento de História de Arte e Estudos Visuais. Hassan é editor do Nka: Journal of Contemporary African Art (http://www.nkajournal.org/) e editor consultor para a African Arts e Atlantica. Foi autor, editor e coeditor de vários livros, incluindo Diaspora, Memory, Place (Prestel, 2008); Unpacking Europe (NAi Publishers, 2001); Authentic/Ex-Centric (2001); Gendered Visions: The Art of Contemporary Africana Women Artists (1997) e Art and Islamic Literacy among the Hausa of Northern Nigeria (1992). Mais recentemente publicou Darfur and the Crisis of Governance: A Critical Reader (Cornell University Press, 2009) e foi editor convidado para um número especial da SAQ-South Atlantic Quarterly, intitulado African Modernism (2010). Para além de ter contribuído com ensaios para diversas revistas, antologias e catálogos de exposições de arte contemporânea, Hassan tem sido curador de várias exposições internacionais, tal como Authentic/Ex-Centric (http://www.universesin-universe.de/car/venezia/bien49/authexc/english.htm), para a 49ª Bienal de Veneza (2001); Unpacking Europe (Roterdão/Holanda, 2001-02), e 3x3: Three Artists/Three Projects (http://asrc.cornell.edu/3x3dakart2004/default.html, com David Hammons, Maria Magdalena CamposPons e Pamela Z (Dak'Art, Senegal, 2004). Salah M. Hassan colabora ainda como professor ou consultor convidado para a J. Paul Getty Postdoctoral Fellowship e para as fundações Ford, Rockefeller, Andy Warhol e Prince Claus Fund. 09.11 | terça-feira 11.00 - 13.00 seminário com Renée Green Ongoing Becomings (textos: GREEN, Renée, 'Site-Specifity Unbound: Considering "Participatory Mobility"'; 'Archives, Documents? – Forms of Creation, Activation, and Use', 'Beyond', 'From One Island to Another – Conversation between Juliane Rebentisch and Renée Green', 'Endless Dreams and Water Between Script'.) 18.00 - 20.00 encontro com o Curso de Estudos Curatoriais da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa / Fundação Calouste Gulbenkian. 10.11 | quarta-feira 11.00 - 13.00 seminário com Renée Green Ongoing Becomings 11.11 | quinta-feira 15.00 - 17.00 seminário com Awam Amkpa Representation and Citizenship 18.00 - 20.00 Maumaus Lecture Series Renée Green Ongoing Becomings Através da exploração de ideias relacionadas com a passagem do tempo e o exame das formas e circuitos artísticos que emergiram durante os últimos 20 anos, Renée Green faz uma reflexão sobre a noção daquilo que é generativo na actual esfera cultural. Esta reflexão baseia-se na contextualização das exposições retrospectivas sobre o seu próprio trabalho (incluindo as publicações, performances e outros eventos com elas relacionados) que tiveram lugar o ano passado: "Ongoing Becomings", no Musée cantonal des Beaux-Arts, Lausanne (Suiça), e "Endless Dreams and Time-Based Streams" no Yerba Buena Center for the Arts, San Francisco (EUA). Renée Green é artista, cineasta e escritora. É através de ensaios, instalações, media digitais, arquitectura, bandas sonoras e filmes que o seu trabalho e as suas investigações se envolvem e criam circuitos de relações com o tempo e a sua passagem, os saltos e as mudanças, as invenções e o imaginado e o que resta disso nas memórias públicas e privadas. Green também se concentra nos efeitos que uma esfera transcultural em constante mudança provoca nas actuais formalizações daquilo que se pode fazer ou pensar. As suas exposições, vídeos e filmes têm sido expostos e vistos em museus, galerias, bienais e festivais de todo o mundo. Os seus ensaios têm sido publicados em revistas e publicações como Texte zur Kunst, Spex, October, Transition, Collapse, Public Culture, Frieze, Flash Art. Os livros que já publicou incluem: Endless Dreams and Time-Based Streams (YBCA, San Francisco, 2010), Ongoing Becomings (JRP Ringier; Musée cantonal des Beaux-Arts, Lausanne, 2009); Negociações na Zona de Contacto (Assírio & Alvim, Lisboa, 2003), Between and Including (Secession/Dumont, Vienna, Germany, 2001), Shadows and Signals (Fundació Antoni Tàpies, Barcelona, 2000), Certain Miscellanies (DAAD, Berlin/De Appel, Amsterdam, 1996), After the Ten Thousand Things (Stroom, The Hague, 1994), Camino Road, (Free Agent Media/Museo Reina Sofia, Madrid,1994), World Tour (Museum of Contempary Art, Los Angeles, 1993). Em 2002 foi nomeada artista/professora distinta pelo Departamento de Arte da Universidade da Califórnia, Santa Barbara. Actualmente, Renée Green é professora no San Francisco Art Institute, onde entre 2005 e 2010 foi directora dos Estudos Graduados, e é professora convidada da Escola de Artes Visuais Maumaus, em Lisboa, bem como no CCC em Geneva, Suíça. 12.11 | sexta-feira 11.00 - 13.00 seminário com Awam Amkpa Representation and Citizenship 17.00 - 19.00 Maumaus Lecture Series Awam Amkpa Africa: See you, See Me! Bienal de São Paulo, Terreiro 'Eu sou a rua' Com base na exposição com o mesmo nome apresentada em Lisboa, de que Awam Amkpa é curador, a conferência aborda as formas como os africanos e a diáspora africana se representam a si próprios, bem como a influência crescente destas auto-representações nas formas contemporâneas de fotografar África. Awam Amkpa é dramaturgo, realizador de documentários, Professor Associado de Dramaturgia na Tisch School of the Arts da Universidade de Nova Iorque (NYU) e Professor Associado de Estudos Africanos no College of Arts and Sciences da NYU, onde é director do programa de graduação em Estudos Africanos e professor de teatro e cinema. Amkpa é co-fundador e cocordenador do Real Life Pan-African Documentary Film Festival, que se realiza anualmente em Acra, no Gana, e é dedicado ao cinema africano e da diáspora africana, tendo também sido curador da exposição de fotografia “AfroEuropa: Incontri” (2009, Florença/Itália). Amkpa é ainda facilitador de projectos e professor de técnicas de fotografia e documentário na West African High school. Entre os documentários que já realizou destacam-se: 'Winds Against Ours Souls' (sobre os jovens negros na Grã-Bretanha), 'It’s All About Downtown' (sobre a juventude na Jamaica), 'The Other Day We Went to the Movies' (sobre as audiências na África Ocidental), 'A Very Very Short Story of Nollywood' (sobre a recente indústria do cinema na Nigéria). Amkpa é autor do livro Theatre and Postcolonial Desires (2003) e de vários artigos sobre o "Black Atlantic", teatro e cinema pós-colonial. 15.11 | segunda-feira 11.00 - 13.00 seminário com Javier Anguera Phipps Thresholds: Knowledge Information (texto: PHIPPS, Javier Anguera, 'contemporary culture index') Javier Anguera Phipps tem formação de bibliotecário e jornalista, pelo que se interessa pelos problemas relacionados com a difusão de informação, nomeadamente na transformação da informação em conhecimento. Phipps tem trabalhado em livrarias públicas, académicas e especializadas, designadamente na Tàpies Foundation Library (entre 1993 e 2001). Em 2001 fundou o Contemporary Culture Índex (ccindex) uma base de dados multidisciplinar de jornais e periódicos que cobre as necessidades de uma informação especializada não limitada a categorias académicas, a áreas geográficas ou linguísticas. Os domínios abrangidos pelo ccindex incluem arquitectura, arte, cinema, design, literatura, música, fotografia, filosofia e ciências sociais, sendo particularmente vocacionado para as pequenas mas influentes publicações de artistas e produtores culturais. Apesar de ser financiada pela Stichting Egress Foundation, de Amesterdão, a actual sede desta base de dados (www.ccindex.info) está localizada em São Francisco, na Califórnia, com pólos em Nova Iorque (Manhattan) e Barcelona. Em 2008 o ccindex foi convidado pelo Raqs Media Collective para participar na Manifesta 7, Trentino, Itália. Desde 2002 que Anguera Phipps tem combinado o seu labor no ccindex com o papel de arquivista e produtor na Free Agent Media’s, cujos trabalhos têm envolvido o Centre George Pompidou (Paris), o Museu d’art contemporani (Barcelona), a Documenta 11 (Kassel), o Musée cantonal des Beaux-Arts (Lausanne) e o National Maritime Museum (Greenwich). 17.11 | quarta-feira 20.00 - 22.00 Maumaus Lecture Series Suely Rolnik Vírus de Arte Uma verdadeira compulsão de inventariar rastros de propostas artísticas e adquirir arquivos tomou conta de parte significativa do território globalizado da arte nas duas últimas décadas. Seu objecto privilegiado consiste nas propostas artísticas experimentais realizadas nos anos 1960/70 – especialmente na América Latina, onde o político se colocava nas entranhas da própria poética. O que causa a emergência deste desejo no actual contexto? Que políticas de desejo movem as diferentes iniciativas de inventário e seus modos de apresentação? Como, quando e a que ponto as diferentes posturas adoptadas e os respectivos dispositivos que inventam criam condições para que tais iniciativas possam activar experiências sensíveis no presente – necessariamente distintas, mas com igual teor de densidade virótica? Estas são algumas das perguntas que foram problematizadas. Seu alcance não se reduz a propostas artísticas do passado, mas se estende a toda e qualquer obra que não começa e termina no objecto e só se realiza como acontecimento, portador de um poder de propagação do vírus da arte. Suely Rolnik, psicanalista, crítica de arte e de cultura e curadora, é Professora Titular da PUC-SP (desde 1993), fundadora e ex-coordenadora do Núcleo de Estudos da Subjectividade no PósGraduação de Psicologia Clínica. Atualmente é docente convidada do Programa de Estudios Independientes do Museu d’Art Contemporani de Barcelona - MacBa. Foi docente convidada do Master Oficial en Historia del Arte Contemporáneo y Cultura Visual, Universidad Autónoma de Madrid e Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía MNCARS (2008-2009) e pesquisadora convidada pela Fondation de France, no Institut National de l'Histoire de l'Art (INHA), em 2007. Autora entre outros, de Micropolítica. Cartografias do desejo (Vozes, 1986) em colaboração com Félix Guattari, cuja 7ª edição revista, ampliada e com um novo prefácio (2005), foi publicada em Espanha (Traficantes de Sueños, 2006), na Argentina (Tinta Limón, Situaciones, 2006), nos Estados Unidos (Semiotext/MIT, 2006), na França (Seuil, 2007) e na Coreia do Sul (Seoul: B-Books, 2010). 18.11 | quinta-feira 11.00 - 13.00 Encontro Final do Programa Independente de Estudos das Artes Visuais Maumaus em São Paulo 19.11 | sexta-feira Saída da Maumaus da residência da FAAP. 28.01 – 27.02.2011 ESCAPE, exposição no Lunds Konsthall, Suécia, em colaboração com a Malmö Art Academy/Lund University, a Ramallah Art Academy e a Braunschweig University of Art. A participação da Escola Maumaus na 29 Bienal de São Paulo foi financiada pela Direcção Geral das Artes / Ministério da Cultura e pela Câmara Municipal de Lisboa (no âmbito do projecto Lisboa – cidade de criação de conhecimento). O projecto foi apoiado pela Malmö Art Academy/ Lund University, Goethe-Institut São Paulo e a Fundação Armando Alvares Penteado, São Paulo (FAAP).