Carta Mensal aos Cotistas
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Carta Mensal aos Cotistas
Carta Mensal aos Cotistas – Junho 2015 desafio de escrever uma carta a seu processo de investimento. Felizmente, mensal para um fundo sistemático é há uma saída: preços, a matéria-prima da que, diferente dos fundos gestão sistemática, são diretamente afetados tradicionais, a gestão sistemática não recorre pelos fundamentos. Ainda que o gestor a chamados “fundamentos” (isto é, o sistemático não pretenda entender a relação conjunto de informações financeiras, entre fundamentos e preços a priori, essa econômicas ou relação está, políticas, cuja indiretamente, por análise permitiria trás do desempenho valorar um ativo) do fundo e pode ser para embasar seu entendida a processo de posteriori. Por esse investimento. motivo, esta carta Utiliza, antes, segue o formato relações tradicional de se matemáticas entre fazer um apanhado preços de ativos (e dos fatos e Metamorfose de Narciso, Salvador Dali, 1937 estatísticas acontecimentos do variadas). Mas, ainda que essas relações mês para, então, estabelecer uma relação a possam gerar retornos consistentes—e, posteriori entre fatos e desempenho. É ocasionalmente, suscitar acolarados debates importante não perder de vista, contudo, que acadêmicos—em geral, formam material as decisões de investimento não dependem insosso demais para preencher as páginas de diretamente desses fatos senão de relações missivas mensais. De fato, muitos investidores que são, indiretamente, afetadas por eles. buscam narrativas que sintetizem e lhes possibilite fazer sentido cognitivo do mundo1. Feitas essas considerações, o mês de junho foi Desafortunadamente, fórmulas matemáticas marcado por deterioração do ambiente pouco se prestam à construção de tais econômico evidente nos diversos indicadores narrativas. O gestor sistemático que deseje se de atividade (“A economia brasileira registra comunicar com investidores enfrenta, então, queda de 0,84% em abril ante março.” Correio um dilema: restringir-se a falar do processo Braziliense 19 junho; “Vendas [de automóveis] quantitativo—e provocar bocejos—ou tentar caem 19,8% no semestre, o pior desde 2007”, contar uma história que faça referência a FSP 1 julho), emprego (“País fecha 115 mil fatos e eventos—mas que terá pouca relação vagas em maio, pior resultado para o mês desde 1992” O Globo, 19 junho) e preços 1 (“IPCA-15, 0,99%, maior desde 1996”, Valor, ver falácia narrativa em “Cisne negro”, de Nassim 19 junho). A popularidade da presidente Taleb O continuou despencando (“Reprovação de Dilma só não é pior que a de Collor”, FSP 21 junho) e, não bastasse a piora na economia, começou a ficar evidente que o prometido ajuste fiscal esbarra na frustração de arrecadação de impostos. O quadro de baixo crescimento e fraco desempenho fiscal leva, inevitavelmente, a preocupações sobre o endividamento público. Como escreveu Samuel Pessoa: “Noticiou-se na semana passada que muito provavelmente o Congresso Nacional, com a anuência da Fazenda, irá revisar para menor a meta de superavit primário, para números iguais aos do Ibre. O argumento é que a recessão está pior do que se imaginava à época em que a meta foi fixada, e, portanto, a receita está pior. Adicionalmente, soubemos no início do ano que 2014 fora pior do que o imaginado. Em vez de um primário zerado, houve um deficit de 0,6% do PIB. A recessão e o passado justificam a revisão. O argumento faz todo o sentido. Em que pese a revisão da meta, ainda não caiu a ficha para o governo, para os políticos e para a sociedade de maneira mais geral de que estamos diante de uma dinâmica da dívida que é explosiva a médio prazo se não fizermos muita coisa.” (Samuel Pessoa, “Ainda não caiu a ficha” FSP, 21 junho) Enquanto isso, encorajado pela ausência de liderança do Executivo, o Legislativo assume um inédito protagonismo que, em momentos, flerta com populismo e seguidamente ameaça o esforço fiscal. O mais recente foi a derrubada do chamado fator previdenciário que, se aprovada, agravaria o desequilíbrio da previdência: "No final, já com o semestre quase fechado, o que vejo foi um ajuste duramente negociado que entregará uma economia pequena frente à necessidade de aumento do primário, a aprovação de medidas ligadas à previdência que aumentam a despesa no longo prazo, e, depois de seis meses, uma possibilidade ainda maior de perdermos o grau de investimento, dada a elevação de juros e perspectiva de baixo crescimento." (Blog Mansueto de Almeida) “Essa conta já chegou há muito tempo. O dado que costumo citar sempre é que a despesa do INSS era de 2,5% do PIB em 1988 e, neste ano, deve ficar perto de 7,5% do PIB. Este simplesmente é o maior problema do país, com o agravante de que a classe política faz cara de paisagem, não faz nada [para criar medidas que ajudem a cortar gastos], pelo contrário. Nós estamos em uma trajetória grega.” (Fábio Giambiaggi, FSP 22 junho) A combinação desses fatores negativos resulta em visível pessimismo entre empresários dos mais diversos setores: “O país perdeu a previsibilidade. Nos últimos anos, tivemos muitas mudanças nas premissas da política econômica e ninguém tem segurança do que vai acontecer. Há 10 anos, a inflação estava baixa, as contas públicas equilibradas e nós sabíamos o que viria pela frente. Há 20 anos, não tínhamos nada disso. Acredito que voltamos uns 20 anos no tempo.” (Phillipp Schiemer, FSP, 22 junho) “O governo chutou o pau da barraca [do gasto público] nas eleições e agora paga a conta. Isso já tinha acontecido no início do primeiro mandato da presidente Dilma. A situação hoje é pior porque o país entrou muito torto na história. A evolução da dívida é assustadora, e a recessão morde firme. É possível ver isso na indústria, no setor imobiliário. Hoje o quadro está sendo tratado de maneira mais razoável, mas ainda insuficiente. O ajuste fiscal não vai resolver tudo. É preciso cortar mais o gasto, que é rígido. Aquilo foi um grande teatro, um show de mentiras. O Aécio e o Fernando Henrique falaram isso o tempo todo. O custo é este: temos um país morrendo de medo.” (Armínio Fraga, FSP 28 junho) Apesar desse pano-de-fundo desalentador, os mercados estiveram relativamente calmos em junho. Apesar de alguns altos e baixos, bolsa e dólar fecharam o mês praticamente inalterados. Mesmo o colapso da negociação entre gregos e credores, com subsequente calote grego, não gerou maiores turbulências. Onde se observou mudança de patamar—e ganho para para o modelo 1— foi no mercado de renda fixa, com juros subindo na esteira da sinalização mais dura do Banco Central que, no seu Relatório de Inflação Trimestral, reforçou a intenção de perseguir a metade 4.5% ao final de 2016. O modelo 2 devolveu ganhos acumulados em maio enquanto os demais modelos registraram resultados positivos, com destaque pqra o modelo 4, resultando num resultado de 2.23% no mês. Com a expansão da equipe de pesquisa da Zeitgeist Tech vários novos modelos foram criados e estão sendo testados com resultados preliminares promissores. Equipe Zeitgeist CARTA MENSAL É UMA PUBLICAÇÃO CUJO PROPÓSITO É DIVULGAR INFORMAÇÕES E DAR TRANSPARÊNCIA A GESTÃO EXECUTADA PELA ZEITGEIST TECH INVESTIMENTOS LTDA. AS INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE MATERIAL TÊM O CARÁTER MERAMENTE INFORMATIVO E NÃO DEVEM SER CONSIDERADAS COMO OFERTA DE VENDA, NEM TAMPOUCO UMA RECOMENDAÇÃO DE INVESTIMENTOS DOS REFERIDOS FUNDOS DE INVESTIMENTO. É RECOMENDADA A LEITURA CUIDADOSA DO PROPECTO E REGULAMENTO DO FUNDO DE INVESTIMENTO PELO INVESTIDOR AO APLICAR SEUS RECURSOS. RENTABILIDADE PASSADA NÃO REPRESENTA GARANTIA DE RENTABILIDADE FUTURA. 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