25 de Setembro de 2013 jornal do Governo de
Transcrição
25 de Setembro de 2013 jornal do Governo de
ANO I - Nº 0025 SEMANAL Directora - Túnia Macuácua I Editor - Mendes José II 25 29 de deMaio Setembro 2013 2013 I Distribui I Distribui ção Gratuita ção Gratuita Governo aprova Regulamento de Exercício de Actividade de Construção Civil pag 2 O Governo de Moçambique, reunido na sua 33ª sessão do Conselho de Ministros, aprovou o Regulamento de Exercício de Actividade de Empreiteiro e Consultor de Construção Civil, que visa consolidar o regime jurídico e estabelecer procedimentos da actividade de consultoria para pequenas e médias empresas para reduzir problemas no sector. Vice-ministro das Obras Públicas e Habitação, Francisco Pereira Moçambique regista crescimento económico encorajador pag 4 No primeiro semestre deste ano, Moçambique alcançou uma produção global de 6.5 por cento, o que encoraja o executivo quanto ao cumprimento da meta anual de crescimento económico. Em 2012, a economia do país manteve um desempenho robusto, com um Produto Interno Bruto (PIB) real situado nos 7.4 por cento. O Ministro da Planificação Desenvolvimento, Cuer eneia, af irmou e Aiuba que as exportações atingiram uma meta anual de 25 por cento. Moçambique | Jornal do Governo Destaque PARA REDUÇÃO DE ILICITUDES NO SECTOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL Governo aprova Regulamento de Exercício de Actividade de Construção Civil Por Mavildo Pedro/ Moçambique O Governo de Moçambique, reunido na sua 33a sessão do Conselho de Ministros, aprovou o Regulamento de Exercício de Actividade de Empreiteiro e Consultor de Construção Civil, que visa consolidar o regime jurídico e estabelecer procedimentos da consultoria pequenas para actividade e de médias empresas para reduzir problemas no sector. De acordo com o vice-ministro das Obras Públicas e Habitação, Francisco Pereira, que falava no briefing desta terça-feira, pretendese consolidar e estabelecer procedimentos que assegurem a qualidade das obras, tanto através de algumas normas que foram introduzidas no regulamento aprovado, quer para o empreiteiro como para o consultor. Francisco Pereira disse que este documento define fundamentalmente as categorias das obras públicas e particulares (hidráulicas, vias de comunicação, urbanização, instalações, fundações e outras), porque os sectores podem se especializar em sete tipos de obras e, assim, obter um conhecimento e equipamento específico, não precisando de alvarás para todas as obras. Pereira afirmou que em relação aos projectistas e aos consultores que estão divididos em cinco categorias, nomeadamente Estudos e Projectos de Infraestruturas (estradas, caminhos de ferro, e outras), projectos de Arquitectura e Urbanismo, Fiscalização, Gestão e Consultoria técnica. “Este regulamento já existia no de 2009 mas, estando desajustado à realidade actual, e a consultoria não esta bem, tratada no referido decreto”, disse o vice-ministro. O vice-ministro das Obras Públicas e Habitação disse que em 2012 foi aprovado um regime de licenciamento simplificado mas que excluiu as médias e grandes empresas, sendo que para ter alvará, os empreiteiros devem ter um equipamento mínimo. “No anterior decreto, bastava uma lista de pessoal, mas, a experiência mostrou que a actividade de executar obras não pode ser um acto de vontade mas de capacidade, daí a introdução de material”, referiu Pereira. Francisco Pereira referiu que a comissão que emite os alvarás deverá visitar previamente as instalações das empresas de construção civil e, no que tange aos conflitos, estabeleceu-se um Fórum onde os conflitos devem ser dirimidos, cabendo às partes decidir onde os mesmos devem ser resolvidos (se forem nacionais, deve ser dentro do país). Pereira salientou que não podem ser executadas obras sem seguros contra terceiros, bem como medidas de higiene e segurança no trabalho e, os gestores de obras estão obrigados no final de uma construção a preencher informações sobre o comportamento dos empreiteiros, de modo a evitar o abandono de infra-estruturas em construção. “Haverá a cessação do alvará caso se registe o abandono de obras e só depois de três anos poder-se-á voltar a solicitar um pedido da licença, que será antecedida de uma avaliação”, vincou Francisco Pereira. Pereira referiu que foi criado um software que possibilita o acesso à informação sobre empreitadas que estão a ser realizadas a nível nacional, de modo a salvaguardar a actividade, reduzindo as ilicitudes. Balanço da Campanha Agrária 2012/2013 e perspectivas para a Campanha 2013/2014 Na sessão desta terça-feira foi apreciada a campanha agrícola 2012/2013 e perspectivou-se a campanha 2013/2014. O vice-ministro da Agricultura, António Limbau, disse que o país registou situações diferenciadas de precipitação ao nível das três regiões, o que provocou uma campanha diferenciada. Limbau disse que houve o aprovisionamento de 1450 toneladas de insumos agrícolas (sementes e outros) na primeira época e, na segunda época, as regiões que foram afectadas pelas inundações receberam 1700 de sementes diversas. António Limbau afirmou que as sementes e o material vegetativo, com destaque para a Batata de polpa alaranjada nas regiões sul e centro do país abrangeram cerca de 80 mil famílias e 12.5 milhões de estacas de mandioca foram distribuídas. “A vacinação em parceria com os produtores contra o carbúnculo, febre aftosa, a raiva, a febre do vale do Rift, e outras doenças são outra parte da campanha”, disse Limbau. O vice-ministro da Agricultura disse que o governo financiou a segunda época da campanha agrícola na região do Limpopo, que registou uma perda de 33 por cento devido às inundações. António Limbau assegurou que apesar dos constrangimentos registados nesta época alcançou-se uma produção normal, com a disponibilidade dos produtos e a redução da carência, embora continuamos a ter problemas de acesso aos alimentos e combinação de alimentos para melhoria nutricional que atinge 43%. Desafios António Limbau disse que constituem desafios do sector o aumento da produtividade em diferentes áreas, com enfoque para as vacinas, animais, produção de semente básica utilizada para a multiplicação e ser disponibilizada aos produtores. Para o efeito é necessário transformar o pequeno agricultor em comercial virado para o mercado e garantir que este entre no sistema de cadeia de valor (agro-negócios). Limbau referiu que se pretende que a produção de cereais passe das actuais 2.200 mil toneladas para 2300 mil toneladas, tubérculos (a mandioca, batata-reno e doce) de 800 mil toneladas para 850 mil toneladas, leguminosas e aumento do material produtivo. Pretende-se, nesta campanha, fomentar o gado de corte, melhorar a produtividade através do cruzamento, bem como a Irrigação de 13 mil hectares de terra e produção de castanha de caju de 93 para 94 mil toneladas, a revitalização do algodão de 100 mil tonelads para 110 mil toneladas, a banana de 470 mil toneladas para 490 mil toneladas e o açúcar 347 mil toneladas para 516 mil toneladas. Extinção da ULTRESP O porta-voz da sessão, Alberto Nkutumula, disse que o Conselho de Ministros aprovou o decreto que extingue a Unidade Técnica da Reforma do Sector Publico (UTRESP) criada em 2000, pelo decreto 6/2000. De acordo com Alberto Nkutumula, esta unidade foi criada pelo governo para apoiar os trabalhos da comissão interministerial da Estratégia Global da Reforma do Sector Público (EGRSP), sendo um órgão técnico e permanente de execução corrente do Agenda &do Efem rides programa da reforma sectorépúblico. “A ULTRESP assegurava a planificação integrada, a coordenação, articulação e o acompanhamento dos programas e projectos da reforma”, disse Alberto Nkutumula. Nkutumula afirmou que cada sector tinha os seus programas a realizar no âmbito da reforma a decorrer (saúde, educação, justiça) e cabia a esta unidade coordenar as actividades e estava prevista a sua existência entre 2001 e 2011 e, findo prazo, foi feito o balanço e faltava um instrumento que extinguia a entidade. O Conselho de Ministros aprovou a extinção do organismo, sendo que os bens afectos a esta entidade transitam para o Ministério da Função Publica, entidade de tutela. Decreto que aprova o Estatuto do ISARC Na mesma sessão foi aprovado o regulamento do Instituto Superior de Artes e Cultura (ISARC), uma instituição de ensino superior criada em 2008, através do decreto 45/2008. O porta-voz do conselho de ministros disse que a entidade é uma pessoa colectiva de direito público, com autonomia administrativa, cientifica, pedagógica e disciplinar, como também, tem uma personalidade jurídica própria, é de âmbito nacional e tem a sua sede na Matola, podendo abrir delegações em todo o território nacional. Tem como órgãos o Conselho Geral, Direcção Geral, com mandatos de 4 anos para o Conselho Cientifico e Conselho de Direcção, respectivamente e pode ministrar graus de licenciatura, mestrado e doutoramento. Moçambique | Jornal do Governo 2 Noticiário “África perde 50 bilhões de dólares anualmente em lavagem de dinheiro” afirma Thabo Mbeki Por: Isídio Bila/Redacção O Presidente da República, Amando Guebuza, recebeu, semana passada, o antigo chefe do Estado sul-africano, Thabo Mbeki, que dirigia uma missão do painel de alto nível sobre conflitos financeiros ilícitos em África. Após o encontro com o chefe do Estado moçambicano, que decorreu à porta fechada, Thabo Mbeki disse, em declarações à imprensa, que o mesmo tinha como finalidade, informar ao Presidente da República sobre o trabalho que o painel de alto nível do continente africano se propõe a realizar em Moçambique, no âmbito do combate aos conflitos financeiros ilícitos em África. Thabo Mbeki disse que o continente africano perde anualmente mais de 50 biliões de dólares norte-americanos em conflitos financeiros ilícitos, ou seja, mais daquilo que o continente recebe como ajuda externa. “Esse valor poderia ser aplicado em actividades de desenvolvimento e no combate à pobreza. É importante que este problema seja combatido por todos os países”, destacou Mbeki. O antigo chefe do Estado sul-africano disse que no encontro, Amando Guebuza manifestou a disponibilidade do governo moçambicano em prestar a melhor cooperação possível para que a missão PR recebe missão do Painel de Alto Nível Sobre Conflitos Ilícitos Financeiros em África do painel seja bem sucedida. “Na busca de formas para eliminar este problema, em Moçambique vamo-nos reunir com membros do governo, representantes da Polícia, das alfândegas, agentes económicos e com elementos da sociedade civil”, avançou Thabo Mbeki. A missão da união africana, que escalou a capital de Moçambique, já realizou trabalhos idênticos na Nigéria, República do Congo e Argélia. A conclusão deste trabalho poderá ser materializada com a publicação do Agenda érides relatório sobre& Efem Conflitos Ilícitos Financeiros em África, prevista para Março de 2014. Agentes de Educação Cívica Eleitoral já trabalham nas autarquias de Inhambane Por: Adilson Vírgilio Tr a t a - s e de 78 agentes apresentados ao público, no último Sábado, na lançamento cerimónia de campanha de da educação cívica eleitoral, na cidade de Maxixe, que vai decorrer até ao dia 2 de Novembro. Os agentes de educação cívica eleitoral, distribuídos pelas cinco autarquias de Inhambane, têm a missão de formar e informar os eleitores inscritos no recenseamento de raiz, sensibilizando-os a votarem nas eleições de 20 de Novembro próximo. No recenseamento eleitoral, que decorreu de 25 de Maio a 23 de Julho, a província de Inhambane inscreveu cerca de 142.666 eleitores, o que corresponde a 93,88% da meta prevista. O governador de Inhambane, Agostinho Trinta, falando no lançamento da campanha de educação cívica eleitoral, disse que votar é um direito e um dever de todos os moçambicanos de ambos os sexos que estejam recenseados, em especial de todos os munícipes das cidades da Maxixe, Inhambane e das vilas autárquicas de Quissico, Massinga e Vilankulo. Agostinho Trinta referiu que é através do voto de cada um dos recenseados que se vai escolher os presidentes dos municípios, que continuarão a guiar a difícil mas gloriosa luta pela erradicação da pobreza, pelo desenvolvimento Governado de Inhambane, Agostinho Trinta económico, social e cultural das cinco eleitorais, mobilizem, durante a campanha autarquias da província de Inhambane. de educação cívica, os eleitores inscritos O governador de Inhambane apelou os em todas as zonas autárquicas, a aderirem munícipes, actores políticos e a sociedade em massa às mesas de assembleias de em geral a darem o seu contributo para que voto, para irem exercer o seu direito, o mesmo decorra de forma ordeira, pacífica, elegendo os dirigentes dos cinco livre, justa e transparente, para o bem da municípios da província de Inhambane”, democracia no país. frisou Trinta. “Todos, colaborando com os órgãos Moçambique | Jornal do Governo 3 Reportagem da Semana NO PRIMEIRO SEMESTRE Moçambique regista crescimento económico encorajador Por Leonel Albuquerque/Redacção No primeiro semestre deste ano, Moçambique alcançou uma produção global de 6.5 por cento, o que encoraja o executivo quanto ao cumprimento da meta anual de crescimento económico. EEm 2012, a economia do país manteve um desempenho robusto, com um Produto Interno Bruto (PIB) real situado nos 7.4 por cento. O Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, intervindo durante a 14ª sessão plenária do Observatório do Desenvolvimento afirmou que as exportações atingiram uma meta anual de 25 por cento. “A exportação de bens atingiu os 2,561 milhões de dólares, susceptíveis de gerar mais de 16 mil postos de trabalho. Ainda neste quadro da promoção de emprego, foram criados 106,854 postos de trabalho resultantes dos investimentos realizados em diversas áreas, com destaque para a actividade produtiva e expansão dos serviços essenciais”, disse Cuereneia. Aiuba Cuereneia falou igualmente dos avanços alcançados no sector da educação, tendo afirmando que o ingresso na escola de crianças com seis anos de idade situouse nos 74.6 por cento, equivalentes a um rácio de 63 alunos por professores, mercê da expansão do ensino primário. “Passamos a contar com 4.651,667 alunos no ensino primário e foram contratados 6.228 novos professores” O Ministro da Planificação e Desenvolvimento apontou os avanços alcançados no sector da saúde, tendo destacado que o planeamento familiar atingiu os 11 por cento e a cobertura da criança completamente vacinada alcançou os 52 por cento, o equivalente a 369.945 crianças menores de 12 meses. Ainda nesta perspectiva, 32.853 crianças e 359.129 adultos tiveram acesso ao tratamento anti-retroviral. Em 2009, 13.510 crianças estavam em tratamento anti-retroviral, número que subiu para 25.891 crianças em Dezembro de 2011. De 2006 a 2010, a cobertura de vacinação foi de 72 por cento, segundo dados do Plano Nacional de Acção para Crianças (PNAC II 2013-2019). O Ministro da Planificação e Desenvolvimento saudou os feitos alcançados no primeiro semestre deste ano, sobretudo no que diz respeito ao abastecimento de água. houve aumento da população com acesso à Água potável nas zonas rurais, com a operacionalização de 19.306 fontes de água, e 18 mil famílias beneficiaram de ligações domiciliares. No que diz respeito ao fornecimento de energia, Aiuba Cuereneia disse que 1,2 milhões de famílias beneficiaram de ligações domiciliares da rede eléctrica nacional em todo o país. Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia na 14ª Sessão do OD “Na área da energia, através do Programa de Electrificação Rural foram efectuadas 50.7778 novas ligações domiciliárias da rede nacional, elevando para 1,2 milhões o número total de agregados famíliares com acesso à energia em todo o país, dos quais mais de 69 mil novos consumidores ligados a energias renováveis”, disse o ministro. Perspectivas para 2014 O governo pretende continuar a desenvolver os sectores-chave para o desenvolvimento do país e sensibilizar a população para o combate à pobreza, inimigo número um dos moçambicanos. Aiuba Cuereneia afirmou que o governo projecta, para o próximo ano, uma série de acções que resultem numa contínua oferta dos serviços sociais básicos, com destaque para educação, saúde, abastecimento de água e energia para o bem-estar da população. No eixo da economia, o governo espera alcançar um crescimento económico de 8 por cento, contendo uma inflação abaixo dos 5.6 por cento. O executivo moçambicano quer que as exportações atinjam 4.774 milhões de dólares, o que significa um crescimento de 21 por cento em relação ao ano em curso. Em 2012, a subida do nível médio de preços foi de 2.09 por cento, a mais baixa da história, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Para melhorar o ambiente de negócios, o governo garante que continuará a implementar várias reformas. No sector da educação, de acordo com Cuereneia, o governo continuará a implementar o Programa de Construção Acelerada de Salas de Aula em todas as províncias, apetrechar as escolas com carteiras, contratar professores para os ensinos primário, secundário e técnicoprofissional, com vista a reduzir o rácio aluno/professor. Neste sector, o executivo vai continuar a privilegiar a distribuição gratuita do livro escolar no ensino primário, bem como a expansão do Programa Nacional de Alimentação Escolar, de modo a garantir que os alunos não deixem de frequentar às aulas. No plano da saúde, em 2014 o governo vai privilegiar a conclusão das obras de construção de hospitais distritais ora iniciadas, assim como assegurar a colocação dos respectivos profissionais deste ramo. Pretende-se, igualmente, prosseguir com a implementação do programa de combate à malária, através da campanha de pulverização intra-domiciliaria, distribuição de redes mosquiteiras impregnadas com insecticidas de longa duração beneficiando as mulheres grávidas. Ainda no leque das medidas na área da saúde, o executivo espera aumentar o número de crianças vacinadas completamente e a cobertura do tratamento anti-retroviral pediátrico. Água, energia e agricultura Para um maior acesso a água potável, o governo pretende continuar a expandir a rede de abastecimento de água nas zonas rurais, através da construção de fontanários públicos, esperando assim, elevar a taxa de cobertura para 56 por cento. Os planos governamentais para área de energia para o próximo ano, incluem a Cont. na pág. 5 Moçambique | Jornal do Governo 4 Reportagem da semana Cont. da pág 4 conclusão da electrificação das 128 sedes distritais e continuar com a instalação de sistemas solares nas zonas rurais, priorizando as escolas, centros de saúde, vilas e edifícios administrativos. Reconhecendo a agricultura como a base do desenvolvimento o executivo vai dar primazia à aceleração da implementação do plano nacional de investimento agrário, para o aumento da produtividade e fortalecimento da cadeia de valores. Para o efeito, o governo vai capitalizar investimentos para a reabilitação e expansão dos sistemas de regadio e adopção de variedades de sementes melhoradas e a melhoria do acesso aos mercados pelos produtores locais. Infra-estruturas Para aumentar e melhorar o fluxo de mercadorias dentro do território nacional bem como entre o mundo e os países do interland, o governo pretende concluir a construção da Linha-férrea de Sena ligando as regiões de Moatize e Nacala-àVelha via Malawi. Serão também asfaltados 580 quilómetros de estradas, sendo 510 quilómetros em território nacional e 70 de trajectos regionais. Governo quer educação melhorias na Dos vários pontos debatidos na 14ª Sessão do observatório do desenvolvimento, o sector da educação foi o que mais despertou atenção dos participantes. Os intervenientes afirmaram que o executivo deve continuar a imprimir acções para a melhoria da qualidade do ensino no país. Te n d o a c o l h i d o a s s u g e s t õ e s d o s participantes do encontro, o vice-ministro da educação, Itai Meque, afirmou que para a melhoria da qualidade do ensino é necessário o envolvimento de todos os moçambicanos. “A tarefa de educar é de todos nós. O país é produto dos quadros nacionais formados por nós. Isto para dizer que nem tudo o que fizemos está errado”, avançou Meque. Quanto às passagens semi-automáticas e à disparidade do rácio aluno/professor, Itai Meque afirmou que o governo vai continuar a trabalhar, tendo sublinhado que actualmente o desafio é garantir que todas as crianças no país tenham acesso a uma escola. “Estamos dizendo que nenhuma criança deve ficar de fora, isto é, a taxa de analfabetismo, situada em 8 por cento deve continuar a crescer”, disse o Ministro. No diz respeito à inclusão da pessoa com deficiência no processo de ensino, os participantes afirmaram que há necessidade de se observar soluções que passam pela construção de rampas nas escolas e demais infra-estruturas públicas, a expansão e melhoria dos métodos de ensino através de línguas de sinais, livros em Braille, formação de quadros de diversos sectores para responder às necessidades da pessoa com deficiência. Outras questões levantadas durante o debate, no sector da educação, têm a ver com o ensino bilingue, técnico-profissional, formação e capacitação dos professores e respectivos salários, matérias sobre as quais o executivo comprometeu-se a trabalhar no sentido de busca de soluções. Breves IGT recupera dinheiro devido ao INSS A Inspecção-Geral do Trabalho (IGT), recuperou mais de um milhão de meticais que tinham sido descontados aos trabalhadores e que não foi canalizado ao Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), pelas respectivas entidades empregadoras. Trata-se de 725.136,08 meticais retirados dos salários de trabalhadores nas províncias de Manica e Sofala. Importa Sublinhar também que, em Manica, foram celebrados acordos envolvendo empresas devedoras, visando a amortização da dívida prevalecente. Por fim, para o caso da cidade de Maputo, com recurso ao método de cobrança extra-judicial foi recuperado cerca de 385.503,05 meticais. Ministro da Cultura recebe grupo de teatro Lareira Artes O Ministro da Cultura, Armando Artur, recebe o grupo moçambicano vencedor do premio Revelação, no Festlip-Festival Internacional de Teatro da Língua Portuguesa, realizado em Agosto último na cidade Brasileira de Rio de Janeiro. O encontro de saudação, terá lugar no edifício sede do Ministério da Cultura, no dia 26 corrente. De salientar que o grupo Lareira Artes ganhou o único prémio do festival com a obra "Cinzas Sobre as Maos" do escritor Frances Laurent Gaudé, encenação feita por Eiot Alex e no papel de dois coveiros os actores Diaz Santana e Sérgio Mabombo, assim como a actriz convidada do grupo, Lucrécia Noronha, fazia o papel de sobrevivente. Este é o primeiro grupo moçambicano a vencer o prémio Festlip. Nesta edição para além de Moçambique participaram do festival artistas de Angola, Caboverde, Brasil, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Galiza. Linhas grátis de emergências dos serviços públicos e de Apoio ao Cidadão Parte dos participantes da 14ª Sessão dos OD, que juntou à mesa Governo, Sociedade Civil e Parceiros Leia e divulgue Jornal Moçambique Águas da Região de Maputo 6 -800 700 600 ou 82 07 00 600 ou 84 07 00 600 Alô – Vida – Aconselhamento em Saúde Sexual e Reprodutiva Moçambique | Jornal do Governo -149 Corpo de Salvação Pública – Delegação de Maputo -82 198 ou 21 32 22 22 EDM – Maputo -84 14 55 ou 84 31 45 147 Cruz Vermelha de Moçambique – Delegação de Maputo 8 -21 32 07 150 Moçambique | Jornal do Governo 5 Verónica Macamo na reunião parlamentar da SADC Noticiário Por Isídio Bila “SADC regista ratificação, baixo índice domesticação de e popularização dos instrumentos jurídicos da união africana”, disse Verónica Macamo. A presidente da Assembleia da República de Moçambique falava, semana passada, na Reunião parlamentar da SADC, organizado pelo parlamento Pan-Africano, em coordenação com Assembleia da República de Moçambique, com o objectivo de despertar os parlamentos da região sobre a necessidade de ratificação, domesticação e popularização dos instrumentos jurídicos da União africana, nomeadamente a Carta Africana sobre a democracia, eleições e boa governação, a Convenção da União Africana sobre a Prevenção e Combate à Corrupção e a Carta Africana sobre os Valores e Princípios do Serviço Público e da Administração. O evento, que decorreu no Centro de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo, contou com participação de 70 delegados provenientes dos parlamentos da SADC, da União Africana e representantes da sociedade civil moçambicana. Na sessão de abertura do encontro, Verónica Macamo disse que devido à interdependência económica e financeira dos Estados-membros da SADC exige-se que os mesmos coordenem para reforçar as suas políticas, com vista a obterem soluções eficazes para responder aos desafios actuais. Na ocasião, Verónica Macamo apresentou os avanços que o parlamento moçambicano alcançou, onde destacou a ratificação da Carta da União Africana Presidente da Assembleia da República, Véronica Macamo sobre Valores e Princípios da Função Pública; a aprovação da Lei do Combate à Corrupção e a aprovação da Lei de Probidade Pública, que contém normas de conduta privilegiando aspectos éticos. A presidente da Assembleia da República afirmou que está em curso um trabalho que visa a ratificação da Carta Africana sobre Democracia, Eleições e Boa Governação. “Esses instrumentos jurídicos são vitais para a promoção de uma cultura administrativa baseada no respeito dos direitos dos utentes, bem como na edificação do Estado de direito democrático ”, sublinhou Macamo. Numa outra abordagem, Verónica Macamo afirmou que o combate à corrupção não se esgota com a aprovação de Leis e ratificação de instrumentos internacionais mas que “esse fenómeno exige uma nova abordagem que passa pela educação para a cidadania, adopção de uma postura ética e de deontologia profissional, bem como de maior respeito pelo bem público”. Por seu turno, o director executivo da Iniciativa da Sociedade Aberta para a África Austral (OSISA, sigla em inglês), Siphosami Malunga, reiterou a necessidade de os países-membros da SADC não serem um mero somatório de Estados e de mercados, mas sim uma união para se reduzir a situação de dependência económica e financeira. Siphosami Malunga referiu que através do exercício da democracia nos países da SADC deve-se contribuir decisivamente para que os estados-membros sejam cada vez mais lugares de dignidade humana, destino de liberdade e de justiça. A OSISA é uma instituição empenhada em aprofundar a democracia, a protecção dos direitos humanos e reforçar a boa governação na região da SADC. Leia e devulgue o Jornal Moçambique Alguns convidados que tomaram parte da Reunião Parlamentar Moçambique Moçambique || Jornal Jornal do do Governo Governo 6 Assessores de Imprensa do Governo beneficiam de formação Noticiário Agenda & Efemérides Por:Leonel Albuquerque/Redacção O Gabinete de Informação (Gabinfo), em parceria com a Escola Superior capacitou de 35 Jornalismo (ESJ) assessores de imprensa do Governo, provenientes de todo o país. Trata-se do Primeiro Curso Nacional de Formação de Formadores de assessores de imprensa. O director do Gabinfo, Ezequiel Mavota, afirmou, na sequência desta formação, que a capacitação dos assessores do governo tem em vista aferir, estruturar e aperfeiçoar a comunicação do executivo em todas as suas vertentes. “A concretização deste curso manifesta a preocupação do governo em melhorar a sua comunicação pública. Aqui trocamos ideias e experiências sobre como os outros governantes e entidades fazem a sua comunicação e quais as saídas de financiamento para este sector”, disse Mavota. Ezequiel Mavota afirmou que uma boa comunicação entre os dirigentes e cidadãos constitui uma alavanca para o desenvolvimento do país pois mobiliza a participação do cidadão e a transparência na governação. “É importante que a estrutura c omuni c at i v a do gov e r no se j a consistente, pois é com base numa boa comunicação que as pessoas se informam e participam na vida política, económica e sócio-cultural do país”. Por sua vez, o director do Gabinfo referiu que actualmente, no contexto de sociedade de informação é importante que os governantes e não só saibam como lidar com a media, dai a importância desta formação para os assessores do Governo. Os participantes da formação saudaram a iniciativa do governo e afirmaram ser necessário que mais capacitações sejam realizadas nesta área. “A formação foi muito boa e profunda, pois abriu-me novos horizontes no que tange à assessoria de imprensa. Possibilitou-me, igualmente, aliar a teoria e à prática”, vincou Jorge Djedje. Paulo Xavier, assessor do Governo de Tete, disse que a formação foi positiva, pois com os conhecimentos obtidos poderá aperfeiçoar o seu trabalho. “A formação foi positiva porque veio colmatar um défice muito grande para divulgar as acções do Governo”, afirmou O primeiro curso de formação de formadores de assessores de imprensa contou, igualmente, com a orientação da professora Valéria Raimundo, da Universidade de Minas Gerais, no Brasil. Valéria Raimundo afirmou, na ocasião, que a formação dos assessores do governo revela-se crucial, visto que pode melhorar sobremaneira a comunicação governamental, sua visibilidade e acções. “Em Moçambique penso que a comunicação governamental está no bom caminho. E só esta formação mostra como o governo moçambicano preocupa-se com a comunicação”. o governo moçambicano preocupa-se com a comunicação”. 1920 - Jerónimo Vingt-un Rosado Maia, agrónomo brasileiro (m. 2005). 1922 - Hammer DeRoburt, primeiro presidente de Nauru (m. 1992.) 1929 - Barbara Walters, primeira mulher a apresentar um telejornal. 1937 - Ronald Robertson, patinador artístico estadunidense (m. 2000). 1944 - Michael Douglas, actor e cineasta norte-americano. 1948 - Glória Pérez, autora de telenovelas brasileira. 1949 - Clodoaldo, ex-futebolista brasileiro, tricampeão mundial em 1970. 1949 - Clodoaldo, ex-futebolista brasileiro, tricampeão mundial em 1970. 1950 - Sebastião Lazaroni, treinador brasileiro de futebol. 1951 - Yardena Arazi, cantora e apresentadora israelense. 1952 - Christopher Reeve, ator norteamericano (m. 2004) 1954 - Nasce Juande Ramos, treinador de futebol espanhol. 1960 - A ONU realiza plebiscito em Ruanda para decidir entre monarquia ou república (v. História do Ruanda). 1964 - Início da Luta Armada de Libertação Nacional em Moçambique. 1967 - O Carlos Lacerda e João Goulart emitem nota conjunta no Uruguai defendendo a Frente Ampla. O Os Estados Unidos condenam o governo de Cuba e propõem o início do bloqueio econômico. 1981 - Belize é admitido como EstadoMembro da ONU. 1991 - O então presidente brasileiro Fernando Collor de Mello institui o horário de verão em parte do território nacional. 1998 - Reinauguração do Museu do Café do Brasil. 2003 - Um sismo de magnitude 8 ocorre perto da ilha de Hokkaido, no norte do Japão. http://pt.wikipedia.org Director do Gabinfo, Ezequiel Mavota, discursando no final da formação Moçambique | Jornal do Governo Moçambique | Jornal do Governo 7 Entrevista “O contributo da mulher foi indispensável para o alcance da Independência” - Afirma General António Hama Thay, em entrevista ao “Moçambique” Por Leonel Albuquerque/Redacção Celebra-se, hoje, no país, o dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM). O Jornal Moçambique (J.M) aproveita a efeméride para rebuscar a história com aqueles que participaram na luta pela conquista da independência, soberania, autonomia e dignidade dos moçambicanos. Dentre várias fontes disponíveis no país, o Jornal Moçambique convidou o General António Hama Thay (HT). O nosso entrevistado afirma que a mulher desempenhou um papel importante para o êxito da guerra de libertação nacional, acrescentando que um exército prepara-se todos os dias. Acompanhemos com detalhe as declarações deste general, que também foi ministro dos antigos combatentes. Os extractos da conversa nas linhas a seguir: J.M - Estavam preparados para a Luta de Libertação Nacional? HT - Primeiro, contextualizar que 25 de Setembro é uma resposta estratégica de uma situação de colonização que data desde 1498, quando os europeus chegaram em Moçambique. Antes, o nosso país trilhava o seu progresso, contava também com seu curso económico. A frustração, a opressão e a proibição da satisfação das necessidades humanas criaram sentimentos de revolta nos moçambicanos. Com a dinâmica da II Guerra Mundial e os movimentos Panafricanos, os moçambicanos viram que a Guerra era a única saída para a conquista da independência. O congresso de 1962 foi uma oportunidade para se esboçar as estratégias de conquista da independência, depois de dois anos de preparação dos outros moçambicanos em diversos países que nos apoiaram, como a Tanzania e Argélia. Os treinos e os programas de mobilização criaram as primeiras bases para a luta de libertação nacional. Portanto, tendo havido saturação, era preciso desencadear uma luta. Não havia mais nada a temer, sobretudo porque esta luta estava bem planeada no congresso. Este facto, aliado à história da ocupação colonial, era o motivo da adesão da maioria dos moçambicanos. J.M - Como é que foi realizar um congresso numa altura em que a máquina colonial apertava o cerco? HT - A nossa organização era clandestina. A própria máquina colonial começou a ter falhas, apesar de nessa altura o aparato da repressão portuguesa estar bastante afinado. J.M - Como estavam organizados os cerca de 300 homens da Frelimo nessa altura? HT - As estruturas militar e política da Frelimo tinham pilares organizacionais extremamente interessantes como órgão. A nível central foram criados departamentos mais importantes, nomeadamente de Defesa e Segurança, produção e Comércio, Relações exteriores entre outros. Na orgânica militar, três militares formavam um grupo. Três a quatro grupos formavam uma secção e três a quatro secções formavam um pelotão e daí em diante. Em cada secção havia um comissário político, cuja função era fundamentalmente a mobilização. Tínhamos também vários círculos, que por sua vez formavam as localidades. Das localidades as províncias e por fim a nação. A nossa estrutura coincidia com a divisão administrativa; E era nestas áreas que a Frente de Libertação de Moçambique tinha força. J.M - Quais eram as regiões de forte actuação da Frelimo? HT - Em princípio, a guerrilha na fase inicial não tem um território controlado. Então, praticamente nos anos de 1966 e1967, pelo menos ao nível de Cabo Delgado é que começam surgir zonas libertadas. Os inimigos já não exercem influência nestas zonas. J.M - A Frelimo usava uma táctica de G u e r r a d e n o m i n a d a Te r r o r i s m o Urbano. Em que consistia essa táctica? A guerrilha não é terrorismo. A perspectiva terrorista foi dos portugueses para designar os guerrilheiros da Frelimo embora estivessem conscientes de que não era exactamente isto. Mas era uma maneira de pejorar o processo para que se considerasse um acto ignóbil e hediondo que não tinha nada de patriotismo. Portanto, foi mais uma teoria para ilegitimar, por isso trataram os guerrilheiros da Frelimo como terroristas, enquanto na verdade não eram. Tratava-se de uma luta seria, uma causa concreta. J.M - Como é que geriam a presença das mulheres no combate? E qual era o seu papel? HT - Esta foi uma batalha ganha com muito custo, no sentido de que a ideia de emancipação da mulher não estava clara para alguns na época. Era toda uma mentalidade tradicional. Por exemplo, não se aceitava ainda a ideia de a mulher vestir calças, não podia pegar em armas. Era um tabu. Mas, como se constatou ao longo da história, Samora declarou que a emancipação da mulher era a garantia da revolução e condição do seu triunfo. A intenção aqui era justamente clarear a todos nós e fazer ver que a mulher é indispensável no processo da luta de libertação nacional. Não era possível libertar o território com os homens excluindo a mulher. Por isso, ela era também parte interessada deste processo. As mulheres eram soldados como qualquer um, embora estivessem ligadas às actividades administrativas, sobretudo na área da saúde e dos infantários. J.M - Seria possível a Frelimo ter êxito na luta sem o apoio que recebeu dos outros países? HT - Aí é relativo, porque há um problema estratégico que é a independência imediata de Moçambique como proposta fundamental desta luta. Face a este objectivo a Frelimo granjeou muita simpatia internacional, não só da Rússia, como da China. Tivemos instrutores chineses. Contámos sempre com os amigos, a solidariedade e a captura das armas dos Agenda & Efem éridesem três inimigos. Avaliámos o combate componentes: Liquidação das forças vivas, captura dos meios de luta e em terceiro, a conquista do território. Se isso ocorreu quer dizer que a luta foi ganha. O uso dos equipamentos do inimigo foi um recurso bastante útil para os êxitos da Frelimo. Mas, por outro lado, para o contexto em que os acontecimentos sucederam era quase impossível os parceiros abandonarem a Frelimo. Era uma causa mais do que nobre. Foi uma união contra o regime fascista vigente em Portugal, que não só oprimia as colónias como também os seus compatriotas. J.M - Até que ponto a operação Nó Górdio criou dificuldades à Frelimo? HT - Há muitas leituras que se pode fazer disto. Mas na minha opinião, a operação Nó Górdio foi uma tentativa de desespero para parar a luta de libertação nacional. Efectivamente, para o caso concreto do ano 1970, estava bastante avançada na província de Cabo Delgado. O general Kaulza de Ariaga e o seu efectivo teriam se enganado redondamente. Julgaram que se ganhassem em Cabo Delgado teriam saído vitoriosos da guerra. Portanto, pensou-se que Cabo Delgado fosse o baluarte. Para Frelimo, Cabo Delgado era apenas uma frente militar. Não era a batalha decisiva. Por isso mesmo, quando o inimigo concentrava as forças em cabo delgado, a Frelimo tratou de reforçar as suas operações nas províncias de Tete, Manica e Sofala. A ideia era avançar-se com a luta mais para o sul do país. J.M - A Frelimo tinha uma grande força concentrada em Cabo Delgado? HT- Tinha sim. É que os portugueses assumiram que o exército da Frelimo era Cont. na pág. 9 Moçambique | Jornal do Governo 8 8 Entrevista Cont. da pág. 8 composto pelos macondes do planalto de Cabo Delgado. Por isso, pensavam que bastava eliminar todos os macondes e soldados que ali se encontravam, a guerra teria terminado. Quando na verdade os macondes eram parte dos guerrilheiros da Frelimo e de todo um processo. Havia muitos responsáveis da Frelimo que estavam lá que não eram de Cabo Delgado. Para mim, os portugueses fizeram uma leitura errada. Na verdade, era um exército nacional de libertação em todo território moçambicano. J.M - Em tempos de paz, qual acha que é o papel das Forças Armadas e dos antigos combatentes? HT - Aqui há duas coisas que é necessário rectificar. As Forças Armadas têm missão muito específica, que está consagrada na constituição, no que diz respeito à manutenção da ordem e integridade territorial. Essa é a missão geral. E, como regra, as forças armadas têm de manter a preparação adequada de acordo com o contexto. Quer isto dizer que o diaa-dia de um exército em liberdade é treino. O exército não pode perder a capacidade operacional, que se ganha com muito treino, quer dos oficiais, quer dos sargentos e praças. E o segundo elemento alternativo ao treino pode ser a actividade produtiva. Há que recordar que o primeiro presidente de Moçambique independente, Samora Machel afirmava que a tarefa das forças armadas é estudo, combate e produção. Tudo isto tem aplicação actualmente, mas depende do plano das Forças Armadas. Contudo, no seu território, o exército prepara-se todos os dias e pode contribuir com alguma actividade económica. J.M - Numa entrevista que concedeu ao jornal Magazine Independente disse que os jovens não estavam preparados para dirigir o país, porque se envolvem em drogas, crimes e álcool. Por que acha que o jovem tem essa postura? HT - Eu não disse isso, mas o jornalista parece ter manipulado a informação. Efectivamente não fiz essa declaração. Há alguns jornalistas que perguntam uma coisa e escrevem o que lhes convém, prejudicando o seu interlocutor. Eu me referia a um grupo de jovens muito específico que visitei na cadeia central da Machava. Um total de 2000 reclusos, maioritariamente jovens. Na sequência da entrevista que fiz a alguns deles, verifiquei que havia jovens reincidentes no mundo do crime. Alguns sentiam-se vangloriados por estarem naquela unidade prisional. Para eles era sinónimo de estatuto, de valor. Esses jovens podiam ser um perigo à espreita para sociedade, se não se conseguisse um programa de reabilitação daqueles jovens em particular. Então, a reincidência destes jovens foi o que mais chamou me atenção e os delitos eram dos mais caricatos, celular, assassinar para roubar um carro, entre outros. Pensei, porquê estes jovens não pensam em estudar ou ter uma profissão para construir a sua vida? Não conheço ninguém que nasceu e logo a seguir conseguiu um carro. Há processos para chegar a algum lugar, caminha-se. Mas neste grupo específico de jovens com os quais interagi, não me pareceu ter esta ideia. J.M - E qual é a sua opinião sobre o jovem de hoje? HT - Eu faço uma avaliação positiva, porque, repara que desde a resolução do segundo congresso, existe uma preocupação com a temática da juventude, sobre a necessidade da união desta camada e a criação de um ministério da Juventude, hoje designado Ministério da Juventude e Desportos. A Frelimo teve uma visão altamente estratégica. Foi capaz de pensar no que iria acontecer depois da independência. E sempre que agente tem uma meta devemos pensar estrategicamente no que vai acontecer. E, muitas vezes isto não é fácil, mas a Frelimo conseguiu. Se os Jovens buscarem inspiração nesses ideais de 1962 poderão ter êxitos. E alguns já têm. J.M - O General Hama Thay foi ministro dos Antigos combatentes. Qual é a avaliação que faz das nossas Forças Armadas? HT - Não posso avaliar pois exigem outros recursos técnicos para assim proceder. Mas, a olho nu, dá para dizer que as coisas estão devidamente encaminhadas. As Forças Armadas estão na posse de recursos para intervenções necessárias. Mas gostaríamos de ter o país com uma marinha capaz de dirigir operações no mar e uma força aérea. Ministra Namashulua apela a todos a reduzirem a pobreza no país Por: Adilson Virgílio/ GP-I´bane A Ministra da Administração Estatal (MAE), Carmelita Namashulua, diz que rural e o público em geral, partilham reunião, o governador da província de experiências, práticas e desafios que se colocam ao processo, bem como discutem ideias sobre o desenvolvimento de Moçambique rural. Inhambane, Agostinho Trinta, disse que ainda há um caminho longo para acabar com a pobreza no país, por isso apela que todos se empenhem nesta luta. Carmelita Namashulua, falando na III Carmelita Namachulua disse Reunião governo, nas guia-se Nacional de Promoção do Desenvolvimento Rural, que decorreu de 19 a 21 de Setembro em curso, sob o lema "Promovendo Negócios Inclusivos, Impulsionando a Produção e a Produtividade", disse que as Estatísticas acções, o a realização deste encontro constitui um momento impar para a reflexão sobre as linhas mestres e orientadoras das actividades desenvolvidas, bem como pela das acções futuras, tendo em conta as que Estratégia de Desenvolvimento Rural, aprovada pelo Conselho de Ministros em Setembro de 2007, cujos objectivos estratégicos vale a pena voltar as sublinhar neste momento; trata-se de p e r s p e c t i va s das dinâmicas de desenvolvimento do meio rural. Agostinho Trinta afirmou que o meio rural desta província tem conhecido grandes mudanças positivas em todas as actuais indicam que em Moçambique promoção competitividade, vertentes da vida social que acontecem 54,7% da população vive abaixo da linha produtividade e acumulação de riqueza; gestão produtiva e sustentável dos recursos naturais e ambiente; diversificação e eficiência do capital graças à pronta intervenção de todas as da da pobreza. Num outro desenvolvimento, Carmelinta Namashulua afirmou que reconhecendo que ainda existe um longo caminho a social, percorrer para garantir um nível de vida expansão do capital humano, inovação, iniciativas do governo, ao exemplo dos digna para todos os moçambicanos, o tecnologia, boa governação e planeamento para o mercado. Presente na cerimónia abertura da "Sete Milhões de Meticais" alocados às MAE organizou a III Reunião, que constituiu um espaço onde todos os actores relevantes do desenvolvimento infra-estruturas institucionais; forças da sociedade, que têm pautado por uma harmoniosa consulta e participação em todos os processos de desenvolvimento rural, sem descurar as populações mais carenciadas. Moçambique | Jornal do Governo 9 Governo combate desnutrição crónica Noticiário Por Mavildo Pedro/ Moçambique O governo lançou o Programa de Fortificação de Alimentos, com o objectivo de combater a desnutrição crónica que afecta grande parte da população moçambicana, com incidência em crianças e adolescentes. A iniciativa vista adicionar nutrientes aos alimentos, para permitir maior ingerência de minerais e vitaminas. Para o efeito, foi criada uma comissão de fortificação de alimentos, tutelada pelos Ministérios da Indústria e Comércio e da Saúde, respectivamente, que tem como principal função o desenvolvimento industrial e produtos que permitam a redução da desnutrição crónica no país, através da adição de minerais e nutrientes nos alimentos processados na indústria alimentar. O ministro da Indústria e Comércio, Armando Inroga, disse que foi feita a entrega das primeiras duas máquinas industriais de processamento de alimentos, num programa que tem em vista a fortificação de alimentos, pois durante vários anos a iniciativa incidia essencialmente na iodização do sal. “Notamos que as vitaminas e minerais, nomeadamente o ácido fólico, zinco, potássio, ferro, vitaminas A, D e B12 tinham de estar disponíveis para as crianças através das indústrias”, avançou Inroga. Trata-se de uma fortificação de alimentos que consiste no acréscimo de minerais e nutrientes nos alimentos manufacturados nas unidades indústria do país. “Queremos, numa primeira fase, que a indústria produza milho, trigo e depois óleo, que sejam manufacturados tendo como base o aumento de nutrientes fortificados”, vincou o dirigente. De acordo com o Armando Inroga, a Companhia Industrial da Matola (CIM) e a MEREC indústrias, são as primeiras unidades de produção que vão produzir trigo, farinha e, posteriormente óleo com nutrientes, para a redução da desnutrição crónica. Armando Inroga afirmou que as províncias de Nampula e Sofala, que possuem grandes complexos industriais, vão também receber as máquinas de processamento de nutrientes, para que as zonas rurais mudem de atitude em relação à produção para o consumo. O ministro da Indústria e Comércio disse, na ocasião, que o sector familiar deverá produzir para os mercados e as moageiras existentes nas regiões rurais devem utilizar este tipo de equipamento para que a fortificação dos alimentos não seja apenas tarefa das grandes indústrias. Inroga referiu que a iodização do sal, Ministro da Indústria e Comércio, Armando Inroga saudando os gestores duma das fábricas cuja implementação iniciou em 2000, tinha a finalidade de reduzir os casos de malnutrição nas regiões onde o sal não era iodado e causava problemas de bócio. Armando Inroga afirmou que da avaliação feita, criou-se uma instituição para a segurança alimentar e nutricional que tem estado a fazer análises regulares de micronutrientes e da desnutrição crónica, que afecta a maior parte da população, particularmente crianças Formas de financiamento do projecto O ministro da Indústria e Comércio afirmou que governo moçambicano e parceiros suportam os custos da implementação do programa. “O que nós fizemos foi uma combinação entre a estratégia do governo e os parceiros associados no processo de implementação do projecto”. Armando Inroga disse que o governo financia de forma directa as moageiras para as pequenas e médias unidades e, nas grandes indústrias, o equipamento é financiado por um parceiro internacional, através do governo da Irlanda. Uma combinação entre o Orçamento do Estado (OE) e os parceiros financia a componente de micro-nutrientes, nomeadamente os minerais e as vitaminas que são necessárias para incorporar o produto final. O ministro da Indústria e Comércio disse o programa vai abranger cerca de 12 milhões de pessoas, particularmente até aos 15 anos, sendo que o preço do equipamento situa-se entre os 15 e 28 mil dólares para uma grande. O custo total do programa, nesta primeira fase, é de 250 mil dólares. “Numa segunda fase, vai se avaliar a incorporação destes equipamentos nas pequenas e médias unidades industriais e, nesse período, os custos poderão subir para cerca de 350 a 400 mil dólares”, disse Inroga. Moçambique | Jornal do Governo Moçambique | Jornal do Governo 10 Noticiário MAE em Conselho Coordenador Por: Adilson Virgílio/ GP-I´bane A ministra da Administração Estatal, Carmelita Namashulua, disse que para alcançar os outros objectivos é importante planificar com rigor as actividades do sector; assegurando a racionalização dos recursos financeiros descentralizados e garantir uma maior participação das lideranças comunitárias na implementação de programas que têm impacto directo sobre a vida das comunidades. Carmelita Namashulua falava no distrito de Inhassoro, na província de Inhambane, no decurso do XIX Conselho Coordenador, que decorreu de 23 a 26 de Setembro corrente, sob o lema "Por uma Administração Local Descentralizada em Prol do Desenvolvimento Participativo", numa altura em o MAE está preocupado em assegurar a consolidação da descentralização no país, para uma maior participação das comunidades nos processos de tomada de decisão. O XIX Conselho Coordenador tinha o objectivo de fazer balanço das recomendações do Conselho Coordenador anterior, realizado no distrito de Gondola, na província de Manica em 2012; avaliar o grau de cumprimento das actividades do ministério no âmbito do Plano Quinquenal do Governo. O encontro avaliou igualmente o grau de execução das actividades do Plano Carmelita Namachulua, Ministra da Administração Estatal Económico e Social (PES) e Orçamento de 2013, referente ao primeiro semestre; apreciar a proposta do PES e Orçamento para 2014, bem como analisar o processo de implementação das recomendações do chefe do Estado no âmbito da presidência aberta e inclusiva. O governador de Inhambane, Agostinho Trinta, falando na abertura do encontro enalteceu o papel do MAE no processo contínuo de descentralização e reforço da capacidade institucional dos órgãos locais do Estado, mecanismos que têm contribuído para o aumento crescente da produção e da produtividade em Moçambique. Na sua intervenção, Carmelita Namashulua, falou do esforço empreendido pelo governo moçambicano, que permitiu, de 2010 ao 1º semestre de 2013, a construção de 1.089 infra-estruturas e 481 reabilitações. Namashulua disse que ao nível das autarquias, só em 2012, o governo alocou 50 milhões de meticais para os municípios criados em 2008, destinados à construção de infra-estruturas. A ministra da Administração Estatal referiu que os 10 municípios recentemente criados, vão receber, em 2014, cerca de 70 milhões de meticais, para construção de infra-estruturas básicas para o seu funcionamento. Carmelita Namashulua destacou o desempenho do Ministério da Administração Estatal, através do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), na mitigação dos efeitos das calamidades naturais que afectaram o país no princípio deste ano, particularmente nas províncias de Gaza, Sofala e Zambézia; a solidariedade interna, que se juntou aos recursos disponibilizados pelo Estado, que permitiu prestar socorro e apoio alimentar e só a milhares de pessoas afectadas pelas calamidades naturais. Namashulua referiu que o Ministério da Administração Estatal, através do INGC deve continuar a desempenhar um papel de relevo na implementação de estratégias e acções para a mitigação do impacto das calamidades naturais e assegurar a conclusão do processo de reassentamento no país. Presidio do Conselho Coordenador do MAE Moçambique | Jornal do Governo 11 Noticiário MFP preocupada com a postura dos formadores do ISAP Por Brígida da Cruz/MFP A Ministra da Função pública, Vitória Diogo, reuniu-se, sexta-feira última, com o corpo docente e outros funcionários do Instituto de Administração Pública (ISAP), uma instituição virada para a formação de profissionais do Estado, que exercem cargos de chefia e de dir ecção, para auscultar os problemas que a instituição enfrenta. A ocasião serviu para apresentar Lázaro Impuia, que ocupa o cargo de director nacional adjunto nesta instituição. Após convidar os formadores para exporem as suas preocupações, Vitória Diogo fez uma reflexão em torno do papel dos formadores do ISAP quanto aos seus deveres, direitos, postura e os objectivos institucionais, pois é necessário que haja, por parte dos docentes, compromisso no exercício da sua função de formar profissionais do Estado, de modo a responderem às exigências de uma administração pública guiada pelos princípios morais, éticos de meritocracia e de bem servir. Vitória Diogo recordou aos formadores do ISAP que “nas nossas instituições cumprimos deveres assumidos quando abraçamos as nossas funções e os docentes do ISAP devem formar os profissionais do Estado observando os parâmetros definidos pela instituição”, disse a governante, acrescentando que é necessário ser se humilde no desempenho das funções, pois só assim é que se pode crescer profissionalmente. Ademais, não é prudente, nem saudável trabalhar à base de esquemas, pois as necessidades pessoais não são sanadas num só dia, leva-se séculos para um funcionário público e qualquer outro cidadão ganhar estabilidade social e, para isso, é preciso muita entrega, dedicação e objectivos devidamente traçados. Num outro desenvolvimento, Diogo explicou que a sociedade actual caracteriza-se pelas mudanças e pelo progresso em resultado das inúmeras descobertas no campo científico, o que ocasiona um avanço tecnológico. É dentro desse contexto que os formadores do ISAP têm a incumbência de capacitar os Recursos Humanos do Estado, que é a base do desenvolvimento da Administração Pública moçambicana. Nesta perspectiva, ser formador do Instituto Superior de Administração Pública, Instituto de Formação em Administração Pública e Autárquica e os Centros de Governação local, Ministra da Função Pública, Victória Diogo se dirigindo aos docentes do ISAP respectivamente ISAP, IFAPA's e CEGOVs, requer um pensar permanente e crítico sobre as qualidades profissionais dos formandos dessas escolas do Governo. É preciso que os formadores do ISAP estejam imbuídos de compromisso, responsabilidade, sejam competentes e tenham atitudes capazes de induzir nos seus formandos a saber fazer, estar e agir, como marca daquela escola em particular. Ademais, a formação dos funcionários do Estado que exercem cargos de chefia e de direcção ministrada, por via de regra, por profissionais com conhecimento e experiências práticas acumuladas no exercício das suas funções na administração pública requer, segundo Vitória Diogo, que os formadores sejam autodidactas, dominem e partilhem os conteúdos e, acima de tudo, gostem da sua profissão. “O formador deve ser actualizado, criativo, dinâmico, justo, exigente e persistente”, recomenda Vitória Diogo. As escolas do governo devem formar profissionais do Estado respeitados pelos cidadãos, como sendo aqueles exercem poder de forma positiva, que não se compadecem com os apadrinhamentos ou troca de favores. “O funcionário formado nas escolas do governo deve ser um servidor por excelência, um técnico altamente capacitado, com formação sólida, que se esmera em gerir e fazer melhor e, essas qualidades devem ser marca das escolas do governo”, referiu Diogo. ISAP já tem director geral Adjunto Na ocasião, Vitória Diogo apresentou o novo director adjunto do ISAP. Tratase de Lázaro Impuia, professor de carreira, cujo percurso começa em 1977, após a formação psicopedagógica, que lhe conferiu o grau docente N2 para o ensino. O primeiro contacto com a sala de aula foi na Escola Secundária de Namapa, província de Nampula, em 1978 e na Escola de Formação e habilitação de professores - Irmãos Maristas, na cidade da Beira. Entre 1985 e 1992 Impuia assumiu o cargo de chefe do ensino secundário e chefe do departamento pedagógico na direcção provincial de educação de Sofala. Em 1986, enquanto leccionava as cadeiras de História e Geografia nas Escolas secundárias Francisco Manyanga e Josina Machel, Lázaro Impuia concluía o grau de licenciatura em ensino de História, no então Instituto Superior Pedagógico, onde, igualmente, leccionou as cadeiras de História e Geografia, enquanto dirigia o Departamento de História. No ano de 2002, Lázaro Impuia concluiu o seu Mestrado em ensino de História na França. Até a sua nomeação ao cargo de director-geral-adjunto do ISAP, Impuia era docente de História na Universidade Pedagógica e na Escola Portuguesa. Para a nova responsabilidade, Lázaro Impuia está ciente que deve dominar os dossiers para perceber os desígnios, essência e metas institucionais. “A sede de trabalhar e aprender mais é muita, multiplicar-me-ei para colher e partilhar experiências com os colegas”- referiu Lázaro Impuia. Docentes e quadros do ISAP Moçambique | Jornal do Governo 12 Noticiário Fórum da CPLP sobre Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho Por: Isídio Bila/Redacção “ Moçambique reforça medidas de segurança contra acidentes de trabalho” – Inspector Nacional, Joaquim Ciuta A capital do país acolheu, semana passada, o Fórum da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, CPLP, sobre Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho, com o objectivo de partilhar experiências, dar a conhecer as diversas realidades nacionais, quer em termos de legislação existente, como em termos das práticas nacionais e estatísticas, bem como a divulgação de casos de sucesso nesta área. O evento, que decorreu no Centro de Conferências Joaquim Chissano, contou com a participação dos Estados-membros da CPLP, representantes de instituições públicas e privadas, de empresas, direcções de recursos humanos, profissionais do sector da saúde, entre outros intervenientes. O Inspector-geral do Trabalho, Joaquim Siúta, disse, na abertura do evento, que as empresas devem cultivar o espírito de prevenção de riscos no seio dos trabalhadores, como forma de garantir que menos pessoas contraiam ferimentos ou morram no exercício das suas actividades. “A saúde e segurança no trabalho são a alma dos princípios e direitos que estão consagrados na declaração de 18 de Junho de 1998, relativa aos princípios e direitos fundamentais no trabalho. Por isso, as empresas devem despertar a consciência no sentido de prevenção”, advertiu Siúta. Fazendo balanço da situação do país no que diz respeito à segurança no local de trabalho, o Inspector-geral do Trabalho disse que no primeiro semestre deste ano 8 pessoas morreram e outras 336 contraíram ferimentos, entre graves e ligeiros, em consequência de acidentes de trabalho. Siúta referiu, entretanto, que o número de feridos aumentou consideravelmente este ano, pois, durante todo o ano passado, 493 pessoas contraíram ferimentos no l o c a l d e t r a b a l h o . O Inspector-geral do Trabalho frisou que a saúde e segurança no trabalho contribuem para o desenvolvimento de um país. “Entendemos que falar da saúde e segurança no trabalho é falar do bemestar do mercado de trabalho, sobretudo Painel Principal -Inspector Geral do trabalho Joaquim Siuta da ausência de factores nocivos e perigosos no âmbito do processo de produção”, afirmou o inspector. É neste contexto que Siúta repisou que o governo moçambicano aprovou o regime jurídico de defesa do trabalhador em caso de acidentes de trabalho e doenças profissionais. Joaquim Siúta referiu que este é um instrumento que contribui para a prevenção, tratamento e responsabilização das seguradoras no caso em que há uma transferência do regime do risco. “Este Fórum surge numa altura em que Moçambique está numa busca constante de melhores condições no que diz respeito à saúde dos trabalhadores, em consequência da nova dinâmica do mercado laboral do nosso país”, disse Siúta. Por seu turno, Carlos Gonçalves, representante do secretariado executivo da CPLP, disse que este evento é de extrema importância, pois contribui para que os países desta organização troquem experiências e desenvolvam o sector de saúde e segurança no local de trabalho. Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMO), um instrumento que visa avaliar o nível de riscos q que os trabalhadores estão expostos no exercício das suas actividades laborais. “Caso haja anomalias referentes a atropelos dos códigos de segurança, saúde e higiene, são equacionadas medidas disciplinares juridicamente pré-definidas”, Frisou Martins. O Fórum da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, CPLP, sobre Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho foi uma oportunidade para a troca de boas práticas e de intercâmbio entre os Estadosmembros da CPLP, que se espera que resulte na optimização dos processos nacionais e na redução de acidentes de trabalho nos países intervenientes. Ficha Técnica Propriedade do Gabinete de Informação Registo Nº11/GABINFO-DEC/2013 “A segurança e higiene são duas actividades intimamente relacionadas e têm como objectivo garantir condições de trabalho, capazes de manter um nível satisfatório de saúde dos trabalhadores”, acrescentou Gonçalves. A representante do Brasil, Vânia Martins, afirmou que este país adoptou o Programa e PERIODICIDADE: Semanal DIRECTORA: Túnia Macuácua EDITOR: Mendes José REDACÇÃO: Elisete Muiambo, Manuel Zavala, Mavildo Pedro MAQUETIZAÇÃO: Jornal Moçambique REVISÃO: Marcelino E. Mahanjane MAPUTO, Av.Francisco Orlando Magumbwe Nº780 5º Andar - [email protected] www.portaldogoverno.gov.mz Moçambique | Jornal do Governo 13 Nossa História/Nossa Terra Nossa História A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), fundada a 25 de Junho de 1962, sob a presidência de Eduardo Mondlane, adoptou como estratégia para a luta a unidade das forças nacionalistas. Durante dois anos, verificou-se uma intensa preparação político-militar das forças da FRELIMO no estrangeiro e a luta armada teve o seu início simbólico no dia 25 de Setembro de 1964, com o ataque ao posto administrativo de Chai, na província de Cabo Delgado, acompanhado de uma proclamação solene do desencadeamento da guerra. Alberto Joaquim Chipande, que dirigiu o início da luta, apresenta o plano de ataque da seguinte forma: “Os guerrilheiros vão todos descalços para evitar o barulho que as botas normalmente fazem. Um guerrilheiro vestido à civil e com uma ligadura no pé (para disfarçar que estava doente) dirige-se à vila de Chai para fazer o reconhecimento das posições da segurança do posto e da casa do chefe do posto. O plano de ataque ficou definido – uma metralhadora iria neutralizar os guardas da secretaria; o ataque seria contra a casa onde estavam o chefe do posto e os oficiais; foi definida a posição de cada guerrilheiro. Começaram por ficar (todos camuflados) debaixo de mangueiras. 16.00horas – os combatentes saem para terreno aberto. 18.00horas – tomam posições, visando o posto administrativo. 19.00horas – avançam até um local onde a casa do chefe do posto já ficava ao alcance das armas. Um guarda português sai de casa e senta-se numa cadeira à frente da casa. 21.00horas – Chipande dá um tiro como sinal para os restantes atacarem. Atinge o soldado que está sentado. O chefe do posto ouve os tiros, sai da casa, é morto. Os soldados portugueses retiram-se. Em simultâneo com esta acção em Chai, outros guerrilheiros realizaram outras junto ao lago Niassa. Dava-se, assim, início ao desencadeamento da luta armada. Estas acções foram acompanhadas por uma proclamação escrita que foi difundida por vários órgãos de informação da FRELIMO” A Revolução de 25 de Abril de 1974 e a consequente queda do Regime contribuíram, em grande medida, para o advento dos entendimentos de 7 de Setembro de 1974, em Lusaka, na Zâmbia. Com este feito abria-se uma nova página nas relações entre os dois povos. Os anos que se seguiram foram marcados por uma guerra geradora de consequências desastrosas, quer para famílias moçambicanas, como para famílias portuguesas. Assim, vítimas do mesmo sistema, os dois povos batiam-se com denodo e lado a lado em busca da liberdade. http://epm-celp.blogspot.com/ http://macua.blogs.com/ Curiosidades Sabias que: O termo "exército" também pode ser usado para se referir a uma fração de um exército nacional, referindo-se a uma grande unidade militar, que agrupa normalmente vários corpos de exército. No passado, o exército também era designado pelo termo "armada", vindo do latim "armata" (dotado de armas). Etimologicamente, vêm do termo "armata" as designações correspondentes a "exército" em algumas línguas, como a inglesa (army) ou a francesa (armée). Em outras línguas, termos com origem em armata são usados para designar o exército apenas como fração, usando-se outro termo para designar a totalidade das forças terrestre de um país. É o caso da língua italiana (armata por oposição a esercito) e língua alemã (Armee por oposição a Heer). Hoje em dia, na língua portuguesa, o termo "armada", praticamente, só é utilizado no sentido de força naval. Os exércitos possuem, normalmente, uma organização 8horizontal por especialidades denominadas "armas" e "serviços", e uma organização vertical por unidades de diversos escalões. Os diversos graus hierárquicos de oficiais do exército são os seguintes: Oficiais generais, Generalíssimo , Marechal-general, Marechal do Exército, Coronel-general, General ou general de exército Tenente-general ou general de divisão, Major-general ou general de brigada , Brigadeiro-general ou brigadeiro. Oficiais superiores Coronel tirocinado, Coronel, Tenente-coronel, Major - segundo comandante Capitães ou oficiais intermediários Tenente ou primeiro-tenente, Alferes ou segundo-tenente, Oficiais em formação, Tenente aluno, Alferes , Aspirante a oficial, Cadete Sargentos Sargentos superiores Subtenente ou suboficial, Sargento-mor,Sargento-chefe, Sargento-ajudante, Sargento-quartel-mestre, Sargentos subalternos, Primeiro-sargento, Segundo-sargento, Furriel ou terceiro- terceiro-sargento , Sargento Praças. Os praças são os seguintes: Cabo, Anspeçada, Soldado, Recruta In wikipdia Moçambique| Jornal JornaldodoGoverno Governo Moçambique 13 14 Página Gráfica Primeiro Curso Nacional de Formação de Formadores em Assessoria de Imprensa