SETEmbro E ouTubro DE 2008
Transcrição
PROGRAMAÇÃO NOVO CICLO ACERT SETembro e outubro DE 2008 P RO G R A M AÇ Ã O S E T E MBRO SET/OUT’08 Oficinas de Verão 1 a 5 APRENDER BRINCANDO Conversa Sem Muros nem Ameias 5 CAMINHOS DE COOPERAÇÃO Exposição 5 a 28 COLECTIVA DE ARTÍSTAS MOÇAMBICANOS Cinema 6 e 7 INDIANA JONES E O REINO DA CAVEIRA DE CRISTAL Oficinas de Verão 8 a 12 APRENDER BRINCANDO Cinema 10 OS FALSIFICADORES Cinema 17 TERRA SONÂMBULA Cinema 21 e 22 O PANDA DO KUNG FU Cinema 24 GARAGE Cinema 28 e 29 O CAVALEIRO DAS TREVAS Concerto 27 MANUCHE P RO G R A M AÇ Ã O OU T UBRO Cinema 1 CARAMEL Festival 2 a 4 JAZZinTONDELA Exposição 2 a 30 HABITAT Cinema 8 CRISTÒVÃO COLOMBO – O ENIGMA Cinema 15 O SEGREDO DE UM CUSCUZ Teatro (Escolas) 16 NARIZES “O Regresso à (tua) Escola” Cinema 22 EU SERVI O REI DE INGLATERRA Concerto 25 YAMI Cinema 29 O MEU IRMÃO É FILHO ÚNICO Os meses de Setembro e de Outubro na ACERT vão continuar a ser de grandes novidades. Depois de um Tom de Festa recheado de concertos e de actividades surpreendentes; depois do voo do Golpe d’Asa até Saragoça com regresso pelo “Andanças” em Carvalhais, S. Pedro do Sul; depois de mais uma etapa do trabalho solidário com os companheiros de Moçambique na co-organização, em parceria com outras organizações moçambicanas e galegas, de mais um marcante programa de intercâmbio artístico e solidário… … depois de tudo isto, regressamos ao nosso ritmo normal! O Jazzin’Tondela, de 2 a 4 de Outubro, irá marcar a programação regular do Novo Ciclo, sendo também de destacar dois grandes concertos: “Kunkas Manouche Quartet” e “Yami”. Ainda em tempo de férias escolares, as Oficinas de Verão vão abrir duas semanas, para que os mais novos tenham contacto com o Teatro e com outras expressões artísticas. Já em tempo de aulas, as actividades para os estabelecimentos de ensino iniciam-se com o espectáculo “Narizes”, do Grupo BAAL de Serpa. Setembro será também o momento de apresentar a concurso, à Direcção Geral das Artes/Ministério da Cultura, o plano de actividades da ACERT para os próximos quatro anos. É um trabalho que, conforme esperamos, terá impacto na futura intervenção e programação da ACERT. Será, pois, o momento de avaliar a actividade desenvolvida e, em função desse exercício, de continuar a desenvolver os projectos iniciados. Porém, será também tempo de perceber que novas etapas de trabalho se nos deparam. Vamos viver um momento chave, no qual caberá à ACERT apresentar um projecto coerente com o seu percurso de mais de trinta anos. Das entidades públicas esperamos a realização clara e efectiva dos compromissos de parceria para com este nosso projecto. Trata-se, acima de tudo, de passar dos elogios e reconhecimentos a uma resposta de financiamento mais equilibrada e condizente com os resultados obtidos numa actividade que, hoje e sempre, tem marcado de forma distinta o panorama cultural do interior do país. Não podemos, de forma alguma, esquecer que a ACERT se afirma actualmente como um dos projectos de referência da programação e criação artísticas nacionais. Qual foi o “tom da festa”? com um grupo de jovens de Tondela, criaram uma intervenção plástica pública nos jardins do Novo Ciclo. Foi, pois, um momento singular promovido pelo projecto “Identidades” do Porto. Em parceria com a mesma entidade, realizou-se uma exposição e o primeiro “30X30 Leilão de Obras de Arte”, no qual 56 artistas ofereceram as suas obras para serem leiloadas com vista à recolha de fundos para o projecto de intercâmbio com Moçambique. As refeições e petiscos estiveram presentes em dois espaços tão acolhedores para o espírito como para o estômago e, como surpresa, fomos presenteados com noites Identidades partilhadas Maputo, 7 a 16 Ago’08 quentes em todos os sentidos da palavra. A Música do Mundo não deixou, claro, de marcar presença, com as surpreendentes vozes femininas de Teresa Salgueiro, Rita Redshoes, Simphiwe Dana e Nancy Vieira; a lusofonia dita e cantada com A Cor da Língua; com os novos ritmos da música portuguesa com Balla; com o balanço da América Latina e de África através dos Sintesis e Habib koite …com a presença mais tradicional das concertinas com os Diatónicos; e ainda com os ritmos alucinantes da Fanfarra Kaustica e dos Beltaine. Fotografias de Eduardo Araújo O Tom de Festa apagou este ano a sua 18ª vela mas, como as edições anteriores haviam demonstrado, já há muito que atingira a maioridade. Mais do que um Festival de Músicas do Mundo, assume-se como um momento de partilha único na vida da ACERT e da região, sendo o ponto de encontro por excelência de todos os que fazem da Arte uma forma de intervenção cívica. O Tom deste ano foi dado por um grupo de alunos da Escola Superior de Belas Artes do Porto e da Escola de Artes Visuais de Maputo. Durante dez dias, e em conjunto AHOJE É AHOJE! 18º festival de músicas do mundo tondela 16 a 19 JUL’08 A solidariedade não se mede… constrói-se! É o que temos andado a fazer com diversos parceiros portugueses, moçambicanos e galegos ao longo dos últimos anos. E eis que este ano se segue mais um acontecimento, marcado pela capacidade de trabalho colectivo e pelo espírito de partilha e construção conjunta de hojes com futuro. Uma vasta equipa de criadores promoveu, em Maputo, um conjunto de iniciativas com vista ao estabelecimento e fortalecimento de pontes entre Portugal, Moçambique, Galiza e Fotografias de Eduardo Araújo Guiné-Bissau. Foi uma mãocheia de actividades, da Música ao Teatro, passando pelas Artes Plásticas, as Exposições e as Edições. Acreditamos na cooperação, acreditamos no trabalho colectivo, acreditamos, em suma, no futuro – construído em conjunto – que projectos como este tornam possível. Um dos objectivos centrais deste projecto foi uma recolha de fundos solidária, através das receitas de bilheteira, com o intuito de comprar redes mosquiteiras para prevenção da malária para a comunidade de Massaca (Boane). Promotores Mutumbela Gogo; Teatro Avenida; ACERT Narf; Promédia; Gesto / Identidades; Timbila Muzimba Parceria especial na promoção: Instituto Camões/ Centro Cultural Português em Maputo Aprender brincando novamente em Setembro Oficina de Verão Seg a SEX, 09h00 às 17h30 Novo Ciclo ACERT Exposição Colectiva de Artistas Moçambicanos Exposição colectiva 5 a 28 de Setembro Caminhos de Cooperação Kunkas Manouche Quartet Conversa Sem Muros nem Ameias 6ª feira, 5 Set’08, 21h30 Bar Novo Ciclo Concerto Sábado, 27 Set’08, 21h45 Oficinas de Verão – ACERT 2008 1º Grupo: 1 a 5 de Setembro 2º Grupo: 8 a 12 de Setembro Exposição da Gesto Cooperativa cultural ACERT / GESTO / IDENTIDADES O ponto de partida é a criação de uma história, depois a construção de cenários e personagens que fazem parte dela. Seguem-se os ensaios e, no último dia, a apresentação de um espectáculo de teatro de sombras, totalmente criado pelos participantes, aos encarregados de educação. Tal como em todo o mundo, a arte em Moçambique procura novos modos de se relacionar com este tempo uno de desafios civilizacionais partilhados. O estabelecimento de pontes de cooperação/colaboração com os países de língua portuguesa tem sido uma clara prioridade da ACERT e da Cooperativa Gesto ao longo do seu percurso de parceria. Coordenação: Raquel Costa – Serviço Educativo ACERT Susana Campina – Finalista do Curso de Animação Educativa da Escola Superior de Educação de Coimbra Preço: 35 euros não sócios + Almoço + Lanches (opcional) 25 euros sócios + Almoço + Lanches (opcional) Grupos de 6 a 20 crianças No caso de haver poucas inscrições, será criado um grupo único, desenvolvendo-se as actividades na semana que mais convier à maioria dos participantes. Galeria Novo Ciclo Esta exposição colectiva reúne obras de diversos artistas plásticos, de percursos autorais distintos e gerações variadas, revelando as mais diversificadas atitudes estéticas assumidas por cada um deles. Embora não permita entender as propostas presentes na arte moçambicana contemporânea, este espaço apresenta uma interessante mostra de trabalhos dos muitos autores que o povoam. Alguns dos artistas presentes serão: Carmem, Ídasse, Malangatana, Noel Langa, Reinata Sadimba, Roberto Chichorro, Samuel Djive, Shikani e Upinde. No rescaldo de mais um projecto desenvolvido pela ACERT em Moçambique – e a propósito da abertura de uma exposição colectiva de artistas moçambicanos – vamos falar desses Caminhos comuns e do desejo de que estes nos levem a novas aventuras de conhecimento. Auditório 1 Jazz, manouche, swing, ou música cigana? Não há acordo certo sobre o estilo deste espectáculo, exceptuando, talvez, a certeza de que o seu resultado é absolutamente imperdível… Um grupo de reconhecidos músicos portugueses, com diversos projectos na bagagem (Vozes da Rádio, Expensive Soul & Jaguar Band, Raul Marques e Os Amigos da Salsa ou a Orquestra das Beiras), junta-se à legião de admiradores do grande Mestre Django Reinhardt. Neste trabalho do Kunkas Manouche Quartet recriam-se as músicas e o estilo deste artista extraordinário, improvisador genial e virtuoso incomparável, cujas qualidades sobreviveram à sua morte, em 1953. Originário de uma família cigana da Europa Central, Django nasceu na Bélgica em 1910, tornando-se não apenas um génio musical mundialmente famoso, mas também um verdadeiro herói para a sua etnia. Especialmente digno de nota é o seu raro e mítico instrumento, Selmer Macaferri, fabricado pelo italiano Mário Macaferri (sem saber, na altura, que construía a primeira guitarra de jazz). Rui Vilhena – Guitarra Vítor Silva – Guitarra Guinho – Contrabaixo Luís Trigo – Violino Jazzin’ TondelA 2, 3 e 4 OUT’08 festival jazz acert josef kampf Tondela jazz… aos pés deste Festival! Habitat Projecto de Volker SchnÜttgen Exposição 2 a 30 de Outubro Galeria Novo Ciclo ACERT Uma iniciativa que serve de ponto de confluência entre escultura contemporânea, dança e multimédia, concebida como performance e como instalação de escultura. Cada uma das seis esculturas tem um monitor no seu interior – uma espécie de extensão virtual do seu espaço real, que forma palcos virtuais para a coreografia. Ao contrário das esculturas materializadas, esta dimensão virtual abre caminho a uma dinâmica distinta e especial, alterando e modelando perspectivas, proporções e pontos de vista. Os bailarinos actuam num ecrã mas, nas esculturas, adaptam-se a cada novo habitat, quer se encontrem sós ou acompanhados por múltiplos clones, em diálogo com o seu passado recente mostrado no ecrã. O ambiente arquitectónico – o real e o virtual – tornase o tema da coreografia. Projecto:Volker Schnüttgen em coop. com LaborGras & Guests Escultura, interiores virtuais, edição vídeo – Volker Schnüttgen Coreografia, interpretação – Renate Graziadei Coreografia - Arthur Stäldi Programação vídeo interactivo – Frieder Weiss Composição musical – Constantin Popp Documentação fotográfica – Eugénia Rufino Exposição da galeria arthobler.com É ‘A’ Festa do Jazz. Três dias de celebração de um género musical que tem por base a liberdade. Um momento ímpar da programação geral do Novo Ciclo ACERT, no qual propomos recomeçar a pensar a música nas suas contradições mais básicas: som e silêncio; técnica e inventiva; tradição e inovação. Qualquer apresentação ao vivo constitui um acto único, quer se trate de Teatro, Música ou Dança, uma vez que nela confluem todas as vontades em presença: Artistas e Público. O resultado é uma Festa repleta de momentos únicos! Em três dias teremos quatro projectos, naquela que será a quinta edição do Festival. A par da diversidade de propostas apresentadas, daremos continuidade ao espaço de comunicação e partilha de experiências que caracteriza uma área artística marcada essencialmente pela improvisação. Apostamos, pois, numa clara transversalidade de públicos (em detrimento da sua especialização), numa pequena cidade do país que teima em tornar-se central nestas coisas da cultura. Com a humildade de quem o faz pela primeira vez. Com o orgulho de quem o continua a fazer. Com base na escrita de José Peixoto, que aqui aparece revigorada numa expressão criativa colectiva, este Quarteto pratica uma música aberta, enérgica e subtil. É nas zonas de fronteira onde tudo se mistura, dilui e em que se criam e circulam dialectos vários que podemos encontrar a expressão final da música deste grupo. José Peixoto - Guitarras Guto Lucena - Saxofone, fl, cl bx) Miguel Leiria - Contrabaixo CARLOS BARRETTO LOKOMOTIV 2 de Outubro Trabalhar com Mário Delgado ou José Salgueiro tem sido um grande desafio ao senso comum na medida em que, com eles, Carlos Barretto tudo pode experimentar, criando um som único de grande coesão e beleza, alicerçado na cumplicidade, na abertura de espírito e, sobretudo, no trabalho intenso desenvolvido ao longo de todos estes anos. Tudo isto faz deste trio um dos mais interessantes do panorama actual. Depois de “Suite da Terra”, “Silêncios”, “Radio Song” e “Lokomotiv”, um novo disco está em preparação. Este será, talvez, o momento para ouvir alguns dos temas que o compõem. Concerto Portugal JAZZ Carlos Barretto - Contrabaixo Mário Delgado - Guitarra José Salgueiro - Bateria José Salgueiro – Percussão ELFAD, quarteto 3 de Outubro Hélio Gomes/JACC Portugal Jazz Retrospectiva FREEFLOW Fotografias de Hélio Gomes 4 de Outubro Freeflow Alex Harding (Saxofone barítono), Chris Dahlgren (Contrabaixo) e Jimmy Weinstein (Bateria) tocam juntos há vários anos. O grupo começou em Nova York, sendo que os seus membros residem actualmente nos Estados Unidos, Alemanha, Itália e Roménia. A música do trio tem as suas raízes tanto nos blues como no jazz, de Duke Ellington a Albert Ayler. As criações apresentam uma multiplicidade rítmica a vários níveis. Sobem e descem com o brilhantismo da criatividade espontânea, alegria e sofrimento que formam a base da música em geral e do jazz em particular. Freeflow é uma banda que toca livremente dentro de todos os estilos, porque não é limitada por ou para nenhum em específico. Se quiser perceber até onde esta música pode ir, liberte (free) o seu fluxo (flow) e… seja o seu fluxo – Freeflow. “O plano era tocar um determinado número de temas originais; abriram com Harmology do músico romeno, Lucian Ban, Alex, entrando naquilo que parece ser uma forma típica para ele de atacar o tema. Atravessando a melodia e dando energia às mudanças rítmicas, “perdido” no meio do pulso, do ritmo e da música, Chris foi estabelecendo o tom com o seu solo de abertura, inspirando Alex a entrar na alma do tema. O que não se vê é a atenção de Jimmy (musical e visual) à música (e às suas direcções) de Chris e Alex. Mas o que não se vê ouve-se.” Robert D. Rush – 23 de Maio de 2001 Alex Harding - saxofone baritono Chris Dahlgren - contrabaixo Jimmy Weinstein - bateria. QUIMERA QUINTETO Café concerto, 4 out Nascido a partir de uma ideia muito própria acerca do modo como fazer música, o Quimera Quinteto é composto por um núcleo de artistas profissionais que prima pela originalidade da sua formação – Acordeão/ Bandoneon, Contrabaixo, Guitarra Clássica/Guitarra Eléctrica, Piano e Violino. Explorando novos universos sonoros a partir das possibilidades oferecidas por esta combinação, o Quinteto percorre um vasto repertório, com particular atenção para a obra do compositor argentino Astor Piazzolla e outros autores/ compositores do século XX. Ao presenciar a criação deste novo mundo, repleto de novas cores e novos timbres, cada um de nós será tentado a realizar uma viagem interior no mais profundo silêncio… Com alguns músicos da “casa”, a formação vai fechar esta edição do Jazzin’ Tondela, enchendo o espaço com a capacidade virtuosa dos seus executantes e relembrando, assim, alguns dos mais carismáticos artistas da actualidade. Carlos Miguel - Violino Nuno Silva - Acordeão/Bandoneon José Miguel - Piano Miguel Cardoso - Contrabaixo André Cardoso - Guitarra clássica/ Guitarra eléctrica Exposição 2 a 30 de Outubro Restaurante Novo Ciclo ACERT O ‘Portugal Jazz’ é um festival itinerante com três valências fundamentais: concertos, acções pedagógicas e distribuição gratuita de Revistas “Jazz.pt”. Trata-se, acima de tudo, de uma aposta decisiva e estruturante, cujo esforço visa criar e formar novos públicos para o jazz. O JACC – Jazz ao Centro Clube – associação cultural sem fins lucrativos com sede em Coimbra e organizadora do ‘Portugal Jazz’ – tem, desde o primeiro momento, considerado a fotografia um meio extremamente rico para documentar e complementar as suas iniciativas. Esta não constitui excepção: o JACC convidou o jovem fotógrafo Hélio Gomes para acompanhar o Festival passo a passo. Deste trabalho resultaram mais de três milhares de imagens. A exposição agora patente na ACERT culmina, pois, numa selecção levada a cabo por responsáveis do Centre de la Imatge i la Tecnologia Multimèdia, uma escola da Universidade Politécnica da Catalunha especializada em fotografia e multimédia. ‘Portugal Jazz – Retrospectiva’ já marcou presença em espaços expositivos de Barcelona, Santarém (Teatro Sá da Bandeira) e Coimbra (Teatro Académico Gil Vicente). Exposição Portugal Jazz Yami Aloelela Concerto Sábado, 25 Out’08, 21h45 Auditório 1 O Regresso à (TUA) Escola Narizes – BAAL 17 Criações germinadas por uma encruzilhada de influências, que vão beber às mais profundas raízes de uma África mágica e de um som com pele mestiça… Teatro QUI, 16 Out’08, 10h30 e 14h30 Auditório 2 | público escolar Não deixe de meter o nariz neste espectáculo original e divertido, que deixa entrever uma procura individual e colectiva sobre as relações humanas. No seguimento do primeiro trabalho do grupo, em 2000, surge agora este projecto de improvisação onde três actores (três Narizes) simbolizam as diferenças, virtudes e defeitos de todos nós, num espaço que se pretende de aproximação e interacção com o público. Partindo da evidência de que somos todos diferentes – mas que essas distinções não justificam separatismos –, queremos reflectir sobre a necessidade de aceitar que a diferença não é um bicho-de-sete-cabeças. Destinado ao público infantil do 1.º Ciclo, o espectáculo promete visitar salas de aula, bibliotecas, auditórios e outros espaços informais, oferecendo 45 minutos de movimento e diversão – sem abdicar, contudo, de um carácter didáctico – com personagens que já fazem parte do imaginário de milhares de crianças por todo o país. Direcção Geral – Rui Ramos Interpretação – Aline Catarino, Marco Ferreira e Vânia Silva Eis um conjunto de músicas acabadinhas de chegar do sul, transmarinas na origem e tropicalizadas na natureza. Situam-se algures entre as formas tradicionais e as inovações crioulas, desdobrandose quer em ritmos típicos das cidades de África (semba, coladera e morna), quer nas sonoridades da diáspora africana (como funk, reggae e rumba). Alastrado pelo batuque do coração, o canto mistura vocábulos em kimbundu (língua tradicional angolana), em acento e ritmo moreno, numa ponte musical entre idiomas e países. A boa disposição, verdadeiramente contagiante (ou não fosse a palavra “Aloelela” sinónimo da expressão “eles estão a rir”), transporta-nos numa viagem pelo ébano dos corpos dançantes, pelo aroma dos cajueiros floridos e das mangueiras em fruto, por uma espiral de som rodopiando solta pelo hemisfério da alma. África minha – a história de um artista Filho de um minhoto que se deixou fascinar pelo cais de Lisboa, onde os barcos partiam para África, e de uma africana nascida numa roça de café no interior de Angola, Fernando Araújo (Yami) trocou Luanda por Lisboa aos quatro anos de idade. Porém, é o continente africano que, hoje e sempre, lhe alimenta os saberes e os sentires: “África é a minha Mãe” – eis, sem qualquer dúvida, a sua expressão mais fluente. Embora não tenha regressado à sua terra natal, consegue entrevê-la pela janela de histórias e vivências contadas pela progenitora, a Senhora Maria Augusta que, em dialecto, planta nele as sementes de um paraíso nunca esquecido. “Aloelela é, no mesmo passo, desejo e celebração, corporalidade e espiritualidade. Em síntese, uma afro-lusofolia tão contagiante como o riso”. Ana Gonçalves “Eles estão a rir” é o significado do tema que dá o nome ao primeiro disco de Yami. E que no fundo é o seu projecto de vida como músico, intérprete e compositor. Contando e sonhando as boas histórias de um país bom, sem esquecer todas as suas realidades presentes, como é óbvio, mas acima de tudo aquelas que retratam um passado que ainda voltará a ser futuro. Helder Moutinho Yami Voz e Guitarra Nelson Canoa Piano, Sintetizadores, Acordeão Ciro Cruz Baixo Tiago Santos Guitarra Marito Marques Bateria, Percursão CinemACERT INDIANA JONES E O REINO DA CAVEIRA DE CRISTAL 6 e 7 SET às 21.45h; dia 7 Também às 16.00h Realizador: Steven Spielberg Actores: Harrison Ford, Shia LaBeouf, Karen Allen, Cate Blanchett, John Hurt EUA, 2008 - M/12 - 122 min. Eis o regresso de um herói que dispensa apresentações: Indiana Jones (Indy, para os amigos), está de novo em campo. Depois de escapar, juntamente com o seu companheiro Mac (Ray Winstone), a um confronto com agentes soviéticos, o Professor Jones (Harrison Ford) volta à Faculdade Marshall. No entanto, descobre que o Governo, suspeitando das suas actividades, está a pressionar a Universidade para o despedir. Ao sair da cidade, encontra o jovem e rebelde Mutt (Shia LaBeouf ), que lhe faz uma proposta tentadora: participar numa missão que o poderá conduzir a uma das mais espectaculares descobertas arqueológicas da História. O PANDA DO KUNG FU O CAVALEIRO DAS TREVAS OS FALSIFICADORES TERRA SONÂMBULA 28 e 29 SET às 21.45h; DIA 29 também às 16.00h QUA, 10 SET às 21.45h QUA, 17 SET às 21.45h 21 e 22 SET às 16.00h e 21.45h Realizadores: Mark Osborne e John Stevenson EUA, 2008 - M/6 - 88 min. Realizador: Christopher Nolan Actores: Christian Bale, Heath Ledger, Aaron Eckhart, Gary Oldman Realizador: Stefan Ruzowitzky Realizador: Teresa Prata Actores: Karl Markovics, August Diehl, Devid Striesow Actores:Tânia Adelino, Candido Andrade, Valdemar António, Aron Silva Bila Austria / Alem., 2007 - 98 minutos EUA, 2008 - M/12 Vivaço, grande e um pouco trapalhão, Po (Jack Black na versão original; Marco Horácio na versão portuguesa) trabalha no restaurante da sua família, mas alimenta a ambição de ser Mestre de Kung Fu. Um belo dia, fica mais perto de concretizar os seus sonhos, ao ser inesperadamente escolhido para se juntar ao mundo dessa arte marcial e lutar ao lado dos seus ídolos: os lendários Tigresa, Grou, Louva, Víbora e Macaco, sob a liderança do Mestre Shifu. Contudo, sem que se apercebam, Tai Lung – o vingativo e traiçoeiro leopardo das neves – persegue-os, cabendo a Po a nobre tarefa de proteger os seus amigos. Conseguirá transformarse num herói? Na sua mais recente aventura, Batman/Bruce Wayne (Christian Bale) prossegue a luta contra o crime. Coadjuvado pelo Tenente James Gordon (Gary Oldman) e pelo Procurador Distrital Harvey Dent (Aaron Eckhart), procura destruir as organizações criminosas que ainda controlam as ruas da cidade. Embora a parceria pareça, inicialmente, eficaz, o grupo acaba inserido num verdadeiro reinado de terror, desencadeado por um vilão genial conhecido como Joker (Heath Ledger). História verídica sobre a maior operação de falsificação de moeda, realizada pelos Nazis em 1936. Salomon Sorowitsch (Karl Markovics) é o rei dos falsificadores em Berlim e leva a sua vida boémia sem problemas, até ser preso e levado para um campo de concentração. Aí, juntamente com outros falsificadores, tem de fabricar libras e dólares capazes de destruir as economias inglesa e americana. Com privilégios incomparáveis sobre os outros prisioneiros do campo, o dilema moral abate-se sobre o grupo. Um enredo a não perder, que mereceu o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2007. Portugal / Moçambique, 2007 - M/12 Adaptado da obra homónima da autoria de Mia Couto, é um road movie em Moçambique, que conta duas histórias separadas pela guerra e unidas por um livro. Ao encontrar, junto de um cadáver, um diário com a história de uma mulher encerrada num navio que tenta encontrar o filho, Muidinga convence-se de que é o menino procurado. Juntamente com Tuahir, um velho cheio de coisas para contar, parte em busca da mulher ao longo de um périplo duro, onde se move entre refugiados em estado de delírio. Uma aventura inesquecível, por entre fugas e guerrilheiros, numa terra que entende os desejos dos sonâmbulos caminhantes. GARAGE QUA, 24 OUT às 21.45h Realizador: Leonard Abrahamson Actores: Pat Shortt, Anne-Marie Duff, Conor Ryan Irlanda, 2007 - M/12 - 85 min. Josie gastou 20 anos da sua vida a cuidar de uma bomba de gasolina numa pequena cidade irlandesa. Apesar da sua solidão e da troça dos vizinhos, está sempre bem-humorado, absurdamente optimista e, à sua maneira, é feliz, porque tem um lugar que é só seu. CinemACERT CARAMEL QUA, 1 OUT às 21.45h Realizador: Nadine Labaki Actores: Nadine Labaki, Yasmine Elmasri, Joanna Moukarzel, Gisèle Aouad França/Líbano, 2007 - M/12 - 95 min. Em Beirute, cinco mulheres cruzam-se regularmente num salão de beleza, um microcosmos colorido onde várias gerações se encontram, falam e trocam segredos. Layale é a amante de um homem casado, aguardando ansiosamente que ele deixe a mulher. Nisrine é muçulmana e vai casar-se em breve, mas já não é virgem e teme, por isso, a reacção do marido. Rima é atormentada pela atracção que sente por mulheres e vive ao ritmo das visitas de uma bela cliente de cabelos longos. Jamal recusa-se a envelhecer. Rose sacrificou a sua vida para tratar da irmã mais velha. No salão, os homens, o sexo e a maternidade estão no centro de conversas íntimas e liberais, entre cortes de cabelo e depilação com caramelo. CRISTÓVÃO COLOMBO – O ENIGMA QUA, 8 OUT às 21.45h Realizador: Manoel de Oliveira Actores:Ricardo Trêpa, Leonor Baldaque, Manoel de Oliveira, Maria Isabel de Oliveira O SEGREDO DE UM CUSCUZ EU SERVI O REI DE INGLATERRA QUA, 15 OUT às 21.45h QUA, 22 OUT às 21.45h Realizador: Abdel Kechiche Realizador: Jirí Menzel Actores: Habib Boufares, Hafsia Herzi, Farida Benkhetache, Abdelhamid Aktouche, Bouraouïa Marzouk Actores: Ivan Barnev, Oldrich Kaiser, Julia Jentsch, Martin Huba, Marián Labuda França, 2007 - M/12 - 151 minutos Port. / Fra. 2007 - M/12 - 75 minutos Inspirado no livro “Cristóvão Colon era Português”, de Manuel Luciano da Silva e Sílvia Jorge da Silva, o filme conta a história da busca pela verdadeira identidade de Cristóvão Colombo. Um percurso pelos locais que desvendam o velho Portugal das Descobertas, recheado de mistérios e aventuras, e que culmina na ilha de Porto Santo, onde o grande navegador viveu. Na cidade costeira de Sète, França, o Sr. Beiji, pai de família de sessenta anos com um emprego precário, esforça-se por manter a família unida, apesar de um historial de tensões em permanente ebulição. Com o peso do falhanço em cima dos ombros, bem como um sonho – o de construir um restaurante – vai ter de enfrentar um panorama negro, embora a família comece, pouco a pouco, a ser solidária com ele. República Checa / Eslováquia 2006 - M/12 - 120 minutos Jan Dite é baixo em altura, mas com ambições elevadas: este jovem da província quer ser milionário! Para cumprir esse objectivo, sabe perfeitamente o que fazer: ver e ouvir… usando tudo o que viu e ouviu! Armado com estes conhecimentos e um irreprimível desejo de agradar, troca o seu primeiro emprego, num bar, por um bordel de luxo e, posteriormente, por um elegante restaurante checo de Arte Nova. Entretanto, apaixona-se por Lisa – uma alemã orgulhosa do seu sangue ariano no final dos anos 30 – e, quando esta morre, recebe uma fortuna em selos raros que os judeus “deixaram para trás”. Depois de vender os preciosos artigos, concretiza o seu sonho de riqueza, mas não por muito tempo: o novo regime Comunista põe-no atrás das grades durante quinze anos: um por cada milhão que ganhou. No cativeiro, tem finalmente tempo para pensar nos acontecimentos que moldaram a sua vida, reflectindo no que poderia ter acontecido caso tivesse agido de outra forma. O MEU IRMÃO É FILHO ÚNICO QUA, 29 OUT às 21.45h Realizador: Daniele Luchetti Actores: Elio Germano, Riccardo Scamarcio, Angela Finocchiaro, Massimo Popolizio, Alba Rohrwacher Itália, 2007 - M/12 - 100 minutos Conflituoso, impulsivo, explosivo e susceptível, Accio mete-se facilmente em sarilhos, enfrenta cada batalha como se fosse uma guerra e, como tal, é motivo de desespero para os seus pais. Já o seu irmão, Manrico, é um comunista fascinante – bonito, carismático, amado por todos –, mas igualmente perigoso. No quotidiano de uma pequena cidade italiana dos anos sessenta e setenta, os dois irmãos lançam-se em crenças políticas opostas e, apaixonados pela mesma mulher, vivem um confronto permanente, pautado por fugas, retornos, conflitos e grandes paixões. Uma viagem ao longo de quinze anos de história italiana pela mão de dois irmãos que, em incessante crescimento, se revelam tão diferentes como iguais. Golpe d’asa em Tondela ensaio sobre um ensaio geral Traccionada por um ‘ovo’ meio descascado, que deixa ver o piloto da expedição (aos comandos de um pequeno veículo que empurrará toda a estrutura ao longo de muitos metros), com bilhete de volta assegurado, como numa estranha procissão, a grande ave abre o desfile, majestosa, batendo as asas com suavidade. De entre o público, uma avó pede à filha que não deixe a neta aproximar-se da estrada. – A criança pode ter medo – justifica-se a anciã. – Ora, avó, toda a gente sabe que pássaros não fazem mal. O argumento parece eficaz: a avó contenta-se com segurar-lhe a mão. Ainda faltam alguns minutos para as quinze horas e já o público se ajeita nos passeios que ladeiam a estrada defronte ao Palácio da Justiça de Tondela. Vistas a certa distância, estas pessoas parecem prestar culto a uma estranha ave colorida pousada no meio da via. Assente em duas rodas colossais, a ave, de início, nem pestaneja. Exibe a riqueza cromática da sua penugem (predominância de tons quentes, pontuada de azul, rosa e verde). Aparenta indiferença à temperatura amena, aos repuxos do jardim sobranceiro, à brisa vespertina, à cega presença da estátua que representa a Justiça. Não parece sensível sequer à curiosidade dos seus adoradores. A quietude termina abruptamente, com a chegada de algumas aves canoras de penas cor-delaranja, desreguladas por dois maestros em duelo pela posse da banda (ou do bando?). Os pássaros canoros que fecham o desfile formam uma pequena orquestra e marcam o compasso da marcha. A suas plumagens laranja agitam-se, os bicos metálicos prontos a soprar. Os seus trinados têm a potência de instrumentos de sopro. Os maestros tomam a dianteira do cortejo e atiram milho à ‘pita.’ – Sorte para os pássaros, os verdadeiros – alguém comenta. Este pássaro deve ser verdadeiro, porque mal os grãos ressaltam no passeio ele, grato, acena com a cabeça. Na subida, é preciso ‘ajudá-lo’ a mover-se; por isso, as aves auxiliares ensinam o público a puxar uma corda imaginária. Apesar do esforço geral, (e das crianças mais pequenas, em particular), a ‘pita’ imobiliza-se um pouco mais à frente. foto eduardo araújo Texto de António Gil Os seus ‘mordomos’ pedem água, água, água. Estão nisto quando um deles desaparece. A sua companheira chama-o: «Penoso!, Penoso!». Foi só desta forma que fiquei a saber o nome do pássaro de soberba crista. A ave faz inversão de marcha, apontando ao ponto de partida. “Penoso” ressurge afoito, na posse de dois ovos, que entrega à companheira para que ela os choque. Uma chuva de confetis celebra o acontecimento. Porém, mesmo debaixo de tanta magia (e das saias da chocadeira), os ovos permanecem ovos. Talvez por isso, em desespero, “Penoso” lhe arranque tiras da saia, como quem depena a cauda de uma ave. Atarantada, a chocadeira procura os ovos (entretanto roubados) por todo o lado, interpelando o público. – Olha, ele vai deitar aquele ovo na saída do Trombone – afirma uma mulher a meu lado. – Achas? para entupi-lo? É só brincadeira – respondelhe o senhor seu pai. Brincadeira ou não, a chiadeira da grande ave aumenta, a música produzida pelas aves canoras torna-se quase eufórica e não deixará de ser assim até ao final: uma apoteose caótica. Entretanto, Penoso ganhara asas e ensaiava os seus voos, enquanto a sua companheira saudava o público e a própria banda saía da casca, isto é, da formação. Ainda não tinham soado os aplausos quando, de uma rua transversal, uma condutora e seu veículo desembocam quase no meio da parada. – A Senhora não pode passar, não pode interromper o desfile – explicaram-lhe com insistência. – E como é que eu saio daqui? Um agente da autoridade auxilia-a, sem molestar o Grande Pássaro e seus aficcionados. Prioridade à passarada, pois claro! A Grande ave faz nova inversão de marcha e imobilizase, no mesmo ponto de onde partira há pouco. Os seus seguidores, servidores e adoradores dispersam com maior ou menor rapidez. Um pombo atreve-se a descer sobre o milho que ficou espalhado pela berma da estrada. Segue-se-lhe outro e há outros a caminho. É justo: a festa afinal é também deles. Apertem os cintos, o próximo voo está marcado para a Expo 2008 de Saragoça. Golpe d’asa Entrevistados: José Rui Martins e Pompeu José – Porque decidiram chamar «de Asa» a este Golpe? Se um “golpe” está, a maior parte das vezes, associado a um acontecimento inesperado – normalmente de felicidade, para uns, enquanto, para outros, nem tanto –, não deixa de ser também o momento insólito que provoca a mudança. Por seu turno, a “asa” remete imediatamente para o membro que serve às aves para voar, reduzindo a espécie humana a um ser rastejante que, para as imitar, tem que inventar algo externo ao seu próprio corpo. É, pois, este desejo de nos surpreendermos com um “golpe” surpreendente, capaz de dar “asa” à imaginação criativa, que está subjacente a mais um engenho cénico do TRIGO LIMPO teatro ACERT. – Não é a vossa primeira experiência do género. Há anos que o vosso Ciclista dá voltas a Portugal sem recurso a doping. E desta vez? Esperam escapar impunemente ao «Golpe» que planeiam? Damos mais importância à viagem que propicia a aventura criativa do que ao facto de escapar às malhas do engano, do erro, da falibilidade. A utopia continua a ser a melhor meta para ultrapassar o impossível... O Ciclista Memoriar I e II (Expo’98, Lisboa, e Expo’2000, Hanover) pedalou, realmente, de forma incessante, sem recorrer a outro tipo de doping que não o encantamento de quem lhe deu vida. Do mesmo modo, o “golpe” não é um acto que se planeia, mas tão-só um namoro artístico no qual arrastamos a “Asa”, apaixonadamente, aos sonhos que povoam o nosso imaginário. – O que «O Ciclista» e «A Passarola» parecem ter em comum é a pedalada e... um certo gosto de brinquedo popular ampliado. É mais um caso de «Bota prá estrada?» Estes engenhos cénicos têm muito mais em comum do que o simples facto de serem ambos brinquedos de madeira agigantados. Os dois nasceram num tempo próprio, possuem um determinado destino – obviamente, dentro do imprevisível! – e, sobretudo, são alimentados por uma pedalada que recolhe as energias artísticas e afectivas de todo um colectivo, o que constitui, afinal, o grande desafio da criação. Com o “Golpe”, a nossa família teatral ganhou um novo elemento, capaz de nos fazer voar com o pensamento e os sentidos. Num trabalho conjunto com a Fanfarra Kaustika, os actores do TRIGO LIMPO teatro ACERT vão revisitar épocas históricas em que o desejo de voar era motivo de aventura – Barcarola de Bartolomeu de Gusmão. Tudo com uma dramaturgia insuflada de referências simbólicas, num espectáculo teatral e musical. – Como era o Ovo de que nasceu esta Ave (grande, pequeno, colorido ou cinzento, com ou sem pintas, etc...)? O brinquedo foi gerado no ovário do rico imaginário popular. Nele estava encerrado um germe do novo animal alado, bem embebido num líquido imaginativo destinado a conservá-lo durante o período de incubação. O cromatismo tem as cores dos sonhos, desejando-se que, na cabeça de cada observador, se possa reinventar em cada “era uma vez…” – Além de Tondela e Saragoça, em que outros lugares pode «voar» um projecto como este? A curto prazo, no encerramento do Festival “Andanças”, em Agosto – esse grande acontecimento que, todos os anos, marca o calendário de um público fiel que não pára de aumentar. Esperamos dar um “golpe” certeiro no imenso desejo de voar de todos os companheiros que dançam, tocam e festejam a vida. Mais tarde, em todos os ninhos que sintam a falta deste nosso engenho, numa volta a Portugal com asas, com arribações para outros países que acolham esta nossa vontade de sobrevoar o infinito. – Que género de pássaro real encarnaria na perfeição a ave mecânica que o vosso amor gerou? Seria uma ave mitológica? Doméstica? De rapina? De arribação? Uma combinação de todas essas espécies – sem o pretensiosismo de encontrar um pedigree denunciador de qualquer categoria padronizada em função da raça, tipo, cor ou ascendência. Naturalmente que a arribação, ao permitir viajar para outras terras, conhecer diferentes formas de voar e partilhar voos horizontais, planados, descendentes e, sobretudo, ascendentes e desafiadores, é um desejo que a nossa ave nos Da Criação de Aves Raras Dez questões aos especialistas sobre uma mui difícil e delicada arte... passou, desde que nos deu o prazer de a reinventar. Foi mais uma oportunidade para obter novos conhecimentos, reflectir sobre o projecto anterior e (de)marcar um espaço de identidade no panorama teatral português. Para passar dos planos à acção, foi fundamental a colaboração dos serralheiros talentosos da Tondagro, bem como a preciosa parceria com a Escola Superior de Tecnologia e com o CEART – concepção e confecção de figurinos. Valendo pelo desafio artístico que representou para o TRIGO LIMPO teatro ACERT, este projecto conseguiu reunir organizações artísticas, do ensino, do empresariado e do turismo. Estas sinergias permitiram potenciar os saberes e valências concentradas num engenho cénico que, na Expo de Saragoça e em digressões nacionais e internacionais até final de 2009, demonstrará a capacidade de inventiva nacional. – Na arte de engendrar passarada mecânica, não há patinhos feios que se tornem bonitos. Ou o bicho sai bonitinho desde o projecto ou cresce feio de fugir. Que tipo de progenitores requer esta ninhada? Escultores? Mecânicos? Cirurgiões do Plástico ou da Madeira? Progenitores que, sem saberem o resultado final do parto, reconhecem no acto de amor que gera o nascimento um momento de autenticidade. Esta ninhada – como, aliás, qualquer outra – obriga a cuidados permanentes, mas também a uma preocupação pela sua autonomia e identidade. É todo o conjunto de seres que a mimam que, a cada momento, lhe transmite segredos para uma melhor locomoção. Se uns pensam na elegância, outros aplicam-se na segurança do voo e nos preparativos exigidos por uma viagem onde pode haver dilúvios, medos e hesitações antes de se atingir a celebração da grande festa. Quanto à criação, não há fronteiras: a madeira casa com o ferro, o mecânico é o escultor da engrenagem, a solda é o parafuso luminoso… – Em que ripo de aviário se abriga e cuida de um «Passaroco» desta dimensão? No grande aviário do Mundo. Com todas as suas contradições, perigos, cobiças, e desvergonhas da realidade circundante, o “passaroco” não quer ser apanhado desprevenido, procurando juntar-se a todos os que trabalham para dar vida, ao invés de fazer comandita com quem a destrói. – Apesar de bater as asas, pode dizer-se que o vosso «Passarão» tem as rodas bem assentes na Terra? Se ter as rodas bem assentes na terra é sinónimo de calculismo ou de protagonismo fácil, rejeitamos essa forma de percurso. Se, pelo contrário, for uma roda-viva, pronta para jornadas atribuladas de encantamentos, então que o ponto da terra onde assenta o faça chegar ao inatingível. – Alguns hão-de dizer «Tá bem, tá bem, a pombinha (do Golpe d’ Asa) voa, sim, mas voa baixinho». O que gostariam vocês de responder a um nível de crítica tão rasteirinho? Rasteirinho, longe de depreciativo, pode ser um inteligente sinal de humildade para aceitar a diferença de opinião. Voar rasteirinho é um tipo de voo difícil e arguto: contornar um obstáculo sem nele bater é sempre mais complicado do que o voo livre, com comunicação permanente para um posto de controlo que dá todas as coordenadas. Voar rasteirinho é um nobre acto de deixar planar a vida. Atente-se, a este propósito, no poema de Mário de Sá-Carneiro: Um pouco mais de sol – eu era brasa, Um pouco mais de azul – eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe de asa… Se ao menos eu permanecesse aquém… Assombro ou paz? Em vão… Tudo esvaído Num grande mar enganador de espuma; E o grande sonho despertado em bruma, O grande sonho – ó dor! – quase vivido… Quase o amor, quase o triunfo e a chama, Quase o princípio e o fim – quase a expansão… Mas na minh’alma tudo se derrama… Entanto nada foi só ilusão! De tudo houve um começo… e tudo errou… – Ai a dor de ser – quase, dor sem fim... – Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim – Asa que se elançou mas não voou... Digressão Trigo Limpo teatro ACERT serviço educativo NA ACERT FORMAÇÃO NA ACERT Núcleo de Basquetebol ACERT Visita guiada ao Novo Ciclo ACERT Crianças dos 3 aos 8 Um convite aos mais pequenos para uma grande viagem, destinada a desvendar os bastidores do Novo Ciclo ACERT. 11 SET – Teatro Aveirense “Chovem Amores na Rua do Matador” 14 e 16 SET – FICTON “Golpe d’asa” 27 SET – S. João da Madeira “Chovem Amores na Rua do Matador” 10 OUT – Festival Folha Caída – Serpa “Chovem Amores na Rua do Matador” 13 a 17 OUT – Feira de Artes Cénicas Galiza “Andar nas Nuvens” 21 OUT – Teatro Sá da Bandeira - Santarém “Andar nas Nuvens” 2 e 3 NOV – Cine Teatro de Estarreja “Andar nas Nuvens” 8 NOV – C. Cultural LAAC – Aguada de Cima “A Cor da Língua” 14 e 15 NOV – SETT - Estuga rda (Alemanha) “A Cor da Língua” 16 e 17 NOV – SETT - Estugarda (Alemanha) “Chovem Amores na Rua do Matador” 21 NOV – Festival de Teatro de Portalegre “Chovem Amores na Rua do Matador” 27 NOV – Festival de Teatro da Covilhã “Chovem Amores na Rua do Matador” As visitas guiadas ao Edifício Novo Ciclo ACERT contaram já com a presença de cerca de duas centenas e meia de visitantes. Agora, propomos uma nova versão, especificamente criada para crianças entre os 3 e os 8 anos. O programa consiste numa breve abordagem ao percurso ACERTino desde o início, com especial incidência sobre os espaços teatrais do edifício, com o objectivo de dar a conhecer os elementos escondidos da sala de espectáculos (a cabine técnica, os bastidores, entre muitos outros). Durante o itinerário, uma personagem surpresa – a marioneta Valentim – aparece para servir de guia, transmitindo, de forma divertida e interactiva, informações referentes ao que está a ser mostrado. Antes de o percurso acabar, eis uma proposta para os visitantes de palmo e meio: a realização, numa peça de teatro, de uma parte de um conhecido conto infantil. Para isso, os participantes são convidados a identificar os objectos e roupas no camarim, escolher a cena que querem representar, vestir os adereços e ensaiar. No final da apresentação, pousam-se as roupas e, após uma jornada muito agradável e descontraída, a visita está terminada. Depois de umas merecidas férias, e como vem sendo habitual, o Núcleo de Basquetebol da ACERT retomará as suas actividades no próximo dia 1 de Setembro de 2009, com o regresso aos treinos das suas equipas de Juniores e Seniores – masculinos e femininos. Informação aos atletas do NBA No sentido de agilizar o processo de inscrição, os atletas deverão submeter-se a todo o processo de exames médicos durante este período de interrupção. As equipas de Iniciados e Cadetes – masculinos e femininos – retomarão as actividades em meados do mesmo mês, devendo levantar na Secretaria da ACERT o boletim de exame médico. Finalmente, todos os que já pertenceram – ou pretendem vir a pertencer – às classes de Minibasquete reiniciarão as actividades por volta do dia 22 de Setembro de 2008, solicitando-se que se façam acompanhar dos pais na realização dos exames médicos preliminares e que, para esse efeito, levantem igualmente o boletim para o rastreio médico na Secretaria. TORNEIO DE BASQUETEBOL DE RUA 3X3 7, 8 e 9 SET’08 O NBA vai organizar mais uma edição do seu Torneio de 3x3, que terá lugar nos campos adjacentes ao Complexo de Piscinas Municipais de Tondela. As inscrições podem ser efectuadas na Secretaria da ACERT nos horários normais de expediente, de acordo com a seguinte regulamentação: Escalões Famílias Mistos A Mistos B Livres 1x1 Bola Quente Idades Aberto a todas as idades 1996, 1997, 1998, 1999 e 2000 Nascidos em 1995, 1994 e 1993 Nascidos antes de 1993 Nascidos em 1995, 1994 e 1993 Nascidos antes de 1993 Preço (por atleta) Inscrição: 5€ / Sócios ACERT: 3€ / Atletas do NBA: 1€ Durante o mês de Setembro de 2008, o NBA divulgará o seu Plano Anual de Actividades para a próxima época desportiva. FORMAÇÃO NA ACERT Para efectuar a sua inscrição ou obter mais informações dirija-se à secretaria da ACERT das 9h30 - 13h00 e 14h00 - 18h00 Núcleo de Escalada da ACERT Setembro / Outubro – 2008 Após um final de semestre marcado pelo Estágio de Escalada Clássica e pelo Curso de Canyoning, nível de iniciação, a actividade do Núcleo recomeça em Setembro com: Treinos Semanais Os treinos semanais decorrem às 6ª-feiras no Pavilhão Municipal de Tondela, entre as 21h00 e as 22h30. Ideal para experimentar, praticar, conhecer, conviver e combinar programas de escalada ao fim-de-semana. Curso de Iniciação à Escalada em Rocha (4ª edição): Mais um curso de iniciação à escalada em rocha, que pretende dotar os participantes de competências para escalar em rocha em autonomia técnica. Irá decorrer durante o mês de Outubro. Informações mais detalhadas www.acert.pt/escalada Yoga na ACERT Época 2008/09 Sab, 10h00 às 11h30 (adultos > 13 anos, incl.) Do You Speak English? International House de Viseu Sab, das 11h45 às 12h30 (crianças – 6 aos 12) Início em Outubro Professor de ViniYoga: Mário Martins Ideais para todos os que pretendem melhorar a sua qualidade de vida, as aulas de Yoga na ACERT abrangem actividades diversas, mas unidas pelo objectivo de proporcionar uma sensação de calma e serenidade. Incluem um conjunto de exercícios de correcção corporal, aumento da flexibilidade e resistência muscular, reeducação respiratória, concentração e relaxamento. O resultado traduz-se num trabalho bastante completo com todo o corpo, conducente a um bem-estar físico, psicológico e emocional. Aulas para crianças e adultos no Ano Lectivo 2008/09 Inicio a 6 de Setembro Stress Combat terças e quintas, início em Set’08 Horário Pós-laboral Um novo espaço de movimento e saúde física na ACERT. Na sequência da participação no Programa Autárquico de Combate ao Sedentarismo, a ACERT oferece aulas de actividade física para adultos. Ministradas por um Professor de Educação Física, basear-se-ão em exercícios de técnicas de combate e serão acompanhadas por música. Inscrições Limitadas A ACERT associa-se à International House (IH) com o intuito de lhe oferecer a melhor alternativa para o estudo da língua inglesa. Seja qual for o seu escalão etário ou nível de conhecimento, encontrará a turma adequada, bem como um ambiente de aprendizagem saudável e criativo. Os professores, falantes nativos devidamente habilitados, constituem a garantia de qualidade da IH, que possui inúmeras escolas filiadas em várias partes do mundo. Curso de Formação Teatral 2008 Nível II Início: 1 de Outubro de 2008 De Outubro a Dezembro, 4ª feiras, 20h30-23h30 O mês de Outubro marca, como já vem sendo hábito, o início de mais um Curso de Formação Teatral. A edição deste ano pretende dar seguimento às anteriores, pelo que terá um carácter mais avançado – Nível II. Deste modo, a iniciativa destina-se a todos os que tenham participado nos Cursos já realizados, ou que possuam algum conhecimento ou experiência teatral e desejem aperfeiçoar as suas competências. Apresentação do Exercício final: 20 de Dezembro de 2008 Como conteúdos programáticos fundamentais, destacam-se: Preparação de actor – Treino físico e vocal; Movimento e expressão física; Técnicas de clown e improvisação; Interpretação e trabalho de texto; Construção de personagem; Os conteúdos programáticos complementares serão: História do Teatro; Abordagem à Dramaturgia, Figurinos, Cenografia, Caracterização e Luz; ANTEVISÃO DEZEMBRO ‘08 Preço dos Bilhetes PARCERIAS ACERT 2008 Programação Novo Ciclo Acert Sócio Descontos1 Normal 5,00 € 6,00 € 7,50 € Programação para escolas Alunos 2,00 € Cinema Fim-de-semana Sócio Descontos1 Normal 2,75 € 3,00 € 3,25 € Quarta-feira Sócio e descontos1 Normal 2,00 € 2,50 € descontos para portadores de cartão jovem, cartão jovem municipal e reformados 1 Finta 2008 Festival Internacional de Teatro Acert E eis que este ano voltamos a ‘teatrar’… já com data marcada! De 3 a 7 de Dezembro, o Novo Ciclo vai ser, de novo, invadido por tudo aquilo de que é feito um Finta que se preze: Teatro e Público! Ah! … E uma estreia do TRIGO LIMPO teatro ACERT, naquele que será o terceiro espectáculo do Projecto “Interiores”. Bilheteira/Loja 2ª Feira 9:30h às 13h e 14h às 18h 3ª a 6ª feira 9:30h às 13h e 14h às 22h Sábado1 11h às 13h; 15h às 18h e 19h às 22h Dom. e Feriados2 15h às 18h e 19h às 22h 1 2 Se não há programação encerra às 18:00h Encerra nos dias em que não há programação Admissão de Sócios Os novos sócios deverão pagar uma jóia de 0,50 € e uma quota semestral mínima de 7,50 €. setembro e outubro de 2008 Edição ACERT, Associação Cultural e Recreativa de Tondela Rua Dr. Ricardo Mota Apartado 118 3461-909 Tondela t: 232 814 400 f: 232 814 409 email: [email protected] site: www.acert.pt Paginação: ACERT, Zétavares Revisão: Ana Isabel Martins Pré-impressão e Impressão: Tondelgráfica Nº exemplares: 3500 Canifeli Florista Lucinda & Ribeiro, Lda Musifesta Sérgio Caetano da Cruz Ferreira Casa Machado Frutas Cruz Restaurante Montanha Talho João Fernandes Esferagráfica Ginado Restaurante Passadiço Vetdinha Farmácia Horta Linova Restaurante Prato D’ouro Visturauto Associação Cultural e Recreativa de Tondela Rua Dr. Ricardo Mota Apartado 118; 3461-909 Tondela T: 232 814 400 [email protected] www.acert.pt estrutura apoiada por PARCERIAS ACERT 2008
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