Dr. Reggie

Transcrição

Dr. Reggie
‹ 23 mm ›
Quando o Dr. Reggie Anderson está junto ao leito de um paciente
moribundo, algo de milagroso acontece: enquanto o conforta
consegue experienciar o que este está a ver, ouvir e sentir na sua
travessia para o Outro Lado.
Graças a estes pequenos vislumbres do Céu que Deus lhe revela,
Reggie sabe que estamos mais perto do Outro Lado do que julgamos.
REGGIE ANDERSON
Pós-graduado pela Faculdade de Medicina
da Universidade do Alabama, Reggie é médico
na Frist Clinic, chefe de gabinete do TriStar
Ashland City Medical Center, e diretor clínico
numa rede de lares de idosos.
Vive com a mulher e os seus quatro filhos
numa zona rural dos EUA.
JENNIFER SCHUCHMANN
é perita em transformar histórias reais
em maravilhosos livros, mantendo a voz
e o sentimento real do verdadeiro autor.
Jennifer sente-se realizada por conseguir
ajudar os autores a compilar e transmitir
as suas histórias a um vasto público.
Experiências emotivas que o vão preparar
para o seu próprio «Encontro com o Céu».
Aprenda a responder a questões como:
• Haverá algo mais na vida para além daquilo que vejo?
• Como será o Céu?
• Será que tenho fé suficiente para me tornar uma pessoa melhor?
• Estarei atento ao que Deus tem para me dizer?
«As histórias repletas de esperança do Dr. Anderson ajudam
a eliminar qualquer dúvida sobre o Céu.
Encontros com o Céu vai confortar os que há muito anseiam
por saber que a morte é uma transição, não a palavra final.»
Mary C. Neal
Autora do bestseller internacional Tudo o Que Vi no Céu
ISBN 978-989-668-283-5
Veja o vídeo de
apresentação
deste livro.
www.nascente.pt
9 789896 682835
Espiritualidades
Encontros COM O CÉU
exerceu medicina familiar durante mais de
25 anos e foi recentemente galardoado com
o Frist Humanitarian Award pelo Centennial
Medical Center, de Nashville.
Junte-se a ele na partilha destas histórias inspiradoras, que foram
moldando a forma como ele lida com a vida e com a morte. São
exemplos reais que o ajudarão a enfrentar a morte daqueles que ama,
oferecendo-lhe a coragem e a confiança de que irá voltar a vê-los.
REGGIE ANDERSON
Experiências Maravilhosas do Médico
Que Toda a Vida Assistiu a Milagres
Dr.
REGGIE ANDERSON
com JJENNIFER
SCHUCHMANN
Encontros
COM O CÉU
A História Real de um Médico
«Deus fala claramente a Reggie através de
acontecimentos milagrosos. Este reconhece
o que esses milagres constituem: tentativas
divinas e deliberadas de Nosso Senhor lhe
mostrar que zela por ele. Este médico é amado
por Deus e foi abençoado com um dom
extraordinário. Reggie aceita-O, quer
manter-se fiel e falar aos outros dos esforços
espantosos que Nosso Senhor faz
para que realmente o vejamos.
Em Encontros com o Céu, Reggie "teceu uma
bela tapeçaria", que entrelaça o seu próprio
percurso com o das histórias de pessoas que
conheceu através da família, dos amigos ou no
exercício da sua profissão. Comunica de um
modo comovente a transformação de um
jovem angustiado e temeroso, que fugia de
Deus, num médico admiravelmente intuitivo,
que hoje corre ao encontro d’Ele em tempos
trágicos e conturbados.
Reggie tem para lhe oferecer um tesouro
precioso. Primeiro, a história dele revela algo
que todos nós precisamos de descobrir, saber
e sentir nos nossos corações: o facto de que
Deus nos procura de formas excecionais e
magníficas! Depois, permite-nos vislumbrar
os eternos desígnios de Nosso Senhor.
Os encontros de Reggie com o Paraíso, que se
cruzam com diversos episódios da sua vida,
revelam que Deus tem um plano para cada
um de nós (plano esse que inclui angústias,
surpresas e alegrias) e que existe um motivo
para tudo o que acontece debaixo do Sol,
assim queiramos vê-lo.
Estime este livro e aquilo que ele representa:
um encontro com o Paraíso que fará com
que se ria e chore à medida que o for
interiorizando.»
ÍNDICE
ö ö ö
PREFÁCIO................................................................................................................................................................. 9
PARTE I
Se Deus existe, onde estava?
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
O paciente............................................................................................................... 15
O primeiro sonho............................................................................................ 19
O dia em que o Pai Natal morreu............................................ 29
Criado no campo............................................................................................. 38
A família das melancias..................................................................... 47
Os demónios desceram sobre a Geórgia..................................... 55
Ídolos académicos............................................................................................ 67
A «Senhora do Laboratório»......................................................... 77
Encontro com uma bela loira de outro estado.................. 86
O sonho que mudou a minha vida............................................. 98
Convencer a Karen.................................................................................... 109
Dádivas passadas, presentes e futuras..................................... 119
PARTE II
Terão sido vislumbres do Paraíso?
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
Encontros com o ceu.indd 7
Partidas................................................................................................................. 127
Nascer para um novo mundo........................................................ 140
A divina providência.......................................................................... 152
Uma facada no escuro............................................................................. 161
A confirmação da mudança........................................................ 172
29/9/14 17:23
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
Um toque que cura..................................................................................... 183
Coração de vidro em Ashland City...................................... 194
«Rainha» Elizabeth................................................................................ 204
O cheiro do bem e do mal.................................................................. 216
Lauren..................................................................................................................... 226
A hora dos anjos...................................................................................... 236
Juntos para sempre................................................................................... 247
Adeus Ashland City?...................................................................... 259
PARTE III
Deverei acreditar no que vi?
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
Véus que se rasgam.................................................................................. 275
Véus que se levantam............................................................................ 288
Porque terá Deus permitido que isto
acontecesse?........................................................................................................ 299
Cumprir um luto diferente............................................................... 310
O propósito da dor..................................................................................... 322
O sonho da vida........................................................................................... 333
A presto! ou «Até já!», em italiano................................. 347
EPÍLOGO............................................................................................................................................................ 357
UMA NOTA FINAL DO REGGIE......................................................................................................... 361
AGRADECIMENTOS.................................................................................................................................... 365
Encontros com o ceu.indd 8
29/9/14 17:23
PREFÁCIO
ö ö ö
Conhecemos Reggie Anderson há mais de 20 anos. As nossas famílias, Anderson e Chapman, partilharam muitos altos e baixos, criando
laços que poucas famílias algum dia conhecerão.
Os nossos filhos cresceram juntos, frequentaram a mesma escola,
jogaram nas mesmas equipas e viveram muito da sua vida em conjunto. De tal modo que, em 2009, o nosso filho Caleb se casou com
Julia, filha deles, dando assim continuidade ao nosso percurso. Só
falta estes miúdos nos surpreenderem com um neto!
Vivemos muitas alegrias, lágrimas, tempos bons e tempos difíceis.
Num belo dia de sol, na primavera de 2008, a nossa filha mais nova
fez a sua travessia de volta ao Paraíso na sequência de um acidente em
nossa casa. Foi, na verdade, o dia em que o nosso mundo se virou de
pernas para o ar e a vida desabou à nossa volta. A vida, como a conhecíamos, mudou para sempre. Dois dos nossos primeiros telefonemas
foram para Karen e Reggie Anderson. Apareceram de imediato no
hospital e têm-nos acompanhado no percurso incrivelmente difícil
que fizemos desde então. Abraçaram-nos, receberam-nos, e ofereceram-nos compaixão vezes e vezes sem conta nos primeiros dias, semanas e meses que se seguiram à tragédia. Foram como as mãos e os
pés de Cristo na altura em que tivemos de refazer a nossa vida.
Nos meses que se seguiram ao desaparecimento da Mary, demos
início ao luto, à recuperação e à aceitação do que acontecera. Nesse
período, reparámos que Reggie andava a escrever muito, no que presumimos que fosse um diário. A dada altura descobrimos que,
9
Encontros com o ceu.indd 9
29/9/14 17:23
na verdade, começara a passar para papel as histórias de perda que
conhecera na sua vida pessoal, assim como no seu percurso profissional enquanto médico. A morte da Mary despertara nele o impulso de
escrever a sua própria narrativa.
Com o passar do tempo, VIMOS que o registo dessas memórias
ajudava Reggie a recuperar e a conviver com os momentos difíceis da
sua vida. Começou a associar essas histórias a encontros divinos, e,
quanto mais escrevia, mais se apercebia de que Deus «pintara» um
quadro muito mais abrangente do que ele alguma vez imaginara. Ele
também concluiu que nunca estivera sozinho, e que o Deus do Universo compusera uma história elaborada de redenção e vocação que
culminou com este livro profundamente intenso.
Deus fala claramente a Reggie através de acontecimentos milagrosos. Este reconhece o que esses milagres constituem: tentativas divinas e deliberadas de Nosso Senhor lhe mostrar que zela por ele. Este
médico rural do Tennessee é amado por Deus e foi abençoado com
um dom extraordinário. Reggie aceita-O, quer manter-se fiel e falar
aos outros dos esforços espantosos que Nosso Senhor faz para que
realmente o VEJAMOS.
Em Encontros com o Céu, Reggie «teceu uma bela tapeçaria», que
entrelaça o seu próprio percurso com o das histórias de pessoas que
conheceu através da família, dos amigos ou no exercício da sua profissão. Comunica de um modo comovente a transformação de um
jovem angustiado e temeroso, que fugia de Deus, num médico admiravelmente intuitivo, que hoje corre ao encontro d’Ele em tempos trágicos e conturbados. Desde o seu encontro com Cristo num
acampamento, até ao dia em que conheceu a sua esposa, Karen, que
ouve a mensagem de Deus de formas extraordinárias.
Caro Leitor, Reggie tem para lhe oferecer um tesouro precioso.
Primeiro, a história dele revela algo que todos nós precisamos de descobrir, saber e sentir nos nossos corações: o facto de que Deus nos
procura de formas excecionais e magníficas! Depois, permite-nos vislumbrar os eternos desígnios de Nosso Senhor. Os encontros de
10
Encontros com o ceu.indd 10
29/9/14 17:23
ENCONTROS
COM O
CÉU
Reggie com o Paraíso, que se cruzam com diversos episódios da sua
vida, revelam que Deus tem um plano para cada um de nós (plano
esse que inclui angústias, surpresas e alegrias) e que existe um motivo para tudo o que se faz debaixo do Sol, assim queiramos VÊ-LO.
E agora espero que o Leitor estime este livro e aquilo que ele representa: um encontro com o Paraíso que fará com que se ria e chore à
medida que o for interiorizando.
Mary Beth e Steven Curtis Chapman,
dois seres que optam por VER Deus em toda a sua vida.
P.S.: Em jeito de adenda a este Prefácio, eu (Mary Beth) gostaria
de lembrar que, por detrás de cada bom homem, há uma mulher ainda
melhor… (RISOS). No caso do Dr. Reggie Anderson isso é mesmo verdade. Karen é uma mulher que vive do fruto do Espírito. Já vi o modo
como se entrega ao marido, aos filhos e aos amigos: de um modo
admirável e altruísta. Ensinou-me a procurar e a alcançar a paz, e é
muito sábia. Sem Karen não haveria Reggie, e todos quantos os conhecem sabem que a verdade é essa. Estou em dívida para com ela pelo
ânimo que nos tem dado, a mim e aos meus filhos… Adoro-te, minha
querida amiga!
11
Encontros com o ceu.indd 11
29/9/14 17:23
PARTE I
Se Deus existe,
onde estava?
Encontros com o ceu.indd 13
29/9/14 17:24
CAPÍTULO 1
O paciente
ö
SETEMBRO DE 2011
HOSPITAL DE ASHLAND CITY, ASHLAND CITY, TENNESSEE
Ele era um jovem de 82 anos, orgulhoso por ser do Alabama, estava
deitado na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) e, embora eu ainda
não pudesse prever a hora da sua morte, já sabia qual seria a causa.
Há mais de um ano que se debatia com a síndrome mielodisplásica: a sua medula óssea deixara de produzir as células sanguíneas
necessárias para o organismo combater infeções. Estava imunocomprometido e tinha uma grave infeção estafilocócica que era quase
impossível de tratar. Tinha sépsis e a resposta inf lamatória estava
a destruir os seus órgãos. Eu sabia que ele tinha os dias contados, mas
era incapaz de aceitar que ia falecer.
Conhecia-o desde sempre. Fora um professor e agricultor, inteligente e determinado, orgulhoso e casmurro. Era também um homem
de muita fé, que não via qualquer motivo para prolongar a sua vida na
Terra depois de ter cumprido o que Deus pretendia dele. Tal como
muitos dos meus pacientes mais idosos, estava convicto de que tinha
encontro marcado com o paraíso e de que Jesus estava à sua espera do
outro lado.
Como médico, já pude constatar ao longo do tempo o que acontece aos pacientes cujos entes queridos tardam em deixar partir. Agarram-se, em desespero, ao doente da família e exigem que os médicos
15
Encontros com o ceu.indd 15
29/9/14 17:24
recorram a meios extraordinários para manterem essa pessoa aqui,
quando o crente moribundo, na verdade, só quer transitar em paz para
o outro lado. Há casos em que os médicos conseguem adiar a morte
do paciente durante algumas semanas ou meses, mas isso tende
a implicar a adoção de medidas drásticas, com a sobrevivência do visado a depender de máquinas e sondas de alimentação. De início, quando a família opta por essa via, não pensa na qualidade de vida do
paciente, e, raras vezes, coincide com o desejo do interessado.
Quando Deus o chamou de volta, o meu paciente estava preparado.
Eu não queria que ele sobrevivesse com a ajuda de máquinas
e o próprio também não. Mas, não me faltavam bons motivos para
prolongar a sua existência. Ele tinha uma família alargada muito
unida, alguma morava longe e queria ter a oportunidade de se despedir. Com intervenção médica intensiva, eu poderia adiar a sua morte,
para que os familiares pudessem vê-lo uma última vez. A família não
estava pronta para deixá-lo partir e eu compreendia isso, no fundo do
meu ser. Também não estava preparado para isso.
Lembrei-me das outras mortes a que assistira, nomeadamente de
uma experiência inesquecível que tive enquanto fazia o internato.
ö ö ö
Acompanhara pacientes moribundos ao longo de todo o curso de
Medicina, mas foi já no último ano de internato que, pela primeira
vez, me vi na circunstância de ter de cumprir os trâmites obrigatórios
depois de uma paciente falecer. Não sabia com o que contar.
— Dr. Anderson — começou a senhora de idade, com a voz a esmorecer —, pode dar-me a sua mão? Vou ter com Jesus e preciso que me
acompanhe.
Nessa noite, senti que o véu se levantava: o véu que separa esta
vida da seguinte. Com as mãos da senhora sobre as minhas, senti
o calor da sua alma a passar pela minha face quando abandonou o
16
Encontros com o ceu.indd 16
29/9/14 17:24
ENCONTROS
COM O
CÉU
corpo dela, levada por uma aragem inexplicavelmente fresca numa
divisão onde, de resto, não circulava ar. Senti o perfume familiar de
lilases e citrinos, e percebi que o véu se levantava para deixar passar
aquela alma.
Desde essa primeira paciente, acompanhei inúmeros outros até às
portas do Céu e vi-os entrar no paraíso. Em várias ocasiões, quando
me encontrava de mãos dadas com os moribundos, Deus permitiu-me
entrever a entrada no Céu, onde vi cada um desses pacientes deslizar
para o outro mundo.
Pressenti Jesus do outro lado, na antecâmara do paraíso, a receber
os defuntos recuperados. Vislumbrei cores e imagens surreais, ouvi
sons mais intensos do que qualquer outro que alguma vez conheci
neste mundo vulgar. Respirei perfumes de lilases, citrinos, de cedro
acabado de entalhar e de pão cozido, mais aromático do que alguma
vez julgara possível.
Até houve ocasiões em que vi pacientes deixarem este mundo
e voltarem atrás. Quando me contaram as suas histórias, lembrei-me
muitas vezes da altura em que, na minha juventude, Deus me deixou
entrar na antecâmara do paraíso, embora eu já não acreditasse n’Ele.
O que essas experiências têm em comum é a intensidade das imagens, dos sons, dos aromas e daquilo que senti. O Céu é mais real do
que tudo o que conhecemos aqui, e a sensação de paz, alegria e amor
que nos inspira é indescritível.
ö ö ö
As memórias de outros pacientes moribundos, assim como
os meus vislumbres do paraíso, pairaram no meu espírito no dia em
que me sentei à cabeceira daquele meu paciente na UCI. Acreditava
piamente que lhe estava reservada uma felicidade como nunca antes
conhecera. Contudo, por egoísmo, não estava preparado para vê-lo
desaparecer por esse portal. Sendo eu o seu médico assistente, a sua
17
Encontros com o ceu.indd 17
29/9/14 17:24
família procurava aconselhar-se comigo. Podia recomendar que lhe
fizéssemos uma transfusão de sangue para prolongar a sua vida por
mais alguns dias; com várias transfusões, talvez pudesse dar-lhe uma
semana ou mais.
Ou, em alternativa, podia deixá-lo partir.
Em todo o caso, sabia que ele e a sua família me dariam ouvidos,
e fariam o que eu sugerisse.
Competia-me tomar uma decisão difícil, e a minha decisão profissional complicava-se devido ao que vivera com outros pacientes do
outro lado do véu, onde fica o paraíso. A dificuldade era ainda maior
por eu ser quem era.
Além de médico daquele paciente, era também seu filho.
18
Encontros com o ceu.indd 18
29/9/14 17:24
CAPÍTULO 2
O primeiro sonho
ö
JUNHO DE 1962
PLANTERSVILLE, ALABAMA
O pai e a mãe pertenciam a uma família com uma longa tradição no
ensino, no sacerdócio e na agricultura. Há gerações que os agricultores nos ensinavam a trabalhar muito; por sua vez, os pastores protestantes ensinavam-nos que, sem Deus, o empenho no trabalho não
tinha sentido; e os professores que tudo na vida era uma lição.
Os meus pais eram professores de liceu. Empenhavam-se na profissão da mesma forma que na educação que me davam, assim como
aos meus irmãos, em casa, e não precisavam de manuais escolares
nem de tecnologia para o fazer. No início dos anos 60 do século passado, não tínhamos acesso a outra tecnologia para além de um rádio
e um televisor Zenith a preto e branco, e mesmo se houvesse mais
equipamento disponível na altura, não teríamos recursos para o comprarmos. Os nossos «compêndios» eram a terra onde morávamos,
bem como a comunidade onde vivíamos.
Fomos criados no campo, em Plantersville, no Alabama. O semáforo mais próximo ficava a aproximadamente 30 km de distância, em
Selma. O pai ensinava Agricultura no liceu, e a mãe interrompera as
suas aulas de Economia Doméstica para nos criar. A minha irmã mais
velha, Cathy, era a única que andava na escola nessa altura, mas
os nossos pais tentavam dar-nos as mesmas lições que davam aos seus
19
Encontros com o ceu.indd 19
29/9/14 17:24
alunos adolescentes. Em casa, a mãe ensinava a arte de gerir um lar
à Cathy, e o pai ensinava-nos, a mim e ao Tim, o meu irmão mais novo,
agricultura e pecuária. A partir do momento em que passei a ter idade
suficiente para me sentar sozinho no carro, começou a levar-me com
ele quando visitava as quintas dos alunos para verificar como iam
os seus projetos escolares: tipicamente animais que criavam para uma
feira qualquer. Acabadas as visitas, voltávamos para casa aos solavancos, nas estradas rurais do antigamente, e o pai explicava-me o que
os alunos estavam a fazer bem e o que podiam fazer melhor.
— Um dia, também hás de ter um bezerro — dizia ele, e sublinhava a importância de dar a alimentação certa ao animal ou a forma
correta de tratá-lo. O pai sabia que a responsabilidade de cuidar de um
animal era uma lição que um menino não podia aprender com
os livros.
Todos os anos, oferecia-nos um ou dois bezerros, que criávamos
para mais tarde aproveitarmos a carne. Aos quatro anos, eu já preparava o leite e segurava o biberão para os animais mamarem até terem
idade para comerem feno e ração. Uma vez, uma cria de veado ficou
presa na capoeira do meu avô; passou a fazer parte da nossa pequena
coleção de animais e criámo-la em cativeiro. Eu gostava muito dos animais que criávamos, mas também compreendia que acabaríamos por
transformá-los em refeições. Embora não me agradasse a ideia de
comer os animais que tratava, dava graças pela carne que nos alimentava, quer fosse de cervo, vaca, ou esquilo.
Enquanto fazia as minhas tarefas, alimentava e escovava os animais, ou cuidava da horta, sonhava ser veterinário e tratar de animais
doentes ou feridos. No entanto, não tendo outro exemplo a seguir além
de pobres pastores protestantes, professores e/ou agricultores, iniciar
uma carreira em Medicina Veterinária era um projeto quase tão
realista como a minha outra fantasia: ser cowboy.
ö ö ö
20
Encontros com o ceu.indd 20
29/9/14 17:24
ENCONTROS
COM O
CÉU
Acabadas as tarefas domésticas, costumávamos ver televisão em
família. Apanhávamos três canais e cada um de nós tinha o seu programa favorito. O pai gostava de ver o telejornal; já a Cathy, o Tim
e eu preferíamos The Popeye Show. Todos ríamos das palhaçadas do
nosso querido marinheiro, quando tentava ultrapassar obstáculos
impossíveis para salvar a Olívia Palito, usando apenas a cabeça,
os músculos e uma lata de espinafres. O programa era apresentado
pelo Cousin Cliff, um ilusionista simpático, de chapéu e casaco de
marinheiro, que deliciava os fãs mais pequenos com fantoches e truques de magia nos intervalos entre os desenhos animados.
Uma das minhas memórias mais antigas é a de um dia quente de
junho, em 1962, tinha eu quatro anos e meio. Estávamos a ver o programa, e, quando os bonecos acabaram, o Cousin Cliff fez um anúncio extraordinário. Ele e o Popeye estavam a organizar um concurso.
— Querem ganhar este belo pónei? — perguntou o apresentador.
No ecrã, uma imagem cheia de grão mostrava-o a passear o pónei
num estábulo. Uma criança com roupa de montar e chapéu de cowboy seguia sentada no dorso do animal, segurando as rédeas nas mãos.
O Cousin Cliff prosseguiu:
— Vem com freio e sela incluídos, pronto para montar, e é o primeiro prémio do concurso que eu e o Popeye estamos a organizar no
nosso programa.
É difícil imaginar coisa mais excitante para três miúdos de Plantersville do que a possibilidade de ter um animal tão bonito: um pónei
que poderíamos montar à vez! Admirámos a sua crina comprida e
sedosa, imaginando-nos sentados no seu dorso, com as rédeas na mão.
— Basta enviarem um postal para o Popeye nos estúdios da WAPI,
em Birmingham. Não têm de escrever nenhuma frase, nem de nos mandar cupões, e não vos queremos vender nada — garantiu o Cousin Cliff.
— Mãe, podemos entrar no concurso? — perguntei.
— Todos os espetadores do canal 13 — relembrou Cliff — podem
participar no sorteio para ganharem o pónei.
21
Encontros com o ceu.indd 21
29/9/14 17:24
A Cathy fez coro comigo:
— Podemos mandar um postal para ganharmos o pónei, por favor?
A mãe aceitou, aproveitando a oportunidade para nos ensinar
a ler, a escrever, e explicar como funcionavam os Correios. Deixou
cada um escolher o seu postal, mostrou-nos como se escrevia o endereço do destinatário, os nossos nomes e a nossa morada, embora tenha
escrito quase todos os dados que me competiam a mim e ao Tim. Deu-nos a lamber os selos e ensinou-nos onde devíamos colá-los.
— Levo-vos aos Correios amanhã de manhã para enviarmos
os postais — prometeu.
Para um menino de quatro anos e a sua irmã de sete — e até para o
nosso irmão, que só tinha dois —, ganhar um pónei seria ouro sobre azul.
A Cathy já começara a imaginar como escovaria o pelo do pónei
e enfeitaria a crina dele com fitinhas.
— Quero um vestido de cowgirl a condizer, para usar quando for
montar — anunciou.
Eu tinha ideias mais práticas.
— Eu vou montá-lo quando formos juntar o gado para lhe darmos
de comer — afirmei, lembrando-me dos filmes de cowboys que tinha
visto na TV. Aos quatro anos e meio, os meus sonhos não tinham ligação à realidade. Não me ocorrera que nunca tínhamos de apanhar os
vitelos com um laço quando eram horas de comer; limitavam-se
a seguir o pai até à gamela quando ele trazia o balde com a ração.
Na manhã seguinte, quando a mãe nos foi levar aos Correios, continuávamos a pensar sobre tudo o que poderíamos fazer com o pónei.
— Posso montá-lo quando brincarmos aos índios e aos cowboys — sugeri do banco de trás.
— Quando eu ganhar o pónei, levo-o para a escola! — disse a Cathy.
O comentário dela preocupou-me. Voltei-me para a minha mãe,
que ia ao volante.
— Não mandes os postais do Tim e da Cathy.
— Porque não? — perguntou.
22
Encontros com o ceu.indd 22
29/9/14 17:24
ENCONTROS
COM O
CÉU
— Ontem à noite tive um sonho, e Deus disse-me que ia ganhar
o pónei, por isso só precisas de mandar o meu postal.
A Cathy olhou para mim como se fosse maluco, por isso não entrei
em pormenores, mas na noite anterior sonhara que montava o pónei
sem sela, num campo de trevos-violeta. O céu estava limpo e sentia-se uma frescura no ar. Ouvi uma voz autoritária, mas não alarmante:
«Vais ganhar aquele pónei, mas tens de partilhar a tua dádiva com
quem quiser montar esse cavalo especial.» Tratava-se de uma voz
calma e reconfortante, e percebi logo que quem falava assim era Deus.
Então, parafraseou algo que eu tinha ouvido na igreja: «Espera-se
muito de quem muito recebe.»
Não partilhei esses pormenores com a Cathy e a mãe. Em vez disso,
insisti naquilo que me parecia um raciocínio lógico.
— A Cathy e o Tim não vão ganhar, por isso escusas de mandar
os postais deles, senão ficam tristes — afirmei.
Obviamente, tinha muito que aprender sobre as relações entre
irmãos.
— Não é justo; também quero mandar o meu postal! — barafustou a Cathy.
— Eu quero o pónei! — choramingou o Tim, sem perceber o que
se estava a passar.
Nessa altura, já a mãe estacionara o carro e tirara a chave da ignição. Voltou-se para o banco de trás. Hesitou antes de abrir a boca e me
olhar nos olhos. Percebi que estava a escolher as palavras com cuidado.
— Reggie, já houve milhares de crianças a enviar postais para lá.
Não quero que fiques triste se não ganhares.
— Não fico — respondi, com toda a confiança —, porque vou
ganhar o pónei. Deus disse-me isso no sonho.
Deixou escapar um suspiro.
— Se Deus escolher outro menino, quero que saibas que não deves
acreditar menos n’Ele por causa disso, e não quero que te zangues com
Ele se não ganhares.
23
Encontros com o ceu.indd 23
29/9/14 17:24
— Percebo, mãe, mas vou ganhar — atirei eu para o ar, e peguei
no manípulo para abrir a porta do carro.
Entrámos os quatro nos Correios, e a mãe explicou ao carteiro,
o Sr. Fisher, que tínhamos postais para enviar ao Popeye. Não ficou
surpreendido; nesse dia, já recebera uma fila ininterrupta de crianças
excitadas e de postais em riste.
— Vou ganhar o pónei — afirmei, cheio de confiança, ao Sr. Fisher
quando lhe entreguei o meu postal.
— Bem, rapaz, não cries expetativas muito altas — replicou num
tom bondoso. — Já houve muitos meninos e meninas a mandarem
postais para lá.
Apeteceu-me dizer ao Sr. Fisher que eu tinha mais do que esperanças vãs: tinha certezas. E as certezas não eram só minhas, eram
garantias dadas por Deus. No entanto, ainda me faltava vocabulário
para exprimir tudo o que me ia na alma. Além disso, tornava-se evidente que as pessoas não acreditavam muito em mim.
— Sim, senhor — respondi, bem-educado.
ö ö ö
A mãe diz que aceitei melhor a fé em Deus do que os meus irmãos.
A ser verdade, não me lembro como nem porquê. Não me lembro de
uma única altura em que não tenha acreditado em Deus quando era
pequeno e vivia no campo. A fé era para mim tão palpável como o
barro vermelho sob os meus pés descalços e calejados, e Deus era tão
suave como o algodão que o vento trazia das plantações. À imagem do
kudzu1, a fé criava raízes e crescia em todas as direções sem que ninguém tivesse de a regar. Eu sabia que Deus era eterno como os carvalhos seculares que se erguiam nos nossos terrenos. A Sua bondade,
graça e misericórdia eram para mim tão vivas e abundantes como
as rolas, os esquilos e os pinheiros que via todos os dias.
Planta perene e trepadeira da família das Leguminosas, abundante no sul dos Estados
Unidos. [N. do E.]
1
24
Encontros com o ceu.indd 24
29/9/14 17:24
ENCONTROS
COM O
CÉU
Claro que, quando era pequeno, no Sul, também tínhamos uma
religião formal. Os meus pais eram protestantes batistas estereotipados: iam à igreja sempre que as portas estavam abertas. Embora eu
fosse com eles, nem sempre concordava com o que ouvia ali. Preferia
a ideia de Deus usar mel, e não vinagre, para atrair os fiéis, e quando
os pastores evangélicos falavam do inferno, desligava-me um pouco.
A mãe dava aulas de catequese e o pai era diácono, logo eu passava
a vida na igreja ou próximo dela. No entanto, ao contrário dos meus
pais, nunca abracei a ideia de que Deus se encontrava na igreja. Deus
estava em todo o lado. Ouvia ecos d’Ele no lago quando ia à pesca, via-O
quando, deitado no chão, olhava para as nuvens brancas à deriva num
mar de céu azul. Para mim, aproximar-me de Deus não era sentar-me
calado na igreja; era calar-me perante a sua criação e atentar na sua
voz tranquila, que era quase um sussurro. Deus era tão visível e presente como a paisagem, particularmente como contrafortes dos Apalaches. Ao ar livre sentia que estava na minha catedral, e era a partir
da terra que Deus nos providenciava comida, roupa e abrigo.
Não me faltava nada, não havia mais nada que desejasse.
ö ö ö
Estávamos a trabalhar em família no jardim perto de casa, enquanto o Tim dormia a sesta, quando nos chegou aos ouvidos, por uma
janela aberta, o toque do telefone. A mãe correu a atendê-lo. Passado
um instante, chamou-nos da porta.
— Deixem o que estão a fazer e venham cá!
Larguei a enxada e passei com cuidado entre os rebentos que começavam a despontar do chão.
— Despachem-se! — insistiu.
O pai, a Cathy e eu apressámos o passo, e, quando entrámos em
casa, a mãe estava atrapalhada com o televisor na sala de estar. Ouvi
a interferência quando entrei pela porta dos fundos.
25
Encontros com o ceu.indd 25
29/9/14 17:24
— Isto não sai da CBS; alguém vá a correr lá fora, mudar a antena! — gritou, a tentar apanhar o canal que queria.
— O que foi? — perguntou o meu pai à saída, a correr na direção
da antena. Dois dos três canais disponíveis eram emitidos de Birmingham, o terceiro de Montgomery. Alguém tinha de sair para apontar
fisicamente a antena para a origem do sinal, depois gritávamos pela
janela até encontrarmos a posição certa quando queríamos ver um
canal que viesse de outra direção. — Já está? — perguntou ele, em voz
alta.
— Um bocadinho mais para a esquerda — disse a mãe.
O pai voltou a ajustar a antena.
— Ainda não. Foste longe de mais — disse ela. Logo a seguir,
acrescentou: — Aí mesmo!
A interferência diminuíra, e ouvi a voz conhecida do Cousin Cliff.
— O que se passa? — perguntou o pai, entrando de rompante pela
porta dos fundos, para se juntar a nós na sala de estar.
— Chiu! — gritou a mãe, a apontar para o televisor.
— Hoje sorteámos o primeiro prémio do nosso concurso — informou o Cousin Cliff. — Parabéns ao vencedor do pónei Tex: Reginald
Anderson, de Plantersville!
A Cathy e os meus pais ficaram embasbacados.
O Cousin Cliff prosseguiu:
— Telefonamos-te para a semana, Reginald, e o Tex está ansioso
por ir passear contigo!
Foi então que se viraram todos para mim. Estavam à espera de
uma reação, de uma explosão de alegria, mas eu não sabia o que fazer,
ou o que dizer. Estava grato, mas não surpreendido.
— Reggie, ganhaste o pónei! — disse a Cathy, lançando os braços
à volta do meu pescoço.
— Eu sei — respondi baixinho. — Bem te disse.
— Mas como é que sabias? — perguntou a mãe.
— Deus disse-me num sonho — lembrei.
26
Encontros com o ceu.indd 26
29/9/14 17:24
ENCONTROS
COM O
CÉU
Uma semana mais tarde, o pónei Tex foi recebido com toda
a pompa e circunstância em Plantersville. O Cousin Cliff apeou-se
do carro, com o seu chapéu de marinheiro, e ajudou o pónei preto
e branco a sair. Com as rédeas na mão, o pónei percorreu o nosso quintal até ao sítio onde o esperávamos em família. Depois de o Cousin
Cliff ter preparado a sela, trepei lá para cima e ele ajudou a Cathy
a sentar-se atrás de mim. Peguei nas rédeas e a minha irmã no boneco do Popeye que o apresentador lhe ofereceu. O pai e a mãe ficaram
para trás, com o Tim, que não sabia o que achar de tudo aquilo.
Por motivos que não compreendi, tornei-me de súbito numa pequena celebridade. Reuniu-se uma multidão, e um fotógrafo tirou fotografias enquanto outro homem da WAPI nos filmava. Eu e a Cathy
revezámo-nos a dar voltas de pónei no quintal e, passada uma semana, vimo-nos na mesma situação, agora na TV. Nós dois parecíamos
felizes. A mãe e o pai baralhados.
Nessa altura, moravam cerca de 500 pessoas em Plantersville, e,
nas semanas seguintes, ficámos amigos de muitas delas. Creio que
toda a gente ouvira falar do menino da terra que tinha ganho o pónei,
e os locais passavam por nossa casa para os filhos poderem dar uma
volta no Tex. Ficaram admirados com a sorte que me calhara. Eu sabia
que tudo acontecera exatamente como estava previsto.
Como Deus dissera que aconteceria.
Assim que os meus pais recuperaram do espanto, creio que ficaram satisfeitos com todas as lições que o Tex permitiu que aprendesse.
Aprendi a partilhá-lo não só com os meus irmãos, mas com a comunidade. Aprendi ainda a alimentá-lo e a escová-lo, assim como a limpar a coxia.
Também havia lições mais subtis e ainda mais importantes para
tirar. Aprendi que Deus conversa comigo — com todos nós —, mas
para ouvi-Lo precisamos de fé. Aprendi a confiar n’Ele e nas experiências que nos uniram, mesmo quando os outros se mostravam céticos. Aprendi igualmente que Deus tinha um papel ativo na minha
27
Encontros com o ceu.indd 27
29/9/14 17:24
vida, que era bondoso e que tinha planos para mim. Porém, não tardaria a esquecer algumas dessas lições e teria de voltar a aprendê-las
do modo mais penoso que se possa imaginar.
28
Encontros com o ceu.indd 28
29/9/14 17:24
CAPÍTULO 3
O dia em que o
Pai Natal morreu
ö
DEZEMBRO DE 1965
PLANTERSVILLE, ALABAMA
Jesus Cristo era presença incontornável no Natal em Plantersville.
Quer fosse em casa, na igreja, ou até inclusivamente na escola,
a história da Imaculada Conceição era contada nas palavras que
constam do Evangelho segundo S. Mateus. Nesses tempos, não se falava de «férias de inverno»; mas de «férias de Natal», e a população
frequentava uma das três igrejas cristãs na praça da vila, repleta de
árvores. Todos os anos, a nossa árvore era enfeitada com os mesmos
pingentes prateados e a gambiarra do costume. Embora as figuras do
presépio mudassem diariamente de sítio debaixo dos ramos, o menino Jesus estava sempre em lugar de destaque.
Os dias que antecederam o meu oitavo Natal não me pareceram
diferentes dos que antecederam os sete anteriores. Cortáramos uma
árvore e tínhamo-la colocado no mesmo canto de sempre da nossa
casa. O cheirinho a pinheiro acabado de cortar e as agulhas pegajosas
que caíam no chão convidavam-nos a sonhar com os brinquedos que
o Pai Natal nos ia trazer. As tradições natalícias eram previsíveis.
O Pai Natal também.
No entanto, naquele ano seria diferente. Quando a minha turma
da 3.ª classe fez a troca de prendas, o carrinho de brincar que eu levara para oferecer não foi o maior presente nem o mais caro de todos,
29
Encontros com o ceu.indd 29
29/9/14 17:24
mas não deixou de ser recebido com um grande sorriso e um «Obrigado!» cheio de entusiasmo. Contudo, na hora de abrir a minha prenda, fiquei desiludido por saber que tinha sido levada pelo Arthur. Toda
a gente sabia que a família dele tinha dificuldade em pôr comida na
mesa. O Arthur usava roupa remendada e sapatos gastos. Embora tenha
ficado triste por saber que não me ia calhar um brinquedo novo, jurei
que não o deixaria transparecer. Sabia que o presente do Arthur, qualquer que fosse, fora comprado com sacrifício pela sua família.
Ele deve ter ficado tão embaraçado como eu quando abri a tampa
e vi os Life Savers. A minha prenda nem sequer era um brinquedo;
era uma embalagem de rebuçados! Os meus colegas ficaram em suspenso, à espera da minha reação.
— São os meus favoritos! — disse eu, e pus um rebuçado na boca.
Toda a gente sorriu; o sorriso do Arthur foi o maior de todos.
Fiquei sinceramente grato pelo presente. Tinha pena dele; devia
custar ser pobre.
ö ö ö
Nesse ano não me sentaria ao colo do Pai Natal na Loja dos 300
da Woolworths. Aos oito anos já não tinha idade para isso. Decidi, pelo
contrário, tal como o meu irmão Tim, que enviar-lhe uma carta daria
o mesmo resultado. Reunimo-nos na mesa da cozinha, de lápis e folha
na mão, para «salivarmos» a pensar nas possibilidades infinitas de
presentes. Nas nossas cartas, não só dissemos ao Pai Natal tudo o que
queríamos, sem pouparmos pormenores, como também o informámos de que fora um bom ano: tínhamos obedecido, regra geral, aos
nossos pais e até nem tínhamos brigado muito.
Também o relembrámos do quanto trabalháramos.
Nessa altura, o pai era o único elemento da família que tinha rendimentos. A mãe cuidava de nós e do jardim, e fazia conservas de fruta
e de legumes para não nos faltar comida no inverno. O dinheiro era
30
Encontros com o ceu.indd 30
29/9/14 17:24
ENCONTROS
COM O
CÉU
particularmente escasso nesse ano. Os meus pais tinham amealhado
o mais possível para comprarem uma escola antiga, que estava prestes a ser demolida. Tinham o intuito de aproveitar os tijolos e a madeira para construírem uma casa nova para a família que não parava de
crescer. Contudo, o pouco que tinham poupado não chegava. Sem
pedir um empréstimo não teriam dinheiro para comprar o edifício
devoluto, e sem o material reciclado não teriam dinheiro para construir uma casa nova. Assim sendo, ainda que contrariados, tinham
pedido crédito ao banco.
Como não havia dinheiro para pagar a ajudantes, coube-me a mim
e ao meu mano recuperar o material de construção. Eu e o Tim juntámo-nos para limpar tijolos antigos, arrancar pregos de restos de
madeira e separar as tábuas reutilizáveis das que estavam demasiado
estragadas para terem préstimo. Depois, nas horas vagas (que não
eram muitas), o meu pai e o meu avô usavam o material reaproveitado para irem construindo a nossa casa nova. Eu e o Tim ajudávamos
quando podíamos. Decerto isso faria com que merecêssemos mais
consideração do Pai Natal.
No dia 25 fui o primeiro a levantar-me. Ditavam a tradição e o respeito que não devia abeirar-me da árvore e do monte de presentes que
nos aguardava sem os meus irmãos por perto. Acordei o Tim e a Cathy,
o que não foi difícil. Estavam tão ansiosos como eu por descobrirem
os tesouros que o homem das barbas brancas deixara para cada um
de nós.
Corremos os três até à sala de estar, onde se erguia a árvore de
Natal. Porém, travámos de repente quando nos deparámos com um
imprevisto. Afinal não havia um monte de presentes em volta da árvore. Aliás, só havia dois: um com o nome da Cathy, outro com o do Tim.
— Onde estão as prendas todas? — perguntou ele, desiludido com
o pouco que a árvore tinha para nos oferecer.
— Ah! Estas são para mim — guinchou a Cathy, assim que avistou duas bonecas da Loja dos 300 encostadas à direita do tronco.
31
Encontros com o ceu.indd 31
29/9/14 17:24
A dúvida do Tim ficou em suspenso, mas ignorou-a.
— Olha, tropas! — gritou, quando viu os bonequinhos verdes mais
à esquerda.
Vi um grande envelope com o meu nome na árvore propriamente
dita. E era tudo. Não havia mais presentes à vista. Teria o Pai Natal
escondido as outras prendas? Haveria alguma pista no envelope?
A Cathy ficou babada pelas bonecas, e, na voz do Tim, ouvi um
general a berrar para um soldado se pôr «na linha». Tirei uma carta
do envelope, com os dedos trémulos de ansiedade, ou talvez de medo.
A mensagem estava escrita no mesmo tipo de papel onde eu redigira
a carta para o Pai Natal, mas agora era ele a comunicar comigo.
«Querido Reggie», começava o texto. Estranhamente, estava escrito na letra caraterística da minha mãe. «A espingarda de pressão de
ar que recebeste nos anos também vale para o Natal. É pena que o Pai
Natal não te possa oferecer mais nada este ano. O próximo será melhor.
Lembra-te que os teus pais gostam muito de ti. Pai Natal.»
Abalado, fiz o que qualquer miúdo de 8 anos faria. Desatei a chorar e a soluçar, descontrolado.
Claro que não me tinha esquecido da arma. Pedira que ma dessem para ajudar a caçar esquilos, de forma a alimentar a família. Como
agricultores, cultivávamos alimentos; como caçadores, caçávamo-los.
Precisava da espingarda para dar o meu contributo. Quando voltei
a olhar para a carta manchada de lágrimas, lembrei-me de o pai ter
dito que uma espingarda de pressão de ar era uma prenda cara, mas
tinham arranjado maneira de comprá-la. Agora, no dia de Natal, com
o meu irmão e a minha irmã especados a olhar para mim, agarrados
aos brinquedos novos, tinha de tentar compreender o porquê de o Pai
Natal, com todos os recursos de que dispunha, não ter nada para me
oferecer. Atirei-me para cima do sofá e chorei ainda mais alto.
Os meus pais acordaram com o barulho e apressaram-se a ir à sala
de estar. Fiz um intervalo no choro para recuperar o fôlego. Nessa altura, vi-os entreolharem-se e começaram a sussurrar.
32
Encontros com o ceu.indd 32
29/9/14 17:24
ENCONTROS
COM O
CÉU
— Não pensei que ficasse tão sentido — disse a mãe. — Quando
eu era pequena, nunca me davam prendas no Natal.
— Também não estava à espera disto — comentou o pai.
Posto isso, berrei ainda mais alto. Não compreendiam. Eu não
estava apenas magoado por não ter recebido prendas; estava magoado
por a minha irmã mais velha e o meu irmão mais novo terem recebido as deles. Porque haveria o Pai Natal de ter presentes para eles e não
para mim? Até o Arthur tinha dinheiro para comprar rebuçados. Será
que o Pai Natal não me podia ter dado qualquer coisa?
Afundei a cabeça na almofada e continuei a chorar. A mãe sentou-se ao meu lado no sofá e fez-me festas nas costas. Depois de ter
chorado tudo o que tinha para chorar, deitei-me de lado e olhei para
ela.
— Porquê? — perguntei. — Porque é que fui o único que não teve
prendas?
A mãe levantou-se de repente e levou o meu pai para outra divisão,
onde voltaram a falar baixinho. Acabada a conversa, o meu pai pegou
no telefone. Limpei as lágrimas com as costas da mão e enchi-me subitamente de esperança.
— Ele vai ligar para o Pai Natal? — perguntei.
— Não, vai telefonar para o Tom Tomlinson — disse a mãe.
De início, fiquei desiludido. Não percebi como isso poderia resolver a situação. O Sr. Tomlinson era o dono da loja de ferragens da vila.
O que é que esse pode fazer?
Então, ouvi a conversa do meu pai. Estava a tentar convencer
o Sr. Tomlinson a abrir a loja no dia 25.
— É só por uns minutos — disse ele. — O Pai Natal esqueceu-se
do meu menino, e tenho de corrigir isso. Queremos ir aí escolher uma
bicicleta nova.
Pelos vistos, isso deve ter chamado de alguma forma a atenção do
Sr. Tomlinson. Também chamou a minha. Uma bicicleta nova? Seria
verdade? Teria direito a escolher uma bicicleta nova para o Natal?
33
Encontros com o ceu.indd 33
29/9/14 17:24
O pai conseguiu convencer o Sr. Tomlinson de que era o tipo de
freguês que merecia ter a loja aberta naquele dia. Poisou o auscultador, pegou nas chaves do carro e disse-me:
— Anda daí, filho. Vamos à loja de ferragens.
Isso excedeu todas as minhas expetativas. O Pai Natal esquecera-se de
mim, mas o pai e a mãe iam compensar-me da melhor maneira possível:
com uma bicicleta nova! Sentado no banco da frente do carro, eu estava em
pulgas. Assobiava e balançava as pernas para a frente e para trás. A viagem
até ao centro nunca tinha demorado tanto como naquele dia de Natal.
Reparei que a vila estava às moscas quando estacionámos. Só me
apercebi de que a loja estava realmente aberta quando vi uma luz acender-se. O Sr. Tomlinson foi receber-nos à porta e levou-nos até às
bicicletas novas, luzidias, que tinha no fundo da loja.
— Ei-las — anunciou com um gesto teatral.
Levantei o olhar, expetante, para o meu pai.
— Força. Vê de qual gostas mais — disse ele, apontando para a
fileira de corpos metálicos com rodas pretas. Percorri o expositor várias
vezes até cravar o olhar numa Schwinn com rodas de 66 cm. Tinha
letras escritas a branco, travões no guiador e pedais que rodaram quando lhes dei um toque com o pé. Aquela bicicleta seria o meu orgulho
e a minha alegria para todo o sempre.
O pai olhou primeiro para o preço, seguidamente para o Sr.
Tomlinson. Enquanto eu me imaginava a subir rampas e a descer
encostas, reparei que ele e o dono da loja estavam a ver os preços das
Huffys que se encontravam por perto.
— Não queres ver nenhuma destas? — perguntou-me o pai.
Não queria. Queria a Schwinn vermelha.
— Pronto, levamos essa — disse ele, fazendo um aceno para o Sr.
Tomlinson.
— Obrigado! — exclamei, efusivo, dando um abraço do tamanho
do mundo ao meu pai. O rosto dele iluminou-se como a árvore de Natal
que nos esperava em casa.
34
Encontros com o ceu.indd 34
29/9/14 17:24
ENCONTROS
COM O
CÉU
A caminho da caixa, os dois foram regateando o preço. Peguei na
bicicleta e manobrei-a com cuidado pelos corredores até à porta principal.
Ao chegar à caixa, ouvi o pai dizer:
— Acho que o preço é justo; o problema é que não tenho assim
tanto dinheiro. Posso pagar-lhe um dólar hoje e depois outro por semana, às prestações?
Não ouvi a resposta do Sr. Tomlinson, mas nitidamente não ficou
satisfeito.
— Por favor, é Natal e é para o meu filho — insistiu o pai.
— Eu sei que é Natal! Vim cá de propósito para lhe abrir a porta,
e agora diz-me que não tem dinheiro para pagar?
— Estou a pedir-lhe por favor! — disse o pai, num sussurro, com
a intenção de eu não ouvir. — Juro que venho pagar-lhe o que puder
todas as sextas-feiras. — Mostrava-se desesperado. Eu sabia que ele
não estava a pedir uma borla, apenas crédito; mas, para ele, era
a mesma coisa. Nunca tinha visto o meu pai assim. Ele nunca implorava. Era um homem orgulhoso que nunca pedia ajuda a ninguém.
Foi então que percebi tudo.
O Pai Natal não se esquecera de mim.
O homem bondoso do fato vermelho, no qual eu acreditava há tantos anos, nunca teria permitido que o meu pai se rebaixasse por algo
que ele próprio teria toda a facilidade em oferecer-me. A não ser que
o Pai Natal não tivesse os poderes que eu imaginava. Ou que não existisse de verdade. Foi nessa altura que percebi. Não havia Pai Natal. Não
existia.
Os dois homens acabaram a conversa, e levantei a cabeça quando
a porta se abriu e fez com que a campainha soasse.
— Obrigado. Nem imagina a importância que isto representa para
mim — disse o pai, dando um aperto de mão ao Sr. Tomlinson. Segurou a porta para eu passar com a bicicleta. Seguimos para o carro,
e fixei o olhar na estrada, para não ter de o encarar olhos nos olhos.
35
Encontros com o ceu.indd 35
29/9/14 17:24
Arrumámos a prenda na bagageira. — É uma rica bicicleta — disse
o pai. Porém, para mim, já perdera o encanto.
Envergonhado por aquilo a que assistira e pelo meu comportamento, teria de bom grado devolvido a bicicleta a troco do orgulho
que o meu pai perdera. No entanto, sabia que não podia corrigir
o mal que já estava feito. O pai humilhara-se para me oferecer uma
bicicleta. Ele sabia isso. O Sr. Tomlinson também. E até à passagem
de ano, toda a vila viria a saber do sucedido. Restava-me fingir que
não tinha dado por isso; era a única maneira que encontrava de valorizar o sacrifício dele.
Até chegarmos a casa, tentei mostrar-me feliz.
— Gostas da bicicleta nova?
— É a melhor bicicleta do mundo!
— Ainda te há de servir por muitos anos!
— Se calhar para toda a vida — respondi, com o maior entusiasmo que consegui simular. — Obrigado por a teres comprado.
Quando chegámos a casa, ajudou-me a tirá-la do carro.
— Posso ir já dar uma volta? — perguntei.
— Claro, mas não te demores muito. A tua mãe vai servir o jantar de Natal daqui a pouco tempo. — O sorriso do meu pai iluminou-lhe o rosto, sentei-me no selim e pedalei o mais depressa que pude
pela rua abaixo.
Confundiu a minha ansiedade por afastar-me com amor pela bicicleta nova. Na verdade, simplesmente não suportava a ideia de vê-lo
contar à mãe quanto tinha custado ou aquilo de que abrira mão para
ma oferecer.
Ao acelerar pela estrada fora, rumo ao outro lado da ribeira cheia,
não conseguia deixar de pensar no espetáculo a que assistira na loja
de ferragens. Assim que me apanhei longe da vista, guinei para fora
do caminho. Passei a pedalar entre as amoreiras e entrei no bosque.
Saltei de cima da bicicleta acabada de estrear e empurrei-a pelo campo
fora. Assim que me escondi, deixei-a cair no chão, e deixei-me cair ao
36
Encontros com o ceu.indd 36
29/9/14 17:24
ENCONTROS
COM O
CÉU
lado dela. Ali, no meio das folhas secas e das trepadeiras acastanhadas, chorei lágrimas mornas de vergonha e jurei não permitir que algo
assim voltasse a acontecer.
ö ö ö
Quando as férias de Natal acabaram, voltei à escola e pedi ao contínuo
que me desse trabalho. A troco de 25 cêntimos por dia, ajudei-o a esvaziar
caixotes de lixo, a limpar quadros de ardósia e a apanhar detritos do chão.
Para mim, o Pai Natal morreu nesse ano. A partir dessa altura,
convenci-me de que não teria mais nada de graça na vida. Se quisesse
alguma coisa, teria de fazer por merecê-la.
37
Encontros com o ceu.indd 37
29/9/14 17:24
‹ 23 mm ›
Quando o Dr. Reggie Anderson está junto ao leito de um paciente
moribundo, algo de milagroso acontece: enquanto o conforta
consegue experienciar o que este está a ver, ouvir e sentir na sua
travessia para o Outro Lado.
Graças a estes pequenos vislumbres do Céu que Deus lhe revela,
Reggie sabe que estamos mais perto do Outro Lado do que julgamos.
REGGIE ANDERSON
Pós-graduado pela Faculdade de Medicina
da Universidade do Alabama, Reggie é médico
na Frist Clinic, chefe de gabinete do TriStar
Ashland City Medical Center, e diretor clínico
numa rede de lares de idosos.
Vive com a mulher e os seus quatro filhos
numa zona rural dos EUA.
JENNIFER SCHUCHMANN
é perita em transformar histórias reais
em maravilhosos livros, mantendo a voz
e o sentimento real do verdadeiro autor.
Jennifer sente-se realizada por conseguir
ajudar os autores a compilar e transmitir
as suas histórias a um vasto público.
Experiências emotivas que o vão preparar
para o seu próprio «Encontro com o Céu».
Aprenda a responder a questões como:
• Haverá algo mais na vida para além daquilo que vejo?
• Como será o Céu?
• Será que tenho fé suficiente para me tornar uma pessoa melhor?
• Estarei atento ao que Deus tem para me dizer?
«As histórias repletas de esperança do Dr. Anderson ajudam
a eliminar qualquer dúvida sobre o Céu.
Encontros com o Céu vai confortar os que há muito anseiam
por saber que a morte é uma transição, não a palavra final.»
Mary C. Neal
Autora do bestseller internacional Tudo o Que Vi no Céu
ISBN 978-989-668-283-5
Veja o vídeo de
apresentação
deste livro.
www.nascente.pt
9 789896 682835
Espiritualidades
Encontros COM O CÉU
exerceu medicina familiar durante mais de
25 anos e foi recentemente galardoado com
o Frist Humanitarian Award pelo Centennial
Medical Center, de Nashville.
Junte-se a ele na partilha destas histórias inspiradoras, que foram
moldando a forma como ele lida com a vida e com a morte. São
exemplos reais que o ajudarão a enfrentar a morte daqueles que ama,
oferecendo-lhe a coragem e a confiança de que irá voltar a vê-los.
REGGIE ANDERSON
Experiências Maravilhosas do Médico
Que Toda a Vida Assistiu a Milagres
Dr.
REGGIE ANDERSON
com JJENNIFER
SCHUCHMANN
Encontros
COM O CÉU
A História Real de um Médico
«Deus fala claramente a Reggie através de
acontecimentos milagrosos. Este reconhece
o que esses milagres constituem: tentativas
divinas e deliberadas de Nosso Senhor lhe
mostrar que zela por ele. Este médico é amado
por Deus e foi abençoado com um dom
extraordinário. Reggie aceita-O, quer
manter-se fiel e falar aos outros dos esforços
espantosos que Nosso Senhor faz
para que realmente o vejamos.
Em Encontros com o Céu, Reggie "teceu uma
bela tapeçaria", que entrelaça o seu próprio
percurso com o das histórias de pessoas que
conheceu através da família, dos amigos ou no
exercício da sua profissão. Comunica de um
modo comovente a transformação de um
jovem angustiado e temeroso, que fugia de
Deus, num médico admiravelmente intuitivo,
que hoje corre ao encontro d’Ele em tempos
trágicos e conturbados.
Reggie tem para lhe oferecer um tesouro
precioso. Primeiro, a história dele revela algo
que todos nós precisamos de descobrir, saber
e sentir nos nossos corações: o facto de que
Deus nos procura de formas excecionais e
magníficas! Depois, permite-nos vislumbrar
os eternos desígnios de Nosso Senhor.
Os encontros de Reggie com o Paraíso, que se
cruzam com diversos episódios da sua vida,
revelam que Deus tem um plano para cada
um de nós (plano esse que inclui angústias,
surpresas e alegrias) e que existe um motivo
para tudo o que acontece debaixo do Sol,
assim queiramos vê-lo.
Estime este livro e aquilo que ele representa:
um encontro com o Paraíso que fará com
que se ria e chore à medida que o for
interiorizando.»