Câncer de mama inicial

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Câncer de mama inicial
Querida paciente,
Sabemos que receber o diagnóstico de um câncer de mama, independente do estágio da doença, não é mesmo nada fácil e é
justamente para ajudá-la que este manual foi criado. Nas páginas que seguem você terá dicas e mais dicas para enfrentar a
doença com qualidade de vida, saúde emocional e disposição. Sim. Isso é absolutamente possível!
Tenha claro que além da qualidade do atendimento médico prestado e de uma equipe multiprofissional, do acesso a
tratamentos eficazes, a informação de qualidade é fundamental para ajudá-la a enfrentar esse momento tão novo e complexo
da sua vida.
Consciente do que é a sua doença, da importância do tratamento, dos efeitos adversos e das formas de minimizá-los, dos
benefícios garantidos por lei e das maneiras de manter-se bem e gerenciar os momentos mais difíceis, você perceberá que
tudo tende a ser mais ameno e menos dolorido. Você se sentirá sim, mais segura e confiante. Saiba também que você não
esta sozinha! Você tem sua família, amigos, profissionais de saúde e também muitas outras mulheres que nesse exato
momento estão passando por uma situação bastante parecida com a sua. Mulheres que descobriram o câncer no inicio, outras
que descobriram mais avançado e outras que o câncer retornou... Para todas vocês, mulheres que são também mães, filhas,
amigas... seguem dicas e orientações preciosas!
Então, faça desse o seu ‘livrinho’ de bolso. Consulte sempre que achar necessário e multiplique as dicas para outras pacientes.
Boa leitura!
1.
O QUE É CÂNCER DE MAMA?
2.
VOCÊ SABIA QUE O CÂNCER PODE SER
DIAGNOSTICADO EM DIFERENTES
FASES?
3.
VIVENDO COM CÂNCER DE MAMA
8.
CUIDANDO DA SUA AUTOESTIMA
9.
ADMINISTRANDO OS MEUS SENTIMENTOS
10.
O IMPACTO DO CÂNCER DE UMA MAMA
VOCÊ SABIA QUE EXISTEM
DIFERENTES TIPOS DE CÂNCER
DE MAMA?
4.
7.
TRATAMENTOS
NA MINHA VIDA
5.
CONVERSANDO COM
MEU(MINHA) MÉDICO(A)
6.
PREPARANDO-SE PARA
O TRATAMENTO
11.
CÂNCER DE MAMA E OS SEUS DIREITOS
12.
CÂNCER DE MAMA:
VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHA
O QUE É CÂNCER DE MAMA?
É fundamental que toda mulher a partir dos 40 anos faça a mamografia anualmente, pois assim se pode garantir a
detecção precoce da doença. As que têm histórico de câncer
de mama na família ou possuem outros fatores de risco
devem começar o rastreamento ainda mais cedo. O câncer de
mama é o segundo tumor maligno mais frequente em todo o
mundo e o mais comum entre as mulheres, correspondendo
a 22% dos novos casos a cada ano. De acordo com o Instituto
Nacional de Câncer (INCA), é a neoplasia mais frequente
entre as mulheres brasileiras e, embora seja raro, também
afeta os homens. A doença atinge mais frequentemente as
mulheres a partir dos 50 anos. No entanto, a incidência em
jovens tem crescido progressivamente.
O câncer de mama se caracteriza pela proliferação anormal
das células do tecido mamário e pode apresentar alguns dos
seguintes sintomas: caroço, vermelhidão na pele, alterações
no formato dos mamilos e das mamas e nódulos na axila. Às vezes, o câncer de mama não apresenta sintomas, por
isso é importante que você vá ao ginecologista anualmente
ou até mesmo com uma frequência maior, caso note alguma
alteração das mamas.
O diagnóstico se dá a partir da análise, pelo patologista, de
uma biópsia da área suspeita. Essa biópsia, por sua vez, é
realizada mediante alguma alteração, observada no exame
clínico das mamas ou na mamografia.
Para determinar o prognóstico do câncer de mama, é
necessária a identificação da presença de receptores de
estrógeno e progesterona no tumor, assim como da proteína
HER-2, a partir de técnica chamada imuno-histoquímica.
Extras:
►Vídeo 1 - Tipos de Câncer de Mama - Assistir
►Vídeo 2 - Saiba mais sobre o Câncer de Mama - Assistir
Avalia-se, também, a extensão da doença (estadiamento).
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VOCÊ SABIA QUE O CÂNCER PODE SER
DIAGNOSTICADO EM DIFERENTES FASES?
Câncer de mama inicial: a doença diagnosticada está
restrita à mama e não compromete outros órgãos,
podendo ser tratada com cirurgia. Pode haver
complementação com quimioterapia, tratamento
hormonal ou terapias específicas (com anticorpos
monoclonais, por exemplo) para se obter a cura
definitiva do câncer. Os tipos de tratamento serão
explicados a seguir.
recidivas regionais ou a distância. Esses focos de
doença são chamados de metástases. Elas podem
potencialmente ocorrer em qualquer lugar do corpo e, às
vezes, em mais de um órgão. Os mais comumente
atingidos são ossos, fígado, pulmões, gânglios e
cérebro. Esse tipo de câncer também tem tratamento,
como você verá mais adiante. Capitulo 2
Câncer de mama recidivado ou metastático: algumas
vezes o câncer é descoberto somente quando já está
em estágio avançado e compromete outros órgãos.
Outras vezes, o câncer de mama inicial pode voltar a
crescer, a partir de células que permaneceram no local
(recidiva local), ou através de células malignas que
invadiram vasos linfáticos e/ou veias, ocasionando
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VOCÊ SABIA QUE EXISTEM DIFERENTES TIPOS
DE CÂNCER DE MAMA?
Carcinoma ductal invasivo: representa até 80% dos casos
de câncer de mama invasivo. Origina-se nas células dos
ductos mamários e tem a capacidade de invadir células
adjacentes e outros tecidos. Pode crescer localmente ou se
espalhar para outros órgãos por meio de veias e vasos
linfáticos.
Caracteriza-se pela presença de receptores hormonais na
superfície das células.
Carcinoma lobular in situ: é discutível se deveria ser
classificado como um câncer. Origina-se nas células dos
lobos mamários e não tem a capacidade de invasão dos
tecidos adjacentes. Frequentemente é multifocal.
Carcinoma lobular invasivo: é o segundo tipo mais
comum do câncer de mama. Nasce nos lóbulos mamários,
pode invadir outros tecidos e crescer localmente ou se
espalhar. Geralmente apresenta receptores de estrógeno e
progesterona na superfície das células, mas raramente a
proteína HER-2. Esse tipo de carcinoma pode, ainda, ser
dividido em alguns subtipos.
Câncer de mama inflamatório: é uma forma mais rara e
agressiva de câncer de mama. Consiste em um quadro
clínico com aspecto de inflamação na mama,
frequentemente extenso. Raramente apresenta receptores
hormonais. Capitulo 3
Carcinoma ductal in situ: é o tipo mais comum de câncer
de mama não invasivo, com origem nas células dos ductos
mamários. Não invade outros tecidos nem se espalha pela
corrente sanguínea, mas pode ser multifocal, ou seja, pode
haver vários focos dessa neoplasia na mesma mama.
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OS TRATAMENTOS
por cirurgia, ou quando se quer diminuir o risco de que o câncer volte a crescer.
O tratamento varia de acordo com o tipo e o estágio do
tumor. Assim, a definição terapêutica é determinada caso a
caso. Vale lembrar que, quanto mais cedo for descoberta a
doença, maiores serão as suas chances de cura. No
entanto, hoje é possível, sim, viver bem mesmo com a
doença metastática. Capitulo 4
Terapia sistêmica: são medicamentos administrados
por via oral ou diretamente na corrente sanguínea, para
atingir as células cancerosas em qualquer parte do
corpo. A quimioterapia, a terapia hormonal e a terapiaalvo são exemplos de terapias sistêmicas:
Os tratamentos são classificados em terapia local e terapia sistêmica:
Quimioterapia: tratamento que utiliza medicamentos,
orais ou intravenosos, com o objetivo de destruir,
controlar ou inibir o crescimento das células doentes.
Terapia local: cirurgia e radioterapia que visam a tratar
o tumor no local, sem afetar o resto do organismo.
Cirurgia: é a modalidade de tratamento mais antiga e,
quando o tumor encontra-se em estágio inicial e em
condições favoráveis para a retirada, a mais efetiva.
Radioterapia: utiliza a radiação ionizante. É muito
utilizada para tumores localizados, para os quais não há
necessidade de retirada de grande parte da mama, ou
para tumores que não podem ser retirados totalmente 6
Terapia hormonal: tem como objetivo impedir a ação
dos hormônios que fazem as células cancerígenas
crescerem. Age bloqueando ou suprimindo os efeitos
do hormônio sobre o órgão afetado.
Terapia-alvo (anticorpos monoclonais): denominamse terapias-alvo drogas anticancerígenas relativamente
novas e que têm como alvo uma determinada proteína
ou mecanismo de divisão celular apenas (ou
preferencialmente) presente nas células tumorais.
Qual é o melhor tratamento?
depender do estágio da sua doença, da sua condição
física, do seu momento de vida e da conversa que
seu(ua) médico(a) e você tiverem a fim de decidirem,
juntos(as), o que é melhor para o seu caso. Saiba que
você pode estar lidando com um câncer cujo
tratamento é curativo ou tem como objetivo manter o
tumor sob controle o maior tempo possível e preservar
a sua qualidade de vida. Isso pode parecer assustador e
talvez por isso você não se sinta confortável em opinar
no processo de decisão. Mas lembre-se: estamos
falando da sua vida e da forma como você quer viver
daqui para frente. Participe, sim, sem medo.
A escolha do melhor tratamento passa por uma
completa avaliação de riscos e benefícios. Tudo vai
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CONVERSANDO COM MEU(MINHA) MÉDICO(A)
Pacientes bem informadas sobre a própria doença e
participativas nas decisões a respeito do tratamento
tendem a ser mais seguras, confiantes e a enfrentar o
câncer de forma mais positiva. É muito importante a
paciente usar o tempo da consulta para esclarecer toda e
qualquer dúvida com seu(ua) médico(a). Então, esclareça
todas as suas dúvidas no consultório! Capitulo 5
Tenha uma agenda ou caderno em mãos durante a
consulta para tomar nota dos pontos mais importantes.
Leve dúvidas anotadas para as consultas.
Caso queira informações adicionais sobre seu caso, peça
a seu(ua) médico(a) que indique livros, sites, artigos etc.
Não se preocupe em entender tudo sobre a doença na
primeira consulta. São muitas informações.
Orientações para a consulta
Se possível, esteja sempre com um(a) acompanhante
para ajudá-la a assimilar as informações.
Se não entender o que o(a) médico(a) diz, peça a ele(a)
que repita com termos mais simples ou usando
desenhos.
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Dicas de perguntas que não podem escapar, independentemente do estágio da sua doença
Onde está a doença neste momento e qual a sua extensão?
Meu câncer é receptor de hormônio positivo ou negativo?
Meu câncer é HER2-positivo ou negativo?
Quais são as opções de tratamento e como elas funcionam?
Quais os efeitos colaterais mais e menos comuns do
tratamento?
Como esse tratamento me beneficiará?
Precisarei ficar internada?
Precisarei seguir dieta específica?
Posso fazer reconstrução mamária? Como ficará minha mama?
Posso apresentar linfedema? Quais são as chances?
Meu câncer voltará? Quais são as chances?
Para quem devo ligar se tiver dúvidas e problemas relativos ao
tratamento?
Quando terminar, quais serão os próximos passos?
Posso evitar os desconfortos do tratamento? Como?
Eu tenho outras doenças concomitantes que afetam a minha
capacidade de tolerar tratamentos?
Qual a previsão de duração do tratamento?
Há alguma recomendação especial para este momento?
Precisarei visitar o(a) médico(a) e realizar exames com que
frequência durante o tratamento? Quais exames serão
necessários?
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PREPARANDO-SE PARA O TRATAMENTO
Iniciar um tratamento é sempre uma nova jornada na vida
Somente depois de realizados os exames solicitados pelo(a)
médico(a), a cirurgia será feita.
da paciente, que precisará reorganizar a sua rotina tendo em
vista o período que virá: obrigações normais do dia a dia e
definições como agendamento de exames pré-operatórios,
consultas, cirurgia e sessões de rádio e quimioterapia. Uma
miscelânea de novas demandas que, com tranquilidade,
apoio familiar e suporte da equipe médica, você assumirá
sem dificuldades e apuros! Capitulo 6
Indica-se manter consigo uma pastinha com a cópia dos
resultados de cada exame que realizará. Isso será
importante no caso de uma possível mudança de médico(a)
em alguma das etapas do tratamento.
Quando receber alta e retornar ao seu lar, você deverá
tomar alguns cuidados com a limpeza e a higienização do
local da operação, assim como com a movimentação dos
braços, dos ombros e do tronco. Que cuidados? O(A)
oncologista e o(a) fisioterapeuta da equipe deverão dar
todas essas orientações.
Antes e depois da cirurgia: detalhes que fazem a
diferença
O preparo pré-operatório exige a realização de uma série de
exames que certificarão se você tem boas condições para
receber a anestesia e passar pelo procedimento cirúrgico.
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Os possíveis efeitos colaterais da quimioterapia
A quimioterapia pode causar diversos efeitos colaterais
indesejáveis, como náuseas e vômitos, diarreia, constipação
e prisão de ventre e queda dos cabelos. Algumas pessoas
podem apresentar todos os efeitos descritos, enquanto
outras somente alguns ou nenhum deles. O(A) oncologista
deverá informá-la sobre os possíveis efeitos colaterais e as
formas de minimizá-los.
Dependendo dos efeitos esperados, ele(a) poderá
recomendar alguns cuidados especiais.
Saúde bucal: uma infecção, como a cárie, pode repercutir
em problemas no tratamento. Assim, antes de iniciá-lo, é
essencial que se faça um checkup completo da boca.
Saúde cardíaca: algumas quimioterapias podem afetar o
sistema cardiocirculatório da paciente.Checkup da saúde
cardíaca antes de iniciar o tratamento e monitoramento
durante o período de quimioterapia são fundamentais.
Saúde reprodutiva: a quimioterapia pode afetar o
sistema reprodutor da paciente. Se você estiver em idade
reprodutiva, discuta com o(a) médico(a) e o(a) parceiro(a) a
possibilidade de se fazer o congelamento de óvulos.
Queda de cabelo: é o efeito mais comum da
quimioterapia. Os cabelos podem cair total ou
parcialmente. Prepare-se adquirindo lenços, perucas ou
chapéus, antes que os fios comecem a cair.
Como minimizar os efeitos adversos da quimioterapia?
Náuseas e vômitos: consuma alimentos de fácil digestão
e converse com o(a) seu(ua) oncologista sobre a
necessidade da utilização de antieméticos
Planeje a alimentação: algumas pessoas sentem-se bem
comendo antes da quimioterapia e outras, não. Isso é
variável. No entanto, deve-se aguardar pelo menos uma
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hora após a sessão para consumir qualquer alimento ou
bebida.
Coma de pouquinho em pouquinho: consuma
pequenas refeições, 5 ou 6 por dia, em vez de 3 grandes
refeições. Ah, e evite o líquido enquanto come.
Mornos e frescos: aguarde para que alimentos e bebidas
esfriem para consumi-los.
Evite os fortes: café, peixe, cebola, alho. Alimentos e
bebidas fortes podem causar náuseas e vômitos.
Dicas para a radioterapia
O(A) radioterapeuta e a equipe de enfermagem devem orientá-la sobre os cuidados específicos que deverão ser
adotados durante o tratamento de radioterapia. Esses
cuidados variam muito de acordo com a região a ser
irradiada.
Dicas gerais:
Pele: lave a pele irradiada com sabão suave e água
morna. Tente não coçar nem esfregar a região.
Pomadas: aplique pomadas ou cremes sobre a pele
somente com aprovação médica.
Roupas: prefira as folgadas e confortáveis.
Proteja-se do sol: se possível, cubra a região irradiada
com roupas claras.
Dicas para a terapia com anticorpo monoclonal
Os anticorpos monoclonais, ligando-se às células
cancerígenas e destruindo-as especificamente, apresentam
geralmente menor grau de toxicidade à paciente que os
quimioterápicos convencionais. Ainda assim, podem gerar
alguns efeitos colaterais durante a administração da
medicação, como falta de ar, sensação de calor, queda da
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pressão arterial e rubor. Notifique imediatamente a equipe
que a atende no hospital ou clínica! Nas administrações
posteriores, a tendência é que os efeitos adversos diminuam.
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VIVENDO COM CÂNCER DE MAMA
Viver simplesmente ou viver bem? Como você prefere? O
que se pode dizer aqui é que é possível, sim, ter qualidade
de vida mesmo após o diagnóstico de um câncer de mama,
durante o tratamento ou ainda vivendo com a doença em
estágio avançado. Capitulo 7
bem como às restrições dietéticas que devem ser
seguidas com a finalidade de evitar alguns efeitos
adversos do tratamento.
Exercícios físicos sempre!
Caminhada, ioga, alongamento, corrida, dança. Não importa
Regra número 1: cuidar do corpo e da mente com o
carinho e a atenção que merecem. Para ajudar as pacientes
nesse desafio, é cada vez mais comum a abordagem
multidisciplinar no tratamento para o câncer, com o apoio de
dentistas, nutricionistas, fisioterapeutas, enfermeiros,
psicólogos, preparadores físicos etc. Converse com seu(ua)
médico(a) a respeito.
a atividade física escolhida, o fundamental é praticar. O exercício ajuda a “mandar” a fadiga embora, aumenta a
energia, a disposição e a autoestima e ainda propicia
convívio social. Pratique!
Quando praticar: não tem momento exato. Pratique na
medida e na intensidade de sua disposição.
Fisioterapia: objetiva promover independência funcional à paciente, permitindo que realize as atividades que
deseja sozinha e sem inconveniências. Proporciona alívio
da dor e reduz a necessidade do uso de analgésicos.
Geralmente o tratamento é indicado após a cirurgia.
Depois da cirurgia: converse com seu(ua) médico(a)
sobre o retorno às atividades físicas. Isso varia de acordo
com o tempo de recuperação esperado para cada
procedimento.
Evite: pacientes podem apresentar queda de imunidade
durante o tratamento, o que pode ocasionar infecções
Nutrição: visa a atender às necessidades nutricionais
específicas para prevenir a perda de peso e a desnutrição,
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oportunistas. Por isso, não se recomendam atividades
como a natação.
Exercícios supervisionados: caso a ideia seja frequentar
uma academia de ginástica, opte pela atividade
supervisionada por profissional de educação física. Relate
o seu caso, para que ele indique a série de exercícios
mais adequada.
Sexualidade e sensualidade, entenda a diferença
Durante o tratamento para o câncer, diversas situações
como diminuição da libido, alterações hormonais e
incômodos emocionais podem influenciar diretamente no
seu comportamento sexual. É importante que entenda que
esses transtornos são causados por situações físicas que
você está enfrentando e não têm a ver com as suas
emoções mais genuínas. Tente resgatar nesse período a
feminilidade e a sensualidade que há em você. Esforce-se
para sentir-se bonita e atraente.
Falando sobre sexualidade
Com o(a) parceiro(a): converse com seu(ua) parceiro(a)
sobre a diminuição da libido, pois ele(a) pode sentir-se
rejeitado(a) e confuso(a) com seu desinteresse sexual. A
comunicação aberta poderá ajudá-los(as) a buscar
maneiras criativas de despertar a sua libido.
Com o(a) oncologista: seu(ua) médico(a) pode
prescrever medicamentos para combater os efeitos
colaterais do tratamento, motivos que levam ao
desinteresse sexual.
Terapeuta sexual ou psicólogo: o profissional pode
ajudá-la identificando e tratando os obstáculos emocionais
que colaboram com o desinteresse sexual.
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CUIDANDO DA SUA AUTOESTIMA
Perucas? Capitulo 8
Onde comprar: certamente em sua cidade há um local
que venda perucas. Muitas vezes, salões de beleza
oferecem o produto. Use a internet para fazer a busca.
A queda dos cabelos ocasionada pela quimioterapia é algo
que geralmente traz desconforto. Muitas mulheres colocam
o fato de ficarem carecas como um dos principais desafios
do câncer. Lenços, chapéus e perucas podem substituir os
cabelos, enquanto eles não voltam a crescer. E tem mais!
Permitem experimentar novos visuais: cabelos longos,
cabelos curtos, lenços coloridos e chapéus. Que tal?
Dicas de maquiagem
Maquiagem dá um up em qualquer visual, não é? Para
muitas mulheres, a maquiagem é como a roupa ou o
sapato: impossível sair de casa sem! Você poderá continuar
colorindo o rosto durante o tratamento. Porém, deverá
seguir alguns cuidados:
Antes de cair: sugere-se cortar os cabelos antes que se
fique careca. Assim você não precisará ver os fios caírem.
Guarde o natural: você pode guardar os seus fios naturais
e fazer deles um “rabo de cavalo” para aplicar aos cabelos
quando eles voltarem a crescer.
Antes de começar: use gel antisséptico nas mãos para
tocar o rosto. A pele seca pode “quebrar” ou escamar,
permitindo a entrada de bactérias no organismo.
Vários looks: convide um familiar ou amigo para
acompanhá-la à loja de perucas. Além de ele ajudar na
escolha do visual, o momento pode gerar boas risadas e
fotografias.
Produtos: escolha os indicados para pele sensível.
Hidrate: use creme hidratante antes de maquiar-se.
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Base: corrija imperfeições como ressecamento, manchas ou palidez com uma base do tom de sua pele.
Protetor solar: sempre o aplique após a base.
Corretivo: use líquidos e não pós, que podem ressecar
mais a pele.
Blush: prefira aqueles em creme ou bastão, que não
chamam a atenção para o ressecamento da pele.
Cílios: existem hoje cílios postiços dos mais variados. Você
pode comprar um jogo de cílios e cortar os pelinhos no
comprimento que desejar.
Pálpebras: sombras de tom mate-claro são perfeitas para
iluminar o rosto. Prefira as cremosas.
Lábios: mantenha sempre os lábios hidratados para evitar
rachaduras. Opte pelos batons cremosos e hidratantes.
Sobrancelhas: elas tendem a cair devido à quimioterapia,
mas você pode redesenhá-las com lápis que combine com
o tom do cabelo ou da peruca.
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ADMINISTRANDO OS MEUS SENTIMENTOS
Uma miscelânea de sentimentos emaranhados. O câncer
gera mesmo essa sensação. O importante é que você não
se desespere em meio aos sentimentos que experimenta.
Percebendo os sinaizinhos de uma depressão, como
tristeza profunda por muito tempo, falta de sono e apetite,
insegurança e desânimo que nunca vão embora, converse
com seu(ua) oncologista sobre o assunto. Ele(a) poderá lhe
recomendar a visita a um(a) psicólogo(a) ou
psico-oncologista ou mesmo a outras terapias, como
musicoterapia, terapia em grupo e terapia ocupacional.
Capitulo 9
Altos e baixos durante o tratamento – sim, é normal!
Um dia, otimismo e bom humor. No outro, tristeza e baixa
autoestima. Isso tudo é normal. A mulher é por natureza um
poço de emoções, e a “presença” do câncer de mama na
sua vida pode maximizar esse aspecto. Entenda que alguns
dias serão mais chatinhos, mas não permita que o mal-estar
seja contínuo e que tome conta de sua vida.
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O IMPACTO DO CÂNCER DE MAMA NA
MINHA VIDA
O diagnóstico do câncer de mama e a presença da doença no dia a dia impactam as pacientes em diversos sentidos.
Decisões sobre a liderança da casa, o trabalho, o
relacionamento, a vida social etc, tudo pode precisar ser
revisado ou reavaliado. Dialogue com seu(ua) médico(a), sua
família e amigos para que a ajudem nesse momento e
tenha em vista que, quanto menos mudar sua rotina,
menos impactante será a doença para você. Capitulo 10
Vida financeira: seu orçamento pode ficar abalado caso
você precise parar de trabalhar. Saiba que é possível
requisitar auxílio-doença e não se envergonhe se precisar
pedir ajuda a um parente ou amigo próximos. “Enxugar”
os gastos durante esse momento pode ser útil também.
Conversando com seus filhos
Dar a notícia da doença aos filhos é sempre um grande
desafio, mas entenda que isso é muito importante. Além de
demonstrar a sua confiança no descendente, alertando-o
para o fato de que precisará da ajuda dele, você não deixará
o evento “às escondidas”. Ademais, o momento da notícia
não deixa de ser educativo. Ao dizer, você estará ensinandoo que é possível deparar com situações difíceis na vida,
mas, também, que se pode superá-las com coragem,
determinação e união familiar.
Casa: a mulher geralmente é a líder, é a “alma” do lar.
Mas durante o tratamento pode ser que você se sinta
indisposta para realizar determinadas funções. Chame o
marido e os filhos e determine funções!
Trabalho: continuar trabalhando ou pedir afastamento?
Essa é uma dúvida recorrente entre as pacientes.
Sentindo-se disposta, continue, pois estará
comprometida com outras coisas que não somente com
a doença e, ainda, manterá o convívio social. Porém, em
alguns momentos, você poderá sentir-se debilitada,
indisposta e necessitará deixar o trabalho.
Conte você: a pessoa mais indicada para contar é você.
Fale o mais rápido possível, para não criar um clima de
omissão.
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Câncer em casa: não se furte a pronunciar a palavra
câncer em casa. Caso contrário, isso somente criará, em
seu(s) filho(s), um tabu em torno da doença.
Detalhes da doença: você não precisa contar os detalhes
da doença, mas esteja preparada para possíveis
questionamentos.
Efeitos colaterais: explique ao(s) filho(s) que os efeitos
colaterais do tratamento poderão deixá-la “jururu”, mas
que isso é normal. Fale também sobre a queda dos
cabelos, para que não haja choques quando isso
acontecer.
Ajuda profissional: você não precisa enfrentar tudo
sozinha! Sentindo necessidade, busque ajuda profissional,
de um(a) psicólogo(a) familiar, por exemplo.
Conversando com seu marido ou companheiro(a)
O seu marido ou companheiro(a) é a pessoa que, assim
como os filhos, estará mais próxima de você durante o
tratamento e a quem você naturalmente recorrerá no
espaço privado do lar. Converse francamente com ele(a)
sobre as demandas que surgirão e peça ajuda para enfrentar
a doença. Lembre-se: cumplicidade, dedicação e amizade
são requisitos e alimentos para o amor.
Na escola: seu(s) filho(s) poderá(ão) apresentar mudanças
comportamentais e de desempenho em sala de aula. É importante que o(a) educador(a) saiba lidar com isso e
tenha liberdade de comentar com você se algo diferente
ocorrer. Fale com ele(a).
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CÂNCER DE MAMA E OS SEUS DIREITOS
Com o diagnóstico do câncer de mama, você pode usufruir
de alguns benefícios legais. Nem todas as pacientes têm
direito a todos os benefícios. É preciso verificar, no seu
caso, que requisitos você preenche e quais são os seus
direitos. Para orientar-se a respeito, contate um advogado
ou entidade de apoio ao paciente. Este manual destaca
alguns dos benefícios legais que talvez você possa usufruir,
mas existem outros. Pesquise, informe-se e acione os seus
direitos. Capitulo 11
a capacidade para o trabalho, ou caso o direito se reverta
em aposentadoria por invalidez.
Reabilitação profissional: o serviço da Previdência Social
visa readaptar ou reeducar o profissional para o retorno ao
trabalho, com o fornecimento de materiais necessários à
reabilitação (tais como taxas de inscrição em serviços
profissionalizantes e auxílios para transporte e
alimentação). Todos os segurados da Previdência têm
direito à reabilitação.
Auxílio-doença: você terá direito ao benefício mensal
Aposentadoria por invalidez: você terá direito ao
benefício se for segurada da Previdência Social e a perícia
constatar que está incapacitada permanentemente para o
trabalho. Via de regra, é preciso ter contribuído com o
INSS por, no mínimo, 12 meses para obter o benefício.
Compareça pessoalmente, ou por intermédio de
procurador, a uma agência da Previdência Social, preencha
o requerimento, apresente a documentação exigida e
agende a perícia. Você ainda pode requerer o auxílio-
desde que fique por mais de 15 dias com incapacidade
para o trabalho atestada por perícia médica da Previdência
Social e que tenha contribuído com o INSS por no
mínimo 12 meses (embora haja exceções). Compareça
pessoalmente ou por intermédio de procurador a uma
agência da Previdência Social, preencha o requerimento,
apresente a documentação exigida e agende a perícia. O auxílio-doença deixará de ser pago quando você
recuperar
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doença pela internet, no site da Previdência Social ou
pelo telefone gratuito 135.
Isenção de imposto de renda: você tem direito à
isenção do imposto de renda sobre os valores recebidos
a título de aposentadoria, pensão ou reforma, inclusive as
complementações recebidas de entidades privadas e
pensões alimentícias, mesmo que a doença tenha sido
adquirida após a concessão da aposentadoria, pensão ou
reforma. Procure o órgão responsável pelo pagamento da
aposentadoria, pensão ou reforma e solicite a isenção do
imposto de renda que incide sobre esses rendimentos.
IPTU: não existe uma legislação nacional que garanta a
isenção do IPTU para pessoas com determinadas
patologias, como o câncer, mas, como se trata de um
imposto municipal, algumas cidades já garantem a
isenção. Informe-se na Secretaria de Finanças do seu
município.
Cirurgia de reconstrução mamária: você tem direito a
realizar a cirurgia reparadora gratuitamente, tanto pelo
SUS como pelo plano de saúde. Se estiver em
tratamento no SUS, exija o agendamento da cirurgia no
próprio local e, se não estiver, dirija-se a uma Unidade
Básica de Saúde e solicite seu encaminhamento para
uma unidade especializada em reconstrução mamária.
Pelo plano de saúde, consulte um cirurgião credenciado.
Outras dúvidas?
O Instituto Oncoguia possui um programa nacional de
apoio ao paciente com câncer, que esclarece dúvidas
relacionadas aos seus direitos à qualidade de vida:
0800-7731666
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CÂNCER DE MAMA:
VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHA
O diagnóstico do câncer pode gerar na paciente, entre
outros sentimentos, a sensação de solidão. É como se sua
vida estacionasse numa rua escura, enquanto o mundo
continua girando no compasso natural. Mas você não está
sozinha! Centenas de mulheres estão, agora, recebendo o
diagnóstico do câncer de mama. Então, peça ajuda,
compartilhe a sua experiência e colabore com outras
pacientes na passagem pelo tratamento! Capitulo 12
Engaje-se! Essa luta também é sua!
Já pensou em fazer parte de uma ONG? Apoiando ou
integrando uma associação voltada a ajudar outros
pacientes, você estará contribuindo para a transformação da
realidade do câncer no Brasil. Existem centenas de
pequenas, médias e grandes entidades e, certamente, uma
delas está em sua cidade e tem uma atividade que você vai
gostar de fazer. Pesquise, conheça a entidade e verifique se
ela tem idoneidade. Entre em contato e pergunte como
ajudar.
Compartilhando sua experiência
Existe ainda muito estigma e preconceito em torno da
palavra câncer. Muitas mulheres não aderem aos exames
Como ajudar?
de rastreamento por “medo” de encontrar um tumor. O preconceito é nocivo e impede as pessoas de
prevenirem-se contra a doença. Compartilhando a sua
experiência, você ajudará, além de outras mulheres em
tratamento, aquelas com receio do câncer de mama. Você é
um agente de multiplicação de informações úteis. Pense
sobre isso!
Converse com amigas e colegas sobre a importância da
mamografia e do diagnóstico precoce.
Se alguém de seu ciclo de amizades ou familiar relatar
um sintoma do câncer de mama, insista para que
procure um(a) médico(a) imediatamente.
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Relate a sua experiência para entidades de apoio ao
paciente.
Crie um blog e divida com os leitores as questões do dia
a dia e/ou use as redes sociais.
Se houver oportunidades, dê entrevistas para veículos da
imprensa.
Transmita as dicas deste manual ou empreste-o para
outras pacientes.
Faça parte de uma ONG que atua ajudando pacientes
com câncer de mama.
Onde procurar mais informações:
www.oncoguia.org.br
www.mulherconsciente.com.br
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Realização:
www.
.com.br
/daquiprafrente
NOVEMBRO/2012 – ONC 00419/12

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