Egon Schiele - Museu Lasar Segall
Transcrição
Egon Schiele - Museu Lasar Segall
EGON SCHIELE (AUSTRIA, 1890-1918) Autorretrato, 1912 ? aquarela e carvão sobre papel de embrulho marrom 45,2 x 25,3 cm Associação Cultural de Amigos do Museu Lasar Segall Comodato de longa duração Homenagem a Käthe e Johann Schwarz Nota: a data inscrita (1912) não é a da execução do trabalho, conforme Jane Kallir, que coordena o Catálogo Raisonné Egon Schiele; a obra é de 1910. No início de 1910, Egon Schiele (que já havia sido muito influenciado pelo estilo Art Nouveau de Gustav Klimt), de repente apareceu com uma nova e arrojada linguagem expressionista. Aparentemente do nada, Schiele desenvolveu uma ousada paleta de impactantes vermelhos, amarelos e verdes. Reforçado por gestos exagerados e uma linguagem corporal contorcida, esses tons de pele pouco naturais deram a suas figuras uma intensidade emocional sem precedentes. O avanço expressionista de Schiele foi anunciado em um conjunto de grandes telas retratando nus masculinos e femininos: três de si próprio e dois de sua irmã Gerti. Infelizmente, apenas um dos cinco óleos, um autorretrato (Nu Masculino Sentado, 1910), sobreviveu. No entanto, uma série de estudos em aquarela sugere que todas as cinco pinturas fizeram uso da vibrante nova paleta de cores do artista. A presente aquarela Autorretrato tem vaga relação com a tela sobrevivente, Nu Masculino Sentado. Embora, no geral, as poses nas duas obras sejam diversas, ambas apresentam o mesmo gesto curioso do braço torcido sobre a cabeça. A necessidade de Schiele de retratarse nu (aqui e em inúmeros outros trabalhos do período 1910-1911) era bastante incomum. Enquanto o decoroso nu feminino tem uma longa e conhecida história na arte ocidental, nus masculinos e autorretratos nus são relativamente raros. Schiele interessou-se pela nudez, pois essa facilitou sua linguagem corporal expressiva, permitindo que a figura inteira comunicasse uma mensagem emocional. A nudez também destacava a sexualidade do sujeito, um tema que Schiele achava particularmente irresistível. Complementando os múltiplos eus que percorrem seus autorretratos contemporâneos com roupa, a exploração da sexualidade pelo artista fez parte de uma busca pós-adolescente pela sua identidade pessoal. Jane Kallir Galerie St. Etienne, NY