1 - Geoambiente - Universidade Federal da Bahia
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1 - Geoambiente - Universidade Federal da Bahia
O materialismo histórico-geográfico-dialético como método para a aplicação da teoria dos geossistemas no estudo das bacias hidrográficas. Carlos Alberto Caetano – [email protected]. Universidade Federal da Bahia – UFBA. Departamento de Geografia, Mestrado em Geografia, turma 2005.1. Palavras chaves: geografia; marxismo; materialismo histórico-dialético; bacias hidrográficas. INTRODUÇÃO - O autor apresenta um questionamento sobre a utilização do método do materialismo histórico dialético nos estudos de geografia, defendendo a construção de um materialismo-histórico-geográfico-dialético, caminho já percorrido por outros autores da geografia radical. Traz, no entanto, uma proposta inovadora no sentido da aplicação das três leis da dialética na teoria dos geossistemas e no conceito de bacia hidrográfica. OBJETIVOS –A proposta apresentada visa compreender a teoria dos geossistemas e o conceito de bacias hidrográficas como instâncias onde se manifestam a unidade e a luta dos contrários (primeira lei da dialética); a transformação da quantidade em qualidade (segunda lei da dialética) e a negação da negação (terceira lei da dialética). METODOLOGIA - No caso dos geossistemas o autor sugere que a primeira lei seja caracterizada em sua estrutura como um todo; a segunda lei aplicada aos geofácies e a terceira lei aos geótopos. Ao analisar a aplicação do materialismo dialético ao estudo das bacias hidrográficas a proposta apresentada analisa o alto curso do rio como local onde a dialética da natureza encontra-se com a dialética da sociedade, a partir do afloramento das águas subterrâneas que se transformam em águas de superfície, numa evidente contradição que estabelece uma unidade a partir da luta dos contrários, a água “velha” subterrânea se transformando em água “nova”, a partir da nascente, sem esquecer as questões relativas à apropriação desse espaço pela sociedade. A análise do médio curso do rio é vista como instância em que ocorre a transformação da qualidade em quantidade, considerando o aporte de águas superficiais, incluindo as da precipitação, que aumentam a vazão do rio, sem desconhecer os problemas de poluição causados por esse escoamento superficial, incluindo os dejetos produzidos pelo homem. Ao analisar o baixo curso do rio o autor sugere sua visão de que aí ocorre a negação da negação, seja esse rio tributário de outro rio ou que tenha sua foz no oceano, completando uma visão da transformação permanente do ciclo hidrológico como um contínuo dialético. RESULTADOS - A proposta conclui sugerindo uma releitura da práxis como categoria principal do materialismo dialético aplicada ao estudo dos geossistemas e das bacias hidrográficas, trazendo uma visão da formação econômico social (FES) aplicada à produção do espaço a partir da produção material humana, tendo como base os questionamentos relativos à luta de classes e sua relação com essa produção e apropriação do espaço. Bibliografia BERTALANFFY. L.von. Teoria Geral dos Sistemas. Petrópolis, RJ: Vozes, 1973. BERTRAND, G. Paisagem e Geografia Física Global. Esboço Metodológico. São Paulo: USP, 1971. CHRISTOFOLETTI, Antonio. Modelagem de Sistemas Ambientais. São Paulo: Edgard Blucher, 2002. DUARTE, Rodrigo A . P. Marx e a natureza em O Capital. São Paulo: Loyola, 1980. ENGELS, Friedrich. A dialética da natureza. 5ª. ed. , Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991. ENGELS, Friedrich. O anti-Duhring. Lisboa, PT, Minerva: v. 1. 1975b. HARVEY, David. Condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 2004. HARVEY, David. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume, 2005. HARVEY, David. Espaços de Esperança. São Paulo: Loyola, 2004. HARVEY, David. Teoría Revolucionaria Y Contrarrevolucionaria En Geografía Y El Problema De La Formación Del Ghetto. Universidad De Barcelona, Año I. Número: 4 , Julio, 1976 KOSIK, Karel. Dialética do concreto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976. LEFEBVRE, Henri. A cidade do capital. . Rio de Janeiro: DP&A, 1999. MARX. Karl. Formações econômicas pré-capitalistas. 5ª. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. MÈSZAROS, Istvan. O poder da ideologia. São Paulo: Ensaio, 1996. MÉSZAROS. Istvan. Para além do capital. São Paulo: Boitempo Editorial, 2002, 1104 p. MONTEIRO, Carlos Augusto de Figueiredo. Geossistema, a história de uma procura. São Paulo, Contexto, 2001. QUAINI, Máximo. Marxismo e geografia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. SOTCHAVA, V. B. O estudo dos geossistemas. São Paulo: USP, 1977. VARGAS, Milton. Engels e a dialética da natureza. In: Coggiola, O. org. Marx e Engels na História. São Paulo: Humanitas, 1996.
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