prAiA dos desenvolvedores

Transcrição

prAiA dos desenvolvedores
MERCADO: estudos estImam asceNsão do paas com moVImeNtação de maIs de us$ 900 mI
p g.: 8
pÁ
www.computerworld.com.br | agosto de 2012 | aNo XVIII | No 549 | r$ 14,95
o porta-Voz do mercado de tecNologIa da INformação e comuNIcação
inclui
negócios • tecnologia • liderança
prAiA dos
desenvolvedores
plataforma como serVIço promete ImpulsIoNar crIação
de aplIcatIVos e NutrIr a modalIdade de cloud maIs popular, o saas
SIMPLICIDADE
O emaranhado
de soluções de
TI compromete
a agilidade nos
negócios. É hora
de eliminar a
complexidade
ARTIGO
Inovação não é
construída só com
novas tecnologias.
Ela está apoiada
no conhecimento
e na criatividade
p
A
A
s
anuncio.indd 51
14/08/12 21:37
FIQUe atUaLIZado aCessaNdo o sIte: www.CompUterworLd.Com.br
agosto de 2012
ê ndice
12 caPa
a Praia dos desenvolvedores
Plataforma como serviço (PaaS) promete avançar em
aceitação no mercado, impulsionar a criação de aplicativos
e nutrir a modalidade de cloud mais popular, o SaaS
2013
Mercado
8 eM aqueciMento
PaaS caminha firme entre
as modalidades de cloud
computing. Alguns de seus
atrativos são a criação de
aplicações com flexibilidade
e a facilidade de pagamento
sob demanda
A
A
cases
19 na Prática
Usar plataforma de
desenvolvimento na nuvem
agiliza o tempo de criação
de aplicações, com redução
de custos. Empresas e
profissionais da área
beneficiam-se do modelo
Simplicidade ainda
que tardia A complexidade do fácil,
tecnologia
28 dicas
Quais passos seguir para
colocar processos na nuvem?
Isaca, entidade da área de
segurança da informação,
indica pontos que devem ser
levados em consideração
natural e intuitivo desafia os CIOs. Veja como
alguns deles estão enfrentando a difícil tarefa de
tornar mais simples suas ferramentas e processos
S
estratégia
32 cloud + negócios
Objetivos estratégicos
da empresa devem estar
entrelaçados ao potencial
de cloud computing para
garantir o sucesso da adoção.
Veja cinco formas para
ajudar na identificação
negócios • tecnologia • liderança
p
editorial | Solange Calvo
O combust’ vel do
PRESIDENTE
Silvia Bassi
VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO
Ademar de Abreu
www.COmPUTERw
UTER ORlD.COm.bR
UTERw
REDAÇÃO
PUBLISHER
Silvia Bassi
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dIREtoRa
a dE REdação
Cristina De Luca
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EdItoRa-ExEcUtIva
v
va
Solange Calvo
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EdItoRa-aSSIStEntE
Edileuza Soares
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REPóRtER
Déborah Oliveira
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Ricardo Alves de Souza (editor) e
Gerson Martins (designer)
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Door To Door
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C
SaaS
omputação em nuvem há
muito não é mais uma questão
de aderir ou não, nem mesmo
quando e sim em qual modelo.
Afinal, é um mercado projetado
pelos institutos de pesquisas para
movimentar perto de 207 bilhões de
dólares no mundo até 2016.
A imponente aceitação é reflexo do
amadurecimento das empresas, que
já trafegam com mais desenvoltura
pelas modalidades da nuvem: software
como serviço (SaaS), infraestrutura
como serviço (IaaS) e plataforma
como serviço (SaaS). A primeira, a
mais popular, ganhou terreno muito
rapidamente por ser uma forma ágil,
prática e de custo atraente para quem
deseja adquirir aplicações. Contudo, a
alta procura acabou comprometendo
a demanda, nem sempre saciada
por soluções “prêt-à-porter”,
especialmente as de nicho, como
as voltadas para padarias, oficinas,
vendas de ingresso, farmácias...
Mas eis que a modalidade vizinha,
a mais tímida entre as três, a PaaS,
pode agora ceder a “xícara de
açúcar” e nutrir as prateleiras vazias
do SaaS. Isso porque estimula,
simplifica e agiliza o desenvolvimento
de aplicações. É, na opinião de
consultores, uma mão na roda para
desenvolvedores independentes,
os conhecidos ISVs, e empresas
desenvolvedoras de software. Vou
mais além: pode impulsionar
também o empreendedorismo,
ao possibilitar oportunidades de
negócios a muitas startups, que
viviam engavetando projetos em
n
Solange Calvo é editora-executiva
[email protected]
razão dos altos custos para construir
ambientes de testes e de criação.
Havia, entretanto, uma pedrinha
nesse sapato. As ofertas em PaaS no
Brasil estavam nebulosas em seus
conceitos, confundindo um pouco os
usuários, estancando a adoção. Alguns
consultores avaliam que o quadro é
fruto de o mercado brasileiro, durante
anos, ter tratado o termo “plataforma”
como sinônimo de “infraestrutura”,
por isso a confusão entre a
conceituação de PaaS e IaaS.
Mas o momento é de revisão e
os fornecedores estão desenhando
um céu de brigadeiro para a
modalidade, de maneira mais clara,
como podem observar em A praia dos
desenvolvedores, neste especial sobre
PaaS. Portanto, este é um ano de
construção, de vitalização do modelo,
com projeções otimistas. O Gartner
divulga que no ano passado ele somou
707,4 milhões de dólares no mundo e
deverá conquistar mais adeptos até o
final de 2012, somando 927,3 milhões
de dólares. Já a IDC estima para o
Brasil, em 2014, movimentação de 38,7
milhões de dólares em PaaS. Nada mal
para um pedacinho da nuvem.
Segundo o Gartner, não se
surpreenda se o PaaS superar o SaaS,
ficando atrás apenas de IaaS. “O
maior mercado de nuvem será de
IaaS, responsável por 41%, seguido
por PaaS, com 26,6%, e SaaS, 17,4%”,
estima o instituto. É esperar para ver
um mercado que, na avaliação de um
importante player dessa indústria, irá
abstrair o “computing” e tornar-se
totalmente “cloud”. Confira!
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Spam é crime?
O spam deveria ser colocado
como crime sim, pois diretamente
está violando meus direitos como
cidadão! (...), o spammer utiliza-se
de informação privada e íntima,
de uso exclusivo do internauta,
que é justamente seu endereço
de e-mail. Contudo, a atitude do
spammer é mais do que abuso de
direito. O spamming é um evento/
resultado que fere a privacidade,
uma prerrogativa constitucional,
regulamentada, em parte, pelo
artigo 21, CC/2002, ex VI: Artigo
21, CC/2002 – A vida privada da
pessoa natural é inviolável, e o juiz,
a requerimento do interessado,
adotará as providências
necessárias para impedir ou fazer
cessar ato contrário a essa norma.
Porém, o spamming, além de violar
o transcrito artigo 21, afronta,
outrossim, incontáveis outros
dispositivos legais.
Leitor: Paulo Mello
Bortoncello
Reportagem: Projeto de lei
torna envio de spam crime
punido com prisão
Dupla de peso: ERP e BI
Quando falamos de projetos
integrando CRM, BI, entre outros,
o problema não é a integração
tecnológica. Entre as principais
barreiras estão a cultural, a
definição de cronograma de
adoção nas áreas, atendimento às
reais necessidades de negócios
e a percepção da relação custo/
benefício.
Leitor: João Carlos dos Santos
Reportagem: ERP e BI
formam dupla imbatível para
os negócios
Punição da Anatel
Até que enfim o consumidor
brasileiro está sendo respeitado.
Para valer, só se for sério essa
determinação e se tiver cobrança
na sequência.
Leitor: Roberto
Reportagem: Claro e TIM
enviam SMS e distribuem chips
após punição da Anatel
Crítica do Procon-SP
Isso não pode ser real,
comprometer-se a resolver apenas
1% a mais de ocorrências não
faz qualquer diferença. Deveriam
sim comprometer-se a diminuir o
número de reclamações registradas
nos órgãos de defesa do consumidor.
Como consumidor sinto-me
completamente desprotegido, seja
pelo Procon ou Anatel (...). Eles
deveriam comprometer-se com o
bom atendimento do cidadão (...).
Leitor: Ed
Reportagem: Procon-SP critica
plano de monitoramento de
teles pela Anatel
Os apagões
“É que o mundo da TI não requer
muito mais do que uma formação
técnica básica e uma pitada de
inglês”. Acho que o texto todo pode
ser resumido nesse parágrafo.
Enquanto os empregadores tiverem
na cabeça essa ideia, de que
qualquer um com treinamento básico
e um salário de subsistência pode ser
profissional de TI, continuará havendo
falta de mão obra especializada.
Leitor: Luiz
Reportagem: Os muitos
apagões do Brasil
O qUe vOCê Só enCOnTra nO SiTe Da COmpUTerWOrlD
Operadoras levam puxão de orelha e correm para melhorar serviços
C
laro, Oi e TIM estão proibidas a partir
desta segunda-feira (23/07), pela
Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel), de vender novos serviços em várias
regiões do Brasil. O motivo é a prestação
de serviços precários. Elas saíram em
protesto contra a punição da Anatel,
enquanto órgãos de defesa do consumidor
comemoram a decisão e esperam que a
agência tenha pulso forte para cobrar planos
de ação efetivos para reduzir o índice de
reclamações antes que as redes 4G entrem
em operação no País.
Pela determinação da Anatel, as três
operadoras têm prazo de 30 dias para
apresentar um plano de investimentos para
melhorar a qualidade de seus serviços. Depois
do puxão de orelhas, as três companhias
mobilizaram equipes internamente e estão
numa força-tarefa para tentar atender às
exigências do órgão regulador o quanto antes,
já que a paralisação das vendas vai impactar
nas receitas.
www.computerworld.com.br
Todas mandaram porta-vozes conversar
com representantes da agência em Brasília
para saber de que forma podem resolver suas
pendências. A Claro, proibida de vender chips
em três estados (SC, SE e SC), apressou-se e já
entregou a proposta para reduzir as reclamações
dos clientes.
A TIM foi a mais prejudicada com a medida,
por ter sido proibida de vender chips em 19
estados do Brasil. A operadora ameaça entrar
com um mandado de segurança contra o órgão
regulador. Mesmo assim, informou que trabalha
para entregar seu plano de ação à Anatel no
começo desta semana.
O argumento da operadora do grupo italiano
é que a suspensão das vendas foi baseada em
dados e indicadores diferentes dos que são
usualmente estabelecidos pela própria agência
para acompanhar o desempenho da rede. Pelos
seus relatórios, a empresa atingiu as metas do
Índice de Desempenho no Atendimento da Anatel
(IDA), que mede volume e prazo de atendimento
das reclamações na Anatel.
A Oi também contestou a metodologia
adotada pela Anatel. O Sindicato Nacional
das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel
Celular e Pessoal (SindiTelebrasil) saiu em
defesa de suas associadas, informando que
o órgão regulador levou em consideração
queixas dos consumidores que não revelam
as reais condições das redes que suportam os
serviços das operadoras.
A Anatel baseou-se em três indicadores
para suspender as vendas de chips da Claro,
Oi e TIM: quantidade de reclamações, volume
de chamadas interrompidas e ligações não
completadas. A agência mediu esses três
índices em todos os estados cobertos pelas
empresas e concluiu onde cada uma dessas
prestadoras de serviços está mais precária.
A Vivo escapou da punição da Anatel, mas
ficou em segundo lugar no ranking nacional do
Sistema Nacional de Informações de Defesa
do Consumidor (Sindec), ligado ao Ministério
da Justiça, divulgado um dia depois do anúncio
da Anatel.
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8
mercado
em aquecimento para
PaaS ainda é promessa
de ampla aceitação, mas
caminha firme entre as
modalidades de cloud
P
lataforma self-service de
desenvolvimento: tudo o que o
profissional precisa para criar
aplicações com flexibilidade
e facilidade, sob demanda. É o que
permite a modalidade de computação em
nuvem plataforma como serviço (PaaS).
Basta colocar na bandeja um pouco de
hardware, de software, entre outros
ingredientes, e, mãos à obra!
Ainda que tenha uma série de atrativos
que saltem aos olhos especialmente
dos desenvolvedores independentes
2013
de software (ISVs), o segmento ainda
é pequeno e necessita amadurecer.
A opinião é de John R. Rymer, vicepresidente e principal analisa da Forrester
Research. “PaaS ainda é pouco usado,
duvido que a indústria entenda que tipos
de produtos, recursos e modelos são
demandados”, avalia.
Concordam Anderson Figueiredo
e Carlos Calegari, analistas da
consultoria IDC.
Segundo eles,
PaaS vem
Adoção de Cloud Computing no Brasil
(2011-2012)
87,9%
aplicações
Plataformas
Infraestrutura
39,4%
42,4%
Fonte: Frost & Sullivan
www.computerworld.com.br
apresentando crescimento tímido
nos últimos anos e não deve registrar
índices expressivos, tampouco ficar à
frente de software como serviço (SaaS)
e de infraestrutura como serviço (IaaS).
Figueiredo atribui o lento crescimento do
PaaS à conceituação confusa disseminada
pelos fornecedores do serviço. “O grande
problema no Brasil é que durante anos
tratamos plataforma como sinônimo de
infraestrutura, então as pessoas confundem
PaaS com IaaS”, diz e acrescenta: “Sendo
assim, a adoção é estancada por pura
falta de clareza nos modelos comerciais
praticados. E não somente em PaaS,
mas também em SaaS e IaaS”. Ele
revela que os fornecedores estão
revendo conceitualmente suas ofertas
para deixá-las mais claras.
“Quem entende o que é PaaS, é
somente quem utiliza o modelo. Um
público mais avançado”, sentencia
Calegari. O analista destaca que quem
procura por PaaS não quer memória
RAM ou processamento, precisa de um
banco de dados ou um application server.
“Seria um pouco mais de SaaS e um
pouco menos de IaaS”, resume.
9
Mas qual é o público potencial do
PaaS? Segundo Calegari, o pequeno
desenvolvedor, a startup e a pequena
empresa, que não podem gastar
grandes somas com infraestutura de
desenvolvimento e precisam de um
ambiente atualizado tecnologicamente.
“O grande ISV vai ter de fazer contas
para saber se valerá a pena migrar
para o modelo. Por isso, o pulo do
gato é um modelo comercial claro e
atraente, especialmente para os grandes
desenvolvedores”, diz.
A Forrester acredita que os
fornecedores vão intensificar as ofertas a
partir de 2013. Concorda com ele Pedro
Bicudo, sócio-diretor da consultoria TGT
Consult. “A adesão é pequena porque
as plataformas são mais abrangentes e
complexas e a venda também”, afirma.
“SaaS está mais desenvolvido e PaaS
não, por isso, acreditamos que a batalha
entre os fornecedores vai-se intensificar”,
diz Fabrizio Biscotti, diretor de Pesquisas
do Gartner em análise do instituto sobre
o tema. Reforça esse quadro o fato de
que PaaS está mais abrangente e envolve
outros recursos middleware como
integração, gestão de processos e portal.
No estudo das 350 Maiores Empresas
de TI e Telecom, realizado pela Deloitte
em parceira com a COMPUTERWORLD,
em novembro de 2011, 30% das
O modelo facilita
a vida dos ISVs
que n‹ o t• m de se
preocupar com a
infraestrutura de
desenvolvimento
Celso Pedroso, coordenador do MBA em
Cloud Computing da Fiasp
companhias apontaram que a oferta de
PaaS deverá crescer em seus portfólios nos
próximos anos. A representatividade do
modelo nos negócios dessas companhias,
no ano passado registrou 17%.
O Gartner prevê que a receita mundial
de PaaS em 2015 movimentará 1,8 bilhão de
dólares. Para a IDC, no Brasil, esse mercado
somará 38,7 milhões de dólares em 2014.
Até 2016, a expectativa é que esse seja um
negócio de 207 bilhões de dólares no mundo.
No mais recente relatório trimestral do
Gartner sobre despesas de TI, o instituto
de pesquisas pela primeira vez incluiu a
computação em nuvem como categoria
separada, proporcionando uma análise
profunda das tendências atuais e futuras
de gastos com cloud no mundo. O modelo
plataforma como serviços (PaaS), que
em 2011 movimentou 707,4 milhões de
dólares, de acordo com o Gartner, deverá
conquistar ainda mais adeptos até o
final deste ano, somando 927,3 milhões
de dólares globalmente. Até 2015, PaaS
será responsável por importante fatia da
nuvem e gerar receita de 1,75 bilhão de
Cloud Computing Pública no Brasil
Projeção em valor
Taxas de crescimento
(em milhões de US$)
600
500
400
300
200
100
0
2009 2010
2011
2012
2013
2014
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
2009 2010
2011
2012
2013
Saas
2014
Paas
Iaas
Fonte: IDC
www.computerworld.com.br
10 mercado
dólares, projeta o Gartner. Ele promete
desbancar software como serviço (SaaS) e
ficar atrás somente de infraestrutura como
serviço (IaaS). Em 2013, esse cenário já
poderá ser observado, de acordo com o
Gartner. O maior mercado de nuvem será
de IaaS, com 41%, seguido por PaaS, com
26,6%, e SaaS 17,4%.
No Brasil, a adoção de cloud está
basicamente concentrada em SaaS,
afirma Fernando Belfort, analista sênior
de Mercado da Frost & Sullivan, mas
plataforma como serviço está atraindo
olhares. Para ilustrar a movimentação,
ele cita números. “Em 2011, PaaS tinha
sido adotado por 18,5% das empresas
brasileiras e SaaS 85,7%. Para o período
de 2011-2012, PaaS será a escolha
de 39,4% e SaaS, 87,9%”, detalha. “O
crescimento é notável.”
O que mudou de lá para cá? “Aplicativo
continua como o mais relevante,
infraestrutura também, mas plataforma
rapidamente ganhou tradição nas
empresas no Brasil, principalmente para
testes de aplicativos e desenvolvimento”,
explica. Ele lembra, no entanto, que PaaS
e SaaS estão intimamente ligados. IaaS
é o modelo-base utilizado para oferta
de PaaS, que, por sua vez, é usado para
vender SaaS. Por isso, o crescimento deles
caminha juntos.
De acordo com o analista, uma
série de elementos tem impulsionado
Para o per’ odo
de 2011-2012,
PaaS ser‡ a escolha
de 39,4%
e SaaS, 87,9%
o PaaS em solo nacional. Entre eles,
desenvolvimento de aplicativos, febre
da mobilidade e criação de plataformas
móveis, flexibilidade, escalabilidade,
fácil acesso a recursos e a maturidade
de cloud. “Faz todo o sentido para
empresas que querem com rapidez uma
nova plataforma e todos os benefícios
da nuvem, como custo mais acessível,
elasticidade, poder de processamento e
banda”, observa.
Para Belfort, PaaS possibilita benefícios
para empresas de todos os portes, mas
é especialmente atraente para pequenos
negócios. “Empresas de médio porte
e desenvolvedores podem ter acesso
a tecnologias que somente as grandes
tinham até pouco tempo, por desfrutarem
de mais recursos financeiros”, assinala.
Celso Poderoso, professor dos
cursos de graduação tecnológica da
Evolução do mercado
PaaS em todo o mundo
1.755,70
1.463,80
(em milhões de US$)
330,7
2009
512,4
2010
1.179,60
707,4
2011
927,3
2012
2013
2014
2015
Fonte: Gartner
www.computerworld.com.br
Fiap e coordenador do MBA em Cloud
Computing, acrescenta que o modelo
facilita ainda a vida dos ISVs, que
podem escolher na nuvem os recursos
necessários para criar aplicações e depois
devolvê-las para o provedor da cloud.
“Eles têm em mãos um ambiente préconfigurado, sendo necessário apenas
ativar algumas licenças. Então, a casa já
está em ordem”, destaca.
Atraente ainda é o fato de libertar
o desenvolvedor de escolha, entrega e
instalação das tecnologias necessárias, como
servidor, banco de dados e outros, processo
que tradicionalmente consome meses.
Além disso, não é necessário contar
com pessoas especializadas para realizar a
gestão do ambiente. “A economia em escala
também é um ponto positivo”, completa.
Com a facilidade de acesso à tecnologia
pelas empresas de pequeno e médio portes,
amplia-se a competitividade e ainda acelera
a criação de plataformas de nicho.
Para Belfort e Poderoso, no entanto,
o maior desafio do modelo está no
conhecimento. “PaaS é para quem
entende, ou seja, para o usuário
avançado”, observa Belfort. “Como é
direcionado para esse tipo de usuário
ou então para quem precisa de rápido
poder computacional, atinge menos
pessoas. Tem uma curva de aprendizado”,
completa Poderoso.
Eles apostam no amadurecimento do
mercado como forma de alavancar o
modelo. “As economias mais avançadas
estão mais à frente em adoção”, avalia
Belfort. A boa notícia, diz Poderoso, é
que o aprendizado em solo nacional
é muito rápido e que o Brasil é
early adopter de novas tecnologias.
“Acreditamos que até o final de 2013
PaaS vai ganhar força, especialmente
porque a indústria tem sofisticado sua
oferta, atraindo adeptos”, aposta.
A movimentação, certamente,
dizem analistas, vai impactar em toda
a cadeia de valor e fazer com que
mais fornecedores da modalidade
desembarquem em solo nacional e
novas companhias sejam criadas com o
propósito de ofertar PaaS. n
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17/08/12 18:33
12 capa
A praia dos
desenvolvedores
plataforma como serviço promete avançar em aceitação, impulsionar a
criação de aplicativos e nutrir a modalidade de cloud mais popular, o SaaS
Déborah oliveira e Solange calvo
p
A
A
S
www.computerworld
www.
computerworld.com.
computerworld
.com.br
12-18_MATCAPA.indd 12
29/08/12 20:17
13
O
s gastos com cloud computing
crescem acima da média de TI,
segundo aponta o instituto de
pesquisas Gartner. A expectativa
é que a computação em nuvem salte 19%
neste ano, em todo o mundo, tornando-se
uma indústria de 109 bilhões de dólares.
Ed Anderson, analista de cloud do Gartner,
diz que a estimativa é bastante animadora,
comparada com os 91 bilhões de dólares
registrados no ano passado nesse mercado.
E mais: podendo chegar, globalmente, a 207
bilhões de dólares em 2016.
A nuvem, de fato, impactou a forma de
entregar serviços de TI. Anderson destaca
que o desenho de venda tradicional de
licença, que realiza a implementação da
aplicação on premise (dentro da empresa),
está mudando para o modelo de software
como serviço (SaaS), adotado na nuvem.
Enquanto isso, o investimento com
hardware está saindo da prática on premise
para o off premise (remoto).
A verdade é que cloud computing já não
se trata mais de um conceito nebuloso.
Circula com facilidade em ambientes
corporativos de variados portes, incluindo
pequenas e médias empresas, de
diferentes segmentos, que já desfrutam
dos benefícios da trinca de modalidades
que compõe a nuvem: SaaS, infraestrutura
como serviço (IaaS) e plataforma como
serviço (PaaS). As duas primeiras são as
mais populares e a última ganha músculos
a cada ano e promete aquecer as ofertas.
Mais sofisticada, a modalidade
PaaS requer não somente um modelo
comercial mais complexo, mas também
evangelização, na avaliação de consultores.
De acordo com Luciano Condé, gerente de
produtos Azure, da Microsoft, a empresa
sempre contribuiu para a disseminação
dessa cultura, visto criar suas soluções
vislumbrando o conceito de plataforma,
justo para que os usuários pudessem se
tornar desenvolvedores. E na modalidade
PaaS, o dono da festa é o Windows Azure.
“Ele é apoiado em nossos data centers em
todo o mundo. Na verdade, trata-se de um
conjunto de serviços que as empresas e
desenvolvedores usam para construir suas
soluções de negócios.”
Enrique Perezyera, presidente da Salesforce.com
Condé lembra que a Microsoft lançou
o Windows Azure na modalidade PaaS
em outubro de 2008, indo contra a
maré do mercado, que estava sendo
levada na época pelos encantos do SaaS
e do IaaS. “Descobrimos um nicho
importante, porque o PaaS viabiliza o
desenvolvimento para todos os portes de
empresa”, diz e acrescenta que o Azure
proporciona a criação de diferentes
tipos de aplicações de nicho. “Ele foi a
plataforma de desenvolvimento da solução
de vendas de ingressos do último Rock in
Rio”, orgulha-se.
Os ISVs são grandes protagonistas desse
cenário, destaca Condé. “Na primeira onda
de adoção do Azure, foram os que mais
nos procuraram.” Mas na Microsoft, os
desenvolvedores independentes têm outra
denominação. São chamados de Cloud
Service Vendor (CSV).
No Brasil, a empresa mantém um
time, composto por 20 profissionais,
suportando a adoção do Azure, que auxilia
diretamente os CSVs, com apoio, suporte
e acompanhamento, orientando como
adotar. “Criamos ainda um programa de
aceleração de adoção do nosso PaaS, que
tem ajudado muito desenvolvedores e
startups de desenvolvimento de software.
Treinamos e esclarecemos como funciona
a tecnologia”, diz, certo de que ao
estimular e facilitar o desenvolvimento
também contribui para impulsionar o
empreendedorismo.
Com o objetivo de tornar mais claro o
conceito, a Microsoft atua também por
meio dos seus centros de inovação e em
universidades. Apresentando e ensinando
modelos de negócios e tecnológicos
dos produtos Microsoft, incluindo a
plataforma como serviço, segundo Condé.
“Na minha avaliação, nuvem ainda
necessita de evangelização e estamos
auxiliando nesse processo. Acredito que
PaaS está ganhando boa musculatura.
Afinal, as empresas estão preocupadas em
construir uma nova geração de aplicações
como comércio na nuvem, mobilidade etc.
Por esse motivo, reorganizamos nosso
modelo comercial”, afirma.
Para o pequeno desenvolvedor, a
Microsoft oferece um pacote no site, que
pode ser montado com facilidade, segundo
a empresa, e conta ainda com material para
ajudar na adoção. Para configurações mais
complexas, poderá ser solicitado apoio do
time especializado, que irá até o cliente.
Outra empresa com forte atuação
no segmento é a Salesforce.com, um
dos grandes nomes de PaaS, com DNA
genuinamente em cloud. Enrique
Perezyera, presidente da Salesforce.
com para a América Latina, lembra que a
história da companhia está intimamente
ligada à nuvem. Marc Benioff, chairman e
CEO da organização, quando era executivo
da Oracle, não entendia porque os clientes
investiam milhões em software, hardware
e consultoria para solucionar desafios do
passado ao final da implementação. Por
essa razão, decidiu apostar em algo mais
prático, viável e ágil: a nuvem.
De 1999 para cá, conquistou mais de 100
mil usuários da solução Salesforce.com
em todo o mundo. Com ela, os clientes
potencializam a força de vendas, a partir
de data centers em San José, Virgínia e São
Francisco, nos Estados Unidos, e outro
em Tóquio, no Japão. Entre os usuários,
3 mil estão na América Latina, sendo 1,5
mil no Brasil. Perezyera explica que todos
eles utilizam o Force.com, plataforma
baseada em nuvem para desenvolver
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aplicativos sociais e móveis, já que ela
está integrada à oferta Salesforce.com.
“Mais de 250 mil aplicativos foram criados
pelas companhias a partir do Force.com”,
contabiliza o executivo.
O Facebook é um dos maiores clientes.
“A rede social roda 700 mil aplicações
desenvolvidas com base no Force.com na
nuvem da Heroku, criadora de aplicativos
em nuvem, baseados na linguagem
Ruby e Java, comprada pela Salesforce.
com para prover serviços aos clientes”,
assinala Perezyera.
Além disso, a organização conta com
uma loja virtual, parecida com o iTunes,
da Apple, batizada de AppExchange,
que reúne aplicativos criados por
desenvolvedores em Force.com para
facilitar a rotina corporativa. Há
aplicativos pagos e gratuitos, muitos deles
de nicho, que se integram aos sistemas da
Salesforce.com.
“Em razão das megatendências do
mercado de TI [redes sociais, mobilidade
e cloud], acreditamos que PaaS vai
deslanchar, já que todos os aplicativos do
mundo serão desenvolvidos na nuvem.
Em um futuro próximo, cloud computing
vai perder o ‘computing’ e cloud será o
modelo padrão do mercado”, acredita.
Para ele, organizações não vão mais
comprar servidores, bancos de dados e
José Papo, evangelista da Amazon (AWS)
outras tecnologias. Os data centers, que
vão prover serviços em cloud, ficarão
encarregados dessa tarefa.
Na opinião do executivo, o modelo PaaS
traz oportunidades para desenvolvedores
e empresas de nuvem. “É possível acelerar
a criação de soluções e reduzir os custos”,
destaca. Ele diz que com o Force.com,
por exemplo, um profissional pode
desenvolver cinco vezes mais rapidamente,
utilizando metade do investimento, se
comparado ao uso da linguagem .NET.
Olhando um pouquinho mais à
frente, a Tivit apresenta o pulo do gato
na modalidade PaaS com o Business
Process como serviço, o BPS. “É nossa
arma, pois acelera a entrada do produto
no mercado e impulsiona a atuação”,
revela Fabiano Droguetti, diretor
de Soluções e Tecnologia da Tivit.
Muito além da esteira tradicional de
desenvolvimento, que é o PaaS, Droguetti
tira da manga a experiência de longa
data no modelo e, portanto, salta para o
patamar de oferecimento de plataforma
de processos de desenvolvimento.
“Oferecemos também, claro, a plataforma
de desenvolvimento de desenho do
aplicativo. Mas fomos além.”
Ainda não é o ano do PaaS, na visão de
Droguetti. No entanto, ele diz observar o
amadurecimento dos modelos comerciais
na modalidade. “A maior aceitação é uma
questão de pouco tempo”, estima.
O executivo da Tivit lembra que essa
modalidade abriga um público-alvo mais
especializado, diferente daquele que se
interessa por SaaS e IaaS. “As ofertas de
SaaS hoje são muito mais vapor do que
realidade. É preciso ter um leque mais
variado de aplicações e o PaaS irá alimentála”, explica e alerta: “Irá surgir uma nova
linha de aplicações, voltada especificamente
para ser vendida no modelo SaaS. Para que
os aplicativos possam ser comercializados
por hora, dias etc. Serão modulares e
assim farão com que os usuários
desfrutem ao máximo desse
modelo”.
Correndo por fora, bem
ali, na baia ao lado, está
a Go2neXt. A empresa
Fabiano Droguetti, diretor de Soluções e
Tecnologia da Tivit
atua em toda a cadeia de cloud, fazendo
parceria com os fornecedores e integrando
soluções para usuários. “Afinal, entre o
provedor e o usuário do modelo de nuvem
há um gap muito grande. Os clientes de
cloud precisam de ajuda para adaptar o
legado e acelerar a adoção com segurança.
É aí que entramos. Mas atuamos mais do
lado corporativo”, afirma Paulo Pichini,
CEO da Go2neXt.
O executivo diz ter a operação ainda
muito apoiada em serviços tradicionais
de TI, mas cloud já representa 20% da
receita da companhia. “Os pacotes que
são oferecidos hoje não têm muito valor
agregado. É justamente o que fazemos:
adicionamos colaboração, gerenciamento,
ERP entre outros valores”, descreve.
Uma das linhas de negócio da
organização é o laboratório de
desenvolvimento e testes e preparação
da solução para ingressar no mundo da
nuvem. “É muito interessante, mas
a demanda ainda é tímida”, diz o
executivo para quem a modalidade
PaaS ainda irá crescer muito em solo
nacional.
Com atuação diferenciada na
cadeia de negócios PaaS, também
está a Lumis, com o Lumis
Cloud, plataforma que
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ingressou na nuvem em abril deste ano. No
modelo tradicional, a solução atingia apenas
grandes empresas e como plataforma como
serviço estendeu-se às médias.
O modelo de comercialização é operado
exclusivamente por meio da rede de
parceiros, composta por ISVs. “Eles é
quem levam a solução ao cliente, pois
essa modalidade exige customização,
orientação e suporte. Desenham a
plataforma na nuvem para o usuário,
customizam e a colocam no ar para o
cliente”, diz Rafael Saavedra, gerente de
Marketing e Novos Negócios da Lumis.
Parceira da Amazon, desde o ano passado,
no modelo de plataforma, a Lumis diz-se
preparada para a demanda que estima
aumentar em 2013.
Edgar Silva, gerente de pré-vendas da
Red Hat Brasil, revela que entre 12% e 15%
da base de clientes da Red Hat em solo
nacional está em busca de uma estratégia
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de PaaS, com destaque para
o setor de telecomunicações.
“Queremos conquistar 50% dos
usuários da Red Hat. Ao mostrar os
benefícios, que incluem redução de custos
e aceleração do time to market
market, podemos
até superar a marca”, avalia.
A procura pela modalidade deve ganhar
força em 2013 e a companhia movimentase para conquistar fatia significativa desse
mercado. “Faturamos 1 bilhão de dólares
no último ano fiscal e temos o objetivo de
chegar a 3 bilhões de dólares em pouco
tempo. Grande parte desse crescimento
está apoiado em cloud computing”, afirma.
Para reforçar o posicionamento e
evoluir a oferta, comprou em 2010 a
Makara, startup norte-americana de PaaS.
“Transformamos a solução em open source.
Qualquer pessoa pode acessar o site do
OpenShift, baixar a aplicação e desenvolver
na nuvem”, assinala. Ele explica que é
preciso pagar uma taxa de
subscrição. A solução roda na
Amazon, mas o usuário pode escolher
outro provedor.
Com a estratégia totalmente
voltada para cloud computing, a
Globalweb contará com um portal
de autoatendimento para micro e
pequenas empresas desenvolverem e
vender soluções de nicho. “PaaS é uma
das ofertas e vai dar a possibilidade de
adquirir software e infraestrutura para
desenvolvimento na nuvem”, explica.
A criação pode ser realizada em diversas
linguagens de programação, como Java,
.NET e Azure, completa. A empresa tem
data centers para suportar a operação,
11 deles localizados nos Estados Unidos,
fruto da parceria com a Coresite.
As grandes estrelas do portal, e aditivos
da estratégia, serão os ISVs, de acordo
com o executivo. “Estamos selecionando
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Soluções de PaaS
Empresa
Amazon Web Services
aws.amazon.com/pt
CentralServer
www.centralserver.com.br
Ci&T
www.cit.com.br
VMware
empresa parceira da EMC
Solução de PaaS
Destaques da solução
AWS Elastic Beanstalk
Simples de usar, opção de upload via console gráfica ou por meio de um ambiente de desenvolvimento,
sem necessidade de modificar o código da aplicação. Suporta Java, .NET e PHP e é possível configurar
após implementação, fácil de voltar para versões antigas ou alterar para novas versões.
Cloud Hosting Gerenciado
Mecanismo para atualização contínua de pacotes de segurança e versões dos aplicativos. Opções
de Cloud Server em Cloud Pro 512 MB ou Cloud Pro 32 GB (memória), ambiente operacional Linux e
Windows. Apresenta facilidade de expansão, serviços de backup automatizada, entre outros.
Parceiros globais da plataforma
Google, Amazon e Salesforce.com
A Ci&T tem experiência em desenvolvimento e manutenção de aplicações
corporativas para empresas de todos os tamanhos.
vFabric
Família de produtos de “middleware” integrados, voltada para aplicações que lidam com grandes
quantidades de dados. A tecnologia é otimizada para o “Open Source Spring Framework”, utilizado
mundialmente por mais de 50% dos desenvolvedores Java. Principais atrativos incluem redução do
time to market; traz os benefícios da virtualização para o “middleware” de aplicações; e facilita o
provisionamento e o crescimento da infraestrutura das aplicações.
CA Applogic
Grande nível de automação na integração de ambientes complexos de diversos fabricantes. Possibilita
o desenvolvimento de código para acessar diretamente os recursos da plataforma pelos ISVs,
podendo converter aplicações comum para ambiente multi-tenant. É possível rodar as soluções com
o mínimo de customização, permitindo aprovisionamento automático de recursos, bem como a gestão
automática da carga de trabalho.
Hospedagem de sites,
servidores berenciados
(Cloud e Dedicados)
Com a oferta de Servidores Gerenciados, empresas transferem a responsabilidade sobre a
administração, como gestão de backup, atualização de sistema operacional, configuração e manutenção
de firewall e ferramentas de segurança para a Locaweb.
Windows Azure
Integra infraestrutura e plataforma, rápida escalabilidade, baixo custo, fácil manuseio, ambiente
de desenvolvimento interoperável na nuvem, mecanismos de segurança para evitar perda de dados,
plataforma de desenvolvimento que proporciona experiência consistente, gerenciamento automatizado
de serviços automatizado que permite aos desenvolvedores concentrar na lógica de negócios em vez de
restrições operacionais, capacidade de sincronizar e acessar os dados seja online ou offline, integrar e
ampliar investimentos on premise para um ambiente de nuvem.
Oracle Java Cloud Service
Desenvolvimento, implementação e gerenciamento de aplicativos na plataforma Java Enterprise
Edition (Java EE) baseados no Oracle WebLogic Server. Elimina a complexidade de implementação de
aplicativos, oferecendo infraestrutura e promovendo integração.
Oracle Database
Cloud Service
Serviço fácil de desenvolver, implementar e inscrever em uma base mensal. Oferece provisionamento
instantâneo e implementação de aplicativos com operações gerenciadas. Opção de implementar os
dados codificados na nuvem da Oracle ou no ambiente local.
Red Hat CloudForms,
Red Hat OpenShift DevOps & ITOps
O OpenShift pode ser executado nas nuvens pública ou privada, fazendo com que a empresa possa ser seu
próprio fornecedor de PaaS. A experiência dos desenvolvedores pode ser maximizada, direcionando-os
para o desenvolvimento das aplicações.
Force.com
Desenvolvimento cinco vezes mais rápido pela metade do custo de plataformas on premise. Plataforma
otimizada para megatendências como cloud, mobilidade e redes sociais. Madura: mais de 250 mil
aplicativos e usada por software houses e mais de 120 mil clientes no mundo.
Plataforma de Portais Web,
Plataforma de Processos de Negócios
(BPaaS), Plataforma de Application
Lifecycle Managament,
Plataforma de Business Analytics e
Plataforma Transacional
Enquadram-se no conceito de private cloud. Têm alto nível de especialização e possibilidade de customização,
de acordo com os requerimentos de negócio de cada cliente, além dos atributos típicos de soluções baseadas
na nuvem, como elasticidade, cobrança como serviço e conforme o uso. São robustas e de fácil implementação.
Hospedagem das soluções SAP e
non SAP, preparação do ambiente
e operação e gerenciamento de
máquinas
Rapidez no atendimento, ganhos técnicos e financeiros, flexibilidade de aumentar ou diminuir o poder de
processamento, segurança de ambiente espelhado e garantia de disponibilidade da operação.
v/Care CRM e v/Care EDI
Alta disponibilidade, suporte 24x7x365, backup, localização dos dados no Brasil para compliance e relatórios
de negócios. Configuração feita pelo administrador via portal, permitindo customizações e acompanhamento
em tempo real das transações. Permite acesso direto, via redes privativas (VPN) ou por conexões seguras web,
tornando flexível o acesso.
www.vmware.com
Globalweb
www.globalweb.com.br
Locaweb
www.locaweb.com.br
Microsoft
www.microsoft.com/pt-br/
default.aspx
Oracle
www.oracle.com.br
Red Hat
http://br.redhat.com
Salesforce
www.salesforce.com/br
Tivit
www.tivit.com.br/
T-Systems do Brasil
www.t-systems.com.br
UOLDiveo
www.uoldiveo.com.br
Fontes: Amazon Web Services, CentralServer, Ci&T, VMware, Globalweb, Locaweb, Microsoft, Oracle, Red Hat, Salesforce,Tivit, T-Systems do Brasil e UOLDiveo
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17
desenvolvedores para diferentes verticais
para que eles possam criar, integrar e
comercializar a solução em nosso portal.
Temos mais de 500 cadastrados e mais
de cem que já estão aptos a iniciar os
negócios”, detalha Cleber Gomes, diretor
de operações da Globalweb. “Tratase de um verdadeiro self-service e os
clientes poderão ser atendidos de forma
personalizada”, destaca o executivo.
Segundo ele, a aposta nesse portal é
alta. “Contratamos cerca de 40 pessoas
para atuar exclusivamente no site.
No longo prazo, esperamos que PaaS
represente entre 40% e 60% da nossa
receita”, avalia.
Para ele, o grande atrativo do modelo
é a possibilidade de focar nos negócios,
passando para quem entende a gestão da
tecnologia. “PaaS entrega confiabilidade e
segurança, possibilitando rápido crescimento
com investimento reduzido”, comenta.
Atualmente, diz, a companhia tem cerca
de 400 clientes de PaaS, mas com o portal,
e o aquecimento do setor, a ideia é chegar
a milhares. A maioria das aplicações
desenvolvidas, contabiliza, foi para a
vertical turismo.
Diversificação de recursos
Segundo José Papo, evangelista da
Amazon (AWS), a empresa começou a
oferecer o Elastic Beanstalk, em janeiro do
ano passado, com PaaS Java e desde então
expandiram para oferecer mais recursos
e linguagens. “Agora, suportamos Java,
PHP e NET e ainda integração com os
IDEs mais utilizadas no mercado: Eclipse
e Visual Studio”, diz Papo, acrescentando
que o Beanstalk é bastante apreciado
pelos clientes, porque o usuário não
precisa alterar seu código na plataforma.
Clientes em todos os portes e segmentos
usam a modalidade PaaS da Amazon,
segundo Papo. “De startups a grandes
empresas. Temos centenas de milhares
de clientes em mais de 190 países que
utilizam nossos serviços, incluindo
plataforma como serviço.”
O executivo destaca que o modelo
beneficia muito os ISVs que usam o Elastic
Beanstalk ou o Amazon EC2, porque
Marcos Rodrigo Silva, diretor de Produtos da UOLdIveo
podem criar suas soluções de SaaS e
oferecer seu software com a marca AWS
no mercado. “A flexibilidade da nossa
nuvem realmente gera oportunidades
para eles.” Além disso, segundo Papo,
a empresa acredita que por meio dessa
modalidade está incentivando pequenas
empresas e startups a entrar no mercado
com baixos custos de TI e grande
flexibilidade, elasticidade e escalabilidade,
sem a necessidade de investir grandes
somas. “Isso realmente traz um grande
boom para a economia digital e para o
crescimento das companhias.”
Na Ci&T, empresa de projetos de
software corporativo, o tema ganhou
atenção em 2011. Foi criada uma área
voltada para a prática. No ano passado,
cerca de 40 pessoas estavam dedicadas ao
mundo PaaS. De lá para cá, a organização
amadureceu a estratégia e ampliou o
número de parcerias para oferecer o
modelo. Microsoft, Google, Amazon e
Salesforce.com são as aliadas na jornada.
Daniel Viveiros, gerente-executivo da
Ci&T, explica que a companhia já está
contribuindo para projetos em solo
nacional em médias e grandes
organizações. “Também estamos
expandindo nosso modelo para
o Japão e os Estados Unidos.
Temos oportunidades no
Brasil, mas podemos conquistar países
mais maduros no assunto”, diz.
Ele afirma que o diferencial da Ci&T é
conseguir equilibrar e integrar o mundo de
aplicações corporativas com PaaS, ajudando
clientes na adoção incremental, segura, e
maximizando os benefícios da nuvem.
Duas aquisições de empresa e a
formação de uma joint venture fizeram
com que a EMC se juntasse ao time de
organizações que apostam na nuvem
como modelo de negócios. VMware e
SpringSource possibilitaram o ingresso
em PaaS e a VCE [união da Cisco, EMC
e VMware], ampliou o leque. “Com a
SpringSource, foi possível incorporar
o vFabric, família de produtos de
middleware integrados, voltada para
aplicações que lidam com grandes
quantidades de dados”, conta Nelson
Esquivel, da equipe de pré-vendas e
serviços consultivos da EMC.
Ele aponta que a EMC espera ampliação
não só em PaaS, como em SaaS e IaaS,
com destaque para virtualização e,
principalmente, desenvolvimento de testes,
já que cada vez mais companhias estão
migrando aplicações críticas para o
ambiente virtual com o objetivo
de facilitar o gerenciamento e
ampliar o go to market
market.
A Oracle também
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apostou em aquisição
para fortalecer a estratégia.
Consumiu sete anos para esquentar
os motores e entrar na arena de cloud.
Uma das principais movimentações da
empresa no setor foi a compra da Sun
Microsystems, que conta com o Solaris,
sistema operacional voltado para a nuvem,
explica Weligton Pinto, diretor de Vendas
Consultivas em Hardware da Oracle.
PaaS está em evidência na oferta de
nuvem da empresa com sede em Redwood
City, nos Estados Unidos. “Ela oferece a
possibilidade de criar ‘pequenos gigantes’,
companhias menores que podem atender
a segmentos específicos”, avalia.
Como exemplo de tecnologias de PaaS, ele
cita o Oracle Java Cloud Service, plataforma
empresarial para desenvolvimento,
implementação e gerenciamento de
aplicativos cruciais na plataforma Java.
A Oracle afirma que a procura tem
aumentado, especialmente no segmento
de telecomunicações, que está na
vanguarda do desenvolvimento de
soluções, segundo Weligton.
Para a UOLdiveo, cloud é um meio
e não um fim. É o que garante Marcos
Rodrigo Silva, diretor de Produtos
da companhia. “Quando montamos
ambientes para nossos clientes, uma
boa arquitetura é usar plataforma como
Edgar Silva, gerente de Pré-vendas da Red Hat Brasil
serviço”, diz. Ele
aposta no oferecimento
de valor agregado na categoria. Se
o cliente já tem plataforma, é possível
embarcar CRM, diz, ou qualquer outra
solução, sem se preocupar com a
contratação de licenças.
A grande arma do UOLdiveo na
modalidade PaaS, segundo Silva, é a
construção de contingência para nuvem.
“Vamos oferecer a possibilidade de
desenvolvimento de sites de continuidade de
negócios. Esse será nosso posicionamento
diferenciado. Hoje, ter contingência é algo
caro, com essa alternativa muitas empresas
poderão garantir a preservação dos seus
negócios”, acredita.
“Nossa estratégia tem foco e não
produto específico”, alfineta o executivo
que faz questão de ressaltar que há muito
não assistia a um esforço coordenado na
modalidade, de fabricantes, provedores
e integradores. “Estamos quebrando
barreiras. Embora a demanda ainda não
seja grande, com certeza a aceitação está
em alta”, garante.
O alvo da T-systems com o PaaS são as
empresas de grande porte. “Nosso modelo
comercial é somente para atendimento à
pessoa jurídica e organizações maiores.
Mas a aceitação ainda é tímida”, diz Luis
Hirayama, diretor de Desenvolvimento de
Negócios da T-Systems.
Hirayama explica que a empresa
possui a plataforma Dynamics Services,
desenvolvida internamente. “A nossa
inteligência está em como alocar o
hardware e como fazer a cobrança.
Para tornar o modelo mais abrangente,
realizamos parcerias globais com
Microsoft, Oracle, SAP, entre outras
empresas”, destaca.
No momento, a Dualtec estuda
parcerias com empresas do segmento
para construir a estratégia de PaaS.
“Vamos lançar nossa oferta em 2013”,
projeta Lauro de Lauro, fundador e CEO
da Dualtec. A estratégia, diz, poderá ser
aplicada em qualquer data center.
De acordo com ele, a mobilidade tem
sido um dos grandes motores de PaaS. “O
modelo não é adequado para uma grande,
Cleber Gomes, diretor de Operações da Globalweb
média ou pequena empresa, é voltado para
o desenvolvedor e, hoje, o profissional
dedicado a aplicações móveis está sendo
cada vez mais demandado”, relata.
Outra que aposta em alianças para
conquistar o nicho é a CentralServer,
que uniu-se à Intelig para oferecer
infraestrutura para PaaS que responde,
hoje, de 25% a 30% da receita da provedora
de serviços de data center, cloud e
hospedagem de sites. “É um mercado
atraente, que vai permitir que as pequenas
empresas evoluam e os desenvolvedores
também”, comenta Rui Suzuki, diretor
Comercial do CentralServer. A companhia
tem a meta de crescer 50% nesse segmento.
Suzuki destaca que o diferencial da
organização no setor é o conhecimento
em cloud adquirido ao longo dos anos.
“Criamos uma série de procedimentos
que herdamos da nossa antiga fase de
desenvolvimento de software e também
contamos com as melhores práticas para
gestão de servidores”, garante.
Todos esse fornecedores sinalizaram
que não é o ano do PaaS, mas, certamente,
da construção de seus modelos comerciais,
da consolidação da sua aceitação e
do desenho de um mercado mais
desenvolvedor, criativo e empreendedor.
Mas a estimativa é de crescimento do
modelo nos próximos anos. n
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Cases
Na prática
M
uitos são os benefícios
proporcionados aos
desenvolvedores quando
optam pela contratação
de plataforma como serviço (PaaS).
Consultores ressaltam que é uma boa
maneira de o profissional dedicar-se,
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de fato, ao trabalho de construção de
aplicativos, deixando o restante com
o fornecedor, como gerenciamento,
licenças de uso, atualização e
manutenção da infraestrutura, entre
outras agruras, com a vantagem da
redução de custos da operação.
19
Usar plataforma de
desenvolvimento na
nuvem, agiliza o tempo
de criação de aplicações,
com flexibilidade e
redução de custos
Eles afirmam que ainda é terreno
árido no País, porque o conceito e os
modelos comerciais ainda não estão
claros, o que estanca o avanço da
adoção. “Há muito desconhecimento”,
dizem. Mas quem já entendeu e adotou,
já desfruta de bons resultados.
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20 Cases
Mas não basta ter apenas uma
boa ideia para começar um pequeno
negócio no ramo de desenvolvimento
de software no Brasil. É preciso
capital e ter acesso às tecnologias
certas, o que é um privilégio de poucos
empreendedores. Mas a nuvem está
encurtando esse caminho e ajudando
startups a alçar voo, lançando operações
baseadas em plataforma como serviços
(PaaS). Foi em cima desse modelo que
o baiano Camilo Telles construiu o
seu negócio, a startup Zeteks, dona de
um sistema para venda de ingressos
online, que processa desde megaeventos
internacionais a pequenos rodeios no
interior de São Paulo.
“Quem já abriu uma empresa sabe o
quanto é difícil colocá-la em operação”,
conta Telles, que fundou a startup em
2009, com a visão de que no futuro a
compra de ticket será online. Ele acredita
que a nova geração não perderá tempo
em bilheterias, preferindo fazer pedidos
de entradas pelo celular. Por apostar
nessa tendência, o empresário decidiu
migrar sua aplicação, que estava num
servidor nos Estados Unidos para rodar
na plataforma como serviço Azure da
Microsoft. Segundo ele, a empresa
deu um salto e começou a virada.
O grande teste para esse momento foi
a conquista do contrato para vendas dos
ingressos para o Rock in Rio 2011. Seu
software bateu a comercialização de 700
mil tickets. Este ano, a companhia esteve à
frente de outro megaevento, que foi a turnê
do ex-Beatle Paul McCartney este ano ao
Brasil, que vendeu 400 mil entradas.
“Somos uma empresa de serviços,
baseada em software, e não queríamos
gerenciar mais servidor nem ter
infraestrutura”, conta Telles. Ele avalia
uma das maiores vantagens do uso de
PaaS é poder alocar processamento de
acordo com a demanda do seu negócio,
que é elástico. “Nunca sabemos quanto
vamos vender. Tem dias que não
vendemos nada. E em outros, vendemos
um milhão de ingressos”, conta o
fundador da Zeteks.
Com essa característica, Telles afirma
que teria dificuldades para montar
servidores dentro de casa. “A maior
contribuição da plataforma como
serviço é que os custos são variáveis e
não fixos”, conta o executivo, que estima
vender em 2012 ingressos para cerca de
200 eventos, que vão de megaeventos a
campeonatos de futebol do São Paulo
Futebol Clube.
A Zeteks é operada por uma equipe
de dez pessoas, somando analistas
e desenvolvedores e chamou tanto a
atenção do mercado que recentemente
foi adquirida pela Santarema Eventos.
Mas Telles continua à frente do
negócio, que ele acredita ter muito
espaço para crescer.
De vendas de
ingressos para o
Rock in Rio à turnê
de Paul McCartney,
PaaS possibilita
lancar startups
no mercado
segurança para usuários de celular,
que cria uma rede de proteção para
transmitir alertas para polícia, familiares
e amigos do assinante em caso de
sequestro ou situações de emergências.
O Agentto roda em smartphones com
sistema operacional Android, iOS (Apple)
e Windows Phone e se integra a bases
de dados de instituições públicas, como
Polícia Militar, Corpo de Bombeiros
e órgãos de defesa do consumidor. O
usuário baixa a aplicação e monta a rede
de pessoas que ele gostaria que fosse
avisada em situação de perigo.
Paulo Roberto de Oliveira, diretor
de Tecnologia da Invit, conta que a
companhia optou por desenvolver a
aplicação na nuvem pelo seu modelo
de negócio. Como o software está
disponível para usuários de celulares
gratuitamente, não gera receita.
“A aplicação foi pensada para atender
a milhões de usuários no Brasil e em
qualquer lugar do mundo. Precisávamos
de alto poder de processamento a baixo
custo”, diz, explicando que sem PaaS a
solução seria inviabilizada.
O Agentto está chegando ao mercado
na sua versão final e já conta com 3 mil
assinantes em Uberlândia, onde fica a
sede da Invit. A expectativa de Oliveira
é conquistar 12 milhões de usuários até
o final de 2012. Para ser distribuído em
larga escala, o software foi desenvolvido
em quatro línguas: português, inglês,
francês e espanhol.
Pelo sucesso conquistado em tão
pouco tempo, Oliveira informa que há
planos de torná-lo um negócio a parte da
Invit, controlado por uma empresa nova
que levará o mesmo nome do aplicativo.
Segurança no celular
Codiminer nasce para apoiar startups
A empresa mineira Invit percorreu
caminho parecido ao da Zeteks. A
companhia baseou-se na plataforma
como serviços na nuvem da Microsoft
para desenvolver o software Agentto,
lançado em versão beta em novembro
do ano passado com aporte da
Financiadora de Estudos Especias
(Finep).Trata-se de uma solução de
Criada no final do ano passado para
prestar serviços de web, a Codiminer
desenvolve aplicações em cima de PaaS
para ajudar startups de internet a se
lançarem rapidamente no mercado.
Segundo Daniel Pisano, cofundador
da companhia, 14 projetos estão
no forno. Entre seus clientes, estão
empreendedores de e-commerce, redes
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21
sociais, focadas em futebol e outros
tipos de negócios online.
A Codiminer faz projetos sob
demanda, atuando desde a concepção
dos negócios até o desenvolvimento.
Segundo Pisano, em dez meses de
operação, a empresa já entregou
alguns projetos. Entre os que já
foram lançados estão a Palpiteiros
(palpiteiros.com.br), rede social,
focada em futebol.
Para criar aplicações web para
seus clientes, a Codiminer apoia-se
na linguagem Ruby on Rails. “Essa
tecnologia está sendo bem aceita em
comunidades do mundo e gerou um
nicho de trabalho”, diz Pisano. Ele
conta que percebeu que a plataforma
oferecia uma oportunidade de negócios
e resolveu formar a empresa com outros
dois sócios.
“O mercado estava demandando por
uma empresa especialista para atender
rapidamente a startups com modelo
de desenvolvimento de uso mínimo de
infraestrutura, esforço e máximo de
valor para o produto”, relata Pisano. A
Codiminer nasceu com capital dos sócios.
Para desenvolvimento das aplicações,
a Codiminer usa infraestrutura de
empresas como Dualtec, Locaweb,
A plataforma facilita a vida do desenvolvedor
e do administrador do sistema para que haja o
mínimo esforço de configuração
dos serviços voltados para infraestrutura
Daniel Pisano, Cofundador da Codiminer
Amazon e Heroku. “A Heroku, por
exemplo, desenhou uma oferta
de PaaS em cima da tecnologia
que utilizamos. Essas empresas
fornecem a infraestrutura para fazer
desenvolvimento de aplicações e
hospedar essas aplicações quando elas
vão para o ar”, informa.
Pisano avalia que o grande benefício
do PaaS é a possibilidade de trabalhar
em ambientes mais automatizados.
Assim, sobra mais tempo para focar
no desenvolvimento das aplicações.
“A plataforma facilita a vida do
desenvolvedor e do administrador do
sistema para que haja o mínimo esforço
de configuração dos serviços voltados para
infraestrutura. Esse é o core da empresa”,
avalia o executivo da Codiminer.
Estrutura da operação
A Codiminer conta com um time de 55
desenvolvedores com conhecimento de
PaaS, o que garante entregas rápidas
para que startups consigam se lançar
com mais velocidade no mercado.
Para ganhar mais fôlego, a empresa
alinhava no momento uma parceira com
a Dualtec, que está estruturando uma
infraestrutura como base para PaaS.
O maior desafio da recém-chegada
a esse mercado é o de competir com
empresas já consolidadas e em curva
acentuada de conhecimento. Com
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24 Cases
serviços diferenciados e velocidade,
a empresa espera criar uma clientela
cativa e fechar 2012 com faturamento
de 8 milhões de reais.
Setor financeiro no PaaS
“A Tivit criou uma plataforma de
desenvolvimento de processos entre
empresas diferentes, como se fosse um
hub”, explica Fabiano Droguetti, diretor
de Soluções e Tecnologia da Tivit.
Segundo ele, a última oferta conjunta,
originada dessa plataforma, foi com
a Câmara de Cessões de Crédito da
Câmara Interbancária de Pagamentos
(CIP). “É uma plataforma de serviço
que a CIP está evoluindo para outros
serviços que fazem parte do sistema
financeiro”, relata Droguetti.
Em janeiro deste ano, mais um
sistema foi desenvolvido, o C3.
Projetado para registrar parcelas
de operações de crédito, objetos de
negociações de cessões interbancárias,
o C3 não permite duplicidade dos
processos, por meio de um controle ágil
e centralizado.
O sistema, cujo funcionamento
foi autorizado como Câmara
sistemicamente importante pelo Banco
Central, é fruto de iniciativa do mercado
como medida macroprudencial para as
operações de cessão de crédito. Para
implementar o modelo, a CIP firmou
acordo com a Tivit, no início de 2011,
que contemplou duas áreas de negócios:
a de Sistemas Aplicativos e a de
Terceirização de Infraestrutura de TI.
A demanda da CIP tinha como
objetivo ampliar a segurança das
operações de cessões de crédito
interbancárias, reduzindo riscos e
evitando que o mesmo crédito fosse
negociado simultaneamente com duas
ou mais instituições financeiras.
“A C3 é uma infraestrutura de
mercado que aprimora o controle das
cessões de crédito. Só em março do ano
passado, as cessões corresponderam a
4,16 bilhões de reais, demonstrando sua
importância sistêmica”, afirma Joaquim
Kavakama, superintendente da CIP.
Além do desenvolvimento de todo
o sistema, a Tivit é responsável pela
sustentação do aplicativo, que
possui 100% do processamento das
transações em tempo real, operados
nos data centers da empresa, em
São Paulo e no Rio de Janeiro, que
possuem 99,999% de disponibilidade,
segundo a companhia.
O projeto cosumiu cerca
de dois meses para
o lançamento da
primeira fase, que
foi a conciliação
do estoque dos
contratos já cedidos,
com a alocação
de uma equipe de 60
pessoas e conta com 15
terabytes de storage.
A participação na C3 é
aberta para todas as instituições
financeiras e a fundos de investimentos
A CIP desenvolveu
sistema para registro
de operações de
crédito, com base no
PaaS da Tivit, que irá
evoluir para
outros serviços
financeiros
Fabiano Droguetti, diretor de soluções
e tecnologia da Tivit
que operam no mercado de cessões de
créditos, originados dentro do Sistema
Financeiro Nacional.
Plataforma entra na moda
A Salesforce.com ajudou a tradicional
marca da indústria da moda, a
Burberry, a desenvolver uma solução
capaz de unir a empresa à legião de
fãs e parceiros. De acordo com a
CEO da britânica Burberry, Angela
Ahrendts, “é preciso estar totalmente
conectado com todos os envolvidos
com a sua marca”. Esse é o primeiro
passo para estabelecer uma relação
de longo prazo com os consumidores,
cada vez mais exigentes e presentes na
internet e redes sociais.
A tecnologia que protagonizou a
realização foi a Force.com, plataforma
como serviço (PaaS) da Salesforce.com,
que contribui para o desenvolvimento
de soluções e coloca em funcionamento
aplicações sociais e móveis em tempo
real. Usada por milhares de empresas
em todo o mundo, já contribuiu para o
lançamento de aplicativos de organizações
de diferentes tipos e setores de atuação.
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25
Tudo começou a partir de um
encontro entre o CEO da Salesforce.
com, Marc Benioff, em um hotel em
Nova York, nos Estados Unidos, com
Angela e o CTO da BurBerry, John
Douglas. O esboço do que é hoje o
social business da empresa teve início
em um guardanapo. Nascia ali, segundo
eles, o primeiro passo em direção
à integração total entre empresa,
funcionários, clientes e marca.
A Burberry usa meios de comunicação
web e mídias sociais para ampliar a
divulgação e a presença da marca e
interagir com clientes e fãs de maneiras
totalmente novas. A preocupação de
Angela e do diretor Christopher Bailey
é modernizar a empresa, que tem
mais de 150 anos de atuação, para que
permaneça ativa nas próximas décadas.
Admirada especialmente pelas
mulheres, a empresa está desbravando
novos caminhos em mídias sociais.
A marca tem mais 10 milhões de fãs
no Facebook, em que conta com uma
página ativa e usa a tecnologia da
a mesma experiência que teria ao
ir pessoalmente à loja”, diz Angela.
“Todos estão alinhados ao mesmo
sentido da marca e da cultura da
empresa. E podem vir ao Mundo
Burberry e entender o caminho e a
missão que estamos trilhando.”
Ela lembra que qualquer CEO em
busca de diferencial e lucratividade tem
de voltar às atenções para o mundo social
e conectar-se com todos aqueles que têm
relação com a marca. “Se ele não fizer
isso, o modelo de negócios daqui cinco
anos poderá se perder”, aconselha.
Na trilha dos maratonistas
Outra empresa que estabeleceu forte
ligação com os consumidores por meio
da web é a norte-americana Asics,
fabricante de vestuário e calçados para
o segmento de esportes. Ela quis ir
além da exibição de cartazes e logotipos
em maratonas-chave para impactar
positivamente as experiências dos
corredores. A empresa também queria
se envolver com os amigos e familiares
PaaS da Salesforce.com, a Heroku
contribuiu para o desenvolvimento da
campanha de apoio à ING New York
City Marathon 2010
Salesforce.com para manter-se nesse
nicho e estar à frente da concorrência
no contato com os consumidores.
“Queríamos ser uma empresa
totalmente digital, de ponta a ponta,
e por isso procuramos a Salesforce.
com para nos ajudar a construir essa
estratégia”, diz a executiva.
“Nossa visão é que o cliente tem
acesso total à Burberry, em qualquer
dispositivo, hora e lugar, recebendo
que não puderam estar lá pessoalmente
para apoiar e torcer pelos maratonistas
no dia da corrida.
Bill Logee, gerente de Marketing da Acsis,
explica como surgiu a ideia de estruturar
uma iniciativa nas redes. “Queríamos fazer
algo um pouco mais altruísta, e realmente
melhorar a experiência dos participantes
e os consumidores, em vez de apenas falar
com eles.”
Para atingir esses objetivos, a empresa
escolheu a plataforma como serviço
(PaaS) da Salesforce.com, a Heroku,
contribuindo para o desenvolvimento
da campanha Support your Marathoner
[Apoie o seu Maratonista].
Comprada em 2010 pela Salesforce,
a Heroku é a criadora de uma
plataforma para aplicativos em nuvem
baseada na linguagem Ruby e Java e
suporta múltiplas estruturas, bases de
dados e linguagens. Mais de 170 mil
aplicativos em todo o mundo foram
desenvolvidos na esteira da solução.
O Facebook, por exemplo, é um dos
grandes usuários da plataforma.
A promoção Acsis permite que
amigos e parentes enviem palavras
de encorajamento, utilizando vídeos,
imagens ou texto para os maratonistas
que estão apoiando. Cada corredor
recebe uma etiqueta RFID para colocar
até mesmo no tênis para que, ao passar
pelos sensores em determinados
marcadores de milhas na corrida,
suas mensagens personalizadas sejam
exibidas em telas gigantes de LED.
Os corredores podem se inscrever
por Facebook ou Twitter, grandes redes
que possibilitam contatos entre amigos,
empresas e consumidores em todo o
mundo, para criar uma página de perfil e
solicitar mensagens de apoio. Lá, amigos e
familiares podem entrar em suas contas no
Facebook e Twitter para registrar e postar
mensagens. Os maratonistas também têm
a opção de pré-gravar mensagens que
são enviadas para atualizar os seguidores
sobre seus progressos.
Em sua primeira edição, em 2010, a
ING New York City Marathon, com o
Support your Marathoner, recebeu 19
mil mensagens pessoais e 2 mil vídeos.
Além de continuar em Nova York, o
programa já foi expandido para a Costa
Oeste e LA Honda Maratona. “Essa foi a
primeira maratona de eventos socialmente
desenvolvida”, diz Logee. “As plataformas
sociais estão nos tornando mais interativos
e envolventes do que qualquer ação que
já realizamos antes. Nós não poderíamos
criar esse tipo de impacto sem ser por
meio das redes sociais.” n
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Produção:
28 tecnologia
os princípios-chave da nuvem
isaca, entidade da área de segurança da informação, indica pontos que
devem ser levados em consideração ao adotar cloud
A
computerworld (Venezuela)
Information Systems Audit and Control Association
(Isaca), entidade internacional da área de segurança,
afirma que embora a computação em nuvem possibilite
valor para as organizações, a maioria ignora os impactos
da transferência de tomadas de decisão de gestores de TI para
os executivos de negócios. Na visão de Ramss Gallego, membro
do comitê de práticas da Isaca, cloud computing representa uma
oportunidade única para as empresas, particularmente para as
pequenas e médias.
Por outro lado, para a associação, esquecer a fiscalização
e o controle das decisões sobre cloud pode gerar “riscos
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significativos” para as companhias, eliminando os benefícios
da mudança para a nuvem e, ao mesmo tempo, criando
“graves problemas”.
“Somente por meio do controle e do gerenciamento da
nuvem, é possível obter todo o potencial do modelo”, analisa
a Isaca. Para ajudar as empresas a gerenciar possíveis “pontos
de pressão”, que começam a aparecer quando as estratégias de
computação em nuvem divergem dos serviços de TI prestados
internamente ou do regime de outsourcing, a entidade publicou
o relatório “Guiding Principles for Cloud Computing Adoption and
Use”, que contém os seguintes princípios fundamentais:
29
1
Habilitação: é necessário planejar a
computação em nuvem como uma
estratégia que vai muito além de
um simples acordo de terceirização
ou de uma plataforma técnica. É
adequado ainda considerar os negócios
e as necessidades operacionais e
periodicamente revisar a estratégia
empresarial e a contribuição da TI para
garantir que as iniciativas de cloud
ampliaram e vão cotinuar a ampliar o
valor da utilização de recursos.
2
Custo/benefício: é preciso avaliar os
benefícios da adoção do modelo a
partir de uma compreensão total
do custo em comparação com outras
plataformas tecnológicas. As empresas
devem, por exemplo, documentar, de
forma clara, as vantagens esperadas de
rápido provisionamento de recursos,
escalabilidade e capacidade de
continuidade e ainda o custo do ciclo
de vida dos serviços de TI prestados
internamente ou por meio de um provedor.
3
Risco: convém adotar uma
perspectiva de gerenciamento de
risco para a empresa monitorar
a adoção e o uso da computação em
nuvem. Para entender esse princípio, a
Isaca recomenda que as organizações
considerem as implicações de
privacidade no ambiente virtualizado
e avaliem ainda exigências e restrições
legais de privacidade, considerando as
necessidades do cliente.
4
Capacidade: é necessário integrar
todas as capacidades que os
prestadores de serviços oferecem
aos recursos internos para fornecer
uma solução de entrega e suporte
técnico abrangente. Para isso, a Isaca
aponta que é adequado, por exemplo,
determinar como as políticas, práticas
e processos atualmente suportam o uso
de tecnologia. Além disso, avaliar que a
transição para a nuvem exigirá políticas,
práticas e mudanças de processos, e
também o impacto que elas terão sobre
as capacidades.
5
Responsabilidade: definir claramente
as responsabilidades internas e
dos provedores do serviço. Para
isso, entenda como são atribuídas as
responsabilidades e executadas na
estrutura organizacional e de que forma
políticas e práticas são tratadas no
universo de soluções de cloud computing.
6
Confiança: é vital fazer da confiança
parte essencial das soluções em
nuvem, gerando segurança em todos
os processos de negócios que dependem
de cloud. Assegure que os prestadores
de serviços de software compreendam a
importância da confiança.
Cuidados na estratégia
O instituto de pesquisas Gartner indica
que companhias precisam considerar
desafios e oportunidades do modelo.
Embora o potencial da computação
em nuvem seja impressionante, dizem
especialistas, o impacto e o nível de
aprovação ao longo do tempo são
incertos e requerem revisões frequentes
da estratégia empresarial.
Nesse sentido, o Gartner identificou
para a Computerworld [Espanha]
cinco tendências de cloud computing
que estão ganhando força e que
podem se fortalecer nos próximos três
anos. Para passar por essas fases com
tranquilidade, as companhias devem
desenhar um planejamento afinado com
o novo universo.
Por exemplo, a nuvem traz uma série
de benefícios, como redução de custos,
maior flexibilidade e complexidade
baixa, além de direcionar recursos
para áreas de maior valor agregado,
reduzindo os riscos.
No entanto, esses benefícios potenciais
devem ser cuidadosamente examinados e
comparados com os desafios e as ameaças,
incluindo segurança, falta de transparência,
preocupações com o desempenho e
a disponibilidade, restrições sobre as
necessidades de licenciamento e integração.
Esses problemas criam um ambiente
complexo e, portanto, devem ser levados
em consideração ao avaliar a nuvem.
Segundo o Gartner, a cloud híbrida é
um imperativo hoje. O modelo referese à coordenação e à combinação de
computação em nuvem terceirizada
(pública ou privada) e a infraestrutura
interna da empresa. Ao longo do
tempo, a nuvem híbrida pode resultar
em um modelo unificado, em que
há uma cloud formada por várias
plataformas que podem ser usadas,
conforme necessário, com base na
mudança de requisitos de negócios.
O instituto recomenda que as
organizações tenham em mente que
quando os aplicativos são executados
em nuvens públicas devem ser
estabelecidos diretrizes e padrões para
determinar como esses elementos se
combinam com os sistemas internos
para formar um ambiente coerente que
ofereça um bom desempenho.
Ajuda de quem entende
A escolha de cloud implica na adoção
de um suporte. Um integrador de
serviços em nuvem é um provedor de
serviços que desempenha um papel
intermediário na migração para a
computação em nuvem e pode ajudar no
momento pós-implementação.
O interesse no conceito aumentou
no ano passado e o Gartner espera que
essa tendência cresça nos próximos três
anos, à medida que as empresas buscam
mais serviços de nuvem sem envolver
o departamento de TI. As empresas
também não devem se esquecer de
migrar, na primeira oportunidade
que tiverem, as cargas de trabalho de
infraestrutura existente para a nuvem.
Essa abordagem pode trazer benefícios
quando a organização tem exigências de
recursos variáveis.
No entanto, para explorar plenamente
o potencial de um modelo de nuvem, as
aplicações devem ser concebidas com
características, limitações e oportunidades
de um modelo de nuvem em mente. O
instituto de pesquisas recomenda que as
empresas olhem para além da migração
de cargas e que aproveitem todo o
potencial de aplicativos do modelo. n
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rede social Global14,
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Vice-Presidente de Marketing da iCrossing,
agência global de marketing digital
especializada em construção de marcas
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APOIO INSTITUCIONAl:
APOIO DE MíDIA:
MíDIA OFICIAl
ASSES. DE IMPRENSA
PRODUçãO:
REAlIzAçãO:
32 tecnologia
Alinhar
cloud e
negócio
é vital
Os objetivos estratégicos da empresa devem
estar entrelaçados ao potencial de cloud
computing para garantir o sucesso do modelo
Seamus Bellamy, PC World (USA)
P
esquisas indicam que o tráfego
global na internet gerado pelo uso
de serviços de cloud computing
aumentará 12 vezes até 2015.
Prova de que a procura está crescendo.
Para aqueles que estão em busca de
expansão dos negócios e não sabem se
a nuvem está em linha com os objetivos
estratégicos da empresa, veja a seguir
cinco dicas para ajudar na identificação.
1
Menor custo de propriedade: migrar dados
críticos e aplicações para a nuvem
pode ser significativamente mais
rentável do que manter o hardware
nas instalações da empresa. Como
seus dados são armazenados na
infraestrutura do provedor de serviços,
não há necessidade de investir na
compra de equipamentos, manutenção
ou atualização do servidor. Além disso,
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REVISTA
[ 2012 ]
Anuncie nas principais
edições do ano
A revista Computerworld cria valor para
sua audiência e atende a todos os tipos de
influenciadores de TI, os executivos do segmento
de grandes empresas, responsáveis por identificar
as necessidades da área de tecnologia, avaliar as
soluções potenciais e tomar a decisão da compra.
Acompanhe os temas em destaque
no calendário editorial de 2012
da revista Computerworld
Edição
Tema em destaque
Setembro (550) IT Leaders
Reserva
de espaço
Entrega do
material
10/set
17/set
Eventos
IT LEADERS
Outubro
(551) Telecom/Iaas
05/out
08/out
Novembro (552) Segurança
06/nov
09/nov
Dez-Jan
07/dez
20/dez
(553) Estratégias e Tendências de TI –
A Nova Arquitetura
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Computerworld impressa
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Número de Leitores
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Mensal
Circulação Nacional - auditada pelo IVC
Capa da edição
de Agosto/2012
Uma publicação:
2012
34 tecnologia
como os dados e o software estão sob
responsabilidade de um provedor, a
companhia contratante pode diminuir
o número de funcionários de TI [ou
contratados], necessário para manter
o hardware on premise funcionando.
Poderá, portanto, direcionar profissionais
para atividades mais estratégicas que
agreguem valor aos negócios.
2
Continuidade dos negócios: ao migrar
os dados da companhia para
uma empresa especializada no
fornecimento de soluções de computação
em nuvem, a organização não está
apenas investindo em uma solução de
armazenamento off-site, mas também
comprando um pouco de tranquilidade.
Isso porque provedores de soluções em
nuvem contam com funcionários treinados
prontos para responder a emergências 24
horas por dia, garantindo que companhia
e funcionários tenham acesso a arquivos
e a aplicações de negócio. Por padrão,
a computação em nuvem oferece uma
solução de backup instantânea fora do local
em que está rodando. Em casos de desastres
no escritório, a continuidade dos negócios
será assegurada, graças ao fato de que as
informações são replicadas para outro local.
3
TI sob demanda: ter uma solução de
computação em nuvem, que pode
crescer rapidamente para atender
às demandas de funcionários e clientes,
é uma obrigação. Conforme os negócios
crescem, a solução baseada na nuvem
pode ser rapidamente escalada para
atender às crescentes necessidades. Essa
movimentação pode ser especialmente
importante para empresas que
dependem de vendas na web como
representatividade significativa da receita.
A falta de capacidade do servidor pode
rapidamente resultar em vendas perdidas.
4
Mobilidade: com os dados da empresa
na nuvem, a companhia e os
funcionários podem ter acesso a
importantes informações em qualquer
lugar e a qualquer hora, basta ter
acesso à internet. Esse cenário reflete
no aumento da produtividade. Os
funcionários podem trabalhar a partir
de suas mesas ou carros. É possível
acessar, trabalhar e atualizar dados de
missão crítica, como uma apresentação
do PowerPoint, a partir do escritório,
antes de o pessoal de vendas usá-la do
outro lado do país.
5
Concorrência acirrada: ao contratar o
modelo de computação em nuvem,
a empresa não mais terá de investir
em infraestrutura e em especial em
atualizações e manutenções. Poderá
contar com tecnologias emergentes, pois
os provedores de nuvem, para reter seus
clientes, cuidarão disso. n
Mais cuidados
A Computerworld norte-americana listou alguns cuidados essenciais
a serem tomados antes de adotar cloud computing.
Informe-se: antes de partir rumo à nuvem, colha o máximo possível de informações. Conheça os
princípios e as definições do que vem a ser computação em nuvem. “Por vezes, o estudo pode levar
até seis meses”, sugere Johan Gossens, chefe de TI da representação do Tratado do Atlântico Norte,
nos EUA, localizado no estado da Virgínia.
Conheça os aplicativos: de seu escritório em Nova York, o CTO da seguradora de saúde
EmblemHealth, Pedro Villalba, avisa sobre a necessidade que as organizações têm de conhecer
profundamente o inventário de aplicativos. “Antes de migrarmos para computação em nuvem,
identificamos todos os processos essenciais ao negócio e determinamos quais deles precisam de
ambientes separados para funcionar adequadamente. Alguns deles, assim descobrimos, não eram
compatíveis e não foram integrados à nuvem.”
Saiba o que é e onde encontrar: para o CTO da Deloitte, Mark White, a nuvem tem uma
definição: “Não é mágica e não é uma bala de prata para resolver todos os problemas da empresa”.
“Trata-se de uma implementação que visa dar ao CIO a oportunidade de descobrir onde deve ser
aplicada”, define. A boa notícia é que as nuvens públicas oferecem uma boa saída para quem quer e
precisa de tais ensaios. Com base nessas plataformas, podem ser descobertas informações sobre
desempenho e outras características sobre o serviço.
Minimize expectativas: ao implementar nuvem privada, uma sugestão é tentar configurá-la
de modo simples, semelhante à da Amazon. “Experimente dar aos usuários o poder de posicionar
um aplicativo na nuvem em apenas 15 minutos, mas saiba que os resultados podem ser variados”,
diz o vice-presidente e analista-chefe da Forrester, James Staten. É crucial que a TI informe
detalhadamente as especificações para cada tipo de aplicação. Uma vez com essa documentação
em mãos, as empresas podem dar início ao posicionamento de aplicativos na nuvem pelos próprios
colaboradores. Basta que cada solicitação seja examinada para verificar se as características de cada
solução sejam garantidas, quando funcionando a partir de uma nuvem.
Use produtos básicos: compre uma solução pronta de nuvem. A estratégia encontra fundamento
por causa de toda a conversa que gira em torno da nuvem e a urgência com que é tratada. “As soluções
prontas vêm em dois formatos diferentes”, explica Staten. Pode ser adquirido primeiro um software
para a nuvem e em seguida, providenciadas as bases do hardware sobre as quais a solução funcionará.
“Normalmente, recomendamos que as TIs comecem com estruturas pequenas, dessa maneira podem
aprender de forma gradativa e razoavelmente barata”, sugere o analista-chefe da Forrester.
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OPINIÃO
Pág.
na nuvem, negócios e ti precisam andar juntos
ARTIGO
03
Pág.
nem só de novas tecnologias vive a inovação
14
negócios • tecnologia • liderança
AGO 2012 | nO 43
cio.com.br
simplicidAde
Ade
ainda que tardia
A complexidAde do fácil, nAt
A urAl e intuitivo desAfiA os cios.
At
vejA como Alguns
guns deles estão enfrent
enfrentAndo A difícil ttArefA
ef
efA
de tornAr mAis simples suAs ferrAmentA
ent s e processos
entA
Ja m e s S tat en*
opinião
Como os CIOs podem
obter mais da nuvem
Buscar a colaboração com as áreas de negócios é o
primeiro passo para implementações de cloud bem-sucedidas
P
esquisas da Forrester mostram que muitos líderes de TI
estão adotando serviços em nuvem, especialmente SaaS,
mas tendem a ver os serviços em nuvem como inferiores
às suas próprias implementações internas. Infelizmente, essa
visão é desinformada. Empresas que têm a experiência mais
direta com os serviços em nuvem relatam que elas podem
entregar mais segurança, desempenho, escalabilidade e
eficiência de custos do que a TI tradicional. Mas só quando a
companhia reconhece que tem uma responsabilidade direta na
configuração do serviço corretamente consegue atingir esses
objetivos. A questão é: negócios e TI precisam um do outro
para obter o máximo de serviços em nuvem, e só por meio da
colaboração é possível alcançar o sucesso.
A preocupação real sobre computação em nuvem não é com
os serviços e sim com a falta de comunicação sobre o assunto
entre o negócio e a TI. Serviços de nuvem pública não ameaçam
o papel das empresas de TI. Assim, para obter o maior sucesso
do modelo, os CIOs devem:
Obter experiência com a nuvem de hoje: não deixe que
os membros da equipe apontem deficiências da nuvem se eles
não têm experiência direta. Atribuir um time para experimentar
plataformas de nuvens públicas e aprender em primeira mão
sobre as capacidades que podem atender em sua configuração
básica e que devem ser cumpridas pelo departamento de TI para
atingir necessidades corporativas. “Muitas de nossas suposições
sobre nuvem nos tem deixado em apuros logo no início”, disse um
desenvolvedor de aplicativos de uma empresa de entretenimento.
Não se esconda atrás dos escudos de conformidade
ou de segurança: uma desculpa comum de clientes da
Forrester sobre o motivo de eles não adotarem computação em
nuvem é porque essas empresas estão em setores altamente
regulamentados e não podem satisfazer os requisitos de
conformidade com os serviços em nuvem. Mas há também
muitas aplicações na sua companhia que não lidam com dados
regulamentados ou processos para iniciar experimentos com
esses aplicativos na nuvem. Isso permitirá que você aprenda
que é preciso para depois colocar aplicativos compatíveis
para essas plataformas. Além disso, ele dará a sua equipe de
segurança e de risco a oportunidade de expulsar os potenciais
problemas de segurança.
3
Não rejeitar a nuvem por razões econômicas,
a agilidade pode importar mais: o negócio não é,
necessariamente, iludir, porque você se acha incapaz de
entregar o que precisa a um preço que seria viável na nuvem.
Muitas vezes é porque a nuvem realmente pode entregar algo
que você não pode. Em alguns casos, é possível ter o melhor
custo de um serviço na nuvem internamente, mas uma mudança
para um serviço de cloud computing pode trazer outras
melhorias significativas.
Construa sua nuvem: as nuvens são altamente
automatizadas, com soluções compartilhadas que dão acesso
autônomo e controle. Não é isso que você deseja entregar
também? Mas você não pode chegar lá sem a compreensão dos
fundamentos necessários para fazer isso direito. Aprenda com
aqueles que construíram nuvens privadas, e considere começar
com uma solução construída, tal qual uma nuvem que pode ser
implementada dentro de casa. Se não for possível, coloque a sua
confiança em um fornecedor de serviços que oferece soluções
hospedadas em nuvens privadas.
Não seja enganado por cloudwashing e cuidado
para não fazê-lo: se os serviços não oferecem autosserviços,
alto grau de automação, economias de escala e economia da
nuvem, então eles não entregam benefícios verdadeiros. Para
ser um serviço de nuvem, deve ser um serviço normalizado,
entregue da mesma maneira para cada cliente. Se um
vendedor pergunta: “Que tipo de nuvem podemos construir
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gestão
6
CIOs em
busCa
a de
simplicidade
O atual emaranhado de tecnologias
prejudica a agilidade nos negócios e
seus resultados. Alguns dizem que é
hora de declarar guerra à complexidade
em TI
Kim S. NaSh, CiO/EUa
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cio.com.br
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N
enhuma empresa se propõe a criar
processos complexos suportados
- algumas vezes, em vão - por
camadas de tecnologia muito complicadas.
Mas, muitas vezes, é o que elas enfrentam.
Aplicações que exigem dias de treinamento,
mas ainda geram rios de chamadas para o
help desk. Bancos de dados e ferramentas
muito velhos para os fornecedores
prestarem suporte, contudo vitais para
os CIOs se desligarem. Data centers
engasgados com servidores e dispositivos
sem fio, conectados a outros como eles.
Você sabe por que isso acontece?
Tecnologias obsoletas acumulam-se quando
departamentos mudam para a próxima
novidade. Fusões e aquisições trazem
pessoal de TI à sua porta, acrescentando
camadas às suas camadas. A Shadow IT
anda em paralelo com a TI sancionada. Os
CIOs falham em definir ou fazer cumprir
as normas. E o tempo todo, projetos de
consolidação e integração que custam
dinheiro perdem a luta por financiamento
para projetos voltados ao cliente que
prometem fazer dinheiro.
Você também sabe que isso não é bom.
Essa bagagem toma tempo e dinheiro para
manter, diz Frank Wander, fundador do IT
Excellence Institute e ex-CIO da Guardian
Life Insurance. “Os custos para manter a
complexidade em execução tira espaço para
investimentos em dólares”, diz Wander. “Isso
afeta a agilidade.” Um ciclo preocupante.
“Simplicidade, por outro lado, promete
velocidade, clareza e flexibilidade, para não
mencionar os custos mais baixos em TI e outras
áreas da empresa”, diz Kevin Humphries, vicepresidente sênior de TI da FedEx.
Humphries abriu um data center, que
será a principal instalação de tecnologia
da empresa de 39 bilhões de dólares. A
simplificação sustenta todo o projeto,
incluindo a virtualização de servidores,
diminui o número de aplicações e repensa
os sistemas de refrigeração, segundo o
executivo. Foi construído para ser um terço
do tamanho do que ele irá substituir. “O
maior tema que estamos trabalhando em
TI agora é a redução da complexidade”. No
McDonald’s, o software passa pelo teste
de simplicidade do CIO David Weick. “Se
ele puder, sem nenhum treinamento, sentar
e fazer o que é solicitado, então é um bom
software”, diz.
A simplicidade é tão importante para
a General Electric que a CIO Charlene
Begley tornou-a um dos quatro imperativos
estratégicos de TI. Ela sabe como a
complexidade pode ser traiçoeira, mesmo na
organização mais disciplinada. Em seus 24
anos no conglomerado, Charlene foi CEO de
quatro de suas seis divisões atuais, incluindo
a unidade de Soluções Residenciais e
Empresariais de 8,6 bilhões de dólares,
que ela comanda hoje. O ex-presidente e
CEO da GE Jack Welch ficou famoso por
estimular seus líderes a limparem seus
sótãos ocasionalmente. É a hora novamente.
Charlene quer reduzir o número de data
centers da GE pela metade e o de sistemas
ERP em 85% até 2016.
“A simplificação agora é prioridade. É
financiada. Não é de baixo escopo”, diz ela.
Mas é difícil de ser alcançada na GE, FedEx,
McDonald’s ou em qualquer outro lugar.
7
A simplicidade é tão importante para
a General Electric que a CIO Charlene
Begley tornou-a um dos quatro
imperativos estratégicos de TI. Ela sabe
como a complexidade pode ser traiçoeira
Juntos, os CIOs e os líderes empresariais
precisam descobrir o que precisa ir e mudar
e como financiar e organizar a equipe do
projeto. Em seguida, eles devem desenvolver
planos para impedir que a complexidade
volte serpenteando. É uma batalha contínua,
mas que pode valer milhões a serem ganhos.
Acabando com a complexidade
A complexidade é lenta, cara e nada
segura. Se os sistemas são difíceis de
usar, os funcionários ficam atordoados,
desperdiçando tempo de trabalho à
procura de funções ou à espera de ajuda.
Multiplique esse tempo perdido por
milhares de funcionários, e a companhia
inteira desacelera. Quando uma nova
oportunidade de negócio ou uma chance
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gestão
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Kevin Humphries,
vice-presidente
senior de TI da
FedEx: velocidade,
clareza e flexibilidade
são frutos da
simplicidade
de bater um concorrente aparece, você não
conseguirá ser rápido o suficiente ou não
terá os recursos para investir.
O novo COO da J.C. Penney, Michael
Kramer, relatou a Wall Street recentemente
que descobriu que a empresa executa 492
aplicações, 88% das quais são personalizadas.
Ele acha que deveriam executar cerca de cem
aplicações, no total. “É uma bagunça”, disse
ele. O vendedor aflito, que perdeu 152 milhões
de dólares no ano passado em vendas de
17 bilhões de dólares, pretende simplificar
a TI como parte de um enorme projeto de
transformação. “Quando você quer fazer
uma mudança nos negócios, isso significa
desfazer várias camadas e colocar de volta para
funcionar”, disse Kramer. “Isso custa dinheiro.”
De acordo com o The Hackett Group,
empresas comuns executam mais que
o dobro comparado a data centers de
empresas de nível mundial, as quais Hackett
define como aquelas com grupos de TI entre
os 25% melhores em eficiência e eficácia.
Empresas comuns também executam
uma média de 39 aplicações para cada
mil usuários finais, contra apenas 20 em
organizações de alto desempenho. Como
resultado, os grupos de TI com melhor
execução prestam serviços 15% mais baratos
do que as companhias comuns.
“Menor complexidade traz benefícios
materiais para o negócio, não apenas um
efeito positivo sobre os gastos com TI”, diz
Rich Pople, líder em prática global de TI no
The Hackett Group. Por exemplo, a vigilância
contra a complexidade pagou por alguns
funcionários de alto desempenho quando
a recessão atingiu 2009, segundo Pople.
Durante aquele tempo sombrio, as empresas
comuns cortaram custos em TI a uma média
de 6%, principalmente, pausando novos
projetos e reduzindo o suporte ao usuário.
Empresas de elite, no entanto,
reduziram gastos com TI ainda mais (9%),
principalmente aposentando sistemas
legados e simplificando seus ambientes
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tecnológicos. Ao mesmo tempo, eles
mantiveram o desenvolvimento de
aplicações, introduzindo novos recursos
para funcionários e clientes e vendo
concorrentes de baixo desempenho
medindo seus passos com as capacidades
do ano passado, diz ele. “Essas empresas
estavam em melhor posição para crescer.”
Apesar da crise, as companhias
comuns têm muito legado, e não podem
nem pensar em cortar o pessoal ou os
sistemas que os mantêm funcionando.
Pople chama isso de “gastos necessários”,
porque, assim como os programas
federais de Seguridade Social e de Saúde,
é difícil fazer mudanças drásticas. Deixar
esses gastos necessários de TI crescerem,
diz ele, afeta as finanças e os contratos,
tornando essas funções mais custosas de
serem executadas do que o necessário.
Como muitas organizações, a FedEx
costuma construir vários sistemas
especializados para funções simples,
como atendimento ao cliente, com suas
aplicações, hardware e bancos de dados.
A FedEx estava utilizando software e
hardware de décadas atrás, incluindo uma
arquitetura de rede construída em 1974 e
descendente dos softwares transacionais
de companhias aéreas de 1979. “Tínhamos
um ou dois de tudo”, diz Humphries. A
empresa também precisava manter a equipe
de TI que sabia lidar com as relíquias. Ele
se recusa a dizer se a companhia vai reduzir
o pessoal conforme forem desativadas as
tecnologias antigas. Mas ele percebe que as
nuvens particulares de servidores virtuais e
software permitem aos membros da equipe
de TI dar apoio a diversas áreas de negócio.
A GE compreende os efeitos nocivos de
ter muitas aplicações ou outras formas de
complexidade, que aumentam os custos
e retardam o negócio, diz Charlene. Ela
adquiriu, pelo menos, cinco empresas desde
2010, as quais vieram com sistemas de TI
que tiveram de ser desativados ou migrados.
A divisão de energia
responde sozinha por cinco
aquisições recentes, incluindo uma
companhia que veio com 39
sistemas ERP. A GE assinou mais
dois acordos recentemente, sendo esperado
que sejam fechados ainda este ano.
Antes de Charlene tornar-se CIO em 2010,
a GE não tinha prazos formais para integrar
uma aquisição normal, diz ela. “Dissemos,
‘Nada OK.’” Na avaliação de Charlene, a
TI não terá avanços na simplificação se as
integrações definharem. Agora, a GE está
trabalhando para estabelecer uma regra que
tem de ser cumprida no prazo de 18 meses.
“Isso é bastante nessa empresa.”
Charlene também nomeou mil pessoas
para refinarem os processos de negócio
como parte de um projeto chamado GE
Advantage. “Trata-se de acabar com a
complexidade. Ao fazer isso, ficamos mais
rápidos. Temos velocidade, menor custo
e flexibilidade para ir mais rápido”, diz.
“Estamos falando sobre competitividade.”
9
Plano de ataque
“Leia a missão de cem empresas e pelo
menos 75 irão mencionar simplicidade”,
diz Ron Ashkenas, sócio sênior da Schaffer
Consultoria. “Falamos sobre isso durante
milhares de anos. Leonardo da Vinci e os
gregos antigos também”, afirma. “Mas fazer
isso é outra história.”
Primeiramente, os CIOs devem recrutar
adeptos com livros de bolso, destaca Ashkenas,
que escreveu a obra Simplesmente Eficaz: Como
Driblar a Complexidade na sua Organização e
Concluir Tarefas em Tempo Hábil.
Você pode apelar para seu senso de
condenação, ou como Charlene coloca,
para “o que importa”. Para o CEO, é perder
novos negócios porque a empresa está
carregada de tecnologias pesadas, confusas,
que custam muito caro para manter. Para o
quadro de diretores, é gerenciar uma crise
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gestão
depois que uma grande falha de segurança
é marcada por vulnerabilidades em sistemas
que não são totalmente compreendidos.
Quando Charlene descreveu seus planos
de simplicidade para o conselho da GE,
ela explicou que uma infraestrutura mais
simples é mais segura e fácil de proteger.
“Quando temos incidentes, normalmente,
a causa é algum tipo de complexidade”,
diz ela. “Segurança cibernética é algo com
que nossa diretoria se preocupa muito. A
reputação da nossa empresa está em jogo.”
O risco, geralmente, acompanha uma TI
mais velha ou excessivamente complexa, na
avaliação de Humphries, e atenuá-la foi uma
peça-chave na estratégia de negócio para o
novo data center da FedEx. “Nosso perfil
em infraestrutura estava crescendo com
muito risco”, revela.
Projetos de simplicidade para a equipe
requerem alguns cuidados. Os gerentes
frequentemente passam instruções
pouco claras e levam muito tempo para
tomar decisões, segundo Ashkenas. “A
simplificação é um conceito que pode
ser difícil de articular. Significa mais
do que reduzir”, alerta. Por exemplo,
reorganizar os processos de negócio exige
a compreensão de grandes ideias, como
os clientes interagem com a empresa ou o
que as agências federais exigem que seja
cumprido. A tecnologia existente deve
ser mapeada para mostrar onde reside
a informação relacionada a essas ideias.
Então podem ser iniciados debates sobre o
que deve ser mudado.
Na o pinião de Ashkenas, para fazer com
que a simplicidade funcione, as empresas
precisam de pensadores que sejam um pouco
táticos, mas também visionários e inspirados
pelo desafio. “As pessoas ficam desanimadas
ao fazer um esforço que pareça apenas
um exercício de redução.”
Como Charlene na GE, ele
também está construindo. Por
exemplo, a GE abriu um centro
de segurança de TI na Virgínia,
EUA, no ano passado. Até agora,
85 funcionários trabalham lá.
No verão, a empresa planeja
abrir outra unidade em Nova
Orleans, onde até 300 pessoas
10
vão trabalhar com arquitetura corporativa,
gerenciamento de dados, redes e outras
funções para a GE Capital. Um novo centro
de TI está em construção em San Ramon,
Califórnia. A GE espera contratar 1,1 mil
profissionais de TI , conforme levar de volta
para casa trabalhos de terceirização que
foram enviados para a Índia. “Simplificação
não significa apenas cortar”, diz Charlene.
“Excelência é prioridade.”
A GE escolheu os melhores funcionários
em funções de TI e de negócios para colaborar
pessoalmente e por vídeo em salas de
conferência sobre como consolidar processos
e aplicações. Eles emprestaram métodos ágeis
de desenvolvimento, como o estabelecimento
de metas semanais e apelo aos tomadores de
decisão para resolver problemas no mesmo
dia em que eles forem descobertos. “Uma
coisa que me deixa louca - eu não sou uma
pessoa de TI - é que tudo parece ser um
projeto de três anos”, diz Charlene. “Estamos
tentando ficar longe [disso].”
Definir metas claras para cada pessoa da
equipe manteve a busca por simplicidade
na GE no caminho certo. Os CIOs em
unidades de negócio têm de enviar
relatórios trimestrais a ela e a seus gerentes
de negócios, informando se eles cumpriram
os objetivos de, digamos, eliminar um
determinado número de sistemas ERP.
Charlene deve cumprir as metas anuais
estabelecidas com o presidente e CEO Jeff
Immelt e com o conselho. “Temos quadros
com nomes, datas e pessoas relacionadas.”
Ela espera o retorno por esse trabalho em
dois ou três anos, com planos de investir
algum dos retornos em serviços de nuvem e
tecnologia móvel.
Preparado-se
Simplicidade não acontece naturalmente,
assim os CIOs devem fazer planos detalhados.
Movimentos táticos incluem reduzir
gradualmente o número de fornecedores
de TI que você conte como essencial, o que
agiliza mais aspectos da operação do que a
tecnologia e opções de suporte. Isso pode
levar a menos negociações de contrato,
melhor preço e relacionamentos mais fortes.
Na GE, cada unidade de negócio já escolheu
as principais tecnologias e fornecedores e
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com.br
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11
Charlene Begley,
CIO da Gerneral
Electric: nomeação
de mil pessoas para
refinar precessos de
negócios para acabar
com a complexidade
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gestão
não pretendem mudar. Como os softwareschave são atualizados, o grupo de TI da GE
evita muita personalização, o que aumenta a
complexidade e o custo. “Não importa o que
você esteja executando, será mais competitivo
se for mais rápido. Estou trazendo essa
mentalidade para a TI”, afirma Charlene.
O McDonald’s usa tempos de atualizações
mais importantes do sistema operacional
para reduzir o número de aplicações e
ferramentas. Quando mudaram recentemente
de Windows XP para Windows 7, eliminaram
vários aplicativos de produtividade pessoais
que os funcionários tinham trazido. “Teria
nos custado dinheiro fazê-los funcionar no
novo sistema operacional”, aponta Weick. A
TI passa por um teste semelhante ao fazer
alterações na infraestrutura.
O grau de simplicidade é um critério
importante para o McDonald’s quando
a TI avalia um novo produto. Como um
carro novo, um novo sistema de TI começa
a enfraquecer no momento em que você
o liga. Servidores, laptops e smartphones
são máquinas, acima de tudo, e o software
fica lento assim que são carregados os
dados e interagem com outros softwares.
O envelhecimento da tecnologia requer
cuidado extra.
Pelo fato de cada pedaço da TI ter uma
taxa de depreciação, segundo Wander,
os CIOs devem criar um plano de vida
para cada um. Isso ajuda a manter baixo
o número de camadas de tecnologia a
serem integradas. Ele também ajuda as
empresas a não ficarem presas a tecnologias
obsoletas. O PowerBuilder já foi uma ótima
ferramenta de desenvolvimento.
Em seguida, o Sybase, fornecedor de
banco de dados em declínio, comprou o
PowerBuilder e a ferramenta perdeu seu
dinamismo. “Se você não lidar com essa
complexidade, acaba com sistemas difíceis
de manter, porque não pode encontrar
12
pessoas. Então é um risco
operacional.”
No McDonald’s,
a equipe de Weick
categoriza tecnologias
como de exploração e de inovação,
comercial e de implementação, ou de
melhoria ou de manutenção. A
TI trabalha com líderes
empresariais para
definir os níveis
de investimento
e planejar como cada sistema se moverá ao
longo do ciclo. A poda contínua é um desafio
para os CIOs, segundo ele. “É mais fácil
acrescentar algo novo do que aposentar algo
velho. Ele acumula-se como placa em uma
artéria coronária.”
Mantendo viva a simplicidade
Uma razão pela qual a simplificação não
dá certo, diz Humphries da FedEx, é que
as pessoas não percebem que simplificar
é realmente muito complicado. É previsto
que seu novo data center seja mais simples
de manter para o grupo de TI e dê às
unidades de negócios a capacidade de
mudar de rumo rapidamente, para chegar
à frente de eventos de mercado. Construir
uma instalação desse tipo envolve muitas
decisões em tecnologia e design. “Você
ficaria chocado ao ver as pilhas e pilhas de
detalhes mínimos para tornar algo muito
complexo em algo simples.”
Manter a simplicidade como um estado
de espírito, como Wander prevê, exige que a
empresa não subestime o esforço contínuo
envolvido. Afinal, fazer negócios traz uma
complexidade nova para a TI todos os dias.
Fusões e aquisições não vão parar. Nem
tampouco irão enganar a TI em departamentos
que burlam as regras. Ao mesmo tempo,
orçamentos corporativos são finitos.
O raciocínio nobre e concreto por trás de um
projeto proposto para consolidar servidores
ou inventário de ativos de TI não pode
ganhar contra uma proposta para expandir as
operações em um mercado crescente. Mesmo
quando os projetos de simplificação forem
rejeitados, a TI deve funcionar de qualquer
maneira. Se você é um bom CIO, então está
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Va lt er P i er acci an i*
Nem só de novas
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Atual conceito abre um importante caminho para
uma metodologia mais ligada às pessoas e à ultima
interpretação das suas reais necessidades e desejos
14
N
*Valter Pieracciani é
consultor especialista em
gestão da inovação e sóciofundador da Pieracciani
a contramão da economia mundial,
o mercado de TIC cresce a passos
largos. No Brasil, a estimativa é
que o setor registre este ano expansão de
12%, o que representa crescimento entre
três e quatro vezes maior do que o Produto
Interno Bruto (PIB), segundo pesquisa do
IBGE. O que esses dados nos mostram é
que cada vez mais as companhias nacionais
estão despertando para a importância
desse segmento e entrando aos poucos na
economia do conhecimento com a inovação
como motor para a competitividade.
Então, qual é o problema? Em primeiro
lugar, o desafio de reconceituar o que é
engenharia e pesquisador nessa economia
do conhecimento. Não é mais um
profissional de jaleco branco, trabalhando
em uma bancada, mas sim jovens hackers,
matemáticos, explorando equações
sofisticadas e softwares capazes de prever
comportamentos e simular realidades.
O que eles fazem é resolver problemas
e avançar com competitividade. Dá-se
erroneamente nome a isto de TI, software,
gestão...menos inovação. Em segundo,
é fazer com que a inovação seja vista
de forma mais abrangente e realista,
deixando de lado o preconceito de que
não somos inovadores. Há ainda uma
boa e importante notícia: nem sempre
dependemos de novas tecnologias para
criar soluções inovadoras. Em TIC, muitas
inovações surgem por meio da mudança
de significado, ou pelo Design-Driven
Innovation, metodologia que mostra que
é possível fazer inovação radical sem
depender totalmente de novas tecnologias.
O conceito da inovação de significado ou
Design-Driven Innovation, elaborado pelo
professor Roberto Verganti, da Politécnica
de Milão, uma das mais respeitadas
personalidades nessa área, abre um novo
e importante caminho para a inovação
radical. A metodologia está mais ligada às
pessoas e à íntima interpretação que é dada
por cada uma delas às suas necessidades,
desejos e aos produtos e serviços que elas
adquirem. O significado que cada produto
possui para um indivíduo é que está no
centro das inovações.
Um excelente exemplo de DesignDriven Innovation é o videogame Wii,
da Nintendo. Quando foi lançado
em novembro de 2006, a companhia
apresentou ao mercado uma nova forma
de jogar videogame. Em vez de o jogador
entrar “na tela”, o jogo torna-se uma
atividade física completa, simulando os
mesmos movimentos de uma partida
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de tênis ou de golfe. Com o produto, a
Nintendo transformou o significado do
mercado de videogames de uma imersão
passiva em um mundo virtual
acessível somente
para poucos, em
entretenimento,
que inclui
atividade física
no mundo real
e para todos
por meio da
socialização.
A inovação do
Wii nasceu da
combinação de
duas tecnologias
já existentes,
possibilitando uma
nova solução. A equipe
de engenheiros da Nintendo
incorporou à sua tecnologia
de jogos um acelerômetro
MEMS, já usado pela indústria
automotiva para acionar air
bags e pela própria Nintendo
no Game Boy para virar a tela.
Essa estratégia é especialmente
interessante nos estágios iniciais
do desenvolvimento no mundo da
tecnologia. Quando um componente
como o MEMS é desenvolvido, seu
potencial de aplicações é imenso. Mas,
para que essas aplicações se tornem
realidade, é necessário que as empresas
estudem os mercados nos quais irão
aplicá-las e os novos significados possíveis
que serão introduzidos. É como se
uma tecnologia revolucionária também
trouxesse uma série de novos significados
que está esperando para ser descoberta.
Assim, podemos dizer que aí está uma
grande oportunidade para os profissionais
inovadores do campo do TIC. O País tem
como herança cultural a habilidade de
recombinar tecnologias desenvolvidas
em outras nações, adaptando-as a nossa
realidade. Dessa forma, são combustível
para essas inovações o capital cultural de
cada uma das pessoas, o seu estado de
espírito, o ambiente em que estão imersas,
a sabedoria popular e o bem ou o mal que
os produtos causam. Vivemos
por muitos anos a
combinação explosiva
de todos esses
ingredientes dando
corpo a um novo
Brasil, uma
nova realidade
social que
revolucionará
a cultura e
os mercados.
Boa parcela de
consumidores,
após viver décadas
de consumo reprimido,
inflação e escassez,
aprende a consumir e a
atribuir significado a um leque
muito mais amplo de produtos e
soluções. Esse cenário torna-se
um campo fértil para o DesignDriven Innovation, uma poderosa
estratégia de geração de valor
para setores inteiros em nosso
país. Por fim, enquanto o Brasil
titubeia em tomar as medidas que
poderiam fazer o necessário investimento
em P&D e tecnologia quadruplicar em
relação ao que é hoje, abre-se uma janela
para produzirmos inovação radical de
significado. Uma alternativa de
valorização de novos significados para
explorá-los e, assim, fazer negócios
rentáveis e sustentáveis.
Empresas renomadas como Oi,
Contax, Andrade Gutierrez, BRF,
Embraer, Odebrecht, entre outras
genuinamente brasileiras e inovadoras,
descobriram a inovação radical de
significado como estratégia competitiva,
e os resultados que podem ser atingidos
no curto prazo. Mudar, recombinar
e criar importantes significados para
os produtos e serviços são alternativa
vencedora e ao seu alcance. CIO
15
Mudar,
recombinar,
e criar
importantes
significados
para os
produtos e
serviços são
alternativa
vencedora e
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