ito2315jan13 - Projete Soluções contra Incêndio

Transcrição

ito2315jan13 - Projete Soluções contra Incêndio
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
INSTRUÇÃO TÉCNICA OPERACIONAL
Nº 23
BELO HORIZONTE
2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE
MINAS GERAIS - CBMMG
BELO HORIZONTE
1ª Edição Revisada
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
Governador do Estado de Minas Gerais: Antônio Augusto Junho Anastasia
Secretário de Estado de Defesa Social: Rômulo de Carvalho Ferraz
Comandante Geral do CBMMG: Sílvio Antônio de Oliveira Melo
Subcomandante Geral/ Chefe do Estado-Maior: Ivan Gamaliel Pinto
Impressão: Ajudância Geral do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
Revisão:
Cap BM QOS José Ricardo Monteiro Fernandes – Psicólogo
Cap BM QOS Luciane Rugani Teles Correa – Médica
Cap BM QOS Laudo Yogui – Médico
M663 Minas Gerais. Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.
Instrução Técnica Operacional n.23 - Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar.
Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2013. 169p.
1. Atendimento Pré-hospitalar
Procedimentos
2. Primeiros Socorros
3.Trauma
4.
I. Título
CDU:
616.02551
Para citar este documento:
MINAS GERAIS. Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. Instrução Técnica
Operacional n.23: protocolo de atendimento pré-hospitalar. 1 ed. rev. ampl. Belo
Horizonte: CBMMG, 2013.169p
Disponível em: http://www.bombeiros.mg.gov.br/component/content/article/20660instrucoes-tecnicas-operacionais.html
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
ELABORAÇÃO
Adair Honório da Silva, Primeiro Sargento BM
Técnico em Emergências Médicas – CBMMG
Alexandre Cardoso Barbosa, Primeiro Tenente BM
Técnico em Emergências Médicas - CBMMG
Amilton Reis, Terceiro Sargento BM
Enfermeiro, COREn/MG - 209.024 - FES/JF
Doutorando em Ciências Biomédicas da Saúde
Mestre em Terapia Intensiva - IBRATI-SOBRATI/SP
Bruno César Amorim Machado, Primeiro Tenente BM
Enfermeiro, COREn/MG 041.380 - UFMG
Especialista em Urg/Emerg e APH - UNA/BH
Donizetti Silva de Oliveira, Major BM
Pedagogo – UEMG
Especialista em Criminalística - PCMG e Segurança Pública - DHC
Técnico em Emergências Médicas – CBMMG
Emerson Borges, Primeiro Sargento BM
Técnico em Emergências Médicas – CBMMG
Guilherme Bicalho Mourão Dinelli, Soldado BM
Psicólogo, CRP 04/29623 - UFMG
Técnico em Emergências Médicas – CBMMG
Guilherme Inácio do Couto Oliveira, Capitão BM
Biólogo - UFMG
Técnico em Emergências Médicas – CBMMG
Herbert Aquino Marcelino, Primeiro Tenente BM
Acadêmico de Direito – PUCMINAS
Técnico em Emergências Médicas – CBMMG
Joanas Cardoso Neto, Terceiro Sargento BM
Técnico em Emergências Médicas – CBMMG
Juliano de Figueiredo Alves, Segundo Sargento BM
Técnico em Emergências Médicas – CBMMG;
Graduando em Enfermagem – Faculdade Pitágoras, de Poços de Caldas – MG;
Instrutor de Emerg. Méd. da ASHI e MFA/USA, de Salv. Aquático SOBRASA e de Mergulho da NAUI-USA
Leonard de Castro Farah, Segundo Tenente BM
Pós Graduando em Gestão de Desastres AVM UFSC
Técnico em Emergências Médicas – CBMMG
PHTLS - Hospital das Clinicas USP
Kleber Silveira de Castro, Capitão BM
Educador Físico CREF 021423-G/MG - FUMEC
Piloto De Helicóptero ANAC 135678 – BOA/CBMMG
Richelmy Murta Pinto, Primeiro Tenente BM
Técnico em Enfermagem – Colégio Estadual do Estado do Espírito Santo
Instrumentador Cirúrgico - Escola Técnica de Saúde do Espírito Santo
Técnico em Emergências Médicas - CBMMG
Sebastião Carlos Fernandes Reis, Major BM
Bacharel em Direito - UFMG
Técnico em Emergências Médicas – CBMMG
Waldeci Gouveia Rodrigues, Major BM
Especialista em Normalização de Medidas Contra Incêndio - PUCMINAS
Técnico em Emergências Médicas – CBMMG
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
- Advertência de alerta
- Advertência de competência privativa do profissional médico ou
necessidade de apoio pelo Suporte Avançado de Vida
Figura 1 – Identificação visual de queda facial e debilidade dos braços, conforme a
Escala de Cincinatti.
Figura 2 – Zonas de inervação conforme segmento medular para avaliação da altura
da lesão no TRM
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
GLOSSÁRIO
A
Abaulamento - ato ou efeito de abaular, tornar convexo.
Abandono - deixar um paciente com trauma ou doença antes do pessoal de resgate
chegar. Deixar o local sem dar informações sobre o paciente também é considerado
uma forma de abandono.
Abdome - região do corpo entre o diafragma e a pélvis que localiza parte do
aparelho digestivo.
Abdome agudo - Dor abdominal de aparecimento súbito e não traumático
geralmente referenciado como a queixa principal do paciente.
Abdominal (cavidade) - cavidade anterior de corpo que se localiza entre o
diafragma e os ossos da pélvis. Aloja e protege os órgãos abdominais, glândulas,
vasos e nervos importantes.
Abdominal (quadrante) - as quatros zonas da parede abdominal anterior, são
usadas para referências rápidas, na localização de estruturas de traumas e de dor.
Abdução - movimento de um membro afastando-se da linha média do corpo.
Abrasão - arranhão, escoriação.
Abscesso - uma coleção de pus associada com morte de tecido e infecção.
Acidente com múltiplas vítimas - qualquer acidente, desastre ou emergência que
envolva mais de um paciente.
Adução - movimento de uma extremidade em direção à linha média do corpo.
Afundamento do tórax - condição onde várias costelas estão fraturadas de tal
modo que a parede do tórax não consegue mover-se adequadamente durante a
respiração.
Alérgico - qualquer substância que causa uma resposta alérgica.
Alvéolos - pequenas cavidades pulmonares tipo saco, onde ocorre uma troca
gasosa entre gases alveolares e o sangue capilar pulmonar.
Amnésia - perda de memória. Essa perda geralmente é de forma súbita.
Amputação - remoção cirúrgica ou traumática de uma parte do corpo. A maioria das
amputações é de extremidades ou de uma de suas partes.
Angina - dor no tórax próximo ao coração, freqüentemente causada por um
suprimento insuficiente de sangue no coração.
Angústia respiratória ou insuficiência respiratória - qualquer dificuldade para
respirar. Às vezes, o problema é grave e requer cuidados de emergência. Uma vez
que tal situação tenha iniciado é difícil de predizer, a curto prazo, o curso do
problema.
Antisséptico - substância hipoalergênica e atóxica com ação letal e inibitória do
crescimento dos microorganismos.
Aorta - maior artéria do corpo que conduz sangue oxigenado para o organismo.
Apneia - parada da respiração.
Apgar – Escala de avaliação neonatal que avalia a freqüência cardíaca, esforço
respiratório, tônus muscular, irritabilidade e coloração da pele. Cada critério vale dois
pontos, totalizando uma nota de 0-10. Notas inferiores a 7 podem ser em função da
prematuridade e requer avaliações conseqüentes.
Arritmia - falta de ritmo; irregularidade e desigualdade das contrações do coração.
Artéria - cada um dos vasos que conduzem o sangue do coração a todas as partes
do corpo.
Artéria femoral - artéria principal da extremidade inferior, localizada na parte
superior (coxa).
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Arteríola - artéria muito pequena, de dimensões microscópicas.
Arteriosclerose - "endurecimento das artérias" causado pela deposição de cálcio.
Articulação - junção natural de dois ou mais ossos.
Asfixia - suspensão ou supressão da atividade respiratória e da circulação do
sangue.
Asma - condição em que ocorre uma constrição dos bronquíolos, causando uma
redução do fluxo de ar.
Asséptico - limpo, livre de partículas de contaminação. Não significa estéril.
Assistolia - É a total ausência de atividade elétrica no coração, com conseqüente
parada cardíaca.
Aterosclerose - aumento da espessura e perda de elasticidade das paredes
internas das artérias, acompanhados de formação de ateromas.
Átrio - câmara superior do coração.
Avulsão – ferimento em que parte do tecido é arrancada do corpo.
B
Bandagem - um dispositivo, como gaze ou atadura, que pode ser usado para
manter um curativo no lugar.
Bilateral - que existe em ambos os lados do corpo.
Bradicardia - termo utilizado na medicina para designar uma diminuição na
frequência cardíaca.
Brônquio - a porção das vias aéreas que conecta a traquéia aos pulmões.
Bronquíolos - pequenas terminações que levam o ar do ambiente aos alvéolos
pulmonares e vice-versa.
C
Cãibras - condição provocada pela perda de fluidos e sais do corpo. Usualmente
ocorre em pessoas que trabalham em locais com calor excessivo e
com grande esforço muscular.
Cânula de Guedel (cânula orofaríngea) - dispositivo oral que ajuda a manter a
língua afastada da orofaringe, promovendo a abertura das vias aéreas.
Cânula nasofaríngea - sonda flexível que é lubrificada e inserida no nariz de um
paciente até o nível da nasofaringe (atrás da garganta) para permeabilizar as vias
aéreas superiores.
Capilar - vaso sanguíneo microscópico no qual ocorre as trocas entre a circulação
sanguínea e os tecidos.
Cardíaco - que se refere ao coração.
Cateter - tubo flexível que é introduzido no corpo para permitir drenagens ou
infusões de fluidos.
Cavidade pélvica - parte baixa da cavidade abdominal, cercada pelos ossos da
pelve.
Cavidade pleural - espaço entre as duas membranas pleurais: parietal e visceral.
Cavidade torácica - cavidade do corpo superior ao diafragma. Faz a proteção do
coração e pulmões.
Cefaléia - dor de cabeça, localizada ou difusa.
Cefálico - referente à cabeça.
Cérvix - a parte inferior do útero onde começa a vagina.
Cetoacidose - condição de um diabético quando utiliza muita gordura, tentando
obter energia por falta de glicose disponível.
Cetônica - hálito de odor adocicado e amoniacal. É um sinal de coma diabético.
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
Choque - reação do corpo em resposta a falência do sistema circulatório em prover
sangue e oxigênio adequadamente para todos os órgãos, tecidos e células.
Cianose - coloração azulada da pele e das mucosas, devido a baixa oxigenação
sanguínea.
Coágulo - uma formação composta de fibras e um emaranhado de células
sanguíneas que ajudam a parar a hemorragia de uma ferida.
Cóccix - osso mais baixo da coluna vertebral.
Coma - é o estado no qual uma pessoa perde completa ou parcialmente a
consciência, devido a baixa atividade elétrica encefálica.
Compressão direta - pressão direta aplicada ao local do sangramento.
Convulsão - alteração no funcionamento do cérebro que causa contrações
descontroladas dos músculos.
Cordão umbilical - estrutura que liga o corpo do feto à placenta.
Coroamento - quando a cabeça do bebê está saindo pela abertura vaginal, durante
o parto.
Coronárias - artérias que irrigam o coração (miocárdio).
Corte - ferimento aberto com extremidades lisas (incisão) ou extremidades
irregulares (laceração).
Crepitação - um ruído que ocorre pelo atrito das partes fraturadas.
Crônico - Termo usado para significar muito tempo ou que ocorre com freqüência.
Curativo - cobertura protetora, ajuda no controle de hemorragias e previne a
contaminação das feridas.
Curativo oclusivo - curativo fechado.
D
Delirium tremens - uma severa reação que ameaça a vida, relacionada à
abstinência de álcool do paciente. As mãos do paciente tremem, pode ocorrer febre
alta, alucinações, comportamentos incomuns e convulsões.
Dequitação - expulsão da placenta após o nascimento do bebê.
Derme - a segunda camada da pele. É rica em vasos sangüíneos e nervos,
encontra-se abaixo da epiderme.
Desfibrilação - aplicação de um choque elétrico no paciente numa tentativa de
restabelecer um ritmo normal espontâneo do coração.
Desfibrilador externo automático (DEA) - um aparelho elétrico que pode detectar
batidas irregulares do coração (fibrilações) e dar um choque no tórax do paciente.
Desmaio - ocorre quando o paciente tem uma perda temporária da consciência,
causada pela redução de sangue no cérebro.
Diabetes - doença causada pela produção inadequada de insulina.
Diafragma - músculo da respiração que separa a cavidade abdominal da cavidade
torácica.
Diástole - período durante o qual o coração recupera seu volume de repouso,
depois da contração; relaxamento cardíaco.
Diastólica - referente à diástole.
Dispneia - dificuldade respiratória.
Distal - longe de um ponto de referência.
Distendido - inflado, inchado, dilatado.
Distensão - ferimento no músculo causado pela hiperextensão.
Doença infecciosa - qualquer doença causada por agentes infecciosos
microbianos, tais como bactérias ou vírus.
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E
Eclâmpsia - uma complicação na gravidez que produz convulsões e pode levar ao
coma ou até à morte.
Edema - inchaço devido ao acúmulo de líquidos nos tecidos.
Emergências Ambientais – para fins desta ITO 23, o termo Emergências
Ambientais empregado no Módulo 500, do inglês: environmental emergencies, foi
utilizado segundo os manuais norte-americanos de referência e compõem
procedimentos que não se enquadram diretamente na questão de emergências
clínicas e/ou emergências traumáticas. Além disso, é necessário destacar que não
se deve confundir o termo com a ideia de situações relativas às “emergências
ambientais” comuns em nossa realidade operacional, como incêndios florestais,
enchentes e inundações.
Enfisema - doença crônica na qual os pulmões sofrem uma perda progressiva da
elasticidade.
Epiglote - saliência de cartilagem e outros tecidos que estão no topo da laringe. Ela
fecha as vias aéreas na hora da deglutição, desviando os sólidos e líquidos para o
esôfago.
Epilepsia - disfunção cerebral que cursa com descargas elétricas desorganizadas e
excessivas do cérebro, que interrompem temporariamente sua função habitual e
produzem manifestações involuntárias no comportamento, no controle muscular, na
consciência e/ou na sensibilidade do indivíduo.
Epistaxe - sangramento nasal.
Equimose - descoloração da pele devido a uma hemorragia interna. Tipicamente
uma marca "preta e azul".
Escala de Coma de Glasgow - escala confiável para estimar rapidamente
gravidade da disfunção neurológica em pacientes com alteração da consciência.
Escápula - um osso grande, par e chato, localizado na porção póstero-superior do
tórax, que se articula com a clavícula.
Escoriação - ferimento aberto que lesa a camada superficial da pele.
Esfigmomanômetro - aparelho para verificar a pressão arterial.
Esôfago - tubo muscular que conduz o alimento da boca para o estômago.
Estabilização - imobilização feita em uma parte lesada do corpo, com o objetivo de
ajudar a reduzir os movimentos involuntários, minimizando a dor ou espasmos
musculares.
Estéril - livre de toda a forma de vida microbiana.
Estetoscópio - instrumento que amplia os sons.
Evisceração - termo aplicado a saída de algum órgão ou parte dele por uma ferida
aberta.
Exame pré-natal - acompanhamento médico realizado durante a gestação.
Expiração - soltar o ar, exalar.
F
Falanges - ossos dos dedos.
Faringe - garganta.
Fêmur - osso da coxa.
Feto - criança no estágio intra-uterino, com mais de 8 semanas.
Fibrilação Ventricular – ritmo cardíaco em que as contrações ocorrem sem
coordenação das fibras musculares do coração.
Fibrina - material de proteína fibrosa responsável pelos coágulos de sangue.
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Fibrinolítico - ativadores do plasminogênio usados na terapêutica da trombose
arterial para dissolver rapidamente a rede de fibrina e assim dissolver os trombos
Fíbula - osso lateral da perna.
Flexão - movimento de ângulo de uma articulação.
Fluxômetro - dispositivo de medida que permite ao usuário ajustar o fluxo de
oxigênio selecionando 2, 4, 6, 8...15 litros por minuto.
Formigamento - sensação de comichão ou agulhada, que surge espontaneamente
quando ocorre compressão dos vasos sanguíneos ou nervos.
Fratura - quebra, rachadura, lasca de uma parte óssea.
G
Gemelar - relativo a gêmeos; diz-se de dois ou mais irmãos ou irmãs nascidos no
mesmo parto.
Genitália - órgãos reprodutores externos.
Geniturinário - sistema genital e urinário.
Genupeitoral - ação de dobrar os joelhos unindo-os em direção ao tórax.
Glicose - açúcar simples, primeira fonte de energia para o corpo.
H
Hematoma - coleção de sangue abaixo da pele ou tecidos, geralmente resultante de
um trauma.
Hemorragia - perda de sangue causado por uma solução de continuidade em vasos
sanguíneos.
Hipoglicemia - é um distúrbio provocado pela baixa concentração de glicose no
sangue.
Hipotermia - ocorre quando a temperatura corporal do organismo cai abaixo do
normal (35°C), de modo não intencional.
Hipovolemia - perda de sangue ou plasma pelo organismo.
Hipóxia - inadequado suprimento de oxigênio aos tecidos do corpo.
I
Icterícia – é uma síndrome caracterizada por uma caracterizada pela coloração
amarelada na pele e mucosas devido a uma acumulação de bilirrubina no
organismo.
Imobilização - aplicação de um dispositivo que imobiliza uma extremidade
deformada, inchada e com dor. Imobilizar - fixar ou restringir parte do corpo para
reduzir ou eliminar o movimento.
Infarto - definido como uma lesão tecidual isquêmica irreversível, devida à falta de
oxigênio e nutrientes em determinada parte de um órgão.
Inflamação - presença de dor, calor, vermelhidão e inchaço de tecidos quando há
um processo infeccioso, irritativo ou traumático.
Inspiração - entrada de ar para os pulmões.
Insulina - hormônio produzido pelo pâncreas, que transporta o açúcar
(glicose) para as células do organismo.
Intravenoso - dentro da veia.
Isquemia - provisão de sangue diminuída para um órgão ou tecidos.
L
Laringe - parte das vias aéreas entre a garganta e a traquéia.
Ligamento - tecido fibroso que liga as articulações aos ossos.
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Luxação - deslocamento de uma extremidade de um osso em uma articulação.
M
Mandíbula - o osso do queixo.
Medial - linha vertical, central do corpo.
Meninges - membranas que revestem o cérebro e a medula.
Miocárdio - músculo cardíaco.
Mobilização - termo de uso geral para descrever qualquer procedimento organizado
para mover uma vítima, de um local para outro.
Movimento paradoxal torácico - quando um segmento da parede do tórax move-se
para a direção oposta ao restante. Está associado ao afundamento do tórax.
Muco - humor viscoso e semitransparente que constitui a base de muitas secreções;
mucosidade.
Músculo intercostal - músculos que se localizam entre as costelas, ajudando a
aumentar o volume da cavidade do tórax.
N
Neoplasia – termo relacionado ao crescimento exagerado de células; proliferação
celular sem controle e autônoma; tumor.
P
Palpação - toque manual feito para sentir uma parte do corpo, tais como o crânio,
tórax, abdome, membros superiores e inferiores ou o pulsação.
Parada cardíaca - interrupção da atividade cardíaca
Paralisia - perda completa ou parcial da habilidade para mover uma parte do corpo.
A sensibilidade da área também pode estar ausente.
Parto pélvico - parto onde as nádegas ou pernas do bebê se apresentam primeiro
durante o parto.
Perfusão capilar - fluxo de sangue pelos vasos capilares.
Períneo - região localizada entre os órgãos genitais externos e o ânus.
Peritônio - membrana que envolve e delimita a cavidade abdominal.
Permeável - desobstruído; livre.
Pleura - dupla membrana que reveste a parede dos pulmões.
Pneumotórax – Lesão que resulta na presença de ar no espaço pleural, comumente
levando ao colapso pulmonar.
Posterior - atrás, costas.
Pressão arterial diastólica - a pressão sangüínea na parte interna das artérias
quando o coração está relaxado. Veja pressão arterial sistólica.
Pressão arterial sistólica - a pressão sangüínea na parede das artérias, quando o
coração está contraído. Veja pressão sangüínea diastólica.
Pressão intracraniana - pressão no interior do crânio, que pode variar em virtude
do acúmulo de líquidos nessa cavidade.
Pressão sangüínea - a pressão causada pelo sangue que força as paredes dos
vasos. Normalmente é medida a pressão do sangue nas artérias.
Priapismo - ereção peniana involuntária, sem estímulo sexual, persistente
associada a algum dano espinhal.
Proximal – é aplicada na descrição anatômica, para indicar que a parte do corpo
referida se situa mais próxima de um centro, articulação ou linha mediana.
Pulmonar - que se refere aos pulmões.
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
Pulso - a expansão e contração alternada das paredes das artérias combinadas
com a ejeção de sangue pelo coração.
Pulso distal - um pulso medido no fim de uma extremidade. Normalmente refere-se
ao pulso radial nas extremidades superiores e o pulso pedioso para as extremidades
baixas. Ver pulso radial e pulso pedial.
Pulso pedial ou pedioso - pulso perceptível no "peito" do pé.
Pulso radial - pulso palpável no punho.
R
Rádio - osso lateral do antebraço.
Respiração - ato de respirar. A troca de oxigênio e gás carbônico ocorre nos
pulmões.
Respiração artificial - manobra de forçar a entrada de ar ou oxigênio para o pulmão
de um paciente que não esteja respirando adequadamente ou com dificuldade
respiratória. Também chamado de ventilação artificial.
Respiração diafragmática - respirações fracas e rápidas com pequeno ou nenhum
movimento do tórax. Há um leve movimento do abdome. O esforço do paciente para
tomar fôlego utiliza apenas o músculo do diafragma.
Ressuscitação cardiopulmonar (RCP) - conjunto de manobras sobre o coração e o
pulmão para, artificialmente, manter a respiração e a circulação.
Ressuscitação pulmonar - substituição artificial da função ventilatória do paciente.
S
Sangramento arterial - perda de sangue por uma artéria. O fluxo geralmente é
rápido e jorra refletindo as batidas do coração.
Sangramento venoso - perda de sangue por uma veia, de cor vermelho escuro.
Sibilo - ruído característico da asma brônquica, semelhante a um assobio agudo.
Sistêmico - refere-se ao corpo todo.
Sístole - contração cardíaca simultânea para os dois ventrículos e átrios.
Sistólico - relativo à sístole.
Sudorese - secreção de suor; transpiração.
T
Tala rígida - dispositivo duro feito de material com pequena flexibilidade (como
metal, plástico ou madeira) para imobilizar articulações e extremidades acima e
abaixo do local da lesão.
Taquicardia – freqüência cardíaca acima dos parâmetros normais.
Tecidos moles - tecidos do corpo que compõem a pele, músculos, nervos, vasos
sanguíneos, tecidos gordurosos, células de revestimento que recobre órgãos e
glândulas.
Tração - ação de puxar com suavidade um membro para estabilizar um segmento
ósseo ou articulação.
Trauma - lesão causada por transferência de energia ao corpo através de um
agente físico externo.
Trombose - formação de um coágulo em um vaso sanguíneo.
V
Vascular - referente aos vasos sanguíneos.
Veia - vasos sanguíneos que retornam sangue para o coração.
Ventilação - enchimento os pulmões de ar.
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Ventrículo - é uma das duas câmaras inferiores do coração. Bombeiam sangue do
coração para os pulmões e para todo o corpo.
Vênula - porção mais fina das veias que começa no final do leito capilar e retorna
sangue para as veias maiores.
Vértebra - unidade óssea da coluna vertebral.
Vias aéreas - estruturas anatômicas onde ocorre a passagem de ar, que entrou pelo
nariz e boca, para efetuar troca gasosa em nível pulmonar.
Visão transitória – é a redução parcial ou total da visão de um ou ambos os olhos,
decorrente de problemas circulatórios envolvendo o nervo óptico ou córtex occipital.
Z
Zigomático - osso da face, também chamado de zigoma.
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LISTA DE SIGLAS
AHA
AIT
AVC
AVDN
AVE
BPM
BVM
COF
CTB
DCAP-QELS
DD
DEA
DPOC
EAP
ECA
ECG
EPI
Gu BM
HR
IFC
ILCOR
IRPM
LPM
MDL
MTV
NDD
OPQRST
OVACE
PAS
PCR
PHTLS
PR
RAPH
RCP
REDS
RN
SAMPUM
SBV
SAV
SpO2
TCE
TS
TRM
VPM
American Heart Association
Ataque Isquêmico Transitório
Acidente Vascular Cerebral
Alerta – Responde a Estímulo Verbal – Responde à Dor – Não Responde
Acidente Vascular Encefálico
Batimentos por Minuto
Bolsa Válvula Máscara
Cânula Orofaríngea
Código de Trânsito Brasileiro
Deformidade – Contusão – Abrasão – Punção / Penetração = Queimadura –
Edema – Laceração – Sensibilidade
Doença Descompressiva
Desfibrilador Externo Automático
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
Edema Agudo de Pulmão
Estatuto da Criança e do Adolescente
Escala de Coma de Glasgow
Equipamento de Proteção Individual
Guarnição Bombeiro Militar
Hospital de Referência
Isolamento de Fluidos Corporais
International Liaison Committee on Resuscitation
Incursão respiratória por minuto
Litros por minuto
Mecanismo de Lesão
Manually-Triggered Ventilator (Ventilação Manualmente Acionada)
Natureza da Doença
Origem – Provocado por... – Qualidade – (ir)Radiação – Severidade – Tempo
Obstrução de Vias Aéreas por Corpos Estranhos
Pressão Arterial Sistólica
Parada Cardiorrespiratória
Prehospital Trauma Life Support
Parada Respiratória
Relatório de Atendimento Pré-Hospitalar
Ressucitação Cardiopulmonar
Relatório de Evento de Defesa Social
Recém Nascido
Sinais/Sintomas – Alergia – Medicações – Passado Médico – Ultima Alimentação
– Mecanismo da Lesão/Natureza da Doença
Suporte Básico de Vida
Suporte Avançado de Vida
Saturação Parcial de Oxigênio
Trauma Crânio-Encefálico
Trauma Score (escala de trauma score)
Trauma Raquimedular
Ventilações por Minuto
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
SUMÁRIO
P 101
INTRODUÇÃO
15
MÓDULO 100 – AVALIAÇÃO DO PACIENTE
16
Avaliação do Paciente ...................................................................
MÓDULO 200 – SUPORTE BÁSICO DE VIDA
17
29
P 201
PCR Adulto ....................................................................................
30
P 202
PCR Criança e Lactente ................................................................
33
P 203
OVACE Adulto e Criança ...............................................................
36
P 204
OVACE Lactente e Neonatal .........................................................
37
P 205
Parada Resp. Adulto Criança Lactente ..........................................
39
P 206
SBV Neonatal ................................................................................
41
P 207
DEA ...............................................................................................
43
MÓDULO 300 - EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
48
P 301
Emergências Cardiovasculares .....................................................
49
P 302
AVC/AVE.........................................................................................
52
P 303
Emergências Respiratórias ............................................................
56
P 304
Crise Convulsiva ............................................................................
57
P 305
Diabetes Mellitus e Hipoglicemia ...................................................
58
P 306
Emergências Obstétricas ...............................................................
61
P 307
Abdome Agudo ..............................................................................
66
P 308
Emerg. Psiquiátricas e Comportamentais ......................................
67
P 309
Envenenamento e Intoxicação .......................................................
69
P 310
Abuso de Álcool e Drogas .............................................................
72
MÓDULO 400 – TRAUMAS
75
P 401
Trauma Crânio-Encefálico (TCE) ...................................................
76
P 402
Trauma Raquimedular (TRM) ........................................................
78
P 403
Trauma Torácico ............................................................................
81
P 404
Trauma Abdominal .........................................................................
83
P 405
Trauma Pélvico e Genital ...............................................................
84
P 406
Choque Elétrico .............................................................................
86
P 407
Ferimentos Específicos ..................................................................
88
P 408
Hemorragia ....................................................................................
91
P 409
Lesões Músculo Esqueléticas ........................................................
93
P 410
Lesões na Cabeça e Pescoço .......................................................
95
P 411
Queimaduras ..................................................................................
98
P 412
Violência Sexual ............................................................................
101
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
MÓDULO 500 – EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS
103
P 501
Afogamento ....................................................................................
104
P 502
Acidentes de Mergulho ..................................................................
108
P 503
Animais Peçonhentos / Perigosos .................................................
112
P 504
Emergências Relacionadas ao Calor .............................................
114
P 505
Hipotermia e Congelamento ..........................................................
117
MÓDULO 600 – PROCEDIMENTOS GERAIS
120
P 601
Isolamento de Fluidos Corporais ...................................................
121
P 602
Triagem Pré-Hospitalar ..................................................................
123
P 603
Oximetria de Pulso .........................................................................
126
P 604
Administração de Oxigênio ............................................................
127
P 605
Aspiração de Vias Aéreas ..............................................................
132
P 606
Pac. Pediátricos – Generalidades e Abuso ...................................
134
P 607
Pac. Portador Deficiência Física e Mental .....................................
137
P 608
Paciente Idoso – Generalidades e Abuso ......................................
139
P 609
Operação de Veículos de APH ......................................................
141
P 610
Extricação ......................................................................................
144
P 611
Outro Profissional de Saúde na Cena ...........................................
146
P 612
Recusa de Atendimento .................................................................
147
P 613
Presunção de Óbito .......................................................................
149
APÊNDICE
150
Apêndice 01
Aspectos Médicos, Legais e Éticos............................................
151
Apêndice 02
Sinais Vitais ...............................................................................
153
Apêndice 03
Estado de Choque ....................................................................
155
Apêndice 04
Escala de APGAR .....................................................................
157
Apêndice 05
Escala de Coma de Glasgow – Adulto ......................................
158
Apêndice 06
Escala de Coma de Glasgow – Pediátrica ................................
159
Apêndice 07
Escala de Trauma Score ...........................................................
160
Apêndice 08
Mapa Carga Padrão de UR .......................................................
161
Apêndice 09
Duração de Cilindro de O2 ........................................................
164
Referências Bibliográficas ...............................................................................
166
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
15
Introdução
Os socorristas que atuam nas viaturas de Atendimento Pré-hospitalar (APH)
do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) prestam os primeiros
atendimentos e transporte às vítimas de incidentes clínicos, traumáticos, obstétricos
e psiquiátricos. São profissionais não-médicos, com treinamento em suporte básico
de vida, com ações não invasivas, detentores de cursos específicos de APH:
Resgate Básico e Técnico em Emergências Médicas.
Em
complementação daqueles
treinamentos, faz se
necessário
um
documento formal de padronização das condutas operacionais nas prontidões de
incêndio. Iniciativas como a aprovação da Resolução Nº 176, de 28 de outubro de
2005, que aprovou o primeiro protocolo de atendimento pré-hospitalar (APH) no
âmbito do CBMMG foi um avanço. As constantes atualizações nas diretrizes do
International Liaison Committee on Resuscitation (ILCOR), porém, motivaram a
nomeação de uma comissão para propor um novo protocolo de APH. Assim, após
dois anos de estudos e pesquisas das melhores doutrinas médicas, aplicáveis ao
serviço operacional bombeiro militar (BM), foi publicada pelo Comando Geral do
CBMMG a Instrução Técnica Operacional 23 – Protocolo de APH (ITO - 23).
De posse da ITO-23, o Bombeiro Militar terá um instrumento de retaguarda
para pesquisa e uma doutrina sólida de amparo técnico e jurídico. Assim, cabe à
guarnição
BM
prestar
um
atendimento
sistemático,
que
se
estende
do
dimensionamento da cena até as comunicações e documentação posteriores ao
atendimento, pautado nesse novo protocolo, que segue as melhores evidências
científicas produzidas para o atendimento pré-hospitalar.
A ITO-23 está organizada em 6 módulos por tipo
de atendimento, acrescido de um conjunto de apêndices
de suporte. Como alerta, é usado o triângulo ao lado, a
fim de reforçar ou contradizer certas condutas, fazer
ressalvas ou esclarecer alguns procedimentos. O símbolo médico acima (chamado
caduceu) é usado para alerta ao socorrista quanto à necessidade de apoio de uma
equipe de suporte avançado de vida
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
16
MÓDULO 100
- Avaliação do Paciente -
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
17
P 101 – AVALIAÇÃO DO PACIENTE
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA
a. Providencie o Isolamento dos Fluídos Corporais – IFC por
dispositivos de barreira (luvas, óculos, máscara e avental).
b. Mantenha a cena segura, conforme procedimentos específicos
dos demais protocolos desta instrução, e:
i. Promova sua segurança pessoal e a da Gu BM;
ii. Proteja o paciente;
iii. Proteja as testemunhas e os demais profissionais presentes na
cena;
iv. Se a cena está comprovadamente insegura, torne-a segura. Se
necessário, acione outros órgãos para tanto. Do contrário, não
entre na cena.
c. Descubra a Natureza da Doença – NDD (Clínico) ou o Mecanismo
de Lesão – MDL (Trauma).
i. Casos clínicos – Natureza da Doença – NDD;
1. Verifique junto ao paciente, familiares ou testemunhas por
que o CBMMG foi acionado – NDD
2. Determine o número total de pacientes
(a) Solicite recursos adicionais, inclusive
suporte avançado de vida, se necessário
(b) Inicie a triagem, se for o caso
3. Se recursos são disponíveis, proceda à avaliação inicial
ii. Trauma - Mecanismo de Lesão – MDL;
1. Obtenha informações do paciente, familiares
testemunhas e inspecione na cena qual é o MDL
ou
2. Determine o número total de pacientes
(a) Solicite recursos adicionais, inclusive
suporte avançado de vida, se necessário
(b) Acione o plano de catástrofe, se houver
necessidade
(c) Inicie a triagem, se for o caso
3. Proteja a coluna espinhal do paciente e proceda a
avaliação inicial;
2. AVALIAÇÃO INICIAL
a. Forme uma impressão geral do paciente.
i. Determine o MDL (Trauma) / NDD (Clínico);
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
18
ii. Determine a idade e sexo do paciente;
iii. Se o paciente está em alguma circunstância que ameaça a sua
vida, trate-a imediatamente;
iv. Mantenha a imobilização da coluna, se necessário;
v. Determine a queixa principal;
vi. Identifique-se pelo nome, explique que você é um Bombeiro
Militar e peça consentimento para ajudá-lo;
b. Avalie o nível de consciência – AVDN.
i. Alerta;
ii. Responde a estímulo Verbal;
iii. Responde a estímulo Doloroso;
iv. Não responde.
c. Avalie as vias aéreas do paciente.
i. Paciente responsivo – o paciente está conversando ou
chorando?
1. Se sim, avalie se a respiração está adequada
2. Se não, siga o protocolo específico do Módulo 200
ii. Paciente irresponsivo;
1. Abra as vias aéreas
(a) Pacientes clínicos: a manobra de
hiperextensão da coluna cervical e
elevação do queixo (head-tilt chin-lift)
(b) Pacientes de trauma ou natureza da lesão
desconhecida: estabilize a coluna cervical
e tracione a mandíbula (jaw thrust / chin
lift)
2. Retire ponte fixa, prótese parcial removível e prótese
total, se presentes e caso estejam obstruindo as vias
aéreas (a prótese, principalmente a total, pode ser
imprescindível para a manutenção do formato anatômico
da boca).
3. Aspire as vias aéreas, se necessário
4. Insira cânula orofaríngea (ECG ≤ 8, sem reflexo de
vômito)
d. Avalie a respiração do paciente.
i. Se respira, avalie
bilateralidade;
profundidade,
frequência,
esforço
e
1. Se inadequada, auxilie a respiração
ii. Se não respira, inicie SBV, conforme Módulo 200.
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
19
 Se o paciente está inconsciente, ou a respiração é inadequada ou ausente,
auxilie a respiração utilizando adjuntos respiratórios (máscara facial, cânula
orofaríngea e bolsa válvula máscara) e ofereça oxigênio conforme P604
e. Avalie a circulação do paciente.
i. Avalie o pulso carotídeo em adulto e criança, braquial em
lactente e neonato;
1. Se não tem pulso, inicie RCP, conforme Módulo 200
ii. Avalie e controle hemorragia externa;
iii. Avalie a perfusão capilar: temperatura, enchimento capilar,
umidade e cor da pele.
f. Identifique a prioridade do paciente.
i. Trate e transporte imediatamente (Load and Go), se:
1. Má impressão geral
2. Não responde, não tosse, nem geme
3. Responsivo, mas não obedece a comando
4. Respiração difícil
5. Pneumotórax hipertensivo
6. Eviscerações
7. Trauma combinado com:

antecedentes médicos relevantes

idade maior que 55 anos

Hipotermia

Queimaduras

Gravidez
8. Estado de choque – hipoperfusão
9. TCE com ECG < 10
10. Ejeção de veículo
11. Amputação acima do pulso ou tornozelo
12. Fratura de fêmur bi-lateral
13. Instabilidade pélvica
14. Hipotensão mantida PAS <90 mmHg
15. Obstrução que não pode ser removida de forma
mecânica
16. Parto complicado
17. Dor torácica, com PA sistólica menor que 100 mmHg
18. Hemorragia descontrolada – exanguinante
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
20
19. Dor severa em qualquer parte do corpo
20. Incapacidade para mover qualquer parte do corpo
21. Qualquer condição que impeça a vítima de respirar e o
SAV não se faz presente
 Se paciente é de alta prioridade, transporte imediatamente. Aferição de sinais
vitais, rápida avaliação física, exame físico detalhado, avaliação continuada e demais
tratamentos podem ser completados a caminho do hospital de referência.
 Intercepte com Suporte Avançado de Vida, se disponível, a caminho do hospital.
g. Execute Histórico e Exame Físico (paciente de trauma e clínico).
3. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Paciente de Trauma.
i. Reconsidere o mecanismo de lesão (MDL);
1. São MDL significativos:
(a) Ejeção do veículo
(b) Morte de outro passageiro do mesmo
veículo
(c) Queda de uma altura igual ou superior a 3
vezes a altura do paciente, especialmente
se cabeça e/ou dorso colidem com
superfície rígida
(d) Capotamento de veículo
(e) Colisão a alta velocidade
(f) Atropelamento
(g) Acidente com motocicletas e bicicletas
(h) Inconsciência ou alteração do estado
mental após trauma
(i) Trauma penetrante na cabeça, tórax ou
abdome
(j) Lesões ocultas - relacione a cena com o
paciente e avalie a transferência de
energia
ii. Em paciente com mecanismo de lesão significativo:
1. Execute a rápida avaliação física (90
seg);
(a) Continue a estabilização da coluna
espinhal
(b) Considere a solicitação do SAV
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
21
(c) Avalie o estado mental
(d) Inspecione e apalpe, olhando,
procurando por DCAP – QELS:
a. D eformidades
b. C ontusões
c. A brasões
d. P unção / Penetração
------------------------------------------e. Q ueimaduras
f. E dema
g. L acerações
h. S ensibilidade
(e) Avalie a cabeça e pescoço
(f) Imobilize a coluna cervical com colar
(g) Avalie o tórax
(h) Avalie o abdome
(i) Avalie a pelve
(j) Avalie as
Verifique:
quatro
extremidades.
a. Pulso distal
b. Sensibilidade
c. Motricidade
d. Perfusão capilar
(k) Role o paciente – para verificar as
costas, quando for posicioná-lo na
prancha longa
2. Avalie sinais vitais (incluindo oximetria);
3. Avalie o SAMPUM:
(l) S inais e sintomas
(m)A lergias
(n) M edicamentos que faz uso
(o) P roblemas médicos anteriores
(p) U ltima alimentação oral
(q) M ecanismo da lesão / Natureza da
doença
4. Reavalie a Decisão de Transporte;
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
22
iii. Em paciente sem MECANISMO DE LESÃO SIGNIFICATIVO;
1. A avaliação é dirigida para lesão específica
(queixa principal)
2. Avalie os sinais vitais (incluindo oximetria)
3. Avalie o SAMPUM
4. Classifique na Escala de Coma de
Glasgow – ECG – e Tabela de Trauma
Score Revisado
5.Reavalie a Decisão de Transporte
b. Paciente de Caso Clínico.
i. Paciente responsivo;
1. Avalie o histórico do paciente e a doença atual
2. Avalie SAMPUM
3. Avalie as queixas do paciente e os sinais e sintomas
(a) Avalie O P Q R S T:
(a) O rigem (Onde está o problema)
(b) P rovocados por...
(c) Q ualidade
(d) (ir)R adiação
(e) S everidade
(f) T empo
4. Execute uma rápida avaliação física, somente se
necessário (90 seg):
(a) Avalie cabeça, pescoço, tórax, abdome,
pelve, extremidades e região posterior do
tronco
5. Avalie os Sinais Vitais (incluindo oximetria)
6. Classifique na Escala de Coma de Glasgow – ECG – e
Tabela de Trauma Score Revisado
7. Reavalie a Decisão de Transporte
ii. Paciente irresponsivo;
1. Execute uma rápida avaliação física (90 seg)
(a) Avalie cabeça
(b) Avalie pescoço
(c) Avalie tórax
(d) Avalie abdômen
(e) Avalie pelve
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
23
(f) Avalie quatro extremidades (MI e MS)
(g) Avalie região posterior do tronco
2. Avalie sinais vitais (incluindo oximetria)
3. Obtenha o histórico do SAMPUM de testemunhas,
solicitante e familiares da vítima na cena da ocorrência,
antes de conduzir o paciente
4. Reavalie a Decisão de Transporte
 Forneça tratamento das emergências médicas baseado nos sinais e
sintomas, e no mecanismo de lesão, conforme protocolos específicos e
regulação médica, se disponível.
 Classifique o paciente na escala de coma de Glasgow e na Trauma Escore
Revisado durante o Histórico e Exame Físico.
 O tempo total de cena máximo deve ser de 10 minutos.
 Exceção: vítima em local de difícil acesso e ordem contrária da regulação
médica.
4. EXAME FÍSICO DETALHADO
a. Pacientes com lesões específicas (por exemplo, corte no dedo)
não exigirão exame físico detalhado.
b. Execute o exame físico detalhado para reunir informações
adicionais.
c. Pode ser executado na cena, se o tempo o permitir, ou a caminho
do hospital.
d. Avalie cabeça, face, ouvidos, pescoço, tórax, abdome, pelve,
extremidades e região posterior do tronco, procurando por DCAP QELS:
i. D eformidades;
ii. C ontusão;
iii. A brasão;
iv. P unção / Penetração;
--------------------------------------------v. Q ueimaduras;
vi. E dema;
vii. L aceração;
viii. S ensibilidade;
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
24
e. Avalie os olhos.
i. Pupilas alteradas;
ii. Corpos estranhos;
iii. Sangue na órbita;
f. Avalie o nariz.
i. Saída de líquor ou sangue;
g. Avalie a boca.
i. Dentes fraturados;
ii. Obstruções;
iii. Inchaço ou laceração na língua;
iv. Odores;
v. Descoloração;
h. Avalie o pescoço.
i. Distensão das veias jugulares;
ii. Crepitação;
iii. Desvio de traquéia;
i. Avalie o tórax.
i. Crepitação;
ii. Movimento paradoxal;
iii. Avalie o murmúrio vesicular no ápice e base do tórax, nas
regiões hemiclaviculares e hemiaxilares, bilateralmente;
j.
Avalie o abdômen.
i. Rigidez;
ii. Flacidez;
iii. Distensão;
iv. Dor;
k. Avalie a pelve apalpando suavemente, em busca de:
i. Instabilidade;
ii. Dor;
l. Avalie todas as quatro extremidades.
i. Pulso distal;
ii. Sensibilidade;
iii. Motricidade;
iv. Perfusão capilar;
m. Lateralize, avalie as costas, inclusive região da pelve posterior,
inspecione e apalpe, buscando DCAP-QELS.
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
25
n. Reavalie os sinais vitais.
Em caso de Paciente de Trauma, com Mecanismo de Lesão Significativo, e
Pacientes Clínicos Inconscientes a Classificação na Escala de Coma de
Glasgow – ECG – e Tabela de Trauma Score Revisado são realizadas durante o
Exame Físico Detalhado.
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
a. Repita a avaliação inicial, sendo 1 vez a cada 15 minutos para
paciente estável e no mínimo 1 vez a cada 5 minutos para paciente
instável.
i. Reavalie o estado mental;
ii. Mantenha vias aéreas pérvias;
iii. Monitore a qualidade e frequência da respiração;
iv. Reavalie a qualidade e frequência do pulso;
v. Monitore a cor e temperatura da pele;
vi. Reavalie a pressão arterial;
vii. Monitore a oximetria;
viii. Restabeleça as prioridades do paciente;
b. Repita o Histórico e Exame Físico referente às queixas e lesões do
paciente.
c. Cheque intervenções.
i. Confira se o fornecimento de oxigênio e ventilação estão
adequados;
ii. Confira o controle de hemorragia;
iii. Confira a adequação de outras intervenções;
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
a. Comunicação com a regulação médica / COBOM-CIAD / SOU /
SOF.
i. Ao chegar à cena, repasse à regulação médica / COBOM-CIAD
/ SOU / SOF a situação geral da ocorrência, quantidade e
condição clínica das vítimas, além de necessidade de apoio
adicional, inclusive USA;
ii. Informe à regulação médica / COBOM-CIAD / SOU / SOF a
necessidade de acionamento dos hospitais de referência,
incluindo o tempo de chegada;
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
26
iii. Informe à regulação médica / COBOM-CIAD / SOU / SOF os
seguintes dados do paciente:
1. Dados pessoais (nome, idade, carteira de identidade etc)
2. Achados da avaliação
3. Frequência respiratória
4. Frequência cardíaca
5. Pressão arterial sistólica e diastólica
6. Oximetria de pulso
7. Escala de Coma de Glasgow
8. Escala de Trauma Score
9. Procedimentos adotados
10. Outros que a regulação médica / COBOM-CIAD / SOU /
SOF solicitar
 A critério da regulação médica, poderá ser determinado aos socorristas a
execução de procedimentos não previstos neste Protocolo de APH, nos
limites das atribuições legais dos Bombeiros Militares.
b. Comunicações Verbais.
i. Depois de chegar ao hospital, relate verbalmente o ocorrido à
equipe de saúde;
ii. Refira-se ao paciente pelo nome (se é conhecido);
iii. Resuma a queixa principal, histórico do agravo à saúde,
condutas executadas na cena, tratamentos adicionais dados em
deslocamento, resposta do paciente, dados vitais e informações
adicionais;
c. Comunicações Interpessoais.
i.
Estabeleça e mantenha contato visual com o paciente;
ii. Quando atuar, posicione no mesmo nível ou no nível mais baixo
que o paciente;
iii. Seja honesto com o paciente;
iv. Use uma linguagem que o paciente possa entender;
v. Tenha domínio de sua própria linguagem corporal;
vi. Fale claramente, devagar e com boa pronúncia;
vii. Chame o paciente pelo seu próprio nome;
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
27
viii. Se o paciente tiver dificuldade para ouvir, fale claramente com
os lábios visíveis;
ix. Dê tempo para o paciente responder sua pergunta antes de
fazer a próxima;
x. Aja e fale com calma, de maneira confiante;
d. Relatório de Atendimento Pré-Hospitalar / REDS.
i. A pessoa que preencheu o relatório deve ser a que atendeu o
paciente;
ii. O RAPH / REDS deve ter informações objetivas e subjetivas, e
ser claro;
iii. As informações do RAPH / REDS pertencem ao paciente ou ao
seu representante legal. Seja discreto;
iv. Encaminhamento – Conforme DIAO.
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
28
AVALIAÇÃO DO PACIENTE
DIMENSIONAMENTO DA CENA

AVALIAÇÃO INICIAL

HISTÓRICO E EXAME FÍSICO


Paciente de Trauma
Paciente Clínico


Reconsidere o Mecanismo de lesão
COM MECANISMO
DE LESÃO SIGNIFICATIVO
SEM MECANISMO DE
LESÃO SIGNIFICATIVO
RESPONSIVO


Avaliação Dirigida à
Queixa Principal
Rápida Avaliação Física
Histórico da Doença

SAMPUM

SAMPUM
Sinais vitais

Avaliação Dirigida a
Queixa Principal
SAMPUM

Reavalie a Decisão de
Transporte
Rápida Avaliação Física

Sinais Vitais
Sinais vitais
IRRESPONSIVO
SAMPUM

ECG e TS
Sinais Vitais


Reavalie a Decisão de
Transporte
ECG e TS
Reavalie a Decisão de
Transporte

Reavalie a Decisão
de Transporte


Exame Físico Detalhado

Avaliação Continuada

Comunicações e Documentação
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
29
MÓDULO 200
- Suporte Básico de Vida -
Módulo 200 – Suporte Básico de Vida
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
30
P 201 – PCR ADULTO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Conduta
i. Verifique a consciência da vítima, tocando em seu ombro e
perguntando se está bem;
ii. Se inconsciente, cheque rapidamente (não mais que 5 seg.) se
a respiração está normal, com expansão visível do tórax;
iii. Se a vítima não respira ou não respira normalmente (respiração
anormal ou agônica - gasping) acione apoio, inclusive SAV, e
providencie o DEA rapidamente;
iv. Se há apenas 1 socorrista:
1. Cheque o pulso carotídeo (de 5 a 10 seg.). Não havendo:
a. Deite o paciente de costas em superfície plana e
rígida
b. Inicie RCP com 30 compressões torácicas e 2
respirações de resgate com elevação visível do
tórax
2. Continue o procedimento de 30x2 até que o DEA esteja
disponível e com as pás conectadas no paciente
v. Se há 2 ou mais socorristas (RCP em dupla):
1. Cheque pulso carotídeo (de 5 a 10 seg.). Não havendo:
a. Deite o paciente de costas em superfície plana e
rígida
b. Um socorrista inicia a RCP com 30x2 e o outro
opera o DEA
2. Um socorrista faz as 30 compressões, o outro faz as 2
respirações de resgate, juntos, mas não ao mesmo tempo
3. Após 5 ciclos de 30x2, caso o DEA não esteja disponível,
troca-se o compressor (intervalo de 5 seg. para troca)
 Execute compressões rápidas e fortes, no terço inferior do osso esterno,
com no mínimo 100 compressões por minuto, deprimindo o esterno em 5 cm.
 Permita o retorno completo do tórax após cada compressão.
 Minimize as interrupções entre os ciclos de compressões.
 Evite excesso de ventilação (hiperventilação).
vi. Permita que o DEA faça a leitura, assim que disponível e
conectado;
Módulo 200 – Suporte Básico de Vida
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
31
vii. Se choque indicado, aplique-o e continue a RCP iniciando pelas
compressões;
viii. Se choque não indicado, continue RCP pelas compressões;
ix. Se o SAV não está na cena, transporte para o HR nos seguintes
casos:
1. O pulso da vítima retorna
2. Após a aplicação de 6 a 9 choques, separados por 2
minutos de RCP
3. O DEA emite 3 mensagens consecutivas, separadas por
2 minutos de RCP, de que o choque não é indicado
x. Todos os deslocamentos com vítima em PCR serão realizados
com manobras de RCP com 30x2. A troca do compressor será a
cada dois minutos ou 5 ciclos;
xi. Durante o deslocamento, intercepte com o SAV, se disponível.
 A RCP deve ser realizada mesmo com o retorno do pulso após a
desfibrilação. Somente cesse a RCP em caso de: a) início de rigor mortis;
b) exaustão dos membros da Gu BM após os revezamentos; c) determinação
pelo SAV ou regulação médica; d) transferência do paciente a outra equipe;
e) retorno espontâneo da circulação e respiração do paciente, acompanhado
de retorno da consciência, manifestado por movimentos e respiração normal.
 Em caso de ambiente hostil, a Gu BM fica autorizada a iniciar o
deslocamento mesmo fora dos critérios anteriores deste protocolo.
 Se o paciente estiver com via aérea avançada, não cesse as compressões
para fazer ventilações. Ministre uma ventilação a cada 6 a 8 seg (8 a 10
ventilações/min) assíncronas com compressão torácica. Cerca de 1 segundo
por ventilação.
 Forneça O2 conforme P 604.
Módulo 200 – Suporte Básico de Vida
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
32
Segundo a AHA, as faixas etárias são: 0 a 28 dias (neonato), 29 dias a 1 ano
(lactente), 1 a 8 anos (criança) e acima de 8 anos (adulto).
 Para fins de SBV, no entanto, a faixa etária da criança é de 1 ano até a
puberdade e do adulto da puberdade em diante. As demais faixas etárias
permanecem inalteradas.
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
Módulo 200 – Suporte Básico de Vida
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
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P 202 – PCR CRIANÇA E LACTENTE
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Conduta
i. Verifique a consciência da vítima (em criança, toque em seu
ombro e pergunte se está bem; em lactentes, toque nos pés);
ii. Se inconsciente, cheque rapidamente (não mais que 5 seg.) se
a respiração está normal, com expansão visível do tórax;
iii. Se a vítima não respira ou não respira normalmente (respiração
anormal ou agônica “gasping”) acione apoio, inclusive SAV, e
providencie o DEA rapidamente:
iv. Se há apenas 1 socorrista:
1. Cheque pulso carotídeo na criança e braquial no lactente
(de 5 a 10 seg.). Não havendo:
a. Deite o paciente de costas em superfície plana e
rígida
b. Inicie RCP com 30 compressões torácicas e 2
respirações de resgate, com elevação visível do
tórax
2. Continue o procedimento de 30x2 até que o DEA esteja
disponível e com as pás conectadas no paciente
v. Se há 2 ou mais socorristas (RCP em dupla):
1. Cheque pulso carotídeo na criança e braquial no lactente
(de 5 a 10 seg.). Não havendo:
a. Deite o paciente de costas em superfície plana e
rígida
b. Um socorrista inicia a RCP com 15 X 2 e outro
opera o DEA
2. Após as 15 compressões torácicas, abra rapidamente as
vias aéreas e forneça duas respirações de resgate com
expansão visível do tórax
a. Compressões torácicas em lactente e em dupla
são executadas com a técnica dos dois polegares,
mãos circundando o tórax. Não ventile e comprima
ao mesmo tempo, a menos que esteja com via
aérea avançada
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 Execute compressões rápidas e fortes, com no mínimo 100 compressões
por minuto, deprimindo o esterno 5 cm em criança e 4 cm em lactente.
 Em criança, posicione 1 mão no terço inferior do osso esterno. Em lactente,
posicione 2 dedos, localizados 1 dedo abaixo da linha intermamária.
 Permita o retorno completo do tórax após cada compressão.
 Minimize as interrupções entre os ciclos de compressões.
 Evite excesso de ventilação (hiperventilação)
vi. Permita que o DEA faça a leitura assim que disponível e
conectado;
vii. Para crianças e lactentes, ao usar o DEA, o socorrista deve
utilizar um atenuador de carga pediátrico, se disponível; se não,
utilize o DEA padrão;
viii. Se choque indicado, aplique-o e continue a RCP pelas
compressões;
ix. Se choque não indicado, continue RCP pelas compressões;
x. Se o SAV não está na cena, transporte para o HR nos seguintes
casos:
1. O pulso da vítima retorna
2. Após a aplicação de 6 a 9 choques, separados por 2
minutos de RCP
3. O DEA emite 3 mensagens consecutivas, separadas por
2 minutos de RCP, de que o choque não é indicado
xi. Todos os deslocamentos com vítima em PCR serão realizados
com manobras de RCP com 30 X 2 (1 socorrista) ou 15 X 2 (2
socorristas) com troca do compressor a cada dois minutos;
xii. Durante o deslocamento, intercepte com o SAV, se disponível.
  A RCP deve ser realizada mesmo com o retorno do pulso após a
desfibrilação. Somente cesse a RCP em caso de: a) início de rigor mortis;
b) exaustão dos membros da Gu BM após os revezamentos; c) determinação
pelo SAV ou regulação médica; d) transferência do paciente a outra equipe;
e) retorno espontâneo da circulação e respiração do paciente, acompanhado
de retorno da consciência, manifestado por movimentos e respiração normal.
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 Em caso de ambiente hostil, a Gu BM fica autorizada a iniciar o
deslocamento mesmo fora dos critérios anteriores deste protocolo.
 Em caso de lactente, FC < 60 bpm é indicativo de parada cardiorrespiratória.
 A verificação de pulso carotídeo em Lactente pode acarretar isquemia
cerebral. Não se verifica, portanto, pulso carotídeo em lactente, e sim pulso
braquial.
Segundo a AHA, as faixas etárias são: 0 a 28 dias (neonato), 29 dias a 1 ano
(lactente), 1 a 8 anos (criança) e acima de 8 anos (adulto).
 Para fins de SBV, no entanto, a faixa etária da criança é de 1 ano até a
puberdade e do adulto da puberdade em diante. As demais faixas etárias
permanecem inalteradas.
 Se o paciente estiver com via aérea avançada, não cesse as compressões
para fazer ventilações. Ministre uma ventilação a cada 6 a 8 seg (8 a 10
ventilações/min) assíncronas com compressão torácica. Cerca de 1 segundo
por ventilação.
 Forneça O2 conforme P 604
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
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P 203 – OVACE ADULTO E CRIANÇA
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Conduta.
i. Verifique consciência. SE CONSCIENTE, verifique o sinal
universal de engasgo (mãos no pescoço). Em seguida constate:
1. A vítima respira normalmente?
2. A vítima consegue falar?
3. A vítima consegue tossir?
ii. Caso positivo para algum critério acima, acalme o paciente e o
encaminhe a recurso hospitalar na posição sentado;
iii. SE CONSCIENTE, expressando o sinal universal de engasgo e
não consegue falar, tossir ou respirar, inicie as compressões
abdominais contínuas em J até desalojar o corpo estranho ou o
paciente tornar-se inconsciente;
1. Lembre-se:
a. Na grávida e no obeso a posição é diferenciada
com as mãos no osso esterno
iv. Se o paciente TORNAR-SE INCONSCIENTE, cheque a boca a
procura do corpo estranho, mas sem fazer varredura. Caso não
o encontre encaminhe o paciente ao Hospital fazendo RCP
durante o transporte;
v. Se durante o primeiro contato com o paciente o mesmo JÁ
ESTIVER INCONSCIENTE, inicie a RCP pelas compressões e
siga o protocolo de RCP;
 Lembre-se: após cada ciclo de compressões cheque rapidamente a boca à
procura do corpo estranho antes de fazer as 2 respirações de resgate.
 Forneça O2 conforme P 604
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
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P 204 – OVACE LACTENTE E NEONATAL
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Conduta.
i. Verifique consciência. SE CONSCIENTE, verifique:
1. A vítima respira normalmente?
2. A vítima consegue chorar?
3. A vítima consegue emitir som?
ii. Caso positivo para algum critério acima, acalme o paciente e o
encaminhe a recurso hospitalar no colo do socorrista / pai / mãe;
iii. SE CONSCIENTE e não consegue tossir (no caso do lactente),
nem emitir som, e a obstrução tenha sido por líquido, peça à
mãe, pai ou parente que sugue com a boca a boca e o nariz da
vítima; em seguida o socorrista deve ventilar 2 vezes. Caso a
obstrução se mantenha, execute 5 pancadas entre as escápulas
e 5 compressões no tórax;
1. Faça as pancadas e compressões até o líquido sair, o
paciente respirar normalmente ou tornar-se inconsciente.
iv. SE CONSCIENTE e não consegue tossir (no caso do lactente),
nem emitir som, e a obstrução tenha sido por corpo estranho
sólido detectado ou presenciado, retire o corpo estranho se
visível. Caso não veja o corpo estranho e/ou a obstrução se
mantenha, execute 5 pancadas entre as escápulas e 5
compressões no tórax;
1. Faça as pancadas e compressões até o objeto sair, o
paciente respirar normalmente ou tornar-se inconsciente.
v. Se o paciente TORNAR-SE INCONSCIENTE, cheque a boca à
procura do corpo estranho, mas sem fazer varredura. Caso não
o encontre encaminhe o paciente ao Hospital fazendo RCP
durante o transporte;
vi. Se durante o primeiro contato com o paciente o mesmo JÁ
ESTIVER INCONSCIENTE, inicie a RCP pelas compressões e
siga o protocolo de RCP.
 São sinais de OVACE em lactente, cianose e olhos arregalados, além da
dificuldade de chorar, tossir e emitir sons.
 Durante a desobstrução do lactente e neonato, a cabeça do mesmo deve
permanecer em nível inferior ao do corpo.
 Nunca faça compressão abdominal no lactente com OVACE.
 Na obstrução por líquido, caso o pai, mãe ou parente não queira e/ou não
sugou com a boca, o socorrista deve iniciar de imediato as 5 pancadas entre
as escápulas e 5 compressões no tórax.
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 Lembre-se: após cada ciclo de compressões, cheque rapidamente a boca à
procura do corpo estranho antes de fazer as respirações de resgate, sendo 2
no caso de lactente e 1 no caso de neonato.
 Forneça O2 conforme P 604
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
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P 205 – PARADA RESP. ADULTO, CRIANÇA e LACTENTE
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Parada respiratória em Adulto.
i. Verifique a consciência da vítima (tocando em seu ombro e
perguntando se está bem);
ii. Se inconsciente, cheque rapidamente (não mais que 5 seg.) se
a respiração está normal, com expansão visível do tórax;
iii. Se a vítima não respira ou não respira normalmente (respiração
anormal ou agônica “gasping”) acione apoio, inclusive SAV, e
solicite o DEA rapidamente:
iv. Cheque pulso por 5 a 10 seg. Se tem pulso palpável, mas não
respira, faça 1 respiração de resgate a cada 5 a 6 seg. durante
10 a 12 ciclos e a cada 1 minuto ou no fechamento do ciclo pare
e cheque pulso novamente.
1. Para fim de padronização das equipes de resgate
utilizaremos 1x5x10
v. Com via aérea avançada (em apoio ao médico atendente)
utilizando a BVM ou a válvula MTV-100 (ou similar), forneça 1
ventilação a cada 6 a 8 segundos durante 8 a 10 ciclos por 1
minuto;
1. Para fim de padronização das guarnições de resgate
utilizaremos 1x6x10
b. Parada respiratória em Criança e Lactente.
i. Verifique a consciência da vítima (tocando em seu ombro e
perguntando se está bem – em criança – ou tocando os pés –
em lactente);
ii. Se inconsciente, cheque rapidamente (não mais que 5 seg.) se
a respiração está normal, com expansão visível do tórax;
iii. Se a vítima não respira ou não respira normalmente (respiração
anormal ou agônica “gasping”) acione apoio e solicite o DEA
rapidamente:
iv. Cheque pulso por 5 a 10 seg. (carotídeo em criança e braquial
em lactente). Se tem pulso palpável, mas não respira, inicie 1
respiração de resgate a cada 3 a 5 seg. durante 12 a 20 ciclos e
a cada 1 minuto ou no fechamento do ciclo pare e cheque pulso
novamente;
1. Para fim de padronização das guarnições de resgate
utilizaremos 1x3x20
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v. Com via aérea avançada (em apoio ao médico atendente)
utilizando a BVM ou a válvula MTV-100 (ou similar) forneça 1
ventilação a cada 6 a 8 segundos durante 8 a 10 ciclos por
minuto;
1. Para fim de padronização das guarnições de resgate
utilizaremos 1x6x10
 Aqueça o paciente - PRINCIPALMENTE LACTENTE E NEONATO - evitando a
hipotermia e o estado de choque.
 Forneça O2 conforme P 604
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
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P 206 – SBV NEONATAL
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Conceito.
i. Neonatos são os pacientes na idade de 0 a 28 dias;
ii. Recém-nascido (RN), para fins deste Protocolo, é o neonato que
acabou de nascer;
b. Conduta.
i. Se o RN é termo, o líquido amniótico está claro, o RN está
respirando ou chorando e tem bom tônus muscular, aqueça,
limpe as vias aéreas se necessário, seque e avalie a cor da
pele;
1. Se rosada, posicione o RN junto à mãe e monitore
2. Se cianótico, forneça O2 suplementar e avalie respiração,
pulsação e cor da pele
 Acione o SAV tão logo observe uma condição crítica: cianose, dispneia,
OVACE, parada respiratória, PCR, frequência cardíaca < 100 bpm e demais
descritas no P 101.
ii. Após 30 seg de O2, se RN está respirando e freq. cardíaca é >
100 bpm, mas o RN está cianótico, ventile com O 2 suplementar
e reavalie após 30 seg;
1. Se freq. cardíaca > 100 bpm e a pele está rosada,
apenas monitore o paciente e NÃO FORNEÇA O2
2. Se freq. cardíaca é de 60 a 100 bpm continue ventilando
1 resp x 3 seg x 20 ciclos e a cada 1 minuto cheque
pulso braquial
3. Se freq. cardíaca < 60 inicie RCP pelas compressões
torácicas na frequência de 3 comp x 1 resp x 30 ciclos
com 90 compressões e 30 respirações a fim de atingir
120 eventos por minuto (90 comp.+ 30 resp.)
iii. Se RN está apnéico ou freq. card. < 100 bpm ventile com O2
suplementar. Reavalie após 30 segundos;
1. Se freq. cardíaca > 100 bpm e a pele está rosada,
apenas monitore o paciente e NÃO FORNEÇA O2
2. Se freq. cardíaca é de 60 a 100 bpm continue ventilando
1 resp x 3 seg x 20 ciclos e a cada 1 minuto cheque
pulso braquial
3. Se freq. cardíaca < 60 inicie RCP pelas compressões
torácicas na frequência de 3 comp x 1 resp x 30 ciclos
com 90 compressões e 30 respirações a fim de atingir
120 eventos por minuto
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
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a. Se o tempo até o hospital é menor que o tempo de
chegada do SAV na cena, inicie deslocamento
executando RCP
b. Se tempo até o hospital é maior que tempo de
chegada do SAV, permaneça na cena executando
RCP
iv. A abordagem ao RN é diferente do Adulto, Criança e Lactente.
Para o RN continua o procedimento de ABC da vida uma vez
que ele é vítima mais de parada respiratória do que cardíaca .
Então proceda:
1. Verifique a consciência da vítima (cheque responsividade,
tocando em seus pés)
2. Se inconsciente, abra vias aéreas mantendo a cabeça
neutra e faça a técnica VOS (ver, ouvir e sentir) de 5 a 10
segundos. Se não respira, forneça 2 respirações de
resgate com expansão visível do tórax
3. Mantenha a posição do A e do B e faça o C, checando
pulso braquial de 5 a 10 segundos. Caso haja pulso, mas
não respiração, mantenha 1 x 3 x 20, mas caso não tenha
pulso mantenha 3 x 1 x 30, conforme procedimentos
acima descritos
 Em caso de neonato, FC < 60 bpm é indicativo de parada cardiorrespiratória.
 A Técnica VOS deve ser utilizada a cada vez que o socorrista for reconferir o
pulso.
 A verificação de pulso carotídeo em Lactente pode acarretar isquemia
cerebral, portanto se verifica pulso carotídeo somente braquial ou femoral.
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
 Para avaliar o pulso do RN conte por 6 segundos e multiplique por 10.
 Forneça 40 a 60 insuflações por minuto no RN que necessite assistência
ventilatória.
 Forneça O2 conforme P 604.
 Compressões torácicas em dupla são executadas com a técnica dos dois
polegares mãos circundando o tórax, na razão de 3 compressões para 1
ventilação. Não ventile e comprima ao mesmo tempo, a menos que esteja com
via aérea avançada.
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P 207 – DEA
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Indicações.
i. PCR com ritmo chocável (FV – Fibrilação Ventricular e TVSP –
Taquicardia Ventricular Sem Pulso);
Traçado Eletrocardiógrafo da TVSP – Taquicardia Ventricular Sem Pulso
(FONTE: http://www.medicinaintensiva.com.br/ecgpatologico.htm)
Traçado Eletrocardiógrafo da FV - Fibrilação Ventricular
(FONTE: http://www.medicinaintensiva.com.br/ecgpatologico.htm)
ii. Adulto, Criança, Lactente e Neonato com as devidas pás
específicas para cada paciente e atenuadores de corrente se
possível ou pás de adultos para todos os pacientes se apenas
estas estiverem disponíveis;
b. Contraindicações.
i. Paciente respirando, com pulso e ritmo sinusal normal;
Traçado Eletrocardiógrafo do RSN – Ritmo Sinusal Normal)
(FONTE: http://www.medicinaintensiva.com.br/ecgpatologico.htm)
c. Potenciais efeitos adversos / complicações do uso.
i. Queimadura na pele do paciente;
ii. Desativação de marca-passo ou cardiodesfibrilador implantado
(CDI);
iii. Lesões no operador ou pessoas próximas em contato com o
paciente;
Módulo 200 – Suporte Básico de Vida
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
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d. Precauções no uso do DEA.
i. Afaste o paciente da água e de superfície molhada;
ii. Antes de conectar as pás, sempre seque e limpe o local
permitindo que o adesivo da pá cole perfeitamente;
iii. Afaste as pás cerca de 2 a 2,5 cm de distância do marca-passo
ou cardiodesfibrilador implantado (CDI);
iv. Afaste as pás de local lesionado da pele;
v. Retire adesivo de medicação transcutânea se houver, limpe e
seque a superfície onde a pá será instalada;
vi. Não movimente o paciente durante a utilização do DEA, devido
aos artefatos de ruídos e à simulação de FV decorrentes do
próprio movimento;
vii. Não toque nem deixe ninguém tocar o paciente durante a
análise do ritmo e a administração do choque;
viii. Raspe os pelos do tórax do paciente, se necessário, nos locais
onde serão colocadas as pás;
ix. Evite operar o DEA próximo a celulares e rádios de
comunicação (HT) ligados, linhas de trem e metrô, e linhas de
alta voltagem;
x. Retire, quando possível, correntes, adornos e assessórios
metálicos do pescoço e mamilo do paciente antes de colocar as
pás;
xi. Não use o DEA concomitante com oximetria de pulso, aparelhos
de pressão e equipamentos médicos em contato com o paciente
sob monitoramento.
Remova fontes de oxigênio e gases anéstesicos inflamáveis antes de
executar a desfibrilação. Há risco de incêndio e de explosão!
e. Conduta para utilização do DEA.
i. Inicie RCP até que o DEA esteja disponível;
1. Prepare o paciente, ligue o DEA, conecte as pás
(continue a RCP). Quando do sinal de “analisando o ritmo
cardíaco”, não toque no paciente e PARE a RCP
2. Se choque indicado:

Afaste todas as pessoas de perto do paciente

Pressione o botão de choque ao vê-lo piscar

Reinicie imediatamente a RCP pelas compressões

A cada 2 minutos o DEA reinicia a avaliação
3. Se choque não indicado

Módulo 200 – Suporte Básico de Vida
Continue a RCP
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45
4. Se o SAV não está na cena, transporte para o HR nos
seguintes casos:

O pulso da vítima retorna

Após a aplicação de 6 a 9 choques, separados por
2 minutos de RCP

O DEA emite 3 mensagens consecutivas,
separadas por 2 minutos de RCP, de que o choque
não é indicado.
ii. Posição das pás:
As pás devem ser posicionadas de forma anterolateral, de
forma que a onda elétrica atravesse o coração. Posições
alternativas, porém, podem ser consideradas, com base nas
características individuais do paciente, aceitando-se:
anteroposterior,
infraescapular
anteroesquerda
e
infraescapular anterodireita.
 A RCP deverá ser realizada até que o DEA esteja em condições de ser
utilizado, e que seja, o mais rápido possível.
f. DEA e transporte.
i. Se durante o transporte, o paciente entra em PCR dentro da UR,
pare, desligue a viatura e adote os passos de RCP e de
desfibrilação;
ii. Se a UR estiver em deslocamento com RCP em andamento,
não pare a viatura, nem cesse a RCP para o DEA analisar o
ritmo e administrar o choque. Apenas mantenha as pás
conectadas e aderidas;
g. Situações especiais.
i. Se durante a aplicação do DEA a bateria descarregar, continue
a RCP e inicie deslocamento;
 Evite usar telefone celular próximo ao DEA. O alto nível de reação
eletromagnética emitida pode resultar numa grande interferência prejudicando
o funcionamento do DEA e colocando em risco o paciente.
 O DEA foi desenvolvido para aplicação em procedimentos de desfibrilação
que possibilita estímulo elétrico ao coração podendo ser usado por qualquer
pessoa em qualquer ambiente hospitalar ou extra-hospitalar, unidades de
resgate aéreo ou terrestre, dando suporte avançado à vida.
Módulo 200 – Suporte Básico de Vida
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
46
 O DEA é um equipamento energizado internamente capaz de operar
recebendo energia de uma fonte de alimentação elétrica interna. Não abra o
equipamento. Não dê choques com as pás curto-circuitadas, pois o dispositivo
de disparo pode danificar-se. O paciente deverá estar imóvel durante a análise.
Não utilize as pás se o invólucro estiver violado.
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
47
TABELA DE ATENDIMENTO DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA
PACIENTE
Neonato
(0 a 28 dias)
Lactente
(29 dias a 1
ano)
Criança
(1 a 8 ano)
Adulto
(> 8 anos)
1 SOCORRISTA
PR
PCR
2 SOCORRISTAS
PR
PCR
3 SOCORRISTAS
PR
PCR
1 x 3 x 20
3 x 1 x 30
1 x 3 x 20
3 x 1 x 30
1 x 3 x 20
3 x 1 x 30
1 x 3 x 20
30 x 2
1 x 3 x 20
15 x 2 x 5
1 x 3 x 20
15 x 2 x 5
1 x 3 x 20
30 x 2
1 x 3 x 20
15 x 2 x 5
1 x 3 x 20
15 x 2 x 5
1 x 5 x 10
30 x 2
1 x 5 x 10
30 x 2 x 5
1 x 5 x 10
30 x 2 x 5
Módulo 200 – Suporte Básico de Vida
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MÓDULO 300
- Emergências Clínicas -
Módulo 300 – Emergências Clínicas
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
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P 301 – EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Distúrbios cardiovasculares.
i. Conjunto de doenças e condições que envolvem o coração
(Cardin) e os vasos sanguíneos (vascular).
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas mais comuns.
i. Dor no peito (retroesternal – centro – ou precordial – à
esquerda);
ii. Dor irradiando para braço esquerdo;
iii. Dor irradiando para mandíbula;
iv. Pressão ou desconforto no tórax;
v. Pressão no abdômen, no pescoço ou nas costas;
vi. Desconforto na região epigástrica;
vii. Dificuldade respiratória (dispnéia);
viii. Sudorese excessiva;
ix. Pulso irregular ou fraco;
x. Veias do pescoço dilatadas;
xi. Náuseas;
xii. Tontura;
xiii. Fadiga;
xiv. Vômito;
xv. Desmaio;
b. Fatores de risco não modificáveis (fixos).
i. Idade avançada;
ii. Raça;
iii. Hereditariedade;
iv. Sexo;
c. Fatores de risco modificáveis.
i. Hipertensão arterial;
ii. Tabagismo;
iii. Diabetes mellitus;
iv. Colesterol alto
v. Obesidade e sedentarismo;
Módulo 300 – Emergências Clínicas
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
50
d. Fatores contribuintes.
i. Estresse excessivo;
ii. Ingestão de álcool e drogas;
e. Fatores precipitantes (presente em cerca de 50% dos casos).
i. Exercícios anormalmente vigorosos;
ii. Estresse emocional grave;
iii. Doenças graves;
f. Conduta.
i. Mantenha vias aéreas pérvias;
ii. Previna o estado de choque;
1. Forneça oxigênio conforme P 604
2. Aqueça o paciente
3. Afrouxe suas vestes
4. Não permita que o paciente faça esforço físico – caminhe,
fale muito etc
iii. Forneça apoio emocional e acalme o paciente;
iv. Monitore sinais vitais e o esforço respiratório e esteja preparado
para RCP, se necessário;
v. Se paciente estiver consciente, mantenha-o em posição de
conforto (normalmente semi-reclinado ou sentado);
vi. Se paciente estiver inconsciente, mantenha-o em posição
supina, aqueça, forneça O2 conforme P 604, monitore sinais
vitais e encaminhe rapidamente ao hospital.
 Atente para o relato de histórico médico e de uso de medicamentos. A
coleta de dados e anamnese dirigida não deverá atrasar o transporte.
 No deslocamento para emergências cardiovasculares o socorrista já deve
estar preparado para utilizar o DEA.
 Algumas situações especiais como hipotermia, afogamento, trauma,
choques elétricos, descargas de raios e gravidez podem provocar uma parada
cardíaca.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
a. Se o trânsito flui bem, desloque em Código 2 (faróis acesos, luzes de
emergência ligadas, sirenes desligadas, conforme P 609). Em caso de
trânsito congestionado, ou quando for valer-se das prioridades prevista
Módulo 300 – Emergências Clínicas
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
51
no CTB, desloque em Código 3 (faróis acesos, luzes de emergência
ligadas, sirenes ligadas).
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
a. O COBOM / CIAD e as SOU / SOF devem sempre notificar ao hospital
de referência quanto à chegada de um paciente com possível doença
cardiovascular.
b. Colete e/ou documente todas as medicações de uso domiciliar e os
repasse ao médico que o atender.
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52
P 302 – AVC / AVE
Acidente Vascular Cerebral / Acidente Vascular Encefálico
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas mais comuns.
i. Vertigem, confusão mental com perda visual parcial;
ii. Forte dor de cabeça;
iii. Forte dor de cabeça acompanhada de náuseas e vômitos;
iv. Falta de coordenação, perda de força, fraqueza súbita;
v. Diplopia: visão dupla e embaçada;
vi. Afasia: dificuldade de completar palavras por som e por escrita;
vii. Disartria: dificuldade na articulação da palavra;
viii. Disfasia: alteração na linguagem e compreensão em qualquer
de suas formas;
ix. Hemiparesia: paralisia / enfraquecimento incompleto ou parcial
(mais grave nas mãos e na face);
x. Hemiplegia: paralisia de um lado do corpo;
b. Outros sinais e sintomas encontrados.
i. Ausência de movimento nos olhos, exceto nas pálpebras;
ii. Ptose palpebral (queda da pálpebra);
iii. Falta de ar e sudorese;
iv. Nível alterado de responsividade;
v. Anisocoria: diferença no tamanho das pupilas;
vi. Amaurose: perda total da visão transitória;
vii. Síncope, torpor, convulsão, coma (ECGlasgow<8);
viii. Hipertensão arterial e hipertermia;
ix. Disfagia: deglutição difícil;
x. Incontinência urinária;
xi. Alterações visuais;
c. Fatores de risco.
i. Idade avançada;
ii. História familiar;
iii. Hereditariedade;
iv. Doença cardiovascular;
v. Hipertensão arterial;
Módulo 300 – Emergências Clínicas
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
53
vi. Tabagismo;
vii. Diabetes mellitus;
viii. AIT - ataque isquêmico transitório (déficit neurológico);
ix. Histórico de colesterol alto;
x. Obesidade;
xi. Sedentarismo;
xii. Estresse excessivo;
xiii. Dificuldade de coagulação;
xiv. História de trauma craniano;
xv. Cirurgias recentes;
xvi. Uso de anticoncepcionais;
xvii. Uso de drogas (cocaína / anfetamina);
xviii. Uso de anticoagulantes;
xix. Neoplasias;
d. Conduta.
i. Mantenha vias aéreas pérvias;
ii. Monitore o esforço respiratório e esteja preparado para
assistência ventilatória;
iii. Forneça oxigênio, conforme P 604;
iv. Se paciente estiver inconsciente, mantenha-o em posição de
recuperação, deitado sobre o lado encefálico/cerebral afetado;
v. Mantenha o paciente em repouso, sob observação contínua,
monitorização constante e fornecimento de oxigênio durante o
transporte de acordo com a avaliação da saturação de O2;
vi. Aqueça o paciente. Não superaqueça;
vii. As aferições de pressão arterial devem ser estabelecidas em
intervalos de 10 a 20 minutos e nunca em uma única aferição
em ambas as extremidades superiores;
viii. Avalie a responsividade por meio da Escala Pré-Hospitalar de
Cincinatti e Escala de Coma de Glasgow – ECG;
ix. Encoraje membros da família a acompanhar o paciente até o
hospital para que possam informar o histórico do paciente à
equipe médica;
x. Quando da chegada no hospital mantenha os procedimentos até
a equipe médica responsável assumir o paciente, devidamente
informada de toda situação;
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
54
e. Escala pré-hospitalar de Cincinatti.
i. Uma anomalia encontrada em qualquer
probabilidade de um AVC é igual a 72%.
NORMAL
um
deles
SINAIS
COMANDO
QUEDA FACIAL
Um lado do rosto
Peça ao paciente Ambos os lados
não se move tão
que sorria e/ou do rosto movembem
quanto
ao
mostre os dentes
se igualmente
outro
DEBILIDADE
DOS BRAÇOS
Peça ao paciente
que feche os olhos Ambos os braços Um braço não se
e mantenha os movem-se
move ou cai em
braços estendidos igualmente
relação ao outro
por 10 segundos
FALA
ANORMAL
Peça ao paciente
para dizer “o rato
roeu a roupa do rei
de Roma” ou outra
frase similar
O paciente utiliza
as
palavras
corretamente,
com
pronúncia
clara
a
ANORMAL
O
paciente
pronuncia palavras
ininteligíveis,
usa
palavras incorretas
ou é incapaz de
falar
Figura 1 – Identificação visual de queda facial e debilidade dos braços, conforme a
Escala de Cincinatti.
Fonte: Stroke Center - Cincinnati (Acesso em 23/11/2012)
Módulo 300 – Emergências Clínicas
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
55
 A determinação do momento de início dos sintomas é crucial para fins de
tratamento. O momento do início dos sintomas é o último momento
em que o paciente foi visto assintomático.
 Tempo é cérebro!!! O início do tratamento com fibrinolíticos (ativadores do
plasminogênio) usados na terapêutica da trombose arterial deve ser iniciado o
mais rápido possível, a fim de dissolver rapidamente a rede de fibrina e assim
dissolver os trombos. Portanto não atrase o deslocamento para o hospital
após o início dos sintomas.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
a. O COBOM / CIAD, as SOU / SOF devem sempre notificar ao hospital
de referência quanto à chegada de um paciente com possível AVC.
b. Colete e/ou documente todas as medicações de uso domiciliar e os
repasse ao médico que o atender.
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P 303 – EMERGÊNCIAS RESPIRATÓRIAS
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas.
i. Ausência temporária de respiração (apneia);
ii. Respiração superficial;
iii. Respiração rápida e profunda;
iv. Respiração ruidosa;
v. Sensação vertiginosa;
vi. Ansiedade, agitação, letargia e sonolência;
vii. Cianose de extremidades (lábios e dedos);
viii. Dor torácica referida como aperto;
ix. Tosse contínua;
b. Conduta.
i. Mantenha o paciente em posição de conforto (sentado ou semireclinado);
ii. Administra oxigênio conforme P 604;
iii. Aqueça o paciente;
iv. Ofereça apoio emocional;
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. TRANSPORTE
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
 Se o paciente está inconsciente, ou a respiração é inadequada ou ausente,
faça a ventilação assistida (com BVM, cânula orofaríngea) com suplementação
de oxigênio conforme P 604
 Se o paciente é critico deve transportar urgente ao HR, acionar e interceptar
o SAV, se disponível, para manobras invasivas de obtenção de vias aéreas e
ventilação
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P 304 – CRISE CONVULSIVA
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Reconhecimento.
i. Parciais com ou sem perda de consciência (Pequeno mal);
1. Fase de ausência
2. Grito epiléptico
ii. Generalizadas (Grande mal);
1. Inconsciência
2. Movimentos tônico-clônicos
3. Estupor pós ictal (fase pós-comicial) – estado de
sonolência profunda e letargia que se instala ao final da
convulsão
b. Sinais e sintomas.
i.
ii.
iii.
iv.
v.
vi.
vii.
viii.
ix.
x.
Dor referida em todo o abdome ou em região especifica;
Palidez acentuada;
Náuseas e vômitos;
Taquicardia ou Bradicardia;
Taquipnéia ou Dispnéia;
Sudorese fria;
Febre (entre 37,5 ºC a 40ºC.);
Dor abdominal à palpação no exame físico;
Abdome contraído, globoso ou escavado;
Defesa muscular abdominal no exame físico;
c. Conduta.
i. Administre O2;
ii. Mantenha o paciente em posição de conforto (decúbito dorsal ou
semi-reclinado);
iii. Não contenha movimentos;
iv. Ampare a cabeça;
v. Em caso de secreção na boca, lateralize o paciente. Use abridor
de mandíbula. Não insira os dedos na boca do paciente;
vi. Aqueça o paciente;
vii. Ofereça apoio emocional;
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
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58
P 305 – DIABETES MELLITUS E HIPOGLICEMIA
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Hipoglicemia (Choque insulínico).
i. Sinais, sintomas e eventos relacionados;
1. Glicemia capilar <60 mg/dL
2. Paciente tomou insulina demais
3. Alteração no nível de consciência
4. Convulsão
5. Agitação e mudança de comportamento
6. Paciente em jejum (não se alimentou)
7. Pele fria e úmida
8. Taquicardia
9. Cefaléia
10. Palidez
11. Salivação abundante
12. Fome, borborigma ("ronco" na barriga)
13. Náuseas, vômitos, desconforto abdominal
14. Atividade mental anormal com prejuízo do julgamento
15. Ansiedade, alteração de humor, depressão, choro e medo
16. Negativismo, irritabilidade, agressividade e fúria
17. Cansaço, fraqueza, apatia, letargia, sono
18. Confusão, amnésia, tontura, delírio
19. Alteração de pupilas (dilatadas)
20. Olhar fixo, visão embaçada, visão dupla
21. Atos automáticos
22. Dificuldade de fala
23. Descoordenação motora às vezes confundido com
embriaguez
24. Déficit motor, paralisia, hemiparesia, parestesia, estupor
25. Convulsão focal ou generalizada
b. Hiperglicemia.
i. Sinais, sintomas e eventos relacionados;
1. Glicemia capilar > 200 mg / dl
2. Paciente não tomou insulina
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3. Poliúria (aumento do volume urinário)
4. Polidipsia (sede aumentada e aumento de ingestão de
líquidos)
5. Polifagia (apetite aumentado)
6. Mudanças no formato das lentes dos olhos levando a
dificuldades de visão. (Paciente relata visão borrada )
7. Cansaço
8. Pele seca e quente
9. Cefaléia
10. Dispnéia
11. Hálito cetônico (Alta concentrações de cetona do sangue)
12. Náuseas e Vômitos
13. Dor abdominal
14. Alteração de consciência (confusão, sonolência, letargia,
hostilidade, mania, pânico, agresividade etc).
15. Coma com progressão para PCR
c. Conduta.
i. Obtenha o SAMPUM e OPQRST. Considere:
1. Histórico de diabetes mellitus
2. Medicações usadas em tratamento
a. Insulina – tipo, dose, frequência, última dose
b. Medicações orais - tipo, dose, frequência, ultima
dose
3. Última alimentação do paciente
4. Recente doença ou lesão
5. Atividade física recente
6. Gravidez
7. Verifique uso de álcool
8. Histórico de reações a diabetes
ii. Conduta geral;
1. Obtenha os sinais vitais
2. Se paciente possui glicosímetro prescrito por médico,
verifique com o mesmo qual a leitura, caso o mesmo
tenha feito a medição
3. Prepare-se para fazer aspiração de vias aéreas
4. Não perca tempo na cena da ocorrência. Considere
situações de “load and go”
5. Se paciente está consciente
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60
a. Não lhe permita exercitar-se; deite-o na maca ou
cadeira de rodas e o encaminhe à UR;
b. Proteja vias aéreas
c. Previna o choque. Aqueça o paciente. Ofereça
oxigênio, conforme P 604
d. Se regulação médica disponível, forneça suco
adocicado ao paciente.
6. Se paciente está inconsciente
a. Proteja as vias aéreas. Aspire se necessário
b. Previna o choque. Aqueça o paciente. Ofereça
oxigênio, conforme P 604
c. Posicione o paciente na posição de recuperação
(decúbito lateral), se possível.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. TRANSPORTE
a. Posicione o paciente em posição de conforto
b. Trate agravos que ameaçam a vida em deslocamento
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
 Nem todos os sinais ou sintomas podem estar presentes no paciente
 Se o paciente é considerado critico deve transportar urgente ao hospital de
referência, acionar e interceptar o SAV, se disponível.
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P 306 – EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Parto normal iminente.
i. Sinais e sintomas:
1. Contrações uterinas cíclicas (primeira fase do parto);
2. Rompimento da bolsa amniótica
3. Apresentação cefálica do feto (coroamento)
4. Taquicardia e taquipnéia
5. Dor durante as contrações
ii. Conduta.
1. Sempre que possível, leia o cartão pré-natal da gestante e
busque informações sobre a gestação (se houve
internações, doenças infectocontagiosas, hipertensão
arterial, diabetes ou outras complicações)
2. Não faça toque para verificar grau de dilatação do colo
3. Deite a gestante em decúbito dorsal, com pernas fletidas
e com joelhos afastados
4. Exponha os materiais do Kit Parto
5. Ponha um lençol limpo sobre a maca (ou local apropriado
onde irá ser colocado o recém nascido - RN) próximo à
pelve da gestante
6. Quando a cabeça coroar, apóie a mesma com uma das
mãos, com leve pressão para evitar uma expulsão muito
rápida e causar alguma lesão no RN e na parturiente
7. Ainda na passagem do feto pelo canal vaginal, se
possível já faça uma limpeza prévia da face do mesmo,
com uma compressa limpa
8. Após a saída do RN, deite-o no lençol sobre a maca (ou
local apropriado) e aspire suas vias aéreas com aspirador
tipo pêra
a. Aspire primeiro a boca, depois as narinas do RN
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
62
9. Mantenha o RN no mesmo nível da pelve da mãe até que
seu cordão umbilical seja clampeado
10. Clampeie o cordão umbilical
a. O 1º clamp a aproximadamente 17,5 cm da parede
abdominal do RN
b. O 2º clamp a aproximadamente 7,5 cm após o 1º
clamp, ou seja, o 2º clamp ficará a 25 cm da
parede abdominal do RN
c. Em seguida, corte entre os dois
11. Seque rapidamente o RN e o aqueça com lençol, após o
que o envolva a manta aluminizada sobre o lençol
12. Aguarde a saída da placenta (dequitação), sem puxá-la,
guarde-a em um saco plástico e a deixe no hospital
13. Cubra a região vaginal com absorvente higiênico após a
dequitação
14. Oriente a mãe a estender as pernas e uni-las, sem
apertá-las
15. Faça massagens circulares no sentido horário no
abdômen da mãe, na região do útero, para reduzir a
hemorragia puerperal
16. Caso não haja restrições, estimule a mãe a amamentar o
RN o quanto antes (esse método reduz a hemorragia
puerperal)
17. Considere fornecimento de oxigênio para o RN e à mãe
18. Avalie e classifique o RN na escala APGAR 1 minuto
após o nascimento, repita isto após 5 e 10 minutos,
mesmo durante o transporte
 Se o cartão pré-natal informar a presença de doença infecto-contagiosa ou
risco de galactosemia (intolerância ao leite), ou se não houver cartão pré-natal,
não estimule o aleitamento materno
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63
 O clampeamento precoce favorece a dequitação, mas sua demora propicia a
icterícia. O clampeamento deve ser realizado entre 1 a 3 minutos após o
nascimento, a fim de favorecer a adaptação externa do neonato.
b. Parto anormal.
i. Sinais e sintomas;
1. Apresentação pélvica do RN no ato do parto (as nádegas
ou ambos os membros inferiores apresentam-se primeiro)
2. Apresentação invertida (nasce um braço ou uma perna
primeiro)
3. Prolapso do cordão umbilical
4. Presença de mecônio no líquido amniótico
5. Nascimento múltiplo
6. Crise convulsiva no trabalho de parto
7. Parto prematuro
8. Natimorto
ii. Conduta.
1. Segue-se conduta similar à assistência ao parto normal
2. Aguarde o parto progredir naturalmente sem jamais puxar
o RN
3. Em parto pélvico, caso a cabeça do RN não saia até 3
minutos após a saída das nádegas e tronco, deve-se criar
uma via respiratória para o RN; a mãe permanece na
posição semelhante ao parto normal
4. Quando há apresentação de um dos membros primeiro, a
mãe deverá ser colocada de joelhos e apoiada sobre o
tórax (posição genupeitoral). Isso aliviará a pressão no
feto e no cordão umbilical; Não puxe o membro nem
tente empurrá-lo para dentro da vagina novamente
5. Em caso de prolapso do cordão, mantenha a mãe na
posição genupeitoral, crie uma via respiratória para o RN
e cubra o cordão com compressa úmida em soro
fisiológico 0,9%
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
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6. Em nascimentos múltiplos, a conduta será a mesma que
em parto normal, devendo-se clampear e cortar o cordão
umbilical do primeiro RN antes do nascimento do próximo
a.
Nascimento de prematuros também tem
conduta semelhante ao parto normal, ressaltando-se
a necessidade de se aquecer o RN
b.
Em caso do RN nascer com PCR, inicie as
manobras de RCP conforme P 206, exceto se for um
caso de natimorto (bolhas, odor forte e desagradável
etc.)
c.
Em todos os casos, mantenha administração
de O2 para a mãe
d.
Dê apoio emocional à mãe
e.
Monitorar sinais vitais e nível de consciência
da mãe e do RN
c. Hemorragia pré-parto.
i. Sinais e sintomas:
1. Surgimento
de
hemorragia
vaginal
excessiva
(metrorragia) antes do momento do parto
2. Indícios de estado de choque (fraqueza, tonteira, sede,
ansiedade, taquipnéia, taquicardia, pele pálida, fria e
úmida etc.)
3. Ausência de movimentação fetal
ii. Conduta.
1. Posicione a gestante em decúbito lateral esquerdo
2. Mantenha as vias aéreas pérvias
3. Administre oxigênio em caso de sinais de estado de
choque
4. Aqueça a vítima com manta aluminizada em caso de
grandes hemorragias
5. Cubra a região vaginal com absorvente higiênico (não se
deve introduzir nada no canal vaginal)
6. Não ofereça nada para a gestante ingerir
7. Monitore os sinais vitais e nível de consciência
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65
d. Aborto.
i. Sinais e sintomas;
1. Cólica, dor e contrações abdominais
2. Hemorragia vaginal excessiva (metrorragia)
3. Saída de fragmentos de tecidos do feto pelo canal vaginal
4. Indícios de estado de choque (hipotensão, fraqueza,
tonteira, sede, ansiedade, taquipnéia, taquicardia, pele
pálida, fria e úmida etc.)
ii. Conduta.
1. Posicione a gestante em decúbito lateral esquerdo
2. Mantenha as vias aéreas pérvias
3. Administre oxigênio em caso de sinais de estado de
choque
4. Aqueça a vítima com manta aluminizada em caso de
grandes hemorragias
5. Cubra a região vaginal com absorvente higiênico (não se
deve introduzir nada no canal vaginal)
6. Não ofereça nada para a vítima ingerir
7. Dê apoio emocional
8. Caso saia algum tecido fetal, guarde-o em saco plástico e
leve-o para o hospital junto com a mãe
9. Monitore os sinais vitais e nível de consciência
 Em caso de suspeita de aborto provocado, deve-se considerar sinais e
sintomas de intoxição exógena e tratá-la conforme P 309.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
Para se criar uma via respiratória para o RN (parto pélvico ou prolapso de
cordão umbilical), coloque uma das mãos dentro da cavidade vaginal, com a
palma da mão voltada para a face do RN. Coloca-se, então, o dedo indicador
do lado de uma narina e o dedo médio do lado da outra narina.

 A outra mão do socorrista deverá apoiar o corpo do RN para preservar a sua
coluna cervical
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66
P 307 – ABDOME AGUDO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Reconhecimento.
i. Dor abdominal de aparecimento súbito e não traumático
geralmente referenciado como a queixa principal do paciente.
b. Sinais e sintomas:
i. Dor referida em todo abdome ou em região específica;
ii. Palidez acentuada;
iii. Náuseas e vômitos;
iv. Taquicardia ou Bradicardia;
v. Taquipnéia ou Dispnéia;
vi. Sudorese fria;
vii. Febre (temperatura entre 37,5 ºC a 40ºC.);
viii. Dor abdominal à palpação no exame físico;
ix. Abdome contraído, globoso ou escavado;
x. Defesa muscular abdominal no exame físico;
c. Conduta.
i. Administre O2;
ii. Mantenha o paciente em posição de conforto (decúbito dorsal,
semi-reclinado ou posição fetal);
iii. Aqueça o paciente;
iv. Ofereça apoio emocional;
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
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P 308 – EMERG. PSIQUIÁTRICAS E COMPORTAMENTAIS
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Conduta.
i. Determine se a cena é segura. Se não, afaste-se e solicite apoio
de outras Gu BM, PMMG, SAMU (USA) etc;
ii. Tente estabelecer um diálogo com o paciente;
iii. Dialogue com técnica:
1. Use um tom calmo, direto e enfático
2. Apresente claramente os limites e opções do paciente
3. Respeite seu espaço pessoal
4. Evite olhar direto nos seus olhos
5. Não adote uma postura de confronto
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Considere outras causas de comportamento anormal.
i. Hipóxia, hipoperfusão, hipoglicemia;
ii. Abuso de álcool ou drogas;
iii. AVC, TCE, estágio pós-comicial etc;
 Solicite suporte avançado, se disponível, para proceder à contenção
farmacológica se o paciente estiver agitado, não cooperativo ou violento.
 A abordagem enérgica, quando necessária, deve ser realizada sempre por
três socorristas. O primeiro abordará o portador de sofrimento mental com
uma das mãos em um dos ombros do paciente e a outra mão na testa, isso por
trás do paciente. O segundo abraçará o tronco, imobilizando os braços, pela
frente. E, finalmente, o terceiro abraça os joelhos amortecendo a queda.
b. Conduta.
Objetivo: Restabelecer o equilíbrio emocional e social das pessoas
envolvidas na situação de urgência e emergência.
i. Contenha mecanicamente o paciente apenas se for necessário.
Utilize ataduras ou outro meio que não cause lesões para
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
68
imobilizar o paciente na maca somente se o mesmo oferecer
perigo para si, para a Gu BM e para outras pessoas;
ii. Não use prancha longa se não houver trauma que a justifique.
Deite o paciente na maca central da UR e nela imobilize os
quatro membros. Após, confirme se não há prejuízo para a
respiração e circulação;
iii. Se o paciente está cuspindo na Gu BM posicione uma máscara
de tecido (EPI) na face dele;
iv. Coloque o paciente em uma posição de conforto, se possível;
v. Não coloque o paciente em posição prona (decúbito ventral) na
maca;
vi. Para deprimidos: reserve o tempo necessário para o diálogo,
investigando idéias suicidas e estrutura familiar;
vii. Para psicóticos: investigue perda de contato com a realidade
(alucinação e delírios), evitando sempre termos valorativos, falas
de julgamento e linguagem técnica e agressiva;
viii. Para violentos: investigar a causa direta ou indireta desse
comportamento, investigar dependência química, histórico de
abuso ou atividade criminosa.
 Se após a contenção mecânica o paciente permanecer agitado ou violento,
ofereça O2 em máscara facial. Considere hipóxia.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
a. Mantenha a contenção mecânica durante o transporte.
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
a. Relate no RAPH / REDS as razões pelas quais foi necessária a
contenção mecânica do paciente
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69
P 309 – ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Promova a segurança da cena.
i. Não entre em locais confinados ou com atmosfera tóxica sem
EPI;
ii. Tente identificar a substância tóxica;
iii. Solicite apoio, se necessário;
iv. Proceda ao IFC.
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas.
i. Tonturas;
ii. Náuseas;
iii. Cefaléia;
iv. Vômitos;
v. Formação excessiva de saliva ou espuma na boca;
vi. Estado mental alterado, podendo chegar à inconsciência;
vii. Alterações pupilares (contraída ou dilatada);
viii. Dor abdominal;
ix. Aumento da frequência cardíaca;
x. Padrões respiratórios anormais e dispnéia;
xi. Espasmos musculares;
xii. Erupção cutânea;
xiii. Lacrimejamento;
xiv. Diarréia;
xv. Podem ocorrer pruridos e ardência na pele;
xvi. Vermelhidão cutânea;
xvii. Choque anafilático;
xviii. Sudorese;
xix. Taquicardia;
xx. Bradicardia;
xxi. Dispnéia;
b. Conduta.
i. Mantenha as vias aéreas pérvias;
ii. Forneça O2 em alta concentração se o nível de consciência
estiver alterado, encurtamento da respiração, dificuldade
respiratória ou paciente tossindo.
Módulo 300 – Emergências Clínicas
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
70
 Em casos confirmados de intoxicação por PARAQUAT®, pesticida
usado rotineiramente em lavouras de tomate, a suplementação de
oxigênio deve ser evitada mesmo em casos de insuficiência respiratória,
pois pode potencializar o distúrbio pulmonar provocado pelo estresse
oxidativo.
iii. Considere acionar o SAV, se disponível;
iv. Determine:
1. O quê – especifique a toxina e a quantidade envolvida
a. Se possível, leve com segurança para o hospital
frasco do comprimido envolvido
b. Não transporte
medicamentos
“produtos perigosos”,
apenas
2. Quando – tempo de exposição
3. Por quê – a causa da exposição (acidente etc)
4. Onde – identifique o ambiente da exposição (local
confinado, indústria, silos, plantações etc)
v. Trate toxinas específicas baseado em cuidados específico;
1. Substâncias ingerível
a. Não dê nada para o paciente beber
b. Não induza vômito
2. Substâncias inaláveis
a. Retire o paciente do ambiente tóxico (usando EPI)
b. Trate os sintomas: vômito, tosse, decréscimo do
nível de consciência etc
c. Ventile, se necessário
d. Monitore com oxímetro de pulso, exceto em caso
de intoxicação por monóxido de carbono ou
cianeto, em que a leitura é falsa. Ver P 603
3. Substâncias absorvíveis
a. Remova as roupas contaminadas
b. Lave a área contaminada copiosamente, ao menos
por 20 min e continue em rota para o hospital
i. Líquidos – lave abundantemente, mas sem
contaminar áreas corporais não afetadas;
ii. Pós – usando EPI, raspe os resíduos da
pele e lave com água abundante o que
permanecer;
Módulo 300 – Emergências Clínicas
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
71
iii. Olhos expostos a líquidos ou pós – lave o
olho
afetado
com
soro
fisiológico
abundantemente, do nariz para a orelha
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
a. Transporte o paciente na posição semi-reclinado ou sentado, se
possível.
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
Módulo 300 – Emergências Clínicas
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72
P 310 – ABUSO DE ÁLCOOL E DROGAS
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Sinais e sintomas.
i. Depressão do sistema nervoso (sonolência, coma, letargia e
diminuição da resposta à dor);
ii. Tremores (principalmente se a vitima esta sofrendo de
abstinência), abstinência acompanhada à dor;
iii. Problemas digestivos que incluem gastrite, vômito, sangramento
e desidratação;
iv. Respiração excessivamente lenta ou ausente, crises convulsivas
do tipo grande mal;
v. Delirium tremens;
vi. Distúrbios visuais, confusão mental e falta de coordenação
muscular;
vii. Comportamento desinteressado;
viii. Perda de memória e alucinações (vultos e vozes);
ix. Odor característico (no caso de álcool).
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Conduta.
i. Geral – Para todos os pacientes;
1. Fique alerta para obstrução de vias aéreas e problemas
respiratórios
2. Esteja pronto para aspirar e permeabilizar vias aéreas se
o paciente perder a consciência, entrar em crise
convulsiva ou vomitar
3. Auxilie o paciente durante o vômito, lateralizando-o e
aspirando-o
4. Previna o choque. Ofereça O2 e aqueça o paciente
ii. Paciente consciente;
1. Chame o paciente pelo nome
2. Identifique e trate a queixa principal
3. Posicione o paciente na posição de segurança (sentado
ou lateralizado) para evitar a aspiração de vômito
4. Não deixe o paciente ferir a si mesmo
5. Fique alerta à mudança de comportamento
Módulo 300 – Emergências Clínicas
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
73
iii. Paciente inconsciente;
1. Proceda a avaliação do paciente conforme P 101
2. Examine os bolsos da vítima e ao seu redor para procurar
evidências de medicamentos, que podem complicar o
quadro de forma significativa
3. Forneça SBV
iv. Paciente em overdose;
1. Esteja preparado para uma parada cardíaca. Monitore os
sinais vitais constantemente; sua prioridade principal é
manter as vias aéreas desobstruídas
2. Não entre em pânico; trate a vítima com calma. Se ela
estiver inalando uma substância tóxica ou estiver em
perigo iminente, retire-a do local
3. Se o paciente estiver consciente, tente sentá-lo ou deitálo. Não tente contê-lo, a não ser que ela represente uma
ameaça
4. Estabilize e, mantenha as vias aéreas desobstruídas.
Remova qualquer corpo estranho da boca ou da garganta
que possa ameaçar a respiração, incluindo próteses
dentárias, sangue, muco ou vômito
5. Administre respiração artificial, se necessário
6. Monitore os sinais vitais freqüentemente; vitimas de
overdose podem estar conscientes em um dado momento
e entrar em coma em seguida. Em caso de complicações
respiratórias ou cardíacas, trate imediatamente qualquer
condição que ponha a vida da vítima em risco
7. Fique alerta às reações alérgicas
8. Reduza os estímulos ao máximo; diminua a iluminação e
leve-o para o hospital de referência
9. Explique com cuidado cada etapa de tratamento para
ajudar a reduzir a paranóia
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. TRANSPORTE
a. Conduta.
i. Pacientes conscientes sem suspeita de TRM devem ser
conduzidos na posição semi-sentado;
ii. Pacientes inconscientes e/ou com suspeita de TRM devem ser
transportados na posição supina;
iii. O paciente deve realizar o mínimo de esforço. Sempre que for
necessário movimentá-lo, os socorristas devem fazê-lo;
Módulo 300 – Emergências Clínicas
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
74
iv. Mesmo em caso de solicitação de SAV, o transporte deve ser
iniciado imediatamente. A Unidade de Resgate deverá ser
interceptada pelo suporte avançado.
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
a. Informe qualquer sinal de sangue no vômito (sangue vermelhovivo no vômito pode ser sinal de ruptura de vasos sanguíneos no
estômago ou no esôfago).
Módulo 300 – Emergências Clínicas
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MÓDULO 400
- Traumas -
Módulo 400 – Traumas
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P 401 – TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO (TCE)
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas.
i. Cortes profundos ou lacerações no couro cabeludo;
ii. Inconsciência ou redução do nível de consciência (Escala de
Coma de Glasgow – ECG);
iii. Exposição de massa cefálica;
iv. Ferimento penetrante na cabeça (arma de fogo, arma branca,
objetos encravados);
v. Edema, saliências, deformidade ou fragmentos ósseos na
superfície craniana;
vi. Sinal de Guaxinim (hematoma periorbitário) ou Sinal de Battle
(equimose retro-auricular);
vii. Diâmetros pupilares desiguais (anisocoria);
viii. Pupilas com reação lenta ou nula à luz;
ix. Sangramento pelo nariz (rinorragia) e/ou pelos ouvidos
(otorragia) ou saída de líquor (fluido claro) também pelos
ouvidos ou nariz;
x. Fraqueza (paresias) ou formigamento (parestesias) em um lado
do corpo;
xi. Alteração dos sinais vitais;
xii. Náuseas e vômito, quando conjugados com os outros
sinais/sintomas específicos do TCE;
xiii. Crise convulsiva quando conjugada com outros sinais/sintomas
específicos;
xiv. Cefaléia e/ou dor no local da lesão.
b. Conduta.
i. Estabilização cervical manual/mecânica. Mantenha a coluna
cervical alinhada em posição neutra, sem tração significativa na
cabeça e pescoço. A força exercida deve ser apenas a
suficiente para, em vítima sentada ou de pé, remover o peso no
sentido axial e alinhar a cabeça com o eixo longitudinal;
ii. Manter as vias aéreas pérvias. Em vítimas inconscientes, com
controle cervical (chin-lift, jaw-trust ou jaw-lift);
iii. Utilizar cânula orofaríngea (COF) em vítimas com ECG ≤ 8, sem
reflexo de vômito;
iv. Administrar oxigênio com máscara facial e bolsa reservatória
com vazão superior a 10 l/min;
Módulo 400 – Traumas
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77
v. Aspirar orofaringe em caso de vômito e/ou hemorragias nas vias
aéreas superiores (rinorragia e/ou otorragia);
vi. Controlar hemorragias com curativos oclusivos;
vii. Estabilizar objetos encravados com compressas volumosas sem
removê-los;
viii. Não impedir saída de líquor e/ou sangue do nariz (rinorragia) ou
ouvidos (otorragia);
ix. Aquecer a vítima com manta aluminizada;
x. Considerar estado de choque;
xi. Monitorar sinais vitais e nível de consciência (Escala de Coma
de Glasgow).
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
Módulo 400 – Traumas
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P 402 – TRAUMA RAQUIMEDULAR (TRM)
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. São eventos presumivelmente relacionados à TRM.
i. Ejeção do veículo;
ii. Morte de outro passageiro do mesmo veículo;
iii. Queda superior a 1 metro de altura ou 5 degraus de uma
escada, especialmente se cabeça e/ou dorso colidem com
superfície rígida;
iv. Capotamento de veículo;
v. Colisão a alta velocidade;
vi. Atropelamento;
vii. Acidente com motocicletas e bicicletas;
viii. Inconsciência ou alteração do estado mental após trauma;
ix. Trauma penetrante na cabeça, tórax ou abdome;
x. Mergulho em água rasa.
Figura 2 – Zonas de inervação conforme segmento medular para avaliação da altura
da lesão no TRM.
Fonte: www.aic.cuhk.edu.hkweb8Dermatomes.htm, acesso em 27/10/12 às 14:40.
Módulo 400 – Traumas
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79
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas.
i.
Lesões ocultas - relacione o local com o paciente e avalie a
transferência de energia;
ii.
Histórico de lesão ou anormalidade na coluna;
iii.
Trauma significativo acima das clavículas;
iv.
Perda de sensibilidade em extremidades;
v.
Paralisia (perda de movimento ou função) de membro;
vi.
Fraqueza ou paresia de extremidades;
vii.
Dor na região cervical;
viii.
Sinais e sintomas de paraplegia e tetraplegia;
ix.
TCE;
x.
Hipotensão mesmo após infusão venosa (choque neurogênico);
xi.
Priapismo.
b. Conduta.
i.
Mantenha a coluna cervical imobilizada. Primeiro manualmente,
depois por meio do bashaw ou KED e prancha longa;
ii.
Aplique o colar cervical do tamanho apropriado;
iii.
Imobilize na posição encontrada se:
1. Resistência
2. Espasmos dos músculos do pescoço
3. Aumento da dor
4. Parestesia (formigamento) durante o posicionamento do
pescoço
5. Comprometimento das vias aéreas ou respiração
iv. Mantenha a via aérea pérvia, assista a respiração, avalie a
circulação e proceda as intervenções se necessário;
v. Administre O2 conforme P 604;
vi. Imobilize inicialmente com o KED se o paciente estiver sentado;
após, imobilize-o em prancha longa;
vii. Imobilize o paciente em prancha longa se o mesmo estiver em pé
ou deitado;
viii. Não eleve as pernas do paciente, nem a prancha longa, ainda
que em estado de choque;
ix. Aqueça o paciente.
Módulo 400 – Traumas
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80
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
a. Reavalie continuamente.
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
a. Comunique o hospital de referência a respeito da chegada de
paciente instável com TRM.
 Em crianças pequenas utilize coxins sob suas costas para manter a coluna
cervical na posição neutra.
 Não utilize KED em pacientes encarcerados instáveis. Faça retirada rápida.
Módulo 400 – Traumas
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81
P 403 – TRAUMA TORÁCICO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas.
i. Dor localizada em segmento do tórax;
ii. Dor em inspiração profunda;
iii. Edema, saliências, deformidade ou fragmentos ósseos na
região torácica;
iv. Movimento paradoxal na ventilação quando há tórax instável
(duas ou mais costelas adjacentes são fraturadas, em pelo
menos dois pontos);
v. Dilatação das veias jugulares – no pneumotórax hipertensivo;
vi. Dificuldade respiratória (dispnéia);
vii. Padrões anormais de ventilação (taquipnéia, bradipnéia ou
respiração superficial - que são movimentos respiratórios
curtos etc.);
viii. Coloração azulada (cianose) dos lábios e extremidades;
ix. Desvio de traquéia – no pneumotórax hipertensivo;
x. Saída de bolhas (ar e sangue) em ferimentos abertos no
tórax e nas vias respiratórias;
xi. Vítima reclama de gosto de “ferrugem” na boca (hemorragia
interna) a até a eliminação de sangue por meio da tosse;
xii. Formigamento (parestesias) em extremidades;
xiii. Diminuição do murmúrio vesicular;
xiv. Enfisema subcutâneo.
b. Conduta.
i. Estabilização cervical manual/mecânica; Mantenha a coluna
cervical alinhada em posição neutra, sem tração significativa na
cabeça e pescoço. A força exercida deve ser apenas a
suficiente para, em vítima sentada ou de pé, remover o peso no
sentido axial e alinhar a cabeça com o eixo longitudinal;
Módulo 400 – Traumas
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82
ii. Manter as vias aéreas pérvias. Em vítimas inconscientes,
considerar abertura das vias com controle cervical (chin-lift, jawtrust ou jaw-lift);
iii. Caso não haja indícios de TCE/TRM, elevar a cabeceira da
maca (posição de ortopnéia);
iv. Considere assistência ventilatória com uso de BVM;
v. Aspire orofaringe e narinas em caso de vômito e/ou hemorragias
nas vias aéreas superiores (rinorragia e/ou otorragia);
vi. Utilize cânula orofaríngea (COF) em vítimas inconscientes e
ECG ≤ 8, sem reflexo de vômito;
vii. Estabilize objetos encravados com compressas volumosas sem
removê-los, conforme P 407;
viii. Em trauma aberto, aplique “curativo oclusivo de três lados” com
material impermeável;
ix. Em tórax instável (afundamento de tórax) aplique curativo
volumoso, que inclua o segmento lesado;
x. Estabilize o segmento instável (que se move paradoxalmente
durante as respirações) por meio de curativos volumosos
afixados com esparadrapos ou bandagens;
xi. O curativo não deve impedir a expansão torácica.
Forneça O2, conforme P 604 e previna o estado de choque.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO.
Módulo 400 – Traumas
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83
P 404 – TRAUMA ABDOMINAL
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas.
i. Vômito contendo sangue (hematêmese);
ii. Trauma (aberto, fechado, penetrante) no abdômen;
iii. Objetos encravados no abdômen;
iv. Rigidez e/ou dor abdominal;
v. Hemorragia vaginal ou pelo reto;
vi. Exposição de órgãos da parede abdominal (evisceração);
vii. Indícios de estado de choque (fraqueza, tonteira, sede,
ansiedade, taquipnéia, taquicardia, pele pálida, fria e úmida etc.)
sem causa aparente;
b. Conduta.
i. Posicione a vítima em posição supina, sempre que possível;
ii. Mantenha as vias aéreas pérvias;
iii. Administre oxigênio, conforme P 604;
iv. Aqueça a vítima com manta aluminizada;
v. Em ferimentos abertos sem evisceração, controle a hemorragia
com curativo compressivo;
vi. Em ferimentos abertos com evisceração, cubra os órgãos
exteriorizados com compressa úmida (com soro fisiológico
0,9%) e cubra esta compressa com plástico estéril para reter o
calor;
vii. Estabilize objetos encravados com compressas volumosas sem
removê-los;
viii. Não ofereça nada para a vítima ingerir;
ix. Remova roupas molhadas (água, sangue etc.) da vítima para
prevenir hipotermia;
x. Monitore sinais vitais e nível de consciência.
 Jamais tente recolocar as vísceras expostas dentro da cavidade abdominal
devido ao risco de contaminação dos segmentos com possível infecção e de
morte do paciente.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
Módulo 400 – Traumas
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84
P 405 – TRAUMA PÉLVICO E GENITAL
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas:
i. Queixa de dor na pelve;
ii. Edema progressivo, escoriações e hematomas na pelve;
iii. Ferimentos pélvicos abertos com evidências de fratura;
iv. Deformidade pélvica;
v. Rotação do membro inferior (interno ou externo);
vi. Presença de sangue na urina (hematúria);
vii. Crepitação à palpação;
viii. Hipotensão sem causa aparente;
ix. Outros indícios de estado de choque sem causa aparente;
x. Objetos encravados na pelve;
xi. Hemorragia vaginal ou pelo reto.
b. Conduta.
i. Posicione a vítima em decúbito dorsal, sempre que possível;
ii. Mantenha as vias aéreas pérvias;
iii. Forneça oxigênio conforme P 604;
iv. Realize palpação suave na pelve durante a avaliação física
(látero-lateral, ântero-posterior e em sínfise púbica);
v. Em ferimentos abertos sem evisceração, controle a hemorragia
com curativo compressivo;
vi. Em ferimentos abertos com evisceração, cubra os órgãos
exteriorizados com compressa úmida (com soro fisiológico
0,9%) e cubra esta compressa com plástico estéril para reter o
calor;
vii. Estabilize objetos encravados com compressas volumosas sem
removê-los;
viii. Em caso de hemorragia vaginal, cubra-a com absorvente
higiênico (não se deve introduzir nada no canal vaginal);
ix. Remova roupas molhadas (água, sangue etc.) da vítima para
prevenir hipotermia;
x. Aqueça a vítima com manta aluminizada;
xi. Não ofereça nada para a vítima ingerir;
xii. Monitore sinais vitais e nível de consciência;
Módulo 400 – Traumas
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85
xiii. Com indícios de fratura pélvica, utilize um cobertor enrolado (ou
equivalente) entre as pernas do paciente, desde a virilha até os
pés, e amarre-o com bandagens, podendo ser duas abaixo do
joelho (pernas) e duas acima (coxas), começando da
extremidade para o tronco. Pode ainda ser utilizada a técnica do
uso do imobilizador dorsal (tipo KED) invertido.
 O exame físico da pelve (que é feito com palpações suaves) deve ser
realizado somente uma vez, pois repetidas manipulações nos exames podem
agravar a situação da vítima
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
Módulo 400 – Traumas
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86
P 406 – CHOQUE ELÉTRICO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Conduta.
i. Garanta a segurança de todos os envolvidos na cena;
ii. Desligue a fonte de energia ou afaste o paciente (com
segurança) desta fonte, antes de iniciar o atendimento;
iii. Acione outros órgãos, se necessário (concessionárias de
energia, Policia Militar etc.).
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Efeitos da corrente elétrica no corpo:
i. Alteração do nível de consciência;
ii. Dispnéia;
iii. Lesões associadas com trauma (quedas, ejeções etc.);
iv. Queimaduras;
v. Laceração;
vi. Amputação traumática;
vii. Hemorragia decorrente de lesões associadas;
viii. Parada Cardiorrespiratória.
b. Conduta.
i. Mantenha vias aéreas pérvias;
ii. Monitore o esforço respiratório e esteja preparado para
assistência ventilatória;
iii. Se necessário, forneça oxigênio, conforme P 604;
iv. Se possível, localize o ponto de entrada e de saída da corrente
elétrica (para posterior tratamento da lesão);
v. Avalie a queimadura, se houver, e a trate conforme P 411;
vi. Previna estado de choque;
vii. Trate parada cardiorrespiratória, caso haja, conforme Módulo
200;
viii. Trate as lesões potencialmente associadas ao choque elétrico
conforme os protocolos específicos (fraturas, hemorragias, TCE,
TRM etc.).
 Choques elétricos podem causar parada cardiorrespiratória. Mesmo que o
paciente pareça estável, esteja preparado para complicações que envolvam
vias aéreas ou circulação. Monitore o paciente com DEA.
Módulo 400 – Traumas
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 Não toque na vítima antes que o circuito tenha sido interrompido.
 Em choques elétricos, nem sempre as queimaduras são o problema mais
grave. Arritmias cardíacas, danos ao Sistema Nervoso Central (SNC), traumas
a órgãos internos e ate mesmo fraturas podem ocorrer.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
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P 407 – FERIMENTOS ESPECÍFICOS
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Amputação.
i. Sinais e sintomas:
1. Evidente falta do membro
2. Dor no membro amputado (dor fantasma)
3. Sangramento excessivo, discreto ou ausente
ii. Conduta:
1. Ponha o paciente deitado, em uma posição de conforto,
se não há suspeita de TRM
2. Limpe a superfície do coto do membro amputado, mas
não esfregue
3. Nunca complete uma amputação parcial
4. Contenha a hemorragia, conforme P 408
5. Coloque o membro amputado, ou parte dele em um
recipiente envolto com gaze estéril embebida com soro
fisiológico ou Ringer Lactato dentro de um recipiente
estéril (de preferência)
6. Não coloque a parte amputada em contato direto com
gelo
7. Não imersa a parte amputada diretamente em solução
salina
8. Coloque o recipiente com o membro amputado dentro de
outro recipiente com gelo, mas não use gelo seco
9. Imobilize a parte amputada para evitar lesões adicionais
10. Transporte a parte amputada com o paciente
11. Trate o choque e ministre O2
 O transporte do paciente não deve ser atrasado para se procurar a parte
amputada. Oriente quem ficou na cena de como preservar e encaminhar a
parte amputada para o hospital de referência.
b. Avulsão.
i. Sinais e sintomas:
1. Ferimento em que parte de tecidos é arrancada do corpo
2. Dor e hemorragia intensa
Módulo 400 – Traumas
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ii. Conduta
1. Adote os mesmos procedimentos para amputação
c. Ferimentos abertos: laceração, escoriação, incisão e punção.
i. Sinais e sintomas:
1. Sangramento e dor local ou irradiando (conforme local e
profundidade)
ii. Conduta:
1. Exponha a ferida, retire ou corte as roupas do paciente
2. Limpe a superfície ferida. Retire objetos sólidos macro, de
preferência com pinça, mas não tente desbridamento
nem lavá-la
3. Controle a hemorragia, conforme P 408
4. Mantenha o paciente deitado e calmo. Não aumente a
circulação
5. Previna o choque e forneça oxigênio
d. Objetos encravados e empalados.
i. Sinais e sintomas:
1. Objetos encravados são aqueles que penetram a pele e
se fixam criando orifícios não naturais ao corpo
2. Objetos empalados são aqueles que penetram por
orifícios naturais do corpo e nele permanecem
ii. Conduta:
1. Objetos encravados na bochecha com hemorragia
profusa ou dificultando a respiração
a. Remova objetos encravados se isto puder ser feito
sem resistência
b. Se objeto estiver em estruturas mais profundas
(palato, e.g) imobilize-o no lugar
c. Mantenha vias aéreas abertas, facilitando a
drenagem da boca
d. Contenha hemorragia com compressa entre os
dentes e a bochecha e faça curativo externamente
e. Considere a possibilidade de dentes soltos e
outros objetos sólidos na boca do paciente e os
retire
f. Prepare-se para realizar aspirações
Módulo 400 – Traumas
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2. Objetos encravados no olho
a. Estabilize o objeto com curativo estéril e rolos de
ataduras. Cubra-o com um copo firmemente fixado
para impedir toques e movimentações
b. Cubra o olho não afetado
c. Previna o estado de choque e forneça O2
d. Dê suporte emocional ao paciente
3. Objetos encravados / empalados em outros locais (que
não o olho e a bochecha)
a. Estabilize o objeto com curativo volumoso
b. Não remova o objeto, a menos que esteja
impedindo a RCP
c. Previna o estado de choque e forneça O2
d. Dê suporte emocional ao paciente
4. Objeto estacionário ou fixo encravado / empalado
a. Se possível, tente cuidadosamente cortar o objeto
b. Se não possível cortar, tente transportá-lo com o
paciente
c. Se não possível transportar nem cortar, tente
retirá-lo devagar. Acione o SAV, se disponível
d. Imobilize o objeto com curativo volumoso
 Em caso de objeto encravado no tórax, que presumivelmente atingiu o
coração, que esteja movimentando-se de forma rítmica, conforme os
batimentos cardíacos, não o imobilize. Deixe-o “pulsar” com o coração.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
Módulo 400 – Traumas
Revisado em 15/01/2013
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91
P 408 – HEMORRAGIA
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Hemorragia interna.
i. Sinais e sintomas:
1. Sangramento por orifícios naturais do corpo
2. Vômito com sangue (hematêmese) ou tosse contendo
sangue (hemoptise)
3. Trauma (aberto, fechado, penetrante) em tórax, abdômen
ou pelve
4. Rigidez e/ou dor abdominal
5. Hemorragia vaginal (metrorragia) ou pelo reto
6. Fraturas em ossos longos
7. Indícios de estado de choque (fraqueza, tonteira, sede,
ansiedade, taquipnéia, taquicardia, pele pálida, fria e
úmida, hipotensão, alteração da consciência etc.) sem
causa aparente
ii. Conduta.
1. Posicionar a vítima em decúbito dorsal
2. Manter as vias aéreas pérvias
3. Administrar oxigênio conforme P 604
4. Aquecer a vítima com manta aluminizada
5. Remover roupas molhadas (água, sangue etc.) da vítima
para prevenir hipotermia
6. Imobilizar fraturas, caso haja, o quanto antes para reduzir
lesões internas, conforme P 409
7. Não oferecer nada para a vítima ingerir
8. Monitorar sinais vitais e nível de consciência
b. Hemorragia externa.
i. Sinais e sintomas:
1. Perda sanguínea (arterial, venosa ou capilar) que saem
de pontos de ruptura de tecidos, de origem traumática
2. Presença de sangue de coloração vermelho vivo,
geralmente em jatos sincrônicos (hemorragia arterial)
3. Presença de sangue de coloração vermelho escuro
inicialmente com saída contínua (hemorragia venosa)
4. Presença de sangue de coloração de intensidade
intermediaria aos anteriores, mas com escoamento lento
(hemorragia capilar)
Módulo 400 – Traumas
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
92
ii. Conduta.
1. Faça compressão direta com compressa seca e
bandagem, mantendo o membro na altura do coração ou
elevado, exceto em casos de fratura e TRM
2. Utilize o torniquete apenas nos casos de risco de morte,
mesmo que sua aplicação aumente o risco de perder o
membro onde foi instalado
3. Utilize torniquete (com manguito do esfigmomanômetro
ou bandagem não estreita – ao menos 5 cm)
a. Coloque o torniquete imediatamente antes do local
da lesão (posição proximal)
b. Uma vez administrado o torniquete não o afrouxe
mais
c. Mantenha o torniquete exposto
d. Anote o horário de administração e informe aos
profissionais de saúde no hospital
e. Na utilização do esfigmomanômetro deve-se
insuflar o manguito com controle de percepção de
pulso distal, após a ausência de pulso periférico,
deve-se insuflar o manguito mais 60 mmHg
4. Em hemorragia aguda, deve-se sobrepor as compressas
sem a remoção da anterior
5. Administre oxigênio conforme P 604
6. Aqueça a vítima com manta aluminizada, em grandes
hemorragias
7. Em fraturas expostas, deve-se primeiro
hemorragia para depois imobilizar o membro
conter
a
 O sangue pode ficar retido nas roupas da vítima, no chão, areia, grama etc). A
vítima pode ter mudado de local, impedindo ao socorrista ver o volume deixado na
cena da hemorragia.
 Em caso de objeto encravado no membro, com hemorragia, a pressão indireta pode
ser empregada.
 Não eleve o membro, se ele estiver fraturado ou, no caso de membros inferiores,
houver ainda suspeita de TRM.
 Não lave a lesão com soro fisiológico, pois isso favorece o aumento ou retorno da
hemorragia. Use compressa seca para remover excesso de detritos da lesão (sem
fricção excessiva)
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
Módulo 400 – Traumas
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93
P 409 – LESÕES MÚSCULO ESQUELÉTICAS
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Conduta.
i. Assegure vias
adequadas;
aéreas
pérvias,
respiração
e
circulação
ii. Mantenha a cabeça e coluna cervical imobilizadas manualmente,
em caso de mecanismo de lesão significativo, conforme P 101,
ou suspeita de TRM;
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Procedimentos comuns a todos os tipos de lesões.
i. Manualmente imobilize a articulação acima e abaixo do local
lesionado;
ii. Avalie pulso, motricidade e sensibilidade distais antes de aplicar
talas de imobilização;
 Considere todo ferimento aberto próximo a local de lesão músculo
esquelética como possível fratura aberta.
iii. Remova ou corte as roupas do membro lesionado;
iv. Remova relógio e jóias da extremidade afetada;
v. Trate hemorragia, se presente. Não faça excessiva compressão;
vi. Se houver edema, pode ser aplicado indiretamente gelo ou
compressa fria no local;
vii. Imobilize o membro lesionado conforme as seguintes diretrizes:
1. Ossos longos
a. Se o osso está angulado ou a extremidade distal
está cianótica ou sem pulso tente alinhar o
membro, aplicando tração manual antes de
imobilizar com talas. Se houver resistência,
imobilize na posição encontrada
 Imobilize fratura exposta (com exposição óssea visivel) na posição
encontrada
b. Meça a tala e a aplique, imobilizando o membro e a
articulação acima e abaixo do local lesionado
c. Mantenha o pé e a mão em posição funcional
(neutra)
d. Reavalie pulso, motricidade e sensibilidade distais
depois de aplicar talas de imobilização
Módulo 400 – Traumas
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94
2. Lesões nas ou próximo às articulações
a. Aplique estabilização manual
b. Avalie pulso distal antes e depois da aplicação da
tala
c. Imobilize o membro na posição encontrada
d. Imobilize uma articulação acima e outra abaixo do
local lesionado
b. Aplicação da tala de tração de fêmur.
i. Indicação:
1. Fraturas fechadas em terço médio (diáfise) do fêmur
ii. Contraindicação:
1. Fraturas de fêmur associadas a:
a. Fraturas em extremidades
b. Lesões envolvendo o joelho
c. Lesões envolvendo pelve, ou glúteos
d. Amputação parcial ou avulsão com separação
óssea no membro
e. Lesões em perna, pé ou tornozelo
2. Esmagamento de músculo da coxa e/ou fêmur
3. Fratura aberta do fêmur
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
 Somente utilize a tala de tração de fêmur se não houver outra (tala rígida)
disponível.
 Trate o choque.
 Administre O2 conforme P 604.
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95
P 410 – LESÕES NA CABEÇA E PESCOÇO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Lesões nos olhos.
i. Conduta.
1. Cubra os olhos com curativo oclusivo seco, inclusive o
não afetado
2. Não lave o ferimento em caso de corte ou objeto
encravado
3. Estabilize objeto encravado com várias camadas de
gaze/compressas e cubra o objeto com copo plástico, se
disponível, para se evitar o toque no mesmo
4. Em vítimas inconscientes ou desorientadas, deve-se
prender suas mãos na prancha-longa ou maca para evitar
que possam remover o curativo agravando a lesão
5. Em caso de avulsão do olho, não tente recolocá-lo na
cavidade orbital
6. Não faça compressão direta no globo ocular
7. Trate queimaduras conforme P 411
b. Lesões faciais.
i. Conduta.
1. Não havendo suspeita de TCE ou TRM, mantenha a
vítima sentada com a cabeça levemente inclinada para
frente, permitindo-se a drenagem de sangue pela boca
2. Em cortes externos, contenha a hemorragia com curativo
compressivo no local
3. Em cortes internos, contenha a hemorragia com curativo
compressivo no local, com uma ponta dele para fora da
boca (para facilitar sua retirada se necessário). Deve-se
atentar com o risco de aspiração do curativo
4. Estando a vítima em prancha-longa, utilize o aspirador
para garantir as vias aéreas pérvias
5. Remova próteses dentárias, caso obstruam a respiração
6. Caso o objeto encravado obstrua as vias respiratórias,
siga P 407
7. Em avulsão (perda de tecido) use gaze/compressa em
abundância sendo a parte avulsionada guardada em um
plástico estéril ou gaze, preferencialmente resfriados
Módulo 400 – Traumas
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
96
8. Em caso de avulsão de dente em traumas isolados
(acidentes domésticos), transporte o dente avulsionado
em copo com leite (preferencialmente) ou soro fisiológico,
sem tocar na raiz do dente, nem limpá-lo
c. Lesões em nariz.
i. Conduta:
1. Não havendo suspeita de TCE ou TRM, ponha a vítima
sentada com a cabeça levemente inclinada para frente,
apertando-se suas narinas, orientando a respirar pela
boca
2. Mantenha a compressão das narinas pelo tempo
necessário para se controlar a hemorragia
3. Estando a vítima em prancha-longa, utilize o aspirador
para garantir as vias aéreas pérvias
4. Estabilize objetos encravados/empalados sem removê-los
e sem obstruir as vias respiratórias
5. Não oclua as narinas com curativos
6. Em avulsão (perda de tecido) use compressa em
abundância sendo a parte avulsionada guardada em um
plástico estéril ou gaze, preferencialmente resfriados,
conforme P 407
d. Lesões em orelhas.
i. Conduta:
1. Em caso de lesão com hemorragia na orelha, faça
curativo compressivo no local
2. Em caso de sangramento pelo ouvido (otorragia), faça
curativo frouxo cobrindo toda a orelha, sem impedir a
saída de sangue e líquor
3. Em lacerações, utilize diversas camadas de compressa
começando atrás da orelha e depois na sua frente
4. Em avulsão (perda de tecido) use compressa em
abundância sendo a parte avulsionada guardada em um
plástico estéril ou gaze, preferencialmente resfriados
Módulo 400 – Traumas
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97
e. Lesões no pescoço.
i. Conduta:
1. Mantenha as vias aéreas pérvias
2. Faça compressão direta no local com a sua mão
enluvada
3. Aplique a pressão necessária para parar o sangramento,
mas não pressione ambos os lados ao mesmo tempo
4. Faça curativo oclusivo com material não aspirável através
do ferimento aberto. A borda do curativo deve ultrapassar
ao menos 5 cm da borda do ferimento
5. Coloque uma bandagem sobre o curativo oclusivo
6. Não permita que a bandagem obstrua as vias aéreas nem
a circulação do pescoço
7. Se o mecanismo de lesão puder causar lesão cervical,
imobilize o pescoço com colar cervical
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
Módulo 400 – Traumas
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98
P 411 – QUEIMADURAS
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Verifique o tipo de queimadura.
i. Térmicas (pelo frio e pelo calor);
ii. Elétricas;
iii. Químicas;
b. Mantenha a cena segura. Retire a vítima do ambiente hostil.
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Profundidade da queimadura:
i. Primeiro Grau (superficial): atingindo apenas a primeira camada
da pele (epiderme); caracteriza-se por ser uma queimadura
dolorosa, mas que regride em poucos dias. A pele fica
avermelhada;
ii. Segundo Grau (moderada): queimadura mais profunda
(epiderme + derme) causa bolhas (flictenas), eritemas e
manchas e é muito dolorosa;
iii. Terceiro Grau (profunda): pode atingir todas as camadas como
tecido gorduroso, músculos, nervos, vasos, ossos e órgãos;
aparência esbranquiçada, com tecidos negros e sem vida; não
há dor porque as terminações nervosas responsáveis pela
sensibilidade à dor foram também queimadas; nas bordas
poderá haver queimaduras de primeiro e segundo grau;
b. Extensão de uma queimadura – regra dos 9.
i. Percentual da superfície corporal:
Módulo 400 – Traumas
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
99
c. Aspectos da queimadura.
i. Primeiro Grau (superficial): seca, rubor, edema mínimo ou
ausente;
ii. Segundo Grau (moderada): flictenas,
(exsudativo), aspecto rosado, edema;
aspecto
húmido
iii. Terceiro Grau (profunda): seca, branca pálida (aspecto de
couro) ou carbonizada, rígida e sem elasticidade, destruição
total de terminações nervosas, folículos pilosos e glândulas
sudoríparas com possível destruição óssea;
d. São queimaduras graves:
i. Em mãos, pés, face, virilha, nádegas, coxas, articulações, que
circulem o corpo, que envolvam aparelho respiratório e genitália;
ii. Em vias aéreas (manifestadas por dificuldade respiratória, dor e
pelos nasais chamuscados);
iii. De 2º e 3º graus em mais que 20% da área do corpo;
iv. Queimaduras elétricas;
v. Queimaduras associada a:
1. Idade maior de 55 anos e menor 5 anos
2. Fraturas em ossos longos
e. Sinais e Sintomas.
i. Primeiro Grau (superficial): dor que suaviza com o frio e
hipersensibilidade;
ii. Segundo Grau (moderada): dor e hipersensibilidade;
iii. Terceiro Grau (profunda): indolor, edema, choque, possibilidade
de porta de entrada e de saída na queimadura elétrica.
 A extensão aparente da lesão tecidual em uma queimadura elétrica, não
reflete com exatidão a gravidade da lesão. Trate sempre como grave.
 Os pacientes queimados podem ter outras lesões e o aspecto da
queimadura não pode desviar a atenção dos socorristas de lesões com risco
de vida.
f. Conduta.
i. Exponha o corpo do paciente, removendo as roupas não
aderidas a pele. Corte as roupas aderidas a pele;
ii. Remova anéis, relógios e joalherias;
iii. Determine a área afetada e a profundidade;
Módulo 400 – Traumas
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
100
iv. Resfrie a área afetada com soro fisiológico frio, limitando-se a no
máximo 10% da área corporal, para evitar hipotermia (a pele
queimada perde a capacidade de regular a temperatura
corporal);
v. Cubra á área queimada com curativo estéril umedecido com
soro fisiológico ou uso o Kit de Queimaduras da UR;
vi. Raspe pós químicos e lave abundantemente líquidos, ao menos
por 20 min com solução salina e procure saber a natureza
química e o tempo de ação de ambos;
vii. A queimadura deverá ser protegida do ar, do vento e da poeira e
outras sujeiras;
viii. Cubra o olho queimado e o não queimado com compressa de
gaze umedecida com soro fisiológico;
ix. Dedos queimados devem ser separados com gaze;
x. Em queimaduras elétricas verifique sempre dois possíveis locais
de lesão e frequentemente este tipo de queimadura podem levar
a vítima a PCR esteja atento para aplicar RCP;
xi. Não fure nenhuma bolha;
xii. Trate lesões adicionais;
xiii. Previna o estado de choque e forneça O2 conforme P 604;
xiv. Considere acionar SAV, se disponível;
 Cuidado ao resfriar paciente pediátrico. Isso pode acelerar o estado de
choque
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
a. Transporte a um centro de referência;
b. Aqueça o paciente durante o transporte.
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
Módulo 400 – Traumas
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101
P 412 – VIOLÊNCIA SEXUAL
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Conduta.
i. Atenção com sua segurança. O agressor pode estar por perto;
ii. Tente preservar a cena do crime para a atuação da perícia;
iii. Socorrista do mesmo sexo da vítima pode melhor se relacionar
com ela se a mesma encontra-se em crise emocional;
iv. Não expresse julgamento da situação. Mantenha uma atitude de
cuidado do paciente;
v. Tanto quanto possível, desencoraje a vítima a trocar de roupa,
lavar-se, urinar e defecar a fim de preservar evidências;
vi. Mantenha o fato sobre estrita confidencialidade;
vii. Tão logo confirme a violência sexual, acione a polícia, se já não
foi feito antes;
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas.
i. Alterações emocionais: vítima chorosa;
ii. Lesões faciais com hemorragia profusa são comuns;
iii. Dor e sangramento no local do abuso;
iv. Outras lesões difusas;
b. Conduta.
i. Tranqüilize a vítima e forneça apoio emocional;
ii. Administre O2 se indicado;
iii. Trate lesões específicas conforme protocolos específicos;
iv. Havendo sangramento na vagina, faça curativo compressivo.
Não introduza compressa no canal vaginal;
v. Não limpe secreções da área genital e anal;
vi. Administre oxigênio conforme P 604;
vii. Esteja alerta ao choque e trate-o;
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. TRANSPORTE
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
a. Conduta.
Módulo 400 – Traumas
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
102
i. Não relate detalhes do fato ao COBOM / SOU / SOF próximo a
vítima, responsáveis por ela ou parentes;
ii. Relate no REDS / RAPH todos os fatos observados e
tratamentos oferecidos;
iii. Se a vítima for menor de idade, a Unidade deve acionar o
conselho tutelar nos termos do Art. 12 do ECA, se já não foi feito
pelos órgãos policiais;
iv. Se a vítima for idoso, a Unidade deve acionar as autoridades
competentes (Art. 19 do Estatuto do Idoso), se já não foi feito
pelos órgãos policiais:
1. Autoridade policial
2. Ministério Público
3. Conselho Municipal do Idoso
4. Conselho Estadual do Idoso
5. Conselho Nacional do Idoso
v. Se a vítima for mulher, além dos encaminhamentos acima,
acionar a autoridade policial, nos termo da Lei Federal Nº
11.340, de 7Ago06 – Lei Maria da Penha, se já não foi feito
pelos órgãos policiais.
 Não tente examinar a área genital e anal, a menos que haja sangramento
abundante a ser contido.
Módulo 400 – Traumas
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
103
MÓDULO 500
- Emergências Ambientais -
Módulo 500 – Emergências Ambientais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
104
P 501 - AFOGAMENTO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Afogamento é a aspiração de líquido não corporal por submersão ou
imersão.
b. Afogamento primário.
i. É o tipo mais comum de afogamento. Ocorre o quadro de
asfixia. É encontrado em cerca de 87% dos casos. Não tem
causa precipitante. A vítima apresenta cianose e congestão,
podendo apresentar espuma em boca e nariz.
c. Afogamento Secundário.
i. É o afogamento causado por patologia ou incidente associado
que o precipita. Ocorre em 13% dos casos de afogamento.
d. Grau Resgate – ocorre quando a vítima é resgatada da água e não
apresenta tosse ou espuma na boca e/ou nariz.
e. Já cadáver - é a morte por afogamento sem chances de iniciar RCP,
comprovada por tempo de submersão superior a 1 hora ou sinais
evidentes de morte.
f. Classificação do afogamento.
Grau
Consciência
1
Sim
Tosse sem espuma na boca / nariz
2
Sim
Pouca espuma na boca / nariz
3
Sim
Grande quantidade de espuma na boca /
nariz, com pulso radial
4
Sim
Grande quantidade de espuma na boca /
nariz, sem pulso radial
5
Não
Parada respiratória, com pulso
6
Não
Parada cardiorrespiratória e afogamento
< 1 hora
JÁ CADÁVER
Sinais
Afogamento > 1 hora, sinais evidentes de
morte.
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas mais comuns e conduta.
i. Grau Resgate;
1. Sinais e sintomas
Módulo 500 – Emergências Ambientais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
105
a. Sem tosse, sem espuma na boca/nariz nem
dificuldade na respiração
2. Conduta
a. Avalie e libere do local
ii. Afogamento Grau 1;
1. Sinais e sintomas
a. Tosse sem espuma na boca ou nariz
2. Conduta
a. Repouso, aquecimento e medidas que visem o
conforto e tranqüilidade do paciente
b. Não há necessidade
hospitalização
de
oxigenação
ou
iii. Afogamento Grau 2;
1. Sinais e sintomas
a. Pouca espuma na boca e/ou nariz
2. Conduta
a. Oxigênio a 10 litros/min, com máscara de não
reinalação
b. Aquecimento corporal, repouso e tranqüilizar a
vitima
c. Encaminhar ao Hospital
iv. Afogamento Grau 3;
1. Sinais e sintomas
a. Muita espuma na boca e/ou nariz, com pulso
radial
2. Conduta
a. Oxigênio a 15 litros/min, com máscara de não
reinalação
b. Posição lateral de segurança sobre o lado direito,
com cabeça elevada acima do tronco
c. Encaminhar ao Hospital
v. Afogamento Grau 4;
1. Sinais e sintomas
a. Muita espuma na boca e/ou nariz sem pulso
radial
2. Conduta
a. Oxigênio por máscara de não reinalação a 15
litros/min no local do acidente
Módulo 500 – Emergências Ambientais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
106
b. Observe a respiração com atenção - pode haver
parada respiratória – utilize o oxímetro de pulso
c. Posição lateral de segurança sobre o lado direito
d. Encaminhar ao Hospital
vi. Afogamento Grau 5;
1. Sinais e sintomas
a. Parada respiratória com pulso carotídeo ou sinais
de circulação presente
2. Conduta
a. Verifique o ABC (afogamento presenciado) e/ou
CAB (afogamento não presenciado – vítima
atendida posteriormente)
b. Ventilação com BVM com O2 a 15 l/min – utilize
oxímetro de pulso
c. Após retornar a respiração espontânea - trate
como grau 4
d. Posição lateral de segurança sobre o lado direito
e. Encaminhar ao Hospital
vii. Afogamento Grau 6;
1. Sinais e sintomas
a. Parada Cardiorrespiratória (PCR)
2. Conduta
a. Verifique o ABC (afogamento presenciado) e/ou
CAB (afogamento não presenciado – vítima
atendida posteriormente)
b. Reanimação Cardiopulmonar (RCP) conforme
Módulo 200 com a diferença que se paciente na
água o socorrista deverá fornecer 10 respirações
de resgate antes de retirar da água
c. Após retirada da água, o socorrista deverá realizar
a técnica VOS, fornecer 5 respirações de resgate,
depois, mantendo A e B, verifica-se o C. Caso não
haja pulso, proceder a RCP normal com uso de
DEA e O2, conforme Módulo 200
d. Após sucesso da RCP, com
consciência, trate como grau 4
Módulo 500 – Emergências Ambientais
retorno
da
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
107
 Se o socorrista presenciou o processo de afogamento e retirou o paciente
da água (salvamento aquático) executa o ABC. Se quando chegou ao local a
vítima já estava fora da água, executa o CAB.
 Se paciente estiver na água, sem respirar, o socorrista deve fornecer 10
ventilações antes de retirar da água.
 Em afogamento classificado no grau 2 ao grau 6 ,aqueça o paciente, forneça
O2, previna ou trate o choque.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. TRANSPORTE
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
Módulo 500 – Emergências Ambientais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
108
P 502 – ACIDENTES DE MERGULHO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas.
i. Constate MD a partir dos sinais e sintomas característicos,
queixa principal e Escala de Coma de Glasgow;
ii. Verifique se o paciente respirou debaixo d’água, usando um
aparato com ar comprimido;
1. Se não

O acidente não é relacionado ao mergulho.
Transporte ao hospital mais próximo
2. Se sim

Verifique se os sinais e sintomas são moderados
ou graves
(a) Moderados
1. Fadiga
2. Erupção na pele
3. Coceira
(b) Graves
1. Fraqueza fora do normal
2. Dores nas articulações, abdômen e
região lombar
3. Tonteira, dificuldade de ver e falar,
4. Paralisia e formigamento
5. Dificuldade de respirar, tosse severa,
boca espumante e sangrenta
6. Diminuição ou perda de consciência
7. Convulsões
b. Conduta.
i. Classifique o paciente na Escala de Coma de Glasgow – ECG;

Se sintomas são moderados
(a) Administre O2 a 100%
(b) Aqueça o paciente
(c) Deixe o paciente deitado de lado, com
corpo nivelado, com a cabeça amparada
Módulo 500 – Emergências Ambientais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
109
(d) Administre por via oral líquidos sem álcool,
como sucos de fruta, para reidratá-lo
(e) Esteja atento para sintomas mais sérios
(f) Encaminhe ao hospital mais próximo

Se sintomas são graves
(a) Mantenha uma via aérea aberta
(b) Caso necessário inicie RCP
(c) Caso o paciente esteja respirando por si
mesmo forneça O2 a 100%
(d) Aqueça o paciente
(e) Deixe o paciente de lado, com o corpo
nivelado e a cabeça amparada
(f) Em caso de convulsões, não contenha o
paciente, ampare sua cabeça e pescoço
(g) Proteja o paciente do calor excessivo, frio
umidade e vapores nocivos
(h) Caso o paciente esteja consciente
administre por via oral líquidos sem álcool,
como sucos de fruta, para reidratá-lo.
(i) Transporte imediatamente para o hospital
mais próximo
(j) Continue fornecendo O2 durante
transporte mesmo que haja melhora
o
ii. Mesmo que aplicando os primeiros socorros o paciente
apresente melhora, não interrompa o fornecimento de O2 até
que o mesmo esteja dentro de um hospital, sendo atendido por
um médico. A primeira referência é o hospital mais próximo,
sempre;
iii. O uso de O2 a 100% para acidentes de mergulho com vítimas
respirando, estando conscientes ou não, será sempre com
válvula de demanda e sem umidificador, mesmo durante o
transporte. Para pacientes em parada respiratória ou
cardiorrespiratória será sempre com bolsa válvula-máscara com
O2 a 15 l/min, sem umidificador;
iv. Nunca deixe um mergulhador acidentado com a cabeça para
baixo, cabeça para cima ou sentado. Ficou comprovado que
nestas posições ele desenvolve embolia e edema cerebral mais
rapidamente.
Módulo 500 – Emergências Ambientais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
110
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. TRANSPORTE
a. Conduta.
i. Não coloque a vítima de mergulho em uma aeronave de asa
rotativa antes de 12 horas após o mergulho, sem antes fornecer
O2 e encaminhar ao hospital mais próximo do local do acidente
por ambulância terrestre;
ii. O vôo após o mergulho pode provocar doença descompressiva
através da produção e expansão de bolhas já existentes,
desidratação devido à altitude e induzir a doença
descompressiva (DD), principalmente após um mergulho
repetitivo longo e de saturação;
iii. Caso seja estritamente necessário o deslocamento aéreo, o
piloto não deve ultrapassar 500 metros de altitude para o bemestar do paciente. Se possível, recomenda-se voar entre 245 a
300 metros;
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
 O ambiente físico do mergulho afeta seu corpo e pode resultar em
problemas de saúde. Nem todos os médicos estão familiarizados com os
sinais e sintomas de doenças de mergulho.
 Após alguns minutos ou horas respirando gás comprimido (mergulho
autônomo ou dependente) a manifestação de sinais e sintomas característicos
pode exigir a imediata remoção para um serviço de medicina hiperbárica.
 Os sintomas de Doença Descompressiva (Bends) são: dores articulares,
amortecimento, formigamento ou fraqueza. São sintomas menos comuns:
dores nas costas ou abdominais, paralisia, perda do controle de bexiga ou
intestino, falta de ar, dores de cabeça, cegueira parcial ou total, confusão
mental, dores no peito, tosse e vertigem.
Módulo 500 – Emergências Ambientais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
111
 São sinais e sintomas de embolia arterial gasosa (EAG): Alteração do nível
de consciência, inconsciência, paralisia, fraqueza, confusão mental, dores de
cabeça ou qualquer alteração neurológica. Pode estar associado com
pneumotórax, enfisema do mediastino e/ou subcutâneo na região do pescoço
e tórax. Pode ocorrer em qualquer mergulho respirando gases comprimidos,
inclusive em profundidades pequenas, como a 1 metro.
 Os principais sinais e sintomas de DD acontecem até 2 horas após o
mergulho.
 Os principais sinais e sintomas de EAG acontecem até meia hora após o
mergulho.
 Não perca tempo tentando diagnosticar se foi DD ou EAG, trate como mal
descompressivo e inicie os primeiros socorros até conseguir um histórico
detalhado sobre os fatos e auxílio de um médico hiperbárico.
Módulo 500 – Emergências Ambientais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
112
P 503 – ANIMAIS PEÇONHENTOS / PERIGOSO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Mantenha a cena segura. Se impossível à UR, acione Salvamento,
PMMG, IBAMA etc.
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas:
i. Dor no local da inoculação;
ii. Hematoma no local da inoculação;
iii. Vermelhidão no local da inoculação (eritema);
iv. Inchaço no local da inoculação (edema);
v. Perda da motricidade;
vi. Fraqueza;
vii. Dormência;
viii. Náuseas;
ix. Vômito;
x. Pulso rápido (taquicardia);
xi. Dificuldade respiratória (dispnéia);
xii. Hemorragia no local da inoculação;
xiii. Hemorragia nasal (epistaxe);
xiv. Hemorragia por vias urinarias (hematúria);
xv. Pálpebras caídas (ptose palpebral);
xvi. Salivação grossa e excessiva;
xvii. Sudorese;
xviii. Ansiedade;
 Os sinais e sintomas estão diretamente relacionados com que tipo de
veneno/peçonha foi inoculado no paciente.
b. Conduta.
i. Mantenha o paciente calmo e em repouso;
ii. Identifique o animal agressor
escorpiões, morcego) se possível;
(cobra,
aranha,
insetos,
iii. Identifique o local da inoculação (identificar com caneta, se
possível);
iv. Lave o local da inoculação com água e sabão neutro;
v. Deite o paciente. Caso o paciente esteja dispnéico, coloque-lo
na posição semi-sentada;
Módulo 500 – Emergências Ambientais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
113
vi. Forneça oxigênio conforme P 604;
vii. Não deixe o paciente se movimentar excessivamente;
viii. Remova anéis, jóias, braceletes e outros objetos que possam
fazer constrição no membro afetado;
ix. Não corte ou perfure a pele para extrair sangue;
x. Não aperte, esprema ou aspire o local da inoculação;
xi. Não utilize torniquetes;
xii. Pode ser aplicada compressa fria, EXCETO PARA PICADAS
DE COBRAS;
xiii. O socorrista deve manter o membro afetado no mesmo nível do
coração, com o paciente na posição supina (decúbito dorsal);
xiv. Leve o paciente imediatamente ao hospital de referência mais
próximo para continuidade do tratamento, incluindo soroterapia
para alguns casos.
 Não perca tempo tentando localizar o animal. Em caso de mordida de
animal, trate os ferimentos conforme protocolos próprios.
 Havendo suspeita de hidrofobia, comunicar no hospital e orientar os
responsáveis ou zoonoses a manter o animal preso por 10 dias.
 Morcegos podem ser reservatórios de vírus, protozoários e bactérias. Em
caso de mordeduras de animais contaminados pelo vírus rábico, em específico
os hematófagos, podem transmitir a raiva na vítima e/ou em caso de acidentes
com o socorrista, por mordedura e contato com saliva e/ou sangue do animal
em pele lesionada ou mucosa.
 As fezes dos morcegos oferecem riscos relacionados à contaminação com o
fungo da Histoplasmose, que se manifesta como uma micose, podendo evoluir
para anemia e pneumonia aguda, caso o agente se instale nos pulmões.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
Módulo 500 – Emergências Ambientais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
114
P 504 – EMERGÊNCIAS RELACIONADAS AO CALOR
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Tipos de emergências mais comuns.
i. Câimbras musculares pelo calor;
1. Causa
a. Incapacidade de repor cloreto de sódio (NaCl)
perdido na sudorese
b. Problemas eletrolíticos e musculares
2. Sinais e sintomas
a. Câimbras musculares dolorosas, normalmente nas
pernas e abdômen.
ii. Desidratação;
1. Causa
a. Incapacidade de repor a perda de suor com líquido
2. Sinais e sintomas
a. Sede, náusea, fadiga excessiva
b. Hipovolêmica, diminuição da termorregulação
c. Redução da capacidade física e mental
iii. Exaustão pelo calor;
1. Causa
a. Esforço físico no calor excessivo, sem ingestão
adequada de água
2. Sinais e sintomas
a. Taquicardia, fraqueza, marcha instável
b. Fadiga extrema, pele úmida e pegajosa
c. Cefaléia, tontura, náusea e desmaio
d. Se não tratada, pode provocar INTERMAÇÃO
iv. Intermação;
1. Causa
a. Altas temperaturas centrais > 40,6ºC
b. Rupturas celulares, disfunção de múltiplos órgãos
e sistemas
c. Distúrbio neurológico
termorregulador
Módulo 500 – Emergências Ambientais
com
falha
no
centro
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
115
2. Sinais e sintomas
a. Alterações no estado mental
b. Comportamento irracional ou delírio
c. Possível tremor
d. Inicialmente taquicardia, evoluindo tardiamente
para bradicardia
e. Hipotensão, respiração rápida e superficial
f. Pele quente, úmida ou seca
g. Perda da consciência, convulsões e coma
b. Conduta.
i. Câimbras musculares pelo calor;
1. Remova para um lugar fresco
2. Faça alongamento muscular
3. Permita ao paciente beber líquidos isotônicos (se não
houver outro agravo clínico ou traumático associado e se
não houver diminuição do nível de consciência)
ii. Desidratação;
1. Reponha a perda de suor com líquidos levemente
salgados (se não houver outro agravo clínico ou
traumático associado e se não houver diminuição do nível
de consciência)
2. Mantenha o paciente em posição supina
iii. Exaustão pelo calor;
1. Remova da fonte de calor e posicione o paciente em local
fresco (pode ser dentro da UR, com ar condicionado
ligado)
2. Resfrie o corpo com água fria e ventilação
3. Permita ao paciente ingerir líquidos levemente salgados
ou isotônicos (se não houver outro agravo clínico ou
traumático associado e se não houver diminuição do nível
de consciência).
iv. Intermação;
1. Resfrie imediatamente o paciente com água gelada ou
pacotes de gelo nas axilas, virilha e pescoço
2. Envolva o paciente com panos úmidos e ventile o seu
corpo
3. Não dê nada para o paciente beber
4. Trate o estado de choque
5. Transporte imediatamente
Módulo 500 – Emergências Ambientais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
116
3. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
4. EXAME FÍSICO DETALHADO
5. TRANSPORTE
a. Se o paciente está com náusea ou vômito transporte em decúbito
lateral.
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
Módulo 500 – Emergências Ambientais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
117
P 505 – HIPOTERMIA E CONGELAMENTO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Promova a segurança da cena. Se o paciente está em uma câmara
de resfriamento, por exemplo, retire-o com EPI adequado.
b. Segundo a AHA, assim se classifica a hipotermia.
i. Leve: 34 ºC a 36 ºC;
ii. Moderada: 30°C a 34 ºC;
iii. Grave: < 30 ºC.
c. Segundo o PHTLS.
i. Hipotermia primária é causada por condições ambientais
adversas;
1. Imersão água < 21 ºC
2. Exposição em atmosfera fria etc
ii. Hipotermia secundária é causado por condições fisiológicas
adversas;
1. Recém nascidos e lactentes
2. Associadas ao alcoolismo ou traumas
3. Drogas ou medicamentos
4. Cocaína
5. Todos os idosos
6. Hipotireoidismo, doenças cardíacas e diabetes
7. Queimados
8. Pacientes desnutridos
9. Moradores de rua
iii. O congelamento ocorre quando o membro afetado esfria a
menos de 2º C, causando destruição de células com
aparecimento de bolhas e hematomas.
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas.
i. Hipotermia leve;
1. Sensação de frio
2. Nível de consciência inalterado
3. Tremores
4. Respiração rápida
Módulo 500 – Emergências Ambientais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
118
ii. Hipotermia moderada;
1. Rigidez muscular
2. Perda da coordenação
3. Paciente confuso, letárgico e sonolento
4. Pacientes normalmente sentados ou deitados (não
confundir com uso de drogas e álcool)
iii. Hipotermia grave;
1. Irresponsivo
2. PA indeterminável
3. 1 ou 2 movimentos respiratórios por minuto
4. Parada cardiorrespiratória
5. Morte aparente
b. Conduta geral.
1. Retire o paciente do ambiente frio
2. Retire roupas molhadas
3. Leve para interior da UR e aqueça o ar (ideal 29º C)
4. Cubra a cabeça, pescoço e tronco com cobertores
quentes
5. Monitore a temperatura corporal
6. Evite agitação e movimentação exagerada do paciente
7. Não permita que ele ande ou se exercite
8. Cubra todo o corpo com cobertor
9. Pacientes conscientes sem agravos adicionais podem
beber líquidos quentes não alcoólicos e sem cafeína
c. Conduta específica para hipotermia.
1. Em hipotermia moderada e grave, fluidos intravenosos a
40º C (apenas SAV)
a. O BM pode aquecer o soro fisiológico envolvendo
o frasco em toalha e colocando sobre o motor da
UR parada
2. Em hipotermia grave, RCP se necessário
3. Administre O2, conforme P 604
4. A oximetria pode estar alterada, conforme visto em P 603
d. Conduta específica para congelamento.
1. Cubra frouxamente o membro afetado com uma
compressa seca, estéril e não aderente, sem comprimir
Módulo 500 – Emergências Ambientais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
119
2. Os dedos das mãos e dos pés devem ser separados e
protegidos por gaze estéril
3. Não drene as bolhas
4. Tente elevar as mãos e os pés para reduzir o edema (se
não houver lesão músculo-esquelética associada)
5. Não permita que a parte descongelada volte a congelar
(risco de trombose);
 “O paciente não está morto até que esteja aquecido e morto”. Ou seja,
pacientes hipotérmicos podem parecer mortos, mas tem potencial de serem
viáveis. Faça RCP e aqueça o paciente antes de presumir a morte.
 Acione o SAV, se disponível.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
a. Proteja os tecidos frágeis de lesões adicionais durante o
transporte de vítima de congelamento.
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
Módulo 500 – Emergências Ambientais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
120
MÓDULO 600
- Procedimentos Gerais-
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
121
P 601 – ISOLAMENTO DE FLUIDOS CORPORAIS
1. CRITÉRIO DE EMPREGO DO PROTOCOLO
a. Este procedimento deve ser adotado quando houve contato com
substancias corpóreas do paciente e/ou quando for realizar
limpeza/desinfecção de áreas ou equipamentos contendo sangue e
outros fluidos corpóreos.
b. A cada paciente atendido, o socorrista pode entrar em contato com
diversos microrganismos patogênicos sem saber, portanto
biossegurança é para todo atendimento.
2. PARA TODOS OS TIPOS DE PACIENTES
a. Use luvas de procedimento com talco em todos chamados em que
houver contato com sangue ou qualquer outro fluido corporal
(drenagem, urina, vômito, fezes, diarréia, saliva, muco nasal e
secreção genital) ou quando precisar tocar objetos que entraram em
contato com esses.
b. Lave suas mãos freqüentemente durante a Prontidão de Incêndio e
sempre após cada chamado. Lave as mãos mesmo se tiver utilizado
luvas durante o atendimento e se possível reidrate a pele com creme
de escolha pessoal.
c. Utilize água e sabão neutro durante 15 segundos antes de secar.
d. Antes de lavar, retire relógios, anéis e qualquer adorno das mãos e
braços.
e. Molhe completamente as mãos e pulsos e dispense sabão em ambas.
f. Ensaboe as mãos friccionando todas as faces (palma, dorso,
interdigitais, articulações e unhas).
g. Enxágüe as mãos totalmente no sentido das extremidades para o
centro.
h. Pegue o papel toalha, feche a torneira sem tocá-la e enxugue ambas
as mãos.
i. Use sempre óculos contra respingo de fluidos corporais provenientes
de hemorragias arteriais ou qualquer outro ferimento. Caso ocorra o
contato entre os fluidos do paciente e a pele do socorrista, tão logo seja
possível, lave a região com água e sabão.
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
122
j. Use máscara com válvula de sentido único ou máscara com
reservatório quando precisar realizar ventilação no paciente.
k. Reporte imediatamente qualquer acidente entre pele não integra ou
mucosa do socorrista e o sangue ou fluidos da vítima para
Comandante de Bombeiros da Unidade – CBU. Um serviço médico
deve ser procurado o mais breve possível a fim de iniciar tratamento
profilático anti-HIV e/ou avaliação.
3. CONDUTA PARA
RESPIRATÓRIAS
PREVENÇÃO
DE
EXPOSIÇÃO
À
DOENÇAS
a. As precauções respiratórias são indicadas para o atendimento de
pacientes conhecidamente portadores de patologias de transmissão
respiratória, por exemplo: Tuberculose, H1N1, gripe, SARS entre
outras.
b. Para esses pacientes e para os suspeitos utilize máscara N95 (ou nível
melhor), óculos de proteção e capote de proteção.
c. Se a condição respiratório do paciente permitir coloque a máscara nele.
d. Limpe e realize a desinfecção, conforme protocolo próprio, de todos os
materiais e equipamentos utilizados na ocorrência que sejam
reutilizados e descarte em saco branco os descartáveis.
4. DESCARTES APROPRIADOS
a. Substitua peças de fardamento contaminadas colocando-os em saco
branco, para posterior lavagem em casa separados, conforme Plano de
Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde – PGRSS de sua
Unidade
b. Todo lixo dos sacos brancos devem ser recolhidos por caminhões da
coleta de lixo hospitalar, para ser descontaminado antes de ir para o
aterro sanitário
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
123
P 602 – TRIAGEM PRÉ-HOSPITALAR
 Processo utilizado em situações em que o número de vítimas ultrapassa a
capacidade de resposta das equipes de socorro. Segue os algoritmos de
triagem dos métodos Start e JumpStart.
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA
a. Providencie o IFC;
b. Mantenha a cena segura;
c. Descubra a NDD (Clínico) ou o MDL (Trauma);
d. Determine o número total de vítimas;
e. Solicite recursos adicionais;
f. Acione o plano de catástrofe, se houver necessidade;
g. Inicie a triagem;
i. Dê um comando de voz para todas as vítimas presentes para que
aquelas que consigam andar saiam da zona quente e se dirijam a
um local seguro, definido pela Gu BM;
ii. Avalie individualmente cada vítima que permanecer no local, da
seguinte forma:
1. Verifique se respira:
a. Se a vítima NÃO respira:
1. Para adulto ou criança, reposicione vias aéreas
2. Se adulto retomou a respiração, classifique-o
como VERMELHA. Se não retomou, classifique-o
como PRETA
3. Se criança, antes de atribuir a classificação,
verifique o pulso carotídeo
4. Se não tem pulso, classifique-a como PRETA
5. Se tem pulso, execute 5 respirações de resgate,
conforme JumpStart
6. Se não respirou, classifique-a como PRETA; se
respirou, como VERMELHA
b. Se a vítima respira:
1. Se tiver movimentos respiratórios igual ou maior
que 30 IRPM (Adulto) ou menor que 15 e maior 45
IRPM (Criança), classifique-a como VERMELHA
2. Se tiver movimentos respiratórios menor que 30
IRPM (Adulto) e entre 15-45 IRPM (Criança),
verifique:
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
124
a. A perfusão capilar
i. Se a perfusão capilar é maior que 2
segundos,
classifique-a
como
VERMELHA
ii. Se a perfusão capilar é menor que 2
segundos, verifique se cumpre ordem
simples (orientada)
(a) Se cumpre, classifiquea como AMARELA
(b) Se
não
cumpre
(confusa), classifique-a
como VERMELHA
MÉTODO START
PRIORIDADE
PRIORIDADE 1
(VERMELHA)
PRIORIDADE 2
(AMARELA)
PRIORIDADE 3
(VERDE)
SEM
PRIORIDADE
(PRIORIDADE 4)
PARÂMETROS VITAIS
ENCONTRADOS
QUADROS SUGESTIVOS
AÇÕES
- Respiração presente,
maior que 30 MRPM, no
adulto, ou < 15 e > 45
MRPM na Criança.
Lesões tratáveis, com
risco imediato de vida;
dificuldade
respiratória,
hemorragia
não
controlável, diminuição do
- Perfusão capilar > 2
nível
de
consciência,
seg;
sinais
de
choque,
Não
obedece
a queimaduras graves.
comandos simples.
Vítimas
em
estado
crítico.
Tratamento
e
transporte
imediato.
- Respiração presente, Lesões graves, sem risco
menor que 30 MRPM;
imediato
de
vida;
queimaduras
sem
- Perfusão capilar < 2
problemas de vias aéreas,
seg;
fraturas
ósseas
sem
- Obedece a comandos choque ou hemorragia.
simples.
Segunda
prioridade.
Permitem
adiar
atenção, podem
aguardar
o
transporte.
- Paciente que pode Lesões de partes moles Lesões menores.
andar pelo cenário da mínimas, sem risco de Não
requerem
ocorrência – paciente vida ou incapacitação.
atenção imediata.
deambulando.
Pacientes
mortos
ou
- Paciente que não apresentando
lesões
respira após abertura das irreversíveis.
vias aéreas.
XXX
(PRETA)
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Revisado em 15/01/2013
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Algoritmo START com JumpStart
AVALIAÇÃO DA CENA
VÍTIMA DEAMBULA
SIM
NÃO
PRIORIDADE 3
AUSENTE
PRESENTE
REPOSICIONAR
VIA AÉREA
> 30 MRPM (Adulto)
< 15 e > 45 MRPM (Criança)
ou ainda IRREGULAR(gasping)
AUSENTE
PRESENTE
PREENCHIMENTO
CAPILAR (PC) OU
PULSO RADIAL (PRad)
PRIORIDADE 1
PRIORIDADE 4
PRIORIDADE 1
JumpSTART
(Criança 1 a 8 anos)
PULSO
CAROTÍDE
O
AUSENTE
PRIORIDADE 4
PC > 2 seg /
PRad
AUSENTE
PC < 2 seg /
PRad
PRESENTE
PRIORIDADE 1
AVALIAR NÍVEL DE
CONSCIÊNCIA - AVDN
PRESENTE
PRIORIDADE 4
RESPIRAÇÃO
PRESENTE
PRIORIDADE 1
PRIORIDADE 2: AMARELO = Intermediário /
NÃO
OBEDECE A
COMANDOS
OBEDECE A
COMANDOS
PRIORIDADE 1
PRIORIDADE 2
PRIORIDADE 3: VERDE = Estável/Ambulatório /
PRIORIDADE 4: PRETO = Morto
125
Revisado em 15/01/2013
REALIZE 5
RESPIRAÇÕES DE
RESGATE POR 15 Seg.
RESPIRAÇÃO
AUSENTE
PRIORIDADE 1: VERMELHO = Imediato /
< 30 MRPM (Adulto)
15 – 45 MRPM (Criança)
com ritmo REGULAR
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
AVALIAR RESPIRAÇÃO
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
126
P 603 – OXIMETRIA DE PULSO
1. CONCEITO
a. Oximetria de Pulso é um procedimento não-invasivo para determinar o
valor de saturação de oxigênio (SpO2) e a freq. de pulso periférico
b. Provê aos socorristas um alarme precoce da diminuição da oxigenação
porque fornece medida contínua da oxigenação
c. O oxímetro de pulso pode ser utilizado em ambientes clínicos,
domiciliares, ambientes hospitalares, pré-hospitalares, durante
transporte terrestre e aéreo
2. ORIENTAÇÕES PARA O USO DO OXÍMETRO
a. Deverá ser utilizado longe de fonte de calor, fora da luz solar direta e
em local onde não haja umidade excessiva
b. Deverá ser colocado o probe (sensor) do oxímetro no dedo (de
preferência o indicador) ou no lóbulo da orelha
c. Utilize sensores de tamanho e tipos adequados
d. Não utilize em presença de agentes anestésicos inflamáveis
e. Não utilize na presença de equipamento de ressonância
f. Não utilize concomitante a descarga elétrica de um desfibrilador
externo automático
g. Não utilizar debaixo de lâmpada dicróica da UR ou sob luz forte
h. O aparelho pode ser afetado na presença de fontes eletromagnéticas e
de rádio-frequência
i.
Evite quedas e choques mecânicos
j.
Para os pacientes com hipotermia, estado de choque, usando de
drogas vasoativas, anemia falciforme, intoxicação por monóxido de
carbono, esmalte de unha negro ou metálico, se mexendo e com
calafrios, o oxímetro pode não ter acurácia
k. Dedos calejados, queimados, uso em dias frios e úmidos poderá
causar leituras errôneas
l.
Em paciente traumatizados graves, a oximetria de pulso pode não ser
confiável por causa da perfusão periférica ruim
3. A INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
Percentual
de O2
96% a 100%
91% a 95%
86% a 90%
≤ 85%
Classificação
Hipóxia
Normal
Hipóxia Leve
Hipóxia
Significativa
Hipóxia Grave
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
da Cuidado Geral do Paciente
Somente se necessário administre oxigênio
Somente se necessário administre oxigênio
Administre O2 a 100%
(Considere ventilação assistida)
Administre O2 a 100%
(Considere ventilação assistida)
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
127
P 604 – ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÊNIO
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
a. Benefício do O2 no APH.
i. Oxigenação dos tecidos hipóxicos;
ii. Redução dos edemas dos tecidos;
iii. Facilita a respiração;
iv. Alivia sintomas;
v. Reduz os riscos dos sintomas residuais, melhorando o
prognóstico pós-atendimento.
b. Equipamentos disponíveis para ventilação/administração de O2.
i. Para pacientes respirando (conscientes ou não) utilize na
ordem:
1. Válvula de inalação por demanda com máscara Tru-Fit ou
ventilação de fluxo com pressão positiva (Válvula de
Demanda - VD ou MTV-100) ou similares
2. Máscara de não reinalação com bolsa reservatória
3. Cateter nasal
ii. Para pacientes que não estão respirando:
1. BVM (bolsa válvula máscara)
2. Máscara oronasal para ressuscitação (pocket-mask)
c. Segurança ao manusear oxigênio puro.
i. Oxigênio não é inflamável, mas é comburente;
ii. Não permita o uso de qualquer tipo de óleo, lubrificante ou graxa
em qualquer cilindro ou equipamento que esteja em contato com
O2;
iii. Não permita a presença de brasas, chamas, faíscas ou que se
FUME próximo ao O2 e aos equipamentos;
iv. O local onde será utilizado o O2 deverá ser ventilado;
v. Sempre mantenha a válvula fechada e o sistema purgado
quando o O2 não estiver sendo utilizado;
vi. Nunca deixe o cilindro de O2 solto e não permita que caia ou
role;
vii. Não deixe o cilindro exposto a temperaturas maiores que 52°C;
viii. Assegure-se de que o cilindro de O2 a ser utilizado encontra-se
dentro do prazo de validade do teste hidrostático.
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
128
2. INDICAÇÃO PARA ADMINISTRAÇÃO DE O2
a. Sinais e sintomas mais comuns com indicativo para uso de O2:
i. Todo paciente com quadro sugestivo de insuficiência respiratória
aguda por patologia clínica ou traumática;
ii. Emergências diabéticas;
iii. Crise convulsiva;
iv. Alergias e choque anafilático;
v. Estado de choque;
vi. Hemorragias;
vii. DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica);
viii. AVC (Acidente Vascular Cerebral) / AVE (acidente vascular
encefálico);
ix. Queimaduras;
x. Afogamento;
xi. Envenenamento e intoxicações;
xii. Emergências obstétricas;
xiii. Aborto natural ou induzido.
3. CONDUTA GERAL
a. Assegure-se que o local seja seguro, adequado, ventilado e ausente
de perigo
b. Abra as vias aéreas. Remova objetos, corpo estranho, secreções e/ou
aspire se necessário
c. Insira a cânula orofaríngea selecionando o tamanho adequado, se
ECG ≤ 8, sem reflexo de vômito
d. Utilize o protocolo de OVACE, PR e PCR, conforme Módulo 200,
concomitante ao uso de O2
e. Não retarde o início da RCP para fornecimento de O2
f. Constate se todo o equipamento está montado e pronto para utilização
g. Verifique se a mangueira de pressão intermediária está conectada a
saída de fluxo contínuo e/ou regulador multifuncional e não permita
que se dobre durante a utilização
h. Abra (através do registro) o cilindro de O2 totalmente e volte ½ volta
como medida de segurança
i.
Verifique a pressão do cilindro e garanta que não existem vazamentos
no sistema
j.
Se utilizando máscara de não reinalação com bolsa reservatória,
coloque um dedo dentro da máscara, fechando a válvula de não
retorno até que a bolsa reservatória esteja inflada (faça isto antes de
utilizar no paciente)
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
129
k. Se utilizando a BVM com bolsa reservatória aguarde que o reservatório
de O2 infle primeiro antes de utilizar no paciente
l.
Se utilizando a válvula de demanda ou o MTV-100 ouça a válvula abrir
durante a inspiração certificando-se do seu correto funcionamento
m. Se utilizando uma máscara oronasal (pocket mask) para ressuscitação
com entrada de O2 certifique-se que está havendo passagem correta
de O2 por dentro da máscara
n. Observe a máscara que esteja utilizando (sempre transparente)
embaçar durante a expiração e desembaçar durante a inspiração
o. Com cateter nasal utilize somente se o mesmo se encontrava lacrado e
ajuste adequadamente ao paciente
p. Observe a expansão e retorno do tórax durante a administração de O2
q. Monitore e mantenha o conforto do paciente
r. Continue verificando o correto funcionamento do sistema de O2
evitando vazamentos, o mau funcionamento do equipamento, falha em
inflar e desinflar as bolsas e resposta do paciente quanto ao uso de O2
s. Se o paciente apresentar quadro de convulsão ou vômito interrompa
temporariamente o fornecimento de O2, avalie vias aéreas, aspire se
necessário e garanta a permeabilidade das vias aéreas e respiração
t. Caso o paciente não tolere o fornecimento de O2, troque o tipo de
equipamento, diminuindo a concentração e continue o fornecimento de
O2. Se persistir a intolerância do paciente, utilize a técnica de tenda
aumentando a concentração circulante ao redor da cabeça do paciente
 Uma leitura da SpO2 entre 96% a 100% geralmente indica oxigenação
adequada. Uma leitura da SpO2 entre 91% a 95% sugere hipóxia leve.
 A SpO2 menor do que 91% sugere hipóxia significativa ou grave.
 As restrições quanto a oxigenoterapia devem ser consideradas apenas para
o neonato, devido ao risco de retinopatias.
 Quanto aos pacientes com DPOC, os benefícios do oxigênio ultrapassa os
riscos, desde que a equipe mantenha monitorização contínua dos parâmetros
dos sinais vitais do paciente.
4. CONDUTA EM PACIENTE RESPIRANDO
a. Com cateter nasal: Utilize de 1 a 6 lpm (24 a 44%) na maioria dos
casos clínicos com SpO2 normal
b. No caso de DPOC utilize baixa concentração de O2 com cateter nasal,
1 a 2 lpm. Persistindo a hipóxia / cianose aumente aos poucos
c. Emergências Clínicas com SpO2 normal pode-se utilizar válvula
inaladora de demanda ou máscara de não reinalação com bolsa
reservatória a 10 lpm (60% a 100%)
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
130
d. Emergências Clínicas com SpO2 indicativo de hipóxia utilize válvula
inaladora de demanda a 15 lpm ou máscara de não reinalação com
bolsa reservatória a 15 lpm (80% a 100%)
e. Emergências traumáticas utilize máscara de não reinalação com bolsa
reservatória a 10 a 15 lpm (80% a 100%)
5. USO DE O2 EM PACIENTE IRRESPONSIVO (PR-PCR)
a. BVM com O2 a 15 lpm (80% a 100%)
6. TABELA DE USO DE O2 SUPLEMENTAR
Equipamento utilizado
Cateter nasal
Máscara oronasal para
ressuscitação (pocket mask)
Máscara facial simples (sem
válvula de não-reinalação e
sem bolsa reservatória)
Máscara facial com bolsa
reservatória e sem válvula de
não-reinalação
Máscara facial com válvula de
não reinalação e com bolsa
reservatória
Bolsa Válvula Máscara (BVM)
com bolsa reservatória
MTV-100
(Manually-Triggered
Ventilator)
Fluxo
(lpm - litros
por minuto)
1
2
3
4
5
6
Percentual de
Concentração
de Oxigênio
24%
28%
32%
36%
40%
44%
Condição
do
Paciente
Respirando
Respirando
Respirando
Respirando
Respirando
Respirando
15
55%
Parado
10
40 – 60%
Respirando
6 a 10
35 – 60%
Respirando
12 a 15
90% - 100%
Respirando
15
100%
Parado
15 a 22
100%
Parado ou
Respirando
Fonte: Nancy Caroline's Emergency Care in the Streets. 6 ed. 2008

Salvo
orientação
médica
contrária,
umidificado devido ao risco de contaminação.
NÃO
administre
 A oxigenação não substitui a respirações de resgate.
constantemente o tempo de utilização disponível de oxigênio.
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
O2
Controle
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
131
 Não forneça O2 a um NEONATO via cateter nasal ou máscara facial. Caso
seja necessário, use a técnica de oferta de O2 em TENDA.
 Não utilize cateter nasal em crianças menores de 8 anos ao administrar O2.
Utilize máscara facial de não reinalação.
 Não utilize O2 durante a aplicação do choque do DEA – risco de explosão
7. EXAME FÍSICO DETALHADO
8. TRANSPORTE
a. Permita ventilação dentro da UR durante transporte de paciente
utilizando O2;
b. Mantenha boa vedação de máscara/paciente criando um selo
hermético evitando escape de O2;
c. Não permita cilindro solto dentro da UR a fim de se evitar acidentes;
d. Assegure-se que o equipamento de O2 utilizado no paciente seja
descartado, limpo ou testado após o uso.
9. AVALIAÇÃO CONTINUADA
a. Durante o uso de O2 fique atento à necessidade de aspiração de vias
aéreas.
10. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
132
P 605 – ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Indicações.
i. Secreções traqueobrônquicas, vômito, saliva, sangue na boca e
orofaringe, de difícil expectoração ou em pacientes com tosse
ineficaz.
b. Potenciais efeitos adversos / complicações do uso.
i. Reflexo de vômito;
ii. Hipóxia, se demorar além de 15 segundos;
iii. Cessação das insuflações e oxigenação durante aspiração;
c. Tipos de equipamentos de aspiração.
i. Equipamentos elétricos portáteis;
ii. Equipamentos elétricos montados na UR;
iii. Régua tripla da UR – por Venturi;
iv. Equipamento portátil e manual.
d. Tipos de cateteres de sucção.
i. Cateter rígido;
1. Usado na boca e orofaringe de pacientes irresponsivo
2. Usado em lactentes e neonatos
ii. Cateter flexível;
1. Usado na nasofaringe e em situações onde o cateter
rígido não pode ser usado
2. Usado em adultos e crianças
e. Conduta.
i. Isole os fluidos corporais por dispositivo de barreira;
ii. Reúna o equipamento necessário à aspiração;
iii. Estabilize o aspirador elétrico numa base firme;
iv. Ligue o equipamento (se elétrico) e conecte o cateter;
v. Insira o cateter na cavidade oral até a base da língua, se
possível, sem acionar o vácuo;
vi. Aplique aspiração. Mova o cateter de um lado a outro;
vii. Aspire no máximo por 15 segundos;
1. Em lactentes e crianças o tempo de aspiração deve ser o
menor possível
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
133
2. Se o paciente tem vômito (êmese) ou secreção que não
pode ser aspirado facilmente, lateralize-o e limpe sua
orofaringe
3. Se o paciente produz tanta secreção quanto o aspirador
possa aspirar, faça sucção por no máximo 15 segundos,
ventile por no máximo 30 segundos (com O2 a 15 lpm) e
aspire novamente. Continue desta maneira
4. Se necessário lave o interior do cateter (aspirando soro
fisiológico) para desobstruí-lo
 Insira o cateter – rígido ou flexível – na orofaringe até o onde pode ser visto,
próximo à base da língua.
 Fique atento para o reflexo de vômito! Risco de broncoaspiração e PCR!
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
134
P 606 – PACIENTES PEDIÁTRICOS – GENERALIDADES E ABUSO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Classificação etária para fins de abordagem.
i. Neonato: paciente cuja idade é de 0 a 28 dias de vida;
ii. Lactente: paciente cuja idade é de 29 dias a 1 ano;
iii. Criança: paciente cuja idade é acima de 1 ano a 12 anos.
 Para fins de Estatuto da Criança e do Adolescente, a faixa etária da criança é
de 0 a 12 anos incompletos e adolescente é entre 12 e 18 anos incompletos.
 Para fins de SBV, siga as classificações etárias da AHA.
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Características gerais e estratégias de abordagem do paciente de
0-18 anos.
Idade
0a1
ano
1a3
anos
3a6
anos
Características
- Lactentes não gostam de ser
separados dos pais;
- Tem mínimo de ansiedade com
estranhos;
- Estão acostumados a serem
despidos, mas gostam de ser
aquecidos;
Lactentes
novos
seguem
movimentos com os olhos;
- Lactentes mais velhos são mais
ativos;
- Não gostam da máscara de
oxigênio.
- não gostam de ser separados dos
pais;
- Acreditam que suas doenças são
punições por serem más;
- Não gostam de lactentes. Não
gostam de serem despidas;
- Assustam-se facilmente;
- Apresentam reação exacerbadas,
sentem medo fácil;
- Podem entender mais que
conseguem expressar;
- Sentem-se
sufocados
pela
máscara de O2.
- não gostam de serem separados
dos pais;
- Acreditam que suas doenças são
punições por serem más;
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Estratégias de abordagem
- Mantenha os pais por perto;
- Mantenha mãos e estetoscópio
quentes;
- Observe sinais primeiramente à
distância;
- Aborde pelos pés. Observe
coração e pulmões primeiro.
Depois a cabeça;
- Segure a máscara de O2 perto do
rosto.
- Mantenha os pais por perto;
- Explique que ela não é má;
- Tire uma peça de roupa por
vez e vestir novamente;
- examine primeiro pelo tronco;
- ofereça conforto e dar seu
brinquedo favorito;
- considere a escolha da criança;
- segure máscara perto da face
da criança.
- Mantenha os pais por perto;
- Tire uma peça de roupa por
vez e vista-a novamente;
- mantenha a calma;
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
06 a 12
anos
12 a 18
anos
- Não gostam de lactentes. Não
gostam de serem despidas;
- Tem medo de dor, sangue e
ferimento;
- São curiosas comunicativas e
podem cooperar;
- não gostam da máscara de O2.
- cooperam, mas gostam que suas
idéias sejam ouvidas;
- temem
sangue,
dor
desfiguramento
e
ferimentos
permanentes;
- São envergonhados e não
gostam que seus corpos sejam
expostos.
- Adolescentes querem ser tratados
como adultos;
- Adolescentes
julgam-se
indestrutíveis, mas tem medo de
lesões e desfiguramentos;
- Adolescentes variam em termos
de
desenvolvimento
físico
e
emocional e podem não se sentir
bem com suas mudanças corporais.
135
- explique o que você está
fazendo;
- Segure a máscara de O2
pediátrica segurada perto do
rosto.
- Permita que a criança tenha a
responsabilidade de contar a sua
história;
- Explique o exame;
- Apresente-se confiante, calmo
e com boas maneiras;
- Respeite
a timidez do
paciente.
- Apesar deles gostarem de ser
tratados como adultos, necessitam
de tanta atenção como as
crianças;
- Apresente-se
de
maneira
calma, respeitosa e transmita
confiança;
- Explique o que você está
fazendo durante o socorro;
- Respeite a timidez. Considere
avaliá-lo próximo a seus pais;
- Sempre
que
possível
o
socorrista que faz o exame físico
deve ser do mesmo sexo que a
vítima.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
a. São possíveis achados físicos de abuso.
i. Equimoses ou hematomas em diferentes estágios de cura;
ii. Equimoses ou marcas de mordida no rosto, lábios da boca,
pescoço, punho, coxas, tornozelos ou dorso;
iii. Ferimentos em ambos os olhos ou ambos lados da face
(normalmente apenas um lado da face é ferido em um acidente;
iv. Marcas agrupadas, que formam padrões regulares, que refletem
a forma de artigos como um cabo elétrico, fecho do cinto, garfo
dentes, ou dentes humanos;
v. Queimaduras com pontas de cigarro ou por imersão,
principalmente na palma das mãos e solas dos pés (marcas tipo
luvas e meias);
vi. Queimadura por superfície aquecida: ferro de passar roupa,
fogão, panela;
vii. Sinais de mordida;
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
136
viii. Lesão ou sangramento na genitália, períneo e região anal;
ix. Marcas de compressão manual: esganadura, estrangulamento,
unhadas, agarrões etc.;
x. Luxações, múltiplas fraturas, entorses e distensões;
xi. Hemorragia no couro cabeludo compatível com tentativa de se
arrancar o cabelo;
xii. Fratura ou perda de dentes;
xiii. Síndrome de “shaken baby” – bebê sacudido;
1. Déficit neurológico sem trauma externo aparente
2. Déficit motor
b. São possíveis achados psicológicos / comportamentais de abuso.
i. Fadiga crônica;
ii. Comportamento inapropriado, tais como criança mais velha (10
anos, por exemplo) chupar o dedo, balançando e mordendo;
iii. Relatos de ausência em casa dos pais ou responsáveis;
iv. Freqüente ausência ou atraso na escola;
v. Hipocondria;
vi. De queixoso passa a adotar comportamento agressivo;
vii. Comportamento inapropriado para a idade;
viii. Paciente implorando por comida;
ix. Atraso no desenvolvimento mental ou emocional;
x. Uso de álcool ou drogas.
c. Conduta.
i. Trate lesões específicas conforme protocolos próprios;
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. TRANSPORTE
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
a. Em caso de maus tratos / agressões
i. Encaminhe o RAPH / REDS conforme a DIAO;
ii. A Unidade deve acionar o conselho tutelar nos termos do Art. 12
do ECA, se já não foi feito por órgão policial.
 Segundo o parágrafo único do art. 4º do ECA a criança e o adolescente tem
a primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
137
P 607 – PACIENTE PORTADOR DEFICIÊNCIA FÍSICA E MENTAL
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Paciente surdo.
i. Mantenha-se desinibido;
ii. Certifique-se que o paciente é realmente surdo;
iii. Verifique se o paciente sabe ler os lábios;
iv. Ao falar, mantenha a face iluminada;
v. Articule bem as palavras;
vi. Não se vire durante a fala;
vii. Se o paciente não sabe ler os lábios, use sinais;
viii. Aponte para seu corpo antes de tocar no dele;
ix. Não finja entender;
b. Paciente cego.
i. Aja naturalmente – não se envergonhe;
ii. Antecipe para o mesmo o que você vai fazer;
iii. Mantenha-o informado do arredor;
iv. Lembre-se de 3 coisas:
1. Não grite com ele (o paciente é cego, não surdo)
2. Não mude a maneira de falar habitualmente (inclusive
diga “veja”/ “olhe”)
3. Mantenha contato contínuo através da fala ou toque
v. Nunca empurre ou puxe um paciente cego;
c. Paciente portador de necessidades especiais (físicas).
i. Apresentam dificuldade maior no exame físico;
ii. Pergunte ao paciente sobre a extensão do dano anterior ao
atendimento;
iii. Portador de necessidades especiais gosta de ser independente
– tenha paciência;
d. Paciente portador de necessidades especiais (transtornos mentais
e comportamentais).
i. Mantenha-se calmo e desenvolva comunicação efetiva com o
paciente;
ii. Trate o paciente naturalmente;
iii. Faça perguntas cujas respostas sejam SIM ou NÃO;
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
138
iv. Descubra se o paciente tem noção de tempo e lugar;
v. Avaliar o nível de compreensão do paciente;
vi. Obtenha a história e faça ao exame lentamente. Prepare-se
para respostas lentas e para dar repetidas explicações.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. TRANSPORTE
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
139
P 608 – PACIENTE IDOSO – GENERALIDADE E ABUSO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Paciente geriátrico: acima de 65 anos (Obs.: o estatuto do idoso
aplica-se a pacientes de idade igual ou superior a 60 anos).
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Características gerais do idoso.
i. Diminuição da:
1. Acuidade visual
2. Reação pupilar
3. Função renal
4. Água total do corpo
5. Capacidade respiratória
6. Estatura
7. Audição
8. Produção de saliva
9. Débito e frequência cardíaca
10. Elasticidade da pele
11. 15 a 30% da gordura corporal
12. Atividade esofágica
13. Olfato e paladar
b. Conduta.
i. Trate-o como paciente adulto;
ii. Demonstre respeito;
iii. Não use gírias nem intimidade excessiva;
iv. Fale em tom audível, não necessariamente alto;
v. Diga as palavras pausadamente e precisamente;
vi. Se o cônjuge estiver perto, prepare-se para ter outro paciente;
vii. Esteja atento a familiares e amigos.
c. São indícios de maus tratos.
i. Explicações não plausíveis sobre lesões físicas;
ii. Demora injustificada para solicitar socorro;
iii. Solicitações freqüentes para socorro;
iv. Medo ou distanciamento do socorrista;
v. Cuidador se recusa a deixar o paciente sozinho com os BM;
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
140
vi. Medo do cuidador ou familiar;
vii. Reação anormal do cuidador ou familiar.
d. Possíveis achados físicos de maus tratos.
i. Contusões em áreas incomuns (interna do braço, tronco,
nádegas, escalpe);
ii. Hematomas e ferimentos em estágios diferentes de cicatrização;
iii. Roupas sujas ou inadequadas para a estação;
iv. Padrão precário de higiene pessoal;
v. Lesão ou sangramento na genitália, períneo e região anal;
vi. Desidratação, desnutrição e perda de peso inesperado;
vii. Úlceras de pressão (úlceras de decúbito);
viii. Lesões similares aos objetos que a causaram;
ix. Queimaduras com pontas de cigarro ou por imersão,
principalmente na palma das mãos e solas dos pés (marcas tipo
luvas e meias);
x. Sinais de mordida;
xi. Marcas de compressão manual: esganadura, estrangulamento,
unhadas, agarrões etc.;
xii. Luxações, múltiplas fraturas ou fraturas em espiral;
xiii. Hemorragia no couro cabeludo compatível com tentativa de se
arrancar o cabelo;
xiv. Fratura ou perda de dentes.
e. Conduta.
i. Trate lesões específicas conforme protocolos próprios.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. TRANSPORTE
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
a. Em caso de maus tratos
i. Encaminhe o RAPH / REDS conforme a DIAO;
ii. A Unidade deve acionar as autoridades competentes (Art. 19 do
Estatuto do Idoso), se já não foi feito pela autoridade policial:
1. Ministério Público
2. Conselho Municipal do Idoso
3. Conselho Estadual do Idoso
4. Conselho Nacional do Idoso
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
141
P 609 – OPERAÇÃO DE VEÍCULOS DE APH
1. AO ASSUMIR O SERVIÇO
a. A assunção do serviço será conforme a Instrução Técnica Operacional
Nr 01/2002.
b. A Gu de UR, coordenada pelo seu comandante, deverá conferir:
i. As condições gerais do veículo: água, óleos, pneus, luzes de
emergência e de atendimento (internas e externas), faróis, freios
etc.;
ii. Os mapas cargas da viatura (mapa carga de equipamentos
médicos, mapa carga de ferramentas etc.);
iii. O sistema fixo e móvel de oxigênio;
iv. A carga das baterias dos equipamentos de emergência;
v. Os rádios de comunicação.
2. DESLOCAMENTO PARA OCORRÊNCIA
a. Adote uma direção defensiva ao longo do deslocamento, com
velocidade moderada, a fim de se evitar acidentes e danos em
equipamentos do mapa carga da UR
b. Em todos os deslocamentos para ocorrência as luzes de advertência e
os faróis devem estar ligados
c. As sirenes devem ser ligadas apenas em casos de emergência real
d. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB)
i. “Os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os
de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as
ambulâncias, além de prioridade de trânsito, gozam de livre
circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de
urgência e devidamente identificados por dispositivos
regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha
intermitente”;
ii. A prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar
com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de
segurança, obedecidas as demais normas do Código.
 Durante o deslocamento todos os ocupantes da UR devem utilizar cintos de
segurança, inclusive pacientes e acompanhantes.
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
142
3. NA CENA
a. Nunca pare na zona quente e evite parar na zona morna, devido aos
perigos à viatura: produtos químicos, calor, objetos perfurantes dos
pneus etc. Se possível pare a viatura na zona fria.
b. Estacione na mesma faixa onde ocorreu o acidente.
c. Sinalize a via com cones conforme quadro abaixo:
Tipos de
Vias
Velocidade
Máxima Permitida
Vias Locais
Avenidas
Vias de
Fluxo
Rápido
Rodovias
40 km/h
60 km/h
Distância do 1º Cone à Viatura
Com chuva, neblina,
Com pista seca
fumaça e à noite
40 passos longos
80 passos longos
60 passos longos
120 passos longos
80 km/h
80 passos longos
160 passos longos
110 km/h
110 passos longos
220 passos longos
Obs.: cada vez que o pé (ou direito, ou esquerdo) toca o chão considera-se um passo. O
passo longo tem cerca de 1,30 a 1,50 metros.
1º Cone
Viatura
(Preferencialmente não UR)
Cena
d. O 1º cone (início da sinalização) é o primeiro a ser visualizado pelos
motoristas usuários da via que estão na faixa onde ocorreu o acidente.
Se nas duas, ambas devem ser sinalizadas.
e. A UR ou outro veículo de emergência (preferencialmente) deve estar
entre o fluxo de veículos e a cena.
f. Mantenha as luzes de emergência ligadas, pois segundo o Código de
Trânsito Brasileiro (CTB) é infração de trânsito deixar de manter ligado,
nas situações de atendimento de emergência, o sistema de iluminação
vermelha intermitente dos veículos de polícia, de socorro de incêndio e
salvamento, de fiscalização de trânsito e das ambulâncias, ainda que
parados.
g. Se a UR é a primeira viatura de emergência na cena, pare antes da
zona quente, de forma a proteger a Gu BM de eventual colisão
provocada por outro veículo e de modo que o farol e as luzes da viatura
iluminem a cena.
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
143
h. Estacione de maneira a garantir uma rápida partida da cena e o máximo
de segurança para a Gu BM.
i.
Preferencialmente o atendimento da ocorrência deverá ocorrer atrás da
UR. Assim, se há outra viatura na cena, posicione-a no lugar da UR
apresentada na figura acima.
j.
À noite ou em baixa iluminação, a Gu BM deve utilizar coletes reflexivos
durante atendimento em via pública.
 A sinalização e o isolamento devem permitir o trabalho seguro da GU BM.
 Os demais motoristas da via devem VER a sinalização, COMPREENDER o
que ela quer dizer e ter tempo de REAÇÃO, evitando assim novos acidentes.
 Havendo necessidade, peça aos agentes de trânsito para interromper
totalmente o fluxo de veículos. Na ausência dos mesmos, a Gu BM deve
providenciar a interrupção.
4. AO DESLOCAR PARA HOSPITAL
a. Apenas use as sirenes se estritamente necessário.
b. Segundo a AHA, o uso de sirenes durante transporte de paciente
consciente com emergência cardiovascular (infarto, angina, insuficiência
cardíaca congestiva, taquicardia ventricular etc.) não é benéfico e pode
ser maléfico ao paciente – evidência classe III).
c. Desligue a sirene ao aproximar-se de hospitais, inclusive o do destino
do paciente.
 Não é permitido à Gu BM, ao paciente ou ao acompanhante fumar ou
alimentar-se no interior da UR, esteja esta em deslocamento ou parada.
 Após cada atendimento limpe e descontamine a viatura e equipamentos,
conforme a necessidade. Reponha materiais se necessário.
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
144
P 610 – EXTRICAÇÃO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA
a. Conduta 1 – Mantenha a cena segura.
i. Considere os seguintes riscos potenciais;
1. Colisão contra postes de iluminação com risco de queda de
fiação, transformador e o próprio poste
2. Colisão contra edificações com risco de queda de estrutura
3. Vazamento de combustível líquido ou gasoso (GNV)
4. Veículos transportando produtos perigosos
5. Veículos com risco de queda em depressões
6. Veículos ocupados por criminosos em fuga ou em flagrante
ii. Isole e sinalize a cena;
1. Utilize cones fotoluminescentes e as luzes das viaturas,
conforme P 609
2. Antes da abordagem ao veículo deverá ser armada uma
linha direta de prevenção com esguicho de vazão regulável,
em carga pressurizada
3. Solicite apoio do policiamento, de outros órgãos e serviço, e
mesmo de outras Gu BM, se necessário
b. Conduta 2 - estabilize o veículo.
i. O veículo deverá ser estabilizado para o trabalho seguro da GU
BM;
ii. A GU BM deverá se prevenir contra tombamento, amassamento do
teto, deslizamento ou qualquer outro movimento que venha a pôr
em risco a operação;
iii. O procedimento pode ser feito por meio de calços, escoras, cabos,
fitas tubulares ou outros dispositivos aplicáveis no mínimo em 3
pontos de escora e estabilização;
iv. A GU BM deverá cortar o cabo da bateria e prevenir riscos de
incêndio e explosão.
c. Conduta 3 - Triagem dos Pacientes.
i. Verifique quantos pacientes há no veículo e priorize o atendimento;
ii. Verifique a necessidade de uma extricação rápida manual e/ou a
necessidade de SAV;
iii. Considere a necessidade de colar cervical no primeiro contato;
 A segurança e proteção do
fator prioritário para a GU BM na cena.
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
paciente
durante
a
extricação
é
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
145
d. Conduta 4 - Abertura do Veículo.
i. Faça a remoção de janela ou porta, com ferramentas combinadas,
cortadores, extensores, alargadores e serra sabre, para permitir a
intervenção de socorrista ou médico no interior do veículo para
avaliar melhor o paciente e iniciar tratamento;
ii. Faça a tração e remoção do volante, elevação do painel, retração
dos bancos, remoção dos tetos, remoção dos pedais e abertura da
3ª porta;
iii. Retire as ferragens da vítima e nunca a vítima das ferragens.
e. Conduta 5 - Secção de parte do Veículo.
i. Corte e retire partes do veículo para permitir acesso seguro a GU
BM e seus equipamentos médicos, sem causar danos adicionais
ao paciente.
2. AVALIAÇÃO INICIAL (1 vítima)
a. Socorrista 1.
i. Ainda pelo lado de fora do veículo avalie a responsividade, com
imobilização da cabeça e coluna cervical;
ii. Instala o KED e comanda a retirada do paciente das ferragens;
b. Socorrista 2.
i. Posiciona-se atrás do paciente. Assume a imobilização da cabeça
e coluna cervical durante a abertura da porta e instalação do KED;
ii. Auxilia o giro do paciente e no posicionamento na prancha longa;
c. Socorrista 3.
i. Posiciona-se ao lado do paciente, internamente ao veículo;
ii. Avalie a respiração e circulação;
iii. Auxilia na colocação do KED e posicionamento na prancha longa;
 Os airbags do veículo podem funcionar de 5 a 20 minutos após corte da bateria.
Fique atento ao desencarceramento e pontos de corte a fim de evitar trauma
adicional ao paciente e acidentes a GU BM
 A retirada rápida será utilizada somente quando a cena for insegura, o paciente
estiver instável, ou quando for necessário acessar a um paciente mais grave que
está no banco detrás do veículo.
3. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
4. EXAME FÍSICO DETALHADO
5. TRANSPORTE
6. AVALIAÇÃO CONTINUADA
7. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
146
P 611 – OUTRO PROFISSIONAL DE SAÚDE NA CENA
1. Considere a presença de médico, enfermeiro ou outro profissional de saúde
não pertencentes ao CBMMG na cena como um potencial apoiador a Gu BM;
2. A Gu BM deve acatar suas orientações de procedimentos, desde que não
contrariem as diretrizes do Protocolo de APH do Socorrista;
3. Caso o mesmo dê uma ordem que possa prejudicar o paciente explique a ele,
conforme o Protocolo de APH do Socorrista, as razões pelas quais você não
a pode cumprir;
4. Em caso de conflito, solicite a intervenção do médico regulador (se
disponível) ou do COBOM-CIAD / SOU/SOF, ou mesmo do CBU, se o tempo
total de cena o permitir;
5. Anote o nome completo, o Nº do CRM, do COREM ou de outro Conselho a
que pertença o profissional que intervier na ocorrência;
6. Relate no RAPH/REDS os procedimentos técnicos adotados pelo profissional;
7. Faça um relatório ao comandante da UEOp ou ao CBU do conflito havido,
citando dados completos da ocorrência e testemunhas.
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
147
P 612 – RECUSA DE ATENDIMENTO
1. QUESTÕES LEGAIS
a. Todas as pessoas têm direito constitucional à assistência à saúde;
b. A vida e a saúde são bens indisponíveis;
c. O BM, como garantidor legal, possui o dever de socorrer;
d. Se a vítima interpõe óbices intransponíveis ao auxílio, não há que se
falar em crime de omissão de socorro;
e. Em caso de recusa de paciente vítima de lesões leves (ou
potencialmente leves), em que o próprio paciente ou representante
legal pode buscar socorro adequado ou providenciar sua própria
assistência por meios próprios, também não há crime.
2. EXECUTE A AVALIAÇÃO DO PACIENTE CONFORME P 101.
3. OS SEGUINTES DADOS DEVEM SER CONHECIDOS DO SOCORRISTA,
ANTES QUE O PACIENTE POSSA RECUSAR FORMALMENTE O
ATENDIMENTO:
a. O paciente está alerta e orientado quanto à pessoa, tempo e lugar?
b. Há algum sinal que o impeça de compreender as conseqüências de
sua decisão, tais como:
i. Uso de álcool ou drogas;
ii. Desordens psiquiátricas ou psicológicas;
iii. Paciente apresenta-se como um perigo para si e para outros;
iv. Trauma de cabeça;
v. Histórico de doença que afeta sua capacidade mental;
vi. Alguma outra condição clínica que possa limitar sua capacidade
de pensar racionalmente;
vii. Baixa idade.
c. Os sinais vitais estão normais?
d. O paciente compreende as possíveis conseqüências de sua recusa?
e. O paciente oferece uma resistência instransponível ao atendimento?
f. O quadro clínico do paciente é potencialmente grave?
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
4. SE O PACIENTE (OU REPRESENTANTE
ATENDIMENTO, MAS A GUARNIÇÃO BM
NECESSITA DE ATENDIMENTO MÉDICO:
148
LEGAL) RECUSA O
ENTENDE QUE ELE
a. Tente contar com os familiares, ou amigos ou pessoas próximas a ele
no sentido de ajudar a convencê-lo da gravidade de sua condição;
b. Contate a regulação médica (se disponível) ou o médico do paciente
(se disponível), e permita que o paciente fale com um profissional
médico que possa auxiliar a Gu BM a convencê-lo da necessidade do
atendimento e transporte;
c. Se o paciente ainda recusa atendimento, solicite SAV (se disponível),
para auxiliar a Gu BM;
d. Se ainda assim não houver sucesso nas tentativas, solicite autoridade
policial para auxiliar no socorro e/ou registrar a recusa de atendimento.
5. SE O PACIENTE POSSUI LESÕES LEVES, SE O MECANISMO DE LESÃO
NÃO FOI SIGNIFICATIVO E O MESMO NÃO DESEJA SER ATENDIDO, O
SOCORRISTA PODERÁ ACATAR SEU DESEJO.
6. OS DADOS PESSOAIS E CLÍNICOS DO PACIENTE E OS DADOS DA
OCORRÊNCIA DEVEM SER COLHIDOS EM TODOS OS CASOS DE
RECUSA. CASO O PACIENTE NÃO PERMITA A COLETA DESTES
DADOS, TAL FATO DEVE CONSTAR EM RELATÓRIO (RAPH/REDS)
7. ARROLE 2 TESTEMUNHAS E ORIENTE O PACIENTE QUANTO AOS
SEGUINTES ASPECTOS:
a. A Gu BM que o atendeu não é composta por médico (Obs.: em caso de
SBV);
b. A Gu BM não tem aparelhos médicos de alta resolução nem dispõe de
exames laboratoriais precisos para fornecer um diagnóstico médico
preciso da gravidade do paciente;
c. Seu estado médico pode se agravar em decorrência de eventual
condição clínica oculta não detectada pela Gu BM;
d. O serviço de emergência do CBMMG está disponível 24 horas / dia e
acessível via telefone 193.
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
149
P 613 – PRESUNÇÃO DE ÓBITO
1. QUESTÕES LEGAIS
a. Somente profissional
constatação de óbito;
médico
pode
expedir
a
declaração
de
b. Em casos óbvios, contudo, o profissional não médico pode constatar o
óbito. São situações extremas.
2. PROPOSTA
a. Auxiliar a Gu BM a constatar ou presumir o óbito do paciente em
ambiente extra-hospitalar.
3. INDICAÇÕES
a. Presunção de óbito, sem que se inicie as manobras de RCP deve ser
considerada apenas nas seguintes condições:
i. Decapitação;
ii. Decomposição;
iii. Rigor mortis (é um sinal reconhecível de morte que é causado por
uma mudança química nos músculos, causando aos membros do
cadáver um endurecimento e impossibilidade de movimentá-los ou
manipulá-los);
iv. Livor mortis (livor hipostático ou livor cadavérico): é um sinal de
morte, no qual há o aparecimento de manchas róseas ou arroxeadas
na parte do corpo em contato com a superfície, devido à gravidade.
v. Secção de tronco com parada cardiorrespiratória;
vi. Esmagamento total de crânio com parada cardiorrespiratória;
vii. Carbonização;
viii. Paciente adulto sem pulso e apnéico, mesmo após
permeabilização de vias aéreas, em ocorrências com múltiplas
vítimas, em que os recursos operacionais são insuficientes para
atendimento de todas as vítimas, mas apenas das vivas (que
respiram e tem pulso);
 Em caso de mulher grávida, mesmo com lesão incompatível com a vida (e.g.
esmagamento total de cabeça) com PCR testemunhada, deve-se iniciar a RCP
e transportá-la para o hospital de referência mais próximo, na tentativa de
salvar o feto!
 Paciente hipotérmico pode sobreviver mesmo em situações extremas de
parada cardiorrespiratória.
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
150
Apêndices
Apêndices
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
151
APÊNDICE 01 – ASPECTOS MÉDICOS, LEGAIS E ÉTICOS
1. ASPECTOS MÉDICOS
a. O consentimento do paciente:
Ainda que a saúde e a vida sejam bens jurídicos indisponíveis segundo
o direito brasileiro, o socorrista deve obter o CONSENTIMENTO do
paciente ou seu representante legal para atendê-lo.
b. Considera-se implícito o consentimento de uma vítima inconsciente;
c. Diante da recusa em ser atendido, agir conforme P 612;
d. Somente são consideradas mortes óbvias ao socorrista os casos
citados em P 613.
2. ASPECTOS LEGAIS
a. O socorrista Bombeiro Militar executa suporte básico de vida em
pacientes acometidos de agravos clínicos, traumáticos, obstétricos e
psiquiátricos. Suas atribuições no APH estão definidas principalmente
nas seguintes normas:
i. Constituição Federal de 1988, Art. 144, § 5º;
ii. Constituição Estadual de 1989, Art. 142, Inciso II;
iii. Lei Complementar Nº 54, de 13Dez99, art 3º e 27;
iv. Portaria Nº 2.048/02 – Ministério da Saúde;
v. Resolução Nº 1.671/03 – Conselho Federal de Medicina;
vi. Documentos normativos do CBMMG: Resoluções, Memorandos,
Instruções, dentre outros.
b. O Bombeiro Militar tem o DEVER DE AGIR, pois segundo o §2º do art.
29 do Código Penal Brasileiro – CPB “...o dever de agir incumbe a
quem tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou
vigilância...”, mesmo que tenha que enfrentar o perigo, conforme §1º
do art. 24 do mesmo CPB;
c. No seu agir, o BM deve guiar-se pelo Princípio da Legalidade Estrita,
pelo qual o agente público somente pode fazer o que a norma manda,
não o que ela não proíbe.
d. Imprudência é a conduta positiva praticada pelo agente que, por não
observar o seu dever de cuidado, vem a causar o resultado lesivo que
lhe era previsível. É o agir a mais que o permitido.
e. Negligência, ao contrário, é uma conduta negativa. É sempre deixar de
fazer aquilo que a diligência normal impunha. É o agir a menos que o
exigido.
Apêndices
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
152
f. Imperícia ocorre quando há uma inaptidão, momentânea ou não, do
agente no exercício de arte ou profissão. Diz-se que a imperícia está
ligada, basicamente, à atividade profissional do agente. É
inobservância de regra técnica.
 Segundo interpretação do § 2º do Art. 13 do Código Penal Brasileiro, se o
Bombeiro Militar se omite em socorrer, ele responde pelos danos sofridos pelo
paciente. Se o paciente vem a óbito, por exemplo, o BM responde por
homicídio, e não por omissão de socorro apenas.
3. ASPECTOS ÉTICOS
a. A ética bombeiro-militar é definida pelas normas, regras e
regulamentos, e em especial pela lei estadual nº 14.310 , de 19/06/02 –
Código de Ética e Disciplina dos Militares do Estado de Minas Gerais.
b. Sigilo Profissional – é a obrigação do Bombeiro Militar “não revelar
informações pessoais ou relativas à situação clínica da vítima a quem
não esteja diretamente envolvido no atendimento da emergência e que
dessas informações devam ter conhecimento”;
c. Direitos do paciente
i. Segundo o art. 196 da Constituição Federal de 1988, “Saúde é
direito de todos e dever do Estado.” São, ainda, DIREITOS
DO PACIENTE:
1. Identificar o profissional de saúde – Bombeiro ou não por nome completo, função ou cargo;
2. Ser identificado e tratado pelo nome e sobrenome, não
pelo nome da doença ou do agravo da saúde (Ex:
aidético, tuberculoso, leproso, drogado) ou por apelidos e
termos pejorativos;
3. Receber explicações claras sobre o tipo de atendimento
que está recebendo por parte do socorrista, o que inclui
cópia da RAPH/REDS;
4. Atendimento humano, atencioso e respeitoso, por parte
de todos os profissionais – BM e outros;
5. Ter seu caso tratado com sigilo e discrição.
Apêndices
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
153
APÊNDICE 02 – SINAIS VITAIS
1. CONCEITO
a. Sinais vitais são as medidas das mais básicas funções do corpo. São
quatro: temperatura, pressão arterial, respiração e pulso. São
indicativos importantes também a cor da pele e mucosas, perfusão
capilar e oximetria de pulso.
b. Seus valores possuem pequenas alterações conforme as referências
bibliográficas adotadas
2. MEDIDAS
a. Temperatura corporal (axilar)
Normal
Febre
discreta
Febre
moderada
Febre
Elevada
Hiperpirexia
36,6° a
37,2°C
37,3° a
38,4°C
38,5° a
39,0°C
39,1° a
40,5°C
>40,5°C
b. Movimentos respiratórios por minuto (MRPM)
Adulto
Criança
Bebê
Neonato
12 a 20
15 a 30
25 a 50
30 a 60
c. Pulso (batimentos cardíacos por minuto – BCPM)
Adulto
Criança
Bebê/Neonato
60 a 100
70 a 150
100 a 160
d. Pressão arterial
Sistólica (mm Hg)
Diastólica (mm Hg)
Adulto
110-140
60-90
Criança / Bebê
80 + 2X Idade
2/3 Sistólica
3. PROCEDIMENTOS PARA SE MEDIR A PRESSÃO ARTERIAL
a. Observações gerais
i. Explique para o paciente o procedimento que será realizado.
ii. O manguito deve ter largura de dois terços em relação ao
comprimento da porção da extremidade onde será medida a PA
b. Método Auscultatório
i. Posicione a vítima com o braço apoiado no nível do coração.
ii. Localize o manômetro de modo a visualizar claramente os
valores da medida.
iii. Selecione o tamanho da braçadeira indicada para o paciente
(adultos, crianças e bebês). A largura do manguito deve
corresponder a 40% da circunferência braquial e seu
comprimento a 80%.
Apêndices
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
154
iv. Localize a artéria braquial ao longo da face interna superior do
braço palpando-a.
v. Envolva a braçadeira em torno do braço, centralizando o
manguito sobre a artéria braquial.
vi. Mantenha a margem inferior da braçadeira a 2,5cm acima da
dobra do cotovelo e encontre o centro do manguito dobrando ao
meio.
vii. Determine o nível máximo de insuflação palpando o pulso radial
até seu desaparecimento, registrando o valor (pressão sistólica
palpada) e aumentando mais 30 mmHg.
viii. Posicione o estetoscópio sobre a artéria braquial palpada abaixo
do manguito na fossa antecubital.
ix. Desinsufle o manguito de modo que a pressão caia de 2 a 3
mmHg por segundo.
x. Identifique a pressão sistólica (máxima) observando no
manômetro o ponto correspondente ao primeiro batimento
regular audível.
xi. Identifique a pressão diastólica (mínima) observando no
manômetro o ponto correspondente ao último batimento regular
audível.
xii. Desinsufle totalmente o aparelho com atenção voltada ao
completo desaparecimento dos batimentos.
xiii. Retire o aparelho do braço e guarde-o cuidadosamente a fim de
evitar danos.
xiv. Anote a PA e a hora. Exemplo PA. 126X84 mmHg, 10h55min.
c. Método Palpatório
i. Coloque as pontas dos dedos no pulso radial. Sinta o pulso.
ii. Determine o nível máximo de insuflação palpando o pulso radial
até seu desaparecimento, registrando o valor (pressão sistólica
palpada) e aumentando mais 30 mmHg.
iii. Vagarosamente esvazie o manguito, observando o manômetro
ou a coluna de mercúrio.
iv. Quando perceber o retomo do pulso radial, leia a pressão
sistólica aproximada.
v. Anote a PA, hora e método usado. Exemplo: PAS 120 mmHg
(palpação), 10h55min.
 A posição em que a vítima se encontra (em pé, sentado ou deitado), atividade física
recente, a emoção ou dor da ocorrência e o equipamento inadequado podem alterar
os níveis da pressão.
Apêndices
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155
APÊNDICE 03 – ESTADO DE CHOQUE
1. SINAIS E SINTOMAS
a. Sinais e sintomas universais de todos os tipos de choques
i. Sinais precoces
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Taquicardia
Pulso fraco
Reenchimento capilar > 2 segundos
Palidez cutânea
Vasoconstrição cutânea (cianose)
Sudorese
Pele fria
ii. Sinais tardios
1. Hipotensão arterial
2. Taquipnéia
3. Alterações neurológicas (comportamentais)
b. Sinais e sintomas típicos dos choques específicos
i. Choque cardiogênico
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Hipertensão seguido de hipotensão
Taquicardia seguida de Bradicardia
Dispnéia
Sudorese
Palidez cutânea
Alterações neurológicas (comportamentais)
ii. Choque neurogênico
1. Hipotensão
2. Bradicardia
3. Pele rosada e bem perfundida.
iii. Choque psicogênico
1. Hipotensão
2. Bradicardia seguida de taquicardia
iv. Choque séptico
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Hipotensão persistente
Pele quente e ruborizada
Calafrios
Febre
Taquipnéia
Taquicardia
v. Choque anafilático
1. Pele avermelhada, com coceira ou queimação
2. Edema de face e língua
3. Respiração ruidosa e difícil
Apêndices
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
4.
5.
6.
7.
8.
156
Hipotensão arterial
Pulso fraco
Tontura
Palidez e cianose
Coma
vi. Choque hipovolêmico (hemorrágico)
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Ansiedade e inquietação
Náuseas e vômitos
Boca, língua e lábios secos
Sede intensa
PA sistólica menor que 90 mmHg (tardio)
Taquicardia
Taquipnéia seguida de bradipnéia com respiração rápida
e profunda
8. Enchimento capilar acima de 2 segundos
9. Pele fria, úmida e pegajosa
10. Palidez ou cianose
11. Olhos opacos e pupilas dilatadas
12. Torpor e coma
c. Classificação do choque hipovolêmico hemorrágico no adulto
Classe I
Classe II
Perda
sangüínea
700 – 750 ml 750 - 1500 ml
(ml)
Perda
sangüínea
Até 15%
15 -30%
(%)
Frequência
de
< 100
Entre 100 -120
pulso
Pressão Arterial
Frequência
Respiratória
Estado Mental
Apêndices
Classe III
Classe IV
1500 - 2000 ml
> 2000 ml
30-40%
> 40%
>120
>140
Normal
Normal
Diminuída
Muito
Diminuída
14-20
20-30
30-40
>35
Ansiedade
Leve
Ansiedade
Moderada
Ansioso
e Confuso
Ansioso e
Letárgico
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
157
APÊNDICE 04 – ESCALA DE APGAR
1. CONCEITO
É a escala de avaliação do quadro da vitalidade do neonato, logo após o
nascimento.
2. CONDUTA
a. Devem ser feitas três medições: no primeiro, no quinto e no décimo
minuto.
b. Avalia-se através da pontuação determinada no momento do nascimento
e aos 5 (cinco) minutos de vida.
3. PARÂMETROS
a. Tabela Escala de APGAR
PARÂMETROS
0
Frequência
Cardíaca
Ausente
Esforço
Respiratório
Ausente
Tônus Muscular
Flácido
Reflexos
de
Ausente
Irritabilidade
Cianose
Coloração
da
generalizada
Pele
ou palidez
PONTUAÇÃO
1
2
Menor que 100
Maior que 100 BPM
BPM
Choro
fraco
Choro
forte
Respiração
Respiração regular
irregular
Discreta
flexão Semiflexão
de extremidade
completa
Resposta
com
Tosse ou espirro
careta
Corpo
róseo,
Completamente
extremidades
róseo
cianóticas
b. Deve ser avaliado no primeiro minuto e, novamente, aos cinco minutos de
vida.
c. Quando a nota de cinco minutos for inferior a 7, novas avaliações devem
ser
realizadas
a
cada
cinco
minutos,
por
até
20
minutos,
e
adequadamente registradas.
d. Não deve servir para decisão quanto à reanimação do neonato.
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
a. O resultado encontrado deve ser informado ao médico no hospital, uma
vez que as notas obtidas nos primeiro e quinto minutos são registradas no
“Cartão da Criança”.
Apêndices
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
158
APÊNDICE 05 – ESCALA DE COMA DE GLASGOW – ADULTO
1. CONCEITO
Escala de Coma de Glasgow (ECG) é uma escala neurológica com objetivo
de registrar o nível de consciência e responsividade de um paciente.
2. PARÂMETROS
a. Abertura Ocular
Espontânea 4 pontos
À voz
3 pontos
À dor
Ausente
2 pontos
1 ponto
Olhos abertos espontaneamente com movimentos normais.
Olhos fechados que só se abrem mediante um estímulo
verbal, não necessariamente à ordem de “abra os olhos”.
Olhos fechados que só se abrem mediante estímulo doloroso.
Não abre os olhos.
b. Resposta Verbal
Orientada
Confusa
5 pontos
4 pontos
Palavras
3 pontos
desconexas
Sons
2 pontos
ininteligíveis
Ausente
1 ponto
Consegue descrever quem é, e o que aconteceu etc...
Responde às perguntas, mas não sabe descrever quem é,
onde está ou o que aconteceu.
Diz palavras isoladas e sem sentido, não conseguindo formar
frases completas.
Não consegue sequer articular palavras, emitindo apenas
murmúrios ou grunhidos.
Não emite qualquer som vocal.
c. Resposta Motora
Obedece a 6 pontos
comandos
Localiza
5 pontos
estímulos
dolorosos
Retira à dor 4 pontos
Flexão
3 pontos
anormal
(decorticação)
Extensão
2 pontos
anormal
(Descerebração)
Ausência de 1 ponto
resposta
É capaz de executar movimentos mediante solicitação verbal,
do tipo “aperte minha mão, levante a perna, mova o pé etc...”
Consegue localizar a região onde está sendo estimulado
dolorosamente e tenta remover a mão do examinador para
impedi-lo.
Retirada inespecífica: o indivíduo retira o estímulo doloroso
mediante flexão do membro estimulado, numa resposta
reflexa.
Ao ser estimulado flexiona as extremidades superiores e
estende as extremidades inferiores assumindo a atitude de
decorticação.
Ao ser estimulado, estende as extremidades superiores e
inferiores assumindo a chamada atitude de descerebração.
Irresponsivo.
3. CLASSIFICAÇÃO DO TCE SEGUNDO A PONTUAÇÃO NA ECG ADULTA
a. TCE Leve - 13 a 15
b. TCE Moderado - 9 a 12
c. TCE Grave - 3 a 8
Apêndices
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
159
APÊNDICE 06 – ESCALA DE COMA DE GLASGOW - PEDIÁTRICA
1. CONCEITO
a. A Escala de Coma de Glasgow (ECG) pediátrica é uma escala
neurológica com objetivo de registrar o nível de consciência e
responsividade de um paciente pediátrico menor de 5 anos durante a
avaliação inicial sempre que possível, será contínua e após um
traumatismo craniano ou traumas diversos.
2. PARÂMETROS
a. Abertura Ocular
Espontânea 4 pontos Olhos abertos espontaneamente. Abre os olhos.
À voz
3 pontos Olhos fechados que só se abrem mediante um estímulo
verbal.
À dor
2 pontos Olhos fechados que só se abrem mediante um pequeno
estímulo doloroso.
Ausente
1 ponto Não abre os olhos.
b. Resposta Verbal
Balbucio
5 pontos
Choro
irritante
Choro a dor
Gemido a
dor
Ausente
4 pontos
Orientado para o som, segue objetos, fixa objetos,
interage, sorriso social e “palavra apropriada (>1ano)”.
Choro contínuo, mas consolável; palavra inapropriada.
3 pontos
2 pontos
Choro persistente irritado, inconsolável gemendo.
Inquieto, agitado, inconsolável e geme.
1 ponto
Não emite qualquer som.
c. Resposta Motora
Movimento 6 pontos
espontâneo
Retira
ao 5 pontos
toque
Retira à dor 4 pontos
Flexão
anormal
3 pontos
Extensão
anormal
Ausente
2 pontos
1 ponto
É capaz de executar movimentos espontâneos ou propositais
sozinho.
Consegue sentir a região onde está sendo estimulada e tenta
se afastar.
Consegue sentir a região onde está sendo estimulada a dor e
se afasta.
Ao ser estimulado flexiona as extremidades superiores e
estende as extremidades inferiores assumindo a atitude de
decorticação.
Ao ser estimulado, estende as extremidades superiores e
inferiores assumindo a chamada atitude de descerebração.
Ausência de qualquer resposta
3. CLASSIFICAÇÃO DO TCE SEGUNDO A PONTUAÇÃO NA ECG PEDIÁTRICA
a. 13 a 15 – leve
b. 9 a 12 – moderado
c. 3 a 8 – grave
Apêndices
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
160
APÊNDICE 07 – ESCALA DE TRAUMA SCORE
1. CONCEITO
a. A escala de Trauma Score (TS) visa quantificar o nível da gravidade de
um paciente traumatizado, sendo assim fator decisivo para orientar a
conduta do socorrista no atendimento e na triagem (situação onde a
emergência ultrapassa a capacidade de resposta).
b. É composta de uma combinação de resultados a partir de três
categorias: Escala de Coma de Glasgow, Pressão Arterial Sistólica e
Frequência Respiratória.
c. A Escala de Trauma Score não inclui o enchimento capilar e a
expansão pulmonar, visto a subjetividade destes.
2. PARÂMETROS
a. Tabela de Trauma Score
Valor
Pontos na Escala
de Coma de
Glasgow
Pressão
Arterial
Sistólica
Frequência
Respiratória
4
13 - 15
> 89
10 - 29
3
9 - 12
76 - 89
> 29
2
6-8
50 - 75
6-9
1
4-5
1 - 49
1-5
0
3
0
0
Interpretação do resultado da escala de trauma:
Trauma grave: 0 a 6
Trauma moderado: 7 a 10
Trauma leve: 11 a 12
Apêndices
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
161
APÊNDICE 08 – MAPA CARGA PADRÃO DE UR
Ord EQUIPAMENTO / MATERIAL
01
Abridor de mandíbula
02
Álcool Etílico 70%
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
Aparelho de oxigênio portátil completo
composto de cilindro de 3 lts (ou maior),
manômetro, fluxômetro e máscara facial.
Acondicionado em bolsa ou maleta.
Avental descartável (EPI do TEM)
Aspirador elétrico portátil de secreções
Ataduras de crepom de 15 cm de diâmetro (
Pct c/ 12)
Bóia tipo lifebelt (salsichão)
Bolsa de resgate, em cordura (cor azul ou
laranja)
Campo operatório – pacote com 50 unidades
Capa de chuva
Capacete para salvamento
Catéter nasal
Cobertor
Colar cervical de peça única, modelo stiffineck
ou similar
20
Colchonete
Colete de imobilização dorsal tipo KED
Colete reflexivo
Cone sinaleiro escamoteável reflexivo
Conjunto com 6 cânulas de guedel (tam. de 1
a 6)
Desfibrilador Externo Automático (DEA)
21
Esfigmomanômetro
22
Esparadrapo (Rolo de 0,10 a 4,5 mts)
23
Estetoscópio
24
25
26
27
28
29
30
31
Extintor de PQS 8 Kg
Fita zebrada para isolamento
Hipoclorito de sódio a 1%
Imobilizador de cabeça tipo bashaw
Imobilizador pediátrico de corpo inteiro
Kit de queimadura
Kit obstétrico
Kit para salvamento em altura
19
Apêndices
TAM
QUANT.
-Litro (1000 ml)
Almotolia (250 ml)
1a2
2a3
1
--
1
---
10 a 15
1
--
2a3
--
1
--
1
-----Pediátrico
No Neck
Pequeno
Médio
-----
1
4
4
10 a 15
2a3
1
1
2
2
1
1
4
3
--
1
-Pediátrico
Adulto
-Pediátrico
Adulto
--Litro (1000 ml)
------
1
1
2
2a3
1
2
1
2a3
2a3
2
1
2a3
2
1
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
Ord
32
33
34
35
36
EQUIPAMENTO / MATERIAL
Lanterna a pilha de 3 elementos1
Lanterna de recarga em viatura1
Lanterna de verificação de pupila
Lençol de papel (Rolo com 50 mts)
Luva de borracha para limpeza e desinfecção
(par)
37
Luva descartável (Caixa com 50 pares)
38
39
40
41
42
Luva de vaqueta (ou de couro e tecido) - par
Maca escamoteável com rodas
Maca tipo colher1
Maca tipo Sked
Manta aluminizada
Máscara facial com reservatório para
oxigenioterapia
Máscara facial (EPI do TEM)
Óculos de proteção
Oxímetro de pulso portátil
Pocket mask
Prancha longa1
Prancha longa de metal1
Prancheta de metal
Protocolo de APH
Rádio HT completo (bateria, antena e capa)
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
162
TAM
----
QUANT.
-2
1
1
--
4a6
Pequeno
Médio
Grande
------
1
1
1
3a4
1
1
1
3a5
--
3a5
---------Neo-natal
Respirador manual adulto tipo AMBU com
Pediátrico
reservatório
Adulto
Litro (1000 ml)
Sabão líquido Neutro
Almotolia (250 ml)
Saco de lixo de 30 lts
-Tam 8
Sonda de aspiração flexível
Tam 12
Sonda de aspiração rígida
-Soro fisiológico (Frasco com 50 ml)
-Pequeno
Médio
Talas moldáveis de espuma e metal
Grande
Tenda
(dispositivo
de
oxigenoterapia
Tamanho unico
neonatal)
Tesoura ponta romba (para tecidos e couro)
-Tesoura de lister serrilhada
-Tracionador de fêmur adulto
-Tracionador de fêmur pediátrico
-Luva estéril de plástico para aspiração
---
40 a 50
3a4
1
1
1a2
1
1
1
1
1
1
1
2a3
1
10 a 12
4a8
4a8
2a3
4a6
3
6
4
2
2
2
1
1
5
1
Este material pode ser substituído por outro similar
Apêndices
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
163
1. OBSERVAÇÕES:
1.1 Os materiais de limpeza e assepsia previstos deverão estar registrados no
Ministério da Saúde.
1.2 Os materiais e equipamentos acima descritos são o mínimo a ser exigido para
uma Unidade de Resgate. Havendo necessidade de se acrescentar outros, tal
procedimento será efetuado por autorização do Comandante da UEOp, que decidirá
baseado nos seguintes aspectos:




necessidade operacional demonstrada;
relação custo x benefício;
qualificação dos socorristas para utilizarem os itens incrementados;
possibilidade de acondicionamento adequado nos compartimentos da
Unidade de Resgate.
1.3 Composição dos Kits
Os Kits acima descritos terão a seguinte composição:
1.3.1 Kit para queimadura





01 cobertor térmico aluminizado - tam: 2,10 X 1,40 M ou plástico estéril
01 pacote de atadura de rayon - tam: 7,5 X 5 CM
01 pacote de gaze vaselinada - tam: 7,6 X 7,6 CM
01 protetor para queimadura e evisceração – tam 1 X 1 M
01 frasco de soro fisiológico - frasco de 250 ML
1.3.2 Kit para parto











02 aventais descartáveis
01 bisturi descartável nº 22
02 braceletes para identificação
01 compressa estéril de 15 X 10 CM
01 compressa estéril de 30 X 15 CM
01 cobertor térmico - Tam: 2,10 X 1,40 M
02 clamps estéreis (prendedor umbilical)
01 lençol descartável 2,00 X 0,90 CM
02 pares de luva estéril Tam M (7,5 ou 8,5)
01 saco de expurgo hospitalar 20 litros
02 absorventes hospitalares
1.3.3 Kit de salvamento em altura







Apêndices
01 Bolsa de nylon
01 corda de poliamida de 11 mm de diâmetro e lance de 30 m
01fita tubular ou cabo solteiro de 5 m
01 boldrier
01 par de luvas de vaqueta
01 freio 8
02 mosquetões de duralumínio
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164
APÊNDICE 09 – DURAÇÃO DE CILINDRO DE O2
1. CILINDROS MAIS COMUNS COMERCIALIZADOS
Capacidade
Peso
Quantidade em m3
Altura
3 litros
5 kg
0,45 m3
0,40 cm
5 litros
7 kg
0,75 m3
0,40 cm
7 litros
10 kg
1,00 m3
0,45 cm
15 litros
17 kg
2,40 m3
0,88 cm
20 litros
30 kg
4,00 m3
0,72 cm
40 litros
48 kg
8,00 m3
1,32 cm
50 litros
58 kg
10,00 m3
1,42 cm
2. DURAÇÃO RESIDUAL DO CILINDRO
Tr =
P x C_
1atm x Q
; onde
Tr = Tempo residual, em minutos
P = Pressão do Cilindro, em bar (utilizando o manômetro)
C = Capacidade hidráulica do cilindro, em litros (esta informação está gravada no
corpo do cilindro)
1 atm = Pressão atmosfera aproximada
Q = Vazão, em litros por minuto
Dado : a) 1 atm ~ 1 bar, pois 1 atm = 760 mmHg e 1bar = 750 mmHg
b) O ideal seria utilizar a variação da pressão
Observação: Quando os manômetros do CBMMG apresentarem uma leitura da
pressão do cilindro em unidade que não sejam BAR, é necessário realizar a
conversão para mesma unidade de pressão na fórmula e ainda adaptar a unidade
de volume conforme o sistema internacional.
Apêndices
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
165
Tabela de Conversão
Pressão
atm
PSI (lbf/in2)
Bar
Pascal (Pa)
atm
1,0
14,6959
1,01325
101325
PSI (lbf/in2)
0,0680
1,0
0,06895
6894,8
Bar
0,9869
14,5
1,0
10000
Pascal (Pa)
0,000009869
0,0001450377
0,00001
1,0
Fonte: http://falandofisicamente.blogspot.com.br/2011/06/relatorio-foguete-agua.html, acesso 21/11/12 às 16h.
MÉTODO DE CÁLCULO O TEMPO RESIDUAL DO CILINDRO
2.1 Dados hipotéticos: Cilindro de 50 L, Pressão do manômetro de 100 bar, e Vazão
ou fluxo de 10 litros/min;
2.2 Tr = 100 bar x 50 litros / 1 atm x 10 (litros/ min)
2.2.1Cálculo:
Tr = 100 bar x 50 litros / 1 x min = 500min
Atm 10 litros
2.3 Resultado 500 min residuais.
Equação Global:
X minutos residuais =
Pressão x Capacidade
Vazão x Pressão atmosférica
Apêndices
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
166
Referências Bibliográficas
Referências Bibliográficas
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
167
REFERÊNCIAS
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Referências Bibliográficas
Revisado em 15/01/2013
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
169
Esta Instrução Técnica Operacional entra em vigor na data de sua publicação
e revoga as disposições em contrário.
Quartel em Belo Horizonte, 15 de janeiro de 2013.
IVAN GAMALIEL PINTO, CORONEL BM
Chefe do Estado-Maior / Subcomandante Geral
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