Clique aqui para baixar o catálogo. - Quinta

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Com alegria apresentamos a segunda edição do Festival
Internacional de Cinema Experimental DOBRA. Aqui
estamos novamente, às margens da Baía de Guanabara,
este ano na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio
de Janeiro, para mais uma vez abrir espaço para um cinema
de invenção e resistência, afirmando a potencia de criação
das artes fílmicas.
Conclamamos um cinema de desobediência técnica, que se
apropria da multiplicidade de materiais e instrumentos que
nos foram dados pelos cem anos de cinema, de todo o
desmonte do arsenal videográfico e da indústria da imagem
de celuloide, para quebrar os pressupostos da produção
industrial e devolver ao público uma experiência cinemática
que é pura criação de arte.
Dobra segue apostando na permanência do meio fílmico e
apresenta um cinema onde os atravessamentos de meios e
técnicas fazem a crítica dos imperativos industriais. Um
cinema impuro, feito por artistas que perturbam as diretrizes
tecnológicas de incontáveis maneiras e com toda a liberdade
que pressupõe a atividade criadora. Um cinema que não se
subordina aos padrões impostos pelo mainstream e pela
indústria do entretenimento.
29 de agosto a 04 de setembro de 2016
Cinemateca Museu de Arte Moderna MAM/RJ
O cinema das dobras que invocamos afirma as conexões
entre outras artes e acolhe as diferentes linguagens, está
além de categorias e atualiza práticas e plásticas. Em 2016,
Dobra reúne obras fílmicas que ampliam o jogo sensorial das
imagens em movimento e aprofundam a reflexão a cerca do
mundo contemporâneo. Num percurso de atravessamentos
que supera barreiras entre o dentro e o fora, a programação
dessa segunda edição perpassa Américas e Europa,
descolonizando a travessia do Atlântico e reinventando a
ordenação entre norte e sul.
Compreendemos o cinema experimental como um nó
disciplinar, capaz de acolher todas as transplantações
plásticas e poéticas, um cinema de provocação, que engaja
a imagem em movimento de maneira criativa,
desorganizando e reorganizando os seus componentes.
Em 2016 Dobra conta com a luminosa colaboração de
alguns curadores convidados, Rita Piffer, Courtney Fellion,
Lili White, Gondwana Antropoceno, Florencia Incarbone,
Sebastian Wiedemann e do grupo RISCO, que há mais de
um ano vem construindo uma importante cena de exibição
para o cinema experimental na cidade do Rio de Janeiro.
Trazemos também Luis Macías e Adriana Vila, fundadores
do Crater Lab em Barcelona, para a performance de
abertura e a realização de uma oficina prática de revelação
experimental em 16mm.
Tendo a primavera diante de nós, Dobra resiste as
tempestades dos últimos tempos e se afirma como um
Festival Internacional de Cinema Experimental em sintonia
com a lógica do alargamento do campo da arte.
Trabalhamos para ampliar os espaços de resistência e
rebeldia em relação a padrões ordenadores para a
expressão artística e pretendemos colocar o cinema no
centro desse jogo. Arte do movimento e da montagem, o
cinema experimental está sempre ativando a superfície do
grande lago da arte, movendo suas águas e se dobrando em
ondas, que nos brindam com surpreendentes formas de vida
e afetos sensíveis.
Vamos em frente!
Abraços redobrados,
Cristiana Miranda
Curadora
Panorama: Impurezas e Desobediência, o Dentro e o
Fora do Cinema Experimental.
01 de setembro
Pure Virtual Function , Péter Lichter
(Hungária, 35mm/Digital. 3min, 2015)
Uma meditação abstrata sobre a representação da violência, a conexão entre
agressão virual e real. O filme é feito a partir de tiras de película de 35mm pintadas
a mão, e som gravados na guerra do Iraque.
Vende – se carne humana, sobre aquilo que nos diz respeito,
Cristiana Miranda
(BRASIL, 16mm/Digital, 07'07”, 2016)
As estátuas romanas do Jardim Suspenso do Valongo escondem histórias de
sangue e morte. Um jardim à sete metros do chão, às margens do morro da
Conceição. Feito de longas escadas no estilo Napoleão III, ornamentado com
estátuas que vigiam as curvas da Guanabara, Baía que a cidade insiste em ocupar.
Um monumento para uma cidade de escravos. Cobrindo as estátuas romanas com
palha de Omulú, divindade africana cultuada no candomblé brasileiro,
interogamos as narrativas simbólicas das tantas opressões que nos constituem, a
violência cotidiana de venerar símbolos distantes que nos foram impostos. Um
gesto de enfrentamento e revelação.
História de Abraim, Otavio Cury
(Brasil, Digital, 12'27'',2015 )
O encontro inesperado de Abraim Joaquim Guariba, 75, com o diretor Otavio
Cury. As conversam revelam memórias de um homem que foi trocado por uma
vaca quando era criança e sua luta ao longo de 4 décadas por uma terra para o
seu povo Macuxi.
Kbela, Yasmim Thayná
(Brasil, Digital, 23min,2015)
Um olhar sensível sobre a experiência do racismo vivido cotidianamente por
mulheres negras. A descoberta de uma força ancestral que emerge de seus
cabelos crespos transcedendo o embraquecimento. Um exercício subjetivo da
autorepresentação e empoderamento.
Faded color, Rosalena Brady
(EUA, 16mm/Digital, 04'16”, 2013)
Filme alquímico criado para reprogramar o efeito de auto-ativação feito por
comerciais de beleza. Utiliza gestos corporais repetitivos para desconstruir o corpo
da mulher mostrado num comercial de tintura de cabelo. Através da transformação
química, a cor desgastada simboliza o paradoxo da beleza. O filme de 16mm foi
processado a mão com aditivo do tintura de cabelo Clairol Shade#2.
F – Line, Silvia Turchin
(EUA, 16mm/Digital, 08'58”, 2014)
F-Line é um documentário sensorial que explora o passado etéreo dos bondes de
São Francisco. Filmado em celulóide, F-Line incorpora de um modo textural um
modo de perceber essas relíquias e examina os traços misteriosos do tempo que
flutuam além da superfície. Ao remover temporariamente o véu do presente, o
filme possibilita que o espectador experimente o mundo latente da memória
pessoal num espaço público.
Batagur Baska, Bernd Lutzeler e Guido Möbius
(Alemanha, Super 8/35mm, 07'07”, 2016)
Eles estão aqui todos os dias. Eles vêm de longe e sem objetivo. Eles não se
conhecem e não vão se conhecer. Eles carregam dispositivos para otimizar sua
experiência. Eles engajam-se no mundo através de um pequeno quadro. Eles
acreditam que esse momento permanecerá memorável.
Los (De)pendientes, Sebastian Wiedemann
(Colombia, Digital, 24', 2016)
O filme é um esforço em trazer as imagens do cinema político argentino para um
estado de catástrofe, onde a as forças vitais emergem dos interstícios. Tentando
liberar as imagens da moral, tentando formar uma nova imagem das pessoas.
Busca por uma nova imagem de pensamento para as pessoas no documentário
argentino. Reciclar imagens como possibilidade de uma segunda vida para essas
pessoas, um renascimento no regime cinemático.
Transverso, Mariana Bley
(Brasil, Digital, 14', 2015)
Atenta à substancia do tempo, aquele que é acidental é até vir a ocorrer. Ali, nada
está separado, nem nós mesmos nem as coisas. Transverso é um filme-ensaio
sobre o tempo.
O Sonho de Sara, Gabraz Sanna e Sara não tem nome
(Brasil, Digital, 08':11”, 2014)
Numa estrada deserta um carro atravessa a paisagem. A narrativa onírica se reduz
ao umbigo do sonho, onde as imagens imergem no desconhecido.
Metamorfose de Narciso ou Uma cebola na cabeça,
Duo Strangloscope e Ángel Rueda
(Brasil, Super 8mm/Dupla Projeção, 5min., 2016)
Sinopse roubada: O que é que tem este rapaz para se ver ao espelho todo o dia?
Uma cebola na cabeça. O homem converte-se em vegetal pelo sono pesado da
fadiga e os deuses pela hipnose transparente de suas paixões. Mas tu, Narciso,
formado por temerosas manifestações perfumadas de adolscência trasnparente,
tu dormes como uma flor de água. Narciso, na sua imobilidade, absorvido pelo seu
reflexo com a lentidão digestiva das plantas carnívoras, torna-se invisível. Dele só
fica a curva alucinante de brancura da sua cabeça, a cabeça de novo mais
delicada, a cabeça sustentada na ponta dos dedos da mão insensata, da mão
terrível, da mão coprofágica, da mão mortal do seu próprio reflexo. Quanto esta
cabeça se fender, quando esta cabeça se rachar, quando esta caneça se
despedaçar violentamente, será a flor, o novo Narciso, Leandro - o nosso amor.
Performance: Até o silêncio traz a tempestade
Adriana Guevara e Luis Macías
01 de setembro
A tempestade exala através de nós e dos ramos descobertos (cada um e todos), a
fim de que possamos tomar emprestada a sua pura e permanente virtude.
Perguntamos a nós próprios se as cidades têm ouvido a simplicidade de sua
história, apesar de sua solidão. No entanto, elas não foram filtradas pelo fluxo
desaguante da noite. Agora elas rastejam. Perecíveis, tardias e permanentes, a
terra nunca discute. Ela não tem argumentos. Na discórdia, esperamos descobrir
sua resposta, como refugiados na ilusória armadilha da ilusão. Agora sabemos
que a tempestade se foi. Mas não acreditamos nisso.
Um performance de Luis Macías e Adriana Vila Guevara. Um set de projetores de
slide 35mm, 16 mm (feitas com processamento manual, experimentos
fotoquímicos e impressão em copiadora óptica quadro a quadro) combinado com
som criado por Alfredo Costa Monteiro, a partir de gravações acústicas e
eletrônicas, numa experimentação única. Uma experiência sensorial exorbitante
na sua relação com a natureza: hipnótico sutis e violentos.
Adriana Vila: 2 projetores 16mm
Luis Macias: 4 projetores de slides
Adriana Vila e Luis Macías são um duo de artistas que explora o filme e seus
dispositivos. Suas performances de cinema expandido envolvem um alto grau de
improvisação, usando composição e explorações formais com a intensidade da
luz, da vibração do som, suas instabilidades e fantasmagorias. Trabalham juntos
desde 2010, mostrando seus trabalhos em Festivais e Centros Culturais nos
Estados Unidos, Europa e América Latina.
ANOTHER EXPERIMENT BY WOMEN FILM FESTIVAL (AXW)
SURFACE — FEELING / SUPERFÍCIE — SENTIMENTO
(AXWFF gives women's work a real time & place in NYC)
02 de Setembro
Desde 2010, AXWFF fomenta um verdadeiro espaço para mulheres apresentarem
seus filmes na cidade de Nova York. Muito desses trabalhos apresentam temas e
assuntos poucos abordados pela grande mídia, feitos por mulheres e meninas com
histórias completamente distintas. Muitas vezes subjetivos e realizados num
processo orgânico ao corpo, esses filmes dividem a "experiência humana", numa
filosofia análoga a proposta de Lygia Clark e dos artistas neo-concretos brasileiros,
onde os espectadores-participantes são como antropológos responsáveis pela
maneira como adentram em cada novo mundo criado pelas cineastas.
O filme experimental dá espaço para a mente do espectador participar, engajando
ativamente na experiência de assistir um filme. Geralmente feito por uma pessoa, o
processo experimental aproxima as suas realizadoras das pintoras e poetas. Cada
filme tem uma linguagem própria, podendo girar em torno de um sentimento
apenas. Assim como o curta-metragem que é uma forma de arte em si, os filmes
experimentais permanecem de certa forma invisíveis para o público, sufocados
pelas restrições financeiras de exibição. Geralmente são apresentados em
ambientes acadêmicos, ou em nichos específicos. Ter acesso a trabalhos
experimentais feitos por mulheres ainda é um evento raro.
Cada um dos programas do AXWFF é curado de forma a posicionar cada filme em
suprema importância, e desenhado para falar e dividir um tópico que os trespassa,
criando uma textura particular para cada um dos line-ups. Além das exibições na
sala de cinema, o AXW expandiu-se para o mundo virtual (http://axwonline.com),
formando uma plataforma que torna seus programas acessíveis globalmente. Os
filmes arquivados nessa plataforma apresentam a expressão livre de mulheres,
suas respostas a situações que elas consideram importantes, e se opõe a
premissa histórica de negligência e esquecimento dos trabalhos artísticos feitos
por mulheres.
Obrigada pela participação, espero que apreciem a exibição!
Lili White, diretora e curadora da AXW
A cadeia de filmes entitulada SUPERFÍCIE — SENTIMENTO apresenta texturas
que podemos quase tocar. Muitos dos filmes trazem imagens de água, esse
elemento quase invisível quando ocorre dentro do nosso corpo, e que também
pertence ao mundo de fora.
Os filmes desse programa são sobre a conexão entre a vida interior e pessoal no
encontro com o mundo social e material. Como tal, formam uma base de novas
“auto-imagens”, divididas por indivíduos, criando uma nova teia de conexões da
qual todos podemos participar. Essa teia nos leva a uma jornada, desde visões
abstrastas, sentimentos de ansiedade, até sublimes estados de aceitação, e
sempre apresentados por destemidos pontos de vista.
ANATOMY OF A POEM, (EUA, Computação Gráfica, 3min32'', 2012, ),
De Rebecca Ruige Xu, é baseado no famoso e ancestral poema oriental
“Bebendo Sozinha na Luz da Noite”, de Li Bai. A caligrafia chinesa ilustra
formas que começam como simples desenhos lineares, e desenvolve-se em
uma forma de arte que é valorada por revelar a as marcas de quem as
desenha. Xu repensa esses valores. Ela traduzi as rimas e as prosódias tonais
do poema em música/som e gráficos simultaneamente. O ritmo da “escrita”e os
tons vocais conferem novos sentidos ao poema, através da tecnologia e
imaginação.
LIGHT STREAMING (EUA, 16mm/Digital, 7min., 2012)
No filme de Kathleen Rugh, a luz e o fluir das águas ligam paisagens isoladas.
Um movimento gentil, feito com a câmera ou entre planos editados, forma uma
espécide de devaneio, nos provocando a relaxar.
THE FUTURE IS YOU (EUA, MiniDV/Digital, 8min45'', 2009)
No filme, filtros transforman os edifícios e parques de NYC depois de 9/11 em
um movimento mutante. A trilha sonora sugere um clima de alarme.
HULL (EUA, 16mm/Digital, 7min.22'', 2013),
A cineasta Tara Merenda Nelson explora a jornada física e mental de um
traumático evento cirúrgico centrado na sua abilidade de gerar um filho. Ela cria
imagens para dar forma a percepção que age como memória da cirurgia mau
sucedida. Fertilidade é um assunto pertinente a vida das mulheres e que
constantemente molda sua identidade e como a sociedade as vê.
DISPLACEMENT, (Croácia, Digital, 7min20'', 2012), de Lilian Resnick.
Trata da ideia do tempo. Múltiplas camadas do rosto refletem incertezas, ela
senta no presente, enquanto o passado e o futuro fluem através dela.
DAMN YOU VOUGUE, (Brasil, Digital, 11min, 2014), de Júlia Portella e Melina
Schleder.
É uma exploração contemporânea de auto-imagem, dos desejos de uma mulher
ser amada e aceita, não importando o que esta “em voga”. Os seus outros
personagens interiores participam do drama, transformando o humor negro com
largas pinceladas de colorido.
LOST IN A GLASS OF WATER (Itália, Digital, 2min., 2014).
De um ponto de vista misterioso, onde imagens são filmadas pela água. Os cores
de edição nos levam a questões ambientais – o que dividimos, como nos
influencia, e como julgamos nossa ação no mundo.
GHOST SYNDROME (Brasil, 16mm/Digital, 8min, 2013).
De Rita Piffer, é um retrato de uma marroquina imigrante nos Estados Unidos. O
imagério da agúa age como uma liberação, em conjunto com a voz em off sobre as
percepções sobre gênero, e a experiência de viver num entre culturas culturas.
PUSH / PULL / RECOVER (EUA, 16mm/Digital, 3min40'', 2013), de Terra Long.
Foi feito em Cuba, um filme pintado a mão. É uma meditação em como usar a
respiração enquanto se nada. Pensado na piscina como contêiner do corpo, e
Cuba uma ilha contida em um imenso corpo de água. Nos leva do pessoal para um
universo vasto.
WORM.Filmwerkplaats
02 de Setembro
WORM.Filmwerkplaats é um coletivo e espaço de trabalho baseado em
Rotterdam. Gerenciado por artistas e dedicado ao filme celuloide como máteria
viva e expressiva. É voltado para cineastas interessados na celulóide não somente
como mídia para suas ideias, mas sim como um material que ativamente forma e
distorce seus pensamentos, imagens e sons.
www.filmwerkplaats.org
Apophenia
– de Yoana Buzova 16mm transferido para digital, 16:9 , b&w, sound, 3.5 min, 2014
Apophenia é uma assemblagem de filmes achados manipulados. É uma reflexão
da experiência de ver texturas e conexões em data aleatória. Um círculo de
máquinas criadas pelos homens existe ao redor da terra. Entre elas, satélites
secretos, cosmonautas perdidos e objetos que quietos flutuam no espaço, muito
provavelmente permanecendo em órbita pelos próximos bilhões de anos.
Dust Poetry
- de Nan Wang 16mm e digital, 16:9, 9 min, sound, 2013
Dust Poetry é um filme de nove minutos composto por 700 frames de poeira que
venho coletando no meu quarto, e seis minutos que revelam pequenas plantas
e insetos que coletei em meu jardim. A beleza de pequenos materiais
abandonados sempre me fascinou. Eu tento imaginar suas memórias e
emoções. Os sons gravados simulam sua linguagem e poesia. O trabalho busca
construir uma outra realidade através da poeira, que para além do cotidiano,
reflete nosso mundo fragmentado e caótico.
Quintal
- de Bernardo Zanotta 16mm transferido para Digital, b&w, sound, 8min55s 2015
Quintal é um tributo ao curta metragem Pátio (1959) de Glauber Rocha. Um
homem e uma mulher são jogados no espaço de um quintal; os dois personagens
se desenvolvem lentamente. Se distanciam um do outro. Olham um para o outro. O
homem introduz um elemento inexistente na trama original, o peixe. Obssessão,
jogo e sonho avançam a narrativa. [com Leandro Lefa e Camila Rosa, assistência
de direção: Vitória Monteiro].
Ed in the Forest
– de Marcy Saude 16mm, b&w, silent, 3 min, 2014
Cicely, Alaska, uma realização de tendências utópicas; fragmentos de literatura
sci-fi feminista; um breve sonho diurno de cultura pop e mundos paralelos onde
salários não existem; uma bolex e um sorriso vencedor.
ai mi!
- de Klara Ravat 16mm, color, silent, 1 min, 2012
Inspirado pela música do compositor medieval e poeta francês Guillaume de
Machaut, ai mi! é a representação de três personagens populares da Idade Média,
o papa, o músico e o arcanjo, todos sob o controle feminino.
NYC
- de Jutu van der Made 16mm, b&w, 1.5 min, silent, 2012
Um diário visual de minha residência em Nova Iorque no verão de 2012.
Gravado com uma câmera pinhole 16mm à manivela em filme AGFA ST8, pois
gosto do alto-contraste e da imprevisibilidade que o uso do pinhole proporciona,
criando um ritmo único que opera como música silenciosa.
Rode Molen
- de Esther Urlus 16mm, 5 min, optical sound (por Matt Kemp), color, 2013
Uma pesquisa em têcnicas de impressão cinematográficas. O ponto de partida
para o filme são as pinturas de moinhos por Piet Mondriaan, em específico o Rode
Molen (em holândes: moinho vermelho). No filme, a cor é criada por diferentes
exposições através de diferentes máscaras utilizadas durante o processo de
impressão. Ao depender da técnica de revelação, as cores se misturam de duas
formas: aditiva ou subtrativa.
Utrecht 03 & 04
- de Daan de Bakker 16mm, 5min, silent, 2010
Dois pequenos retratos de uma cidade.
Konrad & Kurfurst
- de Esther Urlus 16mm, colour, sound, 7 min, 2013/14
Uma reencenação fictícia dos cinco minutos de um evento que ocorreu nas
Olímpiadas de Berlim em 1936. Feito com emulsão artesanal e colorido com a
ajuda de publicações técnicas do cinema primitivo. A emulsão caseira serve
como frágil metáfora para o heroísmo de Konrad e seu cavalo Kurfurst. Caindo
de seu cavalo ele se tornou um herói nacional, mas aos olhos da história, um
antí-heroi.
Balga
– de Lichun Tseng, 16mm, 5min, silent, 2012
Este filme é inspirado por uma planta nativa Australiana, a Grass Tree. Eu fuí
atraída pelo crescimento lento destas plantas, suas figuras espetáculares e a
maneira em como sua existência unífica a terra e as pessoas. Filme preto e
branco de alto-contraste foi utilizado para capturar e documentar o movimento
da Grass tree na tentativa de refletir sua poesia visual. Seu nome científico é
Xanthorrhoea preissii, mas os nativos também a chamam Balga.
Flow
- de Lichun Tseng 16mm, b&w , optical sound, 17min, 2013
Mudança é um processo, o ponto inicial e o ponto final. E se tudo fosse fluído,
que sentido poderia ser derivado da interconexão de todas as coisas?
Refletindo nas relações entre fluidez, mudança, observação e ritmo de imagens
em movimento. Integrando e desenvolvendo um espaço poético para a
contemplação e meditação entre o vazio e o sólido; movimento e inércia;
expansão e retração; força e delicadeza.
O OCULTO PESSOAL por HÄXÄN Film Festival
03 de setembro de 2016
HÄXÄN é um festival da Baía de São Francisco, na California, que apresenta
artistas emergentes explorando conexões místicas e psíquicas através de
experimentações em filme e vídeo. Criado em 2014, o festival tece ressonâncias
entre artistas trabalhando numa diversa gama sobre temas e estéticas do oculto,
desde o kitsch new age até o sagrado e o mitológico. Os filmes investigam o
mágico e o oculto, a subversão de papéis de gêneros masculino e feminino através
do ritual e do misticismo, e as conexões com a terra e o natural em uma era cada
vez mais digital. Os artistas dessa programação exploram as aplicações
metafísicas de filme e vídeo ao mesmo tempo que perpassam a metamorfose do
espaço do sagrado em um mundo globalizado e virtual. Os cineastas
apresentados nessa edição conversam tanto com o oculto na história, quanto
elaboram e imaginam novas possibilidades. Dessa forma, o festival HÄXÄN
celebra a arte da bruxaria e o do Oculto Pessoal em suas formas infinitas.
Curadoras do Festival: Courtney Fellion, Phaedra Restad, Hannah Schulman.
Ross Meckfessel, “The Invocation of Uzi”
2014, 5min, USA, Super 8mm
Documentário sobre a filmagem de “Uzi's Party”, um drama adolescente por Lyra
Hill.
Kathleen Quillian, “Fin de Siècle”
2011, 8 min., USA, digital video
“Fin de Siècle” revela as dimensões metafísicas de Era Vitoriana e examina as
preocupações propagadas daquele tempo sobre superstição, novidades,
espiritualidade e morte.
Natalie Tsui, “Virgo (Horoscope Series)”
2014, 3 minutes, USA, digital video
Predições astrológicas provindas de imagens de arquivo.
Karissa Hahn, “Before the Portrait”
2013, 2 minutes, USA, 16mm to Digital
Uma reconstituição ficcional do quadro “A Sereia” pintado por John William
Waterhouse em 1901. O retrato de uma criatura imóvel idelizada em imagens
de feminidade.
Nazare Soares, “Trapped Between Frames”
2015, 11 minutes, UK, 16mm, VHS , HD
Um filme estereoscópico feito para a instalação Ming I Darkening of The Light,
por Nazare Soares em colaboração com os artistas de som Laila Hansen e
Andre Stuart-Buttle
Sarah Brady, “Monoliths”
2015, 5min, USA, HD
Meditação usando sinestesia de chacras para prover balanço e cura espiritual.
Cara cor é uma onda viajando pelo espaço natural. As cores mudam
dependendo da onde de luz e da frequência de som. Essas ondas e essas
frequências ativam os chacras.
Penny Van Hazelberg, “Inner Palace”
2014, 4min, Australia, VHS
Uma experiência em misticisimo e new wave transcultural, esse filme explora
uma alternativa profunda em hibridismo religioso e fantasias cult.
Leyla Rodriguez, “The Separation Loop”
2015, 4min, Germany, Super 8, HD
Nesse curta-metragem, a artista tenta conciliar complicadas relações entre dois
mundos. Dá identidade única aos seus personagens, que experimentam a
natureza e consequência de deslocamento involuntário
Laura Conway, “They Run!”
2015, 4min, USA, digital animation
Reconstituição visual do romance “As Brumas de Avalon”, de 1983, de Marion
Zimmer Bradley. É uma defesa de Morgana, a amante, meia irmã, e vilificada
princesa da lenda do mundo de Arthur.
Anna Winter, “dreamwind me please”
2015, 3 min, USA, 16mm
Terror noturno ritualizado em experimento de erradicação guiado pelas vozes
de Iggy Pop e Diana Ross.
Leslie Supnet, “Second Sun”
2014, 3min, Canada, 16mm to HD
Um imaginar pós-apocalíptico do nascimento de um novo sol.
Risco Cinema
03 de setembro de 2016
Iniciamos este texto com uma constatação: o cinema experimental é mal
conhecido e divulgado no Brasil. Não cabe nestas linhas apontar os motivos, que
seriam muitos. Por mais que talentosos artistas e cineastas buscaram e continuem
buscando práticas que fujam dos modelos hegemônicos, seus lugares em nossa
história remetem à margem da margem, utilizando uma expressão de Décio
Pignatari. Se, de modo geral, o cinema nacional sofreu ao longo de sua história
diversos momentos de intermitência em sua produção, o experimental foi ainda
mais esporádico. Cabe indicar que nos referimos especificamente quando
dedicado às investigações de novas constituições de imagens e sons, sem
vinculá-los, primordialmente, ao privilégio da narração.
Apesar dos desfavorecimentos serem muitos, identificamos a existência de
pessoas interessadas em conhecer, discutir e realizar outras posturas
cinematográficas. Esse desejo é uma questão crescente, e acreditamos que não
só em nosso contexto. As novas tecnologias e formas de comunicação facilitaram
novas maneiras de produção, bem como a constituição de redes, o acesso às
obras por meio da internet favorecendo o conhecimento de um repertório que
muitas vezes se manteve totalmente desconhecido dos interessados. Essa
conjuntura permitiu uma maior visibilidade do cinema experimental.
Desde 2015, o Risco Cinema vem realizando uma série de atividades na cidade do
Rio de Janeiro com intuito de promover a divulgação e reflexão sobre o assunto.
Foram propostas sessões, mostras, debates, cursos e palestras, propiciando uma
via entendimento de sobre o abrangente experimental estrangeiro e nacional. Tem
sido um trabalho pedregoso, a passos curtos, desbravando caminhos. A busca por
interlocutores tem se mostrado uma solução para contornar as inúmeras
adversidades. Nos sentimos honrados com o convite do Dobra para juntarmos
forças e contribuir para mais um canal de divulgação para esta sessão especial.
Nessa oportunidade, o Risco Cinema apresenta, juntamente com Hambre |
espacio cine experimental, uma itinerância da Bienal de la Imagen en Movimiento BIM, que é realizada originalmente na Argentina. Com foco no percurso
experimental da América Latina, mas não só, é um programa composto por
trabalhos realizados entre 2009 e 2014, com produções da Argentina, Brasil,
Colômbia, México e Reino Unido, que indicam algumas tendências e estilos de
criação contemporânea. Assim, oferecemos mais uma janela para que juntos
possamos assistir e discutir novos modos de imagens.
Lucas Murari
Luiz Garcia
Luiz Giban
VER - Panorama de Criação Latino-Americana.
Os programas de cinema e vídeo que integram VER estão conformados por obras
participantes do Prêmio Norberto Griffa à Criação Audiovisual Latino-americana,
que se outorga no marco da Bienal de la Imagen en Movimiento (BIM) que é
organizada pelo Centro de Pesquisas Audiovisuais CONTINENTE da
Universidade Nacional de Tres de Febrero, Argentina. VER se propõe a circulação
de peças de vídeo e cinema experimental em diferentes espaços de exibição de
diversas latitudes, com o objetivo de levar o audiovisual latino-americano a novas
audiências.
Em HAMBRE | espacio cine experimental acreditamos fortemente na necessidade
de proliferação de redes que ampliem as possibilidades para um território fértil e ao
mesmo tempo nômade para o cinema experimental contemporâneo. No Brasil
RISCO CINEMA tem sido nosso grande parceiro, acolhendo mostras de filmes de
cineastas e coletivos como Scott Barley e Experimental Film Society. Nesta
oportunidade a contive do Dobra e por um mutuo interesse nas expressões latinoamericanas, compartilhamos com o público carioca esta apresentação
RISCO/HAMBRE de VER Panoramas da criação audiovisual latino-americana,
cuja linha curatorial deliberadamente se distancia do vococentrismo e na ausência
de uma voz guia, prefere se perder na invenção de novos olhares (VER) onde a
dimensão material, física, sensorial e contemplativa das sonoridades e
visualidades ganha uma outra potência que abre caminhos impensados para uma
nova imagem do cinema experimental latino-americano.
Sebastian Wiedemann + Florencia Incarbone
Curadores Hambre
OAXACA TOHOKU, de Pablo Mazzolo
35mm / 11'35'' / Argentina / 2012
El 11 de Marzo de 2011 se produjo un terremoto en la costa de la región de Tohoku,
Japón. La ruptura de las placas pacífica y norteamericana se expandió en un área
de 100.000 Km2. Del otro lado del Pacífico, en la zona costera de Oaxaca
(México), comenzaba un alerta máxima de tsunami.
S/T (cazadores), de Christian Delgado
Video Standard / 1'56'' / Argentina / 2009
Atardecer en un día de cacería.
Los puntos internos, de Sergio Subero
16mm / 3'11'' / Argentina
Diario fílmico en el que el proceso de la mirada es interno: el “ver” como impresión.
Una pulsión a sentir la luz no solo como radiación o color, sino también como calor.
Los ojos como ventanas entrecerradas.
Deshoras, Toia Bonino
HD / 5' / Argentina / 2012
La cámara se acomoda y, como si fuera un escenario, las vacas ingresan a escena
con su característica cadencia. Después deja su lugar de espectador principal para
registrar lo imposible, la mirada de la vaca. La cámara colocada sobre el animal
choca contra los cuernos de otra vaca, huele y arranca pasto, respira, se mueve e
impide que miremos desde ella. Finalmente atardece, y los dos puntos de vista,
humano y animal, incongruentes, convergen enfrentados en el ojo de la vaca que
llora exhibiendo el reflejo de la autora frente a ella.
Sin Titulos, Juan Sorrentino
Digital / 8'40'' / Argentina / 2009
La cámara sigue a un lienzo blanco por un prado con árboles. El lienzo se detiene
en ciertos lugares, enmarcando ramas, pastos, sombras, trozos de bosque.
Propone esos "sin titulo" por algunos segundos y luego continúa su búsqueda de
propuestas, como un cerebro creativo en busca de nuevos proyectos.
Fui a Capadocia e lembrei de voce, Larissa Figueiredo
HD / 9' / Brasil / 2013
Quería volar;
usted me sugirió que tenía raíces.
Me cansé de ser un turista.
decidí volver.
Llego ahora.
Windmills , Roberto Niño Betancourt
HD / 7'40'' / Colombia / 2014
Herón de Alejandría inventó el molino el siglo I d. c en Grecia. Este invento
revolucionario es el punto de partida para la realización de este documental
observacional que explora los Países Bajos: un territorio perfectamente
organizado delineado por canales que cuidadosamente dividen las llanuras verdes
en las que se encuentra el ganado. Una tierra conquistada al océano por el hombre
y su técnica. El viaje evoluciona a partir de ambientes puros y naturales, como el
mar y los bosques, hacia el medio ambiente intervenido por el hombre, quien
explota sus recursos para garantizar su supervivencia. El molino se convierte en el
protagonista de la trama ya que representa la columna vertebral de la evolución
tecnológica, que modificó los paisajes naturales de manera definitiva. Las huellas
dejadas en el camino son el único indicio de la presencia del hombre en el relato.
Será la naturaleza la que se revele a sí misma mientras experimenta su continua
transformación.
Fragmentos de Domingo, de Benjamin Ellenberger
Super8mm / 3' 13'' / Argentina / 2013
Sinopsis Este film nace por el simple deseo de capturar, documentar, guardar la luz
de un espacio cotidiano que en poco tiempo dejaría de habitar intentando que algo
de aquella atmósfera quede impregnado en las imágenes.
Solitude, Pablo Mollenhauer
HD / 11' 51'' / UK / 2014
La película toma la forma de una estructura hecha mediante conexiones
materiales y sensoriales. Luz y duración, sonido y visión son entrelazados a través
del aparato de grabación cinematográfica para revelar vínculos entre los ritmos de
la ciudad y la naturaleza, lo humano e inhumano. La película es una yuxtaposición
de dos mundos sensoriales que convergen en un lugar del suburbio de Londres.
Este lugar de soledad, en el patio trasero de la maquinaria productiva de la gran
ciudad, constituye una metáfora de nuestra relación contemporánea con la
existencia y la muerte.
Mi Horizonte, Carlos Marulanda
HD / 5' 51'' / Argentina / 2013 S
Através de las experiencias personales de habitar una ciudad vista desde lo íntimo
de los recuerdos, se presenta la unión de dos perspectivas de la silueta de una
ciudad; desde el campo y desde la urbe, lugares contrapuestos geográficamente y
unidos en una misma experiencia de texturas visuales y ambientes sonoros. Mi
horizonte es una exploración plástica de la memoria y del tiempo.
Fe, Juan Pablo Villegas
HD / 2'36 / México / 2012
Fe –un video que toma su nombre del símbolo químico del fierro, sin excluir su
obvia connotación religiosa- es una obra que busca hacer visible lo invisible por
medio de la observación del efecto que tiene el electromagnetismo sobre la
limadura de hierro. Utiliza el conocimiento científico para atrapar lo impalpable: la
energía misma. Es una búsqueda de darle vida a lo inerte, con los ecos metafísicos
del tributo a un Dios creador, uniendo lo arcaico con lo progresista.
Abecedario/B, do Colectivo Los Ingrávidos
16mm-HD / 04' 55'' / México, 2014
Abecedario es un intento por transformar la experiencia cinematográfica en una
muerte fílmica, en una ejecución fílmica. La experiencia audiovisual de la actual
guerra civil mexicana.
Longa-Metragem
03 de setembro
“O Espelho”
de Rodrigo Lima
HD, 2015, Rio de Janeiro
Um homem é misteriosamente chamado à porta de entrada de uma casa de
campo abandonada. Uma mulher emerge da lama, do fundo de um lago. Os
dois se aproximam e um feitiço é lançado. Juntos, eles experimentam os
encantos da alucinação da memória e dos sonhos. Uma recriação do conto
homônimo de Machado de Assis.
Programa _ _ f i n _ _ _
por Ж
04 de setembro
O real tomado como processo materia l, dinâmico e não linear se dá por
agenciamentos de estruturas com consistências singulares.
Matéria-energía-informação em fluxo.
Rochas, ventos, germes, palavras (filmes?) seriam vias diversas de um fluxo
único da matéria energia que expressa a si mesma. (M.De landa).
No passo bio/geo/socio/lógico desse mundo o metal- material da acumulação
originária - ente desse complexo sistema terra operou como um atrator
estabilizando fluxos, dan do bas e material para relações e equivalências entre
entes dissemelhantes: o dinheiro. Operação intensificada , transformada num
complexo fluxo totalizante, variável e abstra to: o capital .
O sistema-terra saturado, seus corpos exaustos e des ejantes indicam um limite,
apontam o dedo - Polegarzinha? (M.Serres) - para uma mudança crítica em
curso/fluxo - antipolítica? - uma bifurcação.
Os corpos - materiais estáveis desse complexo sistema - de ordem finita (tempo
de vida, de sono, capacid ade de concentração e cognição) se vêem
expostos/atravessados por elementos de tendência infinita: valor .
A abstraç ão, responsável pela produção do valor no sistema (semio)capitalista
se radicaliza ao perder completamente sua base material.
Nela se ignora a corporalidade do trabalhador, bem como a qualidade e a
utilidade do objeto resultante do trabalho. O modo de produção contemporân eo
do capitalismo se instaura portanto na dimensão imaterial no qual " todo ato de
transformação pode ser substituído por informação e o processo de trabalho se
realiza através da recombinação de signos" .
O programa proposto : _ _f i n _ _ _ é parte de uma pesquisa -prática em curso .
Ele propõe dar visibilidade as consistências , as formas de viver, de se alienar e
de resistir no (semio)capitalismo. Convida a todos a entrar num jogo d e forca violento e infantil- em que independent e do resultado estamos todos - terranos
e mundanos - implicados.
Reprodução: El Primer nueva coronica y buen gobierno (1612-1615) p.343
_ _ f i n _ _ _ opera como um exclamação, reminiscência ou ritornelo para um
diálogo chave tra zido por Waman Puma de Ayala no "El Primer nueva coronica
y buen gobierno (1612-1615)".
Nele um índio (Wayna Qhapaq) pergunta a um "branco " (Candia) - nesse caso
um espanhol - mas que podria ser qualquer i nimigo (não indio) - ou qualquer um
do "nosso" povo da mercadoria (D.Kopenawa):
-Wayna Qhapaq: ¿kay quritachu mikhunki? (Comes esse ouro?)
- Candia: Esse ouro comemos.
...
Kapital - Issac Julien.
31', Reino Unido, 2014.
Kapital é um trabalho de duas telas centrado em torno de uma conversa na
Hayward Gallery, Londres entre Julien e o renomado acadêmico marxista David
Harvey (autor do livro " Enigma do Capital"). Julien começa o filme perguntando
porque o capital é tão difícil de ser representado, pegunta a que Harvey
responde primorosamente " da mesma forma que apenas podemos intuir que a
gravidade existe por seus efeitos, apenas podemos intuir que o capital existe
por seus efeitos". Organizado como parte de um seminário chamado
Coreografando o Capital [Choreographing Capital] organizado pelo artista na
Hayward Gallery em 2012, o evento teve intervenções notáveis de teóricos,
críticos e curadores como Stuart Hall, Paul Gilroy, Irit Rogoff e Colin MacCabe.
Julien sempre trabalhou em colaboração, conversas e intercâmbios mas esta é
a primeira vez que ele abriu seu complexo e rigoroso processo de pesquisa que
subjaze seu método de trabalho.
"Schismes" - Yann Beauvais.
7 ', Brasil, 2014.
Protestos em diferentes países são confrontados com o discurso de alguns
políticos perpetuando o velho colonialismo e respostas para um mundo que eles
não entendem mais.
" I Live in Fear- Record of a Living Being After March 11 - Nina Fischer &
Maroan el Sani.
29' , Alemanha, 2014.
Em Aichi no Japão, convidamos refugiados que escaparam dos efeitos do
desastre nuclear em Kukushima e atores para uma exibição do filme de Akira
Kurosawa " Anatomia do Medo" (1955), para reavaliarem a questão trazida por
Kurosawa depois dos testes com armas nucleares no Atol de Bikini na década
de 50. A sessão se seguiu por uma discussão e uma oficina de improviso
focada na exploração dos medos e incertezas em torno da catástrofe nuclear e
da ameaça da radiação.
"Portrait of Karl Marx as a young god" [ Retrato de Karl Marx como um
jovem deus] - Gernot Wieland
00'59 segundos, Alemanha, 2009.
O filme ""Portrait of Karl Marx as a young god" consiste em colagens de desenhos
que são apresentados como um slideshow com comentários em off. As imagens
dão a ver reminiscências especificas da história recente da Alemanha, enquanto
os comentários em off estendem e contraem essas imagens com múltiplas
interpretações. O trabalho de Gernot Wieland fusiona conhecimento acumulado,
formas narrativa associativa e contextos fantásticos em arranjos fílmicos que
estabelecem relações diretas entre a arte e a realidade. Ele usa a construção de
mundos paralelos autônomos como uma estratégia artística para desenvolver
variadas e diferentes formas de "miniaturas fictícias ". P. Grzonka.
Essas " miniaturas fictícias " são tratadas como documentações que nunca
ocorreram, mas que também poderiam ter acontecido.
" ES - Estado Evangélico " - Alice Dalgarondo & Antonia Cattan.
25', Brasil - Alemanha, 2015.
O retrocesso pelo qual o país - Brasil- passa é explicitado por um retrocesso
midiático: imagens pobres, pixeladas e fragmentadas. O que representaria o
progresso em propagandas governamentais aparece no vídeo como o anúncio
de uma catástrofe, onde grandes obras de infraestrutura desenham um Brasil
desértico.
Performance: Nosotros
Fernado Akira e eprr
04 de setembro
Ação lúdica, ritual em imagens de vida transitória
livre de memória e de um corpo.
Fluxo como estrutura circular não linear,
destruição de camadas de projeção.
isso (não) é um filme de sk8
"no soy - no hay yo - siempre somos
nosotros ". O Paz.
Longa-Metragem
04 de setembro
“Angelus Novus”
Duo Strangloscope (Rafael Schlichting & Cláudia Cárdenas)
HD, 2016, Santa Catarina, BR
A partir do delírio, da mística e do devaneio, romper com a lógica de uma
narratividade historicista e positivista. Buscar, na aventura mesma do
experimentalismo cinematográfico, um tempo espaço imagem em que o
Angelus Novus seja um chamado ao risco e á ruptura com a lógica linear da
acachapante contação de histórias críveis. Pelo incrível!!!! - grita o Angelus
Novus.
Créditos:
Agradecimentos especiais:
Nicole Brenez, Esther Urlus
Concepção e Organização:
Cristiana Miranda, Hernani Heffner
Superintendência do Audiovisual - SEC/RJ [Lia
Bahia] Vilacine | Cine Joia [Raphaael Camacho,
Curadoria:
Raphael Aguinaga, Joseane Aguinaga, Betania
Cristiana Miranda
Furtado e Equipe Vilacine]
Curadores convidados:
Agradecimentos:
Courtney Fellion, Phaedra Restad, Hannah
Antonio Carlos Kern
Schulman, Lili White, Gondwana Antropoceno,
Sady Bianchini
Rita Piffer
Alice Gonzaga
Produção:
Sabrina Bitencourt, Diana Iliescu, Cristiana Miranda,
Rita Piffer, Hernani Heffner
Mate com Angu
Duo Strangloscope
[Cláudia Cárdenas & Rafael Schlichting]
Sebastian Wiedeman
Tradução de textos:
Lucas Murari
Cristiana Miranda, Rita Piffer, Gondwana
Luiz Cláudio da Costa
Antropoceno
Luiz Garcia
Ricardo Cota
Projeto gráfico:
Pablo Souza, Lucas Pires e Jader Monteiro
Legendagem Eletrônica:
Silêncio Multimídia
Apoio institucional:
Cinemateca MAM, Hambre | espacio cine
experimental, Universidade Estácio de Sá, Nicole
Brenez
Site:
Heraldo HB
Susana Oliveira Dias
Carol Silveira
e a todos os realizadores.
Produção e realização:
Coletivo Dobra
Apoio:
Cineclube Mate Com Angu