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Estudos de Benchmarking Fileira da Inovação Índice Índice Estudos de Benchmarking Fileira da Inovação Segmentos verticais Logística avançada · e-Saúde · e-government · Mobilidade e comunicação Em quatro mercados alvo Holanda · Dinamarca · Finlândia · Suécia Com o apoio: 2 3 Índice mensagem Com este projecto a ACIC procura identificar casos de sucesso, casos replicáveis empresariais existentes nos referidos mercados nórdicos mas também possibilitar a transposição e a adequação de ideias empresariais testadas no mercado nacional para esses países. É essa, na nossa opinião, a finalidade última do Benchmarking… aprender com quem faz melhor. Os quatro sectores escolhidos (e-government, Comunicação, Saúde e Logística e Mobilidade) representam, todos eles, áreas em que Coimbra, desde logo, tem uma particular intervenção. Os dois primeiros (e-government, Comunicação) estão sem dúvida ligados sempre ao ambiente Universitário, democrático, participativo que geraram e possibilitaram também uma posição cimeira e permanentemente sublinhada a nível nacional nas Indústrias do Conhecimento. A Logística e Mobilidade decorre da localização geográfica de Coimbra que qualquer mapa aponta como o ponto central da rede rodo-ferro-portuária nacional e de ligação á Europa e ao Mundo. Finalmente a Saúde que é, na verdade, uma das imagens de marca desta Região. Para além da Universidade, de Inês e Pedro, da Rainha Santa são os HUC, com as suas valências de ponta a nível mundial, que fazem de Coimbra uma marca Internacional. Ficha Técnica Propriedade: ACIC – Associação Comercial e Industrial de Coimbra Autor: Gestmarket Consultadoria Empresarial e Gestão de Marcas em Mercados Internacionais, Lda Concepção gráfica: Sílvia Pinto Edição: Monstros & Cia. Data: 13/03/2008 4 Paulo Miguel Janela Mendes Presidente da Direcção Geral da ACIC 5 Estudos de Benchmarking Fileira da Inovação Índice Índice ÍNDICE Mensagem 6 5 1 Aspectos Metodológicos 1.1 Definição do objecto do estudo 13 13 2 Introdução e Envolvente Macroeconómica 2.1 Enquadramento 2.1.1 Nota introdutória 2.1.2 Análise do World Economic Fórum – GCI 2.2 Resultados da Estratégia de Lisboa e Perspectivas Futuras 2.2.1 Análise retrospectiva da Estratégia de Lisboa 2.2.2 A Presidência Portuguesa da UE (2007) 2.3 Abordagem geral e Enquadramento macroeconómica da UE27 2.4 Envolvente macroeconómica dos mercados-alvo em estudo 2.4.1 Holanda 2.4.2 Dinamarca 2.4.3 Finlândia 2.4.4 Suécia 2.4.5 Portugal 17 17 17 19 27 27 38 47 49 49 51 54 56 58 3 Enquadramento 3.1 Fichas de Mercado 3.2 Conjuntura sectorial / Principais sectores da economia 3.3 Dimensão e características dos principais mercados 61 61 68 89 4 Análise dos mercados verticais 4.1 Logística Avançada 4.1.1 O Sector dos Transportes e da Logística na EU 4.1.1.1 Caracterização da infra-estrutura logística na EU 4.1.2 As “Auto-Estradas do Mar” 4.1.2.1 Justificação 4.1.2.2 Apresentação do conceito das “Auto-Estradas do Mar” 107 107 107 107 113 113 113 7 Estudos de Benchmarking Fileira da Inovação Índice Índice 4.1.2.3 Qualificações e Competências - sector dos Transportes e da logística na EU117 4.1.2.4 Principais Políticas e Directrizes 120 4.1.2.5 Análise de Portugal e dos países objecto de análise de Benchmarking 124 4.1.2.5.1 Situação actual do Transporte Marítimo de Curta Distância na EU 124 4.1.2.5.2 Análise por países 129 4.1.2.5.2.1 Holanda 129 4.1.2.5.2.2 Dinamarca 130 4.1.2.5.2.3 Finlândia 131 4.1.2.5.2.4 Suécia 132 4.1.2.5.2.5 Portugal 133 4.1.2.6 Posicionamento de Portugal face aos países objecto de análise de Benchmarking 134 4.1.2.6.1 Modelo de determinação do grau de importância das AM para um País 134 4.1.2.6.2 Análise dos resultados 136 4.1.2.7 Perspectivas futuras para o desenvolvimento das Auto-estradas Marítimas em Portugal 139 4.1.2.8 Principais Players institucionais do sector da AM em Portugal e nos mercados alvo 143 4.1.3 RFID 144 4.1.3.1 Introdução ao RFID 144 4.1.3.1.1 Caracterização 144 4.1.3.1.2 Principais aplicações 147 4.1.3.1.3 Aspectos Políticos e Sociais na EU 151 4.1.3.2 Aplicação do RFID no sector da Logística e dos Transportes 153 4.1.3.2.1 Evolução mais recente 153 4.1.3.2.2 Análise de casos de implementação 156 4.1.3.2.3 Impacto do RFID na logística inversa 160 4.1.3.3 Perspectivas futuras para o desenvolvimento do RFID 161 4.1.3.3.1 Tendências globais 161 4.1.3.3.2 Exemplos de aplicação do RFID em Portugal e nos quatro mercados alvo163 4.2 Saúde 169 4.2.1 Caracterização do Sector de e-Health 169 4.2.1.1 O plano de acção da e-Saúde da União Europeia 175 4.2.1.2 Limitações à análise de benchmarking 180 4.2.2 Análise dos mercados alvo 181 4.2.2.1 Holanda 181 4.2.2.1.1 Desenvolvimento do Sistema Holandês de Saúde 181 4.2.2.1.2 Visão geral 181 4.2.2.1.2.1 Estrutura organizacional e gestão 182 4.2.2.1.2.2 Pagadores terceiros, associações e organizações de Supervisão 183 4.2.2.1.3 Sistema de Prestação de Cuidados: Serviços de Cuidados Públicos 183 4.2.2.1.3.1 Cuidados de Saúde Primários 183 4.2.2.1.3.2 Cuidados Secundários e Terciários 183 4.2.2.1.4 Avaliação da tecnologia de saúde 184 4.2.2.1.5 Aplicação da sociedade de conhecimento em áreas confinantes com os cuidados de saúde - A Holanda e o desenvolvimento de ciências da saúde 186 4.2.2.1.6 A Holanda e as tecnologias de informação e comunicação na Saúde194 8 4.2.2.1.6.1 Perspectivas estratégicas 194 4.2.2.1.6.2 Registos Médicos Electrónicos 195 4.2.2.1.6.3 Registo electrónico de Medicação 195 4.2.2.1.6.4 Registo electrónico do Clínico Geral (WDH) 196 4.2.2.1.6.5 Perspectiva de implementação 196 4.2.2.1.6.6 Actividades Futuras 197 4.2.2.1.7 Conclusões 197 4.2.2.2 Dinamarca 199 4.2.2.2.1 Desenvolvimento do Sistema Dinamarquês de Saúde 199 4.2.2.2.2 Sistema de prestação de Cuidados de Saúde 200 4.2.2.2.2.1 Organização 200 4.2.2.2.2.2 Financiamento 204 4.2.2.2.2.3 Direitos e deveres dos doentes 208 4.2.2.2.2.4 Satisfação do doente 209 4.2.2.2.3 Aplicação da sociedade de conhecimento em áreas confinantes com os cuidados de saúde - A Dinamarca e o desenvolvimento de ciências da saúde 2 09 4.2.2.2.4 Estratégia Nacional Dinamarquesa de TI para o serviço dinamarquês de cuidados de saúde 218 4.2.2.2.5 Estado actual da aplicação das tecnologias de informação nos cuidados de saúde 220 4.2.2.2.6 A Dinamarca e as tecnologias de informação e comunicação na Saúde221 4.2.2.2.6.1 Perspectivas estratégicas 221 4.2.2.2.6.2 Perspectivas de implementação 222 4.2.2.2.6.3 Implementação de EHR 222 4.2.2.2.6.4 Infra-estruturas 223 4.2.2.2.6.4.1 A rede de dados Dinamarquesa 223 4.2.2.2.5.4.2 Portal nacional da saúde 223 4.2.2.2.6.4.3 Intercâmbio Electrónico de dados (EDI): Padronização 226 4.2.2.2.6.5 Actividades futuras 226 4.2.2.2.6.5.1 e-Prescrição - perfil de medicação 226 4.2.2.2.6.5.2 Modernização SUP-WEB-Projecto EPR 226 4.2.2.2.6.5.3 Cooperação multinacional de e-Saúde 226 4.2.2.2.7 Conclusões - Reflexões sobre a evolução recente dos cuidados de saúde na Dinamarca 227 4.2.2.3 Finlândia 228 4.2.2.3.1 Desenvolvimento do sistema Finlandês de saúde 229 4.2.2.3.2 Sistema de prestação de Cuidados de Saúde 231 4.2.2.3.2.1 Organização e distribuição de recursos 232 4.2.2.3.2.2 Papel do sector privado 235 4.2.2.3.2.3 Financiamento do Sistema Finlandês 235 4.2.2.3.2.4 A distribuição e comercialização de produtos farmacêuticos 237 4.2.2.3.3 Aplicação da sociedade de conhecimento em áreas confinantes com os cuidados de saúde - A Finlândia e o desenvolvimento de ciências da saúde 238 4.2.2.3.4 A Finlândia e as tecnologias de informação e comunicação na Saúde 245 4.2.2.3.4.1 Perspectivas estratégicas 246 4.2.2.3.4.2 Infra-estruturas de informação na Saúde 247 4.2.2.3.4.2.1 Fluxo de informação da Saúde 248 9 Estudos de Benchmarking Fileira da Inovação Índice Índice 4.2.2.3.4.2.2 Sistema STEPPS 248 4.2.2.3.4.2.3 Registo de Saúde Electrónicos (EHR) 249 4.2.2.3.4.2.4 Healthinfo: O portal de informação de e-Saúde do cidadão 251 4.2.2.3.4.2.5 E-Prescrição 252 4.2.2.3.4.3 Actividades Futuras 252 4.2.2.3.5 Avaliação global dos cuidados de saúde finlandeses 253 4.2.2.4 Suécia 255 4.2.2.4.1 Visão geral sobre o Sistema de Saúde 255 4.2.2.4.2 Evolução do Sistema de Saúde Sueco 256 4.2.2.4.2 Evolução do Sistema de Saúde Sueco 257 4.2.2.4.3 Sistema de prestação de Cuidados de Saúde 257 4.2.2.4.3.1 Organização 257 4.2.2.4.3.2 Funcionamento 258 4.2.2.4.3.3 Financiamento 260 4.2.2.4.3.4 Eficiência e desenvolvimento 262 4.2.2.4.4 Aplicação da sociedade de conhecimento em áreas confinantes com os cuidados de saúde - A Suécia e o desenvolvimento de ciências da saúde 264 4.2.2.4.5 A Suécia e as tecnologias de informação e comunicação na Saúde 271 4.2.2.4.5.1 Tecnologias de informação 271 4.2.2.4.5.2 Perspectivas estratégicas 271 4.2.2.4.5.3 Perspectivas de Implementação 272 4.2.2.4.6 Actividades Futuras 274 4.2.2.4.7 Conclusões 274 4.2.2.5 Portugal 275 4.2.2.5.1 Desenvolvimento do Sistema de Saúde Português 275 4.2.2.5.2 Portugal e as tecnologias de informação e comunicação na Saúde 279 4.2.2.5.2.1 Desenvolvimentos nas áreas das tecnologias da informação 279 4.2.2.5.2.2 Perspectivas Estratégicas 279 4.2.2.5.2.3 Perspectivas de Implementação 280 4.2.2.5.2.3 Actividades Futuras 281 4.2.2.5.4 Conclusões 281 4.2.3 Comparação entre os cinco Países 282 4.2.4 Sistematização das acções em curso e já iniciadas nos países em comparação na área das TI em Saúde 295 4.2.5 Análise dos dados globais de e-Saúde – Constrangimentos e Oportunidades 299 4.3 e-Government 301 4.3.1 Análise do eGovernment nos países do benchmark 301 4.3.1.1 Introdução 301 4.3.2 Análise dos países 305 4.3.2.1 Holanda 308 4.3.2.2 Dinamarca 312 4.3.2.3 Finlândia 316 4.3.2.4 Suécia 321 4.3.2.5 Portugal 327 4.3.3 Posicionamento actual de Portugal face aos 26 parceiros da EU 331 4.3.4.1 Introdução 331 4.3.4 Posicionamento e desenvolvimento de Portugal face aos 4 países 339 10 4.3.4.1 Introdução 339 4.3.4.2 Modelo de Avaliação de Posicionamento em relação ao eGovernment 341 4.3.5 Perspectivas futuras para o eGovernment em Portugal 347 4.3.5.1 Situação específica de Portugal - Comparação entre 2002 e 2005/2006 347 4.3.5.2 O Futuro do eGovernment em Portugal 354 4.3.6 Principais Players de eGovernment em Portugal e nos mercados alvo 358 4.4 Mobilidade e comunicações 359 4.4.1 Caracterização 359 4.4.1.1 Visão Geral 359 4.4.1.2 Tecnologias 360 4.4.1.3 Aplicações 370 4.4.2 Análise sectorial por países 373 4.4.2.1 Situação em Portugal 373 4.4.2.2 Situação na União Europeia 381 4.4.2.3 Análise por países 385 4.4.2.3.1 Holanda 386 4.4.2.3.1 Dinamarca 387 4.4.2.3.3 Finlândia 388 4.4.2.3.4 Suécia 388 4.4.2.3.5 Portugal 389 4.4.3 Posicionamento de Portugal 391 4.4.3.1 Objectivos e pressupostos 391 4.4.3.2 Análise dos resultados 392 4.4.4 Tendências Globais 399 4.4.4.1 Visão do futuro 399 4.4.4.2 Evolução na EU e o caso específico do roaming 401 4.4.5 Principais Players no Sector da Mobilidade e Comunicações em Portugal e nos mercados alvo 403 5 Plano de oportunidades de melhoria para as empresas 5.1 Plano de oportunidades 5.2 Potenciais áreas de negócio e parceria 409 418 422 6 Conclusões 431 7 Anexos 439 1 Listagem das principais instituições públicas por país 440 2 Listagem das principais associações empresariais por país 445 3 Principais publicações por mercado vertical e por país 448 4 Principais feiras e iniciativas promocionais por mercado vertical e por país 451 5 Listagem dos sítios web mais relevantes com as principais fontes de pesquisa de informação sectoriais utilizadas nos Estudos de Benchmarking 6 Bibliografia 458 7 Glossário com identificação das principais siglas 465 11 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Índice Aspectos Metodológicos 1 aspectos metodológicos 1.1 Definição do objecto do estudo A Inovação deverá assumir-se como a nova identidade, a nova referência, a nova marca de Portugal nos anos que se avizinham, concentrando, numa lógica de articulação estratégica entre os vários players nacionais e com papéis relevantes no enquadramento socio-económico regional e nacional (Empresas, Universidades, Centros de Inovação e Centros de Excelência, Associações Empresarias, Decisores Políticos, etc.), um objectivo único, concentrado na flexibilização, praticidade, e capacidade de adaptação às novas dinâmicas da evolução da economia global, traduzida ela própria, pela componente estratégica das TIC na criação de riqueza, sustentabilidade e crescimento, criação de meios com efeitos estruturantes na equação de valor. Um projecto desta natureza assume-se, no limite, como socialmente global e onde os elementos diferenciadores estarão na capacidade de cruzar eficiência e eficácia com a Inovação. Essa capacidade materializa-se a dois níveis diferentes: •• Capacidade Operacional; e, •• Visão Estratégica; É neste contexto que surge a Sociedade do Conhecimento e da Inovação, a qual tem por objectivo último, elevar o nível de qualificação dos portugueses. Habilitar as pessoas a serem verdadeiros cidadãos do conhecimento enquanto protagonistas activos dentro de um projecto de mudança, participando activamente nesse caminho sem retorno, enquanto única via de diferenciação à escala global, que nos permita fazer parte dos países com assento nos projectos de investigação e desenvolvimento com participação empresarial, nas ideias empreendedoras com dimensão crítica, na atracção do melhor investimento apoiado na inovação. Será dessa forma garantida, a médio prazo, a capacidade operacional necessária à ultrapassagem dos obstáculos à mudança que se afiguram. Essa mudança, em boa verdade, já começou. Nas Universidades e Centros de investigação, onde a tecnologia e inovação definem o novo padrão de ensino, nas empresas onde a criação de produtos 12 13 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Índice Aspectos Metodológicos e serviços inovadores assumem-se claramente como elemento crítico de sucesso e de sobrevivência, nas Associações Empresariais e Organismos do Estado de apoio às empresas, onde a análise das melhores práticas inovadoras são preferidas em detrimento de outras (as mais tradicionais), etc. Mas para que a matriz esteja completa, e para que essa capacidade operacional tenha retorno, urge dotar a sociedade e os players atrás identificados, de níveis organizacionais e de articulação efectiva entre si, urge criar vontades estratégicas, focalizar níveis de aposta, equilibrar a inovação com a criatividade, equilibrar a racionalização com eficiência, equilibrar a cadeia produtiva com a criação de níveis de riqueza. Em suma, é necessária a criação de uma Visão Estratégica, a segunda componente fundamental da Sociedade do Conhecimento, sem a qual, não estarão determinados os desígnios da sociedade e da sua economia a médio e longo prazo. Esse papel cabe, no limite, aos Decisores Políticos os quais deverão definir qual a “Aposta Estratégica Transversal da Sociedade” analisando mesmo, nas melhores práticas de Benchmarking, os exemplos de outros países, como a Finlândia e a Irlanda os quais há dez anos atrás colheram os frutos dessa mesma aposta. Nunca em momento algum, uma análise de Benchmarking poderá trazer as respostas, as soluções (porque não existem soluções feitas à medida de cada caso), porquanto se tratam de realidades diferentes, com envolventes socio-económicas diferentes as quais implicam, naturalmente, lógicas de actuação diferentes. Em cada área (e são imensas) e em cada país, os graus de desenvolvimento avaliamse pela maior capacidade de utilização por parte dos cidadãos (de forma individual ou de forma colectiva materializada pelas empresas) dos meios ao seu dispor, seja no relacionamento com as estruturas de organização e governação expresso pelo e-government, seja no usufruto de serviços fundamentais ao bom desenvolvimento saudável da sociedade, caracterizados pela utilização das mais recentes soluções inovadoras que permitam a melhoria de práticas no sector da saúde, seja pela maior capacidade de mobilidade e comunicações entre os cidadãos, seja por último, e na mais pura expressão da capacidade de um território no relacionamento com o mercado global, dos meios e soluções existentes ao nível da logística avançada. E são estas as áreas de análise destes estudos de Benchmarking, focados nos países já mencionados, porque serão estas (entre muitas outras de igual ou maior importância estratégica numa análise mais aprofundada) as áreas nas quais deveremos também realizar permanentes análises críticas, com vista ao contributo para uma evolução das dinâmicas que desejamos sejam concretizadas pela sociedade e agentes económicos: a efectiva consolidação da sociedade do conhecimento e o alcance de desejáveis níveis de inovação. Importa no entanto, deixar presente que a Sociedade do Conhecimento e Inovação não pode nunca ser vista como um fim em sim mesma mas antes, um meio com vista a um objectivo muito mais ambicioso, global e estruturante, dotado de uma dinâmica própria e de constante readaptação a cada alteração ou mudança global. É nessa lógica que uma análise de Benchmarking deve ser encarada, como um meio, uma ferramenta de análise e comparação, uma variável mais a considerar na concepção da “Matriz de Opção Estratégica para Portugal” onde, e no limite, dever-se-ão poder identificar quais as “Vantagens Competitivas” para o país, as quais, e passados alguns anos desde a sua primeira definição, voltam a ser um assunto presente e actual. As pessoas, os cidadãos, são elementos decisivos neste processo. Serão cada vez mais “actores do conhecimento” capazes de avaliar de forma crítica, intervir e induzir dinâmicas de diferenciação nos processos e métodos, cooperar e contribuir para a melhoria de um território mais acessível, mais dinâmico e centrado na oportunidade de mudança estratégica. Surge dessa forma, e pelo supra exposto, como pertinente e natural a realização de Estudos de Benchmarking em quatro países, caracterizados por equivalentes níveis de desenvolvimento socio-económico centrados no bem-estar da população e no desempenho / crescimento dessas economias. Esses países (Dinamarca, Holanda, Finlândia e Suécia) posicionam-se nos melhores rankings internacionais de análise dos factores diferenciadores de inovação, tecnologia, meios, enfim do conhecimento. 14 15 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Introdução e Envolvente Macroeconómica Índice 2 introdução e envolvente macroeconómica 2.1 Enquadramento 2.1.1 Nota introdutória O economista Joseph Schumpeter1 definiu INOVAÇÃO como o “impulso fundamental que coloca e mantêm em movimento a engrenagem da economia”. Uma sociedade que não seja inovadora está condenada a não evoluir e a perder o seu lugar numa economia global em desenvolvimento. A Estratégia de Lisboa em 2000, veio afirmar a vontade de transformar a Europa numa sociedade de conhecimento, na qual, é claro, a INOVAÇÃO tem um papel fundamental. Fazendo parte integrante e activa da UE, Portugal não pode ficar alheio ao que o rodeia neste espaço, nem ao que outros Estados-Membros Europeus, eventualmente mais Inovadores e Tecnologicamente mais desenvolvidos que Portugal, estão a realizar e a implementar no sentido de aumentar as suas vantagens competitivas apoiadas em factores de INOVAÇÃO. Segundo um estudo sobre “Inovação em Portugal” da responsabilidade da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã (CCILA)2, “………as empresas portuguesas ainda são pouco receptivas a trabalhar com entidades externas e apenas uma em cada quatro colabora com instituições científicas, nomeadamente universidades no domínio da I&D.” O estudo mostra ainda que “...embora o actual ambiente económico português impele as empresas a oferecerem soluções inovadoras, a inovação ainda não é um tema vital na sua agenda tanto do ponto de vista humano como organizacional”. Joseph Alois Schumpeter (1883-1950) nasceu no território do extinto Império Austro-Húngaro, actualmente na República Checa), em 1883, - A sua teoria do ciclo económico é fundamental para a ciência económica contemporânea. A razão, segundo o economista, para que a economia saia de um estado de equilíbrio e entre num boom (processo de expansão) é o surgimento de alguma inovação, do ponto de vista económico, que altere consideravelmente as condições prévias de equilíbrio “ Innovation by the entrepreneur, argued Schumpeter, led to gales of “creative destruction” as innovations caused old inventories, ideas, technologies, skills, and equipment to become obsolete. The question, as Schumpeter saw it, was not “how capitalism administers existing structures,... [but] how it creates and destroys them.” This creative destruction, he believed, caused continuous progress and improved standards of living for everyone. 1 Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã (CCILA) - “Inovação em Portugal” – Autores: Ulrich Geuther e Oliver Rhrich em colaboração com a CCILA. 2 16 17 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Introdução e Envolvente Macroeconómica O que é crítico actualmente, é que se vive num contexto de globalização onde é necessário apresentar desempenhos (a todos os níveis desde os empresariais, sociais, económicos, no domínio das TI, etc.), altamente competitivos, principalmente para um país como Portugal que, por via da sua dimensão que em termos de volume à escala mundial se torna reduzida, deverá apostar na Inovação enquanto elemento estratégico e com efeitos estruturantes a longo prazo, com implicações a todos os níveis. Urge de facto a aplicação de medidas concretas (sem prejuízo das medidas tomadas no passado, bem como, as previstas para o futuro próximo e entretanto já anunciadas) que permitam a Portugal não perder o chamado “Comboio da Inovação”, terminologia recorrentemente utilizada para exprimir o sentimento geral que se vive na UE sobre este tema. Mas, e se é certo o acima exposto relativamente a Portugal, não é menos verdade que o mesmo se aplica à Europa como um todo. De facto, e como se verá à frente, existe na Europa uma “corrente” de inovação e desenvolvimento tecnológico enquanto meio de alcance de elevados patamares de desempenho e de factores de competitividade que, permitam à Europa, tornar-se na economia mais competitiva, apoiada no incremento da Sociedade do Conhecimento, do mundo. Essa estratégia desenhada e aprovada em Conselho Europeu em 2000, conforme se analisará, e à qual se chamou Estratégia de Lisboa, ganha (após 7 anos de vida e algumas readaptações e relançamentos) agora maior importância e pertinência. Índice Já o Japão definiu um conjunto de desafios muito próximos dos definidos pela UE, ao ter criado um programa de âmbito nacional de nome “Inovação 25” e que deverá ser ainda discutido no segundo semestre de 2007. Com um prazo previsto de execução até 2025, os objectivos definidos pelo Japão passam por se afirmar como uma potência mundial através da INOVAÇÃO, não só científica e tecnológica, mas também social. 2.1.2 Análise do World Economic Fórum – GCI O World Economic Fórum analisa e promove anualmente o ranking mundial dos países mais desenvolvidos, expresso através do GCI – Global Competitiveness Index, no qual, todos os países são analisados em áreas tão diversas, quanto as Instituições, as infra-estruturas, a eficiência dos mercados, a inovação, etc. Os resultados da edição de 2006 do GCI – Global Competitiveness Index, colocam, claramente, a Suíça no topo deste ranking mundial, seguindo imediatamente nos 2º, 3º e 4º lugares os países Escandinavos, a saber, Finlândia, Suécia e Dinamarca, todos estes países alvo da análise de benchmarking agora apresentada. Já a Holanda, também este um dos países objecto desta análise de benchmarking, surge na 9ª posição conforme se visualiza na tabela e no gráfico das páginas seguintes3. Global Competitiveness Index 2006 and 2005 comparisons Assim, uma das razões que devem levar os responsáveis máximos da UE a alcançar os objectivos então definidos pela estratégia de Lisboa, prende-se com o facto de outras economias, com impacto a nível mundial, estarem a desenvolver e a promover a aplicação de estratégias em tudo semelhantes, com objectivos coincidentes com os mesmos definidos pela UE e, eventualmente, com maior agressividade na sua aplicação. GCI GCI 2006 Rank 2006 Score 2005 Rank Switzerland 1 5.81 4 3 Finland 2 5.76 2 0 Sweden 3 5.74 7 4 Denmark 4 5.70 3 -1 Singapore 5 5.63 5 0 United States 6 5.61 1 -5 Japan 7 5.60 10 -3 Germany 8 5.58 6 -2 Netherlands 9 5.56 11 2 United Kingdom 10 5.54 9 - Country/Economy Poderá mesmo afirmar-se que algumas dessas estratégias foram delineadas à semelhança da Estratégia de Lisboa, daí a sua proximidade. Assim, por exemplo o caso do Brasil, no qual foi definido um conjunto de politicas públicas apresentadas no programa “Brasil três Tempos”. Este programa envolve três momentos de referência para o país: o ano de 2007, por data do governo do Presidente Lula da Silva; o ano de 2015 como o ano em que está agendada a Conferência da ONU, que irá discutir as prioridades mundiais para minimizar as desigualdades sociais; e o ano de 2022 como a data de celebração dos 200 anos de independência do Brasil. Neste período de tempo, serão postas em prática um vasto conjunto de medidas na óptica da Inovação com vista ao reconhecimento do Brasil como uma potência económica mundial. Changes 2005-2006 Global Competitiveness Index 2006-2007 | Top 50 Rank Country/Economy A China é outro exemplo, no qual foi aprovado um programa intitulado “Consenso de Pequim”, que se orienta em três áreas chave: Equidade Social; Inovação e Experimentação; e Estratégia de Defesa Assimétrica. 3 18 GCI 1 7 Score 1 Switzerland 5.81 2 Finland 5.76 3 Sweden 5.74 4 Denmark 5.70 The Global Competitiveness Index 19 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Introdução e Envolvente Macroeconómica Índice Global Competitiveness Index 2006-2007 | Top 50 Global Competitiveness Index 2006-2007 | Top 50 Score Rank Country/Economy 5 Singapore 5.63 45 South Africa 4.36 6 United States 5.61 46 Cyprus 4.36 7 Japan 5.60 47 Greece 4.33 8 Germany 5.58 48 Poland 4.30 9 Netherlands 5.56 49 Bahrain 4.28 10 United Kingdom 5.54 50 Indonesia 4.26 11 Hong Kong SAR 5.46 12 Norway 5.42 13 Taiwan, China 5.41 14 Iceland 5.40 15 Israel 5.38 16 Canada 5.37 17 Austria 5.32 18 France 5.31 19 Australia 5.29 20 Belgium 5.27 21 Ireland 5.21 22 Luxembourg 5.16 23 New Zealand 5.15 24 Korea, Rep. 5.13 25 Estonia 5.12 26 Malaysia 5.11 27 Chile 4.85 28 Spain 4.77 29 Czech Republic 4.74 30 Tunisia 4.71 31 Barbados 4.70 32 United Arab Emirades 4.66 33 Slovenia 4.64 34 Portugal 4.60 35 Thailand 4.58 36 Latvia 4.57 37 Slovak Republic 4.55 38 Qatar 4.55 39 Malta 4.54 40 Lithuania 4.53 41 Hungary 4.52 42 Italy 4.46 43 India 4.44 44 Kuwait 4.41 Rank Country/Economy 20 1 7 1 7 Score Para a realização deste ranking, e enquanto elementos / variáveis de avaliação, são considerados vários factores (conforme destacado atrás) os quais são traduzidos através da utilização de 9 pilares de análise, a saber: 1º Pilar: As instituições; 2º Pilar: As infra-estruturas; 3º Pilar: A macroeconomia; 4º Pilar: Sistemas de Saúde e Educação; 5º Pilar: Educação de nível superior e formação profissional; 6º Pilar: Eficiência do mercado; 7º Pilar: Tecnologia; 8º Pilar: Envolvente de negócios e actividades empresariais; 9º Pilar: Inovação. E porque esta análise de Benchmarking recai fundamentalmente sobre este último (inovação) vale a pena resumir as posições de cada um dos países neste último indicador, incluindo naturalmente, Portugal: Ranking 2006 / 2007 Pilar da Inovação País Posição no Ranking Finlândia 4º lugar Suécia 6º lugar Dinamarca 10º lugar Holanda Portugal 11º lugar 32º lugar (ranking 2006/2007 variável Inovação – GCI World Economic Forum) No ranking de 2006, a Suiça de facto tomou a liderança como a economia mais desenvolvida do mundo, ultrapassando países tão competitivos como a Finlândia e a Suécia, e substituindo os EUA no primeiro lugar que caíram para 6º lugar na tabela global, representando de resto uma das quedas mais significativas de toda a análise. 21 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Introdução e Envolvente Macroeconómica Este resultado alcançado pela Suiça reflecte não mais do que a perfeita combinação entre a capacidade, de nível mundial, de promoção e desenvolvimento de um ambiente focado na Inovação, e o fomento de uma cultura de país com características fortemente catalizadoras e propícias à actividade empresarial e actividade empreendedora. Fruto de fortes e efectivas colaborações entre Centros Tecnológicos (centros de I&D) e o sector industrial e produtivo, a Suíça desenvolveu um conjunto de infra-estruturas focadas na investigação científica. As empresas Suíças disponibilizam orçamentos consideráveis para as áreas de I&D, sabendo que se encontram num mercado onde o respeito pelas regras e a protecção de propriedade intelectual são permanentemente observadas, facto que, naturalmente promove elevados níveis de desenvolvimento tecnológico, os quais, e de entre outros efeitos, se reflectem no aumento considerável de número de registos de patentes no país (variável de análise, na qual a Suiça se encontra em 6º lugar a nível mundial). Ao mesmo tempo, a actividade empresarial do país beneficia fortemente de uma rede de trabalho desenvolvida e eficiente entre as entidades e instituições ao serviço dos empreendedores dos empresários e dos cidadãos em geral, caracterizada pelo efectivo respeito das leis, um sistema judicial eficiente, e elevados níveis de transparência e clareza nas relações entre as diferentes instituições e entidades. Índice como, bons desempenhos em variáveis importantes tais como o nível e qualidade das instituições, o desenvolvimento da área de inovação, etc. Análise do comportamento dos países Europeus no Ranking Da análise global do ranking acima apresentado, ressalta sem dúvida, a lista de países europeus com forte presença nos primeiros grupos de análise. De facto, nos 10 primeiros lugares do Ranking, 7 pertencem a países Europeus, e na análise dos 20 primeiros lugares desse mesmo ranking, 12 pertencem também a países europeus. Outros Países 3 - 30% Países Europeus 7 - 70% (GCI – Ranking 2006 / 2007 – 10 primeiras posições) Na realidade, o peso da Europa (70% nos primeiros 10 lugares) diminui para 60% na análise dos primeiros 20 lugares, representados através da presença de 12 países. A flexibilidade do mercado de trabalho, e das leis pelas quais se rege, promove de igual forma um ambiente de competição, o qual, naturalmente, se reflecte de forma positiva no desenvolvimento sustentado das empresas e no desenvolvimento estruturado da envolvente económica do país. Por outro lado, nos últimos anos foram levados a cabo pela Suiça esforços significativos no que respeita às melhorias dos indicadores macroeconómicos, tais como, redução do deficit público e controlo dos níveis de dívida pública. Estas medidas colocaram, concretamente na análise destas duas variáveis, a Suiça no 18º lugar, enquanto na publicação das análises anteriores se encontrava no 30º lugar (análise referente exclusivamente a estas duas variáveis). Por sua vez, os países Escandinavos (Finlândia, Dinamarca e Suécia), continuam, com ligeiras alterações face ao ranking anterior, a ocupar posições de destaque e de liderança, nomeadamente ocupando as posições do 2º ao 4º lugar. Outros Países 40% Países Europeus 60% (GCI – Ranking 2006 / 2007 – 20 primeiras posições) No entanto, e se é certo que os países europeus ocupam os lugares cimeiros acima identificados, não é menos certo que, e no que respeita à Inovação, nas suas diversas vertentes as quais tocam de alguma forma, directa ou indirecta, todos os aspectos do nosso dia-a-dia, existem opiniões fundamentadas e concordantes sobre a necessidade de criação de uma EUROPA INOVADORA, a criação de um Pacto para o Desenvolvimento e Inovação. A Finlândia e a Dinamarca obtêm as melhores pontuações mundiais na avaliação de funcionamento das instituições, e posicionam-se nos 10 primeiros lugares na análise de variáveis tão importantes quanto a avaliação dos sistemas de saúde e de educação. Surgem dessa forma como natural e evidente um conjunto significativo de recomendações oriundas das mais diversas entidades, organismos e governos. De igual forma, estes três países ocupam as primeiras posições na análise da variável de Educação de nível superior e formação profissional, sendo neste caso de destacar o período de tempo em que a Finlândia se mantêm constantemente no primeiro lugar. A partilha de opiniões sobre a necessidade e urgência de criação de compromissos políticos, empresariais e sociais sobre esta matéria, tem levado à constante avaliação dos resultados provenientes da aplicação da Estratégia de Lisboa, a qual deverá continuar a ser reforçada e repensada constantemente. Porém certamente, que apenas isso não será suficiente4. Já a Holanda nesta análise mundial subiu duas posições, de 11º lugar para o actual 9º lugar, fruto de fortes e eficientes medidas de contenção de gastos públicos, bem 22 4 EU productivity and competitiveness: An industry perspective Can Europe resume the catching-up process? Mary O’Mahony and Bart Van 23 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Introdução e Envolvente Macroeconómica Índice Assim, as recomendações mais recentes da EU apontam no sentido de actuação a três níveis, três áreas, em efectiva coordenação, constituindo os pilares de criação de um verdadeiro pacto europeu para a Inovação, quais sejam: e-Health / e-Saúde Este sector combina uma grande procura de mercado, com fortes possibilidades de inovação com efeitos estruturantes a médio e longo prazo. 1. Promoção de um ESTADO DE ESPÍRITO EUROPEU propício à criação de um mercado aberto à inovação, de forma a promover os investimentos em I&D. Esta decisão carece, como complemento e suporte, da existência das protecções legais à propriedade intelectual sobre patentes, organismos públicos em sintonia e funcionamento, entidades reguladoras e de acompanhamento, etc. A combinação entre estes factores naturalmente levará à crescente instalação de empresas no Espaço Único Europeu a actuar nestes domínios nos quais se identificam rapidamente áreas tão diversas como o e-health, transporte e logística, conteúdos digitais, comunicações e mobilidade, etc. O sector da saúde conta actualmente com cerca de 9% do PIB na Europa, apresentando taxas de crescimento anual na ordem dos 6% (nível de Europa)5, afectos a novas formas de tratamentos, novas tecnologias, etc. 2. Aumento da PRODUTIVIDADE dos investimentos em I&D, pelo que, se devem tomar medidas no sentido do aumento dos fundos existentes para as áreas de investigação científica, investigação técnica, desenvolvimento, etc. 3. Promoção e incremento do conceito MOBILIDADE, a qual deve ser entendida pelo menos a três níveis diferentes: Mobilidade de recursos humanos, Mobilidade financeira, Mobilidade das organizações e do conhecimento. É neste contexto que são definidas as áreas estratégicas de inovação, identificadas através de exemplos de áreas chaves onde o mercado da inovação pode, e deve actuar, e onde as políticas públicas de cada país têm um papel fundamental, como por exemplo tiveram no passado na aplicação com sucesso de tecnologias GSM na Airbus. Mas as áreas onde o factor inovação se pode, e deve verificar-se, não se resumem a sectores com pesos percentuais significativos nas economias e no PIB de cada país onde se aplicam (exemplo: aviação / aeronáutica). No entanto, e porque como um dos principais objectivos do e-Health é a aplicação das novas tecnologias de informação no sector, com vista à efectiva redução de custos, à qual deverá corresponder um aumento da qualidade do serviço oferecido, prevê-se que em 2010, e por via desse corte de custos graças ao e-Health, o sector da saúde conte apenas com 5% do orçamento dos países europeus6 (com maiores ganhos de eficiência e de serviço). Existem porém neste sector, diferentes patamares de desenvolvimento entre os países da EU (com as devidas excepções como sejam os países alvo desta análise: ver conclusões sector de Saúde e e-Health), diferenças essas que se repercutem de forma negativa na expansão desta área empresarial com potenciais efeitos estruturantes ao nível social. Assim, um relatório recente apontou as oportunidades da Europa, caso se trabalhe futuramente numa estreita colaboração e standartização de métodos e formas de trabalho, regulamentação e utilização das TIC no sector da saúde, etc.7. Sector Farmacêutico O sector farmacêutico na Europa, enquanto um dos líderes mundiais, permite-lhe ser um dos sectores onde a INOVAÇÃO, INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIEMNTO, se encontra mais patente, bem como, um dos sectores onde a perspectiva de aumento de volume de investimento em I&D apresenta previsões e projecções positivas 8. Existem áreas empresariais como o e-Health, a indústria farmacêutica, o sector de transporte e logística, o meio ambiente, o sector energético, etc., apenas para enumerar, alguns desses sectores, as quais não podem passar alheias ao fenómeno da Inovação. Com uma capacidade de empregar cerca de 588 000 profissionais, nos quais se incluem cerca de 100 000 nas áreas de I&D, e com volumes anuais de investimento em I&D na ordem dos 20.500 milhões de Euros, o sector farmacêutico assume-se de facto como um motor de desenvolvimento na área de I&D. De facto, cada uma destas áreas assume uma importância vital ao bom desenvolvimento dos países, apoiado no factor INOVAÇÃO, com repercussões não só na economia, mas também, na relação dos cidadãos com os governos, nos aspectos sociais de cada nação, etc. Este sector no entanto investiu na Europa em 1990, cerca de 73% do orçamento mundial de I&D. Já em 1999 esse valor afecto aos mercados europeus e à rubrica em I&D foi apenas de 59%, facto que denuncia o desvio de investimentos neste sector em I&D para outros países como os EUA9. Vejamos, dessa forma, exemplos de alguns sectores, dos quais, alguns serão no entanto desenvolvidos na análise de benchmarking agora apresentada (apenas para os países de referência), em como a vertente de Inovação nas suas várias aplicações, afecta de forma positiva e/ou negativa não só o desenvolvimento do sector, bem como, e por reflexo directo, as economias e desempenhos macroeconómicos dos países europeus. Esta análise de valores e de destino de verbas para outros países, surge como preocupante, sendo uma vez mais necessário referir da importância e urgência de criação de um “ambiente” favorável à Inovação e Desenvolvimento (I&D) na óptica empresarial no Ark (ed) European Commission 2003. 24 Deloitte and Touche (2003) e-Health: Health information Network Europe. Final report. Deloitte and Touche (2003) e-Health: Health information Network Europe. Final report. 7 Braun A (2005) Healthcare: Key Technologies for Europe. 8 European Federation of Pharmaceutical Industries and Associations 9 Innovative Medicines for Europe, Vision document, 2004 5 6 25 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Introdução e Envolvente Macroeconómica espaço Europeu, sob pena de, a não existir essa abertura e receptividade (entenda-se de igual forma condições de mercado), os grandes investimentos mundiais nesta área optarem por outros destinos, em detrimento dos mercados europeus. Sector de Transporte e Logística O sistema de transporte europeu é vital ao desenvolvimento económico do espaço único europeu e dos países que dele fazem parte (ver análise de benchmarking: Logística avançada). A totalidade do sector emprega cerca de 20 milhões de profissionais na Europa, representando algo como 12% de todos os empregos disponíveis neste espaço económico, no qual Portugal se encontra inserido. O sector contribui com cerca de 17% para o PIB Europeu e com perspectivas de crescimento anual na ordem dos 2% aos 6%, dependendo da especificidade de cada subsector dentro deste âmbito alargado de Transporte e Logística. Uma abordagem integrada entre todas as áreas possíveis de transportes, como sejam os transportes aéreos, rodoviários, terrestres e marítimos, armazéns e sistemas de gestão de stocks, logística de movimentação de cargas, etc., permitirá a este sector obter maior dimensão e importância socio-económica e de desenvolvimento tecnológico, funcionando como elemento catalizador, com efeitos alavanca, no desenvolvimento de INOVAÇÃO nesta área, contribuindo para uma, ainda maior, visibilidade do sector. Como se verá adiante, assuntos como Auto-Estradas Marítimas, RFID, Logística Inversa, estão na ordem do dia, sendo de resto a primeira, uma das áreas alvo no actual contexto da EU, do VII Programa Quadro. Indústria de Conteúdos Estima-se que este sector seja responsável por cerca de 7% do PIB mundial, com uma previsão de taxa de crescimento, nos países da OCDE, entre 5% a 20% anuais10. Da mesma forma que nestes indicadores se incluem publicidade e marketing, vale a pena não esquecer que nos mesmos se apresenta uma forte componente de conteúdos culturais, como sejam as indústrias cinematográficas, Internet, conteúdos para aparelhos móveis, publicações electrónicas e jogos de computadores. A partilha de tecnologias e de mercados, a protecção de propriedade intelectual (de resto, uma das variáveis de análise do GCI já referida atrás) e o surgimento de novas formas de distribuição, apresentam-se como elementos chave ao desenvolvimento do sector, o qual e conforme se torna facilmente visível, se apoia em elevados investimentos em I&D, necessários e desejados. United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD 2004) Creative Industries and development, Eleventh Session S Paulo 2004 Índice É também neste sector que a criatividade tecnológica e de inovação, aliada à criatividade económica (“ambiente” favorável à actividade empresarial apoiada na Inovação) e à criatividade artística e cultural (respeitados que sejam os princípios de propriedade intelectual), surgem como uma combinação perfeita à captação de investimentos em Inovação11. 2.2 Resultados da Estratégia de Lisboa e Perspectivas Futuras Se é certo que o termo INOVAÇÃO recorrentemente (agora) utilizado no espaço Europeu não é novo, não é menos certo que, foi a partir da Presidência Portuguesa da EU em 2000 que, e aquando do estabelecimento da Estratégia de Lisboa, que o assunto passou de facto a estar na ordem de prioridades das políticas e agenda de trabalho Europeia. Foi de facto um marco, um virar de página, sobre o qual, e para que se perceba e se enquadre os seus resultados vs os seus objectivos iniciais (de forma a compreender-se o caminho percorrido e as suas repercussões nas economias dos países Europeus), valerá a pena, já a seguir neste texto, realizar uma pequena retrospectiva bem como, uma análise dos seus efeitos (acções e medidas tomadas) em Portugal, como seja a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável e o Plano tecnológico. De igual forma, ver-se-ão quais as principais medidas tomadas no relançamento da Estratégia de Lisboa, bem como quais os principais resultados alcançados. Este capítulo encerrará naturalmente com uma breve análise, e porque a pertinência do tema a isso obriga, às principais medidas e iniciativas no domínio da Inovação que serão tomadas, para Portugal, no âmbito da nova Presidência da EU, como sejam as medidas no âmbito do e-Govermment, as iniciativas de promoção de indústrias de base tecnológica como seja a “POR TI 2007”, etc. 2.2.1 Análise retrospectiva da Estratégia de Lisboa No ano 2000, na União Europeia (UE), a taxa de emprego era baixa e caracterizavase por uma insuficiente participação das mulheres e dos idosos. O sector dos serviços encontrava-se sub-desenvolvido, particularmente ao nível das telecomunicações e da Internet, com cada vez maior inadequação ao nível das qualificações; os indivíduos com poucas qualificações tinham menores possibilidades de continuar a receber formação ao longo das suas vidas de trabalho. Tornou-se assim urgente a UE assumir um programa de construção de infra-estruturas baseadas no conhecimento, estimulando a inovação e reformas económicas, assim como modernizando os sistemas de bemestar social e de educação/formação, de acordo com os seus valores e com vista ao alargamento de 2004. É neste contexto que Portugal apostou, na sua Presidência da União Europeia em 2000, na concepção duma resposta ao objectivo de colocar a Europa como um espaço 10 26 11 Florida R. (2004) “The Rise of the Creative Class” New York, Basic Books. 27 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Introdução e Envolvente Macroeconómica competitivo à escala global sem pôr em causa a coesão social e a sustentabilidade ambiental, baseando a aposta no conhecimento e na inovação como factores de competitividade, coesão e emprego. Dessa forma, o Conselho Europeu, realizado de 23 a 24 de Março de 2000, estabeleceu o objectivo ambicioso de tornar a Europa na economia mais competitiva e dinâmica do mundo. Considerou que a Europa necessitava com urgência de explorar rapidamente as oportunidades da nova economia nomeadamente a Internet12. Este projecto foi debatido com os Estados-Membros, tendo em vista a sua aprovação pelo Conselho Europeu da Feira em 19 e 20 de Junho de 2000. Posteriormente e já no Conselho Europeu de Gotemburgo, os líderes europeus aprovaram uma estratégia de desenvolvimento sustentável para a UE, acrescentando assim a dimensão de carácter ambiental à Estratégia acordada em Lisboa. Nesse contexto, a estratégia assim definida assentava no princípio de que é necessário examinar de maneira coordenada as consequências económicas, sociais e ambientais de todas as políticas e tê-las em conta no processo de decisão. O Conselho Europeu destacou, a nível do desenvolvimento sustentável, quatro domínios de acção prioritários: alterações climáticas, transportes, saúde pública e gestão dos recursos naturais. Já no ano de 2005, essa estratégia, então definida e que pelo seu mérito e reconhecimento geral adoptou o nome da cidade que acolheu a cimeira fundadora e se tornou conhecida internacionalmente como Estratégia de Lisboa mantinha intacta a sua actualidade e oportunidade. No entanto, os resultados conseguidos pelos parceiros europeus foram, à data, díspares, verificando-se em alguns países progressos assinaláveis (nos que houve uma concretização coordenada dos objectivos de Lisboa), e noutros falhou a sua implementação e consequentemente os resultados foram pouco relevantes. Tornou-se dessa forma, imperativo, efectuar e implementar um conjunto de acções correctivas, bem como, readaptar os objectivos então definidos. Foi dessa forma, e na prossecução desses objectivos, que o Conselho Europeu da Primavera de 2005 decidiu relançar a Estratégia de Lisboa focalizando-a nos objectivos do Crescimento e do Emprego, procurando promover a competitividade, a coesão e o desenvolvimento sustentável, através da solidez das contas públicas, da qualificação e da inovação. Existem no entanto, e conforme já referido atrás, diferentes formas de aplicação das recomendações e indicações definidas pela Estratégia de Lisboa, consequentemente, diferentes resultados alcançados. No entanto, e por via de aplicação da estratégia de Lisboa, como inicialmente concebida, lamentavelmente a maioria dos Estados –Membros da UE não pareceu assumir a mensagem e as directrizes dessa cimeira, por força estamos em crer, de 12 Conselho da União Europeia – Comissão das Comunidades Europeias, Bruxelas, Junho 2000 28 Índice diversos factores, entre os quais se podem destacar as mudanças entretanto ocorridas no contexto económico mundial, os problemas da competitividade das economias europeias, o espectro do desemprego, as deslocalizações, o surgimento de novos mercados e os efeitos previsíveis de alargamento da UE em Maio de 2004. No entanto existem da mesma forma resultados animadores e positivos, e mencionando apenas alguns, podemos destacar: • A Dinamarca tornou-se facto na economia mais competitiva de acordo com os parâmetros da Estratégia de Lisboa, seguida pela Finlândia e pela Suécia (de resto, em perfeita sintonia com a classificação obtida no ranking do GCI do World Economic Fórum). Estes três países atingiram elevados desempenhos, particularmente em áreas como a Inovação, a investigação (I&D) a inclusão social e medidas tomadas para um desenvolvimento sustentado; • O Reino Unido atingiu o melhor desempenho nos serviços financeiros, posicionando-se Londres como um verdadeiro Centro Financeiro, tendo de facto agregado elementos inovadores e diferenciadores a esta área; • Alguns dos países aderentes em 2004 tais como Estónia, Eslovénia e Hungria, melhoraram os seus indicadores implementando algumas das medidas recomendadas; • etc.; A análise e ponderação dos resultados obtidos, levou a concluir que a atenção da EU dever-se-ia focar em três áreas determinantes, de forma a atingir-se o objectivo último da Estratégia de Lisboa (objectivo esse já visto atrás). Essas três áreas determinantes foram: a) Promover a aposta em Inovação e Desenvolvimento; b) Desenvolver uma verdadeira e forte sociedade do conhecimento, e c) Promover um “ambiente” favorável à criação de empresas, direccionado ao sector privado e à actividade económica. O relançamento da Estratégia de Lisboa pelo Conselho Europeu de Março de 2005, e no caso em particular do nosso país, foi uma oportunidade para Portugal retomar uma agenda de modernização clara e determinada que permitisse reforçar a credibilidade, a confiança, a competitividade e a coesão do País à escala europeia e global. O ano de 2005 marcou não apenas o relançamento dos princípios e objectivos da Estratégia de Lisboa, mas também o relançamento de um Portugal moderno, coeso, justo e competitivo. Surge em Portugal, nesta sequência temporal e nesse contexto, em Outubro de 2005 a apresentação pelo Governo Português do Programa Nacional de acção para o Crescimento e Emprego 2005-2008 (PNACE) e a Estratégia Nacional para o 29 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Introdução e Envolvente Macroeconómica Desenvolvimento Sustentável (ENDS) com o desígnio de “retomar uma trajectória de crescimento sustentado que torne Portugal, no horizonte de 2015, num dos países mais competitivos e atractivos da União Europeia, num quadro de elevado nível de desenvolvimento económico, social e ambiental e de responsabilidade social”. Índice É com este espírito e visão estratégica de desenvolvimento e crescimento com efeitos estruturantes a todos os níveis que a ENDS afirma, então, os sete objectivos de acção: E se é certo que esta não foi, seguramente, a primeira altura em que a terminologia “INOVAÇÃO” passou a ser corrente no nosso vocabulário diário (entenda-se enquanto desígnio para o país), não será certamente menos certo que, foi de facto a partir desta data que Investigação, Desenvolvimento e Inovação, surgiram de forma mais recorrente, não sendo por si só um objectivo, mas antes, um meio de forma a poder-se vislumbrar objectivos mais amplos e mais ambiciosos, em suma, resumindose num “Portugal Inovador”. O primeiro objectivo da ENDS, Preparar Portugal para a “Sociedade do Conhecimento”, incorporando dois sub-objectivos cruciais: acelerar o desenvolvimento científico e tecnológico como base para a inovação e a qualificação; melhorar as qualificações e criar as competências adequadas para um novo modelo de desenvolvimento. Neste contexto, deve ser notado que o financiamento total em I&D por habitante era, ainda em 2002, apenas cerca de 39% do valor médio na Europa dos 25 (assim como apenas 74% do valor correspondente em Espanha). Comparativamente, a captação do PIB na mesma altura era somente cerca de 74% do valor médio para a Europa, o que mostra o efectivo défice de financiamento da I&D em Portugal. O segundo objectivo da ENDS, Crescimento Sustentado, Competitividade à Escala Global e Eficiência Energética, visando assegurar um crescimento mais rápido da economia portuguesa, aproveitando e estimulando as possibilidades endógenas do País. No que respeita à inovação empresarial, verificou-se na última metade da década de noventa em Portugal a duplicação do número de empresas com actividades de I&D. Estas empresas já não competiam internacionalmente com base em salários baixos, mas com recursos humanos qualificados, I&D e inovação, marketing, design, formação e qualidade, cooperando com instituições de C&T. O terceiro objectivo da ENDS, Melhor Ambiente e Valorização do Património Natural, encarando-os como uma oportunidade para a sustentabilidade. O quarto objectivo da ENDS, Mais Equidade, Igualdade de Oportunidades e Coesão Social, visando a implementação de medidas de combate à infoexclusão. O quinto objectivo da ENDS, Melhor Conectividade Internacional do País e Valorização Equilibrada do Território, reforçando o papel do sistema urbano nacional como dinamizador do conjunto do território. O sexto objectivo da ENDS, Um Papel Activo de Portugal na Construção Europeia e na Cooperação Internacional, O sétimo objectivo da ENDS, Uma Administração Pública mais Eficiente e Modernizada visando contribuir para uma sociedade mais justa e regulada, nomeadamente pela maior eficácia do sistema de justiça. É após a definição e aprovação destes 7 objectivos que o Conselho de Ministros aprova (em 24 de Novembro de 2005) o Plano Tecnológico. O Plano Tecnológico trata-se de uma agenda de mobilização para toda a sociedade portuguesa, indicando uma estratégia de desenvolvimento e competitividade, que assenta em três eixos: Conhecimento (Qualificar os portugueses para a sociedade do conhecimento), Tecnologia (Vencer o atraso científico e tecnológico) e Inovação (Imprimir um novo impulso à inovação para adaptar o tecido produtivo aos desafios da globalização). 30 A mobilização da Sociedade de Informação dependeu, e continua a depender, fortemente da crescente generalização do acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), e em particular à Internet, com impacto directo na qualidade de vida, na segurança e no trabalho das pessoas. Conjuntamente com o apoio à inovação, e com a prioridade dada ao desenvolvimento do capital humano (ainda muito recentemente reforçada no âmbito da apresentação do QREN) a aposta na apropriação social e económica das TIC surge então como um elemento crítico do projecto, integrando-se numa estratégia de ampla mobilização das pessoas e organizações para o crescimento, o emprego, o uso generalizado das tecnologias de informação e comunicação e a valorização do conhecimento. Neste contexto, foram ainda em 2005, estabelecidas as seguintes metas específicas no horizonte de 2010 no âmbito das linhas gerais de orientação acima referidas: a) Fazer crescer em 50% os recursos humanos em I&D e a produção científica referenciada internacionalmente; b) Fazer crescer para 1500 por ano os doutoramentos em Portugal e no estrangeiro; c) Triplicar o esforço privado em I&D empresarial; d) Duplicar o investimento público em I&D, de forma a atingir 1% do PIB; e) Promover a criação e o preenchimento progressivo de 1000 lugares adicionais para I&D no Estado, por contrapartida da extinção do número necessário de lugares menos qualificados noutros sectores da Administração; f ) Triplicar o número de patentes registadas; g) Duplicar os utilizadores regulares da Internet, ultrapassando 60% da população; 31 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Introdução e Envolvente Macroeconómica h) Triplicar o número de agregados familiares com acesso à Internet em banda larga, para mais de 50%; i) Multiplicar o número de computadores nas escolas, de forma a atingir a proporção média de um computador por cada 5 estudantes; j) Assegurar que o preço do serviço de acesso permanente à Internet em banda larga, utilizado pela maioria da população portuguesa, se situe entre os três mais baixos da UE; k) Aumentar o número de empregos no sector das TIC para 3% do total do emprego (cerca de 44000 novos empregos); l) Aumentar a percentagem de trabalhadores que utilizam computadores ligados à Internet no emprego, para pelo menos 40%; m) Aumentar a utilização de comércio electrónico de forma regular, para pelo menos 25% da população; n) Assegurar a disponibilização on-line de todos os serviços públicos básicos. Se é certo que os objectivos traçados são ambiciosos não é mesmo certo, e para que se tornem exequíveis, foi necessário estabelecer um conjunto de medidas, estruturantes e com efeitos não imediatos mas antes com reflexos visíveis por muitos anos. Para concretizar as linhas de orientação e atingir as metas estabelecidas previram-se várias medidas específicas, entre as quais se destacam as seguintes: I. Acelerar o desenvolvimento científico e tecnológico Medida 1 - Estimular a criação de emprego qualificado em C&T nos sectores privado e público, estimular as condições de desenvolvimento da I&D nas empresas, as parcerias com instituições de investigação (nacionais e multinacionais) e a viabilização de novas empresas de base tecnológica; Medida 2 - Estimular e acompanhar a incorporação de I&D em investimentos e projectos de interesse público promovendo, em cooperação interministerial, Programas Orientados de I&D para apoio às Políticas Públicas sectoriais; Medida 3 - Reforçar as condições de independência e transparência da avaliação científica internacional de instituições, projectos e carreiras individuais; Medida 4 - Clarificar as missões dos Laboratórios do Estado garantindo a sua autonomia, reforma e rejuvenescimento, e estabelecer contratos de serviço público com os Laboratórios Associados promovendo a sua contribuição para novas políticas públicas e prevenção de riscos públicos; Medida 5 - Promover redes temáticas de ciência e tecnologia, articulando as instituições de C&T em torno de novos desafios e oportunidades para o desenvolvimento de Portugal na Europa e no mundo; Medida 6 - Reforçar de forma sistemática as condições para a investigação científica de docentes e estudantes do Ensino Superior; 32 Índice Medida 7 - Tornar obrigatória a prática experimental em disciplinas científicas e técnicas no Ensino Básico e Secundário, e reforçar a Agência Ciência Viva como instituição não governamental de excelência internacional. II. Um novo impulso à inovação Medida 8 – Criar uma “Via Verde” para produtos inovadores como canal de decisão rápida na Administração Pública para licenciamentos ou apoios a investimentos, simplificar os mecanismos de apoio à criação de empresas de base tecnológica e à oferta de “capital semente” geridos pela Agência de Inovação, e atribuir anualmente a Etiqueta “Inovação 2000” aos produtos inovadores lançados em cada ano no mercado, para lhes dar visibilidade e apoio de marketing; Medida 9 – Organizar uma rede de vigilância tecnológica e de detecção de oportunidades de investimento, coordenada e dinamizada pela Agência Portuguesa para o Investimento e pela Agência de Inovação; Medida 10 – Repor o Sistema de Incentivos Fiscais à I&D Empresarial (SIFIDE), permitindo uma dedução elevada das despesas das empresas em I&D e o uso de empréstimos reembolsáveis como apoio público à investigação empresarial; Medida 11 – Desenvolver fundos sectoriais para financiamento da I&D, constituídos por contributos das empresas dos sectores com mais elevado grau de concentração, e criar um fundo para o desenvolvimento de C&T dirigido a todo o sistema científico e tecnológico, com fundos sectoriais, reposição de empréstimos reembolsáveis e eventuais reforços obtidos recorrendo ao Banco Europeu de Investimento; Medida 12 – Afectar pelo menos 20% do valor das contrapartidas das grandes compras públicas a projectos de I&D e Inovação, e pelo menos 1% das dotações anuais da lei de programação militar para apoio ao envolvimento de centros de investigação e empresas nacionais em projectos de I&D quer de âmbito nacional quer de âmbito cooperativo internacional, designadamente no quadro da Agência Europeia de Defesa e da OTAN; Medida 13 – Promover os programas de apoio à investigação em consórcio de empresas com instituições científicas e à colocação de mestres e doutores nas empresas, e articular em rede os centros de valorização de resultados da I&D já existentes junto da maioria das instituições de investigação. Medida 14 – Apoiar e dinamizar a participação de empresas e Centros de I&D nacionais em projectos transnacionais de elevado conteúdo científico e tecnológico e com impacto no mercado. III. Promoção do uso efectivo das TIC e de uma sociedade de informação inclusiva Medida 15 – Assegurar a ligação em banda larga de todas as escolas do País até ao final de 2005, promover a abertura do ambiente escolar providenciando ambientes de 33 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Introdução e Envolvente Macroeconómica trabalho virtuais para os estudantes, documentos de apoio em formato electrónico, sistemas de acompanhamento dos alunos por pais e professores, participação sistemática em projectos de colaboração em rede, e facilitar a utilização de computadores em casa por estudantes; Medida 16 – Duplicar a rede de Espaços Internet para acesso público gratuito em banda larga, com acompanhamento por monitores especializados e condições para utilizadores com necessidades especiais, estimulando o seu funcionamento como Centros Comunitários; Medida 17 – Implementar e operar, como rede pública com circuitos próprios, a dorsal da RCTS (Rede Ciência Tecnologia e Sociedade) e estender as suas ligações às redes internacionais (Geant2), através de Espanha, garantindo a redundância de circuitos, criar a rede nacional de segurança de toda a administração pública e desenvolver uma política de segurança informática dotada dos instrumentos adequados; Medida 18 – Modernizar a Administração Pública com a utilização generalizada das TIC, promovendo adopção de sistemas de governo electrónico, em especial para simplificar o acesso dos cidadãos e agentes económicos aos serviços públicos, eliminar a necessidade de deslocações evitáveis, disfunções e redundâncias e promover a redução de custos (de acordo com o explicitado no ponto 2), e criar uma oferta pública de Internet de Cidadania que garanta o acesso livre e gratuito aos serviços públicos e de interesse público disponibilizados pela Internet; Medida 19 – Estimular a formação profissional a todos os níveis e a I&D nas TIC, em empresas, instituições de ensino e laboratórios de investigação, promovendo a emergência de mercados demonstradores e a colaboração internacional; Medida 20 – Criar e promover a utilização de novos serviços e conteúdos, via Internet, transversais a múltiplos sectores da sociedade e com impacto directo na qualidade de vida e no trabalho dos cidadãos, incluindo os relativos a riscos públicos, ambiente, segurança alimentar, saúde e segurança interna. Índice De facto, e mencionando apenas alguns indicadores / resultados mensuráveis, podemos referir, como bons exemplos a seguir: • A taxa de penetração de Banda Larga nos Lares com PC, em que, e conforme gráfico abaixo, Portugal encontra-se já acima da média Europeia, estando mesmo melhor colocado, comparativamente com países como Espanha, Áustria ou Alemanha; Penetração da Banda Larga nos Lares com PC (2005): Dinamarca 64,6 Finlândia 63,2 Reino Unido 49,2 Portugal 48,8 Média 41,1 Espanha 40,4 Áustria 39 Alemanha Itália Grécia 33,3 27,7 3,4 • O tempo médio gasto em minutos, para a constituição de uma nova empresa; Tempo médio de constituição de uma empresa (minutos) 60 50 59 40 56 53 52 52 Fev 08 Abr 08 Mai 08 59 30 20 Medida 21 – Criar o Fórum para a Sociedade da Informação, órgão de consulta e concertação para o desenvolvimento das políticas públicas para a sociedade da informação, reunindo os principais actores sociais públicos e privados, e aberto interactivamente à sociedade em geral Pode-se com propriedade, afirmar que muitos são de facto os resultados atingidos pela execução do Plano Tecnológico, e das medidas atrás listadas, o qual, marcou de facto, um período determinante na trajectória de Portugal a vários níveis, no que respeita à incorporação das TIC, em diferentes domínios, sendo essa uma variável de peso na análise do grau de Inovação. 34 10 0 Ínicio Projecto Jan 08 Jun 08 (Jul 05) Fonte: Ministério da Justiça em que existe de facto uma média ponderada do tempo necessário para a constituição de uma empresa notável (inferior a uma hora); 35 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Introdução e Envolvente Macroeconómica Índice • Taxa de adesão do tecido empresarial Português à facilidade de constituição de empresa na hora. Total acumulado de Empresas na Hora constituídas 8433 7302 5982 4954 3679 2827 Jun 06 Mai 06 Abr 06 Mar 06 Fev 05 Jan 05 Dez o5 1383 Nov 05 Ago 05 1008 Out 05 411 Set 05 144 Jul 05 1902 729 Mas ainda hoje esses efeitos se continuam a sentir (e sentir-se-ão certamente por muito mais tempo, uma vez que se trata de um processo ágil e dinâmico), quando constatamos a titulo de exemplo, da intenção de uma empresa multinacional, segundo foi transmitido através de Comunicação do Sr. Secretário de Estado Adjunto e das Obras Públicas e Comunicações, Paulo Campos, que a Alcatel-Lucent escolheu Portugal como um dos países receptores das suas iniciativas na área da televisão móvel. Assim, já durante a presidência portuguesa da União Europeia, será feita a primeira demonstração mundial, dirigida aos governos, da Unlimited Mobile TV, uma solução que permite disponibilizar emissões de televisão em terminais móveis de forma universal. Este anúncio do acordo foi feito na cidade de Aveiro em 07 de Julho 2007, no workshop promovido pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) sobre Televisão Móvel: Tecnologia e Informação do Futuro. Fonte: Ministério da Justiça Na realidade, nenhum programa, independentemente da sua importância, será oportuno caso não seja valorizado pelos utilizadores, entenda-se pelos cidadãos, a quem estes serviços são dirigidos. Vale sobre este ponto, destacar a mobilização da sociedade civil e da sociedade empresarial portuguesa na utilização dos meios à disposição, sendo o crescimento mensal das utilizações destes novos serviços significativos e representativos da boa receptividade pela sociedade em geral. • Mas o âmbito de actuação é mais abrangente que, “apenas” a utilização das TIC enquanto “ferramenta” corrente. De facto, a execução do plano tecnológico, e numa lógica de valorização do potencial humano, em linha de concordância com as recentes directrizes, actuou também ao nível educacional, nomeadamente no que respeita à criação, nas escolas, de mais valias determinantes para a criação de uma verdadeira Sociedade de Conhecimento em Portugal. Isso mesmo está patente de forma clara no número de escolas (em valor percentual e não absoluto) que disponibilizam o inglês aos seus alunos. Escolas Básicas abrangidas com o ensino do inglês 98% 2004/2005 36 Portugal colocou como prioridade da presidência da União da Europeia, a Televisão Móvel, acreditando que a Europa terá muito a ganhar num mercado cada vez mais global com o desenvolvimento desta tecnologia. A Alcatel-Lucent acredita que este projecto coloca a Europa na linha da frente da massificação da distribuição de emissões televisivas em terminais móveis13. Muitos mais são os exemplos a referir, e que de forma mais esclarecedora, e sobre este assunto, se encontram patentes na análise de benchmarking realizada ao sector de e-Govermment (análise comparativa de Portugal com Finlândia, Suécia, Dinamarca e Holanda), tais como, e apenas para mencionar apenas alguns: •• Programa Simplex; •• Cartão Único; •• Documento único de automóvel; •• Passaporte electrónico; •• etc. Bem como o mesmo se verificará, nas iguais análises efectuadas para os sectores de e-Health, Logística Avançada e Mobilidade e Comunicações. Não obstante os exemplos acima mencionados, e muitos outros que se apresentarão ao longo desta análise de Benchmarking, e porque em boa medida quando se fala de INOVAÇÃO falamos consequentemente e numa ligação temporal lógica da Estratégia de Lisboa, resta-nos esperar que o regresso de Portugal à Presidência da UE (iniciado a 1 de Julho 2007), procure e consiga restituir à Estratégia de Lisboa a sua linha inovadora inicial. 14% Fonte: Ministério da Educação A escolha de Portugal para esta primeira demonstração da Unlimited Mobile TV constitui mais um reconhecimento dos líderes da investigação e da indústria mundiais das iniciativas que Portugal tem desenvolvido para o incentivo das comunicações móveis. 2005/2006 13 Portal do Governo em 09.07.07 37 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Introdução e Envolvente Macroeconómica 2.2.2 A Presidência Portuguesa da UE (2007) Facto incontornável a este documento, pela sua pertinência e actualidade, é obviamente a actual Presidência Portuguesa da UE, iniciada em 1 de Julho 2007. De entre as várias comunicações tornadas públicas, existem no entanto duas que são absolutamente, pelo tema abordado neste texto sobre inovação, merecedoras de destaque, a saber: d)Apresentação do Programa da Presidência portuguesa da UE ao Parlamento Europeu, em 2007-07-11, e) Intervenção do Primeiro-Ministro na apresentação do Programa da Presidência Portuguesa ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo f ) Prioridades da presidência portuguesa na Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, apresentado em 2007-07-02 Estas duas intervenções / apresentações formais, e nos domínios da Inovação, do desenvolvimento sustentado e da sociedade de informação, são absolutamente esclarecedoras no que concerne aos objectivos traçados para a actual Presidência Portuguesa da UE. Índice É pois com especial satisfação que vos digo que a «Estratégia de Lisboa» estará, de novo, no centro das nossas preocupações. A estratégia definida em 2000 com vista a reforçar a competitividade com coesão social, pela aposta no conhecimento e na inovação, permanece o caminho certo e mantém o apoio das principais forças políticas europeias. Os resultados das reformas económicas levam por vezes tempo a revelarem-se. Mas estão agora a aparecer claramente por detrás de uma tendência mais consistente para o crescimento no espaço europeu. Há que reforçar a sua implementação, conjugando melhor todos os novos instrumentos adoptados em 2005, desde os programas nacionais de reformas aos programas comunitários e aos fundos estruturais. O que vamos fazer é contribuir activamente para um novo ciclo da Agenda de Lisboa, que será aprovado na Primavera de 2008, durante a presidência Eslovena. Mas prepararemos esse novo ciclo mantendo o equilíbrio entre as três componentes daquela Agenda: a económica, a social e a ambiental. A revisão do mercado interno permitirá colocar a ênfase na competitividade das empresas, na abertura de mercados e na eliminação dos custos de contexto (dedicando especial atenção ao contributo do governo electrónico), bem como no papel que as indústrias culturais poderão desempenhar em termos de criação de emprego, crescimento económico e inovação. Nesse sentido, e porque se tratam de documentos repletos de conteúdo, iremos resumir apenas os principais excertos referentes ao assunto Inovação, principalmente no que respeita à Apresentação do Programa da Presidência portuguesa, naturalmente sem qualquer tipo de desprestígio ou minimização de importância de outros assuntos, tão ou mais pertinentes que o aqui abordado, como seja, por exemplo, a reforma dos tratados. O próximo semestre será também particularmente relevante quanto às opções de política energética e ambiental. Nesta matéria, o objectivo da Europa só pode ser um: manter a liderança na área ambiental e, em particular, na luta contra as alterações climáticas. Mas porque de inovação se trata, iremos então resumir o excerto constante neste documento referente à Inovação: Desde logo, cumpriremos os objectivos de promover o debate sobre um plano de acção tecnológico em matéria energética e ambiental – com especial destaque para a eficiência energética –, bem como sublinharemos o papel dos bio-combustíveis, muito em especial no quadro da relação que resultou da primeira cimeira entre a União Europeia e o Brasil. Apresentação do Programa da Presidência portuguesa da UE ao Parlamento Europeu: “ ……………..3. Uma Agenda de modernização da economia e da sociedade europeia. Mas a reforma dos tratados constitui apenas uma parte das tarefas que se colocam à União nos próximos meses. Com efeito, para além das questões institucionais, os cidadãos europeus exigem respostas às questões que lhes dizem directamente respeito no seu quotidiano e onde reconhecem que a Europa tem que produzir resultados concretos que façam a diferença e contribuam para a melhoria das suas condições de vida. A Europa tem que investir mais numa agenda de modernização. Há pouco mais de sete anos, o então Primeiro-Ministro de Portugal, António Guterres, veio a esta Câmara apresentar-vos a Estratégia de Lisboa que tem sido o roteiro para a modernização da economia e da sociedade europeias. Do mesmo modo colocaremos na agenda europeia o tema da escassez de água e das situações de seca, bem como prosseguiremos a preparação da posição da União na conferência destinada a debater o quadro de referência pós-Quioto. Lançaremos também o debate para a construção das bases para uma efectiva política marítima europeia. Queremos dar à dimensão social da «Estratégia de Lisboa» a visibilidade e relevância que merece. Ao passarem dez anos sobre o lançamento da «Estratégia Europeia do Emprego», parece-nos essencial promover o debate sobre as melhores formas de coordenação das políticas de emprego, tendo em vista potenciar a criação de postos de trabalho sustentáveis num quadro de competição global. Esta linha de acção da presidência portuguesa será estreitamente articulada com a qualificação dos recursos humanos, a conciliação do trabalho com a vida familiar, a luta contra a pobreza e a exclusão…………………… ………….14” 14 38 Portal do Governo - Apresentação do Programa da Presidência portuguesa da UE ao Parlamento Europeu, em 2007-07-11 39 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Introdução e Envolvente Macroeconómica Já no que respeita às prioridades da presidência portuguesa na Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, e pelo conteúdo da comunicação, toda ela voltada ao assunto em referência, faremos integral transcrição do documento, como se impõe, de forma a podermos absorver na totalidade quais as directrizes, metas e objectivos traçados no âmbito desta Presidência Portuguesa: “ 2007-07-02 - Prioridades da presidência portuguesa da União Europeia na área de Ciência e Tecnologia Construir o futuro da Ciência e da Investigação na Europa A Ciência e a Investigação são centrais na criação de economias e sociedades do conhecimento. No momento em que a Comissão Europeia lança o Livro Verde sobre o Espaço Europeu de Investigação, a Presidência pretende convocar para o debate sobre o futuro da política científica e tecnológica na Europa, e para a sua acção conjunta, à escala nacional e internacional, todos os actores relevantes para o desenvolvimento científico e tecnológico na Europa. Os governos e as instituições europeias, as regiões, as agências financiadoras da investigação a nível nacional, os grandes laboratórios científicos europeus, a comunidade científica, a indústria, a banca, as universidades e as instituições de investigação são parceiros cuja aliança e acção conjunta se torna cada vez mais indispensável ao desenvolvimento científico europeu. Sabemos ser necessário mais investimento público e mais investimento privado em Investigação e Desenvolvimento, assim como o desenvolvimento de políticas de recursos humanos qualificados em Ciência e Tecnologia. A situação é contudo muito diversa em cada um dos países europeus. A Presidência pretende contribuir com um novo impulso na concretização da Estratégia de Lisboa em matéria de Ciência e Tecnologia. Ao definir metas colectivas para o nosso desenvolvimento científico e tecnológico comum, a estratégia europeia de Lisboa remete agora para as políticas nacionais a principal responsabilidade na sua concretização. Estamos convictos que o processo político europeu pode estimular e deve apoiar a ampliação de uma base social de apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico mais alargada em cada um dos nossos países. A concretização de políticas mais ambiciosas de desenvolvimento científico em cada país é estimulada pela própria definição europeia de objectivos comuns. Prioridades da Presidência I – Investimento em I&D, Recursos Humanos em C&T Maior investimento em I&D, público e privado A Presidência pretende estimular o desenvolvimento de políticas e programas de maior investimento em I&D, público e privado. Sabemos que, globalmente, a União Europeia não atingiu ainda a meta de 1% do 40 Índice investimento público em I&D definida na Cimeira de Barcelona, ou de 2% do investimento privado em I&D. Contudo, em muitos países, assiste-se a uma aceleração do investimento público em I&D assim como à renovação dos instrumentos de política científica e à sua diversificação. A Europa vive um momento de transformação da matriz das instituições científicas e académicas e das suas formas de colaboração com a indústria e as administrações. Contudo, neste contexto de mudança, é ainda escassa a troca de experiências e a aprendizagem mútua, designadamente entre governos nacionais, e incipiente a colaboração entre governos, instituições de I&D e organismos da comunidade científica, à escala europeia. O desenvolvimento de melhores condições para a expansão do investimento privado em I&D é hoje uma questão de importância estratégica europeia assim como um desafio em cada Estado membro. Ao reconhecermos o esforço que a Comissão Europeia desenvolve nesta matéria através dos vários instrumentos do 7ºPrograma-Quadro de I&D, devemos especialmente sublinhar a dimensão e gravidade do desafio que se coloca a cada país, e à Europa no seu conjunto, num contexto de intensa competição mundial pela localização de centros de I&D empresariais. Mais Recursos Humanos em Ciência e Tecnologia A Europa precisa de mais cientistas e emprego científico. As metas da Estratégia de Lisboa não serão alcançadas sem recursos humanos altamente qualificados. A expansão do emprego científico na Europa, assim como a própria expansão do potencial científico qualificado da UE não acompanham as ambições e os objectivos de política definida na Estratégia de Lisboa. Em alguns países, é reduzida a capacidade de atracção das novas gerações para o estudo de matérias científicas e técnicas ou para a formação profissional para essas áreas. Noutros é limitada a participação das mulheres no seu potencial científico, cujo aumento parece estar condicionado por estruturas administrativas e políticas sociais adversas. O balanço entre a capacidade de atracção de estudantes e de cientistas para a Europa e a saída de cientistas formados na Europa para outros continentes, especialmente para os EUA, não revelam o dinamismo que deveríamos esperar de políticas coordenadas na UE. Por fim, também os obstáculos à mobilidade persistem em muitos países e organizações, embora nos últimos anos se tenham verificado progressos assinaláveis. A troca de experiências entre políticas nacionais e a sua convergência com acções europeias é pois essencial para uma actuação efectiva. A definição de objectivos políticos partilhados em matéria de Recursos Humanos em Ciência e Tecnologia torna-se assim cada vez mais indispensável. II – Uma agenda política renovada Após a aprovação e entrada em execução do 7º Programa-Quadro de I&D, e com o debate alargado em torno do Espaço Europeu de Investigação (ERA), abre-se um novo período de oportunidades para a renovação da agenda da política científica europeia. 41 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Introdução e Envolvente Macroeconómica Sem prejuízo do estímulo ao necessário aprofundamento do trabalho em curso, designadamente no que respeita à política de desenvolvimento de Infra-estruturas de Investigação, ao EIT, à Propriedade Intelectual, ou à concretização das Iniciativas Tecnológicas Conjuntas (JTI), a Presidência entende ainda propor, desde já, as seguintes linhas de acção: Índice A liderança das próprias comunidades científicas europeias no movimento que conduziu à criação e definição do ERC, e a independência científica deste novo órgão, constituem um capital precioso para o futuro da Ciência na Europa que importa dinamizar, contribuindose para a renovação da agenda da investigação científica na fronteira do conhecimento e para a afirmação de pólos científicos europeus capazes de atraírem os melhores recursos humanos à escala global. Uma Política Europeia de edição e informação científica e técnica O avanço da ciência depende de um acesso eficaz e alargado aos resultados científicos por parte dos investigadores. O alargamento do uso da Internet veio criar possibilidades de disseminação, partilha de informação e transferência de conhecimentos sem precedentes. A competitividade da ciência que se faz na Europa passa pela partilha alargada de conhecimentos e de informação. No seguimento do trabalho efectuado pela Comissão (Comunicação «Informação científica na era digital: acesso, disseminação e preservação»), a Presidência procurará estimular o debate para uma política europeia de edição e informação científica e técnica, designadamente em matéria de bibliotecas científicas digitais, envolvendo todos os actores interessados sobre esta matéria, cuja confiança mútua urge estabelecer, Na área da Ciência e da Tecnologia, o primeiro evento da Presidência será, simbolicamente, a reunião do Conselho Científico do ERC, em Lisboa, e a projecção pública da sua actividade, em debate com a comunidade científica. Prioridades da Presidência portuguesa da União Europeia para o Ensino Superior Reformar e modernizar as universidades O Ensino Superior é central na dinâmica do desenvolvimento económico e social em sociedades e economias do conhecimento, quer pelo seu papel na educação e na formação superior, quer pela contribuição das Universidades para o desenvolvimento cultural, a produção de conhecimento novo e o desenvolvimento da investigação científica. Uma aposta europeia nas Nanociências e Nanotecnologias Num momento em que a Comissão se prepara para efectuar uma revisão intercalar da Estratégia europeia para as Nanociências e Nanotecnologias, a Presidência pretende dar relevo especial a esta área. Há poucos meses, Portugal e Espanha criaram, por iniciativa conjunta, a mais recente organização científica intergovernamental europeia, sob a forma de um Laboratório Internacional Ibérico de Nanotecnologia (INL) de grande dimensão, actualmente em instalação em Braga, no norte de Portugal. Este novo Laboratório Internacional, aberto a outros países, afirma-se como pólo de atracção de recursos à escala mundial e como um contributo para a afirmação científica europeia neste domínio. A reforma e modernização das Universidades É objectivo da Presidência contribuir para o movimento de modernização do Ensino Superior na Europa, dando especial relevo à abertura, diversificação e internacionalização das Universidades no contexto de redes de investigação e de formação avançada. As Universidades são um dos mais importantes recursos estratégicos da Europa numa economia e numa sociedade do conhecimento. Uma nova dinâmica para a investigação fundamental, na fronteira do conhecimento Com a criação do Conselho Europeu de Investigação (European Research Council - ERC) no âmbito do 7º Programa Quadro de I&D, a União Europeia ganhou um precioso instrumento de política científica, de enorme valor estratégico. 42 É preocupação central da Presidência contribuir para o movimento de reforma e modernização do Ensino Superior na Europa. Na sequência da quinta reunião de Ministros responsáveis pelo processo de Bolonha (Maio de 2007), importa que os países da União Europeia, possam, em conjunto, tomar conhecimento das reformas em curso em cada Estado Membro, partilhar experiências e projectar as formas mais adequadas para a internacionalização do Ensino Superior na Europa. As Comunicações da Comissão «O papel das universidades na Europa do conhecimento» (2003), «Mobilizar os recursos intelectuais da Europa: criar condições para que as universidades dêem o seu pleno contributo para a Estratégia de Lisboa» (2005) e «Realizar a agenda da modernização das Universidades: ensino, investigação e inovação» (2006) caracterizaram o cenário e chamaram a atenção para a necessidade de mudança, apresentando recomendações. Estabelecer novas e ambiciosas metas para as Universidades a nível europeu deveria fazer parte de um novo contrato de serviço público com as instituições de ensino superior europeias, no respeito pela diversidade das instituições, pelas exigências da qualidade e da competição internacional crescente por recursos humanos qualificados e ainda pela preocupação de promover e generalizar modos efectivos de aprendizagem ao longo da vida. Reforçar a mobilidade de estudantes e professores do ensino superior – celebrar e relançar o programa Erasmus A mobilidade internacional dos estudantes do ensino superior foi, nas últimas duas décadas, uma das mais importantes fontes de construção da Europa pelos seus cidadãos. A celebração dos 20 anos do Programa Erasmus (1987-2007) marca justamente o reconhecimento pela 43 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Introdução e Envolvente Macroeconómica extraordinária contribuição que as instituições de ensino superior, os seus professores e funcionários e, em especial, os seus estudantes, deram ao processo de construção europeia. A Presidência Portuguesa organiza com a Comissão Europeia, em Lisboa, o encerramento das comemorações dos 20 anos de Programa Erasmus. Por esta ocasião, a Presidência lançará o debate sobre os novos desafios do Programa Erasmus e, especialmente, sobre a necessidade de alargar a base social da mobilidade de estudantes na Europa. O aprofundamento do sucesso do Programa Erasmus exigirá políticas sociais activas, que permitam aos estudantes com menores recursos mais oportunidade de acesso à mobilidade internacional. Para atingir tal objectivo, é necessária a conjugação entre políticas nacionais e objectivos comunitários, e entre o sector público e privado. A presidência espera dinamizar esta conjugação de esforços, à luz do sucesso dos primeiros vinte anos do Programa Erasmus. A Presidência iniciará ainda a discussão da proposta legislativa da segunda edição do programa Erasmus Mundus, programa que visa reforçar a cooperação europeia com países terceiros em matéria de ensino superior, permitindo que estudantes e professores destes países prossigam um programa de estudos de pós-graduação em Universidades europeias e promovendo a mobilidade de estudantes e professores europeus para Universidades de países terceiros”. Índice emprego, tendo em vista potenciar a criação de postos de trabalho sustentáveis num quadro de competição global; • Equilíbrio entre as três componentes da Agenda de Lisboa: a económica, a social e a ambiental; • Competitividade das empresas, na abertura de mercados e na eliminação dos custos de contexto (dedicando especial atenção ao contributo do governo electrónico); • Promoção do debate sobre um plano de acção tecnológico em matéria energética e ambiental; • etc. Apenas alguns dias após o início da Presidência Portuguesa da UE, foram já dados os primeiros passos e os primeiros indicadores que a actuação ao nível da promoção / realização de acções dinamizadoras de empresas e empresários (empreendedores) de base tecnológica e de conceitos inovadores, será de facto uma preocupação e um objectivo. Dessa forma, veja-se como exemplo recente, a organização do certame POR TI 2007, uma feira organizada com a presença de 90 empresas de base tecnológica avançada, com soluções de mercado inovadoras, organizada com o objectivo de divulgar tecnologias e inovação desenvolvidas por empresas portuguesas. Após leitura atenta dos excertos das apresentações acima apresentadas, dúvidas certamente não subsistem sobre a importância estratégica e especial atenção que a actual presidência Europeia sob responsabilidade de Portugal, dará a assuntos como: 15 •• Novo ciclo da Agenda de Lisboa, que deverá ser aprovado na Primavera de 2008, durante a presidência Eslovena; •• Maior investimento em I&D, público e privado; •• Mais Recursos Humanos em Ciência e Tecnologia; •• Uma Política Europeia de edição e informação científica e técnica; •• Uma nova dinâmica para a investigação, fundamental na fronteira do conhecimento; •• Recursos estratégicos da Europa numa economia e numa sociedade do conhecimento; •• etc. É de facto visível e notória a dinâmica que esta Presidência Portuguesa pretende incutir nestes domínios, os quais giram à volta do conceito INOVAÇÃO e dos seus efeitos directos nas políticas europeias de: Reforço da competitividade com coesão social, pela aposta no conhecimento e na inovação; • Promoção do debate sobre as melhores formas de coordenação das políticas de 15 Portal do Governo - Apresentação do Programa da Presidência portuguesa da UE ao Parlamento Europeu, em 2007-07-11 44 Tratou-se assim de uma mostra que visou contribuir para a afirmação das empresas e empreendedores portugueses no mercado global, através de demonstrações de TI desenvolvidas em Portugal, debates no FORUM TI, numa mostra onde também não faltou o entretenimento baseado na produção tecnológica nacional, com jogos, robots e outros protótipos e produtos distribuídos por vários stands. Os participantes no POR TI 2007 eram não só empresas, mas também outras entidades nacionais como Centros de Investigação & Desenvolvimento de Universidades e Centros Tecnológicos. De entre as muitas novidades apresentadas neste certame, poder-se-á referir, apenas a título de exemplo, algumas como: •• a apresentação de um projecto que promove dispositivos de apoio à mobilidade sustentável para ambiente urbano, nomeadamente sistemas de transporte alternativos baseados em energias renováveis; •• a apresentação de soluções de Aprendizagem Enriquecida pela Tecnologia, integradas em dispositivos interactivos móveis (Quadro Interactivo eBeam); 45 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Introdução e Envolvente Macroeconómica Como principais ilações, nesta fase inicial do documento agora apresentado, podemos de facto elencar algumas ideias chave que, ao longo desta análise de benchmarking, irão de diferentes formas surgir, no que respeita às empresas portuguesas: •• Um dos principais factores de contribuição para a competitividade das empresas é a INOVAÇÃO e assim, de uma forma natural, a importância dos investimentos nas tecnologias de informação; •• As empresas portuguesas em geral e as PME em particular, e da mesma forma, as entidades e instituições portuguesas, devem criar vantagens competitivas face à realidade que nos rodeia; •• Essa necessidade urgente de criação de vantagens competitivas, leva-nos de novo, à INOVAÇÃO, que não é mais do que dotar as empresas e entidades da capacidade de produzir mais e melhores produtos e serviços, com menos factores de produção e recursos, e no menor período de tempo útil; •• Uma das características da INOVAÇÃO é o progresso tecnológico que todos reconhecemos ser um factor fundamental. Surge assim como lógico e evidente que as empresas e entidades deverão aumentar a sua aposta nas Tecnologias de Informação, sendo certo que o reflexo desse investimento far-se-á sentir no aumento de competitividade (seja competitividade das empresas, das economias, dos serviços prestados aos cidadãos de cada país comparativamente com outros, etc.). De acordo com um estudo da OCDE, os países que mais investem em INOVAÇÃO e nas TI (tecnologias de informação) são exactamente os que mais aumentam a sua competitividade. Sendo actualmente a INOVAÇÃO que está no centro da Agenda de Lisboa, ao contrário do que aconteceu em 2000 quando a prioridade era o conhecimento, é opinião comum que embora Portugal tenha já realizado progressos notáveis no que respeita à promoção internacional do país como pólo de inovação, há ainda um longo caminho a percorrer, para o qual, a análise comparativa das nossas metodologias de trabalho e resultados alcançados comparativamente com outros parceiros europeus, eventualmente mais avançados nestas áreas, pode apresentar-se como uma mais valia e um valor acrescentado de forma a se poder avaliar quais as medidas correctivas que sejam necessárias aplicar. É essa análise de benchmarking (centrado sempre na ponderação dos factores de competitividade) que este documento tentará abordar para os sectores definidos e entendidos como essenciais na avaliação da aplicação e desenvolvimento dos elementos de INOVAÇÃO (logo entenda-se factores de competitividade) em cada um dos sectores (e-Govermment; Saúde, Logística e Mobilidade e Comunicações) e dos países alvo desta análise (Holanda, Dinamarca, Suécia e Finlândia). 46 Índice 2.3 Abordagem geral e Enquadramento macroeconómica da UE27 A EU e a Zona Euro apresentaram, em 2006, um desempenho económico acima das previsões, em boa medida, graças ao aumento global (analisado no seu todo) do mercado Europeu (entenda-se consumo interno), bem como, à dinâmica dos principais parceiros económicos da UE (entenda-se resultados positivos nos rácios de exportações europeias). De resto, os impactos de aumento do preço do petróleo e o abrandamento da economia Norte Americana, não se fizeram sentir de forma tão agressiva como era esperado (em determinada altura) na economia dos países constituintes da UE e da Zona Euro. O PIB real cresceu, no 4º semestre de 2006, cerca de 0,9%, nas duas áreas (UE e Zona Euro), bem acima das estimativas de crescimento potencial tendo contribuído este desempenho positivo em final de ano, decisivamente para o resultado final. Dessa forma, em 2006, a actividade económica expandiu-se 3,0% na UE e 2,7% na Zona Euro, valores que são mais de 1 ponto percentual acima do crescimento record em 2005. Este crescimento apoiou-se fundamentalmente no aumento do consumo interno, motivado pelo incremento de investimentos em equipamentos e infra-estruturas públicas (consumo interno público). Já o consumo interno privado cresceu mais lentamente, mesmo tendo em consideração que o mercado de trabalho (relação entre taxa de emprego e taxa de desemprego) iniciou uma ligeira recuperação face ao período homólogo. A actividade económica foi, em boa medida, suportada também pela contribuição positiva das exportações, as quais (e a exemplo do que aconteceu e continua a acontecer por exemplo em Portugal) registaram valores consideráveis de crescimento, principalmente no quarto trimestre de 2006, equilibrando dessa forma a balança comercial. Já para 2007, as previsões económicas apontam para um crescimento de 2,9% na UE e para um crescimento de 2,6% na Zona Euro, comparativamente com os indicadores de 2006, representando assim um aumento de ½ ponto percentual face às previsões iniciais para as duas áreas. As previsões para 2008 apontam para um ligeiro abrandamento do crescimento económico, nomeadamente 2,7% na UE e 2,5% na Zona Euro. De resto, estes mesmos indicadores estão representados na tabela abaixo, tabela esta constante das previsões económicas de Primavera 2007, da UE. Desta tabela, e como elementos mais evidentes e merecedores de destaque, devemos salientar: 47 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Introdução e Envolvente Macroeconómica Índice Main features of the Spring 2007 forecast - euro area Real Anual Percentage change unless otherwise stated Spring 2007 forecast 1 Difference vs Autumn 2006 (a) 2008 2005 2006 2007 2008 2007 GDP 0.8 2.0 1.4 2.7 2.6 2.5 0.5 0.3 Germany 1.4 2.1 Consumption 1.2 1.5 1.5 1.8 2.1 2.4 0.5 0.3 Ireland 5.9 9.9 Total Investment 1.1 2.2 2.5 4.7 4.4 3.6 1.4 0.6 Greece 1.1 4.0 Unemployment rate (b) 0.4 0.8 0.8 1.4 1.4 1.2 0.2 0.1 Spain 1.5 4.4 Inflation 8.7 8.8 8.6 7.9 7.3 6.9 -0.4 -0.5 Government balance (% GDP) (d) -3.0 -2.8 -2.5 -1.6 -1.0 -0.8 0.5 Government debt (% GDP) 69.2 69.7 70.5 69.0 66.9 65.0 -1.1 -1. 9 0.5 0.8 0.0 0.0 0.2 0.1 0.5 0.1 0.0 The Comission services Spring 2007 Services Forecast is based on available data up to April 23, 2007 (a) A “+” (“-”) sign means a higher (lower) positive figure or a lower (higher) negative one compare to Autumn 2006 (b) Percentage of the labour force (c) Harmonised index of consumer prices, nominal change (d) Including process relative to UMTS licenses. •• Inflação Zona Euro - A inflação estimada para a Zona Euro foi de 1,9% em Junho de 2007 (igual à registada no mês anterior)16; •• Indicador de Clima de Negócios na Zona Euro - Em Junho, o Indicador de Clima de Negócios da Zona Euro aumentou face ao mês anterior, registando 1,54 pontos, fixando em 1,55 o valor do 2º trimestre de 2007, ou seja, superior ao do 1º trimestre de 2007 (1,46 pontos)17. •• Projecção de Crescimento do PIB – Segundo estimativas do Eurostat para o 1º trimestre de 2007, na Zona Euro e na UE27, o PIB cresceu 3,1% e 3,2% respectivamente, o que compara com taxas de 3,3% e 3,5% para o 4º trimestre de 200618. Além destes indicadores, e como foco de análise, poderemos com detalhe verificar as variações do PIB, não só para os países constituintes da UE (a 27 Estados-Membros), bem como constatar essas variações do PIB para os países da Zona Euro, conforme tabela abaixo, publicada na Economic Forecast Spring 2007. Table 1 Gross Domestic product, volume (percentage change on preceding year, 1992-2008) 5 years averages Belgium 18 1997 2001 2004 1 17 5 years averages 1992 1996 2003 Current account balance (%GDP) 16 Table 1 Gross Domestic product, volume (percentage change on preceding year, 1992-2008) Eurostat. 29.06.2007 Eurostat. 29.06.2007 Eurostat. 15.05.2007 48 2006 1992 1996 1997 2001 2002 2006 2002 2003 2004 1.5 2.6 1.9 1.5 1.0 3.0 2007 2008 2005 X2006 IV2007 X2006 IV2007 X2006 IV2007 1.1 2.7 3.1 2.3 2.3 2.2 2.2 2002 2006 2006 2004 2005 X2006 IV2007 2007 X2006 IV2007 2008 X2006 IV2007 2002 2003 0.9 0.0 -0.2 1.2 0.9 2.4 2.7 1.2 2.5 2.0 2.4 5.2 6.0 4.3 4.3 5.5 5.3 6.0 5.3 5.0 4.3 4.0 4.2 3.8 4.8 4.7 3.7 3.8 4.3 3.7 3.7 3.7 3.7 3.3 2.7 3.0 3.2 3.5 3.8 3.9 3.4 3.7 3.3 3.4 France 1.2 3.0 1.5 1.0 1.1 2.3 1.2 2.2 2.0 2.3 2.4 2.1 2.3 Italy 1.1 2.1 0.7 0.3 0.0 1.2 0.1 1.7 1.9 1.4 1.9 1.4 1.7 Luxembourg 2.6 6.3 3.8 3.8 1.3 3.6 4.0 5.5 6.2 4.5 5.0 4.2 4.7 Netherlands 2.3 3.7 1.3 0.1 0.3 2.0 1.5 3.0 2.9 2.9 2.8 .26 2.6 Austria 2.0 2.6 1.9 0.9 1.1 2.4 2.0 3.1 3.1 2.6 2.9 2.1 2.5 Portugal 1.6 3.8 0.6 0.8 -0.7 1.3 0.5 1.2 1.3 1.5 1.8 1.7 2.0 Slovenia 2.0 4.2 3.9 3.5 2.7 4.4 4.0 4.8 5.2 4.2 4.3 4.5 4.0 Finland 1.3 4.6 3.1 1.6 1.8 3.7 2.9 4.9 5.5 3.0 3.1 2.6 2.7 Euro area 1.4 2.8 1.5 0.9 0.8 2.0 1.4 2.6 2.7 2.1 2.6 2.2 2.5 Bulgaria -2.8 2.0 5.9 5.6 5.0 6.6 6.2 6.0 6.1 6.0 6.1 6.2 6.2 Czech Republic 2.3 1.2 4.4 1.9 3.6 4.2 6.1 6.0 6.1 5.1 4.9 4.7 4.9 Denmark 2.6 Estonia Cyprus 5.5 2.4 1.8 0.5 0.4 2.1 3.1 3.0 3.1 2.3 2.3 2.2 2.0 6.2 9.0 8.0 7.1 8.1 10.5 10.9 11.4 9.5 8.7 8.4 8.2 4.2 3.1 2.0 1.8 4.2 3.9 3.8 3.8 3.8 3.8 3.9 3.9 Latvia -8.8 6.2 9.0 6.5 7.2 8.7 10.6 11.0 11.9 8.9 9.6 8.0 7.9 Lithuania -8.4 5.0 7.9 6.9 10.3 7.3 7.6 7.8 7.5 7.0 7.3 6.5 6.3 Hungary 0.6 4.6 4.3 4.3 4.1 4.9 4.2 4.0 3.9 2.4 2.4 2.7 2.6 Malta 5.0 3.5 1.2 1.9 -2.3 0.4 3.0 2.3 2.9 2.1 3.0 2.2 2.8 Poland 4.9 4.4 4.0 1.4 3.8 5.3 3.5 5.2 6.1 4.7 6.1 4.8 5.5 Romania 1.4 -0.9 6.1 5.1 5.2 8.5 4.1 7.2 7.7 5.8 6.7 5.6 6.3 2.7 5.6 4.1 4.2 5.4 6.0 6.7 8.3 7.2 8.5 5.7 6.5 Slovakia Sweden 1.2 3.2 3.0 2.0 1.7 4.1 2.9 4.0 4.4 3.3 3.8 3.1 3.3 United Kingdom 2.5 3.1 2.5 2.1 2.7 3.3 1.9 2.7 2.8 2.6 2.8 2.4 2.5 2.9 1.9 1.2 1.3 2.5 1.7 2.8 3.0 2.4 2.9 2.4 2.7 EU27 Fonte: http://ec.europa.eu/economy_finance/publications/european_economy/2007/ee207en.pdf 2.4 Envolvente macroeconómica dos mercados-alvo em estudo Neste capítulo serão apresentadas em traços gerais os principais indicadores económicos e de desenvolvimento sustentável dos cinco mercados em análise. 2.4.1 Holanda A Holanda é um país que apresenta uma economia desenvolvida. A sua taxa de crescimento do PIB / capita (o principal indicador – nível I – de desenvolvimento 49 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Introdução e Envolvente Macroeconómica Índice sustentável na proposta de indicadores de análise do Desenvolvimento económico do EUROSTAT) é de 2,8%, valor este acima do valor médio da EU25 que é 2,7%. As perspectivas de crescimento económico são consistentes e apresentam um forte crescimento em relação a 2005, justificadas por um valor de crescimento real do PIB em 2006 de 2,9%, beneficiando quer de uma resiliente procura doméstica quer de um vigoroso crescimento das suas exportações de bens e serviços (superior a 7,5%), mantendo-se o seu valor acima de 2% quer para 2007 quer para 2008. Os valores relacionados com o investimento total (sobretudo o privado) em 2006 têm sido igualmente sólidos, nomeadamente os investimentos em bens de equipamento (14%) e no sector da construção (4,3%) 19. Graph 3.22 The Netherlands - Private sector gross saving 22 250 000 6% Forecast 5% 20 200 18 4% 3% Forecast 16 2% 150 14 1% 12 10 95 97 99 01 03 05 07 100 00Q1 Saving rate, gross; corporations Saving rate, gross; households and NPISH 0% 02Q1 04Q1 06Q1 II - Indicadores relacionados com o Investimento 2003 2004 2005 2006 Taxa de crescimento real do PIB 0.3 2.0 1.5 2.9 PIB per capita em PPS 124 125 125 126 (f ) 125.4 (f) 125.9 (f) 126.7 (f) 129.2 (f) Despesa do Consumo a preços constantes Rendimento Nacional Líquido 86.2 87.9 86.0 89.1 Taxa de Inflação 2.2 1.4 1.5 1.7 Poupança Nacional Bruta 25.1 27.1 26.3 26.8 (f ) Poupança Líquida: sector privado 8.4 8.1 7.1 n.d. 2003 2004 2005 2006 Produtividade laboral por hora trabalhada 0.9 3.5 n.d. n.d Competitividade Internacional de Preço (taxa real de trocas efectivas) 111.46 111.51 110.04 109.46 Crescimento do custo da unidade de trabalho (economia total) 0.2 (-0.9) (-2.4) (-1.4) Crescimento do custo da unidade de trabalho (indústria) (-1.5) (-3.1) (-4.6) n.d. 16.4 (b) 16.4 15.9 n.d. 1.76 1.78 (p) n.d. n.d. III - Indicadores relacionados com a Competitivade Graph 3.23 The Netherlands - Unemployment and vacancies % of GDP Envolvente Macro-Económica Holanda Indicadores de Desenvolvimento Económico 08Q1 Vacancies (4-quarter moving average) Unemployment rate (rhs) Formação contínua (1) Despesa Interna Bruta em I&D Despesa Pública na Educação Fonte: http://ec.europa.eu/economy_finance/publications/european_economy/2007/ee207en.pdf A taxa de inflação tem-se mantido, independentemente de um crescimento contínuo nos últimos três anos, em valores relativamente baixos (inferiores a 1,7%). Deve ser referido ainda a reforma do Sector da Saúde em 2006, que reclassificou as despesas de saúde, das despesas de consumo privado para despesas de consumo público, e por conseguinte distorceu o crescimento das despesas de consumo privado em cerca de 3 ½ pontos percentuais. Envolvente Macro-Económica Holanda Indicadores de Desenvolvimento Económico I - Principal Indicador de Desenvolvimento Sustentável 2003 2004 2005 2006 0 1.6 1.2 2.8 (f ) II - Indicadores relacionados com o Investimento 2003 2004 2005 2006 Taxa de crescimento do PIB per Capita 19 Investimento Total (*) 19.5 1.91 19.3 20.1 Investimento Público (*) 3.6 3.2 3.2 n.d. Investimento Privado (*) 15.9 15.9 16.1 n.d 5.07 (i) n.d. n.d. n.d. IV - Indicadores relacionados com o Emprego e Desemprego 2003 2004 2005 2006 Taxa de emprego total 73.6 73.1 73.2 n.d. Taxa de desemprego total 3.7 4.6 4.7 3.9 Taxa de emprego total por nível de educação mais alto (2) n.d. n.d. n.d. n.d. Taxa de desemprego total por nível de educação mais alto (2) n.d. n.d. n.d. n.d. (*) Valores em percentagem do PIB Fonte: Eurostat (1) participação em educação ou formação da população com idades entre 25 e 64 anos (2) o nível de educação mais alto corresponde ao ensino terciário: superior e politécnico n.d. não disponível (b) intervalo de series (f ) valor estimado (i) ver texto explicatório (p) valor provisório 2.4.2 Dinamarca A Dinamarca com um crescimento real do PIB de 3,2%, valor ligeiramente acima do alcançado em 2005, e apresentando uma taxa de crescimento de PIB per capita de 2,8% em 2006, apresenta uma economia com um crescimento saudável mas que se espera venha a ser moderado em 2007 e 2008. Economic Forecast Spring 2007 50 51 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Introdução e Envolvente Macroeconómica Índice A principal força motriz continua a ser o consumo privado, suportado por taxas de crescimento no emprego, no mercado da habitação e em taxas de juros relativamente baixas. Em 2006 a taxa de crescimento das importações foi superior à das exportações e o mesmo deverá acontecer em 2007 o que contribuirá negativamente para o crescimento económico da Dinamarca. Relativamente à taxa de desemprego é de realçar o valor histórico (abaixo dos 4%) alcançado em 2006, mais concretamente 3.9%, sendo ainda digno de nota o facto da capacidade laboral utilizada ser mais elevada no sector industrial. Graph 3.4 Denmark - Unemployment rate, HICP inflation and wage growth II - Indicadores relacionados com o Investimento 2003 2004 2005 2006 Investimento Público (*) 1.6 1.8 1.8 n.d. Investimento Privado (*) 17.7 17.6 18.7 n.d. Taxa de crescimento real do PIB 0.4 2.1 3.1 3.2 PIB per capita em PPS 119 119 122 122 (f ) Despesa do Consumo a preços constantes 113.1 117.2 120.8 123.8 Rendimento Nacional Líquido 82.9 84.2 84.9 85.3 Taxa de Inflação 2.0 0.9 1.7 1.9 Poupança Nacional Bruta 23.2 22.5 23.8 24.5 (f ) Poupança Líquida: sector privado 4.7 1.2 (-2.7) n.d. 2003 2004 2005 2006 5 5 III - Indicadores relacionados com a Competitivade 4 4 Produtividade laboral por hora trabalhada 1.9 1.9 1.3 n.d 3 3 104.69 105.65 104.77 104.79 2 2 Competitividade Internacional de Preço (taxa real de trocas efectivas) 1 1 Crescimento do custo da unidade de trabalho (economia total) 0.6 (-1.4) (-2.2) (-0.2) Crescimento do custo da unidade de trabalho (indústria) 1.5 1.3 (-4.7) n.d. 24.2 (b) 25.6 27.4 n.d. 6 yoy % ch. % 0 6 0 99 00 01 02 03 Unemployment rate 04 05 06 07 08 Inflation Wage Growth Formação contínua (1) Fonte: http://ec.europa.eu/economy_finance/publications/european_economy/2007/ee207en.pdf A Dinamarca apresentou em 2006 um Saldo global da Administração Pública com um excedente de 4,2% do PIB em parte devido a uma reclassificação dos esquemas de Fundos de Pensões verificada no Sector privado em Abril de 2007. As fortes finanças públicas são uma consequência directa de uma economia saudável e de uma queda na taxa de desemprego, factores já acima referidos, que por sua vez são sinónimos de uma maior colecta de impostos e uma menor atribuição de pagamentos de subsídios. Contudo deve ainda ser referido a influência dos elevados preços da energia verificada neste valor, os quais se materializaram em ganhos resultantes dos impostos sobre as actividades ligadas às actividades de exploração do gás e do petróleo no Mar do Norte. Envolvente Macro-Económica Dinamarca Indicadores de Desenvolvimento Económico I - Principal Indicador de Desenvolvimento Sustentável Taxa de crescimento do PIB per Capita 2003 2004 2005 2006 0.3 2 2.6 2.8 (f ) II - Indicadores relacionados com o Investimento 2003 2004 2005 2006 Investimento Total (*) 19.3 19.4 20.4 22.3 52 Envolvente Macro-Económica Dinamarca Indicadores de Desenvolvimento Económico Despesa Interna Bruta em I&D 2.56 2.48 (b) 2.44 (p) n.d. Despesa Pública na Educação 8.33 n.d. n.d. n.d. IV - Indicadores relacionados com o Emprego e Desemprego 2003 2004 2005 2006 Taxa de emprego total 75.1 75.7 75.9 n.d. Taxa de desemprego total 5.4 5.5 4.8 3.9 Taxa de emprego total por nível de educação mais alto (2) 85 79.7 n.d. n.d. Taxa de desemprego total por nível de educação mais alto (2) 4.8 3.9 n.d. n.d. (*) Valores em percentagem do PIB Fonte: Eurostat (1) participação em educação ou formação da população com idades entre 25 e 64 anos (2) o nível de educação mais alto corresponde ao ensino terciário: superior e politécnico n.d. não disponível (b) intervalo de series (f ) valor estimado (i) ver texto explicatório (p) valor provisório 53 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Introdução e Envolvente Macroeconómica Índice 2.4.3 Finlândia Dos quatro países em análise comparativa com Portugal nestes Estudos de Benchmarking, a Finlândia é o país com melhor resultado no Indicador de Desenvolvimento sustentável (4,8% de taxa de crescimento do PIB/capita em 2006). Por outro lado os dados relativos a 2006 para a taxa de crescimento do PIB apresentam igualmente uma aceleração excepcionalmente alta de 5.5%. Para este valor contribuíram os efeitos verificados na produção da indústria do papel, a evolução muito favorável das exportações e ainda o crescimento elevado do investimento, consequência dos investimentos nos equipamentos relacionados com o sector da Saúde (“lively equipment”) e na habitação. Envolvente Macro-Económica Finlândia Indicadores de Desenvolvimento Económico I - Principal Indicador de Desenvolvimento Sustentável 2003 2004 2005 2006 1.6 3.1 2.6 4.8 (f ) II - Indicadores relacionados com o Investimento 2003 2004 2005 2006 Investimento Total (*) 18.1 18.2 18.9 19.2 Investimento Público (*) 2.9 2.9 2.6 2.6 Investimento Privado (*) 15.2 15.3 16.3 16.6 Taxa de crescimento do PIB per Capita Taxa de crescimento real do PIB 1.8 3.7 2.9 5.5 109 125.5 (f) 83.9 111 128.8 (f) 86.0 110 132.8 (f) 85.3 113 (f ) 136.0 (f) 85.6 Taxa de Inflação 1.3 0.1 0.8 1.3 Poupança Nacional Bruta 24.8 26.1 25 26.1 (f ) Poupança Líquida: sector privado 1.4 2.4 (-0.1) n.d. 2003 2004 2005 2006 Produtividade laboral por hora trabalhada 2.1 2.8 2.1 n.d. Competitividade Internacional de Preço (taxa real de trocas efectivas) 101.86 103.52 104.05 103.77 Crescimento do custo da unidade de trabalho (economia total) 1.5 (-0.4) 2.0 (-1.8) Crescimento do custo da unidade de trabalho (indústria) 1.4 0.1 2.9 n.d. Formação contínua (1) 22.4 22.8 22.5 n.d. Despesa Interna Bruta em I&D 3.43 3.46 3.48 3.43 Despesa Pública na Educação 6.41 n.d. n.d. n.d. IV - Indicadores relacionados com o Emprego e Desemprego 2003 2004 2005 2006 Taxa de emprego total 67.7 67.6 68.4 n.d. Taxa de desemprego total 9.0 8.8 8.4 7.7 Taxa de emprego total por nível de educação mais alto (2) 85 84.5 n.d. n.d. Taxa de desemprego total por nível de educação mais alto (2) 4.1 4.7 n.d. n.d. As despesas de consumo público previsivelmente devem permanecer num nível moderado, em grande parte devido aos esforços do Governo em controlar as despesas e desenvolver o programa de aumento da produtividade na Administração Pública. PIB per capita em PPS Deve ser referida a tendência de descida que se tem verificado na taxa de desemprego que em 2004 apresentava um valor de 8,8% atingindo um valor de 7,7% em 2006 e perspectivando-se um valor na ordem dos 7% em 2007. % Forecast 4 3 2 1 0 -1 02 03 Nominal Unit Labour Costs 04 05 06 Compensation of employees per head 07 08 Labour productivty Fonte: http://ec.europa.eu/economy_finance/publications/european_economy/2007/ee207en.pdf As previsões apontam para um acordo no aumento dos salários, em Setembro de 2007, que implicará um aumento na taxa de emprego, como consequência assistir-se-á a uma clara tendência de subida dos custos unitários do trabalho em 2007 (-1,2%) e em 2008 (0,0%). 20 20 Economic Forecast Spring 2007 54 Rendimento Nacional Líquido III - Indicadores relacionados com a Competitivade Graph 3.31 Finland - Nominal unit labour cost development 5 Despesa do Consumo a preços constantes (*) Valores em percentagem do PIB Fonte: Eurostat (1) participação em educação ou formação da população com idades entre 25 e 64 anos (2) o nível de educação mais alto corresponde ao ensino terciário: superior e politécnico n.d. não disponível (b) intervalo de series (f ) valor estimado (i) ver texto explicatório (p) valor provisório 55 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Introdução e Envolvente Macroeconómica Índice 2.4.4 Suécia A seguir à Finlândia, dos quatro países em estudo, a Suécia é o país que apresenta um segundo melhor resultado no Indicador de Desenvolvimento sustentável com 3,6% de taxa de crescimento do PIB/capita em 2006. A actividade económica do país acelerou fortemente em 2006, passando a taxa de crescimento real do PIB de 2,9% para 4,4%. Este crescimento sustentado está assente num crescimento sólido da despesa privada e num ciclo de crescimento positivo do investimento, suportado na procura doméstica. O crescimento das exportações tem tido igualmente um contributo notável para este crescimento económico. As perspectivas de desenvolvimento económico para os próximos dois anos são de crescimento continuado mas mais moderado prevendo-se uma desaceleração gradual para 3,75% e 3,25% respectivamente para 2007 e 2008. Graph 3.32 Sweden - GDP Growth, growth contributions and output gap I - Principal Indicador de Desenvolvimento Sustentável 2003 Taxa de crescimento do PIB per Capita 2004 2005 2006 3.8 2.2 3.6 (f ) II - Indicadores relacionados com o Investimento 2003 2004 2005 2006 Investimento Total (*) 16.0 16.3 17.2 17.9 Investimento Público (*) 3.1 3.0 3.0 n.d. Investimento Privado (*) 12.9 13.2 14.2 n.d. Taxa de crescimento real do PIB 1.7 4.1 2.9 4.4 PIB per capita em PPS 115 115 115 116 (f ) Despesa do Consumo a preços constantes 116.3 118.1 120.0 123.0 Rendimento Nacional Líquido 88.7 87.8 87.5 87.9 Taxa de Inflação 2.3 1.0 0.8 1.5 Poupança Nacional Bruta 22.8 22.8 23 23.9 (f ) 6 Poupança Líquida: sector privado n.d. n.d. n.d. n.d. 5 5 4 4 III - Indicadores relacionados com a Competitivade 2003 2004 2005 2006 3 3 Produtividade laboral por hora trabalhada 3.2 3.3 2.3 n.d. 2 2 1 104.01 104.65 101.71 102.32 1 Competitividade Internacional de Preço (taxa real de trocas efectivas) 0 0 (-1.0) (-1.1) 2.0 (-1.8) -1 -1 Crescimento do custo da unidade de trabalho (economia total) -2 -2 (-0.2) (-4) (-4.4) n.d. -3 -3 Crescimento do custo da unidade de trabalho (indústria) Formação contínua (1) 31.8 (b) 32.1 32.1 n.d. Despesa Interna Bruta em I&D 3.95 (i) n.d. 3.86 n.d. Despesa Pública na Educação 7.47 n.d. n.d. n.d. IV - Indicadores relacionados com o Emprego e Desemprego 2003 2004 2005 2006 Taxa de emprego total 72.9 72.1 72.5 (b) n.d. Taxa de desemprego total 5.6 6.3 7.4 (b) 7.0 Taxa de emprego total por nível de educação mais alto (2) 87.1 80.9 n.d. n.d. Taxa de desemprego total por nível de educação mais alto (2) 3.4 3.8 n.d. n.d. 6 % yoy % ch. 99 00 Output gap (rhs) 01 02 03 Net exports 04 05 GDP Growth 06 07 08 Domestic demand Fonte: http://ec.europa.eu/economy_finance/publications/european_economy/2007/ee207en.pdf Neste período há uma perspectiva de crescimento favorável do emprego fazendo com que o valor previsível da taxa de desemprego em 2008 caia para um valor abaixo dos 6% (contra o actual valor de 7% em 2007). Os valores da taxa de inflação a curto prazo dever-se-ão manter baixos devidos a uma moeda (coroa sueca, SEK) forte, a preços de energia baixos e uma forte pressão nos preços dos produtos importados. No entanto esta evolução deverá sofrer um “amortecimento” e por conseguinte é expectável que a taxa de inflação volte a subir no final de 2007 / início de 2008. 56 Envolvente Macro-Económica Suécia Indicadores de Desenvolvimento Económico (*) Valores em percentagem do PIB Fonte: Eurostat (1) participação em educação ou formação da população com idades entre 25 e 64 anos (2) o nível de educação mais alto corresponde ao ensino terciário: superior e politécnico n.d. não disponível (b) intervalo de series (f ) valor estimado (i) ver texto explicatório (p) valor provisório 57 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Introdução e Envolvente Macroeconómica Índice 2.4.5 Portugal O nosso país é aquele que apresenta o pior resultado do Indicador de Desenvolvimento Económico Sustentável de entre os 27 Países constituinte da EU. O seu valor é apenas de 1,0% ficando bastante abaixo do valor médio (valor disponível apenas para a EU 25 países) que foi de 2,7% em 2006. Envolvente Macro-Económica Portugal Indicadores de Desenvolvimento Económico Todavia o crescimento para 1,3%, verificado na taxa de crescimento real do PIB, depois do crescimento verificado em 2005 de apenas 0,5%, dá sinais de aceleração da actividade económica do país, movida essencialmente pelas exportações e ajudada pela conjuntura económica mundial favorável. A procura doméstica pesou pouco na actividade económica tendo o investimento continuado a cair em 2006 (tendência que se vem verificado desde 2003) explicado em parte pelo downsizing que se vem verificando no sector da Construção desde o início da década. Rendimento Nacional Líquido As perspectivas de crescimento para 2007 são moderadas mas serão superiores em 2008. 2003 2004 2005 126.6 (f) 82.0 129.7 (f) 81.6 132.5 (f) 81.1 Taxa de Inflação 3.3 2.5 2.1 3.0 Poupança Nacional Bruta 16.5 15.2 12.9 12.8 (f ) Poupança Líquida: sector privado 4.8 n.d. n.d. n.d. 2003 2004 2005 2006 Produtividade laboral por hora trabalhada 0.4 (be) 0.1 (e) 0.9 (e) n.d. Competitividade Internacional de Preço (taxa real de trocas efectivas) 110.64 111.91 112.52 113.13 Crescimento do custo da unidade de trabalho (economia total) 0.2 -2.1 (f ) 0.2 (f ) n.d. Crescimento do custo da unidade de trabalho (indústria) n.d. n.d. n.d. n.d. 5 Formação contínua (1) 3.2 4.3 (b) 4.1 n.d. 4 Despesa Interna Bruta em I&D 0.74 0.77 (ep) 0.81 (ep) Graph 3.27 Portugal - Demand and prices 8 yoy % ch 7 Forecast 6 3 Despesa do Consumo a preços constantes III - Indicadores relacionados com a Competitivade Despesa Pública na Educação 2 1 0 -1 -2 -3 95 96 97 98 99 Domestic Demand 00 01 02 03 04 05 06 Household consumption 07 08 HICP Fonte: http://ec.europa.eu/economy_finance/publications/european_economy/2007/ee207en.pdf Envolvente Macro-Económica Portugal Indicadores de Desenvolvimento Económico I - Principal Indicador de Desenvolvimento Sustentável 2003 2004 2005 2006 Taxa de crescimento do PIB per Capita (-1) 0 0 1 (f ) II - Indicadores relacionados com o Investimento 2003 2004 2005 2006 Investimento Total (*) 22.9 22.7 21.19 21.11 Investimento Público (*) 3.1 3.1 2.8 2.3 Investimento Privado (*) 19.8 19.6 19.1 18.8 Taxa de crescimento real do PIB -0.7 1.3 0.5 1.3 74 (b) 72 72 70 (f ) PIB per capita em PPS 58 II - Indicadores relacionados com o Investimento 2006 133.5(f) 79.5 n.d. 5.61 (i) n.d. n.d. n.d. IV - Indicadores relacionados com o Emprego e Desemprego 2003 2004 2005 2006 Taxa de emprego total 68.1 67.8 67.5 n.d. Taxa de desemprego total 6.3 6.7 7.6 7.7 Taxa de emprego total por nível de educação mais alto (2) 88.1 88.4 n.d. n.d. Taxa de desemprego total por nível de educação mais alto (2) 4.8 4 n.d. n.d. (*) Valores em percentagem do PIB Fonte: Eurostat (1) participação em educação ou formação da população com idades entre 25 e 64 anos (2) o nível de educação mais alto corresponde ao ensino terciário: superior e politécnico n.d. não disponível (b) intervalo de series (f ) valor estimado (i) ver texto explicatório (p) valor provisório 59 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice 3 Enquadramento 3.1 Fichas de Mercado Designação Oficial: Reino dos Países Baixos Língua Oficial: Holandês Chefe de Estado: Rainha Beatriz (desde 1980) Governo: Primeiro-ministro: Jan Peter Balkenende. Próximas eleições legislativas previstas para Dezembro de 2010. Capital: Haia Principais Cidades: Roterdão, Utreque, Eindhoven, Arnhem; Amesterdão Código telefónico: 31 Código da Internet: .nl Área: 41.543 Km² (7.759 Km² de água, 33.783 Km² terra) População: 16,4 milhões de habitantes PIB per capita (paridade do poder de compra) 2007 (dado estimativo): USD$ 46.130 Unidade Monetária: Euro (EUR) – 1€ = 1.3516 US$ (média Abril 2007) Grau de Abertura e Dimensão Relativa do Mercado(2005): 60 Exp. + Imp. / PIB Imp. / PIB Imp. / Imp. Mundial 120,2 % 56,4 % 3,33% 61 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice IDE (2004) Investimento Estrangeiro na Holanda: 3.565 x 106 € (dos quais 803 x 106 € se refere a Portugal) Investimento da Holanda no Estrangeiro: 1.394 x 106 € (dos quais 239 x 10³ € se refere a Portugal) Grau de Aversão à Incerteza: 50 (média mundial: 60) Educação % da população com, pelo menos, Ensino Médio (2005): 71,8% (EU 27 Países: 69,3%) Despesas de pesquisa e desenvolvimento (2005) Sector público: 0,24% do PIB (valor previsional) (média EU 27: 0,24%; valor estimado pelo Eurostat) Sector privado: 1,02% do PIB (valor previsional) (média EU 27: 1,17%; valor estimado pelo Eurostat) Pontuação da HOLANDA em cinco estudos internacionais Índice Economist Intelligence Unit’s Global Business Environment 2006 Ranking 8º lugar pontuação 8,64/10 Descrição Designação Oficial: Reino da Dinamarca Língua Oficial: Dinamarquês Chefe de Estado: Rainha Margrethe II (acedeu ao trono em Janeiro de 1972) Governo: Coligação entre o Venstre (Partido Liberal dinamarquês) e o Det Konservative Folkeparti (Partido Popular Conservador) cujo Primeiroministro: Anders Fogh Rasmussen Próximas eleições legislativas previstas para 2009. Capital: Copenhaga Principais Cidades: Aarhus, Odense, Aalborg, Frederiksberg, Esbjerg, Gentofte, Kolding, Randers. Código telefónico: 45 Código da Internet: .dk Área: 43.075 Km² (excluindo as ilhas Faroe e Gronelândia) População: 5,4 milhões de habitantes (2005) Avaliação do contexto favorável ao desenvolvimento económico e empresarial PIB per capita (paridade do poder de compra) 2007 (valor previsional): USD$ 565.260 World Competitiveness Yearbook 2007 (IMD) 8º lugar Anuário da Competitividade Mundial Unidade Monetária: Coroa dinamarquesa (DKK) – 1€ = 7,4530 DKK (média Abril 2007) Global Competitiveness Índex 2006 (GCI) 9º lugar Índice do Aumento da Competitividade do World Economic Forum Grau de Abertura e Dimensão Relativa do Mercado (2005): Foreign Policy’s Globalisation Index 2006 7º lugar Economist Intelligence Unit’s e-readiness ranking (2007) 8º lugar pontuação 8,50 /10 (média da OCDE: 7,6) Índice de Globalização da revista Foreign Policy Índice que avalia o uso das Tecnologias de Informação nomeadamente a capacidade para utilizar a Internet a favor do crescimento económico Fontes: The Europa World Yearbook 2005;The Economist Intelligence Unit (EIU) - Country Report June 2007; EIU Country Profile 2005;EIU Viewswire 12 June 2006;Banco de Portugal;Prof. Geert Hofstede;ICEP Portugal;Eurostat Exp. + Imp. / PIB Imp. / PIB Imp. / Imp. Mundial 61,4 % 29,0 % 0,7% IDE (2004) Investimento Estrangeiro na Dinamarca: 8.647 x 106 € Investimento da Dinamarca no Estrangeiro: 8.357 x 106 € Atitudes face à globalização (Eurobarómetro) – 77% dos dinamarqueses encaram a globalização, acima de tudo, como uma boa oportunidade para as empresas, graças à abertura de mercados (EU: 37%) Grau de Aversão à Incerteza: 28 (média mundial: 60) Educação % da população com, pelo menos, Ensino Médio (2005): 81,0% (média da EU 27 Países: 69,3%) 62 63 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice Despesas de pesquisa e desenvolvimento (2005): Sector público: 0,18% do PIB; valor previsional (média EU 27: 0,24% PIB, valor estimado pelo Eurostat) Sector privado: 1.67% do PIB; valor previsional (média EU 27: 1,17% PIB, valor estimado pelo Eurostat) Pontuação da DINAMARCA em cinco estudos internacionais Índice Economist Intelligence Unit’s Global Business Environment 2006 Ranking 1º lugar pontuação 8,74/10 Descrição Avaliação do contexto favorável ao desenvolvimento económico e empresarial 5º lugar Anuário da Competitividade Mundial Global Competitiveness Índex 2006 (GCI) 4º lugar Índice do Aumento da Competitividade do World Economic Forum Foreign Policy’s Globalisation Index 2006 5º lugar Índice de Globalização da revista Foreign Policy World Competitiveness Yearbook 2007 (IMD) Economist Intelligence Unit’s e-readiness ranking (2007) 1º lugar pontuação 8,88 /10 (média da OCDE: 7,6) Índice que avalia o uso das Tecnologias de Informação nomeadamente a capacidade para utilizar a Internet a favor do crescimento económico Fontes: The Europa World Yearbook 2005;The Economist Intelligence Unit (EIU) - Country Report June 2007;EIU Country Profile 2005;EIU Viewswire 12 June 2006;Banco de Portugal;Prof. Geert Hofstede;ICEP Portugal;Eurostat Designação Oficial: Republica da Finlândia Língua Oficial: Finlandês (93%), Sueco (6%) Chefe de Estado: Tarja Halonen (desde Março de 2000, reeleito em Janeiro de 2006) Governo: Coligação entre quatro partidos (Centre, National Rally, RKP e os Verdes), com 125 lugares. Primeiro-ministro: Matti Vanhanen. Próximas eleições legislativas previstas para Março de 2011. Capital: Helsínquia Principais Cidades: Espoo, Tampere, Vantaa, Turku, Oulu, Lahti. Código telefónico: 358 Código da Internet: .fi Área: 338.145Km² (incluindo 33.672 Km² de lagos) População: 5,2 milhões de habitantes PIB per capita (paridade do poder de compra) 2007 (valor previsional): USD$ 43.120 Unidade Monetária: Euro (EUR) – 1€ = 1.3516 US$ (média Abril 2007) Grau de Abertura e Dimensão Relativa do Mercado (2005): Exp. + Imp. / PIB Imp. / PIB Imp. / Imp. Mundial 61,9 % 28,4% 0,6% IDE (2004) Investimento Estrangeiro na Finlândia: 3.748 x 106 € (dados para Portugal não divulgados) Investimento da Finlândia no Estrangeiro: - 829 x 106 € (dos quais 66 x 106 € se refere a Portugal) Grau de Aversão à Incerteza: 52 (média mundial: 60) Educação % da população com, pelo menos, Ensino Médio (2005): 78,8% (EU 27 Países: 69,3%) 64 65 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice Despesas de pesquisa e desenvolvimento (2005): Sector público: 0,33% do PIB (EU 27 Países:0,24 % PIB, valor estimado pelo Eurostat) Sector privado: 2,46% do PIB (EU 27 Países: 1,17% PIB, valor estimado pelo Eurostat) Pontuação da FINLÂNDIA em cinco estudos internacionais Índice Economist Intelligence Unit’s Global Business Environment 2006 Ranking 2º lugar pontuação 8,75/10 Descrição Avaliação do contexto favorável ao desenvolvimento económico e empresarial 17º lugar Anuário da Competitividade Mundial Global Competitiveness Índex 2006 (GCI) 2º lugar Índice do Aumento da Competitividade do World Economic Forum Foreign Policy’s Globalisation Index 2006 13º lugar Índice de Globalização da revista Foreign Policy World Competitiveness Yearbook 2007 (IMD) Economist Intelligence Unit’s e-readiness ranking (2007) 10º lugar pontuação 8,43/10 (média da OCDE: 7,6) Índice que avalia o uso das Tecnologias de Informação nomeadamente a capacidade para utilizar a Internet a favor do crescimento económico Fontes: The Europa World Yearbook 2005;The Economist Intelligence Unit (EIU) - Country Report June 2007;EIU Country Profile 2005;EIU Viewswire 12 June 2006;Banco de Portugal;Prof. Geert Hofstede;ICEP Portugal;Eurostat Designação Oficial: Reino da Suécia Língua Oficial: Sueco Chefe de Estado: Rei Carl XVI Gustaf (desde 15 de Setembro 1973) Governo: Primeiro-ministro: Fredrik Reinfeldt. Próximas eleições legislativas previstas para 19 de Setembro de 2010. Capital: Estocolmo Principais Cidades: Göteborg, Malmö, Uppsala, Linköping, Vãsteras, Örebro, Norrköping, Helsingborg, Jönköping. Código telefónico: 46 Código da Internet: .se Área: 449.964 Km² População: 9.0 milhões de habitantes (2005) PIB per capita (paridade do poder de compra) 2007: USD$ 49.835 Unidade Monetária: Coroa Sueca (SEK) – 1€ = 9,2372 SEK (média Abril 2007) Grau de Abertura e Dimensão Relativa do Mercado (2005): Exp. + Imp. / PIB Imp. / PIB Imp. / Imp. Mundial 69,2 % 32,0% 1,0% IDE (2004) Investimento Estrangeiro na Suécia: - 299 x 106 € (dos quais 1.183 x 10³ € se refere a Portugal) Investimento da Suécia no Estrangeiro: 12.215 x 106 € (dos quais -135.685 x 10³ € se refere a Portugal) Grau de Aversão à Incerteza: 25 (média mundial: 60) Educação % da população com, pelo menos, Ensino Médio (2005): 83,6% (EU27 Países: 69,3%) Despesas de pesquisa e desenvolvimento (2004): Sector público: 0,12.% do PIB (EU 27 Países: 0,24%; valor estimado pelo Eurostat) 66 67 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice Sector privado: 2,92 % do PIB (EU 27 Países: 1,17%; valor estimado pelo Eurostat) Pontuação da SUÉCIA em cinco estudos internacionais Índice Economist Intelligence Unit’s Global Business Environment 2006 Ranking 11º lugar pontuação 8,60/10 Descrição Avaliação do contexto favorável ao desenvolvimento económico e empresarial World Competitiveness Yearbook 2007 (IMD) 9º lugar Anuário da Competitividade Mundial Global Competitiveness Índex 2006 (GCI) 3º lugar Índice do Aumento da Competitividade do World Economic Forum Foreign Policy’s Globalisation Index 2006 10º lugar Economist Intelligence Unit’s e-readiness ranking (2007) 2º lugar pontuação 8,85/10 (média da OCDE: 7,6) Índice de Globalização da revista Foreign Policy Índice que avalia o uso das Tecnologias de Informação nomeadamente a capacidade para utilizar a Internet a favor do crescimento económico Fontes: The Europa World Yearbook 2005;The Economist Intelligence Unit (EIU) - Country Report June 2007;EIU Country Profile 2005;EIU Viewswire 12 June 2006;Banco de Portugal;Prof. Geert Hofstede;ICEP Portugal;Eurostat 3.2 Conjuntura sectorial / Principais sectores da economia Neste capítulo far-se-á um enquadramento dos vários sectores da economia (agricultura, silvicultura e pescas, indústria, comércio e serviços, e turismo) dos mercados em análise, sempre que possível apresentando valores para a UE27 ou na falta destes, dados da UE25 ou no limite da UE15. Agricultura Como é do conhecimento geral, as mudanças introduzidas pela PAC (Politica Agrícola Comum) na Europa, no início da década de 90 reorientaram a produção agrícola para as necessidades dos mercados e para o desenvolvimento de uma agricultura sustentável e mais amiga do ambiente em substituição dos incentivos à produção (com especial enfoque no aumento da produtividade das actividades agrícola). Complementarmente as reformas ocorridas em 2003/04 com os cortes verificados nas ajudas directas à produção obrigaram a um realinhamento das políticas agrícolas com os interesses dos consumidores, nomeadamente com o desenvolvimento de novas e diversificadas actividades empresariais integradas no meio rural tais como: criação de unidades de transformação / processamento de alimentos, actividades artesanais, promoção do turismo rural – embora estas práticas estejam ainda pouco implementadas (em 2005, em cada mil proprietários agrícolas apenas nove seguiram estas recomendações). 68 De acordo com o último Inquérito FSS (Farm Structure Survey) realizado pelos Estados membros registavam-se na UE25 em 2003, os seguintes números: •• 9,9 milhões de explorações agrícolas; •• 9,9 milhões de pessoas a trabalhar a tempo inteiro em superfícies agrícolas utilizadas (mão de obra agrícola permanente = AWU Anual work unit) •• 164 milhões de hectares de área total das explorações Assim, conforme se pode verificar na maioria dos países da União Europeia (incluindo Portugal e os quatro países em estudo) uma redução (menor nos novos membros da UE) quer da área cultivada, do número de explorações e do número de agricultores a trabalhar a tempo inteiro na Agricultura (ver tabela seguinte). Evolução do nº de explorações agrícolas e nº de explorações com vacas leiteiras Number of agricultural holdings (1 000) 2000 EU-25 6 770.7 EU-15 61.7 Belgium Czech Republic 57.8 Denmark 472.0 Germany Estonia 817.1 Greece 1 287.4 Spain 663.8 France 141.5 Ireland 2 153.7 Italy Cyprus 140.8 Latvia Lithuania 2.8 Luxembourg 966.9 Hungary Malta Netherlands 101.6 199.5 Austria Poland 416.0 Portugal 86.5 Slovenia Slovakia 81.2 Finland 81.4 Sweden United Kingdom 233.3 Bulgaria Romania 2003 2005 Holdings with dairy cows (1 000) 2000 2005 1000 agricultural holdings) 1 798.5 1 081.3 9 870.6 6 238.6 54.9 51.5 45.8 42.3 48.6 48.3 412.3 36.9 2003 Number of holdings with another gainful activity, 2005 (per 730.1 592.9 18.2 16.6 8.5 6.8 10.6 11.2 8.0 6.5 18.2 152.7 121.8 27.8 12.4 15.2 4.1 23.4 9.2 6.8 824.5 12.1 11.6 1.3 1 140.7 77.8 51.0 2.4 614.0 128.3 113.9 34.3 135.3 31.8 27.0 5.0 1 963.8 81.6 67.5 4.9 73.9 63.7 50.9 45.2 0.3 6.2 126.6 128.7 272.1 253.0 193.4 170.8 1.0 2.5 2.5 1.2 1.0 1.0 16.0 773.4 714.8 35.2 22.0 8.6 5.1 11.0 11.1 0.2 0.2 4.5 85.5 35.1 173.8 77.5 2 172.2 2 476.5 359.3 25.0 35.6 65.1 873.8 8.5 22.4 727.1 5.4 33.0 27.1 77.2 77.2 28.6 17.2 19.7 10.1 71.7 68.5 17.9 14.2 13.5 2.3 75.0 70.6 23.9 19.4 16.9 29.0 67.9 75.8 14.0 9.7 8.6 13.2 280.6 286.8 31.9 28.2 26.3 24.0 4.1 665.6 195.0 4.3 4 484.9 1 204.9 4.2 69 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice Number of agricultural holdings (1 000) Norway 2000 2003 70.7 58.2 Holdings with dairy cows (1 000) 2005 2000 2003 22.7 17.5 2005 Number of holdings with another gainful activity, 2005 (per 1000 agricultural holdings) 32.6 Agricultural holding: a single unit both technically and economically, which has single management and which produces agricultural products; other supplementary (non-agricultural) products and services may also be provided by the holding; the smallest farms (less than 1% of national agricultural activity) do not have to be surveyed. Dairy cows: cows kept exclusively or principally for the production of milk for human consumption and/or dairy produce, including cows for slaughter (fattened or not between last lactation and slaughter). Other gainful activities: tourism, handicrafts, processing farm products, aquaculture, renewable energy production and contractual work. Fonte: Eurostat Yearbook 2006-07. pdf Da leitura dos valores acima se constata uma predominância natural de Portugal neste domínio em relação aos outros Países, embora ao nível da existência de explorações agrícolas com criação de vacas leiteiras os valores da Holanda e da Finlândia se aproximem do de Portugal. Em relação às recomendações feitas pela Comissão visando a alteração da actividade agrícola principal para outras actividade lucrativas, verifica-se que Portugal ocupa ente os quatro mercados em análise o último lugar sendo precisamente a Holanda e a Finlândia aqueles que se destacam pela maior aceitação da mudança No quadro seguinte visualizam-se os valores relativos à distribuição da superfície agrícola utilizada na UE25, merecendo especial a área florestal existentes na Suécia (23507 103hectares) e na Finlândia (22984 103hectares), com o consequente forte desenvolvimento das fileiras do papel e das indústrias dos equipamentos/maquinaria 0 para a exploração das florestas nestes dois países. Distribuição da Superfície agrícola utilizada (1000 Hectares) Land under Utilised Land under Permanent Land area cereals agricultural permanent grassland (1) (excluding area (2) crops (3) (5) rice) (4) EU-25 EU-15 Belgium Czech Republic Denmark Germany Estonia Greece Spain France Ireland Italy 70 Land under Utilised Land under Permanent Land area cereals agricultural permanent grassland (1) (excluding area (2) crops (3) (5) rice) (4) Arable Land (6) Wooded area (7) 164 051 11 594 51 610 57 124 97 065 312 422 130 547 11 553 36 078 48 140 72 615 3 028 1 386 21 323 519 844 617 7 727 3 606 42 1 612 853 2 703 2 646 4 240 2 712 9 1 509 222 2 481 486 34 895 17 035 198 6 839 4 929 11 903 4 239 770 2 282 236 517 2 267 13 065 3 805 1 132 1 221 1 789 2 670 4 007 49 950 25 690 5 659 6 463 7 264 12 608 18 806 29 632 1 123 9 162 10 039 18 305 15 500 6 889 4 307 2 281 3 098 1 205 29 412 14 710 2 463 3 758 4 411 7 744 Cyprus Latvia Lithuania Luxembourg Hungary Malta Netherlands Austria Poland Portugal Slovenia Slovakia Finland Sweden United Kingdom Bulgaria Romania Norway Turkey Arable Land (6) Wooded area (7) 136 37 58 1 87 6 229 1 734 13 469 629 1 092 2 904 6 268 2 837 40 956 891 1 877 2 038 256 129 2 28 68 60 90 8 961 5 864 207 2 932 1 057 4 502 1 775 32 10 1 3 378 1 924 35 9 222 775 1 099 349 8 275 3 263 66 796 1 810 1 379 3 202 30 430 15 906 351 8 329 3 388 12 085 9 173 9 147 3 722 773 352 1 507 1 418 3 324 2 014 509 28 95 305 176 1 283 4 810 1 941 26 800 524 1 357 2 005 30 460 2 267 4 1 188 26 2 234 41 034 3 201 3 1 013 511 2 687 24 082 16 761 32 2 923 5 711 5 484 10 877 5 331 216 1 719 1 801 3 297 3 734 5 654 2 139 125 690 914 1 100 1 996 7 010 22 899 14 264 413 5 840 4 665 9 017 26 578 2 550 13 842 14 617 26 379 23 507 (1) EU-15, 2000; Germany and Portugal, 2001; Croatia, 2003 (2) Estonia, France, Ireland and Bulgaria, 2004; EU-25, EU-15, Cyprus, the United Kingdom and Croatia, 2003; Turkey, 2002. (3) EU-15, the Czech Republic, Estonia, France, Ireland, the United Kingdom and Bulgaria, 2004; EU-25, Cyprus and Croatia, 2003; Turkey, 2001. (4) Croatia, 2003; Turkey, 2001. (5) Estonia, France, Ireland, Bulgaria and Turkey, 2004; Cyprus and Croatia, 2003; EU-25, Eu-15 and Greece, 2001. (6) Estonia, France, Ireland, Cyprus and Bulgaria, 2004; EU-25, EU-15, the United Kingdom and Croatia, 2003; Turkey, 2000. (7) France and Bulgaria, 2004; Croatia, 2003; Portugal, 2001. Land area: total area of the country, excluding inland waters. Utilised agricultural area: the total area used for crop production, which is exhaustively described as arable land including temporary grassing and fallow and green manure, permanent grassland, land under permanent crops (e.g. fruit and grapes), crops under glass and other utilised agricultural areas. Permanent crops: crops not grown in rotation, other than permanent grassland, which occupy the soil for a long period and yield crops over several years. Cereals: herbaceous plants of the graminaceous family (with the exception of buckwheat) cultivated mainly for their grain; the quantities of cereals mixed with dry vegetables are entered in the balance entitled dry vegetables. Permanent grassland and meadow: land used permanently (for five years or more) to grow herbaceous forage crops, through cultivation (sown) or naturally (self-seeded) and that is not included in the crop rotation on the holdings; the land can be used for grazing or mowed for silage or hay. Arable land: land worked regularly, generally under a system of crop rotation, which includes fallow land. Wooded area: consists of forest area and other wooded areas. Fonte: Eurostat Yearbook 2006-07. pdf Por último apresentam-se dois quadros com as estatísticas relativas aos valores de Produção Agrícola quer em quantidade quer em valor. 10 174 71 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice Distribuição da produção Agrícola em 2005 (valores em 103 ton) Cereals (1) EU-25 EU-15 Belgium Czech Republic Denmark Germany Estonia Greece Spain France Ireland Italy Cyprus Latvia Lithuania Luxembourg Hungary Malta Netherlands Austria Poland Portugal Slovenia Slovakia Finland Sweden United Kingdom Bulgaria Croatia Romania Turkey Iceland Norway Collection Vegetables of cow’s milk (2) (3) Cattle (4) Pig (5) Valores de produção – EU 25 289 972 61 757 131 422 199 365 52 894 109 448 7 276 17 922 8 259 2 818 1 531 2 868 267 1 013 321 7 660 296 2 546 81 380 241 9 283 221 4 449 136 1 793 186 45 980 2 839 27 311 1 165 4 499 994 760 36 571 13 38 4 230 4 027 696 58 130 163 13 274 12 930 5 914 724 3 164 1 303 64 093 5 878 23 325 1 555 2 275 1 797 1 939 274 5 061 546 205 121 20 092 14 420 10 127 1 114 1 515 695 60 127 144 4 55 1 314 159 502 20 38 17 2 811 225 1 202 47 106 56 161 2 258 10 11 0 16 770 1 547 1 609 32 456 376 60 42 1 9 5 1 857 4 155 10 407 396 1 297 670 4 898 511 2 619 204 509 107 26 928 4 772 8 821 306 1 926 1 036 668 1 670 1 911 118 327 251 576 88 508 37 32 53 3 585 141 968 26 140 92 4 058 226 2 362 85 203 87 5 051 227 3 163 136 275 104 21 037 2 665 14 038 762 706 1 581 5 819 477 798 66 243 2 356 441 297 27 114 19 710 4 685 1 068 150 617 30 427 26 517 3 113 1 203 1686 Gross value added at Poultry(6) producer prices of 10 256 (1) EU-25 and Hungary, 2004; Croatia and Turkey, 2003; Norway, 2001; Iceland, 1997. (2) Denmark, Greece and Finland, 2004; Belgium, the Czech Republic, Spain, Portugal, Croatia and Romania, 2003; Sweden, 2002; Germany, 2001; EU-25, EU-15 and Ireland, 2000. (3) All data for 2005, except: Croatia, 2000; Norway, 1996. (4) EU-15, 2003; Bulgaria and Croatia, 2000; Romania, 1998. (5) EU-15, 2003; Bulgaria and Croatia, 2000, Romania, 1998. (6) All data for 2005, except: Belgium and Ireland, 2002. Producion of cereals is harvested production (not including the losses to the harvest); cereals include wheat, barley, maize, other cereals. Vegetables: destined for industrial processing and direct to market. Cows’ milk collected in farms by approved dairies: a distinction should be made between milk collected by dairies and milk production on the farm; milk collection is only a part of the total use of milk production on the farm; the other part of the use of milk produced on the farm generally includes domestic consumption, direct sale and cattle feed. Production of meat: covers the carcass weight of animals slaughtered in slaughterhouses and on the farm, whose meat is declares fit for human consumption. Crop Output Animal Output agricultural industry 1995 EU-25 EU-15 Belgium Czech Republic Denmark Germany Estonia Greece Spain France Ireland Italy Cyprus Latvia Lithuania Luxembourg Hungary Malta Netherlands Austria Poland Portugal Slovenia Slovakia Finland Sweden United Kingdom Bulgaria Romania Norway Switzerland 2000 2005 128 726 127 162 116 105 119 434 116 758 2 535 2 557 2 282 981 1 004 3 287 2 795 12 534 93 1995 2000 2005 143 768 149 452 123 974 131 857 135 816 3 147 2 931 2 962 1 679 1 741 2 449 2 876 2 601 13 603 13 909 19 535 140 195 131 1995 2000 2005 121 509 123 318 108 333 110 031 109 475 3 864 3 841 3 554 1 314 1 552 2 532 4 741 4 767 4 637 18 374 18 473 19 716 19 344 18 946 146 180 170 180 258 6 628 6 329 6 349 6 689 6 534 6 982 2 412 2 499 2 640 15 839 19 484 22 450 14 623 19 539 22 979 10 050 11 692 13 360 24 635 24 545 21 281 28 742 30 337 29 479 22 099 22 242 21 582 2 348 1 965 1 711 1 165 1 240 1 293 3 797 3 656 3 639 22 243 25 358 25 019 21 719 24 248 25 026 11 678 13 362 13 215 197 237 199 291 220 292 310 393 417 436 622 540 363 481 706 119 108 96 78 76 83 158 148 152 1 814 1 747 2 321 2 940 2 078 2 056 69 44 48 39 77 63 9 283 9 032 8 147 8 807 9 480 10 134 9 253 8 548 7 993 2 249 2 220 2 190 2 225 2 116 2 184 2 509 2 513 2 526 4 660 5 689 5 992 6 692 5 893 7 696 2 690 2 465 2 338 3 422 3 601 3 502 2 078 2 194 2 453 432 402 402 456 444 520 590 493 477 510 311 381 591 459 693 802 742 744 822 727 516 1 388 1 429 1 406 1 750 1 689 1 621 1 248 1 135 863 1 610 1 805 1 569 2 236 2 303 2 055 9 646 7 113 7 160 7 950 7 546 7 211 11 994 11 234 11 102 1 129 1 305 1 576 1 274 1 448 1 128 1 188 1 210 1 504 1 581 3 313 3 045 3 837 3 315 4 121 762 727 3 577 3 129 4 887 2 545 2 984 2 684 3 104 Gross value added at producer prices corresponds to the value of output less the value of intermediate consumption; the price corresponds to the producer price (not including invoiced VAT), i.e. the ex-farm price for agricultural products; the basic price can be obtained from the producer price by adding subsidies less taxes (other than VAT) on products; the definition of the agricultural industry is based on Division 01 of NACE Rev. 1; the concept of output comprises sales, changes in stocks, and products used for processing and own final use by the producers. Fonte: Eurostat Yearbook 2006-07. pdf Fonte: Eurostat Yearbook 2006-07. pdf 72 73 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice podendo a evolução dos valores globais da EU 25 ser visualizada no gráfico seguinte EUR million 200 000 150 000 100 000 50 000 0 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Gross value added at producer prices of the agricultural industry Crop Output 2005 Animal output Gross value added at producer prices corresponds to the value of output less the value of intermediate consumption; the price corresponds to the producer price (not including invoiced VAT), i.e. the ex-farm price for agricultural products; the basic price can be obtained from the producer price by adding subsidies less taxes (other than VAT) on products; the definition of the agricultural industry is based on Division 01 of NACE Rev. 1; the concept of output comprises sales, changes in stocks, and products used for processing and own final use by the producers. Fonte: Eurostat Yearbook 2006-07. pdf Sivilcultura A produção de madeira e as indústrias conexas ligadas à fileira florestal tem uma importância muito grande quer na Suécia quer na Finlândia. Esta análise é feita com base nos dados apresentados na tabela seguinte na qual se confirma que ambos os países apresentam em conjunto, quer na produção de madeira em bruto quer na de madeira serrada, um peso na produção total da EU25 de respectivamente 33% e 30%. Apenas a Alemanha apresenta valores ao nível dos obtidos pelos dois países nórdicos. Total roundwood production Luxembourg Hungary Malta Netherlands Austria Poland Portugal Slovenia Slovakia Finland Sweden United Kingdom Bulgaria Croatia Romania Turkey Iceland Norway Switzerland United States Total sawnwood production 2000 2001 2002 2003 2004 2002 2003 2004 260 270 257 257 277 2000 2001 133 133 133 133 133 5 902 5 811 5 836 5 785 5 660 291 264 293 299 205 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 039 865 839 1 044 1 026 389 268 258 269 273 13 276 13 467 14 846 17 055 16 483 10 390 10 227 10 415 10 473 11 133 26 025 25 016 27 137 30 836 32 733 4 262 3 083 3 180 3 360 3 743 10 831 8 946 8 742 9 673 11 553 1 427 1 492 1 298 1 383 1 100 2 253 2 257 2 283 2 591 2 551 439 460 506 511 461 6 163 5 788 5 782 6 355 7 240 1 265 1 265 1 265 1 651 1 837 54 262 52 210 53 011 53 778 53 800 13 420 12 770 13 390 13 745 13 544 63 300 63 200 66 600 67 100 67 300 16 176 15 988 16 172 16 800 16 900 7 881 7 926 7 802 8 075 8 281 2 630 2 728 2 731 2 768 2 783 4 784 3 992 4 833 4 833 4 833 312 332 332 332 332 3 669 3 468 3 641 3 847 3 841 642 574 640 585 582 13 148 12 424 15 154 15 440 15 777 3 386 3 059 3 696 4 246 4 588 15 939 15 337 16 122 15 810 16 503 5 528 5 036 5 579 5 615 6 215 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 156 8 996 8 652 8 298 8 792 2 280 2 253 2 225 2 186 2 230 9 238 5 662 4 557 5 120 5 132 1 625 1 400 1 392 1 345 1 505 466 549 449 114 448 000 448 513 458 310 91 076 86 015 88 643 86 159 87 436 Roundwood production (the term is used as a synonymous term for removals) comprises all quantities of wood removed from the forest and other wooded land or other felling site during a certain period of time. Sawnwood: wood that has been produced either by sawing lengthways or by a profile-chipping process and that exceeds 6 mm in thickness; it includes planks, beams, joists, boards, rafters, scantlings, laths, boxboards and lumber, etc, in the following forms - unplaned, planed, end-jointed, etc. Fonte: Eurostat Yearbook 2006-07. pdf Evolução da Produção de madeira (valores em 1000 m3) 74 2002 2003 369 865 341 632 349 135 366 474 371 892 96 364 2001 2002 2003 2004 2000 2001 94 369 95 017 97 522 101 020 2004 286 347 259 626 263 460 276 065 282 423 79 356 Esta importância neste sector específico associada a estes três países (Suécia, Alemanha e Finlândia) é claramente evidenciada nas duas figuras seguintes. Produção de madeira em bruto – ano 2004 (1) 78 736 78 894 80 586 83 361 4 510 4 215 4 500 4 765 4 850 1 150 1 275 1 175 1 215 1 235 14 441 14 374 14 541 15 140 15 601 4 106 3 889 3 800 3 805 3 940 2 952 1 613 1 446 1 627 1 627 364 283 244 248 196 53 710 39 483 42 380 51 182 54 504 16 340 16 131 17 119 17 596 19 850 60 000 8 910 10 200 10 500 10 500 6 800 1 436 1 623 1 825 1 954 2 029 40 000 2 245 1 916 1 591 1 673 1 526 123 123 196 191 191 14 321 15 131 15 839 16 105 16 290 3 760 4 275 3 524 3 630 3 730 45 828 39 831 35 449 32 828 33 647 10 536 10 518 9 815 9 539 9 774 2 673 2 455 2 646 2 683 2 562 888 925 818 1 005 939 9 329 8 099 7 511 8 219 8 697 1 630 1 600 1 605 1 590 1 580 21 18 15 12 10 9 9 7 6 5 14 304 12 841 13 466 12 916 12 754 3 900 3 840 3 947 3 951 1 39 5 500 5 700 6 115 6 275 6 210 1 300 1 200 1 300 1 400 1 450 (1 000 m3) 80 000 20 000 0 Turkey Romania Norway Bulgaria Switzerland Croatia Iceland 2000 EU-25 EU-15 Belgium Czech Republic Denmark Germany Estonia Greece Spain France Ireland Italy Cyprus Latvia Lithuania Total sawnwood production Sweden Germany Finland France Poland Austria Spain Czech Republic Latvia Portugal Estonia Italy United Kingdom Slovakia Lithuania Hungary Belgium Ireland Slovenia Denmark Greece Netherlands Luxembourg Cyprus Malta Total roundwood production (1) EU-25 roundwood production was 371.9 million m3 in 2004. Roundwood production (the term is used as a synonymous term for removals) comprises all quantities of wood removed from the forest and other wooded land or other felling site during a certain period of time. 75 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Produção de madeira serrada – ano 2004 (1) (1 000 m3) 20 000 15 000 10 000 Turkey Romania Norway Switzerland Croatia Bulgaria Iceland 0 Germany Sweden Finland Austria France Latvia Czech Republic Poland Spain United Kingdom Estonia Slovakia Italy Lithuania Beligum Portugal Ireland Slovenia Netherlands Hungary Denmark Greece Luxembourg Cyprus Malta 5 000 (1) EU-25 sawnwood production was 101.0 million m3 in 2004. Sawnwood: wood that has been produced either by sawing lengthways or by a profile-chipping process and that exceeds 6 mm in thickness; it includes planks, beams, joists, boards, rafters, scantlings, laths, boxboards and lumber, etc, in the following forms - unplaned, planed, end-jointed, etc. 460 449 456 430 491 417 411 633 704 436 462 299 739 701 674 597 803 925 988 710 674 798 10 972 11 922 12 081 12 519 12 703 12 947 13 509 12 502 12 789 13 058 14 036 9 284 9 120 9 236 9 654 9 879 10 071 10 786 10 534 10 724 11 061 11 589 5 829 6 305 6 375 6 476 6 477 6 576 6 605 6 204 6 218 6 226 6 240 151 153 153 153 153 126 136 171 171 171 171 248 324 304 395 403 417 406 451 467 463 464 288 375 288 298 301 289 340 395 370 443 462 1 102 1 305 1 265 1 282 1 357 1 349 1 567 1 513 1 643 1 643 1 643 0 0 0 0 0 2 148 2 283 2 246 2 162 2 260 2 241 2 300 2 220 2 114 2 186 2 294 1 450 1 145 1 282 1 462 1 592 1 755 1 616 1 750 1 805 1 818 1 777 80 946 76 477 82 726 86 916 86 469 88 670 86 252 81 249 81 879 80 712 83 612 (1) 1994-98, including Luxembourg. (2) 1994-98, included within Belgium. Paper and paperboard comprises the sum of graphic papers; sanitary and household papers; packaging materials and other paper and paperboard; it excludes manufactured paper products such as boxes, cartons, books and magazines. Fonte: Eurostat Yearbook 2006-07. pdf Associada a esta fileira florestal está associada a produção de papel, e conforme se pode visualizar na tabela abaixo a sua importância os três mercados supramencionados está igualmente bem evidente nos valores conseguidos por estes três países. Produção de Papel e cartão (Paperboard) (valores em 103 ton) 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 EU-25 EU-15 Belgium (1) Czech Republic Denmark Germany Estonia Greece Spain France Ireland Italy Cyprus Latvia Lithuania Luxembourg (2) Hungary Malta Netherlands Austria Poland Portugal Slovenia Slovakia Finland Sweden United Kingdom Bulgaria Croatia Romania Turkey Iceland Norway Switzerland United States 72 379 75 510 76 931 79 831 81 697 84 367 89 222 87 462 89 775 91 763 95 927 69 197 71 844 73 016 75 806 77 542 79 961 84 519 82 233 84 446 86 532 90 316 1 088 1 416 1 509 1 618 1 831 1 666 1 727 1 662 1 704 1 919 1 957 700 756 741 750 768 770 804 864 870 920 934 345 362 367 390 393 397 263 389 384 388 402 14 457 15 284 15 458 15 911 16 311 16 742 18 182 17 879 18 256 19 310 20 391 42 36 41 38 43 48 54 70 75 64 66 750 833 749 604 622 352 496 495 264 223 224 3 503 3 684 3 768 3 668 3 545 4 436 4 765 5 131 5 365 5 437 5 526 8 701 8 302 8 420 8 867 9 161 9 603 10 006 9 625 9 809 9 939 10 255 0 42 42 42 42 42 43 43 44 45 45 6 705 6 949 7 194 7 929 8 254 8 568 9 129 8 926 9 317 9 491 9 667 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 18 19 21 18 19 16 24 33 38 38 23 70 64 42 37 37 53 68 78 92 99 0 0 0 0 0 0 328 321 363 410 482 473 506 495 517 546 579 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 011 2 962 3 011 3 130 3 180 3 256 3 333 3 174 3 346 3 339 3 459 3 603 3 614 3 720 3 884 4 009 4 141 4 385 4 250 4 419 4 565 4 852 1 326 1 477 1 528 1 660 1 718 1 839 1 934 2 086 2 342 2 461 2 635 949 1 050 1 086 1 114 1 136 1 163 1 290 1 419 1 537 1 530 1 674 Fonte: Eurostat Yearbook 2006-07. pdf Neste sector específico da Silvicultura deve ser relevado sobretudo o papel desta fileira na Suécia, que detém o 4ºlugar no ranking dos principais exportadores de papel e cartão (atrás dos EUA, da Alemanha e da Finlândia) e assume o 3ºlugar entre os maiores exportadores mundiais de madeira macia (“softwood”). Os vastos recursos florestais existentes na Suécia e as indústrias associadas à sua exploração representam 4% do PIB nacional e 13% da população activa na indústria transformadora. Swedish wood industry Employment fulltime private sector, 2004 Forest Pulp and paper Wood processing Total sector Employment private sector, share of total workforce 12, 276 38, 702 35, 978 86, 956 3.9 % Turnover private sector, 2005 Forest Pulp and paper Wood processing Total Industry €m 5,539 12,092 8,010 25, 641 Industry account of Swedish total export, 2005 11.4 % Largest wood and paper companies in Sweden, 2005 Stora Enso (Sweden/Finland) Sodra Skogsagarna (Sweden) SCA (Sweden) Mets Sarla (Finland) Holmen (Sweden) €1 = $ 1.2 Source: Statistics Sweden, Vinnova and ISA, 2006 76 77 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice Pescas Desde 1995 que o valor das capturas de pescado em todas as regiões pesqueiras da UE têm vindo a descer gradualmente passando de um valor então de 8 milhões de toneladas pescadas para 5,9 milhões em 2004, o que se traduziu consequentemente numa diminuição igualmente da sua cota em termos mundiais de capturas realizadas pela frota pesqueira da UE de 8,6% para um valor de apenas 6,2%. Na comparação com os países que fazem parte destes Estudos de benchmarking, Portugal aparece posicionado entre a Holanda e a Dinamarca no que diz respeito à capacidade em potência e volume da sua frota pesqueira mas já no que se refere ao volume de capturas aparece apenas em terceiro lugar atrás da Dinamarca (que se destaca com as suas 1090 mil toneladas capturadas em 2005 dos restantes Países) e da Holanda (com 522 mil toneladas) Frota pesqueira existente no ano 2005 (1) Total power (left-hand scale, 1 000 kW) Norway Iceland (3) Austria (2) Slovakia (2) Hungary (2) Luxembourg (2) Czech Republic (2) Cyprus Slovenia Estonia Latvia Belgium Malta Lithuania Poland Germany 0 Ireland 100 Finland 250 Sweden 200 Portugal 300 500 Denmark 750 Greece 400 Netherlands 1 000 France 500 United Kingdom 1 250 Italy 600 Spain 1 500 0 Total tonnage (right-hand scale, 1 000 GT) (1) EU-15 total power was 6 787 000 kW in 2005; EU-15 total tonnage was 1 837 000 GT in 2005. (2) Landlocked country, has no marine fishing fleet. (3) 2004. Source: European Commission, Directorate General for Fisheries and Maritime Affairs Fishing fleet - total power: the total power, expressed in kilowats, of the fishing fleets of EU Member States, Iceland and Norway; the EU data are supplied by the Directorate-General for Fisheries and Maritime Affairs from the EU’s administrative file of fishing vessels, with the data for Iceland and Norway being supplied to Eurostat directly by the national authorities; in general the data to the fleet size on 31 December of the reference year. Fishing fleet - total tonnage: the total tonnage of the fishing fleets of EU Member States, Iceland and Norway. Fonte: Eurostat Yearbook 2006-07. pdf De referir ainda que a deficiente capacidade de produção da UE é compensada pelas importações de outros países não membros tendo se registado um aumento muito significativo de 27,1% nas importações de peixe entre 1999 e 2004. Evolução do total de capturas em valor e percentagem nas diferentes regiões 1 000 tones live wight EU-25 EU-15 Belgium Czech Republic 78 1 000 tones live wight Denmark Germany Estonia Greece Spain France Ireland Italy Cyprus Latvia Lithuania Luxembourg Hungary Malta Netherlands Austria Poland Portugal Slovenia Slovakia Finland Sweden United Kingdom Bulgaria Croatia Romania Turkey Iceland Liechtenstein Norway Switzerland Japan United States & of world catch 2000 2001 2002 2003 2004 2002 2003 2004 1 534 1 511 1 442 1 031 1 090 2000 2001 1.6 1.6 1.5 1.1 1.1 205 211 224 261 262 0.2 0.2 0.2 0.3 0.3 113 105 102 79 88 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 99 94 96 93 93 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 1 070 1 109 893 897 854 1.1 1.2 0.9 1.0 0.9 703 681 706 709 669 0.7 0.7 0.7 0.8 0.7 276 356 282 266 280 0.3 0.4 0.3 0.3 0.3 302 310 270 296 279 0.3 0.3 0.3 0.3 0.3 67 81 2 2 2 0.1 0.1 0.0 0.0 0.0 136 128 114 115 125 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 79 151 150 157 162 0.1 0.2 0.2 0.2 0.2 0 0 0 0 0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 7 7 7 7 7 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 1 1 1 1 1 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 496 518 464 526 522 0.5 0.6 0.5 0.6 0.5 0 0 0 0 0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 218 225 223 180 192 0.2 0.2 0.2 0.2 0.2 191 193 202 213 221 0.2 0.2 0.2 0.2 0.2 2 2 2 1 1 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 1 2 2 2 2 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 156 150 146 122 135 0.2 0.2 0.2 0.1 0.1 339 312 295 287 270 0.4 0.3 0.3 0.3 0.3 748 740 690 635 655 0.8 0.8 0.7 0.7 0.7 7 7 15 12 8 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 3 669 3 468 3 641 3 847 3 841 642 574 640 585 582 7 8 7 10 5 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 503 528 567 508 550 0.5 0.6 0.6 0.6 0.6 2 000 2 001 2 145 2 002 1 750 2.1 2.1 2.3 2.2 1.8 0 0 0 0 0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 2 700 2 687 2 740 2 549 2 524 2.8 2.9 2.9 2.8 2.6 2 2 2 2 2 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 5 105 4 825 4 489 4 779 4 516 5.3 5.2 4.8 5.2 4.7 4 807 5 020 5 006 4 989 4 995 5.0 5.3 5.3 5.4 5.2 Annual catches in all regions: the total annual catch of fishery products by EU Member States, Iceland and Norway and other major fishing nations from all oceans and internal waters of the world; the data are expressed in the live weight equivalent of the landings; this is the weight as the product is taken from the water (that is, before processing) but excludes any products which, for a variety of reasons, are not landed. Fonte: Eurostat Yearbook 2006-07. pdf & of world catch 2000 2001 2002 2003 2004 2002 2003 2004 6 780 6 921 6 348 5 913 5 942 2000 2001 7.0 7.4 6.7 6.5 6.2 6 150 6 216 5 740 5 364 5 357 6.4 6.6 6.1 5.9 5.6 30 30 29 27 27 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 5 5 5 5 5 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 Independentemente do declínio na frota e nas capturas anteriormente referidos (como o demonstram claramente os valores na tabela acima apresentada) tem havido um desenvolvimento das actividades associadas a este sector 79 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice 1 374 1 372 1 019 1 100 1 151 1 175 1 300 1 343 1 312 1 298 1 258 1 300 1 295 1 1 1 1 1 2 2 2 2 1 1 19 19 18 18 17 19 19 20 19 20 19 43 45 42 40 42 43 44 42 32 32 42 64 83 65 73 80 66 53 50 74 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 33 40 49 60 84 95 98 88 101 97 178 224 232 239 315 321 312 313 323 313 363 281 281 286 287 268 265 267 252 252 240 244 29 27 35 37 42 44 51 61 63 63 58 176 215 189 196 209 210 217 218 184 192 118 0 0 1 1 1 1 2 2 2 2 2 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 10 9 8 9 10 12 13 13 12 12 13 1 1 2 2 2 2 2 1 1 1 1 109 84 100 98 120 109 75 57 54 67 79 3 3 3 3 3 3 3 2 2 2 2 25 25 28 29 30 34 36 35 33 35 35 7 5 5 7 8 6 8 8 8 8 7 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 17 17 18 16 16 15 15 16 15 13 13 7 8 8 7 5 6 5 7 6 6 6 86 94 110 130 137 155 152 171 179 182 207 6 5 5 5 4 8 4 3 2 4 2 20 20 14 11 10 9 10 11 9 9 8 16 22 33 45 57 63 79 67 61 80 94 3 3 4 4 4 4 4 4 4 6 9 218 278 322 368 412 476 492 511 551 583 638 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 420 1 390 1 349 1 340 1 290 1315 1 292 1 311 1 385 1 302 1 261 391 413 393 438 445 479 456 479 497 544 607 Total aquaculture production: total production of fish, crustaceans, molluscs and other aquatic organisms from aquaculture (fish-farming); the data are expressed in the live weight equivalent of the production, which is the weight of the product as taken from the water; thus, for example, in the case of molluscs is includes the shell. Manufacturing 31,8% Transport, storage and communication 11,8% 57 33 Hotels and restaurants 3,2% Mining and quarrying 1,2% Construction 8,6% Motor trade; wholosale trade; retail trade 19,4% Real estate, renting and business activities 20,6 % (1) Includes rounded estimates based on non-confidential data; figures do not sum to 100% due to rounding. Value added represents the difference between the value of what is produced and intermediate consumption entering the production, less subsidies on production and costs, taxes and levies. Non-financial business economy defined as NACE Sections C to I and K. Fonte: Eurostat Yearbook 2006-07. pdf Distribuição percentual do valor acrescentado pelos diferentes sectores da Indústria na EU25 (ano 2003) 15 10 5 0 Basic metals and fabricated metal prod. 49 Electricity, gas and water supply 3,2% Leather and leather prod. 1 329 Coke, ref. petrol. prod. and nucl. fuel 1 375 Wood and wood prod. 1 388 Manufacturing n.e.c. 1 415 Textiles and textile prod. 1 364 Other non-metallic mineral prod. 1 238 Rubber and plastic prod. 1 212 Pulp and paper; publish. and printing 1 159 Machinery and equip n.e.c. 1 078 Food prod., beverages and tobacco EU-25 EU-15 Belgium Czech Republic Denmark Germany Estonia Greece Spain France Ireland Italy Cyprus Latvia Lithuania Luxembourg Hungary Malta Netherlands Austria Poland Portugal Slovenia Slovakia Finland Sweden United Kingdom Bulgaria Romania Turkey Iceland Norway Switzerland Japan United States Distribuição percentual do valor acrescentado pelas diferentes actividades económicas (excluindo as financeiras) na EU25 no ano 2003 (1) Chemicals and chemical prod 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Transport equipment Evolução da produção total de aquacultura (1000 toneladas peso peixe vivo) Indústria A Europa (UE-25) em 2003 empregava no sector industrial 35 milhões de pessoas; dentro deste sector a Indústria transformadora é aquela que representa maior peso económico contribuindo com ¾ do valor total das exportações da UE e mais de 80% do valor global das despesas do sector privado em I&D. Eletrical and optical equipment nomeadamente as relativas à produção em aquacultura (tendo aumentado nesse mesmo período de 1,1 milhões de toneladas de pescado vivo para 1,4 milhões). Dos mercados em análise a Holanda é o país que, depois da Espanha, França e Itália, apresenta um maior volume nesta actividade com um registo de produção de 79.000 toneladas de peixe. (1) Includes rounded estimates based on non-confidential data. Value added represents the difference between the value of what is produced and intermediate consumption entering the production, less subsidies on production and costs, taxes and levies. Fonte: Eurostat Yearbook 2006-07. pdf Confirma-se pelos valores acima apresentados que o sector das Indústrias alimentar, bebidas e tabaco, seguido dos sectores da Indústrias metalúrgicas, de equipamentos Fonte: Eurostat Yearbook 2006-07. pdf 80 81 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice eléctricos e aparelhos ópticos, de equipamentos de transporte, de produtos químicos e da Metalomecânica, todos eles com valores acima dos dez por cento são os principais motores do desenvolvimento económico no que se refere à actividade industrial na Europa. Estes mesmos sectores assumem particular importância nos quatro mercados em análise. Average annual growth rate for the index of turnover, EU-25, 200-05 (1) 6 4 2 0 -2 Leather and leather products Textiles and textile products Electrical and optical equipment Pulp paper; publishing & printing Manufacturing n.e.c Other non-metallic mineral prod. Wood and wood products Food products; beverages and tobacco Machinery and equipment n.e.c. Rubber and plastic products Transport equipment Chemicals, chemicals products and man-made fibres Basic metals and fabricated metal products Mining and quarrying, ex. energy producing materials Coke, refined petroleum products and nuclear fuel Mining and quarrying of energy producing materials -4 (1) Working day adjusted. It is the objective of turnover index to show the evolution of the market for goods and services; turnover comprises the total invoiced by the observation unit during the reference period, and this corresponds to market sales of goods or services supplied to third parties; turnover includes all duties and taxes on the goods or services invoiced by the unit with the exception of the VAT invoiced by the unit vis-à-vis its customers and other similar deductible taxes directly linked to turnover, turnover also includes all other charges (transport, packagind, etc.) passed on to the costumer, even if these charges are listed separately in the invoice. Fonte: Eurostat Yearbook 2006-07. pdf Na Finlândia para além da indústria da pasta de papel e do papel já anteriormente mencionada assumem particular relevo as indústrias associadas à transformação do metal e à engenharia bem como à construção naval. Este país é um dos principais líderes na produção de cobre e níquel na Europa. Naturalmente associada à imagem de marca da Finlândia temos os serviços e as indústrias associadas às telecomunicações e às comunicações móveis que assumem um papel muito importante e crescente na economia finlandesa. Na economia sueca há também a registar a importância, tal como no caso da Finlândia, do sector da exploração de minérios e da sua transformação. A Suécia que detêm uma longa tradição neste sector é um dos países com maiores e melhores condições geológicas para potenciais novas descobertas de jazidas de minérios. A Suécia tem actualmente uma cota de 2/3 do comércio do cobre em todo o Mundo e tem ainda uma posição igualmente dominante na produção de minérios ferrosos (aço), exploração de zinco, prata e ouro. Igualmente um sector que se destaca pela sua importância na Suécia é a Indústria automóvel. 82 Swedish automotive industry 77, 302 Employment fulltime private sector, 2004 3,5 % Employment, share of total private sector workforce Turnover private sector, 2005 € million 24, 751 Industry account of Swedish total export, 2005 16,5 % Largest automotive companies in Sweden, 2005 Volvo Cars (US) Scania (Sweden) Saab Automobile (US) AB Volvo (Sweden) Autoliv (US) €1 = $ 1.2 Source: Statistics Sweden, Vinnova and ISA, 2006 Examples of foreign investors BWM (Germany) Bosch (Germany) Brose (Germany) Daewoo Precision Industries (South Korea) Dassault (France) Denso (Japan) Ford Motors (US) General Motors (US) Johnson Controls (US) Valeo (France) Transportes Aproximadamente 50% de todas as mercadorias transportadas e 80% de todos os passageiros que viagem dentro da União Europeia fazem-no por via rodoviária. Independentemente de todas as melhorias tecnológicas verificadas no sector dos meios de transportes e das infra-estruturas existentes, este volume de tráfego origina inúmeros problemas ao nível da rede rodoviária propriamente dita e da própria sociedade (por exemplo problemas de congestionamentos e ambientais). Resultado deste condicionalismo, a Economia europeia perde competitividade. Indica dores seleccionados relacionados com o sector do Transportes Passenger car Density of Passenger cars transport (per 1 000 motorways (1 000 million (km/100 km2) inhabitants) passenger-km) Goods Bus transport Rail passenger transported by of passengers tranport road (1 000 million (1 000 million (1 000 million passenger-km) passenger-km) passenger-km) 1995 2003 1995 2004 1995 2003 1995 2003 1995 2002 2002 2005 EU-25 EU-15 Belgium Czech Republic 1.2 394 463 3 819 4 444 466 483 319 356 1.4 430 495 3 533 4 072 382 408 268 317 1 115 5.5 5.7 422 467 97 110 13 14 7 9 53 44 0.5 0.7 295 373 55 69 12 9 8 7 44 43 83 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice Passenger car Density of Passenger cars transport (per 1 000 motorways (1 000 million (km/100 km2) inhabitants) passenger-km) Goods Bus transport Rail passenger transported by of passengers tranport road (1 000 million (1 000 million (1 000 million passenger-km) passenger-km) passenger-km) 1995 2003 1995 2004 1995 2003 1995 2003 1995 2002 2002 2005 Denmark Germany Estonia Greece Spain France Ireland Italy Cyprus Latvia Lithuania Luxembourg Hungary Malta Netherlands Austria Poland Portugal Slovenia Slovakia Finland Sweden United Kingdom Bulgaria Croatia Romania Turkey Iceland Liechtenstein Norway United States 1.8 2.4 321 354 54 61 11 9 5 6 23 23 3.1 3.4 495 546 820 854 69 68 71 73 285 310 0.1 0.2 267 350 7 10 2 2 0 0 207 348 37 64 20 23 2 2 15 0.3 6 2.0 362 454 250 346 40 49 15 20 185 233 1.5 1.9 434 491 640 739 42 43 56 74 204 205 0.1 0.3 274 385 16 24 5 7 1 2 14 18 2.1 2.2 529 581 615 711 87 98 44 49 193 1.8 2.9 338 448 2 3 1 1 134 297 5 10 2 3 1 1 0.6 0.6 198 384 10 19 3 3 1 0 4.4 5.7 568 659 5 6 1 1 0 0 9 0.4 0.6 217 280 45 46 17 19 8 10 18 25 488 525 1 2 0 0 6 1 8 16 5.3 6.1 366 429 131 146 8 7 13 14 77 91 1.9 2.0 452 501 71 81 15 15 10 9 38 37 0.1 0.1 195 314 111 172 34 30 27 18 0.7 2.2 374 572 61 97 11 11 5 4 30 43 1.4 2.3 357 456 12 16 3 1 1 1 7 11 0.4 0.6 189 222 18 25 11 8 4 2 0.1 0.2 372 448 50 60 8 8 3 3 32 32 0.3 0.4 411 456 87 96 9 11 7 9 37 39 1.4 1.5 374 463 618 677 44 47 30 43 164 0.3 0.3 196 314 12 13 5 3 0.5 1.0 155 301 4 4 1 1 0.0 0.0 97 149 12 9 19 9 0.2 0.2 51 75 86 0 6 5 445 599 0 1 612 692 3 4 53 112 23 2 000 1 500 500 0 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Goods carried by road: any goods moved by road good vehicles; this includes all packaging and equipment such as containers, swap-bodies or pallets. Fonte: Eurostat Yearbook 2006-07. pdf Igualmente evidente é a necessidade de se encontrar alternativas e de se desenvolver outras formas de transporte dada a excessiva dependência das trocas comercias intra Europa (dados disponíveis para a UE15) mas não só por transporte rodoviário. Transports of goods, by selected type of inland transport, EU-15, 2004 (% based on data in million km) Inland waterways 5,6% Rail 16,7% Oil pipelines 5,3% Manufacturing 31,8% Road 72,4 % 0.1 387 429 44 50 4 4 2 2.9 3.2 459 514 76 85 3 3 12 3 10 18 (1) Surveys for passenger cars and buses and coaches are not harmonised at the EU level. Source (road passanger data): Eurostat and the Directorate-General for Energy and Transport A motorway is a road, specially designed and built for motor trafic, which does not serve properties bordering on it, and which: (a) is provided, except at special points or temporarily, with separate carriageways for the two directions of traffic, separated from each other, either by a dividing strip not intended for traffic, or exceptionally by other means; (b) does not cross at level with any road, railway or tramway track, or footpath; (c) is specially signposted as a motorway and is reserved for specific categories of road motor vehicles. The number of passanger cars per 1 000 inhabitants is also often used as a way of measuring the standard of living. A passenger is defined as any person who makes a journeya using a public or private conveyance by land or water or air, persons who ate employed by transport enterprises such as drivers or plots are not considered as passengers drivers of personal cars are included under the generic term of passengers. Goods carried by road: any goods moved by road good vehicles; this includes all packaging and equipment such as containers, swap-bodies or pallets. 84 1 000 million 1-km Fonte: Eurostat Yearbook 2006-07. pdf 0.0 Fonte: Eurostat Yearbook 2006-07. pdf Goods transport by road, EU-25 1 000 1.4 1 Na figura abaixo é bem visível o aumento constante que se tem verificado na última década na quantidade de mercadorias que se movimentam pela via rodoviária. Turismo A Europa continua a ser uma região fortemente atractiva para turistas de todo o Mundo: Com o alargamento a Europa abriu ainda mais os seus horizontes e à medida que os seus dez novos Estados membros intensificarem e modernizarem as suas infraestruturas turísticas a quota que actualmente o Velho Continente detém no Turismo Mundial irá aumentar seguramente nos próximos anos. De referir que, depois dos problemas de insegurança associados aos ataques terroristas do 11 de Setembro, houve já um incremento significativo do número de turistas internos resultado sobretudo da redução do custo das passagens aéreas adquiridas via 85 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice companhias Low cost e da forte concorrência existente entre diferentes companhias aéreas. Por outro lado a liberalização existente nalguns países afecta outro aspectos dos serviços turísticos como seja a gestão dos aeroportos, situação que sem dúvida será aprofundada quando entrar em vigor a chamada Directiva Bolkestein (de liberalização de serviços). Assim, é expectável que as actividades ligadas ao sector do Turismo tenham no futuro um impacto ainda mais importante na economia e no emprego, bem como terão implicações a outros níveis como sejam os aspectos sociais e ambientais. De acordo com a análise dos indicadores deste sector do Eurostat, a Alemanha, França, Reino Unido e Itália são os principais destinos turísticos na Europa, sendo a Itália a Alemanha e o Reino Unido aqueles países que apresentam maior oferta ao nível do número de alojamentos. Os mercados que fazem parte integrante dos estudos de Benchmarking apresentam valores relativamente baixos em comparação com os dos Países acima mencionados destacando-se um pouco o mercado da Holanda com aproximadamente 9 milhões de turistas registados em 2005 e um número de hotéis e outros alojamentos na ordem das 7100 unidades. Relativamente ao número de camas disponíveis é Portugal que se superioriza entre os cinco mercados em análise com 254.000 camas registadas no ano de 2005. Principais Indicadores de Turismo - ano 2005 (1) 86 2005 (3) 2000 2005 (3) 202 814 10 356 11 371 192 867 206 703 162 614 191 582 9 635 10 532 1 321 511 1 295 770 136 425 159 741 129 611 143 752 7 666 9 041 2005 (4) 2000 2005 2000 2005 (3) Bed places in Nights spend in hotel and similar hotels and similar establishments establishments (1 000) (1 000) (1) 2000 2005 (3) 2000 2005 (4) Number of tourists (1 000) (2) 2000 2005 9 104 246 178 3 6 41 38 2 835 3 135 3 609 4 025 173 192 29 722 29 519 7 475 8 768 15 517 14 267 5 565 6 281 588 571 71 648 76 073 3 605 1 449 2 200 6 369 4 523 120 170 14 298 20 333 10 075 1 786 1 954 263 285 223 254 33 795 34 141 2 512 448 344 398 358 31 30 4 618 4 975 1 014 582 885 977 1 131 44 57 5 604 6 833 3 809 1 011 938 517 459 117 118 13 348 14 275 1 906 1 857 1 585 2 089 188 197 21 265 22 900 44 728 44 625 30 446 45 133 1 111 1 223 648 1 230 188 325 121 201 8 140 15 428 199 203 18 074 21 277 2 533 588 244 319 50 46 1 166 1 136 199 192 131 160 299 2 216 2 511 21 609 29 340 1 423 15 947 404 294 12 112 1 1 134 111 1 213 1 121 141 144 16 365 17 110 5 754 3 743 17 1 186 260 1 569 2 525 2 615 33 927 Fonte: Eurostat Yearbook 2006-07. pdf 1 389 946 Nº de Estabelecimentos de alojamento na Europa – Ano de 2005 (1) 1 038 065 1 102 456 9 210 10 115 3 307 2 814 38 551 52 877 17 032 18 694 1 590 1 621 198 070 200 767 53 490 57 955 350 317 467 16 25 1 712 3 542 8 342 9 036 350 341 608 682 60 840 54 017 4 416 4 026 16 287 17 607 5 459 17 151 1 316 1 580 227 144 245 637 27 988 11 823 19 315 19 811 8 900 9 244 1 532 1 740 191 073 198 039 28 556 28 829 5 449 4 407 2 482 4 458 139 149 33 361 33 518 83 858 81 009 1 854 2 000 583 785 35 134 84 91 17 387 166 337 66 81 12 19 227 331 267 193 11 20 315 292 291 255 14 1 928 1 983 1 037 1 010 144 280 24 160 3 695 233 613 234 020 22 834 40 20 0 Hotels and similar establishments Other collective accomodation establishments 24 316 14 939 499 1 360 2 33 381 882 2 062 728 14 1 263 1 358 157 13 541 15 505 217 60 Iceland 70 Liechtenstein 62 Norway 608 Bulgaria 622 Malta 480 Latvia 466 80 Lithuania 4 843 Slovenia 25 209 Luxembourg 25 169 Cyprus 232 Estonia 218 Finland 3 329 Denmark 3 509 Slovakia 4 279 Portugal 3 860 100 Belgium 4 308 Hungary 14 610 Poland 14 229 Sweden 121 Netherlands 119 Czech Republic 1 550 Greece 1 635 Ireland 1 899 Austria 1 998 Spain 202 806 218 342 2000 2005 (3) Other collective accomodation establishments (unit) (1) Residents and non-residents. (2) Number of persons from the reporting country making one or more holiday trips (domestic or outbound of four nights or more). (3) Italy, Portugal and the United Kingdom, 2004. (4) Spain, France, Italy, Poland, the United Kingdom and Croatia, 2004; Greece and Ireland, 2003; Cyprus only outbound. The number of bed places in an establishment is the number of persons who can stay overnight in the beds set up in the establishment, ignoring any extra beds tha may have been set up on customer request. France 2000 Number of tourists (1 000) (2) Malta Netherlands Austria Poland Portugal Slovenia Slovakia Finland Sweden United Kingdom Bulgaria Croatia Romania Iceland Liechtenstein Norway United States Germany EU-25 EU-15 Euro area Belgium Czech Republic Denmark Germany Estonia Greece Spain France Ireland Italy Cyprus Latvia Lithuania Luxembourg Hungary 2005 (3) Bed places in Nights spend in hotel and similar hotels and similar establishments establishments (1 000) (1 000) (1) 2000 Italy 2000 Other collective accomodation establishments (unit) Hotels and similar establishments (unit) United Kingdom Hotels and similar establishments (unit) Principais Indicadores de Turismo - ano 2005 (1) 234 4 238 (1) EU-25, 218 342 hotels and similars establishments, 202 814 other collectiv accomodation establishments; Italy, Portugal and the United Kingdom, 2004. Hotels and others establishments include hotels, apartment hotels, motels, roadside inns, beach hotels, residential dubs, rooming and boarding houses, tourist residences and similar accomodation. Other collective accomodation establishments include holidar dwellings, tourist campsites, youth hostels, tourist dormitoires, group accomodation, school dormitories and other similar accomodation. Fonte: Eurostat Yearbook 2006-07. pdf 87 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice No gráfico seguinte é feita uma apresentação do número de turistas “internos” na Europa, entendendo-se estes como pessoas que se deslocam no espaço da União Europeia (para fora do seu país de origem) e permanecem mais de 4 noites alojados. Percentagem da população que parte de férias - ano 2005 (1) 3.3 Dimensão e características dos principais mercados Neste capítulo será feita uma recolha de informação em duas categorias distintas: •• por principais mercados de exportação / importação (realçando os valores relativos às trocas intracomunitárias – sempre que possível referindo dados da UE27) •• pelas trocas comerciais entre cada mercado alvo e Portugal % 100 75 50 Croatia (4) Sweden (6) Latvia Malta (5) Estonia Portugal Lithuania Spain (4) Poland (4) Greece (2) Italy (4) belgium Austria Hungary Finland Czech Republic United Kingdom Slovenia France (4) Denmark Cyprus (3) Netherlands Slovakia Germany Ireland (2) 0 Luxembourg 25 (1) Number of tourists from the reporting country who go abroad and stay at least four nights in collective or private accomodation. (2) 2003. (3) Only outbound. (4) 2004. (5) Not available. Comércio Internacional da Holanda Na tabela seguinte apresentam-se os valores de exportação da Holanda para os seus principais mercados (clientes e fornecedores), destacando-se a Alemanha como principal destino representando o comércio com este país um quarto das exportações globais da Holanda. A Bélgica, o Reino Unido e a França são outros países que tradicionalmente ocupam os lugares seguintes, obtendo quotas de mercado, no ranking dos fornecedores, na ordem dos 9% a 14%. Verifica-se igualmente que os principais mercados de destino das exportações da Holanda se situam na União Europeia, com valores no último triénio sempre acima dos 75%. Por outro lado verifica-se ainda que Portugal ocupa uma posição de pouco relevo nas trocas comerciais como cliente da Holanda não atingindo a sua quota o valor de 1%. Fonte: Eurostat Yearbook 2006-07. pdf 2004 Por último, neste capítulo, apresentam-se os valores de distribuição do PIB pelos principais sectores de actividade em cada um dos mercados alvos em análise. Caracterização dos principais Sectores (% PIB) Mercados em análise (dados 2006 - estimados) Decomposição Portugal Sector Primário 6,5% 1,4% Sector Secundário 28,6% Sector Terciário 64,9% Dinamarca Finlândia 6 10 € Alemanha 2005 % 6 10 € 72 140 25,1% Bélgica 34 649 Reino Unido 2006 % 6 10 € % 81 337 24,9% 94 021 25,5% 12,1% 42 495 13,0% 51 685 14,0% 29 132 10,1% 29 873 9,1% 32 822 8,9% França 28 347 9,9% 30 648 9,4% 31 546 8,6% Holanda Suécia Itália 17 344 6,0% 18 558 5,7% 18 855 5,1% 2,7% 2,2% 1,1% E.U.A. 12 180 4,2% 13 900 4,3% 16 303 4,4% 24,6% 30,3% 23,9% 28,1% Espanha 11 369 4,0% 13 257 4,1% 13 346 3,6% 74,0% 67,0% 73,9% 70,8 Suécia 5 767 2,0% 6 564 2,0% 6 676 1,8% Rússia 3 373 1,2% 4 553 1,4% 5 576 1,5% Polónia 3 395 1,2% 4 429 1,4% 5 535 1,5% Áustria 4 288 1,5% 4 463 1,4% 5 187 1,4% República Checa 2 488 0,9% 4 081 1,2% 4 096 1,3% 224 471 78,1% 254 158 77,8% 286 450 77,8% Restantes Países 62 864 21,9% 72 482 22,2% 81 828 22,2% Portugal 2 439 0,8% 2 890 0,9% 2 727 0,7% Total EXTRA EU 27 57 801 20,1% 65 956 20,2% 76 044 20,6% Total INTRA EU 27 229 535 79,9% 260 683 79,8% 292 234 79,4% Total Exportações 287 336 100% 326 440 100% 368 278 100% Fonte: CIA The World FactBook Da leitura destes dados se constata que Portugal apresenta um valor claramente superior aos dos restantes quatro países em análise no que diz respeito ao sector da Agricultura, Silvicultura e Pescas enquanto no outro extremo a Dinamarca apresenta um sector terciário mais desenvolvido (com 74% do PIB a incidir neste sector dos serviços). De referir ainda o caso da Finlândia com o valor mais elevado no Sector Secundário. Total Parcial (12 principais mercados) Fonte: Copyright 1958 - 2003 European Community, Eurostat. All Rights Reserved / Dataset: DS-016890 - EU27 Trade Since 1995 By CN8 88 89 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice 2004 Principais Mercados do Comércio Externo na Holanda (Exportações - Ano 2006) Alemanha 25,5% Restantes Países 22,2% República Checa 1,3% Áustria 1,4% Polónia 1,5% Suécia 1,8% 10 € Total INTRA EU 27 Total Importações 2005 % 6 10 € 136 627 53,2% 256 989 100% 2006 % 6 10 € % 144 575 49,4% 164 902 49,7% 292 438 100% 331 670 100% Fonte: Copyright 1958 - 2003 European Community, Eurostat. All Rights Reserved / Dataset: DS-016890 - EU27 Trade Since 1995 By CN8 Espanha 3,6% EUA 4,4% Itália 5,1% França 8,6% Também neste quadro se verifica que a Alemanha e Bélgica ocupam, respectiva e igualmente o primeiro e o segundo lugar nas expedições de mercadorias para a Holanda. Bélgica 14,0% Reino Unido 8,9% Portugal apresenta uma posição ainda menos relevante na posição de fornecedor da Holanda (com valores inferiores a 1300 milhões de euros) o que representa uma cota de cerca de 0,5% apenas. Mercados de Exportação da Holanda Ao invés da situação supramencionada, as importações da Holanda têm a sua origem numa multiplicidade de países, representando as trocas com a UE27 apenas 49,7%, o que é demonstrativo da abertura do mercado holandês sendo igualmente relevante o posicionamento da Holanda como uma plataforma logística muito importante para o Comércio Internacional, destacando-se as importações da China e dos EUA, respectivamente com os valores de 31.015 e 25.740 milhões de Euros, ocupando estes Países o terceiro e o quarto lugar deste ranking de fornecedores. 2004 2005 2006 % 106 € % 106 € % Alemanha 46 068 17,9% 48 584 16,6% 56 570 17,1% Bélgica 25 030 9,7% 27 236 9,3% 31 456 9,5% China 18 998 7,4% 25 827 8,8% 31 015 9,4% E.U.A. 20 345 7,4% 22 184 7,6% 25 740 7,8% Reino Unido 16 341 6,4% 17 066 5,8% 19 413 5,9% Rússia 7 281 2,8% 13 005 4,4% 17 018 5,1% França 12 808 5,0% 13 633 4,7% 15 347 4,6% Japão 9 427 3,7% 9 380 3,2% 10 169 3,1% Itália 6 111 2,4% 6 723 2,3% 7 314 2,2% Noruega 6 161 2,4% 6 224 2,1% 7 236 2,2% Espanha 5 268 2,0% 5 234 1,8% 5 755 1,7% Arábia Saudita 3 080 1,2% 4 667 1,6% 5 525 1,7% 176 917 68,8% 199 763 68,3% 232 557 77,8% Restantes Países 80 072 31,2% 92 675 31,7% 99 113 22,2% Portugal 120 362 0,5% 1 220 0,4% 1 282 0,7% Total EXTRA EU 27 136 627 53,2% 147 863 50,6% 166 768 20,6% Total Parcial (12 principais mercados) Principais Mercados do Comércio Externo na Holanda (Importações - Ano 2006) Alemanha 17,1% Restantes Países 29,9% Arábia Saudita 1,7% Bélgica 9,5% Espanha 1,7% 106 € 90 6 Itália 2,2% Noruega 2,2% Japão 3,1% França 4,6% Rússia 5,1% China 9,4% EUA 7,8% Reino Unido 5,9% Mercados de Importação da Holanda Relações económicas da Holanda com Portugal Nas tabelas seguintes apresentam-se os principais grupos de produtos transaccionados entre a Holanda e Portugal Valores globais de exportações (por principais grupos de produtos holandeses para Portugal) 2004 Capítulo (NC) Descrição 2005 2006 Euros % Euros % Euros % 84 Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes 486 785 698 20,0% 463 996 636 16,1% 473 967 045 17,4% 85 Máquinas, aparelhos e materais eléctricos, e suas partes; aparelhos de gravação ou de reprodução de som, aparelhos de gravação ou de reprodução de imagens e de som em televisão, e suas partes e acessórios 279 524 952 11,5% 703 815 265 24,4% 402 293 403 14,8% 87 Veículos automóveis, tractores, ciclos e outros veículos terrestres, suas partes e acessórios 162 908 009 6,7% 140 983 173 4,9% 149 209 091 5,5% 91 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice 2004 Capítulo (NC) 90 Descrição Instrumentos e aparelhos de óptica, fotografia ou cinematografia, medida, controle ou de precisão; instrumentos e aparelhos médico-cirúrgicos; suas partes e acessórios 2005 2006 Euros % Euros % Euros % 102 961 340 4,2% 124 167 422 4,3% 137 952 813 5,1% 29 Produtos químicos e orgânicos 41 455 028 1,7% 101 467 065 3,5% 131 643 391 4,8% 30 Produtos farmacêuticos 155 501 213 6,4% 165 959 064 5,7% 130 692 604 4,8% 39 Plásticos e suas obras 85 214 570 3,5% 99 519 064 3,4% 118 092 126 4,3% 72 Ferro fundido, ferro e aço 124 477 396 5,1% 83 466 613 2,9% 83 232 327 3,1% 2 Carnes e miudezas, comestíveis 75 662 069 3,1% 73 048 707 2,5% 79 288 029 2,9% 3 Peixes e crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos 58 662 069 2,4% 50 511 163 1,7% 71 205 435 2,6% Outros produtos exportados pela Holanda para Portugal 866 142 657 35,5% 883 299 236 30,6% 949 299 421 34,8% Exportações de produtos holandesdes para Portugal 2 439 439 845€ 2004 Descrição 2005 2006 Euros % Euros % Euros % 64 Calçados, polainas e artefactos semelhantes, e suas partes 152 063 847 12,9% 177 000 982 14,5% 198 049 158 15,4% 47 Pastas de madeiras ou de outras matérias fibrosas celulósicas; papel ou cartão de reciclar (desperdícios e aparas) 121 334 153 10,3% 144 362 626 11,8% 137 789 720 10,7% 38 Produtos diversos das indústrias químicas 115 445 320 9,8% 112 776 884 9,2% 117 388 126 9,2% 27 Combustíveis minerias, óleos minerais e produtos da sua destilação; matérias betuminosas; ceras minerais 71 758 351 6,1% 108 514 965 8,9% 92 378 393 7,2% 87 Veículos automóveis, tractores, ciclos e outros veículos terrestres, suas partes e acessórios 82 207 614 7,0% 75 095 599 6,2% 91 118 659 7,1% 29 Produtos químicos orgânicos 54 892 455 4,7% 53 070 275 4,4% 76 694 966 6,0% 61 Vestuário e seus acessórios, de malha 103 487 285 8,8% 92 781 585 7,6% 69 371 612 5,4% 48 Papel e cartão; obras de pasta de celulosa, de papel ou de cartão 55 908 576 4,8% 51 626 648 4,2% 62 832 655 4,9% 85 Máquinas, aparelhos e materias eléctricos, e suas partes; aparelhos de gravação ou de reprodução de som, aparelhos de gravação ou de reprodução de imagens e de som em televisão, e suas partes e acessórios 83 217 689 Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres 44 513 844 3,8% 46 193 602 3,8% 49 495 077 3,9% Outros produtos portugueses importados pela Holanda 290 755 550 24,7% 296 016 938 24,3% 335 505 994 26,2% 1 175 584 684€ 100% 1 129 990 622€ 100% 1 282 006 014€ 100% 22 Totais de importações de produtos Portugueses 7,1% 62 550 518 5,1% 51 381 654 4,0% No que diz respeito aos produtos portugueses importados pela Holanda destacamse o calçado e seus artefactos, as pastas celulósicas e papel, os produtos químicos e os combustíveis minerais. Digno de registo, o facto do grupo do vestuário e seus acessórios de malha estar a perder sucessivamente quota de mercado. Comércio Internacional da Dinamarca Na tabela seguinte apresentam-se os valores de exportação da Dinamarca para os seus principais mercados, donde se destaca o posicionamento cimeiro da Alemanha, com uma cota de mercado acima dos 17% nos últimos três anos, seguindo-se a Suécia e o Reino Unido respectivamente com 14,2 % e 9,0%. Destaca-se ainda no ano de 2006 a subida muito significativa do Mercado do EUA passando de uma cota irrelevante para um valor superior a 6%. 2004 6 10 € Alemanha 2005 % 6 10 € 11 217 18,2% Suécia 7 900 Reino Unido 2006 % 6 10 € % 12 013 17,6% 12 760 17,3% 12,7% 9 020 13,2% 10 424 14,2% 5 368 8,7% 5 954 8,7% 6 594 9,0% 8 0,0% 7 0,0% 4 609 6,3% Noruega 3 257 5,3% 3 482 5,1% 4 012 5,4% Holanda 3 504 5,7% 3 609 5,3% 3 750 5,1% França 3 298 5,3% 3 781 5,5% 3 612 4,9% Itália 2 207 3,6% 2 349 3,4% 2 570 3,5% Espanha 2 022 3,3% 1 969 2,9% 2 283 3,1% Finlândia 1777 2,9% 1 892 2,8% 2 206 3,0% Japão 1 844 3,0% 1 561 2,3% 1 489 2,0% 939 1,5% 1 373 2,0% 1 485 2,0% 43 340 69,9% 47 012 68,7% 55 792 75,7% 18 626 30,1% 21 408 31,3% 17 864 24,3% 616 1,0% 912 1,3% 528 0,7% 18 212 70,6% 20 056 29,3% 21 457 29,1% E.U.A. Polónia Fonte: Copyright 1958 - 2003 European Community, Eurostat. All Rights Reserved / Dataset: DS-016890 - EU27 Trade Since 1995 By CN8 92 Nos produtos exportados pela Holanda para Portugal encabeçam esta lista: as máquinas e aparelhos e instrumentos mecânicos, máquinas e aparelhos e material eléctrico, veículos automóveis e outro material de transporte, instrumentos de óptica e precisão e os produtos químicos. 100% 2 890 233 950 € 100% 2 726 875 685 € 100% Valores globais por principais grupos de produtos holandeses para Portugal) Capítulo (NC) As trocas comerciais entre a Holanda e Portugal têm tido um comportamento de excessiva concentração, quer nas expedições quer nas chegadas, somando os primeiros cinco grupos de produtos (análise feita com códigos a dois dígitos da Nomenclatura Combinada) valores próximos de 50%. Total Parcial (12 principais mercados) Restantes Países Portugal Total EXTRA EU 27 93 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice 2004 6 10 € Total INTRA EU 27 Total Exportações 2005 % 6 10 € 43 754 70,6% 61 966 100% 2006 2004 % 6 10 € % 48 363 70,7% 52 199 70,9% 68 420 100% 73 656 100% Fonte: Copyright 1958 - 2003 European Community, Eurostat. All Rights Reserved / Dataset: DS-016890 - EU27 Trade Since 1995 By CN8 Os valores acima indicados na tabela acima podem ser visualizados de forma gráfica na figura seguinte. 6 10 € China % 10 € 3 2 160 3,9% França 2 473 Itália % 10 € % 2 885 4,7% 3 466 5,1% 4,5% 2 560 4,2% 3 002 4,4% 2 191 4,1% 2 475 4,1% 2 679 3,9% Bélgica 1 863 3,4% 2 053 3,4% 2 246 3,3% E.U.A. 1 991 3,6% 1 651 2,7% 2 017 2,9% Polónia 998 1,8% 1 202 2,0% 1 547 2,3% 1 168 2,1% 1 332 2,2% 1 520 2,2% 42 455 77,5% 46 543 76,6% 53 405 77,9% 12 338 22,5% 14 209 23,4% 15 183 21,1% 263 0,5% 287 0,5% 282 0,4% Total EXTRA EU 27 15 974 29,2% 17 616 29,0% 19 283 28,1% Total INTRA EU 27 38 819 70,8% 43 136 71,0% 49 305 71,9% Total Exportações 54 793 100% 60 752 100% 68 588 100% Finlândia (12 principais mercados) (Exportações - Ano 2006) Restantes Países Alemanha 17,3% Restantes Países 24,3% Portugal Japão 2,0% Suécia 14,2% Polónia 2,0% Finlãndia 3,0% Espanha 3,1% Itália 3,5% França 4,9% Holanda 5,1% Fonte: Copyright 1958 - 2003 European Community, Eurostat. All Rights Reserved / Dataset: DS-016890 - EU27 Trade Since 1995 By CN8 Reino Unido 9,0% EUA 6,3% Noruega 5,4% 2006 6 Total Parcial Principais Mercados do Comércio Externo na Dinamarca 2005 6 Mercados de Exportação da Dinamarca Na figura abaixo apresenta-se a distribuição dos principais mercados sobre a forma gráfica. No que se referem aos mercados mais representativos das Importações realizadas pela Dinamarca destacam-se novamente a Alemanha e Suécia que juntos representam mais de 35% do valor global das Importações deste país. A Noruega, a Holanda e o Reino são outros mercados com representatividade nas trocas comerciais com a Dinamarca, com valores acima dos 6% nos últimos três anos. Destaca-se igualmente o posicionamento em 5ºlugar da China que tem vindo progressivamente a ganhar cota de mercado, tendo passado de 3,9% em 2004 para 5,1% em 2006. Da análise dos valores sistematizados na tabela seguinte se conclui que o principal parceiro comercial da Dinamarca nas importações, tal e que se verifica nas exportações, é a União Europeia com valores acima dos 70%. 2004 2005 (Importações - Ano 2006) Alemanha 21,2% Restantes Países 22,1% Finlãndia 2,2% Polónia 2,3% EUA 2,9% Suécia 14,2% Bélgica 3,3% Itália 3,9% França 4,4% China 5,1% Reino Unido 5,8% Holanda 6,1% Noruega 6,6% Mercados de Importação da Dinamarca 2006 106 € % 106 € % 106 € % Alemanha 11 706 21,4% 12 450 20,5% 14 543 21,2% Suécia 7 272 13,3% 8 373 13,8% 9 723 14,2% Noruega 3 729 6,8% 4 013 6,6% 4 493 6,6% Holanda 3 639 6,6% 3 965 6,5% 4 215 6,1% Reino Unido 3 266 6,0% 3 585 5,9% 3 954 5,8% 94 Principais Mercados do Comércio Externo na Dinamarca Relações económicas da Dinamarca com Portugal De seguida apresentam-se os valores relativos ao comércio externo entre Dinamarca e Portugal (respectivamente expedições e chegadas de produtos) 95 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice Valores globais de exportações (por principais grupos de produtos dinamarqueses) para Portugal 2004 Capítulo (NC) Descrição 2005 2006 Euros % Euros % Euros % 85 Máquinas, aparelhos e materais eléctricos, e suas partes; aparelhos de gravação ou de reprodução de som, aparelhos de gravação ou de reprodução de imagens e de som em televisão, e suas partes e acessórios 333 380 947 54,1% 631 987 788 69,3% 215 521 926 40,8% 3 Peixes e crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos 78 268 188 12,7% 74 967 314 8,2% 68 892 768 13,0% 84 Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes 24 469 699 4,0% 19 481 489 2,1% 22 306 768 4,2% 90 Instrumentos e aparelhos de óptica, fotografia ou cinematografia, medida, controle ou de precisão; instrumentos e aparelhos médico-cirúrgicos; suas partes e acessórios 12 976 952 94 Móveis, mobiliário médico-cirúrgico; colchões, almofadas e semelhantes; aparelhos de iluminação n. e nem compreendidos em outros Capítulos; anúncios, cartazes ou tabuletas e placas indicadores luminosos, e artigos semelhantes; construções pré-fabricadas 10 491 017 1,7% 10 481 761 1,1% 12 905 035 2,4% 30 Produtos farmacêuticos 12 090 197 2,0% 10 151 586 1,1% 12 134 485 2,3% 70 Vidro e suas obras 3 387 145 0,5% 4 539 519 0,5% 11 198 994 2,1% 72 Ferro fundido, ferro e aço 17 537 129 2,8% 22 974 537 2,5% 11 070 481 2,1% 2 Carnes e miudezas, comestíveis 8 526 938 1,4% 7 698 425 0,8% 10 802 267 2,0% 3 Preparações alimentícias diversas 2 057 361 0,3% 4 239 622 0,5% 9 322 647 1,8% Outros produtos exportados pela Dinamarca para Portugal 113 221 098 18,4% 109 542 203 12,0% 138 589 048 26,2% Exportações de produtos dinamarqueses para Portugal 616 406 671€ 100% 911 728 969€ 100% 527 998 391€ 100% 2,1% 15 664 725 1,7% 15 254 678 2004 Capítulo (NC) Descrição 2005 2006 Euros % Euros % Euros % 27 Combustiveis minerais, óleos minerais e produtos da sua destilação; matérias betuminosas; ceras minerais 22 383 0,0% 3 265 198 1,1% 8 344 334 3,0% 63 Outros artefactos têxteis confeccionados; sortidos; artefactos de matérias têxteis, calçados, chapéus e artefactos de uso semelhante; usados; trapos 10 077 052 3,8% 10 836 051 3,8% 8 055 857 2,9% 20 Preparações de produtos hortícolas, de frutas ou de outras partes de plantas 2 289 925 0,9% 4 700 865 1,6% 7 236 135 2,6% 3 Peixes e crustáceos, moluscos e os outros invertebrados aquáticos 5 038 819 1,9% 3 249 802 1,1% 6 770 449 2,4% Outros produtos portugueses importados pela Dinamarca 77 158 525 29,3% 95 921 528 33,5% 73 669 835 26,1% 262 916 856€ 100% 281 891 454€ 100% 281 891 454€ 100% Totais de importações de produtos Portugueses 2,9% Fonte: Copyright 1958 - 2003 European Community, Eurostat. All Rights Reserved / Dataset: DS-016890 - EU27 Trade Since 1995 By CN8 Da leitura destes valores se conclui que no que se refere às expedições da Dinamarca para Portugal o grupo das “máquinas, aparelhos e materiais eléctricos” ocupam uma posição de destaque com mais de 40% do valor total das exportações. Na situação inversa, são os produtos das indústrias tradicionais (calçado e vestuário) que ocupam uma posição cimeira - mais de 40% das exportações portuguesas para este mercado resultam em produtos destes sectores de actividade; de referir que ambos os sectores têm vindo a perder valor nas suas vendas, embora o sector do calçado tenha contrariado esta tendência no ano de 2006. Produtos farmacêuticos, bebidas e líquidos alcoólicos, combustíveis e óleos minerais ocupam as posições seguintes nos produtos transaccionados de Portugal para a Dinamarca. Valores globais por principais grupos de produtos portugueses importados pela Dinamarca 2004 Capítulo (NC) 96 Descrição 2005 2006 Euros % Euros % Euros % 64 Calçados, polainas e artefactos semelhantes, e suas partes 49 950 015 19,0% 62 253 729 21,7% 69 696 944 24,7% 61 Vestuário e seus acessórios, de malha 34 742 393 13,2% 29 490 378 10,3% 30 077 121 10,7% 50 Seda 28 425 742 10,8% 25 149 938 8,8% 23 695 285 8,4% 62 Vestuário e seus acessórios, excepto de malha 28 425 742 10,8% 25 149 938 8,8% 23 695 285 8,4% 30 Produtos farmacêuticos 12 750 593 4,8% 13 568 028 4,7% 16 001 150 5,7% 22 Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres 14 035 650 5,3% 13 099 027 4,6% 14 649 059 5,2% Comércio Internacional da Finlândia Na tabela abaixo apresentam-se os valores de exportação da Finlândia onde se pode verificar uma relativa equidade de valores para os três mercados principais – a Alemanha, a Suécia e a Rússia. 2004 2005 2006 106 € % 106 € % 106 € % Alemanha 5 276 10,7% 5 567 10,5% 6 934 11,3% Suécia 5 490 11,1% 5 639 10,6% 6 432 10,5% Rússia 4 386 8,9% 5 950 11,2% 6 200 10,1% 97 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice 2004 6 10 € E.U.A. 2005 % 6 10 € 3 175 6,4% Reino Unido 3 461 Holanda 2006 2004 % 6 6 10 € % 10 € 3 296 6,2% 4 008 6,5% Alemanha 7,0% 3 518 6,6% 4 001 6,5% 2 545 5,1% 2 531 4,8% 3 153 França 1 758 3,6% 1 797 3,4% China 1 971 4,0% 1 605 Itália 1 473 3,0% Estónia 1 401 Noruega Espanha 2005 % 10 € % 7 676 16,2% 8 568 15,6% 12,8% 6 577 13,9% 7 663 14,0% 5 932 14,3% 6 682 14,1% 7 536 13,7% Holanda 2 624 6,3% 2 913 6,1% 3 613 6,6% 3,2% China 1 373 3,3% 1 981 4,2% 2 946 5,4% 1 946 3,2% Reino Unido 1 908 4,6% 2 038 4,3% 2 572 4,7% 2,6% 1 791 2,9% Dinamarca 2 139 5,2% 2 172 4,6% 2 446 4,5% 1 356 2,6% 1 591 2,6% França 1 760 4,3% 1 723 3,6% 1 789 3,3% 2,6% 1 287 2,4% 1 528 2,5% Itália 1 524 3,7% 1 519 3,2% 1 663 3,0% 33 731 68,2% 35 515 66,9% 41 597 67,8% Bélgica 1 292 3,1% 1 431 3,0% 1 609 2,9% 936 2,3% 955 2,0% 1 567 2,9% 15 727 31,8% 17 557 33,1% 19 755 32,2% 1 350 3,3% 1 642 3,5% 1 377 2,5% 249 0,5% 282 0,5% 200 0,3% Total EXTRA EU 27 20 745 41,9% 23 207 43,7% 26 200 42,7% (12 principais mercados) 32 836 79,4% 37 309 78,7% 43 350 79,0% Total INTRA EU 27 28 712 58,1% 29 865 56,3% 35 151 57,3% Restantes Países 8 520 20,6% 10 117 21,3% 11 503 21,0% Total Exportações 48 458 100% 53 072 100% 61 351 100% Portugal 190 0,5% 196 0,4% 249 0,5% Total EXTRA EU 27 13 503 32,7% 16 164 34,1% 19 824 36,1% Total INTRA EU 27 27 853 67,3% 31 261 65,9% 35 029 63,9% Total Importações 41 356 100% 47 425 100% 54 853 100% (12 principais mercados) Restantes Países Portugal 10 € 6 692 16,2% Rússia 5 306 5,1% Suécia 2 043 3,3% 3,0% 1 970 1 617 3,0% 2,8% 1 355 1 500 3,0% 1 296 2006 6 Total Parcial % 6 Fonte: Copyright 1958 - 2003 European Community, Eurostat. All Rights Reserved / Dataset: DS-016890 - EU27 Trade Since 1995 By CN8 (Exportações - Ano 2006) Alemanha 11,3% E.U.A Total Parcial Fonte: Copyright 1958 - 2003 European Community, Eurostat. All Rights Reserved / Dataset: DS-016890 - EU27 Trade Since 1995 By CN8 Principais Mercados do Comércio Externo da Finlândia Restantes Países 32,2% Noruega Suécia 10,5% Principais Mercados do Comércio Externo da Finlândia (Importações - Ano 2006) Rússia 10,1% Espanha 2,5% Noruega 2,6% Estónia Itália China 2,9% 3,2% 3,2% França 3,3% Holanda 5,1% Reino Unido 6,5% EUA 6,5% Mercados de Exportação da Finlândia EUA 2,5% Rússia 14,0% Noruega 2,9% Bélgica 2,9% Itália 3,0% França 3,3% Os principais países que exportam para a Finlândia são a Alemanha, a Rússia e a Suécia. Da análise dos valores relativos à evolução da posição no comércio global e mais concretamente na observação da cota de mercado alcançada pelos principais doze parceiros da Finlândia, verifica-se que os únicos países que apresentaram taxas de variação crescentes nos últimos três anos foram a Rússia e a China. 98 Alemanha 15,6% Restantes Países 21,0% Dinamarca Reino Unido 4,5% 4,7% China 5,4% Holanda 6,6% Suécia 13,7% Mercados de Importação da Finlândia 99 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice Relações económicas da Finlândia com Portugal Nas tabelas abaixo apresentam-se os valores dos principais produtos transaccionados pela Finlândia nos últimos três anos sendo feito um posicionamento percentual em relação ao total respectivamente das exportações e importações. 2004 Capítulo (NC) Descrição Euros 2005 % Euros 2006 % Euros % Máquinas, aparelhos e materais eléctricos, e suas partes; aparelhos de gravação ou de reprodução de som, aparelhos de gravação ou de reprodução de imagens e de som em televisão, e suas partes e acessórios 91 658 663 84 Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes 33 763 273 13,6% 25 186 546 8,9% 24 522 337 12,3% 72 Ferro fundido, ferro e aço 19 286 987 7,8% 18 444 948 6,5% 17 824 654 8,9% 48 Papel e cartão; obras de pasta de celulosa, de papel ou de cartão 45 059 494 18,1% 32 244 375 11,4% 13 276 591 6,7% 85 36,9% 143 027 593 50,7% 78 599 188 Euros % Euros % Euros % 63 9 640 488 5,1% 11 412 747 5,8% 10 705 996 4,3% 87 Veículos automóveis, tractores, ciclos e outros veículos terrestres, suas partes e acessórios 2 338 549 1,2% 3 297 539 1,7% 7 510 135 3,0% 69 Produtos cerâmicos 5 810 991 3,1% 6 181 312 3,2% 6 876 515 2,8% 47 Pastas de madeiras ou de outras matérias fibrosas celulósicas; papel ou cartão de reciclar (desperdícios e aparas) 35 296 263 18,6% 22 711 888 11,6% 6 433 222 2,6% 84 Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes 4 158 029 2,2% 6 089 585 3,1% 6 083 783 2,4% 62 Vestuário e seus acessórios, excepto malha 6 548 343 3,5% 6 845 715 3,5% 5 983 892 2,4% 64 Calçados, polainas e artefactos semelhantes, e suas partes 4 536 536 2,4% 4 867 628 2,5% 5 252 734 2,1% Plásticos e suas obras 1 318 057 0,7% 1 716 234 0,9% 3 064 737 1,2% Outros produtos portugueses importados pela Finlândia 45 869 127 24,2% 34 159 787 17,5% 32 691 978 13,1% 189 716 038€ 127% 195 687 545€ 100% 249 105 190€ 100% 39,4% 27 Combustiveis minerais, óleos minerais e produtos da sua destilação; matérias betuminosas; ceras minerais 2 147 559 47 Pastas de madeiras ou de outras matérias fibrosas celulósicas; papel ou cartão de reciclar (desperdícios e aparas) 1 915 472 0,8% 87 Veículos automóveis, tractores, ciclos e outros veículos terrestres, suas partes e acessórios 4 310 628 1,7% 90 Instrumentos e aparelhos de óptica, fotografia ou cinematografia, medida, controle ou de precisão; instrumentos e aparelhos médico-cirúrgicos; suas partes e acessórios 5 189 456 2,1% 4 527 705 1,6% 6 023 930 3,0% 44 Madeira, carvão vegetal e obras de madeira 5 423 194 2,2% 5 079 763 1,8% 5 166 944 2,6% 40 Borracha e suas obras 6 168 981 2,5% 2 745 330 1,0% 2 712 174 1,4% Outros produtos exportados pela Finlândias para Portugal 33 648 734 13,5% 30 297 928 10,7% 28 415 546 14,2% 248 572 441€ 100% 282 291 782€ 100% 199 620 617€ 100% Exportações de produtos finlandeses para Portugal 0,9% 13 564 513 7 173 081 4,8% 9 972 210 5,0% 0,0% 6 976 892 3,5% 2,5% 6 130 151 3,1% Valores globais por principais grupos de produtos portugueses importados pela Finlândia 2004 Capítulo (NC) 100 Descrição 2005 2006 Outros artefactos têxteis confeccionados; sortidos; artefactos de matérias têxteis, calçados, chapéus e artefactos de uso semelhante; usados; trapos Valores globais de exportações (por principais grupos de produtos finlandeses) para Portugal 2004 2005 Descrição Capítulo (NC) 39 Totais de importações de produtos Portugueses Fonte: Copyright 1958 - 2003 European Community, Eurostat. All Rights Reserved / Dataset: DS-016890 - EU27 Trade Since 1995 By CN8 De entre os principais produtos transaccionados de Portugal para a Finlândia destacase o grupo dos minérios que tem vindo nos últimos anos a assumir um peso muito significativo em valor e em percentagem das exportações portuguesas para este mercado, tendo nomeadamente registado taxas de crescimento superiores a dois dígitos e tendo ultrapassado o sector do vestuário e dos produtos têxteis que eram até 2001 os grupos de produtos tradicionalmente exportados para a Finlândia. O grupo dos veículos automóveis e outro material de transporte é o que ocupa o 4º lugar mas com um peso de 4% apenas do total das exportações. Na tabela da página anterior aparecem os grupos das máquinas, aparelhos e materiais eléctricos, das máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos e dos metais como sendo aqueles que representavam mais de 60% das exportações de produtos finlandeses para Portugal. 2006 Euros % Euros % Euros % 26 Minérios, escórias e cinzas 57 854 547 30,5% 83 804 583 42,8% 151 308 470 60,7% 61 Vestuário e seus acessórios, de malha 16 345 108 35,6% 14 600 527 7,5% 13 193 728 5,3% Comércio Internacional da Suécia Na tabela abaixo apresentam-se os valores de exportação da Suécia verificando-se que apesar do grupo dos seus principais doze destinos de exportação representarem mais de 70 % do valor das expedições de mercadorias, nenhum desses mercados representou 101 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice mais de 10% da cota de mercado. A Alemanha, os E.U.A e a Noruega encabeçam essa lista com valores ligeiramente acima dos 9%. 2004 2005 10 € % 6 10 € 2006 % 6 As expedições de mercadorias da Alemanha para a Suécia representam aproximadamente um quinto das importações deste país. A Dinamarca e a Noruega com 9,0% e 8,1% respectivamente ocupam os dois lugares seguintes neste ranking. 10 € 2004 % 6 6 10 € 2005 % 6 10 € 2006 % 6 10 € % Alemanha 9 928 10,0% 10 684 10,2% 11 349 9,7% E.U.A. 10 587 10,7% 11 068 10,6% 10 844 9,2% Alemanha 14 613 18,1% 15 726 17,6% 17 263 17,1% Noruega 8 521 8,6% 9 091 8,7% 10 671 9,1% Dinamarca 7 058 8,7% 8 015 8,9% 9 067 90% Reino Unido 7 579 7,6% 7 703 7,4% 8 293 7,1% Noruega 5 868 7,3% 6 999 7,8% 8 179 8,1% Dinamarca 6 342 6,4% 6 811 6,5% 7 939 6,8% Reino Unido 5 797 7,2% 5 903 6,6% 5 940 5,9% Finlândia 5 426 5,5% 6 015 5,7% 6 905 5,9% Holanda 4 999 6,2% 5 531 6,2% 5 788 5,7% França 4 684 4,7% 5 111 4,9% 5 754 4,9% Finlândia 4 958 6,1% 5 189 5,8% 5 664 5,6% Holanda 4 677 4,7% 4 676 4,6% 5 508 4,7% França 4 415 5,5% 4 465 5,0% 4 578 4,5% Bélgica 4 434 4,5% 4 480 4,3% 5 313 4,5% Bélgica 3 148 3,9% 3 465 3,9% 4 044 4,0% Itália 3 632 3,7% 3 573 3,4% 3 917 3,3% China 2 558 3,2% 3 197 3,6% 3 859 3,8% Espanha 2 870 2,9% 3 045 2,9% 3 548 3,0% Rússia 1 962 2,4% 2 998 3,3% 3 774 3,7% Polónia 1 714 1,7% 1 817 1,7% 2 351 2,0% E.U.A. 3 000 3,7% 3 202 3,6% 3 503 3,5% 70 394 71,0% 74 072 70,7% 82 392 70,2% Itália 2 602 3,2% 2780 3,1% 3 117 3,1% 28 703 29,0% 30 653 29,3% 34 996 28,9% (12 principais mercados) 60 979 75,5% 67 471 75,3% 74 775 74,2% 560 0,6% 536 0,5% 584 0,5% Restantes Países 19 761 24,5% 22 110 24,7% 26 009 25,8% Total EXTRA EU 27 40 606 41,0% 43 200 41,3% 46 662 39,8% Portugal 276 0,3% 288 0,3% 327 0,3% Total INTRA EU 27 58 491 59,0% 61 525 58,7% 70 725 60,2% Total EXTRA EU 27 22 465 27,8% 26 447 29,5% 30 450 30,2% Total Exportações 99 097 100% 104 725 100% 117 387 100% Total INTRA EU 27 58 275 72,2% 63 134 70,5% 70 334 69,8% Total Importações 80 740 100% 89 581 100% 100 784 100% Total Parcial (12 principais mercados) Restantes Países Portugal Fonte: Copyright 1958 - 2003 European Community, Eurostat. All Rights Reserved / Dataset: DS-016890 - EU27 Trade Since 1995 By CN8 Total Parcial Fonte: Copyright 1958 - 2003 European Community, Eurostat. All Rights Reserved / Dataset: DS-016890 - EU27 Trade Since 1995 By CN8 Principais Mercados do Comércio Externo da Suécia (Exportações - Ano 2006) Alemanha 9,7% Restantes Países 29,8% Principais Mercados do Comércio Externo da Suécia (Importações - Ano 2006) EUA 9,2% Noruega 9,1% Polónia 2,0% Alemanha 17,1% Restantes Países 25,8% Itália 3,1% Dinamarca 9,0% EUA 3,5% Espanha 3,0% Itália 3,3% Bélgica 4,5% Holanda 4,7% França 4,9% Finlândia 5,9% Dinamarca 6,8% Reino Unido 7,1% China 3,8% Rússia 3,7% Bélgica 4,0% França 4,5% Finlândia 5,6% Holanda 5,7% Reino Unido 5,9% Noruega 8,1% Mercados de Exportação da Suécia Mercados de Importação da Suécia 102 103 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Enquadramento Índice Relações económicas da Suécia com Portugal 2004 Apresentam-se nas tabelas seguintes os valores dos principais grupos de produtos transaccionados entre a Suécia e Portugal. Valores globais de exportações (por principais grupos de produtos suecos) para Portugal 2004 Capítulo (NC) Descrição Euros 2005 % Euros 2006 % Euros Peixes e crustáceos, moluscos e os outros invertebrados aquáticos 85 Máquinas, aparelhos e materais eléctricos, e suas partes; aparelhos de gravação ou de reprodução de som, aparelhos de gravação ou de reprodução de imagens e de som em televisão, e suas partes e acessórios 121 304 881 21,7% 103 273 428 19,3% 83 274 540 14,3% 84 Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes 65 160 234 11,6% 61 894 086 11,5% 68 297 660 11,7% 87 Veículos automóveis, tractores, ciclos e outros veículos terrestres, suas partes e acessórios 50 234 937 9,0% 62 990 870 11,7% 68 022 644 11,6% 48 Papel e cartão; obras de pasta de celulosa, de papel ou de cartão 43 737 971 7,8% 46 070 835 8,6% 41 934 574 7,2% 30 Produtos farmacêuticos 23 737 971 4,2% 24 616 127 4,6% 33 780 604 5,8% 47 Pastas de madeiras ou de outras matérias fibrosas celulósicas; papel ou cartão de reciclar (desperdícios e aparas) 28 188 872 5,0% 9 071 424 1,7% 21 791 333 3,7% 72 Ferro fundido, ferro e aço 16 272 933 2,9% 20 238 313 3,8% 21 245 368 3,6% 41 Peles, excepto a peleteria (peles com pêlo) e couros 17 493 146 3,1% 14 462 380 2,7% 13 280 762 2,3% 27 Combustíveis minerais; óleos minerais e produtos da sua destilação; matérias betuminosas; ceras minerais 22 165 748 4,0% 3 966 798 0,7% 11 889 399 2,0% Outros produtos exportados pela Súécia para Portugal 109 871 825 19,6% 103 111 089 19,2% 108 398 915 18,6% 560 099 430€ 100% 536 462 599€ 100% 584 219 066€ 100% Exportações de produtos suecos para Portugal 11,1% 86 767 249 16,2% 112 303 267 Valores globais por principais grupos de produtos portugueses importados pela Suécia 2004 2006 Descrição Euros % Euros % Euros % 26 Minérios, escórias e cinzas 4 301 316 1,6% 27 464 109 9,5% 59 444 617 18,2% 87 Veículos automóveis, tractores, ciclos e outros veículos terrestres, suas partes e acessórios 33 657 869 12,2% 36 533 509 12,7% 41 471 612 12,7% 61 Vestuário e seus acessórios, de malha 39 447 887 14,3% 34 886 364 12,1% 33 514 231 10,2% Capítulo (NC) 104 2005 2006 Euros % Euros % Euros % 64 25 845 294 9,4% 21 334 428 7,4% 19 951 604 6,1% 62 Vestuário e seus acessórios, excepto malha 25 350 343 9,2% 23 457 732 8,1% 17 417 745 5,3% 47 Pastas de madeiras ou de outras matérias fibrosas celulósicas; papel ou cartão de reciclar (desperdícios e aparas) 3 782 183 1,4% 9 066 452 3,1% 16 346 034 5,0% 84 Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes 18 997 019 6,9% 19 267 198 6,7% 16 322 822 5,0% 85 Máquinas, aparelhos e materais eléctricos, e suas partes; aparelhos de gravação ou de reprodução de som, aparelhos de gravação ou de reprodução de imagens e de som em televisão, e suas partes e acessórios 14 346 449 5,2% 7 605 386 2,6% 15 519 247 4,7% 94 Móveis, mobiliário médico-cirúrgico; colchões, almofadas e semelhantes; aparelhos de iluminação n. e nem compreendidos em outros Capítulos; anúncios, cartazes ou tabuletas e placas indicadores luminosos, e artigos semelhantes; construções pré-fabricadas 19 677 920 7,1% 16 926 023 5,9% 14 370 223 4,4% 63 Outros artefactos têxteis confeccionados; sortidos; artefactos de matérias têxteis, calçados, chapéus e artefactos de uso semelhante; usados; trapos 13 548 121 4,9% 13 538 617 54,7% 13 155 897 4,0% Outros produtos portugueses importados pela Suécia 77 204 450 28,0% 78 194 359 27,1% 79 636 237 24,3% 276 194 861€ 100% 288 274 177€ 100% 327 150 269€ 100% 19,2% Fonte: Copyright 1958 - 2003 European Community, Eurostat. All Rights Reserved / Dataset: DS-016890 - EU27 Trade Since 1995 By CN8 Descrição 2005 Calçados, polainas e artefactos semelhantes, e suas partes % 3 62 142 020 Capítulo (NC) Totais de importações de produtos Portugueses Fonte: Copyright 1958 - 2003 European Community, Eurostat. All Rights Reserved / Dataset: DS-016890 - EU27 Trade Since 1995 By CN8 Da tabela precedente se constata que os principais grupos de produtos exportados pela Suécia para Portugal são: os peixes e crustáceos com um valor que quase duplicou nos últimos três anos, seguido do sector dos equipamentos e materiais eléctricos que tem vindo a registar uma acentuada queda em valor e em percentagem. Em terceiro e em quarto lugar neste ranking aparecem respectivamente os grupos das máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos e dos veículos automóveis e material de transporte (cujos valores tem vindo a aumentar) situando-se a sua cota na ordem dos 12% cada. No que diz respeito aos produtos importados pela Suécia, tendo Portugal como origem, aparecem em primeiro lugar os minérios com um valor ligeiramente superior a 18%, seguindo-se o sector dos veículos automóveis e material de transporte com 12,7% (em grande parte este valor é obtido pelas exportações dos componentes auto, parte e acessórios para a indústria automóvel. Os grupos de produtos de vestuário e do calçado representam ainda uma cota significativa das exportações de Portugal para este mercado, embora ambos os sectores tenham vindo a perder peso em valor e percentagem no conjunto das nossas expedições para este País escandinavo. 105 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice 4 Análise Dos mercados verticais 4.1 Logística Avançada 4.1.1 O Sector dos Transportes e da Logística na EU 4.1.1.1 Caracterização da infra-estrutura logística na EU21 Tendo em conta a maior competitividade e sofisticação do mercado Europeu, a logística desempenha um papel cada vez mais central nas estratégias das empresas. Existem vários factores que influenciam a tomada de decisão em termos das estratégias de logística. Novas tendências, canais de distribuição, tecnologias e legislação são alguns dos principais factores que contribuem para a constante mudança nos negócios. Por outro lado, a crescente globalização e os seus efeitos na produção, abastecimento e distribuição influenciam determinantemente o planeamento da cadeia abastecimento. As dificuldades na economia global e os constantes constrangimentos verificados em vários sectores estruturantes das economias europeias fazem com que os retalhistas e os grandes distribuidores a operar na EU analisem de uma forma detalhada todos os impactos das operações logísticas na sua competitividade. Enquanto que o crescimento da indústria e da produção na Europa ocidental está estagnado nas economias mais maduras, nas economias emergentes da Europa central e oriental ainda está em fase de crescimento. Por este motivo, as operações logísticas na Europa mais desenvolvida estão mais focadas nos grandes centros de distribuição do que nas indústrias. No entanto, nesses mercados mais desenvolvidos, as autoridades nacionais e regionais já não estão a facilitar a instalação de centros de distribuição de grande escala, devido ao facto de estes gerarem um elevado volume de tráfego de mercadorias e de não criarem um tão elevado número de empregos e riqueza na região. A Europa dos novos estados membros, apesar de não competir directamente nos salários com os países asiáticos, é um destino “nearshoring” interessante para as empresas produtoras que beneficiam de boas condições em termos de mão-deobra disponível a custos baixos, proximidade geográfica e cultural e menor risco de desastres naturais. Fontes: Eurostat EUROPEAN UNION ENERGY & TRANSPORT IN FIGURES 2006 e European Distribution Report 2006 - Cushman & Wakefield 21 106 107 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Nestes países estão a ser efectuados investimentos na área da distribuição tirando vantagem de todos estes factores. No entanto, os seus maiores handicaps são a falta de qualidade da infra-estrutura de transportes e logística e as difíceis condições políticas (com impactos em termos de licenciamentos e concursos públicos). Nas economias mais maduras, o outsourcing da logística continua a ser uma indústria em crescimento e os operadores ganham maior importância na gestão das cadeias de abastecimento das grandes empresas globais. Se nos mercados mais maduros como Inglaterra, Alemanha e França, o sector já está consolidado, verifica-se uma crescente fusão dos operadores logísticos nos mercados que ainda estão a crescer na procura deste tipo de serviços (como a Espanha e a Itália). Estas fusões e aquisições no sector da logística levam ao surgimento de operadores globais, que oferecem pacotes de soluções mais integrados e que respondem às exigências das empresas muito distribuídas. Muitos destes operadores oferecem serviços de coordenação e gestão da cadeia de abastecimentos e em alguns casos actuam como master contractors dos serviços de transporte e logística de outros operadores especializados. Mapa: Canais de distribuição na Europa Índice de entrave a este tipo de centralização. Tudo isto faz com que os novos Centros de Distribuição sejam de menor dimensão e que se especializem não só da entrega como também na recolha de mercadorias (movimentos de logística inversa). Para além disso, a insegurança e as eventuais restrições à importação de mercadorias provenientes de países como a China, podem forçar as grandes empresas a realinhar de imediato as suas cadeias de abastecimento e importarem em alternativa de outras localizações a nível mundial. Para garantir essa flexibilidade surgem tecnologias como o RFID (Radio Frequency Identification) e software de seguimento das encomendas (track&trace) que permitem ligar e dar visibilidade em tempo real dos movimentos de mercadorias e das operações à escala global. Cada vez mais empresas estão a adoptar estas tecnologias com sucesso e de uma forma massiva. Por sua vez, esta evolução tecnológica está a provocar mudanças em termos das decisões de localização da produção e da distribuição. Tornando a cadeia de abastecimento mais eficiente e as encomendas mais fáceis de controlar e seguir, já será possível desenvolver modelos de coordenação virtual centralizada em vez dos tradicionais modelos de centralização física num grande centro de distribuição europeu. O resultado disso é uma maior facilidade de acesso aos mercados globais, seja em termos de procurement (por exemplo, maior volume de compras na China) ou da expansão das operações de retalho (por exemplo, abertura de um elevado número de lojas de cadeias da grande distribuição na China). Esta evolução poderá ter um impacto imediato nos canais de distribuição na Europa, com a diminuição da tendência para a criação e instalação de grandes “hubs” logísticos e com o surgimento de um número mais elevado de pequenos centros de distribuição de âmbito nacional. Nas últimas décadas, o sector da logística teve um crescimento significativo na Europa. Houve uma procura de locais adequados à concentração dos centros de distribuição, zonas competitivas com boas acessibilidades, custos baixos, mão-de-obra qualificada e proximidade aos novos mercados de consumo dos países membros. Quadro: Ranking dos factores principais da localização dos centros distribuição Fonte: European Distribution Report 2006 - Cushman & Wakefield Em termos da organização dos canais de distribuição, continua a existir uma tendência para a constituição de grandes centros de distribuição para servir os novos mercados da Europa central, enquanto que permanecem nos mercados tradicionais alguns dos centros de distribuição de dimensão nacional. No entanto, há obstáculos ao processo de crescente centralização logística. O aumento dos custos dos combustíveis, a nova legislação ambiental e laboral mais restritiva, podem constituir alguns dos factores 108 Austria Belgium Czech Republic France Germany Hungary Ireland Italy Netherlands Properly Cost Labor Costs Access Road Congestion Freight Supply of Property & Land 7 15 5 4 13 1 3 9 1 11 7 11 2 4 2 9 14 11 5 10 6 10 3 2 12 12 4 15 2 14 4 3 8 2 15 6 13 8 11 3 9 2 8 7 10 8 6 9 11 11 3 13 4 11 109 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Poland Portugal Russia Spain Sweden UK Índice Properly Cost Labor Costs Access Road Congestion Freight Supply of Property & Land 1 2 7 6 9 6 6 5 13 12 12 2 8 1 14 1 8 6 13 6 12 7 4 15 10 14 15 5 9 5 15 13 9 14 1 9 1= lowest costs 1= lowest costs 1= most 1= lowest road 1= largest 1= most lan accesible marks congestion height market property supply Fonte: C&W/Various 2003 Da análise deste quadro, verifica-se que: •• Portugal é atractivo na oferta de espaços, nos custos de mão-de-obra e de propriedade, mas é um dos países menos interessantes em termos do congestionamento das estradas e da dimensão do Mercado de fretes. •• A Holanda é atractiva na acessibilidade e na dimensão do Mercado de fretes. E ao contrário de Portugal, apresenta como pontos fracos os custos de custos de mão-de-obra e de propriedade. •• A Suécia tem como ponto fraco a acessibilidade, mas está bem posicionada em relação ao congestionamento das estradas. Em termos de transportes e no cenário actual, o modo dominante de transporte dentro da Europa é o rodoviário, que conta com um peso superior a 70% no total das mercadorias transportadas entre países europeus. A percentagem de mercadorias transportadas por camião aumentou desde a década de 70 em virtude deste modo de transporte ser mais flexível, porta a porta e de custo controlado. O maior crescimento foi registado em países como a Lituânia, Polónia, Letónia e República Checa, o que reflecte o maior movimento de mercadorias entre os países da EU e entre os grandes centros de distribuição regionais e europeus. No entanto, o transporte rodoviário passou a ser considerado por parte dos círculos políticos a causa dos problemas relacionados com o congestionamento das estradas e com as elevadas taxas de acidentes. Por causa dessa situação, foi criado um programa designado por Marco Polo para afastar os camiões das estradas europeias. Nesse sentido, fez-se uma aposta em modos de transporte alternativos, que dentro dos próximos anos, possam assegurar níveis semelhantes de flexibilidade e eficiência aos registados pelo camião. O transporte marítimo de mercadorias de e para fora da Europa EU-25 continua a aumentar, registando-se um crescimento ainda maior em todos os maiores portos de contentores da Europa (Hamburgo, Antuérpia, Valência e Le Havre). 110 Europe’s major container ports Cargo volume 2004 (million metric tonnes) Change 2001-2004 % 8 281 36% 7 003 49% Rotterdam Hamburg Antwerp Bremen Gioia Tauro 6 064 44% 3 469 19% 3 261 31% O transporte marítimo continua a ser o modo mais eficiente e económico de transportar mercadorias pesadas a longas distâncias. Mas o transporte marítimo também está a ser utilizado para as distâncias mais curtas, registando-se também aqui um significativo crescimento, que é particularmente relevante no caso do mediterrâneo, no mar do norte e no báltico. Na tentativa de transferir tráfego das estradas para o mar, a EU desenvolveu várias iniciativas, no âmbito das “redes trans-europeias” (Trans-European Network - TEN), baseadas no conceito inovador das Auto-Estradas do Mar (“Motorway’s of the Sea”). O objectivo é concentrar o tráfego de mercadorias em transporte marítimo de curta distância TMCD (SSS- Short Sea Shipping) ao longo de quatro corredores marítimos (Baltic Sea, Western Europe, South Eastern Europe e South Western Europe) desenvolvendo todos os mecanismos de suporte em termos de regulação/legislação, infra-estruturas portuárias e ligações intermodais. Country Germany Netherlands Belgium France Austria Growth 1995-2002 % Modal Split to Inland Waterway 2002 % 64 166 0% 12,8% 40 804 15% 44,2% 8 072 41% 14,3% 8 269 25% 2,3% 2 848 39% 4,9% Total Cargo 2002 EU-25 Modal Split Inland Tranport 2002 tkm Road Netherlands Berlgium France Austria 1 554 72% 354 16% 129 6% 120 6% 2 157 100% Source: Eurostat De notar ainda que dentro da Europa, o transporte marítimo através de rios e canais tem uma expressão reduzida (apenas chega a cerca de 5% em toda a EU-25). Isto porque: •• Nem todos os países dispõem de canais navegáveis •• 69% do total de tráfego dentro de Europa passa-se entre a Holanda e a Alemanha (a França e a Bélgica também têm uma quota importante) •• A EU está a promover a transferência de tráfego das estradas para as vias fluviais. Já há registo de projectos nesta área no âmbito da TEN. 111 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice •• A transferência de tráfego é significativamente maior na Holanda, um dos países com melhor infra-estrutura fluvial. No que diz respeito ao transporte de mercadorias dentro do espaço Europeu, se for considerado o transporte marítimo, a quota de Mercado do camião reduz-se dos 70% para os 44%. Com base em dados do Eurostat de 2005, a distribuição por modos de transporte (em volume) era a seguinte: •• Transporte rodoviário - 44.2%, •• Transporte marítimo - 39.3% •• Transporte ferroviário - 10.0% •• Transporte fluvial - 3.3% •• X - 3.4% •• Transporte aéreo – 0,1% No transporte de mercadorias de e para fora do espaço Europeu (em valor22), verifica-se que o rodoviário tem a maior quota nas exportações e o marítimo nas importações. Gráfico: Comércio Externo por modos de transporte (em valor) Imports Exports Fixed Mech. 1% Other 5% Rail 4% Fixed Mech. 14% Rail 3% Other 10% Sea 25% Sea 42% 4.1.2 As “Auto-Estradas do Mar” 4.1.2.1 Justificação Em linha com o referido no ponto anterior, podem-se considerar como áreas emergentes da “Logística Avançada” as novas tecnologias de suporte à cadeia de abastecimento (RFID e Software de track&trace), a Logística Inversa e as Auto-Estradas do Mar. Tratam-se de áreas que irão ter um enorme impacto na competitividade das empresas e das nações. Justifica-se por isso, no âmbito deste estudo de benchmarking, analisar pelo menos uma delas, neste caso as Auto-Estradas do Mar, de uma forma mais detalhada. As razões da escolha as Auto-Estradas do Mar estão relacionadas com os seguintes factores: •• É uma área de oportunidades, principalmente para um país como Portugal com grande tradição marítima e uma infra-estrutura natural. •• É a área em que existe mais informação disponível para se efectuar uma análise de benchmarking em relação aos outros quatros países. •• Existe um clara necessidade de desenvolver esta área e de tirar partido das vantagens identificadas (ver 4.1.2.2). •• Trata-se de uma área de aposta da Comissão Europeia, que se reflecte no desenvolvimento de políticas e estratégias específicas (ver 4.1.2.3) e na promoção de projectos de investigação e desenvolvimento tecnológico para melhorar a qualidade, a segurança e o desempenho ambiental do transporte marítimo, nomeadamente no quadro do Sexto e do actual Sétimo Programa-Quadro. Air 10% Air 5% 4.1.2.2 Apresentação do conceito das “Auto-Estradas do Mar” Road 31% Road 51% Fonte: Eurostat, dados de 2004 •• O Transporte Marítimo foi o modo mais importante na importação de mercadorias para a Europa de países terceiros. •• O Transporte Marítimo foi utilizado para o transporte de 93% (em valor) de todos os Produtos petrolíferos (importações, 95% - exportações, 64%). •• O Transporte Rodoviário foi o modo mais importante na exportação de mercadorias da Europa para países terceiros. •• O Transporte Rodoviário é utilizado para os movimentos de mercadorias como as máquinas, equipamentos de transporte, produtos manufacturados e diversos. •• Englobando as exportações e importações, o Transporte Rodoviário tem um peso de 40% no Comércio externo e o Transporte Marítimo 33%. 22 Fonte: Trade between EU-25 and neighbouring countries by mode of transport - Issue number 1/2006 Manuscript completed on: 25.08.2006 Data extracted on: 15.11.2005 ISSN 1024-6878 Catalogue number: KS-NO-06-001-EN-N © European Communities, 2006 112 O conceito das Auto-Estradas do Mar tem como base a decisão estratégica da Comissão Europeia de constituir uma Rede Trans-Europeia de Transportes. No actual contexto de transformação permanente e globalização da economia mundial, a União Europeia constitui-se como um grande pólo agregador, tendo pontos de contacto privilegiados com as grandes rotas mundiais de transporte de mercadorias e gerando um grande tráfego de mercadorias intracomunitário com índices de crescimento assinaláveis, com especial destaque para a zona central da Europa. Estes pontos de contacto são normalmente constituídos por um número limitado de grandes hubs portuários, servindo vastos hinterlands e estando associados a plataformas logísticas que servem um grande número de mercados. É cada vez mais esta a realidade de transformação nas cadeias logísticas, que exigem uma articulação e interoperabilidade entre estes hubs e as plataformas logísticas com os modos de transporte terrestres, associada a novos 113 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais parâmetros de exigência, em termos de rapidez, segurança, fiabilidade dos tempos de entrega e da frequência dos serviços e, na maior parte dos casos, em just in time reduzindo ao mínimo o capital circulante e integrando o transporte em toda a cadeia de valor. É com base neste contexto que, na construção do Mercado Interno comunitário, a constituição de uma Rede Trans-Europeia de transportes foi sempre um desígnio estratégico, passando por várias fases de implementação e de evolução. A interconexão e a interoperabilidade das redes nacionais dos Estados-Membros, foram e são considerados um factor essencial para a prossecução do mercado único e o reforço da coesão económica e social, tendo o conceito de Rede Trans-Europeia de transportes evoluído na última década. Com efeito, a partir de 1996, passou a integrar assumidamente os portos e os aeroportos no sentido da rede multimodal, tendo em conta a necessidade de assegurar as ligações com as regiões periféricas e promover o transporte marítimo de curta distância23. Neste momento, a crescente necessidade de movimentação de mercadorias dentro do espaço comunitário, fundamentalmente ao nível do transporte terrestre, faz com que o sistema europeu de transportes se caracterize por um congestionamento crónico e pela existência de pontos de estrangulamento nos principais eixos rodoviários. A Comissão Europeia estima que os custos externos do congestionamento nas redes viárias possam representar 0,5% do PIB comunitário, devendo, até 2010, atingir 1% do PIB. Para além destes custos, há ainda a registar o aumento da frequência de acidentes e uma séria degradação da qualidade do ambiente. Face a este cenário negro, tornou-se evidente a necessidade de desenvolver projectos que evitem estes efeitos e que contribuam para a competitividade económica da Europa. É neste contexto, que se assume a importância do desenvolvimento do transporte marítimo de curta distancia, não no conceito unimodal de transporte, mas sim na sua integração plena nas cadeias logísticas de transportes. Ao se proporem serviços eficazes, regulares e frequentes, que possam rivalizar com os serviços oferecidos pelo transporte rodoviário, nomeadamente em termos de tempo de viagem e de preço, as auto-estradas do mar deverão permitir evitar os pontos de estrangulamento existentes na Europa, no quadro de cadeias logísticas globais porta à porta. •• As decisões mais recentes da Comissão Europeia, alargaram para 2020 o horizonte temporal de desenvolvimento dos projectos no âmbito da Rede Trans-Europeia RTE, apontando para: •• o desenvolvimento do transporte marítimo de curta distância (TMCD) – short sea shipping (SSS), •• a total integração dos portos marítimos, portos de navegação interior e terminais intermodais, •• a total interoperabilidade dos diferentes modos de transporte numa verdadeira rede intermodal, incorporando nas infra-estruturas de transporte de interesse comum as auto-estradas marítimas como conceito inovador para se ultrapassar os congestionamentos rodoviários. Baseado no discurso de apresentação de requisitos para as Auto-estradas do Mar em 2005-11-09. Intervenção do Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações na sessão de encerramento da apresentação da proposta de requisitos técnicos funcionais e organizacionais para as Auto-estradas do Mar, integrada na 1ª fase do Projecto Portmos Índice De notar ainda que já no Livro Branco dos Transportes (ver mais em detalhe no ponto seguinte), editado em Setembro de 2001, a Comissão Europeia estabelecia uma proposta para o desenvolvimento do conceito das Auto-Estradas Marítimas como forma alternativa e competitiva ao transporte rodoviário. De facto, as Auto-Estradas Marítimas foram criadas como substitutos e prolongamentos das Auto-estradas terrestres, tanto para evitar corredores saturados de camiões como para proporcionar o acesso a Países separados por mar do resto da União Europeia. As vantagens deste novo tipo de infra-estrutura logística estão muito relacionadas com factores de custo e segurança, nomeadamente: •• Modo de transporte mais eficiente, de menor custo e menos poluente •• Reduz o congestionamento nas estradas europeias (principalmente em pontos críticos, que não devem estar congestionados por razões estratégicas •• Faz a ligação às regiões mais periféricas da Europa •• Tem um papel importante no desenvolvimento da economia Europeia Actualmente, já existe uma definição clara das Auto-Estradas Marítimas, que irão passar ao longo de quatro corredores na costa da Europa (previstos até 2010) – ver mapa seguinte: •• Auto-estrada do Mar Báltico (que liga os estados membros dos bálticos aos países da Europa central – incluindo a rota através do canal entre o mar báltico e o mar do norte) •• Auto-estrada marítima da Europa Ocidental (que liga Portugal e Espanha, através do atlântico até ao mar do norte e da Irlanda); •• Auto-estrada marítima do Sudeste da Europa (que liga o mar adriático ao mediterrâneo – incluindo o Chipre); •• Auto-estrada marítima do Sudoeste da Europa (que vem do mediterrâneo, ligando Espanha, França, Itália e Malta e que faz ligação à Auto-estrada marítima do Sudeste). Estes corredores permitem o desenvolvimento de outros projectos infraestruturais em termos do transporte marítimo e dos portos europeus. Mas deverão ser os estados membros e as empresas/organizações com interesse nesta área a desenvolver (em termos financeiros e operacionais) projectos baseados nesta infra-estrutura mas de cariz essencialmente intermodal. Um dos projectos deste tipo é o “Portmos”, liderado por Portugal e que pretende impulsionar e rentabilizar o desenvolvimento da Auto-estrada marítima da Europa Ocidental. Mas países como a França e a Espanha também já manifestaram o interesse em definir um projecto de “auto-estradas do mar” entre os dois países, na fachada atlântica, para transportar por via marítima 100 mil camiões por ano24. 23 http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT/Governos/Governos_Constitucionais/GC17/Ministerios/MOPTC/Comunicacao/Intervencoes/20051109_MOPTC_Int_Portmos.htm 114 24 Fonte: França e Espanha querem “auto-estradas do mar” para 100 mil camiões/ano; Agência LUSA; 2006-07-27 115 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Mapa: Auto-Estradas do Mar Índice De notar que para efeito deste estudo de benchmarking, apenas se analisa a componente funcional do transporte marítimo de curta distância (TMCD) de mercadorias e através da utilização de embarcações ro-ro ou de tráfego contentorizado. 4.1.2.3 Qualificações e Competências - sector dos Transportes e da logística na EU Conforme já referido, o Livro Banco25 foi o documento mais estruturante e onde foi abordada de uma forma estratégica o conceito das Auto-Estradas do Mar. Para além disso, este documento reflecte de uma forma muito concreta as principais qualificações e competências deste sector. Destacam-se as seguintes conclusões do diagnóstico realizado neste âmbito: •• A navegação de curta distância existe há muito tempo, como o testemunham os milhares de destroços de naufrágios da época romana semeados por todo o Mediterrâneo. O transporte marítimo de curta distância assegura 41% do tráfego intracomunitário de mercadorias e é o único modo de transporte de mercadorias cuja taxa de crescimento (+27% entre 1990 e 1998) se aproxima da do transporte rodoviário (+35%). Esta quota deverá situar-se em 40 % em 2010. A navegação interior deverá passar de 5 % em 1990 para 4 % em 1998 e para 3 % em 2010. •• Em milhões de toneladas/km, o volume transportado por via marítima entre 1970 e 1998 multiplicou-se por 2,5, o que representa 44% do volume total e 23% do valor total das mercadorias transportadas dentro da Europa. Exemplos de serviços de elevado desempenho são os que existem entre a Suécia meridional e Hamburgo, entre os portos de Antuérpia e de Roterdão ou entre o Sudoeste da Inglaterra e o porto interior de Duisburg. Porém, o volume actual de tráfego na Europa continua muito abaixo das capacidades potenciais. Com efeito, o transporte marítimo não representa apenas o meio de transportar mercadorias de um continente para outro, mas também uma verdadeira alternativa competitiva aos trajectos terrestres. Os responsáveis destes países revelaram a intenção de abrir um concurso público o desenvolvimento de vários projectos focados nos portos que ficarão em comunicação por barco através das “auto-estradas por mar”. Na sua opinião tratam-se de “projectos extremamente importantes”, na medida em que oferecem uma alternativa favorável ao trânsito rodoviário em termos ambientais e económicos, e que receberão ajudas públicas para serem eficazes. Os critérios para a avaliação dos projectos serão o volume de trânsito transferido das estradas para a via marítima, os resultados das operações e dos serviços portuários e a qualidade do serviço marítimo, particularmente a sua frequência. Quem concorrer à licitação poderá propor quer a melhoria das ligações existentes para cumprir as condições das “auto-estradas do mar”, quer a criação de novas linhas regulares. •• As ligações marítimas, nomeadamente as que permitem contornar as zonas de estrangulamento que são os Alpes e os Pirinéus, deveriam pertencer à rede transeuropeia, do mesmo modo que as auto-estradas ou as vias-férreas. A nível nacional, convém optar por linhas marítimas entre portos europeus, por exemplo, para promover as redes entre a França e a Espanha ou a França e o Reino Unido. Do mesmo modo, interessará incentivar tais linhas entre a Polónia e a Alemanha. Ora, estas linhas não se desenvolverão espontaneamente, será necessário, com base em propostas dos Estados-Membros, conferir-lhes uma “imagem de marca”, nomeadamente através da atribuição de fundos europeus (“Marco Polo”, Fundos Estruturais), a fim de encorajar o seu lançamento e lhes assegurar uma dimensão comercial atractiva. Um aspecto muito importante neste tipo de iniciativas é a preocupação com a intermodalidade, ou seja para além das estratégias sobre o corredor marítimo, ambos os responsáveis abordaram os planos dos dois países para os corredores ferroviários que devem uni-los no Mediterrâneo e no Atlântico, e sobre o primeiro caso confirmaram que a linha internacional do comboio de alta velocidade, entre Perpiñan e Figueras entrará ao serviço em 2009. LIVRO BRANCO - A política europeia de transportes no horizonte 2010: a hora das opções - COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS - Bruxelas, 12.9.2001 25 116 117 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Um estudo referido neste Livro Banco, no âmbito do European Climate Change Programme, Working Group Transport, Topic Group3, intitulado “REDUCING CO2 EMISSIONS IN EUROPE THROUGH A DOOR-TO-DOOR SERVICE BASED ON SHORT SEA SHIPPING”, demonstrava que, numa mesma ligação, a opção intermodal, baseada na transporte marítimo de curta distância, era 2,5 vezes menos poluente, em termos de emissões de CO2, do que a alternativa rodoviária. Gráfico: Custos externos médios em 1995 (UE-17) por modo de transporte e categoria de custos: transporte de mercadorias (excluindo os custos do congestionamento) Euro/1 000 tkm 200 150 100 88 50 19 17 0 Rodoviário Ferroviário Aéreo Marítimo/Fluvial Processo a montante Efeitos urbanos Natureza e paisagem Poluição atmosférica Ruído Acidentes Alterações climáticas Fonte: INFRAS, op.cit., 2000. Custos externos médios do congestionamento, 1995, em euros por 1 000 passageiros/km e toneladas/km Euro por 1000 pkm e 1000tkr 20 15 10 5 Mercadorias Áustria Bélgica Dinamarca França Finlândia Grécia Alemanha Irlanda Itália Luxemburgo Noruega Países Baixos Portugal Espanha Suíça Suécia Reino Unido UE-17 0 Passageiros Fonte: INFRAS, op.cit., 2000. Neste documento também se referem algumas situações que demonstram a importância na necessidade do desenvolvimento de novas estratégias de transportes. Por exemplo, 75% da madeira exportada pela Finlândia para a Itália atravessa a Alemanha e os Alpes, quando poderia ser encaminhada por via marítima. 118 Este tipo de situações não faz muito sentido quando se sabe que a União Europeia dispõe de uma vantagem natural de peso, uma densa rede de vias fluviais naturais e de canais que ligam as bacias dos rios que desaguam no Atlântico e no mar do Norte, desde há pouco tempo ligado à bacia do Danúbio pelo canal Reno-MenoDanúbio. Nos países da União atravessados por esta rede, o transporte por via aquática encaminha apenas 9% do tráfego de mercadorias, que transportava nessa altura 425 milhões de toneladas por ano. •• De facto, o transporte por via navegável interior é um parceiro natural do transporte marítimo. Desempenha um papel crescente para os grandes portos do mar do Norte, que encaminham ou re-expedem por este meio uma grande parte do seu tráfego de contentores. Segundo o referido neste documento, em alguns países que não estão ligados à rede do Noroeste europeu, as bacias cativas, apresentam um interesse crescente para a navegação regional e também para o transporte fluvio-marítimo, que conhece uma revitalização graças aos progressos técnicos na concepção de embarcações capazes de navegar no mar e nos rios. •• O transporte fluvial é um modo de transporte económico em energia, pouco ruidoso e pouco consumidor de espaço. Em termos de eficiência energética, um quilograma de petróleo permite deslocar, numa distância de um quilómetro, 50 toneladas em camião, 97 toneladas num vagão e 127 toneladas por via aquática. Por outro lado, este modo é muito seguro, o que o torna especialmente adequado ao transporte de matérias perigosas (produtos químicos). A taxa de incidentes, em relação aos volumes transportados é, praticamente, nula. O modo fluvial é fiável e especialmente adequado ao transporte de grandes massas, a baixo custo, em longas distâncias (produtos pesados, granéis industriais, produtos de construção, resíduos). •• Em meio-dia, as embarcações podem ligar Duisburg a Roterdão, distantes 225km, sem depender das condições do trânsito, como os outros modos. Nos itinerários que o permitem, o transporte fluvial constitui, portanto, uma alternativa muito competitiva ao transporte rodoviário e ferroviário, que poderá, no quadro do alargamento da União Europeia, contribuir de forma substancial para descongestionar os eixos de tráfego Este-Oeste. •• Por outro lado, as vias navegáveis interiores beneficiam de uma capacidade subutilizada em infra-estrutura e em embarcações, que poderia permitir-lhe fazer face a volumes de tráfego muitos superiores aos actuais. Isto explica-se, nomeadamente, pelo facto de as políticas nacionais de investimento em infraestruturas terem, frequentemente, privilegiado outros modos de transporte, em detrimento da manutenção das vias navegáveis interiores e da eliminação dos estrangulamentos existentes na rede. Além disso, como ilustra o abandono de projectos emblemáticos como o do canal Reno-Ródano, qualquer novo projecto de construção de canais pode ter um impacto ambiental potencialmente negativo sobre o ecossistema, que deve ser minuciosamente avaliado. 119 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais 4.1.2.4 Principais Políticas e Directrizes Destacam-se em seguida as principais medidas propostas no livro branco, relacionadas com as Auto-Estradas do Mar: Adaptar o Sistema Marítimo e Fluvial: •• Desenvolver as infra-estruturas necessárias à materialização de verdadeiras autoestradas do mar. •• Simplificar o quadro regulamentar do transporte marítimo e fluvial, promovendo, em especial, a criação de balcões únicos para as formalidades administrativas e aduaneiras e reunindo todos os actores da cadeia logística. •• Reforçar as regras de segurança marítima, em cooperação com a Organização Marítima Internacional e a Organização Internacional do Trabalho. •• Melhorar a situação do transporte fluvial. Ligar o destino dos Modos de Transporte •• Criar um novo programa de promoção de soluções alternativas à estrada (Marco Polo), que poderá ser dotado de um orçamento da ordem de 30 milhões de euros anuais, a fim de permitir o arranque de projectos comerciais. •• Propor um novo quadro comunitário para o desenvolvimento da actividade de integração de fretes e a normalização das unidades de transporte e das técnicas de carregamento. Muitas destas políticas tiveram seguimento em termos de execução de projectos e de desenvolvimento de outras políticas complementares. Foi o caso da elaboração do Livro Verde26, que ainda se encontra em fase de discussão27. Nos seus objectivos estratégicos para 2005-2009, a Comissão salientou: •• “Torna-se especialmente necessário termos uma política marítima abrangente, orientada para o desenvolvimento de uma economia marítima florescente e para a plena exploração do potencial das actividades centradas no mar, de uma forma sustentável para o ambiente”. Foi com base numa comunicação de 2 de Março de 2005 que a Comissão decidiu que o Livro Verde sobre a futura política marítima da EU, constituiria um primeiro passo para o estabelecimento de uma política marítima global da UE. É ainda de referir que o Livro Verde deve ser entendido no contexto da política da UE sobre desenvolvimento sustentável, da qual é um dos instrumentos. Procura, numa esfera marítima mais vasta, fomentar o crescimento e o emprego no âmbito da Estratégia de Lisboa, de uma forma sustentável que garanta a protecção do ambiente marinho. Reconhece, assim, o papel fundamental dos oceanos no reforço da qualidade de vida de um número crescente de cidadãos da UE que vivem, trabalham e passam férias nas regiões costeiras. 26 Livro Verde- Para uma futura política marítima da União: Uma visão europeia para os oceanos e os mares - COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS - Bruxelas, 7.6.2006 COM(2006) 275 final Volume I - COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO CONSELHO, AO PARLAMENTO EUROPEU, AO COMITÉ ECONOMICO E SOCIAL EUROPEU E AO COMITÉ DAS REGIÕES 27 O período de consulta que decorre até ao final de Junho de 2007. Antes do final de 2007, a Comissão apresentará uma comunicação ao Conselho e ao Parlamento, com a súmula dos resultados do processo de consulta e uma proposta de via a adoptar. 120 Índice Da sinopse do Livro Verde podem ser retirados os seguintes aspectos fundamentais: 1. Pretende-se manter a liderança da Europa em termos de Desenvolvimento Marítimo Sustentável – no segundo capítulo do Livro Verde, apresenta-se a importância económica e as perspectivas de crescimento da economia marítima e identificam-se as respectivas fontes de competitividade. Analisa-se o capital disponível em termos do ambiente marinho, conhecimento dos oceanos, criatividade das empresas e nível de especialização nos diferentes sectores, interrogando-se de que forma as administrações públicas poderão contribuir para maximizar esse capital. Prossegue-se com a apresentação do interrelacionamento entre os sectores económicos e do quadro normativo. 2. Reconhece-se a necessidade, num cenário de mundialização galopante, de os sectores marítimos continuarem a alicerçar o seu crescimento em produtos inovadores. Neste sentido, mencionam-se programas comunitários concebidos para promover a investigação e a inovação, sugerindo-se ideias para uma abordagem mais integrada envolvendo as actividades dos Estados-Membros. 3. Exorta-se à elaboração de sistemas de ordenamento do território que regulem as actividades económicas nas águas costeiras, partindo da abordagem de gestão com base nos ecossistemas já proposta na Estratégia Temática Marinha. Por último, discute-se a importância do papel do apoio financeiro da CE às zonas costeiras, sobretudo dos fundos estruturais (FEDER, FSE) e do Fundo de Coesão. 4. Defende-se que a política marítima deve possuir dimensão internacional, uma vez que os oceanos estão interligados e a regulamentação é com frequência global. Efectivamente, grande parte da política marítima, pela sua própria natureza, transcende as fronteiras da Europa, pelo que é mais fácil regulamentar questões como as alterações climáticas, o ambiente marinho e a protecção da biodiversidade, a navegação e as pescas, com base em normas internacionais. Com base uma proposta de resolução do Parlamento Europeu28 sobre o “Desenvolvimento do transporte marítimo de curta distância na Europa: Uma alternativa dinâmica numa cadeia de transportes sustentável – segundo relatório bienal de progresso”, apresentam-se as seguintes conclusões: •• Em virtude do comércio electrónico, o número de encomendas e de embalagens de médias dimensões sofrerá um aumento considerável e que, por essa razão, se afigura necessário, através de novos tipos de contentores, (por exemplo “contentor no contentor”) viabilizar o transporte intermodal, em geral, e o transporte marítimo de curta distância, em particular, no que diz respeito à grupagem de encomendas - é oportuno recordar que o Parlamento Europeu já sublinhou a necessidade de uma harmonização dos contentores, a fim de os adaptar às Europaletes. O Parlamento recomendou a promoção da utilização de equipamentos de 45 pés a fim de incrementar o transporte marítimo de curta distância, dado 28 Proposta de resolução do Parlamento Europeu sobre a comunicação da Comissão ao Conselho, ao Parlamento Europeu, ao Comité Económico e Social e ao Comité das Regiões “Desenvolvimento do transporte marítimo de curta distância na Europa: Uma alternativa dinâmica numa cadeia de transportes sustentável. 121 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice se que o transporte marítimo de curta distância pode reforçar a coerência na UE, e chama-se a atenção para o facto de este modo de transporte oferecer possibilidades de criação de emprego. que na fase actual os contentores normalizados de 40 pés não são competitivos neste modo de transporte. •• O desenvolvimento de um sistema de transporte multimodal para o conjunto da União Europeia e dos territórios adjacentes é vital para garantir uma circulação de mercadorias eficiente, rentável e sustentável e, consequentemente, a competitividade da produção e distribuição europeias num mercado mundial cada vez mais competitivo, Para terminar esta abordagem relativa às Políticas e Directrizes relativas ao sector da logística e dos transportes ideias-chave, apresentam-se em seguida os pontos essenciais da Estratégia Nacional para o Mar29 do Governo Português: •• O transporte marítimo de curta distância, incluindo o transporte marítimofluvial, significa o tráfego marítimo de carga entre portos situados na Europa geográfica ou entre esses portos e portos situados em países não europeus com faixa costeira nos mares confinados que banham a Europa, sendo pois parte integrante do sistema de transportes europeu - a relação entre transportes marítimos e transportes fluviais deverá ser posteriormente tomada em conta de forma a garantir a homogeneidade entre os sistemas de transporte no Norte e no Sul da União, e, consequentemente, um melhor equilíbrio económico entre os operadores europeus, uma vez que nos Estados-Membros do Norte a ligação entre transportes fluviais e marítimos se encontra consideravelmente mais desenvolvida do que nos países da zona meridional; •• Foram definidas oito acções estratégicas que identificam medidas transversais que contribuem para criar condições favoráveis para o melhor aproveitamento do mar de forma sustentável. 1. A sensibilização e mobilização da sociedade para a importância do mar; 2. A promoção do ensino e divulgação nas escolas de actividades ligadas ao mar; 4. A promoção de Portugal como um centro de excelência de investigação das ciências do mar da Europa; 5. O planeamento e ordenamento espacial das actividades; 6. A protecção e recuperação dos ecossistemas marinhos; 7. O fomento da economia do mar; 8. A aposta nas novas tecnologias aplicadas às actividades marítimas, 9. E a defesa nacional, a segurança, a vigilância e a protecção dos espaços marítimos sob soberania ou jurisdição nacional. •• Ainda há falta de estatísticas fiáveis sobre as toneladas-quilómetro, incluindo o local de origem, o destino final e os grupos de produtos, o que torna difícil avaliar os movimentos de carga, em geral, e, em particular, o mercado potencial do transporte marítimo de curta distância, •• Nesta Estratégia Nacional para o Mar, é referido que o oceano é um factor diferenciador de referência e uma oportunidade para colocar Portugal no centro de uma rede económica de criação de valor associado ao mar. Portugal dispõe no entanto de uma das maiores zonas económicas exclusivas (ZEE) da Europa, com mais de 1 700 000 km2, o que corresponde a cerca de 18 vezes a sua área terrestre; •• Os prestadores de serviços de transporte marítimo de curta distância devem desenvolver, em colaboração com todas as partes do sector, as melhores práticas, como sucede noutros sectores industriais, dado que isso oferece a cada uma das partes da cadeia a possibilidade de examinar e avaliar o seu desempenho, susceptível de conduzir a indicadores-chave de desempenho e de melhorar a capacidade operativa em toda a cadeia de serviços, •• No Capítulo V relativo às acções e medidas, é referida a situação específica do transporte marítimo, enquanto modo de transporte menos poluente. Neste contexto, pretende-se promover a articulação do transporte marítimo com outros modos de transporte, acrescentando valor através de cadeias logísticas, bem como através da implementação de instrumentos de normalização e simplificação de procedimentos, tais como a Janela Única Portuária. Garantindo a efectiva actuação da autoridade competente para a segurança do transporte marítimo e dos portos e das autoridades portuárias, tendo em conta as suas responsabilidades na gestão e implementação do sistema de controlo de tráfego marítimo (VTS) e das normas decorrentes do código ISPS; •• Há também a registar uma acção estratégica “Fomentar a economia do mar” em que uma das medidas é o “Apoiar a promoção da competitividade dos portos nacionais, assente na aposta da intermodalidade, na criação de cadeias logísticas e implementação de instrumentos de monitorização e simplificação de procedimentos”. •• É necessário melhorar os diversos procedimentos documentais e administrativos normalizados, de preferência através de meios electrónicos - salienta-se a este nível a necessidade de promover o intercâmbio de dados electrónicos entre todas as partes envolvidas no transporte marítimo de curta distância através de sistemas orientados para a cooperação no domínio das aplicações e para o comércio electrónico, •• Existe necessidade de promover uma estratégia de interconexão dos corredores marítimos que contribua para o desenvolvimento económico conjunto das regiões marítimas periféricas e das regiões insulares; a esse respeito, pede-se à Comissão que inclua nas suas propostas relativas aos transportes marítimos de curta distância os transportes marítimos entre os portos situados nas regiões ultraperiféricas da União e os países vizinhos nas respectivas regiões – sublinha122 29 Estratégia Nacional para o Mar - Resolução do Conselho de Ministros n.o 163/2006 123 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice De notar que no último capítulo deste estudo, serão analisados os impactos de algumas destas medidas na infra-estrutura logística e as propostas de desenvolvimento de um novo plano de acção que aumente a competitividade das nossas exportações e que torne Portugal num país mais desenvolvido em termos do transporte marítimo de curta distância e das Auto-Estradas do Mar. mais importantes são o mar do norte e o mediterrâneo. Em todos os países e regiões, a maior parte dos produtos transportados pelo TMCD são combustíveis e granéis líquidos. O porto de Roterdão é o maior da Europa em TMCD em todo o tipo de cargas (excepto Roll-on/Roll-off). Mapa: TMCD por regiões – em milhões de ton, dados de 2005 4.1.2.5 Análise de Portugal e dos países objecto de análise de Benchmarking 4.1.2.5.1 Situação actual do Transporte Marítimo de Curta Distância na EU Conforme foi evidenciado no capítulo anterior, o rápido crescimento do transporte rodoviário de pesados e o consequente congestionamento das estradas, os acidentes e a poluição a ele associados são os principais problemas económicos, sociais e ambientais a que a política de promoção do transporte marítimo de curta distância deve responder. A Europa necessita de um sistema logístico de transporte de mercadorias que combine as vantagens de todos os modos para manter e aumentar a sua competitividade e prosperidade, em conformidade com a agenda de Lisboa e com a avaliação intercalar efectuada no âmbito do Livro Branco sobre a política europeia de transportes. É neste contexto que se apostou no desenvolvimento do Transporte Marítimo de Curta Distância (TMCD). Sendo este o canal de desenvolvimento natural das AutoEstradas do Mar, importa agora conhecer o seu valor e importância actual para os estados membros da EU - Entende-se por TMCD, na Europa, o transporte de mercadorias de mercadorias entre portos dos EU-25, Bulgária, Roménia e Noruega por um lado e os portos situados no mediterrâneo e no mar negro. Gráfico: Quota de Mercado do TMCD no total do Transporte Marítimo (em milhões de ton, dados de 2005) Da análise do gráfico anterior, verifica-se que para esses países, a maioria do transporte marítimo é TMCD. Isto é mais relevante nos casos da Finlândia (94%), Malta (92%), Suécia (91%), Dinamarca (87%), Grécia (85%) e Irlanda (81%). Em 2005, quatro países representavam mais de 50% do TMCD na EU-25. Inglaterra com 16%, Itália (14%), Holanda (11%) e França (10%). 500 Pode-se observar na tabela seguinte que o TMCD no mar báltico está concentrado na Alemanha, Holanda, Suécia e Finlândia. Todos estes países tiveram a sua maior quota de TMCD com portos localizados nas mesmas áreas costeiras. Cerca de metade do TMCD de e para os estados bálticos foi carregado e descarregado em portos localizados no Mar do Norte. 400 300 200 100 Tabela: TMCD por país e região – em milhões de ton, dados de 2005 Atlantic Ocean Baltic sea Black sea Mediter-ranean sea North sea Others (1) Total BE 15.0 21.7 1.1 23.9 46.9 0.1 108.6 DK 3.4 38.1 0.1 0.7 29.9 0.5 71.6 DE 11.5 84.6 0.2 15.7 65.3 1.7 178.7 EE 2.3 12.8 0.0 1.6 16.3 1.9 34.9 EL 1.2 0.6 13.7 68.5 3.2 1.8 89.0 0 BE DK DE EE EL ES FR IE Short Sea Shipping (SSS) IT CY LV LT MT NL PL PT SI FI SE UK BG RO NO Remaining seaborne transport Fonte: Transport — Statistics in focus - Short Sea Shipping of goods 2000-2005, Eurostat - European Communities, 2006 Em 2005, o TMCD representava 68% do total das mercadorias transportadas (da EU-25) por via marítima. Os países com maior peso são a Inglaterra e Itália e as zonas 124 125 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Atlantic Ocean Baltic sea Black sea Mediter-ranean sea North sea Others (1) Total 2000 2001 2002 2003 2004 ES 40.7 16.8 16.7 94.1 27.5 6.9 196.2 Total Total Total Total Total Inwards Outwards Total FR 45.4 17.2 17.0 53.0 44.2 36.6 213.4 IE 18.9 1.7 0.1 0.5 16.0 0.1 37.2 42.6 4.3 41.9 46.1 IT 5.3 2.3 56.6 220.3 11.8 26.4 322.4 24.0 21.7 3.7 17.0 20.7 CY 0.1 0.0 0.6 2.8 0.3 0.1 3.9 3.2 2.8 3.1 0.1 3.2 LV 7.2 13.6 0.1 1.4 22.3 1.6 46.1 226.6 253.7 188.7 64.8 253.5 LT 3.3 5.0 0.7 1.4 9.1 1.1 20.7 20.0 12.3 30.3 42.4 MT 0.1 0.0 0.2 2.7 0.2 0.0 3.2 NL 34.4 74.4 2.9 44.3 89.3 8.2 253.5 PL 4.4 13.6 0.4 2.8 17.7 3.4 42.4 PT 14.4 2.7 1.7 10.2 8.2 0.1 37.3 SI 0.0 0.1 0.8 6.3 0.0 0.0 7.3 FI 4.2 51.1 0.1 1.9 25.9 0.1 83.3 SE 4.9 85.7 0.1 2.0 42.6 5.2 137.2 UK 120.0 41.0 1.4 21.4 185.7 5.2 354.4 EU-25 294.6 417.7 114.5 546.2 591.2 101.1 1 847.2 EU-15 277.1 397,7 111.8 533.3 525.2 92.9 1 784.9 BG 0.7 0.0 11.1 5.8 0.1 0.1 17.9 RO 0.6 0.1 7.9 11.9 0.1 1.4 22.1 NO 14.0 15.0 0.1 5.6 98.0 6.9 139.4 Total 309.9 432.8 133.4 569.5 670.9 109.5 1 995.9 Tabela: Crescimento do TMCD Annual rate of growth (total) 2000 2001 2002 2003 2004 Total Total Total Total Total Inwards Outwards Total Average rate 2000-05 BE 93.7 92.6 92.0 94.8 97.2 62.2 465. 108.6 3,0% DK 59.4 61.6 62.2 65.6 69.2 39.6 38.9 71.6 3,8% DE 156.2 158.2 154.7 160.3 173.7 116.3 64.8 178.7 2,7% 37.5 40.6 36.8 4.0 30.9 34.9 EE 2005 86.1 75.4 84.5 97.6 93.3 62.2 48.3 89.0 0,7% ES 131.6 160.6 171.8 179.0 188.8 150.4 72.4 196.2 8,3% FR 209.9 195.6 194.9 204.3 208.8 151.9 68.1 213.4 0,3% IE 27.0 28.7 32.1 33.3 31.7 25.1 12.5 37.2 6,7% IT 279.8 278.3 290.8 301.9 310.7 259.2 135.6 322.8 2,9% 2.8 2.2 2.5 3.6 0.4 3.9 126 LT 17.2 19.4 MT NL 218.0 218.0 226.3 PL PT 31.3 SI 31.4 31.5 32.4 34.7 29.0 14.0 37.3 5.4 5.6 6.4 6.9 4.0 3.3 7.3 Average rate 2000-05 3,1% 3,6% FI 70.5 78.5 79.8 84.6 88.6 49.9 38.6 83.3 3,4% SE 118.2 111.1 113.5 118.4 124.7 77.7 67.9 137.2 3,0% UK 305.6 351.8 344.2 340.8 346.6 232.6 177.8 354.4 3,0% EU-25 1 772.7 1 479.0 974.2 1 847.2 EU-15 1 505.5 1 563.6 1 600.1 1 650.6 1 721.5 1 444.0 850.2 1 784.9 BG 15.0 15.6 15.0 16.7 10.7 7.2 17.9 RO 13.5 14.1 18.7 9.4 12.7 22.1 NO 127.0 122.2 134.0 53.6 96.8 139.4 Total 1 914.9 1 552.7 1 090.9 1 995.9 3,5% 4,2% Todos os países registaram uma evolução positiva no período 2005/2000 (+8.3% de Espanha até aos + 3,6% de Portugal (que corresponde à média da EU-15). No entanto, países como a Finlândia e a Holanda tiveram um decréscimo de respectivamente -6.0% e -0.1% no período 2005/2004. Já a Suécia teve um aumento muito significativo (+10.0%). Em termos de tipo de carga do TMCD, é de referir que o peso de mercadorias descarregadas nos portos Holandeses é três vezes superior ao peso das mercadorias carregadas e que a maior parte dessa carga é de combustíveis e de granéis líquidos. Gráfico: TMCD por tipo de carga Liquid bulk 50,6% EL CY LV Annual rate of growth (total) 2005 Dry bulk 19,1% Containers 10,2% Other cargo 7,7% Roll-on /roll-off units 12,4% Em termos de conclusão, é fundamental referir que apesar das vantagens e potencialidades do TMCD, este continua a crescer a um ritmo inferior ao do transporte rodoviário. 127 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice O transporte marítimo de curta distância está a desenvolver-se a bom ritmo, mas poderia desenvolver-se ainda mais rapidamente se as circunstâncias fossem as ideais. Vários factores contribuem para o abrandamento do seu ritmo de desenvolvimento: •• Não está ainda plenamente integrado na cadeia de distribuição multimodal porta-a-porta; •• Está sujeito a procedimentos administrativos complexos; •• Requer grande eficácia portuária e boas condições de acesso ao interior (hinterland). Pontos fortes (oportunidades) Pontos fracos (obstáculos) Por força do padrão actual da carga transportada, o TMCD está muito associado aos granéis líquidos e ao transporte de mercadorias de volume e pouco valor acrescentado. É por esta razão que se justifica o reforço dos investimentos nas Auto-Estradas do Mar como forma de ultrapassar mais rapidamente os constrangimentos que se colocam ao TMCD (ver análise SWOT). 4.1.2.5.2 Análise por países Para efectuar esta análise por países recorreu-se a dados disponibilizados pela European Shortsea Network30, associação de promoção do TMCD com organizações associadas e representativas dos países europeus31. Análise SWOT do TMCD 4.1.2.5.2.1 Holanda Pontos fortes (oportunidades) Pontos fracos (obstáculos) Nos últimos anos realizaram-se verdadeiros progressos neste sector, e registou-se um crescimento real do transporte marítimo de curta distância - o segmento em que se verificou um crescimento mais acentuado foi o do tráfego de carga contentorizada. Falta de competitividade do sector do transporte marítimo de curta distância, que se deve não só às deficiências deste tipo de transporte, mas também à falta de integração com outros modos de transporte. O desenvolvimento do transporte marítimo de curta distância no contexto mais vasto da promoção do transporte intermodal é aceite pelos responsáveis políticos como um meio de melhorar e resolver os actuais problemas de tráfego. Necessidade real de transportes rentáveis, competitivos e fiáveis de porta-a-porta, o transporte marítimo de curta distância ainda não consegue assegurar todas as entregas no destino final. Lançamento de programas de financiamento de projectos relacionados com o transporte marítimo de curta distância - O programa Marco Polo , com um orçamento anual médio de 18,75 milhões de euros, deverá permitir transferir 12 mil milhões de toneladas/ quilómetros por ano, da rodovia para a navegação marítima de curta distância, a ferrovia e a navegação interior. Fragmentação dos prestadores de serviços de transporte marítimo de curta distância. É necessária uma logística centralizada que reflicta adequadamente os custos e benefícios relativos deste sector da cadeia de transporte, nomeadamente graças à generalização do sistema just-in-time. Problema da “imagem” deste sector é igualmente muito importante. O transporte marítimo de curta distância é considerado como um modo de transporte “antiquado”. O caso da Holanda é muito interessante do ponto de vista da intermodalidade. A entidade responsável pelo TMCD32 (criada em 1997) está a trabalhar em paralelo com a entidade responsável pela promoção do transporte ferroviário. Estão ambas no mesmo edifício e há uma efectiva coordenação de todas as suas acções. Neste momento, já há discussões sobre a associação nestes moldes da agência de promoção do transporte fluvial. Este tipo de política está em linha com o objectivo da Comissão Europeia de criar “centros de promoção intermodais”. São ainda de destacar os seguintes aspectos da sua actividade: •• Desenvolvimento e manutenção de uma base de dados para todas as actividades logísticas. Por exemplo, esta base de dados dispõe de informação para os clientes principais que inclui os dados de mercados dos países para onde o cliente exporta ou importa. •• Existe ainda um motor de pesquisa de todas as linhas regulares de TMCD disponível através da Internet. •• Registo e tratamento de pedidos sobre serviços de linha (TMCD) – todos os pedidos são seguidos e sabe-se que o número de empresas que mudaram do camião para o TMCD aumentou. Estima-se que houve uma poupança total de 5,4 milhões ton/km camião em 2005. •• Acções de promoção – por exemplo, mailings enviados a 720 carregadores e empresas de transporte de Inglaterra. 30 31 32 128 Annual report 2005 - http://www.shortsea.dk/ Mapas do Economist Intelligence Unit Country profile www.shortsea.nl 129 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais •• Elaboração de um CD-ROM sobre o TMCD que presta informação geral e dados estatísticos. Para além disso, fornece dados importantes sobre os movimentos entre os portos holandeses e os europeus. Análise SWOT Holanda Pontos Fortes Elevada intermodalidade com o transporte fluvial e com o camião (há boas experências com o RO/RO - transporte de combinado de camião e navio) Portos com experiência e elevado volume de tráfego de mercadorias Índice •• Estabelecimento de um fundo específico para promover a inovação e desenvolvimento desta indústria. •• Realização de conferências e eventos relacionados com o TMCD. •• Desenvolvimento de uma web site com informação variada sobre o sector e o seu relacionamento internacional. •• Aposta num papel mais activo na promoção do TMCD, no âmbito da cadeia de abastecimento global e da intermodalidade. •• Participação nas reuniões e fóruns de trabalho internacionais relacionados com o TMCD. País com a quota de mercado mais elevada no transporte marítimo de curta distância Análise SWOT Base de dados sobre os serviços de transporte marítimo de curta distância, disponível para pesquisa na web Boa ligação intermodal entre o transporte marítimo e o fluvial Dinamarca Pontos Fortes Pontos Fracos Boa quota de mercado no transporte marítimo de curta distância Não se identificam pontos fracos de significativa importância Cluster marítimo tradicional e com peso bastante forte na economia Oportunidades Pontos Fracos Resultado do trabalho que está a ser desenvolvido com as outras agências responsáveis pelo desenvolvimento dos outros modos de transporte Não se identificam pontos fracos de significativa importância Ameaças Existência de programas de desenvolvimento e formação de recursos humanos para o sector marítimo A boa infra-estrutura fluvial poderá afastar algum tráfego da via marítima Oportunidades Ameaças Não se identificam pontos fracos de significativa importância 4.1.2.5.2.2 Dinamarca 4.1.2.5.2.3 Finlândia Na Dinamarca, o TMCD é gerido pela EMUC (The Maritime Development Centre of Europe”), em parceria com a “Association for Promotion of Danish Shipping” e a “Danish Society for Naval Architecture and Marine Engineering”. Há uma integração de políticas e posições lideradas pela EMUC, que é a representante efectiva do sector do TMCD neste país. Os seus membros são armadores, operadores portuários, estaleiros, fabricantes de equipamentos, autoridades portuárias, instituições de ensino e investigação, associações de comércio e indústria, empresas de serviços e consultoria, financeiras e de seguros. São ainda de destacar os seguintes aspectos da sua actividade: •• Desenvolvimento de esforços conjuntos no sentido de recrutar pessoas novas para a indústria naval do país. •• Contribuir para a evolução positiva do cluster marítimo dinamarquês (que tem registado uma boa performance). 130 A agência responsável pelo TMCD na Finlândia foi criada em 2000 e está incorporada no centro de estudos marítimos da Universidade de Turku. Estão aqui representadas todas as autoridades e actores do transporte intermodal. Esta agência recebe por isso todo o apoio e contribuições de toda a cadeia de transporte na Finlândia, não só do transporte marítimo como do rodoviário e do ferroviário. São ainda de destacar os seguintes aspectos da sua actividade: •• Promoção e disseminação do transporte marítimo – em termos de legislação e da criação de uma plataforma logística entre a Finlândia e a EU. •• Desenvolvimento de material de marketing e promoção dos serviços de TMCD para distribuição massiva junto de uma base de dados de potenciais utilizadores (armadores, transitários e outros operadores de transporte). 131 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais •• Visitas a empresas e participação em feiras do sector. •• Aposta na cooperação com outros agentes da área das TIC (ex ITsystems, PortNet and the Baltic Sea Ferry Datapool). •• Lançamento de uma newsletter mensal sobre o TMCD enviada por email a 350 entidades do sector (e em constante crescimento). •• Colaboração com os media através da disponibilização de notícias sobre o sector. •• Desenvolvimento de seminários e workshops para os clientes alvo do TMCD, com assuntos muito críticos e actuais (ex, análise dos principais obstáculos ao TMCD e as questões aduaneiras com a Rússia). •• Criação de grupos de interesse sobre o TMCD, com troca de experiências e desenvolvimento de inquéritos. •• Apoio a instituições do mesmo tipo em países vizinhos (por exemplo a Estónia). Análise SWOT Índice São ainda de destacar os seguintes aspectos da sua actividade: •• Demonstração das vantagens do TMCD, e das suas vantagens em relação ao camião. •• Divulgação junto dos exportadores Suecos do TMCD como uma alternativa válida ao camião. Esforços que estão a ter sucesso com desvio de carga para o marítimo. •• No caso das importações, tem havido necessidade de esclarecer questões relativas ao transporte de produtos da Europa do Sul para a Escandinávia e algumas sobre o tráfego de St Petersburg. •• A Suécia continua a estar muito envolvida em iniciativas para a promoção do TMCD. Finlândia Análise SWOT Suécia Pontos Fortes Pontos Fortes Boa ligação intermodal entre o transporte marítimo e o fluvial Boa ligação intermodal entre o transporte marítimo e o fluvial Boa quota de mercado no transporte marítimo de cust distância Boa quota de mercado no transporte marítimo de cust distância A agência do transporte marítimo de curta distância está muito ligada aos outros modos de transportes Forte ligação à Comissão Europeia nas questões relativas ao transporte marítimo Pontos Fracos Não se identificam pontos fracos de significativa importância Pontos Fracos Não se identificam pontos fracos de significativa importância Oportunidades Oportunidades Medidas específicas para divulgaç~ão dos serviços de transporte marítimo de curta distância, junto dos principais exportadores Suecos A colaboração com empresas na área das TIC’a poderá contribuir para o aumento da competitividade deste sector Papel de tutor, nas questões relativas ao transporte marítimo, em relação a outros estados membros O aumento da relação comercial com a Rússia O intercâmbio regular com entidades de países vizinhos responsáveis pelo transporte marítimo Ameaças Não se identificam pontos fracos de significativa importância Ameaças Não se identificam pontos fracos de significativa importância 4.1.2.5.2.5 Portugal 4.1.2.5.2.4 Suécia A Suécia esteve muito envolvida em 2005 com a Comissão Europeia na promoção do TMCD33 servindo como tutor a outras entidades responsáveis pelo TMCD nos novos estados membros. Participou em várias conferências e iniciativas neste âmbito (Dinamarca, Lituânia, Bulgária e Espanha) para apresentar as directrizes e estratégias da Comissão Europeia. 33 www.maritimeforum.se 132 A agência Portuguesa pela promoção do TMCD34 foi criada em 2001 e é composta pelos maiores portos, operadores portuários, a companhia de caminhos de ferro nacional, a associação dos agentes de navegação, a associação dos armadores, consultores e da indústria naval. O financiamento necessário para o seu funcionamento foi 34 www.geocities.com/shortseapt 133 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais apenas suportado pelo estado no primeiro ano de actividade. Por esse motivo o seu posicionamento é muito conservador e sem grandes recursos para a promoção do TMCD. Em 2005, esta agência não organizou nenhum seminário nesta área, apesar dos seus responsáveis terem participado noutras iniciativas do sector dos transportes. São ainda de destacar os seguintes aspectos da sua actividade: •• Envolvimento na elaboração de artigos para os media sobre a importância e vantagens do TMCD e da necessária mudança parcial e gradual do camião para o navio (particularmente importante num país geograficamente periférico do centro da Europa). •• Participação num sistema electrónico para facilitar o processo burocrático dos despachos por via marítima, juntamente com as alfândegas, os portos e os agentes de navegação. Análise SWOT Portugal Pontos Fortes Forte aposta em projectos comunitário de apoio ao TMCD Vontade política de colocar Portugal numa posição de liderança neste sector Pontos Fracos Fraca intermodalidade, especialmente com o transporte ferroviário, o que impede o alargamento do hinterlanda dos portos nacionais servidos pelas auto-estradas do mar Elevada burocracia nos portos Falta de apoio do Estado para a promoção e divulgação do transporte marítimo de curta distância Oportunidades Medidas em curso para reduzir a burocracia (simplex) Ameaças Fraca tradição na utilização do transporte marítimo de curta distância, especialmente no caso das nossas expedições para a EU (as excepções são o comércio de produtos da fileira florestal e siderúrgica com o UK e Holanda) 4.1.2.6 Posicionamento de Portugal face aos países objecto de análise de Benchmarking 4.1.2.6.1 Modelo de determinação do grau de importância das AM para um País Neste tópico apresenta-se um modelo que permite avaliar o posicionamento dos países face às Auto-Estradas do Mar. Considera-se que apesar do conceito das Auto-Estradas do Mar ser muito importante para todos os cinco países em análise, há situações específicas que devem ser consideradas e que justificam um posicionamento diferente por parte de cada um deles. 134 Índice O modelo de avaliação do posicionamento dos países face às Auto-Estradas do Mar está baseado em duas dimensões críticas: •• Na importância do sector dos Transportes & Logística na Economia •• No potencial de desenvolvimento das Auto-Estradas do Mar •• Estas duas dimensões resultam de uma selecção de factores com forte impacto ao nível da criação e utilização das Auto-Estradas do Mar. A importância do sector dos Transportes & Logística na Economia é avaliada de acordo com o resultado obtido nos seguintes indicadores: •• A1- Peso da População que está empregada neste sector – trata-se do rácio da população activa empregada no sector da logística e transportes (sectores do transporte rodoviário, aéreo, marítimo e das operações logísticas de mercadorias) sobre o total da população do país. •• A2- Peso do volume de negócios deste sector no PIB – trata-se do rácio do volume de negócios com origem no sector da logística e transportes (sectores do transporte rodoviário, aéreo, marítimo e das operações logísticas de mercadorias) sobre o PIB do país. •• A3- Peso do comércio intra e extra UE no PIB – trata-se do rácio do valor do comércio externo do país (total das Exportações, Importações, Expedições, Aquisições) sobre o PIB do país. O resultado global desta dimensão tem em conta uma ponderação dos pesos atribuídos aos indicadores, resultando na seguinte expressão: RG = 0,20 x Valor A1 + 0,50 x Valor A2 + 0,30 x Valor A3 No que diz respeito ao potencial de desenvolvimento das Auto-Estradas do Mar, a avaliação é efectuada de acordo com o resultado obtido nos seguintes indicadores: •• B1- Dimensão do Transporte Rodoviário (nacional e internacional) – trata-se de um indicador expresso em milhões de ton/km do transporte rodoviário em camiões registados no país. •• B2- Peso dos portos nacionais em movimento de mercadorias – trata-se de um indicador expresso em milhões de ton carregadas e descarregadas nos principais portos do país. •• B3- Dimensão da frota de navios do país – trata-se de um indicador expresso em número de navios (da marinha mercante) do país (com bandeira nacional ou registada noutras origens, mas controlados por esse país). •• B4- Peso das expedições para EU25 nas exportações globais – trata-se do rácio do valor das expedições do país (total das vendas para países membros da UE) sobre o valor total das expedições e exportações do país. •• B5- Envolvimento em projectos INTERREG e TEN focados nas auto-estradas do mar – trata-se de um indicador expresso pelo número de projectos comunitários em que o país está envolvido. O resultado global desta dimensão tem em conta uma ponderação dos pesos atribuídos aos indicadores, resultando na seguinte expressão: RG = 0,20 x Valor B1 + 0,10 x Valor B2 + 0,05 x Valor B3 + 0,50 x Valor B4 + 0,15 x Valor B5 135 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Notas: •• Tendo em conta as diferenças significativas entre os países, identificadas na fase de recolha de dados, estes indicadores foram calculados não em termos absolutos, mas em termos relativos. Ao país com melhor performance no indicador foi atribuído 100%. Para os outros, o valor atribuído resultou da sua quota de mercado relativamente ao país com melhor performance (por exemplo, de acordo com os dados disponíveis para o indicador A1, a Dinamarca obteve o valor máximo absoluto de 2,49% e foi-lhe atribuído 100%. À Holanda com um valor absoluto de 2,09% foi-lhe atribuído 84,09% (2,09%/2,49%) - o mesmo método foi utilizado para os outros países). A utilização de valores relativos justifica-se neste estudo em concreto dado que o seu principal objectivo é analisar os países da amostra uns em relação aos outros. •• Estes indicadores foram calculados com base em dados dos Eurostat e na publicação estatística: “EUROPEAN UNION IN FIGURES, Part 3 : Transport, ENERGY & TRANSPORT, 2006 - European Commission Directorate-General for Energy and Transport in co-operation with Eurostat”. •• Para o desenvolvimento deste modelo, assumiu-se que o foco da análise era apenas sobre os movimentos e a logística de mercadorias. Todos os movimentos relativos ao tráfego de passageiros e agências de viagens foram excluídos da amostra. 4.1.2.6.2 Análise dos resultados A) Importância do sector dos Transportes & Logística na Economia Indicadores Ponderação Portugal Finlândia Holanda Suécia Dinamarca 20% 55,10% 88,74% 88,94% 93,21% 100,00% 50% 51,88% 62,33% 63,63% 67,12% 100,00% A1 Peso da População que está empregada neste sector A2 Peso do volume de negócios desse sector A3 Peso do comércio intra e extra UE no PIB Resultado global 30% 44,25% 52,15% 100,00% 55,11% 50,67% 50,24% 64,56% 79,60% 68,73% 85,20% Importância do Sector dos Transportes & Logística na Economica •• A Dinamarca é o país em que o sector dos Transportes & Logística tem mais importância para a Economia. É um país tradicionalmente associado à logística e com muitas empresas multinacionais reconhecidas em todo o mundo. •• Apesar de não estar em primeiro lugar nesta dimensão, a Holanda continua a ser a base operacional das operações logísticas na Europa. Trata-se de um país central em termos de tráfego de mercadorias com origem e destino na Europa. Por exemplo, é através da Holanda que chegam a muitos outros países da EU, as mercadorias adquiridas no extremo oriente. •• Portugal é o país com o resultado mais fraco, o que não deixa de ser significativo tendo em conta o estado na nossa economia face à dos outros quatro países em análise. Será expectável que uma maior dinâmica da economia Portuguesa exija um maior desenvolvimento do sector dos Transportes & Logística. B) Potencial de desenvolvimento das Auto-Estradas do Mar Indicadores Ponderação Portugal Finlândia Holanda Suécia Dinamarca 20% 50,63% 37,85% 100,00% 45,83% 27,68% 10% 7,25% 14,78% 100,00% 13,57% 2,38% 5% 6,12% 19,90% 100,00% 52,04% 92,01% 50% 100,00% 70,35% 99,79% 73,46% 83,39% 15% 100,00% 60,00% 40,00% 80,00% 60,00% 76,16% 54,22% 90,90% 61,86% 63,57% B1 Dimensão do Transporte Rodoviário (nacional e internacional) B2 Dimensão dos portos nacionais em movimento de mercardorias B3 Dimensão da frota de navios do país B4 Peso das expedições para EU 25 nas exportações globais B5 Envolvimento em projectos INTERREG e TEn focados nas auto-estradas do mar Resultado global Potencial de desenvolvimento das Auto-Estrada do Mar 100% 90% 90% 80% Holanda 70% 60% 50% 40% 136 Finlândia Portugal Suécia Dinamarca Holanda 80% Portugal 70% 60% 50% Finlândia Suécia Dinamarca 40% 30% 30% 20% 20% 10% 10% 0% 0% 137 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice •• O indicador com maior importância na definição do resultado global do Potencial de desenvolvimento das Auto-Estradas do Mar é relativo ao peso das expedições nas exportações globais de um país. A lógica desta valorização está relacionada com a seguinte ideia: um país que tenha concentradas as suas exportações globais em mercados de países vizinhos, com acesso por via marítima, terá maior potencial de utilização das Auto-Estradas do Mar do que outros cujas exportações globais estão mais concentradas em países terceiros (e não próximos, exemplo E.U.A). aos outros analisados. Mas ao contrário da Holanda que está bem posicionada nas duas dimensões, Portugal obteve o pior resultado em termos da importância do sector da logística & transportes. •• A boa classificação de Portugal, face aos outros países, em termos do potencial de desenvolvimento das Auto-Estradas do Mar é explicada pelo facto do destino das nossas exportações estar concentrado nos países mais próximos (Espanha, França e Alemanha) em que as mercadorias são normalmente transportadas por camião. Mais do que a Holanda e os restantes países deste estudo, os principais clientes das exportações Portuguesas são países servidos pelas Auto-Estradas do Mar. •• De acordo com esta lógica, Portugal (que exporta mais de 77% para EU25) e a Holanda (que exporta mais de 76% para EU25, dos quais 25% para Alemanha) são os países com maior potencial de utilização das Auto-Estradas do Mar. Países como a Dinamarca e a Suécia exportam 12% e 18,5%, respectivamente, para a Noruega e para os E.U.A (países não cobertos pelas Auto-estradas do Mar). A Finlândia exporta 11% para Rússia (também um destino não coberto pelas Auto-estradas do Mar). •• Será ainda de destacar que o esforço de participação de Portugal em projectos estruturantes e financiados pela EU poderá permitir aumentar a capacidade de manobra do nosso país na definição da sua agenda de investimentos nesta área. •• Caso estes investimentos públicos e privados nas Auto-Estradas do Mar contribuam para o desenvolvimento do sector dos transportes & logística, Portugal poderá ter uma vantagem competitiva face aos restantes países em termos das infra-estruturas de suporte às exportações. •• No caso do indicador da dimensão do transporte rodoviário, a lógica é que países com um elevado tráfego possam beneficiar mais das Auto-estradas do Mar, retirando muito desse tráfego de camiões das estradas europeias para a via marítima. Com base nos valores obtidos para as duas dimensões (A - Importância do sector dos Transportes & Logística na Economia e B - Potencial de desenvolvimento das AutoEstradas do Mar), é possível avaliar o posicionamento de Portugal face aos outros países, em relação às Auto-Estradas do Mar. Estes resultados são expressos sob a forma da seguinte matriz, em que o eixo vertical indica o resultado da dimensão A e no eixo horizontal o da dimensão B. Portugal Holanda 1 A - Importância do Sector Finlândia Dinamarca Matriz de Posicionamento em relação à “Auto-Estradas do Mar” Suécia 0,8 0,6 0,4 0,2 0 0 0,2 0,4 0,6 0,8 B -Potencial desenvolvimento Auto-Estradas Mar 1 Em relação aos desenvolvimentos futuros deste modelo, será importante estabelecer uma validação no terreno dos resultados obtidos (fundamentalmente junto dos utilizadores – empresas e operadores e das agências responsáveis pelo TMCD nos 5 países). Será igualmente importante desenvolver processos de recolha de mais informação sobre o estado actual e perspectivas futuras das Auto-Estradas do Mar e de validação de resultados junto de especialistas e agências locais (especialmente na Suécia, dado o seu envolvimento com a Comissão Europeia na promoção do TMCD). 4.1.2.7 Perspectivas futuras para o desenvolvimento das Auto-estradas Marítimas em Portugal Neste último capítulo do estudo de benchmarking, procura-se sistematizar as acções prioritárias para o reforço da competitividade das exportações Portuguesas. Tendo em conta os resultados do estudo efectuado, considera-se que o objectivo central definido pelo Governo Português35 de colocar os portos nacionais na primeira linha dos candidatos à integração em auto-estradas do Mar (alavancando a nossa posição privilegiada de charneira entre as auto-estradas do Mediterrâneo e do Atlântico), é particularmente relevante e integrador. Congresso «Mar: Um Multiplicador da Economia» - 2006-01-31Intervenção da Secretária de Estado dos Transportes no 4º Congresso da Agepor «Mar: Um Multiplicador da Economia» 35 •• De acordo com os resultados obtidos na dimensão B, Portugal e Holanda são os países com maior potencial de desenvolvimento das Auto-Estradas do Mar face 138 http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT/Governos/Governos_Constitucionais/GC17/Ministerios/MOPTC/Comunicacao/ Intervencoes/20060131_MOPTC_Int_SET_Mar.htm 139 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Para atingir este objectivo, dever-se-á atribuir prioridade às seguintes acções: 1. Agilizar as operações de Transporte Marítimo de Curta Distância, num contexto efectivo de intermodalidade. •• Integrar o Transporte Marítimo de Curta Distância na cadeia logística, associando-o a uma abordagem sistémica e intermodal que garanta a interoperabilidade física e informacional. •• Reforçar o papel do transporte marítimo nos fluxos com origem ou destino no hinterland directo dos nossos portos. 2. Melhorar as condições de funcionamento dos portos, transformando-os em “hubs” logísticos de suporte ao comércio externo. •• Criar condições para o alargamento do hinterland indirecto dos portos nacionais, estendendo-o a toda a Península Ibérica. Os portos deverão também ser utilizados como pontos de transferência de cargas entre rotas internacionais. Para esse efeito, deve ser efectuada uma aposta clara na logística e nas acessibilidades rodo-ferroviárias associadas aos principais portos. •• Melhorar as condições de navegabilidade ao longo da nossa costa e no acesso aos portos do lado mar; instalação do VTS costeiro, integrado com os VTS portuários, projecto associado ao Sistema de identificação automática de navios, que permitirá a monitorização sistemática de toda a navegação que passa na nossa costa. •• Desburocratizar o funcionamento das unidades portuárias, para evitar desperdícios e diminuir os custos de operação. Trata-se de reforçar a implementação do processo conducente à harmonização e simplificação de procedimentos no sistema portuário nacional tem vindo a desenvolver-se no âmbito do projecto PIPe – Procedimentos e Informação Portuários Electrónicos. •• Colocar em prática, com a máxima urgência, o conceito de Janela Única Portuária (de notar que é considerada pelo Governo como uma medida da maior importância para a competitividade do sector, razão pela qual foi considerada uma das 30 medidas de destaque do Simplex). •• Criar uma info-estrutura portuária com funções de Hub informacional, para utilização comum, onde a informação é inserida uma só vez e chega aos diferentes intervenientes do processo (Agentes de Navegação, Concessionários/ Operadores de Terminal, Carregadores/ Recebedores, Despachantes/ Transitários). Trata-se de estabelecer um relacionamento electrónico nos portos, entre os agentes económicos, a Autoridade Portuária e Autoridade Aduaneira, permitindo assim criar condições para o despacho electrónico36. •• Implementar o conceito dos Balcões administrativos únicos nos portos, que visam simplificar as formalidades relativas à chegada, partida e desembaraço dos navios. O objectivo é, por um lado, limitar o número de 36 Protocolo assinado em Protocolo Janela Única Portuária - 2006-07-14 - Intervenção da Secretária de Estado dos Transportes na sessão de encerramento da cerimónia de celebração do protocolo Janela Única Portuária - http://www.primeiro-ministro.gov.pt/Portal/PT/Governos/ Governos_Constitucionais/GC17/Ministerios/MOPTC/Comunicacao/Intervencoes/20060714_MOPTC_Int_SET_Janela_Unica_Portuaria.htm 140 Índice autoridades administrativas que sobem a bordo dos navios para efectuar controlos ou, pelo menos, coordenar as suas actividades e, por outro, propor aos utentes dos portos pontos de contacto únicos ou gabinetes de apoio para as formalidades administrativas. Desta forma, os agentes económicos passarão a relacionar-se com cada porto através de um Balcão Único Virtual, pelo qual tratarão todos os processos administrativos para o célere despacho de mercadorias e navios. •• De acordo com indicações do Governo Português, na Janela Única Portuária a informação é introduzida uma só vez e flui para as entidades que dela necessitam, obtendo-se os respectivos despachos pela mesma via. Reduzemse os tempos de trânsito portuário de mercadorias e do despacho aduaneiro, obtêm-se melhores condições para o controlo efectivo da informação de suporte ao combate à fraude e evasão fiscal, rastreiam-se as mercadorias, desenvolvese o conceito de inventário em movimento para os sistemas logísticos, desmaterializam-se os processos e obtém-se um ganho estimado em 12% na atractividade do transporte marítimo por efeito da eficácia e fiabilidade dos processos portuários. A Janela Única Logística tem como objectivo potenciar o efeito de rede das várias plataformas, numa info-estrutura de suporte que ligará todas as plataformas da rede. Irá integrar as autorizações alfandegárias à exportação e importação de mercadorias, bem como as restantes autorizações administrativas à saída, entrada e movimentação de bens no País, em consonância com os processos de simplificação administrativa assumidos pelo Governo, apresentando-se como um desafio à inovação e ao desenvolvimento tecnológico. A Janela Única Logística terá pois uma enorme importância, na lógica do transporte porta-a-porta, permitindo a interoperabilidade entre os vários nós das cadeias logísticas, ficando totalmente integrada com a Janela Única Portuária e as Auto-estradas do Mar. Constitui-se, desta forma, uma arquitectura completa de gestão electrónica dos fluxos informacionais, que acompanham paralelamente os fluxos físicos das mercadorias, e que são fundamentais à constituição de cadeias logísticas competitivas. 3. Reforçar a participação nacional em projectos e iniciativas de apoios ao TMCD, patrocinadas pela Comissão Europeia. •• Cumprir os calendários estabelecidos com a Comissão Europeia para o Projecto Portmos. Trata-se de um projecto pioneiro a nível comunitário para implementação do conceito de Auto-Estradas do Mar, liderado por Portugal e que tem como objectivo a execução da gestão integrada da cadeia porta a porta, passando obrigatoriamente pelo alinhamento entre portos nacionais e europeus. •• Aproveitar ao máximo a janela de oportunidade criada pelo programa «Marco Polo II». Este novo programa comunitário continua a apoiar o arranque de novas linhas, a melhorar o funcionamento de toda a cadeia intermodal e a difundir as boas práticas no sector, recorrendo a projectos, quer de agentes públicos, quer de privados, contribuindo assim de forma decisiva para uma melhor repartição modal. O objectivo geral é ajudar as empresas, na fase de transição, a suportar os riscos resultantes do desenvolvimento de novos 141 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais serviços destinados a transferir uma parte do tráfego de mercadorias do modo rodoviário para o transporte marítimo de curta distância, os caminhos-deferro e a navegação interior. De notar que o orçamento deste programa para o universo 2007-2013, representa um acréscimo significativo relativamente ao anterior programa, sendo agora de 740 milhões de Euros, contra 100 milhões de euros no programa 2003-2006. Ou seja, a dotação média anual prevista é superior à totalidade do programa anterior, esperando a Comissão obter um retorno, em termos ambientais e sociais, de 6€ por cada euro investido pelo Programa. Pretende-se produzir, até final de 2013, uma transferência do tráfego correspondente a uma parte considerável do crescimento anual total previsto do tráfego rodoviário internacional de mercadorias, calculado em toneladas-quilómetro, para o transporte marítimo de curta distância, o transporte ferroviário e a navegação interior, ou para uma combinação destes modos de transporte, em que os percursos rodoviários sejam o mais curtos possível. Dado que as empresas contempladas serão objecto de contratos de subvenção por um período máximo de seis anos37, considera-se muito relevante apoiar todas as iniciativas nacionais que se enquadrem no âmbito deste programa «Marco Pólo II». •• Assegurar uma cooperação permanente entre os elementos de contacto para o transporte marítimo de curta distância (agentes de ligação) e a Comissão por meio da realização de reuniões regulares e da permanente divulgação de informações via Internet (CIRCA - Communication and Information Resource Centre Administrator). 4. Desenvolver um plano de acção para a promoção do TMCD e das AutoEstradas do Mar. •• Promover a imagem do transporte marítimo de curta distância como alternativa de transporte válida ao transporte rodoviário. O transporte marítimo de curta distância deve criar uma imagem mais moderna e dinâmica, colocando em destaque o seu actual potencial, nomeadamente a fiabilidade, a flexibilidade, a regularidade e o elevado nível de segurança para as mercadorias transportadas. •• Recolher informação estatística para suporte aos planos de marketing de TMCD. Em algumas situações, os dados estatísticos europeus sobre o comércio marítimo de curta distância não são suficientemente pormenorizados. O objectivo deve ser a recolha de informações sobre o transporte marítimo de curta distância recorrendo à Organização dos Portos Marítimos Europeus (ESPO) até que a Directiva relativa ao levantamento estatístico dos transportes marítimos possa fornecer informações suficientes, que permitam a realização de estudos comparativos. •• Reforçar o papel de Portugal nos Centros de promoção do transporte marítimo de curta distância. Estes 21 Centros nacionais estão ligados em rede a nível europeu, formando a ESN (European Shortsea Network). Tal como referido no capítulo 2 (ponto 2.2), estes centros são movidos por interesses 37 Marco Polo II já recebe candidatures - Cargo Edições, Lda, 2007 http://www.cargoedicoes.pt/Cargo/maritimo.htm 142 Índice comerciais, oferecendo um instrumento prático de promoção do transporte marítimo de curta distância e respondendo às necessidades dos utilizadores dos transportes. Dever-se-á assegurar o bom funcionamento e orientação dos centros de promoção do transporte marítimo de curta distância nacionais, que constituem um instrumento comum de promoção do transporte marítimo de curta distância à escala europeia. O seu funcionamento em rede permitirá o intercâmbio de informações e de boas práticas, o fornecimento de conselhos práticos sobre as diferentes etapas de um trajecto de curta distância e sobre as melhores formas de integração com outros modos de transporte. 4.1.2.8 Principais Players institucionais do sector da AM em Portugal e nos mercados alvo Principais directórios identificativos dos principais players (empresas e operadores logísticos, armadores,…. ) do Sector em estudo •• www.live-maritime.com •• http://shippinginternational.co.uk/ •• Resultados da pesquisa EUROPAGES sobre Transporte marítimo e fluvial http://www.europages.pt/epq/dmh/L-pt/did-mer20/transporte-maritimo-efluvial.html Portugal Entidade / Empresa Link para o website Estrutura de Missão para os Assuntos do Mar Mar www.emam.mdn.gov.pt Agência Portuguesa do TMCD www.geocities.com/shortseapt Directório de empresas do sector da logística e transportes em Portugal www.logismarket.pt Associação dos Portos de Portugal www.portosdeportugal.pt Dinamarca Entidade / Empresa Link para o website Agência para a promoção do TMCD www.shortsea.dk The Maritime Development Centre of Europe www.maritimecenter.dk Association for Promotion of Danish Shipping www.danishshipping.com Site da Autoridade Marítima www.dma.dk Suécia Entidade / Empresa Link para o website Agência para a promoção do TMCD www.maritimeforum.se Associação dos Transitários www.swedfreight.se Associação de Armadores www.sweship.se 143 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Holanda Entidade / Empresa Link para o website Agência para a promoção do TMCD www.shortsea.nl Associação dos Fabricantes de Equipamento Marítimo www.hme.nl Finlândia Entidade / Empresa Link para o website Agência para a promoção do TMCD www.shortsea.fi Autoridade Marítima www.fma.fi 4.1.3 RFID 4.1.3.1 Introdução ao RFID 4.1.3.1.1 Caracterização O RFID (Radio Frequency Identification, ou Identificação por Radio Frequência) pode ser caracterizado como uma tecnologia evolucionária38. Isto porque o seu grande objectivo deverá ser o de, a longo prazo, substituir o actual código de barras, tornando assim possível alcançar uma maior produtividade fruto da automatização de inúmeros processos. Em vez do feixe de luz utilizado no sistema actual de código de barras para a captura de dados, o RFID utiliza a frequência de rádio. O RFID entrou, muito recentemente, numa espiral de crescimento fruto das imensas aplicações que têm vindo a surgir. Mas as etiquetas RFID não são uma nova tecnologia39, dado que elas existem há mais de 50 anos. Actualmente este tipo de tecnologia permite identificar, seguir ou detectar uma grande variedade de objectos (como por exemplo, paletes, caixas e contentores, dentro de armazéns e instalações fabris). De facto, o RFID é uma tecnologia utilizada para a identificação automática através de rádio frequências, recuperando ou armazenando os dados remotamente através de etiquetas (tag) e bases transmissoras, normalmente chamados de leitores. O objectivo do RFID é permitir que dados sejam transmitidos por um dispositivo móvel (etiqueta ou tag) que são lidos por um receptor e processados de acordo com as necessidades de uma dada aplicação. Trata-se de pequenos circuitos integrados que contêm tipicamente 96 ou 128 bits de informação que pode ser transmitida através de tecnologia sem fios para um leitor40. RFID Solutions Center - Análise sobre o Estado da Arte em RFID: 06-0ut-2006 Sybase EC Information Society and Media - Radio Frequency IDentification RFID, The Internet of things - March 2007, General fact sheet 54 (related to press fact sheet 5.1). 40 A RFID está a confundir o utilizador? - PC Guia MAIO 2007 38 39 144 Para um melhor entendimento das potencialidades e limitações da tecnologia RFID, caracteriza-se em seguida os principais aspectos relacionados com o seu funcionamento e com os seus componentes fundamentais. Recorre-se para este efeito a um relatório disponível na web com informação bastante sistematizada sobre o RFID41. Esta tecnologia começou a ser mais divulgada na década de 80 quando o MIT (Massachusetts Institute of Technology), juntamente com outros centros de pesquisa mundiais, iniciou o estudo de uma arquitectura que utilizasse os recursos das tecnologias baseadas em radiofrequência para servir como modelo de referência ao desenvolvimento de novas aplicações de rastreamento e localização de produtos. Desse estudo, nasceu o Código Electrónico de Produtos - EPC (Electronic Product Code). O EPC definiu uma arquitectura de identificação de produtos que utilizava os recursos proporcionados pelos sinais de radiofrequência, chamada posteriormente de RFID (Radio Frequency Identification). A necessidade de captura das informações de produtos que estivessem em movimento incentivou a utilização da radiofrequência em processos produtivos. Juntou-se a isso a necessidade de utilização em ambientes insalubres e em processos que impediam o uso de código de barras. Essa tecnologia facilita o controle do fluxo de produtos por toda a cadeia de abastecimentos de uma empresa, permitindo o seu rastreamento desde a fabricação até o ponto final da distribuição. Utilizam-se Etiquetas Inteligentes (tags) que são etiquetas electrónicas com um microchip instalado e que são colocadas nos produtos. Esse produto pode ser rastreado por ondas de radiofrequência utilizando uma resistência de metal ou carbono como antena. Esta tecnologia desencadeia uma revolução que no futuro será a base para uma nova realidade na identificação de produtos, com impacto directo nos processos logísticos de toda a cadeia de abastecimento, seja na fabricação, no controle de stocks ou na compra e venda destes. Com esta tecnologia, a transmissão das informações de cada produto é feita por antenas e etiquetas de radiofrequência, e tudo isto baseado no EPC - Código Electrónico do Produto (Electronic Product Code) e na sua rede de informações. A identificação por rádio frequência ou RFID é um termo genérico para as tecnologias que usam as ondas de rádio para identificar automaticamente pessoas ou objectos. O método de identificação mais comum é armazenar um número de série que identifique uma pessoa ou um objecto, ou outra informação, num microchip. Esta tecnologia permite a captura automática de dados, para identificação de objectos com dispositivos electrónicos, conhecidos como etiquetas (tag) ou transponder que emitem sinais de radiofrequência para leitores ou antenas, que captam estas informações. As etiquetas inteligentes são capazes de armazenar dados enviados por 41 RFID - IDENTIFICAÇÃO POR RADIOFREQUÊNCIA - Sandra Regina Matias Santana - adaptação para publicação na WEB da monografia apresentada à Faculdade de Tecnologia da Baixada Santista http://www.wirelessbrasil.org/wirelessbr/colaboradores/sandra_santana/ rfid_01.html 145 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais transmissores. Elas respondem a sinais de rádio de um transmissor e enviam de volta informações quanto a sua localização e identificação. O microchip envia sinais para as antenas, que capturam os dados e os retransmitem para leitores especiais, passando em seguida por uma filtragem de informações, comunicando-se com os diferentes sistemas da empresa, tais como sistema de gestão, sistema de relacionamentos com clientes, sistemas de logística e abastecimentos, sistema de identificação electrónica de animais, entre outros. Esses sistemas conseguem localizar em tempo real os stocks e mercadorias, as informações de preço, o prazo de validade, o lote, enfim, uma gama de informações que diminuem o processamento dos dados sobre os produtos quando encontrados na linha de produção. Ver figura seguinte com o esquema Básico dos sistemas de RFID: Índice Os Transponders (ou RF Tags) estão disponíveis em diversos formatos, tais como cartões, pastilhas, argolas e podem ser encapsulados com materiais como o plástico, vidro, etc. Os Tags podem ser Activos ou Passivos. Os Activos são alimentados por uma bateria interna e permitem processos de escrita e leitura. Os Passivos são do tipo só leitura (read only), usada para curtas distâncias. Nestes, as capacidades de armazenamento variam entre 64 bits e 8 kilobits. Na figura seguinte pode-se observar alguns modelos de RF Tags existentes no mercado como chaveiros, Smart Card, crachás, etc. O tipo de RF tag é definido conforme a aplicação, ambiente de uso e performance. Fonte: http://www.hightechaid.com/tech/rfid/rfid_technology.htm Fonte: http://www.hightechaid.com/tech/rfid/rfid_technology.htm O RF Tag ou transponder responde a um sinal do interrogator (reader/writer/antena) que emite por sua vez um sinal ao computador. Sistemas RFID consistem basicamente em três componentes: Antena, Transceiver (com descodificador) e um Transponder (normalmente chamado de RF Tag), este último é composto por uma antena e um chip electronicamente programado com uma determinada informação. A Antena de RFID emite um sinal de rádio activando o RF Tag, realizando a leitura ou escrevendo algo. De facto, a antena servirá como o meio capaz de fazer o RF Tag trocar ou enviar as informações ao leitor. Estas antenas são fabricadas em diversos tamanhos e formatos, possuindo configurações e características distintas, cada uma para um determinado tipo de aplicação. Quando a antena, o transceiver e o descodificador estão no mesmo invólucro recebem o nome de “leitor”. O leitor emite frequências de rádio que são dispersas em diversos sentidos no espaço, desde alguns centímetros até alguns metros, dependendo da saída e da frequência de rádio utilizada. O leitor opera pela emissão de um campo electromagnético (radiofrequência), a fonte que alimenta o Transponder que por sua vez responde ao leitor com o conteúdo de sua memória. Por apresentar essa característica, o equipamento pode ler através de diversos materiais como papel, cimento, plástico, madeira, vidro, etc. Quando o Tag passa pela área de cobertura da antena, o campo magnético é detectado pelo leitor, que descodifica os dados codificados no Tag, passando-os para um computador que realiza o processamento. 146 4.1.3.1.2 Principais aplicações A razão para a maior divulgação e utilização do RFID prende-se com a oportunidade que as empresas têm de poupar dinheiro, como sucede com o rastreio do produto. Cada etiqueta RFID recebe um número único: um fabricante de automóveis, por exemplo, atribui uma a cada componente do bólide. Pode então detectar esses componentes quando saem do armazém e localizá-los na fábrica, sem que haja qualquer tipo de envolvimento significativo do pessoal – o processo é quase todo automático. Segundo a PC Guia42, a dificuldade de falsificar etiquetas torna-as ideais para a identificação noutras áreas. Por exemplo, as chaves de automóveis contêm frequentemente etiquetas RFID: não conseguirá abrir o seu carro a menos que seja utilizada uma etiqueta com os dados correctos. Por vezes, as etiquetas são implantadas em animais como meio de identificação. As etiquetas RFID também são utilizadas em certos cartões inteligentes, como o Oyster Card no Metropolitano de Londres. Já não é preciso passar estes cartões na máquina para serem lidos. Chega perfeitamente passá-los perto do leitor. Há muitas aplicações de RFID promissoras. Um relatório da Comissão Europeia43 refere que os exemplos dos produtos na área da saúde que podem ser etiquetados para poderem ser seguidos ao longo da cadeia de abastecimento e evitar-se a contrafacção. Uma outra aplicação mediática muito mencionada é o frigorífico RFID em que através da colocação de tags permite avaliar se os produtos armazenados estão dentro de validade ou se há algum produto em falta. Este é um dos exemplos de aplicações inovadoras também A RFID está a confundir o utilizador? - PC Guia MAIO 2007 EC Information Society and Media - Radio Frequency IDentification RFID, The Internet of things - March 2007, General fact sheet 54 (related to press fact sheet 5.1). 42 43 147 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice relatadas pela PC Guia. Refere-se que a Samsung planeia ajudar a gerir a provisão de alimentos em casa dos consumidores com um frigorífico RFID. Este conseguirá detectar quando os produtos estão prestes a acabar ou se o prazo de validade dos seu conteúdos se aproxima do fim. Desta forma, produtos etiquetados dentro do seu frigorífico podem avisar os consumidores de que os prazos estão perto do final de validade. A aplicação industrial RFID envolve normalmente a detecção do número de produtos numa prateleira. Isso é excelente para os retalhistas que procuram reduzir os custos, mas não serve de fonte de inspiração a mais ninguém. A situação mostra sinais de mudança, agora que as empresas começam a aplicar alguma imaginação na descoberta de novas formas de utilizar a tecnologia. A Mini USA, por exemplo, enviou porta-chaves equipada com a RFID a condutores seleccionados do Mini Cooper. Estes puderam adicionar as suas próprias mensagens escrita às etiquetas, que eram depois exibidas em painéis publicitários especiais quando passavam por baixo. Ridículo? Sim, mas também é divertido e deixa-nos curiosos para ver o que fará a seguir. O Great Wolf Lodge, no Ohio, EUA, tem mais ideias práticas. Coloque o punho dotado de RFID e utilize-o para abrir a porta do seu quarto de hotel e pagar bebidas e refeições. A IBM surgiu como um verdadeiro vencedor no seu mais recente desenvolvimento em parceria com o fabricante de embalagens Pliant. Conseguiu produzir uma película extensível impressa com circuitos RFID, a qual pode ser utilizada em produtos sensíveis, tais como medicamentos. Destrua a película extensível para tentar falsificálos e destrói também o circuito, o que facilita a detecção. Estamos um pouco mais preocupados com a tinta RFID da Somark Innovations, que aparentemente pode ser utilizada para tatuar vacas ou mesmo peças de carne de primeira qualidade. A RFID também pode ser utilizada para a certificação de encomendas e documentos . Esta tecnologia permite o monitoramento remoto de encomendas e correspondências corporativas, oferecendo maior agilidade e segurança à gestão tanto dos fabricantes como das empresas de entregas expresso. A etiqueta padrão é integrada a uma smart label, ou etiqueta inteligente com número serial único, na qual são programadas informações como remetente e receptor, destino final e código de barras. A tecnologia actualiza as etiquetas em trânsito permitindo o redireccionamento das encomendas ou correspondências e os pacotes múltiplos são lidos em alta velocidade, acelerando o processo de distribuição com total confiabilidade. No caso de documentos, os arquivos podem conter parâmetros como data de vencimento, movimentação permitida e pessoas autorizadas a terem acesso aos mesmos. Com estas informações a base de dados pode construir uma auditoria de manipulação de cada documento que passa a ser facilmente localizado pelos funcionários (TI-Brasil:2001). 44 Em termos das vantagens e desvantagens da RFID45, a principal vantagem do uso de sistemas RFID é realizar a leitura sem o contacto e sem a necessidade de uma visualização directa do leitor com o Tag. É possível, por exemplo, colocar a RF Tag dentro de um produto e realizar a leitura sem ter que desempacotá-lo, ou, por exemplo, aplicar o Tag em uma superfície que será posteriormente coberta de tinta ou graxa. O tempo de resposta é baixíssimo menor que 100 ms, tornando-se uma boa solução para processos produtivos onde se deseja capturar as informações com o Tag em movimento. É também de referir que o custo da RF Tag apresentou uma queda significativa nos últimos anos, tornando-a viável em alguns projectos onde o custo do produto a ser identificado não é muito alto. Como vantagens da Tecnologia RFID podem-se destacar as seguintes: •• Capacidade de armazenamento, leitura e envio dos dados para etiquetas activas •• Detecção sem necessidade da proximidade da leitora para o reconhecimento dos dados; •• Durabilidade das etiquetas com possibilidade de reutilização; •• Contagens instantâneas de stock, facilitando os sistemas empresariais de inventário; •• Precisão nas informações de armazenamento e velocidade na expedição; •• Localização dos itens ainda em processos de busca; •• Melhoria no reabastecimento com eliminação de itens em falta e aqueles com validade vencida; •• Prevenção de roubos e falsificação de mercadorias; •• Recolha de dados de animais ainda no campo; As vantagens para as empresas podem ser resumidas da seguinte forma: •• Identificação de falsificações, prevenção contra roubos e devoluções mais velozes. •• Aumento da produtividade e redução significativa dos custos operacionais As vantagens para os clientes do retalho podem ser resumidas da seguinte forma: •• Lojas com atendimento mais rápido e sem atendimento •• Protecção contra falsificações •• Stock sempre disponível no andar térreo •• Renovação de produtos •• Personalização de produtos e informações •• Reciclagem inteligente de produtos As vantagens para as lojas de retalho podem ser resumidas da seguinte forma: Os dados gerados pela leitora de RFIDs podem ser convertidos em informações VeriChip Corporation , “VeriChip Expands Hospital Infrastructure “ 14 mar.2005. Disponível em: <http://www.4verichip.com/ pr_03142005.htm> 44 148 45 RFID - IDENTIFICAÇÃO POR RADIOFREQÜÊNCIA - Sandra Regina Matias Santana - adaptação para publicação na WEB da monografia apresentada à Faculdade de Tecnologia da Baixada Santista http://www.wirelessbrasil.org/wirelessbr/colaboradores/sandra_santana/ rfid_01.html 149 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais importantes e accionáveis, que proporcionam um considerável retorno sobre o investimento, ao obter, consolidar e analisar enormes volumes de dados que podem ser usados para tomar decisões empresariais mais velozes e eficientes. Por exemplo: •• Aumentar a disponibilidade dos produtos e identificar as áreas problemáticas na cadeia de abastecimento •• Dinamizar a eficiência da logística e reduzir o roubo e a falsificação •• Aumentar a precisão do inventário e optimizar a projecção de estimativas comerciais •• Reduzir os custos de manutenção e concentrar-se nas excepções de processos dispendiosos Em termos de resumo, a Intel considera que a Tecnologia RFID agrega valor a três níveis: •• Valor imediato: As etiquetas RFID permitem que os itens sejam lidos em múltiplos, sem a participação da linha de visão ou do ser humano, e a uma distância máxima de 3 metros, o que pode cortar os custos de verificação, controle de inventário e de prevenção contra perdas. •• Valor de curto prazo: A RFID pode agregar valor ao longo da cadeia de abastecimento, por meio do rastreamento e gestão dos activos, devolução de produtos e rastreamento da origem dos produtos. •• Valor de longo prazo: O uso corroborativo das informações de RFID pode ajudar as cadeias de abastecimento a gerirem o inventário de modo eficiente. E os sistemas de preenchimento de produtos, orientados por solicitação podem associar o comportamento do consumidor ao planeamento do inventário, à logística e, inclusive, ao design do produto. A maioria dos dispositivos possui algum tipo de protecção, pelo que não deve levar isto em linha de conta: por exemplo, as chaves do carro transmitem uma parte diferente do código de cada vez, pelo que deitar a mão a uma transmissão não servirá de nada46. Mas os problemas subsistem. Investigadores norte-americanos na área da segurança testaram em Outubro de 2006 quatro cartões de crédito equipados com a RFID e descobriram que, em todos os casos sem excepção, o nome do dono e a data de fim de validade eram transmitidos em texto simples, facilmente acessível a qualquer pessoa que tivesse um leitor. Diferentemente da tecnologia de código de barras tradicional, as leitoras de RFID podem digitalizar centenas de itens etiquetados simultaneamente e não exigem uma “linha de visão” entre a etiqueta e o scanner. Mas o mais importante do desenvolvimento da RFID está no modo como as empresas usam os dados obtidos. A RFID não é simplesmente uma substituta do código de barras, é uma tecnologia de transformação que pode ajudar a reduzir desperdício, limitar roubos, gerir inventários, simplificar a logística e até aumentar a produtividade. Uma das maiores vantagens dos sistemas baseados em RFID é o fato de permitir a codificação em ambientes hostis e em produtos onde o uso de código de barras não é eficiente (BERNARDO: Set. 2004). 46 Identificação por radiofrequência (RFID) - em linha <http://www.intel.com/portugues/business/bss/technologies/rfid/index.htm> 150 Índice Percebe-se que tais vantagens são significativas e que agregam informações aos produtos que antes implicavam em mais tempo para serem obtidas, mas também há algumas desvantagens a mencionar. Desvantagens do uso da Identificação por Radiofrequência Como desvantagens, podem-se apresentar as seguintes: •• O custo elevado da tecnologia RFID em relação aos sistemas de código de barras é um dos principais obstáculos para o aumento de sua aplicação comercial. •• O preço final dos produtos, pois a tecnologia não se limita apenas ao microchip anexado ao produto. Por trás da estrutura estão antenas, leitores, ferramentas de filtragem das informações e sistemas de comunicação; •• O uso em materiais metálicos e condutivos pode afectar o alcance de transmissão das antenas. Como a operação é baseada em campos magnéticos, o metal pode interferir negativamente no desempenho. Entretanto, encapsulamentos especiais podem contornar esse problema fazendo com que automóveis, vagões e contentores possam ser identificados, resguardadas as limitações com relação às distâncias de leitura. Nesse caso, o alcance das antenas depende da tecnologia e frequência usadas, podendo variar de poucos centímetros a alguns metros (cerca de 30 metros), dependendo da existência ou não de barreiras; •• A padronização das frequências utilizadas para que os produtos possam ser lidos por toda a indústria, de maneira uniforme. •• A eventual invasão da privacidade dos consumidores por causa da monitorização das etiquetas coladas nos produtos. Para esses casos existem técnicas, de custo ainda elevado, que bloqueiam a funcionalidade do RFID automaticamente quando o consumidor sai fisicamente de uma loja. 4.1.3.1.3 Aspectos Políticos e Sociais na EU •• Muitos dos constrangimentos e desvantagens identificadas estão relacionadas com aspectos políticos e sociais. Um dos factores sociais mais relevantes e discutidos é a segurança. Nesse sentido, a PC Guia47 apresenta as seguintes de recomendações para os utilizadores e consumidores de produtos sujeitos a tags RFID: •• Se o facto de ter todas estas etiquetas à sua volta, no entanto, lhe dá pesadelos pela possível falta de privacidade, então talvez precise de experimentar o RFID Guardian (www.rfidguardian.org). Este dispositivo portátil alimentado a bateria ainda na fase de protótipo visa impedir que intrusos consigam ler as suas etiquetas e alerta-o para essa situação, garantindo assim que os seus dados estão protegidos conta olhares indiscretos. •• A tecnologia subjacente mostra que a RFID não significa a chegada iminente do Big Brother, mas ainda assim apresenta motivos para preocupação. Por isso, se lhe for oferecido um cartão inteligente RFID, invista algum tempo para se informar a seu respeito. Que dados contém a etiqueta? Estão codificados? Qual é 47 A RFID está a confundir o utilizador? - PC Guia MAIO 2007 151 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais o alcance máximo a que podem ser lidos? Se for utilizada devidamente, a RFID permitirá que todos poupem tempo e dinheiro, mas isso não deverá ser à custa da nossa privacidade e da segurança dos dados. Num dos exemplos mencionados, refere-se que um hospital em Taiwan utiliza actualmente a RFID no punho fornecido aos pacientes, o qual serve para identificálos, verificar se estão na sala de operações certa, etc. Apesar disso, nem mesmo a RFID activa é verdadeiramente adequada para uma vigilância do tipo Big Brother. Sim, o alcance aumentou, mas só até próximo dos 100 metros. Num estudo da SYBASE também são abordadas algumas questões que têm sido levantadas relativamente à sua segurança e efeito que a tecnologia RFID poderá surtir sobre a privacidade. Efectivamente, qualquer nova tecnologia, ao procurar novos desafios e novos mercados, depara-se inevitavelmente com algumas ondas de objecção de alguns sectores. É nisso que consiste uma sociedade de informação, pois pelo facto de possuir maior facilidade para aceder à informação, é possível informar e formular, de forma mais esclarecida, uma opinião. No caso do RFID aplica-se a mesma lógica, pois é do interesse das próprias entidades que se situam neste mercado, que se discuta e se promovam discussões acerca do assunto, quer sejam abonatórias ou não. Assim será possível colmatar falhas de segurança, conhecer melhor em que áreas de mercado poderá existir uma maior necessidade - essencialmente melhorar a tecnologia. Índice Finalmente, é também prioridade da Comissão Europeia estabelecer contactos e relações próximas com terceiros países, particularmente com os USA e a Ásia, com o objectivo de conseguir interoperabilidade entre os sistemas tecnológicos existentes baseados em standards internacionais e transparentes. 4.1.3.2 Aplicação do RFID no sector da Logística e dos Transportes 4.1.3.2.1 Evolução mais recente De acordo com os resultados de um inquérito realizado em Julho de 2006 pela EyeforTransport a empresas e organizações do sector da logística e dos transportes49, sobre a evolução do RFID, destacam-se as seguintes conclusões: Em termos da adopção desta tecnologia, a sua utilização efectiva ou planeada está a crescer em relação ao ano passado. Há mais empresas a implementar projectos deste tipo e o número das que ainda estão à espera para ver o que os clientes e parceiros irão fazer está a diminuir (ver figura seguinte). Which opinion best describes your company’s present RFID adoption strategy? 2006 Em linha com estas preocupações, estão as reflexões e políticas da EU48 relativamente ao RFID. Apesar dos potenciais benefícios e vantagens desta tecnologia, a sua maior utilização levanta alguns problemas nas áreas da privacidade e segurança e regulação e compatibilidade internacional. 7% 2005 22% 3% 19% 16% 14% 25% 35% 32% Um dos maiores desafios para o poder político, é criar uma visão comum e um grupo de objectivos para que o RFID seja um factor que permita manter a Europa mais inovadores e competitiva. E ao mesmo tempo, os cidadãos devem ter as ferramentas a liberdade de opção para a protecção da sua privacidade e segurança. Como resposta a estes desafios, a Comissão Europeia continuará a analisar as alternativas e opções que permitam responder a estas preocupações dos stakeholders mais relevantes. Um dos assuntos políticos mais importantes e com impacto na segurança e privacidade dos cidadãos é a viragem da tecnologia RFID para a “Internet das coisas” (Internet of Things), conceito ainda em evolução e que implica um grau mais elevado de atenção por parte dos decisores políticos. A Comissão Europeia anunciou a criação de um fórum de stakeholders representativos da realidade Europeia e das áreas mais atingidas por esta nova tecnologia. Este grupo irá promover o diálogo entre consumidores, organizações, autoridades nacionais e coordenar acções para responder aos desafios identificados. Outro dos objectivos será aumentar a notoriedade do RFID e chamar a atenção dos estados membros e dos cidadãos para os seus maiores impactos na economia e na sociedade. 48 http://ec.europa.eu/information_society/policy/rfid 152 27% Already have or are rolling out a working solution Currently piloting a solution Actively accumulating research and formulating strategy, but not yet conducting a pilot Waiting to see what customers and partners do before taking any direct action Do not feel RFID is right for our company, and will not be actively pursuing it at this time Fonte: Eye, 2006 Dentro do sector das empresas da logística e dos transportes, o segmento dos transitários inclui a maior percentagem de empresas que já estão a utilizar o RFID (ver figura seguinte), ainda que numa percentagem inferior ao ano anterior. De facto, com excepção do segmento do transporte rodoviário, a percentagem de empresas que estão a usar RFID está a diminuir. 49 RFID in Transportation & Logistics - An analysis of eyefortransport’s recent survey - July 2006 153 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais 3 PLs - 2006 3 PLs - 2005 2% 2% 23% 31% Índice Em termos dos benefícios, o considerado mais importante foi o aumento da eficiência, exactidão e transparência nas operações (ver figura seguinte). 28% Important benefits when adopting an RFID solution 31% 21% 23% 20% Already have or are rolling out a working solution 19% Reduced internal labour cost 2006 37% Actively accumulating research and formulating strategy, but not yet conducting a pilot 2005 38% Waiting to see what customers and partners do before taking any direct action Compliance with my customers’ requirement 2006 Currently piloting a solution Trucking 2006 Trucking 2005 3% 9% 5% 9% 14% 15% 36% 35% 37% Do not feel RFID is right for our company, and will not be actively pursuing it at this time 37% Verifica-se que ainda há uma elevada percentagem de empresas de todos os segmentos que estão a adoptar uma atitude de “ver para crer”. Apesar da importância de todos os factores analisados, a necessidade de cumprir com os requisitos dos clientes em termos da utilização do RFID foi visto como o mais importante nas empresas de transitários e logística e transporte rodoviário. Para as empresas de armazenagem e distribuição, o factor principal é o custo e a produtividade. Respondents say the following factors are significant when deciding if and when to adopt an RFID solution 92% Trucking 77% 92% 47% 37% 55% 2005 18% 10% 39% 34% 16% 38% Improved efficency, information accuracy and visibility in our operation 2006 2005 5% 22% 6% 32% 7% 4% 57% 48% Somewhat important Somewhat important 13% 7% 41% 40% 2005 Very important Very important 40% 31% Winning new customers who are looking for an RFID solution within the overal package of transport and logistics services 2006 16% 6% 31% 10% 4% 40% 2005 22% 4% 33% 45% Winning new customers who are looking for an RFID solution within the overal package of transport and logistics services 2006 12% 4% 39% 8% 5% Less important Less important Not important Not important No que diz respeito aos obstáculos, o custo de hardware, software e integração é ainda considerado o principal e que também está relacionado com o seguinte na escala que é a fraqueza do “business case” de um projecto RFID (ver figura seguinte). 85% 3 PL / Logistics 79% 79% 75% Warehousing / Distribution 79% 86% 76% Air /Rail / Sea carrier 69% Significant obstacles to adopting an RFID solution Cost of harware, software and integration still too high for my company to achieve fas RO 39% 35% 42% 2005 My costumers are not yet demanding that i adopt or plug into ther RFID solution 38% 40% 27% 37% 2005 16% 10% 30% 14% 6% 22% 19% 11% 14% 73% 62% Manufacturer / Retailer 63% 50% My customers are either currently using RFID or have decided to use RFID in the near future, and my company needs to be able to comply with their requirements and plug into their RFID technology An RFID solution to offer our current and future customers will drive new sales RFID will reduce costs, increase productivity and improve data accuracy within my company’s internal operations 154 The business case is still not strong enough for my company 21% 2005 28% Lack of information on RFID’s current capabilities and limitations, including frequency levels, transmission 18% 2005 19% The products we handle are not optimal for RFID 16% 2005 18% 50% 19% 10% 42% 20% 10% 40% 27% 42% 25% 20% 31% 8% 33% 23% 15% 26% 39% 155 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Significant obstacles to adopting an RFID solution (cont.) Our current technology gives us the efficiency, accuracy and visibilty we need 2005 19% 46% 16% 42% Lack’s of industry standards 30% 2005 29% Very important Very important Somewhat important Somewhat important Less important Less important 26% 9% 32% 39% 37% 10% 21% 10% 26% 8% Not important Not important Pode-se concluir que a adopção do RFID está a aumentar mas a um ritmo muito lento. De certa maneira, a implementação de soluções RFID depende mais da vontade dos clientes destas empresas do que de uma postura proactiva de acompanhar a evolução tecnológica no sector da logística e dos transportes. As empresas transitárias, produtos e retalhistas são actualmente os maiores utilizadores do RFID, com a maior percentagem de empresas que estão a utilizar RFID ou a preparar-se para este efeito. O maior benefício do RFID é o aumento da eficiência e transparência na gestão das operações logísticas. Em contrapartida, os maiores constrangimentos para o desenvolvimento de projectos baseados no RFID são o custo de implementação, a percepção que ainda não há um standard nesta indústria e a convicção que as tecnologias existentes nas empresas (já amortizadas) ainda podem realizar as tarefas do RFID. 4.1.3.2.2 Análise de casos de implementação Analisam-se em seguida alguns casos de implementação do RFID no sector da logística e dos transportes, seleccionados de experiências em Portugal e no Brasil: Caso Gestão Contentores A empresa global de logística, Schenker, iniciou uma fase de testes, com a tecnologia RFID, para rastrear contentores utilizados para envios de longa distância. Este teste iniciou-se na sua subsidiária alemã, Deutsche Bahn, que colocou tecnologia RFID em 10 dos seus contentores. Esta é mais uma inequívoca resposta do mercado à grande utilidade vislumbrada no RFID no futuro de todos os processos logísticos, permitindo que os fornecedores e retalhistas controlem os seus bens ao longo de toda a cadeia de fornecimento. Esta solução permitirá que os contentores sejam automaticamente registados onde a responsabilidade pelos bens mude. Desta forma essa encomenda ficará imediatamente visível em pontos fulcrais da cadeia de distribuição. Nesta caso da Logística global na Schenker, era também referido que apesar do elevado 156 preço associado à colocação de tags em cada produto as contribuições do investimento de empresas como a Wal-Mart e a Metro feito no RFID precipitaram uma descida dos preços das tags e estão a permitir ultrapassar alguns dos constrangimentos relacionados com o custo deste tipo de projectos. Caso Transporte Ferroviário50 Neste projecto mais académico desenvolvido para a CP em Portugal, a solução aplicacional de RFID, que funciona como um terminal, encontra-se numa central de gestão de eventos, recebendo eventos remotos e procurando tratá-los remotamente. A arquitectura RFID tem a função de identificar os comboios que circulam na linha ferroviária entre zonas de acantonamento e enviar esta informação à central. Quando um comboio entra numa nova zona de acantonamento, é instanciado pela solução aplicacional um novo fluxo de trabalho que tem a função de regular a sua circulação. A central, ao receber os eventos vindo da arquitectura RFID implementada, passa a conseguir gerir a circulação dos comboios através de fluxos de trabalho. Ao manter o registo das acções do comboio, pode-se tomar decisões quando é necessário. Quando um comboio tem que parar ou sair da estação, o fluxo de trabalho deve controlar estas acções, registando a informação necessária e tomando decisões como a mudança de estado do sinal e da cancela mais próxima. Estas decisões também são controladas através de fluxos de trabalho. Pode acontecer nestas situações que um fluxo de trabalho instancie outro fluxo de trabalho. Os fluxos de trabalho devem conter informação suficiente para se poder identificar posteriormente a razão da instanciação. Muitas das decisões que devem ser realizadas são bastante críticas e merecíveis de grande controlo ao lidar com a situação. Quando a central identifica que há a necessidade de um comboio ultrapassar outro comboio, esta manobra tem que ser realizada de forma segura. Pode haver a necessidade do comboio a ser ultrapassado, ter que estacionar noutro ramal. Neste caso, o comboio deve pedir autorização à central para entrar noutro ramal e a central deve autorizar o desvio, alterando o estado das agulhas do ramal mais próximo. Este conjunto de decisões deve ser realizadas com a ajuda dos fluxos de trabalho. Este projecto enquadra-se na gestão de eventos que apoia a exploração de linhas ferroviárias de baixo tráfego. O uso da tecnologia RFID irá permitir controlar o tráfego na linha de comboio, centralizar o funcionamento das cancelas nas passagens de nível e o funcionamento dos semáforos que se encontram nas estações. A solução aplicacional construída durante, regista tipos de eventos para, posteriormente, ser tratado da maneira mais apropriada. A gestão dos eventos é conseguida através da execução dos processos de negócio que controlam o fluxo de funcionamento do tratamento de eventos, desde o seu registo até Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, RELATÓRIO FINAL DE PROJECTO sobre Framework e Middleware RFID para Rastreabilidade e Segurança realizado por Pedro Alexandre Reis Sá da Costa, Lisboa, 29 de Junho de 2006. 50 157 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais ao término de execução de um evento. Por exemplo, quando o comboio passa por um leitor RFID, a etiqueta RFID instalada no comboio é automaticamente identificada e é enviado um evento para a central. O evento recebido é registado. Quando um evento começa a ser tratado, instancia-se um fluxo de trabalho designado para o tipo de evento. No caso do exemplo descrito, o tratamento do fluxo pode criar novas acções para serem executadas, como enviar comandos à cancela mais próxima do comboio para se fechar. Caso de Gestão de Frotas51 No Brasil, o abastecimento de combustível de frotas de autocarros ou transportadoras já pode ser controlado com a tecnologia RFID. Fixando-se um tag na boca do tanque de cada veículo, cujo número de série único é identificado por um leitor instalado no bico da bomba que autoriza o abastecimento. O tag também pode ser instalado no pára-brisas dos veículos e a identificação para autorização do abastecimento é feita por uma antena instalada próximo à bomba. Para evitar rotas de fuga das portagens, que colocam em risco a carga e a vida de pessoas, concessionárias e transportadoras podem adoptar um cartão ID no qual são inseridos créditos. Quando o veículo passa pela cabine de cobrança o valor da portagem é descontado, tornando a passagem mais rápida52. A rota dos veículos também pode ser rastreada on-line por antenas instaladas no percurso que enviam informação para a central de controlo, facilitando a localização em casos de roubo. Registro de pesagem de camiões é outra aplicação muito comum. Quando o camião entra na balança ele é automaticamente identificado e pesado, proporcionando uma operação ágil e segura. O sistema também permite recolher dados durante o trajecto que serão lidos no momento da pesagem (TI-Brasil:2001). Caso de Acesso e Pesagem Automática de Camiões A Cargill comercializa, processa e distribui produtos agrícolas, alimentares, financeiros e industriais no mundo inteiro com 97 mil funcionários trabalhando em 59 países. Com sede em Minneapolis (Minnesota - EUA), a Cargill foi fundada há mais de 137 anos e é a maior empresa norte-americana de capital privado. No Brasil, a Cargill implantou em duas das suas fábricas, Cubatão e Mairinque, para maior comodidade e segurança, um sistema de identificação de camiões com cartões de proximidade de baixa frequência. Trata-se de um Sistema de Pesagem em que na entrada, o camião sobe na balança e o motorista aproxima o cartão do leitor para ser identificado. Após a pesagem e a identificação, o software de controlo vincula o peso do camião na entrada com o número do cartão de proximidade e libera a cancela para que o caminhão possa entrar, caso este número já esteja cadastrado no banco de dados. Na balança de entrada da fábrica de Mairinque, o camião depois de identificado e pesado, prossegue para carga ou descarga de materiais. Na saída, o camião pára 51 Texas Instruments, ”TI-RFID: Controle de Frotas e Pedágios”, TI-RFID Disponível em: http://www.ti.com/tiris/brazil/aplicacoes/controle_frotas.htm 52 É uma tecnologia parecida com a utilizada pela Brisa em Portugal na Via Verde. 158 Índice novamente sobre a balança e o motorista aproxima o cartão do leitor. Imediatamente, o sistema com os dados da entrada e saída mostra ao conferente quantos quilos foram carregados ou descarregados para que o mesmo confira com o conteúdo da nota fiscal. Caso de Gestão Portuária53 Trata-se de mais um caso de RFID no Brasil, desenvolvido pela Unisys no Porto de Santos. Foi um projecto-piloto de controlo de contentores por radiofrequência da responsabilidade da empresa importadora de café, Sara Lee (multinacional de origem USA), no porto de Santos. Este projecto foi desenvolvido em resposta à medida do programa norte-americano “Operação de Comércio Seguro” (uma das medidas de reforço da segurança nos USA após o 11 de Setembro), cujo objectivo foi aumentar a segurança no transporte de produtos por contentores que chegam aos portos dos USA. Este projecto foi desenvolvido no Brasil em conjunto com as autoridades portuárias de New Jersey e New York, e foi considerado “piloto” por ser um teste das soluções que poderão ser adoptadas pelo governo norte-americano como padrão de importação de mercadorias por contentores. O controle das cargas de café é feito a partir da tecnologia RFID, que possibilita a leitura e a monitorização das etiquetas que são colocadas nos contentores deste importador no porto de Santos. A mercadoria é etiquetada e monitorizada desde o carregamento do contentor até o momento em que chega aos Estados Unidos. Com a ajuda do sistema, é possível comunicar rapidamente se houve alguma violação na carga durante o trajecto até New Jersey. O objectivo é evitar tentativas de violação dos contentores, garantindo a segurança da mercadoria, e agilizar o processo de libertação da mercadoria nos portos americanos, já que as autoridades locais são constantemente avisadas das condições do transporte. O levantamento da cadeia de abastecimentos da Sara Lee foi realizado pela Unisys em 2005. Além da rota Santos/New Jersey, o governo dos EUA seleccionou outras 17 rotas, em todo o mundo, para a realização dos projectos-piloto de Operação de Comércio. A partir daí, o governo poderá definir as regras e os padrões para o controle de importação de contentores pelos EUA. Actualmente, mais de 21 mil contentores chegam aos portos dos Estados Unidos todos os dias, e, segundo a agência norteamericana, os mecanismos de segurança utilizados nos portos até hoje ainda são muito vulneráveis. É de notar que este projecto teve um enorme impacto na Europa, obrigando os estados membros a reforçar os seus meios de controlo e resposta às exigências dos USA a este nível. Será sem dúvida um dos factores que explicam que as empresas transitárias e os maiores fabricantes e retalhistas envolvidos no comércio com os USA, tenham desenvolvido os primeiros projectos-piloto RFID. 53 COMPUTERWORLD, “Unisys realiza projeto com RFID no Porto de Santos” Artigo Revista Computerworld, São Paulo. Disponível em: http://computerworld.uol.com.br/AdPortalv5/adCmsDocumentShow.aspx?DocumentID=79487 159 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice 4.1.3.2.3 Impacto do RFID na logística inversa Para ilustrar o impacto do RFID na Logística Inversa recorreu-se aos resultados de um estudo realizado na Holanda pela consultora Logica54 sobre os produtos de transporte e embalagem reutilizáveis - PTER (por exemplo, as paletes). Tradicionalmente a cadeia de abastecimentos é baseada na oferta (supply driven). O sistema utilizado (push) tem origem em dois conceitos básicos: o ênfase na eficiência e que a oferta cria a sua própria procura. No entanto, as mudanças no comportamento dos consumidores e o aumento do poder dos retalhistas estão a colocar uma maior pressão na capacidade de resposta à procura dos consumidores, tornando a gestão da cadeia de abastecimentos mais baseada na procura (demand driven). O sistema push está a ser substituído por um sistema pull com maior ênfase na eficácia. A maior velocidade, flexibilidade e fiabilidade são factores cada vez mais importantes e que podem ser conseguidos com suporte do RFID. Isto porque esta tecnologia permite a recolha e tratamento da informação em tempo real e a consequente redução de stocks. O RFID não tem um impacto directo na redução de stocks, mas a informação em tempo real gera maior visibilidade e contribui significativamente para melhorar o planeamento e reduzir a incerteza na cadeia de abastecimentos. Em termos dos pressupostos utilizados neste estudo, considerou-se que o objectivo a atingir era a gestão do fluxo de mercadorias, informação e financeiro e em que o RFID era a tecnologia utilizada para suportar a gestão dos fluxos relacionados com os PTER. O esquema seguinte ilustra de uma forma geral a cadeia de abastecimentos, com o fluxo de mercadorias (1) e os possíveis fluxos de PTER (2,3,4). Supplier (2) Production facility Transport items European DC (3) Regional DC Shop Store (Returnable) Transport items (4) Collection area Transport Items De notar ainda que a legislação europeia mais recente é muito exigente em termos de requisitos ambientais e no controlo da qualidade. Isso levou a uma maior necessidade de ter informação sobre os produtos, especialmente no caso dos produtos alimentares em que os fornecedores são obrigados a conhecerem a origem e destino dos produtos ao longo do primeiro nível mais próximo da cadeia de abastecimentos. Esta situação cria a necessidade de cadastro e seguimento dos produtos, que também se aplica à logística inversa, sendo os PTER objecto de atenção especial, especialmente por questões ambientais. 54 Making Waves: RFID Adoption in Returnable Packaging - RFID Benchmark Study - LogicaCMG Nederland B.V. 2004 160 De acordo com o road map desenhado para a adopção do RFID na indústria da logística inversa (segmento dos PTER), as empresas irão de uma forma gradual implementar projectos baseados nesta tecnologia ao longo dos próximos anos (ver figura seguinte). Late Followers Followers Pilots Implementation Early Adopters Fully operational 2004 2005 2006 2007 2008 A implementação deste tipo de projectos irá exigir muito esforço das empresas pioneiras (grandes retalhistas e indústrias de embalagens) e terá um enorme impacto em toda a cadeia de abastecimentos (não só na inversa). Isso levará a que as empresas seguidoras não tenham outra opção e implementem os seus projectos com base nos resultados e nas experiências dos pioneiros. Em termos das aplicações emergentes de RFID na área dos PTER, podem-se destacar: •• Gestão de activos PTER – permite que as empresas que gerem as embalagens (paletes reutilizáveis) possam reduzir stocks, custos de transporte e administrativos, diminuir as perdas e a contrafacção e oferecer novos serviços. No entanto, estas empresas dependem do investimento que os retalhistas fizerem na recolha de dados ao longo da cadeia através de leitores RFID. •• Seguimento do fluxo de entrada e saída de PTER – as maiores vantagens são para os retalhistas e produtores. Neste caso, poderá ser disponibilizada informação adicional sobre a expedição (por exemplo, a data provável de entrega), através de uma etiqueta (read/write RFID tag). Finalmente, é de referir que em relação aos PTER, o preço das etiquetas não é um dos principais constrangimentos. Isto porque a etiqueta pode ser reutilizada ao longo do ciclo de vida da embalagem. O maior problema será ao nível do preço dos leitores, mas que terão uma provável descida no custo nos próximos tempos. 4.1.3.3 Perspectivas futuras para o desenvolvimento do RFID 4.1.3.3.1 Tendências globais Ainda existem questões de vários tipos que se colocam em termos do futuro do RFID. No que diz respeito à tecnologia, ainda se estão a investigar os impactos do ambiente (por exemplo, influência da água e dos metais) nas interferências com a radiofrequência. Por outro lado, existem outras questões críticas relacionadas com o desenvolvimento de software de middleware standard para integração das aplicações de RFID com aplicações de ERP e de WMS (warehouse management systems). E não 161 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais menos importantes são as questões dos standards, sendo prova disso o trabalho que está a ser desenvolvido pela organização EPCglobal. A sua coexistência com o código de barras, actualmente utilizado, deverá ser uma realidade imperativa nos próximos anos. No entanto o seu âmbito poderá não se restringir à evolução de outras tecnologias principalmente porque, quando aliada a outras, poderá não só identificar e rastrear como também detectar propriedades: como a temperatura ou a pressão. No que diz respeito ao custo das etiquetas, a perspectiva é de descida acentuada nos próximos anos devido ao maior volume de etiquetas em circulação (tanto activas como passivas - WORM write-once read many). No recente estudo publicado pela Sybase55, verifica-se que ao nível dos custos associados à implementação da tecnologia, estes têm reduzido de forma acentuada, fruto tanto da grande quantidade de encomendas que têm sucedido no mercado, como das encomendas de em grandes quantidades. Se, além disso, se tomar em linha de conta um estudo, realizado pela AMR Research, em que são identificadas três fases do processo evolutivo da tecnologia: fase dos pioneiros, fase de crescimento e fase de adopção generalizada; então poderíamos afirmar que a tecnologia se encontra no início da segunda fase e que, como tal, a procura irá suplantar em muito as actuais necessidades de mercado. Desta forma, a maioria das empresas que pretendem apostar no sector, encontram-se neste momento à descoberta de formas de aplicar o RFID de forma a constitui-lo como uma mais-valia para o negócio. Convém igualmente referir algumas das questões essenciais para que o RFID evolua para a fase seguinte. Em primeiro lugar será necessário estabilizar e uniformizar standards. Existem actualmente vários grupos de discussão, constituídos por empresas de renome do sector, que se encontram a definir arquitecturas, protocolos, frequências de operação, etc. Além disso é necessário que os dispositivos físicos sofram ainda mais evoluções de forma a aumentar a sua fiabilidade e tempo de vida. Assim deverão surgir a curto e médio prazo empresas com grandes infra-estruturas na área da electrónica. Finalmente, do ponto de vista dos modelos de negócio, estes deverão ser estudados e desenvolvidos para que toda esta lógica de processamento possa depois ser aplicados à informação recolhida pelo RFID. De acordo com o documento da EU sobre o RFID56, as principais tendências apontam para um crescimento forte deste mercado. Com uma venda de 1.02 biliões de tags em 2006, o valor do mercado incluindo o hardware, sistemas e serviços deverá ter um forte crescimento de 2007 a 2017. Tendo em conta que o RFID oferece a possibilidade de recolher informação automaticamente e actuar em conformidade, sem necessidade de existir qualquer intervenção humana, o seu maior potencial estratégico centra-se não só nas áreas acima referidas como em aplicações para os consumidores. Entre as aplicações que terão um crescimento mais significativo, destacam-se as da área do transporte e logística, gestão da cadeia de abastecimentos, localização em tempo real, controlo acessos, agricultura, medicina e farmacêutica. No entanto, o RFID também impacto e influência no âmbito do eGovernment (por exemplo, nas áreas da RFID Solutions Genter - Análise sobre o Estado da Arte em RFID: 06-0ut-2006 Sybase EC Information Society and Media - Radio Frequency IDentification RFID, The Internet of things - March 2007, General fact sheet 54 (related to press fact sheet 5.1). Índice defesa e segurança) e na sociedade (por exemplo, nas áreas do desporto e lazer e casas inteligentes). E no futuro as etiquetas inteligentes permitirão a criação da “Internet das Coisas”, em que os objectos e a sua localização estarão directamente relacionados uma com a outra e em que haverá uma capacidade dos objectos interagirem de uma forma inteligente. 4.1.3.3.2 Exemplos de aplicação do RFID em Portugal e nos quatro mercados alvo Pretende-se concluir este relatório com a apresentação de alguns projectos RFID que estão a ser desenvolvidos em Portugal e nos restantes quatro mercado alvo desta análise de Benchmarking. Caso Português Exemplo 1 – Projecto RFID na Vicaima Fonte: http://www.creativesystems.pt/noticias_vicaima.html De acordo com informação da Creativesystems57, a Vicaima inovou com uma Solução RFID. A sua actividade, desde a fundação da empresa em 1959, consiste em conceber e produzir portas que participam na composição da casa, aliando estética, função e qualidade. Combinando o seu “know-how” da madeira às tecnologias mais avançadas, a marca conquistou os profissionais mais exigentes e tornou-se um dos líderes europeus no mercado das portas de interior. Este desenvolvimento foi conseguido essencialmente graças à internacionalização e focalização contínua na Inovação, através de Investigação, Concepção e Desenvolvimento. Nesse sentido, a Vicaima implementou uma solução RFID (Radio Frequency Identification) da Creativesystems para controlo de produção e logística. A tecnologia RFID é utilizada nos produtos individuais transformados na Vicaima. Todos os produtos passam a conter um tag ou etiqueta RFID que é impressa e codificada nas próprias linhas de produção, permitindo uma maior flexibilidade e eficiência ao nível do controlo de produção, integrada on-line com o ERP. O processo de leitura é efectuado de forma automática nas linhas de produção, permitindo validar todos os produtos a produzir com enorme redução da intervenção humana. Em termos logísticos, passa a ser possível detectar num espaço de tempo reduzido e sem margem de erro qualquer produto que seja necessário movimentar ou expedir. Os ganhos em termos de produtividade e a eliminação de potenciais erros são claramente os grandes benefícios desta solução. Segundo a Creativesystems, numa segunda fase deste projecto, serão optimizados outros processos logísticos do grupo Vicaima, alargando as vantagens da tecnologia RFID à restante cadeia logística. 55 56 162 57 http://www.creativesystems.pt/noticias_vicaima.html 163 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Exemplo 2 – Projecto RFID na Throttleman Exemplo 3 – outros exemplos Fonte: http://www.creativesystems.pt/noticias_throttleman.html Fonte: Jornal Expresso 2004/05/29 - Nrº 1648 A Creativesystems desenvolveu em parceria com a SYBASE Portugal e a Paxar um projecto RFID na Throttleman58. Trata-se do RetailID, cuja implementação beneficia das sinergias entre os três maiores especialistas em tecnologia RFID aplicada ao sector do retalho. A Paxar encarrega-se do fornecimento e da impressão das etiquetas RFID, a Sybase contribui com as soluções de software e a CreativeSystems responsabiliza-se pelo fornecimento, suporte e integração do hardware. Num artigo do jornal Expresso59 foi possível identificar outros casos nacionais de implementação de projectos RFID. Da pesquisa efectuada, verificou-se que os clientes obtêm ganhos ao nível da produtividade directa e da eliminação de erros. De acordo com a Blaupunkt Auto-Radio Portugal, “A solução implementada usando RFID, permitiu-nos complementar as funcionalidades do sistema SAP, colocando à disposição da gestão dos Armazéns uma solução integrada com Resultados importantes na produtividade e qualidade do trabalho”. Numa outra empresa industrial, a Oliveira & Irmão, S.A., é referido que, “A solução RFID na área da Logística, integrada com o nosso ERP em tempo real, permitiu-nos não só agilizar certas operações como também obter um maior controlo sobre as mesmas, evitando a ocorrência de alguns erros”. Em termos de projectos de maior dimensão, é de destacar o desenvolvido pelos CTT. Tratou-se de um dos maiores projectos de RFID realizados em Portugal, onde os CTT investiram um milhão de euros numa aplicação para controlar e gerir as encomendas expresso numa filosofia de “track and trace”. Utilizando tecnologia RFID na banda UHF, com equipamento Classe 1 Geração 2, o projecto envolveu todas as entidades que trabalhem na linha de produção da marca Throttleman: desde a produção de etiquetas à colocação das mesmas por parte dos confeccionadores, para posteriormente aquando da recepção em armazém ser efectuada a contabilização automática dos itens. Após o piloto inicial, em que ficou claramente demonstrada a fiabilidade e aumento considerável de eficiência que a tecnologia permite atingir, a Throttleman prepara-se para receber novas colecções que irão contar com peças de roupa com tags RFID. A solução adoptada pela Throttleman - RetailID - está assim dividida em três áreas diferenciadas: Edgeware, Integração e RetailID Solutions. •• A Camada Edgeware é composta pela camada física RFID da plataforma: TAGs Passivas, Activas, Leitores Manuais, Antenas e Leitores Fixos, Pórticos, Túneis de Leitura, etc. Existe um vasto conjunto de equipamentos que podem ser integrados, dependendo do cenário de cada empresa. •• A Camada Integração agrega as funcionalidades de integração entre o EdgeWare e as Soluções RetailID. O RFID Anywhere é assim responsável pela gestão, filtragem de informação proveniente da camada física e integração da mesma com a camada aplicacional. Será igualmente possível com este middleware único no mercado disponibilizar informação recorrendo a vários mecanismos de messaging, possibilitando a integração com ERPs ou outros aplicativos existentes. •• A Camada RetailID Solutions agrega a totalidade das funcionalidades de negócio relacionadas com a gestão, controlo e rastreabilidade de itens: •• Controlo e Validação de Itens nos Armazéns e Lojas •• Rastreabilidade de Itens •• Inventário em tempo-real em Armazéns e Lojas •• Sistema Anti-Fraude •• Magic Mirror: Novo canal de merchandising nos Provadores das Lojas •• QoS (Qualidade de Serviço): Análise e Optimização de Processos 58 http://www.creativesystems.pt/noticias_throttleman.html 164 Finalmente, é de referir o empenho da equipa do Plano Tecnológico na criação de condições para que Portugal seja um dos países lideres na utilização desta tecnologia. O seu responsável, Prof. Carlos Zorrinho, afirmou recentemente numa conferência do Centro de Excelência de Desmaterialização de Transacções, que a sua equipa está a participar activamente no fórum da EU sobre o RFID e a “Internet das cosias” e que esperam poder realizar em Novembro de 2007 em Lisboa a conferência da união europeia. Caso Sueco Exemplo 1 – Projecto RFID no Parlamento Sueco Fonte: RFID Weblog, Gautam, Setembro de 07 http://www.rfidweblog.com/50226711/swedish_parliament_and_rfid. php site consultado em 15.09.07 Trata-se do melhor exemplo de afirmação tecnológica por parte de um Governo. O Parlamento Sueco seleccionou uma empresa especialista para desenvolver uma aplicação RFID relacionada com o seu sistema de votação. É um sistema baseado em cartões de controlo de acesso que foram emitidos aos membros do parlamento (mas que não exigem o contacto físico com os leitores de RFID, podendose votar em qualquer local do parlamento). Espera-se que este sistema torne as votações mais rápidas, seguras e que seja mais conveniente para os membros do parlamento. São este tipo de exemplos que poderão tornar o RFID mais conhecido do público em geral e que aumento o seu grau de confiança nesta tecnologia. 59 Jornal Expresso 2004/05/29 - Nrº 1648 165 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Exemplo 2 – Caso de RFID na competição de SKI em Vasalopper na Suécia Fonte: News Attic, 26 de Fevereiro de 2005, http://newsattic.com/d/hl/rfid_tags_for_swedens_vasalopper_ski_racers. html site consultado em 15.09.07 Em 2005, eram esperadas cerca de 15.800 participantes na competição de SKI em Vasalopper na Suécia. Todos os participantes utilizaram um chip RFID que permitia um registo electrónico dos seus tempos ao passarem por todos os checkpoints da prova. Os dados eram trabalhados e apresentados sob a forma de um relatório dos tempos de cada um dos participantes, que era disponibilizado na Internet. O site oficial de Vasaloppet recebeu cerca de 19 milhões de clicks só no dia da prova. Ao assinar o serviço de SMS de Vasaloppet, a família e os amigos dos participantes podiam seguir o resultado individual do participante em cada umas das provas, através de uma mensagem que recebiam nos seus telemóveis. Exemplo 3 – O RFID é utilizado pelo departamento de polícia da Suécia na sua iniciativa do passaporte electrónico Fonte: http://www.rfida.com/weblog/2005/10/rfid-sweden-national-electronic.htm (site consultado em 15.09.07) ACG ID e Arcontia fizeram a implementação do equipamento de leitor de RFID seleccionado pelo departamento de polícia da Suécia. Serão estes 320 equipamentos que não necessitam de contacto que irão formar a infra-estrutura que suporta o passaporte electrónico. A ACG Identification Technologies, é um fornecedor de tecnologia de leitores e cartões e a Arcontia AB é um fornecedor de cartões inteligentes para utilização do RFID. Foi este o consórcio seleccionado pelo departamento de polícia da Suécia para este projecto de âmbito nacional. Os equipamentos irão ser instalados nas esquadras de polícia e poderão ser utilizados pelos cidadãos no pedido de novos passaportes electrónicos. Caso Finlandês Exemplo 1 - Implementação de um sistema de gestão da produção, baseado em RFID, numa fábrica de pneus Fonte: http://www.trackway.eu/news.asp?lang=3&s=463&sua=4 (site consultado em 15.09.07 ) De acordo com informação da Trackway, foi entregue à fábrica Nokian Tyres plc (na Finlândia) um sistema de produção baseado em RFID. Este sistema inclui software, hardware, instalação e implementação da tecnologia e é o primeiro caso de RFID na área da gestão da produção na indústria Finlandesa. Esta instalação no layout fabril inclui cerca de 40 leitores de RFID. Para a indústria Finlandesa, este projecto visionário fruto da vontade e liderança da Nokian Tyres, é muito crítico para a futura utilização da tecnologia RFID no país. O objectivo da utilização do RFID é tornar o processo de produção mais eficiente e melhorar a competitividade desta empresa que é o maior produtor de pneus dos países nórdicos. A Nokian Tyres desenvolve e produz pneus de verão e Inverno para carros de passageiros e pneus especiais para maquinaria pesada. 166 Índice Para além disso, possui a maior cadeia de lojas de pneus a VIANOR. A Trackway é uma empresa de software Finlandesa fundada em 2001 com o objectivo de aumentar a eficiência dos processos logísticos utilizando tecnologias como o GPS, código de barras e o RFID. Exemplo 2 - RFID está a ser testado em embalagens farmacêuticas Fonte: http://e.finland.fi/netcomm/news/showarticle.asp?intNWSAID=48307 (site consultado em 15.09.07) Foi anunciado em Fevereiro de 2006 que o grupo Finlândes-Sueco Stora Enso e a empresa farmacêutica Finlandesa Orion Pharma estão a testar uma embalagem inteligente com etiquetas RFID. Estas novas embalagens (as primeiras deste tipo na Europa) irão ser lançadas em farmácias na Finlândia (em Helsinki, Turku e Tampere), assim como na Estónia. As embalagens de comprimidos poderão ser monitorizadas ao longo de toda a cadeia de abastecimento. Todos os envolvidos neste projecto esperam que este tipo de embalagens seja um auxílio na luta contra a falsificação de medicamentos (tendo em conta que 10% dos medicamentos em todo o mundo são falsificados, este tipo de tecnologia poderá ter um forte impacto). Caso Holandês Exemplo 1 - Implementação de RFID nas bibliotecas de Amesterdão Fonte: http://www.rfidjournal.com/article/articleview/1920/1/1/ Jonathan Collins, 14/10/ 2005 (site consultado em 15.09.07) Em 2005, foi implementado um projecto RFID em 25 filiais da biblioteca pública de Amesterdão que permite ajudar a gerir toda a sua colecção de livros (empréstimo e seguimento dos pedidos). Muitas das filiais já dispõem de leitores de RFID que permitem ao staff localizar os livros mais facilmente e saber rapidamente qual a sua disponibilidade. Este equipamento foi desenvolvido com a empresa francesa Tagsys - fabricante de equipamento RFID. No final do projecto, o público poderá utilizar equipamentos RFID para localizar os livros em todas as filiais, sem necessidade de apoio do staff da biblioteca. Estes equipamentos poderão identificar cartões de membros e outros detalhes dos livros (com etiquetas adesivas RFID) – em média existem 75.000 livros em cada biblioteca (filial). Estas etiquetas são fornecidas pelas empresas UPM Rafsec e pela Smartag e a empresa que está responsável pela implementação do projecto é a Autocheck Systems BV, especialista em segurança de bibliotecas e equipamentos de self-service checkout. Tradicionalmente, é o staff da biblioteca que faz manualmente a identificação e registo dos livros. Com o novo sistema, os equipamentos de checkout podem aceder ao software de gestão da biblioteca e gravar as transacções e mudanças na própria etiqueta RFID do livro. 167 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Exemplo 2 - Sistema RFID nas livrarias Holandesas Fonte: http://www.computerworld.com/mobiletopics/mobile/story/0,10801,110858,00.html, 25 de Abril de 2006, site consultado em 15.09.07 Neste caso, trata-se de um sistema em que os livros podem ser seguidos ao longo da cadeia de abastecimento (desde o armazém até às montras das livrarias). Este projecto de etiqueta RFID ao nível do item (livro) foi implementado pelo retalhista especializado no comércio de livros (Boekhandels Groep Nederland - BNG) numa nova loja em Almere na Holanda. A ideia é implementar este sistema em todas as suas 42 lojas que têm 2.2 milhões de livros nas suas prateleiras. Até ao momento, já foram colocados etiquetas em 38.400 livros na nova loja e a próxima implementação será na loja de Maastricht. Este projecto avaliado em USD 650.000, baseado em etiquetas RFID passivas, com um custo de 12 cents/unidade, permitirá obter elevados ganhos de eficiência (redução do tempo de processamento de encomendas e facilidade de localização dos livros nas prateleiras). A empresa de software envolvida neste projecto é a Progress Software Corp. (USA), que assume a responsabilidade pelo processamento dos dados e os requisitos de integração. No processo de utilização do código de barras tradicional, utilizados nas outras lojas, o staff necessita de 5 a 7 minutos para identificar e classificar cada título em caixas de 50 unidades que chegam à loja. Com a utilização do RFID, a caixa com as 50 unidades é tratada em 5 segundos. Este novo sistema mais automático permite aos clientes encontrarem o livro que procuram de uma forma mais fácil e rápida. Para além disso, consegue-se reduzir para metade o tempo de entrega de livros que não existam em stock na altura do pedido. Caso Dinamarquês Exemplo 1 - Utilização do RFID na Legoland (na Dinamarca) para maior segurança das crianças Fonte: http://www.rfidgazette.org/2004/04/denmarks_legola.html 28 de April de 2004, e http://www.informationweek. com/story/showArticle.jhtml?articleID=19202099 (sites consultados em 15.09.07) De acordo com a Information Week, este parque de diversões na Dinamarca permite que os pais das crianças saibam onde estão as crianças sem necessidade de qualquer contactos físico. Desta forma, os pais que visitam a Legoland perdem em privacidade mas ganham em descanso e segurança. A Legoland, um dos maiores parques de diversões da Europa (2,5 milhões de metros quadrados com 1.6 milhões de visitantes por ano), implementou um sistema de segurança e localização sem fios, baseado em tecnologias Wi-Fi e RFID. Exemplo 2 Aplicação de RFID nos transportes rodoviários de passageiros na Dinamarca Fonte: http://www.accessmylibrary.com/coms2/summary_0286-6419749_ITM, Johnson, John R., Business News Publishing Co, 01-11-00, site consultado em 15.09.07 Em Vejle na Dinamarca, a tecnologia RFID permite disponibilizar, à semelhança do que 168 Índice acontece nos aeroportos, os tempos de chegada e partida dos autocarros e respectivas plataformas com bastante antecedência. Esta informação é apresentada em monitores que se encontram nos terminais da empresa de transportes rodoviários de passageiros. Trata-se de um sistema que gere uma frota de 149 autocarros, que estão a operar em 13 cidades e 22 linhas regionais, com um total de 800 chegadas e saídas por dia. Info adicional sobre os principais Players internacionais: •• Nomes e contactos de fornecedores de sistemas RFID http://www.kellysearch.com/qz-product-125447.html •• Notícias e produtos sobre RFID http://www.rfidbizz.com/ 4.2 Saúde 4.2.1 Caracterização do Sector de e-Health Baseado na definição da organização mundial de saúde (WHO), os sistemas da saúde mundiais subscrevem cada vez mais o paradigma de serviços de saúde centrados no paciente e no cidadão. Ao mesmo tempo, todos os serviços de saúde enfrentam condições similares, como: •• Necessidade de melhorar a qualidade dos serviços e dos resultados médicos, •• Mais e melhor acesso para todos, •• Optimização da alocação de recursos escassos, •• Ênfase cada vez maior na saúde pública e em temas como o controlo e a prevenção da doença, investimento na educação para a saúde, na pesquisa médica e no conhecimento biomédico e TIC. Neste contexto a utilização de tecnologias de informação e de comunicação (TIC) constitui um dos modos de conseguir a sustentação da prestação de cuidados de saúde, sendo a sua aplicação designada por e-Saúde. Esta pode ter um impacto considerável tanto no lado dos receptores de cuidados de saúde, como na saúde pública ou ainda nas actividades relacionadas com a Saúde como também apoiando o lado do fornecedor para responder à procura crescente de cuidados de saúde. A interacção entre o fornecedor de serviços de saúde e a procura pode ser resumida como ilustrado na figura que se apresenta ao lado. Healthcare challenges Demand Demand More healthcare Faster access Better healthcare Stable resource base Improved eHealth productivity New clinical techniques More staff More assets As infra-estruturas e as redes de e-Saúde, com as aplicações e os serviços que disponibilizam, podem ajudar a dominar desafios nacionais dos sistemas da saúde e alargar o seu alcance a outros países, apoiando a mobilidade crescente dos cidadãos, 169 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice principio fundamental da unidade Europeia, com evidentes benefícios para países tanto de altos como de baixos rendimentos. Um aumento no uso das TIC não é um objectivo por si mesmo. Deve ser um meio adicional para atingir os objectivos estratégicos para a prestação de cuidados de saúde, compreendendo: 1. Elevada qualidade profissional dos cuidados de saúde; 2. Resposta linear e tempos de espera mais curtos; 3. Um nível da satisfação mais elevado do utente; 4. Melhor informação sobre o serviço e a qualidade; 5. Uso eficiente dos recursos; 6. Liberdade de escolha. Fazer melhor uso das TIC pode encurtar tempos de espera e contribuir para que os pacientes recebam informação de confiança sobre as terapêuticas que realizam. A notificação electrónica de marcação e o registo detalhado dos exames ou dos tratamentos a que o paciente é referenciado, foi demonstrado trazer vantagens tais como informação mais rápida e precisa aos pacientes, como quando esperar a admissão, assim como tempos de espera mais curtos e com melhor uso dos recursos existentes. A visão central para o uso das TIC nos serviços de cuidados de saúde é que os cidadãos, os profissionais de saúde, as autoridades e os administradores tenham acesso a informação actualizada através de canais criados para tal efeito. A este respeito, as TIC são um meio de impulsionar a eficiência do acesso à informação, à comunicação e à garantia de qualidade. Isto pode ser conseguido recolhendo a informação pretendida para a documentação ao nível do indivíduo e a informação para acompanhamento baseada em dados agregados. Três conjuntos de interesses devem ser analisados quando se aplicam soluções de TIC: •• Os interesses dos cidadãos; •• Os interesses de profissionais dos cuidados de saúde; •• O interesse geral da sociedade; É necessário ter atenção aos interesses de todos os grupos quando for evidente que estes não coincidem, nem são igualmente relevantes. Exemplo disto é o desejo dos profissionais de terem acesso facilitado à maior quantidade possível de dados de um paciente, contrariando o seu pedido para a confidencialidade ou a necessidade de gestão de dados detalhados opondo-se aos profissionais que desejam simplicidade dos registos. As TIC podem ter um impacto relevante em todos os aspectos dos cuidados de saúde, desde a disponibilização de informação para conduzir a estilos de vida saudável a fornecer novas ferramentas para projectar os medicamentos do amanhã; de tornar os sistemas de prestação de cuidados de saúde mais eficientes e capazes de responder mais efectivamente, a disponibilizar tecnologias móveis no domicílio. Todos os Europeus querem mais e melhores cuidados de saúde, para si e para as suas famílias. 170 Posição relativa quanto ao estado de saúde, à resposta em serviços e à justiça da contribuição financeira Saúde Resposta Justiça Financeira Nível Distribuição* Nível Distribuição* Dinamarca 28 21 4 3-38 3-5 Finlândia 20 27 19 3-38 8-11 Holanda 13 15 9 3-38 20-22 Suécia 4 28 10 3-38 12-15 Portugal 29 34 38 53-57 58-60 Por distribuição, entende-se a distribuição de cada um dos atributos (saúde e resposta dos serviços) dentro de cada país/ em cada população. Fonte: World Health Report, 2000 Contudo a Europa está a envelhecer, colocando-se uma pressão intensa sobre os sistemas de cuidados de saúde que representam em média cerca de 9% do PIB da EU (ver quadro abaixo). Total Health Care Expenditures as a Percent of Gross Domestic Product, by Country: 1970-2001 % Australia Austria Belgium Canada Czech Republic Denmark Finland France Germany 1 Greece Hungary Iceland Ireland Italy Japan Korea Luxembourg Mexico Netherlands New Zealand Norway Poland Portugal Slovak Republic 1970 1980 1990 1993 1998 2000 5,6 (1971) 7,0 7,8 8,2 8,6 8,9 5,3 7,6 7,1 7,9 7,7 7,7 7,7 4,0 6,4 7,4 8,1 8,4 8,6 9,0 7,0 7,1 9,0 9,9 9,1 9,2 9,7 5,0 7,2 7,1 7,1 7,3 8,0 (1971) 9,1 8,5 8,8 8,4 8,3 8,6 5,6 6,4 6,2 8,7 6,1 6,6 2001 7,8 8,3 6,9 6,7 7,0 8,6 9,4 9,3 9,3 9,5 9,9 (1992) 9,9 10,6 10,6 10,7 7,4 (1991) 7,7 6,9 6,7 6,8 7,1 (1991) 7,7 6,9 6,7 6,8 4,7 6,2 8,0 8,5 8,6 9,3 9,2 5,1 8,4 6,1 7,0 6,2 6,4 6,5 8,0 8,1 7,7 8,2 8,4 4,5 6,4 5,9 6,4 7,1 7,6 4,8 4,7 5,1 5,9 3,6 5,9 6,1 6,2 5,8 5,6 4,5 6,1 5,2 5,6 6,6 6,9 (1972) 7,5 8,0 8,5 8,6 8,6 8,9 5,1 5,9 6,9 7,2 8,0 8,0 8,9 4,4 6,9 2,6 5,6 7,7 8,0 8,5 7,7 8,3 5,3 6,4 6,4 6,0 6,3 6,2 7,3 8,6 9,0 9,2 5,8 5,7 5,7 171 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Total Health Care Expenditures as a Percent of Gross Domestic Product, by Country: 1970-2001 % 1970 1980 1990 1993 1998 2000 3,6 5,4 6,7 7,5 7,5 7,5 7,5 6,7 8,8 8,2 8,6 8,3 8,4 8,7 5,6 7,6 8,5 9,6 10,6 10,7 10,9 2,4 3,3 3,6 3,7 4,8 4,8 (1998) Spain Sweden Switzerland Turkey United Kingdom United States OECD Average Countries (28)2 2001 4,5 5,6 6,0 6,9 6,9 7,3 7,6 6,9 8,7 11,9 13,3 13,0 13,1 13,9 NA NA 7,3 8,0 8,0 8,1 8,4 OECD Average Countries (18)3 5,3 7,0 7,6 8,3 8,3 8,4 8,6 European Union Average Countries (14)4 NA NA 7,6 8,2 8,2 8,3 8,5 For all years preceding 1990, data for Germany refer to West Germany. The average excludes the Slovak Republic and Turkey. The 2001 average includes 2000 figures for Australia, Japan, Korea and Luxembourg. 3 The average excludes Belgium, Czech Republic, France, Hungary, Italy, Korea, Mexico, Netherlands, Poland, Slovak Republic, Switzerland and Turkey. 4 The average includes Austria, Belgium, Denmark, Finland, France, Germany, Greece, Ireland, Italy, Netherlands, Portugal, Spain, Sweden and the United Kingdom. Notes: OECD is Organisation for Economic Co-operation and Development. NA is not avalaible. Numbers in parentheses are the number of countries for which data are available. Not all countries report data for the years shown in column headers. Where this is the case, closest available year, shown in parentheses, has been used. 1 2 Destes dados é possível concluir que Portugal apresenta uma das mais elevadas taxas de crescimento nas despesas de Saúde, entre os países e no período em análise. Utilizando o sector da saúde intensamente a informação, o avanço nas TIC pode melhorar a relação custo-efectividade da prestação de cuidados de saúde, permitindo que mais fundos sejam gastos na prestação e menos na sua administração. A e-Saúde está assim a emergir como uma nova indústria global importante, não devendo ser perdida a oportunidade de a desenvolver. Gastos em TIC – Percentagem do PIB 2003 EU (25 países) 3.0 EU (15 países) 3.1 Dinamarca 3.5 Holanda 3.9 Portugal 2.2 Finlândia 3.6 Suécia 4.5 2004 3.0 3.0 3.5 3.8 2.1 3.6 4.4 2005 3.0 3.1 3.4 3.9 2.2 3.7 4.4 Expenditure for information and communication technology as a percentage of GDP. Breakdown by expenditure for telecommunications and IT expenditure. Data provided by the European Information Technology Observatory (EITO). Data on GDP provided by Eurostat. Acedido em Setembro 2007 Fonte: Eurostat, Statistical Office of the European Communities. Fonte: (Organisation for Economic Co-operation and Development, 2003) Na figura abaixo pode verificar-se numa análise comparativa do período compreendido entre 1990 e 2000, da evolução registada em vários países, da taxa de crescimento real das despesas na saúde e do PIB. Increase in Per Capita Health Care Expenditures and Gross Domestic Product GDP: 1990-2000 Real Annual Growth Percent of Health Care Expenditure Despesa em TIC em % do PIB 5,0 4,0 8 Korea 7 6 Turkey 5 3,0 Ireland Portugal 2,0 Belgium Poland Mexico Greece United Kingdom Czech Republic Austria Japan Spain Iceland Netherlands United States Luxembourg Australia Norway New Zealand France Canada Germany Hungary Denmark Switzerland Sweden 4 3 2 1 0 1,0 1 2 3 4 Real Annual Growth Percent of GDP Fonte: (Organisation for Economic Co-operation and Development, 2003) 2003 2004 2005 0 Dinamarca Finland 0 172 A evolução verificada nesta rubrica pode mais facilmente ser visualizada na figura seguinte. 5 6 7 Holanda Portugal Finlândia Suécia Os sistemas de e-Saúde não servem somente para substituir o papel por smartcards. As TIC permitem também personalizar os cuidados de saúde, apoiando não somente tratamentos mais eficazes, mas permitindo também, aos médicos, diagnosticar mais rapidamente problemas e predizê-los antes que ocorram. As TIC podem também 173 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice melhorar os cuidados de saúde directamente ao permitirem que os pacientes sejam monitorizados em tempo real, no seu domicílio ou em movimento, melhorando a sua qualidade de vida, e jogando papéis chave em muitos tratamentos tais como a imagem latente médica. Permitem também a outras partes do sector de cuidados de saúde desenvolver soluções mais poderosas, tais como usar supercomputadores e redes para apoiar o desenvolvimento de novos medicamentos. Os profissionais de cuidados de saúde não estão sozinhos em apreciar estes benefícios - a informação relacionada com a saúde é um dos tópicos mais procurados na Internet, onde parece estar disponível infinita informação à distância de um clique. A indústria de e-Saúde da Europa está fragmentada sendo necessário assegurar que ao nível da acção europeia se obtenha uma posição cimeira neste campo estratégico, trazendo benefícios a todos os Europeus. No entanto seja para obter informação para decidir sobre ir ao médico ou não, ou para pesquisar informação específica antes ou depois de uma consulta, a Internet parece estar a assumir um papel cada vez mais importante na busca de informação relacionada com a saúde e a doença. Segundo um projecto de investigação multicêntrico apoiado conjuntamente pelo Organização Mundial de Saúde e a Comissão Europeia, intitulado “European citizens use of E-health services: A study of seven countries”, cerca de 30 % dos portugueses já utilizaram a Internet para procurar informação relacionada com a saúde: entre os utilizadores habituais da Web, esta percentagem mais que duplica (62% - ver tabela abaixo). No universo de países analisados, 71 % dos utilizadores de Internet pesquisaram temas e utilizaram serviços relacionados com a saúde e a doença. Um número que não deixa grandes dúvidas, quanto ao peso que a Web está a assumir como fonte de informação também nesta área. Neste estudo verificou-se ainda que, apesar de Portugal ocupar o penúltimo lugar da classificação de 7 países analisados, quando se considera o número de utilizadores de e-Saúde (a Polónia é líder com 79 % e a Grécia fica abaixo de Portugal com 54 %,) parece ser já considerável o número de utilizadores portugueses a procurar informação na Internet. Utilizadores de Internet na Saúde em 7 países Europeus País Alemanha Grécia Letónia Noruega Polónia Dinamarca Portugal Amostra total Utilizadores de Internet % da amostra N total Utilizadores de Internet na Saúde N % da amostra total % utilizadores de Internet 974 670 69 (66–72) 473 49 (45–52) 71 (67–74) 1000 422 42 (39–45) 229 23 (20–26) 54 (49–59) 1000 534 53 (50–57) 346 35 (32–38) 65 (61–69) 972 778 80 (78–83) 577 59 (56–62) 74 (71–77) 1027 545 53 (50–56) 428 42 (39–45) 79 (75–82) 960 777 81 (78–83) 595 62 (59–65) 77 (74–80) 2001 988 49 (47–52) 598 30 (28–32) 62 (59–65) Fonte:European citizens’ use of E-health services: A study of seven countries. BMC Public Health 2007, Hege K Andreassen, Maria M Bujnowska-Fedak ;Catherine E Chronaki, Roxana C Dumitru, Iveta Pudule, Silvina Santana, Henning Voss , Rolf Wynn. 174 A Internet é usada para recolher informação sobre saúde mais nos países europeus do Norte (74% de utilizadores da Internet), seguido pelos países europeus orientais (72%) e do Sul (60%). O consumidor europeu típico da e-Saúde é jovem, mulher, com instrução elevada, visitou o Clínico Geral no último ano ou sofre de doença ou de incapacidades de longo prazo, mas não obstante avalia sua saúde pessoal como boa. O estudo demonstra também que o uso da Internet relacionado com a saúde, não afecta o uso pelos pacientes de outros serviços de saúde. Um em cada quatro dos inquiridos usou a Internet ou para se preparar ou na sequência de uma consulta médica. 29% tinha usado a informação da Internet para decidir se necessitaria de ter uma consulta médica. Entretanto a e-Saúde e a informação baseada na Internet, são vistos mais como um suplemento do que como um substituto para outros serviços de cuidados de saúde. Este estudo aponta para a tendência do crescimento desta utilização, e embora sejam visíveis diferenças entre os países do Norte e do sul, (entre os quais se engloba Portugal), estas têm tendência a esbater-se. 4.2.1.1 O plano de acção da e-Saúde da União Europeia O plano de acção da e-Saúde da União Europeia inclui uma série das actividades para o período 2005-2010 que são apoiadas pelos serviços da Comissão Europeia. Quatro pontos chaves são suportados por três estudos, e cobrem o período de 2005 a 2008. Estes são: o estudo do intercâmbio de boas práticas na e-Saúde, apoiando a resolução de desafios comuns; os estudos da identidade do paciente na e-Saúde e os aspectos legais e regulatórios da e-Saúde que sustentam a introdução de planos de acção - trabalhando em conjunto e monitorizando práticas. Adicionalmente, o plano de acção da e-Saúde apoia-se nos quase 20 anos da pesquisa e desenvolvimento na área da telemática da saúde, que foram empreendidas no passado. Além de oferecer potencial para reduzir custos administrativos, disponibilizar serviços do cuidado de saúde à distância e evitar a duplicação desnecessária de exames, um dos aspectos mais importantes dos serviços da e-Saúde é o potencial de melhoria da segurança do paciente e da redução de risco. Globalmente dentro de Europa e em cada um dos sistemas nacionais da saúde, enfrentam-se problemas similares. Assim, a cooperação é uma ferramenta poderosa para apoiar os países a atingir os seus objectivos na área da saúde, e em promover o desenvolvimento e a competitividade de uma indústria crescente de e-Saúde. Uma aproximação mais estruturada aos sistemas de e-Saúde e aos serviços integrados, interoperáveis será um grande passo em frente. O trabalho para o desenvolvimento de tal abordagem tem o apoio crescente das autoridades europeias e das partes interessadas. Para aproveitar ao máximo o potencial da e-Saúde, a Comissão Europeia publicou, em Abril 2004, um plano de acção para a área europeia da e-Saúde. Esse plano de acção compreende três áreas alvas: •• Como tratar de desafios comuns e criar a estrutura adequada para suportar a e-Saúde, •• Desenvolver estudos piloto para abreviar implementação da e-Saúde, •• Partilha das melhores práticas e avaliação do progresso. 175 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice A e-Saúde dá forma também a uma parte importante da nova estrutura estratégica “i2010 da união europeia - uma sociedade de informação europeia para o crescimento e o emprego”. Focaliza-se em três áreas cruciais: um espaço europeu da informação da saúde; inovação em todas as iniciativas da e-Saúde e em permitir melhor acesso, maior participação e uma maior inclusão de outras partes interessadas da Europa dos cidadãos e na prestação de cuidados de saúde com os meios electrónicos. A Organização Mundial de Saúde seguiu estas indicações e em 2005 concordou com um plano estratégico a longo prazo para a e-Saúde. Um dos maiores desafios que enfrentam os decisores políticos, os industriais e promotores de mercado, é a identificação e a avaliação em termos precisos do valor adicional criado pela expansão das TIC nos cuidados e na prestação de cuidados de saúde. Para a determinação destes valores adicionais a Comissão Europeia definiu um projecto de avaliação do impacto da e-Saúde cujos objectivos são: •• Desenvolver uma estrutura e um método de avaliação genéricos, incluindo ferramentas de medida para os indicadores quantitativos, para produtos e serviços da e-Saúde, focalizando a optimização de afectação de recursos económicos; •• A identificação de bons exemplos na prática de aplicações da e-Saúde nos estados membros que tenha relevância no domínio do estudo (hospitais, redes regionais) integrando a experiência e as lições que possam daí ser retiradas; •• Aplicar as ferramentas do método e da medida em 10 sites reflectindo a diversidade regional e dos sistemas de saúde nos hospitais e redes regionais da UE. No seguimento deste plano, a Comissão Europeia iniciou um estudo no impacto económico da e-Saúde que desenvolve e testa um método adaptável ao contexto de avaliar a e-Saúde. Focaliza-se em três estágios que cada aplicação tem que seguir: planeamento e desenvolvimento; execução e operação rotineira. Um manual das ferramentas para coligir a informação relevante dos custos e dos benefícios relacionados a estes estágios será produzido. Incluirá factores críticos identificados do sucesso, como as dimensões para incluir no espaço da aplicação da e-Saúde, actores a envolver, esforços de gestão e de treino. Os aspectos chave são benefícios provados para os pacientes, os profissionais de saúde e pagadores. A estrutura oferece uma base genérica para ajudar a criar um método mais pragmático para cada aplicação. Dos resultados do estudo realizado pela análise de 10 sites e aplicações relacionadas com a e-Saúde, verificou-se que todos os dez casos mostraram um impacto económico positivo, medido como um benefício líquido nos valores actuais. As medidas de alto nível são listadas na tabela seguinte A amplitude dos resultados é muito grande, reflectindo as diferenças materiais entre cada tipo de aplicação de e-Saúde analisada. Distribution Citizens HPOs Third party paryers 176 average min max range 43% 52% 5% 1% 4% 53% 96% 99% 53% 95% 95% 0% Distribution First year of annual net benefit First year os cummulative net benefit Decrease in unit costs average min max range 4 5 51% 2 2 9% 7 8 97% 5 6 88% Legenda: HPO – Health Providers organizations Fonte: Study on Economic Impact of eHealth:Developing an evidence-based context-adaptive method of evaluation for eHealthStudy on the Economic Impact of eHealth (www.ehealth-impact.org) commissioned by the European Commission, Directorate General Information Society and Media, Brussels. February 2006. 3rd party payers Nos dez casos, o valor dos benefícios excede 5% os custos anuais, em termos do valor actual, Citizens 43% na primeira vez, em média, no quarto ano. HPOs 52% O benefício líquido anual conseguido mais precocemente realiza-se no segundo ano e foi conseguido em três dos dez casos. Os casos com períodos mais longos de primeiro ano de benefício líquido têm como justificação a complexidade dos ajustes da e-Saúde e a falta da experiência para resolver os desafios complexos Fonte: Study on Economic Impact of eHealth: de um modo novo e inovador. Nos casos em Developing an evidence-based context-adaptive method of evaluation for eHealthStudy on the que a aplicação da e-Saúde é implementada, Economic Impact of eHealth (www.ehealthimpact.org) commissioned by the European desenvolvendo ou modificando um serviço Commission, Directorate General Information já existente, a despesa no investimento da Society and Media, Brussels. February 2006. e-Saúde é geralmente necessária durante do desenvolvimento, acrescentando-se aos custos de funcionamento do serviço existente sem e-Saúde. Para os dez casos, os benefícios foram obtidos muito precocemente depois da fase da execução ter sido terminada e a utilização se encontrar em curso. No que diz respeito à utilização, diferentes padrões foram observados: às vezes o serviço alcança uma taxa muito elevada de uso num período curto de tempo, particularmente ao suportar ou ao expandir um serviço já existente. Nos casos onde um serviço novo é introduzido, este pode demorar mais tempo a impor-se e somente após ter sido atingida uma determinada massa crítica, os efeitos da economia da rede começam a trabalhar. Quanto à distribuição dos benefícios, os cidadãos e as organizações prestadoras de cuidados são os dois beneficiários principais, como se apresenta no gráfico. Há uma ampla gama de distribuição dos benéficos Em média, os cidadãos recebem aproximadamente 43% dos benefícios de e-Saúde directamente. As Organizações Prestadores de Cuidados (HPO) recebem aproximadamente 52%, o que apoia o argumento económico para o papel de HPOs no investimento em e-Saúde. Benefícios directos em termos de ganhos, custo positivo ou diminuição de custos para as companhias seguradoras e outros pagadores terceiros, ocorrem num nível substancial somente num dos dez casos, o que explica a baixa proporção de benefícios creditados a estas partes interessadas. 177 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice •• A utilização é uma determinante do núcleo dos benefícios. Os casos revelaram dois tipos de curvas da utilização: •• Aumento constante ao longo de um maior período de tempo ou gradual com uma taxa mais rápida. •• Aumento rápido num período de tempo curto à medida que decorre a implementação. •• Um aumento constante reflecte o crescimento gradual de uma solução de e-Saúde O crescimento rápido tende a reflectir uma mudança rápida em algum processo central No estudo do impacto económico, quando os dez casos agrupados foram considerados como parte de um Sistema de e-Saúde dinâmico como equivalente de uma economia virtual da saúde, os resultados combinados ilustram muito impressivamente o potencial do impacto económico da e-Saúde como se mostra no gráfico. No período de 1994 a 2008, o valor real agregado anual dos benefícios cresce continuamente de abaixo do 20 milhões de euros em 1994 até aproximadamente 200 milhões de euros em 2004, estimando-se um valor de 400 milhões de euros em 2008. Inversamente, os custos associados permanecem estáveis após as fases iniciais do planeamento e da execução, e não o ultrapassam os 100 milhões de euros por ano, como pode também ser visto no mesmo gráfico. Valores actuais estimados de custos anuais e benefícios de eHealth para uma economia virtual da Saúde de 10 locais de 1994 a 2008 (milhões de €) saúde não podem ser usados para se inferir que todos os investimentos propostos da e-Saúde seguem o mesmo padrão económico, porque os casos de análise não foram seleccionados aleatoriamente. Além disso, as melhorias tecnológicas que realçam a eficiência não são necessariamente acompanhadas por economias de custo em orçamentos de saúde ou da sociedade. No entanto, o estudo refere também que estes achados virtuais da economia da saúde não podem ser usados para se inferir que todos os investimentos propostos da e-Saúde seguem o mesmo padrão económico, porque os casos de análise não foram seleccionados aleatoriamente. Além disso, as melhorias tecnológicas que realçam a eficiência não são necessariamente acompanhadas por economias de custo em orçamentos de saúde ou da sociedade. Valores actuais estimados de cumulativo de custos e benefícios de e-Saúde para uma economia virtual da Saúde de 10 locais de 1994 a 2008 (milhões de €) 3 000 2 500 2 000 1 500 1 000 Present value of cumulative costs 500 450 0 400 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Present value of cumulative benefits 350 300 Fonte: Study on Economic Impact of eHealth:Developing an evidence-based context-adaptive method of evaluation for eHealthStudy on the Economic Impact of eHealth (www.ehealth-impact.org) commissioned by the European Commission, Directorate General Information Society and Media, Brussels. February 2006. 250 200 150 Present value of annual costs 100 50 0 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Present value of annual benefits Fonte: Study on Economic Impact of eHealth:Developing an evidence-based context-adaptive method of evaluation for eHealthStudy on the Economic Impact of eHealth (www.ehealth-impact.org) commissioned by the European Commission, Directorate General Information Society and Media, Brussels. February 2006. Estes resultados nos benefícios líquidos também se reflectem nos valores cumulativos dos custos e benefícios como se apresenta no gráfico abaixo. Os custos acumulados seguem uma curva linear, apesar dos investimentos individuais, que têm anos de pico diferentes, na despesa de investimento. Em contraste, os benefícios acumulados aumentam exponencialmente durante o mesmo período de tempo. No entanto, o estudo refere também que estes achados virtuais da economia da 178 Complementando estes dados de tipo económico, também são ainda discutíveis as melhorias de qualidade trazidas pelo registo electrónico de dados. Num estudo realizado pelas universidades de Stanford e de Harvard em 2007, publicado nos Arquivos da Medicina Interna, os registos electrónicos da saúde não melhoraram os cuidados prestados em visitas médicas de rotina. De 17 medidas da qualidade avaliadas, os registos electrónicos de saúde não fizeram nenhuma diferença em 14 medidas, de acordo com esse estudo. O estudo foi baseado na análise de 1,8 biliões de visitas ao médico realizadas entre 2003 e 2004. Os registos electrónicos da saúde foram usados em 18% delas. Em duas áreas de avaliação, foi observada uma melhor qualidade associada ao uso de registos electrónicos, e uma qualidade inferior foi observada numa das áreas. Muitos peritos acreditam que os registos electrónicos podem ajudar a impedir erros médicos caros, mas poucos estudos avaliaram se os registos melhoram realmente o nível de cuidados quando comparados com os registos de papel. “As nossas conclusões foram uma surpresa. Esperávamos que as práticas (com registos médicos electrónicos) 179 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice tivessem mais qualidade” disse o Dr. Randall Stafford da Universidade de Stanford. “O desempenho foi realmente mais ou menos idêntico,” Os 14 indicadores da qualidade em que os registos electrónicos não fizeram nenhuma diferença significativa incluíram factores como antibióticos prescritos, dieta e exercício aconselhados para adultos de alto risco; testes de selecção e evicção de prescrições potencialmente perigosas para pacientes idosos. Os registos pareceram ajudar os médicos que tratam pacientes com depressões para evitar prescrever determinados tranquilizantes. Ajudaram ainda a evitar a realização de análises à urina durante exames médicos gerais. Mas a análise da prescrição de estatinas para pacientes com hipercolesterolemia permitiu verificar que os médicos que usaram sistemas electrónicos tiveram piores resultados do que os seus pares com registos de papel. Os registos electrónicos da saúde prometem eliminar os erros devidos à escrita manual, tornando os registos mais perceptíveis o que são importantes para que os médicos sigam adequadamente os pacientes ao longo do tempo. Alguns sistemas podem também evitar combinações perigosas de medicamentos, ou aconselhar sobre testes ou drogas que o médico pode prescrever, ajudando ao processo de decisão clínica. “Eu penso que serão uma ferramenta muito importante, mas penso que não são suficientes para isoladamente melhorarem significativamente a qualidade da prestação de cuidados” disse Dr. Randall Stafford. 4.2.2 Análise dos mercados alvo Actualmente, apesar da disponibilidade de sistemas e de serviços da e-Saúde, estes não são usados extensamente em situações médicas ou de saúde na vida real. A principal razão para que os objectivos da política europeia e nacionais não tenham sido conseguidos com respeito à e-Saúde é a existência de muito pouca evidência disponível (económica e outra) nos impactes positivos destas inovações. A área da Saúde foi 1933 atribuída ao Ministério de Assuntos Sociais e em 1951 ao Ministério dos Assuntos Sociais e da Saúde Pública. O Ministério do Interior reteve a responsabilidade para o alívio dos pobres até à criação do Ministério do Trabalho Social em 1952. O papel desenvolvido pelas organizações (geralmente ideológico) privadas – os únicos fornecedores do cuidado médico e do alívio dos pobres até ao fim dos anos 30 – manteve-se importante até aos anos 60. A introdução do Acto de Saúde (1956), do Acto do Seguro de Saúde (1964) e das Despesas Médicas Excepcionais (1967) definiram o começo da real participação do governo na saúde pública. A importância crescente da saúde pública reflectiu-se em 1971 na criação do novo Ministério de Saúde e da Protecção Ambiental (VoMil). Em 1982 ocorreu a abolição do Ministério de Saúde e da Protecção Ambiental e a criação do Ministério do Bemestar, da Saúde e da Cultura (WVC) reflectindo a ligação entre os cuidados de saúde e os serviços sociais. Mas este ministério não sobreviveu por muito tempo. As várias áreas da política foram redistribuídas em 1994, culminando na criação do Ministério da Saúde, do Bem-estar e do Desporto (VWS). O mercado da e-Saúde representa actualmente cerca de 2% do total da despesa da eSaúde na Europa, mas tem um potencial para duplicar este valor, alcançando quase o volume de mercado para dispositivos médicos ou metade do tamanho do mercado de medicamentos. Entretanto, ao contrário dos produtos daquelas duas outras indústrias dos cuidados de saúde, as aplicações de e-Saúde ainda não são avaliadas rotineiramente no seu impacto, benefícios e segurança. 4.2.1.2 Limitações à análise de benchmarking A compilação dos perfis dos sistemas de saúde coloca também alguns problemas de ordem metodológica. Em muitos países existe relativamente pouca informação disponível sobre o sistema de cuidados de saúde e o impacte das reformas que vão sendo introduzidas. A maioria da informação é baseada em material submetido por peritos individuais nos países respectivos, a qual é revista por peritos do exterior. No entanto, algumas das afirmações e julgamentos podem ser enviesados por interpretação pessoal. Adicionalmente, a ausência de uma única terminologia para cobrir uma ampla variedade de situações e aplicações, significa que pode ocorrer variações na compreensão e entendimento das mesmas. Estes problemas são inerentes em qualquer tentativa para estudar os Sistema de Saúde numa base comparativa. 180 4.2.2.1 Holanda 4.2.2.1.1 Desenvolvimento do Sistema Holandês de Saúde Até ao fim do século XVIII, o governo holandês mostrou muito pouco interesse pela saúde pública e o pelo bem-estar social tendo sido deixado à iniciativa privada o cuidado dos doentes e dos pobres. A Industrialização trouxe com ela a degradação social e das condições de vida sendo as epidemias frequentes. O Ministério do interior, responsável pela Saúde Pública e o alívio dos pobres desde 1801 publicou a Lei dos Pobres em 1854 e, em 1865 foram publicadas um conjunto de leis, regulamentando as profissões médicas e farmacêuticas e a Autoridade de Saúde Pública nacional. 4.2.2.1.2 Visão geral 2nd pillar 3rd pillar 1st pillar Care services Base cure services Additional cure O sistema holandês de cuidados de saúde, services ZFW 1 com os seus três compartimentos de seguro, Private 2 AWBZ 1,2 WTZ 2 insurance é não somente complexo de descrever, mas Private 2 insurance está também constantemente sob debate e 1 by sickness funds discussão, a respeito da integração ou da 2 Administred Administred by insurance companies separação possível das suas diferentes peças. Apesar das discussões na estrutura futura do sistema, os Holandeses estão no grupo superior (6º lugar) dos Estados Membros da UE no que diz respeito à satisfação da população com o seu sistema de cuidados de saúde, com 73,2% dizendo, em 1999, que estavam muito satisfeitos ou razoavelmente 181 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice satisfeitos com ele, entendendo terem um sistema forte, bem desenvolvido de cuidadas de saúde primários. 4.2.2.1.2.1 Estrutura organizacional e gestão Como descrito acima, existem três compartimentos diferentes de seguro de saúde, geridos por diferentes estruturas: •• Um primeiro compartimento, que é um regime de seguro nacional de saúde para despesas médicas excepcionais; •• Um segundo compartimento consistindo em diferentes regimes regulamentares - um para o seguro de saúde obrigatório, através de fundos de seguro de doença, para aqueles abaixo de um determinado rendimento e outro para o seguro de saúde privado, na maioria voluntário; •• Um terceiro compartimento de seguro, voluntário, complementar do seguro de saúde. Supplement health insurance (voluntary) Third compartment Sickness funds (compulsory under a certain income) Private health insurance (mostly voluntary) 4.2.2.1.2.2 Pagadores terceiros, associações e organizações de Supervisão Em 2004, havia 22 fundos da doença, sob o controlo da Directoria dos Seguros de Cuidados de Saúde (CVZ), que controla a implementação dos regulamentos do AWBZ e do ZFW incluindo os fundos centrais dos dois sistemas. O CVZ compreende nove membros independentes nomeados pelo Ministro da Saúde do Bem-estar e do Desporto e que sobre eles tem autoridade. O CVZ está também encarregue de assegurar, que os fundos de doença funcionam adequadamente, recomendando ao governo em matérias do seguro de saúde. O Directório de Supervisão para o Seguro dos Cuidados de Saúde supervisiona agências executivas individuais e a execução global do ZFW e do AWBZ. 4.2.2.1.3 Sistema de Prestação de Cuidados: Serviços de Cuidados Públicos A Saúde Pública é organizada através de serviços municipais distritais, os quais têm poderes de supervisão e monitorização ao nível regional e pela Inspecção dos Cuidados de Saúde a nível nacional. O fortalecimento das políticas preventivas foi o tema principal dos serviços de saúde pública. A ênfase é colocada em reduzir diferenças socio-económicas (o problema mais extenso) e em tentar reduzir a morbilidade nas pessoas idosas. Second compartment National health insurance for exceptional medical expenses (compulsory for the entire populatio) First compartment O Ministério da Saúde, de Bem-estar e do Desporto define políticas para assegurar o bem-estar da população. Com este objectivo, estabeleceu os esquemas sociais do seguro de saúde sob os Actos Médicos Excepcionais (AWBZ) e os Fundos de Doença (ZFW). O Ministério e as Autoridades Locais são responsáveis conjuntamente pelos cuidados de saúde pública. O Ministério da Saúde, de Bem-estar e do Desporto conjuntamente com o Ministério de Relações do Interior e do Reino, é responsável pela política integrada de segurança. As três Inspecções do país aumentam a qualidade dos cuidados de saúde e bem-estar da população. Destas, a Inspecção dos Cuidados de Saúde, um corpo com estatuto autónomo que supervisiona a qualidade e a acessibilidade dos cuidados de saúde, é o mais importante. O Ministério dos Assuntos Sociais e do Emprego colabora com o Ministério da Saúde, do Bem-estar e do Desporto nas áreas de interesse mútuo e são responsáveis pelo emprego e uma política da segurança social activa cobrindo esquemas relacionados com a saúde e a segurança social. O Ministério das Finanças, conjuntamente com o Ministério de Saúde, Bem-estar e Desporto, é responsável pela supervisão do esquema padrão da política que é executado pelas seguradoras de saúde privadas. 182 4.2.2.1.3.1 Cuidados de Saúde Primários Os cuidados de saúde Primários são bem desenvolvidos e prestados principalmente pelos médicos de família (os GPs), que são os guardiães e as figuras dominantes no sistema. Cada paciente deve supostamente estar na lista de pacientes de um GP e deve ser referenciado por este aos especialistas ou ao hospital. O impacto do guardião é ilustrado pela baixa taxa de referenciação, sendo a maioria de problemas médicos tratada pelos GPs (os cuidados primários constituem dois terços de todos os contactos ambulatórios). Os GPs despendem muito tempo a falar com os pacientes e as habilidades de comunicação são uma parte integral do treino médico. Isto ajuda explicar a taxa muito baixa da prescrição, aproximadamente 66% dos casos, comparada com a de 75-95% em outros países europeus. Os médicos de família mantêm práticas independentes e largamente individualizadas em cada comunidade. 4.2.2.1.3.2 Cuidados Secundários e Terciários Os cuidados secundários e terciários são prestados por especialistas médicos nos hospitais com instalações de ambulatório e de internamento. Mais de 90 % dos hospitais são instituições não lucrativas privadas; os hospitais públicos Universitários fazem o equilíbrio. Os hospitais são classificados como de Ensino (8), Gerais (100) e Especializados (28). Com fusões e expansões, os hospitais aumentaram a sua capacidade, apesar da exigência de diminuir o número de camas em cada região. O número de camas de agudos foi reduzido em um terço desde 1980, para 3,1 camas por 1000 habitantes, um valor abaixo da média da UE. A gestão hospitalar mudou, dando um maior controlo aos médicos /administradores além de que, quase todos os grandes hospitais e os académicos introduziram algum modo de descentralização e de 183 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais participação de especialistas médicos na gestão. Os cuidados transmurais (construindo uma ponte sobre o hiato organizacional e financeiro dos cuidados ambulatórios e institucionais) foram introduzidos no início dos anos 90 e têm crescido sempre desde então. Contudo a inflexibilidade da estrutura financeira do sistema holandês de cuidados de saúde é considerado a principal barreira à execução. Em 2001 um comité do governo foi criado para estimular e coordenar a pesquisa nos cuidados transmurais. 4.2.2.1.4 Avaliação da tecnologia de saúde O artigo 18º da Lei sobre Instalações Hospitalares, originalmente relacionado com o planeamento das instalações de alta tecnologia médica, mas abrangendo a regulamentação do uso de serviços especializados, tornou-se mais flexível e foi também acoplada a avaliação de actividades. No geral, o artigo 18º estimulou o uso eficaz de tecnologias e preveniu o sobre-fornecimento destas. Os movimentos na direcção de controlo mais flexível e efectivo da tecnologia de saúde conduziram à nova Lei sobre Serviços Médicos Específicos (1968) a qual se foca mais na qualidade dos cuidados do que na contenção de custos. O Conselho de Saúde é responsável pelas decisões para adoptar tecnologias novas e estas, são definidas por dados científicos e financeiros válidos, gerados por um fundo nacional para a Investigação em Medicina. Este fundo foi a força motriz de muitas iniciativas de avaliação de novas tecnologias nos Países Baixos. Contudo ocorreram problemas devido a uma falta do estabelecimento de prioridades. Assim, em 1993, foi introduzido um procedimento em que os assuntos de alta prioridade foram identificados por uma comissão directiva e os investigadores foram convidados a submeter propostas. Sendo cedo para avaliar este sistema, que embora aumente o tempo de abordagem, assegura que as prioridades e questões de efectividade e qualidade são tratadas de forma mais eficiente. Até 2006, a escolha do seguro social de saúde compulsivo, base do financiamento do Sistema de Saúde Holandês, consistia na escolha livre do consumidor do fundo de doença, e no prestador, que detinha um contrato com esse fundo de doença. O conteúdo do pacote de benefícios do esquema de seguro oferecido pelo fundo de doença, era estabelecido por lei, e não estava sujeito à escolha do segurado. Os cidadãos com rendimentos acima de um determinado limiar, não poderiam deixar de participar mas também não poderiam optar por um fundo de doença com características diferentes, embora pudessem adquirir voluntariamente um seguro de saúde privado. Na prática o sistema deixava pouca escolha para os mais velhos e para os doentes crónicos. O Sistema foi sujeito a uma reforma substancial em 2006. A reforma continha as seguintes medidas principais: para os cuidados curativos o esquema social foi virtualmente abolido e todos os seguros para cuidados curativos foram abertos ao sector privado com a criação de um esquema universal. Todos os cidadãos necessitam agora de adquirir seguros privados de saúde para os cuidados curativos e as seguradoras 184 Índice tem uma obrigação contratual de segurar todos os cidadãos que se proponham. Os prémios são fixos, normalmente um prémio de 1100 euros por ano, e uma contribuição fixa é realizada pelo empregador, para evitar prémios ajustados pelo risco. Os lares com baixos rendimentos recebem subsídios estatais para pagar os seus seguros. Um novo esquema legal foi introduzido, pretendendo ajustar as diferenças de risco entre seguradoras de saúde. Todos os cidadãos são agora livres de escolher uma seguradora e podem mudar os seus contratos de seguro uma vez por ano. Sair do esquema mandatório não é possível, mas os consumidores são livres de escolher entre variantes diferentes de pacotes padrão, de benefícios financeiros, benefícios em espécie ou uma combinação deles. Uma derivação importante da reforma foi aumentar a focalização do sistema na procura do consumidor, permitindo mais oportunidades de escolha nas suas opções no seguro de saúde. A reforma, teve também como objectivo, diminuir as barreiras burocráticas entre o público e os esquemas de seguro privados, dando espaço a uma maior competição entre as seguradoras e a um maior campo de negociação. Espera-se que a escolha individual pelo consumidor, do segurador e dos pacotes de benefícios, conduza a um papel mais forte destes, na determinação das características do seguro de saúde, deslocando o equilíbrio de poder, dos seguradores de saúde para os consumidores. A Federação de Doentes e Consumidores na Holanda representa um importante elemento no sistema. A Federação participou no diálogo para o desenho da reforma, disponibilizando opiniões e organizando consultas. A Federação participa na monitorização da nova legislação e do seu impacte sobre os consumidores. A consulta à Federação de Doentes e Consumidores e a outras organizações disponibiliza a base para as decisões dos representantes políticos nas medidas da reforma e não um substituto para o processo democrático. A Federação agrupa 23 organizações representando os interesses dos doentes, tem cerca de 2 milhões de membros associados e um orçamento anual de 30 milhões. Oferece instalações, treino e apoio financeiro e uma plataforma nacional, actuando como suporte para organizações e grupos de interesse que representam os menos afortunados e capazes, de articularem as suas necessidades aos níveis políticos mais elevados. Já que um dos seus objectivos é promover a liberdade de escolha, uma tarefa chave é disponibilizar informação na forma de livros, cartas e folhetos, através de uma rede nacional de centros de informação sobre saúde e cuidados. Um outro objectivo é definir as necessidades dos doentes e dos prestadores a partir dos seus pontos de vista. Esta estrutura nacional é representada por 30 conselhos provinciais de doentes, os quais estabelecem conjuntamente os interesses dos doentes e dos consumidores. Cada conselho gere as suas próprias queixas e informação. A legislação assegura que estes 185 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais conselhos regionais de doentes estão envolvidos na governação da saúde das províncias. As seguradoras e os prestadores de cuidados locais têm também conselhos formais de doentes ou utilizadores, os quais são requeridos pela legislação. Os representantes dos doentes encontram-se também envolvidos em comissões de queixas, cuja constituição é definida legalmente. Adicionalmente os hospitais e as seguradoras oferecem lugares nos seus quadros de direcção e comissões, a representantes dos doentes. A Federação, o Colégio Real dos Médicos e a Associação Nacional dos Hospitais encontram-se numa Direcção conjunta que apoia e opera uma rede nacional de centros de aconselhamento de doentes e consumidores na comunidade e de gabinetes de reclamações nos hospitais. Os pacientes registam as suas reclamações e são aconselhados como avançar com o processo: se necessário, é disponibilizado apoio e/ou mediação. Se o paciente não ficar satisfeito, o departamento do paciente ou do consumidor acompanhará o problema em seu nome. A Federação publica um relatório anual que recebe uma ampla cobertura dos média e existem planos para produzir avaliações de desempenho dos hospitais, de acordo com os padrões definidos pelos pacientes. A Federação trabalha como um parceiro dos Colégios Reais e a Associação Nacional dos Hospitais no desenvolvimento de directrizes para a prática médica. Os conselhos do governo provincial e local estão também envolvidos em desenvolver o planeamento da saúde pública, a saúde ambiental e em tratar de temas de saúde mais amplos. Na prática este planeamento tende a ser menos influente do que o planeamento do governo central. Ao nível individual, o sistema da saúde nos Países Baixos oferece a escolha do fundo de seguro, do médico e do hospital. As pessoas com problemas crónicos de saúde podem escolher entre um orçamento pessoal e controlar seus próprios cuidados ou pacotes predefinidos de cuidados. Somente 10% dos elegíveis escolhem um orçamento pessoal, mas isto afecta fortemente a gestão dos prestadores dos serviços. 4.2.2.1.5 Aplicação da sociedade de conhecimento em áreas confinantes com os cuidados de saúde - A Holanda e o desenvolvimento de ciências da saúde Com um valor estimado de 150 milhões de dólares, a Holanda tem a 5ª maior indústria de biotecnologia na Europa, atrás do Reino Unido, Alemanha, França e Suécia. Cerca de 300 companhias na Holanda estão envolvidas em biotecnologia, empregando um total de 1500 a 2000 pessoas. Os pontos fortes holandeses incluem o diagnóstico e as terapêuticas, a biotecnologia vegetal e ambiental. Em 2010, o sector de cuidados de saúde pode ser responsável por 34% de todo o output em biotecnologia dos Países Baixos, enquanto o sector de biotecnologia alimentar e da agricultura podem experimentar um crescimento acentuado e representar 20-30% do sector naquele ano. Actualmente, entretanto, o output biotecnológico ambiental excede o da agricultura. 186 Índice Característico da indústria holandesa em geral é o espírito da colaboração entre os sectores públicos e privados existindo uma comunicação forte entre a indústria, os consumidores, o governo e grupos ambientais. Na verdade, a indústria é reconhecida por ter um diálogo aberto e construtivo com as organizações sociais e os grupos ambientais a respeito da introdução de novos produtos de biotecnologia. Os Países Baixos desenvolveram também estruturas reguladoras fortes, incluindo legislação estrita mas não constritora para a biotecnologia focalizando-se na segurança da saúde humana e animal, assim como protecção ambiental. A indústria holandesa de biotecnologia é globalmente orientada no geral e é altamente apoiante de parcerias internacionais. Muitas companhias estrangeiras basearam as suas sedes europeias nos Países Baixos, beneficiando não só de um clima positivo para a biotecnologia, mas também das excelentes infra-estruturas de transporte e de tecnologias de informação e do seu clima fiscal favorável. Biotecnologia Agrícola e Alimentar As indústrias biotecnológicas agrícolas e alimentares nos Países Baixos são concentradas no Vale Wageningen. Esta área é conhecida pelo forte financiamento governamental assim como pela qualidade das instituições de pesquisa e educacionais. A actividade é focalizada no genoma das plantas, na pesquisa agronómica e em menor extensão, devido à oposição pública, na pesquisa veterinária que é concentrada geralmente em Utrecht. Os cientistas em Wageningen desenvolveram também a perícia em alimentos funcionais, particularmente alimentos e bebidas relacionadas com desporto, o papel dos antioxidantes na alimentação e na saúde humana e o papel dos micro nutrientes. Ao contrário de outros países europeus, as colheitas e os produtos alimentares geneticamente modificados (GM) não são um tópico significativo do debate público nos Países Baixos. O tradicional modelo holandês “Polder” de consulta, assegurou que os partidos interessados em ambos os lados do debate sobre GM tivessem discussões amigáveis e se mantivessem lado a lado em novos temas. Como resultado o governo e as organizações da indústria incentivam activamente o desenvolvimento e o marketing de alimentos novos, tanto na avaliação da sua segurança como em procedimentos de rotulagem. Em consequência, por exemplo, a Microscreen, uma companhia Holandesa de biotecnologia, e a TNO, uma organização de pesquisa doméstica, desenvolveram sistemas de monitorização e teste para produtos alimentares. As principais companhias locais incluem a BaseClear, a BioDetection Systems, a CatchMabs BV, a Cellscreen BV, a Keygene N.V., a Plant Research International B.V. e a TNO. 187 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais A biotecnologia agrícola é investigada também na Greenomics (uma instalação de pesquisa da B.V. Internacional, parte da universidade e centro de pesquisa de Wageningen), e no Instituto de Biotecnologia Biomolecular de Ciências de Groningen (GBB) e na escola graduada Vlag. Os participantes estrangeiros nos sectores agrícola e alimentar incluem o centro de aplicação da Biotecnology BV uma subsidiária da UNilEver, e os Laboratórios Bio-Rad, uma subsidiária holandesa dos laboratórios BioRad da Califórnia. Biotecnologia Química O sector dos produtos químicos aderiu também à biotecnologia, como é evidenciado pelo número crescente das companhias que focalizam a sua produção em produtos de alto valor acrescentado, tais como matérias-primas para agro-produtos químicos e medicamentos. No que diz respeito à pesquisa nos Países Baixos sobre produtos químicos esta tende a focalizar-se em enzimas. A DSM Holandesa, por exemplo, está a usar moldes do GM como uma medida de redução de custos na produção das matérias-primas usadas para fazer antibióticos. A pesquisa em biocatalisadores é também ampla, indo desde a pesquisa básica à aplicada. Em 2002 os investigadores de 5 Universidades e de vários Institutos Púbicos estiveram ligados na pesquisa de biocatalisadores. O sector dos produtos químicos teve um valor estimado de $35.4 biliões em 2000. A Biotecnologia foi responsável por 12 a 18% do retorno esse ano, uma percentagem que se espera venha aumentar para 25% em 2010. Biotecnologia Ambiental Os Países Baixos são altamente susceptíveis à poluição. O país é densamente povoado e tem uma enorme indústria química e uma agricultura e agropecuária intensiva. O facto que muito dos Países Baixos está abaixo do nível do mar torna-o vulnerável à poluição, assim como a sua posição no estuário dos rios Reno e Meuse, que trazem contaminantes dos países altamente industrializados que a rodeiam –Alemanha, Suiça, França, Bélgica. O controlo de poluição e a protecção ambiental são prioridades nacionais chaves e a população tem um elevado nível da consciência ambiental. A biotecnologia ambiental é uma das áreas de pesquisa mais avançadas nos Países Baixos. As universidades holandesas desenvolvem pesquisa em vários tipos de bactérias com a capacidade de degradar poluentes. A pesquisa focaliza-se também na recuperação de matérias-primas. A limpeza dos solos nos Países Baixos obteve também o reconhecimento mundial com a reputação criada pela perícia na limpeza de “cocktails altamente complexos” de poluentes, reduzindo-os frequentemente a níveis indetectáveis. A terra poluída, incluindo o material dragado dos rios sendo um problema importante nos Países Baixos, convida porém a soluções de companhias estrangeiras com tecnologias novas e inovadoras. 188 Índice As principais companhias nesta área incluem a BioDetection Systems, a CatchMabs BV, a Cellscreen BV e a TNO. A infra-estrutura pública de pesquisa consiste numa rede de escolas e de institutos da pesquisa incluindo a escola graduada da pesquisa de ciências Delft Leiden, BioCentrum Amsterdão (joint venture da universidade de Amesterdão e do Vrije Universiteit), Hubrecht Laboratorium (universidade de Utrecht), Noordelijke Hogeschool Leeuwarden e o Van Hall Instituut. Os laboratórios Bio-Rad são também activos no campo. Biotecnologia Médica / Farmacêutica Os produtos biofarmacêuticos são a força primária da indústria holandesa de biotecnologia. Muitas companhias farmacêuticas tradicionais estão a voltar a sua atenção para o potencial de processos e de produtos biofarmacêuticos. A indústria, entretanto, não distingue entre produtos biofarmacêuticos e farmacêuticos. Em 2001, o mercado de produtos farmacêuticos da Holanda foi avaliado em $7.8 biliões ou $469.48 per capita. O crescimento anual médio nos mercados holandeses dos produtos farmacêuticos é de aproximadamente 10%. O mercado dos genéricos cresceu a uma taxa mais rápida do que o mercado dos produtos farmacêuticos no todo, em 15% em 2001. O segmento com crescimento mais lento foi os medicamentos prescritos hospitalarmente que cresceram somente 2% em 2001. Os medicamentos da prescrição constituíram a maior fatia do mercado A maioria dos medicamentos consumidos nos Países Baixos são importadas. Os Países Baixos têm uma posição forte no mercado global, dos produtos farmacêuticos relacionados com a biotecnologia. Embora os Países Baixos não tenham nenhuma companhia farmacêutica major, há cerca de 50 companhias da biotecnologia activas nos cuidados de saúde. Destas, 40 usam uma abordagem biotecnológica para produtos humanos dos cuidados de saúde, enquanto as 10 companhias restantes usam biotecnologia para aplicações veterinárias. Mais de 60 medicamentos biotecnológicos estão no mercado actualmente. Uma fonte importante do conhecimento para a biotecnologia médica é o da genética. Na farmacogenética actual está o foco principal para as companhias holandesas da biotecnologia. Das 50 companhias mais evoluídas da biotecnologia activas nos cuidados de saúde, a AkzoNobel, (conjuntamente com as subsidiárias, Diosynth e Intervet), é o líder doméstico no desenvolvimento de produtos farmacêuticos da biotecnologia. Outras companhias domésticas incluem a Crucell, a IsoTis, a Gene Pharming, a Primagen Holding, a Rhein Biotecnologia NV, e a Quiagen and Jari Pharmaceuticals BV. 189 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Factores chave determinando o crescimento do Mercado Actualmente, os Países Baixos ocupam o décimo lugar em Europa no número total de companhias de biotecnologia. O governo holandês gostaria de ver os Países Baixos subir na classificação e está incentivando consequentemente o crescimento no sector da biotecnologia. Este incentivo inclui um investimento de $94 milhões em I&D no sector. O Ministro dos Assuntos Económicos preparou também iniciativas tais como a rede BioPartner, para facilitar e estimular o crescimento da indústria. A rede BioPartner ajuda companhias em início, fornecendo financiamento, através dos subsídios e de capital de risco, assim como instalações. A rede BioPartner apoia actualmente grupos e indivíduos focalizados no diagnóstico molecular, produção de proteínas medicinais no néctar e no mel e de soluções biológicas para a indústria de produto químico. Os factores que dão forma ao consumo e ao fixar o preço dos produtos farmacêuticos nos Países Baixos, incluem a pressão crescente do governo para conter custos dos cuidados de saúde, uma população em envelhecimento, a emergência de produtos novos, o deslocamento dos cuidados de saúde curativos para preventivos e o deslocamento do cuidado institucional para o cuidado ambulatório. Em consequência destes factores, espera-se que o mercado mude significativamente nos próximos anos, com um aumento considerável na procura por produtos farmacêuticos. Temas em aberto na opinião pública Ao contrário de outros países europeus, não houve nenhuma contestação pública forte contra a biotecnologia e os produtos alimentares geneticamente modificados nos Países Baixos. Houve alguma resistência à introdução de produtos alimentares sem etiquetas, mas a indústria não enfrentou a violência e a publicidade negativa, vistos noutros países. No geral, os holandeses aceitam os produtos da biotecnologia que são benéficos à saúde humana ou ao ambiente, mas têm uma opinião fortemente negativa da tecnologia que levanta problemas éticos ou envolvam a modificação de seres humanos ou de animais. Os estudos indicam que o consumidor e os grupos ambientais nos Países Baixos julgam a biotecnologia numa base de caso a caso. Em contraste, grupos em outros países europeus, tendem a rejeitar a biotecnologia, baseando-se “numa matéria de princípio”. Índice Netherlands: at the hub of distribution. (markets). Medical Device Technology; Oct 1, 2002). As populações vivem mais tempo e a melhoria contínua dos Cuidados de Saúde e do tratamento através do desenvolvimento tecnológico dos dispositivos médicos é um factor contributivo importante de acordo com a EUCOMED, a Associação Europeia das Indústrias de Tecnologia Médica. As inovações em tecnologia médica contribuem para uma melhor saúde e bem - estar. Isso melhora os padrões para o crescente envelhecimento da população e o consequente aumento do número de pessoas que sofrem de doenças cardiovasculares, cancro, diabetes e perturbações músculo-esqueléticas como a osteoporose. A inovação é um dos principais motores neste mercado. As empresas estão a investir fortemente em I&D, a fim de desenvolver novas tecnologias de ponta, assegurando produtos de topo, enquanto se mantêm competitivas. Os Países Baixos por si são um actor importante na área de tecnologias médica e de produtos farmacêuticos. O governo holandês tem colocado especial ênfase na criação de uma infra-estrutura benéfica para o desenvolvimento de produtos de tecnologia médica, envolvendo não só a indústria, mas também a profissão médica, a indústria farmacêutica e os centros académicos de investigação e desenvolvimento. A combinação de institutos de investigação académica, centros médicos e a presença de muitas e bem conhecidas empresas dão excelentes oportunidades para a transferência de conhecimento e para a inovação, tendo assim sido criados alguns clusters aproveitando os conhecimentos holandeses na área da saúde humana. Destes salientam-se: Amsterdam BioMed Cluster O Cluster foi criado para optimizar o acesso aos mais renomados dos institutos de pesquisa e centros médicos de Amesterdão. A finalidade deste cluster é de destacar o conhecimento, serviços e produtos da região a empresas farmacêutica e de biotecnologia. O Amsterdam BioMed Cluster foi lançado oficialmente na conferência BIO 2005 em Philadelphia, E.U.A. A indústria holandesa da agricultura, entretanto, é sensível às demandas para produtos de alimento não-GM (geneticamente modificados). Até à data, os retalhistas protegeram-se do público contra os produtos GM assegurando que alternativas GnãoM estão disponíveis e apoiam a conformidade com regulamentos de etiquetagem. Noord-Brabant A província de Noord-Brabant é anfitriã de uma extensa rede de empresas relacionadas com a tecnologia médica, uma forte infra-estrutura de conhecimento e uma boa infra-estrutura logística. O forte enfoque no desenvolvimento do conhecimento em produtos comercializáveis, processos e serviços é uma das qualidades do cluster de Noord - Brabant . Dispositivos médicos A indústria de dispositivos médicos é altamente competitiva e dinâmica na Holanda com amplas possibilidades de expansão. O mercado holandês de dispositivos médicos tinha em 2001 o valor estimado de 1380 milhões de US dólares (Fonte:The Outro trunfo inestimável é a combinação dos principais intervenientes tanto na tecnologia médica como na indústria farmacêutica. O aumento da cooperação entre os sectores e a integração das suas actividades de I & D são cruciais para o futuro e para a competitividade. Todos os desenvolvimentos essenciais na evolução económica na área da Saúde Humana estão a ocorrer nas áreas da 190 191 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais investigação específica onde as tecnologias médica e farmacêutica se encontram. Como resultado, a região Noord-Brabant teve um início fulgurante na sua ambição de se tornar um dos líderes mundiais em clusters de Saúde humana. Limburg A província holandesa de Limburg é o lar de 60 empresas de tecnologia médicas e ciências da vida que empregam aproximadamente 2350 pessoas. Limburg representa uma secção, da região triangular definida por Maastricht, Aachen, na Alemanha, e Liege, na Bélgica. Esta região, é um viveiro de actividades das ciências da vida, é o lar de muitos centros públicos e privados de I & D, de cinco grandes universidades e de três Hospitais universitários. Em Limburg existe uma florescente comunidade fornecendo produtos e tecnologias que se prendem com os dispositivos médicos em particular no domínio das doenças cardiovasculares. A engenharia de tecidos é outra área de tecnologia e desenvolvimento de produtos. Ela engloba o crescimento e / ou a utilização de células e suas moléculas em construções artificiais. Health Valley Health Valley é uma rede de instituições de investigação biomédica, empresas de desenvolvimento de produtos de saúde e de fornecedores serviço. Esta rede está centralizada em torno de escolas médicas, institutos de investigação e hospitais académicos do leste da Holanda. O foco da Health Valley é em cuidados & tecnologia, disponibilização controlada de fármacos, equipamentos de diagnóstico, produtos farmacêuticos e medicina de reabilitação e regenerativa, dispositivos médicos e Engenharia de tecidos. Oportunidades O mercado holandês está a mudar. Os estilos de vida em mudança criaram uma procura maior para a variedade, incluindo para alimentos de conveniência e alimentos de valor acrescentado. Cada vez mais, existe um potencial significativo para oportunidades de colaboração na pesquisa na área de alimentos funcionais - alimentos projectados com benefícios de saúde específicos. Espera-se também a expansão de um número outras áreas nos próximos anos, incluindo fornecimentos à indústria (por exemplo ajuda ao processamento, protectores de colheita e herbicida, e produtos agrícolas geneticamente projectados, resistentes às pragas). Índice Há boas oportunidades para os exportadores de produtos biomédicos. Os produtos farmacêuticos, de diagnóstico, as vacinas e os antigénios oferecem as melhores perspectivas de vendas. Espera-se também o desenvolvimento de medicamentos, serviços de sequenciação e mapeamento genético À medida que a indústria da biotecnologia nos Países Baixos amadurece e se expande, haverá um crescimento das necessidades de companhias de equipamento, de serviços de apoio e experiência técnica, para fornecer o mercado. Há boas perspectivas de exportação para as culturas de tecidos e de células, para equipamentos do fermentação, sistemas de bioreactores, equipamento para cromatografia liquida alto desempenho, colunas e acessórios, instrumentos do electroforeses e sistemas de processamento de análises. Em síntese podemos enumerar alguns exemplos de empresas que actuam nos domínios da Biotecnologia e da produção de dispositivos médicos. Alguns dos players em biotecnologias e dispositivos médicos na Holanda Entidade / Empresa Entidade / Empresa Abbott Laboratories Gene Pharming, Agfa Interpharm Air Liquide Medical IsoTis Amersham Health Janssen Cilag Amgen Europe Jari Pharmaceuticals BV Analytico Medinet Johnson & Johnson B.O.C. Edwards Keygene N.V. Banner Pharma Caps Medtronics BaseClear Novartis Becton, Dickinson and Co. NV Organon Bio Merieux Omron BioDetection Systems, Pamgene Boston Scientific Philips Medical Systems Braun Medical Plant Research International B.V Cardinal Health Primagen Holding, CatchMabs BV Rhein Biotecnologia NV Cellscreen BV Quiagen Diosynth TNO. Crucell Dräger Medical Electronics Vitatron Emotron WL Gore FEI Company Zeiss GE Healthcare Apesar da legislação ambiental estrita e da pressão pública aumentada, a indústria ambiental de biotecnologia nos Países Baixos, tem um forte potencial para o crescimento. As aplicações incluem a conversão do desperdício em produtos úteis, reactores mais compactos para o tratamento de água residuais, assim como o controlo do processo e técnicas da monitorização. Existem também grandes áreas do país que requerem a reconstituição do solo, possibilitando o retorno à produção útil. 192 193 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais 4.2.2.1.6 A Holanda e as tecnologias de informação e comunicação na Saúde 4.2.2.1.6.1 Perspectivas estratégicas Recentemente o governo holandês, o Instituto Nacional de Tecnologias de Informação para a Saúde (NICTIZ) e os profissionais dos cuidados de saúde, propuseram a comunicação electrónica e a troca de dados médicos, no sector dos Cuidados de Saúde para todo o país. A expectativa é que o uso das TIC contribua para a qualidade, a eficácia e a acessibilidade dos cuidados de saúde agora e no futuro. O pessoal médico em particular ficará mais capacitado para fornecer os cuidados requisitados com o acesso melhorado e exacto a dados recentes dos pacientes. A infra-estrutura nacional para os cuidados de saúde (AORTA) permitirá a troca segura de informação médica de confiança. O NICTIZ desenvolveu o Nacional Switching Point (NSP), um projecto de partilha electrónica de informações de pacientes entre as organizações de saúde em todo o país. O NSP mantém um indicador apontando para todos os locais de registo de cada paciente e um cadastro de sistemas clínicos associados, que lida com a autenticação, a autorização de utilizadores do sistema e regista ainda, todas as transacções para auditoria. A iniciativa foi a base para o lançamento nacional do Prontuário Electrónico de Pacientes. O desenvolvimento e gestão do sistema foram liderados pela CSC – Computer Sciences Corporation, companhia americana dedicada a serviços de tecnologia da informação. Os critérios do Sistema de Gestão de Cuidados de Saúde (GBZ) asseguram o armazenamento sistemático e seguro dos dados médicos. Como núcleo de aplicações médicas, os Países Baixos focalizaram-se num registo electrónico nacional da saúde (EPD) funcionando num ambiente seguro com os dados armazenados do paciente / cliente em sistemas diferentes, podendo ser recuperados, trocados e mostrados aos prestadores autorizados de cuidados de saúde. Este EPD virtual é compilado de uma colecção das aplicações conectadas à infra-estrutura nacional do AORTA. Os Países Baixos movem-se gradualmente para um EPD completo. O registo electrónico de Medicação (EMD) e um registo electrónico do Clínico Geral (WDH) será introduzido brevemente, mas muitas mais aplicações de cuidados estão a ser desenvolvidas. A diferença dos esforços da Holanda com outras iniciativas de outros locais está na velocidade com a qual eles conquistaram marcos técnicos. A principal razão desse sucesso é a tecnologia de integração rápida da InterSystems, o aplicativo Ensemble. A CSC- Computer Sciences Corporation, escolheu o Ensemble para o projecto, pela sua capacidade de combinar a integração rápida com funcionalidades inovadoras, necessárias para integrar uma grande variedade de aplicações, sistemas e repositórios heterogéneos. “Optámos pelo Ensemble porque ele é o que melhor aplicativo atendendo às rígidas exigências do projecto”, afirma Darryl Berend, director da área de Assistência Médica da CSC, na Holanda. Ele lembra que a empresa já realizou projectos governamentais similares na Holanda, Grã-Bretanha e Dinamarca, facto que os credenciou para a construção de uma rede de informações fiável e de excelente custo-benefício, para o sector de saúde holandês. Em apenas quatro meses, a contar da data em que o Ensemble foi escolhido, a equipa do CSC foi treinada no uso da tecnologia, recolheu e analisou completamente os requerimentos. Neste período foi também desenvolvido, testado e implantado o software do NSP. O desempenho no 194 Índice desenvolvimento agradou à equipa. “Descobrimos que o Ensemble poderia responder tão rapidamente quanto precisávamos numa configuração directa e fácil de gerir e que suporta as necessidades de desempenho e escalabilidade do NSP”, afirma Bob Schat, arquitecto de soluções na CSC. Ele destaca que o Ensemble está simplesmente a fazer muito mais pela NICTIZ, da forma mais rápida, com mais controle e mais economia. Outros motivos que levaram a CSC a optar pelo Ensemble foi a facilidade de administração através de seu portal de gestão com base na Internet e a integração com o Caché, um banco de dados orientado a objectos da InterSystems, que oferece alto desempenho e escalabilidade. Para a InterSystems este projecto é extremamente importante. “Estamos satisfeitos em constatar que o Ensemble foi escolhido como a plataforma de integração para projectos deste porte e importância em diversos países”, disse Trevor Matz, director para os projectes de integração da InterSystems. “É importante fornecer suporte a esta iniciativa nacional inovadora e pretendemos manter uma parceria duradoura e bem sucedida com a CSC”, conclui. A Computer Sciences Corporation – CSC foi fundada em 1959. Com aproximadamente 78000 funcionários, a CSC oferece tecnologias de ponta para clientes em todo o mundo. Entre os seus serviços, estão projectos de integração de sistemas, subcontratação corporativa e de TI, desenvolvimento de software de aplicação, hospedagem de Web e consultoria em gestão. 4.2.2.1.6.2 Registos Médicos Electrónicos O registo médico electrónico (EPD) é um registo médico virtual sendo um componente de um sistema de âmbito nacional, que pretende facilitar a troca da informação do paciente. Os dados de sistemas de informação diferentes são integrados no EPD. Os médicos autorizados têm acesso à informação e podem recolher uma história clínica mais completa incluindo os medicamentos prescritos. O sistema nacional de EPD foi construído bit por bit, ligando os vários sistemas regionais como parte de uma infra-estrutura de âmbito nacional. O registo electrónico de medicações é parte do EPD, que inclui também os seguintes componentes: •• Identificação de paciente - através do número de cidadão (BSN) (que será introduzido brevemente) ; •• Identificação e verificação do prestador de cuidados - identificação única do prestador de serviços ; •• Troca de e informação segura e de confiança - através de um ponto nacional de ligação. 4.2.2.1.6.3 Registo electrónico de Medicação Os prestadores de cuidados de saúde nos Países Baixos já iniciaram um sistema electrónico de registo de medicação (EMD). O sistema de EMD foi introduzido em duas regiões em Janeiro de 2007. Os profissionais autorizados usam o sistema de EMD para aceder ao histórico da medicação de um doente. 195 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais O sistema EMD significa a evicção de erros na medicação, disponibilizando ao pessoal de saúde a informação de que necessita num ambiente on-line. Isto é uma importante contribuição para a segurança do doente e significa também uma melhoria na qualidade dos cuidados. Informação vital sobre o doente está disponível aos prestadores de cuidados de saúde, desde que o doente não apresente objecções. Os prestadores de cuidados são assim capazes de evitar prescrever medicamentos que possam levar a interacções perigosas com medicações que o doente possa estar a tomar por conselho de um outro médico. Esta informação permanece na fonte (por exemplo sistema de informação de um hospital, de uma farmácia, de um consultório de GP) mas está também disponível aos fornecedores e aos prescritores de medicação: farmácias públicas, farmácias do hospital, GP, etc.). 4.2.2.1.6.4 Registo electrónico do Clínico Geral (WDH) Uma população envelhecida, a falta de GP, um grupo profissional em envelhecimento, e o facto de que muitos dos GP qualificados recentemente preferirem trabalhar em meio período, precipitaram a emergência de carências destes profissionais nos anos recentes. Actualmente os GPs que substituem os seus colegas nas noites e nos finsde-semana têm dificuldade no acesso à história médica dos pacientes. Um registo electrónico do GP fornecerá em todos os locais um sumário da história do paciente. Os registos remanescerão com o GP regular e deixarão de ser somente acedíveis de um local. A informação ganha durante a consulta fica automaticamente com o GP regular. 4.2.2.1.6.5 Perspectiva de implementação No programa de implementação de EMD/WDH os componentes da infra-estrutura básica e das duas primeiras aplicações estão juntas. Para assegurar o cuidado e a máxima atenção, o processo da execução foi dividido em duas fases: A primeira fase tem a ver com a ”prova do conceito“ que visa assegurar que os diferentes componentes operarão concertadamente num ambiente de teste. A execução do Registo electrónico de Medicação e o Registo Electrónico do GP começa consequentemente com uma “prova do conceito” (PoC). No PoC todos os constituintes da rede são testados na concertação e debaixo de condições laboratoriais. Isto mostra se as instalações nacionais estão a trabalhar eficazmente e se os sistemas de prestação de cuidados estão a operar correctamente e com segurança Numa segunda fase, que se iniciou com o fim do PoC, foram lançados estudos piloto em regiões seleccionadas. Nesta segunda fase os resultados do PoC foram introduzidos em onze regiões seleccionadas. Cinco EMD e seis regiões piloto de WDH foram seleccionadas para este período experimental. Na sua totalidade estas regiões piloto cobriram 1000 prestadores de cuidados de saúde e aproximadamente dois milhões de registos. Com os resultados obtidos e com o sucesso atingido nestas duas fases a extensão nacional teve início em 2007. 196 Índice 4.2.2.1.6.6 Actividades Futuras A maior parte da agenda de implementação das TIC para o próximo período deve ser ainda determinado. A introdução de aplicações novas será prioritizada e será baseada nas possibilidades tecnológicas e nas necessidades e desejos dos pacientes, dos fornecedores de cuidados de saúde e dos seguradores. Isto está a ser feito através de um modelo administrativo de dois ramos, em que um é um grupo plataforma para as TI e inovação que ajusta a agenda para actividades novas de TIC e um conselho de inovação e TI. O conselho decide os desenvolvimentos futuros reais e na sequência em que serão executados. Nos anos seguintes, vários capítulos serão adicionados ao EPD, que será alargado desse modo a outros grupos e domínios profissionais (por exemplo bem-estar, cuidado juvenil). Esta aproximação passo a passo deve eventualmente conduzir a uma colecção de dados partilhados entre diferentes tipos de fornecedores de cuidados de saúde. As seguintes iniciativas (entre outras) serão lançadas no futuro próximo: •• Alargar o EMD, adicionando funções de prescrição electrónica para fornecedores de cuidados; •• Estender o EMD a outros grupos profissionais; •• Alargar o WDH com uma série de dados da emergência; •• Desenvolver os componentes para um registo electrónico de diabetes (integrando a corrente complexa de fornecedores de cuidados de saúde), e dar aos pacientes o acesso a seus próprios dados de diabetes; •• Desenvolver o registo electrónico de crianças (EKD). A partir de 1 Janeiro 2007 cada criança nascida nos Países Baixos tem o seu próprio EKD, contendo a informação sobre a criança, a situação da família e o ambiente. •• Criar condições para que os doentes possam aceder aos seus próprios registos. Neste momento os políticos estão a considerar o uso possível de um Cartão de Identidade Nacional electrónico como meio de acesso de paciente. 4.2.2.1.7 Conclusões O sistema holandês de cuidados de saúde, é um sistema complexo e em mudança constante que é difícil de descrever, sendo diferente de outros sistemas na Europa. Os seus três componentes separados, são responsáveis por alguns dos problemas, como a equidade de financiamento e que foram o foco das reformas e debates na década passada. No lado positivo, o sistema de cuidados de saúde primários é bem desenvolvido e funciona bem, com o seu sistema de guardião e a responsabilidade por dois terços das consultas de ambulatório. Este sucesso é ilustrado com um grau de satisfação elevada com o sistema por parte dos seus utilizadores. A mudança fundamental diminuiu muitos benefícios, e o debate em torno de um sistema de cuidados de saúde orientado para o mercado levou a um aumento das actividades da melhoria de qualidade. Este debate contínuo e somente o tempo revelarão como os Países Baixos reconciliarão temas complicados, tais como a introdução da competição efectiva no mercado mantendo simultaneamente a solidariedade e a acessibilidade financeira. A reforma reflectiu dois dos objectivos definidos pela Federação das Organizações dos Pacientes e dos Consumidores nos Países Baixos: criar um sistema baseado na 197 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais procura e nas perspectives nos pacientes e seguir princípios de liberdade de escolha e de autonomia pessoal. Entretanto, durante as consultas um dos desafios para a Federação das Organizações dos Pacientes e dos Consumidores nos Países Baixos foi que não conseguiu apresentar uma visão consensual em todos os aspectos da reforma. Este facto pode ter enfraquecido a sua influência mas reflecte as diversas opiniões das organizações constituintes. O sentido da reforma do seguro de saúde apresentou diversas ciladas potenciais. Um tema de preocupação era a base em que os consumidores fariam a escolha das seguradoras de saúde e dos pacotes de benefícios do esquema do seguro. As escolhas podem ser feitas com base em preferências individuais actuais mas podem necessariamente não reflectir riscos de saúde para o futuro ou a evidência sobre o custo-beneficio das intervenções. Por exemplo, se os consumidores estivessem livres para decidir sobre incluir ou não programas de rastreio no seguro de saúde seleccionado, poderiam optar por reduzir o direito de rastreio sem poder fazer exame de seu risco pessoal de desenvolver doenças no futuro. Isto poderia ocorrer porque o seu conhecimento de riscos de saúde é limitado, porque escolhem ignorar os riscos futuros ou porque, as opções futuras para o tratamento e o cuidado não são simplesmente conhecidas. Por estas razões os mecanismos da representação são importantes em determinar a extensão apropriada da escolha no sistema. A experiência nos Países Baixos mostrou que um desafio é equilibrar os objectivos da reforma relacionados com a escolha crescente do cidadão com outros objectivos do sistema. Por exemplo, embora a escolha possa resultar num equilíbrio dos benefícios de saúde mais ajustados á procura, as pessoas mais informadas poderão provavelmente ter melhores decisões sobre o seu seguro do que as pessoas menos informadas, reduzindo assim a equidade da saúde. A escolha pode também influenciar negativamente a tomada de decisão baseada na evidência, já que ao decidir sobre o pacote do seguro, os consumidores podem ser guiados por percepções pessoais a curto prazo, faltando a informação sobre riscos de saúde e o custo-beneficio das intervenções. Assim, assegurar-se de que a população dos Países Baixos tenha conhecimentos sobre a sua saúde, compreendendo os seus riscos de saúde pessoais e as implicações de apólices diferentes do seguro de saúde, será importante. O desafio começa por ser passar esta compreensão e informação, a todos os grupos na sociedade. No que diz respeito à representação do consumidor na tomada de decisão, estes desenvolvimentos mostraram que os interesses do consumidor ou do paciente podem diferir entre os grupos, colocando dificuldades em conseguir o consenso em todos os assuntos. A coabitação de organizações do consumidor e do paciente não pode garantir o consenso. A sua legitimidade não é baseada em representar as opiniões do público em geral, mas em apresentar as opiniões dos pacientes e dos consumidores baseadas nas suas experiências específicas da saúde e dos cuidados de saúde. É importante compreender os pontos em que os grupos dos consumidores e dos pacientes concordam, mas também compreender como e porque diferem. As TIC estão a ser utilizadas de modo a melhorar a acessibilidade aos dados dos doentes, não só para manter e aumentar a qualidade dos Serviços de Saúde, mas também para responder a questões de ordem económica e de falta de recursos, nomeadamente humanos. 198 Índice 4.2.2.2 Dinamarca 4.2.2.2.1 Desenvolvimento do Sistema Dinamarquês de Saúde O sistema dinamarquês de cuidados de saúde submeteu-se a mudanças graduais, mas a reformas não radicais, de 1970 até 2004. Teoricamente, o desenvolvimento pode ser visto da perspectiva do federalismo, da descentralização e dos incentivos fiscais apoiados em sistemas do reembolso. O sistema dinamarquês de cuidados de saúde é descentralizado político, financeira, e operacionalmente. Os condados são responsáveis pelos cuidados de saúde, e financiam-no a partir de impostos sob os rendimentos e propriedades. Os hospitais são públicos, enquanto os clínicos gerais são empresários que trabalham por contrato com os condados. Os serviços hospitalares, os serviços de clínica geral e os especialistas não têm custos, existindo co-pagamentos para medicamentos, cuidados dentários dos adultos e fisioterapia. Os co-pagamentos constituem perto de 19 % de despesas totais da saúde. O sistema caracteriza-se pelo controlo da despesa, pelo desenvolvimento positivo razoável na produtividade e por um grau elevado de satisfação do paciente e do cidadão apesar das listas de espera. A escolha livre do hospital foi introduzido há mais de 10 anos. Recentemente foi expandida de modo que após ter esperado 2 meses por tratamentos de cirurgia electiva em hospitais públicos, os cidadãos podem escolher um outro hospital privado ou recorrer ao exterior com pagamento total por fundos públicos. O pensamento por trás da descentralização foi minado gradualmente por um número de razões. Isto conduziu a uma reforma efectivada em Janeiro de 2007. O número dos condados foi reduzido, mas as regiões novas retêm a responsabilidade para os cuidados de saúde. Um imposto nacional da saúde foi introduzido de modo que as regiões recebam rendimentos do estado e do co-pagamento municipal, por exemplo uma quantia por hospitalização. Numa perspectiva internacional, os níveis de saúde na Dinamarca, podem ser considerados como bons. Contudo nos últimos 10 a 20 anos ocorreu uma evolução mais lenta do que em outros países europeus, não se encontrando assim a Dinamarca no topo da Europa em alguns indicadores. Administrative Levels National Regional Ministry of the Interior and Health 14 countries Primary Copenhagen Frederkisherg 273 Local Authorities Contudo a esperança de vida, como indicador importante, mostra que houve uma melhoria substancial nos níveis de saúde durante a segunda metade dos anos 90. Esperança de vida ao nascer (anos) 1994 2005 Dinamarca 74,8 77,45 Holanda 76,85 78,7 Portugal 73,8 77,2 Finlândia 75,8 78 78 79,75 Suécia Fonte: Life expectancy at birth and at various ages. OECD Health Data 2007 - Version:July 07 199 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais 4.2.2.2.2 Sistema de prestação de Cuidados de Saúde 4.2.2.2.2.1 Organização Como a Dinamarca no seu todo, o sector dos cuidados de saúde tem 3 níveis políticos e administrativos: o estado, os condados e as municipalidades (níveis nacional, regional e local). O serviço de cuidados de saúde está organizado de modo que a responsabilidade pela prestação do serviço se situe no nível administrativo mínimo. Os serviços podem assim ser providenciados tão perto quanto possível daqueles que os usam. O papel do estado na disponibilização e cuidados de saúde é em primeiro lugar e acima de tudo, iniciar, coordenar e aconselhar. Uma das tarefas principais é estabelecer os objectivos para a política nacional de saúde. Antes da concepção do plano de cuidados de saúde o Ministério da Saúde e do interior estabelece a preparação do planeamento entre os condados, define directrizes no que diz respeito às funções nacionais e regionais dentro serviços hospitalares e informação de como as diferentes formas de tratamento devem ser organizadas, incluindo a coordenação dos diferentes níveis de tratamento. O Ministério da Saúde e do interior na sua competência de Autoridade de Saúde Nacional é responsável ainda por legislar para a saúde, nas áreas do funcionamento dos serviços de saúde, pessoal, hospitais e farmácias, produtos médicos, alimentos, vacinas, cuidados de saúde materno infantil e direitos dos doentes. Esta legislação cobre as tarefas dos condados e das autoridades locais na área da saúde. A nível central é requerido que em cada 4 anos, os condados e as autoridades locais formulem um plano de cuidados de saúde, de modo a melhorar a coordenação e eficiência dos diferentes níveis administrativos envolvidos na prestação de cuidados de saúde. Índice Existem 273 autoridades locais, que conjuntamente com as autoridades de Copenhaga e Frederiksberg, são os corpos administrativos locais. As autoridades locais têm um certo número de competências, das quais a Saúde representa uma pequena parte. No campo da saúde, as autoridades locais são responsáveis pela enfermagem, os cuidados de saúde pública, saúde escolar e tratamento dentário infantil. As autoridades locais são também responsáveis pela maioria dos serviços sociais, alguns dos quais (serviços domiciliários de idosos) têm a ver com os serviços de cuidados de saúde e são de grande importância para o funcionamento destes. Os condados podem individualmente ajustar os seus serviços de acordo com as necessidades aos diferentes níveis, permitindo assegurar o número correcto de pessoal e a procura do equipamento adequado. O Sistema de Saúde Dinamarquês está dividido em 2 sectores: o dos cuidados de saúde primários e os hospitalares. O sector dos cuidados de saúde primários lida com os problemas de saúde da comunidade e os seus serviços estão disponíveis para todos. Este sector pode ser dividido em duas partes: uma que lida essencialmente com o tratamento e os cuidados (clínicos gerais, dentistas, fisioterapeutas, etc.) e a outra que é predominantemente preventiva, que gere os programas de prevenção e os cuidados dentários infantis. Nos últimos 10 a 15 anos foi dada à medicina preventiva e à promoção da saúde uma alta prioridade na Dinamarca. Isto deve-se ao reconhecimento dos quadros nosológicos actuais serem dominados pelas doenças sociais, como as doenças cardiovasculares e as neoplasias. Somente uma parte dos cuidados de saúde preventivos e de promoção da saúde se apoiam no sector da saúde. Os desenvolvimentos no ambiente, na saúde ocupacional, no ambiente doméstico, segurança rodoviária e na segurança dos produtos são de grande importância para o estado geral de saúde da população. A promoção da saúde e a prevenção da doença envolve um grande número de iniciativas em todos os campos da sociedade. As medidas preventivas ao nível local são até certo ponto financiadas centralmente, por exemplo através do apoio de projectos e pesquisas. Os clínicos gerais ocupam uma posição central no Sistema de Saúde da Dinamarca. Isto deve-se ao facto de serem os contactos primários com os Serviços de Saúde, devendo assegurar que ao doente é dado o tratamento correcto e que é enviado aos profissionais correctos no serviço de saúde. O clínico geral é assim o coordenador e a pessoa com responsabilidade profissional de referenciar os doentes para hospitais, especialistas e outros profissionais, que trabalham dentro do Sistema de Saúde e disponibilizam outro tipo de cuidados. Os condados têm uma larga amplitude de poderes para organizar os serviços de saúde para os seus cidadãos, de acordo com os desejos regionais e a disponibilidade de instalações, sem a intervenção do governo. 200 201 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Caracterização Sumária do Sistema de Saúde Dinamarquês: 3500 Clínicos Gerais têm 90% de todos os contactos dos pacientes; Mais de 90% dos Clínicos Gerais usa algum tipo de registos electrónicos da saúde (EHRs ); Os Clínicos Gerais são financiados na maior parte publicamente; 65 Hospitais são possuídos por 14 condados e pela Corporação Hospitalar de Copenhaga (nenhum hospital privado principal); 4,6 Milhões de consultas de ambulatório por ano; 22 000 Camas hospitalares; 1.3 Milhão de altas anuais; 13% das camas hospitalares são servidas por EHR ( meio de 2003) Na Dinamarca existem cerca de 3 500 clínicos gerais. Cada um deles tem cerca de 1600 doentes. As pessoas seguras no Grupo 1 têm de estar registadas com um clínico geral e as pessoas no Grupo 2 têm o direito, mas não o dever, de se registarem num clínico geral da sua escolha. As crianças abaixo dos 16 anos são registadas geralmente no mesmo clínico geral do que os seus pais. Quando em situação de doença, a população recorre em primeiro lugar ao contacto com os cuidados de saúde primários. Os clínicos gerais, actuam como guardiães do sistema, em relação ao acesso ao tratamento hospitalar e aos especialistas, sendo necessário os doentes serem referenciados para acederem aqueles. Se o cidadão depois de uma avaliação médica necessita de tratamento a um nível especializado, ele tem a escolha entre os departamentos hospitalares que oferecem tratamento com alto nível de especialização. O sector hospitalar lida com as situações médicas que necessitam de tratamentos ou equipamento mais especializados ou intensivos. Na vasta maioria dos casos a obrigação dos condados de disponibilizar aos seus cidadãos tratamento hospitalar é cumprida pelos hospitais do próprio condado e em parte pelos hospitais de outros condados. Como o funcionamento dos hospitais requer uma população maior do que aquela de que a maioria das autoridades locais abrange, esta responsabilidade está atribuída aos 14 condados. Contudo os hospitais de Copenhaga e Frederiksberg são geridos por um corpo administrativo especial: A Cooperativa Hospitalar de Copenhaga. Os condados são também responsáveis pelo sector prestador, contudo esta responsabilidade fica com as autoridades locais de Copenhaga e Frederiksberg. Os hospitais dos condados e cooperativa hospitalar de Copenhaga disponibilizam tratamento hospitalar gratuito para os residentes no condado e atendimento a situações de acidente e de doença aguda tanto para os residentes como para os residentes temporários. Estes hospitais são também obrigados a fazer acordos para a utilização 202 Índice de departamentos altamente especializados, para assegurar aos habitantes igual acesso. Isto reflecte o facto de que os condados individualmente não podem esperar cobrir todos os tratamentos nos seus próprios hospitais. Os hospitais privados são pertença de associações, que fizeram acordos com os condados. Existe um número limitado de hospitais privados, completamente fora dos serviços de saúde públicos. No presente este sector é muito modesto (0,2 % do número total de camas). Desde 1 de Janeiro 1993 os cidadãos que necessitam de tratamento hospitalar têm a possibilidade, dentro de certos limites, de escolher livremente em que hospitais desejam ser tratados. Esta possibilidade foi alargada em Julho de 2003, podendo desde então os cidadãos escolher entre hospitais privados ou clínicas na Dinamarca ou ainda no estrangeiro, se o tempo de tratamento exceder em 2 meses e o hospital escolhido tiver um acordo com a associação de condados. Os condados podem, depois de autorização do Directório Nacional de Saúde, referenciar os doentes para tratamentos altamente diferenciados no estrangeiro, pagos pelo estado. Os hospitais estão também envolvidos no tratamento preventivo e desempenham um papel importante no que diz respeito ao treino de pessoal de todo o Sistema de Saúde e na investigação, e é normal que muito deste conhecimento seja posto ao serviço da prática clínica. À medida que a ciência e a especialização a ela associada se tem vindo a desenvolver, o trabalho dos hospitais tem vindo a evoluir disponibilizando para lá do tratamento da doença, apoio ao diagnóstico na forma de exames laboratoriais analíticos, imagiológicos, etc. Ao mesmo tempo, os doentes são hospitalizados por períodos mais curtos de tempo ou tratados em ambulatório. Para além disso existe uma tendência de aliviar os hospitais dos cuidados de natureza social. O resultado deste desenvolvimento é reflectido numa queda contínua na média de tempo de estadia e no número de camas dia, e num aumento no número de doentes tratados em ambulatório Este desenvolvimento reflecte-se na estrutura do sector dos cuidados de saúde. No período de 1980 a 2000 o número de hospitais gerais caiu de 117 para 71. Entre 1980 e 1999 o número de hospitais psiquiátricos caiu de 16 para 12. A queda na média da estadia no hospital resultou da grande redução no número de camas nos hospitais gerais. Assim neste período entre 1980 e 2000 o número de camas diminuiu de 30 967 para 18 683. 203 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Similarmente no campo dos hospitais psiquiátricos houve um desenvolvimento no sentido de menos e menores hospitalizações e mais actividade de ambulatório. Como a estadia média nos hospitais foi reduzida devido ao tratamento em ambulatório, os clínicos gerais assumem um papel mais importante como coordenadores do tratamento oferecido ao doente pelo vários grupos profissionais que prestam dentro do Esquema de Reembolso de Cuidados de Saúde, por exemplo especialistas, fisioterapeutas e enfermagem. Capacity and activity in somatic hospitals, specific years Number of hospitals 1980 1989 1994 2000 Fixed number of beds 117 94 83 71 30 967 26 646 21 632 18 683 Discharges Bed days 894 485 1 049 012 1 090 580 1 123 254 Number of ul-patients 8 413 400 7 225 805 6 643 964 5 964 586 Average lenght of stay (days) 9,4 6,9 6,1 5,3 O nº de clínicos gerais e especialistas aumentou em 19 % no período 1980 a 2000. No mesmo período o número de dentistas aumentou em 18 %. Este aumento deve ser interpretado à luz do facto de que, e contrariamente ao que acontece, com os clínicos gerais e especialistas, os dentistas podem estabelecer-se livremente na Dinamarca, não tendo assim os condados o controlo sobre as disponibilidades destes profissionais. Por outro lado os tratamentos dentários não são isentos de custos. O tratamento é somente parcialmente subsidiado; aproximadamente 70 % das despesas dentárias em adultos são pagas pelos próprios doentes, com a possibilidade de parte ser reembolsada por seguros de saúde privados. Como já referido anteriormente a reforma estrutural principal do sector dos cuidados de saúde foi implementada em Janeiro 2007. Os 15 condados existentes (14 condados mais a região de Copenhaga) foram consolidados em cinco regiões e o número das municipalidades foi reduzido de 271 para 99. 4.2.2.2.2.2 Financiamento O sistema de saúde dinamarquês é caracterizado tanto por ser publicamente financiado através de impostos e para a maioria dos serviços, como por ser gerido directamente pelas autoridades públicas. Em muitos países da Europa existe uma componente muito maior de cuidados privados na organização dos cuidados de saúde, sendo um grande número de hospitais geridos por organizações privadas. O financiamento por outro lado que é principalmente público é na forma de um esquema de seguro mandatório em vez dos impostos gerais. As pessoas com mais de 16 anos e que têm direito aos benefícios do esquema de reembolso de cuidados de saúde podem escolher entre o seguro do Grupo 1 ou do Grupo 2. No que diz respeito a muitos dos serviços, os direitos da pessoa segurada 204 dependem muito do grupo que escolheu. A pessoa segura pode mudar entre o Grupo 1 e 2 notificando a autoridade local. As crianças abaixo dos 16 estão cobertas pela mesma forma de seguro que os seus pais. Quando os mais jovens chegam à idade dos 16 anos ficam seguros independentemente no Grupo 1, a menos que escolham ser seguros no Grupo 2. Quase todos (97,6 %) escolhem ser seguros no Grupo 1. Todos os que têm direito a serviços de reembolso recebem um cartão de reembolso de cuidados de saúde. As pessoas seguras no Grupo 1 têm o direito a ajuda médica gratuita do seu clínico geral ou do seu substituto. Podem também, sem encargos, ser observados por outro clínico geral enquanto fiquem fora da área do seu clínico geral, em caso de doença súbita, agudização, acidentes, etc. As pessoas seguras no Grupo 2 recebem somente parte do custo quando se socorrem de um clínico geral. O subsídio que recebem corresponde ao mesmo do Grupo 1. O esquema de seguro de saúde paga todo ou parte dos tratamentos dados por especialistas. Na Dinamarca existem cerca de 1200 especialistas. As pessoas no Grupo 1 têm o direito a ajuda médica gratuita de especialistas quando referenciados pelo seu clínico geral. As pessoas do Grupo 2 recebem somente parte do custo da ajuda médica por especialistas. Os subsídios correspondem ao custo de ajuda médica similar para o Grupo 1. Contudo as pessoas do Grupo 2 podem visitar qualquer especialista sem ter que visitar um clínico geral antes. Os modos diferentes de organizar e financiar os serviços e cuidados de saúde têm vantagens e desvantagens, sendo a escolha do modelo largamente determinada pelas diferentes prioridades nos diferentes países. No sistema de Saúde Dinamarquês uma autoridade combina a responsabilidade politica para os níveis de impostos (financiamento) e pelo nível de serviço disponibilizado. Isto dá às autoridades a possibilidade de fazerem a gestão financeira. Contudo o Governo Central estrutura a politica económica nacional. Todos os anos a estrutura económica para o ano seguinte são discutidos entre o estado, os condados e as autoridades locais. Os acordos são descritos tipicamente na forma de recomendações para as taxas de impostos locais e regionais e de acordos para injectar capital em áreas ou projectos de cuidados específicos Os esquemas de saúde dos hospitais e das autoridades locais são geridos por orçamentos estruturados. Os empregados são também assalariados de acordo com acordos colectivos entre a Associação Nacional de Autoridades Locais e os sindicatos. Embora sendo o financiamento público, não é obrigatório que as instituições que prestam os cuidados sejam também públicas. Contudo na Dinamarca a maioria do sector de saúde, incluindo os hospitais são instituições públicas. O financiamento e a gestão dos serviços estão assim integrados. No modelo público integrado aqueles que prestam os Serviços de saúde são funcionários públicos recebendo um salário fixo. O modelo integrado com restrições orçamentais e salários fixos dá segurança orçamental, mas não disponibiliza ao pessoal um incentivo intrínseco para a eficiência. A eficiência deve ser assegurada através de outros mecanismos como a ética profissional e a boa gestão. 205 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Na Dinamarca a grande maioria dos serviços de saúde não tem custos para os utilizadores. Do total das despesas em serviços de saúde na Dinamarca em 2000, a despesa pública constituiu 81 % e a privada aproximadamente 19 %, Os gastos em saúde cobrem essencialmente os pagamentos de medicamentos, dentistas e fisioterapia. O total do gasto público aprovado corresponde aproximadamente a 8% do PIB (ver tabela seguinte), valor que se tem vindo a manter estável ao longo dos últimos anos como pode ser constatado pelos valores abaixo: Despesa total na saúde - % do produto interno bruto 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Dinamarca 8,4 8,1 8,2 8,2 8,3 8,5 8,3 8,6 8,8 8,9 8,9 Fonte: OECD Health Data 2007 - Version: July 07 O total do gasto público em cuidados de saúde, medida em termos de preços fixos, aumentou em cerca de 26% de 1988 até 2000. Health care sector expenditure specific years, fixed 2000 prices; DKK milliions Hospitais Individual Health Others Private Expenditure Total Expenditure Services 1988 40 233 12 060 871 10 324 63 478 1992 40 780 13 601 1 280 11 494 67 155 1996 44 633 14 266 1 235 13 183 73 317 2000 48 867 16 919 1 346 15 679 82 751 Fonte: Statistic Denmark Como pode ser observado na tabela ao lado, a despesa no sector primário aumentou em 22%, no sector hospitalar aumentou em 39% e os gastos dos cidadãos aumentaram em 52% no mesmo período. O grande incremento no gasto do sector primário foi devido essencialmente ao aumento significativo dos medicamentos. Apesar do crescimento na despesa real com os cuidados de saúde, a proporção do PIB gasto nos cuidados de saúde manteve-se constante naquele período. Em muitos serviços de saúde existe um terceiro interveniente pagador, que realiza o pagamento dos cuidados de saúde. Isto é parcialmente baseado no desejo de salvaguardar despesas inesperadas, parcialmente para assegurar que mesmo aqueles com menos recursos têm acesso pelo menos aos tratamentos urgentes. No Sistema de Saúde Dinamarquês, a terceira parte pagadora são os condados e as autoridades locais responsáveis pela parte pública (81%). Os condados e as autoridades locais financiam parcialmente os serviços de cuidados de saúde através de impostos colectados por eles mesmo através de permissões governamentais, concedidas por critérios objectivos, como por exemplo questões demográficas. 206 A maior parte da despesa privada é paga directamente aos prestadores. Contudo cerca de 28 % da população é coberta por seguros de saúde privados, os quais reembolsam parte das despesas, respeitantes a medicamentos e estomatologia. Os orçamentos hospitalares são estabelecidos pelos condados, esperando-se que a gestão ocorra dentro dos limites destes orçamentos. Todos os empregados dentro do sector de cuidados de saúde, incluindo os médicos, são assalariados de acordo com contratos colectivos entre a associação dos conselhos dos condados e os respectivos sindicatos. No esquema de reembolso de cuidados de saúde, os serviços são prestados por empregados por conta própria como clínicos gerais, especialistas dentistas, fisioterapeutas, etc. Estes serviços são prestados de acordo com acordos colectivos entre os condados e os sindicatos relevantes. Os acordos englobam, os preços de serviços individuais os quais são cobertos pelo esquema de reembolso de cuidados de saúde. Estes acordos incluem também a extensão da cobertura. Ao prestador de um serviço não é permitido cobrar mais do que está estipulado pelo acordo colectivo. Os clínicos gerais são pagos parcialmente por capitação e parcialmente através de cotas dos seus serviços. As farmácias operam na base de autorizações públicas que são dadas pelo Ministério da Saúde e do Interior, que decide o número de farmácias e onde estas se podem situar. O número total destas autorizações está limitado sendo distribuído de acordo com critérios geográficos de modo a que a cobertura seja equilibrada. Existem cerca de 300 farmácias na Dinamarca. Alguns produtos aprovados pela agência de medicamentos dinamarquesa podem ser vendidos em lojas. As farmácias cobram aos doentes somente o remanescente do subsídio público, sendo o preço o mesmo em todo o país. O sistema de reembolso é baseado nas necessidades individuais, e a taxa de reembolso depende do consumo no último ano. Alguns medicamentos que podem ser comprados sem prescrição são somente subsidiados se quem os compra são pensionistas, reformados devido a incapacidade, pessoas com reformas precoces ou aqueles que sofrem de doença de longa duração. Este é assegurado pelo Ministério da Saúde e do Interior o qual regula o cálculo dos preços ao consumidor dos produtos farmacêuticos. O lucro comum dos farmacêuticos é calculado para um período de dois anos em negociações entre o Ministério da Saúde e do Interior e a Associação Dinamarquesa de Farmacêuticos. Dentro da área do esquema de reembolso dos cuidados de saúde, o gasto é controlado por acordos de pagamento e das autorizações de funcionamento de clínicas. Todos os residentes na Dinamarca estão cobertos pelo esquema de reembolso de cuidados de saúde. Os cidadãos não pagam qualquer contribuição especial para este esquema que é financiado por taxas dos condados. Os condados administram tanto as autoridades hospitalares e o esquema de reembolso de cuidados de saúde, enquanto a administração local do esquema de reembolso de cuidados de saúde foi transferida para as autoridades locais 207 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Todos os residentes na Dinamarca são livres de escolher o seu dentista. Existem aproximadamente 2 700 dentistas na Dinamarca. Para aqueles que tem 18 anos ou mais, o esquema de reembolso de cuidados de saúde paga parcialmente os tratamentos preventivos e outros. A referenciação por um clínico geral número não é obrigatória. As crianças abaixo dos 18 anos, os menos válidos ou aqueles com doenças físicas ou mentais graves que têm dificuldades de visitar dentistas têm cuidados dentários gratuitos em dentistas ou em clínicas públicas. Existem 1400 fisioterapeutas na Dinamarca. O esquema de reembolso de cuidados de saúde paga parcialmente o tratamento de fisioterapeutas, sendo que as pessoas com incapacidades graves recebem fisioterapia sem custos. O tratamento é somente parcialmente subsidiado se foi prescrito por um clínico geral. O esquema de reembolso de cuidados de saúde paga parcialmente os tratamentos dos quiropráticos. Na Dinamarca existem cerca de 450 quiropráticos que tratam de doentes com diabetes, reabilitação daqueles que sofrem de miopatias ou alguns casos de psicólogos. Não é necessário ser referenciado por um clínico geral para receber subsídio. As autoridades locais devem providenciar enfermagem sem encargos, quando prescrita por um clínico geral. Todos aqueles que vivem numa autoridade local têm o direito a serviços de enfermagem. È tarefa da autoridade local fornecer os meios para o funcionamento, sem encargos para os utentes. Este serviço permite aqueles que têm uma doença crónica ou temporária, ou que se encontrem em situações terminais a possibilidade de se manterem no seu lar. As crianças abaixo dos 16 anos necessitando de óculos recebem um subsídio. Não é necessário ser referenciado por um clínico geral. Se uma pessoa falece e tinha direito ao esquema de reembolso de cuidados de saúde, então a autoridade local paga parte do custo do funeral. As pessoas com mais de 18 anos recebem apoio para o funeral de acordo com as suas circunstâncias financeiras. 4.2.2.2.2.3 Direitos e deveres dos doentes Para assegurar os direitos dos doentes existem um conjunto de leis que os regulamentam como a possibilidade de apresentarem queixas e de receberem compensações. O objectivo destas leis é criar um conjunto de regras para assegurar o melhor tratamento possível em todas as situações. Os médicos são obrigados a informar os doentes sobre as suas doenças, a possibilidade de tratamento, os efeitos laterais das terapêuticas, etc. de modo a obterem o consentimento do doente para o tratamento, o que corresponde ao consentimento informado. Os doentes têm acesso, sem custos, aos seus registos médicos e os médicos ou outros profissionais, têm a obrigação de interpretar os registos se o doente assim o quiser. O pessoal médico não deve divulgar qualquer informação relativa a um doente. Essa 208 Índice informação só pode ser divulgada a outra autoridade/médico com o consentimento do doente. Existe também um sistema de reclamações no Sistema de Saúde. O Directório de queixas dos doentes é uma autoridade pública imparcial que pode criticar o pessoal médico ou submeter casos mais graves ao procurador público com vista a apresentação em tribunal. Os doentes podem também reclamar compensações relacionadas com o tratamento em hospitais públicos através do esquema de seguro de doentes que foi implementado em 1992. 4.2.2.2.2.4 Satisfação do doente O estudo Eurobarómetro de 1998 preparado pelo Comissão Europeia em colaboração com a Escola de Economia e da Ciência Política de Londres, mostrou que 90 por cento dos dinamarqueses estavam satisfeitos com serviços do cuidado de saúde, mais (por uma grande margem) do que residentes em todos os outros estados membros da UE. No entanto estes dados devem ser analisados com precaução. Ao nível nacional, os números de satisfação da década passada são interessantes. O Ministério Dinamarquês das Finanças publica análises actuais das opiniões dos cidadãos sobre o sector público, incluindo a satisfação com os cuidados de saúde. Numa escala de 1 a 5, a satisfação de usuários de hospitais em 1993 era 4,3 mas caiu abruptamente para 3,4 em 2000. Entretanto, a satisfação de não utilizadores do hospital caíram de 4,1 para 3,3. Por contraste, a satisfação dos utentes de clínicos gerais tem-se mantido estável nos últimos dez anos. Embora a extensão das listas e de tempos de espera não seja um problema clínico sério (91% de todos os pacientes são tratados em 1 a 2 meses), os interesses de alguns meios, focalizam frequentemente alguns casos individuais anormais e forçaram os políticos a adoptar uma série de garantias sobre os tempos de espera. Durante os anos 90, o esforço do governo dinamarquês para introduzir uma espera máxima de 3 meses falhou, e recorreu-se a financiamento em patologias específicas para reduzir tempos de espera. Em Junho de 2001, foi anunciado financiamento similar para o cancro. Na teoria, os pacientes podem recorrer a cuidados privados se o hospital público não puder fornecer os cuidados dentro de um determinado período. Em 2002 foram injectadas 1,6 milhões de coroas dinamarquesas para a redução de listas de espera, (o que limitou o espaço de manobra no desenvolvimento de outras áreas da saúde). 4.2.2.2.3 Aplicação da sociedade de conhecimento em áreas confinantes com os cuidados de saúde - A Dinamarca e o desenvolvimento de ciências da saúde Há um interesse difundido e crescente na biotecnologia e no seu impacto socioeconómico. A biotecnologia tem aplicações potenciais num grande número áreas, entre elas: saúde humana (nomeadamente no envelhecimento), produção de alimentos, ambiente, energia e materiais. Devido ao âmbito de aplicação da biotecnologia, o seu impacto económico potencial pode ser substancial pelo desenvolvimento de novos produtos seus usos e aplicações e fornecimento de bens e serviços relacionados. 209 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Em comparação com outros países europeus a Dinamarca situa-se em quarto lugar em termos do número de empresas de biotecnologia depois da Alemanha, Reino Unido e França, como pode ser observado na figura ao lado. Sendo o sector médico grande e economicamente vital na Dinamarca a biotecnologia tem um interesse significativo constitui uma prioridade para a política de investigação deste país. A Dinamarca teve um forte crescimento de empresas de biotecnologia entre 1997 e 2005 como pode ser observado na figura abaixo onde se verifica o rápido crescimento do número de firmas em 2003 com um grande número de inícios particularmente em 2000 e 2001. Em média o número de empresas dedicadas à biotecnologia aumentou em 49 % no período de 2000-2005, passando de 133 para 184. Em 2003 podiam-se contar 188 empresas dedicadas totalmente à biotecnologia. O número de empresas da biotecnologia tem sido desde então razoavelmente constante, com 184 empresas dedicadas à biotecnologia no final de 2005. Este número é ligeiramente inferior ao de 2004, onde existiam 186 empresas. Biotech companies in Europe 2004 Germany UK France Denmark Sweden Israel Switzerland Netherlands Belgium FInland Italy Others Ireland Norway Number of biotech companies in Denmark,1997-1995 50 100 150 200 250 300 350 400 Number of companies Fonte: Carter Bloch.Carter Bloch.The Danish Centre for Studies in Research and Research Policy Working paper 2004. April 2004 Number of firms 0 A figura seguinte mostra registo de patentes no European Patent Office (EPO) na área da biotecnologia, tecnologias de informação e de comunicação (TIC) e medicina em 2001. EPO paten applications per million inhabitants, by country of inventor, 2001 Dedicated biotech firms Other innovative biotech firms 1997 70 60 50 40 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Fonte: Own calculations based on information from several sources. Firm’s start and end dates from NewBiz Business Information System. Number of dedicated biotech start-up firms, 1997-2005 30 40 20 Biotech Medical ICT Fonte: OECD’s Patent database. See also Mortensen (2005) 35 Number of firms Norway Australia New Zealanda France OECD Japan Canada Ireland Finland United Kingdom Autria Belgium Netherlands Sweden United States Iceland Germany Switzerland Denmark 10 30 25 20 15 10 5 0 1997 Medindo o registo de patentes por milhão de habitantes, a Dinamarca tem o número mais elevado de registos de patente dentro da biotecnologia, e é o terceiro nos termos de patentes médicas depois da Suiça e da Suécia. Isto dá uma indicação da importância da biotecnologia para a economia dinamarquesa. 210 1998 Como pode ser observado na figura seguinte o início de actividade de empresas de biotecnologia foi mais elevado em 2000, onde 37 novas empresam dedicadas à biotecnologia foram criadas. Este número caiu desde 2000, e somente 3 foram identificadas em 2005. 80 0 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Fonte: Own calculations based on information from several sources. Firm’s start and end dates from NewBiz Business Information System. 211 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Um número significativo das empresas dedicadas à biotecnologia corresponde a empresas pequenas que foram estabelecidas nos últimos anos, reflectindo o crescimento de empresa novas e a idade relativamente nova da indústria no todo. Das 184 empresas dedicadas à biotecnologia no fim de 2005, 13 tinham sido estabelecidas em 2004 e 106 em 2000. Destas 184, 7 são negociadas publicamente na Bolsa de Copenhaga. A figura seguinte mostra a distribuição das empresas de biotecnologia pelo número dos empregados. Pode-se ver que 125 das 184 tinham menos de 10 empregados, e somente 13 tinham 50 ou mais empregados. O número total de empregados em 2005, nestas empresas era de 4807. Biotech firms by size, 2005 140 120 100 80 70 Dedicated biotech firms 60 40 20 0 0-9 10 - 24 25 - 49 55 - 99 100 + Other innovative biotech firms Number of employees Fonte: Own calculations based on employee data from NewBiz Information Source. Assim pode-se concluir que a maior parte da actividade de biotecnologia na Dinamarca é conduzida por empresas de maior dimensão, que têm também actividades fora desta área. Este grupo inclui as companhias farmacêuticas. Não existindo informação detalhada sobre facturação para estas empresas, parece provável que a maior contribuição para a actividade económica na Dinamarca na biotecnologia venha destas empresas maiores. Além disso, a pesquisa em biotecnologia conduzida por estas empresas e nas universidades, fornece uma base de sustentação importante para o desenvolvimento de empresa menores. Em 2005 cerca de 70 % das empresas dedicadas à biotecnologia na Dinamarca situavam-se na área da Grande Copenhaga, que conjuntamente com a região de Skåne do sul de Suécia forma a região do vale de Medicon. O vale de Medicon é um dos maiores clusters de biotecnologia na Europa. Há diversas instituições de pesquisa públicas que conduzem a pesquisa em biotecnologia em Copenhaga, entre elas a universidade de Copenhaga e a universidade técnica de Dinamarca. Para lá disto, o vale de Medicon alberga algumas companhias farmacêuticas, tais como Novo Nordisk, H. Lundbeck, Leo Pharma, e Astra Zeneca. A presença destas companhias farmacêuticas influenciou a pesquisa da biotecnologia na área, com ênfase na pesquisa em neurociências, no cancro, na diabetes e em doenças inflamatórias. O crescimento da biotecnologia em Odense foi dirigido primariamente pela investigação na área dos proteómicos o que resultou no estabelecimento de algumas empresas. A pesquisa de Biotecnologia em Dinamarca une empresas dedicadas à biotecnologia, universidades e hospitais e um número de grandes empresas activas na biotecnologia. Estima-se que a despesa em I&D do sector privado da biotecnologia atingiu DKK 6,1 biliões (824 milhões de euros) em 2003 ( ver quadro abaixo ). Este valor representou 24% do investimento privado em I&D na Dinamarca no mesmo ano. Das empresas privadas que têm I&D em biotecnologia, cerca de um quarto é do sector alimentar e das bebidas, um terço na pesquisa e no desenvolvimento, 16% dos produtos químicos e farmacêuticos. Estes dados indicam que as duas áreas primárias de aplicação da biotecnologia em Dinamarca são os sectores do processamento de alimentos e da saúde. 1. Total biotech R&D, 1997 - 2003, mio.DKK Sector 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Private 3 078 4 034 3 938 4 445 4 953 5 638 6 103 Public 752 808 865 1056 1054 1 100 1 101 Total 3 830 4 843 4 803 5 502 6 007 6 738 7 204 Fonte: Own calculations based on Danish Centre for Studies in Research and Research Policy’s R&D database, firm annual reports. 1€ = 7,4 DKK. For private sector, year 2000 estimated based on average of 1999 and 2001. For public sector, 1998 estimated, based on averages of 1997 and 1999. To avoid double couting and exclude R&D conducted outside Denmark, extramural R&D are not included in estimates of aggregate levels of biotech R&D given in Table 1. Em 2003, as despesas do I&D em biotecnologia no sector público foram de DKK 1,1 biliões (149 milhões de euros), representando 10 % do investimento global do sector público em I&D. Na Dinamarca em 2003, 115 departamentos e institutos, cobrindo uma larga amplitude de áreas, relatou I&D na área da biotecnologia. No mesmo quadro verifica-se um crescimento razoavelmente constante na I&D em biotecnologia no sector privado, com taxas de crescimento anuais médias de 12,1% entre 1997-2003, valor mais elevado do que as taxas de crescimento da I&D do sector privado. A I&D em biotecnologia do sector público aumentou de 752 milhões para 1.05 bilião entre 1997 a 2000, mas estagnou a partir de 2000. A tabela seguinte mostra o desenvolvimento no número dos “equivalentes a tempo completo” (FTE) dos empregados dedicados a tempo inteiro à I&D em biotecnologia na Dinamarca. Em 2003, 6188 FTE estimados foram utilizados na I&D em biotecnologia. Isto é cerca de 15 % de totais agregados para Dinamarca em 2003. Adicionalmente ao vale de Medicon os clusters de biotecnologia começaram também a surgir à volta de outras universidades e hospitais na Dinamarca, nas cidades de Aarhus, Odense, e em menor extensão em Aalborg. 212 213 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice 2. Total R&D FTE, 1997-2003 Sector 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Private 3 528 3 648 3 742 3 950 4 157 4 528 4 781 Public 1 373 1 551 1 729 1 466 1 518 1 439 1 406 Total 4 902 5 199 5 471 5 416 5 675 5 967 6 188 Fonte: Own calculations based on Danish Centre for Studies in Research and Research Policy’s R&D database, firm annual reports. 1€ = 7,4 DKK. An FTE, or full time equivalent, is equal to a year of total working time for one employee. Fot the private sector, the year 2000 was estimated based on average of 1999 and 2001. For the public sector, 1998 was estimated, based on averages of 1997 and 1999. Uma investigação de 2003 sobre I&D obteve dados sobre 83 empresas da biotecnologia. Na tabela seguinte mostra-se a distribuição destas empresas da biotecnologia pela indústria a que se encontram ligadas: 3. Industrial classification of biotech firms in R&D sample, 2003 Sector Food Processing Chemicals (minus Pharmaceuticals) Pharmaceuticals Medical instruments NACE % 15 24 (24 minus 24.4) 9 24.4 9 33 3 Other manufacturing Wholesale trade Research & Development Other business services Total 5 51 5 73.1 32 74 13 100 Fonte: Own calculations based on data from NewBiz Business Information Source and the Danish R&D statistics. Em resumo poderemos afirmar que apesar do interesse na biotecnologia, há uma falta de dados sistemática quanto às actividades e aplicações da biotecnologia na Dinamarca. Na Dinamarca, a indústria de dispositivos médicos é provavelmente mais conhecida pelas suas maiores empresas, que fabricam material descartável médico e aparelhos auditivos. Mas a indústria de dispositivos médicos também inclui numerosos pequenos e médios fabricantes, vários deles empresas de inovação, bem como distribuidores e sub-fornecedores. Um dispositivo médico pode ser entendido como “Qualquer instrumento, aparelho, equipamento, materiais, utensílios, equipamento, apoio técnico ou outro artigo, utilizado isoladamente ou combinado, incluindo o software necessário para o seu bom funcionamento, destinado pelo fabricante a ser utilizado em seres humanos para efeitos de: 214 1. Diagnóstico, prevenção, controlo, tratamento ou atenuação de uma doença, 2. Diagnóstico, controlo, tratamento, atenuação ou compensação de uma lesão ou de deficiência, 3. Estudo, substituição ou alteração da anatomia ou de um processo fisiológico ou 4. Controlo da concepção o qual não atinge a sua acção pretendida sobre o corpo humano através de meios farmacológicos, imunológicos ou metabólicos, mas que pode ser assistido na sua função por esses meios. “ Em 2004, cerca de 1.000 companhias na Dinamarca operavam na área dos dispositivos médicos Estas empresas são muito diferentes em termos de tamanho, total de vendas e de actividade. Uma grande parte delas gera apenas uma pequena parcela de suas vendas totais a partir dos produtos médicos, ao passo que outras empresas são muito pequenas. Em 2004 existiam 157 empresas dedicadas à produção de dispositivos médicos na Dinamarca. As vendas totais de dispositivos médicos em empresas dedicadas unicamente a esta actividade aumentou 5% em 2004, para quase 34 mil milhões de DKK, representando aproximadamente 5% do total da indústria transformadora na Dinamarca e aproximadamente 48% do valor das indústrias das ciências da vida na Dinamarca As empresas tiveram mais de 33.000 empregados na Dinamarca e no estrangeiro. Embora o total de trabalhadores da indústria de dispositivos médicos dinamarqueses empresas tenha aumentado, a mão de obra empregada na Dinamarca pelas mesmas empresas diminuiu ligeiramente, reflectindo a tendência que, enquanto as empresas Dinamarquesas de dispositivos médicos prosperam, vários delas promovem a fabricação e actividades de investigação no estrangeiro. Nos últimos anos empresas como a Novo, MBL, Unomedical, AMBU e Coloplast, colocaram actividades fora da Dinamarca. The Danish medical device industry, total sales (DKK million) 40 000 35 000 30 000 25 000 20 000 15 000 10 000 5 000 0 Manufacturers Distributors Other 2000 2001 2002 2003 2004 Fonte: Financial statements and information provided by members of Medicoindustrien A figura seguinte mostra a percentagem de empresas que têm dedicado actividades nos segmentos específicos de produto, bem como a quota de vendas gerado pelas empresas 215 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice em cada um dos segmentos. O segmento dos dispositivos de audição representam uma grande parte do total das vendas em comparação com o número de empresas, enquanto segmentos, tais como produtos ortopédicos, equipamentos hospitalares, assistência técnica e produtos dentários são caracterizados por muitos pequenas empresas. que a investigação da indústria de dispositivos médicos mais do que quadruplicou no período 1995-2003, com uma taxa de crescimento mais elevada do que o sector farmacêutico e outras indústrias de produção. Estes dados podem, ser observados na figura seguinte: Index: 1995=100 Companies and their total sales by product segment (2004) 500 400 Medical disposables, etc. 300 Equipment and instruments,etc. 200 Orthopaedic products and prostheses 100 Hospital equipment, first-aid devices,etc. 0 Assistive technology 1995 1997 Medical device industry Pharmaceutical industry Dental products Hearing devices 1999 2000 2001 Other manufacturing Public sector health expenditure 2003 2004 Services / Consulting 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50% Number of companies Fonte: Danish Centre for Research Analysis Total Sales Fonte: Medicoindustruien Mais de 40% das empresas produzem ou distribuem, dispositivos médicos, enquanto 28% vendem mais equipamentos mais sofisticados. As empresas estão localizadas primariamente em torno das cidades com universidades. No entanto, há também uma significativa concentração no North Zealand. Copenhagen assume a liderança, tanto em termos do número total de empresas como número de empresas dedicadas em relação ao número de habitantes. O mercado dos dispositivos médicos dinamarqueses chegou aproximadamente aos DKK 7 biliões em 2004, um aumento de 12% sobre o ano anterior, e um crescimento de 5% em comparação com 2002. Os números de 2002 foram impulsionados pela significativa venda de produtos descartáveis como almofadas absorventes, seringas, agulhas e cateteres, que passou para um nível “natural” em 2003. Este evento é mais provavelmente imputável a um aumento considerável da despesa pública em dispositivos médicos (cerca de 14% de 2001 a 2002, contra 4% de 2002 para 2003). As empresas Dinamarquesas de dispositivos médicos gastaram DKK 1073 milhões em investigação, em 2003, ou seja ligeiramente mais de 4% da totalidade das suas vendas. Em comparação, as empresas farmacêuticas gastaram mais de 15% das vendas totais em investigação em 2005. A comparação de quatro empresas dinamarquesas, de dispositivos médico contra quatro companhias americanas, revela que as empresas dinamarquesas tendem a gastar uma pequena parcela de suas receitas totais na investigação. Um grande número de empresas de dispositivos médicos exporta, a maior parte dos seus Produtos A taxa global de exportação é aproximadamente de 93% da produção total. Durante um período de 10 anos, a indústria de dispositivos médicos, mais de que dobrou o valor das exportações, Esta tendência positiva parece susceptível de ser sustentada. Index: 1995=100 300 250 200 150 100 50 0 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Pharmaceuticals Medical devices Manufacturing Agriculture Fonte: Statistics Denmark Em 1990, 3,8% da despesa pública de saúde foi gasto na compra de dispositivos médicos, aparelhos e equipamentos, enquanto que em 2004 esse número tinha subido para 6,2%. Como é mostrado na figura seguinte, os dispositivos médicos e da tecnologia são o item de despesa que mais aumentou em termos públicos. Assim tendo em atenção a evolução das exportações, do aumento da despesa com estes equipamentos e a posição actual da Dinamarca neste segmento é compreensível que a área dos dispositivos médicos seja de grande relevância para a economia Dinamarquesa. Uma revisão da evolução das despesas industriais em I & D mostra, muito claramente 216 217 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Podemos de seguida enumerar alguns exemplos de empresas que actuam nos domínios da Biotecnologia e de dispositivos médicos na Dinamarca. Alguns dos players fabricantes de dispositivos médicos na Dinamarca Domínio Entidade / Empresa AMBU International B-K Medical Equipamentos, instrumentos DakoCytomation Radiometer Trivirix Denmark GN Otometrics GN Resound Corporation Dispositivos auditivos Sonion T&W Holding (Widex) William Demant Produção de cateteres para intervenção em radiologia e urologia. Accoat Medical (SP Medical A/S) Produtos pata intervenção em radiologia, cardiologia, gastrenterologia, urologia e ginecologia Angiotech / PBN MEDICALS Denmark A/S Desenvolvimento e produção de dispositivos médicos na área da injecção, inalação, monitorização e telemedicina Bang & Olufsen Medicom a/s Dispositivos de intervenção baseados em tecnologias de nano-fibras Cardio Capacity A/S Investigação e desenvolvimento em Dispositivos médicos Chempilots a/s Dispositivos de intervenção e implantes em cardiologia e neuroradiologia Millimed A/S 4.2.2.2.4 Estratégia Nacional Dinamarquesa de TI para o serviço dinamarquês de cuidados de saúde A utilização eficiente da tecnologia de informação moderna no serviço dinamarquês de cuidados de saúde é essencial para responder às necessidades crescentes da sociedade assim como atingir os objectivos políticos da alta qualidade, de informação, da influência e da participação no serviço de cuidados de saúde. A finalidade da estratégia nacional para o serviço dinamarquês dos cuidados de saúde foi estabelecer uma estrutura comum para a completa digitalização dos serviços de cuidados de saúde durante o período 2003-2007. Esta estratégia substituiu a estratégia nacional 218 anterior para TI no sistema hospitalar dinamarquês de 2000-2002. O grupo nacional da estratégia teve a cargo desenvolver a nova estratégia TI. A tarefa era monitorizar, disseminar e desenvolver a estratégia nacional para TI no sistema hospitalar dinamarquês entre 2000 e 2002. Era constituído por representantes do Ministério da Saúde e do Interior, pela Direcção Nacional da Saúde, pela Associação de Conselhos de condado, pela Corporação de Hospitais de Copenhaga e pela Associação Nacional de Autoridades Locais da Dinamarca. Durante o Verão de 2002, a estratégia nacional de TI foi sujeita a audições públicas extensas. A revisão subsequente resultou na estratégia defina actualmente para o período de 2003 a 2007. A estratégia esboça uma ampla visão e iniciativas específicas, que, nos anos futuros, conjuntamente ajudarão a obter benefícios importantes pela aplicação da tecnologia de informação moderna nos cuidados de saúde dinamarqueses. Esta estratégia é baseada nas necessidades do cidadão e apoia-se em ser a Dinamarca um dos países com o uso mais difundido de comunicação electrónica entre os diferentes actores dos serviços de cuidados de saúde. Assim, as iniciativas da estratégia apontam para fornecer ao cidadão e ao paciente maior coerência e melhor qualidade dos cuidados. É também um objectivo claro melhorar a capacidade do indivíduo de influenciar e de participar activamente nos seus cuidados pessoais. A implementação de registos electrónicos de saúde no sistema hospitalar dinamarquês é uma das áreas de foco, como o são as iniciativas projectadas para criar coerência entre sectores e disciplinar os limites dos serviços de cuidados de saúde. A maioria das iniciativas que dizem respeito ao primeiro período da estratégia (Janeiro 2003 - Dezembro de 2005) relacionaram-se com o desenvolvimento e a execução de registos electrónicos da saúde (EHR). O foco foi posto nas iniciativas que visam o desenvolvimento dos padrões, dos conceitos, das classificações comuns etc., assim como em iniciativas asseguraram uma boa integração entre EHR e outros sistemas de TI disponíveis nos cuidados de saúde. O acordo fiscal em 2003 entre o governo e os condados (isto é os donos dos hospitais) estabeleceu como objectivo comum, que os registos electrónicos de saúde baseados em padrões partilhados deveriam estar implementados em todos os hospitais dinamarqueses até ao fim de 2005. O desenvolvimento de padrões e de conceitos partilhados para registos de sistemas de TI de saúde deveriam assim ajudar a assegurar que os dados pudessem ser compartilhados e que pudessem apoiar eficientemente os cuidados interdisciplinares de alta qualidade. A finalidade foi também permitir uma comunicação dos dados entre sistemas de TI, sem forçar que as partes interessadas utilizassem sistemas do mesmo fornecedor de TI. Desta maneira o mercado manteve a competição livre assim como o grau desejado de especialização. Uma iniciativa particularmente importante da padronização é o projecto nacional da “Estrutura Básica para a os Registos electrónicos de Saúde”. Baseado em padrões elaborados pela Direcção Nacional de Saúde, este projecto cria a fundamentação para uma formação coordenada dos conceitos de EHR no sector hospitalar. Ligando a aplicação das TI aos cuidados de saúde a uma arquitectura comum, será possível esboçar uma distribuição das tarefas entre níveis nacionais e locais, tornando possível utilizar serviços comuns. À parte das iniciativas relacionadas com o desenvolvimento do EHR, a estratégia inclui um número de iniciativas que pretendem a aplicação das 219 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais TI a outros níveis do cuidado de saúde e da comunicação interna e através dos limites do sector, incluindo os cuidados de saúde dos clínicos gerais e da comunidade. Os registos electrónicos da saúde e registos clínicos de qualidade são ferramentas eficientes para apoiar e documentar de modo sistematizado a garantia de qualidade da prestação de cuidados de saúde. Os EHR têm mostrado na Dinamarca, contribuírem para melhorias reais da qualidade, por exemplo diminuindo os erros de medicação. Além disso, fornecerão informação melhorada ao paciente sobre o serviço e a sua qualidade. No futuro, sistemas de apoio à decisão clínica poderão ser integrados. Isto melhorará a qualidade orientando os membros da equipa numa base de programas e de padrões da referência para episódios de cuidado. Um número de outros sistemas de TI, como EHR e sistemas radiológicos digitais, aumentarão a rapidez da disponibilização da informação; os especialistas avaliam resultados independentemente da distância física; e os pacientes e a equipa de funcionários terão tempos de espera mais curtos, tanto quando estão no hospital ou no consultório do clínico geral cuidado de saúde da prática e da comunidade. 4.2.2.2.5 Estado actual da aplicação das tecnologias de informação nos cuidados de saúde Actualmente as TI são utilizadas em alguma extensão em todos os sectores dos cuidados de saúde. A Dinamarca coloca-se actualmente entre os países mais desenvolvidos em termos de comunicação electrónica através dos diferentes serviços de cuidados de saúde. Isto pode em parte ser atribuído à cooperação entre as autoridades de saúde nacionais e os condados (incluindo a Corporação do Hospital de Copenhaga) em estabelecer uma rede de dados dinamarquesa de cuidados de saúde para a comunicação de mensagens clínicas. Por exemplo, a prescrição dos clínicos gerais aos farmacêuticos, referenciação hospitalar do Clínico Geral, etc. No fim de 2002, aproximadamente 2,4 milhões destas mensagens foram trocadas cada mês entre mais de 2 500 partes, incluindo hospitais, farmácias, laboratórios etc. As TI foram também extensamente introduzidas no sector dos cuidados de saúde primários. Por exemplo, em 2002 mais de 87% dos clínicos gerais usavam EHR. Durante os últimos três anos, mais de 125 autoridades locais introduziram sistemas electrónicos de logística, controlando e planeando os cuidados domiciliários distritais. Isto significa que aproximadamente metade das autoridades locais na Dinamarca têm agora uma solução electrónica de cuidados para apoiar tarefas como manter registos da saúde, a administração de medicamentos, a documentação e planeamento. Actualmente, dentro do sistema hospitalar encontram-se um número considerável de sistemas de TI que registam os dados dos pacientes. Isto inclui EHR, sistemas administrativos de doentes, sistemas do laboratório, sistemas para imagem, marcações e equipamento técnico, assim como um número de sistemas profissionais especializados. Os sistemas administrativos de pacientes são usados extensivamente na totalidade dos serviços de cuidados de saúde. Fornecem dados a um número de registos centrais que num contexto internacional são originais, como por exemplo o registo do paciente nacional, a indicação das actividades no sistema hospitalar e acerto de contas entre hospitais. Entretanto, a comunicação baseada no papel é ainda predominante na 220 Índice prática clínica. Os sistemas de TI estão raramente inter conectados. Se o estivesse poder-se-ia partilhar dados, internamente nos hospitais assim como através dos diferentes sectores dos serviços de cuidados de saúde. É uma tarefa de proporções vastas e de dificuldade extrema, permitir a reutilização de dados de outros sistemas. O Observatório Dinamarquês de EHR, cuja tarefa é seguir o desenvolvimento dos EHR no sistema dinamarquês hospitalar, estima que 7% das camas em hospitais dinamarqueses estiveram cobertas por EHR até Abril 2002 (EPJ Observatoriet, Statusrapport 2002) e que essa taxa aumentou significativamente nos últimos 5 ano, com valores consideráveis em 2007. É intenção comum de todas as partes públicas interessadas no serviço de cuidados de saúde, assegurar a competição e evitar monopólios. A evolução técnica desviarse-á dos sistemas padrão de um único vendedor, para os sistemas estratificados e modulares, baseados em plataformas de integração, onde um número de vendedores pode ser envolvido na mesma solução. A desvantagem da situação de mercado real é que é impossível ou muito caro substituir partes de um sistema com os módulos de outros vendedores. Esta situação fixará de facto os proprietários do hospital a um vendedor e aos seus produtos durante um longo período do tempo. A vantagem de plataformas da integração é que módulos e peças podem gradualmente ser substituídos sem as consequências e os custos conhecidos no passado. Expresso de um modo popular, significa que os produtos dos vendedores diferentes podem funcionar colectivamente. Isto requer que os vendedores concordem com relações e especificações relevantes. O objectivo é deslocar a competição dos modelos à funcionalidade, ao benefício dos usuários. Nenhum sistema de EHR baseado em plataformas de integração foi já testado na operação global com todos os módulos relevantes. Um número de lições remanesce para ser aprendidas a respeito de a relevância de relações diferentes: Devem os serviços como o controlo de acesso ser aplicados num nível geral ou deverão eles ser específico do módulo? É preferível que este tipo da experiência esteja compartilhado entre os vendedores num processo interactivo. 4.2.2.2.6 A Dinamarca e as tecnologias de informação e comunicação na Saúde 4.2.2.2.6.1 Perspectivas estratégicas O Ministro da Saúde lançou a sua primeira estratégia para o desenvolvimento do registo electrónico de pacientes (EPR) em 1996, quando com um número de ensaios pilotos descentralizados regionais permitiram identificar os padrões e a terminologia comum. A estratégia nacional para a tecnologia de informação nos hospitais continuou em 1999 com o objectivo principal de estabelecer EPR como o núcleo de sistemas de TI nos hospitais. 221 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice A última estratégia a Estratégia Nacional para a Tecnologia de Informação no Sistema de Cuidados de Saúde (2003 - 2007) foi publicada em 2003. O seu princípio básico é que “a informação partilhada é o fundamento para a participação do paciente no seu cuidado” e os seus alvos estratégicos principais são: •• Elevada Qualidade profissional dos cuidados; •• Respostas directas; •• Tempos de espera mais curto; •• Elevado nível da satisfação do utente; •• Melhor informação sobre os serviços e a sua qualidade; •• Uso eficiente dos recursos; •• Liberdade de escolha. 4.2.2.2.6.2 Perspectivas de implementação A responsabilidade para a implementação de várias das iniciativas englobadas na estratégia é compartilhada entre diferentes organizações: Ministério do Interior e da Saúde, Direcção Nacional da Saúde, Associação de Conselhos de condado e Corporação do Hospital de Copenhaga, MedCom e a Associação Dinamarquesa de Padrões. A maioria das iniciativas no primeiro período (2003 - 2005) estava relacionada com desenvolvimento e execução de registos electrónicos da saúde (EHRs). O foco estava em iniciativas que visavam o desenvolvimento de padrões, conceitos e classificações comuns, assim como em iniciativas assegurando a integração entre EHRs e os outros sistemas de TI, disponíveis nos serviços de cuidados de saúde. Baseada nos padrões elaborados pela Direcção Nacional de Saúde, foi criada uma estrutura básica para os registos electrónicos de saúde (BEHR) que disponibiliza um modelo conceptual para o processo clínico e um modelo da informação de referência, que especifica as exigências no sistema de TIC para assegurar a procura e a troca dados. A BEHR tem como objectivo criar a fundamentação para a adopção a nível nacional de EHR no sector hospitalar e ser o ponto de partida para o uso transversal da informação dos registos de saúde Os benefícios esperados incluem economias no custo no trabalho administrativo e sobre prescrições electrónicas esperando-se gerar benefícios económicos líquidos consideráveis, estimando-se poder exceder os 75 milhões de euros numa base anual, em 2008. 4.2.2.2.6.3 Implementação de EHR A utilização de registos electrónicos de doentes nos cuidados de saúde primários está bem estabelecida. Quase todos os consultórios de clínicos gerais estão informatizados. O acordo fiscal de 2003 entre o governo e os hospitais de condado requereu que os registos 222 Penetração e taxas de uso da rede de dados de cuidados de saúde Clínicos Gerais 97% Especialistas 74% (a tempo inteiro) Farmácias e hospitais 100% Farmácias e hospitais 100% electrónicos de saúde baseados em padrões compartilhados estivessem implementados em todos os hospitais dinamarqueses até ao fim de 2005. As cinco novas regiões hospitalares (2007) adoptaram o princípio de “um paciente – um EHR” dentro de cada região e estão a construir o seu EHR a partir das especificações de BEHR. 4.2.2.2.6.4 Infra-estruturas 4.2.2.2.6.4.1 A rede de dados Dinamarquesa Os condados, as autoridades locais e outras organizações têm intranets seguras. No início, as redes locais compreendiam a rede lógica de dados dinamarquesa dos cuidados de saúde. Isto tornou-se possível pela concordância de utilização de padrões uniformes de tecnologia e de comunicação, evitando desse modo problemas com a comunicação entre regiões. Agora, estas redes estão ligadas pela Rede de Dados Dinamarquesa de Cuidados de Saúde (Baseada na Internet) através de conexões VPN, através de um acordo cooperativo com o MedCom. A penetração e as taxas do uso da rede de dados de cuidados de saúde encontram-se no quadro ao lado. Os tipos de serviços de e-Saúde disponibilizados através da rede incluem actualmente: •• Referenciação e sumários de alta; •• Prescrições ; •• Serviços de teleradiologia e de teledermatologia; •• Verificação dos resultados laboratoriais através do Portal nacional da saúde. 4.2.2.2.5.4.2 Portal nacional da saúde O Portal nacional público da saúde, www. Sundhed.dk , foi lançado em Dezembro 2003. Fornece um ponto de acesso único para os serviços dinamarqueses de cuidados de saúde para cidadãos e profissionais. Usando a sua assinatura digital, os cidadãos podem aproveitar de uma variedade de serviços como: •• Marcar consultas nos clínicos gerais; •• Requisitar medicação e renovar prescrições; •• Rever os seus dados de medicação e comunicar com autoridades dos cuidados de saúde; Adicionalmente o portal de saúde oferece um directório dos serviços, informação geral e específica sobre doenças, acesso a directrizes nacionais e informação básica a respeito das hospitalizações. No contexto do fornecimento de cuidados e utilizando os certificados especiais da segurança, os profissionais dos cuidados de saúde podem obter dados e resultados laboratoriais dos pacientes e utilizar vários outros recursos (por exemplo. guidelines e guias clínicos). 223 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice A história de MedCom - o Danish Healthcare Data Network (DHDN) - iniciou-se no fim dos anos 80, quando cresceu o interesse na comunicação electrónica entre os prestadores de cuidados de saúde. É um plano a longo prazo, que permite a transferência de dados eficaz entre diversos actores do serviço de saúde, incluindo partes interessadas no sistema de cuidados de saúde baseado na comunidade. Esta rede nacional permite o fluxo rápido de informação na forma de dados ou mensagens entre os sistemas de software dos prestadores de cuidados participantes. Acordos nas especificações de interface assim, como a certificação da conformidade do software com padrões e sintaxe previamente definidos, permitem a interoperabilidade óptima. A transferência de dados começa no ponto de cuidados para pacientes e Clínicos Gerais. Daí que os serviços de que os cidadãos possam necessitar aceder estejam contemplados, tais como farmácias, serviços de diagnóstico e consultas de especialidade no hospitais, referência e a alta de um hospital e transferência para os cuidados domiciliários O acesso eficaz a estes pelos cidadãos depende da troca eficiente das mensagens entre os prestadores de cuidados de saúde e sociais e outros actores. Valores actuais dos custos anuais e dos benefícios estimados - 1994 a 1998 (em milhões de €) 1 000 000 900 000 800 000 700 000 600 000 500 000 400 000 300 000 200 000 PV of total cost PV of benefits 100 000 0 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 O Centro Dinamarquês para a Telemática na saúde joga um papel nuclear em conseguir e em expandir estas comunicações através de um processo que foi implementado como um conjunto de projectos que desenvolvem padrões nacionais dos dados e obtêm vantagens de nova tecnologia de informação e de comunicações nos cuidados de saúde Começou formalmente em 1994 e até agora teve cinco fases principais: •• MedCom I - espírito pioneiro e profissionalismo - 1995 - 1996 ; •• MedCom II - execução e consolidação - 1997 – 1999 •• MedCom III - serviços de qualidade e difusão - 2000 – 2001; •• MedCom IV – adopção das tecnologias baseadas na Internet e na Web - 2002 – 2005; •• MedCom V - realização de “Bom Serviço Web” - 2006 - 2007 ; O intercâmbio dos dados electrónicos (EDI) é usado para o processo do messaging, incluindo: •• Referenciação dos GP aos hospitais; •• Prescrições dos GP; 224 •• •• •• •• Pedidos dos GP para testes de diagnóstico e relatórios de teste; Relatórios de alta para os GPs ; Notificações das altas à comunidade e aos serviços domiciliários; Reembolsos. O foco da avaliação económica deste sistema de âmbito nacional da e-Saúde foi feitio nos impactes directos da melhoria da troca de mensagem. Os Benefícios para os cidadãos estão relacionados com a comunicação mais rápida, de maior confiança e mais eficiente entre os cuidados de saúde e os profissionais dos cuidados sociais. Os benefícios dos GPs incluem economias de custo em serviços de secretariado e de escritório e em preparar e emitir informação a outros serviços. Os farmacêuticos podem receber electronicamente prescrições directamente dos GPs, de um modo mais rápido e com maior confiança do que as prescrições de papel manuais. Recebendo a notificação pronta das transferências para o seu domínio, os serviços sociais beneficiam de uma preparação e de uma informação mais precoce sobre os pacientes com alta do hospital, podendo assim prover de um modo mais eficaz o s cuidados de saúde. Este é um exemplo raro de esforços activos para melhorar a cooperação entre os cuidados de saúde a comunidade e os sistemas sociais. Os hospitais e os serviços de diagnóstico recebem e emitem informação que é mais consistente, e assim pode ser mais eficiente e com resposta mais rápida. Podem também ser mais fiáveis sobre os padrões de confiança dos dados incluídos nas suas aplicações de e-Saúde. Devido à interoperabilidade assegurada pelo software, o emissor e o receptor podem trocar mensagens no seu próprio sistema de registo electrónico. Todo isto se iniciou em 1994 usando-se principalmente o intercâmbio electrónico de dados (electronic data interchange EDI) e suas ferramentas associadas. O sistema gera um conjunto considerável benefícios económicos estimados excederem 75 milhões de euros numa base anual em 2008 (conforme já referido). Aproximadamente 80 % do total custos anuais, estimados na ordem dos 50 milhões de euros são investimento em TIC e na mudança organizacional. O impacto principal da aplicação é uma comunicação eficaz e eficiente entre profissionais sociais e dos cuidados da saúde. Isto traduz 95 % dos ganhos directos para os fornecedores de cuidados de saúde. O impacto principal faz-se sentir ao permitir aos parceiros dos cuidados de saúde comunicar mais eficaz e confiantemente para a melhoria da qualidade dos serviços, pela oferta de processos mais eficazes de comunicação e de registo, reduzindo assim a sobrecarga e despesas administrativas e pela melhoria da comunicação entre a comunidade de cuidados de saúde e os sistemas de cuidados sociais. Os resultados económicos deste programa podem ser assim sumariados: •• Primeiro ano de benefício líquido anual, isto é quando os benefícios anuais excederam custos anuais: 1997, ano 3; •• Benefício líquido anual estimado para o ano 2008: aproximadamente € 80 milhões Primeiro ano do benefício líquido cumulativo: 1999; •• Benefício acumulado estimado do ano 5 em 2008: aproximadamente € 1.4 biliões; 225 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais •• Custos de investimento acumulado incluindo a despesa de operação em 2008: aproximadamente € 725 milhões; •• Estimativa do ganho de produtividade, medido na diminuição no custo por transacção da mensagem: 97%; •• Distribuição dos benefícios em 2008: Cidadãos - 2%; HPOs - 98% . 4.2.2.2.6.4.3 Intercâmbio Electrónico de dados (EDI): Padronização Mais de 3 milhões de EDI originais são emitidos por mês, o que representa 80% de todas as comunicações. A MedCom desenvolveu padrões EDI em 1996 baseados na sintaxe EDIFACT. Durante MedCom VI, uma versão de XML destes padrões foi desenvolvida para comunicações hospitalares. A MedCom testa também e aprova os sistemas computorizados para a recepção e a expedição de documentos de EDIFACT e de XML, assim como de soluções do serviço Web. Índice hospitais na Estónia e na Lituânia, a etapa seguinte será consolidar mais as infraestruturas e aumentar o número e o tipo de serviços disponíveis em rede. 4.2.2.2.7 Conclusões - Reflexões sobre a evolução recente dos cuidados de saúde na Dinamarca Em 2002 o governo central introduziu uma fonte adicional de financiamento baseado na actividade com o objectivo de aumentar a actividade e em particular para reduzir o tempo de espera. Este financiamento adicional tem sido uma característica permanente de orçamentos anuais. Desde que 2004 o governo central adicionou mais uma exigência: que os condados, como um mínimo, deveriam deixar que 20 % da remuneração de seus próprios hospitais fosse baseada na actividade. A nova plataforma do governo (mantendo os objectivos políticos do governo reeleito em 2005) indicou que a financiamento da parte baseada na actividade deve aumentar dos 20 por cento acima mencionados para 50 % durante os anos seguintes. O governo tem a necessária protecção Parlamentar para suportar esta iniciativa. 4.2.2.2.6.5 Actividades futuras 4.2.2.2.6.5.1 e-Prescrição - perfil de medicação Todas as compras de medicamentos são registadas automaticamente num perfil individual médico para cada cidadão. Isto é conseguido substituindo a prescrição anterior por EDI- com as mensagens de XML emitidas directamente para o Portal de Saúde Nacional. O perfil pessoal pode ser obtido pelo cidadão, pelo médico e pelas farmácias autorizadas pelo paciente. O objectivo do projecto é melhorar a qualidade da terapia medicamentosa dando uma visão geral valiosa de aceitação do paciente. Um servidor nacional da prescrição foi também construído, o que permitirá aos pacientes receber as suas prescrições em qualquer farmácia. 4.2.2.2.6.5.2 Modernização SUP-WEB-Projecto EPR A finalidade é fazer resumos padronizados dos dados disponíveis dos pacientes registados, através das fronteiras dos condados, em vez do envio dados, como por exemplo quando é necessário um paciente receber o tratamento num condado diferente do da residência. A comunicação ocorre de um modo cifrado na Rede de MedCom, ou através do controlo local do usuário ou através do Portal nacional da Saúde. A modernização da SUP para a solução de WEB-EPR, expandirá a comunicação para além dos hospitais, permitindo aos cidadãos, GPs, especialistas e aos serviços domiciliários de cuidados das autoridades locais acederem a dados seleccionados de EPR. 4.2.2.2.6.5.3 Cooperação multinacional de e-Saúde A Expansão às redes transfronteiriças, como demonstrado por exemplo no projecto Báltico do e-Saúde, é um alvo futuro. O objectivo do e-Saúde Báltico, coordenado pelo centro dinamarquês para a Telemática da saúde, é facilitar o uso da telemedicina através das fronteiras nacionais na região do mar de Báltico. Tendo estabelecida uma infra-estrutura segura baseada na Internet entre a Dinamarca, Noruega, Suécia e 226 Diversos países europeus, especialmente durante os anos 90, experimentaram o uso de remuneração adicional baseada na actividade. Neste sentido o que merece realçar é o quão tardiamente que a Dinamarca começou experiências similares, e as iniciativas não parecerem muitos inovadoras. O uso da remuneração baseada na actividade é frequentemente visto como uma reforma orientada para o mercado sendo tradicionalmente controversa no contexto dinamarquês. A visibilidade pública, entretanto, tem sido baixa, mas pode reflectir uma situação política particular. Quando os partidos políticos opostos ao governo ganharem força, este pode aparecer como um tópico visível. A introdução da remuneração baseada actividade foi iniciativa do governo central não dos condados que detêm actualmente a gestão do sector hospitalar. Geralmente, os condados foram relutantes para responderem às ambições do governo central. A descentralização da maioria de responsabilidades dos cuidados de saúde ao nível do condado joga um papel chave no sistema dinamarquês dos cuidados de saúde. Os condados são marcados por um forte sentido de autonomia o que significa que as iniciativas centrais têm frequentemente resistências no nível local. As tensões resultantes promovem uma aproximação do consenso que é há muito tempo uma característica positiva da política em Dinamarca. As tendências centralizadoras actuais põem em perigo um sistema que trabalha razoavelmente bem. As contribuições na Dinamarca são mais visíveis do que aquelas noutros países mas talvez não tão visíveis quanto aquelas feitas sob sistemas sociais ou privados de seguro de saúde. Os dinamarqueses têm um controlo limitado sobre de quanto do seu próprio dinheiro é gasto nos cuidados de saúde. O governo nacional, os condados e as municipalidades recebem impostos dos indivíduos. 227 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Na Dinamarca assim como em outros países o gasto em comparticipação de produtos farmacêuticos aumentou significativamente nos últimos anos. Um nº de diferentes medidas foi implementado para limitar este aumento. Foram introduzidos os medicamentos genéricos para promover a venda de medicamentos mais baratos. Os esquemas de subsídio foram alterados, para um esquema de reembolso com base no sistema de preço. Para todos os produtos reembolsáveis é estabelecido um preço de reembolso e assim estabelecido um valor de co-pagamento. O preço de reembolso é ou o preço do produto ou se mais baixo, o preço médio europeu do produto. Estas medidas promoveram a competição de preços e ajudaram a limitar o crescimento do gasto público em produtos farmacêuticos. A força da participação local em financiar e em fornecer os cuidados de saúde na Dinamarca, pode também conduzir a desigualdades geográficas no acesso aos cuidados de saúde. A escolha não pode ser uma prioridade para pacientes. O acesso aos cuidados é provavelmente o mais importante e para o conseguir e a utilização eficiente da tecnologia de informação moderna no serviço dinamarquês de cuidados de saúde é essencial para responder às necessidades crescentes da sociedade, assim como atingir os objectivos políticos da alta qualidade, de informação, da influência e da participação no serviço de cuidados de saúde. 4.2.2.3 Finlândia A Finlândia dispõe de um Serviço de Saúde, público, universal para todos os habitantes (baseados na residência) gerido pelas municipalidades, financiado por impostos e por pagamentos dos doentes Os Cuidados de Saúde privados suplementam o esquema público e são parcialmente reembolsados por seguros de doença . A Constituição e uma lei do parlamento de 1972, estabelecem que as autoridades públicas, nomeadamente as municipalidades, devem garantir a todos os cidadãos, serviços sociais, de saúde, médicos, de promoção da saúde de reabilitação e de cuidados dentários. Os serviços devem ser providenciados em centros de saúde das municipalidades, isoladamente ou em conjunção com outras municipalidades. As municipalidades podem também comprar serviços ao sector privado. O Ministério de Assuntos Sociais e da Saúde, dirige e guia os serviços sociais e de saúde ao nível nacional. Define a política geral social e de saúde, prepara as principais reformas e propostas para a legislação, monitoriza a sua execução e ajuda o governo na tomada de decisão. O Ministério prepara para aprovação pelo Governo, um Plano de Acção e os objectivos para cada 4 anos de período legislativo. O plano inclui os recursos para o bem-estar social e cuidados de saúde, os quais são revistos anualmente, tendo em atenção o orçamento governamental. O ministério da Educação é responsável pelo planeamento e parcialmente pelo financiamento da formação do pessoal de saúde. Ligado ao Ministério de Assuntos Sociais e da Saúde existe o Conselho de Segurança Básico. Por iniciativa do Ministério, o Conselho pode investigar todas as deficiências observadas na disponibilização de serviços de saúde municipais. O conselho faz recomendações em como e quando as deficiências devem ser eliminadas. 228 Índice O conselho foi estabelecido em 1993 porque foi temida a desregulação e a inequidade que poderia surgir entre grupos da população e entre municipalidades ricas e pobres. Até agora, somente alguns temas isolados foram levados ao Conselho de Segurança Básico. Entretanto, sente-se que os pré-requisitos do conselho para intervir não são suficientes. O seu papel futuro será provavelmente avaliado. Há diversas agências e instituições ligadas ao Ministério de Assuntos Sociais e da Saúde que são responsáveis pelas várias áreas relacionadas com o bem-estar social e os cuidados de saúde. •• O Centro Nacional para a Pesquisa e Desenvolvimento para o Bem-estar e Saúde (STAKES) monitoriza e avalia as actividades de âmbito social e os serviços de cuidados de saúde e desenvolve investigação e desenvolvimento na área. •• A Autoridade Nacional para os Assuntos Médico Legais lida com as matérias disciplinares relacionadas com os profissionais de saúde e a protecção legal dos doentes. Para estes propósitos é responsável pelo registo e legalização dos profissionais de saúde. •• A Agência Nacional para os Medicamentos mantém e promove a utilização segura dos medicamentos, dispositivos médicos e produtos sanguíneos. Concede permissões para a venda de produtos farmacêuticos e avalia a qualidade e outra documentação relacionadas com a autorização para a introdução no mercado de produtos medicinais. Supervisiona também a produção, importação e distribuição de medicamentos e dissemina informação. •• O Instituto Nacional de Saúde Pública desenvolve investigação sobre as doenças e a sua prevenção, colige dados sobre doenças comunicáveis, comportamentos saudáveis e os efeitos da promoção da saúde; assegura a disponibilidade de vacinas no país. •• A Autoridade para a Segurança Nuclear e de Radiações é responsável pela prevenção e restrição das radiações e regula o uso de radiação de acordo com a legislação. •• A Agência Nacional para o Controlo de Produtos para o Bem-estar e para a Saúde lida com a administração do licenciamento relacionado com a importação, produção e segurança de bebidas alcoólicas. É também responsável por relatórios e outras actividades requeridas pela lei dos químicos e dos pesticidas. •• O Instituto Finlandês para a Saúde Ocupacional promove investigação, disponibiliza treino para profissionais de saúde e da segurança e disponibiliza serviços de aconselhamento e dissemina informação sobre a saúde ocupacional 4.2.2.3.1 Desenvolvimento do sistema Finlandês de saúde O Sistema de Saúde desenvolveu-se gradualmente, e não existe nenhum momento em particular que possa ser identificado para a introdução do sistema financiado por impostos. Antes da Segunda Guerra Mundial as municipalidades concentraram os serviços públicos no tratamento da tuberculose, de outras doenças comunicáveis e das doenças mentais. Depois da guerra as municipalidades contrataram clínicos gerais, parteiras e enfermeiras de saúde pública, disponibilizando-lhes instalações e alojamento. A maior parte dos rendimentos dos clínicos gerais provinha dos pagamentos pelos doentes, 229 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais mas os restantes eram assalariados. Enquanto o número de médicos era baixo, eles tinham de lidar com um conjunto alagado de problemas de saúde. A disponibilidade de cuidados hospitalares era muito modesta na primeira metade do século XIX. O desenvolvimento do sistema hospitalar deu-se a partir de 1950. Uma nova Lei estabeleceu que os cuidados secundários deveriam ser disponibilizados por cerca de 20 hospitais centrais, que foram construídos nas maiores cidades. A maioria dos hospitais pertencentes ao estado passou para a posse das municipalidades, enquanto que os cuidados psiquiátricos ficaram como uma organização à parte. Mais tarde nos anos 60, foram construídos hospitais distritais fora dos grandes centros por incitativa das municipalidades. Apesar de todo progresso na organização dos cuidados de saúde, as consultas médicas e os fármacos eram dispendiosos e a subsistência durante a doença era incerta. Um Seguro de Saúde Nacional (NHI) foi introduzido nos anos 60. Parte dos custos de medicamentos, cuidados médicos privados e alguns outros serviços eram reembolsados por este sistema de financiamento. O NHI é gerido pelo Instituto do Seguro Social que está sob a alçada do Parlamento. No fim dos anos 60 e início dos 70 existiam ainda diferenças significativas na disponibilidade de serviços de saúde, que na sua maioria estavam concentrados nas áreas urbanas. O NHI não fez desaparecer estas inequidades na disponibilidade dos serviços. O esquema de seguros não promovia a saúde da população, já que não incluía fundos para a promoção da saúde e de medidas profilácticas, tais como o planeamento familiar e a vacinação. Havia também um desequilíbrio entre os cuidados de saúde primários e secundários. Existia uma rede de hospitais especializados com padrões elevados, mas o acesso de doentes externos e de cuidados primários era insuficiente. Cerca de 90 % do total de gastos com a saúde era realizado com hospitais e somente 10 % em cuidados primários. Consequentemente, havia uma necessidade clara de fazer qualquer coisa sobre a situação. Havia também um desejo político para desenvolver os cuidados de saúde e o crescimento estável da economia nacional assegurava os recursos necessários. Todos estes factores levaram à introdução da Lei dos Cuidados de Saúde Primários. Foi introduzido um sistema de planeamento nacional quinquenal, anualmente actualizado para os cuidados de saúde primários. Esta lei obrigava as municipalidades a disponibilizar cuidados de saúde primários incluindo serviços de saúde pública e planeamento familiar nos centros de saúde. Todos os cuidados de saúde primários e de saúde pública que tinham sido até aí sido disponibilizados de um modo fragmentado foram integrados sobre a administração dos centros de saúde. Como estes centros não existiam antes da Lei dos anos 70 assistiu-se a uma compreensível edificação de instalações de cuidados de saúde primários em todo o país. Também durante este tempo, foram desenvolvidos a compensação pelo NHI para a perda de rendimentos devido a doença e o reembolso para os cuidados de saúde privados. Nos anos 70 e 80, foi prestada atenção crescente aos cuidados de saúde ocupacional, com o objectivo de os estender a todos os trabalhadores. A introdução da Lei da Saúde Ocupacional em 1979 obrigou os empregadores a fornecer serviços 230 Índice de saúde ocupacional a seus empregados. O conteúdo e os recursos para a reabilitação foram também desenvolvidos. A focalização principal dos cuidados dentários foi posta nos centros da saúde e nas crianças e adolescentes, com ênfase na prevenção. 4.2.2.3.2 Sistema de prestação de Cuidados de Saúde Os cuidados hospitalares foram incluídos no planeamento nacional dos cuidados de saúde primários em 1974. Em 1984, nova legislação integrou os serviços sociais (por exemplo, cuidados de dia para idosos) no mesmo planeamento e sistema do financiamento que os restantes cuidados de saúde. Desde então, a colaboração dos cuidados sociais e de saúde foi enfatizada ao nível local e nacional. Até o fim dos anos 80, o desenvolvimento do serviço de saúde Finlandês foi marcado pelo crescimento contínuo e diversificação de serviços. As diferenças regionais na fonte e na disponibilidade dos serviços diminuíram e a qualidade dos serviços melhorou. Uma das medidas empreendidas neste período foi a introdução do omalääkäri, “o sistema de médico pessoal” nos centros de saúde (o nome é um variante Finlandesa de “médico de família”; a tradução directa da palavra Finlandesa seria realmente “meu próprio doutor”). O sistema de médico pessoal foi uma iniciativa desenvolvida em algumas municipalidades para melhorar o acesso aos médicos dos centros de saúde e à continuidade dos cuidados; não era uma reforma implementada por mudanças na legislação. O sistema foi desenvolvido mais tarde para a responsabilização da população (väestövastuu), um modelo no qual uma equipa de médicos e enfermeiras é responsável pelos cuidados de saúde de uma população geográfica específica. Ainda no fim dos anos de 80, inicio dos 90 a regulamentação pelo estado diminuiu gradualmente. Ao mesmo tempo, as possibilidades das municipalidades para escolher como organizar serviços sociais e o cuidado de saúde foram reforçadas. Em 1993, ocorreu uma das reformas mais importantes no financiamento dos cuidados de saúde finlandeses, com uma das etapas das mais importantes no processo de desregulação. Até 1993, o Estado tinha pago subsídios aos cuidados de saúde, separadamente aos cuidados de saúde privados e aos cuidados secundários, com um cálculo retrospectivo de acordo com custos reais das actividades incluídas no planeamento de 5 anos. Após 1993, entretanto, os subsídios começaram a ser afectados às municipalidades, de acordo com critérios demográficos e da necessidade. A reforma pretendeu dar mais responsabilidades às municipalidades e melhorar a eficiência dentro dos cuidados privados e secundários. À medida que a regulamentação foi diminuindo, sendo quase inexistente em 2000, tornaram-se cada vez mais importantes para o governo os meios e a informação para monitorizar o sistema de cuidados de saúde. No começo dos anos de 90 ocorreu também uma reforma maior na administração do Estado, na saúde e no bem-estar social. O raciocínio para esta reforma foi a simplificação e facilitação da administração social e da saúde e o fortalecimento da política social e de saúde ao nível ministerial. Em 1991, o Directório Nacional da Saúde e a Directório Nacional do Bem-Estar Social, que até aí tinham sido importantes, foram amalgamadas numa organização que logo depois foi abolida. Diversas novas agências e instituições do estado subordinadas ao Ministério dos Assuntos Sociais e da Saúde emergiram. 231 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Os desenvolvimentos no sistema Finlandês dos cuidados de saúde nos anos 90 foram marcados pela recessão económica, excepcionalmente severa. A economia finlandesa estava em grandes dificuldades, tendo como reflexo no sistema de cuidados de saúde, numerosos cortes de recursos, nunca antes vistas entre o pessoal de saúde. Desde então a economia Finlandesa tem crescido firmemente, mas o crescimento na despesa da saúde foi virtualmente inexistente comparado àquele no começo dos 90. Não obstante todas estas dificuldades, o sistema dos cuidados de saúde parece ter sobrevivido razoavelmente aos tempos difíceis. Pelo menos até agora nenhuma mudança maior causada pela recessão pode ser vista nos indicadores da saúde. Também, a situação de emprego do pessoal de saúde melhorou, e há já sinais de escassez no futuro. Para lá do apoio actual o sistema Finlandês de cuidados de saúde tem tido o apoio da população, antes e durante a crise económica. Isto foi demonstrado em estudos internacionais e Finlandeses. De acordo com um estudo publicado pela Comissão Europeia em 2000, a Finlândia tem o número mais elevado de utentes satisfeitos com o seu sistema de cuidados de saúde: mais de 80% dos respondentes Finlandeses estão satisfeitos comparados com a média da UE de 41.3%. Os marcos principais na história do sistema Finlandeses dos cuidados de saúde são resumidos na tabela seguinte: Marcos na história do Sistema de Saúde Finlandês Período 1940 1950 1960 1970 1980 1990 1993 Evento Estabelecimento de cuidados materno-infantis Medidas para tratar e prevenir a tuberculose Desenvolvimento do sistema hospitalar Introdução do Esquema de Seguro de Saúde Nacional Forte aumento do nº de médicos em formação 1972 Lei do Cuidados de Saúde Primários e estabelecimento dos centros de saúde. Introdução do sistema de planeamento nacional. Desenvolvimento de cuidados de saúde ocupacional. Cuidados de saúde e serviços sociais incorporados no mesmo planeamento e financiamento nacional. Definição da responsabilidade da população incluindo o sistema dos médicos pessoal. Inicio da desregulação e descentralização. Aumento da desregulação e ênfase na autonomia das municipalidades. Reforma na administração estatal dos cuidados de saúde. Reforma dos subsídios estatais. Manutenção dos serviços de cuidados de saúde durante e após recessão económica. 4.2.2.3.2.1 Organização e distribuição de recursos Para propósitos de administração central do estado, a Finlândia encontra-se dividida em 6 províncias. Cada uma destas é chefiada por um Governo Estatal Provincial liderado 232 Índice por um governador. Os departamentos sociais e de saúde do Governo Provincial são responsáveis pela direcção e supervisão destes sectores, nas províncias. Os Governos provinciais são responsáveis pela gestão das reclamações relacionadas com o pessoal da saúde, e pela implementação de projectos de desenvolvimento e de treino. A responsabilidade da organização dos cuidados de saúde na Finlândia é dos 448 Municípios que existem no país. Estes são relativamente pequenos, com uma população que varia entre menos de 1 000 habitantes até cerca de 500 000. 75% das municipalidades têm menos de 10 000 habitantes e 20% têm menos de 2000. Esta distribuição cria problemas com a garantia de competências suficientes para disponibilizar serviços e traz também um risco económico: um tratamento mais dispendioso pode destruir a economia de uma pequena / média municipalidade. Tendo as municipalidades uma média de 11 000 habitantes, formaram-se consórcios para gerir hospitais e outros serviços através dos 21 distritos de saúde, Assim os cuidados de saúde podem ser prestados independentemente por uma municipalidade ou por municipalidades próximas, em Direcções municipais, mantendo centros de saúde comuns. As municipalidades podem também comprar cuidados de saúde a outras municipalidades, a organizações não governamentais ou ao sector privado. Existem 5 hospitais universitários, 15 hospitais centrais e cerca de 40 hospitais especializados menores. Até 1999, existiam 21 hospitais distritais mas em 2000 dois hospitais distritais na área da capital e o hospital da Universidade de Helsínquia foram fundidos num único. Todos eles são possuídos por federações de municipalidades. Há somente alguns hospitais privados, fornecendo menos de 5% dos dias de internamento hospitalares do país. O estado possui dois hospitais psiquiátricos, que são subordinados ao centro nacional da pesquisa e do desenvolvimento para o bem-estar e a saúde. Os hospitais distritais são responsáveis pela disponibilização de cuidados de saúde especializados e pela coordenação dos cuidados públicos do hospital dentro da sua área. Um hospital distrital compreende geralmente 1 a 3 hospitais (não - psiquiátricos) e 1 a 2 hospitais psiquiátricos. O internamento e os cuidados dos pacientes de ambulatório são fornecidos nestes hospitais. Cada municipalidade deve ser membro de um hospital distrital, mas desde 1999 que as municipalidades podem escolher o hospital distrital de que querem ser membros. Além a fornecer serviços através do seu próprio hospital distrital, as municipalidades podem fornecer cuidados através de um outro distrito ou de um fornecedor privado. No entanto as últimas duas opções são usadas raramente. É difícil comparar os preços e os serviços de fornecedores diferentes, já que estes são definidos de modos muito diferentes. Uma outra razão para que as municipalidades não comprem muitos serviços externamente ao seu próprio distrito é a existência de um fundo comum, isto é, um mecanismo de compensação para custos muito elevados em cada hospital distrital, para diluir os riscos de custos muito diferentes entre as municipalidades membros. Se os custos do tratamento de um paciente individual excederem um limiar especificado, todas as municipalidades que são membros do mesmo distrito, pagarão o todo ou uma parte do excesso. Há algumas variações em como o direito à compensação é definido por distritos individuais. A maioria de distritos permite a compensação para um período da doença, excluindo determinados tipos de 233 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice cuidado; outros especificam que os custos devem ser imputados num hospital; outros ajustam o limiar de compensação para o todo dos cuidados hospitalares num ano. O mecanismo da compensação é muito importante devido ao pequeno tamanho de algumas municipalidades. Sem ele, o risco das municipalidades pagarem tratamentos muito caros seria demasiado elevado, por exemplo os custos de um transplante de órgão. As diferenças entre os mecanismos da compensação dos hospitais distritais são considerado um problema do ponto da opinião de equidade dos cidadãos. Prepara-se uma revisão da legislação nesta base. Não obstante, o mecanismo de compensação não afecta os co-pagamentos dos pacientes. As municipalidades negoceiam anualmente a provisão dos serviços com o seu hospital distrital. As municipalidades e os hospitais distritais podem redigir um acordo de estrutura para o ano seguinte na quantidade e nos custos dos serviços. O acordo não é um contrato formal e os preços são definidos pelo hospital distrital. Assim o modelo clássico do comprador - fornecedor não existe na Finlândia. A legislação define o papel do hospital distrital “para disponibilizar os cuidados médicos especializados dentro das suas áreas, de acordo com as necessidades da sua população”. Na prática, entretanto, as suas actividades não reflectem sempre estas directrizes estabelecidas na legislação. O financiamento e a provisão geralmente não são suficientemente separados para que os hospitais distritais ajam como compradores independentes. Existe assim um espaço para melhorar o papel e as tarefas dos distritos. As municipalidades podem sentir falta de poder para influenciar os custos e a provisão dos cuidados hospitalares. Na maioria dos casos, também faltam ou não se podem utilizar as competências médicas, económicas e outras necessárias para arranjar os serviços do modo mais eficiente. Isto é particularmente verdadeiro para as municipalidades pequenas. À medida que a sua situação financeira se tornou apertada, as municipalidades começaram a mostrar um interesse crescente em tentar estimar e controlar os orçamentos anuais mais concretamente, quanto aos custos de cuidados de saúde especializados. Isto conduziu frequentemente a orçamentos anuais demasiado apertados para os cuidados especializados. Por outro lado as municipalidades e os hospitais distritais têm de negociar, definindo precisamente as necessidades para o uso dos serviços. Diversos projectos do desenvolvimento foram lançados para tratar da optimização da cooperação dos dois níveis de cuidados de saúde: primários e especializados. Custos dos Serviços de Saúde 1993 (%) Utilizadores de Serviço 19% Fundos Vários 4% Sector Público 77% Distribuição dos custos dos Serviços de Saúde 2002 (%) Doentes 20% Seguros Saúde 16% Outras Organizações 4% Subsídios Governo Central 17% Fonte: STAKES, National Research and Development Centre for Welfare and Health 234 Impostos Locais 43% 4.2.2.3.2.2 Papel do sector privado Os cuidados de saúde privados na Finlândia compreendem principalmente os cuidados do ambulatório, disponíveis na maior parte das grandes cidades. O primeiro fornecedor privado, de cuidado de saúde na Finlândia são as unidades de fisioterapia com 2-3 trabalhadores (aproximadamente 1450 unidades). Os segundos nesta escala de fornecedores são as unidades de prática médica (1000 unidades). Algumas das maiores unidades de fornecimento, como alguns hospitais e unidades de cuidados de saúde ocupacional têm algumas centenas de empregados. A maioria dos médicos que trabalha no sector privado são especialistas, cujo trabalho a tempo completo se realiza nos centros públicos (hospitais ou centros de saúde). Aproximadamente metade de pessoal de saúde dos cuidados de saúde privados é trabalhadora em tempo parcial. O número de visitas domiciliárias e o efectivo do pessoal de saúde nos cuidados de saúde privados têm aumentado ligeiramente, após um declínio durante a recessão. Em 1996 foram realizadas 13,6 milhões visitas de todas as unidades de fornecedores de cuidados e em 1999 forma realçadas 15,1 milhões de visitas (os números incluem os cuidados privados, tal como consultas médicas, dentistas e fisioterapeutas).. Os cuidados privados dos doentes internados representam cerca de 3 a 4% de todo o cuidado do internamento. A Lei dos Cuidados de Saúde Privados regula a provisão dos serviços de saúde privados cujas últimas mudanças ocorreram em 1990. 4.2.2.3.2.3 Financiamento do Sistema Finlandês Em 1993, o sector público suportava 77% dos custos dos serviços de saúde, os utilizadores dos serviços 19% e os restantes 4% eram suportados por fundos de apoio, empregadores e seguros privados. Em 2002 os serviços de saúde foram financiados em 43% por impostos locais, 17 % por subsídios do governo central, provenientes de impostos nacionais, 16 % por seguros de saúde, 20 % pelos doentes e cerca de 4 % por outras organizações, nomeadamente companhias de seguros. Aproximadamente dois terços da despesa total dos cuidados de saúde são gastos nos serviços de saúde fornecidos pelas municipalidades. A maioria do restante é gasto em medicamentos e outros produtos farmacêuticos, cuidados de saúde privados, dispositivos médicos de apoio e próteses e em cuidados de saúde ocupacional. Este terço é financiado na maior parte pelo NHI (seguro de saúde nacional), pelos pagamentos dos doentes e dos empregadores. Os rendimentos do estado consistem principalmente em impostos de rendimento, progressivos e em impostos indirectos. A despesa combinada na saúde, no bemestar e na segurança social é responsável aproximadamente por um quinto da despesa anual do estado. O financiamento do estado aos cuidados de saúde é feito essencialmente na forma de subsídios estatais, que são afectos pelo Ministério dos Assuntos Sociais e de Saúde a cada municipalidade. (o estado afecta também subsídios para a instrução e serviços sociais). O imposto sobre o rendimento municipal é uma proporção fixa do rendimento, que varia entre municipalidade representando em média 17,5% do rendimento colectável. As municipalidades também cobram imposto sobre propriedades e recebem uma parte dos rendimentos sobre os impostos das empresas. Aproximadamente metade do rendimento das municipalidades tem 235 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais origem nos impostos. Outras fontes importantes de rendimento são os rendimentos provenientes de subsídios do Estado. Além dos cuidados de saúde, os rendimentos das municipalidades são usados para outros serviços tais como a instrução e serviços sociais. Em média, quase 50% dos orçamentos das municipalidades são gastos nos cuidados de bem-estar social e de saúde, com aproximadamente 24-25% gastos nos cuidados de saúde. Existem variações impressionantes entre as municipalidades na despesa em cuidados de saúde per capita (estimadas até em 2 a 2,5 vezes). Estas diferenças existem há muito tempo, embora nos anos 90 parecessem ter diminuído ligeiramente. Esta variação só pode ser explicada em parte por factores da necessidade, tais como a estrutura etária, a mortalidade, a baixa densidade populacional, a posição financeira de uma municipalidade ou de mudanças no sistema de subsídio do estado. A divisão local das tarefas entre os serviços sociais e de saúde, além das variáveis decididas por decisores políticos municipais (tais como o volume de disponibilidade para o internamento) parecem ser as determinantes mais importantes da variação. Isto significa que há um espaço para reduzir custos dos cuidados de saúde e aumentar a eficiência. Os rendimentos de NHI vêm principalmente das contribuições sobre os rendimentos dos empregados e dos empregadores. Os rendimentos do NHI de um determinado ano devem ser aproximadamente iguais à despesa nesse ano. O estado garante a solvência do NHI e desde 1998 que o estado paga uma contribuição anual A mudança mais marcada no financiamento dos cuidados de saúde esteve nas partes pagas pelo estado e pelas municipalidades. Em 1990, o estado financiou aproximadamente 36% e as municipalidades aproximadamente 35% da despesa total dos cuidados de saúde. A parte do estado diminuiu radicalmente desde então, sendo 18% em 1999, visto que a parte das municipalidades aumentou para 43%. Houve também um aumento na quantidade disponibilizada pelo NHI, embora este tivesse um crescimento mais moderado (11% em 1990 e em 15% em 1999). As razões para estas mudanças nas fontes do financiamento encontram-se na recessão económica do começo dos anos 90. Devido à recessão o estado teve que reduzir a despesa pública, o que significou que os subsídios do estado aos cuidados de saúde estiveram também ausentes. Esta redução foi realizada gradualmente em diversos anos. Enquanto a parte de fontes de financiamento progressivo (estado) diminuiu, a parte de financiamento regressivo (pagamentos próprios) aumentou. O financiamento total dos cuidados de saúde tornou-se mais regressivo, isto é os custos foram deslocados cada vez mais para os grupos de baixos rendimentos. O aumento na quantidade financiada pelo NHI ocorreu principalmente devido ao crescimento do custo, nomeadamente pela utilização de novos medicamentos mais caros. Houve também um aumento nos pagamentos próprios pelos pacientes. 236 Índice Fontes principais de financiamento como percentagem do gasto em cuidados de saúde, 1980–1999 Fonte de financiamento 1980 1990 1995 1996 1997 1998 1999 Público 79.6 80.9 75.5 75.9 76.1 76.3 75.7 Impostos 67.1 70.3 62.2 61.9 61.9 61.5 60.8 – Estatais 38.2 35.6 28.4 24.1 20.6 19.0 18.2 – municipalidades 28.9 34.7 33.8 37.9 41.3 42.5 42.6 Seguro estatutório 12.4 10.6 13.3 13.9 14.2 14.8 14.9 Privado 20.4 19.2 24.5 24.1 23.9 23.7 24.3 Pagamentos próprios 17.8 15.6 20.6 20.1 19.8 19.5 20.0 Seguros privados 0.8 1.7 2.0 1.9 2.0 2.0 2.1 Empregados 1.2 1.4 1.5 1.6 1.6 1.7 1.7 Fundos de suporte 0.6 0.5 0.4 0.5 0.5 0.5 0.5 Fonte: Social Insurance Institution, 2001. A contribuição do governo central para a despesa municipal dos sectores de bemestar e saúde é determinada entre outros factores, pela população, estrutura etária e morbilidade de cada município. Sendo objecto da lei a estrutura básica e a rede operativa dos serviços de cuidados de saúde, ela não se preocupa com o detalhe de questões, como o âmbito, conteúdo e organização dos serviços. Assim pode-se encontrar várias diferenças na disponibilização de cuidados de saúde entre municipalidades. Em ambos os níveis, as ligações entre as partes determinam muitas vezes a politica de saúde, o que encorajou uma abordagem matricial desta. Talvez por esta razão estudos sobre a atitude dos finlandeses sobre seu o Sistema de Saúde mostraram níveis elevados de satisfação, quando comparados com outros países europeus, embora os tempos de espera sejam relativamente elevados. 4.2.2.3.2.4 A distribuição e comercialização de produtos farmacêuticos Os produtos farmacêuticos podem entrar no mercado após permissão da Agência Nacional para Medicamentos, que é subordinada ao Ministério dos Assuntos Sociais e de Saúde. Os medicamentos novos podem também entrar no mercado pelo sistema europeu integrado da autorização do mercado. As questões relacionadas com os preços são tratadas pela Comissão de Preços Farmacêuticos que está ligada ao Ministério dos Assuntos Sociais e de Saúde. A comissão regula os preços daqueles medicamentos que são reembolsados pelo NHI. Não existindo nenhuma limitação em fixar o preço para outros medicamentos que têm uma licença da comercialização. Para que um medicamento seja licenciado como um medicamento reembolsável, o seu preço por atacado deve ser razoável. O preço de venda considerado “razoável” resulta da consulta ao preço máximo que um medicamento pode ser vendido às farmácias e aos hospitais. 237 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Na Finlândia existem cerca de 800 farmácias. Em 2003 a Instituição de Seguros Sociais, reembolsou cerca de 28 milhões de prescrições no valor de cerca de 1,4 biliões de euros. Em média, cada prescrição foi reembolsada em 52 euros. O custo de produtos farmacêuticos tem subido continuamente, embora a tendência tenha sido diminuída pela substituição por genéricos, o que tem vindo a acontecer a partir de Abril 2003. A substituição por genéricos, com o mesmo principio activo é feita pela oferta pelas farmácias aos clientes, de produtos com preço mais baixo, podendo o doente optar por eles ou não. Embora a prescrição de genéricos seja modesta e seja agora permissível escrever o nome genérico do produto farmacêutico na prescrição em vez do nome comercial, que antes era obrigatório, foi possível obter uma poupança de 63 milhões de euros num só ano. Este valor representou 4 % dos reembolsos totais de produtos farmacêuticos. no mapeamento do genoma humano graças às características genéticas únicas da sua população, a um sistema eficiente de cuidados de saúde pública e a um elevado nível de instrução. As forças Finlandesas na biotecnologia variam desde a produção de tratamentos com enzimas para causas de mortalidade como o cancro, a SIDA e as doenças hereditárias, até ao desenvolvimento de novos biomateriais, altamente inovadores, tais como o vidro bioactivo e polímeros condutores eléctricos. Como em muitos outros países europeus, o custo dos produtos farmacêuticos tem crescido na Finlândia. Do começo dos anos 90 até 1998, os custos com medicamentos cresceram aproximadamente 10% em cada ano. Este crescimento contrastava com a tendência noutras categorias da despesa da saúde, onde a despesa diminuiu na primeira metade dos anos 90. A razão principal para o crescimento foi o uso de novos medicamentos dispendiosos. Poucas sociedades modernas estão preparadas actualmente para lidar com os custos e os desafios técnicos de novos temas de saúde, tais como o envelhecimento das populações, doenças novas e manutenção de estados saudáveis. A resposta foi trazer de novo a produtividade e a flexibilidade às organizações de cuidados de saúde. A indústria finlandesas dos cuidados de saúde trabalha na cooperação próxima com as universidades e os institutos de pesquisa assim como com, as companhias de capital de risco. Em consequência, as ideias são rapidamente transformadas em produtos práticos. As características chave das soluções finlandesas dos cuidados de saúde são inovação, custo-efectividade e uso extensivo de tecnologias de informação e de comunicação. Como exemplo simples, os especialistas finlandeses dos cuidados de saúde, combinaram telecomunicações, dispositivos médicos e os prestadores de cuidados para ajudar a pacientes com condições crónicas, a viver vidas normais longe dos cuidados institucionais, tais como a diabetes a asma. Em horas programadas, o paciente de asma expira num expirómetro que mede e indica o pico do fluxo expiratório e a outra informação crucial. O expirómetro armazena os resultados na sua memória. O paciente submete os resultados de teste em tempo real aos profissionais dos cuidados de saúde, que ajustam então o plano do tratamento numa base do dia a dia. As aplicações do e-Saúde estendem-se do doente e ao saudável, e fazem registros médicos e medidas prontamente disponíveis. Combinado com a tecnologia wireless, as pessoas no futuro podem esperar melhorar o acesso aos cuidados incluindo os cuidados continuados. Os finlandeses também fizeram avanços notáveis no diagnóstico e trabalham com numerosos produtos de nicho de mercado tais como o diagnóstico e os ensaios de alergénios. 4.2.2.3.3 Aplicação da sociedade de conhecimento em áreas confinantes com os cuidados de saúde - A Finlândia e o desenvolvimento de ciências da saúde A alta qualidade da formação e do treino Finlandês na medicina, na electrónica e na biotecnologia tiveram benefícios particulares para muitas companhias em campos relacionados com os cuidados de saúde. O mercado doméstico Finlandês oferece também uma plataforma excelente quer para lançar e desenvolver produtos inovadores nos cuidados de saúde. 90% do equipamento médico produzido na Finlândia é exportado. Além disso, desde que a maioria de desenvolvimento de produto envolve grandes contactos internacionais, as companhias finlandesas dos cuidados de saúde têm oportunidades excelentes de se expandir directamente em mercados globais. A biotecnologia é uma das indústrias de alta tecnologia mais prometedoras na Finlândia. Nos últimos anos, dúzias de novas companhias foram criadas. Aproximadamente uma em cada dez companhias europeias neste sector é Finlandesa. Também, para obter mais sinergias nos seus esforços da descoberta de novos medicamentos, grandes companhias internacionais de produtos farmacêuticos utilizam na sua pesquisa o “outsourcing” a pequenas companhias. De facto, as empresas pequenas de biotecnologia desenvolvem, 50% de novos medicamentos. Assim, a Finlândia com seu número relativamente elevado de empresas de biotecnologia oferece oportunidades ideais de cooperação. A Finlândia tem cinco parques de ciência de biotecnologia. Estes centros de excelência são situados em Helsínquia, em Turku, em Kuopio, em Tampere e em Oulu. O trabalho em rede das entidades nestes parques de ciência é realizado por universidades locais, institutos de pesquisa públicos, hospitais locais, pequenas e médias empresas relevantes e, naturalmente, as unidades de Investigação e Desenvolvimento (I&D) de grandes companhias. A Finlândia disponibiliza oportunidades para pesquisa 238 Factores chave no sucesso da indústria finlandesa dos cuidados de saúde são: 1. Cooperação próxima com as universidades, os institutos de pesquisa e as práticas finlandesas dos cuidados de saúde 2. Investimento em produtos comerciais 3. Especialização Os temas de investigação actualmente mais cadentes e relevantes na Finlândia são: 1. Soluções Wireless em e-Saúde, telemedicina 2. Biologia Molecular 3. Genético humano 4. Nutrição 5. Imageologia 6. Implantes, materiais biodegradaveis 7. Descoberta de medicamentos 8. Sistemas dentários 9. Sistemas do diagnóstico 10.Sistemas de cuidados Intensivo 239 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Desenvolvimento das Competências Básicas em Tecnologias Emergentes: Universidades e Parques de Ciência e Tecnologia (C&T) A criação de Parques de C&T e de Centros Tecnológicos em torno das principais Universidades, Institutos Politécnicos e Centros de I&D com competências reconhecidas nas áreas da Tecnologias da Informação e Telecomunicações e da Saúde/Biotecnologia constituiu uma das principais orientações da política pública de inovação da Finlândia. São encarados como um modo de intensificar as relações entre empresas existentes e as principais instituições de investigação básica e aplicada, do país, como modo de adaptar a formação de recursos altamente qualificados às necessidades actuais e às necessidades antecipadas pelas empresas mais inovadoras e como instrumento para estimular o surgimento de novas empresas em áreas tecnológicas emergentes. Se considerarmos as localizações em que existem Parques de C&T e Centros Tecnológicos nas duas áreas referidas – Tecnologias da informação e Comunicação e da Biotecnologia - fica-se com uma lista de cinco principais pólos regionais de ensino superior/I&D/inovação empresarial. Pontos fortes do Cluster Saúde/Biotecnologia na Finlândia Equipa diagnóstico por imagem Testes diagnósticos biológico e bioquímico Equipa de I&D Biomédica e Farmacêutica Equipa Análises Clínicas O cluster Saúde/Biotecnologia na Finlândia60 tem tido um desenvolvimento recente e está mais centrado nas competências em instrumentação/ automação/electrónica do que nas competências especificamente farmacêuticas, embora em anos recentes se tenha assistido à proliferação de PME que desenvolvem meios de diagnóstico e que se dedicam à descoberta de novos fármacos baseadas em tecnologias inovadoras. Este cluster organiza-se em torno de quatro vertentes: 1. Equipamentos e instrumentação biomédica, de que se destacam os seguintes vertentes: a) Equipamento médico, nomeadamente o que se destina a uma especialidade em que as empresas são finlandesas são leaders a nível mundial – equipamento dentário; o equipamento de imageologia médica – Raios X, MRI e MEG, desenvolvido em particular para as aplicações dentais; equipamento para cuidados intensivos; outro equipamento de monitorização de parâmetros clínicos; b) Equipamento automatizado para análises clínicas, de que empresas finlandesas são das maiores fornecedoras a nível mundial sistemas de medida e bio-feedback; c) Equipamento e reagentes para a investigação em ciências biomédicas e biotecnologia e para apoio ao rastreio clínico e à descoberta de novos fármacos. 2. Produtos farmacêuticos, em que se destacam três camadas distintas de empresas: 60 Ana Lúcia Matos Luís. A dinâmica de clusters na economia da Finlândia. Informação Internacional 240 a) Um número muito restrito de empresas farmacêuticas de dimensão média a nível europeu nas suas áreas de especialidade, algumas delas já integradas em grupos farmacêuticos de outros países; estão nesse caso empresas especializadas nas áreas de controlo da fertilidade e terapêutica hormonal; visão; b) Uma multiplicidade de PME que beneficiando das competências universitárias em biologia molecular e genética humana e dominando um conjunto de tecnologias inovadoras têm a sua actividade orientada para a descoberta de novos fármacos que serão em muitos casos posteriormente comercializados por grupos farmacêuticos a quem cedem, mediante retribuição, os frutos da sua actividade de I&D; c) Uma multiplicidade de empresas que fornecem produtos (vd. química fina,) ou serviços (vd. modelização de moléculas) destinados a apoiar a descoberta de fármacos ou a sua produção. 3. Desenvolvimento e produção de meios de diagnóstico biológico e bioquímico, bem como de produção de anticorpos monoclonais, imuno ensaios, reagentes bioquímicos. 4. Desenvolvimento de biomateriais para implantes e próteses. Considerando o cluster na sua forma actual é pois possível identificar como o seu núcleo central as tecnologias do diagnóstico, como se representa na Figura seguinte Os Programas Tecnológicos nacionais em curso, lançados quase todos no final da década de 90 concretizam um esforço de organização do cluster em torno de um conjunto de alvos comuns. Objectivos dos Programas Tecnológicos em Biotecnologia coordenados pelo Tekes Pela sua relevância a descrição sumária dos programas tecnológicos, é importante para entender o seu impacto no desenvolvimento finlandês nesta área nos últimos anos. Assim os programas mais relevantes são os seguintes: DIAGNOSTICS 2000 desenvolvido entre 2000 e 2003 Um dos principais objectivos do programa foi o de construir uma rede de cooperação entre empresas produzindo equipamentos e kits de diagnóstico e as universidades e as instituições de I&D que desenvolvessem novos métodos. Deste modo a cadeia de inovação, desde a concepção até ao produto pode ser significativamente acelerada e a compatibilidade entre métodos e equipamentos pode ser assegurada. Foram apoiados 59 Projectos (31 públicos e 28 de empresas) num orçamento global de 32,8 Milhões de euros. Os projectos de I&D realizados pelas instituições não empresariais concentraram-se em quatro áreas temáticas: diagnóstico de doenças infecciosas; diagnóstico de doenças degenerativas; diagnósticos baseados em DNA e desenvolvimento de métodos de diagnóstico. Participação empresarial: feita em conjunto com o Finnish In Vitro Diagnostics Industry Cluster, englobando 28 empresas. 241 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais DRUG 2000 Biomedicine, drug development and pharmaceutical technology (2001-2006) O objectivo do programa é o de estimular uma indústria farmacêutica com uma escala de operações global, com projectos de desenvolvimento ancorados na investigação básica a desenvolver na Finlândia O programa cobrirá o conjunto do processo de desenvolvimento da indústria farmacêutica desde a identificação e validação dos efeitos de novos fármacos até à criação de novas preparações médicas e ao desenvolvimento de novos métodos de administração das doses. Participação empresarial: no Comité de Gestão estão incluídas as empresas: Orion Pharma Juvantia Pharma Control Pharma Leiras Santen Hormos Medical. NEO-BIO Novel Biotechnology (2001- 2005) O objectivo deste programa é o avanço no desenvolvimento e aplicação de novos métodos biotecnológicos na investigação de produtos em variados sectores de actividade, bem como o apoio ao surgimento de novos campos de negócio internacionalmente competitivos, também contribuindo para o reforço da rede de colaboração entre empresas finlandesas de biotecnologia. Participação empresarial: nos projectos de I&D em curso estão envolvidas as empresas: Unicrop Oy Roal Oy Fibrogen Europe Oyj Danisco Sugar Medicel Oy AB Enzimes Oy FinnzymesOy Medíx biochemica Oy. LIFE 2000 Bological Functions (2000-2002) Foi um programa de investigação básica realizado pelas Universidades e Centros de investigação em três áreas das neurociências, biologia do desenvolvimento e genómica funcional; também destinado a fortalecer as competências finlandesas em biofísica, bioinformática e biotecnologia e estudar os aspectos éticos, legais e socioculturais relacionados com as tecnologias, descobertas e aplicações das modernas ciências da vida. Principais Actores Empresariais do Cluster Saúde/Biotecnologia (Equipamentos e Engenharia Biomédica / Produtos Farmacêuticos e para a Indústria Farmacêutica / Biomateriais ) Os programas anteriormente referidos tiveram a capacidade de colocar no terreno ou de desenvolver um conjunto importante de actores, que sinergizam o seu conhecimento e dão à Finlândia a importância mundial nesta área que se reconhece. Referem-se resumidamente alguns deles com as suas áreas de especialização: Índice Alguns dos players no sector da Biotecnologia, da Indústria Farmacêutica e dos dispositivos médicos na Finlândia Entidade / Empresa Área de especialização Orion Diagnostica Produção de testes e sistemas de diagnóstico, nomeadamente marcadores de medula, marcadores de anemia, hormonas esteróides; produção de anticorpos monoclonais; purificação/modificação de proteínas; produção de micro-partículas Medix Biochemica Produção de anticorpos monoclonais e de testes de diagnóstico Innotrac Diagnostics Produção de testes de diagnóstico e de reagentes para o mesmo fim Oy Jurilab Ld Produção de chips DNA para diagnóstico clínico e “drug targeting” Wallac oy ThermoClinicalSystems e Clids oy Área de especialização Thermo Lab System Produção de kits de diagnóstico para doenças infecciosas e para testes de rastreio neonatal; de reagentes para purificação de DNA e de reagentes para toxicologia; complementarmente desenvolvem instrumentação para I&D em ciências biomédicas 242 Actualmente integradas como divisão da multinacional Thermo Electron, dos EUA, uma das principais. Desenvolvimento e fabrico de sistemas, equipamentos e kits de reagentes para análise clínicas (hospitais e laboratórios) e para a automação modular de laboratórios de análises, incluindo sistemas computorizados de colecção e identificação de amostras para laboratórios Desenvolvimento de instrumentação para ciências da vida empresas mundiais do sector Datex Ohmeda Principal empresa do grupo finlandês Instrumentarium. Um dos mais importantes fabricantes mundiais de equipamento para anestesia e cuidados intensivos Polar Electro Líder mundial no fabrico de sistemas e equipamentos de monitorização, registo e avaliação cardíaca Planmeca Group Grupo finlandês. Terceiro maior fabricante europeu de equipamento para saúde dentária, incluindo o desenvolvimento e fabrico de sistemas de raios X e de outras tecnologias de imaging (vd sistemas tomográficos) para aplicações dentárias Alguns dos players no sector da Biotecnologia, da Indústria Farmacêutica e dos dispositivos médicos na Finlândia Entidade / Empresa Actualmente é uma divisão do líder mundial de equipamento para investigação biomédica e diagnóstico clínico, a americana PerkinElmer Life Sciences . Desenvolvimento e fabrico de sistemas e equipamentos para utilização na descoberta de novos fármacos, no screening de populações e noutras áreas da investigação e do diagnóstico clínico, nos sistemas de diagnóstico são utilizados as propriedades de substâncias naturais como anticorpos monoclonais ou DNA e marcadores radioactivos ou luminescentes 243 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Alguns dos players no sector da Biotecnologia, da Indústria Farmacêutica e dos dispositivos médicos na Finlândia Alguns dos players no sector da Biotecnologia, da Indústria Farmacêutica e dos dispositivos médicos na Finlândia Entidade / Empresa Área de especialização Entidade / Empresa Osfix Oy Biomateriais, implantes dentários Picker Nordstar Integrada desde 1999 no grupo electrónico inglês Marconi, e posteriormente vendida à Philips (divisão de equipamento médico). Líder mundial no desenvolvimento e fabrico de equipamento para imageologia por Ressonância Magnética (MRI) – scanners Abmin Technologies Novos materiais para aplicações orais, crâniomaxilofaciais e ortopédicas Orion Pharma Grupo finlandês. Desenvolvimento de fármacos para doenças neurológicas, insuficiência cardíaca, doenças respiratórias e saúde feminina Leiras Oy e Oy Leiras Finland Leiras Fine Chemicals Integrada no grupo farmacêutico alemão Schering AG. Desenvolvimento de fármacos nas áreas de controlo de fertilidade e terapêuticas hormonais e das doenças da medula; desenvolvimento de novos processos de drug delivery baseados em polímeros. Colaboração com a empresa inglesa Nycomed Pharma na área da prevenção e tratamento de doenças coronárias, saúde feminina, tratamento da dor. Fabrico de produtos da química fina para a indústria farmacêutica. Oy Star Ab Integrada no grupo farmacêutico japonês Santen, líder mundial no sector oftálmico. Especializada na produção de produtos farmacêuticos e meios de diagnóstico para oftalmologia Hormos Medical Desenvolvimento de produtos farmacêuticos para prevenção de desordens hormonais e para tratamento de doenças, especialmente as que estão relacionadas com o envelhecimento – Alzheimer, osteoporose, doenças cardiovasculares, urinárias (prostáticas) Bio Tie Therapies Oyj Desenvolvimento de produtos farmacêuticos nas áreas da inflamação, coagulação e trombose Finnish Immunotechnology Desenvolvimento de produtos farmacêuticos diagnóstico e produtos exclusivos para a Investigação biomédica nas áreas do HIV, das doenças auto imunes, da alergia e do cancro Finnzymes Fabricação de produtos para a investigação em biologia molecular e genética, centrada nas enzimas modificadoras do DNA, protein coupled receptors (PCR) e tecnologias de transposição. Bionx Implants 244 Empresa finlandesa com presença fabril nos EUA Fabrico de implantes bio-absorviveis para utilizações cirúrgicas – medular, ortopédica, urológica, dental e maxilo-facial Área de especialização 4.2.2.3.4 A Finlândia e as tecnologias de informação e comunicação na Saúde A primeira estratégia Finlandesa para a utilização de TIC nos cuidados sociais e de saúde foi publicada pelo Ministério dos Assuntos Sociais e da Saúde em Maio de 1996 como parte das políticas da sociedade de informação, visando facilitar a transferência de informação entre organizações. Já então, a estratégia foi elaborada em torno do princípio da centralização no cidadão. As actuais directrizes da e-Saúde na Finlândia são uma continuação do trabalho das estratégias nacionais de então. Estas directrizes em vigor na Finlândia juntam as definições políticas e as realizações principais do trabalho de desenvolvimento nacional dos últimos dez anos e esboçam desafios futuros, em particular com relação à cooperação no nível europeu. O objectivo nacional da Finlândia é permitir a participação dos cidadãos e dos pacientes na melhoria dos níveis de saúde, melhorando o acesso à informação, para assegurar uma alta qualidade da prestação de cuidados. Os meios usados para atingir este objectivo incluíram a digitalização dos dados dos pacientes, desenvolvimento da compatibilidade semântica e técnica dos sistemas electrónicos de registo do paciente, desenvolvimento de soluções nacionais de infra-estrutura de rede, de soluções de identificação pela assinatura electrónica, o apoio à tomada de decisão e um portal da informação de saúde para cidadãos fornecendo um acesso aos seus próprios registos disponibilizando serviços electrónicos interactivos. Os objectivos da Finlândia são compatíveis com os objectivos nacionais de outros Estados Membros da UE e os objectivos a nível da UE definidos pela Comissão Europeia. É característico da abordagem Finlandesa enfatizar a segurança e a protecção dos dados e desenvolver os sistemas de uma maneira que sejam sustentáveis de um ponto de vista ético e jurídico. De acordo com as definições da política Finlandesa, o armazenamento e uso da informação da saúde é baseado em dados incorporados em redes com uma segurança de dados elevada. A infra-estrutura para a e-Saúde é clara na Finlândia. O grupo de coordenação das TI espera que a procura da cooperação europeia aumente nos próximos anos e propõe que com respeito à e-Saúde, o Ministério dos Assuntos Sociais e da Saúde assumirá a responsabilidade para a preparação internacional ao nível político e estratégico. As instituições de peritos devem tomar parte na cooperação internacional de acordo com suas áreas nacionais de responsabilidade. O Ministério deve dessa forma organizar a coordenação da cooperação internacional 245 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice e promover a troca de informação, de modo a que os vários actores envolvidos promovam conjuntamente a definição de objectivos em actividades internacionais. Deve-se assegurar ao mesmo tempo que recursos adequados estejam disponíveis para a cooperação internacional. O grupo de coordenação das TI no sector da e-Saúde propõe ainda organizar a cooperação, ajustando, por exemplo, uma subcomissão responsável para a cooperação internacional sob o comité consultivo na gestão de informação electrónica, nos cuidados de bem-estar social e de saúde na Finlândia. sistemas do EHR. Não sendo os sistemas inter-operativos e sendo a integração cara, gradualmente foi sendo sentida a necessidade de melhorar a cooperação ao nível regional e nacional. 4.2.2.3.4.1 Perspectivas estratégicas A obtenção de sistemas básicos de TIC é da responsabilidade dos fornecedores de serviços, na área da saúde. Na Finlândia, as organizações de cuidados de saúde gastam entre 2% a 3% de seu orçamento em TIC. O financiamento para os projectos de TIC nos cuidados de saúde foi feito através de diversos canais. A descoordenação e a falta de financiamento provaram-se desafiantes. Também, a gestão financeira se mostrou ineficaz para assegurar uma execução uniforme. O Ministério dos Assuntos Sociais e Saúde tem financiado e continua a financiar, o trabalho em especificações nacionais através de um orçamento separado. O governo central contribui com um total de 10 milhões de euros para a construção e a introdução de serviços nacionais (arquivo, centro da prescrição) entre 2007 e 2010. Depois disso, os serviços serão financiados através das taxas de utilização. O Ministério dos Assuntos Sociais e Saúde forneceu 5 a 10 milhões de euros por ano para projectos regionais. As companhias são responsáveis pelo financiamento da sua própria investigação e desenvolvimento. O centro do desenvolvimento da tecnologia de Finlândia (TEKES) fornece financiamento para companhias e consórcios, por exemplo com o programa de Finwell, e também financiamento corporativo directo. Em 2002, como parte do “Programa Nacional para Fixar o Futuro dos Cuidados de Saúde”, o governo decidiu que um registo electrónico nacional do paciente deveria ser introduzido no final do ano de 2007. A estratégia para os EHR foi publicada em Janeiro 2004. Adicionalmente, o projecto nacional para desenvolver o uso de TIC em serviços sociais começou em 2003. Em 2005, um plano para construir um arquivo nacional de EHR foi adicionada às políticas nacionais no Programa da Sociedade de Informação O desenvolvimento e a execução de soluções de e-Saúde na Finlândia são fortemente influenciados pelo sistema de cuidados de saúde descentralizados Finlandês. Os planos actuais para introduzir um sistema de âmbito nacional uniforme de Registos Electrónicos de Saúde (Electronic Health Registries - EHR) são baseados nos princípios gerais definidos nessa estratégia. Os sistemas regionais do EHR que cobrem um hospital distrital e centros da saúde na sua área foram introduzidos na Finlândia a partir dos meados dos anos 90 e actualmente diversos EHR regionais estão a operar. Entre 1999 e 2001, vários projectos de demonstração em grande escala (projecto de Satakunta Macropilot, sistema de informação regional de Uusimaa, UUMA) para testar a aplicação regional de TIC nos cuidados sociais e de saúde, têm sido levados a cabo financiados pelo Ministério dos Assuntos Sociais e da Saúde. O Ministério dos Assuntos Sociais e da Saúde está a apoiar fortemente a introdução de TIC nos Serviços Sociais e de Saúde como um meio de melhorar a produtividade e a qualidade do sector. O sistema nacional integrado do EHR serve para suportar estes objectivos. Como foi já referido sendo o sistema Finlandês de cuidados de saúde altamente descentralizado, as municipalidades têm um forte poder da tomada de decisão, o que inclui também a utilização de TIC. Os fornecedores locais e regionais de cuidados de saúde são responsáveis pelos registos de pacientes e desenvolveram os seus próprios 246 Em 2000 foi introduzida legislação provisória para implementar serviços em falta. Desde então um Grupo de Trabalho Ministerial tem preparado permanentemente legislação e um outro grupo de trabalho ministerial definiu a arquitectura nacional de TIC e os serviços suportados. Entre os traços principais do sistema de informação finlandês na era da e-Saúde, conta-se a integração horizontal dos serviços (sociais, primários e secundários) e o desenvolvimento de serviços partilhados, coordenados e disponibilizados mais perto do domicílio. Os cidadãos e os pacientes são vistos como informadores e agentes participantes no processo de entrega dos cuidados de saúde. Para concretizar esta visão o uso de TIC foi considerado essencial. Foi incentivada a parceria entre fornecedores de serviço e a indústria. Além disso, um novo modelo de contratualização, facilitando a disponibilização de serviços pelo nível regional, foi introduzido entre municipalidades e fornecedores de serviço privados. A estratégia foi colocar ênfase específico em diversas temas, incluindo: •• A adopção de registos digitais do paciente e do cliente em todos os níveis de cuidados de saúde e serviços sociais, •• Interoperabilidade dos sistemas definidos legalmente no país; •• Apoio ao elevado nível de protecção, segurança e privacidade, permitindo aos cidadãos o acesso aos seus registos de paciente através da Internet, •• Manutenção de um registo digital do pessoal da saúde e do bem-estar; •• A gestão melhorada das cadeias de serviços. 4.2.2.3.4.2 Infra-estruturas de informação na Saúde A informação da saúde é transferida usando a rede de banda larga controlada por operadoras comerciais. Não há nenhuma rede específica da e-Saúde, existindo em vez disso canais de comunicação comerciais seguros (por exemplo o Virtual Point Network (VPN), e o Secure Internet Protocol (IP) Channel) alugada para finalidades de cuidados de saúde. Os hospitais das regiões e muitas municipalidades implementaram também intranets fechadas baseados principalmente na tecnologia de VPN. Os hospitais são conectados através de canais de VPN/ATM ou através da Internet. A Agência Nacional de Seguros (KELA) tem sua própria rede ATM, de âmbito nacional. Há também duas redes baseadas em VPN que ligam as farmácias. Os fornecedores de serviços privados têm sub-networks (virtuais), institucionais sendo uma de âmbito 247 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais nacional (Mehiläinen) e as restantes redes regionais menores. Todos os fornecedores de serviço estão ligados à Internet. 4.2.2.3.4.2.1 Fluxo de informação da Saúde Ao nível nacional há uma comunicação electrónica entre Instituição de Seguro Social (KELA) e as farmácias para o reembolso de medicamentos. Entre KELA e fornecedores de serviço para a requisição de medicamentos e materiais, e entre os fornecedores de serviço e o centro nacional da pesquisa e do desenvolvimento para o bem-estar e saúde (STAKES) para a colecção de dados estatísticos nacionais. A transferência de informação regional é baseada nos serviços regionais e nos sistemas interoperáveis, que estão já trabalhar em seis das 21 regiões hospitalares. Na parte oriental do país, um sistema de informação comum (KAAPO) está a ser usado como base de transferência da informação regional. Quando a rede de TELLAPPI cobrir inteiramente a parte norte da Finlândia, 11 das 21 regiões hospitalares usarão um serviço em linha comum de certificação. Os padrões de comunicação mais usados na Finlândia são derivados da família HL7 (no presente os padrões da família de HL7 CDA R2.x). EDIFACT é usado em algumas aplicações. Aplicações mais recentes estão a usar XML. Para finalidades de segurança as mensagens são colocadas num SOAPenvelope. Actualmente os Serviços de e-Saúde mais usados, numa base regular incluem: •• STEPPS; •• Registo de Saúde Electrónico (EHR); •• e-Prescrição; •• Portais de Saúde; •• Serviços regionais de telemedicina; •• Transferência de imagens, de referenciação, de resultados laboratoriais e de sumários dos cuidados entre os cuidados primários e secundário; •• e-Consulta; •• Facturação e e-Marcação. Pela sua importância descrevem-se sumariamente alguns destes serviços. 4.2.2.3.4.2.2 Sistema STEPPS Sistema de STEPPS - As aplicações de TIC em cuidados de saúde podem fornecer soluções eficazes para as necessidades dos pacientes Os registos electrónicos de pacientes combinados com a informação de saúde da Internet podem fornecer uma solução eficaz para as actividades de educação personalizada dos pacientes. Com um clique do rato, o médico pode usar os dados contidos no registo electrónico do paciente, para lhe disponibilizar os dados relevante para a sua saúde. O sistema de STEPPS (Avaliação Estruturada da Avaliação da Sustentação do Paciente) automatiza a recuperação do material personalizado da educação do doente. O sistema utiliza a informação armazenada no registo do doente para escolher a informação 248 Índice relevante de uma grande colecção das páginas Web. Baseado em dados estruturados e codificados, o STEPPS gera automaticamente o perfil de um paciente específico. Na base deste perfil, o sistema selecciona as melhores páginas Web da sua colecção com o material apropriado para a educação do doente. O STEPPS foi aplicado no campo dos cuidados em queimados para apoiar doentes depois da alta hospitalar. O retorno a casa depois de uma lesão séria, significa o começo de um período longo e frequentemente difícil de reabilitação. Quanto mais informados, melhor podem os pacientes compreender os seus problemas de saúde e colaborarem com os clínicos no seu tratamento. Os investigadores compararam o protótipo do sistema STEPPS com outros dois métodos da recuperação: a selecção aleatória das páginas da colecção do sistema e páginas seleccionadas usando o motor de pesquisa da Google. O estudo indicou que o desempenho de STEPPS era superior com ambas as comparações. A qualidade da informação on-line da saúde é ainda um desafio difícil. No presente, STEPPS assume que os profissionais de saúde farão a revisão do o material seleccionado antes de o entregar aos pacientes. No contexto do projecto, os investigadores desenvolveram também uma rede que pudesse promover tanto o estudo como o desenvolvimento de ferramentas da avaliação da qualidade para a informação na saúde na Internet. 4.2.2.3.4.2.3 Registo de Saúde Electrónicos (EHR) A decisão para introduzir um sistema nacional de EHR na Finlândia foi tomada como parte da decisão de fixar o futuro dos serviços de cuidados de saúde em 2002. As mudanças de governo não influenciaram estas decisões de política. A introdução do sistema nacional de EHR e outras definições da política de saúde foram adoptadas pelos governos seguintes. O sistema do EHR está integrado no programa da sociedade de informação, um dos quatro programas da política do governo e que foi lançado, como uma nova ferramenta, para definir e dirigir políticas intersectoriais chave. De acordo com a decisão do governo de 11 de Abril 2002, o Ministério dos Assuntos Sociais e da Saúde nomeou um grupo de trabalho para dirigir a introdução do sistema do EHR. O grupo publicou a estratégia total do EHR em 2003 e um relatório final em Janeiro de 2005, com as especificações nacionais, a execução regional e o cronograma de implementação. De acordo com a estratégia, um índice e uma estrutura comuns devem estar em uso em todos os sistemas de EHR, em todas as organizações. Isto será conseguido executando especificações definidas conjuntamente, usando dados igualmente estruturados em todos os sistemas do EHR (conteúdo da informação, terminologia, especificações técnicas, formulários padrão). Todos os códigos, classificações e cabeçalhos para sistemas do EHR são entregues por um servidor de Internet, administrado pelo Centro de Pesquisa e de Desenvolvimento para o Bemestar e Saúde do Nacional (STAKES). O servidor de código disponibiliza também um 249 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais conjunto de serviços nacionais de directórios para códigos de ISO-OID (identificador do objecto). Cada registo de doente, organização ou profissional têm um código específico de OID. As directrizes nacionais para proteger a informação foram definidas também pelo grupo de trabalho. Estas directrizes englobam o como administrar os direitos do paciente, o consentimento informado num contexto digital, directrizes para o arquivo digital seguro, para a e-assinatura, para a identificação dos originais, para a identificação dos profissionais e das organizações por padrões ISO-OID e as directrizes para implementar infra-estruturas públicas (PKI) chave nos cuidados de saúde. A Autoridade Nacional para Assuntos Medico Legais administra a identificação digital dos profissionais de cuidados de saúde. Os prestadores de cuidados de saúde administram o controlo de acesso do utilizador. O grupo de trabalho definiu também os padrões para a interoperabilidade Os padrões abertos para EHR foram especificados no projecto nacional por uma associação que representa interesses privados e públicos na integração de soluções de TIC nos cuidados de saúde. Os EHRs irão completar a s sua implementação com uso universal até ao final de 2007 e cada sistema do EHR deve ser baseado nas normas, nas regras e nos padrões desenvolvidos ao nível nacional. O processo esteve aberto (os requisitos estão publicamente disponíveis) e todas as partes interessadas, da indústria do software às organizações das associações profissionais e dos cuidados de saúde, participaram no processo da definição. Desde 2004 até ao presente (2007) o Ministério dos Assuntos Sociais e da Saúde utilizou anualmente 10 milhões de Euros, para apoiar os projectos regionais que executam directrizes e padrões nacionais anteriormente definidos a nível nacional. Os subsídios pretendem cobrir 50% das despesas dos projectos. O Ministério dos Assuntos Sociais e da Saúde foi um actor chave e os seus grupos de trabalho desempenharam papéis relevantes na formulação da política: a estratégia de utilizar a TIC nos cuidados sociais e de saúde; o memorando do projecto nacional em proteger o futuro de serviços dos cuidados de saúde e a estratégia em introduzir um sistema electrónico nacional do registo do paciente na Finlândia. A introdução planeada do sistema nacional do EHR relaciona-se com a estrutura política Finlandesa, com a legislação e com o sistema uniforme dos cuidados de saúde pública desenvolvido pelas municipalidades. Sistemas similares, não seriam provavelmente praticáveis em países com cuidados de saúde baseados essencialmente em fornecedores privados. A actividade dos diversos actores foi necessária e determinante para a introdução do sistema uniforme do EHR nacional. Foi acordado que, a responsabilidade para a adopção das especificações técnicas do sistema do EHR, no trabalho de desenvolvimento, seria atribuída a vários actores: à Associação das Autoridades Locais e Regionais que representam as municipalidades, à Associação Finlandesa de Nível 7 da Saúde (HL7), que representa os interesses públicos e privados das TIC nos cuidados de saúde e às agências de governo (especialmente a STAKES). Entretanto, os actores locais, tais como hospitais distritais, centros da saúde, municipalidades e fornecedores privados de cuidados de saúde, executaram finalmente o sistema. Embora os projectos regionais tenham sido suportados e financiados pelo Ministério dos Assuntos Sociais e da Saúde, 250 Índice a introdução de novos sistemas regionais de cobertura do EHR, requer investimentos consideráveis por organizações locais de cuidados de saúde. Quando os EHRs regionais se encontrarem totalmente implementados nos hospitais distritais, a introdução do sistema nacional deverá estar completamente finalizada. No entanto alguns peritos suspeitam que o cronograma para a introdução do sistema nacional até ao final de 2007 pode estar demasiado apertado, podendo eventualmente estender-se para 2008. Actualmente 96% de todos os centros de cuidados de saúde primários, quase todos os hospitais distritais (20 dos 21) e 89% dos fornecedores de serviço do sector privado usam EHR como método principal para a documentação médica. As exigências nacionais, tais como os padrões (CDA R2, Dicom, ISO/OID), índice e estrutura de EHRs, assim como as directrizes da segurança de dados são executados em sistemas de EHR existentes. A interoperabilidade semântica é incluída como objectivo do projecto de EHR. Títulos de EHR e os seus meta-dados serão harmonizados assim como os tipos de dados principais. A STAKES (Centro de Desenvolvimento para o Bem-estar e Saúde) mantêm o servidor, onde todos os códigos relevantes são armazenados e do qual podem também ser obtidos electronicamente 4.2.2.3.4.2.4 Healthinfo: O portal de informação de e-Saúde do cidadão De acordo com alguns estudos, a saúde é um dos temas mais procurados na rede. Os temas mais populares são a nutrição, actividade e doenças físicas e sintomas. Do ponto da vista da saúde pública, o abuso da substância e a saúde mental são também temas muito importantes. Aumentando a quantidade de informação constantemente o desafio é encontrar a informação necessária ao usuário e avaliar da sua fiabilidade. O Instituto Nacional de Saúde Pública na Finlândia, comissionado pelo Ministério dos Assuntos Sociais e de Saúde, está a implementar um serviço de Internet, Portal Nacional de Promoção da Saúde, em que a melhor informação possível sobre a saúde, doenças e serviços locais podem facilmente ser encontrados. O protótipo do portal é mostrado num sítio Web público (www.tervesuomi.fi). O portal finalizado durante 2007 apresentou como principal objectivo disponibilizar um ponto de acesso único à informação sobre promoção da saúde, para as organizações finlandesas e para as autoridades, que trabalham no campo da saúde, usando a tecnologia semântica Este portal apoia os cidadãos, os profissionais e as comunidades na tomada de decisões de saúde que são baseadas na informação baseada na evidência. O portal Healthinfo suporta o objectivo comum da UE para melhorar o acesso dos cidadãos à informação de alta qualidade em saúde. O conteúdo deste portal é produzido por instituições de pesquisa, por corpos de peritos e pelas autoridades no campo da saúde e da promoção da saúde. A fiabilidade do conteúdo é baseada na confiança dos fornecedores de informação. De acordo com um estudo recente, estes aspectos são os mais importantes e mais fiáveis para os Finlandeses para obterem informação sobre saúde. Para o cliente encontrar a informação é fácil, através de um endereço e uma interface comum ao utilizador do serviço. No primeiro estágio do portal de Healthinfo, os materiais e os serviços de fornecedores 251 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais de informação foram desenvolvidos a partir dos temas mais populares. No que diz respeito a doenças e a sintomas, a informação foi produzida pela Sociedade Médica finlandesa, A biblioteca de saúde da Sociedade, contendo material sobre os sintomas e as doenças e informação sobre os serviços de saúde locais, esteve em teste nos hospitais e nos centros da saúde. O estudo piloto foi realizado durante o ano 2005 tendo sido financiado pelo governo. Outros Portais de Saúde - Há também diversos portais municipais e hospitalares com informação geral para os cidadãos, assim como portais para problemas de saúde específicos, mantidos por associações de pacientes, ou outras organizações do sector. O portal principal para profissionais de saúde é Terveysportti (www.terveysportti. fi), mantido pela Finnish Medical Society Duodecim. Um sistema de apoio à decisão para profissionais foi construído e está disponibilizado como parte dos serviços de Terveysportti 4.2.2.3.4.2.5 E-Prescrição Um projecto-piloto nacional foi lançado em 2002. O Sistema funcionou entre 2004-2006. Actualmente, a legislação de e-Prescrição está sob preparação. O sistema é baseado numa base de dados nacional de e-Prescrição hospedada pela KELA, com autenticação de alto nível e por uma identificação por smart-cards para profissionais com sistemas de assinatura digital e mensagens SSL-seguras dos fornecedores de cuidados de saúde ás farmácias e à base de dados de prescrição. 4.2.2.3.4.3 Actividades Futuras Por razões de exequibilidade e economia, a gestão do sistema de informação na Finlândia deve, pelo menos em parte, ser organizado ao nível nacional. No centro das infra-estruturas finlandesas de TIC para os cuidados sociais e de saúde, está um arquivo digital nacional para documentos dos doentes. Além disso, existirá um centro de conectividade lógica para a comunicação em e-Saúde. Trocar dados entre organizações será realizado numa base nacional e não regional. O serviço será mantido pela Instituição de Seguro Social (KELA). A legislação que obriga todas as organizações da saúde a juntar-se ao sistema nacional de TI para a saúde foi implementada no início de 2007, devendo o sistema estar totalmente operacional no fim de 2011. O sistema administrado pelo Autoridade Nacional para os Assuntos Médico-legais disponibiliza uma infra-estrutura segura e padronizada oferecendo novas oportunidades para desenvolver processos e criar novos serviços digitais. Por exemplo, os cidadãos poderão aceder aos seus próprios dados e monitorizar seu uso com o seu certificado baseado em ID-cards de cidadão. Este smart-card é controlado pelo Centro de Registo de População (www.fineid.fi) e foram já distribuídos 60.000. O trabalho técnico sobre a interoperabilidade e semântica continuará, assim como o desenvolvimento e a difusão de aplicações s serviços de e-Saúde. A legislação em preparação fará o Ministério dos Assuntos Sociais e da Saúde ter um papel mais forte na direcção das actividades da e-Saúde e na cooperação próxima com outras autoridades nacionais, tais como a STAKES, Instituição do Seguro Social, e a Autoridade Nacional para os Assuntos Médico-legais. Haverá também um Conselho Consultivo Nacional permanente 252 Índice para as actividades da e-Saúde. Os membros desse conselho representam grupos de interesses diferentes e será nomeado pelo governo finlandês. 4.2.2.3.5 Avaliação global dos cuidados de saúde finlandeses Qualquer discussão sobre o sistema de cuidados de saúde na Finlândia começa com a observação que este é, de muitas maneiras, bem sucedido. Há um sistema de cuidados primários e secundários que cobre a população inteira. Os serviços de saúde são localmente disponibilizados através das municipalidades, e o sistema de cuidados de saúde foi mudado e desenvolvido gradualmente num período de tempo longo. O financiamento dos cuidados de saúde conte um número de características incomuns que permitem um sistema equitativo. O sistema de NHI subsidia os cuidados de saúde privados e os cuidados de saúde ocupacionais, embora nenhuma deles esteja disponível em toda a parte do país. Um segundo problema da equidade coloca-se pela proporção do financiamento realizada através de pagamentos pelos próprios. Estes surgiram mais provavelmente como uma função das restrições económicas impostos pela recessão passada, do que, como uma consequência de mudanças recentes no sistema de cuidados de saúde. Os serviços e os seus índices são definidos por fornecedores diferentes de maneiras diferentes; os custos e os serviços não são comparáveis. A dimensão da estadia para doentes internados declinou, mas não está resolvida a existência de incentivos nos hospitais para melhorar a eficiência. Há variações per capita marcadas nas taxas da despesa e de actividade entre municipalidades diferentes. As possibilidades para que os pacientes escolham o fornecedor de serviço são cada vez mais discutidas. Os pacientes não têm muita escolha (do médico, do cuidado, ou do hospital). Na prática, entretanto, a geografia da Finlândia e a população rural relativamente elevada, impõem algumas limitações na liberdade de escolha dos pacientes. O advento do sistema do “médico pessoal” pode ajudar a melhorar a continuidade dos cuidados. Apesar de se comprovar que o sistema municipal serve bem ao país, há problemas quando a responsabilidade é devolvida a tais unidades pequenas. Com populações pequenas, o saber e a experiência nas municipalidades não são comparáveis, com a dos grandes fornecedores profissionais de cuidados secundários. O sistema Finlandês de cuidados de saúde sobreviveu á crise económica severa da primeira metade dos anos 90 razoavelmente bem. Apesar dos cortes nos orçamentos de saúde, a qualidade e a quantidade foram mantidas na maior parte. Isto foi conseguido primeiramente através da melhor gestão e melhor afectação de recursos. A situação de serviços de saúde mentais remanesce mas, com as várias medidas lançadas, deve esperar-se melhorias num futuro próximo. A Finlândia enfrenta um número de desafios no campo da saúde e dos cuidados de saúde. Embora as taxas da doença cardíacas e de doenças circulatórias sejam reduzidas, a incidência de outros problemas de saúde tais como doenças músculo-esqueléticas, problemas de saúde mental e de alergias encontra-se em crescendo. Uma característica recente do sistema de prestação de cuidados de saúde parece ser o seu desenvolvimento em sentidos divergentes. Fica por se saber como se lidará com os desenvolvimentos em vários níveis e em várias partes do país. A qualidade técnica dos serviços é boa, existindo políticas que favorecem a prevenção. O nível de competências profissionais é elevado, e muitos indicadores mostram resultados que estão acima da média da OCDE. Por exemplo as taxas de mortalidade 253 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais por doenças do sistema circulatório diminuíram claramente nos últimos 30 anos, os rastreios de cancro estão bem organizados, a disponibilidade de transplantes renais é boa e o acesso a artroplastias coxofemurais urgentes nos idosos é expedita. De acordo com auditores da OCDE, as reformas recentes no sistema de saúde finlandês, assim como os planos para desenvolver os cuidados de saúde, incluindo o Projecto Nacional para Assegurar o Futuro dos Serviços de Cuidados são bons. Contudo, estas medidas não foram consideradas suficientes. As alterações tecnológicas e o aumento das expectativas colocam o sistema de saúde sobre maior pressão no futuro. A Finlândia enfrenta o problema de uma população mais envelhecida, mais cedo do que em muitos outros países, o que coloca um grande desafio ao Sistema de Saúde Finlandês num futuro relativamente próximo. Os pontos fracos do Sistema de Saúde Finlandês, ainda segundo esta análise da OCDE, são o rápido crescimento da despesa com fármacos, a alteração do reembolso através de um seguro nacional de saúde, longos tempos de espera, assim como a escassez de pessoal de saúde. Existe ainda espaço para a melhoria, no que diz respeito às marcações de consultas médicas nos centros de saúde e das cirurgias electivas, embora os objectivos para os tempos máximos de espera para tratamento e as directrizes para o tratamento tenham sido implementadas já no Verão de 2005, Estas medidas parecem ter reduzido as listas de espera. Com base na experiência de outros países, os auditores, manifestaram a sua preocupação sobre as melhorias que esta reforma gerou, as quais na opinião desses auditores não serão necessariamente permanentes. Com base nestas observações, a OCDE encoraja a Finlândia a realizar reformas estruturais no Sistema de Saúde de modo a assegurar a sua sustentabilidade financeira. O relatório propõe diferentes tipos de incentivos que motivarão o pessoal de saúde a atingir relações de custo-beneficio, tendo em atenção a quantidade e qualidade dos serviços. No total o relatório da OCDE propõe mais de 20 medidas para reformas futuras. A OCDE critica a Finlândia por iniquidade de acesso a alguns serviços, em comparação com outros países, observando-se que o acesso aos clínicos gerais na Finlândia não é equitativo através de grupos de rendimentos diferentes. A população empregada parece ter um melhor acesso aos clínicos gerais, devido aos cuidados de saúde ocupacional, em relação à população não empregada, que tem que recorrer aos serviços dos centros de saúde e do sector privado. Para resolver muitos destes problemas e conseguir manter um nível de qualidade adequado na prestação dos cuidados, a Finlândia implementa actualmente um conjunto de soluções com base nas tecnologias de informação e comunicação que poderá contribuir parcialmente para a sua resolução. 254 Índice 4.2.2.4 Suécia 4.2.2.4.1 Visão geral sobre o Sistema de Saúde O nível de saúde da população sueca é um dos melhores no mundo, sendo a qualidade dos cuidados de saúde, uma característica do estado de bem-estar sueco. A Suécia tem um Sistema de Saúde público, disponibilizando cobertura para toda a população residente, financiada pelo governo através dos impostos e largamente descentralizado. Toda a população da Suécia tem igual acesso aos serviços de cuidados de saúde. Comparado com outros países com um nível similar do desenvolvimento, o sistema executa bem e com sucesso médico em relação aos investimentos nesta área, apesar das limitações de custos. As forças principais do sistema sueco de cuidados de saúde incluem uma prestação de serviços de cuidados de saúde baseada na necessidade, no controlo democrático e na responsabilização local, no controlo sobre despesas totais e gestão eficaz das actividades clínicas. As especificidades deste sistema têm a ver com o balanço do equilíbrio de poderes entre os níveis local, regional e nacional, uma forte focalização na equidade de acesso aos cuidados e no trabalho intersectorial. A lei sobre Serviços Médicos e de Saúde de 1982 não incorpora somente o acesso igual aos serviços na base da necessidade, como enfatiza também uma visão da saúde igual para todos. Três princípios básicos aplicam-se à saúde e aos cuidados médicos na Suécia: •• O princípio “da dignidade humana” significa que todos os seres humanos têm um direito igual à dignidade, e deve ter os mesmos direitos, não obstante o seu status na comunidade. •• O princípio da “necessidade e da solidariedade” significa que aqueles em maior necessidade têm precedência nos cuidados médicos. •• O princípio do custo-efectividade significa que, quando uma escolha de diferentes opções de cuidados de saúde tem que ser feita, deve haver uma relação razoável entre os custos e os efeitos, medidos nos termos da melhoria de saúde e da qualidade de vida. A experiência das recentes reformas na Suécia, apoia a premissa que as dimensões chave do sistema de cuidados de saúde de um país, reflectem as normas e os valores sociais interiorizadas pelos seus cidadãos. A estrutura fundamental do sistema sueco da saúde remanesceu notavelmente consistente no meio século passado, isto é, financiamento baseado em impostos e hospitais geridos publicamente. Por outro lado e quase tão importante, os parâmetros, que foram substancialmente mudados, por exemplo, a persistência na implementação de uma estrutura de cuidados primários e o esforço para permitir a escolha pelo doente do médico, do centro de saúde, e do hospital dentro do sistema publicamente operado. Esta combinação particular de continuidade e de mudança ocorreu com o desafio dos valores suecos tradicionais do jamlikhet (igualdade) e o trygghet (segurança) num ambiente formado por uma população envelhecida, por uma tecnologia médica em mudança, e por uma integração da Suécia no mercado único europeu. 255 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice 4.2.2.4.2 Evolução do Sistema de Saúde Sueco O “Health and Medical Services Act” de 1982 enfatizou uma visão da saúde igual para todos. A reforma DAGMAR de 1985 transferiu a responsabilidade do custo de cuidados de saúde ambulatórios púbicos e privados da Agência Sueca de Seguro Social para os conselhos de condado. O alvo principal da reforma ÄDEL de 1992, a reforma estrutural mais importante dos anos 90, foi a transferência da responsabilidade para prestação de cuidados a longo prazo aos idosos e incapacitados dos conselhos de condado para as municipalidades locais. Em 1995 a reforma da Saúde Mental, visando melhorar a qualidade de vida para pacientes da saúde mental, tornou as municipalidades responsáveis financeiramente por estes pacientes, quando já não requerem os cuidados hospitalares, isto é, quando estão controlados medicamente. Em 1998, foi dada aos conselhos de condado a responsabilidade sobre os custos dos medicamentos prescritos. Em 1997, o “National Drug Benefit Scheme”, que regula os co-pagamentos de medicamentos para doentes, foi separado do tecto do custo para tratamentos médicos. Foi dado aos conselhos de condado o direito de comprar medicamentos para os doentes internados directamente ás companhias farmacêuticas. A reforma deu aos conselhos de condado incentivos directos para aumentar o conhecimento do prescritor sobre custos farmacêuticos e padrões de consumo. Government Ministry of Health and Social Affaris Swedish Associaton of Local Authorities Central agencies and bodies (e.g. Sos, HSAN, MPA, SBU, LFN, NIPH, FK) Local level 18 county councils, 2 regions and 1 municipality (local authorities) 290 municipalities (regional authority) Special housing and home care for elderly and disabled people 8 regional hospitals in 6 medical care regions Approx. 1100 health centres 256 Com a nova reforma dos cuidados dentários de 2002, os esquemas da protecção de elevado custo para pacientes acima de 64 anos de idade foram implementados. 4.2.2.4.2 Evolução do Sistema de Saúde Sueco No início do século XXI, o debate sobre o sistema sueco de cuidados de saúde focalizou-se principalmente na necessidade da coordenação dos cuidados, impelida em parte pela necessidade de contenção de custos pelos conselhos de condado. Desde 2003, têm emergido tendências da recentralização dos cuidados especializados e de emergência dentro das áreas geográficas. Por exemplo, os conselhos de condado menores, começaram cooperar em cuidados especializados com regiões maiores. Em 2003, foi formado o comité Parlamentar das Responsabilidades do Sector Público, com a finalidade analisar a separação actual das responsabilidades entre os três níveis do governo. SoS HSAN MPA SPU 4.2.2.4.3.1 Organização Os objectivos e as políticas gerais de saúde, são definidas ao nível nacional, mas é às autoridades locais que cabe a responsabilidade da prestação dos cuidados de saúde na Suécia. Acompanhando a organização administrativa do país, o sistema sueco de cuidados de saúde está organizado em três níveis: nacional, regional e local. Regional level Approx. 20 county hospitals and approx. 40 district county hospitals Em Outubro 2002, foi criado o “Pharmaceutical Benefits Board”, com a responsabilidade de decidir se um medicamento ou um produto específico deveria ser subsidiado. 4.2.2.4.3 Sistema de prestação de Cuidados de Saúde Parliament Federation of Swedish County Councils Talvez a reforma mais importante sobre os pagamentos dos doentes tenha sido a reforma dos cuidados dentários de 1999, que conduziu à execução de subsídios fixos e nominais para tipos diferentes de serviços, conjuntamente com o preço livre para os prestadores. Nacional Board Of Health and Welfare Medical Responsability Board Medical Products Agency Swedish Council on Technology Assessment in Health Care LFN Pharmaceutical Benefits Board NIPH National Institute of Public Health FK Swedisn Social Insurance Agency Ao nível nacional o papel do governo central é estabelecer princípios e directrizes para os cuidados e ajustar a agenda política da saúde com os cuidados médicos. Isto é conseguido por meio de leis, normativos ou por acordos alcançados com a Associação Sueca de Autoridades Locais e de Regiões (och Landsting de Sveriges Kommuner, SKL), que representa os conselhos de condado e as municipalidades. Ao nível nacional há um número de autoridades dentro da área dos cuidados de saúde que seguem a implementação das políticas: •• O “National Board of Health and Welfare” (Socialstyrelsen) que joga um papel fundamental como perito e autoridade supervisora de governo central; •• “The Medical Responsibility Board (Hälsooch sjukvårdens ansvarsnämnd, HAS); 257 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais •• “Swedish Council on Technology Assessment in Health Care” (Statens beredning för medicinsk utvärdering, SBU); •• “Pharmaceutical Benefits Board” (Läkemedelsförmånsnämnden, LFN); •• “Medical Products Agency” (Läkemedelsverket) ; •• Apoteket AB, que é a cadeia nacional de farmácias. O nível regional, através dos conselhos de condado, dá forma à base do sistema de cuidados de saúde Dezoito conselhos de condado, duas regiões e uma municipalidade não pertencendo a um conselho de condado, possuem e fazem funcionar a maioria das instalações de cuidados de saúde. Cerca de 90 por cento do trabalho dos Conselhos de Condado suecos envolve os cuidados de saúde mas estes estão também envolvidos em outras áreas, tais como a cultura e as infra-estruturas. A população nestas 21 áreas varia de 60 000 a 1 900 000 habitantes. Os conselhos de condado têm independência considerável em decidir como os cuidados devem ser planeados e disponibilizados. Isto explica as grandes variações regionais. Os conselhos de condado planeiam o desenvolvimento e a organização dos cuidados de saúde de acordo com as necessidades dos seus residentes. A sua responsabilidade no planeamento inclui também os serviços de saúde fornecidos por outros fornecedores, tais como clínicos gerais e médicos privados de medicina ocupacional. Há poucos hospitais privados e o número de médicos e de centros privados de saúde varia amplamente entre condados. Os condados são agrupados em seis regiões para facilitar a cooperação no que diz respeito aos cuidados médicos terciários. Pretende-se com o planeamento regional, incorporar as perspectivas públicas e pessoais. A participação aos níveis regionais e locais é assegurada através de mecanismos de representação como eleições de conselhos comunais. Outros mecanismos são conselhos de utilizadores, grupos de estudo e estudos de barómetro (os estudos de consumidores e de doentes são frequentes). Ao nível local as 290 municipalidades são responsáveis por disponibilizar os cuidados de enfermagem ao domicílio, serviços sociais e apoio domiciliar das pessoas idosas com necessidades ou em instalações especialmente adaptadas. Isto inclui pessoas com incapacidades físicas ou psicológicas. Os serviços fornecidos por médicos não são incluídos nos cuidados de que as municipalidades são responsáveis. 4.2.2.4.3.2 Funcionamento Os cuidados de saúde primários têm um papel tradicionalmente menos importante na Suécia, do que em muitos outros países europeus, sendo uma proporção relativamente elevada dos recursos disponíveis para serviços médicos, afecta à disponibilização de cuidados e de tratamento no nível hospitalar. Para os cuidados altamente especializados, a Suécia está dividida em seis grandes regiões, em que os conselhos de condado cooperam para os fornecer às populações que abrangem. Índice especialização. Sessenta hospitais fornecem cuidados especializados com Serviços de Emergência 24 horas por dia. Os cuidados altamente especializados e que requerem a colaboração de um grande número de especialistas e instalações sofisticadas de diagnóstico ou tratamento são fornecidos nos hospitais regionais que são oito. É também aí que se realiza a maioria do ensino e da investigação. Já muitos conselhos de condado têm áreas de serviço pequenas. Porque a Suécia tem somente nove milhões de habitantes, o país inteiro deve servir como uma única área de serviço para os cuidados mais especializados. Isto é coordenado por um comité formado recentemente, Rikssjukvårdsnämnden, dentro da Direcção Nacional da Saúde e do Bem-estar. Os conselhos de condado possuem todos, hospitais da emergência, mas os serviços de cuidados de saúde podem ser adquiridos a contratantes podendo usar os recursos disponíveis da maneira mais eficiente. Para o cuidado programado há diversas clínicas privadas a quem os conselhos de condado podem comprar serviços para complementar os cuidados oferecidos dentro das suas próprias unidades. Este é um elemento importante do esforço de aumentar a acessibilidade. Os tempos de espera para cuidados programados, tais como a cirurgia de cataratas ou as artroplastias da anca, têm sido uma fraqueza que causa o descontentamento. Apesar de um grande aumento na produtividade - o número das operações em relação ao tamanho da população é mais elevado na Suécia do que em outros países – existem ainda longas listas de espera. Consequentemente os conselhos de condado e o governo concordaram em estabelecer uma garantia do cuidado no fim de 2005, o significa que nenhum paciente tem que esperar mais de três meses, a partir do momento em que é determinado que o cuidado é necessário. Se o limite de tempo expirar é oferecido, ao paciente o cuidado em outra parte, que é pago pelo conselho de condado, incluindo todos os custos. Geralmente, os pacientes são livres para escolher o local dos cuidados. A referenciação pode ser necessária, por exemplo para o tratamento fora da região onde o paciente vive. Nenhuma referenciação é geralmente necessária para o cuidado do especialista. Isto é diferente de muitos outros países onde as “funções guardião” são mais comuns. Sendo os cuidados primários destinados a melhorar a saúde geral da população e tratar doenças e problemas de saúde que não requerem a hospitalização, o objectivo é torná-los a base do sistema da saúde e dos cuidados médicos. Os clínicos gerais disponibilizam o tratamento, o conselho e a prevenção. É decisão de cada conselho de condado como servir a sua população com cuidados primários. Os cuidados primários são fornecidos principalmente pelo sector público. O Instituto Nacional da Saúde Pública é responsável pelo funcionamento de programas da prevenção da doença, de promoção da saúde ao nível nacional. A maioria destes cuidados de saúde é fornecida hoje nos centros da saúde onde uma variedade de profissionais de saúde – médicos, enfermeiras, parteiras, fisioterapeutas e outros - trabalha. Isto deve simplificar os processos para os doentes e promover o trabalho de equipa. Os pacientes devem escolher o seu próprio médico. Os hospitais na Suécia são divididos em hospitais do condado distritais, hospitais centrais do condado e hospitais regionais, dependendo do seu tamanho e grau de 258 259 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice têm direito a colectar o imposto de rendimento, cujo nível médio é de 11 %. As contribuições do estado são uma outra fonte de financiamento, representando 16%. Quanto aos pagamentos dos doentes representam somente 3 %. O pagamento pela estadia num hospital é de 80 SEK por dia. Os pagamentos para cuidados de ambulatório são decididos por cada conselho de condado. O pagamento por consultar um médico de cuidados de saúde primários vai de 100 de 150 SEK. Uma consulta com um especialista custará mais. Para limitar custos para o indivíduo, existe um tecto de custo, o que significa que depois de um paciente ter pago um total de 900 SEK, as consultas médicas nos doze meses que seguem a data da primeira consulta, não têm custos. Um tecto similar existe para a medicação prescrita. Assim ninguém paga mais do que 1800 SEK por um período de doze meses. Despesa Sueca na Saúde (% PIB) 10 9 8 7 6 5 4 3 2 Pública Total 1 0 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Fonte: OECD Health Data 2007 - Version: July 07 Cerca de 25 % dos centros da saúde são geridos por empresas privadas comissionadas pelos conselhos de condado. Há clínicas especiais para crianças e grávidas, assim como clínicas de planeamento familiar para adolescentes. Para conseguir fornecer cuidados de saúde de um modo eficiente a população idosa em crescimento, é necessário ter a melhor cooperação e coordenação entre os serviços de cuidados de saúde dos conselhos de condado e o cuidado aos idosos que é responsabilidade das municipalidades. Este conceito define o “cuidado integrado” envolvendo uma variedade de fornecedores de cuidados, (tais como os hospitais locais, os centros da saúde e os serviços sociais), que devem coordenar entre si os seus serviços, a fim se satisfazer as necessidades dos pacientes. No futuro, os cuidados integrados corresponderão à maioria dos cuidados de saúde, ao satisfazer necessidades diárias, de circunstâncias particularmente comuns e recorrentes, assim como às necessidades daqueles que têm condições crónicas múltiplas. 4.2.2.4.3.3 Financiamento Em 2002, a despesa sueca em cuidados de saúde representava 9,2 % do PIB um número que se mantêm razoavelmente estável desde o fim dos anos 80. A despesa dos cuidados de saúde expressa em US$ PPP per capita era de 2 517 em 2003, ligeiramente mais alta do que a média da UE15 de 2326. O sistema do seguro social, controlado pela Agência Sueca do Seguro Social, fornece a segurança financeira em caso da doença e de incapacidade. Nenhum cuidado de saúde ou pacote básico de medicamentos são definidos dentro dos cuidados de saúde suecos. Em 2005, os cuidados e os serviços fornecidos pelos conselhos de condado, incluindo o subsídio dos medicamentos, custou SEK 175 biliões (USD 25,4 biliões). 71 % dos cuidados de saúde são financiados por impostos locais e os conselhos de condado 260 Os 10 % restantes do orçamento da saúde vêm de outras contribuições, de vendas e de outras fontes. A maioria de conselhos de condado usam alguma forma do sistema de comprador-fornecedor, em que um conselho negoceia acordos da compensação com as unidades de cuidados de saúde - por exemplo, compensação baseada no desempenho, determinada pelo grupo relacionado de diagnóstico (DRG), Este é um sistema de classificação dos casos hospitalares em aproximadamente 500 grupos, que se espera terem um uso similar de recursos. Isto permite que os hospitais se tornem mais independentes de corpos políticos. Em alguns casos, os hospitais tornaram-se corporações possuídas pelos conselhos. É agora mais comum que os conselhos de condado comprem os serviços de cuidados de saúde - 10 % dos cuidado de saúde são financiados por conselhos de condado, mas realizado por fornecedores privados de cuidado de saúde. Os mecanismos para pagar aos fornecedores variam entre os conselhos de condado, Os sistemas geralmente mais usados para pagamentos são baseados em orçamentos globais ou numa mistura de orçamentos globais e pagamentos per capita. Os médicos e outras categorias da equipa de funcionários são geralmente empregados remunerados. Os princípios da afectação de recursos variam entre os conselhos de condado. A maioria de conselhos de condado descentralizou a responsabilidade financeira para os distritos através de orçamentos globais. Um pequeno grupo de cerca de cinco conselhos de condado continua a desenvolver o pagamento por acto, com tectos de despesa para alguns serviços (essencialmente hospitais) e modelos da capitação para os cuidados primários. A maioria dos prestadores de cuidados de saúde é de posse pública, e consequentemente os médicos, os dentistas, os farmacêuticos e outros grupos profissionais são principalmente empregados remunerados. Sendo a base de financiamento dos cuidados médicos, os impostos locais, isto significa que as oportunidades para a expansão económica estão extremamente limitadas. As limitações dos custos são um dever e é necessário maximizar os recursos existentes. O Benchmarking entre diversos conselhos de condado, pode conduzir a melhorias, mas a grande descentralização significa que os dados nacionais faltam frequentemente. As estatísticas baseadas na pesquisa nacional têm sido já produzidos em temas tais como, efeitos de saúde, qualidade, a segurança do paciente, os tempos de espera, opiniões dos pacientes e custos, servindo para fazer comparações entre os diversos condados. 261 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Entretanto, haverá uma melhoria na qualidade e quantidade destes dados, porque a Direcção Nacional da Saúde e do Bem-estar e a Associação Sueca das Autoridades Locais e das Regiões, concordaram estabelecer um modelo para comparar e avaliar objectivos e resultados conseguidos, o que se justifica por : • Fornecer uma melhor plataforma para o debate público e decisões políticas; • Tornar mais fácil que os conselhos e as municipalidades de condado controlem e alinhem os cuidados de saúde; • Fornecer mais facilmente á população em geral e aos pacientes em particular a informação acessível. 4.2.2.4.3.4 Eficiência e desenvolvimento As direcções hospitalares encontram-se actualmente a implementar projectos-piloto da participação dos doentes, embora a Suécia não tenha legislação sobre os direitos dos doentes. Uma das mais importantes experiências na Suécia de participação no processo de decisão político foi o de discutir as prioridades públicas de cuidados de saúde. Os longos tempos de espera para intervenções, especialmente cirurgias electivas, levou a implementar o estabelecimento de prioridades, que têm como objectivo ser um guia para o processo de decisão da afectação de recursos. A observação de diferenças substanciais entre diferentes regiões nos resultados de saúde obtidos de intervenções médicas estimulou também o processo. O trabalho da Comissão Parlamentar Sueca nas Prioridades em Cuidados de Saúde que decorreu entre 1992 e 1995 preparou a definição das prioridades médicas. A base do processo foi um documento divulgado em Novembro de 1993 que foi discutido por peritos e por numerosas consultas públicas. A comissão publicou o relatório final em Maio de 1995. A comissão baseou o seu trabalho em três princípios éticos fundamentais: a dignidade humana, o reconhecimento das necessidades e solidariedade e custoeficência. A participação do público não foi considerada uma destes aspectos chave. Os resultados esperados estabeleceram, dois conjuntos de directrizes: directrizes para o nível administrativo e politico e directrizes para o nível clínico. As directrizes clínicas foram organizadas sobre cinco grupos prioritários. Índice Uma das maiores ferramentas de implementação é o modelo de afectação de recursos, o qual foi desenvolvido no seguimento do trabalho da Comissão Parlamentar. O propósito de desenvolver um novo processo de afectação de recursos foi implementar requisitos nacionais, no que diz respeito ao estabelecimento de prioridades, no sentido de evoluir para um Sistema de Saúde mais equitativo, desenvolver melhores ferramentas para gerir o sistema, tanto ao nível clínico como regional, desenvolver contratos mais equilibrados entre clínicos, gestores e políticos e romper com os hábitos tradicionais de aceitar o processo de privatização como uma tarefa conjunta. O Serviços de Saúde da Região Este afecta às direcções de saúde locais, recursos baseando-se numa fórmula básica por região geográfica. Os conselhos de saúde regionais determinam a afectação de recursos nos diferentes campos da medicina. A decisão na afectação de especialidades médicas é definida como prioridades horizontais. Dentro dos grupos de doenças, as decisões são baseadas na afectação vertical, de acordo com a gradação das diferentes intervenções. Foram assim formados vinte e dois grupos de peritos médicos, representando as perspectivas dos cuidados primários e hospitalares e de todos os campos médicos mais relevantes para aconselharem os gestores dos Serviços de Saúde e políticos na implementação de recomendações do comité sobre as prioridades. Trabalharam num exercício sistemático de definição das prioridades nos últimos três anos. Cada especialidade médica listou as suas actividades de acordo com uma estrutura comum. Os grupos distintos de pacientes são categorizados de acordo com as suas necessidades em cuidados, nos quatro agrupamentos nacionais acima mencionados, baseados na prioridade do nível na doença e numa lista mais detalhada de 10 classificações para as intervenções médicas. As intervenções são classificadas de acordo com o método preferido da intervenção para o paciente, a espera aceitável medicamente indicada, uma estimativa da eficácia, a evidência científica da eficácia, e o custo-beneficio da intervenção. O exercício de ajuste de prioridades construído na motivação dos médicos para criar uma melhor plataforma para afectar recursos entre especialidades, resultou numa lista detalhada das prioridades para praticamente todas as intervenções médicas frequentes, numa ordem de classificação em todas as especialidades médicas, julgamentos ou indicações, de acordo com uma estrutura comum e um procedimento de validação entre especialidades. O processo de estabelecimento explícito de prioridades excluiu alguns factores como a idade, o peso à nascença, as doenças auto-induzidas e as condições socio-económicas do doente. O estabelecimento de um comité governamental em 1998 para promover a implementação, seguiu-se ao desenvolvimento de conselhos comunitários tendo em atenção os desenvolvimentos internacionais no processo de estabelecimento de prioridades. Existem agora planos, para usar as listas verticais da prioridade dentro da afectação de recursos horizontal, adicionando o volume das intervenções e dos recursos. Há também planos, para realçar a utilização da evidência científica. Uma função perita de gestão será estabelecida para controlar o exercício do ajuste de prioridades. As actividades políticas assegurarão e suportarão o processo, mas não interferirão na classificação médica. Os Serviços de Saúde da Região Este, que emprega 48 000 pessoas em 17 hospitais e 160 centros de saúde, servem muitas vezes de modelo para a implementação das recomendações da comissão parlamentar. A participação do público foi assegurada pela cobertura considerável do processo e das propostas pelos meios de comunicação social. As campanhas específicas de informação, foram organizadas para descrever temas particularmente difíceis de 262 263 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais avaliação e escolha. Ocorreram várias consultas públicas nos estádios precoces sobre os princípios a serem adoptados. Foram também organizados debates com organizações de defesa dos interesses dos pacientes e dos consumidores. Entretanto, embora existissem numerosas campanhas da informação e consultas públicas, a opinião pública geral não contribuiu muito para a definição da prioritização na Suécia, que é ainda muito dirigida por políticos, por gestores e por clínicos. Índice comercializar as suas descobertas. Contudo, segundo uma informação apresentado pela SuéciaBIO, a Organização Nacional da Industria Biotecnológica Sueca, a biotecnologia sueca está a perder competitividade em relação a outros países líderes de sector. Um dos principais problemas apontados é a ausência de vantagens fiscais e sistemas de crédito específicos que atraiam os investimentos para a Suécia e facilitem a criação de novas empresas, algo que se está a fazer em outros países como o Canadá ou a França. No exemplo de Suécia, a participação pública é conseguida principalmente com a informação e a consulta, mas as prioridades detalhadas são baseadas na análise por peritos e na liderança política dos princípios a serem aplicados. Embora a participação do publico possa parecer não ter sido particularmente forte neste caso, o facto do processo ser totalmente aberto e transparente, ter sido conduzido claramente pelo sentido político e para o qual o público poderia contribuir para sua aceitação, reflecte níveis elevados da confiança na sociedade. De facto a falta de capital, mais evidente na fase de implementação das empresas e a ausência de êxitos tangíveis, explicam os resultados medíocres das contas das empresas biotecnológicas suecas. 4.2.2.4.4 Aplicação da sociedade de conhecimento em áreas confinantes com os cuidados de saúde - A Suécia e o desenvolvimento de ciências da saúde A boa situação económica da Suécia, com um crescimento durante 2004 de 3,5%, e um importante investimento em investigação e desenvolvimento (4% do PIB durante 2003), a coordenação entre Governo, universidades e empresas, bem como a existência de um sistema de segurança social desenvolvido e a qualidade e tradição dos seus ensaios clínicos explicam em parte a força de sectores como a biotecnologia, as neurociências e a investigação com células progenitoras. No total do sector das Ciências da Saúde trabalham 41 000 empregados (23 000 em empresas farmacêuticas, 7 000 em empresas biotecnológicas e 11 000 em empresas produtoras de equipamento médico), representando 1,8% de total da população activa de sector privado. A cifra de negócios total de 2004 foi de 11 500 milhões de euros, repartidos em 9 000 milhões correspondentes às empresas farmacêuticas, 1 000 milhões às empresas biotecnológicas e 1 500 milhões aos fornecedores e produtores de equipamento médico. As exportações de sector das Ciências da Saúde representaram 7,1% do total das exportações durante 2004. A indústria biotecnológica sueca ocupa actualmente o 4º posto a nível europeu (o primeiro em função do PIB e de tamanho da população) atrás da Alemanha, Reino Unido e França e o 9º a nível mundial. Está no topo da lista dos países industrializados em termos de investimento da maior proporção do seu Produto Interno Bruto em conhecimento, definido como educação, software e investigação. Alem da biotecnologia, a Suécia possui vantagens competitivas a nível internacional em outros sectores dentro das Ciências da Saúde como são os ensaios clínicos, as neurociências, a investigação com células progenitoras e as enfermidades do metabolismo. Todos eles podem constituir âmbitos interessantes investimento. A Biotecnologia converteu-se no sector que experimentou um maior crescimento durante os últimos dez anos. Segundo dados de 2005, apresentados pela Agência Sueca para Sistemas de Inovação (Vinnova), existem actualmente mais de 400 empresas de biotecnologia, que dão emprego a mais de 7 000 trabalhadores. A Suécia alberga três dos clusters biotecnológicos mais importantes de Europa: Estocolmo/ Uppsala, Gotemburgo e Malmö/Lund e universidades de grande reconhecimento como o Instituto Karolinska, a Universidade de Lund ou a Academia Sahlgrenska de Gotemburgo. Por isto, o país goza de uma boa base científica, com investigadores atraídos pela chamada “excepção dos professores” (lärareundantaget): o direito de 264 O SuéciaBIO advoga a criação de um Comité Nacional de Biotecnologia no Departamento de Indústria, Emprego e Comunicação que ajude a converter a biotecnologia numa pedra angular da economia sueca, explorando o seu potencial de crescimento e recuperando o terreno perdido frente a outros países. Os extensos biobancos e registos desenvolvidos pela Suécia desde 1947, unidos à consciencialização da população, a harmonização da segurança social pública e a sua posição estratégica na Europa do Norte/ Região Báltica, levaram a que mais de trinta das empresas farmacêuticas mais importantes do mundo escolhessem a Suécia para levar a cabo os seus ensaios clínicos. As alterações produzidas nos estilos de vida da sociedade e o envelhecimento paulatino da população mundial fizeram das neurociências um dos campos mais interessantes e com maior projecção dentro das ciências da saúde. O chamado Swedish Brain Power constitui o máximo exponente da investigação da “ciência do cérebro” realizada na Suécia. A investigação com células progenitoras converteu-se nos últimos tempos numa promessa de futuro com enormes implicações éticas. Graças à sua qualidade científica e sobre tudo, a uma das legislações mais progressistas de Europa, os centros de investigação suecos estão a receber fundos de todo o mundo, destacando o apoio por parte do National Institute of Health (NIH) dos Estado Unidos da América, a várias linhas de investigação desenvolvidas na Suécia. Finalmente, a Suécia converteu-se numa autoridade de investigação sobre diabetes, obesidade, síndromes metabólicos e arteriosclerose, graças ao trabalho desenvolvido pelos seus centros académicos. Além disso, 30% da carteira de produtos em fase de desenvolvimento das empresas biotecnológicas suecas correspondem a fármacos para o tratamento da diabetes e de desordens metabólicos. A Suécia é um país também bem conhecido pela sua indústria farmacêutica por causa das suas grandes instituições de investigação tais como o Instituto Karolinska, 265 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais universidades tais como as de Lund e Uppsala, companhias tais como Pharmacia e AstraZeneca e tem sido um país hospedeiro para muitos ensaios clínicos. As fusões tendo por resultado a Pharmacia Upjohn (agora Pharmacia Corporation) e AstraZeneca nos anos de 1990 não foram bem recebidas pelo público sueco. Entretanto, estes acontecimentos mostraram-se importantes nas oportunidades apresentadas para companhias novas de biotecnologia e na disponibilidade aumentada de investigadores. Recentemente, os quatro conselhos de pesquisa separados na Suécia amalgamaramse para dar forma a um conselho de pesquisa maior, com quatro filiais, chamadas o Conselho de Pesquisa Sueco. A tarefa de controlar actividades que envolvem a biotecnologia é dividida em diversas agências públicas diferentes. Por causa do desenvolvimento rápido na biotecnologia, propôs-se que uma agência governamental especial para a inspecção da biotecnologia deve ser implementada. Tal agência investigaria todas as actividades novas na biotecnologia e não se especializaria em nenhum outro campo de pesquisa. Uma outra agência para a avaliação tecnológica foi sugerida, pela da complexidade geral da ciência biotecnológica e da informação sobre ela. A organização proposta trabalharia para a informação, divulgando e estimulando discussões sobre o assunto. Mais importante, esta agência seria envolvida na transferência informação das diferentes tecnologias aos políticos para ajudar nos seus processos de tomada de decisão. Tais organizações existem já em muitos outros países europeus. Pesquisa na Universidade A Suécia tem 13 universidades e 37 faculdades da universidade, de que 23 são geridas pelo estado. Há também organizações educacionais privadas tais como a as Chalmers University of Technology AB,, a fundação para a Faculdade da Universidade de Jönköping e a Escola de Estocolmo da Economia. O financiamento da pesquisa e do ensino nas Universidades mudou drasticamente durante os anos 90’s. Quando uma coabitação de partidos de direita estava no controlo do governo entre 1991 a 1994, o dinheiro do estado foi alocado em três fundações diferentes, longe do controlo político. A mais forte dos três era a fundação sueca para a pesquisa estratégica que obteve um financiamento de SEK 6 biliões. Esta fundação mudou o foco tradicional da pesquisa básica na Suécia, para pesquisa aplicada. Quando os sociais-democratas voltaram no poder em 1994, geriram um determinado nível do controlo político sobre as fundações, criando legislação permitindo a nomeação dos presidentes pelo governo. Diminuíram então o financiamento para os quatro conselhos de pesquisa, em proporção à quantidade de dinheiro de despesa na pesquisa. Isto marcou o primeiro deslocamento moderno real das concessões para a pesquisa na Suécia. 266 Índice A entrada da Suécia na União Europeia em 1995 causou um realocação do dinheiro da pesquisa da Suécia para Bruxelas e os cientistas suecos foram forçados a aplicar-se na competição internacional com outros países membros da UE para concessões de pesquisa. Isto marcou um segundo deslocamento do paradigma da pesquisa sueca. Desde então, o financiamento privado da pesquisa em universidades suecas aumentou do ano para ano e hoje contribui com mais de 50 por cento do orçamento anual. O número dos colaborações e de alianças com a indústria aumentou notavelmente e todas as mais importantes Universidades Suecas têm hoje parcerias fortes com empresas globais. Além das universidades principais em Lund, Göteborg, Linköping, Estocolmo, Uppsala e Umeå, outras escolas têm sido aprovadas recentemente, como universidades em cidades menores. Há um debate se a criação de universidades menores dilui a competência e os recursos disponíveis para o ensino e a pesquisa. Comercialização da pesquisa da universidade Tipicamente, as ideias para uma companhia de biotecnologia provêm da pesquisa executada nas academias. No entanto não foi senão em 1996 que as universidades suecas puderam comercializar as suas inovações ou descobertas, feitas pelos seus próprios investigadores. Hoje, as universidades criaram holdings através das quais podem possuir partes de outras companhias. Actualmente é o cientista que possui os direitos totais de toda a descoberta ou inovação que fez. Entretanto, há vozes para uma mudança para as universidades ganharem direitos de comercialização dos resultados de pesquisa, enquanto que o inovador ou o cientista terão “royalties” em rendas futuras. Clusters Biotecnológicos - Parques de Ciência e Tecnologia Há mais de 30 parques da ciência e de tecnologia na Suécia. A organização coordenadora para estes é Swedepark. Esta organização suporta riscos dentro dos negócios baseados no conhecimento ena alta tecnologia (high-tech). Hoje, a ciência e os parques da tecnologia são ambientes reconhecidos para a promoção das companhias, para o desenvolvimento de produtos e de novas parcerias entre as universidades e as empresas. Nos parques são oferecidos graus variados de serviço de acordo com necessidades diferentes. De importância especial são os serviços fornecidos para empresas recentemente estabelecidas tais como o conselho sobre patentes e licenças, matérias judiciais, financiamento, marketing, busca da informação, etc. Regiões dos Clusters Biotecnológicos Medicon Valley (Lund-Malmö-Copenhagen) Derivando seu nome de Silicon Valley, esta região deve a sua existência ao investimento realizado em 2000, numa zona económica aquando da construção de uma ponte através do Öresund, ligando Copenhaga na Dinamarca à cidade de Malmö na Suécia do sul. A intenção é capitalizar a força da região em cuidados de saúde e nos produtos farmacêuticos, na biotecnologia e nas ciências de vida. Uma exigência necessária para uma região tecnológica bem sucedida é força e abundância de pesquisa nas 267 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Universidades. O Medicon Valley abriga a universidade de Lund (a maior da Suécia), a Universidade de Malmö, a Universidade de Copenhaga, assim como a Universidade técnica de Dinamarca e a Escola de Negócio de Farmácia de Copenhaga. Aproximadamente cinquenta por cento das companhias farmacêuticas e de biotecnologia na Escandinávia residem no vale, conjuntamente com um número elevado de companhias produtoras de dispositivos médicas Linköping-Stockholm-Uppsala-Västerås A região quadrada formada por Linköping, Stockholm, Uppsala and Västerås é uma área de conhecimento intensiva. Muitas das universidades com maior renome na Suécia tais como o Instituto Karolinska, a Escola de Economia de Estocolmo, o Instituto Real de Tecnologia e a Universidade de Uppsala encontram-se aqui. Além destas universidades, há diversos parques da ciência e da tecnologia na área. Um grande número de empresas biotecnológicas situa nesta região, assim como hospitais universitários de renome tais como o hospital académico de Uppsala, o hospital de Huddinge, o hospital de Karolinska, e o hospital da universidade de Linköping. Esta área é também a base para empresas globais tais como a Pharmacia Corp, a AstraZeneca, e a Ericsson. Sendo a capital da Suécia, Estocolmo abriga também o Parlamento sueco e um número de organizações governamentais e não-governamentais tais como a Academia Real Sueca das Ciências e a Academia Real Sueca para a Ciência da Engenharia. A agência de Produtos Médicos da Suécia encontra-se em Uppsala. Os maiores bancos da Suécia tais como SEB, Föreningssparbanken, Handelsbanken têm suas sedes aqui e a comunidade do capital de risco é também muito forte. Göteborg Localizado na costa ocidental da Suécia, Göteborg é a segunda maior cidade sueca. As duas universidades principais desta área são as Universidade de Göteborg e a Universidade de Tecnologia de Chalmers - um instituto mundialmente reconhecido da engenharia. Três parques da tecnologia estão associados a Chalmers. No contacto próximo com a Universidade de Göteborg está o hospital de Sahlgrenska e o Sahlgrenska BioMedical Innovation Centre. Este é o local primário para companhias em arranque da biotecnologia na região. Umeå-Luleå Umeå e Luleå abrigam as universidades situadas mais ao norte da Suécia Apesar de sua posição, ambas as cidades atraem muitos estudantes aos programas médicos e de engenharia oferecidos. A universidade de Umeå é muito forte na biologia, na 268 Índice biotecnologia da floresta, e química molecular. Actualmente há quase 30.000 estudantes em Umeå e em Luleå . Umeå tem um hospital universitário e um parque da ciência e tecnologia, que abriga um número interessante de companhias de biotecnologia. Visão geral de companhias da biotecnologia na Suécia A indústria sueca de biotecnologia pode ser segmentada em dez campos diferentes: Agrobiotecnologia, Bioinformatica, Bioprodução, Equipamento da biotecnologia, CTOC, produtos do Dentisteria, do diagnóstico, da saúde/alimento funcional, dispositivos médicos e Produtos Farmacêuticos/Terapêutica. O maior segmento é o dos Produtos Farmacêuticos/Terapêutica, seguido pelos dispositivos médicos e pelo equipamento médico da biotecnologia. Agrobiotecnologia / Comida Funcional Todas as companhias neste campo são organizações pequenas e necessitam de mais marketing e organizações de vendas para poder aumentar seu negócio. A actividade do I&D dentro deste campo é diversa e inclui anti-fungicos, vacinas, probióticos, alimento funcional e tratamento de feridas. BioGaia é a maior companhia neste campo. A I&D da companhia é focalizado no alimento probiótico (bactérias de Reuteri). Há cerca de 25 produtos probióticos diferentes no mercado sueco. Outras companhias neste campo são Agrivir AB e Probi AB. Este mercado é controlado e regulado pela administração nacional do alimento. Para cultivar alimentos geneticamente modificados é necessária uma permissão da Conselho Sueco da Agricultura. Bioinformática A tecnologia de informação é um mercado muito forte na Suécia, com diversas companhias com uma estratégia de negócio visando acelerar o processo de desenvolvimento de medicamentos, do desenvolvimento de tecnologias e novas metodologias, serviços para a pesquisa clínica e entrega de sistemas TI aos hospitais, às indústrias e às companhias farmacêuticas. Apesar dos problemas recentes neste mercado, espera-se que este segmento aumente significativamente. Bioprodução Os clientes para as companhias envolvidas na produção de moléculas biológicas, de microrganismo, ou de células, são companhias biotecnológicas, grupos de pesquisa das universidades ou indústrias alimentares e farmacêuticas. Este segmento é provavelmente o segmento com o crescimento mais rápido na Suécia e muitas companhias neste segmento têm retorno positivo do seu investimento. Exemplos de companhias de bioprodução na Suécia são a BioInvent e a Biovitrum. 269 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Equipamento Biotecnológico Diversas das companhias mais relevantes de biotecnologia na Suécia tais como Biacore, Gyros, Personal Chemistry, e Pyrosequencing estão envolvidas neste segmento. Gyros está a desenvolver uma tecnologia de um-laboratório-um-CD enquanto a Personal Chemistry está a desenvolver um forno de microondas para facilitar a síntese orgânica com rendimento aumentado. A Pyrosequencing desenvolveu um novo método para a sequenciação de segmentos curtos do DNA e análise de SNP. Dentisteria A Nobel Biocare é claramente a maior companhia neste grupo com mais de 1100 empregados. Esta companhia é um dos líderes do mundo em implantes dentais e em soluções protésicas. Meios de Diagnóstico As companhias neste campo cobrem uma larga amplitude de doenças diferentes. A concentração nesta categoria encontra-se na maior parte no diagnóstico doenças infecciosas e para as sequelas de doenças neoplásicas e doenças cerebrais Há também pelo menos duas companhias envolvidas no desenvolvimento de técnicas diagnósticas para doenças múltiplas. Somente 7 das de 25 companhias têm produtos no mercado no diagnóstico humano. As maiores companhias neste grupo são: Nova Medical, Sangtec Medical and Diffcham. Produtos de Saúde As companhias Hebi, Abigo, and CCS dominam este segmento. As áreas de negócio da Hebi Healthcare envolvem a higiene, produtos químicos finos e farmacêuticos. Abigo tem produtos de auto-medicação, tratamento de feridas, e no desenvolvimento de dispositivos médicos Dispositivos Médicos As companhias suecas neste campo cobrem quase todos os tipos diferentes de áreas da doença. A maioria das companhias tem produtos no mercado. Diversas companhias estão envolvidas em desenvolver sistemas de inalação para uso terapêutico e anestésico. Outros grupos desenvolvem próteses e dispositivos relacionados, análise sanguínea e dispositivos para monitorar a função cardiovascular e a micro circulação. Produtos Farmacêuticos/terapêutica Hoje, poucas companhias estão envolvidas na I&D de novas drogas moleculares na Suécia. A maioria das companhias com uma ambição, nesta área da terapêutica estão a trabalhar com produtos biofarmacêuticos, moléculas biológicas maiores, tais como proteínas, hidratos de carbono complexos e terapia de células e tecidos A maioria das companhias não têm nenhum produto terapêutico no mercado e mostra resultados negativos devido aos seus custos de I&D. Diversas companhias são baseadas numa 270 Índice única plataforma de tecnologia. Neste grupo de empresas contam-se a Active Biotech, Medivir and Biophausia. 4.2.2.4.5 A Suécia e as tecnologias de informação e comunicação na Saúde 4.2.2.4.5.1 Tecnologias de informação O acesso e o uso dos computadores e da Internet são elevados entre a população sueca. Quase 80% da população tem acesso à Internet (em casa e no trabalho), e mais de metade da população usa a Internet numa base diária. Mais de 80% têm um computador em casa e 70% pode usar a Internet em casa. Entre as empresas, 98% daquelas empregando pelo menos 10 pessoas tinha acesso à Internet em 2001. São principalmente as pessoas idosas que não usam a Internet (Swedish Agency for Public Management 2003). Todos os conselhos de condado têm páginas Web onde a informação sobre serviços dos cuidados de saúde pode ser encontrada. Estas páginas contêm a informação sobre onde procurar os cuidados na ocorrência de uma doença ou de um ferimento, e sobre os diferentes hospitais e instalações dos cuidados de saúde que estão disponíveis. Adicionalmente todos os conselhos de condado têm “call centers “ 24 horas por dia, de modo que os utentes possam obter informação, sobre onde procurar um tratamento ou onde procurar o cuidado apropriado. Diferentes sistemas de tecnologia de informação operam no sector sueco dos cuidados de saúde. Geralmente, a qualidade de tais sistemas e os seus níveis de utilização nos hospitais e centros de cuidados de saúde primários são elevadas. Os registos dos pacientes são mantidos geralmente electronicamente e em alguns conselhos de condado, são feitos esforços para harmonizar os registos dos pacientes através de todos os hospitais no condado. É cada hospital que selecciona e obtêm o seu próprio sistema, porque não há nenhuma estratégia nacional que cubra esta área. Existem projectos em curso ao nível nacional e no nível do conselho de condado, que pretendem integrar (e tornar compatível) os vários sistemas de informação usados, com a finalidade de aumentar a segurança e a eficácia dentro dos sistemas. 4.2.2.4.5.2 Perspectivas estratégicas As soluções de e-Saúde na Suécia têm sido desenvolvidas através da cooperação voluntária entre autoridades nacionais e regionais (condados) e sem uma estratégia nacional de e-Saúde. A ligação entre as iniciativas regionais, no caminho da utilização de TI em cuidados de saúde foi confiada à organização “Carelink” que foi criada em 2000. Os membros do seu conselho de directores são representantes das municipalidades, dos condados, do conselho nacional da saúde e de Apoteket AB (Cadeia 271 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice de farmácias suecas). Em 2005 o Ministério da Saúde e dos Assuntos Sociais, a Associação Sueca das Autoridades Locais e de Regiões, o Conselho Nacional da Saúde e do Bem-estar, a Agência dos produtos Médicos, a Corporação Nacional das Farmácias Suecas, e Carelink estabeleceram um grupo nacional de alto nível para a definição de uma estratégia nacional para a e-Saúde. Esta estratégia foi publicada em Março de 2006 e estabeleceu uma visão comum de como a e-Saúde deveria ser usada para apoiar e melhorar os cuidados de saúde. O cuidado social é incluído também na estratégia nacional para a e-Saúde e será uma área de focalização para a etapa seguinte no trabalho realizado no país. O trabalho a ser empreendido conjuntamente é agrupado em seis áreas da acção com os seguintes objectivos: • Alinhar as leis e regulamentos com uso prolongado de TIC; • Criação de uma estrutura comum da informação; • Criação de uma infra-estrutura técnica comum; • Facilitar a inter operacionalidade de sistema de suporte de TIC; • Facilita o acesso à informação através das fronteiras organizacionais; • Facilitar o acesso à informação e aos serviços aos cidadãos; diagnóstico remoto (alguns destes serviços diagnósticos realizam-se actualmente na fase preparatória). Os primeiros três focalizam o estabelecimento de melhores condições básicas para TIC na saúde e nos cuidados aos idosos. Os últimos três são sobre como melhorar as soluções da e-Saúde e adaptar estas às necessidades dos pacientes. As iniciativas da instrução, de treino e da pesquisa são cruciais a todas as seis áreas. A estratégia envolve compromissos dos partidos envolvidos, e incentiva a formulação de estratégias operacionais locais guiando o processo e o sentido da mudança. Esta focalização local ajuda os principais envolvidos, encorajando as medidas locais que podem ser postas numa perspectiva nacional e que o uso de TIC funcionará eficiente e eficazmente numa perspectiva operacional estratégica. Esta inovação apresenta varias vantagens que se traduzem em benefícios para os profissionais, ao aumentar a segurança e a qualidade das prescrições, reduzindo erros, para os prestadores já que poupa tempo para organizações e para o cidadão já que está disponível uma linha de ajuda para a prescrição e a possibilidade de poder obter a prescrição em qualquer uma, das 950 farmácias suecas. 4.2.2.4.5.3 Perspectivas de Implementação Cobrindo a maioria das localizações de serviços de saúde na Suécia a SJUNET fornece redes de área local virtuais como é mostrado na figura. A Sjunet é uma rede fibra óptica separada da Internet o que permite a troca segura e de confiança de dados confidenciais, incluindo imagens. Incorpora também a possibilidade para conferência de vídeo. Sete conselhos de condado iniciaram a Sjunet como um projecto em 1998 dentro do programa de investigação e desenvolvimento ITHS financiado pela Fundação Sueca do Conhecimento e pelo Federação de Conselhos de Condado. O investimento inicial de € 1,400,000 foi compartilhado igualmente pelo ITHS e por sete conselhos de condado. Desde 2001, a Carelink é responsável pela Sjunet que actualmente conecta todos os 80 hospitais públicos, 800 centros de cuidados primários, 950 farmácias e um número de instituições privadas de cuidados de saúde Outras características incluem um directório de telefones nacional, uma base de dados do conhecimento, o planeamento clínico dos cuidados e os serviços de 272 A escalabilidade da Sjunet simplifica a ligação das instituições e organizações novas. A SJUNET ganhou a concessão do eEurope para o e-Saúde em 2003. Em 2004 a infra-estrutura de banda larga da Sjunet cobria aproximadamente 85% da população. Os diferentes e-Serviços suportados pela SJUNET incluem o sistema de e-Prescrição que se está a ampliar rapidamente. A percentagem das e-Prescrições alcançou 55% em Abril de 2006. O sistema do e-Prescrição está a ser desenvolvido pela Apoteket AB, com a adição de uma base de dados nacional dos medicamentos vendidos por prescrição. Também os resultados económicos são relevantes: •• Primeiro ano do benefício líquido anual, isto é quando os benefícios anuais excedem os custos anuais: 2005, ano 5; •• Benefício líquido anual estimado para o ano 2008: aproximadamente 97 milhões de euros. Primeiro ano do benefício líquido acumulado: 2006, ano 6 ; •• Benefício acumulado estimado em 2008: aproximadamente 330 milhões de euros; •• Custos de investimento acumulados incluindo despesas de operação em 2008: aproximadamente 155 milhões de euros; •• Estimativa do ganho da produtividade, medido na diminuição nos custos por e-prescrição: 58%; •• Distribuição dos benefícios em 2008: Cidadãos - 20%; Hospitais - 80%. A Telemedicina foi testada e/ou usada em 100 aplicações e mais de 75% dos hospitais testaram ou estão já a usar aplicações do telemedicina. Ao nível regional catálogos electrónicos sobre os fornecedores de serviço estão a ser desenvolvidos e ligados nacionalmente através de um registo de endereço dos serviços (catálogo de HSA). Um sistema seguro do e-mail é usado em muitos condados. Além destes, diversos outros projectos ou actividades foram iniciados e empreendidos ao nível regional e/ou nacional durante os últimos cinco anos cobrindo diferentes aspectos de aplicações e/ou de serviços da e-Saúde. Entre estes: • Está em curso uma revisão da legislação para a manipulação da informação no sector dos cuidados de saúde; • O projecto InfoVU elabora a classificação da nomenclatura e os indicadores da 273 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais • • • • • • • qualidade a ser usados na documentação dos cuidados. (O conselho nacional da saúde e do bem-estar estabeleceu um centro nacional para sistemas de classificação de Doentes); Está a ser apoiada pelo governo a avaliação da adequabilidade do SNOMED; Foi testado num estudo piloto, um resumo nacional do doente e este está a ser difundido na Suécia; Está a ser alargado o projecto CarelinkPLUS, com o desenvolvimento de uma arquitectura da referência (mapa das relações aos serviços) para permitir a comunicação dos sistemas em diferentes organizações. O projecto de Carelink RIV estabeleceu padrões comuns para e-Mensagens no sector dos cuidados de saúde. O projecto SITHS desenvolveu soluções de autenticação seguras para profissionais dos cuidados de saúde. O projecto Nacional de aconselhamento do doente desenvolveu um Portal da saúde para cidadãos. O e-Lak, uma rede conduzida pela Carelink, que está a apoiar o desenvolvimento adicional de comunicação electrónica entre os serviços de saúde, os cuidados e as farmácias. 4.2.2.4.6 Actividades Futuras A estratégia do e-Saúde publicada em 2006 é considerada como a primeira etapa num empreendimento a longo prazo para maior cooperação ao nível nacional. A estratégia foi aprovada pelo governo e as responsabilidades para o desenvolver e executar foram atribuídas. O apoio dos condados e conselhos municipais e outras partes interessadas para a estratégia foi obtido, tendo sido acordado o âmbito, a programação, o financiamento e a tomada de decisão em conexão com a execução da estratégia. Na base das discussões, o Grupo de Alto Nível Para a e-Saúde tomará uma posição na política no planeamento, na execução e no financiamento do trabalho futuro em relação à maior utilização de TIC ao nível nacional. Foi elaborado um relatório em Março 2007, indicando como prosseguir em áreas pontuais. Os planos da execução da estratégia serão seguidos e os problemas identificados durante sua aplicação foram considerados em modificações adicionais da estratégia. Este trabalho será empreendido por membros do Grupo de Alto Nível para a e-Saúde. 4.2.2.4.7 Conclusões O sector sueco dos cuidados de saúde submeteu-se a diversas reformas importantes durante as décadas passadas. Geralmente, as reformas nacionais que tiveram um impacto no sistema de cuidados de saúde focalizam-se em três áreas: as responsabilidades da prestação de serviços de cuidados de saúde; prioridades e direitos do paciente nos cuidados de saúde e contenção de custos. A Suécia teve sucesso na contenção da taxa total de despesas da saúde sem comprometer o bem-estar dos seus cidadãos. Não obstante, o sistema da saúde do país tem enfrentado recentemente problemas organizacionais, incluindo listas de espera para a cirurgia electiva, continuidade inadequada de cuidados, faltas do pessoal 274 Índice e pressões dos pacientes maior influência no consumo de cuidados. Os conselhos de condado começaram experiências “na competição comparativa” entre fornecedores públicos e/ou privados, expandir escolhas pacientes e ligar as escolhas aos salários e aos orçamentos institucionais dos fornecedores. Se estas experiências na abordagem de planeamento do mercado se provarem eficazes, a Suécia pode outra vez servir como um modelo para os sistemas publicamente operados da saúde. Os desafios principais incluem assim a contenção dos custos, a integração dos cuidados e as inequidades em saúde. As TIC são uma ferramenta fundamental para a resolução destes desafios. 4.2.2.5 Portugal 4.2.2.5.1 Desenvolvimento do Sistema de Saúde Português O Dr. Ricardo Jorge inicia em 1899 a organização dos “Serviços de Saúde e Beneficência Pública que, regulamentada em 1901, entra em vigor em 1903. A prestação de cuidados de saúde era então de índole privada, cabendo ao Estado apenas a assistência aos pobres. Só em 1971, com a reforma do sistema de saúde e assistência (conhecida como “a reforma de Gonçalves Ferreira”), surge o primeiro esboço de um Serviço Nacional de Saúde (SNS). Foi, no entanto, a partir de 1974 que a política de saúde em Portugal sofreu modificações radicais, tendo surgido condições políticas e sociais que permitiram, em 1979, a criação do Sistema Nacional de Saúde (SNS), através do qual o Estado assegura o direito à saúde (promoção, prevenção e vigilância) a todos os cidadãos. O SNS Português envolve todos os cuidados saúde, compreendendo a promoção e vigilância da saúde, a prevenção da doença, o diagnóstico e tratamento dos doentes e a reabilitação médica e social. Tem como objectivo a efectivação, por parte do Estado, da responsabilidade que lhe cabe na protecção da saúde individual e colectiva. Goza de autonomia administrativa e financeira, estrutura-se numa organização descentralizada e desconcentrada, compreendendo órgãos de âmbito central, regional e local, e dispõe de serviços prestadores de cuidados de saúde primários e serviços prestadores de cuidados de saúde diferenciados. É apoiado por actividades de ensino que visam a formação e aperfeiçoamento dos profissionais de saúde. Desde Outubro de 2006 que o Ministério da Saúde tem um novo modelo organizacional, no âmbito do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE). Entre as alterações introduzidas salientam-se: •• Reforço das atribuições do Alto Comissariado da Saúde. •• Extinção do Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde, da DirecçãoGeral de Instalações e Equipamentos da Saúde e do Instituto da Qualidade em Saúde. •• Criação da Administração Central do Sistema de Saúde, IP, que irá assegurar a gestão integrada dos recursos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), absorvendo as atribuições dos organismos extintos e também da Secretaria-Geral, em matéria de recursos humanos do SNS. 275 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais •• Reorganização da Secretaria-Geral. •• Alargamento do âmbito de actuação da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde, que passa a incluir, também, as entidades privadas, com ou sem fins lucrativos, que desenvolvam actividades no domínio da saúde. •• Criação da Autoridade para os Serviços de Sangue e da Transplantação, com a finalidade de fiscalizar e de controlar as actividades dos serviços de sangue e dos de colheita, análise e manipulação de tecidos e células humanas, acompanhando o direito comunitário. •• Mantêm-se a Direcção-Geral da Saúde, o Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, IP, o Instituto Nacional de Emergência Médica, IP, e o Instituto Português do Sangue, IP. •• Reforço das atribuições do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, IP, e do Instituto da Droga e da Toxicodependência, IP, que absorvem, respectivamente, as atribuições do Instituto de Genética Médica Dr. Jacinto de Magalhães e dos Centros Regionais de Alcoologia do Centro, Norte e Sul. •• Reforço das atribuições das Administrações Regionais de Saúde, IP, com a progressiva extinção das sub-regiões de saúde. •• Mantém-se a qualidade de entidade administrativa independente da Entidade Reguladora da Saúde. Evolução do SNS Português Independentemente das diferenças nas abordagens políticas e orientações institucionais, a área da saúde enfrenta desafios semelhantes na adaptação ao envelhecimento demográfico, alterações no emprego e nos padrões familiares e evolução tecnológica em todo o mundo (European Monitoring Centre on Change, 2003, 1). Observa-se um aumento das necessidades de serviços de saúde, uma alteração das exigências com que estes se confrontam e um aumento da despesa. Existem assim pressões constantes, parecendo que o sector da saúde está em permanente estado de mudança e incerteza. Neste contexto, é possível identificar uma variedade de tendências que tornam o sector da saúde complexo e imprevisível, condicionando a evolução dos sistemas de saúde. Para lidar com esta incerteza e complexidade, tem-se recorrido à abordagem de construção de cenários. Em Portugal, o Observatório Português dos Sistemas de Saúde tem dedicado alguma atenção ao desenvolvimento de cenários para o sistema de saúde português, tendo publicado no Relatório de Primavera de 2003 uma síntese desse exercício. Assim, foram apresentados três cenários verosímeis para um futuro de cinco anos do sistema de saúde português: O cenário de “mudança limitada ou re-acomodação” prevê essencialmente que o programa de reformas em curso não conseguirá promover uma mudança substancial no sistema de saúde português (OPSS, 2003, 88). 276 Índice O cenário de “descongelamento” prevê um descongelamento técnico, cultural e institucional capaz de levar a uma profunda transformação da gestão pública da saúde e inclui a possibilidade deste descongelamento resultar num novo sistema de saúde caracterizado por um equilíbrio diferentes entre os sectores público e privado na saúde (OPSS, 2003, 81). O cenário de “desconstrução” prevê um forte crescimento de um sector privado da saúde financiado pelo Estado, associado à desarticulação do Serviço Nacional de Saúde. Em termos globais, parece viver-se no sector da saúde um clima de insatisfação, incerteza e desconfiança, sendo que as reformas introduzidas tardam em conseguir adeptos convictos entre os profissionais de saúde e em mostrar aos utentes a validade das medidas para uma melhor saúde do País e suas implicações nos seus contactos com o Serviço Nacional de Saúde. No que diz respeito à elaboração e discussão do Plano Nacional de Saúde – que constitui uma tentativa de compilação de orientações estratégicas e que levou em conta a opinião de diversos actores sociais – espera-se que este venha a assumir um importante papel para a gestão da mudança, passando pela coordenação e integração dos cuidados de saúde. Contudo, observam-se já algumas preocupações relativamente à utilidade deste instrumento. Alguns actores sociais referem que a forma como foi concebido parece estar totalmente fora do contexto financeiro actual e antecipam a possibilidade de este plano não passar do papel, já que acena com novos modelos de gestão que não são “reais” para quem está no terreno e que vê o seu esforço e experiência desaproveitados. De qualquer forma, a este nível não é ainda possível analisar as implicações da medida uma vez que o Plano ainda não está formalmente implementado. No que concerne à nova legislação sobre os Centros de Saúde, é de referir o clima de insatisfação e desconfiança gerado junto dos profissionais de saúde, que consideram que a sua experiência e conhecimentos foram ignorados e desperdiçados e se confrontam com um Ministério da Saúde aparentemente inflexível. Por outro lado, a nova legislação parece não contemplar as necessidades de reorganização vividas nos Centros de Saúde. Assim, o Decreto-lei nº 60/2003 de 1 de Abril sofreu forte contestação por parte dos médicos dos Centros de Saúde logo no início de 2003. Finalmente, a aplicação desta nova legislação ficou condicionada à entrada em vigor da Entidade Reguladora da Saúde. Esta entrou em funções em Março de 2004, pelo que se prevêem agora novos desenvolvimentos neste processo de mudança. Neste contexto, em que se abandonaram as opções anteriores (o projecto dos Centros de Saúde da 3ª Geração, o Regime Remuneratório Experimental), vive-se actualmente um clima de incerteza, no qual se evidencia a necessidade de envolver precocemente os profissionais e de tornar mais claras as implicações do novo Decreto-lei em termos de mudança estrutural e organizacional dos Centros de Saúde. No respeitante à Reforma Hospitalar, esta assenta essencialmente em experiências inovadoras de gestão, privilegiando a gestão de tipo empresarial e implicando a 277 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais passagem de um sistema público fortemente administrativo para um sistema orientado para as necessidades do utente. Esta nova gestão permitirá a melhor gestão de meios, com centralidade no doente e consequente melhoria de prestação de cuidados de saúde. A adopção desta reforma poderá proporcionar um efeito de descongelamento organizacional e cultural e a diminuição do défice das finanças públicas do país. Contudo, as medidas introduzidas neste contexto desencadearam já algumas reacções e críticas, nomeadamente as que se relacionam com a inexistência de instrumentos de apoio à mudança, as limitações dos dispositivos de governação e regulação do país, e as deficiências do sistema de informação da saúde. Por outro lado, é mencionada a inexistência de estudos em termos de acesso, qualidade ou eficiência que fundamentem as opções feitas. Finalmente, a falta de informação e comunicação suficientes na gestão dos estabelecimentos hospitalares provoca insegurança e especulação entre profissionais e utentes. Quanto ao descongelamento referido, ainda se está para observar. Já no que diz respeito à Rede de Cuidados Continuados, a introdução do novo diploma (Decreto-lei nº 281/2003 de 8 de Novembro) parece constituir um importante avanço, sobretudo numa sociedade com um progressivo envelhecimento da população, aumento das patologias de evolução prolongada e dos índices de dependência. Prova destas novas necessidades de cuidados de saúde é a escassez de respostas adequadas que satisfaçam as necessidades de saúde decorrentes das situações descritas e, por exemplo, a incapacidade de resposta das unidades de apoio domiciliário já existentes em alguns Centros de Saúde e Misericórdias. Contudo, alguns actores salientam já a distância existente entre as medidas necessárias à implementação de uma rede dessa natureza e o actual contexto económico-financeiro. Por outro lado, o bom funcionamento da rede está bastante dependente do bom funcionamento de uma Entidade Reguladora da Saúde, tendo em conta as diferentes entidades que chama a intervir. Finalmente, antecipam-se algumas dificuldades no que respeita ao desenvolvimento de uma correcta articulação com as entidades referenciadoras e com os serviços responsáveis pela continuidade dos cuidados e à implementação de uma ligação dos serviços prestadores de cuidados de saúde do Serviço Nacional de Saúde e as Instituições Privadas de Solidariedade Social. A concretização do diploma referente à criação da Entidade Reguladora da Saúde e sua entrada em funções em Março de 2004 traz agora alguma expectativa quanto às suas implicações na passagem à prática de algumas das reformas que se encontram já há algum tempo no papel. Relativamente à Política do Medicamento, importa salientar o aumento dos medicamentos genéricos e a introdução da prescrição por princípio activo e dos preços de referência. Os resultados destas medidas são de extrema importância num contexto de contenção de despesas, particularmente numa área em que se já se verificou a existência de desperdícios significativos. Contudo, é de referir a necessidade de passar de uma política essencialmente instrumental para uma outra baseada em resultados, uma vez que se continua a verificar padrões de prescrição com algumas desadequações. Quanto às listas de espera cirúrgicas parece continuar a faltar o estabelecimento de metas realistas e o acesso a informação credível relativamente aos seus reais resultados. 278 Índice As “reformas” acima referidas estão ainda numa fase inicial. O facto de não se observarem mudanças substanciais poderá estar directamente relacionado com o tempo necessário à implementação de reformas desta natureza e alcance de implicações e resultados observáveis, não devendo circunscrever-nos para uma postura pessimista de impossibilidade de mudança. Para mais, os cenários são traçados para períodos de tempo mais alargados do que o período em análise aqui. De qualquer forma, a sua utilização como base de apoio parece ser bastante útil para o seguimento das tendências resultantes das mudanças em curso e estimulação de um debate público e político consubstanciado num pensamento mais estratégico e a longo prazo. 4.2.2.5.2 Portugal e as tecnologias de informação e comunicação na Saúde 4.2.2.5.2.1 Desenvolvimentos nas áreas das tecnologias da informação O Instituto de Gestão Informática e Financeira do Ministério da Saúde (IGIF), depois da sua extinção pelo Decreto-Lei n.º 212/2006, de 27 de Outubro integrado na Administração Central do Sistema de Saúde, desenvolveu em Portugal um papel fundamental na implementação e gestão das TI na área da cuidados de saúde em Portugal. Assim depois da estruturação de um rede informática definida como Rede Informática da Saúde (RIS) que liga todas as instituições públicas na área da saúde e que disponibiliza uma fonte de actualização e de cooperação entre todas, o IGIF desenvolveu ainda um, trabalho fundamental de desenvolvimento de múltiplos aplicativos tanto na área clínica, como na área administrativa visando essencialmente os objectivos já descritos para a implementação dos sistemas de informação. Ente estes e por mais estruturantes do SNS português há que referir o cartão nacional de utente do SNS, com a criação de uma base de dados de utilizada a nível nacional, SONHO (programa de gestão de doentes dos Hospitais Públicos) o SINUS (programa de gestão de Centros de Saúde) programa de gestão de inventários, programa de gestão de vencimentos, cartão do diabético, etc. Encontra-se em fase de desenvolvimento e implementação de um modulo gráfico para o SONHO chamado SAM (Sistema de Apoio Médico). 4.2.2.5.2.2 Perspectivas Estratégicas Em Portugal, o Ministério da saúde é a principal organização responsável pela promoção do uso de TIC nos cuidados de saúde, e dos mecanismos associados de planeamento, de financiamento e de orientação. O plano nacional da saúde define os princípios orientadores para as instituições dentro do Ministério da saúde, outras instituições dentro do sector da saúde (estatais, privadas e de solidariedade social) e outros sectores relevantes que podem assegurar, ou o contribuir para a obtenção de ganhos em saúde entre 2004 e 2010. As áreas primárias alvas da melhoria são: auxílio técnico, rede de acesso hospitalar, utilização de tecnologias de informação e comunicação, certificação da qualidade, a criação e desenvolvimento de centros da saúde, e a modernização de serviços hospitalares. A e-Saúde é uma prioridade nacional no plano de acção nacional para a sociedade de informação. O objectivo principal é usando as TIC colocar o cidadão no centro do sistema da saúde, aumentando a 279 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais qualidade dos serviços fornecido, a eficiência do sistema e reduzindo custos. A política de e-Saúde tem três linhas de acção com os seguintes objectivos: •• Redes de informação da saúde: Melhorar a infra-estrutura das comunicações da coluna dorsal do sector da saúde. Incentivar o uso para a introdução de novos serviços de valor acrescentado e melhorar a troca de informação entre prestadores de serviços da saúde. Serviços de saúde em linha: Melhorar a comunicação entre pacientes e médicos. Por exemplo, usando as novas aplicações baseadas na Internet e em serviços móveis para ajudar à monitorização contínua de algumas doenças crónicas (diabetes, hipertensão, obesidade, toxicodependência), apoiar a medicação e o tratamento continuado e apoiar a família do paciente. •• Cartão de utente para pacientes: Introduzir cartões de utentes para fornecer cuidados personalizados mais eficientes e mais eficazes Para além da Lei de Protecção de Dados Pessoais, das directrizes clínicas e para o marketing e publicidade não existe nenhuma estrutura legal separada para a prática do e-Saúde ou da telemedicina. 4.2.2.5.2.3 Perspectivas de Implementação Existem alguns portais de e-Saúde e outras iniciativas relacionadas com o desenvolvimento de serviços do e-Saúde. Alguns exemplos: •• Portais da saúde disponibilizados por organizações públicas e privadas, pretendendo principalmente informarem a população Portuguesa. Os portais governamentais do Ministério da Saúde e da Direcção Geral de Saúde fornecem a informação sobre hospitais, centros de saúde, direitos dos pacientes, Plano Nacional de Saúde, doenças e prevenção da doença e nutrição entre outros. •• Os call centers telefónicos fornecem informação, conselhos e orientação em matérias médicas, como por exemplo envenenamentos a “Saúde 24”, “Linha da Saúde Pública”. •• O cartão de utente do SNS é baseado no princípio de “um paciente - um número” que identifica inequivocamente cada Português dentro dos serviços de saúde. Foi introduzido em 1997 como um projecto imperativo nacional e desde então cada português tem um cartão de utente. •• Soluções telemáticas - Há diversos estudos piloto através do país no telediagnóstico, na telemedicina e na teleconferência, principalmente na cardiologia, na neurologia e na genética. As melhorias da rede de informação da saúde estão sendo implementadas a fim garantir uma melhor conectividade entre profissionais de cuidados de saúde, enquadramento legal ou pratica da telemedicina Desde 2004, os hospitais e cerca de 60% dos centros da saúde, implementaram aplicações de apoio clínicas. Estes incluem a sustentação para actividades tais como prescrever, registo de diagnóstico, marcação de consultas de especialidade no ambulatório o registo dos resultados analíticos produzidos por outras aplicações hospitalares, e certificados da incapacidade provisória para o trabalho. Os protocolos padrão permitem o acesso directo a esta informação de paciente a partir das organizações conectadas. Durante 2006, um processo da certificação foi introduzido para as aplicações do e-Prescrição 280 Índice usadas por médicos privados e por outras instituições que permitisse sua integração no fluxo nacional da e-Prescrição. As prescrições electrónicas são emitidas a partir de uma base de dados nacional central para verificar e pagamento do reembolso. Este sistema não inclui ainda as farmácias. 4.2.2.5.2.3 Actividades Futuras O centro de dados nacional, incluindo a base de dados dos utentes do SNS, centralizará informações das diversas bases de dados distribuídos nos níveis locais, regionais e nacionais. Começando em Janeiro 2007, agregará inicialmente somente a identificação e a informação dos utentes nacionais na incapacidade provisória para o trabalho, a ser utilizado pelo Ministério da Segurança Social. A fim de garantir que todas as instituições têm o largura de banda para acederem à troca de informação e, às aplicações e aos serviços sem limitações, a melhoria das redes de informação da saúde continuarão a promover especialmente iniciativas de telemedicina nas regiões mais distantes e para aplicações de ligação das ambulâncias aos cuidados de emergência nos hospitais. Haverá uma implementação faseada das funcionalidades da e-Prescrição. As unidades de saúde familiares (USF) serão criadas trabalhando sob a supervisão de centros da saúde. Estas unidades serão baseadas num novo modelo de gestão do prestadores de cuidados de saúde que sejam apoiados por TIC e usando um conjunto de indicadores avaliando os cuidados de saúde fornecidos e o desempenho da unidade. Os serviços de emergência da rede da emergência nacional serão realçados pela execução de um sistema computorizado da selecção da informação. Prevê-se que um sistema automático para programar as primeiras consultas de especialidade, baseadas na prioridade clínica, será executado em todos os hospitais e centro da saúde em 2007. O cartão de identidade electrónico Português (eID), iniciado em Janeiro 2007, irá substituir finalmente cinco cartões presentemente existentes: cartão de identidade pessoal, cartão de identificação fiscal, cartão da segurança social, cartão do eleitor e cartão do sistema da saúde. O eID é um smart cartão que fornece segurança aumentada e autenticação electrónica da identidade baseado na biometria (foto e impressão digital) e em assinaturas electrónicas. Estudos sobre a marcação electrónica de consultas médicas SMS e a introdução de registos de saúde electrónicos estão também contemplados. 4.2.2.5.4 Conclusões O Ministério da Saúde dispõe de um novo modelo organizacional, de acordo com a Lei Orgânica publicada em 27 de Outubro de 2006, no âmbito do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE). Os resultados desta nova Lei orgânica ainda não podem ser reconhecidos, encontrando-se na altura em que este estudo foi elaborado, ainda por publicar muitas das ferramentas legislativas para o implementar. No entanto, independentemente das diferentes abordagens políticas e orientações institucionais até agora ocorridas, a área da saúde portuguesa enfrenta desafios semelhantes a outros sistemas de saúde de outros países na adaptação ao envelhecimento demográfico, nas alterações no emprego, nos padrões familiares e na 281 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice evolução tecnológica. Observa-se um aumento das necessidades de serviços de saúde, uma alteração das exigências com que estes se confrontam, um aumento da despesa e escassez de recursos. Existem assim pressões constantes, parecendo que o sector da saúde está em permanente estado de mudança e incerteza. O plano nacional da saúde entre 2004 e 2010, define os princípios orientadores para as instituições dentro do Ministério da saúde, outras instituições dentro do sector da saúde (estatais, privadas e de solidariedade social) e outros sectores relevantes que podem assegurar, ou contribuir, para a obtenção de ganhos em saúde. Um destes princípios é exactamente o desenvolvimento da aplicação das TIC nos cuidados de saúde, sendo o Ministério da saúde a principal organização responsável pela sua promoção e dos mecanismos associados de planeamento, de financiamento e de orientação. A e-Saúde é uma prioridade no plano de acção nacional portuguesa para a sociedade de informação. O objectivo principal é usando as TIC, colocar o cidadão no centro do sistema da saúde, aumentando a qualidade dos serviços fornecidos, a eficiência do sistema e reduzindo custos. 4.2.3 Comparação entre os cinco Países Apresentam-se seguidamente um conjunto de informação que resume sistematicamente os diversos aspectos que foram abordados ao longo do capítulo de e-Saúde. Estes aspectos condicionam a leitura final dos dados, permitindo ao leitor fazer também a sua própria análise Cuidados de Saúde Dinamarca Financiada por impostos Holanda: Contribuições Portugal: Financiada por impostos Finlândia: Os Cuidados de Saúde Pública (terveydenhuolto de Julkinen) são financiados pelas autoridades locais. O estado paga um subsídio geral às municipalidades. Suécia Os Cuidados de Saúde são financiados e administrados pelos conselhos dos condados. Despesa pública na saúde - % do produto interno bruto Dinamarca 6,9 6,7 6,8 6,7 6,8 7,0 6,8 7,1 7,3 Finlândia 5,8 5,6 5,8 5,5 5,2 5,2 5 5,2 5,5 5,7 5,7 Holanda 5,9 5,7 5,3 5,3 5,1 b 5 5 5,2 5,5 5,8 e 5,7 e Portugal 4,6 5,1 b 5,5 5,6 5,6 5,9 6,8 b 6,7 e 6,9 e 7,1 e 7,23 Suécia 7,1 7 7,2 7 7,1 7,2 7,1 7,4 7,8 7,9 7,7e Despesa Pública % da despesa total 1995 1999-2004 Dinamarca 82,9 82,5 2,2 Finlândia 76,6 75,6 4,4 Holanda 62,3 71,0 3,6 Portugal 71,9 62,6 3,2 Suécia 84,9 86,6 3,9 Base Legal aplicávels Seguro de Saúde Publica (Defentlige Sygesikring): Lei de 9 Dinamarca Junho 1971, emenda Hospitais: Lei de 19 Junho 1974, emenda Holanda Contribuições.”Health Insurance Act” (Ziekenfondswet, ZFW): Lei de 15 Outubro, 1964. General Exceptional Medical Expenses Act (Algemene wet bijzondere ziektekosten, AWBZ): Lei de 14 Dezembro 1967. Portugal Lei 56/79 de 19.9.1979. Lei 48/90 de 24.8.1990. Ordens estatutárias Nº 54/92 de 11.4.1992; Nº 118/92 de 25.6.1992; Nº 10/93 de 15.1.1993; Nº 11/93 de 15.1.1993;Nº 11/93 de 15.1.1993, modificada pela Ordem estatutária No. 401/98, 15. 1.1998. Finlândia Primary Health Care Act (Kansanterveyslaki) de 28 Janeiro 1972, emenda. Sickness Insurance Act (Sairausvakuutuslaki) de 4 Julho 1963, emenda. Hospital Act (Erikoissairaanhoitolaki) de 1 Dezembro 1989, emenda. Patient Fees Act (Asiakasmaksulaki) de 3 Agosto 1992, emenda. Suécia National Insurance Act (Lag om allmän försäkring) de 1962 e emendas. 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Dinamarca 8,4 8,1 8,2 8,2 8,3 8,5 8,3 8,6 8,8 8,9 8,9 e Finlândia 7,7 7,4 7,6 7,2 6,8 6,9 6,7 6,9 7,2 7,4 7,5 Holanda 8,1 8,1 8 7,8 7,9 b 8 7,9 8,3 8,9 9,1 e 9,2 e Portugal 7,3 8,2 b 8,4 8,5 8,4 8,7 9,4 b 9,3 e 9,5 e Suécia 8,1 8,1 8,3 8,1 8,3 8,4 8,4 8,7 9,1 282 9,8 e 10,0 e 9,3 Taxa de crescimento médio anual 2004 Despesa total na saúde - % do produto interno bruto 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 9,1 e 283 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Princípios Básicos Dinamarca Portugal Finlândia Suécia Beneficiários Serviço de saúde pública universal para todos os habitantes (baseados no residência) financiado por impostos. O Seguro Segundo o “Health Insurance Act” (Ziekenfondswet, ZFW) é mandatório Holanda Índice Todos os que têm os critérios definidos pela legislação são automaticamente segurados e devem pagar a contribuição estatutária. O “General Exceptional Medical Expenses Act” (Algemene wet bijzondere ziektekosten, AWBZ) introduziu um seguro geral para riscos graves. Todos os residentes são seguros Serviço de saúde pública universal para todos os habitantes (baseados no residência) financiado por impostos. Holanda (cont.) Portugal Finlândia Suécia Serviço de saúde pública universal para todos os habitantes (baseados no residência) geridos pelas municipalidades Financiado por impostos e pagamentos dos doentes Dinamarca Os Cuidados de Saúde privados suplementam o esquema público Os Serviços de Cuidados de Saúde Privados são parcialmente reembolsados pelo seguro de doença Holanda Serviço de Saúde público para todos os habitantes (baseado na residência) com responsabilidade regional. Excepções ao sistema obrigatório Dinamarca Não aplicável. Sistema Universal Holanda Sem excepções Portugal Não aplicável. Sistema Universal Finlândia Não aplicável. Sistema Universal Suécia Não aplicável. Sistema Universal Portugal Finlândia Suécia Holanda 284 Não aplicável. Sistema Universal Health Insurance Act (Ziekenfondswet, ZFW): opção para pessoas com 65 anos ou mais se o rendimento taxavel estiver abaixo dos NLG 41,800 (€ 18,968). General Exceptional Medical Expenses Act (Algemene wet bijzondere ziektekosten, AWBZ): Não aplicável. Sistema Universal Não aplicável. Sistema Universal Não aplicável. Sistema Universal. Não aplicável. Sistema Universal Dependentes elegíveis Dinamarca Beneficiários Todos os residentes “Health Insurance Act” (Ziekenfondswet, ZFW): Todas as pessoa abaixo dos 65 anos empregadas e que o rendimento está abaixo de NLG 65,700 (€ 29,813). Todos os empregados por conta própria abaixo dos 65 anos e cujo rendimento sujeito a impostos está abaixo dos NLG 42,000 (€ 19,059) por ano. Todos os residentes. Sujeito ao princípio de reciprocidade no que diz respeito a nacionais de outros estados. Todos os residentes Todos os residentes Seguro Voluntário Holanda Dinamarca Pessoas com 65 ou mais quando segurados pelo “Health Insurance Act” antes de atingirem os 65 anos. Opção para pessoas de 65 anos ou mais se o rendimento taxável estiver abaixo de NLG 41,800 (€ 18,968). General Exceptional Medical Expenses Act (Algemene wet bijzondere ziektekosten, AWBZ):: Todos os residentes Portugal Finlândia Suécia Não aplicável. Sistema Universal. Todos os residentes estão cobertos. Sujeito a cartas condições. O “Health Insurance Act” (Ziekenfondswet, ZFW) pode ser estendido ao companheiros ( até à idade dos 65 anos ) de um segurado (desde que esta tenha a outro a cargo e crianças ( desde que a cargo da pessoa segurada ). Não aplicável. Sistema Universal. Todos os residentes estão cobertos. Não aplicável. Sistema Universal. Todos os residentes estão cobertos. Não aplicável. Sistema Universal. Todos os residentes estão cobertos. Beneficiários de benefícios sociais até à idade dos 65 anos: Beneficiários de pensões de incapacidade se a incapacidade está acima dos 45 %; beneficiários de pensões de viuvez ou de orfandade; beneficiários de subsídios de desemprego calculados a partir de 70 % dos rendimentos. se forem membros do esquema compulsório 285 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Período de qualificação Médicos: Remuneração 6 semanas para novos residentes Não é requerido nenhum período. O direito ao cuidado está sujeito ao registo num fundo de seguro. Residência em Portugal. Não é requerido nenhum período. Não é requerido nenhum período Não é requerido nenhum período Dinamarca: Holanda: Portugal: Finlândia: Suécia Holanda: Portugal: Duração dos benefícios Ilimitada Ilimitada Ilimitada Ilimitada Ilimitada Holanda Portugal Dinamarca Finlândia Suécia Dinamarca Finlândia: Suécia: Os pagamentos são fixados por acordo entre a Organização dos Médicos e o Seguro de Saúde Público. Os pagamentos são calculados de acordo com o nº de doentes registados e os serviços médicos prestados. Os especialistas são pagos por acto médico com um pagamento fixo. Pagamento directo pelo fundo de doença. Pagamento fixo por pessoas segura de acordo com o sistema de listas (principio do médicos de família) Médicos empregados: salário mensal estabelecido pelo governo, variando de acordo com a categoria profissional. Outros médicos, pagamentos por acto. Os médicos trabalhando nos hospitais públicos ou centros de saúde (Terveyskeskus) são assalariados pelas municipalidades. Os médicos privados são pagos por acto. Os médicos empregados pelas autoridades públicas são assalariados. Os médicos privados convencionados são pagos de acordo com uma taxa fixada por negociações entre os concelhos de condados e a Organização dos Médicos. Médicos: Exercício Todos os médicos habilitados a exercer (o numero é limitado de acordo com os habitantes de cada distrito). Todos os médicos habilitados a exercer com os quais uma seguradora fez um contrato Médicos empregados tanto pelas autoridades de saúde como pelos hospitais. Especialistas aprovados por acordo entre a Ordem dos médicos e o Ministério da Saúde com fim de atender pessoas incapazes de aceder a uma clínica oficial num espaço de tempo especificado. Todos os médicos têm de ser aprovados pela Direcção Nacional dos Assuntos Médico Legais (Terveydenhuollon oikeusturvakeskus, TEO). Todos os médicos habilitados a exercer podem associar-se nos conselhos dos condados e no Sistema de Saúde Público. Dinamarca Holanda: Portugal: Finlândia: Suécia Hospitais Dinamarca Holanda: Portugal: Finlândia: Suécia Hospitais públicos estabelecidos pelas autoridades de saúde regionais. Hospitais privados: as autoridades de saúde regionais podem estabelecer acordos com alguns hospitais privados. Hospitais públicos. Taxas fixadas pela autoridade pública Hospitais públicos. Admissão em hospitais privados e clínicas se os hospitais públicos não conseguirem disponibilizar tratamento num período de 3 meses. Cuidados de Saúde Primário disponibilizados nos centros de saúde locais (Terveyskeskus) e internamentos e tratamentos de especialistas disponibilizado em hospitais públicos que são da responsabilidade das municipalidades. Existe somente um pequeno número de hospitais privados. Hospitais públicos estabelecidos pelas autoridades regionais de saúde (concelhos condados) Número total de médicos em exercício ( por 100 000 habitantes ) 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Dinamarca 247.8 Holanda 251.3 253.1 259.0 265.5 267.0 186.1 190.8 190.9 188.6 192.4 269.4 271.9 281.1 Camas hospitalares ( por 100 000 habitantes ) 284.9 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Portugal 251.7 253.8 262.3 261.0 258.1 260.9 263.5 262.2 271.5 267.5 267.8 Finlândia 209.5 207.3 214.4 216.9 220.3 226.8 258.2 233.2 236.0 239.7 288.2 286.0 288.4 289.7 296.8 301.1 307.7 317.7 326.9 332.9 Suécia 286 Dinamarca 244.5 459.8 449.5 434.4 425.1 417.7 412.8 398.0 Holanda 532.5 526.7 524.6 516.6 509.7 519.9 503.1 499.4 502.5 Portugal 392.4 399.3 394.4 387.6 385.8 381.6 374.9 365.1 366.2 365.1 Finlândia 801.0 800.6 788.5 776.3 759.7 753.4 745.2 735.9 723.6 705.6 704.2 Suécia 609.0 559.8 522.1 380.4 373.8 358.5 287 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Tratamento Médico: Escolha do Médico Dinamarca Holanda: Portugal: Finlândia: Suécia Categoria 1: Escolha livre do médico ( uma vez em cada 6 meses ) registado no distrito. Categoria 2: Escolha livre Escolha livre do médico (duas vezes por ano) por registo num médico com contrato com uma seguradora. Escolha livre de um clínico geral ou de especialista trabalhando em centros de saúde ou em convenção. Hospitais públicos e centros de saúde: Possibilidade limitada de escolha Médicos privados: Escolha livre. Escolha livre de médicos públicos e privados desde que afiliados num concelho do condado. Índice Tratamento Médico: Comparticipação do doente Holanda: Portugal: Finlândia: Tratamento Médico: Acesso aos especialistas Dinamarca Holanda: Portugal: Finlândia: Suécia Categoria 1: Os generalistas referenciam cada caso particular para o especialista. Categoria 2: Livre escolha. Acesso pelo clínico geral. Escolha livre de clínico geral / especialista trabalhando nos centros de saúde ou sob convenção. É requerida a referenciação pelo clínico geral. O acesso directo é possível, mas é preferida a referenciação pelo clínico geral. Tratamento Médico: Pagamento ao médico Dinamarca Holanda: Portugal: Finlândia: Suécia Os pagamentos aos médicos são realizados pelos seguros de saúde públicos ao nível regional Benefícios em espécie: Sem pagamentos. Pagamento directo (uniforme por pessoa segura) pelo fundo de seguro de saúde. Sem pagamentos (Sistema Nacional de Saúde). Hospitais Públicos e Centros de saúde: Os médicos são empregados pelas municipalidades Médicos privados: pagamento integral pelo doente. O doente paga parte dos custos. O médico na prática privada é pago no restante pelas autoridades de saúde regionais. Tratamento Médico: Comparticipação do doente Dinamarca 288 Suécia Health Insurance Act (Ziekenfondswet, ZFW): Sem comparticipação General Exceptional Medical Expenses Act (Algemene wet bijzondere ziektekosten, AWBZ): Uma parte deve ser assegurada pela pessoa segura acima dos 18, para cuidados de enfermagem no domicílio no máximo de (€ 1,665) por mês Comparticipações variáveis definidas pelo Governo. Centros de Saúde. Para os serviços de médicos no máximo de FIM 60 (€ 10) para as primeiras 3 visitas numa base anual ou uma cota anual no máximo de FIM 120 (€ 20) para 12 meses dependendo da municipalidade. Muitos outros serviços sem custos Médicos privados O doente paga ao medico uma quantia básica fixa, que desde que não exceda uma tarifa fixada, é reembolsada em 60% pelo seguro de doença Para custos de tratamento ou prescrição por outro pessoal médico, a responsabilidade do doente é de FIM 70 (€ 12) e de 25% no montante em excesso para uma tarifa fixa A pessoa segura paga entre SEK 100 (€ 11) and SEK 140 (€ 16) por consulta. Para uma consulta por um especialista o doente paga entre SEK 150 (€ 17) e SEK 250 (€ 28). Atendimento de urgência: Entre SEK 100 (€ 11) e SEK 260 (€ 29). Tratamento Médico: Isenção ou redução da comparticipação do doente Dinamarca Holanda: Portugal: Finlândia: Suécia Não aplicável. Não aplicável. Isenção para alguns grupos específicos, e.g. grávidas, crianças até aos 12 anos, pensionistas com rendimentos abaixo do rendimento mínimo, pessoas com deficientes a cargo, e os com baixo nível económico e social. Para os centros de saúde do sector público é cobrado uma taxa anual de FIM 3,500 (€ 589) por ano (excluindo no entanto cuidados dentários). São cobrados FIM 70 (€ 12) por dia para internamento em hospitais Os doentes abaixo dos 18 anos estão isentos deste pagamento Casos de emergência: Abaixo dos 20 anos não existe pagamento. Categoria 1: Sem pagamentos. (tratamento pelo clínico geral escolhido ou pelo especialista referenciado). Categoria 2: Parte das despesas que excedam o montante fixado pelo esquema para a Categoria 1. 289 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Hospitalização: escolha do Hospital Dinamarca Holanda Portugal Finlândia Suécia Livre escolha de hospitais públicos regionais. Livre escolha entre hospitais ou instituições aprovados pelo ministério da saúde. A admissão deve ser autorizada pelo fundo segurador. Livre escolha entre hospitais públicos e se existir lista de espera, instituições aprovadas pelo ministério da saúde. Hospitais públicos: Normalmente de com acordo com a residência municipal Referenciação é necessária Hospitais privados: Livre escolha. Escolha livre de hospitais públicos regionais e estabelecimentos privados aprovados Índice Hospitalização: Isenção ou redução da comparticipação do doente Finlândia Suécia Os doentes abaixo dos 18 anos pode ser pagar somente para os primeiros sete dias do tratamento num ano de calendário. O doente que recebe cuidados a longo prazo (mais de três meses) paga uma taxa de acordo com seus meios. Tal taxa, entretanto, não pode ser mais de 80% da renda mensal líquida do paciente. A taxa para internamento em unidades psiquiátricas é FIM 70 (€ 12). Os custos para o paciente podem ser reduzidos de acordo com o rendimento. Produtos farmacêuticos Hospitalização: Comparticipação do doente Dinamarca Holanda Portugal Finlândia Suécia Sem pagamento nos Hospitais públicos e nas instituições privadas aprovadas. Sem comparticipação pelo beneficiário na classe de acomodação mais baixa. Sem comparticipação nas enfermarias públicas (ou em quartos privados por indicação médica) Pagamento na totalidade se escolher quartos privados, hospitais ou clínicas privadas). Hospitais públicos: O pagamento para uma consulta externa é de FIM 120 (€ 20), e para cirurgia de ambulatório 400 (€ 67). O pagamento para o internamento é de FIM 135 (€ 23) dia. Adicionalmente um pagamento de hospitalização básico de FIM 150 (€ 25) é cobrado se o internamento dura mais de 3 dias. Hospitais privados: Parte do pagamento dos médicos e os custos dos cuidados e exames são reembolsados pelo seguro de doença Será cobrado ao doente o máximo de SEK 80 (€ 9.00) por 24 horas. Dinamarca Holanda Portugal Finlândia Hospitalização: Isenção ou redução da comparticipação do doente Dinamarca Holanda Portugal 290 Instituições privadas não aprovadas: no caso de um hospital público referenciar um doente a um estabelecimento privado não existe pagamento. Não aplicável. Não aplicável. Suécia Participação da pessoa segura dependente nas despesas durante o ano: Despesa até DKK 510 (€ 68): 100% do custo (pessoas abaixo da idade de 18:50%); entre DKK 510 (€ 68) e DKK 1.230 (€ 165): 50%.; entre DKK 1.230 (€ 165) e DKK 2.875 (€ 385): 25%.; excedente 2.875 (€ 385): 15%. Registo da pessoa segura num farmacêutico num farmacêutico em contrato com o fundo segurador. Benefícios em espécie À pessoa segura é atribuído um pacote de produtos farmacêuticos sem que seja necessário fazer pagamentos adicionais Para lá deste pacote, podem ser fornecidos outros produtos farmacêuticos que são facturados à companhia seguradora até ao preço médio padrão para aquele pacote de medicamentos, com um pagamento adicional para ser pagado pelos segurado. Dependendo do tipo de doença, o estado contribui com 70% ou 40% do custo dos medicamentos da lista redigida pelos serviços de saúde. As percentagens são aumentadas em 15% para os pensionistas cujas pensões são menores do que o salário mínimo. Hospitais públicos: custos incluídos no pagamento Seguro de doença: A responsabilidade do doente é de FIM 50 (€ 8.41) + 50% do montante em excesso dos produtos prescritos pelo médico Em doenças graves e crónicas existe uma listagem de produtos farmacêuticos que são reembolsados em 75% ou 100% quando os custos excedem FIM 25 (€ 4.20). Se os custos próprios do doente para produtos farmacêuticos excederem FIM 3,450 (€ 580), o montante em excesso é reembolsado na totalidade. O paciente paga o custo inteiro até e incluir SEK 900 (€ 101) durante um período de 12 meses desde a primeira compra. Os custos entre SEK 901 (€ 101) e SEK 1.700 (€ 191) são subsidiados em 50%; entre SEK 1.701 (€ 191) e SEK 3.300 (€ 371) são subsidiados em 75%; entre SEK 3.301 (€ 371) e SEK 4.300 (€ 484) são subsidiados em 90%. Os custos acima de SEK 4.300 (€ 484) são subsidiados totalmente. 291 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Alguns indicadores de saúde dos Países em comparação Estrutura populacional 0-14 anos Taxa Bruta de Natalidade (%) % 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 15-64 anos número Homem Mulher % número Homem Mulher % 65 e + anos (2007 est.) número Homem Mulher EU (27 países) 10.8 10.7 10.7 10.6 10.5 10.6 10.4 10.3 10.3 10.4 10.4 Dinamarca 18.6% 520669 363828 478664 EU (25 países) 10.8 10.8 10.7 10.6 10.6 10.6 10.4 10.3 10.4 10.5 10.5 Holanda 17.8% 1505931 1436532 67.8% 5683877 5557745 14.4% 1015731 1370797 Euro área (13 países) 10.4 10.5 10.5 10.4 10.5 10.7 10.5 10.4 10.4 10.4 10.3 Portugal 16.5% 914480 837525 66.3% 3501206 3551706 17.3% 757220 1080699 Finlândia 16.9% 449548 433253 66.7% 1768996 1727143 16.4% 344798 514722 Euro área (12 países) 10.4 10.5 10.5 10.4 10.5 10.7 10.5 10.4 10.4 10.4 10.3 Suécia 16.4% 759488 717,812 65.7% 3007899 2926220 17.9% 707687 911982 Dinamarca 13.3 12.9 12.8 12.5 12.4 12.6 12.2 11.9 12.0 12.0 11.9 12.0 Holanda 12.3 12.2 12.3 12.7 12.7 13.0 12.6 12.5 12.3 11.9 11.5 11.3 Mortalidade Infantil ( por 1000 nados vivos ) Portugal 10.7 11.0 11.2 11.2 11.4 11.7 11.0 11.0 10.8 10.4 10.4 10.0 Finlândia 12.3 11.8 11.5 11.1 11.1 11.0 10.8 10.7 10.9 11.0 11.0 11.2 Dinamarca 5.5 5.1 5.6 5.2 4.7 : 5.3 4.9 4.4 4.4 4.4 4.4 Holanda 5.6 5.5 5.7 5.0 5.2 5.2 5.1 5.4 5.0 4.8 4.4 4.9 Portugal 8.1 7.5 6.9 6.4 6.0 5.8 5.5 5.0 5.0 4.1 3.8 3.5 Finlândia 4.7 3.9 4.0 3.9 4.2 3.6 3.8 3.2 3.0 3.1 3.3 3.0 Suécia 4.4 4.1 4.0 3.6 3.5 3.4 3.4 3.7 3.3 3.1 3.1 2.4 Esperança de vida ao nascer 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Homens Dinamarca 72.2 72.1 72.4 72.9 73.2 73.5 73.8 74.0 74.1 74.4 74.7 75.2 Holanda 74.0 74.0 74.1 74.5 74.6 74.7 74.9 75.2 75.4 75.6 76.2 76.5 Portugal 70.8 70.5 70.4 70.8 71.0 71.2 71.7 71.9 73.0 73.4 74.2 74.0 Finlândia 72.1 72.1 72.3 72.7 72.8 73.0 73.4 73.8 74.1 74.3 74.6 74.6 Suécia 75.4 75.5 75.8 76.0 76.1 76.3 76.7 76.8 77.0 77.2 77.6 77.6 Mulheres 494228 66% 1817757 1792974 15.4% 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Taxas de Mortalidade Padronizadas – total de todas as causas de morte (por 100 000 habitantes) 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Dinamarca 1056.3 1081.9 1044.3 995.1 967.8 949.5 920.5 910.0 Portugal 1113.8 1138.4 1101.2 1052.3 1043.2 1029.8 981.3 949.2 946.3 937.9 874.7 891.0 Dinamarca 77.4 77.1 77.6 77.8 78.2 78.1 78.5 78.6 78.6 79.0 79.4 79.7 Holanda 952.7 954.3 950.4 911.1 910.2 903.3 883.8 860.9 852.1 837.2 786.7 767.0 Holanda 79.7 79.7 79.7 79.9 80.0 79.8 79.9 80.1 80.0 80.2 80.7 80.9 Finlândia 1033.1 1046.1 1024.4 993.0 992.8 975.8 941.1 908.5 895.0 873.8 849.6 Portugal 76.8 76.8 76.8 77.0 77.1 77.3 77.6 77.7 79.7 79.8 80.6 80.4 Suécia 821.4 825.6 805.8 793.7 787.2 777.4 751.7 739.4 734.2 718.6 694.0 Finlândia 79.5 79.4 79.8 79.8 80.1 80.3 80.2 80.7 80.8 81.0 81.5 81.4 Suécia 80.6 80.7 80.8 81.0 81.1 81.1 81.0 81.3 81.3 81.6 81.9 81.9 Dados comparativos relativos ao Sector da Saúde dos 5 Países, em 2003 Indicador Proporção de população com 65 ou mais anos ( % do total da população) 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Dinamarca 15.4 15.3 15.1 15.0 14.9 14.9 14.8 14.8 14.8 14.8 14.9 15.0 Holanda 13.1 13.2 13.3 13.4 13.5 13.5 13.6 13.6 13.7 13.7 13.8 14.0 Portugal 14.5 14.7 15.0 15.3 15.6 15.8 16.0 16.4 16.5 16.7 16.8 17.0 Finlândia 13.9 14.1 14.3 14.5 14.6 14.7 14.8 15.0 15.2 15.3 15.6 15.9 Suécia 17.6 17.5 17.5 17.4 17.4 17.4 17.3 17.2 17.2 17.2 17.2 17.2 292 Gasto total na saúde em % do PIB Gasto total na saúde, per capita US$ PPP Taxa anual média de crescimento de gasto em saúde Gasto público em saúde, % total gasto em saúde Gasto Farmacêutico como, % do gasto total em saúde Dinamarca Finlândia Holanda Suécia Portugal 8,9 7,4 9,1 9,3 9,8 2743 2104 2909 2745 1721 1,9 5,6 2,5 3,1 1,2 .. 76,2 63 85,4 73,5 10 16 12,6 22,5 293 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Dados comparativos relativos ao Sector da Saúde dos 5 Países, em 2003 Dados comparativos relativos ao Sector da Saúde dos 5 Países, em 2003 Indicador Indicador Dinamarca Finlândia Médicos, densidade por 10 hab Holanda Suécia Portugal 3 2,4 3,5 3,3 3,3 7 7,3 13,9 10,3 4,2 3,3 3 2,8 2,2 3,1 Unidades de MRI por 106 hab 9,1 13 3,9 CT Scanners por 106 hab 14,5 14 12,8 ao nascer, Mulheres (em anos) 79,9 81,8 80,9 82,5 80,5 ao nascer, Homens (em anos) 75,1 75,1 76,2 77,9 74,2 ao nascer, Total população (em anos) 77,5 78,4 78,6 80,2 77,3 aos 65 anos, Mulheres (em anos) 18,6 19,5 20,3 18,9 aos 65 anos, Homens (em anos) 15,5 15,8 17 15,6 Mortalidade Infantil. Mortes per 1,000 nados vivos 4,4 4,8 3,1 4,1 3 Enfermeiros, densidade por 10 hab Camas de agudos densidade por 103 hab 3 Esperança de vida 3,1 Doença Cerebro-vascular mortes por 105 mulheres 51,5 43,9 99,6 mortes por 105 homens 66,5 52,6 125,9 mortes por 105 hab 58,2 47,9 111,2 646 178 mortes per 105 mulheres 28,8 44,4 38,2 mortes per 105 homens 69,7 87,3 82 mortes per 105 população 43,5 59,7 55,9 2116 649 Altas Hospitalares, por 105 hab 384 467 332 Consumo de Álcool, Litros per capita (população 15+) Dinamarca Finlândia 11,5 Holanda Suécia Portugal 9,3 9,7 7 11,4 26,2 29 26,8 39,5 41,8 39,4 32,2 35,4 33,1 11,7 12,1 9,4 14 9,3 10 12,8 10,7 9,7 37,9 41,1 36,2 53,5 51,1 49,4 45 46,1 42,8 Excesso de peso % de mulheres com 25<IMC<30 kg/m2 % de homens com 25<IMC<30 kg/m2 % da população adulta com 25<IMC<30 kg/m2 Obesidade % de mulheres com IMC>30 kg/m2 % de homens com IMC>30 kg/m2 % de população adulta com um IMC >30 kg/m2 Excesso de peso ou obesidade % de mulheres com IMC>25 kg/m2 % of homens com IMC>25 kg/m2 % da população adulta com IMC>25 kg/m Fonte: OCDE. DataBase Doenças sistema respiratório, Altas hospitalares, per 105 hab 1425 1003 864 Diabetes mortes per 105 mulheres 6,1 15,3 26,3 mortes per 105 homens 7,6 17,6 29,8 mortes per 105 hab 6,9 16,5 27,8 167 275 69 186 25 19,3 28 18,3 31 25,7 36 16,7 28 22,2 32 17,5 altas hospitalares por 105 hab Consumo de tabaco % de mulheres fumadoras diárias % de homens fumadores diárias % de população fumadora diária 294 4.2.4 Sistematização das acções em curso e já iniciadas nos países em comparação na área das TI em Saúde Finlândia STEPPS - (Avaliação Estruturada da Avaliação da Sustentação do Paciente) Automatiza a recuperação do material personalizado da educação do doente. O sistema utiliza a informação armazenada no registo do doente para escolher a informação relevante de uma grande colecção das páginas Web. Registo de Saúde Electrónico (HER) 96% de todos os centros de cuidados de saúde primários usam HER como método principal para a documentação médica, quase todos os hospitais distritais (20 dos 21) e 89% dos fornecedores de serviço do sector privado. Devem estar implementados, com uso universal no final de 2007 114 295 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Suécia Finlândia e-Prescrição Portal de Saúde Healthinfo. O Sistema funcionou entre 2004-2006. No presente, a legislação de e-Prescrição está sob preparação O portal para profissionais de saúde é Terveysportti. Serviço de Internet em que a melhor informação possível sobre a saúde, doenças e dos serviços locais pode facilmente ser encontrada. Será finalizado durante 2007. Finnish Medical Society Duodecim ID-cards de cidadão Começo de 2007 Serviços regionais de telemedicina Projectos-piloto Transferência de imagens, de referenciação, de resultados laboratoriais e de sumários dos cuidados entre os cuidados primários e secundário; Projectos-piloto eConsulta Projectos-piloto Facturação e eMarcação Projectos-piloto projecto InfoVU SNOMED projecto CarelinkPLUS Carelink RIV projecto SITHS Portal da saúde para cidadãos. classificação da nomenclatura e os indicadores da qualidade a ser usados na documentação dos cuidados. Depois de 2006 A avaliação da adequabilidade . Depois de 2006 desenvolvimento de uma arquitectura da referência para permitir a comunicação dos sistemas em diferentes organizações. Depois de 2006 estabelece padrões comuns para eMensagens no sector dos cuidados de saúde. Depois de 2006 Soluções de autenticação seguras para profissionais dos cuidados de saúde. Depois de 2006 O projecto Nacional de aconselhamento do doente. Depois de 2006 Dinamarca Holanda Sistema de Gestão de Cuidados de Saúde (GBZ) registo médico electrónico (EPD Registos da medicação (EMD) Armazenamento sistemático e seguro dos dados médicos Registo médico virtual sendo um componente de um sistema de âmbito nacional que pretende facilitar a troca da informação do paciente Introduzido em duas regiões em Janeiro 2007. Registo electrónico do Clínico Geral (WDH) Introduzido em duas regiões em Janeiro 2007. Registo electrónico de crianças (EKD). A partir de 1 Janeiro 2007 cada criança nascida nos Países Baixos terá seu próprio EKD, contendo a informação sobre a criança, a situação da família e o ambiente. Os registos serão administrados por médicos e por enfermeiras Suécia sistema do e-Prescrição Uma revisão em curso da legislação na manipulação da informação no sector dos cuidados de saúde 296 Rede de Dados Dinamarquesa de Cuidados de Saúde (Baseada na Internet) através de conexões VPN, através de um acordo cooperativo com o MedCom Registo de Saúde Electrónico (HER) Intercâmbio Electrónico de dados (EDI): Padronização Referenciação e sumários de alta Prescrições Serviços de teleradiologia e de teledermatologia Verificação dos resultados laboratoriais através do Portal nacional da saúde Portal nacional público da saúde Modernização SUP-WEBProjecto EPR Implementado totalmente em 2007 Já em utilização Já em utilização quase total Já em utilização quase total Já em utilização quase total Já em utilização quase total Evolução futura sem prazo definido 297 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Portugal Rede Informática da Saúde (RIS) Liga já todas as instituições públicas na área da saúde e que disponibiliza uma fonte de actualização e de cooperação Cartão de utente para pacientes princípio de “um paciente - um número” que identifica inequivocamente cada Português dentro dos serviços de saúde. Foi introduzido em 1997 como um projecto imperativo nacional e desde então cada português tem um cartão de utente. Portais da saúde Disponibilizados por organizações públicas e privadas pretendendo principalmente informarem a população Portuguesa. Os portais governamentais do Ministério da Saúde e da Direcção Geral de Saúde fornecem a informação sobre hospitais, centros de saúde, direitos dos pacientes, Plano Nacional de Saúde, doenças e prevenção da doença e nutrição entre outros. Soluções telemáticas estudos piloto através do país no telediagnóstico, na telemedicina e na teleconferência, principalmente na cardiologia, na neurologia e na genética Centro de dados nacional Base de dados dos utentes do SNS centralizará informações das diversas bases de dados distribuídos nos níveis locais, regionais e nacionais. Começando em Janeiro 2007, agregará inicialmente somente a identificação e a informação dos utentes nacionais na incapacidade provisória para o trabalho, a ser utilizado pelo Ministério da Segurança Social e-Prescrição Implementação faseada em 2007 Sistema computorizado da selecção da informação. Coordenação da rede Nacional de Emergência Cartão de identidade electrónico Português (eID), Não directamente relacionado coma e_Saúde iniciado em Janeiro 2007, irá substituir finalmente cinco cartões presentemente existentes: cartão de identidade pessoal, cartão de identificação fiscal, cartão da segurança social, cartão do eleitor e cartão do sistema da saúde. O eID é um smart cartão que fornece segurança aumentada e autenticação electrónica da identidade baseado na biometria (foto e impressão digital) e em assinaturas electrónicas 4.2.5 Análise dos dados globais de e-Saúde – Constrangimentos e Oportunidades O número e a qualidade dos estudos disponíveis sobre a aplicação das TIC na saúde são limitados. Muitos projectos têm uma amplitude limitada, são ainda experimentais, e assim uma generalização dos resultados obtidos é no mínimo arriscada. Apesar da não existência de evidências alargadas, claras e objectivas sobre as vantagens da utilização das TIC na área da saúde, (alguns estudos indicam uma vantagem e um retorno económico positivo em prazos relativamente curtos, mas estes são estudos piloto focalizados e com alguns envies amentos e as vantagens em termo de qualidade analisadas em outros estudos são também inconsistentes) os países em análise avançaram desde os meados dos anos noventa para uma utilização alargada das TIC na área da Saúde. Esta focalização apoia-se na necessidade de conseguir a sustentabilidade dos sistemas de saúde, que genericamente se debatem com problemas importantes e semelhantes, relacionados com o envelhecimento das populações e com a necessidade de melhoria a qualidade dos cuidados de saúde prestados com recursos económicos escassos, não crescendo à mesma velocidade que as necessidades e também muitas vezes com escassez de recursos humanos. As principais área de investigação e desenvolvimento em e-Saúde estão relacionadas com: •• A prescrição; •• O registo de doentes e de dados clínicos; •• O aconselhamento. Pretende-se que os profissionais tenham disponível mais e melhor informação sobre os cidadãos / doentes de modo a prestar melhores cuidados de saúde, integrando essa informação quer a nível de cuidados primários, hospitalares e integrados (integrando o cuidado social com o de saúde) e que o próprio cidadão possa ter, utilizando e fornecendo essa mesma informação, um papel mais activo, já que o paradigma dos Sistemas de Saúde é actualmente a centralização no cidadão. Um factor limitativo da utilização da e-Saúde pelos actores envolvidos é claramente a info-exclusão de cada um nos povos envolvidos na presente análise, que podendo ser analisada transversalmente em todos os capítulos do presente estudo, permite concluir que apesar de Portugal dispor e se propor a soluções semelhantes aos outros países, provavelmente a utilização e divulgação destes meios será limitada pela proporção de utilizadores portugueses dispondo de ligações de banda larga, de utilizadores de Internet, nomeadamente dentro da área da saúde. Análise dos constrangimentos e oportunidades A situação actual em termos de constrangimentos e oportunidades na utilização da e-Saúde nos países em estudo pode caracterizar-se do seguinte modo. Constrangimentos 298 299 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice 1. Todos os países em estudo apresentam uma proporção de população com 65 ou mais anos (% do total da população) e consequentemente índices de dependência de idosos elevados. 2. Este facto condiciona uma maior utilização dos cuidados de saúde, quer em número, quer em tempo de utilização, aumentando a pressão sobre a despesa em Saúde, ao mesmo tempo que esses mesmos cuidados ficam mais dispendiosos por unidade tratada. 3. Os Governos tentam condicionar este crescimento da despesa na Saúde, mantendo-a abaixo dos dois dígitos, através de um conjunto de medidas entre as quais se contam a disponibilização de serviços de e-Saúde, tentando melhorar a acessibilidade da informação, quer aos profissionais de saúde sobre os doentes como aos doentes, de modo a poderem ter um papel importante no seu próprio tratamento / manutenção de estado de saúde, quer aumentando a integração e coordenação de cuidados. 4. Ainda não existe evidência suficiente para o estabelecimento dos benefícios económicos ou outros (nomeadamente segurança) na aplicação dos conceitos de e-Saúde 6. A este factor junta-se os níveis de formação mais elevados nos estados do Norte que em Portugal Oportunidades 1. As soluções de e-Saúde apresentadas são similares nos diferentes países, não em forma mas em conteúdos, havendo uma oferta global elevada 2. Existe uma vontade política de implementar os diferentes Serviços tanto por compromisso Nacionais como Internacionais Em resumo poder-se-á esperar uma cada vez maior utilização, encontrando-se os estados do Norte da Europa em melhor situação para que os seus cidadãos possam obter maiores vantagens a curto prazo do que os cidadãos portugueses, condicionados quer pelo nível de instrução quer pela acessibilidade . 4.3 e-Government 4.3.1 Análise do eGovernment nos países do benchmark 5. A taxa de penetração de banda larga em 2006 é claramente diferente entre o grupo Holanda, Suécia, Finlândia e Dinamarca e Portugal, como podes ser observado na figura seguinte Taxa de penetração da banda larga na OCDE (Acesso Fixo) - 2001 1.º Semestre de 2006, Número de clientes (residenciais e não residenciais) por 100 habitantes 30 20 África do Sul Estados Unidos Japão Holanda UE 15 Dinamarca Suécia Finlândia Bélgica Reino Unido França Luxemburgo Áustria Alemanha Itália Espanha Portugal Irlanda Re. Checa Hungria Polónia Grécia 0 Rep. Eslováquia 10 OCDE Portugal apresenta uma das mais baixas taxas de penetração da banda larga. No entanto, num estudo da Arthur D.Little, “Broadband Benchmark”, promovido em Portugal pela Autoridade da Concorrência em 200561 e que também foi realizado em 24 países do mundo (incluindo a Suécia e Holanda) é apresentada uma previsão para 2010 em que Portugal terá uma taxa de 50%, muito próxima da Suécia (com 53%), mas ainda longe da prevista para a Holanda (de 70%). 4.3.1.1 Introdução Esta análise de Benchmarking em termos do eGovernment enquadra-se numa análise mais global do desempenho de Portugal face a quatro países constantes no espaço europeu (Holanda, Finlândia, Suécia e Dinamarca). Pretende-se, neste caso específico, analisar a situação actual de Portugal em termos do sector do eGovernment e comparar a sua performance a este nível com o grupo de países europeus que mais se destacam nos índices internacionais relacionados com a inovação, a sociedade da informação e do conhecimento. Índice do Capital Intelectual na Europa França UE-15 45 Suécia 70 Áustria Holanda 63 Bélgica Finlândia 60 Espanha Dinamarca 60 Itália Reino Unido 58 Portugal Irlanda 57 Grécia Alemanha 47 46 45 42 32 32 25 21 Fonte: Bounfour & Edvinsson 2005; Rodrigues 2005 Fonte: OCDE, ICP-ANACOM 61 Este relatório, de Julho de 2005, está publicado no sítio da Autoridade da Concorrência. 300 301 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Os “Choques” que faltam Onde temos os índices mais divergentes da “média” europeia 1. Número de patentes europeias de alta-tecnologia per capita (50 pontos de divergência) 2. Recurso a Capital de Risco (venture capital, na designação anglo-saxónica) em percentagem do PIB (40 pontos de divergência) 3. Emprego em alta tecnologia nos serviços (40 pontos de divergência) 4. Sectores de alta-tecnologia no valor acrescentado bruto (40 pontos de divergência) 5. I&D nas empresas em % do PIB (38 pontos em divergência) 6. Licenciados em ciências e engenharia entre os 20 e os 29 anos (30 pontos de divergência) 7. Exportações inovadoras em % de venas (30 pontos de divergência) 8. I&D público em % do PIB (30 pontos de divergência) 9. PME inovadoras (30 pontos de divergências) 10.Empregos de base tecnológica na população activa (25 pontos de divergência) Índice “Benchlearning” na maior parte dos indicadores. Também nos índices de inovação e utilização das TICs62 (ver quadros seguintes), Portugal encontra-se muito distante dos países líderes (que mais uma vez incluem a Finlândia, Suécia e Dinamarca). Índice de inovação, World Economic Forum País Ranking 2006 Finlândia 1 Estados Unidos 2 Suécia 3 Dinamarca 4 Taiwan 5 Singapura 6 Portugal 25 Fonte: World Economic Fórum Índice de utilização das TIC, World Economic Forum País Com quem fazer o “Benchmarking” “The best in class” nos pontos fracos portugueses 1. na I&D empresarial - Suécia e Finlândia 2. no capital de risco - Reino Unido e Suécia 3. na geração de novo capital - Finlândia e Holanda 4. na inovação nas PME - Irlanda, Dinamarca, Áustria e Alemanha 5. na cooperação entre PME - Dinamarca 6. no peso da alta tecnologia no VAB - Irlanda e Suécia 7. no peso das exportações inovadoras nas vendas das empresas - Suécia 8. na chegada de novos produtos ao mercado - Finlândia 9. na produção de artigos científicos - Suécia e Dinamarca 10.no registo de patentes europeias - Holanda e Finlândia 11.peso dos jovens licenciados - Reino Unido, Irlanda e França 12.peso da população com ensino superior - Suécia, Reino Unido e Dinamarca 13.ensino ao longo da vida - Suécia, Reino Unido e Dinamarca 14.tecnológos na população empregada - Alemanha 15.emprego em alta tecnologia nos serviços - Suécia e Alemanha Fonte: Bounfour & Edvinsson 2005; Rodrigues 2005 Da análise do ranking do capital intelectual, pode-se constatar que Portugal se encontra nos últimos lugares, quando comparado com os outros países europeus. É de destacar que a Holanda, Finlândia, Suécia e Dinamarca são os países melhor classificados neste ranking do capital intelectual e aqueles com quem Portugal deve fazer o 302 Ranking 2003 Islândia 1 Finlândia 2 Suécia 3 Dinamarca 4 Estados Unidos 5 Portugal 29 Fonte: World Economic Forum Justifica-se assim esta análise de benchmarking com a Holanda, Finlândia, Suécia e Dinamarca, tendo especialmente em atenção a aparente relação positiva que existe entre a performance ao nível da sociedade do conhecimento e o desempenho ao nível do eGovernment. Este tipo de relação é assumido tanto pela Comissão Europeia (no seu plano de acção para a sociedade da informação) como pelos principais actores nacionais (com destaque para a UMIC), através dos seus principais documentos de política. É referido no documento Sociedade da Informação e Governo Electrónico em Portugal63 que, “o sector do eGovernment ocupa um lugar destacado nas políticas para a Sociedade da Informação. A difusão das tecnologias da Fonte: Programa do XVII Governo Constitucional (Página 3 de 26) CAPÍTULO I - UMA ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO PARA A PRÓXIMA DÉCADA - II. Um Plano Tecnológico para uma agenda de crescimento. http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT/Governos/Governos_Constitucionais/GC17/Programa/programa_p003.htm 63 Sociedade da Informação e Governo Electrónico - Relatório de Diagnóstico – UMIC, 2003. 62 303 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais informação e da comunicação encontra-se no epicentro dos processos de modernização dos sistemas políticos democráticos e dos sectores públicos administrativos. A crescente prestação de informação e de serviços públicos online, bem como a utilização da Internet em processos de decisão política (p.e., voto electrónico), de consulta pública ou de discussão (p.e., fóruns), estruturam uma nova forma de relacionamento entre o Estado e os cidadãos, as empresas e os demais agentes sociais. De um lado, o reforço da eficiência e da eficácia das administrações, de outro lado, o aumento da transparência e da democraticidade, constituem as linhas orientadoras deste processo de modernização. Na construção da Sociedade da Informação e do Conhecimento, a dimensão e a importância das administrações públicas no quotidiano das sociedades contemporâneas conferem-lhes ainda responsabilidades acrescidas no efeito multiplicador da utilização das tecnologias da informação e da comunicação nas diversas esferas sociais. Um dos exemplos mais paradigmáticos encontra-se na aquisição de bens e serviços por parte do sector público, arrastando as potenciais empresas fornecedoras para a adesão e adopção de plataformas de comércio electrónico”. Com base neste enquadramento justifica-se uma análise das principais linhas do Plano de acção “Administração em linha i2010”64, integrado na iniciativa i2010 da Comissão Europeia para o emprego e o crescimento na sociedade da informação (contributo importante para a Agenda de Lisboa e para outras políticas da Comunidade Europeia). Segundo este documento, “os países mais avançados na abertura e eficiência do sector público e na disponibilização de serviços de Administração em linha são também os primeiros no desempenho económico e na competitividade (“Global Competitiveness Reports” do Fórum Económico Mundial, “Innovation Trendcharts and Scoreboards” da Comissão Europeia, “Global eGovernment Readiness Reports” da ONU (2003, 2004, 2005). Esta forte ligação entre competitividade nacional, capacidade de inovação e qualidade das administrações públicas mostra que, na economia mundial, uma melhor governação é um factor imperativo para a competitividade. Com os serviços em linha, as administrações públicas podem dar um importante contributo para a Agenda de Lisboa. É igualmente importante acelerar a implantação da Administração em linha com vista à modernização e à inovação, dado que os governos enfrentam grandes desafios, como o envelhecimento da população, as alterações climáticas ou o terrorismo, e os cidadãos exigem melhores serviços, melhor segurança e melhor democracia, enquanto as empresas exigem menos burocracia e mais eficiência. Continuando a União Europeia a expandir-se e a abranger uma diversidade crescente, surgem novas necessidades e exigências, como a criação de serviços públicos transfronteiras sem descontinuidades, essenciais para aumentar as oportunidades de mobilidade e de negócios para os cidadãos na Europa. A Administração em linha pode ajudar os governos a responder a estes desafios e exigências”. Plano de acção “Administração em linha i2010”: Acelerar a Administração em linha na Europa para benefício de todos - COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS - Bruxelas, 25.04.2006. 64 304 Índice Para evidenciar o potencial da Administração em linha são referidos os seguintes exemplos: •• A facturação electrónica na Dinamarca que faz poupar anualmente 150.000.000 € aos contribuintes e 50.000.000 € às empresas. Se este serviço for introduzido em toda a UE, estima-se uma poupança anual de 50 biliões de euros. •• Na Bélgica, onde as pessoas com necessidades especiais podem obter apoios através da Internet em poucos segundos, quando anteriormente eram necessárias três a quatro semanas. Também se estima que essa poupança de tempo e esta comodidade podem generalizar-se em muitos serviços públicos e beneficiar toda a população europeia. Com este Plano de acção “Administração em linha i2010”, a Comissão Europeia procura: •• Acelerar a disponibilização de benefícios reais a todos os cidadãos e empresas; •• Assegurar que os serviços de Administração em linha a nível nacional não criem novos entraves ao mercado único, devido à fragmentação e à falta de interoperabilidade; •• Alargar os benefícios da Administração em linha a nível comunitário, com as economias de escala obtidas nas iniciativas dos Estados-Membros e a cooperação face a desafios europeus comuns; •• Assegurar a cooperação de todas as partes interessadas, na UE, na concepção e materialização da Administração em linha. Estas prioridades são confirmadas pela Comissária Europeia para a Sociedade da Informação, Viviane Reding, numa entrevista publicada em 200665. Segundo a Comissária, os Estados-membros demonstraram o seu compromisso para com a aceleração do desenvolvimento do eGovernment na declaração na conferência ministerial de Manchester, em Novembro último. O novo eGovernment Action Plan da Comissão Europeia é largamente baseado nesta declaração e os representantes dos Estados-membros continuam a reunir-se regularmente para debater os progressos, ao mesmo tempo que a CE se encontra a monitorizar e a fazer benchmarking dos avanços dos Estados-membros. 4.3.2 Análise dos países Neste tópico, será avaliado o desempenho de Portugal e dos quatro países desta análise de benchmarking (Holanda, Finlândia, Suécia e Dinamarca) face ao eGovernment. Recorre-se para esse efeito a um conjunto de informação disponível do projecto eUser66 sobre a situação específica de cada um destes países face ao eGovernment (ver gráficos seguintes relativos a índices internacionais). 65 «Administração Pública tem de indicar caminho da inovação» - Entrevista da Comissária Europeia para a Sociedade da Informação - Viviane Reding - a André Julião do iGOV em 2006-06-10. 66 Fonte: Projecto eUSER, 2005 - eGovernment reports - ver em http://www.euser-eu.org 305 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Desempenho no Índice Telecom das Nações Unidas USA Denmark Norway Netherlands Finland United Kingdom Luxembourg Germany Austria France Belgium Ireland Slovenia Italy Estonia Portugal Malta Cyprus Spain Czech Republic Greece Latvia Hungary Slovakia Poland Lithuania Bulgaria Romania Prontidão do eGovernment (índice das nações unidas) 0,80 0,79 0,77 0,71 0,69 0,68 0,66 0,63 0,59 0,53 0,51 0,51 0,51 0,50 0,50 0,49 0,46 0,43 0,41 0,39 0,37 0,32 0,31 0,29 0,25 0,22 0,21 0,15 Fonte: Nações Unidas, departamento dos casos económicos e sociais (2003): Relatório 2003 do sector público no mundo, New York - Este índice compreende indicadores relacionados com ligações de PCs, da Internet, de linhas de telefone, de subscrições móveis e de jogos de TV, e da percentagem da população em linha. Desempenho no Índice de Maturidade do eGovernment da Accenture Sweden Finland Denmark Fracne United Kingdom Ireland Germany Belgium Spain Italy Potugal 58 58 58 57 55 51 51 51 49 40 31 Fonte: Índice total 2004 da maturidade do eGovernment da Accenture - índice composto que mede a maturidade dos serviços públicos em linha e a gestão do relacionamento entre as entidades públicas e os utilizadores. Sweden Denmark United Kingdom Norway Germany Finland Netherlands Ireland Estonia France Italy Austria Belgium Luxembourg Portugal Malta Slovenia Spain Poland Lithuania Bulgaria Czech Republic Greece Slovakia Hungary Latvia Romania Cyprus 0,84 0,82 0,81 0,78 0,76 0,76 0,75 0,70 0,70 0,69 0,69 0,68 0,67 0,66 0,65 0,64 0,63 0,60 0,58 0,56 0,55 0,54 0,54 0,53 0,52 0,51 0,48 0,47 Fonte: Nações Unidas, departamento dos casos económicos e sociais (2003): Relatório 2003 do sector público no mundo, New York - índice composto que inclui dados relacionados com a infra-estrutura de telecomunicações (penetração do PC e da Internet) e do capital humano (taxa de literacia). Uptake do eGovernment Luxembourg Sweden Denmark Estonia Austria Germany Finland Slovakia Spain EU 15 EU 25 Ireland Portugal Slovenia Uniter Kingdom Hungary Lithuania Poland Latvia Cyprus Greece Czech Republic 28,8 20,2 16,4 14,3 13,9 13,6 13,2 12,9 11,6 11,1 9,8 8,7 7,6 7,0 6,9 6,9 5,7 5,6 4,2 3,6 2,8 2,2 Fonte: Eurostat 2005 – corresponde à percentagem dos indivíduos (população alvo 16-74 anos) que utiliza a Internet para o download de formulários oficiais. 306 307 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice 4.3.2.1 Holanda do que se esperava para um país com um tão elevado desenvolvimento da sociedade de informação. Infra-estrutura existente, qualificações e competências do sector A Holanda é uma das nações mais densamente povoadas do mundo, em que o grupo cidadãos com mais 65 anos compõem uma percentagem crescente da população, conduzindo a uma elevada procura de bem-estar e de apoio por parte do estado. Existe ainda uma parte significativa da população (17%) que é de origem não europeia (de países como por exemplo a Indonésia). Indicadores de Infra-Estrutura Holanda EU15 EU25 71% 45% 42% 14.7% 7.6% 6.5% Preço do pacote de utilização de Internet (OCDE 2004) 68.06 49.57 48.35 Despesa nas TICs em percentagem do PIB (EITO, 2004) 3.4% 3.2% 2.6% Índice de “Desigualdade Digital” (SIBIS 2002/2003) 51.5 53.0 50.1 Lares com acesso à Internet (Eurostat 2005) Penetração da banda larga (Eurostat 2005) Fonte: Projecto eUSER - Agosto de 2005 •• A Holanda é dos países europeus mais avançados em termos da adopção de TICs e no desenvolvimento global da sociedade de informação (ver posição nos vários rankings internacionais). •• A penetração da banda larga é duas vezes a média da EU15. No entanto, os preços da Internet são consideravelmente mais elevados do que a maioria dos outros países europeus o que pode sugerir que o mercado da prestação deste tipo de serviço não é muito competitivo. •• No que diz respeito ao índice de desigualdade digital67, a Holanda não se encontra numa posição de destaque. Encontra-se um pouco abaixo da média dos países EU15, ainda que numa posição muito melhor que a de Portugal. Caracterização e evolução recente do sector Os Países Baixos são uma nação descentralizada. Para além do estado central, existem a nível regional 12 províncias e a nível local cerca de 500 municípios. A execução da política está descentralizada aos níveis mais baixos, excepto nas situações em que possa ser executada mais eficientemente a nível nacional. A maior parte dos serviços são prestados aos cidadãos pelos municípios (“no nível da rua”), enquanto que a nível regional, assume-se a responsabilidade pelas questões ambientais e de planeamento (não prestando directamente serviços aos cidadãos). Nos últimos anos, o foco do eGovernment esteve em digitalizar serviços e em disponibilizá-los em linha. Este processo ocorreu de uma forma um pouco mais lenta 67 Actualmente, a política Holandesa de eGovernment focalizou-se principalmente na disponibilidade em linha da informação e de serviços públicos. A visão global inclui uma utilização mais eficaz e mais eficiente das TICs, a acessibilidade da informação, a melhoria dos serviços públicos e o reforço da participação dos utilizadores /destinatários dos serviços. O governo iniciou diversas iniciativas a fim de alcançar estes objectivos, atribuindo a coordenação destas iniciativas a uma organização especial (a ICTU). As suas principais iniciativas incluem tópicos tais como o Infra-estrutura TIC, a privacidade, assinaturas electrónicas e gestão da informação. Todo o trabalho realizado está a começar a mostrar alguns resultados, ainda que seja prematuro avançar com conclusões sobre o sucesso destas iniciativas. Factores de desenvolvimento e constrangimento do sector Os principais obstáculos a ultrapassar, para garantir uma melhor disponibilização de serviços públicos em linha, residem nos seguintes factores: •• O desenvolvimento do eGovernment na Holanda é afectado por algumas barreiras. Por exemplo, as entidades públicas concordam que a cooperação é necessária, mas são relutantes em perder a sua autonomia nalguns aspectos que implicam este tipo de relacionamento. •• Uma outra barreira é a atitude comum na administração pública de não querer saber e acompanhar o que as outras entidades e organismos da administração estão a fazer e a forma como estão a evoluir no eGovernment. •• Além disso, a colaboração entre o sector público, o sector de análise estatística e os institutos de pesquisa (que poderiam ajudar a desenvolver rapidamente e em conjunto soluções eficazes) não é bem gerida. Por outro lado, existem um conjunto de factores que contribuem para uma melhor disponibilização de serviços públicos em linha: •• Um aspecto facilitador é o facto dos Holandeses são um povo muito dedicado à eficiência, e conscientes da necessidade de redução de custos e da maior satisfação dos clientes. •• Consequentemente, há boas condições para o desenvolvimento e sustentação de uma organização moderna e eficiente ao nível da administração pública. Há também um clima de inovação em termos do eGovernment. Alinhamento entre a oferta e a procura dos serviços públicos em linha No ponto de vista da procura, os cidadãos holandeses são clientes muito exigentes deste tipo de serviços. Se isto for combinado com uma atitude céptica para efectuar transações em linha, especialmente no caso em que estão envolvidos pagamentos, poderia indiciar pouco entusiasmo para se oferecer novos serviços de eGovernment. Quanto menor o resultado deste índice maior é a “desigualdade digital” - Ver em www.sibis-eu.org 308 309 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Não obstante, a atitude dos cidadãos aos serviços públicos em linha é em termos gerais muito positiva. A estratégia principal nacional nesta área é a “do governo moderno” que está sob a responsabilidade do Ministério do Interior. O governo actual está sob pressão política da sociedade para efectuar uma reforma da administração pública, numa primeira fase colocando a política ao serviço dos cidadãos (democracia), e numa segunda fase, fazendo reduzindo os custos da burocracia. As TICs têm um papel importante na estratégia “do governo moderno”, especialmente ao nível do eGovernment (mas não de eDemocracy). Nesta concepção o eGovernment significa uma administração pública mais eficaz e mais “orientada para o negócio”, com uma redução da equipa de funcionários, uma introdução de novos serviços de eGovernment e uma remoção das barreiras (da natureza legal, técnica e organizacional) à execução desta estratégia. O governo anterior investiu também no “governo moderno”, mas focalizou mais a sua acção em estudos estratégicos, explorando o papel que a TICs podiam desempenhar na sociedade e na democracia. Não foi possível avaliar os resultados dos projectos anteriores de eGovernment, mas há agora uma mudança no sentido de se conseguirem resultados mais a curto prazo. No nível regional não foi desenvolvida nenhuma estratégia de eGovernment. Ao nível local, o paradigma actual é o da digitalização da informação e também dos serviços existentes, para pô-los em linha e à disposição de todos os cidadãos. Neste momento, quase todos os municípios têm uma Web site, mas a qualidade dos serviços prestados varia consideravelmente. Os processos inteiramente em linha da transacção são ainda uma excepção. O governo nacional incentiva os municípios a utilizar uma estrutura comum para seu Web site, utilizando os guidelines que produziu sob a forma de um catálogo chamado “VIND”. O VIND pretende ajudar a cidadãos a encontrarem e utilizarem facilmente os serviços em linha disponibilizados pelos municípios. Índice Tal como já referido, o foco nos últimos anos em termos do eGovernment esteve em digitalizar serviços e em pô-los em linha. Isso aumentou de alguma forma o grau de satisfação dos utilizadores e reduziu custos de transacção com alguma extensão. Entretanto, a orientação para os utilizadores implica que para responder a necessidades mais avançadas dos cidadãos será necessário criar serviços muito mais sofisticados (o que poderá significar serviços novos ou serviços com mais valor acrescentado). O desenvolvimento e a disponibilização de tais serviços requer inevitavelmente mais cooperação entre as entidades públicas, assim como novos conceitos de prestação de serviço público em linha. Os peritos Holandeses discutiram de que forma o Estado deveria investir em termos do seu relacionamento com o cidadão. O actual relacionamento entre o Estado e os cidadãos é de alguma forma tenso e os actuais serviços públicos em linha não são suficientes para melhorar este relacionamento. O que se exige do Estado é uma melhoria significativa em termos de aspectos relacionados com a gestão de informação, tais como a transparência, a prestação de contas e a confiança. Para além disso, os cidadãos esperam que a reforma do sector público também ajude a resolver os problemas sociais mais urgentes. Análise SWOT Holanda Pontos Fortes Grande avanço na utilização das TICs (acesso à internet e penetração da banda larga) Atitude da população alinhada com as prioridades da política de eGovernment (eficiência, redução de custos e serviço ao cliente) Pontos Fracos Preço do acesso à internet Lentidão na disponibilização de novos serviços em linha Pouca orientação para o utilizador - fraco envolvimento dos cidadãos no desenvolvimento dos serviços Oportunidades Descentralização dos serviços, que são prestados muito próximos dos cidadãos Colocação de novos serviços públicos em linha Orientação para o utilizador A estratégia do “governo moderno” não teve em consideração, pelo menos de uma forma explícita, os princípios de orientação para o utilizador. Por exemplo, a estratégia actual não inclui projectos com uma participação activa dos utilizadores. Ainda assim, o governo holandês investe em “boas práticas” e em conferências (por exemplo, “conferência da inovação no sector público”) para troca de experiências. Esta conferência da inovação no sector público mostrou muitas das inovações iniciadas por outros governos (em níveis diferentes) para melhorar os serviços públicos. Durante esta conferência os governos trocaram ideias e experiências, mas não houve nenhum utilizador envolvido na discussão. Ainda assim, foi possível aprender muito da troca e da discussão sobre boas práticas. 310 Ameaças Barreiras culturais relacionadas com a perda de autonomia podem difilultar o necessário relacionamento entre as entidades públicas prestadoras de serviços em linha Isolamento das agências estatais que funcionam como ilhas de informação e prestação de serviços públicos Cepticismo dos cidadãos em efectuar transacções de bens e serviços em linha 311 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice que estão a ser criados. A Dinamarca tem uma forte tradição de atribuir elevadas responsabilidades ao nível local. E esta reforma não altera em nada este princípio base do estado que define claramente que os serviços públicos realizam-se sempre próximo dos cidadãos (tais como o cuidado com as pessoas idosas, as escolas e a segurança social). 4.3.2.2 Dinamarca Infra-estrutura existente, qualificações e competências do sector A economia de mercado moderna da Dinamarca é caracterizada por uma agricultura high-tech, uma indústria moderna, excelentes indicadores de bem-estar da população, uma moeda corrente estável e elevada dependência do comércio externo. A Dinamarca tem poucos problemas estruturais de longo prazo. Os níveis da literacia são elevados, o desemprego baixo e a economia do país está bem. Entre os maiores desafios nacionais está a forma de financiamento dos serviços públicos para os próximos anos. Esta questão está relacionada com a previsão da evolução demográfica. As tendências demográficas actuais indicam que haverá, em 2010, um aumento de 90.000 pessoas na população com mais de 65 anos e uma redução no peso da população activa. Estima-se que cerca de 150.000 funcionários públicos possam aposentar-se até finais de 2010. Estas tendências demográficas implicam também uma pressão na despesa que terá que ser tratada dentro de um orçamento mais limitado, mesmo tendo em conta que a procura e as expectativas dos cidadãos e das empresas para com os serviços públicos aumentarão. Indicadores de Infra-Estrutura Lares com acesso à Internet (Eurostat 2005) Penetração da banda larga Dinamarca EU15 EU25 69% 45% 42% 15.6% 7.6% 6.5% Preço do pacote de utilização de Internet (OCDE 2004) 68.06 49.57 48.35 Despesa nas TICs em percentagem do PIB (EITO, 2004) 49.3 3.2% 2.6% Índice de “Desigualdade Digital” (SIBIS 2002/2003) 3.1% 53.0 50.1 (Eurostat 2005) Fonte: Projecto eUSER - Agosto de 2005 Mesmo que os preços de utilização da Internet e que os valores da despesa nas TICs sejam próximos da média da união europeia, a excepcionalmente elevada taxa de acesso à Internet e as taxas de penetração de banda larga indicam o estado avançado da sociedade de informação na Dinamarca. Caracterização e evolução recente do sector Em termos políticos e administrativos, a Dinamarca é organizada em três níveis: o governo central, os 13 Amter (condados) e os 271 Kommuner (municípios). Em 2007, haverá uma reforma estrutural que transformará os 13 “condados” em 5 “regiões”, e reduzirá o número dos municípios de 271 para 98 (em que um grande número deles terá mais de 30.000 habitantes). A finalidade desta reforma estrutural é reforçar e racionalizar o trabalho do sector público. Deixa-se poucas responsabilidades aos condados e o seu poder é repartido entre o estado central e os maiores municípios 312 Os serviços de eGovernment na Dinamarca são bastante sofisticados, divulgados, conhecidos e utilizados. Um grande número cidadãos e de empresas já têm a opção de comunicar electronicamente com o estado, regiões e municípios e um número cada vez mais crescente de serviços são prestados desta forma. De acordo com os dados do gráfico seguinte, a maioria de entidades públicas na Dinamarca oferecem aos cidadãos e às empresas a opção de download de formulários ou mesmo de aceder a informação através dos seus web sites. Tipo de oferta dos serviços públicos em linha Online payments 0 Full selfservice solutions with electronic decisions 24 578 8 11 14 Give information through web forms 17 39 45 62 Ordering or acessing information electronically 79 Dowload forms 67 State Regions 83 93 79 Municipalities Fonte: Status 2004 Informationssamfundet Danmark O directório do serviço público (www.danmark.dk), contem aproximadamente 2000 artigos sobre os direitos e deveres dos cidadãos. O conteúdo deste portal é também disponibilizado por um serviço de telefone. Também é possível efectuar o download de mais de 300 formulários do estado e dos municípios, através do portal www.blankettorvet.dk. Os vários municípios colocaram os seus serviços electrónicos em www.netborger.dk, porta que é organizado em função dos eventos de vida dos cidadãos. Estes podem efectuar as suas declarações de imposto em www.tastselv.toldskat.dk. E se alguém desejar começar um negócio, está praticamente tudo que se necessita para arrancar em www.virk.dk, incluindo uma maneira rápida e fácil de registar uma nova empresa. Os serviços electrónicos incluem também o acesso às bibliotecas públicas da Dinamarca. Uma Web site permite que os estudantes possam seguir o seu processo de concessão de bolsas e educação. Também os cidadãos aposentados podem calcular, aplicar ou alterar electronicamente a forma de pagamento da sua pensão. 313 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Em 2001, o governo central, o governo local (através da associação dos municípios), as regiões (a associação de concelhos de condado) e os municípios de Copenhaga e de Frederiksberg criaram uma frente comum para o eGovernment com o objectivo de promover e coordenar a transição do sector público para o eGovernment. A ideia do projecto era que a responsabilidade para a execução do eGovernment encontra-se descentralizada, mas que em diversos casos, pode haver necessidade de guidelines e de soluções comuns para os problemas gerais da natureza legal, técnica e organizacional a fim suportar o processo de transição68. O projecto inicial terminava ao final de três anos, mas em Junho de 2003 decidiu-se prolongar a vida do projecto até ao final de 2006. Para além deste projecto, um movimento importante para disponibilizar à população dinamarquesa os serviços do eGovernment foi a formação da “Digital Taskforce”, que consiste em empregados de diferentes ministérios (do governo local e das regiões dinamarquesas) que são colocados nesta Taskforce por um período de 1 a 2 anos. Factores de desenvolvimento e constrangimento do sector Os principais obstáculos a ultrapassar, para garantir uma melhor disponibilização de serviços públicos em linha, residem nos seguintes factores: Apesar da situação favorável no que diz respeito ao eGovernment, há também algumas barreiras ao desenvolvimento do eGovernment dentro das entidades públicas. Identificou-se como barreira mais importante, a dificuldade de ter recursos disponíveis para o desenvolvimento das soluções (ver gráfico seguinte). Esta é uma barreira de importância grande para 84% das entidades públicas. Como se mostra no gráfico seguinte, há outras dificuldades como a relacionada com a integração dos sistemas existentes. A falta percebida dos benefícios para cidadãos tem importância grande para 56% das entidades públicas. Barreiras ao eGovernment Lack of support from management 9 29 Internal resistante among employees 4 Lack of political will and clear goals 38 33 11 Lack of qualified suppliers 8 42 Lack of knowledge about implementation 6 Lack of benefits for citizens 45 43 13 Legislation needs adjustment Por outro lado, existem um conjunto de factores que contribuem para uma melhor disponibilização de serviços públicos em linha: A perspectiva de evolução demográfica até ao ano 2010, com um aumento significativo da população com mais de 65 anos e uma redução da força de trabalho, será um factor determinante para uma maior e melhor disponibilização de serviços públicos em linha. Se por um lado, as receitas irão diminuir (face à diminuição dos activos), por outro, a pressão sobre a despesa irá aumentar (com mais pensionistas). Para poder responder ao aumento da procura e das expectativas dos cidadãos e das empresas (cada vez mais a internacionalizar as suas operações), com um orçamento cada vez mais limitado, o estado terá de renovar a sua organização, melhorar a performance e gestão da administração pública e reforçar os serviços públicos. 46 9 Lack of benefits for the organisation A estratégia dinamarquesa 2004-06 do eGovernment69 menciona os seguintes desafios e obstáculos que foram identificados ao nível da administração pública, durante a execução do projecto do eGovernment dinamarquês: •• Falta da familiaridade com a visão e a estratégia para o eGovernment do projecto. A familiaridade com o projecto está limitada a um grupo pequeno, sendo necessário que a profundidade e as consequências do projecto sejam discutidas mais extensamente na sociedade e nas organizações. •• Existe uma “cultura de bunker”. Esta cultura existente não suporta aproximações inter-organizacionais e/ou acções de cooperação. Não há nenhuma tradição de pensar em termos intra-organizacionais e inter-organizacionais, e de uma visão holística. Há também uma tendência para que a gestão seja avaliada em termos do número dos empregados e das tarefas (por isso estabelecer fusões ou realocar tarefas e pessoal são sempre medidas pouco populares). •• As melhorias na eficiência que se seguem a um processo de digitalização nem sempre são imediatas e por vezes beneficiam uma outra organização. A chave da distribuição deste tipo de benefícios é incerta, ou seja não se sabe exactamente quem irá beneficiar com o que uma outra entidade semeou. •• Falta de compromisso e de competências de gestão. •• Dificuldade de atribuir e repartir responsabilidades das tarefas do projecto, em várias áreas que se relacionam com o eGovernment. •• Geralmente demasiado foco nos aspectos técnicos do eGovernment. Os aspectos organizacionais não são um elemento naturalmente integrado. 49 15 Lack of common public standards 47 20 Lack of common ITC - Solutions 44 29 ITC expenditure higher than expected 25 Dificulties in integrating existing systems 25 Dificulties in making resources available Great importance 49 49 0 10 20 Fonte: Status 2004 de Informationssamfundet Danmark Some importance 37 47 30 40 50 percent 60 70 80 90 Orientação para o utilizador A estratégia dinamarquesa 2004-06 de eGovernment teve dois objectivos gerais de orientação para o utilizador: •• Aumentar a satisfação dos cidadãos e empresas com a coerência de serviços públicos. •• Aumentar a satisfação com os serviços públicos prestados aos cidadãos e às empresas. Fonte: “A estratégia dinamarquesa 2004-06 do eGovernment - realizando o potencial” - governo dinamarquês, governo local da Dinamarca, regiões dinamarquesas, municípios de Copenhaga e de Frederiksberg, fevereiro 2004. 69 68 Ver em www.e.gov.dk/english/egovernment/index.html. 314 315 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Os objectivos específicos ainda necessitam de ser melhor formulados e definidos. A iniciativa de “på Nettet” (www.bedstpaanettet.dk) mediu a satisfação dos utilizadores com os Web sites de entidades públicas nos últimos três anos. Esta iniciativa colocou um foco sobre factores como a satisfação, a acessibilidade e a usabilidade e contribuiu para que as entidades públicas tornassem os seus Web sites mais user-friendly. Alinhamento entre a oferta e a procura dos serviços públicos em linha O desenvolvimento e a prestação de serviços públicos em linha foi sempre bastante elevado na Dinamarca. Ainda assim, há muitos serviços públicos em linha que só agora estão a ser descobertos pelos utilizadores. Isso foi possível porque recentemente houve um maior envolvimento na promoção do eGovernment. Análise SWOT Dinamarca Pontos Fortes Qualificação da generalidade da população Nível de acesso à internet e penetração da banda larga Divulgação dos serviços públicos em linha Pontos Fracos Recursos disponibilizados para o desenvolvimento dos serviços públicos em linha Integração dos sistemas de informação existentes Oportunidades Reforma em curso da administração pública - focada na racionalização dos recursos mas sem perder a proximidade com o cidadão Existência de uma “frente comum” e de uma “digital task force” que facilitam a colaboração entre as entidades públicas envolvidas na prestação de serviços públicos aos cidadãos Ameaças Financiamento dos serviços públicos ameaçado pela evolução demográfica Excessivas expectativas e procura de serviços públicos em linha por parte dos cidadãos Índice A Finlândia investe bastante na instrução, na formação e na investigação, desenvolvimento e inovação (I&D+i). Este tipo de investimento fez com que a sua força de trabalho seja uma das melhores do mundo em termos de educação e formação. A formação é considerada por todos os sectores (incluindo o Estado) como um factor chave no desenvolvimento de uma economia moderna. Nas últimas décadas o sector das telecomunicações ultrapassou as indústrias tradicionais da madeira e de metais, sendo hoje o maior exportador. A Nokia e o sistema computorizado de Linux colocaram a Finlândia num lugar de top entre os principais inovadores a nível mundial. A composição étnica de Finlândia é muito homogénea, com excepção das minorias (que falam Sueco - 5.7% da população total e dos habitantes originais de Finlândia do norte, Sami - 0.1% da população total, mas que têm um papel importante especialmente para a indústria do turismo). Indicadores de Infra-Estrutura Finlândia EU15 EU25 51% 45% 42% 11.0% 7.6% 6.5% Preço do pacote de utilização de Internet (OCDE 2004) 37.08 49.57 48.35 Despesa nas TICs em percentagem do PIB (EITO, 2004) 3.2% 3.2% 2.6% Índice de “Desigualdade Digital” (SIBIS 2002/2003) 53.4 53.0 50.1 Lares com acesso à Internet (Eurostat 2005) Penetração da banda larga (Eurostat 2005) Fonte: Projecto eUSER - Agosto de 2005 •• De acordo com indicadores disponíveis, a Finlândia é um dos países mais avançados em na sociedade da informação. As taxas de acesso à Internet e da penetração da banda larga são elevadas. •• Há uma grande proximidade dos Finlandeses ao progresso tecnológico e ao papel e exposição que o sector das TIC assume na imagem nacional. Para além disso, os preços baixos para o acesso à Internet e os eSkills (as competências para utilizar as TICs que são difundidas através de todos os segmentos da sociedade) contribuem para o reforço da infra-estrutura TIC e das competências nesta área. 4.3.2.3 Finlândia Infra-estrutura existente, qualificações e competências do sector A Finlândia fez uma transformação notável de uma economia baseada em produtos têxteis, da floresta e de maquinaria pesada para uma economia moderna diversificada industrial e de serviços. Este país apresenta uma densidade muito baixa da população e uma economia fortemente concentrada nas três grandes aglomerações em torno de Helsínquia, de Tampere e de Turku, que estão no sul do país. A maioria das outras regiões do país têm taxas mais baixas de rendimento e altas de emigração. 316 Caracterização e evolução recente do sector A sociedade como um todo considera que o Estado deve assumir um papel forte na política industrial e na protecção da coesão social. Os serviços de saúde são de alta qualidade e o acesso à instrução está razoavelmente aberto mesmo para crianças de famílias de baixo rendimento. O problema que ainda persiste é o desemprego, que permanece elevado (a taxa oficial era 8.8% em 2004) e que afecta os trabalhadores menos qualificados e das zonas mais periféricas do país. 317 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice O estado Finlandês é composto por três níveis administrativos: o nível central composto pelos ministérios e pelas autoridades centrais; o nível regional composto por 6 províncias Aland, Etela-Suomen Laani, Ita-Suomen Laani, Lansi-Suomen Laani, Lappi e Oulun Laani, e o nível municipal, que tem um grau elevado de poder e soberania para estabelecer políticas. •• Assinaturas electrónicas (2003) – transposição da directiva orientadora da EU para regulação do utilização das assinaturas electrónicas. Esta legislação dá às assinaturas electrónicas avançadas o mesmo valor legal que as assinaturas escritas à mão e aos contratos escrito e assinados à mão. A política de eGovernment na Finlândia decorre do plano estratégico “Serviços Públicos no Novo Millennium”, de Dezembro de 2001. Segundo este documento, “a visão para o desenvolvimento do e-Governo na Finlândia é que a administração pública disponibilize serviços em linha seguros e user-friendly, que não constituam um problema e um encargo para os utilizadores, que contribuam para o empowerment do cidadão e que suportem a competitividade das empresas Finlandesas. Para responder a todos estes desafios, foram desenvolvidas políticas, estratégias e programas nacionais importantes para o eGovernment e para a administração pública, tais como: •• Estratégia da sociedade de informação (1995); •• Estratégia nacional para desenvolver a sociedade de informação designada por “qualidade de vida, de conhecimento e de competitividade” (1998); •• Definição do princípio a respeito do desenvolvimento da gestão de informação no governo central (2000); •• Declaração do Fórum da sociedade de informação para os municípios (2003); •• Programa da sociedade de informação (2003). Factores de desenvolvimento e constrangimento do sector Os principais obstáculos a ultrapassar, para garantir uma melhor disponibilização de serviços públicos em linha, residem nos seguintes factores: •• Os serviços públicos em linha na Finlândia exigiam um complexo sistema de identificação em linha que permitia aos cidadãos acederem e realizarem transacções electrónicas com as entidades públicas. Isto apenas se tornou mais simples em meados de 2004, quando o governo introduziu um sistema electrónico de identificação mais simples e mais flexível. Este novo serviço não é baseado nas assinaturas electrónicas mas sim nos códigos de identificação emitidos pelos bancos. Apesar da evolução positiva, garantir a segurança da informação e encontrar maneiras mais seguras de armazenar a informação para a sua utilização futura, ainda constituem importantes desafios para o avanço do eGovernment. •• Outras barreiras incluem o facto das aplicações tecnológicas ainda terem um custo muito elevado para que os municípios as adoptem. O processo de estandardização das aplicações de eGovernment poderá ajudar, mas ainda não está muito avançado. •• Há também uma compreensão limitada do potencial da utilização das TICs pelo sector público, uma falta de know-how na aplicação das TICs e uma coordenação inadequada entre o governo central e os municípios. Este tipo de situação resulta numa duplicação de serviços, no desenvolvimento não coordenado de serviços em linha, numa insuficiente utilização comum da informação recolhida pelas entidades públicas. Como resultado tem sido complicado estabelecer políticas coordenadas de disponibilização de serviços públicos em linha (através de web sites e lojas “one stop”) e de preços uniformes para esses serviços. •• No que diz respeito às condições da procura, a taxa relativamente modesta da penetração da banda larga (11%) é considerada uma barreira tecnológica. A banda larga é um facilitador importante para o desenvolvimento do eGovernment dado que gera uma procura natural para este tipo de serviços. No que diz respeito à estrutura legal, as peças de legislação mais importantes incluem: •• Agir na protecção da privacidade nas comunicações electrónicas (2004); •• Transmissão de dados electrónicos no sector público (2003) - deveres e as responsabilidades das autoridades e dos utilizadores no contexto da prestação de serviços e da comunicação electrónica de dados; •• Prestação de serviços na sociedade de informação (2002), transposição da directiva orientadora do e-Comércio da EU (2000/31/EC). Regula a liberdade de prestação de serviços na sociedade de informação (exigências de prestação de informação para fornecedores de serviço, ordens e contratos electrónicos); Por outro lado, existem um conjunto de factores que contribuem para uma melhor disponibilização de serviços públicos em linha: •• O factor principal tem a ver com a orientação dos serviços para os utilizadores. Este princípio é totalmente seguido na concepção e implementação do eGovernment na Finlândia. Este facto explica que os serviços públicos em linha sejam cada vez mais atractivos para os utilizadores (ver em seguida) •• A definição e implementação de um conjunto de políticas, estratégias e programas nacionais de eGovernment (muitas delas acima descritas) e com foco na reforma da administração pública. A realização desta visão implica dar resposta a vários problemas. Do ponto de vista do desenvolvimento do serviço, os factores críticos incluem a igualdade entre regiões, a transparência administrativa, a acessibilidade e a qualidade dos serviços. Do ponto de vista da tecnologia, as exigências críticas são a disponibilização multi-canal, a interoperabilidade dos sistemas, acesso independente do tipo dispositivo utilizado, a segurança da informação, a cobertura da rede, a facilidade da identificação e relações padrão. Em termos globais, a definição de uma visão clara e dos factores críticos ajudam a identificar os pontos principais dos problemas e conduzem assim a acção num sentido mais produtivo. O trabalho de desenvolvimento do eGovernment pode ser baseado nos princípios prescritos para a promoção da sociedade de informação: disponibilidade, acessibilidade, consciência e apropriação. 318 319 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Orientação para o utilizador Na estratégia “Serviços Públicos no Novo Millennium” foram identificadas várias áreas de problema a respeito da prestação do serviço público em linha. Uma das principais áreas em causa é a da orientação para o utilizador. É uma área muito importante e para o sucesso do eGovernment dado que se trata de uma variável decisiva para se começar a utilizar um serviço público em linha. A utilidade de um serviço público em linha depende em grande parte da sua qualidade, que pode ser analisada em termos da disponibilidade, da acessibilidade, da usabilidade, e da participação do próprio utilizador. Os problemas de qualidade dos serviços públicos em linha estão directamente relacionados com as possibilidades limitadas da participação real do cidadão, com a dificuldade de encontrar em linha alguns serviços (apesar do número crescente de portais) e com a falta de adequação de critérios de avaliação da qualidade destes serviços. A acessibilidade e a usabilidade dos serviços em linha dependem de um elevado número de factores, tais como a disponibilidade de ligações de rede, dos dispositivos terminais, dos pontos do serviço, das relações entre entidades prestadoras de serviço, do software e dos certificados digitais. Índice •• Assegurar o acesso a todos os grupos de utilizadores (incluindo os com necessidades especiais), com o aumento do número de canais de acesso públicos, o redesenho dos e-serviços interactivos para poderem ser prestados também com qualidade em “banda estreita”, e a sua utilização na televisão interactiva digital. •• Promoção de um sistema flexível e de confiança para autenticação electrónica, compatível com a natureza de cada serviço em linha, e independente do dispositivo utilizado. Ainda assim e apesar dos enormes esforços e do sucesso de muitas destas iniciativas, a Finlândia ainda está atrasada em relação aos países nórdicos como a Suécia e Dinamarca. Análise SWOT Finlândia Pontos Fortes Investimentos em inovação I&D+i Força de trabalho qualificada Competências da população na utilização das TICs No entanto, poderá haver alguma dificuldade de orientação para os utilizadores nas regiões periféricas do país em que os cidadãos não possuem todas as qualificações TIC necessárias e onde a disponibilidade de banda larga é mais reduzida. Alinhamento entre a oferta e a procura dos serviços públicos em linha Para colocar em prática as orientações estratégicas definidas, o governo seguiu um plano de acção focado na resposta aos desafios identificados e alinhado com as prioridades dos utilizadores. Destacam-se a este nível as seguintes acções: •• Melhor integração de serviços electrónicos nas estratégias individuais das agências do governo; •• Projecto de desenvolvimento de formulários interactivos de uma maneira que faça com que estes sejam fáceis de usar e suficientemente uniformes em toda a administração pública; •• Desenvolvimento de serviços públicos em linha nacionais de carácter social e de cuidados de saúde; •• Promoção da partilha de dados e registos sobre os cidadãos por parte das várias entidades públicas (com o objectivo de reduzir a carga burocrática posta em cima dos cidadãos); •• Participação crescente dos cidadãos no processo de tomada de decisão a todos os níveis; •• Canalizar o acesso aos serviços públicos em linha através dos portais; •• Melhorar a qualidade dos serviços em linha, com o desenvolvimento de critérios de qualidade relevantes; 320 Imagem de marca do país - nokia e outras empresas inovadoras Pontos Fracos Utilização das TICs por parte da Administração Pública Coordenação em termos da prestação de serviços, o que dificulta a uniformização de processos e de preços dos serviços Oportunidades Visão clara dos factores críticos de sucesso para o desenvolvimento dos serviços públicos em linha Redesenho dos serviços públicos em linha para poderem ser prestados em banda estreita, o que facilita a sua implementação nas regiões mais periféricas Orientação para o utilizador, com um reforço efectivo da sua participação e envolvimento Ameaças Atraso relativamente aos países nórdicos (Suécia e Dinamarca) Existência de regiões periféricas com níveis de utilização e acesso aos serviços muito deficientes 4.3.2.4 Suécia Infra-estrutura existente, qualificações e competências do sector A Suécia apresenta uma excelente infra-estrutura ao nível da Sociedade de Informação e do eGovernment. Regista um sistema moderno de distribuição com comunicações internas e externas excelentes e uma força de trabalho muito qualificada e flexível. Três em quatro Suecos utilizam a Internet e 12% dos lares têm acesso através de 321 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice banda larga. Estes factos confirmam a posição da Suécia como uma das sociedades de informação mais avançadas do mundo, conforme evidenciado nos vários indicadores internacionais. Indicadores de Infra-Estrutura Suécia EU15 EU25 75% 45% 42% 12.1% 7.6% 6.5% Preço do pacote de utilização de Internet (OCDE 2004) 58.25 49.57 48.35 Despesa nas TICs em percentagem do PIB (EITO, 2004) 3.7% 3.2% 2.6% Índice de “Desigualdade Digital” (SIBIS 2002/2003) 65.2 53.0 50.1 Lares com acesso à Internet (Eurostat 2005) Penetração da banda larga (Eurostat 2005) Fonte: Projecto eUSER - Agosto de 2005 •• A Suécia está à frente da média da EU em todos os indicadores. •• Interessante é o facto da despesa nas TICs apresentar um valor inferior ao de Portugal, sendo este o único indicador com uma pior performance em relação a Portugal. Não se trata, no entanto, de um problema dado que o grosso deste tipo de investimento já foi realizado em devido tempo. •• De acordo com os estudos realizados pela Agência Sueca para o desenvolvimento administrativo (Statskontoret) e em linha com estes resultados, a Suécia é uma das nações mais referenciadas em todo o mundo quando se analisam os serviços de eGovernment. Caracterização e evolução recente do sector A Suécia é um estado centralizado, com um governo forte e com autoridades/agências centralmente controladas. Isto significa por sua vez que são as autoridades centrais do estado/governo que têm a responsabilidade por quase todos os serviços públicos em linha. Para além do governo central, a Suécia é dividida administrativamente em 19 condados (län) organizados por concelhos de condado em que as suas responsabilidades principais são ao nível dos cuidados de saúde. Há também duas regiões e uma municipalidade, que têm as mesmas responsabilidades que os concelhos de condado. O país tem 290 autoridades locais/municipais com outro tipo de responsabilidades e autonomia (tais como, educação e impostos locais). De referir que a Suécia é dos países europeus com menor densidade populacional. Os objectivos do governo Sueco para o desenvolvimento do eGovernment estão alinhados com os valores fundamentais da democracia, da lei e da eficiência. Pretende-se que a administração pública tenha os recursos necessários para assegurar acessibilidade independentemente do tempo e do local, serviços e respostas de alta qualidade, abertura às opiniões e às ideias dos utilizadores para melhorar a administração pública e regras simples e justas. 322 Neste momento, quase todas as agências já têm formulários de aplicação em linha, embora não nem todos os serviços possam ser assegurados totalmente em linha. 87% dos concelhos de condado avançaram com os serviços em linha interactivos, enquanto que o estado e os municípios avançaram em 53% e 71%, respectivamente. Mas apenas cerca de 10% das agências nacionais oferecem a possibilidade de efectuar transacções serviços em linha. No que diz respeito à adopção dos serviços em linha, os mais usados são o serviço de pesquisa de emprego, seguido pela declaração de imposto. As principais funcionalidades do eGovernment na Suécia incluem: •• A possibilidade de efectuar downloads de formulários de todas as agências de governo. Por exemplo, para os impostos todos os seus formulários estão em linha (www.skatteverket.se); •• No web site www.sverige.se pode ser recolhida informação sobre todos os Web site públicos e por exemplo, neste momento, todos os estudantes que participam no sistema da concessão de bolsas podem ver as suas transacções e podem seguir os seus pedidos para concessões de bolsas para estudante; •• Os cidadãos podem declarar a sua licença parental em linha e ver o status de sua licença paternal, em www.fk.se; •• Os retornos e os pagamentos de imposto também podem ser feitos em linha em www.skatteverket.se; •• O registo do carro pode ser feito em linha em www.vagverket.se; •• A informação sobre as férias pode ser encontrada em www.ams.se; •• A informação sobre os estudos na universidade pode ser encontrada em www. studera.nu; •• O acesso total às bibliotecas públicas está disponível em linha com www.libris.se. A maioria de bibliotecas municipais oferecem também a pesquisa e possibilidade de requisitar livros e outras obras em linha; •• As ofertas do trabalho são enviadas automaticamente aos cidadãos que assinaram para esse serviço em www.ams.se; •• Os estudantes que se candidataram à universidade podem seguir o status da aplicação em linha em www.vhs.se. E as aplicações às universidades podem ser feitas em linha em www.vhs.se (ou em www.netuniversity.se). •• O registo de uma empresa nova pode ser feito em linha em www.prv.se; Apesar do bom nível de serviço prestado aos cidadãos, o governo sueco informou que o sistema da administração pública será objecto de novas mudanças. O desafio é criar agências, municipalidades e concelhos de condado públicos que disponibilizem aos cidadãos e às empresas todas as vantagens de serviços de eGovernment disponíveis 24/7 (7 dias por semana / 24 horas por dia). A prioridade é servir os cidadãos, simplificando os procedimentos e aumentando a capacidade de prestação de serviço. A ideia é apresentar ao cidadão apenas um interlocutor (uma agência), mesmo que os serviços pretendidos envolvam muitas outras agências. Para isso funcionar, é de importância especial que as agências se relacionem muito bem a fim de facilitar a manipulação das 323 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais matérias mais transversais. No futuro haverá uma Web site de entrada (www.sverige.se70) onde todos os Web sites da administração pública e todos os serviços em linha podem ser acedidos. Este tipo de interface deverá ser acessível a todos os cidadãos, todos devem ter acesso aos mesmos serviços e os formatos da língua e da apresentação devem ser fáceis de compreender para todos. A administração pública terá também revisões sistemáticas dos seus serviços em linha para se certificar que o padrão dos serviços está de acordo com os objectivos e com as necessidades dos cidadãos. Factores de desenvolvimento e constrangimento do sector Ainda não foi realizado nenhum estudo de fundo sobre as barreiras e os facilitadores dos serviços do eGovernment na Suécia. Ainda assim, podem ser facilmente identificadas algumas barreiras e um por outro lado um conjunto de factores que contribuem para uma melhor disponibilização de serviços públicos em linha. Os principais obstáculos a ultrapassar, para garantir uma melhor disponibilização de serviços públicos em linha, residem nos seguintes factores: •• A Suécia não reforçou a prestação de serviços públicos em linha, especialmente entre os anos de 2002 e de 2003. Este facto é requerido como um obstáculo à manutenção e desenvolvimento futuro do país como um dos cinco países mais avançados do mundo ao nível do eGovernment. •• Uma burocracia descentralizada (que não é dominada directamente pelos ministérios) formado por agências governamentais independentes. A elevada delegação de responsabilidades delegadas permite que cada agência tenha a possibilidade para lançar e desenvolver de imediato serviços em linha que sejam importantes e urgentes para os utilizadores. No entanto, apesar das vantagens deste modelo de burocracia, dificulta a visão global e comum do serviços em linha e impede o desenvolvimento de serviços mais integrados e uniformes e com objectivos mais comuns e alinhados. Em termos de barreiras tecnológicas e administrativas podem-se destacar as seguintes: •• 92% de todos os procedimentos administrativos requerem uma assinatura do utilizador do serviço. Se houver um desenvolvimento das assinaturas digitais poder-se-á aumentar substancialmente o número dos serviços em linha disponíveis. •• 57% de todos os procedimentos administrativos requerem que o cidadão entregue os originais dos documentos que não estão disponíveis em nenhum registo da entidade pública. •• Aproximadamente 25% dos procedimentos administrativos requerem a informação suplementar de outras agências. Terá de ser desenvolvida uma plataforma tecnológica comum e segura para partilhar a informação entre as diferentes agências (este tipo do sistema já está sob o desenvolvimento). 70 Índice Em termos de barreiras legislativas podem-se destacar as seguintes: •• As barreiras relevantes dizem respeito à dificuldade de assegurar o 24/7 – necessidade de ter um regulamento comum em termos de gestão da informação e de revisão da legislação sobre a manipulação de informação. •• Algumas das leis referentes à manipulação da informação são mais antigas que as tecnologias de informação em curso. Essas leis terão que ser actualizadas e substituídas por leis mais modernas nestas matérias e que acompanhem a evolução tecnológica. Por vezes, as agências são muito relutantes em usar os serviços em linha, temendo que possam acidentalmente violar as leis existentes. Em termos de barreiras organizacionais podem-se destacar as seguintes: •• As barreiras organizacionais resultam do facto dos processos e dos sistemas que envolvem as várias agências serem sempre complexos e difíceis de controlar. As avaliações dos projectos que envolvem muitas agências mostram que há uma diferença cultural entre as agências, o que faz com que a cooperação seja mais problemática. •• Neste momento, cada agência é responsável pela definição e prestação dos seus próprios serviços em linha. Cada agência tem liberdade para escolher quando e como quer cooperar com as outras agências. Isto pode conduzir a uma suboptimização de decisões quando duas ou mais agências estão envolvidas no desenvolvimento de um serviço. Por outro lado, existem um conjunto de factores que contribuem para uma melhor disponibilização de serviços públicos em linha: •• A Suécia tem uma política de grande abertura do sector público em que aproximadamente 90% das agências e dos municípios e 95% dos concelhos de condado colocaram os seus arquivos em linha e disponíveis ao público. •• Todas as agências e 95% dos municípios e dos concelhos de condado têm os formulários de aplicação em linha, seja para download ou para preenchimento e envio à entidade pública. •• 39% dos concelhos de condado, 34% das agências nacionais e 29% dos municípios têm serviços em linha disponíveis, mas apenas 8% das agências nacionais, 2% dos concelhos de condado e nenhum município oferecem aos cidadãos a possibilidade seguir o seu caso em linha. •• Há um claro desenvolvimento dos serviços do eGovernment, faltando apenas a possibilidade de se efectuarem transacções em linha e de permitir que o utilizador dos serviços em linha faça o seguimento do seu processo de uma forma continuada. Orientação para o utilizador A actual política nacional do eGovernment põe muita ênfase na melhoraria da visibilidade, da utilidade, da acessibilidade e da qualidade de serviços públicos em linha. Diversas agências definem como seus objectivos e estratégias alcançar um nível de serviço 24/7. O governo Sueco nomeou um e-comitê para desenvolver normas e padrões a respeito dos serviços em linha e da gestão da informação. Que ainda se encontra em desenvolvimento. 324 325 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais •• O principal objectivo é possibilitar aos cidadãos o acesso fácil aos serviços públicos em linha, independentemente do tempo e do lugar. Assim, a acessibilidade é considerada como a chave para alcançar um nível serviço 24/7. •• Muito relacionada com a acessibilidade está o conceito da visibilidade. Todas a informação sobre a administração pública será, no futuro, possível de alcançar através de um local visível e acessível a todos. Para concretizar este objectivo, o governo aposta no desenvolvimento de um relacionamento estreito dentro da administração pública que permite que o sistema emita automaticamente o resultado pedido ao utilizador, mesmo que este seja incapaz de identificar e encontrar a agência apropriada para dar essa resposta. •• A utilidade e a qualidade também estão muito relacionadas dado que a utilidade de um serviço é altamente dependente da sua qualidade. A elevada qualidade e o benefício óptimo para os utilizadores são dois dos pontos principais da estratégia do eGovernment do governo Sueco. Tendo em atenção que o sucesso de uma estratégia de eGovernment depende muito da sua orientação para as necessidades dos utilizadores, é de esperar face ao acima exposto que estas políticas sejam bem sucedidas. Alinhamento entre a oferta e a procura dos serviços públicos em linha •• O número dos visitantes na Web sites do sector público está a aumentar mais rapidamente do que o número de utilizadores da Internet. Este dado permite concluir que os serviços de eGovernment estão a tornar-se cada vez mais utilizados e mais adoptados pelos utilizadores da Internet. •• Ainda assim, nem sempre a oferta de serviços em linha corresponde à procura por parte dos utilizadores. Trata-se um processo difícil de avaliar dado que o conhecimento sobre os serviços que os utilizadores procuram nem sempre é existente. Ainda assim, há alguma evidência de que os utilizadores potenciais não estão totalmente convencidos das vantagens de realizarem os seus processos com a administração pública em linha. •• De acordo com dados disponíveis, de todos os documentos que podem ser entregues em linha, três em cada quatro são realizados através do Internet, 14% dos pedidos são feitos em linha, e 46% dos restantes serviços são realizados em linha. Isto parece indicar que não há um bom alinhamento entre a oferta e a procura, e que as campanhas da informação são necessárias a fim de aumentar a consciência sobre os benefícios dos serviços em linha. •• Quem mais utiliza os serviços de eGovernment são os cidadãos que têm mais educação e cultura, que usam frequentemente a Internet e que têm acesso de banda larga em casa. De acordo com uma pesquisa efectuada aos utilizadores dos serviços públicos em linha, a maioria estão satisfeitos com o que está hoje disponível. Foi também possível mostrar que quanto mais experiência uma pessoa tem de usar a Internet, mais provável é que esta pessoa utilize os serviços públicos em linha. 326 Índice Análise SWOT Suécia Pontos Fortes Força de trabalho qualificada e flexível Infra-estrutura TIC e evolução da sociedade da informação Serviços públicos em linha de pesquisa de emprego e declaração de impostos Pontos Fracos Por um lado, Estado muito centralizado Por outro, existência de uma burocracia descentralizada nas agências estatais com demasiada autonomia - o que leva à perda de visão global Oportunidades Oferta de serviços em linha 24 horas / 7 dias por semana Crescimento dos visitantes dos web sites do Estado superior ao crescimento dos visitantes dos web sites em geral Existência de um único interlocutor para todos os assuntos com o estado Ameaças Dificuldade de uniformizar procedimentos ao nível das agências faz com que exista uma resposta menos eficientes a pedidos que envolvam mais do que uma agência 4.3.2.5 Portugal Infra-estrutura existente, qualificações e competências do sector O desempenho de Portugal ao nível da sociedade de informação é modesto, necessitando de desenvolver a sua infra-estrutura e de envolver mais os cidadãos e as empresas na utilização das TICs. Indicadores de Infra-Estrutura Suécia EU15 EU25 Lares com acesso à Internet (Eurostat 2005) 26% 45% 42% Penetração da banda larga 6.4% 7.6% 6.5% Preço do pacote de utilização de Internet (OCDE 2004) 73.25 49.57 48.35 Despesa nas TICs em percentagem do PIB (EITO, 2004) 4.6% 3.2% 2.6% Índice de “Desigualdade Digital” (SIBIS 2002/2003) 27.3 53.0 50.1 (Eurostat 2005) Fonte: Projecto eUSER - Agosto de 2005 •• De acordo com estes dados, Portugal está muito atrasado em relação à média de UE nos indicadores de lares com acesso à Internet, do preço do pacote de acesso à Internet e da desigualdade digital (índice composto que compara o nível de difusão de PCs e do acesso à Internet nos grupos minoritários da população - em 327 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice •• Estrutura e organização da Administração Pública Portuguesa, com forte resistência à mudança, com falta de competências para se adaptar aos novos modelos de prestação de serviço, com muita hierarquia e com falta da cooperação e de experiência de trabalho em rede. Muitos destas actuais características não são compatíveis com a enorme necessidade de modernizar o sistema actual com recurso às TICs. •• O mindset dos cidadãos Portugueses, com baixo nível de instrução, baixo nível de acesso à Internet nos lares, falta de confiança nos serviços em linha e na sua segurança. função do sexo, idade, da instrução e do rendimento – em relação à média da população71). •• Apesar das medidas desenvolvidas no sentido de aumentar a penetração da banda larga, ainda será necessário efectuar um grande esforço para alcançar o objectivo de 8% definido pela Comissão Europeia. •• O único aspecto positivo é o facto da despesa nas TICs ser significativamente mais elevada do que a da EU25 no seu todo. Caracterização e evolução recente do sector Em termos da oferta e procura de serviços públicos em linha, é de referir que Portugal é dividido administrativamente em duas regiões autónomas (Açores e Madeira) e em dezoito distritos com 308 municípios. O governo central e as autoridades locais são os principais responsáveis pela disponibilização dos serviços públicos. Nos últimos três anos, Portugal tem-se esforçado por aumentar os seus serviços públicos em linha e por melhorar sua qualidade. Por exemplo, no portal da Associação Nacional de Municípios - ANM (www.anmp.pt) podem-se encontrar as ligações aos Web sites dos municípios onde se podem encontrar várias informações e formulários para download. No Web site das finanças, os cidadãos podem encontrar informação sobre as declarações de imposto, submeter as suas declarações inteiramente em linha e receber a respectiva notificação. Também, é possível efectuar o registo das casas, de lojas comerciais, de carros novos, usados e importados através de Web site www.dgrn. mj.pt. A informação personalizada sobre a obtenção ou renovação de um passaporte “normal” (para os cidadãos nacionais que vivem em Portugal) ou “especial” (para os cidadãos estrangeiros ou para os cidadãos nacionais que vivem noutros países), também já está disponível no Ministério da administração interna em www.mai.gov.pt e em www.dgaccp.pt (para os passaportes especiais). Um serviço administrativo muito sofisticado é o dos impostos, com a declaração, notificação da avaliação disponível em linha (www.e-financas.gov.pt). Diversos outros serviços do eGovernment foram também desenvolvidos para facilitar a vida diária dos cidadãos na área do emprego (http://portal.iefp.pt/) e da cultura (caso do portal das bibliotecas públicas, onde os cidadãos podem encontrar informação sobre a disponibilidade dos livros e executar pesquisas - www.bn.pt). O Portal com mais interactividade é o portal central aos serviços administrativos, o portal do cidadão (www.portaldocidadao.pt). Aqui, os cidadãos podem pedir e entregar certificados em linha de nascimento e de união; podem também submeter em linha um anúncio de mudança de residência. Factores de desenvolvimento e constrangimento do sector Os principais obstáculos a ultrapassar, para garantir uma melhor disponibilização de serviços públicos em linha, residem nos seguintes factores: 71 Quanto menor o resultado deste índice maior é a “desigualdade digital” - Ver em www.sibis-eu.org 328 Por outro lado, existem um conjunto de factores que contribuem para uma melhor disponibilização de serviços públicos em linha: •• A promoção do acesso à Internet, o ensino de TICs nas escolas, a atribuição de benefícios fiscais para a aquisição de computadores e de outros benefícios para a utilização dos serviços públicos em linha (por exemplo, conceder prazos mais longos para a submissão em linha das declarações de IRS). •• O total alinhamento das políticas nacionais com a política europeia para a sociedade de informação - estratégia de Lisboa e os planos de acção e-Europa 2002 e e-Europa 2005. A criação, em 2002, de uma entidade responsável por desenvolver, executar e coordenar as estratégias da Sociedade da Informação em Portugal – a UMIC. Esta entidade elaborou uma estratégia nacional que envolveu todas as entidades públicas e que contribuiu para a propagação dos efeitos de disseminação das práticas de eGovernment. Foi também criado o POSI (programa operacional para a sociedade de informação), instrumento de financiamento das iniciativas de eGovernment para o período 2000-2006. O programa Portugal Digital, financiado pelo POSI, tinha como objectivo aumentar o acesso aos PCs e à Internet por parte dos cidadãos, sendo uma medida estrutural para o desenvolvimento da sociedade de informação em Portugal. •• O desenvolvimento de um plano de acção específico para o Governo Electrónico72, desenvolvido pela UMIC em 2003, onde estão bem definidas as prioridades e os caminhos para atingir os objectivos propostos. Orientação para o utilizador O exemplo mais interessante de um serviço orientado para o utilizador é o Portal do cidadão. Trata-se de um portal dirigido exclusivamente às necessidades do cidadão e que adopta boas práticas em termos de: •• Visibilidade - é anunciado extensivamente em comerciais da TV e é facilmente pesquisado na Internet (era mesmo o primeiro resultado que aparece numa pesquisa com a keyword “Cidadão”); Qualidade e Eficiência dos Serviços Públicos - Plano de Acção para o Governo Electrónico, UMIC, 2003 - Uma das principais atribuições da Unidade de Missão Inovação e Conhecimento (UMIC), de acordo com o diploma que a constituiu (Resolução do Conselho de Ministros 135/2002, de 20 de Novembro), consiste na apresentação deste Plano de Acção para o Governo Electrónico em Portugal, documento que, em conjunto com o Plano de Acção para a Sociedade da Informação, traduz a política para o desenvolvimento da Sociedade da Informação do XV Governo Constitucional. 72 329 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais •• Utilidade - dentro deste portal, os usuários têm a possibilidade para consultar dois tipos diferentes de informação; a informação a respeito dos estágios diferentes da vida, tais como o nascimento, a morte, o emprego, e as situações da vida diária, e depois a informação a respeito das áreas de interesse específicas, tais como a justiça, a protecção do consumidor, o ambiente, a saúde, os sistemas fiscais e de impostos, o ensino, entre outros); •• Acesso/disponibilidade - é uma fonte de informação acessível 24 horas que não implica nenhuma deslocação física. Além disso, este portal tem símbolo da “acessibilidade”, o que significa que está adaptado aos cidadãos com necessidades especiais, tais como os invisuais e os surdos. •• Qualidade do serviço - a maioria dos serviços permitem transacções entre os utilizadores e as entidades públicas, o que implica um início de uma sessão segura com uma senha personalizada. Alinhamento entre a oferta e a procura dos serviços públicos em linha Aparentemente, verifica-se um certo alinhamento entre a oferta global de serviços públicos em linha e a procura deste tipo de serviços por parte dos utilizadores. Isto porque, para além da utilização destes serviços ter crescido significativamente, também aumentou o número de serviços totalmente transaccionais. Hoje em dia a maioria de serviços de eGovernment já estão disponíveis na Internet e mesmo os que não estão totalmente transaccionais, fornecem informação útil e explicam como efectuar a transacção por outros meios. Os serviços públicos em linha ganharam muita visibilidade e os utilizadores já estão melhor informados sobre as suas vantagens (por exemplo, quando um cidadão se desloca a um serviço público para realizar uma tarefa administrativa é informado sobre a disponibilidade do serviço na Internet e incentivado a usá-lo através deste canal – podem desta forma ser evitadas longas filas de espera especialmente nas alturas de final de prazo de entrega de declarações ou impostos). Um dos serviços mais bem sucedidos foi a Declaração de Impostos através do web site do Ministério das Finanças. Análise SWOT Portugal Pontos Fortes Adopção das TICs por parte da população com um nível de educação superior Existência de planos de acção bem elaborados e com potencial de execução Projectos com sucesso: Declarações de Impostos por via electrónica; Compras Públicas e Portal do Cidadão Índice Análise SWOT Portugal Oportunidades Próxima presidência europeia e conferência do eGovernment Promover o eGovernment com base nos quick wins já reconhecidos pelos utilizadores: Redução do tempo e da burocracia Introdução do ensino das TICs e da Internet no ensino básico Ameaças Envelhecimento da população, em que parte significativa não possui competências para interagir em linha com o Estado Rumo divergent da economia Portuguesa em relação aos restantes países da EU 4.3.3 Posicionamento actual de Portugal face aos 26 parceiros da EU 4.3.4.1 Introdução O posicionamento de Portugal em relação ao eGoverment, face outros estados membros, é bem ilustrado num estudo publicado pela Comissão Europeia73 em 29 de Junho de 2006. Trata-se de um inquérito regular de benchmarking desenvolvido pela empresa de consultoria Capgemini para a “DG Information Society and Media”, já na sua sexta edição, que avalia a forma como os diferentes países Europeus estão a evoluir nas suas práticas de eGovernment. Para a operacionalização destes exercícios de benchmarking, foi seleccionado um cabaz de 20 serviços públicos básicos oferecidos aos cidadãos e às empresas dos 25 EstadosMembros, da Noruega, da Islândia e da Suiça (salvo raras excepções especificadas nos estudos). Todos estes serviços, prestados por um conjunto de organismos públicos, foram avaliados à luz de critérios relacionados com o seu grau de interactividade e disponibilidade. Lista de 20 serviços públicos básicos em linha Serviços públicos para os cidadãos Citizens Serviços públicos para as empresas Businesses 1. IRS: declarações e notas de liquidação Income Taxes Social 1. Contribuições para a segurança social de trabalhadores por conta de outrem Contribution for Employees 2. Serviços de procura de emprego Job Search 2. 2. IRC: declaração e notificação Corporate Tax Pontos Fracos Baixo nível de instrução da maior parte da população Baixo nível de acesso à internet Administração Pública mal preparada para a mudança Não houve uma aposta nos serviços públicos em linha na área da educação - por exemplo nos processos de candidatura de acesso ao ensino 330 73 Online Availability of Public Services: How Is Europe Progressing? - Web Based Survey on Electronic Public Services - Report of the 6th Measurement, June 2006 331 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Lista de 20 serviços públicos básicos em linha Lista de 20 serviços públicos básicos em linha Serviços públicos para os cidadãos Citizens Serviços públicos para as empresas Businesses Serviços públicos para os cidadãos Citizens 3. Contribuições para a Segurança Social (3 das 4 apresentadas) · Subsídio de desemprego · Subsídio familiar a crianças e jovens · Despesas em actos médicos (reembolso ou pagamento imediato) · Bolsas de estudos Social Security Benefits 3. 3. IVA: declaração e notificação VAT 12.Serviços de saúde (por exemplo, avisos interactivos da disponibilidade dos serviços nos diferentes hospitais; marcação de consultas em hospitais) Health-related Services 4. Documentos pessoais (passaporte e carta de condução) Personal Documents 4. Registo de uma nova empresa Registration of a New Company 5. Registo automóvel (novos, usados e importados) Car Registration 5. Submissão de dados para os órgãos produtores de estatísticas Submission of Data to the Statistical Office 6. Licença de construção Application for Building Permission 6. Declaração de Impostos Alfandegários Custom Declaration 7. Declaração à polícia (por exemplo, em caso de furto) Declaration to the Police 7. Licenças ambientais Environment-related Permits 8. Bibliotecas públicas (catálogos e ferramentas de pesquisa) Public Libraries 8. Compras públicas Public Procurement 9. Certidões de registo civil (nascimento e matrimónio): requisição e entrega Birth and Marriage Certificates 10.Matrícula no ensino superior/ universidade Enrolment in Higher Education 11.Informação sobre alteração residência Announcement of Moving 332 de Serviços públicos para as empresas Businesses Fonte: Online Availability of Public Services: How Is Europe Progressing? - Web Based Survey on Electronic Public Services - Report of the 6th Measurement, June 2006 Para efeito desta análise de benchmarking, foram definidos os seguintes indicadores, relacionados com o grau de interactividade e disponibilidade dos serviços públicos. Indicador 1) Sofisticação dos serviços em linha É a percentagem de sofisticação dos serviços públicos disponíveis na web – esta sofisticação depende do nível ou do tipo de disponibilidade que existe (isto é, apenas um site informativo ou um site com integração nos 2 sentidos). •• Nível 0 – Não há Serviços Públicos em linha – 0/25% •• Nível 1 – Informação - Informação em linha sobre os serviços Públicos – 25/50% •• Nível 2 – Interacção (apenas num sentido) - Download de formulários – 50/75% •• Nível 3 – Interacção bidireccional (em dois sentidos) - Submissão de formulários, incluindo autenticação – 75/100% •• Nível 4 – Transacção (Case handling) - decisão e pagamento electrónico completo – 100% Indicador 2) Serviços totalmente disponíveis em linha É a percentagem dos serviços públicos completamente disponíveis na web No inquérito de 2006, registaram-se 12.590 entidades prestadoras destes serviços, com destaque para: •• Organismos da administração central •• Organismos da administração regional •• Cidades e municípios •• Outros prestadores de serviços públicos como as bibliotecas, hospitais, universidades e institutos ensino superior, esquadras de polícia e companhias de seguros. 333 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Portugal tem apresentado, à semelhança da maioria dos países europeus, uma maior sofisticação em serviços disponibilizados a empresas, face a serviços destinados a cidadãos. Destaca-se a elevada sofisticação dos serviços orientados à cobrança de receita, por norma, desde 2001 muito desenvolvidos, enquanto que outros apresentam ainda Resultados do Indicador “Sofisticação em linha” por países 100 75 50 25 Oct 2004 Apr 2006 EU (18) Latvia Slovakia Greece EU (28) Czech Republic Luxembourg Poland Cyprus Switzerland Germany Lithuania Iceland Belgium Spain Netherlands Hungary Italy Ireland Portugal 0 Finland France Portugal volta a posicionar-se acima da média europeia no desenvolvimento de serviços públicos on-line, obtendo o 12º lugar neste ranking composto por 28 países europeus, onde foi analisada a maturidade do e-Government. Análise dos resultados do Indicador “Sofisticação em linha” Slovenia Denmark Conclui-se que na União Europeia, a maturidade dos serviços públicos on-line continua a crescer e atingiu este ano um elevado nível global de sofisticação: a maioria dos serviços permite uma interacção bi-direccional total entre cidadãos e governos e cerca de metade dos processos podem ser totalmente tratados on-line75. Apesar de Portugal ter registado um progresso interessante, os resultados obtidos não significam que estamos numa posição confortável. Isto porque os nossos esforços foram insuficientes face ao mais rápido crescimento e evolução dos outros países. Para Portugal poder ser competitivo neste exercício de benchmarking será fundamental disponibilizar mais e melhores serviços a cidadãos e empresas numa lógica clara de maior orientação para os utilizadores. Norway Em termos dos destinatários dos serviços, o desvio entre o G2B e o G2C é cada vez maior. Enquanto que os serviços G2B ultrapassam a interacção bilateral na maior parte dos países, os G2C ainda não atingiram à interacção unilateral nalguns países. Enquanto que nos estados membros mais antigos há uma ligeira tendência para um progresso nos serviços G2C, nos novos estados membros regista-se um elevado progresso tanto nos serviços G2C como nos G2B. Nos serviços destinados aos cidadãos, a maioria já permite duas vias de interacção com a possibilidade de se completar o processo por via electrónica. A emissão de licenças de construção, o registo automóvel e a inscrição em Universidades continuam a ser os serviços que apresentam o menor nível de sofisticação, com 25%, 50% e 50%, respectivamente. United Kingdom A Áustria é o país líder graças à sua plataforma de eGovernment que é um excelente exemplo de como optimizar os recursos do Estado. É também de destacar o progresso registado nos novos estados membros em que o indicador de sofisticação dos serviços públicos em linha cresceu 16% em média e estando apenas a menos 10% que a média dos estados membros mais antigos. Malta subiu do 16ºlugar para o 2ºlugar e a Estónia subiu do 8ºlugar para o 3ºlugar (junto com a Suécia). O estudo deste ano confirma, mais uma vez, a tendência identificada nos anos anteriores, em como no nosso país, os serviços públicos disponíveis na Internet destinados às empresas estão mais desenvolvidos que os que se destinam aos cidadãos (95% contra 75%). Além da entrega das declarações de IVA, IRC e Segurança Social por via electrónica, em 2005 o preenchimento de informação estatística também já pode ser realizado através da Internet. Estonia Sweden De acordo com a análise efectuada pela “European Communities” 74 os resultados deste inquérito revelam que em 2006, a sofisticação dos serviços públicos em linha atingiu um resultado médio de 75% enquanto que nos serviços totalmente disponíveis em linha chegou a cerca de 50%. Ambos os indicadores tiveram um significativo progresso de 10% em termos globais para os 28 países. estágios de desenvolvimento muito incipientes, de onde se destacam, por exemplo, o acesso ao ensino superior ou a obtenção de licenças de construção. Austria Malta Resultados Os principais resultados deste inquérito, de dados relativos a 2005, são apresentados por países, por indicadores e por destinatários dos serviços (cidadãos - public services for citizens / government to citizens G2C e empresas public services for businesses ou / business to government G2B). Os países são classificados num ranking de acordo com os valores obtidos nos dois indicadores acima mencionados (globalmente e especificamente para o caso do G2C e do G2B). Todos os valores são comparados com os resultados obtidos no anterior inquérito de 2004. Índice EU (10) Fonte: Online Availability of Public Services: How Is Europe Progressing? - Web Based Survey on Electronic Public Services - Report of the 6th Measurement, June 2006 Fonte: eGovernment News – 13 July 2006 – EU Institutions Benchmarking - European Communities 2006. Fonte: Martins, Jorge - eGov em Portugal em retoma, mas a necessitar de desenvolvimento mais rápido e eficiente, iGov [Em linha], Act. 25 Setembro 2006, [Consulta em 15 Março 2007]. Disponível em <URL: http://www.i-gov.org/index.php?article=766&visual=1&id=29& subject=134 74 75 334 335 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice •• A maturidade dos serviços públicos em linha atingiu um nível global de sofisticação em que a norma é a interacção entre o governo e os cidadãos. Todos os países com excepção de Letónia ultrapassam o Nível 1 (Informação) e mais de 50% dos países ultrapassam o Nível 2 (Interacção). •• Tal como referido, a Áustria continua a ser o líder deste ranking. Mas já existem dois novos estados membros nos 2º e 3º lugares. É de referir que Malta é um bom exemplo de um pequeno país que conseguiu subir rapidamente no ranking por ter apostado no reforço da sua infra-estrutura de eGovernment. •• O resultado obtido neste indicador pelos serviços públicos destinados às empresas é bem melhor que o obtido pelos serviços para os cidadãos. No caso do G2B, o indicador excede os 75%, atingindo nalguns casos os valores limite. No caso do G2C ainda há espaço para uma melhoria significativa em muitos destes serviços. Análise dos Resultados do Indicador “Serviços totalmente disponíveis em linha” Resultados do Indicador “Serviços totalmente disponíveis em linha” Posição de Portugal no Indicador “Sofisticação em linha” Abr-06 Out-04 Evolução Portugal 83,00 68,00 22% Finlândia 85,00 83,00 2% Holanda 79,00 70,00 13% 25 Suécia 90,00 89,00 1% 0 Dinamarca 85,00 81,00 5% 75 •• Apesar de Portugal, em comparação com os outros quatro países, registar o pior resultado neste indicador, apresenta a taxa de evolução mais positiva de todos face ao último inquérito. •• De facto, em termos comparativos face a 2004 e aos restantes 28 países, Portugal registou neste indicador a 5º maior evolução (15%), logo atrás de países como a Hungria (31%), Malta (25%), Eslovénia (20%) e Polónia (18%). Resultados do Indicador “Sofisticação em linha” por destinatários 71 81 86 88 0 25 50 EU (18) 75 EU (28) EU (28) Latvia Switzerland Luxembourg Poland Slovakia Czech Republic Lithuania Greece Iceland Germany Belgium Hungary Italy Spain Italy Netherlands Ireland EU (18) EU (10) Fonte: Online Availability of Public Services: How Is Europe Progressing? - Web Based Survey on Electronic Public Services - Report of the 6th Measurement, June 2006 •• Para cerca de metade dos países deste ranking, mais de 50% dos serviços públicos estão totalmente disponíveis em linha. •• A Áustria continua a liderar este ranking, de igual forma seguida pelos dois novos estados membros (Estónia e Malta). Sofisticação em linha 68 Public services for businesses Apr 2006 Posição de Portugal no Indicador “Serviços totalmente disponíveis em linha” 62 Public services for citizens Portugal France Slovenia Norway Oct 2004 Denmark Finland Fonte: Online Availability of Public Services: How Is Europe Progressing? - Web Based Survey on Electronic Public Services - Report of the 6th Measurement, June 2006 United Kingdom Matla Sweden 50 Austria Estonia Sofisticação em linha 100 100 EU (10) Abr-06 Out-04 Evolução Portugal 60,00 60,00 50% Finlândia 61,00 67,00 -9% Holanda 53,00 32,00 66% Suécia 74,00 74,00 0% Dinamarca 63,00 58,00 9% Fonte: Online Availability of Public Services: How Is Europe Progressing? - Web Based Survey on Electronic Public Services - Report of the 6th Measurement, June 2006 Fonte: Online Availability of Public Services: How Is Europe Progressing? - Web Based Survey on Electronic Public Services - Report of the 6th Measurement, June 2006 336 337 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice •• Apesar da boa evolução de Portugal neste indicador, colocando-o junto da Finlândia, foi a Holanda que registou a maior evolução face ao último inquérito. •• Portugal obtive uma subida de 20% comparativamente a 2004, registando também a 5ª maior evolução, atrás de países como Malta (35%), Hungria (35%), Holanda (21%) e Eslovénia (20%). Resultados do Indicador “Serviços totalmente disponíveis em linha” por destinatários 33 Public services for citizens 36 37 55 Public services for businesses 67 74 0 25 50 75 EU (18) EU (28) 100 EU (10) Fonte: Online Availability of Public Services: How Is Europe Progressing? - Web Based Survey on Electronic Public Services - Report of the 6th Measurement, June 2006 •• O resultado do indicador “Serviços totalmente disponíveis em linha” para as empresas é bastante superior ao dos cidadãos. Trata-se de um desvio muito superior ao verificado no caso do indicador “sofisticação em linha”. Ainda assim, regista-se face ao anterior inquérito uma boa evolução no indicador “Serviços totalmente disponíveis em linha” para os cidadãos. No entanto, em termos globais, o resultado do inquérito de 2006 mostra que o desvio entre a performance dos serviços públicos para as empresas e os serviços públicos para os cidadãos é cada vez maior. Conclusão Em termos globais, conclui-se que já está a emergir nos países mais avançados um novo modelo com serviços inteligentes e orientados para os utilizadores. No entanto, este tipo de estratégia ainda está afastado das práticas generalizadas de eGovernment em Portugal. Ainda de acordo com o responsável do Sector Público na Capgemini Portugal76, um dos motivos pelos quais temos vindo a alcançar resultados medianos, quando nos comparamos com outros países europeus, é o facto de não dispormos de uma 76 Empresa que realiza este inquérito sobre a Utilização de Serviços Públicos Electrónicos na Europa para a Comissão Europeia. 338 agenda de acções que possibilite à Administração Pública desenvolver de forma sistemática e regular, os programas necessários ao desenvolvimento dos serviços online. Este responsável refere ainda que deverá ser realizado um conjunto de acções, que compreendam de forma sistematizada actividades como: 1. Efectuar uma avaliação de alto nível aos diversos serviços de eGov disponibilizados actualmente, identificando quais os serviços mais e menos desenvolvidos, entendendo as barreiras existentes ao seu desenvolvimento, que poderão ser, por exemplo, de carácter legal ou de integração de sistemas informáticos; 2. Avaliar que outros serviços poderão ser desenvolvidos online, cujo impacto na vida dos cidadãos e empresas seja notório, referindo como exemplo o processo associado ao licenciamento de construção, praticamente ainda desenvolvido de forma manual e requerendo diversas interacções entre serviços e requerentes, quer da Administração Central ou Local; 3. Definir prioridades para o desenvolvimento online desses serviços, fixando metas, objectivos claros e intervenientes-chave para a sua realização; 4. Desenvolver um programa de monitorização, que valide o cumprimento dos objectivos de execução das diversas iniciativas; 5. Apresentar e comunicar periodicamente os resultados atingidos, numa lógica de mobilização e sensibilização dos diversos intervenientes face ao cumprimento dos objectivos estabelecidos. De acordo com a Capgemini, nas próximas edições deste inquérito serão utilizados novos indicadores para avaliar o cumprimento do objectivo “to make efficient and effective eGovernment a reality” do plano de acções para o eGovernment i2010. Finalmente, é ainda de referir que existem outros serviços, que apesar de não contemplados em termos deste inquérito, revestem-se de grande utilidade para o cidadão e para o Estado. Na área da Saúde, por exemplo, o registo médico electrónico (Electrónic Health Record), que tem vindo a ser desenvolvido em vários países, (Suécia, Dinamarca, Holanda), possibilita para além de um acesso mais facilitado aos cuidados básicos de saúde, por parte dos cidadãos e uma redução acentuada da despesa do Estado em meios complementares de diagnóstico. 4.3.4 Posicionamento e desenvolvimento de Portugal face aos 4 países 4.3.4.1 Introdução Neste tópico apresenta-se uma nova ferramenta para avaliar o posicionamento dos países face ao eGovernment, tendo em conta não só indicadores do lado da oferta (sofisticação dos serviços em linha – indicador de sofisticação da oferta já utilizado no ponto anterior) como também do lado da procura (com um novo indicador de sofisticação da procura de serviços de G2B e de G2C). Isto porque se entende que o grau de utilização dos serviços públicos em linha por parte dos seus destinatários é também uma perspectiva importante para avaliar os benefícios do eGovernment tanto para os os cidadãos como para as empresas. 339 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Esta introdução de um indicador do lado da procura está em linha com a preocupação expressa no “benchmarking survey” do tópico anterior quando se refere que “a forma actual de medição ainda é muito supply driven”. Verifica-se que a maior disponibilidade de banda larga, de tecnologias emergentes e multicanal (iDTV e a mobilidade) e de novos modelos de negócio (baseados na Web 2.0) são factores que podem contribuir para uma mais fácil utilização dos serviços de eGovernment por parte das empresas e dos cidadãos. No entanto, estes factores por si só não garantem uma maior procura de serviços de eGovernment por parte dos seus utilizadores alvo. Comparação entre a oferta e a utilização de serviços públicos em linha para as empresas 100 75 50 Os gráficos seguintes demonstram que existe uma baixa correlação entre a oferta e o uso dos serviços públicos em linha, tanto no caso dos cidadãos como das empresas. Ainda assim, esta comparação deve ser efectuada com algum cuidado tendo em consideração que existe uma curva de experiência entre a disponibilização dos serviços e a sua apropriação por parte dos seus destinatários. entre a ofertatorna-se e a utilização deque serviços em linha aComparação utilização destes serviços, evidente apesarpúblicos dos enormes investimentos para os cidadãos realizado em projectos de eGovernement, os serviços disponibilizados ainda não é utilizado pela maior parte dos seus destinatários. 100 eGovernment usage by inviduals (2005) United Kingdom Sweden Slovenia Slovakia Spain Switzerland Portugal Poland Malta Netherlands Norway Latvia Italy Luxembourg Lithuania Hungary Iceland Ireland France Germany Greece Estonia Finland Cyprus Czech Republic Denmark 0 Austria Belgium Os 75 gráficos seguintes demonstram que existe uma baixa correlação entre a oferta e o uso dos serviços públicos em linha, tanto no caso dos cidadãos como das empresas. 50 Ainda assim, esta comparação deve ser efectuada com algum cuidado tendo em consideração que existe uma curva de experiência entre a disponibilização dos serviços 25 e a sua apropriação por parte dos seus destinatários. Online sophistication for citizens (2006) Fonte: Online Availability of Public Services: How Is Europe Progressing? - Web Based Survey on Electronic Public Services - Report of the 6th Measurement, June 2006 eGovernment usage by enterprises (2005) United Kingdom Sweden Slovenia Slovakia Spain Switzerland Portugal Poland Malta Netherlands Norway Latvia Italy Luxembourg Lithuania Hungary Iceland Ireland France Germany Greece Estonia Finland 0 Cyprus Czech Republic Denmark No “benchmarking survey” da Comissão Europeia reconhece-se que é muito importante avaliar os desvios entre a oferta e a utilização de serviços públicos em linha, tanto para os cidadãos como para as empresas. Da análise dos dados do Eurostat sobre a utilização destes serviços, torna-se evidente que apesar dos enormes investimentos realizado em projectos de eGovernement, os serviços disponibilizados ainda não é utilizado pela maior parte dos seus destinatários. Austria Belgium 25 Online sophistication for businesses (2006) Fonte: Online Availability of Public Services: How Is Europe Progressing? - Web Based Survey on Electronic Public Services - Report of the 6th Measurement, June 2006 Da comparação dos dois gráficos pode-se concluir que o desvio entre a sofisticação dos serviços em linha e sua utilização por parte dos destinatários é muito menor no caso das empresas do que nos cidadãos. De acordo com os dados do Eurostat, as empresas utilizam muito mais os serviços públicos em linha dos que os cidadãos. 4.3.4.2 Modelo de Avaliação de Posicionamento em relação ao eGovernment É neste âmbito que se desenvolveu um novo modelo de avaliação do posicionamento dos países em relação ao eGovernment, baseado em duas dimensões críticas: •• a da oferta representada pelos indicadores de sofisticação da oferta de serviços de eGov prestados pelo Estado aos cidadãos e empresas. Do ponto de vista da sofisticação da oferta de serviços G2B e G2C, utilizaram-se os mesmos 20 serviços públicos básicos em linha, do “benchmarking da administração pública em linha” realizado pela CapGemini para a Comissão Europeia. •• a da procura representada por indicadores de sofisticação da procura de serviços de eGov prestados pelo Estado aos cidadãos e empresas – Indicadores do Eurostat relativos à posse de tecnologia crítica (Internet de banda larga) para a utilização destes serviços e do tipo de interacção com o estado. Os pressupostos assumidos para o desenvolvimento do modelo foram: •• Os grupos alvos dos serviços públicos são os Cidadãos G2C e as Empresas G2B. •• O canal de distribuição dos serviços públicos é a Internet. Não se consideram outros canais de disponibilização de serviços públicos como por exemplo, outros canais electrónicos, web, telemóvel, TV e callcenters. 340 341 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice •• Tal como no inquérito regular “benchmarking da administração pública em linha” da Comissão Europeia, não foram consideradas as dimensões relacionadas com o back-office e com a disponibilização de outros serviços públicos essenciais, incidindo apenas a análise nas dimensões de front-office relativas à oferta dos 20 serviços públicos básicos em linha. Os resultados dessa avaliação do posicionamento dos países em relação ao eGovernment são expressos sob a forma de uma matriz, baseada nos valores atribuídos à sofisticação da oferta e da procura. Do ponto de vista da sofisticação da procura de serviços G2B e G2C, utilizaram-se os seguintes indicadores: Indicador de Sofisticação da Oferta de serviços para os cidadãos (G2C) Sofisticação Serviços Prestados Portugal Finlândia Holanda Suécia Dinamarca G2C 1. IRS: declarações e notas de 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% liquidação 2. Serviços de procura de emprego 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 3. Contribuições para a Segurança Social 67,0% 87,5% 62,5% 75,0% 87,5% 4. Documentos pessoais (passaporte e carta de condução) 58,3% 50,0% 42,0% 50,0% 66,7% 5. Registo automóvel (novos, usados e importados) 50,0% 0,0% 25,0% 100,0% 50,0% 6. Licença de construção 25,0% 50,0% 50,0% 62,5% 50,0% 7. Declaração à polícia (por exemplo, em caso de furto) 50,0% 100,0% 100,0% 66,7% 66,7% 8. Bibliotecas públicas (catálogos e ferramentas de pesquisa) 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 9. Certidões de registo civil (nascimento e matrimónio): requisição e entrega 100,0% 10.Matrícula no ensino superior/universidade 50,0% 100,0% 75,0% 100,0% 100,0% 11.Informação sobre alteração de residência 100,0% 100,0% 50,0% 100,0% 100,0% 342 0,0% 50,0% 100,0% 66,7% Indicador de Sofisticação da Oferta de serviços para os cidadãos (G2C) Sofisticação Serviços Prestados G2C Portugal Finlândia Holanda Suécia Dinamarca 12.Serviços de saúde (por exemplo, avisos interactivos da disponibilidade dos serviços nos diferentes hospitais; marcação de consultas em hospitais) 75,0% 37,5% 0,0% 0,0% 25,0% 73% 83% 69% 87% 76% Resultados Fonte: eServices for citizens - Availability and sophistication of eServices for Citizens – Source: Online Availability of Public Services: How Is Europe Progressing? - Web Based Survey on Electronic Public Services - Report of the 6th Measurement, June 2006 – dados relativos a 2005 Indicador de Sofisticação da Oferta de serviços para as empresa (G2B77) Sofisticação Serviços Prestados Portugal Finlândia Holanda Suécia G2C 1. Contribuições para a segurança social de 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% trabalhadores por conta de outrém Dinamarca N/A 2. IRC: declaração e notificação 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 3. IVA: declaração e notificação 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 4. Registo de uma nova empresa 5. Submissão de dados para os orgãos produtores de estatísticas 6. Declaração de Impostos Alfandegário 100,0% 75,0% 50,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 7. Licenças ambientais 50,0% 75,0% 37,5% 8. Compras públicas 100,0% 75,0% 100,0% 100,0% 100,0% 94% 91% Resultados 86% 50,0% 94% 100,0% 100% Fonte: eServices for businesses - Availability and sophistication of eServices for Businesses – Source: Online Availability of Public Services: How Is Europe Progressing? - Web Based Survey on Electronic Public Services - Report of the 6th Measurement, June 2006 – dados relativos a 2005 343 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Do ponto de vista da sofisticação da procura de serviços G2B e G2C, utilizaram-se os seguintes indicadores: Indicador de Sofisticação da Procura por parte dos cidadãos (G2C) Sofisticação Serviços Prestados G2C Percentagem de indíviduos que utilizam a Internet pelo menos uma vez por semana Percentagem de lares com uma ligação de banda larga Percentagem de indivíduos que fizeram compras pela Internet nos últimos três meses Peso atribuído Portugal Finlândia Holanda Suécia Dinamarca 1 28% 63% 76% 80% 73% 1 1 24% 5% 53% 29% 66% 36% 51% 39% 63% 31% Percentagem de indivíduos que utilizam a Internet para interagir com Entidades Públicas (para obter informações) 2 Percentagem de indivíduos que utilizam a Internet para interagir com Entidades Públicas (para efectuar o download de formulários) 2 12% 45% 46% 31% 16% Percentagem de indivíduos que utilizam a Internet para interagir com Entidades Públicas (para reenviar formulários preenchidos) 2 9% 11% 30% 21% 14% 12% 45% 46% 49% 43% Indicador de Sofisticação da Procura por parte das empresas (G2B) Sofisticação Serviços Prestados G2C Peso atribuído Portugal Finlândia Holanda Suécia Dinamarca Percentagem de empresas que utilizam a Internet para interagir com Entidades Públicas (para reenviar formulários preenchidos) 1 52% 71% 61% 78% 77% Percentagem de empresas com uma ligação de banda larga 1 12% 45% 46% 49% 43% Percentagem de empresas que fizeram compras pela Internet no ano passado 1 12% 19% 20% 41% 32% Percentagem de empresas que receberam encomendas pela Internet no ano passado 1 9% 17% 23% 24% 32% 46% 69% 58% 66% 66% Resultados Fonte: Information Society basic data and Indicators - Eurostat – dados relativos a 2005 (excepto Holanda, Suécia e Dinamarca com valores de 2006) Com base nos valores obtidos para as duas dimensões críticas (sofisticação da oferta e da procura), é possível avaliar o posicionamento de Portugal face aos outros países, tanto nos serviços G2C como G2B. Posicionamento de Portugal face aos outros países, nos serviços G2C Finlândia Resultados 13% 33% 43% 41% 35% Fonte: Information Society basic data and Indicators – Eurostat – dados relativos a 2005 Portugal Suécia Matriz de Posicionamento G2C 100% Holanda Indicador de Sofisticação da Procura por parte das empresas (G2B) Peso atribuído Portugal Finlândia Holanda Suécia Dinamarca 60% 40% 20% 0% Percentagem de empresas que utilizam a Internet para interagir com Entidades Públicas (para obter informações) 2 52% 88% 63% 78% 81% Percentagem de empresas que utilizam a Internet para interagir com Entidades Públicas (para efectuar o download de formulários) 2 53% 87% 64% 78% 77% 344 Sofisticação Oferta 80% Sofisticação Serviços Prestados G2C Dinamarca 0% 20% 40% 60% 80% Sofisticação da Procura - Cidadãos 100% •• Portugal encontra-se periférico em relação aos outros países devido ao resultado obtido no indicador da Sofisticação da Procura. O resultado neste indicador (13%) fica muito abaixo dos resultados dos outros países (33% para a Finlândia, 35% para a Dinamarca, 41% para a Suécia e 43% para a Holanda), fundamentalmente por força de uma mais reduzida interacção dos cidadãos com as Entidades Públicas através da Internet. 345 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice •• Em termos do indicador Sofisticação da Oferta, as diferenças em relação aos outros países não são muito significativas. Neste indicador, Portugal (com 73%) até se encontra numa melhor posição que a Holanda (com 69%) estando ligeiramente atrás da Dinamarca (com 76%), e um pouco mais afastado da Finlândia (com 83%) e Suécia (com 87%). •• Portugal é o país que regista o maior desvio (-60 pontos percentuais) entre a oferta dos serviços em linha e sua procura por parte dos cidadãos e a Holanda é o que apresenta o menor desvio (-26 pontos percentuais). Posicionamento de Portugal face aos outros países, nos serviços G2B Dinamarca Suécia Portugal Finlândia Matriz de Posicionamento G2B 100% Holanda Sofisticação Oferta 80% 60% 40% 20% 0% 0% 20% 40% 60% 80% e de G2C. É graças a esta dimensão da procura que se consegue estabelecer um correcto posicionamento de Portugal e que se consegue explicar a sua dificuldade de convergência em relação aos outros países. Percebe-se que o fosso que nos separa é fundamentalmente devido ao perfil da nossa procura, situação que não consegue ser claramente evidenciada apenas pelos resultados do inquérito regular “benchmarking da administração pública em linha”, realizado pela CapGemini para a Comissão Europeia. Em termos de desenvolvimentos futuros, será importante: •• Reforçar este modelo de benchmarking em áreas não cobertas por este estudo, nomeadamente nos canais emergentes de eGovernment (caso do telemóvel, TV e callcenters) e nas áreas de back-office e interoperabilidade. Será particularmente relevante desenvolver uma análise do impacto do mobile eGovernment na satisfação dos serviços prestados aos cidadãos e às empresas. •• Estabelecer uma validação no terreno dos resultados obtidos (fundamentalmente junto dos utilizadores e das agências de eGovernment locais dos 5 países). Será igualmente importante desenvolver processos de recolha sobre o eGovernment (através de contactos com funcionários governamentais e com utilizadores dos serviços públicos) e de validação de resultados junto de especialistas e agências locais (por exemplo, TEKES na Finlândia). •• Incluir a Áustria nesta análise de benchmark. Será de todo o interesse avaliar as razões da excelente performance da Áustria nos principais indicadores internacionais, justificando-se uma análise mais detalhada da sua “plataforma de eGovernment”. 100% Sofisticação da Procura - Empresas 4.3.5 Perspectivas futuras para o eGovernment em Portugal •• Portugal é o único país que ainda se encontra abaixo dos 50% no indicador de Sofisticação da Procura. Ainda assim, no caso dos serviços G2B o desvio em relação aos outros países não é tão significativo como no caso dos serviços G2C. •• O resultado de Portugal no indicador Sofisticação da Procura (46%) fica abaixo dos resultados dos outros países (58% para a Holanda, 66% para a Suécia e Dinamarca e 69% para a Finlândia). Também aqui, se verifica uma mais reduzida interacção dos empresas Portuguesas com as Entidades Públicas através da Internet dos que as empresas dos outros países. •• Em termos do indicador Sofisticação da Oferta, Portugal (com 94%) apenas é ultrapassado pela Dinamarca (com 100%). Os desvios entre os vários países são mínimos e reflectem uma elevada sofisticação da oferta de serviços G2B. •• Também aqui, Portugal é o país que regista o maior desvio entre a oferta dos serviços em linha e sua procura por parte dos cidadãos (-48 pontos percentuais), ainda assim muito menor do que o registado nos serviços G2C. A Finlândia é país que apresenta o menor desvio (-22 pontos percentuais). Da análise destas duas matrizes pode-se concluir que foi particularmente relevante a introdução do novo indicador de sofisticação da procura de serviços de G2B 346 4.3.5.1 Situação específica de Portugal - Comparação entre 2002 e 2005/2006 Antes de se avançar com recomendações em relação ao futuro do eGovernment em Portugal, é importante analisar mais em detalhe a evolução do país no período de 200277 a 200578/200679. Situação em 2002 Neste período, Portugal encontrava-se situado numa posição intermédia no eGovernment face aos outros países membros da União Europeia, disponibilizando, em termos globais, cerca de 58% das funcionalidades dos serviços online. À imagem de outros países da Europa do Sul, como a Grécia ou a Espanha, os resultados menos favoráveis noutras áreas da Sociedade da Informação contrastavam com um relativo desenvolvimento do governo electrónico, situação típica dos países em que o Estado assume o papel de agente indutor no desenvolvimento de uma Sociedade da Informação com fragilidades estruturais reconhecidas80. No entanto, os esforços desenvolvidos na área do governo electrónico (no período anterior a 2002) não foram Dados do 3º inquérito benchmarking da administração pública em linha publicado em 2003. Dados do Eurostat e do inquérito benchmarking da administração pública em linha publicado em 2006. 79 Dados da Umic e do Gabinete do Coordenador Nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico, publicados em 2007. 80 Relatório de Diagnóstico - Desenvolvimento Actual da Sociedade da Informação e Governo Electrónico em Portugal – UMIC, 2003. 77 78 347 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais satisfatórios, na medida em que Portugal apresentava em 2002, no quadro dos países da União Europeia, a mais baixa taxa de crescimento no plano da disponibilização dos serviços públicos em linha. As repercussões foram claras: Portugal foi ultrapassado pela Espanha, pela França e pelo Reino Unido, e distanciou-se em relação aos países do grupo da frente (Suécia, Irlanda, Dinamarca e Finlândia). De notar que em 2002, a Áustria encontrava-se atrás de Portugal, mas já com uma muito mais elevada taxa de crescimento. De acordo com o Relatório de Diagnóstico - Desenvolvimento Actual da Sociedade da Informação e Governo Electrónico em Portugal, publicado pela UMIC em 2003, a Administração Pública em linha em Portugal era considerada um reflexo do arquipélago administrativo do Estado e acabava por reproduzir digitalmente algumas das disfunções da administração pública tradicional. Considerava-se que a profusão de sites institucionais, a dispersão da informação e a carência de serviços transaccionais e integrados não fomentavam o relacionamento dos cidadãos e das empresas com o Estado através da Internet. E já nessa altura se recomendava o desenvolvimento de um Governo Electrónico baseado em portais e em serviços temáticos, não apenas orientados para os diversos agentes sociais, mas com eles construídos e reconstruídos, num processo contínuo de melhoria. De uma forma resumida, apresentam-se em seguida as principais características do governo electrónico em Portugal, em 2002: 1. A presença da Administração Pública portuguesa na Internet era uma quase reprodução em formato digital do arquipélago político-administrativo do Estado. Por regra, cada organismo detinha o seu website próprio, colocando a tónica na apresentação institucional, no seu organigrama, na sua missão e nas suas funções. A presença do Estado na Internet era mesmo labiríntica e não servia, no global, os cidadãos, as empresas e o Estado. 2. A presença da Administração Pública na Internet era sobretudo informacional. Na generalidade dos casos, os organismos estavam presentes na Internet para disponibilizarem informação, e os utentes acediam aos sites da administração para consultarem informação. A informação disponibilizada nos web sites tendia a centrar-se na estrutura e na missão de cada organismo e na legislação relacionada com a sua actividade e documentos como os planos e relatórios de actividades, bem como outras publicações passíveis de serem disponibilizadas em formato digital na Internet, tendiam a ser ignorados pelos responsáveis pela gestão de conteúdos. 3. A disponibilização de serviços públicos na Internet era residual, atendendo ao universo de serviços que podiam ser disponibilizados. A oferta de serviços públicos totalmente digitalizados quase não superava o conjunto de serviços públicos básicos assinalados como disponíveis no exercício de benchmarking do eEurope 2002. 4. Os serviços públicos disponibilizados na Internet tendiam a ser pouco sofisticados, dada a fraca penetração de ferramentas que possibilitavam efectuar transacções entre a administração e os seus utentes. Assistiu-se, é certo, a uma 348 Índice acentuada disponibilização de formulários em linha, mas a impossibilidade tanto de submissão electrónica desses formulários, como de pagamento online do serviço prestado, redundava normalmente na tradicional deslocação física aos centros de atendimento presenciais. 5. Os serviços em linha mais desenvolvidos foram em áreas da Administração Pública Tradicional, como as finanças públicas, os registos e notariado e as declarações à segurança social e dirigiam-se a um conjunto alargado de utentes, nomeadamente cidadãos e empresas. No entanto, a prestação destes serviços implicava contraprestações monetárias avultadas em benefício do Estado. 6. Os sites da Administração Pública tendiam a desrespeitar as regras de acessibilidade para cidadãos com necessidades especiais. Eram raros os web sites que cumpriam as regras de acessibilidade para cidadãos com necessidades especiais. 7. No seguinte quadro são resumidos os factores indutores e inibidores do eGovernment em Portugal: Factores indutores e inibidores do eGovernment em 2002 Factores Indutores Factores Inibidores •• Liderança e visão estratégica ao nível da concepção •• Multiplicação labiríntica dos sites disponíveis •• Serviços pouco sofisticados •• Back-office (poucos trabalhadores com acesso às TIC) •• Excessiva autonomia da maioria dos organismos quanto aos meios e à forma de se apresentarem na Internet. •• Quase-monopólio da Imprensa Nacional-Casa da Moeda na emissão de formulários de difusão generalizada. •• Acréscimo de valor aos pedidos por via electrónica (por exemplo, no pedido de certificado de admissibilidade de firma ou denominação). O preço dos serviços públicos em linha deve constituir-se como um incentivo à utilização e não como um factor inibidor. •• Coordenação ao nível da execução •• Consulta sistemática de agentes envolvidos na implementação do Governo Electrónico, de peritos e de utilizadores •• Presença considerável das tecnologias da informação e da comunicação na administração pública central. O acesso ao computador e à Internet, bem como a presença na web, massificaram-se no tecido político-administrativo português. •• Implantação e efectiva utilização dos meios de autenticação electrónica •• Acesso seguro e sem descontinuidades aos serviços da administração pública em linha. Fonte: Relatório de Diagnóstico - Desenvolvimento Actual da Sociedade da Informação e Governo Electrónico em Portugal – UMIC, 2003. 349 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Face a este diagnóstico, a UMIC desenvolveu em Fevereiro de 2003 um Plano de Acção para o Governo Electrónico81, em que a visão para Portugal consistia em colocar o sector público entre os melhores prestadores de serviços do País. Esta visão era suportada pela criação de serviços públicos de qualidade, transparentes e eficientes, suportados por soluções tecnológicas racionalizadas. As entidades públicas deviam focalizar-se no essencial, ou seja no Cidadão individual (pessoas) e colectivo (empresas), os clientes dos serviços públicos. da utilização geral da Internet ser ainda baixa em Portugal, a percentagem de lares conectados em banda larga é bastante elevada, o que indica que muitos agregados familiares estão a aderir directamente à banda larga. O crescimento na conectividade das empresas tem sido bom e é provável que sigam o mesmo padrão da conectividade dos lares. A utilização de serviços em linha pelos cidadãos portugueses geralmente segue os níveis gerais de conectividade, contudo, as actividades de transacção via Internet são particularmente baixas. Os objectivos nucleares do Governo Electrónico em Portugal eram o aumento da: •• Conveniência e satisfação dos cidadãos; •• Eficiência com menores de custos; •• Transparência do aparelho do Estado; •• Participação democrática por parte dos cidadãos. Mas enquanto que a utilização do eGovernment pelos cidadãos está abaixo da média Europeia, a sua utilização por parte das empresas situa-se acima da média Comunitária. De facto, pela análise das matrizes de Posicionamento de Portugal face aos outros países (objecto desta análise de benchmarking), verifica-se o valor da sofisticação da procura de serviços públicos em linha G2B está mais próximo da média desses países do que no caso dos serviços G2C. Finlândia Segundo Viviane Reding, a performance de Portugal na maioria dos indicadores da sociedade da informação está ainda abaixo da média Europeia, mas destaca-se excepcionalmente a nível do e-Government, bem como ao nível da utilização de serviços avançados por parte das empresas. Os níveis de subscrição de serviços de banda larga em Portugal mais do que duplicaram entre 2003 e 2005 e estão agora apenas ligeiramente abaixo da média Europeia. Apesar Matriz de Posicionamento G2C 100% Holanda Sofisticação Oferta 80% Os projectos emblemáticos a desenvolver neste domínio eram o Portal do Cidadão, a promoção da interoperabilidade, a racionalização de custos de comunicação, as compras públicas electrónicas, a criação do Portal da Administração e do Funcionário Público, o Sistema de Informação Nacional e Único da Segurança Social, o Documento Único do Registo Automóvel e o Sistema Integrado do Registo de Identificação Civil. Situação em 2005/2006 A situação de Portugal nesta data é muito bem caracterizada pela Comissária Europeia para a Sociedade da Informação, Viviane Reding, numa entrevista publicada em 200682. Suécia Dinamarca Portugal 60% 40% 20% 0% 0% 20% 40% 60% 80% Sofisticação da Procura - Cidadãos 100% Posicionamento de Portugal face aos outros países, nos serviços G2B Dinamarca Suécia Portugal Finlândia Matriz de Posicionamento G2B 100% Holanda 80% Sofisticação Oferta E para o desenvolvimento da estratégia de Governo Electrónico foram definidos sete eixos de actuação: 1. Serviços Públicos Orientados para o Cidadão; 2. Administração Pública Moderna e Eficiente; 3. Nova Capacidade Tecnológica; 4. Racionalização de Custos de Comunicações; 5. Gestão Eficiente das Compras; 6. Serviços Próximos dos Cidadãos; 7. Adesão aos Serviços Públicos Interactivos. 60% 40% 20% 81 Uma das principais atribuições da Unidade de Missão Inovação e Conhecimento (UMIC), de acordo com o diploma que a constituiu (Resolução do Conselho de Ministros 135/2002, de 20 de Novembro), consistia na apresentação deste Plano de Acção para o Governo Electrónico em Portugal, documento que, em conjunto com o Plano de Acção para a Sociedade da Informação, traduzia a política para o desenvolvimento da Sociedade da Informação do XV Governo Constitucional. 82 «Administração Pública tem de indicar caminho da inovação» - Entrevista da Comissária Europeia para a Sociedade da Informação - Viviane Reding - a André Julião do iGOV em 2006-06-10. 350 0% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Sofisticação da Procura - Empresas 351 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Viviane Reding destacou como acções em sintonia com o «i2010», lançadas pelo Executivo português, o Portal do Cidadão, o Programa de Compras Públicas e o respectivo portal, os projectos-piloto de voto electrónico e a iniciativa Ligar Portugal. Em termos das prioridades deste novo plano de acção português “Ligar Portugal”, a Comissária destaca os seguintes projectos mais relevantes: •• Cartão de identificação electrónico para substituir os diversos cartões utilizados pelos cidadãos na sua interacção com os serviços da administração pública, •• Eliminação e simplificação do registo de empresas - a respectiva concessão de licenças e procedimentos fiscais, que serão efectuados exclusivamente online, •• Lançamento de um centro de serviço de saúde electrónico para reduzir as urgências hospitalares em 25 por cento, •• Promoção do acesso à Internet em banda larga pelas escolas e estudantes, •• Melhoria dos conhecimentos dos cidadãos em TIC, •• Formação profissional, •• Estímulo a novos serviços e conteúdos para melhorar a qualidade de vida e promover a emergência de novos mercados. De acordo com mais recente relatório de 2007 da “i2010 – Annual Information Society”, divulgado recentemente pela Comissão Europeia83, Portugal regista as seguintes posições nos serviços públicos básicos para as empresas e para os cidadãos: •• Serviços públicos básicos para as empresas - 3ª posição dos países da União Europeia em termos da percentagem de serviços públicos básicos, para empresas, totalmente disponíveis online, sendo destacadas iniciativas como o Diário da República Online e Empresa Online que permite a criação de empresas pela Internet estendendo a iniciativa Empresa na Hora. •• Serviços públicos básicos para os cidadãos - apresenta um desempenho acima da média da UE25 no que concerne aos serviços públicos básicos, dirigidos aos cidadãos, totalmente disponíveis online, o que nos coloca na 11ª posição dos países da União Europeia, destacando-se também o lançamento do Cartão do Cidadão. O último diagnóstico realizado pela UMIC84 refere os avanços mais recentes da Sociedade da Informação realizados até hoje em Portugal: •• Ligação de todas as escolas em Banda Larga e actividades para alunos e professores •• Integração do Ensino Superior num Campus Virtual sem fios com conteúdos curriculares e serviços •• Rede de Espaços Internet mais densa da UE (mais de 1.080) com acesso gratuito e apoio de monitores •• Obtenção completa de certificados públicos pela Internet, no Portal do Cidadão, incluindo pagamento •• Criação completa de empresas pela Internet e abertura de Dossier Electrónico de Empresa Fonte: Gabinete do Coordenador Nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico, i2010 - Annual Information Society Report 2007 [05-04-2007] http://www.planotecnologico.pt/NewsPage.aspx?idCat=33&idMasterCat=30&idLang=1&idContent=1356&idLayout=6&site=planotecnologico 84 Fonte: UMIC – Luis Magalhães - Inclusão e Serviços Públicos para os Cidadãos Facilitados por Voz e Imagem sobre IP – Comunicação no IP Voice Meeting em 15 de Março de 2007. Índice •• Compras públicas electrónicas em 2006 mais do dobro dos 3 anos anteriores depois de crescerem 33% em 2005 •• Cerca de ½ das declarações de IRS e todo o IVA pela Internet •• Diário da República gratuito na Internet poupando 27 t / dia de papel •• Sistema de Certificação Electrónica do Estado permitindo a desmaterialização do processo legislativo em breve •• Registo Comercial Online e disponibilização de certidão permanente pela Internet •• Obtenção de Registo de Marca pela Internet •• Disponibilização do Cartão de Cidadão electrónico integrando 5 cartões e disponibilizando 5 serviços Mas se muitos destes resultados estão alinhados e respondem às prioridades definidas no plano de acção “Ligar Portugal”, continua a registar-se um grave problema estrutural de Portugal em termos da Sofisticação da Procura. Apesar de Portugal registar uma das mais elevadas penetrações da Internet na população com educação secundária ou superior85: •• 5º país (80%) da UE25 nas pessoas com educação secundária mas não superior média UE25 = 61% (apenas a seguir a Holanda, Suécia, Dinamarca, Luxemburgo) •• 8º país (87%) da UE25 nas pessoas com educação superior média UE25 = 84% (apenas a seguir aos anteriores e a Finlândia, Reino Unido, Eslovénia) 2006 (1ºT) Existe um grave problema da Inclusão Digital em Portugal. De facto, ao contrário da situação nos outros países mais evoluídos, Portugal regista um muito baixo nível de penetrações da Internet na população com educação inferior à secundária, que ainda representa a parte mais significativa da nossa população. Portugal é o 22º país (19%) da UE25 nas pessoas com educação de 9º ano ou inferior (apenas à frente de Itália, Chipre, Grécia) - média UE25 = 32% •• De 65 a 75 anos: 2% (2 milhões) •• De 25 a 54 anos: 15% (3 milhões) •• De 16 a 24 anos: 59% (1 milhão) São estes factores estruturais que explicam o resultado obtido nas matrizes de posicionamento de Portugal face aos outros países objecto de análise de benchmarking, nomeadamente nos serviços G2C (13%). 83 352 85 Dados do Eurostat 353 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice População de 25 a 64 anos que concluiu a educação secundária (%), 2005 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 CZ EE NO SK LT CH PL LV SE DE DK SI AT FI HU HR RO BG NL UK EEA EU-25 FR EU-15 LU BE CY IE Euro Area IS EL IT ES MY PT pública, pretende-se lançar novos serviços públicos online e melhorar os existentes – Portugal foi o quinto país europeu que mais progrediu nos últimos dois anos no desenvolvimento dos serviços públicos em linha disponibilizados aos seus cidadãos, lançando87: •• Segurança Social directa (ver quadro) •• Passaporte Electrónico Português •• Documento Único Automóvel (ver gráfico) •• Cartão do Cidadão Documento Único Automóvel Segurança Social Directa Certificados de Matrícula Emitidos (desde o lançamento a 30/05) Lançada em Novembro de 2005 Pedidos de adesão ao serviços 91.195 Actualiações às bases de dados da Segurança Social 87.258 Número de acessos distintos aos serviços 604.616 371010 Jan 06 181929 606878 Mar 06 Abr 06 965349 1130730 até 24 Maio até 30 Junho Fonte: Min. Justiça Em relação ao objectivo de facilitar a relação das empresas com a administração pública, pretende-se simplificar os procedimentos burocráticos de criação de empresas – Total acumulado de Empresas na Hora constituídas Fonte: Eurostat - EU Labour Force Survey 2005 8433 7302 5982 4954 3679 2827 Jun 06 Mai 06 Abr 06 Mar 06 Fev 05 Jan 05 Dez o5 1383 Nov 05 729 Out 05 411 1008 Set 05 144 Ago 05 1902 Jul 05 4.3.5.2 O Futuro do eGovernment em Portugal Uma das cinco prioridades do Plano Tecnológico86 é a criação de uma “Administração Pública Moderna”, usando as novas tecnologias para tornar os serviços mais eficientes, mais próximos e mais acessíveis aos utilizadores. As medidas consideradas prioritárias são: Cartão do Cidadão, Simplex, PRACE, Balcão Único, Documento Único Automóvel, Passaporte Electrónico, Segurança Social Directa, Portal NetEmprego, Caixa Postal Electrónica e o Diário da República Online. Fonte: Min. Justiça É ainda de referir que no âmbito deste Plano Tecnológico, 2 dos 10 Desafios e Soluções mencionados em “Portugal a Inovar” dizem respeito ao eGovernment: •• Desafio 5: Facilitar a relação dos cidadãos com a administração pública •• Desafio 6: Facilitar a relação das empresas com a administração pública No que diz respeito ao objectivo de facilitar a relação dos cidadãos com a administração 86 Plano Tecnológico - Uma ideia mobilizadora, uma agenda de prioridades e um compromisso políticoApresentação ao Conselho Consultivo do Plano Tecnológico - 19 de Julho de 2006. 354 87 GCNELPT · Conselho Consultivo do Plano Tecnológico · 2006/07/19 355 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Tempo médio de constituição de uma empresa (minutos) 60 50 59 40 56 53 52 52 Fev 08 Abr 08 Mai 08 59 30 20 10 0 Ínicio Projecto Jan 08 Jun 08 (Jul 05) Fonte: Min. Justiça Portugal é hoje o país europeu onde é mais rápido constituir empresas, graças à “Iniciativa Empresa na Hora”, já disponível também como serviço online; quase metades das empresas constituídas actualmente recorrem a este serviço e simplificar os procedimentos para o registo de marcas – “Iniciativa Marca na Hora” lançada a 14 de Julho 2006 (ver gráficos). Em termos de perspectivas futuras, Serviços públicos totalmente online espera-se um aumento significativo dos 100 serviços públicos totalmente em linha 80 Meta: 100% para as empresas. Um nova medida 60 Portugal do Simplex, lançada em 30 de Abril 40 de 2007 e designada por “Informação 20 Empresarial Simplificada - IES88” é 0 2001 2002 2003 2004 2005 um bom exemplo do tipo de serviços que deverão ser disponibilizados às empresas nos próximos tempos. A IES consiste numa nova forma de entrega, por via electrónica e de forma totalmente desmaterializada, de obrigações declarativas de natureza contabilística, fiscal e estatística. A IES vai possibilitar o cumprimento, num único momento, de quatro obrigações legais diferentes: o registo da prestação de contas nas conservatórias de registo comercial, a entrega da declaração anual de informação contabilística e fiscal, a entrega de informação estatística ao Instituto Nacional de Estatística e a entrega de informação estatística ao Banco de Portugal. No entanto, face ao diagnóstico efectuado e aos novos desafios que se colocam a Portugal, o desenvolvimento do eGovernment deverá passar não só pelo desenvolvimento de novos serviços públicos em linha (atingindo a meta dos 100% totalmente em linha, do plano tecnológico – ver gráfico) como também pela definição e implementação de políticas que conduzam a uma melhoria da “sofisticação da procura” (através da maior adopção de práticas de eGovernment e/ou de diminuição da “desigualdade digital”). Será para esse efeito necessário colocar em prática, no mais curto espaço de tempo, as seguintes medidas definidas pela UMIC:89 •• Análise das necessidades específicas dos utilizadores e selecção muito cuidada da oferta dos serviços públicos em linha. Colocar em prática a directiva dos serviços centrados nos utilizadores finais, recorrendo a diferentes medidas já identificadas: •• Compreender com rigor as preferências e necessidades dos utilizadores finais (cidadãos, empresas, ... ); •• Segmentar em grupos e preparar percursos de acesso facilitado às suas preferências e interesses; •• Trabalhar com organizações locais (autarquias, ONGs de solidariedade e de apoio ao desenvolvimento, escolas, politécnicos, universidades, ... ); •• Utilizar a Rede Espaços Internet como poderoso instrumento de inclusão (mais de 1.080 em todo país). •• Acompanhamento dos desenvolvimentos tecnológicos facilitadores de uma Cidadania Digital (Massificação de telemóveis; Massificação da TV digital; Fibra para as habitações; Interacção homem-computador através de fala e imagem; Desenvolvimento de TIC para inclusão digital de grupos específicos: idosos, cidadãos com necessidades especiais). •• Disponibilização de novos canais de acesso aos serviços públicos em linha - Melhoria do atendimento e acesso a Serviços Públicos Multicanal (Internet; Telemóvel; Voz e Imagem sobre IP; Rede ATM e ecrãs touch-screen configuráveis para diferentes segmentos e usos; Pessoa-a-Pessoa; Rede de Lojas do Cidadão onde são prestados todos os serviços públicos ao cidadão, estendidas e organizadas para um balcão único de atendimento com apoio no Portal do Cidadão) e Medição regular da satisfação do cidadão com os serviços prestados para melhorá-los em tempo útil. No entanto, também deverão ser aproveitadas outras propostas de fundo e estruturantes em termos do Governo Electrónico, desde o Plano para o Governo Electrónico, desenvolvido pela UMIC em 2003, até iniciativa LIGAR PORTUGAL e ao Plano da Comissão “Administração em linha i2010”. Destacam-se a este nível os seguintes objectivos: •• A introdução progressiva do princípio do balcão único nas relações do Estado com os cidadãos e as empresas: competirá ao serviço público apropriado (e não ao utilizador) obter de outros serviços públicos os documentos e informações eventualmente necessários90. •• A generalização do uso efectivo da Internet nas actividades educativas; •• A generalização a todo o território do acesso à banda larga, a preços idênticos aos dos países mais desenvolvidos da União Europeia; •• Criação de serviços essenciais de elevado impacto para cidadãos e empresas: de acordo com o objectivo da Comissão91 em 2010, 100% dos processos de contratação pública estarão disponíveis electronicamente, com uma taxa de utilização efectiva de 50% , e haverá um acordo de cooperação para serviços em linha adicionais de elevado impacto para os cidadãos; Fonte: UMIC – Luis Magalhães - Inclusão e Serviços Públicos para os Cidadãos Facilitados por Voz e Imagem sobre IP – Comunicação no IP Voice Meeting em 15 de Março de 2007. 89 90 91 88 Para mais informação consultar o sitio da IES - http://www.ies.gov.pt/ 356 Referida no programa do XVII Governo Constitucional - Um Plano Tecnológico para uma agenda de crescimento Trata-se de um dos cinco grandes objectivos para a Administração em linha 357 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice •• Reforçar a participação e a tomada de decisões democrática – fazer a demonstração, em 2010, de ferramentas para uma efectiva participação no debate público e em processos democráticos de tomada de decisões. Finalmente, considera-se que a concretização do objectivo central de melhorar a “sofisticação da procura” deverá também passar pelo aproveitamento das oportunidades identificadas na análise SWOT efectuada para Portugal. Destacam-se a este nível as seguintes medidas: •• Promoção do eGovernment com base nos “quick wins” já reconhecidos pelos utilizadores: Redução do tempo e da burocracia. Estas deverão ser as bandeiras de promoção generalizada do eGovernment junto dos cidadãos e das empresas. •• Introdução do ensino das TICs e da Internet no ensino básico. Não sendo possível resolver, a curto prazo, o grave problema da Inclusão Digital, dever-seão desenvolver acções deste tipo para evitar que os mais jovens sejam afectados por esta situação. •• É de realçar que a Comissão aguarda um novo impulso na cooperação com o advento da Presidência Portuguesa, no segundo semestre de 2007. A conferência ministerial sobre eGovernment será uma oportunidade estratégica para Portugal demonstrar os seus progressos (em linha com o Plano de Acção para o eGovernment “Administração em linha i2010”) e envolver os cidadãos e as empresas na utilização dos serviços públicos em linha. Suécia Entidade / Empresa Agência p/o desenvolvimento administrativo Portal de entrada para os serviços públicos Agência de Investimento Sueca Portal Governo www.statskontoret.se www.sverige.se www.isa.se www.sweden.gov.se Holanda Entidade / Empresa Fundação do Governo Holandês para promoção das TIC no Governo Agência promoção do investimento externo Portal de entrada nos sites de eGov Agência Comércio Externo Link para o website www.ictu.nl www.nfia.com www.overheid.nl www.hollandtrade.com Dinamarca Entidade / Empresa Portal dos serviços públicos Portal do governo 4.3.6 Principais Players de eGovernment em Portugal e nos mercados alvo Link para o website Link para o website www.suomi.fi www.vn.fi Agência de Investimento na Finlândia www.investinfinland.fi Directório de Exportações da Finlândia www.finlandexports.com Portugal Entidade / Empresa Portal do Governo Associação Nacional de Municípios - ANM Portal das Finanças Portal do cidadão Portal Agência promoção da Sociedade de Informação e do Conhecimento do cidadão Link para o website www.portugal.gov.pt www.anmp.pt www.e-financas.gov.pt Directório do serviço público Programa de avaliação da satisfação dos utilizadores com os Websites de entidades públicas Agência de Desenvolvimento de Negócios Agência de Investimento Dinamarca 358 4.4.1 Caracterização www.portaldocidadao.pt www.umic.pt Dinamarca Entidade / Empresa 4.4 Mobilidade e comunicações Link para o website www.danmark.dk www.bedstpaanettet.dk www.eogs.dk www.investindk.com 4.4.1.1 Visão Geral Uma das mais drásticas mudanças em evolução actualmente em tecnologia da informação e comunicações é a importância emergente da mobilidade. À medida que os computadores se tornam mais omnipresentes, os utilizadores atribuem cada vez mais importância à possibilidade de ter acesso a eles e à Internet quando estão em lugares diferentes das suas casas ou escritórios. Telemóveis, pagers bidirecionais, PDAs e outros dispositivos portáteis surgem crescentemente em todos os lugares. Todos esses dispositivos dependem directamente da habilidade de se comunicar globalmente com o mundo dos demais utilizadores e vice-versa. O resultado dessa mudança verificada no mundo é um crescimento enorme do interesse em comunicações sem fio. 359 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Dependendo do contexto no qual os utilizadores se encontram, comunicações sem fio pode significar conectar-se a um sistema celular de ampla cobertura, conectar-se a redes locais, ou áreas de cobertura ainda mais restrita. Há esforços no sentido de simplificar a forma na qual isso pode ser feito. Há forte tendência na separação em camadas de conteúdo, aplicações e conectividade com redes multi-serviços (ver Figura abaixo). Os fabricantes de sistemas para implementação de redes móveis, bem como os fabricantes de dispositivos para acesso a tais redes rapidamente introduzem tecnologias, com taxas de transmissão de sinais cada vez mais rápidas, permitindo aos utilizadores cada vez mais facilidades de locomoção, mantendo-se em contacto com suas necessidades de interlocução. Esse cenário ainda está relativamente distante. O padrão conhecido como 4G propõese a trabalhar deste modo com integração total entre redes fixas e móveis, tratando toda informação como dados por pacotes. Ao mesmo tempo, alteram-se, na mesma velocidade, os padrões ligados à qualidade de vida das populações, bem como à maneira como decisões são tomadas, as mais diversas actividades são desenvolvidas ou implementadas, e substancial impacto se verifica na forma de vida desfrutada por habitantes dos mais diversos países. O presente estudo visa apresentar informações qualitativas referentes às questões da mobilidade e comunicação, verificadas em quatro países da Europa, a saber, Finlândia, Suécia, Dinamarca e Holanda. Destina-se ainda o presente texto, a avaliar tais dados em relação aos mesmos tipos de informação actualmente presentes em Portugal. Assim fazendo, pretende-se oferecer condições para compreender quais são os diferenciais e avanços desses quatro países no que diz respeito a Mobilidade e Comunicação. Para além disso pretende-se avaliar quais, eventualmente, são os aspectos a serem procurados em Portugal para alcançar e equiparar-se aos países líderes nesse sentido, no âmbito dessa corrida tecnológica, visando, em última análise, criar-se condições para a oferta de serviços e tecnologia compatíveis com os mesmos em Portugal. 4.4.1.2 Tecnologias Tecnologias Móveis Os primeiros telefones celulares tinham como objectivo a utilização apenas do serviço de voz. Posteriormente houve a necessidade de outras formas de comunicação como o SMS (Short Message Service – Serviço de Mensagens Curtas) e a Internet móvel utilizando a tecnologia de comutação de circuitos. Os maiores avanços ocorreram com a utilização de comutação de pacotes, com a tarifação do serviço por volume de tráfego e não por tempo. Sob a óptica do utilizador final, a Internet móvel cria a possibilidade de acesso a dados a qualquer hora, em qualquer lugar e de forma simples e rápida. As redes de telecomunicações das operadoras caminham para esse sentido: tornaremse cada vez mais eficientes na entrega de diferentes tipos de conteúdo. 360 Redes de Telecomunicações. A primeira geração de sistemas celulares é formada por sistemas analógicos. Estabeleceu-se estrutura e funcionalidades básicas associadas a estes sistemas como roaming e handover entre células. O acesso ao canal de rádio é feito através do FDMA (Frequency Division Multiple Access – Acesso Múltiplo por Divisão de Frequência) que limita o espectro e em que as transmissões apresentam baixa privacidade. O AMPS (Advanced Mobile Phone System – Sistema Avançado de Telefone Móvel) é um sistema que utiliza o FDMA. A largura banda do AMPS é dividida em canais de rádio frequência no qual cada canal consiste de um par de frequências (transmissão e recepção) com 30 kHz. O sistema é dividido em banda A e banda B. Cada uma dessas bandas é composta por 416 canais, sendo 21 canais de controlo e os demais de voz. A segunda geração de sistemas celulares caracteriza-se pela utilização de comutação de circuitos adicionando serviços suplementares para os utilizadores tais como serviço de mensagens curtas, identificador de chamadas e demais serviços. O crescimento da utilização de sistemas celulares levou à necessidade do aumento da capacidade desses sistemas. O TDMA (Time Division Multiple Access – Acesso Múltiplo por Divisão de Tempo) surgiu como uma opção que mantinha a compatibilidade com a arquitectura e canalização utilizada pelos sistemas AMPS. No TDMA, vários utilizadores podem usar a mesma faixa de frequência através do rodízio de slots de tempo pré-alocados. O GSM (Global System for Mobile Communications – Sistema Global para Comunicações Móveis) é outro padrão de segunda geração de celular desenvolvido na Europa e adoptado actualmente pela grande maioria dos países, a nível global. 361 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Desenvolvido inicialmente para a faixa de 900 MHz, o GSM teve posteriormente uma versão adaptada para as faixas de 1800 e 1900 MHz. Na arquitectura GSM existem algumas diferenças com o TDMA como, por exemplo, o SIM Card ou Módulo de Identidade do Assinante, necessário para associar a Estação Móvel a um dado utilizador. A utilização de comutação de pacotes possibilita que a taxa de transmissão dos dados seja quinze vezes superior às taxas de transmissão com comutação por circuito. Os serviços baseados no protocolo WAP podem incluir imagens coloridas e alta velocidade de conexão. A tarifação já não é efectuada por tempo de conexão, mas sim por tráfego de dados. As bandas do GSM são divididas em canais de rádio frequência, onde cada canal consiste de um par de frequências (transmissão e recepção) com 200 KHz de largura de banda. Existem 124 canais de rádio frequência no GSM 900 e 373 canais no DCS 1800. Esses canais recebem uma numeração conhecida como ARFCN (Absolute Radio Frequency Channel Number – Número de Canais Absolutos de Rádio Frequência). As frequências portadoras dos canais de rádio frequência são moduladas em 0,3GMSK por um sinal digital com taxa de 270,833 Kbps. O projecto IMT-2000 da UIT (União Internacional de Telecomunicações – www.itu.org) definiu os requisitos de um sistema celular de 3ª Geração como sendo: •• Altas taxas de dados: 144 Kbps em qualquer ambiente e 2 Mbps em ambientes Indoor; •• Transmissão de dados assimétrica e simétrica; •• Serviços baseados em comutação de circuitos e comutação de pacote; •• Qualidade da voz comparável à da rede fixa; •• Melhor eficiência espectral; •• Vários serviços simultâneos para utilizadores finais tais como serviço multimédia. O GPRS (General Packet Radio Service) é um padrão desenvolvido pelo ETSI (European Telecommunications Standards Institute), e representa uma evolução da tecnologia GSM, agregando principalmente maior capacidade de transmissão de dados. O UMTS (Universal Mobile Telecommunications System – Sistema de Telecomunicação Móvel Global) é a migração do GPRS aprovada pela ITU incluída a família de acesso via rádio IMT-2000 3G que utiliza a tecnologia W-CDMA. O EDGE (Enhanced Data rate for GSM Evolution) representa, por sua vez, uma evolução do padrão GSM/GPRS para a terceira geração, possibilitando à operadora oferecer maiores taxas de dados, usando a mesma portadora de 200KHz, criando um ambiente para a operadora atender a procura por serviços mais sofisticados, melhorando a receita média por utilizador, sem a necessidade de investimentos adicionais em novas faixas de frequências. Existem várias possibilidades que podem ser adoptadas pelas operadoras, que podem evoluir do TDMA para o CDMA 2000 1x e posteriormente para o CDMA 2000 3x. Outra alternativa seria a evolução do GSM para o GPRS, o EDGE e posteriormente para o UMTS. UMTS + TV digital + WLAN + HSPDA + UWB As alterações na rede são mínimas, com foco nas características de modulação e na implementação de nova codificação e descodificação do sinal, associadas com adaptações do sinal e envio de redundância de informação que aumentam a eficiência da utilização do espectro. A terceira geração de sistemas celulares (3G) caracteriza-se pela utilização de comutação de pacotes na transmissão dos dados. Os serviços suplementares tais como, mensagens multimedia (MMS), inovaram os serviços comuns. 362 GRPS GSM Voz SMS E-mail Video Telefonia Tele-shopping LBS Arquivos de som e imagem Tele-barking Serviços bancários MMS Banco de dados Serviços de informação Video Conferência Todos os serviços anteriores mais TV em um mundo IP O CDMA permite melhor utilização do espectro possibilitando o aumento de capacidade dos sistemas celulares. Tem a estrutura similar aos demais sistemas celulares e oferece as mesmas funcionalidades associadas à mobilidade como roaming e handover entre células. EDGE Evolução das interfaces aéreas O CDMA (Code Division Multiple Access – Acesso Múltiplo por Divisão de Código) é um padrão que utiliza espalhamento espectral como meio de acesso para permitir que vários utilizadores compartilhem uma mesma banda de frequência. UMTS Serviços disponíveis 363 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Evolução dos serviços suportados por Redes Móveis O prometido futuro já está disponível, com terminais totalmente conectados ao mundo Internet e com acesso a inúmeras interfaces, sendo todos os serviços baseados em IP (Protocolo Internet), onde o IP Multimedia Service - IMS facilita toda essa integração. A Figura acima demonstra a evolução dos serviços móveis e suas interfaces aéreas ao longo do tempo. Ao final da cadeia podem-se verificar os iminentes serviços de IPTV, que transmitirão sinais de TV ao vivo por redes celulares dentro em breve. A necessidade de conectar os terminais móveis com outros dispositivos passou a ser uma realidade, desta forma, essa área passou a ter uma grande importância no mundo móvel. Em algumas aplicações poderemos ver o uso do padrão Bluetooth disponibilizando um canal de voz entre o celular e um acessório libertando as mãos do utilizador para outros fins. Também podemos ver a transmissão de dados através da interface IRDA (infra-vermelho) interligando um computador ao telemóvel, etc.. A tecnologia sem fios Bluetooth foi criada para resolver um problema simples: substituir cabos utilizados em dispositivos de comunicação móveis com ondas de radiofrequência. A tecnologia reúne um sistema de rádio de baixa potência e baixo custo para integração com dispositivos móveis. Tais aparelhos podem compor uma rede de pequeno porte e permitir comunicação entre os aparelhos conectados. Essa tecnologia cria muitos modelos móveis úteis, já que a conexão ocorre enquanto os aparelhos estão a ser transportados em bolsos e malas. Os sistemas operacionais dos terminais deverão seguir uma linha de padrão aberto, facilitando o desenvolvimento de novas aplicações e serviços, nessa área actualmente já podemos identificar o “Symbian Operating System”. Claro que outras empresas de desenvolvimento de software também não ficarão fora desse mercado, pois estima-se que nos próximos anos mais de 1,6 biliões de terminais móveis com acesso a softwares e Internet, onde boa parte serão pequenos computadores pessoais (PDA ou “Smartphone”), capazes de transmitir voz e dados, abrindo um universo de oportunidades para operadoras, fabricantes e integradores. Todos juntos passam a desenvolver um modelo de negócios que abrange o entretenimento através de jogos, músicas, “trailers” de filmes, “ringtones”, serviços de segurança com transmissão de imagens e localização, comércio usando comunicação entre máquinas, publicidade com SMS ou MMS e TV digital. Índice Generation Network), e propõe-se a oferecer suporte às aplicações VoIP (Voz sobre IP). A seguir, apresentam-se seus principais requisitos: •• Suporte a sofisticados serviços multimédia; •• Conexões orientadas à sessão; •• Rede orientada a pacote com convergência de voz e dados; •• Mobilidade sem restrições, permitindo inclusive controle de serviços a partir da rede de origem (Home Control); •• Convergência Fixo/Móvel de serviços e operação da rede; •• Serviços agnósticos ao tipo de acesso (fixo e móvel); •• Interfaces abertas para todos os elementos; •• Possibilidade de evitar a proliferação de protocolos (standards); •• Base de Dados centralizada para simplificação de operação; •• Suporte aos assinantes e serviços legados. A resposta da indústria a estes requerimentos é a arquitectura chamada de IMS ( IP Multimedia Sub-System ). Esta arquitectura de rede é patrocinada pelo 3GPP/3GPP2, com apoio dos mais importantes órgãos de padronização (ITU / ANSI / ETSI /OMA / IETF). Inicialmente desenvolvido para aplicação em redes móveis 3G, a arquitectura de rede definida no 3GPP R5 (3rd Generation Partnership Project) e 3GPP2 está a gerar interesse também em operadoras de rede fixa. Esta arquitectura é vista como o caminho adequado para implementação de redes de nova geração (NGN – Next Generation Network ). Dois elementos merecem especial destaque nesta nova arquitectura: •• Soft Switch (SS), com importante função de controlo; •• Protocolo SIP, como agente de comunicação entre os principais elementos desta nova rede. A Internet e as tecnologias de informação e comunicação tornaram-se parte do dia a dia das empresas e das pessoas, motivando inclusive esforços rumo a uma maior inclusão digital. O acesso a estas aplicações, no entanto, está ainda associado a utilização de dispositivos fixos. A mobilidade que o celular propiciou através da comunicação de voz ainda está longe de ser alcançada por estas aplicações. Igualmente, os padrões 802.11 (Wi-Fi) e 802.16 (WiMax) abrem novas possibilidades para implantação de aplicações móveis integradas a redes fixas e móveis. Rede Celular Servidor de Conteúdo Gateway WAP Internet As novas redes celulares seguem as tecnologias denominadas “All IP”, “NGN” (Next 364 365 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais A figura acima apresenta a arquitectura básica para implantação de aplicações móveis utilizando uma rede celular. Os terminais mais utilizados em aplicações móveis são: celular, PDAs/smartphones e notebooks. A conectividade de notebooks é normalmente implementada através de cartões PCMCIA, USB flash drives, ou chipsets já incorporados ao aparelho. É possível também utilizar um celular, conectado por padrão Bluetooth ou infravermelho com o notebook. Índice Estas desvantagens tornaram a Internet móvel uma solução pouco adequada para um grande número de aplicações, sendo necessário voltar ao tradicional modelo clienteservidor com “smart clients”. Existem no entanto uma série de aplicações para as quais o modelo de Internet móvel é a melhor solução. Exemplos: sistemas de informação, informação de entretenimento e mobile commerce (comércio móvel). As aplicações implementadas com esta arquitectura básica podem ser classificadas em dois tipos principais que serão apresentadas a seguir: Internet móvel e smart client. Com a explosão da Internet, a maioria das empresas passou a transformar suas aplicações de uma arquitectura cliente/servidor para aplicações Web, possibilitando o acesso de todos via um navegador (browser) como o Internet Explorer. Partindo-se do mesmo princípio de conveniência, a solução natural para dar mobilidade a estas aplicações parece ser através da extensão do acesso à Internet aos dispositivos móveis: a Internet móvel ou Internet wireless. As aplicações da Internet wireless têm arquitectura semelhante à da Internet convencional (wired). Quando o acesso é feito através de um notebook a navegação da Internet é feita através de um navegador convencional (browser) como o Internet Explorer. O esperado neste caso é que a conexão wireless apresente uma taxa de dados que permita uma navegação sem lentidão excessiva. Quando o acesso à Internet é feito através de PDA ou de um telemóvel, a navegação é feita através de micronavegadores (microbrowsers), de forma a acomodar-se às limitações do dispositivo móvel em termos de processamento e tamanho do ecrã. Como num navegador normal, o micronavegador utiliza um endereço (URL) para contactar um servidor específico. A resposta contendo uma linguagem de markup é traduzida pelo browser e apresentada ao utilizador. Existem vários tipos de micronavegadores sendo os mais utilizados os padronizados pelo protocolo Wap. Outros exemplos de microbrowsers são os comercializados pela Openwave, Microsoft, Avantgo, Go, Palm e Opera. O processamento e dados da aplicação estão residentes no servidor. O único software necessário no cliente é um micronavegador, que geralmente vem pré-instalado no terminal wireless. O conceito de Internet móvel é atractivo por que as aplicações podem ser construídas sobre as aplicações existentes na Internet sem precisarem ser implementadas nos dispositivos clientes. A sua actualização pode ser feita a qualquer momento com pedido apenas ao servidor. O problema encontrado na implementação da Internet móvel é que ela necessita de uma conexão com a rede efectiva e de qualidade durante todo o tempo. Na Internet móvel a área de mobilidade é igual à área de acesso wireless. E mais, mesmo havendo conectividade, se a taxa de dados for baixa a aplicação será afectada. 366 A escolha da solução adequada para uma aplicação móvel deve ter em conta os requisitos de aplicação e conectividade oferecida pelas redes existentes. A 3ª Geração do Celular foi desenvolvida considerando que o crescimento de serviços de dados irão ter um crescimento significativo nos próximos anos e tornar-se-ão uma fonte importante de tráfego e receita para as operadoras. A tecnologia celular GSM, padronizada pelo 3GPP, apresenta uma evolução no sentido de oferecer taxas de transmissão de dados cada vez maiores, como apresentado na tabela a seguir. Evolução da Tecnologia GSM Geração 2G 2,5G 2,5/3G Tecnologia GSM GPRS EDGE Taxa de dados máx. teórica (kbit/s) 14,4 171,2 Taxa de dados média (kbit/s) Canalização (kHz) 200 3G WCDMA WCDMA/HSDPA (UMTS) (UMTS) 473.6 2.000 14.000 30-40 100-130 220-320 550-1100 200 200 5.000 5.000 Neste contexto é que foi desenvolvido o High Speed Downlink Packet Access (HSDPA), um serviço de dados, baseado em pacotes do WCDMA, num canal de 5 MHz. O HSDPA oferece ao utilizador um canal de dados na sua direcção (descida) com taxas de transmissão de até 11 Mbit/s. Ele visa aplicações em que o tráfego em direcção ao 367 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais utilizador é muito maior do que no sentido oposto, como acontece quando se navega na Internet ou na transmissão de vídeo ao vivo (multicast), possuindo assimetria semelhante à observada na tecnologia ADSL. Além de aumentar a taxa de dados e a capacidade da rede, o HSDPA apresenta também um melhor desempenho em relação a tempos de latência, característica importante para a percepção de nível satisfatório de serviço ao utilizador. Uma página de web pode demorar mais para ser carregada em uma conexão com alta taxa de dados do que em outra com menor taxa devido a diferenças no tempo de latência. É uma solução também para o prestação de serviços de dados de alta velocidade fixos ou de baixa mobilidade como acesso à Internet da mesma forma que outras alternativas como o Wi-Fi e o WiMax. Acesso à Internet A aquisição de novos clientes de serviços móveis na Europa é actualmente uma tarefa muito dependente dos serviços de valor agregado prestados pelas Operadoras Móveis (ou seja, aqueles que são oferecidos para além dos serviços básicos de voz). Elevados níveis de penetração de telefonia são o principal motivo de tal dependência. A diferenciação via serviços tornou-se um dos poucos modos de atrair clientes de outras operadoras e manter os próprios clientes satisfeitos. O ambiente regulatório em várias partes da Europa levou à escolha de um único padrão de telefonia móvel, encorajando utilizadores dos serviços de telecomunicações a adoptar os benefícios dos serviços móveis a passos mais largos e, consequentemente, auxiliou na rápida incorporação das tecnologias móveis ao dia-a-dia das pessoas e empresas. Já sob a óptica do utilizador final, seja ele pessoa física ou empresa, também existem diversas vantagens advindas das tecnologias de Internet Móvel, suportadas pelos três pilares das aplicações de Internet móvel: acesso a informações de necessidade instantânea em tempo real, em qualquer lugar e, de forma simples e rápida. Há grandes diferenças entre utilizar aplicativos e navegar pela Internet em computadores pessoais em casas ou em escritórios e utilizar aplicativos e Internet em dispositivos móveis. O tipo de informação que o utilizador procura é outro, de necessidade mais imediata, simples e possivelmente actualizada em tempo real. Isso impõe severas restrições à nossa experiência com Internet móvel: O acesso deve ser personalizado, ou seja, quando nos conectamos à Internet móvel queremos encontrar apenas aquilo que nos interessa, sem ficar navegando por uma longa estrutura de menus para encontrar o que queremos. A personalização deve ir praticamente ao nível de pessoa a pessoa. Os aplicativos que cada um de nós gostaria de utilizar certamente são diferentes. 368 Índice O acesso deve ser rápido e simples, ou seja, ao contrário da Internet fixa, geralmente o utilizador não está numa posição confortável e com tempo disponível para esperar muito mais. A pouca paciência que se dedica a esperar pela informação na Internet fixa é ainda menor quando se está a utilizar um dispositivo móvel num táxi ou a precisar da informação com a máxima urgência. A entrada de informação também deve ser a menor possível, pois a maioria dos dispositivos móveis não possui bons meios de entrada rápida e volumosa de informações. A informação recebida em resposta deve ser directa e objectiva, ou seja, da mesma forma que se quer encontrar aquilo que interessa rapidamente (através da personalização), a resposta que se pode obter ao pedido também deve ser concisa e directa, pois tanto o ecrã como o tempo do utilizador são escassos. No final de contas só se utilizará realmente aquelas aplicações que são divertidas ou que tornam a vida mais simples. Toda a configuração e preparação dos terminais para aceder às aplicações deve ser feita de forma automática, ou seja, de forma transparente para o utilizador final, pois esse é o único modo de conquistar a grande massa de utilizadores que não sabem ou não querem aprender a manipular comandos complicados de configuração de terminais. O quadro abaixo ilustra outros pontos na comparação entre a experiência da Internet móvel e fixa: Situação Modo fixo Modo portátil Modo móvel Estilo de busca das informações Surfar Abragente Surfar Questionar Duração das sessões Longa Média Curta Muito Curta Terminal Grande Pesado Caro Variedades (Notebook, Handheld, PDA, etc) Pequeno Leve Barato Informação introduzida Troca de dados Troca de dados Registo de informações Confirmações Selecções em menu Serviços Sofisticados Sofisticados Actualização Leituras imediatas Notícias, emergências Psicologia da satisfação Riqueza da experiência Satisfação de curtoprazo Satisfação imediata Comércio electrónico Compras complexas Compras simples Compras simples Compras por impulso Compras de última-hora Há ainda mais uma característica das redes e terminais móveis mais recentes que pode melhorar ainda mais a experiência do utilizador final: a localização dos terminais. O facto da rede celular conseguir determinar com razoável precisão a localização do utilizador habilita uma série de aplicativos sem similar fixo, eliminando a necessidade de digitação de informações. 369 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice São aplicativos como guias de ruas e roteamento, mapas do trânsito, localização de pontos de interesse como bancos, cinemas, restaurantes etc., localização de pessoas, segurança, jogos e outros. Pode-se concluir que se estas tecnologias apresentarem de facto as vantagens que são esperadas e prometidas, haverá um enorme impacto nos negócios nos próximos anos. De facto verifica-se que: Pode-se separar a evolução tecnológica da Internet móvel em dois elementos: as redes das operadoras e os terminais ou dispositivos móveis em poder dos utilizadores finais. •• As aplicações empresariais estão a tornar-se cada vez mais web-enabled (disponibilizadas através de um Internet browser/navegador). A web pode ser utilizada para disponibilizar aplicações internas para os colaboradores mas também como um interface externo para integrar os parceiros de negócio, fornecedores e clientes. As aplicações tipo CRM poderão ganhar um novo significado por força destes desenvolvimentos. •• As aplicações de suporte aos colaboradores com necessidade de mobilidade (vendedores, assistência técnica, pós-venda, gestores e executivos) e acesso em tempo real aos dados do SI da empresa poderão melhorar significativamente em termos de um mais rápido acesso à informação e da redução da necessidade de deslocação permanente ao escritório. •• O protocolo Internet (IP) está a ser cada vez mais utilizado como rede e tecnologia de comunicação. O VoIP (Voice over IP) irá gradualmente substituir a tradicional rede fixa nas telecomunicações e as redes VPNs (Virtual Private Networks) IP estão cada vez mais difundidas. •• A implementação de um cada vez mais elevado número de aplicações baseadas em sistemas open source está a trazer, em muitas situações, uma redução de custos dos projectos de software. •• A Radio Frequency Identification (RFID) é uma das aplicações, que apesar de ainda não estar numa fase de maturidade, tem um enorme potencial, seja para facilitar a área dos transportes e logística, seja para responder às necessidades de segurança dos produtos nas lojas. Até bem pouco tempo atrás, a maior parte dos dispositivos móveis como os telefones celulares e os PDAs tinham ecrãs relativamente pequenos e com pouco espaço de armazenamento. Muitos dispositivos ainda não possuíam bons meios de inserção de dados (como teclados) e a comunicação de dados era a velocidades não muito mais rápidas que as conexões discadas com modems do início da década de 90. As aplicações de Internet móvel de sucesso nas primeiras gerações foram justamente aquelas que conseguem oferecer benefícios e atractivos apesar dessas limitações. Hoje já se encontram no mercado dispositivos que superaram algumas dessas limitações de forma muito inteligente, e as redes das operadoras também já os estão a suportar de uma forma mais eficiente. Estudos mostram que a base de terminais móveis em utilização tende a renovar-se completamente (e consequentemente a suportar novos serviços), em média, de 4 em 4 anos. Tanto nas redes das operadoras quanto nos terminais, um dos maiores saltos tecnológicos em relação aos antigos telefones Wap via conexão discada são as redes de pacotes. O facto dos dispositivos móveis estarem sempre conectados à Internet sem a necessidade de discagem e sem tarifação por tempo de conexão abre espaço para viabilizar diversas aplicações. Segundo dados de estudo da Sybase93, a tecnologia RFID está também a ser implementada por fabricantes de telemóveis. A Nokia afirma o NFC (Near Field Communication) terá um grande impacto do comércio móvel (mobile commerce). A colocação de um chip NFC permite que estes aparelhos interajam com outros com a mesma tecnologia, permitindo-lhes utilizar serviços NFC ou efectuar o download de informação - como URL’s. A maioria dos casos de sucesso no mercado corporativo fundamentam-se no aumento da eficiência das operações, economia de custos e integração com sistemas de retaguarda. Já os casos de sucesso no mercado de massa dependem principalmente da combinação de aplicativos com marcas conhecidas em outras medias (ex. TV) ou conteúdo (músicas, artigos de revistas, etc.). O NFC é, no fundo, um mecanismo de autenticação que cria uma ligação sem fios para que possa ser troca da informação entre dispositivos. Essa informação pode ser composta por: troca de cartões electrónicos; utilizar o telefone para fazer check-in num hotel ou aeroporto. 4.4.1.3 Aplicações De acordo com a análise do último estudo da EITO92, as principais tecnologias apresentadas no tópico anterior já atingiram algum grau de maturidade. Prova disso é que algumas já estão numa fase de introdução no mercado, enquanto que outras apenas aguardam por uma oferta comercial mais integrada. As grandes vantagens da tecnologia, que permite que no futuro utilizadores com telemóveis que suportem o NFC possam trocar dados pessoais, prende-se com a facilidade de configuração. Basta aproximar dois dispositivos que estes automaticamente iniciam as ligações de rede, sem necessitar de qualquer tipo de configuração por parte do utilizador. 92 European Information Technology Observatory 2007 370 93 RFID Solutions Center - Análise sobre o Estado da Arte em RFID – Sybase : 06-0ut-2006 371 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Serviço Telefónico Fixo Evolução da Taxa de Penetração de acessos telefónicos 2001 - 1.º Semestre de 2006, Número de acessos telefónicos principais por 100 habitantes. 50 42,4 41,8 40.9 40,3 40,1 39,7 2001 2002 2003 2004 2005 1S06 40 30 20 10 0 Fonte: ICP-ANACOM, INE Taxa de penetração de acessos telefónicos na Europa em 2005 - Número de acessos telefónicos principais por 100 habitantes. Suécia Luxemburgo Alemanha Dinamarca Grécia França Chipre Reino Unido Malta UE 25 Irlanda Bélgica Holanda Itália Áustria Eslovénia Eslováquia Portugal Finlândia Estónia Hungria Polónia 90 79 80 72 67 70 62 56 56 57 57 60 49 50 50 47 46 50 45 40 40 41 43 43 40 31 33 33 33 30 22 23 28 20 10 0 Letónia No caso do comércio a retalho, o consumidor não precisa mais carregar dinheiro ou cartão de crédito, podendo fazer compras com maior segurança, conforto e agilidade. Um chip com número serial único é implantado num telemóvel, em num dispositivo na forma de chave ou tag. No caixa do pontode-venda é colocado um leitor que transmite os dados seguros do chip a um sistema de autorização de crédito, permitindo o pagamento. 4.4.2.1 Situação em Portugal Neste tópico analisa-se a evolução no mercado Português no que diz respeito aos serviços de telefonia fixa, móvel, cabo, acesso à Internet e ao VoIP. Recorreu-se para este efeito aos dados disponibilizados pela ANACOM e INE, e em especial ao Inquérito ao consumo das comunicações electrónicas de Dezembro 200695. Rep. Checa Uma outra aplicação crítica e com um enorme potencial são os Sistema de Pagamentos sem fios (Via Wireless). Também aqui recorrendo à tecnologia RFID, é possível colocar no mercado sistemas de pagamento Wireless que funcionam como soluções inteligentes e seguras para a rede bancária94. A tecnologia aumenta a protecção de sistemas contra fraudes com a adição da autenticação biométrica à senha dos cartões, podendo ser aplicada em soluções para bancos. 4.4.2 Análise sectorial por países Lituânia Mas as intenções da Motorola no mercado RFID não se ficam pela incorporação do NFC nos seus dispositivos. O negócio que envolve a aquisição da Symbol - um dos maiores fabricantes mundiais de soluções RFID - por parte da Motorola é disso sinal. Em Maio de 2006 a Symbol anunciou uma nova arquitectura - de seu nome Wireless Next Generation (Wi-NG) - a qual é uma estratégia para construir uma plataforma de convergência de todos os standards de ligações sem fios e tecnologias móveis (incluindo o RFID, Wi-Fi, VoWLAN, Mesh e WiMAX). Mas com esta aquisição seria possível à Motorola reforçar a sua posição no mercado empresarial de mobilidade, conseguindo duplicar os lucros da empresa neste sector. Apesar destes motivos, o RFID não deverá ser descartado, pois constituirá, certamente, uma vantagem competitiva para a Motorola, permitindo-lhe expandir-se neste mercado emergente. Além disso a tecnologia RFID poderá integrarse perfeitamente no ambiente WiMAX que a Motorola se encontra a desenvolver juntamente com a Intel e a Sprint Nextel. Por último, certamente que a Motorola pretende, também, aproveitar a grande presença da Symbol em mercados empresariais nos quais ainda não possuem grande quota de mercado: como a saúde; os retalhistas; sectores de produção. O sistema armazena informações sobre cada cliente permitindo desenvolver programas de fidelização, reduzir custos e aumentar a rentabilidade. Por exemplo, alguns dos telefones móveis Nokia já disponibilizam mais esta conveniência e funcionalidade aos seus utilizadores. Eslováquia A norte-americana Motorola também iniciou testes com esta tecnologia, no entanto utilizando o novo serviço da MasterCard PayPass - para pagamentos de produtos e serviços sem ter que existir qualquer contacto entre o cartão (telemóvel neste caso) e o terminal. Este conceito é sem dúvida alguma inovador e permitirá aos consumidores beneficiarem de uma forma de efectuar transacções mais simples e mais rápida. Obviamente que serão incluídas medidas de segurança de forma a proteger os dados financeiros e assegurar transacções seguras aos consumidores. Estes dispositivos terão igualmente outros serviços associados à utilização da tecnologia NFC. Outras empresas como a Samsung, Philips e a Sony estão também a apostar na tecnologia. Índice Fonte: ICP-ANACOM, INE 94 Fonte: RFID - IDENTIFICAÇÃO POR RADIOFREQÜÊNCIA - Sandra Regina Matias Santana - adaptação para publicação na WEB da monografia apresentada à Faculdade de Tecnologia da Baixada Santista http://www.wirelessbrasil.org/wirelessbr/colaboradores/sandra_santana/rfid_01.html 372 95 Inquérito ao consumo das comunicações electrónicas - Dezembro 2006 - Data de publicação – 2.3.2007 Em linha em http://www.anacom.pt/template12.jsp?categoryId=229503 373 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Barreiras à posse de telefone fixo De acordo com o inquérito ao consumo das comunicações electrónicas, em Dezembro de 2006, 59,2 por cento dos lares dispunham de telefone fixo, aproximadamente a mesma percentagem que em Fevereiro de 2006. A taxa de penetração de telefonia fixa está em continuada redução. Em Dezembro de 2006, apenas 4,2% dos inquiridos sem rede fixa manifestaram intenção de vir a subscrever o serviço telefónico fixo num prazo inferior a um ano. E de acordo com os inquiridos, a principal razão para não dispor de telefone fixo é a utilização do telemóvel (75,3 por cento de respostas). O segundo principal motivo é a existência de assinatura (19,5 por cento). Serviço Telefónico Móvel Evolução do número de Assinantes – 2001 - 1.º Semestre de 2006, em Milhares de Assinantes. 12 000 10 362 10 030 8 000 7 978 11 447 11 738 8 670 4 000 0 2001 2002 2003 2004 2005 1S06 Fonte: ICP-ANACOM Evolução do tráfego originado na rede móvel - 2001- 2005, em Milhões de minutos Evolução do tráfego da dados curtos (SMS) - 2001- 2005, mensagens em Milhões de 2001 2002 2003 2004 2005 1 537 2 101 2 303 2 529 4 689 on-net n.d. 1 373 1 470 1 674 3 785 off-net n.d. 728 833 855 904 Número de mensagens escritas (SMS) Posse de telemóvel e vantagens do telemóvel Em Dezembro de 2006, e de acordo com o inquérito ao consumo das comunicações electrónicas, 87,7 por cento dos residentes em Portugal com mais de 15 anos de idade dispunham de telemóvel, mais 3,2 pontos percentuais que em Fevereiro. A principal vantagem do serviço móvel em relação ao serviço fixo é a possibilidade de estar sempre contactável (49,1 por cento de respostas). A mobilidade é o segundo motivo mais referido (39,9 por cento de respostas). Serviços 3G Em Dezembro de 2006, 22 por cento dos utilizadores de telemóvel afirmavam dispor de um aparelho 3G, um acréscimo de 6 pontos face a Fevereiro de 2006. Estes utilizadores correspondem a uma penetração efectiva de 16,7 por cento da população portuguesa. A percentagem de clientes com aparelhos 3G que acedem à Internet pelo telemóvel 3G duplicou, atingindo agora 24,9 por cento. Os MMS continuam a ser o serviço mais utilizado, com 47 por cento de respostas. Redes de Distribuição por Cabo Evolução das Taxas de Penetração das Redes de Distribuição por cabo - 2001- 1.º Semestre de 2006, em percentagens. 14 000 12 000 10 000 8 000 6 000 339 856 1 528 4 000 2 000 0 5 240 2001 468 886 1 792 6 213 2002 4 79 864 1 998 6 674 2003 510 823 2 147 557 829 2 313 100% 80% 60% 40% 7 929 0% 7 172 2004 20% 22% 2001 2005 Móvel-móvel intra-rede (on-net) Móvel-móvel inter-redes (off-net) Móvel-fio racional Móvel-internacional 35% 2002 27% 2003 79% 75% 72% 69% 67% 60% 27% 2004 28% 2005 28% 1S06 Percentagem de Alojamento Cablados no Total de alojamentos Percentagem de Assinantes no Total de alojamentos Fonte: ICP-ANACOM, INE Fonte: ICP-ANACOM 374 375 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Evolução do Número de Assinantes do Serviço de Distribuição de Televisão por Cabo – 2001 - 1º Semestre de 2006, em Milhares de Assinantes Evolução do número de clientes de banda larga (Acesso fixo) - 2001- 1.º Semestre de 2006, Milhares de clientes 2001 2002 2003 2004 2005 1S06 1 000 1 119 1 262 1 334 1 341 1 399 1 407 800 Norte 247 291 315 313 328 328 600 Centro 137 156 162 161 168 168 400 Lisboa 593 644 678 676 707 712 Alentejo 23 35 35 36 38 38 Algarve 38 48 49 49 51 51 Açores 35 37 38 39 40 42 Madeira 46 51 56 62 66 67 Serviço de Televisão Digital por Satélite (DTH) 224 289 341 375 394 383 Norte 70 93 111 123 123 119 Centro 69 92 113 125 126 119 Lisboa 25 29 31 33 37 36 Alentejo 30 39 45 48 49 45 Algarve 16 18 19 20 20 19 Açores 12 16 18 20 23 29 Madeira 2 3 4 5 17 17 Serviço de Distribuição de Televisão por Cabo 826 697 512 517 2005 1S06 425 316 421 207 200 94 0 184 52 2001 2002 2003 2004 Cabo ADSL Acesso dedicado Fonte: ICP-ANACOM Evolução da taxa de penetração da banda larga (Acesso Fixo) - 2001- 1.º Semestre de 2006, Número de clientes (residenciais e não residenciais) por 100 habitantes 14 12 8,1 8 6 Serviço de Acesso à Internet Evolução do número de clientes - Banda Larga vs Banda Estreita (Acesso Fixo) - 20011.º Semestre de 2006, em Milhares de clientes 12,7 11,5 10 4,8 4 2,5 2 0,9 0 2002 2001 2003 2004 2005 1S06 Fonte: ICP-ANACOM 100% 271 80% 208 394 UE 15 Coreia do Sul 9 Japão 9 Estados Unidos 8 26 19 19 Holanda 5 29 29 Dinamarca 3 19 19 Suécia 0 3 18 25 Finlândia 10 13 14 15 18 18 23 13 Reino Unido Fonte: ICP-ANACOM 20 Bélgica Banda Estreita 30 França Banda Larga Luxemburgo 1S06 Áustria 2005 Espanha 2004 Alemanha 2003 Itália 2002 503 Portugal 263 Rep. Checa 99 2001 Taxa de penetração da banda larga na OCDE (Acesso Fixo) - 2001- 1.º Semestre de 2006, Número de clientes (residenciais e não residenciais) por 100 habitantes Irlanda 0% 1 345 Polónia 357 1 212 849 Hungria 20% 404 Rep. Eslováquia 402 40% Grécia 60% OCDE Fonte: OCDE, ICP-ANACOM 376 377 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Portugal apresenta uma das mais baixas taxas de penetração da banda larga. No entanto, num estudo da Arthur D.Little, “Broadband Benchmark”, promovido em Portugal pela Autoridade da Concorrência em 200596 e que também foi realizado em 24 países do mundo (incluindo a Suécia e Holanda) é apresentada uma previsão para 2010 em que Portugal terá uma taxa de 50%, muito próxima da Suécia (com 53%), mas ainda longe da prevista para a Holanda (de 70%). Índice Satisfação global com o serviço - Portugal 9% 59% Telemóvel Muito satisfeito 6 satisfeito 5 45% Telefone fixo em casa Muito satisfeito 20% 6 satisfeito 5 4 3 2 1 41% Serviço VoIP Ainda de acordo com o estudo da Arthur D.Little, “Broadband Benchmark”, a previsão para a penetração do VoIP nos lares, em 2010, poderá chegar a taxas de 70% e 100% em alguns países com a França e o Japão, respectivamente. Em Portugal, a penetração apenas ultrapassará os 20%. No entanto, é referido que estas previsões para Portugal poderão ser mais favoráveis se a Autoridade de Regulação desenvolver políticas favoráveis ao desenvolvimento do VoIP. Não existem indicadores do Serviço VoIP nómada para efeito deste tipo de comparação. Ainda assim é de referir que, por deliberação de 23 de Fevereiro de 2006, da ANACOM, foi aprovado o relatório da consulta pública sobre a abordagem regulatória ao VoIP . De acordo com este documento, devem “[…]os prestadores de serviços VoIP prestados em local fixo… remeter a informação estatística trimestral solicitada aos demais prestadores de STF, uma vez que o serviço VoIP em local fixo é disponibilizado em condições percepcionadas pelo utilizador como equivalentes às do STF tradicional. […] Os indicadores a definir nesta sede especificamente para o acompanhamento estatístico da actividade dos prestadores de VoIP serão aplicáveis unicamente aos prestadores de VoIP nómada, a quem tenha sido atribuída numeração não-geográfica. Em consequência disso, neste momento, a numeração VoIP começa pelo prefixo 3 e este tipo de serviço passará a competir com as outras redes na mesma base. Fornecedor de acesso à Muito satisfeito internet em casa 36% Televisão por subscrição Muito satisfeito 4 321 18% 6 satisfeito 5 4 3 2 1 16% 6 satisfeito 5 4 3 21 Bottom 4 (1, 2, 3 e 4) Top2 (7 e 8) Satisfação global com o serviço - Portugal vs. média dos países estudados Top 2 59% 50% 45% 50% 41% 45% 36% 39% 45% 46% Portugal Telemóvel Telefone fixo em casa Fornecedor de acesso à internet em casa Televisão por subscrição Média Europa No entanto, a insatisfação declarada relativamente ao fixo e ao acesso à Internet assume valores preocupantes. Insatisfação global com o serviço - Portugal vs. média dos países estudados Bottom 4 Satisfação com os serviços de telecomunicações É de destacar a este nível as conclusões de um estudo da APRITEL97 realizado em 9 países europeus - Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia, Reino Unido, Alemanha, Dinamarca, Holanda. 22% 20% 13% 18% 17% 15% 16% 16% 17% 9% De acordo com este estudo, os portugueses declaram níveis de satisfação diferentes para os vários serviços de telecomunicações prestados em Portugal. Portugal Telemóvel Telefone fixo em casa Fornecedor de acesso à internet em casa Televisão por subscrição Média Europa A satisfação média dos portugueses está alinhada com a média europeia ainda que devido à maior satisfação com os móveis. Este relatório, de Julho de 2005, está publicado no sítio da Autoridade da Concorrência. “Estudo Europeu sobre a Satisfação com os serviços de Telecomunicações” - preparado pela Millward Brown para a APRITEL – Março 2007 96 97 378 379 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice A satisfação com o telemóvel em Portugal destaca-se face à encontrada em todos os outros países em estudo. Satisfação relativa do telefone móvel face ao sector Comparativo dos países estudados (%-%) 10 Resumo das principais conclusões deste estudo: •• Os portugueses declaram níveis de satisfação diferentes para os vários serviços de telecomunicações prestados em Portugal. •• A satisfação com o telemóvel em Portugal destaca-se face à encontrada em todos os outros países em estudo. •• A insatisfação declarada relativamente ao fixo e ao acesso à Internet assume valores preocupantes. 3 Portugal Itália 1 1 Grécia França 0 0 Dinamarca Alemanha Inglaterra -2 Holanda Espanha -3 4.4.2.2 Situação na União Europeia A situação na União Europeia é caracterizada com base nos resultados do mais recente relatório da Comissão Europeia sobre o mercado das Telecomunicações98, divulgado em 29 de Março de 2007. -9 Os portugueses estão muito mais satisfeitos do que os espanhóis relativamente às comunicações móveis, enquanto que a satisfação com o telefone fixo em Portugal está entre as mais baixas da Europa. Satisfação relativa do telefone fixo face ao sector Comparativo dos países estudados (%-%) Segundo este relatório, os consumidores têm mais escolha, mas o potencial total do mercado interno da UE permanece desaproveitado. Os consumidores europeus continuam a beneficiar de preços mais baixos e de serviços inovadores em consequência de um progresso significativo na aplicação das regras das telecomunicações na Europa. Contudo, para que os consumidores e fornecedores colham os benefícios integrais do mercado interno europeu, impõe-se mais concorrência, uma aplicação mais coerente e rápida dos remédios e mais independência para os reguladores. 6 5 2 França Alemanha 1 Inglaterra Grécia 0 Holanda Espanha Portugal Itália Dinamarca -2 -2 -4 -11 A satisfação com o acesso Internet em Portugal é algo inferior à média dos outros países em estudo. Satisfação relativa do acesso à internet face ao sector Comparativo dos países estudados (%-%) 7 4 3 2 1 Alemanha Inglaterra Itália Espanha Holanda Portugal França Grécia Dinamarca “A abertura dos mercados das telecomunicações à concorrência é certamente uma das histórias de sucesso da UE, conforme testemunha a tendência de queda das tarifas e a melhoria dos serviços. Todavia, embora auspiciosos, os 2,3% de crescimento do sector e os 5% de investimento suplementar não bastam, num momento em que está em causa a competitividade da Europa”, comentou Viviane Reding, Comissária da UE para as telecomunicações. “Eis a razão por que a reforma deste ano das regras aplicáveis às telecomunicações na UE deve concentrar-se na regulamentação dos aspectos obstrutivos em que a concorrência não é ainda efectiva. Num sector em que a tecnologia transcende as fronteiras nacionais, os reguladores devem abrir caminho a economias de escala pan-europeias que são do interesse quer dos operadores quer dos consumidores.” Os principais destaques deste relatório são: •• Preços inferiores e mais escolha para o consumidor - O preço de uma chamada telefónica de 3 minutos nas redes fixas nacionais desceu de cerca de 41,8 cêntimos em 2000 para os actuais 25 cêntimos. Por sua vez, os preços dos serviços móveis nacionais chegaram a diminuir 13,9% no ano passado. Acresce que mais de 31,4 milhões de clientes móveis (um acréscimo de 6,3 milhões) utilizaram o direito, que a legislação comunitária lhes confere, de manter o número quando passam de um operador para outro. De todos os Estados-Membros, a Espanha tem o número mais elevado de consumidores que optam por esta modalidade (9,21 milhões). Quanto às redes fixas, mudaram igualmente de operador, nos -2 -3 -4 380 12th EU Telecom Rules implementation report. Este relatório de aplicação está publicado no sítio: http://ec.europa.eu/information_society/ policy/ecomm/implementation_enforcement/index_en.htm 98 -5 381 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice mesmos moldes, mais de 15 milhões de clientes em toda a UE (contra 7 milhões em 2005). E na Suécia, já é possível conservar o mesmo número quando o consumidor muda para serviços VoIP. •• Os mercados móveis estão a atingir a maturidade - Neste segmento com um valor actual de €133 biliões, o crescimento das receitas foi de 4,6% em 2006 (comparado com 5.9% in 2005). Com 478,4 milhões de telemóveis em utilização, a taxa de penetração na Europa cifra-se agora em 103% da população (contra 95% em 2005). As taxas de penetração mais elevadas verificam-se no Luxemburgo (171%), na Itália (134%) e na Lituânia (133%). Os preços dos móveis (dos vários pacotes de serviços) desceram de acordo com o expresso na figura seguinte. Ainda assim, a Comissão Europeia espera uma descida mais acentuada nos preços, especialmente no roaming, a partir do verão de 2007 – ver mais em detalhe no último capítulo deste estudo. •• Telefonia fixa: as receitas dos operadores diminuem – Neste segmento com um valor actual de €83 biliões, as receitas diminuíram entre 4,5 e 5,1% em 2006. A concorrência continua a fazer baixar as quotas de mercado dos operadores incumbentes, que actualmente se cifram numa média de 65,8% das receitas do mercado retalhista na UE-25. A partir de Julho de 2006, mais de 32% dos consumidores da EU utilizaram um operador alternativo para as chamadas internacionais e locais. Por força disso os preços caíram significativamente. Em resposta os operadores incumbentes passaram a oferecer serviços triple play (televisão, voz e Internet) e quadruple play (que incluem também os serviços de rede móvel) em países como a França, Finlândia, Alemanha, Suécia e Holanda. Concorrência gera crescimento rápido da banda larga - A banda larga é o segmento das telecomunicações de maior crescimento com um valor actual de €58.5 biliões. E em 2006, o crescimento das receitas situou-se entre 7,8% e 8,5%. Registaram-se mais de 20 milhões de novas assinaturas de banda larga, colocando em 15,7% a taxa de penetração na UE-25. Os Países Baixos (29,8%) e a Dinamarca (29,4%) têm hoje as taxas de penetração da banda larga mais elevadas do mundo, à frente da Coreia do Sul, enquanto sete Estados-Membros (Finlândia, Suécia, Bélgica, UK e Luxemburgo) têm taxas de penetração superiores às dos Estados Unidos (de 19.2%). Os países em que os reguladores impuseram às redes do operador incumbente obrigações de acesso e em que a concorrência a nível das infra-estruturas começou a tomar forma, exibem as taxas de crescimento mais elevadas. É de notar (ver figura seguinte) que os 4 países objecto de análise de benchmarking com Portugal são os líderes europeus em termos de taxa de penetração da banda larga. • Simple average across all mobile operators covered Low usage basket 30 17.49 16.07 14 13.84 12 10 8 6 4 2 Subscribers using an alternative provider for voice telephony services 0 July 2006 2006 60% 50% 0% 36.64 32 14% 4% BE DK DE EE EL ES FR 21% IE IT 5% CY LT LU HU MT AT Local Calls 16.07 25% 24% 4% 10% 23% 24% 1% 13% 223% 21% 20% 38 euro per month including VAT 25% 35% 32% 31% 30% 40 34 32,5% 7,7% Low usage basket 39% 36% 75% 30% 36% 16,2% Simple average across all mobile operators covered 36 45% 40% 1,2% 1% SI SK PL PT Long distance 5% EU 25 25% 2005 58% 2004 19,4% 16 21,4% 22% euro per month including VAT 18 FI SE UK International calls 30 28 29.01 26 24 22 20 2004 2005 2006 EU 25 382 383 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice •• Falta de condições equitativas para os operadores - O relatório da Comissão aponta também algumas das mais importantes questões de regulamentação ainda não resolvidas: EU Broadband penetration rate 0% 21,8% 19,7% 19,0% 17,2% 16,4% 15,8% 13,9% 13,6% 13,5% 12,6% 12,3% 10,3% 9,3% 9,3% 4,5% 4,3% 3,3% 5% 8,6% 7,4% 10% 9,6% 15% 15,7% 20% 20,4% 24,5% 25% 26,0% 29,4% 30% 29,5% 1 October 2006 EL SK PL CY HU LT LV CZ IE MT SI PT IT ES EU-25 AT DE EE FR LU UK BE SE FI DK NL Data for Austria as of July 2006. The estimate for the Austrian NRA for October 2006 is 16,42% Fonte: 12th EU Telecom Rules implementation report •• 3G e serviços de dados – há sinais que o consumo de tráfego 3G está a aumentar. Neste momento, há 70 operadores a oferecer este serviço em todos os estados membros. Ainda que o Japão tenha a taxa mais elevada de penetração de serviços 3G, a Europa regista a taxa mais elevada de subscritores de 3G (e a estimativa é de chegar a cerca de 45 milhões). A Itália (com cerca de 20%), Portugal, Luxemburgo, Irlanda, UK e Suécia, são os países com maior número de subscritores de serviços 3G. •• VoIP – em 2006 a possibilidade de efectuar chamadas através da Internet passou a ser uma realidade em toda a União Europeia. Tanto os operadores tradicionais como os incumbentes já estão a oferecer serviços baseados em VoIP, o que irá conduzir a uma maior descida dos preços da telefonia baseada na rede fixa. •• Serviços de emergência 112 – Em vários países continuam a existir outros números de emergência, para além do 112. No entanto, na Suécia, Dinamarca e Holanda, o 112 foi designado como o único número de emergência, tendo sido anunciado em vários meios e suportes publicitários. •• Portabilidade do número – a possibilidade de manter o número quando se muda de operador aumentou muito em 2006, serviço que foi utilizado por 31.4 milhões de subscritores de telemóveis. Foi especialmente utilizado na Finlândia (64%), Dinamarca (32%), Espanha e Suécia (ambos com mais de 20%), mas muito pouco em Portugal. •• Falta de reguladores nacionais verdadeiramente independentes: com destaque para a Polónia e a Eslováquia. Noutros Estados-Membros, as influências políticas na actividade do regulador nacional continuam a ser motivo de preocupação. •• Atrasos na imposição de remédios para problemas de concorrência: em alguns casos (Itália, Portugal, Grécia e Alemanha), devido à morosidade dos recursos judiciais contra as decisões dos reguladores nacionais. •• Remédios muito diferentes para problemas de concorrência semelhantes: As ofertas de acesso à banda larga em fluxo contínuo (bitstream) permanecem inconsistentes na UE e os encargos de terminação de chamadas variam significativamente de um país para outro. •• Gestão ineficiente e fragmentada do espectro de radiofrequências: O espectro de radiofrequências apoia serviços com um valor superior a 200 mil milhões de euros. Uma abordagem à escala da UE para a gestão do espectro de radiofrequências poderia produzir um acréscimo de 0,1 pontos percentuais no crescimento do PIB. •• Implantação insuficiente do número de emergência 112: Em 2006, a Comissão teve de lançar processos por infracção contra 13 Estados-Membros. •• A concorrência transfronteiras, o crescimento económico e as vantagens para os consumidores poderiam beneficiar consideravelmente se a UE passasse de 27 sistemas nacionais diferentes para uma abordagem reguladora mais coerente no conjunto dos Estados-Membros. Os operadores do mercado já obtêm hoje cerca de 1/3 da sua receita em Estados-Membros que não os de origem. 4.4.2.3 Análise por países Neste tópico, será avaliado o desempenho de Portugal e dos quatro países desta análise de benchmarking em termos do estado actual do sector das comunicações e mobilidade. Recorre-se para esse efeito a um conjunto de informação disponível sobre a situação específica de cada um destes países, publicada no último relatório da Comissão Europeia sobre as Telecomunicações99. Neste tipo de análise, a preocupação central é a garantia de competitividade neste sector. Em virtude dos operadores incumbentes ainda terem uma posição dominante em muitos países, a Comissão Europeia tenta evitar todas as eventuais situações de abuso da posição dominante no acesso ao lacete local. Isto porque se verificaram (e ainda se continuam a verificar em alguns dos estados membros), práticas injustas de preços, por parte do operador incumbente, que cobrava mais aos novos operadores do que aos assinantes, gerando assim uma compressão das margens. 99 12th EU Telecom Rules implementation report. Ver sínteses específicas de cada país em: http://ec.europa.eu/information_society/newsroom/cf/itemlongdetail.cfm?item_id=3304 384 385 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais 4.4.2.3.1 Holanda Em 2006, a Holanda foi o país líder em termos de penetração da banda larga na EU. Existe uma elevada concorrência entre redes e serviços dos operadores ADSL e de cabo (que cobre todo o país), com preços baixos para os consumidores (mesmo os preços dos móveis são competitivos). Neste momento a atenção do regulador está virada para a estratégia do operador incumbente de converter a sua rede numa rede IP da próxima geração, até 2010. •• Banda larga: A Holanda regista o 1º lugar em relação à penetração de banda larga (com uma taxa de 29.8%), mas o operador incumbente continua com uma quota de mercado elevada (44.9%, e os operadores de ADSL com 16.3%). Os maiores concorrentes são os operadores de cabo e há novos operadores a entrar no mercado, onde as taxas de ligação cobradas aos novos operadores são baixas e com tendência a descer. •• Rede móvel: Existem 4 operadores, 1 operador virtual e 12 prestadores de serviço móvel e o número de telemóveis e tráfego gerado continua a crescer. O incumbente tem uma quota de mercado de 48%, num Mercado em que a penetração é superior a 100% e em que os preços estão dentro da média europeia. Os serviços 3G são oferecidos por metade dos operadores, enquanto que 2 deles estão a reforçar a cobertura de hotspots wi-fi. •• Rede fixa: O operador incumbente tem uma quota de mercado de 70 a 80% nas chamadas nacionais, mas os clientes estão a transferir-se para os operadores de cabo e VoIP. Ainda assim, o incumbente continua a ganhar com o aumento de penetração no mercado da banda larga. Índice 4.4.2.3.1 Dinamarca O ano de 2006 foi muito benéfico para os consumidores em virtude da forte concorrência via preço nos serviços móveis e ADSL. De referir que a Dinamarca é o 2º país com maior penetração de banda larga da Europa e com uma excelente infraestrutura de acesso à Internet (para além do ADSL), em forte expansão. •• Banda larga: A Dinamarca registou em Outubro de 2006 uma elevada taxa de penetração de 29.4% (na EU-25, a média era de 15.69%). O processo de desagregação do lacete local está a ser rápido (em 2006, o número de linhas desagregadas quase que duplicou). •• Rede móvel: A taxa de penetração do acesso móvel atingiu os 104% (contra 101% em 2005). Regista-se uma situação de clara concorrência neste segmento, com 3 operadores a oferecerem serviços 3G (e ainda existe uma 4ª licença sem lançamento comercial). •• Rede fixa: a telefonia fixa ainda não está sujeita a uma situação de concorrência efectiva. O operador incumbente está a aumentar a quota de tráfego em minutos (de 60.9% em 2005 para 64.2% em 2006). Apesar disso, os preços na Dinamarca são dos mais baixos na Europa. •• TV: em finais de 2005, 25.8% dos lares tinham TV analógica, 21% por satélite e 53.2% por Cabo. A TV digital terrestre teve o seu arranque em Abril de 2006 e está previsto que a TV analógica encerre em Outubro de 2009. •• TV: 3 das 4 maiores empresas estão em processo de fusão e a TV digital terrestre está em expansão. •• Serviço universal: Está previsto que o incumbente preste todos os serviços públicos de telecomunicações incluídos na directiva do serviço universal até final de 2007. •• Serviço universal: Está previsto que o incumbente preste todos os serviços públicos de telecomunicações incluídos na directiva do serviço universal (tarifas especiais, telefones públicos e directórios) durante um determinado período. •• Portabilidade: a portabilidade dos números é válida tanto para a rede fixa como para a móvel. No final de 2005 foi abolida a necessidade legal de completa portabilidade entre os números fixos e os móveis. •• Serviços de emergência 112 – A Holanda falhou o objectivo de assegurar que os operadores disponibilizassem a informação sobre a localização do chamador para chamadas de móvel para o 112. Foi encomendado um sistema telefónico específico para este tipo de serviço, mas que apenas estará instalado em finais de Outubro de 2007. •• Protecção de dados: No seguimento de um plano antiterrorista aprovado em Novembro de 2005, passou a haver obrigatoriedade de retenção de dados das chamadas recebidas, dos telemóveis e dos emails recebidos. Esta lei também inclui obrigação de recolha de tráfego de dados na Internet. Os operadores estão frontalmente contra pelo facto de ser uma lei que vai muito além das recomendações da EU e que traz muitos custos operacionais. •• Portabilidade: as elevadas taxas cobradas pela portabilidade dos números foram reduzidas para €2 a €8 rede fixa. A portabilidade nos móveis é cobrada a taxas superiores. •• Processos pendentes por desrespeito às regras da EU sobre telecomunicações: 1 •• Processos pendentes por desrespeito às regras da EU sobre telecomunicações: 2 386 387 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice do lacete local continua ser um problema e as taxas de ligação cobradas aos novos operadores são das mais elevadas da Europa. 4.4.2.3.3 Finlândia Em 2006, a Finlândia manteve o 3º lugar em termos de penetração da banda larga na EU. Há um aumento dos serviços 3G, ainda que a cobertura esteja concentrada nas áreas de maior concentração populacional. Em termos da rede fixa, os preços para outras redes fixas são dos mais baixos da Europa mas tem havido um aumento dos preços da rede fixa para a móvel. •• Rede móvel: Na Suécia 95% da população possui um telemóvel, os preços estão mais competitivos e em que os serviços 3G (em finais de 2006) têm uma cobertura de 98% da população (contra aproximadamente 85% em Março de 2005). •• Banda larga: A Finlândia manteve o 3º lugar na taxa de penetração de banda larga, mas a taxa de crescimento está a diminuir por força da saturação do mercado. O processo de desagregação do lacete local está mais rápido, mas ainda existem problemas dado que as taxas de ligação cobradas aos novos operadores continuam bastantes altas (ao mesmo nível de 2005). •• Rede fixa: A infra-estrutura de telefonia IP (por exemplo, através de redes de TV por cabo e novas LAN) está a conquistar mercado à rede fixa. •• TV: 3 das 4 maiores empresas estão em processo de fusão e a TV digital terrestre está em expansão. ( exactamente igual à situação na Holanda ?) •• Rede móvel: A taxa de penetração do acesso móvel atingiu os 93% (uma das mais elevadas da EU). No entanto, a utilização dos pré-pagos (4%) é muito mais baixa que a registada na EU. Todos os 3 operadores licenciados passaram a oferecer serviços 3G, ainda que limitados à capital, grandes cidades e resorts de ski. •• Rede fixa: os preços são dos mais baixos na Europa. Apesar do VoIP ainda não estar a ser muito utilizado pelos consumidores, nos novos lares já não são instaladas novas linhas de cobre, sendo cada vez mais usada a fibra. •• De acordo com um relatório preparado para a comissão europeia, em finais de 2005, 26% dos lares tinham TV terrestre (menos de metade já era digital), 21% por satélite e 53% por cabo. Está previsto que em finais de 2007, a TV digital terrestre tenha uma quota de mercado de 99.8% (para os canais de serviço público). •• TV: em finais de 2005, 33% dos lares já tinham a TV digital terrestre (melhor resultado na EU) e está previsto que a TV analógica encerre em Agosto de 2007. •• Serviço universal: Estão previstas medidas específicas para apoiar cidadãos com necessidades especiais, como por exemplo serviços de tradução áudio por videochamadas 3G. •• Serviços de emergência 112 – O 112 foi há já bastante tempo designado como o único número de emergência, sendo também reconhecido como o número de emergência europeu. •• Serviços de emergência 112 – O reconhecimento do 112 é muito elevado. Durante um período experimental de 2 anos, o 112 é disponibilizado através de SMS para cidadãos com dificuldades auditivas e de locução. •• Portabilidade: a portabilidade dos números é muito utilizado em termos das empresas. No final de 2006, existiam 3,5 milhões de números portados (acumulados) contra 2,7 milhões em 2005. •• Portabilidade: Em finais de 2006, registavam-se cerca de 2 milhões números portados (acumulados) em comparação com 1.3 milhões um ano antes. Os números fixos portados aumentaram muito com a possibilidade dos consumidores acederem ao VoIP e a outras redes. •• Processos pendentes por desrespeito às regras da EU sobre telecomunicações: 3 •• Processos pendentes por desrespeito às regras da EU sobre telecomunicações: 1 4.4.2.3.4 Suécia A Suécia é o país com menor regulação nas telecomunicações, estando o governo a tratar de dar resposta a esta situação. O mercado está consolidado em 4 grupos nacionais, mas a banda larga está mais barata para os consumidores. O país regista um elevado nível de penetração da rede móvel e existe uma cobertura de 98% da população através de 3G. •• Banda larga: Em Outubro de 2006, a Suécia regista o 4º lugar em relação à penetração de banda larga na Europa (com uma elevada taxa de 24.6%), sendo no entanto o último do ranking dos países nórdicos. O controlo da desagregação 388 4.4.2.3.5 Portugal Num artigo do Professor Abel Mateus100, utilizado para justificar a necessidade de maior concorrência no sector das telecomunicações, era referido que Portugal aparecia como o país onde as famílias (em 2003) suportavam os preços mais elevados da Europa (106% superiores aos da Suécia). O esforço do regulador junto do incumbente (que ainda controla todas as redes - cabo e cobre) fez aumentar um pouco a concorrência, 100 Autoridade da Concorrência – ver em: http://www.autoridadedaconcorrencia.pt/download/WP13_difecom_feb06.pdf 389 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais tendo alguns operadores investido na desagregação do lacete local, mas ainda assim continuam a existir atrasos na implementação de medidas de liberalização do mercado. •• Banda larga: Em Outubro de 2006, a penetração de banda larga em Portugal (com uma taxa de 13.5%) era mais baixa que a média da Europa (15.7%). O incumbente ainda tem uma das quotas de mercado mais elevadas (69.1% no mercado global de banda larga e 73.7% no ADSL) em comparação com os outros incumbentes. Apesar da baixa das taxas de ligação cobradas aos novos operadores, os operadores alternativos estão a apostar na desagregação do lacete local (164.000 desagregações em Outubro de 2006 contra 16.000 no início de 2005). •• Rede móvel: A penetração dos móveis (113% em Outubro de 2006) continua a ser superior à média da EU (103%), e regista-se em Portugal a maior proporção de clientes pré-pagos da EU (80%). O incumbente tem 46% de quota de mercado (2º com 40 e o 3º com 14). O regulador desenvolveu um observatório em linha que permite comparar preços das tarifas móveis e que ajuda os clientes a negociarem o tarifário de acordo com o seu perfil de consumo. •• Rede fixa: O mercado ainda está dominado pelo incumbente, com 77,4% quota de mercado em valor em Dezembro de 2005. Mas a infra-estrutura de telefonia IP (por exemplo, através de redes de TV por cabo e novas LAN) está a conquistar mercado à rede fixa. O número de clientes que utilizam outros operadores para acesso directo é superior à média EU (15.2% contra 10.4%), devido ao facto de haver operadores a investir na desagregação do lacete local, de haver outros com redes de cabo e também ao lançamento de serviços telefonia fixa que utilizam frequências móveis. •• TV: em finais de 2006, 62,5% dos lares tinham TV analógica terrestre, 10,4% por satélite, 27,1% por cabo e recentemente também existe TV por ADSL. Está prevista uma consulta pública para atribuir frequências TV digital terrestre para finais de 2007, de forma a que a TV analógica encerre entre 2010 e 2012. •• Serviço universal: Está previsto que o incumbente preste todos os serviços públicos de telecomunicações incluídos na directiva do serviço universal (tarifas especiais, telefones públicos e directórios) até 2025. •• Serviços de emergência 112 – O reconhecimento do 112 é muito elevado, mas ainda não é possível assegurar a informação sobre a localização do chamador para as chamadas de móvel para o 112. Índice •• Processos pendentes por desrespeito às regras da EU sobre telecomunicações: 4 4.4.3 Posicionamento de Portugal 4.4.3.1 Objectivos e pressupostos O objectivo deste tópico é comparar a posição de Portugal em relação aos outros países objecto de análise de benchmarking no que diz respeito ao um conjunto mais específico de indicadores relativos às “comunicações e mobilidade”. Procurou-se detectar as principais diferenças entre estes países, não só em relação ao grau de importância do sector das telecomunicações na economia nacional como também ao estado de desenvolvimento das comunicações móveis (ainda muito utilizadas para serviços de voz – através dos telemóveis) e de acessos a serviços de dados (através do acesso remoto à rede corporativa). Em termos de pressupostos, considerou-se para efeito desta análise que dentro da União Europeia, as “comunicações e mobilidade” estão enquadradas no sector das telecomunicações. Este sector é um dos mais importantes da Europa e grande responsável pelo desenvolvimento da sociedade da informação e do conhecimento. De acordo com as fontes utilizadas na recolha de dados e estatísticas, o sector da telecomunicações inclui os seguintes segmentos: 1. Equipamentos de comunicações ao serviço do utilizador final 2. Centrais telefónicas e equipamentos de circuitos 3. Infra-estrutura de telemóveis e rede celular 4. Equipamentos de rede e transmissões 5. Serviços de operadores de telecomunicações (rede fixa, móvel e cabo) É de notar que por força da convergência actual entre as comunicações e a informática, a diferenciação entre os segmentos mais relacionados com as telecomunicações e os mais relacionados com as tecnologias de informação é cada vez mais difícil de estabelecer (especialmente ao nível dos equipamentos de rede). Tendo em conta todos os constrangimentos relacionados com a dificuldade de obtenção de informação estatística comparável e suficientemente desagregada para cada um destes países, avaliou-se o grau de importância das “comunicações e mobilidade” com base nas seguintes dimensões: •• Na taxa de penetração das telecomunicações nas economias nacionais, representada pelo indicador de Gastos em telecomunicações em % do PIB (2006). •• Na taxa de crescimento do mercado das telecomunicações, representada pelo indicador da taxa prevista de crescimento do mercado das telecomunicações (2007/2006). •• Portabilidade: Os números fixos portados aumentaram muito. No entanto, a portabilidade dos números móveis não é tanto utilizada porque muitos dos clientes têm os terminais bloqueados ao operador ou até porque já utilizam mais do que um operador. 390 391 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Para avaliar o grau de importância da mobilidade desenvolveu-se uma análise desagregada do Segmento 5 “Serviços de operadores de telecomunicações (rede fixa, móvel e cabo)”, descriminando o valor dos serviços móveis dos restantes serviços de operador de telecomunicações. Para além disso, para comparar a penetração dos serviços móveis de voz e dados, recorreu-se a um conjunto de indicadores relacionados com a penetração da rede fixa e móvel e do acesso remoto à rede corporativa. Posicionamento no sector das Telecomunicações Taxa de penetração das telecomunicações em 2006 Portugal Finlândia Holanda Suécia Dinamarca 4,29 2,83 3,05 3,51 2,82 Fonte: European Information Technology Observatory 2007 Gastos Telecom em % do PIB 5,00 4,50 4,00 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 Portugal Finlândia Taxa crescimento 2007/2006 Portugal Finlândia Holanda Suécia Dinamarca 1,90 0,70 1,50 1,20 0,30 Fonte: European Information Technology Observatory 2007 2,00 1,80 1,60 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 0,0 Portugal Finlândia Holanda Suécia Dinamarca •• A maior taxa de crescimento do mercado das telecomunicações em Portugal é explicada pela continuada procura ao nível das aplicações da rede móvel. Apesar da penetração da voz estar a atingir a maturidade, ainda há áreas de crescimento (por exemplo nos dados, segmento em Portugal parte de uma patamar muito inferior aos outros países – ver análise da Penetração dos Serviços Móveis de voz e dados). Holanda Suécia Dinamarca •• Isolando o efeito preço, assume-se que um aumento dos gastos em telecomunicações é reflexo de uma maior penetração das telecomunicações na economia de um país. Nesse sentido, Portugal regista a maior taxa de penetração das telecomunicações, que é explicada pelo maior consumo de produtos e serviços deste sector (especialmente no móvel). •• O bom comportamento de Portugal é explicado pela maior concorrência e pela disponibilização imediata de novas aplicações. Portugal regista a maior taxa de penetração de telemóveis (destes 5 países) e ainda de pré-pagos (em toda a EU) e que o lançamento de novas tecnologias (GPRS e UMTS) e dispositivos (PDAs e Smartphones) é geralmente bem aceite, em termos de procura, pelos consumidores e empresas. Com base nos valores obtidos para as duas dimensões (taxa de penetração e taxa de crescimento), é então possível avaliar o posicionamento de Portugal face aos outros países, em relação à importância do sector das Telecomunicações. Estes resultados são expressos sob a forma da seguinte matriz, em que o eixo vertical indica o resultado da dimensão “taxa de penetração” e no eixo horizontal o da dimensão “taxa de crescimento”. Portugal Suécia Matriz de Posicionamento Telecom Finlândia Dinamarca Holanda 5 4 Taxa penetração Gastos Telecom em % do PIB Indicador Taxa crescimento 2007/2008 4.4.3.2 Análise dos resultados Indicador Taxa de crescimento do mercado das telecomunicações 3 2 1 0 0 1 2 3 Taxa crescimento 392 393 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice •• Portugal encontra-se melhor posicionado que os outros países no que diz respeito à importância do sector das telecomunicações (tal como definido em 3.1.). É seguido pela Holanda (que regista a segunda taxa de crescimento mais elevada) e pela Suécia (que apresenta a segunda taxa de penetração mais elevada). •• Apesar de Portugal não registar a mesma performance noutros indicadores relacionados com este sector (como por exemplo, na taxa de penetração da banda larga e na adopção da TV digital terrestre), a adopção massiva e pioneira de aplicações móveis contribui de uma forma significativa para se destacar no sector telecom. Taxa crescimento % 2007/2008 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 Posicionamento nas Redes Móveis Para avaliar este posicionamento, numa área mais específica do sector das telecomunicações, recorreu-se a duas dimensões: •• A importância dos serviços móveis nos serviços totais •• A evolução dos serviços móveis A importância dos serviços móveis nos serviços totais (rede fixa, móvel e cabo) dos operadores de Telecomunicações, é expressa pelo indicador peso % dos serviços móveis. Indicador Peso % dos serviços móveis Portugal Finlândia Holanda Suécia Dinamarca 0,46 0,39 0,41 0,41 0,32 Fonte: European Information Technology Observatory 2007 Portugal Finlândia Holanda Suécia •• Neste indicador, Portugal e a Finlândia estão logo a seguir à Suécia. •• Apesar da maturidade das aplicações de voz, Portugal ainda poderá crescer nas aplicações de dados. Com base nos valores obtidos para as duas dimensões (peso dos serviços móveis e taxa de crescimento), é então possível avaliar o posicionamento de Portugal face aos outros países, em relação à importância do segmento das comunicações móveis. Estes resultados são expressos sob a forma da seguinte matriz, em que o eixo vertical indica o resultado da dimensão “peso do móveis” e no eixo horizontal o da dimensão “taxa de crescimento”. Portugal Peso % dos serviços móveis Holanda Matriz de Posicionamento Telecom Móvel Dinamarca Suécia 5 4 Peso móveis 0,50 0,45 0,40 0,35 0,30 0,25 0,20 0,15 0,10 0,05 0,00 Dinamarca Finlândia 3 2 1 Portugal Finlândia Holanda Suécia Dinamarca 0 0 1 2 3 Taxa crescimento •• Pelas razões acima apontadas, Portugal é o país em que os serviços móveis têm um peso mais significativo (em volume de negócios dos operadores). Suécia e Holanda são os países seguidores. A evolução dos serviços móveis, é expressa pelo indicador de taxa de crescimento. Indicador Peso % dos serviços móveis Portugal Finlândia Holanda Suécia Dinamarca 1,90 1,90 0,80 2,20 1,00 •• Se Portugal alterar o perfil de consumo das comunicações móveis, aumentando mais do que proporcionalmente as aplicações de dados em relação à voz, haverá possibilidade de se aproximar da Suécia no que diz respeito à evolução da taxa de crescimento neste segmento. Fonte: European Information Technology Observatory 2007 394 395 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Penetração dos Serviços Móveis (voz e dados) Comparando a evolução da rede fixa e da rede móvel, conclui-se que Portugal queimou etapas no desenvolvimento das telecomunicações. Apesar da penetração da rede fixa não ser tão elevada como nos outros países (ver resultados da tabela seguinte: taxa de penetração acessos telefónicos), Portugal aproveitou muito bem o desenvolvimento da tecnologia GSM para conseguir de uma forma muito rápida que os outros países alcançar o nível de penetração mais elevado na rede móvel. Indicador Acessos telefónicos Portugal Finlândia Holanda Suécia Dinamarca 40,00 40,00 47,00 72,00 62,00 2005 Gastos em TIs em Gastos em TIs per % do PIB capita em € Nº PCs per 100 habitantes Portugal 1,81 264 21 Finlândia 3,27 989 50 Dinamarca 3,29 1 278 65 Holanda 3,3 1 027 54 Suécia 3,85 1 246 67 Europa 2,76 634 31 Fonte: European Information Technology Observatory 2007 Fonte: Taxa de penetração de acessos telefónicos na União Europeia - 2001-2005, Número de acessos telefónicos principais por 100 habitantes -Fontes: ICP-ANACOM, ITU, Eurostat. Mas ao contrário do que se verifica no caso dos serviços móveis de voz, Portugal não estará muito bem posicionado em relação aos outros países no que diz respeito à penetração dos serviços móveis de dados. De acordo com os resultados da tabela seguinte, Portugal é o país com pior resultado em termos do acesso remoto ao sistema de informação da empresa (em % empresas com pessoal ao serviço que regularmente trabalha parte do tempo no exterior e acede ao sistema de tecnologias de informação da empresa a partir desse local, na União Europeia - 2003-2005). Apesar deste acesso remoto não ser efectuado através de dispositivos móveis, poder-se-á ter uma percepção da importância do acesso aos dados da empresa e do potencial que terá se as empresas puderem passar a dispor dos dados em ambiente móvel. Indicador Acesso remoto ao SI empresa Portugal Finlândia Holanda Suécia Dinamarca 15 33 29 40 50 Fonte: EUROSTAT, Survey on ICT Usage in Enterprises 2003 - 2005 Em conclusão e tal como acima referido, se Portugal pretender continuar a crescer no segmento das comunicações móveis, necessita de aumentar de uma forma significativa a sua penetração nos serviços de dados. Trata-se de um aspecto fundamental para assegurar a competitividade na área empresarial, dado que as aplicações de dados são na sua maioria utilizadas pelas empresas (seja em processos de relacionamento entre colaboradores ou com os seus parceiros de negócio). Posicionamento no sector das TI Tal como mencionado no ponto 3.1, a diferenciação entre as telecomunicações e as tecnologias de informação é cada vez mais difícil de estabelecer. Ainda assim, justificase uma análise do posicionamento de Portugal em relação aos outros países, no que diz respeito a alguns indicadores do sector Tecnologias de Informação. Recorre-se para este efeito aos últimos dados publicados pela EITO sobre os gastos em TI por países e por indústrias. Ao contrário do caso específico das comunicações em que Portugal tem um posicionamento forte (fundamentalmente devido ao seu avanço nos indicadores relacionados com as comunicações móveis), nas TI, Portugal está particularmente destacado pela negativa (ver quadro anterior). Um dos indicadores com maior impacto ao nível dos cidadãos é o rácio (PCs/Habitante), que traduz a penetração de PC nos lares e em que Portugal está claramente abaixo da média europeia. Segundo a política expressa por este Governo, para ultrapassar este problema é fundamental a existência de computadores nas escolas, que será tanto mais eficaz quanto maior for a preparação dos professores. Considera-se que não havendo computadores nas escolas, o acesso dos mais jovens à Internet realiza-se na sua residência, e apenas para aqueles que a ela têm acesso e, dentro destes, a eficiência da sua utilização está umbilicalmente ligada à capacidade cultural dos Pais. Foi para dar resposta a esta necessidade que foi criado o programa e-iniciativas (ver em http://www.eescola.pt/) que oferece condições especiais de acesso ao PC e à Internet para estudantes, professores e trabalhadores inscritos no programa Novas Oportunidades e pretende ao longo dos próximos três anos mudar o cenário português de acesso às TIC. A TMN já anunciou que vai investir entre 100 a 150 milhões de euros para assegurar a disponibilidade de 300 mil PCs101. De notar que esta subsidiação de equipamentos e serviços é assegurada, no âmbito das contrapartidas a que os operadores móveis ficaram sujeitos com a atribuição das licenças de terceira geração móvel. No entanto, é de realçar que a democratização da sociedade de informação terá que passar, necessariamente, pela promoção de políticas e iniciativas que combatam a info-iliteracia, cuja manutenção é, em grande parte, responsável pelo agravamento do fosso da exclusão social. 101 396 Ver artigo: http://tek.sapo.pt/4I0/759961.html 397 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Mas para além do último lugar, em comparação a estes 4 países, Portugal está também na cauda da Europa (conforme se pode observar na figura seguinte). Suécia, Dinamarca, seguidas na Holanda e Finlândia, ocupam as posições de liderança nestes indicadores. Portugal, tal como outros países do sul da Europa, ocupam os últimos lugares, e ano após ano aumentam o seu desvio negativo em relação aos líderes. É também esperado que os investimentos realizados pelo sector público (nas áreas do governo local e saúde) possam gerar um rápido e sustentável crescimento nos próximos anos. 4.4.4 Tendências Globais 4.4.4.1 Visão do futuro Neste momento já é expectável uma evolução no sentido da massificação de conceitos como a TV digital, a interacção homem-computador através de fala e imagem, a fibra para os lares (fiber to the home) e a Internet das coisas / objectos e sensores (Web of Things, ou seja a partilha de informação gerada por instrumentos e sensores ubíquos em comunicação). 60,000 N GDP per capita (€) 50,000 40,000 IR 30,000 B/L E 20,000 GR A EU 15 D I F CH DK US NL S SF J UK P 10,000 0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 IT expenditure as % of GDP Finalmente, analisam-se os gastos em TI por indústrias (ver figura seguinte). De acordo com os dados da EITO, verifica-se que o sector bancário e financeiro continua a ser o principal investidor em TI. 10 Na área das redes de comunicações, o futuro está na convergência das redes, ou seja nas NGN – Next Generation Networks. Esta nova geração de redes com maior potencialidade e inteligência permitirá o desenvolvimento de ofertas de triple-play (voz, Internet e tv) e multi-play (que pode também incluir os móveis), que são o primeiro passo da evolução para plataformas de acesso fácil e sem descontinuidades a conteúdos e serviços, através de redes fixas e sem fios102. Esta inerente convergência força o desenvolvimento de infra-estruturas que suportem serviços e aplicações avançados e conteúdos ricos. Em linha com esta visão, os factores a ter em conta na definição de estratégias relacionadas com o desenvolvimento de projectos na área da Mobilidade e Comunicação, são: •• Migração para redes IP •• Necessidade de mais capacidade para o utilizador final •• Sustentabilidade de elevada competição ao nível do acesso •• Elevada procura de conteúdos em plataformas fixas e móveis •• Desenvolvimento de novos modelos de negócio para serviços avançados Growth rate in % 8 6 Utilities 4 2 0 Business services Local government Health Agriculture, construction and mining Transport Other Other finance Communications Retail Central Wholesale government Insurance Process manufacturing Banking Education Discrete manufacturing Relative size of IT spending Notas: •• Process manufacturing inclui indústria transformadora (ex alimentar, tabaco, papel, têxtil, plásticos, entre outros) e indústria química. •• Discrete manufacturing inclui indústria que transformam produtos intermédios em produtos finais. 398 Não sendo possível efectuar uma cobertura total das tecnologias de Mobilidade e Comunicação que terão um impacto crítico na vida dos consumidores e das empresas, optou-se por destacar neste estudo duas tecnologias emergentes, uma com maior aplicação nos consumidores (mobile TV) e outra nas empresas (comunicações unificadas). Mobile TV O Mobile TV é uma forma inovadora de aceder a conteúdos de vídeo e emissões televisivas em directo a partir de terminais móveis, nomeadamente de telemóveis equipados com tecnologia 3G, através das redes dos operadores móveis103. Isto implica uma mudança de paradigma, que é permitido pela maior penetração da banda larga e pelo consequente aumento do número potencial de clientes. 102 Luis Magalhães, UMIC: Inclusão e Serviços Públicos para os Cidadãos Facilitados por Voz e Imagem sobre IP, IP Voice Meeting 2007, 15 Mar 2007 103 Carlos Vargas, Mobile TV no contexto do big bang digital, Centro Cultural de Belém, Março de 2007. 399 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Este tipo de tecnologia permite aceder, em ambiente móvel, a aplicações e serviços como o cinema, homevideo e podcast, através de smartphones, dispositivos de MP3 e minitelevisores. Para além da maior mobilidade que se poderá disponibilizar aos utilizadores, poder-se-á segmentar clientes e produzir conteúdos de acordo com os seus gostos (canais generalistas vs temáticos) e multiplataforma. Um bom exemplo desta tecnologia, é o lançamento da RTP mobile, em Portugal. Prova da visibilidade e interesse sobre esta tecnologia é o facto da Comissão Europeia estar a prever a criação de um mercado único de Mobile TV. Estima-se que hoje já existam 3 milhões de europeus subscritores deste serviço e que possam crescer até 350 milhões em 2011. Os analistas estão a prever que o arranque mais forte será em 2008, com os jogos olímpicos e com o campeonato europeu de futebol. A Comissão Europeia considera que será uma boa oportunidade da Europa consolidar a liderança na área das tecnologias e serviços móveis, isto tendo em conta que a Europa já é o líder mundial de conteúdos para serviços móveis com uma quota de mercado de 32%. É por isto que se considera fundamental a criação de um único standard europeu aberto e baseado em tecnologia europeia (DVB-H). Comunicações Unificadas Este tipo de tecnologia visa responder ao aumentar da importância do trabalho em equipa nas empresas, onde é cada vez mais necessário manter sincronizadas equipas globais, partilhar informação, trabalhar em tempo real e em qualquer lugar do mundo. Hoje em dia existe um caos nas comunicações, com a prisão do telefone, do correio de voz, da sobrecarga do correio electrónico, a existência de demasiados dispositivos, comunicações através de centrais telefónicas e dos próprios computadores104. Índice As comunicações unificadas permitem aumentar a produtividade através da convergência das comunicações, disponibilizando aplicações centradas nas pessoas e com identidade única, abrangentes, contextuais e baseadas em standards, agnósticas quanto a dispositivos e redes, seguras, robustas, eficientes de gerir e operar. Numa experiência de Comunicações Unificadas, os utilizadores têm diferentes tecnologias integradas num único interface, fácil de usar e independente dos dispositivos seleccionados, com: •• Voz (de alta qualidade e com muitas funcionalidades), •• Vídeo (improvisado ou organizado), •• Instant Messaging, •• Email, •• Status de presença, •• Aplicações de negócio (todas as que necessitam de voz interactiva), •• Mobilidade. Existem aplicações no mercado, como por exemplo, as da Microsoft, que permitem a integração de telefonia, fax e de capacidades de e-mail em clientes desktop, móveis e web. É possível desta forma usar o telefone para gerir email, agenda e contactos pessoais, resultando num menor dispêndio de tempo, numa única “inbox”, no acesso a partir de qualquer lugar e com menores custos. Finalmente, é de referir que relacionado com as comunicações unificadas está uma outra aplicação emergente com forte impacto na produtividade das equipas profissionais. Trata-se da Convergência Fixo Móvel, cujos principais benefícios são o facto dos utilizadores não terem de gerir vários telefones (telefone fixo e telefone móvel), do controlo centralizado dos custos móveis, da redução de custos de operação e investimento, da independência de terminais e do controlo de perfis de utilizadores central independentemente dos terminais que os mesmos dispõem105. 4.4.4.2 Evolução na EU e o caso específico do roaming Depois de uma abordagem mais global do futuro em termos das tecnologias de Mobilidade e Comunicação, importa agora analisar os contributos e impactos futuros do programa i2010 da Comissão Europeia nesta área específica das TIC. Recentemente, a Comissária Europeia com o pelouro da Sociedade de Informação e dos Media106, apresentou as seguintes considerações sobre os impactos futuros do programa i2010: •• O driver da criação das NGN – Next Generation Networks são as necessidades dos clientes. Irá haver uma procura crescente de comunicações, entretenimento e serviços de elevada qualidade, que por sua vez irão exigir uma elevada largura de banda (porque são baseados em vídeo e imagem de alta definição). Fonte: 2007 Cisco Systems 104 Virgílio Ribeiro, “Unified Communications” Visão da Microsoft, Centro Cultural de Belém, Março de 2007. 400 105 Paulo Jorge Correia, Cisco: A Convergência das Comunicações - o próximo passo para o aumento da produtividade, Centro Cultural de Belém, Março de 2007. 106 Viviane Reding, « i2010 – 2 years on», EICTA- General Assembly, Bruxelas, 10 Maio de 2007. 401 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais •• Os serviços da próxima geração são de dois tipos: •• Serviços de áudio de vídeo de alta definição (High Definition terrestrial and satellite), web-TV, mobile-TV e IPTV; •• Serviços interactivos de social network “web 2.0” •• As perspectivas de crescimento do mercado dos conteúdos são de 400% até 2010 e a música online deverá contribuir para a indústria da música com cerca de 1.800 milhões de euros até 2010. Os jogos online também deverão contribuir com mais de 30% do total das receitas do sector. •• A TV Digital está a arrancar em força na Europa. Cerca de um quinto dos europeus já utiliza a TV Digital e as previsões são chegar a 2010 com cobertura total e em 2012 encerrar o serviço analógico. •• Para reforçar a posição da Europa ao nível das NGN, pondera-se a criação de um mercado único de banda larga. Isto porque, apesar dos excelentes resultados de países como a Holanda, Dinamarca, Finlândia, Suécia e Bélgica (que são lideres mundiais, à frente de países como os USA, Coreia do Sul e Japão), a média europeia é puxada para baixo por causa de países com fraco comportamento (o fosso entre os lideres e os últimos chega a 26.5%). Uma das explicações adiantadas pela Comissão Europeia para explicar a baixa performance de alguns estados membros está relacionada com a lentidão dos procedimentos legais. É referido que em Itália e Portugal os procedimentos legais contra as decisões dos reguladores nacionais podem durar até 6 anos. Este tipo de situação gera incerteza, fraca concorrência e pouca propensão para a inovação. Caso de sucesso: Regulamento da União Europeia sobre o roaming Para finalizar este capítulo, apresenta-se um caso de sucesso, bem ilustrativo do que pode ser uma resposta forte e incisiva da Comissão Europeia a um problema importante, levantado pelos cidadãos e pelas empresas dos estados membros. O problema em questão está relacionado com os elevados custos de roaming que são suportados pelos utilizadores de telemóveis, quando estão fora do país de origem. Sempre que faz ou recebe uma chamada no seu telemóvel quando está no estrangeiro, em férias ou em trabalho, está a recorrer ao roaming. A sua chamada entra na rede móvel de um operador de uma «rede estrangeira» já que, normalmente, o seu «fornecedor doméstico» não presta esse serviço no país em que se encontra. O operador da rede estrangeira cobra o serviço prestado ao seu operador doméstico, o que se reflecte, a uma taxa diferente, no preço final que, como consumidor, irá pagar. O preço da utilização do telemóvel no estrangeiro Índice é, em média, quatro vezes superior ao da sua utilização a nível interno. Ora, não é possível justificar esta diferença com os custos adicionais suportados pelo operador. Com a entrada em vigor em Junho de 2007 do Regulamento sobre o roaming cai a última fronteira no mercado interno da União Europeia107. A partir deste Verão, os consumidores europeus podem beneficiar de preços substancialmente mais baixos quando usarem o seu telemóvel no estrangeiro. Não se pretende com este regulamento fixar um preço ideal de tarifas de roaming, mas garantir que estas não sejam injustificadamente superiores às tarifas nacionais. Os preços muito elevados do roaming afectam, no mínimo, 147 milhões de cidadãos da União Europeia (37 milhões de turistas e 110 milhões de clientes profissionais). O facto de as comunicações móveis serem um elemento fundamental para o crescimento e o emprego faz com que sejam uma das prioridades da Comissão que, assim, se viu obrigada a intervir em benefício dos consumidores. Os preparativos começaram em Fevereiro de 2006, com duas séries de consultas que permitiram às partes interessadas contribuir para o processo. Em Junho de 2006, a Comissão adoptou uma proposta de regulamento sobre redes móveis públicas na União Europeia com o objectivo de reduzir em até 70 % as tarifas do roaming. O Parlamento Europeu reconheceu a importância do regulamento enquanto instrumento que iria permitir concluir mercado interno, tendo-o aprovado quase unanimemente em 23 de Maio de 2007. Em 7 de Junho de 2007, o regulamento foi adoptado pelos EstadosMembros. A partir deste Verão, o regulamento limitará as tarifas de roaming tanto para os operadores móveis (preços grossistas) como para os consumidores (preços de retalho). Em resumo, o regulamento da União Europeia é mais justo para os consumidores e os operadores, permitindo igualmente que os pequenos operadores possam competir. Com o regulamento, o mercado interno da Europa irá finalmente tornar-se um verdadeiro espaço sem fronteiras, mesmo para as contas de telemóvel. Poder-se-á consultar mais informação no Sítio da Comissão dedicado ao roaming: http://ec.europa.eu/information_society/roaming/ Direcção-Geral Sociedade da Informação: Av. de Beaulieu 25, 1160 Bruxelas, [email protected] http://ec.europa.eu/dgs/information_society 4.4.5 Principais Players no Sector da Mobilidade e Comunicações em Portugal e nos mercados alvo Directórios globais •• União Internacional de Telecomunicações - www.itu.org •• EITO - European Information Technology Observatory •• Direcção-Geral Sociedade Informação http://ec.europa.eu/information_society 107 Regulamento da União Europeia sobre o roaming, Junho de 2007. ver sítio da Comissão dedicado ao roaming: http://ec.europa.eu/information_society/roaming/ 402 403 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice De seguida listar-se-ão as principais entidades com competências na regulação das comunicações. Portugal Domínio Regulador das Comunicações Associação dos operadores de telecomunicações Autoridade da Concorrência Entidade / Empresa ANACOM APRITEL Link para o website www.anacom.pt www.apritel.pt Suécia Domínio Entidade / Empresa Link para o website Agência Nacional das Comunicações Autoridade da Concorrência e Compras Públicas Post- och telestyrelsen www.pts.se Konkurrensverkets www.kkv.se Operadores Telecom TeliaSonera Tele2 Glocalnet Telenordia www.teliasonera.com www.tele2.se www.glocalnet.se www.telenordia.se www.telia.se www.tele2.se www.telenor.se AdC www.autoridadedaconcorrencia.pt Portugal Telecom Oni Novis/Sonaecom AR Telecom www.portugaltelecom.pt www.oni.pt www.novis.pt www.artelecom.pt Operadores Móveis Telia Mobil Tele2 Mobile Vodafone Sweden Hutchison 3G Sweden Operadores Móveis TMN Vodafone Optimus www.tmn.pt www.vodafone.pt www.optimus.pt Leading ISP TeliaSonera www.teliasonera.com Leading ISP Portugal Telecom www.portugaltelecom.pt Domínio Entidade / Empresa Link para o website Regulador das Comunicações OPTA (Onafhankelijke Post en Telecommunicatie Autoriteit) www.opta.nl Autoridade da Concorrência Nma (Nederlandse Mededingingsaeutoriet www.nma-org.nl Operadores Telecom Holanda Dinamarca Domínio Entidade / Empresa Link para o website Agência Nacional das Comunicações e Informação IT- og Telestyrelsen www.itst.dk Portal do Ministério da Tecnologia e Inovação Ministeriet for Videnskab, Teknologi og Udvikling www.videnskabsministeriet.dk Autoridade da Concorrência Konkurrencestyrelsen www.ks.dk Operadores Telecom TDC Sonofon Tele2 Denmark TeliaSonera Denmark www.tdc.dk www.sonofon.dk www.tele2.dk www.teliasonera.com Operadores Móveis TDC Sonofon Telia Denmark Orange Denmark. www.tdc.dk www.sonofon.dk www.telia.dk Leading ISP CyberCity Tiscali www.cybercity.dk www.tiscali.dk 404 Royal Koninklijke PTT Nederland Liberty Global Europe Operadores Telecom www.kpn.com www.lgi.com/europe.html (ex United Pan-Europe Communications) Versatel Telecom International NV, www.versatel.com BT Global Services www.btglobalservices.com Scarlet Telecom www.scarlet-internet.nl Tele2 www.tele2.nl 405 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Análise dos Mercados Verticais Índice Holanda Domínio Entidade / Empresa Link para o website Operadores Móveis KPN Vodafone Telfort Orange (Dutchtone) T-Mobile www.kpn.com www.vodafone.nl www.telfort.nl www.orange.nl www.tmobile.nl Leading ISP Planet Internet Het Net XS4ALL www.planet.nl www.hetnet.nl www.xs4all.nl Domínio Entidade / Empresa Link para o website Regulador das Comunicações Viestintävirasto (FICORA - Finnish Communications Regulatory Authority) www.ficora.fi Suomen tieteen ja teknologian tietopalvelu www.research.fi/en TEKES www.tekes.fi/eng/ TeliaSonera www.teliasonera.fi Finnet Corporation www.finnet.fi Elisa Communications www.elisa.fi TDC Song www.tdc.fi Tele2 www.tele2.fi Operadores Móveis TeliaSonera Finnet Corporation Radiolinja Ab Elisa Corporation. www.teliasonera.fi www.finnet.fi www.radiolinja.fi www.elisa.fi Leading ISP TeliaSonera www.teliasonera.fi Finlândia Serviço de ciência e tecnologia de informação Agência de Inovação e Tecnologia Operadores Telecom 406 407 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Plano de Oportunidades de Melhoria para as Empresas Índice 5 Plano de oportunidades de melhoria para as empresas Face à análise de Benchmarking realizada A Inovação ou a necessidade de inovarmos cada vez mais e melhor, é um assunto recorrente das políticas e orientações estratégicas de qualquer Governo, sendo matéria transversal a vários Ministérios (Ciência e Tecnologia, Economia, Transportes, etc.). Falar de Inovação não se pode restringir à Inovação de Produtos e muito menos é aplicável apenas a determinados sectores de actividade. Inovar é sinónimo de criar e como tal é abrangente a aplicação do conceito a: •• produtos; •• processos; •• organização; •• comunicação e imagem; •• serviços; •• etc. Se analisarmos o Relatório “European Innovation Scoreboard” de 2005, onde é feita uma análise comparativa da Performance dos vários países europeus ao nível da Inovação, pode verificar-se o posicionamento de Portugal no domínio da Inovação, à luz dos Indicadores propostos no SII – Summary Innovation Index e face aos restantes parceiros da UE27 em geral, e particularmente interessa comparar a posição relativamente aos países alvo destes Estudos de Benchmarking (Suécia, Finlândia e Dinamarca que são “leading countries” e a Holanda que aparece inserido no grupo intermédio classificado como “average performers”). Nesse Relatório, Portugal aparece integrado a par de muitos Países de Leste, num grupo de Países designado por “catching up”, isto é, onde a Inovação, avaliada com base em cinco Indicadores chave propostos por esta entidade europeia (“Trend chart – innovation Policy in Europe www.trendcart.org), apresenta resultados abaixo da média Europeia (UE25), embora com sinais de crescimento. Assim, 408 409 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Plano de Oportunidades de Melhoria para as Empresas Índice 0,80 SE 2006 Summary innovation index 0,70 FI DK US 0,60 0,50 FR IS NO EE 0,30 AT NL LU IE 0,40 0,80 0,70 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 JP DE BE UK Knowledge creation CH ES BO 0,20 RO PL SK IT PT CY LT CZ MT LV EV SI NL Innovation & entrepreneuship 0,10 TR 0,00 -5,0 -4,0 -3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0 MT RO SK LV PL CY EE EL LU PT CZ IE ES LT BG TR NO SI UK DK HU FR CH IT NL BE AT US IS JP de SE FI 3,0 4,0 5,0 6,0 Average growth 0,80 0,70 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 SK ES BG RO SI IT CZ EL HU NL LT PL LV MT FR NO UK LU AT BE PT DK DE IS EE FI SE CH Notes: The circles identify the four main country grouping: top - leading countries; middle - average performers; botttom right - catching up; bottom left - losing ground Fonte: 2005 European Innovation Scoreboard Application Este posicionamento resulta da análise feita nos seguintes grupos de Indicadores: •• “Motores de Inovação”; •• “Criação de Conhecimento”; •• “Inovação & Empreendedorismo”; •• “Aplicação da Inovação”; e, •• “Propriedade Intelectual”. Nas figuras seguintes visualiza-se o posicionamento de Portugal em cada um destes eixos, constatando-se efectivamente um grande distanciamento entre Portugal (mais posicionado no meio/ final do ranking) e, sobretudo, os países Nórdicos (Finlândia, Suécia) líderes em vários indicadores. 0,80 0,70 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 CY LV EL LT BG EE RO PL IS ES NO PT SI NL CZ HU BE SK IT MT LU UK FR AT DE CH FI DK SE IE Intellectual property 1,00 0,80 0,60 0,40 Innovation drivers 0,80 0,70 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 410 0,20 0,00 RO TR BG LV SK PL EL EE EL HU CZ PT MT SI CY IS NO ES IT IE FR UK BE US JP AT NL LU DK FI DE SE CH Fonte: 2005 European Innovation Scoreboard TR MT PT RO CZ HU IT SK EL PL LU LV BG CY ES DE AT SI LT EE IE FR NL BE IS UK CH NU US DK SE JP FI Nas cinco categorias em que se agrupam estes indicadores, Portugal revela o pior desempenho na categoria “Innovation drivers”, que tem fundamentalmente a ver com a posição do nosso país em indicadores relativos à qualificação da mão-de-obra e à formação contínua. 411 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Plano de Oportunidades de Melhoria para as Empresas Por sua vez, Portugal aparece bem posicionado na categoria que mede os esforços de inovação por parte das empresas, surgindo na oitava posição de um total de 28 países analisados. Índice EIS 2005 Innovation performance (relative to EU average) - Portugal Innovation Drivers S&E graduates Tertiary education Broadband penetration Lifelong learning Youth education Knowledge Creation Public R&D exp Business R&D exp Medi/hi-tech manuf R&D Public funding innovation Univ R&D financed by bus Entrepreneurship SMEs innovating in-house % all SMes collab. on innovation Innovation expenditures ICT expenditures Early stage venture capital Non-tech change Application Employm hi-tech services Hi-tech exports New-to-mark product sales New-to-firm product sales Wmploym med/hi-tech manuf Intellectual Property EPO patents USPTO patents Triad patents Community Trademarks Community Designs O nosso país revela assim uma situação favorável no que diz respeito à inovação interna nas pequenas e médias empresas e aos gastos em inovação por parte das empresas. A inovação não tecnológica é predominante e as modificações introduzidas no processo produtivo e/ou nos produtos são sobretudo fruto da aplicação de resultados da actividade de I&D desenvolvida fora da empresa. É certo que este modo de inovar por parte das empresas portuguesas contrasta com o tipo de inovação levado a cabo, por exemplo, pelas empresas finlandesas, onde a I&D é uma componente chave da sua estratégia competitiva. As empresas finlandesas inovam de forma continuada e constituem uma fonte de inovação difundida para outras empresas. Em suma, os dados fornecidos permitem constatar que o fraco desempenho que Portugal revela em matéria de inovação, é o resultado de factores que têm sobretudo a ver com entraves estruturais do nosso país, em particular com o baixo nível educacional, e não com uma menor predisposição das empresas por inovar. 57 48 67 84 64 75 21 76 165 18 139 76 144 102 113 120 45 42 48 3 2 4 0 180 125 55 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 Estando a capacidade de inovar relacionada com a existência de recursos humanos qualificados, a aposta na educação e na formação, em particular na formação ao longo da vida, deve constituir uma prioridade das políticas públicas. Também uma mais estreita ligação entre os ambientes científico e empresarial se afigura como essencial. Fonte: 2005 European Innovation Scoreboard De notar que um factor determinante para o sucesso do modelo de inovação finlandês é precisamente a articulação entre os sectores público e privado, em particular entre as universidades e as empresas. Ora precisamente este último indicador é um claro sinal da capacidade inventiva dos Portugueses e da sua apetência pela criação de novos produtos, faltando posteriormente a capacidade de planear e organizar a sua colocação com custos controlados, preços competitivos nos diversos e mais adequados mercados aos produtos em questão. Se for feita uma análise ainda mais atenta, pode constatar-se que Portugal apenas se posiciona no ranking dos países com melhores resultados (ver figura abaixo – barras no gráfico com cor verde) em duas áreas mais específicas: •• na atribuição de fundos públicos para incentivar a Inovação (no que diz respeitos ao Indicador “Criação de conhecimento) ; •• na colocação à venda de produtos novos no mercado. 412 Low Medium-low Average Medium-high High No que concerne aos produtos novos, será interessante fazer a observação de que nem sempre os novos produtos criados por uma determinada empresa são de facto novos produtos para o mercado “new products to the company” versus “new produtcs to company not to market”. Numa análise sectorial, o relatório do SII apresenta Portugal numa posição de destaque ao nível dos serviços bancários e intermediação financeira e do sector da distribuição da energia, gás e água. NACE Sector Leaders C_D_E Total Industry Finland D Mining and quarrying D Manufacturing DA DB Germany Belgium Finland Norway Netherlands Finland Germany Belgium Food products, beverages and tobacco Belgium Sweden France Textiles and textile products Finland Germany Belgium 413 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Plano de Oportunidades de Melhoria para as Empresas NACE Índice Sector DD20 Wood and wood products DE DG24 Leaders EIS 2005 Innovation performance (relative to EU average) - Netherlands Germany Finland Austria Pulp, paper and paper products, publishing and printing Finland Germany Luxembourg Chemicals and chemical products Austria Finland Belgium DH25 Rubbr and plastic products Sweden Austria France DI26 Other non-metallic mineral products DJ27 Germany Finland Sweden Basic metals Finland Austria Sweden DJ28 Fabricated metal products, except machinery and equipment Finland Belgium Germany DK29 Machinery and equipment n.e.c. Finland Germany Netherlands DL Electrical and optical equipment Finland Belgium Sweden DL31 Electrical machinery and apparatus n.e.c. Finland Belgium Sweden Innovation Drivers S&E graduates Tertiary education Broadband penetration Lifelong learning Youth education Knowledge Creation Public R&D exp Business R&D exp Medi/hi-tech manuf R&D Public funding innovation Univ R&D financed by bus Entrepreneurship SMEs innovating in-house % all SMes collab. on innovation Innovation expenditures ICT expenditures Early stage venture capital Non-tech change Application Employm hi-tech services Hi-tech exports New-to-mark product sales New-to-firm product sales Wmploym med/hi-tech manuf Intellectual Property EPO patents USPTO patents Triad patents Community Trademarks Community Designs 60 129 53 106 90 59 France Austria DM34 Motor vehicles, trailers and semitrailers Germany France Austria E Electricity, gas and water supply Portugal Netherlands Germany Services Sweden Finland Germany 0 50 G51 Wholesale trade and commission trade Sweden Finland Germany Low Medium-low I Transport, storage and communication Finland Luxembourg Belgium Fonte: 2005 European Innovation Scoreboard J Financial intermediation Portugal Luxembourg Germany K* Business services Belgium Sweden Greece K72 Computer and related activities Greece Germany Belgium Finland Belgium Germany * Includes NACE K72, K73, K74.2 and K74.3 Fonte: 2005 European Innovation Scoreboard Estes exemplos devem ser aproveitados e as boas práticas associadas ao desenvolvimento da sua actividade serem divulgadas de modo a que se utilizem noutros sectores de actividade, se aplicáveis. Para melhor se compreender a performance de Portugal em termos de Inovação, numa comparação com os resultados alcançados pelos outros países, apresentam-se nos quatro gráficos seguintes, o posicionamento da Holanda, Dinamarca, Finlândia e Suécia nos mesmos indicadores. 119 115 106 84 Germany Information & Communication Dl33, 164,K72 technologies (ICT 177 71 70 Transport equipment DL30, DL32 96 101 37 193 109 80 DM G_TO_K 167 97 209 121 100 241 147 150 200 150 Average 250 Medium-high 300 High EIS 2005 Innovation performance (relative to EU average) - Denmark Innovation Drivers S&E graduates Tertiary education Broadband penetration Lifelong learning Youth education Knowledge Creation Public R&D exp Business R&D exp Medi/hi-tech manuf R&D Public funding innovation Univ R&D financed by bus Entrepreneurship SMEs innovating in-house % all SMes collab. on innovation Innovation expenditures ICT expenditures Early stage venture capital Non-tech change Application Employm hi-tech services Hi-tech exports New-to-mark product sales New-to-firm product sales Wmploym med/hi-tech manuf Intellectual Property EPO patents USPTO patents Triad patents Community Trademarks Community Designs 102 150 205 279 99 116 39 146 97 64 102 143 143 250 106 61 141 75 129 380 93 161 117 213 160 0 50 100 Low Medium-low 150 Average 200 237 250 Medium-high 300 High Fonte: 2005 European Innovation Scoreboard 414 415 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Plano de Oportunidades de Melhoria para as Empresas Índice Assim, é importante reconhecer a inovação actualmente como um paradigma da Sociedade moderna e como um factor determinante ao desenvolvimento sustentável – uma sociedade do Conhecimento (assunto já detalhado no Ponto 2.1), uma sociedade da Informação em que os consumidores têm níveis de exigência cada vez maiores (naturalmente uma função do estado de desenvolvimento de cada País, dos níveis de apetência por “Produtos novos” relacionados em parte com os níveis e a literacia dos seus cidadãos, da aptidão do uso da novas tecnologias de comunicação e informação, etc – ver capítulos 3.2). EIS 2005 Innovation performance (relative to EU average) - Sweden Innovation Drivers S&E graduates Tertiary education Broadband penetration Lifelong learning Youth education Knowledge Creation Public R&D exp Business R&D exp Medi/hi-tech manuf R&D Public funding innovation Univ R&D financed by bus Entrepreneurship SMEs innovating in-house % all SMes collab. on innovation Innovation expenditures ICT expenditures Early stage venture capital Non-tech change Application Employm hi-tech services Hi-tech exports New-to-mark product sales New-to-firm product sales Wmploym med/hi-tech manuf Intellectual Property EPO patents USPTO patents Triad patents Community Trademarks Community Designs 114 128 159 362 113 138 82 223 105 110 Nem todos os Países têm uma visão e uma apetência por novos produtos, desenvolvida da mesma forma (ver gráfico abaixo). 135 146 104 322 138 Tipology on innovation 152 74 17% 16% 19% 13% 14% 22% 9% 21% 16% 20% 19% 16% 19% 12% 20% 15% 11% 14% 9% 7% 9% 10% 9% 8% 15% 16% 11% 9% 9% 107 233 0 50 Low 128 106 100 150 Medium-low 200 47% 45% 263 250 300 Average 45% 47% 39% 34% 34% 33% 37% 44% 38% 33% 34% 33% 30% 32% 35% 28% 350 Medium-high 400 450 High 29% 36% 34% 33% 38% 38% 32% 34% 35% 37% 44% 39% 39% 44% 39% 25% 10% 10% 6% EIS 2005 Innovation performance (relative to EU average) - Finland PL Innovation Drivers S&E graduates Tertiary education Broadband penetration Lifelong learning Youth education Knowledge Creation Public R&D exp Business R&D exp Medi/hi-tech manuf R&D Public funding innovation Univ R&D financed by bus Entrepreneurship SMEs innovating in-house % all SMes collab. on innovation Innovation expenditures ICT expenditures Early stage venture capital Non-tech change Application Employm hi-tech services Hi-tech exports New-to-mark product sales New-to-firm product sales Wmploym med/hi-tech manuf Intellectual Property EPO patents USPTO patents Triad patents Community Trademarks Community Designs 416 30% 29% 28% 40% 40% 41% 34% 50% 43% 40% 45% 44% 40% 43% 16% 248 110 149 161 138 147 233 222 Medium-low EL EE CY AT PT ES EU25 HU DK BG 11% 12% BE UK IE CZ Attracted 18% 9% SE NL LU SI Reluctant TR FR IT RO SK MT Anti-innovation Mas se é certo o atrás exposto, não é menos certo que se verificam em Portugal passos determinantes nesse sentido. 244 104 50 LT 12% 10% 10% 10% 11% 8% 9% 7% 20% 21% A Administração Pública e a Sociedade Civil (individualmente ou agrupados em Associações Empresarias, Profissionais, Culturais ou outras) têm que unir os seus esforços numa orientação clara, um rumo certo – o do desenvolvimento de Portugal nas suas diferentes vertentes (económica, social e cultural) visando um futuro sustentável. 260 113 111 95 109 100 150 FI 10% 10% 17% Fonte: 2005 European Innovation Scoreboard 225 94 116 110 DE 12% 17% 15% 18% 18% 41% 46% 194 99 93 LV 8% 9% Enthusiasts 153 156 145 Fonte: 2005 European Innovation Scoreboard 33% 33% 24% 24% Fonte: 2005 European Innovation Scoreboard Low 33% 32% 409 27% 0 36% 30% 200 Average 250 423 300 350 Medium-high 400 High 450 Vejamos por exemplo a classificação recentemente atingida por Portugal que se posiciona entre os mais sofisticados na oferta de serviços públicos “online”. De acordo com o estudo anual da Cap Gemini, apresentado recentemente, Portugal subiu oito posições no “ranking”, alcançando o quarto lugar da União Europeia a 27+ (Estados-membros mais Suíça, Islândia, Noruega e Turquia), apenas atrás da Áustria, Eslovénia e Malta. 417 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Plano de Oportunidades de Melhoria para as Empresas Este crescimento acompanha a tendência do ano passado, sendo que em 2007 Portugal registou a quarta maior evolução de todos os países analisados, logo atrás de países como a Eslovénia, Alemanha e República Checa. O salto mais expressivo em termos de pontuação deu-se na disponibilização de serviços públicos por via electrónica. Nesta categoria, Portugal cresceu 30% devido à evolução dos serviços de declaração de impostos “online” - que passou a contar com o preenchimento prévio -, à marcação electrónica de consulta em hospital por intermediário ou centro de saúde, pelo envio de declarações à policia e pela entrega de questionários estatísticos, entre outros. A Cap Gemini, na sua análise por indicador, refere que Portugal “manteve a classificação máxima em impostos sobre o rendimento (IR) e em motores de pesquisa de motores de emprego, apresentando uma evolução positiva relativamente aos benefícios da Segurança Social”. A entrega da declaração dos impostos pela Internet tem sido apresentada pelo Governo como um caso de sucesso e, segundo a consultora, “Portugal está a par da maioria dos países, estando acima da média em dez pontos percentuais.” No que concerne aos benefícios da Segurança Social, o país conseguiu superar, pela primeira vez a média dos países em análise em oito pontos. Portugal destaca-se ainda positivamente “pela qualidade do seu portal do Governo, existindo porém oportunidades claras de melhoria ao nível da acessibilidade à ‘web’ e do foco no utilizador”, diz a consultora. Nota menos positiva vai para a solicitação de documentos pessoais pela Internet, como passaportes ou cartas de condução. Apesar de Portugal estar acima da média da UE 27+, caiu um ponto percentual face ao ano passado, posicionando-se numa fase intermédia de sofisticação. Outro dos pontos a carecer de avanços respeita à obtenção de licenças de construção “online”. Este exemplo é bem patente da capacidade mobilizadora existente para projectos e objectivos bem definidos, pautando-se assim pelo sucesso e resultados alcançados, contribuindo dessa forma para o maior posicionamento de Portugal face aos seus parceiros europeus em geral, e aos quatro países aqui analisados em particular. 5.1 Plano de oportunidades No plano de oportunidades para as empresas portuguesas, haverá antes de mais, que referir a existência de diferentes tipos de inovação, classificando cada caso de acordo com o posicionamento de cada empresa / negócio. Índice Assim dever-se-ão considerar os quatro grandes grupos de inovação108: •• Renovação: Inovação incremental que não é nem uma ruptura tecnológica, nem uma ruptura de percepção para os clientes. Exemplo: papel higiénico preto ou vermelho da Renova; •• Inovação de produção: Novidades tecnológicas que, no entanto, não produzem alterações significativas na percepção dos clientes. Exemplo: produção automatizada versus produção manual de moldes ou peças de vidro corrente; •• Inovação de ruptura: Inovações fortemente percebidas pelos clientes, mas onde não existe ruptura tecnológica. Exemplo: lançamento de águas gaseificadas com sabores da Frize; •• Inovação Radical: Inovações tecnológicas que simultaneamente permitem responder às necessidades lactentes dos consumidores. Exemplos: Via Verde da Brisa, Cartão Mimo da TMN; Segundo a economista Teodora Cardoso “o melhor incentivo à inovação é torná-la mais atractiva para os empresários do que o refúgio nas actividades tradicionais”. De facto, e para qualquer empresa que pretenda inovar no seu conceito de negócio, saindo da sua actividade tradicional, não se afigura como obrigatória a existência de uma ruptura completa, podendo antes, e como visto acima, adoptar um dos quatro grandes grupos possíveis de inovação. Assim, Portugal apresenta um conjunto de características que permitem acolher projectos de IDE de importância vital ao desenvolvimento sustentado do país, não só no que respeita ao impacto financeiro imediato, bem como ás oportunidades que daí se podem vislumbrar para as empresas portuguesas em particular e para a sociedade em geral. Um terço das empresas que mais contribuíram para o esforço de inovação em Portugal faz parte de grupos multinacionais instaladas no nosso país109. Segundo as Nações Unidas, há três mil filiais de empresas estrangeiras em Portugal, as quais geram cerca de 150 000 empregos, representando de acordo com o relatório da Conferencia das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (CNUCED) cerca de 20% das exportações portuguesas as quais se caracterizam por se tratarem de exportações de valor acrescentado elevado (por se tratarem de produtos de base tecnológica elevada) e não apoiadas nos sectores tradicionais. Na mesma linha de análise, e de acordo com os dados mais recentes do Observatório da Ciência e do Ensino Superior (OCES), 15 dos 50 maiores investidores do país em I&D são grupos com sede no estrangeiro. De facto, embora o Ranking do OCES seja liderado por grupos como o Millennium BCP e pela PT, nas posições seguintes surgem multinacionais como Accenture, Siemens, Alcatel, IBM, Visteon, Cisco Systems, Blaupunkt, etc. 108 109 418 in Mercator - Teoria e Prática do Marketing de Jacques Lendrevie, Denis Lindon, Pedro Dionísio e Vicente Rodrigues In “Jornal de Noticias” Junho 2007 419 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Plano de Oportunidades de Melhoria para as Empresas Pela análise feita da lista das 100 maiores empresas multinacionais de todo o mundo, Portugal ocupa a 22ª posição de entre os países com maior densidade de presença dessas empresas atrás de Hong-Kong e Áustria, num ranking liderado pelos Estados Unidos. Indicadores de outras organizações além da ONU, dão sinais positivos sobre a evolução da capacidade da economia portuguesa de captação de IDE com valor acrescentado. De resto, no índice de países com maior apetência á captação de IDE realizado pela consultora AT Kearney e pela revista “Foreign Policy”, Portugal passou de 53º lugar para 17º lugar na capacidade de atracção desse IDE com interesse e com capacidade de desenvolvimento de factores de inovação, entre 2005 e 2006. Alguns casos de sucesso apontados pela API (em Junho de 2007), podem mesmo ser referidos e destacados tais como: •• Vantagens específicas do nosso país para a localização de Call Centers e Centros de Serviços partilhados pelas unidades de empresas multinacionais. A Alcatel e a Siemens têm centros de competência nestas áreas; •• Nas tecnologias de informação (e de acordo com a API este sector conta com 7600 empresas), Portugal tem sido o centro de desenvolvimento e de testes para novas tecnologias, desde a televisão interactiva até às aplicações móveis de terceira geração; •• Já na electrónica, existem multinacionais que não só optaram por localizar as suas operações em Portugal, como têm vindo a reforçar a sua presença no país, como sejam os exemplos da Blaupunkt e da Bosch. Ainda dentro deste grupo pode considerar-se o caso da Visteon a qual detêm 3 unidades industriais em Portugal para a produção de componentes electrónicos para a indústria automóvel. Mas num olhar mais atento, para a lista das multinacionais presentes e com investimentos em centros de I&D em Portugal, poucos são os exemplos de empresas com origem nos países considerados nesta análise. De facto, a presença de multinacionais Holandesas, Dinamarquesas, Suecas ou Finlandesas é diminuta quando comparada com a presença de outros países. E se na mesma análise atendermos aos sectores de maior investimento realizado por essas multinacionais em Portugal, facilmente constatamos que existe um deficit no sector de Saúde e da aplicação de TIC’s nesse sector, bem como no sector da logística avançada. Existindo as competências e as condições em Portugal à atracção de IDE de outros países e em outros sectores de igual ou, no limite, até mesmo superior patamar de desenvolvimento tecnológico, surge de imediato como evidente a oportunidade de junto desses países promover as competências e o grau de desenvolvimento do território à captação de investimentos de grupos desses países e em sectores ainda pouco explorados como alguns dos analisados neste documento. 420 Índice As empresas portuguesas que actuam no sector de prestação de serviços para a e-health, prestação de serviços para o e-government, criação de conteúdos e soluções para a área de Comunicações e Mobilidade, bem como para soluções de logística avançada, permitem acolher diversos investimentos nestas áreas porquanto existem know-how e as competências técnicas desenvolvidas internamente à dimensão de projectos de empresas multinacionais, podendo dessa forma, acolherem-se com sucesso projectos nestas áreas. Já no que respeita ao potencial de oportunidades no comércio internacional, entendase exportações, Portugal surge como um potencial fornecedor de serviços e de produtos para as áreas de saúde (onde de resto apresentamos mesmo casos de sucesso e de exportações para países competitivos), bem como no sector de conteúdos para comunicações e mobilidade, onde Portugal surge já como um player a considerar a nível internacional. No sector da logística avançada, e tendo em consideração a posição geográfica estratégica bem como a nossa extensão de costa marítima, apresentamos de facto oportunidades de recepção de investimentos nesta área (veja-se por exemplo o caso de Singapura a actuar na gestão de Portos Marítimos em Portugal) bem como, a capacidade existente de disponibilizar profissionais qualificados neste sector. Mas ainda neste sector de logística avançada, casos como o dos CTT Portugueses que apresentam um sistema em tudo inovador de logística avançada, e dos Grupos de Distribuição Moderna como a Modis que desenvolveram soluções integradas de logística aplicada ao sector, reúnem as características necessárias à “exportação” de serviços nesta área para os países de referência. Por sua vez, casos como: •• Galp Biopay (primeiro sistema mundial de pagamento de serviços através de biometria); •• GPS.Software de navegação por satélite da Skysoft; •• Os sistemas de gestão unificada de contacto da Altitude; •• Os sistemas de atendimento e emissão de senhas para gestão de filas de espera criados pela Newvision; •• A produção de Chips para consolas de jogos Xbox da Chipidea, •• As soluções Globais para a Saúde da PT Prime Medicina; •• Os sistemas SIG’S da PH Informática; •• Os sistemas de informação para a Saúde da CPCHS (Companhia Portuguesa de Computadores, Healthcare Solutions S.A); •• Os serviços de Audioprotesia da Acústica Médica; •• Os serviços de Engenharia de sistemas e comunicações da Sicnet; •• As soluções Oracle para a Saúde da Oracle Portugal; •• Os sistemas de informação Clínica da Spacemedical; •• Os serviços e soluções da Wedo Consulting; são apenas alguns exemplos conhecidos, entre muitos, e potencialmente exportáveis, conforme de resto já assim acontece para muitos mercados de elevados patamares 421 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Plano de Oportunidades de Melhoria para as Empresas Índice competitivos, para os países de referência deste estudo de benchmarking, quer pelas suas características tecnologicamente inovadoras, quer pelas suas diversas aplicabilidades gerais e específicas dos sectores analisados, quer até mesmo por se tratar de produtos e serviços enquadráveis em linhas de produção em regime de outsourcing de produtos tecnologicamente desenvolvidos (exemplo: industria de comunicações móveis, industria de logística avançada, etc). Exemplos de empresas Start-up em Portugal Estamos assim em crer e em virtude do acima exposto, que as oportunidades nestes mercados agora analisado, e nos sectores abordados que, oportunidades existem aos dois níveis considerados: a) Captação de IDE destes países e nestes sectores para Portugal, funcionando como verdadeiros impulsionadores com, porventura, efeitos de “alavanca” ao nível de surgimento de novas empresas, novas áreas de negócio, novas competências técnicas e tecnológicas (com carácter inovador), concentradas em grupos empresariais ou empresas de capital português; b) c) Exportação de produtos, serviços, soluções integradas, desenvolvidas por empresas nacionais para estes sectores de análise e para estes países, contribuindose assim para alterar a importância destas industrias (de base tecnológica e com carácter inovador) no PIB, reconfigurando-o no que respeita aos sectores mais produtivos, dotando-o dessa forma de maior independência das industrias tradicionais. 5.2 Potenciais áreas de negócio e parceria Temos assistido nos últimos anos de actividade, em Portugal, ao surgimento de um conjunto variado de novas empresas Start-up, as quais têm de forma activa e consistente contribuído para o desenvolvimento de uma nova economia, apoiada no conhecimento, na inovação, na diferenciação de produtos, serviços e soluções. Conforme destacado na publicação Mestres da Geração Start-up110, várias são as empresas em vários sectores de actividade emergente que nos últimos anos se têm destacado, não só no mercado interno, bem como, nos mercados externos, porventura alguns dos quais posicionados nos patamares mais elevados de competitividade e conhecimento. Apenas para mencionar alguns desses exemplos, se indicam as seguintes: Exemplos de empresas Start-up em Portugal Biotecnol Newvision Brasopi Number Five Chip 7 Onara Chipidea OutSystems Critical Software Portal Executivo Easy Bus Priberam eChiron Primavera Software Innovagency Quadriga Investar Quidgest Safira Vangest Setcom ViVOtech Siscog Wedote Softline YDreams A referida publicação, analisou ainda, num universo / amostra de 50 empresas startup criadas em Portugal, um conjunto de factores, características e motivações, que levaram os seus fundadores a encetar o caminho, por vezes árduo, de criação de um projecto apoiado nos factores de investigação, desenvolvimento e inovação. Mas tão importante quanto conhecer as dificuldades enfrentadas, interessa neste documento, conhecer as bases de criação e as suas reais capacidades humanas aquando dessa criação. Compreender-se-ão melhor dessa forma, as reais motivações que levaram esses empreendedores a apostar nesse caminho da Inovação. De facto, as empresas criadas por grupos de tecnólogos, detentores de conhecimentos específicos em determinadas áreas de actuação, é substancial, representando 26% da amostra conforme abaixo se indica. Por outro lado, importa também neste grupo, destacar os 8% representados por Spin-offs de Universitários, os quais promovem a transformação dos conhecimentos e investimentos realizados nas Universidades em I&D, em propriedade industrial, criando assim mais empresas de base tecnológica. Empresas criadas por trabalhadores do conhecimento e inovação Criadas por grupos tecnológicos Criadas por profissionais liberais e outros trabalhadores do conhecimento 26% 12% Altitude Software ISA Criadas por gestores profissionais 8% ArkikSudio ITB Spin-offs universitários 8% Arquimedes Metronet BIG Mobile Value 110 Criadas por tecnólogos a solo 6% Criadas por doutorados “estrangeirados” 6% In “Mestres da Geração Start-up” de Jorge Nascimento Rodrigues e Geraldine Correia 422 423 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Plano de Oportunidades de Melhoria para as Empresas Índice Pelo que, consequentemente não será de estranhar que essa mesma amostra se caracterize por uma elevada média de colaboradores com formação superior e de base tecnológica, sendo de resto o garante de desenvolvimento e de inovação dos produtos e serviços desenvolvidos por essas estruturas empresariais, conforme se constata pelo peso dessa análise no grupo de empresas baseadas no conhecimento. Actividades Emergentes Software para soluções avançadas Serviços de consultadoria Informática Empresas Start-up Baseadas no Conhecimento Com mais de 80% dos colaboradores com formação superior Telecomunicações e Multimédia 56% Com mais de 50% dos colaboradores com formação superior 68% Electrónica Profissional Automação & Robótica De igual forma poder-se-á constatar, o peso significativo do número de empresas que desde a sua criação, se dedicam a sectores de elevada componente tecnológica como seja o sector das TIC, representando nesse caso 50% de toda a amostra. Mecânica de Precisão/ Plásticos Técnicos Distribuição sectorial das Start-up que premeiam as tecnologias de informação e comunicação Aeronáutica Empresas em sectores das TIC 50% 12% Serviços de conveniências às famílias Empresas de consultoria Serviços inovadores a empresas 8% 6% Saúde Existe assim, e pelos valores recolhidos nesta amostra, potencial humano, o qual terá no entanto de ser fortemente desenvolvido porquanto esta é ainda uma deficiência grave detectada na cadeia de valor da economia portuguesa (ver com maior detalhe em conclusões), vocacionado para o desenvolvimento de sectores com elevado valor acrescentado, e capazes de transformar, em produtos e serviços comercializáveis nos mercados internacionais, soluções desenvolvidas internamente, contribuindo assim não só para a maior projecção internacional de Portugal nestes domínios, bem como, para o equilíbrio da nossa balança comercial pela aposta em sectores de maior potencial de desenvolvimento a médio e longo prazo, ao contrário dos sectores mais tradicionais. Muitas são as marcas, muitas são as empresas que se projectam além fronteiras, em actividades consideradas emergentes, como demonstrado no quadro abaixo: Actividades Emergentes Exemplos de Produtos e Serviços Exemplos de Empresas Software de aplicações empresariais Software para sistemas avançados de informação e comunicações; para gestão empresarial e de organizações Altitude Software, Contactsoft, Primavera Software, Eastsoft, Quatro 424 Energias Renováveis Exemplos de Produtos e Serviços Desenvolvimento de soluções para sectores muito exigentes como a defesa, aeronáutica e espaço Fornecimento de integração de serivços e integração de sistemas e de adaptação de soluções ERP às empresas Desenvolvimento de software e sistemas de comunicação civis e militares de módulos para redes de telecomunicações Produtos destinados à automatização de serviços, à telemática, à bilhética, ao controlo de tempos, etc Software e módulos electromecânicos para automação industrial e desenvolvimento de robótica móvel para aplicações logísticas Desenvolvimento de competências na indústria de Molder com a aplicação de tecnologias avançadas de concepção e fabrico para utilizações complexas de plásticos Automóvel e Aeronáutica Fabrico de Aeronaves Ligeiras, construção de partes para aviões e manutenção de aviões, motores e avónica Energias renováveis, Energia Eólica, Sistemas e componentes fotovoltaicos Consumíveis hospitalares e produtos de engenharia biomédica; desenvolvimento de fármacos, apoio ao desenvolvimento de fármacos ou de novas formas de administração Exemplos de Empresas Critical Software, Skysoft, Edisoft Novabase, Case/Edinfor, SolSuni, Enables Whatevernet Consulting, WedoConsulting, Link Consulting, I2S Siemens, ENT, Mobicomp, Quadriga, PT Inovação, Chipideia, Ydreams Gain, Newvision, DelaRue, Siroco Efacec Automação e Robótica, Siroco, Tecnocon, Maquisis Simoldes, Iberomoldes, Van Ghest OGMA, Dyna Aero, Motoravia, BRM EDP Energias Renováveis, BP Solar, Shell Solar Pronefro, Fapomed, Bial, Hovione, Medinfar, Oftalider, Bluepharma, Biotecnol Telemetria Telemetria ISA Software para soluções Específicas Software de Auto-Identificação Number Five Logística Gestão de tripulações de comboios Siscog Logística SOS de auto-estradas Setcom Moda Conceitos integrados de Moda/ marca Onara Equipamento de Desporto Pranchas de Surf Semente Surfboards Calçado Marca calçado Aeroshoes Investvar Num contexto de economia globalizada, tão importante quanto as capacidades de inovação e de produção, são as capacidades de relacionamento empresarial e de estabelecimento de parcerias profícuas para as partes envolvidas. É certo que num ambiente competitivo, as mudanças e as alterações de produtos e de serviços (ciclo de vida de produtos e de serviços) são cada vez mais reduzidos, sendo 425 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Plano de Oportunidades de Melhoria para as Empresas esse ciclo encurtado sempre que e quando são apresentados produtos/serviços de facto inovadores aos mercados consumidores, face ao risco dos concorrentes do mercado rapidamente reagirem apresentando soluções idênticas, eventualmente melhoradas (reacções de benchmarking). Não é menos certo no entanto que, o desenvolvimento de parcerias estratégicas empresariais permitirá não só aceder de forma facilitada a um conjunto de mercados internacionais, porventura inacessíveis de outra forma, e agregar valor aos produtos nacionais pela incorporação de novas tecnologias, novas soluções, contribuindo assim para a manutenção e aumento se possível desse ciclo de vida de produtos e serviços. Os empresários portugueses desde cedo, seja por forte espírito associativo, seja por visão comercial ou seja por necessidade de minimização de riscos, apresentaram forte apetência ao estabelecimento de parcerias nas mais diversas áreas, como na área industrial e comercial, de investigação e desenvolvimento, de distribuição, etc. Mas esse é de facto um elemento positivo a considerar nas relações empresarias que desde à longas décadas se têm estabelecido pelo tecido empresarial português e que prevalecem actualmente, permitindo assim que produtos de elevado valor acrescentado, como alguns dos acima identificados no quadro resumo, possam ganhar o seu espaço próprio nos mercados externos. Mas e sobre este ponto, decisivo ao desenvolvimento sustentado das empresas portuguesas de base tecnológica a competir em mercados internacionais exigentes, valerá a pena referir e apresentar abaixo, ainda que a título de exemplo, um caso no sector da Biotecnologia. O Tech SME Partnering (www.i-techpartner.eu), resulta de um consórcio de 14 representantes de 11 regiões da Europa de natureza diversa (municípios, universidades, empresas, associações europeias de transferência de conhecimento) e tem como principais objectivos identificar e promover a realização de parcerias, investimentos e projectos de colaboração entre PME’s inovadoras e produtos de I&D desenvolvidos em entidades produtoras de conhecimento nas 11 regiões participantes e ainda atrair agentes internacionais de capital de risco e investidores privados especializados para apoiar os projectos de colaboração que necessitem de apoio financeiro. No âmbito deste projecto, e à semelhança do que se está a realizar nas restantes 10 Regiões parceiras, a Universidade de Coimbra deverá organizar, em parceria com o Biocant, no dia 31 de Outubro de 2007 nas instalações do Biocant Park, o primeiro evento deste projecto na Região Centro denominado por i-Techpartner Academy. Trata-se de um encontro que reunirá empresas e projectos de I&D da Região onde se terá a oportunidade de assistir à apresentação de projectos de I&D com potencial de comercialização desenvolvidos por vários agentes de inovação da região (quer estabelecimentos de ensino e investigação, quer de empresas), bem como a possibilidade de realizar reuniões bilaterais entre os participantes. Este projecto visa pois envolver todos os agentes de inovação da Região Centro (Líderes de investigação, PME’s inovadores, investidores, agentes de inovação) nos 426 Índice quais existem reais capacidades de mobilização e participação activa em projectos desta natureza. Estão assim, e com exemplos como visto acima, demonstrados os primeiros e determinantes objectivos à análise de potenciais parcerias a estabelecer nos mercados analisados neste estudo e para os sectores em referência, porquanto se comprova da existência de empresas (algumas start-up) de sustentação em produtos e serviços de base tecnológica, bem como se identificam para um conjunto de aplicações várias, um grupo de empresas já exportadoras para alguns dos sectores em análise neste documento, além da natural predisposição das empresas Portuguesas no estabelecimento de parcerias estratégicas. Os mercados Holandês, Sueco, Finlandês e Dinamarquês, não são tradicionalmente mercados fortemente investidores em Portugal, sendo no entanto, mercados com os quais mantemos fortes relações de comércio internacional (não obstante os resultados da balança comercial para Portugal com estes países), podendo no entanto essa relação atingir níveis de equilíbrio desejados, se forem estabelecidas as necessárias parcerias estratégicas que nos permitam penetrar em sectores de elevado potencial de crescimento. Assim, as actividades desenvolvidas, como: •• Telecomunicações & Multimédia; •• Software para soluções avançadas; •• Saúde; •• Logística a) Gestão das tripulações de comboios; b) SOS de auto-estradas; •• Software de aplicações empresariais; serão algumas das áreas e sectores potencialmente interessantes para as empresas Portuguesas, para esses mercados, porquanto existem as competências internas, os meios de desenvolvimento de novas áreas de negócio, bem como, as oportunidades locais de mercado. Mas indo mais além, poderemos mesmo materializar alguns desses casos de oportunidades de negócio, por exemplo, mencionando para o sector da Saúde a existência de reais oportunidades no desenvolvimento de produtos bio-similares ou, para se ser mais preciso, no desenvolvimento de produtos como: •• EPO (eritropoietinas); •• HGH (Hormona de crescimento humano - Imunoelubulinas); •• G-CSF (Citocinas – Factor estimulador de colónias); •• Insulinas; •• IFN (Interferons); •• etc. Ao mesmo tempo, podemos mesmo identificar, no período em que se realizam estes estudos de benchmarking, empresas europeias empresariais (nos mercados-alvo desta análise) abertas à realização de parceiras (nos sectores em estudo), tais como: 427 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Plano de Oportunidades de Melhoria para as Empresas Índice ACG Identification Technologies – Fornecedor Sueco de tecnologia de leitores e cartões; Arconti AB – Fornecedor de cartões inteligentes para utilização de RFID; Nokian Tyres Plc – Empresa cliente de sistemas de produção baseado em sistemas de RFID; Trackway – Empresa Finlandesa de software para sistemas de processos logísticos utilizando tecnologias como GPS; Stora Enso – Grupo Finlandês-Sueco; Orion Pharma – Grupo Finlandês (sistemas de embalagens farmacêuticas); E como reais oportunidades de negócio, e por forma a não se tornar extenso, devemos sempre mencionar, com o destaque merecido e necessário, a existência de inúmeras oportunidades reais de negócios (fornecimentos públicos) de diversos produtos e serviços, apoiados por fundos públicos, para os países alvo desta análise. Essas oportunidades, abertas a todas as empresas Europeias, e potencialmente fornecedoras / concorrentes a essas reais oportunidades, são periodicamente publicadas no Jornal Oficial da UE podendo ser consultadas em www.ted.europa.eu De facto, neste endereço encontramos os mais diversos concursos públicos, desde o fornecimento de sistemas de informação e transmissão de dados, a equipamentos de saúde, a sistemas informáticos de gestão operacional de sistemas logísticos, etc. 428 429 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Conclusões Índice 6 conclusões Na transição para a Sociedade do Conhecimento, a Inovação não é apenas mais um factor a considerar, mas assume antes o papel do factor determinante, sem o qual não existe neste contexto a Criação de Riqueza. Num processo de mudança de tipo civilizacional, conforme se constata actualmente na Sociedade Portuguesa, as opções estratégicas de ruptura, uma elevada coordenação dos Agentes e uma rigorosa aplicação dos recursos mobilizáveis são permanentemente necessárias e exigidas a cada momento desta fase transitória. Nos últimos anos, Portugal foi dos países europeus com uma das mais elevadas taxas de investimento em I&D. Porém, apesar do forte investimento efectuado em I&D (leia-se em valores percentuais e não em valores absolutos e comparativamente com outros parceiros europeus, nomeadamente com os Estados Membros da UE agora analisados neste documento), o País não conseguiu criar neste domínio, uma riqueza significativa e expressiva que permita assegurar que já nos encontramos totalmente alinhados e em total convergência com os nossos parceiros europeus mais desenvolvidos e em consonância com essa mesma estratégia (como sejam Holanda, Dinamarca, Suécia e Finlândia). Assim, Portugal tem ainda, claras debilidades, quer quanto à clareza estratégica, quer quanto à coordenação dos vários projectos com forte componente de inovação, quer ainda quanto ao contexto dos “output” e resultados (mesmo financeiros e sociais de âmbito estruturante) gerados por esses projectos inovadores. Após vários e longos anos em que se optou pelo investimento em infra-estruturas físicas, as quais foram necessárias quer mesmo nesta nova fase de desenvolvimento em que nos situamos actualmente, assiste-se agora pela opção de forma mais visível e coordenada, em investimento em Inovação. Por sua vez, a Europa não tem tido sucesso na concretização dos objectivos traçados na Cimeira de Lisboa e das que se lhe seguiram nas quais se abordou o mesmo assunto. 430 431 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Conclusões Os Centros de Decisão Europeus recomendam o desenvolvimento de plataformas tecnológicas transnacionais e redes de excelência de âmbito europeu. No entanto e tendo em consideração os diferentes patamares de desenvolvimento que existem actualmente entre os Estados Membros parceiros da UE (mesmo incluindo os novos aderentes, ou seja, considerando uma UE a 27), esse objectivo de criação de plataformas tecnológicas transnacionais surge, pelas razões obvias e evidentes, como difícil de alcançar a curto prazo, não devendo no entanto, seja por essa ou outras razões, de deixar de constar na agenda das políticas Europeias. Neste contexto, as debilidades de Portugal, conhecidas de todos e sobre as quais já se publicaram obras de mérito e valor inquestionável, destacam-se como mais relevantes, as que abaixo se listam: •• O Investimento em I&D (Investigação e Desenvolvimento) é ainda reduzido em Portugal, apesar do supra referido que aponta Portugal como um dos países da Europa, com uma das mais elevadas taxas de investimento nessa área. Apesar desse facto incontornável e do seu significado e alcance para todos (Empresas e Empresários, Centros Tecnológicos e de Desenvolvimento, Universidades, Entidades Associativas e Governo), a grande questão é que essa análise do investimento, sendo apresentada em valores percentuais e não em valores absolutos, não esclarece sobre os montantes necessários a investir em I&D, de forma que Portugal consiga rápida e eficazmente, diminuir o hiato existente com os restantes países Europeus, porventura mais desenvolvidos e avançados que Portugal neste domínio. •• Por sua vez, uma parte substancial desse investimento em I&D é canalizado apenas para a investigação básica, não existindo o seu desenvolvimento em áreas mais avançadas, pelas eventuais condicionantes de mercado potencial, que garanta o retorno do investimento efectuado; •• Por outro lado, o esforço em I&D encontra-se muito fragmentado, não existindo concentração do financiamento num número limitado de áreas, que potenciem a competitividade (esta é uma política seguida em muito países desenvolvidos), contribuindo assim (e de forma negativa) para limitar o impacto potencial desse esforço no tecido económico e social do país. •• O investimento em I&D não é transformado em propriedade industrial, ainda que, e novamente de referir, como sendo um dos indicadores em que Portugal apresenta comparativamente com iguais períodos no passado um bom desempenho de aumento de registos de patentes, porém ainda insuficiente. •• O investimento em I&D não origina empresas de base tecnológica com valor acrescentado significativo (sem prejuízo dos casos de sucesso e do seu impacto positivo no tecido económico e empresarial que já existem), devendo este ser um dos objectivos a atingir rapidamente e para o qual estão já a ser definidas politicas e projectos de âmbito transversal que deverão ter resultados evidentes. Atente-se a titulo de exemplo, as recentes orientações estratégicas do QREN, o qual apresenta 432 Índice e se propõe executar um conjunto de medidas com efeitos potencialmente estruturantes a médio e longo prazo nesta área, abrangendo domínios desde o desenvolvimento do capital humano à valorização dos factores críticos de competitividade apoiados e consubstanciados na inovação; •• A maioria dos recursos humanos afectos à I&D encontra-se nas universidades, porém ainda não motivados para transferir o conhecimento que gera, para o sector produtivo, facto esse, em alguma medida, provocado pela ainda reduzida contribuição das empresas para o investimento em I&D; •• A reduzida dimensão do mercado interno é muitas vezes apontada como um bloqueio ao desenvolvimento de empresas tecnológicas de elevado potencial de crescimento o que, e sempre que falamos em produtos ou empresas que não vislumbram ainda no seu horizonte o alcance de mercados internacionais, condiciona à partida o desenvolvimento com sustentação financeira dessas empresas de potencial tecnológico; •• A inexistência de uma verdadeira cultura de Capital de Risco ou “Business Angels” associados ás “Start-Ups” de base tecnológica, não permitem ou potenciam (como acontece em outros mercados, dos quais, e neste âmbito os EUA são de facto a referencia obrigatória a mencionar) o surgimento e lançamento com sucesso comercial de produtos, serviços e empresas com essas características desejadas; A análise atenta destas debilidades levam-nos a reflectir sobre alguns pontos, os quais foram e são sobejamente referidos e destacados, seja pelos decisores políticos, mas também pelos principais agentes económicos e empresariais. Assim, e analisando o percurso do País nos últimos 7 anos, (desde a definição da Estratégia de Lisboa, aquando da cimeira da UE) podem constatar-se os passos significativos que tem sido dados no sentido de, não só minimizar as debilidades bem como, implementar medidas correctivas essenciais á prossecução dos objectivos da Estratégia de Lisboa. Contudo, permanecem no entanto alguns aspectos sobre os quais importa reflectir, como sejam: •• A estratégia adoptada e a adoptar no domínio da Inovação tem de ser ambiciosa e clara, as prioridades devem ser objectivas, conduzindo a uma selectiva afectação de recursos, mas sobretudo, a uma avaliação rigorosa e quantificada da sua eficácia, em termos de valor criado, retorno financeiro, equilíbrio socio-económico, etc; •• O País deverá reforçar e permanentemente reinventar (actualizando) uma Política e uma Orientação Estratégica consensual de Investigação, Desenvolvimento e Inovação, de âmbito nacional, com uma forte liderança pública, uma eficiente coordenação dos programas disponíveis a essa estratégia e sempre com uma elevada mobilização e participação activa empresarial; 433 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Conclusões •• São fundamentais e decisores inquestionáveis ao processo de mudança com sucesso, por um lado as parcerias público/privado e por outro a atracção de IDE de base tecnológica superior e ao mais alto nível, com capacidade para localizar e atrair profissionais com níveis de qualificação e especialização mais desenvolvidos, capazes de trazer valor acrescentado ao país; •• O fomento à criação e integração de Centros de Excelência nacionais nas redes e plataformas tecnológicas europeias é fundamental, para o fortalecimento e internacionalização das empresas portuguesas, bem como para a efectiva integração da economia Portuguesa no objectivo Europeu de criação de valor de base tecnológica desenvolvida, suportada e apoiada na Sociedade do Conhecimento e nos factores diferenciadores de Inovação; •• Para a transformação do conhecimento em valor, será determinante, uma profunda e eficaz mudança das mentalidades, da cultura e do “governance” das Universidades e dos Centros de Investigação nacionais, tornando-os mais competitivos à escala Europeia e mais vocacionados à cooperação empresarial, em suma, mais voltados ao exterior. De igual forma, e no mesmo sentido, por parte do tecido empresarial urge a criação de condições ao fomento de um forte espírito empreendedor e voltado para as instituições universitárias e pólos de investigação, não apenas em situações pontuais ou esporádicas mas antes em cooperação permanente e sustentada. Poder-se-ão desenvolver benefícios e apoios (por exemplo de carácter fiscal) às empresas que mais cooperem e colaborem com as Universidades, com o objectivo de incentivar uma colaboração profícua; •• Em Portugal, é critica a pouca expressão de empresas de “venture capital” ou Capital de Risco, em especial na fase de maior risco das empresas “start-ups” ou seja, a ausência de capital e apoios financeiros bem como a ausência de um espírito de partilha de riscos no financiamento de projectos com potencial de desenvolvimento de mercados de consumo, apoiados em bases tecnológicas desenvolvidas; •• São determinantes no contexto competitivo europeu (e mundial) actual, medidas eficazes de fomento ao empreendedorismo e à assumpção de riscos, bem como políticas de atracção de jovens para licenciaturas nas áreas da Ciência e da Tecnologia, nas quais o país apresenta um deficit considerável comparativamente com outras áreas / licenciaturas; •• Urge a criação de condições ao surgimento de modernos Pólos Tecnológicos, vocacionados para o desenvolvimento de “clusters” em indústrias de alta tecnologia, com parcerias internacionais tecnológicas e comerciais, devidamente suportadas por centros de investigação e capital de risco, de forma a alterar a importância destas industrias no PIB, reconfigurando-o no que respeita aos sectores mais produtivos (entenda-se em paralelo com os sectores tradicionais e que são ainda o garante da nossa economia); 434 Índice •• Por último, deverão as Entidades, como seja a COTEC e a recentemente criada AICEP e as Associações Empresariais, na mais pura expressão de espírito associativo e em efectivas políticas de fomento da inovação, da cooperação empresarial e da internacionalização de produtos e serviços de valor acrescentado e de base tecnológica superior, promover entre as empresas portuguesas em geral e entre os seus Associados em particular, como forma de aumentar a competitividade das empresas portuguesas, a realização de parcerias em acções coordenadas de desenvolvimento, comercialização e distribuição desses produtos e serviços diferenciadores e necessários no actual contexto económico mundial. Assim, face quer às debilidades apontadas, quer aos pontos de reflexão, mas sobretudo à análise de benchmarking no que concerne aos sectores alvo, como a Logística Avançada, Saúde, e-Government, Mobilidade e Comunicações, comparativamente com os países / Estados Membros parceiros da EU, objecto do estudo, como a Dinamarca, Holanda, Suécia e Finlândia, e sem prejuízo das conclusões de cada sector e para cada mercado já apresentadas no capitulo 4 deste documento, cumpre ainda reforçar os seguintes pontos: •• Portugal, apesar das debilidades referidas, tem percorrido um trajecto consistente no desenvolvimento de soluções integradas e de base tecnológica avançada nos sectores analisados, estando em inúmeras aplicações ao nível dos países de referência; •• Em sectores como e-Government, Mobilidade e Comunicações poderá mesmo afirmar-se, que em alguns aspectos Portugal se encontra com um conjunto significativo de mais valias estruturais, em comparação com o referido grupo de países, dispondo actualmente de um conjunto de soluções ao serviço dos cidadãos e da sociedade civil, que permitem ombrear equitativamente com esses países, indo de encontro às melhores indicações e práticas da pretendida sociedade de conhecimento; •• No sector da Saúde e no que respeita à uniformização e informatização dos sistemas de saúde, apoiados em soluções de base tecnológica com forte recurso ao uso de tecnologias de informação, Portugal acompanha esse desenvolvimento juntamente com os países em análise, tendo mesmo em alguns casos superado o desenvolvimento dos parceiros europeus analisados. De salientar, a existência de exportações recentes de soluções totalmente desenvolvidas por empresas e grupos de capital português para este sector e para países tão competitivos como os EUA; •• Já no que respeita à Logística Avançada, Portugal apresenta de facto algumas debilidades estruturais comparativamente quer com a Dinamarca ou Holanda, países que são neste sector, verdadeiras referências mundiais. No entanto, e até mesmo pela localização geográfica estratégica de Portugal, como uma das principais “saídas” ou “entradas” do mercado Europeu, urge a tomada e implementação de medidas eficazes de criação de um verdadeiro “cluster” nesta área, vital ao desenvolvimento económico de um país. Mas mais ainda, serão 435 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Conclusões Índice essas medidas necessárias, nomeadamente no que respeita ao novo conceito das Auto-Estradas Marítimas, porquanto se trata de uma área de aposta da Comissão Europeia, que se reflecte no desenvolvimento de políticas e estratégias específicas e na promoção de projectos de investigação e desenvolvimento tecnológico para melhorar a qualidade, a segurança e o desempenho ambiental do transporte marítimo, nomeadamente no quadro do actual Sétimo Programa-Quadro. •• De destacar o papel que Portugal desempenhou e continua a desempenhar no seio da UE, enquanto um dos países que mais tem contribuído para a criação de um objectivo europeu de incremento de uma economia e de uma sociedade apoiada na inovação e no conhecimento. Relembre-se neste âmbito o papel de Portugal no estabelecimento dos objectivos da Estratégia de Lisboa, aceite por todos os Estados-Membros como fundamentais à sustentabilidade económica e financeira do espaço Europeu. Essa mesma posição, manteve-se ao longo deste período de tempo (2000 / 2007), durante o qual Portugal tomou e implementou de facto um conjunto significativo de medidas. Assim, apenas para realçar algumas, veja-se a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável, o Plano Tecnológico, as iniciativas promovidas internacionalmente de projecção do país no domínio da Inovação e Conhecimento, o contributo para a promoção de um estado de espírito europeu propício à criação de um mercado aberto à inovação e desenvolvimento sustentado; etc; •• Mais recentemente, na mesma esteira, são de realçar as apresentações do Programa da Presidência portuguesa da UE ao Parlamento Europeu, em 11 de Julho de 2007, bem como as Prioridades da Presidência Portuguesa na Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, apresentado em 2 de Julho de 2007, nas quais se encontra bem patente a importância que Portugal pretende continuar a dar a esta temática. 436 437 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Anexos Índice 7 anexos Listagem das principais instituições públicas por país Listagem das principais associações empresariais por país Principais publicações por mercado vertical e por país Principais feiras e iniciativas promocionais por mercado vertical e por país Listagem dos sítios web mais relevantes com as principais fontes de pesquisa de informação sectoriais utilizadas nos Estudos de Benchmarking 6. Bibliografia 7. Glossário com identificação das principais siglas 1. 2. 3. 4. 5. 438 439 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Anexos Anexo 1 Holanda Instituições Públicas (apenas os Ministérios e outras entidades Governamentais relacionados com os sectores em estudo) •• Ministério da Administração Interna e Relações do Reino http://www.minbzk.nl/bzk2006uk/ •• Ministério da Economia http://www.minez.nl/content.jsp?objectid=140727 •• Ministério da Educação, da Cultura e da Ciência http://www.minocw.nl/english/index.html •• Ministérios dos Negócios Estrangeiros http://www.minbuza.nl/en/ministry •• Ministério da Saúde, do Bem-estar e do Desporto http://www.minvws.nl/en/ •• Ministério dos Transportes, Obras Públicas e Gestão da Água http://www.verkeerenwaterstaat.nl/english/ •• Technopartner (entidade criada pelos Ministérios da Economia e da Educação, Cultura e Ciência, responsável pelo empreendedorismo e pela Inovação Tecnológica) http://www.technopartner.nl/wiki/technopartner/foreignvisitors •• EIM (Knowlegde web on SMEs and Entrepreneurship) http://www.entrepreneurship-sme.eu/ •• Agência SenterNovem (criada pelo Ministério da Economia para promover o desenvolvimento sustentável e a Inovação) http://www.senternovem.nl/english/index.asp •• Fundação ICTU (criada pelo Ministério da Administração Interna e das relações do Reino, actua no domínio do eGovernment http://www.ictu.nl/index.php?option=com_content&task=section&id=9&Ite mid=31 •• ZonMw (organização que promove a qualidade e a inovação na área da Saúde) http://www.zonmw.nl/en/ •• NICTIZ (Instituto Holandês da promoção das TI no sector da Saúde) http://www.nictiz.nl/ Universidades •• Universidade Técnica de Delft http://www.tudelft.nl/live/pagina.jsp?id=b226846d-f19f-4c34-97ed 165fecc5ad8f&lang=en •• Universidade Técnica de Eindhoven http://w3.tue.nl/en/ e http://fp.tm.tue.nl/beta/ (Beta Research School) •• Universidade Técnica de Twente http://www.tilburguniversity.nl/ http://www.ctit.utwente.nl/ (CTIT - Centre for Telematics and Information Tech.) 440 Índice •• Universidade de Amesterdão http://www.uva.nl/start.cfm/la=en/th=main •• Universidade Livre de Amesterdão http://www.vuamsterdam.com//home/index.cfm •• Universidade Erasmus de Roterdão http://www.eur.nl/english/ •• Universidade de Groningen http://www.rug.nl/corporate/index •• Universidade de Leiden http://www.leiden.edu/ •• Universidade de Maastricht http://www.unimaas.nl/default.asp?taal=en •• Universidade Radboud de Nijmegen http://www.ru.nl/english/ •• Universidade de Tilburg http://www.tilburguniversity.nl/ •• Universidade de Utrecht http://www.uu.nl/uupublish/homeuu/homeenglish/1757main.html •• Universidade de Wageningen http://www.wageningenuniversiteit.nl/UK/ •• Universidade Aberta http://www.ou.nl/eCache/DEF/36.html Dinamarca Instituições Públicas (apenas os Ministérios e outras entidades Governamentais relacionados com os sectores em estudo) •• Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação http://videnskabsministeriet.dk/site/frontpage •• Ministério da Economia e dos Negócios http://www.oem.dk/sw184.asp •• Ministério da Educação http://eng.uvm.dk/ •• Ministério do Interior e da Saúde http://www.im.dk/im/site.aspx?p=34 •• Ministério dos Negócios Estrangeiros http://www.um.dk/en/ •• Ministério dos Transportes e da Energia http://www.trm.dk/sw521.asp •• Agência Nacional das TI e Telecomunicações http://www.itst.dk/mainpage.asp •• Instituto Tecnológico Dinamarquês http://www.dti.dk/ 441 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Anexos •• Fundação Nacional das Tecnologias Avançadas http://www.hoejteknologifonden.dk/?id=29 •• Agência Dinamarquesa da Ciência, Tecnologia e Inovação http://fi.dk/site/english Universidades •• Universidade de Aarhus http://www.au.dk/en •• Universidade de Alborg http://en.aau.dk/ •• Universidade de Copenhaga http://www.ku.dk/english/ •• Universidade Técnica de Copenhaga http://www.dtu.dk/english.aspx •• Universidade das TI em Copenhaga http://www1.itu.dk/sw5211.asp •• Escola de Negócios de Copenhaga (Copenhagen Business School) http://uk.cbs.dk/ •• Universidade de Roskilde http://www.ruc.dk/ruc_en/ •• Universidade do Sudeste em Odense, Kolding, Esbjerg, Sønderborg e Slagelse http://www.sdu.dk/?sc_lang=en Finlândia Instituições Públicas (apenas os Ministérios e outras entidades Governamentais relacionados com os sectores em estudo) •• Ministério dos Assuntos Sociais e da Saúde www.stm.fi/english •• Ministério do Comércio e da Indústria http://www.ktm.fi/?l=en •• Ministério da Educação http://www.minedu.fi/OPM/?lang=en •• Ministério dos Negócios Estrangeiros formin.finland.fi/english •• Ministério dos Transportes e Comunicações www.mintc.fi/english •• Instituto Nacional de Saúde Pública http://www.ktl.fi/portal/english/ •• Serviço de Informação Finlandês da Ciência e Tecnologia http://www.research.fi/en •• Tekes - Agência Finlandesa de Apoio ao Desenvolvimento da Tecnologia e Inovação http://www.tekes.fi/eng/ 442 Índice Universidades (só as que têm actividade na área das ciências e da Economia) •• Universidade de Tecnologia de Helsínquia http://www.tkk.fi/English/ •• Universidade de Tecnologia de Tampere http://www.tut.fi/public/index.cfm?siteid=32 •• Universidade de Helsínquia http://www.helsinki.fi/university/ •• Universidade de Lappenranta http://www.lut.fi/en/ •• Universidade de Joensuu http://www.joensuu.fi/englishindex.html •• Universidade de Jyväskylä http://www.jyu.fi/en/ •• Universidade de Kuopio http://www.uku.fi/english/ •• Universidade de Oulu http://www.oulu.fi/english/index.html •• Universidade de Tampere http://www.uta.fi/english/ •• Universidade de Turku http://www.utu.fi/en/ •• Universidade de Vaasa http://www.uwasa.fi/english/ •• Escola de Economia de Helsínquia http://www.hse.fi/EN/frontpage •• Hanken (Escola Sueca de Economia e Administração em Helsínquia e Vaasa) http://www.hanken.fi/public/?setlanguage=en •• Escola de Economia de Turku http://www.tukkk.fi/english/ Suécia Instituições Públicas (apenas os Ministérios e outras entidades Governamentais relacionados com os sectores em estudo) •• Ministério da Educação e da Investigação http://www.sweden.gov.se/sb/d/2063;jsessionid=a5B7rL4MtiH7 •• Ministério das Empresas, Energia e Comunicações http://www.sweden.gov.se/sb/d/2067;jsessionid=a5B7rL4MtiH7 •• Ministério dos Negócios Estrangeiros http://www.sweden.gov.se/sb/d/2059 •• Ministério da Saúde e dos Assuntos Sociais http://www.sweden.gov.se/sb/d/2061;jsessionid=a5B7rL4MtiH7 443 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Anexos •• Gabinete dos Assuntos Administrativos http://www.sweden.gov.se/sb/d/2068;jsessionid=a5B7rL4MtiH7 Índice Anexo 2 Associações Empresariais e Câmaras de Comércio e Indústria Universidades •• Blekinge Instituto de Tecnologia http://www.bth.se/eng •• Chalmers Universidade de Tecnologia http://www.chalmers.se/en/ •• Instituto Karolinska http://ki.se/ki/jsp/polopoly.jsp?d=130&l=en •• Instituto Real de Tecnologia http://www.kth.se/?l=en_UK •• Universidade de Estocolmo http://www.su.se/pub/jsp/polopoly.jsp?d=3792 •• Universidade de Gotemburgo http://www.gu.se/english/?languageId=100001; e http://www.ituniv.se/w/ index.php?option=content&task=view&id=432&Itemid=127 •• Universidade de Lund http://www.lu.se/lund-university •• Universidade de Umeå http://www.umu.se/umu/index_eng.html •• Universidade de Linköping http://www.liu.se/en/ •• Universidade de Luleå http://www.ltu.se/?l=en •• Universidade de Kalmar http://www.hik.se/english/ •• Universidade de Karlstad http://www.kau.se/eng/ •• Universidade Mälardalen http://www.mdh.se/ •• Universidade de Mälmo http://www.mah.se/default____12978.aspx •• Universidade de Örebro http://www.oru.se/templates/oruExtIntroPageLevel2____4965.aspx •• Universidade de Uppsala http://www.uu.se/english/ •• Universidade de Växjö http://www.vxu.se/english/ •• Escola Superior de Economia de Estocolmo http://www.sse.edu/default.htm •• Mid SwedenUniversity http://www.miun.se/default____22057.aspx?epslanguage=EN 444 Holanda •• Associação dos Gestores de Logística http://www.vlmnet.nl/ •• Câmara de Comércio Holandesa http://www.kvk.nl/home/homeUK.asp •• EVD – Agência para a Cooperação e os Negócios Estrangeiros http://www.hollandtrade.com/vko/evd/aboutus.asp •• NFIA - Agência para o Investimento Estrangeiro http://www.nfia.nl/ •• NIABA – Associação das Empresas do Sector da Biotecnologia (ver também links para BioPartner e HollandBioDelta http://www.hollandbiodelta.com/ http://www.niaba.nl/html/index.php (site só em língua holandesa); •• Portal especializado na Biotecnologia e Ciências da Vida http://www.hollandbiotechnology.nl/ •• NDL/HIDC – Conselho Holandês de Distribuição Internacional http://www.hidc.nl/ •• Transport en Logistiek Nederland (Organização de empresas de transportes e de Logística holandesas) http://www.tln.nl/ (site só em holandês) Dinamarca •• Associação empresarial dos exportadores Dinamarqueses http://www.danishexporters.dk/scripts/danishexporters/EO_exportAssociation.asp •• Associação das Empresas Dinamarquesas de Transportes e de Logística http://www.dtl-dk.dk/www/index_dk.asp •• Câmara de Comércio Dinamarquesa (Dansk Erhverv) http://www.danskerhverv.com/5+om+danske+erhverv/English.htm •• Confederação das Indústrias Dinamarquesas (DI) http://www.di.dk/English/ •• Euro Info Center Dinamarquês http://www.eic-commerce.dk/pages/uk.htm •• Federação das PME (Håndvaerksrådet) http://www.hvr.dk/Default.aspx?ID=67 •• Associação Dinamarquesa de Empreeendedorismo http://www.d-i-f.dk •• MedicoIndustrie – Associação dos fabricantes de utensílios médicos http://www.medicoindustrien.dk/Docs/doc_13.asp •• GTS - Grupo das Tecnologias Avançadas (Portal dos Centros Tecnológicos na Dinamarca) http://www.teknologiportalen.dk/EN 445 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Anexos •• FUHU – Associação Empresarial que visa a interligação entre a Indústria e a investigação feita nos centros Universitários http://www.fuhu.dk/article.asp?articleid=110 Finlândia •• Associação Finlandesa de Logística http://www.logy.fi/in_english/ •• Câmara de Comércio da Região de Helsínquia http://www.helsinki.chamber.fi/index.phtml?l=en •• Câmara do Comércio Central (Central Chamber of Commerce) http://www.keskuskauppakamari.fi/en_GB/ •• Turku Chamber of Commerce http://www.turku.chamber.fi/english/ulkomaankaupan_asiakirjat.php?id=1 •• Câmara do Comércio Regional – Helsínquia (Helsinki Region Chamber of Commerce) http://www.helsinki.chamber.fi/index.phtml?l=en •• Centros T&E (Informações sobre Emprego e Desenvolvimento Económico) http://www.update.te-keskus.fi/Public/?Nodeid=12242&area=7543 •• Confederação das Indústrias Finlandesas http://www.ek.fi/ek_englanti/index.php •• Federação das Indústrias Tecnológicas http://www.techind.fi/english/index.php •• High Technology Finland (HTF) - Portal de promoção das empresas de base tecnológica e de Organizações tais como Facte, Finpro, Tekes, o Ministério do Comércio e da Indústria e o Ministério dos Negócios Estrangeiros http://www.hightechfinland.com/content.aspx?pname=htf_about Índice •• Associação das empresas prestadoras de serviços de Saúde Privada e cuidados sociais: http://www.vardforetagarna.se/Templates/T_2.asp?PN=1139 •• Associação dos Portos da Suécia http://www.transportgruppen.se/templates/MultiMaster.aspx?id=31769 •• Associação Sueca de Logística http://www.silf.se/ (site só em sueco) •• Associação dos Profissionais de Logística http://www.plan.se/inEnglish.asp •• Associação das empresas de Serviços http://www.almega.se/Templates/T_2.asp?PN=731912 Suécia •• Câmaras de Comércio na Suécia http://www.cci.se/en/Chamber_of_Commerce/Swedish_CC/ •• Conselho Sueco de Comércio (Exportrådet - Swedish Trade Council) http://www.swedishtrade.se/english/?objectID=7333 •• Confederação das Empresas Suecas http://www.svensktnaringsliv.se/english/article16830.ece •• Federação Sueca de Comércio http://www.svenskhandel.se/Default.asp •• ISA – Agência para o Investimento Estrangeiro http://www.isa.se/templates/Startpage____2008.aspx •• Associação Sueca das Indústrias de TI e Telecomunicações http://www.itforetagen.se/website1/sd_page/22/2/index.php? •• Associação das Empresas Industriais e do Sector Químico (inclui empresas dos Sectores Farmacêutico e da Biotecnologia) http://www.industriochkemigruppen.se/LitiumInformation/site/page.asp?Page =8&IncPage=1821&Destination=1360 446 447 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Anexos Anexo 3 Publicações / Revistas Especializadas Holanda •• Tornado Insider (newsletter semanal especializada em investimentos em empresas europeias de base tecnológica) www.tornado-insider.com •• Telecom Paper: edita newsletters semanais sobre a área das Telecomunicações para vários países http://www.telecom.paper.nl/newsletters/ •• Sprout Magazine – revista especializada nas áreas do marketing, fiscalidade e recursos humanos http://www.sprout.nl/ •• Het Financieele Dagblad (jornal económico) http://www.fd.nl/Home.asp •• Technisch Weeklab (Notícias de carácter técnico) http://www.technischweekblad.nl/7_Technisch_Weekblad.lynkx •• Link para Imprensa Holandesa http://www.dutchpress.nl/index.html •• Vakblad Logistiek (Newsletter sobre Logística) •• Business Logistics (Revista mensal sobre Logística editada na Bélgica mas com distribuição na Holanda http://www.businesslogistics.com/2178/default.aspx?_vs=0_E •• Distribution Center Management (newsletter mensal sobre Gestão da Distribuição) http://www.distributiongroup.com/dcm.php •• Made in Holland (revista mensal editada pela Agência EVD) http://www.hollandtrade.com/vko/MIH/index.asp •• Logistiek (portal holandês sobre logística e distribuição) http://www.logistiek.nl/ Dinamarca •• Focus Denmark – newsletter publicada trimestralmente en inglês, pelo Ministério de negócios estrangeiros com artigos sobre empresas exportadoras da Dinamarca, novos produtos e oportunidades de investimento neste País http://www.um.dk/en/menu/TradeAndInvestment/Publications FocusDenmark/ •• Copenhagen Capacity – www.copcap.com: newsletter da Agencia oficial de Investimento da Capital dinamarquesa e da região de Øresund – publica outras duas newsletters: •• Medicon Valley Biomedical Newsletter (disponível apenas em versão electrónica) - disponibiliza informação sobre a área da biotecnologia na região de Øresund http://www.mediconvalley.com/NewsAndEvents/Medicon%20Valley%20 Newsletter 448 Índice •• CBN – Copenhagen Business News (disponível apenas em versão electrónica) – disponibiliza informação diversa para empresas interessadas em investir na Escandinávia e nos Países bálticos http://www.copcap.com/cbn •• Denmark Business News, um Serviço da EIN News – noticias e informações actualizadas sobre a Dinamarca http://www.einnews.com/denmark/newsfeed-denmark-business Finlândia •• Suomen Kuljetus ja Logistiikka SKAL ry - informação sobre transportes e logística http://www.skal.fi/ •• Talentum Media Oy http://www.talentum.fi/en/index.html e http://www.talentum.fi/en/products_ and_services/magazines_and_websites/ Empresa que publica quinze revistas especializadas em diferentes áreas (Tecnologias de Informação, Economia, Indústria entre outras) e que tem sites relacionados com cada uma das revistas; destacam-se aqui: •• Mikro PC (revista especializada em TI) http://mikropc.net/rml/index.html •• Tekniikka & Talous (Revista que aborda temas como investigação e desenvolvimento de novos produtos, informa sobre actividades industriais e histórias empresariais de sucesso na Finlândia) http://www.tekniikkatalous.fi/ •• Tietoviikko (Revista que faz a ponte entre as TI e as empresas) www.tivi.fi •• Finland Business News, um Serviço da EIN News – noticias e informações actualizadas sobre a Finlândia http://www.einnews.com/finland/newsfeed-finland-business FinFacts - Revista trimestral que presta um serviço de interface para jornalistas estrangeiros que procuram factos sobre a economia e a Indústria finlandesa http://www.finnfacts.com/english/naturally_innovative/information_ technology/index.html Suécia •• Talentum Sweden AB http://www.et.se/index_en.asp Empresa que publica cinco revistas especializadas nas áreas da tecnologia, TIC; Ambiente, Economia e legislação laboral e que tem sites relacionados com cada uma das revistas; destacam-se aqui: •• Affärsvärlen (é a revista líder na área económica na Suécia sendo uma das mais antigas nesta área em todo o Mundo; apresenta análises económicas sobre os empresas e os mercados) http://www.affarsvarlden.se/ 449 Estudos de Benchmarking - Fileira da Inovação Anexos •• NyTeknik (é o jornal sobre a indústria de maior tiragem na Suécia; relata e providencia informação detalhada sobre factos ajudando a explicar como a tecnologia afecta toda a economia) http://www.nyteknik.se/art/45148 •• Sweden Business News, um Serviço da EIN News – noticias e informações actualizadas sobre a Suécia http://www.einnews.com/sweden/newsfeed-sweden-business Índice Anexo 4 Principais Feiras Principais links para identificação de vários organizadores de certames e/ou para portais com listagens de eventos http://www.eventseye.com http://www.eventseye.com/fairs/event_l541.html (só para a Holanda) http://www.eventseye.com/fairs/event_l271.html (só para a Dinamarca) http://www.eventseye.com/fairs/event_l511.html (só para a Finlândia) http://www.eventseye.com/fairs/event_l101.html (só para a Suécia) http://www.vnue