pet- saúde: experiência na construção da sala de

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pet- saúde: experiência na construção da sala de
PET- SAÚDE: EXPERIÊNCIA NA CONSTRUÇÃO DA SALA DE ESPERA
NO SERVIÇO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA (1)
Wagner Naysinger Alves(2), Marciele Barcelos Ávila(3), Daiane Conceição do Espírito
Santo(4), Aline Martinelli Piccinini (5), Anali Martegani Ferreira(6)
(1)
Trabalho executado com recursos do Edital PROPET Saúde e PET Saúde
Estudante de enfermagem; Bolsista do Programa de Educação Tutorial pelo Trabalho S.O.S Emergência;
Universidade Federal do Pampa; Uruguaiana; Rio Grande do Sul; [email protected]
(3)
Estudante de enfermagem; Bolsista do Programa de Educação Tutorial pelo Trabalho S.O.S Emergência;
Universidade Federal do Pampa; Uruguaiana; Rio Grande do Sul; ; [email protected]
(4)
Estudante de enfermagem; Bolsista do Programa de Educação Tutorial pelo Trabalho S.O.S Emergência;
Universidade Federal do Pampa; Uruguaiana; Rio Grande do Sul; [email protected]
(5)
Coordenadora de Ensino do Núcleo de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde; Preceptora do Programa PET
Saúde SOS Urgência e Emergência; Hospital Santa Casa de Caridade de Uruguaiana/RS; [email protected]
(6)
Docente do Curso de Enfermagem; Coordenadora Adjunta do Programa Nacional de Reorientação Profissional em
Saúde; Tutora do Programa PET Saúde SOS Urgência e Emergência; Universidade Federal do Pampa.
(2)
RESUMO: A sala de espera é um lugar onde os pacientes aguardam o atendimento. Esse ambiente é um
espaço dinâmico, onde transita diferentes pessoas à espera de assistência. O objetivo deste estudo foi
relatar as experiências de implementação da sala de espera em serviços de urgência e emergência de um
Hospital da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, relacionando com as experiências identificadas na
construção de salas de espera na literatura. A pesquisa caracterizou-se por uma revisão integrativa da
literatura através da busca de textos na Biblioteca Virtual em Saúde, na base de dados Scientific Electronic
Library Online (SciELO) e foi realizada no período de maio a junho de 2014. Utilizou-se o diário de campo
para a coleta das informações, essas obtidas no período de fevereiro a março de 2014. A amostra final foi
constituída por sete artigos, a maioria desses, apontou a importância do acolhimento ser pautado na política
Nacional de Humanização e de ações voltadas para a educação em saúde em sala de espera. Os estudos
apontaram a necessidade de construção de novas formas de agir, tais como: implementação do
acolhimento humanizado e novas práticas de educação em saúde na sala de espera.
Palavras-Chave: Acolhimento, Sala de Espera, Educação em Saúde e Humanização.
INTRODUÇÃO
A sala de espera é um lugar onde os pacientes aguardam o atendimento dos profissionais de
saúde. Podemos observar que esse ambiente é dinâmico, onde encontram-se diferentes pessoas à espera
de assistência. As pessoas que se encontram neste espaço, normalmente não possuem vínculo entre si ou
não se conhecem. Durante a espera, elas compartilham suas aflições, doenças e relatam a qualidade do
atendimento na instituição. As salas de espera do pronto atendimento podem oferecer diversos recursos
como: televisores, vídeos e cartazes educativos (TEIXEIRA e VELOSO, 2006). Logo, toda instituição que
possui um pronto socorro tem como dever realizar o acolhimento, sendo essa uma prática nas ações de
atenção e gestão nas unidades de saúde e pronto atendimento, favorecendo a construção de confiança e
compromisso entre a equipe, o serviço e os usuários.
Neste contexto, a Política Nacional de Humanização (PNH), vêm com o objetivo de acender novas
práticas gerenciais e técnicas de produção de saúde, propondo para as distintas equipes novos desafios,
ultrapassando limites e conhecimento, além de, gerar novas formas de organização dos serviços e modos
de produção e circulação de poder. Sendo assim, o Humaniza SUS opera com o princípio da
transversalidade, onde lança mão de instrumentos e dispositivos para materializar redes, vínculos e coresponsabilização entre usuários, trabalhadores e gestores (BRASIL, 2009).
O objetivo deste estudo foi relatar as experiências de implementação da sala de espera em serviços
de urgência e emergência de um Hospital da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, relacionando com as
experiências identificadas na construção de salas de espera na literatura.
METODOLOGIA
A pesquisa caracterizou-se por uma revisão integrativa da literatura através da busca de textos na
Biblioteca Virtual em Saúde, na base de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO). Essa busca
teve como intuito identificar experiências de implementação de sala de espera nos serviços de urgência e
emergência no Brasil. A revisão integrativa é um dos métodos utilizados para Prática Baseada em
Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa
Evidências (PBE), que aborda a definição de um problema, a busca e a avaliação crítica das evidências
disponíveis, e a implementação desta na prática e a avaliação dos resultados obtidos (MENDES; SILVEIRA;
GALVÃO, 2008). A coleta de dados na literatura sobre a temática ocorreu no período de maio a junho de
2014.
Entre as atividades de extensão desenvolvidas estão: as rodas de conversa com a equipe
multiprofissional de saúde sobre a Política Nacional de Humanização, sobre a qualidade dos atendimentos
prestados pelos profissionais e em relação a conduta na triagem dos pacientes. Utilizou-se o diário de
campo para a coleta das informações. Essas atividades ocorreram no período de fevereiro a março de
2014. Após, a coleta das informações realizou-se a aproximação destas com os dados obtidos na literatura.
Este relato constitui-se da experiência realizada durante atividades do Programa Educação pelo TrabalhoPET Saúde SOS Urgência e Emergência da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA). Participaram
desta construção profissionais do serviço, docentes e estudantes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A revisão integrativa da literatura permitiu identificar sete artigos, destes, dois se tratam de
documentos extraídos do Ministério da Saúde e cinco na base de dados Scientific Electronic Library Online
(SciELO) que apontavam as práticas assistenciais utilizadas por equipes multiprofissionais na sala de
espera, em diferentes serviços no Brasil. Entre essas práticas destaca-se: as rodas de conversa sobre auto
cuidado e um processo de atendimento em sala de espera pautado nas reflexões com a equipe sobre
considerações éticas que fundamentam ações de humanização, destacando a importância da dimensão
humana nas relações profissionais. Estes resultados foram semelhantes aos apontadas pela equipe da
instituição.
A literatura também destaca a necessidade de espaço específico e materiais para subsidiar as
atividades durante a realização do atendimento em sala de espera. Nos estudos de Lopes, et al (2014), o
acolhimento enquanto diretriz da política nacional de humanização, aponta para questões de organização e
prática do trabalho enfatizando a dimensão ética e a política na postura dos profissionais em contato com a
clientela. Já Backers et al ( 2006), relata que devido aos processos técnicos acelerados e científicos na área
da saúde, os valores das pessoas, com aparecimento quase que contínuo parece ser dirigido para um
segundo interesse.
Para Gallo, et al (2009), é imprescindível se ter um pensamento humanizado, mas este tem se
tornado precário nos dias de hoje, prevalecendo o avanço tecnológico e científico e, muitas vezes,
fragmentando a atenção que deveria ser empregada de forma mais humana. Segundo Oliveira, et al (2013),
os profissionais de enfermagem necessitam ter um aprofundamento teórico sobre as políticas nacionais de
humanização e Educação Permanente em Saúde. Observou-se a potencialidade da instituição para
implementação deste espaço, bem como a da equipe de saúde para esta nova possibilidade de cuidado.
CONCLUSÕES
As atividades de extensão visaram contribuir para a qualificação dos profissionais na assistência em
saúde. No entanto, é necessário que os profissionais de saúde se apropriem de novas formas de agir na
sua prática, e que resultem numa assistência efetiva, humanizada e acolhedora nos serviços de urgência e
emergência na rede local. Desta forma, não devemos limitar o conceito de acolhimento exclusivamente, a
um problema de demanda. O acolhimento na sala de espera somente ganha forma se compreendermos
que essa prática é parte do processo de prevenção de danos à saúde, sendo um instrumento que qualifica
a relação profissional - usuário e que, portanto é passível de ser desenvolvido em todos os serviços de
saúde.
REFERÊNCIAS
TEXEIRA, E.R.; Veloso, R. C. O grupo em sala de espera: Território de praticas e representações de saúde.
Disponível em: < http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=71415217>. Acesso em 14 Set. 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Acolhimento e Classificação de Risco nos Serviços de Urgência. Disponível
em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acolhimento_classificacao_risco_servicos_2009.pdf>. Acesso em 14
Set. 2015.
LOPES, G. V. D. O.; MENEZES, T. M. O.; MIRANDA, A. C.; ARAÚJO, K. L.; GUIMARÃES, E. L. P. Acolhimento:
quando o usuário bate á porta. Disponível em: < http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=267030130014>. Acesso em 14
Set. 2015.
BACKERS, D. S.; LUNARDI, V. L.; FILHO, W. D. L. A humanização hospitalar como expressão da ética. Disponível
em: < http://www.scielo.br/pdf/rlae/v14n1/v14n1a18.pdf>. Acesso em 14 Set. 2015.
Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa
GALLO, A. M., MELLO, H. C. ATENDIMENTO HUMANIZADO EM UNIDADES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA. .
Disponível em: < http://fap.com.br/fapciencia/005/edicao_2009/001.pdf>. Acesso em 14 Set. 2015
OLIVEIRA, G. N.; VANCINI-CAMPANHARO, C. R.; OKUNO, M. F. P.; BATISTA, R. E. A. Acolhimento com avaliação
e classificação de risco: Concordância entre os enfermeiros e o protocolo institucional. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/rlae/v21n2/pt_0104-1169-rlae-21-02-0500.pdf>. Acesso em 14 Set. 2015
MENDES, K. D. S.; SILVEIRA, R. C. C P.; GALVÃO,C. M. Revisão integrativa: método de pesquisa para a
incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/tce/v17n4/18.pdf>.
Acesso em 14 Set. 2015
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